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VII CONFEST PASTORAL DA JUVENTUDE COARI-AM 04 A 07 DE SETEMBRO DE 2013 Somos Igreja Jovem: Caboclos em missão na Amazônia Lema: Vai juventude, faz ecoar nesses caminhos de rios o projeto de Jesus Cristo. Iluminação bíblica: “Não diga sou jovem, porque você irá para aqueles que eu mandar e anunciará aquilo que lhe ordenar.Jeremias 1,7

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No mes de setembro deste ano 2013 acontece o CONFEST congresso e festival de música e poesia da Pastoral da Juventude, prelazia de coari. e este material é para ajudar a entender a mística deste evento e sua proposta religiosa-cultural nos grupos de base.

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VII CONFEST PASTORAL DA JUVENTUDE

COARI-AM 04 A 07 DE SETEMBRO DE 2013

Somos Igreja Jovem: Caboclos em missão na Amazônia Lema: Vai juventude, faz ecoar nesses caminhos de rios o projeto de Jesus Cristo.

Iluminação bíblica: “Não diga sou jovem, porque você irá para aqueles que eu mandar e anunciará aquilo que lhe ordenar.” Jeremias 1,7

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Apresentação

“O desafio para o jovem – assim como para todos/as os que aceitam Jesus como caminho – é escutar a voz de Cristo

em meio há tantas outras vozes”. Doc 85 CNBB

Juventude Querida da Pastoral da Juventude da Prelazia de Coari, Minha alegria é imensa por vim apresentar este material que vem com muito cuidado e ternura nos

preparar para participarmos do VII CONFEST – Congresso e Festival de Música Cristã. Venho também com muita esperança no Reino, no Reino que nasce aqui bem no nosso chão, de rios, pedras, terra, mata, sonhos e lutas.

Alegria maior tenho por ter sido convidada a contribuir com este material, que trás um pouco do processo que vamos vivenciar nos dias de CONFEST, é com espírito missionário que enviamos a vocês este subsídio. Convidamos cada um e cada uma a criar espaços nas suas comunidades para a preparação desse momento tão bonito da Pastoral da Juventude.

O objetivo da Pastoral da Juventude Norte1 (Amazonas e Roraima) no qual está Prelazia faz parte, é Evangelizar os/as jovens despertando-os para o processo de educação na fé, a partir da pessoa e da proposta de Jesus Cristo, respeitando as diversas realidades, fazendo a opção preferencial pelos empobrecidos em comunhão com toda Igreja, construindo assim a Civilização do Amor.

O objetivo deste material é Promover nos grupos de base, encontros de preparação dos jovens e assessores que vão para o CONFEST, possibilitando uma vivência de estudo, reflexão, discussão e oração fazendo memória, resgate e celebrando nossa caminhada local, fazendo um grande puxirum em preparação do nosso grande encontro que é o CONFEST para a Pastoral da Juventude da Prelazia de Coari.

Esse material vem carregado da mística amazônica, trás elementos que garantem nossa reflexão a cerca de nossa identidade, missão, projeto de vida encarnada no projeto de Jesus. Chamamos carinhosamente de Ajuri, pois é um grande mutirão que se canta, se fala, se constrói em nossos grupos e em nossas comunidades.

Na certeza de termos uma só aspiração, um só amor, uma só alma e um só pensamento, procurando não o próprio interesse, mas o interesse dos/as outros/as. Buscando em nós os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo. Procuramos a unidade, mesmo sabendo que existe uma diversidade muito grande, porém quando várias pessoas se juntam é que se dá o crescimento de todos e todas. Somos diferentes, para sermos iguais, no amor, na solidariedade, na esperança e na busca de uma Vida fraterna, nos agarrando não somente ao que parece individual, mas fazendo um ajuri, puxirum (mutirão) na construção de uma nova Vida, fiel a Jesus Cristo encarnada na vida dos/as jovens.

Por isso, leiam, rezem, divulguem e saboreiem esse subsídio, completem esse material com a experiência, vivência e amor de pjoteiros e pjoteiras que trazem em suas vidas.

Que possamos realizar juntos e juntas o VII CONFEST fazendo dele um Ajuri, sem ter medo, pois não estamos sozinhos/as, construindo a Igreja Jovem da Prelazia de Coari.

Com muito carinho, um cheiro e amizade,

Elayne Cristina Coordenação Nacional da PJ

Regional Norte 1AM/RR

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Introdução

“Brota esperança para a vida, jovens em constante lutar. Evangelizar”.

