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A SAGA DE UMA FAMÍLIA MARCADA PELO AMOR E PELA TRAGÉDIA. Grandes conquistas, sonhos realizados. Grandes perdas, corações despedaçados. Maria Eva e Luiz Augusto, um amor para a vida toda. A paixão à primeira vista, o encontro de corações e a união eterna. Maria Fernanda e Maria Luiza.

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Todos os direitos reservados à editora.

Publicado por Giz Editorial e Livraria Ltda.

Rua Machado Pedrosa, 22 – Sala 5 – Jd. São Paulo São Paulo – SP – CEP: 02045-010Website: www.gizeditorial.com.brE-mail: [email protected]

Tel/Fax: (11) 2925-4129

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São Paulo, 2011

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Maria

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© 2011 de Eliana Portella Título Original em Português: Maria Coordenação Editorial: Simone MateusAssistente Editorial: Taciani OdyRevisão: Sandra Garcia CortésCapa e projeto gráfico: Equipe Giz EditorialImpressão: Prol Editora Gráfica

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Portella, ElianaMaria / Eliana Portella. -- São Paulo : Giz Editorial, 2011.

ISBN 978-85-7855-156-8

1. Ficção brasileira I. Título.

11-08526 CDD-869.93

Índice para Catálogo Sistemático1. Ficção : Literatura brasileira 869.93

É PROIBIDA A REPRODUÇÃO

Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida por meios eletrônicos ou gravações, assim como traduzida, sem a

permissão, por escrito do autor. Os infratores serão punidos pela Lei nº 9.610/98

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

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Eu sei que vou te amarPor toda a minha vida eu vou te amar

Em cada despedida eu vou te amarDesesperadamente, eu sei que vou te amar

E cada verso meu seráPra te dizer que eu sei que vou te amar

Por toda minha vidaEu sei que vou chorar

A cada ausência tua eu vou chorarMas cada volta tua há de apagar

O que esta ausência tua me causouEu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver

A espera de viver ao lado teuPor toda a minha vida

(Tom & Vinícius)

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Sumário

livro i. Eva ..................................................................................... 9capítulo i A primeira vista .................................................................... 11capítulo ii Enamorados ......................................................................... 19capítulo iii Comprometidos ................................................................. 31capítulo iv Prometidos .......................................................................... 41capítulo v Noivando .............................................................................. 51capítulo vi Sr. e Sra. Martin .................................................................. 59capítulo vii Família ................................................................................ 69capítulo viii Afl ições .............................................................................. 75capítulo ix Esperança ............................................................................ 83capítulo x Luzes que se acendem ......................................................... 87capítulo xi Luz que se apaga ................................................................. 93capítulo xii Luto ................................................................................... 101

livro ii. Fernanda e Luiza .................................................... 109capítulo xiii Renascença ...................................................................... 111capítulo xiv Infância Perdida.............................................................. 121capítulo xv Debutantes ........................................................................ 133capítulo xvi O primeiro amor ............................................................ 145capítulo xvii Voo Solo ......................................................................... 157capítulo xviii Paixões de Luiza ........................................................... 167capítulo xix A Carta ............................................................................. 185capítulo xx Triângulo .......................................................................... 191capítulo xxi Formatura ........................................................................ 205

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capítulo xxii Rompimento .................................................................. 217capítulo xxiii Reencontros .................................................................. 227capítulo xxiv Despedidas .................................................................... 237

livro iii. Fernanda .................................................................. 263capítulo xxv Lágrimas solitárias ......................................................... 265capítulo xxvi Matheus Filippo ............................................................ 271capítulo xxvii Amigos .......................................................................... 283capítulo xxviii Amantes ....................................................................... 293capítulo xxix Diversão ......................................................................... 301capítulo xxx Luigi ................................................................................. 319capítulo xxxi Amigos para sempre .................................................... 325capítulo xxxii Vida Nova ..................................................................... 343capítulo xxxiii Saudades ...................................................................... 367capítulo xxxiv “Nanda e Matheus... ................................................... 373capítulo xxxiv Por toda a minha vida ................................................ 379

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livro i

Eva

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capítulo i

A primeira vista

MARIA EVA DE ALBUQUERQUE RAMOS, A FILHA CAÇULA DE UMA tradicional família portuguesa, foi a quinta gestação de Laura após dar a luz cinco meninos. O nome, promessa e homenagem às duas mulheres mais importantes da Bíblia, Maria e Eva; o ano, 1944.

