material de estudo - daf

49
Gabriela Oliveira de Almeida 29 de janeiro de 2014 Material de Estudo DAF

Upload: gabriela-almeida

Post on 06-Jun-2015

892 views

Category:

Education


45 download

TRANSCRIPT

Page 1: Material de Estudo - DAF

Gabriela Oliveira de Almeida

29 de janeiro de 2014

Material de Estudo

DAF

Page 2: Material de Estudo - DAF

2

SUMÁRIO

Administração-------------------------------------------------------------------------------------3

Gestão Financeira--------------------------------------------------------------------------------5

Gestão Financeira na prática------------------------------------------------------------------7

Programa 5S ------------------------------------------------------------------------------------13

Gestão de TI-------------------------------------------------------------------------------------17

Planejamento Financeiro---------------------------------------------------------------------19

Balancete-----------------------------------------------------------------------------------------29

Imposto--------------------------------------------------------------------------------------------30

Imunidade Tributária EJ-----------------------------------------------------------------------32

Tributação----------------------------------------------------------------------------------------42

Contrato-------------------------------------------------------------------------------------------43

Bibliografia----------------------------------------------------------------------------------------48

Page 3: Material de Estudo - DAF

3

Administração

Administração é a tomada de decisão sobre recursos disponíveis,

trabalhando com e através de pessoas para atingir objetivos, é o

gerenciamento de uma organização, levando em conta as informações

fornecidas por outros profissionais e também pensando previamente as

conseqüências de suas decisões. É também a ciência social que estuda e

sistematiza as práticas usadas para administrar.

Os princípios para administrar algo são planejar, organizar, dirigir e

controlar, sendo que as principais funções administrativas são:

- fixar objetivos;

- analisar, conhecer os problemas;

- solucionar os problemas;

- organizar e alocar os recursos, tanto financeiros, quanto tecnológicos e

humanos;

- liderar, comunicando, dirigindo e motivando as pessoas;

- negociar;

- tomar decisões;

- controlar, mensurando e avaliando.

O bom desempenho da administração depende de que o profissional

consiga ser um bom líder, capaz de lidar com pessoas, negociando e

comunicando, e também apto a tomar decisões, tendo uma visão sistêmica e

global da situação que administra.

Existem quatro áreas básicas de atuação do administrador: Finanças,

Produção, Marketing e Recursos Humanos, porém o mercado abrange várias

áreas do conhecimento. A administração é resultado de um processo de

formação que passa pelas mais diversas áreas, desde as exatas, como

matemática, até humanas como filosofia.

Cada vez mais esta ciência adquire importância na formação de

profissionais para estruturar e impulsionar o funcionamento dos mais diversos

setores das organizações. Como as empresas adquirem crescente

complexidade e tamanho na economia de mercado, é essencial que haja

Page 4: Material de Estudo - DAF

4

profissionais com competência para administrar. Também ganha valor diante

do mercado financeiro, pois busca entender e sistematizar a administração do

capital, fator essencial na economia atual.

Page 5: Material de Estudo - DAF

5

Gestão Financeira

Gestão financeira é um conjunto de ações e procedimentos administrativos que envolvem o planejamento, a análise e o controle das atividades financeiras da empresa. O objetivo da gestão financeira é melhorar os resultados apresentados pela empresa e aumentar o valor do patrimônio por meio da geração de lucro líquido proveniente das atividades operacionais.

Uma correta administração financeira permite que se visualize a atual situação da empresa. Registros adequados permitem análises e colaboram com o planejamento para otimizar resultados.

E quais seriam as principais funções da administração financeira?

Análise e planejamento financeiro: analisar os resultados financeiros e planejar ações necessárias para obter melhorias;

A boa utilização dos recursos financeiros: analisar e negociar a captação dos recursos financeiros necessários, bem como a aplicação dos recursos financeiros disponíveis;

Crédito e cobrança: analisar a concessão de crédito aos clientes e administrar o recebimento dos créditos concedidos;

Caixa: efetuar os recebimentos e os pagamentos, controlando o saldo de caixa;

Contas a receber e a pagar: controlar as contas a receber relativas às vendas a prazo e contas a pagar relativas às compras a prazo, impostos e despesas operacionais;

No entanto, é muito comum que empresas deixem de realizar uma adequada gestão financeira. Os principais problemas que temos encontrado relacionam-se a:

Falta de registros adequados (saldo do caixa, valor dos estoques das mercadorias, valor das contas a receber e das contas a pagar, volume das despesas fixas e financeiras);

Falta de compreensão dos custos das fontes de financiamento; Falta de compreensão dos ciclos financeiro e operacional da

organização; Falta de compreensão do capital de giro (CG), financiamento do

capital de giro (FCG) e necessidade de capital de giro (NCG); Falta de integração entre as políticas de vendas (prazos de

pagamento) e as políticas financeiras; Falta de política de estoques; Falta de elaboração do Demonstrativo de Resultados mensal

para conhecer seus lucros e prejuízos. Falta do cálculo adequado dos preços de venda; Desconhecimento do valor patrimonial da empresa; Falta de definição de retiradas dos sócios;

Page 6: Material de Estudo - DAF

6

Notamos que estas ditas "faltas" ocorrem, muitas vezes, porque as pessoas envolvidas têm pouca experiência em administração financeira, e isso interfere nos resultados.

Muitas vezes, as atividades são iniciadas com pequena dimensão e, conforme os negócios se desenvolvem, a administração financeira não acompanha o crescimento da empresa porque os gestores não têm conhecimentos necessários nesta área de gestão e se envolvem excessivamente com a produção ou vendas, esquecendo que sem caixa, não há o que produzir ou vender.

Por fim, sugerimos algumas práticas para que as empresas possam corrigir estas "falhas" e melhorar sua gestão em relação às finanças:

Organizar os registros e conferir se todos os documentos estão sendo devidamente controlados;

Acompanhar as contas a pagar e a receber, montando um fluxo de pagamentos e recebimentos;

Controlar o movimento de caixa e os controles bancários; Classificar custos e despesas em fixos e variáveis; Definir a retirada dos sócios; Fazer previsão de vendas e de fluxo de caixa; Acompanhar a evolução do patrimônio da empresa, conhecer

lucratividade e rentabilidade.

Page 7: Material de Estudo - DAF

7

Gestão Financeira na Prática

A gestão financeira é fundamental para que as empresas sejam bem

sucedidas e sustentáveis buscando a perpetuidade. Ao longo do tempo os

estudos sobre gestão financeira evoluíram bastante, com o crescimento das

empresas, e a expansão do mundo corporativo, os empresários passaram a

sentir a necessidade de compreender e controlar melhor as finanças

empresariais, Assaf Neto (2008, p. 34) diz que:

[...] a partir dos anos 20 do século XX, já entendida como uma área

independente de estudo, as finanças das empresas são motivadas a evoluir de

maneira a atender à crescente complexidade assumida pelos negócios e

operações de mercado.

Antes da crise de 1929, os estudos de gestão financeira estavam mais

voltados para a captação de recursos para as empresas, ao iniciar um novo

negócio, os empreendedores buscavam fontes externas de capital, para

financiar seus projetos e novos empreendimentos. O foco então era captação

de recursos financeiros, em detrimento do uso e controle correto desses

recursos financeiros para garantir um retorno adequado aos fornecedores de

capital. Para Assaf Neto (2008, p.34):

As principais preocupações do administrador financeiro fixavam-se em

seus vários fornecedores de capital – acionistas, banqueiros e poupadores em

geral, basicamente – e nas formas e práticas disponíveis de levantamento de

recursos.

Após a crise de 1929, os gestores financeiros começaram a

compreender que apenas a captação de recursos financeiros não basta para

assegurar a sobrevivência das empresas. Para garantir continuidade dos

empreendimentos, é necessário usar bem esses recursos financeiros visando o

retorno para o capital aplicado, o que exige maior atenção aos aspectos

internos da organização como a eficiência produtiva, para evitar desperdícios, e

a eficácia estratégica, para tomadas de decisão mais acertadas. Assaf Neto

(2008, p.35) afirma que:

Na década de 50, contudo, foi dada ênfase destacada aos investimentos

empresariais e geração de riqueza.[...]Nesse contexto, as finanças corporativas

Page 8: Material de Estudo - DAF

8

passaram a preocupar-se tanto com a alocação mais eficiente de recursos,

como com a seleção mais adequada de suas fontes de financiamento.

Atualmente, a gestão financeira busca resultados pragmáticos para os

negócios, retorno para o capital investido através do lucro das empresas, e

esse retorno deve remunerar adequadamente o risco assumido pelo investidor.

O vocabulário de um bom gestor financeiro, e de qualquer investidor sério deve

possuir termos essenciais como “retorno do investimento”, “custo de capital”,

“gestão de risco”. Esses termos são vitais para a gestão adequada de qualquer

negócio. Para isso, o gestor financeiro moderno precisa de uma boa formação

generalista, visão sistêmica e integrativa de todo o negócio, e estar em contato

permanente com todas as áreas da empresa, controlando e fomentando o

negócio com informações estratégicas.

Para Assaf Neto (2008, p. 33 e 34)

A crescente complexidade do mundo dos negócios determinou, ainda,

que o responsável pela área financeira desenvolvesse uma visão mais

integrativa da empresa e de seu relacionamento com o ambiente externo [...]

Nos dias atuais, a área financeira passou de uma postura mais conservadora e

de absoluta aceitação dos fatos para uma posição bem mais questionadora e

reveladora dos fenômenos financeiros.

Esses termos são fundamentais para garantir que as empresas atinjam

seu objetivo, que é o lucro e o retorno para os sócios. Toda empresa deve ser

encarada como um investimento, e os empresários como investidores, pois

somente o lucro garantirá a longevidade dos empreendimentos, e a

continuidade dos investimentos realizados pelos sócios. Hoji (2004, p.21)

afirma que:

Para a Administração Financeira, o objetivo econômico das empresas é

a maximização de seu valor de mercado, pois dessa forma estará sendo

aumentada a riqueza de seus proprietários. [...] Os proprietários de empresas

privadas esperam que seu investimento produza um retorno compatível com o

risco assumido, por meio de geração de resultados econômicos e financeiros

(lucro e caixa) adequados por longo prazo [...]

