materiais de construcões
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INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS
Materiais de Construções
ÍNDICE
ASSUNTO PÁGINA
1. Materiais de construção - Generalidades e Evolução Histórica ....................................... 2
2. Propriedades Gerais dos Materiais ..................................................................................... 5
3. Noções da Geologia .............................................................................................................. 9
4. Pedras Naturais ................................................................................................................... 18
5. Normatização – órgãos e instrumentos normatizadores e normas técnicas ................ 30
6. Agregados miúdos .............................................................................................................. 33
7. Agregados graúdos ............................................................................................................. 35
8. Aglomerantes aéreos .......................................................................................................... 39
9. Cimentos .............................................................................................................................. 41
10. Argamassa ......................................................................................................................... 44
11. Concreto ............................................................................................................................. 49
12. Produtos cerâmicos .......................................................................................................... 56
13. Vidros ................................................................................................................................. 62
14. Polímeros ........................................................................................................................... 66
15. A madeira como material de construção ........................................................................ 69
16. Tintas .................................................................................................................................. 82
17. Vernizes .............................................................................................................................. 94
18. Bibliografia ......................................................................................................................... 97
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1. Materiais de construção - Generalidades e Evolução Histórica
Desde os primórdios, a história do Homem está interligada aos materiais. Essa ligação é
uma soma de todos os materiais que inventamos ou descobrimos, manipulamos, usamos e
abusamos; incluindo desde histórias de opulência e mistérios envolvendo materiais preciosos
(ouro e prata), histórias mundanas, como no caso do ferro e da borracha pelos seus aspectos
meramente industriais, passando por histórias de segurança e devastação ligadas aos
materiais atômicos e aos lixos doméstico, industrial e hospitalar não processados. Como
apresentação da primeira parte da relação Homem/Materiais, é feita um retrospecto que vai da
Idade da Pedra ao início da era moderna.
1.1. Generalidades
Quando elaboramos o projeto de uma obra devemos cuidar que a sua estrutura e todos
os demais elementos que a constituem, sejam satisfatórios do ponto de vista do tipo, da forma
e das dimensões.
Algumas generalidades dos materiais de construção, podem ser relacionadas às:
cerâmicas, elastômeros e polímeros, estruturas cristalinas e materiais fibrosos e laminados.
1.2. Evolução histórica
A relação estreita entre Homem e materiais se configurou tão significativa e importante,
como ainda se configura, que eras diferentes da humanidade receberam o nome do material
mais importante em cada uma delas desde a Idade da Pedra à Era dos Metais, passando pelas
eras batizadas com o nome da civilização dominante num dado período (períodos helênicos,
romanos, bizantinos e islâmicos), pela Era Moderna e chegando-se hoje ao que se tem
convencionado chamar de Era do Silício.
A datação de cada era é feita com base em achados arqueológicos e no material que
preponderava nesses achados e nos sítios arqueológicos onde foram encontrados. Sendo a
Arqueologia a ciência dos achados e a datação feita a partir de análises cujos resultados não
são muito precisos, o estabelecimento do início e da duração de cada era são sempre motivos
de controvérsias, de forma que, dependendo da fonte consultada, pode haver variações às
vezes significativas na distribuição cronológica de cada era.
As primeiras tentativas de estabelecimento dos períodos compreendidos por essas eras,
levando-se em consideração achados e análises superficiais, levaram ao estabelecimento da
sequência mostrada na imagem.
Análises posteriores mostraram que aquilo que era considerado feito de bronze, na
verdade, era feito de um metal que continha cobre (Cu) associado com impurezas como
arsênio (As).
Idade da pedra
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Conceitualmente, a Idade da Pedra é considerada como sendo o período que
compreende a aparição dos primeiros utensílios produzidos pelo Homem (700.000/600.000
A.C.) e o início da Era dos Metais. Esse período muito longo, que representa 98% do tempo da
existência do Homem na terra, para fins de uma melhor compreensão, é divido em dois
períodos principais: Paleolítico ou da Pedra Lascada e Neolítico ou da Pedra Polida.
No período Paleolíticos foram os Australoptecus os primeiros a desenvolverem a
primitiva técnica de manejo das pedras, seguidos pelo Homo erectus que desenvolveu as
técnicas do entalhe para a produção de machados.
Ainda no Paleolítico, no seu período médio, homídeos já pertencentes à mesma espécie
do homem moderno, Homo sapiens desenvolveram a técnica de entalhe de pedra. Isso tornou
possível a produção de artefatos mais elaborados como instrumentos para raspar, pontas e
lâminas cortantes a partir de pequenas lascas de pedra e de facas feitas de lascas de sílex.
Instrumento perfurante e faca de sílex típicos do Paleolítico
O período Neolítico não só foi caracterizado pelo espetacular crescimento técnico da
manipulação da pedra, o seu polimento, como e principalmente pelo desenvolvimento da
agricultura iniciada no período anterior. Dos machados, lanças, facas e pás primitivas, passou-
se a para objetos polidos, mais bem acabados e precisos que permitiram a utilização em maior
escala de ossos e de pedras como basalto e calcita na produção de artefatos domésticos e
agrícolas.
A prática da construção de casas durante o Neolítico apresentou algumas e marcantes
inovações tecnológicas. Dentre as inovações tecnológicas encontra-se a estratégia de
construção de casas pelo uso de argila reforçada por resíduos vegetais, que apresentavam
características à casa de taipa, ainda hoje presente no nordeste brasileiro.
Enquanto evidências da produção de alimentos, vestimentas e outras atividades da
sociedade do Período Neolítico não são encontradas, embora tenham existido, evidências para
a produção de artefatos de argila, como vasos cerâmicos e outros artigos figurativos, em
incipientes indústrias, a partir de argilas comuns ou de porcelana de forma independente em
regiões onde se encontram os atuais Japão, Rússia, China e Irlanda principalmente e mais
ainda, da intensa construção de moradias, principalmente, na região dos Bálcãs (antiga
Iugoslávia, o período compreendido entre 14.600 e 4.500 A.C
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Da dir. p/ esq.: 1. Vênus de Willenoorf, escultura do período Paleolítico. 2 e 3. Artefatos de pedra polida
Período Calcolítico e Eras do Bronze
A definição do início da Idade dos Metais não encerra em si o fim da discussão a
respeito da metalurgia . O período Calcolítico ainda apresentava uma forte presença das
características existentes nos fins da atualmente considerada Idade da Argila, agora com
inclusões de cobre seja no revestimento seja em pequenos detalhes decorativos. Na Média
Idade do Bronze (2.400 a 2.100/1.900 A.C.), os artefatos de bronze tomaram aspectos mais
elaborados.
Artefato cerâmico do Calcolítico contendo inclusões de
cobre pertencente à civilização Anatoliana Vazo usado em rituais no início da do bronze
Idade do Ferro
Convencionalmente, a Idade do Ferro é tomada como tendo iniciado ao final da Era do
Bronze prosseguindo até o início da dominação da Civilização Romana (1.200 a 586 A.C.). ao
contrário do cobre e suas ligas, os artefatos de ferro são drasticamente atacados pela corrosão
o que explica em parte a raridade de achados mais antigos. Além disso, achados datados da
Idade do Ferro são mais ricos em peças de ouro, prata e cerâmica do que propriamente de
ferro. Isso pode significar que o ferro, tendo sido utilizado em épocas anteriores, teria sido
substituído por metais como ouro e prata e por ligas de ferro (Fe) e carbono (C) (aços).
Joias encontradas em escavações realizadas em sítios arqueológicos da Idade do Ferro.
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Do Fim da Idade do Ferro ao Início da Era Moderna: A Idade do Aço
O período compreendido entre o fim da Idade do Ferro (586 A.C.) até o fim do último
período Islâmico ou início da Era Moderna (1918 D.C.) foi um período que se caracterizou, em
sua maior parte, por um declínio no progresso tecnológico, sobretudo no Ocidente. Mas as
batalhas decorrentes da expansão dos povos movidos pela necessidade de impor seu poder,
sua religião e sua cultura levaram ao adensamento populacional em locais mais abrigados de
ataques inimigos, o que fez com que as técnicas de construção de moradia assumissem
padrões que privilegiavam a segurança . assim, destacaram-se a madeira, a pedra trabalhada
para construção de fortes, castelos e cidadelas.
Fig. 01: Vazo cerâmico celta da Era do Ferro.
Fig. 2 e 3. Artefatos decorativos e ferramentas de ferro da Idade do Ferro.
Edificações da Idade Média.
2. Propriedades Gerais dos Materiais
De um modo geral os materiais podem ser:
a) contínuos (ausência de imperfeições, bolhas, etc);
b) homogêneos (iguais propriedades em todos os seus pontos), e
c) isótropos (iguais propriedades em todas as direções).
Qualidades que caracterizam e diferenciam os materiais:
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1. Dimensões: Ocupam um lugar no espaço;
2. Impenetrabilidade: Dois corpos não podem ocupar um mesmo lugar no espaço ;
3. Inércia: impede os corpos de modificarem, sozinhos, seu estado de repouso ou de
movimento;
4. Atração: Os corpos se atraem mutuamente. Determinados materiais apresentam
propriedades magnéticas. Por propriedade magnética se entende a capacidade que
um objeto tem de atrair outros objetos;
5. Porosidade: descontinuidade da matéria, ocorrência de vazios microscópicos ou não;
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6. Divisibilidade: é a propriedade que os corpos têm de se dividirem em partes cada vez
menores;
7. Indestrutibilidade: é a propriedade que a matéria tem de ser indestrutível.
8. Compressibilidade: consiste na capacidade de um corpo ou substância para reduzir o
seu volume quando se encontra submetido a pressões.
Massa Específica, Peso Específico e Densidade
Massa:
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Massa (M) é a quantidade de matéria de um corpo. É constante para um mesmo corpo,
esteja ele onde estiver. No Sistema Internacional – SI é indicada em Kg. Se medir é comparar
então, quando medimos a massa de um determinado objeto utilizando uma balança de dois
pratos, como mostrado na figura, fica evidente que medir é comparar.
Mas, por acaso não estamos querendo medir a massa de um objeto? Como estamos
comparando pesos? Na verdade, neste tipo de balança comparamos pesos: peso do objeto =
peso padrão. Como o Peso (P) é igual ao produto da massa pela aceleração da gravidade no
local (g), logo, podemos escrever:
Peso:
• Peso (P) = Força com que a massa de um corpo é atraída pela terra (gravidade =
variável, de local para local) P=M*g =M*9,81m/s² = Kg*m/s²
Para medir forças, um dos instrumentos utilizados é o dinamômetro de mola.
O dinamômetro de mola é constituído de uma mola helicoidal, tendo na sua extremidade
superior um cursor que desliza sobre uma escala previamente graduada quando o
dinamômetro é calibrado. Na outra extremidade da mola é aplicada a força (F) que se quer
medir.
Massa Específica:
Massa Específica (m) - é uma grandeza que mostra a relação entre a massa de um
corpo ou substância e o volume que esta massa ocupa no espaço. É calculada pela fórmula:
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Massa / Volume, e sua unidade no SI é kg/m³. Seu símbolo é a letra grega “µ” (mu).
Peso Específico e Densidade:
Peso especifico - Relação entre peso e volume γ =P/V (representado pela letra grega
“gama”).
Densidade
Densidade – é a relação entre a massa volumétrica (ou volúmica) da matéria em análise
e a massa volumétrica da matéria de referência (a água é geralmente tomada como
referência).
Picnômetro Densímetro Digital
É uma grandeza sem dimensões (adimensional), devido ao quociente entre dois
volumes. Quando se diz que um corpo tem uma densidade de 5, quer dizer que tem uma
massa volumétrica 5 vezes superior à da água (no caso dos sólidos e líquidos).
Massa volumétrica da água à pressão normal e à temperatura de 4 ºC, é máxima e igual
a 1,00 g/cm³).
3. Noções da Geologia
Geologia é a ciência que estuda a origem, a formação, a estrutura e a composição da
crosta terrestre, além das alterações sofridas por ela no decorrer do tempo.
Formação da terra
Os subsistemas terrestres:
a) Atmosfera: camada gasosa que envolve o planeta e, atualmente, é constituída por
uma mistura de gases, dos quais o azoto, o oxigênio, o árgon e o dióxido de carbono
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constituem 99,98% do seu volume. O vapor de água também é um constituinte da atmosfera,
cuja ocorrência pode variar no espaço e no tempo. Há ainda a considerar uma quantidade
considerável de partículas suspensas na atmosfera, constituídas por fumos, poeiras e matéria
orgânica, que podem ter uma origem natural ou ser causados pelo Homem. Este subsistema
protege a Terra dos efeitos das radiações solares e do bombardeamento das partículas sólidas
do espaço. Muitos dos meteoritos inflamam-se devido ao atrito provocado pela sua entrada nas
camadas que compõem a atmosfera.
b) Biosfera: conjunto de seres vivos que habitam o planeta. A biosfera, cuja parte
fundamental é a biomassa, inclui a cobertura vegetal e a fauna da superfície do globo, incluindo
o próprio Homem, a flora e a fauna dos oceanos. A existência de vida na Terra é um fato único
no Sistema Solar. De fato, ao longo da sua História, o planeta terra foi criando condições para
a origem e posterior manutenção das for¬mas de vida, que foram surgindo. Atualmente,
existem milhares de espécies diferentes de seres vivos, desde seres microscópicos até alguns
de grandes dimensões. Deste modo, a Terra apresenta uma elevada biodiversidade.
c) Hidrosfera: constituída pelos reservatórios de água que existem o planeta. A
hidrosfera compreende toda a água no estado líquido, que se encontra na superfície terrestre,
incluindo os oceanos, os mares, os lagos, os rios, os ribeiros, os riachos, a água existente no
subsolo e a água em estado sólido. A água é o recurso natural mais importante da Terra, pois é
essencial para a existência de qualquer forma de vida. As atividades humanas dependem da
água para a agricultura, indústria, produção de energia, saúde, desporto, divertimento, etc. Se
por um lado, a água é indispensável ao Homem, por outro lado a sua falta ou o seu excesso,
pode ser-lhe hostil ou até mesmo mortífera. Os oceanos absorvem a maior parte da radiação
solar que atinge a superfície do globo e, através das correntes oceânicas, esta energia é
distribuída por todo o planeta. A água é a substância comum a todos os subsistemas da Terra.
d) Geosfera: fração sólida do planeta (massas continentais e fundos oceânicos) bem
como os restantes materiais que se encontram no seu interior, separados em camadas, mais
ou menos concêntricas. As transformações e movimentos que ocorrem na geosfera tornam a
Terra um planeta geologicamente dinâmico e em constante mutação. É na geosfera que muitos
dos seres vivos possuem o seu suporte, caminham e habitam. É neste subsistema que o
Homem constrói e adquire materiais para as suas habitações; retira rochas e minerais para
fabricar utensílios e outros materiais de que necessita para sobreviver ou para simples prazer;
obtém dele as fontes de energia fósseis mais usadas: gás, petróleo e carvão.
Formação das Rochas
Gêneses das Rochas sedimentares:
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a) Sedimentogénese: conjunto de processos que intervêm desde a elaboração dos materiais
constituintes das rochas sedimentares até à sua deposição.
Resultantes de meteorização física ou química de outras rochas;
Resultantes de restos de seres vivos, como por exemplo: conchas;
Rocha mãe – meteorização – detritos – deposição (sedimentação) – sedimentos.
b) Meteorização: alteração das rochas por agentes externos (água, ar, ventos, variações de
temperatura, variações térmicas, seres vivos, etc…). Pode ser física ou química, havendo
desagregação mecânica das rochas, ou transformações dos minerais noutros mais estáveis
face às novas condições ambientais em que se encontram.
c) Agentes de Meteorização: efeito do gelo (água congelada nos interstícios e poros da rocha);
atividade biológica (líquenes, crescimento de raízes e escavação de galerias); ação mecânica
da água e do vento (provocam o aparecimento de blocos pedunculados)
d) Erosão: remoção pela água, pelo vento ou pelo gelo, dos minerais resultantes da
meteorização das rochas.
e) Diagénese: conjunto de fenômenos físicos e químicos que transformam os sedimentos
móveis em rochas sedimentares compactas. Fenômenos.
f) Compactação: os sedimentos vão sendo comprimidos por ação dos sedimentos que sobre
eles se vão depositando. Assim, os materiais que se encontram por baixo são sujeitos a um
aumento de pressão, o que vai provocar a expulsão de água que existe entre eles.
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g) Cimentação: ente os espaços dos diferentes sedimentos pode ocorrer a precipitação de
substâncias químicas dissolvidas na água. Este fenômeno resulta na agregação de
sedimentos, com a ajuda da substância precipitada.
h) Recristalização (só em alguns casos): os minerais (alguns) alteram as suas estruturas
cristalinas. Este fenômeno ocorre devido a alterações das condições de pressão, temperatura,
circulação de água, onde estão dissolvidos certos iões.
Classificação de rochas sedimentares
a) Sedimentos detríticos: fragmentos de dimensões variadas provenientes da alteração de
outras rochas (rochas detríticas; ex.: brecha)
b) Sedimentos biogênicos: restos de seres vivos (conchas, ossos, fragmentos de plantas,
pólen, etc…) (rochas biogênicas; ex.:carvão)
c) Sedimentos de origem química: resultantes da precipitação de substâncias dissolvidas na
água (rochas quimiogênicas; ex.: calcário).
Composição e forma da Terra
Características do planeta Terra
A Terra é um planeta pequeno e sólido que gira em torno do Sol, junto aos demais
astros do Sistema Solar. Uma grande parte da Terra é coberta pelos mares e oceanos – é a
chamada hidrosfera. A camada mais externa, a atmosfera, é formada por gases. O oxigênio
existente na atmosfera e a água líquida tornam possível a vida em nosso planeta. Essa vida,
representada pelos seres humanos, animais e vegetais, forma a biosfera.
A parte sólida da Terra é a litosfera ou crosta terrestre. Ela recobre tanto os continentes
quanto o assoalho marinho e, de acordo com sua constituição, é dividida em sial (composta
basicamente de silício e alumínio, encontrada nos continentes) e sima (composta de silício e
magnésio, encontrada sob os oceanos). No interior da Terra acredita-se que existam duas
camadas formadas por diferentes materiais rochosos: o manto e o núcleo, constituído
basicamente de níquel e ferro (nife).
Sua composição
A composição da Terra é estruturada em camadas. A crosta terrestre é constituída
principalmente de granito, sob a qual asssenta-se também um camada de basalto, suportando
as porções continentais e os oceanos . A litosfera possui cerca de 70 quilômetros de
espessura. A 33 quilômetros de profundidade desta camada, a temperatura chega a atingir por
volta de 1000C. O manto situa-se na zona inferior à crosta e é constituído de material ígneo
rochoso. A composição do manto é constituída principalmente de vários silicatos de magnésio.
O núcleo é supostamente constituído de ferro em estado de fusão; o espaço mais interior deste
núcleo contém ferro em estado sólido. A terra é composta com um total de 93 elementos
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químicos naturais existentes, nove destes elementos formam 99% da massa referente à crosta
terrestre. Estes elementos são: Oxigênio, Silício, Alumínio, Ferro, Cálcio, Sódio, Potássio,
Magnésio e Titânio. . Dois destes, o oxigênio e o silício, consistindo em elementos não-
metálicos, formam juntos por volta de 3/4 da crosta terrestre. Já nas camadas internas à crosta
terrestre, há a presença de por volta de 2000 tipos diversos de materiais de origem mineral,
dos quais a grande maioria é formada por composições entre mais de um elemento químico.
Os silicatos são os compostos mais abundantes dentre os minerais que formam a massa da
camada interior à crosta terrestre.
