mariano procopio

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UMA EMPREZA CUJO FIM A CONSTRUCO DE UMA ESTRADA QUE LIGUE DUAS PROVNCIAS TO IMPORTANTES, E QUE, CONTINUANDO TALVEZ PARA O FUTURO AT AS MARGENS DO SEGUNDO RIO DO BRASIL, REUNIR OS INTERESSES DE SEIS PROVINCIAS, DE CERTO MERECE SER CHAMADA DE PATRITICA. AFIANO-LHES POIS A CONTINUAO DA MINHA PROTEO, E CREIO QUE NO PODERIA MELHOR AGRADECER OS SENTIMENTOS DE AMOR E FIDELIDADE QUE ACABA DE ME MANIFESTAR EM NOME DA COMPANHIA. Palavras do IMPERADOR PEDRO II em resposta ao discurso que perante ele proferiu o diretor-presidente da COMPANHIA UNIO E INDSTRIA MARIANO PROCPIO FERREIRA LAGE em 12 de abril de 1856. Transcrito do LIVRO MARIANO PROCPIO FERREIRA LAGE SUA VIDA SUA OBRA SUA DESCENDNCIA Editora Caminho Novo JUIZ DE FORA 1961.

Este fato, ou seja a passagem dos 150 anos da inaugurao da primeira estrada macadamizada do Brasil, tem reflexos em vrias cidades dos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, a saber: PETRPOLIS AREAL TRES RIOS PARAIBA DO SUL LEVY GASPARIAN no Estado do RIO DE JANEIRO e SIMO PEREIRA, MATIAS BARBOSA E JUIZ DE FORA no Estado de MINAS GERAIS, merece portanto uma comemorao e, principalmente que todos os cidados hoje conheam como foi a epopia da construo desta estrada, que gerou entre outros fatores, a vinda de colonos germnicos para JUIZ DE FORA, em 1858. Para a construo da estrada foram contratados por MARIANO PROCPIO FERREIRA LAGE, o capito JOS MARIA DE OLIVEIRA BULHES, que foi assistido pelo alemo JOS KOELLER e seu filho, alm de dois engenheiros franceses FLAGEOLLOT e VIGOUROUX. O projeto comeou em 1854, as obras iniciadas em 12 de abril de 1856, na presena do IMPERADOR D. PEDRO II, em PETRPOLIS. Os trabalhos de construo ficaram a cargo, respectivamente , do brasileiro ANTONIO MARIA BULHES, no trecho entre PETRPOLIS E TRES BRAAS (ATUAL TRES RIOS) e do alemo JOSE KOELLER no trecho entre TRES BRAAS A SANTO ANTONIO DO PARAIBUNA (ATUAL JUIZ DE FORA). Foram construdos um total de 144 km (24 lguas) e sua inaugurao deu-se no dia 23 de junho de 1861, com a viagem realizada pelo IMPERADOR D PEDRO II, a famlia real e alguns de seus assessores, cujo percurso foi feito em 12 horas.Para se ter uma idia do avano obtido na construo da estrada o escritor ALBINO ESTEVES em seu LBUM DO MUNICIPIO DE JUIZ DE FORA, 1915, relata Era um passo agigantado o que se dava e vinha de certo modo garantir a vida sempre latente de nossa cidade. Como se pode calcular, antes da unio e industria a viagem durava em torno de trinta dias numa viagem de ida e volta. Agassiz, escritor e naturalista norte-americano, tambm d suas impresses sobre a UNIO E INDSTRIA, em seu livro VOYAGE AU BRSIL. Num dos trechos ele afirma; ...Presentemente vai-se de Petrpolis a Juiz de Fora em carruagem, do erguer ao por do sol, sobre uma boa estrada de posta, que no cede lugar a nenhuma outra no mundo. No Livro de WILSON LIMA BASTOS MARIANO PROCPIO FERREIRA LAGE- SUA VIDA, SUA OBRA E SUA DESCENDNCIA, publicado em 1961, s pginas 44 e 45, assim destaca a viagem empreendida pelo IMPERADOR D. PEDRO II: Precisamente s 1730 horas, aps meio dia exato de viagem, chegou o IMPERADOR D PEDRO II a JUIZ DE FORA, sob entusisticas aclamaes, numa festa de espontnea vibrao cvica e cheia do sentido humano da simpatia. A