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MÓDULO II 2ª fase do Catecumenato Como Cristo manifesta-se em minha vida

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PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA PAZ – IPANEMA PASTORAL DA CRISMA

1

MÓDULO II

2ª fase do Catecumenato

Como Cristo manifesta-se em minha vida

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PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA PAZ – IPANEMA PASTORAL DA CRISMA

2

Desde a origem do mundo a Igreja foi prefigurada.

Foi admiravelmente preparada na história do povo de Israel e na Antiga Aliança.

Foi fundada pelas palavras e atos de Jesus Cristo.

Realizada por Sua Cruz Redentora e por Sua Ressurreição.

É manifestada como mistério de salvação pela efusão do Espírito.

E no fim dos tempos será gloriosamente consumada.

Fazemos parte desta história de séculos, cabe-nos perseverar!

Que o Espírito Santificador renove o ânimo da nossa caminhada pastoral

e nos faça perseverantes na missão de ser Igreja.

Não podemos ser volúveis como “crianças levadas para cá e para lá,

ao sabor de todo o vento de doutrina, à mercê das astúcias dos homens”.

Precisamos caminhar para a maturidade na Fé,

a fim de “chegarmos ao estado de homem perfeito,

até alcançarmos a medida da plena idade de Cristo”.

Ef 4, 11-14

CARO CRISMANDO,

Esta apostila não tem por objetivo esgotar nenhum dos assuntos nela incluído,

ao contrário, é apenas um primeiro contato com a doutrina católica.

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PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA PAZ – IPANEMA PASTORAL DA CRISMA

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ÍNDICE

MARIA, MÃE E MODELO DA IGREJA ..................................................................................................................... 4

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 4 2. A PREDESTINAÇÃO DE MARIA ........................................................................................................................... 4 3. A IMACULADA CONCEIÇÃO ................................................................................................................................ 4 4. "FAÇA-SE EM MIM SEGUNDO A TUA PALAVRA” ............................................................................................ 5 5. A MATERNIDADE DIVINA DE MARIA ................................................................................................................ 5 6. A VIRGINDADE DE MARIA ................................................................................................................................... 5 7. MARIA: "SEMPRE VIRGEM" ................................................................................................................................. 5 8. A MATERNIDADE VIRGINAL DE MARIA NO DESÍGNIO DE DEUS ............................................................... 6 9. ASSUNÇÃO .............................................................................................................................................................. 6 10. TÍTULOS DE NOSSA SENHORA ......................................................................................................................... 7 11. RESUMINDO ........................................................................................................................................................... 7

A IGREJA: POVO DE DEUS, CORPO DE CRISTO, TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO ............................................................... 8

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................... 8 2. A IGREJA: POVO DE DEUS ..................................................................................................................................... 8 3. A IGREJA: CORPO DE CRISTO ............................................................................................................................... 9 4. A IGREJA: TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO ........................................................................................................ 10

HIERARQUIA DA IGREJA ......................................................................................................................................... 11

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 11 2. IDÉIAS PRINCIPAIS ............................................................................................................................................... 11 3. ORGANIZAÇÃO DO CLERO ................................................................................................................................. 12 4. ALGUNS TÍTULOS ................................................................................................................................................ 12 5. ORGANIZAÇÃO GEOGRÁFICA .......................................................................................................................... 12

HISTÓRIA DA IGREJA ............................................................................................................................................... 13

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 13 2. ORIGEM DA IGREJA ............................................................................................................................................. 13 3. A IGREJA PRIMITIVA ........................................................................................................................................... 13 4. PEDRO, O PRIMEIRO PAPA ................................................................................................................................. 14 5. OS PAPAS DO SÉCULO XX ................................................................................................................................. 15 6. OS GRANDES CONCÍLIOS ECUMÊNICOS ........................................................................................................ 18 7. MANDAMENTOS DA IGREJA ............................................................................................................................. 19

OS SACRAMENTOS ..................................................................................................................................................... 20

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 20 2. O QUE SÃO OS SACRAMENTOS ......................................................................................................................... 20 3. O PORQUE DA INSTITUIÇÃO DOS SACRAMENTOS...................................................................................... 20 4. JESUS CRISTO INSTITUIU OS SETE SACRAMENTOS.................................................................................... 20 5. OS SACRAMENTOS DA IGREJA ......................................................................................................................... 21 6. OS SACRAMENTOS DA FÉ .................................................................................................................................. 21 7. EFEITOS DOS SACRAMENTOS .......................................................................................................................... 21 8. DE QUE SE COMPÕE UM SACRAMENTO ........................................................................................................ 21 9. DIVERSIDADE DE SACRAMENTOS .................................................................................................................. 21 10. OS SACRAMENTOS SÃO NECESSÁRIOS PARA A SALVAÇÃO .................................................................. 22 11. SACRAMENTO DO BATISMO .......................................................................................................................... 22 12. SACRAMENTO DA EUCARISTIA ..................................................................................................................... 23 13. SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO OU CRISMA ........................................................................................ 26 14. SACRAMENTO DA CONFISSÃO OU PENITÊNCIA ....................................................................................... 27 15. SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO .................................................................................................................. 28 16. SACRAMENTO DA ORDEM .............................................................................................................................. 30 17. SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS ............................................................................................... 31 18. RESUMO .............................................................................................................................................................. 33

A FAMÍLIA: IGREJA DOMÉSTICA .......................................................................................................................... 34

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 34 2. O HOMEM E A MULHER ....................................................................................................................................... 34 3. A FAMÍLIA .............................................................................................................................................................. 34

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................ 36

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MARIA, MÃE E MODELO DA IGREJA

1. INTRODUÇÃO

A Anunciação a Maria inaugura a "plenitude dos tempos" (Gl 4,4), isto é, o cumprimento

das promessas e das preparações. Maria é convidada a conceber aquele em quem habitará

“corporalmente a plenitude da divindade” (Cl 2,9). A resposta divina à sua pergunta "Como se fará

isto, se não conheço homem algum?" (Lc 1,34) é dada pelo poder do Espírito: "O Espírito Santo

virá sobre ti" (Lc 1,35).

A missão do Espírito Santo está sempre conjugada e ordenada à do Filho. O Espírito Santo

é enviado para santificar o seio da Virgem Maria e fecundá-la divinamente, ele que é "o Senhor que

dá a Vida", fazendo com que ela conceba o Filho Eterno do Pai em uma humanidade proveniente da

sua.

2. A PREDESTINAÇÃO DE MARIA

"Deus enviou Seu Filho" (Gl 4,4), mas, para "formar-lhe um corpo" quis a livre cooperação

de uma criatura. Por isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma

filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré na Galiléia, "uma virgem desposada com um varão

chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria" (Lc 1,26-27).

Quis o Pai das misericórdias que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que

era predestinada a ser Mãe de seu Filho, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte,

uma mulher também contribuísse para a vida.

Ao longo de toda a Antiga Aliança, a missão de Maria foi preparada pela missão de santas

mulheres. No princípio está Eva: a despeito de sua desobediência, ela recebe a promessa de uma

descendência que será vitoriosa sobre o Maligno e a de ser a mãe de todos os viventes. Em virtude

dessa promessa, Sara concebe um filho, apesar de sua idade avançada. Contra toda expectativa

humana, Deus escolheu o que era tido como impotente e fraco para mostrar sua fidelidade à sua

promessa: Ana, a mãe de Samuel, Débora, Rute, Judite e Ester, e muitas outras mulheres. Maria

"sobressai entre (esses) humildes e pobres do Senhor, que dele esperam e recebem com confiança a

Salvação. Com ela, Filha de Sião por excelência, depois de uma demorada espera da promessa,

completam-se os tempos e se instaura a nova economia"

3. A IMACULADA CONCEIÇÃO

Para ser a Mãe do Salvador, Maria "'foi enriquecida por Deus com dons dignos para

tamanha função". No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça".

Efetivamente, para poder dar o assentimento livre de sua fé ao anúncio de sua vocação era preciso

que ela estivesse totalmente sob a moção da graça de Deus.

Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria, "cumulada de graça" por

Deus, foi redimida desde a concepção. E isso que confessa o dogma da Imaculada Conceição,

proclamado em 1854 pelo papa Pio IX:

A beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e

privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano foi

preservada imune de toda mancha do pecado original.

Esta "santidade resplandecente, absolutamente única" da qual Maria é “enriquecida desde o

primeiro instante de sua conceição”, lhe vem inteiramente de Cristo: "Em vista dos méritos de seu

Filho, foi redimida de um modo mais sublime". Mais do que qualquer outra pessoa criada, o Pai a

"abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo" (Ef 1,3). Ele a "escolheu

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nele (Cristo), desde antes da fundação do mundo, para ser santa e imaculada em sua presença, no

amor" (Ef 1,4).

4. "FAÇA-SE EM MIM SEGUNDO A TUA PALAVRA”

Ao anúncio de que, sem conhecer homem algum, ela conceberia o Filho do Altíssimo pela

virtude do Espírito Santo, Maria respondeu com a "obediência da fé", certa de que "nada é

impossível a Deus": "Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,37-

38). Assim, dando à Palavra de Deus o seu consentimento, Maria se tomou Mãe de Jesus e,

abraçando de todo o coração, sem que nenhum pecado a retivesse, a vontade divina de salvação,

entregou-se ela mesma totalmente à pessoa e à obra de seu Filho, para servir, na dependência dele e

com Ele, pela graça de Deus, ao Mistério da Redenção.

Como diz Santo Irineu, "obedecendo, se fez causa de salvação tanto para si como para todo

o gênero humano". Comparando Maria com Eva, chamam Maria de "mãe dos viventes" e com

freqüência afirmam: "Veio a morte por Eva e a vida por Maria”.

5. A MATERNIDADE DIVINA DE MARIA

Denominada nos Evangelhos "a Mãe de Jesus" (João 2,1;19,25), Maria é aclamada, sob o

impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu Filho, como "a Mãe de meu Senhor" (Lc

1,43). Com efeito, Aquele que ela concebeu Espírito Santo como homem e que se tornou

verdadeiramente seu Filho segundo a carne não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa

da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos).

6. A VIRGINDADE DE MARIA

Desde as primeiras formulações da fé, a Igreja confessou que Jesus foi concebido

exclusivamente pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, afirmando também o

aspecto corporal deste evento: Jesus foi concebido "do Espírito Santo, sem sêmen". Os Padres vêem

na conceição virginal o sinal de que foi verdadeiramente o Filho de Deus que veio numa

humanidade como a nossa.

Os relatos evangélicos entendem a conceição virginal como uma obra divina que ultrapassa

toda compreensão e toda possibilidade humanas: "O que foi gerado nela vem do Espírito Santo", diz

o anjo a José acerca de Maria, sua noiva (Mt 1,20). A Igreja vê aí o cumprimento da promessa

divina dada pelo profeta Isaías: "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho" (Is 7,14,

segundo a tradução grega de Mt 1,23).

Por vezes tem-se estranhado o silêncio do Evangelho de São Marcos e das epístolas do

Novo Testamento sobre a concepção virginal de Maria. Houve também quem se perguntasse se não

se trataria aqui de lendas ou de construções teológicas sem pretensões históricas. A isto deve-se

responder: a fé na concepção virginal de Jesus deparou com intensa oposição, zombarias ou

incompreensões da parte dos não-crentes, judeus e pagãos. Ela não era motivada pela mitologia

pagã ou por alguma adaptação às idéias do tempo. O sentido deste acontecimento só é acessível à

fé, que o vê no "nexo que interliga os mistérios entre si", no conjunto dos Mistérios de Cristo, desde

a sua Encarnação até a sua Páscoa.

7. MARIA: "SEMPRE VIRGEM"

O aprofundamento de sua fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a

virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem. Com efeito, o

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nascimento de Cristo "não lhe diminuiu, mas sagrou a integridade virginal" de sua mãe. A Liturgia

da Igreja celebra Maria como a "Aeiparthenos" (pronuncie " áeiparthénos"), "sempre virgem".

A isto objeta-se por vezes que a Escritura menciona irmãos e irmãs de Jesus. A Igreja

sempre entendeu que essas passagens não designam outros filhos da Virgem Maria: com efeito,

Tiago e José, "irmãos de Jesus" (Mt 13,55), são os filhos de uma Maria discípula de Cristo que

significativamente é designada como "a outra Maria" (Mt 28,1). Trata-se de parentes próximos de

Jesus, consoante uma expressão conhecida do Antigo Testamento.

Jesus é o Filho Único de Maria. Mas a maternidade espiritual de Maria estende-se a todos

os homens que Ele veio salvar: "Ela gerou seu Filho, do qual Deus fez “o primogênito entre uma

multidão de irmãos” (Rm 8,29), isto é, entre os fiéis, em cujo nascimento e educação Ela coopera

com amor materno.

8. A MATERNIDADE VIRGINAL DE MARIA NO DESÍGNIO DE DEUS

O olhar da fé pode descobrir, tendo em mente o conjunto da Revelação, as razões

misteriosas pelas quais Deus, em seu desígnio salvífico, quis que seu Filho nascesse de uma virgem.

Essas razões tocam tanto a pessoa e a missão redentora de Cristo quanto o acolhimento desta missão

por Maria em favor de todos os homens.

A virgindade de Maria manifesta a iniciativa absoluta de Deus Encarnação. Jesus tem um

só Pai: Deus. "A natureza humana que ele assumiu nunca o afastou do Pai...; por natureza, Filho de

seu Pai segundo a divindade; por natureza, Filho de sua Mãe, segundo a humanidade; mas

propriamente Filho de Deus em suas duas naturezas."

Jesus é concebido pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, pois ele é o Novo

Adão que inaugura a nova criação: “O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo

homem vem do Céu" (1Cor 15,47). A humanidade de Cristo é, desde a sua concepção, repleta do

Espírito Santo, pois Deus "lhe dá o Espírito sem medida" (Jo 3,34). É da "plenitude dele", cabeça da

humanidade remida, que "nós recebemos graça sobre graça" (Jo 1,16).

Jesus, o Novo Adão, inaugura por sua concepção virginal o novo nascimento dos filhos de

adoção no Espírito Santo pela fé. "Como se fará isto?" (Lc 1,34). A participação na vida divina não

vem "do sangue, nem de uma vontade da carne, nem de uma vontade do homem, mas de Deus" (Jo

1,13). O acolhimento desta vida é virginal, pois esta é totalmente dada pelo Espírito ao homem. O

sentido esponsal da vocação humana em relação a Deus é realizado perfeitamente na maternidade

virginal de Maria.

