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Material Educativo QUAIS AS NARRATIVAS DAS IMAGENS?

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Material Educativo

QUAIS AS NARRATIVAS DAS IMAGENS?

MATERIAL EDUCATIVOQUAIS AS NARRATIVAS DAS IMAGENS?

concepção e textos

STELA BARBIERIFERNANDO VILELA

programação visual

BADY CARTIER FÁVISH

revisão

HEBE COIMBRA

1ª MACLI ACERVO

artistas visuais

FÁVISHFERNANDO VILELA

JOHN PARRAJULIANA BOLLINILUCIANO FEIJÃO

OFRA AMITRENATO MORICONI

trilha sonora original

RUBENS TUBENCHLAK

curadoria

ALINE PEREIRAFÁVISH

FLAVIA CORPAS

Ilustração de livro é Arte Contemporânea?

A ilustração de livros vive a dualidade de ser ao mesmo tempo literatura e artes visuais. A MACLI é uma mostra que apresenta as ilustrações de livros dispostas como obras de arte em um espaço expositivo voltado para as artes visuais. Isso nos provoca diferentes leituras dessas imagens. Se por um lado elas estão descoladas do seu contexto narrativo original, o livro ilustrado, onde fazem parte de uma sequência narrativa que conta uma história, que é desvelada ao virar de cada página, por outro lado, essas imagens se apresentam em uma nova escala e materialidade, abrindo possibilidades de percepção e de leituras.

Como as imagens nos convidam a ler?

As imagens catalisam inúmeros significados e para que elas nos afetem é preciso disposição para perceber: Como elas nos convocam? O que elas ativam em nós?

A leitura é também uma invenção, ativação da percepção, da memória, da conexão entre diferentes espaços e lugares. As imagens são textos visuais que nos convidam a percorrer seu território numa aventura pela expressão dos artistas. No entanto, o observador que se põe a ler, se torna narrador, recontando sua própria história ao trazer para o presente da experiência tantas outras narrações que vive no dia a dia.

A narrativa visual cria uma atmosfera dada pela materialidade, pela escolha das cores, pelos atributos dos personagens, pela construção da imagem, pelo uso dos contrastes, densidades, texturas e pela ocupação do espaço.

O leitor das imagens, independentemente de sua idade, pode se debruçar por longo tempo dialogando com elas, investigando os detalhes e imaginando o que expande a partir dali.

O que propomos neste material educativo é um mergulho nas criações de cada um dos oito artistas participantes desta mostra, levantando questões e possibilidades de leituras das obras expostas.

Por que os artistas presentes nesta mostra escolhem uma linguagem específica para apresentar uma determinada história?

Em seus livros, Renato Moriconi utiliza diferentes linguagens, pois busca um diálogo entre a materialidade e o conteúdo de cada narrativa.

O que as pinturas da série Telefone Sem Fio, seus personagens e suas molduras nos lembram?

Todas as pinturas deste livro foram feitas em óleo sobre madeira. Moriconi relata:

“Quis me aproximar da atmosfera que pintores dos séculos XV e XVI geram em minha mente quando vejo suas obras. Até mesmo o formato do livro é uma referência direta aos pintores desses séculos. As medidas do livro são basicamente as mesmas de uma publicação, Gênios da Pintura, que era muito utilizada na minha infância para a divulgação das obras desses pintores. Ainda guardo alguns exemplares, dentre eles o do pintor Piero Della Francesca, cujos retratos do duque e da duquesa de Urbino foram o gatilho para a criação do livro Telefone Sem Fio.”

Na narrativa desse livro, em parceria com o autor Ilan Brenmann, Moriconi subverte a relação entre os personagens de diferentes contextos que não se relacionariam criando uma surpresa na sequencia narrativa. Essa dinâmica nos faz perguntar: o que os personagens cochicham no ouvido uns dos outros?

