matheus de vasconcelos

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Universidade Presbiteriana Mackenzie 1 ANÁLISE DE CONCURSOS DE ARQUITETURA BRASILEIROS APÓS 1978 Matheus de Vasconcelos Casimiro (IC) e Ruth Verde Zein (Orientadora) Apoio: PIVIC Mackenzie Resumo O trabalho em questão busca compreender as características projetuais de propostas arquitetônicas que caracterizam determinados momentos históricos, entendendo que podem ser verificadas de maneira intensa através dos projetos apresentados em concursos nacionais de certa relevância e grande participação onde tenderão a comparecer variados modos de pensar arquitetura característicos de uma certo momento. Para esta pesquisa foram selecionados alguns concursos ocorridos nas décadas de 1980/90/00 e obtido material de fontes primárias, angariados com os arquitetos participantes. O material obtido foi redesenhado e estudado, analisado-se tanto a convocatória quanto as propostas selecionadas pelo júri. Palavras-chave: Concursos de Arquitetura, projeto, análise crítica Abstract The issue in questions seeks to understand the characteristics of projective architectural proposals that characterize certain historical moments, understanding that can be checked in an intensive way through the projects submitted in national competitions of some importance and great interest on which will tend to appear different ways of thinking characteristic of architecture a certain time. For this research we selected some contests ocurred in the decades of 1980/90/00 and material obtained from primary sources, raised with the architects involved. The material was redesigned and studied, analyzing the call of the competiotin and the proposals selected by the jury. Key-words: Architecture Contests, project, critical analysis

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Em parceria com a Professora Helena Abascal, publicamos os relatórios das pesquisas realizados por alunos da fau-Mackenzie, bolsistas PIBIC e PIVIC. O Projeto ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA difunde trabalhos e os modos de produção científica no Mackenzie, visando fortalecer a cultura da pesquisa acadêmica. Assim é justo parabenizar os professores e colegas envolvidos e permitir que mais alunos vejam o que já se produziu e as muitas portas que ainda estão adiante no mundo da ciência, para os alunos da Arquitetura - mostrando que ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA.

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Universidade Presbiteriana Mackenzie

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ANÁLISE DE CONCURSOS DE ARQUITETURA BRASILEIROS APÓS 1978

Matheus de Vasconcelos Casimiro (IC) e Ruth Verde Zein (Orientadora)

Apoio: PIVIC Mackenzie

Resumo

O trabalho em questão busca compreender as características projetuais de propostas arquitetônicas que caracterizam determinados momentos históricos, entendendo que podem ser verificadas de maneira intensa através dos projetos apresentados em concursos nacionais de certa relevância e grande participação onde tenderão a comparecer variados modos de pensar arquitetura característicos de uma certo momento. Para esta pesquisa foram selecionados alguns concursos ocorridos nas décadas de 1980/90/00 e obtido material de fontes primárias, angariados com os arquitetos participantes. O material obtido foi redesenhado e estudado, analisado-se tanto a convocatória quanto as propostas selecionadas pelo júri.

Palavras-chave: Concursos de Arquitetura, projeto, análise crítica

Abstract

The issue in questions seeks to understand the characteristics of projective architectural proposals that characterize certain historical moments, understanding that can be checked in an intensive way through the projects submitted in national competitions of some importance and great interest on which will tend to appear different ways of thinking characteristic of architecture a certain time. For this research we selected some contests ocurred in the decades of 1980/90/00 and material obtained from primary sources, raised with the architects involved. The material was redesigned and studied, analyzing the call of the competiotin and the proposals selected by the jury.

Key-words: Architecture Contests, project, critical analysis

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1. INTRODUÇÃO

A cada geração renova-se o esforço coletivo de pensar, falar e escrever arquitetura,

buscando estabelecer as bases contemporâneas que avancem além dos já consagrados

feitos da geração passada. Para formar tal conceituação tempo presente é, porém

imprescindível saber como a arquitetura foi pensada e elaborada anteriormente, para

melhor compreender os motivos que a levaram ser desta forma nos dias de hoje. E para

pesquisar temas contemporâneos e recentes uma das bases de informação mais

importantes são os materiais constantes em periódicos de divulgação da arquitetura, que

tem como papel conhecer e divulgar a produção recente. (ZEIN, 1991, p.45)

A principal função que o pensamento crítico arquitetônico deve exercer não é o de apontar

de maneira dogmática quais devam ser novas tendências, mas colaborar para

questionamento e reflexão sobre essa produção e sobre os conceitos e premissas que

adota. Para tanto, faz-se necessário a compreender essas arquiteturas no marco de amplos

horizontes históricos, filosóficos e conceituais que não apenas se atenham a uma mera

constatação dos fatos, mas que tente captar essas realidades dentro de sua complexidade

e variedade. (ZEIN, 1991, p.15)

O presente trabalho pretendeu realizar uma pesquisa de base que permita iniciar um

processo de conhecimento, levantando obras que tiveram relevância no seu tempo e que

podem ser um início para uma análise mais profunda sobre a arquitetura brasileira recente e

seu contexto. Uma das melhores formas de coletar informações sobre o que se pensa da

produção da arquitetura contemporânea é por meio do levantamento de projetos realizados

em concursos. Esta pesquisa esteve vinculada ao grupo de pesquisa “Arquitetura: Projeto

& Pesquisa & Ensino”, estando inserida na linha de pesquisa “Documentação e Acervo da

Arquitetura”, que tem como principal objetivo formar um repertório digital de acervos de

arquitetura brasileira e disponibilizá-los via rede digital mundial como apoio à prática e

ensino de arquitetura; bem como dá continuidade ao projeto de pesquisa “Concursos de

Arquitetura 1978-2008”, aproveitando os levantamentos já realizados em trabalhos

anteriores.

1.1. RELEVÂNCIA DO TRABALHO

Os concursos de arquitetura tem se confirmado como um importante objeto de estudo, pois

é uma boa fonte de informação sobre a produção arquitetônica. Paulatinamente, as

seleções públicas de projeto têm sido analisadas por pesquisas acadêmicas, deixando de

ser apenas interesse de ramo profissional e se tornando de grande relevância para o meio

universitário. Embora ainda pouco explorados, aos poucos o número de publicações tem

crescido consideravelmente. (FLYNN, 2001; FIALHO, 2002 e 2007; AMARAL, 2007;

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SOBREIRA, 2008; CAMPOLINA, 2008; e SOUSA, 2009, são alguns exemplos no caso

brasileiro). (VELOSO, 2009 p. 04)

Vale ressaltar que a realização de concursos é vantajosa pelo fato de ter caráter

democrático e igualitário na competição; por dar à instituição promotora a possibilidade de

escolher um entre diversas de opções; e por ser um fiel retrato do seu tempo. Destaca-se

também como a principal desvantagem de realizá-lo os critérios a serem estabelecidos para

o julgamento dos projetos, que na maioria das vezes são polêmicos. (VELOSO, 2009 p. 06)