estrada estava guarnecida em alas pelos colonos da COLNIA D PEDRO II, separadas pela ordem dos sexos e idades, tendo frente seu DIRETOR e o capelo catlico. Na mesma ordem seguiam os alunos dos COLGIO ROUSSIN, em nmero de mais ou menos oitenta.O povo no continha sua animao, acorrendo de todos os lados vibrantes aclamaes. Assim sob o HINO NACIONAL executado pela BANDA DE MSICA DA COLNIA, chegou a comitiva imperial chcara de MARIANO PROCPIO, que estava reservada ao uso dos Imperadores e Prncipes. Alguns anos mais tarde foi lanado o primeiro guia de viagens do Brasil, escrito pelo fotgrafo do IMPERADOR, o Alemo, nascido em BERLIM, REVERT HENRIQUE KLUMB, intitulado DOZE HORAS EM DILIGNCIA GUIA DO VIAJANTE DE PETRPOLIS A JUIZ DE FORA, editado em 1872.Num manuscrito datado de 1870, KLUMB afirma que a viagem do RIO DE JANEIRO A PETRPOLIS, se fazia pelo vapor e a estrada de ferro MAU, partindo-se de barco da Prainha e que os preos de viagem completa eram: PRIMEIRA CLASSE OITO MIL RIS; SEGUNDA. CLASSE SEIS MIL RIS E TERCEIRA CLASSE QUATRO MIL RIS. Em Petrpolis havia ento dois hotis: o BRAGANA cuja diria era de cinco mil ris, e o de FRANA, com a diria de quatro mil ris. Segundo o mesmo manuscrito, a viagem de Petrpolis a Juiz de Fora levava doze horas em diligncia. Dois exemplares do livrinho de 85 pginas, esto conservados na DIVISO DE OBRAS RARAS DA BIBLIOTECA NACIONAL. (site www.revistadehistria.com.br). O site www.asminasgerais.com.br, publica matria contando a histria de JUIZ DE FORA. Um dos captulos intitulado IMIGRANTES e os primeiros a chegarem foram os alemes. Segundo o documento eles foram contratados para a construo da ESTRADA UNIO E INDUSTRIA. Alm de mo de obra barata e especializada, foram contratados tambm, mecnicos, fundidores, ferreiros, folheiros, ferradores, carpinteiros, marceneiros, ponteiros, oleiros, pintores, etc. Tambm gostaramos de citar matria publicada no site do jornal ESTADO DE MINAS, assinada pelo jornalista PAULO HENRIQUE LOBATO, no dia 17/01/11, que trata das comemoraes dos 150 anos da estrada. Num dos trechos da citada matria o autor assim se expressa: A estrada se tornou um marco da ENGENHARIA da AMRICA LATINA, pois foi o primeiro corredor do BRASIL IMPRIO a usar a ento melhor tecnologia do mundo. O artigo ainda ressalta que: A primeira estrada pavimentada do Brasil, portanto, tambm foi a primeira concedida a administrao da iniciativa privada. Em maio de 1863, aconteceu uma reunio de ASSEMBLEIA GERAL DA COMPANHIA UNIO E INDUSTRIA, e entre outros documentos, foram apresentados relatrios sobre a Estrada e sobre a colnia D PEDRO II, que foi construda para ser a morada de nossos antepassados, colonos germnicos vindos para JUIZ DE FORA, em 1858. Alguns dados deste relatrio mostraremos a seguir, e se referem ao ano de 1862: TOTAL DE PASSAGEIROS TRANSPORTADOS - 13.291

TOTAL DE SACAS DE CAF TRANSPORTADAS 193.002 DIVERSOS VOLUMES TRANSPORTADOS - 237.832

BIBLIOGRAFIA: LIVROS CONSULTADOS. MARIANO PROCPIO FERREIRA LAGE sua vida sua obra sua descendncia: ALBINO ESTEVES LBUM DO MUNICPIO DE JUIZ DEFORA 1915; AGASSIZ VOYAGE AU BRSIL; REVERT HENRIQUE KLUMB DOZE HORAS EM DILIGNCIA guia do viajante de Petrpolis a Juiz de Fora. SITES: www.revistadehistria.com.br www.asminasgerais.com.br www.espechit.com.br; site do jornal ESTADO DE MINAS.

