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SÉRIE Roberto Moreira de Almeida TEORIA GERAL DO PROCESSO Civil, Penal e Trabalhista 3. a edição revista e atualizada MATERIAL SUPLEMENTAR EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO

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  • SRIE Roberto Moreira de Almeida

    TEORIA GERAL DO PROCESSO

    Civil, Penal eTrabalhista

    3.a edio revista e atualizada

    MATERIAL SUPLEMENTAR

    EXERCCIOS PARA FIXAO

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  • 1. SOCIEDADES E TUTELA JURDICA

    EXERCCIOS DE FIXAO

    01. Assinale a opo correta(A) o ser humano um ser gregrio, porque foi concebido para viver em sociedade;(B) desde os primrdios da humanidade, se tem notcias de que o ser humano se agru-

    pa;(C) o primeiro agrupamento social foi a famlia, depois advieram o cl, a tribo e, num

    estgio futuro, o Estado;(D) todas as opes esto corretas.

    Resposta: D. As assertivas a, b e c esto corretas.

    02. Assinale a opo correta(A) a convivncia humana em sociedade sempre exigiu o estabelecimento de regras de

    conduta destinadas a estabelecer uma certa paz social;(B) as regras disciplinadoras das condutas humanas em sociedade somente surgiram a

    partir do descobrimento da escrita;(C) as regras disciplinadoras das condutas humanas em sociedade somente surgiram com

    o advento do Estado;(D) as regras disciplinadoras das condutas humanas em sociedade surgiram a partir da

    idade moderna, com os ideais da liberdade, igualdade e fraternidade.

    Resposta: A. Sempre se observou a presena de regras de conduta destinadas a esta-belecer uma certa paz social em todas as sociedades, inclusive as primitivas.

    03. A mxima latina do ubi homo, ibi societas; ubi societas, ibi jus pode ser enten-dida como:(A) existe direito sem sociedade e que existe sociedade sem direito;(B) no h direito sem sociedade e no existe sociedade sem direito;

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  • SOCIEDADES E TUTELA JURDICA 3

    (C) no existe direito sem sociedade, mas h sociedade sem direito;(D) existe direito sem sociedade, mas no h sociedade sem direito.

    Resposta: B. Onde h o homem, existe a sociedade; onde h a sociedade, existe o direito.

    04. Assinale a opo correta(A) na sociedade individualista e complexa contempornea, os confl itos intersubjetivos de

    interesses so a regra;(B) nasce um confl ito de interesses todas as vezes em que, para um mesmo bem, se

    voltem as atenes de no mnimo trs pessoas;(C) ao desejo de afastar o interesse alheio em benefcio de interesse prprio denomina-se

    pretenso;(D) todas as assertivas esto incorretas.

    Resposta: C. Ao desejo de afastar o interesse alheio em benefcio de interesse prprio denomina-se pretenso). As opes A e B so incorretas (os conflitos de interesses, mesmo nas sociedades atuais, so excees; e nasce um conflito de interesses todas as vezes em que, para um mesmo bem, se voltem as atenes de, no mnimo, duas pessoas.

    05. Pode-se conceituar lide como(A) um confl ito de interesses qualifi cado por uma pretenso resistida ou insatisfeita;(B) um confl ito de desejos qualifi cado pela pretenso e resistncia de uma nica pessoa

    em relao a um mesmo bem;(C) um confl ito de interesses qualifi cado pela pretenso e resistncia simultnea de duas

    ou mais pessoas em relao a um mesmo bem;(D) nenhuma das assertivas est correta.

    Resposta: A. Lide conceituada como um conflito de interesses qualificado por uma pretenso resistida ou insatisfeita.

    06. (so) forma(s) de composio dos litgios(A) a autodefesa ou autotutela, apenas;(B) a autodefesa e a autocomposio, somente;(C) a autodefesa, a autocomposio e a heterocomposio;(D) a autodefesa, a autocomposio, a heterocomposio e a justaposio.

    Resposta: C. Trs so as formas de composio dos litgios: a autodefesa, a autocom-posio e a heterocomposio.

    07. Sobre a autodefesa, correto afi rmar(A) consiste na modalidade de soluo dos litgios por obra dos prprios litigantes, quando

    um deles, ou ambos, resolve dispor do prprio interesse ou de parte dele e, com isso, pe fi m ao litgio;

    (B) uma forma civilizada e justa para se solucionar os litgios;(C) o ordenamento jurdico admite o seu uso, sendo a matria disponvel, irrestritamente;(D) caracteriza-se por no haver um sujeito imparcial para a soluo do litgio e o litigante

    mais forte ou mais astuto impor a sua vontade sobre a outra parte.

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  • TEORIA GERAL DO PROCESSO Roberto Moreira de Almeida4

    Resposta: D. So caractersticas da autodefesa a inexistncia de um sujeito imparcial para a soluo do litgio e a imposio da vontade do mais forte ou do mais astuto sobre o mais fraco). Opes incorretas A (conceito de autocomposio); B ( uma forma no civilizada e injusta de solucionar os litgios); C (o ordenamento jurdico, em regra, veda o uso da autodefesa, mesmo em questes disponveis.

    08. Acerca da autodefesa, marque a assertiva correta(A) a autodefesa, no obstante ter sido utilizada com bastante frequncia em tempos idos,

    hodiernamente vem recebendo a repulsa estatal;(B) o legislador brasileiro tipifi cou a autodefesa como crime, intitulado de exerccio arbitrrio

    das prprias razes, quando a pessoa faz justia pelas prprias mos, para satisfazer pretenso, embora legtima, salvo quando a lei o permite;

    (C) a autodefesa somente admitida quando a lei expressamente a admitir;(D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: D. Todas as assertivas so corretas. A autodefesa era bastante utilizada na Antiguidade, mas hoje tipificada como crime de exerccio arbitrrio das prprias razes (art. 345, CP). Somente permitida quando a lei expressamente permitir.

    09. hiptese de autodefesa admitida pelo ordenamento jurdico brasileiro(A) a defesa da propriedade, sem limites;(B) o direito de cortar ramos, galhos e razes de rvores limtrofes que ultrapassem os

    limites do terreno;(C) a priso preventiva;(D) o direito de reteno por benfeitorias volupturias.

    Resposta: B. (Art. 1.283, C(C). Opes incorretas: A [a defesa da propriedade deve ser realizada nos limites da lei, ou seja, no pode o desforo imediato ir alm do indispens-vel manuteno ou restituio da posse (art. 1.210, pargrafo nico, C(C)]; C (a priso em flagrante, no a priso preventiva, caso de autodefesa); D [h direito de reteno em casos de benfeitorias necessrias ou teis, no nas benfeitorias volupturias (art. 1.219, C(C)].

    10. Sobre a autocomposio, correto afi rmar(A) consiste na modalidade de soluo dos litgios pela imposio da vontade individual do

    litigante mais forte ou mais astuto sobre o mais fraco;(B) sua prtica vedada pelo ordenamento jurdico brasileiro;(C) pode ser endo ou extraprocessual;(D) admitida quando o interesse material em litgio disponvel ou indisponvel.

    Resposta: C. A autocomposio pode ocorrer dentro (endo) ou fora do processo (extra-processual). Opes incorretas: A (o conceito dado foi de autotutela ou autodefesa); B (a prtica permitida e at incentivada) e D (somente admitida quando o interesse material em litgio disponvel).

    11. (so) modalidade(s) de autocomposio(A) desistncia;(B) submisso;

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  • SOCIEDADES E TUTELA JURDICA 5

    (C) transao;(D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: D. Trs so as modalidades de autocomposio: a desistncia, a submisso e a transao.

    12. Haver desistncia(A) e a lide estar defi nitivamente solucionada quando um dos litigantes vier a abrir mo

    ou a renunciar sua pretenso;(B) mas a lide no estar defi nitivamente solucionada quando um dos litigantes vier a abrir

    mo ou a renunciar sua pretenso;(C) e a lide estar defi nitivamente solucionada quando um dos litigantes vier a abrir mo

    ou renunciar sua resistncia;(D) mas a lide no estar defi nitivamente solucionada quando um dos litigantes vier a abrir

    mo ou a renunciar sua resistncia.

    Resposta: A. Haver desistncia e a lide estar definitivamente solucionada quando um dos litigantes vier a abrir mo ou a renunciar sua pretenso.

    13. H submisso(A) e o litgio estar defi nitivamente solucionado quando um dos litigantes vier a abrir mo

    ou a renunciar sua pretenso;(B) mas a lide no estar defi nitivamente solucionada quando um dos litigantes vier a abrir

    mo ou a renunciar sua pretenso;(C) e a lide estar defi nitivamente solucionada quando um dos litigantes vier a abrir mo

    ou a renunciar sua resistncia;(D) mas a lide no estar defi nitivamente solucionada quando um dos litigantes vier a abrir

    mo ou a renunciar sua resistncia.

    Resposta: C. H submisso e a lide estar definitivamente solucionada quando um dos litigantes vier a abrir mo ou a renunciar sua resistncia.

    14. Existe transao(A) mas o litgio no estar defi nitivamente solucionado quando um dos litigantes vier a

    abrir mo ou a renunciar parte de sua pretenso e o outro abdicar de parte de sua resistncia;

    (B) e o litgio estar defi nitivamente solucionado quando um dos litigantes vier a abrir mo ou a renunciar parte de sua pretenso e o outro abdicar de parte de sua resistn-cia;

    (C) e o litgio estar defi nitivamente solucionado quando um dos litigantes vier a abrir mo da totalidade de sua pretenso e o outro abdicar de parte de sua resistn-cia;

    (D) e o litgio estar definitivamente solucionado quando um dos litigantes vier a abrir mo de parte de sua pretenso e o outro abdicar da totalidade de sua resistncia.

    Resposta: B. Existe transao e o litgio estar definitivamente solucionado quando um dos litigantes vier a abrir mo ou a renunciar parte de sua pretenso e o outro abdicar de parte de sua resistncia.

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  • TEORIA GERAL DO PROCESSO Roberto Moreira de Almeida6

    15. Sobre heterocomposio, inverdade afi rmar(A) a heterocomposio a modalidade de soluo de litgios derivada da atuao de um

    terceiro, o qual fi xa a regra solucionadora do confl ito a ser cumprida pelo vencido, sob pena de eventual execuo forada;

    (B) duas so as espcies de heterocomposio: a arbitragem e a jurisdio;(C) a arbitragem obrigatria em certos casos;(D) o juzo arbitral est disciplinado na Lei 9.307/1996, a qual prev duas hipteses para a

    implementao da conveno de arbitragem: a clusula compromissria e o compromisso arbitral.