Nesse contexto, é importante a participação de um gestor financeiro, ou

ao menos que os empresários tenham uma visão financeira e econômica de

Page 9: Material de Estudo - DAF

9

seus negócios. Hoji (2004) destaca três funções básicas de um administrador

financeiro:

• Análise, planejamento e controle financeiro;

• Tomadas de decisões de investimentos; e

• Tomadas de decisões de financiamentos.

O empresário deve estar atento a estas funções básicas em seu

negócio. Deve analisar, planejar e controlar o uso de seus recursos financeiros

e tomar decisões de investimentos e financiamentos precisas e inteligentes.

Para realizar essas funções, tanto o gestor financeiro, quanto o

empresário usará de relatórios, ferramentas e técnicas de finanças

corporativas. Os relatórios mais comuns e eficazes na gestão financeira são o

Balanço Patrimonial (BP), o Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) e

o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC). Para Damodaran (2004, p. 80):

Existem três demonstrativos contábeis básicos que resumem as

informações sobre uma empresa. O primeiro é o balanço patrimonial, que

resume os ativos de propriedade de uma empresa, o valor desses ativos e o

mix de financiamento, dívida e patrimônio líquido usado para financiar esses

ativos em um ponto no tempo. O segundo é o demonstrativo de resultado do

exercício, que fornece informações sobre as receitas e as despesas da

empresa, e o lucro resultante obtido por ela durante um período determinado.

Finalmente, o demonstrativo de fluxo de caixa especifica as fontes de receita

de ambas as operações e novos financiamentos, e o uso desse dinheiro

durante um certo período.

O Balanço Patrimonial é como uma foto tirada em determinado momento

da empresa. Com esta foto em mãos é possível entender como a empresa está

naquele momento, se ela tem dinheiro em caixa, se tem muitas dívidas, se

possui muito capital parado em bens permanentes, se possui capital investido

em estoque, sendo possível ter uma visão geral da situação da empresa

através desta foto.

A Demonstração de Resultado do Exercício mostra a lucratividade da

operação e sua capacidade de gerar lucro econômico. Tirando todos os custos

do faturamento realizado, o empresário consegue enxergar sua margem bruta

Page 10: Material de Estudo - DAF

10

e sua margem líquida (lucro). Este relatório é fundamental para analisar a

operação da empresa, se ela é viável ou não.

O Demonstrativo de Fluxo de Caixa mostra as movimentações ocorridas

nos disponíveis da empresa, todas as entradas e saídas financeiras devem ser

registradas no fluxo de caixa, sejam elas operacionais ou extra-operacionais.

Este relatório é vital para o controle do capital de giro da empresa, para o

planejamento de pagamentos e recebimentos, para que a empresa mantenha

seus compromissos em dia e com uma marca sólida e confiável no mercado.

Isoladamente, esses relatórios não fornecem informações seguras sobre

a empresa, mas integrados é possível compreender toda a operação da

empresa, se é uma empresa viável, se os recursos são utilizados corretamente,

se a empresa tem crescido ao longo do tempo, se a empresa tem melhorado

sua operação, etc. Analisando estes três demonstrativos ao longo do tempo, é

possível ter uma visão completa e abrangente de qualquer empresa, tornando

mais viável e segura a tomada de decisões estratégicas da empresa,

garantindo sua sobrevivência e crescimento em longo prazo. Todavia, sem a

análise contínua destes demonstrativos, as tomadas de decisões nas

empresas ficam comprometidas e a visão do empresário é prejudicada,

tornando-se turva e podendo gerar erros estratégicos graves, comprometendo

a continuidade das mesmas.

A análise por meio de índices financeiros é a ferramenta ideal para se ter

o controle mais adequado para as tomadas de decisões nas empresas. Através

dos indicadores financeiros é possível comparar uma organização com outras

do mesmo segmento e até de segmentos diferentes de mercado (análise cross-

sectional), estabelecendo critérios de avaliação do desempenho entre as

empresas. Os indicadores também podem ser utilizados para comparar o

desempenho da empresa consigo mesma ao longo do tempo (análise de série-

temporal), tornando possível a avaliação de melhoria temporal da empresa.

Para Gitman (1997, p.102):

A análise por meio de índices financeiros envolve os métodos de cálculo

e a interpretação dos índices financeiros, para avaliar o desempenho e a

situação da empresa. [...] A análise por meio de índices financeiros é usada

para comparar o desempenho e a situação de uma empresa com outras

empresas, ou consigo mesma ao longo do tempo.

Page 11: Material de Estudo - DAF

11

Hoji (2004) destaca duas formas de análise de balanços, a análise

vertical e horizontal. Na análise vertical o foco é verificar a participação de cada

item na composição de determinada coluna, na caso do Balanço Patrimonial,

verifica-se a participação do itens no Ativo e no Passivo, na DRE e DFC

verifica-se a participação dos custos na formação do lucro e a participação das

saídas na formação do caixa. Na análise horizontal, o foco é mostrar a

evolução dos dados por períodos.

Para o agrupamento dos índices financeiros, toma-se a classificação

utilizada por Hoji (2004) por entendê-la como mais simples e prática, embora a

maioria dos autores utilizem classificação semelhante. Para Hoji (2004) os

indicadores financeiros podem ser divididos em quatro grupos:

• Índices de estrutura de capital;

• Índices de liquidez;

• Índices de rotação; e

• Índices de rentabilidade.

Os índices de estrutura de capital mostram como o capital está sendo

alocado na empresa e sua origem.

Os índices de liquidez demonstram a condição financeira das empresas,

e a capacidade de quitar suas dividas.

Os índices de rotação mostram o giro dos ativos da empresa, são

usados para analisar a forma mais eficiente para usar o capital de giro,

buscando diminuir a necessidade de capital de giro das empresas.

Os índices de rentabilidade verificam o retorno dos capitais investidos,

são indicadores vitais para a análise do desempenho das empresas, através

destes indicadores é possível identificar se as empresas são viáveis

operacionalmente.

A gestão empresarial evoluiu muito em curto período de tempo, as

empresas precisam se preparar para um mercado altamente competitivo e

dinâmico, os empresários precisam de pessoas capacitadas para lidar com um

cenário de alto risco. Gerir uma empresa sem controlar corretamente suas

finanças aumenta consideravelmente o risco de fechamento.

Page 12: Material de Estudo - DAF

12

Sem a análise, planejamento e controle financeiro, as empresas são

como navios sem rumo, não conseguem medir sua velocidade, e muito menos

o rumo certo, podem estar correndo para um abismo sem que sua tripulação

perceba. Esse geralmente é o fim de empresas geridas sem embasamento

financeiro, por mais que conquistem clientes, possuam grandes parcelas de

mercado, marcas reconhecidas e admiradas, funcionários e clientes satisfeitos,

alta produtividade de máquinas e pessoas, sem a análise real da lucratividade

e rentabilidade do negócio, as tomadas de decisão serão tomadas sem critério,

e o barco navegará à deriva.

Para gerir qualquer tipo de negócio é fundamental a análise,

planejamento e controle financeiro, para dar segurança ao empreendedor que

pretende abrir uma empresa e busca retorno para o capital aplicado nesta

empresa. Sem os balanços financeiros, o empresário não consegue uma visão

abrangente de seu negócio. Portanto sem o controle de seus indicadores, o

empresário não está gerindo uma empresa, mas tocando um barco sem rumo

em um mar altamente turbulento.

Page 13: Material de Estudo - DAF

13

Programa 5S

Quando uma empresa decide implantar o Sistema da Qualidade tem

diante de si inúmeros instrumentos, que visam melhorar o ambiente e as

relações dentro e fora da empresa. Um desses instrumentos é o Programa 5S.

O Programa 5S foi desenvolvido no Japão. Trata-se de uma filosofia de

trabalho que pretende superar antigos hábitos. O método visa obter um local de

trabalho ordenado, limpo e saudável, ideal para a implantação de um sistema

de gestão da Qualidade na empresa. Pretende, também, garantir o bem-estar

das pessoas e sua valorização. O programa mostra os cinco passos

necessários para evitar desperdícios e organizar trabalho, ambiente,

informações e até nossa própria vida.

São inúmeras as empresas que atualmente possuem alguma iniciativa

ligada ao 5s. A variedade é enorme e contempla desde micro empresas até

gigantes multinacionais. Os conceitos do 5s são conhecidos há várias décadas

e vêm sendo aplicados desde então (muitas vezes mal aplicados).

O 5S é o bom-senso que pode ser ensinado, aperfeiçoado, praticado

para o crescimento humano e profissional. Convém se tornar hábito, costume,

cultura. Os propósitos da metodologia 5S são de melhorar a eficiência através

da destinação adequada de materiais (separar o que é necessário do

desnecessário), organização, limpeza e identificação de materiais e espaços e

a manutenção e melhoria do próprio 5S.

O termo 5S vem da letra "S" inicial das palavras japonesas que orientam

o programa: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke. Em português,

introduziu-se a palavra 'senso' e temos:

Seiri – Senso de Utilização/Descarte: Nessa 1ª etapa é preciso separar

o que é útil do que é inútil e o que é necessário daquilo que é

desnecessário. Refere-se à prática de verificar todas as ferramentas,

materiais, etc. na área de trabalho e manter somente os itens essenciais

para o trabalho que está sendo realizado. Tudo o mais é guardado ou

descartado. Este processo conduz a uma diminuição dos obstáculos à

produtividade do trabalho.

Page 14: Material de Estudo - DAF

14

Seiton – Senso de Organização/Ordenação: É chegado o momento de

colocar cada coisa em seu devido lugar, identificar e mantê-las em seus

lugares definidos. Enfoca a necessidade de um espaço organizado. A

organização, neste sentido, refere-se à disposição das ferramentas e

equipamentos em uma ordem que permita o fluxo do trabalho.

