matosinhos valoriza - solos paisagem

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VALORIZAÇÃO E QUALIFICAÇÃO AMBIENTAL E TERRITORIAL DOS ESPAÇOS CLASSIFICADOS DO CONCELHO DE MATOSINHOS m a t o s i n h o s v a l o r i z a ! • solos e paisagem • RESUMO NÃO TÉCNICO

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Page 1: Matosinhos Valoriza - solos paisagem

F O R M A T O V E R D E

S O L O S E P A I S A G E M

VALORIZAÇÃO E QUALIFICAÇÃO AMBIENTAL E TERRITORIAL DOS ESPAÇOS CLASSIFICADOS DO CONCELHO DE MATOSINHOS

m

atosinhos•

•valoriza!•

• solos e paisagem •

RESUMO NÃO TÉCNICO

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F O R M A T O V E R D EC Â M A R A M U N I C I P A L D E M A T O S I N H O S

M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E M

• matosinhos valoriza! •

VALORIZAÇÃO E QUALIFICAÇÃO AMBIENTAL E TERRITORIAL DOS ESPAÇOS CLASSIFICADOS DO CONCELHO DE MATOSINHOS

MATOSINHOS, 2013

COMPONENTE SOLOS E PAISAGEM

Instituto Politécnico de Viana do Castelo

Equipa Técnica

Joaquim Mamede Alonso (coordenação científica)

Carlos Guerra (coordenação técnica)

Álvaro Neiva

Bruna Costa

Cláudio Paredes

Filomena Leite

Ivone Martins

Regina Ribeiro

Sónia Santos

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F O R M A T O V E R D EC Â M A R A M U N I C I P A L D E M A T O S I N H O S

M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E M

ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO

2. METODOLOGIA

3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

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F O R M A T O V E R D EC Â M A R A M U N I C I P A L D E M A T O S I N H O S

M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E M

Nos estudos da Componente “Solos e Paisagem” incluiu-se: i) a caracterização, análi-

se e definição de propostas de gestão dos solos e paisagem nos espaços classifica-

dos do concelho; ii) o estudo da distribuição e evolução da ocupação e uso do

solo na sua relação com a definição, estrutura e funcionamento das unidades de

paisagem; bem como iii) a respetiva integração destas componentes no Sistema

de Gestão e Informação Ambiental municipal acompanhada por um sistema de

indicadores.

A proposta de um sistema de indicadores ambientais associados às componentes

de solo e paisagem visa complementar as atuais fontes e sistemas de informação

disponíveis para o município e propor indicadores de estado do ambiente. Neste

sentido, este conjunto de indicadores pretende responder às necessidades

municipais, mas também ao relato para outros sistemas de monitorização e a

integração em redes internacionais de conhecimento e trabalho. Estes objetivos e

instrumentos implicam a adoção de estratégias de captura e gestão de qualidade

dos dados (espaciais) com vista à interoperabilidade dos sistemas, bem como à

promoção e à sustentabilidade das iniciativas.

1. INTRODUÇÃO

I N T R O D U Ç Ã O / 7

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M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E M M E T O D O L O G I A /9

2. METODOLOGIA

No quadro dos objetivos e âmbito do projeto, estabeleceu-se a situação de

referência relativamente às componentes em estudo (i.e. geologia, litologia e solos

e ocupação, uso do solo e paisagem), que considera:

i. a análise da distribuição geográfica de indicadores qualitativos e quantitativos

relevantes para a sua descrição;

ii. a identificação e descrição das principais características funcionais relacionadas

com os solos e o respetivo uso;

iii. a avaliação das principais características dos solos na sua relação com o seu

potencial e real aproveitamento produtivo (i.e. florestal e/ou agrícola);

iv. a avaliação da distribuição das principais classes de ocupação do solo

relativamente às dinâmicas demográficas e económicas locais;

v. a avaliação da distribuição dos espaços agrícolas e florestais na sua relação com a aptidão

dos solos e com a sua localização mais marginal e/ou central no território municipal;

vi. a identificação das principais relações funcionais entre solos e ocupação do solo.

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M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E MM E T O D O L O G I A /A P R O D U Ç Ã O E A O R G A N I Z A Ç Ã O D A S B A S E S D E D A D O S N U M S I G /1 0

M E T O D O L O G I A /A P R O D U Ç Ã O E A O R G A N I Z A Ç Ã O D A S B A S E S D E D A D O S N U M S I G /

1 1

A produção e a organização das bases de dados num SIG

No âmbito do projeto, a diversidade de bases de dados de informação de referência

e temáticas utilizadas, a partilha de dados por um conjunto considerável de técnicos

e de utilizadores, e a sistematização dos produtos motivaram o desenvolvimento

de um projeto de Sistema de Informação Geográfica (SIG). No conjunto da

informação geográfica de referência destacam-se a rede geodésica, a rede viária,

a rede hidrográfica, a toponímia, os edifícios e outros elementos humanos. A

informação temática inclui dados sobre clima, geologia, solos, água, paisagem,

mas também sobre a população, demografia, atividades económicas, exploração

de recursos, bem como os espaços de classificação e proteção ambiental, no

âmbito do planeamento e ordenamento setorial, espacial e territorial em vigor.

A situação de referência definiu-se a partir de um conjunto de informação de

natureza diversa, nomeadamente: i) a geologia (Carta Geológica de Portugal, Folha

9-C (Porto) de 1957 à escala 1/50.000 (Serviços Geológicos de Portugal, 1957); e

ii) a componente de solos (Carta de Solos e Aptidão da terra do Entre Douro e

Minho à escala 1/25.000; DRAPN, 1995), bem como da informação dos perfis de

solo contidos nas respetivas memórias descritivas.

A cartografia de ocupação e uso do solo resulta de um conjunto de trabalhos

que incluíram, de forma sequencial i) a adequação da cartografia de ocupação e

uso do solo pré-existente para o município de Matosinhos, datada de 1990; e ii) a

produção de novas bases de dados cartográficas para os anos de 2003 e 2010.

