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INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS Materiais de Construções ÍNDICE ASSUNTO PÁGINA 1. Materiais de construção - Generalidades e Evolução Histórica ....................................... 2 2. Propriedades Gerais dos Materiais ............................................................ ......................... 5 3. Noções da Geologia ............................................................. ................................................. 9 4. Pedras Naturais ............................................................. ...................................................... 18 5. Normatização – órgãos e instrumentos normatizadores e normas técnicas ................ 30 6. Agregados miúdos ............................................................... ............................................... 33 7. Agregados graúdos .............................................................. ............................................... 35 8. Aglomerantes aéreos ............................................................... ........................................... 39 9. Cimentos ............................................................. ................................................................. 41 10. Argamassa ............................................................ ............................................................. 44 11. Concreto ............................................................. ................................................................ 49 1

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Page 1: Materiais de Construcões

INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS

Materiais de Construções

ÍNDICE

ASSUNTO PÁGINA

1. Materiais de construção - Generalidades e Evolução Histórica ....................................... 2

2. Propriedades Gerais dos Materiais ..................................................................................... 5

3. Noções da Geologia .............................................................................................................. 9

4. Pedras Naturais ................................................................................................................... 18

5. Normatização – órgãos e instrumentos normatizadores e normas técnicas ................ 30

6. Agregados miúdos .............................................................................................................. 33

7. Agregados graúdos ............................................................................................................. 35

8. Aglomerantes aéreos .......................................................................................................... 39

9. Cimentos .............................................................................................................................. 41

10. Argamassa ......................................................................................................................... 44

11. Concreto ............................................................................................................................. 49

12. Produtos cerâmicos .......................................................................................................... 56

13. Vidros ................................................................................................................................. 62

14. Polímeros ........................................................................................................................... 66

15. A madeira como material de construção ........................................................................ 69

16. Tintas .................................................................................................................................. 82

17. Vernizes .............................................................................................................................. 94

18. Bibliografia ......................................................................................................................... 97

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1. Materiais de construção - Generalidades e Evolução Histórica

Desde os primórdios, a história do Homem está interligada aos materiais. Essa ligação é

uma soma de todos os materiais que inventamos ou descobrimos, manipulamos, usamos e

abusamos; incluindo desde histórias de opulência e mistérios envolvendo materiais preciosos

(ouro e prata), histórias mundanas, como no caso do ferro e da borracha pelos seus aspectos

meramente industriais, passando por histórias de segurança e devastação ligadas aos

materiais atômicos e aos lixos doméstico, industrial e hospitalar não processados. Como

apresentação da primeira parte da relação Homem/Materiais, é feita um retrospecto que vai da

Idade da Pedra ao início da era moderna.

1.1. Generalidades

Quando elaboramos o projeto de uma obra devemos cuidar que a sua estrutura e todos

os demais elementos que a constituem, sejam satisfatórios do ponto de vista do tipo, da forma

e das dimensões.

Algumas generalidades dos materiais de construção, podem ser relacionadas às:

cerâmicas, elastômeros e polímeros, estruturas cristalinas e materiais fibrosos e laminados.

1.2. Evolução histórica

A relação estreita entre Homem e materiais se configurou tão significativa e importante,

como ainda se configura, que eras diferentes da humanidade receberam o nome do material

mais importante em cada uma delas desde a Idade da Pedra à Era dos Metais, passando pelas

eras batizadas com o nome da civilização dominante num dado período (períodos helênicos,

romanos, bizantinos e islâmicos), pela Era Moderna e chegando-se hoje ao que se tem

convencionado chamar de Era do Silício.

A datação de cada era é feita com base em achados arqueológicos e no material que

preponderava nesses achados e nos sítios arqueológicos onde foram encontrados. Sendo a

Arqueologia a ciência dos achados e a datação feita a partir de análises cujos resultados não

são muito precisos, o estabelecimento do início e da duração de cada era são sempre motivos

de controvérsias, de forma que, dependendo da fonte consultada, pode haver variações às

vezes significativas na distribuição cronológica de cada era.

As primeiras tentativas de estabelecimento dos períodos compreendidos por essas eras,

levando-se em consideração achados e análises superficiais, levaram ao estabelecimento da

sequência mostrada na imagem.

Análises posteriores mostraram que aquilo que era considerado feito de bronze, na

verdade, era feito de um metal que continha cobre (Cu) associado com impurezas como

arsênio (As).

Idade da pedra

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Conceitualmente, a Idade da Pedra é considerada como sendo o período que

compreende a aparição dos primeiros utensílios produzidos pelo Homem (700.000/600.000

A.C.) e o início da Era dos Metais. Esse período muito longo, que representa 98% do tempo da

existência do Homem na terra, para fins de uma melhor compreensão, é divido em dois

períodos principais: Paleolítico ou da Pedra Lascada e Neolítico ou da Pedra Polida.

No período Paleolíticos foram os Australoptecus os primeiros a desenvolverem a

primitiva técnica de manejo das pedras, seguidos pelo Homo erectus que desenvolveu as

técnicas do entalhe para a produção de machados.

Ainda no Paleolítico, no seu período médio, homídeos já pertencentes à mesma espécie

do homem moderno, Homo sapiens desenvolveram a técnica de entalhe de pedra. Isso tornou

possível a produção de artefatos mais elaborados como instrumentos para raspar, pontas e

lâminas cortantes a partir de pequenas lascas de pedra e de facas feitas de lascas de sílex.

Instrumento perfurante e faca de sílex típicos do Paleolítico

O período Neolítico não só foi caracterizado pelo espetacular crescimento técnico da

manipulação da pedra, o seu polimento, como e principalmente pelo desenvolvimento da

agricultura iniciada no período anterior. Dos machados, lanças, facas e pás primitivas, passou-

se a para objetos polidos, mais bem acabados e precisos que permitiram a utilização em maior

escala de ossos e de pedras como basalto e calcita na produção de artefatos domésticos e

agrícolas.

A prática da construção de casas durante o Neolítico apresentou algumas e marcantes

inovações tecnológicas. Dentre as inovações tecnológicas encontra-se a estratégia de

construção de casas pelo uso de argila reforçada por resíduos vegetais, que apresentavam

características à casa de taipa, ainda hoje presente no nordeste brasileiro.

Enquanto evidências da produção de alimentos, vestimentas e outras atividades da

sociedade do Período Neolítico não são encontradas, embora tenham existido, evidências para

a produção de artefatos de argila, como vasos cerâmicos e outros artigos figurativos, em

incipientes indústrias, a partir de argilas comuns ou de porcelana de forma independente em

regiões onde se encontram os atuais Japão, Rússia, China e Irlanda principalmente e mais

ainda, da intensa construção de moradias, principalmente, na região dos Bálcãs (antiga

Iugoslávia, o período compreendido entre 14.600 e 4.500 A.C

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Da dir. p/ esq.: 1. Vênus de Willenoorf, escultura do período Paleolítico. 2 e 3. Artefatos de pedra polida

Período Calcolítico e Eras do Bronze

A definição do início da Idade dos Metais não encerra em si o fim da discussão a

respeito da metalurgia . O período Calcolítico ainda apresentava uma forte presença das

características existentes nos fins da atualmente considerada Idade da Argila, agora com

inclusões de cobre seja no revestimento seja em pequenos detalhes decorativos. Na Média

Idade do Bronze (2.400 a 2.100/1.900 A.C.), os artefatos de bronze tomaram aspectos mais

elaborados.

Artefato cerâmico do Calcolítico contendo inclusões de

cobre pertencente à civilização Anatoliana Vazo usado em rituais no início da do bronze

Idade do Ferro

Convencionalmente, a Idade do Ferro é tomada como tendo iniciado ao final da Era do

Bronze prosseguindo até o início da dominação da Civilização Romana (1.200 a 586 A.C.). ao

contrário do cobre e suas ligas, os artefatos de ferro são drasticamente atacados pela corrosão

o que explica em parte a raridade de achados mais antigos. Além disso, achados datados da

Idade do Ferro são mais ricos em peças de ouro, prata e cerâmica do que propriamente de

ferro. Isso pode significar que o ferro, tendo sido utilizado em épocas anteriores, teria sido

substituído por metais como ouro e prata e por ligas de ferro (Fe) e carbono (C) (aços).

Joias encontradas em escavações realizadas em sítios arqueológicos da Idade do Ferro.

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Do Fim da Idade do Ferro ao Início da Era Moderna: A Idade do Aço

O período compreendido entre o fim da Idade do Ferro (586 A.C.) até o fim do último

período Islâmico ou início da Era Moderna (1918 D.C.) foi um período que se caracterizou, em

sua maior parte, por um declínio no progresso tecnológico, sobretudo no Ocidente. Mas as

batalhas decorrentes da expansão dos povos movidos pela necessidade de impor seu poder,

sua religião e sua cultura levaram ao adensamento populacional em locais mais abrigados de

ataques inimigos, o que fez com que as técnicas de construção de moradia assumissem

padrões que privilegiavam a segurança . assim, destacaram-se a madeira, a pedra trabalhada

para construção de fortes, castelos e cidadelas.

Fig. 01: Vazo cerâmico celta da Era do Ferro.

Fig. 2 e 3. Artefatos decorativos e ferramentas de ferro da Idade do Ferro.

Edificações da Idade Média.

2. Propriedades Gerais dos Materiais

De um modo geral os materiais podem ser:

a) contínuos (ausência de imperfeições, bolhas, etc);

b) homogêneos (iguais propriedades em todos os seus pontos), e

c) isótropos (iguais propriedades em todas as direções).

Qualidades que caracterizam e diferenciam os materiais:

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1. Dimensões: Ocupam um lugar no espaço;

2. Impenetrabilidade: Dois corpos não podem ocupar um mesmo lugar no espaço ;

3. Inércia: impede os corpos de modificarem, sozinhos, seu estado de repouso ou de

movimento;

4. Atração: Os corpos se atraem mutuamente. Determinados materiais apresentam

propriedades magnéticas. Por propriedade magnética se entende a capacidade que

um objeto tem de atrair outros objetos;

5. Porosidade: descontinuidade da matéria, ocorrência de vazios microscópicos ou não;

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6. Divisibilidade: é a propriedade que os corpos têm de se dividirem em partes cada vez

menores;

7. Indestrutibilidade: é a propriedade que a matéria tem de ser indestrutível.

8. Compressibilidade: consiste na capacidade de um corpo ou substância para reduzir o

seu volume quando se encontra submetido a pressões.

Massa Específica, Peso Específico e Densidade

Massa:

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Massa (M) é a quantidade de matéria de um corpo. É constante para um mesmo corpo,

esteja ele onde estiver. No Sistema Internacional – SI é indicada em Kg. Se medir é comparar

então, quando medimos a massa de um determinado objeto utilizando uma balança de dois

pratos, como mostrado na figura, fica evidente que medir é comparar.

Mas, por acaso não estamos querendo medir a massa de um objeto? Como estamos

comparando pesos? Na verdade, neste tipo de balança comparamos pesos: peso do objeto =

peso padrão. Como o Peso (P) é igual ao produto da massa pela aceleração da gravidade no

local (g), logo, podemos escrever:

Peso:

• Peso (P) = Força com que a massa de um corpo é atraída pela terra (gravidade =

variável, de local para local) P=M*g =M*9,81m/s² = Kg*m/s²

Para medir forças, um dos instrumentos utilizados é o dinamômetro de mola.

O dinamômetro de mola é constituído de uma mola helicoidal, tendo na sua extremidade

superior um cursor que desliza sobre uma escala previamente graduada quando o

dinamômetro é calibrado. Na outra extremidade da mola é aplicada a força (F) que se quer

medir.

Massa Específica:

Massa Específica (m) - é uma grandeza que mostra a relação entre a massa de um

corpo ou substância e o volume que esta massa ocupa no espaço. É calculada pela fórmula:

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Massa / Volume, e sua unidade no SI é kg/m³. Seu símbolo é a letra grega “µ” (mu).

Peso Específico e Densidade:

Peso especifico - Relação entre peso e volume γ =P/V (representado pela letra grega

“gama”).

Densidade

Densidade – é a relação entre a massa volumétrica (ou volúmica) da matéria em análise

e a massa volumétrica da matéria de referência (a água é geralmente tomada como

referência).

Picnômetro Densímetro Digital

É uma grandeza sem dimensões (adimensional), devido ao quociente entre dois

volumes. Quando se diz que um corpo tem uma densidade de 5, quer dizer que tem uma

massa volumétrica 5 vezes superior à da água (no caso dos sólidos e líquidos).

Massa volumétrica da água à pressão normal e à temperatura de 4 ºC, é máxima e igual

a 1,00 g/cm³).

3. Noções da Geologia

Geologia é a ciência que estuda a origem, a formação, a estrutura e a composição da

crosta terrestre, além das alterações sofridas por ela no decorrer do tempo.

Formação da terra

Os subsistemas terrestres:

a) Atmosfera: camada gasosa que envolve o planeta e, atualmente, é constituída por

uma mistura de gases, dos quais o azoto, o oxigênio, o árgon e o dióxido de carbono

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constituem 99,98% do seu volume. O vapor de água também é um constituinte da atmosfera,

cuja ocorrência pode variar no espaço e no tempo. Há ainda a considerar uma quantidade

considerável de partículas suspensas na atmosfera, constituídas por fumos, poeiras e matéria

orgânica, que podem ter uma origem natural ou ser causados pelo Homem. Este subsistema

protege a Terra dos efeitos das radiações solares e do bombardeamento das partículas sólidas

do espaço. Muitos dos meteoritos inflamam-se devido ao atrito provocado pela sua entrada nas

camadas que compõem a atmosfera.

b) Biosfera: conjunto de seres vivos que habitam o planeta. A biosfera, cuja parte

fundamental é a biomassa, inclui a cobertura vegetal e a fauna da superfície do globo, incluindo

o próprio Homem, a flora e a fauna dos oceanos. A existência de vida na Terra é um fato único

no Sistema Solar. De fato, ao longo da sua História, o planeta terra foi criando condições para

a origem e posterior manutenção das for¬mas de vida, que foram surgindo. Atualmente,

existem milhares de espécies diferentes de seres vivos, desde seres microscópicos até alguns

de grandes dimensões. Deste modo, a Terra apresenta uma elevada biodiversidade.

c) Hidrosfera: constituída pelos reservatórios de água que existem o planeta. A

hidrosfera compreende toda a água no estado líquido, que se encontra na superfície terrestre,

incluindo os oceanos, os mares, os lagos, os rios, os ribeiros, os riachos, a água existente no

subsolo e a água em estado sólido. A água é o recurso natural mais importante da Terra, pois é

essencial para a existência de qualquer forma de vida. As atividades humanas dependem da

água para a agricultura, indústria, produção de energia, saúde, desporto, divertimento, etc. Se

por um lado, a água é indispensável ao Homem, por outro lado a sua falta ou o seu excesso,

pode ser-lhe hostil ou até mesmo mortífera. Os oceanos absorvem a maior parte da radiação

solar que atinge a superfície do globo e, através das correntes oceânicas, esta energia é

distribuída por todo o planeta. A água é a substância comum a todos os subsistemas da Terra.

d) Geosfera: fração sólida do planeta (massas continentais e fundos oceânicos) bem

como os restantes materiais que se encontram no seu interior, separados em camadas, mais

ou menos concêntricas. As transformações e movimentos que ocorrem na geosfera tornam a

Terra um planeta geologicamente dinâmico e em constante mutação. É na geosfera que muitos

dos seres vivos possuem o seu suporte, caminham e habitam. É neste subsistema que o

Homem constrói e adquire materiais para as suas habitações; retira rochas e minerais para

fabricar utensílios e outros materiais de que necessita para sobreviver ou para simples prazer;

obtém dele as fontes de energia fósseis mais usadas: gás, petróleo e carvão.

Formação das Rochas

Gêneses das Rochas sedimentares:

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a) Sedimentogénese: conjunto de processos que intervêm desde a elaboração dos materiais

constituintes das rochas sedimentares até à sua deposição.

Resultantes de meteorização física ou química de outras rochas;

Resultantes de restos de seres vivos, como por exemplo: conchas;

Rocha mãe – meteorização – detritos – deposição (sedimentação) – sedimentos.

b) Meteorização: alteração das rochas por agentes externos (água, ar, ventos, variações de

temperatura, variações térmicas, seres vivos, etc…). Pode ser física ou química, havendo

desagregação mecânica das rochas, ou transformações dos minerais noutros mais estáveis

face às novas condições ambientais em que se encontram.

c) Agentes de Meteorização: efeito do gelo (água congelada nos interstícios e poros da rocha);

atividade biológica (líquenes, crescimento de raízes e escavação de galerias); ação mecânica

da água e do vento (provocam o aparecimento de blocos pedunculados)

d) Erosão: remoção pela água, pelo vento ou pelo gelo, dos minerais resultantes da

meteorização das rochas.

e) Diagénese: conjunto de fenômenos físicos e químicos que transformam os sedimentos

móveis em rochas sedimentares compactas. Fenômenos.

f) Compactação: os sedimentos vão sendo comprimidos por ação dos sedimentos que sobre

eles se vão depositando. Assim, os materiais que se encontram por baixo são sujeitos a um

aumento de pressão, o que vai provocar a expulsão de água que existe entre eles.

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g) Cimentação: ente os espaços dos diferentes sedimentos pode ocorrer a precipitação de

substâncias químicas dissolvidas na água. Este fenômeno resulta na agregação de

sedimentos, com a ajuda da substância precipitada.

h) Recristalização (só em alguns casos): os minerais (alguns) alteram as suas estruturas

cristalinas. Este fenômeno ocorre devido a alterações das condições de pressão, temperatura,

circulação de água, onde estão dissolvidos certos iões.

Classificação de rochas sedimentares

a) Sedimentos detríticos: fragmentos de dimensões variadas provenientes da alteração de

outras rochas (rochas detríticas; ex.: brecha)

b) Sedimentos biogênicos: restos de seres vivos (conchas, ossos, fragmentos de plantas,

pólen, etc…) (rochas biogênicas; ex.:carvão)

c) Sedimentos de origem química: resultantes da precipitação de substâncias dissolvidas na

água (rochas quimiogênicas; ex.: calcário).

Composição e forma da Terra

Características do planeta Terra

A Terra é um planeta pequeno e sólido que gira em torno do Sol, junto aos demais

astros do Sistema Solar. Uma grande parte da Terra é coberta pelos mares e oceanos – é a

chamada hidrosfera. A camada mais externa, a atmosfera, é formada por gases. O oxigênio

existente na atmosfera e a água líquida tornam possível a vida em nosso planeta. Essa vida,

representada pelos seres humanos, animais e vegetais, forma a biosfera.

A parte sólida da Terra é a litosfera ou crosta terrestre. Ela recobre tanto os continentes

quanto o assoalho marinho e, de acordo com sua constituição, é dividida em sial (composta

basicamente de silício e alumínio, encontrada nos continentes) e sima (composta de silício e

magnésio, encontrada sob os oceanos). No interior da Terra acredita-se que existam duas

camadas formadas por diferentes materiais rochosos: o manto e o núcleo, constituído

basicamente de níquel e ferro (nife).

Sua composição

A composição da Terra é estruturada em camadas. A crosta terrestre é constituída

principalmente de granito, sob a qual asssenta-se também um camada de basalto, suportando

as porções continentais e os oceanos . A litosfera possui cerca de 70 quilômetros de

espessura. A 33 quilômetros de profundidade desta camada, a temperatura chega a atingir por

volta de 1000C. O manto situa-se na zona inferior à crosta e é constituído de material ígneo

rochoso. A composição do manto é constituída principalmente de vários silicatos de magnésio.

O núcleo é supostamente constituído de ferro em estado de fusão; o espaço mais interior deste

núcleo contém ferro em estado sólido. A terra é composta com um total de 93 elementos

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químicos naturais existentes, nove destes elementos formam 99% da massa referente à crosta

terrestre. Estes elementos são: Oxigênio, Silício, Alumínio, Ferro, Cálcio, Sódio, Potássio,

Magnésio e Titânio. . Dois destes, o oxigênio e o silício, consistindo em elementos não-

metálicos, formam juntos por volta de 3/4 da crosta terrestre. Já nas camadas internas à crosta

terrestre, há a presença de por volta de 2000 tipos diversos de materiais de origem mineral,

dos quais a grande maioria é formada por composições entre mais de um elemento químico.

