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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO José David de Araújo Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento Estratégico: aplicação no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo São Paulo 2012

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Page 1: Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento ... · Plano Estratégico Institucional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo pode levar os serviços prestados a outro

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

José David de Araújo

Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento Estratégico:

aplicação no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo

São Paulo

2012

Page 2: Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento ... · Plano Estratégico Institucional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo pode levar os serviços prestados a outro

José David de Araújo

Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento Estratégico: a aplicação no

Tribunal de Contas do Estado de São Paulo

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Programa de Pós-

Graduação em Gestão de Políticas

Públicas da Escola de Artes, Ciências e

Humanidades da Universidade de São

Paulo, para a obtenção do Certificado de

Pós-Graduação Lato Sensu.

Orientador Prof. Dr. José Carlos Vaz

São Paulo

2012

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Nome: ARAUJO, José David

Título: Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento Estratégico: a

aplicação no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Programa de Pós-

Graduação em Gestão de Políticas

Públicas da Escola de Artes, Ciências e

Humanidades da Universidade de São

Paulo, para a obtenção do Certificado de

Pós-Graduação Lato Sensu.

Aprovado em:

Banca Examinadora:

Prof(a) Dr(a) ______________________________ Instituição ________________

Julgamento _______________________________ Assinatura _______________

Prof(a) Dr(a) ______________________________ Instituição ________________

Julgamento _______________________________ Assinatura _______________

Prof(a) Dr(a) ______________________________ Instituição ________________

Julgamento _______________________________ Assinatura _______________

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Ocorre aqui como no caso do tuberculoso, segundo os

médicos: no princípio é fácil a cura e difícil o

diagnóstico, mas com o decorrer do tempo, se a

enfermidade não foi conhecida nem tratada, torna-se

fácil o diagnóstico e difícil a cura. Assim também

ocorre nos assuntos do Estado porque, conhecendo com

antecedência os males que o atingem (o que não é dado

senão a um homem prudente), a cura é rápida; mas

quando, por não se os tiver conhecido logo, vêm eles a

crescer de modo a se tornarem do conhecimento de

todos, não mais existe remédio.

(extraído do Capítulo III de O Príncipe, de Maquiavel)

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Resumo

Este Trabalho de Conclusão de Curso trata de dois tipos de modelos de

maturidade: o primeiro, aplicado à Tecnologia de Informação (TI) e o segundo, ao

Alinhamento Estratégico de uma empresa e sua área de TI. Com isso, visa identificar

modos e oportunidades para aperfeiçoar o esforço do Tribunal de Contas do Estado de

São Paulo (TCESP) – e, por extensão, de outros órgãos da administração pública – para

dar melhor retorno à sociedade dos recursos por ela disponibilizados, cumprindo assim

sua missão e sua visão.

Abstract

The present study discusses two types of maturity models. The first is applied to

Information Technology (IT), and the second, to the Strategic Alignment of a company

and its IT area.

Its purpose is to identify ways and opportunities to improve the efforts of the

Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) – and, consequently, of other

public administration organizations – in order to give society a better return of the

resources it provides, thus fulfilling its mission and vision.

Palavras chave: Maturidade, Alinhamento Estratégico, Tecnologia da

Informação, TCESP.

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Índice de Quadros

Quadro 1 - Histórico da TI no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (1989-2011). ......................... 21

Quadro 2 - Indicadores do Modelo de Nolan (1979). ................................................................................. 29

Quadro 3 - Indicadores de Estágios de Crescimento para o modelo de (Mutsaers, Zee e Giertz 1997).. ... 32

Quadro 4 - Características dos estágios do Modelo de Maturidade de (Galliers e Sutherland 1991). ........ 34

Quadro 5 - Modelos de Alinhamento Estratégico (AE) e suas principais características. .......................... 40

Quadro 6 - Variáveis do Modelo de Leavitt. .............................................................................................. 41

Quadro 7 - Mudanças possíveis estabelecidas no modelo de Rockart e Scott Morton.. ............................. 41

Quadro 8 - Níveis do modelo de maturidade de Luftman (2003). .............................................................. 42

Quadro 9 - Síntese dos Conceitos e Importância do Alinhamento em TI. .................................................. 45

Quadro 10 - Questionário do MED-TI. ...................................................................................................... 51

Quadro 11 - Mapa Estratégico do TCESP para o quinquênio 2011-2015. ................................................. 56

Quadro 12 - Mapa Estratégico do TCESP para o quinquênio 2011-2015. ................................................. 57

Quadro 13 - Indicadores listados no PETI. ................................................................................................. 65

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Índice de Figuras

Figura 1- Organograma do TCESP. ........................................................................................................... 19

Figura 2 - Organograma parcial do TCESP, com detalhes para o DTI. ..................................................... 20

Figura 3 - Os modelos de administração pública como níveis de maturidade ............................................ 26

Figura 4 - Modelo de Maturidade de 4 estágios de Nolan (1973) .............................................................. 27

Figura 5 - Modelo de 6 estágios de Nolan (1979). ..................................................................................... 28

Figura 6 - Relações entre as variáveis do modelo de Leavitt. .................................................................... 41

Figura 7 – Relações entre as variáveis no modelo de Rockard e Scott Morton. ......................................... 42

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Índice de Gráficos

Gráfico 1 - Crescimento do uso da Internet no Brasil. ............................................................................... 14

Gráfico 2 - Evolução da posição do número de hosts no Brasil em relação ao mundo. ............................. 15

Gráfico 3 - Satisfação com os serviços do Governo. .................................................................................. 15

Gráfico 4 - Pesquisa sobre o uso das TICs no Brasil. ................................................................................. 16

Gráfico 5 - Confiança da população nos sites governamentais e na Internet.............................................. 17

Gráfico 7 - Modelo de 3 eras (Mutsaers, Zee e Giertz 1997). .................................................................... 31

Gráfico 8 - Percepção da evolução de TI no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Detalhes. ........ 52

Gráfico 9 - Percepção da evolução de TI no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Agrupados. .... 53

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1. INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

A Tecnologia da Informação (TI) tem se mostrado cada vez mais presente e

necessária em quase todas as áreas da vida em sociedade. A rapidez de transmissão de

informação tem revolucionado — ainda que o termo revolucionar seja exageradamente

usado — todos os relacionamentos da sociedade, inclusive aqueles feitos entre cidadão

e entidades públicas. Assim, a TI se afirma como importante instrumento para que

qualquer organização atinja metas e objetivos planejados.

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) tem investido

pesadamente em TI, como se denota a partir dos vários sistemas — Audesp, Portal do

Cidadão e outros — implantados nos últimos anos, assim como com a modernização da

infraestrutura e aumento de recursos humanos empregados com este intuito — p. ex., a

criação do Departamento de Tecnologia da Informação (DTI), a criação de carreiras

específicas para esse Departamento e o crescimento dos recursos ligados diretamente às

atividades de TI. Também é considerável o esforço do Departamento em criar um Plano

Estratégico de Tecnologia da Informação, que, em esforço para alinhamento com o

Plano Estratégico Institucional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo pode

levar os serviços prestados a outro âmbito, observando os mesmos preceitos da

administração pública — eficiência, eficácia, efetividade, transparência e planejamento,

entre os principais — aliados a características da TI — padronização, inovação,

disponibilidade, segurança, rapidez e método.

Modelos de Maturidade podem ser utilizados para refletir o nível de adaptação

de uma organização às suas necessidades e à realidade externa, através da compreensão

de que existem estágios no ciclo de vida de qualquer ente. A percepção dos estágios de

maturidade, quando adequadamente estudados e analisados, pode contribuir de maneira

decisiva para a evolução da organização — seja de forma parcial ou como um todo.

Como são modelos, e não regras absolutas, há variações nos estágios e

dependem das organizações a serem estudadas. Compreender tal conceito pode em

muito auxiliar o planejamento dos próximos passos a serem dados por qualquer

organização, no sentido de controlar e direcionar a evolução da entidade para que a

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mesma se aperfeiçoe em sua eficiência e eficácia (ou mantenha essas características

através das crises) e obtenha resultados efetivos maximizados através de seu esforço.

Também não se considera aqui o termo Maturidade como excelência, mas

apenas como um fator natural na existência destas mesmas organizações. Desta forma,

não cabe aqui julgar esforços ou padrões, mas apenas indicar a oportunidade do

estabelecimento de uma pesquisa para melhor entendimento do momentum.

1.2 OBJETIVOS

Como objetivo específico, este estudo pretende mostrar a importância da

aplicação de modelos de maturidade como ferramenta de planejamento para o Tribunal

de Contas do Estado de São Paulo.

Também é objetivo a proposição de esforços para que o alinhamento entre os

planejamentos estratégicos possa ser mensurado em sua maturidade. Ao final do estudo,

apresentam-se conclusões sobre os mesmos, assim como propostas para a melhoria das

atividades.

1.3 METODOLOGIA

São aqui brevemente elencados alguns dos modelos mais conhecidos para

análise da maturidade de uma organização em relação a TI. Também elenca modelos de

maturidade específicos para o estudo do alinhamento estratégico entre uma organização

e sua área específica de TI.

Este estudo foi feito com base na análise da bibliografia, conforme indicada nas

páginas finais, e na leitura e análise dos planejamentos estratégicos do Tribunal de

Contas do Estado de São Paulo (TCESP) e de seu Departamento de Tecnologia de

Informação (DTI), assim como na experiência pessoal do autor em vinte anos de

trabalho em TI, sendo oito no na organização. Também foram fatores determinantes

entrevistas informais, consultas e a participação do autor na equipe do Planejamento

Estratégico de Tecnologia da Informação.

A segunda seção deste estudo traz um relato resumido da crise do modelo

burocrático e do uso da TI no Brasil a partir dos anos 1980. A terceira seção trata do uso

de TI no TCESP. A quarta seção se refere aos principais modelos de Maturidade de

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Tecnologia da Informação, com ênfase na evolução do modelo de Nolan. A quinta

seção apresenta alguns dos modelos de Maturidade específicos para Alinhamento entre

as estratégias Institucional e de TI. A sexta seção traz um resumo do planejamento

estratégico do TCESP e do seu DTI. A sétima parte trata do que pode ser feito para

aperfeiçoar os esforços. A oitava parte traz conclusões e propostas.

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2. A CRISE DO MODELO BUROCRÁTICO NA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA E O USO DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO

Os efeitos da crise do modelo burocrático da administração pública brasileira,

agravada a partir da década de 1980, revelaram e aprofundaram a necessidade de

alterações fundamentais no que se refere à adoção de políticas públicas pelas

organizações governamentais. Essa mesma crise da administração pública também

indicou que o modelo burocrático aplicado em substituição ao modelo patrimonialista

não eliminou grande parte dos vícios na administração estabelecidos por este,

representando, em alguns casos, apenas a continuidade das práticas do modelo anterior

com a substituição das elites – dos nobres pelos burocratas.

Esta crise foi intensificada – e, se considerarmos crise em seu sentido médico,

como o momento de definição em que uma enfermidade evolui para a cura ou para a

morte, pode-se considerar também que ela foi precipitada – pelo chamado processo de

redemocratização, que trouxe em seu bojo um intenso abrandamento da censura prévia,

a qual implicava o alinhamento obrigatório e quase que automático dos meios de

comunicação, e do consequente acesso da sociedade à informação com menores filtros.

A abertura política também proporcionou à sociedade um maior interesse

(porém não suficiente para uma imediata evolução qualitativa) quanto às informações

advindas do Estado e do destino dos impostos. Esse interesse, ainda que pequeno em

comparação a democracias mais maduras, cresceu com o tempo, exigindo cada vez mais

disponibilidade e qualidade dos serviços baseados em políticas públicas.

Grande parte do sucesso de tais políticas públicas está baseada no acesso às

informações – ou seja, na disponibilização para os interessados (sejam órgãos públicos,

empresas ou objetivo final da política pública, o cidadão) para aperfeiçoamento do uso

dos recursos aplicados, e na correta informação dos serviços disponibilizados, para que

o mesmo cidadão possa utilizá-los em sua plenitude. Essa disponibilização das

informações só é possível, nos dias de hoje, através do uso intensivo de TI.

A utilização adequada de novas tecnologias possibilita à administração pública

rapidez no processamento de dados e na transformação desses dados em informação

palatável à sociedade – especialmente às diversas organizações ou empresas não

governamentais, nascidas no bojo do aumento da disponibilização da informação – para

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a fiscalização e análise da aplicação dos recursos, dos investimentos e da eficiência dos

gastos públicos.

1.4 A SOCIEDADE INFORMACIONAL E AS NOVAS TECNOLOGIAS

Tal fato também é evidenciado pela intensificação da passagem de uma

sociedade pós-industrial para uma sociedade ―da informação‖ ou ―informacional‖,

baseada na procura de meios mais eficientes de captação, transmissão e disponibilização

de informações. Segundo (Werthein 2010),

As novas tecnologias e a ênfase na flexibilidade – ideia

central das transformações organizacionais – têm

permitido realizar com rapidez e eficiência os processos

de desregulamentação, privatização e ruptura do modelo

de contrato social entre capital e trabalho característicos

do capitalismo industrial.

Essa ênfase na flexibilidade e na disponibilização dos dados e o acesso crescente

às informações produzidas pelos entes públicos, assim como a constante comparação

entre qualidade dos serviços das empresas privadas e dos serviços prestados pela

administração pública fez com que a sociedade, ainda que de forma insipiente,

intensificasse as demandas por seus direitos e pressionasse a administração pública a

buscar a implantação de mudanças nos serviços e políticas ofertadas, de forma a

consolidar junto à opinião pública a necessidade da existência do órgão em si.

Para que isso se torne realidade, são demandados cada vez mais investimentos

em TI.

1.5 A INTERNET E A ADESÃO DO CIDADÃO AOS SERVIÇOS

DISPONIBILIZADOS ATRAVÉS DA MESMA (E-GOV)

A respeito da proliferação do uso de computadores a partir da década de 1980,

temos que considerar a lei da Política Nacional de Informática (PNI, Lei 7232/84 1984),

assinada pelo General João Batista Figueiredo, que criou a reserva de mercado para os

computadores brasileiros. Essa lei durou até 1992, e produziu, por suas características

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de isolar a produção e o mercado brasileiro, atraso em relação às tecnologias de

informação em desenvolvimento no restante do mundo.