A adequação e a atualização das bases de dados assumiram os critérios utilizados na

produção da Cartografia de Ocupação do Solo de 2007 (COS2007). Esta metodologia

agrega as unidades de paisagem em 5 níveis que partilham os conceitos de uso e

ocupação do solo (Caetano et al., 2006), no sentido de possibilitar a sua comparação

e análise da evolução desde 1990 a 2010. A extração de informação teve por base a

análise visual de séries temporais de imagens ortorretificadas com uma resolução

espacial de 0,5 m seguida de digitalização em ecrã. A produção de informação

gráfica vetorial resultou da delimitação de entidades poligonais, a uma escala

de digitalização de 1/2.000 e, considerando uma unidade mínima cartográfica

(UMC) igual ou superior a 0,5 hectares. Durante o processo foram considerados

os procedimentos necessários de forma a garantir o rigor topológico, evitando-se

erros de geometria (e de classificação). A cada entidade poligonal foi atribuído um

atributo alfanumérico com cinco níveis hierárquicos distintos (com exceção dos

territórios artificializados) de acordo com a legenda e a nomenclatura de classes

utilizada na COS2007.

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M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E M

A produção da cartografia de ocupação e uso do solo resultou da fotointerpretação

sobre ortofotomapas de 2003 e 2007 cedidos pelo município, com o apoio de

outras ortoimagens, nomeadamente imagens de satélite, de bases geográficas de

referência e de um conjunto considerável de bases geográficas temáticas.

No desenvolvimento do projeto SIG de apoio ao projeto, realizaram-se diversas

operações de transformação das bases de dados, nomeadamente: i) as mudanças

das diversas bases de referenciação espacial para uma base única no sistema

ETRS 1989 (EPSG: 3763 PT-TM06/ETRS89); ii) de raster para vetor em alguns

temas; e iii) temática, com a atualização e correção dos atributos de alguns dos

elementos geográficos presentes. As operações de transformação acompanharam

a organização das estruturas dos dados segundo os Anexos I, II e III da Diretiva

INSPIRE.

M E T O D O L O G I A /A G E S TÃ O E A N Á L I S E D A S B A S E S D E D A D O S /

1 3

A gestão e análise das bases de dados

A descrição e análise da situação de referência das componentes ambientais do

solo e da paisagem permitiu descrever as principais pressões, o estado e o impacte

sobre aos processo presentes. A avaliação proposta foi realizada com base em

bases de dados pré-existentes ou produzidos no âmbito do projeto conscientes da

insuficiência ou lacunas de dados.

O estado e as dinâmicas identificadas permitiram a avaliação dos impactes diretos

num conjunto de domínios de interesse municipal, em particular ao nível da

quantidade e qualidade da água (superficial e subterrânea), da qualidade do ar, da

proteção da natureza e da biodiversidade bem como, da produção agro-florestal.

No final foi possível identificar implicações da degradação das condições do solo e

da paisagem sobre o bem-estar humano e o ambiente.

M E T O D O L O G I A /A P R O D U Ç Ã O E A O R G A N I Z A Ç Ã O D A S B A S E S D E D A D O S N U M S I G /1 2

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M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E M M E T O D O L O G I A /A A P R E S E N TA Ç Ã O D E P R O P O S TA S ,

D A R E D E D E A M O S T R A G E M E I N D I C A D O R E S /1 5

M E T O D O L O G I A /A A P R E S E N TA Ç Ã O D E P R O P O S TA S , D A R E D E D E A M O S T R A G E M E I N D I C A D O R E S /1 4

A apresentação de propostas, da rede de amostragem e indicadores

As análises suportaram a proposta de um sistema de indicadores ambientais

associados às componentes de solo e paisagem tendo por base: i) o documento

técnico de suporte ao Sistema Nacional de Indicadores e Dados de Base do

Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano e na Estratégia Nacional de

Desenvolvimento Sustentável; e ii) os objetivos de monitorização definidos.

O conjunto de indicadores foi dividido em dois subgrupos relacionados sobretudo

com a tipologia e as metodologias associadas à captura da informação. Estes

dois conjuntos reúnem entre si 51 indicadores, podendo ser obtidas a partir de

técnicas de captura, análise e modelação espacial a partir de dados já disponíveis

no município (ou da sua atualização recorrente ou continua). Aos indicadores

selecionados estão associadas duas estratégias distintas de monitorização: i) uma

primeira relacionada com a amostragem de dados de campo, com o desenho e

a implementação de uma rede de amostragem representativa da variabilidade

territorial que permita a espacialização dos dados obtidos (proporcionando

uma cobertura contínua do território em análise); e ii) uma segunda estratégia

relacionada com a utilização de dados com cobertura integral do município, sendo

que esta pode ser obtida a partir do uso/atualização da informação geográfica

disponível no município (e.g. zonas edificadas, rede viária, ocupação do solo,

entre outras), ou gerada a partir de fontes de informação remota (e.g. imagens de

satélite, fotografia aérea, entre outras).

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3. APRESENTAÇÃO E

ANÁLISE DE RESULTADOS

Caraterização da situação de referência

// COMPONENTE AMBIENTAL DE GEOLOGIA,

LITOLOGIA E SOLOS

O município de Matosinhos assenta maioritariamente sobre uma base litológica

de granito de grão grosseiro ou médio a fino, embora ocorram outras formações

geológicas que se relacionam com os atuais espaços rurais e de maior produção

agroflorestal a Norte e a Este (Figura 1). No conjunto, em termos geológicos, varia

entre depósitos, areias e cascalheira e depósitos de praias antigas, nos aluviões

atuais na proximidade às principais linhas de água, mas também nos complexos

xisto-granito-migmatíticos nas áreas mais interiores. A heterogeneidade litológica

contribui para a densidade urbana e infraestrutural do município (i.e. relacionada

com a maior ou menor estabilidade do substrato litológico e as suas implicações

para a construção), como se relaciona também com a maior aptidão agroflorestal

dos solos.

Do ponto de vista hidrogeológico e atendendo à estrutura de ocupação urbana

existente no município, a porosidade dos materiais existentes no substrato

geológico e a ocorrência de focos de contaminação à superfície pode implicar uma

rápida propagação dos contaminantes, em particular em zonas de granito e areias

de dunas, nas quais o lençol freático se encontra superficial. Apesar da ausência de

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dados regista-dos e publicados relativamente a esta situação, deveria privilegiar-se

a caracterização dos lençóis freáticos e de potenciais fatores de contaminação dos

mesmos.

