marÍlia freitas de vasconcelos melo diversidade … · e ter mais uma nova chance de recomeçar....

65
MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE GENÉTICA, ESTRUTURA GENÉTICA ESPACIAL, SISTEMA DE REPRODUÇÃO E FLUXO GÊNICO EM JENIPAPO (Genipa americana Linnaeus) UTILIZANDO MARCADORES MICROSSATÉLITES Botucatu 2016

Upload: vuongnhu

Post on 16-Dec-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO

DIVERSIDADE GENÉTICA, ESTRUTURA GENÉTICA ESPACIAL, SISTEMA DE

REPRODUÇÃO E FLUXO GÊNICO EM JENIPAPO (Genipa americana Linnaeus)

UTILIZANDO MARCADORES MICROSSATÉLITES

Botucatu

2016

Page 2: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO

DIVERSIDADE GENÉTICA, ESTRUTURA GENÉTICA ESPACIAL, SISTEMA DE

REPRODUÇÃO E FLUXO GÊNICO EM JENIPAPO (Genipa americana Linnaeus)

UTILIZANDO MARCADORES MICROSSATÉLITES

Tese apresentada à Faculdade de

Ciências Agronômicas da Unesp Câmpus

de Botucatu, para obtenção do título de

Doutora em Ciência Florestal.

Orientador: Prof. Dr. Mario Luiz Teixeira

de Moraes

Coorientadora: Dra. Ana Veruska Cruz da

Silva

Botucatu

2016

Page 3: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO – SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - UNESP – FCA – LAGEADO- BOTUCATU (SP)

Melo, Marília Freitas de Vasconcelos, 1983- M528d Diversidade genética, estrutura genética espacial, sistema

de reprodução e fluxo gênico em jenipapo (Genipa americana Linnaeus) utilizando marcadores microssatélites / Marília Freitas de Vasconcelos Melo. – Botucatu :[s.n.], 2016

64 f.: ils. color., grafs.,tabs.

Tese (Doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2016

Orientador: Mario Luiz Teixeira de Moraes Coorientadora: Ana Veruska Cruz da Silva Inclui bibliografia

1. Ecologia florestal. 2. Plantas – Melhoramento gene-

tico. 3. Genética de populações. 4. Marcadores genéticos. 5. Jenipapo – Genética. I. Moraes, Mario Luiz Teixeira de. II. Silva , Ana Veruska Cruz da. III. Universidade Esta-dual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Campus de Botuca-tu). Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu. IV. Título.

Page 4: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre
Page 5: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre
Page 6: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

Aos meus pais,

Antônio Ferreira de Melo e Maria Freitas de Vasconcelos Melo. Amo vocês!

Dedico

A todos aqueles que de alguma forma torceram

para que eu chegasse até aqui

Ofereço

Page 7: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre
Page 8: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

Agradecimentos

Primeiramente, agradeço a Deus pela oportunidade de acordar todos os dias

e ter mais uma nova chance de recomeçar.

Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre me apoiar em minhas decisões e como isso... me oportunizar ter a certeza de hoje dizer... “Eu não existo longe de vocês”.

Aos meus sobrinhos, que em seus gestos simples e puro me fazem acreditar na esperança de um mundo melhor. Vocês me ensinaram uma linda forma de amar.

Aos meus irmãos, por sempre valorizarem a minha busca pelo conhecimento e por todos os momentos de alegria.

Ao meu noivo, Romullus de Sousa Lustosa, por entender que muitas vezes o tempo precisa ser limitado, por valorizar o meu trabalho e sempre acreditar que tudo vai dá certo.

À minha amiga, Danilla Cristina Lemos Souza, por toda amizade, respeito e convivência durante todo esse período. Sua presença tornou o caminho muito mais fácil de ser trilhado e a saudade suportada.

À minha co-orientadora, Dra. Ana Veruska Cruz da Silva Muniz, que esteve comigo desde o meu primeiro passo em busca dessa conquista, sempre me dizendo SIM, quando tudo parecia não ser possível.

Ao meu mestre, o Prof. Dr. Alexandre Magno Sebbenn, com quem eu tenho aprendido muito. Tenho certeza que nossos caminhos ainda vão se cruzar, pois ainda tenho muito que aprender e o considero uma das maiores fonte de conhecimento do nosso meio científico.

Ao Dr. Bruno César Rossini, pessoa fundamental para execução prática do meu trabalho. Obrigada por cada minuto de atenção a mim dedicado. Obrigada pela paciência e dedicação. Sem você, com certeza, o trabalho não teria fluido da maneira que ocorreu.

Ao Prof. Dr. Celso Luiz Marino, uma das pessoas mais simples e humana que conheci nessa minha trajetória. Que me recebeu da melhor forma que se pode receber alguém...me dizendo “ Se precisar de alguma coisa, estou por aqui”.

Ao meu orientador, o prof. Dr. Mario Luiz Teixeira de Moraes, por aceitar me orientar mesmo sem saber a pessoa quem eu era e, por todos os conhecimentos transmitidos.

A Sra. Selma, por todo atenção e presteza durante esse período.

Page 9: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

Ao MSc José Cambuim, pessoa extremamente dedicada, de conhecimento ímpar e excelente profissionalismo, agradeço cada ida a campo e principalmente por cada palavra pronunciada.

À Dra. Ananda Virgínia, por toda ajuda, amizade, conhecimento compartilhado e por dividir momentos tão lindos durante o IUFRO 2014.

Aos amigos que Botucatu me proporcionou: Lídia, João,Karine, Thiago, Natália, Kelly e Andréia ...vocês são verdadeiros anjos que Deus colocou em minha vida.

Aos meus amigos Darlin Ulises, Kelly Cristina, Francine, Wanderley, Max, Ricardo e Diego por todos os momentos vividos. Vocês tornaram minha passagem por Ilha Solteira muito mais prazerosa.

Ao grupo de pesquisa da Embrapa Tabuleiros Costeiros, na pessoa de

Marina, Letícia, Adrielle e Jéssica, por todo apoio na execução do meu trabalho e amizade. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, pela concessão da bolsa de doutorado referente ao Processo FAPESP nº2013/19444-6.

A todos vocês,

Muito Obrigada!

Page 10: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

RESUMO

Estudos sobre ecologia e genética de populações são fundamentais para entender

os efeitos da fragmentação sobre espécies florestais. Um estudo baseado em

genética quantitativa e marcadores microssatélites foi realizado para investigar a

diversidade genética, estrutura genética espacial, sistema de reprodução e a

dispersão de pólen em uma população natural e em um teste de progênies de

Genipa americana L. para fins de conservação e melhoramento genético. As coletas

foram realizadas em duas populações: a primeira localizada no nordeste do Brasil,

em uma área de transição entre a Mata Atlântica e a Caatinga (POP-SE) e a

segunda no sudeste, em um Banco Ativo de Germoplasma estabelecido em área de

transição entre a Mata Atlântica representada pela Florestal Estacional Semidecidual

e o Cerrado (POP-SP). Foram coletados tecidos foliares de 30 árvores matrizes e 20

plantas/progênie em cada uma das populações. As análises do sistema de

reprodução foram realizadas com base no modelo misto de reprodução e modelo de

cruzamentos correlacionados. Como esperado em espécies dióicas, todas as

progênies foram originadas de cruzamento (tm= 1). A taxa de cruzamento entre

parentes (tm – ts) e a correlação de paternidade (rp) foram variáveis entre famílias (tm

– ts= 0,03-0,19; rp= 0,04-0,40). O índice de fixação (F) foi significativamente menor

em adultos que em progênies, indicando seleção contra indivíduos endogâmicos. A

correlação de paternidade dentro de frutos (0,40) foi maior que entre frutos (0,26),

indicando um menor número efetivo de doadores de pólen (Nep) dentro de frutos

(2,5) que entre frutos (3,8). Devido a maior rp na POP-SE, o tamanho efetivo dentro

de famílias nesta população foi menor (2,69) que na POP-SP (3,27). O coeficiente

de correlação de Spearman mostrou que o aumento no Nepaumenta a diversidade

genética e o Ne dentro de famílias.O padrão de dispersão de pólen foi fortemente

leptocúrtico, sugerindo dispersão de pólen a longa distância (média = 179 m). Os

resultados evidenciam a variabilidade genética entre os indivíduos e indicam a

potencialidade dos mesmos para a conservação in situ, coleta de sementes para

formação de bancos de germoplasma, bem como para a recuperação de áreas

degradadas e futuros programas de melhoramento genético em áreas de transição

entre diferentes biomas.

Palavras-chave: conservação genética, fragmentação florestal, genética de

populações

Page 11: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre
Page 12: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

ABSTRACT

Studies about ecology and population genetics are essential to understand the

effects of fragmentation on forest species. A study based on quantitative genetics

and microsatellite markers was conducted to investigate the genetic diversity, spatial

genetic structure, mating system and pollen dispersal in a natural population and on

an progenies test of Genipa americana L. aiming conservation and breeding.

Samples were collected in two populations: the first located in the northeast of Brazil,

in a transition area between the Atlantic Forest and Caatinga (POP-SE) and the

second in the southeast, in an Active Germplasm Bank established in area transition

between the Atlantic represented by Forest Semideciduous and the Cerrado (POP-

SP).Leaf tissues were collected from 30 seed-trees and 20 plants/progeny in each of

the populations. The analysis of the mating system were performed based on the

mixed mating model and correlated crosses model. As expected in dioecious

species, all offspring were originated from outcrossing ( mt = 1). The mating among

relatives rate ( sm tt ) and paternity correlation ( pr ) were variable among families (

sm tt = 0.03-0.19; pr = 0.04-0.40), especially in NP. Fixation index ( F ) was generally

significant lower in the adults than offspring, indicating selection against inbreed

individuals. The paternity correlation within fruits (0.40) was higher than among fruits

(0.26), indicating that lower effective number of pollen donors ( epN ) within fruit (2.5)

than among fruits (3.8). Due to the highest pr in NP, the effective size within families (

eN ) was lower in NP (2.69) than PT (3.27). The Spearman ranking correlation

showed that the increase in epN increase the genetic diversity and eN within families.

The pollen dispersal pattern was strongly leptokurtic, suggesting long pollen

dispersal distance (mean= 179 m). The results show the genetic variability among

individuals and indicate the suitability of the same for conservation in-situ, seed

collection for genebanks in training, as well as the recovery of degraded areas and

future programs of breeding in transition areas between different biomes.

Keywords: genetic conservation, forest fragmentation, population genetics

Page 13: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre
Page 14: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

SUMÁRIO 1 Introdução ............................................................................................................. 15 2 Objetivos ............................................................................................................... 15

2.1 Geral ................................................................................................................ 15

2.2 Específicos ....................................................................................................... 16

3 Revisão de Literatura ........................................................................................... 16 3.1 Fragmentação Florestal e seus efeitos genéticos ............................................ 16

3.2 Genipa americana L. ........................................................................................ 18

3.3 Parâmetros genéticos em espécies arbóreas nativas ...................................... 19

3.4 Genética de populações por marcadores genéticos ........................................ 21

3.5 Fluxo gênico ..................................................................................................... 23

3.6 Sistema de Reprodução ................................................................................... 23

4 Material e Métodos ............................................................................................... 25 4.1 Material ............................................................................................................ 25

4.2 Métodos ........................................................................................................... 27

4.2.1 Caracteres quantitativos ............................................................................ 27

4.2.1.1 POP-SE .................................................................................................. 27

a) Coleta, beneficiamento e semeadura ............................................................. 27

b) Formação de mudas ....................................................................................... 27

4.2.1.2 POP-SP .................................................................................................. 29

a) Teste de progênies e caracteres avaliados .................................................... 29

b) Modelo estatístico e estimativas de parâmetros genéticos ............................. 29

4.2.2 Análises dos locos microssatélites............................................................. 31

4.2.2.1 Atividades comuns as populações POP-SE e POP-SP .......................... 31

a) Coleta de tecidos foliares para extração do DNA ........................................... 31

b) Quantificação do DNA .................................................................................... 33

c) Diluição do DNA ............................................................................................. 34

d) Reações de PCR ............................................................................................ 34

e) Genotipagem .................................................................................................. 36

f) Diversidade, estrutura genética e endogamia ................................................. 36

g) Sistema de reprodução ................................................................................... 37

h) Coeficiente de correlação de Spearman ......................................................... 38

4.2.2.2 POP-SE .................................................................................................. 38

5 Resultados ............................................................................................................ 39 5.1 Genética quantitativa ....................................................................................... 39

5.2 Genética Molecular .......................................................................................... 40

5.2.1 Diversidade genética e endogamia ............................................................ 40

5.2.2 Dispersão de pólen .................................................................................... 41

Page 15: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

5.2.3 Sistema de Reprodução em nível de população ....................................... 42

5.2.4 Sistema de reprodução em nível de família .............................................. 43

6 Discussão ............................................................................................................. 47 6.1 Genética Quantitativa ...................................................................................... 47

6.2 Genética Molecular .......................................................................................... 48

6.2.1 Diversidade genética e endogamia ........................................................... 48

6.2.2 Dispersão de pólen ................................................................................... 49

6.2.3 Sistema de Reprodução ............................................................................ 49

7 Conclusões .......................................................................................................... 51 Referências ............................................................................................................. 52 Apêndice .................................................................................................................. 64

Page 16: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

15

1 Introdução

No Brasil ocorre uma exploração indiscriminada dos recursos naturais. Da

maneira que esta vem ocorrendo, puramente exploratória, tem contribuído

desfavoravelmente para a manutenção desses ecossistemas, sendo iminente a

necessidade de conservação dos mesmos, além da recuperação das áreas já

devastadas. Um exemplo prático desse fato está relacionado à Mata Atlântica, onde

a conservação desse ecossistema é considerada prioritária para a manutenção da

diversidade biológica no continente americano (DINERSTEIN et al., 1995). Esse

reconhecimento se deve principalmente a alta diversidade de espécies, aliada a

significativos níveis de endemismo (FONSECA, 1997; CORDEIRO, 1999) e ao

elevado grau de fragmentação de seus ambientes (CÂMARA, 1991). A avaliação da

diversidade genética é considerada vital para a formulação de estratégias de

conservação, principalmente para espécies ameaçadas de extinção. Somente com a

conservação da diversidade genética podem ser mantidos os processos evolutivos

atuantes nas populações (GLASENAPP et al., 2014).

Dentre as espécies arbóreas de ocorrência nesse Bioma, Genipa americana

Linnaeus, conhecida vulgarmente como jenipapo, apresenta relevância, tanto

ecológica quanto sócio- econômica. O jenipapeiro apresenta alta plasticidade

ecológica, ocorrendo em várias formações florestais de toda a América Tropical, o

que sugere alta diversidade genética entre e dentro de populações, uma vez que a

diversidade genética é determinada por fatores evolutivos como seleção natural,

mutações, deriva genética, migração e fluxo de genes.

A genética quantitativa e os marcadores moleculares são ferramentas

fundamentais para estudos sobre diversidade e estrutura genética de populações.

Tais ferramentas auxiliam no manejo de populações naturais e recuperação de

áreas degradadas, para fins de conservação e futuros programas de melhoramento

de G. americana L.

2 Objetivos

2.1 Geral

Avaliar a variabilidade e diversidade genética, endogamia, estrutura genética

espacial intrapopulacional (SGS), sistema de reprodução e dispersão de pólen em

Page 17: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

16

uma população natural de Genipa americana e em um teste de progênies, visando à

conservação genética da espécie e coleta de sementes para fins de recuperação de

áreas degradadas.

2.2 Específicos

i) Quantificar a SGS na população natural;

ii) determinar a correlação de paternidade hierárquica entre e dentro de frutos

na população natural e em árvores no teste de progênies;

iii) determinar a distância da dispersão de pólen na população natural;

iv) determinar a diversidade genética, endogamia, tamanho efetivo de variância

e número de árvores matrizes para a coleta de sementes.

3 Revisão de Literatura

3.1 Fragmentação Florestal e seus efeitos genéticos

Devido ao impacto das atividades humanas, a diversidade biológica está se

reduzindo, principalmente com o aumento da taxa de extinção de espécies e

isolamento reprodutivo de populações e indivíduos, ações estas que desequilibram e

desestabilizam os ecossistemas.

No Brasil, como em outros países tropicais, uma exploração indiscriminada vem

ocorrendo em florestas nativas em virtude do crescimento demográfico e expansão

das fronteiras agrícolas. Este tipo de exploração, aliado ao desconhecimento das

exigências culturais, da biologia reprodutiva, da regeneração e do padrão de

distribuição genética das diferentes espécies florestais nativas, têm ocasionado

deterioração da base genética, comprometendo o patrimônio dos ecossistemas.

