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Licenciatura em Ciências da Comunicação
Unidade Curricular: Seminário 2017 - 2018
4 de Junho de 2018
Mariana dos Santos Inácio Neto Carmo Nº 219821
Orientadora: Professora Doutora Raquel Ribeiro
Co-orientadora: Professora Doutora Filipa Fernandes
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Ilustração: Elaboração própria na plataforma Adobe Illustrator
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Índice
Índice de Abreviaturas ............................................................................................... 4
Índice de Imagens ....................................................................................................... 4
Índice de Anexos ........................................................................................................ 4
Índice de Apêndices ................................................................................................... 5
Resumo ........................................................................................................................ 6
Introdução .................................................................................................................... 7
1. Contextualização teórica .................................................................................... 9
1.1. Comunicação ................................................................................................. 9
1.2. Turismo ......................................................................................................... 11
1.3. Comunicação em Hotelaria .......................................................................... 13
1.4. Contextualização do Hotel Penha Longa Golf Resort ................................. 15
2. Metodologia ........................................................................................................ 16
3. Análise de Resultados ...................................................................................... 20
3.1. A aplicação dos elementos da CNV no atendimento no FO do Penha Longa
Resort 20
3.1.1. Cinésia ..................................................................................................... 21
Expressão Facial ..................................................................................................... 21
Sorriso ..................................................................................................................... 21
Postura à chegada do hóspede .............................................................................. 22
Iniciativa de interação ............................................................................................. 22
Contacto visual direto ............................................................................................. 23
3.1.2. Proxémia .................................................................................................. 23
Distância física e contacto físico ............................................................................. 23
3.1.3. Prosódia................................................................................................... 25
Tom de voz .............................................................................................................. 25
Velocidade da fala ................................................................................................... 25
Volume da voz ......................................................................................................... 26
3.1.4. Aparência física ...................................................................................... 26
3.1. Formação no Penha Longa Resort relativa aos elementos da CNV .......... 28
3.2. Perceção dos colaboradores sobre a CNV e os seus elementos............... 29
3.3. Perceção das chefias relativamente à utilização dos elementos da CNV por
parte dos colaboradores ......................................................................................... 31
4. Discussão de resultados .................................................................................. 31
5. Conclusões ........................................................................................................ 34
Bibliografia ................................................................................................................ 36
Webgrafia ................................................................................................................... 38
Anexos ....................................................................................................................... 40
Apêndices .................................................................................................................. 43
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Índice de Abreviaturas
CNV – Comunicação Não Verbal
CPP – Cinésia, Proxémia e Prosódia
CRM – Costumer Relationship Marketing
OMT/UNWTO – Organização Mundial de Turismo / United Nations World Tourism
Organization
FO – Front Office
TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação
CAPP – Centro de Administração e Políticas Públicas
CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
Índice de Imagens
Imagem 1 – Distância Física………………………………………………………………. 23
Imagem 2 – Exemplos de opções de vestuário para o Departamento de Vendas e
Marketing…………………………………………………………………………..…………. 26
Imagem 3 - Exemplos de estilos de sapatos permitidos, pelos grooming standards para
os Senhores de Rooms e Front of the House e de Vendas e Marketing………………. 28
Índice de Anexos
Anexo 1 – Número de estabelecimentos hoteleiros em Portugal…...............................39
Anexo 2 – Taxas de ocupação 2016/2017……………………………………………........40
Anexo 3 – Grooming Standards do Hotel Penha Longa Golf Resort……………………40
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Índice de Apêndices
Apêndice 1 – Grelha de observação direta……………………………………………..….44
Apêndice 2 - Registo de observação direta no FO……………………………………..…45
Apêndice 3 – Registo de observação direta da interação entre colaboradoras do
Departamento de Vendas e Marketing e clientes…………………………………………..48
Apêndice 4 – Guião de entrevista semiestruturada a aplicar às chefias dos
epartamentos responsáveis pela comunicação no Penha Longa Resort………………50
Apêndice 5 – Textos obtidos por transcrição de entrevistas à chefia dos departamentos
responsáveis pela comunicação no Penha Longa Resort
5.1. Rooms e Front of the House……………………………………………………51
5.2. Vendas e Marketing…………………………………………………………..…53
Apêndice 6 – Guião de entrevista semiestruturada a aplicar aos colaboradores de
Rooms - Front of the House e Sales and Marketing………………………………………56
Apêndice 7 - Textos obtidos por transcrição de entrevistas aos colaboradores dos
Departamentos de Rooms e Front of the House e Vendas e Marketing
7.1. Rooms e Front of the House……………………………………………………57
7.2. Vendas e Marketing……………………………………………………………..61
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Resumo
O presente estudo serve para acrescentar conhecimento face a um elemento
específico da comunicação: a comunicação não verbal (CNV), e a sua influência no
turismo, no estudo de caso específico do Hotel Penha Longa Golf Resort. Estudos
mostram a necessidade da aplicação de uma correta comunicação para obter os
melhores resultados a nível de hospitalidade, no entanto as referências sobre a CNV
são pouco aprofundadas.
Este estudo surge na tentativa de perceber qual a importância da CNV na
comunicação em hotelaria. Em específico, a ótica das chefias e dos colaboradores que
integram os departamentos que dependem da interação interpessoal. Assim,
apresentam-se como objetivos perceber de que modo são aplicados os elementos da
CNV no atendimento feito no Front Office (FO); se existe e qual a formação no Penha
Longa Resort sobre a CNV; perceber qual a perceção que tanto os colabores como as
chefias têm sobre a utilização dos elementos da CNV.
A investigação baseou-se no estudo de caso do Penha Longa Resort, com uma
abordagem de caráter qualitativo. A recolha de informação baseou-se em dados
bibliográficos e informações recolhidas no hotel. Os resultados apresentados são
baseados na observação direta da interação entre colaboradores e hóspedes no FO,
assim como nas respostas obtidas a entrevistas semiestruturadas.
Aferiu-se que os colaboradores, apesar de terem uma formação de curta duração
para a interação direta com o hóspede o cliente, são preocupados com os aspetos da
CNV. Assim, foram observados colaboradores alegres, com um sorriso profissional e
que, apesar de se mostrarem ocupados, têm iniciativa de interação, por vezes
recorrendo até ao contacto visual, que está presente na maioria das interações. A
maioria das interações acontece numa distância pessoal ou social, mas são poucas as
vezes em que se regista contacto físico. As características da prosódia registam-se
maioritariamente em níveis médios.
Tanto as chefias como os colaboradores acreditam que o atendimento
providenciado pelos funcionários é profissional e capaz de fomentar relações
profissionais.
Palavras-chave: comunicação em hotelaria, comunicação não-verbal, turismo.
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Introdução
O presente relatório de estágio aborda a influência da comunicação não-verbal
(CNV) no atendimento turístico. Desenvolve-se um estudo de caso, proporcionado pela
realização de um estágio curricular no Hotel Penha Longa Golf Resort, entre fevereiro e
maio de 2018.
A importância de uma comunicação turística regida por simpatia e cordialidade,
capaz de transmitir hospitalidade e preocupação pelo consumidor, no setor do turismo,
é já reconhecida. No entanto, a aplicação de processos de comunicação interpessoal,
entre eles a CNV, é ainda pouco enfatizada em cenários de interação e atendimento de
consumidores (Sundaram e Webster, 2000).
A comunicação interpessoal permite que os indivíduos estabeleçam padrões de
mensagem através dos quais se cria um conjunto de relações, do qual resultam vínculos
que podem ser mais íntimos (Fisher e Adams, 1994). Porém, os efeitos das ações de
CNV são ainda pouco claros na perceção que os consumidores têm de um serviço
(Sundaram e Webster, 2000, p.378). Os autores consideram que esta forma de
comunicação deve ser valorizada, especialmente em setores que exigem contacto
presencial, como é o caso do turismo, setor em desenvolvimento em Portugal.
Dados do Turismo de Portugal, relativos a 2016, mostram-nos que as receitas
turísticas se consolidam nos 9,7 mil milhões de euros, durante os meses tipicamente de
verão – entre julho e setembro. Estes valores representam um crescimento de 9,5%,
face ao período homólogo do ano anterior. A mesma organização acrescenta ainda que,
em 2017, 21 milhões de turistas visitaram Portugal. O setor turístico está em
crescimento e depende da correta aplicação da comunicação, tal como Cunha e
Abrantes (2013) afirmam. Nomeadamente da comunicação interpessoal, como
estudaram Fisher e Adams (1994). Os autores declaram que este tipo de interação
comunicacional é o meio necessário para se estabelecerem relações de proximidade.
A hotelaria ilustra a importância deste tipo de comunicação, porque existem
funções como o front office (FO) que, segundo Campos (2010, p.7), exercem atividades
que exigem constante contacto com o consumidor. Estas atividades – FO – contemplam
serviços como receção, portaria, telefone, reservas, business center e guest
relationship. Para além disso, tendo em consideração os tipos de turismo existentes e a
variedade de fontes de informação, esta função pode assumir-se também como “posto
de vendas” (Campos, 2010, p.10). Esta tendência é seguida pelo Hotel Penha Longa
Golf Resort, onde o FO e as guest relations funcionam como principal ponto de vendas,
uma vez que apenas 10% das reservas são feitas através de plataformas online, como
foi possível aferir através de dados disponibilizados por Marta Santos, diretora do
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departamento comercial do hotel. É, por isso, necessário que se mantenham os
colaboradores da organização, em especial trabalhadores do FO, atualizados e
conscientes das necessidades dos hóspedes. Daí que a equipa deva ser “orientada para
o cliente e para a venda, direcionando-se para os clientes potenciais” (Campos, 2010,
p. 10).
No entanto, apesar da importância que é reconhecida à CNV quando estudada
de forma generalizada, por autores como Fisher e Adams (1994), esta tem sido pouco
explorada no setor turístico. Deste modo, o trabalho desenvolvido pretende contribuir
para aprofundar o conhecimento científico sobre este tópico e preencher a lacuna
existente nos estudos académicos. Esta proposta inscreve-se no projeto formalizado no
CAPP com a designação “Marketing e Comunicação do Turismo em Portugal e nos
países da CPLP”, integrado na linha de investigação “A Comunicação Estratégica a nível
meso (grupo e organizações)”.
A motivação para a realização deste trabalho surgiu pela perceção da
importância da comunicação interpessoal, mais especificamente dos elementos e
processos da CNV. Para além disso, existe interesse, por parte da investigadora, em
saber qual a preocupação com a aplicação deste tipo de comunicação, em setores de
crescimento e importância, como o setor turístico em Portugal. Este interesse
desenvolveu-se durante o estágio curricular realizado no Departamento de Vendas e
Marketing do Penha Longa Resort.
Pretendeu apurar-se como são aplicados alguns elementos que compõem a
CNV, nomeadamente a cinésia, proxémia, prosódia (CPP) e a aparência física, no
processo de atendimento do Hotel Penha Longa Golf Resort. Mais especificamente,
tentou entender-se que importância é atribuída, tanto pelas chefias como pelos
colaboradores à utilização dos elementos da CNV; e de que modo estes elementos são
entendidos e valorizados pelos consumidores. Recorreu-se a técnicas de recolha de
dados como a observação direta no Penha Longa Resort, bem como a entrevistas
semiestruturadas aos responsáveis do Departamento de Vendas e Marketing e Rooms
– Front of the House, e a colaboradores destes departamentos.
O trabalho está dividido em quatro pontos. O primeiro é o enquadramento
teórico, onde são abordadas diferentes perspetivas sobre a comunicação interpessoal,
mais especificamente, a CNV, o turismo e a comunicação em hotelaria. Será também
apresentada uma contextualização do Hotel Penha Longa Golf Resort. O segundo ponto
é dedicado à explicação e justificação da metodologia utilizada no decorrer do estágio
realizado no Penha Longa Resort. O terceiro ponto é dedicado à análise e discussão
dos resultados. Por último, no quarto ponto serão apresentadas as conclusões.
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1. Contextualização teórica
Este trabalho inicia-se com a revisão bibliográfica. Esta incidiu em teses ou
dissertações de mestrado e artigos científicos que refiram as palavras “cinésia”,
“prosódia”, “proxémia”, ou expressões como “aparência física”, “comunicação e
turismo”, “comunicação interpessoal” e “comunicação não verbal”; tanto em português
como em inglês.
Enquanto as teses e dissertações foram encontradas através do Repositório
Científico Aberto em Portugal (RCAAP), os artigos foram pesquisados nas plataformas
online: b-on, google scholar e scielo. Após a pesquisa de artigos, teses e dissertações,
a procura foi alongada a plataformas e livros especializados sobre “comunicação não-
verbal”, “hotelaria”, “técnicas de comunicação” e “turismo”.
1.1. Comunicação
A comunicação é o ato de partilhar informação através de um código comum. Para
Conville e Rogers (1998), a comunicação é um processo de interatividade, contínuo,
que reúne diversos pontos de contacto. Para Sousa (2006, pp.34-37) os processos
comunicacionais podem assumir seis formas diferentes:
a) intrapessoal: comunicação que alguém faz consigo próprio, numa perspetiva
introspetiva;
b) interpessoal: processo de comunicação que acontece entre dois indivíduos ou um
grupo pequeno e que serve para criar, ou sustentar, relações pessoais;
c) grupal: comunicação dentro de um grupo médio/grande onde existe alguma
formalidade;
d) organizacional: comunicação estabelecida entre a organização e os seus públicos
internos e externos;
e) social ou de massas: comunicação desenvolvida para grupos grandes e heterógenos;
f) extrapessoal: comunicação com qualquer outra entidade não humana, como animais,
máquinas ou figuras de crença.
A comunicação interpessoal é, para Sousa (2006) dividida em direta, quando
existe um contacto presencial; ou mediada, quando há recurso a meios como o telefone
ou o e-mail. O autor considera a comunicação interpessoal direta mais complexa uma
vez que alia, na maioria das vezes, a comunicação verbal com a CNV.
Quando focada na mensagem – uma estrutura comportamental que é gerada e
partilhada através de estruturas cognitivas, linguísticas, sociais e comportamentais - a
comunicação interpessoal permite que os indivíduos construam e interpretem as
mensagens que recebem, para atingir objetivos sociais ou realizar funções. Aqui, os
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objetivos sociais são iniciar ou manter uma conversa coerente, que seja regida pela
produção de informação relevante e compreensível. Complementarmente, as funções
associam-se ao iniciar, manter e preservar uma relação que atinja níveis, antes
pensados, de intimidade e proximidade (Berger, Roloff e Ewoldsen, 2010, p.155).
Existe também, na ótica de Mehrabian (1969, p.359) uma consciência de “cultura
da utilização da voz” e do discurso. O autor considera que, com a quantidade de
situações comunicacionais com que nos deparamos diariamente, a perceção da CNV
ganha importância enquanto elemento distintivo dos oradores.
No entanto, a própria expressão “comunicação não-verbal” é considerada por
autores como Fisher e Adams (1994), demasiado abrangente. Uma vez que, no
conceito, se agrupa um grande número de comportamentos não-linguísticos. Estas
formas de expressão são segmentadas por Sundaram e Webster (2000) em quatro
principais categorias: cinésia, proxémia, prosódia e aparência física. A cinésia é o modo
como os indivíduos utilizam os movimentos corporais, e a sua possível interpretação. A
proxémia é referente à forma como os indivíduos se posicionam e interpretam a
distância física entre o seu corpo e o corpo dos indivíduos à sua volta. A prosódia,
paralinguagem ou vocália, refere-se ao uso da voz na comunicação. Especificamente,
estuda as variações na acentuação, no ritmo e na altura da voz (Fisher e Adams, 1994).
A aparência física tem um papel importante enquanto elemento da CNV porque
é o primeiro ponto de referência entre interlocutores. É a primeira impressão que é
apreendida quando existe interação interpessoal. E esta não é facilmente reversível,
salientam Burgoon, Guerrero e Manusov (2011). Os autores dizem que as pessoas mais
“atraentes” são vistas como mais simpáticas e dotadas de capacidades sociais mais
desenvolvidas. Não existindo controlo individual sobre características que definem o que
é “bonito”, como a simetria do rosto, deve existir especial atenção ao que pode ser
escolhido e trabalhado. Esta gestão da imagem passa pela escolha do vestuário;
cuidados com o cabelo, utilização de maquilhagem; dos acessórios.