Os silicatos são os compostos mais abundantes dentre os minerais que formam a massa da

camada interior à crosta terrestre.

Pedras naturais

As pedras naturais constituem, com as madeiras, um dos mais antigos materiais de

construção. Com múltiplas aplicações, fundamentalmente como cantarias, alvenarias e

revestimentos, ao longo do tempo tem diminuído o seu emprego. Na última década os

consumidores redescobriram a rocha natural como material de construção. Desde 1990 que o

consumo de rochas naturais nos países da Comunidade Europeia registrou um acréscimo,

sendo aqui que ainda é produzida sensivelmente a metade das necessidades mundiais de

rochas ornamentais.

Classificação

Os três grandes ambientes geológicos geradores destas rochas, também ditos

petrogênicos, são:

Ambiente magmático;

Ambiente sedimentar;

Ambiente metamórfico

O ambiente magmático caracteriza-se geralmente por:

Temperaturas elevadas (acima dos 800ºC);

Pressões muito variadas, desde muito baixas, no caso do Vulcanismo, a muito altas, no

caso do Plutonismo, ocorrido no interior da Litosfera, variando num intervalo que reflete

as diferentes profundidades a que pode ocorrer;

Variações de composição química, considerada restrita em comparação com ou outros

ambientes.

O Ambiente Sedimentar é praticamente o ambiente existente à superfície da Terra,

caracteriza-se por:

Baixos valores de temperatura e pressão;

Grande variabilidade na composição química dos materiais;

Proporcionar grandes transformações químicas, tais como a oxidação, carbonatação,

hidrólise e a hidratação.

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Page 14: Materiais de Construcões

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Ambiente Metamórfico é caracterizado por um grande intervalo de pressões e

temperaturas.

Consoante o valor relativo de cada um destes dois parâmetros, o metamorfismo pode

ser essencialmente térmico (metamorfismo de contacto), ou essencialmente dinâmico

(metamorfismo regional) e estreitamente ligado com a formação das cadeias montanhosas.

Quanto à temperatura os valores não excedem, em regra, os 800ºC (valor que marca o

inicio da fusão de parte dos minerais, isto é o começo do magmatismo). O ambiente

metamórfico tem, assim, lugar em meio essencialmente sólido. Assim, localizando-se a

maior ou menor profundidade, abrange uma grande gama de valores de pressão e de

temperatura, sem que ocorra fusão de materiais, muito embora.

Rochas Magmáticas ou Ígneas

Tal como o nome indica, estas rochas formam-se a partir da cristalização de um magma,

podendo também ser designadas por ígneas. O ambiente em que se formam as rochas

magmáticas é caracterizado por temperaturas muito elevadas, o que permite a existência de

materiais rochosos em fusão (magma). Um exemplo desse tipo de rocha é o granito, que é

constituído essencialmente por quartzo, feldspato e mica.

Formação das Rochas Magmáticas ou Ígneas e representação esquemática dos tipos de

estruturas intrusivas e extrusivas.

Rochas Sedimentares

A gênese de sedimentos, isto é, a formação de produtos resultantes da alteração das

rochas preexistentes, pertence ao conjunto de processos que ocorrem à superfície da crosta.

Sob determinadas condições, estes sedimentos podem vir a formar rochas, chamadas rochas

sedimentares.

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As rochas sedimentares resultam do transporte, acumulação e consolidação dos

sedimentos, provenientes quer da erosão de rochas preexistentes, quer da precipitação

química de substâncias, quer ainda de material correspondente a conchas, esqueletos,

espículas de organismos mortos. Um exemplos de rocha sedimentar é o calcário.

Ciclo sedimentar

Agentes de Erosão

Normalmente, os agentes de erosão são também agentes de transporte e

sedimentação, pois estes processos podem ocorrer simultaneamente. A estes dá-se o nome de

Agentes de Erosão, Transporte e Sedimentação, sendo os mais importantes:

A água da chuva, dos rios, dos mares e dos glaciares;

O vento;

A força da gravidade.

Depois da sedimentação, inicia-se o último processo por que passam os sedimentos,

antes da formação das verdadeiras rochas sedimentares: a Diagénese. Começa com a

redução de volume dos sedimentos, devido ao próprio peso dos sedimentos que se vão

depositando por cima. Nos sedimentos mais profundos vão-se reduzindo os espaços vazios e

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estes começam a agregar-se e a compactar. Com a compactação, os sedimentos tornam-se

mais resistentes adquirindo um aspecto de rocha.

Rochas metamórficas

As rochas metamórficas geralmente resultam da transformação de rochas pré-

existentes. Estas transformações decorrem quando essas rochas atingem grandes

profundidades ou quando são encaixantes nas intrusões magmáticas, sem contudo passarem

pelo estado de fusão. Nestes casos, devido às novas condições de pressão e de temperatura,

diferentes das que presidiram à sua gênese, estas vão sofrer alterações nas suas

características originais. Exemplos: xisto, ardósia, gnaisses, mármores, entre outros.

Tipos de rochas metamórficas.

Aplicação

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As pedras naturais podem ser utilizadas em numerosos sectores da atividade

econômica, nomeadamente nas indústrias da construção civil e obras públicas, de

transformação de rochas ornamentais, do cimento, do papel, química, cerâmica, do vidro, dos

abrasivos.

Pedras naturais.

As mais utilizadas no rama da construção civil são as rochas ornamentais e industriais.

São muitas as áreas de utilização das rochas ornamentais, de entre estas destacam-se:

Revestimento externo;

Revestimento interno;

Pavimentação (pisos);

Arte fúnebre e religiosa;

Peças de mobiliário;

Pias, lavabos, cantoneiras;

Projetos arquitetônicos gerais;

Escultura

Propriedades das pedras

Para verificação das características físicas e mecânicas das pedras de construção,

nomeadamente as que se traduzem por resistência e durabilidade, recorre-se frequentemente

a ensaios em laboratório quantificadores das propriedades consideradas como mais relevantes

para aplicações em causa.

DUREZA: Resistência mecânica aos esforços a que vai ser submetida, nomeadamente

ao esmagamento, por ação das cargas que lhe são transmitidas, e que podem ser estáticas ou

dinâmicas; no primeiro caso trata-se do peso das paredes, pisos, coberturas, etc.…, e

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Page 18: Materiais de Construcões

INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS

sobrecargas aplicadas, ou destes e o efeito de outras, como sejam vento, sismos, vibrações de

grande máquinas em funcionamento, etc.

POROSIDADE: Porosidade não exagerada (absorvendo ou deixando-se atravessar

pelas águas) ou insuficiente (impedindo ou dificultando uma boa aderência das argamassas de

ligação ou revestimento).

MASSA ESPECIFICA: Trabalhabilidade, isto é, as condições naturais de extração e

talhe nas formas e dimensões desejadas, sem exigir grande dispêndio de energia, nem perda

de qualidade por efeito do uso das ferramentas nas diversas fase de laboração.

ESFORÇOS NATURAIS: Resistência à ação do tempo e dos agentes atmosféricos

naturais ou agravados, como sejam a água, a temperatura, o gelo, o fogo e/ou ainda, o ataque

de produtos agressivos de diversa natureza.

4. Pedras Naturais

As pedras naturais constituem juntamente com as madeiras, dos mais antigos materiais

de construção: um dado que pode contribuir para esta constatação resulta destes materiais

poderem ser aplicados praticamente sem alteração do seu estado natural.

As primeiras habitações em pedra natural construídas pelo Homem foram as grutas

destinadas à permanência por períodos prolongados. Desde as construções megalíticas até às

construções atuais, a pedra tem sido o material mais usado e o de maior duração.

Origem geológica

Como rocha entende-se o agregado natural formado por um ou mais minerais que

constitui parte da crosta terrestre (figura 2) e pode ser nitidamente individualizado. As pedras

são rochas que se apresentam no estado sólido e com dimensões macroscópicas, o petróleo e

a areia são exemplos de rochas que não incorrem na designação de pedras.

Figura 2 – Corte transversal da Terra.

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Os minerais formativos das rochas são compostos por silício, alumínio, ferro, cálcio,

sódio, potássio e magnésio, combinados com oxigênio, apresentando-se normalmente sob a

forma cristalina.

Quanto à gênese, as rochas classificam-se em três grandes grupos:

Rochas magmáticas ou ígneas

Rochas sedimentares

Rochas metamórficas.

O magma existente no manto da Terra, ao entrar em contacto com a atmosfera sofre um

arrefecimento, consolidando-se e formando a rocha ígnea, desta forma, as rochas ígneas

teriam sido as primeiras a formarem-se. As rochas ígneas passaram a estar expostas à ação

física, química e biológica dos agentes atmosféricos, conduzindo à instabilização dos seus

minerais constituintes e à formação do designado solo residual que sujeito à erosão permite

que os grãos soltos se depositem em regiões planas e baixas, passando a constituir os

sedimentos. Os sedimentos podem ser transportados para grandes profundidades, ficando aí

submetidos a condições extremas de temperatura e de pressão, transformando-se em rochas

sedimentares.

A continuidade das referidas condições extremas de pressão e de temperatura

promovem a ocorrência de alterações mineralógicas, resultando deste processo as designadas

rochas metamórficas. Se as condições de metamorfismo forem muito intensas, as rochas

podem-se fundir, originando magmas que, ao solidificar, darão origem a novas rochas ígneas.

Ocorrência de alterações mineralógicas, resultando deste processo as designadas rochas

metamórficas. Se as condições de metamorfismo forem muito intensas, as rochas podem-se

fundir, originando magmas que, ao solidificar, darão origem a novas rochas ígneas.

Rochas ígneas ou eruptivas

Da solidificação do magma resultam as rochas ígneas ou eruptivas e a sua textura

depende do tamanho e da disposição dos minerais constituintes. As rochas que resultam da

consolidação em profundidade designam-se plutónicas ou rochas magmáticas intrusivas

(granito, sienito) e vulcânicas ou rochas magmáticas extrusivas (basalto) se a consolidação se

processar à superfície. Estas rochas são normalmente isotrópicas e homogéneas por

resultarem de materiais fundidos.

Rochas sedimentares

As rochas sedimentares são formadas pela deposição de detritos oriundos da

desagregação de rochas pré-existentes ou pela acumulação de substâncias orgânicas animais

ou vegetais ou pela precipitação química de sais dissolvidos nas águas dos rios, lagos e

mares. Devido ao seu processo de formação, as rochas sedimentares são geralmente

estratificadas. Estas rochas são anisotrópicas por possuírem propriedades diferentes nas

direções paralela e perpendicular ao respectivo estrato.

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Page 20: Materiais de Construcões

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As rochas sedimentares podem ainda classificar-se em rochas sedimentares:

Detríticas: provenientes da desagregação de rochas pré-existentes (arenitos);

Químicas: resultantes da precipitação de substâncias que se encontram em dissolução

(calcário);

Orgânicas: formadas pela acumulação de restos animais e vegetais (turfa);

Residuais: resultantes de solos endurecidos por precipitação de hidróxidos de Fé e Al ou

outros compostos.

Rochas metamórficas

As rochas metamórficas (meta+morfhos; meta=mudança, morfhos= forma) resultam,

como referido atrás, da transformação de qualquer tipo de rocha, quando esta é sujeita a um

ambiente onde as condições físicas (pressão e temperatura) são muito diferentes daquelas

onde a mesma se formou.

Rocha Original Rocha Metamórfica Resultante

Arenito Quartzito

Calcário Puro Mármore Branco

Calcário Dolomítico Mármore Verde

Granito Gneiss

Basalto Xistos verdes

Quadro 1 – Resultado da metamorfização de algumas rochas.

As propriedades mecânicas das rochas metamórficas dependem do nível de

xistosidade1(ausente, fraca ou forte) da composição mineralógica e da textura que elas

apresentarem, no entanto, pode dizer-se que o seu comportamento mecânico se situa entre o

das rochas ígneas e o das rochas sedimentares: têm maior densidade e são mais resistentes

do que as rochas sedimentares que as originam e são menos resistentes e mais deformáveis

do que as rochas ígneas originais.

Seguidamente apresentam-se alguns critérios de classificação das pedras naturais.

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Origem Geológica

- Eruptivas ou Ígneas

- Sedimentares

- Metamórficas

Quadro 2 – Classificação tendo como critério a origem geológica.

Comportamento aos Ácidos- Atacadas por ácido clorídrico

- Não atacadas por ácido clorídrico

Quadro 3 - Classificação tendo como critério o comportamento aos ácidos.

Constituição Mineralógica

- Siliciosas

- Calcárias

- Argilosas

Quadro 4 - Classificação tendo como critério o a composição mineralógica.

Atendo a este último critério de classificação, as pedras siliciosas são as que

apresentam maiores resistência mecânica e durabilidade, enquanto que as pedras argilosas

são as que oferecem menores durabilidade e resistência mecânica. Nas pedras siliciosas

predomina a sílica (SiO2), nas pedras calcárias o composto predominante é o carbonato de

cálcio (CaCO3) e nas pedras argilosas são preponderantes os silicatos hidratados de alumínio

(SiO2 e Al2O3).

Propriedades físicas das pedras

Estrutura

A grande maioria dos minerais que constituem as pedras apresenta-se no estado

cristalino, no qual os átomos ou os seus agrupamentos se dispõem regularmente, segundo

sistemas fixos e constantes. A estrutura é a propriedade relacionada com as distâncias entre

planos formados pelo conjunto de átomos (paralelos e coplanares), ou seja é a propriedade

relacionada com o aspecto granular da pedra.

Fratura

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Page 22: Materiais de Construcões

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A análise do aspecto da superfície de fratura de uma pedra permite aferir a aptidão que

essa pedra oferece para ser trabalhada. O tipo de fratura permite dizer se a pedra poderá ser

cortada com as dimensões desejadas, se terá boa aderência às argamassas, se a sua

extração será fácil ou não, permite ainda prever a possibilidade de conferir polimento à mesma.

No quadro 5 apresentam-se os principais tipos de fratura e as características inerentes a esse

tipo de fratura.

Tipo de Fratura Característica da pedra

Plana -Fácil de cortar em bloco

Concoidal - Difícil de cortar

Lisa - Fácil de polir

Áspera Boa aderência às

argamassas

Escamosa - Difícil de cortar e fácil de

lascar

Quadro 5 – Características da pedra vs. tipo de fractura.

Homogeneidade

A homogeneidade de uma determinada pedra permite afirmar que, em diversas amostras da

mesma pedra, as propriedades se mantêm. Numa amostra de pedra homogênea, a percussão

de um martelo emite um som claro, partindo-se em pedaços e não se esboroando, ao contrário

do que acontece numa pedra heterogênea.

Dureza

A dureza exprime a resistência que uma pedra oferece à penetração de uma ponta aguda que

a tenta riscar. Em Mineralogia, a dureza é avaliada através da Escala de Mohs (quadro 6),no

entanto existe um processo mais expedito para se avaliar a dureza de uma pedra e que se

baseia na resistência que a mesma oferece quando se tenta serrar (ver quadro 7).

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Page 23: Materiais de Construcões

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MINERAL GRAU DE DUREZA

Talco 1

Gesso 2

Calcite 3

Fluorite 4

Apatite 5

Ortoclase 6

Quarto 7

Topázio 8

Corindo 9

Diamante 10

Quadro 6 – Escala de Mohs (Palito – 1; Unha – 2 a 2.5; Vidro – 5 a 5.5; Ferro – 5.5).

Pedras brandas Facilmente serradas

Pedras semi-duras Facilmente serradas com disco

Pedras duras Só são serradas com disco

Pedras duríssimas Serradas com disco de diamante

Quadro 7 – Avaliação do grau de dureza das pedras naturais através da maior ou menor

facilidade de se deixarem serrar.

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Page 24: Materiais de Construcões

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Aderência às argamassas

A aderência às argamassas não depende exclusivamente da pedra mas também da

natureza do ligante: uma pedra pode apresentar boa aderência para um determinado ligante e

não ter aderência para outros.

Porosidade

A porosidade é uma característica estrutural dos materiais que depende da dimensão e

da disposição dos seus poros. Uma pedra demasiado porosa é, em regra, pouco resistente à

compressão, permeável e gelível4, ou seja, quanto maior for a porosidade de uma pedra tanto

menor será a sua durabilidade. No entanto há que referir o fator de rochas com a mesma

porosidade apresentarem capacidades de absorção distintas, devido à existência de diferentes

estruturas de redes capilares, com diferentes distribuições e tamanhos de poros, tornando-se,

por isso, necessário o conhecimento destas características, através de estudos de porometria.

Resistência Mecânica

As pedras naturais são materiais frágeis que demonstram um comportamento

elástoplástico até à rotura sem sofrerem deformações significativas. Quando incorporadas nas

edificações como elementos estruturais devem trabalhar sempre à compressão, considerando-

se nulas as suas resistências à tração e ao corte. A determinação da resistência mecânica

consiste na verificação do estado de agregação dos minerais integrantes, assim como da

existência de elementos brandos e do tipo de estrutura.

Resistência à compressão simples

Quanto mais densa for uma rocha, tanto maior será a sua resistência aos esforços de

compressão.

Resistência à compressão simples após o teste de gelividade

Avaliar a resistência à compressão simples de uma pedra após o teste de gelividade

corresponde a comparar a resistência que essa pedra oferece a esforços de compressão

quando se encontra saturada de água com a resistência da mesma no estado seco. A

absorção de água é aqui um parâmetro importantíssimo já que quanto mais água a pedra

absorver tanto maior poderá ser o aumento de volume por solidificação da mesma (devido a

uma eventual diminuição da temperatura), além disso quanto mais saturada de água estiver a

pedra, tanto menor será a sua resistência à compressão.

Resistência ao punçoamento

Submeter uma pedra a uma força de punçoamento corresponde a aplicar-lhe uma força, F,

através de uma pastilha de aço de pequena área. Usando esta pastilha de aço, a área

que está mais comprimida tende a expandir-se lateralmente, sendo, no entanto, essa expansão

contrariada, pelo que a resistência à compressão obtida em ensaio de punçoamento é superior

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Page 25: Materiais de Construcões

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à resistência da pedra à compressão quando a força é exercida numa área maior (em alguns

casos a resistência ao punçoamento tem o triplo do valor da resistência à compressão

simples).

Resistência ao desgaste

A resistência ao desgaste indica a diminuição da espessura de um material devida ao

tráfego de pessoas ou movimentação de cargas. Esta propriedade mecânica revela-se muito

importante sobretudo se a pedra se destinar a revestir superfícies onde as ações referidas

sejam muito intensas, como acontece às placas de pedra que revestem pavimentos.

Propriedades das Pedras

Determinação da massa volúmica aparente, pa

A massa volúmica informa sobre a compacidade da pedra e a partir dela a porosidade e

a circulação de água na pedra. A massa volúmica aparente é determinada pela relação entre o

peso do material seco (m) e o seu volume aparente, sendo correntemente designada pelo

símbolo pa.

Provetes de forma regular

A massa dos provetes com formas regulares é quantificada através de pesagens e o

volume determinado a partir das suas dimensões.

Determinação da massa específica

A massa específica é determinada com base em dois ensaios realizados com uma

precisão de 2%. As pesagens dos provetes são efectuadas no intervalo de temperaturas

compreendido entre 18 e 22ºC. Se o desvio entre os resultados dos dois ensaios for superior a

0.02, deve efectuar-se uma nova medição.

