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MBA EM CONTABILIDADE DIGITAL M4 D2 SPED CONTÁBIL GUIA DE ESTUDO PARTE I: FUNDAMENTOS DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DIGITAL ECD PROFESSOR AUTOR: LUIZ CAMPOS PROFESSOR TELEPRESENCIAL: LUIZ CAMPOS COORDENADOR DE CONTEÚDO: FLÁVIO LÚCIO BRITO DIRETORA PEDAGÓGICA: MARIA UMBELINA CAIAFA SALGADO JUNHO/2012

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MBA EM CONTABILIDADE DIGITAL

M4 D2 – SPED CONTÁBIL

GUIA DE ESTUDO PARTE I: FUNDAMENTOS DA ESCRITURAÇÃO

CONTÁBIL DIGITAL – ECD

PROFESSOR AUTOR: LUIZ CAMPOS

PROFESSOR TELEPRESENCIAL: LUIZ CAMPOS

COORDENADOR DE CONTEÚDO: FLÁVIO LÚCIO BRITO

DIRETORA PEDAGÓGICA: MARIA UMBELINA CAIAFA SALGADO

JUNHO/2012

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA: SPED CONTÁBIL

Prezado (a) estudante,

Estamos dando início à disciplina “SPED CONTÁBIL”. Nosso objetivo, a

ser construído em conjunto ao longo dos trabalhos previstos, é fornecer uma

visão detalhada, do ponto de vista prático e teórico, da Escrituração Contábil

Digital – ECD, capacitando o aluno a validar, gerar e entregar uma escrituração

digital e seu ajuste fiscal – FCONT, além de estabecer os vínculos entre a

ECD/FCONT e os princípios e sistematizações teóricos estudados

anteriormente no curso, além de ressaltar as alterações recentes nas

legislações contábil e fiscal.

Como este texto dá início à disciplina, relembramos aqui a Metodologia

Telepresencial da Escola Satélite,cuja compreensão é fundamental para seu

desempenho no curso.

A METODOLOGIA TELEPRESENCIAL

A metodologia telepresencial da Escola Satélite compõe-se de: (i) aulas

telepresenciais; (ii) estudo individual orientado (EIO); (iii) fóruns; (iv) seminários

temáticos.

As aulas telepresenciais

As aulas telepresenciais destinam-se a apresentar e discutir os temas

das disciplinas e servirão de referência para os Estudos Individuais Orientados

-- EIO e para o Fórum. Os slides usados pelo professor telepresencial são

disponibilizados para os alunos, logo após as aulas.

As aulas da disciplina “SPED CONTÁBIL” acontecerão às segundas-

feiras, no horário de 20h30 às 22h30, durante o período de 04 a 09 de julho de

2012.

O estudo individual orientado (EIO)

O estudo individual orientado baseia-se em: (i) Guia de Estudo contendo

orientação geral para a aprendizagem; (ii) textos complementares de leitura

obrigatória, sendo um para cada parte da disciplina; (iii) listas de exercícios

versando sobre todo o material lido.

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O Guia de Estudo

O Guia de Estudo oferece a você um fio condutor para o

desenvolvimento da aprendizagem. Está organizado em três partes, de acordo

com a distribuição das aulas. Cada parte será disponibilizada no dia da aula

telepresencial.

Note que há relação entre o Guia de Estudo e o conteúdo das aulas,

mas ambos são complementares, ou seja, assistir às aulas não dispensa a

leitura dos textos e vice-versa.

Embora não seja obrigatório, é desejável que, mesmo antes da aula, o

estudante faça uma rápida leitura do texto correspondente, de modo a

aproveitar ao máximo a apresentação do professor ou professora. Da mesma

forma, os slides da aula devem ser consultados ao longo da realização dos

EIO.

Não se esqueça de que o estudo sistemático desse texto (o Guia de

Estudo), assim como dos textos complementares de leitura obrigatória, é

fundamental para sua aprendizagem.

Os textos complementares de leitura obrigatória

Os textos complementares de leitura obrigatória visam ao

enriquecimento ou à exemplificação/contextualização dos temas tratados nas

aulas ou no Guia de Estudo. Cada parte da disciplina implica a leitura de pelo

menos um texto complementar. Os endereços eletrônicos dos textos

complementares constam neste Guia de Estudo e nas Listas de Exercícios

correspondentes. Se eventualmente houver algum problema de acesso, os

próprios textos serão disponibilizados no Espaço do Aluno, no site do curso.

As Listas de Exercícios

A cada parte da disciplina corresponde uma Lista de Exercícios composta

de cinco questões de múltipla escolha. As questões se baseiam no Guia de

Estudo e no texto complementar de leitura obrigatória indicado para cada parte.

Você deverá prestar muita atenção aos prazos para a resposta das

listas. Nunca deixe para a última hora, pois a data final de entrega só será

alterada se ocorrer algum problema por parte da Escola Satélite/Pitágoras. Se

houver algum atraso inevitável na postagem, a data final de resposta da lista

será prorrogada por tempo igual.

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O Fórum

O Fórum é uma atividade interdisciplinar vinculada a cada módulo.

Portanto, há quatro fóruns, ao longo do curso. Durante o tempo de duração de

cada um (aproximadamente três meses e meio), são postados quatro tópicos

de discussão relacionados a aspectos polêmicos ou a atualidades da prática

Contabilidade Digital.

No fim da cada Módulo, são distribuídos 40 pontos, por ocasião do

encerramento do Fórum. Para efeito de nota, o total de pontos obtidos pelo

aluno é distribuído igualmente entre as quatro disciplinas do Módulo.

Assim, se você obtiver o total de 40 pontos terá 10 pontos em cada disciplina.

Se obtiver 36, serão 9 por disciplina. Se forem 32 pontos, serão 8 em cada

disciplina e assim por diante.

Você precisa postar pelo menos um comentário para cada um dos

quatro tópicos e mais quatro comentários distribuídos pelos tópicos nos quais

desejar aprofundar-se. Ou seja, esperamos que você poste oito comentários

ao todo, para obter a pontuação máxima.

Os Seminários Temáticos

Os Seminários Temáticos, com duração de quatro horas, constituem

oportunidade de enriquecimento do currículo pelo contato, em tempo real, com

grandes nomes da área de Contabilidade Digital.

Além disso, cumprem a função de provocar a interrelação das disciplinas

do módulo e de promover articulação entre teoria e prática.

RECOMENDAMOS!

Leia com atenção o Guia de Estudo e os textos complementares, tome notas e

organize esquemas que o (a) ajudem a compreender os temas abordados e a

pesquisar o assunto com a devida profundidade.

Procure assistir a todas as aulas telepresenciais e resolver as Listas de

Exercícios nos prazos assinalados. Não deixe para a última hora!

Lembre-se de comentar os tópicos do Fórum. Você precisa postar oito

comentários ao todo para obter a pontuação máxima.

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O quadro a seguir mostra o calendário da disciplina.