Segundo Fávish, um dos curadores da MACLI, “quando as pinturas de Moriconi saem do livro e vão para as paredes das galerias, as obras ganham uma moldura dourada semelhante a que o pintor Piero Della Francesca usou nos retratos do duque e da duquesa de Urbino, completamente diferente das molduras das outras obras da MACLI, enfatizando ainda mais o diálogo da série com a história da arte”. Outro aspecto que integra visualmente as imagens, que nos remetem a retratos antigos, é o fundo escuro, muito usado nas pinturas do Barroco europeu, como nos retratos dos artistas Rembrandt e Caravaggio.

As obras de Fávish nos aproximam de outro universo de linguagem, sem deixar de dialogar também com a história da arte. O artista diz que “o livro A Deusa, o Herói, o Centauro e a Justa Medida começou como peça de teatro, passou para roteiro de cinema e chegou a virar projeto de quadrinhos” antes de se tornar um livro ilustrado.

Pode-se notar na sua obra A Gruta uma série de movimentos concomitantes. No fundo da cena vemos a água caindo em uma cachoeira enquanto na frente dois grupos de animais se deslocam.

Como é construída a profundidade na obra A Gruta?

A profundidade desta imagem é construída por uma sucessão de planos e não por uma perspectiva clássica. A percepção desses planos nos remete ao desenho animado contemporâneo, no qual a construção da imagem utiliza em muitos casos a linguagem digital, como nos revela Fávish:

“(...) resolvi realizar os desenhos no Photoshop, utilizando uma caneta digital sobre uma mesa digitalizadora. Tal técnica me dava um traço solto, como se eu estivesse desenhando no papel, porém com os recursos da informática.”

Pode-se observar neste trabalho uma moldura de plantas que enquadra uma cena ao fundo. Nela, um cervo observa tanto os cachorros se deslocando como quem olha a obra, que somos nós. Existe um diálogo nesse jogo de pontos de vista com a famosa pintura As Meninas de Diego Velazquez. Nessa obra vemos, no fundo do quadro, os rostos do rei e da rainha refletidos num espelho, que podem ser considerados os observadores da cena. Isto é, eles olham a cena retratada do nosso ponto de vista.

Fernando Vilela é um autor de texto e imagem que também escolhe as linguagens em diálogo com cada narrativa que cria. Apesar de suas obras visuais possuírem um forte caráter gráfico, Vilela reinventa a linguagem da gravura e da pintura nos projetos que realiza.

No seu livro Lampião e Lancelote, mescla a xilogravura com desenho e matrizes gravadas em borracha escolar (carimbos) e utiliza cores reflexivas, cobre e prata.

Por que, nas obras de Lampião e Lancelote, Vilela utiliza a cor cobre para representar o universo do Lampião e a cor prata para Lancelote?

O cobre dialoga com o contexto de Lampião: o sertão, a terra, as balas, as roupas de couro que o cangaceiro usava e o calor de onde ele vivia. Já a cor prata remete ao universo dos Cavaleiros da Távola Redonda: suas armaduras, lanças e espadas que caracterizam a indumentária de Lancelote.

No caso desse artista, é difícil analisar suas obras na exposição, pois são uma reprodução, já que os originais são o próprio livro impresso. Seu processo de criação parte de um pensamento gráfico em que a imagem é feita a partir matrizes separadas, onde cada desenho corresponde a uma cor. Eles são digitalizados e finalizados em camadas sobrepostas no programa gráfico Adobe Photoshop.

Segundo o artista, “a gráfica se tornou a extensão do meu ateliê. Tradicionalmente, o que se busca na impressão gráfica é chegar o mais próximo possível do original da imagem, seja uma aquarela, um desenho ou mesmo uma gravura. Na criação de meus trabalhos de ilustração, só se vê as camadas juntas e sobrepostas na impressão do livro, isto é, chega-se apenas na imagem original no livro impresso em off-set.”

O que a imagem nos conta sobre os personagens?

