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1 Marco Aurélio UBIALI Sérgio Motti TROMBELLI MARKETING POLÍTICO Administrando o Gabinete Editora

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Marco Aurélio UBIALI

Sérgio Motti TROMBELLI

MARKETING POLÍTICO

Administrando o Gabinete

Editora

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Dedicatória

“Dedico este livro ao meu filho, Guilherme, que tem sido inspirador na

administração do meu gabinete”.

Marco Aurélio Ubiali

“Dedico esta obra a minha esposa Lélia Maria,

a meus filhos Érika Regina, Alexandre e Mariana,

e meus netos Maria Luíza, Beatriz e Guilherme.

Dedico também à minha nora Rosana, meus genros Alexandre e Alessandro

que, em aumentando minha família,

trouxeram mais felicidade à nossa vida

Sérgio Motti Trombelli

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Agradecimentos

“Agradeço a minha família, especialmente, a minha esposa, Eugênia, pela

paciência e tolerância comigo.”

Marco Auirélio Ubiali

“Agradeço a Deus, pela força e perseverança com que sempre me abençoou

de modo a que eu pudesse realizar as coisas que realizo.”

Sérgio Motti Trombelli

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Prefácio

Marco Aurélio Ubiali e Sérgio Motti Trombelli nos brindam com mais uma obra

sobre marketing político. Desta vez, o tema é a administração do gabinete parlamentar

cujo eleito deverá saber organizar com perícia quase que cirúrgica se quiser obter

sucesso no seu mandado.

Num dos trechos da obra, os autores , de maneira bem objetiva, sentenciam

que o gabinete é a empresa do político. Ela pode produzir lucros em quatro anos e

com certeza o parlamentar será reeleito. Mas ela pode produzir prejuízo e aí, em

quatro anos ir à falência. Neste caso o parlamentar não se reelege e a lei de mercado é

imperiosa: outro ocupará o seu lugar.

Caminhando pelos meandros da administração política, a obra perpassa por

temas de altíssima relevância para quem exerce o mandato e quer que sua equipe de

trabalho seja eficiente e com isso ajude o parlamentar a exercer seu mister com

eficiência. São tratados temas como a continuidade de se fazer marketing, a

valorização da marca do político que é o seu nome e os cuidados que se deve ter para

que esta marca não se corrompa com o tempo, a composição da equipe, a militância

política, e as funções que o gabinete deve exercer no atendimento às necessidades da

população.

No primeiro capítulo, há um estudo interessante e inovador sobre o político

profissional, aproveitando as ideias de Max Weber, estudo este que merece atenção

profunda de todos aqueles que militam na política.

De outra parte, a primeira obra em conjunto dos autores – Marketing Político ,

fidelize seu eleitor e vença sempre - possui uma abordagem temática sobre a

fidelização na política, assunto que o gabinete deve ter sempre em mente e que ,

somente com competência e trabalho, poderá fazer e com isso manter fieis os

eleitores do seu parlamentar. Esta temática vem sendo reclamada por todos aqueles

que não podem ter a obra em questão, haja vista que está totalmente esgotada.

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Desta forma, inteligentemente, os autores retomam os assuntos fundamentais

daquele livro e fazem encartes novos sobre os assuntos lá abordados, principalmente

no que diz respeito à comunicação com o público. Assim , uma parte importante da

oratória é reprisada neste livro e com isso os autores atendem aos reclamos de seus

leitores e de todos os políticos que participam dos cursos e palestras que são

ministrados.

Quando se é candidato todos se sentem preparados e prontos para ser eleitos e

para administrar o futuro gabinete mas, apões a eleição , o parlamentar começa a ver

que não é tão simples assim.

Terminado o pleito, vitorioso, haverá as festas, o vitorioso e será festejado, é

a chamada “lua de mel” do poder que durará até que seja empossado. Entretanto, às

vésperas de assumir o cargo para o qual foi eleito, seus companheiros de partido e de

campanha cobrarão por cargos na sua assessoria ou na administração pública. É justo

que o façam, pois o político precisa ter visibilidade e é a função pública que fornece

isso além do que ao ajudá-lo na campanha eles também se comprometeram com seu

programa político e querem participar da sua realização.

O primeiro problema que surge então é que normalmente, o seu gabinete não

possui muitos cargos de assessoria e mesmo que o político seja da situação,

frequentemente, não disporá de cargos para serem preenchidos - se for da oposição

certamente não terá nenhum cargo na administração...

A resolução deste problema passa pela incompreensão de alguns , e até

mesmo algumas injustiças são cometidas, mas a vida parlamentar exige uma postura

diferente da vida de campanha. Naturalmente os companheiros esperam o convite

para a assessoria e o parlamentar saberá fazer a escolha levando em conta a fidelidade

e a competência de cada um.

Os seus assessores precisam ser competentes e capazes de elaborar uma

estratégia de ação com criatividade, respeitando sempre a bandeira que propõem

defender. Durante esse processo de escolha, o eleito verificará que muitos dos seus

apoiadores são bons de campanha, mas não apresentam as competências necessárias

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para a vida interna da política e por mais que o político queira tê-los a seu lado dentro

do gabinete não poderá mantê-los .

Por isso, uma das considerações mais interessantes que o livro nos coloca é que

o gabinete não é um espaço físico, mas todo um conjunto de ações que os assessores

devem exercer. Participar do gabinete não é ficar dentro do parlamento fisicamente,

mas atuar de forma proativa também fora da casa de leis, por exemplo. Assim , a

militância do candidato, aquela que foi efetiva na sua eleição, continuará ativa e com a

mesma importância de antes. Esta forma de pensar, proposta na obra, elimina a

discriminação que geralmente é feita entre os que estão trabalhando interna e

externamente para o sucesso do parlamentar eleito. No fazer político, todos são de

igual importância.

Enfim , a obra é interessantíssima e complementa os trabalhos anteriormente

feitos pelos autores. Um livro de obrigatória leitura sobre uma das temáticas mais

importantes que, ao longo do tempo , vem sendo objeto de estudo de filósofos e

pensadores : a política.

A Fesp – Federação das Unimeds do Estado de São Paulo – se sente orgulhosa

em apresentar a todos mais esta obra e o faz como parte do projeto político que vem

sendo desenvolvido pela federação, sempre com vistas a fortalecer o cooperativismo

de trabalho médico de forma a que os homens públicos unimedianos possam buscar

cada vez mais a melhoria da qualidade de vida da população brasileira.

Waldemar D’Ambrósio Filho

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Introdução

Este livro se destina aos vereadores, deputados e todos que tenham que

montar um gabinete. A ideia de escrevê-lo surgiu, após uma série de palestras feitas

para vereadores eleitos que assumiram em janeiro de 2013. Apesar da abrangência, de

poder ser utilizado por, qualquer político eleito e fundamentalmente, para os

vereadores e deputados, a eles é que nos iremos referir ao longo destas páginas.

Não se trata de um manual sobre o legislativo, suas funções, ou como fazer

requerimentos ou projetos de lei. Continuamos na nossa proposta de manter o foco na

área de marketing e a administração do gabinete tem tudo a ver com isso.

A vida do político no legislativo seja ele vereador ou deputado é difícil, mas é

mais complicada para o vereador. Enquanto deputados estaduais ou federais se

tornam figuras “abstratas” no cotidiano das pessoas da cidade devido à distância, o

vereador é “concreto”, isto é, sabemos onde mora, que clube frequenta, onde seus

filhos estudam, onde se reúnem, quem são seus assessores nos gabinetes. E mais, eles

estão logo ali, à distância de alguns metros da minha casa e por isso eu posso cobrá-los

diariamente se quiser. Por isso, para o vereador, ganhar mais votos por um bom

trabalho, ou perder os que conseguiu é extremamente fácil.

É da natureza humana que, ao vencer uma eleição, se sinta orgulhoso,“ Sou o

máximo”, “ sou autoridade”, “tenho mídia à minha disposição”, “todos me

cumprimentam”. Neste momento o eleito tem a sensação de poder que acredita ser

real, o que não deixa de ser verdade, mas não é tão simples assim.

Essa falsa sensação de poder leva a que, muitos eleitos se encastelem em seus

gabinetes encantados com a sua própria voz, com a sua própria figura, com sua

imagem nos jornais, na TV, enfim, acreditam que o mundo gira a seu redor. Pensam

que uma vez eleitos, basta estar nas sessões da câmara e usar a tribuna que ele será

visto, sua fala e opinião divulgada, seu trabalho reconhecido e a reeleição será fácil. Ou

Ë comum o vereador eleito, principalmente no primeiro mandato, ter valores sobre

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seu trabalho e acreditar que basta fazer alguma indicação, um projeto de lei, que

todos estarão comentando nas ruas no dia seguinte. Como a nossa sociedade é

individualista e todos querem ter prioridade ou verem suas demandas pessoais

atendidas, o vereador gasta a maior parte do seu tempo procurando atender essas

demandas e deixa de exercer seu mandato pleno, pois para atender a essas demandas

quase sempre se vê obrigado a apoiar o prefeito e não a fiscaliza-lo no exercício do

mandato.

Esta situação leva a uma compreensão errada da importância e atenção que o

vereador deva ter para a maioria do povo, pois a maioria das pessoas vivem sua vida

muito bem e sem saberem o que o político está fazendo, afinal, as pessoas estão todas

preocupadas com seus próprios afazeres, com o pão de cada dia, com a educação dos

filhos, a balada no final de semana, as novelas, e para alguns mais empolgados

( lamentavelmente ) com o BBB, etc e apesar da política atingirem diretamente suas

vidas, empregos, custos da energia,segurança, transporte público eles somente

dedicam sua tenção a política nos escândalos ou nas eleições.

Por isso, o político precisa se comunicar com eficiência, isto é, precisa estar, o

máximo que der, nas conversas dos eleitores, na presença deles, na solução dos

problemas coletivos e individuais que eles têm. E quem faz isso é o gabinete, por isso

saber administrar seu gabinete é uma arte que garante o sucesso do eleito, ou pode se

tornar o culpado do seu completo fracasso.

A escolha dos assessores geralmente começa com o convite aos amigos que

ajudaram na campanha. Não é um erro, desde que o amigo saiba que mandato não é

campanha e as necessidades são outras. O gabinete deve ser montado com uma

mistura de militância e especialistas na administração pública (gestão de emendas,

administração de cotas de representação e secretariado executivo para fazer discurso,

etc) pois, quem opta por um só prato desta balança acaba se dando mal.

O político tem que saber que a peça mais importante no sucesso do seu

mandato é seu gabinete e ele somente funcionará se, as escolhas dos assessores

forem corretas. A ação do político deverá ter como meta os interesses coletivos das

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pessoas em detrimento do individual e seu trabalho será reconhecido se souber

fiscalizar o executivo utilizando os instrumentos disponíveis( requerimentos de

esclarecimentos e informações CEI, etc), valorizando o cargo para o qual foi eleito,

dando respeitabilidade e importância ao mesmo, ao mesmo tempo em que deve

continuar fazendo seu marketing pessoal, coisa que nem sempre acontece.

Esperamos que esta obra possa ser de utilidade àqueles que irão enfrentar a

dura tarefa do “fazer político”. Por isso, muito do que já falamos antes, em nossos

livros, poderá estar aqui repetido, o que, no fundo é bom, porque somente reforçando

ideias é que as coisas podem se fixar na mente dos vereadores eleitos.

Administrem bem seu gabinete, façam de seus mandatos uma coisa que valha a

pena e com isso tenham sucesso, porque somente assim, com trabalho, divulgação,

vivência com o eleitorado, se pode pensar na reeleição.

Os autores.

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O político profissional

A política está profissionalizada, e faz tempo e é bom que seja assim, pois um

profissional sempre desempenha melhor a tarefa do que um amador. As campanhas,

então, nem se fala, afinal é impensável se entrar numa eleições sem marketing

eleitoral. Todos os candidatos vitoriosos sabem disso, e cada vez mais os técnicos se

especializam e acham formas e fórmulas para serem aplicadas na política. Marcio

França um político renomado diz que”a muito as eleições deixou de ser uma caixa de

surpresas e hoje se sabe que candidato tem reais chances de ser eleito ou reeleito e

como será o seu mandato”.

Esta profissionalização de campanha alcançou hoje os políticos em exercício,

isto é, os agentes políticos, precisam ser cada vez mais profissionais. Não é do nosso

tempo, mas antigamente o vereador não ganhava nada. E até mesmo o prefeito era

um “fazer político” que dispensava remuneração hoje, como todos sabem, os políticos

eleitos ganham e bem para cumprir os seus mandatos.

Como o político recebe pelo seu trabalho é preciso que priorize o mandato o

que consequentemente leva a conclusão de que exercer outra profissão é algo

impensável, tamanha a absorção que a política faz do eleito.

Vereadores, por exercerem funções na sua comunidade, podem continuar

ativos em sua profissão, mas priorizando o mandato. Assim, médicos podem clinicar e

exercer a vereança; professores dão aula sendo vereadores; empresários cuidam de

suas empresas e da câmara. Quando se trata do mandato de deputado esta

duplicidade de função fica muito mais difícil, principalmente se o mandato for federal.

Entretanto, mesmo para os vereadores, não está sendo fácil caso se pense em

reeleição. Levando em conta que a renda obtida com o mandato, cada vez mais se

torna compensadora e junto dela, está os favores que se obtém, a rede de influência,

as benesses do poder, as mordomia o político eleito rapidamente sente necessidade

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de buscar a reeleição. Por isso, os políticos estão optando pela atividade política em

detrimento de suas profissões de origem e surge então o político profissional, uma

espécie estudada, inclusive, por pensadores como Max Weber de quem usaremos

considerações para nos referir a este novo profissional.

De saída devemos considerar que o profissional político é aquele que dedica

toda, ou pelo menos a maioria de seu tempo, e atividade de trabalho, à política. Por

isso, é justo que desta mesma política ele retire sua subsistência. Conforme Max

Weber diz de alguns políticos que ‘ele vive da política e não para ela’, cometendo aí

um erro de ação. De fato, ser político competente, exige tanto do agente político que

a este nada mais sobra a não ser se dedicar plenamente a sua função de político e para

tanto a remuneração de seus “serviços” é justa, afinal, pela própria essência e

dinamismo da política, nada resta de tempo para aqueles que atuam politicamente a

não ser a própria política. Os que militam sabem que a política não muda diariamente,

ela muda por hora, o que obriga seus agentes estarem atentos 24 horas por dia.

Ademais, os partidos, antes agremiações formadas pela afinidade de ideais, aos

poucos perderam a sua identidade em nome de ideais “mais altos”, os quais exigem

pessoas diferentes, mais capacitadas para porem em prática seus manifestos ou suas

cartas de intenções.

Isto mostra quão importante é a abertura destas agremiações aos técnicos,

especialistas, enfim uma plêiade burocrática de pessoas capazes de fazer rodar toda

uma engrenagem que dê sustentação aos profissionais políticos que a elas pertençam.

Assim, não só o político é profissional, mas o partido ao qual ele está filiado, também o

é, ainda mais no sistema político brasileiro, onde o mandato é do partido e os agentes

são meros personagens da cena política, sempre sujeita aos embates e interesses de

dominação desta ou daquela sigla partidária.

Os estudos mostram que em São Paulo já. na década de 1920, a política era

uma forma de melhorar seus negócios, e que para quase todos os demais agentes

políticos da época, a política era o seu negócio. Com isso, a dicotomia entre o mundo

de relações e negócios em que todos vivem e o político desaparece numa unidade que

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tem personalidade própria, o mundo e o político, não mais separados, mas unidos

indissoluvelmente. Max Weber chama isso de empreendimento político, algo quem

tem vida própria, interesses próprios, autonomia, e que nem sempre faz o que a

sociedade almeja, preferindo realizar seus interesses internos. A política se tornou um

fazer novo na sociedade, surgindo com isso, o político profissional cuja atenção está

voltada unicamente para a ela.

A política passou a ser um mundo autônomo dentro do macrocosmo social. Ela

de meio passa a ser um fim, e desta forma começa a ser tratada como uma entidade

independente e não mais um meio cuja finalidade seria servir a uma causa, ou a um

ideal. A política atende a ela e os eleitos são agentes desta entidade independente,

concreta, autônoma. Desta situação a passa a ser uma profissão, com códigos próprios,

com interesses estritamente políticos e não apenas sociais, foi uma questão de tempo

curto, muito curto. Assim, o interesse social se subordina ao interesse político. Já foi

dito por um político que “exatamente como os empresários negociam com petróleo,

eu negocio com votos”.

O voto é a matéria prima desta profissão, porque o que de fato garante o

político no poder são eles. Weber compreende bem isso quando afirma que os

políticos são “ fundamentalmente especuladores de votos”. Neste sentido, a eficiência

do agente se torna, por força da concorrência, obrigatoriamente profissional.

Karl Marx também entra nesta história e de uma forma menos literal deixa

entrever a existência de um “mundo político” como sendo algo à parte, dotado de uma

lógica especial, com códigos específicos, além de princípios que são unicamente deste

mesmo mundo político. Por isso, a lógica da política não se coaduna com a lógica

tradicional e a moral inclusive. Mais que isso, a nem sempre a moral política encontra

eco na moral social, por isso o que aparenta ser imoralidade para a sociedade nada

mais é do que outra forma de moral, “estritamente política”. A consciência política

está longe da consciência como a conhecemos porque o mundo político, por

justamente lidar com as estruturas de poder, acaba se colocando acima do bem e do

mal, afinal cada um considera seu ofício como o ofício verdadeiro e o político julga a si

mesmo como o dono da verdade.

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Por esta razão é que o profissional político acaba sendo blindado “do mundo

profano de aí fora”. Isto lhe traz as vantagens de decidir as coisas que lhe dizem

respeito e as coisas que dizem respeito aos outros, afinal, o político faz as leis que

comandam todas as vidas na sociedade. É um espaço hermeticamente fechado e

voltado sob re si mesmo.

Adriano Codato, com sobriedade afirma: “Esse hermetismo que caracteriza e

define o universo político, implica ter presente tanto os processos políticos e

ideológicos de produção dos profissionais da política, que são historicamente

diferentes em formações sociais diferentes, quanto os procedimentos efetivos, isto é,

o “jogo político”, com suas técnicas de ação e de expressão (regras, posturas, crenças,

valores, hierarquias etc.), que são a essência de qualquer campo e o pré-requisito para

participar dele.

A propósito da famosa frase de Weber, para quem se “pode viver da política

ou para a política, Bourdieu a corrige e adiciona uma outra ideia dizendo que seria

mais exato pensar que se possa “viver da política com a condição de se viver para a

política”, isto é, conforme se conheça e se adira às regras do jogo, e não conforme

uma vocação imaginada. Nós acrescentaríamos que o oposto também é verdadeiro: só

vive para a política aquele que vive da política. Essa profissionalização passa a ser a

condição para dedicar-se integralmente a política na sua função de representação de

interesses externos ao campo político (interesses sociais), na função de representação

dos próprios interesses (as “‘ideias fixas”), e mesmo aos interesses do campo político

enquanto tal ou seja, sua existência, sua permanência, seus regulamentos, seus

códigos, seus princípios de seleção e exclusão etc.

O mundo político exige a existência de interesses corporativos, definidos não só

pelos agentes do processo, mas também por toda uma gama de outros agentes que

giram em torno da vida política na busca de seus interesses. Isso faz com que a política

coloque a questão do poder pelo poder como sendo a sua mais alta expressão, porque

é ela, em última instância, que confere a consistência e a perpetuação do profissional

da política.

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Por isso, a profissão de político fascina. Principalmente por causa da

possibilidade de exercer poder sobre as demais profissões e com isso, exercer o poder

de dominação da sociedade. Quem preferiria a medicina, o magistério, a advocacia,

etc, em vez disto ?

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O que foi feito não basta – Marketing Político nunca acaba

Os políticos precisam se preparar para os seus mandatos e não apenas para a

sua campanha. Após a posse é que as coisas que realmente contam começam a existir.

Por isso, não dá para o eleito deitar em berço esplêndido e ficar contemplando a si

mesmo.

Principalmente o vereador, que, como dissemos, é uma figura concreta, isto é,

está ali, à distância de um gesto, de um grito. Os vereadores são pessoas palpáveis

dentro de suas comunidades: dançam no mesmo salão do clube local, frequentam as

mesmas pizzarias, têm os filhos nas mesmas escolas que os munícipes, enfim, são

vistos constantemente e podem ser interpelados a qualquer instante. Numa situação

desta, cuidar da imagem é fundamental e este cuidado está dentro da esfera do

marketing, por isso ele nunca acaba.

O que é imagem? Imagem é a somatória, isto é, quando olho para um

candidato, o que vejo? O que sinto? O que espero dele? Da mesma forma ocorre

quando vejo, sinto, espero daquele político eleito que recebeu meu voto.

Por isso, não dá para ser candidato de um jeito e vereador de outro; defender

algumas bandeiras durante a eleição e outras durante o mandato; manter amigos

durante a campanha e se esquecer deles depois de eleito; abrir a porta da sua casa

durante a campanha e fechar o gabinete depois de eleito.

Fazer o marketing pós-eleitoral é mais fácil do que quando do tempo de

campanha, afinal o candidato é uma possibilidade e o vereador é uma pessoa eleita, é

uma autoridade, tem espaço no jornal, pode até convocar uma coletiva para dar algum

furo jornalística ou prestar contas de seus atos.

Isto sem contar sua atividade parlamentar: na câmara está seu palanque, os

microfones são dele para o que quiser dizer. Por isso, estratégias de marketing

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precisam ser feitas de forma a fixar a sua imagem agora como parlamentar. Da mesma

forma que o marketing pessoal preconiza a necessidade de crescimento pessoal, o

marketing político exige crescimento político, isto é, é fundamental projetar uma

imagem positiva para o seu mundo doravante.

Ser um político positivo é confirmar os motivos que o fizeram se eleger e neste

sentido ele tem que ser muito convincente, pois a tendência é sempre duvidar do

político, “colocar todos no mesmo saco”.

Para que isto não aconteça com o eleito, vale à eterna e sempre verdadeira

máxima de que a “propaganda é a alma do negócio” (e do político também). O

vereador é um produto e como tal está na praça para ser escolhido pela população. É

um produto porque serve para resolver problemas, assim como um carro que resolve

problemas de transporte, um sabão em pó que resolve problemas de limpeza, ou um

remédio que resolve problemas de saúde. Desta forma, como você espera que o carro,

o sabão em pó e o remédio resolvam seus problemas, você espera que o vereador

também faça isso.

Só que o problema do vereador é outro: a vida em sociedade, bem mais

complexo porque não depende exatamente dele para ser solucionado. Mas aqui está o

pulo do gato em termos de marketing: o vereador é um produto que não se esgota, ele

é sempre necessário porque a sociedade muda e com ela novos problemas vão

surgindo. O vereador é um produto que soluciona problemas, por isso é sempre atual.

Saber mostrar-se como a solução do problema à população é uma arte. Ela faz

por solidificar a marca que o vereador acaba “colando” em si mesmo. Já falamos em

outra obra – Marketing Político – fidelize seu eleitor e vença sempre, sobre a

importância da marca na vida do político, vale repetir aqui: a fixação de uma marca na

mente do consumidor, estimulando nele um comportamento de preferência na hora

da compra, exige muita precisão. A profusão de marcas, oferecendo os mesmos

produtos com atributos afins, dá ao consumidor uma chance muito grande de “pular”

de uma marca para outra, com imensa facilidade. Neste sentido, torna-se fundamental

o cuidado com um conceito importantíssimo de marketing , o “ posicionamento”, isto

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é , o espaço que uma marca ocupa na mente do consumidor eventual. Quanto mais

solidificado for este espaço, mais sólido será o relacionamento de fidelização entre a

marca e os consumidores. Na verdade, o consumidor também deseja esta “

facilidade”, qual seja, ao precisar de uma TV, ir primeiro na loja tal; quer trocar de

carro, é preferível tal revenda, e assim sucessivamente. O “posicionamento” é bom

para quem vende e também para quem compra, porque a marca dá a sensação de

proteção, de certeza na qualidade do produto, proporciona ao comprador a satisfação

em ter um produto no qual se pode confiar. Por isso, marcas custam caro. São

patrimônios solidificados ao longo de anos e anos de trabalho sério junto aos

consumidores. Já se provou que mais do que o seu imobilizado, o que a coca-cola tem

de mais valioso é a marca. Da mesma forma que bancos, que operadoras de telefonia,

carros, enfim, todas as marcas vitoriosas são sucesso porque construíram ao longo do

tempo o seu valor. Desta forma, zelar pela marca, dar visibilidade a ela, ter parâmetros

de conduta para atendimento dos seus consumidores fazem parte do relacionamento

produto-cliente no mundo empresarial.

No meio político, a marca é nome do eleito e o que solidifica esta marca é a

retidão de conduta, a personalidade do político, do partido, da instituição enfim. E a

sua capacidade em ser um produto que soluciona problemas sociais isto mantém o

vínculo eleito-eleitor.

O político tem que entender que seu nome é a marca com a qual se apresenta

aos eleitores. Basta uma referência ao nome para vir à mente do eleitor o

posicionamento que este nome ocupa, são os casos da política do “relaxa e goza”, ou

“do rouba, mas faz”, e assim sucessivamente. Nomes políticos, como as marcas,

também se constroem com o tempo, com a visibilidade, com integridade, retidão de

conduta de modo a despertar confiança no eleitorado. No fundo são as bandeiras que

se defende, são os atributos perceptíveis ao eleitorado que dá confiança para quem

vota, isto é, o produto político que você “comprou” é bom e o uso que se faz dele, no

exercício do legislativo ou do executivo, é que vai demonstrar sua eficácia. Da mesma

forma que no mundo empresarial, na política, cuidar do nome, portanto da sua da

marca, é criar um valor que ninguém pode tirar do ”homem público”

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Neste sentido, o gabinete tem uma função preponderante. Ele é a máquina

com a qual o parlamentar pode contar para por em prática toda a engrenagem

destinada a continuar fazendo marketing, não mais como uma promessa, mas como

uma realidade sociopolítica, onde os munícipes podem encontrar guarida e apoio na

solução dos problemas da comunidade.

Por isso, ainda seguindo os passos do livro citado acima, promover-se é mister.

Não nos referimos a promoções que dão publicidade dos atos políticos feito pelo

parlamentar, mesmo porque, se não houver promoção, vai ocorrer uma coisa terrível:

nada! Usamos a palavra “promoção” para salientar que os políticos que querem

apenas se promover acabam sendo superficiais, e não há nada mais inadequado do

que político que vive exclusivamente de promoção. São aqueles que não se apegam a

nada de sólido, não têm bandeiras a levantar, vivem apenas dos modismos de cada

momento na busca de ter seu nome constantemente na mídia. Tratam de todos os

assuntos com superficialidade e poucos sabem de fato daquilo pelo qual estão

“trabalhando”. A fidelização do eleitor não se dá nestes momentos, embora eles sejam

os melhores meios para se mostrar presente como ator no espetáculo, na cena, nos

holofotes. Ocorre que muitas vezes, o foco do evento se modifica, o caminho se

mostra outro e dos holofotes o político acaba indo para a galhofa, o ridículo. No fundo,

quando o eleitor, a massa de pessoas que compõe o eleitorado quer solucionar

realmente as questões de relevância, busca os seus políticos tradicionais, sólidos, com

um cartel de realizações e condutas exemplares. E por quê? Justamente porque isto é

que fideliza. A população precisa de esteios a se apoiar e é nesta credibilidade, nesta

certeza da retidão de conduta que se encontram os melhores esteios de que nossa

sociedade precisa. Mesmo sem uma marca de credibilidade como antes, a vida política

do Congresso, por exemplo, ainda possui seus esteios, políticos sobre os quais não

pairam dúvidas. Estes são eternos; os outros fazem o caudal dos modismos

passageiros. A boa política acontece aqui, no instante em que o “produto político”

soluciona o problema, e ponto!

