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MARILZA AMARAL HENRIQUE DE SOUZA ANÁLISE DO ESTILO DE VIDA, DAS ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO AO ESTRESSE (COPING) E DO TEMPO DE RECUPERAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM INDIVÍDUOS LONGEVOS SÃO PAULO 2016 Dissertação apresentada ao Centro Universitário Adventista de São Paulo - UNASP para obtenção do título de Mestre em Promoção da Saúde

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MARILZA AMARAL HENRIQUE DE SOUZA

ANÁLISE DO ESTILO DE VIDA, DAS ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO AO ESTRESSE (COPING) E DO TEMPO DE

RECUPERAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM INDIVÍDUOS LONGEVOS

SÃO PAULO 2016

Dissertação apresentada ao Centro Universitário Adventista de São Paulo - UNASP para obtenção do título de Mestre em Promoção da Saúde

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MARILZA AMARAL HENRIQUE DE SOUZA

ANÁLISE DO ESTILO DE VIDA, DAS ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO AO ESTRESSE (COPING) E DO TEMPO DE RECUPERAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM INDIVÍDUOS

LONGEVOS

SÃO PAULO

2016

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação de Mestrado Profissional em Promoção da Saúde do Centro Universitário Adventista de São Paulo, para obtenção do título de Mestre em Promoção da Saúde Orientador: Prof. Dr. Elias Ferreira Porto Coordenador; Prof. Dr. Fábio Marcon Alfieri

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SOUZA, Marilza Amaral Henrique de. ANÁLISE DO ESTILO DE VIDA, DAS ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO AO ESTRESSE (COPING) E DO TEMPO DE RECUPERAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM INDIVÍDUOS LONGEVOS. / Marilza Amaral Henrique de Souza São Paulo: 2016; 77 f. Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário Adventista de São Paulo Área de concentração: Promoção da Saúde, Qualidade de Vida e Estilo de Vida Orientador: Elias Ferreira Porto Palavras-chave: Promoção da saúde; Longevidade; Estilo de Vida, Coping, Frequência Cardíaca.

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Banca Examinadora

Elias Ferreira Porto

Antônio Adolfo Mattos de Castro

Eduardo Filoni

Maristela Santini Martins

Eliezer Fernandes Gums

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Dedico este trabalho ao meu Senhor e Salvador

Jesus Cristo, em Quem eu posso todas as coisas.

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AGRADECIMENTOS

A Deus o Pai, Filho e Espirito Santo pela vida e cuidado a mim concedidos

desde o dia em que fui gerada.

Ao Centro Universitário Adventista de São Paulo por possibilitar-me a

realização desta pós-graduação.

Ao prof. Elias Ferreira Porto pela paciência, dedicação e valiosa orientação.

Ao meu esposo companheiro de vida, presente de Deus para mim, pelo apoio

e incentivo a sempre seguir em frente.

Aos meus filhos por darem sentido à minha vida sendo minha grande

motivação.

Aos meus pais, por acreditarem e torcerem pela minha vitória.

Aos meus cunhados Paulo e Daianne pelas sugestões dadas nesta pesquisa.

Ao Pr. Hélio Carnassale por me dar a oportunidade de voltar a estudar.

Às Prof. ªs Tércia Pepe Barbalho, Vivian Andrade Araujo e Silvana Marques

por compartilharem não só conhecimentos acadêmicos mas também lições de

vida que me ajudam a ser uma pessoa melhor.

Aos demais parentes, colegas e amigos, que direta ou indiretamente atuaram

para que esta pesquisa se tornasse possível.

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“A maioria das pessoas associa envelhecimento à doença,

uma espécie de tributo que devemos pagar pelo direito de

ficarmos velhos. Tem algum fundamento essa ideia?”

(DRAUZIO VARELLA, 2015).

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RESUMO

INTRODUÇÃO: Ser longevo não pressupõe uma condição biológica deplorável, uma

vez que envelhecimento é um processo natural a todos os seres humano. É possível

que as pessoas tenham uma expectativa de vida saudável sem apresentar

incapacidades físicas ou necessidades de cuidados especiais se forem tomadas

medidas que as mantenham saudáveis e ativas enquanto envelhece. OBJETIVO:

Analisar o estilo de vida, as estratégias de enfrentamento ao estresse (coping) e o

tempo da recuperação da frequência cardíaca após atividade física de moderada

intensidade em indivíduos longevos. MÉTODO: Este é um estudo transversal no

qual foram avaliados indivíduos longevos. Realizou-se visitas a instituições como

igrejas, centros comunitários, parques, asilos e residências localizadas na região do

Capão Redondo. Os longevos que corresponderam aos critérios de inclusão e

concordaram em participar deste estudo foram convidados a comparecer ao LAFEX

onde aconteceu a coleta de dados. Os participantes responderam aos questionários:

Perfil do Estilo Individual de Nahas, Escala Brief Cope, Escore de Framingham,

avaliação individual sobre o perfil sociodemográfico e realizaram bioependância,

teste de caminhada de seis minutos e analise da recuperação da frequência

cardíaca. RESULTADOS: Participaram deste estudo 132 indivíduos maiores de 74,6

anos. A média da idade foi de 78,8±4,5; IMC médio de 25,5± 5,5. A pontuação média

do estilo de vida foi de 30,2±3,5. Do total 62 % referiram ter doença crônica não

transmissível, destas 74,3 % eram doenças cardiovasculares. Não houve diferença

significativa no estilo de vida dos grupos com e sem doença crônica. Os longevos

cujo coping foi focado no problema e que utilizaram as estratégias aceitação e apoio

instrumental apresentaram Framigham Score menor que aqueles focados na

emoção. A média geral do Framingham Score foi de 9,8 ± 2,8. Os longevos

recuperaram em média 18 ciclos cardíacos no primeiro minuto após o teste,

CONCLUSÃO: A maioria dos longevos tem excelente estilo de vida, O uso de apoio

instrumental e aceitação foram às estratégias de enfrentamento ao estresse que

melhor contribuíram para redução do risco cardiovascular. A recuperação da

frequência cárdica apos teste de exercício de moderada intensidade esteve dentro

da normalidade.

Palavras chave Promoção da saúde; Longevidade; Estilo de Vida, Coping, Frequência Cardíaca

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ABSTRACT

INTRODUCTION: Longevity does not presuppose a deplorable biological condition,

aging is a natural process for all human beings. It is possible for people to have a

healthy life expectancy without displaying physical disabilities or special care needs)

if steps to keep them healthy and active as they age are taken. OBJECTIVIE: To

assess the influence of lifestyle, coping behavior, time of heart rate recovery after

moderate intensity physical activity in the oldest individuals METHODS: This cross-

sectional study which evaluated long-lived individuals, visits was done in institutions

such as churches, community centers, parks, nursing homes and homes located in

the region of Capão Redondo, old people who matched the inclusion criteria were

invited and agreed to participate in this study. All of them came to LAFEX where they

were to collect data, and complete questionnaires, (Single Style Profile Nahas, Brief

Scale Cope, Framingham score, individual assessment of the socio-demographic

profile) performed bioimpedance, a six-minute walk test and analysis of heart rate

recovery. RESULTS: The study included 132 individuals older than 74.6 years. The

mean age was 78.8 ± 4.5; mean BMI of 25.5 ± 5.5. The score lifestyle mean was

30.2 ± 3.5. Of the total 62% reported NCDs which 74.3% was cardiovascular

disease. There was no significant difference in the lifestyle of patients with and

without chronic disease. Old aged people whose was focused on the problem and

used the acceptance strategies and instrumental support had lower score of

Framigham than those who focused on emotion. And the mean for the oldest

Framingham score was 9.8 ± 2.8. Elderly recovered an mean of 18 cardiac cycles in

the first minute after the test. CONCLUSION: For Most of the oldest old aged people

who have an excellent lifestyle, the use of instrumental support and acceptance were

the coping strategies to stress that best contributed to reducing cardiovascular risk.

The recovery of cardiac heart rate after the moderate intensity exercise test was

often within normal limits.

Key word - Health Promotion; Longevity, Life Style, Coping, Rate Heart

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Estilo de vida avaliado pelo questionário Nahas......................................31

Gráfico 2- Frequência de doenças crônica não transmissível...................................32

Gráfico 3- Proporção de indivíduos com respectivas doenças crônicas não

transmissíveis.............................................................................................................33

Gráfico 4 - Analise do estilo de vida para os indivíduos com e sem doença crônica

não transmissível........................................................................................................34

Gráfico 5 - Proporção de indivíduos fumantes, ex fumante e nunca fumantes com

doenças crônicas não transmissível ..........................................................................35

Gráfico 6 - Forest ploto para chance de ter doenças crônicas não transmissíveis...36

Gráfico 7 - Analise do Framinghan Score e da frequência cardíaca em repouso para

os grupos Focado na Emoção e Focado no Problema .............................................37

Gráfico 8 - Avaliação da recuperação da Frequência Cardíaca em longevos .........41

Gráfico 9 - Avaliação da Pressão Arterial Sistólica em longevos..............................42

Gráfico 10 - Avaliação do Duplo Produto em longevos............................................43

Gráfico 11 - Distancia percorrida no teste de caminhada de seis minutos...............44

Gráfico 12 - Framingham Score para longevos que andaram 300 ou mais metros no

TC6’ ...........................................................................................................................45

Gráfico 13 - Framingham Score para longevos que andaram 300 ou mais metros no

TC6’ ...........................................................................................................................46

Gráfico 14 - Correlação entre Framingham e variáveis fisiológicas.........................47

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Caracterização da amostra estudada........................................................30

Tabela 2- Analise da chance para grupos com estilos diferentes de coping.............38

Tabela 3- Regressão multivariada para risco cardiovascular baseado nas estratégias

ao enfrentamento de estresse ...................................................................................39

Tabela 4- Correlação matriz entre as estratégias de enfrentamento ao estresse e

demais variáveis ........................................................................................................40

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS OU TERMOS OPERACIONAIS

PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e estatística

DECS - Descritores em Ciências da Saúde

WHO - World Healt Organization

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

UNASP – Centro Universitário Adventista de São Paulo

SP – São Paulo

TC6’ – Teste de Caminhada de Caminhada de Seis Minutos

BPM – Batimentos Por Minutos

PAS - Pressão Arterial Sistólica

IMC – índice de Massa Corporal

mmHg – Milímetros de Mercúrio

DCNT - Doença Crônica Não Transmissível

DCV - Doenças Cardiovasculares;

DM - Diabetes Mellitus;

DPL – Dislipidemias

DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.