Ribeiro e Rodrigues (2016) acrescentam a importância do meio envolvente, do
espaço e da decoração como fator influente na CNV.
Sim-Sim (1998, p.22) salienta como a linguagem verbal utiliza os mecanismos
extralinguísticos, como a postura corporal e as expressões faciais; e os mecanismos
paralinguísticos, como a entoação, as pausas e hesitações na voz, a velocidade da fala
e o ritmo das produções, como suporte. Isto é, os elementos da CNV são
complementares à linguagem verbal. Algo que é quantificado por Andre, Bevacqua,
Heylen, Niewiadomski, Pelachaud, Peters, Poggi e Rehm (2011) que dizem que 38% do
conteúdo comunicacional é transmitido pela voz, enquanto 55% é transmitido através
da expressão facial. O conceito de comunicação interpessoal é sumarizado por
11
LittleJohn (1982) quando afirma que esta envolve a troca de mensagens, que são
codificadas de formas verbais e não-verbais, criando-se assim uma interdependência
comunicacional. Nesta o comportamento comunicativo de um indivíduo é consequência
do comportamento comunicativo do interlocutor.
Andre e colegas (2011) salientam ainda que, na comunicação presencial, os
indivíduos tentam esconder as suas emoções, muitas vezes porque a situação social
assim o exige. Defendem assim a perceção da CNV como um recurso para entender as
verdadeiras emoções do interlocutor. A perspetiva de Fisher e Adams (1994) acrescenta
que a forma de interação que cada indivíduo adota não tem um formato único e
apresenta estilos diferentes, consoante os contextos sociais em que se encontra.
Salientam assim a complexidade dos processos comunicacionais, que podem ser
explicados pela Teoria da Acomodação Comunicacional. Esta teoria, inicialmente
desenvolvida por Giles, explica que os indivíduos têm tendência a adaptar o seu tom de
voz e postura à do(s) interlocutor(es), para se tornarem semelhantes (Berger, et al.,
2010, pp.155-157).
Em áreas que exigem constante interação pessoal, é necessário que se reconheça
a importância dos seus componentes, nomeadamente da CNV. O setor turístico, em
Portugal, é exemplo disso mesmo, uma vez que assume cada vez maior importância.
1.2. Turismo
O turismo compreende, na ótica da Organização Mundial de Turismo
(OMT/UNWTO) (2008) todas as atividades que os viajantes realizam durante a sua
viagem e estadia, aconteçam estas por motivos de lazer, negócio ou outro, para locais
diferentes do habitual, por um período inferior a um ano. Algo que Mathieson e Wall
(1982) haviam definido como um movimento temporário de pessoas, para destinos
diferentes dos habituais. Para Cooper, Fletcher, Fyall, Gilbert e Whanhill (1993), o
turismo é um conjunto de pessoas, negócios, organizações e locais, que são
combinados de forma a fornecer uma experiência de viagem.
Assim, o turismo pode ser considerado uma atividade multifacetada. Isto traduz-se,
em Portugal, no papel que o turismo desempenha para o desenvolvimento da economia,
uma vez que tem contribuído para a criação de novos postos de trabalho e consequente
empregabilidade de mão-de-obra. É um setor que “representa 7% do PIB e pode
estimular o resto da economia” (Aguiar, 2017).
Numa ótica global, segundo a OMT/UNWTO (2017), entre janeiro e agosto de 2017
existiu a movimentação de 901 milhões de turistas, mais 56 milhões do que no período
homólogo do ano anterior. O que corresponde a um aumento de 7% da movimentação
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turística a nível mundial. Observando as movimentações de turistas na Europa, segundo
a mesma organização, aponta-se para um aumento de 8% face a 2016. A evolução do
turismo, contemporaneamente, justifica-se pela adaptação e evolução do setor. As
barreiras que existiam foram ultrapassadas com os avanços tecnológicos dos
transportes e das tecnologias de informação e comunicação (TIC), e tornou-se muito
mais fácil não só planear, como fazer as viagens (Cooper e Hall, 2008).
Portugal é apontado como um país que soube utilizar o turismo como um pilar de
crescimento económico, e é elogiado pela inovação e tecnologia do setor, por Taleb
Rifai (2017), secretário Geral da OMT/UNWTO. Algo que Martín Rodríguez Yebra (2017)
noticia como sendo um “milagre”, porque o governo português percebeu que podia
mudar a economia, apoiando-se na “explosão do turismo”, e fê-lo. Prova disso é a
posição, cada vez mais destacada, de Portugal na Europa.
Durante 2017, Portugal recebeu mais de 2.300 prémios e distinções, entre os quais
o prémio de Melhor Destino Turístico do Mundo, nos World Travel Awards 2017. Estes
prémios reforçam a posição de Portugal como o terceiro país mais pacífico do mundo,
assim como a posição de 14º país mais competitivo, a nível mundial, no que respeita ao
setor turístico (Turismo de Portugal, 2017).
Como consequência do desenvolvimento turístico, dá-se o aumento do número de
estabelecimentos hoteleiros, com capacidade para alojar os mais diversificados tipos de
turista. Em 2012 existiam em Portugal, aproximadamente, dois mil estabelecimentos
hoteleiros1 dos quais 988 eram hotéis, em 2016 este número mais que duplicou, e eram
4.805 os estabelecimentos hoteleiros registados. Dos quais, 1237 são hotéis
(PORDATA, 2017) (Anexo 1).
Os turistas são definidos por Cooper e Hall (2008) como os consumidores que se
deslocam temporariamente, de forma voluntária, para um ambiente diferente da sua
localização habitual. E podem, na ótica dos autores, ser caracterizados segundo três
fatores: o propósito da viagem, o tempo de estadia e as situações pelas quais viajam.
Para Campos (2010) os viajantes, podem ser segmentados em: individuais e grupos.
Os individuais dividem-se ainda em:
a) frequent independent traveler: alguém que viaja frequentemente, por motivos
variados, e é independente;
b) viajantes em negócios: indivíduos que se deslocam em trabalho;
c) travel industry rate: tarifas respeitantes a viajantes que se deslocam em turismo;
1 Considerando como estabelecimentos hoteleiros: hotéis, pensões, estalagens, pousadas, motéis, hotéis-
apartamento, aldeamentos turísticos, apartamentos turísticos, alojamento local, turismo de habitação e
turismo no espaço rural.
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d) wholesalers: são os turistas que adquirem a estadia através de operadores
turísticos;
e) Pacotes: viajantes que preferem pacotes de alojamento que incluam mais do que
a própria estadia;
f) stopovers ou nightstops: são os consumidores que ficam alojados num espaço,
durante um curto período de tempo.
Os grupos de viajantes dividem-se tendo em consideração o motivo para a
deslocação. Salientam-se aqueles que se deslocam para: seminários, incentivos,
congressos, viagens de lazer, feiras ou tripulações.
Não obstante da diversidade de viajantes, os indivíduos têm expectativas
relativamente ao destino onde chegam e à forma como são recebidos. Assim, mesmo
quando o idioma é diferente, há características que são semelhantes a todos os
indivíduos durante interações pessoais, nomeadamente a CNV e a sua perceção. Daí a
importância de uma consciência da comunicação interpessoal e seus componentes.
1.3. Comunicação em Hotelaria
A preocupação com a formação a nível da comunicação dos profissionais, em
especial aqueles que contactam diretamente com o hóspede, surge aliada ao aumento
dos estabelecimentos hoteleiros. Para Ottenbacher (2007) existem quatro elementos
fundamentais, para um correto desenvolvimento dos serviços de hospitalidade:
a) a resposta às necessidades e desejos dos consumidores, que se alteram com
rapidez;
b) o aumento de notoriedade da organização baseada na comunicação das suas
qualidades e serviços distintivos;
c) a qualidade tangível resultante dos serviços;
d) a comunicação eficaz que, para além de servir como base às anteriores, resulta numa
melhor imagem da organização.
Na ótica de Campos (2010, p.17), a venda de serviços implica que o profissional,
que realiza a venda, tenha certas características, sendo elas: a simpatia – em muito
associada ao sorriso que, apesar de ter diferente importância consoante os julgamentos
individuais, é muito valorizado (Wang, Mao, Li, e Liu, 2017, p.791); uma postura correta;
o conhecimento aprofundado da oferta da organização; capacidade de negociação; e o
conhecimento das necessidades do cliente.
Assim, considerando o Front Office como o “centro de uma propriedade hoteleira”,
Bardi (2003) aponta as suas funções mais importantes: a comunicação e os serviços de
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venda. O autor considera que uma comunicação eficaz, tanto interna como
externamente, são essenciais para a criação e projeção de uma imagem hospitaleira.
Assim, no sector de luxo, a hospitalidade toma contornos diferentes. O próprio
consumidor de luxo exige uma personalização do serviço. É essa valorização do
consumidor que leva à sua fidelização ao serviço e ao intend to recomend.
As marcas de luxo apresentam, segundo Kapferer (2012) uma relação de
proporcionalidade entre a sua escassez ou raridade e o seu valor. Isto é, quanto mais
difícil é o seu “alcance”, mais rentáveis são. Assim, na perspetiva do mesmo autor, estas
marcas não dependem de uma divulgação muito abrangente, uma vez que se
fundamentam numa relação de one-on-one com os seus consumidores, garantindo que
existe um atendimento personalizado. Todavia, Weber (2012) diz que estas marcas só
recentemente perceberam a importância do Customer Relationship Management
(CRM). Isto é, a capacidade de conhecer os consumidores, com o objetivo de conseguir
estabelecer e manter uma relação com eles, de modo a ficar capacitado para perceber
tendências e oportunidades futuras (Ballantyne, Cristopher e Payne, 1991). Quando
uma marca alia a sua estratégia de CRM à sua abordagem empresarial consegue ter
influência no comportamento dos consumidores. Nomeadamente aumentar a
possibilidade de fidelização ao serviço oferecido (Tavares, 2016). Isto torna-se
importante quando se pretende estabelecer uma relação de alguma familiaridade, no
processo de acomodação do hóspede.
Os indivíduos esperam certos comportamentos por parte dos interlocutores com
quem interagem, segundo a teoria da violação das expectativas. Esta teoria analisa os
padrões de desvio dos comportamentos não verbais, assim como as respostas aos
mesmos. Inicialmente esta teoria analisava apenas a violação do “espaço pessoal” –
proxémia – e as reações a essa transgressão. Contudo foi-se expandindo e, atualmente,
enquadra várias formas de CNV, como as expressões faciais e o contacto visual –
integrantes da cinésia; ou o comportamento vocal – integrante da prosódia. Assim, esta
teoria analisa como é que os indivíduos respondem a violações, inesperadas, das
normais sociais.
Resumindo, a teoria da violação das expectativas vê a alteração – em relação ao
esperado – de comportamento de alguém, como uma violação das expectativas de outro
(Berger et al., 2010, pp. 96). As expectativas dependem, principalmente, da antecipação
que cada pessoa faz do comportamento do interlocutor. Para além disso, derivam de
três fatores: a relação que têm com o individuo com que interagem, a comunicação que
pretendem e tentam estabelecer, e o contexto em que se inserem (Burgoon, 1993, p.4).
Quando os padrões esperados se mantêm, a CNV continua a ser um elemento
pouco notado no processo de comunicação. No entanto quando se falha com o previsto,
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é fortemente notada. Estas falhas podem ser, por exemplo, a invasão do “espaço
pessoal” de cada um – isto é, uma falha na proxémia – ou um tom de nervosismo na
voz – estudado pela prosódia (Berger et. al., 2010, p.97). Contudo, segundo a teoria da
adaptação da interação existe uma capacidade de adaptação da CNV, por parte do
emissor, ao comportamento inesperado do interlocutor. Esta adaptação depende do
nível de concordância entre a interação que um sujeito estabelece e o comportamento
do interlocutor. Assim, quando o comportamento do interlocutor corresponde, ou
excede, aquilo que o indivíduo recetor esperava, este tem um comportamento idêntico.
Pelo contrário, quando o comportamento do emissor não corresponde ao que se espera,
o indivíduo recetor tem tendência a compensar a “falha”, contrariando-a (Berger et. al.,
2010, pp. 101-102).
1.4. Contextualização do Hotel Penha Longa Golf Resort
A taxa de ocupação anual em hotéis aumentou, na área de Lisboa, de 57,8%, em
2016, para 62,9% em 2017 (Anexo 2), segundo dados do Turismo de Portugal (2017).
O Hotel Penha Longa Golf Resort, encontra-se acima da média, com 63,8% de
ocupação anual, segundo foi possível aferir em entrevista com Marta Santos, diretora
do Departamento de Vendas e Marketing do hotel em estudo.
O Hotel Penha Longa Golf Resort foi inaugurado em 2005 como um resort de luxo,
integrante do Grupo Ritz Carlton. O grupo Ritz Carlton, segundo Campos (2010), é um
importante marco no desenvolvimento da hotelaria, uma vez que foi detentor do primeiro
hotel, em Paris, que em 1870, recorreu a conceitos de conforto como a existência de
casa de banho privativa ou a inclusão da restauração nos hotéis.
Apesar da hotelaria independente ser predominante, com os avanços e alterações
do mercado – nomeadamente o aumento da procura – as cadeias hoteleiras, como o
grupo Ritz Carlton, ganham importância. Isto porque estão preparadas para uma
adaptação ao mercado internacional (Cunha e Abrantes, 2013). Daí que, para os
autores, estas associações sejam indicadas para espaços maiores e que pretendam um
desenvolvimento mais abrangente geograficamente.
O Penha Longa Resort está situado numa quinta existente desde o século XIV. Esta
quinta, localizada na Serra de Sintra, apesar de estar integrada numa paisagem natural,
tem fácil acesso às Vilas de Sintra e de Cascais, assim como ao Estoril, ou a Lisboa.
A história que se viveu na Quinta foi recuperada e pode ser observada no mosteiro,
que foi uma das primeiras construções a ser edificada nos terrenos. Mosteiro este que
foi um local de retiro para a realeza portuguesa. Para além disto, é um espaço que
concentra em si a história da hotelaria, uma vez que, na Idade Média os mosteiros
16
serviam como alojamento (Campos, 2010). Também os dois campos de golfe, que
mostram a sua importância dando nome ao Resort, são uma especificidade do Penha
Longa. Um dos campos – o Atlântico – está consagrado como um dos 30 melhores
campos de golfe da Europa Continental. Este espírito de descontração de luxo alia-se
ao Penha Longa Spa, que se encontra no complexo histórico da Quinta da Penha Longa.
Para além dos 194 quartos e suites disponíveis, o resort disponibiliza também
atividades variadas. Algumas relacionadas com desporto e práticas outdoor, desde o
golfe às atividades do country club, como passeios equestres ou squash; até
experiências gastronómicas nos sete restaurantes do complexo, ou provas de vinho e
gin. Existem também espaços para reuniões e eventos empresariais, muitas vezes de
caráter internacional (http://www.penhalonga.com).
2. Metodologia
Para o desenvolvimento deste relatório de estágio recorreu-se ao método qualitativo,
que permite “que a investigação possa recolher e refletir sobretudo aspetos enraizados,
menos imediatos, dos hábitos dos sujeitos, grupos ou comunidades em análise”
(Espírito Santo, 2010, p.27). Este método foi aplicado através da observação direta e
entrevistas semiestruturadas, técnicas de recolha de dados que foram aplicadas a um
estudo de caso no Penha Longa Resort.
Para responder ao primeiro objetivo, que visa a descrição da aplicação dos
elementos CPP e aparência física no atendimento do Penha Longa Resort, recorreu-se
a dados obtidos através de observação direta no FO. A observação foi conduzida como
uma forma de micro-etnografia, que consiste na observação e registo de características
específicas (apêndice 1) da interação entre os colaboradores do FO e os hóspedes, no
entanto, existiu a possibilidade de colocar questões, interagir com os observados, e
registar de notas (Bryman, 2015, p.443).