Ferramentas e equipamentos deverão ser deixados nos lugares onde

serão posteriormente usados. O processo deve ser feito de forma a

eliminar os movimentos desnecessários.

Seiso – Senso de Limpeza: Além de manter a área de trabalho sempre

limpa, nessa etapa podemos mudar a disposição dos móveis, colocar

uma planta no ambiente de trabalho e melhorar a iluminação do

ambiente. Designa a necessidade de manter o mais limpo possível o

espaço de trabalho. A limpeza, nas empresas japonesas, é uma

atividade diária. Ao fim de cada dia de trabalho, o ambiente é limpo e

tudo é recolocado em seus lugares, tornando fácil saber o que vai

aonde, e saber onde está aquilo o que é essencial. O foco deste

procedimento é lembrar que a limpeza deve ser parte do trabalho diário,

e não uma mera atividade ocasional quando os objetos estão muito

desordenados.

Seiketsu – Senso de Higiene/Saúde: É bom criar condições que

favoreçam a saúde física, mental e emocional das pessoas, além de

conscientizar todos da importância da higiene pessoal. Criar normas e

sistemáticas em que todos devem cumprir. Tudo deve ser devidamente

documentado. A gestão visual é fundamental para fácil entendimento de

cada norma.

Shitsuke – Senso de Autodisciplina/Ordem mantida: Para que o

programa tenha sucesso, é necessária a participação de todos. Trata-se

de um processo contínuo, diário e permanente. É o momento da

manutenção dos outros quatro sensos, de criar procedimentos para as

atividades e fazer dos sensos um hábito. Refere-se à manutenção e

revisão dos padrões. Uma vez que os 4 Ss anteriores tenham sido

estabelecidos, transformam-se numa nova maneira de trabalhar, não

permitindo um regresso às antigas práticas. Entretanto, quando surge

uma nova melhoria, ou uma nova ferramenta de trabalho, ou a decisão

Page 15: Material de Estudo - DAF

15

de implantação de novas práticas, pode ser aconselhável a revisão dos

quatro princípios anteriores.

A prática do 5S, se verdadeiramente vivenciado, garante bons

resultados de mudança comportamental, pois modifica os ambientes de

trabalho e gera envolvimento e comprometimento nas pessoas. Além disso:

Maior produtividade pela redução da perda de tempo procurando por

objetos. Só ficam no ambiente os objetos necessários e ao alcance da mão.

Redução de despesas e melhor aproveitamento de materiais. O acúmulo

excessivo de materiais tende à degeneração.

Melhoria da qualidade de produtos e serviços

Menos acidentes do trabalho.

Maior satisfação das pessoas com o trabalho.

Aumenta o fluxo de informações.

Facilita a arrumação interna e a procura de objetos.

Diminui custos.

Diminui a necessidade de espaço, de estoque e o desperdício.

Otimiza o tempo das pessoas.

Evita compras em duplicidade e o vencimento de prazos de validade.

Aumenta a segurança no trabalho, diminuindo os acidentes.

Melhora o aspecto visual dos ambientes.

Melhora a qualidade de vida.

Transforma o ambiente de trabalho em um local agradável e saudável.

Proporciona maior durabilidade dos equipamentos.

Melhora as comunicações interna e externa à empresa.

Melhora a imagem da empresa diante de seus clientes.

Veja que, embora aparentemente simples, não basta implantar o programa,

é preciso ter ação, atitude e hábito para mantê-lo.

O estabelecimento de um Programa 5s é, de fato, o meio ideal para se

estabelecer a cultura 5s efetivamente na empresa. Não é raro encontrar

iniciativas 5s que não deram certo por falta de estruturação do programa. A

falta de método, de estrutura e de definição de padrões contribuem para o

Page 16: Material de Estudo - DAF

16

fracasso do programa. Por outro lado, o treinamento, a implementação dos 5s

acompanhada de perto e a criação de meios de acompanhamento e avaliação

parcial das implementações praticamente garantem uma implementação de

sucesso e uma mudança cultural consistente.

Uma falha muito frequente que se encontra nas empresas é a má

interpretação dos conceitos do 5s. Talvez a frase mais dita dentro de um

programa 5s tradicional seja: "um lugar para cada coisa, cada coisa em seu

lugar". Seguinto esta diretiva, os participantes do programa passam a identificar

todas as "coisas" e todos os "lugares das coisas". Em geral é neste momento

que acontecem os excessos que contribuem para que o programa como um

todo caia em descrédito. Exemplos clássicos são tomadas e interruptores. Para

que serve uma etiqueta colada em um tomada dizendo: "tomada"? Não seria

melhor uma informação mais útil como: "110V"? A etiqueta "interruptores" não

seria mais útil a um palestrante se fosse substituída por "frente", "meio", "fundo"

sinalizando qual botão controla quais lâmpadas? Chamamos esta

implementação racional (e útil!) do 5s de "5s Produtivo".

Page 17: Material de Estudo - DAF

17

Gestão de TI

Gestão da Tecnologia da Informação é o conjunto de atividades, projetos

e metodologias criadas com recursos de computação ou não com a finalidade

de alinhar a TI ou Tecnologia da Informação às estratégias do negócio.

Por exemplo, uma empresa implanta uma área de suporte técnico ou

Help Desk para auxiliar as demais áreas a melhor utilizar as ferramentas de

informática e computacionais investidas ao longo do tempo, porém não mede o

tempo para atendimento dos chamados dos usuários ou não mantém um

histórico dos problemas atendidos. Com o tempo o valor do investimento nessa

nova área torna-se um transtorno, pois sem a devida organização, metodologia

e acompanhamento a iniciativa correta torna-se um peso para os usuários que

tem seu dia a dia dificultado ao invés de resolver seus problemas.

Um bom exemplo de melhoria na gestão para auxiliar na resolução de

problemas como o descrito acima seria a adoção do ITIL (Information

Technology Infrastructure Library), um conjunto de boas práticas a serem

aplicadas na infraestrutura, operação e manutenção de serviços de tecnologia

da informação (TI), o qual busca promover a gestão com foco no cliente e na

qualidade dos serviços de tecnologia da informação (TI).

Outro exemplo de metodologia é o COBIT® (Control Objectives for

Information and related Technology), o qual é um guia de boas práticas

apresentado como framework, dirigido para a gestão de tecnologia de

informação (TI). O CobiT não depende de plataformas de TI adotadas nas

empresas, tal como independe do tipo de negócio e do valor e participação que

a tecnologia da informação tem na cadeia produtiva da empresa, podendo ser

implementado em qualquer setor.

Além dos exemplos citado acima podemos também citar metodologias

para gerenciamento de projetos como o Project Management Body of

Knowledge, também conhecido como PMBOK, o qual é um conjunto de

práticas em gerência de projetos publicado pelo Project Management Institute

(PMI) e constitui a base do conhecimento em gerência de projetos do PMI.

Estas práticas são compiladas na forma de um guia, chamado de Guia do

Page 18: Material de Estudo - DAF

18

Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos, ou Guia PMBOK,

e utilizado pelas maiores empresas em todo o mundo.

Page 19: Material de Estudo - DAF

19

Planejamento Financeiro

1. Introdução

O presente artigo tem por objetivo destacar a importância do

planejamento financeiro nas organizações como ferramenta necessária ao

crescimento, fortalecimento e existência. Ao estipular os objetivos da empresa,

o gestor traça metas que deverão ser seguidas para que não faltem recursos

para a realização das operações. O planejamento define as linhas de

investimento e financiamento da empresa. Para compreender o conceito de

planejamento financeiro, fragmentou-se em planejamento e finanças.

Conforme o dicionário informal, planejamento é traçar metas, elaborar

planos direcionados a peculiaridades do projeto que se almeja por em prática.

Já as finanças, pode-se dizer que são um método de administração dos

recursos disponíveis, encaixando-se no meio empresarial ou particular,

discutindo-se a distribuição e aplicação dos recursos, seja ele um salário de

especifica pessoa ou faturamento de uma organização. Ao juntar os dois

conceitos, entende-se que o planejamento financeiro é o ato de estabelecer o

modo pelo qual os objetivos financeiros podem ser alcançados.

Dentre os temas abordados no trabalho, encontram-se além dos

conceitos, a função do planejamento financeiro, os planejamentos a longo e a

curto prazo, os modelos e estruturas do planejamento, previsão de venda,

planejamento do lucro, planejamento estratégico empresarial, modelo de

planejamento estratégico e o orçamento de caixa.

A presente análise descreve pontos relevantes ao processo de

planejamento financeiro que contribuem significativamente para a empresa

atingir seus objetivos da melhor forma possível. O planejamento financeiro

torna-se um instrumento indispensável para o sucesso almejado.

Atualmente vivenciamos uma metamorfose na nossa estrutura

econômica, onde cada vez mais o amadorismo e o improviso estão

desaparecendo, é indispensável a presença de um planejamento,

planejamento este que vamos explanar neste trabalho. No mundo de negócios

atual onde inovações no processo de gestão empresarial são de suma

importância, informações são interligadas instantaneamente, oportunidades de

negócios surgem nos mais diferentes locais do mundo, para tanto a empresa

que deseja permanecer e ampliar seu mercado tem que estar preparada para

estes desafios. Nesse contexto de uma economia global surge um dos fatores

Page 20: Material de Estudo - DAF

20

responsáveis para a obtenção do sucesso empresarial, o processo de

planejamento financeiro.

Por definição, o homem de negócios é objetivo e prático. Partindo desse

princípio vem-se de encontro ao planejamento financeiro das empresas, que

visa dar a sustentação necessária para execução de planos estratégicos a

curto e a longo prazo, direcionando toda a ação empresarial com vistas a

atingir as metas orçamentárias previstas. Por meio do planejamento financeiro

as metas estabelecidas para o crescimento de uma empresa atingem

resultados satisfatórios. Ele preocupa-se com a parte financeira, na qual pode-

se destacar os elementos da política de investimento e financiamento da

empresa sem examinar detalhadamente os componentes individuais dessas

políticas.A presente análise tem por objetivo descrever pontos relevantes ao

processo de planejamento financeiro que contribuem significativamente para a

empresa atingir seus objetivos da melhor forma possível. O planejamento

financeiro torna-se um instrumento indispensável para o sucesso almejado.