Muitos dos projetos vencedores de concursos não são executados, seja por motivo

financeiro ou político. Vários projetos destacam-se pela vanguarda e pela qualidade, e caso

fossem construídos marcariam a produção cultural contemporânea. No entanto, muitas

análises de concursos ficam comprometidas, pois muitos deles não chegaram a ser

concretizados, sendo efetivamente realizados apenas 12% dos concursos propostos no

Brasil, na década de 90. (PROJETO nº 251, 2001, p.61)

Outro valor comprovado dos concursos é a sua geração de cultura e trabalho, pois reuni

quantidade e diversidade de possibilidades para resolver um único problema objeto de

análise. Seu grande benefício é a oportunidade de gerar o surgimento de novas gerações,

consagrando novos talentos que conseqüentemente impulsiona a renovação da profissão e

das linguagens artísticas, como aconteceu com diversos arquitetos brasileiros que se

tornaram renomados graças ao sucesso em concursos. (BIANCO, 2002, p. 12)

Muitos arquitetos consagrados já fizeram parte de concursos e contestam o julgamento dos

projetos, ressaltando esta questão como a principal desvantagem de participar dos

mesmos. Isto porque tanto na arquitetura realizada como na idealizada, não há muita

clareza quanto às categorias analíticas e aos critérios utilizados para sua avaliação nem

consenso quanto ao que seria um projeto de qualidade. Torna-se indispensável no

julgamento profissional em arquitetura a discussão da qualidade do projeto e os critérios

que os classificam segundo uma determinada hierarquia. (VELOSO, 2009, p. 07) A questão

de julgamento de projeto deveria ser muito mais aprofundada, no entanto não é interesse

desta pesquisa. Vale apenas salientar que grande parte do sucesso de um concurso

arquitetônico está na seriedade e clareza com que o corpo de jurados conduz a seleção,

sendo imprescindível que os avaliadores serem pessoas de referência no assunto a ser

analisado.

1.2. O PROBLEMA DA PESQUISA

O projeto de pesquisa teve como base o material já sistematizado pela pesquisa

“Concursos de Arquitetura”, em que foi feita a sistematização dos concursos de arquitetura

propostos após o ano de 1978. A partir deste trabalho, foram verificados quais os concursos

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de maior relevância, e em seqüência, identificados os projetos de maior destaque. Após a

escolha de quais foram os objetos de análise, foi realizada a seleção de projetos com

relevância em relação ao seu caráter artístico, social e funcional, procurando-se caracterizar

os principais conceitos aplicados a arquitetura vigentes no contexto da realização do

concurso em que estava inscrito.

1.3. OBJETIVOS GERAIS

Como objetivo geral, a pesquisa pretendeu não apenas coletar informações, mas buscou

também identificar as idéias correntes concebidas nos projetos que participaram dos

principais concursos de arquitetura no Brasil após o ano de 1978, recuperando para o

debate obras de importância, mas que correm o risco de se tornarem desconhecidas por

não haver material sistematizado disponível sobre elas. O material relativo ao produto da

pesquisa será disponibilizado para que possa acrescentar às futuras pesquisas referentes

ao assunto, dada a pouca disponibilidade das mesmas para consulta. Deste modo, o

trabalho possibilita a produção do conhecimento podendo se tornar uma fonte de estudos e

discussões críticas.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Diversas fontes bibliográficas reconhecem a importância dos concursos de arquitetura como

catalisador de debates e discussões, devido às diferentes respostas dadas ao problema ou

programa, e que reflete o pensamento contemporâneo acerca da arquitetura de uma

determinada época e de um determinado contexto. “Um concurso permite, na reunião

momentânea de propostas distintas, mas que buscam atender a mesma demanda, uma

comparação, no sentido de abrir um panorama sobre o estado da arte da arquitetura, num

dado momento.) (ZEIN, 1991, p.149)

Os concursos, enquanto eventos públicos devem por princípio ser baseados no registro, na

formalidade e na publicidade de cada uma das etapas do procedimento: a intenção, a

programação, a concepção e o julgamento. O discurso, em cada uma dessas etapas,

sintetiza as visões dos atores e os conflitos que estão em jogo. Por essa razão,

compartilhamos a visão de que o dispositivo experimental do concurso pode se constituir

como um lugar de observação teórica, histórica e crítica privilegiada. (SOBREIRA, 2009 p.

06)

Essa forma de socialização da atividade do arquiteto é uma forma de incentivar a produção

de obras com excelente qualidade, o que reflete nas instigantes soluções que podem vir a

culminar em um bom projeto. Uma boa arquitetura é possível em qualquer parte do mundo,

devendo ser variada de acordo com os condicionantes de tempo e lugar, podendo ser viável

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inclusive nas cidades caóticas modernas. A qualidade básica de uma boa arquitetura,

portanto, é ser própria ao ambiente e momento em que está inserida. (ZEIN, 1991, p. 68)

Os concursos são condições singulares para a produção arquitetônica, em que são

exemplificados novas idéias e conceitos. “Considerando a temática de investigação sobre o

projeto de arquitetura e entendendo essa ação como uma prática reflexiva em relação aos

temas sócio-culturais, tecnológicos e estéticos abordados pela arquitetura e o urbanismo, o

universo dos concursos públicos de arquitetura evidenciam-se como categoria exemplar de

novas ideias, investigação de novos conceitos e prospecção de valores. Talvez em

nenhuma outra oportunidade de projeto se estabeleça condições tão ricas e abundantes de

reflexão e debates sobre a arquitetura contemporânea e seus rumos.” (MARQUES, 2009,

n/p)

No Brasil os concursos são regidos pela lei federal 8.666/93, que os determina como forma

preferencial de seleção para obras públicas, acarretando em possíveis projetos que não

passaram por algum tipo de seleção. Em decorrência dessa permissividade da legislação e

de outros fatores de ordem cultural, o número médio de concursos públicos de arquitetura

realizados anualmente no Brasil é significativamente inferior aos de países mais

desenvolvidos que os consagram como instrumento democrático para garantia da qualidade

do ambiente construído Entre 1857 e 2000, foram realizados 373 concursos de arquitetura,

uma média inferior a três concursos por ano. Entre 2000 e 2007, foram registrados 32

concursos nacionais de arquitetura média anual de quase cinco concursos. Porém, mesmo

sendo poucos, não há uma memória sistematizada dos concursos públicos realizados, pois

pouco restou da documentação dos concursos efetuados, (SOBREIRA, 2009, p. 06)

Apesar da exigüidade de concursos brasileiros, pioneiras obras da arquitetura moderna se

firmaram nas principais regiões brasileiras por causa deles, tais como o edifício-sede da

Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e do Ministério da Educação e Saúde Pública,

ambos de 1935. Todavia, mesmo assim, pode-se ver como é minimizada a influência dos

concursos no desenvolvimento da cultura arquitetônica. (MARQUES, 2009, n/p)

Os concursos de projetos criaram melhores oportunidades, quando não, únicas, de

investigação de conceitos, temas, tendências estéticas, debates estilísticos e filosóficos,

prospecções tecnológicas, retrospectivas históricas e conteúdos específicos oferecidos

pelos certames, normalmente importantes, examinados através de cada projeto

participante. Os concursos de arquitetura, de certa forma, têm sido a ponte de hibridação

qualificada entre meio acadêmico e ofício. Assim, a armazenagem de informações do

contemporâneo apresenta-se como oportunidade de criar nova tradição, que qualifique a

produção acadêmica e profissional atual, e ofereça, nos próximos anos, material em

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melhores condições do que aquela que recebemos do passado. No acesso aos projetos

classificados em concursos, propiciado pelo acervo, horizonte e memória se encontram.