Como se vê, marketing é algo que não desaparece nunca, ele está impregnado

na vida do político como está impregnado em todas as ações humanas que exigem

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relacionamento com busca de alguma vantagem , seja ela financeira, seja ela eleitoral.

O voto é a moeda do político.

Aliás, fazer marketing (sem este nome, é claro) é coisa muito antiga. César fazia

isso quando em suas campanhas de conquista nos tempos da Roma antiga. Existe um

texto magistral sobre Crasso que vale a pena repetir aqui. Não para ser seguido

evidentemente porque fala de um mau produto político, mas serve para mostrar que

as preocupações que haviam há longa data são pensadas (e até feitas) nos dias atuais.

Vamos a texto, escrito por J. Roberto Torero:

“A Educação de Crasso”

Alípio Crasso foi governador da Beócia durante o reinado de Trajano. De sua

grande popularidade ficaram registros em cartas de Plínio, o Novo, e desenho em

azulejos com a inscrição: "Crasso nos governa, somos felizes".

Recentes escavações no Estreito de Bósforo resgataram um baú com estatuetas

do jovem Crasso sendo educado por seu pai, Lupilio. Sabe-se que eram vendidas e o

povo as estimava, colocando-as ao lado das figuras dos deuses nos santuários caseiros.

As estatuetas fizeram renascer a discussão acerca do papel de Lupilio na

educação do seu adoradíssimo filho. Educação não apenas guerreira ou moral, mas

principalmente política. Com isso, foi revalorizado um texto que vinha saciando apenas

os cupins. Falo dos "Apontamentos para a Política e Governo dos Homens", escrito por

Lupilio durante o cerco dos Quados.

Trata-se de um texto muito valioso, e diz a tradição que Crasso o seguiu à risca

nos seus quarenta e seis anos à frente dos negócios beócios, em que, segundo o poeta

Euriano, "O sol não abrasava/ O vento não destruía/ A chuva não castigava/ Assim era

cada dia".

Vale a pena rever essa lição de sabedoria política que deve estar na gaveta de

muito político moderno:

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"Meu filho, quando nasceste e vi teu olhar pálido e idiota pendurado no centro

da enorme e desproporcional cabeça, não pude dar-te outro nome que não o de

Crasso. Porém, convencido de que a pedagogia corrige a natureza, desde cedo

preparei-te para a profissão da política.

Agora que Ernulfo está à morte e fostes escolhido governador, medita uma vez

mais nessas lições. Garanto que serás amado por uns, temido por outros e respeitado

por todos :

1) Faze obras grandes e vistosas sem te perguntar pela utilidade delas. Esquece os

esgotos, lembra-te das pontes. Um mísero arco na rua do estádio vale mais que a

porção de trigo de cem camponeses famintos.

2) Sai às ruas, discute com o vendedor de pães, ralha com os cobradores de impostos.

Lembra-te que eles são odiados e é bom que pareças ser inimigo deles.

3) Rebatiza tudo e assim pensarão que tudo é obra tua. Não ergueu Ernulfo as Termas

do Monte? Pois bem, manda fazer ali duas estátuas e põe dois soldados à porta; depois

muda-lhe o nome para Termas da Lua ou Termas de Trajano. Em dois anos todos

pensarão que tu mesmo os fizestes. Em três, estarão chamando-as de Termas de

Crasso.

4) Apega-te a coisas mesquinhas. Se pensares nas guerras, nas estradas e nos

granários, em que serás diferente dos outros que vieram antes de ti? Legisla sobre as

túnicas dos moços, discute a ferradura ideal para os cavalos, faze leis sobre o consumo

de fumo, proíbe as mulheres de beberem mais de dois copos de vinho nas saturnais.

Um pai pensa nos estudos do seu filho, mas também preocupa-se com a queda de sua

franja.

5) Vai aos jogos, ordena trombetas à tua entrada e à tua saída, chega sempre um

quarto de hora depois do horário aprazado

6) Ernulfo vai às guerras e regressa de boa saúde. Nunca cometas semelhante

estupidez. Volta com um ferimento e, por pequeno que seja, exibe-o no mercado.

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7) Aprende a retórica e esmera-te na arte de nada dizer.

8) Sempre que encontrares um pedinte, tortura-o com a descrição das tuas

infelicidades. Faze-o crer que tens inveja da liberdade que os deuses graciosamente lhe

deram. Convence-o de que a vida no palácio é toda cheia de crimes, aleivosias e

conspirações. Os pobres gostam de pensar que são mais felizes do que os ricos e assim

se sentirem superiores a eles. Com um punhado de lágrimas ganharás não só a sua

simpatia, mas também a sua compaixão.

9) Calçaste uma rua? Toca tambores e chama o circo. Nunca inaugures nada em

silêncio e modéstia.

10) Segue os usos e costumes de Roma, manda trazer os vasos do último gosto, faze

crer a todos que és refinado e conheces as maneiras da mesa de Trajano. Dize sempre :

"Em Roma se faz assim", ou "Essa é a maneira como eles fazem isto". Assim os que te

ouvirem pensarão que tens amizades com os patrícios.

Obs. A Beócia não melhorou muito no governo de Crasso, mas os beócios o adoravam.

Crasso não teve vitórias em guerras, afinal ele nunca foi um estrategista militar

e cometeu muitos erros infantis. A expressão “erro crasso”, que significa erro

grosseiro, primário, fatalmente veio daí. Crasso nunca foi um bom produto, mas soube

se promover, isto é, ele sabia fazer marketing para aquela época.

Por isso, na sua equipe de gabinete pense sempre em ter alguém com

capacidade para fazer marketing de seu nome – sua marca, dando conhecimento de

suas promoções aos eleitores, pois somente assim é que as coisas podem ser melhores

para você, principalmente se você não for um Crasso na vida e sim um bom político.

Mas sobre equipe, falaremos a seguir.

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A Equipe: aqui está a chave de tudo

Nós continuamos acreditando que a formação de uma boa equipe é tudo, e a

melhor fórmula para a composição de uma equipe eficiente está na escolha das

pessoas certas para as funções em que o desempenho desta pessoa atenda aos

princípios da ideação, planejamento e execução ou seja escolher a pessoa certa para a

ação que ela esta preparada e disposta a fazer. Parece fácil, mas talvez seja esta

escolha das pessoas para sua equipe a mais difícil ação do seu mandato. Naturalmente

o histórico de trabalho do pretendente, sua maneira de comportar seja no discurso

seja na ação nos permitem ter uma noção desta potencialidade, mas somente o

desempenho destas funções é que demonstrarão com clareza estas competência e

você cometerá muitos erros nestas escolhas. Quando detectar ineficiência ou falta de

lealdade, retire esta pessoa rapidamente da equipe, pois sua presença contaminará os

restantes.

Jack Welch, um dos gurus do marketing e da administração moderna, costumava

afirmar que no princípio de qualquer ação de mercado, ele escolhia sua equipe base de

trabalho e depois as coisas iam se encaixando. Nada mais correto.

As pessoas se constituem no mais importante ativo que qualquer

empreendimento possui. Quem tem boa equipe quase sempre vence. Claro que os

adversários também podem possuir boas equipes e aí valerá mais a criatividade, a

estratégia, e assim por diante. Mas sem uma boa equipe, esqueça.

Observe os grandes políticos que temos. Todos possuem equipes de trabalho que

com ele caminham há longa data. Os que estão no poder, após a eleição, estão nos

cargos que podem ocupar. Não se trata de colocar qualquer pessoa para assumir

funções incompatíveis, mas foi esta equipe quem auxiliou o candidato a chegar no

poder, por isso, mantê-la é fundamental.

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Aliás, até mesmo na derrota a equipe é mantida, à exceção de algumas peças. Isto

cria união e comprometimento. Quem abandona a equipe tem chances de ficar

sozinho, porque é justamente o candidato que passa a não inspirar confiança e fica

difícil montar outra equipe e mais outra, e assim sucessivamente.

O grupo de trabalho deve ser de sua total confiança, por esta razão é que vale a

pena sempre pensar no tripé: competência, desempenho e lealdade.

Explicando melhor:

Competência é o que esperamos para a realização eficiente do trabalho. Assim, se

um membro da equipe mexe com computadores, ele tem que ser “fera” nisso, como

se diz. Um jornalista, idem; a parte jurídica também e assim por diante. Não dá mais

para ter gente “meia-boca” dentro de um processo de campanha onde erros são

fatais.

Desempenho é a decorrência da competência e ter vontade e capacidade de

exercê-la. Muitas vezes encontramos pessoas altamente competentes, mas que não

conseguem desempenhar, ou o que é pior, não quer desempenhar. A ausência de um

bom desempenho no desenvolvimento de um mandato, assim como em uma

campanha política, é extremamente perigosa, afinal aquilo que se pensa, cria, planeja

é para se pôr em prática.

Devemos acrescentar que competência e desempenho são qualificações em

permanente desenvolvimento e se o assessor se achar suficientemente competente e

que seu desempenho já esta bom, com certeza esta ficando para traz, pois os outros

continuaram sua preparação e ele rapidamente será superado.

Lealdade, por último, mas, talvez no fundo o mais importante. Muitas vezes até

tolerarmos uma pessoa com competência e desempenho medianos, mas desde que

seja leal ao projeto, ao candidato. Aqui reside um dos maiores perigos da campanha –

pessoas que não são leais. Já pensou ter pessoas na sua equipe altamente

competentes e de bom desempenho, mas não leais? São os espiões, os que “vendem”

o candidato. No fundo, se precisássemos escolher apenas uma característica das três,

deveríamos ficar com a lealdade.

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Diferentemente da competência e do desempenho que são qualidades em

continuado aprimoramento, a lealdade é um sentimento e uma qualidade da

personalidade do individuo e somente reconhecida por atos e atitudes ao longo da

convivência com você e com os outros.

Mas não é só isso que se considera quando se monta uma equipe. Ela tem que ser

a mais abrangente possível, por isso, ela tem que diferentes da equipe de campanha.

Ao falarmos em gabinete, pensamos naquelas pessoas que ficam sentados dentro da

câmara municipal, atendendo pessoas, fazendo os discursos e trabalhos do vereador.

Isto é importante, mas exclui a militância, um erro altamente perigoso.

Por isso, fazem parte do gabinete as pessoas que também não estão dentro da

câmara, mas continuam atuando na rua, junto do eleitorado. Todos têm que possuir

cartão de apresentação ligando-se ao gabinete, e mais, devem possuir compromissos

diários como os internos, só que junto ao eleitorado, às bases e cada vez mais procurar

abrir espaços para o seu vereador, além de acompanhá-lo em visitas nos locais onde

desenvolvem este trabalho.

A equipe do gabinete deve contar com os três tipos de pessoas com suas

qualidades preponderantes específicas que são os idealizadores, as organizadoras e as

realizadoras. Este três tipos de competência devem estar presentes e identificados na

assessoria do gabinete.

Os idealizadores “pensam” o mandato, criam situações, campanhas, palavras de

ordem, cuidam enfim da imagem, inventam ações.

Os organizadores disciplinam os voos altos daqueles que idealizam, organizam as

ações, cuidam dos custos, enfim , põem no papel como as coisas serão.

Os realizadores executam. Formam o exército de pessoas capazes de ir à luta e

cumprir com o que foi devidamente planejado, são os mestres de obra.

Por fim, equipe precisa de “marketeiro”, de jornalista, de advogado, atendentes e

um conselho político.

Cada um fará o que é próprio da sua profissão, mas cabe destacar que a

característica comum a todos deve ser a da educação, a gentileza no trato tanto dos

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colegas de trabalho quanto das pessoas que procurarem o gabinete, vontade de

atender ao outro com o objetivo de resolver as demandas apresentadas e buscar

antever e prevenir problemas, mas quando não for possível, resolver os problemas do

gabinete mas, sobretudo tentar resolver os problemas do cidadão principalmente e

prioritariamente no coletivo. O atendimento dos problemas individuais pode e deve

ser resolvidos, mas já se sabe que este tipo de atendimento é insuficiente para a

demonstração da competência da ação política e insuficiente para consagra-lo como

um político competente.

Quanto ao conselho político ele deve ser composto por amigos do candidato cuja

função é funcionar, até mesmo, como advogados do diabo, de forma a corrigir rotas e

evitar erros comprometedores.

É interessante que o conselho político seja formado por pessoas não

remuneradas. Este conselho deverá se reunir, no gabinete ou mesmo na casa do

parlamentar, que deverá ouvir suas colocações, mas sempre manter para si a decisão

final. Um bom conselho político deve composto, necessariamente, por pessoas que

militam com a mesma bandeira do eleito e outras que representem seus vários

segmentos da sociedade.

O parlamentar poderá reunir-se com todos juntos ou individualmente, mas

sempre deixando claro que se trata de uma reunião do “conselho político”.

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O gabinete e suas funções

“O parlamentar terá sucesso, quando demandado, resolver o problemas do eleitor,

lembrando que os problemas coletivos são os que proporcionam o reconhecimento

do seu trabalho.”

Dr.Ubiali

A ATUAÇÃO POLÍTICA

Antes de entrarmos na administração do gabinete propriamente dita, valem

ainda algumas considerações de importância.

A rigor, temos dois tipos de políticos no legislativo sejam eles deputados ou

vereadores: os da situação e os da oposição. Como exemplo, destacaremos a situação

do vereador.

Vereador da situação auxilia e fiscaliza o prefeito; vereador da oposição fiscaliza

e auxilia o prefeito. A diferença na frase é sutil, mas faz uma imensa diferença. A

situação tem por princípio o auxílio; a oposição, a fiscalização. E isto faz os embates da

câmara acontecerem.

Vereador de oposição tem dificuldades maiores para aprovação de suas

proposituras e com isso é mais difícil atender seus eleitores. Assim seu gabinete tem

que estar preparado para isso e saber que muito pouco se pode fazer nas coisas que

dependem do atendimento da máquina administrativa.

Seja como for, quando se pensa em gabinete é bom saber que política vitoriosa

é feita por profissionais, principalmente a reeleição, cuja tarefa é mais difícil, apesar

das benesses do poder. Tudo o que um candidato promete nem sempre pode ser

cumprido, porque não depende apenas dele. Há os demais pares que votam a favor ou

contra, há os interesses do executivo, enfim, cumprir promessas não é fácil. Um

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candidato que se aventura pela primeira vez não tem um passado de promessas não

cumpridas...

Sempre costumamos dizer que não existe mágica. Não se tira eleição da

cartola, é preciso esforço, criação, suor, sola de sapato e cabeça, muita cabeça para

fazer o certo. Se na campanha não era fácil, no mandato é pior ainda, por isso

profissionalize seu gabinete, escolhendo as pessoas certas para as funções

determinadas.

Lembre-se de que campanha é teatro cujo diretor é o candidato auxiliado por

sua equipe de marketing e no mandato todos deixam de ser personagens para cair no

mundo real, então o personagem desaparece e surgem líderes comunitários: os

vereadores eleitos, autoridades da comunidade com um trabalho social por fazer.

A primeira mudança que ocorre e de como o eleitor vê o eleito. Durante a

campanha, os eleitores diziam “estou encantado com esse cara”, e os eleitos

venceram. Agora, os munícipes dizem “estou anotando o que faz esse cara”. Por isso é

o momento de mostrar a que vieste e o caminho é um só: candidato que não promete

não se elege, vereador que não trabalha não se reelege, daí ser preciso trabalho, muito

trabalho.

Acrescente-se a isso o fato que no legislativo você é eleito, em média, no

maximo com os votos de 10% dos eleitores mas será cobrado por 100% deles e neste

percentual há um grande número que cobrará mesmo o indevido porque ele quer que

você fracasse. O segredo esta, portanto em procurar priorizar e atender os pleitos

coletivos priorizando os dos segmentos que o apoiaram.

De todos os assuntos de importância que o vereador deve levar em conta na

câmara, sua bandeira, suas promessas de campanha vêm em primeiro lugar, afinal

foram elas que o conduziram até o topo e as pessoas acreditaram nas promessas

feitas, por isso votaram,,agora é justo que eles tenham a preferência do eleito.

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Às vezes o parlamentar tem outra profissão e não quer deixá-la. Ele precisa

então separar o horário que dedicará à ação política (vereança), e o tempo que

dedicará a sua profissão. Esse horário deve ser diário e cumprido a risca e deve ser

exercido com extrema visibilidade.

Organize visitas às obras, mas sempre leve um fotógrafo, cinegrafista e outras

pessoas, para atrair a atenção das pessoas onde está ocorrendo à visita. Nas visitas em

obras em construção, use o capacete, dê entrevistas no local, mesmo que seja para a

TV do seu site e a sua própria jornalista. Avise a imprensa que fará a visita e a convide-

os para acompanha-lo. A presença da imprensa pode não ocorrer, mas você a sua

parte. Ao termino solicite sua jornalista que faça uma notícia e encaminhe a rádios e

jornais.

Isto não se faz sozinho, o gabinete é fundamental. Guarde isso na cabeça: o

gabinete é a empresa do vereador, e esta empresa tem que dar lucro (votos) se não a

empresa vai à falência em quatro anos!

Para que o trabalho do político seja eficiente é preciso que o seu gabinete seja

eficiente.

Como uma empresa, gabinete não é um castelo fechado onde o eleito se coloca

como que numa redoma, inatingível e não querendo saber o que acontece à sua volta,

afinal, já se elegeu.

O gabinete também não é propriedade da família. Não dá para colocar o filho

como chefe de gabinete, o genro como assessor, ou então permitir que seus filhos,

esposa e sogra venham até o gabinete para dar ordens ou usar o carro da Câmara para

fazer a feira ou ir ao supermercado. E talvez o mais importante por ser o mais

incompreendido: não é cabide de emprego para os amigos.

Para a eficiência e eficácia do seu trabalho, lembre-se de que, para ser um

político de sucesso é preciso cabeça e braços, em outras palavras, administradores e

militância.

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Daí o estabelecimento de metas e seu cumprimento, serem importantes e para

isso a divisão de tarefas tem que ser respeitada, cada um na sua e todos trabalhando

para o sucesso de todos.

A equipe deve sempre proteger o político e quando detectar um erro procurar

assumir a “cacetada” permitindo que o político (vereador) nunca seja o culpado de

nada e que todos os acertos e conquistas sejam a ele atribuídos.

ATENDIMENTO DO GABINETE

Dentre todas as atividades que um gabinete realiza, estão as individuais e as coletivas

sendo a coletivas, ou seja, as macroações, as mais importantes:

São ações do gabinete:

a) Atendimento ao público: geral, particular, pessoal, familiar

b) Projetos de lei, indicações, moções, etc

c) Divulgação da imagem do político

d) Reforço do político dentro do partido

e) Relacionamento e ampliação da ação política interna e externa

Trataremos pontualmente de algumas destas ações:

Atendimento

Não se espante, no gabinete aparecem todos os tipos de pedido. Carne para

churrasco, remédios, gás, constas de luz, dinheiro emprestado, conta de telefone,

necessidade de um celular, transporte, viagens para visitar parentes doentes no norte,

nordeste, sul, centro oeste, enfim, uma imensa gama de pedidos.

Certa feita, como o vereador era abastado, um eleitor veio com a proposta de

que ele financiasse a sua casa e em vez de pagar a Caixa iria pagando o vereador.

Entretanto, uma coisa é importante dizer: no meio deste inferno de coisas, se

você começar a atender alguns pedidos não poderá deixar de atender outros e sua

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fama correrá pela cidade como clientelista e saí seu mandato será um toma lá, dá Ca

impossível de controlar e você acabará mais perdendo votos do que ganhando.

Por isso, naquilo que não se vai atender diga não logo de saída. Basta falar que

“não temos verba para isso”. Naquilo que existe possibilidade de atendimento, nunca

se deve dizer sim ou não logo de saída. É bom deixar claro ao eleitor que a equipe do

vereador irá verificar o que pode ser feito e em seguida, avisará o interessado. Mas

avise mesmo, porque empurrar com a barriga para dizer não ao final só faz por perder

o eleitor.

Procure saber, com a pessoa solicitante, se esta solicitação que ele faz atende a

demanda de um grupo e se você for trabalhar por ela, somente o faça atenda se puder

falar com todo o grupo ou pelo menos com parte significativa deste.

É preciso criar um critério de preferência no atendimento. Você pode estar

estranhando e até perguntar se atendimento tem preferência? Não há dúvidas que

sim. Aliás, um dos maiores equívocos, em qualquer situação, é tratar todos

igualmente. Na verdade, nem mesmos os filhos tratamos de maneira igual porque

cada ser humano é um e difere do outro.

No atendimento que se faz no gabinete, há uma escala de preferências que

precisa ser respeitada. Inicialmente, os cabos eleitorais. Se eles fazem parte do

gabinete, como dissemos, os assuntos que eles trazem são de relevância, afinal, eles

são o vereador na ponta, no bairro, o vereador em ação dentro da comunidade e

precisam de atenção porque o cabo eleitoral está junto do eleitorado.

Depois, tem preferência também os representantes de redutos eleitorais que

ficaram com o vereador na campanha e eleitores fiéis que vieram a ter com ele no

gabinete. Em qualquer situação política, a máxima “fechar o que é seu e rachar o que é

do outro” deve ser seguida. Assim, fechar o que é seu é fundamental, aliás, não existe

nada mais desastroso do que deixar de lado aqueles que com certeza ficaram com

você durante o processo eleitoral, e os redutos que são seus, os eleitores fiéis a você

têm que ter preferência.

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Os interesses partidários também devem ter preferência. O bilhete carimbado

que dá ao vereador o direito de estar na política vem do partido, assim, tudo o que

vem deste deve ter interesse do político.

Dentro do quadro de preferências, seus investidores, ou novos investidores,

merecem atenção, afinal, não há eleição sem recursos, por isso é desnecessário se

falar mais sobre o assunto.

Por fim, as emergências que geralmente surgem e não podem esperar:

desastres naturais ou não, doenças, famílias, devem ter a prioridade.

Contudo vale sempre lembrar que o vereador é um servidor do povo, por isso,

deve estar na Câmara diariamente, mesmo que sua cidade seja pequena e as sessões

sejam quinzenais. Estar presente, disponível, confere ao eleitor a certeza de que pode

contar com o político eleito e isto reforça a fidelidade dos eleitores. Devo destacar

que, apenas ir a câmara não basta. É necessário divulgar, por todos os meios, o horário

que estará lá.

Todos que não estamos na política temos horário para trabalhar, mas o político

e os assessores não podem ter horário fixo se quiserem realizar um bom trabalho.

Portanto reafirmo, não existe um horário de trabalho para quem está no gabinete

Para os assessores que forem ficar na Câmara, existe horário do funcionamento

da própria, mas mesmo estes e os demais devem estar disponíveis 24h por dia, e

fornecer seus números de celulares ou outra forma de serem facilmente localizáveis.

A necessidade da disponibilização diuturna é facilmente compreendida quando

lembramos que desastres, doença, óbito, não tem hora, e quando um eleitor se vê

num momento de infortúnio destes, procura o político, principalmente o vereador, e

precisa encontra-lo ou alguém da sua equipe. Para facilitar o trabalho, para estes

casos, deve haver alguém no gabinete que cuidará disso. Esta pessoa, então, deve ser

acionada, não importa a hora do dia ou da noite.

Não se pode esquecer que eleito que some no mandato, vê o eleitor sumir na

eleição. Por isso, os compromissos assumidos para os finais de semana devem ser

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cumpridos à risca. Quem convidou o político conta com a presença dele no evento,

faltar a isso, além de ser ruim politicamente, é uma ofensa.

Uma dúvida que surge frequentemente é o que se pode trabalhar e arrumar

através do gabinete.

O gabinete não tem tudo, por isso, abrir canais para atendimento dos pedidos é

fundamental.

Um dos primeiros canais que o gabinete precisa é de um advogado. Todos têm

problemas com a justiça: pensões alimentícias, despejos, dívidas, parentes presos,

enfim , uma gama enorme de pedidos. Por isso, ter um advogado que possa atender

quem você encaminha é fundamental.

Depois, ajuda de um assessor que conheça hospitais públicos ou filantrópicos,

arrumar uma consulta, mesmo em consultórios particulares como favor, os

mecanismos de funcionamento do SUS e da Rede Pública de Saúde. Encaminhar

pessoas para recebimento de remédios, próteses, conseguirem internações em, para

quem precisa e até mesmo abrir espaço na agenda de um médico amigo para atender

um paciente, mesmo pagando, porque até isso está difícil hoje em dia. O fato se repete

com dentistas e auxiliar aqueles que precisam de dentes para poder sorrir. Lembre-se

procure atender priorizando e utilizando os recursos oferecidos pelo poder público e

de seus apoiadores.

Todo vereador precisa ter relacionamento com uma escola, a diretora ou

alguém capaz de tomar decisões, para conseguir vagas escolares porque são muitos os

pedidos neste sentido, portanto a assessoria deve buscar este relacionamento e estas

informações.

O assessor deve se informar diariamente das vagas existentes nas lojas e

fábricas da região e procurar ter amizade com o pessoal do FAT para saber das vagas

disponíveis. Contatos com uma ONG capaz de aceitar encaminhamento para

distribuição de cestas básicas é importante porque muitos pedirão isso ao vereador e o

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gabinete precisa ter condições de encaminhar, conseguir ou pelo menos ter a chance

de tentar com sucesso.

Ouvir os principais programas dos rádios e ler os jornais mais importantes da

cidade, cotidianamente. O vereador deve procurar opinar sempre que for perguntado

sobre assuntos que pertenção ao seu campo de ação.

CONDUTA INTERNA DO GABINETE

Todas as pessoas que aparecem no gabinete para um atendimento precisam

ser cadastradas. É necessário saber nome, data de nascimento, endereço, CEP,

telefone, e-mail, qual a preofissão,onde trabalha, até mesmo gostos pessoais (time de

futebol, religião), além do pedido que foi feito e o acompanhamento, se foi conseguido

ou não e por quê.

Neste sentido existem programas próprios de computador capazes de fazer

este cadastramento. É um produto caro, mas que será gasto uma só vez e todo

gabinete deve possuir um.

É importante ainda que no gabinete estejam disponíveis os telefones das

pessoas importantes da cidade, região, ou dos deputados de relacionamento com o

vereador. Qualquer mailling se torna importante, pois ter endereços ou e-mail de

pessoas é fundamental. Como por exemplo, lista completa dos médicos, dos

advogados, das sociedades de bairro, com endereço, telefone, etc., é fundamental.

