módulo v - microsoftmódulo v plano de gerenciamento de resíduos sólidos gina rizpah besen mestre...

27
CURSO BÁSICO PARA GESTORES MUNICIPAIS DE RESÍDUOS SÓLIDOS Módulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos [email protected]

Upload: others

Post on 03-Dec-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

CURSO BÁSICO PARA GESTORES MUNICIPAIS DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Módulo V

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

Gina Rizpah BesenMestre em Saúde Pública- FSP/USP

Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos [email protected]

Page 2: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

O que é o Plano

Ferramenta para a administração da limpeza pública Resultado de um planejamento que busca minimizar os problemas ambientais, econômicos e sociais causados pelos resíduosDocumento dinâmico de um processo de discussão da geração e gestão dos resíduos no município.

Denominações no Brasil Plano de Gestão Integrada Plano de Gerenciamento IntegradoPlano de manejo Plano Diretor

Page 3: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Ordenação dos Planos

Plano de Gestão

Plano de Gerenciamento

Plano de Manejo

Define a política do setorpouco detalhado

Atualização de 5 a 10 anos

Define a implementação da política

Atualização de 1 a 2 anos

Operacionaliza a Implementação Muito detalhado

Atualização de 3 a 6 meses

Page 4: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Por que elaborar o Plano

Exigência dos agentes financiadores;

Apoio Técnico de instituições governamentais voltado ao município: programas federais e estaduais direcionados à elaboração dos planos;

Exigências em legislações estaduais que obrigam a apresentação de planos p.e. em licenciamentos de aterros sanitários;

A administração municipal quer melhorar o desempenho da limpeza urbana.

Page 5: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Processo de elaboração do PGIRS

Envolvimento de diferentes órgãos da administração pública;

Participação da sociedade civil;

Tratamento diferenciado dos resíduos e disposição final – técnica e ambientalmente corretas;

Pressupõe a interligação entre as ações normativas, operacionais financeiras e planejamento;

Atualização, no máximo em 4 anos.

Page 6: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Situação dos PGIRS no Brasil

Os Planos em geral elaborados para buscar financiamentos;

A maior parte dos Planos financiados pelo governo federal não são sustentáveis;

As administrações municipais tem baixa capacidade de implementação dos Planos;

Falta de compatibilidade com a realidade local

Necessidade de participação e capacitação dos técnicos municipais na elaboração para melhorar a implementação;

Pouca discussão com os atores sociais e da administração pública. Baixa apropriação pela população

Page 7: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Procedimentos para a elaboração do PGIRS

Fase 1- Preparação : descrição do problema e da forma de elaboração do plano;

Fase 2-Diagnóstico: apresentação de dados referentes ao contexto local e à gestão dos resíduos;

Prognóstico: exposição da situação futura da geração e gestão dos resíduos;

Fase 3- Identificação de medidas.

Page 8: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Planejamento do PGIRS

Deve considerar:

1- Possibilidades tecnológicas e organizacionais- Os diferentes elementos do caminho “ do berço ao túmulo”podem ser combinados de inúmeras formas;

- Na atualização do Plano é preciso observar medidas járealizadas e instalações existentes;

- Aspectos regionais, como a formação e consórcios.

2- Cenários futuros, referentes às quantidades e composição. Este fato define a escolha e o dimensionamento de alternativas tecnológicas e organizacionais.

Page 9: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Planejamento do PGIRS

3. Critérios ecológicos, econômicos e sociais.Principalmente ecológicas e econômicas como a cobrança

da taxa.

4. Fatores que influenciam o sistema Legislações e instrumentos legais que aumentam a

complexidade dos planos, assim como interesses de grupos direta ou indiretamente envolvidos no processo.