Nas imagens da série Alma, a artista Juliana Bollini evidencia as expressões do rosto dos personagens utilizando a linguagem fotográfica. O ambiente silencioso, criado a partir de esculturas de personagens que possuem uma grande cabeça, onde os corpos não têm braços nem pernas, revela seres frágeis e delicados, com olhares expressivos e enigmáticos.

Que memórias as figuras de Ofra Amit e Juliana Bollini nos evocam?

Ao falar de suas obras Juliana compartilha: “Minha inspiração vem de várias fontes, duas delas são os brinquedos antigos e o teatro de bonecos”.

Os personagens criados por Bollini, assim como os da artista Ofra Amit, nos fazem pensar em outros tempos. Com uma paleta de tons rebaixados e figuras pálidas que trazem certa melancolia e uma interioridade misteriosa, as histórias são contadas em espaços que estão a serviço da evidência dos personagens.

No trabalho de Ofra, que é pintura acrílica sobre papel, o volume dos corpos é construído pelo ilusionismo da luz e da sombra, enquanto na obra de Juliana o volume é dado pela construção tridimensional de uma cena iluminada e fotografada.

Como diferentes pontos de vista são criados pelos artistas?

Em algumas obras de Fávish nota-se uma influência dos quadrinhos, como, por exemplo, na imagem A Caçada. O enquadramento fechado na cara do cão e o ponto de vista de baixo para cima criam uma dramaticidade, pois traz uma sensação de que o bicho está latindo para você. Ou na imagem O Espelho, na qual vemos uma cerva refletida num lago.

Uma outra maneira de investigar essa questão aparece na série Alma de Juliana Bollini. Ela utiliza a fotomontagem para criar um ponto de vista ambíguo, trazendo foco para o olhar do personagem.

Como a ocupação do espaço acontece na narrativa?

Nos trabalhos de John Parra, percebe-se a influência da arte mexicana e da arte popular americana. Isso aparece tanto nas características dos personagens e demais elementos das obras quanto na construção dos espaços. Em alguns momentos, o espaço contém uma abundância de elementos sobrepostos com cores vibrantes complementares, como na obra Arte Popular do México, com seus azuis, laranjas e vermelhos.

Como os espaços contrastantes podem enriquecer as narrativas? No quadro A Árvore da Imaginação existe um contraste entre uma árvore cheia de elementos ao lado de um espaço silencioso, onde a superfície branca da pintura guarda o registro de uma série de operações do artista: ele pinta criando uma aparência envelhecida. Parra gosta de criar a sensação de algo antigo para seus trabalhos , “como se eles pudessem ter sido encontrados no sótão da casa de sua avó”, disse em uma entrevista.

De que lugares você estaria olhando cada uma dessas cenas?

O ponto de vista criado pelo artista muitas vezes faz com que o leitor da cena tenha um deslocamento, que pode ampliar a significação da narrativa.

Em algumas imagens do livro Caçada, de Fernando Vilela, nos encontramos no ponto de vista do narrador, que se desloca todo o tempo: como no caso da cena em que se vê do alto (do céu) o carro do protagonista que cruza o deserto e chega em uma cidade em guerra; ou no trabalho em que se observa o avião rasgando o céu na horizontal deixando seu rastro.

Em outro momento, vemos esse mesmo avião explodindo, bem próximo, no exato momento em que a aeronave se desfaz em fragmentos.

Pistas Educativas

Como você pode construir uma imagem que revele as características de um personagem?Para começar, vá até a rua ou uma praça próxima, escolha um “personagem” que esteja passando e que lhe pareça interessante. Pode ser uma pessoa conhecida ou desconhecida. É importante observá-la com atenção: Como ela anda? Como o corpo se movimenta (braços, olhos)? Escreva uma lista de atributos dela. Como seria a personalidade dessa pessoa? O que será que gosta de fazer?

Que tal fazer um desenho desse personagem nos mínimos detalhes?