Pedras naturais
As pedras naturais constituem, com as madeiras, um dos mais antigos materiais de
construção. Com múltiplas aplicações, fundamentalmente como cantarias, alvenarias e
revestimentos, ao longo do tempo tem diminuído o seu emprego. Na última década os
consumidores redescobriram a rocha natural como material de construção. Desde 1990 que o
consumo de rochas naturais nos países da Comunidade Europeia registrou um acréscimo,
sendo aqui que ainda é produzida sensivelmente a metade das necessidades mundiais de
rochas ornamentais.
Classificação
Os três grandes ambientes geológicos geradores destas rochas, também ditos
petrogênicos, são:
Ambiente magmático;
Ambiente sedimentar;
Ambiente metamórfico
O ambiente magmático caracteriza-se geralmente por:
Temperaturas elevadas (acima dos 800ºC);
Pressões muito variadas, desde muito baixas, no caso do Vulcanismo, a muito altas, no
caso do Plutonismo, ocorrido no interior da Litosfera, variando num intervalo que reflete
as diferentes profundidades a que pode ocorrer;
Variações de composição química, considerada restrita em comparação com ou outros
ambientes.
O Ambiente Sedimentar é praticamente o ambiente existente à superfície da Terra,
caracteriza-se por:
Baixos valores de temperatura e pressão;
Grande variabilidade na composição química dos materiais;
Proporcionar grandes transformações químicas, tais como a oxidação, carbonatação,
hidrólise e a hidratação.
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Ambiente Metamórfico é caracterizado por um grande intervalo de pressões e
temperaturas.
Consoante o valor relativo de cada um destes dois parâmetros, o metamorfismo pode
ser essencialmente térmico (metamorfismo de contacto), ou essencialmente dinâmico
(metamorfismo regional) e estreitamente ligado com a formação das cadeias montanhosas.
Quanto à temperatura os valores não excedem, em regra, os 800ºC (valor que marca o
inicio da fusão de parte dos minerais, isto é o começo do magmatismo). O ambiente
metamórfico tem, assim, lugar em meio essencialmente sólido. Assim, localizando-se a
maior ou menor profundidade, abrange uma grande gama de valores de pressão e de
temperatura, sem que ocorra fusão de materiais, muito embora.
Rochas Magmáticas ou Ígneas
Tal como o nome indica, estas rochas formam-se a partir da cristalização de um magma,
podendo também ser designadas por ígneas. O ambiente em que se formam as rochas
magmáticas é caracterizado por temperaturas muito elevadas, o que permite a existência de
materiais rochosos em fusão (magma). Um exemplo desse tipo de rocha é o granito, que é
constituído essencialmente por quartzo, feldspato e mica.
Formação das Rochas Magmáticas ou Ígneas e representação esquemática dos tipos de
estruturas intrusivas e extrusivas.
Rochas Sedimentares
A gênese de sedimentos, isto é, a formação de produtos resultantes da alteração das
rochas preexistentes, pertence ao conjunto de processos que ocorrem à superfície da crosta.
Sob determinadas condições, estes sedimentos podem vir a formar rochas, chamadas rochas
sedimentares.
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As rochas sedimentares resultam do transporte, acumulação e consolidação dos
sedimentos, provenientes quer da erosão de rochas preexistentes, quer da precipitação
química de substâncias, quer ainda de material correspondente a conchas, esqueletos,
espículas de organismos mortos. Um exemplos de rocha sedimentar é o calcário.
Ciclo sedimentar
Agentes de Erosão
Normalmente, os agentes de erosão são também agentes de transporte e
sedimentação, pois estes processos podem ocorrer simultaneamente. A estes dá-se o nome de
Agentes de Erosão, Transporte e Sedimentação, sendo os mais importantes:
A água da chuva, dos rios, dos mares e dos glaciares;
O vento;
A força da gravidade.
Depois da sedimentação, inicia-se o último processo por que passam os sedimentos,
antes da formação das verdadeiras rochas sedimentares: a Diagénese. Começa com a
redução de volume dos sedimentos, devido ao próprio peso dos sedimentos que se vão
depositando por cima. Nos sedimentos mais profundos vão-se reduzindo os espaços vazios e
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estes começam a agregar-se e a compactar. Com a compactação, os sedimentos tornam-se
mais resistentes adquirindo um aspecto de rocha.
Rochas metamórficas
As rochas metamórficas geralmente resultam da transformação de rochas pré-
existentes. Estas transformações decorrem quando essas rochas atingem grandes
profundidades ou quando são encaixantes nas intrusões magmáticas, sem contudo passarem
pelo estado de fusão. Nestes casos, devido às novas condições de pressão e de temperatura,
diferentes das que presidiram à sua gênese, estas vão sofrer alterações nas suas
características originais. Exemplos: xisto, ardósia, gnaisses, mármores, entre outros.
Tipos de rochas metamórficas.
Aplicação
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As pedras naturais podem ser utilizadas em numerosos sectores da atividade
econômica, nomeadamente nas indústrias da construção civil e obras públicas, de
transformação de rochas ornamentais, do cimento, do papel, química, cerâmica, do vidro, dos
abrasivos.
Pedras naturais.
As mais utilizadas no rama da construção civil são as rochas ornamentais e industriais.
São muitas as áreas de utilização das rochas ornamentais, de entre estas destacam-se:
Revestimento externo;
Revestimento interno;
Pavimentação (pisos);
Arte fúnebre e religiosa;
Peças de mobiliário;
Pias, lavabos, cantoneiras;
Projetos arquitetônicos gerais;
Escultura
Propriedades das pedras
Para verificação das características físicas e mecânicas das pedras de construção,
nomeadamente as que se traduzem por resistência e durabilidade, recorre-se frequentemente
a ensaios em laboratório quantificadores das propriedades consideradas como mais relevantes
para aplicações em causa.
DUREZA: Resistência mecânica aos esforços a que vai ser submetida, nomeadamente
ao esmagamento, por ação das cargas que lhe são transmitidas, e que podem ser estáticas ou
dinâmicas; no primeiro caso trata-se do peso das paredes, pisos, coberturas, etc.…, e
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sobrecargas aplicadas, ou destes e o efeito de outras, como sejam vento, sismos, vibrações de
grande máquinas em funcionamento, etc.
POROSIDADE: Porosidade não exagerada (absorvendo ou deixando-se atravessar
pelas águas) ou insuficiente (impedindo ou dificultando uma boa aderência das argamassas de
ligação ou revestimento).
MASSA ESPECIFICA: Trabalhabilidade, isto é, as condições naturais de extração e
talhe nas formas e dimensões desejadas, sem exigir grande dispêndio de energia, nem perda
de qualidade por efeito do uso das ferramentas nas diversas fase de laboração.
ESFORÇOS NATURAIS: Resistência à ação do tempo e dos agentes atmosféricos
naturais ou agravados, como sejam a água, a temperatura, o gelo, o fogo e/ou ainda, o ataque
de produtos agressivos de diversa natureza.
4. Pedras Naturais
As pedras naturais constituem juntamente com as madeiras, dos mais antigos materiais
de construção: um dado que pode contribuir para esta constatação resulta destes materiais
poderem ser aplicados praticamente sem alteração do seu estado natural.
As primeiras habitações em pedra natural construídas pelo Homem foram as grutas
destinadas à permanência por períodos prolongados. Desde as construções megalíticas até às
construções atuais, a pedra tem sido o material mais usado e o de maior duração.
Origem geológica
Como rocha entende-se o agregado natural formado por um ou mais minerais que
constitui parte da crosta terrestre (figura 2) e pode ser nitidamente individualizado. As pedras
são rochas que se apresentam no estado sólido e com dimensões macroscópicas, o petróleo e
a areia são exemplos de rochas que não incorrem na designação de pedras.
Figura 2 – Corte transversal da Terra.
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Os minerais formativos das rochas são compostos por silício, alumínio, ferro, cálcio,
sódio, potássio e magnésio, combinados com oxigênio, apresentando-se normalmente sob a
forma cristalina.
Quanto à gênese, as rochas classificam-se em três grandes grupos:
Rochas magmáticas ou ígneas
Rochas sedimentares
Rochas metamórficas.
O magma existente no manto da Terra, ao entrar em contacto com a atmosfera sofre um
arrefecimento, consolidando-se e formando a rocha ígnea, desta forma, as rochas ígneas
teriam sido as primeiras a formarem-se. As rochas ígneas passaram a estar expostas à ação
física, química e biológica dos agentes atmosféricos, conduzindo à instabilização dos seus
minerais constituintes e à formação do designado solo residual que sujeito à erosão permite
que os grãos soltos se depositem em regiões planas e baixas, passando a constituir os
sedimentos. Os sedimentos podem ser transportados para grandes profundidades, ficando aí
submetidos a condições extremas de temperatura e de pressão, transformando-se em rochas
sedimentares.
A continuidade das referidas condições extremas de pressão e de temperatura
promovem a ocorrência de alterações mineralógicas, resultando deste processo as designadas
rochas metamórficas. Se as condições de metamorfismo forem muito intensas, as rochas
podem-se fundir, originando magmas que, ao solidificar, darão origem a novas rochas ígneas.
Ocorrência de alterações mineralógicas, resultando deste processo as designadas rochas
metamórficas. Se as condições de metamorfismo forem muito intensas, as rochas podem-se
fundir, originando magmas que, ao solidificar, darão origem a novas rochas ígneas.
Rochas ígneas ou eruptivas
Da solidificação do magma resultam as rochas ígneas ou eruptivas e a sua textura
depende do tamanho e da disposição dos minerais constituintes. As rochas que resultam da
consolidação em profundidade designam-se plutónicas ou rochas magmáticas intrusivas
(granito, sienito) e vulcânicas ou rochas magmáticas extrusivas (basalto) se a consolidação se
processar à superfície. Estas rochas são normalmente isotrópicas e homogéneas por
resultarem de materiais fundidos.
Rochas sedimentares
As rochas sedimentares são formadas pela deposição de detritos oriundos da
desagregação de rochas pré-existentes ou pela acumulação de substâncias orgânicas animais
ou vegetais ou pela precipitação química de sais dissolvidos nas águas dos rios, lagos e
mares. Devido ao seu processo de formação, as rochas sedimentares são geralmente
estratificadas. Estas rochas são anisotrópicas por possuírem propriedades diferentes nas
direções paralela e perpendicular ao respectivo estrato.
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As rochas sedimentares podem ainda classificar-se em rochas sedimentares:
Detríticas: provenientes da desagregação de rochas pré-existentes (arenitos);
Químicas: resultantes da precipitação de substâncias que se encontram em dissolução
(calcário);
Orgânicas: formadas pela acumulação de restos animais e vegetais (turfa);
Residuais: resultantes de solos endurecidos por precipitação de hidróxidos de Fé e Al ou
outros compostos.
Rochas metamórficas
As rochas metamórficas (meta+morfhos; meta=mudança, morfhos= forma) resultam,
como referido atrás, da transformação de qualquer tipo de rocha, quando esta é sujeita a um
ambiente onde as condições físicas (pressão e temperatura) são muito diferentes daquelas
onde a mesma se formou.
Rocha Original Rocha Metamórfica Resultante
Arenito Quartzito
Calcário Puro Mármore Branco
Calcário Dolomítico Mármore Verde
Granito Gneiss
Basalto Xistos verdes
Quadro 1 – Resultado da metamorfização de algumas rochas.
As propriedades mecânicas das rochas metamórficas dependem do nível de
xistosidade1(ausente, fraca ou forte) da composição mineralógica e da textura que elas
apresentarem, no entanto, pode dizer-se que o seu comportamento mecânico se situa entre o
das rochas ígneas e o das rochas sedimentares: têm maior densidade e são mais resistentes
do que as rochas sedimentares que as originam e são menos resistentes e mais deformáveis
do que as rochas ígneas originais.
Seguidamente apresentam-se alguns critérios de classificação das pedras naturais.
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Origem Geológica
- Eruptivas ou Ígneas
- Sedimentares
- Metamórficas
Quadro 2 – Classificação tendo como critério a origem geológica.
Comportamento aos Ácidos- Atacadas por ácido clorídrico
- Não atacadas por ácido clorídrico
Quadro 3 - Classificação tendo como critério o comportamento aos ácidos.
Constituição Mineralógica
- Siliciosas
- Calcárias
- Argilosas
Quadro 4 - Classificação tendo como critério o a composição mineralógica.
Atendo a este último critério de classificação, as pedras siliciosas são as que
apresentam maiores resistência mecânica e durabilidade, enquanto que as pedras argilosas
são as que oferecem menores durabilidade e resistência mecânica. Nas pedras siliciosas
predomina a sílica (SiO2), nas pedras calcárias o composto predominante é o carbonato de
cálcio (CaCO3) e nas pedras argilosas são preponderantes os silicatos hidratados de alumínio
(SiO2 e Al2O3).
Propriedades físicas das pedras
Estrutura
A grande maioria dos minerais que constituem as pedras apresenta-se no estado
cristalino, no qual os átomos ou os seus agrupamentos se dispõem regularmente, segundo
sistemas fixos e constantes. A estrutura é a propriedade relacionada com as distâncias entre
planos formados pelo conjunto de átomos (paralelos e coplanares), ou seja é a propriedade
relacionada com o aspecto granular da pedra.
Fratura
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A análise do aspecto da superfície de fratura de uma pedra permite aferir a aptidão que
essa pedra oferece para ser trabalhada. O tipo de fratura permite dizer se a pedra poderá ser
cortada com as dimensões desejadas, se terá boa aderência às argamassas, se a sua
extração será fácil ou não, permite ainda prever a possibilidade de conferir polimento à mesma.
No quadro 5 apresentam-se os principais tipos de fratura e as características inerentes a esse
tipo de fratura.
Tipo de Fratura Característica da pedra
Plana -Fácil de cortar em bloco
Concoidal - Difícil de cortar
Lisa - Fácil de polir
Áspera Boa aderência às
argamassas
Escamosa - Difícil de cortar e fácil de
lascar
Quadro 5 – Características da pedra vs. tipo de fractura.
Homogeneidade
A homogeneidade de uma determinada pedra permite afirmar que, em diversas amostras da
mesma pedra, as propriedades se mantêm. Numa amostra de pedra homogênea, a percussão
de um martelo emite um som claro, partindo-se em pedaços e não se esboroando, ao contrário
do que acontece numa pedra heterogênea.
Dureza
A dureza exprime a resistência que uma pedra oferece à penetração de uma ponta aguda que
a tenta riscar. Em Mineralogia, a dureza é avaliada através da Escala de Mohs (quadro 6),no
entanto existe um processo mais expedito para se avaliar a dureza de uma pedra e que se
baseia na resistência que a mesma oferece quando se tenta serrar (ver quadro 7).
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MINERAL GRAU DE DUREZA
Talco 1
Gesso 2
Calcite 3
Fluorite 4
Apatite 5
Ortoclase 6
Quarto 7
Topázio 8
Corindo 9
Diamante 10
Quadro 6 – Escala de Mohs (Palito – 1; Unha – 2 a 2.5; Vidro – 5 a 5.5; Ferro – 5.5).
Pedras brandas Facilmente serradas
Pedras semi-duras Facilmente serradas com disco
Pedras duras Só são serradas com disco
Pedras duríssimas Serradas com disco de diamante
Quadro 7 – Avaliação do grau de dureza das pedras naturais através da maior ou menor
facilidade de se deixarem serrar.
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Aderência às argamassas
A aderência às argamassas não depende exclusivamente da pedra mas também da
natureza do ligante: uma pedra pode apresentar boa aderência para um determinado ligante e
não ter aderência para outros.
Porosidade
A porosidade é uma característica estrutural dos materiais que depende da dimensão e
da disposição dos seus poros. Uma pedra demasiado porosa é, em regra, pouco resistente à
compressão, permeável e gelível4, ou seja, quanto maior for a porosidade de uma pedra tanto
menor será a sua durabilidade. No entanto há que referir o fator de rochas com a mesma
porosidade apresentarem capacidades de absorção distintas, devido à existência de diferentes
estruturas de redes capilares, com diferentes distribuições e tamanhos de poros, tornando-se,
por isso, necessário o conhecimento destas características, através de estudos de porometria.
Resistência Mecânica
As pedras naturais são materiais frágeis que demonstram um comportamento
elástoplástico até à rotura sem sofrerem deformações significativas. Quando incorporadas nas
edificações como elementos estruturais devem trabalhar sempre à compressão, considerando-
se nulas as suas resistências à tração e ao corte. A determinação da resistência mecânica
consiste na verificação do estado de agregação dos minerais integrantes, assim como da
existência de elementos brandos e do tipo de estrutura.
Resistência à compressão simples
Quanto mais densa for uma rocha, tanto maior será a sua resistência aos esforços de
compressão.
Resistência à compressão simples após o teste de gelividade
Avaliar a resistência à compressão simples de uma pedra após o teste de gelividade
corresponde a comparar a resistência que essa pedra oferece a esforços de compressão
quando se encontra saturada de água com a resistência da mesma no estado seco. A
absorção de água é aqui um parâmetro importantíssimo já que quanto mais água a pedra
absorver tanto maior poderá ser o aumento de volume por solidificação da mesma (devido a
uma eventual diminuição da temperatura), além disso quanto mais saturada de água estiver a
pedra, tanto menor será a sua resistência à compressão.
Resistência ao punçoamento
Submeter uma pedra a uma força de punçoamento corresponde a aplicar-lhe uma força, F,
através de uma pastilha de aço de pequena área. Usando esta pastilha de aço, a área
que está mais comprimida tende a expandir-se lateralmente, sendo, no entanto, essa expansão
contrariada, pelo que a resistência à compressão obtida em ensaio de punçoamento é superior
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à resistência da pedra à compressão quando a força é exercida numa área maior (em alguns
casos a resistência ao punçoamento tem o triplo do valor da resistência à compressão
simples).
Resistência ao desgaste
A resistência ao desgaste indica a diminuição da espessura de um material devida ao
tráfego de pessoas ou movimentação de cargas. Esta propriedade mecânica revela-se muito
importante sobretudo se a pedra se destinar a revestir superfícies onde as ações referidas
sejam muito intensas, como acontece às placas de pedra que revestem pavimentos.
Propriedades das Pedras
Determinação da massa volúmica aparente, pa
A massa volúmica informa sobre a compacidade da pedra e a partir dela a porosidade e
a circulação de água na pedra. A massa volúmica aparente é determinada pela relação entre o
peso do material seco (m) e o seu volume aparente, sendo correntemente designada pelo
símbolo pa.
Provetes de forma regular
A massa dos provetes com formas regulares é quantificada através de pesagens e o
volume determinado a partir das suas dimensões.
Determinação da massa específica
A massa específica é determinada com base em dois ensaios realizados com uma
precisão de 2%. As pesagens dos provetes são efectuadas no intervalo de temperaturas
compreendido entre 18 e 22ºC. Se o desvio entre os resultados dos dois ensaios for superior a
0.02, deve efectuar-se uma nova medição.
A amostra do material britado deve ter um peso aproximado de 200g.
i) A amostra deve ser lavada e seca em estufa a uma temperatura compreendida entre 100 e
110ºC, arrefecendo-se em seguida;
ii) A operação descrita anteriormente deve ser repetida em intervalos de 24 horas, em número
tal que duas pesagens sucessivas tenham um desvio inferior a 0.001 da menor pesagem;
iii) A amostra é moída para que os grãos obtidos passem num peneiro de 0.125mm de
abertura;
iv) O pó resultante deposita-se num pedaço de papel ou num prato e sujeita-se à acção de um
íman de forma a libertá-lo de qualquer partícula metálica;
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v) Parte do pó (100g), isento de elementos metálicos, é utilizado para se determinar o seu
volume, num picnômetro, com uma precisão de 1%;
vi) Sobre o pó da rocha verte-se água destilada e aspira-se o ar contido nos vazios inter
granulares. Após a decantação das partículas em suspensão, o líquido fica límpido,
procedendo-se então ao enchimento do picnômetro com água destilada.