Além da exploração predatória, a fragmentação dos habitats pode acarretar a

extinção de populações locais e ainda levar a perdas da biodiversidade e mudanças

na distribuição e abundância das espécies devido à descontinuidade da vegetação

original, acarretando impedimentos para a migração, restrição do tamanho das

populações e acréscimo dos efeitos de borda (PINTO e CARVALHO, 2004).

Esse cenário é encontrado nos mais diferentes Biomas, sendo a situação mais

crítica observada na Mata Atlântica e Cerrado. Estes, portanto, são considerados

hotspots, ou seja, áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade, uma vez

que possuem mais de 1500 espécies endêmicas de plantas e mais de ¾ da sua

Page 18: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

17

vegetação original dizimada (MYERS et al., 2000). Em pesquisa recente tem-se que

a Mata Atlântica conta com apenas 8,5% (SOS MATA ATLÂNTICA, 2013) e o

Cerrado com 20% (CI, 2003) da sua vegetação original. Outro bioma que também

tem despertado a atenção da comunidade científica é a Caatinga, uma vez que é o

único ecossistema exclusivamente brasileiro e vem sendo vastamente explorado

sem nenhum plano de manejo prévio, o que leva a perda de espécies antes mesmo

de serem conhecidas. Hoje existe menos de 50% da vegetação original desse

Bioma (SPITZCOVSKY, 2013). Além dos estudos em ecossistemas distintos, as

áreas de transição (ecótonos) têm recebido atenção por parte dos pesquisadores,

uma vez que estas pressupõem a existência de interação ativa entre dois ou mais

ecossistemas, que resultam em propriedades que não existem em qualquer um dos

ecossistemas adjacentes (ODUM, 1997).

Ressalta-se que para conservação genética de uma espécie é necessário o

conhecimento da distribuição da diversidade genética entre e dentro de suas

populações (LACERDA e KAGEYAMA, 2003). Alem disso, o padrão espacial ou a

estrutura da diversidade genética dentro de populações é um componente

importante dos processos genético-ecológicos e evolutivos de populações naturais

de plantas. O conhecimento da estrutura genética espacial pode melhorar a

eficiência da amostragem para maximizar a diversidade gênica (EPPERSON, 1990),

uma vez que a estrutura genética espacial é determinada pelos mecanismos de

dispersão de pólen e sementes, ou seja, pelo fluxo gênico.

Diante disso, são imprescindíveis estudos genéticos em nível populacional das

espécies que compõem tais ecossistemas, buscando o entendimento dos efeitos da

fragmentação sobre o fluxo gênico, sistema de reprodução e diversidade, de modo

que sejam estabelecidas estratégias de conservação genética, sobretudo em áreas

perturbadas, procurando reunir subsídios que contribuam para a conservação in situ.

A preservação da diversidade genética se tornou objetivo da maioria dos

programas de conservação e conhecer a distribuição desta diversidade dentro e

entre populações naturais é o primeiro passo (CAVALLARI, 2004). O conhecimento

do modo como a diversidade genética de uma espécie está distribuída em suas

populações é essencial para a sua manutenção (REIS, 1999) e estabelecimento de

formas de exploração econômica (LACERDA et al., 2001). Gusson et al. (2005),

estudando diversidade e estrutura genética espacial em duas populações naturais

de espécie arbórea tropical- Eschweilera ovata (Cambess.) Miers (Biriba), - por meio

Page 19: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

18

de marcadores isoenzimáticos, identificaram altos níveis de diversidade genética

dentro e baixo entre populações, logo estas tem alto potencial para conservação

genética in situ, bem como para a coleta de germoplasma, visando sua conservação

ex situ. Outro estudo visando a análise da estrutura genética espacial (SGS) foi

realizado por Moreno et al. (2009), com a finalidade de subsidiar estratégias para

conservação de Hymenaea stigonocarpa no Cerrado do Estado de São Paulo,

utilizando locos microssatélites cloroplastidiais (cpSSR) universais. Foi possível

concluir que para fins de conservação ex situ, a coleta de sementes nas populações

da Estação Ecológica de Assis e Floresta Estacional de Assis deverão obedecer a

uma distância mínima de 750 m entre árvores matrizes.

Aliado a tais parâmetros, deve-se também levar em consideração o

conhecimento dos processos reprodutivos de espécies arbóreas tropicais, uma vez

que pode fornecer informações importantes para auxiliar nas tomadas de decisão do

manejo florestal, a fim de garantir a reprodução e manutenção da diversidade

genética das espécies nas áreas manejadas. Estratégias adequadas de manejo

deveriam levar em consideração ainda o modo pelo qual populações de

polinizadores seriam influenciadas pelas modificações na freqüência e composição

das espécies florestais. Sabe-se que nas florestas tropicais existem grupos de

espécies de plantas que compartilham os mesmos vetores de polinização e a

susceptibilidade dessas espécies quanto à exploração florestal, visando à

manutenção da capacidade reprodutiva das populações (MAUÉS e OLIVEIRA,

2010).

3.2 Genipa americana L.

Genipa americana L. (Rubiaceae) distribui-se naturalmente entre o México e

Brasil (CARVALHO, 1994). É considerada uma espécie secundária tardia, com

características de clímax (CARVALHO, 1994). A planta é heliófita, seletiva, higrófila,

característica de florestas pluviais e semidecíduas situadas em várzeas úmidas e

brejosas (LORENZI, 1992), sendo comum nas matas ciliares, onde suporta longos

períodos de imersão, durante a época de cheia dos rios (NILSSON, 1989; DURIGAN

e NOGUEIRA, 1990). Apresenta uma altura média de 8 a 14 m, diâmetro a altura do

peito (DAP) de 49 a 60 cm (LORENZI, 1992), podendo atingir até 25 m de altura e

90 cm de DAP (CARVALHO, 1994). O jenipapeiro se reproduz por apomixia e

alogamia e a dispersão dos frutos ocorre por gravidade, zoocoria e hidrocoria

Page 20: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

19

(CRESTANA, 1993; CARVALHO, 1994). A espécie é dioica (BAWA et al., 1985;

CRESTANA, 1993) e a polinização é entomofílica, efetivada por mamangavas

Bombus morio e Picharis rustica flava (CRESTANA, 1993). Sua madeira é

empregada na construção civil, marcenaria, na confecção de móveis, cabos de

ferramentas e para carpintaria em geral. A casca é usada em curtumes para tratar

couros por ser rica em taninos. Seus frutos, comestíveis, quando ainda verdes

fornecem um corante de cor azulada que é utilizado para diversas finalidades. Esta

propriedade já era bem conhecida pelos índios que os utilizavam para tingirem

tecidos, enfeites, cerâmicas e para pintar o corpo nas cerimônias religiosas e

durante as batalhas. Este poder corante é devido à presença de um iridóide

denominado genipina, que se apresenta originalmente incolor, mas que quando

exposto ao ar ou em contato com as proteínas da pele torna-se azul escuro e

finalmente preto. Para extrair o corante do fruto, este deve ser cortado imaturo,

espremido e depois o suco coado (CORRÊA, 1969; LORENZI, 2000; MORS et al.,

2000; DELPRETE et al., 2005).

Na literatura, trabalhos com o jenipapo são generalizados e envolvem a

fenologia e frutificação (CRESTANA et al., 1992; NASCIMENTO e DAMIÃO-FILHO,

1998; SOUZA et al., 1999), efeito de priming e armazenamento em sementes

(SANTOS et al., 2011), marcadores isoenzimáticos (SEBBENN et al. (1998a);

SEBBENN et al. (1998b); SEBBENN et al. (2003); SEBBENN, 2004), marcadores

RAPD (RABBANI et al., 2012), manejo para produção de madeira e marcadores

ISSR (SANTOS, 2012), diversidade e estrutura genética de um banco de

germoplasma por meio de SSR (SILVA et al., 2014) e estudos sobre diversidade,

estrutura genética, sistema de reprodução e fluxo gênico em Genipa americana,

também por meio de marcadores microssatélites (MANOEL et al., 2014a; MANOEL

et al., 2014b; MANOEL et al., 2015a; MANOEL et al., 2015b).

3.3 Parâmetros genéticos em espécies arbóreas nativas

Com o objetivo de quantificar a estrutura genética em populações de uma

espécie, têm-se como opção os estudos fenotípicos e genotípicos para caracteres

adaptativos (diâmetro, altura, sobrevivência, etc.), utilizando delineamentos

experimentais como testes de procedências e progênies, ou seja, por meio da

conservação ex situ (KAGEYAMA e DIAS, 1985). Os parâmetros genéticos de

caracteres quantitativos como herdabilidade, coeficientes de variação genética e

Page 21: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

20

ganhos na seleção são estimados em testes de progênies pelos componentes de

variância, os quais são específicos para determinada população. Tais parâmetros

têm sido estimados por diferentes métodos que evoluem à medida que novas teorias

e técnicas computacionais são desenvolvidas (MELIS et al., 2003). Para tanto, o

primeiro passo seria a estimação dos parâmetros de herdabilidades e correlações,

os quais são extremamente importantes na definição da estratégia de melhoramento

genético a ser adotado (MARCONDES et al., 2000).

A conservação genética ex situ permite a manutenção da variabilidade genética,

além de fornecer informações a respeito dos padrões de variação genética e

controle genético de caracteres de interesse econômico (SEBBENN e ETTORI,

2001), a partir da estimativa de parâmetros genéticos de caracteres quantitativos

(ARAÚJO et al., 2014) e assim fornecer informações para futuros programas de

melhoramento da espécie de interesse.

Há, porém, carência de informações sobre as espécies tropicais nativas, o que

dificulta a adoção de práticas conservacionistas ou de recuperação de áreas

degradadas (CARPI et al., 1996). Na Tabela 1 segue alguns parâmetros de espécies

já estudadas sendo, portanto a base de informação que temos nos dias atuais.

Page 22: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

21

Tabela 1 - Parâmetros genéticos para altura (ALT), diâmetro a altura do peito (DAP)

e sobrevivência (SOB) de algumas espécies arbóreas

h2a = herdabilidade individual no sentido restrito; h

2mp = herdabilidade média de progênies; h

2ad =

herdabilidade aditiva dentro de parcela; CVg = coeficiente de variação genética; CVe = coeficiente de variação experimental; CVr = coeficiente de variação relativa.

3.4 Genética de populações por marcadores genéticos

O processo de fragmentação florestal isola e reduz o tamanho das populações

e, consequentemente, afeta o fluxo gênico entre populações e pode aumentar a taxa

de autofecundação, taxa de cruzamentos correlacionados (YOUNG e BOYLE,

2000), estrutura genética espacial intrapopulacional e o parentesco e endogamia nas

Espécie Caracteres h2a h2

mp h2ad CVg CVe CVr Autores

Astronium

graveolens

ALT 0,08 8,2 38,6 Araújo et

al., (2014) DAP 0,15 21,2 29,5

SOB - - -

Eucalyptus

camaldulensis

ALT 0,72 3,36 20,44 Moraes et

al., (2007) DAP 0,73 5,39 33,66

SOB - - -

Myracrodruom

urundeuva

ALT 0,43 0,67 0,43 17,8 12,5 0,71

Otsubo et

al., (2015)

DAP 0,38 0,62 0,37 22,9 17,7 0,65

SOB 0,06 0,33 0,04 6,9 10,0 0,35

Astronium

fraxinifolium

ALT 0,18 0,52 0,16 13,2 12,6 0,52

DAP 0,38 0,51 0,18 16,5 16,2 0,51

SOB 0,04 0,20 0,03 6,3 12,8 0,25

Terminalia

argentea

ALT 0,39 0,81 0,32 19,3 9,5 1,02

DAP 0,20 0,73 0,22 21,0 12,7 0,83

SOB 0,25 0,62 0,21 30,5 24,0 0,64

Enterolobium

contortisiliquum

ALT 0,66 10,1 Sant’Ana et

al., (2013) DAP 0,65 10,8

SOB

Eucalyptus

urophylla

ALT 0,03 0,19 0,03 2,67 12,50 0,21 Souza et

al., (2011) DAP 0,10 0,50 0,08 5,61 12,63 0,44

SOB - - - - - -

Peltophorum

dubium

ALT 0,35 2,3 7,8 Senna et

al., (2012) DAP 0,66 4,8 8,4

SOB - - -

Dipteryx alata

ALT 0,29 0,84 17,3 17,3 1,02 Zaruma et

al., (2015) DAP 0,27 0,86 17,9 16,2 1,10

SOB - - - - -

Page 23: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

22

gerações descendentes (CARVALHO et al., 2010). Devido a isso, estudos dos

efeitos da fragmentação são fundamentais para predizer as mudanças genéticas

causadas nas populações de espécies arbóreas tropicais e assim estabelecer

estratégias de conservação das mesmas. Em tais estudos, o conhecimento dos

sistemas de cruzamento e fluxo gênico é de extrema importância para compreender

a organização da diversidade genética em populações naturais de plantas. Esses

processos promovem a manutenção da diversidade genética das espécies vegetais

e, portanto, aumentam a adaptabilidade das espécies para futuras mudanças

ambientais (KANASHIRO et al., 2002).

Os marcadores microssatélites, devido ao seu alto grau de polimorfismo, em

termos de número de alelos, bem como o seu padrão de co-dominância, são

excelentes para estes estudos. Como exemplo da eficiência desse método, pode-se

citar o trabalho de Carvalho et al. (2010), onde tais marcadores foram utilizados para

investigar a taxa de imigração e a distância de dispersão de pólen e sementes em

uma pequena população fragmentada de Copaifera langsdorffii Desf., uma árvore

tropical, hermafrodita e polinizada por insetos (abelhas Apis melífera, Trigona sp e

outros insetos). Os resultados evidenciam que apesar do elevado nível de

fragmentação que se encontra, a população apresenta altos níveis de diversidade

genética, devido a uma intensa taxa de imigração de sementes e pólen.

Outro estudo se refere ao trabalho realizado por Gonela et al. (2013) onde a

diversidade genética, estrutura genética e o sistema reprodutivo de populações

naturais e progênies de C. langsdorffii foram estudados utilizando seis locos

microssatélites. Em conclusão, os resultados confirmam que o banco de

germoplasma (BG-USP/RP) mantém substancial diversidade genética de amostras

de populações de C. langsdorffii de forma que este estudo fornece subsídio para o

delineamento futuro de estratégias para a conservação da espécie.

Em G. americana (MANOEL et al., 2014b), foi investigada a diversidade

genética, a estrutura genética espacial intrapopulacional (SGS), o sistema de

reprodução e o fluxo gênico contemporâneo da espécie, em um pequeno

remanescente florestal (7,2 ha) na Estação Ecológica de Mogi-Guaçu, Mogi-Guaçú

(SP), o qual detectou que devido à dispersão de pólen por insetos e a dispersão de

sementes por animais e hidrocoria, a população não estava reprodutivamente

isolada e há conectividade genética entre o fragmento e outras populações.

Page 24: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

23

3.5 Fluxo gênico

Fluxo gênico é considerado um fator fundamental na biologia evolucionária de

plantas, pois afeta a dinâmica de populações, comunidades e ecossistemas

(CONELL e SLATYER, 1977; HARDY et al., 2004). Fatores como o tipo de

polinização, diversidade de sistema reprodutivo, sazonalidade de polinização em

nível de comunidade e longevidade do florescimento, podem influenciar nos padrões

de fluxo gênico em populações de árvores tropicais (BAWA, 1990).

Pressões antropogênicas também podem alterar o padrão de fluxo gênico em

populações de plantas. Desmatamento, urbanização, agricultura intensiva e

fragmentação podem afetar a polinização e dispersão de sementes (BENETT et al.,

2006; JUMP e PENUELAS, 2006; LANDER et al., 2010; ROSAS et al., 2011). Além

disso, o corte seletivo de árvores também pode afetar o fluxo gênico e estrutura

genética espacial (SGS) na população (KANASHIRO et al., 2002), por reduzir a

densidade genética da população reprodutiva (LACERDA et al., 2008).

Com o fluxo gênico reduzido ou ausente, as populações poderão divergir e se

diferenciar ao longo do tempo, tendo como última consequência a especiação

(LOWE et al., 2004). Em curto prazo, em populações de plantas perturbadas são

esperadas o aumento da susceptibilidade às doenças e pragas (BARRETT e KOHN,

1991), a perda de alelos incompatíveis e fixação de alelos deletérios (HUENNEKE,

1991). Em longo prazo, espera-se que a perda de diversidade genética reduza a

capacidade das populações para responder às mudanças nas pressões de seleção

(YOUNG et al., 1996).