2. Conceito de Planejamento

O planejamento é uma ferramenta administrativa, que possibilita

perceber a realidade, avaliar os caminhos, construir um referencial futuro, que

organiza e define as ações a serem utilizadas. Sendo, portanto, o lado racional

da ação.É uma maneira de antecipar (por suposições e/ou análises

estatísticas) os resultados esperados e a possibilidade de concretização dos

mesmos. A intenção do planejamento dentro de uma organização é buscar

racionalmente o melhor caminho para se chegar ao lugar esperado. Para

Herckert (2000):

“Para planejar é preciso partir da renda que se tem, e estabelecer as

prioridades em seu orçamento. Alguns passos devem ser seguidos: Liquide

suas dívidas, comece a poupar, monte uma reserva financeira, planeje o futuro,

quite seu financiamento imobiliário, pense na família, continue poupando e

aproveite a vida.”

3. Conceito de Finanças

Prof. Francisco Bueno, diz que finanças significa dinheiro, riqueza,

ciência da variação da moeda. O conceito de finanças na atual conjuntura

nasceu em 1950 por Harry Markowitz, com este conceito se tornou possível

usar a matemática no estudo de seleção de carreira. Quando falamos de

finanças, pode-se dizer que é um método de administração dos recursos

disponíveis, encaixando-se no meio empresarial ou particular, discutindo-se a

Page 21: Material de Estudo - DAF

21

distribuição e aplicação dos recursos, seja ele um salário de especifica pessoa

ou faturamento de uma organização.

4. Conceito de Planejamento Financeiro

Segundo Gitman (1997, p. 589):

“O planejamento financeiro é um aspecto importante para o

funcionamento e sustentação da empresa, pois fornece roteiros para dirigir,

coordenar e controlar suas ações na consecução de seus objetivos.”

Para Telo (web 2004) “O planejamento financeiro estabelece o modo

pelo qual os objetivos financeiros podem ser alcançados.” Se analisarmos

ambas as ideias, concluímos que um plano financeiro é, portanto, nada mais do

que uma declaração do que deve ser feito no futuro em relação às finanças.

4.1. Função do Planejamento Financeiro

Dentro da estratégia financeira de uma empresa, o planejamento é

ferramenta de vital importância, uma vez que o caixa determina a sobrevivência

da empresa, e é através dele que se saberá se a empresa possui liquidez para

saudar seus compromissos ou se necessitará fazer financiamentos. O

planejamento financeiro evita surpresas e cria planos alternativos caso ocorram

imprevistos.Conforme Telo (web 2004):

“O planejamento financeiro estabelece diretrizes de mudança e

crescimento numa empresa, preocupando-se com uma visão global, com os

principais elementos de políticas de investimento e financiamento da empresa.”

Quando as estimativas e previsões a respeito do futuro revelam que a

empresa não terá o resultado desejado por falta de recursos, cabe à mesma

adquirir outras fontes de recurso ou rever suas estimativas. No processo de

planejamento financeiro é necessário levar em conta as incertezas internas e

externas da empresa para que estas forças não afetem a mesma, uma vez que

não se pode considerar a administração financeira como uma área isolada.

Para isso, é necessário um vasto conhecimento do negócio, dentre os fatores

externos citam-se a situação geral da economia, taxas de inflação, taxas de

juros correntes e projetadas, aspectos tributários e aumento nos custos.

Segundo Gitman (1997, p. 589) “As empresas utilizam-se de planos financeiros

para direcionar suas ações com vistas a atingir seus objetivos imediatos e a

longo prazo”.

Page 22: Material de Estudo - DAF

22

Os planejamentos financeiros costumam ser iniciados focando o alcance

de objetivos em longo prazo e depois passam a visar os objetivos de curto

prazo. O planejamento a curto prazo é denominado operacional e o a longo

prazo estratégico. Para Telo (2004):

“O planejamento financeiro é desenvolvido fundamentalmente por meio

de projeções, como estimativa mais aproximada possível da posição

econômico-financeira esperada. Compreende a programação avançada de

todos os planos da administração financeira e a integração e coordenação

desses planos com os planos operacionais de todas as áreas da empresa.”

4.2 Planos Financeiros a Longo Prazo

São ações elaboradas para objetivos previstos para um futuro distante,

compreendido geralmente num período de dois a dez anos. Por haver

naturalmente muitas mudanças ao longo destes períodos, estes planos são

revisados constantemente com o uso das informações atualizadas. Estes

horizontes de planejamento variam de empresa para empresa, pois quando se

possui um ciclo de produção curto e incertezas operacionais, estes horizontes

de planejamento são mais curtos. Para Telo (web, 2004) “A ausência de

planejamento financeiro eficaz a longo prazo é uma razão frequentemente

citada para a ocorrência de dificuldades financeiras e falência de empresas”.

4.3 Planos Financeiros a Curto Prazo

Estas ações são planejadas para períodos mais curtos, geralmente de

um a dois anos, e são compostas na sua maioria por previsões de vendas e

dados operacionais e financeiros. Segundo Gitman (1997, p. 589):

“A partir das previsões de venda são desenvolvidos planos de produção

que consideram tanto o tempo necessário para converter a matéria prima em

produto acabado (lead time), como os tipos e quantidades de matérias-prima

exigidos”.

Com base nesses planos, a empresa pode ainda estimar as

necessidades de mão de obra direta, as despesas gerais de fabrica e as

despesas operacionais. Tendo preparado essas estimativas, pode-se preparar

a demonstração do resultado e o orçamento de caixa projetado. Assim, com os

insumos básicos da demonstração do resultado projetado, o orçamento de

caixa, o plano de financiamento em longo prazo, o plano de investimento de

capital, e o balanço patrimonial do período corrente, o balanço projetado da

empresa pode ser finalmente desenvolvido.

Page 23: Material de Estudo - DAF

23

5. Modelos de Planejamento

Cada empresa apresenta uma necessidade diferente de planejamento,

para isso existem modelos diferenciados, podendo eles ser desde os

simplificados até os mais complexos. Os planejamentos mais complexos

apresentam maior riqueza em detalhes. De acordo com Bachega e Coli (2008)

de um modo geral, os modelos demandam três elementos: (a) entradas

(demonstrações financeiras atuais e previsões das variáveis relevantes); (b)

modelo de planejamento (sistema de equações que estabelecem as relações

entre as variáveis fundamentais); (c) saídas (demonstrações financeiras

projetadas e índices financeiros).

6. Estrutura de Planejamento Financeiro

A estruturação de um planejamento financeiro é um documento

semelhante a um demonstrativo de resultados do exercício (DRE), pois contém

informações necessárias para estipular metas, objetivos e inclusive a correção

de supostas falhas na administração da organização.

7. Demonstrativos Projetados;

7.1 Previsões de Vendas

Entende-se por previsão de vendas como um dos principais dados

necessários ao planejamento financeiro, que são dados ao administrador

financeiro geralmente pelo setor de marketing. Com estes dados é possível

elaborar a previsão dos fluxos de caixa, avaliando entradas provenientes das

vendas, e saídas originadas de custos e despesas. Caberá ao administrador à

decisão de quanto de caixa a empresa necessita para a realização de suas

operações.

Estas previsões de venda dividem-se em internas, externas e

combinadas. As internas dizem respeito às projeções realizadas pelos canais

de venda da empresa, e através destas é possível obter outras estimativas,

como a capacidade da produção em suprir a demanda, por exemplo. As

externas dizem respeito aos fatores econômicos que intervirão no desempenho

das vendas, como o PNB e a renda pessoal disponível. Já as previsões

combinadas unem as anteriores, gerando assim dados mais precisos.

Page 24: Material de Estudo - DAF

24

7.2 Planejamentos do Lucro

Segundo Gitman (1997, p. 599): “O planejamento do lucro envolve a

elaboração da demonstração do resultado e do balanço patrimonial

projetados”. A elaboração dessas demonstrações exige uma fusão cuidadosa

de inúmeros procedimentos que levam em conta as receitas, custos e

despesas, obrigações, ativos e participações acionitárias, resultantes do nível

de operações antecipadas. Conforme Gitman (1997, p. 599):

“Para realizar tais projeções, o administrador faz aproximações mais

simplificadas de demonstrações históricas, baseando-se na teoria de que as

futuras demonstrações não se diferem das passadas. Para estas elaborações

são necessárias as demonstrações financeiras do ano anterior e previsões de

vendas para o ano seguinte.”

8. Planejamento Estratégico Empresarial

De acordo com o site Sempretops, o conceito de planejamento

estratégico é um processo gerencial que diz respeito à formulação de objetivos

para a seleção de programas de ação e para sua execução, levando em conta

as condições internas e externas à empresa. O olhar estratégico faz com que

um gestor passe a gerenciar melhor os problemas do dia-a-dia pois o seu foco

muda de “discutir os problemas” para que hajam atitudes a fim de concluir

“como transformar os problemas que surgiram em oportunidades para a

empresa” ou então “planejar para eliminar o problema mencionado”. Uma

organização que está agindo com planos de planejamento estratégico, deve

expor o mesmo para seus colaboradores e ao próprio gestor. Trata-se de uma

rotatividade de informações cabíveis a todos envolvidos. HALLORAN (1994, p.

22), sobre o planejamento financeiro presume a sua elaboração e resume:

“embora as projeções financeiras sejam apenas uma estimativa, elas tornam-

se mais concretas à medida que você colhe um numero maior de

informações.”.