Amados jovens da Prelazia de Coari, Somos jovens seguidores de Jesus Cristo e necessitamos estar sempre atentos a realidade. Esta

realidade se chama Amazônia, onde a nossa juventude faz sua missão, e que muitas vezes encontra desafios em meio a tantas riquezas, pobreza e violência...em meio a tudo isso queremos também colocar em pauta nossa vontade de ser caboclos em missão neste chão e garantir nossa origem, identidade, queremos respeitar nossas valores sendo sinal profético a aqueles que esperam nosso olhar, toque e compaixão.

A missão deste subsídio é ir ao encontro da juventude da Prelazia de Coari, fortalecendo o serviço da vida e a missão da PJ, olhando nossa realidade de Vida, fortalecendo a importância do protagonismo juvenil na Igreja e na sociedade.

Nosso ajuri está divido em dois encontros:

1º Ajuri: A experiência de Deus em nossos traços juvenis com a essência da mística amazônica. 2º Ajuri: Somos Igreja Jovem, profética e missionária. Recado para a coordenação – É importante que os ajuris sejam preparados com antecedência,

fazendo a leitura dos textos proposto e organizando os materiais indicados para serem usados durante o encontro. No inicio de cada ajuri encontra-se a lista do material a ser utilizado.

No ajuri vocês encontraram momentos de partilhas, essas partilhas devem ser registradas e enviadas para o email: [email protected]

Os tecidos usados nos dois ajuris deve ser levado para o CONFEST. Esperamos que esse material contribua efetivamente na preparação de nosso CONFEST e na

caminhada dos grupos de jovens, na nossa diversidade. Então, gente linda, vamos vivenciar mais essa etapa desse nosso lindo AJURI, celebrando, estudando

e partilhando nossas vidas até aqui.

Chiquinho D’almeida Assessor Leigo da PJ

Prelazia de Coari

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O que é o CONFEST?

‘’ Pela Estrada da Vida encontrei minha missão Que é ser PJ e guerreiro, guerreiro sem armas nas mãos.

São 27 anos de muitas vitórias Quantos sonhos vividos com amor, fé e glória’’

(Música: Emanoel Trindade- Anamã) 1º Lugar no VI Confest 2010

Jovens amigo/as,

CONFEST: Congresso e Festival da Musica Cristã

Um evento da Pastoral da Juventude que reúne aproximadamente 300 jovens de toda a prelazia de Coari e alguns convidados os quais participam de formações, partilhas, vivencias, momentos culturais e artísticos.

O CONFEST nasceu do desejo de tornar visível a diversidade cultural e artística dos jovens, pois havia e há muitos jovens com potencial no que diz respeito a musica, poesia, pintura, dança, teatro.. De três em três anos este festival faz parte da família Pjoteira e junto com as famílias que acolhem os jovens, párocos, irmãs, padres, bispo, e colaboradores é realizado e possibilita o encontro de muito rostos juvenil.

É um o evento de grande importância a todos nós da prelazia de Coari.

Este ano, de forma especial a PJ traz em seu paneiro a história de muitos jovens, sua identidade e missão em um lugar que se chama Amazônia.

Que os voos de nossos pensamentos possam atingir muitos jovens, e que a celebração deste momento seja luz e esperança há muitos jovens.

Abraços,

Chiquinho D’almeida Assessor Leigo da PJ

Prelazia de Coari

1º Ajuri: A experiência de Deus em nossos traços juvenis com a essência

da mística amazônica.

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Levanta caboclo e canta AJURI. O que queremos? Reflexão a diversidade do rosto juvenil da Prelazia de Coari. Fortalecendo nossa essência amazônica. Material: Panos coloridos, bíblia, bandeira da PJ, cartolina, pincel atômico, tecido branco ..., paneiro, fotos de jovens, símbolos, frases e cartazes que lembram a realidade da prelazia de Coari. Ambientação: Dispor assentos em forma de círculo ou todos sentados no chão em forma de círculo; dispor os tecidos coloridos, bandeira da PJ, as fotografias de jovens , paneiro, cuias, e a bíblia no centro do circulo. 1-Acolhida Vinho que nos torna irmãos em um só tapiri. Convidar os participantes a beberem na cuia da amizade, uma espécie de partilha. Cada jovem que chega bebe e se coloca no lugar do que estava servindo antes e fica a espera de um novo participante. O mesmo recebe um trecho de uma música que fale de nossa cultura e identidade. Música: Ajuri (anexo 1) 2 – ESPIANDO A REALIDADE 1º Passo Através de um desenho iremos construir nosso rosto. Que traços trazemos em nosso corpo, que podemos trazer neste desenho? Todos deverão desenhá-lo em uma única cartolina. É importante a participação de todo grupo na construção contribuindo com os traços. Ex: alguém desenha um olho, outro a boca,pés, etc. É importante motivar os jovens a construírem o corpo, pensando em seus próprios corpos. Após o desenho pronto colocá-lo no meio da roda ao lado das imagens de outros jovens. Ao som da musica: Porto de Lenha (anexo 5 ) É importante que cada integrante do grupo tenha em mãos a letra da música. 2º Passo Vamos refletir a partir do desenho em grupo de três pessoas:

