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A m i g o s d o Z i p p y Boletim 3 Abril/2013 MEC seleciona o processo de capacitação de educadores da ASEC como Tecnologia Educacional promotora da Educação Integral e Integrada O Ministério da Educação (MEC) identificou a metodologia de capacitação de educadores em educação emocional da Associação pela Saúde Emocional de Crianças (ASEC) como uma Tecnologia Educacional que colabora com a Educação Integral e Integrada, na perspectiva de ampliação da jornada escolar no país e da articulação da escola com seu território. A relação das 25 tecnologias selecionadas no processo de avaliação, inicia- do com um edital em 2011, foi publicada na Portaria n.º 10, de 14 de março de 2013, no Diário Oficial da União, por meio da Secretaria de Educação Básica. Entre tecnologias tão diversas quanto Projeto Rádio pela Educação, Mata Atlântica: o bioma onde moro, e Mesa Educacional Alfabeto, constava a da ASEC, que desde 2004 é a responsável no Brasil por formar educadores para aplicarem o Programa “Amigos do Zippy”. Ele desenvolve habilidades emocionais e sociais em crianças, promovendo a sua saúde mental, está presente em 28 países e já beneficiou mais de 800 mil pessoas. Aqui, já impactou a vida de 159.527 crianças e de 4.598 educadores. O objetivo do edital do MEC era mapear processos, ferramentas e materiais aliados a uma proposta pedagógica com sólida fundamentação teórica e coerência metodológica e que tivessem um potencial de uso no desenvolvimento dos processos educacionais na Educação Básica, a fim de elevar a qualidade da educação, contribuindo, assim, para a consolidação do direito de aprender. A capacitação de docentes em educação emocional feita pela ASEC no Programa “Amigos do Zippy” comporá o Guia de Tecnologias Educacionais do MEC, instrumento que a disseminará para gestores e professores para ajudá-los nas decisões de implantar nas escolas iniciativas que melhorem a Educação Básica. A avaliação, realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que formou Comitê Técnico-Científico com especialistas de todo o país, baseou-se em critérios como: qualidade técnica e pedagógica da proposta; potencial de utilização na prática educacional; coerência entre pressupostos teórico-metodológicos, objetivos, metodologia e recursos didático-peda- gógicos apresentados; e adequação do material didático e de formação de professores às finalidades da proposta. Após a análise técnica, houve uma etapa presencial para verificações e entrevistas, com visita à sede da ASEC, no fim de maio de 2012, além de contatos com representantes de alguns municípios parceiros. “Esse resultado referenda nossa seriedade, compromisso e cuidado com a qualidade na formação de educadores. Desde o planejamento estratégico que realizamos em 2006 vínhamos alinhando nossas ações para sermos considerados como referência no país nesse tipo de capacitação, e essa seleção vem recompensar o idealismo e os esforços de nossa equipe na expansão da consciência da importância da Educação Emocional”, afirma Tania Paris, presidente da ASEC.

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Boletim 3 Abril/2013

MEC seleciona o processo de capacitação de educadores da ASEC como Tecnologia Educacional promotora da Educação Integral e IntegradaO Ministério da Educação (MEC) identificou a metodologia de capacitação de educadores em educação emocional da Associação pela Saúde Emocional de Crianças (ASEC) como uma Tecnologia Educacional que colabora com a Educação Integral e Integrada, na perspectiva de ampliação da jornada escolar no país e da articulação da escola com seu território.

A relação das 25 tecnologias selecionadas no processo de avaliação, inicia-do com um edital em 2011, foi publicada na Portaria n.º 10, de 14 de março de 2013, no Diário Oficial da União, por meio da Secretaria de Educação Básica. Entre tecnologias tão diversas quanto Projeto Rádio pela Educação, Mata Atlântica: o bioma onde moro, e Mesa Educacional Alfabeto, constava a da ASEC, que desde 2004 é a responsável no Brasil por formar educadores para aplicarem o Programa “Amigos do Zippy”. Ele desenvolve habilidades emocionais e sociais em crianças, promovendo a sua saúde mental, está presente em 28 países e já beneficiou mais de 800 mil pessoas. Aqui, já impactou a vida de 159.527 crianças e de 4.598 educadores.