Maria é virgem porque sua virgindade é o sinal de sua fé, absolutamente livre de qualquer

dúvida", e de sua doação sem reservas à vontade de Deus. É sua fé que lhe concede tomar-se a Mãe

do Salvador: "Beatior est Maria percipiendo fidem Christi quam concipiendo carnem Christi -

Maria é mais bem-aventurada recebendo a fé de Cristo do que concebendo a carne de Cristo".

Maria é ao mesmo tempo Virgem e Mãe por ser a figura e a mais perfeita realização da

Igreja. "A Igreja... torna-se também ela Mãe por meio da palavra de Deus que ela recebe na fé, pois

pela pregação e pelo Batismo ela gera para a vida nova e imortal os filhos concebidos do Espírito

Santo e nascidos de Deus. Ela é também a virgem que guarda, íntegra e puramente, a fé dada a seu

Esposo."

9. ASSUNÇÃO

Foi proclamado solenemente, em 1950, pelo Papa Pio XII: "A imaculada sempre Virgem

Maria, Mãe de Deus, encerrado o curso de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à Glória

celeste". Maria, que não esteve sujeita ao império do pecado para poder ser a santa Mãe de Deus,

não podia ficar sob o domínio da morte (que entrou no mundo através do pecado; cf.Rm5,12). Por

isso, ela não conheceu a deterioração da sepultura, mas foi glorificada não somente em sua alma,

mas também em seu corpo.

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A Glorificação corporal da Virgem Santíssima é uma antecipação da glorificação que está

destinada a todos os outros eleitos.

10. TÍTULOS DE NOSSA SENHORA

Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora das Dores, Medalha Milagrosa, Nossa Senhora

Aparecida, Coração Imaculado de Maria, Imaculada Conceição... Afinal quantas Nossas Senhoras

existem?

Os diversos títulos com que a piedade católica invoca Maria, não nos devem fazer perder

de vista o essencial do mistério de Maria; cada qual revela um pouco da Sua grande figura, mas em

última instância, é sempre a Mãe de Deus e nossa Mãe que VENERAMOS.

11. RESUMINDO

Na descendência de Eva, Deus escolheu a Virgem Maria para ser a Mãe de seu Filho.

"Cheia de graça", ela é "o fruto mais excelente da Redenção". Desde o primeiro instante de sua

concepção, foi totalmente preservada da mancha do pecado original e permaneceu pura de todo

pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.

Maria é verdadeiramente "Mãe de Deus", visto ser a Mãe do Filho Eterno de Deus feito

homem, que é ele mesmo Deus.

Maria "permaneceu Virgem concebendo seu Filho, Virgem ao dá-lo à luz, Virgem ao

carregá-lo, Virgem ao alimentá-lo de seu seio, Virgem sempre": com todo o seu ser Ela é "a Serva

do Senhor" (Lc 1,38).

A Virgem Maria cooperou "para a salvação humana com livre fé e obediência" Pronunciou

seu 'fiat" (faça-se) "em representação de toda a natureza humana" Por sua obediência, tornou-se a

nova Eva, Mãe dos viventes.

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A IGREJA: POVO DE DEUS, CORPO DE

CRISTO, TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO

1. INTRODUÇÃO

A Igreja é, ao mesmo tempo, caminho e finalidade do desígnio de Deus: prefigurada na

criação, preparada na Antiga Aliança, fundada pelas palavras e atos de Jesus Cristo, realizada por

sua Cruz redentora e por sua Ressurreição, manifestada como mistério de salvação pela efusão do

Espírito Santo no dia de Pentecostes. E terá sua consumação no final dos tempos como assembléia

celeste de todos os redimidos.

Na Bíblia, encontramos uma multidão de imagens e figuras interligadas pelas quais a

revelação fala do mistério inesgotável da Igreja. O Antigo Testamento contém imagens ligadas ao

povo de Deus; o Novo Testamento, as ligadas a Cristo como Cabeça desse povo, que é o seu Corpo.

2. A IGREJA: POVO DE DEUS

Em qualquer época e em qualquer povo é aceito por Deus todo aquele que o teme e pratica

a justiça. Aprouve, contudo, a Deus santificar e salvar os homens não singularmente, sem nenhuma

conexão uns com os outros, mas constituí-los num povo, que o conhecesse na verdade e santamente

o servisse. Escolheu, por isso, Israel como seu povo. Estabeleceu com ele uma aliança e instruiu-o

passo a passo. Tudo isso, porém, aconteceu em preparação e figura para aquela nova e perfeita

aliança que se estabeleceria em Cristo. Esta é a Nova Aliança, isto é o Novo Testamento em seu

sangue, chamando de entre judeus e gentios um povo que junto crescesse na unidade, não segundo a

carne, mas no Espírito. Um só povo reunido pela unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

2.1 As características do povo de Deus

Esse povo, de que nos tornamos membros mediante a fé em Cristo e o Batismo, tem

características que o distinguem nitidamente de todos os agrupamentos religiosos, étnicos, políticos

ou culturais da história:

Tem por origem Deus Pai: é o Povo de Deus, e Deus não pertence, como propriedade, a nenhum

povo. Mas adquiriu para si um povo dentre os que outrora não eram um povo: "Uma raça eleita,

um sacerdócio régio, uma nação santa" (1Pd 2,9). A pessoa torna-se membro deste povo não

pelo nascimento físico, mas pelo "nascimento do alto", "da água e do Espírito" (Jo 3,3-5), isto é,

pela fé em Cristo e pelo Batismo.

Tem por chefe Jesus Cristo: Chefe (Cabeça) Jesus Cristo (Ungido, Messias); pelo fato da

mesma Unção, o Espírito Santo, fluir da Cabeça para o Corpo, ele é "o Povo messiânico”.

Tem por condição a dignidade e a liberdade dos filhos de Deus: nos corações deles, como em

um templo, reside o Espírito Santo.

Tem por lei o mandamento novo do amor: amar como Cristo mesmo nos amou.

Tem por missão ser o sal da terra e a luz do mundo: “Ele constitui para todo o gênero humano o

mais forte germe de unidade, esperança e salvação."

Tem por meta o Reino de Deus: iniciado na terra por Deus mesmo, Reino a ser estendido mais e

mais, até que, no fim dos tempos, seja consumado por Deus mesmo.

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2.2 Um povo sacerdotal, profético e régio

Jesus Cristo é aquele que o Pai ungiu com o Espírito Santo e que constituiu "Sacerdote,

Profeta e Rei". O Povo de Deus inteiro participa dessas três funções de Cristo e assume as

responsabilidades de missão e de serviço que daí decorrem.

O povo de Deus participa do seu ofício sacerdotal pois os batizados, pela regeneração e unção

do Espírito Santo, são consagrados para ser uma morada espiritual e sacerdócio santo;

participa do seu ofício profético, porque com o sentido sobrenatural da fé adere indefectivel-

mente a ela, a aprofunda e a testemunha;

participa do seu ofício régio com o serviço, imitando Jesus Cristo que, rei do universo, se fez

servo de todos, sobretudo dos pobres e sofredores.

3. A IGREJA: CORPO DE CRISTO

Desde o início, Jesus associou seus discípulos à sua vida revelou-lhes o Mistério do Reino,

deu-lhes participar de sua missão, de sua alegria e de seus sofrimentos. Jesus fala de uma comunhão

ainda mais íntima entre Ele e os que o seguiriam: “Permanecei em mim, como eu em vós... Eu sou a

videira, e vós os ramos" (Jo 15,4-5). E anuncia uma comunhão misteriosa e real entre o seu próprio

corpo e o nosso: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele"

(Jo 6,56).

Quando sua presença visível lhes foi tirada, Jesus não deixou seus discípulos órfãos.

Prometeu ficar com eles até o fim dos tempos, enviou-lhes seu Espírito. A comunhão com Jesus

tornou-se, de certa maneira, mais intensa: "Ao comunicar seu Espírito, fez de seus irmãos,

chamados de todos os povos, misticamente os componentes de seu próprio Corpo".

A comparação da Igreja com o corpo projeta uma luz sobre os laços íntimos entre a Igreja

e Cristo. Ela não é somente congregada em torno dele; é unificada nele, em seu Corpo. Cabe

destacar mais especificamente três aspectos da Igreja-Corpo de Cristo: a unidade de todos os

membros entre si por sua união com Cristo; Cristo Cabeça do Corpo; a Igreja, Esposa de Cristo.

3.1 Igreja, um só Corpo

Por meio do Espírito e pela ação deste nos sacramentos, sobretudo na Eucaristia, Cristo

morto e ressuscitado une a si intimamente os seus fiéis.

Na unidade deste Corpo existe diversidade de membros e de funções. Todos os membros

estão ligados uns aos outros, particularmente aos que sofrem, são pobres e perseguidos. Esta

unidade do Corpo Místico, vence todas as divisões humanas: "Todos vós, com efeito, que fostes

batizados em Cristo, vos vestistes de Cristo. Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não

há homem nem mulher, pois todos vós sois um só em Cristo Jesus" (Gl 3,27-28).

3.2 Cristo, Cabeça do Corpo

Cristo "é a Cabeça do Corpo que é a Igreja" (Cl 1,18). Ele é o Princípio da criação e da

redenção. Elevado na glória do Pai "Ele tem em tudo a primazia" (Cl 1,18), principalmente sobre a

Igreja, por meio da qual estende seu reino sobre todas as coisas. A Igreja vive Dele, Nele e por Ele.

Ele nos une a sua Páscoa. Todos os membros devem esforçar-se por se assemelhar a ele

"até Cristo ser formado neles" (Gl 4,19). Por isso, somos inseridos nos mistérios de sua vida e

associamo-nos a suas dores como o corpo à Cabeça, para que padecendo com ele, sejamos com ele

também glorificados.

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3.3 Igreja, Esposa de Cristo

O tema de Cristo Esposo da Igreja foi preparado pelos Profetas e anunciado por João

Batista. O Senhor mesmo designou-se como "o Esposo" (Mc 2,19), que amou a Igreja, unindo-a a si

com uma Aliança eterna. O apóstolo apresenta a Igreja e cada fiel, membro de seu Corpo, como

uma Esposa "desposada" com Cristo Senhor, para ser com Ele um só Espírito.

Ele se entregou a si mesmo por ela, para purificá-la com o Seu sangue e "torná-la santa"

(Ef 5,26) e mãe fecunda de todos os filhos de Deus.

4. A IGREJA: TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO

“O que o nosso espírito, ou seja, a nossa alma é para os nossos membros, isso mesmo é o

Espírito Santo para os membros de Cristo, para o corpo de Cristo, que é a Igreja" (Santo

Agostinho).

Ao Espírito, em princípio invisível, deve-se atribuir também a união de todas as partes do

Corpo tanto entre si como com sua Cabeça, pois ele está todo na Cabeça, todo no Corpo e todo em

cada um de seus membros. O Espírito Santo faz da Igreja "o Templo do Deus Vivo" (2 Cor 6, 16):

O Espírito Santo é "o Princípio de toda ação vital e verdadeiramente salutar em cada uma

das diversas partes do Corpo". Ele opera de múltiplas maneiras a edificação do Corpo inteiro na

caridade: pela Palavra de Deus, "que tem o poder de edificar” (At 20,32); pelo Batismo, por meio

do qual forma o Corpo de Cristo; pelos sacramentos, que proporcionam crescimento e cura aos

membros de Cristo; pela "graça concedida aos apóstolos, que ocupa o primeiro lugar entre seus

dons"; pelas virtudes, que fazem agir segundo o bem; e, enfim, pelas múltiplas graças especiais

(chamadas de "carismas"), por meio das quais "tornam os fiéis aptos e prontos a tomarem sobre si

os vários trabalhos e ofícios que contribuem para a renovação e maior incremento da Igreja".

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HIERARQUIA DA IGREJA

1. INTRODUÇÃO

São Paulo compara a Igreja - Corpo de Cristo - com o corpo humano, que é um só com

membros diferentes. No corpo da Igreja a cabeça é Jesus Cristo, e os membros, os cristãos: os da

terra, os do purgatório e os do céu. Esta realidade singular da Igreja é conhecida como Corpo

Místico de Cristo.

Se consideramos os membros que estão na terra, são diferentes segundo sua posição na

Igreja: o Papa, os bispos, os sacerdotes, os leigos... Mas estas diferenças se articulam na grande

família dos filhos de Deus, na qual todos colaboram - como em uma família humana - para levar a

cabo a missão que Cristo confiou a seus Apóstolos: pregar o evangelho - com particular observância

dos mandamentos - e comunicar a vida sobrenatural às almas mediante os sacramentos, o que

possibilita a todos a salvação em Cristo Jesus.

A missão que os cristãos hão de levar a cabo tem formas distintas, segundo a função que

cada um desempenha na Igreja, mas todos tem a mesma responsabilidade.

2. IDÉIAS PRINCIPAIS

A Igreja é governada pelo Papa e pelos bispos

Pedro com os demais Apóstolos governaram a Igreja e transmitiram seus poderes a seus

sucessores. O Papa e os bispos constituem a hierarquia, que governa o povo de Deus - assistida

pelos presbíteros e diáconos -, à qual temos de amar e obedecer. A missão que recebeu consiste em

ensinar a doutrina de Jesus Cristo, pregando o Evangelho; santificar mediante a administração dos

sacramentos, meios da graça de Deus; governar, ditando leis que obrigam a consciência.

O Papa

O Romano Pontífice é o sucessor de Pedro, Vigário de Cristo na terra e cabeça visível de

toda a Igreja, com jurisdição suprema sobre todos e cada um dos pastores e fiéis. Por vontade

divina, o Papa é infalível e não pode errar quando define doutrinas de fé e de moral como mestre

supremo de toda a Igreja.

Os Bispos

Por instituição divina, os bispos são sucessores dos Apóstolos que, em união com o Papa,

apascentam o povo de Deus como mestres da doutrina, sacerdotes do culto sagrado e reitores da

grei que lhes é encomendada, ordinariamente, uma pequena porção da Igreja, denominada diocese.

No tocante ao magistério dos Bispos, "ainda que cada um goza da prerrogativa da infalibilidade,

sem dúvida, dão a conhecer infalivelmente a doutrina de Cristo quando, ainda que dispersos pelo

mundo, guardam a comunhão entre si e com o sucessor de Pedro e, ao ensinar autenticamente as

coisas da fé e dos costumes, coincidem em que uma doutrina deve ser definitivamente mantida"

(Lumen Gentium, 25).

Os presbíteros ou sacerdotes e os diáconos

Os presbíteros ou sacerdotes são os ministros de Cristo que, sob a autoridade do bispo,

cooperam com ele na pregação do Evangelho, na santificação dos fiéis e na direção do povo cristão

na ordem da salvação, sobretudo mediante os sacramentos da penitência e da eucaristia.