    Resposta: C. Pretende-se saber qual a assertiva falsa. No caso, apenas a opo C est incorreta, porque a arbitragem um mtodo facultativo de soluo dos litgios. As demais alternativas esto corretas.

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  • 2. DIREITO PROCESSUAL

    EXERCCIOS DE FIXAO

    01. Pode-se conceituar direito processual como(A) o ramo do direito privado constitudo por normas e princpios disciplinadores da funo

    jurisdicional do Estado;(B) o conjunto das normas jurdicas que dispem sobre a constituio dos rgos jurisdi-

    cionais e sua competncia, disciplinando essa realidade que chamamos processo e que consiste numa srie coordenada de atos tendentes produo de um efeito jurdico fi nal que, no caso do processo jurisdicional, a deciso e sua eventual execuo;

    (C) o ramo do direito pblico constitudo por normas, mas no princpios, disciplinadores da funo jurisdicional estatal;

    (D) nenhuma assertiva est verdadeira.

    Resposta: B. Assertiva correta a letra B (conceito doutrinrio de direito processual). So incorretas as letras A (o direito processual ramo do direito pblico) e C (o direito processual constitudo por normas e princpios jurdicos).

    02. Marque a assertiva correta(A) A fonte material do direito processual civil, penal e trabalhista a lei;(B) A fonte material do direito processual civil, penal e trabalhista a doutrina;(C) A fonte material do direito processual civil, penal e trabalhista a jurisprudncia;(D) A fonte material do direito processual civil, penal e trabalhista o Estado.

    Resposta: D. O Estado a fonte material do direito processual.

    03. Marque a assertiva correta(A) da competncia da Unio legislar exclusivamente sobre direito processual no Brasil;(B) compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre

    direito processual no Brasil;

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  • TEORIA GERAL DO PROCESSO Roberto Moreira de Almeida8

    (C) compete Unio legislar privativamente sobre direito processual no Brasil;(D) nenhuma das assertivas est correta.

    Resposta: C. Conforme previso do art. 22, inc. I, da CF.

    04. Marque a assertiva correta(A) lei complementar federal poder autorizar que os Estados legislem sobre questes

    especfi cas em matria processual;

    (B) lei complementar federal poder autorizar que os Estados legislem sobre questes especfi cas em matria de procedimento, nunca processual;

    (C) lei complementar federal no poder autorizar que os Estados legislem sobre questes especfi cas de direito processual, j que a matria exclusiva da Unio;

    (D) lei complementar federal no poder tratar de matria processual.

    Resposta: A. Segundo o pargrafo nico do art. 22 da CF, lei complementar federal poder autorizar os Estados a legislar sobre questes especficas de direito processual.

    05. Marque a assertiva correta(A) cabe Unio, por meio de ato subscrito pelo Presidente da Repblica e referendado

    pelo Congresso Nacional, celebrar tratados e convenes internacionais, porm no so fontes do direito processual;

    (B) cabe Unio, por meio de ato subscrito pelo Presidente da Repblica e referendado pelo Congresso Nacional, celebrar tratados e convenes internacionais, que so fontes do direito processual;

    (C) cabe Unio e aos Estados, por meio de ato subscrito pelo Presidente da Repblica e governador, referendado pelo Congresso Nacional, celebrar tratados e convenes internacionais, porm no so fontes do direito processual;

    (D) cabe Unio e aos Estados, por meio de ato subscrito pelo Presidente da Repblica e governador, referendado pelo Congresso Nacional, celebrar tratados e convenes internacionais, que so fontes do direito processual;

    Resposta: B. Cabe Unio, com exclusividade, por meio de ato subscrito pelo Presidente da Repblica, celebrar tratados, convenes e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional (art. 84, inc. VIII, CF). So fontes do direito processual.

    06. Legislar sobre custas dos servios forenses; criao, funcionamento e processo dos juizados de pequenas causas e procedimentos em matria processual da competncia(A) privativa da Unio;

    (B) exclusiva da Unio;

    (C) concorrente entre a Unio, os Estados e o Distrito Federal;

    (D) concorrente entre a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios.

    Resposta: C. Segundo a CF, compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre custas dos servios forenses (art. 24, inc. IV), criao, funcio-namento e processo dos juizados de pequenas causas (art. 24, inc. X) e procedimentos em matria processual (art. 24, inc. XI).

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  • DIREITO PROCESSUAL 9

    07. A elaborao da lei de organizao judiciria do Estado(A) de iniciativa exclusiva do Tribunal de Justia;(B) de iniciativa privativa do Tribunal de Justia;(C) de iniciativa concorrente do Governador e do Tribunal de Justia;(D) comum, j que qualquer deputado ou comisso da Assembleia Legislativa pode dar

    incio ao projeto de lei.

    Resposta: A. Os Estados organizaro sua Justia, observados os princpios estabelecidos na Constituio Federal. A lei de organizao judiciria de iniciativa exclusiva do Tribunal de Justia, conforme determina o art. 125 e 1. da CF.

    08. Sobre fontes formais do direito processual no Brasil, correto asseverar que(A) a nica fonte formal direta do direito processual a lei federal;(B) a nica fonte formal direta do direito processual a lei nacional;(C) duas so as fontes formais diretas do direito processual: a lei e a jurisprudncia; (D) duas so as fontes formais diretas do direito processual: a lei e a doutrina.

    Resposta: B. Doutrinariamente, faz-se uma distino entre a lei federal (aplicada apenas ao ente federativo Unio) e a lei nacional (aquela dirigida a todo o Brasil); cedio, portanto, que a lei processual a nica fonte formal direta do direito processual e sempre uma lei aplicvel a todos os brasileiros (lei nacional).

    09. Assevere a assertiva correta(A) permitida a edio de medidas provisrias em matria processual, desde que haja a

    aceitao por trs quintos dos deputados federais e senadores;(B) permitida a edio de medidas provisrias em matria processual, desde que haja a

    aceitao por dois teros dos deputados federais e senadores;(C) permitida a edio de medidas provisrias em matria processual, desde que haja a

    aceitao por maioria absoluta dos deputados e senadores;(D) no permitida a edio de medidas provisrias em matria processual.

    Resposta: D. vedada a edio de medidas provisrias em matria processual civil, penal ou trabalhista, conforme art. 62, 1., inc. I, b, CF.

    10. So fontes formais indiretas ou mediatas do direito processual(A) os costumes e analogia,(B) os costumes, a analogia e os princpios gerais do direito;(C) os costumes, a analogia, os princpios gerais do direito e a jurisprudncia;(D) os costumes, a analogia, os princpios gerais do direito, a jurisprudncia e a equi-

    dade.

    Resposta: B. A doutrina unssona em apontar a analogia, os costumes e os princpios gerais do direito como fontes formais indiretas ou mediatas do direito processual.

    11. correto asseverar(A) no direito romano, adotou-se a expresso direito judicirio para designar a disciplina

    direito processual;

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  • TEORIA GERAL DO PROCESSO Roberto Moreira de Almeida10

    (B) a locuo direito judicirio, utilizada por muito tempo, passou a receber diversas crticas da doutrina (indicava demais, porque nem todo o judicirio processual, e de menos, pelo fato de o juiz ser apenas o sujeito imparcial do processo, que exige pelo menos mais dois sujeitos os litigantes;

    (C) as crticas levaram a uma alterao da denominao vetusta de direito judicirio para direito processual;

    (D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: D. Conforme salientado em nossa lio (item 2.3.1), todas as opes so verdadeiras.

    12. Qual a posio enciclopdica do direito processual(A) o direito processual civil ramo do direito privado e o direito processual penal ramo

    do direito pblico;(B) os direitos processual civil e trabalhista so ramos do direito privado e o direito penal

    ramo do direito publico;(C) o direito processual civil ramo do direito privado, o direito processual do trabalho

    ramo do direito social e o direito processual penal ramo do direito pblico;(D) todos os ramos do direito processual integram o direito pblico.

    Resposta: D. Os direitos processual civil, penal e trabalhista integram o ramo do direito pblico.

    13. Marque a assertiva falsa(A) por critrio constitucional, divide-se o direito processual em civil, penal e trabalhista;(B) ao processo civil destina-se estabelecer os princpios gerais do direito processual e

    a atuar nas questes voltadas para a soluo de confl itos de mbito privado (civil e comercial), pblico (constitucional, administrativo, fi nanceiro, tributrio) ou qualquer outro que no tenha regramento especfi co. utilizado residualmente e como complementao dos processos trabalhista e penal;

    (C) o processo penal rege o jus puniendi estatal. As regras relacionadas aplicao das penas e medidas de segurana aos infratores (criminosos e contraventores penais) so estudadas por esse ramo da dogmtica processual;

    (D) no processo trabalhista se inserem as normas regedoras das solues dos confl itos in-tersubjetivos individuais e coletivos de interesses entre empregados e empregadores.

    Resposta: A. A nica assertiva falsa a primeira, porque a diviso em direito processual civil, penal e trabalhista de cunho didtico e no constitucional.

    14. Sobre a evoluo histrica do direito processual brasileiro, marque a assertiva verdadeira(A) durante o Brasil colnia, vigia no Pas a legislao lusitana, isto , as famosas codifi -

    caes reinis de Portugal: Ordenaes Ambrosinas (de 1456), Tertulianas (de 1521) e Machadinas (de 1603);

    (B) a bem da verdade, foram as Ordenaes Machadinas, quela poca, o diploma legal de maior aplicao no territrio brasileiro. O direito processual civil estava tratado no Livro III e o direito processual penal no Livro V;

    (C) com a independncia poltica do Brasil, datada de 7.9.1822, resolveu-se manter em vigor em territrio ptrio as ordenaes e leis extravagantes portuguesas at ento

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  • DIREITO PROCESSUAL 11

    vigentes, naquilo em que no ferissem ou no contrariassem a soberania e o interesse nacionais. Vigorariam num perodo de transio at que fossem elaborados os diplomas normativos brasileiros propriamente ditos.

    (D) todas esto corretas.

    Resposta: C. Durante o Brasil colnia, vigia no Brasil a legislao lusitana [Ordenaes Afonsinas (de 1456), Manuelinas (de 1521) e Filipinas (de 1603), sobretudo estas ltimas]. Com independncia, manteve-se vigente em solo ptrio a legislao portuguesa, naquilo que no ferisse ou contrariasse a soberania e o interesse nacionais, at que fossem elaborados os diplomas normativos brasileiros propriamente ditos.