Queremos destacar mais uma vez a importância que o vereador seja

informado periodicamente se as solicitações foram adequadamente encaminhadas e o

acompanhamento das mesmas. Pensamos que uma forma de acompanhamento

destas ações é fundamental porque às vezes o vereador pensa que as demandas e

orientações estão sendo realizadas e não estão.

Muitas poderão ser as formas de realizar este acompanhamento, mas uma

bastante simples e eficiente é a da reunião semanal com o político ou seu chefe de

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gabinete com cobrança detalhada das demandas apresentadas, das providencias

tomadas e do resultado obtido. Todas as demandas deverão permanecer na pauta da

reunião semanal até o momento da sua solução favorável ou não. O chefe de gabinete

tem especial importância nesta função e deve supervisionar se estão sendo registradas

adequadamente todas elas. Frequentemente o político quando no exercício do

mandato de deputado tem dois ou mais escritórios e nesta situação deve criar o cargo

de “chefe de gabinete adjunto” subordinado diretamente ao chefe de gabinete.

Algumas observações quanto à chefia do gabinete: O assessor que desempenha

este papel é a pessoa mais diretamente ligada ao político em mandato e com ele deve

despachar diariamente, mesmo que por telefone. É ele que o substitui e fala em seu

nome na ausência deste, portanto alem da competência deve ter toda confiança do

político e a este ser muito leal. O chefe de gabinete precisa estar o tempo todo

preocupado em destacar, manter e dar visibilidade ao “excelente trabalho do político”.

O chefe de gabinete é quem contrata e demite os demais assessores, pois é ele a

pessoa diretamente responsável pelo trabalho final de todo o gabinete e sua ambição

política pessoal deve ser crescer junto ao político e nunca parelamente a ele mesmo

que seja teoricamente complementado por exemplo o deputado federal ou estadual

ter o chefe de gabinete tentando uma destas duas posições ou quando vereador

ambicionar ser vereador enquanto seu líder ainda estiver nesta função.

Por ultimo e talvez o mais importante depois da lealdade é que o chefe de

gabinete tenha competência política e visão para ajudar a perceber situações

embaraçosas ou complicadores que possam atrapalhar o mandato e para isso além da

leitura de no mínimo quatro jornais diários (nacionais, estaduais e locais) ele deve ter

um relacionamento permanente e constante do conselho político e dele fazer parte.

Um dos entraves ao bom trabalho da equipe de gabinete é a disputa interna

pela atenção do político eleito. A ação de todos não deve ser em busca do sucesso

individual, mas sim o da equipe. Pessoas individualistas, mesmo que competentes,

devem ser retiradas da equipe. Outro grave problema é a formação de “panelinhas”

que buscam se alto proteger escondendo os erros e as incompetências da equipe. Isto

somente prejudica o trabalho do gabinete e se você perceber esta atitude o melhor é

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dispensar todos os envolvidos, pois a lealdade do grupo não é com você mas com o

próprio grupo.

Toda a equipe deve ser bem informada e a leitura diária de no mínimo dois

jornais é fundamental assim como a visita diária a sites de interesse como, por

exemplo, da prefeitura, das secretarias e dos ministérios sempre buscando destacar

projetos, informações e trabalhos que devam ser divulgados ou usados como

informação pelo político. As informações mais relevantes devem ser passadas

imediatamente ao político ou ao seu chefe de gabinete quando não ao seu chefe

adjunto. Nos dias de hoje outro instrumento a serem usados são os SMS e os email

para esta comunicação imediata.

ATENDIMENTO: FINALIZAÇÕES

Tudo o que puder ampliar o espaço político do vereador é importante. Desde

maior aproximação com políticos em geral – deputados, por exemplo, até novos nichos

eleitorais que podem ser abertos. Um cuidado apenas: não se deve abrir mais nichos

do que se pode cuidar, porque aí o vereador pode mais perder do que ganhar.

O gabinete nunca deve permitir que o vereador ande sozinho, é arriscado.

Ademais, assessores junto do vereador atuam politicamente quando andam pelos

bairros, por exemplo, e mais, estão sempre à disposição do vereador para atendê-lo,

quer na feitura da agenda, quer na lembrança de coisas prometidas, ou atendimentos

que aparecem nos pedidos que são feitos. O assessor deve antecipar os fatos e

imprevistos e estar sempre preparado para agir.

A máquina fotográfica é instrumento fundamental. Afinal, ela é a prova de que

o vereador esteve no bairro, e mais, pode ilustrar os jornais e comunicações que o

vereador faz de sua gestão. Inclusive no gabinete, uma máquina fotográfica é

imprescindível, porque um registro que se perdeu não volta mais. Se tiver uma

filmadora, melhor ainda. Se não tiver, alugue.

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PROJETOS DE LEI, MOÇÕES, ETC, ETC, ETC...

Vereador vota o que vem da prefeitura, apresenta projetos de lei, moções,

indicações, etc., etc., etc., as Câmaras possuem advogados e assessores que podem

auxiliar nesta tarefa, mas o ideal é que na sua equipe de gabinete haja pessoas

competentes para isso, afinal, o segredo é fundamental na vida política.

Tudo o que o vereador prometeu em campanha vem primeiro. Projeto de leis,

indicações, esforços para que o prefeito realize aquilo que foi prometido, enfim, o

eleitor votou no candidato e quer o ver realizando o que foi compromissado.

Uma das coisas mais importantes que todo vereador deve fazer é ter a certeza

daquilo que a população deseja realmente. Para este fim, é fundamental que haja uma

pesquisa de anseios comunitários para que se saiba aquilo que é de interesse dos

habitantes. Se, durante a campanha, o candidato tinha uma pesquisa e um mapa de

necessidades da população, aquilo que eles queriam para o bairro, etc, este

levantamento precisa ser utilizado, afinal, a pesquisa está pronta.

Para a feitura dos projetos de lei e a busca daquilo que o povo deseja, é

interessante se fazer audiências públicas em cada comunidade. Apenas, é sempre bom

deixar registrado, aquilo que o vereador se comprometeu a fazer deve ser feito, ou

pelo menos tentado. E mais: os munícipes precisam saber os passos do trabalho feito

pelo vereador. O pessoal da sociedade de bairro precisa ser estar a par do esforço

político feito, por isso um jornal informando tudo é sempre adequado.

Trocar projetos com vereadores de outras cidades é uma boa conduta. Não

apenas com vereadores de seu partido, mas onde se descobrir algo que possa ser útil

na sua cidade, copie, adapte e aplique.

Ademais, há sites especializados em administração pública que pode ser

consultado pelo vereador e sua assessoria. Lá existem boas ideias para serem

aplicadas, bastando apenas algumas adaptações.

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DIVULGAÇÃO DA IMAGEM DO POLÍTICO

Aquele velho ditado, já escrito inúmeras vezes, de que “Não basta a mulher de

César ser honesta, ela precisa parecer honesta”, se aplica mais do que nunca na vida

pública.

Assim, todos os canais de comunicação que um político possui à disposição

devem ser utilizados com maior ou menor intensidade conforme os interesses do

gabinete. Vamos a eles:

a) Site e mídias sociais

Primeiramente, todo vereador precisa ter um site. Este tipo de canal de

comunicação é mais abrangente do que os demais, pois no site cabem: história de vida

do eleito, projetos, fotos variadas de suas atividades, foto da família, projetos de lei e

demais solicitações à prefeitura, agenda semanal, enfim, é o mais completo dos canais

eletrônicos. Esse site deve ser atualizado diariamente com os ‘passos’ do vereador.

As mídias sociais são o “top” do momento, isto é, ficar fora delas é ficar fora do

relacionamento social mais em evidência que existe. Desta forma, o vereador pode ter

um “facebook” seu para as pessoas amigas que queiram acompanhá-lo. Por outro

lado, ele pode entrar em outros grupos, apenas fica o registro de que , quando em

outros grupos, o vereador precisa deixar de lado a sua conotação política, afinal, ele é

mais um amigo e os temas a serem abordados não podem ser o da sua vida pública,

pois senão dará a sensação de uma invasão, um aproveitamento inadequado do grupo.

É imperativo ser “light”, focado nos temas do momento, enfim, acompanhar o perfil

do “facebook” em que se encontra.

b) Cartas

Todo vereador tem um limite de cartas disponíveis para usar mensalmente

através do seu gabinete. Use e abuse o máximo possível. Comunicar-se com o seu

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eleitor, com uma comunidade em que tem votos, parabenizar os aniversariantes,

informar seus projetos é dar satisfação ao eleitorado da gestão que está fazendo é

mostrar que se importa com quem o elegeu. Ou ainda, com nichos novos de apoio, é

mostrar que é confiável e que está “dando duro” para conseguir aquilo que a

população deseja.

c)Cartões Postais

O envio de cartões postais é uma excelente forma de se comunicar com os seus

eleitores. Imprima-os com sua foto e com fotos que identifique suas ações, sua origem

e dados do seu trabalho. Além de pessoais e interessantes, cartões postais mostram

seu interesse na pessoa que o recebe.

d) Mídia bimestra – jornal

As cartas e os postais são limitados, o espaço é pequeno e devem usadas para

fins específicos. Bem diferente de um jornal impresso. Pode ser duplo ofício em sulfite

ou papel jornal, mas sendo de periodicidade bimestral, ele pode conter fotos,

testemunho de pessoas, a listagens dos trabalhos do vereador na câmara, enfim, é

mais amplo do que uma carta e o postal, mas tem a mesma finalidade: dar satisfação

ao eleitorado do trabalho que vem sendo feito. No contrato de trabalho com o

jornalista, você deve deixar claro que esta ação é periódica e deve ser feitas sem

necessidade de sempre ser solicitada. É comum que o excesso de trabalho faça com

que o jornalista não o faça com a periodicidade estabelecida. Caso o responsável pela

execução do jornal e do material de publicidade não cumprir os prazos verifique o que

esta ocorrendo e se necessário substitua o responsável.

e)Entrevistas em veículos de comunicação

Faça todas que puder. Quando convidado, não se esquive, afinal quem não é

visto, ouvido, não é lembrado. Se puder ajudar na elaboração da pauta do

entrevistador, melhor, pois aí poderá encartar o que é de seu interesse.

Vá pessoalmente a programas de rádio como audiência, sua presença poderá

motivar uma entrevista ao vivo. Utilize, como artifício de aproximação com o radialista,

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tratar de assuntos que o interessem. Lembrem-se todos gostam de ser valorizados,

terem o seu trabalho reconhecido e principalmente de receberem presentes.

MIDIAS ALTERNATIVAS: Faixas de rua

Existem cidades onde este tipo de procedimento é uma febre. Cuidado, faixas

elogiando o vereador, dizendo obrigado por algo conseguido, está na cara que foi o

próprio vereador quem encomendou. É preferível que o vereador assinar a faixa e diz

o que conseguiu para a população, em vez de por na boca do eleitor. Fica mais honesto

e mostra o trabalho feito do mesmo jeito.

Existe uma faixa pequena de 1m x 30 cm, que pode ser utilizada para chamar a

atenção da população, de algo que o vereador queira destacar, e ser confeccionadas

com as cores utilizadas na campanha para serem uma vinculação direta entre o

comprometido e o realizado.

Planejamento Estratégico

Sem isso, tudo fica mais difícil. Os assessores de campo (cabos eleitorais)

precisam estar com metas claras e definidas a cumprir e uma delas é fazer o leva e traz

de informações. O vereador precisa saber o que está sendo feito e dito nos bairros que

tem atuação principalmente. Mais ainda: é imperativo que o assessor faça a apologia

do vereador, elogiando os trabalhos feitos e toda a sua atuação em plenário,

conquistas junto à prefeitura, ou aos deputados, enfim, fique colocando na pauta das

conversas de bairro o nome do vereador.

As visitas

Uma prática pouco utilizada pelos vereadores são as visitações. Com medo de

serem interpelados, ou de pedidos que possa surgir, o vereador não vai às ruas,

preferindo enviar sua equipe de militância, os assessores. Com isso, perde excelentes

oportunidades de divulgação de sua imagem.

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Assim, é fundamental que o vereador considere as seguintes possibilidades de

espaço para que faça visitas, de forma a estar mais presente na vida da comunidade,

dando ao eleitorado a sensação de que o vereador está junto deles, no cotidiano na

busca de uma vida melhor:

É importante ter uma estratégia de visita planejada, antes mesmo de sair;

1. Anunciar na mídia onde será a visita

2. Anunciar no local a data e o horário de sua visita.

3. Estar sempre acompanhado de; fotógrafo, cinegrafista, assessor, amigos e etc...

4. Convidar a liderança local, que deve ser notificada previamente para estarem

presentes no local da visita.

5. Falar das visitas no plenário, em sessões anteriores e posteriores.

6. Colocar fotos da visita em seu site e informativos impressos.

7. Visitar todos os bairros, mas atender, prioritariamente, os que demandarem.

“Rádio-Peão”

O vereador deve organizar com seus assessores, companheiros de partido,

parentes e amigos, uma forma de divulgar suas atividades.

Cada companheiro deve procurar falar do excelente trabalho que o vereador

está realizando, citando seus requerimentos, indicações e, principalmente seus

pronunciamentos.

O próprio vereador, seu chefe de gabinete ou um assessor, deve manter

essas pessoas informadas e, deve sempre pedir a elas que divulguem suas

atividades, especificando a quem deve divulga-lás.

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VISITA A BAIRROS

A vida da população se faz no bairro. Lá está o comércio, o time de futebol, as

ruas que precisam ser asfaltadas, a escola, e lá é que surge também a falta de

segurança, os amigos, a vida social nos clubes, nas escolas de samba, enfim, a vida das

pessoas se faz ali.

Pois é justamente onde o vereador deve estar. Visitas aos moradores, aos

eleitores fiéis, aos amigos, cabos eleitorais, além de passear pelas ruas e pelos

equipamentos públicos para se saber como vaso as coisas de responsabilidade da

prefeitura é uma coisa que o vereador precisa fazer. É sentir “o cheiro do povo” como

se diz, porque é este mesmo povo que votou e pode votar no político novamente. Caso

o bairro tenha um líder comunitário procure visita-lo e ao falar com a comunidade,

cite-o em suas falas. Sempre faça um relatório destas visitas na próxima reunião da

Câmara e procure citar as pessoas que conheceu e falou.

VISITA A OBRAS PÚBLICAS

Visite todas as obras públicas, municipais, estaduais e federais. Toda obra é

motivo de satisfação para o morador, assim, o vereador aparecer na obra, “fiscalizar”

as coisas saber das necessidades dos trabalhadores, ouvir dos moradores como as

coisas estão caminhando é fundamental.

Ademais, em qualquer situação estranha no andamento da obra, em sabendo,

o vereador pode alertar da tribuna da câmara o fato, e mais: pode fazer indicações

para a melhoria do que está sendo feito, ou ainda solicitar mudança da linha de

ônibus, pedir mais policiamento e tentar, junto com sua bancada, o apressamento das

obras com a finalidade de se atender a população em menor espaço de tempo. Ser

visto nas obras é sinal de interesse pela coisa pública.

Setores da prefeitura

Tem vereador que não conhece a máquina pública. Não sabe onde ficam

setores vitais da administração e muito menos os responsáveis. É um erro

imperdoável. É importante visitar os setores e ter contato com chefias, facilita o

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tráfego de favores e agiliza as ações do vereador na resolução de problemas. Inorme

todas as visitas realizadas, suas observações, críticas e elogios na sessão seguinte da

Câmara, citando pessoas com quem falou e sua receptividade principalmente.

Visitas incertas ( à noite principalmente )

Fazer visitar incertas em Prontos Socorro, hospitais, é uma coisa que o vereador

deve colocar com, o obrigação semanal, sempre acompanhado de fotógrafo e

assessores. No final do dia, ao terminar um jantar , quando voltar de um evento,

passar no PA da prefeitura para ver como as coisas estão caminhando ajuda a dar mais

visibilidade ao político. Principalmente quando existe algum problema e o vereador

soluciona, além do que, o que foi visto deve ser comentado (favorável ou

desfavoravelmente ) na tribuna da Câmara.

Ademais, visitar escolas, centros comunitários, a APAE local, entidades, durante

o expediente para falar com a diretora do estabelecimento, ver o trabalho feito,

conversar com professores, incentivá-los, enfim, mostrar que está interessado em que

as coisas aconteçam a contento é um expediente de alto valor para a imagem do

político. Distribua cartões de visita e, preferencialmente, forneça um número de

telefone com o qual possam encontra-lo a qualquer hora.

Por fim , os eventos

Todos os eventos que a prefeitura realiza ou participa, é de interesse do

vereador. É uma oportunidade para aparecer junto aos demais detentores de mandato

e se puder falar na solenidade, não se deve esquivar porque fixa a imagem. Lembrem-

se quanto mais vezes falar em público mais segurança e facilidade terá em fazê-lo.

De outra parte, a oportunidade de estar com o povo quando este está

concentrado é muito bom, economiza tempo, pois ver muitas pessoas num só espaço

evita ter que fazer várias visitas. Nestas ocasiões o povo gosta de ouvir quem fala bem.

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Os assuntos nesta ocasião deve ser os que interessam a aquele público e quase nuna é

o relatório do que esta fazendo. Procure falar de coisas que o aproximem da plateia e

preferencialmente que eles concordem.

Contudo, é importante avaliar o bom e mau evento. Quem não é visto não é

lembrado e nos maus momentos nunca se deve estar presente, pois a imagem fica

associada àquele instante ruim em que a comunidade está revoltada com algo que não

foi feito, etc. Em momentos de revolta e decepção o melhor é ficar quieto e se

exponha o mínimo possível a menos que o problema seja realmente de sua

responsabilidade.

Postura geral e outros assuntos

Valem aqui algumas considerações úteis que ajudam na vida do vereador em

exercício de mandato:

a) As roupas: o vereador deve andar como sempre andou, mas deve se lembrar

de que agora é uma autoridade, assim, vestir-se com discrição e elegância é

fundamental. Há que use gravata o tempo todo, é chique e respeitoso. Nas sessões da

câmara, mesmo que se possa ir sem, é bom estar de paletó. Lembre-se que jeans hoje

é moderno e cabe em qualquer ocasião.

b) A equipe, igualmente não pode ir trabalhar de bermuda e camiseta regata.

Pessoal de rua, militância, tudo bem, mas no gabinete a roupa deve ser discreta e

elegante. Ademais a equipe deve ser discreta e nunca falar em nome do vereador a

não ser que ele autorize. O mandato é do vereador e às vezes tem assessor que se

esquece disto e quer ter a mesma importância, não permita isso. Quando o assessor se

referir ao parlamentar deve fazê-lo com destaque e respeito a autoridade que ele

exerce, por mais amigo que seja ele não estará se referindo ao amigo mas sim ao

mandato político por ele exercido. Diante de uma solicitação ou problema, mesmo que

o assessor tenha a solução pronta ele deve primeiro comunicar e verificar com o

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parlamentar a solução. Com isso mostra respeito ao cargo de liderança do parlamentar

e valoriza a solução do problema.

Na equipe todos têm que ter os telefones celulares e residenciais de todos, e

nunca um membro da equipe deve ficar fora do ar. Quem fizer isso repetidas vezes

deve ser excluído do grupo.

O vereador pode ter um “telefone vermelho” que somente uma pessoa sabe o

número, porque o vereador sim pode ficar fora do ar, mas deve ser achado a qualquer

tempo para questões de emergência.

c) Para os vereadores da situação, é de praxe o prefeito disponibilizar cargos na

administração pública. Às vezes o cargo é do partido, mas cidades pequenas o

vereador é o detentor do cargo que o prefeito oferece. Para exercer o cargo, o

vereador deve escolher pessoas leais, mas competentes, afinal é o nome do vereador

que está em jogo. Contudo, uma coisa deve ficar claro para quem exercer: o cargo não

é dele, por isso , ele não pode se sentir independente e totalmente isento de prestar

contas, ou atender aos interesse do vereador que o colocou, este sim o verdadeiro

detentos do cargo em questão. E, fundamentalmente, lembre-se que é um cargo

político e com ele deve-se fazer a boa política, sempre, de olho no interesse público e

coletivo, isso resultará em visibilidade e oportunidades para o parlamentar.

d) Da mesma forma, nem todos no gabinete podem falar ou pedir em nome do

vereador. Por isso, logo no início do mandato, o vereador deve caminhar com o seu

chefe de gabinete junto aos órgãos municipais e mostrar a pessoa, dizendo que na sua

ausência este e apenas este, fala pelo vereador. Isto evita a politicagem que muitos

membros de gabinete fazem, pedindo favores dos mais variados tipos, quer para seus

parentes, quer para eleitores e muitos destes membros do gabinete, nesta hora estão

fazendo seu próprio eleitorado com vistas a se candidatarem na próxima eleição. e)

Nos eventos públicos a equipe deve estar com o vereador, se não totalmente, dentro

de uma escala pré-estabelecida. Têm preferência para estar no evento, o cabo eleitoral

encarregado daquele bairro. Nesta hora a função do cabo eleitoral é proporcionar o

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máximo de exposição para seu vereador. E quase sempre em outro partido. E

confirmar com palavras e citações a escolha do voto dado.

f) Nos eventos internos do vereador (reuniões de partido, reuniões de bancada,

reuniões particulares) nem sempre a equipe deve ou precisa participar. O vereador

escolhe quem deverá ir, conforme o assunto e interesse. Os acordos feitos pelo

vereador com seus pares, ou com partido, ou com investidores são sempre sigilosos, e

o assessor não deve sentar à mesa. Da mesma forma que o assessor nunca deve “dar

pinta” que está a par dos acordos sigilosos, isto traz desconfiança ao outro quanto a

segurança de trabalhar com o vereador. Quem fizer isso deve ser excluído da equipe

porque quer ser mais do pode ser. É sempre com lembrar que compromissos políticos

são sempre fechados a duas partes, não existe segredo com três ou mais pessoas.

g) O bom relacionamento com o partido é fundamentais, inclusive com o

Governo Estadual e Brasília. O pessoal do diretório estadual e nacional gosta de quem

participa e está presente, além do que estar com eles pode surtir benefícios ao

vereador. Ele deve, no mínimo, bimestralmente, encontrar-se como a bancada do

partido, deputados estaduais e federais e com o diretório.

O adversário está lá fora

Samir foi um amigo excepcional e com ele aprendi muitas coisas na vida

profissional. Talvez a coisa mais importante de todas foi que ele deixava claro a seus

funcionários que a empresa era a família comercial de todos.Isto é, temos família de

sangue, família futebolística, enfim , vivemos em diferentes grupos no cotidiano, com

interesses diferentes. Mas nosso tabalho é o grupo da família comercial, por isso, os

que não são da família, a concorrência, devia ficar sempre lá fora.

Nada mais correto. De nada adianta eu transformar em concorrente quem está

na mesma família que eu.

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Na vida política, dentro do gabinete do legislador, a circunstância é a mesma.

Nossa família política tem que estar toda embuída dos mesmos objetivos. Dentro do

gabinete do eleito, na assessoria política formamos igualmente uma imesa família

cujos objetivos devem ser comuns e lembrarmos sempre de que os adversários estão

lá fora. Afinal, se formos competir entre nós, o inimigo já venceu, porque juntos somos

mais, divididos somos fracos.

Trabalhar em equipe exige sintonia entre os membros do grupo Porém, não é

difícil encontrar no gabinete pessoas dispostas a atrapalhar a produtividade dos

demais, seja por ciúmes, seja por vaidade, seja por quererem subir a qualquer custo e ,

agindo assim todos perdem.

A maioria das pessoas passa boa parte de suas vidas no ambiente de trabalho.

Saber se relacionar com pessoas que possuem gênios, caráter e personalidades

diferentes tende a ser a coisa mais valorizada no mundo político, afinal, política é

diálogo, conversação, enturmamentro e só com unidade de condutas e forma de

pensar igual e mais, procedimentos adequados, uma equipe se torna vitoriosa. Não

adianta o legislador ser competente se sua equipe não lhe ajuda na retaguarda que é o

gabinete.

Saber lidar com diferentes pessoas não é complicado. Há aqueles mais tímidos,

os criativos, etc. Entendendo o jeito de ser de cada um, será possível trabalhar em

equipe de forma harmoniosa.

Contudo, há pessoas cujo perfil prejudica o trabalho no gabinete. São aquelas

consideradas "difíceis" . Quem reclama demais, é agressivo ao falar, é dissimulado,

omite informações ou não mantém informações sigilosas do grupo, e ainda mais , não

respeita a ética e quer obter vantagens pessoais , e mais, os puxa-sacos que só pensam

em se dar bem, estas pessoas, precisam mudar, ou sair. Melhor ainda, se não

mudarem, a chefia do grupo precisa colocá-las fora, afinal, elas contribuem sempre a

favor dos problemas e não das soluções.

No mundo político , cada vez mais competitivo, os parlamentares estão em busca de

profissionais que colaborem com eles e não o contrário. Nós, brasileiros, somos puro

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relacionamento. E nosso foco deve swer sempre a harmonia e a resolutividade dos

problemas

Analisar com a equipe as metas a serem alcançadas, quais as melhores

estratégias, caminhos a seguir, além ( fundamental ) de indicadores de desempenho,

responsabilidades inerentes ao papel de cada um é fundamental para se ter uma

equipe eficaz, capaz de auxiliar o desempenho do mandato do legislador e garantir seu

retorno. O gabinete, através da equipe, é o melhor lugar de fidelização dos eleitores.

Por esta razão, vamos colocar alguns pontos aqui que merecem atenção constante.

a) Trabalhar sempre em equipe – Sintonia, sinergia , metas comuns e dividir

tarefas, pedir apoio, entender suas limitações e deixar que cada um faça o que

melhor sabe fazer para o perfeito desempenho da equipe. Ninguém sozinho

poder ser melhor do que todos juntos.

b) Ambiente de trabalho – Ninguém gosta de tensão. Há ambientes de trabalho

em que a tensão paira no ar. As pessoas se sentem mal, ameaçadas. São as

fofocas nos cantinhos entre os grupinhos que se formam, são os bate-bocas,

enfrentamento, dissimulações, hostilidades, enfim, se não houver bom

ambiente, as coisas não fluem. Da mesma forma, ninguém gosta de bagunça,

pois as coisas também não fluem.

c) Planejamento e organização – Todo trabalho do gabinete deve ser

devidamente planejado. Para cada situação um tipo de protocolo de forma a

todos saberem quais os procedimentos a serem tomados. Não dá para cada

membro do gabinete reagir e agir de forma diferente frente a situações

idênticas. Se assim for, ninguém pode acompanhar o trabalho que está sendo

feito; e mais, na ausência de um o outro não sabe o que fazer. De outra parte, é

imperioso que haja organização, disciplina.

O gabinete precisa estar arrumado, as coisas em seus lugares e todos precisam

saber onde encontrar o que se procura, caso contrário, se cada um tiver seu

“espaço próprio” para guardar os assuntos nos quais está trabalhando, quando

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este funcionário não estiver , ninguém sabe onde ele guardou o andamento do

atendimento.

d) Falta de retorno . Poucas coisas são tão lamentáveis do que a falta de retorno.