Vários trabalhos tem sido desenvolvido nesse tema (BALDAUF et al., 2014;

MEDINA-MACEDO et al., 2015; ARRUDA et al., 2015), de forma a responder

indagações que resultem na melhor estratégias de conservação das espécies, bem

como auxiliar em programas de melhoramento genético.

3.6 Sistema de Reprodução

A formulação de hipóteses sobre o impacto da fragmentação florestal sob o

sistema reprodutivo das populações de espécies arbóreas é fundamental para

compreender como os indivíduos isolados em fragmentos estão geneticamente

isolados (MORAES e SEBBENN, 2011). Isto é especialmente importante para as

espécies arbóreas da floresta tropical rica em diversidade, como a floresta brasileira,

Page 25: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

24

onde a floresta natural tem sido intensamente convertida em pequenos fragmentos

florestais e árvores isoladas na paisagem em campos e pastagens. É crucial para as

futuras gerações, a conservação destas espécies arbóreas neotropicais, visto que

destas poderá ser obtido algum fármaco, produto químico ou outro recurso que

necessitem (MANOEL et al., 2012b).

O sistema de reprodução é um ponto importante a ser conhecido, uma vez que

se refere à forma como as espécies recombinam seus genes a cada evento

reprodutivo e formam as populações descendentes. O conhecimento da taxa de

cruzamento, taxa de cruzamento entre parentes e correlação de paternidade são

fundamentais em programas de melhoramento genético, conservação genética e

recuperação ambiental, visto que este determina o parentesco, a endogamia e,

portanto o tamanho efetivo das progênies (SEBBENN, 2006). Assim, tal

conhecimento é básico para determinar o número de árvores matrizes para a coleta

de sementes (SEBBENN, 2002; 2006), visto que o sistema de reprodução determina

a magnitude da coancestria e da endogamia nas populações descendentes (MORI

et al., 2013).

Algumas dessas estimativas para espécies arbóreas são apresentadas na

Tabela 2, onde podem ser observadas a predominância de cruzamentos aleatórios,

sendo todos os valores acima de 0, 816 para taxa de cruzamento multilocos (tm).

Tabela 2 - Sistema de reprodução em espécies arbóreas

Espécie tm tm -ts rp Autores

Acrocomia aculeata 0,986 0,383 0,564 Lanes et al., (2016)

Erbythrophleum suaveolens 0,816 0,098 0,112 Duminil et al., (2016)

Eremanthus erythropappus 0,963 0,049 0,394 Barrera et al., (2006)

Peltophorum dubium 0,924 0,092 0,001 Mori et al., (2013)

Copaifera langsdorffi 0,971 0,475 0,905 Manoel et al., (2012b)

Hymenaea stignocarpa 0,821 0,465 0,756 Moraes, (2016)

Eschweilera ovata 0,999 0,066 0,577 Gusson et al., (2006)

Genipa americana 0,946 0,368 0,747 Manoel et al., (2015b)

Bagassa guianensis 0,985 0,052 0,193 Silva et al., (2008)

Handroanthus heptaphyllus 1,000 0,210 0,110 Mori et al., (2015)

Carapa guianensis 0,862 0,134 0,081 Campos et al., (2013)

Myracrodruon urundeuva 1,000 0,020 0,148 Gaino et al., (2011)

tm = taxa de cruzamento multiloco; tm -ts = taxa de cruzamento entre parentes; rp = correlação de paternidade

Page 26: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

25

4 Material e Métodos

4.1 Material

O estudo foi realizado em duas populações de Genipa americana: a primeira

está localizada em um fragmento florestal remanescente, no município de Arauá,

estado de Sergipe (POP-SE), nordeste do Brasil (11o 15' 22"S, 37o 37' 30" W, altitude

de 86 m). Essa população natural ocorre em uma área de transição entre a Floresta

Atlântica e a Caatinga e encontra-se em acentuado grau de fragmentação em

função da criação de gado leiteiro. Os solos presentes na área são os Podzólico

Vermelho Amarelo Equivalente Eutrófico e Podzólico Vermelho Amarelo. O tipo

climático é Megatérmico Úmido a Sub-Úmido, com temperatura média anual de 24,6

°C e precipitação pluviométrica média no ano de 863,3 mm. O intervalo mais

chuvoso é o de março a agosto (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000).

Nessa área foram coletadas sementes de polinização aberta, em 30 árvores

matrizes georeferenciadas (Apêndice A e Figura 1), que tiveram seu DAP

mensurado e uma amostra de folha coletada para análise de DNA.

Figura 1 - Localização geográfica de matrizes de Genipa americana no Município de

Arauá/SE

Page 27: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

26

A segunda população ocorre em um Banco Ativo de Germoplasma (BAG)

localizado em Rosana (POP-SP), estado de São Paulo, região sudeste do país (22°

30’ 38.84” S e 52 °57’ 23.20” W, altitude de 306 m). Esse BAG foi instalado em

novembro de 2000, com a finalidade de compensar o impacto causado pela

construção da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera), na

região do Pontal do Paranapanema (Figura 2) e contém 32 espécies arbóreas da

Floresta Estacional Semidecidual, na forma de testes de progênies, sendo uma

delas a G. americana (POP-SP) com 30 progênies de polinização aberta,

provenientes da área que foi inundada pelo Reservatório (RODRIGUES, 2010). O

clima da região do Pontal do Paranapanema, com base na classificação climática

estabelecida por Köeppen, pode ser classificado com Cfa, ou seja, clima

mesotérmico temperado ou subtropical úmido, com verões quentes e chuvosos e

inverno seco. O solo do local, conforme o Sistema Brasileiro de Conservação do

Solo é um Latossolo Vermelho Distrófico, A moderado, textura média, relativamente

plano e suave ondulado (OLIVEIRA, 1999).

Figura 2 - Localização do BAG-SP, Rosana, SP (Google Earth, 2010).

Page 28: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

27

4.2 Métodos

4.2.1 Caracteres quantitativos

4.2.1.1 POP-SE

a) Coleta, beneficiamento e semeadura

Quatro frutos foram coletados de cada árvore, com o objetivo de analisar

hierarquicamente o sistema de reprodução entre e dentro de frutos. Buscou-se a

coleta dos frutos maduros, preferencialmente sob a copa das árvores, e/ou em

estágio avançado de maturação quando ainda no pé, com o intuito de maximizar a

germinação das sementes. No Laboratório de Sementes Florestais da Embrapa

Tabuleiros Costeiros, em Aracaju-SE, as sementes foram retiradas dos frutos, com o

auxílio de um estilete e a polpa do fruto extraída e lavada em água corrente sobre

uma peneira de malha fina, até a completa despolpa das sementes. Em seguida,

essas foram deixadas para secar a temperatura ambiente sobre papel toalha,

transferidas para copos descartáveis previamente identificados com o número da

planta matriz e fruto (Figura 3). Não foi necessária nenhuma etapa para quebra de

dormência das sementes.

Figura 3 - Beneficiamento das sementes de Genipa americana (A), secagem (B) e

armazenamento (C) para o deslocamento até a casa de vegetação

b) Formação de mudas

A semeadura foi realizada em casa de vegetação, utilizando-se como recipientes

sacos de polietileno (16 x 24 cm) contendo substrato, na proporção 3:1, sendo três

medidas de terra preta para uma de esterco bovino curtido. Blocos de quatro fileiras

B A C

Page 29: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

28

contendo sete sacos cada uma, foram dispostos de forma a separar matrizes (M) e

frutos (F). Em cada saco foi distribuída de três a quatro sementes (Figura 4).

Figura 4 - Disposição dos sacos de polietileno na casa de vegetação, visando a

produção de mudas de Genipa americana

O acompanhamento em dias alternados foi realizado de forma a obter

informações sobre a emergência das sementes e desenvolvimento das mudas

(Figura 5).

Figura 5 - Progênies de Genipa americana, provenientes do município de Arauá-SE,

aos cinco meses após a semeadura

O desenvolvimento das mudas foi acompanhado três vezes por semana, por um

período de seis meses, visando controle de pragas e doenças e verificação de

mortalidade e necessidade de replantio. Aos quatro meses foi identificada a

presença de cochonilhas, sendo necessária a pulverização de óleo de algodão para

Page 30: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

29

controle da mesma. Fato esse que deve ter sido ocasionado devido ao alto teor de

umidade presente na casa de vegetação.

4.2.1.2 POP-SP

a) Teste de progênies e caracteres avaliados

No teste de progênies de Genipa americana, localizado em Rosana-SP, foram

avaliados, aos 16 anos após o plantio, os seguintes caracteres: altura de plantas

(ALT, m), diâmetro a altura do peito (DAP, cm), e sobrevivência (SOB) atribuindo-se

“1” para a presença da planta e “0” para a sua ausência, sendo que nos resultados

esse caráter foi expresso em porcentagem. Esse teste foi instalado com base no

delineamento em blocos casualizados com 30 tratamentos (progênies de polinização

aberta), três repetições e oito plantas por parcela linear, no espaçamento de 1,5 m,

na linha, entre plantas de G. americana e 3,0 m entre linhas, constituída por uma

espécie pioneira conhecida na região por mutambo (Guazuma ulmifolia).

b) Modelo estatístico e estimativas de parâmetros genéticos

As análises estatísticas foram desenvolvidas no programa computacional

genético-estatístico SELEGEN (RESENDE, 2007a), utilizando o método de

REML/BLUP (máxima verossimilhança restrita/melhor predição linear não viciada),

por meio do modelo 93. A análise de deviance para diferenciar os tratamentos foi

realizada também pelo “modelo 93”, do referido programa. O modelo estatístico

utilizado foi: y = Xr + Za + Wp + e, em que: y é o vetor de dados, r é o vetor dos

efeitos de repetição (assumidos como fixos) somados à média geral, a é o vetor dos

efeitos genéticos aditivos individuais (aleatórios), p é o vetor dos efeitos de parcelas

(aleatórios), e e é o vetor de erros ou resíduos (aleatórios). As letras maiúsculas

representam as matrizes de incidência para os referidos efeitos. As expressões da

estimativa dos componentes da variância e dos parâmetros genéticos foram

(RESENDE, 2002 e 2007b).

i) Variância genética aditiva ( 2a ): q/)]CA(trˆaA'a[ˆ 2212

e12

a . Essa variância

foi acomodada com base na estimativa da variância entre progênies ( 2ˆ p ) e no

coeficiente de parentesco (yxr ,

ˆ ), estimado com base nas plantas do próprio teste de

progênies, por marcador genético molecular do tipo microssatélites (SSR):

Page 31: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

30

yx

p

ar ,

2

2

ˆ

ˆˆ

ii) Variância ambiental entre parcelas ( 2c ): 1

3322 /]ˆˆ'ˆ[ˆ sCtrcc ec

iii) Variância residual (ambiental + não aditiva) ( 2e ):

)](/[]''ˆ''ˆ''ˆ'[ˆ 2 xrNyWcyZayXryye ; em que: C22, C33, C44eC55 vem

da inversa de C. C: matriz dos coeficientes das equações de modelo misto; tr:

operador traço matricial; r(x): posto da matriz X; N, q, s: números de dados, de

indivíduos e de parcelas, respectivamente.

iv) Variância fenotípica individual ( 2f ):

2f = 2

a + 2c + 2

e

v) Herdabilidade individual no sentido restrito, ou seja, dos efeitos aditivos ( 2ah ):

2ah =

2

2

f

a

ˆ

ˆ

vi) Herdabilidade da média de progênies, assumindo sobrevivência completa ( 2mh ):

2mh =

rn

r

rr

r

eayxcaxy

ayx

.

ˆˆ.ˆ1ˆˆ.ˆ

ˆ.ˆ22

,2

2

2,

;

em que: :r número de repetições; n : número de plantas por parcela.

vii) Herdabilidade aditiva dentro de parcela ( 2adh ):

2adh =

22

,

2,

ˆˆ.ˆ1

ˆ.ˆ1

eayx

ayx

r

r

viii) Coeficiente de variação genética aditiva individual (evolvabilidade, HOULE,

1992) ( giCV ):

giCV (%) = m

a

ˆ

ˆ 2.100; em que: mé a média geral do experimento.

ix) Coeficiente de variação genotípica entre progênies ( gpCV ):

gpCV (%) = m

r ayx

ˆ

ˆ.ˆ 2,

.100

Page 32: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

31

x) Coeficiente de variação experimental ( eCV ):

eCV (%) = m

nr ceayx

ˆ

ˆ}/]ˆˆ).ˆ1{[( 222,

.100

xi) Coeficiente de variação relativa ( rCV ):

rCV = e

gp

CV

CV

xii) Acurácia da seleção de progênies, assumindo sobrevivência completa ( aar ):

aar = 2mh

xiii) Coeficiente de determinação dos efeitos de parcela ( 2pC ):

2pC =

2

2

f

c

ˆ

ˆ

4.2.2 Análises dos locos microssatélites

4.2.2.1 Atividades comuns as populações POP-SE e POP-SP

a) Coleta de tecidos foliares para extração do DNA

A coleta nas 30 árvores matrizes da POP-SE foi realizada em propriedade

particular, no município de Arauá - SE, distando 103 km do município de Aracaju -

SE (Figura 6). O transporte ao laboratório foi realizado em caixa térmica, contendo

gelo para garantir a integridade das folhas, evitando sua oxidação. Devido à altura

das árvores foi necessária a utilização de um podão.

Figura 6 - Coleta de material foliar em árvores matrizes de Genipa americana, no

município de Arauá - SE

Page 33: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

32

A coleta dos tecidos foliares nas progênies da POP-SE foi realizada na casa de

vegetação da Embrapa Tabuleiros Costeiros, no município de Aracaju/SE (Figura 7-

A). Todo tecido foliar coletado (Figura 7 – B, C) foi identificado, de acordo com o

número da matriz e fruto correspondente, acondicionado em sacos plásticos e

transportado ao Laboratório de Biologia Molecular da Embrapa Tabuleiros Costeiros.

Devido à proximidade entre o local de coleta e o laboratório para extração, as folhas

foram coletadas apenas no momento exato de terem seu DNA extraído, não

havendo necessidade de armazenamento.

A coleta de folhas nas progênies da POP-SP foi realizada no BAG da CESP no

entorno da Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta em Porto Primavera (Rosana-SP),

adotando-se o mesmo procedimento feito na POP-SE. A extração do DNA foi

realizada no Laboratório de Genética de Populações e Silvicultura da Faculdade de

Engenharia de Ilha Solteira/UNESP. A distância entre Rosana-SP (Porto Primavera)

a Ilha Solteira - SP é de 375 km.

Figura 7 - Casa de vegetação (A) da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju - SE) e

progênies de Genipa americana provenientes de sementes de árvores matrizes,

coletadas no município de Arauá-SE e semeadas em saco de polietileno contendo

terra adubada (B, C)

A extração de DNA foi baseada no método descrito por Doyle e Doyle (1990).

Foram utilizados, 15 discos de folhas tenras, obtidos por meio de perfurador de um

furo, para a extração de DNA. Esses discos foram macerados em tubo tipo

microtubo (1,5 mL), contendo nitrogênio líquido. Em seguida foi adicionado 750 µL

tampão de extração [Cetiltrimetil brometo de amônio 2%; Cloreto de sódio (NaCl) 1,4

mM; Tris 1 mM, pH 8,0; Polivinilpirrolidona (PVP) 1%)], 2 µL de β-mercaptoetanol e 3

µL de Proteinase K e posteriormente posto em banho-maria a 65 ºC por 60 min.,

homogeneizando-as a cada 10 min.

A B C

Page 34: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

33

Após o período de incubação, as amostras passaram por um processo de

purificação, em que 500 µL da mistura de clorofórmio e álcool isoamílico (24:1) foi

adicionado ao microtubo. As amostras foram homogeneizadas por meio de lentas

inversões e centrifugadas a 5000 xg, a 20 ºC por 10 min.

O sobrenadante obtido foi coletado e transferido, com o auxílio de uma

micropipeta, para um microtubo contendo 400 µL de isopropanol gelado. As

amostras foram mantidas em freezer por 24 h para a precipitação do DNA, e logo

após centrifugadas a 10000 xg por 10 min., para a então formação do precipitado.