IC – Intervalo de Confiança

P – Índice de Significância

OR – Odds Ratio

FC – Frequência Cardíaca

FE - Focado na Emoção

FP – Focado no Problema

r2 – Coeficiente de Correlação

DP – Duplo Produto

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÂO .......................................................................................................14

1.1 Delimitação do tema.............................................................................................14

1.2 Hipótese...............................................................................................................18

1.3 Objetivo................................................................................................................18

1.4 Justificativa...........................................................................................................18

2 METODO.................................................................................................................19

2.1Tipo de pesquisa...................................................................................................20

2.2 População.............................................................................................................20

2.3 Critério de inclusão da amostra............................................................................20

2.4 Critério de exclusão da amostra...........................................................................21

2.5 Procedimentos da pesquisa.................................................................................21

2.6 Instrumentos de coleta de dados.........................................................................23

2.7 Cálculo amostral...................................................................................................26

2.8 Análise estatística.................................................................................................27

3 RESULTADOS........................................................................................................28

4 DISCUSSÃO...........................................................................................................49

5 CONCLUSÃO..........................................................................................................57

6 REFERENCIAS.......................................................................................................58

ANEXOS.....................................................................................................................64

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1 INTRODUÇÂO

1.1 Delimitação do tema

O aumento da longevidade é uma das grandes conquistas e desafio da

humanidade. Nos países em desenvolvimento ocorre uma crescente modificação no

perfil de saúde da população pela maior longevidade e aumento da prevalência de

doenças crônico-degenerativas. Estas doenças se não forem devidamente tratadas

e acompanhadas ao longo dos anos poderão originar complicações e sequelas

comprometedoras à independência e autonomia de pacientes idosos e ainda

aumentar as demandas sociais e econômicas causadas por incapacidades (FUNDO

DE POPULAÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS, 2012).

Sobre o envelhecimento populacional o Relatório do Desenvolvimento Humano

publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com

dados de 2013 publicados em 2014 trouxe informações muito relevantes como o

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que analisa como vivem certas

populações. O calculo do IDH utiliza os seguintes concorrentes:

Média de anos de escolaridade;

Anos de escolaridade esperados;

Produto nacional bruto per capita;

Expectativa de vida ao nascer (PNUD, 2014).

O IDH de um local varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de um, melhor. O grupo

de países com desenvolvimento muito elevado registra uma média de IDH de 0, 890.

Em primeiro lugar do ranking mundial em 2013 estava a Noruega com IDH de 0,944

e expectativa de vida ao nascer de 81,5 anos. O Brasil ocupou o 79º lugar deste

ranking com IDH de 0,744 e expectativa de vida ao nascer de 73,9 anos.

Comparando-se o item expectativa de vida ao nascer do Brasil com a dos

demais países encontrou-se que ela era superior a mundial (70,8 anos), mas inferior

a da América Latina e Caribe que é de 74,9 anos (IDEM 2014). Em contrapartida

dados governamentais brasileiros mostraram que no ano de 2013 a expectativa de

vida ao nascer no Brasil foi de 74,6 anos (IBGE, 2013).

Tratando ainda deste assunto e possível dizer que um indivíduo é

considerado longevo quando alcança ou supera a expectativa de vida estimada para

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sua geração ele Neste contexto os indivíduos considerados longevos no Brasil são

aqueles que alcançam ou ultrapassam a idade de 74,6 anos de idade (DECS, 2015).

Ser longevo não pressupõe uma condição biológica deplorável, uma vez que

envelhecimento é um processo natural a todos os seres humano. É possível que as

pessoas tenham uma expectativa de vida saudável sem apresentar incapacidades

físicas ou necessidades de cuidados especiais se forem tomadas de medidas que as

mantenham saudáveis e ativas enquanto envelhecem (WHO, 2009; NAHAS, 2008).

A expectativa de vida saudável pode ser influenciada por fatores imutáveis e

mutáveis. Os imutáveis envolvem o sexo, a idade e a herança genética. Os

mutáveis se relacionam ao estilo de vida do indivíduo ou de um grupo e são

potencializados por fatores condicionantes socioeconômicos, culturais e ambientais.

O estilo de vida possivelmente é a variável que mais influencia a sobrevida humana.

Ele envolve comportamentos em relação à alimentação adequada e balanceada,

prática regular de atividade física, comportamento preventivo (que envolve dentre

outras coisas a redução do uso de tabaco e consumo de bebidas alcoólicas),

relacionamentos sociais satisfatórios e controle do estresse (SLAVÍČEK, KITTNAR e

FRASER 2008).

Quando se fala em estresse como fator influenciador da longevidade é

importante falar também sobre o significado deste termo e sua aplicação para os

estudos em saúde. Segundo o dicionário etimológico da língua italiana a palavra

estresse procede do jargão popular latino districtia que significava angústia, aperto

ou aflição. Os franceses tomando emprestada esta palavra passaram a utiliza-la

como distresse. Os italianos ao retoma-la criaram um verbo novo o strizzare que

para nós é o estressar-se (BIAZZI, 2013).

No contexto da saúde a palavra estresse foi utilizada por Hans Selye em1936

para referir-se ao esforço do organismo para manter a homeostase do corpo e

enfrentar situações ameaçadoras à vida. Selye tomou emprestado este conceito da

física onde ele representa o grau de deformidade sofrido por um material quando

submetido a um esforço ou tensão (LIPP, 2007; ARANTES e VIEIRA, 2010).

O estresse não é um comportamento, nem um episódio isolado e sim um

processo que acontece sempre da mesma forma e envolve os aspectos biológico,

psicológico, ambiental e social. Os elementos que compõe o processo do estresse

são o estímulo estressor, a situação de estresse e a reação. O estressor pode ser

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um evento interno ou externo bom ou ruim, mas o organismo reage

independentemente de sua qualidade (LAZARUS, 1984).

O fator que interfere na magnitude da resposta do estresse é a interpretação

dada ao estímulo pelo organismo. Na avaliação primária deste evento o indivíduo

avalia se o evento é bom ou ruim; agradável ou desagradável; se traz algum tipo de

perigo ou se representa um desafio para si. Na avaliação secundária o indivíduo

avalia como é possível controlar ou combater o estressor e se há possibilidade de

sucesso ao fazê-lo. Por último acontece a reavaliação: O indivíduo analisa se o

procedimento efetuado por ele reduziu ou intensificou a reação de estresse e qual o

sucesso obtido. Em função da interpretação que o organismo dá a este estressor

ocorre ainda a reação ao estresse, que envolve respostas fisiológicas cognitivas e

comportamentais ao estresse e também a estimulação de um órgão-alvo no

organismo promovendo doenças relacionadas ao estresse (EVERLY, 1989; URSO

NIOR e VASCONCELOS, 2011).

O estresse quando vivenciado de maneira negativa por um indivíduo é

chamado de distresse, que num nível muito elevado pode gerar um estado de

exaustão e adoecimento denominado Burnout. Nem sempre, porém, o estresse é

negativo. Acontecimentos estressantes podem ser vivenciados pelo indivíduo de

maneira positiva e gerar bem estar. Neste caso o estresse é chamado de eustresse

(SELYE, 1982; MICHAELIS, 2009).

No caso do idoso os diversos acontecimentos e mudanças estressantes

vivenciados por eles, tais como a saúde que não mais a mesma, a perda de velhos

amigos, parentes ou o cônjuge a menor entrada financeira são capazes de afetar

seu bem estar. Saber lidar com o estresse de maneira adequada, através da

utilização de estratégia adaptativas de enfrentamento seria um fator promotor da

saúde e maior sobrevida aos idosos (PAPALIA, OLDS e FELDMAN, 2010; VALLE,

2011).

As estratégias de enfrentamento ao estresse são também chamadas de

coping. O verbo to cope vem da língua inglesa e refere-se à habilidade de ser bem

sucedido ao enfrentar uma situação difícil. Não há, porém uma tradução literal deste

verbo para o português. Para nós, porém ele também teria o significado de ter

sucesso ao lidar ou enfrentar uma situação difícil (MICHAELIS, 2009; STROPPA e

MOREIRA– ALMEIDA, 2009).

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Do ponto de vista psicológico o coping envolve uma sequência de estratégias

cognitivas e comportamentais que podem ser aprendidas, usadas e descartadas

com a finalidade de enfrentamento ao estresse percebido. O coping tem ainda a

função de coordenar a relação entre o estresse e suas consequências. Um dos

principais elementos mediadores dessa relação é a avaliação cognitiva do evento

estressante, a qual depende da natureza da situação ou ambiente estressante e

também de fatores intra e interpessoais. (LAZARUS e FOLKMAN, 1984;

GAZZANIGA e HEATHERTON, 2005).

Tomando como base as funções gerais do coping é possível dividi-lo em dois

estilos principais. Estes estilos são: enfrentamento baseado no problema, cujo foco

seria encontrar uma solução para o problemático relacionamento entre o indivíduo e

o ambiente; enfrentamento baseado na emoção ou cognição, cuja função seria a

regulação do desgaste emocional provocado pela situação de estresse. Se as

estratégias empregadas pelo indivíduo no manejo do estresse forem eficazes a

consequência é o bem-estar, mas se o coping for ineficaz o estresse persiste

podendo causar mal-estar e Burnout (LAZARUS et. al. 1985).

Alguns autores defendem que o estresse continuado pode destruir células

nervosas no hipocampo, o que em situações crônicas pode causar dano cerebral

irreversível. O estresse crônico ou elevado pode também acarretar muitos agravos e

doenças, inclusive as doenças cardiovasculares que podem diminuir a sobrevida do

individuo (BARLOW e DURAND, 200; CAMPOS in MELLO-FILHO e BURD, 2010).

Ao falar sobre o estresse crônico ou elevado como fator de risco para doenças

cardiovasculares especialistas da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

(2014) referiram que o estresse elevado é tido como consequência do ritmo da vida

moderna e faz parte do cotidiano do ser humano, por isto é necessário aprender a

lidar com ele de forma adequada diminuindo assim o risco de doenças

cardiovasculares.

Além do estresse crônico ou elevado existem outros fatores de risco para

doenças cardiovasculares tais como: o histórico familiar e a etnia e o estilo de vida.

No caso do estilo de vida muito pode ser feito para modificar, evitar, tratar e controlar

hábitos e comportamentos que agem diretamente sobre a saúde cardiovascular e

influenciam a longevidade (ANDRADE et. al., 2013).

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Avaliar a saúde cardiovascular é muito importante para a promoção da

longevidade. Um dos métodos com potencial aplicação prática clínica e desportiva

para avaliar a saúde cardiovascular é a avaliação do tempo de recuperação da

frequência cardíaca após atividades físicas que envolvam exercícios máximos e

submáximos. O tempo de cinco e três minutos é o ideal para que o indivíduo

recupere a frequência cardíaca após atividade física máxima e submáxima

respectivamente. Sabe-se que uma menor recuperação da frequência cardíaca após

a atividade física está relacionada a um maior risco de mortalidade (LIMA, OLIVEIRA

e FERREIRA-JÚNIOR, 2012).

1.2 Hipótese

Longevos apresentam bom estilo de vida, com hábitos saudáveis estratégias,

estratégias de enfrentamento ao estresse adaptativas e tempo da recuperação

da frequência cardíaca após atividade física de moderada intensidade dentro dos

limites da normalidade.

1.3 Objetivo

Analisar o estilo de vida, as estratégias de enfrentamento ao estresse (coping)

e o tempo da recuperação da frequência cardíaca após atividade física de moderada

intensidade em indivíduos longevos.

1.4 Justificativa

Diante do aumento da expectativa de vida das pessoas em grande parte do

mundo, inclusive no Brasil esta pesquisa que relaciona o estilo de vida, o coping e o

tempo da recuperação da frequência cardíaca após atividades físicas de moderada

intensidade em longevos é úteis para trazer conhecimentos tanto sobre os fatores

que contribuíram para que estes indivíduos alcançassem e superassem a

expectativa de vida em sua geração quanto daqueles fatores prejudiciais a uma vida

ativa e saudável que devem ser prevenidos, tratados e controlados.