Em termos sismológicos existem várias falhas geológicas que atravessam

principalmente as formações de granito. Estas falhas, apesar de geograficamente

concentradas, não apresentam atividade sísmica significativa, embora possam

indicar para a existência de zonas com maior instabilidade. Por outro lado, tornou-

se necessário observar a atividade sísmica nas zonas de fronteira do município, em

particular nos municípios do Porto, Gaia e Maia, com maior atividade sísmica, e no

oceano. A quantidade significativa de sismos e o mar podem colocar em risco vidas

e bens materiais em terra, em particular nas comunidades mais próximas do litoral

e em zonas ribeirinhas de baixa altitude.

Embora as limitações geográficas e temáticas da Carta de Solos e de Aptidão da

Terra do Entre Douro (Figura 2) e inexistência de práticas de análise, foi possível

identificar a Norte do município 16 tipologias de solos dominantes divididas entre

Antrossolos, Regossolos e Cambissolos, nas zonas mais interiores, e Arenossolos, nas

zonas de litoral. Estas tipologias agrupam-se em oito tipos de solos distintos com

características estruturas bastante diferenciadas, desde solos com predominância

de elementos mais grosseiros (Arenossolos calcários antrópicos ou cultivados [ARcc],

Arenossolos háplicos antrópicos ou cultivados [ARhc] e Regossolos úmbricos normais

(ou órticos) [RGuo]), solos com teores significativos de limo e argila (Cambissolos

húmico-úmbricos pardacentos [CMup], Cambissolos dístricos crómicos [CMdx] e

Antrossolos cumúlicos dístricos [ATcd]) e solos mais equilibrados do ponto de vista

estrutural (Regossolos dístricos normais (ou órticos) [RGdo] e Cambissolos dístricos

pardacentos [CMdp]).

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Figura 1 - Distribuição geográfica das principais formações geológicas presentes no mu-nicípio de Matosinhos (informação adaptada da Carta Geológica de Portugal, Folha 9-C de 1957).

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As características dos solos relacionam-se com a aptidão da terra, mas também

com a capacidade dos solos na sua relação com a fertilidade. No conjunto foi

importante verificar a existência de um conjunto de solos com elevado potencial

de aptidão agrícola, associado a uma elevada fertilidade física, química e biológica.

A nível local, a aproximação a zonas mais interiores e a espaços mais urbanizados

indica algumas limitações à aptidão da terra para a produção primária.

Neste sentido, de acordo com os dados obtidos nos perfis de solo caracterizados

na Carta de Solos do Entre Douro e Minho e associados a cada tipo de solo

identificado, verificou-se que os solos do tipo Cambissolos húmico-úmbricos

pardacentos apresentam um maior teor de matéria orgânica, identificando-se no

entanto algumas limitações à sua aptidão para uso agrícola. Por outro lado, os

Arenossolos apresentam o menor teor em matéria e, apesar da sua distribuição

espacial reduzida, apresentam elevadas limitações ao uso agrícola relacionados

sobretudo com a sua reduzida fertilidade e com o elevado teor em sais. De uma

forma geral, os valores de matéria orgânica dos tipos de solos identificados no

município de Matosinhos variam entre 0,5% e 9,4%.

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Figura 2 - Distribuição geográfica das principais tipologias de solos presentes no município de Matosinhos (informação adaptada da Carta de Solos do Entre Douro e Minho (1:25.000) de 1999).

A P R E S E N TA Ç Ã O E A N Á L I S E D E R E S U L TA D O S /C A R A T E R I Z A Ç Ã O D A S I T U A Ç Ã O D E R E F E R Ê N C I A /

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A avaliação da aptidão da terra resulta da integração de um conjunto de

características inerentes à capacidade do solo em suportar um determinado uso

agroflorestal, tais como: regime de temperatura, condições de enraizamento,

fertilidade, drenagem, disponibilidade de água no solo, riscos de erosão, declive

do terreno e presença de obstáculos como os afloramentos rochosos e os socalcos

(Figura 3).

De facto, o extremo norte do município revela uma aptidão da terra para uso agrícola

moderada a elevada, sendo possível identificar no entanto um elevado potencial

para usos florestais. Relativamente aos solos de litoral, a menor aptidão agrícola é

acompanhada por uma menor aptidão para uso florestal, devido essencialmente

às menores condições de enraizamento e à menor fertilidade destes solos. Por

outro lado, estas condições mais pobres em termos pedológicos deveriam motivar

a utilização destes locais para a implementação de florestas de proteção que

permitam a estabilização dos solos, em particular na capacidade de sustentar um

coberto vegetal permanente e diminuição da erodibilidade e erosão hídrica.

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Figura 3 - Distribuição geográfica das classes de aptidão da terra (à esquerda) e da fertilidade dos solos (à direita) no município de Matosinhos (informação adaptada da Carta de Solos do Entre Douro e Minho (1:25.000) de 1999).

// COMPONENTE AMBIENTAL DE OCUPAÇÃO, USO DO

SOLO E PAISAGEM

O território do município de Matosinhos apresenta uma matriz de carácter (peri)

urbano e industrial intercalada por espaços rurais, conferindo-lhe uma identidade

cultural tão complexa quanto rica, em património natural e humano. Nestas últimas

décadas sobressaem a dimensão e a intensidade das mudanças socioeconómicas

com reflexos claros nas transformações de ocupação e uso do solo (Figuras 4 e 5).

Figura 4 - Distribuição e evolução da densidade da população residente por subsecção es-tatística no concelho (1991, 2001 e 2011) (Fonte: BGRI, 1991, 2001 e 2011).

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M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E M

Figura 5 - Distribuição e evolução da taxa de variação da densidade da população residente por subsecção estatística no concelho entre 1991 e 2001 (à esquerda) e 2001 e 2011 (à dire-ita) (Fonte: BGRI, 1991, 2001 e 2011).

A análise da cartografia de ocupação do solo de 1990, 2003 e 2010 (Figura 6)

mostra um aumento significativo dos espaços urbanos, em particular das zonas

de tecido urbano mais ou menos consolidado e das zonas industriais e comerciais.