    15. Sobre a evoluo histrica do direito processual civil brasileiro, marque a as-sertiva verdadeira(A) a primeira Constituio Republicana (1891) fi xou competncia legislativa, em matria

    processual, concorrentemente, para a Unio e Estados-membros. Pela primeira e nica vez na histria brasileira, teramos cdigos de processo civil e de processo criminal federal e estaduais. Apenas dois se destacaram: os Cdigos dos Estados de So Paulo e da Bahia;

    (B) com o advento da Constituio de 1934, a Unio passou a exercer com exclusividade a competncia legislativa sobre processo. Foi dada aos Estados, no entanto, a com-petncia concorrente para legislar sobre procedimentos em matria processual. Essa regra perdura at hoje;

    (C) elaborou-se o Cdigo de Processo Civil de 1939, sob o paradigma dos diplomas pro-cessuais civis de Portugal, Alemanha e ustria;

    (D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: D. Vide exposio da matria no item 2.4.3.

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  • 3. PRINCPIOS PROCESSUAIS

    EXERCCIOS DE FIXAO

    01. Marque a assertiva verdadeira

    (A) o vocbulo princpio tem um nico signifi cado;(B) o vocbulo princpio tem dois signifi cados: um jurdico e outro comum;(C) o vocbulo princpio tem trs signifi cados: um jurdico, um fsico e outro metafsico; (D) o vocbulo princpio tem vrios signifi cados, sendo um deles no mbito jurdico.

    Resposta: D. Sem dvida, diversos so os sentidos ou alcances que tem o vocbulo princpio.

    02. Princpio jurdico pode ser concebido como

    (A) as idias estruturais do direito, capazes de sustent-lo, enquanto sistema, do mesmo modo que as fundaes suportam o peso de um edifcio;

    (B) um postulado que se irradia por todo o sistema de normas, fornecendo um padro de interpretao, integrao, conhecimento e aplicao do direito positivo, estabelecendo uma meta maior a seguir;

    (C) a regra fundamental, regra padro ou regra paradigma cincia do direito;(D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: D. Todas as assertivas de a a c so conceitos doutrinrios de princpio jurdico.

    03. Os princpios podem ser classifi cados em

    (A) onivalentes: so aplicveis a todas as cincias;(B) plurivalentes: esto relacionados a duas ou mais cincias;((C) monovalentes: encontram-se circunscritos a uma nica cincia;(D) todas as assertivas esto corretas.

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  • PRINCPIOS PROCESSUAIS 13

    Resposta: D. Classificam-se os princpios em onivalentes, plurivalentes e monovalentes, conforme exposto nas assertivas.

    04. Quanto aos princpios informativos do processo, destaque a assertiva verdadeira(A) so normas ideais que representam uma aspirao de melhoria do aparelhamento

    processual;(B) so verdadeiros axiomas (independem de demonstrao), universalmente aceitos, sem

    contedo ideolgico e incontrovertidos;(C) P. S. Mancini considerado o primeiro doutrinador a utilizar a nomenclatura princpios

    informativos do processo, quando, em 1855, ao lado de G. Pisanelli e A. Scialoia, comentou o ento vigente Cdigo de Processo Civil italiano;

    (D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: D. Conforme estudado (item 3.3.1), todas as opes so verdadeiras.

    05. Acerca dos princpios informativos do processo, marque a opo correta(A) o princpio lgico relaciona-se com o fato de o juiz dever selecionar os meios proce-

    dimentais mais efi cazes em prol da procura e do descobrimento da verdade de modo a evitar o erro;

    (B) o princpio jurdico est calcado no fato de que o processo deve assegurar a mxima garantia social, com o mnimo de sacrifcio individual de liberdade dos litigantes;

    (C) o princpio poltico orienta no sentido de buscar a economia de tempo e de dinheiro por todos os operadores do direito;

    (D) o princpio econmico recomenda que o rgo jurisdicional deve proporcionar aos litigantes isonomia de tratamento e justia na deciso.

    Resposta: A. A letra b refere-se ao princpio poltico; a letra c, ao princpio econmico e a letra d, ao princpio jurdico.

    06. Sobre o princpio do devido processo legal, marque a opo correta(A) no tem previso constitucional;(B) signifi ca que ningum poder ser privado de sua liberdade ou de seus bens sem um

    julgamento justo e prolatado com base em regras previamente estabelecidas em lei;(C) o devido processo legal por demais restrito e aplicvel apenas ao direito processual

    civil;(D) nenhuma das opes est correta.

    Resposta: B. O devido processo legal tem previso constitucional [art. 5., inc. LIV, CF], significa que ningum poder ser privado de sua liberdade ou de seus bens sem um jul-gamento justo e prolatado com base em regras previamente estabelecidas em lei, um princpio por demais amplo e aplicvel aos direitos processual civil, penal e trabalhista.

    07. Marque a assertiva correta(A) a imparcialidade do juiz tem previso expressa no texto constitucional;(B) decorre diretamente do princpio do devido processo legal;(C) as causas de suspeio e impedimento no processo civil esto expressamente previstas

    em lei;

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  • TEORIA GERAL DO PROCESSO Roberto Moreira de Almeida14

    (D) se o juiz no averbar suspeio ou impedimento ex offi cio, a parte interessada ou o Ministrio Pblico poder suscit-la, por meio do incidente processual da exceo declinatria de foro.

    Resposta: C. A imparcialidade do juiz no tem previso expressa no texto constitucio-nal; decorre diretamente dos princpios do acesso justia e da isonomia processual; as causas de suspeio e impedimento esto taxativamente elencadas nos arts. 134 e 135 do CPC e, se o juiz no averbar suspeio ou impedimento ex officio, a parte interessada ou o Ministrio Pblico poder suscitar a hiptese, mediante uma petio autnoma [no incidente processual] denominada exceo de suspeio ou exceo de impedimento.

    08. Assevere a opo correta(A) se o juiz for parte interessada no processo, poder julgar a causa desde que assine

    termo de responsabilidade de que ser imparcial;(B) se o juiz interveio como mandatrio da parte, ofi ciou como perito, funcionou como

    rgo do Ministrio Pblico, ou prestou depoimento como testemunha, ser suspeito de parcialidade;

    (C) se alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cnjuge ou de paren-tes destes, em linha reta ou na colateral at o terceiro grau, o juiz ser considerado suspeito de parcialidade;

    (D) se o juiz for amigo ntimo ou inimigo capital de qualquer das partes, ele ser impedido de julgar a causa.

    Resposta: C. As hipteses das letras a e b so casos de impedimento e a letra d, de suspeio.

    09. Marque a opo correta(A) a exceo de suspeio e a exceo de impedimento so os nomes das medidas

    adequadas para afastar do processo magistrado no imparcial ou impedido de exercer a jurisdio. Ambos os instrumentos servem para tornar exitosa a regra segundo a qual o magistrado deve ser isento e imparcial s partes e ao litgio;

    (B) tanto a exceo de suspeio como a de impedimento podem ser apresentadas em qualquer tempo, ou grau de jurisdio, mas deve a parte descrever o motivo e apre-sentar a petio incidental, no prazo de quinze dias, contado do fato que ocasionou o impedimento ou a suspeio;

    (C) o recebimento da exceo de suspeio e de impedimento faz com que o processo fi que suspenso at serem defi nitivamente julgados;

    (D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: D. Todas as assertivas esto corretas conforme notas inseridas nos itens 3.3.2 e 3.3.2.2.

    10. Acerca do princpio da igualdade das partes ou isonomia processual, marque a opo correta(A) signifi ca que todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza;(B) no tem previso expressa no texto constitucional;(C) tambm conhecido como princpio da paridade de armas;(D) no possvel que a lei estabelea certas regras em favor de determinada parte

    em detrimento da outra, assim os privilgios processuais assegurados ao Ministrio

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  • PRINCPIOS PROCESSUAIS 15

    Pblico, Defensoria Pblica e Fazenda Pblica no processo civil so todos in-constitucionais.

    Resposta: C. O princpio da isonomia processual, previsto no art. 5., inc. I, CF, tambm conhecido como paridade de armas; significa que todos so iguais perante a lei, mas h certas prerrogativas processuais asseguradas ao Ministrio Pblico, Defensoria Pblica e Fazenda Pblica (prazos diferenciados, no adiantamento de custas, etc.), no consideradas inconstitucionais, que so exceo ao princpio em epgrafe.

    11. Marque a opo correta, sobre o princpio do contraditrio(A) clusula ptrea esculpida no art. 5., inc. LV da Constituio Federal;(B) prenuncia que o processo deve ser uma relao jurdica dialtica entra as partes liti-

    gantes e o juiz;(C) corolrio da isonomia processual e do devido processo legal, exigindo a lei a sua

    observncia, sob pena de nulidade absoluta do processo;(D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: D. O contraditrio regra prevista no art. 5., inc. LV, da CF (clusula ptrea em virtude de ser direito individual fundamental); assegura que o processo uma relao dialtica permanente entre as partes e o juiz; deriva dos princpios da isonomia processual e do devido processo legal.

    12. Sobre o princpio da ampla defesa, marque a assertiva correta(A) a ampla defesa um desdobramento do princpio da isonomia processual;(B) cabe ao magistrado, sob pena de nulidade processual absoluta, assegurar aos acusados

    em geral, como corolrio do contraditrio, a ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes;

    (C) no tem assento constitucional;(D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: B. O princpio da ampla defesa, desdobramento do princpio do contraditrio, est previsto no art. 5., inc. LV, da CF, in verbis: Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

    13. Em relao ao princpio da demanda ou iniciativa das partes, pode-se asseverar que(A) a jurisdio inerte e nunca atuar ex offi cio;(B) necessrio que as partes solicitem a prestao jurisdicional ao Estado, pois este, em

    regra no age ex offi cio;(C) o Cdigo de Processo Penal prev duas hipteses de ao penal ex offi cio: A ao

    penal, nas contravenes, ser iniciada com o auto de priso em fl agrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciria ou policial (art. 26, CPP). Houve recepo constitucional de ambas as hipteses;

    (D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: B. A jurisdio em regra inerte; h casos, porm, em que pode agir ex officio como, por exemplo, nas execues penal e trabalhista e no habeas corpus; as hipteses

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  • TEORIA GERAL DO PROCESSO Roberto Moreira de Almeida16

    de execuo penal ex officio previstas no art. 26 do CPP no foram recepcionadas pela Constituio Federal.

    14. No tocante ao princpio da lealdade processual, assine a opo correta(A) dever das partes e de todos aqueles que participam do processo expor os fatos em

    juzo conforme a verdade, salvo no caso de defesa, eis que esta ampla e pode ser formulada de qualquer modo;

    (B) existe um dever de moralidade, honestidade e probidade s partes e a seus advogados, ao Ministrio Pblico, aos juzes e aos auxiliares da Justia: a lealdade processual;

    (C) existem aqueles que agem deslealmente, conhecidos como litigantes de m-f, no obstante serem uma minoria. O rgo judicial, ao identifi c-los, deve cominar sanes privativas de liberdade;

    (D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: B. A lealdade processual o princpio segundo o qual dever das partes e de todos aqueles que participam do processo expor os fatos em juzo conforme a verdade, sem exceo; incumbe s partes e a seus advogados, ao Ministrio Pblico, aos juzes e aos auxiliares da Justia um dever de moralidade, honestidade e probi-dade: a lealdade processual; aqueles que agem deslealmente devem ser penalizados com sanes pecunirias, mas no, por ausncia de previso legal, com a privao da liberdade.