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MÉTODO

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20

2 MÉTODO

2.1 Tipo de Pesquisa

Trata-se de uma pesquisa de campo, com abordagem quantitativa, de perfil

explicativo, e delineamento transversal. A pesquisa de campo é investigação

empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de

elementos para explicá-lo. Pode incluir entrevistas, aplicação de questionários,

testes e observação participante ou não (MORESI, 2003).

Utilizando uma abordagem quantitativa é possível examinar uma realidade

externa que pode ser caracterizada, estabelecer relações de causa-efeito pela

constatação dos eventos matemáticos e aprofundar-se na compreensão de

fenômenos que estuda ações dos indivíduos, grupos ou organizações em seu

ambiente e contexto social. A pesquisa explicativa tem como principal objetivo tornar

algo inteligível justificar - lhe os motivos. Visa, portanto, esclarecer que fatores

contribuíram de alguma forma, para a ocorrência de determinado fenômeno. Por fim,

numa pesquisa com desenho de estudo transversal todas as medições são feitas

num único momento ou evento, não havendo previsão de acompanhamento

contínuo dos indivíduos da amostra (IDEM).

As coletas de dados e procedimentos de campo somente foram iniciadas após

aprovação deste Projeto pelo CEP do UNASP/SP. Número do parecer: 871.829.

(ANEXO A). Esta pesquisa foi realizada em conformidade com a resolução 466/12

do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012).

2.2 População

Este é um estudo transversal no qual foram avaliados 132 idosos maiores de

74,6 anos, que são considerados longevos no Brasil (IBGE, 2013).

2.3 Critérios de inclusão da amostra

Foram inclusos na pesquisa Indivíduos idosos de ambos os gêneros com idade

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igual ou superior a 74,6 anos, que concordaram em participar assinando o termo de

consentimento livre e esclarecido (Anexo B) e que não apresentaram

contraindicações absolutas ou relativas para o teste de caminhada de seis minutos,

segundo a normatização brasileira para este teste (BRITTO e SOUSA, 2006).

2.4 Critérios de exclusão

Foram excluídos desta pesquisa idosos maiores de 74,6 que não eram

moradores da Região de Capão Redondo em São Paulo, que necessitassem de um

familiar para assinar os documentos desta pesquisa e portadores de condições

clínicas que os incapacitasse de responder os questionários ou de realizar os

exames ou que comprometeram a realização do teste da caminhada de seis

minutos.

2.5 Procedimentos da pesquisa

2.5.1 Local de coleta dos dados

Na primeira etapa da pesquisa foram visitados longevos em instituições tais

como igrejas, centros comunitários, parques, casas de repouso e residências

localizados na região do Capão Redondo. A região do Capão Redondo está situada

na supervisão técnica de saúde do Campo Limpo, localizada na zona sul no

município de São Paulo. Esta região é composta por uma população residente,

segundo o Censo Demográfico do IBGE 2010, de 270.000 habitantes concentrados

numa área de 16,8 km². E que segundo o cadastro oficial existe 2.600 idosos com

de 74,6 anos.

Os 132 longevos que corresponderam aos critérios de inclusão da amostra

foram convidados a participar deste estudo. Aqueles que concordaram em participar

e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e responderam aos

questionários relacionados ao estilo de vida e Estilo individual de Nahas na própria

instituição em que se encontravam. Em seguida efetuou-se o agendamento da

próxima etapa da coleta de dados.

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22

A segunda etapa ocorreu em data pré- agendada no laboratório de fisiologia

do exercício de uma universidade localizada também na região do Capão Redondo.

2.5.2 Procedimentos de coleta de dados

Inicialmente os participantes da pesquisa responderam um questionário

contendo questões sobre seu estilo de vida e a escala do Perfil do Estilo Individual

de Nahas. Num segundo momento responderam ao questionário da ABEP que

avalia o perfil sociodemográfico e a Escala Brief Cope para avaliar as estratégias de

enfrentamento ao estresse. Logo após aferiu-se a pressão arterial sistêmica e

frequência cardíaca. Em seguida aplicou-se o questionário com os critérios de

inclusão para o teste da caminhada de seis minutos para avaliar as condições físicas

daqueles estariam aptos a participar do teste de caminhada de seis minutos.

Os participantes aptos a participar do teste de caminhada de seis minutos

fizeram a avaliação da composição corporal por meio da bioimpedância e

responderam ao questionário de Escore de Risco Cardiovascular de Framingham.

Durante o teste da caminhada de seis minutos foi aplicada a Escala de Borg para

avaliar o nível de dispneia e esforço relatado pelo participante.

Antes e imediatamente após teste da caminha de seis minutos , assim como,

nos demais minutos, até o quinto minuto, foram mensuradas a frequência cardíaca a

pressão arterial e o duplo produto (PA X FC) para avaliação do tempo da

recuperação da frequência cardíaca após esta atividade física de moderada

intensidade.

Esperava-se que no primeiro minuto após o teste de caminhada de seis

minutos o longevo recuperasse minimamente 12 batimentos cardíacos no primeiro

minuto pós - teste e até o quinto minuto sua frequência cardíaca tivesse voltado ao

mesmo valor avaliado em repouso antes da realização do teste. No caso dos

longevos estes são os parâmetros que demonstram boa saúde cardiovascular.

(CHRISTOPHER, 1999).

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23

2.6 Instrumentos de coleta de dados

2.6.1 Questionário do Perfil individual (NAHAS)

O questionário Perfil do Estilo Individual de Nahas trata-se de um questionário

sobre estilo de vida que avalia as seguintes componentes: “Nutrição”, “Atividade

Física”, “Comportamento Preventivo”, “Relacionamentos Sociais” e “Controle do

Estresse”. Este questionário é composto por 15 questões que estão divididas de

forma uniforme em cinco componentes como citado acima. Cada questão possui

uma escala likert de resposta que varia de “0” a “3”. Os valores “0” e “1” estão

vinculados ao perfil de estilo de vida negativo. As respostas associadas ao perfil de

Estilo de Vida positivo são respostas “2” e “3”.

Pontuação abaixo de 15 indica estilo de vida muito ruim, sendo necessárias

mudanças urgentes no estilo de vida. Pontuação de 15 a 30 sugere um estilo de vida

regular, também mostrando que são necessárias algumas mudanças no estilo de

vida. Pontuação acima de 30 pontos indica um bom estilo, com indicação de poucas

mudanças. Este questionário leva em consideração o estilo de vida que o individuo

praticou na maioria dos anos vividos (ANEXO D).

2.6.2 Questionário sociodemográfico e socioeconômico

O questionário socioeconômico da Associação Brasileira de Empresas de

Pesquisa (2012) foi aplicado para caracterização da amostra em busca de dados,

conforme os critérios para fins de conhecimento do perfil dos participantes do

estudo, tais como: gênero, etnia, idade, estado civil, escolaridade (ANEXO E).

2.6.3 Escala de Brief Cope

O Brief COPE foi desenvolvido por Carver, Scheier e Weintraub, em 1989, com

o objetivo de disponibilizar um questionário que avaliasse estilos e estratégias de

coping (PAIS RIBEIRO; RODRIGUES, 2004). A escala consiste de 28 itens, que se

distribuem por 14 dimensões que visou avaliar as diferentes formas de como as

pessoas respondem ao estresse (CARVER, 1997). O Brief COPE foi traduzido e

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24

adaptado para o Brasil com base nos estágios propostos por Beaton et. al. (2000).

As respostas às questões mostram se o coping utilizado pelo indivíduo foi:

A) Focada no problema: 2, 5,7,11,12,13,15,18,21,22,25,26.

B) Adaptativo e focado na emoção: 1, 9, 16, 17 19, 20, 23, 24.

C) Desadaptativo e focado na emoção: 3, 4, 6, 8, 10, 14, 27, 28 (ANEXO F).

2.6.4 Escore cardiovascular de Framingham

Também foi realizada a aplicação do Escore de Framingham, que segundo

Lotufo (2008) é um instrumento utilizado para o cálculo do risco de evento

cardiovascular. Ele utilizou os seguintes parâmetros: pressão arterial sistólica,

colesterol total, LDL-colesterol, HDL-colesterol, idade, tabagismo e presença de

diabetes. A pontuação do Escore de Framingham foi de zero a 25 pontos, e quanto

maior a pontuação obtida, maior foi o risco cardiovascular. Para avaliar o nível de

colesterol sanguíneo foi considerado o último lipidograma apresentado pelo idoso

com um tempo inferior a 12 meses prévio ao inicio da pesquisa (ANEXO G).

2.6.5 Teste de caminhada de seis minutos

Os participantes que não apresentaram contraindicações para o teste de

caminhada de seis minutos protocoladas na normatização brasileira para o teste de

caminhada de seis minutos (BRITTO e SOUSA, 2006, p.50-51) foram convidados a

participar deste teste (ANEXO H).

O teste foi realizado em corredor com comprimento de 30 metros e livre de

circulação de pessoas. Os pacientes receberam instruções prévias para virem no dia

do teste com roupas e calçados confortáveis, além de manter medicação usual.

Antes da realização do teste, os pacientes fizeram um período de repouso de no

mínimo 10 minutos. Durante esse período avaliou-se os dados de pressão arterial,

oximetria de pulso, frequência cardíaca e respiratória e nível de dispneia avaliado

através da Escala de Borg (KENDRICK, K.R.; SMITH, 2000); (ANEXO I).

O Protocolo para aplicação do TC6’ envolve os seguintes passos:

1. Passo: Com o paciente sentado verificou – se os seguintes parâmetros: saturação

de oxigênio, pressão arterial, frequência cardíaca e frequência respiratória.

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25

2. Passo: O paciente foi posicionado no início do corredor e as orientações abaixo

descritas, foram dadas:

• caminhar o mais rápido que conseguir, entretanto não deverá superestimar sua

capacidade física;

• permanecer durante todo o teste com o oxímetro de pulso;

3. Passo: Após o esclarecimento das dúvidas o teste pode começar. Foi importante

que um segundo pesquisador participasse da execução do teste. Este segundo

pesquisador ficou responsável pela cronometragem do tempo de execução do teste,

pela anotação da distância percorrida e dos parâmetros que foram coletados no

terceiro minuto do teste, ou seja, saturação de oxigênio e frequência cardíaca.

4. Passo: Ao final dos 6 minutos o pesquisador que cronometrava o teste, deu um

sinal para sua interrupção. Imediatamente após a interrupção do teste foram

avaliados os seguintes parâmetros: pressão arterial, frequência cardíaca, saturação

de oxigênio, frequência respiratória e escala de Borg (ANEXO H).

Se o longevo relatasse cansaço ou apresentou sinal e sintoma anormal o teste foi

interrompido. Os parâmetros verificados durante todo o teste devem foram anotados,

assim como a distância percorrida em metros.