A estratégia não é apenas estipular metas, e sim as reais ações a serem

realizadas para objetivar as citadas metas, na intenção de enxergar e chegar

ao que os outros não veem e onde os outros não conseguem chegar. De

acordo com Luciano Salamacha, (web, 2009):

“Quando o assunto é estratégia, os resultados que se deseja ter no

futuro começam a ser construídos com atitudes concretas no presente.

Lembre-se: se a competência da sua empresa é uma arma poderosa, o

Page 25: Material de Estudo - DAF

25

planejamento estratégico é a mira que racionaliza os recursos e potencializa o

resultado.”

Tudo faz parte de um conjunto, onde agindo harmoniosamente atingem

objetivos fundamentais, conforme mencionado por Moreira (web, 2001). Alguns

componentes fundamentais devem compor o planejamento estratégico de

produção: tecnologia do produto, tecnologia do processo, capacidade de

instalações, localização das instalações, recursos humanos e suprimentos.

8.1 Modelo de Planejamento Estratégico

Existem centenas de modelos diferentes de planejamento estratégico,

sendo eles em livros, textos, anúncios e outros. As estratégias devem resultar

de um processo controlado e consciente de planejamento formal, decomposto

em etapas distintas, cada uma delineada por checklists e apoiada por técnicas.

Para Mintzberg (2000, p. 45): “As estratégias surgem prontas deste processo,

devendo ser explicadas para que possam ser implementadas através da

atenção detalhada a objetivos, orçamentos, programas e planos operacionais

de vários tipos”. Segundo Mintzberg (2000, p. 53):

“o controle estratégico é um estilo hibrido, que envolve a autonomia das

unidades de negócios e também a promoção dos interesses corporativos. A

responsabilidade pela estratégia fica com a divisão, mas as estratégias devem

se aprovadas pela direção central.”

9. Ferramentas Necessárias ao Planejamento Financeiro

As ferramentas necessárias ao planejamento financeiro de uma empresa

são representadas pelos demonstrativos projetados e pelos orçamentos de

caixa, que tornam possíveis a constituição de um mapa, tornando mais fácil a

visualização das metas desejadas pela empresa.

10. O orçamento de Caixa

O orçamento de caixa demonstra as entradas e saídas de caixa da

empresa projetados, e sua função é estimar a necessidade de caixa a curto

prazo. Esta informação é de grande valor, pois determina se a empresa poderá

realizar investimentos a curto prazo com capital próprio ou se terá que se

preparar para realizar financiamentos. Segundo Gitman (1997, p. 590) “O

orçamento de caixa possibilita ao administrador financeiro uma visão clara do

momento de ocorrência dos fluxos esperados de entrada e de saídas de

Page 26: Material de Estudo - DAF

26

recursos ao longo de um dado período.” Uma das maiores dificuldades

encontradas na realização do orçamento de caixa é a lidar com estimações e

preferências de riscos. A essência deste orçamento é avaliar a magnitude, da

distribuição no tempo e do risco dos fluxos de caixa.

A expressão capital de giro diz respeito aos ativos e passivos de curto

prazo da empresa. A administração correta deste capital garante que a

empresa não tenha que interromper suas operações por falta de recursos. O

capital de giro é responsável pelo crescimento ou impedimento dele na

empresa, e o itens que o compõe devem ser examinados constantemente.

Conforme Telo (web, 2004) “Estrutura de capital é a forma pela qual a empresa

obtém o financiamento de que necessita para sustentar seus investimentos a

longo prazo.” A estrutura financeira de uma empresa é a combinação

específica de capital de terceiros de longo prazo e capital próprio que a

empresa utiliza para financiar suas operações. A empresa deve se preocupar

em primeiro lugar com quanto deve tomar emprestado. Em segundo lugar,

deve identificar quais são as fontes menos dispendiosas de fundos para a

empresa.

As empresas costumam captar recursos de mais de uma fonte e sempre

analisam de forma minuciosa varias opções pois as despesas associadas a

capitação de financiamentos a longo prazo são expressivas.

CONCLUSÃO

O assunto abordado no artigo é, atualmente, uma condição essencial

para alavancar o sucesso empresarial. Não existe mais lugar para a

improvisação na empresa. É preciso ser profissional, identificar e ate mesmo

prever dificuldades existentes num empreendimento e formular uma política

empresarial que atenda a todos estes fatores levando a empresa a ter um

crescimento sustentável.

O planejamento financeiro possui uma série de pontos a serem

analisados á administração financeira, os quais são de extrema importância

para a elaboração do mesmo e necessário para dar mais segurança quanto a

sua eficácia, os quais estão o planejamento financeiro a longo prazo,

planejamento financeiro a curto prazo, planejamento de fluxo caixa, e um dos

mais importantes, o planejamento do lucro, dentre outros a serem

mencionados.

O planejamento financeiro deve ser cautelosamente analisado e

discutido entre os envolvidos até que se chegue a um censo comum. O

Page 27: Material de Estudo - DAF

27

processo não deve ser uma atividade mecanizada, apesar dos avanços da

tecnologia que trouxeram uma agilidade indiscutível ao processo com o uso,

por exemplo, de planilhas eletrônicas e gráficos estatísticos. Olhando para o

Planejamento financeiro pode se dizer que ele, tornou-se um requisito de suma

importância para que os planos financeiros da empresa obtenham um

desempenho eficaz e um papel relevante para o funcionamento e prosperidade

da organização, tornando assim a empresa mais segura e estável dando maior

liquidez em suas operações financeiras e um maior prestigio com relação as

concorrentes.

De extrema importância para o desenvolvimento da empresa, a análise

financeira deve passar por duas etapas:

- Estabelecimento de indicadores financeiros que permitam conhecer as

condições financeiras relacionadas ao negócio;

- Estimativa do resultado da empresa, a partir de dados projetados, bem

como uma projeção do capital necessário para começar a atividade, pois será

necessário fazer investimentos em local, em equipamentos, em materiais e em

despesas diversas para a instalação e o funcionamento inicial da empresa.

Projeção de capital

- Investimentos fixos – Verifique o montante de recursos necessários

para a implantação de toda a infra-estrutura física do projeto (aquisição do

ponto, máquinas, equipamentos e instalações, móveis e utensílios etc.).

- Capital de giro – Lembre-se de todos os recursos necessários ao

financiamento do ciclo operacional da empresa, ou seja, aquisição de

mercadorias, matéria-prima, financiamento a clientes etc. É preciso dispor de

dinheiro em caixa ou no banco. Vale lembrar que vendas à vista, aumento de

prazos para pagamentos aos fornecedores, redução de estoques em níveis

aceitáveis e maior rotação de estoques diminuem a necessidade de capital de

giro.

- Faturamento – Ao projetar as quantidades para vendas de produtos ou

serviços, é preciso multiplicá-las pelo preço de venda. A projeção do

faturamento deve ser resultante do potencial de mercado, da capacidade

produtiva e da força de vendas da empresa.

- Custos fixos – É extremamente importante conhecer os custos que

fazem parte da estrutura da empresa (por exemplo: aluguel de imóvel,

Page 28: Material de Estudo - DAF

28

honorários do contador, salários do pessoal administrativo, encargos). Esses

custos independem da ocorrência de vendas.

- Custos variáveis – Liste todos os custos que variam diretamente com

quantidade de vendas. Para cada segmento, deve-se verificar os tributos que

incidem diretamente sobre o preço de venda a ser praticado na

comercialização do produto ou prestação de serviços.

- Custo do produto por unidade – Para calcular esse custo, é necessário

somar todos os custos utilizados para produção, vendas ou prestação de um

serviço (custo direto + despesas operacionais).

- Preço de venda – Deve levar em conta o custo do produto, o custo de

comercialização e a margem de lucro desejada.

- Lucro líquido – É o valor que sobra das vendas menos todos os custos

e despesas. O lucro líquido tem por objetivo remunerar o investimento feito na

empresa.

Page 29: Material de Estudo - DAF

29

Balancete

Um balancete é um instrumento financeiro utilizado para visualizar a lista

do total dos débitos e dos créditos das contas de uma empresa, juntamente

com o saldo de cada uma, o que permite estabelecer um resumo básico de um

estado financeiro.

A elaboração de um balancete possibilita confirmar que a

contabilidade de uma empresa está bem organizada e ainda aferir sobre a

saúde financeira da companhia.

A elaboração de um balancete começa com a realização das somas dos

registos de cada conta, tanto no débito, como no crédito. Seguidamente,

obtém-se o saldo de cada conta, que consiste na diferença entre o débito e o

crédito. No final, as somas e os saldos obtidos são transferidos para o balanço.

O balancete é muito importante, pois permite ao empresário

conhecer com precisão o estado financeiro da sua empresa, para poder

tomar as decisões que julgar mais acertadas no futuro.

No fundo, um balancete trata-se de um quadro recapitulativo de todas as

contas, onde está a soma dos créditos e dos débitos de cada conta, bem como

os respectivos saldos. Há vários tipos de balanços, pois são instrumentos

importantes de informação financeira de uma empresa.

Por vezes, a administração fiscal pode solicitar os balancetes para

verificação fiscal. No caso de empréstimos bancários, a banca pode pedir

igualmente os balancetes para análise financeira.

Há 3 tipos de balancetes: geral, razão e analítico. Apesar de não ser

obrigatório, o balancete é um documento incontornável, não só para apresentar

os mapas de síntese obrigatórios, como para tomar decisões de gestão que se

impõem ao longo de todo o exercício, baseadas nos resultados provisórios.

Por outro lado, o balancete é um instrumento de controlo importante

porque é um quadro recapitulativo, o que permite verificar se não foi cometido

qualquer erro nos procedimentos contabilísticos.

Page 30: Material de Estudo - DAF

30

Impostos

Definição e fins

Impostos são valores pagos, realizados em moeda nacional (no caso do

Brasil em reais), por pessoas físicas e jurídicas (empresas). O valor é

arrecadado pelo Estado (governos municipal, estadual e federal) e servem para

custear os gastos públicos com saúde, segurança, educação, transporte,

cultura, pagamentos de salários de funcionários públicos, etc. O dinheiro

arrecadado com impostos também é usado para investimentos em obras

públicas (hospitais, rodovias, hidrelétricas, portos, universidades, etc).