A amostra do material britado deve ter um peso aproximado de 200g.

i) A amostra deve ser lavada e seca em estufa a uma temperatura compreendida entre 100 e

110ºC, arrefecendo-se em seguida;

ii) A operação descrita anteriormente deve ser repetida em intervalos de 24 horas, em número

tal que duas pesagens sucessivas tenham um desvio inferior a 0.001 da menor pesagem;

iii) A amostra é moída para que os grãos obtidos passem num peneiro de 0.125mm de

abertura;

iv) O pó resultante deposita-se num pedaço de papel ou num prato e sujeita-se à acção de um

íman de forma a libertá-lo de qualquer partícula metálica;

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Page 26: Materiais de Construcões

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v) Parte do pó (100g), isento de elementos metálicos, é utilizado para se determinar o seu

volume, num picnômetro, com uma precisão de 1%;

vi) Sobre o pó da rocha verte-se água destilada e aspira-se o ar contido nos vazios inter

granulares. Após a decantação das partículas em suspensão, o líquido fica límpido,

procedendo-se então ao enchimento do picnômetro com água destilada.

Anotam-se os seguintes parâmetros:

mpi – peso do picnómetro vazio;

mpi+md - peso do picnómetro com a matéria seca;

mpi+mw1 - peso do picnómetro cheio de água destilada a 20ºC até ao traço de

referência;

mpi+md+mw2 - peso do picnómetro com a meteria seca e cheio de água destilada a

20ºC até ao traço de referência;

Desgaste

Não se encontram fixadas as regras de qualidade a que devem satisfazer as pedras

naturais quando integrem elementos sujeitos a abrasão. No entanto, é possível determinar a

resistência à abrasão, medindo o comprimento do sulco produzido na superfície por um disco

rotativo, em condições determinadas e com auxílio de material abrasivo (na figura 8 representa

se esquematicamente uma máquina de desgaste).

Figura 8 - Representação esquemática de uma máquina de desgaste com disco metálico.

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Page 27: Materiais de Construcões

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Interessa referir a importância da definição prévia da resistência pretendida das pedras a

esta solicitação bem como a caracterização dos locais onde essas pedras tomarão lugar.

Resistência ao desgaste Perda de espessura (mm)

MUITO BOA 0.6 mm

MÉDIA 1.2 mm

BOA 1.6 mm

Quadro 8 – Critério de caracterização da resistência ao desgaste das pedras naturais.

Critérios de seleção

As pedras naturais, aplicadas na construção, são apreciadas pela sua excelência tendo

por esse motivo que satisfazer alguns requisitos, nomeadamente a resistência (mecânica e

química) e o aspecto estético.

É, pois, compreensível que na sua seleção se estabeleçam critérios em função das

diversas aplicações, tendo, no entanto presentes a capacidade de manter as suas

características mecânicas para diversas solicitações e a possibilidade de receberem diversos

tipos de acabamento não esquecendo a manutenção do seu aspecto original ao longo do

tempo. A seleção de determinado tipo de pedra deve ter em consideração diversos fatores, tais

como:

A função da pedra na sua utilização final - pedras muito frágeis são desaconselhadas

em locais sujeitos facilmente a choques;

A localização geográfica do imóvel do qual a pedra vai fazer parte (clima dominante,

temperatura, pluviosidade, regime de ventos, regimes de gelo e degelo, existência ou

proximidade de elementos poluidores,…);

As características físicas da pedra - pedras muito porosas são desaconselhadas em

regiões úmidas ou em regiões em que facilmente se acumulem lixos e poeiras. No

quadro 9 apresentam-se alguns critérios de seleção tendo por base as diversas

utilizações:

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Page 28: Materiais de Construcões

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Tipo de Utilização da pedra Fatores a examinar

Revestimento de parede exterior

Parede de cantaria (em exterior)

- Gelividade

- Possibilidade de acabamento

Revestimento de pavimento numa praça

pública

- Resistência ao desgaste

- Resistência ao choque

- Gelividade

Revestimento de pavimento no interior de

uma habitação

- Resistência ao desgaste

- Resistência ao choque

- Possibilidade de acabamento

Soleiras, cobertores de degraus

- Resistência ao choque

- Resistência ao desgaste

- Gelividade

- Possibilidade de acabamento

Balaustradas (em exterior) Cornijas

- Resistência aos agentes poluidores

- Gelividade

- Possibilidade de acabamento

Quadro 9 – Fatores a analisar em função da utilização da pedra.

Eis alguns dos requisitos da pedra natural:

1. Resistência mecânica adequada – a pedra deve provir das melhores bancadas da pedreira e

ser:

i. Compacta

ii. Sem fendas

iii. Isenta de argilas, poeira, terra vegetal ou outra impurezas;28

Page 29: Materiais de Construcões

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2. Resistência à ação dos agentes atmosféricos - não devem sofrer alterações significativas

sob exposição ao tempo; as pedras geladiças não devem ser utilizadas na construção;

3. Trabalhabilidade compatível com as técnicas de laboração

4. Porosidade não exagerada, mas suficiente de modo a possibilitar uma boa aderência às

argamassas de assentamento.

Aplicações da pedra natural na construção civil

As pedras naturais são como já foi referido apreciadas pelo seu inegável valor estético,

tendo, na construção, aplicações de função estrutural e de função ornamental.

Funções Estruturais

- Elementos granulares inertes para o fabrico de

betões

- Elementos granulares para a construção de

pavimentos térreos – calçada romana, calçada à

portuguesa, bases de pavimentos asfálticos)

- Enrocamentos em obras portuárias

- Balastros em vias férreas

- Gabions

- Paredes resistentes

Funções Não

Estruturais

Função de

Revestimento

- Revestimentos de coberturas

- Revestimento

- Revestimentos de pavimentos

Função Ornamental

- Esculturas

- Balaústres

- Baixos relevos

Quadro 10 - Aplicações da pedra natural.

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Page 30: Materiais de Construcões

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5. Normatização – órgãos e instrumentos normatizadores e normas técnicas

As normas técnicas são processos de simplificação pois reduzem a crescente variedade

de procedimentos e produtos. Assim, elas eliminam o desperdício, o retrabalho e facilitam a

troca de informações entre fornecedor e consumidor ou entre clientes internos. Outra finalidade

importante de uma norma técnica é a proteção ao consumidor, especificando critérios e

requisitos que aferem o desempenho do produto/serviço, protegendo assim também a vida e a

saúde.

Como instrumento, as normas técnicas contribuem em quatro aspectos:

Qualidade: fixando padrões que levam em conta as necessidades e desejos dos

usuários.

Produtividade: padronizando produtos, processos e procedimentos

Tecnologia: consolidando, difundindo e estabelecendo parâmetros consensuais entre

produtores, consumidores e especialistas, colocando os resultados à disposição da

sociedade.

Marketing: regulando de forma equilibrada as relações de compra e venda

A elaboração de normas técnicas por parte de uma comissão de estudos é um trabalho

voluntário que nasce da verificação da necessidade de uma norma técnica. Após esta, é

executado um trabalho de normalização e a elaboração de um texto base, seguida da

formação de uma comissão de estudos (CE).

O Cobracon (Comitê Brasileiro De Construção Civil) oferece e dispõe de infra-estrutura

pessoal e material para gerenciar, administrar e secretariar as comissões de estudo, que

passam a se reunir periodicamente a fim de que os seus textos sejam levados para discussão

a nível nacional.

Após a discussão, é estabelecido um consenso como projeto de norma, afim de que esta seja

votada a nível nacional também. De acordo com o resultado da análise dos votos há ou não a

publicação como Norma Brasileira, NBR.

Padrões mínimos de qualidade – padronização

Existem normas para regulamentar a qualidade, a classificação, a produção e o

emprego dos diversos materiais, unidade de medidas e comercialização.

Em cada País existem órgãos responsáveis pela elaboração de normas que padronizem

as especificações de materiais – processo de fabricação,acabamento,forma e dimensões,

composição química propriedades físicas,ensaios.

Finalidade

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Page 31: Materiais de Construcões

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Marcas não garante qualidade e pode gerar monopólio. Novos fornecedores são melhor

aceitos contando que atendam as normas.

No Brasil estes órgão se chama Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

Outras entidades com este objetivo, mas especifica de algum material:

ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland

IBC – Instituto Brasileiro de Concreto

INB – Instituto Brasileiro do Pinho

ABRAGESSO – Associação Brasileira de chapa de gesso

ABRALISO – Associação Brasileira dos Fabricantes de Lãs isolantes Minerais

CBAC – Centro Brasileiro da construção de aço.

As entidades normatizadoras de vários países são coordenadas pelo ISO (International

Organization standradization) e por comitê continentais como a COPANT – Organização Pan-

Americana de normas técnicas.

Entidades Normalizadoras

No Brasil: ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (sociedade civil sem fins

lucrativos com sede no RJ)

Nos Estados Unidos: ASTM (American society for testing Material) e ASA (American

standard Association).

Na Alemanha Deustche Normenausschuss – normas com sigla DI.

Na Inglaterra British standard institution (BS)

Coordenação Mundial : ISO - International Organization standradization

Vigência de uma norma:

Normas não estáticas, pois devem acompanhar a evolução tecnológica.

ABNT: revisão no máximo a cada cinco anos.

As normas, porem, não são estáticas. Vão sendo aperfeiçoada e alterada com o tempo,

acompanhando a evolução e a técnica. E ainda, alguns materiais novos no mercado, ainda não

possuem normas de controle de qualidade. E também nem todos os produtos que estão no

mercado são certificados, o que não lhe garante estar atingindo os padrões mínimos de

qualidade estabelecidos pelas normas. É nosso dever especificar e orientar para que se

adquiram os produtos que garantam a qualidade de nossa obra.

Tipos de Normas

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Page 32: Materiais de Construcões

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Normas: definem métodos de cálculo e de execução de obras e serviços e condições

mínima de segurança;

Especificações: estabelecem prescrições para os materiais;

Métodos de ensaio: estabelecem processos para formação e exame de amostra;

Padronizações: estabelecem dimensões para os materiais e produtos;

Terminologia: Define a nomenclatura técnica;

Simbologia: define convenções de desenho;

Código de uma norma

Todo o tipo de normas citado tem seus códigos indicados por uma sigla (por exemplo,

NBR para Normas Brasileiras) seguida pelo seu numero de ordem e do ano de sua ultima

alteração.

Elaboração de uma norma

Os sócios da ABNT elegem os elementos para os comitês, tais com:

- Construção Civil;

- Cimento, concreto e agregados;

- isolação térmica,etc.;

Ao comitês criam comissões de estudos;

As comissões partem de um texto básico que pode ser:

- texto preparado por um de seus membros ou;

- texto encomendado por um de seus técnicos ou;

- regulamento de uma entidade atuante na área;

- Normas estrangeiras

- As comissões elaboram um anteprojeto que enviado ao comitê;

O comitê verifica as implicações com outras normas em vigor e encaminha Projeto de

Normas aos associados para votação.

Sendo aprovada a votação, o Projeto de Normas passa a ser Normas e entra em vigor

em 60 dias após a publicação pela ABNT.

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Page 33: Materiais de Construcões

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6. Agregados miúdos

CONCEITO: O agregado é chamado de miúdo (areia natural ou resultante de britamento

de rochas estáveis) quando os grãos passam na peneira de malha 4,8 mm e ficam retidos na

de 0,075 mm.

Classificação:

Tipo de areia Tamanho nominal (mm) Módulo de finura (MF)

Muito fina 0,15 MIN - 0,6 MAX MF < 2,0

Fina 0,6 - 1,2 2,0 < MF < 2,4

Média 1,2 - 2,4 2,4 < MF < 3,2

Grossa 2,4 - 4,8 MF > 3,2

Ensaios de agregados miúdos

Granulometria

Granulometria, graduação ou composição granulométrica de um agregado é a

distribuição percentual dos seus diversos tamanhos de grãos, considerando a quantidade de

material, em massa, retido nas peneiras da série normal (76; 38; 19; 9,5; 4,8; 2,4; 1,2; 0,6; 0,3;

0,15 mm)5, determinados de acordo com a NBR 7217 (ABNT, 1987). Além da curva de

composição granulométrica são também definidos, no ensaio de granulometria, o módulo de

finura e a dimensão máxima (diâmetro máximo) do agregado.

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Page 34: Materiais de Construcões

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MASSA ESPECIFICA: É a relação entre a massa de um certo volume total de

agregados e este volume. Υa = M/V Onde: Υa = massa específica aparente; M = Massa da

amostra; e V = volume do recipiente.

Agregado em estado solto: determinação da massa unitária- propõe para a

determinação da massa específica aparente do agregado o uso de um recipiente metálico em

forma de paralelepípedo, de volume (V) conhecido. A amostra seca é nele colocada sem

qualquer adensamento, procurando-se desse modo reproduzir a situação da obra, quando o

operário transporta o agregado em baldes ou padiolas, sem adensamento.

UMIDADE: O conhecimento do teor da umidade dos agregados é muito importante, pois

a quantidade de água que os mesmos transportam para o concreto altera substancialmente o

fator água/cimento, ocasionando decréscimo da resistência mecânica do concreto.

Quando se trabalha com dosagem em volume, a umidade da areia provoca o fenômeno

conhecido como inchamento que deve ser considerado quando da conversão dos traços de

peso para volume. A areia armazenada no canteiro de obras, em área descoberta, tem sua

umidade variando de 3 a 7%, conforme as condições ambientais. Na falta de determinação

mais exata da umidade pode-se considerar que a umidade da areia é de cerca de 5%, para

dias secos.

INCHAMENTO: Chama-se de inchamento o aumento do volume aparente do agregado

miúdo quando úmido. Este aumento é produzido pela separação entre os grãos da areia devido

à película de água que se forma em torno do grão provocando um afastamento entre as

partículas. Assim,na realidade, num mesmo volume tem-se menos material. A partir dessa

definição, o inchamento é expresso da seguinte forma:

I (%)=Vh−VxVsx100

Onde: Vs é o volume da areia seca

Vh é o volume da areia com h% de umidade

Consequentemente, se fizermos variar a quantidade de água contida em um agregado

miúdo, seu volume também variará segundo a expressão:

I (h )=VhVs

Onde: I é o inchamento na umidade h

h é o teor de umidade do agregado

Vh é o volume do agregado com h% de umidade

Vs é o volume do agregado seco

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Page 35: Materiais de Construcões

INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS

MASSA ESPECIFICA REAL: É a relação entre a massa e o volume de cheios, isto é, o

volume de grãos do agregado, excluindo-se os poros permeáveis e os vazios entre os grãos.

Trata-se de uma propriedade específica do material, podendo ser determinado por meio do

frasco de Chapman para o agregado miúdo –NBR 9776 (ABNT, 1986)- ou balança hidrostática

para o agregado graúdo –NBR 9937 (ABNT, 1987).

O conhecimento da massa específica real é de grande utilidade no estudo de

dosagemdo concreto para que possam ser feitos os cálculos de consumo de cimento por M³,

em função do traço de concreto.

7. Agregados graúdos

CONCEITO: A escolha da dimensão do agregado graúdo é função da dimensão da peça

a ser concretada (geometria da estrutura), bem como da densidade de armadura da seção

transversal. Deve-se usar o maior tamanho possível do agregado, obedecendo às limitações

seguintes:

Agregado graúdo (pedra brita).

-ƒ menor que1/4 da menor dimensão da peça em planta;

- menor que1/3 da espessura, para lajes;

-ƒ menor que 1,2 x (espaçamento vertical entre as armaduras);

-ƒ menor que 0,8 x (espaçamento horizontal entre as armaduras);

-ƒ menor que 1/3 do diâmetro da tubulação (para concreto bombeado).

Classificação

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Page 36: Materiais de Construcões

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PEDRA BRITADA TAMANHO NOMINAL

NUMERO MINIMA MAXIMA MINIMA MAXIMA

BRITA 0 4,8 9,5

BRITA 1 4,8 12,5 9,5 19,0

BRITA 2 12,5 25,0 19,0 38,0

BRITA 3 25,0 50,0 38,0 50,0

BRITA 4 50,0 76,0 50,0 76,0

BRITA 5 76,0 100,0

OBS: para efeito de dosagem pode-se utilizar dmax=25 mm para uma mistura de

brita1+brita2

Propriedades e Aplicações

São de grande importância para a fabricação de concretos e argamassas. Os agregados

são, com frequência, considerados inertes, embora em alguns casos possuam características

físico-químicas (modificação de volume por variação de umidade) e químicas (reação com os

álcalis do cimento) que influem diretamente na qualidade final das argamassas e concretos

produzidos. Por exemplo, quando do emprego de rocha calcária e de escória de alto forno

como agregado, podem ocorrer reações químicas expansivas entre o agregado e o cimento,

principalmente em meio úmido, devido à reação entre álcalis do cimento e a sílica não

cristalizada do agregado, bem como, a reação dos álcalis do cimento com o carbonato de

magnésio de certos calcáreos dolomíticos.

Produção de concreto.

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Page 37: Materiais de Construcões

INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS

Em relação à composição mineralógica, os agregados podem ser provenientes da

decomposição de três tipos de rochas: ƒ Ígneas: São as rochas que se formaram pelo

resfriamento e endurecimento de minerais em estado de fusão. Podem apresentar estrutura

cristalina ou ser amorfas, de acordo com a velocidade de resfriamento. Resultantes de

atividades vulcânicas, são também conhecidas como rochas magmáticas. Seu componente

principal é a sílica.

Quimicamente, são as mais ativas. Por exemplo: granito, basalto e pedra pomes;

Sedimentares: São as rochas estratificadas em camadas, que se originaram da

fragmentação de outras rochas. Por exemplo: calcário, areia, cascalho, arenito e argila;

Metamórficas: São as rochas que se originaram da ação de altas temperaturas e fortes

pressões sobre rochas profundas, sem que ocorresse fusão do material original. São, portanto,

resultantes da metamorfose de rochas ígneas ou de rochas sedimentares. Por exemplo: gnais,

mármore, ardósia e pedra-sabão.

Granulometria

Modulo de dimensão máxima

A dimensão máxima é a grandeza determinada a partir da distribuição granulométrica,

que corresponde à malha da maior peneira, em que fica retida uma porcentagem de agregado

igual ou inferior a 5%. Em um ensaio de granulometria podem ser utilizados peneiras

padronizadas, vibrador de peneiras e balanças.

Granulometria de brita e de areia.

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Massa especifica

ƒ pesados – γ > 2000 kg/m3

Como por exemplo, brita de barita e magnetita.

Aglomerantes

CONCEITO: São produtos capazes de provocar a aderência dos materiais.

Aglomerante (cimento).

Podem ser classificados:

- Quimicamente inertes: Endurecem por simples secagem. Ex: argilas, betumes

- Quimicamente ativos: Endurecem pela ação de reações químicas

- Quimicamente ativos: Endurecem devido a reações químicas

- Aéreos: Necessitam da presença do ar para endurecer

- Hidráulicos: Não necessitam da presença do ar para endurecer

Classificação quanto a relação com a água

- AGLOMERANTES AÉREOS: Depois de endurecidos, não resistem bem quando

imersos na água. Devem ser usados apenas em contato com o ar.

Ex.: Cal aérea, Gesso.

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- AGLOMERANTES HIDRÁULICOS: Depois de endurecidos, resistem bem a água.

O endurecimento dos aglomerantes hidráulicos se dá por ação exclusiva da água (reação de

hidratação). Ex.: Cal hidráulica, Cimento aluminoso, Cimento Portland.

- AGLOMERANTES HIDRÁULICOS SIMPLES: Um único produto aglomerante, não

tendo mistura.

- AGLOMERANTES HIDRÁULICOS COMPOSTOS: Misturas de um aglomerante

simples com subprodutos industriais ou produtos naturais de baixo custo.

- AGLOMERANTES HIDRÁULICOS MISTOS: Mistura de dois aglomerantes simples.

- AGLOMERANTES HIDRÁULICOS COM ADICÕES: Aglomerantes hidráulicos simples

+ adições para modificar certas características:

Diminuição: permeabilidade, calor de hidratação, retração ou preço.

Aumento: resistência a agentes agressivos, plasticidade ou resistência a baixas

temperaturas.

Dar coloração especial.

8. Aglomerantes aéreos

Depois de endurecidos, não resistem bem quando imersos na água. Devem ser usados

apenas em contato com o ar. Em geral precisam de componentes do ar para

endurecer.Exemplos principais:

Cal aérea e Gesso

CAL = Cal Aérea

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Page 40: Materiais de Construcões

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É o produto resultante da calcinação de pedras calcárias a uma temperatura inferior ao

do início de sua fusão (cerca de 900C.