    15. Segundo o Cdigo de Processo Civil brasileiro, considerado litigante de m-f aquele que(A) deduzir pretenso ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso ou alterar

    a verdade dos fatos;(B) usar do processo para conseguir objetivo ilegal ou opuser resistncia injustifi cada ao

    andamento do processo;(C) proceder de modo temerrio em qualquer incidente ou ato do processo, provocar inci-

    dentes manifestamente infundados ou interpuser recurso com o intuito manifestamente protelatrio;

    (D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: D. Todas as hipteses so consideradas litigncia de m-f pelo art. 17 do CPC.

    16. Marque a assertiva correta(A) so inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos, salvo se houver

    homologao judicial;(B) so inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos e estas contaminam

    as provas dela derivadas;(C) so inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos, mas estas no

    contaminam as provas dela derivadas;(D) so inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos, mas estas podem

    contaminar ou no as provas dela derivadas.

    Resposta: B. Em consonncia com o que dispe o art. 5., inc. LVI, da CF, so inad-missveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos; jurisprudencialmente, foi reconhecido pelo STF que uma prova ilcita contamina as provas dela derivadas.

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  • PRINCPIOS PROCESSUAIS 17

    17. A teoria acolhida pelo Supremo Tribunal Federal em relao s provas derivadas das provas ilcitas se denomina(A) the fruits of the poisonous tree theory;(B) the fruits are under the table;(C) the fruits are prohibted to use;(D) nenhuma das opes anteriores.

    Resposta: A. A teoria acolhida pelo STF de origem inglesa e se denomina originalmente por the fruits of the poisonous tree theory (os frutos da rvore envenenada).

    18. Marque a assertiva correta(A) os atos processuais so desenvolvidos oralmente e no precisam ser reduzidos a

    termo;(B) os atos processuais so produzidos oralmente, mas precisam ser reduzidos a escrito

    para a devida documentao;(C) os atos processuais so todos escritos, eis que a oralidade no se aplica ao ordena-

    mento jurdico brasileiro;(D) colhem-se os depoimentos das testemunhas, dos declarantes e das partes diretamente

    pelos advogados das partes e, mediante petio, so juntados ao processo aps deciso judicial.

    Resposta: B. Os atos processuais devem ser produzidos oralmente em audincia [prin-cpio da oralidade], mas precisam ser reduzidos a termo para a devida documentao (princpio da escritura).

    19. O depoimento do mudo colhido nos seguintes moldes(A) o juiz formula as perguntas oralmente e ele responde por escrito;(B) o juiz formula as perguntas por escrito e ele responde oralmente;(C) o juiz formula as perguntas oralmente e ele responde oralmente;(D) h nomeao de intrprete, sempre.

    Resposta: A.

    20. O depoimento do surdo colhido nos seguintes moldes(A) o juiz formula as perguntas oralmente e ele responde por escrito;(B) o juiz formula as perguntas por escrito e ele responde oralmente;(C) o juiz formula as perguntas oralmente e ele responde oralmente;(D) h nomeao de intrprete, sempre.

    Resposta: B.

    21. O depoimento do surdo-mudo alfabetizado e que sabe se expressar por meio da linguagem de sinais (libras) colhido nos seguintes moldes(A) o juiz formula as perguntas oralmente e ele responde por escrito;(B) o juiz formula as perguntas por escrito e ele responde por escrito;(C) o juiz formula as perguntas oralmente e ele responde oralmente;(D) h nomeao de intrprete, sempre.

    Resposta: B.

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  • TEORIA GERAL DO PROCESSO Roberto Moreira de Almeida18

    22. Marque a assertiva correta(A) as atividades jurisdicionais devem ser exercidas com a maior transparncia possvel.

    preciso que no apenas as partes (interessadas diretas), mas tambm a sociedade (interessados indiretos) tomem conhecimento dos atos processuais e das decises administrativas e judiciais e possam fi scalizar as atividades do Poder Judicirio;

    (B) a Constituio Federal de 1988 traz o princpio da publicidade dos atos jurisdicionais expresso em seu texto;

    (C) h atos processuais, contudo, que devem tramitar em segredo de justia, quando o interesse social ou a defesa da intimidade assim o exigir;

    (D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: D. O princpio da publicidade das atividades jurisdicionais est expresso no texto constitucional em duas ocasies (art. 5., inc. LX, e art. 93, inc. IX). Recomenda a transparncia dos atos judiciais para que todos, no apenas as partes e seus advogados, possam tomar conhecimento e fiscalizar a funo jurisdicional.

    23. Correm em segredo de justia os seguintes atos processuais, exceto(A) quando o exigir o interesse pblico;(B) os que dizem respeito fi liao;(C) os processos relativos a alimentos e guarda de menores;(D) os processos de celebrao de casamento.

    Resposta: D. O casamento sempre um ato pblico, segundo o art. 1.534, CC; correm em segredo de justia, nos termos do art. 155 e pargrafo nico do CPC, entre outros casos: os atos em que exigir o interesse pblico ou que digam respeito a filiao, ali-mentos e guarda de menores.

    24. Marque a assertiva correta(A) o princpio da recorribilidade ou duplo grau de jurisdio absoluto e sempre utiliza-

    do;(B) o duplo grau de jurisdio, embora no previsto expressamente na Constituio Fede-

    ral, um princpio implicitamente contido no inc. LV de seu art. 5. que vaticina: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so asse-gurados o contraditrio e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. Se o texto fala em recursos, implcito est o princpio ora em comento;

    (C) o juiz deve recorrer de sua sentena sempre que o decisum for contrrio ao interesse pblico;

    (D) todas as opes anteriores so verdadeiras.

    Resposta: B. O princpio do duplo grau de jurisdio, assim como os demais princpios processuais, so relativos. H casos em que no se pode aplic-lo, v.g, quando do jul-gamento de processo originrio do STF (deciso nica e irrecorrvel). No h previso de recurso de ofcio pelo juiz, mas remessa ex officio, nem sempre utilizado quando a deciso contrria ao interesse pblico, mas nos casos expressamente previstos no art. 475 do CPC.

    25. Marque a assertiva verdadeira(A) as provas produzidas no processo, a pedido do autor, apenas a ele serviro;(B) as provas produzidas no processo, a pedido do ru, apenas a ele serviro;

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  • PRINCPIOS PROCESSUAIS 19

    (C) as provas produzidas no processo, a pedido do autor ou do ru, a todos serviro e no apenas quele que a requereu;

    (D) as opes a e b so verdadeiras.

    Resposta: C. As provas produzidas no processo, a pedido de determinada parte, a todos serviro e no apenas quela que a requereu.

    26. Marque a assertiva correta(A) por exigncia constitucional (art. 93, incs. IX e X), todas as decises judiciais precisam

    ser fundamentadas, salvo as decises interlocutrias e os despachos de mero expe-diente;

    (B) a motivao da deciso judicial permitir aos litigantes e a qualquer interessado o co-nhecimento dos motivos e razes que levaram o magistrado a decidir daquele modo;

    (C) a motivao servir para que a parte sucumbente divirja e apresente as suas razes recursais no intuito de obter do tribunal a reforma da deciso proferida;

    (D) as assertivas b e c esto corretas.

    Resposta: D. Todas as decises judiciais, inclusive as interlocutrias, precisam ser funda-mentadas; a motivao permite o conhecimento das razes de decidir e serve para que o interessado sucumbente divirja e apresente sua fundamentao recursal.

    27. No que tange ao princpio da presuno da inocncia, marque a assertiva correta(A) conhecido o princpio como a culpabilidade presumida;(B) no tem previso constitucional;(C) antes que haja uma condenao defi nitiva, ningum ser considerado culpado no Bra-

    sil;(D) em virtude de sua previso na Carta Poltica, todas as prises cautelares vigentes

    (preventiva, provisria, em fl agrante) so consideradas inconstitucionais.

    Resposta: C. conhecido o princpio como no culpabilidade ou estado de inocncia; est previsto no art. 5., inc. LVII, da CF; vaticina que, antes de uma condenao definitiva, a pessoa presumivelmente inocente; as prises cautelares devem ser decretadas em casos excepcionais, mas no se enquadram em nenhuma inconstitucionalidade.

    28. No que concerne ao princpio do in dubio pro reo, marque a assertiva correta(A) na relao processual, se houver dvida entre a acusao e a defesa, deve-se aceitar

    a tese desta. prefervel absolver um culpado a condenar um inocente;(B) um princpio tambm conhecido como favor rei, favor libertatis ou prevalncia do

    interesse do ru;(C) no momento da interpretao da norma processual penal, se houver dvidas quanto

    ao seu sentido e alcance, esta deve ser interpretada de forma mais favorvel ao acu-sado;

    (D) todas as assertivas so corretas.

    Resposta: D. Conforme a teoria estudada, todas as assertivas so verdadeiras.

    29. Quanto ao princpio de que ningum obrigado a produzir prova contra si mesmo, marque a opo correta(A) esse princpio tambm conhecido pela expresso latina nemo tenetur se detegere;

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  • TEORIA GERAL DO PROCESSO Roberto Moreira de Almeida20

    (B) est expressamente previsto no texto constitucional;(C) no foi reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal, eis que o Pretrio Excelso entende

    que o acusado deve colaborar na busca da verdade real;(D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: A. O princpio em epgrafe sim conhecido pela expresso latina nemo te-netur se detegere; no est previsto expressamente no texto constitucional, mas deriva da conjugao dos princpios da ampla defesa, da presuno de inocncia e do direito constitucional ao silncio; foi acolhido pelo STF.

    30. Sobre o princpio da ofi cialidade, marque a assertiva correta(A) signifi ca que cabe ao Estado, por meio de rgos ofi ciais, em todas as suas fases, a

    persecuo penal;(B) a investigao criminal, em regra, desempenhada pela polcia judiciria (polcia civil

    em relao aos delitos da Justia Comum Estadual e polcia federal, nos delitos da competncia das Justias da Unio;

    (C) a ao penal pblica da incumbncia do Ministrio Pblico e cabe aos rgos inte-grantes do Poder Judicirio a funo de punir os infratores, aplicando o direito no caso concreto;

    (D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: D. Incumbe ao Estado, por meio dos rgos oficiais, em todas as suas fases, a persecuo penal [investigao (polcia), processo (Ministrio Pblico) e julgamento (Judicirio)].