Datas Aulas Tele

Guia de Estudo

Textos Complementares de Leitura Obrigatória N

o Lista

Exer-cícios

Data Pos-

tagem

Data Final

04/06

11/06

Guia de Estudo PARTE I:

Perguntas Frequentes do SPED Contábil. Disponível em < http://www1.receita.fazenda.gov.br/faq/sped-contabil.htm>. Leitura obrigatória das perguntas 1,4,5,7,8, 10,11,12, 13,14,15, 16, 17, 21,22, 23,24, 27,29 e 33.

38 12/06 26/06

18/06

25/06

Guia de Estudo PARTE II:

Manual de Autenticação dos Livros Digitais - SPED Contábil -

Escrituração Contábil Digital – ECD - 2ª Edição. Disponível em:

http://www.jucemg.mg.gov.br/arquivos/ManualAutenticacaoLivrosDigitais.pdf.

Leitura Obrigatória das seções Escrituração Contábil Digital – ECD (I a IX, para todos), Anexo I (para alunos no estado do Rio de Janeiro), Anexo II (para alunos no estado de Minas

Gerais), Anexo III (para alunos no estado da Bahia), Fale Conosco – JUCESP (Para alunos no estado do de São Paulo)

40 26/06 10/07

02/07

09/07

Guia de Estudo PARTE III:

Perguntas Frequentes do FCONT. Disponível em < http://www1.receita.fazenda.gov.br/faq/fcont.htm.

Leitura obrigatória das perguntas 1 a 11.

42 10/07 25/07

Prova: 03 de setembro

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OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM

Já dissemos que os objetivos apresentados em cada parte do Guia de

Estudo norteiam o conhecimento desejado, indicando os aspectos que os

responsáveis pelo curso consideram mais relevantes para sua formação no

MBA de Contabilidade Digital. Leia cada um deles atentamente e verifique, ao

longo das aulas e dos EIO, se está apresentando o desempenho esperado.

Desse modo, você poderá monitorar seu progresso nos estudos.

Como resultado do estudo da Parte I, esperamos que você possa:

1) Entender o que é a Escrituração Contábil Digital (ECD);

2) Ter uma noção da legislação básica da ECD, sabendo onde

encontrar os diversos recursos para entender e trabalhar a ECD;

3) Saber quem é obrigado a entregar a ECD;

4) Conhecer os prazos de apresentação da ECD;

5) Saber quantos arquivos podem integrar uma escrituração,

relacionando arquivo e livro e entendendo os limites e exceções;

6) Compreender o processo de assinatura da ECD e quais

certificados podem ser utilizados.

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TEMÁTICA

A disciplina será dividida em seis aulas e estruturada da seguinte

maneira:

Dia 04 de junho – Fundamentos e conceitos básicos da ECD

Definição

Legislação básica

Regra de obrigatoriedade de entrega da ECD desde sua criação

Prazo para entrega da ECD

Quantidades de arquivos de uma escrituração

Formas de escrituração da ECD (tipos de livros)

Regra de coexistência dos livros da ECD

Multas por falta ou atraso da entrega da ECD

Dia 11 de junho – Funcionalidades do sistema SPED Contábil

As funcionalidades do Programa Validador e Assinador – PVA do

SPED Contábil

As funcionalidade do sistema – o repositório nacional e sua

interação com o PVA

As funcionalidades providas pelo sítio do SPED Contábil

Utilização do ReceitanetBX para efetuar baixa de escriturações

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INTRODUÇÃO

Este guia de estudo I pretende apresentar os fundamentos da

Escrituração Contábil Digital – ECD, definindo-a, chamando a atenção para os

atos legais que provêm recursos fundamentais para entender e trabalhar com a

ECD e destacando pontos essenciais, como a condição de obrigatoriedade de

entrega da ECD (com menção a empresas que, devido a sua natureza jurídica,

não estão enquadradas como obrigadas à entrega), os prazos de entrega da

ECD, a quantidade de arquivos por escrituração, o processo de assinatura da

ECD e os certificados que podem ser utilizados, os tipos de livros da

escrituração digital e as multas por atraso na entrega.

Uma das principais fontes de informação sobre a ECD, talvez mesmo a

principal, é o sítio oficial do SPED. Assim, como será feito frequentemente no

decorrer do curso, serão indicados como leitura complementar “textos oficiais”,

constantes do sítio oficial, como perguntas frequentes ou trechos

especialmente relevantes de legislação. Alguns desses trechos, considerados

fundamentais, são parcialmente transcritos no texto e comentados. Vale a pena

lê-los com atenção. Aqui e ali, aparecem no texto Notas, Notas Técnicas, Notas

Práticas e Exemplos. Essa nomenclatura é praticamente auto-explicativa. As

notas contêm importantes detalhes referentes ao assunto tratado no momento.

As notas técnicas focam em aspectos mais ligados à informática, procurando

conectá-los aos assuntos contábeis tratados. As notas práticas dão importantes

dicas de cunho prático, procurando sanar dúvidas comuns na

operacionalização da ECD e FCONT.

O conhecimento básico sobre a ECD constante neste guia é

essencialmente prático, sendo imprescindível para aqueles que trabalham com

a validação e entrega dos arquivos digitais. Ao mesmo tempo, reflete a

transição dos livros em papel para sua captação em meio digital, evidenciando

questões fundamentais da contabilidade, como quem está obrigado à

assinatura dos livros, as características essenciais dos livros contábeis, o

relacionamento dos livros principais com os auxiliares, e outras.

O QUE É O SPED

O SPED foi instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22.01.2007, onde é

definido como um “instrumento que unifica as atividades de recepção,

validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que

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integram a escrituração comercial e fiscal dos empresários e das sociedades

empresárias, mediante fluxo único, computadorizado, de informações.”.

Em termos legais, o SPED tem origem com a Emenda Constitucional nº

42/2003, que inseriu o inciso XXII ao art. 37 da Constituição Federal,

determinando às administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios que atuem de forma integrada, inclusive com o

compartilhamento de cadastros e de informações fiscais.

A partir desta emenda, começaram a ser aprovados protocolos de

cooperação entre os vários níveis de governo nos encontros nacionais de

administradores tributários – ENAT.

Por exemplo, no 1º Encontro Nacional de Administradores Tributários –

ENAT, realizado em julho de 2004, logo após a publicação da emenda,

aprovaram-se dois protocolos de cooperação técnica nas áreas de

cadastramento (Projeto do Cadastro Sincronizado) e da Nota Fiscal Eletrônica.

O Protocolo ENAT 02/2005 foi assinado durante o evento do II ENAT

com o objetivo de desenvolver o Sistema Público de Escrituração Digital

(SPED).

Logo houve a instituição do SPED pelo Decreto nº 6.022/2007, acima

citado.

O projeto SPED integrou o Programa de Aceleração do Crescimento do

Governo Federal (PAC 2007-2010). O SPED tem como objetivos principais,

segundo a descrição no sítio oficial (<http://www1.receita.fazenda.gov.br>):

promover a integração dos fiscos, mediante a padronização e

compartilhamento das informações contábeis e fiscais, respeitadas as

restrições legais de acesso;

racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os

contribuintes, com o estabelecimento de transmissão única de distintas

obrigações acessórias de diferentes órgãos fiscalizadores; e

tornar mais célere a identificação de ilícitos tributários, com a melhoria

do controle dos processos, a rapidez no acesso às informações e a

fiscalização mais efetiva das operações com o cruzamento de dados e

auditoria eletrônica.