Em seguida o isopropanol foi descartado e substituído por álcool 70% e centrifugado

por 5 min. a 12000 xg. Essa etapa foi repetida mais uma vez. Por fim, foi descartado

o álcool 70% e substituído por álcool absoluto e centrifugado por 5 min. a 12000 xg.

A partir de então, a fase líquida foi descartada e o precipitado colocado para secar

em temperatura ambiente. Depois de seco, este foi ressuspendido em 100 µL de TE

(Tris HCL 10 mM, pH 7,4; EDTA 1 mM) e 6 µL de RNase (110 µg/µL) e incubados

por 30 min. a 37 ºC, em banho-maria.

b) Quantificação do DNA

A quantificação do DNA foi realizada no Departamento de Genética, do Instituto

de Biociências de Botucatu-SP-UNESP. Esse procedimento foi realizado em

espectrofotômetro do tipo NanoDrop 2000c, onde 2 µl do DNA diluído em 44 µl de

solução de extração + 6 µl de Rnase, foi depositado em local específico e

quantificado automaticamente.

Além da quantificação realizada no NanoDrop, algumas amostras foram também

testadas em gel de agarose a 0,8% [1,2 g de agarose e 150 mL de tampão 1x]. Ao

gel foi adicionado 5 uL de GelRed® para coloração. Foram utilizados 2 uL de DNA

concentrado, 7 uL de água ultrapura autoclavada e 4 uL de tampão de

carregamento, sendo aplicados nas canaletas do gel ao lado de uma série de

concentrações conhecidas de DNA, variando de 50 a 150 ng, sendo a concentração

das amostras estimada por comparação. Os géis foram submetidos à eletroforese

por 1 h e 20 min., e as condições de corrida foram: voltagem (100 V), potência (100

W) e amperagem (100 mA).

Page 35: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

34

c) Diluição do DNA

De posse das concentrações do DNA extraído foram realizados testes para

identificar a melhor concentração para diluição de todo material. Com os resultados,

ficou definido que a concentração padrão seria de 50 ng. Assim, deu-se início ao

processo de diluição das amostras, sendo toda diluição realizada em placas para

PCR e adicionando água ultrapura autoclavada, até a concentração desejada. Para

cada amostra, o volume de DNA + Água, foi calculado por meio da expressão:

2211 .. VCVC ;

em que: :1C Concentração inicial; :1V Volume inicial; :2C Concentração final; :2V

Volume final.

d) Reações de PCR

O coquetel de reagentes para cada indivíduo foi composto por 5 µl de GoTaq

Colorless Master Mix; 0,2 µl do Primer Forward (10 mM); 0,2 µl do Primer Reverse

(10 mM), 0,2 µl do Primer contendo a cauda M13 (10 mM) (marcado com FAM, HEX,

NED, PET ou VIC); 4,4 µl de água ultrapura autoclavada e 1 µl do DNA de trabalho.

Foram testados oito conjuntos de primers: Gam 01, Gam 02, Gam 06, Gam 08,

Gam11, Gam24, Gam28 e Gam 41(Tabela 3; MANOEL et al., 2014a), que

apresentam segregação mendeliana e não estão ligados (MANOEL et al., 2015a),

adicionado de uma cauda M13 universal à porção 5’ dos primers forward ou reverse,

seguindo Schuelke (2000).

Page 36: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

35

Tabela 3 - Características dos locos microssatélites desenvolvidos para Genipa

americana L., utilizados no estudo de diversidade genética, estrutura genética

espacial intrapopulacional, sistema de reprodução e fluxo gênico em população

natural e em banco de germoplasma da espécie

Loco Sequência do Primer bp Tm (°C)

Gam 01 F: CATTCCACATTTGCCCTTG

R: GCTTTCCTGTTCCCTAAATCC

175 60

Gam 02 F: GCACCAGAGTCTAAAGCCAGA

R: TGCACGAGTTCATTGAGATTG

186 60

Gam 06 F: CTCTGCGTGTGTGTGTGTGT

R: CAAAGACTGTGCGGCATCT

150 60

Gam 08 F: ACGGCTTTTCTTGTCTGGTC

R: GGCATAATCCAAACCTGCTA

175 59

Gam 11 F: AGCCACTACCACCAGTCCAT

R: GGAGACCGAGTGTTACATTTCA

215 59

Gam 24 F: TGTCCAAAAACCAGAAATC

R: CAGCTGGAATAAGAAAATGA

189 53

Gam 28 F: ACTCAGTCAACCTCCGAA

R: TACCCAAAAGATTCAGCC

226 54

Gam 41 F: TCTTGATTACTGGATGACAGAC

R: CCTTCACTGCTTCACACAC

132 55

bp= pares de base; Tm (°C)= temperatura de anelamento

O programa de amplificação do DNA consistiu de uma temperatura inicial de 94

°C por 5 min., seguido de 30 ciclos que envolvem temperaturas de 94 °C por 1 min.,

temperatura de anelamento do Primer (MANOEL et al., 2014a) por 1 min. e 72 °C

por 1 min. (etapa de amplificação do loco). Além disso, mais 12 ciclos de 94 °C por

30 segundos, 53 °C por 45 seg. e 72 °C por 45 seg. (anelamento e extensão da

cauda M13), uma extensão de 72 °C por 20 min. e finalização com 12 °C. A

amplificação se deu em termociclador Eppendorf, utilizando placas para PCR

contendo 96 poços e 11 L do coquetel.

Uma amostra de 16 indivíduos, por placa, teve seus produtos da amplificação

separados por eletroforese, realizada a 120 V, em gel de agarose a 3%, por 40 min.,

visando comprovar a eficiência da amplificação. A corrida eletroforética foi realizada

em cuba horizontal, contendo tampão TBE (Tris-Borato-EDTA) 0,5 X em quantidade

Page 37: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

36

suficiente para deixar o gel submerso. Em seguida, os produtos da amplificação

foram visualizados sob luz ultravioleta.

e) Genotipagem

Para iniciar a genotipagem das amostras foi necessário montar novas placas de

PCR contendo em cada poço da placa para PCR, 1,0 µl do produto da amplificação

de até quatro primers. Adicionou-se 0,25 µl de ROX (marcador de peso molecular

conhecido), no caso da utilização das caudas M13 (FAM, NED e HEX), ou 0,25 µl de

LIZ, no caso das caudas M13 (FAM, NED, PET, VIC). Em seguida houve a

complementação com formamida, que possui efeito denaturante, totalizando 10 µl de

solução. Essa etapa foi realizada em sequenciador Applied Biosystems 3130/3130xl

Genetic Analyzer, seguida da identificação dos alelos por meio do programa

GeneMapper® Version5.0 para posteriores análises estatísticas referente à

diversidade e estrutura genética e sistema reprodutivo dos indivíduos. Sete

conjuntos de primers foram utilizados para as análises, uma vez que o conjunto Gam

02 apresentou número elevado de locos monomórficos, não sendo indicado para o

estudo.

f) Diversidade, estrutura genética e endogamia

A diversidade genética foi caracterizada para cada loco e a média entre locos

para os índices: número total de alelos por loco (k), riqueza alélica (R),

heterozigosidade observada (Ho) e heterozigosidade esperada (He) de acordo com

as proporções do equilíbrio de Hardy-Weinberg. A presença de endogamia foi

investigada pelo índice de fixação (F). A significância estatística dos valores F foi

testada usando permutação Monte Carlo de alelos entre os indivíduos. Todas as

análises foram realizadas utilizando o programa FSTAT (GOUDET, 1995). Como os

valores para as sementes de polinização aberta podem apresentar viés, devido ao

excesso de estimativas de frequências de genes de alelos maternos, causado pelo

fato de que cada planta dentro da descendência recebeu pelo menos um dos alelos

maternos, estimamos os valores com a base em Manoel et al. (2015b). A frequência

de alelos nulos (Null ) foi estimada para adultos e progênies de cada população com

base no modelo de endogamia da população (IIM), utilizando o programa INEST 2.0

(CHYBICKI e BURCZYK, 2009). Para testar se os índices genéticos foram

significativamente diferentes entre grupos, foram utilizados testes-t

Page 38: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

37

desemparelhados. A diferenciação genética ( 'stG ) entre adultos, progênies e entre

adultos e progênies de cada população foi estimada utilizando o método de Hedrick

(2005).

g) Sistema de reprodução

As análises do sistema de reprodução foram baseadas no modelo misto

(RITLAND e JAIN, 1981) e modelo de cruzamentos correlacionados (RITLAND,

1989) e as estimativas obtidas utilizando o programa MLTR, versão 3.4 (RITLAND,

2002). As análises foram realizadas em nível de indivíduos dentro de famílias e em

nível de população, utilizando o método “Expectation Maximization” (EM) para

resolução numérica. Os índices estimados foram: frequência gênica do pólen e do

óvulo; o índice de fixação da árvores-matriz ( mF ), taxa de cruzamento multiloco ( mt ),

1- taxa de cruzamento uniloco (1- st ); taxa de cruzamento entre indivíduos

aparentados ( sm tt ˆˆ ) e da correlação de paternidade multilocos ( pr ). Como a

amostra foi hierárquica dentro e entre frutos para a POP-SE, a correlação de

paternidade multilocos também foi estimada dentro ( wpr ) e entre frutos ( apr ),

excluindo frutos com apenas uma progênie, resultando em 470 indivíduos. O

intervalo de confiança das estimativas foi obtido a partir de 1.000 reamostragens

bootstrap. As unidades de reamostragem foram as progênies na análise da

população e indivíduos dentro de progênie na análise individual. Esses índices foram

utilizados para estimar outros índices demográfico e genético, tais como o número

efetivo de doadores de pólen ( pep rN ˆ1ˆ ) e o coeficiente médio de coancestria ( )

dentro de progênies, calculado pela seguinte expressão: pm rF ˆ1.ˆ1.125,0ˆ ; em

que: mF é o coeficiente de endogamia na população parental (SOUSA et al., 2005),

estimada usando o programa SPAGEDI. O tamanho efetivo dentro de progênie ( eN )

foi estimado com base em Cockerham (1969):

nF

nneN

2

ˆ11.ˆ5,0ˆ

,

em que: n é o tamanho amostral dentro de famílias e F é o índice de fixação dentro

de progênies, estimado como descrito anteriormente. O número estimado de árvores

Page 39: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

38

matrizes ( m ) para a coleta de sementes foi calculado assumindo que o objetivo é

reter na amostra total o tamanho efetivo de referência ( referênciaeN ) de 150. Assim, a

estimativa de mé dada por: ereferênciae NNm ˆˆˆ (SEBBENN, 2006).

h) Coeficiente de correlação de Spearman

Para investigar: i) se o tamanho da amostra dentro de progênies (n) nas

populações afeta os índices k , oH , oF , epN , e eN ; ii) se k afeta oH , oF ,

epN ,

e eN ; iii) se oH afeta oF , epN , e eN ; iv) se

epN afeta e eN , foi estimado o

coeficiente de determinação de Spearman, por meio do programa SAS (SAS, 1999).

4.2.2.2 POP-SE

A dispersão de pólen foi estimada apenas para a POP-SE, uma vez que as

coordenadas geográficas das árvores matrizes são conhecidas. Como apenas as

árvores matrizes e suas progênies de polinização aberta foram genotipadas, a

dispersão de pólen foi estimada utilizando a programa POLDIST (ROBLEDO-

ARNUNCIO e GARCÍA, 2007). Como não se conhece a densidade efetiva de

árvores polinizadoras (macho), utilizou-se o módulo de Kindist, que não depende de

um conhecimento prévio dessa densidade. O modelo Kindist é baseado na

diminuição esperada da correlação de paternidade ( )(z ) em progênies de

polinização aberta com a distância padrão ( Z ) entre os pares de árvores maternas

amostradas (ROBLEDO-ARNUNCIO et al., 2006). Para estimar a curva de dispersão

de Kernel, a correlação de paternidade deve-se reduzir com a distância espacial

entre as árvores matrizes. O POLDIST dá a distância média de dispersão de pólen e

parâmetros da curva de dispersão, como uma função da dispersão assumida. Aqui,

foi usado o modelo de dispersão exponencial, que é o mais apropriado para as

espécies que podem ser polinizadas a grandes distâncias (AUSTERLITZ et al.,

2004), como é o caso da G. americana, que é polinizada por abelhas.

Os parâmetros estimados foram a escala de parâmetro de dispersão de pólen

(a), a forma do parâmetro de dispersão (b), a média e o desvio padrão de dispersão

do pólen.

Page 40: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

39

5 Resultados

5.1 Genética quantitativa

As progênies apresentaram aos 16 anos de idade SOB de 87,2% e um

crescimento médio para o caráter ALT de 10,96 m e DAP de 13,20 cm (Tabela 4),

representando um incremento médio anual (IMA) de 0,68 m (ALT) e 0,82 cm (DAP).

Tabela 4 - Componentes de variância/Parâmetros Genéticos (REML) para os

caracteres altura (ALT, m), diâmetro à altura do peito (DAP, cm), e sobrevivência

(SOB) para população de Genipa americana, aos 16 anos de idade, provenientes

do BAG, instalado na forma de teste de progênies, localizado no município de

Rosana/SP

Estimativas ALT DAP SOB

2a

1,7409 1,6719 0,0289

2c

0,0384 0,0556 0,0025

2e

10,7293 21,0844 0,0743

2f

12,5086 22,8119 0,1057

2ah

0,14±0,08 0,07±0,06 0,27±0,11

2ˆmph

0,46 0,30 0,60

2ˆadh

0.11 0.06 0.23

C2parc 0,0031 0,0024 0,0240

CVgi (%) 12,0 9,8 19,5

Cvgp (%) 6,0 4,9 9,8

CVe (%) 11,3 12,8 13,8

CVr 0,53 0,38 0,70

m 10,96 13,20 87,2

LRT 4,81* 2,28

ns 8,72

**

** significativo a 1%, *significativo a 5%, com 1 grau de liberdade; ns

= não significativo; Va = variância genética aditiva; Vparc = variância de parcela; Ve = variância residual; Vf = variância fenotípica individual; h2

a = herdabilidade individual no sentido restrito; h2mp = herdabilidade média de progênies;

C2parc = coeficiente de determinação dos efeitos de parcela; CVgi = coeficiente de variação genética

aditiva individual; CVgp = coeficiente de variação genotípica entre progênies; CVe = coeficiente de

variação experimental; m= média geral do experimento; LRT = Teste da razão de verossimilhança.

O efeito de progênies foi significativo para os caracteres ALT (P< 0,05) e SOB

(P<0,01), indicando que a estratégia amostral foi efetiva para reter a variabilidade

Page 41: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

40

genética das populações, além de indicar a possibilidade de alterar média da

população por meio da seleção entre progênies.

A herdabilidade média entre progênies (h2mp) foi média para ALT (0,46) e DAP

(0,30) e alta para SOB (0,60).

Os coeficientes de variação genética (CVgi e CVgp) variaram entre 4,9% (DAP) e

19,5% (SOB), sugerindo a possibilidade de obterem-se de baixos a moderados

progressos genéticos.

Os valores do coeficiente de variação experimental (CVe) foram considerados

baixos, variando entre 11,3% (ALT) e 13,8% (SOB). Em experimentos onde ocorre

competição, valores CVe entre 10 e 20% podem ser considerados baixos

(PIMENTEL-GOMES e GARCIA, 2002).

5.2 Genética Molecular

5.2.1 Diversidade genética e endogamia

Para o total de indivíduos nas duas populações, o número de alelos variou entre

locos, de 8 a 23, totalizando 96 alelos ( k ), com uma média de 13,7. Devido ao

pequeno número de árvores matrizes amostradas, estas apresentaram menor

número de alelos que as progênies, com um máximo de 46 e 33, respectivamente

para as POP-SE e POP-SP (Tabela 5). Foram detectados 19 alelos privados na

POP-SE e 15 na POP-SP. A riqueza alélica media (R) variou entre as amostras de

4,7 a 7,5, a heterozigosidade observada (Ho) variou de 0,73 a 0,96 e a esperada ( eH

) de 0,60 a 0,73.

O índice de fixação ( F ) foi em geral significativamente menor que zero,

variando entre as amostras de -0,60 a 0,0, sugerindo ausência de endogamia.

Baseado no teste-t, R e F foram significativamente ((P< 0,05) menores em adultos

que em progênies da POP-SP. Alelos nulos ( Null ) foram detectados em baixas

frequências em todos os locos de adultos e progênies, variando entre locos e

amostras de 0 a 0,11 (Tabela 4). O índice de fixação para as progênies ( pF )

corrigido para o conjunto de pólen foi menor em relação ao valor de F, mas não foi

significativamente maior que zero, indicando também ausência de endogamia.