O objetivo do edital do MEC era mapear processos, ferramentas e materiais aliados a uma proposta pedagógica com sólida fundamentação teórica e coerência metodológica e que tivessem um potencial de uso no desenvolvimento dos processos educacionais na Educação Básica, a fim de elevar a qualidade da educação, contribuindo, assim, para a consolidação do direito de aprender.

A capacitação de docentes em educação emocional feita pela ASEC no Programa “Amigos do Zippy” comporá o Guia de Tecnologias Educacionais do MEC, instrumento que a disseminará para gestores e professores para ajudá-los nas decisões de implantar nas escolas iniciativas que melhorem a Educação Básica.

A avaliação, realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que formou Comitê Técnico-Científico com especialistas de todo o país, baseou-se em critérios como: qualidade técnica e pedagógica da proposta; potencial de utilização na prática educacional; coerência entre pressupostos teórico-metodológicos, objetivos, metodologia e recursos didático-peda-gógicos apresentados; e adequação do material didático e de formação de

professores às finalidades da proposta. Após a análise técnica, houve uma etapa presencial para verificações e entrevistas, com visita à sede da ASEC, no fim de maio de 2012, além de contatos com representantes de alguns municípios parceiros.

“Esse resultado referenda nossa seriedade, compromisso e cuidado com a qualidade na formação de educadores. Desde o planejamento estratégico que realizamos em 2006 vínhamos alinhando nossas ações para sermos considerados como referência no país nesse tipo de capacitação, e essa seleção vem recompensar o idealismo e os esforços de nossa equipe na expansão da consciência da importância da Educação Emocional”, afirma Tania Paris, presidente da ASEC.

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Entrevista com Miriam Guimarães, coordenadora de Capacitação do “Amigos do Zippy”A responsável na ASEC pela formação de monitores no Programa fala, a seguir, sobre o significado e a importância da avaliação realizada pelo MEC.

Qual foi exatamente a Tecnologia Educacional que o MEC reconheceu?A Tecnologia Educacional que o MEC reconheceu foi o processo desenvolvido pela ASEC de formação de professores para a Educação Emocional. Esse pro-cesso inclui a aplicação do Programa “Amigos do Zippy”, que instrumentaliza o professor para atuar na promoção da Saúde Emocional de forma autônoma e transversal e, assim, alavancar o processo de aprendizagem de seus alunos. A área da Educação Emocional vem ganhando atenção de líderes e especialistas em educação pelo seu potencial de benefício ao processo educativo na esco-la. São muitos esses benefícios – desde o estabelecimento de um ambiente de aprendizagem emocionalmente favorável, até a própria ação de desenvolvi-mento de habilidades socioemocionais dos alunos.

Como ocorreu o processo de seleção?O Ministério da Educação lançou um Edital visando oferecer às escolas um conjunto de opções de tecnologias educacionais previamente avaliadas que promovam melhoria no processo de aprendizagem ou na qualidade geral da escola. As tecnolo-gias educacionais selecionadas farão parte de um guia que permitirá às escolas fazer escolhas mais certeiras para suprir suas necessidades. A avaliação técnica foi realizada por especialistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em várias etapas e de acordo com diversos critérios, em alinhamento com a estratégia do MEC para a educação brasileira. Para exemplificar, poderíamos citar alguns dos grupos de critérios:

• Potencial de transversalidade da aplicação da Tecnologia Educacional – referindo-se a dar autonomia ao professor no uso e na adequação da metodologia no diálogo com as disciplinas do currículo formal;

• Alinhamento com a legislação, ou seja, com as diretrizes e normas oficiais relativas à Educação Básica expressas nos docu-mentos oficiais do Ministério, como os Parâmetros Curriculares Nacionais;

• Coerência e adequação da abordagem teórico-metodológica, no que diz respeito à proposta didático-pedagógica;

• Promoção da autonomia dos docentes, com estímulo à reflexão sobre sua prática na busca de aprendizagem significativa.

Por que isso foi feito?Para organizar o acesso a recursos educacionais inovadores e de qualidade que já existem em nosso país. Essa ação consolida uma estrutura de apoio federal, em que se avalia, seleciona e organiza um conjunto de opções de suporte para as escolas, associando-o à oferta de recursos finan-ceiros de origem federal para viabilizar essas ações. Daí a necessidade de qualificação.