Os impostos incidem sobre a renda (salários, lucros, ganhos de capital)

e patrimônio (terrenos, casas, carros, etc) das pessoas físicas e jurídicas.

A utilização do dinheiro proveniente da arrecadação de impostos não é

vinculada a gastos específicos. O governo, com a aprovação do legislativo, é

quem define o destino dos valores, através do orçamento.

Os impostos no Brasil

O Brasil tem uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo.

Atualmente, ela corresponde a, aproximadamente, 37% do PIB (Produto

Interno Bruto).

Lista dos principais impostos cobrados no Brasil são:

Federais

- IR (Imposto de Renda) - Imposto sobre a renda de qualquer natureza.

No caso de salários, este imposto é descontado direto na fonte.

- IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados.

- IOF - Imposto sobre Operações Financeiras (Crédito, Operações de

Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários).

- ITR - Imposto Territorial Rural (aplicado em propriedades rurais).

Estaduais

- ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.

- IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (carros,

motos, caminhões)

Page 31: Material de Estudo - DAF

31

Municipais

- IPTU - Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (sobre

terrenos, apartamentos, casas, prédios comerciais)

- ITBI - Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens e Imóveis e de

Direitos Reais a eles relativos

- ISS - Impostos Sobre Serviços

Page 32: Material de Estudo - DAF

32

Imunidade Tributária EJ

Introdução

Uma Empresa Júnior é uma associação sem fins lucrativos e, devido a

isso, pode possuir imunidade tributária concedida pelo governo. Além de não

visar o lucro, a Empresa Júnior contém uma finalidade educacional, objetivando

proporcionar conhecimento e experiência a seus membros, qualidades que a

difere das demais empresas.

Tendo em vista as características peculiares de uma entidade como esta

e sua importância para a sociedade, a presente pesquisa busca analisar a

imunidade tributária das Empresas Juniores e, para isso, necessita esclarecer

o que é uma associação, bem como o que se entende por Empresa Júnior,

para, a partir disso, compreender o conceito de imunidade tributária e

posteriormente relacioná-la às Empresas Juniores, alcançando, então, o

propósito desse projeto.

1. Associação

Associação é uma entidade jurídica de direito privado composta pela

união de pessoas físicas ou jurídicas que possuem um objetivo comum, que

não visa lucro. De acordo com art. 53 do Código Civil: “Constituem-se as

associações pela união de pessoas que se organizem para fins econômicos”.

Sendo esta constituída na Assembleia Geral de Constituição, deve

necessariamente conter um estatuto, associados (diretores, conselheiros,

trainees, etc.), registro da entidade, uma sede provisória, onde deverão ser

realizadas Assembleias com seus membros, definindo as linhas de ações e

políticas e tudo o que for discutido, registrado em uma Ata.

Seus associados não possuem direitos e obrigações recíprocas,

possuem seus objetivos com cunho artístico, beneficente, religioso, cultural,

educativo, entre outros, ou seja, objetivos que não visam dividir os resultados

para os associados e, além disso, possuem liberdade garantida pela

Constituição Federal de associação para fins lícitos. Entende-se então que esta

Page 33: Material de Estudo - DAF

33

realiza negócios para aumentar ou manter seu patrimônio, gerando um retorno

para a sociedade e não proporcionando ganhos para os membros.

Seu patrimônio tem por base a contribuição dos sócios, doações,

rendimento de suas aplicações, cobranças por alguns serviços prestados, mas

nunca visando o lucro, possui apenas o objetivo de se manter.

Em relação ao imposto de renda de pessoas jurídicas sem fins

lucrativos, podem ser imunes (concedida pela Constituição Federal) ou isentas

(concedida pelas leis ordinárias).

O associado pode ser excluído apenas com justa causa, de acordo com

o estabelecido no estatuto, com motivos graves e com a deliberação da maioria

absoluta dos membros presentes na Assembleia que definirá esse fim, sendo

que este tem direito ao contraditório e à ampla defesa.

Em relação ao associado querer se retirar da entidade, este pode fazê-lo

sem impedimentos, ao menos que esteja expresso no estatuto certas

condições pra isso, como cumprir o que já foi assumido por ele. Ou seja, não

se pode obrigar um membro a continuar filiado à associação.

Se a entidade for dissociada, seus bens remanescentes serão

transferidos para uma entidade estabelecida no estatuto, que também não

possui fins econômicos, ou se não tiver estabelecido, para instituições

municipais, estaduais ou federais escolhidas pelos membros, e que possuam

fins semelhantes.

2. Empresa júnior

Primeiramente é interessante destacar a história das Empresas Juniores

e sua criação no mundo e no Brasil, para posteriormente passar às

características específicas delas, com seus objetivos, composição, valores etc.

Por fim será destacado o que se realiza em uma EJ, suas influências e

responsabilidades.

Existem relatos de que as primeiras Empresas Juniores surgiram no ano

de 1967, em Paris, França. Os alunos criaram uma então inédita Empresa

Júnior: associação que proporcionasse uma realidade empresarial e prestasse

serviços de consultoria para empresas de mercado ali da região das

proximidades de Paris. O conceito depois se espalhou pela França, em seguida

Page 34: Material de Estudo - DAF

34

pelas escolas superiores de tal país e posteriormente para universidades

mundo afora.

Em se tratando de Brasil, o conceito de Empresa Júnior chega ao país

no fim da década de oitenta, como algo revolucionário, chegando a ter certa

resistência para se efetivar. Surgem então por esses anos as primeiras

Empresas Juniores no Brasil: em 1988, nasce a Empresa Júnior Fundação

Getúlio Vargas, pioneira no país. Depois da pioneira, muitas outras Empresas

Juniores foram criadas por diversas universidades brasileiras como a EJUR, da

Unesp Franca, a primeira Empresa Júnior Jurídica do mundo.

Mas afinal o que é uma Empresa Júnior? Uma EJ nada mais é do que

uma associação civil sem fins lucrativos e com objetivos educacionais, de

alunos que estão no ensino superior ou em algum curso técnico. Uma das

metas é possibilitar o aprimoramento técnico na área especializada através de

trabalho e projetos de diversos cunhos (científicos, sociais, tecnológicos etc.),

aumentando o crescimento pessoal e humano desses alunos através da

resolução de problemas práticos, normalmente requisitados por empresas da

região ou até de outras EJs. Além disso, as Empresas Juniores têm o papel de

dar experiência de mercado aos seus membros, que assim, não só atingem

seu objetivo ao entrar nessa associação, mas também contribuem para o

desenvolvimento do empreendedorismo em sua região.

É bom ressaltar que as EJs se encaixam no terceiro setor da economia e

é por isso que possuem custos operacionais reduzidos e menor tributação

(muitas vezes são isentas de impostos), podendo oferecer, assim, serviços de

qualidade a um custo baixo para, principalmente, o mercado de micro e

pequenas empresas, que normalmente não têm acesso à consultoria sênior e

enfrentam certas dificuldades em suas gestões. Dessa forma, as EJs têm como

objetivos proporcionar ao estudante aplicação prática de conhecimentos

teóricos relativos à área de formação profissional específica da EJ; intensificar

o relacionamento entre empresa e universidade ou curso técnico ; abrir portas

para o mercado de trabalho e contribuir com a sociedade fornecendo serviços

de qualidade a preços adequados.

Mas afinal, o que é feito quando se entra em uma EJ? Normalmente ao

se entrar numa Empresa Júnior o estudante adquire um cargo básico, que lhe

dá oportunidades de fazer tarefas não muito complicadas, como no caso da

Page 35: Material de Estudo - DAF

35

citada ‘’EJUR’’ tal cargo é denominado ‘’trainee’’ e são feitos projetos como:

minicursos, palestras, elaboração de estatutos, simpósios, revisão de

regimentos, dentre outros...

Muitos destes trabalhos geralmente são auxiliados professores de suas

universidades. Em suma, em uma Empresa Júnior os alunos adquirem um

conhecimento básico e prático voltado para a área de atuação da EJ .

Por tudo isso as Empresas Juniores adquiriram um papel inovador no

âmbito acadêmico, obtendo grande influência com quem interagem, tendo,

portanto, uma correspondente responsabilidade profissional e social a serem

seguidas.

3. Imunidade tributária

Imunidade tributária é uma limitação imposta pela Constituição ao poder

de tributar, a qual impede a ocorrência do fato gerador do tributo e

consequentemente a relação obrigacional não se forma.

O art.150, inciso VI da Constituição Federal estabelece imunidade

apenas quanto aos impostos, dispondo sobre as instituições que se beneficiam

deste instituto: “a) patrimônio, renda ou serviços uns dos outros; b) templos de

qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviço dos partidos políticos, inclusive

suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de

educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos

da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão”.

Enquanto que os parágrafos seguintes explicam e condicionam as declarações

presentes no inciso ao qual nos referimos: “§ 2º. A vedação do inciso VI, a, é

extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder

Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a

suas finalidades essenciais ou às leis decorrentes; § 3º - As vedações do inciso

VI, (a), e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos

serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas

normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja

contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera

o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem

imóvel; § 4º. As vedações expressas no inciso VI alíneas b e c, compreendem

Page 36: Material de Estudo - DAF

36

somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades

essenciais das entidades nelas mencionadas.”

O reconhecimento de imunidade tributária não precisa de ato por parte

do governo, basta à adequação aos requisitos exigidos, os quais não podem

ser regulados por lei ordinária ou inferior, pois só podem ser estabelecidos por

lei complementar. A lei complementar que traz imposições às imunidades

dessas entidades é o Código tributário nacional e qualquer restrição a respeito

desse assunto que não for feita por lei complementar não é válida, pois é

inconstitucional e nula.