A diferenciação genética ('stG ) foi significativamente (P>0.05) maior que zero

entre árvores matrizes (0,64) e progênies (0,54) e entre arvores matrizes e progênies

Page 42: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

41

da POP-SP (0,09), mas não significativamente diferente de zero entre árvores

matrizes e progênies da POP-SE.

Tabela 5 - Diversidade genética e endogamia em adultos e progenies de Genipa

Americana em Arauá (POP-SE) e Rosana (POP-SP) ±SD é o desvio padrão; * P<

0.05

POP-SE±SD POP-SP±SD

Matrizes Sementes

Matrizes Sementes

Tamanho da amostra: n 30 552 30 584

Número Total de alelos: k 46 81 33 77

Riqueza alélica para 29 genótipos: R 6,5±2,5 7,5±3,4 4,7±1,1 7,4±1,4

Heterozigosidade observada: oH 0,84±0,11 0,73±0,07

0,96±0,05 0,82±0,17

Heterozigosidade esperada: eH 0,70±0,11 0,73±0,11

0,60±0,06 0,73±0,08

Índice de fixação: F -0,19±0,17* 0,00±0,22 -0,60±0,16* -0,12±0,22*

Intervalo de frequência de alelos nulos:

Null

0,0-0,0 0,0-0,06

0,0-0,0 0,0-0,11

eH para o conjunto de pólen: )(peH - 0,77±0,13 - 0,79±0,05

F corrigido para o conjunto de pólen:pF - 0,05±0,02 - -0,04±0,05

5.2.2 Dispersão de pólen

A correlação linear entre a correlação de paternidade e a distância entre as

árvores matrizes foi negativa e mostrou uma tendência decrescente com o aumento

da distância entre elas (Figura 8).

Figura 8 - Representação da correlação de paternidade entre sementes de polinização aberta dependendo da distância entre árvores matrizes

-0,40

-0,30

-0,20

-0,10

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

- 100 200 300 400 500 600 700

Distancia (m)

rp

Page 43: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

42

Portanto, foi possível estimar a curva da distância média de dispersão do pólen

na população. Usando o modelo de dispersão exponencial (Figura 9) forte (potência

exponencial), a escala de parâmetro de dispersão de pólen (a) foi 0,285, a forma do

parâmetro de dispersão (b) foi de 0,415 e a distância média de dispersão do pólen

foi 179 ± 18,9 m (± desvio padrão).

Figura 9 - Curva de Kernel de dispersão de pólen em Genipa americana, assumindo

dispersão exponencial

5.2.3 Sistema de Reprodução em nível de população

A taxa de cruzamento multilocos (tm) não foi significativamente diferente da

unidade (1,0) para as populações, indicando que todas as progênies foram

originadas de cruzamento, como esperado para espécies dióicas (Tabela 6). No

entanto, a taxa de cruzamento uniloco (ts) foi significativamente menor que 1,0 na

POP-SE (0,85) resultando em uma taxa de cruzamento entre parentes

significativamente maior que zero (tm-ts = 0,15).

A correlação de paternidade multilocos entre e dentro de frutos (rp), foi

significativamente maior que zero em ambas as populações, em especial na POP-

SE, indicando que algumas progênies são irmãs-completas. O número efetivo de

doadores de pólen ( epN ) foi significativamente maior na POP-SP (13,0) que em

POP-SE (2,9). A análise hierárquica de correlação de paternidade na POP-SE foi

maior dentro de frutos ( )(wpr = 0,40) que entre frutos ( )(apr = 0,26), indicando que

cerca de 2,5 doadores efetivos de pólen fertilizaram os frutos ( )(wepN ) e 3,8 entre os

frutos das árvores ( )(aepN ).

Devido a maior taxa de cruzamento correlacionado na POP-SE, o coeficiente de

coancestria dentro de progênies ( ), foi também maior nesta população (0,168) que

0,000

0,010

0,020

0,030

0,040

0,050

0,060

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700

Distancia (m)

Pro

bab

ilid

ade

de

den

sid

ade

Page 44: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

43

na POP-SP (0,135) e o tamanho efetivo dentro de progênies ( eN ) foi menor na POP-

SE (2,69) que na POP-SP (3,27). Estes valores foram próximos aos esperados em

progênies de meio-irmãos (Θ = 0,125), resultando em uma estimativa de tamanho

efetivo de variância da população próxima do valor esperado em progênies de

meios-irmãos (Ne(v) = 4). Consequentemente, o número de árvores matrizes (m)

para coleta de sementes foi maior para a POP-SE (56) que para a POP-SP (46).

Tabela 6 - Sistema de reprodução em populações de G. americana provenientes do

município de Arauá (POP-SE) e Rosana (POP-SP). 95% é o intervalo de confiança

Índices POP-SE (95% CI) POP-SP (95% CI)

Taxa de cruzamento multiloco: mt 0,99 (0,98-1,00) 1,00 (1,00-1,00)

Taxa de cruzamento uniloco: st 0,85 (0,81-0,90) 1,00 (0,99-1,00)

Cruzamento entre parentes: sm tt 0,14 (0,10-0,19) 0,00 (0,00-0,01)

Correlação de paternidade dentro e entre frutos: pr 0,34 (0,23-0,38) 0,08 (0,05-0,09)

Correlação de paternidade dentro de frutos: )(wpr 0,40 (0,32-0,47) -

Correlação de paternidade entre frutos: )(apr 0,26 (0,21-0,31) -

Número efetivo de doadores de pólen (dentro e entre): epN 2,9 (2,6-4,3) 13,0 (12,1-18,2)

Número efetivo de doadores de pólen (dentro): )(wepN 2,5 (2,1-3,1) -

Número efetivo de doadores de pólen (entre): )(aepN 3,8 (3,3-4,9) -

Coancestria dentro de progênies: 0,168 (0,154-0,173) 0,135 (0,132-0,135)

Tamanho efetivo dentro de família: eN 2,69 (2,62-2,90) 3,27 (3,26-3,33)

Número de árvores matrizes: m 56 (52-57) 46 (45-46)

5.2.4 Sistema de reprodução em nível de família

Todos os índices estimados em nível de família foram variáveis entre progênies

(Tabelas 7 e 8): mF (POP-SE: -0,32 a 0,41, POP-SP: -0,43 a -0,03); k (POP-SE: 18

Page 45: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

44

a 40, POP-SP: 37 a 48), oH (POP-SE: 0,52 a 0,89, POP-SP: 0,73 a 0,91), oF

(POP-SE: -0,16 a 0,33, POP-SP: -0,16 a 0,07), mt (POP-SE: 0,93 a 0,99, POP-SP:

0,97 a 0,99), st1 (POP-SE: 0,03 a 0,19, POP-SP: 0,04 a 0,10), pr (POP-SE: 0,06 a

0,40, POP-SP: 0,04 a 0,11), )(wpr (POP-SE: 0,05 to 0,91), )(apr (POP-SE: 0,06 to

0,35), epN (POP-SE: 2,5 a 17,9, POP-SP: 9,3 a 25,6), )(wepN (POP-SE: 1,1 a 19,6),

)(aepN (POP-SE: 2,8 a 17,9), (POP-SE: 0,132 a 0,235, POP-SP: 0,130 a 0,139) e

eN (POP-SE: 1,73 a 3,29, POP-SP: 3,12 a 3,42). No entanto, em 22 famílias da

POP-SE (73,3%) e em 28 famílias da POP-SP (93,3%) o mF foi menor que o oF ,

sugerindo seleção para menos indivíduos endogâmicos entre progênies que adultos.

Na POP-SE, para 28 famílias (93,3%) )(wpr foi maior que )(apr , mostrando que o

número efetivo de doadores de pólen foi, em geral, menor dentro do que entre

frutos.

Page 46: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

45

Tabela 7- Sistema de Reprodução em famílias de Genipa americana, provenientes do município de Arauá/SE (POP-SE)

mF = índice de fixação das árvores matrizes; n = tamanho da amostra; k = número total de alelos; oH = Heterozigosidade observada; oF = índice de fixação das

progênies; mt±SD= taxa de cruzamento multiloco;

st1 = taxa de cruzamento entre parentes; pr = correlação de paternidade entre e dentro de frutos; )(wpr =

correlação de paternidade dentro de frutos; )(apr = correlação de paternidade entre frutos; epN = número efetivo de doadores de pólen (entre e dentro); )(wepN =

número efetivo de doadores de pólen (dentro); )(aepN = número efetivo de doadores de pólen (entre); = coancestria dentro de progênies; eN = tamanho efetivo

dentro de famílias.

Progênie mF n k oH oF mt ±SD st1 pr ±SD )(wpr ±SD )(apr ±SD epN )(wepN )(aepN eN

1 -0,17 12 30 0,82 -0,06 0,97±0,01 0,08 0,09±0,02 0,24±0,60 0,09±0,01 10,6 4,2 11,2 0,137 2,99 2 0,10 8 30 0,75 0,03 0,95±0,01 0,09 0,11±0,02 0,27±0,84 0,11±0,02 8,7 3,7 9,0 0,153 2,52 3 -0,09 16 33 0,77 0,00 0,98±0,00 0,09 0,12±0,03 0,37±0,41 0,10±0,02 8,1 2,7 9,6 0,140 3,08 4 -0,11 13 27 0,63 0,18 0,97±0,00 0,11 0,12±0,02 0,26±0,51 0,11±0,02 8,4 3,9 8,8 0,140 2,86 5 -0,07 11 27 0,67 0,13 0,96±0,01 0,12 0,12±0,02 0,61±0,56 0,09±0,01 8,5 1,6 10,6 0,140 2,80 6 -0,24 17 31 0,70 0,10 0,94±0,04 0,13 0,10±0,02 0,30±0,32 0,09±0,02 9,9 3,3 11,6 0,138 3,08 7 0,10 22 34 0,70 0,09 0,99±0,01 0,07 0,25±0,06 0,54±0,20 0,15±0,02 4,0 1,8 6,4 0,172 2,65

8 0,10 20 30 0,67 0,14 0,98±0,01 0,13 0,28±0,07 0,45±0,22 0,25±0,06 3,5 2,2 4,0 0,176 2,55 9 0,12 11 23 0,89 -0,16 0,96±0,01 0,08 0,29±0,04 0,91±0,42 0,26±0,04 3,4 1,1 3,9 0,181 2,38 10 -0,29 27 38 0,79 -0,02 0,99±0,01 0,14 0,21±0,05 0,23±0,19 0,20±0,05 4,7 4,3 5,0 0,152 3,03 11 0,17 27 38 0,77 0,00 0,99±0,01 0,08 0,13±0,04 0,21±0,21 0,12±0,04 7,6 4,7 8,6 0,165 2,82 12 -0,15 18 39 0,62 0,20 0,98±0,01 0,07 0,06±0,01 0,08±0,50 0,06±0,01 17,9 12,2 17,9 0,132 3,16 13 -0,10 25 36 0,61 0,21 0,99±0,00 0,17 0,21±0,06 0,25±0,19 0,19±0,05 4,8 3,9 5,2 0,133 3,29 14 -0,10 24 35 0,52 0,33 0,99±0,00 0,19 0,25±0,07 0,47±0,17 0,21±0,07 3,9 2,1 4,8 0,157 2,81 15 -0,14 28 38 0,54 0,30 0,96±0,03 0,16 0,20±0,07 0,45±0,16 0,15±0,05 4,9 2,2 6,5 0,150 2,98 16 -0,29 4 18 0,57 0,26 0,93±0,01 0,10 0,10±0,00 0,41±0,78 0,10±0,00 9,6 2,5 9,7 0,138 1,92 17 -0,32 28 37 0,85 -0,10 0,99±0,00 0,03 0,40±0,10 0,57±0,18 0,35±0,10 2,5 1,7 2,8 0,175 2,68 18 -0,22 25 36 0,79 -0,02 0,95±0,04 0,11 0,19±0,05 0,19±0,25 0,18±0,05 5,3 5,2 5,4 0,149 3,07 19 0,01 10 25 0,63 0,19 0,96±0,00 0,12 0,11±0,02 0,30±0,62 0,11±0,02 8,8 3,3 9,1 0,140 2,70 20 -0,05 17 38 0,79 -0,02 0,98±0,01 0,10 0,07±0,02 0,12±0,46 0,07±0,01 14,1 8,1 15,1 0,134 3,21 21 0,01 23 34 0,82 -0,07 0,99±0,00 0,09 0,19±0,05 0,18±0,31 0,18±0,05 5,3 5,6 5,4 0,150 3,03 22 -0,11 26 38 0,73 0,05 0,99±0,00 0,10 0,14±0,06 0,30±0,24 0,11±0,05 7,3 3,4 8,9 0,142 3,19 23 -0,05 18 30 0,81 -0,05 0,98±0,01 0,09 0,12±0,03 0,32±0,41 0,10±0,03 8,0 3,2 9,6 0,141 3,11 24 -0,19 20 35 0,79 -0,03 0,98±0,01 0,11 0,12±0,04 0,05±0,51 0,13±0,04 8,4 19,6 7,8 0,140 3,16 25 0,12 25 37 0,79 -0,03 0,99±0,00 0,13 0,19±0,07 0,34±0,20 0,15±0,06 5,4 2,9 6,5 0,166 2,79 26 0,18 19 36 0,82 -0,06 0,98±0,00 0,08 0,17±0,05 0,50±0,26 0,13±0,03 5,8 2,0 7,9 0,173 2,63

27 -0,11 20 40 0,84 -0,09 0,98±0,01 0,04 0,11±0,03 0,13±0,46 0,10±0,03 9,3 7,9 9,7 0,138 3,20 28 0,26 4 19 0,56 0,27 0,93±0,01 0,11 0,10±0,01 0,27±0,78 0,10±0,00 9,8 3,6 10,0 0,173 1,73

29 0,41 23 33 0,71 0,07 0,99±0,00 0,20 0,34±0,09 0,58±0,16 0,27±0,08 3,0 1,7 3,7 0,235 2,02 30 -0,04 11 27 0,79 -0,03 0,96±0,01 0,11 0,18±0,04 0,83±0,26 0,13±0,02 5,5 1,2 7,7 0,148 2,78

Page 47: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

46

Tabela 8- Sistema de Reprodução em famílias de Genipa americana, provenientes do município de Rosana/SP (POP-SP)

mF = índice de fixação das árvores matrizes; n = tamanho da amostra; k = número total de alelos; oH = Heterozigosidade observada; oF = índice de fixação das

progênies; mt±SD= taxa de cruzamento multiloco; SD= desvio padrão;

st1 = taxa de cruzamento entre parentes; pr = correlação de paternidade entre e dentro

de frutos; epN = número efetivo de doadores de pólen (entre e dentro); = coancestria dentro de progênies; eN = tamanho efetivo dentro de famílias.