Etapas:

CALCINAÇAO

CaCO3 + calor CaO + CO2

*CaCO3 = Carbonato de Cálcio e CaO = Cal, Cal Virgem ou Cal viva

EXTINÇÃO DA CAL

CaO + H2O Ca(OH)2 + calor

*Ca(OH)2 = Cal extinta, Cal hidratada ou Hidróxido de Cálcio

ENDURECIMENTO OU RECARBONATAÇÃO

Ca(OH)2 + CO2 CaCO3+ H2O

*Ca(OH)2 = hidróxido de cálcio

*CaCO3 = carbonato de cálcio

GESSO ou GESSO DE PARIS

Produto da desidratação parcial da gipsita - CaSo4 .2H 2O

GIPSITA

Pode possuir varias formas, como por exemplo: estrutura Cristalina, uso medico e na

construção civil. O gesso pode ser submetido ao aquecimento. A seguir, será exposto as varias

formas de aquecimento á cima de 200C.

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Page 41: Materiais de Construcões

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● 200 C: anidrita solúvel - muito higroscópica, (absorve umidade ao ar, transformando-se

em hemidrato.

●600C: anidrita insolúvel - praticamente inerte, endurecendo lentamente quando em

contato com água.

●1,00C a 1,200C: GESSO DE PAVIMENTACAO endurece em 12 a 14 h, também

chamado GESSO LENTO ou GESSO HIDRÁULICO, resistência 100% superior ao gesso de

Paris.

Linha para produção de gesso em pó

Três sistemas:

Trituração: Britador de mandíbulas, rolos ou de impactos; Moinho de martelos.

Calcinação – 200C: (Calcinar depois de moer ou moer depois de calcinar); Fornos

contínuos ou descontínuos;

Moagem: Moinho Raymond, vertical ou de cone; Equipamento de graduação.

Propriedades do gesso:

Pega rápida – minutos

Solúvel em água após endurecido

Resistência mecânica diminui com o teor de umidade

Grande coeficiente de dilatação térmica (2 x concreto)

Baixa condutibilidade térmica (isolante) , etc.

9. Cimentos

A história do cimento

Tecnicamente, podemos definir cimento como um pó fino, com propriedades

aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece sob a ação de água. A arquitetura

monumental do Egito Antigo já usava uma liga constituída por uma mistura de gesso calcinado

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que, de certa forma, é a origem do cimento. As grandes obras gregas ou romanas, como o

Panteão e o Coliseu, foram construídas com o uso de certas terras de origem vulcânicas, com

propriedades de endurecimento sob a ação da água.

O passo seguinte aconteceu em 1758, quando o inglês Smeaton consegue um produto

de alta resistência, por meio da calcinação de calcários moles e argilosos. Em 1918, o francês

Vicat obtém resultados semelhantes aos de Smeaton pela mistura de componentes argilosos e

calcários. Ele é considerado o inventor do cimento artificial.

Seis anos depois, outro inglês, Joseph Aspdin patenteia o "Cimento Portland", que

recebe este nome por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes às

das rochas da ilha britânica de Portland.

Hoje, o cimento Portland é um material rigorosamente definido, e sua fabricação segue

princípios bem estabelecidos. A grande versatilidade de emprego e notáveis qualidade de

adaptação a novos produtos e métodos construtivos aumentam, a cada dia, sua ampla gama

de aplicações.

O cimento no Brasil

A primeira fábrica de cimento Portland iniciou atividades no Brasil em 1926. Quase 30

anos depois, teve origem a produção de cimento branco, devido à necessidade de um cimento

para fins especiais, que proporcionasse mais beleza e conforto, através do tratamento térmico

das edificações.

O primeiro forno de cimento branco entrou em operação em 1952, sendo distribuído ao

mercado, a partir de 1954, com a marca Irajá, que integra a linha de produtos da Votorantim

Cimentos.

Em 1984, foi lançado o cimento branco estrutural, com o objetivo de atender

construtores de obras de concepção arrojada, nos serviços de concreto aparente, pré-

fabricados e pisos de alta resistência.

Conceito

Sua fabricação provem de várias vertentes, como será apresentado a seguir.

O cimento natural: Não apresenta cal livre. A cal hidráulica apresenta cal livre.

Romanos desenvolveram um cimento altamente durável. Combinação de cal com "pozolana",

(cinza vulcânica na zona de Pozzuoli , junto a Nápoles e ao Monte Vesúvio), permitia obter um

cimento que oferecia maior resistência à ação da água. Em outros países como a Europa e os

Estados Unidos, utiliam desse cimento, o que não é o caso do Brasil.

O cimento aluminoso: Fundição de calcário (CaCO3) e bauxita (Al2O3), (teor bauxíta

inferior a 30%), moída misturadas, em fornos de alta temperatura, resfriado, britado e moído.

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Suas aplicações:

Concretos refratários;

Rápida cura e altas resistências iniciais e finais;

Pisos para tráfego após 6 horas;

Chumbamentos;

Reparo em cabeça de protensão, 24h pode protender, (CP=7 dias);

Concretagens junto ao mar para aproveitar maré baixa;

Pré-moldados para uso imediato;

Rejuntamento e assentamento de tijolos refratários;

Mistura ao cimento Portland para acelerar endurecimento.

Endurece em baixas temperaturas.Concreto em fundações de base francesa na

Antártida ou Suportra altas temperaturas.Concreto em instalações de siderurgia .

Cimento portland(CP): possui as seguintes matérias – primas -> 90,0 % de Calcário /

¾ 9,50 % de Argila / ¾ 0,50 % de Minério de Ferro.

Estes podem ser: Cimentos - CP I, II, III, IV ou V-ARI, podem ser resistentes a sulfatos.

O Engenheiro John Smeaton, 1756, descobriu que mistura calcinada de calcário e argila

tornava-se, depois de seca, tão resistente quanto as pedras utilizadas nas construções. Um

pedreiro, Joseph Aspdin, 1824, de Portland, na Inglaterra, patenou a descoberta de que o

calcário moído com argila, em meio úmido, transformava-se em pó.

Ensaios do cimento

FINURA: pode ser determinada através da peneira malha nº200, permeabilimetro ao ar

de Blaime e granulômetros a laser. Cimentos finos geralmente aceleram o desenvolvimento da

resistência.

CONSSISTENCIA: no preparo do concreto, quando a água e o cimento reagem ocorre o

calor de hidratação. A quantidade de calor gerado depende da composição química do

cimento, quantidade e tipo de adições.

MASSA ESPECIFICA: a massa especifica não é uma indicação a qualidade do cimento.

Ela é utilizada para o calculo de dosagens de concretos e argamassas.

RESSISTENCIA : a resistência a compressão do cimento e feito através de corpos de

provas cilíndricos, com um traço normalizado e areia padrão do IPT. Diversos tipos de

cimentos tem curvas de resistência x idade distinta que normalmente definem o seu uso ou

não, em determinadas aplicações.

EXPANSIABILIADE: pode ocorrer depois do pega, ao longo do tempo, provocando

fissuras, quando da queima do clínquer, o teor de magnésio ou CaO livre é elevado.

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Page 44: Materiais de Construcões

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TEMPO DE PEGA: importante para permitir a aplicação adequada das pastas,

argamassas ou concretos. Para controlar o tempo de pega é adicionado o gesso na moagem

do cimento, cujo o controle é feito através do teor de SO3.

10. Argamassa

Chama-se argamassa (pré-lat. arga + latim massa) à mistura feita com pelo menos um

aglomerante, agregados miúdos e água. O aglomerante pode ser a cal, o cimento ou o gesso.

O agregado mais comum é a areia, embora possa ser utilizado o pó de pedra. No caso de

argamassas poliméricas, os aglomerantes são normalmente resinas sintéticas e o agregado o

pó de pedra.

As argamassas são empregadas com as seguintes finalidades: assentar tijolos e blocos,

azulejos, ladrilhos, cerâmica e tacos de madeira; Impermeabilizar superfícies; regularizar (tapar

buracos, eliminar ondulações, nivelar e aprumar) paredes, pisos e tetos; dar acabamento às

superfícies (liso, áspero, rugoso, texturizado, etc.).

As argamassa são classificadas, segundo a sua finalidade, em argamassas para assentamento

de alvenarias, para revestimento e para assentamento de revestimentos.

Argamassas para assentamento

As argamassas para assentamento são usadas para unir blocos ou tijolos das

alvenarias.

Dependendo do tipo de bloco ou tijolo, podem ser utilizadas diversas técnicas de

assentamento com argamassa. Normalmente ela é colocada com colher de pedreiro, mas

podem ser utilizadas também bisnagas.

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Page 45: Materiais de Construcões

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As três primeiras fiadas de uma parede de blocos ou tijolos devem ser revestidas

inicialmente com uma camada de argamassa de impermeabilização, que protege a parede

contra a penetração da umidade.

Argamassas para revestimento

Usualmente são aplicadas três camadas de argamassa em uma parede a ser revestida:

Chapisco: primeira camada fina e rugosa de argamassa aplicada sobre os blocos das

paredes e nos tetos. Sem o chapisco, que é a base do revestimento, as outras camadas

podem descolar e até cair.

Emboço: sobre o chapisco é aplicada uma camada de massa grossa ou emboço, para

regularizar a superfície.

Reboco: é a massa fina que dá o acabamento final. Em alguns casos não é usado o

reboco, por motivo de economia. Geralmente tem em seu traço areias mais finas, pois servem

para dar o acabamento ao revestimento. Em alguns casos, como em muros, o chapisco pode

ser o único revestimento.

Por sobre as argamassas de revestimentos podem ser aplicados outros acabamentos

como textura, massa corrida, pintura, areias quartzo, estuque veneziano etc. O acabamento

destes revestimentos pode ser sarrafeado ou desempenado.

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Argamassa para assentamento de revestimentos

Revestimentos como azulejos, ladrilhos e cerâmicas são aplicados sobre o emboço.

Para esta aplicação, também são utilizadas argamassas.

No piso, utiliza-se uma camada de contrapiso e pode-se dar o acabamento por sobre

esta camada. Este acabamento é conhecido como cimentado. O contrapiso é uma camada de

argamassa de regularização e de nivelamento.

Propriedades

Para a obtenção de uma argamassa de boa qualidade, deve-se levar em conta:

a qualidade do cimento e da cal, principalmente verificando se é de um fabricante

certificado;

a qualidade da areia, que deve apresentar grãos duros e limpeza, livre de torrões de

barro, galhos, folhas e raízes antes de ser usada (areia lavada).

a água, que também deve ser limpa, livre de barro, óleo, galhos, folhas e raízes.

outro ponto a ser observado é a forma como se faz a mistura, que pode ser feita de

forma manual, em betoneiras ou em centrais de mistura.

Para a obtenção de uma boa mistura, devem-se utilizar preferencialmente meios mecânicos

(betoneira ou centrais).

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Uma característica importante da argamassa ainda fresca é a trabalhabilidade, que é

uma composição da plasticidade com o tipo uso da argamassa e com a sua capacidade de

aderência inicial. Em alguns usos, como no revestimento, é adicionado um quarto componente

à mistura, que pode ser cal, saibro, barro, caulim ou outros, dependendo da disponibilidade e

uso na região. De todos esses materiais, chamados de plastificantes, o mais recomendado é a

cal hidratada.

Quando endurecida, a argamassa dever apresentar resistência e resiliência, de forma a

suportar adequadamente os esforços sem se romper.

Aplicações e Aditivos

Argamassa para assentamento de revestimentos como azulejos, ladrilhos e cerâmicas

são aplicados sobre o emboço. Para esta aplicação, também são utilizadas argamassas.

No piso, utiliza-se uma camada de contrapiso e pode-se dar o acabamento por sobre

esta camada. Este acabamento é conhecido como cimentado. O contrapiso é uma camada de

argamassa de regularização e de nivelamento.

Argamassas industrializadas

Atualmente está sendo cada vez mais comum o uso de argamassas industrializadas, ou

seja, a mistura dos componentes secos é realizada em uma planta industrial. Assim, na obra,

apenas deve ser acrescentada água à mistura prévia. As argamassas industrializadas para

aplicação de revestimentos cerâmicos são conhecidas como argamassas colantes. Elas

apresentam os tipos AC-I, AC-II, AC III e ACIIIE, segundo a norma NBR 14081.

A AC-I é recomendada para o revestimento interno com exceção de saunas,

churrasqueiras e estufas. A AC-II é recomendada para pisos e paredes externos com tensões

normais de cisalhamento. A AC-III é recomendada para pisos e paredes externos com

elevadas tensões de cisalhamento e piso sobre piso. A AC-IIIE é recomendada para ambientes

externos, muito ventilados e com insolação intensa.

Argamassas poliméricas

Outro tipo de argamassa que vem se tornando cada vez mais comum é a argamassa

polimérica. O seu principal uso se dá no assentamento de tijolos ou blocos na construção de

alvenarias (paredes). Por necessitar de uma quantidade relativamente pequena de material

para unir os blocos ou tijolos, uma parede construída com argamassa polimérica apresenta

juntas mais finas do que uma parede construída com argamassa convencional. Embora menos

tradicional do que a argamassa cimentícia, a argamassa polimérica apresenta certas

vantagens e já é utilizada em grande escala em todo o território do Brasil. Ao contrário das

argamassas convencionais, que são comercializadas em pó, a argamassa polimérica é

comercializada em estado pastoso e pronto para a utilização, sem nem mesmo necessitar a

adição de água. Por se tratar de um produto elastomérico, a argamassa polimérica também

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apresenta elevada flexibilidade, o que pode proporcionar vantagens estruturais ao sistema

construtivo.

Argamassa polimérica

Aditivos

Atualmente está sendo cada vez mais comum o uso de argamassas industrializadas, ou

seja, a mistura dos componentes secos é realizada em uma planta industrial. Assim, na obra,

apenas deve ser acrescentada água à mistura prévia. As argamassas industrializadas para

aplicação de revestimentos cerâmicos são conhecidas como argamassas colantes. Elas

apresentam os tipos AC-I, AC-II, AC III e ACIIIE, segundo a norma NBR 14081.

Aditivos liquido plastificante.

A AC-I é recomendada para o revestimento interno com exceção de saunas,

churrasqueiras e estufas. A AC-II é recomendada para pisos e paredes externos com tensões

normais de cisalhamento. A AC-III é recomendada para pisos e paredes externos com

elevadas tensões de cisalhamento e piso sobre piso. A AC-IIIE é recomendada para ambientes

externos, muito ventilados e com insolação intensa.

Outro tipo de argamassa que vem se tornando cada vez mais comum é a argamassa

polimérica. O seu principal uso se dá no assentamento de tijolos ou blocos na construção de

alvenarias (paredes). Por necessitar de uma quantidade relativamente pequena de material

para unir os blocos ou tijolos, uma parede construída com argamassa polimérica apresenta

juntas mais finas do que uma parede construída com argamassa convencional. Embora menos

tradicional do que a argamassa cimentícia, a argamassa polimérica apresenta certas

vantagens e já é utilizada em grande escala em todo o território do Brasil.

Ao contrário das argamassas convencionais, que são comercializadas em pó, a

argamassa polimérica é comercializada em estado pastoso e pronto para a utilização, sem nem

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mesmo necessitar a adição de água. Por se tratar de um produto elastomérico, a argamassa

polimérica também apresenta elevada flexibilidade, o que pode proporcionar vantagens

estruturais ao sistema construtivo.

Ensaios argamassa

Consistência normal: a consistência da argamassa pode ser considerada como: seca,

plástica e fluida.

Coeficiente de rendimento: Rendimento da Argamassa: 4 a 6 kg por m²» cada saco de

20 kg é suficiente para instalar de 3 a 5 m² de pedra;

Traços básico, rico e pobre

Básico: uma forma simplificada. O inicio do procedimento, utilizado cimento e água.

Rico: teor de argamassa no momento da dosagem, relação maior entre o cimento e

agregado.

Pobre: menor relação cimento e agregado.

11. Concreto

Conceito: é o material mais utilizado na construção civil, composto por uma mistura de cimento,

areia, pedra e água, além de outros materiais eventuais, os aditivos e as adições.

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Classificação:

• Conforme o modo de fabricação: Fabricação no local; Pré-misturado

• Campo de aplicação: Concreto massa – utilizado em barragens. Concreto estrutural –

utilizado em edifícios e pontes.

• Peso específico:

Concreto pesado

cγ = 2,8 a 5,0 tf/m³

Concreto normal

cγ = 2,0 a 2,8 tf/m³

Concreto leve

cγ = 1,2 a 2,0 tf/m³

Concreto leve para isolamento térmico

cγ = 0,7 a 1,6 tf/m³

Propriedades: para efeito de suas propriedades, o concreto deve então ser analisado

nestas duas condições: fresco e endurecido. O concreto fresco, é assim considerado ate que

se obtém pela mistura dos componentes, após o fim da pega do aglomerado. O concreto

endurecido, é o material que se obtém pela mistura dos componentes após o fim do pega

aglomerada.

Ensaios

Principais ensaios:

Dosagem

Dosagem Racional: Determinação de traço de acordo com as características solicitadas

e os materiais fornecidos pelo interessado, incluindo o estudo dos agregados, ensaio de

abatimento, moldagem e ruptura de corpos de prova.

Consistência pelo abatimento do tronco de cone - "slum-test";

Massa específica método gravimétrico;

Tempo de início e fim de pega;

Teor de ar - Método Pressométrico;

Reconstituição de traço.

Ensaio em Concreto Endurecido:

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Resistência à compressão axial;

Módulo de deformação estático;

Absorção por Capilaridade;

Massa específica, absorção por imersão e índice de vazios (porosidade);

Permeabilidade;

Resistência à tração por compressão diametral;

Resistência à tração na Flexão.

Ensaios no Concreto da Estrutura:

Avaliação da resistência superficial do concreto em elementos estruturais por processo

não destrutivo – esclerometria;

Extração de testemunhos e ensaios de resistência à compressão.

Ensaio de tração na flexão para a realização deste ensaio, um corpo de prova de seção

prismática é submetido à flexão, com carregamentos em duas seções simétricas, até à ruptura.

O ensaio também é conhecido por “carregamento nos terços”, pelo fato das seções carregadas

se encontrarem nos terços do vão.

Os valores encontrados para a resistência à tração na flexão, fct,f, são maiores que os

encontrados nos ensaios descritos anteriormente (tração direta e compressão diametral).

Aplicações

Formas de aplicações :

Verificar se está tudo em ordem para a concretagem da laje com antecedência mínima

de (2) dias;

Verificar se o escoramento da laje está firme e adequado para a estrutura, mantendo-se

a distância mínima de 1m em 1m;

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Page 52: Materiais de Construcões

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Conferir a Nota Fiscal e o lacre da bica de descarga da BT, e acompanhar a descarga

do concreto;

Molhar bem a laje antes da concretagem;

Não adicionar água no concreto além da quantidade prevista na Nota Fiscal, ou acima

do Slump Test especificado. Esta é a principal condição que determina a resistência final do

concreto. Não adicionar água após o início da concretagem. Responsabilidade exclusiva do

cliente.

O concreto aplicado deverá ser vibrado com vibrador adequado durante a concretagem.

Se não for feito este procedimento, poderá ocorrer fissuras na superfície.

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Page 53: Materiais de Construcões

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Molhar a laje após o término da concretagem, e repetir esta operação 3 vezes ao dia e

por 7dias consecutivos, no mínimo. Esta é a fase importante chamada de “cura do concreto”,

que impedirá ou diminuirá o surgimento de fissuras na superfície do concreto.

Após cada operação descrita no tópico anterior, cobrir a laje com lona plástica, para que

a cura do concreto fique boa, e não sofra de intempéries (chuva,temperaturas elevadas, vento).

Caso o concreto seja do tipo bombeado, deixar 2 (dois) sacos de cimentos à disposição

da equipe, a fim de fazer argamassa ou nata de lubrificação da bomba.