Os diáconos receberam o grau inferior do sacramento da Ordem, mas não são sacerdotes

nem podem exercer as funções especificamente sacerdotais; são ordenados para o serviço do povo

de Deus em união com o bispo e seu presbitério, no ministério da liturgia, da pregação e da

caridade.

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Os leigos

A porção mais numerosa do povo de Deus é formada pelos leigos. Os leigos são fiéis

cristãos - exceto clérigos e religiosos - que, incorporados a Cristo pelo batismo, formam o povo de

Deus e participam a seu modo da função sacerdotal, profética e regia de Cristo, exercendo na Igreja

e no mundo - segundo sua condição - a missão de todo o povo cristão. Devem ser testemunhas de

Cristo em todos os lugares onde vivem e estão chamados a ser santos, como os demais membros da

Igreja.

Os religiosos

São os fieis que vivem o próprio carisma fundacional, para professar os conselhos do

evangelho da pobreza, castidade e obediência; com o que proporcionam um admirável testemunho

de que o mundo não pode ser transformado nem oferecido a Deus sem o espírito das bem

aventuranças. Desta maneira, contribuem para o bem da Igreja e para a realização de sua missão

salvadora.

3. ORGANIZAÇÃO DO CLERO

Existe no clero uma divisão em três graus:

Episcopado – composto pelos bispos;

Presbiterato – composto pelos padres;

Diaconato – composto pelos diáconos, sejam eles permanentes ou provisórios.

4. ALGUNS TÍTULOS

Algumas pessoas confundem títulos e funções do clero com o grau do Sacramento da

Ordem recebido. Abaixo, alguns títulos e funções para esclarecimento:

Papa – é um bispo. No caso, bispo de Roma e sucessor de Pedro;

Cardeal – pessoa, geralmente bispo, que faz parte do conselho de cardeais do Papa;

Arcebispo – bispo que dirige uma arquidiocese;

Monsenhor – título dado, pelo Papa, a um padre por serviços prestados à Igreja;

Cônego – título dado, pelo bispo da diocese, a um padre por serviços prestados à

Igreja;

Pároco – padre responsável por uma paróquia;

Vigário – padre auxiliar sem uma paróquia para dirigir.

5. ORGANIZAÇÃO GEOGRÁFICA

A figura abaixo mostra a distribuição geográfica da Igreja. Para melhor entendimento,

apresentamos alguns termos:

Paróquia – conjunto de comunidades de uma mesma região. Na Paróquia existe uma

matriz onde fica o pároco que a dirige;

Forania e Vicariato – as paróquias são reunidas por proximidade geográfica formando

as foranias de um Vicariato;

Diocese – conjunto de vicariatos que geralmente englobam uma ou mais cidades.

Quando uma diocese é muito grande recebe o nome de Arquidiocese.

Diocese Paróquia

Comunidade

Forania

Vicariato

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HISTÓRIA DA IGREJA

1. INTRODUÇÃO

“Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18).

O Senhor Jesus quis permanecer entre nós através da Sua Igreja, onde Ele é a Cabeça e nós

os membros. Através dela estamos unidos a Cristo e aos nossos irmãos. O templo é a construção de

pedras ou tijolos, a Igreja somos nós. Nós, Igreja, respeitamos a hierarquia deixada pelo próprio

Jesus, ou seja, é presidida pelo Sumo Pontífice, o Papa, sucessor de Pedro, e seus auxiliares, os

Bispos; a seguir, os Padres e Religiosas e, por fim, os Leigos. Todos formamos uma grande família,

a família de Deus.

A Doutrina e a Tradição asseguram a forte Instituição chamada Igreja Católica Apostólica

Romana. Católica, pois é universal; Apostólica, por ter sido divulgada pelos Apóstolos; Romana

porque Roma é a sede do Bispo, sucessor de Pedro.

Todo aquele que diz amar a Cristo, deve amar também a Igreja edificada por Ele. É nela

que encontramos a Verdade, a Tradição e os Sacramentos deixados por Jesus. É a Igreja Católica

que une todos os seguidores de Cristo Jesus.

“Não pode ter a Deus por Pai, quem não tem a Igreja por Mãe" (São Cipriano).

2. ORIGEM DA IGREJA

Cristo fundou uma única Igreja, a Igreja Católica, e esta é a verdadeira Igreja.

Ao fundá-la, Jesus delega ao Apóstolo Simão (Pedro) - o Primeiro Papa - e aos apóstolos a

missão de chefiá-la e conduzi-la.

A Igreja de Jesus Cristo é hoje a Igreja Católica, porque só nela cumprem-se as quatro

propriedades (Una, Santa Católica e Apostólica) e é a única que possui todos os meios de salvação

que Cristo quis dar à sua Igreja.

3. A IGREJA PRIMITIVA

O que mais impressiona nas primeiras comunidades é o fervor e a coragem dos cristãos.

Diante das autoridades e dos líderes religiosos do seu tempo, os fiéis não temem confessar que

Jesus é o Messias. A presença do Espírito Santo é muito viva. Cada igreja local tinha seus

ministros, apóstolos, profetas, doutores... Todo o fiel colocava os carismas especiais recebidos por

Deus à disposição da comunidade (dom de línguas, sabedoria, cura, ensino...).

Em Cristo não há diferença de dignidade entre grego e judeu, homem e mulher, escravo e

livre. Todos se reuniam para celebrar a eucaristia (fração do pão eucarístico – sacrifício do Cristo)

especialmente no domingo (Dia do Senhor - que substituiu o sábado como o sétimo dia dos cristãos,

por causa da ressurreição do Senhor), oravam em comum, partilhavam seus bens, ajudavam os

pobres. Eles encontravam a razão de seu heroísmo na Eucaristia, pois, dava-lhes alento e fortaleza

para defender sua fé até o martírio. O rito de iniciação cristã era o batismo, no qual os efeitos da

morte redentora de Cristo eram aplicados sobre o crente. Havia ainda a imposição de mãos, ou

Crisma, através da qual o fiel confirmava o seu compromisso e assumia uma missão na

comunidade, e a unção dos enfermos, que servia para curar e confortar os doentes.

Uma fonte importante sobre a vida das comunidades cristãs do final do séc. I e início do

séc. II é a Didaqué, ou Instrução dos Doze Apóstolos, uma espécie de catecismo primitivo. A

primeira parte da Didaqué apresenta os dois caminhos que o homem pode escolher: o da vida e o da

morte. Seguem-se orientações para a conduta dos fiéis e exortações. Na segunda parte há uma

descrição da vida sacramental e da oração. O batismo é feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito

Santo e, quando a imersão não é possível, a água pode ser simplesmente derramada três vezes sobre

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a cabeça de quem vai receber o sacramento. Os crentes devem jejuar duas vezes na semana e rezar o

Pai Nosso três vezes por dia. A celebração dominical (Missa) é o sacrifício verdadeiro que cumpre a

profecia de Ml 1,10s. Antes de se realizar a fração do pão os fiéis fazem uma espécie de ato

penitencial (exomologese). A Didaqué também fala de apóstolos, profetas inspirados pelo Espírito

Santo (os quais chama de sumo sacerdotes) e mestres que percorrem as igrejas. Bispos e diáconos

são escolhidos pelos fiéis, com a mesma dignidade dos profetas e dos mestres. Por último, adverte

contra os "falsos profetas e corruptores", e contra o anticristo que virá quando o fim estiver

próximo. Aqueles que perseverarem na fé durante a grande tribulação serão salvos. Depois que o

céus se abrirem, após o soar da trombeta e a ressurreição dos mortos, "o mundo verá o Senhor vindo

sobre as nuvens do céu".

Sobre a penitência, já lemos no evangelho de João (Jo 20,21-23) que Cristo conferiu aos

apóstolos o poder de perdoar pecados. Paulo, em sua primeira carta aos Coríntios, condena um caso

de incesto e excomunga os responsáveis, esperando que com isto eles se arrependam e retornem

para o Senhor. Na epístola de Tiago há uma exortação para a confissão dos pecados (Tg 5,16-18).

Há casos, porém, de faltas graves para as quais se hesita em reconhecer a possibilidade de remissão

(Hb 10,26ss; ver também a distinção que o apóstolo João faz entre pecados que levam à morte e

pecados que não levam à morte, 1Jo 5,16). Quem renega a fé não encontrará misericórdia para seu

crime, segundo o autor da carta aos Hebreus.

Os primeiros cristãos eram geralmente gente simples, das camadas sociais mais baixas.

Exteriormente não se distinguiam das outras pessoas do seu tempo, mas viviam de modo honesto e

digno. Procuravam ser obedientes às autoridades e oravam pelos governantes.

À frente de cada comunidade havia epíscopos, ou então um colégio de presbíteros. Havia

também diáconos, que cuidavam da administração e da distribuição dos bens entre os necessitados.

Tanto os epíscopos como os presbíteros e os diáconos eram ordenados através da imposição de

mãos. Esta estrutura ministerial, ainda não muito precisa, deu origem à hierarquia da Igreja tal como

a conhecemos hoje.

O que não se pode negar é que, desde os seus primórdios, a Igreja possui uma constituição

hierárquica, formada pelos apóstolos e por Pedro, e que esta constituição foi transmitida sempre e

ininterruptamente através do sacramento da Ordem. Os apóstolos fundaram comunidades e

ordenaram pessoas para presidi-las. Estas, por sua vez, ordenaram outras como sucessoras, e o

processo prosseguiu em uma cadeia contínua que permite ligar cada bispo, cada padre, cada diácono

da Igreja de hoje aos apóstolos e, dos apóstolos, ao próprio Jesus Cristo.

De modo particular, o bispo de Roma é o sucessor do apóstolo Pedro e, portanto,

responsável por garantir a unidade e a integridade da fé da Igreja.

Outra característica relevante dos primeiros cristãos era a ansiedade pelo retorno do

Senhor, a Parusia. Pelas cartas de Paulo vemos que a volta iminente de Jesus era crença comum.

Nas assembléias litúrgicas ouvia-se freqüentemente a exclamação cheia de esperança: "Maranatha!

Vem Senhor Jesus!" Com o tempo percebeu-se que a vinda de Jesus não era tão iminente.

O cristianismo se aproveitou da imensa rede de estradas que interligava o Império.

Desenvolveu-se principalmente no meio urbano. De boca em boca, através de escravos, mercadores,

viajantes, judeus helenizados, artesãos, a Boa-Nova ia chegando aos lugares mais distantes. O

Império de Roma tornou-se, logo, a "pátria do cristianismo".

4. PEDRO, O PRIMEIRO PAPA

A Igreja já era modelada por Deus, foi fundada por Cristo e manifestada a toda

humanidade no Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos como “Línguas de

Fogo” (Atos 2,1 ss) e eles receberam os dons do Espírito, os dons de Deus.

Todos os Apóstolos presentes são, portanto, os “Príncipes da Igreja”, isto é, os primeiros

Bispos. De todos, entretanto, Pedro era o primeiro, o principal, o “Chefe do Colégio dos

Apóstolos”. O próprio Cristo assim o quis, como vemos nas seguintes passagens evangélicas: “E Eu

te declaro, tu és Pedro (que significa pedra) e sobre essa pedra edificarei minha Igreja” (Mt 13,18).

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Mais adiante, no Evangelho de Lucas, Cristo diz: “Simão Pedro, eis que satanás vos

reclamou para Vos peneirar como o trigo. Mas Eu roguei ao Pai para que a tua confiança não se

desfaleça. E tu, uma vez convertido, confirma teus irmãos na fé” (Lc 22,31).

Pedro foi colocado, portanto, como o “Príncipe dos Apóstolos”. Nessa condição, Pedro foi

o primeiro Bispo da cidade de Antioquia, que ficava onde hoje é a Turquia. Mais tarde, foi Bispo de

Roma por aproximadamente 32 anos sendo, portanto, o primeiro Papa.

No ano 67 de nossa era, foi martirizado juntamente com Paulo, na mesma cidade, pelo

imperador Nero. Sua sepultura e seus restos mortais encontram-se exatamente abaixo do altar-mor

da Basílica de São Pedro, em Roma. São Pedro é chamado de “Pai da Igreja visível” por ter sido o

primeiro Papa da História da Igreja.

5. OS PAPAS DO SÉCULO XX

O nosso século conheceu o trabalho apostólico e pastoral de nove papas, todos firmes

propagadores da fé, da conversão e da fidelidade a Cristo e à Igreja, cujo trabalho é o de “confirmar

seus irmãos na fé” (Lc 22,31 e ss). Os papas são testemunhas vivas dos apóstolos e sucessores de

São Pedro.

Leão XIII (1878-1903)

Foi o primeiro papa do nosso século, eleito, na verdade, no século XIX e que, cruzando o

limiar de nosso século atual, veio a falecer em 1903.

Seu nome de Batismo era Gioacchino Vincenzo de Pecci. Nasceu em 2 de março de 1810,

junto a Anagni. Foi ordenado padre em 1837 e desempenhou, entre outras funções, as de núncio em

Bruxelas e bispo na Perúgia. Em 1853 tornou-se cardeal. Tinha grande conhecimento dos

problemas trazidos pela industrialização e pela forma parlamentar de governo. Era um homem

muito afável e de grande formação intelectual. Leão XIII foi o grande papa das encíclicas sociais.

Foi o autor do primeiro texto social da Igreja, a encíclica “Rerum Novarum”, que fala sobre a

relação entre capital e trabalho. Leão XIII suportou com grande firmeza as lutas desencadeadas

contra a Igreja pelo Estado italiano recém unificado. Morreu com 93 anos, em 20 de julho de 1903.

Foi, com certeza, uns dos mais importantes papas do começo do nosso século, e sua forte

personalidade se estendeu por todo o século XX.

Pio X (1903-1914)

Após a morte de Leão XIII, foi eleito o grande Papa Pio X.

Este foi o Papa que estabeleceu as diretrizes do novo Código de Direito Canônico. Sua

santidade, manifestada pela sua alta espiritualidade, foi reconhecida pelo seu sucessor Pio XII, que

o canonizou.

Seu nome de Batismo era Giuseppe Sarto e foi filho de um pequeno agricultor. Nasceu em

Veneza em 2 de junho de 1835.Depois de atuar como capelão e pároco foi cônego de Treviso em

1875. Em 1884 foi ordenado bispo e assumiu o pastoreio em Mântua. Em 1893 foi nomeado

Patriarca de Veneza e feito cardeal. Ali promoveu a reforma da diocese, na qual desejava servir

como cura de almas. Também como papa, promoveu diversas reformas no seio da Igreja. Assim,

por exemplo, estabeleceu as diretrizes do novo Código de Direito Canônico, reformulou a música

sacra, o breviário e introduziu a comunhão para crianças de 7 anos ou mais.