Progênie mF n k oH oF mt ±SD st1 pr ±SD epN eN

1 -0,03 22 46 0,82 -0,04 0,98±0,01 0,07 0,11±0,01 9,3 0,139 3,22 2 -0,12 20 44 0,77 0,03 0,97±0,01 0,09 0,06±0,01 15,9 0,133 3,29 3 -0,36 19 44 0,79 0,00 0,97±0,01 0,07 0,06±0,01 16,7 0,133 3,28 4 -0,36 24 45 0,76 0,04 0,98±0,01 0,07 0,05±0,01 21,3 0,131 3,40 5 -0,29 19 39 0,73 0,07 0,97±0,01 0,10 0,06±0,01 16,7 0,133 3,24 6 -0,39 19 45 0,77 0,03 0,97±0,01 0,10 0,06±0,01 15,6 0,133 3,27 7 -0,38 20 46 0,82 -0,04 0,97±0,01 0,08 0,09±0,01 11,6 0,136 3,24 8 -0,24 23 47 0,87 -0,10 0,98±0,01 0,05 0,09±0,01 11,0 0,136 3,29 9 -0,40 22 47 0,84 -0,06 0,98±0,01 0,07 0,05±0,01 18,2 0,132 3,36 10 -0,42 23 46 0,84 -0,06 0,99±0,01 0,05 0,04±0,01 25,6 0,130 3,42 11 -0,40 20 41 0,88 -0,11 0,97±0,01 0,07 0,06±0,01 16,9 0,132 3,32 12 -0,42 18 46 0,89 -0,13 0,97±0,01 0,07 0,05±0,01 19,2 0,132 3,28 13 -0,42 20 47 0,91 -0,16 0,97±0,01 0,05 0,05±0,01 18,5 0,132 3,32 14 -0,39 23 43 0,87 -0,10 0,99±0,01 0,04 0,06±0,01 15,6 0,133 3,36 15 -0,39 23 48 0,84 -0,06 0,99±0,01 0,05 0,06±0,01 16,9 0,132 3,38 16 -0,40 19 38 0,81 -0,03 0,97±0,01 0,05 0,10±0,01 10,1 0,137 3,20 17 -0,41 16 37 0,73 0,07 0,97±0,01 0,08 0,07±0,01 14,3 0,134 3,14 18 -0,43 18 41 0,75 0,05 0,97±0,01 0,08 0,07±0,01 13,9 0,134 3,21 19 -0,36 21 44 0,78 0,01 0,97±0,01 0,06 0,05±0,01 18,2 0,132 3,34 20 -0,40 18 42 0,80 -0,01 0,97±0,01 0,06 0,06±0,01 16,1 0,133 3,26 21 -0,43 20 41 0,82 -0,04 0,97±0,01 0,07 0,06±0,01 17,5 0,132 3,32 22 -0,39 20 38 0,80 -0,02 0,97±0,01 0,07 0,07±0,01 13,3 0,134 3,28 23 -0,39 20 46 0,87 -0,11 0,97±0,01 0,06 0,07±0,01 14,3 0,134 3,28 24 -0,39 18 41 0,84 -0,06 0,97±0,01 0,07 0,07±0,01 13,9 0,134 3,24 25 -0,39 15 41 0,88 -0,12 0,96±0,01 0,07 0,08±0,01 11,8 0,136 3,12 26 -0,28 15 43 0,79 -0,01 0,96±0,01 0,06 0,07±0,01 13,7 0,134 3,16 27 -0,40 15 45 0,88 -0,12 0,96±0,01 0,06 0,09±0,01 11,6 0,136 3,12 28 -0,29 16 43 0,84 -0,07 0,96±0,01 0,07 0,09±0,01 12,8 0,135 3,17 29 -0,05 17 40 0,87 -0,10 0,97±0,01 0,08 0,07±0,01 13,9 0,134 3,21 30 -0,12 16 41 0,78 0,01 0,96±0,01 0,09 0,09±0,01 11,2 0,136 3,14

Page 48: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

47

6 Discussão

6.1 Genética Quantitativa

A alta taxa de sobrevivência (87,2%) reforça a ideia de que a espécie em estudo

é adaptada à região em questão. Oliveira et al. (2015) encontraram sobrevivência de

93,5% aos 5 anos em uma área em processo de recuperação do Cerrado; Sano e

Fonseca (2003) encontraram 85% aos 10 anos, estudando o comportamento de

espécie frutíferas nativas do cerrado; e, Silva e Corrêa (2008) encontraram

sobrevivência de 96,7% aos 18 meses de desenvolvimento em área minerada no

Distrito Federal, indicando portanto, que a espécie teria alto potencial para

reflorestamentos nessas áreas.

Os valores referentes ao incremento médio anual (IMA) para o caráter ALT (0,68

m) e DAP (0,82 cm) estão próximos aos encontrados para Enterolobium

contortisiliquum aos 19 anos de idade, sendo de 0,68 m de IMA para o caráter ALT e

de 1,16 cm para DAP (SANT’ANA et al., 2013), bem como para Balfourodendron

riedelianum aos 21 anos de idade, onde o IMA para ALT foi de 0,74 m e para o DAP

de 0,99 cm (SEBBENN et al., 2007) e para Gallesia integrifólia, aos 20 anos de

idade, foi de 0,68 m e 1,09 cm, para os caracteres ALT e DAP, respectivamente

(FREITAS et al., 2008).

A variação genética foi evidenciada para ALT e SOB por meio do teste da razão

da verossimilhança (LRT), o que indica que a amostragem das progênies de

polinização aberta reteve parte dessa variação. Essa variação genética entre as

progênies foi corroborada pelo fato das estimativas de coeficiente de variação

genética (CVgi) serem superiores a 10% e serem maiores que o coeficiente de

variação experimental. Este fato é de suma importância para o melhoramento

genético da espécie, pois o teste pode ser submetido ao método de seleção entre

progênies para se obter ganhos genéticos e aumentar o crescimento médio dos

caracteres silviculturais das mesmas, e assim obter materiais genéticos superiores

(ZARUMA et al,, 2015).

Devido ao fato da estimativa do coeficiente de herdabilidade individual no

sentido restrito (h2a) ter sido em geral de baixa magnitude, variando entre caracteres,

de 0,07 a 0,27, verifica-se um baixo controle genético nos caracteres, e, portanto,

baixas possibilidades de se obter ganhos genéticos com a seleção massal no teste.

No entanto, a estimativa da herdabilidade média entre progênies (h2mp), variou de

Page 49: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

48

0,30 a 0,60, indicando forte controle genético e a possibilidade de obter-se ganhos

genéticos na população conservada ex situ, pela seleção entre progênies (ZARUMA

et al,, 2015). De acordo com Vencovsky e Barriga (1992), as herdabilidades em nível

de médias de progênies podem ser superiores às individuais, quando os efeitos

ambientais da h2mp são minimizados pelo número de repetições e de plantas por

parcela. Portanto, a seleção pode ser mais eficiente com base nas médias de

progênies do que em plantas individuais.

Os valores evidenciados para o CVe são considerados baixos, indicando boa

precisão experimental para um experimento em condição de campo. Valores

semelhantes foram encontrados por Zaruma et al, (2015) em teste de procedências

e progênies de Dipteryx alata , localizado em Selvíria-MS onde, esse parâmetro

variou de 12,4 a 17,7 entre procedências, para todos os caracteres avaliados aos

nove anos de idade. Batista et al. (2012) estudando progênies de população aberta

de Handroanthus vellosoi, aos 18 anos de idade, na Estação Experimental de Luiz

Antônio, observaram valores médios de CVe baixo para altura (16,8%), médio para

DAP (21,7%) e alto para sobrevivência (31,5%). Sebbenn et al. (2003) estudando

procedências de Grevillea robusta aos 11 anos de idade, na Estação Experimental

de Avaré, observou valores de CVe baixo para altura total (13,9%) e médio para

DAP (24,0%). Logo, os valores de CVe estimados no presente trabalho estão dentro

do padrão observado em outros estudos similares.

6.2 Genética Molecular

6.2.1 Diversidade genética e endogamia

Com base nos valores das freqüências alélicas dos sete locos microssatélites,

foram estimados os índices de diversidade e estrutura genética. A heterozigosidade

média observada ( oH ) para a POP-SE foi de 0,73 e de 0,82 para a POP-SP,

portanto, foi igual e maior que a heterozigosidade média esperada (POP-SE = 0,73 e

POP-SP = 0,73) para ambas as populações, o que indica uma maior ocorrência de

heterozigotos do que a esperada pelo Equilíbrio de Hardy-Weinberg. Situação

semelhante foi evidenciada Pinto et al. (2004) para Copaifera langsdorffi ( oH = 0,48,

eH = 0,40), bem como por Gois et al. (2009), em população natural Spondias lutea

L. ( oH = 0,53; eH = 0,51). Os níveis de heterozigosidade detectados para a espécie

Page 50: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

49

são altamente relevantes para a conservação in situ, visto o grande número de

novas recombinações genotípicas possíveis de ocorrer, mantendo assim o potencial

evolutivo da espécie, às adaptações às prováveis mudanças ambientais e à

colonização de novas áreas. De acordo com os resultados sugere-se que a

população apresenta potencial para exploração em futuros programas de

melhoramento e para coleta de sementes com fins de recuperação de áreas

degradadas (SEBBENN et al,, 1998a).

O índice de fixação foi negativo para ambas as populações, evidenciando

tendência ao excesso de heterozigotos em relação ao Equilíbrio de Hardy-Weinberg

(EHW). Esse fato ocorre devido a dois fatores principais: a existência de alelos

deletérios ou genes letais; e a predominância de cruzamentos exogâmicos

(MURRAY, 1996).

6.2.2 Dispersão de pólen

A dispersão do pólen seguiu um padrão de isolamento por distância. Padrão

esse também observado no estudo realizado por Ramos et al (2016), em uma

população de Astrocaryum aculeatum na Amazônia brasileira, bem como por Dick et

al. (2003) em população fragmentada de Dinizia excelsa na floresta Amazônica.

Esse padrão de distribuição é representado por uma distribuição leptocúrtica, que é

caracterizado por uma queda íngreme próximo à origem, seguida de uma longa

cauda, o que está relacionado a raros eventos a longa distância (LEVIN e KESTER,

1974).

A distância média de dispersão de pólen (179 ± 18,9 m) foi similar a estimada

para outras espécies arbóreas tropicais que ocorrem em baixa densidade, como por

exemplo, para D. excelsa, que foi de 212 m (DICK et al, 2003), bem como para

Neobalanocarpus heimii, com uma distância de dispersão de pólen de 191,2 m

±104,9 m (KONUMA et al., 2000) e para Erythrophleum suaveolens, com 195 m

(DUMINIL et al., 2016).

6.2.3 Sistema de Reprodução

Os resultados referente ao sistema de reprodução na POP-SE representa o

padrão de cruzamento efetivo e na POP-SP, o padrão de cruzamento realizado, uma

vez que a análise na POP-SE é baseado na coleta de sementes e genotipagem logo

Page 51: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

50

após a germinação e na POP-SP após o estabelecimento de longo tempo em um

ensaio de campo.

A taxa de cruzamento multilocos (tm=1,0) estimada para a POP-SE e para a

POP-SP é esperada para espécies dioica, uma vez que não existe possibilidade de

autofecundação, mas sim de cruzamentos entre parentes (tm-ts= 0,15), como

evidenciado para a POP-SE. Cruzamento entre parentes é um indicativo de

estrutura genética espacial intrapopulacional (SGS), com dispersão de sementes

sendo realizada próxima as árvores matrizes (HARDY et al.,2006; TARAZI et al.,

2010; DEGEN e SEBBENN, 2014).

A recombinação de genótipos por meio de cruzamentos é altamente favorável à

manutenção da viabilidade genética evolutiva das populações, pois a diversidade

genética é a matéria-prima da evolução, bem como do melhoramento genético.

Populações com alta diversidade genética são mais propícias à sobrevivência em

circunstâncias de pressão seletiva natural, visto que esta última pode favorecer a

sobrevivência dos genótipos mais adaptados e eliminar os menos adaptados às

novas condições ambientais (MANOEL et al., 2012b).

As análises dos eventos reprodutivos das populações de G. americana

evidenciaram que 100% das plântulas da POP-SE e POP-SP, foram geradas por

cruzamentos, sendo: 85% e 100% entre indivíduos não parentes, 15% e 0% entre

aparentados e 0,1% por prováveis apomíticos apenas para a POP-SE. Levanta-se

aqui a hipótese de apomixia, devido à espécie ser dióica, portanto, como foi dito

anteriormente, é impossível ocorrer autofecundação. A presença de acasalamentos

endogâmicos ou entre relativos confirma os níveis de endogamia sugeridos pelos

índices de fixação de Wright e desvios do equilíbrio de endogamia de Wright (EEW)

para as progênies (SEBBENN et al., 1998b).

A taxa de cruzamento correlacionado foi menor na POP-SP, o que implica em

um número efetivo de doadores de pólen maior nessa população. A redução na taxa

de cruzamento e o aumento da correlação de paternidade em árvores localizadas

em ambientes altamente antropizados têm sido atribuídos ao aumento do isolamento

das árvores, redução no tamanho da vizinhança reprodutiva e alterações no

comportamento dos polinizadores, desencadeada pela fragmentação de habitats.

Assim, sementes coletadas de polinização aberta de árvores isoladas e localizadas

em pequenos fragmentos podem conter maior parentesco e endogamia e, portanto,

Page 52: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

51

menor tamanho efetivo do que sementes coletadas em populações contínuas

(MORAES et al., 2007).

A maior taxa de cruzamento correlacionado dentro que entre frutos na POP-SE

sugere que um máximo de 3 doadores de pólen têm fertilizado cada fruto ( )(wepN ) e

4, os frutos das árvores matrizes ( )(aepN ).

7 Conclusões

A diversidade identificada a partir dos caracteres silviculturais como altura, DAP

e sobrevivência, indicam que as populações têm potencial genético para responder

à seleção natural, assim como para a conservação genética ex situ e uso em

programas de melhoramento genético.

A reprodução ocorre por cruzamentos, sendo parte entre indivíduos parentes,

parte correlacionados e a maior parte são aleatórios.

Ambas as populações evidenciam alta diversidade genética, podendo ser

indicada para a coleta de sementes para fins de recuperação de áreas.

Necessita-se coletar um mínimo de 56 e 46 indivíduos para a POP-SE e POP-

SP, respectivamente, de forma a reter amostras de grupos de progênies com

tamanho efetivo total de 150 para essas populações.

A distância mínima para coleta de frutos entre árvores matrizes é de 179 m, de

forma a diminuir a probabilidade de coletar sementes de árvores parentes.

Page 53: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

52

Referências

ARAÚJO, D.; SEBBENN, A. M.; ZANATTO, A. C. S.; ZANATA, M.; MORAIS, E.; MORAES, M. L. T.; FREITAS, M. L. M. Variação genética para caracteres silviculturais em progênies de polinização aberta de Astronium graveolens Jacq. (Anacardiaceae). Revista Cerne, Lavras, v. 20, n. 1, p. 61-68, 2014.

ARRUDA, C. C.; SILVA, M. B.; SEBBENN, A. M.; KANASHIRO, M.; LEMES, M.; GRIBEL, R. Mating system and genetic diversity of progênies before and after logging: a case study of Bagassa guianensis (Moraceae), a low-density dioecious tree of the Amazonian Forest. Tree Genetics & Genomics, Germany, v.11, n. 1, p. 3-9, 2015.

AUSTERLITZ, F.; DICK, C. W.; DUTECH, C.; KLEIN, E. K.; ODDOU-MURATORIO, S.; SMOUSE, P. E.; SORK, V. L. Using genetic markers to estimate the pollen dispersal curve. Molecular Ecology, Oxford, v. 13, p. 937-954, 2004.

BALDAUF, S. A.; ENGQVIST, L.; WEISSING, F. J. Diversifying evolution of competitiveness. Nature comunications, London, v. 5, n. 5233, 2014.DOI: 10.

BARRERA, S.; SEBBENN, A. M.; SCOLFORO, J. R. S.; KAGEYAMA, P. Y. Diversidade genética e sistema de reprodução em população nativa de Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish sob exploração. Scientia Forestalis, Piracicaba, n. 71, p. 119-130, 2006.

BARRETT, S.C.; KOHN, J.R. Genetic and evolutionary consequences of small population size in plants: implications for conservation. In: Falk DA, Holsinger KE (eds) Genetics and Conservation of Rare Plants, Oxford University Press: Oxford, p.3–30, 1991.

BATISTA, C. M.; FREITAS, M. L. M.; MORAES, M. A.; ZANATTO, A. C. S.; SANTOS, P. C.; ZANATA, M.; MORAES, M. L. T.; SEBBENN, A. M. Estimativas de parâmetros genéticos e a variabilidade em procedências e progênies de Handroanthus vellosoi. Pesquisa Florestal Brasileira, Colombo, v.71, p.269-276, 2012.

BAWA, K. S. Plant-pollinator interactions in tropical rain forests. Annual Review of Ecology, Evolution and Systematics, Massachusetts, v. 21, p. 399-422, 1990. BAWA, K. S.; PERRY, D. R.; BEACH, J. H. Reproductive biology of tropical lowland rain forest trees. I. Sexual systems and incompatibility mechanisms. American Journal of Botany, St. Louis, v.72, p.331-345, 1985. BENETT, D.; LYULCHEVA, E.; ALPHEY, L. Towards a comprehensive analysis of the protein phosphatase 1 interactome in Drosophila. Journal Molecular Biology, Oxford, v. 364, n. 2, p. 196-212, 2006. CAMPOS, T.; CUNHA, M. O.; SOUSA, A. C. B.; TEIXEIRA, R. B.; RAPOSO, A.; SEBBENN, A. M.; WADT, L. H. O. Mating system in a high density population of andirobas ins the Amazon forest. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 48, n. 5, p. 504-509, 2013.