Se as providências acima não forem cumpridas, muito provavelmente a laje apresentará

FISSURAS em maior ou menor grau. Porém, mesmo com todos os cuidados acima descritos,

se ocorrem algumas fissuras, é importante elimina-las logo que apareçam (algumas horas após

a concretagem), com a simples aplicação de desempenadeira de aço na área fissurada, e, se

necessário, aplicar uma película de nata de cimento (0,50 litro de água/ 1 Kg cimento) nas

mesmas. O surgimento de fissuras é proveniente de falhas no sarrafeamento, acabamento do

concreto, cura mal feita ou falta de cura. É importante salientar também que o concreto é um

material permeável, não dispensando a impermeabilização necessária contra vazamentos de

água, ou a realização de uma cobertura (telhado), portanto não garantimos que não ocorrerão

vazamentos.

Aditivos: São produtos adicionados ao concreto com a finalidade de melhorar ou

modificar suas características. Se usados corretamente facilitam a trabalhabilidade, diminui a

segregação, a pega, o endurecimento, o conteúdo de ar ou de outros gases no concreto, a

resistência a ações físicas, as ações mecânicas, ações químicas, melhora a durabilidade e a

resistência mecânica do concreto.

Nota-se que os aditivos proporcionam uma regularidade na fabricação do concreto ou

argamassa e na sua qualidade, ampliando o campo de aplicação do concreto.

De acordo com Martin (2005), diversos fatores devem ser analisados para aplicação dos

aditivos de forma a proporcionar os efeitos desejados, e dentre os fatores a serem verificados

destacam-se:

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Page 54: Materiais de Construcões

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Tipo de cimento: composição do clínquer principalmente conteúdo de C3A e C3S;

Adições, classe características (composição química, finura, forma),

quantidade, conteúdo dos compostos alcalinos, finura, quantidade de cimento.

Tipos de agregados: características; diâmetro máximo, granulometria, conteúdo

de finos, porosidade, forma.

Tipos de aditivos: quantidade e dosagem, temperatura ambiente, condições para

realizar a mistura.

Dosagem: determina a proporção mais adequada e econômica, com que cada material

entra na composição da mistura objetividade das propriedades já identificados para o concreto

fresco e endurecido.

Composição: aglomerantes (cimento), agregado miúdos, geralmente areia lavada, um

agregado, graúdo, geralmente brita, e água. Se necessário pode-se usar aditivos.

Adensamento: é a operação que tem por finalidade a eliminação do ar, e dos vazios

contidos na massa. Deve ser feito durante e imediatamente após o lançamento.

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Page 55: Materiais de Construcões

INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS

Cura: o conjunto de medidas que têm por finalidade evitar a evaporação prematura da

água e hidratação do cimento.

Manta para cura de concreto

Controle: ações visando minimizar a probabilidade de se cometer erros, tanto técnicas

como humanas, mediante aplicação de medidas provenientes adequados.

Patologia: levantamento maior do números de subsídios, para o entendimento do

problema através de vistorias do local, do histórico do edifício e do resultado de exames

complementares. Diagnósticos da situação, entendimento completo dos fenômenos ocorridos.

Definição da conduta a partir da escolha da alternativa de intervenção mais conveniente.

Concreto de central

O concreto dosado em central é normalizado pela ABNT - Associação Brasileira de

Normas Técnicas através do CB-18- Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados. O

conhecimento e o cumprimento das normas técnicas sobre a execução do concreto dosado em

central é uma das exigências para a filiação à ABESC.

Execução do concreto dosado

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Page 56: Materiais de Construcões

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As normas que orientam sobre a perfeita utilização do concreto são:

- NBR 6118 (Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado),

- NBR 7212 (Execução do Concreto Dosado em Central),

- NBR 12654 (Controle Tecnológico dos Materiais Componentes do Concreto),

- NBR 12655 (Preparo, Controle e Recebimento de Concreto), e

- NBR 8953 (Concreto para Fins Estruturais - Classificação por Grupos de

Resistência).

Ao escolher uma concreteira leve em consideração:

- se é associada à ABESC;

- sua configuração jurídica: capital social, contrato de prestação de serviços, notas

fiscais e faturas e recolhimento de tributos;

- se há laboratórios de controle e responsável técnico;

- o tempo de funcionamento e sua experiência no mercado;

- o desvio padrão da central que irá fornecer o concreto;

- a localização das centrais em relação à obra;

- o grau de controle de ensaios, automação e informatização;

- a eficiência de mistura dos caminhões-betoneira;

- a idade média da frota de caminhões-betoneira e eficiência de mistura;

- os equipamentos de transporte e aplicação, caminhões-betoneira, bombas,

esteiras, guinchos etc;

- se há certificado de aferição de equipamentos de medição (balanças,

equipamentos de laboratório e etc.);

- a qualidade e procedência dos materiais componentes do concreto (cimento,

agregados, aditivos, adições e água);

- se o pátio de estocagem de agregados permite a separação e o controle de

recebimento dos agregados;

- se respeita o meio ambiente, através de controles ambientais (filtros, reciclagem,

disposição de rejeitos etc.).

12. Produtos cerâmicos

Definição: A cerâmica (do grego κέραμος — "matéria-prima queimada", é a atividade ou

a arte de produção de artefatos cerâmicos. Qualquer classe de material sólido inorgânico, não

metálico (não confundir com termo ametal) que seja submetido a altas temperaturas

(aproximadamente 540°C) na manufatura. Geralmente uma cerâmica é um óxido metálico,

boreto, carbeto, nitreto, ou uma mistura que pode incluir aniões.

Classificação

As cerâmicas são comumente dividas em dois grandes grupos:

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Concepção artística de um ônibus espacial entrando na atmosfera terrestre, onde a

temperatura atinge mais de 1.500°C.

- Cerâmica Tradicional - Inclui cerâmica de revestimentos, como ladrilhos, azulejos e

também potes, vasos, tijolos e outros objetos que não tem requisitos tão elevados se

comparados ao grupo seguinte.

Cerâmica - Cerâmica "Avançada" criatura, ou de engenharia - Geralmente são materiais

com solicitações maiores e obtidos a partir de matéria prima mais pura. são abstratos motivo,

ferramentas de corte para usinagem, tijolos refratários para fornos.

Tijolo.

Os materiais cerâmicos podem ser classificadas de diversas formas, o mais usual é

classificação por aplicação. Outras formas de classificação mais aprimoradas são:

- Composição química: Óxidos, Carbetos, Nitretos e Oxinitretos.

- Origem Mineralógica: Quartzo, bauxita, mulita, apatita, zircônia, entre outros.

- Método de moldagem: Compressão isostática, colagem por barbotina (slip casting),

extrusão e moldagem por injeção, calandragem entre outros.

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Propriedades

Cerâmica tradicional

As principais matérias-primas são o Feldspato (particularmente os potássicos), a sílica e

a argila. Além destes três principais componentes, as cerâmicas podem apresentar aditivos

para o incremento de seu processamento ou de suas propriedades finais. Após submetida a

uma secagem lenta à sombra para retirar a maior parte da água, a peça moldada é submetida

a altas temperaturas que lhe atribuem rigidez e resistência mediante a fusão de certos

componentes da massa, fixando os esmaltes das superfícies. A cerâmica pode ser uma

atividade artística, em que são produzidos artefatos com valor estético, ou uma atividade

industrial, através da qual são produzidos artefatos com valor utilitário. De acordo com o

material e técnicas utilizadas, classifica-se a cerâmica em:

Terracota - argila cozida no forno, sem ser vidrada, embora, às vezes, pintada.

Cerâmica vidrada - o exemplo mais conhecido é o azulejo.

Grés - cerâmica vidrada, às vezes pintada, feita de pasta de quartzo, feldspato, argila e

areia.

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Faiança - louça fina obtida de pasta porosa cozida a altas temperaturas, envernizada ou

revestida de esmalte sobre o qual pintam-se motivos decorativo.

Com possível exceção do fabrico de tijolos e telhas, geralmente utilizados na construção

desde a antiguidade na Mesopotâmia, desde muito cedo a produção cerâmica deu importância

fundamental à estética, já que seu produto, na maioria das vezes, destinava-se ao comércio.

Talvez por esta razão a maioria das culturas, desde seus albores, acabou por desenvolver

estilos próprios que com o passar do tempo consolidavam tendências e evoluíam no

aprimoramento artístico, a ponto de se poder situar o estado cultural de uma civilização através

do estudo dos artefatos cerâmicos que produzia. Afora a cerâmica para a construção, a

cerâmica meramente industrial só ocorreu na Antiguidade em grandes centros comerciais,

iniciando vigorosa etapa com a Revolução industrial. Com a utilização da porcelana, a

cerâmica alcançou níveis elevados de sofisticação. Um exemplo notório da cerâmica artística

em Portugal é a barrista Rosa Ramalho que usou a argila para criar as figuras surrealistas do

seu imaginário.

Aplicação: A indústria cerâmica é responsável pela fabricação de pisos, azulejos e

revestimento de larga aplicação na construção civil, bem como pela fabricação de tijolos, lajes, 59

Page 60: Materiais de Construcões

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telhas, entre outros. Ainda, o setor denominado cerâmica tecnológica, é responsável pela

fabricação de componentes de alta resistência ao calor e de grande resistência à compressão.

Atualmente a cerâmica é objeto de intensa pesquisa tendo em vista o aproveitamento de várias

das propriedades físicas e químicas de um grande número de materiais, principalmente a

semicondutividade, supercondutividade e comportamento adiabático.

Ensaios com materiais cerâmicos

Formatos e dimensões: Os formatos e dimensões mais comuns das cerâmicas

piezelétricas comerciais são (dimensões em mm):

Cerâmicas de potência para solda por ultra-som (PZT-8/anéis):

50x20x5,15

50,8x19,1x3

38,1x19,1x5,15

30x10x6

25x12x3,15

25x10x4,15

Cerâmicas de potência para sistemas de limpeza em PZT-4 (anéis):

50x20x5,15

38x13x6,35

25x12x3,15

Cerâmicas para sensores (PZT-5A):

Anel de 38x13x6,35

Anel de 25x12x3,15

Disco de 15x0,9

As cerâmicas piezelétricas também são conhecidas popularmente como cristais

piezelétricos, cristais piezo, cristal piezelétrico e cristal piezo.

Desgaste abrasivo é a perda de material pela passagem de partículas rígidas sobre uma

superfície. Wear of Engineering materiais, Paris 1969.

Desgaste abrasivo é devido a partículas ou protuberâncias rígidas que são forçadas

umas contra as outras, e movem-se ao longo de uma superfície sólida.

Esquadro e resistência: A resistência ao desgaste depende muito da quantidade de vidro

formado. A absorção de água depende da compactação, das constituições iniciais etc. A

experiência demonstrou que os produtos cerâmicos são tanto mais resistentes quanto mais

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homogênea, fina e cerrada a granulação, e quanto melhor o cozimento, afora a vitrificação já

citada.

A resistência mecânica depende muito da quantidade de água usada na moldagem. O

excesso de água lava as partículas menores, que mais facilmente fundirão para formar o

vidrado.

O esquadro é um instrumento de desenho utilizado em obras civis e que também pode

ser usado para fazer linhas retas verticais com precisão para 90°.

Existem diversos tipos de esquadros: o primeiro, com o formato de um triângulo

retângulo isósceles de 45º-45º-90º; o segundo, com o formato de um triângulo retângulo

escaleno de 30º-60º-90º. Quanto ao tamanho, ou se tem ou não escala, depende das funções

que se quer explorar com o instrumento. Para quem não sabe fazer transferência de ângulos,

existe um tipo de esquadro que é adaptável com um transferidor, permitindo fazer qualquer

ângulo. Em engenharia civil é utilizado para verificação de ângulos das paredes.

Planeza: as dimensões individuais da planeza das faces dos blocos cerâmicos de

vedação da industria verde apresentaram valores individuais da face côncava variando de 0,00

a 1,05 mme da face convexa, variando de 0,00 a 0,72 mm; da industria amarela, a face

côncava varia de 0,00 a 1,05 mm e a convexa de 0,00 a 0,89 mm e da industria azul, a face

côncava varia 0,00 a 3,00 mm e a convexa, de 0,00 a 2,50 mm.

Comparando os dados das medidas das três cerâmicas com as normas, verifica-se que

a planeza das faces dos blocos de vedação das industriais verde, amarela e azul, estão

conformes.

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Page 62: Materiais de Construcões

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Absorção: a absorção da água quantifica a porosidade aberta do corpo cerâmico e

fornece um indicativo da sua estrutura. Maior absorção corresponde a uma estrutura mais

porosa e menor absorção a uma estrutura mais densa.

Abrasão: Desgaste abrasivo é a perda de material pela passagem de partículas rígidas

sobre uma superfície. Desgaste abrasivo é devido a partículas ou protuberâncias rígidas que

são forçadas umas contra as outras, e movem-se ao longo de uma superfície sólida.

13. Vidros

Definição e tipos: Em ciência dos materiais o vidro é uma substância sólida e amorfa que

apresenta temperatura de transição vítrea. No dia a dia o termo se refere a um material

cerâmico transparente geralmente obtido com o resfriamento de uma massa líquida à base de

sílica.

Em sua forma pura, o vidro é um óxido metálico super esfriado transparente, de elevada

dureza, essencialmente inerte e biologicamente inativo, que pode ser fabricado com superfícies

muito lisas e impermeáveis.

Estas propriedades desejáveis conduzem a um grande número de aplicações. No

entanto, o vidro geralmente é frágil, quebra-se com facilidade. O vidro comum se obtém por

fusão em torno de 1.250 ºC de dióxido de silício, (SiO2), carbonato de sódio (Na2CO3) e

carbonato de cálcio (CaCO3).

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Page 63: Materiais de Construcões

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Vasos de vidros coloridos

Fabricação de peças em vidro usando moldagem por sopro. Vidro formado naturalmente.

Vidro para embalagens - garrafas, potes, frascos e outros vasilhames fabricados em

vidro comum nas cores branca, âmbar e verde;

Vidros para a construção civil - Vidro plano - vidros planos lisos, vidros cristais, vidros

impressos, vidros refletivos, vidros antirreflexo, vidros temperados, vidros laminados, vidros

aramados, vidros coloridos, vidros serigrafados, vidros curvos e espelhos fabricados a partir do

vidro comum;

Vidros domésticos - tigelas, travessas, copos, pratos, panelas e produtos domésticos

fabricados em diversos tipos de vidro;

Fibras de vidro - mantas, tecidos, fios e outros produtos para aplicações de reforço ou de

isolamento;

Vidros técnicos - lâmpadas incandescentes ou fluorescentes, tubos de TV, vidros para

laboratório (principalmente o vidro borossilicato), para ampolas, para garrafas térmicas, vidros

oftálmicos e isoladores elétricos;

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Vidro temperado - aquecimento entre 700° e 750° através de um forno e resfriamento

com choque térmico, normalmente a ar, causando aumento da resistência por compactação

das camadas superficiais. O aumento da resistência mecânica chega a 87%. O vidro após o

processo de têmpera não poderá ser submetido a lapidação de suas bordas, recortes e furos.

Vidro laminado - composto por lâminas plásticas e de vidro. É utilizado em para-brisas

de automóveis, claraboias e vitrines.

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Vidros comuns decorados ou beneficiados - São os vidros lapidados, bisotados,

jateados, tonalizados, acidados, laqueados e pintados, utilizados na fabricação de tampos de

mesas, prateleiras, aparadores, bases e porta-retratos. Nas espessuras de 2 mm a 25 mm (já

se fabricam vidros planos de até 50 mm, para fins especiais em construção civil).

Vitrocerâmica - obtido submetendo o vidro comum a temperaturas elevadas (500°C-

1000°C) o que provoca a sua cristalização. Possui maior resistência.

Aplicação: Estudos estão sendo feitos no intuito de verificar a possibilidade da utilização

de sucata de vidro em substituição a uma porcentagem dos agregados.

Vantagens: Este tipo de reciclagem proporciona à economia de agregados naturais que

são os comumente utilizados para este fim.

Processo de produção: Para este fim, o vidro é moído e/ou quebrado em cacos - estão

sendo feitos estudos para a determinação da melhor maneira de inserir o vidro na pasta de

cimento.

Agregado para concreto asfáltico

A sucata de vidro é utilizada na forma de cacos e adicionada ao concreto asfáltico como

se fosse um agregado comum.

Vantagens: A vantagem neste caso é a mesma do agregado para cimento Portland.

Processo de produção: Não há necessidade de nenhum equipamento especial para esta

utilização.

Grau de desenvolvimento

Este processo já foi utilizado em algumas cidades americanas, mesmo assim ainda é

objeto de estudos e desenvolvimento.

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Page 66: Materiais de Construcões

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Os cuidados que devem ser tomados são relativos aos problemas de expansibilidade

dos produtos de reações indesejadas, assim como no caso anterior.

Outros:

Além das formas de reciclagem citadas acima, existem inúmeras outras, tais como:

agregados para leitos de estradas, materiais abrasivos, blocos de pavimentação, cimento a ser

aplicado em encanamentos, tanques sépticos de sistemas de tratamento de esgoto, filtros,

janelas, clarabóias, telhas etc. Todas estas aplicações utilizam a sucata de vidro moída e/ou

em cacos (o tamanho do vidro varia conforme a aplicação) adicionada em porcentagens

adequadas aos elementos já constituintes.

14. Polímeros

Definição : Os polímeros são compostos químicos de elevada massa molecular,

resultantes de reações químicas de polimerização.

Trata-se de macromoléculas formadas a partir de unidades estruturais menores (os

monômeros). O número de unidades estruturais repetidas numa macromolécula é chamado

grau de polimerização. Em geral, os polímeros contêm os mesmos elementos nas mesmas

proporções relativas que seus monômeros, mas em maior quantidade absoluta.

Tipos:

Termoplásticos

Termoplástico é um dos tipos de plásticos mais encontrados no mercado. Pode ser

fundido diversas vezes, alguns podem até dissolver-se em vários solventes. Logo, sua

reciclagem é possível, característica bastante desejável atualmente.66

Page 67: Materiais de Construcões

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Termorrígidos (Termofixos)

São rígidos e frágeis, sendo muito estáveis a variações de temperatura. Uma vez

prontos, não mais se fundem. O aquecimento do polímero acabado promove decomposição do

material antes de sua fusão, tornando sua reciclagem complicada.

Elastômeros (Borrachas)

Classe intermediária entre os termoplásticos e os termorrígidos: não são fusíveis, mas

apresentam alta elasticidade, não sendo rígidos como os termofixos. Reciclagem complicada

pela incapacidade de fusão.

Exemplos:

Polímeros termoplásticos

PC - Policarbonato

Aplicações: Cd´s, garrafas, recipientes para filtros, componentes de interiores de aviões,

coberturas translúcidas, divisórias, vitrines, etc.

PU – Poliuretano

Aplicações: Esquadrias, chapas, revestimentos, molduras, filmes, estofamento de

automóveis, em móveis, isolamento térmico em roupas impermeáveis, isolamento em

refrigeradores industriais e domésticos, polias e correias.

PVC - Policloreto de vinila ou cloreto de polivinila

Aplicações: Telhas translúcidas, portas sanfonadas, divisórias, persianas, perfis, tubos e

conexões para água, esgoto e ventilação, esquadrias, molduras para teto e parede.

PS - Poliestireno

Aplicações: Grades de ar condicionado, gaiútas de barcos (imitação de vidro), peças de

máquinas e de automóveis, fabricação de gavetas de geladeira, brinquedos, isolante térmico,

matéria prima do isopor.

PP - Polipropileno

Aplicações: brinquedos, recipientes para alimentos, remédios, produtos químicos,

carcaças para eletrodomésticos, fibras, sacarias (ráfia), filmes orientados, tubos para cargas de

canetas esferográficas, carpetes, seringas de injeção, material hospitalar esterilizável,

autopeças (pára-choques, pedais, carcaças de baterias, lanternas, ventoinhas, ventiladores,

peças diversas no habitáculo), peças para máquinas de lavar.