Para que esta observação aconteça da forma mais objetiva possível, foram
elaboradas grelhas de observação. Nestas são especificados os elementos a observar
e registar (ver apêndice 1). Deve ter-se em consideração que as interações, que
ocorreram durante as manhãs dos dias 7, 8 e 9 de março, não foram cronometradas e
a noção de tempo está dependente da perceção da investigadora.
Para responder ao segundo objetivo, que pretende apurar se o Hotel Penha Longa
Golf Resort proporciona formação relativa aos elementos da CNV, nomeadamente a
CPP e aparência física, aos colaboradores que atendem o consumidor, recorreu-se a
entrevistas semiestruturadas, aplicadas às chefias e colaboradores dos departamentos
em estudo (apêndice 4). Estas entrevistas, apesar de seguirem o guião previamente,
17
permitem que se estabeleça um diálogo e privilegiam o ponto de vista do entrevistado
(Bryman, 2015, p. 470). Entrevistaram-se as diretoras de ambos os departamentos, dois
colaboradores do Front Office e quatro elementos do Departamento de Vendas e
Marketing. Procedeu-se à transcrição das entrevistas (presentes nos apêndices 5 -
chefias e 7 - colaboradores) e analisou-se o conteúdo de forma a encontrar pontos
comuns entre as respostas obtidas em cada um dos segmentos – funcionários e chefias.
As respostas às entrevistas semiestruturadas serviram para responder ao terceiro
objetivo, no qual a investigadora verificou se existe preocupação relativamente à
utilização da CPP e aparência física no atendimento aos consumidores, por parte dos
colaboradores do Penha Longa Resort.
Para responder ao objetivo quatro, no qual a investigadora tentou compreender se
existe preocupação, por parte das chefias, relativamente à aplicação que os
colaboradores do Penha Longa Resort fazem da CPP e aparência física, aplicaram-se
entrevistas semiestruturadas aos diretores do Departamento de Vendas e Marketing e
de Rooms – Front of the House (apêndice 5 e 6).
Optou-se por esta técnica de recolha de dados, que consiste na realização de uma
entrevista com um guião previamente elaborado (ver apêndices 4 e 6) – mas não de
forma rígida – porque permite uma recolha de dados mais alargada e pode estabelecer-
se um “diálogo” com o entrevistado. É, assim, possível adquirir informações sobre
assuntos mais sensíveis ou mais específicos, sem ser demasiado intrusivo (Creswell,
2013, p.10).
Para analisar os dados recolhidos durante a observação direta, estes foram
classificados e ordenados (apêndice 2) o que possibilitou a identificação dos
acontecimentos mais recorrentes. Assim, relativamente à cinésia registou-se: a
expressão facial, o sorriso, a postura à chegada do hóspede, a iniciativa de interação e
o contacto visual direto. Definiram-se as expressões faciais: alegre, triste, apático ou
neutra, cansado ou aborrecido (chateado). Consideraram-se os sorrisos profissional,
contido, espontâneo, exuberante e a ausência de sorriso. Considera-se um sorriso
profissional aquele que apesar de transmitir uma expressão alegre é mais discreto e
formal; o sorriso contido aquele que surge no momento de abordagem e como resposta,
por exemplo, a comentários divertidos feitos pelos hóspedes. O sorriso espontâneo é
aquele que parece ser totalmente genuíno. O sorriso exuberante é aquele que integra
já um riso, ou seja, uma gargalhada e pode ultrapassar o volume mais de voz mais
recorrente. Sobre a postura à chegada do hóspede, considera-se que os colaboradores
se apresentam disponíveis quando estão atentos à chegada do hóspede ao lobby e
estabelecem contacto com ele; ocupados quando só reparam no hóspede quando este
se dirige para perto do balcão e preocupado quando, para além de notarem a presença
18
do hóspede, têm a iniciativa de interação ainda antes de o hóspede chegar ao balcão.
Considera-se que existe iniciativa de interação quando é o colaborador a iniciar o
contacto e a conversa com o hóspede. Por último considerou-se a existência de contacto
visual direto quando este aconteceu durante pelo menos metade do tempo de interação
- considerando que não existindo a possibilidade de cronometrar todas as interações, a
noção de tempo está dependente da perceção da investigadora.
Sobre a proxémia registou-se a distância física e a existência de contacto físico.
Consideraram-se as distâncias íntima (14 a 45 cm), pessoal (46 a 120 cm), social (121
a 360 cm) e pública (quando ultrapassa os 360 cm). E registou-se o contacto físico em
todas as interações em que existiu qualquer tipo de toque, desde o contacto acidental
até um cumprimento propositado.
Sobre a prosódia, a investigadora procurou perceber como são o tom de voz, o ritmo
da fala e o volume da voz. Fez-se corresponder uma escala de um a seis a tons de voz,
sendo o 1 muito agudo e o 6 muito grave. Rodero (2012) diz que os diferentes tons de
voz são associados a determinadas sensações, e isto é algo determinado
psicologicamente. No entanto, geralmente, as vozes femininas são mais agudas e as
masculinas mais graves. Para além disso, o tom de voz é uma característica pessoal e
de complicado controlo e alteração. A mesma autora afirma que os tons de voz mais
agudos estão, normalmente, associados a estados de espírito positivos como alegria,
jovialidade e euforia. Para além disso, são vozes mais nítidas e percetíveis. No entanto,
tornam-se cansativas. Já uma voz grave está associada a estados psicológicos
negativos, mas também mais calmos, estes transmitem uma maior sensação de
segurança, credibilidade e maturidade. No entanto, apesar de não serem cansativos
como os tons agudos, as vozes mais graves podem facilmente tornar-se monótonas. O
ritmo da fala considerou-se 1 - “muito lento” quando o tempo de pausa é aproximado ao
tempo de fala; 2 - “lento” quando se faz um esforço para se ser mais compreensível e,
por isso, se fala mais devagar; 3 - “normal” quando se acompanha o ritmo mias comum;
4 - “rápido” quando se está totalmente à vontade com a língua e o assunto, e por isso
as pausas são menores e 5- “muito rápido” quando o que é dito é quase incompreensível
pela ausência de pausas. A altura ou volume da voz foi registado com recurso a uma
escala de um a três, com as seguintes considerações: 1 corresponde a um volume
baixo, quando existe a necessidade do interlocutor ter mais atenção ao que é dito, ou
aproximar-se para conseguir entender; 2 quando a voz do comunicador consegue ser
ouvida por todos aqueles que se encontrem numa distância pessoal ou social; e 3
quando a voz do colaborador consegue ser ouvida quando já existe uma distância
pública. O volume, e consequente projeção da voz, dão ao ouvinte impressões sobre os
oradores. Falar em voz demasiado baixa pode ser visto como insegurança e
19
desconhecimento sobre o tema que se aborda. Já o volume de voz mais alto pode ser
visto como a afirmação de uma posição de superioridade, assim como agressividade
(Page e Balloun, 1978).
Por último, no que respeita à aparência física registou-se a cor do vestuário, a cor
de cabelo, o comprimento do cabelo, o penteado, a maquilhagem, a barba, os
acessórios e, por fim, a existência de piercings e tatuagens visíveis.
A cor de cabelo considera-se “natural” quando não é visível alguma alteração à cor
natural do cabelo, e “pintado” quando é visível a existência de algum tipo de coloração.
O comprimento do cabelo considera-se “curto” até à linha maxilar; “médio” desde a linha
maxilar até à altura dos ombros e “comprido” aquele que ultrapasse o comprimento
médio. Sobre o penteado registou-se “solto” quando o cabelo está totalmente solto, sem
qualquer tipo de acessório; e “apanhado” quando existe algum tipo de acessório (que
será especificado se necessário) ou se colocar todo o rosto descoberto.
Considerou-se a existência de maquilhagem (nas funcionárias) quando é percetível
a sua utilização, e foram especificados os elementos.
Relativamente aos piercings e tatuagens, considerar-se-ia a sua existência se
fossem visíveis. A investigadora não questionou nenhum dos colaboradores sobre o uso
ou existência destes elementos.
Na análise das entrevistas semiestruturadas criou-se um conjunto de categorias,
correspondentes aos objetivos da pesquisa que são depois analisados e relacionados.
Apresenta-se, na tabela 1, as datas em que foram aplicas as técnicas de recolha de
dados anteriormente mencionadas, que foram aliadas ao estágio realizado entre
fevereiro e maio, do presente ano, no Penha Longa Resort.
Tabela 1 - Cronograma
Procedimentos Amostra ou Objeto Datas de aplicação
Revisão da literatura Teses e dissertações de Mestrado
Artigos Científicos
Livros e Plataformas especializadas
Entre outubro de 2017 e
maio de 2018.
Observação direta Atendimento feito na receção do Hotel Penha
Longa Golf Resort.
Manhãs dos dias 7, 8 e 9
de março de 2018.
Entrevista
semiestruturada
Indivíduos integrantes do Departamento de Vendas
e Marketing e de Rooms – Front of the House.
15 de maio a 1 de junho
de 2018
Fonte: Elaboração própria
20
3. Análise de Resultados
Neste ponto apresentam-se os resultados da pesquisa empírica sobre a CNV no
Penha Longa Resort. A informação interpretada pretende dar resposta aos objetivos
propostos nesta investigação. Os dados foram recolhidos através de técnicas
qualitativas de observação direta e entrevistas semiestruturadas.
Percebeu-se que os colaboradores do FO apresentam, na generalidade, uma
expressão alegre que se ilustra num sorriso profissional, com o qual iniciam a interação
com o hóspede, mesmo mostrando-se ocupados em mais de metade das interações
registadas. Os colaboradores do FO costumam manter contacto visual direto durante os
diálogos com os hóspedes ou clientes; encontrem-se estes a uma distância pessoal ou
social. No entanto, apesar de em muitas interações estarem próximos do hóspede, são
poucas as interações em que se regista contacto físico. Salienta-se ainda o tom e
volume da voz em níveis médios, e a velocidade da fala mais vagarosa.
Os colabores do Departamento de Rooms e Front of the House, utilizam uma farda
que consiste num fato preto (calças para os homens e saia para as mulheres) e camisa
branca. Todos utilizam sapatos pretos, com salto para as senhoras. Os acessórios
utilizados são simples e discretos. Os homens utilizam gravata em tons de cinzento ou
azul e relógio. As mulheres utilizam brincos, fios e anéis discretos.
Os senhores utilizam o cabelo curto e não se apresentam de barba. As senhoras
trabalham com o cabelo apanhado, deixando a face a descoberto, no entanto,
tendencialmente, não utilizam maquilhagem.
3.1. A aplicação dos elementos da CNV no atendimento no FO do Penha Longa
Resort
Para entender como são aplicados os elementos da CNV no atendimento no FO do
Penha Longa Resort, recorreu-se aos resultados obtidos na observação direta. Esta
decorreu durante três manhãs, nas quais foi possível observar e registar 94 interações.
O registo foi segmentado pelo género do colaborador, uma vez que são notadas
algumas diferenças no atendimento, feito por colaboradoras (64 interações registadas)
e colaboradores (30 interações registadas). Segmentou-se a análise segundo o género
porque este é um fator rapidamente notado, tendo em consideração a curta duração de
algumas interações.
21
3.1.1. Cinésia
Expressão Facial
Na maioria dos casos (65%) os observados mostram-se alegres. Registam-se
ainda algumas interações (28%) em que os colaboradores (homens e mulheres)
apresentavam uma expressão neutra (28%).
Total de observações: 94 (64 mulheres, 30 homens)
Considera-se 94 observações o total (100%) no geral; 64 observações o total (100%) em “mulheres” e 30 o total
(100%) em “homens”.
Sorriso
O sorriso que se observou com maior frequência, em 33% das interações, foi o
profissional. Salienta-se o facto de em 23% das interações realizadas por colaboradoras
não existir um sorriso, o que acontece apenas em 6% das interações com
colaboradores.
Total de observações: 94 (64 mulheres, 30 homens)
Considera-se 94 observações o total (100%) no geral; 64 observações o total (100%) em “mulheres” e 30 o total
(100%) em “homens”.
22
Postura à chegada do hóspede
Constata-se que, na maioria dos casos (65%) os colaboradores estão ocupados.
Salienta-se a disparidade entre a postura dos colaboradores do sexo masculino e do
sexo feminino. Isto porque os homens se mostram disponíveis em 85% das interações
registadas e ainda preocupados em 6%. Enquanto as mulheres se mostram disponíveis
em 53% das interações, valor muito próximo das 45% de interações em que se mostram
ocupadas.
Total de observações: 94 (64 mulheres, 30 homens)
Considera-se 94 observações o total (100%) no geral; 64 observações o total (100%) em “mulheres” e 30 o total
(100%) em “homens”.
Iniciativa de interação
Existiu iniciativa de interação, por parte dos colaboradores, em 66% das
interações registadas. No entanto, notou-se que os homens iniciam o contacto em 85%
das interações, enquanto as mulheres iniciam o contacto em 55% das interações. Isto
pode relacionar-se com a postura à chegada do hóspede, uma vez que as mulheres,
tendencialmente, se mostram mais ocupadas.
Total de observações: 94 (64 mulheres, 30 homens)
Considera-se 94 observações o total (100%) no geral; 64 observações o total (100%) em “mulheres” e 30 o total
(100%) em “homens”.
23
Contacto visual direto
Na maioria das situações observadas (62%) considera-se que existe contacto
visual direto durante, pelo menos, metade do tempo de interação entre colaborador(a)
e hóspede. Relativamente a este elemento, não existiu qualquer disparidade na
interação entre hóspedes e colaboradores, considerando o género.
Total de observações: 94 (64 mulheres, 30 homens)
Considera-se 94 observações o total (100%) no geral; 64 observações o total (100%) em “mulheres” e 30 o total
(100%) em “homens”.
3.1.2. Proxémia
Distância física e contacto físico
Durante a observação foi percetível que no processo de interação na receção do
hotel, se mantém sempre uma distância social ou pessoal com os hóspedes. A distância
social, registada em 68% das interações, verifica-se em interações ao balcão. As
interações que decorrem numa distância pessoal, 32%, são observadas quando existe
uma abordagem no lobby ou quando o(a) colaborador(a) sai de trás do balcão para ficar
mais perto do hóspede.
Imagem 1: Distância Física
Fonte: Elaboração própria
24
A proporção entre as duas distâncias consideradas, em interações realizadas
por funcionários do sexo feminino e masculino são díspares. Enquanto na maioria (81%)
das interações feitas por colaboradoras se mantém uma distância social, nas interações
com colaboradores existe um equilíbrio entre a frequência de interações em distância
pessoal (52%) e social (48%). Isto porque as colaboradoras, tendencialmente, estão
atrás do balcão e os funcionários, do sexo masculino, se deslocam pelo espaço de
entrada do hotel – entre lobby e balcão.
No entanto, existem situações em que o atendimento começa num dos locais e
se movimenta para outro. A maior diferença é o local de início do atendimento, uma vez
que os senhores iniciam a interação no lobby e passam depois para o balcão; enquanto
as senhoras têm tendência para iniciar o atendimento no balcão e, no final, passar para
junto do hóspede para lhe entregar ou indicar algo. Apesar da distância pessoal se
registar em 32% das interações, especialmente em interações com colaboradores, o
contacto físico acontece apenas em 10% das interações. Registou-se uma vez um
cumprimento com aperto de mão (por um colaborador) e dois toques, no ombro ou
braço, para encaminhar os hóspedes na direção pretendida (por colaboradoras). Os
registos restantes correspondem a contactos acidentais, na mão do hóspede quando
lhe é dada alguma indicação.
Distância Física Contacto físico
Total de observações: 94 (64 mulheres, 30 homens)
Considera-se 94 observações o total (100%) no geral; 64 observações o total (100%) em “mulheres” e 30 o
total (100%) em “homens”.