De acordo com o protocolo do teste os idosos foram encorajados a andar mais

rápido a cada minuto, por meio de frases padronizadas, tal como: “Sr... o sr está

indo muito bem, mas pode caminhar um pouco mais depressa?” Ao término do teste,

os dados vitais coletados inicialmente foram coletados novamente . O tempo de

recuperação da frequência cardíaca foi visto pelo intervalo gasto para a frequência

cardíaca retornar aos parâmetros basais após o teste de caminhada de seis

minutos. O teste de caminhada de seis minutos (TC6') é um método simples, de fácil

aplicabilidade e de baixo custo, que pode ser utilizado para avaliar o grau de

limitação funcional. Por ser considerado um exame submáximo o TC6’ pode ser

aplicado em pacientes (BRITTTO, R.R. e SOUSA, L.A.P., 2006).

2.6.6 Monitoração da frequência cardíaca, saturação da hemoglobina pelo

oxigênio e do esforço percebido

A mensuração da frequência cardíaca foi feita por meio de um frequencímetro

Polar® fabricado Finlândia, composto por uma cinta acoplada externamente ao tórax

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26

do paciente, a qual emite sinais que são captados por um aparelho receptor

colocado no pulso do indivíduo. A unidade é expressa em batimentos por minuto e

foi avaliada previamente durante e após o teste de caminhada de seis minutos.

A medida da saturação periférica de oxigênio foi obtida por meio de um

oxímetro de pulso Healthdyne® fabricado nos Estados Unidos, portátil, com o sensor

acoplado no dedo do paciente. O sinal foi dado pela diferença da luz ultra violeta

emitida e captada, sendo a unidade expressa em percentual.

A sensação de esforço percebido para dispneia e fadiga de membros

superiores foi obtida, pré e pós-teste pela Escala de Esforço Percebido de Borg

modificada com variação de zero (equivalendo a nenhum grau de dispneia) até dez

(equivalendo ao máximo esforço percebido).

2.6.7 Bioimpedância

A bioimpedância foi realizada para avaliar a composição corporal. O total da

água corporal pode ser estimado por meio da medida da impedância baseada no

fato de que a água do corpo é excelente condutor de corrente elétrica. Como a

quantidade de água na massa livre de gordura é relativamente grande, a massa livre

de gordura pode ser estimada pelo total de água corporal estimado. Os valores de

resistência e reactância e os cálculos da massa gorda em valores absolutos e

relativos, bem como da massa magra, foram obtidos com o aparelho modelo 450

biodynamics (tbw.com.br).

2.7 Cálculo amostral

Considerando que o tempo de recuperação da frequência cardíaca após teste

ergométrico em indivíduos saudáveis é em média cinco minutos, com desvio padrão

de dois minutos e considerado como diferença clinicamente importante a redução de

60 segundos no tempo de recuperação da frequência cardíaca após intervenção,

para um alfa de 5% e um beta de 80%. Foi necessário pelo menos avaliar 63

pacientes para responder o principal objetivo da pesquisa, entretanto foram

avaliados 132 indivíduos neste estudo.

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27

2.8 Análise Estatística

Os dados foram apresentados em média e desvio padrão. A simetria dos dados

foi analisada por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov. A comparação entre os

grupos com e sem doença crônica foi realizada por meio do teste t ou analise de

variância respeitando o número de variáveis a serem analisadas. A chance para

doenças crônicas não transmissíveis foi analisada pelo odds ratio. A identificação

do peso de cada variável como contribuinte para a longevidade realizou-se por meio

da regressão multivariada. As correlações foram feitas utilizando a correlação matrix.

Considerou-se p=0,05 como significância estatística.

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28

RESULTADOS

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29

3. RESULTADOS

3.1 Caracterização da amostra

Participaram deste estudo 132 indivíduos maiores de 74,6 anos, moradores do

distrito do Capão Redondo, em São Paulo. A média da idade dos participantes da

amostra foi de 78,8±4,5; IMC médio de 25,5± 5,5. A maioria dos entrevistados foi

mulheres. Quanto ao estado civil 62 se autodeclararam viúvos, 55 casados, oito

solteiros e sete separados. Dentre os participantes 103 declararam morar com a

família e apenas três deles disseram não ter religião. Do número total dos

participantes 70 eram aposentados, 41 profissionais liberais e 23 “do lar”. Quanto ao

nível educacional 39 declararam ser analfabetos ou tinham o ensino fundamental I

incompleto, 42 declaram ter cursado o ensino fundamental I ou fundamental II

incompleto, nove referiram ter cursado o fundamental II ou ensino médio incompleto,

20 disseram ter cursado o ensino médio ou superior incompleto e 22 declararam ter

cursado o curso superior.

Quanto à classificação socioeconômica quatro longevos pertenciam à classe

A2, 14 à classe B1, 18 à B2, 21 à C1, 47 à C2 e 20 longevos pertenciam a classe D.

Sobre as condições de saúde 46 eram ex fumantes, sete eram fumantes e 10 faziam

uso de bebida alcóolica pelo menos três vezes por semana. Sobre a presença de

doenças crônicas não transmissíveis 82 longevos declararam ter diagnóstico de

algum tipo destas doenças.

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30

Tabela 1 – Caracterização da amostra estudada

A maioria dos participantes foi de mulheres, religiosas, viúvas, que moram com a

família, de classe social C2, com escolaridade fundamental I à superior incompleto

ou completo, ex fumantes e com diagnóstico de doença crônica não transmissível.

Variáveis N = 132

Altura (m) 1,6±0,1

IMC (k/m2) 25,5± 5,5

Gênero (M/F) 42/90

Solteiro 8

Casado 55

Separado 7

Viúvo 62

Aposentados 70

Do Lar 23

Moram com a família 103

Profissionais Liberais 41

Religião 129

Classe Socioeconômica A2 4

Classe Socioeconômica B1 14

Classe Socioeconômica B2 18

Classe Socioeconômica C1 29

Classe Socioeconômica C2 47

Classe Socioeconômica D 20

Analfabeto/ Fundamental I incompleto 39

Fundamental I/ Fundamental II Incompleto 42

Fundamental II/ Ensino Médio Incompleto 9

Ensino Médio/ Superior Incompleto 20

Superior 22

Fumantes 7

Ex fumante 46

Usam bebidas alcoólicas 10

Doença crônica não transmissível (+) 82

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3.2 Análise do estilo de vida em longevos moradores do distrito Capão

Redondo em São Paulo

No estudo da escala individual de Nahas foi analisado o estilo de vida dos 132

longevos que compusera a amostra. Encontrou-se que: a pontuação total foi em

média de 30,2±3,5 pontos. Analisando os componentes isoladamente foi visto que a

pontuação média obtida para o componente “atividade física” foi de 4,1±3 com IC

95% (3,6 a 4,6). Para o componente “nutrição” a média obtida foi de 6,1 ±4,1 com IC

95% (5,8 a 6,5), o componente de “aspectos sociais” a media foi de 7±2,2 com IC

95% (6,0 a 6,8). Para o componente “comportamento preventivo” a média foi de 8,0

±2,2 com IC de 95 % (6,6 a 7,4). Para o componente “controle do estresse” a

pontuação média obtida foi de 8,0 ± 1,6 com IC 95% (6,6 a 7,2). A pontuação do

componente “atividade física” foi significantemente menor do que para todos os

demais (p<0,0001). O componente “nutrição” também foi significantemente menor do

que a pontuação dos componentes “comportamento preventivo” e “controle do

estresse” (p<0,001); (GRÁFICO 1).

Gráfico 1- Estilo de vida avaliado pelo questionário Nahas para a população estudada

NA

HA

S (

po

nto

s)

To

tal

Nu

triç

ão

Ati

v F

ísic

a

Asp

So

cia

l

Co

ntr

ole

de e

str

esse

Co

mp

. P

reven

tivo

0

5

1 0

1 5

2 0

2 5

3 0

3 5

4 0

4 5

p < 0 ,0 0 0 1

p < 0 ,0 0 0 1

p < 0 ,0 0 1

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32

3.3 Frequência de doenças crônica não transmissível para a amostra

Dos 132 longevos entrevistados 82 relataram ter alguma doença crônica não

transmissível enquanto que 50 relataram não ter nenhum diagnóstico prévio

(GRÁFICO 2). Não foi encontrada diferença significante na proporção entre homens

e mulheres, estado civil, assim como a idade também foi semelhante aos que

referiram ter ou não diagnóstico de DCNT.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

DCNT (+) DCNT (-)

82

50

Fre

qu

en

cia

Gráfico 2 – frequência de doenças crônica não transmissível para a amostra

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33

3.4 Proporção de indivíduos com respectivas Doenças Crônicas Não

Transmissíveis

Dos 82 longevos que declararam ter algum tipo de DCNT 74,3%referiram

apresentar doenças cardiovasculares; 26,8 % Diabetes Melitus; 23,1 %

dislipidemias; 10,9% doença pulmonar obstrutiva crônica; 6,0 % doenças da tireoide

e 4,8% câncer. (GRÁFICO 3).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

DCV DM DPL DPOC Tireoide Cancer

74,3

26,823,1

10,96 4,8

Pe

rce

ntu

al

Gráfico 3 – Proporção de indivíduos com respectivas doenças crônicas não transmissíveis.

DCV = Doenças Cardiovasculares;

DM = Diabetes Mellitus;

DPL = Dislipidemias

TIREÓIDE = doenças da tireoide

DPOC = Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.

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34

3.5 Análise do estilo de vida para os indivíduos com e sem doença crônica não

transmissível

Não houve diferença significativa no estilo de vida dos grupos com e sem

doença crônica não transmissível. Para o grupo com doenças crônicas não

transmissíveis a média da Escala Individual de Nahas foi de 30 ± 7; IC de 95% (28 a

32). O grupo sem doença crônica não transmissível apresentou a média da escala

individual de Nahas de 32 ± 6; IC de 95% (30 a 33). (GRÁFICO 4).

Gráfico 4 – Analise do estilo de vida para os indivíduos com e sem Doença Crônica Não

Transmissível

NA

HA

S (

po

nto

s)

DC

NT

(+)

DC

NT

(-)

0

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

p = 0 ,0 8

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35

3.6 Proporção de indivíduos fumantes, ex fumante e que nunca fumaram com

doenças crônicas não transmissíveis

Foi visto que a proporção de indivíduos fumantes com doenças crônicas é de

85,7%. Para o grupo de longevos ex fumantes é de 76,1. Para o grupo que nunca

fumou é de 51,8. Entre os indivíduos fumantes e ex fumantes houve maior

predominância das doenças cardiovasculares do que entre os indivíduos não

fumantes (GRÁFICO 5).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

FumanteDCNT(+)

ExfumantesDCTN (+)

Nunca fumou

85,7

76,1

51,8

Pe

rce

ntu

al

Gráfico 5 – Proporção de indivíduos fumantes, ex fumante e nunca fumantes com doenças

crônicas não transmissível.

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3.7 Forest ploto para a chance de ter doenças crônicas não transmissíveis

A chance para indivíduo fumante desenvolver doença crônica em relação ao

indivíduo que nunca fumou é de OR 11, 3 com IC de 95% (1.3 à 19.9) e p= 0,01.