Pessoas que procuram o gabinete querem respostas e nem todas podem ser

dadas na hora. Mais que isso, precisam de favores que demoram a ser

conseguidos. Se os membros do gabinete sabem que é difícil e lutam para

conseguir, quem pediu precisa estar a par desta luta. É fundamental dar

retorno a quem procura o deputado, ou vereador. Há ainda outro tipo de

situação. Alguém do gabinete precisa de retorno do próprio gabinete e o

companheiro de trabalho não dá. Isto inviabiliza o trabalho de quem está

trabalhando para conseguir atender a um eleitor.

e) Falta de continuidade . Quem não dá continuidade a uma ação de

atendimento desistiu de atender, é a mesma coisa do que dizer “não”. Só que

pior, quem pensa que está sendo atendido , acvaba sendo enganado pelo

membro da equipe, pois espera por uma coisa que não virá, nem mesmo a

resposta de quem “ não foi possível atender”. Isto é enganar o eleitor e o

político perde realmente o voto.

f) Agenda . Agenda serve para marcar compromissos e segui-los. Mas esta ação é

apenas o óbvio. É preciso a “agenda proartiva” , isto é , aquela que o gabinete

constrói. Assim , descobrir ações de interesse do parlamentar e agendar

eventos que redundem em boas respostas eleitorais é criar condições para que

se obtenha mais votos, afinal o parlamentar, em descobrindo o problema, foi

atrás da solução, sem que lhe pedissem. Querem coisa mais simpática e

marqueteira ?

g) Definição de funções. Gabinete precisa ter funções definidas onde cada

assuntos, pela capacidade, ou facilidade dos membros do próprio gabinete, são

entregues a quem de direito. Assim, quem atende melhor o primeiro

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atendimento, deve sempre fazer isso; quem cuida de textos; quem tem

relacionamento em secretarias; quem conhece pessoas na vida privada para

atender demandas educacionais, esportivas, de saúde, e assim por diante.

Cada” macaco no seu galho” diz a sabedoria popular , e ela sabe o que diz.

h) Informações das ações que estão sendo feitas, todos devem saber como

andam as tratativas, senão alguém liga e quando quem está tratando do

assunto não está no gabinete a pessoa interessada não tem resposta.

i) Uso de quadro branco para assinalar coisas fundamentais.

Agenda do grupo quando for necessário, recados e ausências, pessoas que

virão procurar alguém que não estará e onde está o material necessário para o

atendimento. Há inclusive quadros com os dias da semana já divididos que

servem para se deixar à vista de todos a agenda , quer o gabinete, quer do

parlamentar.

j) Secretária. Secretária é sempre solução – quando faz sua parte – ou é sempre

problema – quando deixa de fazer o que lhe cabe para fazer outra coisa.

Secretária não pode se intrometer, nem decidir politicamente, ela faz o

trabalho andar aproximando as partes, abrindo caminhos, apresentando

soluções. A palavra vem de “secretum” do latim, isto é, segredo. E por quê?

Simplesmente porque ela acaba sabendo de tudo. Elo entre comandante e

comandados, ela atua nos dois polos do trabalho, por isso, se ela for eficiente,

ajuda; se quiser ser mais, pode se tornar o mais maléfico elemento do grupo,

pois ela tem o poder de contar a cada parte – comando e comandados – aquilo

que lhe convém. Há gabinetes que vivem a tirania da secretária. Se isto estiver

acontecendo, ela deve ser eliminada do contexto.

k) Por fim, fofoca, diz-que-diz , nem vou comentar isso, quem estiver nessa não

cabe na equipe e tem que ser riscado. Política é profissionalismo, e os

adversários estão lá fora.

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Concluindo, vale a pena ainda lembrar que nem sempre a culpa é da equipe, o

chefe precisa também ser lembrado porque é a conduta dele que precisa de

reparos para que haja mais harmonia dentro do grupo.

Num texto publicado pela UOL, lemos : “Tem gente que diz que chefe é como

nuvem: melhor mesmo é quando não aparece! Chefe é problema quando :

- Não aceita opiniões e sugestões

- Não delega funções, mas depois cobra pró-atividade

- Toma o crédito por ideias da sua equipe sem valorizar o grupo

- Levanta a voz e humilha o funcionário

- Quando o humor oscila .

- Tem medo de se arriscar em ideias novas

- Não se organiza, mas cobra organização

Chefe tem que entender que há uma diferença fundamental entre autoridade e

autoritarismo. Este é fruto da imposição que vem de cima para baixo, mas a

autoridade é um reconhecimento do comando sobre a capacidade do chefe. Obedece-

se não por imposição , mas por concordância, por reconhecimento. Chefe tem que

quer autoridade em relação aos comandados e nunca exercer de autoritarismo.

Assim , como se vê, a harmonia do gabinete é sempre fruto de uma conjugação

de esforços que envolve comandados e comandantes. Somente com um trabalho

integrado, com foco definido, esforço conjugado, é que o gabinete poderá de fato

cumprir sua função, qual seja , agir para fazer o parlamentar ter um mandato profícuo

capaz de reelegê-lo. Por isso, cuide da sua família e lembre-se “o adversário está lá

fora”.

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Questões delicadas

Existem questões delicadas que precisam ser colocadas aqui.

a)Eleito precisa de investidores, por isso, é fundamental criar vínculos com

empresários e pessoas de real importância com vistas a acordos futuros, mas sem

aviltamento. Assim, vale a pena lembrar que determinadas coisas “não são pecados

políticos”. Vamos ver.

Primeiro, o tráfego de favores – auxiliar quem está precisando contatos para

participar da administração pública, interferir para que pessoas se encontrem, fazendo

o que chamamos de “meio de campo” entre a empresa e o poder público de forma a

que a empresa seja cotada em convites eventuais feitos pela prefeitura. Por outro

lado, a agilização de processos, também não é pecado. Sabemos que muita coisa é

engavetada de boa ou má fé. Auxiliar para que as coisas saiam das gavetas é um ato

limpo que se pode fazer. Por fim, a abertura de espaços. Empresários precisam ter

acesso a deputados, por exemplo, e promover este encontro com vistas a uma maior

aproximação entre ambos não se constitui em nada pecaminoso.

b) Tem vereador que possui escritório fora da Câmara. Existem vantagens e

desvantagens disso. O problema é o custo – imóvel, equipamentos, pessoal, mas quem

puder fazer é bom porque permitem encontros políticos sigilosos, reuniões de

trabalho e de recreação com a equipe, happy hour com eleitores e empresários,

lideranças políticas, amigos. Enfim ter um espaço só seu, longe de todos é um bom

negócio. Uma outra alternativa é usar a sede do diretório municipal com esta

finalidade.

c) Cuidado com a corrupção. O momento é de transparência e apuração de

qualquer coisa que se faça fora daquilo que é permitido pela lei, passa a ser objeto da

promotoria. Assim se antes pregávamos uma política limpa, hoje mais do que nunca

desejamos que as coisas sejam assim, afinal o, somente com os bons exemplos os

políticos mudarão o conceito que a sociedade fazem deles.

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Seja honesto. Um vereador pode usar a política como meio e, mas nunca como

fim. Um meio de aberturas de portas (sem falcatruas), mas nunca com um fim em si

mesmo, pertencendo a “mensalões”, ou ganhando propina para votar projetos. Não se

esqueça nunca que, o melhor perfil de um homem público é uma boa história na

comunidade aliada e um bom trabalho no mandato. Procure ser assim.

d) Grupo político. Diria que é fundamental. Sempre que puder o vereador deve

ter aliados fiéis na câmara, gente que vote junto, que forma grupo. Quem está sozinho

jamais vai conseguir alguma coisa. Normalmente a aproximação se dá via partido, mas

além disso se for possível criar um grupo parlamentar, supra partidário, é

importantíssimo porque tudo na política é decidido no voto e quando vereadores

estão unidos passam a ter maior peso. A importância, na verdade, a expressão aliança

política é um eufemismo (às vezes até pode ser que aconteça), mas o que existe é

sociedade no poder. Isto é, partidos aliados com o governo devem participar das

decisões e dos cargos. É assim em Brasília, é assim nos Estados e é, assim nos

municípios. Leve isso sempre em conta: vereador precisa ter importância política, isso

ocorrerá a partir de sua ação em grupo, seja no governo ou no na oposição.

Costuma-se dizer que aqueles que estão no poder, no cargo, só perdem o que

têm por fatalidade, ou por inépcia. Quem tem mandato tem que cuidar dele e

somente com trabalho isso será possível. Mais ainda, trabalho e inteligência, um só

destes elementos não basta. Nunca pense que você está isento de ameaças ou erros

porque é vereador. Os que se julgam mais sabidos, geralmente são os que saem

primeiro. Por isso, trabalhe honestamente e sirva ao povo com dignidade e honradez.

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I-Confiança e Poder.

O nosso último livro “ Marketing Político – fidelize seu eleitor e vença sempre” ,

está esgotado e muitos de nossos leitores gostariam que a obra fosse reeditada, o que

no momento não é de nossa cogitação.

Contudo, alguns assuntos abordados, por solicitação de nossos leitores serão

reproduzidos e ampliados nesta obra e com isso esperamos atender a todos que nos

pede a segunda edição daquela obra. Assim , vamos lá.

O ser humano tem uma necessidade natural de confiar. É preciso confiar em

alguém, ou em algo, ou numa instituição. Por isso, os patuás de toda sorte, os

amuletos que vencem os séculos, as imagens, as orações infalíveis, as simpatias, além

das religiões que se proliferam. Mas não é somente isso. Depositamos confiança na

família, nos amigos, no médico, nos mestres. E além destas esferas meramente

individuais, há a confiança nas instituições: no governo, no meu plano de saúde, na

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escola em que matriculo meu filho. Esta é a mesma confiança a qual se deposita no

político em que se vota.

Há uma confiança tácita por parte do eleitor quando ele escolhe o detentor de

seu voto. Há uma dose de esperança muito forte na busca de se conseguir a

concretização dos sonhos, por isso é que se vota, se escolhe. E como toda escolha, há a

possibilidade da confirmação das expectativas ou da decepção – aliás, o que mais se

tem tido é decepção no meio político.

O escolhido se esquece (ou talvez nem saiba) que escolher não é um processo

passivo, ele exige a vontade de quem escolhe. Mais ainda, uma escolha nunca é

perene, nem mesmo nas relações pessoais como o casamento, ou até mesmo na

religião – quantos estão mudando seu templo, sua fé, e se mudamos na relação com

Deus, imagine-se na relação com os simples mortais, ainda mais quando este mortal é

um político e sabemos de seus “pecados”.

A escolha requer alimentação constante para que o elo não se rompa, quer

pelo distanciamento, quer pela decepção, ou ambos. Aliás, todo ato de confiança é

diretamente proporcional ao volume de pessoas que confiaram assim as decepções

são igualmente maiores ou menores. Não nos esqueçamos de Jânio Quadros

Neste sentido, é sempre bom lembrar que confiar pressupõe momentos

distintos. Primeiro, como a confiança foi adquirida, isto é, o que motivou a confiança a

ponto de, no caso, receber o voto de alguém - aliás, já foi demonstrado que o

candidato é um sedutor, e este jogo de sedução faz parte do processo eleitoral. Pois

bem, a confiança advém daí, dos motivos que originaram esta sedução. O eleitor se

prende ao candidato por uma série de fatores, e estes fatores, quer sejam suas ideias,

seu jeito de falar, seu charme são os elementos que contam para promover o primeiro

elo de confiança.

Segundo, é preciso levar em conta qual a natureza dessa confiança e até onde

ela se manterá fiel. Em outras palavras, quais os indicativos que o eleitor possui para

“ver” que o candidato está realmente cumprindo aquilo que prometeu, aquilo que o

faz ser digno da confiança do eleitor.

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E em terceiro, qual o uso que o beneficiário faz da confiança recebida. Muitos

eleitos acham que encontraram o seu “pote de ouro” ao adquirir o mandato e passam

a cuidar apenas de seus próprios interesses. Os que o elegeram ficam sempre no

segundo plano de suas ações político-administrativas dentro do mandato que

possuem. Se o eleitor não se sentir prestigiado, a confiança começa a decair.

Há políticos que entendem os seus votos como um patrimônio que lhes

pertence, o que é em parte verdade, mas não para todo o sempre. Entendem os votos

que tiveram como se fosse a escritura de um terreno, a posse de um carro, um bem

material enfim. Neste sentido é bom lembrar que voto não se dá, se empresta e por

quatro anos. Se o tomador do voto retribuir com juros e correção monetária, o

empréstimo pode ser renovado, se não.

Há políticos, de outra parte, que sabem isso muito bem e, como pretendem dar

o calote em quem fez o empréstimo, se elegem com os votos de uma fatia da

população e desde o primeiro momento do mandato, começam a fazer promessas

para as outras fatias da população. São os políticos que vendem, mas não entregam, e

passam a vida inteira sendo candidatos, em meio a promessas e venda de sonhos, ora

para uns , ora para outros, mas sem nunca realizar os sonhos de ninguém. Não servem

para a vida pública porque não pensam no agora, e sim em como será o seu próprio

amanhã.

O Brasil é mesmo especial, aprimorou o processo de eleição, define com leis

exigentes o momento da campanha, mas o exercício da política que é o mandato

continua sendo absolutamente caótico e imoral. A lei partidária busca proteger os

partidos, as lei de combate a corrupção são facilmente fraudadas e quase nunca tem

interesse em punir o corruptor, não há lei que obrigue o eleito a devolver o voto. Já foi

dito que o eleitor deveria dar queixa ao Procon quando um político não cumpre o que

prometeu. É fraude, publicidade enganosa igualmente a qualquer produto mentiroso

que a propaganda bem urdida nos impingiu. Em termos eleitorais, o Brasil pensa em

tudo, menos num Procon político. Na verdade hoje na Camara e no Senado já

tramitam leis para atender estas demandas mas tem sua tramitação lenta e sem muito

interesse dos parlamentares.

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Contudo, apesar de estarmos um tanto quanto “órfãos e desamparados”, há

que se acreditar que a mudança é possível, pois se assim não for, rasguemos os títulos

eleitorais e partamos para a baderna generalizada. É imperativo acreditar que surgirão

políticos capazes de elevar a Política ao patamar que ela merece.

Nos últimos meses vimos varias manifestações na rua convocadas pela internet,

discutindo coisas específicas com o aumento das tarifas do transporte público, a falta

de segurança e a péssima qualidade da saúde pública. Só que ninguém consegue fazer

politicamente nada, sem fazer parte do processo político partidário. Portanto se quiser

mudar algumas dessas coisas solicitadas nas manifestações, isto é, ser um bom

prefeito, governador, presidente, ou no legislativo deputado, senador, vereador, tem

antes fazer uma coisa fundamental: vencer a eleição. Por isso, toda a esperança, todos

os anseios passam pelo processo político, assim, não há como virar as costas para esta

constatação: sem escolher bem, sem fiscalizar bem, não há como se depurar e ficar

com o trigo.

Por isso, o desempenho do eleito é fundamental para que não apenas ele volte,

mas volte por merecimento. Da mesma forma que nos mantemos fiéis a uma marca –

de carro, TV, cigarro – assim o é com o político. Aqueles que respeitam o voto e

cumprem as propostas feitas, merecem ser reconduzidos, até por aqueles que não

votaram nele da outra vez.

O eleitor é um cliente a ser satisfeito. Ao dar seu voto está comprando

esperança e desejo de mudanças, e para tê-lo fidelizado é preciso de alguma forma

responder a esse apelo de forma que, não seja perdida a confiança inicial que motivou

a escolha.

De candidato a político

Lembremos de que ao ser eleito deixa de ser o candidato e passa a ser o

político eleito e todos os motivos pelo qual o candidato foi escolhido – renovação,

reeleição, bons projetos - desaparecem no dia imediato à posse porque o povo já

espera os resultados de imediato. Aqui está um dos primeiros grandes problemas do

mandato político e consequentemente da fidelização, pois no inconsciente coletivo da

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nossa sociedade atual, o político não tem credibilidade, não trabalha o suficiente e

está envolvido em falcatruas e corrupção, por isso quem vota quer logo a confirmação

de seu acerto na escolha. Essa é uma grande diferença entre a compra de uma

mercadoria e a eleição de uma pessoa. Como as pessoas quando fazem uma compra,

podem ficar em dúvida ou até se arrepender de sua compra, e neste caso devolverá a

mercadoria ou tentará vende-la. O mesmo sentimento pode ocorrer e ocorre

frequentemente com o voto dado pode haver o arrependimento, mas como não dá

para devolver o produto, começam a falar mal do eleito que não foi capaz de mostrar

trabalho logo de saída. Acrescente-se a isso o fato de que somente os acontecimentos

ruins chamam a atenção da mídia e dificilmente notícias boas, renovadoras acontecem

no começo do mandato, todo início sempre será difícil. A insatisfação com os políticos

é ainda piorada pelo fato que grande parte dos eleitores rapidamente esquecerão em

quem votou (o produto comprado), porque nossa sociedade ainda vê a política como

algo supérfluo, um modismo que acontece de tempos em tempos .

Para finalizar e necessário criar fatos políticos; faça visitas aos líderes da sua

base eleitoral, compareça a encontros organizados pela sociedade. Lembrando sempre

de manter a postura esperada de um político.

Como 80% dos eleitores não procuram os eleitos durante o mandato, somente

a divulgação adequada do trabalho político , já que neste caso se cria a versão

adequada dos fatos é que dará a dimensão do sucesso parlamentar. Este é um outro

principio da fidelização , que se bem observado dará renome ao eleito, mesmo porque

é importante destacar que como qualquer cliente, o eleitor somente prestará atenção

àquilo que lhe interessar pessoalmente, ou àquilo que for novo, inusitado e

principalmente se tiver ou provocar emoção, por isso criar a versão do fato dentro da

visão do parlamentar é fundamental para apresentar o eleito ao seu público, afinal ,

este é quem sabe quais são os anseios reais de seus eleitores ( ou pelo menos deveria

saber ) . Lembre-se que a divulgação da sua ação política deve ser feita com

competência e constância, pois a versão do fato é sempre mais importante que o

próprio fato.

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Vale ressaltar o que já dissemos várias vezes sobre sedução. O eleitor é sempre

seduzido pelo parlamentar através das causas que este último defende. Isto cria um

elo sentimental entre eleitor e parlamentar. Quando isto ocorre, a fidelização passa a

existir. Como se vê, a política também é uma questão de paixão, como o futebol. O

parlamentar e sua assessoria devem acompanhar e defender as bandeiras que o

levaram elegeram, mas ao mesmo tempo, identificar e se interar com bandeiras

novas, preferencialmente complementares aumentando assim seu público e possíveis

eleitores.

Como no comercio, o político precisa lidar com o problema da elição (Venda) e do

mandato ( Pós-venda).

Apesar de que o primeiro passo, para quem quer viver no mundo político, é vencer

a eleição este não é o maior problema. O maior problema é se manter nesse mundo e

atender as expectativas dos seus eleitores. Aliás, ele se assemelha muito à venda.

Quem mexe com marketing sabe que a venda não é o crucial; difícil mesmo é o pós-

venda.

Um experiente vendedor costumava dizer que seria capaz de vender qualquer

coisa desde que achasse o produto certo, o preço razoável, um bom ponto de venda e

fizesse a promoção correta. No fundo ele se referia aos 4Ps do marketing – hoje fala-se

em 6, 8 12, vinte tantos Ps, mas para Philip Kotler, os 4Ps iniciais continuam sendo os

únicos que contam ou seja: PRODUTO, PRAÇA, PROMOÇÃO e PREÇO.

Assim, a eleição não é o grande bicho-papão que os políticos encontram no

caminho de sua vida política. O que quero dizer é que, sempre há um bom discurso,

uma boa imagem, boas promessas a serem oferecidas à população. Mais que isso,

sempre há um novo candidato a se contrapor com os velhos que lá estão. Geralmente,

há uma série de reivindicações não atendidas, promessas não cumpridas por parte

daqueles que já possuem mandato. A sabedoria popular – que costuma estar sempre

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certa - afirma que em matéria de eleição existem dois tipos de candidatos, os que

querem entrar e dizem que os que lá estão nada fizeram; e os que já têm mandato e

tentam provar que merecem continuar. Os seus adversários políticos explorarão todas

as suas falhas e diminuirão ou não citarão suas virtudes. Cabe a você dizer o quanto

seu mandato foi proveitoso e fazer com que todos creiam nisso, mostre a todos o que

fez e o quanto isso foi bom.

No fundo, aqueles que não mostraram a que vieram, vão ter dificuldades para

se reelegerem. A confiança decai a cada decepção do eleitorado. O cheque em branco

dado no pleito começa a parecer sem fundos e se apresentar novamente ao eleitor

para prometer aquilo que já prometeu e não cumpriu, começa a ser um drama.

Numa reunião com estudantes secundaristas, após o palestrante, treinado em

fazer marketing político, ter falado do seu candidato, de todas as suas ideias e

predisposição para fazer uma porção de coisas, um estudante o interpelou “Ele já é

vereador?“, e o marketeiro respondeu que sim, ao que o estudante imediatamente

contrapôs: “Então, por que ele já não fez tudo isso que está dizendo que vai fazer”.

Mesmo com ampla experiência de vida política, o palestrante teve dificuldades para se

sair bem da enrascada em que se encontrou.

E por quê? Simplesmente porque se eleger não é tão complicado, reeleger-se é

complicadíssimo. A despeito de toda a experiência que um político adquire na vida

parlamentar, aliada a todas as facilidades que um mandato oferece, reeleger-se é

tarefa árdua. É o que me disse o vendedor lá atrás, a compra é fácil, duro é a

recompra.

Para se entender isso, é imperativo se falar um pouco sobre fidelização

primeiro, cotejando algumas assertivas do marketing tradicional em paralelo com o

marketing político.

Não basta o o eleitor (cliente) satisfeito, é preciso o eleitor (cliente) fiel.

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Satisfazer o cliente deixou de ser algo espetacular para se tornar obrigação de

quem atua no mundo empresarial. Comprar num determinado local - padaria,

supermercado, loja de calçados, etc - não é uma fatalidade, é uma deferência que

alguém faz ao escolher uma determinada empresa para atendimento de suas

necessidades e carências. Na política também votar em alguém apesar de ser uma

obrigação legal, é também uma deferência a uma pessoa, a um partido, que deverá

atender as suas expectativa.

No passado, tanto no mundo empresarial como na política, não era assim.

Quem está na casa dos 50 anos deve se lembrar. Houve um tempo em que não havia

supermercados, e as compras da casa eram feitas no armazém. Cada cidade do interior

tinha lá seus dois armazéns, ou pouco mais, assim como os bairros de São Paulo. As

donas de casa iam até o balcão, faziam seus pedidos, o vendedor – que era o maior

propagandista da casa, ia atendendo, “empurrando” as novidades, e ao final, a compra

era entregue geralmente num saco de pano branco – cortesia da casa. Não se escolhia

o arroz, porque não havia variedade, era sempre o mesmo, pesado na frente do

cliente. Da mesma forma o feijão, o macarrão. Óleo, só a granel, e a dona de casa

levava sua garrafa vazia para ser cheia na hora. Hoje temos marcas diversas e

oportunidades de escolhas. Na política aconteceu o mesmo, antigamente devido a

dificuldade na comunicação, a dificuldade em transpor distancias as escolhas eram

menores e feitas sem muita informação. Hoje a comunicação é imediata, as

informações sobre os candidatos e os políticos totalmente disponíveis o que faz com

que a cada dia, o eleitor, aprenda que votar é um ato de sua escolha levando em

conta a sua preferência momentânea.

Como seu vê, houve um tempo em que a opções eram praticamente nenhuma.

Comprar naquele armazém era uma fatalidade e quem não o fizesse não teria as

mercadorias que precisava em seu lar. Na política a comunicação era lenta, e a

dificuldade locomoção fazia com que os políticos não pudessem comparecer,

constantemente, em seus redutos eleitorais. E como a comunicação com eleitores, o

ocorria, apenas por jornal e rádio, o político era visto com uma figura mística e sua

presença na cidade ou no bairro, era um evento.

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Hoje a vida é outra. Escolher faz parte do cotidiano porque as ofertas são

inúmeras, e isto mudou a relação entre a produção e o consumo. Num mundo

altamente competitivo, com excedentes de produção, a luta pela clientela se tornou

uma questão de vida ou morte, por isso a fidelização de clientes passou a ter um

destaque especialíssimo no mundo dos negócios. Obras e obras vêm sendo escritas

sobre o tema e o chamado marketing de relacionamento se constitui hoje num ponto

fundamental para a solidificação de mercado, principalmente porque o cliente ficou

exigente. Frente às possibilidade de escolha, ela sabe o que melhor lhe convém.

No mundo político, não é diferente. O eleitor não ”quer” o “produto mais

barato” ou o “melhor produto” porque ele sabe consciente ou inconscientemente que

nem tudo é possível, portanto ele quer “bons produtos”, ou seja, ações políticas que o

interessam, e , sobretudo, que o político ao mostrar interesse em atender suas

necessidades o faça com trabalho, dedicação e honestidade, porque assim ele se

mantém fiel.

A fidelização de clientes está dentro de um estudo mais amplo denominado

CRM – Customer Relationship Management , que visa estabelecer relacionamento com

os clientes . A experiência tem demonstrado que a satisfação dos clientes não é apenas

uma questão de bom produto ou serviço, isto porque, a avaliação do cliente continua

após a compra. Todo consumidor espera prestação de atendimento adequado e

quando isso deixa de acontecer, há uma quebra de relacionamento entre ele e a marca

e/ou produto e/ou serviço, motivando a busca de outro fornecedor. Na política

também ocorre algo semelhante, mesmo com trabalho duro, dedicação e honestidade

durante o mandato, o político não é reeleito.

A soluções nas empresas foi, investir em Marketing de Relacionamento na

esperança de manter seus clientes, sabe-se que estes trazem novos clientes, na

propaganda ‘boca a boca’, e mais ainda, sabidamente conquistar um cliente novo

custa cerca de 5 vezes mais do que manter os atuais, dizem as pesquisas, afinal a

concorrência é grande. Assim, estimular a lealdade à marca depende mais da própria

marca do que do consumidor. O princípio na política é o mesmo, é preciso criar um

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marketing de relacionamento, assim, levando a informação dos feitos do parlamentar

no ‘boca a boca’.

E o que significa fidelizar? Os dicionários definem como fiel àquele que é digno

de fé cumpre aquilo que se com prometeu, sendo leal, verdadeiro, íntegro, amigo. Na

vida empresarial cliente fiel é aquele que se envolve até com a marca, luta por ela, faz

propaganda, tem orgulho de possuir um produto daquela marca. A Harley Davidson

que o diga. Por isso, a fidelização é mais uma questão de cérebro do que de suor físico,

requer planejamento, compromisso e visibilidade com o cliente.

No mundo político não é diferente. A definição de cliente fiel se aplica ao

eleitor fiel, desde que o eleito seja digno de fé, amigo, leal, etc, mais ainda, o eleitor

fiel se assemelha muito ao torcedor fiel: defende seu time, tem orgulho dele, se

apaixona por ele, vira seu propagador. E qual político não gostaria de eleitores assim?

Dicas úteis sobre o exercício de um bom mandato e a fidelização de eleitor

Se você quer fidelizar o seu eleitor é necessário que trace um plano com esse

objetivo e o siga. Não se trata de conselhos infalíveis, mas a prática política considera

como sendo importantes algumas ações fundamentais para fidelizar o eleitorado.