    31. Quanto ao princpio da busca da verdade real, marque a assertiva verdadeira(A) deve o juiz no processo penal, tal qual ocorre nos processos civil e trabalhista, se

    contentar com as provas que lhe so apresentadas pelas partes;(B) o juiz, no processo penal, no poder, de ofcio, proceder verifi cao da falsidade

    documental;(C) a verdade real no processo penal relativa;(D) para dar cumprimento ao princpio, o legislador brasileiro passou a reconhecer a reviso

    criminal contra o ru.

    Resposta: C. No processo penal, diversamente dos processos civil e trabalhista, deve o juiz aplicar o princpio da verdade real; assim, poder, de ofcio, proceder verificao de falsidade; o princpio, no entanto, no absoluto, mas relativo; no h reviso criminal contra o ru no Brasil.

    32. Marque a assertiva correta(A) a ao penal privada divisvel;(B) se o querelante promover a ao penal em face de um nico querelado, caber ao

    Ministrio Pblico aditar a queixa-crime para obrigar a todos os coautores a que res-pondam ao processo criminal;

    (C) caso o querelante (autor da ao penal privada) queira renunciar ao direito de queixa em relao a um dos infratores, essa renncia se estender aos demais querelados, no cabendo ao Ministrio Pblico aditar a queixa-crime;

    (D) todas as assertivas so falsas.

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  • PRINCPIOS PROCESSUAIS 21

    Resposta: C. Na ao penal privada se aplica o princpio da indivisibilidade, segundo o qual o autor da demanda dever apresentar a queixa-crime (petio inicial) em face de todos os criminosos; caber ao Ministrio Pblico, na condio de custos legis, fiscalizar o cumprimento de tal princpio; se o querelante renunciar ao direito de queixa em relao a um dos infratores, essa renncia se estender aos demais querelados, no cabendo aditamento da inicial no caso concreto.

    33. Marque a assertiva correta(A) a responsabilidade penal individual, sem exceo;(B) a responsabilidade penal individual, salvo se cometida a infrao por menor de 18

    anos, quando dever ser processado criminalmente o pai ou me, j que ele inim-putvel;

    (C) a responsabilidade penal individual, mas a responsabilidade civil decorrente do ilcito penal pode passar da pessoa do verdadeiro criminoso;

    (D) todas as assertivas esto incorretas.

    Resposta: C. A responsabilidade penal individual, mas se admite que se proponha a ao de reparao de danos em face de outras pessoas que no o criminoso.

    34. Assevere a opo verdadeira(A) ao processo do trabalho aplica-se, com exclusividade, o princpio da instaurao ex

    offi cio da instncia;(B) ao processo do trabalho aplicam-se, concorrentemente, os princpios da instaurao ex

    offi cio da instncia e o jus postulandi individual das partes;(C) ao processo do trabalho aplicam-se, concorrentemente, os princpios da instaurao ex

    offi cio da instncia, do jus postulandi individual das partes e do poder normativo da Justia do Trabalho;

    (D) ao processo do trabalho, alm dos princpios da instaurao ex offi cio da instncia, do jus postulandi individual das partes e do poder normativo da Justia do Trabalho, aplicam-se os princpios processuais do devido processo legal, da imparcialidade do juiz, da isonomia, do contraditrio, da iniciativa das partes e de todos aqueles que no confl item com o escopo da Justia do Trabalho.

    Resposta: D. Conforme estudado, ao processo do trabalho se aplicam todos os princpios indicados na assertiva D.

    35. Acerca do princpio do jus postulandi direto e individual aplicvel ao processo do trabalho pode-se asseverar(A) signifi ca que, perante a Justia do Trabalho, vedado pessoa fsica e pessoa jurdica

    ingressar com reclamao trabalhista atravs de advogado regularmente constitudo;(B) signifi ca que, perante a Justia do Trabalho, diversamente do que ocorre no processo

    civil e penal, permitido que empregados e empregadores ingressem com aes tra-balhistas sem a presena de advogado;

    (C) no h aplicao de mencionado princpio justia laboral;(D) nenhuma das opes anteriores.

    Resposta: B. Conforme preceitua o art. 791 da CLT, Os empregados e os empregadores podero reclamar pessoalmente perante a Justia do Trabalho e acompanhar as suas reclamaes at o final.

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  • 4. APLICAO DA LEI PROCESSUAL NO ESPAO E NO TEMPO INTERPRETAO

    DO DIREITO PROCESSUAL

    EXERCCIOS DE FIXAO

    01. Marque a assertiva correta(A) a lei processual brasileira tem aplicao em todo o territrio universal;(B) a jurisdio civil, contenciosa e voluntria, exercida pelos magistrados, em todo o

    territrio nacional, conforme as regras estabelecidas pelas leis processuais;(C) o princpio da extraterritorialidade tem correlao com a soberania estatal, ou seja, uma

    norma processual deve ser elaborada para viger fora do territrio ptrio;(D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: B. Art. 1. do CPC e CPP.

    02. No que concerne aplicao da lei processual no espao, predomina o princpio da(A) territorialidade;(B) extraterritorialidade;(C) ambiguidade;(D) benignidade.

    Resposta: A. O princpio da territorialidade tem correlao com a soberania estatal, ou seja, uma norma processual deve ser elaborada para viger dentro de um determinado espao fsico.

    03. Considera-se territrio brasileiro, exceto(A) o solo (superfcie terrestre) e o subsolo do Distrito Federal e de todos os Estados-

    membros integrantes da Repblica Federativa do Brasil;(B) as guas territoriais;

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  • APLICAO DA LEI PROCESSUAL NO ESPAO E NO TEMPO 23

    (C) a plataforma submarina, que corresponde ao leito do mar e o subsolo das regies submarinas em que o Pas exerce soberania;

    (D) os navios mercantes e aeronaves particulares em mar territorial e espao areo cor-respondente de pas estrangeiro.

    Resposta: D. Os navios mercantes e as aeronaves particulares no se consideram ter-ritrio brasileiro quando estiverem, respectivamente, em mar territorial ou espao areo de pas estrangeiro.

    04. Considera-se territrio brasileiro, salvo(A) os navios brasileiros de guerra onde quer que se encontrem;(B) as aeronaves brasileiras de guerra que se encontrem em espao areo norte-america-

    no;(C) os navios brasileiros mercantes em gua territorial chinesa;(D) as aeronaves brasileiras mercantes em espao areo relativo ao alto-mar.

    Resposta: C. Os navios mercantes somente so considerados territrio brasileiro se es-tiverem em mar territorial brasileiro ou em alto-mar.

    05. Marque a assertiva incorreta(A) excepcionalmente fala-se em princpio da extraterritorialidade, isto , quando, segundo

    as regras de direito internacional, so aplicadas pelos juzes leis estrangeiras ou leis brasileiras a fatos ocorridos fora dos limites das fronteiras nacionais;

    (B) no se admite a aplicao por juiz brasileiro de norma processual estrangeira;(C) se um determinado fato litigioso estiver sob a apreciao do Poder Judicirio brasileiro,

    mesmo que o negcio jurdico tenha sido concludo no exterior e seja aplicada aqui a lei civil estrangeira para dirimir o confl ito, o caso ser regrado por lei processual ptria;

    (D) os prdios das representaes brasileiras no exterior so considerados territrios bra-sileiros.

    Resposta: D. Os prdios das representaes brasileiras no exterior no mais so con-siderados territrios brasileiros.

    06. Marque a assertiva correta(A) por prtica de crime comum, no mais se aplica a regra da imunidade diplomtica;(B) a imunidade diplomtica exceo ao princpio da territorialidade;(C) o Brasil no signatrio da Conveno de Viena que fi xou as regras acerca da imu-

    nidade diplomtica;(D) os diplomatas estrangeiros que praticam infraes penais no Brasil esto imunes

    jurisdio brasileira e de seu pas de origem.

    Resposta: B. A imunidade diplomtica exceo ao princpio da territorialidade; aplica-se a todos os crimes; ao agente dotado de imunidade, aplicam-se as regras criminais e processuais penais do pas de origem do diplomata; o Brasil, por ser signatrio da Conveno de Viena, acolheu as regras relativas imunidade diplomtica.

    07. Sobre a efi ccia da norma processual no tempo, marque a assertiva verdadeira(A) a lei processual nasce com a promulgao, porm somente passa a viger com a pu-

    blicao de seu texto no Dirio Ofi cial;

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  • TEORIA GERAL DO PROCESSO Roberto Moreira de Almeida24

    (B) uma vez publicada no Dirio Ofi cial da Unio (DOU), a lei processual h de ser observada e cumprida por todos, porque ningum tem o direito de furtar-se a sua observncia, sob a alegao de desconhec-la;

    (C) a obrigatoriedade, entretanto, no se iniciar necessariamente no dia de sua publicao no DOU. Isso somente se dar quando a lei mesma assim o determinar ao vaticinar a seguinte clusula: esta lei entra em vigor na data de sua publicao. De outra ban-da, possvel que o legislador estabelea certo prazo entre a data da publicao e o termo inicial de vigncia da lei. A esse lapso temporal a doutrina denomina de vacatio legis.

    (D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: D. Nasce a lei com a promulgao, mas passa a viger com a publicao de seu texto no Dirio Oficial; uma vez publicado no DOU, a ningum dado o seu descumprimento sob alegao de desconhecimento; a obrigatoriedade mesmo ocorre na data na lei prevista.

    08. Sobre a efi ccia da norma processual no tempo, marque a assertiva verdadeira(A) a vacatio legis pode ser nica ou progressiva. Ser nica quando entrar a lei em vigor

    simultaneamente em todo o territrio nacional. o que costumeiramente ocorre. A va-catio legis progressiva, diferentemente, se d quando a lei entrar em vigor em prazos diferentes nos vrios Estados da federao. Embora no costumeiro, nada impede que o legislador assim delibere;

    (B) o art. 8. da LC 95/1998 passou a exigir que se indique a vigncia da lei de forma expressa e de modo a contemplar prazo razovel para que dela se tenha amplo co-nhecimento, ressalvada a clusula entra em vigor na data de sua publicao para leis de pequena repercusso;

    (C) a lei processual pode ter ou no vigncia temporria, isto , pode ser fi xado ou no pelo prprio legislador o prazo de sua durao. As leis temporrias so tambm conhe-cidas como autorrevogveis. J se sabe o momento de sua perda de vigncia. A regra, todavia, que a lei vigore at que surja outra de mesma hierarquia ou de hierarquia superior alterando-a ou revogando-a;

    (D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: D. As assertivas a, b e c esto corretas (vide a matria lecionada).