Este aumento foi precedido por uma elevada fragmentação dos espaços rurais, em

particular dos espaços agroflorestais que, muitas vezes, resultam no isolamento de

pequenos espaços agrícolas ou florestais no interior de espaços urbanos.

A análise das transições ocorridas entre 2003 e 2010 permitiu verificar que a

tendência de aumento dos espaços urbanos habitacionais ocorre principalmente a

partir dos espaços agrícolas marginais, enquanto o aumento dos espaços urbanos

industriais e/ou comerciais acontece fundamentalmente a partir das áreas agrícolas

de culturas temporárias e a partir de áreas florestais. Para estas últimas décadas

verifica-se ainda o aumento dos espaços habitacionais e o aumento das grandes

áreas industriais e comerciais na proximidade das principais vias de acesso.

Como resultado da expansão urbana, registaram-se perdas significativas de

espaços agrícolas e florestais entre 1990 e 2010 (- 23,1 %). Por outro lado, registou-

se o aparecimento de áreas de pastagem e o crescimento das áreas agrícolas

heterogéneas, caracterizadas por diversos tipos de associações entre culturas

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temporárias, pastagens, culturas permanentes e áreas naturais, incluindo áreas

de mosaicos de culturas permanentes e temporárias sob coberto florestal. Para

este período verifica-se o abandono de espaços agroflorestais, em paralelo com a

intensificação da produção hortícola e mesmo de culturas protegidas em estufa ou

de espécies forrageiras.

Estas dinâmicas refletem, em grande medida, uma única tendência de

artificialização territorial e perda de potencial produtivo, uma vez que ambas

resultam do aumento continuado do crescimento urbano e da perda progressiva

da competitividade territorial dos espaços agrícolas. Esta perda de competitividade

surge, por um lado, do maior interesse monetário da conversão dos espaços

agrícolas em espaços urbanos, gerando desta forma expectativas nos proprietários

de áreas agroflorestais localizadas na periferia e/ou no interior de espaços urbanos

consolidados, e por outro lado, da redução do retorno financeiro das produções

agrícolas e o consequente abando da atividade, criando desta forma espaços

devolutos em locais com potencial para a construção.

Figura 6 - Distribuição das classes de ocupação do solo no município de Matosinhos no ano de 1990 (à esquerda), 2003 (ao centro) e 2010 (à direita).

Os espaços florestais apresentam uma tendência negativa e uma homogeneização

destas áreas (sobretudo com povoamentos de eucalipto e pinheiro bravo) e um

confinar das mesmas às zonas periféricas dos espaços urbanos existentes. A

dimensão desta perda de área florestal, aumenta significativamente a fragmentação

e isolamento dos espaços florestais, o que pode influenciar a biodiversidade local

e os valores paisagísticos existentes.

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M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E M

A análise das transições ocorridas entre 2003 e 2010 revelou por um lado uma

tendência de transição de espaços agrícolas heterogéneos e de áreas de florestas

abertas em áreas florestais mais densas, e por outro a fragmentação e a perda

de espaços de floresta para espaços mais heterogéneos de florestas abertas e de

zonas descobertas e com pouca vegetação.

No seu conjunto, a perda de espaços agrícolas e florestais, assim como a sua frag-

mentação e concentração em zonas periféricas, contribui para: i) a potencial perda

de habitats e alteração dos valores naturais; ii) a potencial perda de biodiversidade

motivada pela concentração de espaços de monocultura (agrícolas e florestais);

iii) a diminuição do continuum verde do município; iv) o aumento significativo

dos fatores de degradação das condições físicas e químicas do solo; v) o aumento

dos fatores de risco ambiental e social, nomeadamente aqueles que se encontram

associados aos incêndios florestais (na proximidade com os espaços urbanos), aos

eventos de cheias e inundações e à segurança alimentar; vii) a perda multifuncional

e substancial de potencial económico associada ao setor primário.

A descrição e análise da situação de referência do solo permitiu descrever as

principais ameaças e pressões: i) a erosão hídrica dos solos, que afeta sobretudo

os espaços agroflorestais; ii) a salinização do solo, não só derivada do potencial

aumento da intrusão salina nas principais linhas de água do município, mas

também relacionada com a utilização de aditivos agrícolas com elevados teores

em sais, associados aos espaços rurais intensivos; iii) a degradação da matéria

orgânica do solo implícita à sobre-exploração dos solos na sua relação com outros

processos físicos de degradação; iv) a contaminação do solo, não só pela maior

pressão agroflorestal e pecuária, mas também pela maior intensidade e dispersão

dos eventos de contaminação industrial e urbana; e v) a impermeabilização ou

selagem do solo com alguma irreversibilidade quanto às suas funções de uso.

Quanto à componente de paisagem, foram identificadas como principais ameaças

sobre o bom estado ambiental da paisagem: i) a expansão urbana motivada

pelo crescimento demográfico e económico do município e que promove e a

uniformização da paisagem local; e ii) a fragmentação e homogeneização da

paisagem e o potencial declínio da biodiversidade vegetal e animal, motivado

pela contração dos espaços rurais e naturais do município e pelo aumento das

pressões sobre o meio natural.A descrição e análise destas ameaças serviram para

Estado e tendência das principais ameaças sobre o solo e a paisagem

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M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E M

fundamentar a definição de medidas e objetivos de monitorização ambiental para

as duas componentes em análise.

// EROSÃO HÍDRICA DO SOLO

Embora a insuficiência de informação sobre a tipologia, a estrutura física e

a composição química dos solos, foi possível estabelecer um conjunto de

procedimentos de análise que permitiram a descrição e a avaliação dos potenciais

impactes da erosão hídrica do solo.

Os resultados obtidos mostram que os espaços de vegetação herbácea natural e de

vegetação esparsa correspondem às classes com menor capacidade de absorver o

impacte provocado pela precipitação, em particular nos períodos de aumento de

intensidade associados ao início da primavera e ao início do outono. O mesmo

acontece relativamente aos espaços agrícolas, nomeadamente nos espaços com

culturas temporárias, cujos ciclos anuais de cultivo reduzem o potencial de coberto

vegetal de forma cíclica ao longo do ano.