Reorganizou também o Tribunal Eclesiástico, a conhecida “Rota Romana”. Pio X lutou

bastante contra o chamado “modernismo” dentro da Igreja. Ficou conhecido como o Papa da

Eucaristia. Em agosto de 1914 conclamou os povos para um período de vigília e orações pela

ameaça da guerra que rondava a Europa. Após sua morte, ocorrida em 20 de agosto de 1914,

começo da Primeira Guerra, foi substituído pelo Papa Bento XV.

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Bento XV (1914-1922)

Foi o Papa da Primeira Guerra Mundial. Lutou firmemente contra o pavoroso conflito,

escrevendo cartas aos dirigentes dos países beligerantes, onde enfatizava a opção pacífica do

conflito, através do diálogo. Seu nome de batismo era Giacomo Marchese della Chiesa. Nasceu em

21 de novembro de 1854, em Gênova, e foi ordenado padre em 1878. Exerceu importantes funções

no serviço diplomático pontifício. A partir de 1907, foi arcebispo de Bolonha. Foi feito cardeal no

mesmo ano de sua eleição papal, em 1914. Levou em frente a elaboração do Código de Direito

Canônico, iniciada pelo seu antecessor Pio X. Bento XV formulou um grande sistema de ajuda aos

combatentes, para mitigar os efeitos da guerra, como troca de feridos, acolhimento e ajuda aos

prisioneiros de guerra, fornecimento de alimentos etc. Formulou insistentes pedidos de paralisação

das hostilidades, que suscitaram importantes debates na comunidade internacional, porém, sem

resultados práticos, infelizmente. O grande pontífice morreu em 22 de janeiro de 1922, após

oferecer sua vida pela paz do mundo. Bento XV obteve reconhecimento internacional como o Papa

da Justiça e da Paz.

Pio XI (1922-1939)

Foi eleito no conclave em 6 de fevereiro 1922, e reinou até sua morte, ocorrida no dia 10

de fevereiro de 1939. Foi o papa que fez o famoso acordo de Latrão com o governo italiano, onde

este reconheceu a independência do Estado do Vaticano. Lutou muito contra os regimes totalitários,

como o comunismo e fez diversas críticas ao fascismo, tanto italiano como alemão. Foi o grande

inspirador da “Ação Católica”, que congregava jovens e adultos, para a grande tarefa de

evangelização em todo o mundo. Seu nome de batismo era Achille Ratti. Nasceu em 31 de maio de

1857, em Desio, próximo de Monza.

Achille Ratti foi professor no seminário sacerdotal de Milão. Em 1907, tornou-se prefeito

da Biblioteca Ambrosiana e, em 1914, prefeito da Biblioteca do Vaticano. Foi ainda visitador

apostólico na Polônia em 1918 e, em 1919, foi núncio nesse país. Em 1921, tornou-se arcebispo de

Milão e cardeal. Como papa teve, entre um de seus principais objetivos, o de curar as terríveis

feridas abertas pela primeira guerra. Escreveu diversas encíclicas, como sobre o matrimônio cristão,

(Casti Conubii), e sobre as questões sociais de sua época, (Quadragésimo Anno). Pio XI fez

diversas beatificações e canonizações, como as de Tereza do Menino Jesus, Pedro Canísio, Dom

Bosco, Cura d‟Ars, entre outros. Seus últimos dias foram de tristeza pela sombria proximidade de

um novo conflito europeu. Pio XI sofreu muito com a perseguição da Igreja feita pelo governo da

Alemanha. Após sua morte, foi substituído pelo Papa Pio XII, que era, até então, seu secretário de

Estado.

Pio XII (1939-1958)

Seu nome de batismo era Eugenio Pacelli. Nasceu a 2 de março de 1876, em Roma. Foi

ordenado bispo no dia 13 de maio de 1917, no mesmo dia da famosa aparição de Nossa Senhora de

Fátima, em Portugal. Foi núncio apostólico em Munique e, em 1920, núncio em Berlim. Seu lema

era: “A paz é obra da justiça”. A partir de 1932 foi secretário de Estado de Pio XI, até sua eleição

como papa em março de 1939. O Papa Pio XII teve um grande e profundo pontificado. Percebendo

a aproximação da guerra, escreveu cartas aos grandes mandatários das nações européias, insistindo

numa solução pacífica para os conflitos daquele momento. Às vésperas do conflito, em agosto de

1939, Pio XII insistiu publicamente pela paz, chamando todos os povos a uma tomada de

consciência sobre o verdadeiro caráter da guerra.

Durante o conflito, o papa continuou fazendo diversos apelos à paz. Procurou manter

Roma longe do conflito e deu asilo a mais de 5000 judeus em diversos conventos, mosteiros e no

próprio Vaticano. Em1942, fez a consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria. Na

verdade, Pio XII foi um papa profundamente devoto de Maria Santíssima.

Proclamou, no ano de 1950, o Dogma da assunção de Maria aos céus em corpo e alma.

Homem de muita comunicação, utilizou-se do rádio para a difusão da fé e da cultura cristã.

São muito conhecidas as suas “rádio-mensagens” sobre os problemas do mundo atual. Pio XII fez

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33 canonizações, entre as quais a de Pio X. Morreu em 9 de outubro de 1958. Seu pontificado foi

um dos grandes períodos da Igreja no século XX.

João XXIII (1958-1963)

O Papa João XXIII foi eleito dia 28 de outubro de 1958, já com a idade de 77 anos. Esteve

à frente da Igreja por apenas 5 anos. Seu nome era Angelo Giuseppe Roncalli e nasceu em Sotto il

Monte, de uma pobre e numerosa família. Foi ordenado sacerdote em 1904, no mesmo ano em que

se doutorou em teologia. Foi professor de História da Igreja e Patrística no Seminário de Bérgamo.

Serviu como soldado, no corpo de saúde, na primeira guerra mundial e depois como capelão militar.

Foi ainda visitador apostólico na Bulgária quando foi ordenado bispo e, em seguida, na Grécia e na

Turquia. A partir de 1944, foi núncio na França. A partir de 1951, foi também observador na

UNESCO, em Paris. Em 1953, tornou-se Patriarca de Veneza e, em seguida, cardeal. Sua principal

tarefa como papa foi a convocação do Concílio Vaticano II, realizado por ele e por seu sucessor, o

Papa Paulo VI. O concílio se reuniu de 1962 a 1965, em Roma. Também deu as primeiras

instruções para a elaboração do novo Código de Direito Canônico, terminado e promulgado pelo

atual pontífice João Paulo II. Morreu em 3 de junho 1963 e ficou conhecido por sua grande simpatia

e sua abertura para com os grandes temas da atualidade no mundo.

Paulo VI (1963-1978)

Foi o papa que conduziu a maior parte do Concílio Vaticano II, que terminou em 1965.

Giovanni Batista Montini nasceu em Bréscia, em 26 de setembro de 1897, e foi ordenado sacerdote

em 1920, ingressando no serviço diplomático da Santa Sé. Em 1923, encontrava-se na nunciatura de

Varsóvia e, em 1924, exerceu funções no secretariado de Estado. No ano de 1937, tornou-se

subsecretário de Estado, com o que passou a ser um íntimo colaborador de Pio XII. No dia 1º de

novembro de 1954, foi nomeado arcebispo de Milão e, no primeiro consistório de João XXIII, foi

feito cardeal. Foi eleito Papa Paulo VI em 30 de junho de 1963 e como pontífice, desenvolveu uma

grande atividade, conduzindo o concílio Vaticano II. Fez inúmeras encíclicas e diversas reformas no

seio da cúria romana. Em 1968, para coibir abusos no seio da Igreja pós-conciliar, elaborou o

chamado “Credo do povo de Deus”.

Paulo VI foi o primeiro papa a viajar pelo mundo. Visitou Jerusalém em 1964. Foi à

Fátima em 1967 e compareceu ao Congresso Eucarístico de Bogotá em 1968. Antes havia ido a

Bombaim, Índia, no ano de 1964.

Visitou a sede das Nações Unidas, em Nova York, onde fez importantes intervenções e

discursos. Após longa doença, o Papa Paulo VI morreu em 6 de agosto de 1978.

João Paulo I (1978-1978)

O Papa João Paulo I foi o papa de mais breve governo na Igreja dos últimos séculos.

Ficou conhecido como o “Papa do Sorriso”, pois tinha sempre um sorriso cativante e

animador. Governou a Igreja por apenas um mês. Seu nome de batismo era Albino Luciani, e foi

eleito papa em 26 de agosto de 1978. Albino Luciani nasceu em Canale d‟Agordo, em 17 de

outubro 1912. De origem pobre, teve que suportar muitas privações pessoais, pois seu pai era um

simples trabalhador. Luciani foi ordenado sacerdote em 1935 e após dois anos de docente e cura de

almas em Belluno, foi ordenado Bispo de Vittorio Veneto em 1958.

No ano de 1969 foi nomeado Patriarca de Veneza e, em 1973, foi feito cardeal. Não teve

tempo de escrever encíclicas ou qualquer outro documento pontifício, mas fez algumas importantes

intervenções verbais.

João Paulo II (1978-2005)

Karol Wojtyla foi o primeiro Papa não italiano, desde Alexandre VI, que era espanhol.

Nasceu em Wadowice, na Polônia, em 18 de maio de 1920. Foi ordenado sacerdote em

1946, em 1958 tornou-se bispo e, em 1964, arcebispo de Cracóvia. No conclave de 16 de outubro

de 1978, foi eleito papa.

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João Paulo II foi o Papa que mais viagens fez ao exterior, conhecendo dezenas de países.

Elaborou um conjunto muito grande de encíclicas e outros documentos pontifícios. Foi também o

primeiro papa a visitar o Brasil, o que fez por três vezes. Ajudou na queda dos regimes comunistas

do leste europeu, começando pela própria Polônia. Elaborou o novo Código de Direito Canônico e o

novo Catecismo de adultos da Igreja Católica. Sofreu um violento atentado na praça de São Pedro

em 1981, que quase lhe custou a vida. Foi um grande devoto de Maria Santíssima e grande

incentivador de sua devoção. Com 27 anos à frente do Magistério Romano, o Papa João Paulo II foi

o Pontífice que mais tempo ficou como chefe da Igreja neste presente século. Entre suas encíclicas

mais conhecidas destacam-se: “Veritatis Esplendor”, sobre a verdade da Revelação, (1992);

“Redemptor hominis”, (1979), sobre o Nosso Divino Salvador; “Familiares Consortios”, (1980),

sobre a família e o casamento cristão, entre outras. Ele foi um grande dom de Deus para a Igreja

deste fim de século.

Bento XVI (2005-...)

No dia 19 de abril de 2005, aos 78 anos de idade, Joseph Alois Ratzinger foi eleito Papa.

Ele tem diante de si o desafio do diálogo entre todas as religiões, para ajudá-las a

perceberem melhor seu papel em relação ao bem da humanidade e à glória do Deus vivo; há que

persistir pacientemente no caminho do ecumenismo e da superação das divisões entre os cristãos

para que, todos juntos, possam dar testemunho do Evangelho.

6. OS GRANDES CONCÍLIOS ECUMÊNICOS

A Igreja Católica, desde seu nascimento no dia de Pentecostes, realizou periodicamente

grandes encontros reunindo todos os Bispos do mundo. Esses encontros são chamados de

“Concílios Ecumênicos”, e têm como objetivo, discutir, deliberar e promulgar textos fundamentais

para o desenvolvimento da Doutrina Católica, tendo sempre como referência a Bíblia Sagrada e a

Tradição do Magistério Romano.

Ao longo desses vinte séculos de cristianismo, houve vinte e um Concílios Ecumênicos,

sendo o primeiro o Concílio de Jerusalém, com a presença de todos os Apóstolos, sob a presidência

de São Pedro, o primeiro Papa; e o último, o Concilio Vaticano II, realizado no Vaticano sob a

presidência dos Papas João XXIII e Paulo VI. Esse Concílio teve a duração de três anos (1962-

1965).

Concílio de Jerusalém

O primeiro Concílio reuniu-se em Jerusalém por volta do ano 60, na presença dos

Apóstolos, presidido por São Pedro. É narrado no Livro dos “Atos dos Apóstolos”, a partir do

capítulo quinze.

Esse Concílio decidiu, entre outras coisas, que era necessário levar a “Boa Nova” da

Salvação a todos os homens, sem se fazer distinção entre judeus e gentios. Também decidiu a não

necessidade da circuncisão, bastando apenas o Batismo cristão.

Segundo a Tradição, é nesse Concílio que se elaborou o “Credo” que se recita nas missas,

após a homilia do sacerdote.

Concílio de Nicéia

Após o Concílio de Jerusalém, reuniu-se no ano 325 na cidade de Nicéia, um novo

Concílio Ecumênico de capital importância para o mundo cristão. Foi convocado e presidido pelo

Papa São Silvestre I, e discutiu, entre outros temas, a questão da Trindade de Deus, definindo-a

como Dogma de Fé. Elaborou um novo “Credo”, onde claramente proclama a crença no Deus “Uno

e Trino”.

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Concílio de Constantinopla

No início do cristianismo, muitas heresias perturbaram o mundo católico. Mesmo após o

Concílio de Nicéia, em 325, as polêmicas em torno da questão da Trindade de Deus continuavam,

principalmente difundidas por um bispo de nome “Ario”, que afirmava que a Segunda Pessoa da

Santíssima Trindade, isto é, o Filho, era de uma substância inferior a Deus. O Filho, o Verbo, para

Ario era criatura de Deus.

Por esse motivo, um novo Concílio foi chamado em 381 pelo Papa Dâmaso I, reunindo-se

na cidade de Constantinopla. Esse Concílio debruçou-se mais uma vez sobre a questão da Trindade,

aumentando e melhorando as definições do Concílio anterior e promulgando o “Credo Niceno-

Constantinopolitano”, que é rezado até hoje nas missas mais solenes, sendo o Credo Oficial da

Igreja. Com esse Concílio, a questão da Trindade de Deus ficou definitivamente estabelecida

afirmando que o Filho é de igual substância a Deus Pai, gerado eternamente. Dizia Orígenes “Deus

sempre foi Pai pois sempre teve o Filho”. O Filho é eternamente gerado.

Concílio de Trento

Após diversos Concílios de importância variável, reuniu-se na cidade de Trento, ao norte

da Itália, um grande Concílio Ecumênico entre os anos de 1550-1560, sob a presidência do Papa

São Pio V. Foi o mais importante Concílio da era moderna, pois enfrentou diversas questões de

importância capital, como a questão da transubstanciação de Cristo na Eucaristia, o verdadeiro

significado da missa, a questão do sacerdócio católico, os Sacramentos da Igreja, entre outras

questões de grande relevância, todas elas negadas pelo protestantismo.