Page 54: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

53

CÂMARA, I. B. Plano de Ação para a Mata Atlântica. Fundação SOS Mata Atlântica, São Paulo. 1991. CARPI, S. M. F.; BARBEDO, C. J.; MARCOS FILHO, J. Condicionamento osmótico de sementes de Cedrela fissilis Vell. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.18, n.2, p.271-275, 1996. CARVALHO, P. E. R. Espécies florestais brasileiras: recomendações silviculturais, potencialidade e uso da madeira. Colombo: Embrapa Florestas, 1994. 640p. CARVALHO, A. C. M.; FREITAS, M. L. M.; MORAES, S. M. B.; MORAES, M. L. T.; STRANGHETTI, V.; ALZATE-MARIN, A. L.; SEBBENN, A. M. Diversidade genética, endogamia e fluxo gênico em pequena população fragmentada de Copaifera langsdorffii. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v.33, n.4, p.599-606, 2010. CAVALLARI, M. M. Estrutura genética de populações de Encholirium (Bromeliaceae) e implicações para sua conservação. Piracicaba, 2004, 92pp. (Dissertação) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo. CHYBICKI, J.; BURCZYK, J. Simultaneous estimation of null alleles and inbreeding coefficients. Journal of Heredity, Oxford, v. 100, n. 1, p. 106-113, 2009. CI / Brasil. Hotspots Revisitados. As regiões biologicamente mais ricas e ameaçadas do planeta. 2005. 16f. Disponível em: http://www.conservation.org/global/brasil/publicacoes/Documents/HotspotsRevisitados.pdf. Acesso em 20 de set. de 2015. COCKERHAM, C. C. Variance of gene frequencies. Evolution, Lancaster, v. 23, p.72-84, 1969. CONNELL, J. H.; SLATYER, R. O. Mechanisms of succession in natural communitiesand their role in community stability and organization. American Naturalist, Chicago, v. 111, p. 1119-1144, 1977. CORDEIRO, P. H. C. Padrões de Distribuição Geográfica dos Passeriformes Endêmicos da Mata Atlântica. 1999. Dissertação (Mestrado em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre). Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, 1999. CORRÊA, M. P. Dicionário de Plantas Úteis do Brasil e das Exóticas Cultivadas, v.4, p.515-519. Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, completado por Leonandia Azeredo, 1969. CRESTANA, C. S. M.; BATISTA, E. A.; MARIANO, G.; KAGEYAMA, P. Y. Fenologia da frutificação de Genipa americana L. (Rubiaceae) em mata ciliar do Rio Moji Guaçu, SP. Revista do IPEF, Piracicaba, n.45, p.31-34, 1992.

Page 55: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

54

CRESTANA, M. S. M.; TOLEDO FILHO, D. V.; CAMPOS, J. B. Florestas: sistemas e recuperação com essências nativas: Campinas: Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, 1993. 60 p. DEGEN, B.; SEBBENN, A. M. Genetics and tropical forests. Tropical forestry handbook, Berlin: Spring-Verlag Berlin Heidelberg, 2014, 30 p. DELPRETE, P. G.; SMITH, L. B.; KLEIN, R. M. Rubiáceas: Flora Ilustrada Catarinense. Santa Catarina: Ademir Reis, v.2, p. 353-360, 2005. DICK, C. W.; ETCHELECU, G.; AUSTERLITZ, F. Pollen dispersal of tropical trees (Dinizia excelsa: Fabaceae) by native insects and African honeybees in pristine and fragmented Amazonian rainforest. Molecular Ecology, Oxford, v. 12, p. 753-764, 2003. DINERSTEIN, E.; OLSON, D. M.; GRAHAM, D. J.; WEBSTER, A. L.; PRIMM, S. A.; BOOKBINDER, M. P.; LEDEC, G. A Conservation Assessment of the Terrestrial Ecoregions of Latin America and the Caribbean. Washington (DC): World Bank. 1995. DOYLE, J. J.; DOYLE, J. L. Isolation of plant DNA from fresh tissue. Focus, Rocklville, v.12, p.13-15, 1990. DUMINIL, J. ; DAINOU, K. ; KAVIRIRI, D. K. ; GILLET, P. ; LOO, J. ; DOUCET, J-L. ; HARDY, O. J. Relationships between population density, fine-scale genetic structure, mating system and pollen dispersal in a timber tree from African rainforests. Heredity, London, v. 116, p. 295-303, 2016. DURIGAN, G.; NOGUEIRA, J. C. B. Recomposição de matas ciliares. São Paulo: Instituto Florestal de São Paulo, 1990. p. 1-14. (Série Registros, 4). EPPERSON, B. K. Spatial patterns of genetic variation within plant populations. In: BROWN, A. H. D.; CLEGG, M. T.; KAHLER, A. L.; WEIR, B. S., ed. Plant population genetics, breeding and genetic resources. Sunderland: Sinauer, p. 229-253, 1990. FONSECA, G. A. B. Biodiversidade e impactos antrópicos. In: PAULA, J. A. Org. Biodiversidade, População e Economia: Uma região de Mata Atlântica. MG, Belo Horizonte, 1997. FREITAS, M. L. M.; SEBBENN, A. M.; ZANATTO, C. S.; MORAES, E.; MORAES, M. A. Variação genética para caracteres quantitativos em população de Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v.20, n.2, p.165-173, 2008. GAINO, A. P. S. C.; MORAES, M. L. T. M.; MOREIRA, J. P.; CARDIN, L. T.; MORAES, M. A.; SILVA, A. M.; FREITAS, M. L. M.; SEBBENN, A. M. Mating system in Myracrodruon urundeuva (Anacardeaceae): implications for conservation genetics. Revista Brasileira de Botânica,São Paulo, v. 34, n. 4, p. 545-551, 2011.

Page 56: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

55

GLASENAPP, J. S. ; CASALI, V. W. D. ; MARTINS, E. R. ; CRUZ, BARBOSA, P. B. Descrição da diversidade genética de populações naturais de barbatimão Stryphnodendron adstringens (Mart.) coville em unidades de conservação de Minas Gerais. Revista Árvore, Viçosa, v.38, n.1, p.103-112, 2014. GONELA, A.; SEBBENN, A. M.; SORIANI, H. H.; MESTRINER, M. A.; MARTINEZ, C. A.; ALZATE-MARIN, A. L. Genetic diversity and mating system of Copaifera langsdorffii (Leguminosae/Caesalpinioideae). Genetics and Molecular Research, Ribeirão Preto, v.12, n.1, p. 569-580, 2013. GOUDET, J. FSTAT. (Version 2.9.3.2.): a computer program to calculate F-statistics. Journal of Heredity, Oxford, v. 86, n. 6, p. 485–486, 1995. GOIS, I.B.; SILVA-MANN, R.; FERREIRA, R.A. Variabilidade genética de Spondias lutea L. em uma população do baixo São Francisco sergipano, por meio de isoenzimas. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 37, n. 81, p. 55-60, 2009. GUSSON, E.; SEBBENN, A. M.; KAGEYAMA, P. Y. Diversidade e estrutura genética espacial em duas populações de Eschweilera ovata. Scientia Forestalis, Piracicaba, v.67, p.123-135, abr. 2005. GUSSON, E.; SEBBENN, A. M.; KAGEYAMA, P. Y. Sistema de reprodução em populações de Eschweilera ovata (Cambess.) Miers. Revista Árvore, Viçosa, v.30, n.4, p.491-502, 2006. HARDY, O. J.; MAGGIA, L.; BANDOU, E.; BREYNE, P.; CARON, H.; CHEVALLIER, M. H.; DOLIGEZ, A.; DUTECH, C.; KREMER, A.; LATOUCHE-HALLÉ, C.; TROISPOUX, V.; VERON, V.; DEGEN, B. Fine-scale genetic structure and gene dispersal inferences in 10 Neotropical tree species. Molecular Ecology, Oxford, v. 15, p. 559–571, 2006. HARDY, O. J.; GONZÁLEZ-MARTÍNEZ, S.; COLAS, B.; FRÉVILLE, H.; MIGNOT, A.; OLIVIERI, I. Fine-scale genetic structure and gene dispersal in Centaurea corymbosa (Asteraceae). II. Correlated paternity within and among sibships. Genetics, Austin, v. 168, p. 1601–1614, 2004. HEDRICK, P. W. A standardized genetic differentiation measure. Evolution, Lancaster, v. 59, n. 8, p. 1633-1638, 2005. HOULE, D. Comparing evolvability and variability of quantitative traits. Genetics, Austin, v. 130, n. 1, p. 195-204, 1992. HUENNEKE, L. F. Ecological implications of genetic variation in plant population. In: D. A. Falk & K. E. Holsinger (eds). Genetics and Conservation of Rare Plants. University Press, Oxford, p. 31-44, 1991. JUMP, A. S.; PENUELAS, J. Genetic effects of chronic habitat fragmentation in a Wind-pollinated tree. Proceedings of the Nacional Academy of Sciences, Athens, v. 103, n. 21, p. 8096-8100, 2006.

Page 57: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

56

KANASHIRO, M.; THOMPSON, I. S.; YARED, J. A. G.; LOVELESS, M. D.; COVENTRY, P.; MARTINS-DA-SILVA, R. C.V.; DEGEN, B.; AMARAL, W. Improving conservation values of managed forests: the Dendrogene Project in the Brazilian Amazon. Unasylva, v. 209, p. 25-33, 2002. KAGEYAMA, P. Y.; DIAS, I.S. The application of genetic concepts to native Forest species in Brazil. Forest Genetic Resources. Information, n. 13, p. 2-11, 1985. KONUMA, A.; TSUMURA, Y.; LEE, C. T.; LEE, S. L.; OKUDA, T. Estimation of gene flow in the tropical-rainforest tree Neobalanocarpus heimii (Dipterocarpaceae), inferred from paternity analysis. Molecular Ecology, Oxford, v. 9, p. 1843–1852, 2000. LACERDA, A. E. B.; KANASHIRO, M.; SEBBENN, A. M. Effects of reduced impact logging on genetic diversity and spatial genetic structure of a Hymenaea courbaril population in the brazilian amazon forest. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v. 255, p. 1034-1043, 2008. LACERDA, C. M. B.; KAGEYAMA, P. Y. Estrutura genética espacial de duas populações naturais de Myracrodruon urundeuva M. Allemão na região semi-árida, Brasil. Revista Árvore,Viçosa, v.27, n.2, p.145-150, 2003. LACERDA, D.R.; MACEDO, M.D.P. LEMOS-FILHO, J.P. Genetic diversity and structure of natural populations of Planthymenia reticulata (Mimosaceae) a tropical tree from Brazilian Cerrado. Molecular Ecology, Oxford, v.10, p.1143-1152, 2001. LANDER, T. A.; BOSHIER, D. H.; STEPHEN, A. H. Fragmented but not isolated: Contribution of single trees, small patches and long-distance pollen flow to genetic connectivity for Gomortega keule, an endangered Chilean tree. Biological Conservation, Boston, v. 143, p. 2583-2590, 2010. LANES, E. C. M.; MOTOIKE, S. Y.; KUKI, K. N.; RESENDE, M. D. V.; CAIXETA, E. T. Mating system and genetic composition of the macaw palm (Acrocomia aculeata): Implications for breeding and genetic conservation programs. Journal of Heredity, Oxford, v. 107, n. 6, p. 527-536, 2016. LEVIN, D. A.; KERSTER, H. W. Gene flow in seed plants. Evolutionary Biology, v.7, p. 139-220, 1974. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. 352 p. LORENZI, H. Árvores Brasileiras. 3. ed. São Paulo: Plantarum, 2000, 302p. LOWE, A., HARRIS, S.; ASHTON, P. Ecological Genetics: Design, Analysia and Application. Blackwell Publishing, Oxford. 2004. 35p. MANOEL, R. O.; FREITAS, M. L. M.; TAMBARUSSI, E. V.; CAMBUIM, J.; MORAES, M. L. T.; SEBBENN, A. M. Mendelian inheritance, genetic linkage, and genotypic

Page 58: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

57

disequilibrium at microsatellite loci in Genipa americana L. (Rubiaceae). Genetics and Molecular Research, Ribeirão Preto, v. 14, p. 8161-8169, 2015a. MANOEL, R. O.; FREITAS, M. L. M.; JÚNIRO, E. F.; ALVES, P. F.; MORAES, M. L.T.; SEBBENN, A. M. Individual, fruit, and annual variation in correlated mating in a Genipa americana population. Silvae Genetica, Frankfurt, v. 64, n. 3, p. 108-116, 2015b. MANOEL, R. O; FREITAS, M. L. M.; BARRETO, M. A.; MORAES, M. L.; SOUZA, A. P.; SEBBENN, A. M. Development and characterization of 32 microsatellite loci in Genipa americana (Rubiaceae). Applications in Plant Sciences, St. Louis, v. 2, n. 3, 2014a. MANOEL, R. O. Fluxo gênico, estrutura genética espacial intrapopulacional e sistema de reprodução hierárquico entre e dentro de frutos em uma pequena população isolada de Genipa americana L., utilizando marcadores microssatélites. 2014b. 96 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Engenharia, 2014b. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/123312>. MANOEL, R. O.; ALVES, P. F.; DOURADO, C. L.; GAINO, A. P. S. C.; FREITAS, M. L. M.; MORAES, M. L.T.; SEBBENN, A.M. Contemporary pollen flow, mating patterns and effective population size inferred from paternity analysis in a small fragmented population of the Neotropical tree Copaifera langsdorffii Desf. (Leguminosae-Caesalpinioideae). Conservation Genetics, Dordrecht, v.13, p.613–623, 2012a. MANOEL, R. O.; CARDIN, L. T.; MOREIRA, J. P.; SILVA, E. C. B.; SENNA, S. N.; KUBOTA, T. Y. K.; FREITAS, M. L. M.; MORAES, M. L. T.; SEBBENN, A. M. Sistema de reprodução, parentesco e tamanho efetivo em sementes de polinização livre de populações fragmentadas de Copaifera langsdorffii Desf. por análise de locos microssatélites. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 40, n. 94, p.145-155, 2012b. MARCONDES, C. R.; BERGMANN, J. A. G.; ELER, J. P., FERRAZ, MELIS, M. H. V.; ELER, J. P.; SILVA, J. A. V.; FERRAZ, J. B. S. Análises de alguns critérios de seleção para características de crescimento na raça Nelore. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v.52, n.1, p.83-89, 2000. MAUÉS, M. M.; OLIVEIRA, P. E. A. M. Conseqüências da fragmentação do habitat na ecologia reprodutiva de espécies arbóreas em florestas tropicais, com ênfase na Amazônia. Oecologia Australis, Rio de Janeiro, v.14, n. 1, p. 238-250, 2010. MEDINA-MACEDO, L.; SEBBENN, A. M.; LACERDA, A. E. B.; RIBEIRO, J. Z.; SOCCOL, C. R.; BITTENCOURT, J. V. M. High levels of genetic diversity through pollen flow of theconiferous Araucaria angustifólia: a landscape level study in Southern Brazil. Tree Genetics and Genomics, n. 11, v. 814, 2015. MELIS, M. H. V.; ELER, J. P.; SILVA, J. A. V.; FERRAZ, J. B. S. Estimação de parâmetros genéticos em bovinos de corte utilizando os métodos de máxima

Page 59: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

58

verossimilhança restrita e R1. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.32, n.6, p.1624-1632, 2003. MORAES, M. A. Estudo hierárquico do sistema de reprodução entre e dentro de frutos, fluxo de pólen e estrutura genética espacial em um fragmento e em árvores isoladas na pastagem de Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne na região de cerrado. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Engenharia, 2016. Disponível em: http://repositorio.unesp.br/handle/11449/136260 MORAES, M. L. T.; SEBBENN, A. M. Pollen dispersal between isolated trees in the Brazilian savannah: a case study of the neotropical tree Hymenaea stigonocarpa. Biotropica, Belo Horizonte, v. 43, n. 2, p. 192-199, 2011. MORAES, M. A.; ZANATTO, A. C. S.; MORAES, E.; SEBBENN, A. M.; FREITAS, M. L. M. Variação genética para caracteres silviculturais em progênies de polinização aberta de Eucalyptus camaldulensis em Luiz Antônio-SP. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 113-118, 2007. MORENO, M. A.; TARAZI, R.; FERRAZ, E. M.; GANDARA, F. B.; KAGEYAMA, P. Y. Estrutura genética espacial em populações de Hymenaea stigonacarpa Mart. ex Hayne mediante a utilização de marcadores microssatélites cloroplastidiais. ScientiaForestalis, Piracicaba, v.37, n.84, p.513-523, 2009. MORI, N. T.; MORI, E. S.; TAMBARUSSI, E. V.; MORAES, M. L. T. M..; SEBBEEN, A. M. Sistema de cruzamento em populações de Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Mattos e suas implicações para a coleta de sementes para fins de conservação e melhoramento genético. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 43, n. 107, p. 675-681, 2015. MORI, E. S.; SEBBENN, A. M.; TAMBARUSSI, E. V.; GURIES, R. P. Sistema de reprodução em populações naturais de Peltophorum dubium. Scientia Forestalis, Piracicaba, v.41, n.99, p.307-317, set. 2013. MORS, W. B.; RIZZINI, C. T.; PEREIRA, N. A Medicinal Plants of Brazil. Algonac: Robert A. DeFillipps, p. 294-300, 2000. MURRAY, B.W. The estimation of genetic distance and population substructure from microsatellite allele frequency data. McMaster University, 1996. MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A.; MITTERMEIER, C. G.; FONSECA, G. A. B.; KENT, J. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, London, v.403, p.853-858, 2000. NASCIMENTO, W. M. O.; DAMIÃO-FILHO, C. F. Caracterização morfológica de sementes e plântulas de jenipapeiro (Genipa americana L. – Rubiaceae). Revista Brasileira de Sementes, Londrina, v.20, n.1, p.143-147, 1998.