Há determinadas condições nas quais não incide a tributação por

imunidade, tendo em vista esta depende do preenchimento dos requisitos

estabelecidos em lei complementar. Tais requisitos, como explicitado

anteriormente, se encontram no artigo 14 do CTN, que estabelece para as

referidas entidades: “I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou

de suas rendas, a qualquer título; II - aplicarem integralmente, no País, os seus

recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem

escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades

capazes de assegurar sua exatidão; § 1º Na falta de cumprimento do disposto

neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender

a aplicação do benefício; § 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso

IV do artigo 9º são exclusivamente, os diretamente relacionados com os

objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos

respectivos estatutos ou atos constitutivos.”[6]

O governo concede a imunidade a essas entidades em razão destas

realizarem atividades que atendem às demandas dos interesses coletivos,

servindo assim como fornecedoras de equipamentos e serviços, promovendo o

interesse da sociedade. Dessa forma, as entidades sem fins econômicos e de

interesse coletivo, como associações e fundações, prestam serviços que a

própria Constituição declara como direitos de todos e dever do próprio Estado,

portanto seria contraditório impor tributação a elas, assim como não teria

sentido cobrar impostos de pessoas jurídicas de direito privado que cuidam,

sem objetivo econômico, de questões públicas relacionadas à saúde, meio

ambiente, assistência social, entre outras que são deveres do Estado e

deveriam ser supridos com o recurso proveniente dos impostos.

Page 37: Material de Estudo - DAF

37

Uma entidade sem fins lucrativos é aquela que não apresenta superávit

de contas, ou a que utiliza estes ganhos para seu próprio funcionamento e

desenvolvimento, visando à realização de suas finalidades, as quais beneficiam

a sociedade.

A imunidade também abrange bens que não sejam usados diretamente

pela organização, mas que se destinam para o cumprimento de seus objetivos,

como por exemplo: aluguéis e resultados de aplicações financeiras. Mesmo

que imune, a instituição deve apresentar declaração de imposto de renda e se

não a fizer poderá ser penalizada com multa administrava e aparecer como

inadimplente nos órgãos públicos federais.

Contudo, uma entidade de direito privado sem fins econômicos pode ser

passível de, sobre seus bens, serviços, rendas, sofrer tributação. A imunidade

e a isenção não se aplicam a toda renda auferida por essas entidades, desse

modo, estará fora da abrangência de tributação somente o que se relaciona

com as finalidades essenciais das associações sem fins lucrativos; sendo

assim, os rendimentos e os ganhos de capital arrecadados em aplicações

financeiras, por exemplo, não estão abrangidos pela imunidade ou pela

isenção.

4. Isenção e imunidade tributária

Para entender melhor essa questão, é necessário discutir sobre as

definições de cada um desses termos e o modo como eles realmente se

aplicam, a fim de compreender melhor os pontos comuns e divergentes entre

eles.

Imunidade tributária apresenta-se como uma vedação de cobrança de

tributo, a qual possui garantia constitucional, dessa forma, apresenta um

caráter permanente. Essa garantia é concedida às associações e fundações

sem fins lucrativos, podendo extrair-se daí a justificativa para a aplicação dessa

imunidade: considerando-se que essas associações e fundações prestam um

serviço à comunidade, o qual teoricamente seria de atribuição do Estado, seria

absurdo querer impor a elas qualquer tipo de tributação, visto que ajudam o

próprio aparelho estatal a manter o bem-estar social, prestando um serviço que

constitucionalmente seria dever do Estado. A renúncia, portanto, em cobrar um

Page 38: Material de Estudo - DAF

38

tributo não pode ser considerada um favor. É na verdade uma forma justa de

compensar o particular por um serviço prestado à comunidade.

De forma diferente apresenta-se a isenção, a qual se configura como

uma desobrigação de pagar tributo, concedida pelo Estado a um particular, em

certas situações especiais, mas que diferentemente da imunidade, é regulada e

garantida por lei infraconstitucional, possuindo um caráter transitório. Dessa

forma, a isenção caracteriza-se por um favor legal concedido, e abrangendo

qualquer espécie de tributo.

Entretanto, ao instituir-se uma isenção, esta deve observar alguns

aspectos necessários para que tenha validade. São eles:

- Deve ser estabelecida por meio de lei infraconstitucional, como já foi

visto;

- A lei que estabelece a isenção deve ser atribuída à mesma pessoa

competente para instituir o tributo de cuja exoneração se trate;

- É vedada pela constituição a isenção instituída por pessoa diferente da

competente para estabelecer o tributo do qual se trata;

- A isenção concedida deve ser fundada em razões de interesse público,

sob o risco de violar-se o princípio da isonomia;

- A lei de isenção deve identificar precisamente o tributo ao qual se

refere e às condições necessárias a sua aplicação;

As isenções possuem ainda algumas espécies, podendo ser subjetivas,

objetivas, técnicas e políticas, mas não cabe nesse trabalho uma discussão

mais aprofundada sobre essas classificações.

5. Pontos em comum e as principais diferença

Após essas definições e a breve explicação sobre isenção e imunidade

tributária, podemos traçar com maior facilidade as características comuns entre

elas:

- Ambas estabelecem a incompetência para tributar;

Page 39: Material de Estudo - DAF

39

- São exceções à regra, que só fazem sentido em combinação com a

norma atributiva de competência tributária (no caso da imunidade) e da

hipótese de incidência tributária (no caso da isenção);

- Justificam-se como formas de garantia de fins constitucionais.

Da mesma forma, é possível observar melhor as principais diferenças

entre os dois conceitos:

- A imunidade é garantida pela própria Constituição; já a isenção é

garantida e regulada por meio de lei infraconstitucional, com ou sem suporte

expresso em preceito constitucional;

- A norma que concede a imunidade situa-se no plano da definição da

competência tributária; a isenção, por outro lado, situa-se no plano do exercício

da competência tributária;

- A norma que concede a imunidade, por se tratar de cláusula pétrea, só

poderá ser eliminada por meio do exercício de um poder constituinte originário;

já a isenção, quando eliminada a lei que a institui, restabelece-se a eficácia da

lei anterior que havia instituído o tributo, observando os princípios cabíveis;

Por fim, na imunidade, não ocorre o fato jurídico tributário pelo fato de

não existir a possibilidade de formulação da hipótese de incidência. Já na

isenção não ocorre o fato imponível devido ao fato de que o legislador

competente, mediante norma diversa, impediu a atuação da hipótese de

incidência em relação a um ou alguns de seus aspectos.

6. Imunidade tributária das empresas juniores

Como já foi exposto, a Empresa Júnior é uma associação civil sem fins

lucrativos criada e administrada por um grupo de alunos da graduação, que

visam objetivos em comum. Sendo que entre estes objetivos se encontram

principalmente: a profissionalização em determinada área, da qual está

relacionada a empresa e o crescimento pessoal dos membros.

Relacionado ao fato de não possuir fins econômicos, a empresa utiliza

da receita advinda de projetos para reinvestir dentro da mesma, não podendo

Page 40: Material de Estudo - DAF

40

dessa forma, distribuir o valor entre os integrantes. Além disso, possui custos

acessíveis por serviços de qualidade, quando comparada a outras empresas

de mesma função.

É possível citar também a prestação de serviços de utilidade pública

pela empresa, e tendo isto reconhecido e provado a empresa adquire inúmeros

privilégios, entre eles, pode adquirir imunidade tributária.

Para ser reconhecida como utilidade pública nas esferas Federal,

Estadual e Municipal, a Empresa Júnior deve encaminhar uma petição

requerendo a imunidade tributária. Porém, obter sua concessão possui certa

dificuldade.

O fenômeno da imunidade tributária difere do caráter usual da

Constituição, que concede o direito de cobrar tributos a determinadas

instituições definidas em lei. Nele, pode haver um impedimento do fato gerador

do tributo, desvinculando, assim, a relação obrigacional. Ou seja, a empresa

que conseguir adquirir a imunidade tributária é excluída de pagar qualquer tipo

de tributo.

Para consegui-la é necessário que a empresa se adeque aos requisitos

estabelecidos em lei complementar, que se encontram no artigo 14 do CTN, já

citado anteriormente.

A imunidade a essas empresas pode então, estar vinculada ao fato de

prestarem serviços que estão previstos como direitos dos indivíduos e que

cabia ao Estado cumpri-los, como indica a Constituição Federal. Dessa forma,

cobrar impostos às empresas juniores seria contraditório, já que estas trazem

grandes retornos contributivos à sociedade.

Conclusão

As Empresas Juniores são muito importantes para a sociedade

porquanto realizam atividades de interesses coletivos, baseados em sua área

específica de atuação fornecendo equipamentos e serviços. Em razão disso, o

governo concede imunidade tributária – desobrigação de pagar tributos

permanentemente conforme disposições constitucionais – às Empresas

Juniores em relação a alguns tributos, como uma forma de incentivar essas

Page 41: Material de Estudo - DAF

41

associações sem fins lucrativos e com finalidades educacionais a se

perpetuarem.

O reconhecimento da imunidade tributária não precisa de ato do

governo, basta a instituição se enquadrar nos requisitos exigidos – caso das

Empresas Juniores - e estes se encontram no artigo 14 do Código Tributário

Nacional. Por fim, é importante ressaltar que a imunidade tributária não incide

sobre toda a renda das EJs, mas somente ao que se relaciona às suas

atividades essenciais.

Page 42: Material de Estudo - DAF

42

Tributação

Tributação consiste no encargo financeiro que o estado impõe ao

contribuinte (pessoa física e jurídica) sobre os dividendos dos mesmos.

O não pagamento do tributo acarreta punições e penalizações de vários

níveis.

A tributação é a cobrança de impostos é, na prática, uma coleta de

dinheiro feita pelo governo para pagar suas contas. Uma forma de medir o

impacto dessa coleta é compará-la com o Produto Interno Bruto (PIB), ou seja,

a soma das riquezas produzidas pelo país em um ano. Essa relação entre

impostos e PIB é chamada de carga tributária.