Agora imagine um espaço que você acredita que dialoga com as características deste personagem.

A sugestão é: faça agora o desenho do personagem nesse espaço que você imaginou. Como o personagem se relaciona com o espaço?

Você pode realizar essa ação em pequenos grupos, e cada grupo pode explorar um personagem em segredo. Para finalizar a proposta, cada grupo apresenta a imagem criada para que os outros descubram qual foi o personagem escolhido por ele.

Como diferentes pontos de vista são criados pelos artistas?Esta proposta deve ser feita em grupo. O grupo divide-se em dois subgrupos, um que fará uma cena e outro que ira observá-la e desenhá-la. Depois, os dois grupos podem trocar de posição. Você precisará de mesas e cadeiras para realizar esta ação.

Imagine com seus amigos uma cena do dia-a-dia num restaurante. Monte um cenário com mesas e cadeiras para a cena do restaurante acontecer. Quais são os acontecimentos de um restaurante? Que personagens poderiam fazer parte da cena? O que eles estariam fazendo? A ideia é que essa cena seja feita em câmera lenta para que o grupo que for observar a cena tenha tempo de fazê-lo.

O grupo de observadores deverá escolher diferentes pontos de vista para desenhar a cena: sentar no chão e olhar a cena de baixo, ou de cima da mesa, ou ainda de outros pontos de vista possíveis que o grupo inventar.

Depois de desenhar a cena, compartilhem os desenhos. Analisem os diferentes pontos de vista e o que isto muda na leitura da cena.

Como a ocupação do espaço acontece na narrativa?Como são constituídos os espaços? Quais suas características? Como uma história/um acontecimento interfere no espaço? Como ela o caracteriza?

A proposta é que você escolha uma notícia do jornal de hoje para ilustrar. Imagine o local onde está ocorrendo a história e a ação dos personagens.

Conte essa história em três cenas. Faça o desenho do mesmo espaço nessas três cenas e depois desenhe o que acontece em cada uma.

Já o artista Luciano Feijão cria cenas amplas entre voos de pássaros que deixam rastros em forma de textos. O espaço é marcado pelo vigor de seus gestos criando uma atmosfera de movimento no céu.

Dentro da construção de uma imagem, todos os elementos intervêm na narrativa. Assim também acontece com a música. Uma sequência de sons ocupa o espaço e ambienta a mostra. Rubens Tubenchlak, com uma música contemporânea, cria uma narrativa sonora que dialoga com as obras expostas.

Para escutar a trilha sonora criada Rubens para a MACLI, acesse www.macli.com.br

2 OBRAS SEM TÍTULOS da série “Schizo” 2012Ofra Amit19,5 x 19,5 cmacrílico sobre papelimpressão Fine Art em papel Ultrasmooth

2 OBRAS SEM TÍTULOS da série “Bruno”2012Ofra Amit24 x 33 cmacrílico sobre papelimpressão Fine Art em papel Ultrasmooth

AS MENINAS 1656Diego VelázquezÓleo sobre telaObra pertencente ao Museu do Prado, em Madrid

DÍPTICO DO DUQUE DE URBINO(Retrato de Federico de Montefeltro e de sua esposa Battista Sforza) 1465 - 1472Óleo sobre madeiraObra pertencente ao Museu Uffizi, em Florença

A GRUTA, 2012Fávish90 x 65 cmtécnica digitalimpressão Fine Art em papel Hahnemühle

O ESPELHO, 2012Fávish 29 x 44 cmtécnica digitalimpressão Fine Art em papel Hahnemühle

A CAÇADA, 2012Fávish29 x 44 cmtécnica digitalimpressão Fine Art em papel Hahnemühle

ARTE POPULAR DO MÉXICO, 2008John Parra31,5 x 41,5 cmimpressão Fine Art em papel fotográfico

A ÁRVORE DA IMAGINAÇÃO, 2011John Parra47 x 27,5 cmacrílico sobre placa de ilustração