Polietileno Tereftalato (PET)

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Page 68: Materiais de Construcões

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Aplicações: Embalagens para bebidas, refrigerantes, água mineral, alimentos, produtos

de limpeza, condimentos; reciclado, presta-se a inúmeras finalidades: tecidos, fios, sacarias,

vassouras.

Plexiglas - é conhecido como vidro plástico.

Polímeros termorrígidos (ou termofixos)

Baquelite: usada em tomadas, telefones antigos e no embutimento de amostras

metalográficas.

Poliéster: usado em carrocerias, caixas d'água, piscinas, dentre outros, na forma de

plástico reforçado (fiberglass).

Elastômeros (borrachas)

Poliisopreno - borracha semelhante à natural

Aplicações: pneus, câmaras de ar, vedações, mangueiras de borracha.

15. A madeira como material de construção

A madeira é um material excepcional como material de construção além de ter qualidade

muito grandes como matéria prima para outros industrializados, e que vem sendo utilizada

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Page 69: Materiais de Construcões

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desde os primórdios da civilização.

Diversas pesquisas tem sido desenvolvidas no sentido de tratar a madeira para sua

utilização em diversas etapas construtivas. As madeiras em seu estado natural têm

características próprias que podem se alteradas com tecnologia moderna. Algumas destas

características mais importantes são:

Apresenta resistência mecânica tanto a esforços de tração como a compressão, além da

resistência a tração na flexão;

tem resistência mecânica elevada em relação ao seu peso próprio pequeno;

tem resistência a choques e cargas dinâmicas absorvendo impactos que dificilmente

seria com outros materiais;

tem fácil trabalhabilidade permitindo ligações simples;

boas características de absorção e acústicas, bom isolamento térmico;

custo reduzido e é renovável, desde que convenientemente preservada;

apresenta diversos padrões de qualidade e estéticos.

A madeira como material de construção é depois do aço o material mais utilizado. Pode

ser utilizada em diversas etapas desde as fundações até os acabamentos, passando tanto pela

estrutura como por material auxiliar. Pode ser usadas também em diversos tipos de construção

como estradas de ferro, galerias, etc.

Pode ser utilizada como combustível, tendo entretanto um poder calórico baixo, sendo

entretanto bastante utilizada para este fim.

Além disto, serve como matéria prima para papel, resinas, alcoóis, plásticos, sendo o

papel o seu principal subproduto.

A madeira , como material de construção é produto do beneficiamento do tronco de

árvores, que chamaremos “lenho”. As características de anisotropia e heterogeneidade são

decorrentes da sua origem. Suas características também são decorrentes das diversas

espécies existentes. A classificação é:

1. Endógenas: aquela em que o desenvolvimento do caule se dá dentro para fora

como as palmeiras e bambus. E pouco aproveitada como material de construção.

2. Exógenas: aquela em que o crescimento do caule se dá de fora para dentro, com

adição de novas camadas em forma de anel, chamados anéis anuais de

crescimento. Estas árvores classificam-se em gimnospermas e angiospermas.

As gimnospermas são árvores coníferas e resinosas, tendo folhas em forma de agulha

não fornecendo frutos. São madeiras de lenho mais mole e correspondem à 35% das espécies

conhecidas.

As angiospermas são arvores frondosas conhecidas no Brasil como madeira de lei,

sendo desta maneira conhecidas por serem abatidas na época da colonização, de acordo com

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Page 70: Materiais de Construcões

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a lei vigente representam 65% das espécies conhecidas.

As árvores são compostas de raiz, caule e copa. A raiz é o apoio da árvore ao solo,

tendo a finalidade de retirar do solo os sais minerais para seu desenvolvimento. O tronco alem

de sustentar a copa conduz por capilaridade a seixa bruta da raiz às folhas, como a seiva

elaborada das folhas para o lenho em crescimento. A copa desdobra-se em galhos e folhas,

alem das flores e frutos. As folhas transformam a seixa bruta em elaborada.

O lenho é a parte da árvore que nos interessa como material de construção. Sua

constituição é diversificada e suas partes são:

Casca: é a proteção do tronco alem de conduzira seixa elaborada nas folhas para o

tronco. A parte externa é morta e denominada cortiça, a parte interna por onde passa a

seiva é denominada floema. A parte externa pode ser renovada visto que é elemento

morto, não apresentado interesse como material de construção com exceção de alguns

casos onde é aproveitada como material de acabamento e termoacústicas. A parte da

casca transporta a seixa das folhas ao caule.

Câmbio: e uma camada muito esbelto que se situa entre a casca e o lenho, constituída

de tecido vivo sendo tão importante quando à parte interna da casca. Seu

seccionamento produz a morte da árvore, sendo esta uma maneira eficiente de permitir

a seca da mesma em pé. O estrangulamento do tronco com um arame impossibilita seu

desenvolvimento e consequentemente morte. Estando em pé a secagem é natural

evitando trancas e rachaduras comuns em espécies como o eucalipto. A partir do

câmbio são gerados os anéis anuais de crescimento que podem ter coloração

diferenciadas,dependendo da época do ano em que se encontram e do tipo de madeira.

Apertados indicam árvores com alta resistência, largos, com baixa resistência, definindo-

se a idade da árvore pelo numero de anéis encontrados. Problemas decorrentes de

estiagens, pragas, etc., provocam defeitos que irão alterar as características físicas e

mecânicas da madeira.

Lenho: É o núcleo do tronco, sendo portanto a parte resistente da árvore. Desta parte é

retirada através de desdobro do material utilizado na construção civil. É constituído pelo

alburno que é a parte mais externa, e pelo cerne que é a parte central do tronco, sendo

formado por células mortas ou esclerosadas. Este fato torna-o mais resistente visto não

existir nesta região a seiva, e consequentemente não ser atrativo à insetos e outros

agentes de deterioração. A utilização do alburno e do cerne não dever ser diferenciada

apesar desta diferença visto que alem de compor entre 25 e 50% do tronco o alburno é

a parte que melhor absorve conservantes.

Medula: e o miolo central do tronco, sendo esta parte constituída de tecido frouxo

muitas vezes já apodrecido. Sua presença em material serrado constitui um defeito.

A produção da madeira como material de construção inicia-se no corte da árvore,

passando pela toragem, falquejamento, desdobro e beneficiamento.

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Page 71: Materiais de Construcões

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O corte deve ocorrer em épocas oportunas, sendo no Brasil aconselhável o processo ser

efetuado nos meses de inverno, ou sem R. Este fato é importante na secagem do tronco por

ser a mesma mais lenta provocando menos rachaduras ou fendas, alem de atraírem poucos

insetos por estarem com pouca seiva elaborada.

A toragem é o processo de desgalhamento e corte em tamanhos de 5 à 6 metros que

facilitam o transporte. Também nesta etapa são falquejadas e descascadas. O processo de

falquejamento é o corte de costaneiras, ficando a seção aproximadamente quadrada o que

impede o tombamento no transporte alem da economia de espaço entre troncos.

O desdobro é a etapa final para transformação em material de construção. São feitos de

duas maneiras. O desdobro normal que produz peças inteiras de lado à lado do tronco (fig.a). A

outra é o desdobro radial que corta o tronco na direção do seu diâmetro evitando-se entretanto

a medula (fig.b).

Fig.a Fig.b

O desdobro radial produz peças de melhor qualidade, tendo menor rachaduras durante a

secagem, menores empenamentos e defeitos provenientes da heterogeneidade. E

inconveniente devido ao custo de produção, sendo aconselhável somente em aplicações

especiais.

A última etapa da produção da madeira é o aparelho da peça ou beneficiamento da

mesma. Aparelhamento é a padronização das medidas ao passo que o beneficiamento é sua

utilização com acabamento aparente.

Propriedades Físicas Das Madeiras

Os diversos tipos de madeira existentes proporcionam que o seu uso seja específicos

para cada tipo de aplicação. A escolha só pode ser acertada se forem conhecidos as

propriedades físicas e sua resistência às solicitações mecânicas.

Este conhecimento somente será possível se os resultados médios dos ensaios que são

executados forem conhecidos. Estes ensaios são realizados levando-se em conta tanto os

fatores naturais como tecnológicos decorrentes da realização destes ensaios. Os fatores

naturais são:

a espécie da madeira já que cada uma delas tem as suas características, o que impõe

um completo conhecimento de cada uma delas;

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Page 72: Materiais de Construcões

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massa especifica do material que é um índice de material resistente por unidade de

volume. Por este valor já se pode determinar todos os demais parâmetros da madeira;

localização no lenho já que variações na retirada do corpo de prova influenciam

diretamente na resistência de amostra;

presença de defeitos que podem provocar diversas alterações na resistência das

peças. Dependem da distribuição , dimensões e localização;

umidade que pode alterar profundamente as características do material. A propriedade

hidrófila da madeira faz com que, dependendo de sua condição de uso, sejam

completamente diferentes as suas propriedades. No estado seco a resistência mecânica

é a maior possível, ao passo que saturada apresenta a sua menor resistência.

Os fatores tecnológicos são os decorrentes da forma de execução dos ensaios. As

dimensões dos corpos de prova, sua localização no lenho, velocidade das cargas aplicadas

podem alterar até falsear um ensaio.

Os ensaios normalizados pela ABNT no MB-26/40, onde é mostrado o desenvolvimento

e cuidados do método Monin, que trata desde a forma de extração dos corpos de prova, sua

orientações dentro do lenho, altura e posição do corpo de prova, cuidados com relação à

verificação de todas as partes do lenho, teor de umidade e forma do carregamento.

Características Físicas

As características a serem analisadas são, a umidade, retratibilidade, a densidade, a

condutibilidade térmica, elétrica e fônica alem da resistência ao fogo. As características de

cada matéria permitem a escolha do melhor material para a sua melhor aplicação. Existem

materiais muito bons para determinadas aplicações sendo incompatíveis com outras. Este

conhecimento permite a escolha ideal para cada projeto.

Umidade – Após a extração da árvore, sua seixa permanece no material em três estados: a

água de constituição, a de impregnação e a livre.

A de constituição não pode ser eliminada nem na secagem, sendo portanto impossível a

retirada. Quando a água contém somente esta água diz-se que a madeira está completamente

seca. Para atingir esta condição basta a madeira ser deixada em estufa à uma temperatura de

100 à 150°C.

A água de impregnação aparece entre as fibras e células lenhosas. Esta água provoca

um inchamento considerável na madeira, alternado todo o comportamento físico mecânico do

material. Quando esta água impregna toda a madeira sem escorrimento diz-se que a madeira

atingiu o teor de umidade de saturação ao ar.

Após a madeira se encontrar neste estado qualquer outro incremento de umidade pouco

importa na sua qualidade, pois está somente preenchendo vasos capilares. Esta condição é

chamada de água livre. Quando evaporada ao ar livre, a umidade estando no ponto de

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Page 73: Materiais de Construcões

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saturação do ar, ou seja sem esta água livre, a umidade esta em torno de 30%, sendo

entretanto este valor muito variável, principalmente com relação ao tipo de material.

Deixando-se o material exposto ao ar até a perda da água de impregnação diz-se que a

madeira está seca ao ar tendo uma umidade em tomo de 13 à 17%. Esta medida é obtida

através de pesagens sucessivas sem alterações significativas do peso da amostra.

A nomenclatura mais correta e comum para este diversos estados e:

madeira verde – umidade acima de 30%

madeira semi seca – acima de 23%

madeira comercialmente seca – entre 18 e 23%

madeira seca ao ar – entre 13 e 18%

madeira dessecada – entre 0 e 13%

madeira seca – 0%

Retratibilidade – É a propriedade de variação volumétrica da madeira quando ocorre a

variação de umidade entre o estado seco e a condição de saturada ao ar. Pode ser inchamento

ou contração, denominado trabalho da madeira.

A retratibilidade pode ser medida tanto na forma volumétrica como na linear. A

volumétrica é medida com absoluta precisão em três estágios de umidade; verde, seca ao ar e

seca em estufa. A linear é a medição nas ter direções do corpo de prova nos mesmos estados

de umidade que a medição volumétrica.

Ensaios mostram que a retrabiliade axial pode ser desprezível, que a tangencial é o

dobro da radial e que a volumétrica é aproximadamente o somatório das três.

O comportamento diferenciado na retrabilidade pode afetar a qualidade do lenho,

podendo aparecer, fissuras, rachas, fendas de secagem, etc. Três cuidados podem ser

adotados de modo a minorar este efeito:

peças com teores de madeira compatíveis com o ambiente a ser empregada

desdobro e emprego adequados

impregnação das peças com óleo e resinas

A madeira quando for utilizada deverá atender condições de uso. Alguns cuidados à

serem adotados são:

Construções submersas ou contato com agua Madeiras saturadas com 30% de umidade

Construções expostas como torres, postes,

cimbramentos

Madeiras comercialmente secas com 18 à 23% de

umidade

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Construções abertas como galpões e hangares Madeira seca ao ar com 13 18% de umidade

Locais secos e fechados como telhados Madeiras secas ao ar

Locais fechados e aquecidos Madeiras bem secas com 10 à 12% de umidade

Locais com aquecimento artificial Madeira seca artificialmente

Densidade: - É considerada em termos da massa especifica aparente, ou seja, peso por

unidade de volume aparente, referida à umidade na qual for determinada.

Dh = Ph/Vh

A Norma brasileira corrige a umidade para 15% de umidade, que é uma umidade

normal.

A densidade pode ser entendido como o índice de compacidade das fibras da madeira,

mostrando uma maior ou menor quantidade de fibras por unidade de volume aparente. Pode-

se correlacionar diversos tipos de madeira conforme esta característica. A densidade varia a

umidade e a posição no lenho.

Condutibilidade elétrica: Quando bem seca é excelente isolante elétrico ao passo que úmida

torna-se condutora. Varia com as espécies.

Condutibilidade térmica: Mau condutor independente da espécie.

Condutibilidade sonora: Não é bom isolante acústico porém quando usado em tratamento

acústico funciona bastante bem por terem boa capacidade de absorção do sons.

Resistência ao fogo: Os estudos de capacidade de resistência ao fogo devem ser feitos com

temperaturas em torno de 850°C, que é a temperatura em incêndios. Deste modo a madeira

não pode resistir de maneira alguma nestas condições. O comportamento da madeira deve Ser

estudado na forma preventiva, sendo propagação um efeito quase que natural.

Em seu estado natural de madeira inicia a combustão em torno de 275uC, desde que

haja oxigênio para combustão. A combustão superficial forma uma capa de madeira calcinada

que impede a passagem do ar dificultando a queima. Esta capa tem aproximadamente 10 mm

de espessura, e se a temperatura permanecer constante a queima cessa. Peças com menos

de 25mm não devem ser usados porque não formam a capa de proteção, destruindo-se

rapidamente.

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Em incêndios de grande temperatura, com mais de 850°C, peças de madeira não

rompem imediatamente devido à este fator, permanecendo portanto com alguma resistência.

Uma peça de aço em temperaturas próximas de 300°C já estão em processo de escoamento.

F Em coberturas de incêndio este fatores podem ser levados em consideração. Peças com

menos de 10mm tem alto risco de combustão, com 25 mm têm fator de risco menos e com

mais de 50 mm podem ter menos risco que estruturas metálicas.

O aumento de sua resistência à combustão pode se obtido com produtos ignífugos ou

retardadores de combustão.

Propriedades Mecânicas Das Madeiras

São as características de resistência da madeira à diversos tipos de esforços à que

estão sujeitas as estruturas. Numa primeira classificação poderíamos ter as características

principais e secundárias, esta classificação é devido às propriedades anisotrópicas do material.

As características principais são a resistência aos esforços no sentido axial, ou no

sentido das fibras. Compressão, tração, flexão, estática e dinâmica. As características

secundárias são as que ocorrem perpendicularmente às fibras. Compressão e tração normal às

fibras, torção, cisalhamento e fendilhamento.

Todas as características estão diretamente ligadas as propriedades anisotrópicas, a

absorção de umidade e a densidade de fibras, sendo que quanto maior for esta quantidade

maior será a resistência da peça.

Compressão em peças curtas

Corpos de prova retirados de toda a seção transversal do lenho de acordo com o MB 26

da NBR 6230, com tamanho de 2x2x3 cm, de lugares pré determinados e isentos de defeitos,

tomando-se o cuidado de carrega-los na direção paralela as fibras. Os corpos de prova são

ensaiados em prensas até o rompimento, sendo esta a tensão de limite de ruptura.

De uma tora são retirados 80 corpos de prova sendo 40 em estado verde e 40 secos ao

ar. A série verde que está a favor da segurança fornece valores médios que serão utilizados no

dimensionamento de peças estruturais. A série seca ao ar depois de corrigida para umidade de

15% serve como resultado comparativo com outras espécies lenhosas.

O teor de umidade tem fator preponderante na qualidade da resistência da madeira.

Quando verde tem resistência quase constante, aumentando a medida que vai secando.

Quando seca em estufa chega a sua resistência máxima.

A massa especifica também influi significativamente na capacidade de resistência a

compressão, sendo que quanto maior a massa maior resistência.

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Os defeitos que possam existi em partes do lenho proporcionam uma redução na

capacidade resistente, que serão levados em consideração nos cálculos de coeficiente de

segurança para determinar das tensões admissíveis e são da ordem de 75%.

Elasticidade na compressão: Na compressão simples a madeira comporta-se como material

elástico sob tensões de até % da tensão limite de resistência. Até este estágio as tensões são

proporcionais as deformações, conforme seu módulo de elasticidade. A determinação deste

módulo é normalizado pela MB 26 sendo o módulo de elasticidade calculando conforme a

equação.

Compressão em peças longas – Flambagem: Na compressão em peças longas com

possibilidade de flambagem os corpos de prova 2x2xvariavel, retirados em diversos locais da

tora, sendo os ensaios executados com prensas, devendo os corpos serem apoiados de modo

a refletirem um apoio livre. A variação da altura dos corpos de prova servem para mudar o

índice de esbeltez da peça, sendo:

indice de esbeltez

raio de giração onde I= momento de inércia e S= área

Para cada valor do índice de esbeltez determina-se por rompimento a tensão critica de

flambagem, dada por:

Obtendo-se uma curva experimental com compressão simples para X < 40, flambagem

para 40< X < 80 e flambagem elástica para ~> 80. No trecho elástico a curca se adapta a

curva de Euler descrita pela equação:

O limite de aplicação desta fórmula é dada pela tensão no limite de proporcionalidade

que pode ser adotada como igual a 2/3 da tensão limite de resistência a compressão de peças

curtas.

Que pode produzir a expressão:

Que origina uma expressão diferenciada para a fórmula de Euler

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válida para o trecho elástico da flambagem em pilares de madeira.

No trecho com flambagem ineslástica não é válida a formula de Euler, sendo utilizada

uma fórmula empírica adotada pela NB 11, que é expressa por:

O trecho com índice de esbeltez menor do que 40 é o trecho onde não aparece

flambagem, ou seja peças curtas.

Resistência a tração axial

Por ser um material fibroso este é o tipo de esforço que melhor se distribui na madeira.

Praticamente não ocorre ruptura do material por tração, pois nas ligações, a diminuição das

seções transversais devido a introdução dos conectores provoca com que o rompimento ocorra

exatamente nestes pontos. De forma inversa do que ocorre nas peças comprimidas a tração

provoca a aproximação das fibras, o que proporciona uma resistência bastante maior que a

verificada a compressão, algo em torno de 2,5 vezes maior.

Os corpos de prova normalmente são comprimidos com uma adaptação para presilhas

que proporcionam a tração.