Esse Concílio renovou o Missal católico, bem como todos os manuais de ritos

sacramentais. Após esse Concílio, a Igreja passou mais de 300 anos sem necessidade de Concílios

gerais até o século XIX.

Concílio Vaticano I

Reuniu-se no Vaticano sob a presidência do Papa Pio IX, entre os anos de 1868-1871.

Esse Concílio tratou de diversas questões gerais e definiu a Infalibidade Pontifícia em

assuntos relacionados à Fé e à Moral, exclusivamente. Na verdade, o Concilio Vaticano I não

terminou oficialmente. Foi interrompido por diversas questões políticas, como a guerra pela

unificação da Itália, a guerra entre a Prússia (Alemanha) e a França, entre outras questões.

Um novo Concílio só seria reunido no século XX.

Concílio Vaticano II

O último Concílio Ecumênico reuniu-se entre os anos de 1962 e 1965 no próprio Vaticano,

sob a presidência dos Papas João XXIII e Paulo VI.

Esse Concílio foi eminentemente um “Concílio Pastoral”, isto é, não definiu Dogmas ou

novos pontos doutrinários, mas propôs novas formas de Evangelização, bem como atualizou o rito

da missa, que passou a ser rezada não mais em latim mas em língua vernácula, para a maior

participação dos fiéis católicos.

7. MANDAMENTOS DA IGREJA

A Igreja instituiu cinco mandamentos, todos em perfeita harmonia com a Lei de Deus, e

que tem por objetivo manter os cristãos participando ativamente do convívio dos sacramentos e

ajudando a Igreja em suas necessidades temporais. Os cinco mandamentos da Igreja são:

· Participar da Missa aos domingos e dias santos;

· Confessar-se ao menos uma vez ao ano na época da Páscoa;

· Comungar, ao menos, na Páscoa da Ressurreição;

· Fazer as penitências determinadas pela Igreja;

· Ajudar a Igreja em suas necessidades (dízimo).

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20

OS SACRAMENTOS

1. INTRODUÇÃO

O conhecimento humano começa pelos sentidos e, para chegar a conhecer as coisas que os

ultrapassam, temos de utilizar imagens, símbolos ou comparações, que desvelam um pouco o

desconhecido. Deus procedeu conosco do mesmo modo, instituindo os sinais sensíveis que

chamamos de sacramentos, para expressar as realidades sobrenaturais da graça. Mas a onipotência

divina faz mais do que nós podemos fazer. Deus concedeu a estes sinais sensíveis SIGNIFICAR e

PRODUZIR a graça.

Para entender melhor o efeito dos sacramentos podemos compará-los com a vida natural,

vendo que na ordem da graça:

nascemos para a vida sobrenatural pelo Batismo,

nos fortalecemos pela Confirmação,

mantemos a vida com o alimento da Eucaristia,

quando perdemos a vida da graça pelo pecado, a recuperamos pela Penitência,

e com a Unção dos Enfermos quando adoece nosso corpo.

Para socorrer as necessidades da Igreja como sociedade, temos o sacramento da:

Ordem sacerdotal, que institui os ministros da Igreja,

Matrimônio, que com os filhos perpetua a sociedade humana e faz crescer a Igreja

quando estes são regenerados pelo batismo.

2. O QUE SÃO OS SACRAMENTOS

Os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Jesus Cristo e

confiados à Igreja, através dos quais nos é dispensada a vida divina.

Sinal sensível é uma coisa conhecida que manifesta outra menos conhecida; se vejo

fumaça, descubro que existe fogo. Mas dizemos também sinal eficaz porque o sacramento não só

significa, mas produz a graça (a fumaça só significa fogo, mas não o produz).

3. O PORQUE DA INSTITUIÇÃO DOS SACRAMENTOS

Podemos nos perguntar: por que Cristo quis fazer assim? Ele pode comunicar a graça

diretamente, sem recorrer a nenhum meio sensível, ainda que tenha querido acomodar-se a nossa

maneira de ser, dando-nos os dons divinos por meio de realidades materiais que usamos, para que

fosse mais fácil para nós consegui-los. No batismo, por exemplo, assim como a água purifica

naturalmente, o sacramento purifica: o sacramento lava e limpa sobrenaturalmente a alma, tirando o

pecado original e qualquer outro pecado que possa existir, mediante a infusão da graça.

Esta foi a pedagogia de Cristo durante sua vida pública, servindo-se de coisas naturais, de

ações externas e de palavras. Tocou com sua mão o leproso (Mateus 8,3); untou com barro os olhos

do cego de nascimento e ele recuperou a vista (João 9,6-7); para comunicar aos Apóstolos o poder

de perdoar os pecados, soprou sobre eles (João 20,22).

4. JESUS CRISTO INSTITUIU OS SETE SACRAMENTOS

Todos os sacramentos foram instituídos por Jesus Cristo - que é o autor da graça e pode

comunicá-la por meio de sinais sensíveis - e eles são sete: Batismo, Confirmação ou Crisma,

Eucaristia, Penitência ou Confissão, Unção dos Enfermos, Ordem e Matrimônio. Nos sete

sacramentos estão atendidas todas as necessidades da vida sobrenatural do cristão.

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5. OS SACRAMENTOS DA IGREJA

Cristo confiou os sacramentos a sua Igreja, e podemos dizer que são "da Igreja" em um

duplo sentido: a Igreja administra ou celebra os sacramentos e os sacramentos constróem a Igreja

(ex.: o batismo gera novos filhos da Igreja quando estes são regenerados pelo batismo). Existem,

pois, por ela e para ela.

6. OS SACRAMENTOS DA FÉ

Os sacramentos estão ordenados à santificação dos homens, à edificação do Corpo de

Cristo e, em definitivo, a dar culto a Deus, mas como sinais, tem também uma finalidade instrutiva.

Não só supõem a fé, também a fortalecem, a alimentam e a expressam com palavras e ações; por

isso são chamados sacramentos da fé.

7. EFEITOS DOS SACRAMENTOS

Os sacramentos, se são recebidos com as disposições requeridas, produzem como fruto:

· Graça santificante. Os sacramentos dão ou aumentam a graça santificante. O batismo e a

penitência dão a graça; os outros cinco aumentam a graça santificante e só se devem recebê-los

estando na graça de Deus. Aquele que os recebe em pecado mortal comete pecado de sacrilégio.

· Graça sacramental. Além da graça santificante que concedem os sacramentos, cada um

outorga algo especial que chamamos graça sacramental. É um direito de receber de Deus, no

momento oportuno, a ajuda necessária para cumprir as obrigações contraídas ao receber aquele

sacramento. Assim, o batismo dá a graça especial para viver como bons filhos de Deus; a

confirmação concede a força e o valor para confessar e defender a fé até a morte, se for preciso; o

matrimônio, para que os cônjuges sejam bons esposos e eduquem de forma cristã os filhos; etc..

· Caráter. O batismo, confirmação e ordem sacerdotal concedem, além disso, o caráter,

que é um sinal espiritual e indelével que confere uma peculiar participação no sacerdócio de Cristo.

Por isso, estes sacramentos só se recebem uma única vez.

8. DE QUE SE COMPÕE UM SACRAMENTO

Um sacramento se compõe de matéria, forma e o ministro que o realiza com a intenção de

fazer o que faz a Igreja.

· A matéria é a realidade ou ação sensível, como a água natural no batismo, os atos do

penitente na confissão (contrição, confissão e satisfação).

· A forma são as palavras que, ao fazê-lo, se pronunciam.

· O ministro é a pessoa que faz ou administra o sacramento.

9. DIVERSIDADE DE SACRAMENTOS

Seguindo a analogia entre vida natural e etapas da vida sobrenatural, podem-se distinguir

nos sacramentos, três grupos distintos:

a) Sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Confirmação e Eucaristia, que põem os

fundamentos da vida cristã e comunicam a vida nova em Cristo;

b) Sacramentos de cura: Penitência e Unção dos Enfermos, que curam o pecado e as

feridas da nossa debilidade;

c) Sacramentos a serviço da comunidade: Ordem sacerdotal e Matrimônio, estabelecidos

para socorrer as necessidades da comunidade cristã e da sociedade humana.

Os sacramentos formam um organismo no qual cada um deles tem sua função vital. A

Eucaristia ocupa um lugar único, enquanto "sacramento dos sacramentos". Podemos dizer com

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Santo Tomás de Aquino que "todos os outros sacramentos estão ordenados para a Eucaristia como

seu fim".

10. OS SACRAMENTOS SÃO NECESSÁRIOS PARA A SALVAÇÃO

Os sacramentos não só são importantes, mas necessários, se queremos viver a vida cristã e

aumenta-la em nós. São como os canais que conduzem a água, e, neste caso, trazem para a nossa

alma a graça da redenção de Cristo na cruz. E são necessárias também as nossas disposições para

receber - ou receber com maior abundância - a água limpa da graça. Dão sempre a graça se são

recebidos com as devidas disposições, e se não se recebe mais graça, não é por culpa do

sacramento, mas por falta de melhor preparação. É preciso aproximar-se, portanto, para receber os

sacramentos, com a melhor disposição possível, para podermos receber a graça com abundância.

11. SACRAMENTO DO BATISMO

São Paulo explica que pelo batismo morremos ao pecado e ressuscitamos para a vida nova

da graça (cf. Rm 6,3-11). Esta realidade se entende mais facilmente quando o sacramento é

administrado por imersão, que é o entrar e o sair da água, significando a morte e a ressurreição do

Senhor.

De fato, todos nascemos com o pecado herdado de nossos primeiros pais, e como

conseqüência, privados da graça; mas Cristo nos livrou com sua morte e ressurreição. Sua morte

nos limpa do pecado e nos faz morrer ao pecado; sua ressurreição nos faz renascer e viver a vida

nova de Cristo. O batismo é o sacramento que aplica a cada batizado os frutos da Redenção, para

que morramos ao pecado e ressuscitemos para a vida sobrenatural da graça.

Quando Cristo enviou a seus Apóstolos por todo o mundo, disse-lhes: "Ide, pois, e fazei

discípulos a todas as gentes, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt

28,19). "O que crer e for batizado, será salvo; mas o que não crer, será condenado" (Mc 16,16).

O batismo é o sacramento instituído por Jesus Cristo, que nos faz seus discípulos e nos

regenera para a vida da graça, mediante a ablução com água natural e a invocação das três Pessoas

divinas. O batismo é o fundamento de toda a vida cristã, o pórtico da vida no espírito e a porta que

abre o acesso aos outros sacramentos.

A matéria deste sacramento é a ablução com água natural, e a forma são as palavras: "Eu

te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo".

11.1 Os efeitos do batismo

a) Apaga o pecado original. O batismo perdoa e destrói o pecado original com o qual

nascemos todos; quando aquele que é batizado é adulto, apaga também todos os pecados pessoais

assim como a pena por eles devida, de tal maneira que se o recém batizado morresse, iria

diretamente para o céu.

b) Infunde a graça santificante. Pelo sacramento do batismo Deus infunde na alma a

graça santificante (que é uma participação na natureza divina), junto com as virtudes teologais e os

dons do Espírito Santo. Com estes dons a alma faz-se dócil e pronta aos impulsos do Espírito Santo.

Pela graça, Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo estabelecem sua morada na alma, que é

templo do Espírito Santo.

c) Confere caráter sacramental. O outro efeito do batismo é o caráter, ou seja, certo sinal

espiritual e indelével, que explica o fato de que este sacramento só possa ser recebido uma vez. O

caráter batismal configura a Cristo, dá uma participação em seu sacerdócio, capacita para continuar

no mundo sua missão como fiéis discípulos seus, e nos distingue dos infiéis.

d) Incorpora a Jesus Cristo. Tanto a graça como o caráter são efeitos sobrenaturais do

batismo, que nos unem a Cristo como se unem os membros do corpo com a cabeça. Cristo é nossa

Cabeça e o caráter nos vincula a Ele para sempre, enquanto que a graça nos faz membros vivos.

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e) Incorpora à Igreja. Pelo batismo nos convertemos em membros da Igreja, com direito

a participar na Sagrada Eucaristia e a receber os demais sacramentos; sem ser batizado não se pode

receber nenhum outro sacramento. A Igreja é o Corpo Místico de Cristo, e o batismo nos incorpora

a Cristo, que é a Cabeça, e a seu Corpo, que é a Igreja.

11.2 Necessidade do batismo

O batismo é absolutamente necessário para a salvação, como declarou Nosso Senhor a

Nicodemos: "Em verdade, em verdade te digo, que se alguém não nascer da água e do Espírito,

não pode entrar no Reino dos céus" (João 3,5). Quando não é possível receber o sacramento do

batismo, pode-se alcançar a graça para salvar-se pelo chamado batismo de desejo - um ato de

perfeito amor a Deus, ou a contrição dos pecados com o voto explícito ou implícito do sacramento-

e pelo batismo de sangue ou martírio, que é dar a vida por Cristo.

Posto que as crianças nascem já manchadas pelo pecado original, é necessário que recebam

o batismo. A pura gratuidade da graça da salvação se manifesta particularmente no batismo das

crianças. Portanto, a Igreja e os pais privariam as crianças da graça inestimável de ser filhos de

Deus, se não administrassem o batismo pouco depois do nascimento; assim se entende a

necessidade de batizar as crianças o quanto antes. É o maior presente que se lhes pode dar, já que

desde este momento são "para sempre membros de Cristo, sacerdote, profeta e rei" (Ritual do

Batismo).

Em relação às crianças mortas sem o batismo, a Igreja convida a ter confiança na

misericórdia divina e a rezar por sua salvação.

11.3 Quem pode administrar o batismo

Normalmente, quem batiza é o pároco ou outro sacerdote ou diácono, com a permissão do

pároco, mas em caso de necessidade qualquer pessoa pode fazê-lo. Dada a importância e a

necessidade do batismo, Deus deu todas as facilidades na administração deste sacramento; e assim,

inclusive, uma pessoa não batizada, com tal que tenha a intenção de fazer o que faz a Igreja e o faça

corretamente, batiza de verdade. A razão está em que sempre é Cristo quem batiza, como observa

Santo Agostinho: "Batiza Pedro? Cristo batiza. Batiza João? Cristo batiza. Batiza Judas? Cristo

batiza".

11.4 Modo de administrar o batismo

Ao administrar o batismo se derrama água natural sobre a cabeça dizendo, com intenção de

batizar: "Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Na cerimônia do batismo

existem diversos ritos, mas o essencial é o que já dissemos: derramar a água e, ao mesmo tempo,

pronunciar as palavras.