Anotam-se os seguintes parâmetros:
mpi – peso do picnómetro vazio;
mpi+md - peso do picnómetro com a matéria seca;
mpi+mw1 - peso do picnómetro cheio de água destilada a 20ºC até ao traço de
referência;
mpi+md+mw2 - peso do picnómetro com a meteria seca e cheio de água destilada a
20ºC até ao traço de referência;
Desgaste
Não se encontram fixadas as regras de qualidade a que devem satisfazer as pedras
naturais quando integrem elementos sujeitos a abrasão. No entanto, é possível determinar a
resistência à abrasão, medindo o comprimento do sulco produzido na superfície por um disco
rotativo, em condições determinadas e com auxílio de material abrasivo (na figura 8 representa
se esquematicamente uma máquina de desgaste).
Figura 8 - Representação esquemática de uma máquina de desgaste com disco metálico.
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Interessa referir a importância da definição prévia da resistência pretendida das pedras a
esta solicitação bem como a caracterização dos locais onde essas pedras tomarão lugar.
Resistência ao desgaste Perda de espessura (mm)
MUITO BOA 0.6 mm
MÉDIA 1.2 mm
BOA 1.6 mm
Quadro 8 – Critério de caracterização da resistência ao desgaste das pedras naturais.
Critérios de seleção
As pedras naturais, aplicadas na construção, são apreciadas pela sua excelência tendo
por esse motivo que satisfazer alguns requisitos, nomeadamente a resistência (mecânica e
química) e o aspecto estético.
É, pois, compreensível que na sua seleção se estabeleçam critérios em função das
diversas aplicações, tendo, no entanto presentes a capacidade de manter as suas
características mecânicas para diversas solicitações e a possibilidade de receberem diversos
tipos de acabamento não esquecendo a manutenção do seu aspecto original ao longo do
tempo. A seleção de determinado tipo de pedra deve ter em consideração diversos fatores, tais
como:
A função da pedra na sua utilização final - pedras muito frágeis são desaconselhadas
em locais sujeitos facilmente a choques;
A localização geográfica do imóvel do qual a pedra vai fazer parte (clima dominante,
temperatura, pluviosidade, regime de ventos, regimes de gelo e degelo, existência ou
proximidade de elementos poluidores,…);
As características físicas da pedra - pedras muito porosas são desaconselhadas em
regiões úmidas ou em regiões em que facilmente se acumulem lixos e poeiras. No
quadro 9 apresentam-se alguns critérios de seleção tendo por base as diversas
utilizações:
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Tipo de Utilização da pedra Fatores a examinar
Revestimento de parede exterior
Parede de cantaria (em exterior)
- Gelividade
- Possibilidade de acabamento
Revestimento de pavimento numa praça
pública
- Resistência ao desgaste
- Resistência ao choque
- Gelividade
Revestimento de pavimento no interior de
uma habitação
- Resistência ao desgaste
- Resistência ao choque
- Possibilidade de acabamento
Soleiras, cobertores de degraus
- Resistência ao choque
- Resistência ao desgaste
- Gelividade
- Possibilidade de acabamento
Balaustradas (em exterior) Cornijas
- Resistência aos agentes poluidores
- Gelividade
- Possibilidade de acabamento
Quadro 9 – Fatores a analisar em função da utilização da pedra.
Eis alguns dos requisitos da pedra natural:
1. Resistência mecânica adequada – a pedra deve provir das melhores bancadas da pedreira e
ser:
i. Compacta
ii. Sem fendas
iii. Isenta de argilas, poeira, terra vegetal ou outra impurezas;28
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2. Resistência à ação dos agentes atmosféricos - não devem sofrer alterações significativas
sob exposição ao tempo; as pedras geladiças não devem ser utilizadas na construção;
3. Trabalhabilidade compatível com as técnicas de laboração
4. Porosidade não exagerada, mas suficiente de modo a possibilitar uma boa aderência às
argamassas de assentamento.
Aplicações da pedra natural na construção civil
As pedras naturais são como já foi referido apreciadas pelo seu inegável valor estético,
tendo, na construção, aplicações de função estrutural e de função ornamental.
Funções Estruturais
- Elementos granulares inertes para o fabrico de
betões
- Elementos granulares para a construção de
pavimentos térreos – calçada romana, calçada à
portuguesa, bases de pavimentos asfálticos)
- Enrocamentos em obras portuárias
- Balastros em vias férreas
- Gabions
- Paredes resistentes
Funções Não
Estruturais
Função de
Revestimento
- Revestimentos de coberturas
- Revestimento
- Revestimentos de pavimentos
Função Ornamental
- Esculturas
- Balaústres
- Baixos relevos
Quadro 10 - Aplicações da pedra natural.
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5. Normatização – órgãos e instrumentos normatizadores e normas técnicas
As normas técnicas são processos de simplificação pois reduzem a crescente variedade
de procedimentos e produtos. Assim, elas eliminam o desperdício, o retrabalho e facilitam a
troca de informações entre fornecedor e consumidor ou entre clientes internos. Outra finalidade
importante de uma norma técnica é a proteção ao consumidor, especificando critérios e
requisitos que aferem o desempenho do produto/serviço, protegendo assim também a vida e a
saúde.
Como instrumento, as normas técnicas contribuem em quatro aspectos:
Qualidade: fixando padrões que levam em conta as necessidades e desejos dos
usuários.
Produtividade: padronizando produtos, processos e procedimentos
Tecnologia: consolidando, difundindo e estabelecendo parâmetros consensuais entre
produtores, consumidores e especialistas, colocando os resultados à disposição da
sociedade.
Marketing: regulando de forma equilibrada as relações de compra e venda
A elaboração de normas técnicas por parte de uma comissão de estudos é um trabalho
voluntário que nasce da verificação da necessidade de uma norma técnica. Após esta, é
executado um trabalho de normalização e a elaboração de um texto base, seguida da
formação de uma comissão de estudos (CE).
O Cobracon (Comitê Brasileiro De Construção Civil) oferece e dispõe de infra-estrutura
pessoal e material para gerenciar, administrar e secretariar as comissões de estudo, que
passam a se reunir periodicamente a fim de que os seus textos sejam levados para discussão
a nível nacional.
Após a discussão, é estabelecido um consenso como projeto de norma, afim de que esta seja
votada a nível nacional também. De acordo com o resultado da análise dos votos há ou não a
publicação como Norma Brasileira, NBR.
Padrões mínimos de qualidade – padronização
Existem normas para regulamentar a qualidade, a classificação, a produção e o
emprego dos diversos materiais, unidade de medidas e comercialização.
Em cada País existem órgãos responsáveis pela elaboração de normas que padronizem
as especificações de materiais – processo de fabricação,acabamento,forma e dimensões,
composição química propriedades físicas,ensaios.
Finalidade
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Marcas não garante qualidade e pode gerar monopólio. Novos fornecedores são melhor
aceitos contando que atendam as normas.
No Brasil estes órgão se chama Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
Outras entidades com este objetivo, mas especifica de algum material:
ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland
IBC – Instituto Brasileiro de Concreto
INB – Instituto Brasileiro do Pinho
ABRAGESSO – Associação Brasileira de chapa de gesso
ABRALISO – Associação Brasileira dos Fabricantes de Lãs isolantes Minerais
CBAC – Centro Brasileiro da construção de aço.
As entidades normatizadoras de vários países são coordenadas pelo ISO (International
Organization standradization) e por comitê continentais como a COPANT – Organização Pan-
Americana de normas técnicas.
Entidades Normalizadoras
No Brasil: ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (sociedade civil sem fins
lucrativos com sede no RJ)
Nos Estados Unidos: ASTM (American society for testing Material) e ASA (American
standard Association).
Na Alemanha Deustche Normenausschuss – normas com sigla DI.
Na Inglaterra British standard institution (BS)
Coordenação Mundial : ISO - International Organization standradization
Vigência de uma norma:
Normas não estáticas, pois devem acompanhar a evolução tecnológica.
ABNT: revisão no máximo a cada cinco anos.
As normas, porem, não são estáticas. Vão sendo aperfeiçoada e alterada com o tempo,
acompanhando a evolução e a técnica. E ainda, alguns materiais novos no mercado, ainda não
possuem normas de controle de qualidade. E também nem todos os produtos que estão no
mercado são certificados, o que não lhe garante estar atingindo os padrões mínimos de
qualidade estabelecidos pelas normas. É nosso dever especificar e orientar para que se
adquiram os produtos que garantam a qualidade de nossa obra.
Tipos de Normas
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INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS
Normas: definem métodos de cálculo e de execução de obras e serviços e condições
mínima de segurança;
Especificações: estabelecem prescrições para os materiais;
Métodos de ensaio: estabelecem processos para formação e exame de amostra;
Padronizações: estabelecem dimensões para os materiais e produtos;
Terminologia: Define a nomenclatura técnica;
Simbologia: define convenções de desenho;
Código de uma norma
Todo o tipo de normas citado tem seus códigos indicados por uma sigla (por exemplo,
NBR para Normas Brasileiras) seguida pelo seu numero de ordem e do ano de sua ultima
alteração.
Elaboração de uma norma
Os sócios da ABNT elegem os elementos para os comitês, tais com:
- Construção Civil;
- Cimento, concreto e agregados;
- isolação térmica,etc.;
Ao comitês criam comissões de estudos;
As comissões partem de um texto básico que pode ser:
- texto preparado por um de seus membros ou;
- texto encomendado por um de seus técnicos ou;
- regulamento de uma entidade atuante na área;
- Normas estrangeiras
- As comissões elaboram um anteprojeto que enviado ao comitê;
O comitê verifica as implicações com outras normas em vigor e encaminha Projeto de
Normas aos associados para votação.
Sendo aprovada a votação, o Projeto de Normas passa a ser Normas e entra em vigor
em 60 dias após a publicação pela ABNT.
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INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS
6. Agregados miúdos
CONCEITO: O agregado é chamado de miúdo (areia natural ou resultante de britamento
de rochas estáveis) quando os grãos passam na peneira de malha 4,8 mm e ficam retidos na
de 0,075 mm.
Classificação:
Tipo de areia Tamanho nominal (mm) Módulo de finura (MF)
Muito fina 0,15 MIN - 0,6 MAX MF < 2,0
Fina 0,6 - 1,2 2,0 < MF < 2,4
Média 1,2 - 2,4 2,4 < MF < 3,2
Grossa 2,4 - 4,8 MF > 3,2
Ensaios de agregados miúdos
Granulometria
Granulometria, graduação ou composição granulométrica de um agregado é a
distribuição percentual dos seus diversos tamanhos de grãos, considerando a quantidade de
material, em massa, retido nas peneiras da série normal (76; 38; 19; 9,5; 4,8; 2,4; 1,2; 0,6; 0,3;
0,15 mm)5, determinados de acordo com a NBR 7217 (ABNT, 1987). Além da curva de
composição granulométrica são também definidos, no ensaio de granulometria, o módulo de
finura e a dimensão máxima (diâmetro máximo) do agregado.
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INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS
MASSA ESPECIFICA: É a relação entre a massa de um certo volume total de
agregados e este volume. Υa = M/V Onde: Υa = massa específica aparente; M = Massa da
amostra; e V = volume do recipiente.
Agregado em estado solto: determinação da massa unitária- propõe para a
determinação da massa específica aparente do agregado o uso de um recipiente metálico em
forma de paralelepípedo, de volume (V) conhecido. A amostra seca é nele colocada sem
qualquer adensamento, procurando-se desse modo reproduzir a situação da obra, quando o
operário transporta o agregado em baldes ou padiolas, sem adensamento.
UMIDADE: O conhecimento do teor da umidade dos agregados é muito importante, pois
a quantidade de água que os mesmos transportam para o concreto altera substancialmente o
fator água/cimento, ocasionando decréscimo da resistência mecânica do concreto.
Quando se trabalha com dosagem em volume, a umidade da areia provoca o fenômeno
conhecido como inchamento que deve ser considerado quando da conversão dos traços de
peso para volume. A areia armazenada no canteiro de obras, em área descoberta, tem sua
umidade variando de 3 a 7%, conforme as condições ambientais. Na falta de determinação
mais exata da umidade pode-se considerar que a umidade da areia é de cerca de 5%, para
dias secos.
INCHAMENTO: Chama-se de inchamento o aumento do volume aparente do agregado
miúdo quando úmido. Este aumento é produzido pela separação entre os grãos da areia devido
à película de água que se forma em torno do grão provocando um afastamento entre as
partículas. Assim,na realidade, num mesmo volume tem-se menos material. A partir dessa
definição, o inchamento é expresso da seguinte forma:
I (%)=Vh−VxVsx100
Onde: Vs é o volume da areia seca
Vh é o volume da areia com h% de umidade
Consequentemente, se fizermos variar a quantidade de água contida em um agregado
miúdo, seu volume também variará segundo a expressão:
I (h )=VhVs
Onde: I é o inchamento na umidade h
h é o teor de umidade do agregado
Vh é o volume do agregado com h% de umidade
Vs é o volume do agregado seco
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INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS
MASSA ESPECIFICA REAL: É a relação entre a massa e o volume de cheios, isto é, o
volume de grãos do agregado, excluindo-se os poros permeáveis e os vazios entre os grãos.
Trata-se de uma propriedade específica do material, podendo ser determinado por meio do
frasco de Chapman para o agregado miúdo –NBR 9776 (ABNT, 1986)- ou balança hidrostática
para o agregado graúdo –NBR 9937 (ABNT, 1987).
O conhecimento da massa específica real é de grande utilidade no estudo de
dosagemdo concreto para que possam ser feitos os cálculos de consumo de cimento por M³,
em função do traço de concreto.
7. Agregados graúdos
CONCEITO: A escolha da dimensão do agregado graúdo é função da dimensão da peça
a ser concretada (geometria da estrutura), bem como da densidade de armadura da seção
transversal. Deve-se usar o maior tamanho possível do agregado, obedecendo às limitações
seguintes:
Agregado graúdo (pedra brita).
-ƒ menor que1/4 da menor dimensão da peça em planta;
- menor que1/3 da espessura, para lajes;
-ƒ menor que 1,2 x (espaçamento vertical entre as armaduras);
-ƒ menor que 0,8 x (espaçamento horizontal entre as armaduras);
-ƒ menor que 1/3 do diâmetro da tubulação (para concreto bombeado).
Classificação
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INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS
PEDRA BRITADA TAMANHO NOMINAL
NUMERO MINIMA MAXIMA MINIMA MAXIMA
BRITA 0 4,8 9,5
BRITA 1 4,8 12,5 9,5 19,0
BRITA 2 12,5 25,0 19,0 38,0
BRITA 3 25,0 50,0 38,0 50,0
BRITA 4 50,0 76,0 50,0 76,0
BRITA 5 76,0 100,0
OBS: para efeito de dosagem pode-se utilizar dmax=25 mm para uma mistura de
brita1+brita2
Propriedades e Aplicações
São de grande importância para a fabricação de concretos e argamassas. Os agregados
são, com frequência, considerados inertes, embora em alguns casos possuam características
físico-químicas (modificação de volume por variação de umidade) e químicas (reação com os
álcalis do cimento) que influem diretamente na qualidade final das argamassas e concretos
produzidos. Por exemplo, quando do emprego de rocha calcária e de escória de alto forno
como agregado, podem ocorrer reações químicas expansivas entre o agregado e o cimento,
principalmente em meio úmido, devido à reação entre álcalis do cimento e a sílica não
cristalizada do agregado, bem como, a reação dos álcalis do cimento com o carbonato de
magnésio de certos calcáreos dolomíticos.
Produção de concreto.
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INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS
Em relação à composição mineralógica, os agregados podem ser provenientes da
decomposição de três tipos de rochas: ƒ Ígneas: São as rochas que se formaram pelo
resfriamento e endurecimento de minerais em estado de fusão. Podem apresentar estrutura
cristalina ou ser amorfas, de acordo com a velocidade de resfriamento. Resultantes de
atividades vulcânicas, são também conhecidas como rochas magmáticas. Seu componente
principal é a sílica.
Quimicamente, são as mais ativas. Por exemplo: granito, basalto e pedra pomes;
Sedimentares: São as rochas estratificadas em camadas, que se originaram da
fragmentação de outras rochas. Por exemplo: calcário, areia, cascalho, arenito e argila;
Metamórficas: São as rochas que se originaram da ação de altas temperaturas e fortes
pressões sobre rochas profundas, sem que ocorresse fusão do material original. São, portanto,
resultantes da metamorfose de rochas ígneas ou de rochas sedimentares. Por exemplo: gnais,
mármore, ardósia e pedra-sabão.
Granulometria
Modulo de dimensão máxima
A dimensão máxima é a grandeza determinada a partir da distribuição granulométrica,
que corresponde à malha da maior peneira, em que fica retida uma porcentagem de agregado
igual ou inferior a 5%. Em um ensaio de granulometria podem ser utilizados peneiras
padronizadas, vibrador de peneiras e balanças.
Granulometria de brita e de areia.
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INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS
Massa especifica
ƒ pesados – γ > 2000 kg/m3
Como por exemplo, brita de barita e magnetita.
Aglomerantes
CONCEITO: São produtos capazes de provocar a aderência dos materiais.
Aglomerante (cimento).
Podem ser classificados:
- Quimicamente inertes: Endurecem por simples secagem. Ex: argilas, betumes
- Quimicamente ativos: Endurecem pela ação de reações químicas
- Quimicamente ativos: Endurecem devido a reações químicas
- Aéreos: Necessitam da presença do ar para endurecer
- Hidráulicos: Não necessitam da presença do ar para endurecer
Classificação quanto a relação com a água
- AGLOMERANTES AÉREOS: Depois de endurecidos, não resistem bem quando
imersos na água. Devem ser usados apenas em contato com o ar.
Ex.: Cal aérea, Gesso.
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INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS
- AGLOMERANTES HIDRÁULICOS: Depois de endurecidos, resistem bem a água.
O endurecimento dos aglomerantes hidráulicos se dá por ação exclusiva da água (reação de
hidratação). Ex.: Cal hidráulica, Cimento aluminoso, Cimento Portland.
- AGLOMERANTES HIDRÁULICOS SIMPLES: Um único produto aglomerante, não
tendo mistura.
- AGLOMERANTES HIDRÁULICOS COMPOSTOS: Misturas de um aglomerante
simples com subprodutos industriais ou produtos naturais de baixo custo.
- AGLOMERANTES HIDRÁULICOS MISTOS: Mistura de dois aglomerantes simples.
- AGLOMERANTES HIDRÁULICOS COM ADICÕES: Aglomerantes hidráulicos simples
+ adições para modificar certas características:
Diminuição: permeabilidade, calor de hidratação, retração ou preço.
Aumento: resistência a agentes agressivos, plasticidade ou resistência a baixas
temperaturas.
Dar coloração especial.
8. Aglomerantes aéreos
Depois de endurecidos, não resistem bem quando imersos na água. Devem ser usados
apenas em contato com o ar. Em geral precisam de componentes do ar para
endurecer.Exemplos principais:
Cal aérea e Gesso
CAL = Cal Aérea
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É o produto resultante da calcinação de pedras calcárias a uma temperatura inferior ao
do início de sua fusão (cerca de 900C.