São benefícios advindos da implantação do SPED:

diminuição do consumo de papel, com redução de custos e preservação

do meio ambiente;

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redução de custos com a racionalização e simplificação das obrigações

acessórias;

uniformização das informações que o contribuinte presta aos diversos

entes governamentais;

redução do envolvimento involuntário em práticas fraudulentas;

redução do tempo despendido com a presença de auditores fiscais nas

instalações do contribuinte;

simplificação e agilização dos procedimentos sujeitos ao controle da

administração tributária;

fortalecimento do controle e da fiscalização por meio de intercâmbio de

informações entre as administrações tributárias;

rapidez no acesso às informações;

aumento da produtividade do auditor através da eliminação dos passos

para coleta dos arquivos;

possibilidade de troca de informações entre os próprios contribuintes a

partir de um leiaute padrão;

redução de custos administrativos;

melhoria da qualidade da informação;

possibilidade de cruzamento entre os dados contábeis e os fiscais;

disponibilidade de cópias autênticas e válidas da escrituração para usos

distintos e concomitantes;

redução do "Custo Brasil";

aperfeiçoamento do combate à sonegação.

O SPED é composto dos seguintes sistemas, em diferentes estágios de

implantação:

Escrituração Contábil Digital – ECD ou SPED – Contábil

Controle Fiscal Contábil de Transição – FCONT

Escrituração Fiscal Digital – EFD ou SPED – Fiscal

Escrituração Fiscal Digital – EFD-PIS/COFINS

Nota Fiscal Eletrônica – NF-e – Ambiente Nacional

Nota Fiscal de Serviço Eletrônica – NFS-e

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Conhecimento de Transporte Eletrônico – CT-e

Central de Balanços

e-LALUR

Escrituração Fiscal Digital EFD-Social

Ainda no sítio do SPED, estabelecem-se as premissas do projeto:

Propiciar melhor ambiente de negócios para as empresas no País;

Eliminar a concorrência desleal com o aumento da competitividade entre

as empresas;

O documento oficial é o documento eletrônico com validade jurídica para

todos os fins;

Utilizar a Certificação Digital padrão ICP Brasil;

Promover o compartilhamento de informações;

Criar na legislação comercial e fiscal a figura jurídica da Escrituração

Digital e da Nota Fiscal Eletrônica;

Manutenção da responsabilidade legal pela guarda dos arquivos

eletrônicos da Escrituração Digital pelo contribuinte;

Redução de custos para o contribuinte;

Mínima interferência no ambiente do contribuinte;

Disponibilizar aplicativos para emissão e transmissão da Escrituração

Digital e da NF-e para uso opcional pelo contribuinte.

As premissas acima aplicam-se aos vários módulos do SPED e

sinalizam princípios significativos, como a obrigação do contribuinte de manter

a guarda dos documentos digitais, a disponibilização de aplicativos para a

validação e transmissão dos documentos digitais, o uso do certificado digital

para garantir autenticidade e validade jurídica, a não interferência no ambiente

do contribuinte, e outros. Ao mesmo tempo, já podem ser destacados alguns

objetivos gerais do sistema, como a redução de custos, compartilhamento de

informações, racionalização, e outros.

São usuários do SPED:

a Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda;

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as administrações tributárias dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios, mediante convênio celebrado com a Receita

Federal do Brasil;

os órgãos e as entidades da administração pública federal direta e

indireta que tenham atribuição legal de regulação, normatização,

controle e fiscalização dos empresários e das sociedades

empresárias.

O Protocolo de Cooperação ENAT nº 2/2005 prevê que cabe à Receita

Federal do Brasil - RFB a coordenação do desenvolvimento e implantação do

SPED. Desse modo, o Decreto nº 6.022 veio a determinar que o SPED seja

administrado pela RFB com a participação de representantes indicados pelas

administrações tributárias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e

pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta que

tenham atribuição legal de regulação, normatização, controle e fiscalização dos

empresários e das sociedades empresárias.

A Receita Federal do Brasil - RFB e os órgãos e as entidades da

administração pública federal direta e indireta que tenham atribuição legal de

regulação, normatização, controle e fiscalização dos empresários e das

sociedades empresárias deverão expedir, em suas respectivas áreas de

atuação, normas complementares ao disposto no Decreto nº 6.022/2007.

Por fim, um importante aspecto diz respeito às informações

armazenadas no SPED. Elas deverão ser compartilhadas com seus usuários,

no limite de suas respectivas competências e sem prejuízo da observância à

legislação referente aos sigilos comercial, fiscal e bancário. Desse modo, os

usuários do SPED (RFB, BACEN, e outros) estão limitados pelas imposições

legais no acesso à informação e necessitam celebrar convênio para formalizar

o acesso à informação à qual têm direito legal. Os empresários e as

sociedades empresárias também poderão acessar as informações por eles

transmitidas.

O QUE É O SPED CONTÁBIL

Com base na sua competência de órgão regulador, complementando o

disposto no Decreto nº 6.022/2007, a Receita Federal do Brasil – RFB, por

meio da Instrução Normativa 787, de 19.11.2007, instituiu a Escrituração

Contábil Digital - ECD.

O SPED Contábil é a substituição da escrituração contábil em papel pela

Escrituração Contábil Digital – ECD. A substituição vale para todos os efeitos

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legais. Entregue o livro digital, a impressão da escrituração contábil é opcional

– ou seja, essa é uma obrigação da qual a instituição fica implicitamente isenta.

Os livros digitais da escrituração contábil passam a ter valor legal. A validade

jurídica é assegurada pela assinatura digital com os certificados digitais.

Os livros transmitidos digitalmente correspondem ao livro Diário e seus

auxiliares, ao livro razão e os auxiliares, e aos livros Balancetes Diários,

Balanços e fichas de lançamentos comprobatórias dos assentamentos

realizados nos livros, todos quando existirem. Os Balancetes Diários são

utilizados principalmente por instituições financeiras. Ainda depende de

normatização a captação das fichas de lançamentos.

SAIBA MAIS

Veja ao final deste guia, o anexo I – Legislação Básica, que enumera os principais atos legais referentes à

ECD e chama a atenção para sua utilidade. Uma relação completa da legislação do SPED Contábil pode

ser encontrada no endereço (<http://www1.receita.fazenda.gov.br/sistemas/sped-

contabil/legislacao.htm>). Destaca-se a IN SRF 787/2007. Seu anexo contém uma boa referência para

entender o leiaute do arquivo da escrituração contábil, o Manual de Orientação do Leiaute da

Escrituração Contábil Digital – LECD. Outro ato que se destaca é o ADE COFINS 36/2007 e modificações

posteriores (ADE COFINS 20/2009 e ADE COFINS 29/2010). Seu Anexo I traz as regras de validação

associando-as com registros e campos do leiaute da ECD – LECD. Este anexo contém a referência

fundamental para entender a estrutura do arquivo da escrituração contábil e as regras de validação

pertinentes aos registros (incluindo sua existência) e campos. O Anexo II traz as tabelas de código

utilizadas no sistema, incluindo o Plano Referencial.