Para indivíduo ex fumante em relação ao que nunca fumou é de OR 5,1 IC de 95 %

(2,0 á 12,9) e p= 0,03. Parar de fumar (ex fumantes vs fumantes) reduz o risco em

OR 0,1 em relação ao indivíduo que continua fumando. Com IC de (0,7 à 8,2)

(GRÁFICO 6).

Gráfico 6 – Forest ploto para a chance de ter doenças crônicas não transmissíveis

1,0

1

12,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

14,0

0,5

0,0

Fumantes Vs não fumantes

Ex-fumantes Vs Não fumantes

Ex fumantes Vs Fumantes

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37

3.8 Score de Framinghan e frequência cardíaca em repouso para indivíduos

com diferentes formas de enfrentamento de estresse

Quando analisadas as estratégias de enfretamento ao estresse foi verificado

que 60 % dos longevos apresentaram estilo de enfrentamento focado na emoção e

40% focado no problema. O grupo focado na emoção teve o Framinghan Score

significantemente aumentado em relação àqueles indivíduos que enfrentam o

estresse mais focado no problema, mas não foi visto diferença para a frequência

cardíaca de repouso entre estes grupos (GRÁFICO 7).

Gráfico 7 - Analise do Framinghan Score e da frequência cardíaca em repouso para os

grupos focado na emoção e focado no problema

(FC= frequência cardíaca; FE = focado na emoção; FP= focado no problema).

Fra

min

gh

am

(s

co

re

)

F r a m in g h a n F E F r a m in g h a n F P F C r e p o u s o F E F C r e p o u s o F P

0

5

1 0

1 5

2 0

2 5

FC

re

po

us

o (

bp

m/1

0)

0 ,0 0 0 5

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38

3.9 Avaliação da chance do indivíduo declarar que sua saúde esta piorando

segundo o tipo de estratégias utilizadas no enfrentamento de estresse

Também foi visto que os indivíduos focados na emoção apresentaram maior

chance de declarar que sua saúde é pior atualmente do que há um ano. OR 2,5

assim como, para ter um estilo de vida negativo OR 2,9 em relação aos indivíduos

focados no problema. Mas não foi encontrada diferença estatisticamente significante

avaliação do risco para presença de doença cardiovascular, doenças crônicas,

saúde pior do que indivíduos de sua mesma idade e viver em ambiente estressado

(TABELA 2).

Tabela 2- Análise da chance para grupos com diferentes formas de enfrentamento de

estresse

Variável OR IC 95% P

DCV (FE X FP) 1,43 0,52 – 3,9 0,61

DCNT (FE X FP) 1,05 0,37 – 3,0 0,99

NAHAS (FE X FP) 2,9 1,0 – 8,3 0,04

Pior Saúde (atualmente) FE X FP 2,5 1,07 – 8,8 0,02

Pior Saúde (outras pessoas) FE X FP 0,4 0,06 – 2,6 0,38

Ambiente estressado (FE X FP) 2,6 0,4 – 13,7 0,2

FE = focado na emoção; FP = focado no problema

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39

3.10 Análise de regressão multivariada para estratégias de enfrentamento ao

estresse tendo o risco cardiovascular como variável dependente.

Na análise de regressão multivariada apenas duas estratégias de

enfrentamento do estresse mostraram ser estatisticamente significantes para

redução do risco cardiovascular. Apoio instrumental com uma correlação inversa r2

=-0,46 e Aceitação com correlação inversa r2=-0,65 (TABELA 3).

Tabela 3- Regressão multivariada para risco cardiovascular baseado nas estratégias de

enfrentamento de estresse

Variáveis r2 IC 95% P

Constante

Framingaham com Enfrentamento ativo -0,21 -0,77 a 0,35 0,45

Framingaham com Planejamento -0,29 -0,91 a 0,32 0,34

Framingaham com Ressignificação positiva 0,12 -0,42 a 0,68 0,64

Framingaham com Aceitação -0,65 -1,23 a -0,06 0,03

Framingaham com Apoio instrumental -0,46 -0,86 a -0,05 0,02

Framingaham com Apoio emocional 0,33 -0,03 a 0,7 0,72

Framingahan com Auto distração 0,27 -0,12 a 0,67 0,17

Framingaham com Humor 0,32 -0,12 a 0,77 0,15

Framingaham com Expressão de sentimentos -0,20 -0,58 a 0,17 0,27

Framingaham com Pensamento religioso 0,64 -0,35 a 1,63 0,19

Framingaham com Negação -0,24 -0,67 a 0,18 0,25

Framingaham com Uso de substancia -0,3 -0,8 a 0,72 0,91

Framingahan com Desinvestimento comportamental -0,33 -0,73 a 0,06 0,098

Framingaham com Auto culpa -0,08 -0,54 a 0,36 0,69

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40

3.11 Correlação Matriz entre as estratégias de enfrentamento do estresse e

demais variáveis

As estratégias de enfrentamento ao estresse que se mostraram significantes

no modelo multivariada (Apoio instrumental e aceitação) correlacionaram

significantemente com a frequência cárdica de repouso e com componente atividade

física (Nahas) e aceitação ainda correlacionou com Nahas total (TABELA 4).

Tabela 4- Correlação matriz entre as estratégias de enfrentamento de estresse e demais

variáveis.

Variáveis Apoio

I.

Aceitação Framingham TC6’

(m)

FC

repouso

FC Final NAHAS

Total

Nutrição Ativ.

Física

Asp.

Sociais

C.

estrese

Comportamento

Preventivo

Apoio I. 1

Aceitação -0,17 1

Framingham -0,14 -0,13 1

TC6’ (m) 0,03 0,01 -0,28 1

FC repouso -0,4 -0,21 0,21 -0,09 1

FC final -0,06 -0,3 -0,03 0,32 0,63 1

NAHAS Total -0,09 -0,2 -0,01 0,01 -0,32 -0,25 1

Nutrição -0,07 0,05 0,09 -0,33 -0,04 -0,11 0,52 1

Ativ. Física -0,11 0,26 0,19 0,19 -0,24 -0,03 0,67 0,01 1

Asp. Sociais 0,05 0,06 0,18 0,18 -0,41 -0,38 0,50 -0,07 0,36 1

C. estrese -0,11 0,1 0,16 -0,05 -0,21 -0,11 0,60 0,39 0,16 0,21 1

Comportamento

Preventivo

-0,01 0,05 0,001 -0,02 -0,7 -0,14 0,65 0,35 0,23 0,06 0,24 1

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41

3.12 Avaliação da recuperação da frequência cardíaca

Foi verificado que a frequência cardíaca média em repouso foi de 79±13 bpm.

Durante o teste de caminhada de seis minutos a frequência cardíaca aumentou

significantemente para 100±15 bpm. Após o primeiro minuto de repouso houve

redução significante da frequência cardíaca para 84±16 btm. No terceiro minuto de

repouso a frequência cardíaca foi de 80±16 e a partir do quarto minuto de repouso

reduziu-se a 79±14 btm, isto mostra que houve completa recuperação da frequência

cardíaca após o exercício (GRÁFICO 8).

Gráfico 8 – Avaliação da recuperação da frequência cardíaca em longevos

Fre

qu

en

cia

Ca

rd

íac

a (

bp

m)

R e p o u s o F in a l d o t e s t e 1 º m in u t o 2 º m in u t o 3 º m in u t o 4 º m in u t o 5 º m in u t o

7 0

8 0

9 0

1 0 0

1 1 0

1 2 0

1 3 0p < 0 ,0 0 0 1 p < 0 ,0 0 0 1

p = <0 ,0 0 0 1

p = 0 ,0 0 1 2 p = 0 ,0 3

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42

3.13 Avaliação da recuperação da pressão arterial sistólica

A pressão arterial sistólica média de repouso anterior ao teste de caminhada de

seis minutos foi de 132±20 mmHg. Durante o teste a pressão arterial sistólica

aumentou significantemente para 150±31 mmHg. Após o primeiro minuto de

repouso pós-teste houve redução significante da pressão arterial sistólica para

143±26 mmHg. No terceiro minuto de repouso a pressão arterial sistólica foi

de136±25 mmHg. A partir do quarto minuto a pressão arterial sistólica reduziu-se a

132 ±23 mmHg portanto houve recuperação total da pressão arterial sistólica

(GRÁFICO 9).

Gráfico 9 – Avaliação da pressão arterial sistólica em longevos.

PA

S (

mm

Hg

)

R e p o u s o Fin a l d o te s te 1 º m in u to 2 º m in u to 3 º m in u to 4 º m in u to 5 º m in u to

1 0 0

1 1 0

1 2 0

1 3 0

1 4 0

1 5 0

1 6 0

1 7 0

1 8 0

1 9 0

2 0 0

n s

p < 0 ,0 0 0 1 p < 0 ,0 0 0 1

p < 0 ,0 0 1

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43

3.14 Avaliação do Duplo Produto (FC X PAS)

A média do duplo produto de repouso anterior ao teste de caminhada de seis

minutos foi de. 10304±2148. Durante o teste a média do duplo produto aumentou

significantemente para 15060±4314. No primeiro minuto de repouso pós-teste houve

redução significante do duplo produto para 12074 ±3 425. No quinto minuto a média

do duplo produto foi de 10537 ± 2535 mostrando que houve recuperação total da

frequência cardíaca e pressão arterial sistólica (GRÁFICO 10).

Gráfico 10 – Avaliação do duplo produto em longevos.

Du

plo

pro

du

to

R e p o u s o F in a l d o te s te 1 º m in u to 5 º m in u to

5 0 0 0

1 0 0 0 0

1 5 0 0 0

2 0 0 0 0

2 5 0 0 0

n s

p < 0 ,0 0 0 1

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44

3.15 Distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos para

indivíduos longevos com e sem doenças crônicas não transmissível

Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa na distancia

percorrida em metros pelos longevos com e sem doenças crônicas não

transmissíveis no teste de caminhada de seis minutos (p=0,18), entretanto houve

diferença clinicamente significante. Os Longevos sem DCNT andaram 407±122 e os

com DCNT 366±128, portanto uma diferença de 41 metros (GRÁFICO 11).

Gráfico 11 - Distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos.

Dis

tan

cia

pe

rc

orrid

a T

C6

' (m

)

S im D C N T N ã o D C N T

2 0 0

2 5 0

3 0 0

3 5 0

4 0 0

4 5 0

5 0 0

5 5 0

6 0 0p = 0 ,1 8

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45

3.16 Avaliação do risco cardiovascular por meio do Framingham Score para

longevos que andaram mais do 300 e menos do que 300 metros no TC6’.

A média do Framingham Score para os longevos foi de 9,8 ± 2,8, e que não

houve diferença significante para aqueles que andaram mais do que 300 metros

9,5±2,6 em relação àqueles que andaram menos do que 300 metros 10,6±3,3 na

caminhada de seis minutos (GRÁFICO 12).