http://www.lojasaopaulo43.com.br/ilustres.phpevoluo da cidade teve como fator importante a presena de imigrantes germnicos que chegaram nos anos de 1856 e 1858, contratados pela Companhia Unio e Indstria para a construo da estrada que deveria ligar a provncia de Minas Gerais, especialmente a chamada Zona da Mata, ao Rio de Janeiro. Estes primeiros e pioneiros imigrantes alemes foram responsveis pelo desenvolvimento e progresso desta ento pequena aldeia do interior do Brasil, projetando-a a nvel estadual, nacional e internacional, pelo surgimento de vrios estabelecimentos industriais e comerciais, alm de acumular uma srie de melhorias no espao urbano como a introduo de bondes de trao animal, telgrafo, telefone, oferta de gua a domiclio, iluminao pblica atravs de lampies a querosene, fundao de escolas de ensino primrio e secundrio, escolas comerciais e escolas de ensino superior, a organizao financeira em bancos, espaos de lazer e clubes, entre outros OLIVEIRA (1967), descreve a importncia da colnia germnica, segundo ele: "Se Mariano Procpio, ao iniciar as obras da Rodovia Unio e Industria, no tivesse estabelecido em Juiz de Fora uma colnia de imigrantes certo que cidade no teria se beneficiado to rapidamente do surto do progresso que a nova estrada lhe deu, transformando uma simples aldeia como tantas outras existentes na provncia, num emprio para o qual convergiam logo as atenes da metrpole e dos estrangeiros que a visitavam." No ano de 1856 chegaram os primeiros alemes, engenheiros, tcnicos e operrios especializados, para a construo das obras de infra-estrutura da estrada. Aps 2 anos da chegada destes imigrantes, de acordo com STHELING (1979), Juiz de Fora j tinha uma populao de aproximadamente 1200 alemes, constituindo a "Colnia D.Pedro lI". Juiz de Fora, que nesta poca possuda uma populao de aproximadamente 600 habitantes urbanos, teve seu nmero triplicado com a chegada dos imigrantes germnicos, fator de grande importncia para o progresso da cidade LESSA, J. Histria de Juiz de Fora. Juiz de Fora: Esdeva, 1985. OLIVEIRA, P. Histria de Juiz de Fora. Juiz de Fora: Esdeva, 1967. ESTEVES, A. lbum do Municpio de Juiz de Fora. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1915.

Descontandoligavam cidades e vilasbrasileiras desde o sculo XVI, foi apenas com a

Estrada Unio Indstria , em 1861,idealizada e executada pelo genial empreendedor Mariano Procpio escrita.A princpio a idia parecia absurda, pois o projeto, alm de inovador, era pela demora do transporte do caf at a Corte, tudo sefez para concretiz-lo. A moderna tcnica construtiva da estrada acabava, em parte, com os Vale aos portos da Baixada. Estrada da Unio e Indstria trecho de Paraibuna. lbum da Estrada Unio e Indstria . 13 -se ao decreto n 0 obras foram iniciada D. Pedro II e sua comitiva. Os trabalhos exigiam, no entanto, uma grande arpas

Trs Rios at Juiz de Fora ( poca, Paraibuna);e o brasileiro Antnio Maria re as cidades de Petrpolis e Trs Rios. 13 lbum da Estrada Unio e Indstria 69 Tropa de Mulas na EstradaUnio e Indstria. 14 Ao longo da estrada foram construdas slidas pontes de pedra e ferro, verdadeiras relquias de engenharia, e de arte das Garas , em Trs Rios.Nas margens da estrada, alm de se construrem muretas de pedra, plantaram-se mulungus vermelhos,rvores da famlia das leguminosas -feita de suas razes, conferem granderesistncia aos terrenos dos acostamentos. Em poca de florada, essas rvores proporcionavam umaspec flores vermelhas. Nas 12 estaes de mudas estrada era das maismodernas do mundo, incluindoo uso do macadame, endera nosEstados Unidos. O macadame uma

abaulada,igualmente alta em toda a sualargura (caixa de estrada), a ser preenchida com uma camadade pedra britada; esta, por suavez, recoberta por outra desaibro e calcada com o rolo oucilindro, formando um corposlido e compacto. 14 Ib. 13

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estendia-se por 144 km noeixo principal, ou seja, Petrpolis/Juiz de Fora, perfazendo 96 km no Estado do Rio de Janeiro e 48 km noEstado de Minas Gerais. Contava ainda com trs ramais, a saber: o primeiro partia de Paraibuna, seguiapela margem direita do rio Preto at Porto das Flores (hoje,