(MARQUES, 2009, p. 06)

3. METODOLOGIA

A produção de caráter investigativo, para novos conhecimentos de arquitetura, promovida

pelos concursos, não tem recebido a devida valorização nas carreiras universitárias, como

produção docente, como instrumento de pesquisa e investigação, como meio de produção

do conhecimento arquitetônico. Esse é um velho novo problema devido distanciamento da

prática de projetos de arquitetura em relação à pesquisa acadêmica, persistindo em

separações nas quais forças divergem na direção do exercício do ofício, em oposição ao

conhecimento científico e vice-versa, além de preconceitos mútuos entre as posições, em

que se revela a relação de exclusão simplificadora de atividades indissociáveis para a

qualidade da disciplina. (MARQUES, 2009, p. 06)

Evidentemente nem todo projeto de arquitetura traz investigação relevante, assim como

nem todo texto, por ser científico, guarda garantia de qualidade. No entanto, o projeto pode

ser encarado como poderosa ferramenta de análise e prospecção, necessitando de critérios

de valorização, novos procedimentos de organização acadêmica e metodologias para

documentação do processo e dos resultados, de forma a oferecer material relevante à

construção de novos saberes da arquitetura e urbanismo e acúmulo de conhecimentos

adquiridos. (MARQUES, 2009, p. 07) Desta forma, a presente pesquisa utilizou em sua

metodologia elementos projetuais características do profissional da arquitetura e do

urbanismo, e que pode ser organizada de modo a atender o requisito acadêmico do registro

do conhecimento.

O projeto de pesquisa tem seguido a metodologia estabelecida desde o início, que

determinou a priori três etapas principais, sendo elas a de levantamento de dados com base

na bibliografia especializada e documentação técnica disponível; a sistematização das

informações com a análise dos projetos; e a elaboração dos relatórios de pesquisa. A

pesquisa teve como base o material já sistematizado pela pesquisa “Concursos de

Arquitetura”, em que foi feito o levantamento dos concursos propostos após o ano de 1978.

A partir desta lista foram verificados quais concursos tinham maior relevância, sendo

priorizados ainda os de fácil acessibilidade para obtenção de material. Os concursos

escolhidos para estudo foram: Reurbanização do Vale do Anhangabaú, realizado em 1981;

Parque Ecológico do Guarapiranga, realizado em 1990; e o Concurso Público Nacional de

Reconversão Urbana do Largo da Batata, em 2002; os dois primeiros já executados e o

último em execução na cidade de São Paulo.

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Foram vistos os projetos de maior destaque em cada concurso, pesquisando em fontes

secundárias referências a estes projetos. A partir deste material selecionado, mais o acesso

as fontes primárias, foi realizada a sistematização de tudo o que foi obtido, para então partir

para a etapa de análise crítica dos projetos melhores classificados nas seleções. A

compreensão dos projetos foi realizada por meio da realização de croquis dos principais

desenhos técnicos, salientando este artifício projetual como um forte elemento de

compreensão dos principais pontos dos projetos. Posteriormente foram desenvolvidos

textos sintéticos como forma de registro da análise crítica dos concursos selecionados.

4. RESULTADOS

A presente pesquisa não tem como intenção apenas a coleta de informações, mas tem

buscado também identificar as idéias correntes concebidas nos projetos que participaram

de três concursos de arquitetura no Brasil selecionados, após o ano de 1978. Um das

maiores importâncias deste trabalho está em recuperar as informações destes concursos,

trazendo para debate obras de grande importância, mas que correm o risco de se tornarem

desconhecidas por não haver material sistematizado disponível sobre elas. Faz-se

importante, portanto, a compreensão dos debates recorrentes de cada época dos concursos

estudados, que servirão de pano de fundo para as formulações das análises críticas.

Uma grande vantagem da escolha dos concursos adotados para estudo é que

coincidentemente, os três foram realizados em década diferentes e subseqüentes. Isto fez

com que se tornasse muito mais rica a compreensão e a caracterização do contexto e das

idéias vertentes de cada época, principalmente a relação da produção arquitetônica

brasileira com o Movimento Moderno. Muito se tem falado sobre a revalorização dos

princípios modernos na arquitetura brasileira, todavia, essa retomada só faz sentido, se os

conceitos abordados forem entendidos de forma ampla, como uma reforma profunda da

disciplina arquitetônica em frente a modernização do mundo. Em diversos centros

brasileiros, a produção da arquitetura fragmentou-se em teorias e propostas completamente

diversas entre si, colocando em contraponto o universalismo do “estilo” moderno. A partir

desta dispersão é possível determinar que a produção arquitetônica adotou aspectos de

considerável abertura formal e material. (BASTOS, ZEIN, 2010, p. 379)

É a partir dos anos 70 que se tem o triunfo da Arquitetura Moderna, pois houve a

construção e consolidação do “urbanismo da modernidade”. Paulatinamente, a

modernidade passa a ser confrontada de forma mais veemente, principalmente as questões

objetivas que chegam a desafia o próprio sistema. Ao fim desta década, essa crise será

conhecida como “condição pós-moderna”, não atingindo os princípios apenas do mundo

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arquitetônico, mas sim os diversos debates artístico-culturais. (BASTOS, ZEIN, 2010, p.