Page 60: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

59

NILSSON, T. T. Levantamento do potencial econômico da mata ciliar e sugestões quanto ao seu aproveitamento racional. In: SIMPÓSIO SOBRE MATA CILIAR, 1989, Campinas. Anais...Campinas, SP: Fundação Cargill, 1989. p. 144- 155. ODUM, E. P. Ecology: a bridge between science and society. Sinauer Associates, Sunderland, MA, 1997. 469p. OLIVEIRA, J. B. Mapa pedológico do Estado de São Paulo: legenda expandida. Campinas: Instituto Agronômico, 1999. 64 p. OLIVEIRA, M. C.; RIBEIRO, J. F.; PASSOS, F. B.; AQUINO, F. G.; OLIVEIRA, F. F.; SOUSA, S.R. Crescimento de espécies nativas em um plantio de recuperação de Cerrado sentido restrito no Distrito Federal, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 13, n. 1, p. 25-32, 2015. OTSUBO, H. C. B.; MORAES, M. L.T.; MORAES, M. A.; NETO, M. J.; FREITAS, M. L. M.; COSTA, R. B.; RESENDE, M. D. V.; SEBBENN, A. M. Variação genética para caracteres silviculturais em três espécies arbóreas da região do bolsão sul-mato-grossense. Revista Cerne, Lavras, v. 21, n. 4, p. 535-544, 2015. PIMENTEL-GOMES, F.; GARCIA, C.H. 2002. Estatística aplicada a experimentos agronômicos e florestais: exposição com exemplos e orientações para uso de aplicativos. FEALQ, Piracicaba. PINTO, S. I. C.; SOUZA, A. M.; CARVALHO, D. Genetic variability by isoenzymes in populations of Copaifera langsdorffii Desf. in two fragments of riparian forest. Scientia Forestalis, Piracicaba, n. 65, p. 40-48, 2004. PINTO, S. I. C.; CARVALHO, D. Estrutura genética de populações de pindaíba (Xylopia brasiliensis Sprengel) por isoenzimas. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v.27, n.3, p.597-605, 2004. PIRES, V. C. M.; MARTINS, K.; BÔAS, O. V.; FREITAS, M. L. M.; SEBBENN, A. M. Variabilidade genética de caracteres silviculturais em progênies de polinização aberta de Pinus caribaea var. bahamensis. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 41, n. 97, p. 113-119, 2013. RABBANI, A. R. C.; SILVA-MANN, R.; FERREIRA, R. A. Variabilidade genética de Genipa americana L. pertencente ao baixo curso do rio São Francisco. Revista Árvore, Viçosa, v.36, n.3, p.401-409, 2012. RAMOS, S. L. F.; DEQUIGIOVANNI, G.; SEBBENN, A. M.; LOPES, M. T. G.; KAGEYAMA, P. Y.; MACÊDO, J. L. V.; KIRST, M.; VEASEY, E. A. Spatial genetic structure, genetic diversity and pollen dispersal in a harvested population of Astrocaryum aculeatum in the Brazilian Amazon. BMC Genetics, London, v. 17, n. 63, p. 1-10, 2016. REIS, A. M. A. Distribuição da Variabilidade Genética em Aroeira (Myracrodruon urundewa, Anacardiaceae) por marcadores RAPD e polimorfismo de seqüência

Page 61: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

60

de cpDNA. 1999. 60 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São de Paulo, Piracicaba, 1999. RESENDE, M. D. V. Matemática e estatística na análise de experimentos e no melhoramento genético. Colombo: Embrapa Florestal, 2007a. 561 p. RESENDE, M. D. V. Software SELEGEN - REML/BLUP: sistema estatístico e seleção genética computadorizada via modelos lineares mistos. Colombo: Embrapa Florestas, 2007b. 360p. RESENDE, M. D. V. Genética biométrica e estatística no melhoramento de plantas perenes. Brasília: EMBRAPA Informação Tecnológica, 2002. 975 p. RITLAND, K.; JAIN, S. A model for the estimation of outcrossing rate and gene frequencies using independent loci. Heredity, London, v. 47, n. 1, p. 35-52, 1981. RITLAND, K. Correlated matings in the partial selfer Mimulus guttatus. Evolution, Lancaster, v. 43, p. 848-859, 1989. RITLAND, K. Extensions of models for the estimation of mating systems using independent loci. Heredity, London, v. 72, p. 86-94, 2002. ROBLEDO-ARNUNCIO, J. J.; GARCÍA, C. Estimation of the seed dispersal kernel from exact identification of source plants. Molecular Ecology, Oxford, v. 16, n. 23, p. 5098-5109, 2007. ROBLEDO-ARNUNCIO, J. J.; AUSTERLITZ, F.; SMOUSE, P. E. A new method of estimating the pollen dispersal curve independently of effective density. Genetics, Austin, v. 173, p. 1033–1045, 2006. RODRIGUES, C. J. Variação genética para caracteres silviculturais em banco ativo de germoplasma de espécies arbóreas do cerrado e da floresta estacional semidecidual. 2010, 187 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Engenharia, 2010. ROSAS, M. A. M.; OLLERTON, J.; TABLA, V. P.; DE-NOVA, J. A. Meta-analysis of phenotypic selection on flowering phenology suggests that early flowering plants are favoured. Ecology Letters, Oxford, v. 14, p. 511-521, 2011. SANO, S. M.; FONSECA, C. E. L. Taxa de sobrevivência e frutificação de espécies nativas do Cerrado. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2003. 20p. SANT’ANA, V. Z.; FREITAS, M. L.; MORAES, M. L. T.; ZANATTO, A. C. S.; MORAES, M. A.; SEBBENN, A. M. Parâmetros genéticos em progênies de polinização aberta de Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong em Luiz Antonio, SP, Brasil. Hoehnea, São Paulo, v. 40, n. 3, p. 515-520, 2013.

64

Page 62: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

61

SANTOS, A. R. F.; SILVA-MANN, R.; FERREIRA, R. A. Restrição hídrica em sementes de Jenipapo (Genipa americana L.). Revista Árvore, Viçosa, v.35, n.2, p.213-220, 2011. SANTOS, P. A. Manejo do jenipapeiro (Genipa americana L.) para produção de madeira e avaliação da diversidade genética por meio de marcadores moleculares. 2012. 40 f. Dissertação (Mestrado em Recursos Genéticos Vegetais)- Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, 2012. SCHUELKE, M. An economic method for the fluorescent labeling of PCR fragments. Nature Biotechnology, London, v. 18, p. 233-234, 2000. SEBBENN, A. M.; KAGEYAMA, P. Y.; VENCOVSKY, R. Estrutura genética de sub-populações de Genipa americana L. (Rubiaceae) em mata ciliar do rio Mogi Guaçu a partir de isoenzimas. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v.10, p.95-108, 1998a. SEBBENN, A. M.; KAGEYAMA, P. Y.;VENCOVSKY, R. Variabilidade genética, sistema reprodutivo e estrutura genética especial em Genipa americana L. através de marcadores isoenzimáticos. Scientia Forestalis, Piracicaba, v.53, p.15-30, jun. 1998b. SEBBENN, A. M. S.; ETTORI, L. C. Conservação genética ex situ de Esenbeckia leiocarpa, Myracrodruon urundeuva, Peltophorum dubium em teste de progênies misto. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 13, n. 2, p. 201-211, 2001. SEBBENN, A. M. Tamanho amostral para conservação ex situ de espécies arbóreas com sistema misto de reprodução. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v.15, n.2, p.147-162, 2002. SEBBENN, A. M.; KAGEYAMA, P. Y.; VENCOVSKY, R. Conservação genética in situ e número de matrizes para a coleta de sementes em população de Genipa americana. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 63, p.13-22, 2003. SEBBENN, A. M. Herança e ligação em locos de isoenzimas em Genipa americana L. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v.16, n.1, p.65-72, 2004. SEBBENN, A. M. Sistemas de reprodução em espécies tropicais e suas implicações para a seleção de árvores matrizes para reflorestamentos ambientais. In: HIGA, A. R. e SILVA, L. D. Pomar de sementes de espécies florestais nativas. Curitiba: FUPEF, p.183-202. 2006. SEBBENN, A. M.; FREITAS, M. L. M.; ZANATTO, A. C. S.; MORAES, E.; MORAES, M. A. Conservação ex situ e pomar de sementes em banco de germoplasma de Balfourodendron riedelianum. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 101-112, 2007. SEBBENN, A. M.; FREITAS, M. L. M.; ZANATTO, A. C.; MORAES, E; MORAES, M. L. T. Comportamento da variação genética entre e dentro de procedências e

Page 63: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

62

Progênies de Gallesia integrifólia Vell. Moq. para caracteres quantitativos. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v.21, p.151-163, 2009. SENNA, S. N.; FREITAS, M. L. M.; ZANATTO, A. C. S.; MORAES, E.; ZANATA, M.; MORAES, M. L. T.; SEBBENN, A. M. Variação e parâmetros genéticos em teste de progênies de polinização livre de Peltophorum dubium (Sprengel) taubert em Luiz Antonio –SP. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 40, n. 95, p. 345-352, 2012. SERGIPE. Secretaria de Estado do Planejamento e da Ciência e Tecnologia. Santana do São Francisco. In: Perfis Municipais. Aracaju, 75p., 2000. SILVA, L. C. R.; CORRÊA, R. S. Sobrevivência e Crescimento de seis espécies arbóreas submetidas a quarto tratamentos em área minerada no Cerrado. Revista Árvore, Viçosa, v.32, n.4, p.731-740, 2008. SILVA, M. B.; KANASHIRO, M.; CIAMPI, A. Y.; THOMPSON, I.; SEBBENN, A. M. Genetic effects of selective logging and pollen gene flow a low-density population of the dioecious tropical tree Bagassa guianensis in the Brazilian Amazon. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v. 255, p. 1548-1558, 2008. SILVA, A. V. C.; FREIRE, K. C. S.; LÉDO, A. S.; RABBANI, A. R. C. Diversity and genetic structure of jenipapo (Genipa americana L.) Brazilian accessions. Scientia Agricola, Piracicaba, v.71, n.5, p.345-355, 2014. SMOUSE, P. E.; SORK, V. L. Measuring pollen flow in forest trees: an exposition of alternative approaches. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v.197, p. 21-38, 2004. SAS INSTITUTE. SAS procedures guide: version 8 (TSMO). Cary: SAS Institute, 1999. SOUZA, C. S.; FREITAS, M. L. M.; MORAES, M. L. T.; SEBBENN, A. M. Estimativas de parâmetros genéticos para caracteres quantitativos em progênies de polinização aberta de Eucalyptus urophylla. Revista Floresta, Viçosa, v. 41, n. 4, p. 847 – 856, 2011. SOUZA, A. F.; ANDRADE, A. C. S.; RAMOS, F. N.; LOUREIRO, M. B. Ecophysiology and morphology of seed germination of the neotropical lowland tree Genipa americana (Rubiaceae). Journal of Tropical Ecology, Cambridge, v.15, p.667-680, 1999. SOUSA, V. A.; SEBBENN, A. M.; HATTEMER, H.; ZIEHE, M. Correlated mating in populations of a dioecious Brazilian conifer, Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze. Forest Genetic, Zvolen, v.12, p.107-119, 2005. SPITZCOVSKY, D. Caatinga: O patinho feio dos biomas do Brasil. Planeta Sustentável. Disponível em: http://planetasustentavel.abril.com.br/planetinha/fique-ligado/caatinga-patinho-feio-biomas-brasil-protecao-desmatamento-747899.shtml. Acesso em 20 mar. 2015.

Page 64: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

63

TARAZI, R.; MORENO, M. A.; GANDARA, F. B.; FERRAZ, E. M.; MORAES, M. L. T.; VINSON, C. C.; CIAMPI, A. Y.; VENCOVSKY, R.; KAGEYAMA, P. Y. High levels of genetic differentiation and selfing in the Brazilian cerrado fruit tree Dipteryx alata Vog. (Fabaceae). Genetics and Molecular Biology, Ribeirão Preto, v.33, n.1, p.78-85, 2010. VENCOVSKY, R.; BARRIGA, P. Associação entre caracteres. In: VENCOVSKY, R.; BARRIGA, P. Genética biométrica no fitomelhoramento. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, p. 335-486, 1992. YOUNG, A.; BOYLE, T. Forest Fragmentation. In: Forest Conservation genetics: principles and practice. (A. Young, D. Boshier e T. Boyle, eds) CSIRO Publishing, Collingwood, p. 123-132, 2000. YOUNG, A.; BOYLE, T.; BROWN, A. H. D. The population genetic consequences of habitat fragmentation for plants. Trends in Ecology and Evolution, Cambridge, v.11, p.413-418, 1996. ZARUMA, D. U. G.; CANUTO, D. S. O.; PUPIN, S.; CAMBUIM, J.; SILVA, A. M.; MORI, E. S.; SEBBENN, A. M.; MORAES, M. L. T. Variabilidade genética em procedências e progênies de Dipteryx alata vogel para fins de conservação genética e produção de sementes. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 43, n. 107, p. 609-615, 2015.

Page 65: MARÍLIA FREITAS DE VASCONCELOS MELO DIVERSIDADE … · e ter mais uma nova chance de recomeçar. Aos meus pais, fonte de luz, amor e sabedoria, por ser o meu porto seguro, por sempre

64

Apêndice

APÊNDICE A - Coordenadas geográficas e DAP (Diâmetro Altura do Peito) das árvores-matriz de Genipa americana L., provenientes do município de Arauá/SE

MATRIZES Latitude S, Longitude W, DAP (cm)

1 11°17'42,1" 37°38'69,3" 32,05

2 11°17"41,6" 37°38'69,4" 34,73

3 11°17'45,6" 37°38'70,6" 45,23

4 11°17'69,8" 37°38'51,5" 50,20

5 11°17'89,3" 37°38'35,1" 46,47

6 11°17'72,2" 37°38'54,9" 62,45

7 11°17'72,0" 37°38'55,4" 61,15

8 11°17'70,5" 37°38'54,5" 62,45

9 11°17'69,6" 37°38'54,4" 49,34

10 11°17' 68,0'' 37°38'56,5'' 62,48

11 11°17'65,8'' 37°38'57,1" 36,64

12 11°17'71,1'' 37°38'57,3" 61,18

13 11°17'70,0'' 37°38'57,1" 18,68

14 11°17'71,1'' 37°38'59,0" 50,61

15 11°17'71,8'' 37°38'58,9" 57,81

16 11°17'71,3'' 37°38'60,4" 70,09

17 11° 17 70,9'' 37°38'62,0" 26,26

18 11°17'70,4'' 37°38'61,6" 42,84

19 11°17'90,7'' 37°38'36,3" 39,47

20 11°17'69,1'' 37°38'60,4" 55,00

21 11°17'63,4'' 37°38'57,1" 23,97

22 11°17'62,6'' 37°38'57,1" 63,95

23 11°17'70,8'' 37°38'46,7" 49,21

24 11°17'69,9'' 37°38'46,4" 43,48

25 11°17'72,6'' 37°38'46,4" 54,88

26 11°17'74,7'' 37°38'46,8" 40,81

27 11°17'81,0'' 37°38'48,3" 47,27

28 11°17' 83,0'' 37°38'43,1" 36,38

29 11°17'86,0'' 37°38'36,3" 31,39

30 11°17' 86,8'' 37°38'35,1" 14,26