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MDULO DE:

CUSTOS

AUTORIA:

PROF. Msc. HRCULES VANDER DE LIMA FREIRE

Copyright 2008, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil

Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil

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Mdulo de: Custos Autoria: Hrcules Vander De Lima Freire

Primeira edio: 2009

CITAO DE MARCAS NOTRIAS Vrias marcas registradas so citadas no contedo deste mdulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes e informar quem possui seus direitos de explorao ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando tais nomes apenas para fins editoriais acadmicos. Declara ainda, que sua utilizao tem como objetivo, exclusivamente na aplicao didtica, beneficiando e divulgando a marca do detentor, sem a inteno de infringir as regras bsicas de autenticidade de sua utilizao e direitos autorais. E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrnicos, os quais foram analisados em pesquisas de laboratrio e de literaturas j editadas, que se encontram expostas ao comrcio livre editorial.

Todos os direitos desta edio reservados ESAB ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA http://www.esab.edu.br Av. Santa Leopoldina, n 840/07 Bairro Itaparica Vila Velha, ES CEP: 29102-040 Copyright 2008, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil

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A

presentao

O desenvolvimento e consequentemente crescimento, provocam mudanas no ambiente industrial, antes estvel, passa a ser mais turbulento. Devido ao surgimento de novas unidades produtivas, associadas aos avanos tecnolgicos, esta tecnologia exige novo aprendizado, e a necessidade de capacitao constante. Alm disso, importante destacar tambm que a Gesto de Custos um sistema de informaes contbeis para melhorar o controle gerencial e administrativo das empresas e para auxiliar na tomada de decises. Com a nova forma de usar a contabilidade de custos, vrias empresas acabaram aderindo ao sistema, inclusive as prestadoras de servios, onde seu uso era de fato irrelevante, tendo em vista a ausncia do estoque, mesmo assim essas empresas faziam uso eventualmente de custos para avaliao dos estoques de servios em andamento, ou seja, para avaliar os custos com projetos inacabados. Atualmente, uma das principais preocupaes das empresas a eficincia no controle de seus custos. Essas empresas vm buscando identificar como e onde os custos esto ocorrendo, ou seja, suas causas e seus efeitos, de modo a permitir a manuteno da competitividade empresarial. Os custos de uma empresa foram, ao longo do tempo, sendo to importantes, que para saber se um produto rentvel ou no, a contabilidade desenvolveu mtodos de custeio. Alguns deles so: Custeio Direto ou Varivel, Custeio Pleno ou por Absoro e Custeio Baseado em Atividades ou ABC (Activity Based Costing). Que sero estudados neste mdulo. Portanto, este mdulo evidencia os conceitos e ferramentas necessrios para que o usurio entenda os processos produtivos, independentemente do parque industrial, comercial ou de servios, que venha a trabalhar.Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 3

O

bjetivo

O objetivo de Custos o de gerar informaes teis para a tomada de deciso, por meio da contabilidade e suas ferramentas, proporcionando assim que a administrao receba informaes atualizadas e exatas para subsidiar tais decises.

E

menta

Conceito e diviso da Contabilidade de Custos. Terminologia empregada na Contabilidade de Custos. Estudo dos diferentes Sistemas e Mtodos de Custeio. Aplicao por meio exemplificativo dos Mtodos de Custos. Anlise de CustoxVolumexLucro. Clculo do Ponto de Equilbrio nas suas diversas acepes. Apurao de Custos e Formao de Preo de Venda.

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S

obre o Autor

Hrcules Vander de Lima Freire, brasileiro, casado, professor, contador e breve bacharel em direito, residente e domiciliado em Vila Velha Estado do Esprito Santo Brasil. Graduado em Cincias Contbeis pela UVV, concludo em 1996. Especialista em Gerncia Contbil (UVV) concludo em 1998. Mestre em Controladoria e Finanas (FUCAPE) concludo em 2004. Atualmente estou cursando a graduao em Direito (indo para o ltimo perodo) concluso em 12/2009. Ministro aulas para graduao num Centro Universitrio e em Cursos Preparatrios para Concursos e nos cursos de ps-graduao da ESAB, bem como ps-graduao de outras instituies de ensino (presenciais).

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UMRIO

UNIDADE 1 ........................................................................................................... 9 Consideraes Iniciais ....................................................................................... 9 UNIDADE 2 ......................................................................................................... 13 Principais Terminologias .................................................................................. 13 UNIDADE 3 ......................................................................................................... 18 UNIDADE 4 ......................................................................................................... 22 Continuao da unidade 3. .............................................................................. 22 Custo Padro: .................................................................................................. 22 UNIDADE 5 ......................................................................................................... 27 Princpio da Realizao da Receita ................................................................. 27 UNIDADE 6 ......................................................................................................... 32 A apurao de custo ........................................................................................ 32 UNIDADE 7 ......................................................................................................... 36 Continuao do exemplo da unidade 6. .......................................................... 36 Segunda forma de fazer o rateio ..................................................................... 36 UNIDADE 8 ......................................................................................................... 40 Sistema de Custeio .......................................................................................... 40 UNIDADE 9 ......................................................................................................... 42 Mtodo de Custeio ........................................................................................... 42 UNIDADE 10 ....................................................................................................... 46 Mtodo de Custeio Real por Absoro ............................................................ 46 UNIDADE 11 ....................................................................................................... 50 Continuao da unidade 10, ............................................................................ 50 Exemplo ........................................................................................................... 50 UNIDADE 12 ....................................................................................................... 54Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 6

Continuao da unidade 11. ............................................................................ 54 Rateio dos Custos Indiretos em relao aos Custos Diretos .......................... 54 UNIDADE 13 ....................................................................................................... 58 Mtodo de Custeio Varivel ou Direto ............................................................. 58 UNIDADE 14 ....................................................................................................... 63 Comparao do mtodo de custeio direto ou varivel com o custeio por absoro. .......................................................................................................... 63 UNIDADE 15 ....................................................................................................... 67 Continuao da Unidade 14. ........................................................................... 67 Continuao da comparao dos mtodos de custeio da unidade 14 ........... 67 UNIDADE 16 ....................................................................................................... 71 Continuao das Unidades 14 e 15. ................................................................ 71 Continuao da comparao ........................................................................... 71 UNIDADE 17 ....................................................................................................... 73 Mtodo do Custeio-Padro .............................................................................. 73 UNIDADE 18 ....................................................................................................... 77 Continuao da unidade 17. ............................................................................ 77 Utilizao do Mtodo de Custo-Padro. .......................................................... 77 UNIDADE 19 ....................................................................................................... 82 Mtodo do Custeio Baseado em Atividades Abc (Activity-Based-Costing) .... 82 UNIDADE 20 ....................................................................................................... 86 Continuao da Unidade 19. ........................................................................... 86 UNIDADE 21 ....................................................................................................... 90 Continuao da Unidade 19 e 20. ..................... Erro! Indicador no definido. Conceitos inerentes ao mtodo ABC ............................................................... 90 UNIDADE 22 ....................................................................................................... 95 Continuao da Unidade 19 a 21 .................................................................... 95 A estrutura de funcionamento do custeio ABC ................................................ 95 UNIDADE 23 ....................................................................................................... 98 Continuao da Unidade 19 a 22. .................... Erro! Indicador no definido.Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 7

Primeiro estgio: custeamento das atividades ................................................ 98 UNIDADE 24 ..................................................................................................... 104 Mtodo de Custeio RKW................................................................................ 104 UNIDADE 25 ..................................................................................................... 106 Departamentalizao ..................................................................................... 106 UNIDADE 26 ..................................................................................................... 111 Anlise do custo, volume e lucro ................................................................... 111 UNIDADE 27 ..................................................................................................... 114 Continuao da unidade 26.. ......................................................................... 114 Ponto de Equilbrio ......................................................................................... 114 UNIDADE 28 ..................................................................................................... 118 Da Formao do Preo de Venda ................................................................. 118 UNIDADE 29 ..................................................................................................... 123 Continuao da unidade 28. .......................................................................... 123 Mark-up .......................................................................................................... 123 UNIDADE 30 ..................................................................................................... 132 Frmulas aplicadas na Contabilidade de Custos .......................................... 132 GLOSSRIO ..................................................................................................... 138 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 139

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NIDADE

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Objetivo: Conhecer os aspectos histricos da Contabilidade de Custos, bem como identificar os conceitos da Contabilidade de Custos.

Consideraes Iniciais

Com a Revoluo Industrial no sculo XVIII, as unidades de produo passaram a exigir uma utilizao mais apurada dos recursos produtivos. Por isso, havia a necessidade de criar novas formas organizacionais para buscar maior produtividade com a mxima eficincia e criar formas de definir os custos dos produtos, que eram simplificados. Naquela poca, as empresas apresentavam processos de produo muito semelhantes aos processos artesanais. Os custos mais relevantes eram basicamente com matrias-primas e mo de obra. Com a necessidade de saber onde os recursos estavam sendo aplicados, nasce a contabilidade de custos juntamente com a revoluo industrial, com a finalidade de auxiliar o controle e ajudar nas tomadas de decises (MARTINS, 2006). Segundo Martins (2006, p. 21) devido ao crescimento das empresas, e com o consequente aumento da distncia entre administrador, ativos e pessoas administradas, passou a Contabilidade de Custos a ser encarada como uma eficiente forma de auxlio no desempenho dessa nova misso, a gerencial. Com esse crescimento ocorrem mudanas no ambiente industrial, que antes era estvel e passa a ser mais turbulento, devido ao surgimento de novas unidades produtivas associadas aos avanos tecnolgicos, onde a tecnologia exige novo aprendizado, com a necessidade de capacitao constante.

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Custos so medidas monetrias dos sacrifcios financeiros com os quais uma organizao, uma pessoa ou um governo, tm de arcar a fim de atingir seus objetivos, sendo considerados esses ditos objetivos, a utilizao de um produto ou servio qualquer, utilizados na obteno de outros bens ou servios.