A partir de meados da primeira década do século XXI, com o crescimento do

uso da Internet pela população brasileira, evidenciado pelo crescimento do número de

hosts (endereços únicos) conectados (Gráfico 1) e pela escalada da quantidade de hosts

em relação a outros países (Gráfico 2), a disponibilização de serviços e dados para

acesso direto ao cidadão se tornou obrigatória, seja pela pró-atividade de parte do

funcionalismo público, seja pela visão ousada de alguns gestores de TI, seja pelo

entendimento das necessidades por parte da alta administração, seja ainda pelas

conveniências políticas ou, mais comumente, pelo entendimento destes atores por força

da pressão exercida pelos setores organizados da sociedade por uma maior transparência

na administração dos investimentos públicos.

Gráfico 1 - Crescimento do uso da Internet no Brasil.

Fonte: cert.br.

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Hosts 0,80 21 78 118 216 447 877 1.645 2.238 3.164 3.935 5.095 7.423 10.152 14.679 17.787 21.122

0

5000

10000

15000

20000

25000

Milh

are

s

Hosts no Brasil

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Gráfico 2 - Evolução da posição do número de hosts no Brasil em relação ao mundo.

A efetividade no uso dos serviços públicos realizados através de sistemas

eletrônicos de governo (e-gov) pode ser medida através da adesão e da satisfação

verificada nas pesquisas junto à população (Gráfico 3).

Gráfico 3 - Satisfação com os serviços do Governo.

Fonte: Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e da comunicação no Brasil: TIC governo eletrônico

(Barbosa 2010)

Por mais que os resultados pareçam surpreendentes pela alta porcentagem de

usuários satisfeitos (tanto dos usuários de e-gov quanto da população em geral), outros

indicadores revelam que este resultado se dá, principalmente, pela baixa expectativa que

os usuários têm deste mesmo atendimento.

Empiricamente, podemos considerar que existem ainda motivos que tornam cada

vez mais indispensável a utilização massiva da TI nos órgãos governamentais. Um

deles, sem dúvida, é a melhoria da qualidade da representação do cidadão junto ao

poder público, e até mesmo um maior despertar pela cidadania.

1

6

11

16

21

26

31

36

41

46

jan

/95

jan

/96

jan

/97

jan

/98

jan

/99

jan

/00

jan

/01

jan

/02

jan

/03

jan

/04

jan

/05

jan

/06

jan

/07

jan

/08

jan

/09

jan

/10

jan

/11

EVOLUÇÃO DA POSIÇÃO DO NÚMERO DE HOSTS DO BRASIL EM RELAÇÃO AO MUNDO

15

9

85

91

População Geral

Usuários E-gov

GRAU DE SATISFAÇÃO COM TODOS OS SERVIÇOS DE GOVERNO Percentual sobre o total de usuários de serviços de governo

Muito Insatisfeito/Insatisfeito

Satisfeito/Muito Satisfeito

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Na mesma pesquisa citada anteriormente, grande parte dos consultados concorda

que o governo deveria dar maior participação à população nas decisões tanto de âmbito

local como sobre a disponibilização dos serviços pela Internet. Também é de

concordância geral que o uso da Internet reduz os custos de prestação de serviços

(Gráfico 4), que falta divulgação e educação (treinamento) para que se possam usar os

serviços públicos pela Internet.

Pode-se inferir, então, que mesmo entre os não usuários de e-gov existe a

concordância com o uso desta ferramenta de TI para a prestação de serviços para a

população e a percepção de que a mesma é vantajosa.

Gráfico 4 - Pesquisa sobre o uso das TICs no Brasil.

Fonte: (Barbosa 2010)

Se a sociedade, por um lado, adere aos novos meios de interatividade com o

poder público, também receia colocar suas informações tanto em sites do governo

quanto na Internet. A confiança nos sites governamentais, porém, mostra-se

significativamente maior do que na Internet em geral (Gráfico 5).

67%

65%

76%

80%

85%

83%

71%

84%

91%

92%

A oferta de serviços públicos pela internet é vantajosa para o

governo, porque reduz custos

Eu gostaria de me envolver mais ativamente nas decisões que

afetam a comunidade/bairro onde eu vivo

Falta divulgação sobre os serviços de governo oferecidos pela

internet

O governo deve consultar os cidadãos para decidir quais

serviços públicos devem ser oferecidos pela internet

O governo tem de ensinar as pessoas a usar os serviços

publicos pela Internet

CONCORDÂNCIA COM AVALIAÇÕES A RESPEITO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DO GOVERNO:

(%) CONCORDA TOTALMENTE + CONCORDA EM PARTE Percentual sobre o total da população

Usuários do E-gov Usuários em geral

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Gráfico 5 - Confiança da população nos sites governamentais e na Internet

Fonte: (Barbosa 2010)

Pelas informações acima, fica patente que o uso de novas tecnologias de

informação e comunicação – como a Internet – para o compartilhamento de informações

de forma clara e em tempo reduzido é uma demanda da sociedade – ainda que a mesma

não tenha manifestado, até o presente momento, tal demanda de forma clara e universal.

É importantíssimo para as instituições públicas agirem de forma proativa,

vislumbrando e investindo no atendimento às necessidades que ainda não foram

reveladas.

26%

22%

39%

30%

Eu me sinto seguro(a) colocando informações pessoais, como

CPF e RG, em sites do governo

Eu me sinto seguro(a) colocando informações pessoais, como

CPF e RG, na Internet

CONCORDÂNCIA COM AVALIAÇÕES A RESPEITO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DO GOVERNO:

(%) CONCORDA TOTALMENTE + CONCORDA EM PARTE Percentual sobre o total da população

Usuários do E-gov Usuários em geral

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18

3. O TRIBUNAL DE CONTAS E O USO DE TI

O TCESP tem mostrado continuados esforços para o bom uso de TI, desde a

criação em 1989 da Diretoria de Informática (DI), inicialmente subordinado ao

Departamento Geral da Administração (DGA), passando pela transformação do mesmo

em Departamento de Tecnologia da Informação (DTI), composto por duas diretorias

interdependentes, a saber, a de Sistemas (DSis) e a de Tecnologia (DTec).

A alta direção do TCESP é composta por um colegiado de sete Conselheiros

vitalícios. Cada Conselheiro possui uma equipe própria (Gabinete e Cartório) para

realização de atividades relacionadas à produção de análises e decisões junto aos

processos abertos no TCESP em relação aos órgãos fiscalizados. Anualmente, um

destes Conselheiros é eleito presidente, que, entre outras funções, é responsável pela

eventual aprovação dos investimentos a serem feitos pelo TCE em sua gestão. A gestão

é feita através da equipe que compõe o Gabinete da Presidência (GP), ao qual toda a

hierarquia do TCESP está subordinada, menos os gabinetes e cartórios dos

Conselheiros, conforme mostra a Figura 1.

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19

SEGUNDA CÂMARA

PRESIDÊNCIA

PRIMEIRA CÂMARA

TRIBUNAL PLENO

GABINETE DE

CONSELHEIRO

GABINETE DE

CONSELHEIRO

GABINETE DE

CONSELHEIRO

CORREGEDOR

VICE - PRESIDÊNCIA

GABINETE DE

CONSELHEIRO

GABINETE DE

CONSELHEIRO

GABINETE DE

CONSELHEIRO

Cartório

Cartório

Cartório

Cartório

Cartório

Cartório

Assessoria

Militar

Gabinete

Presidência

CTI

Cartório

DGA

Depto. Geral da

Administração

As. Saude

Assist. Soc.

Diretoria

Pessoal

Diretoria

Transp.

Dir.Cont.

Finanças

DGA-1

Diretoria

Serviços

CPL

Com. Perm.

Licitação

Centro

Conv.Inf.

Diretoria

Material

D.Despesa

Pessoal

Diretoria

Expediente

DDP-1

DDP-3

DDP-2

DP-1

DP-3

DP-2

DP-4

DE-1

DE-3.1

DE-2

DE-4

DE-3

DCF-1

DCF-2

DM-1

DM-4

DM-2

DM-5

DM-3

DS-1

DS-5

DS-2

DS-6

DS-3

DS-7

DS-4

DS-1.1

DS-1.2

DS-2.1

DS-2.2

DS-3.1

DS-3.2

DS-4.1

DS-4.2

DS-5.2

DS-5.3

DS-5.1

DS-7.1

DT-1

DT-3

DT-2

DT-4

DT-2.1

DT-4.1

Médica

Assist. Social

Odontologia

Enfermaria

Grupo Atend.

Esfera

Municipal

GTP

Gab. Técnico

Presidencial

ECP

Biblioteca

Grupo de

Organização e

Recepção

Revista do

TCESP

Assessoria de

imprensa

DTI

Depto.Tecno.

Informação

DTec

Dir.Tecnologia

SDG

Secretaria

Diretoria-Geral

Pauta

Jurisprudência

Taquigrafia

ATJ

Assessoria

Técnico Jurídica

Unidade

Econômica

Unidade

Engenharia

Unidade

Jurídica

ATJ-1

DSF-1

Depto. Supervisão

de Fiscalização

DSF-2

Depto. Supervisão

de Fiscalização

DF-1

DF-3

UR-2

DF-4

UR-4

DF-7

UR-5

DCG

UR-7

UR-12

UR-8

UR-11

DF-1.1

DF-1.4

DF-1.2

DF-4.1

DF-1.3

DF-3.1

DF-3.3

DF-3.2

DF-3.4

DF-4.3

DF-4.2

DF-4.4

DF-7.1

DF-7.3

DF-7.2

DF-7.4

DCG-1

DCG-3

DCG-2

DCG-4

DSF-1.1

UR-13

DF-2

UR-1

DF-5

UR-6

DF-6

UR-9

DF-8

UR-10

DF-9

UR-3

DF-10

DF-2.1

DF-2.3

DF-2.2

DF-2.4

DF-5.1

DF-5.3

DF-5.2

DF-5.4

DF-6.1

DF-6.3

DF-6.2

DF-6.4

DF-8.1

DF-8.3

DF-8.2

DF-8.4

DF-9.1

DF-9.3

DF-9.2

DF-9.4

DF-10.1

DF-10.3

DF-10.2

DF-10.4

DSF-2.1

PFE

Procuradoria

da Fazenda

Nossa Caixa

PRODESP

OAB

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO- - - - - - - - - Vinculação Sistêmica

DSis

Dir.Sistemas

DGA - Fevereiro/2008 – TCA-10.907/026/95 – Q:\organograma

Figura 1- Organograma do TCESP.

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20

A subordinação atual (Figura 2), diretamente ligado ao Gabinete da Presidência

(GP) do TCESP, também pode favorecer a autonomia do Departamento em relação ao

orçamento próprio e a decisões quanto aos projetos que serão realizados, com isonomia

junto aos outros departamentos para decisão de melhor caminho. Existe também uma

comissão para tratar de TI, com caráter consultivo e moderador.

Figura 2 - Organograma parcial do TCESP, com detalhes para o DTI.

O Departamento conta com aproximadamente 38 servidores efetivos1,

escolhidos por concurso exclusivamente para essa área.

Abaixo, no Quadro 1, são enumerados fatos relevantes no histórico da TI junto

ao Tribunal de Contas:

1 O Departamento passa atualmente por uma restruturação, em que será aumentado o número de

servidores efetivos lotados no mesmo.

Gabinete da Presidência

Secretaria Geral Departamento

de Tecnologia da Informação

Diretoria de Tecnologia

Diretoria de Sistemas

Departamento Geral de

Administação

Comissão de Tecnologia da

Informação

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1989 Criação da Diretoria de Informática

1992 Instalação do Datacenter

1996 1ª Aquisição de PCs e rede de Dados.

1997 Instalação de redes de dados nas Unidades Regionais (URs)

1998 Internet

1999 SiapNET

2000/1 Primeiro Plano Diretor de Informática

2002 Criação do DTI e de cargos específicos

2003 Provimento dos cargos DTI.

2004 Início do projeto Audesp

2005 Início renovação constante do parque tecnológico.

2007 Desenvolvimento do projeto Audesp

2008 Implantação Audesp 1ª fase.

Consulta Cidadã.

Reforma Datacenter.

2009 Protocolo eletrônico.

2010 Aquisição de servidores para virtualização

Plano Estratégico Institucional

Plano Estratégico de TI

2011 Virtualização de serviços

Implantação do Processo Eletrônico

Quadro 1 - Histórico da TI no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (1989-2011).

Em 2001, o Plano Diretor de Informática estampava a seguinte missão para o

Tribunal de Contas do Estado de São Paulo:

Cumprir seus objetivos constitucionais e legais, de forma

a assegurar que a ação administrativa do Estado e dos

Municípios se efetive com observância dos princípios da

legalidade, economicidade e legitimidade;

Desenvolver suas atividades de maneira racional e

seletiva, a partir de prioridades definidas em função da

natureza e da complexidade dos setores auditados;

Incentivar a prática da orientação e da prevenção como

forma de concorrer para a redução das irregularidades

dos atos administrativos sob sua alçada;

Promover o permanente desenvolvimento dos recursos

humanos, formando um quadro de servidores com

habilidades específicas para atender aos diversos setores

de sua atuação;

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Aprimorar os seus recursos tecnológicos e instalações

para permitir maior eficácia de suas ações técnicas e

administrativas.

Pode se observar nesta missão a preocupação com o rigor da lei – ou seja, com a

legalidade dos gastos dos órgãos fiscalizados, e não com a qualidade dos mesmos.

Já em 2010, através da concepção e confecção um Plano Estratégico

Institucional (TCESP 2010) com vistas a continua busca por melhorias no atendimento

ao público e na modernização de seus serviços, denotou-se o interesse do TCESP em

caminhar em direção a um modelo gerencial, focado no atendimento ao cidadão e na

valorização de seus serviços junto à sociedade.

