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Resumo da Matéria de Processo Civil Para a OAB
Direito Processual Civil
Teoria Geral do Processo
Ao iniciarmos nossos estudos inerentes ao ramo do Direito Processual Civil,
antes de qualquer coisa, necessário se faz obter entendimento sobre a
definição de lide bem como sua forma de solução.
Pois bem, segundo definição clássica do grande autor italiano Carnelutti, lide “é
a pretensão qualificada pela resistência (Conflito)”.
Formas de solução da lide
- Autotutela: Uma das partes decide a lide, geralmente o mais forte.
- Autocomposição: Um ou ambos os litigantes abrem mão da sua pretensão.
- Arbitragem facultativa: As partes buscam um terceiro (geralmente o ancião ou
líder religioso) para decidir a lide
- Arbitragem obrigatória: O estado impõe a obrigação de soluciar o conflito via
árbitro.
- Jurisdição: Poder estatal de aplicar o direito em relação a uma lide.
- ADRs: Formas alternativas de decisão da lide (sigla em inglês).
a) Conciliação: Terceiro que busca acordo entre as partes, qual sugeri a
solução e tem previsão do CPC.
b) Mediação: Terceiro que busca acordo entre as partes, mas não sugeri
acordo, qual apenas irá induzir que as próprias partes cheguem a uma solução.
c) Arbitragem: Tem previsão na Lei. 9.307/96 sendo aquela que as partes
estipulam que a solução da lide será frente a um árbitro privado.
Obs: Uma vez que haja tal opção não caberá discussão da mesma lide
valendo-se da jurisdição.
Jurisdição
É exercida pelos juízes através do poder do Estado de dizer o direito frente a
lide.
Jurisdição Contenciosa e Voluntária
Contenciosa: É a função que o Estado desempenha na pacificação ou
composição dos litígios, a ser solucionada pelo Juiz.
Voluntária: É a função pública dos interesses privados. Existem algumas
situações quais não haverão conflitos entre as partes, mas para que tenha
validade produzindo todos seus efeitos regulares necessitarão da tutela
jurisdicional como por exemplo no divórcio consensual, testamento, interdição).
Contenciosa x Voluntária
- Lide; - Ausência de lide;
- Partes; - Interessados;
- Atividade Substitutiva (Estado no lugar das partes) - Função integrativa;
- Sentença - Sentença homologatória;
- Faz coisa julgada; - Não faz coisa julgada (art. 1.111 do CPC);
- Cabe ação recisória (art. 485 do CPC); - Cabe ação anulatória (art. 486 do
CPC);
Art. 486. Os atos judiciais, que não dependem de sentença, ou em que esta for
meramente homologatória, podem ser rescindidos, como os atos jurídicos em
geral, nos termos da lei civil.
Art. 1.011. Aceito o laudo ou resolvidas as impugnações suscitadas a seu
respeito lavrar-se-á em seguida o termo de últimas declarações, no qual o
inventariante poderá emendar, aditar ou completar as primeiras.
Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida
quando:
I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de
colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar literal disposição de lei;
Vl - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo
criminal ou seja provada na própria ação rescisória;
Vll - depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência
ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de Ihe assegurar
pronunciamento favorável;
VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em
que se baseou a sentença;
IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa;
§ 1o Há erro, quando a sentença admitir um fato inexistente, ou quando
considerar inexistente um fato efetivamente ocorrido.
§ 2o É indispensável, num como noutro caso, que não tenha havido
controvérsia, nem pronunciamento judicial sobre o fato.
Divisão da jurisdição
Por conta de conveniência e melhor divisão do trabalho não é qualquer juiz que
irá julgar qualquer causa, sendo assim, serão dividas as atividades
jurisdicionais entre os diversos órgãos através de critérios inerentes a lide quais
seja.
Dada a natureza da lide, necessário se faz a análise da competência cuja
matéria discutida podem ser das justiças especializadas, Eleitoral (art. 118 CF),
Trabalhista (art. 111 CF) ou Militar (art. 122 CF) .
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I - o Tribunal Superior Eleitoral;
II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
III - os Juízes Eleitorais;
IV - as Juntas Eleitorais.
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
I - o Tribunal Superior do Trabalho;
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
III - as Juntas de Conciliação e Julgamento.
III - Juizes do Trabalho.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de
1999)
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
I - o Superior Tribunal Militar;
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
Superada a análise e verificada que não se trata de matéria de competências
do juízos expostos acima (Eleitoral, Trabalhista ou Militar), tal competência será
da Justiça Comum (Estadual (art. 125 CF) ou Federal (art. 109, I CF))
Competência Federal
Obs: Na justiça comum, devese analisar se algum ente federal é parte do
processo (União, autarquia ou empresas públicas federais)
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal
forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes,
exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça
Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município
ou pessoa domiciliada ou residente no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado
estrangeiro ou organismo internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de
bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da
Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando,
iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no
estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por
lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente
sujeitos a outra jurisdição;
VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade
federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a
competência da Justiça Militar;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução
de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a
homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva
opção, e à naturalização;
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária
onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção
judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou
fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no
Distrito Federal.
§ 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio
dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de
previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara
do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras
causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.
§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o
Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral
da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações
decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil
seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer
fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para
a Justiça Federal.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Competência Estadual
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios
estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º - A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado,
sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade
de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição
Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a
Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e
pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de
Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar
seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos
Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for
civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da
patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar,
singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais
contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a
presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à
justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de
audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Competência
É o limite de jurisdição exercido por cada juiz, ou seja, é a medida, parcela,
parte da jurisdição. Em nosso ordenamento jurídico existem diversas formas de
fixação de competência quai sejam:
- Matéria: Está relacionada a competência Eleitoral, Trabalhista, Penal Militar,
Federal (Cível ou Criminal) ou Estadual (Cível ou Criminal).
- Pessoa: Natureza relevante da parte do processo. Determinadas pessoas
gozam do privilégio de serem submetidas a julgamento por juízes
especializados. Tal privilégio, não é instituído pela circunstancia pessoal que
ostentam, mas sim pelo interesse público secundário que representem, tais
como as pessoas jurídicas de direito público interno, entidades autárquicas ,
empresas públicas etc. À semelhança do critério ratione materiae , são as
regras de competências relativas às pessoas de natureza absoluta, pois o
interesse público secundário não comporta alteração pelo consenso das partes,
bem como sua inobservância não pode deixar de ser conhecida de ofício pelo
juiz.
- Funcional: Diz respeito à distribuição das atividades Jurisdicionais entre os
diversos órgãos que podem atuar no processo.
- Hierárquico: Diz respeito, à hierarquia das estâncias processuais, observando
cada ato processual em seu devido tempo e modo.
- Territorial: A competência territorial é atribuída aos diversos órgãos
jurisdicionais tendo em consideração a divisão do próprio território. No que
concerne à Justiça Federal, que também é justiça comum, o País é divido em
regiões, que, por sua vez, se dividem em seções.
Os estados se dividem em comarcas. Nem todos os municípios são sedes de
comarca, mas todos os municípios brasileiros pertencem a uma determinada
comarca. A competência territorial é atribuída a diversos órgãos jurisdicionais
levando-se em consideração a divisão do território. É a chamada competência
de foro.
- Valor da causa: Ressalvados os casos expressos no Código, o valor da causa
é regulado por lei local, uma lei de organização judiciária estadual (ou distrital,
se de Brasília), votada, portanto, pela assembleia estadual e com sanção do
chefe do executivo. Essa lei é proposta pelo Poder Judiciário, não tendo
autorização constitucional outra fonte que não seja o tribunal respectivo.
Nesses casos de lei de organização judiciária, participam os três poderes.
Elaborado o projeto de lei pelo Judiciário estadual, a Assembleia Legislativa ou
Chefe do Executivo não poderão ampliá-lo. Poderão negar-lhe aprovação em
parte ou até totalmente, não, alterá-lo, por faltar-lhes legitimidade.
Competência Absoluta x Competência Relativa
Absoluto: Matéria, Pessoa, funcional e hierárquico.
OBS: O juiz só pode declarar-se incompetente nos casos em que os critérios
de definição da competência sejam absolutos
Relativos: valor da causa e o território. Não pode manifestar-se por oficio
quanto a sua incompetência quando o critério for relativo.
Decisão por incompetência
Todo juiz deve analisar se tem competência para prosseguimento do feito (Art.
113).
Art. 113. A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser
alegada, em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de
exceção.
§ 1o Não sendo, porém, deduzida no prazo da contestação, ou na primeira
oportunidade em que Ihe couber falar nos autos, a parte responderá
integralmente pelas custas.
§ 2o Declarada a incompetência absoluta, somente os atos decisórios serão
nulos, remetendo-se os autos ao juiz competente.
Nesta decisão haverá:
a) Reconhecimento da incompetência;
b) Declinação para órgão competente;
c) Declaração de nulidade dos atos decisórios.
Perpetuatio Jurisdiciones: Art. 87 C/C, Art. 263 CPC.
Uma vez fixada à competência, ela não poderá ser modificada. Corresponde a
uma norma determinadora da inalterabilidade da competência objetiva que uma
vez firmada, deve prevalecer durante todo o curso do processo. É importante
observar que tratando de juízo único fixa-se com o despacho do juiz e se tratar
de mais de um fixa-se com a distribuição.
Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta.
São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a
competência em razão da matéria ou da hierarquia.
Art. 263. Considera-se proposta a ação, tanto que a petição inicial seja
despachada pelo juiz, ou simplesmente distribuída, onde houver mais de uma
vara. A propositura da ação, todavia, só produz, quanto ao réu, os efeitos
mencionados no art. 219 depois que for validamente citado.
Causas de modificação da competência
Legais: Conexão e continência (Art. 102 e 104) justificativa por razões de
interesse, economia e isonomia.
Art. 102. A competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se
pela conexão ou continência, observado o disposto nos artigos seguintes.
Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há
identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser
mais amplo, abrange o das outras.
A reunião dos processos (Art.105) só caberá quando:
Art propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente..
105. Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de
qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações
a) Critério de competência por relativo.
b) Não há decisão em algum deles (Súmula 235 STJ).
STJ Súmula nº 235 - 01/02/2000 - DJ 10.02.2000
Conexão - Reunião de Processos - Coisa Julgada
A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.
c) Se gerar atraso ao processo mais adiantado os processos serão reunidos no
juízo prevento que será:
- Mesma base territorial, o que despachar primeiro (Art. 106).
Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a
mesma competência territorial, considera-se prevento aquele que despachou
em primeiro lugar.