Considerando as tendências de transição de ocupação do solo e a monitorização

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S O B R E O S O L O E A P A I S A G E M /3 3

destes espaços torna-se essencial, em particular nos espaços localizados em zonas

de declives elevados (e.g. junto aos principais sistemas ribeirinhos) e a zonas cuja

ação do vento (i.e. motivando uma ação agregada da erosão hídrica e da erosão

eólica) seja preponderante (e.g. zonas junto à costa) a proteção do solo. Neste

sentido, o município de Matosinhos, sendo um município costeiro, apresenta

declives relativamente reduzidos, com exceção das zonas de meia encosta e zonas

ribeirinhas, em particular no rio Leça e Onda. Esta maior concentração de zonas

de risco pode, eventualmente, facilitar o processo de monitorização e a avaliação

dos impactes causados. Por outro lado, o aumento de espaços degradados ou com

menor cobertura vegetal, resultantes do abandono das atividades agroflorestais

ou da construção de novas vias e espaços urbanos, pode corresponder a uma

maior frequência e intensidade dos fenómenos de erosão. Esta dinâmica quando

considerada em conjunto com a alteração da morfologia do solo induzida pela

ação humana contribui para processos paralelos de movimentos de massa, em

particular deslizamentos associados aos taludes da rede viária, da queda de muros

de suporte de terra ou mesmo junto às linhas de água.

Page 18: Matosinhos Valoriza - solos paisagem

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M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E M

// SALINIZAÇÃO DO SOLO

No conjunto foi possível identificar três processos base que conduzem ao aumento

dos níveis de salinização: i) subida do nível freático para perto da superfície,

permitindo a acumulação dos sais dissolvidos a partir da evaporação da água à

superfície; ii) uso/consumo excessivo de água para irrigação, quer pela introdução

abusiva de aditivos, quer pelo consumo desajustado de água, induzindo a

acumulação de sais no solo através de uma lixiviação deficitária; e iii) intrusão

salina em zonas costeiras nas quais a água salgada substitui a água subterrânea,

resultado da sua sobre exploração e/ou pela diminuição significativa dos caudais

dos principais rios, conduzindo à intrusão da água das marés nos leitos fluviais e,

por sua vez, ao aumento de sais nos solos com menores índices de percolação (i.e.

menor capacidade de lixiviar os teores em sais acumulados).

Torna-se, assim, premente a necessidade de monitorizar os teores em sais dos

diversos espaços agrícolas do município mas também avaliar a sua evolução

considerando a tendência de evolução dos espaços agrícolas é expectável que a

pressão de salinização do solo diminua devido à ação da agricultura. Isto deve-

se à diminuição registada de espaços agrícolas e à sua substituição por espaços

urbanos, o que em última análise configura uma perda total de solo produtivo

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S O B R E O S O L O E A P A I S A G E M /3 5

Figura 7 - Distribuição e retração/expansão dos espaços agrícolas presentes no município de Matosinhos entre 2003 e 2010.

Page 19: Matosinhos Valoriza - solos paisagem

F O R M A T O V E R D EC Â M A R A M U N I C I P A L D E M A T O S I N H O S

M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E MA P R E S E N TA Ç Ã O E A N Á L I S E D E R E S U L TA D O S /E S TA D O E T E N D Ê N C I A D A S P R I N C I P A I S A M E A Ç A S S O B R E O S O L O E A P A I S A G E M /3 6

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S O B R E O S O L O E A P A I S A G E M /3 7

// DEGRADAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO

A avaliação da degradação da matéria orgânica do solo carece de um conjunto

importante de dados de monitorização do solo. A maior pressão de intensificação

de uso ou de selagem do solo associa-se à incorporação de elementos de síntese

e exógenos com potencial impacte sobre o ciclo da matéria orgânica. No entanto,

o desconhecimento das variações deste parâmetro no município e ao longo do

tempo, não permite inferir indicadores quantitativos ou qualitativos sobre o

estado e a tendência deste processo no município de Matosinhos. Este facto

indica a necessidade urgente de um programa e estratégia de monitorização,

suportado na recolha de indicadores quantitativos (e.g. percentagem de matéria

orgânica, carbono orgânico) que permitam uma avaliação coerente da distribuição

e tendência dos valores de matéria orgânica, em particular nos atuais espaços

agrícolas e florestais do município.

// CONTAMINAÇÃO DO SOLO

A contaminação do solo resulta da ação combinada de um conjunto alargado de

fatores e processos. No contexto do município de Matosinhos, este conjunto de

fatores e processos inclui, entre outros (Figura 8): i) a utilização de pesticidas e

outros corretivos que muitas vezes contêm metais pesados ou de difícil degradação

no ambiente; ii) a ocorrência de um número elevado de explorações pecuárias de

produção de leite; iii) o efetivo animal existente no município; iv) a ocorrência de

derrames de óleo provocados por acidentes rodoviários e acidentes industriais; v)

a poluição difusa, associada ao escoamento das águas em espaços pavimentados

(ex. insuficiência e inadequado sistema de saneamento e sistema de drenagem de

águas pluviais); vi) bem como substâncias poluentes associadas à poluição aérea.

Para além dos pontos de contaminação anteriormente identificados, o estudo de

base cartográfica de riscos naturais, tecnológicos e sociais, definido no âmbito

do Plano de Emergência do Município de Matosinhos, identifica um conjunto

de situações e áreas de risco que devem ser tidas em consideração aquando da

análise e monitorização da contaminação dos solos. Neste sentido, as atividades

de operação do aeroporto do Porto (potencialmente resultando na perda de

resíduos e a sua infiltração no solo), assim como a elevada atividade industrial

e petroquímica e os riscos que lhe estão associados (e.g. derrames, incêndios e

explosões associadas a materiais perigosos e plumas de dispersão de materiais

gasosos) devem ser objeto de um programa de acompanhamento específico no

sentido de identificar, monitorizar e mitigar potenciais focos de contaminação.