Como foi, para a ASEC, esse processo?A ASEC tem como filosofia avaliar permanentemente sua prática. Por isso, já há alguns anos vem submetendo seus processos a avaliações independentes, feitas por especialis-tas em Avaliação Educacional, e obtendo resultados consis-tentes, demonstrados aos parceiros através de relatórios de impacto em seus respectivos grupos. Ser submetida ao cri-vo do MEC foi uma nova experiência da ASEC e motivo de satisfação por obter mais esse reconhecimento – nacional e oficial – de nosso trabalho. Cabe ainda acrescentar que esse trabalho é realizado por uma equipe de profissionais especialistas em Educação e Saúde Emocional, responsável pela capacitação de milhares de educadores, os quais, por sua vez, já beneficiaram mais de 150 mil alunos de escolas particulares, públicas e de entidades beneficentes.

O que essa seleção significa para a ASEC?Ela é significativa para a ASEC por vários ângulos. É o reconhecimento de um trabalho intenso da busca perma-nente por excelência na formação dos “nossos” professores. Também é um marco, por termos cumprido um dos obje-tivos traçados pela ASEC na sua fundação: o de tornar-se referência em capacitação de educadores para a Educação Emocional no país. Esse resultado, por incluir o reconhe-cimento da ASEC como Instituição profissionalizada, nos traz estímulo e a certeza de que nossa contribuição para a construção de uma sociedade melhor, para todos, está sendo valorizada, e da forma como desejamos ser vistos. Para nossos parceiros – professores, escolas, secretarias de educação e apoiadores –, é a afirmação da escolha que já haviam feito, pois assumiram uma posição de vanguarda ao proporcionarem essa educação como ação concreta para as crianças sob sua responsabilidade. Visualizamos agora o estabelecimento de novas parcerias, na certeza de que a Educação Emocional deverá ocupar um espaço mais significativo no cenário educacional, devido à sua contri-buição efetiva para a formação do indivíduo e do cidadão. De nossa parte, a ASEC continuará a cumprir seu papel social como referencial de competência técnica que esse processo seletivo identificou.

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ASEC tem ações concretas em direção à universalidade do “Amigos do Zippy”A Associação pela Saúde Emocional de Crianças (ASEC) acredita que todas as crianças, independentemente de nível econômico-social, precisam de habilidades para lidar com as dificuldades do dia a dia, de forma a serem felizes e realizadas por toda a vida. Essas habilidades, que atuam como fatores de proteção para a saúde mental, são comprovadamente desenvolvidas nos alunos por meio das aulas do Programa “Amigos dos Zippy”.

Essa visão de universalidade significa, portanto, que o bem-estar emocional deve ser direito de todas as crianças, com qual-quer histórico de vida, raça, religião ou recursos financeiros.

Mas, enquanto escolas particulares e públicas possuem meios para proporcionar o Programa a seus alunos, entidades filantrópi-cas usualmente precisam utilizar todos os seus recursos financeiros para cobrir necessidades básicas. Dessa forma, para perseguir o objetivo de proporcionar o Programa a todos, a ASEC adota um modelo de sustentabilidade financeira no qual cada parceiro cobre seus próprios custos – escolas particulares arcam com taxas de capacitação para seus professores novos e com taxas de par-ticipação para cobrir os custos de manutenção do Programa; Secretarias de Educação contratam o “Amigos do Zippy” por projeto, o que engloba todos os custos envolvidos (incluindo apoio local e viagens, quando necessárias); apoiadores assumem projetos para iniciar o Programa em alguns municípios por um ano até que seus respectivos órgãos públicos possam adotá-lo em seus orçamentos e, assim, existe um respaldo financeiro que permite à ASEC concentrar a energia de sua equipe em sua atividade fim.

Entretanto, essa equipe, que advoga o direito de participação para todas as crianças, até pelo fato de estar em contato cons-tante com os benefícios, assume o desafio de economizar, evitando despesas e negociando descontos com fornecedores, visando viabilizar a participação de entidades filantrópicas. Dessa maneira, a ASEC tem conseguido concretizar ações conso-antes com sua filosofia e visão.