Laura sempre teve a cabeça à frente de seu tempo, e sonhou para a única fi lha um futuro promissor, com uma carreira brilhante, muitas viagens, domínio de outros idiomas, amizades interessantes... E somente quando a maturidade chegasse, um amor verdadeiro, mas que fosse escolhido por ela, e não um casamento arranjado.

Mãe amorosa e determinada, Laura dedicava grande parte de seu tempo lendo e tocando piano para a fi lha, dividindo com a meni-na a paixão pela literatura e pela música.

Mas, de tudo que Laura ambicionou, a única vontade atendi-da pela fi lha foi escolher, ela mesma, aquele que seria o dono de seu coração. Maria Eva conheceu e irremediavelmente se apaixonou por Luiz Augusto. E não houve quem removesse de seus pensamentos a ideia de se casar com a maior urgência possível, por acreditar que a diferença de dez anos colocaria em risco a união ao exigir que ele a esperasse cursar a universidade, como almejava sua querida mãe.

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E com apenas dezessete anos caminhou para os braços de seu grande amor, com as bênçãos do pai, Fernando de Almeida Ramos, e dos irmãos, que acreditavam ser o matrimônio o melhor futuro que a vida poderia reservar a uma mulher. Não havia, no entanto, para o alívio do coração apertado de Laura, como contestar. Maria Eva foi a noiva mais linda e feliz que a tranquila cidade do interior de São Paulo já assistira. À Laura só restava rezar para que aquele amor arre-batador fi zesse feliz sua única menina.

Luiz Augusto Herrera Martin, advogado formado com honras na mais bem conceituada universidade do país, vinha de família tradicional, recebeu excelente educação e frequentou as mais altas rodas da socieda-de. Administrava com êxito as fazendas da família que o pai lhe delega-ra de olhos fechados, confi ando na competência e dedicação do fi lho.

A primeira vez que seus olhos se encontraram fora num baile de máscaras promovido por Maria Dolores Prado, uma rica comer-ciante e amiga de ambas as famílias. Maria Eva trajava um vestido vermelho de renda que realçava maravilhosamente a pele alva e os cabelos ruivos, os olhos azuis percorriam ansiosamente todos os can-tos do salão, o peito arfava, tamanha a emoção de estrear na famo-sa e disputada noite paulistana... E de repente lá estava ele, elegante, misterioso e lindo, trajando um fraque de corte fi no, bem ajustado ao tronco musculoso, curto na frente e com longas abas atrás, o que o deixava ainda mais imponente.

Os olhares enfeitiçados e atraídos pelo brilho entusiasmado que refl etiam suas almas enamoradas fi xaram-se sem um mínimo de pu-dor. Maria Eva sabia que deveria baixar os olhos em sinal de discri-ção, mas hipnotizada elevou ainda mais o pescoço longilíneo mesmo quando Luiz Augusto marchou em sua direção, encurtando apressa-damente o espaço entre eles.

E quando a alcançou, ela se aproximou o sufi ciente para que ele lhe percebesse a respiração acelerada e o arfar do colo translúcido que se movimentava ao rítmo do coração descompassado. Sem maiores cerimônias tomou-lhe a mão esquerda e a levou aos lábios antes mes-mo de se apresentar e convidá-la a dançar com ele no salão em frente à orquestra.

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— Senhorita, permita apresentar-me, Luiz Augusto Herrera Martin, encantado! Me daria o prazer desta dança?

A formalidade um tanto quanto exagerada deixou-a ainda mais desejosa.

— Aceito! — respondeu sem ao menos apresentar-se.E seguiram de braços dados ao encontro dos outros casais que

giravam no espaço reservado ao baile.— Ainda não sei o nome da jovem. — Maria Eva... de Albuquerque Ramos. Ele a encarou por um breve instante, avaliando o rosto femini-

no e de traços perfeitos por trás da máscara vermelha enfeitada com pequeninos paetês.