Conforme definido no plano estratégico,

Missão:

Fiscalizar e orientar para o bom e transparente uso dos

recursos públicos em benefício da sociedade.

Visão de Futuro:

Fiscalizar, orientar e divulgar, em tempo real, o uso dos

recursos públicos, priorizando a auditoria de resultados e

a aferição da satisfação social, consolidando uma imagem

positiva perante a sociedade.

Para além das expressões fiscalizar e orientar, presentes na missão do TCESP, a

visão de futuro já indica o objetivo de divulgar o uso dos recursos públicos. A

expressão em tempo real2 denota, por parte da alta direção, a compreensão de que TI é

vital para que o Tribunal cumpra sua missão e alcance sua visão.

Vários investimentos têm sido propostos e realizados para a modernização da

infraestrutura tecnológica da Casa. Por exemplo, há a orientação de escolha quando

justificada por softwares livres, para melhor controle e aplicação de recursos. Os

projetos de portal institucional, portal da transparência, Audesp (fiscalização eletrônica)

e de processo eletrônico foram feitos inteiramente com softwares livres, desenvolvidos

2 No contexto da Missão, a expressão ―em tempo real‖ deve ser entendida no sentido da

concretude e atualidade, ou seja, as ações de controle devem acontecer no decorrer do exercício em curso.

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internamente e/ou adaptados de pacotes de softwares livres adotados por outros órgãos

públicos. A alta direção tem se comprometido com os investimentos e cobrado pelos

resultados. Um dos Conselheiros (atualmente, o Dr. Claudio Ferraz de Alvarenga) tem

feito o papel de principal patrocinador das atividades e investimentos de TI junto ao

TCESP. Este Conselheiro também preside a Comissão de Tecnologia da Informação.

Em contraposição a isso, há alguns fatores que devem ser levados em

consideração. O TCESP não tem ainda a prática de planejamentos efetivos de longo

prazo ou médio prazo, assim como não se utiliza – apesar de ser constantemente

proposto – dos recursos de um portfólio de projetos. Aliando-se a isso ao fato da

mudança anual de presidência, os esforços em projetos de longo ou médio prazo podem

ser abandonados ou esvaziados no ano seguinte, dependendo das prioridades

consideradas pelo gestor atual.

Não há indicadores implantados de progresso ou de maturidade, ou mesmo de

alinhamento – apesar de que a percepção geral seja de grande avanço em TI.

Apesar de ainda não implantados, alguns destes indicadores estão contemplados

no Plano Estratégico de Tecnologia de Informação (TCESP; DTI 2011), que será

apresentado na seção 6.

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4. MODELOS DE MATURIDADE

Uma empresa, seja ela pública ou privada, se comporta como um organismo

vivo. Da mesma forma que um ser vivo é mais do que a soma de suas partes,

consumindo recursos de seu habitat ao mesmo tempo em que o modifica como

consequência natural de suas ações, uma empresa ou organização governamental exerce

impacto na sociedade, recebendo recursos da mesma e transformando a si mesma e à

sociedade, através de suas ações e de seus produtos.

O TCESP recebe da sociedade recursos financeiros, de pessoal e todos os dados

captados através de suas fiscalizações e dos sistemas implantados para este fim –

insumos para que possam ser realizadas suas atividades constitucionais. Esses dados são

reorganizados, depurados, analisados, julgados até que nova informação seja gerada por

esse processo. Essa informação pode se mostrar transformadora para a sociedade,

através de uma ação educativa e orientadora para os gestores públicos, auxiliadora para

a Assembleia Legislativa, conforme preceito da Constituição Estadual (Estado de São

Paulo), ou informativa para a sociedade em geral, para que esta tenha subsídios de

forma que, corretamente informada, possa exigir seus direitos e escolher de forma mais

consciente seus representantes — pode-se afirmar que a principal função de um órgão

público como o TCESP é produzir e disponibilizar com rapidez e segurança

informações que possam transformar não apenas os órgãos públicos, mas a sociedade

como um todo — e, neste processo, evoluir e adaptar-se à sociedade transformada.

Também é possível considerar as organizações sob o ponto de vista da Teoria

Geral de Sistemas, a qual teve como um dos seus principais expoentes o biólogo alemão

Ludwig Von Bertalanffy, desenvolvida para a biologia e adotada por várias outras áreas

de conhecimento, inclusive a TI, e declarava já em 1937 (muito antes que se pensasse

na existência da TI) que:

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É necessário estudar não somente as partes e processos

isoladamente, mas também resolver os decisivos

problemas encontrados na organização e na ordem que os

unifica, resultante da interação dinâmica das partes,

tornando o comportamento das partes diferente quando

estudados isoladamente e quando tratado no todo.

(Bertalanffy 1977)

Esta característica de todas as entidades vivas e dos sistemas – transformar e

transformar-se – faz com que ambos, durante seu período de vida, atravessem um

processo de crescimento ou desenvolvimento não linear, passando por um número

determinado de níveis ou estágios distintos e identificáveis. Tal premissa serve de base

para a criação e o estudo de Modelos de Maturidade, que têm sido utilizados para

descrever uma ampla variedade de fenômenos, tanto naturais como causados pelo

arranjo dos seres em sociedades ou sistemas.

Uma gama de modelos tem sido proposta, tanto para organizações como para

partes das mesmas – como, por exemplo, as áreas de Administração, Produção ou

Tecnologia de Informação. Basicamente, os modelos diferem no foco, naquilo que é

considerado como variável de evolução e, principalmente, na caracterização e número

de estágios.

Grosso modo, pode se considerar que os três modelos da administração pública

anteriormente citados (patrimonialista, burocrática e gerencial) como estágios de um

modelo de maturidade, como exemplifica a Figura 3.

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Um Modelo de Maturidade assume que podem ser encontrados padrões

perfeitamente previsíveis e conhecidos, e que estes podem ser identificados em cada

estágio, e que ocorram no ciclo de vida de uma entidade. Também assume que, por

norma, os padrões são:

Sequenciais

Cumulativos

Estão sujeitos a uma progressão hierárquica que não é facilmente

reversível

Dependem de uma gama de estruturas, mudanças e atividades de suas

partes e de seu todo (no caso presente, humanas e organizacionais) –

dependem de como os atores se relacionam, de como os sistemas

envolvidos atuam.

Também se considera que dificilmente uma organização estará, em todas as suas

partes, no mesmo nível de maturidade. Considera-se muito mais provável que a

organização – como já dito, maior que a soma das partes – não evolua de forma linear e

patrimonialista burocrático gerencial

Figura 3 - Os modelos de administração pública como níveis de maturidade.

Os círculos acinzentados representam as crises.

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equilibrada, mas que alguns setores da mesma tendam a forçar a elevação de seu nível

de maturidade, enquanto outros tentam manter um status quo predefinido e confortável.

Você pode mudar tudo, desde que nada seja alterado.

Anônimo.

A seguir, para maior clareza, exemplificamos alguns dos modelos mais

estudados. Vamos nos deter nos modelos de (Nolan 1973) e (Nolan 1979), de

(Mutsaers, Zee e Giertz 1997), (Galliers e Sutherland 1991) para melhor clarificação.

1.6 OS MODELOS DE NOLAN (1973 E 1979)

Pode-se afirmar que o primeiro esforço para compreender a evolução da TI em

uma empresa foi do professor estadunidense Richard L. Nolan. Em seu artigo

Managing the Computer Resource: A Stage Hypothesis de 1973, Nolan propõe um

modelo com quatro estágios distintos, e ainda indica que o avanço da maturidade de TI

tem como base dois fatores críticos de sucesso: o orçamento e a tecnologia.

Iniciação Contágio Controle Maturidade

Fatores Críticos

de Maturidade:

Orçamento

Tecnologia

Figura 4 - Modelo de Maturidade de 4 estágios de Nolan (1973)

Neste modelo, aparecem 4 estágios principais da introdução de TI (na época,

Processamento de Dados), que são Iniciação, Contágio, Controle e Maturidade.

O modelo foi revisto pelo próprio Nolan em 1979, e foram acrescentados mais

dois estágios (Integração e Gestão de Dados) assim como novos fatores críticos de

sucesso, conforme indica a Figura 5.

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28

Orçamento

Tecnologia

Portfólio

Organização

Planejamento e Controle

Postura dos usuários

Iniciação Contágio Controle Integração

Gestão

de

Dados Maturidade

Fa

tore

s d

e M

atu

rid

ad

e

Ponto de Mudança

Gestão de tecnologia Gestão de recursos da Informação

Foco de Gestão

Figura 5 - Modelo de 6 estágios de Nolan (1979).

Estes estágios são assim definidos:

Estágio I – Iniciação: Os primeiros computadores são introduzidos. Foco na

redução de custos e nos sistemas operacionais. Falta de envolvimento por parte da alta

administração e a área de ―computação‖ é centralizada e, na maioria das vezes, isolada

da empresa (―aquário‖).

Estágio II – Contágio ou expansão: há um crescimento rápido, já que os

usuários demandam outras aplicações, com base nas experiências de outros usuários

atendidos e na expectativa criada. O processamento em lote começa a ser substituído

pelo processamento online, com a tentativa de satisfazer todas as demandas dos

usuários. Pouco ou nenhum controle. Despesas de TI aumentam rapidamente.

Estágio III – Controle: o impacto dos investimentos em TI em relação aos

benéficos trazidos se faz sentir na alta gerência – é necessário que os projetos de TI

mostrem resultados e retorno ao investimento. Na ânsia de produzir resultados, esta

etapa normalmente produz um crescimento de aplicações e a insatisfação dos usuários.

Controle, planejamento e modelos são introduzidos.

Estágio IV – Integração: O usuário passa a ser corresponsável pelos sistemas. TI

começa a ser vista como fornecedora de serviços, não apenas de solução de problemas.

Há investimentos consideráveis na área de integração (comunicação, banco de dados).

Estágio V – Administração/Gestão de Dados: Nesta fase, a importância da

informação se sobrepõe ao processamento de dados, e orienta as novas aplicações. As

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informações são compartilhadas dentro da organização, à medida que os usuários

começam a compreender o valor da informação e, principalmente, que o

compartilhamento da mesma agrega valor ao negócio.

Estágio VI – Maturidade: A organização e a área de TI estão alinhadas para o

desenvolvimento de suas atividades. Os sistemas são ainda mais integrados, atingindo

toda a corporação. Há a compreensão tanto da área de TI quanto dos demais usuários da

organização quanto à responsabilidade do uso e alocação dos recursos computacionais.

Organização/área de TI funcionam em parceria estratégica.

Para cada um desses estágios, foram propostos indicadores específicos, de fácil

aferição, conforme resume o Quadro 2.

Indicadores Estágio I

Iniciação

Estágio II

Contágio

Estágio III

Controle

Estágio IV

Integração

Estágio V

Adm. Dados

Estágio VI

Maturidade

Orçamento

para PD3

Igual à taxa de

crescimento das

vendas

Excede a

taxa de

crescimento

das vendas

Menor que a taxa de

crescimento das

vendas

Excede a taxa de

crescimento das

vendas

Menor que a

taxa de

crescimento das

vendas

Igual à taxa de

crescimento das

vendas

Suporte

Tecnológico

100% batch 80% batch

20% online

70% batch

15% BD

10% inquiry

processing

5% time-sharing

50% batch e on-line

40% BD e

comunicações

5% informática

pessoal

5% micros

420% batch e

on-line

60% BD e

comunicações

5% informática

pessoal

15% micros

10% batch e on-line

60% BD e

comunicações

5% informática

pessoal

25% micros

Carteira de

Aplicações

Aplicações para

redução de

custos

funcionais

Proliferação Atualizar

documentação e

estruturar as

aplicações existentes

Adaptação das

aplicações existentes

à tecnologia de

Bases de Dados

Organização e

Integração das

aplicações

Integração das

aplicações

"espelhando" os

fluxos de informação

Organização

TI

Especialização

na

aprendizagem

tecnológica

Programas

orientados

aos usuários

Gestão intermédia Definir utilidades do

computador e

considerar equipe de

usuários

Administração

de Dados

Gestão do recurso

informação

Planejamento

e Controle TI

Descuidado Mais

Descuidado

Planejamento e

Controle

formalizados

Planejamento à

medida e Controle de

sistemas

Compartilhar

informação e

sistemas

interligados

Planejamento

estratégico do recurso

informação

Postura dos

usuários

Desinteresse Entusiasmo

Superficial

Responsável

arbitrário

Aprendizagem da

responsabilidade

Responsável

efetivo

Aprovação junto do

usuário e responsa-

bilidade no PD

Quadro 2 - Indicadores do Modelo de Nolan (1979).

O termo PD refere-se a Processamento de Dados.

3 Há dificuldade em atribuir valores para empresas públicas neste aspecto, visto que o fator

―vendas‖ é inexistente. O fator ―arrecadação‖ poderia ser utilizado. Porém, talvez o mais adequado seja

atribuir o fator ―economia de recursos‖ ou ―retorno de investimentos‖, que deveria ser calculado

previamente ou aferido no exercício. 4 Para os Estágios V e VI foram eliminadas as referências a minicomputadores, unificando-os

com os microcomputadores.

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Nolan também observou que existe um ponto de inflexão na curva de evolução

dos estágios, que representava a alteração do foco da gestão. Nos três estágios iniciais

(Iniciação, Contágio e Controle) o foco da gestão é na tecnologia empregada. Nos

estágios mais avançados (Integração, Gestão de Dados e Maturidade) o foco é na gestão

dos recursos de informação.

Outra mudança ocorreu na consideração dos fatores de evolução da maturidade.

Enquanto o modelo inicial considerava apenas dois fatores (orçamento e tecnologia), o

modelo de 1979 introduziu, em outro nível de importância, outros fatores: o portfólio de

aplicações, organização do processamento de dados, planejamento e controle do

processamento de dados e, por último, mas não menos importante, a postura dos

usuários frente a TI.