Antecedentes histricos 1O nascimento da contabilidade de custos decorreu da necessidade de maiores e mais precisas informaes, que permitissem uma tomada de deciso correta aps o advento da Revoluo Industrial. Anteriormente Revoluo Industrial, a contabilidade de custos

praticamente no existia, j que as operaes resumiam-se basicamente em comercializao de mercadorias. Nessa poca, os estoques eram registrados e avaliados por seu custo real de aquisio. A contabilidade de custos nasceu da contabilidade financeira (ou geral), que dominava at a Revoluo industrial (sculo XVIII), quando houve a necessidade de avaliar os estoques das indstrias. De acordo com Bornia (2002), de mero apndice da Contabilidade Financeira a Contabilidade de Custos passou a desempenhar em importante papel como sistema de informaes gerenciais, ocupando um lugar de destaque nas empresas. Segundo Horngren, Foster e Datar (2000, p. 2) a contabilidade de custo mensura e relata informaes financeiras e no financeiras relacionadas aquisio e ao consumo de recursos pela organizao. Ela fornece informaes tanto para a contabilidade gerencial quanto para a contabilidade financeira. Segundo Priberam: Custo significa importncia por que se adquiriu uma coisa, dificuldade, esforo.

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BRUNI; FAM (2007, p. 22).Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 10

O custo tambm um gasto, s que reconhecido como custo, no momento da utilizao para criao de novos bens e servios. Seus princpios derivam da finalidade de apurao dos estoques e, portanto, nem sempre, conseguiam atender as outras duas finalidades: controle e deciso. Segundo Martins (2003, p.21), Nesse novo campo, a contabilidade de custos tem duas finalidades: o auxlio ao controle e a ajuda s tomadas de decises.

Da Contabilidade de Custos Segundo Devincenzi (2004 apud LAWRENCE, 1975, p. 1), a Contabilidade de Custos o processo ordenado de usar os princpios da contabilidade geral, para registrar os custos de operao de um negcio, de tal maneira que, com os dados da produo e das vendas, se torne possvel administrao utilizar as contas para estabelecer os custos de produo e de distribuio, tanto por unidade como pelo total, para um ou para todos os produtos do negcio, com a finalidade de obter operao eficiente, econmica e lucrativa. Para Iudcibus (1989), a contabilidade de custos pode ser conceituada como o mtodo para identificar, mensurar e comunicar a informao econmica, buscando permitir a tomada de decises e julgamentos adequados por parte dos usurios da informao. Segundo Martins (2003, p.22) Com o significativo aumento de competitividade que vem ocorrendo na maioria dos mercados, sejam industriais, comerciais ou de servios, os custos tornam-se altamente relevantes quando da tomada de decises em uma empresa. Isto ocorre pois, devido a alta competio existente, as empresas j no podem mais definir seus preos apenas de acordo com os custos incorridos, e sim, tambm, com base nos preos praticados no mercado em que atuam. O conhecimento de custos vital para saber se determinado produto rentvel ou no, e se possvel reduzir os custos.

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Com a nova forma de usar a contabilidade de custos vrias empresas acabaram aderindo ao sistema, inclusive as prestadoras de servios, onde seu uso era de fato irrelevante, tendo em vista a ausncia do estoque, mesmo assim essas empresas faziam uso eventualmente de custos para avaliao dos estoques de servios em andamento, ou seja, para avaliar os custos com projetos inacabados. A contabilidade de custos no neutra; ela no fica parada refletindo de forma imparcial o que est acontecendo na empresa. Ao invs disso, um sistema de contabilidade de custos molda a empresa.

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Objetivo: Conhecer e Identificar as terminologias da Contabilidade de Custos.

Principais Terminologias

Para entender a Contabilidade de Custo importante a familiarizao com os termos usuais da rea. Na sequncia sero apresentados alguns conceitos entendidos como fundamentais. a) Gastos: De modo geral, gastos so sacrifcios que a entidade arca para realizao de um bem e/ou servio. Para Martins (2003, p. 24), gasto a Compra de um produto ou servio qualquer, que gere sacrifcio financeiro para a entidade (desembolso), sacrifcio esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Para Padoveze (2004), gastos so todas as ocorrncias de pagamentos ou recebimentos de ativos, custos ou despesas. Significa receber os servios e produtos para consumo para todo o processo operacional, bem como, os pagamentos efetuados e recebimentos de ativos. Como se pode verificar, gastos so ocorrncias de grande abrangncia e generalizao. b) Investimentos: Martins (2003) conclui, que investimentos so gastos com bem ou servios que so ativados em funo da sua vida til ou de benefcios atribuveis a perodos futuros. Investimentos segundo Malmegrin apud Wernke (2004), so os gastos que iro beneficiar a empresa em perodos futuros, como, por exemplo, a aquisio de ativos como estoques e mquinas; o desgaste das mquinas e o consumo dos estoques sero considerados, posteriormente, como custos de produo.13

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c) Desembolso: Segundo Martins (2003, p.25), o pagamento resultante da aquisio do bem ou servio, podendo ocorrer antes, durante ou aps a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou no do momento do gasto. d) Custo: Gasto relativo a um bem ou servio utilizado na produo de outros bens e servios: so todos os gastos relativos atividade de produo, como: matrias primas; salrios empregados da linha de produo; e a depreciao das mquinas, dos mveis, utilizadas no processo produtivo. Segundo Martins (2003), o custo tambm um gasto, s que reconhecido como custo, no momento da utilizao dos fatores de produo (bens e servios), para a fabricao de um produto ou execuo de um servio. e) Custo Direto: Custos que podem ser diretamente apropriado aos produtos, bastando haver uma medida (MARTINS, 2003). f) Custo Indireto: Quando os custos no podem ser alocados de maneira objetiva a determinado objeto, ou esta alocao economicamente invivel (MARTINS, 2003). g) Custo Varivel: Est relacionado diretamente com o volume de produo ou matriaprima, por exemplo. Varia proporcionalmente com a produtividade. So todos os custos de natureza varivel, em relao aos volumes produzidos ou vendidos (comrcio), usualmente identificados diretamente, ou seja, sem rateios, no produto, mercadoria ou servio, portanto inexistentes quando no h volume (BERNARDI, 1998). h) Custo fixo: No varia de acordo com o volume de produo. aquele que no varia com o volume de uma atividade qualquer tomada como medida de referncia. So custos de natureza fixa que no tm relao com os volumes produzidos ou vendidos. So normalmente indiretos aos produtos, mercadorias ou servios, incorrendo mesmo a volume zero (BERNARDI, 1998).

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i) Margem de Contribuio: , pois, a diferena, para mais, entre o preo de venda e as despesas variveis referentes s unidades vendidas (COGAN, 1999). a contribuio dada a cada unidade vendida para a cobertura dos custos e despesas fixas da empresa. Empresas que tenham muitos produtos em linha de negcio tero maior dificuldade de apurar o ponto de equilbrio operacional. Assim, calcule a margem de contribuio mdia ponderada dos principais produtos, que representem em torno de 70% a 80% de suas receitas, pois o grau de aproximao ser bastante realista. (ASSEF, 1999). j) Ponto de Equilbrio: Refere-se ao volume de atividades de uma empresa no qual no existe lucro ou prejuzo, isto , em que os custos e despesas so iguais s receitas. Corresponde quantidade produzida/volume de operaes para a qual a receita iguala o custo total. , pois, o ponto onde o lucro lquido iguala a zero, podendo ser expresso em unidades fsicas ou monetrias. (COGAN, 1999). k) Perda: Martins (2003, p.26), define perda como Bem ou servio consumidos de forma anormal e involuntria. No se confunde com a despesa (muito menos com o custo), exatamente por sua caracterstica de anormalidade e involuntariedade; no um sacrifcio feito com a obteno de receita. Exemplos comuns: perdas com incndios, obsoletismo de estoques, etc.

Temos dois casos para tratamento das perdas. No 1 caso, a perda considerada da mesma natureza como despesa lanadas diretamente contra o resultado do perodo. Exemplos: incndio, enchente, furto/roubo, etc. No 2 caso, por exemplo, as perdas normais de matrias-primas na produo, integram o custo de produo. A Figura 1 representa a associao entre gastos e os demais conceitos apresentados. J a Figura 2 mostra etapas da transformao de gastos em despesas ou custos.15

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Figura 1: Associao entre gastos e os demais conceitos Fonte: Malmegrim (p. 3, apud WERNKE, 2004)

Figura 2: Conceituao da conversibilidade de gastos em despesas e custos Fonte: Malmegrin (p. 3, apud LEONE, 2000)

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Para diferenciar CUSTOS e DESPESAS, faa um raciocnio por excluso para entender o seu conceito. Ou seja, custos so gastos envolvidos na produo, portanto, todos os demais gastos sero classificados como despesas. Por exemplo, imaginemos que uma empresa que funcione em um prdio de trs andares, da seguinte forma: no primeiro andar funciona a rea de vendas, no segundo andar a rea de produo e no terceiro andar a rea administrativa. Os gastos do primeiro e do terceiro andar sero classificados como despesas, e os gastos do segundo andar sero classificados como custos. Isto porque, no primeiro e terceiro andar funcionam as reas de vendas e administrativas respectivamente e no segundo andar funciona a rea de produo, motivo pelo qual os gastos dessa rea foram classificados como custos. Ento para exemplificarmos melhor, vamos visualizar da seguinte forma: nos trs andares h gastos com energia eltrica, salrio, dentre outros gastos. Como classificar tais gastos? Os gastos de energia eltrica do primeiro e terceiro andar sero classificados como despesas, pois se trata de gastos das reas administrativas e de vendas. Enquanto os gastos com energia eltrica do segundo andar, por se tratar da rea de produo, esses gastos com energia eltrica sero classificados como custos. Assim deve-se fazer o mesmo raciocnio para todos os gastos dessa empresa, para fazer uma correta classificao e consequentemente um correto direcionamento dos custos e despesas.