QUEM DEVE APRESENTAR A ECD

O art. 3º da Instrução Normativa RFB nº 787, de 19 de novembro de

2007, com a redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 926, de 11 de

março de 2009, dispõe que são obrigadas a adotar a ECD, nos termos do art.

2º do Decreto nº 6.022, de 2007:

“I - em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de

2008, as sociedades empresárias sujeitas a acompanhamento econômico-

tributário diferenciado, nos termos da Portaria RFB nº 11.211, de 7 de

novembro de 2007, e sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base

no Lucro Real;

II - em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de

2009, as demais sociedades empresárias sujeitas à tributação do Imposto

de Renda com base no Lucro Real”.

Ou seja: em 2008 estavam obrigadas à entrega da ECD as sociedades

empresárias tributadas pelo Lucro Real e sujeitas a acompanhamento

diferenciado. De 2009 em diante, apenas aquelas sujeitas ao Lucro Real.

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Os usuários do SPED são “empresários e sociedades empresárias”,

termo que o Decreto 6.022/2007 utiliza em seu art. 2°. O termo não é tão

abrangente como “pessoa jurídica”. A ampliação do escopo do SPED Contábil

implica a modificação do termo “sociedades empresárias” no Decreto. A IN

RFB 926/2009 modificou a IN RFB 787/2007 substituindo o termo “pessoas

jurídicas” por “sociedades empresárias” e consagrando a nomenclatura

empregada no Decreto 6.022/2007. Isso traz consequências em relação à

obrigatoriedade de entrega da ECD.

SAIBA MAIS

Sociedades Simples, entendidas como as sociedades que não têm por objeto o exercício de atividade

própria de empresário sujeito a registro no Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas

Comerciais, nos moldes do art. 982 do Código Civil, Empresários Individuais, nos termos do art. 966 do

Código Civil, antigas firmas individuais, e Cooperativas não estão obrigadas à entrega da ECD, por não

constituírem “sociedades empresárias”.

Qualquer empresa pode, em tese, apresentar a ECD facultativamente

(art. 3° da IN SRF 787/2007 com a alteração da IN SRF 926/2009). No entanto,

para efetuar a entrega da ECD é preciso ter registro na junta comercial e

possuir um NIRE (as sociedades empresárias são registradas nas juntas

comerciais – Registro Público de Empresas Mercantis – e as sociedades

simples no Registro Civil das Pessoas Jurídicas).

PRAZO DE APRESENTAÇÃO DA ECD

O art. 5º da IN RFB nº 787/2007, com alterações subsequentes, define

os prazos de entrega da ECD:

“Art. 5º A ECD será transmitida anualmente ao SPED até o último dia útil

do mês de junho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira a

escrituração.

§ 1º Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou

incorporação, a ECD deverá ser entregue pelas pessoas jurídicas extintas,

cindidas, fusionadas, incorporadas e incorporadoras até o último dia útil do

mês subseqüente ao do evento.

§ 2º O prazo para entrega da ECD será encerrado às 23h59min59s (vinte e

três horas, cinquenta e nove minutos e cinquenta e nove segundos),

horário de Brasília, do dia fixado para entrega da escrituração. (Redação

dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.056, de 13 de julho de 2010).

§ 3º Excepcionalmente, em relação aos fatos contábeis ocorridos entre 1º

de janeiro de 2008 e 31 de maio de 2009, o prazo de que trata o § 1º será

até o último dia útil do mês de junho de 2009. (Redação dada pela

Instrução Normativa RFB nº 926, de 11 de março de 2009).

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§ 4º Excepcionalmente, em relação aos fatos contábeis ocorridos entre 1º

de janeiro de 2009 e 30 de junho de 2010, o prazo de que trata o caput e o

§ 1º será até o dia 30 de julho de 2010. (Incluído pela Instrução Normativa

RFB nº 1.056, de 13 de julho de 2010).

§ 5º A obrigatoriedade de entrega da ECD, na forma prevista no § 1º, não

se aplica à incorporadora, nos casos em que as pessoas jurídicas,

incorporadora e incorporada, estejam sob o mesmo controle societário

desde o ano-calendário anterior ao do evento. (Incluído pela Instrução

Normativa RFB nº 1.139, de 28 de março de 2011).”

Desse modo, a regra básica relativa ao prazo é a entrega dos dados

referentes a determinado ano-calendário até junho do ano subsequente. Nos

casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, a entrega

dos dados relativos ao período desde o início do ano calendário até a data do

evento deve ser realizada até o último dia útil do mês subsequente ao evento.

As duas regras acima podem ocasionar a entrega de duas escriturações

no mesmo ano-calendário. Considere o exemplo a seguir.

EXEMPLO. Uma empresa iniciou atividades em 13/05 no ano 2010.

Ocorreu um evento de cisão parcial em 30/09/2010. Assim, a empresa

prosseguiu as atividades. Duas escriturações devem ser entregues. A primeira

abrangendo o período de 13/05 até 30/09/2010, a data do evento. A segunda

abrangendo o período de 01/10/2010 até o final do ano-calendário, 31/12/2010.

A primeira escrituração segue a regra de prazo das situações especiais e deve

ser entregue até o último dia útil do mês subsequente ao do evento,

31/10/2010. A segunda escrituração segue a regra de prazo das escriturações

normais e deve, assim, ser entregue até 31/06/2011.

As escriturações devem ser feitas em ordem cronológica (conforme o

item 4 do Comunicado Técnico CTG 2001 aprovado pela Resolução CFC

1.299/10). Assim, se ocorreu uma situação especial em abril de 2011, a

escrituração referente ao período de 2011 deve ser entregue até o último dia

útil de maio. No entanto, o prazo da escrituração referente ao ano de 2010 é

junho de 2011, posterior à data da entrega da escrituração da situação especial

de 2011. Nesse caso, atendendo a resolução CFC 1.299/10, as duas

escriturações deveriam ser entregues juntas, no prazo da escrituração de

situação especial (maio). No entanto, note que essa é uma exigência contábil,

não do sistema SPED. Assim, se a empresa entregasse posteriormente a

escrituração de 2010 não haveria consequências relativas a descumprimento

de obrigações acessórias ou principais (multas, acréscimos de impostos etc.).

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Há certa tendência de regulação, por parte da RFB, em igualar o prazo

das escriturações ou declarações de situações especiais ocorridas no início de

um ano com o prazo daquela relativa ao ano-calendário anterior. Por exemplo,

atualmente (maio 2011) a data de entrega da Declaração de Informações

Econômico-fiscais – DIPJ relativa a situações especiais ocorridas nos meses

de janeiro a maio de um ano é igualada à data de entrega da DIPJ relativa ao

ano-calendário anterior ( as duas são entregues até o último dia útil de junho).