CAÇADA 1, 3 e 5, da série “Caçada” 2012Fernando Vilela87,5 x 30 cmtécnica mistaimpressão Fine Art em papel Debret

2 OBRAS SEM TÍTULOS da série “Lampião & Lancelote” 2012Fernando Vilela87,5 x 38 cmtécnica mistaimpressão Fine Art em papel Debret

ESCULTURAS SEM TÍTULO2012Juliana Bolliniescultura em técnica mista,com papel e sucata

OBRA SEM TÍTULO da série “Alma”2012Juliana Bollini37 x 28,5 cmfotomontagem, impressão Fine Art em papel Hahnemühle

REI #2 da série “Telefone Sem Fio”2011Renato Moriconi20,5 x 29,5 cmóleo sobre madeira

PERUA #1da série “Telefone Sem Fio”2011Renato Moriconi20,5 x 29,5 cmóleo sobre madeira

O PEQUENO POLEGAR2015Luciano Feijão 29,7cm x 42 cmlápis, nanquim, verniz e acabamento digitalimpressão Fine Art em papel Hahnemühle

TRÍPTICO PÁSSAROS da série “Pássaros”, 2007 Luciano Feijãodo CD “Auria”, da banda Entrelugar      48  x 24 cm nanquim, colagem e acabamento digital impressão Fine Art em papel Hahnemühle

www.imagens_material_educativo_macli.com.br

CENTRO CULTURAL SESC GLÓRIA

Idealização e Coordenação GeralFávish

CuradoriaAline Pereira

FávishFlavia Corpas

ArtistasFávish

Fernando Vilela John Parra

Juliana BolliniLuciano Feijão

Ofra AmitRenato Moriconi

Ambientação SonoraRubens Tubenchlak

Produção ExecutivaFelipe Caetano Soares

Produtora LocalZana Barberá

Assistente de Produção e MontagemRavi Tubenchlak

MontagemTuca Sarmento

Projeto ExpográficoFávish Luam Lopes Tubenchlak

Programação VisualBady CartierFávish

Adequação do Espaço ExpositivoGuerra Marcenaria

PlotagensArt Clamur Comunicação Visual

Material Educativo Stela Barbieri (concepção e textos)Fernando Vilela (concepção e textos)Hebe Coimbra (revisão)

ProduçãoStudio da Ouvidor

MediadoresBeatriz BuenoEdnara TrancosoIan RochaKarenn AmorimLuca PeçanhaLucas SallesRauêna Servare

1ª MACLI ACERVO - MOSTRA DE ARTE CONTEMPORÂNEA EM LITERATURA INFANTIL

Agradecimentos EspeciaisAntonia Ratto e Marcelo de Castro Fonseca

Sesc Departamento Nacional

Presidente do Conselho NacionalAntônio Oliveira Santos

Diretor GeralCarlos Artexes Simões

Diretor da Coordenadoria de Educação e CulturaNivaldo da Costa Pereira

Gerente de CulturaMárcia Costa Rodrigues

Coordenador Técnico de Cultura para o ESMarco Aurélio Lopes Fialho

Assessoria Técnica em Artes VisuaisLúcia Mattos

Caroline SouzaLeidiane Carvalho

Sesc Departamento Regional no Espírito Santo

Presidente do Conselho RegionalJosé Lino Sepulcri

Diretor do Departamento RegionalGutman Uchôa de Mendonça

Gerente de CulturaBeatriz de Oliveira Santos

Coordenadora de CulturaColette Dantas

Gerente de UnidadeCarlos Antônio Pereira Bermudes

Assessoria Técnica em Artes VisuaisElaine PinheiroRenan AndradeThiago Arruda

Estagiárias de Artes VisuaisGiani PiolThaís Oliveira

PRODUÇÃO REALIZAÇÃO

www.macli.com.br

facebook.com/macli.com.br

www.sesc-es.com.br

facebook.com/sescgloria