Sapu Ponte das Garas, Trs Rios. lbum da Estrada 15 Sem dvida nenhuma o ramal de Paraibuna foi o mais importante dos trs, como afirmado pelo prprioMariano Procpio, em carta escrita ao Vice-Presidente da Provncia do Rio de Janeiro, datada de 1865: Finalmente est bem demonstrada a utilidade que o ramal da estao do Paraibuna a Portodas Flores presta lavoura, dizendo -se que o Exmo. Baro do Rio Preto, possuidor de extensas propriedades de Porto das Flores para cima, e mais avizinhado de Valena que da estao deParaibuna, e todavia o melhor fregus desta, abraou calorosamente a idia de se levar avanteo melhoramento projetado, concorrendo com 10:000$000, de acordo com BASTOS.

viagens do Brasil, Doze horas em diligncia Guiado viajante de Petrpolis a Juiz de Fora em 1872. 15 Ib. 13

71 Estao de Paraibna. e Indstria. 16 Estao de Trs Rios. 1716 Ib. 13 17 Ib. 13

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Mariano Procpio e Alfredo Lage(seu filho), foram pessoas ligadas industrializao da cidade. Emsuas biografias encontramos informaes que mostram apego s inovaes cientficas e aadoo do hbito do colecionismo. Juiz de fora teve seus suportes visuais importados daEuropa, nos palacetes eclticos e fbricas de modelos ingleses, por isso denominaram-na"Manchester Mineira". Diramos que a Europa obrigatoriamente deveria ser evocada nacriao de um museu com as caractersticas do Museu Mariano Procpio. No Velho Mundo,a criao dos museus no sculo XIX acompanhou a geografia da industrializao. BASTOS, Wilson de Lima. Mariano Procpio Ferreira Lage, sua vida, sua obra,descendncia, genealogia. Juiz de Fora, Ed. Paraiso, 1991.

Numa conferncia pronunciada no Instituto Histrico e Geogrfico de Minas Gerais em 1962, o Dr. Manoel Xavier de Vasconcellos Pedrosa descreveu a Zona da Mata Mineira como uma regio "silenciosa" dentro da historiografia mineira. O Dr. Pedrosa atribuiu essa falta de literatura histrica ao desenvolvimento atrasado da regio relativamente Zona de Minerao. Tambm, como o Dr. Pedrosa notou, a economia cafeeira da Mata, no sculo XIX, colocou a regio em contato mais prximo com a Cidade e Provncia do Rio do que com o resto de Minas. Embora muitos historiadores j tenham percebido a Mata como uma rea marginal de Minas, o Dr. Pedrosa concluiu que a regio uma parte integral do Estado e deve ser considerada como tal. Neste sentido, a pesquisa do Dr. Pedrosa chamou a ateno dos historiadores para preencher essa lacuna evidente na histria mineira. De fato, podemos fixar a data das origens da exploso da economia cafeeira em 1869, quando Mariano Procpio Ferreira Lage inaugurou a Estrada Unio e Indstria, que ligou Juiz de Fora ao mercado no Rio e assegurou para aquela cidade o papel da capital regional. As estradas de rodagem, como as estradas de ferro que se seguiram, eram capitalizadas pelos prprios fazendeiros e construdas por engenheiros ligados s grandes famlias proprietrias. Tal fato explica tanto os trajetos planejados quanto a ntima ligao entre o transporte e a histria scio-econmica - e at poltica - da Mata. Assim, esta estrada de ferro incorporou, em rpida sucesso, as insolventes Estradas de Ferro Pirapetinga, Alto Muria, Unio Mineira e Juiz de Fora-a-Piau, e uma srie de linhas falidas na Provncia do Rio.

A Estrada Unio e Indstria foi inaugurada em 23 de junho de 1861 pelo imperador d. Pedro II. A obra para construo da estrada teve ampla repercusso no Brasil devido sua engenhosidade, com a tcnica pioneira de pavimentao com macadame (material que utilizava vrias camadas de pedras de tamanhos decrescentes, compactadas, revestidas com ligante a base de gua).O desenvolvimento cafeeiro na regio da Zona da Mata Mineira proporcionou a Juiz de Fora um forte dinamismo que transformou a natureza comercial da produo agrcola regional de mercantil para agro-exportadora. Um importante fator para esta transformao foi a construo da estrada Unio Indstria pelo ento Comendador Mariano Procpio Ferreira Lage. Com a instalao da Cia. Unio Indstria, compreendida entre os atuais bairros Mariano Procpio e Cermica surgiu um povoado independente daquele originado pela Estrada do Paraibuna, o da colnia de imigrantes D. Pedro II, que se dividiu em dois ncleos: um agrcola (So Pedro) e outro industrial (Fbrica). Em 1860, a colnia abrigava 1.144 pessoas.