    09. Sobre a lei processual no tempo, marque a assertiva correta(A) a lei processual pode ter ou no vigncia temporria, isto , pode ser fi xado ou no

    pelo prprio legislador o prazo de sua durao. (B) as leis temporrias so tambm conhecidas como autorrevogveis. J se sabe o

    momento de sua perda de vigncia. A regra, todavia, que a lei vigore at que surja outra de mesma hierarquia ou de hierarquia superior alterando-a ou revogando-a.

    (C) existem duas espcies de revogao: ab-rogao e derrogao. A primeira consiste na revogao total e a segunda na revogao parcial da lei. Pode, ainda, a revogao ser expressa ou tcita. expressa quando se menciona a lei ou os dispositivos da lei velha que no mais vigoraro. tcita quando a lei nova passa a regular a matria tratada pela lei anterior de modo diverso;

    (D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: D. As assertivas a, b e c esto corretas (vide a matria lecionada).

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  • APLICAO DA LEI PROCESSUAL NO ESPAO E NO TEMPO 25

    10. Sobre a lei processual no tempo, marque a assertiva correta(A) a lei nova, ao estabelecer disposies gerais ou especiais a par das j existentes,

    revoga ou modifi ca a lei anterior;(B) a clusula de revogao dever enumerar, expressamente, as leis ou disposies legais

    revogadas;(C) a lei processual, como todas as demais, possui efeito repristinatrio;(D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: B. Art. 9. da Lei Complementar 95/1998.

    11. Sobre a lei processual no tempo, marque a assertiva verdadeira(A) a lei processual, no importa se ela de natureza penal, civil ou trabalhista, seja favo-

    rvel ou desfavorvel ao ru, entra em vigor imediatamente e tem efeito geral, porm deve respeitar o ato jurdico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido;

    (B) a lei processual, apenas a de natureza civil e trabalhista, seja ela favorvel ou desfa-vorvel ao ru, entra em vigor imediatamente e tem efeito geral, porm deve respeitar o ato jurdico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido;

    (C) a lei processual, apenas a de natureza civil, seja ela favorvel ou desfavorvel ao ru, entra em vigor imediatamente e tem efeito geral, porm deve respeitar o ato jurdico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido;

    (D) a lei processual, no importa se ela de natureza penal, civil ou trabalhista, seja favorvel ou desfavorvel ao ru, entra em vigor imediatamente e tem efeito geral, e no precisa respeitar o ato jurdico perfeito, a coisa julgada ou o direito adquirido.

    Resposta: A. A lei processual no importa se ela de natureza penal, civil ou trabalhista, seja favorvel ou desfavorvel ao ru entra em vigor imediatamente e tem efeito geral, porm deve respeitar o ato jurdico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido.

    12. Acerca da interpretao na norma de direito processual, assinale a assertiva correta(A) interpretar explicar, esclarecer; dar o sentido do vocbulo, atitude ou comportamen-

    to;(B) interpretar uma lei consiste na atividade de obter o sentido ou signifi cado e o alcance

    de seu texto;(C) as leis processuais devem ser interpretadas do mesmo modo que as demais normas

    do ordenamento jurdico brasileiro;(D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: D.

    13. Acerca da interpretao na norma de direito processual, assinale a assertiva correta(A) a lei processual penal, da mesma forma que as leis penais incriminadoras, no admite

    a interpretao extensiva;(B) a lei processual penal, diferentemente da lei penal incriminadora, no admite a inter-

    pretao extensiva;(C) a lei penal incriminadora e a lei processual penal admitem a interpretao extensiva;(D) apenas a lei penal incriminadora admite a interpretao extensiva.

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  • TEORIA GERAL DO PROCESSO Roberto Moreira de Almeida26

    Resposta: B. De acordo com o art. 3. do CPP, a lei processual penal admite a inter-pretao extensiva. Tal no se d com a lei penal incriminadora.

    14. Quanto aos sujeitos, so assim classifi cados os mtodos interpretativos(A) interpretao legislativa, judicial, doutrinria e extrajudicial;(B) interpretao executiva, judicial e legislativa;(C) interpretao doutrinria, legislativa, executiva e judiciria;(D) interpretao legislativa, judicial e doutrinria.

    Resposta: D. Quanto aos sujeitos, a interpretao classificada em legislativa, judicial e doutrinria.

    15. Quanto aos meios, so assim classifi cados os mtodos interpretativos(A) interpretao gramatical, lgica, sistemtica, teleolgica e histrica;(B) interpretao literal, lgica, apostlica e epistemolgica;(C) interpretao gramatical, sistemtica, lgica e epistemolgica;(D) interpretao apostlica, teleolgica, ordinria e extraordinria.

    Resposta: A. Quanto aos meios, a interpretao doutrinariamente classificada em gra-matical (literal), lgica, sistemtica, teleolgica e histrica.

    16. Quanto aos resultados, so assim classifi cados os mtodos interpretativos(A) interpretao declarativa (declaratria), fi nalstica e histrica;(B) interpretao declarativa (declaratria), restritiva e extensiva;(C) interpretao positiva, negativa e objetiva;(D) interpretao positiva, negativa e fi nalstica.

    Resposta: B. Quanto aos resultados, a interpretao pode ser declarativa (declaratria), restritiva e extensiva.

    17. Quanto interpretao legislativa ou autntica, marque a assertiva correta(A) a interpretao realizada pelo prprio legislador, ao elaborar um livro explicitando a

    lei;(B) a interpretao realizada pelo prprio legislador, ao elaborar um parecer antes da

    apreciao do projeto de lei pela Comisso de Constituio e Redao da Cmara dos Deputados;

    (C) a interpretao levada a efeito pelo prprio legislador no corpo da prpria lei (inter-pretao legislativa contextual) ou realizada por diploma legal diverso (interpretao legislativa extratextual);

    (D) nenhuma das assertivas est correta.

    Resposta: C. A interpretao legislativa levada a efeito pelo prprio legislador. Pode ser contextual (feita pela prpria lei) ou extratextual (realizada por lei autnoma).

    18. Quanto interpretao judicial, marque a assertiva correta(A) a interpretao realizada pelos magistrados no momento do exerccio da atividade

    jurisprudencial;

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  • APLICAO DA LEI PROCESSUAL NO ESPAO E NO TEMPO 27

    (B) a partir da interpretao judicial, surge o que a doutrina denomina de jurisprudncia;(C) as smulas de jurisprudncia editadas pelos tribunais brasileiros so um exemplo cls-

    sico de interpretao judicial.(D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: D

    19. Marque a assertiva correta(A) uma tese jurdica defendida em um curso de doutoramento deve ser considerada in-

    terpretao jurisprudencial;(B) o intrprete deve desconsiderar a interpretao literal, j que ela nunca traz um bom

    resultado hermenutico;(C) a apreciao literal da lei nem sempre resolve. s vezes, surgem dvidas e obscuri-

    dades a serem resolvidas por outros mtodos hermenuticos. O direito uma cincia racional e, por meio de raciocnios lgicos, pode-se chegar a uma boa e razovel interpretao;

    (D) nenhuma assertiva est correta.

    Resposta: C. A tese defendida em um curso de doutoramento pode ser considerada in-terpretao doutrinria, jamais jurisprudencial; a interpretao literal, embora muitas vezes deficiente, o primeiro caminho do hermeneuta para identificar o sentido da norma jur-dica; sendo a interpretao literal deficiente, o intrprete dever, por meio de raciocnios lgicos, chegar a uma razovel interpretao.

    20. Tcio interpreta a lei buscando o sentido estrito dos vocbulos empregados pelo legislador. Pode-se dizer que a interpretao realizada por Tcio (A) interpretao literal;(B) interpretao sistemtica;(C) interpretao lgica;(D) interpretao teleolgica.

    Resposta: A

    21. Mvio interpreta uma lei civil e para tal atividade leva em considerao uma harmonia existente dentro do sistema jurdico para conhecer o real sentido da norma e no interpret-la isoladamente. Mvio realiza a(A) interpretao literal;(B) interpretao sistemtica;(C) interpretao lgica;(D) interpretao teleolgica.

    Resposta: B

    22. Semprnio, ao interpretar uma norma, sempre busca identifi car qual a sua fi na-lidade em relao s exigncias sociais a que ela se destina. Semprnio nesse caso se vale da(A) interpretao literal;(B) interpretao sistemtica;

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  • TEORIA GERAL DO PROCESSO Roberto Moreira de Almeida28

    (C) interpretao lgica;(D) interpretao teleolgica.

    Resposta: D

    23. Marque a assertiva correta(A) a integrao a tcnica de colmatar as lacunas da lei. Se h lei, ela deve ser inter-

    pretada. Se no h, deve o aplicador do direito valer-se da integrao;(B) a integrao do direito no aceita. Destarte, se no houver lei, o intrprete nada

    poder fazer j que a presena da lei imprescindvel para a soluo dos litgios;(C) a integrao do direito somente cabvel em matria trabalhista;(D) nenhuma das opes est correta.

    Resposta: A. Na ausncia da lei, cabe ao intrprete valer-se da integrao do direito; esta cabvel no apenas em matria trabalhista, como tambm em relao a direito do consumidor, obrigaes etc.

    24. So meios de integrao do direito(A) analogia, os costumes e a equidade;(B) a analogia, os costumes e os princpios gerais do direito;(C) a equidade, a teleologia e o mtodo sistemtico;(D) a teleologia, o mtodo sistemtico e os princpios gerais do direito.

    Resposta: B. So meios de integrao do direito a analogia, os costumes e os princpios gerais do direito.

    25. A aplicao de um princpio jurdico regulador de certo fato a outro no regulado mas semelhante ao primeiro confi gura(A) interpretao histrica;(B) interpretao sistemtica;(C) aplicao de um princpio geral de direito;(D) aplicao da analogia.

    Resposta: D. Trata-se de caso de analogia.

    26. So espcies de analogia (A) analogia legal e analogia jurdica;(B) apenas analogia legal;(C) apenas analogia jurdica;(D) analogia legal, jurdica e cientfi ca.

    Resposta: A. So espcies de analogia a legal e a jurdica.

    27. Podemos chamar uma norma jurdica sobre determinada relao de fato e re-sultante de prtica diurna e uniforme, que lhe d fora de lei(A) analogia;(B) ao costume;

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  • APLICAO DA LEI PROCESSUAL NO ESPAO E NO TEMPO 29

    (C) aos princpios gerais do direito;(D) equidade.

    Resposta: B. Conceito de costume do Professor Carlos Maximiliano.

    28. So espcies de costumes(A) secundum legem;(B) praeter legem;(C) contra legem;(D) todas esto corretas.

    Resposta: D. Os costumes se classificam em secundum legem, praeter legem e contra legem.