Etapas:
CALCINAÇAO
CaCO3 + calor CaO + CO2
*CaCO3 = Carbonato de Cálcio e CaO = Cal, Cal Virgem ou Cal viva
EXTINÇÃO DA CAL
CaO + H2O Ca(OH)2 + calor
*Ca(OH)2 = Cal extinta, Cal hidratada ou Hidróxido de Cálcio
ENDURECIMENTO OU RECARBONATAÇÃO
Ca(OH)2 + CO2 CaCO3+ H2O
*Ca(OH)2 = hidróxido de cálcio
*CaCO3 = carbonato de cálcio
GESSO ou GESSO DE PARIS
Produto da desidratação parcial da gipsita - CaSo4 .2H 2O
GIPSITA
Pode possuir varias formas, como por exemplo: estrutura Cristalina, uso medico e na
construção civil. O gesso pode ser submetido ao aquecimento. A seguir, será exposto as varias
formas de aquecimento á cima de 200C.
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● 200 C: anidrita solúvel - muito higroscópica, (absorve umidade ao ar, transformando-se
em hemidrato.
●600C: anidrita insolúvel - praticamente inerte, endurecendo lentamente quando em
contato com água.
●1,00C a 1,200C: GESSO DE PAVIMENTACAO endurece em 12 a 14 h, também
chamado GESSO LENTO ou GESSO HIDRÁULICO, resistência 100% superior ao gesso de
Paris.
Linha para produção de gesso em pó
Três sistemas:
Trituração: Britador de mandíbulas, rolos ou de impactos; Moinho de martelos.
Calcinação – 200C: (Calcinar depois de moer ou moer depois de calcinar); Fornos
contínuos ou descontínuos;
Moagem: Moinho Raymond, vertical ou de cone; Equipamento de graduação.
Propriedades do gesso:
Pega rápida – minutos
Solúvel em água após endurecido
Resistência mecânica diminui com o teor de umidade
Grande coeficiente de dilatação térmica (2 x concreto)
Baixa condutibilidade térmica (isolante) , etc.
9. Cimentos
A história do cimento
Tecnicamente, podemos definir cimento como um pó fino, com propriedades
aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece sob a ação de água. A arquitetura
monumental do Egito Antigo já usava uma liga constituída por uma mistura de gesso calcinado
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que, de certa forma, é a origem do cimento. As grandes obras gregas ou romanas, como o
Panteão e o Coliseu, foram construídas com o uso de certas terras de origem vulcânicas, com
propriedades de endurecimento sob a ação da água.
O passo seguinte aconteceu em 1758, quando o inglês Smeaton consegue um produto
de alta resistência, por meio da calcinação de calcários moles e argilosos. Em 1918, o francês
Vicat obtém resultados semelhantes aos de Smeaton pela mistura de componentes argilosos e
calcários. Ele é considerado o inventor do cimento artificial.
Seis anos depois, outro inglês, Joseph Aspdin patenteia o "Cimento Portland", que
recebe este nome por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes às
das rochas da ilha britânica de Portland.
Hoje, o cimento Portland é um material rigorosamente definido, e sua fabricação segue
princípios bem estabelecidos. A grande versatilidade de emprego e notáveis qualidade de
adaptação a novos produtos e métodos construtivos aumentam, a cada dia, sua ampla gama
de aplicações.
O cimento no Brasil
A primeira fábrica de cimento Portland iniciou atividades no Brasil em 1926. Quase 30
anos depois, teve origem a produção de cimento branco, devido à necessidade de um cimento
para fins especiais, que proporcionasse mais beleza e conforto, através do tratamento térmico
das edificações.
O primeiro forno de cimento branco entrou em operação em 1952, sendo distribuído ao
mercado, a partir de 1954, com a marca Irajá, que integra a linha de produtos da Votorantim
Cimentos.
Em 1984, foi lançado o cimento branco estrutural, com o objetivo de atender
construtores de obras de concepção arrojada, nos serviços de concreto aparente, pré-
fabricados e pisos de alta resistência.
Conceito
Sua fabricação provem de várias vertentes, como será apresentado a seguir.
O cimento natural: Não apresenta cal livre. A cal hidráulica apresenta cal livre.
Romanos desenvolveram um cimento altamente durável. Combinação de cal com "pozolana",
(cinza vulcânica na zona de Pozzuoli , junto a Nápoles e ao Monte Vesúvio), permitia obter um
cimento que oferecia maior resistência à ação da água. Em outros países como a Europa e os
Estados Unidos, utiliam desse cimento, o que não é o caso do Brasil.
O cimento aluminoso: Fundição de calcário (CaCO3) e bauxita (Al2O3), (teor bauxíta
inferior a 30%), moída misturadas, em fornos de alta temperatura, resfriado, britado e moído.
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Suas aplicações:
Concretos refratários;
Rápida cura e altas resistências iniciais e finais;
Pisos para tráfego após 6 horas;
Chumbamentos;
Reparo em cabeça de protensão, 24h pode protender, (CP=7 dias);
Concretagens junto ao mar para aproveitar maré baixa;
Pré-moldados para uso imediato;
Rejuntamento e assentamento de tijolos refratários;
Mistura ao cimento Portland para acelerar endurecimento.
Endurece em baixas temperaturas.Concreto em fundações de base francesa na
Antártida ou Suportra altas temperaturas.Concreto em instalações de siderurgia .
Cimento portland(CP): possui as seguintes matérias – primas -> 90,0 % de Calcário /
¾ 9,50 % de Argila / ¾ 0,50 % de Minério de Ferro.
Estes podem ser: Cimentos - CP I, II, III, IV ou V-ARI, podem ser resistentes a sulfatos.
O Engenheiro John Smeaton, 1756, descobriu que mistura calcinada de calcário e argila
tornava-se, depois de seca, tão resistente quanto as pedras utilizadas nas construções. Um
pedreiro, Joseph Aspdin, 1824, de Portland, na Inglaterra, patenou a descoberta de que o
calcário moído com argila, em meio úmido, transformava-se em pó.
Ensaios do cimento
FINURA: pode ser determinada através da peneira malha nº200, permeabilimetro ao ar
de Blaime e granulômetros a laser. Cimentos finos geralmente aceleram o desenvolvimento da
resistência.
CONSSISTENCIA: no preparo do concreto, quando a água e o cimento reagem ocorre o
calor de hidratação. A quantidade de calor gerado depende da composição química do
cimento, quantidade e tipo de adições.
MASSA ESPECIFICA: a massa especifica não é uma indicação a qualidade do cimento.
Ela é utilizada para o calculo de dosagens de concretos e argamassas.
RESSISTENCIA : a resistência a compressão do cimento e feito através de corpos de
provas cilíndricos, com um traço normalizado e areia padrão do IPT. Diversos tipos de
cimentos tem curvas de resistência x idade distinta que normalmente definem o seu uso ou
não, em determinadas aplicações.
EXPANSIABILIADE: pode ocorrer depois do pega, ao longo do tempo, provocando
fissuras, quando da queima do clínquer, o teor de magnésio ou CaO livre é elevado.
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TEMPO DE PEGA: importante para permitir a aplicação adequada das pastas,
argamassas ou concretos. Para controlar o tempo de pega é adicionado o gesso na moagem
do cimento, cujo o controle é feito através do teor de SO3.
10. Argamassa
Chama-se argamassa (pré-lat. arga + latim massa) à mistura feita com pelo menos um
aglomerante, agregados miúdos e água. O aglomerante pode ser a cal, o cimento ou o gesso.
O agregado mais comum é a areia, embora possa ser utilizado o pó de pedra. No caso de
argamassas poliméricas, os aglomerantes são normalmente resinas sintéticas e o agregado o
pó de pedra.
As argamassas são empregadas com as seguintes finalidades: assentar tijolos e blocos,
azulejos, ladrilhos, cerâmica e tacos de madeira; Impermeabilizar superfícies; regularizar (tapar
buracos, eliminar ondulações, nivelar e aprumar) paredes, pisos e tetos; dar acabamento às
superfícies (liso, áspero, rugoso, texturizado, etc.).
As argamassa são classificadas, segundo a sua finalidade, em argamassas para assentamento
de alvenarias, para revestimento e para assentamento de revestimentos.
Argamassas para assentamento
As argamassas para assentamento são usadas para unir blocos ou tijolos das
alvenarias.
Dependendo do tipo de bloco ou tijolo, podem ser utilizadas diversas técnicas de
assentamento com argamassa. Normalmente ela é colocada com colher de pedreiro, mas
podem ser utilizadas também bisnagas.
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As três primeiras fiadas de uma parede de blocos ou tijolos devem ser revestidas
inicialmente com uma camada de argamassa de impermeabilização, que protege a parede
contra a penetração da umidade.
Argamassas para revestimento
Usualmente são aplicadas três camadas de argamassa em uma parede a ser revestida:
Chapisco: primeira camada fina e rugosa de argamassa aplicada sobre os blocos das
paredes e nos tetos. Sem o chapisco, que é a base do revestimento, as outras camadas
podem descolar e até cair.
Emboço: sobre o chapisco é aplicada uma camada de massa grossa ou emboço, para
regularizar a superfície.
Reboco: é a massa fina que dá o acabamento final. Em alguns casos não é usado o
reboco, por motivo de economia. Geralmente tem em seu traço areias mais finas, pois servem
para dar o acabamento ao revestimento. Em alguns casos, como em muros, o chapisco pode
ser o único revestimento.
Por sobre as argamassas de revestimentos podem ser aplicados outros acabamentos
como textura, massa corrida, pintura, areias quartzo, estuque veneziano etc. O acabamento
destes revestimentos pode ser sarrafeado ou desempenado.
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Argamassa para assentamento de revestimentos
Revestimentos como azulejos, ladrilhos e cerâmicas são aplicados sobre o emboço.
Para esta aplicação, também são utilizadas argamassas.
No piso, utiliza-se uma camada de contrapiso e pode-se dar o acabamento por sobre
esta camada. Este acabamento é conhecido como cimentado. O contrapiso é uma camada de
argamassa de regularização e de nivelamento.
Propriedades
Para a obtenção de uma argamassa de boa qualidade, deve-se levar em conta:
a qualidade do cimento e da cal, principalmente verificando se é de um fabricante
certificado;
a qualidade da areia, que deve apresentar grãos duros e limpeza, livre de torrões de
barro, galhos, folhas e raízes antes de ser usada (areia lavada).
a água, que também deve ser limpa, livre de barro, óleo, galhos, folhas e raízes.
outro ponto a ser observado é a forma como se faz a mistura, que pode ser feita de
forma manual, em betoneiras ou em centrais de mistura.
Para a obtenção de uma boa mistura, devem-se utilizar preferencialmente meios mecânicos
(betoneira ou centrais).
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Uma característica importante da argamassa ainda fresca é a trabalhabilidade, que é
uma composição da plasticidade com o tipo uso da argamassa e com a sua capacidade de
aderência inicial. Em alguns usos, como no revestimento, é adicionado um quarto componente
à mistura, que pode ser cal, saibro, barro, caulim ou outros, dependendo da disponibilidade e
uso na região. De todos esses materiais, chamados de plastificantes, o mais recomendado é a
cal hidratada.
Quando endurecida, a argamassa dever apresentar resistência e resiliência, de forma a
suportar adequadamente os esforços sem se romper.
Aplicações e Aditivos
Argamassa para assentamento de revestimentos como azulejos, ladrilhos e cerâmicas
são aplicados sobre o emboço. Para esta aplicação, também são utilizadas argamassas.
No piso, utiliza-se uma camada de contrapiso e pode-se dar o acabamento por sobre
esta camada. Este acabamento é conhecido como cimentado. O contrapiso é uma camada de
argamassa de regularização e de nivelamento.
Argamassas industrializadas
Atualmente está sendo cada vez mais comum o uso de argamassas industrializadas, ou
seja, a mistura dos componentes secos é realizada em uma planta industrial. Assim, na obra,
apenas deve ser acrescentada água à mistura prévia. As argamassas industrializadas para
aplicação de revestimentos cerâmicos são conhecidas como argamassas colantes. Elas
apresentam os tipos AC-I, AC-II, AC III e ACIIIE, segundo a norma NBR 14081.
A AC-I é recomendada para o revestimento interno com exceção de saunas,
churrasqueiras e estufas. A AC-II é recomendada para pisos e paredes externos com tensões
normais de cisalhamento. A AC-III é recomendada para pisos e paredes externos com
elevadas tensões de cisalhamento e piso sobre piso. A AC-IIIE é recomendada para ambientes
externos, muito ventilados e com insolação intensa.
Argamassas poliméricas
Outro tipo de argamassa que vem se tornando cada vez mais comum é a argamassa
polimérica. O seu principal uso se dá no assentamento de tijolos ou blocos na construção de
alvenarias (paredes). Por necessitar de uma quantidade relativamente pequena de material
para unir os blocos ou tijolos, uma parede construída com argamassa polimérica apresenta
juntas mais finas do que uma parede construída com argamassa convencional. Embora menos
tradicional do que a argamassa cimentícia, a argamassa polimérica apresenta certas
vantagens e já é utilizada em grande escala em todo o território do Brasil. Ao contrário das
argamassas convencionais, que são comercializadas em pó, a argamassa polimérica é
comercializada em estado pastoso e pronto para a utilização, sem nem mesmo necessitar a
adição de água. Por se tratar de um produto elastomérico, a argamassa polimérica também
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apresenta elevada flexibilidade, o que pode proporcionar vantagens estruturais ao sistema
construtivo.
Argamassa polimérica
Aditivos
Atualmente está sendo cada vez mais comum o uso de argamassas industrializadas, ou
seja, a mistura dos componentes secos é realizada em uma planta industrial. Assim, na obra,
apenas deve ser acrescentada água à mistura prévia. As argamassas industrializadas para
aplicação de revestimentos cerâmicos são conhecidas como argamassas colantes. Elas
apresentam os tipos AC-I, AC-II, AC III e ACIIIE, segundo a norma NBR 14081.
Aditivos liquido plastificante.
A AC-I é recomendada para o revestimento interno com exceção de saunas,
churrasqueiras e estufas. A AC-II é recomendada para pisos e paredes externos com tensões
normais de cisalhamento. A AC-III é recomendada para pisos e paredes externos com
elevadas tensões de cisalhamento e piso sobre piso. A AC-IIIE é recomendada para ambientes
externos, muito ventilados e com insolação intensa.
Outro tipo de argamassa que vem se tornando cada vez mais comum é a argamassa
polimérica. O seu principal uso se dá no assentamento de tijolos ou blocos na construção de
alvenarias (paredes). Por necessitar de uma quantidade relativamente pequena de material
para unir os blocos ou tijolos, uma parede construída com argamassa polimérica apresenta
juntas mais finas do que uma parede construída com argamassa convencional. Embora menos
tradicional do que a argamassa cimentícia, a argamassa polimérica apresenta certas
vantagens e já é utilizada em grande escala em todo o território do Brasil.
Ao contrário das argamassas convencionais, que são comercializadas em pó, a
argamassa polimérica é comercializada em estado pastoso e pronto para a utilização, sem nem
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mesmo necessitar a adição de água. Por se tratar de um produto elastomérico, a argamassa
polimérica também apresenta elevada flexibilidade, o que pode proporcionar vantagens
estruturais ao sistema construtivo.
Ensaios argamassa
Consistência normal: a consistência da argamassa pode ser considerada como: seca,
plástica e fluida.
Coeficiente de rendimento: Rendimento da Argamassa: 4 a 6 kg por m²» cada saco de
20 kg é suficiente para instalar de 3 a 5 m² de pedra;
Traços básico, rico e pobre
Básico: uma forma simplificada. O inicio do procedimento, utilizado cimento e água.
Rico: teor de argamassa no momento da dosagem, relação maior entre o cimento e
agregado.
Pobre: menor relação cimento e agregado.
11. Concreto
Conceito: é o material mais utilizado na construção civil, composto por uma mistura de cimento,
areia, pedra e água, além de outros materiais eventuais, os aditivos e as adições.
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Classificação:
• Conforme o modo de fabricação: Fabricação no local; Pré-misturado
• Campo de aplicação: Concreto massa – utilizado em barragens. Concreto estrutural –
utilizado em edifícios e pontes.
• Peso específico:
Concreto pesado
cγ = 2,8 a 5,0 tf/m³
Concreto normal
cγ = 2,0 a 2,8 tf/m³
Concreto leve
cγ = 1,2 a 2,0 tf/m³
Concreto leve para isolamento térmico
cγ = 0,7 a 1,6 tf/m³
Propriedades: para efeito de suas propriedades, o concreto deve então ser analisado
nestas duas condições: fresco e endurecido. O concreto fresco, é assim considerado ate que
se obtém pela mistura dos componentes, após o fim da pega do aglomerado. O concreto
endurecido, é o material que se obtém pela mistura dos componentes após o fim do pega
aglomerada.
Ensaios
Principais ensaios:
Dosagem
Dosagem Racional: Determinação de traço de acordo com as características solicitadas
e os materiais fornecidos pelo interessado, incluindo o estudo dos agregados, ensaio de
abatimento, moldagem e ruptura de corpos de prova.
Consistência pelo abatimento do tronco de cone - "slum-test";
Massa específica método gravimétrico;
Tempo de início e fim de pega;
Teor de ar - Método Pressométrico;
Reconstituição de traço.
Ensaio em Concreto Endurecido:
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Resistência à compressão axial;
Módulo de deformação estático;
Absorção por Capilaridade;
Massa específica, absorção por imersão e índice de vazios (porosidade);
Permeabilidade;
Resistência à tração por compressão diametral;
Resistência à tração na Flexão.
Ensaios no Concreto da Estrutura:
Avaliação da resistência superficial do concreto em elementos estruturais por processo
não destrutivo – esclerometria;
Extração de testemunhos e ensaios de resistência à compressão.
Ensaio de tração na flexão para a realização deste ensaio, um corpo de prova de seção
prismática é submetido à flexão, com carregamentos em duas seções simétricas, até à ruptura.
O ensaio também é conhecido por “carregamento nos terços”, pelo fato das seções carregadas
se encontrarem nos terços do vão.
Os valores encontrados para a resistência à tração na flexão, fct,f, são maiores que os
encontrados nos ensaios descritos anteriormente (tração direta e compressão diametral).
Aplicações
Formas de aplicações :
Verificar se está tudo em ordem para a concretagem da laje com antecedência mínima
de (2) dias;
Verificar se o escoramento da laje está firme e adequado para a estrutura, mantendo-se
a distância mínima de 1m em 1m;
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Conferir a Nota Fiscal e o lacre da bica de descarga da BT, e acompanhar a descarga
do concreto;
Molhar bem a laje antes da concretagem;
Não adicionar água no concreto além da quantidade prevista na Nota Fiscal, ou acima
do Slump Test especificado. Esta é a principal condição que determina a resistência final do
concreto. Não adicionar água após o início da concretagem. Responsabilidade exclusiva do
cliente.
O concreto aplicado deverá ser vibrado com vibrador adequado durante a concretagem.
Se não for feito este procedimento, poderá ocorrer fissuras na superfície.
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Molhar a laje após o término da concretagem, e repetir esta operação 3 vezes ao dia e
por 7dias consecutivos, no mínimo. Esta é a fase importante chamada de “cura do concreto”,
que impedirá ou diminuirá o surgimento de fissuras na superfície do concreto.
Após cada operação descrita no tópico anterior, cobrir a laje com lona plástica, para que
a cura do concreto fique boa, e não sofra de intempéries (chuva,temperaturas elevadas, vento).
Caso o concreto seja do tipo bombeado, deixar 2 (dois) sacos de cimentos à disposição
da equipe, a fim de fazer argamassa ou nata de lubrificação da bomba.
Se as providências acima não forem cumpridas, muito provavelmente a laje apresentará
FISSURAS em maior ou menor grau. Porém, mesmo com todos os cuidados acima descritos,
se ocorrem algumas fissuras, é importante elimina-las logo que apareçam (algumas horas após
a concretagem), com a simples aplicação de desempenadeira de aço na área fissurada, e, se
necessário, aplicar uma película de nata de cimento (0,50 litro de água/ 1 Kg cimento) nas
mesmas. O surgimento de fissuras é proveniente de falhas no sarrafeamento, acabamento do
concreto, cura mal feita ou falta de cura. É importante salientar também que o concreto é um
material permeável, não dispensando a impermeabilização necessária contra vazamentos de
água, ou a realização de uma cobertura (telhado), portanto não garantimos que não ocorrerão
vazamentos.