195)

A virada para os anos 80 tem em seu ramo ideológico uma grande complexidade, pois

encontra-se um eixo variado de tendências, enfatizando-se o momento de crise da

modernidade, no Brasil e no mundo. Entretanto, pode-se ver que esta crise não levou a sua

dissolução e transformação radical, mas a adoção de uma grande pluralidade, o que nos

leva a uma situação muito mais atrelada a uma reflexão profunda do que vinha sendo

pregado, do que uma reorientação de todos os conceitos. Por isso se torna mais pertinente

a utilização do termo “Modernidade reflexiva” do que “Condição Pós-moderna” neste

período. (BASTOS, ZEIN, 2010, p. 195)

A crise do Movimento Moderno nos anos 80 passou a ser vista de forma muito mais amena

na seguinte década. A crise que estava sendo vista como a morte de diversas ideologias, foi

mais uma “marola”, em que se reformularam as utopias modernas em vista de um mundo

de recursos finitos, mais realista, sustentável e perene. Os anos entre 1985 e 1995

iniciaram-se perigosos e turbulentos e terminam oportunos. Uma época de grande

fertilidade em debates que seguem levantando questionamentos pertinentes até a primeira

década do século XXI. (BASTOS, ZEIN, 2010, p. 189)

Nos anos 90, as teorias se convergiram pelo fato de valorizarem aspectos comuns tal qual a

valorização da forma do objeto único, oriunda da conjunção artística entre o repertório do

próprio arquiteto e o local de inserção da obra. Outra característica importante é o modo

como se encara o meio urbano, pois a cidade é trabalhada de forma híbrida, em que se

valoriza o aspecto do lugar. Portanto, os aspectos considerados numa problemática deste

tipo é a junção do conhecimento disciplinar da modernidade enquanto tradição e a

manipulação do lugar de intervenção. (BASTOS, ZEIN, 2010, p. 379)

No que se trata aos concursos de arquitetura, as décadas de 1960 e 1970, foi de grande

desestímulo, devido ao desaparecimento dos processos de seleção, assim como boa parte

dos ingredientes concorrentes na manutenção de cultura arquitetônica consistente. Passado

o período discricionário, após vinte anos de ausência de concursos públicos, a prática foi

retomada com o polêmico concurso para a Biblioteca Pública do Rio de Janeiro, em 1984,

com a participação de 168 projetos e muita discussão em relação ao resultado, onde

confronto de teses revelava os debates inerentes ao momento de revisão e os aportes pós-

modernos no meio. (MARQUES, 2009, p. 08)

Nos anos seguintes, durante as décadas de 1980 e 1990, concursos de arquitetura tiveram

o baixo índice de realização dos projetos vencedores e o alto índice de polêmicas, em

diversas oportunidades serviram para descortinar novas abordagens arquitetônicas da

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Arquitetura Moderna Brasileira, como a Câmara Legislativa de Brasília e o pavilhão do

Brasil para a Feira de Sevilha. MARQUES, 2009, p. 08)

4.1. LEVANTAMENTO DE DADOS E ANÁLISE CRÍTICA

Os três concursos selecionados foram a Reurbanização do Vale do Anhangabaú (1981);

Parque Ecológico do Guarapiranga, (1990); e o Concurso Público Nacional de Reconversão

Urbana do Largo da Batata, (2002). Devido ao agendamento dos escritórios, o primeiro

concurso a ser estudado foi o Parque Ecológico do Guarapiranga, em que foram visitados

os três primeiros colocados, se adquirido entrevistas com os arquitetos participantes e um

bom material de análise Posteriormente foi prioridade o concurso do Largo da Batata, que

teve por peculiaridade a grande quantidade de material disponível, em sua maioria já digital,

devido ao ano de sua ocorrência, em 2002. Por último, buscaram-se os materiais do

concurso do Vale do Anhangabaú, sendo inviável apenas a visita ao escritório da segunda

colocação, por se localizar na cidade de Curitiba – PR. Os demais escritórios forneceram

muitos materiais, no entanto, estes eram de pior qualidade e definição por causa da ação do

tempo nos arquivos em que se teve acesso, o que impossibilitou o desenvolvimento da

análise críticas sobre os projetos.

O Material coletado foi dividido em três etapas para facilitar a sistematização e a formulação

das análises. A primeira etapa consiste na organização de fichas com as informações de

cada concurso. Foram pesquisados também publicações em mídias arquitetônicas ou no

meio acadêmico, que além de serem importantes registros do que já foi feito sobre o

concurso, pode-se compreender também a repercussão destes na época de suas

realizações. A segunda etapa é apenas o registro dos materiais coletados, assim como as

referências dos arquitetos que os cederam. A terceira e última etapa consiste nos

apontamentos e análises críticas desenvolvidas por projeto.

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4.1.1. REURBANIZAÇÃO DO VALE DO ANHANGABAÚ

1ª ETAPA - Ficha Sintética

Dados Gerais Categoria Arquitetônica - Concurso Público Nacional para Áreas Urbanas 1981 - São Paulo, SP. Organização – EMURB Áreas - Promoção – Prefeitura do Município de São Paulo por meio da Sempla (Secretaria Municipal de Planejamento Urbano), da EMURB (Empresa Municipal de Urbanização), e da Secretaria de Implementação das Subprefeituras e A. R. PI. – Administração Regional de Pinheiros Júri: Arqto. Carlos Maximiliano Fayet; Arqto. Eduardo Leira; Arqto. Fábio Moura Penteado; Arqto. Jorge Wilheim; Arqta. Regina Prósperi Meyer. Fontes: Revista AU (42) jun-jul/92; Revista Arquiteto SP (1) jun/81, sp (74), (17); Circular-IAB-SP mai/81, SP jun/81, SP jul/81, SP ago/81, SP supl esp jun/81, SP supl esp jul/81; Revista modulo (42) mar-mai, (76), (64) mai-jun/81; Revista projeto (31) jul/81; Folha 16/09/1980, 17/06/1981, 07/12/1983; Estadão 14/09/1983, 14/09/1983, 06/12/1983, 02/02/1984, 21/07; A CSP 20/11/1972, 24/06/1974, 24/02/1975 Premiação: 1º - Arq. Carmem Lydia N. R. e Silva, Jamil J. Kifuri, Jonas Birger, Jorge Wilhiem, Marcelo Martinez, Maria Lucinda Aguiar, Michel Todel Gorski e Rosa Kliass 2º - Elgson Ribeiro Gomes, Péricles Varella Gomes, Carlos Guilherme Gloor, Heitor Carlos Moreira Filho, Maria Luiza Gomes, Orlando do Amaral Rodrigues 3º - Paulo Bastos, Siegbert Zanettini, José Salles Costa e Filho, Newton Massufumi Yamato, Maria de Fátima Araújo, Roberto Israel Eisenberg Saruê Menção Honrosa: 1- Carlos Bratke; 2- gian carlo gasperini; 3-Joel Ramalho Junior e Leonardo Oba.

Descrição Sintética: O concurso realizado pela EMURB para o Vale do Anhangabaú, São

Paulo, foi lançado em 1981, e seu contexto de preparo para a proposta, sugeria novas

idéias para a questão central; resolver o conflito existente entre pedestres e veículos, e

focar na reconquista de um espaço desperdiçado, embora precioso. A garantia da fluidez ao

importante tráfego de passagem, ampliando ao máximo sua vazão, o tratamento adequado

das áreas próximas às estações de metrô, o remanejamento das infra-estruturas e a adoção

de métodos construtivos que permitissem a implantação gradual, sem interrupção do

tráfego Norte-Sul, também foi um dos requisitos básicos para a proposta. O concurso

objetivava basicamente, que a área deveria ser global, de caráter abrangente, envolvendo

circulação viária e de pedestres, usos de espaços públicos, equipamentos que atendessem

a demanda da população local e metropolitana. Regulamentação de uso de solo e das

edificações, valorizando os edifícios tombados pelos poderes públicos ou considerados em

zonas especiais.