25
3.1.3. Prosódia
Tom de voz
Verifica-se que o tom de voz mais recorrente é mediano, uma vez que os níveis
4 (38%) e 5 (26%) são os que se registam mais frequentemente.
Total de observações: 94 (64 mulheres, 30 homens)
Considera-se 94 observações o total (100%) no geral; 64 observações o total (100%) em “mulheres” e 30 o total
(100%) em “homens”.
Velocidade da fala
Registou-se mais frequentemente, 43%, a posição 2 da escala, possivelmente
porque o contacto constante com uma línguas estrangeiras exige que a fala seja mais
vagarosa, para construir um diálogo coerente e percetível numa língua que não é a
materna.
Total de observações: 94 (64 mulheres, 30 homens)
Considera-se 94 observações o total (100%) no geral; 64 observações o total (100%) em “mulheres” e 30 o
total (100%) em “homens”.
2
26
Volume da voz
No FO do Penha Longa os colaboradores têm tendência a falar num tom
mediano (50% das interações registadas). No entanto em 38% das interações
realizadas por colaboradores estes utilizam um tom de voz mais baixo.
Total de observações: 94 (64 mulheres, 30 homens)
Considera-se 94 observações o total (100%) no geral; 64 observações o total (100%) em “mulheres” e 30 o
total (100%) em “homens”.
3.1.4. Aparência física
No que respeita à aparência física dos colaboradores do FO, salientam-se os
cuidados com o vestuário, cabelo, maquilhagem e barba e a utilização de acessórios.
Aferiu-se que o dress code é formal e privilegiam-se as fardas. Para as senhoras
saia e blazer preto, com camisa branca e sapatos com um salto pequeno (até 5 cm).
Para os senhores o fato preto com camisa branca. Estas indicações seguem os
grooming standards Penha Longa (anexo 3). Já as colaboradoras do Departamento de
Vendas e Marketing, que foram observadas em interação com clientes, não utilizam
farda e por isso podem diversificar, optando por cores como o azul ou amarelo (como
foi observado) ou recorrer a padrões (Imagem 2).
27
Imagem 2 – Exemplos de opções de vestuário para o Departamento de Vendas e Marketing
Fonte: elaboração própria na plataforma Adobe Illustrator
Relativamente ao cabelo, todos os colaboradores (homens e mulheres) têm uma
cor de cabelo natural, isto é, em que não se nota qualquer coloração (entre tons de
castanho mais escuro e loiro) e um corte comum, sem qualquer extravagância. Para
além disso, todos os homens apresentam cabelo curto e apenas um dos colaboradores
utiliza barba. As senhoras, no FO, apresentam, maioritariamente, cabelo comprido e
totalmente apanhado. Apenas uma, das seis colaboradoras observadas, apresenta
cabelo com comprimento médio, e solto. Esta colaboradora é também aquela que utiliza
mais maquilhagem e acessórios mais visíveis como brincos de pedraria. Das restantes
colaboradoras apenas duas utilizam maquilhagem, simples e discreta (é observável a
base e máscara de pestanas).
As colaboradoras do Departamento de Vendas e Marketing utilizam,
maioritariamente, o cabelo solto independentemente do comprimento. No que respeita
à utilização de acessórios e maquilhagem, têm menos condicionantes. No entanto,
mantêm um estilo clássico e formal, mas podem optar por joalharia mais trabalhada e
por maquilhagem mais marcada. Assim, recorrem a acessórios com trabalhados em
pedraria, e é notório o uso de blush e batom no que respeita à maquilhagem.
Os acessórios, para os senhores são a gravata em tons de azul ou cinzento, os
botões de punho e os relógios. Todas as senhoras no FO utilizam brincos, sendo as
pérolas a opção mais comum. Para além disso, uma das colaboradoras utilizava um
anel, outra um relógio e outra um fio com uma pérola.
Nenhum dos colaboradores observados apresenta tatuagens ou piercings
visíveis.
28
Imagem 3: Exemplos de estilos de sapatos permitidos, pelos grooming standards para os Senhores de
Rooms e Front of the House e de Vendas e Marketing
Fonte: Hugo Boss
3.1. Formação no Penha Longa Resort relativa aos elementos da CNV
De modo a perceber se existe, e como é a formação dada aos colaboradores
relativamente à CPP e à aparência física, recorreu-se aos dados recolhidos nas
entrevistas semiestruturadas. Estas entrevistas, aplicadas tanto às chefias dos
departamentos responsáveis pela comunicação como aos colaboradores, permitiram
uma visão mais abrangente e até comparativa. Deste modo é possível perceber se a
visão dos colaboradores vai ao encontro do que as chefias pretendiam.
Através das respostas dos colaboradores dos Departamentos de Rooms and Front
of the House e Vendas e Marketing aferiu-se que:
Quando questionados sobre a formação para o contacto direto com os hóspedes,
quatro dos cinco colaboradores inquiridos referem a orientação de dois dias que tiveram,
antes de começarem as sus funções no hotel, como a maior fonte de informação. O
room controler refere que “ao contrário de muitos colegas eu não estudei hotelaria, não
tive nenhuma formação nesse aspeto”.
Quando se fala especificamente sobre formação para a CNV, as respostas diferem.
O room controler, de FO, salienta as guidelines, dizendo que “não é dada uma formação,
são dadas indicações”. Enquanto a estagiária, do FO, menciona o out-traing – uma
formação específica que teve sobre o departamento que integra. Para além disso refere
que “na escola aprendemos sobre isso” e fez alguns cursos [na escola] que a ajudaram
a perceber os elementos da CNV.
Duas das três colaboradoras de Vendas e Marketing respondem que a aplicação de
elementos da CNV é “senso-comum” e que existe uma adaptação à intervenção do
cliente. Outra das entrevistadas, sales manager, refere os brand standards do Penha
Longa (onde se inserem os grooming standards [anexo 3]). Esta última entrevistada
referida salienta também uma formação corporativa (Ritz Carlton) “que diz o que vestir,
como te deves maquilhar, o que não deves usar”.
Em suma, na formação intensiva que acontece durante dois dias, a CNV é abordada.
Após esse treino inicial são dadas algumas guidelines aos colaboradores e existem
29
algumas formações corporativas – no entanto não foi possível aferir a sua
obrigatoriedade.
As chefias, quando questionadas sobre a formação dada aos colaboradores para a
interação com hóspedes ou clientes salientam os dois dias de orientação e o treino “on
the job”. Para além disso, a diretora do departamento de FO refere um período após os
dois dias de orientação, em que os colaboradores aprendem sobre a comunicação de
forma mais aprofundada com a “learning coach de rooms”.
Mais especificamente, em relação à CNV, ambas as diretoras dizem que existe
formação. A diretora de FO fala da apresentação que ela própria faz durante a
orientação inicial, em que fala da “professional presence” e de “body language”;
enquanto a diretora de vendas e marketing refere os grooming standards como
indicativos do “comportamento profissional, físico e não físico”.
3.2. Perceção dos colaboradores sobre a CNV e os seus elementos
Com o objetivo de entender qual a preocupação dos colaboradores relativamente
aos elementos da CNV recorreu-se aos resultados obtidos nas entrevistas
semiestruturadas e na observação direta. Esta pesquisa permitiu fazer uma comparação
entre intenção e ação. A intenção dos colaboradores foi percebida nas entrevistas,
enquanto a ação foi observada nas interações realizadas no FO entre colaboradores e
hóspedes.
Através das respostas às entrevistas percebeu-se que os colabores dão grande
importância à CNV, considerando-a um 10 (média das apreciações numa escala de 0-
10) e acreditam ter alguma atenção à sua aplicação. A estagiária de FO entrevistada diz
que “a nossa imagem cria o hotel”, enquanto a marketing coordinator salienta que “os
hóspedes se aproximam, ou não (…) consoante a postura [dos colaboradores]”.
Assim quando questionados sobre o sorriso todos os entrevistados o consideram de
grande importância. No entanto, enquanto dois dos entrevistados dizem que deve
existir, “mas não demasiado”; outros três entrevistados dizem que deve ser o mais
espontâneo possível. A sales manager refere o sorriso como “uma das coisas mais
memoráveis” para o cliente. Estas perceções dos entrevistados são próximas daquilo
que foi observado. Uma vez que o sorriso profissional – que deve existir, “mas não
demasiado” – foi registado num terço (33%) das interações, enquanto o sorriso
espontâneo foi registado em 19% das interações.
Quando se aborda a postura que devem ter os colaboradores, e a iniciativa de
interação, estas são relacionadas, pelos entrevistados, com a capacidade de antever as
necessidades dos hóspedes. Daí que acreditem que “a primeira impressão é muito
importante para o cliente” (marketing coordinator) e por isso “devemos estar e mostrar-
30
nos disponíveis”. Todos os entrevistados responderam que a iniciativa de interação deve
ser do colaborador, no entanto, durante a observação direta percebeu-se que em 65%
das interações os funcionários pareciam ocupados. Relativamente à iniciativa de
interação, esta foi, em 66% das interações, dos colaboradores.
Quando questionados sobre o contacto visual direto, os colaboradores do FO dizem
que este deve ser “o máximo possível”, apesar de ser “impossível ser constante porque
há trabalhos no computador”, segundo o room controler, e que é bastante importante
para criar uma “ligação”, afirma a estagiária de FO. Já as colaboradoras de Vendas e
Marketing, dizem que deve existir contacto visual, principalmente num primeiro contacto.
No entanto deve acontecer “a maior parte do tempo, mas sem se tornar constrangedor”
(estagiária de Vendas e Marketing). O contacto visual direto foi registado em 62% das
interações.
Sobre a distância física, os colabores do FO têm opiniões diferentes. Enquanto o
room contoler diz que é “relativo” e depende do hóspede; a estagiária de FO afirma que
deve “estar o mais próximo possível do hóspede” e é por isso que devem “dar sempre
a volta ao balcão para poder estar em contacto e não criar uma barreira de
superioridade”. As colaboradoras de Vendas e Marketing dizem que “depende”. A
distância deve ser “respeitosa” e uma forma de facilitar esta determinação de distância
é deixar que seja o cliente a estabelecê-la (sales manager). A opinião de que a
existência de contacto físico depende do hóspede ou cliente, é partilhada por todos os
entrevistados. Alguns referem os hóspedes ou clientes habituais e ainda as diferenças
culturais, para ilustrar situações em que cumprimentam de forma mais calorosa (aperto
de mão ou beijinho). Dados que se ilustram nas frequências de distância, social (68%)
e pessoal (32%), registadas, assim como no registo de contacto físico, que se verificou
em 10% das interações.
Sobre os elementos da prosódia, os entrevistados salientaram que a voz deve ser
“calma”, num volume “mediano” ou em “tom médio” e que se deve falar devagar. Todos
os colaboradores, de ambos os departamentos em análise, salientaram a necessidade
de manter a serenidade na voz quando o hóspede ou cliente se exalta. Estes dados são
coerentes com aqueles que foram observados. O tom de voz mais recorrente é um tom
médio (4, numa escala de 1 a 6); enquanto a velocidade da fala se encontra nos 43%
no nível 2 (numa escala de 1 a 5); e o volume da voz é maioritariamente (em 50% das
interações) mediano.
Por último, sobre a aparência física os colaboradores foram questionados acerca do
vestuário, do cabelo, da utilização de maquilhagem e dos acessórios.
Sobre o vestuário a ideia geral é de que, seja ou não farda, deve seguir um estilo
“arranjado”, “formal” ou “clássico”. Para as mulheres a saia ou vestido com um blazer e
para os homens o fato. A sales manager refere o cuidado que as senhoras devem ter
31
com o tamanho dos decotes ou das saias. O cabelo deve estar sempre “limpo” e
“penteado”, e no FO as senhoras devem utilizá-lo apanhado. As senhoras devem utilizar
maquilhagem “discreta” pois acreditam que “deve sempre ter-se um pouco para dar um
aspeto cuidado” (estagiária de FO). Relativamente aos acessórios, todos os
colaboradores referem que podem e devem existir, mas de forma equilibrada. Quer isto
dizer que existem condicionantes no tipo e número de acessórios que se utiliza.
Os resultados da observação direta confirmam a perceção dos colaboradores
relativamente a todos os elementos da aparência física que foram registados, com
exceção da maquilhagem, que só duas das seis colaboradoras observadas utilizavam.
3.3. Perceção das chefias relativamente à utilização dos elementos da CNV por parte
dos colaboradores
As respostas às entrevistas semiestruturadas permitiram perceber que a perceção
das chefias, relativamente ao atendimento feito pelos colaboradores é de que este é
muito “profissional”. As duas diretoras referem a forma como os colaboradores se
comportam de forma profissional e procuram providenciar um “serviço de cinco estrelas”
(Rooms e Front of the House Manager) que consiga o “engagement” dos hóspedes ou
clientes.
As diretoras dos departamentos acreditam que os colaboradores se esforçam para
criar uma relação, profissional, com os hóspedes ou clientes. Esta relação, que distingue
o Penha Longa dos outros hotéis (segundo as entrevistadas) depende, também, da
correta aplicação dos elementos da CPP e da aparência física, que ambas acreditam
existir. A diretora de FO salienta novamente a formação que existe para que aprendam
a ser “a frente” e estar no lobby.
4. Discussão de resultados
Neste ponto são discutidos os resultados da análise dos dados recolhidos, em
articulação com a revisão bibliográfica.
Através da investigação realizada foi possível perceber a importância da
comunicação não verbal no Hotel Penha Longa Golf Resort. As chefias e os
colaboradores entrevistados atribuem, numa escala de um a 10, importância de 10 a
este elemento da comunicação. Esta importância havia sido explicada por Fisher e
Adams (1994) quando referem que quando o contacto entre dois indivíduos acontece
durante um curto período de tempo (como nas interações entre colaboradores e
hóspedes no FO) as inferências são feitas com base na informação sensorial. Estas
32
perceções sensoriais são adquiridas através da observação e leitura feitas dos
comportamentos e ações do indivíduo com quem se interage.
Constatou-se que a maioria dos observados (65%) se mostram alegres, no
entanto em 28% das interações foi registada a ausência de uma expressão marcada. O
sorriso profissional foi o que se registou mais frequentemente, num terço das interações.
O sorriso é um elemento de destaque na comunicação interpessoal porque gera no
interlocutor sentimentos de conforto e concordância enquanto encoraja a sua
participação na interação (Wang et al., 2017). No entanto, foi percetível que o sorriso
espontâneo, registado em 19% das interações, é aquele que tem uma resposta mais
semelhante. Quer isto dizer que os hóspedes são mais recetivos a um sorriso
espontâneo. O contrário acontece quando o sorriso é exuberante, o que se registou em
10% das observações. As colaboradoras apresentam uma, quase, igual frequência
relativamente à postura “ocupada” e “disponível” aquando a chegada do hóspede. Já os
colaboradores apresentam-se maioritariamente disponíveis. Existe também maior
preocupação ou disponibilidade, por parte dos colaboradores, em iniciarem a interação
com o hóspede. O contacto visual direto, considerando a sua existência em pelo menos
metade do tempo de interação, regista-se em 62% das interações. Este elemento da
cinésia é considerado por autores como Myllyneva e Hietanen (2015) um “poderoso
sinal que modula a cognição social”, com a capacidade de despertar a atenção do
interlocutor através, até, das alterações que causa na atividade cerebral.
Relativamente aos elementos da proxémia, que Peyró (2008) diz serem
valorativos para estabelecer metas de comunicação, salienta-se a distância física e o
contacto físico. Recorde-se que foi referido pelas diretoras dos departamentos e por
alguns colaboradores que em todas as interações tentam criar uma ligação com os
hóspedes ou clientes. A distância física regista-se sempre como pessoal e social. No
entanto, enquanto na maioria das interações com colaboradoras se mantém uma
distância social, nas interações com colaboradores existe um equilíbrio entre a
frequência de interações em distância social e pessoal (sendo até esta mais frequente).
As colaboradoras, tendencialmente ficam ao balcão e os funcionários, do sexo
masculino, deslocam-se pelo espaço de entrada do hotel. Apesar da distância pessoal
se registar constantemente (especialmente em interações com colaboradores) o
contacto físico acontece com pouca frequência (em 10% das interações) – foram
observados toques nos braços ou ombros, toques acidentais na mão e ainda um aperto
de mão.