Page 20: Matosinhos Valoriza - solos paisagem

F O R M A T O V E R D EC Â M A R A M U N I C I P A L D E M A T O S I N H O S

M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E M

// IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO E EXPANSÃO

URBANA

A impermeabilização do solo resulta sobretudo do crescimento económico e

populacional registado numa dada região, estando relacionado com três vetores

principais: i) crescimento populacional e espaço habitacional residente; ii)

crescimento económico, em particular relacionado com o aparecimento de novos

espaços comerciais e industriais; e atividade turística e aparecimento/aumento

de zonas de segunda habitação. Considerando que no município de Matosinhos

operam de forma intensa pelo menos dois dos três vetores identificados, tornou-

se importante observar a tendência atual de impermeabilização do solo (Figura

9), assim como identificar as zonas mais críticas para as quais é necessário definir

medidas de mitigação.

Neste sentido, a União das freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, e a União

das freguesias de São Mamede de Infesta e Senhora da Hora correspondem às

zonas com maior índice de construção e, consequentemente, maior índice de

impermeabilização. Estas três zonas resultam acima de tudo de atividades de

construção e consolidação urbana bastante antigas e, por outro lado, da criação de

pólos industriais e comerciais (em particular na União das freguesias de Perafita,

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S O B R E O S O L O E A P A I S A G E M /3 9

Lavra e Santa Cruz do Bispo), sendo expectável que traduzam um elevado índice

de construção. Por outro lado, apesar de apresentarem um nível de construção/

impermeabilização intermédio, a União das freguesias de São Mamede de Infesta

e Senhora da Hora corresponde às zonas com maior risco do ponto de vista da

impermeabilização, uma vez que, associado à atual percentagem de superfície

impermeável, verifica-se uma tendência de expansão relativamente acelerada

dos espaços urbanos e industriais, o que implica o risco de aumento significativo

das áreas impermeáveis. Para além destas duas zonas, a União das freguesias de

Custóias, Leça do Balio e Guifões apresenta também um elevado risco relativamente

ao aumento da área impermeável. Esta unidade territorial não apresenta

atualmente uma área urbana predominante, no entanto a tendência recente

de aumento da área impermeável associada ao crescimento das zonas urbanas,

indica para a necessidade de medidas de planeamento que visem a mitigação dos

efeitos da expansão urbana numa freguesia com características peri-urbanas e a

sua monitorização no sentido de caracterizar e antecipar futuras tendências de

expansão das zonas impermeáveis.

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M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E M

Figura 8 - Distribuição das explorações agropecuárias de produção de leite e correspondete efectivo animal (dados de 2007 obtidos a partir do plano de ordenamento da bacia leiteira primária do Entre-Douro e Minho) e dos derrames de óleo ocorridos entre 2009 e 2012 no município de Matosinhos.

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S O B R E O S O L O E A P A I S A G E M /4 1

Figura 9 - Distribuição das áreas impermeáveis no município de Matosinhos (dados cedidos pelo município de Matosinhos).

Page 22: Matosinhos Valoriza - solos paisagem

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M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E M

// FRAGMENTAÇÃO E HOMOGENEIZAÇÃO DA

PAISAGEM

No contexto do município de Matosinhos, existe um contraste claro entre um conjunto

de zonas de elevada homogeneidade (e.g. União das freguesias de Matosinhos e Leça

da Palmeira; União das freguesias de São Mamede de Infesta e Senhora da Hora) e zonas

com alguma heterogeneidade (e.g. União das freguesias de Custóias, Leça do Balio e

Guifões; União das freguesias de Perafita, Lavra e Santa Cruz do Bispo). Considerando

as zonas mais homogéneas, verificou-se que estas são constituídas essencialmente

por espaços urbanos contínuos intercalados por pequenos espaços verdes urbanos

e áreas agrícolas e/ou florestais. Esta quebra da uniformidade de espaços urbanos

reforça o potencial de biodiversidade, em particular avifauna, no entanto não contribui

de forma significativa para a manutenção dos fluxos naturais de massa e energia, i.e.,

a continuidade dos ciclos biogeoquímicos (e.g. percolação de água para as camadas

inferiores de solo, fixação de carbono atmosférico, entre outros).

Por outro lado, as áreas com maior heterogeneidade resultam da combinação

entre espaços urbanos não consolidados, espaços agrícolas e áreas florestais. Esta

combinação articulada de espaços com diferentes utilizações e tipos de ecossistema,

permite a fixação e estabilização de uma comunidade de fauna e flora mais diversa,

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S O B R E O S O L O E A P A I S A G E M /4 3

contribuindo para a efetiva regulação dos ciclos naturais e para a manutenção dos

corredores naturais do município.

A manutenção dos corredores verdes naturais é essencial para a criação de fluxos e

para a fixação de biodiversidade, mas também para o aumento da atratividade do

município, no sentido em que permite a reprodução de um mosaico natural que atua

como fator qualificador, bem-estar e atratividade da população local e regional. Ao

analisar o contexto global do município, verificou-se a existência de um corredor

verde que permite a ligação, a norte, da zona litoral ao interior do município e de

um segundo corredor que permite a ligação longitudinal entre a zona norte e sul do

município. No entanto, este segundo corredor é atualmente quebrado parcialmente

por um conjunto de infraestruturas urbanas (e.g. parques industriais e comerciais e vias

de comunicação) que podem por em causa o continuum naturale existente. O mesmo

acontece no corredor associado ao rio Leça, por força da pressão urbana e industrial que

se verifica em quase toda a sua extensão sobre as funções e os ciclos biogeoquímicos

naturais que normalmente lhe estariam associadas (e.g. ciclos tróficos, degradação

de nutrientes, entre outros). Os trabalhos recentes associados à implementação da

Diretiva Quadro da Água indicam a existência de pressões significativas no rio Leça

que importa considerar, monitorizar e mesmo, gerir ou recuperar em futuro próximo.