    29. So princpios gerais do direito, exceto (A) a proibio de locupletamento ilcito;(B) a ningum dado o direito de transferir mais direitos do que possui;(C) a interpretao a ser dada deve ser a menos onerosa ao credor;(D) no permitido que algum se benefi cie da prpria torpeza (prpria malcia).

    Resposta: C. A interpretao a ser dada deve ser a menos onerosa ao devedor.

    30. So princpios gerais do direito, exceto(A) a pessoa no pode ser responsabilizada duplamente pelo mesmo fato, concomitante-

    mente, nas searas civil, penal e administrativa;(B) a pessoa no pode se escusar de cumprir a lei, alegando desconhec-la, salvo se

    comprovar que no sabe ler nem escrever;(C) a igualdade de direitos e obrigaes entre homens e mulheres;(D) deve-se proteger a boa-f e repelir a m-f nos negcios jurdicos.

    Resposta: B. A pessoa no pode se escusar de cumprir a lei alegando desconhec-la, independentemente de ser ou no ser alfabetizada (art. 3., LIC(C).

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  • 5. AO E EXCEO

    EXERCCIOS DE FIXAO

    01. Marque a assertiva correta(A) ao o direito ao exerccio da atividade jurisdicional (ou o poder de exigir esse

    sacrifcio). Mediante o exerccio da ao, provoca-se a jurisdio, que por sua vez se exerce por meio daquele complexo de atos que o processo;

    (B) a ao um direito constitucionalmente assegurado a todos aqueles que tenham sofrido ou estejam na iminncia de sofrer leso ou ameaa a direito;

    (C) ao o direito pblico, subjetivo, abstrato e autnomo de se pedir ao Estado-juiz a prestao da tutela jurisdicional;

    (D) todas as assertivas esto verdadeiras.

    Resposta: D. Conceitos doutrinrios.

    02. Pode-se classifi car a natureza jurdica do direito de ao(A) um direito pblico, subjetivo, abstrato, autnomo e instrumental;(B) um direito pblico, objetivo, concreto, autnomo e vinculado;(C) um direito privado, subjetivo, concreto, no autnomo e instrumental;(D) um direito privado, objetivo, abstrato, no autnomo e vinculado.

    Resposta: A. Hodiernamente entende-se a ao como um direito pblico, subjetivo, abs-trato e instrumental.

    03. A teoria que prescrevia a todo direito deve corresponder uma ao, que o assegura intitulada(A) teoria da ao como um direito autnomo e concreto;(B) teoria imanentista ou civilista;(C) teoria da ao como um direito autnomo e abstrato;(D) teoria instrumental da ao.

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  • AO E EXCEO 31

    Resposta: B. A teoria civilista, imanentista ou tradicional pregava que a todo direito deveria corresponder uma ao, que o assegura.

    04. A clebre polmica ocorrida em meados do sculo XIX, entre dois juristas ale-mes (Windscheid e Mther), deu ensejo ao surgimento da teoria da ao como um direito (A) dependente do direito material;(B) autnomo ao direito material;(C) instrumental;(D) nenhuma das opes anteriores.

    Resposta: B. Windscheid e Mther chegaram a uma concluso comum em seus estudos: o direito de ao autnomo.

    05. Adolf Wach, tambm na Alemanha, elaborou a teoria da ao como um(A) direito instrumental;(B) direito autnomo, mas concreto proteo jurdica;(C) direito autnomo, mas abstrato proteo jurdica;(D) direito potestativo.

    Resposta: B. Adolf Wach elaborou uma teoria da ao como um direito autnomo, porm concreto proteo jurdica.

    06. Quem apregoava que somente teria o direito de ao aquele litigante que obti-vesse uma deciso jurdica favorvel eram os adotantes da teoria da ao como um(A) direito instrumental;(B) direito autnomo, mas concreto proteo jurdica;(C) direito autnomo, mas abstrato proteo jurdica;(D) direito potestativo.

    Resposta: B. Os concretistas apregoavam que somente teria o direito de ao aquele indivduo que obtivesse uma deciso jurdica favorvel.

    07. O italiano Giuseppe Chiovenda reconhecia a ao como um direito (A) autnomo, concreto e potestativo;(B) autnomo, abstrato e potestativo;(C) no autnomo, concreto e no potestativo;(D) no autnomo, abstrato e no potestativo.

    Resposta: A. Para Chiovenda, a ao seria um direito autnomo, concreto e potestativo.

    08. Para Chiovenda, a ao seria dirigida(A) apenas contra o litigante adversrio;(B) apenas contra o Estado;(C) contra o litigante adversrio e contra o Estado;(D) contra o litigante adversrio ou contra o Estado.

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  • TEORIA GERAL DO PROCESSO Roberto Moreira de Almeida32

    Resposta: A. Chiovenda, em sua teoria do direito de ao como autnomo e potestativo, reconhecia que a demanda se dirigia contra o adversrio e no contra o Estado.

    09. Heinrich Degenkolb, na Alemanha, Alexander Plsz, na Hungria, Alfredo Rocco e Francesco Carnelutti, na Itlia, acolheram a teoria da ao como um direito (A) autnomo e concreto;(B) autnomo e abstrato;(C) dependente e concreto;(D) dependente e abstrato.

    Resposta: B. Degenkolb, Plsz, Rocco e Carnelutti foram adeptos da teoria da ao como um direito autnomo e abstrato.

    10. A teoria ecltica da ao, no sentido de que o direito de ao no se qualifi ca-va como direito de agir, mas, sim, como o direito de fazer agir do Estado em sancionar e coagir relaes jurdicas foi pregada por(A) Liebman;(B) Carnelutti;(C) Degenkolb;(D) Pekelis.

    Resposta: D. Pekelis considerado o pai da teoria ecltica.

    11. A teoria ecltica da ao, no sentido de que a ao um direito autnomo e abstrato, mas condicionado ao preenchimento de certas condies, foi pregada por(A) Liebman;(B) Carnelutti;(C) Degenkolb;(D) Pekelis.

    Resposta:A. Liebman estabeleceu aludida teoria da ao.

    12. Qual a teoria adotada pelo Cdigo de Processo Civil brasileiro de 1973?(A) teoria ecltica de Pekelis;(B) teoria autnoma de Rocco;(C) teoria autnoma de Carnelutti;(D) teoria ecltica de Liebman.

    Resposta: D. A teoria de Liebman foi expressamente acolhida pelo CPC/1973 nos arts. 3. e art. 267, VI.

    13. Para Liebman, tradicionalmente, so condies da ao(A) a possibilidade jurdica do pedido, o interesse de agir e a legitimidade para o pro-

    cesso;(B) a possibilidade jurdica do pedido, o interesse de agir e a legitimidade para a causa;

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  • AO E EXCEO 33

    (C) a legitimidade para o processo, a legitimidade para a causa e o interesse proces-sual;

    (D) a legitimidade para o processo e o interesse de agir.

    Resposta: B. Tradicionalmente, trs so as condies da ao: a possibilidade jurdica do pedido, o interesse de agir e a legitimidade para a causa.

    14. Ao juiz incumbe fazer uma apreciao prvia acerca da viabilidade ou no da pretenso deduzida pelo autor na petio inicial, seja esta no mbito do pro-cesso civil, penal ou trabalhista. Assim agindo, o magistrado est verifi cando a presena da seguinte condio da ao(A) interesse de agir;(B) possibilidade jurdica do pedido;(C) legitimidade para a causa;(D) nenhuma das opes anteriores est correta.

    Resposta: B

    15. Quando a lei autoriza a terceiro, agindo em nome prprio, pleitear direito alheio, estamos diante de(A) ingresso de terceiro ao processo;(B) legitimao ordinria;(C) legitimao extraordinria;(D) legitimao sucessiva.

    Resposta: C. A legitimao extraordinria consiste na autorizao a terceiro pleitear em nome prprio interesse alheio.

    16. A ao de cobrana de dvida de jogo (A) juridicamente possvel;(B) juridicamente impossvel;(C) dependendo da licitude do jogo, o pedido poder ser juridicamente possvel;(D) nenhuma das opes anteriores.

    Resposta: C. juridicamente possvel a propositura de ao de cobrana de jogo lcito.

    17. Tcio ingressa com ao de cobrana de dvida no vencida. Faltar a seguinte condio da ao(A) possibilidade jurdica do pedido;(B) interesse de agir;(C) legitimidade ad causam;(D) nenhuma das opes anteriores.

    Resposta: B. Ausente estar o interesse de agir se algum pleiteia a cobrana de dvida no vencida.

    18. Na ao de petio de herana de pessoa viva, falta a seguinte condio da ao(A) possibilidade jurdica do pedido;

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  • TEORIA GERAL DO PROCESSO Roberto Moreira de Almeida34

    (B) interesse de agir;(C) legitimidade ad causam;(D) nenhuma das opes anteriores.

    Resposta: A. O pedido juridicamente impossvel quando se pleiteia a herana de pes-soa viva.

    19. Nenhum juiz prestar a tutela jurisdicional seno quando a parte ou o interes-sado a requerer, nos casos e formas legais. Tal princpio intitulado por(A) oportunidade;(B) disponibilidade;(C) impulso ofi cial;(D) exclusividade.

    Resposta: A

    20. Na ao penal pblica incondicionada, prevalece o princpio da(A) oportunidade;(B) disponibilidade;(C) obrigatoriedade;(D) exclusividade.

    Resposta: C. O Ministrio Pblico obrigado a ingressar com a ao penal pblica in-condicionada, salvo nos delitos de menor potencial ofensivo (neste caso, possvel ofertar transao penal ou suspenso condicional do processo, conforme o caso).

    21. Na ao penal privada, prevalece o princpio da(A) oportunidade;(B) disponibilidade;(C) obrigatoriedade;(D) exclusividade.

    Resposta: A. O querelante tem a oportunidade de ingressar ou no com a ao penal privada.

    22. No processo do trabalho, prevalece o princpio da(A) oportunidade;(B) disponibilidade;(C) obrigatoriedade;(D) exclusividade.

    Resposta: A. Da mesma forma que no processo civil, prevalece o princpio da oportuni-dade no processo do trabalho.

    23. Mesmo depois de ajuizada a ao civil, possvel ao autor alterar o pedido ou a causa de pedir, mesmo sem o consentimento do ru(A) antes da citao;

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  • AO E EXCEO 35

    (B) antes do despacho saneador;(C) at a audincia de instruo e julgamento;(D) antes de proferida sentena.

    Resposta: A. Antes de realizada a citao, o autor poder alterar livremente a petio inicial.

    24. A ao de investigao de paternidade (A) meramente declaratria;(B) constitutiva;(C) condenatria;(D) desconstitutiva.

    Resposta: A. A ao de investigao tem contedo meramente declaratrio.