Gráfico 12 - Framingham Score para longevos que andaram 300 ou mais metros no TC6’

Fra

min

gh

am

(s

co

re

)

< 3 0 0 m > 3 0 0 m

0

5

1 0

1 5

p = 0 ,3

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46

3.17 Correlação entre distancia percorrida no TC6’ com o duplo produto

Foi encontrada correlação significante entre a distância percorrida no teste de

caminhada de seis minutos com o duplo produto, ou seja, quanto maior a distancia

percorrida maior foi o duplo produto encontrado. A maior concentração dos

indivíduos estava nos quadrantes em que os participantes andaram pequena

distancia com baixo duplo produto ou grandes distancia com alto duplo produto. A

media da distancia percorrida foi de 384,9±120 metros e a mediana de 379 metros e

do duplo produto foi de 14.993±4.637 e mediana de 13.910 (GRÁFICO 13).

Gráfico 13 – correlação entre DTC6’ e duplo produto em longevos

D u p lo P ro d u to

DT

C6

'

0 5 0 0 0 1 0 0 0 0 1 5 0 0 0 2 0 0 0 0 2 5 0 0 0 3 0 0 0 0 3 5 0 0 0 4 0 0 0 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0

2 5 0

3 0 0

3 5 0

4 0 0

4 5 0

5 0 0

5 5 0

6 0 0

6 5 0

7 0 0

7 5 0

8 0 0

r= 0 ,3 3

p = 0 ,0 0 5

1 3 .9 1 0

3 7 9 m

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47

3.18 Correlação entre Framingham e variáveis fisiológicas

O risco cardiovascular (Framingham score) correlacionou inversamente

com a distancia percorrida na caminhada de seis minutos, r=-0,28 e

positivamente com a frequência cardíaca de repouso r= 0,21 e com duplo

produto de repouso r=0,2 (GRÁFICO 14).

Gráfico 14– Correlação entre variáveis fisiológicas e Framingham

0

100

200

300

400

500

600

700

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

dis

tân

cia

TC6

' (m

)

Framinghan

40

60

80

100

120

140

160

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

FC r

epo

uso

(bp

m)

Framinghan

5000

7000

9000

11000

13000

15000

17000

19000

21000

23000

0 5 10 15 20

Dup

lo p

rodu

to r

epou

so

Framinghan

r=-0,28 p<0,05

r=0,21 p<0,05

r=0,2 p<0,05

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48

DISCUSSÃO

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49

4 DISCUSSÃO

O presente estudo analisou o perfil do estilo de vida, o coping e a recuperação da

frequência cardíaca após atividade física de moderada intensidade em 132

indivíduos longevos. Os principais resultados são:

1- Os participantes tem um bom estilo de vida, visto que a pontuação média

obtida no Perfil Individual de NAHAS foi de 30,2 pontos. Os longevos

apresentaram pontuação mais alta nos componentes: “comportamento

preventivo”, “controle do estresse”, “apoio social” e qualidade da alimentação.

O componente “atividade física” foi o pior na avaliação do estilo de vida

destes participantes. Nesta população e o uso de tabaco aumentou o risco

significantemente para doenças crônicas não transmissíveis;

2- As doenças cardiovasculares são as mais prevalentes entre as DCNT;

3- Longevos que possuíam um estilo de enfrentamento ao estresse focado no

problema apresentaram Framingham Score mais baixo em relação aos

longevos que possuíam um estilo de enfrentamento ao estresse focado na

emoção; e as estratégias de enfretamento ao estresse aceitação e apoio

instrumental se mostraram estatisticamente significantes para redução do

risco de doenças cardiovasculares em relação às demais estratégias;

4- De um modo geral todos os longevos apresentam excelente recuperação da

frequência cardíaca após atividade física de moderada intensidade.

Quanto à análise do estilo de vida avaliado pelo questionário perfil individual de

Nahas (2000) os resultados mostraram que os longevos avaliados têm um perfil de

estilo de vida positivo, ou seja, eles apresentam estado nutricional, relacionamentos

sociais, comportamento preventivo e controle do estresse satisfatório. Talvez este

perfil seja o fator determinante para a longevidade. Quanto antes o estilo de vida

positivo for adotado maior será sua contribuição para reduzir do índice de doenças

crônicas não transmissíveis e aumentar da chance de se alcançar uma a

longevidade ativa e saudável (SLAVÍČEK et. al., 2008).

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Estudos apresentados por Souza e Santos (2012) mostraram que idosos que

contam com redes sociais de apoio e amizades satisfatórias podem aumentar em

até 22% suas chances de alcançar a longevidade.

Mais um dado interessante apresentado por Loucks et. al. (2006) demonstram

que para os homens mais velhos ter mais e melhores amigos exerce efeito protetor

para a saúde cardiovascular, isto em comparação com aqueles que são mais

solitários. Quanto as mulheres idosas Crooks et. al. (2008) citaram que aquelas

que contavam com a presença de mais amigos em sua vida tinham menor incidência

de problemas cognitivos se comparadas àquelas com redes sociais menores e mais

frágeis.

Ertel, Glymour e Berkman (2008) falaram ainda que independente do gênero,

idade e etnia os idosos que mantém um círculo estável de amizades preservam

duas vezes mais sua memória em comparação com idosos menos integrados

socialmente.

A Organização Mundial de Saúde também orienta que os relacionamentos

sociais próximos e satisfatórios diminuem as morbidades, mortalidade e são fontes

vitais de força emocional e bem estar geral (WHO, 2009).

Outro fator encontrado nesta pesquisa que também é considerado capaz de

prevenir doenças e declínio funcional além de promover saúde e longevidade aos

indivíduos à medida que envelhecem é o comportamento preventivo.

Este tipo de comportamento envolve tanto ações coletivas quanto a

participação ativa no cuidado da própria saúde. O comportamento preventivo

abrange a prevenção e o tratamento de enfermidades especialmente comuns aos

indivíduos à medida que envelhecem. A prevenção pode ser “primária” (por

exemplo: abstenção do uso do tabaco e bebidas alcoólicas, obediência às leis do

transito); “secundária” (triagem para detecção precoce de doenças crônicas); ou

ainda, “terciária” (tratamento clínico adequado). Todas as formas contribuem para

reduzir o risco de incapacidades (IDEM, 2005; BRASIL, 2008).

Nahas (2000; 2008) traz em seus estudos que respeitar as leis do trânsito e

praticar ações antialcoólicas e antitabagistas são comportamentos preventivos

protetores da vida e saúde de quem os pratica. Tais comportamentos também foram

avaliados no questionário “Estilo individual de Nahas” na amostra analisada e

alcançaram média excelente. Este achado demostra que a prática destas condutas

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51

também esta associadas à longevidade.

Com relação ao tabagismo os resultados mostraram que o uso de tabaco

aumentou o risco significantemente para doenças crônicas não transmissíveis. Este

é o fator de risco para DCNT modificável mais importante para jovens e idosos e

representa a maior causa de morte evitável (ANDRADE et. al., 2013).

O fumo é fator de risco para um extenso e cada vez maior número de doenças,

além disto, os efeitos do seu uso são cumulativos e de longa duração. Não há níveis

seguros para o uso do tabaco, mas já se sabe que quanto maior for o tempo de

exposição maior é o risco para DCNT (FEITOSA e PONTES, 2011).

Definitivamente uma das mudanças mais importantes que os longevos

fumantes realizaram em seu estilo de vida foi o abandono do uso de tabaco. Apenas

5,3% da população analisada permaneceram fumando.

Um resultado negativo encontrado neste estudo foi que no componente

atividade física a população analisada apresentou média muito inferior a todos os

demais componentes. Sobre isto Toscano e Oliveira (2009) falam que é bastante

prevalente a inatividade física entre idosos. O estilo de vida moderno propicia o

gasto da maior parte do tempo livre em atividades sedentárias, como por exemplo,

ficar sentado por longo período assistindo televisão.

Para Singh et al. (2013) o grande problema do sedentarismo é que este é um

importante fator de risco para a obesidade, aumento das taxas de colesterol e

glicemia. Por outro lado, Ornish et. al. (2007) em seus estudos mostraram que a

pessoa que deixa de ser sedentária diminui em 40% o risco de morte por doenças

cardiovasculares. É possível que se estes longevos praticassem mais atividades

físicas, a prevalência de DCNT seria menor.

Foi visto, porém que ainda que o estilo alimentar da população analisada não

fosse excelente a dieta destes longevos em sua maior parte era composta de frutas,

verduras, alimentos ricos em fibras e menor quantidade de gorduras saturadas.

Possivelmente este estilo alimentar tenha se iniciado mais tardiamente na vida

destes indivíduos. Provavelmente a mudança na dieta deu-se após o diagnostico de

DCNT (BRASIL, 2011; AZEVEDO et. al., 2014).

Dietas ricas em gordura saturada e sal, pobres em frutas e legumes/verduras e

que apresentam uma quantidade insuficiente de fibras e vitaminas, combinadas ao

sedentarismo, são os maiores fatores de risco para DCNT (BRASIL, 2014).

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52

O segundo ponto mais importante deste estudo foi a prevalência de doenças

crônicas, dentre as DCNT as doenças cardiovasculares foram as mais prevalentes

na amostra analisada. De acordo com especialistas da Sociedade Brasileira de

Cardiologia as doenças do aparelho circulatório estiveram entre as 10 principais

causas de mortes no ano de 2009 tanto nos países em desenvolvimento quanto nos

desenvolvidos. Nos países em desenvolvimento foram responsáveis por 28,7% dos

óbitos e nos desenvolvidos por 26,6% (ANDRADE et. al., 2014).

Segundo o Ministério da Saúde (2008) os dados Brasil apontaram que as

doenças cardiovasculares foram responsáveis por um terço de todos os óbitos e

quase 30% do total de mortes na faixa etária de 20 a 59 anos de idade, atingindo a

população adulta em plena fase produtiva.

Para a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (2014) existem

vários fatores de risco para doenças cardiovasculares. Alguns fatores de risco são

mutáveis e se relacionam ao estilo de vida do indivíduo e envolve hábitos e

comportamentos que podem ser evitados, tratados e controlados. Outros fatores de

risco são imutáveis e envolvem, por exemplo, o histórico familiar e a etnia. Estes

fatores além de favorecerem o surgimento das doenças cardiovasculares podem

ainda ser obstáculos ao tratamento e controle de tais doenças. (EYKEN e MORAES,

2009).

Embora a prevalência das doenças cardiovasculares tenha se mostrado alta na

amostra analisada (74,3%) encontrou-se que a maioria dos longevos pesquisados

referiu praticar um estilo de vida positivo. Ao que parece mesmo com doenças

cardiovasculares este estilo de vida positivo adotado pelos idosos demonstrou ser

fator promotor da longevidade.

O terceiro resultado mais importante deste estudo foi sobre o estilo de

enfrentamento ao estresse utilizado pelos longevos. Importante ressaltar que os

longevos que possuíam um estilo de enfrentamento ao estresse focado no problema

apresentaram um Framingham Score mais baixo em relação aos longevos que

possuíam um estilo de enfrentamento ao estresse focado na emoção.

O Framingham Score do Heart Study é calculado de acordo com o sexo e faixa

etária. Avalia os seguintes fatores de risco para doenças cardiovasculares:

hipertensão arterial, a dislipidemia, tabagismo e diabetes. Tais fatores de risco

também são influenciados pelo estilo de vida. Através uma fórmula baseada nos

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53

resultados do Framingham é possível estimar a probabilidade da ocorrência de

doença coronariana e estabelecer o risco de infarto do miocárdio e angina do peito

na população geral em dez anos. (BRASIL, 2006; LOTUFO, 2008).