Page 23: Matosinhos Valoriza - solos paisagem

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M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E MA P R E S E N TA Ç Ã O E A N Á L I S E D E R E S U L TA D O S /P R O P O S TA S D E I N D I C A D O R E S D E Q U A L I D A D E A M B I E N TA L N A C O M P O N E N T E D E S O L O S E P A I S A G E M /4 4

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A M B I E N TA L N A C O M P O N E N T E D E S O L O S E P A I S A G E M /

4 5

A realidade biofísica e humana, os processos estudados e os objetivos definidos

fundamentaram a definição de um conjunto de indicadores territoriais que visam

responder às necessidades de informação do município, assim como identificar

tendências importantes ao nível dos principais fatores de pressão do estado ou

dos impactos sobre as componentes de solo e paisagem. Neste sentido, este

conjunto de indicadores foi dividido em dois subgrupos relacionados sobretudo

com a tipologia e metodologias associadas à captura da informação. No conjunto

foi definido um primeiro grupo de informação relacionado com a captura de

dados a partir de amostragem de campo (Figura 10), essencialmente associados

a dados de solo uma vez que estes exigem a recolha de amostras in situ e o seu

posterior tratamento laboratorial, e um segundo grupo de dados relacionados

essencialmente com a captura remota da informação, podendo esta ser realizada

a partir de informação de satélite, fotografia aérea ou através da atualização das

bases de dados de planeamento do próprio município. Estes dois conjuntos

reúnem entre si 51 indicadores (Quadro 1) podendo a sua maioria ser obtida

através de técnicas de captura, análise e modelação espacial a partir de dados

pré-existentes ou recolhidos periodicamente no município (ou da sua atualização

progressiva). Esta opção permitirá uma atualização constante dos dados presentes

nos relatórios de estado do ambiente através da atividade corrente do município

Propostas de indicadores de qualidade ambiental na componente de solos e paisagem

e/ou da colaboração com outras entidades a operar no território, bem como na

gestão ativa ou adaptativa.

Os dois grupos de indicadores diferem na sua tipologia e cobertura territorial.

Isto implica uma diferença também dos processos de monitorização que lhes

são inerentes, em particular ao nível do desenho e implementação de redes e

procedimentos de monitorização. Assim, podem ser definidas duas estratégias

distintas de monitorização: i) uma primeira relacionada com a amostragem de

dados de campo que deverá ser definida pelo desenho de uma rede de amostragem

equilibrada territorialmente e que assegure a posterior espacialização dos dados

obtidos (proporcionando uma cobertura contínua do território em análise) com

uma margem de erro aceitável; e ii) uma segunda estratégia relacionada com a

utilização de dados com cobertura integral do município, sendo que esta pode

ser obtida a partir de informação geográfica já disponível no município (e sua

consequente atualização) (e.g. zonas edificadas, rede viária, ocupação do solo,

entre outras), ou gerada a partir de fontes de informação remota (e.g. imagens de

satélite, fotografia aérea, entre outras).

De acordo com estes dois modelos de monitorização, o município, no quadro dos

Page 24: Matosinhos Valoriza - solos paisagem

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M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E M

seus recursos internos (humanos e financeiros) deverá definir os níveis razoáveis

de monitorização que lhe permitam obter uma caracterização adequada do seu

território. Para tal será essencial atender à diversidade geográfica de condições

presentes no município, assim como à tipologia de cada indicador a monitorizar

num determinado período (i.e. é necessário atender à sua variabilidade temporal

e espacial no sentido de elaborar programas de monitorização adequados a

cada indicador), à sua periodicidade de análise e ao tratamento de informação

subsequente.

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A M B I E N TA L N A C O M P O N E N T E D E S O L O S E P A I S A G E M /

4 7

Figura 10 - Distribuição dos pontos da rede de amostragem do solo.

Page 25: Matosinhos Valoriza - solos paisagem

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A M B I E N TA L N A C O M P O N E N T E D E S O L O S E P A I S A G E M /

4 9

DESCRIÇÃO

1. Recolha de campo

1.1 Dados químicos

INDICADOR

Quadro 1 - Proposta de indicadores e estratégias de monitorização do solo para o município de Matosinhos (continua na página seguinte).

% de matéria orgânica por amostra

Variação da % de matéria orgânica entre momentos temporais (entre diferentes momentos de amostragem)

% de amostras com valores superiores ao limite legal em vigor

pH

Determinação da condutividade hidráulica saturada e condutividade hidráulica não saturada

% de amostras com valores de P2O5 assimilável superiores ao limite legal em vigor

% de amostras com valores de K2O assimilável superiores ao limite legal em vigor

% de amostras com valores de Cálcio assimilável superiores ao limite legal em vigor

% de amostras com valores de Manganês assimilável superiores ao limite legal em vigor

% de azoto nítrico, amoniacal e orgânico por amostra

% de Carbono Orgânico por amostra

Determinar a relação carbono-azoto

% Matéria orgânica

Variação % matéria orgânica

Contaminação por nitratos

pH

Condutividade hidráulica

Fósforo assimilável

Potássio assimilável

Cálcio assimilável

Manganês assimilável

Azoto total

Carbono orgânico

Razão Carbono-Azoto

FONTE UNIDADE

CMM

CMM

CMM

CMM

CMM

CMM

CMM

CMM

CMM

CMM

CMM

CMM

%

∆%

%

%

%

%

%

%

%

%

MÉTODO DE AMOSTRAGEM

PERIODICIDADE

anual

anual

anual/em tempo real

anual/em tempo real

anual/em tempo real

anual

anual

anual

anual

anual/em tempo real

anual

anual

©

©

©

©

©

©

©

©

©

©

©

©

ME DR

1.1.1 Dados de base

FT AC SR C/I nv I

©

©

©

©

©

Page 26: Matosinhos Valoriza - solos paisagem

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M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E MA P R E S E N TA Ç Ã O E A N Á L I S E D E R E S U L TA D O S /P R O P O S TA S D E I N D I C A D O R E S D E Q U A L I D A D E A M B I E N TA L N A C O M P O N E N T E D E S O L O S E P A I S A G E M /5 0

A P R E S E N TA Ç Ã O E A N Á L I S E D E R E S U L TA D O S /P R O P O S TA S D E I N D I C A D O R E S D E Q U A L I D A D E