5. Aspectos legais e políticos.Pressões políticas e evolução dos instrumentos legais.

Page 10: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Consorciamento

Prática recente no Brasil;

Perfil dos municípios brasileiros -IBGE 2003 –- tratamento ou disposição final – 216 municípios

3,9% - 108 na região sul.- Coleta de lixo – 105 municípios;

Favorecido pela Lei do Consórcio Público

Page 11: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Política do Estado de São Paulo

LEI N. 12.300/2006 em fase de regulamentação;

Obrigatoriedade de todos os municípios (geradores) apresentarem os Planos;

Instrumentos para elegibilidade em financiamentos;

Apoio aos consorciamentos;

Municípios com menos de 10.000 – planos simplificados.

Page 12: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Política do Estado de São Paulo

CAPÍTULO III - Dos Resíduos Urbanos

Artigo 30 - Critérios de elegibilidade para financiamento de projetos, programas e sistemas de resíduos sólidos aos Municípios que contemplem ou estejam de acordo com:

I - as diretrizes e recomendações dos planos regionais e estadual de resíduos sólidos;

II - a sustentabilidade financeira dos empreendimentos através da demonstração dos instrumentos específicos de custeio;

III - a sustentabilidade técnico-operacional por meio de programas continuados de capacitação e educação ambiental

Page 13: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

PGIRS - Modelo de Gestão de RSU

Arranjos institucionais;

Instrumentos legais;

Mecanismos de sustentabilidade;

Adoção de tecnologias de coleta e tratamento

compatíveis.

Page 14: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Escopo do PGIRS

1. Origem, quantidade e a caracterização dos resíduos gerados e os prazos máximos para sua destinação;

2. Estratégia geral do responsável pela geração, reciclagem, tratamento e disposição dos resíduos sólidos, inclusive os provenientes dos serviços de saúde, com vistas à proteção da saúde pública e do meio ambiente;

3. Medidas de otimização de recursos, por meio da cooperação entre os Municípios, assegurada a participação da sociedade civil, procurando soluções conjuntas e ação integrada;

Page 15: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Escopo do PGIRS

4. Definição e a descrição de medidas e soluções direcionadas:a) às praticas de prevenção à poluição;b) à minimização dos resíduos gerados, através da

reutilização, reciclagem e recuperação;c) à compostagem;d) ao tratamento ambientalmente adequado;

5. A forma de transporte, armazenamento e disposição final;

6. As ações preventivas e corretivas a serem praticadas no caso de manuseio incorreto ou de acidentes;

7. As áreas para as futuras instalações de recebimento de resíduos, em consonância com os Planos Diretores e legislação de uso e ocupação do solo;

Page 16: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Escopo do PGIRS

9. o diagnóstico da situação gerencial atual e a proposta institucional para a futura gestão do sistema;

10. o diagnóstico e as ações sociais, com a avaliação da presença de catadores nos lixões e nas ruas das cidades, bem como as alternativas da sua inclusão social;

11. as fontes de recursos para investimentos, operação do sistema e amortização de financiamentos.

12. O horizonte de planejamento do Plano de Gerenciamento de Resíduos Urbanos deve ser compatível com o período de implantação dos seus programas e projetos, ser revisado e compatibilizado com o plano anteriormente vigente.

Page 17: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Educação ambiental

Estímulo ás ações:

1. Gerador - eliminar desperdícios, minimizar a geração de resíduos sólidos e realizar a triagem e seleção destes nas residências, estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços e órgãos da administração pública;

II. Consumidor a adotar práticas de consumo sustentáveis;

III.Setor educacional a incluir nos planos escolares programas educativos sobre práticas de redução da geração de resíduos sólidos gerados;

IV. Poder Público, em parceria com os setores produtivos e a sociedade civil organizada, que promovam práticas de não geração de resíduos, de reutilização e a coleta seletiva

Page 18: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Projeção da produção de RSU

Produção atual e projeção da produção para todos os tipos de resíduos;

A avaliação depende de conhecer a demografia da população residente, bem como o da flutuante, principalmente nas cidades turísticas, quando esta última gera cerca de 70% a mais de lixo do que a população local;

Importante separar população urbana e rural;

Área rural, coleta seletiva e compostagem nos sítios e nas chácaras, postos de entrega do lixo em local específico.