O superior salrio pago pela indstria fez com que grande parte dos colonos imigrantes deixassem de trabalhar no campo para empregar-se na indstria. A influncia dos imigrantes, juntamente com a populao escrava que em 1872 correspondia a 37% da populao juizforana, foi decisiva para a formao cultural da cidade. A rodovia Unio Indstria revolucionou o sistema de transporte em Minas Gerais e abriu horizontes promissores produo, ao comrcio, industria e ao desenvolvimento da cidade de Juiz de Fora.

COMO CONSEQUNCIA, JUIZ DE FORA MARCOU SEU PIONEIRISMO COM A PRIMEIRA RODOVIA PAVIMENTADA DO PAS, A UNIO-INDSTRIA, LIGANDO-A A PETRPOLIS E CAPITAL DO IMPRIO; LOGO EM SEGUIDA CHEGARAM OS TRILHOS DA ESTRADA DE FERRO D. PEDRO II, DEPOIS DENOMINADA CENTRAL DO BRASIL, POR INICIATIVA DE MARIANO PROCPIO FERREIRA LAGE E BENEPLCITO DO IMPERADOR, VINDO, LOGO APS, A LEOPOLDINA HAILWAY, DIRECIONADA ZONA DA MATA MINEIRA, IMPULSIONANDO AINDA MAIS O CRESCIMENTO DA REGIO, CONSUBSTANCIADO NA FUNDAO DE INMERAS EMPRESAS COMERCIAIS E INDUSTRIAIS, TAIS COMO FUNDIES, TXTEIS, CERVEJARIAS, CURTUMES, LATICNIOS, BENEFICIADORAS DE CAF, ETC...

Apenas como esclarecimento, at o ano de 1865 Juiz de Fora e cidade do Paraibuna eram considerados pelos moradores lugares bem diferentes, apesar de apenas um brejo e um morro separ-los. A cidade do Paraibuna comportava, por assim dizer, o centro da cidade, com Cmara Municipal, a igreja Matriz e os belos sobrados ao longo da Rua Direita, parte do Caminho Novo que ligava o interior de Minas Corte. Juiz de Fora era onde morava Mariano Procpio e estavam construdas a sede da colnia de alemes, que trabalhavam na construo da estrada, e a estao da Rodovia Unio e Indstria. O local tambm era conhecido como Rio Novo, nome dado a Estao da Rodovia durante algum tempo. O nome Rio Novo foi dado em virtude do caminho para o Distrito de Rio Novo, pertencente ao Mar de Espanha. As propriedades de Mariano Procpio estavam fora do permetro urbano da cidade de acordo com oofcio enviado pelo mesmo ao Palcio da Presidncia da Provncia de Minas Gerais em 24/11/1857. Este ofcio foi transmitido pelo Presidente da Provncia Cmara Municipal questionando sobre as vantagens de tal anexao. Contudo, as terras e a colnia pertenciam a cidade do Paraibuna. Mais tarde, com a morte do Comendador Mariano o local passa a ser designado tambm por Mariano Procpio. Ver ARQUIVO HISTRICO DA CIDADE DE JUIZ DE FORA. Srie 23. Em 1865 a cidade passou a chamar-se Juiz de Fora, por proposta do Baro de So Marcelino, em razo da Lei provincial nmero 1262 de 19 de dezembro de 1865.

o discurso proferido por Pedro II ao Comendador Mariano Procpio, em 1856, quando teve incio a construo da Rodovia: Uma empresa cujo fim a construco de uma estrada que ligue duas provncias to importantes, e que, continuando talvez para o futuro at s margens do segundo rio do Brasil, reunir os interesses de seis provncias, de certo merece ser chamada patritica. Afiano-lhe pois a continuao da minha proteo, ecreio que no poderia melhor agradecer os sentimentos de amor e fidelidade que acaba de me manifestar em nome da companhia. Dando Prosseguimento na histria oitocentista da cidade de Juiz de Fora, a segunda viagem de grande porte a Juiz de Fora, em 1869, contou com a presena das Majestades Imperiais e o Duque de Saxe para inaugurao do edifcio da Escola Agrcola Unio e Indstria. o agraciamento do Comendador Mariano Procpio em favor de sua me que recebeu o ttulo de Baronesa de Santana. Um ttulo que reafirmou o apreo do Imperador em relao