A prosódia foi analisada no tom, velocidade e altura da voz. Aferiu-se que os tons
medianos (nível 4, numa escola de 1 a 6) são registados em 38% das interações. Existe
assim um equilíbrio entre os tons de voz mais agudos que apesar de mais joviais se
tornam saturantes e os tons graves, que apesar de tranquilos podem ser monótonos. A
33
velocidade da fala tende a ser pausada, registando-se 43% de interações na posição 2,
numa escala de 1 a 5 (Rodero, 2012). Isto pode relacionar-se com o tom de voz, uma
vez que quanto mais grave o tom de voz, mais lento parece ser. A investigadora acredita
que a o facto de se falarem várias línguas, num curto espaço de tempo, devido às
diferentes nacionalidades dos hóspedes, contribui para que o discurso seja mais
vagaroso. Isto porque existe uma necessidade de se ser explícito numa língua que não
a materna, o que exige mais tempo de pensamento e maior dificuldade de articulação
do discurso.
No que respeita à aparência física aferiu-se que na receção os colaboradores
utilizam farda, composta por um fato com calças para os homens e saia para as
senhoras, preto, combinado com camisa branca. Os acessórios são poucos e discretos.
A cor do cabelo é, ou parece, natural – não são visíveis colorações. As colaboradoras
com cabelo comprido utilizam-no totalmente apanhado. Todos os colaboradores têm o
cabelo curto e apenas um utiliza barba. A maquilhagem, apesar de ser apontada como
necessária por todos os colaboradores entrevistados, e obrigatória na ótica da diretora
do Departamento de Vendas e Marketing, só é utilizada por duas (das seis)
colaboradoras de FO observadas. Nenhum dos colaboradores – feminino ou masculino,
tem piercings ou tatuagens visíveis. Tudo isto vai ao encontro dos grooming standards
(anexo 3) do Hotel Penha Longa, que podem ser definidos como “códigos
apresentativos”. Estes códigos são constituídos por normas relativas a elementos que
são indissociáveis do sujeito. Quer isto dizer que todos estes elementos, dependem do
indivíduo que os utiliza – são em parte subjetivos, mas formam códigos de grande
importância, uma vez que são o primeiro elemento apreendido pelos interlocutores,
neste caso, pelos hóspedes ou clientes (Sousa, 2006).
Percebeu-se ainda, na análise das respostas a entrevistas semiestruturadas,
que a formação no Penha Longa Resort, relativa à comunicação interpessoal e mais
especificamente aos elementos da CNV existe, mas parece ser concentrada numa curta
apresentação nos dois dias de orientação. No entanto, as chefias conferem-lhe grande
importância, parecendo conscientes do seu valor. Na maioria das respostas, os
colaboradores salientam a atenção dada aos elementos da CNV como soft skills, ou
aprendizagens de senso-comum (marketing coordinator). Tal como haviam referido
Sundaram e Webster (2000), apesar de ser reconhecida a importância da CNV, a
aplicação de processos de comunicação interpessoal, entre eles a CNV, é ainda pouco
enfatizada em cenários de interação e atendimento de consumidores.
Foi possível aferir que a perceção dos colabores sobre os elementos da CNV –
a cinésia, proxémia, prosódia e aparência física é concordante com a aplicação que
fazem dos mesmos elementos. Assim como a opinião das chefias é concordante com a
dos colabores, uma vez que todos defendem o profissionalismo das equipas e creditam
34
a forma como os funcionários são os responsáveis pela singularidade do Penha Longa
Resort.
5. Conclusões
Durante a elaboração do presente relatório de estágio, resultado do estudo de
caso da CNV no Hotel Penha Longa Golf Resort, a investigadora conseguiu responder
aos objetivos a que se propôs.
Aferiu-se que a perceção dos colaboradores relativamente à CNV e a sua
aplicação são concordantes. A maioria das observações revelou colaboradores alegres,
que sorriem de forma, tendencialmente, profissional e que mantêm o contacto visual
direto durante a maior parte do tempo de interação. Para além disso, apesar de se
mostrarem maioritariamente ocupados, têm iniciativa de interação com o consumidor ou
cliente. Todos os colaboradores mantêm uma distância pessoal ou social, no entanto, é
pouco comum a existência de contacto físico. Relativamente aos elementos da prosódia,
todos se mostram equilibrados, isto é, o tom, volume e ritmo da voz apresentam-se em
níveis médios. Salienta-se, no entanto, a velocidade da fala com tendência para ser
mais vagarosa. A investigadora acredita que isto acontece devido à constante
necessidade de alterar o idioma em que se fala, devido à abrangência de nacionalidades
com que os colaboradores contactam.
Os cuidados com a aparência física seguem os grooming standars do Penha
Longa Resort (anexo 3), salientando-se como a maior discordância o facto de a maior
parte das colaboradoras do FO não utilizar qualquer maquilhagem.
No entanto, notam-se algumas diferenças no atendimento realizado por homens e
por mulheres.
Dos elementos da cinésia salienta-se o facto de ser mais comum a ausência de
sorriso numa interação com uma mulher, do que com um homem. Ainda, a disparidade
entre a postura das colaboradoras do sexo feminino e dos colaboradores do sexo
masculino. Enquanto os homens se mostram disponíveis na grande maioria das
interações, e ainda preocupados em algumas; as senhoras mostram-se quase tantas
vezes ocupadas como disponíveis. Daqui percebe-se que os homens iniciem contacto
com muito maior frequência do que as mulheres.
Por último, relativamente aos elementos da proxémia importa referir que na grande
maioria das interações realizadas por mulheres a distância guardada é social, enquanto
nas interações com colaboradores do sexo masculino, existe um equilíbrio entre a
distância pessoal e social. Isto poderá relacionar-se com o facto de, tendencialmente,
as colaboradoras estarem atrás do balcão, enquanto os homens se deslocam pelo
lobby.
35
Foi também possível perceber que existe formação relativa aos elementos da
CNV, sendo esta concentrada nos dois dias de orientação que precedem o início das
funções dos colaboradores, e complementada com algumas guidelines que são
transmitidas on the job, segundo a diretora do Departamento de Vendas e Marketing.
Em resposta ao último objetivo, em que a investigadora se propôs a perceber qual
a perceção das chefias relativamente ao atendimento feito pelos colaboradores
percebeu-se que consideram o seu trabalho bastante positivo. As diretoras dos
departamentos de Rooms e Front of the House e Vendas e Marketing caracterizam o
serviço disponibilizado pelos colaboradores como “muito profissional” e capaz de criar
hóspedes e clientes fidelizados à marca Penha Longa.
Contudo, este estudo apresenta algumas limitações. A ausência de consulta da
opinião dos hóspedes e dos clientes constitui-se uma limitação porque não existe a
possibilidade de completar o estudo em termos comparativos. No entanto, considera-se
a produção de um estudo de importante caráter para posterior aprofundamento. Na
mesma lógica, se tivesse existido a possibilidade de observar uma amostra maior de
interações entre colaboradores do Departamento de Vendas e Marketing e clientes, os
resultados seriam, não só mais abrangentes, como passíveis de comparação.
Sendo o turismo um setor em crescimento em Portugal, e com a sua importância
a ser reconhecida a nível internacional, este estudo pode servir de inspiração ou
complemento para a comunidade académica enquanto base para o desenvolvimento de
investigações na área da comunicação interpessoal. Mais especificamente da CNV e
perceção da sua importância no setor da hotelaria e, neste caso específico, do setor de
luxo.
A investigadora acredita que esta investigação pode ainda ser um contributo para
a perceção que os profissionais da área têm sobre a comunicação e interação pessoal
no processo de atendimento. Alertando-os para a importância de uma comunicação
correta a todos os níveis. Pode também servir para que se perceba a escassa formação
relativa a estes aspetos, quando comparada com a importância que, tanto chefias como
colaboradores, individualmente lhes conferem.
36
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40
Anexos
Anexo 1: Número de estabelecimentos hoteleiros em Portugal
Fonte: PORDATA
Anexo 2: Taxas de Ocupação 2016 / 2017
Fonte: Turismo de Portugal
41
Anexo 3: Grooming Standards Hotel Penha Longa Golf Resort
42
43
Apêndices
Apêndice 1: Grelha de Observação direta
Aparência Física
Cor do vestuário
Cor de cabelo Natural
Pintado; cor?
Comprimento do cabelo
Curto
Médio
Comprido
Penteado Solto
Apanhado
Maquilhagem (nas funcionárias) Sim
Não
Barba (nos funcionários) Sim
Não
Acessórios Sim; quais?
Não
Piercings Sim; onde?
Não
Tatuagens Sim; onde?
Não
Fonte: elaboração própria
Categorias de Análise Elementos a Observar Escala de Análise __ de março de 2018
Cinésia
Expressão facial
Alegre
Triste
Apático
Cansado
(...)
Sorriso
Profissional
Contido
Espontâneo
Exuberante
Ausente
Postura à chegada do hóspede
Disponível
Ocupado
Preocupado
Iniciativa de interação
Sim
Não
Contacto visual direto
Sim
Não
Proxémia
Distância física
Íntimo 14 – 45 cm
Pessoal 46 – 120 cm
Social 121 – 360 cm
Público + 361 cm
Contacto físico
Sim; onde?
Não
Prosódia
Tom de voz
1
2
3
4
5
6
Ritmo da fala
1 (muito lento)
2 (lento)
3
4 (rápido)
5 (muito rápido)
Altura da voz
1
2
3
44
Apêndice 2: Registo de observação direta no FO
Colaboradoras:
Total de interações realizadas por colaboradoras: 60
Quando na distância física se regista um total de 68 interações, justifica-se pelas 8 deslocações de colaboradoras de
trás do balcão para junto dos hóspedes.
Categorias de Análise Elementos a Observar Escala de Análise 7, 8 e 9 de março de 2018
Cinésia
Expressão facial
Alegre 36
Triste -
Apático/Neutro 19
Cansado 1
Chateado 1
Envergonhado 1
Preocupado 1
Sério 1
Sorriso
Profissional 20
Contido 11
Espontâneo 9
Exuberante 6
Ausente 14
Postura à chegada do hóspede
Disponível 32
Ocupado 27
Preocupado 1
Iniciativa de interação
Sim 33
Não 27
Contacto visual direto
Sim 37
Não 23
Proxémia
Distância física
Íntimo 14 – 45 cm -
Pessoal 46 – 120 cm 13
Social 121 – 360 cm 55
Público + 361 cm -
Contacto físico
Sim; onde? 6
Não 54
Prosódia
Tom de voz
1 -
2 15
3 15
4 28
5 2
6 -
Ritmo da fala
1 (muito lento) 1
2 (lento) 24
3 20
4 (rápido) 15
5 (muito rápido)
Altura da voz
1 13
2 33
3 14
45
Registo de observação direta no FO
Colaboradores:
Total de interações realizadas por colaboradores: 34
Quando na distância física se registam 44 interações isto acontece porque existe movimentação entre o lobby e o
balcão.
Categorias de Análise Elementos a Observar Escala de Análise 7, 8 e 9 de março de 2018
Cinésia
Expressão facial
Alegre 25
Triste -
Apático/Neutro 7
Cansado 1
Chateado 1
Envergonhado -
Preocupado -
Sério -
Sorriso
Profissional 11
Contido 9
Espontâeno 9
Exuberante 3
Ausente 2
Postura à chegada do hóspede
Disponível 29
Ocupado 3
Preocupado 2
Iniciativa de interação
Sim 29
Não 5
Contacto visual direto
Sim 21
Não 13
Proxémia
Distância física
Íntimo 14 – 45 cm -
Pessoal 46 – 120 cm 22
Social 121 – 360 cm 20
Público + 361 cm -
Contacto físico
Sim; onde? 3
Não 31
Prosódia
Tom de voz
1 -
2 -
3 2
4 8
5 22
6 2
Ritmo da fala
1 (muito lento) 1
2 (lento) 16
3 6
4 (rápido) 11
5 (muito rápido) -
Altura da voz
1 13
2 14
3 7
46
Colaboradoras:
Notas: Relativamente aos acessórios, todas as colaboradoras utilizam brincos. 5 utilizam pérolas e uma utilizava brincos
de pedraria. Par além disso, uma colaboradora utilizava um anel, outra um relógio, e outra um fio.
Colaboradores:
Aparência Física
Cor do vestuário Preto (sempre) combinado com branco, cinzento e/ou beige
Cor de cabelo
Natural 6 colaboradoras (cabelo castanho escuro)
Pintado; cor? -
Comprimento do cabelo
Curto -
Médio 1 (colaboradora)
Comprido 5 (colaboradoras)
Penteado
Solto 1 (colaboradora)
Apanhado 5 (colaboradoras)
Maquilhagem (nas funcionárias)
Sim 2 (em 6) colaboradoras utilizam maquilhagem
Não 4 (em 6 colaboradoras)
Acessórios
Sim; quais? 6 (colaboradoras) utilizam brincos*
Não
Piercings
Sim; onde? -
Não 6 (colaboradoras)
Tatuagens
Sim; onde? -
Não 6 (colaboradoras)
Aparência Física
Cor do vestuário Preto (fato), branco (camisa)
Cor de cabelo
Natural 3 colaboradores (cabelo castanho escuro, preto,)
1 colaborador loiro 1 colaborador grisalho
Pintado; cor? -
Comprimento do cabelo
Curto 5 colaboradores
Médio -
Comprido -
Barba
Sim 1 colaborador
Não
Acessórios
Sim; quais? 5 colaboradores Todos utilizam gravata (em tons de azul ou cinzento) e
relógio.
Não
Piercings
Sim; onde?
Não 5 (colaboradores)
Tatuagens
Sim; onde? -
Não 5 (colaboradores)
47
Apêndice 3: Registo de observação direta da interação entre colaboradoras do
departamento de Vendas e Marketing e clientes
Categorias de Análise Elementos a Observar Escala de Análise 7, 8 e de março de 2018
-
Cinésia
Expressão facial
Alegre 4
Triste -
Apático / Neutro -
Cansado -
Chateada -
Sorriso
Profissional 2
Contido -
Espontâneo 2
Exuberante -
Ausente -
Postura à chegada do hóspede
Disponível 4
Ocupado -
Preocupado -
Iniciativa de interação
Sim 4
Não -
Contacto visual direto
Sim 4
Não -
Proxémia
Distância física
Íntimo 14 – 45 cm -
Pessoal 46 – 120 cm 4
Social 121 – 360 cm -
Público + 361 cm -
Contacto físico
Sim; onde? 4 – Aperto de mão
Não -
Prosódia
Tom de voz
1 -
2 -
3 1
4 3
5 -
6 -
Ritmo da fala
1 (muito lento) -
2 (lento) -
3 3
4 (rápido) 1
5 (muito rápido) -
Altura da voz
1 -
2 4
3 -
48
Notas:
Todas as colaboradoras observadas utilizam um fato completo (três de calças e uma de saia), com sapatos de salto alto.
Todas as colaboradoras utilizam o cabelo solto e três (das quatro) colaboradoras utilizam maquilhagem simples e
discreta.
Todas as colaboradoras utilizam acessórios: duas utilizam apenas um anel, enquanto as outras duas para além de um
anel, utilizam um fio discreto e brincos.
Aparência Física
Cor do vestuário Preto e branco Cinzento e amarelo Azul claro e branco Azul claro e branco
Cor de cabelo
Natural 4 (loiro, castanho claro e castanho escuro)
Pintado; cor? -
Comprimento do cabelo
Curto -
Médio 2
Comprido 2
Maquilagem
Sim 3
Não 1
Acessórios
Sim; quais? 4
Não -
Piercings
Sim; onde? -
Não 4
Tatuagens
Sim; onde? -
Não 4
49
Apêndice 4: Guião de entrevista semiestruturada a aplicar às chefias dos departamentos
responsáveis pela comunicação no Penha Longa Resort.