Aditivos: São produtos adicionados ao concreto com a finalidade de melhorar ou
modificar suas características. Se usados corretamente facilitam a trabalhabilidade, diminui a
segregação, a pega, o endurecimento, o conteúdo de ar ou de outros gases no concreto, a
resistência a ações físicas, as ações mecânicas, ações químicas, melhora a durabilidade e a
resistência mecânica do concreto.
Nota-se que os aditivos proporcionam uma regularidade na fabricação do concreto ou
argamassa e na sua qualidade, ampliando o campo de aplicação do concreto.
De acordo com Martin (2005), diversos fatores devem ser analisados para aplicação dos
aditivos de forma a proporcionar os efeitos desejados, e dentre os fatores a serem verificados
destacam-se:
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Tipo de cimento: composição do clínquer principalmente conteúdo de C3A e C3S;
Adições, classe características (composição química, finura, forma),
quantidade, conteúdo dos compostos alcalinos, finura, quantidade de cimento.
Tipos de agregados: características; diâmetro máximo, granulometria, conteúdo
de finos, porosidade, forma.
Tipos de aditivos: quantidade e dosagem, temperatura ambiente, condições para
realizar a mistura.
Dosagem: determina a proporção mais adequada e econômica, com que cada material
entra na composição da mistura objetividade das propriedades já identificados para o concreto
fresco e endurecido.
Composição: aglomerantes (cimento), agregado miúdos, geralmente areia lavada, um
agregado, graúdo, geralmente brita, e água. Se necessário pode-se usar aditivos.
Adensamento: é a operação que tem por finalidade a eliminação do ar, e dos vazios
contidos na massa. Deve ser feito durante e imediatamente após o lançamento.
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Cura: o conjunto de medidas que têm por finalidade evitar a evaporação prematura da
água e hidratação do cimento.
Manta para cura de concreto
Controle: ações visando minimizar a probabilidade de se cometer erros, tanto técnicas
como humanas, mediante aplicação de medidas provenientes adequados.
Patologia: levantamento maior do números de subsídios, para o entendimento do
problema através de vistorias do local, do histórico do edifício e do resultado de exames
complementares. Diagnósticos da situação, entendimento completo dos fenômenos ocorridos.
Definição da conduta a partir da escolha da alternativa de intervenção mais conveniente.
Concreto de central
O concreto dosado em central é normalizado pela ABNT - Associação Brasileira de
Normas Técnicas através do CB-18- Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados. O
conhecimento e o cumprimento das normas técnicas sobre a execução do concreto dosado em
central é uma das exigências para a filiação à ABESC.
Execução do concreto dosado
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As normas que orientam sobre a perfeita utilização do concreto são:
- NBR 6118 (Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado),
- NBR 7212 (Execução do Concreto Dosado em Central),
- NBR 12654 (Controle Tecnológico dos Materiais Componentes do Concreto),
- NBR 12655 (Preparo, Controle e Recebimento de Concreto), e
- NBR 8953 (Concreto para Fins Estruturais - Classificação por Grupos de
Resistência).
Ao escolher uma concreteira leve em consideração:
- se é associada à ABESC;
- sua configuração jurídica: capital social, contrato de prestação de serviços, notas
fiscais e faturas e recolhimento de tributos;
- se há laboratórios de controle e responsável técnico;
- o tempo de funcionamento e sua experiência no mercado;
- o desvio padrão da central que irá fornecer o concreto;
- a localização das centrais em relação à obra;
- o grau de controle de ensaios, automação e informatização;
- a eficiência de mistura dos caminhões-betoneira;
- a idade média da frota de caminhões-betoneira e eficiência de mistura;
- os equipamentos de transporte e aplicação, caminhões-betoneira, bombas,
esteiras, guinchos etc;
- se há certificado de aferição de equipamentos de medição (balanças,
equipamentos de laboratório e etc.);
- a qualidade e procedência dos materiais componentes do concreto (cimento,
agregados, aditivos, adições e água);
- se o pátio de estocagem de agregados permite a separação e o controle de
recebimento dos agregados;
- se respeita o meio ambiente, através de controles ambientais (filtros, reciclagem,
disposição de rejeitos etc.).
12. Produtos cerâmicos
Definição: A cerâmica (do grego κέραμος — "matéria-prima queimada", é a atividade ou
a arte de produção de artefatos cerâmicos. Qualquer classe de material sólido inorgânico, não
metálico (não confundir com termo ametal) que seja submetido a altas temperaturas
(aproximadamente 540°C) na manufatura. Geralmente uma cerâmica é um óxido metálico,
boreto, carbeto, nitreto, ou uma mistura que pode incluir aniões.
Classificação
As cerâmicas são comumente dividas em dois grandes grupos:
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Concepção artística de um ônibus espacial entrando na atmosfera terrestre, onde a
temperatura atinge mais de 1.500°C.
- Cerâmica Tradicional - Inclui cerâmica de revestimentos, como ladrilhos, azulejos e
também potes, vasos, tijolos e outros objetos que não tem requisitos tão elevados se
comparados ao grupo seguinte.
Cerâmica - Cerâmica "Avançada" criatura, ou de engenharia - Geralmente são materiais
com solicitações maiores e obtidos a partir de matéria prima mais pura. são abstratos motivo,
ferramentas de corte para usinagem, tijolos refratários para fornos.
Tijolo.
Os materiais cerâmicos podem ser classificadas de diversas formas, o mais usual é
classificação por aplicação. Outras formas de classificação mais aprimoradas são:
- Composição química: Óxidos, Carbetos, Nitretos e Oxinitretos.
- Origem Mineralógica: Quartzo, bauxita, mulita, apatita, zircônia, entre outros.
- Método de moldagem: Compressão isostática, colagem por barbotina (slip casting),
extrusão e moldagem por injeção, calandragem entre outros.
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Propriedades
Cerâmica tradicional
As principais matérias-primas são o Feldspato (particularmente os potássicos), a sílica e
a argila. Além destes três principais componentes, as cerâmicas podem apresentar aditivos
para o incremento de seu processamento ou de suas propriedades finais. Após submetida a
uma secagem lenta à sombra para retirar a maior parte da água, a peça moldada é submetida
a altas temperaturas que lhe atribuem rigidez e resistência mediante a fusão de certos
componentes da massa, fixando os esmaltes das superfícies. A cerâmica pode ser uma
atividade artística, em que são produzidos artefatos com valor estético, ou uma atividade
industrial, através da qual são produzidos artefatos com valor utilitário. De acordo com o
material e técnicas utilizadas, classifica-se a cerâmica em:
Terracota - argila cozida no forno, sem ser vidrada, embora, às vezes, pintada.
Cerâmica vidrada - o exemplo mais conhecido é o azulejo.
Grés - cerâmica vidrada, às vezes pintada, feita de pasta de quartzo, feldspato, argila e
areia.
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Faiança - louça fina obtida de pasta porosa cozida a altas temperaturas, envernizada ou
revestida de esmalte sobre o qual pintam-se motivos decorativo.
Com possível exceção do fabrico de tijolos e telhas, geralmente utilizados na construção
desde a antiguidade na Mesopotâmia, desde muito cedo a produção cerâmica deu importância
fundamental à estética, já que seu produto, na maioria das vezes, destinava-se ao comércio.
Talvez por esta razão a maioria das culturas, desde seus albores, acabou por desenvolver
estilos próprios que com o passar do tempo consolidavam tendências e evoluíam no
aprimoramento artístico, a ponto de se poder situar o estado cultural de uma civilização através
do estudo dos artefatos cerâmicos que produzia. Afora a cerâmica para a construção, a
cerâmica meramente industrial só ocorreu na Antiguidade em grandes centros comerciais,
iniciando vigorosa etapa com a Revolução industrial. Com a utilização da porcelana, a
cerâmica alcançou níveis elevados de sofisticação. Um exemplo notório da cerâmica artística
em Portugal é a barrista Rosa Ramalho que usou a argila para criar as figuras surrealistas do
seu imaginário.
Aplicação: A indústria cerâmica é responsável pela fabricação de pisos, azulejos e
revestimento de larga aplicação na construção civil, bem como pela fabricação de tijolos, lajes, 59
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telhas, entre outros. Ainda, o setor denominado cerâmica tecnológica, é responsável pela
fabricação de componentes de alta resistência ao calor e de grande resistência à compressão.
Atualmente a cerâmica é objeto de intensa pesquisa tendo em vista o aproveitamento de várias
das propriedades físicas e químicas de um grande número de materiais, principalmente a
semicondutividade, supercondutividade e comportamento adiabático.
Ensaios com materiais cerâmicos
Formatos e dimensões: Os formatos e dimensões mais comuns das cerâmicas
piezelétricas comerciais são (dimensões em mm):
Cerâmicas de potência para solda por ultra-som (PZT-8/anéis):
50x20x5,15
50,8x19,1x3
38,1x19,1x5,15
30x10x6
25x12x3,15
25x10x4,15
Cerâmicas de potência para sistemas de limpeza em PZT-4 (anéis):
50x20x5,15
38x13x6,35
25x12x3,15
Cerâmicas para sensores (PZT-5A):
Anel de 38x13x6,35
Anel de 25x12x3,15
Disco de 15x0,9
As cerâmicas piezelétricas também são conhecidas popularmente como cristais
piezelétricos, cristais piezo, cristal piezelétrico e cristal piezo.
Desgaste abrasivo é a perda de material pela passagem de partículas rígidas sobre uma
superfície. Wear of Engineering materiais, Paris 1969.
Desgaste abrasivo é devido a partículas ou protuberâncias rígidas que são forçadas
umas contra as outras, e movem-se ao longo de uma superfície sólida.
Esquadro e resistência: A resistência ao desgaste depende muito da quantidade de vidro
formado. A absorção de água depende da compactação, das constituições iniciais etc. A
experiência demonstrou que os produtos cerâmicos são tanto mais resistentes quanto mais
60
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homogênea, fina e cerrada a granulação, e quanto melhor o cozimento, afora a vitrificação já
citada.
A resistência mecânica depende muito da quantidade de água usada na moldagem. O
excesso de água lava as partículas menores, que mais facilmente fundirão para formar o
vidrado.
O esquadro é um instrumento de desenho utilizado em obras civis e que também pode
ser usado para fazer linhas retas verticais com precisão para 90°.
Existem diversos tipos de esquadros: o primeiro, com o formato de um triângulo
retângulo isósceles de 45º-45º-90º; o segundo, com o formato de um triângulo retângulo
escaleno de 30º-60º-90º. Quanto ao tamanho, ou se tem ou não escala, depende das funções
que se quer explorar com o instrumento. Para quem não sabe fazer transferência de ângulos,
existe um tipo de esquadro que é adaptável com um transferidor, permitindo fazer qualquer
ângulo. Em engenharia civil é utilizado para verificação de ângulos das paredes.
Planeza: as dimensões individuais da planeza das faces dos blocos cerâmicos de
vedação da industria verde apresentaram valores individuais da face côncava variando de 0,00
a 1,05 mme da face convexa, variando de 0,00 a 0,72 mm; da industria amarela, a face
côncava varia de 0,00 a 1,05 mm e a convexa de 0,00 a 0,89 mm e da industria azul, a face
côncava varia 0,00 a 3,00 mm e a convexa, de 0,00 a 2,50 mm.
Comparando os dados das medidas das três cerâmicas com as normas, verifica-se que
a planeza das faces dos blocos de vedação das industriais verde, amarela e azul, estão
conformes.
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Absorção: a absorção da água quantifica a porosidade aberta do corpo cerâmico e
fornece um indicativo da sua estrutura. Maior absorção corresponde a uma estrutura mais
porosa e menor absorção a uma estrutura mais densa.
Abrasão: Desgaste abrasivo é a perda de material pela passagem de partículas rígidas
sobre uma superfície. Desgaste abrasivo é devido a partículas ou protuberâncias rígidas que
são forçadas umas contra as outras, e movem-se ao longo de uma superfície sólida.
13. Vidros
Definição e tipos: Em ciência dos materiais o vidro é uma substância sólida e amorfa que
apresenta temperatura de transição vítrea. No dia a dia o termo se refere a um material
cerâmico transparente geralmente obtido com o resfriamento de uma massa líquida à base de
sílica.
Em sua forma pura, o vidro é um óxido metálico super esfriado transparente, de elevada
dureza, essencialmente inerte e biologicamente inativo, que pode ser fabricado com superfícies
muito lisas e impermeáveis.
Estas propriedades desejáveis conduzem a um grande número de aplicações. No
entanto, o vidro geralmente é frágil, quebra-se com facilidade. O vidro comum se obtém por
fusão em torno de 1.250 ºC de dióxido de silício, (SiO2), carbonato de sódio (Na2CO3) e
carbonato de cálcio (CaCO3).
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Vasos de vidros coloridos
Fabricação de peças em vidro usando moldagem por sopro. Vidro formado naturalmente.
Vidro para embalagens - garrafas, potes, frascos e outros vasilhames fabricados em
vidro comum nas cores branca, âmbar e verde;
Vidros para a construção civil - Vidro plano - vidros planos lisos, vidros cristais, vidros
impressos, vidros refletivos, vidros antirreflexo, vidros temperados, vidros laminados, vidros
aramados, vidros coloridos, vidros serigrafados, vidros curvos e espelhos fabricados a partir do
vidro comum;
Vidros domésticos - tigelas, travessas, copos, pratos, panelas e produtos domésticos
fabricados em diversos tipos de vidro;
Fibras de vidro - mantas, tecidos, fios e outros produtos para aplicações de reforço ou de
isolamento;
Vidros técnicos - lâmpadas incandescentes ou fluorescentes, tubos de TV, vidros para
laboratório (principalmente o vidro borossilicato), para ampolas, para garrafas térmicas, vidros
oftálmicos e isoladores elétricos;
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Vidro temperado - aquecimento entre 700° e 750° através de um forno e resfriamento
com choque térmico, normalmente a ar, causando aumento da resistência por compactação
das camadas superficiais. O aumento da resistência mecânica chega a 87%. O vidro após o
processo de têmpera não poderá ser submetido a lapidação de suas bordas, recortes e furos.
Vidro laminado - composto por lâminas plásticas e de vidro. É utilizado em para-brisas
de automóveis, claraboias e vitrines.
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Vidros comuns decorados ou beneficiados - São os vidros lapidados, bisotados,
jateados, tonalizados, acidados, laqueados e pintados, utilizados na fabricação de tampos de
mesas, prateleiras, aparadores, bases e porta-retratos. Nas espessuras de 2 mm a 25 mm (já
se fabricam vidros planos de até 50 mm, para fins especiais em construção civil).
Vitrocerâmica - obtido submetendo o vidro comum a temperaturas elevadas (500°C-
1000°C) o que provoca a sua cristalização. Possui maior resistência.
Aplicação: Estudos estão sendo feitos no intuito de verificar a possibilidade da utilização
de sucata de vidro em substituição a uma porcentagem dos agregados.
Vantagens: Este tipo de reciclagem proporciona à economia de agregados naturais que
são os comumente utilizados para este fim.
Processo de produção: Para este fim, o vidro é moído e/ou quebrado em cacos - estão
sendo feitos estudos para a determinação da melhor maneira de inserir o vidro na pasta de
cimento.
Agregado para concreto asfáltico
A sucata de vidro é utilizada na forma de cacos e adicionada ao concreto asfáltico como
se fosse um agregado comum.
Vantagens: A vantagem neste caso é a mesma do agregado para cimento Portland.
Processo de produção: Não há necessidade de nenhum equipamento especial para esta
utilização.
Grau de desenvolvimento
Este processo já foi utilizado em algumas cidades americanas, mesmo assim ainda é
objeto de estudos e desenvolvimento.
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Os cuidados que devem ser tomados são relativos aos problemas de expansibilidade
dos produtos de reações indesejadas, assim como no caso anterior.
Outros:
Além das formas de reciclagem citadas acima, existem inúmeras outras, tais como:
agregados para leitos de estradas, materiais abrasivos, blocos de pavimentação, cimento a ser
aplicado em encanamentos, tanques sépticos de sistemas de tratamento de esgoto, filtros,
janelas, clarabóias, telhas etc. Todas estas aplicações utilizam a sucata de vidro moída e/ou
em cacos (o tamanho do vidro varia conforme a aplicação) adicionada em porcentagens
adequadas aos elementos já constituintes.
14. Polímeros
Definição : Os polímeros são compostos químicos de elevada massa molecular,
resultantes de reações químicas de polimerização.
Trata-se de macromoléculas formadas a partir de unidades estruturais menores (os
monômeros). O número de unidades estruturais repetidas numa macromolécula é chamado
grau de polimerização. Em geral, os polímeros contêm os mesmos elementos nas mesmas
proporções relativas que seus monômeros, mas em maior quantidade absoluta.
Tipos:
Termoplásticos
Termoplástico é um dos tipos de plásticos mais encontrados no mercado. Pode ser
fundido diversas vezes, alguns podem até dissolver-se em vários solventes. Logo, sua
reciclagem é possível, característica bastante desejável atualmente.66
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Termorrígidos (Termofixos)
São rígidos e frágeis, sendo muito estáveis a variações de temperatura. Uma vez
prontos, não mais se fundem. O aquecimento do polímero acabado promove decomposição do
material antes de sua fusão, tornando sua reciclagem complicada.
Elastômeros (Borrachas)
Classe intermediária entre os termoplásticos e os termorrígidos: não são fusíveis, mas
apresentam alta elasticidade, não sendo rígidos como os termofixos. Reciclagem complicada
pela incapacidade de fusão.
Exemplos:
Polímeros termoplásticos
PC - Policarbonato
Aplicações: Cd´s, garrafas, recipientes para filtros, componentes de interiores de aviões,
coberturas translúcidas, divisórias, vitrines, etc.
PU – Poliuretano
Aplicações: Esquadrias, chapas, revestimentos, molduras, filmes, estofamento de
automóveis, em móveis, isolamento térmico em roupas impermeáveis, isolamento em
refrigeradores industriais e domésticos, polias e correias.
PVC - Policloreto de vinila ou cloreto de polivinila
Aplicações: Telhas translúcidas, portas sanfonadas, divisórias, persianas, perfis, tubos e
conexões para água, esgoto e ventilação, esquadrias, molduras para teto e parede.
PS - Poliestireno
Aplicações: Grades de ar condicionado, gaiútas de barcos (imitação de vidro), peças de
máquinas e de automóveis, fabricação de gavetas de geladeira, brinquedos, isolante térmico,
matéria prima do isopor.
PP - Polipropileno
Aplicações: brinquedos, recipientes para alimentos, remédios, produtos químicos,
carcaças para eletrodomésticos, fibras, sacarias (ráfia), filmes orientados, tubos para cargas de
canetas esferográficas, carpetes, seringas de injeção, material hospitalar esterilizável,
autopeças (pára-choques, pedais, carcaças de baterias, lanternas, ventoinhas, ventiladores,
peças diversas no habitáculo), peças para máquinas de lavar.
Polietileno Tereftalato (PET)
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Aplicações: Embalagens para bebidas, refrigerantes, água mineral, alimentos, produtos
de limpeza, condimentos; reciclado, presta-se a inúmeras finalidades: tecidos, fios, sacarias,
vassouras.
Plexiglas - é conhecido como vidro plástico.
Polímeros termorrígidos (ou termofixos)
Baquelite: usada em tomadas, telefones antigos e no embutimento de amostras
metalográficas.
Poliéster: usado em carrocerias, caixas d'água, piscinas, dentre outros, na forma de
plástico reforçado (fiberglass).