Quanto às estratégias de enfrentamento ao estresse Folkman e Lazarus (1984)

sugerem ainda que Indivíduos que possuem um estilo de enfrentamento ao estresse

mais focado no problema demonstram ser mais orientados em encontrar uma

solução para o problemático relacionamento entre indivíduo e ambiente. Suas

estratégias de enfrentamento ao estresse são mais planejadas, ativas e

confrontativas.

Por outro lado Biazzi (2013) reflete que os indivíduos que utilizam o estilo de

enfrentamento ao estresse cujas estratégias são focadas na emoção ou cognição

visam alcançar a regulação do desgaste emocional provocado pela situação de

estresse. Neste caso entende-se que não há muito a fazer para resolver o problema

ou modificar as condições ambientais. Isto pode ocorrer, por exemplo, frente a

eventos incontroláveis como a morte de um ente querido ou a perda de todos os

bens materiais em um acidente ecológico. Diante de tais acontecimentos as forma

que o indivíduo encontra para manter-se bem emocionalmente são a resignação, a

evitação ou a minimização do problema.

Ao que parece com a idade os indivíduos desenvolvem um repertório mais

flexível de estratégias de enfrentamento. Estudos mostraram que os adultos mais

velhos podem utilizar as estratégias focadas no problema, mas tendem a usar mais

o enfrentamento focado na emoção do que as pessoas mais novas porque são mais

hábeis em controlar suas emoções quando a situação assim o exija, ou seja, quando

uma ação focalizada no problema se mostre inútil ou contraproducente (PAPALIA,

OLDS e FELDMAN, 2010).

Anteriormente considerava-se como adaptativo o estilo de enfrentamento cujas

estratégias eram focadas na solução dos problemas e desadaptativo o estilo de

estratégias orientadas para a regulação das emoções. Atualmente tem-se mudado a

noção do que é ou não adaptativo para o individuo. A adaptação frente a uma

situação estressante depende da noção do que é funcional para determinado

individuo, ou seja, da forma como cada um avalia a situação vivida (FORTES e

NERI, 2004).

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54

Esta pesquisa comprovou, porém que as estratégias de enfretamento ao

estresse aceitação e apoio instrumental, que fazem parte do estilo de coping focado

no problema, se mostraram significantes para redução do risco de doenças

cardiovasculares avaliados através do Framingham Score. Utilizar a estratégia

Aceitação é aceitar o fato que o evento estressante ocorreu e é real. Quem utiliza a

estratégia Apoio instrumental procura ajuda, informações ou conselhos sobre o que

fazer. O uso destas estratégias favorece a promoção da saúde e a prevenção de

doenças tais como as cardiovasculares através da adoção de um estilo de vida

positivo (RIBEIRO e RODRIGUES, 2004).

De um modo geral outro resultado muito importante deste estudo foi que todos

os longevos apresentam excelente recuperação da frequência cardíaca após

atividade física de moderada intensidade. Watanabe et. al. (2001) mostraram que

independente qualquer outro fato a recuperação da frequência cardíaca apos

exercícios máximos e submáximos é um preditor poderoso de mortalidade. Para

Cole (2000) A baixa capacidade de recuperação da frequência cardíaca após

atividade física pode esta relacionada à disfunção do ventrículo esquerdo e/ou

desautonomia.

Um valor baixo para a recuperação da frequência cardíaca foi preditivo de

mortalidade em subgrupos importantes, incluindo os idosos, as mulheres, os

doentes com uma resposta cronotrópica normal durante a atividade física e aqueles

que tomam beta bloqueadores. Vale ressaltar que os pacientes que tinha tanto uma

resposta normal cronotrópica durante recuperação da atividade física e uma

frequência cardíaca normal teve um taxa de mortalidade em seis anos de apenas

3%, ou um coeficiente de 0,5 mortes por ano. A associação entre a recuperação da

frequência cardíaca e mortalidade foi mais fraco entre os pacientes que fazem uso

de bloqueadores de canais de cálcio, é possível que estes medicamentos podem ter

anulado a recuperação da frequência cardíaca causando uma queda acentuada na

pressão arterial após a atividade física (SCHWARTZ, 1992).

O aumento da frequência cardíaca durante a atividade física ocorre devido à

combinação da inibição parassimpático e ativação simpática. A queda no ritmo

cardíaco imediatamente após a atividade física é considerada como sendo uma

função da reativação do sistema nervoso parassimpático. A recuperação da

frequência cardíaca está correlacionada com a reativação vagal, que pode ser

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55

importante principalmente durante o primeiro minuto após atividade física. Sabe-se

que o aumento do tônus vagal está associado com o menor risco de morte entre as

pessoas com e sem doença cardiovascular (IAME,1994; ARAI 1989).

WATANABE et. al. (2001) referiram ainda que a mortalidade em três anos foi

menor entre aqueles indivíduos jovens que recuperaram mais do que 23 ciclos

cardíacos no primeiro minuto após a atividade física máxima em relação àqueles

que recuperaram menos do que 23 ciclos. Para adultos a recuperação esperada no

primeiro minuto seria de 17 ciclos após atividade física máxima e 12 ciclos após

atividade física submáxima. Em nosso estudo foi utilizado um teste submáximo e a

média foi de 16 ciclos cardíacos recuperados no primeiro minuto. Os mecanismos

pelos quais a recuperação da frequência cardíaca reduzida confere um risco

aumentado de morte, mesmo entre pacientes sem insuficiência cardíaca ou com

baixa perfusão miocárdica, ainda não são claros.

IMAI et. al.(1994) examinaram as características fisiológica da recuperação da

frequência cardíaca após atividade física em adultos saudáveis, atletas e pacientes

com insuficiência cardíaca. Eles demonstraram que, em todos três grupos, a

reativação vagal foi o principal determinante da diminuição da frequência cardíaca

durante os primeiros 30 segundos de recuperação e que este mecanismo foi

independente da idade e da intensidade da atividade física. A recuperação da

frequência cardíaca foi rápida em atletas, mas foi lento em pacientes com

insuficiência cardíaca e foi completamente abolida pela administração de atropina.

Em outro estudo, o autor Christopher (1999) encontrou uma associação inversa

entre a recuperação da frequência cardíaca e da capacidade para atividade física.

Estes mesmos estudos mostraram ainda que o aumento da atividade vagal tem sido

associado com uma redução do risco de morte, e que a lentificação da recuperação

da frequência cardíaca após atividade física pode ser um importante preditor de

mortalidade.

As implicações clinicas deste estudo estão relacionadas ao fato de que o estilo

de vida voltado a hábitos saudáveis é um fator contribuinte para a longevidade,

portanto, isto deve ser estimulado entre os indivíduos jovens e adultos jovens, pois

ao que parece quanto mais precoce adotar o estilo de vida saudável melhores serão

as condições de envelhecimento. Lidar com o estresse de forma adequada também

contribui para a saúde cardiovascular e longevidade. .Os dados deste estudo

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também fornecem suporte adicional para a incorporação de rotina da avaliação da

recuperação da frequência cardíaca para estratificação de risco de mortalidade entre

indivíduos adultos. Pesquisas futuras são necessárias para determinar a melhor

forma de acompanhar os doentes com recuperação da frequência cardíaca anormal.

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5 CONCLUSÃO

Em uma análise do estilo de vida em 132 indivíduos longevos moradores do

distrito de Capão Redondo em São Paulo podemos concluir que: A maioria dos

longevos tem bom estilo de vida com hábitos saudáveis. Mesmo aqueles que têm

diagnóstico de alguma DCNT apresentam um bom estilo de vida. A chance para

ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis esteve aumentado para fumante

e ex fumantes em relação aos que nunca fumaram. As doenças cardiovasculares

são as de maior prevalência para esta população. O risco cardiovascular

(Framigham Score) foi menor nos indivíduos que utilizavam estilo de estratégias de

enfretamento ao estresse focado no problema. O uso das estratégias de

enfrentamento ao estresse apoio instrumental e aceitação foram as que melhor

contribuíram para redução do Framingham Score. A recuperação da frequência

cárdica apos atividade física de moderada intensidade esteve dentro dos limites

normalidade para este grupo de longevos.

Portanto o objetivo deste estudo: analisar o estilo de vida, as estratégias de

enfrentamento ao estresse (coping) e o tempo da recuperação da frequência

cardíaca após atividade física de moderada intensidade em indivíduos longevos foi

alcançado.

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ANEXOS

Anexo A

CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO - UNASP

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP Pesquisador: Título da Pesquisa: Instituição Proponente: Versão: CAAE: ANÁLISE MULTIFATORIAL DO PERFIL DE IDOSOS LONGEVOS Elias Ferreira Porto Centro Universitário Adventista de São Paulo - UNASP 3 36328214.9.0000.5377 Área Temática: DADOS DO PROJETO DE PESQUISA Número do Parecer: Data da Relatoria: 871.829 12/11/2014 DADOS DO PARECER Bem apresentado Apresentação do Projeto: Bem definido Objetivo da Pesquisa: Bem descritos Avaliação dos Riscos e Benefícios: Foram realizadas todas a correções sugeridas e explicadas a dúvidas. Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: Corrigido Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: Nenhuma Recomendações: Foram corrigidas satisfatóriamente todas as pendencias Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Aprovado Situação do Parecer: Patrocinador Principal: Financiamento Próprio 05.858-001 (11)2128-6230 E-mail: [email protected] Endereço: Bairro: CEP: Telefone: Estrada de Itapecerica, 5859 Jd. IAE

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UF: SP Município: SAO PAULO Página 01 de 02

CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO - UNASP

Continuação do Parecer: 871.829

Não Necessita Apreciação da CONEP: Considerações Finais a critério do CEP: SAO PAULO, 13 de Novembro de 2014 Haller Elinar Stach Schunemann (Coordenador) Assinado por: 05.858-001 (11)2128-6230 E-mail: [email protected] Endereço: Bairro: CEP: Telefone: Estrada de Itapecerica, 5859 Jd. IAE UF: SP Município: SAO PAULO Página 02

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Anexo B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Você está sendo convidado (a) para participar da pesquisa “ANÁLISE MULTIFATORIAL

DO PERFIL DE IDOSOS LONGEVOS”, de responsabilidade da pesquisadora Marilza Amaral Henrique de Souza (RG 22760200-6) orientada pelo professor doutor Elias Ferreira Porto (RG 356540388) do curso de fisioterapia e mestrado profissionalizante em Promoção da Saúde do UNASP. O objetivo deste trabalho é analisar a influencia do estilo de vida e estratégias de coping no tempo da recuperação da frequência cardíaca após o exercício físico de moderada intensidade em indivíduos longevos.

Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder as perguntas a serem realizadas sob a forma de questionários e realizar dois exames. O primeiro exame de bioimpedância avaliará sua composição corporal através de eletrodos conectados aos seus braços e pernas. O segundo será uma caminhada no corredor durante seis minutos. Os riscos de qualquer natureza relacionada à sua saúde e integridade física durante a sua participação são mínimos. Estes riscos estão relacionados apenas a possibilidade natural de queda durante a caminhada, mas este risco é igual ao que o senhor tem no dia a dia, visto que a caminhada de seis minutos é semelhante ao que você realiza constantemente andando na rua. Se, porém você relatar muito cansaço ou apresentar qualquer sinal e sintoma anormal durante o teste de caminhada de 6 minutos, o procedimento será interrompido. Em qualquer situação adversa à sua saúde durante a realização dos procedimentos, faremos contato imediatamente com o Serviço de atendimento médico de urgência (SAMU) pelo telefone 192, e asseguramos a presença do pesquisador em qualquer intercorrência. O benefício pode não ser diretamente para o senhor como participante da pesquisa, mas poderá beneficiar outras pessoas pelo conhecimento cientifico proporcionado pelos resultados deste estudo.

Sua participação é voluntária, isto é, a qualquer momento você pode recusar-se a responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento sem ser prejudicado por isto.

Você não receberá pagamento pela sua participação no estudo e nem haverá custos para participar. Os resultados da pesquisa serão divulgados, mas você terá garantias do sigilo e da confiabilidade dos dados que o identificam. Caso tenha dúvidas sobre o comportamento dos pesquisadores ou sobre mudanças ocorridas na pesquisa que não contam neste termo ou caso considere que esta sendo prejudicado (a) na sua dignidade e autonomia, você pode entrar em contato com a pesquisadora Marilza Amaral Henrique de Souza (11) 96343 7614, ou com o orientador Professor Elias Ferreira Porto (11) 96824 4412 ou também pode consultar o Comitê de Ética em Pesquisa do UNASP pelo telefone (11) 2128 6230. Diante do exposto eu concordo em participar da pesquisa e sei que terei uma cópia deste termo (TCLE assinado em duas vias). São Paulo,....../....../.......... Nome do (a) participante:..................................................................................... Assinatura:............................................................................................................ Nome dos pesquisadores: Marilza amaral Henrique de Souza Assinatura:............................................................................................................ Nome do orientador:............................................................................................. Assinatura:............................................................................................................

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Anexo C Questionário de fatores relacionados ao Estilo de Vida

Parte 1

Idade:_______

Peso:__________Kg Altura:________m

Sexo: ( )F ( )M

Estado Civil:____________________

Nacionalidade:______________________________

Profissão:________________________

Possui alguma religião: ( ) Sim ( ) Não

Possui alguma Doença Crônica não Transmissível: ( )Sim ( ) Não

( ) HAS ( ) diabetes ( ) câncer ( ) doença do coração ( ) osteoporose ( )

Depressão ( ) DPOC ( ) doença dos rins ( ) doença hepática

Parte 2

Critérios de inclusão para teste da caminhada de seis minutos segundo Britto e

Sousa (2006, p.50-51):

Você apresenta ou já apresentou

( ) Angina instável

( ) Infarto agudo do miocárdio recente

( ) Frequência cardíaca de repouso maior que 120 bpm

( ) Pressão arterial sistólica maior que 180 mmHg

( ) Pressão arterial diastólica maior que 100 mmHg

( ) arritmias cardíacas graves nos últimos seis meses.

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Parte 3

Fumante: ( ) Sim ( ) Não Quantos maços por dia:________________________

Etilista: ( ) Sim ( )Não Quantas vezes por semana:________________________

Pratica Atividade Física quantas vezes por semana:_________________________

Você se considera vegetariano? ( )Sim ( )Não (alimentação ovolactovegetariana)

Você dorme quantas horas por dia______________________________________

Quantas vezes por dia você bebe pelo menos um copo de água?_____________

Você vai regularmente ao médico: ( ) Sim ( )Não (1 vez ao ano)

Você mora com sua família: ( )Sim ( )Não

Você se considera uma pessoa estressada: ( ) Sim ( ) Não

Você vive em algum ambiente estressante: ( ) Sim ( ) Não

Em relação as pessoas de sua mesma idade, você considera a sua saúde:

( ) Muito pior ( )Pior ( )Igual ( ) Melhor ( ) Muito Melhor

Em relação ao ano passado a sua saúde está:

( ) Muito pior ( )Pior ( )Igual ( ) Melhor ( ) Muito Melhor

Você acha que seu estilo de vida é:

( ) Saudável/Regrado ( ) Comum ( ) de Risco/Extravagante

Você já foi fumante antes? ( )Sim ( )Não

Á quanto você parou de fumar:________________________________________

O que levou você a parar de fumar:

( ) Suspeita de alguma doença ( ) Recomendação médica ( ) Diagnóstico

estabelecido

( ) Religião ( )Opção própria ( ) Preconceito Social ( ) Outros _____________

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Você já fez uso de bebida alcoólica antes? ( )Sim ( )Não

Á quanto você parou de fazer uso de bebida alcoólica:____________________

O que levou você a para de fazer uso de bebida alcoólica:

( ) Suspeita de alguma doença ( ) Recomendação médica ( ) Diagnóstico

estabelecido

( ) Religião ( )Opção própria ( ) Preconceito Social ( ) Outros ________________

O que motivou você a praticar atividades físicas:

( ) Suspeita de alguma doença ( ) Recomendação Médica ( ) Diagnóstico

estabelecido

( )Opção própria ( ) Estética ( ) Outros _______________________________

Á quanto você pratica Atividade Física:__________________________________

O que motivou você a ter uma alimentação vegetariana:

( ) Suspeita de alguma doença ( ) Recomendação médica ( ) Diagnóstico

estabelecido

( ) Religião ( )Opção própria ( ) Estética ( ) Religião ( ) Outros _____________

Á quanto você é vegetariano:__________________________________________

Á quanto tempo você vai ao médico regularmente (1 vez por ano):_____________

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Anexo D

Matriz do instrumento “Perfil do Estilo de Vida Individual”

a) Sua alimentação diária inclui pelo menos 5 porções de frutas e hortaliças

( 0 ) Nunca ( 1 ) raramente ( 2) as vezes (3) Sim frequentemente

b) Você evita ingerir alimentos gordurosos (carnes gordas, frituras) e doces.

( 0 ) Nunca ( 1 ) raramente ( 2) as vezes (3) Sim frequentemente

b) Você faz 4 a 5 refeições variadas ao dia, incluindo café da manha completo

( 0 ) Nunca ( 1 ) raramente ( 2) as vezes (3) Sim frequentemente

d) Você realiza ao menos 30 minutos de atividades físicas moderadas/intensas, de forma continua ou acumulada, 5 ou mais dias na semana

( 0 ) Nunca ( 1 ) raramente ( 2) as vezes (3) Sim frequentemente

e) Ao menos duas vezes por semana você realiza exercícios que envolvam força e alongamento muscular.

( 0 ) Nunca ( 1 ) raramente ( 2) as vezes (3) Sim frequentemente

f) No seu dia-a-dia, você caminha ou pedala como meio de transporte e, preferencialmente, usa as escadas ao invés do elevador.

( 0 ) Nunca ( 1 ) raramente ( 2) as vezes (3) Sim frequentemente

g) Você conhece sua pressão arterial, seus níveis de colesterol e procura controla-los.

( 0 ) Nunca ( 1 ) raramente ( 2) as vezes (3) Sim frequentemente

h) Você não fuma e não ingere álcool (ou ingere com moderação)

( 0 ) Nunca ( 1 ) raramente ( 2) as vezes (3) Sim frequentemente

i) Você respeita as normas de transito (como pedestre, ciclista ou motorista); se dirige, usa sempre o cinto de segurança e nunca ingere álcool.

( 0 ) Nunca ( 1 ) raramente ( 2) as vezes (3) Sim frequentemente

j) Você procura cultivar amigos e está satisfeito com seus relacionamentos

( 0 ) Nunca ( 1 ) raramente ( 2) as vezes (3) Sim frequentemente

k) Seu lazer inclui encontros com amigos, atividades esportivas em grupo, participação em associações ou entidades sociais

( 0 ) Nunca ( 1 ) raramente ( 2) as vezes (3) Sim frequentemente

l) Você procura ser ativo em sua comunidade, sentido-se útil no seu ambiente social

( 0 ) Nunca ( 1 ) raramente ( 2) as vezes (3) Sim frequentemente

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m) Você reserva tempo (ao menos 5 minutos) todos os dias para relaxar

( 0 ) Nunca ( 1 ) raramente ( 2) as vezes (3) Sim frequentemente

n) Você mantém uma discussão sem alterar-se, mesmo quando contrariado.

( 0 ) Nunca ( 1 ) raramente ( 2) as vezes (3) Sim frequentemente

o) Você equilibra o tempo dedicado ao trabalho com o tempo dedicado ao lazer

( 0 ) Nunca ( 1 ) raramente ( 2) as vezes (3) Sim frequentemente

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Anexo E

Questionário de classificação sociodemográfica

Ficha de Identificação

Data:____/____/____

Gênero: ( ) Masculino ( )Feminino Idade:_____________

Estado Civil: ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Separado ( ) Viúvo ( ) União Estável

Classificação socioeconômica - critério ABEP

Por favor, assinale o seu grau de instrução:

Analfabeto / Fundamental I incompleto 0

Fundamental I completo / Fundamental II incompleto 1

Fundamental II completo / Ens. Médio incompleto 2

Ens. Médio completo / Superior incompleto 4

Superior Completo 8

Item de posse 0 1 2 3 4

Automóvel 0 4 7 9 9

Televisor em cores 0 1 2 3 4

Banheiro 0 4 5 6 7

Empregada Mensalista 0 3 4 4 4

Rádio (excluir o do carro) 0 1 2 3 4

Máquina de lavar roupas 0 2 2 2 2

Toca CD/ DVD 0 2 2 2 2

Freezer 0 2 2 2 2

Geladeira comum / Freezer 0 4 4 4 4

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Anexo F

Escala BRIEF-COPE

Os itens que vai encontrar abaixo exprimem o modo como lida com o stress neste

processo de intervenção com as famílias. Há muitas maneiras de lidar com o

stress/situações de dificuldade e estes itens questionam o que faz para lidar com

essas situações desde que começou intervenção. Obviamente, diferentes pessoas

lidam com as situações de modo diferente, mas estamos interessados no modo

como você tentou lidar com a situação. Queremos saber em que extensão fez aquilo

que o item diz, quanto ou com que frequência. Não responda com base no que lhe

pareceu ter sido mais eficaz na altura, mas se fez ou não fez aquilo. Tente classificar

cada item separadamente dos outros. Responda com uma cruz X nos espaços,

como foi para si, com o máximo de verdade, utilizando as alternativas de resposta

apresentadas:

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Anexo G

Escore cardiovascular de Framingham

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Anexo H

TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS

Nome:__________________________________________________________

Idade:_______________________________Data de nascimento:___________

Avaliador____________________________________Data:_______________

Distância percorrida:_______________________________________________

Distância predita:_________________________________________________

Homens

DC6m = (7,57 x altura, cm) – (5,02 x idade, anos) – 1,76 x peso, Kg – 309m

Limite inferior de normalidade = -153m

Mulheres

DC6m = (2,11 x altura, cm) – (2,29 x peso, Kg) – (5,78 x idade, anos) + 667m

Limite inferior de normalidade = - 139m

PA FC Sat O² FR BORG/D BORG/C DP

0

3º min

6º min

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Anexo I

Escala de Borg modifica