1. Atendimento e Hospitalidade
P.1. Quais são os valores defendidos pelo Penha Longa Resort, ou pelo grupo Ritz
Carlton, a nível da hospitalidade e atendimento do hóspede?
P.2. Quais são os elementos que considera mais importantes no processo de interação
entre o colaborador e o hóspede/cliente?
2. Comunicação Não-Verbal
P.3. Como acha que devem ser utilizados os seguintes elementos? Que importância
lhes confere?
P.3.1. O sorriso.
P.3.2. A postura à chegada do hóspede. E a iniciativa de interação, deve ser de
quem (do profissional, do hóspede/cliente)?
P.3.3. O contacto visual.
P.3.4. Qual deve ser a distância, física, entre o colaborador e o hóspede/cliente?
E contacto físico, deve existir? Como?
P.3.5. O tom de voz, ritmo da fala e altura da voz.
P.3.6. Relativamente à aparência física, existem cuidados a ter? Quais?
a) Vestuário_____________________________________________________
b) Cabelo ______________________________________________________
c) Maquilhagem__________________________________________________
d) Acessórios____________________________________________________
P. 4. Estas questões variam culturalmente?
P.5. Existe algum mecanismo de avaliação da satisfação dos hóspedes relativamente
aos elementos (da CNV) mencionados?
3. Formação relativa à comunicação
P.6. Qual é a formação dos profissionais do Resort para o contacto direto com os
hóspedes?
P.7. Existe alguma formação relativa, especificamente, à comunicação não-verbal?
6. Avaliação da aplicação dos elementos da CNV, pelos colaboradores
P.8. Como caracteriza o atendimento do Penha Longa Resort, por parte dos
colaboradores do departamento?
P.9. O Penha Longa Resort, enquanto resort de luxo, destaca-se, de alguma forma,
nesta área?
P.10. Existe algum alinhamento sobre estas questões, a nível RC?
P.11. Na sua opinião, qual a importância da comunicação não-verbal no setor
hoteleiro? (escala de 1 a 10).
50
Apêndice 5: Textos obtidos por transcrição de entrevistas às chefias dos departamentos
em análise
5.1. Departamento de Rooms e Front of the House
Identificação Cargo: Front Office Manager Data: 29 de maio de 2018
Transcrição da Resposta Palavras–Chave
P.1. Quais os valores defendidos pelo Penha Longa, ou pelo grupo RC, a nível da hospitalidade e atendimento dos hóspedes?
Então, para nós o hóspede é mesmo o mais importante e o tratamento do hóspede é o que diferencia o ser um Ritz-Carlton ou ser outra brand qualquer porque para nós é imperativo que haja um engagement desde o início até ao fim da estadia. E até porque o que é considerado o luxo nowadays é mesmo o serviço e não uma facility. Pronto, é claro que as coisas básicas como a qualidade de uma cama também são importantes, mas é mais importante para nós o serviço que providenciamos ao hóspede.
Engagement Luxo é mesmo o serviço
P.2. Quais são os elementos que considera mais importantes no processo de interação entre o colaborador e o hóspede/cliente?
Eu acho que o mais importante é sempre o verbiage, as palavras que usam para captar a atenção do hóspede. Por exemplo, é muito importante agradecer aos hóspedes por terem vindo e por terem ficado connosco, tentar somehow dizer “ah, recomendo-nos aos seus amigos” de uma forma mais amigável quando já se tem alguma connection com o hóspede, mas acho mesmo que o mais importante é o verbiage e às vezes saber também dar a volta
um bocadinho.
Connection
P.3. Como acha que devem ser utilizados os seguintes elementos? Que importância lhes confere?
P.3.1. O sorriso. Eu acho que o mais importante é que pareça genuíno e espontâneo também e é muito importante estar-se a sorrir com o hóspede e mesmo ao telefone é bastante importante, nota-se logo a change da fala e tudo.
Genuíno e espontâneo
P.3.2. A postura à chegada do hóspede. E a iniciativa de interação, deve ser de quem (do profissional, do hóspede/cliente)?
A postura, super acolhedor, mega… Os americanos têm muito isto que é, como é com uma companhia americana que é “Hi! Welcome! How are you? How was your trip?” fazer uma mega party quando as pessoas chegam, basicamente. Do colaborador, sem dúvida. O colaborador tem sempre de tentar iniciar até porque há hóspedes que não são tão fáceis de engage e nós temos de tentar dar a volta.
Acolhedor o colaborador tem sempre de tentar iniciar
P.3.3. O contacto visual. Eye contact... must be done everytime, não podem estar a olhar para os ecrãs quando os hóspedes passam, isso é uma coisa que me irrita solenemente quando acontece, é muito importante acknowledge e
Must be done everytime Acknowledge
51
acknowledge também os hóspedes que às vezes passam no lobby, mas não vão à receção, é bastante importante acknowledge them mesmo que seja com um eye contact.
P.3.4. Qual deve ser a distância, física, entre o colaborador e o hóspede/cliente? E contacto físico, deve existir? Como?
É assim, eu diria um braço é a distância ideal, também para não estar muito próximo, às vezes pode ser um bocadinho incomodativo. No,not at all. Ah, um aperto de mão sim, mas mais do que isso, se for para greet tudo bem, agora além disso, ou quando se está a despedir de um hóspede com que se tem bastante engagement e ele dá-nos um abraço, isso eu acho que sim, mas para além disso not really. Mas sempre com boundaries também do que é que é ético.
Not at all Boundaries
P.3.5. O tom de voz, ritmo da fala e altura da voz.
É muito importante não falar muito baixo, às vezes temos pessoas que estão in front of the house que falam muito baixo e os hóspedes quase que não… nem eu os oiço quanto mais os hóspedes. Acho que a pessoa tem que se fazer ouvir e tem que manter, não falar de uma forma monótona, manter um tom de voz high diria eu.
Não falar muito baixo Manter um tom high
P.3.6. Relativamente à aparência física, existem cuidados a ter? Quais? a) Vestuário b) Cabelo c) Maquilhagem d) Acessórios
a) Formal. É assim, as pessoas que estão in front of the house devem usar farda. b) Apanhado. Sempre apanhado. c) Suave mas there. d) só se for um relógio, uma pulseira ou um anel e os brincos mas, nada de muito espampanante.
Formal Apanhado, sempre. Suave
P. 4. Estas questões variam culturalmente?
(respondido na questão 3.2.)
P.5. Existe algum mecanismo de avaliação da satisfação dos hóspedes relativamente aos elementos (da CNV) mencionados?
Sim. Existe uma pergunta no survey em que menciona se gostou da interação de algum funcionário em específico. Ou se há alguém que eles querem
destacar.
Sim
P.6. Qual é a formação dos profissionais do Resort para o contacto direto com os hóspedes?
Sim existe, nós a seguir à orientação temos dois dias com a learning coach de rooms e aí é falado o como interagir com um hóspede, o que é que se pode dizer, o que é que não se pode dizer.
sim dois dias com a learning coach
P.7. Existe algum tipo de formação relativo, especificamente, à comunicação não-verbal?
Sim. Na orientação eu faço uma apresentação que se chama professional presence. E aí é tudo isso, é o estar ao telemóvel nas áreas públicas, não bocejar, não pôr os cotovelos no balcão, sair do balcão e ir falar com os hóspedes. Aí falo muito da body language também
Sim Professional presence Body language
P.8. Como caracteriza o atendimento do Penha Longa Resort, por parte dos colaboradores do departamento?
Acho que é bastante profissional, claro que temos funcionários que são a bit better than others mas sem dúvida bastante profissional e
Bastante profissional Serviço de cinco estrelas
52
todos têm em mente que isto é o Ritz-Carlton e que temos que providenciar um serviço de cinco estrelas e ir sempre above and beyond e look impeccable.
P.9. O Penha Longa Resort, enquanto resort de luxo, destaca-se, de alguma forma, nesta área?
Sim. A equipa que vem para in front of the house tem bastante formação, eles têm orientação mais dois dias intensivos de training antes de irem para a frente e é quase um brainwash em como how to look, how to be in the lobby, posture.
Bastante formação How to look How to be in the lobby Posture
P.10. Existe algum alinhamento sobre estas questões, a nível RC?
Sim, nós temos guidelines para tudo, até porque somos uma brand que é bastante estandardizada, em todos os hotéis as coisas têm que look like a standard e isso é-nos passado ao início quando chegamos ao hotel e depois mais tarde é feito e falado com os nossos managers.
Guidelines Estandardizada
P.11. Na sua opinião, qual a importância da comunicação não-verbal no setor hoteleiro? (Numa escala de 1 a 10).
10. Acho que a linguagem corporal é muito importante.
Muito importante
5.2. Departamento de Vendas e Marketing
Identificação Cargo: Sales and Marketing Manager Data: 1 de junho de 2018
Transcrição da Resposta Palavras–Chave
P.1. Quais os valores defendidos pelo Penha Longa, ou pelo grupo RC, a nível da hospitalidade e atendimento dos hóspedes?
Nós obviamente temos valores de serviço que são essenciais porque fazem parte dos alicerces corporativos. Para nós os valores mais importantes são os passos de serviço. E o que são os passos de serviço? É darmos as boas vindas calorosas a todos os nossos hóspedes, é tratarmos todos os nossos hóspedes pelo nome, tentar perceber as suas necessidades expressas e não expressas durante a sua estadia e, por último, é uma despedida também calorosa e intensa.
Três valores de serviço
P.2. Quais são os elementos que considera mais importantes no processo de interação entre o colaborador e o hóspede/cliente?
Tem tudo a ver com a linguagem corporativa. Tem a ver com a forma como nos apresentamos. Transmitir aos clientes a confiança para que em última instancia escolha o Penha Longa como destino favorito. Quer seja uma reunião de trabalho, quer seja umas férias em lazer.
Linguagem corporativa A forma como nos apresentamos Confiança
P.3. Como acha que devem ser utilizados os seguintes elementos? Que importância lhes confere?
P.3.1. O sorriso. O sorriso faz parte da linguagem corporativa que referi na pergunta a cima. O sorriso demonstra as boas vindas, a simpatia. E sem dúvida é essencial.
Essencial
P.3.2. A postura à chegada do hóspede. E a iniciativa de interação,
Sempre muito emotiva. Gostamos muitas vezes de dizer “bem-vindo de volta à sua casa”. É algo
Emotiva “Bem-vindo à sua casa”
53
deve ser de quem (do profissional, do hóspede/cliente)?
referido por nós sempre que recebemos um cliente, seja repetido ou não. E porque é que dizemos “bem-vindo à sua casa?” porque esta vai mesmo ser a sua casa nos próximos tempos, na estadia. Para nós é muito importante que se sintam em casa. Essa interação terá sempre de ser feita por parte, pela nossa parte. Mas temos obviamente de ter sentido de oportunidade. Se um cliente está a acabar uma refeição ou a ter uma conversa temos de ter algum discernimento e elegância na forma como o fazemos.
Nossa parte Elegância
P.3.3. O contacto visual. Super importante. Diria eu, crucial e dar-lhe-ia a mesma importância que o sorriso. Portanto, o sorriso e o contacto visual são cruciais, ainda mais porque através do olhar se consegue comunicar coisas que não são ditas por palavras. E para nós é muito importante conseguir perceber para lá das coisas que são ditas e por isso o olhar é muito importante. Conseguimos saber se o cliente está satisfeito, se gosta, se não gosta. O olhar poderá dar-nos algumas indicações do que está a acontecer.
Crucial “consegue comunicar coisas que não são ditas por palavras” “dar-nos algumas indicações do que está a acontecer”
P.3.4. Qual deve ser a distância, física, entre o colaborador e o hóspede/cliente? E contacto físico, deve existir? Como?
Não sei se consigo estabelecer porque depende muito do grau de intimidade que temos com o cliente. Colocaria aqui dois níveis completamente diferentes: um em que é a primeira vez que conheço aquele cliente, e aí sim, deve existir alguma distância… até para o cliente não se sentir desconfortável, acho que é importante também perceber a nacionalidade do cliente. Um cliente americano reage de uma forma, e um alemão reage de uma forma completamente diferente. E, por fim, se for um cliente já repetido, que já nos conhece, que já conhece o Penha Longa, podemos até dar um abraço de boas vindas. Portanto, não acho que haja aqui uma regra, depende do grau de intimidade com o cliente.
P.3.5. O tom de voz, ritmo da fala e altura da voz.
O tom tem de ser sempre bastante neutro, e nunca pode ser acima daquilo que o cliente fala para nós e aqui, também refiro que há diferentes situações. Há a situação de receber um cliente e aqui sim podemos ser efusivos a dar as boas-vindas, nunca ultrapassando um tom de voz que ele nos dirige a nós; e depois há questões um bocadinho mais delicadas – que nós obviamente também lidamos com elas – em que estamos em conflito com um cliente, e aí sim,
54
em vez de elevar o tom de voz temos de utilizar a técnica inversa e diminuir o tom de voz. Até para dar a segurança e o conforto para que ele possa dimunuir o seu.
P.3.6. Relativamente à aparência física, existem cuidados a ter? Quais? a) Vestuário b) Cabelo c) Maquilhagem d) Acessórios
a) Deverá ser o mais clean possível. Ou seja, a companhia rege-se por padrões muito específicos. Nós temos guidelines, aquilo que chamamos os grooming standards e pretendemos que haja sempre alguma elegância, não estravagância. Portanto, não gostamos que as pessoas se vistam de forma extravagante, terão de ter elegância e neutralidade também na forma como se apresentam. Aqui o importante é que o hotel brilhe e não a pessoa em si, pelo que tem de ter uma aparência elegante, trendy, sem dúvida, mas não extravagante. b) sempre apanhado. Deverá estar sempre apanhado, fora da cara. Assim como eu tenho. c) A maquilhagem tem de ser… é obrigatório! E tem de ser, pelo menos devemos ter as seguintes componentes sempre: base, rímel, blush e um baton discreto. d) mais discreto possível! Uns brincos que não chamem muita atenção. Só podemos ter dois aneis por mão. Não se deverá ter brincos longos, enfim… há algumas regras que deverão ser cumpridas.
a) clean, guidelines, grooming standards. Elegância e neutralidade b) sempre apanhado c) obrigatório d) discreto
P. 4. Estas questões variam culturalmente?
(Respondido na questão 3.2.)
P.5. Existe algum mecanismo de avaliação da satisfação dos hóspedes relativamente aos elementos (da CNV) mencionados?
Nós temos aquilo a que chamamos o nosso GSS, o inquérito de satisfação que entregamos aos nossos hóspedes. No entanto, esta parte do contacto não faz parte do nosso inquérito.
GSS Inquérito Não faz parte do inquérito
P.6. Qual é a formação dos profissionais do Resort para o contacto direto com os hóspedes?
Existe, ou seja, qualquer pessoa que comece a trabalhar aqui passa por um processo… que é um processo de orientação em que deverá ser explicado detalhadamente de que forma devemos comunicar. Obviamente que depois existe um treino on the job, as pessoas são acompanhadas pelo seu supervisor, durante o seu trabalho. Mas sim, há formação nesta área.
Existe Processo de orientação On the job
P.7. Existe algum tipo de formação relativo, especificamente, à comunicação não-verbal?
Sim, existe. Há os grooming standards que são sem dúvida o comportamento profissional – físico e não físico.
Grooming standards Comportamento profissional – físico e não físico
P.8. Como caracteriza o atendimento do Penha Longa Resort, por parte dos colaboradores do departamento?
Eu acho que é altamente profissional, mas acho que esta equipa trabalha uma coisa que é o engagemente. E o engagement é uma coisa que é algo mais
Altamente profissional Engagement Relação profissional
55
profundo que uma simples transação comercial, tentam a todo o custo criar uma relação profissional com os clientes e isto é o que nos diferencia dos demais hotéis… isto é, eu dividiria em duas: há uma mera transação profissional, que não é o que fazemos aqui. Aqui aprofundamos mais e vamos à relação que se tem, e que se constrói através dos pedidos, das dificuldades… e que se vai concretizando nesta relação profissional.