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2ª ETAPA - Material Coletado

1º Colocado – Arquiteta Rosa Kliass Dia: 14 de Maio / 2010 Telefone de contato: 3167- 4676 Endereço: Rua Jesuíno Arruda, nº 888, apto 131, Itaim Bibi. Material Coletado: Fotos de algumas plantas 2ª fase. Foi feita a indicação pela arquiteta que o material do concurso poderia estar na biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Foi concedida entrevista pela arquiteta. 2º Colocado – Arquiteto Elgson Ribeiro Gomes Dia: Visita não realizada Telefone de contato: (41) 3252 - 4342 3º Colocado – Arquiteto Paulo Bastos Dia: Dia: 30 de junho / 2010 Telefone de contato: 3062 - 1022 Endereço: Rua Cardeal Arcoverde, 835, Conjunto 04, Pinheiros Material Coletado: Fotos das pranchas originais e de alguns croquis do projeto. O arquiteto não concedeu entrevista,

4.1.2. PARQUE ECOLÓGICO DO GUARAPIRANGA

1ª ETAPA - Ficha Sintética

Dados Gerais Categoria Arquitetônica - Concurso Público Nacional para Áreas Urbanas 1990 - São Paulo, SP. Organização – IAB-SP Áreas - Promoção – Secretaria de Estado do Meio Ambiente Júri: Arq. Arilda Cardoso de Souza; Arq. Maria Helena Lobo de Queiróz; Agr. Sérgio Luis Pompéia; Arq. Sérgio Zaratin; Arq. Vera Maria de Aranha Severo. Fontes: Regulamento do Concurso; Revista Projeto - nº 153 (jan de 1992) projeto vencedor e nº 171 (jul de 1993) diversos projetos. Arquitetura Contemporânea no Rio Grande do Sul: Monitoramento e Acervo. Arquitetura de Concursos: 1984 – 2006. Acervo digital adquirido no Núcleo de Projetos Arquitetura da UniRitter com prancha do escritório sobre o parque. Material Parcialmente disponível em: http://www.uniritter.edu.br/w2/arquitetura/acervo/index.php?area=acervo RODRIGUES, Cristiane Gonçalves Pereira. Concursos Públicos Urbanos 1989-2004: Projetos e fragmentos da cidade. Dissertação de mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2007. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp079493.pdf. Acessado em agosto de 2010. SANTOS, Valéria Cássia dos. Concursos de arquitetura em São Paulo. Dissertação de mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2002. Premiação: 1º - Carlos Fayet e Cláudio Araújo 2º - Rosa Kliass 3º - Maria Madalena Ré Menção Honrosa - Bruno Pandovano Menção Honrosa - Eduardo Catellis

Descrição Sintética: Concurso realizado no início da década de 90, para seleção de

propostas e contratação de projeto para o Parque Ecológico do Guarapiranga, criado pelo

decreto 30442 de 20/10/89. O concurso de idéias foi realizado em duas etapas, sendo a

primeira a apresentação uma proposta global, contemplando o programa e partido, e na

segunda etapa seria apresentado o desenvolvimento das propostas.

O objetivo do concurso é obter um projeto que, com uma abordagem ampla, proponha

soluções específicas para cada um dos pontos levantados pelos conflitos diagnosticados na

área, apresentados pelo material de apoio cedido aos concorrentes. A criação de um

parque com o porte e as características do Parque Ecológico do Guarapiranga, exige uma

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precisão na conceituação de seu caráter e finalidade, sendo analisados diversos conceitos

aplicados ao projeto, tais como a preservação ambiental, a técnica empregada, a

abrangência do projeto, o programa proposto, entre outros.

No edital foram explicitados a abrangência e o significado do parque, bem como os

condicionantes a serem observados. Os condicionantes de mais destaque são: A finalidade

do parque será de recuperação ambiental abrangendo a vegetação e a orla da represa; O

parque deverá ter um alcance metropolitano, considerando-se sua dimensão e sua inserção

no meio urbano; Deverá propor soluções que procurem equacionar os problemas de

conflitos ambientais existentes; Deverão ser assegurados prioritariamente espaços para o

desenvolvimento de ações de percepção e educação ambiental e para as atividades de

abrangência social; Podem ser apresentadas propostas quanto à administração e

gerenciamento que garantam a implementação do programa projetado; Cada equipe deverá

formular o seu programa de projeto, considerando as observações anteriormente

apresentadas, quanto a equipamentos, manejo das áreas e tratamento espacial, de forma

que esse conjunto estruture um conceito de Parque Ecológico.

2ª ETAPA - Material Coletado

1º Colocado – Arquiteto Carlos Fayet e Cláudio Araújo Dia: 22 de Julho / 2010- Contato com Cláudio Araújo realizado em Porto Alegre.

Telefone de contato: (51) 9808-7245 e (051) 3388-7570

Endereço: Endereço da casa da Beatriz (Filha): Dr. Vicente de Paula Dutra, nº 225, apto. 201 Material Coletado: Levantamento realizado pela Universidade Ritter (Porto Alegre – RS) com uma prancha que continha diversas informações conceituais, além das perspectivas. O arquiteto não concedeu entrevista 2º Colocado – Arquiteta Rosa Kliass Dia: 14 de Maio / 2010 Telefone de contato: 3167- 4676 Endereço: Rua Jesuíno Arruda, nº 888, apto 131, Itaim Bibi. Material Coletado: Relatório do Plano Diretor Previsto (impresso A4); Proposições Preliminares para as edificações (impresso A4) Foi concedida entrevista pela arquiteta. 3º Colocado – Arquiteta Maria Madalena Ré Dia: 28 de junho / 2010 Telefone de contato: 3865 - 6793 Endereço: Rua Juazeiro, 109. Sumaré Material Coletado: Fotos das pranchas desenvolvidas para a exposição na 2ª Bienal; Compilação do regulamento, do programa, de informações sobre a área e da legislação dada aos concorrentes; Planta do levantamento do existente e delimitação da área do concurso; Planta da vegetação da área; Síntese da proposta da equipe da Maria Madalena Ré; Proposta Técnica da segunda fase. Foi concedida entrevista pela arquiteta.