Resistência a flexão estática

Os ensaios são realizados em corpos de prova de 2x2x30 cm em números de 80

ensaios retirados estes corpos de diversos pontos de lenho. Os ensaios são feitos em séries

erdes e secas ao ar. Os corpos são carregados 110 centro até a ruptura, estando os corpos

apoiados em suas extremidades. Os ensaios são feitos de modo que os corpos de prova não

rompam em menos de dois minutos. São medidas a flecha e a carga de ruptura. A tensão é

calculada pela expressão

que é uma expressão válida para corpos elásticos, homogêneos e isotrópicos. Como a madeira

é anisotrópica sendo a resistência a tração 2,5 vezes maior que a de compressão, é

necessários cuidado na flexão elástica visto que estes esforços aparecem associados nesta

situação. A parte superior do corpo de prova está comprimida ao passo que a inferior está

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tracionada. Caso a carga ultrapasse o limite de compressão a linha neutra desloca-se para

baixo. Este fator aumenta em peças de grande altura fazendo com que a peça se rompa por

ruptura das fibras tracionadas com cargas elevadas de ruptura.

A vantagem da adoção do critério dos matérias isótropos e lineares da Norma Brasileira

leva a resultados mais conservadores com menores valores de tensão limite, portando a favor

da segurança.

Índice de Rigidez

A tensão limite de resistência na ruptura não leva em consideração a deformação das

peças com relação a flexão estática. E necessários que se determine índice de rigidez das

diversas espécies de madeira. Este índice é calculado através da relação entre o cão e a flecha

no instante da ruptura.

Em ensaios com madeira seca ao ar este índice poder ser analisado da seguinte

maneira

entre 40 e 50 madeira rígida

L/f entre 30 e 40 madeira pouco rígida

entre 20 e 30 madeira flexível

as madeiras pouco rígidas rompem sem grandes deformações o que pode ocasionar

acidentes graves. As madeiras flexíveis não podem ser utilizadas como estruturais devido a

deformação exagerada.

Resistência à compressão normal as fibras

Submetida a este tipo de esforço, logo após um pequeno estagio elástico, a madeira

começa a deformar-se indefinidamente sob cargas crescentes. Esta resistência depende

fundamentalmente da extensão da área de aplicação da arga, sendo maior a resistência

quanto maior for a área de aplicação da carga, sendo maior a resistência quanto maior for a

área livre de carregamento em áreas adjacentes a este carregamento.

80 kg/cm² Sentido das fibras 40 kg/cm²

10% de deformação 20% de deformação

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Nas figuras indicadas se o carregamento for perpendicular as fibras, num material que

na primeira hipótese resista a 80 KWcm² na terceira situação resistirá à metade, estando as

deformações também indicadas nas figuras.

Resistência à tração normal às fibras

Nesta situação as fibras são afastadas provocando o rasgamento do material e sua

consequente destruição. Esta resistência deve ser portanto ser muito analisada sendo

aconselhável não ser utilizada peças de madeira sob este tipo de esforço. No caso de ser

necessário a utilização de estribos ou peças metálicas que impeçam esta destruição é

interessante.

Coeficientes de seguraça

A fixação de coeficientes de segurança ajustados a cada tipo de esforço estrutural

premitem a redução das tensões admissíveis dos diversos tipos de madeira. Os fatores

analisados são os seguintes:

1. Perda de resistência por defeitos, que é obtido a partir dos resultados dos ensaios das

peças isentas de defeito comparados com aqueles com defeitos. A redução é de ¾ este

coeficiente.

2. Duração das cargas, que no caso das cargas permanentes devem ser mantidas abaixo

de limite de proporcionalidade. Abaixo deste limite o mateiral não sofre influencia. Os

coeficientes de segurança a serem adotados são de 5 para a compressão simples e de

9/16 para flexão estática.

3. Variabilidade de resultados, que podem ocorrer nos ensaios mecânicos dos corpos de

prova. A dispersão dos resultados chega a ordem de 25%, isto devido a

heterogeneidade da madeira. O fator de redução portanto é 3/4.

4. Possibilidade de sobrecargas que neste caso é o coeficiente de segurança,

correspondendo a incerteza na previsão de cargas acidentes que possam ocorrer na

estrutura. Este coeficiente é normalmente 2/3.

Sendo uma peça de pinho ensaiado em laboratório que tenha resistência a compressão

de 242 kg/cm² e de flexão de 437 kg/cm² de tensão admissível como segue

Apresentado terá valores.

Preservação da madeira

A durabilidade das peças de madeira esta diretamente ligada a preservação de suas

características. Diversos fatores alteram estas condições, tais como fungos, isentos que

atacam o tecido lenhoso. A resistência a estes agentes depende da qualidade da madeira,

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localização dentro do lenho, presença de tanino, assim como de fatores esternos como

umidade, temperatura, arejamento, etc.. Estes fatores podem ser combatidos através de

produtos preservantes que irão provocar vida útil mais longa ao material.

A madeira como material orgânico é atacada por organismos vivos sobrevivendo através

dela, estes ataques provocam o apodrecimento.

Os principais processos de preservação podem ser classificados em:

1. Processo de impregnação superficial

2. Processo de impregnação por pressão reduzida

3. Processo de impregnação por pressão elevada

Independentemente do processo de preservação a ser utilizado, o primeiro fator a ser

adotado é a secagem do produto, sendo necessário o descascamento do tronco, a retirada da

seiva, trabalho das peças como bitolagem, furação, etc.

Alem de melhorar a qualidade do material, a secagem em estufa possibilita a

esterilização das peças eliminando parasitas e germes que ocasionam o apodrecimento.

A retirada da casca provoca a eliminação de um local onde os fungos e insetos

localizam-se preferencialmente.

A desseivagem é uma pratica muito antiga e importante no beneficiamento da madeira.

Uma maneira eficiente é o transporte através do transporte em rio, onde a seiva é substituída

por água, através da capilaridade e osmose, este processo facilita a posterior secagem visto

que é mais fácil retirar a água que a seiva.

Processo de impregnação artificial

São processos de pinturas superficiais, ou por imersão das peças em preservantes. Este

procedimento é econômico sendo recomendável somente em peças não expostas. Tanto na

imersão como na pintura a impregnação dificilmente será superior a 2 ou 3 mm, sendo

suficiente para tratamento contra inseto e pequenas trincas e fendas.

Processo de impregnação sob pressão reduzida

Processo de impregnação por pressões naturais, conseguindo-se penetração em todo

alburno pode ser efetuado de duas maneiras.

a) Processo de dois banhos, um quente e outro frio. Em um recipiente é colocado o

impregnaste aquecido a temperatura de ebulição da água, sendo as peças introduzidas

neste liquido, ali ficando por quatro horas. Após este período as peças são retiradas e

colocados imediatamente no mesmo liquido, sendo entretanto frio por um período de 30

minutos. A expulsão do ar aquecido provoca força a entrada do impregnante através da

pressão atmosférica sobre o vácuo relativo. E um processo bastante efetivo

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recomendado para topo de postes, mourões de cerca tanto parte enterradas como na

superior.

b) Processo de substituição da seiva sendo possível somente em peças verdes sendo

portanto um processo lento. As peças de madeira são imersas no imunizantes havendo

a troca da seixa por capilaridade e osmose. Uma peça de 15 cm de diâmetro por 3

metros de comprimento demora no verão aproximadamente 60 dias para estar

imunizada.

Processo de impregnação em autoclaves

São os mais eficientes, normalmente indicado para peças que estarão sujeitas a

diversos tipos de predadores. Existem dois processos clássicos:

a) De células cheias, sendo as peças carregadas em autoclaves, sob vácuo de 70 cm de

mercúrio por duas horas. Com este processo é retirado o ar e a água do tecido lenhoso.

Em seguida o madeira é exposto a banho do preservante sob pressão de 10 atm,

durante três horas, sob uma temperatura entre 90 e 100°C. finalmente o material é

submetido a vácuo de 30 cm de mercúrio, por 30 minutos, a fim de retirar o excesso de

preservante.

b) De células vazias, sendo as peças submetidas a uma pressão inicial de 3 atm, a seco,

por noventa minutos. Após este período é aplicado um banho a pressão de 10 atm, sob

temperatura de 90 a 100°C pelo tempo de três horas. Um novo vácuo é aplicado que

retira todo preservante contido no material, pela expulsão do ar sob pressão inicialmente

inserido.

Os principais produtos preservantes são sempre tóxicos, fungicidas, inseticidas ou

antimoluscos, diluídos em óleo ou água. Devem apresentar as seguintes características:

Alta toxidez a organismos xilófagos

Alto grau retenção ao tecido lenhoso

Alta difusibilidade através do tecido lenhoso

Estabilidade

Incorrosível para metais e para própria madeira

Segurança aos operadores

Madeira transformada

A madeira como já foi visto é um material heterogêneo e anisotropo. Os processos de

transformação da madeira procuram alterar estas características tornando o material mais

homogêneo.

A madeira laminada é o corte da madeira em tabuas que são coladas com colas

especiais, diminuído a ocorrência de defeitos nas peças. A medida que as tabuas vão sendo

cortada mais finas, tornando se laminas, estas peças podem ser coladas ortogonalmente

sendo chamadas então de maeira compensada ou contraplacados.

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Page 82: Materiais de Construcões

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A madeira usando destruída como resíduos de madeira cortada ou serrada, podem ser

reconstituídas com resinas e colas especiais, sob pressão são chamadas de aglomerados.

Finalmente as madeiras reconstituídas que são aquelas oriundas de uma fragmentação

mecânica, onde o tecido é reduzida a polpa dispersa, passando depois por uma reaglomeração

sob pressão, utilizando-se de resinas e colas, da origem a um material onde as fibras não tem

direção principal.

Este material que tem a mesma textura da madeira pode ser submetido a diversas

alterações com aplicação de produtos como os plásticos de madeira, do tipo baquelite,

plásticos de papel, que são papeis de alta resistência associados como os contraplacados,

através de uma resina resistente, resistindo a forças de tração da ordem de 2500kg/cm². As

ligas lignocelulósicas supercompactadas, que são fibras reagrupadas pela lignina, densificadas

por alta pressão, denominadas benatite, que é usada pra estampar metais.

As ligas de madeira constituídas de pequenas moléculas de alta penetração, como as

resinas fenólicas. As qualidades da madeira ficam preservadas alem de serem acrescidas das

qualidades necessárias as técnicas modernas. Este material quando aquecido se transforma

em banquelite no interior da célula, formando um componente permanente chamado compreg,

sendo inteiramente impermeável, com grande resistência e dureza, com densidade 1,4 kg/dm³.

16. Tintas

Conceituação E Função

Tomando-se uma definição geral, tinta é uma mistura homogênea de solventes, aditivos,

resinas e pigmentos que tem por finalidade revestir uma superfície de modo a protegê-la contra

a ação de intempéries de todos os gêneros, bem como funcionar como elemento de

decoração. Outra definição mais completa é a de que tinta é uma mistura estável entre

pigmentos e cargas dispersos numa resina líquida que, ao ser estendida numa fina película,

forma um filme aderente ao substrato com a finalidade de cobrir, proteger e embelezar.

Neste contexto, entende-se como tinta uma composição química líquida pigmentada ou

não que, ao ser aplicada em um substrato, se converte em filme sólido por mecanismos

característicos de cada tipo de tinta. Sendo assim, suas funções consistem em: criar uma

película protetora de superfícies, sinalizar, distribuir iluminação e ornamentar ambientes, isto é,

as tintas possuem quatro funções básicas: higiene, iluminação, proteção e segurança. O

Esquema 1 representa sintetiza as funções de uma tinta.

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Normalmente as tintas de revestimento são classificadas como:

Tintas Imobiliárias / Linha Imobiliária

Tintas Automotivas / Linha Automotiva

Tintas Industriais / Linha Industrial

A tinta é uma preparação, geralmente na forma líquida, cuja finalidade é a de revestir

uma dada superfície ou substrato para conferir beleza e proteção. Quando essa tinta não

contém pigmentos, ela é chamada de verniz. Por ter pigmentos a tinta cobre o substrato,

enquanto o verniz deixa transparente.

Composição Das Tintas

Em sua essência, a tinta é composta por veículos, pigmentos, solventes e aditivos.

Assim, os veículos ou aglutinadores constituem as resinas para tintas a base de solventes e as

emulsões para tintas a base de água. Servem para unir as partículas de pigmento. Os

pigmentos podem ser ativos ou inertes. Os ativos conferem cor e cobertura e os inertes

conferem enchimento, facilidade de lixamento, entre outras propriedades.

Os aditivos melhoram ou aperfeiçoam uma série de características das tintas, sejam elas à

base de água ou solvente. Um deles, os espessantes, trabalham a viscosidade na tinta e a

espessura que o filme da tinta vai ter, depois de seca. Conforme ilustra a Figura 2.

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Figura 3: Composição das tintas

a) Resina – é a parte não-volátil da tinta, que serve para aglomerar as partículas de

pigmentos. A resina também denomina o tipo de tinta ou revestimento empregado. É ela

responsável pela formação da película protetora na qual se converte a tinta depois de seca.

Outra função é a de proporcionar brilho, aderência, elasticidade e resistência. Assim, por

exemplo, temos as tintas acrílicas, alquídicas, epoxídicas, etc. Antigamente as resinas eram a

base de compostos naturais, vegetais ou animais. Hoje em dia são obtidas através da indústria

química ou petroquímica por meio de reações complexas, originando polímeros que conferem

às tintas propriedades de resistência e durabilidade muito superior às antigas.

b) Pigmento – material sólido finamente dividido, insolúvel no meio. Utilizado para conferir cor,

opacidade, certas características de resistência e outros efeitos. São divididos em pigmentos

coloridos (conferem cor), não-coloridos e anti-corrosivos (conferem proteção aos metais).

c) Aditivo – ingrediente que, adicionado às tintas, proporciona características especiais às

mesmas ou melhorias nas suas propriedades. Utilizado para auxiliar nas diversas fases da

fabricação e conferir características necessárias à aplicação. Existe uma variedade enorme de

aditivos usados na indústria de tintas e vernizes, como secantes, anti-sedimentantes,

niveladores, antipele, antiespumante, etc.

d) Solventes – líquido volátil, geralmente de baixo ponto de ebulição, utilizado nas tintas e

correlatos para dissolver a resina. São classificados em: solventes aditivos ou verdadeiros,

latentes e inativos. Dentre as tintas imobiliárias disponíveis no mercado podem-se encontrar as

seguintes tipologias: látex PVA, acrílicas, esmaltes sintéticos, vernizes e texturas. Conforme

mostra o Esquema 3.

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TIPOS DE TINTAS

Linha Imobiliária: É a linha cujos produtos são indicados para uso em edificações residenciais

e comerciais.

Figura 4: Tipologias das tintas imobiliárias

O volume e a concentração de pigmentos nas tintas regulam os diferentes níveis de

brilho e interferem inclusive na resistência do produto. As variações de brilho são calculadas

através de um índice chamado PVC (pigmento-volume-concentração).

Assim, quanto menor for o índice, mais baixo será o volume de pigmentos e maior o

brilho da tinta. Conforme o volume de pigmentos da fórmula, uma tinta imobiliária é dividida em

três tipos: semi-brilho, fosca e acetinada e sua indicação deve estar de acordo com as

características de cada uma delas. Esquema 4.

Figura 5: Acabamentos das tintas imobiliárias

As tintas PVA látex são compostas por resinas à base de dispersão aquosa de polímeros

vinílicos, pigmentos isentos de metais pesados, cargas minerais inertes, glicóis e tenso ativos

etoxilados e carboxilados. Sua aplicação deve ser feita com rolo de lã, trincha ou pistola esta

tinta apresenta probabilidade de apresentar um ligeiro manchamento quando exposta água

(sereno ou chuvas leves),ocorrendo geralmente no período de cura do filme da tinta, isto é, nas

duas primeiras semanas.

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Para a solução deste problema, os fabricantes recomendam que a superfície seja toda

lavada com água em abundância tão logo tenha ocorrido o manchamento. As tintas acrílicas

são compostas por resina 100% acrílica elastomérica em dispersão aquosa, aditivos

heterocíclicos, pigmentos isentos de metais pesados, cargas minerais inertes, álcoois,

tensoativos etoxilados e carboxilados.

A aplicação é feita com rolo de lã ou trincha. Os esmaltes sintéticos são compostos por

resina alquídica à base de óleo vegetal semi-secativo, pigmentos orgânicos e inorgânicos,

cargas minerais inertes (nos metais acetinados e foscos),hidrocarbonetos alifáticos, secantes

organo-metálicos e não contém benzeno. O Quadro 3 identifica os tipos de acabamentos com

suas principais características.

As diferenças de brilho entre um produto e outro são, em primeiro lugar, uma opção para

o tipo de acabamento que o consumidor deseja. O acabamento oferecido pelas tintas semi-

brilho, apresentam maior quantidade de resina. As acetinadas mostram um brilho mais

reduzido. Seus preços são menores ou idênticos ao da semi-brilho. As foscas são geralmente

mais baratas e não têm brilho algum, algo que não reduz e nem modifica sua qualidade. As

tintas com acabamento semi-brilho são usadas tanto em superfícies externas, como

internamente. Em relação às tintas acetinadas, estas são mais resistentes e laváveis, 86

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apresentando certa facilidade na remoção de sujeiras. Elas são feitas com o mesmo tipo de

resina, mas são acrescidos agentes fosqueantes, ingredientes que diminuem o brilho, sem

afetar a qualidade. Quando a tinta é fosca, problemas de polimento podem ser percebidos. O

fato surge com o atrito dos móveis ou objetos contra a parede. O Quadro 4 indica as tintas

conforme seu índice de Pigmento, Volume e Concentração – PVC.

Os produtos de primeira linha, em especial os preparados com a tecnologia acrílica, têm

a vantagem de render mais, além de resistir mais ao desgaste da limpeza. Para áreas como o

teto, que implicam a reflexão da luz recomenda-se a tinta fosca. Nas demais, indica aqueles

produtos ditos “top” de linha, como os acrílicos acetinados e semi-brilhantes.

Linha Industrial:

A linha industrial caracteriza-se por ter uma alta tecnologia de formulação, rigoroso

controle de qualidade das matérias-primas, pelo processo de fabricação e por resistir à

agressividade do meio. Acrescenta-se ainda que, esta linha difere-se da linha imobiliária ou de

construção civil pela adição de resina fenólica que garante um aumento da resistência destes

produtos. As tintas da linha industrial estão subdivididas conforme Esquema 5.

Figura 5: Tipos de tintas na linha industrial

Em relação à sua composição as tintas industriais podem ser classificadas como:

a) Alquídicas: São tintas monocomponentes que contém solventes, resinas e pigmentos. A

resina é um polímero resultante da reação de glicerina com óleos vegetais e com anidrido

ftálico que é um ácido proveniente da petroquímica. Nesta reação – de um álcool (glicerina) e

um ácido (anidrido ftálico) mais a inclusão do óleo vegetal (soja ou mamona) adquiri-se um

poliéster ftálico modificado com óleos vegetais cujas características são:

Baixa resistência à umidade elevada, imersão em água, meios alcalinos, solventes

fortes e produtos químicos;

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Baixo custo inicial;

Apropriadas para ambientes rurais sem poluição, ambientes industriais de baixa

agressividade, construção civil em madeira e aço (interiores das edificações) e para

estruturas e equipamentos abrigados, bem como em locais secos.

Não é aconselhado o uso destas tintas sobre concreto, alvenaria ou aço revestido com zinco,

pois as superfícies cimentadas/alvenarias formam sabões de cálcio quando em contato com a

umidade. Já nas superfícies zincadas formam-se sabões de zinco. Em ambos os casos estas

reações resultam no destacamento da película em pouco tempo.

b) Acrílicas: São tintas monocomponentes que contém solventes, resinas e pigmentos. A

resina é um polímero acrílico. Tais polímeros podem ser solubilizados em solventes orgânicos

(lacas acrílicas) ou dispersos em água (emulsões acrílicas). As tintas industriais acrílicas

apresentam resistência a intemperismos (ação do sol ou da chuva), bem como as seguintes

vantagens:

Baixo odor;

Não emitem vapores inflamáveis;

Não são combustíveis;

Tornam mais fácil a limpeza dos equipamentos de pintura;

Sobre o alumínio, o acabamento pode ser aplicado diretamente na superfície, porém, emaço

carbono e aço galvanizado é necessária a utilização do primer correspondente, também

acrílico.

c) Epoxídicas: São tintas bicomponentes (componente A e componente B), ou seja,

apresentam-se em duas embalagens. Em uma embalagem tem-se a resina epóxi e em outra

se tem o agente de cura(catalizador). Estas tintas são subdivididas em:

Epóxi curadas com poliamidas – são resistentes a umidade, imersão em água doce ou

salgada. Possuem alta flexibilidade e aderência em aço carbono ou concreto. São

adequadas para ambientes internos de reservatórios de água potável até 55ºC.