Elastômeros (borrachas)
Poliisopreno - borracha semelhante à natural
Aplicações: pneus, câmaras de ar, vedações, mangueiras de borracha.
15. A madeira como material de construção
A madeira é um material excepcional como material de construção além de ter qualidade
muito grandes como matéria prima para outros industrializados, e que vem sendo utilizada
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desde os primórdios da civilização.
Diversas pesquisas tem sido desenvolvidas no sentido de tratar a madeira para sua
utilização em diversas etapas construtivas. As madeiras em seu estado natural têm
características próprias que podem se alteradas com tecnologia moderna. Algumas destas
características mais importantes são:
Apresenta resistência mecânica tanto a esforços de tração como a compressão, além da
resistência a tração na flexão;
tem resistência mecânica elevada em relação ao seu peso próprio pequeno;
tem resistência a choques e cargas dinâmicas absorvendo impactos que dificilmente
seria com outros materiais;
tem fácil trabalhabilidade permitindo ligações simples;
boas características de absorção e acústicas, bom isolamento térmico;
custo reduzido e é renovável, desde que convenientemente preservada;
apresenta diversos padrões de qualidade e estéticos.
A madeira como material de construção é depois do aço o material mais utilizado. Pode
ser utilizada em diversas etapas desde as fundações até os acabamentos, passando tanto pela
estrutura como por material auxiliar. Pode ser usadas também em diversos tipos de construção
como estradas de ferro, galerias, etc.
Pode ser utilizada como combustível, tendo entretanto um poder calórico baixo, sendo
entretanto bastante utilizada para este fim.
Além disto, serve como matéria prima para papel, resinas, alcoóis, plásticos, sendo o
papel o seu principal subproduto.
A madeira , como material de construção é produto do beneficiamento do tronco de
árvores, que chamaremos “lenho”. As características de anisotropia e heterogeneidade são
decorrentes da sua origem. Suas características também são decorrentes das diversas
espécies existentes. A classificação é:
1. Endógenas: aquela em que o desenvolvimento do caule se dá dentro para fora
como as palmeiras e bambus. E pouco aproveitada como material de construção.
2. Exógenas: aquela em que o crescimento do caule se dá de fora para dentro, com
adição de novas camadas em forma de anel, chamados anéis anuais de
crescimento. Estas árvores classificam-se em gimnospermas e angiospermas.
As gimnospermas são árvores coníferas e resinosas, tendo folhas em forma de agulha
não fornecendo frutos. São madeiras de lenho mais mole e correspondem à 35% das espécies
conhecidas.
As angiospermas são arvores frondosas conhecidas no Brasil como madeira de lei,
sendo desta maneira conhecidas por serem abatidas na época da colonização, de acordo com
69
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a lei vigente representam 65% das espécies conhecidas.
As árvores são compostas de raiz, caule e copa. A raiz é o apoio da árvore ao solo,
tendo a finalidade de retirar do solo os sais minerais para seu desenvolvimento. O tronco alem
de sustentar a copa conduz por capilaridade a seixa bruta da raiz às folhas, como a seiva
elaborada das folhas para o lenho em crescimento. A copa desdobra-se em galhos e folhas,
alem das flores e frutos. As folhas transformam a seixa bruta em elaborada.
O lenho é a parte da árvore que nos interessa como material de construção. Sua
constituição é diversificada e suas partes são:
Casca: é a proteção do tronco alem de conduzira seixa elaborada nas folhas para o
tronco. A parte externa é morta e denominada cortiça, a parte interna por onde passa a
seiva é denominada floema. A parte externa pode ser renovada visto que é elemento
morto, não apresentado interesse como material de construção com exceção de alguns
casos onde é aproveitada como material de acabamento e termoacústicas. A parte da
casca transporta a seixa das folhas ao caule.
Câmbio: e uma camada muito esbelto que se situa entre a casca e o lenho, constituída
de tecido vivo sendo tão importante quando à parte interna da casca. Seu
seccionamento produz a morte da árvore, sendo esta uma maneira eficiente de permitir
a seca da mesma em pé. O estrangulamento do tronco com um arame impossibilita seu
desenvolvimento e consequentemente morte. Estando em pé a secagem é natural
evitando trancas e rachaduras comuns em espécies como o eucalipto. A partir do
câmbio são gerados os anéis anuais de crescimento que podem ter coloração
diferenciadas,dependendo da época do ano em que se encontram e do tipo de madeira.
Apertados indicam árvores com alta resistência, largos, com baixa resistência, definindo-
se a idade da árvore pelo numero de anéis encontrados. Problemas decorrentes de
estiagens, pragas, etc., provocam defeitos que irão alterar as características físicas e
mecânicas da madeira.
Lenho: É o núcleo do tronco, sendo portanto a parte resistente da árvore. Desta parte é
retirada através de desdobro do material utilizado na construção civil. É constituído pelo
alburno que é a parte mais externa, e pelo cerne que é a parte central do tronco, sendo
formado por células mortas ou esclerosadas. Este fato torna-o mais resistente visto não
existir nesta região a seiva, e consequentemente não ser atrativo à insetos e outros
agentes de deterioração. A utilização do alburno e do cerne não dever ser diferenciada
apesar desta diferença visto que alem de compor entre 25 e 50% do tronco o alburno é
a parte que melhor absorve conservantes.
Medula: e o miolo central do tronco, sendo esta parte constituída de tecido frouxo
muitas vezes já apodrecido. Sua presença em material serrado constitui um defeito.
A produção da madeira como material de construção inicia-se no corte da árvore,
passando pela toragem, falquejamento, desdobro e beneficiamento.
70
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O corte deve ocorrer em épocas oportunas, sendo no Brasil aconselhável o processo ser
efetuado nos meses de inverno, ou sem R. Este fato é importante na secagem do tronco por
ser a mesma mais lenta provocando menos rachaduras ou fendas, alem de atraírem poucos
insetos por estarem com pouca seiva elaborada.
A toragem é o processo de desgalhamento e corte em tamanhos de 5 à 6 metros que
facilitam o transporte. Também nesta etapa são falquejadas e descascadas. O processo de
falquejamento é o corte de costaneiras, ficando a seção aproximadamente quadrada o que
impede o tombamento no transporte alem da economia de espaço entre troncos.
O desdobro é a etapa final para transformação em material de construção. São feitos de
duas maneiras. O desdobro normal que produz peças inteiras de lado à lado do tronco (fig.a). A
outra é o desdobro radial que corta o tronco na direção do seu diâmetro evitando-se entretanto
a medula (fig.b).
Fig.a Fig.b
O desdobro radial produz peças de melhor qualidade, tendo menor rachaduras durante a
secagem, menores empenamentos e defeitos provenientes da heterogeneidade. E
inconveniente devido ao custo de produção, sendo aconselhável somente em aplicações
especiais.
A última etapa da produção da madeira é o aparelho da peça ou beneficiamento da
mesma. Aparelhamento é a padronização das medidas ao passo que o beneficiamento é sua
utilização com acabamento aparente.
Propriedades Físicas Das Madeiras
Os diversos tipos de madeira existentes proporcionam que o seu uso seja específicos
para cada tipo de aplicação. A escolha só pode ser acertada se forem conhecidos as
propriedades físicas e sua resistência às solicitações mecânicas.
Este conhecimento somente será possível se os resultados médios dos ensaios que são
executados forem conhecidos. Estes ensaios são realizados levando-se em conta tanto os
fatores naturais como tecnológicos decorrentes da realização destes ensaios. Os fatores
naturais são:
a espécie da madeira já que cada uma delas tem as suas características, o que impõe
um completo conhecimento de cada uma delas;
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massa especifica do material que é um índice de material resistente por unidade de
volume. Por este valor já se pode determinar todos os demais parâmetros da madeira;
localização no lenho já que variações na retirada do corpo de prova influenciam
diretamente na resistência de amostra;
presença de defeitos que podem provocar diversas alterações na resistência das
peças. Dependem da distribuição , dimensões e localização;
umidade que pode alterar profundamente as características do material. A propriedade
hidrófila da madeira faz com que, dependendo de sua condição de uso, sejam
completamente diferentes as suas propriedades. No estado seco a resistência mecânica
é a maior possível, ao passo que saturada apresenta a sua menor resistência.
Os fatores tecnológicos são os decorrentes da forma de execução dos ensaios. As
dimensões dos corpos de prova, sua localização no lenho, velocidade das cargas aplicadas
podem alterar até falsear um ensaio.
Os ensaios normalizados pela ABNT no MB-26/40, onde é mostrado o desenvolvimento
e cuidados do método Monin, que trata desde a forma de extração dos corpos de prova, sua
orientações dentro do lenho, altura e posição do corpo de prova, cuidados com relação à
verificação de todas as partes do lenho, teor de umidade e forma do carregamento.
Características Físicas
As características a serem analisadas são, a umidade, retratibilidade, a densidade, a
condutibilidade térmica, elétrica e fônica alem da resistência ao fogo. As características de
cada matéria permitem a escolha do melhor material para a sua melhor aplicação. Existem
materiais muito bons para determinadas aplicações sendo incompatíveis com outras. Este
conhecimento permite a escolha ideal para cada projeto.
Umidade – Após a extração da árvore, sua seixa permanece no material em três estados: a
água de constituição, a de impregnação e a livre.
A de constituição não pode ser eliminada nem na secagem, sendo portanto impossível a
retirada. Quando a água contém somente esta água diz-se que a madeira está completamente
seca. Para atingir esta condição basta a madeira ser deixada em estufa à uma temperatura de
100 à 150°C.
A água de impregnação aparece entre as fibras e células lenhosas. Esta água provoca
um inchamento considerável na madeira, alternado todo o comportamento físico mecânico do
material. Quando esta água impregna toda a madeira sem escorrimento diz-se que a madeira
atingiu o teor de umidade de saturação ao ar.
Após a madeira se encontrar neste estado qualquer outro incremento de umidade pouco
importa na sua qualidade, pois está somente preenchendo vasos capilares. Esta condição é
chamada de água livre. Quando evaporada ao ar livre, a umidade estando no ponto de
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INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS
saturação do ar, ou seja sem esta água livre, a umidade esta em torno de 30%, sendo
entretanto este valor muito variável, principalmente com relação ao tipo de material.
Deixando-se o material exposto ao ar até a perda da água de impregnação diz-se que a
madeira está seca ao ar tendo uma umidade em tomo de 13 à 17%. Esta medida é obtida
através de pesagens sucessivas sem alterações significativas do peso da amostra.
A nomenclatura mais correta e comum para este diversos estados e:
madeira verde – umidade acima de 30%
madeira semi seca – acima de 23%
madeira comercialmente seca – entre 18 e 23%
madeira seca ao ar – entre 13 e 18%
madeira dessecada – entre 0 e 13%
madeira seca – 0%
Retratibilidade – É a propriedade de variação volumétrica da madeira quando ocorre a
variação de umidade entre o estado seco e a condição de saturada ao ar. Pode ser inchamento
ou contração, denominado trabalho da madeira.
A retratibilidade pode ser medida tanto na forma volumétrica como na linear. A
volumétrica é medida com absoluta precisão em três estágios de umidade; verde, seca ao ar e
seca em estufa. A linear é a medição nas ter direções do corpo de prova nos mesmos estados
de umidade que a medição volumétrica.
Ensaios mostram que a retrabiliade axial pode ser desprezível, que a tangencial é o
dobro da radial e que a volumétrica é aproximadamente o somatório das três.
O comportamento diferenciado na retrabilidade pode afetar a qualidade do lenho,
podendo aparecer, fissuras, rachas, fendas de secagem, etc. Três cuidados podem ser
adotados de modo a minorar este efeito:
peças com teores de madeira compatíveis com o ambiente a ser empregada
desdobro e emprego adequados
impregnação das peças com óleo e resinas
A madeira quando for utilizada deverá atender condições de uso. Alguns cuidados à
serem adotados são:
Construções submersas ou contato com agua Madeiras saturadas com 30% de umidade
Construções expostas como torres, postes,
cimbramentos
Madeiras comercialmente secas com 18 à 23% de
umidade
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INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS
Construções abertas como galpões e hangares Madeira seca ao ar com 13 18% de umidade
Locais secos e fechados como telhados Madeiras secas ao ar
Locais fechados e aquecidos Madeiras bem secas com 10 à 12% de umidade
Locais com aquecimento artificial Madeira seca artificialmente
Densidade: - É considerada em termos da massa especifica aparente, ou seja, peso por
unidade de volume aparente, referida à umidade na qual for determinada.
Dh = Ph/Vh
A Norma brasileira corrige a umidade para 15% de umidade, que é uma umidade
normal.
A densidade pode ser entendido como o índice de compacidade das fibras da madeira,
mostrando uma maior ou menor quantidade de fibras por unidade de volume aparente. Pode-
se correlacionar diversos tipos de madeira conforme esta característica. A densidade varia a
umidade e a posição no lenho.
Condutibilidade elétrica: Quando bem seca é excelente isolante elétrico ao passo que úmida
torna-se condutora. Varia com as espécies.
Condutibilidade térmica: Mau condutor independente da espécie.
Condutibilidade sonora: Não é bom isolante acústico porém quando usado em tratamento
acústico funciona bastante bem por terem boa capacidade de absorção do sons.
Resistência ao fogo: Os estudos de capacidade de resistência ao fogo devem ser feitos com
temperaturas em torno de 850°C, que é a temperatura em incêndios. Deste modo a madeira
não pode resistir de maneira alguma nestas condições. O comportamento da madeira deve Ser
estudado na forma preventiva, sendo propagação um efeito quase que natural.
Em seu estado natural de madeira inicia a combustão em torno de 275uC, desde que
haja oxigênio para combustão. A combustão superficial forma uma capa de madeira calcinada
que impede a passagem do ar dificultando a queima. Esta capa tem aproximadamente 10 mm
de espessura, e se a temperatura permanecer constante a queima cessa. Peças com menos
de 25mm não devem ser usados porque não formam a capa de proteção, destruindo-se
rapidamente.
74
INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS
Em incêndios de grande temperatura, com mais de 850°C, peças de madeira não
rompem imediatamente devido à este fator, permanecendo portanto com alguma resistência.
Uma peça de aço em temperaturas próximas de 300°C já estão em processo de escoamento.
F Em coberturas de incêndio este fatores podem ser levados em consideração. Peças com
menos de 10mm tem alto risco de combustão, com 25 mm têm fator de risco menos e com
mais de 50 mm podem ter menos risco que estruturas metálicas.
O aumento de sua resistência à combustão pode se obtido com produtos ignífugos ou
retardadores de combustão.
Propriedades Mecânicas Das Madeiras
São as características de resistência da madeira à diversos tipos de esforços à que
estão sujeitas as estruturas. Numa primeira classificação poderíamos ter as características
principais e secundárias, esta classificação é devido às propriedades anisotrópicas do material.
As características principais são a resistência aos esforços no sentido axial, ou no
sentido das fibras. Compressão, tração, flexão, estática e dinâmica. As características
secundárias são as que ocorrem perpendicularmente às fibras. Compressão e tração normal às
fibras, torção, cisalhamento e fendilhamento.
Todas as características estão diretamente ligadas as propriedades anisotrópicas, a
absorção de umidade e a densidade de fibras, sendo que quanto maior for esta quantidade
maior será a resistência da peça.
Compressão em peças curtas
Corpos de prova retirados de toda a seção transversal do lenho de acordo com o MB 26
da NBR 6230, com tamanho de 2x2x3 cm, de lugares pré determinados e isentos de defeitos,
tomando-se o cuidado de carrega-los na direção paralela as fibras. Os corpos de prova são
ensaiados em prensas até o rompimento, sendo esta a tensão de limite de ruptura.
De uma tora são retirados 80 corpos de prova sendo 40 em estado verde e 40 secos ao
ar. A série verde que está a favor da segurança fornece valores médios que serão utilizados no
dimensionamento de peças estruturais. A série seca ao ar depois de corrigida para umidade de
15% serve como resultado comparativo com outras espécies lenhosas.
O teor de umidade tem fator preponderante na qualidade da resistência da madeira.
Quando verde tem resistência quase constante, aumentando a medida que vai secando.
Quando seca em estufa chega a sua resistência máxima.
A massa especifica também influi significativamente na capacidade de resistência a
compressão, sendo que quanto maior a massa maior resistência.
75
INSTITUTO ESCOLAR SOMOS BRASILEIROS
Os defeitos que possam existi em partes do lenho proporcionam uma redução na
capacidade resistente, que serão levados em consideração nos cálculos de coeficiente de
segurança para determinar das tensões admissíveis e são da ordem de 75%.
Elasticidade na compressão: Na compressão simples a madeira comporta-se como material
elástico sob tensões de até % da tensão limite de resistência. Até este estágio as tensões são
proporcionais as deformações, conforme seu módulo de elasticidade. A determinação deste
módulo é normalizado pela MB 26 sendo o módulo de elasticidade calculando conforme a
equação.
Compressão em peças longas – Flambagem: Na compressão em peças longas com
possibilidade de flambagem os corpos de prova 2x2xvariavel, retirados em diversos locais da
tora, sendo os ensaios executados com prensas, devendo os corpos serem apoiados de modo
a refletirem um apoio livre. A variação da altura dos corpos de prova servem para mudar o
índice de esbeltez da peça, sendo:
indice de esbeltez
raio de giração onde I= momento de inércia e S= área
Para cada valor do índice de esbeltez determina-se por rompimento a tensão critica de
flambagem, dada por:
Obtendo-se uma curva experimental com compressão simples para X < 40, flambagem
para 40< X < 80 e flambagem elástica para ~> 80. No trecho elástico a curca se adapta a
curva de Euler descrita pela equação:
O limite de aplicação desta fórmula é dada pela tensão no limite de proporcionalidade
que pode ser adotada como igual a 2/3 da tensão limite de resistência a compressão de peças
curtas.
Que pode produzir a expressão:
Que origina uma expressão diferenciada para a fórmula de Euler
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válida para o trecho elástico da flambagem em pilares de madeira.
No trecho com flambagem ineslástica não é válida a formula de Euler, sendo utilizada
uma fórmula empírica adotada pela NB 11, que é expressa por:
O trecho com índice de esbeltez menor do que 40 é o trecho onde não aparece
flambagem, ou seja peças curtas.
Resistência a tração axial
Por ser um material fibroso este é o tipo de esforço que melhor se distribui na madeira.
Praticamente não ocorre ruptura do material por tração, pois nas ligações, a diminuição das
seções transversais devido a introdução dos conectores provoca com que o rompimento ocorra
exatamente nestes pontos. De forma inversa do que ocorre nas peças comprimidas a tração
provoca a aproximação das fibras, o que proporciona uma resistência bastante maior que a
verificada a compressão, algo em torno de 2,5 vezes maior.
Os corpos de prova normalmente são comprimidos com uma adaptação para presilhas
que proporcionam a tração.
Resistência a flexão estática
Os ensaios são realizados em corpos de prova de 2x2x30 cm em números de 80
ensaios retirados estes corpos de diversos pontos de lenho. Os ensaios são feitos em séries
erdes e secas ao ar. Os corpos são carregados 110 centro até a ruptura, estando os corpos
apoiados em suas extremidades. Os ensaios são feitos de modo que os corpos de prova não
rompam em menos de dois minutos. São medidas a flecha e a carga de ruptura. A tensão é
calculada pela expressão
que é uma expressão válida para corpos elásticos, homogêneos e isotrópicos. Como a madeira
é anisotrópica sendo a resistência a tração 2,5 vezes maior que a de compressão, é
necessários cuidado na flexão elástica visto que estes esforços aparecem associados nesta
situação. A parte superior do corpo de prova está comprimida ao passo que a inferior está
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tracionada. Caso a carga ultrapasse o limite de compressão a linha neutra desloca-se para
baixo. Este fator aumenta em peças de grande altura fazendo com que a peça se rompa por
ruptura das fibras tracionadas com cargas elevadas de ruptura.