Abaixo seguem algumas delas, as quais poderíamos chamar de dicas de fidelização.

1) Crie um núcleo de pesquisa

Não é porque acabou a eleição que a opinião dos eleitores não interessa mais,

ao contrário, agora é que ela é mais interessante. No fundo, por onde é que o

parlamentar vai começar a executar as ações prometidas em campanha.

Será que ele terá o apoio do executivo para cumprir suas promessas?

Como a primeira impressão é a que fica, qual é a primeira impressão que o

eleito está causando no seu eleitorado?

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Além das ações prometidas em campanha que precisam ser executadas, que

outras ações serão ainda necessárias?

Afinal da campanha para o exercício do mandado houve um espaço de tempo

e como a vida social é dinâmica, quais problemas novos surgiram e merecem a atenção

do parlamentar?

No fundo o que se quer dizer é que não há como saber se a conduta de um

político é ou não correta se não houver pesquisa.

O que vale a pena considerar aqui é que geralmente os institutos cobram caro,

e nem sempre há verbas para isso. A solução é criar seu próprio grupo de pesquisa.

Um elemento da equipe de gabinete seleciona pessoas, treina e põe na rua à busca de

informações precisas sobre os mais variados temas: o que pensa o eleitorado nas

bases do candidato, o que pensam os outros eleitores, o que deseja a maioria da

população, quais as ações que precisam ser feitas para atender os anseios gerais. Mais

ainda, é preciso segmentar a pesquisa por localidade, sexo, renda familiar, condição

social, escolaridade, e até religião se for o caso. Depois vêm as perguntas específicas,

envolvendo as necessidades dos diferentes segmentos sociais ou localidades. Inclusive

é possível se fazer uma avaliação da administração - quer ela esteja iniciando ou em

andamento.

A uma diferença importante entre pesquisa de campanha e pesquisa de

acompanhamento de mandato. Na hora da campanha, o ritmo exigia uma aceleração

de pesquisas eleitorais, inclusive com questões extremamente objetivas – quem está

na frente, onde, quanto por cento, etc. Na pesquisa de diagnóstico, para os que têm

mandato, o que vale é o discursivo, o detalhamento, o maior número de informações

possíveis, por isso a equipe precisa estar treinada e saber os reais objetivos da coleta

de dados. Com as informações na mão, a equipe mapeia a cidade, aloca os diferentes

anseios de cada região, pode iniciar um planejamento de ações com o fim específico

de atender à população e programar condutas que possam atingir diretamente os

eleitores. Se o candidato sabe o que o povo quer, ele sabe por que trabalhar e quais

são as ações para tornar ainda mais sólido o relacionamento seu com os eleitores.

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Mas como saber o que o eleitorado quer ver, ouvir e sentir?

Quase sempre perguntas diretas podem mostrar as necessidades, medos e

angústias dos eleitores e como atendê-los nas suas necessidades. Por isso, a pesquisa

pós-eleitoral é mais qualitativa.

Devemos lembrar que os jornais, revistas , publicações especializadas e sites

estão a todo tempo dando pistas do que a média da população deseja, pensa e quer.

Nestes veículos encontramos ainda qual a linguagem correta para os “approaches”

corretos.

Se bem pesquisada, a massa sempre diz quais os caminhos a seguir para

atender o eleitor (comprador), e assim, baseado na emoção e no desejo satisfeito,

fidelizá-lo na compra do produto, o candidato.

Por fim, vale lembrar que, sempre, deve-se buscar mais o emocional do que

real e em última análise isso deverá nortear o marketing pessoal e político.

Para a realização das pesquisas e outras despesas de fidelização, conte com

recursos partidários criados por você e seus assessores através de um dízimo, afinal a

manutenção do mandato e a correta prestação do serviço público, interessa a todos.

2) Depois da campanha vem uma nova campanha

A fidelização começa logo após o resultado da eleição, tanto para quem ganha

como para quem perde. Tem candidato eleito que “tira umas férias” logo no dia

imediatamente após os resultados. Todos os eleitores já começam a dizer que ele “foi

gastar em viagem com a família o dinheiro de campanha” ou então “ bastou ganhar

que sumiu do circuito”.

Fidelização se faz a partir do dia seguinte.

Agradecer a equipe é fundamental. Há candidato que se esquece de agradecer

ou não liga para isso porque todos “já receberam o salário”. Preferencialmente alem

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das palavras de uma festa , ofereça pequenas lembranças da campanha como fotos

em que cada um aparece e demonstre seu agradecimento com palavras, aperto de

mão, abraços, sorrisos e novas que deverão ser enviadas a cada um. Lembre-se de

também agradecer os eleitores em entrevistas pela mídia, faixas, outdoors, cartas, etc.

Reafirmar os compromissos assumidos, pela imprensa ou indo diretamente às bases,

aos bairros que o consagraram, agradecer às entidades que atuaram e mantiveram

apoio para que a vitória fosse possível é simples e necessário.

Reúna os coordenadores das equipes para um balanço do trabalho feito com

toda a equipe. Os coordenadores de grupo, ou de tarefas, sabem quais os elementos

da equipe que são bons e devem ser aproveitados de imediato. Como

aproveitamento de todas as pessoas do gabinete não será possível, você deverá criar

situações que permita a valorização de todos, e demonstrar o tempo todo que se

preocupa com o não aproveitamento de alguns. Além do mais é preciso dar à equipe a

certeza de que todos, no tempo certo, sentarão à mesa na hora da fartura que virá,

uma vez que todos dividiram o pão magro dos tempos de campanha.

Não há político de carreira vitoriosa que tenha virado as costas para seus

assessores diretos. A fidelização entre o político e seus eleitores começa a se tornar

sólida através do trabalho destas pessoas.

Avaliando o desempenho demonstrado ao longo da campanha, ou ao longo do

tempo, se pode fazer a uma boa seleção no sentido de se ficar com as pessoas mais

competentes e leais sejam progressivamente aproveitadas.

Esta equipe em formação deve começar a fazer reuniões de trabalho para já ir

deixando alocadas as pessoas certas nas tarefas que surgirão. Os pedidos da massa de

eleitores serão sempre muitos e não dá para dizer sim ou não simplesmente. É preciso

saber o que se pode ou não se pode fazer individualmente para os que pedirem o

auxílio do candidato eleito. Só que, muito cuidado nesta hora. Dizer um NÃO redondo

é confirmar a fala popular de que “tá vendo? São todos iguais bastou entrar que já me

vira às costas”, e isto começa a propagar e a manchar a “marca” do eleito. Por isso

sempre encaminhe o problema para onde possa ser solucionado, buscando e usando

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as informações existentes no Executivo, Legislativo e Judiciário e até mesmo na

iniciativa privada.

O fundamental é que mostre interesse no problema do seu eleitor, e

principalmente, seja criativo na busca de soluções.

Seja como for, logo após a eleição, a vida continua para todos com mandato,

com cargos ou sem eles e todos precisam sobreviver e se puder ajudar ou partilhar,

faça isso. Lembre-se o mais importante, começa uma nova campanha. Claro que mais

longa – dura 4 anos – com um formato novo , calcada em outros pontos de apoio – das

promessas às realizações, mas começa outra campanha. Estar atento à fidelização é

nunca se esquecer disto.

3) A malha de influência

Uma das coisas mais difíceis de montar, e a primeira coisa a se preocupar, é

sempre, a equipe. Por esta razão, a pessoa certa para o lugar certo, uma máxima bem

antiga, deve sempre estar em mente na formação do grupo que irá trabalhar com o

político em seu mandato.

É necessário que a equipe possua algumas pessoas capazes de pensar a vida

pública do eleito e criar ações que darão mídia e mais notoriedade, outras pessoas que

sejam capazes de organizar as ações, e uma grande quantidade de pessoas que irão

operacionalizar a vida pública do político eleito. São os assessores de bairro, os

assessores ligados às instituições que deram apoio e até mesmo as pessoas que

atenderão o público individualmente em inúmeras tarefas cotidianas – internações de

pessoas, matrículas em escolas, advogados para atender às demandas judiciais que

aparecem: enterros, cartas de apresentação, enfim, a rotina que qualquer gabinete

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possui. Todos deverão ser apoiados pelo fundo partidário, criado por aqueles que

percebem salários e provimentos, em decorrência do mandato.

Contudo, existem os cargos públicos – e a escolha certa dos locais onde ter os

assessores e as pessoas para o desempenho destas funções, é fundamental.

Geralmente político eleito acaba tendo cargos a seu dispor, sem contar os cargos de

seu gabinete em especial, todo político tem cargos dentro da própria máquina

governamental. Selecionar bem estas pessoas é importantíssimo, porque elas, apesar

de estarem prestando serviço público, devem saber de antemão que exercerão cargos

políticos por conta de quem tem o mandato e por esta razão, deverão auxiliar no que

puderem a visibilidade da vida do parlamentar que as colocou onde estão. Os cargos

pertencem ao político e não ao escolhido por ele, costumeiramente os políticos se

perguntam “com quem está a secretaria tal”, ou “o órgão tal”, ou ainda “quem manda

no setor tal” e por quê ? Porque são feudos políticos que passam a agir a bem do

serviço público (esta é sua função), mas a bem também de alguns senhores feudais

que dominam espaços, pessoas, e fazem com isso o tráfego de influências que o

governo possui, não importando a esfera, se municipal, estadual ou federal. É assim

que a máquina trabalha para os seus políticos.

O que querem os partidos que fazem parte da base do governo em Brasília?

Ministérios, cargos, enfim, participação no poder, e isso é normal, ocorre em todas as

esferas políticas. Por isso, é importante ficar de olho nos melhores espaços, nos

melhores órgãos e ocupar o que lhe pertence com pessoas capazes e de confiança.

Lembre-se, quando você não ocupa um espaço alguém o fará. Quando você apoia

politicamente alguém, na vitoria deste você deve receber espaço político para ser

ocupado por seus aliados, que deem visibilidade política ao grupo. Caso o acordo seja

rompido vá para a oposição se não for conveniente de forma explicita o faça utilizando

sua inteligência e habilidade política.

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4) Não dá para se esquecer do “dono do voto”

Já falamos anteriormente que o voto é do eleitor, ele “empresta” ao candidato

eleito e pode tomá-lo na eleição seguinte caso o eleitor não seja mais fiel porque

deixou de acreditar no político – não é mais fiel, portanto, não tem motivos para

repetir o voto da eleição anterior.

Na esfera empresarial, o marketing dá um nome a isso: pós-venda. Pois bem,

existe o pós-voto. Vencida a eleição, as cobranças começam e aí, de fato, é que o

trabalho político terá início. Por esta razão, todo e qualquer político eleito que se

esquece do eleitorado corre sério risco.

Como dissemos anteriormente, a primeira ação de fidelização é visitar as

bases eleitorais. Com grande expectativa, há uma espera silenciosa por parte do eleitor

em relação ao eleito: quem deu o voto quer o reconhecimento. E isto se faz cara a

cara, se puder, mão estendida, olho no olho. Este “muito obrigado” por parte do

político é significativo, é um gesto de humildade, de reconhecimento da importância

ao verdadeiro “dono do voto”. Sua visita será rapidamente esquecida se não for

valorizada e somente terá importância para merecer ser lembrada, se você der esse

valor a ela. Faça de todas suas visitas um evento, com fotos, fogos e filmagens que

deverão ser divulgadas nas mídias que dispuzer.

Informe, previamente, a mídia destas suas visitas e os convide a comparecer. Caso não

compareçam, após o termino do evento, informe a eles o resultado, os compromissos

assumidos, as preocupações intercorrentes, que agora passaram a ser suas.

Entretanto, é preciso mais.

Uma ação excelente de fidelização de eleitores e que é sempre bem-vinda, é abrir

as portas do gabinete para eles. Eleitor presente no espaço de ação do político é um

gesto de compartilhamento do mandato com quem o elegeu. Isto vale tanto para o

prefeito, como o deputado e o vereador. Não se trata de trabalhar com as portas

abertas, permitindo a entrada e saída a qualquer hora como fazem alguns. É preciso

ordem, mas todos têm que sentir que podem ser recebidos e entrar. No legislativo

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esta prática é mais comum, e por isso, muitos vereadores e deputados costumam levar

as pessoas que lhe dão suporte político às sessões plenárias, principalmente em dias

em que uma votação importante vai acontecer, e ainda mais se ela estiver diretamente

ligada a uma região ou segmento eleitoral e estes grupos estiverem presentes para

sentirem que o parlamentar cuida dos interesses deles.

Mesmo que o tema votado não seja relativo àquele grupo em especial, a

participação dos eleitores na sessão, servindo como testemunhas do trabalho de seu

parlamentar na aprovação de leis, confere importância ao processo e possibilita aos

eleitores verem o quanto seu vereador / deputado tem atuado a favor desta ou

daquela causa. Na volta ao local de origem – as bases -estes eleitores serão

formadores de opinião e reforçarão a importância do parlamentar.

No fundo, trazer as bases até o palco de ação do político é criar um mecanismo

especial de fidelização que demonstra transparência da ação política e cativa os

eleitores – eles se sentem parte do processo. Convide os eleitores, e principalmente,

os líderes comunitários, inclusive solicite a sua assessoria para irem ao seu gabinete e

até mesmo a sua casa.

5) Fixar as prioridades de cada grupo geográfico / segmento

Como foi dito, a pesquisa permite saber os anseios e, dispondo do mapeamento da

cidade e seus problemas buscar as soluções possíveis. Após esta avaliação e o

estabelecimento de metas, cada assunto que disser respeito a uma região ou categoria

profissional deve ser objeto da equipe de trabalho. Nomeie um responsável por cada

assunto. Faça pesquisas acompanhadoras e mantenha “as antenas ligadas o tempo

todo”.

E aqui vai outro aspecto de importância para fidelizar eleitores: não perder o foco,

isto é, fixar como alvo as reais prioridades dos diferentes grupos de colaboradores e

apoiadores que atuaram na campanha. Deste foco, o político não pode se desviar

jamais. Nem sempre as promessas de sua campanha são fáceis de serem cumpridas.

Durante a disputa, fala-se demais e, na busca da vitória, os discursos são generosos,

mais ainda: papel aceita tudo, inclusive promessas mirabolantes.

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Contudo, por mais desastrosos que foram os compromissos, político que se preza

luta para conseguir o que foi compromissado, além do que, os eleitores cobram

exatamente estas promessas, por isso, não dá para fugir delas.

Assim, o que foi prometido passa a ser prioridade do trabalho político.

Muitas coisas dependem apenas de empenho, outras requerem estratégia, e as

mais difíceis precisam de acordo entre os membros do parlamento – é árduo o fazer

político! As vitórias conseguidas quer para o grupo geográfico – um bairro, uma

cidade, quer para um segmento produtivo – funcionários públicos, bancários, se

constituem em excepcionais motivos de fidelização eleitoral.

No plano individual, existem expectativas dos eleitores na obtenção de empregos,

internações de saúde, vagas em escolas, além das expectativas a respeito da casa

própria, da abertura de crédito para os mais variados fins, seja como for, mesmo

quando o prometido não é facilmente alcançado, se o eleitor reconhecer a “luta“ que

o eleito está travando para cumprir com o prometido, é prova de que está sendo fiel

aos seus compromissos com ele, por conta disso, o eleitor se torna fiel a ele também.

Lembre-se, ele somente saberá do seu esforço, se for mantido a par de todas as suas

ações. Você pode fazer isso através de informativos, cartas, ofícios, visita de

assessores, emails e outros. Uma pessoa de sua equipe deve ficar encarregada única e

exclusivamente disso.

6) Mantenha aberto o diálogo

Parlamento vem de “parlare” que significa falar, comunicar. Político mudo não

convence ninguém. Quando se diz falar não é preciso o discurso aberto, oral, a todo

instante com os eleitores.

A comunicação pode ser feita de inúmeras formas e ela é responsável pela

manutenção do diálogo. Jornal mensal, ou bimestral, mostrando a atuação

parlamentar, programas de TV ou rádio onde o político apresenta suas ideias e assim

presta contas à população, cartas específicas para categorias funcionais, informando

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das vitórias para as diferentes profissões , cartões em datas especiais, artigos na

imprensa em dias marcados da semana para fixar leitores, inclusive, em sabendo o

time para qual o eleitor torce, cumprimenta-lo em caso de vitória de campeonatos, e

sobretudo, vir à público para propor ideias e defender causas, são caminhos mais que

suficientes para manter aberto o diálogo com o eleitor.

Claro está que a visita às bases – como dito atrás – é o grande e poderoso canal

de abertura com os eleitores, mas a mídia e o correio e mais recentemente, a web são

instrumentos de massa modernos que precisam ser ativados e mantidos. Faça um site

e divulgue seu domínio. Nele devem estar as realizações, fotos que provam a atuação,

as leis criadas e um canal sempre aberto de diálogo com o leitor. Nem todos têm

computador, mas a cada dia cresce mais esta forma de interação entre as pessoas e

com o tempo, vai se formando um mailling poderoso para se mandar mensagens.

Na verdade, nenhuma forma de comunicação deve ser desprezada. Nos

grandes centros muitos usam o outdoor para falar com o povo, mas há cidades

menores em que as faixas de rua são os melhores canais de comunicação, por isso, se

for o caso, faça faixas, fale com o povo através delas.

7) O valor do discurso.

Ninguém precisa ser um grande orador, mas falar mal para um político é meio

caminho andado para a cova. Por isso, quem tem dificuldades deve fazer um curso

mínimo de oratória.

Falar bem se fazer entender. Comunicando com o começo, meio e fim sua ideia. Há

“oradores” que se fazem entender apesar da cultura limitada que possuem, ou das

gafes às vezes comprometedoras da Língua Portuguesa ( vide o Presidente Lula ), E

porque do seu sucesso? Porque falam aquilo que o povo deseja ouvir, se fazem

entender, conclamam com eficiência, conseguem provocar emoção.

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No discurso é preciso, acima de tudo, empatia, isto é, saber se colocar na posição

dos interlocutores, saber como falam, o que gostam e entender dos assuntos que

interessam a massa de ouvintes.

No nosso livro Marketing Político – para quem tem os pés no chão, foi

abordado um assunto importante: as alocuções.

As locuções são pequenos textos, geralmente laudatórios, contundentes e

concluem por uma tomada de posição do falante.

As alocuções se prestam para momentos específicos de curta duração e que

o ajudam quando você tiver dificuldade de falar. É importante que decore algumas

alocuções para momentos que com certeza, irão aparecer.

A alocução tem tema fixo e não admite digressões, justamente porque é

breve. Contudo, uma alocução é de extrema valia para auxiliar nos momentos em que

“o calo aperta” como se diz na gíria. Você a usara para falar com esportistas, idosos,

jovens, educadores ou mesmo em um batizado, casamento ou festa.

Todo político tem que ter à mão um texto para estas situações, porque

ajuda a livrar o embaraço de não saber o que dizer. Por isso, faça as suas alocuções e

as decore.

As alocuções a seguir estão prontas, você pode usá-las do jeito que estão, embora

possa ocorrer que outro candidato também leia a obra e diga o mesmo. Por isso, seria

interessante dar alguns toques pessoais à sua fala para ser diferente. Entenda estes exemplos

como modelos, aprimore-os se quiser, mas mantenha a unidade e concisão. Falta um final que

depende de você.

Terminar com “pensem nisto”, “É isso que motiva o meu mandato”, “confiem em

mim e faremos isso junto” ou outro final de seu agrado é importante, embora alguns textos,

ao final, já sejam conclusivos.

Separamos as alocuções mais necessárias para cada tipo de público a respeito do

qual o candidato vai precisar se referir em suas falas e reuniões. Vale a pena reforçar: os textos

a seguir, eles não devem engessar você, mas servem para “quebrar o galho” em momentos em

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que não se sabe o que dizer. São falas curtas para usos emergenciais. Por isso, o livro foi feito

para andar no bolso do candidato.

Para os jovens:

Houve um tempo em que ser jovem era ficar na fila dos mais velhos à espera de

uma oportunidade. Este tempo acabou. Hoje o jovem é dinâmico, competente, e, por seus

próprios méritos, abre as portas do futuro e transforma o amanhã em agora. Ser jovem hoje é

exatamente isso: antecipar, por esta razão é que o mundo moderno é da juventude e graças a

ela é que o progresso começou a caminhar, não a 20, mas a 100 km por hora..

Entendo que devemos cada vez mais ampliar os canais de acessos e incentivar o

jovem a ser o comandante de seu destino na busca do sucesso. Por isso, quero democratizar as

oportunidades, dando aos jovens condições de crescimento para que eles possam transformar

a sociedade, tornado-a cada vez mais humana, progressista e justa.

Para os idosos

Não há maior injustiça do que se esquecer de quem fez o progresso que temos

hoje.

A terceira idade tem o mérito de ter trazido até aqui tudo aquilo que foi construído

dentro da sociedade. E mais: a experiência adquirida ao longo dos anos não pode ser

esquecida em nome da renovação, porque a sabedoria vem com a idade. Aqueles que sabem

disso valorizam os idosos, cuja tarefa social já foi cumprida e hoje merecem o descanso,

merecem as preferências e, sobretudo merecem ser ouvidos. Sou daqueles que acreditam que

a fórmula correta do progresso é a força da juventude somada à experiência dos mais velhos.

Assim, valorizar a terceira idade com projetos sociais e de lazer, criar mecanismos para facilitar

a vida dos mais velhos com salários justos e espaços sociais específicos de modo que eles

possam interagir com a juventude é a fórmula mais eficiente do progresso humano, saudável e

justo.

Sobre a mulher

Não há desenvolvimento social e econômico sem a mulher. Diferentemente de

antes, a mulher hoje conquistou seu espaço e em inúmeras tarefas superou o homem. Dotada

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de sensibilidade e capacidade de realização, a mulher é a incansável trabalhadora que

administra o lar, educa os filhos e hoje começa a sair para o trabalho, ou quando não, trabalha

em casa para aumentar o orçamento familiar. O resultado disso é que a vida melhorou depois

que a mulher se tornou mais atuante. Hoje ela avança e começa a participar mais

intensamente da vida pública. Sua capacidade tem ajudado na escolha de melhores

representantes para as câmaras municipais e prefeituras, por isso sua voz deve ser sempre

ouvida.

É imperativo que cada dia mais sejam criadas opções de trabalho para as mulheres,

dotando-as de conhecimento para a vida profissional, através de cursos de capacitação,

porque com a participação feminina, a sociedade pode avançar ainda mais na direção do

progresso.

Sobre o esporte (Jovens nas ruas)

O esporte é o meio mais seguro para tirar a juventude do caminho das drogas,

porque o esporte cria novos centros de interesses para o jovem, dotando-o de força de

vontade para crescer, vencer, bater recordes, enfim, o esporte se torna a vida do esportista,

substituindo as drogas. Mais do que isso, hoje o esporte é a chave para o sucesso e a conquista

de uma vida melhor, abrindo reais perspectivas de futuro. Assim, cabe ao poder público criar

mecanismos de descoberta de atletas em cada comunidade. Cabe ao poder público elaborar

parcerias sadias com a iniciativa privada para apoiar atletas, dando-lhes condições de treino e

competição.

O poder público pode e deve entusiasmar os jovens para a prática desportiva, não

se importando com a faixa etária ou condição social, porque o esporte é a mais democrática

das opções de desenvolvimento individual, pois prestigia a habilidade e o esforço de cada um,

igualando-os nas pistas e nos campos.

Incentivar o esporte, envolver o jovem, é meta prioritária de qualquer

administração municipal. Vamos fazer isso juntos.

Sobre a educação

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Ao contrário da indústria cultural importada, que manipula e condiciona as mentes

dos jovens, a educação amplia os horizontes e mostra o mundo como ele é. Mais que isso: o

educador não só abre as portas do discernimento como ajuda a decidir para a escolha correta

entre o certo e o errado. Por isso, não há como separar a educação do desenvolvimento e do

futuro das pessoas.

Somente com o saber é que o jovem estará preparado para o amanhã, pois todos

afirmam sabiamente que a moeda do século XXI é o conhecimento e cabe à escola dar isso aos

seus alunos. Assim sendo, a função do professor assume uma nobreza e importância sem par.

São eles que alfabetizam, que abrem as mentes, que estabelecem rumos saudáveis para o

adequado comportamento social.

Com a vida difícil de hoje, as famílias delegaram aos professores muito do que os

pais faziam antes. Por isso, o mestre deve ser visto não com carinho, geralmente piegas, mas

sobretudo como um agente transformador da sociedade, que merece pagamento justo,

dignidade, condições de trabalho para transformar o mundo para melhor. Sem ele, não há

futuro.

Contra a violência

Para tudo há limites. A violência chegou a índices que não podemos mais tolerar.

No fundo, nós estamos presos e limitados, enquanto os bandidos nos aprisionam em nossos

próprios lares através do medo. Se as autoridades não buscarem alternativas seguras para dar

ao cidadão a tranquilidade que ele precisa, nossa sociedade pode caminhar para o caos. A

polícia e o judiciário precisam de mais energia para fazer cumprir as penas contra os que

infringem as leis, e ambos, polícia e judiciário precisam ser incorruptíveis para poder fazer

prevalecer a justiça, a paz e a ordem. Assim, todos nós devemos cobrar dos governantes ações

efetivas de proteção à família, ao trabalhador, de forma que possamos sair às ruas em

segurança para trazer para o nosso lar o sustento que precisamos.

A segurança é um direito que todos temos, resta apenas ao governo cumprir a sua

parte, para que possamos desempenhar a parte que nos cabe de forma a construir um melhor

futuro através do trabalho digno e produtivo que conduz ao progresso.

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Sobre o emprego

Nossa comunidade é competente, homens,, mulheres, jovens e idosos. O que

precisam é de apenas uma oportunidade para mostrar que podem crescer e isso vem com o

trabalho. Não se trata apenas de ganhar o pão de cada dia, mas ganhar dignidade para viver.

Sem trabalho, o ser humano se vê à míngua, desesperado e envergonhado perante

a sociedade e à própria família. Por esta razão, é que a tarefa fundamental do poder público é

abrir postos de trabalho, trazer indústrias, amparar o comércio e para aqueles que não acham

colocação, facilitar ações que lhes permitam conseguir sustento para o seu lar. Isto se faz com

cooperativas de mão de obra, se faz com facilidades para o comércio autônomo, se faz com

cursos simples para funções importantes e complexas como eletricistas, instaladores,

digitadores de computação, culinária para as mulheres, cursos de cabeleireira, manicure entre

outros.

Quando o poder público vira as costas para as necessidades de abertura de

empregos para seus munícipes, está abrindo a porta para a malandragem, o crime, o negócio

fácil tão nocivo aos cidadãos, principalmente os jovens. Emprego, oportunidades de trabalho,

eis a fórmula para uma cidade mais humana, feliz, onde as pessoas, com dignidade, podem

viver melhor.

Sobre o lazer

Nem só de pão vive o homem. Além da palavra do senhor, há a necessidade do

lazer. Quem trabalha ou busca emprego a semana toda; quem sofre as agruras da vida de hoje

em dia que não está fácil, haja vista o custo da mesa, o custo do remédio, do transporte; para

quem sua a camisa pelos seus familiares, tem que existir algo mais do que a TV nos finais de

semana.