As modificações ao art. 5º da Instrução Normativa RFB nº 787/2007

criaram muitas exceções ao prazo normal. Os prazos de entrega são

sumarizados para as situações normais e especiais na seguinte tabela,

transcrita da pergunta 7 do FAQ (perguntas frequentes) da ECD no sítio do

SPED (<http://www1.receita.fazenda.gov.br/faq/sped-contabil.htm>):

PERÍODO DA ESCRITURAÇÃO PRAZO DE ENTREGA

SITUAÇÃO NORMAL:

01.01.2008 A 31.12.2008 30.06.2009

01.01.2009 A 31.12.2009 30.07.2010

01.01.2010 A 31.12.2010 30.06.2011

SITUAÇÃO ESPECIAL (cisão, fusão, incorporação ou extinção) ocorrida entre:

01.01.2008 e 31.12.2008 30.06.2009

01.01.2009 e 31.12.2009 30.07.2010

01.01.2010 e 30.06.2010 30.07.2010

01.07.2010 e [...] Ultimo dia útil do mês seguinte ao do evento

QUANTIDADES DE ARQUIVOS NA ECD E SEUS LIMITES

Um arquivo da ECD é sempre um livro. Um arquivo não pode conter

mais de um livro. A escrituração refere-se a um exercício social, que

normalmente corresponde a um ano-calendário.

Pode ocorrer, e ocorre na maioria dos casos, que a escrituração seja

entregue em apenas um arquivo (livro) anual. Para isso, certas regras relativas

ao tamanho e período dos livros devem ser atendidas. Como regra geral, o livro

é mensal, mas pode conter mais de um mês, desde que o tamanho não

ultrapasse 1 GB. Assim, a escrituração anual pode conter 12 livros ou arquivos,

um referente a cada mês ou, se o tamanho permitir (menor que 1GB), pode

conter os 12 meses do exercício social, ou, ainda, pode ser dividida em vários

arquivos, cada um deles contendo vários meses.

Há outras regras que devem ser atendidas. Todos os meses da

escrituração devem estar contidos em um mesmo ano-calendário. Um mês não

pode ser partido, isto é, não pode haver frações de mês, exceto nos casos das

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situações especiais de cisão, fusão, incorporação ou extinção ou de início de

atividade no decorrer do ano-calendário. Se a escrituração contém mais de um

mês, não pode haver descontinuidades (por exemplo, em uma escrituração de

janeiro a agosto, não informar o mês de abril).

No entanto há outros casos em que uma escrituração pode compreender

vários arquivos, casos estes que não se relacionam ao limite do tamanho do

arquivo. Um deles é relativo à escrituração resumida e os livros auxiliares. No

caso, a escrituração pode conter muitos livros: o principal ou resumido, e uma

quantidade indefinida de livros auxiliares.

Os períodos da escrituração do livro principal (Diário ou Livro de

Balancetes Diários e Balanços) e os auxiliares (Diário Auxiliar e/ou Razão

Auxiliar) devem coincidir. Assim, suponha que uma escrituração contenha um

livro principal e dois livros auxiliares. Por causa do tamanho, o livro principal é

fracionado em 3 livros, cada um compreendendo quatro meses. Sendo assim,

cada um dos dois livros auxiliares também deve ser particionado em 3 livros,

cada qual compreendendo os mesmos 4 meses do livro principal. Se o livro

principal é fracionado em 12 meses, o mesmo deve ocorrer com cada um dos

livros auxiliares.

No caso de uma escrituração de situação especial, ou no caso da

escrituração correspondente ao restante do período (desde a data posterior ao

evento especial até o fim do ano-calendário), pode haver fração de mês (isto é,

um mês “partido”). Veja o exemplo da seção Prazo de apresentação da ECD.

TIPOS DE LIVROS DA ECD

No SPED Contábil, existem os seguintes tipos de livros ou formas de

escrituração:

G - Diário Geral;

R - Diário com Escrituração Resumida (vinculado a livro auxiliar);

A - Diário Auxiliar;

Z - Razão Auxiliar; e

B - Livro de Balancetes Diários e Balanços.

Nessa seção, utiliza-se o termo “livro” ou “escrituração” como sinônimos,

assim como “tipo de livro” ou “forma de escrituração”. Isso porque o sítio oficial,

ao discorrer sobre as formas de escrituração nas perguntas frequentes, faz o

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mesmo. No entanto, uma escrituração engloba os livros principais e auxiliares,

ou as “escriturações” principais e as auxiliares A, por exemplo.

A escrituração G, Diário Geral, não pode conviver com nenhuma outra

no mesmo período. Como regra geral, as escriturações principais (G, R ou B)

não podem coexistir em um mesmo período. Adicionalmente, a escrituração G

não possui livros auxiliares (A ou Z), não podendo, assim, conviver com esses

tipos de escrituração.

As formas de escrituração decorrem de disposições do Código Civil. A

escrituração G tem por base os arts. 1.180 e 1.1.83 do Código Civil, abaixo

transcritos:

“Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o

Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração

mecanizada ou eletrônica.

Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais

e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem

intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou

transportes para as margens”.

O Código Civil prevê outros tipos de escrituração. Pode haver utilização

da escrituração resumida R, e as escriturações auxiliares A e Z, como disposto

no art. 1.184 do Código Civil:

“Art.1.184. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e

caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou

reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa.

§ 1º. Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não

excedam o período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações

sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde

que utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para registro

individualizado, e conservados os documentos que permitam a sua perfeita

verificação.”

A escrituração resumida R contém contas contábeis que são detalhadas

nos livros auxiliares A ou Z. Algumas dessas contas típicas são Fornecedores,

Clientes e inventários. Seguindo a regra geral, a escrituração R, como

escrituração principal, não pode conviver com outra escrituração principal (G ou

B), mas deve ser necessariamente acompanhada de escriturações auxiliares, A

ou Z.

O livro auxiliar Z é utilizado quando o leiaute do livro A não se mostrar

adequado, em relação ao formato e conteúdo, para a apresentação das

informações. É um tipo de tabela em que o usuário define as colunas e seus

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conteúdos. A escrituração Z é, assim, um livro contábil auxiliar com o leiaute

definido pelo titular da escrituração. Ela pode coexistir com a escrituração

auxiliar A, com a escrituração resumida R e com o Livro de Balancetes Diários

e Balanços, B.

A escrituração B encontra sua base legal no art. 1.185 do Código Civil:

"Art. 1.185. O empresário ou sociedade empresária que adotar o sistema

de fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo livro

Balancetes Diários e Balanços, observadas as mesmas formalidades

extrínsecas exigidas para aquele."

Como sua utilização foi regulamentada somente pelo Banco Central, o

livro B é utilizado basicamente pelas instituições financeiras, embora possa ser

utilizado por outras sociedades empresárias. Entretanto, não há nada na

legislação que obste a utilização da escrituração B por outras instituições. De

maneira semelhante, não há nenhum empecilho legal à utilização da

escrituração B como livro principal, juntamente com os livros A e Z.

Uma questão habitual diz respeito à existência dos livros diário e razão

na ECD. Para o SPED, eles são um único livro. O Programa Validador e

Assinador (PVA) do SPED Contábil permite a visualização dos lançamentos

contábeis no formato diário e razão.

ASSINATURA DIGITAL DA ECD

O processo de assinatura eletrônica garante a validade jurídica da

escrituração contábil. Isso porque torna possível a verificação de autoria e

autenticidade – quem assinou o documento é quem alega ser – e integridade –

o PVA só permite a assinatura em um momento em que há certeza de que

certas regras de integridades físicas e lógicas são atendidas.