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3ª ETAPA - Apontamentos e Análise Crítica

I. Primeira Colocada –Arquiteto Maximiliano Fayet

Imagem 01 – Implantação do primeiro colocado

Fonte: Croqui realizado pelo aluno utilizando-se o material do projeto adquirido pelo arquiteto Cláudio Araujo

A grande característica deste projeto está na questão de encarar o parque realmente como

uma área de reserva ecológica. Percebe-se que esta proposta foi a mais radical com

relação a preservação, protegendo grande parte da área total, mantendo uma pequena área

para uso intenso, e controlando o acesso ao interior do parque por portaria única. Pode-se

ver nas diversas diretrizes propostas para o local uma preocupação com relação às

interfaces indesejáveis que o entorno intensamente urbanizado pode trazer para essa área

verde, pensando em medidas que podem refrear a mancha urbana e garantir a preservação

ambiental do parque. A principal diretriz para a proteção do parque com relação ao entorno

já urbanizado pode ser vista na proposta de fechamento das principais vias que cortam o

parque e na limitação dos acessos da circulação ao seu interior. Há a previsão de controle

da ocupação das áreas próximas ao parque, de modo a conter ainda mais o avanço da

mancha urbana nesta área de preservação. Os demais usos são dispersos e estão

próximas as regiões limítrofes entre o parque e a região urbanizada. Esses equipamentos

acabam delimitando o parque. Foram pensadas outras diretrizes de grande influência com a

população do entorno, como o tratamento das águas do rio Embu-Mirim e Piraporinha, o

controle de erosão nos morros, e a contenção de invasões ilegais por meio de um trabalho

junto à comunidade.

O modo de encarar a população próxima ao projeto do Fayet se difere muito dos segundo e

terceiro colocados, pois estes propõem uma relação muito mais forte com as áreas

urbanizadas. O projeto da Kliass propõe centros de apoio a comunidade de modo a criar

uma interface com os moradores da região e fazer o elo da função do parque com as

pessoas do local. Esta relação de proximidade com os cidadãos têm o intuito de gerar a

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identificação destes com o parque. O Projeto da Ré tem a relação com o entorno muito mais

voltada na disposição da intensidade dos usos propostos. Em determinados momentos

coloca grandes maciços arbóreos nos limites do parque com a urbanização, causando

contraste, em outros define nas bordas os equipamentos de grande uso do público.

II. Segunda Colocada – Equipe da arquiteta paisagista Rosa Kliass

Imagem 02 – Implantação do segundo colocado

Fonte: Croqui realizado pelo aluno utilizando-se o material do projeto adquirido pela arquiteta Rosa Kliass

A característica principal do projeto da Rosa Kliass está na disposição das funções de todo

o parque. Até por conta do seu conhecimento sobre o urbanismo, é visível em seu projeto

diversas diretrizes que contemplam as características de uma urbanista. As funções

determinadas de grande intensidade de uso do público são em áreas muitos maiores que os

demais colocados, e é a proposta com menos área de preservação. O uso da várzea tem

grande destaque, pois apesar de encará-la como área de preservação, há diversos usos

inclusive com a implantação de um grande equipamento: o Museu da Várzea. Em

contrapartida, o projeto do Fayet não determina nenhum uso na região da várzea, e nenhum

percurso para o usuário. As funções dadas por ele a essa região estão ligadas ao ambiente,

pois propõe um controle da quantidade de água que a permeia oriunda da represa, de modo

a evitar inundações, e lagoas de tratamento da água. A pouca circulação existente na

várzea é por meio de passarelas.

A arquiteta paisagista Maria Madalena Ré propõe trilhas de interpretação inclusive na região

da várzea, no entanto ela é feita com paçadissos elevados sobre a vegetação. O uso

proposto é de baixa intensidade, e é uma medida que está na proposta intermediária entre

os dois projetos: Nem propõe um equipamento de grande uso como a Kliass, nem isola

completamente a várzea do usuário como o Fayet. As edificações, cujos desenhos já foram

anteriormente apontados, obedecem ao zoneamento estabelecido para o parque, em que

as gradações de uso são determinantes para a disposição de equipamentos que gerariam

novas centralidades. Os setores de usos com a relação dos equipamentos neles existentes,

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já em gradação de uso são: Interface comunidade – Escolas profissionalizantes, centro

comunitário, Recepção; Parque urbano - Conforto público, Observação, caixa d’água, Salão

de Baile; Aquático – Vestiário, restaurantes; Parque Rural – Fazendinha, Horta, Pomar;

Várzea – Lagoa, Centro de repovoamento, Museu da várzea, arvoredo.

III. Terceira Colocada – Equipe da arquiteta paisagista Maria Madalena Ré

Imagem 03 – Implantação do terceiro colocado

Fonte: Croqui realizado pelo aluno utilizando-se material do projeto adquirido pela arquiteta Maria Madalena Ré

Uma das questões mais abordadas no projeto da Ré é o problema da gestão do parque.

Este foi um dos pontos colocados no edital do concurso, e este foi o único projeto que deu

relevância a este aspecto. Há uma grande preocupação com a funcionalidade das

propostas, sendo todos os equipamentos pensados para ser bem exeqüíveis. Sua proposta

está entre os dois extremos dos outros dos projetos - de preservação do Fayet, e do uso

intenso da Kliass – incentivando o uso de todas as áreas do parque, de preservação ao de

uso intensivo, inclusive da água da represa. A proposta da Ré tem maior dispersão dos

equipamentos. Leva os usos para áreas mais internas do parque, onde outros projetos não

realizaram nenhuma intervenção, dispondo os usos intensivos na forma de “L” na área

urbanizada mais ao norte. Propicia que o usuário perpasse todas as zonas do parque e veja

o dégradé dos usos, criando inclusive estares em todo o parque. Embora não seja explícito

o zoneamento no projeto da arquiteta, pode-se ver isso como uma preocupação do partido.

Fayet Propõe poucas áreas de uso intensivo, é o que determina a menor área deste uso.

Há a restrição dos principais equipamentos em uma zona demarcada, na área urbanizada

ao norte, tendo o controle de acesso ao restante do parque. Os demais usos são dispersos

e estão próximas as regiões limítrofes entre o parque e a região urbanizada, sendo esses

equipamentos delimitadores da borda do parque. O projeto da Kliass tem os usos dispostos

de modo a ter um dégradé de intensidade de atuação. Seu projeto tem os usos muito bem

delimitados e concentrados, propondo quatro núcleos com caráter diferentes: aquático,

urbano, rural e natural. Essas “tipologias” de parques obedecem a diminuição do uso

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conforme o interior do parque, no entanto incentiva a entrada dos usuários a áreas muito

maiores do que os demais projetos. Um dos parques que atrairiam mais a população - o

urbano fica localizado no centro do parque, próximo a represa, sendo o projeto que propicia

o maior contato dos usuários com a Represa do Guarapiranga.