A vantagem da adoção do critério dos matérias isótropos e lineares da Norma Brasileira
leva a resultados mais conservadores com menores valores de tensão limite, portando a favor
da segurança.
Índice de Rigidez
A tensão limite de resistência na ruptura não leva em consideração a deformação das
peças com relação a flexão estática. E necessários que se determine índice de rigidez das
diversas espécies de madeira. Este índice é calculado através da relação entre o cão e a flecha
no instante da ruptura.
Em ensaios com madeira seca ao ar este índice poder ser analisado da seguinte
maneira
entre 40 e 50 madeira rígida
L/f entre 30 e 40 madeira pouco rígida
entre 20 e 30 madeira flexível
as madeiras pouco rígidas rompem sem grandes deformações o que pode ocasionar
acidentes graves. As madeiras flexíveis não podem ser utilizadas como estruturais devido a
deformação exagerada.
Resistência à compressão normal as fibras
Submetida a este tipo de esforço, logo após um pequeno estagio elástico, a madeira
começa a deformar-se indefinidamente sob cargas crescentes. Esta resistência depende
fundamentalmente da extensão da área de aplicação da arga, sendo maior a resistência
quanto maior for a área de aplicação da carga, sendo maior a resistência quanto maior for a
área livre de carregamento em áreas adjacentes a este carregamento.
80 kg/cm² Sentido das fibras 40 kg/cm²
10% de deformação 20% de deformação
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Nas figuras indicadas se o carregamento for perpendicular as fibras, num material que
na primeira hipótese resista a 80 KWcm² na terceira situação resistirá à metade, estando as
deformações também indicadas nas figuras.
Resistência à tração normal às fibras
Nesta situação as fibras são afastadas provocando o rasgamento do material e sua
consequente destruição. Esta resistência deve ser portanto ser muito analisada sendo
aconselhável não ser utilizada peças de madeira sob este tipo de esforço. No caso de ser
necessário a utilização de estribos ou peças metálicas que impeçam esta destruição é
interessante.
Coeficientes de seguraça
A fixação de coeficientes de segurança ajustados a cada tipo de esforço estrutural
premitem a redução das tensões admissíveis dos diversos tipos de madeira. Os fatores
analisados são os seguintes:
1. Perda de resistência por defeitos, que é obtido a partir dos resultados dos ensaios das
peças isentas de defeito comparados com aqueles com defeitos. A redução é de ¾ este
coeficiente.
2. Duração das cargas, que no caso das cargas permanentes devem ser mantidas abaixo
de limite de proporcionalidade. Abaixo deste limite o mateiral não sofre influencia. Os
coeficientes de segurança a serem adotados são de 5 para a compressão simples e de
9/16 para flexão estática.
3. Variabilidade de resultados, que podem ocorrer nos ensaios mecânicos dos corpos de
prova. A dispersão dos resultados chega a ordem de 25%, isto devido a
heterogeneidade da madeira. O fator de redução portanto é 3/4.
4. Possibilidade de sobrecargas que neste caso é o coeficiente de segurança,
correspondendo a incerteza na previsão de cargas acidentes que possam ocorrer na
estrutura. Este coeficiente é normalmente 2/3.
Sendo uma peça de pinho ensaiado em laboratório que tenha resistência a compressão
de 242 kg/cm² e de flexão de 437 kg/cm² de tensão admissível como segue
Apresentado terá valores.
Preservação da madeira
A durabilidade das peças de madeira esta diretamente ligada a preservação de suas
características. Diversos fatores alteram estas condições, tais como fungos, isentos que
atacam o tecido lenhoso. A resistência a estes agentes depende da qualidade da madeira,
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localização dentro do lenho, presença de tanino, assim como de fatores esternos como
umidade, temperatura, arejamento, etc.. Estes fatores podem ser combatidos através de
produtos preservantes que irão provocar vida útil mais longa ao material.
A madeira como material orgânico é atacada por organismos vivos sobrevivendo através
dela, estes ataques provocam o apodrecimento.
Os principais processos de preservação podem ser classificados em:
1. Processo de impregnação superficial
2. Processo de impregnação por pressão reduzida
3. Processo de impregnação por pressão elevada
Independentemente do processo de preservação a ser utilizado, o primeiro fator a ser
adotado é a secagem do produto, sendo necessário o descascamento do tronco, a retirada da
seiva, trabalho das peças como bitolagem, furação, etc.
Alem de melhorar a qualidade do material, a secagem em estufa possibilita a
esterilização das peças eliminando parasitas e germes que ocasionam o apodrecimento.
A retirada da casca provoca a eliminação de um local onde os fungos e insetos
localizam-se preferencialmente.
A desseivagem é uma pratica muito antiga e importante no beneficiamento da madeira.
Uma maneira eficiente é o transporte através do transporte em rio, onde a seiva é substituída
por água, através da capilaridade e osmose, este processo facilita a posterior secagem visto
que é mais fácil retirar a água que a seiva.
Processo de impregnação artificial
São processos de pinturas superficiais, ou por imersão das peças em preservantes. Este
procedimento é econômico sendo recomendável somente em peças não expostas. Tanto na
imersão como na pintura a impregnação dificilmente será superior a 2 ou 3 mm, sendo
suficiente para tratamento contra inseto e pequenas trincas e fendas.
Processo de impregnação sob pressão reduzida
Processo de impregnação por pressões naturais, conseguindo-se penetração em todo
alburno pode ser efetuado de duas maneiras.
a) Processo de dois banhos, um quente e outro frio. Em um recipiente é colocado o
impregnaste aquecido a temperatura de ebulição da água, sendo as peças introduzidas
neste liquido, ali ficando por quatro horas. Após este período as peças são retiradas e
colocados imediatamente no mesmo liquido, sendo entretanto frio por um período de 30
minutos. A expulsão do ar aquecido provoca força a entrada do impregnante através da
pressão atmosférica sobre o vácuo relativo. E um processo bastante efetivo
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recomendado para topo de postes, mourões de cerca tanto parte enterradas como na
superior.
b) Processo de substituição da seiva sendo possível somente em peças verdes sendo
portanto um processo lento. As peças de madeira são imersas no imunizantes havendo
a troca da seixa por capilaridade e osmose. Uma peça de 15 cm de diâmetro por 3
metros de comprimento demora no verão aproximadamente 60 dias para estar
imunizada.
Processo de impregnação em autoclaves
São os mais eficientes, normalmente indicado para peças que estarão sujeitas a
diversos tipos de predadores. Existem dois processos clássicos:
a) De células cheias, sendo as peças carregadas em autoclaves, sob vácuo de 70 cm de
mercúrio por duas horas. Com este processo é retirado o ar e a água do tecido lenhoso.
Em seguida o madeira é exposto a banho do preservante sob pressão de 10 atm,
durante três horas, sob uma temperatura entre 90 e 100°C. finalmente o material é
submetido a vácuo de 30 cm de mercúrio, por 30 minutos, a fim de retirar o excesso de
preservante.
b) De células vazias, sendo as peças submetidas a uma pressão inicial de 3 atm, a seco,
por noventa minutos. Após este período é aplicado um banho a pressão de 10 atm, sob
temperatura de 90 a 100°C pelo tempo de três horas. Um novo vácuo é aplicado que
retira todo preservante contido no material, pela expulsão do ar sob pressão inicialmente
inserido.
Os principais produtos preservantes são sempre tóxicos, fungicidas, inseticidas ou
antimoluscos, diluídos em óleo ou água. Devem apresentar as seguintes características:
Alta toxidez a organismos xilófagos
Alto grau retenção ao tecido lenhoso
Alta difusibilidade através do tecido lenhoso
Estabilidade
Incorrosível para metais e para própria madeira
Segurança aos operadores
Madeira transformada
A madeira como já foi visto é um material heterogêneo e anisotropo. Os processos de
transformação da madeira procuram alterar estas características tornando o material mais
homogêneo.
A madeira laminada é o corte da madeira em tabuas que são coladas com colas
especiais, diminuído a ocorrência de defeitos nas peças. A medida que as tabuas vão sendo
cortada mais finas, tornando se laminas, estas peças podem ser coladas ortogonalmente
sendo chamadas então de maeira compensada ou contraplacados.
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A madeira usando destruída como resíduos de madeira cortada ou serrada, podem ser
reconstituídas com resinas e colas especiais, sob pressão são chamadas de aglomerados.
Finalmente as madeiras reconstituídas que são aquelas oriundas de uma fragmentação
mecânica, onde o tecido é reduzida a polpa dispersa, passando depois por uma reaglomeração
sob pressão, utilizando-se de resinas e colas, da origem a um material onde as fibras não tem
direção principal.
Este material que tem a mesma textura da madeira pode ser submetido a diversas
alterações com aplicação de produtos como os plásticos de madeira, do tipo baquelite,
plásticos de papel, que são papeis de alta resistência associados como os contraplacados,
através de uma resina resistente, resistindo a forças de tração da ordem de 2500kg/cm². As
ligas lignocelulósicas supercompactadas, que são fibras reagrupadas pela lignina, densificadas
por alta pressão, denominadas benatite, que é usada pra estampar metais.
As ligas de madeira constituídas de pequenas moléculas de alta penetração, como as
resinas fenólicas. As qualidades da madeira ficam preservadas alem de serem acrescidas das
qualidades necessárias as técnicas modernas. Este material quando aquecido se transforma
em banquelite no interior da célula, formando um componente permanente chamado compreg,
sendo inteiramente impermeável, com grande resistência e dureza, com densidade 1,4 kg/dm³.
16. Tintas
Conceituação E Função
Tomando-se uma definição geral, tinta é uma mistura homogênea de solventes, aditivos,
resinas e pigmentos que tem por finalidade revestir uma superfície de modo a protegê-la contra
a ação de intempéries de todos os gêneros, bem como funcionar como elemento de
decoração. Outra definição mais completa é a de que tinta é uma mistura estável entre
pigmentos e cargas dispersos numa resina líquida que, ao ser estendida numa fina película,
forma um filme aderente ao substrato com a finalidade de cobrir, proteger e embelezar.
Neste contexto, entende-se como tinta uma composição química líquida pigmentada ou
não que, ao ser aplicada em um substrato, se converte em filme sólido por mecanismos
característicos de cada tipo de tinta. Sendo assim, suas funções consistem em: criar uma
película protetora de superfícies, sinalizar, distribuir iluminação e ornamentar ambientes, isto é,
as tintas possuem quatro funções básicas: higiene, iluminação, proteção e segurança. O
Esquema 1 representa sintetiza as funções de uma tinta.
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Normalmente as tintas de revestimento são classificadas como:
Tintas Imobiliárias / Linha Imobiliária
Tintas Automotivas / Linha Automotiva
Tintas Industriais / Linha Industrial
A tinta é uma preparação, geralmente na forma líquida, cuja finalidade é a de revestir
uma dada superfície ou substrato para conferir beleza e proteção. Quando essa tinta não
contém pigmentos, ela é chamada de verniz. Por ter pigmentos a tinta cobre o substrato,
enquanto o verniz deixa transparente.
Composição Das Tintas
Em sua essência, a tinta é composta por veículos, pigmentos, solventes e aditivos.
Assim, os veículos ou aglutinadores constituem as resinas para tintas a base de solventes e as
emulsões para tintas a base de água. Servem para unir as partículas de pigmento. Os
pigmentos podem ser ativos ou inertes. Os ativos conferem cor e cobertura e os inertes
conferem enchimento, facilidade de lixamento, entre outras propriedades.
Os aditivos melhoram ou aperfeiçoam uma série de características das tintas, sejam elas à
base de água ou solvente. Um deles, os espessantes, trabalham a viscosidade na tinta e a
espessura que o filme da tinta vai ter, depois de seca. Conforme ilustra a Figura 2.
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Figura 3: Composição das tintas
a) Resina – é a parte não-volátil da tinta, que serve para aglomerar as partículas de
pigmentos. A resina também denomina o tipo de tinta ou revestimento empregado. É ela
responsável pela formação da película protetora na qual se converte a tinta depois de seca.
Outra função é a de proporcionar brilho, aderência, elasticidade e resistência. Assim, por
exemplo, temos as tintas acrílicas, alquídicas, epoxídicas, etc. Antigamente as resinas eram a
base de compostos naturais, vegetais ou animais. Hoje em dia são obtidas através da indústria
química ou petroquímica por meio de reações complexas, originando polímeros que conferem
às tintas propriedades de resistência e durabilidade muito superior às antigas.
b) Pigmento – material sólido finamente dividido, insolúvel no meio. Utilizado para conferir cor,
opacidade, certas características de resistência e outros efeitos. São divididos em pigmentos
coloridos (conferem cor), não-coloridos e anti-corrosivos (conferem proteção aos metais).
c) Aditivo – ingrediente que, adicionado às tintas, proporciona características especiais às
mesmas ou melhorias nas suas propriedades. Utilizado para auxiliar nas diversas fases da
fabricação e conferir características necessárias à aplicação. Existe uma variedade enorme de
aditivos usados na indústria de tintas e vernizes, como secantes, anti-sedimentantes,
niveladores, antipele, antiespumante, etc.
d) Solventes – líquido volátil, geralmente de baixo ponto de ebulição, utilizado nas tintas e
correlatos para dissolver a resina. São classificados em: solventes aditivos ou verdadeiros,
latentes e inativos. Dentre as tintas imobiliárias disponíveis no mercado podem-se encontrar as
seguintes tipologias: látex PVA, acrílicas, esmaltes sintéticos, vernizes e texturas. Conforme
mostra o Esquema 3.
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TIPOS DE TINTAS
Linha Imobiliária: É a linha cujos produtos são indicados para uso em edificações residenciais
e comerciais.
Figura 4: Tipologias das tintas imobiliárias
O volume e a concentração de pigmentos nas tintas regulam os diferentes níveis de
brilho e interferem inclusive na resistência do produto. As variações de brilho são calculadas
através de um índice chamado PVC (pigmento-volume-concentração).
Assim, quanto menor for o índice, mais baixo será o volume de pigmentos e maior o
brilho da tinta. Conforme o volume de pigmentos da fórmula, uma tinta imobiliária é dividida em
três tipos: semi-brilho, fosca e acetinada e sua indicação deve estar de acordo com as
características de cada uma delas. Esquema 4.
Figura 5: Acabamentos das tintas imobiliárias
As tintas PVA látex são compostas por resinas à base de dispersão aquosa de polímeros
vinílicos, pigmentos isentos de metais pesados, cargas minerais inertes, glicóis e tenso ativos
etoxilados e carboxilados. Sua aplicação deve ser feita com rolo de lã, trincha ou pistola esta
tinta apresenta probabilidade de apresentar um ligeiro manchamento quando exposta água
(sereno ou chuvas leves),ocorrendo geralmente no período de cura do filme da tinta, isto é, nas
duas primeiras semanas.
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Para a solução deste problema, os fabricantes recomendam que a superfície seja toda
lavada com água em abundância tão logo tenha ocorrido o manchamento. As tintas acrílicas
são compostas por resina 100% acrílica elastomérica em dispersão aquosa, aditivos
heterocíclicos, pigmentos isentos de metais pesados, cargas minerais inertes, álcoois,
tensoativos etoxilados e carboxilados.
A aplicação é feita com rolo de lã ou trincha. Os esmaltes sintéticos são compostos por
resina alquídica à base de óleo vegetal semi-secativo, pigmentos orgânicos e inorgânicos,
cargas minerais inertes (nos metais acetinados e foscos),hidrocarbonetos alifáticos, secantes
organo-metálicos e não contém benzeno. O Quadro 3 identifica os tipos de acabamentos com
suas principais características.
As diferenças de brilho entre um produto e outro são, em primeiro lugar, uma opção para
o tipo de acabamento que o consumidor deseja. O acabamento oferecido pelas tintas semi-
brilho, apresentam maior quantidade de resina. As acetinadas mostram um brilho mais
reduzido. Seus preços são menores ou idênticos ao da semi-brilho. As foscas são geralmente
mais baratas e não têm brilho algum, algo que não reduz e nem modifica sua qualidade. As
tintas com acabamento semi-brilho são usadas tanto em superfícies externas, como
internamente. Em relação às tintas acetinadas, estas são mais resistentes e laváveis, 86
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apresentando certa facilidade na remoção de sujeiras. Elas são feitas com o mesmo tipo de
resina, mas são acrescidos agentes fosqueantes, ingredientes que diminuem o brilho, sem
afetar a qualidade. Quando a tinta é fosca, problemas de polimento podem ser percebidos. O
fato surge com o atrito dos móveis ou objetos contra a parede. O Quadro 4 indica as tintas
conforme seu índice de Pigmento, Volume e Concentração – PVC.
Os produtos de primeira linha, em especial os preparados com a tecnologia acrílica, têm
a vantagem de render mais, além de resistir mais ao desgaste da limpeza. Para áreas como o
teto, que implicam a reflexão da luz recomenda-se a tinta fosca. Nas demais, indica aqueles
produtos ditos “top” de linha, como os acrílicos acetinados e semi-brilhantes.
Linha Industrial:
A linha industrial caracteriza-se por ter uma alta tecnologia de formulação, rigoroso
controle de qualidade das matérias-primas, pelo processo de fabricação e por resistir à
agressividade do meio. Acrescenta-se ainda que, esta linha difere-se da linha imobiliária ou de
construção civil pela adição de resina fenólica que garante um aumento da resistência destes
produtos. As tintas da linha industrial estão subdivididas conforme Esquema 5.
Figura 5: Tipos de tintas na linha industrial
Em relação à sua composição as tintas industriais podem ser classificadas como:
a) Alquídicas: São tintas monocomponentes que contém solventes, resinas e pigmentos. A
resina é um polímero resultante da reação de glicerina com óleos vegetais e com anidrido
ftálico que é um ácido proveniente da petroquímica. Nesta reação – de um álcool (glicerina) e
um ácido (anidrido ftálico) mais a inclusão do óleo vegetal (soja ou mamona) adquiri-se um
poliéster ftálico modificado com óleos vegetais cujas características são:
Baixa resistência à umidade elevada, imersão em água, meios alcalinos, solventes
fortes e produtos químicos;
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Baixo custo inicial;
Apropriadas para ambientes rurais sem poluição, ambientes industriais de baixa
agressividade, construção civil em madeira e aço (interiores das edificações) e para
estruturas e equipamentos abrigados, bem como em locais secos.
Não é aconselhado o uso destas tintas sobre concreto, alvenaria ou aço revestido com zinco,
pois as superfícies cimentadas/alvenarias formam sabões de cálcio quando em contato com a
umidade. Já nas superfícies zincadas formam-se sabões de zinco. Em ambos os casos estas
reações resultam no destacamento da película em pouco tempo.
b) Acrílicas: São tintas monocomponentes que contém solventes, resinas e pigmentos. A
resina é um polímero acrílico. Tais polímeros podem ser solubilizados em solventes orgânicos
(lacas acrílicas) ou dispersos em água (emulsões acrílicas). As tintas industriais acrílicas
apresentam resistência a intemperismos (ação do sol ou da chuva), bem como as seguintes
vantagens:
Baixo odor;
Não emitem vapores inflamáveis;
Não são combustíveis;
Tornam mais fácil a limpeza dos equipamentos de pintura;
Sobre o alumínio, o acabamento pode ser aplicado diretamente na superfície, porém, emaço
carbono e aço galvanizado é necessária a utilização do primer correspondente, também
acrílico.
c) Epoxídicas: São tintas bicomponentes (componente A e componente B), ou seja,
apresentam-se em duas embalagens. Em uma embalagem tem-se a resina epóxi e em outra
se tem o agente de cura(catalizador). Estas tintas são subdivididas em:
Epóxi curadas com poliamidas – são resistentes a umidade, imersão em água doce ou
salgada. Possuem alta flexibilidade e aderência em aço carbono ou concreto. São
adequadas para ambientes internos de reservatórios de água potável até 55ºC.