1.7 O MODELO DE (MUTSAERS, ZEE E GIERTZ 1997)

No final da década de 1990, o modelo de Nolan foi expandido em (Mutsaers,

Zee e Giertz 1997). Ao invés de usarem uma única curva em ―S‖ para a descrição dos

estágios, estes autores propuseram um modelo de 3 curvas em ―S‖, descontinuadas,

como três ―eras‖ de maturidade na gestão de TI. Essas eras seriam denominadas

Processamento de Dados, Tecnologia da Informação e Rede. A descontinuidade

representa a revolução com o esgotamento da era e a crise inevitável (e, sob muitos

aspectos, desejável) que surge naturalmente do processo.

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31

Tempo

Ap

ren

diz

ad

o d

a O

rga

niz

açã

o Era

Processamento de

Dados

Era

Tecnologia da

Informação Era

Redes

Descontinuidade

Inic

iaçã

o

Co

ntá

gio

Co

ntr

ole

Inte

gra

çã

o

Arq

uite

tura

De

sce

ntr

aliz

açã

o

Infr

ae

str

utu

ra

Fu

ncio

na

l

Cre

scim

en

to

Su

ste

ntá

ve

l

Re

açã

o

pid

a Gráfico 6 - Modelo de 3 eras (Mutsaers, Zee e Giertz 1997).

Fonte: (Khosrowpour 1999).

Para cada um dos estágios deste modelo, há indicadores-chave dos estágios de

crescimento assim como seus respectivos fatores críticos de sucesso, conforme

demonstra o Quadro 3. Enquanto os primeiros indicam ao gestor qual a posição em que

sua organização se encontra frente ao modelo, os fatores críticos podem auxiliar o

mesmo gestor a se planejar para o novo estágio, assim como enfrentar a crise que se

instalará junto com o esgotamento do estágio atual.

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Era Estágio Indicadores

PD

1.Iniciação Suporte à operação, principalmente aos setores financeiro e contábil.

2.Contágio Expansão rápida. Pouco controle. Gastos com TI crescem entre 20% e 40%.

3.Controle Controle dos custos de automação. Comitê diretor de processamento de dados. Uso de métodos

e padrões. Participação do usuário no desenvolvimento de sistemas.

TI

4.Integração Integração das aplicações. Substituição de sistemas legados para facilitar a integração. TI

permite criação e renovação dos métodos do negócio. Sistemas são justificados e autorizados

por sua contribuição ao negócio. Usuários assumem maior controle sobre sua própria

computação.

5.Arquitetura Informação dispersa. Gestão de dados é crítica. Novos sistemas são focados em objetivos

estratégicos. Rápido crescimento da participação e envolvimento da alta direção.

6.Descentralização Desconcentração de TI. A unidade de negócios tem a responsabilidade pelo desenvolvimento

de TI. O outsourcing (terceirização) do processamento se trona uma commodity. Forte

tendência para a manutenção de sistemas legados.

RE

DE

7.Infraestrutura Funcional Tradução da arquitetura de negócio para um novo nível adicional de infraestrutura funcional.

Mudança continua para plataformas abertas e públicas. A equipe de TI tem a expertise no uso

de ferramentas mais poderosas. A organização desenvolve alianças estratégicas com seu

público e seus fornecedores. Foco em desenvolver aplicações de acordo com padrões de

qualidade, de forma rápida e baixo custo. O foco se moverá da integração de sistemas para a

integração de módulos flexíveis. Existirá um movimento contínuo em direção a um ambiente

cliente-servidor. Tentativas de integração total de escritórios.

8.Crescimento sustentável Os centros de infraestrutura em TI operam como unidades de negócio, mirando resultados.

Expansão do suporte funcional aos usuários pela adição de aplicações de alto nível que se

utilizem das funcionalidades providas pela infraestrutura funcional. Grande quantidade de

servidores externos está disponível e acessível por redes públicas.

9.Reação rápida Adaptação de funcionalidades demandadas por equipes dinâmicas de negócio. Muitas

demandas são atendidas pelos próprios usuários, apenas com a mudança de parâmetros.

Qualquer desenvolvimento de novas aplicações sempre tem a características de uma engenharia

pragmática com alta eficiência.

Quadro 3 - Indicadores de Estágios de Crescimento para o modelo de (Mutsaers, Zee e Giertz 1997)..

1.8 O MODELO DE GALLIERS E SUTHERLAND (1991)

Apesar de anterior aos modelos citados, o modelo de (Galliers e Sutherland

1991) será considerado neste estudo por já conter os elementos de alinhamento

estratégico, e por estabelecer, como mostra o Quadro 4, características que indicam as

crises, como a confusão (estágio IV) e frustração (estágio V), como inerentes ao

processo. Essas características indicam crise e adaptação, assim como atritos que

naturalmente ocorrem entre os setores, devido à natureza dos atores envolvidos

(gestores, usuários, pessoal de TI).

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33

Fo

co

Departamento de TI Organização Ambiente E

stágio

s

Estágio I

“Ad hocracy”

Estágio II

Construindo

alicerces

Estágio III

Ditadura

centralizada

Estágio IV

Cooperação e

diálogo democrático

Estágio V

Oportunidade

estratégica

Estágio VI

Relações harmoniosas

e integradas

Ca

ract

erís

tica

s

TI limita-se a

fornecer os serviços

requisitados pelos

usuários

TI inclui a

avaliação das

tecnologias,

capacidades de

gestão, recursos,

nível de cobertura

da TI e qualidade

das aplicações.

A Organização, já

consciente das

suas capacidades

em TI, preocupa-

se em assegurar

que o

desenvolvimento

de TI esteja

alinhado com as

necessidades do

negócio e que

exista uma

estratégia bem

definida de

alocação de

recursos.

Predominância de

confusão,

envolvendo um

misto de

planejamento e

investigação. Os

problemas são

evidentes e o

planejamento de

aplicações

estratégicas exige

um compromisso

entre

desenvolvimento

e manutenção,

risco e

recompensa, curto

e longo prazo.

Combinação entre

ambição e

frustração. A

preocupação é obter

vantagens

competitivas através

da TI, existindo no

entanto a

consciência de que

poucas

oportunidades foram

devidamente

aproveitadas e que

alguns sistemas

estratégicos não

estão sendo

convenientemente

utilizados.

Estratégia do

negócio está contida

na estratégia da TI.

Ati

vid

ades

Atendimento a

demandas

Auditorias TI Suporte ao

negócio

Planejamento

detalhado

Vantagem

estratégica

Ligação estratégica:

Negócio/TI

Ob

jeti

vo

s

Fornecer serviços Limitar a procura Estabelecer

prioridades

Balancear

portfólio de TI

Identificar

oportunidades

Integrar estratégias

Imp

uls

o

Reação de TI Condução de TI Condução de TI

pela alta

administração

Parceria TI e

usuário

Gestores e usuários Aliança estratégica

Mét

od

o Ad-Hoc Visão bottom-up Análise top-down Prototipagem

bottom-up e top-

down

Estudo ambiental Vários métodos

Con

text

o

Inexperiência

Utilizador/TI

Recursos

inadequados TI

Planejamento

inadequado

negócio/TI

Complexidade

aparente

TI para vantagem

competitiva

Colaboração com

maturidade

Est

raté

gia

Aquisição de

hardware, software,

etc.

Auditar TI;

Procurar e

encontrar as

necessidades dos

usuários (reagir).

Planejamento top-

down

Integração,

coordenação e

controle.

Procura de

oportunidades e

análise do ambiente.

Manter vantagens

estratégicas;

Monitorar o futuro;

Planejamento

interativo.

Page 34: Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento ... · Plano Estratégico Institucional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo pode levar os serviços prestados a outro

34

Fo

co

Departamento de TI Organização Ambiente E

stru

tura

Inexistente

(informal)

TI muitas vezes

subordinada à

contabilidade

Departamento de

TI centralizado.

Centros de

informática,

automação de

escritórios, etc.

Coligações

estratégicas de

unidades do negócio

(muitas mas

separadas)

Coordenação

centralizada das

coligações

Sis

tem

as

Ad hoc não

interligados;

Operacionais;

Sistemas manuais

automáticos;

Descoordenados;

Sistemas

financeiros; Pouca

manutenção.

Muitas aplicações;

Muitas falhas;

Sistemas

sobrepostos;

Centralizados;

Operacionais;

Principalmente

sistemas

financeiros;

Muitas áreas não

satisfeitas;

Muito backlog;

Manutenção

trabalhosa.

Maioria

centralizada;

Computação pelo

usuário final sem

controle;

Cobertura de

grande parte das

atividades do

negócio;

Sistemas de bases

de dados.

Descentralizados,

com algum

controlo mas com

pouca

coordenação;

Alguns DSS ad-

hoc; Sistemas

integrados de

escritório

eletrônico.

Sistemas

descentralizados

mas com controle e

coordenação central;

Sistemas de valor

agregado (mais

orientados ao

mercado); Sistemas

DSS internos,

menos ad-hoc;

Alguns sistemas

estratégicos (usando

dados externos);

Falta de integração

de dados internos e

externos; Integração

de tecnologias de

comunicação com

computação.

Sistemas

interorganizacionais

(ligações a

fornecedores,

clientes, governo,

etc.); Produtos

novos baseados em

TI; Integração de

dados internos e

externos.

Pes

soal

Programadores Analistas de

sistemas; Diretor

de PD.

Gestores e

especialistas de

Planejamento de

TI;

Administradores

de dados e de

bases de dados.

Analista de

negócio; Gestores

do recurso

informação.

Organização/

negócio/

TI - um só papel.

Diretor de TI

(membro da alta

direção)

Est

ilo Desconhecedor Não Perturbe Revogação ou

Delegação

Diálogo

democrático

Individualista Equipe de negócio

Ap

tid

ões

Tecnicistas (de

muito baixo nível);

Postura individual.

Metodologias de

desenvolvimento

de sistemas

TI acredita que

conhece o que o

negócio precisa;

Gestão de

projetos.

Integração

organizacional; TI

sabe como o

negócio funciona;

Usuários sabem

como TI funciona

(para a sua área);

Gestão de negócio

(para o pessoal de

TI).

Gestor de TI

membro da equipe

de decisão;

Conhecimento dos

usuários em algumas

áreas de TI; Senso

de oportunidade.

Todos os gestores

entendem a TI e as

potencialidades da

mesma.

Quadro 4 - Características dos estágios do Modelo de Maturidade de (Galliers e Sutherland 1991).

Adaptado de (Rocha e Vasconcelos 2004) e (Amaral e Santos 2005).

Page 35: Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento ... · Plano Estratégico Institucional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo pode levar os serviços prestados a outro

35

1.9 OBSERVAÇÕES SOBRE OS MODELOS

A evolução da TI e as diferentes visões sobre sua maturidade nas empresas

estabeleceram uma diversidade de modelos e propostas para a medição da mesma.

Porém, algumas características se destacam por, de forma direta ou indireta, manterem-

se na maioria dos modelos estudados.

Cabe aqui destacar:

a. A maturidade de TI é da organização, e não do setor específico de TI. A

integração de TI com a organização, e sua consequente evolução se dá com a

integração constante de TI com as atividades da empresa. Se não houver essa

integração, o setor de TI pode estar num estágio tecnológico muito avançado,

mas a maturidade pode estar nos estágios iniciais.

b. Raramente se atinge um nível de maturidade em todas as suas

características ao mesmo tempo. Cada nível de maturidade apresenta

características (que podem ser medidas através de indicadores) diferentes.

Dificilmente todas as características esperadas de um nível serão atingidas

antes que se passe para o nível seguinte.

c. Nos níveis de maturidade mais avançada, TI toma parte das decisões do

processo de inovação, não apenas o executa. Com a participação de TI na

alta direção, e com a integração total da estratégia, TI passa a fazer parte da

cadeia de decisões, movendo-se de uma área apenas viabilizadora dos planos

da instituição para uma área inovadora, não só em infraestrutura e sistemas,

mas passando a influir também nos processos e serviços prestados pela

organização.

d. Os níveis de maturidade podem ser agrupados em “fases” ou “eras” com

características comuns. Implícita ou explicitamente, nos modelos mais

novos (i.e., com maior número de estágios) destacam-se três fases: na

primeira, o foco de TI é ela mesma, organizando-se ou mantendo-se; na

segunda, o foco desloca-se para a empresa, de forma a dar suporte para as

atividades da empresa; na terceira, o foco assenta-se no cliente da empresa,

de forma a atendê-lo da melhor forma possível.

Page 36: Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento ... · Plano Estratégico Institucional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo pode levar os serviços prestados a outro

36

Esta última característica, principalmente, não deve ser negligenciada. Ela parte

de um pressuposto simples e ao mesmo tempo importantíssimo. Adentra-se nesta última

fase conhecida apenas quando há uma integração tal que TI passa a não ser mais vista

como na primeira fase, como um fim em si mesmo, nem na segunda fase, como uma

área de suporte às atividades da empresa, mas como uma área que faz parte do negócio

da empresa, influenciando e sendo influenciada por esta.

Page 37: Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento ... · Plano Estratégico Institucional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo pode levar os serviços prestados a outro

37

5. MODELOS DE MATURIDADE DE ALINHAMENTO

Historicamente, com o surgimento das áreas de TI, podemos considerar um

fenômeno interessante, uma espécie de insulamento burocrático das áreas técnicas.

Com o início da implantação daquilo que hoje chamamos de TI, quando ela

deixa de ser apenas uma curiosidade e passa ser uma realidade de grande importância no

funcionamento das organizações, surge a necessidade de processamento centralizado e

da criação dos Centros de Processamento de Dados (CPDs) nas empresas, isolados da

área de negócios. Foi recorrente o uso de espaços nos quais os ―entendidos de

computador‖ da época ficavam fisicamente isolados junto aos servidores ou

equipamentos de maior porte, controlando, observando e administrando todo o

processamento de dados da organização. Curiosamente, muitas vezes estes espaços

eram envidraçados – seja por praticidade de delimitar o espaço rapidamente, seja para

que os equipamentos pudessem ficar à mostra, tanto para observação como para incutir

nos funcionários a ideia de modernidade – o que levou a uma expressão que também

indica o isolamento da área de TI junto à empresa: estas salas eram conhecidas como

aquários, termo até hoje utilizado. O autor deste texto passou algum tempo de sua vida

profissional envidraçado e curiosamente observado.