O certificado para a assinatura digital deve ter sido emitido pela

Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.

A MP 2200-2 instituiu a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira -

ICP-Brasil para garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de

documentos em forma eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações

habilitadas que utilizem certificados digitais, bem como a realização de

transações eletrônicas seguras, viabilizando o uso do documento eletrônico.

Nos termos de seu artigo 10, §1º:

"Art. 10. Consideram-se documentos públicos ou particulares, para todos

os fins legais, os documentos eletrônicos de que trata esta Medida

Provisória.

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§ 1º As declarações constantes dos documentos em forma eletrônica

produzidos com a utilização de processo de certificação disponibilizado

pela ICP-Brasil presumem-se verdadeiros em relação aos signatários (...)."

A pergunta 13 do FAQ do SPED Contábil no Sítio Oficial traz

informações básicas sobre os requisitos da assinatura digital.

Duas pessoas, no mínimo, devem assinar a escrituração contábil: a

pessoa que, conforme os documentos arquivados na Junta Comercial, tiver

poderes para tal ato, e um contabilista.

Não há limites para o número de representantes legais registrados na

junta e contabilistas assinantes da escrituração.

O PVA do SPED Contábil só permite que o contabilista (ou contabilistas)

assine(m) após a assinatura de todos os representantes da empresa listados

no registro J930.

Devem ser utilizados somente certificados digitais e-PF ou e-CPF.

Certificados de pessoa jurídica (e-CNPJ ou e-PJ) não podem ser utilizados.

A Instrução Normativa DNRC Nº 107/2008 dispõe sobre procedimentos

para a validade e eficácia dos instrumentos de escrituração dos empresários,

sociedades empresárias, e outras entidades. O § 5º do seu art. 10 esclarece

qual certificado deve ser utilizado para a assinatura da ECD:

“§ 5º Em se tratando de livro digital, esse deve ser assinado por

contabilista legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade

empresária, conforme LECD, com certificado digital, de segurança mínima

tipo A3, emitido por entidade credenciada pela Infra-estrutura de Chaves

Públicas Brasileira (ICP-Brasil), antes de ser submetido à autenticação

pelas Juntas Comerciais”.

A segurança mínima A3 significa que há uma mídia externa ou hardware

criptográfico, um cartão inteligente ou token, que é capaz de gerar uma chave.

Apenas o detentor de uma senha pode utilizar a chave privada. Informações

não podem ser copiadas ou reproduzidas do cartão ou token. Certificados tipo

A1 são arquivos armazenados no computador, protegidos por uma senha de

acesso, que permite acessar, mover e copiar a chave privada associada. Eles

são menos seguros que o A3, portanto.

SAIBA MAIS

Uma boa descrição dos certificados digitais utilizados no Brasil, incluindo os e-CPF e e-CNPJ instituídos

pela Receita Federal do Brasil, pode ser encontrada na Web no endereço <

http://informatica.hsw.uol.com.br/certificado-digital4.htm>.

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A ECD pode ser assinada por procuração, mas ela deve ser arquivada

na Junta Comercial, já que o SPED Contábil não efetua qualquer conferência

da assinatura ou dos procuradores. Esta verificação é feita somente pela Junta

Comercial quando da autenticação da escrituração. Desse modo, a procuração

eletrônica da Receita Federal do Brasil no e-CAC não pode ser utilizada.

MULTAS E PENALIDADES

A base legal para a multa por atraso da ECD é o inciso I do art. 57 da

Medida Provisória 2.158-33/01, abaixo transcrito:

“Art. 57. O descumprimento das obrigações acessórias exigidas nos

termos do art. 16 da Lei nº 9.779, de 1999, acarretará a aplicação das

seguintes penalidades:

I - R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês-calendário, relativamente às

pessoas jurídicas que deixarem de fornecer, nos prazos estabelecidos, as

informações ou esclarecimentos solicitados;

....”

O art. 10 da IN SRF n 787/2007 dispõe:

“Art. 10. A não apresentação da ECD no prazo fixado no art. 5º acarretará

a aplicação de multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês-

calendário ou fração.”.

Assim, a legislação prevê multa de R$ 5.000,00, por mês ou fração de

atraso.

EXEMPLO. Se o prazo termina no dia 30/06 e o livro for entregue no dia 05/07,

a multa é de R$ 5.000,00. O valor é mantido até o último dia do julho. Iniciado o

mês de agosto, a multa passa para R$ 10.000,00. E, assim, sucessivamente.

Esse é o significado de “fração de mês“.

A resposta 32 das Perguntas Frequentes da ECD esclarece que a

notificação não é automática, como ocorre no caso do FCONT. Ou seja, o

contribuinte deve aguardar a emissão notificação pela Receita Federal. Existe

possibilidade legal de redução do valor, nos casos de pagamento dentro do

prazo previsto na notificação.

AS FUNÇÕES DO PROGRAMA VALIDADOR E ASSINADOR – PVA E DO SISTEMA

SPED CONTÁBIL

Esta seção explica as funcionalidades do sistema SPED Contábil e as

do PVA – Programa Validador e Assinador do SPED Contábil.

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A figura abaixo ilustra as funcionalidades do SPED Contábil. O ambiente

do contribuinte (à esquerda) e o repositório do sistema (à direita) estão

claramente separados.

Fonte: Receita Federal do Brasil.

O fluxo de trabalho da entrega da ECD pode ser resumidamente descrito

pelas seguintes fases:

1. Validação – A empresa gera um arquivo texto contendo a

escrituração, conforme o leiaute estabelecido por ato legal do

sistema SPED, a partir das informações em seus bancos de dados

(veja o topo do bloco à esquerda da figura). O PVA da ECD valida

este arquivo, assegurando o cumprimento de condições mínimas de

integridade e consistência.

2. Visualização da escrituração – A qualquer momento após a validação

da escrituração, é possível visualizá-la. Recomenda-se examinar o

Diário e as outras informações fornecidas logo depois da validação e

antes da assinatura. Entre as informações possíveis de serem

visualizadas constam: livros Razão, as Demonstrações Contábeis, o

Plano de Contas Contábeis, os Termos de Abertura, Encerramento,

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ou outros, o Recibo de Transmissão e o Requerimento de

Autenticação ou Substituição de Livro.

3. Assinatura – A escrituração deve ser assinada por meio de

certificado digital. Duas pessoas, no mínimo, devem assinar a

escrituração contábil: a pessoa que, conforme os documentos

arquivados na Junta Comercial, tiver poderes para tal ato

(representante legal da sociedade empresária), e um contabilista.

Não há limites para o número de representantes legais registrados na

junta e contabilistas assinantes da escrituração. O certificado para a

assinatura digital deve ter sido emitido pela Infraestrutura de Chaves

Públicas Brasileira – ICP-Brasil (veja a seção anterior Assinatura

Digital da ECD para os detalhes).

4. Requisição de autenticar ou substituir a escrituração – Após a

assinatura, torna-se disponível a função de gerenciar o requerimento.