ao Comendador. Pela carta de nomeao o Imperador deixa claro que, attendendo aos servios prestados por Mariano Procpio Ferreira Lage; e querendo dar-lhe um testemunho de particular distino: Hei por bem fazer Merc sua me. Adquirindo terras descontnuas o Comendador tornou-se possuidor de uma vasta faixa abrangendo, conforme o mapa anterior, o Morro do Imperador, Mariano Procpio, So Pedro, Borboleta, Cresotagem, Benfica e Grama. GENOVEZ, Falco Patrcia. As Malhas do Poder : uma anlise da elite de Juiz de Fora na segunda metade do sculo XIX. Juiz de Fora: Clio Edies Eletrnicas, 2002. Familia ferreira lageDe acordo com a histria de Juiz de Fora, o jovem Mariano Procpio, nascido em Barbacena, foi o homem que abriu os caminhos de Juiz de Fora para a civilizao e comrcio. Fundou a Escola Agrcola Unio Indstria, foi proprietrio de uma fazenda em Goian, perto de Rio Novo, onde criou cavalos de raa. Foi diretor da estrada Unio Indstria, comunicando Petrpolis a Juiz de Fora, trazendo desenvolvimento em Serraria, Posse, Pedro do Rio e Petrpolis e, tambm a Estrada de Ferro D.Pedro II. Na poltica foi eleito deputado do Partido Conservador. Casou-se, em 1851, com Maria Amlia Coelho e Castro e tiveram quatro filhos: Mariano, Elisa (que morreu quando criana), Frederico e Alfredo. Com a morte de Mariano Procpio Ferreira Lage em 14 de fevereiro de 1882, Frederico assumiu a direo da Fazenda de Goiana, criando tambm gados bovinos e sunos. Na sua fazenda tiveram muitas famlias de italianos imigrantes, que trabalhavam na lavoura. Com seu irmo Alfredo, fundou o teatro Novelli. Herdeiro tambm da chcara onde morava seu pai, construiu um palacete, onde veio a morar. Frederico era casado com Alice Ferreira Lage e tiveram trs filhos: Frederico Luiz, Gabriel e Roberto. A famlia sofreu um grande abalo, quando Frederico, aos 39 anos, morreu de apendicite. Seu palacete foi transferido para o Ministrio da Guerra, para se tornar a sede da 4 Regio Militar. Engenheiro brasileiro nascido em Barbacena, MG, que construiu a primeira estrada pavimentada do pas e fundou a cidade mineira de Juiz de Fora. Filho de Jos Ferreira Armond e da Baronesa de Sant'Ana.e casou-se com Casado com Maria Amlia Coelho de Castro Ferreira Lage. Deputado provincial (1861) e representante de Minas Gerais na Assemblia Geral do imprio (1861-1864/1869-1872), fundou a Companhia Unio e Indstria, com a qual projetou, construiu e deu nome primeira estrada de rodagem macadamizada no Brasil, a Unio e Indstria, com 144 km pavimentados, ligando Petrpolis, RJ, e Juiz de Fora, MG, (1856-1861), onde manteve um servio de diligncias, extinto (1869) em funo da concorrncia da Estrada de Ferro D. Pedro II, futura Central do Brasil, da qual foi seu diretor. Nesse mesmo ano, fundou e construiu a Escola Agrcola Unio e Indstria. Tambm instalou uma usina hidreltrica em Juiz de Fora e foi inspetor das obras da alfndega do Rio de Janeiro, RJ. Foi presidente do Jockey Club carioca e oficial da Legio de Honra da Frana. Construiu a Villa Ferreira Lage, embrio do Museu Mariano Procpio, Juiz de Fora, um dos mais significativos acervos artsticos, histricos e de cincias naturais do pas, o primeiro museu de Minas Gerais, fundado (1915) por seu filho, Alfredo Ferreira Laje, que posteriormente doou-o ao municpio (1936). Investidor imobilirio e acionrio, deixou muitos bens a sua famlia e morreu em Juiz de Fora. Sua vida foi biografada por Wilson de Lima Bastos no livro Mariano Procpio Ferreira Lage - Sua Vida, Sua Obra, Descendncia, Genealogia (1991).

Recebeu de Dom Pedro II o ttulo de Baro que transferiu sua me, Maria Jos Ferreira Lage Baronesa de Santana, a 20 de junho de 1861 nome tirado do patronmico de sua Fazenda de Santana em Santana do Deserto.