- Bases territoriais diferentes, citação valida ocorreu primeiro (Art. 219).
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz
litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em
mora o devedor e interrompe a prescrição.
Voluntárias: As partes podem provocar essa modificação.
Eleição de foro. Art. 111§1 e 2.
Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por
convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão do
valor e do território, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de
direitos e obrigações.
§ 1o O acordo, porém, só produz efeito, quando constar de contrato escrito e
aludir expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
OBS: Paragrafo único art. 112.
Art. 112. Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência relativa.
Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de
adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência
para o juízo de domicílio do réu.(Incluído pela Lei nº 11.280, de 2006)
Prorrogação Tácita: Art. 114
Art. 114. Prorrogar-se-á a competência se dela o juiz não declinar na forma do
parágrafo único do art. 112 desta Lei ou o réu não opuser exceção declinatória
nos casos e prazos legais. (Redação dada pela Lei nº 11.280, de 2006)
Conflitos de competências: (Art. 115 CPC)
Art. 115. Há conflito de competência:
I - quando dois ou mais juízes se declaram competentes;
II - quando dois ou mais juízes se consideram incompetentes;
III - quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou
separação de processos.
Há conflito de competência, quando dois ou mais juízes se declaram
competentes, quando dois ou mais juízes se consideram incompetentes,
quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou
separação de processos.
Tipos de conflitos:
a) Negativo - quando dois ou mais juízes se consideram incompetentes;
b) Positivo - quando dois ou mais juízes se declaram competentes;
Reunião de processos - quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia
acerca da reunião ou separação de processos.
Legitimados: Art. 116 e 118
Art. 116. O conflito pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo Ministério
Público ou pelo juiz.
Parágrafo único. O Ministério Público será ouvido em todos os conflitos de
competência; mas terá qualidade de parte naqueles que suscitar.
Art. 118. O conflito será suscitado ao presidente do tribunal:
I - pelo juiz, por ofício;
II - pela parte e pelo Ministério Público, por petição.
Parágrafo único. O ofício e a petição serão instruídos com os documentos
necessários à prova do conflito.
O conflito pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo Ministério Público
ou pelo juiz.
Exceção: Art. 117
Art. 117. Não pode suscitar conflito a parte que, no processo, ofereceu exceção
de incompetência.
Parágrafo único. O conflito de competência não obsta, porém, a que a parte,
que o não suscitou, ofereça exceção declinatória do foro.
Princípios processuais
a)Princípio do acesso á justiça: Está previsto em nosso ordenamento jurídico
na CF, art. 5°, XXXV: “ a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça de direito”. Ou seja, é uma garante ao jurisdicionado, frente a
uma lide, a possibilidade de buscar a solução via jurisdição (Estado) sem
quaisquer limitação.
b)Princípio do devido processo legal: Tal princípio está presvisto na CF, art 5°,
LIV: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal”. Este príncipio e basilar para diversos outros pois determina
que o Juiz deverá agir de forma específica (regras previamente estabelecidas)
prevista em lei.
c)Princípio da ampla defesa: É aquela qual o réu (qualquer réu) poderá se
defender apresentando seus argumentos de defesa. É positivado no art. 5°, LV
da CF: “ aos litigantes (...) são assegurados o contraditório e ampla defesa.
Obs: Não confundir “recursos” como técnica de impugnar uma decisão judicial
e sim como meio para exercer a defesa, devendo o Juiz levar em consideração
apenas aquelas pertinentes e convêniencia da matéria discutida.
d)Princípio do contraditório: É entendido como: “quando uma parte se
manifesta, a outra também, deve ter a oportunidade de fazê-lo. Com fincas no
art. 5°, LV, da CF, conforme exposto alhures.
Obs: Não haverá violação do direito se a parte (ciente) não se manifestar. Em
se tratando de pedido liminar inaudita altera parte (sem que se ouça a outra
parte) em hipotése de urgência o Juiz poderá tomar algumas providências
desde que posteriormente seja oportunizado a parte se procunciar.
e)Princípio do Juiz Natural: Está previsto no art. 5° da CF, em dois incisos:
“XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção” e “LIII – ninguiém será
processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”. Portanto
será competente para julgar “aquela causa” o juiz competente previsto em lei
para julgar determinada lide.
f)Princípio da isonoma (princípio da igualdade): Princípio inerente ao
tratamento igualitário as parte qual “ o juiz deve tratar, no âmbito do processo,
as partes da mesma forma. Há previsão na CF, art. 5° caput (“Todos são iguais
perante a lei”) e no CPC, art. 125, I ( o qual prevê que o juiz deve “assegurar ás
partes igualdade de tratamento”). Devendo ser extraido de tal princípio o dever
de tratamento isonomico não devendo haver benefícios á nenhuma das partes.
Obs: Entretanto ao buscar o equilíbrio a posição entre as partes, em virtude de
uma desigualdade, podemos entender que devemos tratar de forma desigual
os desiguais – na medida de suas desigualdades (Ex: isenção de custas
somente para a parte hipossuficiente).
g)Príncipio da publicidade: Prevê que os atos processuais devem ser (em
regra) públicos. Art. 93, IX da CF: “todos os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário serão públicos” Dissemos em regra pois há situações em que o
processo poderá correr em segredo de justiça: art. 5°, LX: “a lei só poderá
restringuir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade
ou o interesse social o exigirem” Exemplo: Causas envolvendo direito de
familia. Segredo de Justiça CPC, art 155:
Art. 155. Os atos processuais são públicos. Correm, todavia, em segredo de
justiça os processos:
I - em que o exigir o interesse público;
Il - que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges,
conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores. (Redação dada
pela Lei nº 6.515, de 26.12.1977)
Parágrafo único. O direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus
atos é restrito às partes e a seus procuradores. O terceiro, que demonstrar
interesse jurídico, pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença,
bem como de inventário e partilha resultante do desquite.
h)Princípio da motivação (princípio da fudamentação): Nos traz a ideia de que
toda decisão proferida pelo Poder Judiciário deverá ser fundamentada
conforme previsto na CF, em ser art. 93, IX: “ todos os julgamentos dos órgãos
do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões (...)”.
Visa informar a parte as razões de tal decisão.
i)Princípio da duração razoável dos processo: Tem sua garantia nos termos do
art. 5°, LXXVII, “ a todos no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação ”. Está relacionada com a economia processual bem como ao
princípio da celeridade.
j)Princípio do duplo grau de jurisdição: Está relacionado ao princípio do devido
processo legal onde há a possibilidade de reexame de uma decisão judicial,
por um outro órgão jurisdicional, usualmente superios.
k)Princípio da inércia: Com objetivo de garantir a imparcialidade do Juiz tal
princípio determina que o Judiciário na atuação da satisfação da lide só poderá
ocorrer se provocado pelo autos. Art. 262, §2° do CPC qual garante a
imparcialidade do Juiz:
Art. 262. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve
por impulso oficial.
Exceção: Art. 989 do CPC:
Art. 989. O juiz determinará, de ofício, que se inicie o inventário, se nenhuma
das pessoas mencionadas nos artigos antecedentes o requerer no prazo legal.
L) Princípio da congurência: Tem escopo nos arts. 128 e 460 do CPC, pois juiz
apenas pode concecer o que pedido pela parte. Caso seja dado ao estranho
aos pedidos fala-se de decisões:
- extra petita: a parte pede dano material e o juiz concede dano moral.
- ultra petita: se o juiz conceder algo além do que foi pedido.
Obs: Em ambos os casos, há nulidade da decisão.
Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso
conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da
parte.
Art. 460. É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza
diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em
objeto diverso do que Ihe foi demandado.
Parágrafo único. A sentença deve ser certa, ainda quando decida relação
jurídica condicional. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
M) Princípio do livre concencimento motidao do juiz: O juiz não está vinculado a
nenhuma prova acostada aos autos e sim ao conjunto probatório cabendo ao
mesmo indicar as bases de seu convencimento.
Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e
circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes;
mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o
convencimento. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Art. 436. O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua
convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos.
N) Princípio da lealdade processual: Busca evitar uma atuação desleal ou
fraudulenta das partes e de seus advogados, no âmbito do processo, prevendo
sanções processuais para quem assim atue. Vale ressaltar que tal lealdade
abrangue a todos que atuam no processo. Com observância de tal princípio
podemos destacar a figura processual da litigância de má-fé qual prevê multa á
parte que afir deslealemente no processo. Art17 e art 18 do CPC:
Art. 17. Reputa-se litigante de má-fé aquele que: (Redação dada pela Lei nº
6.771, de 27.3.1980)
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato
incontroverso; (Redação dada pela Lei nº 6.771, de 27.3.1980)
II - alterar a verdade dos fatos; (Redação dada pela Lei nº 6.771, de 27.3.1980)
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; (Redação dada pela Lei nº
6.771, de 27.3.1980)
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; (Redação dada
pela Lei nº 6.771, de 27.3.1980)
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
(Redação dada pela Lei nº 6.771, de 27.3.1980)
Vl - provocar incidentes manifestamente infundados. (Redação dada pela Lei nº
6.771, de 27.3.1980)
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. (Incluído pela
Lei nº 9.668, de 23.6.1998)
Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de
má-fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a
indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários
advocatícios e todas as despesas que efetuou. >(Redação dada pela Lei nº
9.668, de 23.6.1998)
§ 1o Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada
um na proporção do seu respectivo interesse na causa, ou solidariamente
aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2o O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em quantia não
superior a 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, ou liquidado por
arbitramento. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
Art. 600. Considera-se atentatório à dignidade da Justiça o ato do executado
que: (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
I - frauda a execução; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
III - resiste injustificadamente às ordens judiciais; (Redação dada pela Lei nº
5.925, de 1º.10.1973)
IV - intimado, não indica ao juiz, em 5 (cinco) dias, quais são e onde se
encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores. (Redação
dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
Art. 601. Nos casos previstos no artigo anterior, o devedor incidirá em multa
fixada pelo juiz, em montante não superior a 20% (vinte por cento) do valor
atualizado do débito em execução, sem prejuízo de outras sanções de
natureza processual ou material, multa essa que reverterá em proveito do
credor, exigível na própria execução.(Redação dada pela Lei nº 8.953, de
13.12.1994)
Parágrafo único. O juiz relevará a pena, se o devedor se comprometer a não
mais praticar qualquer dos atos definidos no artigo antecedente e der fiador
idôneo, que responda ao credor pela dívida principal, juros, despesas e
honorários advocatícios. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
O) Princípio da eventualidade: Está relacionado ao dever da parte trazer todos
os seus argumentos e pedidos possíveis, sob pena de preclusão. Como
exemplo na contestação onde o réu deverá apresentar TODOS seus
argumentos de defesa, ainda que contraditórios conforme preceitua o art. 300
do CPC.