Page 43: Material de Estudo - DAF

43

Contrato

“Todo homem apenas faz o que deseja e, portanto, age de modo

necessário. E a razão está no fato de que ele é já aquilo que quer: porque tudo

o que ele faz decorre naturalmente do que é”.

Artur Shcopenhauer, filósofo alemão, inseriu a parêmia em sua obra “O

Livre Arbítrio” e quando li a oração veio imediatamente à mente a vontade de

escrever algo que se relacionasse com o tema “Contratos” que ocupa grande

parte de nossa legislação civil e que tem sido objeto de variados compêndios

de Direito de grandes mestres da literatura correlata.

E por que essa correlação? É simples. Ao ente humano é possível

contratar livremente. A lei (artigo 82, do Código Civil Brasileiro) apenas

estabelece que ao contratar (trata-se de um ato jurídico) é necessário que as

partes tenham capacidade de exercício, que o objeto seja lícito e que tenha

forma prescrita ou não proibida pela lei. Apenas estes três requisitos.

Contrato, do latim “contractu”, é trato com. É a combinação de interesses

de pessoas sobre determinada coisa. É “o acordo de vontades que tem por fim

criar, modificar ou extinguir um Direito”, como afirmado pelo Mestre Washington

de Barros Monteiro. Ulpiano, corretamente afirmou que: “duorum pluriumve in

idem placitum consensus”, vale dizer contrato é mútuo consenso de duas ou

mais pessoas sobre o mesmo objeto.

Além das condições para sua validade o contrato possui, ainda, três

princípios básicos : que a vontade seja autônoma, significando, aí, a liberdade

das partes na estipulação do que melhor lhes convenha; ainda, o princípio da

supremacia da ordem pública ou seja a vontade das partes tem como limite os

termos da legislação pertinente à matéria, aos princípios da moral e da ordem

pública e, finalmente o da obrigatoriedade, donde o velho axioma de a avença

fazer lei entre as partes (pacta sunt servanda).

Em nosso tempo caracteriza-se o contrato, efetivamente como o negócio

jurídico (espécie de ato jurídico) bilateral que tem por finalidade gerar

obrigações entre as partes.

A legislação relativa aos contratos está contida nos artigos 1079 a 1504

do Código Civil. E é interessante ressaltar que a lei pátria não conceitua

Page 44: Material de Estudo - DAF

44

contrato, como faz, por exemplo, o Código Francês, no artigo 1101 e o

Argentino, no artigo 1137.

Analisada a questão conceitual, gostaria de exibir a classificação dos

contratos por entender que tal fato é de capital importância para a interpretação

e a definição da obrigação das partes.

Vejamos a classificação:

CONTRATOS BILATERAIS (OU SINALAGMÁTICOS) E UNILATERAIS:

nos bilaterais nascem obrigações recíprocas; os contratantes são

simultaneamente credores e devedores do outro, pois produz direitos e

obrigações, para ambos, sendo, portanto, sinalagmáticos. Na compra e venda,

por exemplo, o vendedor está obrigado a entregar o bem, assim que recebe o

preço ajustado. Ressalte-se que nesta espécie de contrato à vista, não pode

um dos contratantes, antes de cumprir a sua obrigação, exigir o cumprimento

da do outro (excepeito non adimpleti contractus). Nos unilaterais, só uma das

partes se obriga em face da outra. Nestes, um dos contratantes é

exclusivamente credor, enquanto o outro é devedor. É o que ocorre na doação

pura, no depósito e no comodado.

ONEROSOS E GRATUITOS: Os autores diversificam suas opiniões no

tocante à discriminação: quais são os contratos a título gratuíto e quais os

contratos a título oneroso? Objetivando a identificação, norteia-se pela utilidade

proporcionada pelos contratos, enquanto outros fundam no ônus a respectiva

diferenciação. São aspectos da doutrina, que não trarei aqui à colação. Os

onerosos são aqueles que por serem bilaterais trazem vantagens para ambos

os contraentes, pois estes sofrem um sacrifício patrimonial correspondente a

um proveito almejado, como por exemplo, na locação em que o locatário paga

o aluguel para usar e gozar do bem e o locador entrega o que lhe pertence

para receber o pagamento. Os gratuitos, ou benéficos, são aqueles em que só

uma das partes obtém um proveito, podendo este, por vezes, ser obtido por

terceira pessoa, quando há espitulação neste sentido, como na doação pura e

simples.

Page 45: Material de Estudo - DAF

45

COMUTATIVOS E ALEATÓRIOS: o comutativo é o tipo em que uma das

partes, além de receber da outra prestação equivalente a sua, pode apreciar

imediatamente essa equivalência. No momento da formação, ambas as

prestações geradas pelo contrato estão definidas, como na compra e venda.

Aleatório é o contrato em que as partes se arriscam a uma contraprestação

inexistente ou desproporcional, como no contrato de seguro e no emptio spei:

contrato de aquisição de coisas futuras, cujo risco de elas não virem assume o

adquirente.

CONSENSUAIS OU REAIS: consensuais são os que se consideram

formados pela simples proposta e aceitação. Reais são os que só se formam

com a entrega efetiva da coisa, como no mútuo, no depósito ou no penhor. A

entrega, aí, não é cumprimento do contrato, mas detalhe anterior, da própria

celebração do contrato. Observe-se que a doutrina moderna critica o conceito

de contrato real, mas a espécie ainda é inafastável diante do nosso direito

positivo vigente. Os contratos reais são comumente unilateriais posto que se

limitam à obrigação de restituir a coisa entregue. Excepcionalmente, podem ser

bilaterais, como acontece no contrato de depósito remunerado: a importância

prática está em que, enquanto não entregue a coisa, não há obrigação gerada.

5. CONTRATOS NOMINADOS E INOMINADOS: Os nominados,

também chamados típicos, são espécies contratuais que possuem

denominação (nomem iuris) e são regulamentados pela legislação. Segundo

Maria Helena Diniz ”o nosso Código Civil rege e esquematiza dezesseis tipos

dessa espécie de contrato: compra e venda, troca, doação, locação,

empréstimo, depósito, mandato, gestão, edição, representação dramática,

sociedade, parceria rural, constituição de renda, seguro, jogo e aposta, e

fiança”.Os inominados ou atípicos são os que resultam da consensualidade,

não havendo requisitos definidos na lei, bastando para sua validade que as

partes sejam capazes (livres), o objeto contrato seja lícito, possível e suscetível

de apreciação econômica.

6. SOLENES E NÃO SOLENES: anote-se aqui que a classificação

doutrinária se preocupou com a forma pela qual se dá o consentimento das

Page 46: Material de Estudo - DAF

46

partes.Os solenes , também chamados formais, são contratos que só se

aperfeiçoam quando o consentimento das partes está perfeitamente adequado

pela forma prescrita na lei, objetivando conceder segurança a algumas

relações jurídicas. De regra, a solenidade se exige na lavratura de documentos

ou instrumentos (contrato) público, lavrado nos serviços notariais (cartório de

notas), como na escritura de venda e compra de imóvel que é, inclusive

pressuposto para que o ato seja considerado válido.Os não-solenes, ou

consensuais, são os que se perfazem pela simples anuência das partes. O

ordenamento legal não exige forma especial para que seja celebrado, como no

contrato de transporte aéreo.

7. PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS: os principais são os que existem

por si, exercendo sua função e finalidade independentemente da existência de

outro.Os acessórios (ou dependentes) são aqueles que só existem porque

subordinados ou dependentes de outro, ou para garantir o cumprimento de

determinada obrigação dos contratos principais, como a caução e a fiança.

8. PARITÁRIOS E POR ADESÃO: os paritários são contratos em que

as partes estão em situação de igualdade no que pertine ao princípio da

autonomia de vontade; discutem os termos do ato do negócio e livremente se

vinculam fixando cláusulas e condições que regulam as relações contratuais.

Os contratos por adesão se caracterizam pela inexistência da liberdade de

convenção, porque excluem a possibilidade de debate ou discussão sobre os

seus termos; um dos contratantes se limita a aceitar as cláusulas e condições

previamente redigidas pelo outro, aderindo a uma situação contratual que já

está previamente definida. Ressalte-se se tratar de um cliché contratual,

segundo normas de rigorosas, que alguém adere, aceitando os termos como

postos, não podendo fugir, posteriormente do respectivo cumprimento. Nos

contratos de adesão, eventuais dúvidas oriundas das cláusulas se interpretam

em favor de quem adere ao contrato (aderente). O Código de Defesa do

Consumidor, em seu artigo 54, oferece o conceito e dispõe sobre a admissão

de cláusula resolutória. São espécies deste tipo de contrato, o seguro, o

contrato de consórcio e o de transporte.

Page 47: Material de Estudo - DAF

47

É verdade que esta é uma das formas de classificação, observando-se

que existem outras de acordo com o entendimento dos doutrinadores, com a

anotação final de que o mesmo contrato pode catalogar-se em várias

classificações.

O importante é relembrar que a matéria a respeito, como dito alhures, é

extensa e a previsão está contida nos artigos 1079 a 1504 do Código Civil.

Page 48: Material de Estudo - DAF

48

Bibliografia

http://www.fea.usp.br/conteudo.php?i=193

http://www.ecrconsultoria.com.br/biblioteca/artigos/gestao-financeira/a-

importancia-da-gestao-financeira

http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/gestao-

financeira-na-pratica/39071/

http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-

negocios/conhecendo-o-programa-5s/54135/

http://www.aliadaconsultoria.com.br/trabalho_5s.html

http://www.sebrae.com.br/momento/quero-melhorar-minha-empresa/entenda-

os-caminhos/analise-e-planejamento-financeiro/bia-35-analise-

financeira/BIA_35

http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/planejamento-

financeiro/29100/

http://www.suapesquisa.com/o_que_e/impostos.htm

http://www.ambito-

juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12500

http://www.advogado.adv.br/artigos/2000/ruibaciotti/contratos1.htm

http://servicos-bancarios.respostasfinanceiras.com.br/q/o-que-significa-

tributacao

Page 49: Material de Estudo - DAF

49