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Objetivo: Conhecer os Custos de forma objetiva dentre as suas diferentes concepes e tipologias2. Custos Diretos e Indiretos:

A classificao dos custos da empresa, dos produtos, das operaes, enfim, do objeto que est sendo examinado e analisado, em diretos e indiretos destina-se a fornecer informaes para a determinao do montante mais realstico do custo desse objeto, bem como para o controle dos custos dos centros de responsabilidade e, de modo geral, de todos os segmentos que tiveram seus custos identificados e acumulados. Em resumo, o que se quer dizer que a diferenciao entre custos diretos e indiretos necessria para o clculo mais realstico do custo de qualquer objeto, para a verificao da rentabilidade e da eficincia das vrias atividades da empresa. Todo o item de custo que identificado naturalmente ao objeto do custeio denominado de custo direto. Por outro lado, todo o item de custo que precisa de um parmetro para ser identificado e debitado ao produto ou objeto do custeio considerado um custo indireto. So debitados indiretamente por meio de taxas de rateio ou critrios de alocao. Assim, podemos generalizar identificando o custo indireto como aquele item que precisa de um critrio de rateio para sua identificao ao produto ou objeto cujo custeio desejado. Portanto, s podemos afirmar que um custo direto ou indireto, quando relacionamos essas ideias ao objeto que est sendo custeado. Adicionalmente, o custo s direto quando, para

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Essas classificaes/tipos de custos foram extrados os seus conceitos de: LEONE, George Sebastio Guerra. Custos: planejamento, implantao e controle. 3. ed. So Paulo : Atlas, 2000. Isto tanto na Unidade 3 quanto na Unidade 4.

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o trabalho de sua identificao ao objeto do custeio, no necessrio o emprego de nenhum recurso, de nenhuma medida de consumo e de nenhum parmetro. Outras vezes, o custo considerado indireto apenas porque seu valor no significativo, isto , no seria econmico nos valermos do emprego de recursos dispendiosos, em termos burocrticos, para a sua identificao direta como objeto que est sendo custeado.

Custos Imputados: So custos que no aparecem nas demonstraes contbeis convencionais, isto , no esto registrados na Contabilidade tradicional. So custos assumidos, decorrentes da medida do valor de uso de um recurso. Os custos imputados no envolvem desembolsos de caixa. Eles constam de estudos comparativos de custos quando h a necessidade de se tomar uma deciso ou de se proceder a planejamento e projetos. Exemplos de custos imputados: custo do capital social aplicado s operaes, aluguel de instalaes prprias e salrios dos proprietrios da empresa.

Custos Rateados: Para Leone (2000, p. 61) [...] Os custos rateados so sempre custos indiretos, pois o rateio realizado mediante o emprego de critrios e taxas que resultam na diviso proporcional de um montante global e comum. A ao de ratear tambm pode ser denominada, e muitas vezes o , de apropriao, alocao, distribuio e atribuio.

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Custos Controlveis e No Controlveis: A distino entre custos controlveis e no controlveis bsica para o estabelecimento do sistema de custos pela responsabilidade. Diz-se que todos os custos da empresa so controlveis em algum nvel gerencial. Constatou-se que a controlabilidade dos custos mais ampla medida que se caminha nos nveis hierrquicos mais inferiores da administrao para os nveis mais superiores. Existe a controlabilidade dos custos quando os tipos de custos (por unidade organizacional) so previstos, autorizados, realizados, comparados os seus montantes reais com os previstos e, em seguida, analisados os desvios resultantes.

Custos funcionais: Custos funcionais so os custos identificados com as diversas funes da Empresa. Podemos dividi-los em custos operacionais e no operacionais. Esses tipos de custos constituem o resultado do emprego do custeio pela responsabilidade. Os Custos funcionais so aqueles custos apresentados nas Demonstraes do Resultado logo abaixo do Resultado Bruto (Lucro Bruto). So referentes aos custos de vrias funes: os custos de administrao, os custos comerciais, os custos financeiros e os custos tributveis. Essa, na realidade, a classificao secundria dos custos. Muitas vezes o administrador deseja conhecer, para a tomada de deciso, o custo de uma funo administrativa ou operacional. So denominadas operacionais as funes que dizem respeito ao prprio objeto da empresa. De modo geral, as funes operacionais so a funo industrial e a funo comercial, que so as duas nicas atividades-fim das empresas.

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Custos Estimados: Muitas vezes, o contador de custos se depara com certas operaes ou atividades cujos parmetros, causadores dos custos ou que com eles mantm uma relao definida, no se encontram disponveis. Nessas ocasies, se o contador deseja prever os custos, ter de optar por um exerccio de estimao, contando com as relaes e os indicadores sua disposio, no precisando, portanto, contar com dispendiosos recursos burocrticos, tcnicos e de tempo. Os custos estimados so custos predeterminados e se destinam a resolver certos problemas de controle e planejamento em situaes especiais. Os custos estimados so preparados para determinadas operaes, levando-se em conta o preceito contbil geralmente aceito da relevncia. Os custos constantes dos projetos de viabilidade econmica so sempre custos estimados. Tambm os oramentos de produtos preparados pelas empresas que trabalham dentro do regime de produo por encomenda, sejam fabricantes ou firmas de prestao de servios, so constitudos por custos estimados. Os oramentos empresariais, do mesmo modo, tm receitas, despesas e custos estimados. Quando a empresa pretende realizar alguma operao ou atividade e deseja prever sua rentabilidade ou a relao custo-benefcio, solicita ao contador de custos a estimao dos custos relacionados. Suponha que a empresa esteja querendo realizar uma grande promoo de venda. Certamente os especialistas do departamento comercial faro as previses do trabalho, das dificuldades, dos eventos e das fases de execuo, definindo as quantidades e os parmetros relacionados. Neste momento, articula-se com o pessoal da controladoria ou do departamento de finanas, para a estimao das possveis receitas e dos gastos. Esses gastos sero definidos como custos estimados.

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Objetivo: Conhecer os custos de forma objetiva dentre os suas diferentes concepes e tipologias3

Continuao da unidade 3. Custo-padro:

Os Custos-Padro so custos predeterminados. Entretanto, diferentemente dos custos estimados e apesar de servirem para o controle, planejamento e tomada de decises, so calculados com base nos parmetros operacionais. Os Custos-Padro so aplicados, sobretudo em operaes repetitivas, quando os parmetros ou indicadores fsicos esto perfeitamente definidos e quando os custos mantm uma relao ntima com a variabilidade daqueles dados quantitativos, segundo nos ensina Leone (2000).

Custos Peridicos: So custos relacionados ao perodo de tempo. Ao mesmo tempo so custos repetitivos. Tambm chamados custos no aplicados.

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Essas classificaes/tipos de custos foram extrados dos conceitos de: LEONE, George Sebastio Guerra. Custos: planejamento, implantao e controle. 3. ed. So Paulo : Atlas, 2000. Isto tanto na Unidade 3 quanto na Unidade 4.

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Os custos peridicos se repetem no perodo seguinte e no guardam nenhuma relao de variabilidade com o parmetro operacional de referncia. Exemplo: Aluguel, Seguro de Equipamentos, Salrios do Pessoal Administrativo, Impostos sobre a Propriedade.

Custos Histricos: Os custos histricos so os custos registrados contabilmente. So custos realmente incorridos. Em outras palavras, so os custos objetivos, porque no sofrem nenhuma influncia de julgamentos subjetivos. De acordo com o preceito contbil geralmente aceito do custo histrico, a Contabilidade somente considera os custos que constam de documentos hbeis e cujos valores foram determinados com objetividade.

Custo Primrio: Custo primrio a soma do material direto e da mo de obra direta. No sabemos por que se chamou de custo primrio ao conjunto desses dois tipos de custos. Podemos supor que tanto o material direto quanto a mo de obra direta foram os dois primeiros itens de custo de produo a serem identificados e contabilizados.

Custo de Fabricao: O custo de fabricao a soma algbrica dos seguintes itens, extrados da conta representativa do estoque de produtos em processo: o estoque inicial, o custo fabril e o estoque final. a mesma coisa que o custo das mercadorias fabricadas. O custo de fabricao apresenta o valor da produo de determinado perodo.

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Custo das Mercadorias (Produtos) Vendidas: O custo das mercadorias vendidas a soma dos itens vendidos pela entidade em determinado perodo, extrados da conta de Estoque de mercadorias (ou Produtos Acabados). Em empresas industriais, o Estoque de Produtos Acabados representa o custo de produo dos produtos prontos. O custo das mercadorias vendidas (em empresas comerciais) ou de produtos acabados (em empresas industriais) pode ser apurado atravs da soma algbrica do Estoque Inicial (EI), de Compras de Mercadorias ou Custo dos Produtos Fabricados (CPF) e do Estoque Final (EF).

Custos Totais: So todos os custos (diretos e indiretos) de determinado objeto ou atividade. Caso se deseje determinar o custo de um programa especial (uma promoo comercial, uma campanha social ou um curso) calcularemos o custo total quando todos os custos forem imputados a esse programa. No caso de um produto ou processo, o critrio ser o mesmo: o custo total ser a soma de todos os seus custos, diretos e indiretos. Poderemos, tambm, determinar o custo da empresa; nesse caso, claro, s teremos a presena de custos diretos. Entretanto, todos os custos sero computados. Essa uma orientao conservadora. Os empresrios e administradores tendem a compreender melhor a rentabilidade do objeto que est sendo analisado, quando sobre esse objeto recaem todos os seus custos diretos e indiretos.

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Custos Unitrios: Poderemos ter vrios custos unitrios. O custo unitrio um indicador representado por uma frao, onde o denominador ser a quantidade dos produtos fabricados em determinado perodo ou num processo produtivo. O numerador ser o custo. Todavia, dependendo da necessidade gerencial que se deseja atender, o custo poder tomar vrias formas. Poderemos calcular o custo total unitrio de um processo. Esse custo servir para a determinao do lucro ou para a avaliao de estoques. O custo poder ser parcial, por exemplo, somente sendo computados os custos variveis. Nesse caso, teremos a figura do custo varivel unitrio que um indicador muito empregado para finalidades gerenciais de planejamento empresarial.

Custos Fixos e Variveis: A anlise da variabilidade dos custos, diante de parmetros selecionados (bases de volume, pontos de referncia, medidas fsicas, unidades quantitativas), resulta no aparecimento de alguns comportamentos que podem ser bem definidos em termos matemticos, constituindo relaes inteligveis e perfeitamente utilizveis em modelos de planejamento, controle e tomada de decises. Constatao importante aquela que afirma que todo custo, dentro da empresa, instituio, atividade ou processo, observa um comportamento definido diante de uma base de volume (parmetro). Alguns custos j possuem parmetros tradicionais que definem seu comportamento. o caso do material direto que possui comportamento muito bem definido em relao s unidades produzidas. H uma correlao positiva e significativa entre o montante das unidades produzidas e o volume monetrio do material direto. Por isso mesmo, o material direto um custo varivel, em relao ao parmetro unidades produzidas, tomando como referncia.Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 25

Custos Semivariveis: Os custos semivariveis so aqueles que dispem de uma parcela fixa e de uma parcela varivel. So tipos de custos muito encontrados na prtica. O custo de manuteno , normalmente, um custo semivarivel, pois sempre constitudo de uma parte fixa (os custos da atividade quando o volume de servios igual a zero) e uma parte varivel (que deve variar de acordo com o parmetro da atividade, que serve como referencial). O custo semivarivel dever ser sempre analisado para se determinar essas duas partes. Existem vrios mtodos estatsticos e matemticos usados para essa determinao.