Art. 300. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa,
expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e
especificando as provas que pretende produzir.
Ação
É o direito subjetivo público de se deduzir uma pretensão em juízo.
Condição da ação:
a)Possibilidade jurídica do pedido: O pedido deverá ser juridicamente possível,
devendo este ser previsto em lei ou não ser vedado por ela.
b)Legitimidade das partes:
- Ordinário: Está relacionada aquela figura que esta relacionada com o direito
material com aqueles que estão no processo.
- Extraordinário: tem relação a participação daquele que não tenha participado
do direito material.
Exemplo: Sindicado e condomínio.
Art. 6o Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando
autorizado por lei.
c)Interesse de agir: Necessidade + Adequação (Caso não os tenha o Juiz irá
extinguir o processo sem resolução do mérito – Art 267, IV do CPC).
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
(...)
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa
julgada;
Partes e Procuradores
Nesse tópico elencaremos aqueles que podem figurar como parte no âmbito do
Poder Judiciário, conceituando suas capacidades.
a)Capacidade de ser parte: Será aquele que tem a possibilidade de ser titular
de direito.
b)Capacidade processual: (Legitimatio ad processum): é a capacidade de
figurar no processo judicial por si mesmo, sem auxilio de outrem.
Exemplo: Uma criança tem capacidade de ser parte (pode pleitear alimentos),
mas não pode figurar sozinha, no processo, pois não tem capacidade
processual, devendo ser acompanhada para que haja supressão de sua
incapacidade. (Art. 8° CPC, Art. 3° CC , Art. 4° CC e Art. 13 CPC)
Art. 8o Os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores
ou curadores, na forma da lei civil.
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida
civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário
discernimento para a prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental,
tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação
especial.
Art. 13. Verificando a incapacidade processual ou a irregularidade da
representação das partes, o juiz, suspendendo o processo, marcará prazo
razoável para ser sanado o defeito.
Não sendo cumprido o despacho dentro do prazo, se a providência couber:
I - ao autor, o juiz decretará a nulidade do processo;
II - ao réu, reputar-se-á revel;
III - ao terceiro, será excluído do processo.
c)Capacidade Postulatória: Em regre é exercida pelo Advogado, Art. 36 do
CPC, porém, há casos em que a lei concede tal capacidade á propria parte
(Vale ressaltar que mesmo havendo essa atribuição não impede a postulação
por advogado, sendo na verdade uma faculdade da parte representar a si
própria ou se fazer representar por um advogado).
Art. 36. A parte será representada em juízo por advogado legalmente
habilitado. Ser-lhe-á lícito, no entanto, postular em causa própria, quando tiver
habilitação legal ou, não a tendo, no caso de falta de advogado no lugar ou
recusa ou impedimento dos que houver.
Situações onde a parte terá capacidade postulatória:
- Juizados Especiais Cíveis, nas causas cujo valo seja até 20 salários mínimos
(Lei 9.099/95, art.9°);
- Ação de Alimentos (Lei. 5.478/68, art. 2º);
- Habeas corpus;
- Reclamações trabalhistas (Art. 791 CPC);
- Qualquer causa, desde que não haja advogado disponível para patrociná-lo
(Art 36 CPC parte final)
Sucessão Processual
Está relacionada a alteração das partes em um processo judicial em curso,
tendo como uma hipótese de sucessão o falecimento de uma das partes (CPC,
Art. 43) quando após a suspensão do processo (Art. 265, I) o sucessor
ingressará nos autos para assumir a posição processual do falecido.
Obs: não confundir com SUBISTITUIÇÃO PROCESSUAL que diz respeito a
pleitear direito em nome alheio. (Art. 6° do CPC)
Art. 43. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a substituição pelo
seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 265.
Art. 265. Suspende-se o processo:
I - pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de
seu representante legal ou de seu procurador;
Art. 6o Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando
autorizado por lei.
Curador Especial
Trata-se de Advogado nomeado pelo Juiz para postular em nome de
determinada parte que está em situação de hipossuficiência, conforme
preceitua o art. 9° do CPC.
Art. 9o O juiz dará curador especial:
I - ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os interesses deste
colidirem com os daquele;
II - ao réu preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa.
Parágrafo único. Nas comarcas onde houver representante judicial de
incapazes ou de ausentes, a este competirá a função de curador especial.
Litisconsórcio e intervenção de terceiros
É uma formação processual em que se tenha mais de uma parte envolvida no
polo passivo ou ativo se dá atraves de uma pluralidade de partes no polo ativo
ou passivo da demanda.
Quanto a posição:
a)Ativo: Quando a uma pluralidade de partes do processo demandando no polo
ativo. Autores x 1 Réu.
b)Passivo: Quando há uma pluralidade de partes sendo demandados para um
no polo passivo. 1 Autor X Vários Réus.
c)Misto: Quando há pluralidade de ambas as partes tanto no polo passivo ou
ativo. Vários autores X vários Réus
Quanto ao momento:
a)Inicial ou originário: quando desde o inicio da lide existe uma pluralidade de
autores e de réus.
b)Ulterior ou incidental: Quando após a petição inicial ( Incidente) há
pluralidade tanto o polo ativo ou passivo.
Quanto à obrigatoriedade da formação
Facultativo: É espécie de litisconsórcio estabelecido pela vontade das partes.
Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa
ou passivamente, quando:
a) Entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à
lide;
b) Os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de
direito;
c) Entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir e
d) Ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito. O
litisconsórcio facultativo poderá ser limitado pelo juiz o quanto ao número de
litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a
defesa. O pedido de limitação interrompe o prazo para resposta, que recomeça
da intimação da decisão. Veja Art. 46 do Código de Processo Civil.
a) Por oposição ao litisconsórcio necessário, é litisconsórcio de cuja
instauração independe o curso do processo.
Necessário: Art. 47, de acordo com a necessidade imposta por lei. EX: Art. 942
Art. 47. Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela
natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para
todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de
todos os litisconsortes no processo.
Parágrafo único. O juiz ordenará ao autor que promova a citação de todos os
litisconsortes necessários, dentro do prazo que assinar, sob pena de declarar
extinto o processo.
Art. 942. O autor, expondo na petição inicial o fundamento do pedido e
juntando planta do imóvel, requererá a citação daquele em cujo nome estiver
registrado o imóvel usucapiendo, bem como dos confinantes e, por edital, dos
réus em lugar incerto e dos eventuais interessados, observado quanto ao prazo
o disposto no inciso IV do art. 232. (Redação dada pela Lei nº 8.951, de
13.12.1994)
Quanto aos efeitos da sentença
a)Unitário: decisão da lide de forma idêntica para todos os sujeitos. EX:
Anulação geral. O litisconsórcio será unitário quando o juiz tiver que decidir a
lide de forma idêntica para todos os litisconsortes, dependendo a sua formação
da natureza da relação jurídica posta em juízo.
b)Simples: Decisões não serão idênticas. O litisconsórcio será considerado
simples quando a decisão de mérito dada pelo juiz não será necessariamente
idênticas para todos os litisconsortes, podendo inclusive ser procedente com
relação a um e improcedente com relação ao outro. Ocorre quando temos
pluralidade de relações jurídicas em um processo ou quando há uma relação
jurídica cindível.
OBS: Para que se identifique se o litisconsórcio é simples ou unitário deverão
ser analisadas quantas relações jurídicas estão sendo decididas naquela
demanda. Se houver mais de uma relação jurídica, sem sombra de dúvidas o
litisconsórcio será simples. A questão se torna mais complexa se houver
somente uma relação jurídica, pois nesse caso o litisconsórcio poderá ser
simples ou unitário, dependendo da divisibilidade ou não da relação jurídica. Se
for a relação jurídica indivisível será caso de litisconsórcio unitário, se a relação
jurídica for divisível será caso de litisconsórcio simples. É importante salientar
que tanto o litisconsórcio necessário quanto o litisconsórcio facultativo podem
ser considerados unitário, assim nem sempre um litisconsórcio necessário será
unitário.
Litisconsórcio multitudinário: Art. 46, paragrafo único.
Quando a uma pluralidade de ambas as partes do processo o juiz pode limitar
o numero de partes, ou seja, ele vai conceder à limitação a parte da defesa.
Haverá com tudo um efeito na limitação, sendo o primeiro despacho do juiz
será baseada no quantitativo de documento apresentado pelos múltiplos a
cisão do processo.
É expressão utilizada por “Cândido Rangel Dinamarco” para caracterizar o
litisconsórcio facultativo composto por um número excessivo de litigantes que
dificulta a defesa dos interesses da parte ou impede a rápida solução do litígio.
Nesse caso, poderá o juiz delimitar o número dos litisconsortes, nos termos do
parágrafo único do art. 46 do CPC. Pode o réu solicitar o desmembramento do
processo, quando será interrompido o prazo da defesa. Por se tratar de uma
decisão interlocutória, poderá ser agravada, caso a decisão do juiz não reduza
o número de litisconsortes. Poderá também o juiz determinar o
desmembramento ex officio. O código não prevê a quantidade ideal de
litisconsortes, mas a maioria da doutrina entende que o processo deve ser
desmembrado em tantos quanto forem necessários para facilitar a entregar da
tutela jurisdicional ou facilitar a defesa.
Art. 46. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em
conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à
lide;
II - os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de
direito;
III - entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir;
IV - ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito.
Parágrafo único. O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao
número de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou
dificultar a defesa. O pedido de limitação interrompe o prazo para resposta, que
recomeça da intimação da decisão.(Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
Litisconsórcio ativo necessário
Divergências doutrinaria:
Fiedier Didier: Não é possível, sob pena da relação Art. 5°, XXV, CF. caso a
parte não queira participar da demanda, não pode ser prejudicado. Entende-se
que não pode ser possível à formação de um litisconsórcio necessário ativo
sob pena de se violar o art. 5º, XXXV da Constituição Federal que traz o
Princípio da Inafastabilidade da Tutela Jurisdicional. O direito de ação é um
direito público subjetivo e em caso de um dos litisconsortes se recusar a
demandar não poderá essa recusa prejudicar a vontade do outro.
Nelson Nery: Possível, com a inclusão no necessário polo passivo para não ser
prejudicado. Defende a ideia de ser possível a possibilidade de formação de
um litisconsórcio necessário ativo, quando um dos litisconsortes não quiser ir a
juízo. Nesse caso, poderia o autor demandar sozinho, incluindo seu
litisconsorte no polo passivo da demanda, pois não poderá ser o autor
prejudicado em seu direito de ação.