a) Quais foram os traços que colocamos no desenho que completamos? Por quê? b) Como percebemos os diferentes traços no desenho? O mosaico formado mostra o rosto da

juventude da Prelazia de Coari? c) Quem são os jovens da minha paróquia? Onde estão? d) Percebemos Deus nesses jovens e nesses lugares?

Deixar o grupo conversar um pouco e escrever as respostas numa folha que será encaminhada para a coordenação do CONFEST. Para passarmos para o próximo passo vamos cantar o refrão:

“Do espelho das águas sagradas ecoa o nosso cantar; Com nossos tambores e cuias, no compasso da cadencia, do nosso remar;

Juventudes da imensa Amazônia, nas águas todos somos irmãos; Trazemos no peito a esperança, unidos em Cristo, num só coração;

Remamos contra as correntezas, como as piracemas nos rios; Com dinamismo e coragem, renovar a vida é vencer desafios”.

3º Passo - Partilha

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O mosaico feito por nós traz um pouco do rosto juvenil caboclo/indígena/ribeirinho da Prelazia de Coari. Trás elementos que nos permiti perceber a experiência de Deus nas pessoas, nos lugares e em nosso jeito de ser. Nossa vida é marcada por fatos, pessoas, escolhas e acontecimentos e que sempre deixam traços em nossas histórias.

a) Qual o significado nas informações que partilhamos hoje aqui? b) Que marcas deixaram naquilo que sou hoje?

Cantemos juntos o refrão:

“Pejoteiros somos desta terra, nas praças, nas ruas e rios; Nas várzeas e nas terras firmes semeando o Evangelho, fazendo plantios.

Na liturgia das matas, fonte de vida e de luz, A nossa fé Celebramos, no rio da esperança com o jovem Jesus.

Maria jovem Mãe cabocla, companheira em nossa jornada; Nos banzeiros da vida impetrai-nos coragem, santa mãe amada”.

3 -Iluminando com a palavra: Refrão meditativo: Tua palavra é lâmpada para os meus pés. Lâmpada para os meus pés E luz para o meu caminho. (bis) Leitura Bíblica: Genesis, 28, 10-19 Reflexão:

a) Nesta leitura, Jacó faz a experiência de Deus e toma consciência que Deus estava ali, naquele lugar;

b) Será que eu já fiz a experiência de reconhecer Deus em meu lugar, no meu chão, no meu rio, no jovem caboclo/a empobrecido/a e em mim? Como foi?

c) Reconheço-me como parte do povo caboclo/indígena/ribeirinho da minha terra? Colocar um fundo musical ou alguém com o violão faz um dedilhado. Não é necessário uma partilha, mas sim uma reflexão individual. 4 -Recordando os caminhos de rio: Poema: Amor a minha cultura e identidade

Meu pensamento vagueia quando me deparo com minha vida em meio a tantas coisas bonitas a começar pelas minhas esculturas: remo, cuia, canoa, tarrafa, pote, zagaia, flecha, teçado, malhadeira, às vezes escondidos na

beira, ou apenas de bubuia... Levo comigo a inocência de uma criança que faz uma dança pra celebrar a vida em meio a natureza que hora

olha desconfiada para o homem que a destrói, nunca constrói sempre querendo construir ladeira No cair da tarde, embalo na rede, vejo os meninos que na beira do barranco espreitarem os navios que ali

passam. Sol moreno que vai descendo em direção das águas formando um caminho que parece estrada Luz de lamparina, em silencio e canto dos bichos que aos montes assubiam em noite estrelada