Também contribuiu para este isolamento o fato de que o usuário médio, à época,

não tinha o contato que hoje a ubiquidade do uso de TI e, principalmente, a

disseminação em massa da Internet trouxe ao dia a dia.

Como (Clark 1962) observou em sua 3ª Lei,

Qualquer tecnologia suficientemente avançada é

indistinguível da magia.

Tais fenômenos – os aquários e os ―magos‖ da tecnologia – levaram, em grande

parte dos casos, à criação de áreas de processamento de dados isoladas da realidade da

organização, visto que todo o conhecimento técnico do que poderia ser feito para

melhorar o desempenho do negócio se concentrava nas mãos de especialistas, enquanto

o conhecimento do cotidiano de operação da empresa se concentrava em seus setores

administrativos e produtivos.

Page 38: Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento ... · Plano Estratégico Institucional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo pode levar os serviços prestados a outro

38

Considerando suas características técnicas em sua origem, a TI enfrenta o risco

constante de se tornar uma área totalmente desvinculada da organização como um todo,

apenas atuando de forma reativa às demandas de momento dos usuários ou da alta

direção e/ou de usuários sem acrescentar valor ao negócio – no caso do serviço público,

um racional, eficaz e eficiente uso dos recursos a ele destinados assim como um efetivo

atendimento ao cidadão.

(Abetti 2001) indica que, em processos estabelecidos de planejamento, a TI pode

se posicionar de três maneiras distintas: como área reativa, como área que leva uma

empresa a ser proativa ou como direcionadora da estratégia institucional.

Assim, em correto e avançado alinhamento com os objetivos estratégicos da

organização, o setor de TI passaria a não apenas ser um mero automatizador ou

informatizador de processos já existentes, mas também atuaria na busca e no apoio às

decisões para a proatividade (por exemplo, com sistemas de informações gerenciais e

informatização de indicadores institucionais) e principalmente como uma área que tem

assento na decisão de processos, impactando e sendo impactada na organização, em um

modelo sistêmico. Com isso, a TI prepara-se e atua na identificação da necessidade de

revisão e eventual substituição, criação e eliminação de processos (e não apenas

sistemas) legados e principalmente como força participante na identificação de novas

oportunidades de atuação junto ao cidadão, como o provimento de informação de forma

mais direta, contribuindo para alcançar tanto a missão quanto a visão institucionais.

Tecnólogos nunca evangelizam sem prevenir que

“tecnologia é apenas uma facilitadora.” É verdade – e o

aviso já revela parte do problema: Facilitar exatamente o

quê? Uma das falhas no gerenciamento do conhecimento

é que ele frequentemente se esquece de perguntar qual

conhecimento deve ser gerenciado e com qual objetivo. As

atividades de gerenciamento do conhecimento estão todas

mapeadas: construir bases de dados, medir o capital

intelectual, estabelecer bibliotecas corporativas, construir

intranets, compartilhar melhores práticas, instalar

sistemas colaborativos (groupwares), estabelecer

programas de capacitação de ponta, liderar a mudança

Page 39: Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento ... · Plano Estratégico Institucional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo pode levar os serviços prestados a outro

39

cultural, apoiar a colaboração, criar organizações

virtuais – tudo isso faz parte do gerenciamento de

conhecimento, e qualquer funcionário ou líder na

organização pode reivindicar essas características. Mas

ninguém faz a grande questão: por quê? (Stewart 2002).

Para que tal alinhamento ocorra é necessário que a organização conte com um

planejamento estratégico de negócios/institucional conhecido, divulgado e implantado,

com metas reais e, principalmente, com o entendimento (e consequente engajamento) da

alta direção de que o caminho e as metas traçadas no plano são prioridade para o

aprimoramento das atividades da organização. Como fator crítico de sucesso, este

engajamento da alta administração deve se refletir em todos os níveis da mesma.

Da mesma forma que com os modelos de Maturidade em Tecnologia de

Informação, foram estabelecidos modelos específicos de Maturidade para o

Alinhamento Estratégico (AE) entre os planos de estratégicos de negócio/institucional

(PEN/PEI) e o Plano Estratégico de Tecnologia da Informação (PETI). No Quadro 5,

apresenta-se um resumo dos principais e mais conhecidos modelos de AE e sua

evolução.

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40

Modelo Elementos do modelo Promoção do Alinhamento

Estratégico (AE)

Características

Leavitt

(1965)

Estrutura, Tecnologia, Tarefas, Atores. Interação dinâmica entre as quatro

variáveis do modelo.

Modelo precursor. Serviu de

referência a outros modelos.

Rockart e

Scott Morton

(1984)

Estrutura organizacional e cultura,

tecnologias, estratégia, indivíduos e

papéis, processos de gestão.

Equilíbrio entre os elementos do

modelo. Mudanças tecnológica,

estrutural e comportamental.

Adaptado do modelo de

Leavitt. Inclui o elemento

estratégia. Base para o

modelo de alinhamento em

duas vias: negócio-TI; TI-

negócio.

Henderson e

Venkatraman

(1993)

Estratégia de negócios e de TI.

Infraestrutura da empresa e de TI.

Adequação e integração entre elementos

estratégicos e funcionais.

Liderado por uma das variáveis

(estratégia ou infraestrutura, de

negócios ou de TI). Demais

elementos se adéquam às

determinações do elemento

determinante.

Modelo mais referenciado na

literatura. Base para os

modelos de Audy e Brodbeck

(2003) e Brodbeck e Hoppen

(2002), dentre outros. TI pode

liderar a gestão estratégica.

Brodbeck e

Hoppen

(2003)

Estratégia, objetivos, infraestrutura,

processos e pessoas. Horizonte de

planejamento e Ciclos.

Através dos ciclos de planejamento

ao longo do tempo. Ajuste contínuo

dos objetivos e recursos

organizacionais aos projetos de TI.

AE total atingido quando os

sistemas fornecerem a totalidade

das informações necessárias à

estratégia.

Inclusão do elemento Tempo

(horizonte de planejamento).

Reunião de avaliações

permite a sincronia entre

PEN/PEI e PETI

Luftman

(2003)

Modelo de Maturidade do AE.

Comunicações, Mensuração de valores e

competências, Governança, Alianças e

Parcerias, Tecnologia e Habilidades de

RH.

Gradual, em que os níveis retratam

a situação da empresa em relação ao

AE. Cinco níveis: Inicial (Ad hoc),

Disciplinado, Focado, Gerenciado e

Otimizado.

Alinhamento pode ser

buscado e atingido com a

evolução dos negócios da

empresa, a partir de variados

critérios e do conhecimento

da empresa.

Henderson e

Venkatraman

(2004)

Cinco Princípios para Extrair o Máximo

da TI: AE, impacto nos negócios,

contratação seletiva, infraestrutura do

conhecimento e grupos.

Alinhamento como ponto central de

uma plataforma de negócios.

Processo dinâmico e contínuo de

adaptação e mudanças.

Plataforma de negócios deve

ser responsável por três

vetores: conexão com

clientes, configuração dos

ativos e promoção do

conhecimento.

Quadro 5 - Modelos de Alinhamento Estratégico (AE) e suas principais características.

FONTE: (Affeldt e Vanti 2009).

Das diversas características que os modelos apresentam, cabe destacar:

1.10 AS VARIÁVEIS DO MODELO DE LEAVITT (1965) E DE ROCKART E

SCOTT MORTON (1984)

O primeiro modelo de alinhamento estratégico entre organização e TI foi

proposto por Leavitt e tem como uma de suas principais características a definição de 4

variáveis interligadas que determinam o alinhamento estratégico:

Page 41: Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento ... · Plano Estratégico Institucional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo pode levar os serviços prestados a outro

41

Variáveis Definição

Tarefas Atividade-fim da organização

Atores Todos os envolvidos na realização das tarefas

Tecnologia Conjunto de elementos (sistemas, equipamentos, técnicas de mensuração de produtividade) capazes de resolver

os problemas da organização de forma direta.

Estrutura Processos organizacionais, sistemas de comunicação, fluxo dos processos de trabalho.

Quadro 6 - Variáveis do Modelo de Leavitt.

Estas variáveis são interdependentes, ou seja, a modificação do status de uma

delas causa reflexos nas outras variáveis, conforme mostra a Figura 6.

Estrutura

TecnologiaAtores

Tarefas

Figura 6 - Relações entre as variáveis do modelo de Leavitt.

Em 1984, Rockart e Scott Morton propuseram a inclusão de outro elemento ao

modelo de Leavitt, os processos de gestão, e também indicaram que o Alinhamento

Estratégico só pode ser alcançado através das mudanças descritas no Quadro 7.

Mudança Característica

Tecnológica Traz novas ferramentas para a empresa, mudando a sua forma de operação

Estrutural Prevê a alteração do projeto da empresa, sendo em atividades organizacionais ou estruturas que influenciam o

comportamento dos indivíduos na organização

Comportamental Otimização dos sistemas social e técnico, os quais influenciam um ao outro

Quadro 7 - Mudanças possíveis estabelecidas no modelo de Rockart e Scott Morton..

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42

Além da centralidade dos processos de gestão, este modelo também considera

que TI só pode influenciar uma única variável neste modelo, que é a variável de

tecnologia – e, com isso, causar transformação nas outras áreas.

Estrutura

Organizacional e

Cultura Corporativa

TecnologiasProcessos de gestão

Indivíduos e papéis

Estratégias da

organização

Ambiente externo:

Tecnológico

Ambiente externo:

Social, econômico e

político

Figura 7 – Relações entre as variáveis no modelo de Rockard e Scott Morton.

1.11 OS NÍVEIS DO MODELO DE LUFTMAN

Ao descrever os níveis de maturidade em seu modelo, Luftman estabeleceu

formas de se identificar e mensurar o grau de maturidade – neste caso, o grau de

alinhamento entre os planos estratégicos – existente em uma organização. Os níveis por

ele determinados encontram-se no Quadro 8.

Nível Descrição Características

1 Processo Inicial / Ad-hoc Sem alinhamento.

2 Processo disciplinado Organização comprometida com o alinhamento. Início da identificação de

oportunidades.

3 Processo Focado/Melhorado Processo padronizado e consistente com os objetivos institucionais. TI iniciando a se

integrar com a organização.

4 Processo gerenciado/melhorado Processo previsível e controlado reforça o conceito da TI como centro de resultados.

Organização visualiza a TI como fonte de inovação e criatividade para obtenção de

eficiência e efetividade.

5 Processo otimizado Governança sustentada e planejamentos institucional e de TI integrados.

Alinhamento completo.

Quadro 8 - Níveis do modelo de maturidade de Luftman (2003).

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43

1.12 OS CINCO PRINCÍPIOS DE HENDERSON E VENKATRAMAN

Foram propostos cinco princípios (Henderson e Venkatraman 2005) para

aperfeiçoar o uso dos recursos de TI, maximizando assim as oportunidades que a TI

pode proporcionar aos negócios, conforme resumidos a seguir:

a. Impacto nos negócios/atividades. Os recursos de TI não devem ser aplicados

exclusivamente para se aumentar a eficiência operacional da organização,

mas também para criar novas maneiras de gestão do negócio, em uma macro

visão em que as atividades, serviços e produtos da organização se somam às

capacidades inerentes da TI.

b. Contratação seletiva. Contratação de fornecedores que agreguem valor às

atividades da organização.

c. Infraestrutura de conhecimento. É desejável o estabelecimento de uma

estrutura integrada de informações de forma a proporcionar a captura, análise

e disseminação do conhecimento para todos os colaboradores da

organização.

d. Grupos. Conjuntos de profissionais que tem papel ativo na organização e que

passam de uma estrutura centralizada para uma descentralizada. Neste caso,

TI se torna o ponto focal de comunicação, elevando sua visibilidade e

importância na organização. A característica principal destes grupos é a

organização em rede, com nível de controle minimizado e especialização

compartilhada.

1.13 SÍNTESE DOS MODELOS

Estes modelos e, mais ainda, a sua evolução indicam a importância do

Alinhamento Estratégico para a eficiência da execução dos planejamentos estratégicos

de ambos e que, ao elevar-se a maturidade deste alinhamento, a TI passa a não ser

apenas um centro de custo ou provedor de soluções, agindo reativamente às

necessidades demandadas pela organização, mas principalmente como motor de

inovações e de identificação de oportunidades (níveis 4 e acima do modelo de Luftman)

– e o reconhecimento do lado da organização de que TI pode tornar-se este esse centro

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44

propulsor de inovação. Também se identifica a necessidade do comprometimento da

organização com o planejamento e com o alinhamento.

No Quadro 9, apresenta-se uma síntese de vários modelos de Maturidade de

Alinhamento Estratégico.

Page 45: Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento ... · Plano Estratégico Institucional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo pode levar os serviços prestados a outro

45

Conceitos Objetos de Estudo Alinhamento Referência

Conjunto de estratégias de SI

derivado do conjunto estratégico da

organização (missão, objetivos e

estratégias).

Planejamento de SI e seu impacto no plano

de negócios da organização.

Colaboração agrega valor

ao negócio e reduz

investimentos.

King, 1978.

Lederer;

Mendelow,

1989.

Objetivos de SI devem ser derivados

dos objetivos organizacionais.

Alinhamento é o ELO (link) entre

esses objetivos.

Relacionamento entre objetivos

organizacionais e de SI. Evidências

empíricas do relacionamento.

Planejamento efetivo de SI

pode apoiar a entender o

impacto dos sistemas no

negócio.

Zviran,1990

.

Alinhamento de SI vem da

consciência, integração e

alinhamento, que é a integração dos

SI com as estratégias fundamentais e

core competences.

Alinhamento das estratégias de SI com as

estratégias de negócio, através dos três

níveis. Associação de dimensões de SI

com dimensões de negócios.

A gestão dos recursos e

funções de SI pode

melhorar e alavancar a

desempenho do negócio.