Atividade Dissertativa Aproveitando os conceitos e terminologias da contabilidade de custos, estudados nas unidades 3 e 4, faa uma breve pesquisa descrevendo sobre custos fixos, custos variveis, custos diretos e custos indiretos, numa resenha de, pelo menos, 15 a 30 linhas, com citao de, no mnimo, trs autores, citando exemplos.

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Objetivo: Identificar os princpios4 relacionados a contabilidade de custos.

Princpio da Realizao da Receita

Permite este princpio o reconhecimento contbil do resultado (lucro ou prejuzo) apenas quando da realizao da receita. E, ocorre a realizao da receita, em regra, quando da transferncia do bem ou do servio para terceiros. Portanto, normalmente as indstrias s reconhecem o resultado obtido em sua atividade quando da realizao da receita, ou seja, no momento em que h a transferncia do bem elaborado para o adquirente. Com isso, a Contabilidade de custos tambm no pode apurar resultado antes desse instante e, no mximo, pode servir como ferramenta para proviso de crdito. Do ponto de vista econmico, o lucro j surge durante a elaborao do produto, pois h agregao de valores nessa fase, inclusive do prprio resultado, mesmo que ainda numa forma potencial, sem se concretizar em dinheiro, direitos a recebimento futuro ou outros ativos.

Princpio da Competncia ou da Confrontao Entre Despesas e Receitas Esse aspecto da Teoria Contbil de extrema importncia para Custos e diz respeito basicamente ao momento do reconhecimento da despesa.

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Princpios extrados do livro do Prof. Eliseu Martins.Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 27

Pela realizao, fica definido o momento do reconhecimento da receita. Aps isso, pela competncia ou confrontao temos o reconhecimento das despesas. A regra teoricamente simples: aps o reconhecimento da receita, deduz-se dela todos os valores representativos dos esforos para sua consecuo (despesas). Como esses esforos podem ser subdivididos em dois grupos, tambm existem praticamente dois grandes grupos de despesas: a) despesas especificamente incorridas para a consecuo daquelas receitas que esto sendo reconhecidas; e b) despesas incorridas para a obteno de receitas genricas, e no necessariamente daquelas que agora esto sendo contabilizadas. Um exemplo das despesas do primeiro grupo a prpria despesa relativa a quanto foi o custo de produo do bem ora vendido, ou ento a despesa de comisso relativa sua venda, etc. E, como exemplo das do segundo grupo encontramos as despesas de administrao, as de propaganda, etc., que representam gastos com finalidade de obteno de receitas, mas no s ou especificamente das apropriadas ao perodo. So estas despesas relativas muito mais a gastos para a manuteno da capacidade de obteno de receitas do que para a venda deste ou daquele produto). Ou, ento, referem-se a promoes de vendas de determinados itens que, despendidos em determinado perodo, podem trazer efeitos benficos para vrios outros, porm tem essa distribuio por diversos exerccios realizada de forma relativamente arbitrria.

Princpio do Custo Histrico como Base de Valor Desse princpio decorrem sequncias vrias. Os ativos so registrados contabilmente por seu valor original de entrada, ou seja, histrico. E, em alguns pases, como o nosso, admitese a atualizao de alguns deles em funo de um ndice geral de preos. Rarssimas vezes (como na Holanda) admitido trabalhar-se com valores que no os histricos.

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Quando h problema de inflao, o uso de valores histricos deixa muito a desejar. Ao somarmos todos os custos de produo de determinado item, estoc-lo e lev-lo a balano pelo valor original, acabamos por ter um ativo que diz quanto custou produzi-lo na poca em que foi elaborado; pode nada ter a ver com o valor atual de reposio no estoque, nem com o valor histrico inflacionado (deflacionado) e muito menos ainda com seu valor de venda.

Consistncia ou Uniformidade Quando existem diversas alternativas para o registro contbil de um mesmo evento, todas vlidas dentro dos princpios geralmente aceitos, deve a empresa adotar uma delas de forma consistente. Isto significa que a alternativa adotada deve ser utilizada sempre, no podendo a entidade mudar o critrio em cada exerccio. Quando houver interesse ou necessidade dessa mudana de procedimento, deve a empresa reportar o fato e o valor da diferena no lucro com relao ao que ser obtido se no houvesse a quebra de consistncia. Assim, para a apropriao de inmeros custos de industrializao, h a necessidade de adoo de critrios escolhidos entre vrias alternativas diferentes. Por exemplo, a empresa pode distribuir os custos de manuteno em funo de horas-mquina, valor do equipamento, mdia passada, etc. Todos so mtodos aceitos, mas no podem ser utilizados indiscriminadamente em cada perodo. Aps a adoo de um deles, deve haver consistncia em seu uso, j que a mudana pode provocar alteraes nos valores dos estoques e, consequentemente, nos resultados. Esse um dos aspectos que a Auditoria Independente mais procura verificar, j que tem interferncia direta e s vezes relevante nas peas de sua maior preocupao: Balano e Demonstrao do Resultado.

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Conservadorismo ou Prudncia Quase que uma regra comportamental, o Conservadorismo obriga a adoo de um esprito de precauo por parte do contador. Quando ele tiver dvida sobre tratar um determinado gasto como Ativo ou Reduo de Patrimnio Lquido (bsica e normalmente despesa), deve optar pela forma de maior precauo, ou seja, pela segunda. Por Exemplo, sendo duvidoso o recebimento de um direito ativado, este deve ser baixado para o resultado (diretamente ou por meio de constituio de uma proviso). Ou, ento, se um estoque, avaliado pelo custo de aquisio (mercadoria) ou de fabricao (produto), estiver ativado por um valor que exceda seu valor de venda, deve ser reduzido ao montante deste ltimo (Custo ou Mercado dos dois o menor). Como consequncias principais dessa regra contbil tm-se a avaliao final dos estoques e o tratamento de certos custos de produo. Para a avaliao dos inventrios, haver a fuga ao Princpio do Custo Histrico como Base de valor no momento em que os produtos elaborados tiverem um valor lquido de venda menos todas as despesas necessrias a venda, tais como comisses, transporte para entrega, impostos, etc. (Apesar de muitas vezes ser includas nas redues uma parcela razovel de lucro, achamos isso j um extremo aplicvel apenas em alguns casos). No que diz respeito relao entre certos custos de produo e o Conservadorismo, podem ser mencionados certos tipos de gastos que provocam dvida quanto a sua verdadeira classificao entre custo ou despesa; na dvida, deve prevalecer a hiptese mais pessimista, que no vai provocar o estoque desse valor, e sim sua transformao imediata em despesa.

Materialidade ou relevncia Essa outra regra contbil de extrema importncia para Custos. Ela desobriga de um tratamento mais rigoroso aqueles itens cujo valor monetrio pequeno dentro dos gastos totais.

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Alguns pequenos materiais de consumo industrial, por exemplo, precisariam ir sendo tratados como custo na proporo de sua efetiva utilizao; mas, por se tratarem de valores irrisrios, costumeiramente so englobados e totalmente considerados como custo no perodo de sua aquisio, simplificando o procedimento por se evitar seu controle e baixa por diversos perodos. necessrio lembrar, entretanto, que a soma de diversos itens irrelevantes pode ser material, e, nesse caso, um tratamento mais rigoroso precisa ser utilizado.

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Objetivo: Compreender e entender como apurar os custos e consequentemente como ratelos.

A Apurao de Custo

Consiste da acumulao de todos os custos incidentes sobre uma funo especfica. Deve ser entendido como funo de custos um centro sobre o qual os custos so acumulados. Assim, podem ser funes de custos tanto um Setor, uma Diviso, um Departamento ou uma Gerncia, ou seja, qualquer rgo do organograma de uma empresa. Da mesma forma, um produto especfico, uma ordem de produo, uma ordem de servio ou um processo produtivo so funes de custos. A acumulao de todos os custos em cada funo especfica necessita da apropriao dos custos diretos e da acumulao dos custos indiretos para o posterior rateio em cada uma das funes. Na apurao de custos importante o conhecimento dos custos diretos e dos custos indiretos, razo pela qual estes custos pertencerem classificao de custos quanto apurao.

A Apropriao do Custo O termo apropriao d ideia de exclusividade, isto , consiste na alocao de um custo a determinada funo.

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O Rateio dos Custos O termo rateio d ideia de generalidade, ou seja, o custo comum a vrias funes, sem possibilidade, no momento da sua ocorrncia, de saber que parcela do mesmo pertence a uma ou a outra funo de custos. Neste caso o custo genrico e ocorre por necessidade de vrias funes de custos, ao mesmo tempo. O rateio uma diviso proporcional de alguma coisa integral por diversos itens aos quais ela est indiretamente ligada. Isto , o custo indireto necessrio e consumido indiretamente pelos diversos tipos de produtos. Portanto, necessrio saber que a parcela dele pertence a cada produto diferente para que se possa chegar ao custo total (diretos mais indiretos) acumulado em cada tipo diferente de produto ou em cada funo diferente de custo. Capaldi (1.998) diz que rateio representa a alocao de custos indiretos aos produtos em fabricao, segundo critrios racionais. Exemplo: depreciao de mquinas rateada segundo o tempo de utilizao (h/m) por produto etc. Contudo, dada a dificuldade de fixao de critrios de rateio, tais alocaes carregam consigo certo grau de arbitrariedade. A aplicao de uma metodologia de rateio deve ser de forma uniforme. A mudana de um critrio de rateio afeta o custo de produo e consequentemente afetar o resultado da empresa. Uma forma que Capaldi (1.998) sugere para os GGF Gastos Gerais de Fabricao a utilizao de uma regra de trs simples. Exemplo: Os gastos devem ser rateados com material indireto que totalizaram R$ 30.000,00 entre trs produtos, Calas, Blusas e Saias. A base de rateio ser o gasto de matria-prima incorrido em cada um.