Poder ser preparado e assinado o Requerimento de Autenticação ou

o Requerimento de Substituição de Livro Digital. Um desses

requerimentos é necessariamente transmitido ao repositório do

SPED junto com a escrituração, dependendo da situação: entrega da

escrituração original (Requerimento de Autenticação) ou sua

retificação (Requerimento de Substituição).

5. Transmissão da escrituração: O PVA envia a escrituração validada e

assinada ao repositório SPED. Logo após a transmissão, pode-se

visualizar e imprimir o recibo.

6. Consultar situação da escrituração na base – Tendo a escrituração

sido enviada ao repositório SPED, pode-se obter seu estado em

qualquer momento utilizando-se o PVA. Escolhe-se uma escrituração

dentro do programa e é verificada sua situação no repositório

nacional. Pode ser que a escrituração não tenha sido transmitida (foi

apenas validada no PVA). Ou pode ser que a escrituração, por não

atender a alguma condição formal, tenha sido colocada em exigência

pela junta. Nesse caso, o PVA baixa o Termo de Exigência, que pode

ser visualizado pelo usuário. Eventualmente, a escrituração pode ter

sido autenticada. O PVA, então, informa a situação e baixa o Termo

de Autenticação.

7. Autenticação da escrituração pela Junta Comercial – Como etapa

final, espera-se que a escrituração seja autenticada pela Junta

Comercial e que seja emitido o Termo de Autenticação Digital. Pode

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ser que a autenticação seja indeferida. Nesse caso, a sociedade

empresária deve enviar uma nova escrituração. É comum que a

Junta Comercial exija modificações formais na escrituração (muito

comumente, em relação à competência dos assinantes ou à

sequência correta de numeração dos livros). Nesse caso, a Junta

coloca a escrituração em exigência. As modificações que devem ser

feitas constam no Termo de Exigência. Notificada da exigência (ao

consultar a situação da escrituração), a empresa deve providenciar,

quando for o caso, sua substituição, sanando a irregularidade, ou

fazê-lo sem substituir a escrituração, quando isso for possível (por

exemplo, comprovando o efetivo pagamento da taxa requerida pela

Junta para efetuar a autenticação).

Estritamente falando, o PVA da ECD não importa uma escrituração, mas

a valida e mantém uma referência à pasta onde está localizada a escrituração

(não é feita uma cópia da escrituração em banco de dado interno ao PVA). Isso

significa que em qualquer operação subsequente à validação o PVA vai

procurar a escrituração na pasta onde estava quando da validação. Haverá um

erro se a escrituração não se encontrar nessa pasta (por exemplo, a pasta foi

apagada ou encontra-se em uma localização na rede não mais acessível). A

pergunta 33 do FAQ do SPED Contábil explica a situação da seguinte forma,

efetuando importantes recomendações:

“Algumas vezes, o programa do Sped Contábil avisa que a escrituração foi

alterada ou não pode ser localizada na pasta original.

Isso ocorre porque o programa do Sped Contábil "memoriza" a pasta na

qual a escrituração está gravada. Esta pasta foi indicada quando se

efetuou a validação.

OBS. Pode-se verificar que pasta é esta, visualizando a escrituração e

procurando o campo "Localização do Arquivo" nos "Dados Escrituração".

Usualmente, o programa do Sped Contábil, ao efetuar alguma operação

sobre a escrituração, procura-a nesta pasta.

Se a escrituração não está mais acessível (por exemplo, foi removida da

pasta, teve o nome trocado, ou a pasta foi mudada de posição), ou foi

alterada ou corrompida (editada, por exemplo), o programa do Sped

Contábil emite uma mensagem de erro.

O que fazer então?

Pode-se tentar:

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A. Consertar a situação, isto é, restaurar a pasta com a escrituração

original. Isso é fácil de fazer se a pasta foi movida para outro lugar ou teve

o nome alterado. Se a escrituração transmitida foi editada, isso não é

possível; ou:

B. Restaurar uma cópia de segurança previamente feita. É recomendável

efetuar uma cópia de segurança da escrituração após o envio. Ou:

C. Utilizar o aplicativo ReceitanetBX para fazer o download da

escrituração.

Enquanto o livro estiver no ambiente do Sped, o contribuinte poderá fazer

o download.

Para baixar o arquivo, é exigido certificado digital (A1 ou A3) da pessoa

jurídica, do representante legal ou do procurador (procuração eletrônica da

Receita Federal do Brasil, serviço do e-CAC).

.....”.

O recibo é gravado na pasta da escrituração (assim como o Termo de

Exigência ou o Termo de Autenticação). Os termos podem ser recuperados

(consultando a situação da escrituração ou baixando-a do repositório SPED,

como será mostrado adiante). No entanto, o recibo não pode ser recuperado

(embora a informação de que a escrituração encontra-se no repositório SPED

possa ser facilmente obtida). É importante que a empresa efetue uma cópia de

segurança da escrituração e, especialmente, do recibo.

Continuemos então a descrever e detalhar as funcionalidades do SPED

Contábil, resumidas nos sete passos anteriores. Note que, na parte esquerda

da figura, mais abaixo, há várias funcionalidades disponíveis ao usuário como

“Consultar”, “Obter Autenticação”, “Download”, ou “Consultar acessos”. Na

ilustração é possível ver que essas funcionalidades operam através da Internet

(inclusive a própria transmissão da escrituração). Assim, a comunicação com o

sistema SPED é realizada através da Internet (claro, adotando-se todos os

procedimentos de segurança, como criptografia). Algumas funcionalidades são

acessadas por meio do PVA da ECD (como Consultar Situação), outras no sítio

SPED.

A funcionalidade de download das escriturações é provida por outro

aplicativo, o ReceitanetBX, disponível gratuitamente no sítio do SPED. Por

meio de um certificado digital, que assina digitalmente o pedido de baixa da

escrituração, o responsável legal ou procurador da sociedade empresária pode

baixar a ECD, o FCONT ou Dados Agregados (sobre os dados agregados, ver

adiante). Se, por algum motivo, a sociedade empresária perdeu o livro digital,

ele pode ser baixado no ReceitanetBX e validado (importado) no PVA da ECD.

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SAIBA MAIS

Há um passo a passo que explica como baixar uma escrituração contábil e importá-la no Programa

Validador e Assinador da ECD nas Perguntas Frequentes (FAQ) do SPED Contábil –pergunta 33 em <

http://www1.receita.fazenda.gov.br/faq/sped-contabil.htm>, abaixo transcrito:

Roteiro para baixar a escrituração contábil utilizando o ReceitanetBX e importá-la no PVA Contábil

1. Instale o aplicativo ReceitanetBX no computador. O instalador do ReceitanetBX pode ser baixado do

site do Sped Contábil, na área de download. OBS. Escolha o perfil correto, Contribuinte, Procurador ou

Representante Legal. Em caso de procuração, garanta que a autorização de efetuar o download de ECD

esteja marcada no e-CAC.

2. Qualquer termo (de Autenticação, Indeferimento ou Exigência) lavrado pela junta comercial também

será baixado no mesmo ato. O termo será gravado automaticamente junto com a escrituração.