4.1.3. CONCURSO PÚBLICO NACIONAL RECONVERSÃO URBANA DO LARGO DA

BATATA

1ª ETAPA - Ficha Sintética

Dados Gerais Categoria Arquitetônica - Concurso Público Nacional para Áreas Urbanas 2002 - São Paulo, SP. Organização – IAB-SP Áreas - Promoção – Prefeitura do Município de São Paulo por meio da Sempla (Secretaria Municipal de Planejamento Urbano), da EMURB (Empresa Municipal de Urbanização), e da Secretaria de Implementação das Subprefeituras e A. R. PI. – Administração Regional de Pinheiros Júri: Arqto. Carlos Maximiliano Fayet; Arqto. Eduardo Leira; Arqto. Fábio Moura Penteado; Arqto. Jorge Wilheim; Arqta. Regina Prósperi Meyer Fontes: Vitrúvius - http://www.vitruvius.com.br/institucional/inst37/inst037.asp RODRIGUES, Cristiane Gonçalves Pereira. Concursos Públicos Urbanos 1989-2004: Projetos e fragmentos da cidade. Dissertação de mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2007. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp079493.pdf. Acessado em agosto de 2010. LODE, Letícia Takeda. O concurso Público no Projeto Urbanístico. São Paulo, 1998-2004. Dissertação de Mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2008. Júri: Premiação: 1º - Tito Livio Frascino, Fernando Pires, Alexandre Stefani, Letícia Lodi, Andrea Soares e Rosa Maria Leal 2º - Maria do Carmo Vilarino, Luis Mauro Freire, Fabio Mariz Gonçalves, Henrique Fina e Luis Ramos 3º - Luis Espallargas Gimenez, Jaime Cunha Jr., Hortênsia Espallargas Zuniga, Liliane Silva, Bruno Faggiano e Érico Costa

Descrição Sintética: O Concurso de Reconversão do Largo da Batata representou uma

oportunidade muito valiosa em trabalhar um setor consolidado da cidade, de forma a

reorganizar e revalidá-lo como parte do vetor de crescimento a que pertence. Como marca

da forte influência resultado da sua característica de local de passagem resulta o desenho

viário atual, principalmente impressa nas ruas Pinheiros e Butantã, apesar das modificações

que a área sofreu em todos estes anos. Mesmo de forma improvisada o Largo da Batata se

firmou como uma centralidade urbana de grande importância para a cidade. (LODE, 2008,

pág. 99) Uma nova diretriz viária proposta, sem preocupação com as bordas

remanescentes da via gerou um espaço de degeneração urbana. Sendo o único setor que

não conseguiu se beneficiar da Operação Urbana Faria Lima, por não criar atratividade.

Esta condição pode ser observada até os dias de hoje, pela estagnação de seus usos e

construções e pela degradação dos espaços públicos. Sua condição de centralidade urbana

popular contrasta com toda a sua caracterização; por esta razão, o Largo da Batata é uma

referência urbana importantíssima para a cidade. (LODE, 2008, pág. 102)

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2ª ETAPA - Material Coletado

1º Colocado – Equipe do Arquiteto Tito Lívio Franscino Dia: 30 de junho / 2010 Telefone de contato: 3151-4440 Endereço: Rua Bento Freitas, 306, 6º andar, conjunto 62, Centro. Material Coletado Desenhos em DWG; Todas as imagens apresentadas nas pranchas; Memorial Descritivo; PowerPoint com apresentação sobre o trabalho. O arquiteto não concedeu entrevista. 2º Colocado – Equipe do Arquiteto Luis Mauro Freire Dia: 11 de maio / 2010 Telefone de contato: 7363 - 7714 Endereço: Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 117, Pinheiros Material Coletado PDF com todas as pranchas originais; PowerPoint com todas as explicações do partido do projeto e dados que não estão nas pranchas. Foi concedida entrevista pelo arquiteto. 3º Colocado – Equipe do Arquiteto Luis Spallargas Gimenez Dia: Dia: 14 de maio / 2010 Telefone de contato: 3023 - 2560 Endereço: Travessa João Damasceno Fernandes, 11, Vila Ida, Alto de Pinheiros Material Coletado Imagens com as perspectivas, plantas, elevações, cortes do projeto; Apresentação com as informações do partido arquitetônico. Foi concedida entrevista pelo arquiteto.

3ª ETAPA - Apontamentos e Análise Crítica

I. Primeiro Colocado – Equipe do arquiteto Tito Lívio Frascino

Imagem 04 – Implantação do primeiro colocado

Fonte: Imagem do projeto adquirido pelo escritório arquiteto Tito Lívio Frascino

O projeto da equipe do arquiteto Tito Lívio Frascino encara o problema do largo da Batata

de forma muito mais pontual que as demais propostas. Não há citação do largo da Batata

como um elemento importante para o bairro ou até mesmo para a metrópole, realizando

propostas apenas para a área delimitada pelo concurso. Desde o início pode-se ver seus

objetivos muito bem pontuados, citando bem focadamente as regiões a serem abordadas.

Entretanto, não é muito evidente a sua metodologia de análise e quais os fatores que os

levaram a chegar aos objetivos mencionados. Nas pranchas apresentadas para o concurso

o seu memorial de projeto é bastante sucinto, chegando diretamente ao seu objeto âncora,

elemento forte de sua proposta, mencionando poucas vezes o motivo que o levou a esta

solução como a ideal para o problema urbanístico do Largo da Batata.

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O principal foco de atuação é a “Esplanada”, sendo esta composta pela criação de espaços

públicos, - como a feira livre – e um grande empreendimento associado. A partir deste

grande marco arquitetônico é que se desenvolvem as demais propostas, sendo resolvidas

principalmente as questões de circulação. É importante observar que a proposta da equipe

parte de um elemento arquitetônico, e não apenas de taxas urbanísticas e questões legais.

Pode-se dizer que os autores partem do pressuposto que a revitalização deste local urbano

necessita de propostas que não sejam apenas instrumentos urbanísticos, legando a um

objeto arquitetônico a possibilidade de revitalização da cidade.

II. Segundo Colocado – Equipe do arquiteto Luiz Mauro Freire

A proposta que angariou a segunda colocação faz um estudo global da região, inclusive de

áreas além do limite proposto pelo edital do concurso. Após o detalhamento e zoneamento

de cada setor há a formulação de propostas para cada área, dando ênfase na delimitada

pelo regulamento do concurso. Por causa deste estudo é possível perceber que as

propostas feitas pela equipe estão mais descentralizadas e voltadas para a questão da

circulação geral, inclusive das previstas na Operação Urbana.