A M B I E N TA L N A C O M P O N E N T E D E S O L O S E P A I S A G E M /

5 1

DESCRIÇÃOINDICADOR

% de amostras com valores de Cobre superiores ao limite legal em vigor

% de amostras com valores de Níquel superiores ao limite legal em vigor

% de amostras com valores de Crómio superiores ao limite legal em vigor

% de amostras com valores de Cádmio superiores ao limite legal em vigor

% de amostras com valores de Chumbo superiores ao limite legal em vigor

% de amostras com valores de Zinco superiores ao limite legal em vigor

Cobre

Níquel

Crómio

Cádmio

Chumbo

Zinco

FONTE UNIDADE

CMM

CMM

CMM

CMM

CMM

CMM

%

%

%

%

%

%

MÉTODO DE AMOSTRAGEM

PERIODICIDADE

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

©

©

©

©

©

©

ME DR

1.1.2 Dados de Pormenor

FT AC SR C/I nv I

Percentagem de areias nas amostras recolhidas em diferentes locais

Avaliação de parâmetros como a densidade aparente, porosidade, resistência piezométrica, densidade das partículas sólidas e a estabilidade dos agregados

Devem ser analisados os seguintes parâmetros: Capacidade de campo e coeficiente de emurchecimento, nível de água no solo, curva de retenção de água

Composição granulométrica (areia grossa; areia fina; argila; limo)

Descrição das caraterísticas do horizonte A em diferentes locais, nomeadamente estrutura, textura e profundidade média do horizonte A

Textura

Estrutura

Teor de água no solo

Composição granulométrica

Descrição do horizonte A

CMM

CMM

CMM

CMM

CMM

%

-

-

%

-

5 anos

5 anos

anual/em tempo real

5 anos

10 anos

©

©

©

©

©

©

1.2 Dados Físicos

©

Representatividade das diferentes espécies microbianas no solo

Número de espécies presente no solo (incluindo nematodes, microfauna e microflora)

Mineralização de Carbono (respiração basal)

Biomassa microbiana do solo

Biodiversidade do solo

Respiração do solo

CMM

CMM

CMM

-

5 anos

5 anos

5 anos

©

©

©

1.3 Dados biológicos

Page 27: Matosinhos Valoriza - solos paisagem

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M A T O S I N H O S VA L O R I Z A S O L O S E P A I S A G E MA P R E S E N TA Ç Ã O E A N Á L I S E D E R E S U L TA D O S /P R O P O S TA S D E I N D I C A D O R E S D E Q U A L I D A D E A M B I E N TA L N A C O M P O N E N T E D E S O L O S E P A I S A G E M /5 2

A P R E S E N TA Ç Ã O E A N Á L I S E D E R E S U L TA D O S /P R O P O S TA S D E I N D I C A D O R E S D E Q U A L I D A D E

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DESCRIÇÃO

2. Captura remota

2.1 Informação geográfica

INDICADOR

% de solo do município com aptidão agrícola

% de solo do município com aptidão agrícola e que se encontra em Estrutura Ecológica Municipal

% de solo do município com aptidão agrícola e que se encontra efetivamente dedicado à produção agrícola

% de solo com aptidão agrícola e que se encontra impermeabilizado (incluindo por todas as estruturas auxiliares à produção agrícola)

% de solo com aptidão agrícola inseridos dentro do perímetro urbano

% de solo com aptidão florestal no município

% de solo com aptidão florestal dentro da Estrutura Ecológica Municipal

% de solo do município com aptidão florestal e que se encontra efetivamente dedicado à produção florestal

% de solo com aptidão florestal e que se encontra impermeabilizado (incluindo por todas as estruturas auxiliares à produção florestal)

% de solo com aptidão florestal inserido dentro do perímetro urbano

% solo com aptidão agrícola no município

% solo com aptidão agrícola em EEM

% solo com aptidão agrícola dedicado à produção agrícola

% solo com aptidão agrícola impermeabilizado

% solo com aptidão agrícola em espaço urbano

% solo com aptidão florestal no município

% solo com aptidão florestal em EEM

% solo com aptidão florestal dedicado à produção florestal

% solo com aptidão florestal impermeabilizado

% solo com aptidão florestal em espaço urbano

FONTE UNIDADE

DRAPN/CMM

DRAPN/CMM

DRAPN/CMM

DRAPN/CMM

DRAPN/CMM

DRAPN/CMM

DRAPN/CMM

DRAPN/CMM

DRAPN/CMM

DRAPN/CMM

%

%

%

%

%

%

%

%

%

%

MÉTODO DE AMOSTRAGEM

PERIODICIDADE

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

ME DR FT AC SR C/I nv I

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Page 28: Matosinhos Valoriza - solos paisagem

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A P R E S E N TA Ç Ã O E A N Á L I S E D E R E S U L TA D O S /P R O P O S TA S D E I N D I C A D O R E S D E Q U A L I D A D E

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DESCRIÇÃOINDICADOR

% de área dedicada à produção agrícola que apresentam elevada erosão estrutural do solo

% de área dedicada à produção florestal que apresentam elevada erosão estrutural do solo

% de área dedicada a floresta não produtiva que apresentam elevada erosão estrutural do solo

% de área classificada como urbana dentro do município

% de área classificada como urbana dentro da Estrutura Ecológica Municipal

% de área impermeabilizada no município

% de área impermeabilizada na EEM

Aumento da área urbanizada entre dois períodos de tempo

Determinação do número de explorações agropecuárias no município

Avaliação da intensidade das explorações agropecuárias no que diz respeito ao número de cabeças de gado por exploração (CN - cabeças normais)

% área de produção agrícola com erosão estrutural elevada

% área de produção florestal com erosão estrutural elevada

% área florestal não produtiva com erosão estrutural elevada

% área urbana no município

% área urbana em EEM

% área impermeabilizada no município

% área impermeabilizada em EEM

Taxa urbanização

Nº explorações agropecuárias

Intensidade das explorações agropecuárias

FONTE UNIDADE

CMM

CMM

CMM

CMM

CMM

CMM

CMM

CMM

-

-

%

%

%

%

%

%

%

∆%

%

CN/fna

MÉTODO DE AMOSTRAGEM

PERIODICIDADE

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

5 anos

ME DR FT AC SR C/I nv I

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Legenda

ME - modelação espacialDR - detecção remotaFT - fotointerpretação

AC - amostragem de campo SR - sensores remotosC/Inv - censos/inventários

I – inquérito

Page 29: Matosinhos Valoriza - solos paisagem

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