— Hum... peculiar!— Não sei se agradeço, pois não me parece bem um elogio...— Um nome inesquecível, assim como seus olhos!— Ah! Agora sim... obrigada! — mas ainda havia reticências

em sua voz — O que foi? Minhas palavras não a agradaram?Eva baixou levemente os olhos, fi ngindo contrariedade antes de

contestar.— Talvez... mas refi ro-me às palavras ainda não ditas...Essa atitude arrancou de Luiz Augusto, fervorosa gargalhada.— Vejo que a jovem é mimada, acostumada a elogios.Eva estancou diante de tamanha grosseria, livrando-se com ve-

emência dos braços que a envolviam.— Com quem pensa que está falando? Convida-me a dançar

para ofender-me? Saiba que não necessito de tão desagradável com-panhia... Agora, com sua licença...

Mas, antes que fugisse, Luiz Augusto tomou-a novamente nos braços com fi rmeza para que não mais escapasse.

— Perdoa-me, senhorita, por favor! Estava brincando...Ele aplicou a maior suavidade que pôde na voz e nos olhos, em con-

traste com as mãos e braços que enrijeciam ao redor da cintura fi na de Eva.Com os olhos marejados, ela se recompôs e dedicou enorme

esforço ao oferecer-lhe um sorriso.

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Luiz Augusto notou de imediato o quanto a havia magoado por tão pouco, os lábios trêmulos e as maçãs do rosto ruborizadas revela-vam a sensibilidade que habitava a jovem que o fascinara em curtíssi-mo espaço de tempo e convivência.

Ele a conduziou novamente a acompanhar o ritmo da melodia e, abraçando-a um pouco mais, ofereceu-lhe o peito, onde ela gentilmente repousou o rosto, para não mais vislumbrar a tristeza daqueles olhos que minutos antes ofuscavam tudo ao seu redor brilhando mais que estrelas.

Esperou que ela se acalmasse e então com a ponta dos dedos elevou com delicadeza o queixo pequenino para que pudesse admi-rar-lhe o belo rosto.

— Posso me desculpar novamente?— Gentileza nunca é demais.— Então me permita dizer que, após viajar pelos mais distantes

lugares do Brasil e do mundo, sinto que fi nalmente encontrei aquela que me roubou todos os olhares e atenção.

— Acredita em amor à primeira vista? — perguntou desconfi ada.— E por que não? Não seria o coração um ser independente

com alma própria?Ela sorria novamente e ele dispendeu esforço sobre-humano

para não roubar-lhe um beijo. Parecia enfeitiçado.Ainda o contemplava sem dizer uma única sílaba. E no olhar

trazia a desconfi ança.— Se veio acompanhada por seus pais, gostaria de conhecê-los.

Verás que não estou exagerando.— E por que acha que não estou acreditando na veracidade de

suas confi ssões?— Por que sorri zombeteira.— Interpreta mal, muito mal os gestos de uma mulher.— E o que me diz, então?— Digo que vou apresentá-lo com a maior urgência.— Urgência? — questionou já desconfi ando da resposta.— Sim... afi nal, quanto antes conhecerem meu pretendente...Ouvi-la pronunciar o título a que o elegia fez com que perdesse

a compostura e a puxasse imeditamente ao encontro de seus lábios.

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Eva, apesar de insegura, retribuiu o beijo com paixão. Aquela sem dúvida era uma noite de estreias, e ela não deixaria escapar nenhuma que fi zesse tão bem ao seu coração.

— Se sou seu pretendente, tenho direito de beijá-la. — afi rmou orgulhoso.

Depois, oferecendo-lhe o braço, pediu que o conduzisse ao lo-cal onde conheceria os futuros sogros.

Percebeu que ela tremia enquanto caminhavam com os braços entrelaçados e parou para tentar acalmá-la. Nesse momento percebeu que ainda usavam as máscaras sobre os olhos.

— Espere... precisamos tirar nossas máscaras.Eva suspirou antes de responder:— Mas por quê? Estou adorando usar a minha, e todos estão

usando máscaras...— Qual o problema? Teme que eu veja seu lindo rosto?— Talvez...— Preste atenção, eu não posso ser apresentado aos seus pais

sem mostrar totalmente o rosto. Acabamos de nos conhecer e princi-palmente seu pai precisa saber das minhas intenções.

— Está bem — ela concordou a contragosto e ainda insegura elevou sua máscara até o ponto mais alto da testa na altura da raiz dos cabelos.