OBS. O ReceitanetBX grava os termos e a escrituração na pasta que pode ser verificada no menu

Ferramentas/Opções, campo "Salvar os arquivos em". Essa pasta pode ser trocada.

3. Após o download, importe (valide) o livro digital no PVA Contábil utilizando a funcionalidade

Arquivo/Escrituração Contábil/Validar Escrituração Contábil. Como o livro já foi assinado, o programa

pergunta se existe termo de autenticação. A indicação do termo de autenticação torna a validação mais

rápida.

A partir deste momento, pode-se, no programa do Sped Contábil, Visualizar e Imprimir a escrituração,

inclusive os termos, e, manter-se informado sobre o estado da escrituração, utilizando Consulta

Situação.”.

Outras funcionalidades estão disponíveis no sítio SPED. Uma delas é

“Consultar Acessos”, que, conforme a descrição oficial da função, permite “à

empresa, utilizando consulta disponível no Centro Virtual de Atendimento ao

Contribuinte - e-CAC da Receita Federal, verificar quais membros do SPED

acessaram sua escrituração contábil digital. A consulta é feita com utilização de

certificado digital da empresa, seu representante legal ou de seu procurador.”

Uma função criada recentemente no sítio SPED é “Consulta Situação de

Escrituração Contábil”. O usuário informa o hash da escrituração ou aponta um

documento que identifique a escrituração contábil (como Arquivo de Recibo,

Termo de Autenticação, Termo de Notificação, ou Arquivo de Dados

Agregados), e o sítio informa a situação da escrituração contábil.

No topo da parte direita da figura é ilustrado o repositório nacional do

SPED Contábil e suas funcionalidades. Basicamente, o repositório recebe as

escriturações contábeis e as mantêm armazenadas. O repositório comunica-se

com o PVA, o ReceitanetBX e o sítio SPED para fornecer os termos e as

situações da escrituração, e permitir que ela seja baixada. O repositório

também interage com a Junta Comercial (parte de baixo da figura) para enviar

o resumo da escrituração e receber termos de Autenticação e Exigência.

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A Junta Comercial recebe o resumo da escrituração, confere o

pagamento da taxa de autenticação e verifica as exigências formais da

escrituração, analisando o livro digital e o requerimento emitido pelo usuário. A

junta pode exigir correções (por meio de um Termo de Exigência) ou autenticar

a escrituração (emitindo um Termo de Autenticação). Esses termos e a

situação da escrituração são fornecidos pela junta comercial ao repositório

nacional, que faz a interface com o usuário.

Finalmente, como ilustrado na parte de baixo à direita da figura, diversas

entidades que têm direito legal de acesso às escriturações podem, mediante

um convênio SPED, acessar o repositório nacional através da Internet ou de

intranets ou extranets.

DADOS AGREGADOS

O PVA do SPED Contábil possibilita ainda a importação, visualização e

exclusão de Dados Agregados. Os Dados Agregados são um conjunto de

informações relativas a um livro digital, não protegido por sigilo fiscal (como o é

a escrituração completa, especialmente os lançamentos). Dados Agregados

contêm basicamente um balancete gerado a partir de contas sintéticas de alto

nível, e as Demonstrações Contábeis – Balanço Contábil, Demonstração do

Resultado do Exercício e outras informações (outras demonstrações contábeis,

pareceres, relatórios etc., informações estas contidas no registro J800 da ECD,

conforme detalhado adiante).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CLETO, Nivaldo; OLIVEIRA, Fabio Rodrigues de e TONELLI, Márcio Felicori. Manual de Autenticação dos Livros Digitais. SPED Contábil. Escrituração Contábil Digital - ECD. 2ª Edição. Atualizado até 20 de maio de 2011. Página Internet: http://www.jucemg.mg.gov.br/arquivos/ManualAutenticacaoLivrosDigitais.pdf

DUARTE, Roberto Dias. Big Brother Fiscal II: O Brasil na Era do Conhecimento: como a certificação digital, SPED e NF-e estão transformando a Gestão Empresarial no Brasil. Ideas@work: 2009. Página Internet: http://www.robertodiasduarte.com.br/files/bbf3-v1.01s.pdf

RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Sítio SPED. Página Internet: http://www1.receita.fazenda.gov.br/

RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Manual de Orientação do Leiaute da Escrituração Contábil Digital – LECD. Publicado pela IN RFB nº 787/ 2007 e alterações.

RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Manual de Orientação do Leiaute da Escrituração Fiscal Digital - EFD. Publicado pelo Ato COTEPE/ICMS 09/08 e alterações.

RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Guia Prático Da Escrituração Fiscal Digital – EFD. Página Internet:

http://www1.receita.fazenda.gov.br/sistemas/sped-fiscal/download/GUIA_ PRATICO_EFD_Versao_2_0_7.pdf.

RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Manual de Emissão da NF-e em contingência. Publicado pelo Ato COTEPE ICMS 14/09.

RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Manual de Integração da Nota Fiscal Eletrônica - NF-e, versão 4.01. Publicado pelo Ato COTEPE 49/09 e alterações.

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ANEXO 1

LEGISLAÇÃO BÁSICA

A legislação básica do SPED Contábil tem como principais atos:

Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007 – Ato instituidor do Sistema

Público de Escrituração Digital - SPED.

Departamento Nacional do Registro de Comércio

Instrução Normativa nº 107, de 23 de maio de 2008 – Dispõe sobre a

autenticação de instrumentos de escrituração dos empresários,

sociedades empresárias, leiloeiros e tradutores públicos e intérpretes

comerciais.

Conselho Federal de Contabilidade

Resolução n° 1.299/10 – Aprova o Comunicado Técnico CT 04 que

define as formalidades da escrituração contábil em forma digital para fins

de atendimento ao Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).

Resolução n° 1.020/05 – Aprova a NBC T 2.8 – Das Formalidades da

Escrituração Contábil em Forma Eletrônica.

Receita Federal

Instrução Normativa RFB nº 787, de 19 de novembro de 2007.(com as

alterações da IN RFB 825/08 e da IN RFB 926/09). Institui a

Escrituração Contábil Digital (para fins fiscais e previdenciários).

Instrução Normativa RFB nº 926, de 11 de março de 2009 – Altera os

arts. 2º, 3º, 5º , 6º e 7º da Instrução Normativa RFB nº 787/2007. Seu

anexo mostra as alterações no leiaute do arquivo. Deve ser lido junto

com o anexo da IN RFB nº 787/2007.

Ato Declaratório Executivo Cofins nº 36, de 18 de dezembro de 2007 –

Dispõe sobre as regras de validação e as tabelas de códigos aplicáveis

à Escrituração Contábil Digital.

Ato Declaratório Executivo Cofins nº 20, de 28/05/2009 – Dispõe sobre

as regras de validação e as tabelas de códigos aplicáveis à Escrituração

Contábil Digital. Alterado pelo Ato Declaratório Executivo Cofins nº 29,

de 9 de junho de 2010. Seus dois anexos alteram os anexos do ADE

COFINS nº 36, de 18 de dezembro de 2007.

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Ato Declaratório Executivo Cofins nº 29, de 09 de junho de 2010 – Altera

o anexo II do Ato Declaratório Cofins nº 20, de 28 de maio de 2009.