11.5 Obrigações que o batismo impõe

Quando o batismo é administrado a crianças, respondem por eles seus pais e padrinhos;

mas o cristão adulto - sabedor dos efeitos do sacramento na alma - deve responder por si mesmo e

estar firmemente disposto a viver como batizado. Esta resposta pode se concretizar em fazer atos

explícitos de fé (recitando o Credo, por exemplo), propondo-se a guardar a Lei de Jesus Cristo e de

sua Igreja e renunciando para sempre ao demônio e às suas obras, como se faz na Vigília Pascal, ao

renovar as promessas do batismo.

12. SACRAMENTO DA EUCARISTIA

Com o sacramento da Eucaristia culmina a iniciação cristã; em realidade culmina a inteira

vida sobrenatural - particular e comunitária ou da Igreja como tal -, porque é o "sacramento dos

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sacramentos", o mais importante de todos, já que contém a graça de Deus - como os demais

sacramentos- e o autor da graça, Jesus Cristo Nosso Senhor. Não é pelos sentidos que o sabemos,

mas pela fé, que se apoia no testemunho de Deus: "Isto é o meu Corpo, que será entregue por vós;

fazei isto em memória de mim" (Lucas 22,19). São palavras de Jesus a seus Apóstolos na última

Ceia, ao deixar-lhes a Eucaristia como presente de seu poder e de seu amor infinitos. Nós cremos

firmemente, assim como os Apóstolos que estavam presentes naquele momento, na Ceia.

O Concílio Vaticano II exorta à piedade e ao recolhimento cada vez mais profundo com a

Eucaristia, quando ensina que é "fonte e cume de toda a vida cristã" e que, "participando do

sacrifício eucarístico, os fiéis oferecem a Deus a Vítima divina e se oferecem a si mesmos

juntamente com ela" (Lumen Gentium, 11).

12.1 A Eucaristia, fonte e cume da vida da Igreja

A Eucaristia é o coração da Igreja; para destacar esta idéia, o Concílio Vaticano II serve-se

desta frase - que não é enfática, mas justa - dizendo que aí esta a "fonte e o cume da vida cristã".

Como diz também que "a Sagrada Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, quer dizer, o

mesmo Cristo". Esta é a razão de que "os demais sacramentos, como também todos os ministérios

eclesiais e as obras de apostolado estão unidos à Eucaristia e a ela se ordenam" (Presbyterorum

ordinis, 5).

12.2 Os diversos nomes deste sacramento

A riqueza inesgotável da Eucaristia se expressa mediante os distintos nomes que recebe.

Cada um evoca algum aspecto de seu conteúdo ou a circunstância do momento da

instituição.

· Eucaristia, que significa ação de graças a Deus;

· Banquete do Senhor, porque Cristo a instituiu na quinta-feira feira santa, na última Ceia;

· Santo Sacrifício, porque atualiza o único sacrifício de Cristo na cruz;

· Comunhão, porque nos unimos ao mesmo Cristo recebendo seu Corpo e seu Sangue;

· Santa Missa, porque quando os fiéis, ao terminar a liturgia eucarística, são enviados

("missio") para que cumpram a vontade de Deus em sua vida ordinária.

12.3 A instituição da Eucaristia

Jesus Cristo instituiu a Eucaristia na quinta-feira santa, na Última Ceia. Tinha já anunciado

aos discípulos em Cafarnaum (cf. João 6) que lhes daria seu corpo e sangue como alimento, como

também vinha preparando a fé dos seus com argumentos incontestáveis: o milagre de Caná -

convertendo a água em vinho- e a multiplicação dos pães, que manifestavam o poder de Jesus

Cristo. Assim, ao escutar na última Ceia: Isto é o meu corpo (Lucas 22,19), tinham o firme

convencimento de que era como Jesus dizia; assim como a água tinha sido convertida em vinho por

meio de sua palavra onipotente e os pãezinhos se multiplicaram até saciar a fome de uma grande

multidão.

12.4 A celebração litúrgica da Eucaristia

Os Apóstolos receberam um encargo do Senhor: "Fazei isto em memória de mim" (Lucas

22,19), e a Igreja não cessou mais de realizar estas palavras na celebração litúrgica, que não é uma

mera recordação, mas atualização real do memorial de Cristo: de sua vida, de sua morte, de sua

ressurreição e de sua intercessão mediadora junto ao Pai, que se realiza na Eucaristia. Desde

meados do século II, e segundo o relato do mártir São Justino, temos atestadas as grandes linhas da

celebração eucarística, que permaneceram invariáveis até os nossos dias.

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12.5 A Eucaristia, renovação não cruenta do sacrifício da cruz

Jesus Cristo ofereceu a Deus Pai o sacrifício de sua própria vida morrendo na cruz. Foi um

autêntico sacrifício com o qual nos redimiu de nossos pecados, superando todas as ofensas que a

humanidade tenha feito ou poderia fazer, porque seu sacrifício na cruz é de valor infinito.

Mas, ainda que o valor do sacrifício de Cristo tenha sido infinito e único, o Senhor quis

que se perpetuasse -se fizesse presente- para aplicar os méritos da redenção; por isso, antes de

morrer, consagrou o pão e o vinho e ordenou aos Apóstolos: "Fazei isto em memória de mim".

Desta maneira, os fez sacerdotes do Novo Testamento para que, com seu poder e em sua pessoa,

oferecessem continuamente a Deus o sacrifício visível da Igreja.

Jesus Cristo instituiu a Missa não para perpetuar a Ceia, mas sim o sacrifício da cruz.

Assim, a Missa renova de forma não cruenta (sem outro derramamento do sangue de Cristo) o

mesmo sacrifício do Calvário; e a Eucaristia é igualmente, sacrifício da Igreja, pois, sendo a Igreja o

Corpo de Cristo, participa da oferenda de sua Cabeça, que é Cristo.

12.6 Os frutos da comunhão

A comunhão sustenta a vida espiritual de modo parecido a como o alimento material

mantém a vida do corpo. Concretamente, podemos assinalar estes frutos da comunhão sacramental:

· Acrescenta a união com Cristo, realmente presente no sacramento.

· Aumenta a graça e as virtudes em quem comunga dignamente.

· Nos afasta do pecado: purifica dos pecados veniais, das faltas e negligências.

· Fortalece a unidade da Igreja, Corpo Místico de Cristo.

· Cristo, na Eucaristia, nos dá o penhor da glória futura.

12.7 Disposições para comungar bem

As disposições exigidas para receber dignamente a Cristo, na comunhão são:

a) Estar na graça de Deus, quer dizer, limpos do pecado mortal. Ninguém pode

aproximar-se para comungar, por muito arrependido que pareça estar, se antes não tiver confessado

os pecados mortais. O pecado venial não impede a comunhão, mas é lógico que tenhamos desejos

de receber a Jesus com a alma muito limpa; por isso a Igreja aconselha a que se confesse com

freqüência, ainda que não tenhamos pecados mortais. Se alguém se aproximasse para comungar em

pecado mortal, cometeria um sacrilégio.

b) Guardar o jejum eucarístico, que supõe não ter comido nem bebido desde uma hora

antes de comungar; a água e os medicamentos não quebram o jejum. Os anciãos e enfermos - e

aqueles que cuidam deles - podem comungar ainda que não tenha passado uma hora depois de ter

tomado algo.

c) Saber a quem se recebe. Posto que se recebe Cristo neste sacramento, não podemos

aproximar-nos para comungar desconsideradamente, ou por mera rotina, ou para que nos vejam.

Temos de faze-lo para corresponder ao desejo de Jesus e para encontrar na comunhão um remédio

para a nossa fraqueza.

12.8 Obrigação de comungar e necessidade da comunhão freqüente

Comungar realmente não é necessário para salvar-se; se um recém nascido morre, se salva.

Mas Jesus Cristo disse "Se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não

tereis a vida em vós" (João 6,53). Em correspondência a estas palavras, a Igreja nos ordena em seu

terceiro mandamento que, ao menos uma vez no ano, por ocasião da Páscoa da Ressurreição, todo

cristão com uso da razão deve receber a Eucaristia. Também existe a obrigação de comungar

quando se está em perigo de morte; neste caso a comunhão é recebida como "Viático", que significa

preparação para a "viagem" da vida eterna.

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Isto é o mínimo, e o preceito deve ser bem entendido; daí que a Igreja exorte a receber ao

Senhor com freqüência, até diariamente. Se algum dia não podemos comungar, é bom fazer uma

comunhão espiritual, expressando o desejo que temos de receber o Senhor sacramentalmente.

13. SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO OU CRISMA

Se fixarmos nossa atenção nos Apóstolos, antes e depois da vinda do Espírito Santo em

Pentecostes, vamos observar algumas diferenças importantes: antes, tinham medo e agora pregam a

palavra de Deus com decisão; os que eram incultos e ignorantes, depois falavam dos mistérios de

Deus e línguas estranhas. Esta mudança tão surpreendente é produzida porque, naquele dia,

receberam a plenitude do Espírito Santo.

Os Apóstolos já tinham recebido o Espírito Santo antes da ascensão do Senhor aos céus; na

tarde da ressurreição Jesus apareceu-lhes no Cenáculo, soprou sobre eles, dizendo: "Recebei o

Espírito Santo" (João 20,22). Mas em Pentecostes encheram-se do Espírito Santo e de dons

excepcionais (cf. Atos dos Apóstolos, 2, 1-4).

Também nós recebemos no Batismo o Espírito Santo junto com a graça, mas o Senhor

instituiu o sacramento da confirmação que é necessário para a plenitude da graça batismal. A

confirmação une mais intimamente à Igreja e enriquece com uma fortaleza especial do Espírito

Santo; de forma que nos comprometemos muito mais, como autenticas testemunhas de Cristo, a

estender e defender a fé cristã com nossas palavras e obras, a mostrar-nos perante os demais como

verdadeiros discípulos de Cristo.

13.1 Efeitos do sacramento da confirmação

De maneira parecida ao que sucedeu aos Apóstolos no dia de Pentecostes, este sacramento

produz na alma estes frutos:

a) Aumenta a graça. A vida da graça que se recebe pela primeira vez no batismo adquire

um novo empenho com a confirmação: há um crescimento e um aprofundamento da graça batismal.

b) Imprime caráter. A confirmação imprime uma marca espiritual indelével -o caráter-,

para ser testemunhas de Cristo e colaboradores de seu Reino; por isso, só se pode receber este

sacramento uma vez na vida.

c) Fortalece a fé. A palavra confirmação significa fortalecimento; com este sacramento

nossa fé em Jesus Cristo fica fortalecida.

d) Nos faz testemunhas de Cristo. A confirmação nos dá forças para defender a fé e de

nos defender-nos dos inimigos exteriores da nossa salvação: o demônio, o mau exemplo e inclusive

as perseguições, abertas ou disfarçadas, que podem acontecer a nós, cristãos. Nos dá vigor para

confessar com firmeza nossa fé sendo testemunhas de Cristo, colaborando na santificação do mundo

e atuando como apóstolos onde vivemos e trabalhamos.

13.2 Ministro, sujeito, matéria e forma do sacramento da confirmação

Ministro ordinário deste sacramento é o Bispo; extraordinário, o presbítero que goza desta

faculdade pelo direito comum ou por concessão peculiar da autoridade competente; em perigo de

morte, o pároco ou qualquer presbítero.

O sujeito é toda pessoa batizada que não tenha recebido este sacramento anteriormente.

Para recebê-lo deve-se estar na graça de Deus, conhecer os principais mistérios da fé e acercar-se

do sacramento com reverência e devoção.

A matéria é a unção na fronte com o crisma (mistura de azeite e bálsamo consagrada pelo

bispo), que se faz enquanto se impõe a mão. A unção significa um dos efeitos do sacramento:

robustecer a fé.

A forma é constituída pelas palavras que pronuncia o ministro: "(Nome do crismando)

recebe por este sinal o Dom do Espírito Santo". O crismando responde "Amém".

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13.3 Estimar muito a confirmação

Posto que a confirmação faz do fiel cristão uma testemunha de Jesus Cristo, desenvolvendo

e aperfeiçoando as graças recebidas no batismo, é preciso lutar por manter os frutos do sacramento.

Só assim seremos fortes para confessar com inteireza a fé cristã. E o conseguiremos se acudirmos

com freqüência aos sacramentos da penitência e da eucaristia.

Ordinariamente, a vida cristã se desenvolve em circunstâncias correntes e normais; só em

circunstâncias extraordinárias, o Senhor pode nos pedir o heroísmo do martírio, derramando o

sangue para confessar a fé em Jesus Cristo. Sem dúvida, o Senhor pede a todos o esforçar-se em

pequenas lutas da vida diária: trato com os pais e irmãos, trabalho bem feito e oferecido a Deus,

ajuda generosa e desinteressada aos companheiros, fidelidade à doutrina de Jesus Cristo e difusão

da fé com o exemplo, a amizade e os bons conselhos.

14. SACRAMENTO DA CONFISSÃO OU PENITÊNCIA

Uma das páginas mais comovedoras do Evangelho é a parábola do filho pródigo, que

retrata a conduta de um filho ingrato para com seu pai. Eram dois irmãos e o menor decide

abandonar a casa; depois de pedir sua parte na herança, foi-se embora para um país longínquo onde

gastou tudo, levando uma vida má. Então, teve que pôr-se a cuidar de porcos para poder viver, até

que um dia sentiu vergonha de sua situação e decidiu voltar para casa, e pedir perdão a seu pai:

"Pai, pequei contra o céu e contra ti" (Lc 15,18). O pai, que o esperava, quando viu que se

aproximava, saiu a seu encontro, abraçou-o e o beijou. E foi tão grande sua alegria que ordenou aos

criados que preparassem um banquete e uma grande festa para celebrar a volta do filho mais novo.

Esta parábola pode nos ajudar a entender o sacramento da Penitência, que é o sacramento

da misericórdia de Deus.

Estudamos os sacramentos da iniciação cristã: o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia,

que outorgam a vida nova em Cristo. Mas, apesar de tantas graças, o ser humano é débil, pode pecar

e carrega consigo as misérias do pecado.

Cristo quis que na Igreja existisse um remédio para estas necessidades, e nós podemos

encontrá-lo nos sacramentos da Penitência e da Unção dos Enfermos, chamados sacramentos de

cura, porque curam a debilidade e perdoam os pecados.

14.1 Para salvar-se, é preciso que nos arrependamos dos pecados

Não existe possibilidade de salvação sem o arrependimento dos pecados, que é

absolutamente necessário para aquele que ofendeu a Deus. É o que nos diz Nosso Senhor Jesus

Cristo: "Se não fizerdes penitência, todos, igualmente, perecereis" (Lucas 13,3).