A expressão que se formou no rosto de Luiz Augusto aliviou instantaneamente o coração de Maria Eva. Ele desmonstrou estar ma-ravilhado com a descoberta. E de fato estava. Os olhos azuis eram moldados por longos e espessos cílios e as sobrancelhas perfeitamen-te bem delineadas contornavam em total harmonia o semblante an-gelical da menina.

— Linda! Ela, que minutos antes exigia elogios, agora baixava os olhos

ruborizada.— Agora é a sua vez... — falou com timidez. Luiz Augusto, deliciando-se com a nova atitude da linda jovem,

suspendeu sem cerimônia e com total segurança a máscara negra que escondia parte de seu rosto.

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Então foi a vez de Maria Eva confi rmar a beleza e os encantos do homem à sua frente, a pele morena clara, os olhos de um verde profundo, os cílios e as sobrancelhas cheias na mesma cor castanha escura quase preta, os cabelos lisos e brilhantes, o queixo quadrado e as covinhas que surgiam davam-lhe a masculidade na dose certa. Encarou-o com os lábios entreabertos e ele novamente pensou em beijá-la, mas poupou-a da exposição temendo que possíveis conheci-dos interpretassem mal a postura daquela que tomou a posse de seu coração de conquistador.

Novamente estendeu-lhe o braço e seguiram ansiosos ao local onde os Ramos conversavam animadamente com a anfi triã.

Laura foi a primeira a identifi car o casal e imediatamente perce-beu o clima que os envolvia. Em princípio aprovou a escolha da fi lha: “Que belo rapaz Eva escolhera para ser seu par em seu primeiro bai-le!”, mas seus pensamentos logo se encheram de preocupação quando se deu conta de que eles vinham ter com a família.

Maria Eva tomou a frente e limpou a garganta antes de se dirigir ao pai:

— Papai, preciso lhe apresentar meu novo... conhecido.E com total confi ança Luiz Augusto estendeu a mão:— Muito prazer senhor Ramos, Luiz Augusto Herrera Martin.— O prazer é todo nosso, senhor... Herrera Martin! — respon-

deu Fernando enquanto buscava na memória a lembrança do sobre-nome.

— Agora quero que conheça minha mãe, a Sra. Laura de Albu-querque Almeida e os meus irmãos e cunhadas.

Luiz Augusto assustou-se com a família tão numerosa, mas procurou dissimular:

— Encantado Dona Laura, que bela família a senhora possui!— Muito obrigada, senhor Luiz Augusto! Mas responda-me...

está só, ou seus pais também estão presentes?— Infelizmente não poderei apresentá-los hoje, pois estão na

Europa visitando parentes. Mas não faltará oportunidade, prometo.Nesse momento Maria Dolores entrou no assunto:— Meus caros, deixem-me informá-los, Augusto é uma joia

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rara, formado com êxito na melhor faculdade de direito, também es-tudou na Europa, onde aprendeu o francês e o inglês, além da exten-são de seu curso superior.

— Por favor Dona Dolores, assim me constrange. Ao que a senhora anfi triã deu de ombros e continuou:— Que nada! O que é sucesso deve ser comemorado. Os pais de

Augusto têm motivos de sobra para orgulhar-se de seu primogênito. O menino é prodígio, esperamos que o irmão Luiz Gustavo tenha herdado a mesma aptidão para os estudos e negócios.

— Dona Dolores, por favor!— Está bem, está bem...A expressão antes desconfi ada de Fernando agora assumira um

tom de simpatia explícita.— E como se chamam seus pais? — perguntou com real inte-

resse.— Diego e Carmem.— Diego Herrera Martin... sabia que havia reconhecido o so-

brenome.— Apresente ao seu conhecido o restante da família como se

deve, minha fi lha — interrompeu a mãe Maria Eva, que acompanhava tudo em silêncio, procurando

aprovação em todos os rostos, virou-se para os irmãos começando pelo mais velho e sua esposa:

— Vamos começar pelo mais velho; Pedro e Aurora, Paulo e Ana, Th iago e Tânia, Felipe e Fernandinho. São todos meus irmãos. Sou a única menina.

— Então eu estava certo quando afi rmei que era mimada... a única menina — brincou Luiz Augusto enquanto lhe tocava levemen-te a ponta arrebitada do delicado nariz com a ponta do indicador.

Todos perceberam naquele momento que eles seriam, em bre-ve, mais que simples conhecidos. Era transparente como o cristal a paixão que os arrebatara.

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