Imagem 05 – Implantação do segundo colocado

Fonte: Imagem do projeto adquirido pelo escritório arquiteto Luiz Mauro Freire

Além dos objetivos citados prioritariamente nas pranchas do concurso, a equipe enfatiza os

instrumentos dos modos de ação e as estratégias para a intervenção da área mais

detalhados que os seus concorrentes. Estes aspectos são salientados antes mesmo de

apresentar as propostas de cada setor. É evidente a análise metodológica realizada pela

equipe, principalmente pelos mapas desenvolvidos para a macro área de estudo, em que

são levantados as características, deficiências e potencialidades de cada setor. Após toda a

análise setorial há a discussão das duas principais intervenções pontuais – o novo Largo de

Pinheiros e a Praça Cooperativa Agrícola. O principal aspecto a ser ressaltado deste projeto

é a questão do desenho urbano. É a proposta em que as questões projetuais aparecem

mais presentes, e não apenas no objeto arquitetônico em si, mas como uma intenção de

organização do espaço urbano. Este aspecto se diferencia dos demais concorrentes, pois o

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primeiro colocado ressalta o objeto arquitetônico em si, e o terceiro colocado faz uso intenso

dos recursos urbanísticos.

III. Terceiro Colocado – Equipe do arquiteto Luiz Esparllagas

Imagem 06 – Implantação do terceiro colocado

Fonte: Imagem do projeto adquirido pelo escritório arquiteto Luiz Esparllagas

A terceira colocação do concurso foi dada ao projeto da equipe do arquiteto Esparllagas, em

que se destaca por ser a única proposta em que se faz menção a história. Os objetivos

deste projeto não são detalhados explicitamente, estando citadas no decorrer de seu

discurso. Em contrapartida, ressalta-se a explicação da metodologia de análise da área, que

tem base principalmente na história e nos eixos de circulação existentes. Há uma

preocupação muito grande da equipe em estabelecer instrumentos urbanísticos para que a

proposta seja viável, deixando em segundo plano as questões projetuais. Esta equipe

propõe uma leitura dos eixos de circulação muito mais clara dos que os outros colocados, o

que a permitiu articular a região com as demais áreas da cidade de forma muito mais

condizente com o real e fazer uma proposta integrada com esses eixos. Há uma integração

muito forte da capacidade de circulação da via com o seu uso do solo, fator este analisado

somente por esta equipe, e que deve ser norteador no projeto de intervenção urbana.

Um aspecto muito evidente no projeto é a falta de um grande elemento polarizador. A

principal questão abordada é o equacionamento da circulação e do transporte, tendo como

intervenção mais drástica a abertura da praça que ligaria a Igreja Monte Serrat a Av. Faria

Lima, resolvendo basicamente o problema de circulação dos pedestres. É notável também

nesta postura, a intenção da valorização da Igreja, explorando o seu lado histórico. Assim

como o segundo colocado, a equipe do Espallargas desenvolve uma grande análise de

áreas além das delimitadas pelo edital do concurso. No entanto, sua principal diferença é

que sua análise observou muito mais profundamente questões tais como verticalização, uso

do solo, hierarquias viárias e áreas para desapropriação. Esta equipe desenvolveu muitos

mapas de estudo da área dividindo as áreas de acordo com características urbanas, ao

contrário da equipe do Freire que zoneou a partir dos principais pontos focais de interesse e

atratividade da população.

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5. CONCLUSÃO

O estudo de concurso se mostrou muito rico com relação a informações de projetos em

determinadas épocas, além de serem oportunidades únicas para o desenvolvimento de

projetos normalmente de grande escala e repercussão, que acabam se tornando muito

relevantes para a constituição da história da arquitetura brasileira. Os materiais que são

desenvolvidos para estes processos seletivos são de grande qualidade, além de muitas

vezes serem as únicas oportunidades em que diversos arquitetos registrem, inclusive de

forma textual, suas ideologias e intenções projetuais.

O presente trabalho engajou-se na sistematização de todo o material coletado e procurou

ser o mais fiel possível no tocante ao registro dos desenhos, dos textos e das entrevistas

adquiridas. Isto para que o produto referente a pesquisa possa ser disponibilizado

posteriormente para consultas de forma idônea, na tentativa se produzir um conhecimento

solidificado e que possa acarretar outras demais discussões críticas sobre o assunto. As

análises críticas foram desenvolvidas após um árduo trabalho de entendimento dos

projetos, com formação de opinião a partir da identificação das atitudes projetuais de cada

equipe, e não tem pretensão de serem verdades absolutas sobre cada projeto participante,

mas são pequenos ensaios para possíveis discussões futuras.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Paulo, Editora Perspectiva, 2010.

BIANCO, Alfredo Del. A linguagem dos Concursos : projetos de edificações em concursos

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Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e

Urbanismo. São Paulo – Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2002.

FIALHO, Valéria Cássia dos Santos. Arquitetura textos e imagem : a retórica da

representação nos concursos de arquitetura. Tese (Doutorado em Arquitetura e

Urbanismo) Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura

e Urbanismo. São Paulo – Universidade de São Paulo, 2007.

FIALHO, Valéria Cássia dos Santos. Concursos de Arquitetura e São Paulo. Dissertação

(Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) Departamento de Arquitetura e Urbanismo

da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. São Paulo – Universidade de São Paulo,

2002.

FLYNN, Maria Helena de Moraes Barros. Anotação para uma História dos Concursos de

Arquitetura no Brasil – 1857-1985. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo)

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Urbanismo. São Paulo – Universidade de São Paulo, 2001.

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Dissertação de Mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade

de São Paulo. São Paulo, 2008MARQUES, Sérgio M. Arquitetura Contemporânea

no Rio Grande do Sul : Monitoramento e Acervo. Disponível em :

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MARQUES, Sérgio M. Arquiteturas de Concursos no Sul: Monitoramento e Acervo (1984-

2006). IV Projetar 2009, FAU – Universidade Presbiteriana Mackenzie. São Paulo,

outubro de 2009.

MISSAKA, Carolina Rodrigues. Levantamento, sistematização e análise dos concursos de

arquitetura brasileiros de 1978 a 1992. MackPesquisa da Universidade Presbiteriana

Mackenzie, São Paulo, 2008.

PROJETO (251). São Paulo, Arco, 2001.

SEGAWA, Hugo. Arquiteturas no Brasil. 1900-1990. 2 Ed. São Paulo, Edusp, 2002.

SOBREIRA, Fabiano José Arcádio. Concursos de Arquitetura e Sustentabilidade: entre a

retórica e a prática. O enfoque ambiental dos concursos realizados no Brasil e no

Canadá entre 2000 2 2007. IV Projetar 2009, FAU – Universidade Presbiteriana

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VELOSO, Maisa. O julgamento de projetos em contexto profissional: uma análise de quatro

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ZEIN, Ruth Verde. O lugar da crítica – ensaios oportunos da arquitetura. São Paulo, Rither

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ZEIN, Ruth Verde. CECCO, Ângelo Jr., RODRUIGUES, Cecília dos Santos. Pesquisa em

arquitetura: repertoriando projeto. IV Projetar 2009, FAU – Universidade

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http//:iab-rs.org.br. Acessado em outubro de 2010.

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