Chan; Huff,

1993.

Adequação estratégica e integração

funcional entre os ambientes externo

e interno para desenvolver

competências e capacidades,

melhorando a desempenho.

Processo de alavancagem da TI para

transformar a organização. Formulação e

implementação estratégica, ajuste

estratégico e processo contínuo de

adaptação e mudança.

Ajuste estratégico impacta

diretamente no

desempenho. Escolhas

estratégicas vão gerar

ações de imitação.

Henderson;

Venkatrama

n, 1993

O grau no qual a missão, objetivos e

planos de TI suportam e são

suportados pela missão, objetivos e

planos de negócios.

Medição da ligação (linkage) dos

planejamentos de SI com os objetivos de

negócios. Alinhamento e a dimensão

social do processo.

Níveis de entendimento da

TI pelos executivos

relacionam-se com o

alinhamento.

Reich;

Benbasat,

1996.

AE como processo contínuo de

adaptação e mudança. AE visto como

processo de duas vias (TI

atividades).

Desempenho de negócio é associado

às capacidades e estrutura de TI.

Desvios no caminho em direção ao AE,

dificuldades relacionadas ao processo.

Melhor alinhamento de TI

facilita a desempenho dos

negócios.

Hirschheim;

Sabherwal,

2001.

Alinhamento entre estratégias de

negócios e de SI, através dos

conceitos de posicionamento

estratégico: - prospectores,

analisadores e defensores.

Análise da implicação do alinhamento no

desempenho, do desempenho a partir dos

três posicionamentos e das estratégias de

SI apropriadas para cada posicionamento.

Alinhamento de negócios e

estratégias de SI melhora a

desempenho, mas com

diferenças nos

posicionamentos.

Sabherwal;

Chan, 2001.

AE de TI envolve o melhor uso

possível dos recursos de TI para

facilitar que a organização atinja seus

objetivos de negócios.

Melhoria da qualidade informacional a

partir do AE. Fatores Críticos de Sucesso

(FCS), processos de negócios,

necessidades informacionais e produtos e

serviços de TI.

AE traz melhor visão da

informação, da área de TI e

dos sistemas, produtos e

serviços da organização.

Peak;

Guynes,

2003.

AE como processo

dinâmico, conforme as mudanças do

ambiente de negócios, que dirijam a

evolução dos modelos

organizacionais.

Cinco princípios para tirar o máximo da

TI: alinhamento estratégico, impacto nos

negócios, grupos de pessoas, infraestrutura

do conhecimento e contratação seletiva.

Alinhamento das outras

quatro dimensões, em

conjunto, pode fazer com

que a organização melhore

seu desempenho.

Henderson;

Venkatrama

n, 2004.

Quadro 9 - Síntese dos Conceitos e Importância do Alinhamento em TI.

Os modelos apresentados indicam a importância das transformações que TI

podem trazer à organização (mudanças Tecnológica, Estrutural e Comportamental,

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conforme Rockart e Morton), que, através da correta identificação de oportunidades,

podem aperfeiçoar o nível de serviços prestados pela mesma.

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6. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO

ESTADO DE SÃO PAULO

O Planejamento Estratégico Institucional (PEI) do Tribunal de Contas do Estado

de São Paulo teve seu início em 2010, com a contratação da Fundação do

Desenvolvimento Administrativo (Fundap), para o apoio na identificação das

necessidades, análise da situação à época assim como no desenvolvimento do plano de

ação a ser seguido. Em paralelo, também a mesma empresa foi contratada para realizar,

nas mesmas bases, o Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação (PETI) do

TCE/SP.

Encontram-se publicados no site do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo

o Plano Estratégico Institucional (TCESP 2010) e o Plano Estratégico de Tecnologia da

Informação (TCESP; DTI 2011), não sendo necessária sua reprodução, na integra, neste

trabalho.

O PETI foi realizado através de uma metodologia própria da FUNDAP,

chamada MED-TI.

Segundo (Fundap 2010), a metodologia é baseada em metodologias padrão de

mercado, como CMMI, PMI e Cobit, e

O diagnóstico tem por base a metodologia especialmente

desenvolvida pela Fundap para esta ocasião, denominada

Método de Excelência para Departamentos de Tecnologia

da Informação (MED-TI).

O MED-TI indica a percepção dos funcionários do

Departamento em relação a uma situação de excelência

sobre as principais questões de TI. É um método

interessante para apurar como os funcionários percebem

o Departamento. Podem, entretanto, ocorrer desvios, por

exemplo, se levarmos em conta, que hoje no

Departamento de TI do Tribunal existem funcionários

novos que desconhecem de forma mais profunda o que o

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Departamento faz, o que pode causar uma distorção nos

resultados.

Foi permitido o acesso aos dados brutos dos relatórios, para fins de uso neste

documento.

Em relação ao PETI (Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação),

previamente foi feito um levantamento junto aos próprios funcionários do DTI, para

averiguação do estado de cada um de sete tópicos:

1. Políticas de TI

2. Gestão de Orçamento de TI

3. Gestão de Portfólios e Projetos de TI

4. Infraestrutura de TI

5. Governança de TI

6. Contingências de TI

7. Segurança da Informação Digital

Para aferição dos resultados, foi distribuído um questionário entre os

funcionários do DTI. Esse questionário foi respondido livremente, com adesão de todos

os membros da equipe. Aos funcionários foi garantido que as respostas individuais não

seriam informadas às chefias.

Cada uma das afirmações apresentadas deveria receber como resposta um valor

inteiro de 1 a 5, sendo que a nota máxima representava excelência (cumprimento total)

da respectiva afirmação.

Como observação, parte dos funcionários à época do levantamento havia sido

empossada há pouco tempo. Para alguns itens – sabidamente a área de infraestrutura e

segurança – foram feitas reuniões específicas, onde os integrantes responsáveis por estas

duas áreas explicaram a situação à época sem entrar em detalhes e tentando não repassar

juízo de valores. O autor deste estudo participou das reuniões de infraestrutura e

segurança.

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O questionário é apresentado na Quadro 10 - Questionário do MED-TI.

.

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50

Temas # Situações de Excelência

Po

líti

cas

de

TI

Maturidade de

Processos de TI 1

Planos para a evolução da maturidade dos processos são elaborados e implementados - ao

constatar o atingimento da maturidade planejada, um novo patamar de maturidade é replanejado

para início de um novo ciclo de evolução.

Continuidade dos

Processos 2

Os processos são definidos e desenhados de forma consistente, com uma visão do todo, de forma

a cooperar com os demais processos encadeados, com um padrão de implantação que toma

cuidado com a continuidade dos serviços operacionais.

Processos

Especiais de

Atendimento ao

Usuário

3

Os processos de atendimento ao usuário são destacados, muito bem documentados e controlados

isoladamente, com constante monitoramento para atender os padrões pré-estabelecidos de

qualidade.

Auditorias dos

Processos de TI 4

Auditorias para avaliar a aderência da operação aos padrões de qualidade são regularmente

realizadas e levadas em conta para melhorias dos processos e a capacitação dos usuários.

Usabilidade de

Software 5

Os sistemas/produtos de software sofrem constantes auditorias quanto ao seu uso no ciclo de vida

(da implantação ao descarte) e os resultados orientam novas aquisições.

Gerenciamento de

Mudanças 6

As mudanças são gerenciadas como projetos de transformações, levando em conta a maturidade

(DE/PARA) dos processos.

Seg

ura

nça

da

Info

rmaç

ão D

igit

al

Práticas/Normas de

Mercado 7

Práticas de mercado para gestão de TI são selecionadas - as adotadas são implantadas

formalmente e os funcionários são orientados a segui-las.

Sistemas de

Segurança 8

É exigido formalmente que todos os usuários de TI utilizem produtos AntiSpam, antivírus,

antispyware e antiphishing disponibilizados pelo departamento de TI.

Identidade

Corporativa 9

A definição de identidade corporativa única corresponde a um single sign-on de todos os usuários

de TI para todos os sistemas corporativos e as permissões de acesso estão em conformidade com

suas respectivas atribuições.

Políticas de Acesso

à Internet 10

As políticas para acesso à Internet são definidas, periodicamente revisadas e publicadas com

relação a sites restritos e conteúdos inadequados.

Administração do

Risco de Invasão 11

As tentativas de invasões são investigadas e os mecanismos de impedimento e detecção de

invasões são monitorados.

Rastreabilidade da

Informação Digital 12

A distribuição de informações sensíveis são mapeadas e registradas (sic) para permitir auditorias

de rastreabilidade.

Retenção da

Informação Digital 13 A operação de backup é definida, divulgada, executada e auditada com rigor.

Con

tingên

cias

de

TI Ambiente

Continuado de

Serviços de TI

14 Os processos de TI abrangem em especial a manutenção continuada e evolutiva dos serviços, com

recursos alternativos e cooperativos.

Conduta em Casos

de Sinistros 15 Os procedimentos para casos de sinistros são publicados, divulgados, simulados e auditados.

Go

ver

nan

ça d

e T

I

Recursos Humanos

de TI 16

Os recursos humanos internos de TI são adquiridos e mantidos em sintonia com a demanda,

observando sua aplicação em atividades mais nobres.

Informações Sobre

Ativos de TI 17

Os equipamentos de informática, de rede e de sistemas/produtos de software são inventariados

regularmente, alimentando um conjunto de informações de ativos de TI.

Manutenção dos

Ativos de TI 18 Os ativos de TI são valorizados e depreciados, com previsão de atualizações em tempo hábil.

Riscos dos Ativos

de TI 19

A gestão de riscos relaciona os ativos de TI e a sua importância para a operação, considerando

manutenções preventivas e suprimentos requeridos.

Desempenho dos

Ativos de TI 20

Os requerimentos institucionais de TI são monitorados por indicadores pré-definidos, que medem

o alinhamento e a contribuição das estratégias de TI.

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51

Temas # Situações de Excelência

Aquisição dos

Ativos de TI 21

A aquisição de novos ativos de TI é planejada e executada para a adequação antecipada do parque

tecnológico para as metas estratégicas de TI.

Infr

aest

rutu

ra d

e T

I

Recursos de

Processamento 22

A infraestrutura dos CPDs seguem padrões técnicos de mercado (sala cofre, alimentação elétrica,

racks, ambiente físico, barreiras, organização física, monitoramento).

Recursos de

Segurança 23

Procedimentos para acessos restritos aos CPDs com senhas lógicas e biométricas, garantem

acessos exclusivos.

Recursos para

Solucionar

Sinistros

24

A arquitetura dos CPDs atende aos requisitos de continuidade de negócios e em caso de sinistros,

com roteamento automático do processamento, com mínima perda de qualidade dos serviços de

TI.

Recursos de Rede 25 O gerenciamento de rede atende a padrões de qualidade de rede, considerando arquitetura de

monitoramento, roteamento, capilaridade, concentradores e acessos locais.

Recursos de

Telefonia IP 26

A comunicação viva voz utiliza tecnologia IP integrada na rede de dados (e-mail e chat), com

segurança e gravação de eventos (telefonia, áudio, vídeo, vídeo conferência).

Ges

tão

de

Po

rtfó

lio

e P

roje

tos

de

TI

Gerenciamento de

Projetos de TI 27

Um time de gerentes especializados em gerenciamento de projetos de TI seguem recomendações

das melhores práticas de mercado.

Escritório de

Gerenciamento de

Projetos

28 Um Escritório de Gerenciamento de Projetos (PMO - Project Management Office) com funções e

ações bem definidas, promove melhorias nos projetos e facilita o gerenciamento.

Gestão do

Portfólio de

Projetos

29 Os projetos de TI são caracterizados em relação ao benefício que trazem para a gestão estratégica

institucional, com priorização dos recursos compartilhados.

Automação da

Gestão do

Portfólio de

Projetos

30 O gerenciamento do portfólio de projetos é suportado por um sistema PPM (Portfólio Project

Management) corporativo de alta qualidade e disponibilidade.

Ges

tão

do

Orç

amen

to d

e T

I

Orçamento de

Operação 31

O orçamento para operação é elaborado e válido por período fixo - os valores são baseados em

informações reais da operação e consideram reservas técnicas (riscos, contingências e sinistros).

Orçamento de

Investimento 32

O orçamento de investimento é elaborado e válido por período fixo - considera exclusivamente

melhorias (processos, equipamentos, softwares).

Orçamento de

Capacitações 33

O orçamento para as capacitações e válido por período fixo – as escolhas das capacitações são

realizadas conforme as necessidades da gestão – os funcionários capacitados são incentivados a

aplicar os seus conhecimentos e avaliados neste quesito.

Aquisições de

Ativos 34

As aquisições de ativos de TI – sistemas e equipamentos – são realizadas em tempo hábil sem

impacto para os projetos demandantes.

Aquisições de

Serviços 35

As aquisições de serviços de TI (terceirizações) são realizadas sob demanda, adequando-se aos

projetos demandantes e dispensadas ao final do contrato.

Quadro 10 - Questionário do MED-TI.

Fonte: (Fundap 2010)

Os resultados são apresentados no Gráfico 7 (detalhes) e Gráfico 8 (resumo),

sendo que 5 é a nota de excelência.

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52

Gráfico 7 - Percepção da evolução de TI no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Detalhes.

Fonte: (Fundap 2010)

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

1 Maturidade de Processos de TI2 Continuidade dos Processos

3 Processos Especiais de Atendimento ao Usuário

4 Auditorias dos Processos de TI

5 Usabilidade de Software

6 Gerenciamento de Mudanças

7 Práticas/Normas de Mercado

8 Sistemas de Segurança

9 Identidade Corporativa

10 Políticas de Acesso à Internet

11 Administração do Risco de Invasão

12 Rastreabilidade da Informação Digital

13 Retenção da Informação Digital

14 Ambiente Continuado de Serviços de TI

15 Conduta em Casos de Sinistros

16 Recursos Humanos de TI

17 Informações Sobre Ativos de TI18 Manutenção dos Ativos de TI19 Riscos dos Ativos de TI

20 Desempenho dos Ativos de TI

21 Aquisição dos Ativos de TI

22 Recursos de Processamento

23 Recursos de Segurança

24 Recursos para Solucionar Sinistros

25 Recursos de Rede

26 Recursos de Telefonia IP

27 Gerenciamento de Projetos de TI

28 Escritório de Gerenciamento de Projetos

29 Gestão do Portfólio de Projetos

30 Automação da Gestão do Portfólio de Projetos

31 Orçamento de Operação

32 Orçamento de Investimento

33 Orçamento de Capacitações

34 Aquisições de Ativos

35 Aquisições de Serviços

Page 53: Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento ... · Plano Estratégico Institucional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo pode levar os serviços prestados a outro

53

Gráfico 8 - Percepção da evolução de TI no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Agrupados.