Tantas vezes pedimos: meninos entram, vamos, a carapanã estar chegando... Vamos jantar nossos capitães de tambaqui e pirarucu, quem sabe um cuiú-cuiú

Guardo a noite, meu chapéu de palha também Pois ao amanhecer meu sonho não vai perecer

Irei para roça, tirar mandioca, fazer a farinha, pé de moleque, tucupi, tirar açaí Meu sustento minha alegria, pescar, remar, amar meu lugar minha historia de vida

para sempre mergulhar nas emoções dos banzeiros dos rios

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em remadas de caminhos que me levam para o ninho do meu cantar, meu viver para a cultura e minha identidade sempre resplandecer em meu ser. 5 - Compromisso com a Vida Precisamos vivenciar sempre o espírito de carinho com as pessoas e com a vida de nossa localidade. Como compromisso deste encontro, temos que visitar outros grupos juvenis da cidade, procurando conhecer suas características, semelhanças e particularidades. Se possível convidá-los para que visitem nosso grupo também. 6- Celebrando o Ajuri

a) Refrão: “Onde reina amor, fraterno amor, onde reina amor, Deus aí está”. Na volta de suas “missões” os discípulos se encontraram com Jesus para contar o que tinham visto e ouvido. Jesus, contente, faz uma oração em que fala das pessoas empobrecidas na compreensão da Civilização do Amor. É uma oração bonita e curta. Na mística do povo amazônida a simplicidade e a pobreza tornam a vida mais carregada de sentido.

b) Leitura de Lucas 10, 21-24

c) Momento de louvor. No centro é esticado um tecido, cada pessoa presente é convidada a pôr no tecido uma frase ou uma palavra que conseguiu descobrir neste encontro e intercalamos com o refrão: “Louvado sejas, meu Senhor”.

d) Pai Nosso.

e) Música: Puxirum das juventudes da Amazônia (Anexo 2) 7 - Avaliação Perceber como foi o encontro, o que chamou atenção, o que precisamos melhorar, se o objetivo foi alcançado.

2º Ajuri: Somos Igreja Jovem, profética e missionária.

Levanta caboclo e canta AJURI.

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O que queremos? Incentivar os jovens a perceberem a felicidade de serem missionários/as, profetas, profetisas, para a construção de um projeto de vida pessoal no comunitário. Material Bíblia, bandeira da PJ, canoa, remo, sandálias, tecido branco, pedras, fotos de missionários/as da região que são para os jovens referenciais da missão evangelizadora e do compromisso com a vida do povo. Ambientação Construir um caminho com símbolos do caminhar da missão do grupo e dos jovens. Caminhos de rios, de pedras, de terra... 1-Acolhida Somos convidados a navegar em nossos mais ricos lagos e igapós de nossa cultura e história. Convidar os participantes a fazer um barco e neste barco escrever uma frase, imaginar-se nele, perguntando-se: para onde quero ir neste barco? Em seguida entregar a uma pessoa não conhece. Essa pessoa deverá ler e interpretar a mensagem para si. Música: Ajuri (anexo 1) Refrão meditativo: Deus é amor, arrisquemos viver por amor. Deus é amor, ele afasta o medo. Um/a jovem entra no espaço com uma mochila, um remo, chapéu, sandálias e diz bem alto e feliz: “Felicidade é abrir-se à vida... Felicidade é ser livre para se posicionar frente a ela. É conseguir a autonomia que me faz ser único/a. É ir ao encontro do outro... da outra... É amá-lo/a tão bom como ele/ela é... amá-lo/a até dar a vida”. 2- Espiando a Realidade 1º Passo Vamos conversar sobre nossa realidade eclesial. Como vive a igreja e o que sabemos dela. Vamos pensar rápido, o que vem em nossa mente quando ouvimos: O que entendemos por igreja dos pobres? Como o jovem pode ser profeta? Vamos aprofundar o tema com o texto “Juventude: Sinal profético de Jesus Cristo” (anexo 6 - um/a jovem deve declamar). Depois do texto vamos fazer um cochicho. O que esse texto provoca em mim? 2º Passo Um/a jovem entra no espaço com uma mochila, um remo, chapéu, sandálias e diz bem alto e feliz: “Sim, todos/as nós queremos ser felizes... E o nosso jeito de ser feliz é o jeito de Jesus, isto é sair de nós. Sair de nós é ser missionário/a...”