P.9. O Penha Longa Resort, enquanto resort de luxo, destaca-se, de alguma forma, nesta área?
(respondido na questão anterior)
P.10. Existe algum alinhamento sobre estas questões, a nível RC?
Os grooming standards são a nível da companhia.
Grooming standards
P.11. Na sua opinião, qual a importância da comunicação não-verbal no setor hoteleiro? (Numa escala de 1 a 10).
Ah, 10 diria eu! É super importante. super importante
Apêndice 6: Guião de entrevista semiestruturada a aplicar aos colaboradores de Rooms
- Front of the House e Sales and Marketing.
1. Atendimento e Hospitalidade
P. 1. Quais são os valores defendidos pelo Penha Longa Resort, ou pelo grupo Ritz
Carlton, a nível da hospitalidade e atendimento do hóspede?
P.2. Quais são os elementos que considera mais importantes no processo de interação
entre o colaborador/funcionário e o hóspede/consumidor/cliente?
2. Comunicação Não-Verbal
P.3. Como acha que devem ser utilizados os seguintes elementos? Que importância
lhes confere?
P.3.1. O sorriso.
P.3.2. A postura à chegada do hóspede. E a iniciativa de interação, deve ser de
quem (do profissional - colaborador/funcionário, do hóspede) ?
P.3.3. O contacto visual.
P.3.4. Qual deve ser a distância, física, entre si e o hóspede/consumidor/cliente?
E contacto físico, deve existir? Como?
P.3.5. O tom de voz, ritmo da fala e altura da voz.
P.3.6. Relativamente à aparência física, existem cuidados a ter? Quais?
a) Vestuário_____________________________________________________
b) Cabelo ______________________________________________________
c) Maquilhagem__________________________________________________
d) Acessórios____________________________________________________
P.4. Como variam estas questões culturalmente?
56
P.5. Existe algum mecanismo para avaliação da satisfação dos hóspedes relativamente
a estes elementos?
3. Formação relativa à comunicação
P.6. Recebeu formação relativamente aos aspetos da comunicação não-verbal?
P.7. Quais são os aspetos com os quais mais se preocupa durante o atendimento ao
hóspede?
4. Avaliação da aplicação dos elementos da CNV, pelos colaboradores
P.8. Como caracteriza o atendimento do Penha Longa Resort, por parte da equipa que
integra?
P.9. O Penha Longa Resort, enquanto resort de luxo, destaca-se de alguma forma nesta
área?
P. 10. Existe algum alinhamento sobre estas questões a nível Ritz Carlton?
P. 11. Na sua opinião, qual a importância da CNV no setor hoteleiro? (escala de 1-10).
P. 12. Quais são os aspetos com os quais mais se preocupa durante o atendimento ao
hóspede?
P. 13. Quais são os aspetos com que os hóspedes mais se preocupam?
P. 14. Quais são os aspetos que considera mais difíceis de serem aplicados?
Apêndice 7: Textos obtidos por transcrição de entrevistas aos colaboradores dos
departamentos de Rooms e Front of the House e Vendas e Marketing
7.1. Rooms e Front of the House
Identificação Cargo: Room Controler Data: 15 de maio de 2018
Transcrição da Resposta Palavras–Chave
P. 1. Quais são os valores defendidos pelo Penha Longa Resort, ou pelo grupo Ritz Carlton, a nível da hospitalidade e atendimento do hóspede?
A satisfação do cliente. Tentar que o cliente se sinta em casa, fora de casa.
Satisfação do cliente
P.2. Quais são os elementos que considera mais importantes no processo de interação entre o colaborador/funcionário e o hóspede/consumidor/cliente?
Acima de tudo, tentar ser o mais amigável possível. Tentar ir ao encontro daquilo que o hóspede quer para o satisfazer.
Amigável Satisfazer o hóspede
P.3. Como acha que devem ser utilizados os seguintes elementos? Que importância lhes confere?
P.3.1. O sorriso. Convém ter um sorriso na cara. Sorriso q.b. porque se o cliente está com um problema não podemos estar com um sorriso na cara. Mas de uma maneira geral temos de tentar ter um sorriso para que o hóspede sinta que estamos totalmente empenhados e interessados em ajudá-lo.
q.b. Empenhados Interessados
P.3.2. A postura à chegada do hóspede. E a iniciativa de interação, deve ser de quem (do colaborador, do hóspede)?
O primeiro passo tem de ser sempre nosso. Sempre nosso
57
P.3.3. O contacto visual. O máximo possível de contacto visual com o hóspede. É impossível ser constante, porque há trabalhos no computador.
Muito Máximo possível
P.3.4. Qual deve ser a distância, física, entre si e o hóspede? E contacto físico, deve existir? Como?
Isso é relativo. Vai depender do hóspede, devemos ter a distância que sentirmos ser mais confortável para o hóspede. Há hóspedes que não se importam de tocar, cumprimentar, estar mais perto. Mas há outros que se importam e cabe-nos a nós perceber isso e aplicar consoante o hóspede. O contacto físico vai depender do hóspede. Há muitos hóspedes que estendem a mão para cumprimentar, há outros hóspedes, mais repetidos, que chegam e dão um abraço. O aproach é nosso, o nível de aproach deve ser regulado pelo hóspede.
Relativo Confortável para o hóspede Depende
P.3.5. O tom de voz, ritmo da fala e altura da voz.
Acho que não é nada pensado. O tom de voz deve ser o mais calmo possível. Mas não consigo controlar isso assim tanto. Às vezes acaba por ser mais difícil, quando um hóspede nos irrita.
Não é pensado Calmo
P.3.6. Relativamente à aparência física, existem cuidados a ter? Quais? a) Vestuário b) Cabelo c) Maquilhagem / Barba d) Acessórios
A aparência física tem de ser cuidada, limpa. a) O uniforme ou roupa de trabalho deve estar o mais limpo e direito possível. O que ao fim de 9h de turno às vezes é difícil. b) Tentar sempre ter o cabelo penteado. c) Ter a barba feita ou aparada. Uma aparência que mostre que estamos aqui e que temos cuidado com a aparência. d) Eu utilizo uma pulseira e um relógio. Desde que não seja nada extravagante, não seja exagerado. Acho normalíssimo as raparigas terem brincos, pulseiras discretas. Aquelas que usam vestido e mostram um bocadinho o pescoço, um fio fica bem.
Cuidada Limpa Direita As raparigas
P.4. Como variam estas questões culturalmente?
Mais uma vez depende do hóspede. Há culturas que permitem maior contacto do que outras, vamos conhecendo com o tempo.
Depende
P.5. Existe algum mecanismo para avaliação da satisfação dos hóspedes relativamente a estes elementos?
É um bocado o bom-senso. Os hóspedes preenchem o questionário de satisfação quando saem do hotel e estes são posteriormente analisados e são feitas as ilações. Mas devemos tentar perceber durante o ckeck-out.
Bom-senso Questionário de satisfação Check-out
P.6.Teve alguma formação para o contacto direto com os hóspedes?
Ao contrário de muitos colegas eu não estudei hotelaria, não tive nenhuma formação nesse aspeto. Aqui no hotel são dadas guidelines de algumas palavras que devemos evitar. Não é dada uma formação, são dadas indicações.
Não Guidelines
P.7. Recebeu formação relativamente aos aspetos da comunicação não-verbal?
Não… Não
P.8. Como caracteriza o atendimento do Penha Longa Resort, por parte da equipa que integra?
Muito bom. Muito, muito bom. Cheguei a ter comentários de hóspedes que dizem “o hotel é de 5 estrelas, o atendimento é de 6”. Temos uma equipa muito simpática e empenhada na satisfação do cliente.
Muito bom
P.9. O Penha Longa Resort, enquanto resort de luxo, destaca-se de alguma forma nesta área?
Sim. É um elemento diferenciador se formos comparar com outros hotéis. Há hóspedes que dizem que “as instalações são ótimas, como tantas outras. Mas em termos de serviço vocês são melhores que os outros”. Honestamente a maioria diz isto.
Sim Serviço melhor
58
P.10. Existe algum alinhamento sobre estas questões a nível Ritz Carlton?
Existem diretivas por parte da companhia de como deveremos atender o cliente. E frases padrão que devemos usar, mas que podemos adaptar à propriedade. Há sempre essa liberdade.
Diretivas Frases padrão
P. 11. Na sua opinião, qual a importância da CNV no setor hoteleiro? (escala de 1-10).
10.
P.12. Quais são os aspetos com os quais mais se preocupa durante o atendimento ao hóspede?
Basicamente nesta altura é tudo um bocado automático. Tentar dar as boas-vindas, perceber se correu tudo bem com a viagem, ver se podemos compensar por exemplo bagagens perdidas, se precisar de fazer compras oferecemos o carro. Acho que é um bocado intuitivo, não é pensado. Tens o teu discurso de check-in, que aconselho que cada um faça o seu. Há varias coisas que têm de ser verificadas, B.I., passaporte…, mas é preciso passar por tudo de uma maneira fluida. Há hóspedes que não querem nada disso, há outros que querem contar o que vão fazer, para onde vão…
Automático Intuitivo Conversa
P.13. Quais são os aspetos com que os hóspedes mais se preocupam?
Não há nada que saliente. Clientes individuais procuram saber informações sobre atividades do hotel. É tudo muito random e depende do que o hóspede procura.
Random
P.14. Quais são os aspetos que considera mais difíceis de serem aplicados?
O controlo da voz e a perceção da satisfação do hóspede.
Voz Satisfação do hóspede
Identificação Cargo: Estagiária departamento de Rooms and Front of the House Data: 15 de maio de 2018
Transcrição da Resposta Palavras-chave
P.1. Quais são os valores defendidos pelo Penha Longa, ou pelo grupo Ritz Carlton, a nível da hospitalidade e atendimento ao hóspede?
O hóspede sentir-se em casa. Sobrevalorizar o hóspede acima de tudo.
Sobrevalorizar
P.2. Quais são os elementos que considera mais importantes no processo de interação entre o colaborador e o hóspede?
Fundamental é criar um elo de ligação, fazer com que o hóspede ganhe confiança e lealdade. Sermos simpáticos.
elo de ligação Confiança Lealdade Sermos Simpáticos
P.3. Como acha que devem ser utilizados os seguintes elementos? Que importância lhes confere?
P.3.1. O sorriso É super importante, porque é o que dá a imagem. Mesmo que a pessoa esteja mal-disposta, tem de estar com um sorriso para o hóspede, sempre.
Super importante Sorriso, sempre
P.3.2. A postura à chegada do hóspede. E a iniciativa de interação, deve ser de quem (do colaborador, do hóspede)?
Antecipação das necessidades passa pela nossa iniciativa sempre.
Antecipação
P.3.3. O contacto visual Também é bastante importante para criar a tal ligação
P.3.4. Qual deve ser a distância entre si e o hóspede? E contacto físico deve existir? Como?
É assim, nós devemos estar o mais próximo possível dos hóspedes. Tanto que quando fazemos o check-in convém sempre depois dar a volta ao balcão, para poder estar em contacto e não criar uma barreira de superioridade.
O mais próximo possível Cumprimento, aperto de mão
59
Deve existir o cumprimento, um aperto de mão neste caso.
P.3.5. O tom de voz, ritmo da fala e altura da voz?
Deve ser calmo, ponderado. Saber o que estamos a dizer, mas com confiança. Num volume mediano. Se estivermos a falar alto demais, pensam que estamos a ser superiores.
Calmo, ponderado Mediano
P.3.6. Relativamente à aparência física, existem cuidados a ter? Quais? a) Vestuário b) Cabelo c) Maquilhagem d) Acessórios
a) Deve ser bastante formal. O máximo possível. Para as mulheres a saia ou vestido e para os homens o fato. Dá um ar mais formal, mais arranjado, mais cuidado. b) Temos de estar sempre o mais arranjado. Raparigas sempre de “rabo-de-cavalo” ou “tótó”; e os homens sempre penteados também. c) Não exagerada, mas deve sempre ter-se um pouco para dar um aspeto cuidado. d) Nada de muito grande. Pequeno e poucas coisas. Nada de cores berrantes.
a) formal saia ou vestido; fato b) arranjado c)não exagerada, ter um pouco d) pequeno, pouco
P.4. Como variam estas questões culturalmente?
Depende muito da origem dos hóspedes aquilo que eles estão à espera. Algumas nacionalidades são mais frias do que outras, que são mais simpáticas.
Frias Mais simpáticas
P.5. Existe algum mecanismo para avaliação da satisfação dos hóspedes relativamente a estes elementos?
O GSS é onde as pessoas podem preencher o questionário de satisfação, onde podem avaliar-nos. E é onde nos dizem uma coisa muito importante - se pretendem recomendar-nos.
Questionário de satisfação
P.6. Teve alguma formação para o contacto direto com os hóspedes?
Tive a orientação normal e o out training - quando depois de todos os departamentos falarem, aprendemos sobre o departamento em que estamos. Sabemos todas as funções de cada pessoa dentro do departamento.
Orientação Out training
P.7. Recebeu formação relativamente aos aspetos da comunicação não-verbal?
Na escola aprendemos sobre isso e fiz uma data de cursos - de animação, coordenação em que aprendi sobre isso.
Escola
P.8. Como caracteriza o atendimento do Penha Longa Resort, enquanto resort de luxo, por parte da equipa que integra?
Para além de ser acessível, em termos de equipa. As pessoas conseguem ter um impacto e deixar a pessoa à vontade, fazendo as pessoas sentir-se em casa. Assim conseguem sentir-se o mais relaxado e divertido possível.
Acessível Ter um impacto
P.9. O Penha Longa Resort, enquanto resort de luxo, destaca-se, de alguma forma, nesta área?
Muito mesmo, porque aqui isto é um resort direcionado para o mercado de luxo. Nós temos de tudo um pouco, mas principalmente pessoas que gostam desse luxo e que vêm maioritariamente por causa das pessoas e da forma como são tratadas.
Vêm maioritariamente por causa das pessoas e pela forma como são tratadas
P.10. Existe algum alinhamento destas questões a nível RC?
Sim. Temos os três passos de serviço (enuncia-os). Criar a relação com eles e ter empowerment. Dizer muitas vezes o
Empowerment Valorizados Antecipação
60
nome dos hóspedes para eles se sentirem valorizados. A antecipação das necessidades e despedir calorosamente.
Calorosamente
P.11. Na sua opinião, qual a importância da comunicação-não-verbal no setor hoteleiro? (Numa escala de 1-10)
10, sem dúvida. É a nossa postura, a nossa imagem que cria o hotel. O hotel pode estar nas melhores condições, mas quando não tem as pessoas certas [a atender] não tem nada.
Postura Imagem
P.12. Quais são os aspetos com os quais mais se preocupa durante o atendimento ao hóspede?
É assim, eu preocupo-me com tudo. A maneira de falar expressões como “ok” afetam um pouco, mas com o hábito mudamos todas essas coisas.
Tudo
P.13. Na sua opinião, durante o atendimento, quais são os aspetos com os quais os hóspedes mais se preocupam?
O sorriso, a maneira de falar. Devemos ser o mais simpático e o mais acessível possível. Há hóspedes que querem só ir para o quarto e há outras que querem a estadia o mais memorável possível.
Sorriso Maneira de falar
P.14. Quais são os aspetos que considera mais difíceis de serem aplicados?
Falar mais alto e maneira de falar. Há expressões que não são certas e este hotel procura muita formalidade.
Maneira de falar Formalidade
7.2. Vendas e Marketing
Identificação Cargo: Marketing Coordinator Data: 17 de maio de 2018
Transcrição da Resposta Palavras-chave
P.1. Quais são os valores defendidos pelo Penha Longa, ou pelo grupo Ritz Carlton, a nível da hospitalidade e atendimento ao hóspede?
Portanto, o primeiro impacto é muito importante. Aquilo a que chamamos warm welcome, cria grande empatia com o cliente,
Primeiro impacto
P.2. Quais são os elementos que considera mais importantes no processo de interação entre o colaborador e o hóspede?