STJ: resp. 956136 SP, em situações excepcionais. O STJ em recente julgado
(RESP 956.136/SP - 14/08/2007) entendeu que "somente há que se falar em
litisconsórcio ativo necessário em situações excepcionais, uma vez que
ninguém pode ser compelido a comparecer nos autos como autor". O
litisconsórcio é “Suigeneres” possui especificidades próprias do momento
processual com sua formação.
Intervenção de terceiros
Ocorre intervenção de terceiros quando há o ingresso de alguém em processo
alheio que esteja pendente. Poderá ocorrer por razões diversificadas, e por
meio de poderes que são atribuídos a terceiros. Sendo importante ressaltar que
só se justifica a intervenção de terceiros quando a sua esfera jurídica puder, de
alguma maneira, ser atingida pela decisão judicial.
Voluntária:
Assistencial: Nessa intervenção, um terceiro que tenha interesse no processo e
se beneficie dele, poderá ingressar assistindo umas das partes. Ocorre,
portanto, na hipótese de um terceiro intervir no processo para colaborar com
uma das partes, pois tem interesse em que a parte seja vencedora da
demanda, uma vez que a decisão também lhe afeta.
Classificação:
Simples: existe relação jurídica com a parte assistida sujeitando aos efeitos
reflexos da sentença. Ex: subordinação, previsão: Art.50 a 53
Art. 50. Pendendo uma causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro, que tiver
interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma delas, poderá
intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único. A assistência tem lugar em qualquer dos tipos de
procedimento e em todos os graus da jurisdição; mas o assistente recebe o
processo no estado em que se encontra.
Art. 51. Não havendo impugnação dentro de 5 (cinco) dias, o pedido do
assistente será deferido. Se qualquer das partes alegar, no entanto, que falece
ao assistente interesse jurídico para intervir a bem do assistido, o juiz:
I - determinará, sem suspensão do processo, o desentranhamento da petição e
da impugnação, a fim de serem autuadas em apenso;
II - autorizará a produção de provas;
III - decidirá, dentro de 5 (cinco) dias, o incidente.
Art. 52. O assistente atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os
mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o
assistido.
Parágrafo único. Sendo revel o assistido, o assistente será considerado seu
gestor de negócios.
Art. 53. A assistência não obsta a que a parte principal reconheça a
procedência do pedido, desista da ação ou transija sobre direitos
controvertidos; casos em que, terminando o processo, cessa a intervenção do
assistente.
Art. 54. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente, toda vez que
a sentença houver de influir na relação jurídica entre ele e o adversário do
assistido.
Parágrafo único. Aplica-se ao assistente litisconsorcial, quanto ao pedido de
intervenção, sua impugnação e julgamento do incidente, o disposto no art. 51.
Art. 55. Transitada em julgado a sentença, na causa em que interveio o
assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da
decisão, salvo se alegar e provar que:
I - pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declarações e atos do
assistido, fora impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas, de que o assistido,
por dolo ou culpa, não se valeu.
Litisconsorcial: Assistente mantêm relação jurídica com o adversário, sobre a
qual a sentença influirá previsão.
Oposição: Art. 56 CPC, coisa controvertida buscada por terceiros.
A oposição é uma verdadeira ação em que alguém ingressa em processo
alheiro pretendendo, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre o qual
discutem autor e réu. A oposição é uma ação, de regra, declaratória contra o
autor primitivo, e condenatória contra o réu. O opoente passa a ser autor de
uma ação em que o autor e o réu originários são réus. Trata-se, pois, de uma
ação prejudicial à demanda primitiva porque se a oposição for julgada
procedente, quer dizer que a coisa ou o direito controvertido pertence ao
opoente, prejudicando, assim, a ação original em que o autor pleiteava a
mesma coisa ou direito.
Art. 56. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que
controvertem autor e réu, poderá, até ser proferida a sentença, oferecer
oposição contra ambos.
Nomenclatura: Opoente X Oposto ou Opositores.
Natureza jurídica: Ação movida por terceiro que pretende no todo ou em parte
a coisa.
Litigiosa: forma-se litisconsórcio necessário simples.
Processamento: Art. 57
Art. 57. O opoente deduzirá o seu pedido, observando os requisitos exigidos
para a propositura da ação (arts. 282 e 283). Distribuída a oposição por
dependência, serão os opostos citados, na pessoa dos seus respectivos
advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 15 (quinze) dias.
Parágrafo único. Se o processo principal correr à revelia do réu, este será
citado na forma estabelecida no Título V, Capítulo IV, Seção III, deste Livro.
Classificação:
a) Própria: antes da audiência em autos apensos.
Art. 59. A oposição, oferecida antes da audiência, será apensada aos autos
principais e correrá simultaneamente com a ação, sendo ambas julgadas pela
mesma sentença.
b) Impropria: Depois da audiência com tramitação autônoma (Art. 60, primeira
parte).
Art. 60. Oferecida depois de iniciada a audiência, seguirá a oposição o
procedimento ordinário, sendo julgada sem prejuízo da causa principal. Poderá
o juiz, todavia, sobrestar no andamento do processo, por prazo nunca superior
a noventa dias, a fim de julga-las conjuntamente com a oposição.
Julgamento: art. 61
Não existe arbitragem no processo civil a nomenclatura correta é audiência
preliminar ou instrução em julgamento. Caberá ao juiz decidir simultaneamente
a ação e a oposição, desta conhecerá em primeiro lugar.
Art. 61. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação e a oposição, desta
conhecerá em primeiro lugar.
Intervenção provocada:
A) Nomeação a autoria (art. 62): Aquele que detiver a coisa em nome alheio,
sendo-lhe demandada em nome próprio, deverá nomear à autoria o
proprietário ou o possuidor.
Há uma exclusão da parte (passiva), alterando o réu originário (que não possui
legitimidade na lide), não se confundindo com litisconsórcio.
OBS: O juiz verificando a inexistência de legitimidade da parte poderá extinguir
o processo por extinção sem resolução do mérito (isso ocorre quando o réu
nada tem com o processo; Ex. o caseiro e demandado em ação das terras
onde tomava conta, nomeou o proprietário mas este não foi incluído na lida, ao
final quando se observar a falta de legitimidade do caseiro o juiz exclui os
autos).
Finalidade: Correção polo passivo da demanda
Pode ser própria:
a) Meio detentor (Art. 62)
Art. 62. Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em
nome próprio, deverá nomear à autoria o proprietário ou o possuidor.
Art. 62. Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em
nome próprio, deverá nomear à autoria o proprietário ou o possuidor.
b) Indenização contra quem praticou atos por ordem de terceiro (Art. 63).
Art. 63. aplica-se também o disposto no artigo antecedente à ação de
indenização, intentada pelo proprietário ou pelo titular de um direito sobre a
coisa, toda vez que o responsável pelos prejuízos alegar que praticou o ato por
ordem, ou em cumprimento de instruções de terceiro.
Procedimento: Art. 64 a 69.
Art. 64. Em ambos os casos, o réu requererá a nomeação no prazo para a
defesa; o juiz, ao deferir o pedido, suspenderá o processo e mandará ouvir o
autor no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 65. Aceitando o nomeado, ao autor incumbirá promover-lhe a citação;
recusando-o, ficará sem efeito a nomeação.
Art. 66. Se o nomeado reconhecer a qualidade que Ihe é atribuída, contra ele
correrá o processo; se a negar, o processo continuará contra o nomeante.
Art. 67. Quando o autor recusar o nomeado, ou quando este negar a qualidade
que Ihe é atribuída, assinar-se-á ao nomeante novo prazo para contestar.
Art. 68. Presume-se aceita a nomeação se:
I - o autor nada requereu, no prazo em que, a seu respeito, Ihe competia
manifestar-se;
II - o nomeado não comparecer, ou, comparecendo, nada alegar.
Art. 69. Responderá por perdas e danos aquele a quem incumbia a nomeação:
I - deixando de nomear à autoria, quando Ihe competir;
II - nomeando pessoa diversa daquela em cujo nome detém a coisa
demandada.
B) Chamamento ao processo: (Art. 77)
Art.77 – É admissível o chamamento no processo:
I – do devedor, na ação em que o fiador for réu;
II – dos outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles;
III – de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de
algum deles, parcial ou totalmente a divida comum.
Finalidade: Trazer para a lide aquele que é responsável solidário, Provocando
a intervenção dos coobrigados.
Procedimento: Art.77 a Art.79
Art. 77. É admissível o chamamento ao processo: (Redação dada pela Lei nº
5.925, de 1º.10.1973)
I - do devedor, na ação em que o fiador for réu; (Redação dada pela Lei nº
5.925, de 1º.10.1973)
II - dos outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles;
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
III - de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de
alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida comum. (Redação dada pela Lei
nº 5.925, de 1º.10.1973)
Art. 78. Para que o juiz declare, na mesma sentença, as responsabilidades dos
obrigados, a que se refere o artigo antecedente, o réu requererá, no prazo para
contestar, a citação do chamado.
Art. 79. O juiz suspenderá o processo, mandando observar, quanto à citação e
aos prazos, o disposto nos arts. 72 e 74.
C) Denunciação a lide:
É intervenção de garantia ou de direito de regresso, e visa incluir alguém que
virá futuramente ser responsabilizado pelo resultado da lide. A solução da lide
decidirá não somente o conflito da ação principal, mas também aquele criado
pela ação acessória, entre denunciante e denunciado.
Pode ser provocada tanto pelo autor quanto pelo réu, tem natureza jurídica de
ação sem, no entanto, ensejar processo autônomo, está ligado ao direito de
regresso. O autor deve fazer a denunciação na petição inicial e o réu no prazo
da contestação.
Finalidade: Realizar a denúncia de um terceiro à relação jurídica, buscando
assegurar seu direito.
Procedimento: art. 70 a 76
Art. 70. A denunciação da lide é obrigatória:
I - ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi
transferido à parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evicção Ihe
resulta;
II - ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de obrigação ou
direito, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, o
réu, citado em nome próprio, exerça a posse direta da coisa demandada;
III - àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação
regressiva, o prejuízo do que perder a demanda.
Art. 71. A citação do denunciado será requerida, juntamente com a do réu, se o
denunciante for o autor; e, no prazo para contestar, se o denunciante for o réu.
Art. 72. Ordenada a citação, ficará suspenso o processo.
§ 1o - A citação do alienante, do proprietário, do possuidor indireto ou do
responsável pela indenização far-se-á:
a) quando residir na mesma comarca, dentro de 10 (dez) dias;
b) quando residir em outra comarca, ou em lugar incerto, dentro de 30 (trinta)
dias.