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O/a jovem deve motivar para uma chuva de ideias ... (falar em voz alta e escrever no tecido). Quando escuto a palavra missão o que ela suscita em mim? O que é ser missionário/a? E onde e como ser missionário/a? Quando todos terminarem de falar e escrever, ressaltar que ser missionário é: “ser”, “levar”a boa notícia de Jesus nos ambientes onde a gente está (não necessariamente ir a África. Trata-se de cruzar as fronteiras do próprio mundo. 3-Iluminação com a palavra: Refrão meditativo: Deus é amor, arrisquemos viver por amor. Deus é amor, ele afasta o medo. Vamos debruçar-nos na vida de Jesus. Jesus volta a Nazaré e fala para todos/as de sua missão. A missão de Jesus é o seu Projeto de amor e de vida. Leitura: Lucas 4, 16-21 Reflexão

1. Você já pensou em seu Projeto de Vida? Se tem, em seu projeto de vida tem alguma coisa do projeto

de Jesus?

2. Quais características do/a missionário que percebo nesta leitura?

Colocar uma música de fundo, enquanto os participantes respondem numa folha em silêncio.

4- Recordando os caminhos de rio Declamar Missionários/as... “’E por vocação própria que compete a nós leigos/as tornar-se igreja presente e ativa naqueles locais e circunstancias em que só por meio nosso ela pode ser o sal da terra.” LG33. Aonde? ... Em toda a parte e sempre: na nossa casa, na nossa família, em nosso lugar de estudo e trabalho, em nosso grupo de amigos de diversão, sempre. A vocação a gente não esconde. Música: Nossa Vida É Missão (Anexo 3) 5-Compromisso com a vida Durante a semana escrever um esboço do projeto de vida, identificando os aspectos que desejo que estejam próximos do projeto de Jesus Cristo. Buscando sermos profetas e missionários/as na escola, na família, na sociedade, no grupo, com os amigos... (Ver anexo 7) 6- Celebrando o Ajuri

a) Ouvir a música: O Profeta (Anexo 4). Enquanto ouve a música, trazer... Em duplas, um/a em frente ao outro/a, dão a benção um/a ao outro/a dizendo: “Não foi você que me escolheu, mas fui eu que escolhi você. E o destinei para ir e dar fruto e para que seu fruto permaneça”(Jo 15,16). Que o senhor nos mantenha firme na missão fiéis a seu Projeto de Vida e amor.

b) Ave Maria

c) Música: Puxirum das juventudes da Amazônia (Anexo 2)

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7–Avaliação Perceber como foi o encontro, o que chamou atenção, o que precisamos melhorar, se o objetivo foi alcançado.

ANEXO 1 AJURI

Raízes Caboclas

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A terra sagrada de Ajuricaba, Ainda ressoa o surdo tambor,

Dizendo ao caboclo que a hora é chegada. O grande Ajuri que já começou,

Que todos os povos da grande floresta,

Entoem este canto prá gente se unir, Em defesa dos rios, do verde, da vida.

E da terra que é nossa, num grande ajuri.

Levanta caboclo e canta Ajuri

Que se cante lá fora a rara beleza, Da mãe natureza que a gente cuidou.

Mas quem canta melhor o valor desta terra É quem nela nasceu e por ela lutou.

Ô,Ô,Ô,Ô

HEI, RÊ, RÊ,RÊ

Num grande Ajuri o caboclo levanta, Dizendo pro mundo que sabe cantar.

Barés, Ivanivas, Pasés e Manaus Tão dentro da gente querendo lutar

ANEXO 2 Puxirum das juventudes da Amazônia

Manoel Nerys

Do espelho das águas sagradas ecoa o nosso cantar Com nossos tambores e cuias, no compasso da cadencia, do nosso remar;

Juventudes da imensa Amazônia, nas águas todos somos irmãos Trazemos no peito a esperança, unidos em Cristo, num só coração.

Remamos contra as correntezas, como as piracemas nos rios Com dinamismo e coragem, renovar a vida é vencer desafios.

Rema ligeiro, remador, traz as canoas da paz, as cuias do amor

Vamos fazer Missão Jovem,no chão da Amazônia, fazer puxirum (bis)

No grande paneiro da vida, com talas, tramas, corações Tecemos nossa caminhada. De braços unidos vencemos os dragões.

Zoam ao som destas matas, clamores e ‘ais’ juvenil São filhos sedentos de vida, sua dor, e seu grito ninguém os ouviu Pés firmes, marchamos cantando. Se ergam as palmas das mãos

Contra o extermínio da vida; que matam os sonhos, enterrados no chão!