    25. A ao de divrcio (A) meramente declaratria;(B) constitutiva;(C) condenatria;(D) desconstitutiva.

    Resposta: D. A ao de divrcio visa desconstituir uma relao jurdica, ou seja, o ca-samento.

    26. A ao de cobrana de certa importncia (A) meramente declaratria;(B) constitutiva;(C) condenatria;(D) desconstitutiva.

    Resposta: C. A ao visa condenar o devedor a pagar determinada importncia ao cre-dor.

    27. As aes de habeas data, habeas corpus e mandado de segurana so classi-fi cadas como(A) condenatrias;(B) declaratrias;(C) constitutivas;(D) mandamentais.

    Resposta: D. So mandamentais as aes de mandado de segurana, habeas data e habeas corpus.

    28. As aes condenatrias que prescindem de um processo de execuo autnomo so chamadas de(A) ao executiva lato sensu;(B) ao executiva stricto sensu;

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  • TEORIA GERAL DO PROCESSO Roberto Moreira de Almeida36

    (C) ao executiva autnoma;(D) ao de execuo forada.

    Resposta: A. Chamamos de executiva lato sensu as aes condenatrias que prescindem de um processo de execuo autnomo.

    29. A ao cautelar(A) sempre preparatria da ao principal;(B) sempre incidental ao processo principal;(C) sempre autnoma;(D) pode ser preparatria ou incidental ao processo principal.

    Resposta: D. A ao cautelar autnoma em relao ao de conhecimento ou de execuo, mas sempre preparatria ou incidental a estas.

    30. O juiz conceder a medida cautelar se estiver presente(A) apenas o fumus boni juris;(B) apenas o periculum in mora;(C) concomitantemente o fumus boni juris e o periculum in mora;(D) alternativamente o fumus boni juris e o periculum in mora.

    Resposta: C. Para a concesso da medida cautelar, imprescindvel a presena simul-tnea de dois requisitos: o fumus boni juris e o periculum in mora.

    31. Quanto ao sujeito que promove as aes penais, estas so classifi cadas em (A) pblicas e privadas;(B) pblicas, privadas e personalssimas;(C) populares e subsidirias;(D) subsidirias, personalssimas e condicionadas.

    Resposta: A. As aes penais, quanto ao sujeito que as promove, so classificadas em pblicas e privadas.

    32. (so) espcie(s) de ao penal pblica(A) incondicionadas e subsidirias da pblica;(B) incondicionadas, condicionadas representao do ofendido ou de seu representante

    legal e condicionadas requisio do Ministro da Justia;(C) personalssimas, subsidirias da pblica e populares;(D) nenhuma das opes anteriores.

    Resposta: B. As aes penais pblicas so classificadas em incondicionadas, condicio-nadas representao do ofendido ou de seu representante legal e condicionadas requisio do Ministro da Justia.

    33. Marque a assertiva incorrreta(A) o autor da ao penal pblica o Ministrio Pblico e o autor da ao penal privada

    o ofendido ou seu representante legal (querelante);

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  • AO E EXCEO 37

    (B) as peties iniciais da ao penal pblica e da ao penal privada so, respectivamente, denominadas denncia e queixa-crime;

    (C) na ao penal pblica incondicionada, o Ministrio Pblico no est subordinado a nenhuma condio de procedibilidade;

    (D) a ao penal privada a regra do ordenamento jurdico brasileiro.

    Resposta: D. A ao penal privada exceo. Com efeito, o art. 100 do Cdigo Penal vaticina: A ao penal pblica, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.

    34. Marque a assertiva incorreta(A) toda ao penal pblica incondicionada, salvo quando a lei exige representao ou

    requisio do Ministro da Justia (ao penal pblica condicionada) ou quando expres-samente a declara privativa do ofendido;

    (B) quando o Ministrio Pblico o titular da ao penal, mas somente pode promov-la se preenchidas certas condies legais, ou seja, representao do ofendido ou requisio do Ministro da Justia, diz-se que a ao penal pblica condicionada;

    (C) nos crimes de ao penal pblica condicionada, sempre estar expresso: somente se procede mediante representao ou somente se procede mediante requisio do Ministro da Justia;

    (D) o Ministro da Justia tem o prazo de seis meses para propor a requisio prevista em lei, nas aes penais pblicas condicionadas requisio do Ministro da Justia.

    Resposta: D. No h prazo legal para que o Ministro da Justia promova a requisio.

    35. Marque a assertiva incorreta(A) a ao penal privada aquela em que a titularidade atribuda por lei ao ofendido ou

    a seu representante legal;(B) o ato que d incio ao penal privada a queixa-crime, pea processual que deve

    ser subscrita por advogado;(C) existem duas modalidades de ao penal privada: propriamente dita e personalssi-

    ma;(D) quando a lei diz somente se procede mediante queixa, diz-se que a ao privada

    exclusiva ou privada propriamente dita.

    Resposta: C. Existem trs modalidades de ao penal privadas: propriamente dita, per-sonalssima e subsidiria da pblica.

    36. Marque a assertiva incorreta(A) o prazo para a propositura da ao penal privada sempre de seis meses;(B) quando se atribui, com exclusividade, a legitimidade ao prprio ofendido, diz-se que a

    ao penal privada personalssima;(C) ser admitida ao privada nos crimes de ao pblica, se esta no for intentada no

    prazo legal;(D) se o querelante no ajuizar a ao penal no prazo legal, diz-se que h a extino da

    punibilidade pela ocorrncia da decadncia.

    Resposta: A. Existem prazos menores que seis meses para a propositura da ao penal pri-vada (exempli gratia: nos crimes contra a honra pela imprensa prazo de trs meses).

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  • TEORIA GERAL DO PROCESSO Roberto Moreira de Almeida38

    37. As aes, quanto aos efeitos da deciso judicial, so classifi cadas em(A) individuais;(B) coletivas;(C) multitudinrias;(D) as assertivas A e B esto corretas.

    Resposta: D. As aes, quanto aos efeitos da deciso judicial, so classificadas em individuais e coletivas.

    38. Toda ao identifi cada pelos seus elementos subjetivos e objetivos. Identifi que a assertiva correta(A) os elementos subjetivos so a causa de pedir e o pedido;(B) os elementos objetivos so as partes;(C) os elementos subjetivos so as partes e os elementos objetivos so a causa de pedir

    e o pedido;(D) as assertivas A e B esto corretas.

    Resposta: C. Os elementos subjetivos da ao so as partes e os elementos objetivos, a causa de pedir e o pedido.

    39. Marque a assertiva correta(A) admitem-se a assistncia, a oposio, a nomeao autoria, a denunciao da lide e

    o chamamento ao processo nos processos civil, penal e trabalhista;(B) admitem-se a assistncia, a oposio, a nomeao autoria, a denunciao da lide e

    o chamamento ao processo nos processos civil e penal, apenas;(C) admitem-se a assistncia, a oposio, a nomeao autoria, a denunciao da lide e

    o chamamento ao processo nos processos civil e trabalhista, apenas;(D) admitem-se a assistncia, a oposio, a nomeao autoria, a denunciao da lide e

    o chamamento ao processo apenas no processo civil.

    Resposta: D. Apenas no processo civil (procedimento comum ordinrio) so admitidas as formas de interveno de terceiros declinadas.

    40. Marque a assertiva incorreta(A) exceo, em sentido amplo, o poder jurdico de que se acha investido o ru e que

    lhe possibilita opor-se ao que lhe foi movida. Por isso, dentro de uma concepo sistemtica do processo, o tema da exceo virtualmente paralelo ao da ao;

    (B) exceo o direito de ao concedido ao ru para se contrapor pretenso do autor. Sucintamente, para fi ns didticos, exceo pode ser entendida como defesa.

    (C) a exceo deve ser apresentada oralmente pelo ru na audincia preliminar de conci-liao;

    (D) a ao bilateral (bilateralidade da ao ou do processo), isto , do mesmo modo que permitido ao autor formular sua pretenso em juzo (direito de ao pblico), h de se admitir que o ru tambm participe da relao processual em posio de defesa (exceo). com o contraditrio formado pela oitiva de ambas as partes que o Estado poder conhecer melhor a lide e a ela dar uma soluo mais sbia e justa.

    Resposta: C. A exceo deve ser apresentada pelo ru, por meio de petio escrita, subscrita por advogado e direcionada ao juiz da causa.

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  • 6. O PROCESSO

    EXERCCIOS DE FIXAO

    01. Marque a assertiva incorreta(A) processo o instrumento do qual se vale o Estado para exercer a jurisdio;(B) processo o instrumento para solucionar as lides ou confl itos de interesses qualifi cados

    por pretenses resistidas ou insatisfeitas;(C) processo o rito ou a sequncia de atos processuais que deve ser observada pelo

    rgo judicial para solucionar o litgio;(D) todas as assertivas esto corretas.

    Resposta: C. A assertiva C no se refere a processo, mas a procedimento.

    02. Marque a assertiva correta(A) processo, autos e procedimentos podem ser entendidos como termos sinnimos;(B) procedimento confunde-se com processo, j que o rito (o modus faciendi) ou a se-

    quncia de atos processuais a ser observada para o exerccio da jurisdio;(C) autos so a materializao do processo, isto , a representao grfi ca ou a documen-

    tao do processo;(D) o advogado, ao comparecer ao cartrio judicial, deve solicitar vista do processo.

    Resposta: C. No h como confundir processo com procedimento ou autos; os autos so a materializao do processo; o advogado deve pedir vista dos autos e no vista do processo.

    03. O processo, segundo entendimento majoritrio da doutrina, tem natureza jurdica (A) de direito privado ( um contrato);(B) de direito privado ( um quase-contrato);(C) de direito pblico ( uma relao jurdica autnoma);(D) de direito pblico ( uma relao jurdica vinculada).

    Resposta: C. Prevalece o entendimento segundo o qual o processo uma relao jurdica autnoma de direito pblico.

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  • TEORIA GERAL DO PROCESSO Roberto Moreira de Almeida40

    04. Acerca da teoria linear sobre a relao jurdica processual, marque a assertiva correta(A) seus tericos mais fervorosos foram os juristas Wach e Blow;(B) asseverava que o processo seria uma relao desenvolvida apenas entre os prprios

    litigantes (autor e ru);(C) asseverava que o processo seria uma relao desenvolvida diretamente entre autor e

    juiz;(D) asseverava que o processo seria uma relao desenvolvida entre o autor e juiz ou

    entre juiz e ru.

    Resposta: B. Wach e Blow pregavam a teoria triangular da relao processual; a teoria linear salientava que o processo seria uma relao desenvolvida diretamente entre os prprios litigantes (autor e ru).

    05. Sobre a teoria angular da relao processual, marque a assertiva correta(A) a teoria predominante na atualidade;(B) Hellwig, James Golds