O poder público pode e deve facilitar o lazer aos moradores da sua cidade. As festas

populares e religiosas, os shows em espaços públicos, a criação de mais praças com parquinho

para as crianças, os passeios pela natureza são, sim senhor, de obrigação do governo municipal

e estadual. Mais que isso, a paixão do brasileiro é o futebol.

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Valorizar os campeonatos amadores da cidade, melhorando os campos para que as

famílias possam ir, esposas e filhos, e enxergar o morador da cidade como mais do que um

votante apenas, é ver nosso povo como gente e não como máquina, como número de IPTU.

Todos merecem o lazer e o poder público não pode se furtar a isso.

Sobre voluntariado

O governo não pode fazer tudo, e às vezes nem competência possui para isso. A

sociedade, então, cansada de ver as coisas por serem feitas, colocou a mão na massa. Hoje, ser

voluntário e atuar na comunidade, não é apenas importante para a sociedade, é uma questão

de realização pessoal.

Dar de si para os necessitados, ajudar os que precisam mais do que você, é atender

ao apelo divino de propagar a felicidade nesta vida. Mais ainda: é mostrar a todos aqueles que

não se importam com o próximo que existe a fraternidade e ela veio para ficar desta vez.

Estender a mão às vezes é mais do que curar uma ferida e todos aqueles que fazem

isso em prol dos miseráveis e desvalidos, melhoram a comunidade onde vivem e,

principalmente, tornam viva entre nós a palavra do criador.

Ser voluntário é ampliar o senso de irmandade que todos temos dentro de nós.

Basta olhar para trás para ver que há os que precisam de nossa mão amiga, de nossa palavra

de consolo de nosso amparo. Aos que fazem isso, o meu obrigado e parabéns pela sua

coragem e desprendimento.

Sobre os deficientes

A vida está difícil para nós? Todos concordamos que sim. Se nós que somos

perfeitos, sentimos o peso da vida, imagine aqueles que possuem uma deficiência. Para eles, o

fardo é maior, é custoso, é suado, mas mesmo assim, eles não desistem e provam com sua

dignidade e esforço que o que precisam é apenas uma oportunidade de mostrar que são

capazes, igualmente a nós. Por isso, abrir vagas para deficientes nas empresas como manda a

lei, é importantíssimo e cabe ao poder público fiscalizar se isto está sendo feito.

Melhorar as vias de acesso para que os deficientes possam transitar com

segurança, é obrigação do poder público e precisamos cobrar para que isso também aconteça.

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Ter transporte coletivo apto a acolher os que têm deficiência física é mais do que uma lei, é

humanitário.

Criar uma legislação que possibilite aos cegos, aos surdos, aos cadeirantes terem

acesso a tudo o que a vida pode lhes dar é missão dos homens públicos e aqueles que não o

fizerem, não apenas estão sendo maus políticos, estão sendo maus cidadãos, egoístas e,

sobretudo insensíveis a quem precisa de apenas uma oportunidade para mostrar que é igual a

todos nós.

Sobre ecologia (Poluição)

A vida está em harmonia. O sol nasce à noite vem, a chuva cai, o vento sopra, as

flores encantam enquanto as frutas têm o seu tempo, os cereais também, na sequencia

natural da vida Enfim, tudo aquilo que depende da natureza, ela cumpre, e o faz bem. Mas e o

que depende de nós? Cuidamos dos rios, da terra, do ar, das matas ciliares? Se não

mantivermos a harmonia, o planeta um dia irá acabar por falta daquilo que ele nos deu e que

nós destruímos. Por isso, a ecologia é importante, por isso, poluir, mais do que uma violação

da lei, é construir um futuro pior para todos nós, nossos filhos e netos.

Quando falamos que a humanidade irá pagar, falamos que nossos filhos, nossos

netos assumirão a dívida que estamos fazendo. Quando destruímos a natureza, estamos

destruindo as oportunidades de vida futura para nossa família. Por isso, seja ecologicamente

correto – reutilize, reduza, recicle. Não polua, preserve a natureza, plante uma árvore, não

estrague as águas porque a harmonia da vida depende de que estas ações sejam feitas agora,

porque o amanhã de todos nós será o resultado das boas os más ações que praticamos hoje.

Sobre desenvolvimento econômico

Nenhum cidadão melhora de vida se a cidade onde ele reside, trabalha, não se

desenvolver economicamente. As pessoas pedem emprego, mas como eles virão se não

houver desenvolvimento? Querem moradia própria, mas como pagar o CDHU, ou a Caixa, se

não houver um bom emprego? Desenvolvimento econômico se faz com criação de

oportunidades de ganho para todos os cidadãos.

O poder público precisa cumprir a sua parte, facilitando o comércio e a indústria

locais, além de ir buscar empresas de fora e facilitar para que elas gerem trabalho digno e

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riqueza. Na guerra fiscal, é preciso oferecer vantagens para atrair mais investidores, enfim, a

tarefa é exclusivamente do poder público e não dos cidadãos. Quem dorme em berço

esplêndido, perde as oportunidades de sucesso que a vida oferece. Desenvolvimento

econômico, empreendedorismo, palavras mágicas, capazes de tornar a cidade mais próspera e

a sua gente mais rica e feliz. Vamos acordar o poder municipal e fazê-lo trabalhar pelo

progresso de todos nós.

Sobre responsabilidade social

Nenhuma empresa moderna pode se furtar da responsabilidade social que possui

frente à comunidade onde vive. O poder público está praticamente falido, perdido entre a

folha de pagamento dos funcionários municipais e as obrigações de investimento interpostas

pela legislação.Com isso, pouco se tem feito para a melhoria da vida dos cidadãos.

Neste caudal de dificuldades, os mais necessitados ficam à mercê da sorte por

serem os mais vulneráveis. Se a empresa, fonte geradora de recursos, não assumir o papel

social que lhe cabe, a miséria só tenderá a aumentar. Por isso, as empresas modernas são

socialmente responsáveis, porque chamam para si a melhoria da qualidade de vida de seus

funcionários, da mesma forma que atuam no meio, com vigor, inteligência e muita

humanidade para minorar a dor daqueles que precisam de amparo e, por infortúnio do

destino, vivem da caridade alheia.

A empresa moderna é parceira do poder público com um único objetivo, melhorar

a vida da comunidade e dos cidadãos. E não há tamanho para assumir esta responsabilidade,

qualquer empresa pode fazê-lo, basta a prefeitura incentivar estas ações, buscar o diálogo e

ajudar a executar projetos capazes de melhorar a qualidade de vida da população.

Sobre saúde

Sem saúde nenhum ser humano pode se capacitar para a conquista de um futuro

melhor. Os que podem, pagam planos de saúde, os que não podem, precisam do serviço

público – o nosso SUS. Nesta hora, quando o cidadão está doente e que mais precisa de

atenção e carinho, os postos de atendimento não podem ser insensíveis a isso e lhes fechar as

portas. Os atendentes precisam ser mais humanos,os médicos precisam chegar na hora e

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cuidar com carinho daqueles que estão fragilizados pela doença. É neste momento que a mão

do administrador público tem que se fazer sentir.

Humanizar os postos de saúde, dar remédios gratuitamente de verdade, sem falta

constante dos mais caros no estoque, e oferecer tratamento digno e carinhoso aos doentes é o

que devemos exigir dos governantes. É o dinheiro público quem paga as contas e este mesmo

público precisa receber o que procura. Saúde é um direito constitucional, por isso é preciso

fazer valer este direito, dando ao cidadão o atendimento e a cura que precisa, para que, ele

estando sadio, possa enfrentar o dia-a-dia, e com forças, trabalhar para seu bem e de sua

família.

Chega de falar em crise na saúde, chega de ver pessoas morrendo nas filas de

atendimento, chega de esperas longas para internações e exames. O administrador público e a

prefeitura, precisam assumir esta responsabilidade que é dela, precisa ser mais criativa e

atender a nossa gente. Qualquer outra coisa que fale palavras suaves para pedir paciência que

a solução virá, é mentira, porque a doença não espera. Por isso, é tempo de agir e cuidar da

saúde de nossa gente.

Sobre corrupção

Não dá mais! Chegamos ao limite da paciência: ou acabamos com a corrupção, ou a

corrupção acaba com a gente. O corrupto é um ladrão altamente nocivo porque ele não rouba

somente o dinheiro, rouba a saúde, o emprego, a educação, a segurança pública, a casa

própria, enfim, ele rouba a vida das pessoas. Aquilo pelo qual pagamos ao governo para que

este nos devolva com benefícios é a razão de ser do estado. Por isso, é preciso mobilização

para que os corruptos sejam julgados rapidamente, para que as leis sejam mais rígidas e que

eles paguem pelo mal que nos fazem.

A sociedade tem um dever com os cidadãos que é não permitir que uns poucos

pilantras fiquem com aquilo que é de todos nós. Por isso, escolham certo seus representantes,

coloquem no poder pessoas que têm história de vida confiável. Fazer isso hoje é cuidar de um

melhor amanhã para todos nós.

Sobre habitação

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O sonho do brasileiro é a casa própria. Não se trata apenas de um bem, ela é o

porto seguro, seu castelo, onde a família se abriga e se protege das dificuldades da vida. Ter

onde morar é saber que temos um porto seguro que nos ampara ao final de um dia de

trabalho. Mais que isso: um chefe de família precisa ter o orgulho de ter construído seu lar, sua

casa.

A casa própria é o marco de vitória de todos aqueles que lutaram pelo pão de cada

dia. Por isso, é que os programas habitacionais precisam sair do papel e mais, oferecermos

oportunidade a todos para que tenham o seu próprio lar. O programa Minha Casa, Minha Vida

tem procurado proporcionar a casa própria, ou um apartamento, a um número imenso de

famílias. Mas para isso, o governo federal precisa do apoio do poder público municipal, através

da doação do terreno para a construção dos imóveis, além da infraestrutura e o planejamento

urbano. Somente assim teremos condições de oferecer ao povo moradias com prestações que

o povo pode pagar.

É tempo de criarmos mecanismos capazes de possibilitar casas mais baratas com

prestações que cabem no bolso dos que mais precisam. A casa própria é um direito do cidadão

que trabalha; ter moradia é ter orgulho de sua função social, é a prova de que se venceu na

vida.

Nossa cidade, nosso orgulho Eu tenho um orgulho imenso desta terra. Minha

cidade, com todos os problemas que ela possui, ainda é muito melhor do que tantas e tantas

outras cidades que existem por aí. E este orgulho que eu trago no peito se deve, sobretudo, à

gente amiga que nela vive e com o suor do trabalho diário luta pelo pão de cada dia. Esta terra

tem riquezas históricas, belezas naturais, mas aqui é que vive esta gente companheira, os

amigos do dia-a-dia, os familiares que formam um buquê de amizades que só nos dá orgulho.

Por isso, eu penso que poderíamos crescer ainda mais, caminhar para um melhor futuro, abrir

portas para o desenvolvimento, sustentável, minorar a dor dos que sofrem com uma saúde

mais eficiente e, principalmente, distribuir o bem comum, democratizando as oportunidades

de sucesso a todos.

Somos bons no que fazemos, somos trabalhadores, somos irmãos numa causa

comum: fazer desta cidade a cidade de nossos sonhos. Neste momento de eleição devemos

pensar principalmente nisso. Precisamos acertar na escolha para que os próximos quatro anos

não sejam perdidos.

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É tempo de aprimorar a reflexão para separar o joio do trigo; é tempo de analisar

as opções que temos frente a nossos olhos; é tempo de avaliarmos o futuro que queremos.

Tenho a certeza interior de que iremos acertar porque somos pessoas do bem e buscamos o

mesmo destino feliz e próspero capaz de dar a nossa gente a felicidade que ela almeja, e aí

sim, mais orgulhosos ainda de nossa cidade, poderemos gritar a plenos pulmões que temos

orgulho em ser daqui.

Novas ideias: Oficinas Comunitárias

Quantas pessoas dominam uma profissão, mas não podem exercê-la porque não

possuem o que chamamos de meio de produção? Em outras palavras: costureiras que não têm

máquinas industriais de costuras, cozinheiras que não tem equipamento para produzir em

grande escala, soldadores que não têm ferramentas, enfim, sabem fazer, mas não fazem

porque não podem se equipar por falta de recursos. Estes empreendedores precisam ser

ajudados, assim, seria interessante que o poder público criasse as oficinas comunitárias.

Espaços abertos a todos os profissionais para que eles tivessem como fazer serviços

e assim irem se tornando autônomos. Os espaços seriam agendados previamente de forma a

atender o máximo possível de interessados. Os insumos seriam de responsabilidade do

profissional. Uma doceira deveria trazer de casa todos os ingredientes para a feitura do bolo

de casamento, a prefeitura cederia o espaço, o gás, o fogão, a luz. Com este procedimento,

democratizaríamos os meios de produção e com isso, mais e mais profissionais poderiam

ganhar o sustento de suas famílias e aos poucos se tornando autossuficientes. Isto é

democratizar oportunidades, e assim tornar nossa gente mais produtiva e feliz.

Novas ideias: Comboio da Economia

Todo produtor gostaria de vender diretamente ao consumidor e é fácil entender o

por que. É que vendendo direto, elimina-se o intermediário e com isso o produtor ganha mais

e o consumidor paga menos. Em outras palavras, todos que merecem ganhar, ganham.

Para os que acham que isto é um sonho oferecemos a ideia do comboio da

economia. Caminhões com gêneros alimentícios de primeira necessidade com preços

reduzidos e contratados por um setor especialmente criado nas prefeituras que organizariam

uma vista semana em bairros da cidade, oferecendo diretamente os produtos aos moradores.

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A economia disto seria inigualável. Mais ainda, obrigaria os demais comerciantes

abaixar preços de modo a se tornarem mais competitivos. Por outro lado, o comboio não

precisaria ser de venda apenas. Poderiam ser criados comboios de prestação de serviços;

sapateiros, costureiras, eletricistas, encanadores, enfim, profissionais que pudessem prestar

serviços especiais aos moradores e com isso terem o sustendo de suas famílias além de

oferecer comodidade aos moradores que, muitas vezes, não sabem a quem recorrer em

emergências caseiras.

Estas alocuções são ideias que precisam ser aprimoradas, mas vale a pena se

pensar nelas como forma de se comunicar em “emergências” com os eleitores.

E , finalizando, o que se dizer em algumas datas específicas

a) Casamento

A vida adquire sentido quando o ser humano constitui uma família. Célula maior da

sociedade, a família é o berço da educação, o porto seguro do viajante, a proteção do

desamparado, enfim, é no seio familiar que a vida começa a fazer sentido.

Casar, portanto, é assumir um compromisso mútuo, embasado pelo amor, na busca

da felicidade. Por isso, hoje quando um casal, perante Deus e perante os homens assume sua

condição de esposo e esposa, nós só podemos nos alegrar, e pedir a Deus que derrame suas

bênçãos, proteja e encaminhe esta família nova que surge entre nós. Daqui para frente, tudo

será comum, a mesa, o quarto, as tristezas, as alegrias, enfim a vida será projetada a dois e

com isso os planos virão e muita felicidade poderá cobrir este lar.

Que a vida possa lhes sorrir, e que os frutos deste matrimônio não tardem a

chegar, porque os filhos são o coroamento de todo casal que cria uma nova família, esta é uma

missão divina, e para isso pedimos que Deus os acompanhe.

b) Semana da Pátria

Se hoje, neste sete de setembro, comemoramos o grito do Ipiranga dado por D.

Pedro, mais ainda devemos comemorar a trajetória de vida feita pelo nosso povo daquela data

até aqui porque a independência somos nós.

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Nenhum país se faz independente com um grito num tempo qualquer do passado,

ao contrário, é a vontade do trabalho, a produção, as alegrias e as tristezas de um povo que

fazem sua independência. Por isso, neste sete de setembro, temos que fazer um voto de união

e fidelidade aos destinos de nossa pátria. Só com o trabalho digno para todos, o fim da

miséria, saúde e qualidade de vida, educação e abertura de oportunidades de sucesso, casa

própria, segurança e perspectiva de futuro, só assim que um povo será independente de

verdade. Isto requer suor de nossa parte, esforço dos governantes, sensibilidade para tratar do

dinheiro público e assim, com justiça, distribuir o bem comum.

Um Brasil independente ainda está por vir, por isso estejamos preparados, vamos

cumprindo a nossa parte, vamos juntos nesta caminhada de desenvolvimento rumo a um

amanhã melhor, mais justo e verdadeiramente independente.

c) Formaturas em geral

Finda o ano escolar e com ele mais uma etapa de vossas vidas. O diploma que ora

recebem é o marco final de um longo caminho percorrido. Mas é mais que isso: é a chave para

o futuro que se descortina frente a vossos olhos. Com esta chave, as portas do sucesso irão se

abrir a todos aqueles que, com dedicação, ética, enfrentar sem medo o amanhã.

A vida e o futuro lhes pertencem e agora, mais aptos e preparados, vencerão.

Formandos, nossa cidade, nosso estado, nosso país, esperam por vocês. Nossa sociedade quer

vê-los triunfar. Precisamos de profissionais capazes, profissionais honrados e honestos que

possam com o seu saber tornar melhor a vida das pessoas, que com sua capacidade possam

fazer render mais a terra, produzir mais a indústria, comercializar com mais eficiência os

produtos, profissionais que possam prestar seus serviços de maneira honesta e eficiente. Ide

pois, desempenhar sua funções, com respeito e capacidade para fazer desta terra um lugar

mais digno e desta gente um povo mais feliz.

Relembrando: as alocuções, acima, podem ficar assim, terminar do jeito que estão,

mas seria interessante que você ampliasse a fala conforme as necessidades do momento.

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Lembre-se não é possível se decorar alocuções sobre todos os temas.

Em algumas ocasiões você precisara de um texto mais longo e nesta hora o que

vale é a capacidade que o homem público possui de falar, de se fazer entender para as

pessoas.

Mesmo mantendo o conselho que se faça um curso de oratória, faremos a seguir

algumas considerações sobre como falar melhor em público.

A oratória não é um luxo para o político, é uma necessidade. Através dela ele se

comunica e convence as pessoas.

Na vida pública, comunicação serve para convencer e quem convence é seguido –

político que não lidera tem vida pública curta. Para ser longa é preciso fidelizar

eleitores e o convencimento sobre sua liderança, suas ideias se dá pela boa ação

política e pela oratória.

Os eleitores esperam que o seu candidato seja bom no discurso. Este ser bom não

significa ter a voz do William Bonner, ou ter uma oratória igual ao Leonel Brizola. O

presidente Lula fala cometendo erros de Português, emite conceitos equivocados

sobre Geografia, ou História, mas convence a massa. No fundo, , desde que o político

use da palavra e diga coisas que façam sentido para a população ele se fez entender e

isto basta (há muitos que falam, falam até se perderem e não dizem nada – vide o

Senador Suplicy)

Afirmam os especialistas que a comunicação humana é composta de um

componente verbal que é o conteúdo do discurso e um não verbal que são tom da voz,

gestos, posturas, vestuário. O verbal corresponde a 7% da comunicação e o não-

verbal a 93% dela. Do não-verbal o tom e a qualidade da articulação voz entra com

38% , mais ou menos, e a gestualidade, postura, vestuário com os demais 55%. Assim,

para se falar em comunicação devemos abordar todos estes aspectos.

Na oratória clássica todo discurso pode didaticamente ser divido em: Introdução,

Desenvolvimento e Conclusão. Simples entender o porque desta estrutura é que é

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mais fácil entender aquilo que tem lógica: princípio meio e fim. Vejamos o que significa

cada uma destas partes.

a)introdução : é a colocação do tema, a preparação dos ouvintes para aquilo que

se vai dizer. A ideia principal da sua fala já deve ser exposta neste momento. A

introdução pode:

* aproveitar o momento – um fato relevante, uma notícia de jornal ou ate mesmo

aspectos do ambiente (ex: estamos reunidos e isso é o começo .)

* criar o cenário que interessa o falante - é imperativo que o orador crie o cenário a

seu modo para poder usar com mais perfeição as ideias do desenvolvimento. Quando

o cenário é interpretado por outros, a dificuldade aumenta, mas quando o orador crias

cenários desde o princípio, sua fala , como ele sabe onde quer chegar, flui mais

facilmente. (ex: A política é como um jogo de futebol e você tem que ter o seu time e

saber escalar os melhores .)

* é preferível ir do geral para o particular – por maiores que o problema possa ser, ele

deve sempre ser levado ao exemplo particular de que está ouvindo. (Ex: A cidade não

esta bem mas ,nosso bairro esta com problemas maiores.)

* usar algo novo é importantíssimo – se o ouvinte for surpreendido pelo orador logo

de saída, a atenção permanecerá. Assim, uma afirmação provocante, algo

surpreendente, inesperado, quando usado com maestria, cativa o ouvinte. (Ex:

Quando vinha para esta reunião ouvi uma historia que me deixou curioso)

* citações ajudam – uma citação de alguma pessoa consagrada – filósofo, bíblia – ajuda

no início e prende a atenção. Procure aprender o nome de pessoas importantes na

comunidade e ao fazer uma observação diga: o “Jose Antonio” sabe do que estou

falando. A “Maria” já vivenciou isso.

b) Desenvolvimento - Finda a introdução começa o desenvolvimento. É aqui que o

discurso ganha força. O desenvolvimento é a alma do texto porque nele é que estão as

ideias , os pontos de vista, os grandes exemplos a serem seguidos os analisados e por

conta disso, o desenvolvimento é sempre argumentativo. A palavra argumento vem do

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latim “argentum” que significa brilhar e é isso que o desenvolvimento dá chance para o

orador fazer : brilhar.

A argumentação pode apresentar :

* Dados de pesquisa /, estatísticas em geral pois – tudo o que for comprovado tem

mais autoridade e portanto mais força; cite sempre a fonte da informação e quanto

maior for a credibilidade desta fonte maior será a credibilidade da sua fala.

* Evidência ( documento ) – aquilo que se tem à mão, fotos, certidões , são sempre

contundentes. Caso você não tenha o documento mas, um papel escrito, levantado na

hora da sua afirmação poderá dar a ideia e a credibilidade de um documento citado.

* Exemplos consagrados, fato importante conhecido, ou novo – fatos do passado onde

as situações semelhantes que estão sendo tratadas na oratória aparecem ajudam a

reforçar os argumentos. Lembre-se no mundo nada é realmente novo e se procurar

,sempre encontrara na historia situações semelhantes a que estiver vivendo.

* Anedota / e histórias de vida. – a Anedota, se for irônica é importante e quebra o

clima austero do momento.E poderá ajudar na descontração sua e da plateia. Da

mesma forma as histórias de vida, que se tornaram exemplos a serem seguidos e

podem te ajudar na argumentação e dar credibilidade aos conceitos e ideias que quer

transmitir.

* Citação de autoridades comprovadas – toda pessoa de importância que já discorreu

sobre o tema, e apoia seus argumentos, deve ser aproveitada, citando uma fala ou

alguma atitude que ela tenha tomado, tudo isso acaba pesando a favor do no

argumento

* Emoção – a argumentação não é apenas racional. Quando a emoção entra em cena,

as possibilidade de convencimento aumentam ainda mais, por isso, se a plateia sentir a

emoção do orador ,ela acaba se emocionando também. Busque ser um ator

interpretando um texto, coloque as palavras em velocidade e tom que leve emoção.

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Um dos maiores problemas da argumentação é o chamado “achômetro” é algo

e que deve ser banido de qualquer oratória. O tal “ u acho” acaba não pesando como

argumento, pois qualquer um pode achar o que quiser. É preferível falar sempre do

que é comprovado, o que traz dados , o que é incontestável . Veja a sequencia de

argumentos e veja qual e a mais convincente para você:

a) Fumar faz mal à saúde

b) O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde

c) O Ministério da Saúde adverte: fumar durante a gravidez pode prejudicar o

bebê

d) As pesquisas científicas comprovam que o fumo está ligado a:

- mais de 120 mil mortes anuais no Brasil

- 30% dos casos de doenças cardíacas

- 80% nos casos de câncer do pulmão

- 75% dos casos de bronquites crônicas

- A maioria dos casos de impotência masculina.

Apesar de todos serem bons argumentos a alternativa D ao trazer dados, traz

também maior credibilidade.

Existem tipos diferentes de argumentação. Vamos ver:

a) Argumento de autoridade – está calcado na autoridade da fonte e esta pode

ser a Bíblia , como vimos, pessoas de renome, instituições de alta

respeitabilidade. Quando se diz “ O IBGE confirma que o grande sonho da

família brasileira é a casa própria” ninguém contesta. Assim, usar isso para abrir

uma argumentação sobre a necessidade do governo criar mais projetos

habitacionais é dar a sua argumentação um peso de autoridade.

b) Argumento de consenso – está calcado na aceitação geral, isto é, é uma

verdade que ninguém mais duvida. Quando dizemos que “a educação é base

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para o desenvolvimento”, ou “O desemprego gera violência”, não precisamos

provar mais nada porque os fatos no passado nos mostram isso.

c) Argumento com provas concretas – está calcado nos dados comprobatórios

daquilo que se diz. Quando afirmamos que “O governo Lula tem melhorado a

vida da população”, isto não diz nada. Mas, se ao invés disso, usarmos os dados

de que “ No governo Lula, a pobreza diminuiu conforme podemos constatar

nos dados divulgados pelo IBGE” e passarmos a dar os índices dessa

diminuição, aí sim , temos dados que comprovam a assertiva e isto tem mais

força.

d) Argumento com raciocínio lógico – é o mais tradicional dos tipos de

argumentação. Está calcado na capacidade argumentativa do texto. Neste caso

é a a força da lógica, das ideias, que prevalece. Imagine-se um texto

argumentativo que diz “Toda eleição é um momento de esperança em dias

melhores. Vota-se no escolhido porque ele mostrou que é capaz de buscar com

seu trabalho aquilo que o povo deseja. Por isso, nada é mais decepcionante do

que ver o político fugir de seus compromissos com quem o elegeu para cuidar

apenas de seus interesses pessoais. Daí uma reforma política se apresentar

como urgente na vida brasileira, principalmente porque ela deve contemplar –

como em muitos países – o recall, isto é, político que não está atendendo seus

eleitores deve ser chamado de volta e outro deve ser colocado em seu lugar”

Claro que os políticos não querem votar uma reforma que contemple o

chamado “recall” como há em muitos países desenvolvidos. Mas quem poderá ser

contra isso, afinal, político que não trabalha em prol de quem o elegeu, ou que for

corrupto, deve ser chamado de volta. A argumentação está na força desta verdade.

Para se usar o raciocínio lógico, existe uma técnica simples, mas muito eficiente

e amplamente utilizada. Trata-se da sequencia de três momentos, a saber:

problema + solução + ação. A força desta técnica está exatamente no que foi

falado antes sobre a construção de cenários. Vamos ver como fica isso numa

situação de fala para violência urbana

Problema Solução Ação

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A violência urbana assola a todos. Os seres humanos ficaram prisioneiros em suas próprias casas, enquanto a marginalidade caminha impunemente pelas ruas. Há medo nos cidadãos, as ruas deixaram de ser seguras. As estatísticas comprovam que dentre os problemas sociais atuais , a violência figura entre os primeiros medos que a sociedade atual possui.E todos ficam se olhando na esperança que a solução caia do céu. O que fazer , então ? Eu digo a vocês.