Fonte: (Fundap 2010)

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

Políticas de TI

Segurança da Informação Digital

Contingências de TI

Governança de TIInfraestrutura de TI

Gestão de Portfólio e Projetos de TI

Gestão do Orçamento de TI

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54

Pela simples análise do gráfico, nota-se que a área de Gestão de Portfólio

Projetos de TI teve percepção próxima a zero, indicando a necessidade de investimento

nesta área. Considera-se, também, que a área de Portfólios e Projetos é fator crítico de

sucesso para um planejamento estratégico – visto que, por definição, é impossível

qualquer tentativa de se implantar planejamento sem pensar em um conjunto de projetos

estruturantes.

Cabe destacar que os planejamentos aqui citados foram feitos com o apoio da

FUNDAP, segundo método próprio.

Em ambos, são indicados os Meios (Mxx), Processos (Pxx), Entregas (Exx) e

Resultados (Rxx) necessários para alcançar a Visão. Segundo o relatório final do

Planejamento Estratégico (Fundap 2010),

O Mapa Estratégico apresenta, de forma sucinta, os

objetivos estratégicos definidos como fundamentais para

que se alcance a Visão de Futuro. Os objetivos

estratégicos aparecem no Mapa, agrupados sob quatro

perspectivas:

- Resultados – que são os objetivos finalísticos da

organização, os impactos que o TCESP espera que suas

ações (produtos e serviços) tenham sobre o ambiente

externo à organização, ou seja, sobre a sociedade. Esta

perspectiva está relacionada à efetividade das ações do

TCESP, ou seja, o valor das ações do TCESP para a

sociedade;

- Entregas – que são os produtos/serviços realizados pelo

TCESP por meio dos quais se dará a consecução dos

Resultados esperados. Esta perspectiva está relacionada

à eficácia das ações do TCESP;

- Processos – que são os métodos ou a forma como o

TCESP realiza suas atividades. Esta perspectiva está

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55

relacionada à eficiência do TCESP na realização dos

produtos e serviços de sua competência;

- Meios – que são os recursos com os quais o TCESP

conta para desenvolver seus processos de trabalho,

produzindo os produtos e serviços de sua competência. É

a Capacidade e a Competência Organizacional para

realizar os processos (pessoas, instalações etc.).

Para referência, no Quadro 11 reproduz-se o mapa estratégico do TCESP para o

quinquênio 2011-2015; na Quadro 12 - Mapa Estratégico do TCESP para o quinquênio

2011-2015.

, o mapa estratégico para TI do TCESP, para o mesmo período.

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56

Planejamento Estratégico do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo

Mis

são

Fiscalizar e orientar para o bom e transparente uso dos recursos públicos em

benefício da sociedade. V

isão

de

Fu

turo

Fiscalizar, orientar e divulgar, em tempo real, o uso dos recursos públicos,

priorizando a auditoria de resultados e a aferição da satisfação social,

consolidando uma imagem positiva perante a sociedade.

Res

ult

ado

s R01 Aumentar a efetividade das ações do TCESP

R02 Contribuir para o cumprimento dos programas governamentais

R03 Promover o controle social sobre a gestão pública

En

treg

as E01 Aprimorar a análise das contas anuais

E02 Agilizar a análise dos processos autônomos

E03 Formar e informar o público-alvo

Pro

cess

os

P01 Apurar denúncias relevantes e fundamentadas

P02 Implementar ações corretivas durante o exercício

P03 Estruturar processo de comunicação

P04 Aperfeiçoar o processo de capacitação externa

P05 Redesenhar o processo de planejamento

P06 Incrementar a avaliação de programas governamentais

P07 Otimizar os processos finalísticos

Mei

os

M01 Redesenhar e padronizar os procedimentos administrativos

M02 Efetivar a gestão de pessoas

M03 Adequar e padronizar sistemas e a infraestrutura de informação

M04 Manter adequadas as instalações e a infraestrutura do TCESP

M05 Fortalecer a capacidade de orientação e pedagogia do TCESP

Quadro 11 - Mapa Estratégico do TCESP para o quinquênio 2011-2015.

Fonte: (TCESP 2010)

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57

Planejamento Estratégico da TI do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo

Mis

são Prover as melhores soluções de tecnologia da informação e comunicação para o pleno

desempenho das atividades do Tribunal. V

isão

de

Fu

turo

Ser reconhecido como provedor de soluções inovadoras e com excelência em tecnologia

da informação e comunicação para o controle externo.

Res

ult

ado

s R01 Incorporar soluções efetivas de TIC nos processos de trabalho

R02 Contribuir para maior produtividade e integração dos processos de trabalho

R03 Atender aos padrões de qualidade estabelecidos para os processos de TIC

En

treg

as E01 Fornecer e manter equipamentos de TIC adequados

E02 Prover atendimento centralizado do cliente de TIC de forma efetiva

E03 Prover soluções sistêmicas adequadas

Pro

cess

os

P01 Aprimorar a gestão das demandas de TIC

P02 Promover novas soluções e tecnologias

P03 Aprimorar a gestão do ciclo de vida de infraestrutura de TIC

P04 Fortalecer a gestão do ciclo de vida dos sistemas

P05 Estabelecer os processos de interação com o cliente

Mei

os/

Cap

acid

ades

M01 Aprimorar a capacitação técnica e gerencial dos funcionários de TI

M02 Manter o quadro de recursos humanos adequado

M03 Implementar ferramentas e tecnologias para o suporte das atividades

M04 Implementar metodologias para processos do DTI

Quadro 12 - Mapa Estratégico do TCESP para o quinquênio 2011-2015.

Fonte: (TCESP; DTI 2011).

Ao se analisar os mapas acima, infere-se que existe a indicação direta da

necessidade de alinhamento entre de planejamentos estratégicos entre o Tribunal e sua

Ti, através, por exemplo, meio M03 do Tribunal (Adequar e padronizar sistemas e a

infraestrutura de informação) e da Missão de TI (Prover as melhores soluções de

tecnologia da informação e comunicação para o pleno desempenho das atividades do

Tribunal), dos resultados R01 (Incorporar soluções efetivas de TIC nos processos de

trabalho), R02 (Contribuir para maior produtividade e integração dos processos de

trabalho), R01 (Contribuir para maior produtividade e integração dos processos de

trabalho), do Processo P05 (Estabelecer os processos de interação com o cliente).

Grosso modo, porém, para o cumprimento da missão e da visão do TCESP, pode-se

afirmar que todos os itens do mapa estratégico, sejam eles Resultados, Entregas,

Processos ou Meios/Capacidades, dependem da utilização contínua e crescente de

Tecnologia da informação, seja para melhorar os processos, seja para disponibilizar os

resultados com maior alcance possível. Também se pode afirmar que todos os itens do

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58

mapa estratégico de TI almejam tornar o DTI mais apto a atender às necessidades

atualmente identificadas do Tribunal.

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59

7. PROPOSTAS

1.14 OS MODELOS ESTUDADOS E SUA APLICAÇÃO NO TCESP

Faz-se clara a necessidade de que qualquer organização precisa, para bom uso

dos recursos a ela disponibilizados, de uma TI dinâmica e bem estruturada. Pesadas as

informações apresentadas neste documento, acrescenta-se que uma organização com

conhecimento e capacitação para análise dos estágios pode estar preparada para o

enfrentamento das crises por que certamente passará, conforme indicado pelos modelos

de maturidade anteriormente citados.

Como já afirmado anteriormente, não se considera aqui que uma organização

não possa prescindir da TI para seu funcionamento. Simplesmente ressalta-se o fato

conhecido, reconhecido e provado que quando uma organização almeja atuar na

dimensão em que o TCESP se compromete em sua missão e visão – consolidar uma

imagem positiva perante a sociedade – e deseja prover, em tempo real, as informações

necessárias para o aprimoramento do gasto público, a efetividade de todas as suas ações

para esse fim está diretamente relacionada ao correto uso de TI, ainda que não

exclusivamente.

Considera-se, porém, que as necessidades de velocidade e assertividade que o

cidadão exige do poder público tornam, sim, imprescindíveis o uso de uma TI eficiente

e bem dimensionada para a execução de suas tarefas, e, mais do que o simples

alinhamento entre os planejamentos estratégicos, uma verdadeira integração da área de

TI às atividades da organização, com TI tendo papel decisivo no processo de evolução

da plataforma de atividades, evitando considerar TI como mera fornecedora de soluções

tópicas, com foco meramente reativo de atendimento a demandas.

Citando e adaptando (Rocha e Vasconcelos 2004), para alcançarem níveis mais

elevados de maturidade, as organizações necessitam:

• Seguir uma estratégia de procura constante de

oportunidades para uso estratégico de TI e de um

planejamento interativo envolvendo o negócio e o TI;

• Avançar para estruturas mais descentralizadas através

de coligações formadas entre a unidade de TI e as demais

Page 60: Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento ... · Plano Estratégico Institucional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo pode levar os serviços prestados a outro

60

unidades de negócio, com coordenação centralizada, e

colocar o gestor de TI ao nível dos gestores seniores;

• Controlar a computação por usuários finais, encontrar

todas as necessidades de sistemas dos usuários e avançar

para sistemas de gestão, de apoio à decisão e

estratégicos;

• Identificar pessoal com orientação de negócio (e.g.,

analista/engenheiros de negócio) e com capacidade para

participar no planejamento e na gestão simultânea do

negócio e do SI;

• Promover um estilo de "produto campeão" (i.e., que

traga vantagens estratégicas para a organização) e de

equipes de negócio (i.e., pessoal de TI trabalhando em

conjunto com as outras partes com o objetivo de se atingir

o sucesso da organização);

• Fomentar a capacidade de marketing e relacionamento

com todas as partes da organização para que os gestores

das outras áreas entendam as potencialidades dos

sistemas e tecnologias de informação;

• Incutir uma cultura de procura constante de

oportunidades estratégicas interna e externamente, de

planejamento interativo, de relacionamento harmonioso e

de equipes de trabalho interdependentes.

Adaptando (Henderson e Venkatraman 2005), podemos considerar três vetores

básicos para uma plataforma de atividades consoante com a prestação de serviços

públicos exigidos pela sociedade atual:

Conexão constante com o cidadão e órgãos públicos: a

TI deve ser utilizada para aproximação com os clientes

(cidadãos, órgãos fiscalizados, Assembleia Legislativa),

seja para orientar (no caso dos órgãos fiscalizados) seja

Page 61: Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento ... · Plano Estratégico Institucional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo pode levar os serviços prestados a outro

61

para divulgar (no caso dos cidadãos), seja para informar

(no caso da Assembleia Legislativa) realizando

programas de relacionamento, personalizando serviços e

acesso às informações ou criando comunidades de

clientes. Essas comunidades podem ser criadas através de

redes sociais comuns, maximizando a presença do órgão

perante a sociedade ao mesmo tempo em que reforça a

imagem positiva e atual, em blogs ou microblogs como o

Twitter, e em redes como o Facebook, Google+ ou Orkut.

Este vetor está totalmente alinhado com a visão do

TCESP.

Configuração de Ativos: a gerência do processo de

aquisição de dados para a fiscalização, a

interdependência de parceiros e subcontratados, a análise

de eventuais terceirizações e o gerenciamento de novas

competências são desafios a serem enfrentados nesta

área. O comprometimento com a transparência e ética,

assim como práticas sustentáveis e de atendimento ao

cidadão devem continuar pesando nas decisões de

contratação de recursos.

Promoção do conhecimento: este vetor propõe que o

conhecimento seja utilizado como ativo da organização, e,

assim, possa ser compartilhado e multiplicado, através da

criação de rede institucional e da utilização destes ativos

de forma a trazer retorno para a organização, seja no

aprimoramento de serviços seja na racionalização do uso

de recursos.

O que se encontra de mais comum em cada um dos modelos de alinhamento

apresentados pode se resumir no conhecimento, não apenas de TI às atividades da

organização, mas também o conhecimento inverso: a organização conhecendo e

confiando em sua TI para trabalhar nos processos de inovação.

Page 62: Maturidade em Tecnologia da Informação e Alinhamento ... · Plano Estratégico Institucional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo pode levar os serviços prestados a outro

62

Pode-se considerar, também, que o grande momento de evolução da TI em uma

organização também é, segundo cada um dos modelos propostos, o maior momento de

crise. Conforme afirmado anteriormente, ―crise‖ é apenas o ponto de inflexão no qual se

determina se a organização, por mais que venha sustentando uma melhora constante e

gradativa em qualquer um dos aspectos no uso de TI, vai se posicionar em outro

patamar de sua relação com TI, conforme indicam as eras (Processamento de Dados, TI

e Redes) do modelo de (Mutsaers, Zee e Giertz 1997), ou os focos (Departamento de TI,

Organização, Ambiente) do modelo de (Galliers e Sutherland 1991).

Em grande parte dos modelos, o foco de TI passa da própria área (p. ex.

Processamento de Dados e Departamento de TI, em Mutsaers et all e Galliers et all,

respectivamente), para a empresa (TI e Organização), e para os clientes externos (Redes

e Ambiente).

A evolução da missão do TCESP aponta para esse mesmo objetivo – de uma

missão fortemente calcada na legalidade para uma missão que atenda ao seu cliente

final – o cidadão.