Acho que primeiro percebo o que pretende. Se está triste, chateado, contente. Tento perceber aquilo de que necessita, e depois acompanhar sempre, mesmo que precise de algo mais específico.
Perceber o estado de espírito Acompanhar sempre
P.3. Como acha que devem ser utilizados os seguintes elementos? Que importância lhes confere?
P.3.1. O sorriso O meu sorriso deve ser o mais verdadeiro possível, mas ao mesmo tempo que não seja demasiado [tenho essa facilidade de sorrir demasiado e tenho de encontrar um equilíbrio].
Verdadeiro Não demasiado
P.3.2. A postura à chegada do hóspede. E a iniciativa de interação, deve ser de quem (do colaborador, do hóspede)?
Temos de estar sempre confiantes, estamos sempre a vender o hotel e somos a imagem do hotel. E Simpatia. Eu devo começar sempre a interação.
Confiantes Imagem do hotel Simpatia
P.3.3. O contacto visual Acho que num primeiro impacto é importante. Significa que estás atento e quando ele fala é importante. Mas não permanente, até porque fico constrangida quando isso acontece.
Primeiro impacto Atento Não permanente Constrangimento
P.3.4. Qual deve ser a distância entre si e o hóspede? E contacto físico deve existir? Como?
Mais ou menos “1 braço”, a distância do balcão.
Aperto de mão
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Não deve existir mais do que um aperto de mão, se for o caso.
P.3.5. O tom de voz, ritmo da fala e altura da voz?
Sempre calma, serena. E assim, um tom médio. Nuna nos exaltamos, mesmo que o hóspede se exalte.
Calma, serena Médio
P.3.6. Relativamente à aparência física, existem cuidados a ter? Quais? a) Vestuário b) Cabelo c) Maquilhagem d) Acessórios
a) Eu sou muito prática, não uso salto. Mas devo estar limpa, arranjada. Eu tenho a noção de que não estou a cumprir todos os strandards. b) Deve estar lavado, arranjado. Cuidados mínimos. c) Uma boa maquilhagem, simples e discreta faz a diferença. d) Uns brincos e colares fazem a diferença. Gosto dos lenços também, mas nada de muito exagerado.
a) standards b) lavado, arranjado c) faz a diferença d) brincos, colares, lenços.
P.4. Como variam estas questões culturalmente?
Há nacionalidades que são naturalmente mais simpáticas e afetuosas do que outras, mas também há sempre exceções. E por isso o nosso comportamento deve ser primeiro observar e depois fazer o mesmo que o hóspede, ou na mesma linha.
Observar “seguir a mesma linha”
P.5. Existe algum mecanismo para avaliação da satisfação dos hóspedes relativamente a estes elementos?
Em contacto com cliente não se entrega nada. A não ser que sejam hóspedes também, e lhes seja entregue o questionário.
Nada.
P.6. Teve alguma formação para o contacto direto com clientes?
Nada para além da formação para funcionários.
Formação
P.7. Recebeu formação relativamente aos aspetos da comunicação não-verbal?
A meu ver é senso comum. Senso comum.
P.8. Como caracteriza o atendimento do Penha Longa Resort, enquanto resort de luxo, por parte da equipa que integra?
Aqui, e como estamos à procura de negócio, há mais cuidado do que na receção. Na receção já existe uma automatização no check-in, por exemplo. E aqui, tentamos criar outro impacto e a confirmação de grupos depende da primeira impressão que passamos.
Mais cuidado Criar impacto Primeira impressão
P.9. O Penha Longa Resort, enquanto resort de luxo, destaca-se, de alguma forma, nesta área?
Sim, temos uma grande atenção ao cliente. E o nosso objetivo é que não existam queixas e fazemos tudo para agradar o cliente.
Atenção
P.10. Existe algum alinhamento destas questões a nível RC?
Temos a política dos três passos de serviço.
P.11. Na sua opinião, qual a importância da comunicação-não-verbal no setor hoteleiro? (Numa escala de 1-10)
8,5. Acho que é das coisas mais importantes. Os hospedes aproximam-se ou não de ti consoante a postura. Se estiveres mais arrogante não atrais a atenção positiva do cliente.
Postura
P.12. Quais são os aspetos com os quais mais se preocupa durante o atendimento ao hóspede?
Manter a calma, ter paciência e ser simpática. Calma Paciência Simpática
P.13. Na sua opinião, durante o atendimento, quais são os aspetos com os quais os hóspedes mais se preocupam?
A disposição da pessoa. A maneira de falar – se está a ser simpática e carinhosa. O primeiro impacto de conversa é muito importante.
Disposição Maneira de falar Primeiro impacto
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P.14. Quais são os aspetos que considera mais difíceis de serem aplicados?
Talvez a paciência. Porque há hóspedes com quem é muito fácil falar, e outros que são mais chatos e não podemos nunca nos exaltar.
Paciência
Identificação Cargo: Sales Manager Data: 18 de maio de 2018
Transcrição da Resposta Palavras-chave
P.1. Quais são os valores defendidos pelo Penha Longa, ou pelo grupo Ritz Carlton, a nível da hospitalidade e atendimento ao cliente?
Para nós uma das coisas mais importantes é o warm wolcome e no final um fond farewell. Para além disso a atenção ao detalhe e personalização.
Atenção ao detalhe Personalização
P.2. Quais são os elementos que considera mais importantes no processo de interação entre o colaborador e o hóspede?
O nosso lema – “senhores e senhoras ao serviço de senhores e senhoras”. Perceber o que o cliente quer antes dele e estar atento ao detalhe.
Lema Atenção ao detalhe
P.3. Como acha que devem ser utilizados os seguintes elementos? Que importância lhes confere?
P.3.1. O sorriso Super importante. Deves ter sempre um sorriso, tanto no welcome, na conversa e na despedida. É das coisas mais memoráveis e que te torna uma pessoa simpática. Deve ser espontâneo, quando o esforças torna-se falso.
Super importante Sempre Memorável Espontâneo
P.3.2. A postura à chegada do hóspede. E a iniciativa de interação, deve ser de quem (do colaborador, do hóspede)?
Deve ser não ter os braços cruzados, bem vestido, bem maquilhado. A primeira impressão é sempre muito importante para o cliente. A iniciativa deve ser sempre nossa.
Braços Bem vestido Bem maquilhado
P.3.3. O contacto visual Deve existir, mas não permanentemente, se não o cliente pode sentir-se amedrontado.
Não sempre Amedrontado
P.3.4. Qual deve ser a distância entre si e o hóspede? E contacto físico deve existir? Como?
Alguma. Mas depende do cliente. Se já o conheces podes dar um beijinho, por a mão no ombro.
Depende
P.3.5. O tom de voz, ritmo da fala e altura da voz?
É “super” importante. Tanto na receção ao cliente, como numa reclamação. Se transmites uma mensagem mais clara, o cliente recebe melhor a mensagem. Se és mais agressivo, mais arrogante a mensagem passa de forma diferente. E percebe isso e pode mudar o rumo da conversa.
Super importante Mensagem clara Mais agressivo e arrogante – mensagem passa de forma diferente
P.3.6. Relativamente à aparência física, existem cuidados a ter? Quais? a) Vestuário b) Cabelo c) Maquilhagem d) Acessórios
a) ter sempre atenção à medida da saia, do vestido. Não ter decote. b) sempre penteado c) sempre muito leve. Ter um bocadinho, mas não exagerada. d) ter algum tipo de acessório sim. Mas se tenho uns brincos mais brilhantes, ter um fio mais discreto. Ter um estilo mais clássico do que arrojado.
a) medida, decote b) penteado c) bocadinho, não exagerado d) clássico
P.4. Como variam estas questões culturalmente?
Se for um alemão, por exemplo, recebes com um “passou bem”, um americano podes receber com dois beijinhos. Depende muito da nacionalidade e da relação que tens com o cliente.
Nacionalidade Relação
P.5. Existe algum mecanismo para avaliação da satisfação dos hóspedes relativamente a estes elementos?
Existe, mesmo o nosso sistema de GSS “Guest voice” tem algumas questões relacionadas com o atendimento. Se tiveres atenção ao cliente e uma imagem simpática,
GSS Imagem
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mesmo que exista uma reclamação, o cliente volta. E volta por ti e não pelo hotel.
P.6. Teve alguma formação para o contacto direto com clientes?
Temos alguns tipos de formação. O nosso credo ajuda a perceber o tipo de estratégia.
Formação Credo
P.7. Recebeu formação relativamente aos aspetos da comunicação não-verbal?
Tens uma formação da RC que diz o que deves vestir, como te deves maquilhar, o que não deves usar. Tens os brand standards.
Formação RC Brand standards
P.8. Como caracteriza o atendimento do Penha Longa Resort, enquanto resort de luxo, por parte da equipa que integra?
O nosso atendimento é muito personalizado. Somos muito afáveis, tentamos fazer algo extra por ele. Todas as experiencias devem ser personalizadas e memoráveis. eu acho que nós, como lidamos muito com o cliente somos mais informais do que na receção e podemos ser mais criativos, recorrendo ao marketing. Nós tratamos o cliente pelo primeiro nome e na receção isso é impensável, há maior distância.
Personalizado Afáveis Informais Criativos
P.9. O Penha Longa Resort, enquanto resort de luxo, destaca-se, de alguma forma, nesta área?
Sim. Destaca-se em todos os welcome cards, tratar pelo nome, o aviso do main gate de que o cliente vai chegar dá-nos uma margem diferente.
P.10. Existe algum alinhamento destas questões a nível RC?
Existe. Todos os brand starndards e algumas estratégias nossas – como o aviso do main gate.
P.11. Na sua opinião, qual a importância da comunicação-não-verbal no setor hoteleiro? (Numa escala de 1-10)
Super importante. 9 ou 10.
P.12. Quais são os aspetos com os quais mais se preocupa durante o atendimento ao hóspede?
Tenho atenção a como me apresento, a minha expressão – afável com um sorriso, tranquila. E a forma como falo. E ouvir tudo o que cliente quiser dizer.
Como me apresento Expressão facial Forma como falo
P.13. Na sua opinião, durante o atendimento, quais são os aspetos com os quais os hóspedes mais se preocupam?
A primeira imagem é “super” importante e é aquilo com que mais se preocupam nos primeiros momentos. No entanto, se a conversa não é concordante não vale de nada. Portanto, a primeira impressão.
Primeira imagem Discordância imagem/conversa
P.14. Quais são os aspetos que considera mais difíceis de serem aplicados?
Ter a imagem de que estamos realmente preocupados. Ter um special care, mesmo quando a vida está a mil e só queremos despachar. É preciso ouvir o cliente e perceber tudo o que ele quer.
Preocupação Ouvir
Identificação Cargo: Estagiária Data: 18 de maio de 2018
Transcrição da Resposta Palavras-chave
P.1. Quais são os valores defendidos pelo Penha Longa, ou pelo grupo Ritz Carlton, a nível da hospitalidade e atendimento ao cliente?
Para além dos três valores de serviço, devemos ter atenção à proximidade que estabelecemos com o cliente e à satisfação das necessidades do cliente.
Três valore de serviço Proximidade Satisfação
P.2. Quais são os elementos que considera mais importantes no processo de interação entre o colaborador e o hóspede?
Passar uma imagem correta do hotel. Isto é, a nossa imagem deve ser linear com a do hotel.
Imagem
P.3. Como acha que devem ser utilizados os seguintes elementos? Que importância lhes confere?
P.3.1. O sorriso Deve ser espontâneo e recorrente. Mas depende das situações e depende do cliente.
Espontâneo Recorrente
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Devemos ser sempre o mais simpáticos possível, mas ter em atenção a forma como o cliente sorri também.
P.3.2. A postura à chegada do hóspede. E a iniciativa de interação, deve ser de quem (do colaborador, do hóspede)?
Devemos estar disponíveis, e isso passa também pela iniciativa de interação ser nossa.
Disponíveis Nossa
P.3.3. O contacto visual Deve ser recorrente. Acontecer a maior parte do tempo, mas sem se tornar constrangedor. Mas tem de existir!
Recorrente A maior parte do tempo
P.3.4. Qual deve ser a distância entre si e o hóspede? E contacto físico deve existir? Como?
Depende… deve ser sempre respeitosa e uma forma de o fazer é deixar que seja o cliente a estabelecer a distância. Acho que um aperto de mão é um bom inicio de interação. E por vezes há toques, por exemplo, no ombro, que mostram que estamos ali e que estamos prontos para ajudar.
Depende Aperto de mão Toque
P.3.5. O tom de voz, ritmo da fala e altura da voz?
Devemos estar calmos, falar devagar, mas sem ser aborrecidos e não falar muito alto, não nos devemos exaltar.
Calmos Falar devagar Não muito alto
P.3.6. Relativamente à aparência física, existem cuidados a ter? Quais? a) Vestuário b) Cabelo c) Maquilhagem d) Acessórios
a) deve ser um estilo clássico. b) ter o cabelo limpo, arranjado e penteado c) deve existir sempre maquilhagem. Apesar de dever ser discreta, devemos utilizar algo que nos dê um ar saudável, arranjado e preocupado connosco mesmos. d) devemos ter alguns, para complementar a roupa. Mas mais uma vez devem ser discretos, clássicos e com um ar profissional.
a) clássico b) limpo, arranjado, penteado c) sempre, discreta d) complemento, discreto, clássico, profissional
P.4. Como variam estas questões culturalmente?
Há clientes de nacionalidades mais distantes, mais frias e que não querem tanta conversa ou contacto. Por outro lado, há clientes que querem conversar e saber uma data de informações… que são mais calorosos. É nossa obrigação observar e seguir aquilo que eles pretendem sem perder a nossa essência.
Nacionalidade Observar
P.5. Existe algum mecanismo para avaliação da satisfação dos hóspedes relativamente a estes elementos?
Existe um questionário preenchido pelos hóspedes no final da estadia, mas nem todos os clientes são hóspedes. Para além disso, não há questões específicas sobre o nosso comportamento.
Questionário Não há questões específicas
P.6. Teve alguma formação para o contacto direto com clientes?
São-nos dadas algumas linhas orientadoras durante a formação
Linhas orientadoras na formação
P.7. Recebeu formação relativamente aos aspetos da comunicação não-verbal?
Não. Mas acredito que seja senso comum e passe pela educação e formação de cada pessoa.
Não Senso comum
P.8. Como caracteriza o atendimento do Penha Longa Resort, enquanto resort de luxo, por parte da equipa que integra?
Somos muito corretos e ponderados. Temos atenção ao cliente e tentamos sempre responder às suas necessidades. Existe uma grande tentativa de personalização também.
Corretos Ponderados Personalização
P.9. O Penha Longa Resort, enquanto resort de luxo, destaca-se, de alguma forma, nesta área?
Sim! Focamo-nos muito no serviço que disponibilizamos e na interação que temos com os clientes. O contacto pessoal é uma grande parte do nosso trabalho e por isso deve ser muito bom.
Contacto pessoal
P.10. Existe algum alinhamento destas questões a nível RC?
De CNV? Não… o que temos de mais próximo são os três passos de serviço.
Não.
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P.11. Na sua opinião, qual a importância da comunicação-não-verbal no setor hoteleiro? (Numa escala de 1-10)
10!
P.12. Quais são os aspetos com os quais mais se preocupa durante o atendimento ao hóspede?
É importante passar uma boa primeira impressão e conseguir que esta se mantenha durante toda a interação. Que sejamos concordantes com a imagem e os standards do hotel, a nível de imagem, de comportamento, de diálogo.
Primeira impressão Imagem Standards
P.13. Na sua opinião, durante o atendimento, quais são os aspetos com os quais os hóspedes mais se preocupam?
A simpatia e a atenção que lhes temos. A proximidade que estabelecemos com eles naquele período de tempo de interação.
Simpatia Atenção
P.14. Quais são os aspetos que considera mais difíceis de serem aplicados?
Não acho que nenhum dos aspetos seja difícil de aplicar. Acho que o mais complicado é conseguir adaptar a cada cliente, é lê-lo. É saber aquilo que ele quer e que espera de nós.
Nenhum é difícil Adaptar Ler o cliente