Pejoteiros somos desta terra, nas praças, nas ruas e rios Nas várzeas e nas terras firmes semeando o Evangelho, fazendo plantios.

Na liturgia das matas, fonte de vida e de luz, A nossa fé Celebramos, no rio da esperança com o jovem Jesus.

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Maria jovem Mãe cabocla, companheira em nossa jornada Nos banzeiros da vida impetrai-nos coragem, santa mãe amada.

Sou índio, afro descendente, nordestino, sou do beiradão;

Sou jovem agroextrativista, filho de colono, posseiro do chão, Sou mito, sou conto, sou lenda, ribeirinho, migrante, rural

Sou o eco das sacupembas denunciando as forças da morte, do mal; Sou fé, sou amor, sou ternura; sou sonho, alegria e paixão

Sou festa, também estou na luta; sou força; sou jovem real, sou irmão.

ANEXO 3 Nossa Vida É Missão

Manoel Nerys

Nesses campos, nessas matas, nesses lagos e igarapés; Nesses rios, planaltos e serras planícies e vales, vão anunciar; no lombo de um belo cavalo, de barco, ou canoa, de remo na proa atender Teu chamar.

Sou missionário, sou povo de Deus. Sou índio, caboclo, mestiço fazendo da vida a missão;

aqui nesta grande tapera da Igreja Amazônica sou mensageiro de um Deus que é irmão.(bis) ô, ô, ô, ê, ê de um Deus que é irmão.(bis)

Jesus Cristo, nosso guia anima o nosso caminhar; nos aponta o caminho certo e de braços abertos vem nos

ensinar: Que é preciso fazer opção pelo irmão peregrino que foi esquecido e por ele lutar.

A luta e o sonho, assumindo de todo Aquele que tombou; E a nossa missão se alimenta fazendo memória do seu lateje nas veias desta Igreja viva e inunde este altar

Somos filhos da Igreja do norte, missionários desta região. Formamos a comunidade nesta geografia que temos

nas mãos; Aprendemos a ouvir a mensagem de um Deus que nos fala na brisa, nas águas nas flores no chão.

ANEXO 4 O Profeta

Antes que eu te formasse dentro do ventre de tua mãe,

Antes que tu nascesses, te conhecia, te consagrei. Para ser meu profeta entre as nações eu te escolhi, Onde te envio irás e o que te mando proclamarás!

Tenho que gritar, tenho que arriscar,

Ai de mim se não o faço! Como escapar de ti, como calar, Se tua voz arde em meu peito?

Tenho que andar, tenho que lutar,

Ai de mim se não o faço!

Como escapar de ti, como calar, Se tua voz arde em meu peito?

Não temas arriscar-te, porque contigo eu estarei, Não temas anunciar-me, por tua boca eu falarei. Hoje te dou meu povo para arrancar e demolir,

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Para edificar, construirás e plantarás! Deixa os teus irmãos, deixa teu pai e tua mãe,

Deixa enfim teu casa, porque a terra gritando está. Nada tragas contigo, porque ao teu lado estarei; É hora de lutar, porque meu povo sofrendo está.

ANEXO 5 Porto de lenha

Porto de lenha tu nunca serás Liverpool.

Com a cara sardenta e olhos azuis!

Um quarto de flautas no Alto Rio Negro, pra cada sambista, paraquedista,

que sonha o sucesso, sucesso sulista em cada navio em cada cruzeiro, nas quadrilhas de turistas.

ANEXO 6 Texto: juventude: sinal profético de Deus

João Carlos de Paula

“Cada um de nós compõe a sua própria história ...”nos relembra a canção. A juventude tem essa historia dentro de si, onde é profeta. Profeta e profetisa que amam, dançam, cantam, namoram, choram, se alegram...ser profeta e profetisa requere ser diferente. É ter ousadia. Aquele que busca. Que denuncia as injustiças e anuncia o novo. Jovem profeta, jovem profetisa são encantados pela causa do reino, transformam a realidade, são sonhadores da civilização do amor. Ser profeta ou profetisa é ser poético onde não há sinal da vida; é ser portador da esperança inquietante, aquele que traz a vida. Profeta e profetisa é não estar distante, acanhado. É presença! Sujeito na história da vida que nos encanta e provoca. Ser profeta na juventude é ter orgulho de ser jovem de fazer parte de um grupo, de testemunhar o tal Jesus jovem a todos. Profetisa sou, trago o sagrado feminino nas mãos que acariciam, nas palavras, no coração na vida presente nas outras vidas! Profeta sou, trago o sagrado masculino nas mãos que trabalham nas palavras, no coração, na vida presente nas outras vidas! É tempo de cultivar as PROFECIAS JOVENS, comprometidas com a Igreja DOS POBRES. É tempo de continuar a

favor da Vida Plena da Juventude, compondo a sua historia de profetismo e sermos portadores do NOVO que

cada jovem traz no peito. É tempo de presente, tempo de jovens profetas que amam, sonham, namoram,

rezam, vivem, transformam, semeiam.