A criação da guarda municipal é um caminho rápido e eficiente para solucionar este problema. Com mais fiscalização , mais gente nas ruas, inibe-se osmarginais e a criminalidade cai. Com isso o cidadão estará mais protegido dentro e fora de casa. Tanto isso é verdade que nos municípios onde a guarda foi criada a criminalidade diminuiu e o custo é baixo perto do benefício que proporciona. Resta apenas a vontade política dos poderes públicos. Se eles não sabem o que fazer eu posso ensinar, mas algo precisa ser feito.

( usar o emocional )

O exemplo das cidades que possuem a guarda precisa ser copiado pela nossa cidade. É um direito que temos e , se os poderes públicos não agirem , cabe a nós da sociedade civil nos organizarmos para exigir esta providência do estado. Quero que meus filhos tenham segurança, quero ter o livre direito de ir e vir em paz. Chega de maus tratos, de pessoas cruéis que assaltam ,matam, sequestram. O cidadão não merece isso, por esta razão é que quero lutar junto de vocês na busca da paz para nossas famílias.

Não há como discordar de que a ação acima é uma tentativa a mais na busca da

inibição da violência. Criou-se o problema, apresentou-se uma solução e impeliu-se o

poder público à ação..

Por fim, a conclusão. Ela é um resumo do que foi falado, reforçando pontos que

se julgue relevantes para a fixação da ideia base da argumentação. No caso em tela

sobre Violência Urbana, a conclusão mais lógica seria:

“Por isso, é tempo de união para forçarmos o governo a criar a guarda

municipal. Eu quero uma cidade mais tranquila e pacífica, e vocês? Assim, meus

amigos, é preciso que fiquemos juntos nesta luta. Com o respaldo de todos, teremos

força para exigir a criação da guarda municipal, afinal ela é boa para a cidade , é boa

para nossos filhos , é boa para nossa família, é boa para todos nós.”.

Além destes aspectos, é fundamental levar em conta que a comunicação, a

oratória, possui aspectos que podem parecer periféricos não, no fundo são essências.

Já vimos que 93% da percepção daqueles que ouvem não está nas palavras

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propriamente ditas, mas em outros elementos: tom de voz, gestualidade, vestuário,

enfim, há mais a se considerar sobre a oratória .

De início vale lembrar que ninguém consegue convencer ninguém se não

houver empatia, isto é, se aquilo que o orador está dizendo não é do interesse dos

ouvintes, acabou.

A pesquisa, mais uma vez, entra neste contexto. Saber para quem vai se falar o

tipo de audiência e a partir de então ter um objetivo bem definido em mente é meio

caminho andado para um discurso de sucesso.

Ninguém vende o bife, vende-se o paladar. Da mesma forma que não

vendemos a roupa, vedemos o charme, não vendemos o carro, mas o status, enfim, as

pessoas têm necessidades coletivas, tem crenças, valores, e estão sujeitas tanto ao

racional como à emoção. Quando se respeita isso, o orador atinge a plateia.. Por isso,

imagem global, voz, gestualidade, roupa, respiração são elementos que fazem parte da

oratória. Vejamos:

a) Imagem

- Imagem é somatória – tudo significa algo na mente daquele que ouve/vê,

portanto o orador é analisado, logo de saída pela imagem física, roupa , etc, que

apresenta.

- Sua imagem é você, não adianta querer ser aquilo que você não é. Sua imagem

pode, sempre, melhorar e isso levará você a melhorar também. Mas, mesmo

melhorando, não dá para construir outro VOCÊ.

- Além disso, todos criamos uma imagem global que antecede o ato da oratória,

isto é, não é somente quando você usar da palavra que sua imagem vai aparecer.

Ao longo de sua vida, quer na comunidade, quer na imprensa, sua imagem está

sendo formada constantemente, por isso, existem alguns atributos que são

fundamentais:

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* ser ético, ter dignidade, despertar credibilidade nas sua vida pública, ter controle

emocional e sobretudo ter uma história na comunidade, ou no segmento o qual

defende e para o qual trabalha como político e cidadão;

* Ter boas maneiras, usar de educação no trato das pessoas, sorrir, estender a

mão, enfim, não fugir do povo;

* Cuide-se: cabelo, barba, roupas básicas sem espalhafato (veremos mais à frente),

traga sempre desodorante à mão, use chicletes quando for falar com as pessoas.

b) A roupa pode comunicar

Quando o mestre de cerimônia, pega o microfone e diz “Vamos ouvir agora o

senhor ... “é como se abrissem a cortina e o espetáculo começasse . A primeira

coisa que se faz é “ler” o palestrante de cima a baixo, ouvir sua voz, ver a maneira

como ele olha a todos e aguardar a introdução da sua fala. Comporte-se conforme

a ocasião: serio ou efusivo ou alegre.

O estilo da roupa, também deve ser adequado ao momento quanto mais

clássico for, melhor: (nada muito espalhafato). Roupas combinando em tons

degradè, gravata elegante e camisa na cor da moda, embora a camisa branca

sempre combine. Duda Mendonça, em seu livro diz que um homem vestindo

termo azul marinho com camisa branca e gravata em tons de vermelho está bem

apresentado. Hoje não é mais apenas isso, há outras combinações, mas os

contrastes gritantes deve ser evitados. Nem todos podem ter o perfil e a

autoridade em se vestir que tinha o Clodovil.

Roupa tem que ter elegância, modernidade e adequação. Nada mais

“estranho” do que roupas extremante coloridas em lugares e eventos onde impera

a sobriedade, ou vice-versa. Assim, ir de terno num churrasco é tão ridículo quando

ir de camiseta e tênis numa sessão solene. Existem manuais de vestuário que falam

do que se deve usar e as cores que combinam para que um homem ou uma mulher

estejam bem trajados. Mas o terno para os homens e o terninho para as mulheres

sempre serão boas pedidas, à exceção dos eventos absolutamente informais.

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c) As expressões faciais

O rosto comunica mais do que as demais partes do corpo, ou até da roupa.

Uma virada de nariz, um piscar de olho com indicativo de dúvida, um arregalar dos

olhos, ou o olhar perdido no infinito são expressões que significam para o ouvinte. Por

isso, lábios, olhos, nariz, conjugados podem passar mensagens que não estão no texto

e deixam antever ao ouvinte os estados emocionais do orador. Mais que isso: deixam

passar a aprovação ou desaprovação das ideias que o texto apresenta. Da mesma

forma que a cabeça que se presta a movimentos de concordância ou discordância,

assentimento, recuos, indecisão. Enfim, todo o corpo comunica, como se diz dentro da

psicologia, o corpo fala.

Para o orador isto é um recurso a mais já que o ouvinte consegue ler estes

sinais, da mesma forma que lê o sorriso, a risada de ironia, os olhos marejados que, em

muitos casos valem mais que mil palavras...

d) A gestualidade faz parte da cena, e por isso, faz parte da fala.

A postura rígida como uma estátua pertenceu ao passado. Orador hoje

gesticula, se movimenta, olha para todos os lados da plateia. As mãos são poderosos

instrumentos de comunicação. Não basta qualquer gesto, é preciso saber usar o que as

mãos oferecem. Há momentos em que elas representam o espanto, a aproximação, a

continuidade, a fixação de um ponto ou mais, ( principalmente com os dedos ) , da

mesma forma que os dedos apontam, acusam, intimidam.

O olhar numa só direção exclui os demais cantos da plateia, por isso andar no

espaço que lhe foi designado, chegando perto de uns e de outros durante a sua fala é

fundamental para manter as pessoas envolvidas na sua preleção.

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Da mesma forma, entretanto, que os gestos cativam, eles podem desagradar se

forem chulos. Os gestos obscenos, geralmente consagrados na linguagem popular,

devem ser evitados porque não conduzem a nada de bom.

d)A voz

Houve um tempo que a voz tinha que ser “aquela voz”, graças a isso Cid Moreira

ainda é presença marcante no Fantástico ( mesmo não aparecendo no vídeo ) . Hoje,

contudo, a voz não precisa ser bela, ela precisa ser audível, bem pronunciada. Um dos

problemas de Lula no início era o tom gutural da sua voz – muito grava, o que impedia

até mesmo de se ouvir as palavras corretamente. Melhorou – até se eleger, depois

está voltando a falar com antes novamente, o que é ruim.

Por isso, voz empostada já era. Basta ser o mais natural possível, afinal você é o

que é. Claro que se a voz do político for fina demais ou tiver algum tipo de distorção é

preciso ser corrigido.

Algumas coisas complicam a voz: nasalação em demasia, falta de domínio do

fôlego exigindo respiração ofegante, problema de dislexia, troca de p/b, t/d, e assim

sucessivamente. Da mesma forma que os erros de prosódia como ibero, fluido, avaro,

ou engolir o “s” final, trocar o “l” final por “r”, e até mesmo sotaques arraigados como

o caipira, o carioca, são fatores que complicam no uso da voz.

Em se tratando de oratória, ajudam na voz:

∑ Inflexão / entonação – acentuar pontos importantes da fala, dando destaque

ao que se diz

∑ ritmo – usar de lentidão ou apressar a fala quando o momento da oratória

exigir para dar ênfase ao que se está dizendo;

∑ pausas – o silêncio diz, por isso saber usar dele, dando à plateia chance de

pensar , ou dando um certo tom de mistério sobre o que virá a seguir são

recursos excepcionais da arte da oratória.

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Ainda sobre a voz, é imperativo lembrar que através dela é que se percebe a

segurança do orador. Gaguejar, ficar indeciso ao dizer, mostrar nervosismo são

coisas que não põem transparecer.

d) O uso do microfone

Microfone aumenta o volume e não a emoção. Nem mesmo corrige os erros,

apenas amplia o que é certo ou errado. O que se deve fazer é tentar equalizar a voz

num estúdio para ver se você precisa de mais graves ou mais agudos e aí, quando

for falar em público, se puder pedir a equalização. Os microfones fixos limitam a

sua atuação em cena, por isso carregue nas mãos, embora estes também limitem a

gestualidade – a melhor opção é o microfone de lapela. Os microfones são

geralmente unidirecionais, por isso fale bem na frente deles – não adianta falar

mais abaixo, ou mais acima, etc. Para aumentar a intensidade, aproxime o

microfone da boca em vez de gritar, o grito muda a tonalidade da voz. Por último,

traga a voz para frente do rosto falando com o ar saindo pela boa e pelo nariz. Isto

se consegue com treino, por isso um cursinho de oratória vai bem.

e) Movimentação em cena

Bom orador fala em pé de preferência, salvo se houver alguma limitação –

espaço, por exemplo. Olhe para todos os lados do auditório e se locomova para se

aproximar das pessoas nos dois cantos da sala. Quando houve tribuna, ela fixa a

pessoa, mas nada impede o orador de sair se quiser e a ela retornar quando for de

seu interesse ( ver anotações, por exemplo ) . Algumas posturas são condenáveis

como ter o corpo rígido demais e sobre isso há toda uma tipologia que vale a pena

registrar:

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∑ o retraído – duro, mãos à frente apertadas.

∑ o arrogante – mãos apertadas às costas.

∑ o dependente – mãos na tribuna apertando a madeira

∑ o capitão do navio – mãos na tribuna como se movimentasse o timão do navio.

∑ O joão-bobo – como aquele boneco que não cai, mas balança sempre de um

lado para o outro como pêndulo de relógio.

∑ O atrasadinho – quando sai da tribuna, ou quando anda pelo palco faz

apressadamente como se fosse bater o ponto da empresa.

∑ O divagador – nunca olha para as pessoas, olha para o alto, para a janela, para

o lado de fora como se falasse sozinho.

Por fim, mesmo os grandes oradores nem sempre são bem-vindos. Existem

plateias favoráveis e plateias hostis. Existem os amigos que querem ouvir e os inimigos

que precisam ouvir.

Na verdade, é um exercício de perícia para qualquer orador falar a uma plateia

hostil, por exemplo. Recentemente, vimos até mesmo a presidente ser vaiada por

prefeitos e , mesmo assim ela teve que manter a postura e concluir seus pensamentos,

continuando a sua fala. Por isso aqui vai um quadro de várias situações e como se

portar diante delas.

Tipo Comportamento Características

Amamos você Caloroso, aberto, Humor, exemplos pessoais,

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( amigável, cordata) sorridente, generoso liberdade

Somos imparciais

(analítica, objetiva,

imparcial )

Controlado, austero,

confiante, gestos

comedidos

Fatos reais, estatísticas,

sem humor e piadinhas

Não estou nem aí

(presente, contra a

vontade, sem ter atenção )

Dinâmico, divertido,

gesticulador, empático,

movimentação

Humor, charges,

envolvimento, citações

famosas, fatos do

momento

Você não é bem-vindo

( hostil, ataca, discorda,

antagonismos )

“Quadrado”, cronológico,

padrão, preso ao tema

Objetividade, opiniões de

autopridades, sem

brincadeiras, austero.

No que diz respeito a entrevistas, é bom ler o que está na obras Marketing

Político para quem tem os pés no chão, mas alguns conselhos a mais cabem aqui :

a) selecione o tema e cuide da pauta – não deixe tudo para o entrevistador de

modo a não ser surpreendido;

b) quanto ao tipo de pergunta :

∑ as difíceis – seja honesto e diga que não sabe se de fato não souber ou não

quiser responder

∑ As carregadas de segundas intenções - são provocativas e podem prejudicar

você, geralmente são “pegadinhas” , por isso evite se estender, fale pouco e

com objetividade;

∑ As hipotéticas – perigosíssimas porque sendo uma hipótese o entrevistado

acaba fazendo digressões nem sempre interessantes. Por isso, deixe claro que

sua resposta também é hipotética, saia da cilada e da especulação que

geralmente este tipo de pergunta contém;

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∑ A escolha forçada – quase sempre são duas opções – ou isto, ou aquilo. Saia

disso e ache uma terceira que lhe interesse, busque a inovação.

∑ A multiquestão – é a pergunta interminável que tem muitos elementos, por

isso há perigo em se perder. Escolha um elemento só e se fixe nele.

Os grandes entrevistados normalmente respondem o que querem dizer e não o

que o entrevistador pergunta. Mestre nisso foi o Brizola e ainda o é Paulo Maluf que

“na cara dura”, “quando lhe perguntavam sobre o aumento do funcionalismo ele

respondeu” exatamente, meu amigo, essa obra em Aricanduva vai dar para escoar o

trânsito na região e nela foram gastos ...”.

Vale relembrar que sempre é bom um curso de oratória, mas para quem não

tem tempo, vai um conselho:

Leia em voz alta. Procure seguir as pausas da pontuação.

Fale em frente ao espelho e se analise.

Quando estiver ouvindo alguém e gostar de como ele se comporta, ou de como

fala, ou ainda como ele argumenta, copie e incorpore, não há nada demais nisso,

mesmo porque os grandes comunicadores brasileiros confessam que começaram

imitando alguém.

9) Foi-se o tempo dos pastéis de vento.

Houve uma época na política em que o falar era algo dissociado do fazer. Isto é, o

povo sentia-se satisfeito quando alguém falava por ele, ou então, o povo gostava que

políticos estivessem na mídia a toda hora dizendo às coisas que estavam fazendo, sem

ao menos informar se haviam conseguido alcançar aquilo que prometiam.

Era uma coisa na base do “eu pedi, mas o governo não quis fazer” eram os tais

pastéis de vento. O povo engolia e no fundo o que sobrava era apenas ar. Foram

famosos os projetos que aumentavam o salário mínimo (em condição alguma de isto

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acontecer), os pedidos mais mirabolantes possíveis apenas para ocupar espaço na

mídia, ou encher cartinhas para os eleitores dizendo que tal coisa e tal coisa foram

solicitas ao governo, mas que no fundo se sabia serem impossíveis de serem

aprovadas.

Hoje, o povo não se sente contemplado apenas com o pedido – é preciso

resultados, por isso de nada valem as enxurradas de pedidos, indicações estapafúrdias,

projetos de lei que não têm a menos chance de serem aprovados, porque há um

instante em que o eleitor para e analisa o quanto seu vereador, deputado, conseguiu

trazer de positivo à comunidade que o elegeu. Se o balanço for negativo, o descrédito

é praticamente uma fatalidade.

Por isso, é preferível ser seletivo na escolha dos projetos, divulga-los bem ao

público interessado, lutar com seus companheiros de plenário para a aprovação do

que simplesmente o “oba-oba” dos pedidos impossíveis, das emendas improváveis de

serem aprovadas.

10) Nada substitui a transparência

Depois de tantos escândalos que surgiram e ainda surgem no meio político e

com eles o Brasil inteiro passa a ver as mazelas que estão “debaixo dos panos”,

fazendo com que a credibilidade na política seja mais e mais abalada, o que esperamos

é , pelo menos é saber a verdade. Por isso, a transparência das ações é fundamental.

O eleitor pode perdoar um erro do político eleito, mas não perdoa a enganação, ou

a tentativa que os políticos fazem para esconder suas faltas do eleitorado e quando a “

sujeira” vem à tona, o povo se sente traído.

Vivemos hoje num momento de ressurgimento da ética. Ser bom está na moda.

Não se admite mais o jogo do ganha/perde, porque todos podem participar do

ganha/ganha. A missão social é coletiva, todos ao lado de todos, de mãos dadas na

busca do bem comum. Por esta razão é que não cabe mais na vida pública aquilo que

não é transparente, mesmo porque o eleito foi outorgado pelo povo para trabalhar em

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prol deste, nada mais justo, portanto, que o próprio povo saiba do que está

acontecendo.

Já estão consagradas algumas ações de participação popular. O orçamento

participativo, a feitura dos planos de governo junto com a população para que ela

opine sobre suas reais necessidades, as audiências públicas para debater projetos,

enfim, quanto maior for a transparência maior será a credibilidade do parlamentar ou

do executivo e com isso esta se fidelizando eleitores.

11) Entenda a diferença e crie uma equipe multidisciplinar

Qual a diferença entre um jornalista, um assessor de imprensa e um assessor de

marketing?

Embora todos possam estar atuando juntos, cada um tem características próprias

que são importantes em qualquer equipe.

O jornalista é um profissional que se importa com a verdade – absoluta se for

possível. Está na sua formação, às escolas de comunicação pregam isso porque a

imprensa é chamada de o 4º poder. Por isso, o jornalista busca a verdade “verdadeira”

a qualquer custo. Veja o que acontece no Jornal Nacional: dá-se uma notícia, e a

reportagem tenta ouvir todos os envolvidos e quando um deles não é ouvido, a Globo

faz questão de dizer “fulano de tal foi procurado pela nossa reportagem e não nos

respondeu até o início desta edição”. Por que esta preocupação? Para mostrar

imparcialidade, e com isso dar ao telespectador a certeza de que todos os fatos foram

ouvidos. Raramente a Globo emite opiniões, isto cabe ao telespectador formar a sua

frente “a verdade dos fatos”.

O assessor de imprensa se importa com a verdade de quem ele assessora. Não se

trata de mentira, mas de um foco unilateral de verdade. É a versão de um dos

elementos envolvidos, por isso as matérias são carregadas de parcialidade, os fatos são

apresentados de maneira mais passional e é por conta disso que os “releases”

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enviados por eles são sempre checados pelos jornalistas que querem sempre “saber o

outro lado”, ou a verdade por inteiro.

O assessor de marketing, por sua vez, se importa com “a melhor verdade possível”

e esta é a sua grande função e utilidade. Não se trata da verdade do jornalista, nem

das verdades do assessor de imprensa, mas de uma forma diferente de dizer a

verdade .

Quando o salário educação foi implantado pelo governo Fernando Henrique, o

valor ( cerca de R$ 30,00) foi motivo de até piada por parte de alguns críticos. Assim , o

governo resolveu fazer uma propaganda ( cremos que com a Paloma Duarte ) onde em

cima de uma mesa havia um lápis, borracha, cadernos brochura, estojo, camiseta, etc ,

itens os quais somados davam R$ 30,00. Contudo , pela quantidade dos pequenos

objetos a impressão que se tinha é que com o salário educação podia-se comprar

muita coisa, o que , de fato, era verdade. Assim o valor do salário foi trocado pelos

itens que se podia adquirir, o que aumentou a importância do dinheiro, mesmo

porque o salário era mensal e depois dos gastos do material escolar, a família

continuaria recebendo do governo. Esta forma de dizer só o assessor de marketing

percebe e na felicidade da escolha “das melhores verdades” que ele faz é que se cria a

imagem do político, ou do governo.

Por esta razão é que na equipe este profissional é importantíssimo. Ele dá uma

feição diferente ao fato, ele consegue ver como as coisas podem melhor impactar na

população e quais os caminhos que o parlamentar ou o executivo devem trilhar para

alcançar a mente do eleitor, do povo, e com isso apresentar seu político de forma

eficiente.

12) Algumas questões curtas , mas de longo alcance.

a) O cliente tem sempre razão, essa é uma máxima verdadeira dos vendedores de

sucesso, por isso, também o é dos políticos de sucesso. Nem sempre o que o eleito

penso importa. Assim impor seu ponto de vista sobre as convicções do eleitor é algo

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que requer sabedoria e muita psicologia política. Não só porque você vai tentar fazer

alguém mudar de opinião, mas porque ele (o eleitor) crê que você pensa como ele, por

isso é preferível concordar de início, como dissemos atrás , para mudar a opinião dele

gradativamente. Se , em última análise, não for possível, concorde você com ele, é

mais seguro do que arriscar perder um eleitor.

b) Não se sinta fracassado porque não conseguiu atender um pedido. Nem sempre

quem pede só irá se satisfazer se for atendido. Aqui vale o que falamos sobre

atendimento. Se você mostrar que se esforçou e que não foi possível, também vale. O

eleitor sabe que muitas coisas já não são possíveis de serem atendidas como

antigamente porque na política atual, parlamentar e até mesmo prefeito tem

limitações. Ademais, apenas cerca de 20% dos que votaram no eleito consegue chegar

até ele para pedir o favor. Os demais avaliarão o mandato pelas informações da mídia.

c) A versão é mais importante do que o fato. Político tem que estar sempre atendo à

informação porque jamais se pode permitir que a versão do fato lhe seja desfavorável.

O fato em si mesmo não importa tanto porque dele participam poucos agentes, mas

quantos vão saber do fato é coisa que excede ao controle, porque a mídia tem um

alcance ilimitado, ainda mais agora com a internet. Por isso, cuidado.

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Bibliografia

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3) Do Rego, Francisco Gaudêncio Torquato ( 1985) – Marketing Político e

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4) _____________ . ( 2002 ) Tratado de Comunicação, Organizacional e Política,

Editora Thonson.

5) Gramsi, Antonio. (1989) – Maquiavel, a Política e o Estado Moderno, Civilização

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6) Kotler, Philip. ( 1988) Marketing para Organizações que não visam lucro, Atlas

Editora

7) ___________ . (1999) - Marketing para o Século XXI, Editora Futura

8) ___________ . (2003) - Marketing de A a Z, Editora Campus

9) ___________ . (2004) – Os 10 Pecados Mortais do Marketing, Editora Campus

10) Kuntz, Ronald. (1986) – Marketing Político : manual de campanha eleitoral,

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11) Lima, Marcelo Coutinho (1988) – Marketing Eleitoral – para não desperdiçar

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12) Maar, Wolfgang Leo . (1985) – O que é política, Editora Brasiliense.

13) Manhanelli, Carlos Augusto. ( 1988) Estratégias Eleitorais, Summus Editorial

14) Maquiavel, Nicolau (1991) – O Príncipe, tradução de Antônio D’Elia, Editora

Cultrix

15) Mendonça, Duda. (2001) – Duda Mendonça, Casos e Coisas, Editora Globo

16) Nivaldo Jr., José . Maquiavel, o Poder, Editora Martin Claret, 4ª. edição

17) Sant’Anna, Armando. (1989) – Propaganda, teoria, técnica e prática, Editora

Pioneira

18) Trombelli, Sérgio Motti . (2007) – Marketing Político, para quem tem os pés no

chão, Tórculo Editorial

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19) Trombelli, Sérgio Motti e Ubiali, Marco Aurélio, (2009) – Marketing Político,

fidelize seu eleitor e vença sempre, Tórculo Editorial

20) _____________________ (2012) – Marketing Político, com a campanha no

bolso , Ribeirão Gráfica e Editora

21) Vaz, Gil Nuno . (1995) Marketing Institucional, Editora Pioneira

22) Weber, Max , A política como vocação, Universidade de Brasília, 2003

Internet

Hamilton Bueno, artigo: Como Fidelizar Clientes, www.hamiltonbueno.com.br

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A N E X O

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Por fim, para orientação , principalmente de vereadores cujas Câmaras municipais ainda não disciplinaram a função dos assessores de gabinete estamos anexando um pequeno resumo que retiramos do texto “Manual do Gabinete” elaborado pela Câmara dos Deputados e que achamos importante destacar aqui para servir de orientação aos que quiserem disciplinar esta matérias em suas Câmaras Municipais.

DIREITOS E DEVERES DO SECRETÁRIO PARLAMENTAR

O CARGO: FINALIDADE

O Quadro de Pessoal do Secretariado Parlamentar tem por finalidade a prestação de serviços de secretaria, assistência e assessoramento direto e exclusivo nos gabinetes dos deputados para atendimento das atividades parlamentares específicas de cada gabinete.

NATUREZA DO CARGO

O cargo de Secretário Parlamentar é um cargo público em comissão, de livre nomeação e exoneração.

A nomeação do Secretário Parlamentar é feita por ato administrativo do Diretor-Administrativo da Câmara dos Deputados, ou autoridade por ele delegada, mediante iniciativa do deputado federal.

Observação: o cargo em comissão de Secretário Parlamentar não é considerado cargo técnico ou científico, para efeito da acumulação legal de cargos prevista no Art. 37, inciso XVI, alínea “b”, da Constituição Federal.

ATRIBUIÇÕES

O Secretário Parlamentar pode ser designado para uma das seguintes atribuições:

Assessor Parlamentar,

Assistente Parlamentar,

Auxiliar Parlamentar.

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ASSESSOR PARLAMENTAR

- coordenar atividades administrativas;

- dirigir equipe de servidores, de acordo com a orientação do parlamentar;

- tratar de assuntos relacionados à contratação, exoneração, frequência, férias e outros assuntos dessa natureza;

- redigir ofícios e correspondências;

- cuidar das emissões e reservas de passagens aéreas;

- elaborar minutas de matérias legislativas, tais como proposições, pareceres, votos, requerimentos, recursos, emendas, projetos de lei e outros;

- elaborar pronunciamentos;

- prestar assistência a autoridades em compromissos oficiais;

- assessorar o parlamentar nas reuniões de comissões, audiências públicas e outros eventos;

- acompanhar matérias legislativas e as publicações oficiais de interesse do parlamentar;

- cumprir outras atividades de apoio inerentes ao exercício do mandato parlamentar.