Em 2011, foram beneficiadas 2.070 crianças, de 34 entidades, e, em 2012, já estavam participando 3.314 crianças, de 39 instituições, sendo que novas instituições poderão se inscrever. A seleção dos interessados segue critérios como: estabilidade da instituição e de sua equipe, compromisso de continuidade na aplicação do “Amigos do Zippy” apenas com educadores certificados pela ASEC, e, principalmente, alinhamento da instituição com os objetivos do Programa, ou seja, proporcionar a educação integral a suas crianças.

AutoestimaA parceria com o Instituto PróVisão, de São José dos Campos (SP), que oferece reabilitação para pessoas de baixa renda com deficiência visual, nasceu em 2012. Lá, a professora Carina Machado adap-tou o material para braile. Isso possibilitou que as crianças aproveitassem a oportunidade e se desenvolvessem como outros participantes do Programa que não têm necessidades especiais e, com isso, aprenderam a se expressar melhor. Essas habilidades impactaram positivamente a comunicação entre eles mesmos, com os professores e o mundo a seu redor, tornando-os mais participativos e críticos e também mais seguros para falar sobre suas limita-ções com outras pessoas. “Depois do ‘Amigos do Zippy’, um dos alunos, que era bem quieto, já chegava alegre na escola, conversava mais e conseguia até mesmo verbalizar quem o prejudicava no grupo. Sentimos que aumentou, consideravelmente, a confiança dos alunos em nós”, relembra Carina, profes-sora especialista em deficiência visual da entidade e aplicadora do Programa.

Carina menciona que outras professoras que trabalharam com essas mesmas crianças em atendimentos diversos de reabilitação também salientaram a mudança. A professora e especialista em deficiência visual da mesma entidade e de escola estadual da cidade, Daniela Dias Rosa, conta sobre como percebeu os benefícios trazidos pelo Programa: “No começo do ano, meu aluno era muito retraído, quieto, passivo. Após as férias, voltou contente, mais tranquilo e questionador. Antes, até por causa da dificuldade visual, andava arqueado. Agora, anda erguido, está emagrecendo, sorri, faz piadinhas com a gente e até pediu aos pais para com-prarem um livro sobre bullying. O Programa o ajudou a arranjar soluções para se relacionar melhor e aumentou sua autoestima”.

ComunicaçãoA parceria com o Programa Vida Melhor (Provim), dos Salesianos São Carlos, em São Carlos (SP), que oferece aulas no con-traturno escolar para crianças e jovens de 6 a 14 anos, nasceu em 2009. Para Vanderlaine Santinon Simões, coordenadora pedagógica da entidade, a capacitação foca, em primeiro lugar, o educador. Em sua opinião, só entendendo todo o processo, o educador pode, depois, colocá-lo em prática. “O Programa funciona porque as emoções estão diretamente ligadas à apren-dizagem. Aqui, ele tem importância fundamental, porque nossas crianças enfrentam problemas socioeconômicos acentuados. Com o ‘Zippy’, elas ficam mais tranquilas e se sentem respeitadas de uma forma geral. Durante as atividades, acabam trazendo à tona coisas que não conseguiriam expressar na infância, como medo, angústias, raiva, amor, ódio etc. Temos 550 educandos, um número expressivo, então os Combinados do Programa são fundamentais. Quando estamos reunidos, se erguemos a mão para falar, por exemplo, eles param para ouvir”, comenta a coordenadora.

Foto: Carina Machado

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Para Edinéia Calabreze, mãe de Bianca Konczikovski, 8 anos, aluna do Provim, o Programa foi muito importante para a filha, pois ela era muito tímida e agora consegue falar mais sobre o que vive e sente. “Ela explica, por exemplo, que tem ciúmes. Não entendíamos por que ela pedia para as amiguinhas virem em casa e depois acabava brigando com elas. Era por ciúmes do pai e da mãe. O ‘Amigos do Zi-ppy’ foi muito útil para ela se desenvolver mais na escola, se expressar melhor e a se abrir mais com as pessoas, em vez de guardar tudo com ela”, comenta.