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PRODUTO Cala Blusa Saia TOTAL

GASTO COM MP 40.000,00 90.000,00 80.000,00 210.000,00

O rateio do Material Indireto para o Produto Cala ser: R$ 30.000 ---------- R$ 210.000 X ---------- R$ 40.000

X = 30.000 x 40.000 = 5.714,30 210.000

X=

5.714,30

Ento, os Custos Indiretos com a CALA ser de R$ 5.714,30 O rateio do Material Indireto para o Produto Blusa ser: 30.000 ---------- 210.000 X ---------- 90.000

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X = 30.000 x 90.000 = 12.857,10 210.000

X=

12.857,10

Ento, os Custos Indiretos com a BLUSA ser de R$ 12.857,10 O rateio do Material Indireto para o Produto Saia ser: 30.000 ----------- 210.000 X ----------80.000

X = 30.000 x 80.000 = 11.428,60 210.000

X=

11.428,60

Ento, os Custos Indiretos com a SAIA ser de R$ 11.428,60. Logo: PRODUTO Cala Blusa Saia TOTAL GASTO COM MP 40.000,00 90.000,00 80.000,00 210.000,00 CUSTOS INDIRETOS 5.714,30 12.857,10 11.428,60 30.000,00

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Objetivo: : Compreender e entender como apurar os custos e consequentemente como rate-los.

Continuao do exemplo da unidade 6. Segunda forma de fazer o rateio

Outra forma de efetuar o rateio seria estabelecer a porcentagem de cada produto em relao ao critrio de rateio e multiplicar a porcentagem pelo valor a ser rateado. 1) Para CALA: 210.000 ----------- 100% 40.000 ---------- X

X = 40.000 x 100 = 19, 047625% 210.000

X = 19,05%

Ento: 30.000,00 x 19,05% = 5.715,00

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2) Para a BLUSA: 210.000 ----------- 100% 90.000 ---------- X

X = 90.000 x 100 = 42,85714% 210.000

X = 42,86%

Ento: 30.000,00 x 42,86% = 12.858,00

3) Para a SAIA:

210.000 ----------- 100% 80.000 ---------X

X = 80.000 x 100 = 38,09524% 210.000

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X=

38,09%

Ento: 30.000,00 x 38,09% = 11.427,00

Quadro 2. Rateio de gastos com material PRODUTO Cala Blusa Saia TOTAL GASTO COM MP 40.000,00 90.000,00 80.000,00 210.000,00 % 19,05% 42,86% 38,09% 100% CUSTOS INDIRETOS (30.000 x %) 5.715,00 12.858,00 11.427,00 30.000,00

Terceira forma de fazer o rateio H mais uma maneira de efetuar a distribuio dos custos indiretos. Toma-se o valor do mesmo e divide-se pelo valor total do parmetro de rateio. Multiplica-se a seguir pelo valor do parmetro correspondente a cada produto. Ou seja, encontra-se um fator multiplicador. Assim: Valor do Custo Indireto: (/) Valor total do gasto com Matria-prima: (=) relao R$ de Custo indireto por R$ de MP R$ 30.000 R$ 210.000 0,142857

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PRODUTO A R$ 40.000 X 0,142857 = R$ 5.714,28 PRODUTO B R$ 90.000 X 0,142857 = R$ 12.857,16 PRODUTO C R$ 80.000 X 0,142857 = R$ 11.428,56

PRODUTO Cala Blusa Saia TOTAL

GASTO COM MP 40.000,00 90.000,00 80.000,00 210.000,00

Fator 0,142857 0,142857 0,142857 0,142857143

CUSTOS INDIRETOS 5.714,28 12.857,16 11.428,56 30.000,00

Como se percebe, qualquer que seja a forma de efetuar o rateio, chega-se sempre ao mesmo resultado, ou muito prximo um critrio de outro. Cabe decidir qual deles lhe mais conveniente. Lembrando-se sempre do princpio da materialidade e relevncia,

principalmente no que diz respeito aos centavos, ou seja, ao nmero de casas decimais a serem utilizadas.

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Objetivo: Conhecer o sistema de Custeio.

Sistema de Custeio

Entende-se por sistemas de custeios o modo como os custos so registrados e transferidos internamente dentro da entidade. A utilizao do sistema de acumulao de custos que a empresa dever adotar depende das caractersticas do processo produtivo existentes na entidade. [...] Sendo sistema de acumulao de custos o modo como so acumulados e apropriados aos produtos ou servios; o mecanismo utilizado nas transferncias de valores. Os mais utilizados so: o sistema de custos por processo e o sistema de custos por ordem especfica ou ordem de produo ou servio (BRUNI ; FAM, 2004). Vejamos a seguir as diferentes classificaes existentes para o sistema de custeio, especificadas no Quadro 1: Caractersticas Mecnica acumulao Classificao de Ordem especfica: quando so transferidos para determinadas solicitaes de fabricao. Adequaes para empresas que

produzem bens ou servios sob encomenda apresentam demanda indeterminada ou fabricao de lotes com caractersticas prprias. Processo: quando a empresa caracterizada por apresentar produo contnua, com produtos apresentados em unidades idnticas, produo em massa e demanda constante.

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Grau de absoro

Por absoro: quando os custos indiretos so transferidos aos produtos ou servios. Direto: quando, no clculo do custo dos produtos ou servios produzidos, apenas os custos diretos isto , os que esto associados de forma clara aos produtos. Custos indiretos so

considerados peridicos e lanados diretamente no Demonstrativo de Resultado do Exerccio, no sendo incorporados ao clculo dos custos dos produtos e servios. Momento apurao de Ps-calculados: equivalem aos custos reais apurados no final do perodo. Pr-calculados: representam o custo alocado ao produto mediante taxas predeterminadas de CIF, elaboradas com base na mdia dos CIFs passados, em possveis mudanas futuras e no volume de produo. Padro: custo cientificamente predeterminado, constituindo base para avaliao do desempenho efetivo. Representa o quanto o produto deveria custar. Quadro 1: Classificao dos sistemas de custeio. Fonte: BRUNI; FAM (2007, p.35).

Os sistemas de custeio visam identificao dos custos dos estoques de produo em andamento e de produtos acabados.

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Objetivo: Conhecer e identificar os mtodos de custeio.

Mtodo de Custeio

Os mtodos de custeio so tcnicas que tm por objetivo a apropriao dos diversos itens de custo aos produtos e, entre esses, de acordo com Martins (2001), existem o custeio por absoro, o custeio varivel, o ABC, o RKW, etc. O conhecimento e o controle dos custos tornaram-se de grande importncia para as entidades e, para isso, saber selecionar dentre os diversos mtodos de custeio o que melhor supre, com informaes de qualidade, as necessidades de gesto dos negcios pode ser determinante para uma vantagem competitiva (BORNIA, 2002).

Custeio por absoro Obrigatrio no mbito fiscal do setor industrial. Neste critrio de rateio os produtos absorvem todos os custos fixos, como a Mo de obra Indireta (MOI) e as demais Despesas Indiretas de Fabricao (DIFs). Assef (2003) diz que esse mtodo essencialmente contbil, obrigatrio para finalidades fiscais no setor industrial, tem como objetivo principal a mensurao dos resultados da empresa, considerando os custos das mercadorias ou matrias-primas a partir de dados histricos de estoque. Para tanto, so empregados os mtodos do custo mdio ponderado ou do PEPS (Primeiro item que Entra o Primeiro que Sai).

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Ainda para Assef (2003), [...] por esse mtodo, todos os custos indiretos da empresa so rateados aos produtos, de modo que as suas margens so oneradas por custos e despesas inerentes a todo o processo produtivo. As empresas que utilizam esta sistemtica na precificao costumam ratear todos os seus custos fixos, no apenas os de produo, mas tambm os administrativos, a cada produto, adotando algum mtodo aleatrio de distribuio, normalmente o percentual de faturamento de cada um, sobre o total da empresa.

Mtodo de Custeio direto Proibido no mbito fiscal, este mtodo de apropriao dos custos considera apenas os custos ligados diretamente ao produto, mercadoria ou servio. Devido vasta quantidade de informaes gerenciais que este sistema oferece, este ser o mtodo de custeio utilizado na pesquisa para encontrar o ponto de equilbrio econmico. Segundo Assef (2003), trata-se de um mtodo de apropriao de custos essencialmente gerencial, proibido em termos fiscais, que considera apenas aqueles diretamente ligados aos produtos vendidos, ou seja, os custos variveis. Por esse critrio, podemos apurar a margem de contribuio, que indica de maneira imediata qual a contribuio direta de cada produto/servio aos resultados finais da empresa. Por identificar a margem de contribuio de cada produto, possvel saber a lucratividade de cada um. O rateio de despesas administrativas, como profissionais terceirizados (advogado, contador), pode prejudicar a competitividade dos produtos, devido tendncia no aumento do preo. Essas despesas devem ser cobertas pelo somatrio das margens de contribuio de todos os produtos comercializados.

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Custeio ABC Martins (2003, p. 87), informa que o custeio baseado em atividades uma metodologia de custeio que procura reduzir sensivelmente as distores provocadas pelo rateio arbitrrio dos custos indiretos. Este sistema tem como fundamento bsico busca do princpio da causa, ou seja, procura identificar de forma clara, por meio de rastreamento, o agente causador do custo, para lhe imputar o valor. Para Hansen (2003), um sistema de contabilidade de custos baseado em atividade enfatiza o rastreamento sobre a alocao. O papel do rastreamento de direcionadores significativamente expandido ao identificarem-se direcionadores no relacionados com o volume do produto produzido (chamados de direcionadores de atividade no baseados em unidades). O uso de direcionadores de atividade baseados em unidade e no baseados em unidade aumenta a preciso das atribuies de custos e a qualidade e relevncia global das informaes de custos. Um sistema de contabilidade de custos que usa direcionadores de atividade baseados em unidade e no baseados em unidade para atribuir custos aos objetos de custos chamado de sistema de custo baseado em atividade (ABC). CAM-1 The Consortium for Advanced Manufacturing-International (1991, apud COGAN, 1999) [] definiu o Custeio Baseado em Atividades (Activity-Based Costing ABC) como um mtodo que reconhece o relacionamento causal dos direcionadores de custos para custear as atividades atravs da mensurao do custo e do desempenho do processo relativos s atividades e aos objetos dos custos. Os custos so atribudos s atividades baseado no uso dos recursos, depois atribudos aos objetos dos custos, tais como, produtos ou servios, baseados no uso das atividades. O preo que cobre os custos de produo e de comercializao do produto ou servio, e contm ainda o percentual de lucro esperado, considera-se como preo ideal. Para Cogan (1999), um dos benefcios obtidos com o ABC o de permitir uma melhoria nas decises gerenciais, pois se deixa de ter produtos subcusteados ou supercusteados permitindo-se a transparncia exigida na tomada da deciso empresarial, que busca em ltima anlise, otimizar a rentabilidade do negcio.Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 44

Porm, o ABC, em sua forma mais detalhada, pode no ser aplicvel na prtica, em virtude de exigir um nmero excessivo de informaes gerenciais que podem inviabilizar sua aplicao. O custo da coleta e manipulao detalhada teria que justificar o seu benefcio (COGAN, 1999).