ANEXO 7 Projeto pessoal de vida. Rumo à meta que é Jesus Cristo.

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O famoso psicólogo Victor Frankl1 dizia que, na atualidade, o ser humano vive um vazio profundo, um niilismo (= negativismo) existencial, quer dizer, a ausência de significado que lança a pessoa no pessimismo. Leonardo Boff, teólogo brasileiro, diz que o vazio em que vivemos hoje é fruto de um “buraco negro” que somente Deus é capaz de preencher. Eis ai questão: Deus está aos poucos desaparecendo da vida de muitas pessoas. São tempos difíceis e confusos. Pensando nisto comecei a refletir sobre Projeto de Vida2. Nele apresento as perguntas

existenciais que acompanham o ser humano há séculos: Quem sou eu? Qual o sentido da minha vida?

Qual o meu lugar no cosmos? O que vou fazer da minha vida? Estas, e outras perguntas, ajudam a

clarificar um projeto que construa uma personalidade madura e uma vida autêntica3. O que é uma

pessoa autêntica? “Podemos dizer que uma pessoa alcança a autenticidade quando clarifica valores

que dão identidade e forma ao seu projeto existencial. É uma pessoa que assume atitudes básicas de

confiança, abertura, perspectiva para ver e superar os conflitos, responsabilidade para dar conta de

sua liberdade, é atento às necessidades suas e dos outros, tem fortaleza para administrar os fracassos

e sucessos, sabe reconhecer os limites dos outros e vive de forma otimista a própria vida” 4.

Então, o que é o projeto pessoal de vida? É o núcleo central do sujeito formado pelos valores

que estruturam a sua identidade e sua personalidade. Isto significa que o projeto não é uma coisa

abstrata, mas sim, a existência da pessoa com sua história familiar, experiências e escolhas ao longo da

vida. Por isso, o projeto tem três dimensões: 1. O presente da pessoa no qual ela elabora sua

identidade; 2. O futuro, porque se trata de uma projeção para conseguir metas; 3. O passado, porque

valoriza a história passada, o auto-conceito de si, para melhor compreender o mundo. Gera-se, então,

uma sadia tensão entre o Eu ideal e o Eu real.

Quais seriam, por conseguinte, os elementos arquitetônicos, ou seja, básicos do ser humano, e

os interpretativos, que ajudam a fazer a leitura da vida?5. Os arquitetônicos são: a vida humana, o

desenvolvimento humano (capacidade de aprender), o aspecto afetivo-sexual e social, as aspirações

profundas, o valor de Deus na vida, a fé como dom e mistério. Aquilo que ajuda a entender estes

elementos básicos são: A vida em si, os cenários eclesiais, a experiência de Deus, a identidade cristã, os

desafios do cotidiano6. No centro destes elementos fundantes está a meta global: O encontro com

Jesus Cristo, Palavra eterna do Pai. Outros autores falam também de dimensões: Afetivo-sexual,

política, profissional, transcendental (Deus) e comunicativa. Todas entram nos elementos

arquitetônicos e interpretativos da vida. Uma questão importante no projeto de vida é que ele precisa

ser construído com a ajuda de um acompanhante de caminhada, pois, será no salutar confronto de

1 Frankl era alemão e judeu. Durante a segunda guerra mundial foi preso e levado para um campo de concentração. Ali

viveu as mais amargas provas de sobrevivência. Psicólogo já formado e com experiência, ele conseguiu sobreviver. Ao sair da prisão escreveu sua teoria de sobrevivência dando origem à corrente psicológica chamada Logoterapia, que consiste na busca de sentido. Ele afirma ter sobrevivido porque tinha um significado na vida. Quem tem uma meta consegue passar por qualquer situação. 2 João da Silva Mendonça, FILHO, Projeto de vida, rumo à meta que é Jesus Cristo, São Paulo: Paulinas, 2002.