Antes da vinda de Jesus Cristo, a humanidade não tinha nenhuma segurança de poder ter

obtido o perdão de seus pecados. A segurança foi-nos trazida por Jesus, que pode dizer: "Teus

pecados te são perdoados" (Mateus 9,2).

14.2 A instituição do sacramento da Penitência, para o perdão dos pecados

Na tarde do domingo da Ressurreição, Jesus Cristo instituiu o sacramento da Penitência, ao

dizer a seus discípulos: "Recebei o Espírito Santo; aqueles a quem lhes perdoardes os pecados, lhes

serão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos" (João 20,22-23). Instituiu este

sacramento como um juízo, mas juízo de misericórdia, para que os Apóstolos e seus legítimos

sucessores pudessem perdoar os pecados.

"Olha que entranha de misericórdia tem a justiça de Deus! - Porque nos juízos humanos, se

castiga aquele que confessa sua culpa: e no divino, se perdoa. Bendito seja o santo Sacramento da

Penitência!" (Caminho, 309).

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14.3 É o mesmo Jesus Cristo, por meio do sacerdote, quem absolve

Só os sacerdotes - com potestade de ordem e a faculdade de exercê-la - que podem perdoar

os pecados, pois Jesus Cristo deu o poder só a eles. Não se obtém o perdão, portanto, dizendo os

pecados a um amigo, ou diretamente a Deus. Além disso, no momento da absolvição é Cristo

mesmo quem absolve e perdoa os pecados por meio do sacerdote, já que o pecado é ofensa a Deus e

só Deus pode perdoá-lo. O sacerdote deve guardar - sob obrigação gravíssima - o sigilo

sacramental.

14.4 Efeitos deste sacramento

Os efeitos deste sacramento são realmente maravilhosos:

* a reconciliação com Deus, perdoando o pecado para recuperar a graça santificante;

* a reconciliação com a Igreja;

* a remissão da pena eterna contraída pelos pecados mortais e das penas temporais;

* a paz e a serenidade de consciência, com um profundo consolo do espírito;

* os auxílios espirituais para o combate cristão, evitando as recaídas no pecado.

14.5 Necessidade da Penitência

O sacramento da Penitência é completamente necessário para aqueles que, depois do

batismo, cometeram pecado mortal. A Igreja ensina que existe a obrigação de confessar os pecados

mortais ao menos uma vez por ano, em perigo de morte e quando se for comungar.

Mas uma coisa é a obrigação e outra muito diferente é aquilo que convém fazer quando se

quer que aumente nosso amor a Deus. Não existe a obrigação, por exemplo, de se beijar nossa mãe,

nem a de cumprimentar nossos amigos, nem de comer todos os dias..., mas qualquer pessoa normal

faz estas coisas.

Se quisermos progredir no amor a Deus a Igreja recomenda vivamente a prática da

confissão freqüente, não só dos pecados mortais - que devem ser confessados imediatamente - mas

também dos pecados veniais. Desta maneira, aumenta-se o conhecimento de si mesmo; cresce-se na

humildade; desenraizam-se os maus costumes; faz-se frente à tibieza e à preguiça espiritual;

purifica-se e se forma a própria consciência; ajuda-se a crescer na vida interior, e aumenta a graça

em virtude do sacramento. Para crescer no amor a Deus é muito conveniente ter em muita estima a

confissão: confessar-se com freqüência e bem.

15. SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO

O Batismo, Confirmação e Eucaristia são os sacramentos da iniciação cristã, que põem os

fundamentos da vocação comum dos cristãos: vocação à santidade e à evangelização do mundo.

Estes sacramentos, junto com a Penitência e a Unção dos enfermos, proporcionam a cada fiel as

graças necessárias para viver como cristãos e alcançar o céu.

Para as necessidades sociais da Igreja e da comunidade civil, Jesus Cristo instituiu a

Ordem sacerdotal e o Matrimônio, ordenados à salvação dos demais; por isso são conhecidos como

sacramentos a serviço da comunidade.

15.1 Instituição do matrimônio no paraíso terrestre

O livro do Gênesis ensina que Deus criou e deu ao ser humano, homem e mulher, o

encargo de procriar e multiplicar-se: “Homem e mulher os criou, e Deus os abençoou dizendo-lhes:

Crescei e multiplicai-vos e enchei a terra” (Gênesis 1,27-28). Assim, Deus instituiu o matrimônio,

e o instituiu – tendo como fim principal – para que tivessem filhos e educassem-nos; e como fim

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secundário, para que os esposos se ajudem entre si: porque “não é bom que o homem esteja só, vou

fazer-lhe uma ajuda semelhante a ele” (Gênesis 2,18).

Como conseqüência, o matrimônio é algo sagrado por sua mesma natureza, e os esposos

são colaboradores de Deus participando do poder divino de dar a vida, ao preparar o corpo dos

novos seres nos quais Deus infunde a alma criada a sua imagem e semelhança, destinados a dar-lhe

glória e a gozar com Ele no céu.

15.2 O matrimônio, sacramento cristão

Jesus Cristo elevou à dignidade de sacramento o matrimonio instituído no início da

humanidade. O matrimônio entre cristãos é a imagem da união de Jesus Cristo com sua Igreja. A

tradição cristã viu na presença de Jesus nas bodas de Caná uma confirmação do valor divino do

matrimônio.

Portanto, entre cristãos, só existe um verdadeiro matrimônio: o que Jesus Cristo santificou

e elevou à dignidade de sacramento. Por isto, nenhum católico pode contrair tão somente o

chamado “matrimônio civil”; tal união não seria válida, já que não tem maior valor do que o de uma

simples cerimônia legal perante a lei civil. Entre católicos só é válido o matrimônio - sacramento

contraído perante a Igreja.

15.3 As propriedades do matrimônio

O matrimônio, tanto na condição de instituição natural como na de sacramento cristão, está

revestido de duas propriedades essenciais: a unidade e a indissolubilidade.

Unidade quer dizer que o matrimônio é a união de um só homem com uma única mulher:

“Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só

carne” (Gênesis 2,24).

Indissolubilidade quer dizer que o vínculo conjugal não pode desatar-se nunca: “O que

Deus uniu o homem não o separe”, diz o Evangelho (Mt 19,6; 5,32; Lc 16,18). O divórcio, pois,

está proibido. Deus assim o quis por várias razões: pelo bem dos filhos; pelo bem , a felicidade e a

segurança dos esposos, que desaparece quando o divórcio é introduzido nas sociedades; pelo bem

de toda a sociedade humana, pois a humanidade se compõe de famílias, e quanto mais sólidas e

estáveis sejam, maior será a ordem e o bem estar da sociedade e dos indivíduos.

15.4 Efeitos do sacramento do matrimônio

O sacramento do matrimônio aumenta a graça santificante naqueles que o recebem. É

necessário recebê-lo, pois, em estado de graça; senão, comete-se um sacrilégio, ainda que o

matrimônio seja válido.

Também comunica os auxílios especiais que os esposos necessitam para santificar-se

dentro do matrimônio, para educar seus filhos e cumprir os deveres que contraem ao casar-se. Estes

deveres são, para com eles mesmos: amar-se e respeitar-se, guardar a fidelidade e ajudar-se

mutuamente; em relação aos filhos: alimentá-los, vesti-los, educá-los na vida religiosa, moral e

intelectual e assegurar seu futuro.

Os ministros do sacramento sãos os mesmos contraentes; contudo, deve ser celebrado ante

testemunhas, perante o pároco ou um seu delegado. Senão, o casamento é inválido.

15.5 O matrimônio, caminho de santidade

O sacramento do matrimônio concede aos esposos as graças necessárias para que se

santifiquem e santifiquem os outros. É dever de toda a família – também dos filhos – facilitar este

clima humano e cristão, através do qual se consegue que os lares sejam luminosos e alegres,

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sacrificando-se para se obter as virtudes humanas e sobrenaturais de uma família que começou

santificada com um sacramento.

16. SACRAMENTO DA ORDEM

Todos os cristãos participam, de maneira distinta, do único sacerdócio de Cristo Jesus

Cristo - verdadeiro e supremo sacerdote da Nova Aliança - nos reconciliou com Deus por meio do

sacrifício da cruz, sendo sacerdote e vítima. Mas, tendo de continuar o sacrifício, o Senhor quis

comunicar à Igreja uma participação de seu sacerdócio, que se alcança mediante o sacramento da

Ordem. Esta participação singular se conhece como sacerdócio ministerial, que capacita para atuar

na pessoa de Cristo, Cabeça da Igreja: os bispos e os presbíteros.

Mas é preciso dizer que a Igreja inteira, fundada por Cristo, é um povo sacerdotal, de modo

que - pelo batismo - todos os fiéis participam do sacerdócio de Cristo. Esta outra participação

chama-se sacerdócio comum dos fiéis.

16.1 O sacerdócio comum e o ministerial são essencialmente diversos

O sacerdócio ministerial difere essencialmente, não só em grau, do sacerdócio comum dos

fiéis, porque confere um poder sagrado para o serviço dos irmãos. Os que receberam o sacramento

da Ordem são ministros de Cristo, instrumentos através dos quais Ele se serve para continuar no

mundo sua obra de salvação. Tal obra é levada adiante por meio do ensino, do culto divino e do

governo pastoral.

16.2 A instituição do sacramento da Ordem

Cristo escolheu seus Apóstolos e na última Ceia instituiu o sacerdócio da Nova Aliança.

Aos Apóstolos e a seus sucessores no sacerdócio ordenou que renovassem na Missa o sacrifício da

cruz; e com estas palavras: "Fazei isto em minha memória" (Lucas 22,19), os instituiu sacerdotes do

Novo Testamento. No dia da Ressurreição conferiu-lhes também o poder de perdoar ou reter os

pecados, outorgando-lhes o poder que Ele tinha. Como os Apóstolos sabiam que o sacerdócio

deveria continuar na Igreja, impunham as mãos a outros, comunicando-lhes o sacerdócio (cf. 2

Timóteo 1,6; Atos 14,23).

16.3 Os três graus do sacramento da Ordem

O sacramento da Ordem consta de três graus subordinados um ao outro. O episcopado e o

presbiterado são diversas formas de participação ministerial no sacerdócio de Cristo; o diaconato,

está destinado a ajudar e a servir as outras ordens. Por isso, o termo sacerdote designa os bispos e

os presbíteros, mas não os diáconos. Os três graus são conferidos pelo sacramento da Ordem.

Normalmente, quando se fala de sacerdotes se entende que se fala dos presbíteros, e nos números

que se seguem nos referiremos a eles, ainda que algumas coisas possam ser aplicadas também aos

bispos e diáconos.

16.4 O sacerdote é um homem consagrado a Deus para sempre

Em virtude do sacramento da Ordem o sacerdote é ministro de Cristo, mediador entre Deus

e os homens para dar culto a Deus - adoração, ação de graças, satisfação e impetração - para

comunicar a graça aos seres humanos. Os poderes que lhe são outorgados, que nem mesmo os anjos

possuem, não são passageiros, mas permanentes. As pessoas que recebem este sacramento recebem

um caráter indelével e são sacerdotes para sempre. O caráter distingue o ordenado dos demais fiéis:

participa do sacerdócio de Cristo de um modo essencialmente distinto. Junto com o caráter recebe

outras graças na consagração sacerdotal para assemelhar-se com Cristo, de maneira que de todo o

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sacerdote pode-se dizer que é outro Cristo. Este sacramento só pode ser recebido por homens

batizados que reúnam as devidas condições.

16.5 Ministério dos sacerdotes

Vimos que o sacerdócio dá a potestade para exercer o sagrado ministério, que visa o culto

a Deus e a saúde das almas. As manifestações principais do ministério dos sacerdotes são:

a) Pregar a Palavra de Deus. O sacerdote exerce este ministério quando prega a homilia

dentro da Missa, ao dar catequese e em múltiplas ocasiões: meditações, retiros, aulas de formação,

etc..

b) Administrar os sacramentos e especialmente celebrar a Santa Missa. Desde que o

cristão nasce até que morra, está junto dele o sacerdote ajudando-o com os sacramentos. Mas o

ministério principal dos sacerdotes é a celebração do santo sacrifício da Missa.

c) Guiar o povo cristão para a santidade. Os sacerdotes tem a missão e o dever de

apascentar como bons pastores a grei que lhes foi confiada pelo bispo: com a oração e a

mortificação, ajudando-lhes em suas necessidades, acompanhando-lhes nos momentos difíceis e

com a insubstituível tarefa da direção espiritual, para que possam ser tirados os obstáculos que lhes

impeçam de receber a graça de Deus.

d) Dirigir ao Senhor a oração oficial da Igreja com a oração da Liturgia das Horas. Se todos os seres humanos devem rezar para honrar a Deus e pedir-lhe por tantas necessidades, com

maior motivo deve fazê-lo o sacerdote. Palpa como nenhuma outra pessoa as misérias e as

necessidades verdadeiras dos demais. Por isso, a Igreja ordenou que os sacerdotes rezem

diariamente o Ofício Divino. É um clamor que sobe continuamente da terra ao céu, de tal modo que

se pode dizer que durante as vinte e quatro horas do dia a Igreja está rezando oficialmente, por meio

de seus ministros.

16.6 A missão espiritual do sacerdote

De tudo o que até agora temos visto se deduz que a missão do sacerdote no mundo é

fundamentalmente espiritual: conduzir a humanidade a Deus, educando na fé e dando a graça de

Cristo contida nos sacramentos. O sacerdote é servidor de toda a comunidade cristã e elemento de

unidade. É lógico que seja distinguido, inclusive no seu porte externo, como ordena a Igreja, e que

tenha o dia completamente cheio com sua atividade sacerdotal, sem tempo para dedicar-se a outras

coisas, e muito menos interferindo nas tarefas que são próprias dos fiéis leigos.

16.7 Deveres dos fiéis para com os sacerdotes

Sendo tão grande a dignidade do sacerdote e tão essencial sua função na Igreja, é lógico

que os pais deixem seus filhos em plena liberdade para seguir a vocação sacerdotal se Deus os

chamasse. Os fiéis devem rezar para que Deus se digne conceder à sua Igreja bons pastores e

ministros zelosos. Devem professar um grande respeito, veneração e amor aos sacerdotes,

considerando-os como o que de fato são: ministros de Cristo, pais e pastores das almas. Por isso

devem ajuda-los também com generosidade em suas necessidades materiais.

17. SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS

Com o sacramento da Unção dos enfermos a Igreja acode em ajuda a seus filhos que

começam a estar em perigo de vida, por enfermidade grave ou velhice. Nestes momentos difíceis e

importantes da vida - quando ventila-se o destino eterno do ser humano -, Deus não nos deixa

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sozinhos, mas faz-se presente para nos socorrer com sua graça e sua misericórdia. O sacramento da

Unção dos enfermos proporciona ao cristão a graça para vencer as dificuldades inerentes ao estado

de enfermidade grave ou velhice.

Uma coisa que deve preocupar a qualquer cristão será a de receber este sacramento - ele ou

o familiar ou o amigo - no momento oportuno, valorizando a ajuda que pode prestar a quem o

necessita.

17.1 O cristão frente à enfermidade e à morte

A morte chega inevitavelmente a cada ser humano, porque, - queiramos ou não - é o

desenlace natural da existência. Normalmente, chega com a enfermidade grave ou por causa da

velhice.

Para afrontar com dignidade e proveito este momento da vida, Deus socorre o cristão com

a Unção dos enfermos, remédio e ajuda poderosa para saber levar com Cristo a enfermidade e sair

ao passo da morte fortalecidos com a graça especial do sacramento. Mesmo que encontre ainda em

alguns fiéis uma certa resistência, já que não querem encarar a realidade da morte, a prudência

cristã ensina-nos que devemos estimar e desejar este sacramento como um presente da misericórdia

de Deus. Não estaria mal pedir cada dia a graça de receber devidamente o sacramento da Unção dos

enfermos.

17.2 O que é a Unção dos enfermos

Jesus Cristo deixou-nos um remédio salutar para toda e qualquer necessidade da vida

sobrenatural, e nos últimos momentos da existência o demônio monta uma grande batalha,

necessitando a alma de auxílios especiais. Estes auxílios foram vinculados por Jesus Cristo à Unção

dos enfermos, sacramento instituído para o alívio espiritual e também corporal do cristão

gravemente enfermo. Por este sacramento o cristão se une a Jesus Cristo para ter os mesmos

sentimentos dele frente à dor e à morte.

17.3 Jesus Cristo instituiu este sacramento

O sacramento da Unção dos enfermos foi instituído por Cristo, ainda que quem o

promulgou tenha sido o Apóstolo São Tiago, que mostra a Tradição da Igreja quando diz: "Alguém

de vós está enfermo? Chame os presbíteros da Igreja e orem sobre ele, ungindo-o com o óleo em

nome do Senhor. A oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o aliviará. E se tiver algum pecado,

lhe será perdoado" (Tiago 5, 14-15).

17.4 Efeitos deste sacramento

A graça especial do sacramento da Unção dos enfermos produz, como efeitos:

* a união do enfermo à Paixão de Cristo, para o bem próprio e de toda a Igreja;

* o consolo, a paz e o ânimo para suportar cristãmente os sofrimentos da enfermidade ou

da velhice;

* o perdão dos pecados, se não pode confessar-se e contando com que esteja arrependido

de suas culpas ao menos com a dor de atrição;

* o restabelecimento da saúde corporal, se isto for conveniente à saúde espiritual. Por isso

não se deve espera para administrar o sacramento que o enfermo esteja já em agonia; o lógico é que

esteja plenamente lúcido. Sem dúvida, se já perdeu o conhecimento, tem direito a que se administre

o sacramento e assim deve ser feito, ainda que sob condição, na dúvida de que ainda esteja vivo.

* A preparação para a passagem à vida eterna.

A propósito da Unção, é oportuno recordar que a Igreja ajuda os enfermos também com o

Viático. Os bons cristãos devem preocupar-se de que os doentes recebam com freqüência a Sagrada

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Comunhão e, se a enfermidade é grave, a modo de Viático, que significa "preparação para a

viagem": a viagem para a vida eterna.

17.5 Modo de se administrar este sacramento

A administração deste sacramento tem diversas cerimônias. O essencial da celebração -

assim como para os demais sacramentos - é a aplicação da matéria (santos óleos) e a forma

(palavras que o ministro pronuncia, enquanto unge o enfermo. O sacerdote unge com o óleo

abençoado (azeite de oliveira consagrado pelo bispo na quinta-feira santa - daí o nome "santos

óleos") na fronte e nas mãos do enfermo, enquanto diz: "Por esta santa Unção e por sua

misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que liberto dos

teus pecados, Ele te salve, e na Sua bondade, alivie os teus sofrimentos". Responde-se: "Amém".

Em caso de necessidade, o presbítero pode abençoar o óleo que será usado na Unção.

17.6 É preciso preparar-se para a morte

Deus vem em nossa ajuda a cada momento, como Pai que nos ama e nos quer felizes na

terra, e depois eternamente no céu. Ter estudado este sacramento deve fazer-nos pensar na realidade

da morte, que recorda a necessidade de viver sempre na graça de Deus, crescer na vida cristã,

aceitar os sofrimentos que tenhamos nesta vida e receber com alegria a morte, sabendo que é o

passo necessário para nos encontrarmos com Deus no céu.

18. RESUMO

MATÉRIA FORMA MINISTRO EFEITO GESTO

BATISMO Água

“eu te batizo, em nome

do Pai, do Filho e do

Espírito Santo”

Padre, diácono,

leigo (por

delegação)

Filhos de Deus

Sinal da Cruz

e imposição

das mãos

EUCARISTIA Pão e vinho

“enviai o vosso Espírito

Santo, a fim de que estas

ofertas se transformem

no corpo e sangue de

Jesus Cristo”

Padre Confere

aumento de vida

Imposição

das mãos

CRISMA OU CONFIRMAÇÃO

Óleo “...recebe por este sinal o

Dom do Espírito Santo”

Bispo (ordinário)

ou padre (por

delegação)

Confirmar a fé,

faz-nos soldados

de Cristo

Imposição

das mãos

CONFISSÃO OU PENITÊNCIA

Arrependi-

mento,

confissão e

satisfação

“eu te absolvo de todos

os pecados em nome do

Pai, do Filho e do

Espírito Santo”

Padre

Restabelece a

graça entre Deus

e o homem

Imposição

das mãos

MATRIMÔNIO Amor “eu te recebo...” Noivos União

indissolúvel

Imposição

das mãos

ORDEM Óleo Fórmula especial Bispo Consagração a

Cristo

Imposição

das mãos

UNÇÃO DOS ENFERMOS

Óleo “o Senhor venha em teu

auxílio” Padre

Saúde, força, perdão,

consolo, alívio

Imposição das mãos

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A FAMÍLIA: IGREJA DOMÉSTICA

1. INTRODUÇÃO

Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. Assim, também, a família humana é a

imagem de Deus que, no mais íntimo do Mistério da Trindade, não é solidão, mas uma família: a

Trindade.

A família é a célula primária e vital da sociedade. Nela o homem se forma, se prepara e

experimenta as suas primeiras relações sociais. Por isso, a família é a primeira e a mais importante

escola do homem. Uma família bem estruturada é a base para a felicidade de seus membros.

Portanto, se a sociedade está doente é porque a família ao longo dos anos vem sendo colocada,

muitas vezes, como um impeditivo à felicidade, quando é a partir dela, e somente com ela, que se

deve construir um mundo melhor.

2. O HOMEM E A MULHER

A família tem seu fundamento na complementação física e psíquica que homem e mulher

prestam um ao outro, por isto é uma instituição natural ou decorrente da própria natureza humana.

A sexualidade masculina e a feminina são intencionadas pelo Criador. São inconfundíveis

entre si: não se deve procurar reduzir uma a outra. Homem e mulher foram por Deus dotados da

mesma dignidade e dos mesmos direitos. Doando-se um ao outro a fim de, juntos, se doarem a

Deus, encontram a sua plena realização. O homem contribui para tanto mediante a sua racionalidade

tendente à ação forte e, por vezes, fria, ao passo que a mulher confere os dotes para sua intuição

direta e profunda, muito sensível aos valores da vida e muito forte na sua paciência.

Sabe-se que a mulher, no decorrer dos séculos, nem sempre foi devidamente valorizada;

sofreu discriminação. Em nossos dias, porém, mais e mais se reconhece o valor da mulher que o

Evangelho tanto exaltou na pessoa de Maria Santíssima, a Mãe de Deus feito homem.

Especialmente a Igreja tem se empenhado pelo reconhecimento do precioso papel da mulher nos

tempos atuais.

3. A FAMÍLIA

A família, berço do ser humano e escola de amor e bons costumes, desempenha papel

insubstituível na estruturação da sociedade civil. Ela se fundamenta sobre o matrimônio, contrato

natural que Jesus Cristo elevou à dignidade de sacramento. Por sua índole natural mesma, o

casamento é monogâmico e indissolúvel. Estas características decorrem do fato de que a união

matrimonial é a mais íntima possível, abrangendo os planos psíquico e físico, de tal modo que não

pode ocorrer simultaneamente entre um homem e mais de uma mulher nem entre uma mulher e

vários homens; pela mesma razão (doação total) é união indissolúvel, porque irrestrita, não limitada

no tempo.

O Papa João Paulo II na encíclica "A Missão da Família Cristã no Mundo de Hoje"

(Familiaris Consortio), enfatiza a Família como uma Comunidade de Vida e Amor, é o Santuário da

Vida, é a Igreja Doméstica.

Logo de início, o Santo Padre observa que no matrimônio a doação recíproca do homem e

da mulher é total, envolvendo corpo e alma. Por conseguinte, a sexualidade não é, em absoluto, algo

de puramente biológico, mas diz respeito à pessoa humana como tal; e é parte integrante do amor

com o qual o homem e a mulher se empenham em favor um do outro até a morte. A doação física

seria falsa se não fosse sinal e fruto de doação total, na qual toda pessoa, mesmo na sua dimensão

corporal, se faz presente. Para que a família seja realmente o berço da pessoa humana e o núcleo da

sociedade, incumbem-lhe cinco grandes deveres:

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PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA PAZ – IPANEMA PASTORAL DA CRISMA

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1) Formação de uma comunidade de pessoas, baseada no amor e cimentada por este em termos

indissolúveis. Nessa comunidade da família, a mulher ocupa lugar de especial relevo. Tempos houve

em que só se entendia a mulher como esposa e mãe excluída das funções públicas. Todavia é preciso

que não se avalie a honra da mulher pelo trabalho que ela realiza fora de casa; deve-se reconhecer o

valor insubstituível do trabalho da mulher no lar e na educação dos filhos.

2) O serviço à vida compreende a transmissão da vida e a educação dos filhos. A Igreja afirma a

altíssima dignidade da transmissão da vida, considerando-a um fruto e sinal do amor conjugal como

também participação na obra de Deus Criador e Pai. Daí a rejeição do aborto e da intervenção

artificial do homem no natural processo transmissor da vida. Entre a contracepção e o recurso aos

ritmos naturais existe uma diferença moral bem mais vasta e profunda do que habitualmente se possa

pensar..., diferença que em última análise envolve duas concepções da pessoa e da sexualidade,

irredutíveis uma a outra. "A escolha dos ritmos naturais comporta a aceitação do ritmo biológico da

mulher e, com isto, também a aceitação do diálogo, do respeito mútuo, da responsabilidade comum,

do domínio de si... Neste contexto o casal faz a experiência da comunhão conjugal enriquecida

daqueles valores de ternura e afetividade que constituem o segredo profundo da sexualidade humana,

mesmo na sua dimensão física. Desta maneira, a sexualidade é respeitada e promovida na sua

dimensão verdadeira e plenamente humana, não sendo jamais usada como objeto que, dissolvendo a

unidade pessoal da alma e do corpo, fere a própria criação de Deus na relação mais íntima entre a

natureza e a pessoa".

A Igreja, como mãe, sabe que não poucos casais encontram dificuldades para observar tais normas.

Ela julga, porém, que essas dificuldades podem ser superadas sem que se comprometa a verdadeira

índole da sexualidade: esta não existe apenas para que haja prazer entre marido e mulher; o genuíno

prazer e o respeito à natureza são valores afins entre si.

3) A educação dos filhos é direito e dever dos genitores, insubstituível e inalienável. A educação deve

encaminhar a prole para o cultivo dos valores essenciais da vida humana, entre os quais se assinala

“uma clara e delicada educação sexual”. Esta não pode ser limitada a mera informação biológica,

desligada de uma escala de valores éticos; a mera instrução fisiológica e excita a curiosidade dos

educandos e os têm levado a experiências sexuais prematuras, com graves inconvenientes, como são

a gravidez de adolescentes, o aborto, o vício e a perda do autocontrole. Está claro que aos genitores

toca, além do dever de educação cívica e sexual, a tarefa da evangelização e da catequese, pois os

filhos são chamados a ser cidadãos do Reino de Deus, que começa na Igreja. A educação religiosa

tem início no colo da mãe, que chama a atenção da criança para a flor, o pássaro, a natureza como

obras maravilhosas do Pai do céu. A família tem o direito de educar os filhos segundo a sua filosofia

de vida própria, isenta de imposições do Estado.

4) A participação no desenvolvimento da sociedade. A experiência de autêntica comunhão e

participação iniciada na família devem abrir-se ao organismo maior que é a sociedade; nesta a

família tem direitos e deveres, que a levam a procurar servir os pobres (material e espiritualmente

entendidos) como também assumir suas tarefas políticas. Diz o Papa João Paulo II: "As famílias

devem crescer na consciência de ser protagonistas da chamada „política familiar‟ e assumir a

responsabilidade de transformar a sociedade; doutra forma as famílias serão as primeiras vítimas

daqueles males que elas se limitam a observar com indiferença”. Com outras palavras: a Igreja exorta

as famílias a participar da vida pública, para que as leis civis respeitem os direitos da família. O

católico, mesmo que não seja congressista, não pode deixar de se fazer presente aos seus deputados e

senadores para lhes dizer o que o povo católico espera dos seus representantes nas assembléias

legislativas. A inércia dos bons favorece a ação dos maus. A consciência disto desperta o sentido de

responsabilidade.

5) A participação na vida da Igreja. Como Igreja doméstica, a família é chamada a compartilhar a

missão salvífica da Igreja. Essa participação, a família exerce na medida em que é: 1) - comunidade

que crê e evangeliza, 2) - comunidade em diálogo com Deus, que se realize através da oração em

família e da vida sacramental, sendo que aos pais toca dar exemplo aos filhos, 3) - comunidade de

serviço dos irmãos carentes.

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BIBLIOGRAFIA

Bíblia de Jerusalém

Catecismo da Igreja Católica

Compêndio do Catecismo da Igreja Católica

Eu Creio – Pequeno Catecismo Católico

Nossa Fé Segundo o Catecismo da Igreja Católica – Pe. Luiz Cechinato

Apostilas do Curso Matter Eclesiae – D. Estêvão Tavares Bettencourt O.S.B.