Mtodo dos Centros de Custos ou RKW: De acordo com Martins (2003), o modelo original do RKW considera o custo de oportunidade, referindo-se remunerao do capital prprio. O referido autor destaca a utilidade do mtodo em considerar o rateio dos custos e despesas totais, expressando que dessa forma possvel chegar ao valor de produzir e vender, bastando ento acrescentar o lucro desejado para se obter o preo de venda final. Conforme Devincenzi (2004), [...] o mtodo dos centros de custos ou RKW consiste em dividir a empresa em centros de custos, aos quais se alocam os custos incorridos em determinado perodo, por meio de bases de rateio previamente definidas. Sua sistemtica representa os procedimentos da contabilidade de custos tradicional.

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Objetivo: Compreender o mtodo de custeio por absoro.

Mtodo de Custeio Real por Absoro

O sistema de custo por absoro, perante sua simplicidade, prov base para o conhecimento do lucro total da empresa aps fechamento da Demonstrao do Resultado do Exerccio e, consequentemente, do Balano Patrimonial. Martins (2003) explica a metodologia de aplicao do custeamento por absoro por meio de trs passos bsicos: 1 passo - Separao entre custos e despesas, uma vez que despesas no podem ser alocadas aos produtos, pois pertencem ao perodo em que incorrem. 2 passo - Apropriao dos custos diretos, por meio da identificao dos custos que esto diretamente relacionados com os produtos. 3 passo - Apropriao dos custos indiretos, por meio de bases de rateio, j que estes custos no so identificveis diretamente aos produtos. Segundo o CRC-SP(1.995), o custeio por absoro ou integral aquele que faz debitar ao custo dos produtos, todos os custos de fabricao, sejam esses diretos ou indiretos, fixos ou variveis.

Caractersticas: Instrumento bsico para Avaliao dos Estoques, elaborao do Balano Patrimonial e Demonstrativos de Resultados.Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 46

Mtodo aceito dentro dos princpios contbeis e fiscais. limitado como instrumento gerencial medida que os critrios de rateio no refletem a realidade.

Figura 2 : Esquema bsico do mtodo de custeio por absoro em hotelaria Fonte: Martins (2000 apud LUNKES, 2004, p.116)

Existem vrios sistemas de custos e critrios de avaliao da produo e dos estoques, contudo dentre os princpios fundamentais de contabilidade, especificados pela lei n 6.404/76, o mtodo de custeio real por absoro o indicado.

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Sendo assim, devem ser adicionados ao custo da produo os custos reais incorridos, obtidos atravs da contabilidade geral e pelo sistema por absoro, ou seja, a incluso de gastos relativos produo sejam eles diretos ou indiretos.

Aplicao do Mtodo Absoro O primeiro passo consiste em separar os custos de produto dos custos de perodo. No segundo passo, os custos diretos de produto so atribudos aos produtos especficos, enquanto os custos indiretos so atribudos a centros de custos. Os custos diretos so despesas que so incorridas unicamente para determinado produto. No terceiro passo, os custos indiretos so distribudos do centro aos produtos de acordo com seu uso. o passo mais importante para se obter preciso. Todos os custos tambm so referidos como indiretos de fabricao; so atribudos inicialmente a centros de custos. A soma de custos diretos e custos indiretos distribudos forma o custo do produto. Na aplicao do sistema em uma mquina que usada para a manufatura de diversos produtos, a depreciao da mquina registrada primeiro como custo indireto. Esse custo indireto precisa agora ser atribudo com preciso aos vrios produtos. Isto feito mediante: 1) a medio de quantos servios foram prestados a todos os produtos a que custo total, 2) a quantificao dos produtos especficos que usaram esses servios e, 3) a multiplicao da medida de atividades para um produto pelo custo de uma medida de atividade.

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O custo dos servios prestados o valor de depreciao. No passo seguinte, constaria que a mquina funcionou 60% do tempo para o produto A e 40% do tempo para o produto B. Normalmente, estudos de atividade ou estimativas de engenharia fornecem esses dados. Dada uma produo diria (ou semanal, mensal ou qualquer outra) de X para o produto A e de Y para o produto B, pode-se encontrar o percentual de atribuio por minuto, por exemplo, se a mquina funciona por 5 minutos quando uma unidade de produto A produzida; e por 3 minutos para uma unidade de produto B. Esta a medida de atividade (minutos por unidades de produto), que ento multiplicada pelo custo por medida de atividade (depreciao por dia dividida pelo total de horas dirias de mquina). Ento, o custo atribudo ao produto; a soma de todas as despesas indiretas constitui o custo total de produto.

Antes de dar continuidades aos seus estudos fundamental que voc acesse sua SALA DE AULA e faa a Atividade 1 no link ATIVIDADES.

Na unidades 2, 3 e 4 h o estudo das terminologias empregadas na contabilidade de custos, verificar as principais diferenas existentes entre os Custos fixos e variveis.

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Objetivo: Compreender o mtodo de custeio por absoro.

Continuao da unidade 10, Exemplo

Uma empresa que fabrica apenas dois produtos (A e B). Suponha que a empresa tenha tido os seguintes gastos durante determinado perodo: No quadro abaixo se tem os Gastos de uma empresa: GASTOS Salrios de fbrica Comisso de vendedores Matria-prima Consumida Salrios da administrao Honorrios da diretoria Depreciao Seguros de fbrica Materiais diversos fbrica Manuteno Despesas de entrega Material de expediente TOTAL R$ 140.000,00 70.000,00 290.000,00 70.000,00 30.000,00 30.000,00 20.000,00 30.000,00 30.000,00 10.000,00 20.000,00 740.000,00

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O primeiro passo a separao dos custos de produo e das despesas do perodo. Temse, ento, a seguinte distribuio: CUSTOS Salrios de fbrica Matria-prima Consumida Depreciao Seguros de fbrica Materiais diversos fbrica Manuteno TOTAL R$ 140.000,00 290.000,00 30.000,00 20.000,00 30.000,00 30.000,00 540.000,00

DESPESAS Comisso de vendedores Salrios da administrao Honorrios da diretoria Despesas de entrega Material de expediente TOTAL

R$ 70.000,00 70.000,00 30.000,00 10.000,00 20.000,00 200.000,00

Observa-se que os gastos, no valor de $ 740.000,00, ficaram assim distribudos: GASTOS Custos Despesas TOTAL R$ 540.000,00 200.000,00 740.000,00

As despesas no integram o custo dos produtos e, como consequncia, sero lanadas diretamente contra os resultados do exerccio.51

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So apenas dois produtos, deve-se, ento, fazer a apropriao dos custos diretos. Para o consumo de matrias-primas a empresa dever dispor de um sistema de controle de materiais que lhe possibilita identificar quanto cada produto consumiu de matria-prima. E, por esse sistema, pode-se saber quanto de matria-prima foi consumida por produto: CUSTOS DIRETOS Produto A Produto B TOTAL R$ 110.000,00 180.000,00 290.000,00

Com relao aos salrios de fbrica, h a necessidade de se separar a mo de obra direta e a indireta. A empresa mantm apontamentos que permitem a apurao das horas gastas em cada produto e as horas de mo de obra indireta. Apurao de Custos Diretos e Indiretos da empresa: CUSTOS DIRETOS Mo de obra direta do Produto A Mo de obra direta do Produto B Total Mo de obra direta Mo de obra indireta TOTAL DE MO DE OBRA R$ 60.000,00 40.000,00 100.000,00 40.000,00 140.000,00

Dessa forma, os R$ 100.000 so apropriados diretamente aos produtos A e B, enquanto R$ 40.000 sero incorporados aos gastos gerais de fabricao para posterior distribuio. Supondo que os demais custos sejam considerados indiretos, pode-se montar o seguinte quadro:

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CUSTOS DIRETOS CUSTOS PRODUTO A Matria-prima Mo de obra direta Depreciao Seguro da Fbrica Materiais Diversos Mo de obra Indireta Manuteno TOTAL 170.000,00 220.000,00 110.000,00 60.000,00 PRODUTO B 180.000,00 40.000,00

CUSTOS INDIRETOS

CUSTO TOTAL 290.000,00 100.000,00

30.000,00 20.000,00 30.000,00 40.000,00 30.000,00 150.000,00

30.000,00 20.000,00 30.000,00 40.000,00 30.000,00 540.000,00

Do total de custos, R$ 390.000 j esto alocados aos produtos A e B, e os gastos gerais de fabricao, ou custos indiretos de fabricao, no montante de R$ 150.000, precisam, por algum critrio, ser rateados aos dois produtos. Na prxima unidade veremos duas formas desses rateios.

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NIDADE

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Objetivo: Compreender o mtodo de custeio por absoro.

Continuao da unidade 11. Rateio dos Custos Indiretos em relao aos Custos Diretos

Uma maneira bastante simples a distribuio proporcional dos custos indiretos em relao ao total de custos diretos. Tem-se, ento: Proporcionalidade dos Custos Indiretos em relao aos Custos Diretos da empresa Ou seja, para o Produto A tm-se os seguintes clculos: 390.000 ----------- 100% 170.000 ---------X

X=

170.000 x 100 = 43,589744% 390.000

X=

43,59%

Ento: 150.000,00 x 43,59% = 65.385,00Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 54

Ou seja, para o Produto B tm-se os seguintes clculos: 390.000 ----------- 100% 220.000 ---------X

X=

220.000 x 100 = 56,410256% 390.000

X=

56,41%

Ento: 150.000,00 x 56,41% = 84.615,00

PRODUTO

CUSTOS DIRETOS

PROPORO

CUSTOS INDIRETOS

CUSTO TOTAL

A B TOTAL

170.000,00 220.000,00 390.000,00

43,59% 56,41% 100%

65.385,00 84.615,00 150.000,00

235.385,00 304.615,00 540.000,00

A ltima coluna indica o custo total de cada produto e a penltima o montante de custos indiretos de fabricao distribudos segundo os custos diretos de cada produto.