§ 2o Não se procedendo à citação no prazo marcado, a ação prosseguirá
unicamente em relação ao denunciante.
Art. 73. Para os fins do disposto no art. 70, o denunciado, por sua vez, intimará
do litígio o alienante, o proprietário, o possuidor indireto ou o responsável pela
indenização e, assim, sucessivamente, observando-se, quanto aos prazos, o
disposto no artigo antecedente.
Art. 74. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado, comparecendo,
assumirá a posição de litisconsorte do denunciante e poderá aditar a petição
inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu.
Art. 75. Feita a denunciação pelo réu:
I - se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o processo prosseguirá
entre o autor, de um lado, e de outro, como litisconsortes, o denunciante e o
denunciado;
II - se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a qualidade
que Ihe foi atribuída, cumprirá ao denunciante prosseguir na defesa até final;
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor, poderá o
denunciante prosseguir na defesa.
Art. 76. A sentença, que julgar procedente a ação, declarará, conforme o caso,
o direito do evicto, ou a responsabilidade por perdas e danos, valendo como
título executivo.
Pressupostos processuais
Conceito: São requisitos que devem estar presentes para que o processo tenha
se início (pressuposto de exisência) e desenvolvimento (pressupostos de
validade)de forma regular. Sendo assim ausentes tais pressupostos o porcesso
será extinto, sem resolução do mérito: (CPC, art. 267, IV).
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
(...)
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de
desenvolvimento válido e regular do processo;
- Pressupostos de existência: São aqueles quais caso não existam sequer
pode se falar em processo (jurisdição, citação, capacidade postulatória e
petição inicial).
- Pressopostos de validade: São aqueles necessários para validade regular do
processo ( petição incial apta, citação válida, capacidade processual do autor,
competência do juízo e imparcialidade do juiz).
Elemtentos identificadores da ação:
São os elementos que permitem concluir que uma ação é idêntica ou
semelhante a outra. (CPC, art. 282, II, III e IV)
- Partes: autor e réu;
- Causa de Pedir: fatos e fundamento jurídicos;
- Pedido: objeto da parte quanto busca o judiciário.
Portanto caso seja identificado, mesmas partes, causa de pedir ou pedido –
haverá litispendência ou coisa julgada (CPC, art. 301,§§ 1° a 3°)
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:
(...)
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação
anteriormente ajuizada. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
§ 2o Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma
causa de pedir e o mesmo pedido. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de
1º.10.1973)
§ 3o Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa
julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não
caiba recurso.
A litispendência se verifica quando estão em trâmite, ao mesmo tempo, duas
ações idênticas. No tocante a coisa julgada essa se observa quando a primeira
ação já tver transitada em julgado. Nesses casos o processo será extindo sem
resolução do mérito (CPC, art. 267, V).
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
(...)
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa
julgada;
Condição da ação
A condição da ação pode ser definida como os requisitos para que uma açõ
posse existir e ser processada.(CPC. 267, VI):
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
(...)
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a
possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
- Legitimidade de partes: identidade entre as partes na relação jurpidica
processuak e ba relação jurídica material.
- Interesse de agir: necessidade e adequação do provimento jurisdicional
pleiteado (Exemplo: Se uma duvída ainda não está vencida não há falta de
pagamento.)
- Possibilidade jurídica do pedido: mesmo o pedido não sendo vedado pelo
sistema jurídico fácil se pode visualizar a impossibilidade jurídica do pedido
como, lote na lua ou usucapião de área pública etc.
Carência da ação (CPC, art. 301, X). É a ausência de uma das condições da
ação.
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:
(...)
X - carência de ação;
Processo de conhecimento
- Processo: É o instrumento que o Estado coloca a disposição dos litigantes
para solucionar a lide.
- Procediemento: É a forma, modo, maneira pela qual o processo se exerce.
- Rito: É a forma, modo, maneira pela qual o procedimento se desenvolve.
Processo no CPC
Art. 270. Este Código regula o processo de conhecimento (Livro I), de
execução (Livro II), cautelar (Livro III) e os procedimentos especiais (Livro IV).
a) Processo d conhecimento: (tutela cognitiva) Visa uma sentença de mérito
que será decidida pelo Juiz.
- Pedido condenatório: impõe ao réu uma obrigação de pagar, dar, fazer, não
fazer etc;
- Pedido constitutivo (+ ou – ): constitui, modifica ou extingue uma relação
jurídicia;
- Pedido declaratório: (+ ou - ): declara a (in) existência de uma relação jurídica.
b) Processo de execução: (tutela satisfativa) Há inadimplemento, ou seja, já se
sabe quem tem razão mas não há a satisfação do direito do credor.
c) Processo cautelar: (tutela acautelatória Visa urgência na proteção, visando
a proteção de um processo principal.
A resposta do réu
1 – Classificação das defesas: de acordo com o artigo 301 do CPC, as formas
de defesa dividem-se em:
Diretas: é a forma de defesa que procura atacar o fato jurídico que constitui o
mérito da causa. O ataque do contestante pode atingir o próprio fato arguido
pelo autor ou suas consequências jurídicas.
Indiretas: ela visa atacar questões processuais, ou seja, inutilizar o processo
sem que seja oferecida a oportunidade de apreciação do mérito pelo juiz.
Dilatórias: são as defesas que não provocam a extinção do processo, mas
apenas causa uma ampliação ou dilatação do curso do procedimento.
Superado o impasse, a relação processual retorna sua marcha normal.
Peremptórias: as defesas peremptórias são aquelas que buscam a resolução
do processo, com ou sem o julgamento de mérito.
1.1 – Classificação das formas de defesa do artigo 301 do CPC: Deve-se
sempre atentar o que diz o artigo 301, caput, que dispõe que “compete-lhe,
porém, antes de discutir o mérito, alegar”, ou seja, nesse artigo todas as formas
de defesa são indiretas, pois não atacam o mérito da causa. Resta olhar se as
defesas serão peremptórias ou dilatórias, as explicações serão vistas na parte
que trata das preliminares da contestação.
Modalidades de resposta do réu
Contestação
1 – Conceito: A contestação é o instrumento processual utilizado pelo réu para
opor-se, formal ou materialmente, à pretensão deduzida em juízo pelo autor.
Na ação, o autor formula uma pretensão, fazendo um pedido. Na defesa não se
contém nenhuma pretensão, mas resistência à pretensão e ao pedido do autor.
2 – Prazo: O prazo para que o réu apresente a contestação é de 15 dias,
contados a partir da juntada do mandado aos autos (ou juntada do AR,
dependendo do caso).
Observação: O prazo de defesa é comum a todos os réus quando houver
litisconsórcio passivo (artigo 298). Mas será contado em dobro (30 dias), se os
litisconsortes estiverem representados por advogados diferentes (artigo 191). O
inicio do prazo de respostas só se verifica após a citação do último litisconsorte
(artigo 241, II).
Art. 298. Quando forem citados para a ação vários réus, o prazo para
responder ser-lhes-á comum, salvo o disposto no art. 191.
Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão
contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral,
para falar nos autos.
Art. 241. Começa a correr o prazo:
(...)
II - quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data de juntada
aos autos do mandado cumprido;
3 – Forma da contestação: A forma da contestação é a de petição escrita,
endereçada ao juiz da causa (artigo 297).
Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias, em petição
escrita, dirigida ao juiz da causa, contestação, exceção e reconvenção.
4 – Estrutura da contestação:
4.1 – Preliminares: a contestação, em nosso sistema processual, não é apenas
meio de defesa de ordem material ou substancial. Cabe ao réu usá-la, também,
para as defesas de natureza processual, isto é, para opor ao autor alegações
que possam invalidar a relação processual ou revelar imperfeições formais
capazes de prejudicar o julgamento do mérito. Por isso, dispõe o artigo 301
quecompete ao contestante, antes de discutir o mérito alegar, se for o caso, as
seguintes preliminares:
Inexistência ou nulidade da citação: Trata-se e exceção ou defesa dilatória,
pois o comparecimento do réu supre a citação (artigo 214, §1º); mas o seu
acolhimento pode levar a reabertura do prazo de resposta, na hipótese do
artigo 214, §2º.
Incompetência absoluta: Juiz absolutamente incompetente é aquele que falta
competência para a causa em razão da matéria ou da hierarquia. O seu
acolhimento não leva à extinção do processo, mas sim à remessa dele ao juízo
competente. A incompetência relativa não deve ser arguida em preliminar da
contestação, uma vez que o Código exige que seja objeto de incidente
especifico, nos termos dos artigos 307 a 311. Nesse caso, a modalidade de
defesa é a dilatória, pois vai apenas causar uma extensão no processo.
Inépcia da petição inicial: É defesa processual peremptória, já que dá lugar à
extinção do processo sem julgamento de mérito.
Perempção: é, também, defesa peremptória. Ocorre perempção quando o
autor dá ensejo a três extinções do processo, sobre a mesma lide, por
abandono da causa (artigo 268, § único).
Litispendência: Ocorre litispendência quando há duas causas, tendo em
comum as partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. A exceção de
litispendência, que visa a impedir a duplicidade de causas sobre um só litígio,
quando acolhida, é defesa peremptória.
Coisa julgada: Com o advento da coisa julgada, o dispositivo da sentença
torna-se imutável e indiscutível. Daí a possibilidade de renovar-se a propositura
da ação sobre o mesmo tema. Para o acolhimento da preliminar de coisa
julgada, e necessário que ocorra os mesmo requisitos que a litispendência.
Porém, a diferença é que, na litispendência, o processo ainda esta em tramite
enquanto que, na coisa julgada, já houve decisão judicial transitada em julgado.
Trata-se, portanto, de defesa peremptória.
Conexão: Ocorre a conexão entre varias ações quando ocorre a comunhão
entre o objeto ou da causa de pedir. A defesa que invoca a conexão é apenas
dilatória, já que não visa a extinção do processo, mas apenas a reunião das
causas conexas (artigo 103). Os autos, no caso de acolhimento da preliminar,
são simplesmente remetidos ao juiz que teve preventa sua competência.
Incapacidade da parte, defeito de representação, ou falta de autorização: Essa
defesa formal é simplesmente dilatória porque, ao acolhe-la, o juiz não
extingue, desde logo, o processo, mas sim enseja oportunidade da parte sanar
o vicio encontrado. Só depois de, eventualmente, não ser cumprida a
diligencia, é que então, haverá a extinção do processo. Assim, a defesa
processual assumirá a figura de exceção peremptória.
Convenção de arbitragem: A defesa processual que opõe à ação a
preexistência de convenção arbitral é peremptória, uma vez que, se as partes
ajustaram o compromisso para julgamento por árbitros, ilegítimo será propor
ação judicial sobre a mesma lide.