Page 19: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Caracterização dos resíduos

Quantidades são importantes para dimensionar capacidade de coleta, equipamentos, processos de tratamento e tecnologias;

Metodologia para a caracterização qualitativa e quantitativa dos RSU; em percentual.

Medidas - Toneladas/dia e/ou volume em metros cúbicos ( m3 )

Amostragem – acompanhamento das pesagens por dois ou três dias;

Análise gravimétrica para os resíduos domiciliares para conhecer a sua composição percentual.Técnica do quarteamento.

Page 20: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Elaboração dos Cenários

Após o conhecimento da geração, composição, dimensionamento de equipamentos e escolha de alternativas de tratamento e disposição final é possível calcular custos e construir os cenários;

Cenários

Situação atual, curto, médio e longo prazo

Cenários de coleta, coleta seletiva, tratamento e de disposição final (dentro e fora da área do projeto)

Importância de cenários consorciados

Page 21: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Fontes de Financiamento

FederaisFUNASA – municípios até 30.000 habitantes;

Ministério do meio Ambiente -MMA – municípios entre 30.000 e 250.000 habitantes;

Ministério das Cidades- MC – municípios acima de 250.000 habitantes e regiões metropolitanas.

EstaduaisFundo Estadual de Controle da Poluição - FECOP

Fundo Estadual de Recursos Hídricos - Fehidro

Page 22: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Estudo de caso

PLANO MUNICIPAL DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE BIRITIBA MIRIM – 2004;

SMA no PNMA II – Proteção e Conservação dos Mananciais de Abastecimento da RMSP – Alto Tietê Cabeceiras;

Ano da realização 2003 projeção 2020.

Page 23: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Localização e características

População - 27.476 habitantes (2003);

Projeção para 2020 – 50.107 hab.;

Índice per capita atual mínimo - 0,43 kg/hab/diamédio - 0,54 kg/hab/diamáximo - 0,65 kg/hab/dia

Geração de resíduos sólidos domiciliares em 2003 – 14,8

Projeção de geração para 2020- 27,1

Page 24: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Escopo do Plano

Diagnóstico – aspectos de geração e composição dos RSU;

Prognóstico – evolução das taxas de crescimento demográfico e influências;

Plano – previsto até 2020- forma e abrangência-gerenciamento dos serviços;

Escala de tempo e cenários, atual, curto prazo,médio e longo;

Cenários incluem - sistemas de coleta , tratamento e destinação final, coleta seletiva , centro de triagem, centro de beneficiamento de RSCD, implantação de composteirasdomésticas na malha rural.

E um novo aterro.

Page 25: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

PGIRS– Diagnóstico

1. Caracterização do município-histórico, aspectos geográficos, demografia, economia, sistema viário;

2. Caracterização quantitativa e qualitativa dos resíduos urbanos;

3. Situação do sistema atual de limpeza pública- coleta, tratamento e disposição final de todos os resíduos;

4. Estrutura administrativa da limpeza pública;

5. Custo e arrecadação;

6. Coleta seletiva e catadores;

7. Ações em andamento;

8. Análise crítica da situação atual

Page 26: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Cenários

1- Situação atual – 2003 a 2005

2- Curto prazo – 2006 a 2010

3- Médio prazo – 2011 a 2015

4- Longo prazo – 2016 a 2020

Page 27: Módulo V - MicrosoftMódulo V Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gina Rizpah Besen Mestre em Saúde Pública- FSP/USP Consultora em Gestão de Resíduos Sólidos rizpah@usp.br

Propostas do Plano

Proposta de consorciamento para um aterro regional;

Urgência da implantação da coleta seletiva e de uma unidade de triagem de recicláveis;

Especial atenção aos resíduos sólidos orgânicos, 78,92%;

Instalação de composteiras domésticas para tratamento do resíduos orgânicos na fonte geradora.