Rateio dos Custos Indiretos em relao mo de obra Outra alternativa de rateio seria de acordo com o gasto de mo de obra direta. Os custos de cada produto seriam:Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 55

Proporcionalidade dos Custos Indiretos em relao mo de obra da empresa

Ou seja, para o Produto A tm-se os seguintes clculos: 100.000 ----------- 100% 60.000 ---------X

X=

60.000 x 100 = 60,00% 100.000

X=

60%

Ento: 150.000,00 x 60% = 90.000,00

Ou seja, para o Produto B tm-se os seguintes clculos: 100.000 ----------- 100% 40.000 ---------X

X=

40.000 x 100 = 40,00% 100.000Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 56

X=

40%

Ento: 150.000,00 x 40% = 60.000,00

Quadro do Total dos Custos Diretos e Indiretos da empresa: PRODUTO MP MO OBRA A B TOTAL 110.000,00 180.000,00 290.000,00 60.000,00 40.000,00 100.000,00 60% 40% 100% DE PROPORO CUSTOS INDIRETOS 90.000,00 60.000,00 150.000,00 CUSTO TOTAL 260.000,00 280.000,00 540.000,00

Existem outros critrios de rateio, tal como distribuio do aluguel, por m2, materiais auxiliares de acordo com o consumo de matria-prima, depreciao de mquinas de acordo com horas trabalhadas, etc. O nvel de detalhamento a ser usado depende da relevncia dos valores envolvidos e do bom-senso de cada um, visando a eliminar as arbitrariedades.

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Objetivo: Compreender o mtodo de custeio varivel ou custeio direto.

Mtodo de Custeio Varivel ou Direto

A metodologia do Custeio Varivel teve surgimento para prover as necessidades gerenciais em termos de tomada de decises. O mtodo de custo varivel utilizado pelos gestores internamente nas entidades com o objetivo de facilitar o processo de tomada de decises, baseadas em dados de custos sem realizao de rateio dos custos indiretos de fabricao. Segundo Martins (2003) e Leone (1989), o custeamento marginal destina-se a auxiliar a gerncia no processo de planejamento e, consequentemente, na tomada de decises. Martins (2003) destaca que distores geradas pela apropriao dos custos indiretos, principalmente os fixos, reside em dois pontos: O fato de serem no total independentes dos produtos e volumes, o que faz com que seu valor por unidade dependa diretamente da quantidade elaborada, e tambm o critrio de rateio, j que, dependendo do que for escolhido, pode ser apropriado um valor diferente para cada unidade de cada produto. Em processo de tomada de deciso, os custos fixos rateados de forma imprecisa podem levar a decises equivocadas, como o corte de produtos lucrativos ou de produtos deficitrios. Para facilitar este processo de decises, pode ser empregando o mtodo de custeio varivel. O custeio direto ou varivel um mtodo de apurao que atribui aos produtos somente os custos que variam diretamente com o volume de produo.Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 58

Diz Capaldi (1.998) que

consiste em considerar como custo de produo do perodo

apenas os Custos Variveis incorridos. Os Custos Fixos no so considerados como custo de produo e sim como despesas, sendo lanadas diretamente contra o resultado do

perodo. Os Custos fixos ficam separados e so apropriados diretamente ao custo das vendas. Desse modo, o custo dos produtos vendidos e os estoques finais de produtos em elaborao e produtos acabados s contero custos variveis. Se os custos da produo so apurados criteriosamente ento a aplicao deste sistema depende do uso de um sistema contbil eficiente, na forma de um plano de contas que separe, j no estgio de registro dos gastos, os custos variveis e os custos fixos de produo.

Caractersticas: Implica a separao dos custos variveis e fixos. Dispensa os rateios. Permite definir o Ponto de Equilbrio. Revela o desempenho individual dos produtos, por meio da margem de contribuio.

As vantagens da sua utilizao residem no fato de que os custos fixos independem do volume de produo e eles esto sempre presentes, independentemente das atividades da fbrica. No esto diretamente relacionados com um produto especfico. Os custos fixos so rateados entre os produtos fabricados. Por essas razes e por sua grande utilidade para otimizar decises, o custeio direto (ou varivel) tende a ser cada vez mais utilizado.

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Todavia, tendo em vista que esse sistema no atende aos princpios fundamentais de contabilidade e no aceito pelas autoridades fiscais, sua utilizao limitada contabilidade para efeitos internos da empresa.

Exemplo: Os dados que seguem, se referem ao volume de produo, s vendas e ao estoque final de uma determinada empresa, bem como os seus custos variveis e fixos para a apurao segundo o mtodo de custeio direto. Tem os seguintes volumes de produo, de vendas e estoque final: MS Janeiro Fevereiro Maro Abril PRODUO 4.000 3.000 2.500 2.000 VENDAS 2.500 3.000 2.000 3.500 ESTOQUE FINAL 1.500 1.500 2.000 500

A estrutura de seus custos de produo : Custos variveis Matria-prima Materiais auxiliares Energia eltrica mo de obra direta R$ 25,00/u 10,00/u 5,00/u 20,00/u 60,00/u

Custos fixos mo de obra

R$ 100.000,00Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 60

Depreciao Manuteno Outros

30.000,00 2.500,00 7.000,00 139.500,00/ms

A empresa utiliza o mtodo PEPS para avaliar seus estoques e custos dos produtos vendidos. Supondo um preo unitrio de venda de R$ 130,00, as demonstraes de resultados dos perodos considerados seriam as seguintes: MS QUANTIDADE VENDIDA PREO (QTD) Janeiro Fevereiro Maro Abril 2.500 3.000 2.000 3.500 (PV) 130,00 130,00 130,00 130,00 DE VENDA TOTAL DA VENDA

(QTD x PV) 325.000,00 390.000,00 260.000,00 455.000,00

Utilizando o custo varivel unitrio de R$ 60,00, as demonstraes de resultados dos perodos considerados seriam as seguintes: MS QUANTIDADE VENDIDA CUSTO (QTD) Janeiro Fevereiro Maro Abril 2.500 3.000 2.000 3.500 UNITRIO 60,00 60,00 60,00 60,00 VARIVEL CUSTO (CVu) TOTAL 150.000,00 180.000,00 120.000,00 210.000,00 VARIVEL (QTD x CVu)

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Demonstrao do Resultado Custeio Direto ou Custeio Varivel Janeiro Vendas 325.000,00 Fevereiro 390.000,00 Maro 260.000,00 Abril 455.000,00 TOTAL 1.430.000,00

(-) CV

(150.000,00)

(180.000,00)

(120.000,00)

(210.000,00)

(660.000,00)

= Mg de Contribuio

175.000,00

210.000,00

140.000,00

245.000,00

770.000,00

(-) CF

(139.500,00)

(139.500,00)

(139.500,00)

(139.500,00)

(558.000,00)

= Lucro

35.500,00

70.500,00

500,00

105.500,00

212.000,00

Estoque Final

90.000,00

90.000,00

120.000,00

30.000,00

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Objetivo: Compreender melhor os custeios direto e por absoro por meio de uma comparao utilizando o exemplo da unidade 13.

Comparao do Mtodo de Custeio Direto ou Varivel com o Custeio por Absoro.

Exemplo: Ser feita uma comparao entre os mtodos de custeio direto e por absoro. Apresenta-se uma empresa que fabrica um nico produto. Tem os seguintes volumes de produo e de vendas: Quadro Comparao entre MCD e MCA MS PRODUO VENDAS ESTOQUE FINAL Janeiro Fevereiro Maro Abril 4.000 3.000 2.500 2.000 2.500 3.000 2.000 3.500 1.500 1.500 2.000 500

A estrutura de seus custos de produo : Custos variveis Matria-prima Materiais auxiliares Energia eltrica R$ 25,00/u 10,00/u 5,00/u

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mo de obra direta

20,00/u 60,00/u

Custos fixos mo de obra Depreciao Manuteno Outros

R$ 100.000,00 30.000,00 2.500,00 7.000,00 139.500,00/ms

A empresa utiliza o mtodo PEPS para avaliar seus estoques e custos dos produtos vendidos. O custo unitrio do produto, pelo custeio por absoro, seria, ento, assim apurado:

Produo do 1 ms - Custo de produo Custos variveis = produo do perodo x custo unitrio Custos variveis = 4.000 x R$ 60,00 Custos variveis = 240.000,00 Custos variveis (CV) Custos Fixos (CF) Custos Totais (CT) 240.000,00 139.500,00 379.500,00

Custos Unitrios = CT / Qtd prod Custo Unitrio

379.500,00 / 4.000 u = 94,88 R$ 94,88 por unidade

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Custo do Produto Vendido = quantidade vendida x custo unitrio de produo Ou seja, CPV = QTD x CUn

Logo, CPV = 2500 x 94,88 = 237.200,00 CPV = R$ 237.200,00 O Custo do Produto Vendido foi de R$ 237.200,00 do primeiro ms da empresa.