ASSISTENTE PARLAMENTAR

- prestar assistência a autoridades em compromissos oficiais;

- acompanhar o andamento de processos de interesse do parlamentar;

- acompanhar as matérias legislativas e as publicações oficiais de interesse doparlamentar;

- proceder a leitura diária das publicações oficiais;

- cuidar das emissões e reservas de passagens aéreas;

- controlar o material de expediente;

- administrar a caixa postal eletrônica;

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- operar programas informatizados;

- manter banco de dados;

- digitar textos e documentos;

- cuidar da agenda do parlamentar;

- redigir ofícios e correspondências;

- cuidar da preparação da correspondência;

- receber e abrir correspondências;

- receber, orientar e encaminhar o público;

- conduzir veículos;

- cumprir outras atividades de apoio inerentes ao exercício do mandato parlamentar.

AUXILIAR PARLAMENTAR

- digitar textos e documentos;

- operar programas informatizados;

- manter banco de dados;

- cuidar da preparação da correspondência;

- receber, orientar e encaminhar o público;

- entregar e receber correspondências, processos e documentos;

- arquivar documentos;

- atender telefone;

- conduzir veículos;

- cumprir outras atividades de apoio inerentes ao exercício do mandato parlamentar.

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IMPEDIMENTOS PARA POSSE NO CARGO

É vedada a posse no cargo de Secretário Parlamentar para:

a) ex-secretários parlamentares, antes de decorridos 90 dias de sua exoneração, para o

cargo no Gabinete em que era lotado, independentemente do nível de retribuição,

exceto nos casos de afastamento ou reassunção do Parlamentar;

b) aqueles que exercem cargo, emprego ou função pública, inclusive em autarquias,

fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e

sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público, a mesmo que se

encontrem em licença sem remuneração ou com contrato de trabalho suspenso,

exceto quando se tratar de processo de cessão do servidor, mediante requisição

formalizada pelo Presidente da Câmara dos Deputados;

c) aqueles que participam de gerência ou administração de sociedade privada,

personificada ou não, ou exercem o comércio, exceto na qualidade de acionista,

cotista ou comanditário;

d) aqueles que exercem cargo eletivo;

e) aqueles que devem prestação de contas e declaração de bens e rendas, referentes a

cargos ocupados anteriormente na Câmara dos Deputados;

f) aqueles que recebem proventos por invalidez ou auxílio-doença;

g) os menores de 18 anos de idade, ainda que emancipados;

h) aqueles que tiverem vínculo empregatício com empresa privada, com carga horária

incompatível com a jornada de trabalho prevista para o cargo em comissão de

Secretário Parlamentar;

i) aqueles cuja nomeação contraria a disciplina da Súmula Vinculante nº 13 do

Supremo Tribunal Federal.

j) aqueles que se encontram em licença sem remuneração ou com contrato de

trabalho suspenso

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k) aqueles que tenham sofrido penalidade que impossibilite a investidura em cargo

público.

Observações quanto aos impedimentos:

i) Há algumas situações em que é legal a nomeação daquele que exerce cargo eletivo

de Vereador.

Entretanto, para formalizar a indicação, o Deputado deverá fazer uma consulta prévia

ao Diretor do Departamento de Pessoal, para análise do enquadramento da situação

do servidor, à vista da legislação em vigor, bem como para verificar se há

compatibilidade de horários.

Ao protocolar o ofício de consulta, o Deputado deverá informar o local e os horários

em que o servidor irá prestar serviços e anexar:

- cópia da Lei Orgânica do Município;

- cópia da Constituição Estadual; e

- declaração da respectiva Câmara Municipal, informando os dias e os horário em que

ocorrem as sessões.

ii) Aqueles que ocupam cargo em empresa privada com horário compatível com o da

Câmara dos Deputados devem apresentar, no ato da posse, declaração do empregador

e do deputado, informando carga horária semanal, horário de início e término das

atividades diárias.

iii) Aqueles que ocuparam recentemente cargo em empresa privada devem

apresentar, no ato da posse, comprovante do encerramento do vínculo empregatício:

cópia autenticada da rescisão contratual, ou da Carteira de Trabalho e Previdência

Social – CTPS, constando identificação do titular e a data do término do contrato ou

declaração do empregador.

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v) São impedidos de exercer a advocacia os servidores da Administração Direta,

Indireta e Fundacional contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja

vinculada a entidade empregadora.

INDICAÇÃO E NOMEAÇÃO

A indicação para o cargo de Secretário Parlamentar será feita pelo Deputado titular do

gabinete, mediante preenchimento do formulário Indicação para Cargo em Comissão,

e terá efeito a partir da posse e respectivo exercício, proibida a retroação.

A nomeação do Secretário Parlamentar se dá mediante portaria publicada no

Suplemento ao Boletim Administrativo da Câmara dos Deputados, no primeiro dia útil

posterior ao da indicação.

Atenção: a contar da data da publicação da portaria, o Secretário Parlamentar

nomeado tem até 30 dias para tomar posse.

POSSE

A posse no cargo em comissão de Secretário Parlamentar pode ser dada também

mediante procuração.

A procuração deve ser específica para a posse em cargo comissionado da Câmara dos

Deputados, com firma reconhecida em cartório.

DOCUMENTOS PESSOAIS EXIGIDOS PARA A POSSE:

Devem ser apresentados os documentos originais acompanhados de cópias legíveis, as

quais serão retidas.

a) Cédula de identidade, CPF e PIS/PASEP;

b) Certidão de Casamento;

c) 1 (uma) fotografia 3x4 recente;

d) Comprovante de residência – cópia legível com endereço completo, inclusive o

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número do CEP, em nome do empossado, do cônjuge ou dos pais. Se, em nome

de terceiros, anexar declaração de residência (formulário próprio);

e) Certidão de quitação eleitoral (pode ser emitida no seguinte sítio da Justiça Eleitoral,

na Internet: http://www.tredf.gov.br);

f) Certificado militar ou comprovante de quitação com as obrigações militares.

Observações :

I. nos certificados de reservista de 1ª e 2ª categorias são obrigatórias as anotações

(carimbos), no verso;

II. certificado de alistamento militar (CAM) é válido somente até a data do

recebimento do certificado de isenção ou de dispensa de incorporação, de acordo com

as anotações no verso do CAM;

III. os cidadãos estão isentos da comprovação da situação militar, a partir do ano em

que completarem 46 (quarenta e seis) anos de idade, conforme o Decreto n.º

93.670/1986.

g) Cópia da última Declaração de Ajuste Anual (Imposto de Renda) apresentada à

Receita Federal, assinada em todas as páginas, inclusive o respectivo recibo. Os isentos

devem apresentar extrato obtido no sítio da Receita Federal na Internet :

http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoafisica/NovoExtratoPF.htm

REQUISIÇÃO DE SERVIDOR

A requisição de servidores de outros órgãos públicos, caso seja feita para gabinete

parlamentar, observará a disponibilidade de verba e o limite de lotação de servidores.

Compete ao Presidente da Câmara dos Deputados a formalização da requisição do

servidor para prestar serviços na Câmara dos Deputados, mediante solicitação do

Deputado, em formulário próprio, disponível no Portal Corporativo da Câmara dos

Requisição efetuada pelo Parlamentar diretamente ao órgão de origem não será

reconhecida.

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Atenção:

- A Câmara dos Deputados não efetua ressarcimento de salários e encargos

decorrentes da requisição de servidores.

- Servidores que ocupam exclusivamente cargo comissionado no órgão/ entidade de

origem não poderão ser cedidos.

- Servidores que ocupam dois cargos ou empregos públicos só poderão tomar posse

quando forem cedidos por ambos os órgãos de origem.

FASES DA REQUISIÇÃO

Pedido do Parlamentar – encaminhado diretamente à Presidência da Câmara dos

Deputados, mediante formulário Requisição de Servidor, preenchido e assinado pelo

Deputado.

Solicitação – formalizada pelo Presidente da Câmara dos Deputados mediante ofício ao

dirigente máximo do órgão de origem do servidor (Ministro, Governador, Prefeito,

Presidente de Tribunal etc.)

Atenção: o gabinete parlamentar deve aguardar a comunicação da Presidência da

Casa, uma vez que o encaminhamento do ofício de requisição fica a cargo do gabinete

solicitante.

Anuência – manifestação prévia de concordância por parte do dirigente máximo do

órgão de origem do servidor.

Autorização da cessão – ocorre mediante publicação de portaria no Diário Oficial da

União, do Distrito Federal, do Município ou Diário de Justiça etc.

Apresentação

Uma vez publicado o ato de cessão, o dirigente de recursos humanos do órgão de

origem apresentará o servidor ao Diretor do Departamento de Pessoal da Câmara dos

Deputados mediante ofício.

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Posse – o processo de requisição completa-se com a posse do servidor. Portanto, após

o cumprimento das fases acima mencionadas, o Deputado que solicitou a requisição

deverá indicar o servidor para exercer o cargo em comissão.

Os procedimentos de indicação, nomeação e posse de Secretário Parlamentar

requisitado observam no que couber ao que está contido na seção NOMEAÇÃO E

POSSE.

A requisição de servidor de outro órgão público se dá pelo prazo de 1 (um) ano,

permitida a prorrogação.

MUDANÇA DE LOTAÇÃO

A mudança de lotação se dá pela exoneração com indicação imediata em novo

Gabinete, devendo ocorrer ambas na mesma data.

Os respectivos formulários devem ser preenchidos e entregues simultaneamente no

DEAPA.

Em se tratando de secretário parlamentar requisitado, a mudança de lotação só

poderá ocorrer dentro do prazo da cessão, não sendo permitida exceção, mesmo que

exista processo de prorrogação em andamento, pendente de decisão do órgão de

origem.

FREQUÊNCIA, FÉRIAS E OUTROS AFASTAMENTOS

CONTROLE DE FREQUÊNCIA MENSAL

Cada gabinete comunicará, mensalmente, a freqüência dos secretários parlamentares

ao Departamento de Pessoal, mediante o formulário Comunicado de Freqüência,

disponível no Portal Corporativo da Câmara dos Deputados (Intranet), na página de

Formulários do Departamento de Pessoal (endereço eletrônico:

http://intranet2.camara.gov.br/servicos/formularios/depes).

O referido comunicado, emitido pelo DEPES com base nas ocorrências do mês anterior

(férias, licenças, nomeações e exonerações), lançadas no Sistema de Gestão de

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Pessoas – SIGESP, deverá ser atestado pelo respectivo Deputado, no qual poderá,

inclusive, registrar faltas, impontualidades ou outras ocorrências.

O Deputado, ou seu suplente, pode designar até 2 (dois) secretários parlamentares

para assinar a freqüência mensal do gabinete, mediante preenchimento do formulário

FÉRIAS

O Secretário Parlamentar faz jus a 30 dias de férias por ano.

Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de

exercício.

Cada período de férias poderá ser parcelado em até 3 etapas, desde que assim

requerido pelo servidor, e no interesse da Administração Pública.

As férias podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de

necessidade do serviço.

Observação: As férias não usufruídas e em via de prescrição por acumulação por

período superior ao permitido por lei (2 períodos) poderão ser concedidas de ofício

pelo Diretor do Departamento de Pessoal.

FÉRIAS DE SERVIDOR REQUISITADO

As férias dos servidores requisitados são concedidas em conformidade com o órgão de

origem, observando-se o período aquisitivo, normas de parcelamento e períodos já

marcados antes do início da cessão. Essas informações deverão constar do ofício de

apresentação.

O servidor requisitado, regido pela CLT, não pode converter 10 (dez) dias de férias em

abono pecuniário no órgão cedente enquanto estiver exercendo cargo em comissão na

Câmara dos Deputados, haja vista a impossibilidade de conversão nesta Casa, sob o

regime da Lei 8.112/1990.

O professor e o servidor integrante do Grupo Jurídico, afastado do seu cargo para

exercer cargo em comissão ou função de confiança, não faz jus ao período de 45 a 60

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dias de férias, respectivamente, por exercício, considerando que o pressuposto legal

para essas concessões é estar em efetivo desempenho das funções.

Os servidores requisitados não podem requerer férias diretamente no órgão de

origem.

O parcelamento de férias só será aceito se estiver de acordo com as normas do

respectivo órgão de origem, e os requerimentos devem ser entregues totalizando os

30 dias.

Tal como no caso dos servidores sem vínculo, as férias de secretários parlamentares

requisitados podem ser acumuladas somente até o prazo de dois períodos, no caso de

necessidade do serviço, e o Diretor do Departamento de Pessoal da Câmara dos

Deputados poderá conceder, de ofício, as férias não requeridas no prazo legal.

AUSÊNCIAS PERMITIDAS (PREVISTAS NA LEI Nº 8.112/1990)

O Secretário Parlamentar poderá, sem qualquer prejuízo, ausentar-se do serviço:

- para doação de sangue, por 1 (um) dia;

- para se alistar como eleitor, por 2 (dois) dias consecutivos;

- para casamento, por 8 (oito) dias consecutivos;

- por motivo de falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto,

filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos, por 8 (oito) dias consecutivos;

- para participação em júri, conforme os dias atestados;

- para participação em serviço eleitoral, conforme os dias atestados.

Licença-paternidade: pelo nascimento ou adoção de filhos, o Secretário Parlamentar

terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos, contados da data do

nascimento.

Legislação/Norma: Lei n.º 8.112/1990, arts. 97, 102 e 208

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Para requerer o afastamento referente a qualquer dos casos acima, o Secretário

Parlamentar deve preencher o formulário Justificativa de Ausência ao Serviço e

encaminhar, anexando o comprovante respectivo (cópia autenticada ou documento

original para a devida conferência):

LICENÇA À GESTANTE / SALÁRIO-MATERNIDADE

A Secretária Parlamentar faz jus a licença à gestante, sem prejuízo do cargo e do

salário, com a duração de 120 dias, prorrogáveis por mais 60 dias, mediante

requerimento.

O requerimento de prorrogação deve ser apresentado até o final do primeiro mês após

o parto.

A licença-maternidade é devida:

a) a partir do 8º mês de gestação, comprovado por meio de atestado médico;

b) a partir da data do parto, com apresentação da certidão de nascimento;

c) a partir da data do deferimento da medida liminar nos autos de adoção ou da data

da lavratura da certidão de nascimento do adotado.

Considera-se parto, o nascimento ocorrido a partir da 23ª semana (6º mês) de

gestação, inclusive em caso de natimorto.

Salário-Maternidade: até a alteração introduzida para Lei n.º 10.710/2003, as

servidoras sem vínculo efetivo com o serviço público, amparadas pelo Regime Geral da

Previdência Social, recebiam o salário-maternidade por meio de requerimento do

benefício diretamente ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. A partir de

1º/9/2003, o salário-maternidade passou a ser pago diretamente pela

empresa/entidade empregadora, exceto nos casos em que o afastamento da segurada

empregada seja em função de adoção ou guarda judicial para fins de adoção.

O salário-maternidade corresponde ao valor integral da remuneração mensal.

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Aborto – em caso de aborto não criminoso, comprovado mediante atestado médico

fornecido pelo Sistema Único de Saúde ou pelo serviço médico próprio da empresa ou

por ela credenciado, a segurada terá direito ao salário-maternidade correspondente a

duas semanas.

Natimorto – em caso de natimorto, desde que seja a partir do 6º mês de gestação, a

segurada terá direito a 120 dias. Caso esse fato ocorra antes do 6º mês de gestação,

será mesmo o caso de aborto não criminoso.

Adoção – no caso de adoção ou de guarda judicial para fins de adoção, a servidora terá

direito a licença-maternidade:

a) por 120 dias para criança de até 1 ano de idade;

b) por 60 dias para criança de um ano e um dia até 4 anos de idade; ou

c) por 30 dias para criança de 4 anos e 1 dia até 8 anos de idade.

Observação: A Secretária Parlamentar não faz jus à licença-amamentação, pois o

benefício não encontra amparo na legislação previdenciária.

Para requerer o afastamento referente a qualquer dos casos acima, a Secretária

Parlamentar deve preencher o formulário Justificativa de Ausência ao Serviço e

encaminhar, anexando o comprovante respectivo (cópia autenticada ou documento

original para a devida conferência).

LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE / AUXÍLIO-DOENÇA

Ao servidor que se tornar incapaz para o trabalho por motivo de doença será

concedida licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em

perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.

O servidor deve se apresentar, munido de atestado médico no qual conste o período

previsto de incapacidade para o trabalho, ao Serviço de Perícia Médica da Câmara dos

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Deputados (Anexo III, subsolo), no prazo de 3 (três) dias úteis, contados do início do

afastamento, a fim de submeter-se a exame médico pericial.

Caso esteja hospitalizado ou impossibilitado de se locomover, o servidor deverá

imediatamente comunicar, diretamente ou por terceiros, sua condição ao Serviço de

Perícia Médica, que poderá, a seu critério, realizar visita hospitalar ou domiciliar.

Atenção: Se o afastamento for superior a 15 (quinze) dias, o atestado deve ser

acompanhado de Relatório Médico Circunstanciado.

No caso de servidor requisitado regido pela Lei n.º 8.112/1990 e estatutário no órgão

de origem, a remuneração será integral na Câmara dos Deputados até o limite de 24

(vinte e quatro) meses de licença.

No caso de servidor amparado pelo Regime Geral da Previdência Social (secretários

parlamentares sem vínculo efetivo com o serviço público e requisitados vinculados a

esse regime no órgão de origem), somente os primeiros 15 (quinze) dias de

afastamento são

CÂMARA DOS DEPUTADOS remunerados pela Câmara, sendo que, a partir do 16º dia,

o servidor fará jus ao benefíciodo Auxílio-Doença, a ser pago pelo Instituto Nacional do

Seguro Social, mediante perícia. daquele Órgão.

Requerimento do Auxílio-Doença – o interessado deve requerer o Auxílio-Doença em

qualquer Agência ou Unidade de Atendimento da Previdência Social, de posse do

atestado médico e da seguinte documentação, a ser expedida pelo Departamento de

Pessoal da Câmara dos Deputados, mediante comunicado do Departamento Médico:

a) Declaração de Tempo de Contribuição para fins de Obtenção de Benefício junto ao

INSS; e

e) Requerimento de Benefício por Incapacidade.

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Observações:

- Somente será expedida a documentação para requerimento do Auxílio-Doença

quando no atestado médico houver a indicação de afastamento superior a 15 dias,

caso em que o atestado deverá estar acompanhado de relatório médico

circunstanciado.

- A marcação da necessária perícia no INSS pode ser feita antecipadamente pelo

segurado, por meio da Internet, no sítio da Previdência Social (endereço eletrônico:

http://www.dataprev.gov.br/servicos/auxdoe/auxdoe.htm)

- Para liberação da verba de gabinete parlamentar referente à substituição de servidor

afastado, em Auxílio-Doença pelo INSS, é necessário solicitar à Seção de Controle de

Frequência as devidas anotações na indicação do novo servidor, antes de apresentá-la

ao Deapa.

ATENDIMENTO MÉDICO E OUTROS BENEFÍCIOS

CADASTRAMENTO DE DEPENDENTES

É necessário que o Secretário Parlamentar solicite a inclusão de seus dependentes no

cadastro próprio, para que possam usufruir dos benefícios a que tiverem direito.

As condições e a documentação necessária à situação de dependência, para cada

benefício, assim como os formulários relacionados, informações sobre seu

preenchimento e encaminhamento, conforme cada caso, encontram-se atualizadas no

Portal Corporativo da Câmara dos Deputados.

SERVIÇOS MÉDICOS

Os serviços do Departamento Médico da Câmara dos Deputados (Demed), em Brasília,

estão disponíveis aos Secretários Parlamentares e a seus dependentes devidamente

cadastrados no Departamento de Pessoal.

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PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA E EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR – PAE

O Secretário Parlamentar tem acesso ao Programa de Assistência e Educação Pré-

Escolar – PAE, que se destina ao atendimento educacional dos dependentes legais dos

servidores da Câmara dos Deputados, na faixa etária de 0 (zero) a 6 (seis) anos e

fração, matriculados em escolas cadastradas no PAE, somente no Distrito Federal e

entorno.

DEDUÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA

O Secretário Parlamentar pode requerer a redução da base tributária mensal para o

cálculo do desconto do Imposto de Renda retido na fonte, em virtude da existência de

dependentes que atendam as condições estabelecidas na legislação fiscal.

Atenção: Os servidores requisitados com ônus para o órgão de origem não fazem jus a

este benefício.

As informações a respeito do assunto encontram-se atualizadas no Portal Corporativo

da Câmara dos Deputados.

SALÁRIO-FAMÍLIA

O Salário-Família é um valor pago por filho ou equiparado de qualquer condição, até

14

(quatorze) anos de idade, ou inválido de qualquer idade, nos termos da legislação em

vigor.

Só fazem jus a este benefício os servidores sem vínculo efetivo com a Administração

Pública e os requisitados que tenham sido cedidos sem ônus para o órgão de origem e

sejam amparados pelo RGPS-Regime Geral da Previdência Social, cuja remuneração

mensal não ultrapasse o limite estabelecido em Portaria Interministerial MPS/MF.

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AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO

O Secretário Parlamentar sem vínculo efetivo com a Administração Pública faz jus,

também, ao Auxílio-Alimentação, creditado automaticamente em folha de pagamento

conforme legislação em vigor.

O Secretário Parlamentar requisitado somente faz jus ao Auxílio-Alimentação

mediante a apresentação, em formulário próprio, de Termo de Opção pelo

recebimento do benefício na Câmara dos Deputados, acompanhado de declaração

expedida pelo Órgão de origem, na qual se diga que o servidor não recebe Auxílio-

Alimentação ou benefício equivalente naquele Órgão, sendo que, nos casos de cessão

com ônus para a origem, deve ser anexado o respectivo contracheque.

AUXÍLIO-TRANSPORTE

O Secretário Parlamentar, sem vínculo ou requisitado, pode receber Auxílio-Transporte

mediante cadastramento.

O Programa Auxílio-Transporte tem como objetivo custear, de forma parcial, as

despesas com transporte dos servidores devidamente cadastrados, sendo necessário o

comparecimento do interessado na Secretaria Executiva do PAE, onde deve preencher

o respectivo formulário de adesão, anexando cópia de um comprovante de residência

(apresentar original).

EXONERAÇÃO

TIPOS DE EXONERAÇÃO

A exoneração poderá ser:

a) Exoneração a pedido do secretário parlamentar – será efetivada a partir da data da

solicitação;

b) Exoneração por iniciativa do titular do gabinete (Deputado) – produzirá efeitos:

I. a partir da data do protocolo; ou

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II. a partir do primeiro dia do mês subseqüente, na hipótese de haver débito com a

Câmara dos Deputados.

c) Exoneração ex officio

I. O ocupante do cargo de Secretário Parlamentar requisitado de outro órgão, cujo

prazo de cessão tenha vencido, sem haver prorrogação concedida, será exonerado de

ofício e devolvido ao órgão de origem.

II. Os secretários parlamentares serão coletivamente exonerados do cargo que

ocupam, de ofício, quando ocorrer o afastamento do parlamentar por término de

mandato, xercício de função de Ministro de Estado, Secretário de Estado ou Prefeito

de Capital, bem como por motivo de falecimento do parlamentar ou de licença do

parlamentar para tratar de interesse particular.

Observações:

- A exoneração do pessoal lotado no respectivo gabinete será efetivada a partir da data

do afastamento do parlamentar.

- Caso o titular se licencie para tratamento de saúde, por 120 dias ou mais, haverá a

convocação do respectivo suplente (Ato da Mesa n.º 37/1979). Os servidores lotados

no gabinete não poderão ser substituídos, salvo por motivo de força maior, durante o

período da referida licença. Somente o titular poderá indicar ou promover alterações

no gabinete, como alterações no nível de retribuição.

d) Exoneração por falecimento do servidor – A exoneração por falecimento do servidor

se dá a partir da data do falecimento.

Atenção: nos casos descritos nos itens “a” e “b”, acima, o servidor exonerado ficará

impedido de voltar ao mesmo cargo, na mesma lotação, antes de decorridos 90

(noventa) dias de sua exoneração.

PRESTAÇÃO DE CONTAS

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Por ocasião da exoneração, o Secretário Parlamentar deverá apresentar ao

Departamento de Pessoal a sua prestação de contas e a sua declaração de bens e

rendas.

O formulário de Prestação de Contas deve estar totalmente preenchido e assinado

pelos seguintes setores, aos quais devem ser devolvidos os respectivos itens

relacionados:

a) Departamento de Polícia Legislativa – Depol: crachá e cartão de veículo;

b) Departamento de Apoio Parlamentar – Deapa: chaves do Gabinete; e

c) Centro de Documentação e Informação – Cedi: livros emprestados pela Biblioteca.

Obs.: É sempre necessário colher as assinaturas no formulário de Prestação de Contas,

mesmo nos casos de exoneração de secretário parlamentar lotado no Estado. Esse

procedimento pode ser feito por qualquer pessoa do Gabinete.

O formulário de Declaração de Bens e Rendas deve ser preenchido e assinado pelo

próprio Secretário Parlamentar. Além disso, é necessário anexar uma cópia da

respectiva CÂMARA DOS DEPUTADOS

Declaração de Ajuste Anual (Imposto de Renda) ou da Declaração Anual de Isento,

assinadas em todas as páginas.

Caso o servidor já tenha apresentado à Câmara a cópia da Declaração de Ajuste Anual (Imposto de Renda) quando da sua cobrança anual, desde que referente ao mesmo exercício, não será necessário entregá-la na exoneração; porém o formulário de Declaração de Bens e Rendas preenchido, datado e assinado é indispensável mesmo nesses casos.

RETORNO DO SERVIDOR REQUISITADO AO ÓRGÃO DE ORIGEM

A partir da data de sua exoneração da Câmara dos Deputados, a frequência do servidor deverá ser registrada no órgão de origem, sendo este competente para regular qualquer prazo de tolerância para apresentação do funcionário no novo local de trabalho.

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A legislação estabelece que a ausência ao trabalho por mais de 30 (trinta) dias consecutivos, sem motivo justificado previsto em lei, caracteriza abandono do cargo, punível com a pena de demissão.

ACERTO FINANCEIRO

O secretário parlamentar, ao ser exonerado, tem direito a receber, como acerto financeiro, os dias trabalhados do início do mês até a véspera da data de sua exoneração, além de retribuição pecuniária por períodos de férias não gozados e o proporcional acumulado de Gratificação Natalina.

O acerto financeiro será pago juntamente com a folha de pagamento subsequente à data de sua exoneração.

Atenção: os servidores requisitados de outros órgãos públicos não fazem jus a retribuição pecuniária referente a férias, uma vez que têm seu direito a férias resguardado no órgão de origem.

ATUALIZAÇÃO CADASTRAL

O Secretário Parlamentar deve manter atualizados seus dados cadastrais (estado civil, escolaridade, documentos pessoais etc.), seu endereço residencial, números de telefone e endereço de e-mail.

Quando houver alteração, o Secretário Parlamentar deve preencher o Formulário de Alteração de Endereço Residencial e de Dados Cadastrais, anexar comprovante de endereço e encaminhá-lo à:

- requisitado: Seção de Registro e Controle de Requisitados – SEREQ, Anexo IV, térreo, sala 94,

- sem vínculo: Seção de Registro e Controle – SEREC, Anexo IV, térreo, sala 93,

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