Carência de ação: Ocorre carência de ação quando não ocorrem as condições
necessárias para que o juiz possa examinar o mérito da causa, que são a
legitimidade da ação, o interesse das partes e a possibilidade jurídica do
pedido.
Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar: a
preliminar na espécie configura defesa preliminar dilatória, uma vez que juiz vai
apenas requisitar à parte que corrija a falha. Se ao houver o suprimento no
prazo marcado, o juiz extinguirá o processo. Assim a preliminar assumirá a
forma de defesa peremptória.
4.2 – Prejudiciais: São questões que, se acolhidas, resolvem o processo com
julgamento do mérito, mas sem adentrar ao mérito.As hipóteses de prejudiciais
que serão alegadas na contestação são a decadência e a prescrição.
4.3 – Mérito: A contestação do mérito é regida por dois princípios e um dever.
4.3.1 - Princípios: principio da concentração e da eventualidade.
a) Principio da concentração: prega que, em regra, todas as provas devem ser
oferecidas em um único momento, por exemplo, na audiência de instrução e
julgamento. A concentração exige que os atos processuais sejam exauridos em
seus respectivos momentos, quando oportunizados. Assim é que na
contestação o réu deve abordar toda a matéria de defesa que pretenda se valer
até o final da discussão judicial; na apresentação de quesitos, por exemplo, o
interessado deve esgotar os questionamentos que deseja ver respondidos
pelos peritos, concentrando toda a sua atuação na oportunidade processual
que lhe é oferecida, sob pena de preclusão.
· Exceções: existem três exceções a este principio, para que o réu possa
deduzir novas alegações no curso do processo, depois da contestação. Isso só
é possível quando as novas alegações:
I. Sejam relativos a direito superveniente;
II. Quando a matéria arguida for daquelas que o juiz pode conhecer de oficio;
III. Quando, por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em
qualquer tempo ai juiz.
b) Princípio da eventualidade:
4.3.2 – Dever da impugnação específica: cabe ao réu o ônus de impugnar
especificamente todos os atos arrolados pelo autor. Dispõe o artigo 301 que
“cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na
petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados.”. Diante do
critério adotado pela legislação processual civil, os fatos não impugnados
presumem-se verdadeiros, o que dispensa a prova a seu respeito. Quando
forem decisivos para a solução do litígio, o juiz deverá, em face da não
impugnação específica, julgar antecipadamente o mérito.
· Exceções: ressalvou, entretanto, o artigo 301 tres casos em que não ocorre a
presunção legal de veracidade dos fatos não impugnados pelo contestante, são
os seguintes:
I. Quando não for admissível, a seu respeito, a confissão. É o caso dos direito
indisponíveis, como os relacionado com a personalidade e o estado das
pessoas naturais.
II. Quando a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público
que a lei considerar da substância do ato. A norma harmoniza-se com o artigo
366 que dispõe que “Quando a lei exigir, como da substância do ato, o
instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode
suprir-lhe a falta”.
III. Quando os fatos não impugnados estiverem em contradição com a defesa,
considerada em seu conjunto. Isso pode acontecer quando a autor arrola uma
serie de fatos e o réu impugna diretamente apenas alguns, mas a impugnação
destes decorre implicitamente com a rejeição dos demais.
· Exceções com relação à pessoa: existem três casos em que a contestação
não precisa impugnar especificadamente com relação à pessoa, pois o
relacionamento entre o representante e o representado não terá uma
intimidade tão grande. São os casos do defensor dativo, do Ministério Público e
do defensor público.
Reconvenção
1 – Conceito: Reconvenção é a ação do réu contra o autor, proposta no mesmo
feito em que está sendo demandado. Ao contrário da contestação, que é uma
simples resistência à pretensão do autor, a reconvenção é um contra ataque,
uma verdadeira ação ajuizada pelo réu contra o autor nos mesmo atos.
2 – Nomenclatura: Reconvinte (normalmente o réu) e reconvindo (normalmente
o autor).
· O reconvindo pode reconvir? Sim, no momento que vire réu, ele deve
apresentar resposta, entre elas, uma nova reconvenção. Por isso é errado falar
que o reconvinte sempre será o réu e o reconvindo sempre será o autor.
3 – Cabimento: Dada a sua natureza especial, a reconvenção possui alguns
requisitos específicos para seu cabimento. Com efeito, o artigo 315, caput,
dispõe que “O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a
reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da
defesa”. Seu parágrafo único, por outro lado, restringe a admissibilidade desse
cúmulo processual, dispondo que “não pode o réu, em seu próprio nome,
reconvir ao autor, quando este demandar em nome de outrem”.
4 – Competência: por força do artigo 109, o juiz da causa principal é também
competente para a reconvenção. Essa prorrogação, que decorre da conexão
das causas, não alcança as hipóteses de incompetência absoluta, mas apenas
a relativa, segundo dispõe o artigo 102. Portanto, só pode haver reconvenção
quando não ocorrer a incompetência do juiz da causa principal para a ação
reconvencional.
5 – Diferenças entre reconvenção e pedido contraposto: antes de tudo, é
preciso sabre o que é um pedido contraposto. A melhor definição seria um
pedido formulado pelo réu, nos juizado especiais cíveis, em desfavor do autor,
na mesma peça contestatória, em que a fundamentação se baseia nos
mesmos fatos que constituem a controvérsia. Embora sejam muito parecidos,
existem algumas diferenças entre pedido contraposto e reconvenção. O quadro
seguinte mostra as principais diferenças:
Reconvenção
Pedido Contraposto
Tipo de procedimento
Procedimento ordinário
Procedimento sumário (Lei 9099/95)
Tipo de peça processual
Autônoma, separada da contestação
Mesma peça que a contestação
Dependência processual
Independente do processo
Dependente do processo
6 – Procedimento: a reconvenção precisa ser apresentada em peça autônoma,
separada da contestação. O momento de apresentação da reconvenção é o
mesmo momento de apresentar a contestação, ou seja, deve ser entregue
junto com a mesma. A não entrega imediata da reconvenção junto com a
contestação acarreta a preclusão do direito de reconvir.
7 – Sentença: a sentença que resolverá a reconvenção será a mesma que vai
decidir a causa principal.
Exceções
1 – Conceito: exceções são tudo aquilo que abrange toda e qualquer defesa
que tenda a excluir da apreciação judicial o pedido do autor, seja no aspecto
formal, seja no material.
2 – Formas: as exceções possuem três formas:
· Suspeição: Em regra, as hipóteses de suspeição referem-se a uma relação
externa ao processo. É algo que afeta a imparcialidade do juiz e que encontra-
se fora do processo. Todas as suas hipóteses são taxativas. Importante
destacar que nessa modalidade de exceção, não haverá nunca a certeza do
prejuízo à imparcialidade do magistrado, mas sempre uma suspeita de que o
mesmo poderá agir mediante influência desses elementos subjetivos.
· Impedimento: A exceção por impedimento ocorre quando a pessoa física que
ocupa o cargo de magistrado, em virtude de fatos concretos diretamente
relacionados com a demanda, se torna incompatível para julgar um
determinado processo.Nesse caso, o critério é objetivo, pois é de fácil
comprovação. Exemplo: juiz que julgar um processo em que uma das partes é
a sua esposa.
· Exceção de incompetência: quando se questiona se o foro que está
apreciando a causa é o correto.
Observação: nas exceções de impedimento e suspeição, o que importa é a
pessoa física do juiz.
3 – Nomenclaturas: os nomes são os mesmos para todas as exceções, o que
diferencia é a pessoa. A pessoa que propõe a exceção é chamada de
excipiente e a pessoa que sofre a exceção é chamada de excepto.
a) Na exceção de impedimento e suspeição: nos casos de exceção de
impedimento e de suspeição, as mesmas recaem sobre a pessoa do juiz.
Portanto, vemos que o autor ou o réu serão os excipientes e o magistrado será
o excepto.
b) Na exceção de incompetência: a exceção de incompetência não recai sobre
uma pessoa e sim do foro onde a demanda está sendo julgada. Portanto,
vemos que a parte que vai propor a exceção será a do réu, pois este será o
verdadeiro prejudicado caso não oferece a exceção. No momento de
propositura da ação, o autor tem a faculdade de escolher o foro para onde
mandar a ação, assim sendo, este sofrerá a exceção.
4 – Prazos: o prazo para propor exceção é de 15 dias, contado a partir da data
que o excipiente tomar conhecimento do fato impeditivo.
5 – Procedimentos nas exceções de suspeição e impedimento:
1) A exceção é provocada por petição escrita, distinta da inicial ou da
contestação, petição essa que, uma vez despachada pelo juiz, será autuada à
parte, formando um apenso dos autos principais.
2) Recebida a exceção, o processo será suspenso imediatamente e assim
ficará até o julgamento.
3) Vista ao excepto (nesse caso, o juiz) no prazo de 10 dias para que este
apresente resposta.
· Caso o juiz reconheça a exceção antes de ser enviada ao tribunal, este
remeterá os autos ao juiz substituto.
· Se o juiz não reconhecer caberá instrução, a ser feita por autoridade
imediatamente superior.
4) Remete-se os autos ao tribunal, para que este decida. Se não houver
fundamento legal, a exceção será arquivada. Se o tribunal julgar procedente a
suspeição ou o impedimento, este condenará o juiz nas custas e remeterá os
autos ao juiz substituto.
· Efeitos da decisão: se declarada a suspeição, ocorrerá a anulação dos atos
decisórios. Se for declarado improcedente, os atos continuarão com o juiz e as
decisões continuam válidas.
6 – Exceção de incompetência: exceção que recai sobre o juízo (o lugar de
propositura da ação) e não sobre o juiz. A incompetência absoluta não é
arguida sob a forma de exceção, mas de simples preliminar da contestação.
· É um incidente processual, pois é algo que foge do tramite normal do
processo.
· Assim como na exceção de suspeição/impedimento, na exceção de
incompetência o processo também será suspenso até a decisão final.
· O prazo também será de 15 dias, contados a partir da ciência do fato.
6.1 – Procedimento:
1) Exceção provocada por petição escrita, que também será autuada em
apenso aos autos principais.
· Se houver indeferimento liminar, o processo seguirá seu curso normalmente.
Cabe agravo de instrumento.
2) Suspensão imediata do processo.
3) Intimação do excepto para apresentar resposta em 10 dias.
4) Se houver prova testemunhal a ser produzida, haverá uma audiência de
instrução. Caso contrário, será julgada da forma que estiver.
5) Decisão do juiz da causa.