Epóxi curadas com poliaminas – são resistentes à imersão em soluções ou vapores
químicos. Recomenda-se sua utilização para pintura interna de tanques, tubulações,
equipamentos e estruturas sujeitas a imersões, derrames ou respingos de produtos
químicos ou solventes.
Epóxi modificadas – fabricadas a partir de alta tecnologia, são muito próximas às
poliamidas, pois são formuladas com pigmentos lamelares, inibidores de corrosão e
aditivos tensoativos
Epóxi curadas com isocianato – são utilizadas como primer de aderência sobre
superfície de aço galvanizado, alumínio, aço inoxidável ou outros metais não ferrosos e
sobre poliéster reforçado com fibra de vidro (fiberglass).
Epóxi hidrossolúveis – são também chamadas de tintas WB (water base or water borne).
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d) Poliuretânicas: São tintas bicomponentes (A e B), armazenadas em duas embalagens,
uma contendo a resina poliéster ou de acrílica polihidroxilada e outra contendo o agente de
cura a base de isocianatoalifático ou aromático. As tintas PU, como são comumente
conhecidas no mercado, são de alta resistência ao intemperismo por apresentarem
características químicas ao serem formuladas a partir de resinas poliéster ou acrílicas
“catalisadas” com agente de cura que garantem esta resistência.
Os poliuretanos alifáticos são tintas de acabamento utilizados normalmente em
esquemas de pintura com primer epóxi, com os quais são perfeitamente compatíveis. Uma
característica relevante neste tipo de tinta é a possibilidade de ser resistente a “pichações”,
pois, as superfícies com este tipo de acabamento podem ser limpas com solventes orgânicos
do tipo do xilol sem sofre danos à superfície ou pintura. Com isto, é possível remover marcas
de grafitagem ou pichações.
e) Alta temperatura: São tintas a base de silicone ou de silicatos que resistem a temperaturas
elevadas de até540ºC por que ao curarem se transformam em um filme inorgânico. Tais tintas
são apresentadas somente em alumínio e seu uso é recomendado em pinturas de chaminés,
exterior de caldeiras, fornos reatores, colunas de destilarias, escapamentos, dutos aquecidos,
trocadores de calor, dentre outras superfícies que apresentam temperaturas elevadas.
Acrescenta-se que, o uso de silicone como componente desta tinta acarreta na necessidade de
um pré-cura entre 130º e 230ºC e o primer utilizado deverá ser de etil silicato de zinco.
f) Etil Silicato de Zinco São tintas bicomponentes (A e B) fornecidas em duas embalagens,
uma contendo a solução de silicato de etila e a outra contendo o pó de zinco metálico
(filler).Tais tintas são aplicadas um uma única demão sobre superfícies de aço carbono
preparado por jateamento abrasivo, para promoverem proteção catódica ao aço carbono. Esta
proteção (catódica) é contra a corrosão sendo conseguida quando dois metais diferentes são
colocados em contato entre si na presença de um eletrólito (líquido com propriedades
condutoras de corrente elétrica). Neste processo, o metal mais nobre é protegido pelo menos
nobre. No caso da proteção catódica do aço carbono pelo zinco, o ferro é protegido e se
constitui no catodo sendo o zinco que é o anodo é sacrificado em benefício do ferro. Nestas
tintas, a proteção catódica dá-se em função do alto teor de zinco na película seca, motivo pelo
qual são chamadas de “zincagem a frio”. O filme curado é totalmente inorgânico e constituído
de silício, zinco e oxigênio. Para esta tinta é recomendada a utilização de um primer de alto
desempenho em ambientes agressivos e seu uso é recomendado para pintura de guindastes
expostos em ambientes marítimos, estruturas para indústria naval, plataformas off shore,
pintura interna de tanques de álcool hidratado e de outros tipos de solventes. Também são
utilizadas em superfícies de alta temperatura. Por sua natureza química e por possuírem alto
teor de pigmento (zinco metálico), as tintas de zinco apresentam baixa flexibilidade e película
quebradiça. Ressalta-se que, estas tintas não devem receber lixamento devido a falta de
adesão da camada de tinta o que não compromete sua aderência.
Sistema De Pintura
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Para que se tenha um perfeito resultado na aplicação das tintas nas superfícies, é
preciso considerar que a pintura é um sistema que envolve várias etapas a serem seguidas
deforma criteriosa, pois delas depende a qualidade do resultado final.
À primeira vista, uma parede interna, fachada ou ainda superfícies de madeira
aparentam formar a base ideal para receber a pintura. Entretanto, aplicação de revestimentos
sobre superfícies de reboco, concreto ou madeira não é um processo tão simplificado que se
inicia e termina com a simples aplicação da tinta de acabamento na superfície.
Assim, os materiais de construção empregados na preparação e no acabamento das
paredes são quimicamente agressivos, podendo, consequentemente, atacar e destruir as tintas
aplicadas sobre elas. Desta forma, as madeiras podem apresentar-se não totalmente secas,
podendo conter grande quantidade de água ou resina vegetal característica típica de algumas
madeiras. Já os materiais de alvenaria podem conter considerável quantidade de água,
apresetnar porosidade excessiva ou irregularmente carbonatada, estando sujeitos à
degradação progressiva que terminará por reduzir ou destruir a firmeza destas paredes, e com
elas o sistema de revestimento empregado.
Assim, tendo-se a noção de que a função de uma tinta vai além do simples
embelezamento da superfície, tem-se que, a película deve atender também à função de
proteção, higiene, iluminação e segurança. Neste contexto, além da tinta propriamente dita são
utilizados produtos complementares que atuam em conjunto com a tinta e formam o sistema de
pintura.
Tais complementos podem ser citados: fundos preparadores, massas e seladores. Os
fundos e seladores, também chamados de primer são aqueles que têm a finalidade de preparar
a superfície corrigindo defeitos e uniformizando a absorção da superfície, proporcionam
durabilidade à pintura e economia de tinta de acabamento. As massas têm a finalidade de
regularizar defeitos ou imperfeições apresentados pela superfície. O acabamento é a parte
visível da pintura e confere à ela qualidade, desempenho e beleza.
O Esquema 5 esquematiza o sistema de Pintura
Figura 9: Sistema de pintura
Antes da aplicação de qualquer revestimento deve-se aguardar pelo menos 30 dias para
que ocorra a cura total do cimento, nos casos de alvenaria. Pinturas sobre superfícies mal
curadas problemas que acabam por danificar o revestimento.90
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Em relação à preparação da superfície onde será aplicada a tinta, esta deverá
estar isenta de sujeira de qualquer natureza (graxas, óleos, poeira etc) e umidade. Em
superfícies com histórico de umidade (banheiros, por exemplo) é aconselhável que seja
aplicado na superfície um banho de solução de hipoclorito de sódio a 50%, ou seja, 50 partes
de água para 50% de hipoclorito, deixando a mesma agir por 15 minutos, tomando os devidos
cuidados e utilizando equipamentos de proteção individual. É importante lavar a superfície para
eliminar resíduos de cloro e continuar os procedimentos de pintura.
A superfície deve estar isenta de imperfeições (buracos, saliências etc), as quais
deverão ser tratadas previamente com massa corrida PVA ou acrílica. Para melhor fixação
sobreo substrato, deve-se utilizar massa corrida PVA para pinturas internas e, nas superfícies
externas, massa corrida acrílica. Ainda para melhor aplicabilidade e maior durabilidade da
pintura, após a massa corrida pode-se dar uma demão de selador acrílico. O Quadro 5 sintetiza
as características de cada superfície em relação à preparação para pintura.
QUADRO 3 – Superficie versus Pintura
SUPERFÍCIE DESCRIÇÃO
Concreto e Reboco É preciso aguardar pelo menos 30 dias para
que ocorra a cura total. Sobre reboco fraco
deve-se utilizar fundo preparador de paredes
o que aumentara a coesão das partículas da
superfície, evitando problemas de má
aderência e descascamento precoce.
Superfícies de concreto ou reboco bem
curado e coesos (reboco novo) não precisam
de aplicação de fundo, porem devem ser
seladas com selador acrílico para,
posteriormente, recebem a tinta de
acabamento. O concreto deve ser seco,
limpo, isento de pó, sujeira, óleo e agentes
desmoldantes.
Cimento Amianto Trata-se de uma superfície altamente alcalina,
sendo indicado a aplicação de um fundo
resistente à alcalinidade para selar a
superfície. Este procedimento não é
necessário se forem utilizados produtos
acrílicos que apresentem resiste à
91
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alcalinidade.
Pisos O piso deve apresentar-se limpo e seco,
isento de impregnações (óleo, graxa, cera,
etc). Pisos de concreto liso (cimento
queimado) devem ser submetidos a um
tratamento prévio com solução de acido
muriático e agua (1:1), que terá a finalidade
de abrir porosidade na superfície. Após o
tratamento, o piso deve ser bem enxaguado,
seco e só então pintado. O tratamento com
ácido muriático é ineficaz sobre pisos de
ladrilhos vitrificados. Pisos excessivamente
impregnados com substancias gordurosas
(graxas, óleos, cera, etc) deverão ser lavados
mais de uma vez, caso seja necessário. A
pintura só poderá ser realizada em caso de
remoção total da impregnação, de outra
forma, a aderência estará prejudicada.
Madeira Deve estar limpa e seca. As madeiras verdes
ou com excesso de umidade não oferecem
boa base para aplicação de revestimentos.
Devera estar devidamente aparelhada e
isenta de óleos, graxas, sujeiras ou outros
agentes contaminantes. Madeiras resinosas
ou áreas que contem nós devem ser
previamente seladas.
Tão ou mais importante do que escolher o tipo de tinta a ser utilizado é a maneira como
aplicá-lo. É necessário que o profissional tome certos cuidados para que possa obter o melhor
resultado através do produto e técnica escolhidos na pintura.
As superfícies rebocadas (a receberem pintura) deverão ser examinadas e corrigidas de
todos e quaisquer defeitos de revestimento, antes do início dos serviços de pintura. Todas as
superfícies a pintar serão cuidadosamente limpas, isentas de poeira, gorduras e outras
impurezas. As superfícies poderão receber pintura somente quando estiverem completamente
secas. A principal causa da curta durabilidade da película de tinta é a má qualidade da primeira
demão, fundo (primer), ou a negligência em providenciar boa base para a tinta. Nas paredes
com reboco, aplicar as seguintes demãos:
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Selador: composição líquida que visa reduzir e uniformizar a absorção inútil e excessiva
da superfície;
Emassado: para fechar fissuras e pequenos buracos que ficarem na superfície e que só
aparecem após a primeira demão de selador;
Aparelhamento (da base): para mudar as condições da superfície, alisando-a ou dando-
lhe uma textura especial;
A segunda demão e as subsequentes só poderão ser aplicadas quando a anterior
estiver inteiramente seca, sendo observado, em geral, o intervalo mínimo de 24 h entre
as diferentes aplicações. Após o emassamento, esse intervalo será de 48 h. Serão
dadas tantas demãos quantas forem necessárias, até que sejam obtidas a coloração
uniforme desejada e a tonalidade equivalente, partindo dos tons mais claros para os
tons mais escuros.
Ferragens, vidros, acessórios, luminárias, dutos diversos etc., já colocados, precisam ser
removidos antes da pintura e recolocados no final, ou então adequadamente protegidos contra
danos e manchas de tinta. Deverão ser evitados escorrimentos ou respingos de tinta nas
superfícies não destinadas à pintura, tais como concreto ou tijolos aparentes, lambrisque serão
lustrados ou encerados, e outros.
Quando aconselhável essas partes serão protegidas com papel, fita-crepe ou outro
qualquer processo adequado, principalmente nos casos de pintura efetuada com pistola. Os
respingos que não puderem ser evitados terão de ser removidos com emprego de solventes
adequados, enquanto a tinta estiver fresca. Nas esquadrias de ferro, após a limpeza da peça,
serão aplicadas as seguintes demãos:
Fundo antióxido de ancoragem (zarcão ou cromato de zinco)
selador
emassado
Fundo mate (sem brilho)
As superfícies metálicas e outros materiais cobertos por primer durante a fabricação
serão limpos para remoção de sujeira, partículas finas, concreto, argamassa, corrosão etc.,
acumulados durante ou após sua instalação. As superfícies de ferro (a pintar) que
apresentarem pontos descobertos ou pontos enferrujados deverão ser limpas com escova ou
palha de aço ereto cadas com o mesmo primer anticorrosivo utilizado, antes da aplicação da
segunda camada de fundo na obra. Os trabalhos de pintura externa ou em locais mal
abrigados não poderão ser executados em dias de chuva.
O armazenamento do material tem de ser feito sempre em local bem ventilado e que não
interfira com outras atividades da construção. Todos os panos, trapos oleosos e outros
elementos que possam ocasionar fogo precisam ser mantidos em recipientes de metal e
removidos da construção diariamente. A aplicação de tinta a pincel é um método relativamente
lento. Entretanto, apresenta vantagens quando se quer obter melhor contato da tinta com
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superfícies muito irregulares ou rugosas. Para que a tinta possa ser considerada boa para ser
aplicada a pincel, ela obedecerá aos seguintes requisitos:
Espalhar-se com pequeno esforço (não poderá ser excessivamente viscosa
ou(espessa))
Permanecer fluida o tempo suficiente para que as marcas do pincel desapareçam e a
tinta não escorra (nas superfícies verticais).
Princípios Gerais para a Execução de Pintura:
A superfície a ser pintada precisa ser adequadamente preparada, isto é, estar limpa,
sem sujeira, poeira, óleo, graxa, eflorescência e partículas soltas. O modo de preparo depende
do tipo de base, do tipo de tinta a ser empregada e da condição da superfície a ser pintada.
As imperfeições existentes na superfície de base, tais como trincas, fissuras, Saliências
e reentrâncias, serão reparadas com material idêntico ao utilizado na base, ou com material
apropriado compatível com a tinta e de acordo com a orientação do fabricante; a textura da
área reparada deve ser semelhante à do substrato. A porosidade da superfície da base pode
ser regularizada empregando pintura de fundo, de acordo com recomendação do fabricante da
tinta.
17. Vernizes
Os vernizes são produtos majoritariamente à base de solventes orgânicos e
caracterizam-se por permitirem um revestimento transparente, com diferentes brilhos e de
grande dureza. Ao nível da produção e utilização requerem preocupações especiais por
conterem substâncias inflamáveis. A produção é idêntica à das tintas de base solvente.A
maioria dos vernizes é à base de solvente.
São fabricados dissolvendo-se óleos naturais ou sintéticos ou resinas em aguarrás, que
também é usada para diluir tinta e limpar pincéis e superfícies. Há também vernizes à base de
água, mais fáceis de aplicar e limpar, e que levam menos tempo para secar.
Alguns tipos são transparentes e outros coloridos, havendo também a variedade com
corantes próprios para usar em madeira natural para imitar cores de diferentes madeiras, tais
como mogno-escuro, pinho-antigo e teça.
Substância líquida, constituída por resinas, solventes e aditivos, que, após aplicação,
sofre um processo de cura e se converte em uma película transparente, aderente e flexível.
Substância líquida, constituída por resinas, solventes e aditivos, que, após aplicação,
sofre um processo de cura e se converte em uma película transparente, aderente e flexível.
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Constituição do Verniz
Substância líquida, constituída por resinas, solventes e aditivos, que, após aplicação,
sofre um processo de cura e se converte em uma película transparente, aderente e flexível.
Tipos de vernizes e modo de aplicação
Verniz poliuretânico - Produto à base de solvente, que proporciona acabamento durável e
resistente a calor e álcool. Leva de 4 a 6 horas para secar e é preciso esperar de um dia para o
outro para aplicar nova demão. É encontrado em acabamento fosco e alto brilho.
Verniz acrílico - À base de água, seca em 1 hora. Não amarela com o tempo como os
vernizes à base de solvente, mas não é tão resistente, sendo necessárias várias demãos.
Encontrado em acabamento acetinado, fosco, semifosco e alto brilho, todas elas nas versões
transparentes ou com pigmentos.
Verniz para efeito de craquelê - É um produto especial usado para dar acabamento de
craquelê. O nome é aplicado imprecisamente a dois diferentes tipos: um é usado entre duas
camadas de tinta para deixar rachada a camada superior, enquanto o outro é um sistema de
verniz de duas camadas em que a camada de secagem mais rápida é aplicada sobre uma
base que seca mais devagar.
Verniz em spray - À base de solvente, é encontrado em acabamento fosco ou com brilho e
nas versões adequadas para mobiliário ou retoque e proteção da pintura. É útil para decorar
itens pequenos de formato complicado, mas dispendioso para áreas grandes.
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Verniz à óleo - É o tradicional acabamento transparente para madeira, feito com óleos e
resinas naturais diluídas em aguarrás.
Verniz à álcool - É feito diluindo-se goma laca ou outra resina em álcool metilado. Seca de 15
a 30 minutos, formando uma película dura mas quebradiça, que não é a prova de água ou
álcool. É difícil passá-lo com pincel, portanto é aplicado com uma boneca ou sobre a camada
de base antes do esmalte, para certos efeitos de pintura. Compre apenas a quantidade
necessária, porque é um produto que não se conserva bem.
Verniz alquídico - Á base de solvente, porém mais forte do que os vernizes tradicionais à óleo.
Leva de 4 a 6 horas para secar, e a segunda demão só pode ser dada depois de cerca de 12
horas. O acabamento pode ser fosco ou alto brilho, nos tipos colorido e transparente. tipos
modificados (verniz para barcos) são muito duráveis e utilizados com seladores para pisos.
Laca ou verniz de celulose - Produto especial usado em móveis para dar um acabamento
durável. É desagradável trabalhar com ele e não se encontra facilmente no mercado.
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18. Bibliografia
1. http://www.fec.unicamp.br/~almeida/au405/Concreto.pdf
2. http://www.abesc.org.br/pdf/manual.pdf
3. http://www.cecc.eng.ufmg.br/trabalhos/pg1/Monografia%20Anderson%20Anacleto%20de
%20Amorim.pdf
4. http://bdtd.bczm.ufrn.br/tedesimplificado/tde_arquivos/25/TDE-2009-03-11T052326Z-
1780/Publico/VilsonRR.pdf
5. http://pt.wikipedia.org/wiki/Cer%C3%A2mica
6. https://aplicweb.feevale.br/site/files/documentos/pdf/32246.pdf
7. ftp://ftp.unilins.edu.br/jccampos/Curso%20Gradua%E7%E3o%20Civil%20-
%20Tecnologia%20dos%20Materiais/Aulas%20TecMatI%20-%20101.053%20-%20pdf/Cap.IC
%20-%20Propriedades%20Gerais%20dos%20Materiais%20v2.pd
8. http://www.google.com/url?
sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CCAQFjAA&url=http%3A%2F
%2Fwww.resumos.net%2Ffiles%2Ftema1e2geologia.doc&ei=vM5pUP7KLoX-
8ATH44GYDg&usg=AFQjCNEt_I5FshHB5o7Bmo2eIY-IJ3ReYg
9. http://www2.ufp.pt/~jguerra/PDF/Materiais/MCI%20-%20Rochas_2010.pdf
10. http://pt.wikipedia.org/wiki/Argamassa
11. http://pt.wikipedia.org/wiki/Cer%C3%A2mica
12. http://pt.wikipedia.org/wiki/Vidro
13. http://www.reciclagem.pcc.usp.br/vidro.htm
14. http://www.reformafacil.com.br/tipos-de-verniz-e-suas-aplicacoes
15. http://pt.wikipedia.org/wiki/Tinta
16. http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7o
17. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro
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