Uma área de TI bem estruturada é a mais preparada em uma organização para

conduzir os processos de modernização, já que ela tem a percepção da organização

como um todo, e não apenas de setores individuais. É claro que a alta direção ou mesmo

membros esparsos da organização podem ter a mesma percepção, mas a área de TI,

mais do que perceber a forma em que as partes da empresa interagem, pode

compartilhar da visão da alta direção de como a organização pode se tornar – e, melhor

ainda, pode estabelecer os meios e capacidades para que a organização atinja seus

objetivos.

Para tal, porém, é necessário que a organização como um todo – e não somente a

alta direção ou o corpo de gestores – conheça a TI, suas capacidades, e entenda a

necessidade de que a mesma seja apoiada.

1.15 INDICADORES E MEDIÇÃO DO ATUAL ESTÁGIO DE MATURIDADE

Considerando a heterogeneidade das organizações, das forças econômicas,

políticas, de costumes, históricas, evoluções, inovadoras e conservadoras, e das

mudanças tecnológicas que certamente se dão com a passagem do tempo, seria

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63

imprudente estabelecer um método ou um caminho para a passagem para um nível mais

alto de maturidade sem um estudo aprofundado do nível atual de qualquer organização.

Também se considera que, qualquer que seja o modelo de maturidade adotado, por

padrão, uma organização não se encontrará em um único nível de maturidade: haverá

sempre processos e situações mais e menos evoluídos.

Mas, mesmo que não haja fórmulas mágicas – a passagem pelos níveis de

qualquer modelo se dá por um crescimento gradual e natural, como em qualquer ser

vivo – é possível, sim, através do conhecimento modelos de maturidade e de um estudo

mais aprofundado sobre os níveis que a organização alcança em seus diversos

componentes, a preparação para o enfrentamento das crises apontadas nos modelos.

Um dos métodos que podem levar a uma compreensão mais acurada dos

diversos níveis em que o TCESP pode se encontrar, tanto em relação à TI quanto em

relação ao alinhamento entre os planos estratégicos, é a aplicação de um questionário,

assim como a criação de indicadores específicos para essa medição.

Cabe lembrar que há indicadores previstos no (TCESP; DTI 2011), porém, estes

foram criados como metas a serem alcançadas – e não como forma de medir a atual

maturidade. Estes indicadores estão demonstrados na Quadro 13 - Indicadores listados

no PETI.

.

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64

Perspectiva Indicador

E01 % de equipamentos de TIC adequados ao perfil do usuário

E01 % de equipamentos de TIC dentro do ciclo de vida

E02 % do cumprimento do SLA acordado

E03 % de cumprimento do SLA (desempenho e disponibilidade) (rede)

E03 % de cumprimento do SLA (desempenho e disponibilidade) (servidores)

E03 % de projetos aderentes aos níveis de serviço acordados

E03 % de servidores entregues conforme planejamento de capacidade

E03 % de usuários com acesso móvel, conforme perfil

E03 % de usuários de rede convergente atendidos

E03 % de usuários de rede estruturada atendidos

E03 Ocorrências de incidentes de segurança

E04 % de projetos com níveis de serviço acordados (sobre o total de projetos)

M01 % de funcionários aplicando as competências conquistadas

M01 % de funcionários capacitados (em relação à Matriz de competências)

M01 % de treinamentos realizados (sobre o planejado no exercício)

M02 % de colaboradores dentro dos perfis definidos (em relação à quantidade necessária)

M02 Colaboradores DTI por área/usuários do TCESP

M02 Colaboradores DTI por chefias do DTI.

M02 Quantidade de demandas por colaboradores da área

M03 % de atividades/processos automatizáveis por ferramentas e tecnologias, em relação à quantidade total de

atividades/processos a serem automatizados

M03/M04 % de processos suportados por metodologias (em relação ao total de processos de TI)

P01 % de demandas adequadamente qualificadas

P01 % de demandas qualificadas (sobre o total de pedidos registrados)

P01 % de pedidos respondidos no prazo (sobre o total de pedidos registrados)

P01 % de projetos estratégicos em execução

P02 Quantidade de soluções apresentadas

P02 Quantidade de soluções implementadas

P02 Quantidade de soluções prospectadas

P03 % de cumprimento da SLA (disponibilidade)

P03 % de cumprimento de SLA (confiabilidade)

P03 % de processos de segurança implantados

P03 % de serviços com SLAs definidos

P03/P04/P05 % de contratos de serviços (terceiros) com SLA

P04 % de aderência dos sistemas utilizando ALM às metodologias definidas

P04 % de horas dedicadas sobre as horas estimadas

P04 % de sistemas operando com ALM

P04 Nível de maturidade em desenvolvimento de sistemas

P05 % de aderência aos padrões definidos internamente, conforme boas práticas de mercado

P05 % de processos de atendimento centralizados (sobre o total de processos de atendimento)

R01 % de execução do orçamento

R01 % de processos informatizados

R01 % de projetos estratégicos implantados com sucesso

R01 % de usuários satisfeitos com as soluções

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65

Perspectiva Indicador

R02 % de pessoas afetadas por processos automatizados, em relação ao total de pessoas envolvidas no processo (por

processo)

R02 % de redução de custos por processo (antes/depois)

R02 % de redução por tempo por processo (antes/depois)

R03 % de aderência do projeto ao padrão negociado

R03 % de projetos com padrão de qualidade negociada (sobre o total de projetos)

Quadro 13 - Indicadores listados no PETI.

Fonte: (TCESP; DTI 2011).

No caso do questionário, este obrigatoriamente deverá passar por uma equipe

capacitada (externa ou externamente) a criação do mesmo. No início da confecção deste

estudo, havia a proposta da construção de um questionário a ser aplicado ao TCESP

para averiguação. Nas (não tão) muitas leituras feitas a este respeito, percebi que a

aparentemente simples criação de um questionário que realmente refletisse em suas

respostas verdadeiros indicadores de níveis de maturidade seria uma tarefa muito acima

dos recursos disponíveis à época (conhecimento, tempo e distanciamento objetivo). A

aplicação de um questionário para toda a organização, acredito, também careceria de

recursos indisponíveis – inclusive de convencimento da alta direção e dos membros da

organização de que suas respostas seriam, em algum momento, proveitosas.

1.16 MATURIDADE EM TI E ALINHAMENTO ESTRATÉGICO

O PETI do TCESP foi criado, apesar de que quase concomitantemente com o

PEI, com a premissa de haver integração entre os dois planos. Essa premissa foi

chamada, em alguns lugares, de Alinhamento Estratégico.

Não há como se falar em ―Alinhamento Estratégico‖ sem que haja a

―Estratégia‖. O PEI e o PETI ainda se encontram em fase de implantação mas com

estratégias já delineadas.

Conforme os modelos apresentados, há níveis específicos de maturidade em

alinhamento estratégico. Apesar de, no TCESP, os planos serem recentes e ainda não

completamente implementados, a maturidade entre os planejamentos pode também ser

medida através de questionários e indicadores próprios, aos quais o autor deste estudo já

reconheceu a carência de capacitação e recursos para se lançar à tarefa de criação dos

mesmos.

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66

Ainda assim, considera-se importante a adoção de um modelo de maturidade de

TI, assim como um modelo de maturidade em alinhamento estratégico, como base, para

que possa ser usado como um mapa, como um guia para o enfrentamento das

inevitáveis crises. Também como motor para a transposição de níveis através da

antecipação e da resolução de crises conhecidas e estudadas, através de inovação e

planejamento.

1.17 UM MODELO DE MATURIDADE EM TI PARA O TCESP

A motivação deste autor para a proposição de aplicar um modelo de maturidade

ao TCESP iniciou-se há alguns anos, durante estudos para a implantação de um sistema

de ServiceDesk (basicamente, serviços ao usuário, sendo que ―usuário‖ neste caso são

os funcionários internos do TCESP). No aprofundar destes estudos, tornou-se clara a

importância de se analisar com mais intensidade o uso de TI e a relação entre a área de

TI e os setores do TCESP. Nestes estudos, os modelos de maturidade se tornaram uma

constante citação e sugestão nos textos escolhidos. E ficou claro, nestes anos, que

qualquer que fosse o modelo, ele deveria ser adotado, com as adaptações necessárias, e

não aplicado pura e simplesmente.

Inicialmente, os textos lidos apontavam para (Henderson e Venkatraman 2005)

como modelo ideal para ser adotado na organização. Porém, com o tempo e o acréscimo

de outros conhecimentos, o modelo de (Galliers e Sutherland 1991) (p. 34) se apresenta

como mais indicado, pelos seguintes motivos:

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A. APRESENTA VÁRIAS CARACTERÍSTICAS PARA CADA

NÍVEL, PERMITINDO O MAPEAMENTO INDIVIDUAL DE

CADA CARACTERÍSTICA, O QUE TONA MAIS FÁCIL A

IDENTIFICAÇÃO E INVESTIMENTO DE TEMPO E

RECURSOS EM CARACTERÍSTICAS QUE “INSISTEM” EM

PERMANECER NOS NÍVEIS MAIS BAIXOS;

B. O AGRUPAMENTO DOS NÍVEIS EM ERAS, O QUAL

TORNA MAIS FÁCIL À ALTA DIREÇÃO VISUALIZAR A

DIFERENÇA ENTRE OS NÍVEIS DE MATURIDADE, ASSIM

COMO SE PREPARAR ESTRATEGICAMENTE PARA OS

PRÓXIMOS NÍVEIS/ERAS;

C. O TRATAMENTO DA MATURIDADE EM TI NÃO COMO

UMA CARACTERÍSTICA DE TI, MAS COMO UMA

CARACTERÍSTICA DA ORGANIZAÇÃO.

D. O RECONHECIMENTO DE CRISES QUANDO DA

TRANSPOSIÇÃO DE UMA ERA PARA OUTRA;

E. NOS NÍVEIS MAIS AVANÇADOS, A INTEGRAÇÃO ENTRE

TI E A EMPRESA É TAL QUE SE PODE CONSIDERAR QUE

ATÉ A EXPRESSÃO “ALINHAMENTO ESTRATÉGICO”

TORNA-SE SEM SENTIDO, POIS OS PLANOS

ESTRATÉGICOS TENDEM A SE TORNAR UM SÓ.

Este último aspecto – a integração total entre TI e a empresa – é o que considero

de maior importância para se galgar níveis quando se trata de maturidade. Apesar de ele

só ser explicitamente considerado nos últimos níveis, parece estar implícito, em muitas

das características dos níveis anteriores, o apontar para este fato.

Parece uma pequena alteração, ou apenas um jogo de palavras, da mesma forma

que ―eficácia‖, ―eficiência‖ e ―efetividade‖, mas, quando se muda o tratamento

diferenciado de ―usuário versus técnico‖ (aquele que usa a infraestrutura de TI fornecida

pela empresa e aquele que mantém a infraestrutura funcionando, respectivamente) para

―cliente e profissional de TI‖ (aquele que demanda serviços providos pela área de TI e

aquele que provê os serviços) e, finalmente, para a designação única de ―servidores‖ ou

―colaboradores‖ (aqueles que servem ou colaboram, segundo suas atividades e com total

interação entre suas áreas, para que a organização atinja seus objetivos finais), mas é

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uma mudança de paradigma: TI se torna não apenas uma auxiliadora ou facilitadora,

mas se torna a principal forma de criação de inovações, através da sua ubiquidade por

entre os setores e da colaboração da e para a instituição.

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os objetivos do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, explicitados em sua

missão e visão de futuro, indicam uma forte intenção de tornar-se uma organização

moderna, eficiente, eficaz e que contribua para um melhor uso dos recursos públicos e a

efetividade das políticas públicas aplicadas pelos órgãos governamentais, tanto no

momento da fiscalização e eventual correção das atividades dos órgãos fiscalizados

(ação reativa) quanto na orientação, educação e promoção de boas para estes mesmos

órgãos (ação proativa), assim como na informação à sociedade de como os recursos

fornecidos por ela estão sendo retornados em seu benefício, consolidando, conforme a

visão do TCESP, uma imagem positiva perante a sociedade.

Com os insumos que recebe da sociedade, sejam recursos financeiros para suas

atividades ou das informações recolhidas em suas ações fiscalizatórias, o TCESP se

mobiliza para exercer uma política pública em que possa disponibilizar as informações

produzidas por ele em tempo para que estas possam ser utilizadas de forma proativa. As

informações prestadas à população podem se tornar demandas junto ao poder público e,

principalmente, fatores decisivos na escolha de representantes em eleições futuras.

Grosso modo, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo mira, através de

suas atividades, tornar-se um agente promotor do bom uso dos recursos públicos,

através da produção e disponibilização de informações confiáveis e relevantes para a

sociedade.

Para que esses objetivos sejam efetivamente atingidos de forma eficaz e

eficiente, é condição sine qua non o TCESP ater-se ao PEI, ao mesmo tempo em que o

adapta para eventuais rotas identificadas como melhores e também por ele é

modificado.

Da mesma forma, a execução do PETI, também com suas eventuais correções, é

fator crítico de sucesso para que o Tribunal consiga atingir seus objetivos.

Não é tarefa elementar tornar a TI não apenas uma ferramenta de apoio às

atividades institucionais ou uma facilitadora dos objetivos, mas um ativo atuante na

capacidade de inovação da empresa, implicando muitas vezes a transformação da

mesma,– há as resistências veladas ou abertas, há interesses políticos, há melindres que

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podem estabelecer barreiras aparentemente instransponíveis – cenários em que se

armam barricadas contra inovações pelo receio mudança do status quo.

Os Modelos de Maturidade e Maturidade de Alinhamento citados concordam em

que, ao final, a gestão de TI se confunde com a gestão da empresa.

Segundo os modelos estudados, TI, nos estágios mais avançados de maturidade

da empresa, passa a ser parte integrante da organização. Isso significa compartilhar

objetivos, compartilhar a mesma visão. Nestes níveis de maturidade, o cliente da TI de

uma organização pública deixa de ser o servidor público, e passa a ser o próprio cidadão

– e, a julgar pelos avanços e propostas ouvidas no TCESP, é esse o objetivo final da

instituição: prestar serviços relevantes à sociedade.

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