Epóxi curadas com poliaminas – são resistentes à imersão em soluções ou vapores

químicos. Recomenda-se sua utilização para pintura interna de tanques, tubulações,

equipamentos e estruturas sujeitas a imersões, derrames ou respingos de produtos

químicos ou solventes.

Epóxi modificadas – fabricadas a partir de alta tecnologia, são muito próximas às

poliamidas, pois são formuladas com pigmentos lamelares, inibidores de corrosão e

aditivos tensoativos

Epóxi curadas com isocianato – são utilizadas como primer de aderência sobre

superfície de aço galvanizado, alumínio, aço inoxidável ou outros metais não ferrosos e

sobre poliéster reforçado com fibra de vidro (fiberglass).

Epóxi hidrossolúveis – são também chamadas de tintas WB (water base or water borne).

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d) Poliuretânicas: São tintas bicomponentes (A e B), armazenadas em duas embalagens,

uma contendo a resina poliéster ou de acrílica polihidroxilada e outra contendo o agente de

cura a base de isocianatoalifático ou aromático. As tintas PU, como são comumente

conhecidas no mercado, são de alta resistência ao intemperismo por apresentarem

características químicas ao serem formuladas a partir de resinas poliéster ou acrílicas

“catalisadas” com agente de cura que garantem esta resistência.

Os poliuretanos alifáticos são tintas de acabamento utilizados normalmente em

esquemas de pintura com primer epóxi, com os quais são perfeitamente compatíveis. Uma

característica relevante neste tipo de tinta é a possibilidade de ser resistente a “pichações”,

pois, as superfícies com este tipo de acabamento podem ser limpas com solventes orgânicos

do tipo do xilol sem sofre danos à superfície ou pintura. Com isto, é possível remover marcas

de grafitagem ou pichações.

e) Alta temperatura: São tintas a base de silicone ou de silicatos que resistem a temperaturas

elevadas de até540ºC por que ao curarem se transformam em um filme inorgânico. Tais tintas

são apresentadas somente em alumínio e seu uso é recomendado em pinturas de chaminés,

exterior de caldeiras, fornos reatores, colunas de destilarias, escapamentos, dutos aquecidos,

trocadores de calor, dentre outras superfícies que apresentam temperaturas elevadas.

Acrescenta-se que, o uso de silicone como componente desta tinta acarreta na necessidade de

um pré-cura entre 130º e 230ºC e o primer utilizado deverá ser de etil silicato de zinco.

f) Etil Silicato de Zinco São tintas bicomponentes (A e B) fornecidas em duas embalagens,

uma contendo a solução de silicato de etila e a outra contendo o pó de zinco metálico

(filler).Tais tintas são aplicadas um uma única demão sobre superfícies de aço carbono

preparado por jateamento abrasivo, para promoverem proteção catódica ao aço carbono. Esta

proteção (catódica) é contra a corrosão sendo conseguida quando dois metais diferentes são

colocados em contato entre si na presença de um eletrólito (líquido com propriedades

condutoras de corrente elétrica). Neste processo, o metal mais nobre é protegido pelo menos

nobre. No caso da proteção catódica do aço carbono pelo zinco, o ferro é protegido e se

constitui no catodo sendo o zinco que é o anodo é sacrificado em benefício do ferro. Nestas

tintas, a proteção catódica dá-se em função do alto teor de zinco na película seca, motivo pelo

qual são chamadas de “zincagem a frio”. O filme curado é totalmente inorgânico e constituído

de silício, zinco e oxigênio. Para esta tinta é recomendada a utilização de um primer de alto

desempenho em ambientes agressivos e seu uso é recomendado para pintura de guindastes

expostos em ambientes marítimos, estruturas para indústria naval, plataformas off shore,

pintura interna de tanques de álcool hidratado e de outros tipos de solventes. Também são

utilizadas em superfícies de alta temperatura. Por sua natureza química e por possuírem alto

teor de pigmento (zinco metálico), as tintas de zinco apresentam baixa flexibilidade e película

quebradiça. Ressalta-se que, estas tintas não devem receber lixamento devido a falta de

adesão da camada de tinta o que não compromete sua aderência.

Sistema De Pintura

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Para que se tenha um perfeito resultado na aplicação das tintas nas superfícies, é

preciso considerar que a pintura é um sistema que envolve várias etapas a serem seguidas

deforma criteriosa, pois delas depende a qualidade do resultado final.

À primeira vista, uma parede interna, fachada ou ainda superfícies de madeira

aparentam formar a base ideal para receber a pintura. Entretanto, aplicação de revestimentos

sobre superfícies de reboco, concreto ou madeira não é um processo tão simplificado que se

inicia e termina com a simples aplicação da tinta de acabamento na superfície.

Assim, os materiais de construção empregados na preparação e no acabamento das

paredes são quimicamente agressivos, podendo, consequentemente, atacar e destruir as tintas

aplicadas sobre elas. Desta forma, as madeiras podem apresentar-se não totalmente secas,

podendo conter grande quantidade de água ou resina vegetal característica típica de algumas

madeiras. Já os materiais de alvenaria podem conter considerável quantidade de água,

apresetnar porosidade excessiva ou irregularmente carbonatada, estando sujeitos à

degradação progressiva que terminará por reduzir ou destruir a firmeza destas paredes, e com

elas o sistema de revestimento empregado.

Assim, tendo-se a noção de que a função de uma tinta vai além do simples

embelezamento da superfície, tem-se que, a película deve atender também à função de

proteção, higiene, iluminação e segurança. Neste contexto, além da tinta propriamente dita são

utilizados produtos complementares que atuam em conjunto com a tinta e formam o sistema de

pintura.

Tais complementos podem ser citados: fundos preparadores, massas e seladores. Os

fundos e seladores, também chamados de primer são aqueles que têm a finalidade de preparar

a superfície corrigindo defeitos e uniformizando a absorção da superfície, proporcionam

durabilidade à pintura e economia de tinta de acabamento. As massas têm a finalidade de

regularizar defeitos ou imperfeições apresentados pela superfície. O acabamento é a parte

visível da pintura e confere à ela qualidade, desempenho e beleza.

O Esquema 5 esquematiza o sistema de Pintura

Figura 9: Sistema de pintura

Antes da aplicação de qualquer revestimento deve-se aguardar pelo menos 30 dias para

que ocorra a cura total do cimento, nos casos de alvenaria. Pinturas sobre superfícies mal

curadas problemas que acabam por danificar o revestimento.90

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Em relação à preparação da superfície onde será aplicada a tinta, esta deverá

estar isenta de sujeira de qualquer natureza (graxas, óleos, poeira etc) e umidade. Em

superfícies com histórico de umidade (banheiros, por exemplo) é aconselhável que seja

aplicado na superfície um banho de solução de hipoclorito de sódio a 50%, ou seja, 50 partes

de água para 50% de hipoclorito, deixando a mesma agir por 15 minutos, tomando os devidos

cuidados e utilizando equipamentos de proteção individual. É importante lavar a superfície para

eliminar resíduos de cloro e continuar os procedimentos de pintura.

A superfície deve estar isenta de imperfeições (buracos, saliências etc), as quais

deverão ser tratadas previamente com massa corrida PVA ou acrílica. Para melhor fixação

sobreo substrato, deve-se utilizar massa corrida PVA para pinturas internas e, nas superfícies

externas, massa corrida acrílica. Ainda para melhor aplicabilidade e maior durabilidade da

pintura, após a massa corrida pode-se dar uma demão de selador acrílico. O Quadro 5 sintetiza

as características de cada superfície em relação à preparação para pintura.

QUADRO 3 – Superficie versus Pintura

SUPERFÍCIE DESCRIÇÃO

Concreto e Reboco É preciso aguardar pelo menos 30 dias para

que ocorra a cura total. Sobre reboco fraco

deve-se utilizar fundo preparador de paredes

o que aumentara a coesão das partículas da

superfície, evitando problemas de má

aderência e descascamento precoce.

Superfícies de concreto ou reboco bem

curado e coesos (reboco novo) não precisam

de aplicação de fundo, porem devem ser

seladas com selador acrílico para,

posteriormente, recebem a tinta de

acabamento. O concreto deve ser seco,

limpo, isento de pó, sujeira, óleo e agentes

desmoldantes.

Cimento Amianto Trata-se de uma superfície altamente alcalina,

sendo indicado a aplicação de um fundo

resistente à alcalinidade para selar a

superfície. Este procedimento não é

necessário se forem utilizados produtos

acrílicos que apresentem resiste à

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alcalinidade.

Pisos O piso deve apresentar-se limpo e seco,

isento de impregnações (óleo, graxa, cera,

etc). Pisos de concreto liso (cimento

queimado) devem ser submetidos a um

tratamento prévio com solução de acido

muriático e agua (1:1), que terá a finalidade

de abrir porosidade na superfície. Após o

tratamento, o piso deve ser bem enxaguado,

seco e só então pintado. O tratamento com

ácido muriático é ineficaz sobre pisos de

ladrilhos vitrificados. Pisos excessivamente

impregnados com substancias gordurosas

(graxas, óleos, cera, etc) deverão ser lavados

mais de uma vez, caso seja necessário. A

pintura só poderá ser realizada em caso de

remoção total da impregnação, de outra

forma, a aderência estará prejudicada.

Madeira Deve estar limpa e seca. As madeiras verdes

ou com excesso de umidade não oferecem

boa base para aplicação de revestimentos.

Devera estar devidamente aparelhada e

isenta de óleos, graxas, sujeiras ou outros

agentes contaminantes. Madeiras resinosas

ou áreas que contem nós devem ser

previamente seladas.

Tão ou mais importante do que escolher o tipo de tinta a ser utilizado é a maneira como

aplicá-lo. É necessário que o profissional tome certos cuidados para que possa obter o melhor

resultado através do produto e técnica escolhidos na pintura.

As superfícies rebocadas (a receberem pintura) deverão ser examinadas e corrigidas de

todos e quaisquer defeitos de revestimento, antes do início dos serviços de pintura. Todas as

superfícies a pintar serão cuidadosamente limpas, isentas de poeira, gorduras e outras

impurezas. As superfícies poderão receber pintura somente quando estiverem completamente

secas. A principal causa da curta durabilidade da película de tinta é a má qualidade da primeira

demão, fundo (primer), ou a negligência em providenciar boa base para a tinta. Nas paredes

com reboco, aplicar as seguintes demãos:

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Selador: composição líquida que visa reduzir e uniformizar a absorção inútil e excessiva

da superfície;

Emassado: para fechar fissuras e pequenos buracos que ficarem na superfície e que só

aparecem após a primeira demão de selador;

Aparelhamento (da base): para mudar as condições da superfície, alisando-a ou dando-

lhe uma textura especial;

A segunda demão e as subsequentes só poderão ser aplicadas quando a anterior

estiver inteiramente seca, sendo observado, em geral, o intervalo mínimo de 24 h entre

as diferentes aplicações. Após o emassamento, esse intervalo será de 48 h. Serão

dadas tantas demãos quantas forem necessárias, até que sejam obtidas a coloração

uniforme desejada e a tonalidade equivalente, partindo dos tons mais claros para os

tons mais escuros.

Ferragens, vidros, acessórios, luminárias, dutos diversos etc., já colocados, precisam ser

removidos antes da pintura e recolocados no final, ou então adequadamente protegidos contra

danos e manchas de tinta. Deverão ser evitados escorrimentos ou respingos de tinta nas

superfícies não destinadas à pintura, tais como concreto ou tijolos aparentes, lambrisque serão

lustrados ou encerados, e outros.

Quando aconselhável essas partes serão protegidas com papel, fita-crepe ou outro

qualquer processo adequado, principalmente nos casos de pintura efetuada com pistola. Os

respingos que não puderem ser evitados terão de ser removidos com emprego de solventes

adequados, enquanto a tinta estiver fresca. Nas esquadrias de ferro, após a limpeza da peça,

serão aplicadas as seguintes demãos:

Fundo antióxido de ancoragem (zarcão ou cromato de zinco)

selador

emassado

Fundo mate (sem brilho)

As superfícies metálicas e outros materiais cobertos por primer durante a fabricação

serão limpos para remoção de sujeira, partículas finas, concreto, argamassa, corrosão etc.,

acumulados durante ou após sua instalação. As superfícies de ferro (a pintar) que

apresentarem pontos descobertos ou pontos enferrujados deverão ser limpas com escova ou

palha de aço ereto cadas com o mesmo primer anticorrosivo utilizado, antes da aplicação da

segunda camada de fundo na obra. Os trabalhos de pintura externa ou em locais mal

abrigados não poderão ser executados em dias de chuva.

O armazenamento do material tem de ser feito sempre em local bem ventilado e que não

interfira com outras atividades da construção. Todos os panos, trapos oleosos e outros

elementos que possam ocasionar fogo precisam ser mantidos em recipientes de metal e

removidos da construção diariamente. A aplicação de tinta a pincel é um método relativamente

lento. Entretanto, apresenta vantagens quando se quer obter melhor contato da tinta com

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superfícies muito irregulares ou rugosas. Para que a tinta possa ser considerada boa para ser

aplicada a pincel, ela obedecerá aos seguintes requisitos:

Espalhar-se com pequeno esforço (não poderá ser excessivamente viscosa

ou(espessa))

Permanecer fluida o tempo suficiente para que as marcas do pincel desapareçam e a

tinta não escorra (nas superfícies verticais).

Princípios Gerais para a Execução de Pintura:

A superfície a ser pintada precisa ser adequadamente preparada, isto é, estar limpa,

sem sujeira, poeira, óleo, graxa, eflorescência e partículas soltas. O modo de preparo depende

do tipo de base, do tipo de tinta a ser empregada e da condição da superfície a ser pintada.

As imperfeições existentes na superfície de base, tais como trincas, fissuras, Saliências

e reentrâncias, serão reparadas com material idêntico ao utilizado na base, ou com material

apropriado compatível com a tinta e de acordo com a orientação do fabricante; a textura da

área reparada deve ser semelhante à do substrato. A porosidade da superfície da base pode

ser regularizada empregando pintura de fundo, de acordo com recomendação do fabricante da

tinta.

17. Vernizes

Os vernizes são produtos majoritariamente à base de solventes orgânicos e

caracterizam-se por permitirem um revestimento transparente, com diferentes brilhos e de

grande dureza. Ao nível da produção e utilização requerem preocupações especiais por

conterem substâncias inflamáveis. A produção é idêntica à das tintas de base solvente.A

maioria dos vernizes é à base de solvente.

São fabricados dissolvendo-se óleos naturais ou sintéticos ou resinas em aguarrás, que

também é usada para diluir tinta e limpar pincéis e superfícies. Há também vernizes à base de

água, mais fáceis de aplicar e limpar, e que levam menos tempo para secar.

Alguns tipos são transparentes e outros coloridos, havendo também a variedade com

corantes próprios para usar em madeira natural para imitar cores de diferentes madeiras, tais

como mogno-escuro, pinho-antigo e teça.

Substância líquida, constituída por resinas, solventes e aditivos, que, após aplicação,

sofre um processo de cura e se converte em uma película transparente, aderente e flexível.

Substância líquida, constituída por resinas, solventes e aditivos, que, após aplicação,

sofre um processo de cura e se converte em uma película transparente, aderente e flexível.

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Constituição do Verniz

Substância líquida, constituída por resinas, solventes e aditivos, que, após aplicação,

sofre um processo de cura e se converte em uma película transparente, aderente e flexível.

Tipos de vernizes e modo de aplicação

Verniz poliuretânico - Produto à base de solvente, que proporciona acabamento durável e

resistente a calor e álcool. Leva de 4 a 6 horas para secar e é preciso esperar de um dia para o

outro para aplicar nova demão. É encontrado em acabamento fosco e alto brilho.

Verniz acrílico - À base de água, seca em 1 hora. Não amarela com o tempo como os

vernizes à base de solvente, mas não é tão resistente, sendo necessárias várias demãos.

Encontrado em acabamento acetinado, fosco, semifosco e alto brilho, todas elas nas versões

transparentes ou com pigmentos.

Verniz para efeito de craquelê - É um produto especial usado para dar acabamento de

craquelê. O nome é aplicado imprecisamente a dois diferentes tipos: um é usado entre duas

camadas de tinta para deixar rachada a camada  superior, enquanto o outro é um sistema de

verniz de duas camadas em que a camada de secagem mais rápida é aplicada sobre uma

base que seca mais devagar.

Verniz em spray - À base de solvente, é encontrado em acabamento fosco ou com brilho e

nas versões adequadas para mobiliário ou retoque e proteção da pintura. É útil para decorar

itens pequenos de formato complicado, mas dispendioso para áreas grandes.

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Verniz à óleo - É o tradicional acabamento transparente para madeira, feito com óleos e

resinas naturais diluídas em aguarrás.

Verniz à álcool - É feito diluindo-se goma laca ou outra resina em álcool metilado. Seca de 15

a 30 minutos, formando uma película dura mas quebradiça, que não é a prova de água ou

álcool. É difícil passá-lo com pincel, portanto é aplicado com uma boneca ou sobre a camada

de base antes do esmalte, para certos efeitos de pintura. Compre apenas a quantidade

necessária, porque é um produto que não se conserva bem.

Verniz alquídico - Á base de solvente, porém mais forte do que os vernizes tradicionais à óleo.

Leva de 4 a 6 horas para secar, e a segunda demão só pode ser dada depois de cerca de 12

horas. O acabamento pode ser fosco ou alto brilho, nos tipos colorido e transparente. tipos

modificados (verniz para barcos) são muito duráveis e utilizados com seladores para pisos.

Laca ou verniz de celulose - Produto especial usado em móveis para dar um acabamento

durável. É desagradável trabalhar com ele e não se encontra facilmente no mercado.

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Page 97: Materiais de Construcões

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18. Bibliografia

1. http://www.fec.unicamp.br/~almeida/au405/Concreto.pdf

2. http://www.abesc.org.br/pdf/manual.pdf

3. http://www.cecc.eng.ufmg.br/trabalhos/pg1/Monografia%20Anderson%20Anacleto%20de

%20Amorim.pdf

4. http://bdtd.bczm.ufrn.br/tedesimplificado/tde_arquivos/25/TDE-2009-03-11T052326Z-

1780/Publico/VilsonRR.pdf

5. http://pt.wikipedia.org/wiki/Cer%C3%A2mica

6. https://aplicweb.feevale.br/site/files/documentos/pdf/32246.pdf

7. ftp://ftp.unilins.edu.br/jccampos/Curso%20Gradua%E7%E3o%20Civil%20-

%20Tecnologia%20dos%20Materiais/Aulas%20TecMatI%20-%20101.053%20-%20pdf/Cap.IC

%20-%20Propriedades%20Gerais%20dos%20Materiais%20v2.pd

8. http://www.google.com/url?

sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CCAQFjAA&url=http%3A%2F

%2Fwww.resumos.net%2Ffiles%2Ftema1e2geologia.doc&ei=vM5pUP7KLoX-

8ATH44GYDg&usg=AFQjCNEt_I5FshHB5o7Bmo2eIY-IJ3ReYg

9. http://www2.ufp.pt/~jguerra/PDF/Materiais/MCI%20-%20Rochas_2010.pdf

10. http://pt.wikipedia.org/wiki/Argamassa

11. http://pt.wikipedia.org/wiki/Cer%C3%A2mica

12. http://pt.wikipedia.org/wiki/Vidro

13. http://www.reciclagem.pcc.usp.br/vidro.htm

14. http://www.reformafacil.com.br/tipos-de-verniz-e-suas-aplicacoes

15. http://pt.wikipedia.org/wiki/Tinta

16. http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7o

17. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro

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