E o estoque, como fica? Estoque final = 1.500 x 94,88 = 142.320,00 Estoque final = R$ 142.320,00

Produo do 2 ms - Custo de produo Custos variveis = produo do perodo x custo unitrio Custos variveis = 3.000 x R$ 60,00 Custos variveis = 180.000,00 Custos variveis (CV) Custos Fixos (CF) Custos Totais (CT) 180.000,00 139.500,00 319.500,00

Custos Unitrios = CT / Qtd prod Custo Unitrio

319.500,00 / 3.000 u = 106,50 R$ 106,50 por unidade

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Como o critrio adotado para controle de estoque foi o PEPS (Primeiro que Entra e o Primeiro que Sai), no vamos esquecer do estoque final do ms anterior, ou seja, o estoque inicial do ms atual, que so iguais. Cujo valor de R$ 142.320,00. Logo, o Custo do Produto Vendido ser calculado da seguinte forma: Como foram vendidas 3.000 unidades e temos um estoque anterior de 1500 unidades a um custo unitrio de R$ 94,88 totalizando 142.320,00; precisaremos apenas de 1500 unidades ao novo custo de R$ 106,50 a unidade perfazendo um novo total de 159.750,00. Totalizando um CPV de R$ 302.070,00. CPV1 = 1.500 x 94,88 = 142.320,00 CPV2 = 1.500 x 106,50 = 159.750,00 CPVt = CPV1 + CPV2 CPVt = 142.320,00 + 159.750,00 CPVt = 302.070,00

O Custo do Produto Vendido foi de 302.070,00 do segundo ms da empresa. E o estoque, como fica? Estoque final = 1.500 x 106,50 = 159.750,00 Estoque final = R$ 159.750,00 Como a produo do 2 ms foi de 3.000 unidades a R$ 106,50 cada, o estoque final ser de 1.500 unidades, com valor total de R$ 159.750,00.

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Objetivo: Compreender melhor os custeios direto e por absoro por meio de uma comparao utilizando o exemplo da unidade 14.

Continuao da Unidade 14. Continuao da comparao dos mtodos de custeio da unidade 14

Produo do 3 ms - Custo de produo Custos variveis = produo do perodo x custo unitrio Custos variveis = 2.500 x R$ 60,00 Custos variveis = 150.000,00

Custos variveis (CV) Custos Fixos (CF) Custos Totais (CT)

150.000,00 139.500,00 289.500,00

Custos Unitrios = CT / Qtd prod Custo Unitrio

289.500,00 / 2.500 u = 115,80 R$ 115,80 por unidade

Como o critrio adotado para controle de estoque foi o PEPS (Primeiro que Entra e o Primeiro que Sai), no vamos esquecer o estoque final do ms anterior, ou seja, o estoque inicial do ms atual, que so iguais. Cujo valor de R$ 159.750,00. Ou seja, 1.500 unidades a R$ 106,50 totalizando R$ 159.750,00.Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 67

Logo, o Custo do Produto Vendido ser calculado da seguinte forma: Como foram vendidas 2.000 unidades e temos um estoque anterior de 1500 unidades a um custo unitrio de R$ 106,50 totalizando 159.750,00; precisaremos apenas de 500 unidades ao novo custo de R$ 115,80 a unidade perfazendo um novo total de 57.900,00. Totalizando um CPV de R$ 217.650,00. CPV1 = 1.500 x 106,50 = 159.750,00 CPV2 = 500 x 115,80 = 57.900,00 CPVt = CPV1 + CPV2 CPVt = 159.750,00 + 57.900,00 CPVt = 217.650,00

O Custo do Produto Vendido foi de 217.650,00 do terceiro ms da empresa. E o estoque, como fica? Estoque final = 2.000 x 115,80 = 231.600,00 Estoque final = R$ 231.600,00

Como a produo do 3 ms foi de 2.500 unidades a R$ 115,80 cada, o estoque final ser de 2.000 unidades, uma vez que foram utilizadas 500 unidades na venda ao custo de R$ 115,80, ficando assim com o estoque no valor total de R$ 231.600,00.

Produo do 4 ms - Custo de produo Custos variveis = produo do perodo x custo unitrio

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Custos variveis = 2.000 x R$ 60,00 Custos variveis = 120.000,00

Custos variveis (CV) Custos Fixos (CF) Custos Totais (CT)

120.000,00 139.500,00 259.500,00

Custos Unitrios = CT / Qtd prod Custo Unitrio

259.500,00 / 2.000 u = 129,75 R$ 129,75 por unidade

Como o critrio adotado para controle de estoque foi o PEPS (Primeiro que Entra e o Primeiro que Sai), no vamos esquecer o estoque final do ms anterior, ou seja, o estoque inicial do ms atual, que so iguais. Cujo valor de R$ 231.600,00. Ou seja, 2.000 unidades a R$ 115,80 totalizando R$ 231.600,00. Logo, o Custo do Produto Vendido ser calculado da seguinte forma: Como foram vendidas 3.500 unidades e temos um estoque anterior de 2.000 unidades a um custo unitrio de R$ 115,80 totalizando R$ 231.600,00; precisaremos apenas de 1.500 unidades ao novo custo de R$ 129,75 a unidade perfazendo um novo total de 194.625,00. Totalizando um CPV de R$ 426.225,00. CPV1 = 2.000 x 115,80 = 231.600,00 CPV2 = 1.500 x 129,75 = 194.625,00 CPVt = CPV1 + CPV2 CPVt = 231.600,00 + 194.625,00 CPVt = 426.225,0069

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O Custo do Produto Vendido foi de 426.225,00 do quarto ms da empresa. E o estoque, como fica? Estoque final = 500 x 129,75 = 64.875,00 Estoque final = R$ 64.875,00

Como a produo do 4 ms foi de 2.000 unidades a R$ 129,75 cada, o estoque final ser de 500 unidades, uma vez que foram utilizadas 1.500 unidades na venda, ficando assim com o estoque no valor total de R$ 64.875,00. Observa-se que os custos fixos so os mesmos dos perodos anteriores, assim como os custos variveis unitrios. Supondo um preo unitrio de venda de R$ 130,00, as demonstraes de resultados dos perodos considerados seriam as seguintes: MS QUANTIDADE VENDIDA PREO (QTD) Janeiro Fevereiro Maro Abril 2.500 3.000 2.000 3.500 (PV) 130,00 130,00 130,00 130,00 DE VENDA TOTAL DA VENDA

(QTD x PV) 325.000,00 390.000,00 260.000,00 455.000,00

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Objetivo: Compreender melhor os custeios direto e por absoro por meio de uma comparao utilizando o exemplo da unidade 14 e 15.

Continuao das Unidades 14 e 15. Continuao da comparao

Demonstrao do Resultado Custeio por Absoro Janeiro Vendas 325.000,00 Fevereiro 390.000,00 Maro 260.000,00 Abril 455.000,00 TOTAL 1.430.000,00

(-) CPV

(237.200,00)

(302.070,00)

(217.650,00)

(426.225,00) (1.183.145,00)

= Lucro Estoque Final

87.800,00 142.320,00

87.930,00 159.750,00

42.350,00 231.600,00

28.775,00 64.875,00

246.855,00

Nesta empresa, do 2 para o 3 ms, a produo caiu, as vendas tambm, 33% e o lucro diminuiu em 39%. Isso se explica porque diminui a produo e as vendas, mantendo-se o estoque constante, fazendo o custo unitrio aumentar. Apesar de que no 4 ms as vendas cresceram em 75%, a produo caiu e os estoques aumentaram de 1500 para 2.000 unidades. Vendeu-se muito mais que em todos os anos e o lucro foi o menor de todos.

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Observa-se que os lucros no acompanham, necessariamente, as vendas, sendo muito influenciados pelo volume de produo e de estoques. Utilizando o custo varivel unitrio de R$ 60,00, as demonstraes de resultados dos perodos considerados seriam as seguintes, para entendimento do custeio direto, temos: MS QUANTIDADE VENDIDA (QTD) Janeiro 2.500 CUSTO UNITRIO 60,00 60,00 60,00 60,00 VARIVEL CUSTO VARIVEL TOTAL (CVu) (QTD x CVu) 150.000,00 180.000,00 120.000,00 210.000,00

Fevereiro 3.000 Maro Abril 2.000 3.500

Analisam-se agora os resultados dos quatro perodos apurados pelo custeio direto (ou varivel). Demonstrao do Resultado Custeio Direto ou Custeio Varivel Janeiro Vendas (-) CV 325.000,00 Fevereiro 390.000,00 Maro 260.000,00 Abril 455.000,00 TOTAL 1.430.000,00

(150.000,00) (180.000,00) (120.000,00) (210.000,00) (660.000,00) 210.000,00 140.000,00 245.000,00 770.000,00

= Mg de Contribuio 175.000,00 (-) CF = Lucro Estoque Final

(139.500,00) (139.500,00) (139.500,00) (139.500,00) (558.000,00) 35.500,00 90.000,00 70.500,00 90.000,00 500,00 120.000,00 105.500,00 30.000,00 212.000,00

Pode-se notar, aqui, que aumentando-se as vendas, aumenta-se o lucro, que o caso do 2 perodo; inversamente, reduzindo-se as vendas, reduz-se o lucro, que o caso do 3 perodo.

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U

NIDADE

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Objetivo: Compreender o Mtodo de Custeio-padro.

Mtodo do Custeio-Padro

De acordo com a teoria, em se tratando da abordagem de Contabilidade de Custos, padro significa aquilo que serve de base ou norma para a avaliao de qualidade ou quantidade. uma terminao que, por suas muitas implicaes, produziria, em longo prazo, o custo ideal de fabricao de um item especfico. Custo-padro seria uma espcie de custo perfeito: [...] onde todos os clculos (matria-prima, mo de obra, capacidade da empresa, etc.) alcanariam a mais alta eficincia. Esta uma ideia de certa forma invlida para o custopadro, uma vez que, pelo conceito cientfico, no este o seu objetivo (MARTINS, 2003). De acordo com S (1989), custo-padro trata-se do Custo determinado a priori, ou seja, predeterminado, e que se fundamenta em princpios cientficos e observa cada componente de custo (matria-prima, mo de obra e gastos gerais de fabricao) dentro de suas medidas de verdadeira participao no processo de produo, representando o quanto deve custar cada unidade em bases racionais de fabricao. Os custos-padro so depois de efetuados os gastos, comparados com os histricos, a fim de observar as discrepncias; tais verificaes podem ser feitas para atender a mltiplas finalidades, quais sejam as de controle da produo, de estudo do grau de ocupao, de estudo de investimentos, etc. O custo-padro tem como funo fornecer apoio para o controle de custos da empresa, estabelecendo um padro de conduta para os custos. "O custo-padro a determinao antecipada dos componentes do produto, em quantidade e valor, apoiada na utilizao de dados de vrias fontes, com validade para determinado espao de tempo" (DUTRA, 1992, p. 166).Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 73

Diversas so as definies de custo-padro, no entanto, diante dos conceitos abordados anteriormente, observa-se uma concordncia em reconhecer o custo-padro como uma medida de eficincia, pois, quando comparado com os custos reais, ele fornece oportunidade de co