3 Oscar Albeiro Arango, ALZATE e José Luis Meza, RUEDA, El discernimento y el proyecto de vida, dinamismos para La

construcción de sentido, 2ª. Ed, Pontifica Universidad Javeriana, Bogotá, 2004, p. 11. 4 Ibid, p. 12.

5 João da Silva Mendonça, FILHO, Projeto de vida, rumo à meta que é Jesus Cristo, São Paulo: Paulinas, 2002, p. 19-22.

6 Para uma melhor compreensão de todos estes dados seria bom uma leitura do meu livro nas páginas 19 a 26.

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ideias, que o jovem organizará o próprio projeto. Porém, o outro deve ser um adulto que já percorreu

um caminho de identidade. Jesus mesmo disse: “um cego não guia outro”!

Para ajudar de forma mais didática o projeto sugiro o seguinte esquema em forma de fichas.

Para tanto, me aproprio do texto de Dom Eduardo Pinheiro7.

1. MINHA HISTÓRIA (acontecimentos, limites, descobertas, sucessos, metas, avanços,

dificuldades, etc...)

1.1. MEU PASSADO:

1.2. MEU PRESENTE:

1.3. MEU FUTURO:

2. Realidade na qual me encontro (breve relato da situação social, econômica, política, cultural e

religiosa na qual você vive).

3. Valores humano-cristãos (valores que pretendo desenvolver cada vez mais em minha vida).

4. Texto bíblico inspirador da minha vida:

ESQUEMAS GERAIS PARA ELABORAÇÃO DO PPV.

1. Dimensão Psicossocial

Meu sonho: Qual é a minha meta de vida, com relação a este item, a partir da vontade de Deus a meu respeito?

Minha situação: Como me vejo e em que ponto me encontro com relação a este item?

Meus passos

Definição: Quais passos darei em vista do ideal?

Cronograma: Quando darei esses passos?

*O relaciomento e a postura com os outros (respeito, iniciativas, divergências, perdão, fraternidade, etc.) *A família *Os amigos/as *O/a namorado/a (esposo/a) *O grupo/ equipe *A comunidade

7 Dom Eduardo Pinheiro da Silva, Projeto pessoal de vida, Brasília: Cisbrasil, 2008, PP. 107-115.

Page 16: Material de estudo para confest 20013 Prelazia de Coari.Am

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2. Dimensão Mística

Meu sonho: Qual é a minha meta de vida, com relação a este item, a partir da vontade de Deus a meu respeito?

Minha situação: Como me vejo e em que ponto me encontro com relação a este item?

Meus passos

Definição: Quais passos darei em vista do ideal?

Cronograma: Quando darei esses passos?

O relacionamento com Deus (Pai, Jesus Cristo, Espírito Santo) *A oração diária *A fé *A Palavra de Deus *A Igreja (cenários eclesiais) *A comunidade de fé (paróquia, diocese..) *Os sacramentos *Nossa Senhora

3. Dimensão sociopolítico-econômica

Meu sonho: Qual é a minha meta de vida, com relação a este item, a partir da vontade de Deus a meu respeito?

Minha situação: Como me vejo e em que ponto me encontro com relação a este item?

Meus passos

Definição: Quais passos darei em vista do ideal?

Cronograma: Quando darei esses passos?

*A sociedade (participação, cidadania) *O trabalho profissional *O serviço voluntário *A política *Os meios de comunicação *A cultura *A ecologia *Diálogo fé e razão, fé

Page 17: Material de estudo para confest 20013 Prelazia de Coari.Am

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e política

4. Dimensão da capacitação

Meu sonho: Qual é a minha meta de vida, com relação a este item, a partir da vontade de Deus a meu respeito?

Minha situação: Como me vejo e em que ponto me encontro com relação a este item?

Meus passos

Definição: Quais passos darei em vista do ideal?

Cronograma: Quando darei esses passos?

*Os estudos, cursos e aperfeiçoamentos *As leituras *Capacidade de organização do tempo *Construção do projeto pessoal de vida *Administração do próprio tempo *Os dons

Frase motivadora da minha vida:

Símbolo que representa meu projeto de vida:

Oração:

Após este itinerário é possível concretizar um Projeto Pessoal de Vida que fundamente a

personalidade do jovem e sua identidade. Tirando-o da tentação do niilismo, na busca de significado,

para viver em plenitude o encontro com Jesus Salvador.

Pe. João Mendonça, sdb