· Se for acolhida a exceção, os autos deverão ser enviados para o juízo
competente, com a condenação do excepto nas custas.
· Se a exceção for rejeitada, o processo retorna ao seu trâmite normal. Nesse
caso, as custas ficarão a cargo do excipiente.
· Observação: em ambas caberá agravo de instrumento.
Revelia
1 – Conceito: ocorre a revelia sempre quando o réu, legalmente citado, deixa
de oferecer resposta à ação, no prazo legal. O réu não tem o dever de
contestar o pedido, mas tem o ônus de fazê-lo. Se não responde, passa a ser
tratado como um ausente do processo.
· A partir dessa atitude, todos os atos passam a ser praticados sem intimação
ou ciência do réu. Assim contra o revel correrão todos os prazos
independentemente de intimação, inclusive recursos.
· O fato de não ter contestado o pedido não impede o réu de comparecer
posteriormente a juízo e de se fazer apresentar por advogado nos autos. Mas,
caso isso ocorra, o revel receberá o feito no estado em que se encontrar (artigo
322, § único).
2 – Efeitos da revelia: artigo 319, CPC, dispõe que “se o réu não contestar a
ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor”. Para alertar o
demandado a respeito da revelia, o mandado de citação deve conter a
advertência de que“não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos pelo
réu como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor” (artigo 285). A falta
dessa nota impede a verificação de presunção de inocência.
· Diante da revelia, torna-se desnecessária a prova dos fatos em que se
baseou a ação, de modo que permite o julgamento antecipado da lide.
· Mesmo com a revelia, o juiz pode julgar improcedentes os pedidos do autor.
3 – Afastamento da revelia: Existem hipóteses nas quais o Código afastou o os
efeitos da revelia. Dispõe a propósito o artigo 320 que a revelia não induz o
efeito de presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, quando:
I. Havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II. O litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III. A petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei
considere indispensável à prova do ato.
4 – Alteração de pedido: de acordo com o artigo 321, mesmo que ocorra
revelia, o autor não poderá alterar seu pedido, ou a causa de pedir, nem
demandar declaração incidente, sem a ciência do demandado. Caso o faça, o
réu será novamente citado e terá novo prazo de 15 dias para responder.
Fase de saneamento
1 – Providências preliminares: sob o nome de providências preliminares, o
Código instituiu certas medidas que o juiz, eventualmente, deve tomar logo
após a resposta do réu e que se destina a encerrar a fase postulatória e a
preparar a fase saneadora. É o momento do juiz resolver questões
processuais, retirar os entraves processuais para poder chegar à sentença de
mérito. As providencias preliminares servem para manter o processo sob o
domínio completo do principio do contraditório. Assim, findo o prazo de
resposta, os autos são conclusos ao juiz que, conforme o caso poderá, no
prazo de 10 dias, determinar uma das seguintes medidas:
1) Determinar a especificação de prova a produzir (artigo 324);
2) Admitir pedido de declaração incidental de questão prejudicial (artigo 325);
3) Determinar a oitiva do autor em 10 dias, sobre fato impeditivo, modificativo
ou extintivo de seu direito, invocado pelo réu na contestação (artigo 326);
4) Determinar a oitiva do autor, no prazo de 10 dias, sobre as preliminares do
artigo 301, quando arguidas pelo réu; ou mandar suprir, em prazo nunca
superior a 30 dias as irregularidade ou nulidades sanáveis que encontrar (artigo
327).
Fases processuais: Fase inicial – Saneamento – Instrutória (caso precisar
instruir provas) - Decisória
2 – A impugnação à contestação: a impugnação à contestação é realizada no
prazo de 10 dias. O autor poderá replicar a resposta do réu quando:
· O réu alegar algum fato impeditivo, modificativo ou extintivo ao direito do
autor;
· Quando o réu alegar alguma preliminar ou uma prejudicial;
· Quando o réu juntar documentos à sua defesa.
3 – Julgamento conforme o estado do processo: O artigo 328 dispõe que
“Cumpridas às providências preliminares, ou não havendo necessidade delas,
o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo”, observando o
disposto nos artigo 329 a 331.
· Não haverá necessidade de providências preliminares quando: não houver
resposta do réu e não incidir o artigo 320; quando o réu não produzir defesa
indireta; quando não existir irregularidade processual a sanar e quando não se
produzir documento com a contestação.
3.1 – Cabimento: haverá julgamento conforme o estado do processo nas
seguintes hipóteses:
1) Quando o juiz puder aplicar o artigo 267 ou 269, II a V. é a chamada
extinção do processo.
· Artigo 267: são as hipóteses do julgamento sem a resolução de mérito.
Petição inicial inepta, ausência de pressuposto processual ou condição de
ação, prescrição, litispendência, coisa julgada, desistência, etc.
· Artigo 269: hipóteses de julgamento com resolução de mérito, exceto a
primeira (quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor). Ou seja,
reconhecimento da procedência do pedido pelo réu, transação, decadência ou
prescrição, renuncia pelo autor do direito e, que se funda a ação.
· Nesses casos, o juiz preferirá uma sentença declarando o processo extinto.
2) Julgamento antecipado da lide: o juiz, analisando o pedido, poderá julgar
antecipadamente, sem passar pela audiência de instrução e julgamento,
quando:
· A questão de mérito for unicamente de direito. Nesse caso, não há prova a
produzir, por irrelevância ou mesmo pela falta de objeto, certo que a prova se
refere a fatos e não direitos.
· Mesmo sendo de direito e de fato, a questão de mérito, não houver
necessidade de produzir prova em julgamento.Por não haver necessidade de
outras provas, alem daquelas que já se encontra nos autos.
· Se houver a revelia. E se não for necessário que o juiz mande o autor
produzir novas provas para chegar ao julgamento da lide.
· Observação: note-se que o julgamento antecipado da lide só pode ocorrer
quando não houver necessidade de se produzir mais provas.
Não sendo o caso de julgamento conforme o estado do processo, o juiz poderá
marcar audiência preliminar (a popularmente chamada audiência de
conciliação) e instruir o processo (direito indisponível).
4 – Audiência preliminar: caso não seja um dos casos de julgamento conforme
o estado do processo (sem o julgamento antecipado da lide ou sem a extinção
do processo), o juiz, em um prazo de 30 dias, designará uma audiência
preliminar. Nessa audiência deverão estar presentes os litigantes, que se
poderão fazer representar por procurador ou preposto, desde que tenha carta
com poderes para transigir (artigo 331, caput). O próprio advogado pode
representar a parte na audiência, desde que investido de poder para transigir.
A audiência preliminar só será designada quando se tratar de direitos
disponíveis.
4.1 – Exceções ao cabimento: não caberá audiência preliminar, e sim a
prolação da sentença, quando:
a) Quando couber o julgamento conforme o estado do processo.
b) Quando a causa versar sobre direitos que não admitem transação.
Exemplos: casos das ações de estado, ações sobre bens públicos, etc.
4.2 – Quando a conciliação resultar em acordo: promovida a audiência, se as
partes chegarem ao acordo, este será reduzido a termo e será homologado
pelo juiz (artigo 331, §1º).
Cabe lembrar que a não ocorrência de acordo na audiência preliminar não
significa que o juiz, obrigatoriamente, tem que designar uma audiência de
instrução e julgamento. Pode ocorrer que após a tentativa de acordo, o juiz se
convença de que apenas os documentos acrescentados até o momento sejam
suficientes para o julgamento. Se isso ocorrer, o juiz declarará que o processo
não depende de audiência para encerrar-se, uma vez realizadas todas as
diligencias necessárias, proferirá a sentença de mérito.
4.3 – Não havendo acordo: não havendo a conciliação, o juiz, mesmo assim,
deverá extrair do contato com as partes dados importantes para simplificar o
prosseguimento do feito e completar seu saneamento antes de passar para a
coleta dos elementos de prova. Devem ser tomadas as seguintes providências
que poderão constar na ata de audiência ou de decisão posterior:
· Fixação dos pontos controvertidos entre as partes;
· Julgamento das questões processuais pendentes;
· Determinação das provas a produzir; e
· Designação de audiência de instrução e julgamento, caso seja necessária
(artigo 331, §2º).
Uma vez que não houve acordo e fixados os pontos controvertidos, o juiz
poderá começar a fase de instrução do processo. Durante essa fase, serão
apresentadas as provas que as partes precisam adicionar ao processo para
conseguir convencer o juiz sobre os seus direitos.
Fase probatória
Teoria da prova
1 – Conceito de prova: prova é todo meio destinado a convencer o juiz, seu
destinatário, a respeito da verdade de um fato levado a julgamento.
2 – Características da prova: a prova há de ter um objeto, uma finalidade e
deverá ser obtida mediante meios e métodos determinados.
· Objeto: os fatos deduzidos pelas partes em juízo.
· Finalidade: é a formação da convicção em torno dos fatos descritos.
· Destinatário: é o juiz, pois é ele que deverá se convencer sobre a realidade
dos fatos.
3 – Provas, meio de prova e indicio: embora muitas vezes os três termos
possam se confundir, eles não são a mesma coisa.
· Prova: é todo elemento pelo qual se procura mostrar a existência e a
veracidade de um fato.
· Meio de prova: instrumentos ou atividades pelos quais os elementos de prova
são introduzidos no processo. Para um meio de prova se transformar em prova
propriamente dita, ela deve passar pelo crivo do contraditório.
· Indicio: são elementos que permitem deferimento de liminar e que podem
conduzir a uma prova.
4 – Ônus da prova: o ônus da prova cabe às duas partes. De acordo com o
artigo 333, cabe ás partes provar:
· Autor: os fatos constitutivos do seu direito.
· Réu: os fatos impeditivos, modificativos e extintivos do direito do autor.
4.1 – Convenção sobre o ônus da prova: como as partes tem disponibilidade de
certos direitos e do próprio processo, é perfeitamente licito que, em clausula
contratual, se estipulem critérios próprios a respeito do ônus da prova, para a
eventualidade de litígios a respeito do cumprimento do contrato. Ou seja, nos
contratos, pode-se estabelecer quem deve provar o que. De acordo com o
artigo 333, porém, a convenção sobre o ônus da prova será nula quando:
I. Recair sobre direitos indisponíveis;
II. Tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
5 – Fatos que não dependem de prova: existem certos fatos que, embora
arrolados pelas partes e relevantes para o processo, não reclamam prova para
serem tidos como demonstrados. Dispõe o artigo 334 que “não dependem de
prova os fatos”:
I. Notórios. São notórios os acontecimentos ou situações de conhecimento
geral inconteste, como datas históricas, fatos heroicos, situações geográficas,
etc.
II. Afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária. Por motivos
óbvios. Se a própria parte afirmou ser verdade o fato, não há necessidade de
prova-lo.
III. Admitidos como incontroversos. Também por motivos óbvios. Se o fato
não gera controvérsia, não há necessidade de provar.
IV. Em cujo favor milita presunção legal de existência ou veracidade. Porque
são conclusões decorrentes da própria lei, ou, ainda, o conhecimento que
decorre da ordem normal das coisas.
Recursos
Na linha da definição de Barbosa Moreira “é o remédio voluntário idôneo a
ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, invalidação, o esclarecimento
ou a integração a decisão judicial que se impugna”
Os recursos decorrem dos princípios da ampla defesa, contraditório e duplo
grau de jurisdição.
Pelo proncípio da taxatividade, somente a lei pode prever quais são os
precursos, quais estão elencador no CPC, art. 496:
* Apelação (CPC, art. 496);
* Agravo (CPC, art. 522);
* Embargos infrigentes (CPC, art. 530);
* Embargos de declaração (CPC, art. 535);
* Recurso ordinário constitucinao (ROC – CPC, art. 539, e CF, art. 102, II e
105, II);
* Recurso Especial (RESP – CPC, art. 541, e CF, art. 105, III);
* Recusto extraordinário (RE – CPC, art. 541 , e CF, art. 105, III);
* Embargos de divergência (CPC, art. 546).
Além dos recursos enumerados acima existem em nosso ordenamento a
modalidade recurso adesivo para alguns dos acima arrolados (CPC, art. 500):
- Apelação adesiva;
- Embargos infrigentes adesivos;
- RE adesivo;
- RESP adesivo.
Art. 496. São cabíveis os seguintes recursos:
I - apelação;
II - agravo;
III - embargos infringentes;
IV - embargos de declaração;
V - recurso ordinário;
Vl - recurso especial;
Vll - recurso extraordinário;
VIII - embargos de divergência em recurso especial e em recurso extraordinário.
Art. 500. Cada parte interporá o recurso, independentemente, no prazo e
observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao
recurso interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte. O recurso
adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas disposições
seguintes: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
I - será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso
principal, no prazo de que a parte dispõe para responder; (Redação dada pela
Lei nº 8.950, de 13.12.1994)
II - será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no recurso
extraordinário e no recurso especial; (Redação dada pela Lei nº 8.038, de
25.5.1990)
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou se for
ele declarado inadmissível ou deserto. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de
1º.10.1973)
Parágrafo único. Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso
independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento
no tribunal superior. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Finalidade dos recursos
a) Invalidação ou anulação da decisão: Visa a invalidação ou a anulação da
atuação jurisdicional haja vista erro no procedimento (Exemplo: Não houve
manifestação do MP quando uma das partes for menor). (Erro im procedendo)
b) Reforma da decião: Caso a decisão impugnada não tenha aplicado a correta
solução para lide, deverá ser reformada, isto é, o Tribunal já proferirá uma
decisão que substituirá a anterior. Em se tratando ao conteúdo, mérito,
havendo erro no julgamento (Erro in judiciando)
c) Integração da decisão: caso a decisão impugnada seja obscura, contraditória
ou omissa, cabem esclarecimentos ou complementos – ou seja, a integração
da decisão.
Cabimento dos recuros (CPC, art .162)
Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e
despachos.
Em sede de 1° Grau
a) Sentença: (§1°): decisão que resolve o mérito (CPC, art. 269) ou põe fim ao
processo, sem análise do mérito (CPC, art .267)
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
Art. 269. Haverá resolução de mérito:
Art. 513. Da sentença caberá apelação (arts. 267 e 269).
b) Decisão interlocutória: (§2°): decisão que soluciona questão incidente, mas
não põe fim ao processo;.
Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias,
na forma retida, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte
lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da
apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando
será admitida a sua interposição por instrumento. (Redação dada pela Lei nº
11.187, de 2005)
Parágrafo único. O agravo retido independe de preparo
c) Despacho: (§3°): decisão que simplesmente dá andandmento ao processo,
sem ser dotada de efetivo caráter decisório por não resolver qualquer pornto
contovertido.
Art. 504. Dos despachos não cabe recurso.
No âmbito do tribunais (TJ ou TRF) ou Ministro (STJ ou STF):
d) Acórdão: decisão colegiada, proferida por três ou mais julgadores
Art. 163. Recebe a denominação de acórdão o julgamento proferido pelos
tribunais.
e) Decisão monocrática: decisão proferida por apenas um julgador, possível em
hipóteses específicas
Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível,
improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência
dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal
Superior.
Recurso Adesivo
Recurso Adesivo\Subordinado
Conceito: Trata-se de forma de forma de interposição de recurso que visa
condicionar o recurso secundário ao principal.
Recurso adesivo não é recurso, mas sim a forma de interposição de recurso.
Previsão: Art. 500 - Cada parte interporá o recurso, independentemente, no
prazo e observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu,
ao recurso interposto por qualquer deles poderáaderir a outra parte. O recurso
adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas disposições
seguintes:
Art. 500. Cada parte interporá o recurso, independentemente, no prazo e
observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao
recurso interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte. O recurso
adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas disposições
seguintes:
I - será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso
principal, no prazo de que a parte dispõe para responder;
II - será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no recurso
extraordinário e no recurso especial;
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou se for
ele declarado inadmissível ou deserto.
Parágrafo único. Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso
independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento
no tribunal superior.
Cabimento:
Art. 500, II - será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no
recurso extraordinário e no recurso especial;
Subordinação:
Art. 500, III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou
se for ele declarado inadmissível ou deserto.
Pressupostos:
Art. 500, Parágrafo único - Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras
do recurso independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e
julgamento no tribunal superior.
Prazo:
Art. 500, I - será interposto perante a autoridade competente para admitir o
recurso principal, no prazo de que a parte dispõe para responder;
Pertinência temática: Só é possível recorrer adesivamente o tema do recurso
principal.
Obs: Para bem enternde o recurso adesivo, é necessária a compreensão do
princípio da vedação da reformatio in pejus, ou seja, vedação da reforma para
pior em desafavor do recorrente, no âmbito de apenas um recurso por ele
interposnto.
Exemplo: “A” ingressa em juízo pleteando indenização por danos materiasi de
R$10 mil. O juiz concede R$5 mil a título de danos. Podem autor e réu apelar
de forma autônoma (porque ambos sucumbiram, ainda que parcialmente). Mas,
se somente “A” apelar pleiteando a majoração da indenização, o tribunal
somente poderá manter em 5 mil ou aumentar a condenação – nunca diminuir
(refomatio in pejus). Contudo, se no prazo de resposta da apelação “B”
apresentear apelação adesiva (em peça apartada á das contrarrazões), podrá
o tribunal também diminuir a indenização.
Admissibilidade recursal
Segundo entendimento de Boarbora Moreira, o requisitos de admissibilidade se
dividem em:
Requisitos intrínsecos (ou pressupostos intrínsecos) qual se referem á própria
decisão impugnada. Ou, seja, são verificados considerando-se conteúdo e
forma de uma decisão judicial. Cabimento, legitimidade recursal e interesse
recursal.
Por outro lado, os requisitos extrínsecos (ou pressupostos extrínsecos) se
referem a fatores externos á decisão judicial impugnada como tempestividade,
preparo, regularidade formal,e inexistência de fato impeditivo ao direito de
recorrer.
I) Cabiemnto: O recurso interposto deverá ser aquele previsto na lei para a
impugnação de tipo de decisão atacada.
II) Legitimidade para recorrer: O recurso somente poderá ser interposto por
quem tem legitimidade recursal, ou seja, partes, Ministério Público (MP) e
terceiro prejudicado.
Art. 499. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro
prejudicado e pelo Ministério Público.
§ 1º Cumpre ao terceiro demonstrar o nexo de interdependência entre o seu
interesse de intervir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial.
§ 2º O Ministério Público tem legitimidade para recorrer assim no processo em
que é parte, como naqueles em que oficiou como fiscal da lei.
III) Tempestividade: interposição do recurso no prazo fixado em lei. Será
considerado intempestivo o recurso interposto dora do prazo previsto na
legislação processual.
Obs: Prazos processuais diferenciados:
- para o MP, Fazendo Pública
Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para
recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.
- para a Defensoria Pública (Lei. 1.060/50, art. 5°, §5°)
- para os litisconsortes com advogados distintos
Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão
contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral,
para falar nos autos.
IV) Preparo: a interposição de alguns recursos depende do pagamento de
custas e porte de remessa e retorno (custo do correio), sob pena de deserção.
V) Inexistência de fato impeditivo ao direito de recorrer: este requisito,
diferentemente dos demais, é negativo – assim, se houver algum fato
impeditivo, o recurso não será reconhecido.
Fatos impeditivos:
a) Desistência: uma vez interposto, pode a parte, a qualquer momento e sem
a concordância da parta contrária, desistir do recurso (CPC, art. 501). Havendo
a desistência do recurso, prevalecerá a decisão recorrida.
Art. 501. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido
ou dos litisconsortes, desistir do recurso.
b) Renúncia: antes da interposição do recurso, podem as partes (ou uma das
partes) renunciar ao direito de recorrer, também sem a necessidade de
concordância da parte contrária (CPC, art 502).
Art. 502. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra
parte.
c) Aquiescência (Concordância): a concordância decorre de um ato
incompatível com a vontade de recorrer (CPC, art. 503)
Art. 503. A parte, que aceitar expressa ou tacitamente a sentença ou a decisão,
não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem reserva alguma,
de um ato incompatível com a vontade de recorrer.
VI) Regularidade formal: este é um requisito de admissibilidade que não se
insere em nenhum dos outros antes expostos e que se refere a aspectos
formais envolvendo os recursos. Existem, requisitos gerais, iguais para todos
os recursos, bem como requisitos específicos, variando conforme os recurso.
Ex: Petição escrita, em português, assinada pelo advogado, além da existência
de impugnação que tenha relação com a decisão recorrida.
Efeitos da interposição
a) Efeito suspensivo:
b) Efeito decolutivo:
c) Efeito translativo:
d) Efeito expansivo:
Recursos em Espécie
a) Apelação
b) Agravos de Instrumento
c) Agravo (1ª grau)
- Agravo de instrumento
- Agravo retido
d) Embargos de declaração
e) Embargos infirgentes
f) Recurso ordinário
g) Agravo (2º grau)
- Agravo interno
- Agravo de decisão denegatória ou agravo nos própios autos
h) Recurso Especial
i) Recurso extraordinário
j) Embargos de divergência