A coordenadora da entidade ressalta que, devido aos bons resultados da parce-ria com a ASEC, o Programa foi indicado para outras unidades do Provim. “Nos-sa experiência com o ‘Amigos do Zippy’ deu tão certo que a indicamos para as unidades de Lorena e de Pindamonhangaba. Eles nos visitaram, gostaram muito do que viram e devem implantá-lo ainda neste ano. [...] A ASEC tem uma parceria excelente conosco. Apoia-nos a toda hora e nos dá retornos quando necessário. Sempre que posso, falo sobre esse nosso trabalho”, enfatiza.

Relacionamento e formação de vínculosA Fundação Pão dos Pobres de Santo Antônio, de Porto Alegre (RS), atende a 1.200 crianças e adolescentes de 0 a 24 anos, em seis projetos socioeducativos. Segundo João Rocha, dirigente da entidade, foram percebidas mudanças nas relações afetivas e emocionais tanto por parte das crianças quanto dos professores: “Depois do ‘Amigos do Zippy’, as crianças apresentaram uma melhora considerável em suas relações. Os professores, por sua vez, contribuíram para que fossem construídas relações mais humanas, ajudando os jovens a responderem melhor às adversidades da vida”.

O dirigente relembra o caso de uma menina de sete anos que foi abusada sexualmente por entes de sua família. “Ela estava num processo de autodestruição, respondia a tudo com violência, não dava abraço em ninguém e quebrava os brinquedos que recebia. Fizemos um trabalho de acompanhamento bem pessoal. Em cerca de quatro meses, ela conseguiu fazer uma ressignificação do que lhe aconteceu e viu que não era sua culpa. Hoje, está menos agressiva e retomando, aos poucos, sua condição de criança”, conta.

Lidar com dificuldadesDesde 2008, a Creche Especial Maria Claro, em Sorocaba (SP), que faz reabilitação e habilitação de crianças e adolescentes com deficiência múltipla, está em parceria com a ASEC. Para Andréa Marques Machado, orientadora pedagógica e aplicadora

do “Amigos do Zippy”, o Programa é muito importante, porque traz temas que não eram abordados na creche. “Por mais que as crianças que atende-mos tenham deficiências e que isso possa parecer um obstáculo, sentimento é igual em todo ser humano. Não precisei adaptar o Programa, só seguimos aplicando-o num tempo maior. Percebemos uma evolução no respeito ao outro, no ritual de parar para ouvir, de falar um de cada vez. Foi muito impor-tante o módulo que trata de perdas, porque nossas crianças convivem muito com situações assim, já que algumas têm doenças progressivas. Em um dos anos em que apliquei, uma das alunas faleceu. Com o Programa, consegui fazer com que seus colegas lidassem melhor com o acontecimento e se concentrassem nos momentos bons que haviam passado com ela. Foi um trabalho maravilhoso”, relata Andréa.

“Atuar na viabilização da participação de entidades filantrópicas no ‘Amigos do Zippy’ é a concretização da filosofia da ASEC; é um de nossos projetos de responsabilidade social que complementa e fortalece o trabalho que realizamos com todas as outras instituições; é caminhar em direção à nossa visão de Uma sociedade solidária e feliz”, explica Tania Paris, presidente da ASEC.

ASEC é certificada como Entidade Promotora de Direitos HumanosA ASEC recebeu, em março de 2013, da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo, o Certificado de Entidade Promotora de Direitos Humanos. Trata-se de um reconhecimento do órgão estadual de que, em sua atividade principal, a entida-de defende, promove e difunde os direitos fundamentais da pessoa humana.

“Nossos passos e ações visam consolidar a imagem da ASEC como uma entidade comprometida com sua visão e missão. Nesse sentido, estamos sempre atentos às possibilidades de agregar reconhecimentos institucionais que possibilitem manter nossas parcerias alimentadas, conseguir novos parceiros e, efetivamente, levar os benefícios da educação emocional às crianças”, afirma Juliana Fleury, coordenadora de Desenvolvimento de Parcerias da ASEC.

Reportagem: P&B Comunicação (www.pbcomunica.com.br)

Foto: Andrea Marques Machado

Foto: Vanderlaine Santinon Simões