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Maria da Penha

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FACULDADE ANSIO TEXEIRA

BACHARELADO EM DIREITO

NOME

RESUMOS PARA CONSTRUO DO PROJETO: MARIA DA PENHA :DO INQURITO POLICIAL AOS DESDOBRAMENTOS PROCESSUAIS

FEIRA DE SANTANA - BA

2015

FACULDADE ANISO TEIXEIRA

NOME

RESUMOS PARA CONSTRUO DO PROJETO:MARIA DA PENHA:DO INQURITO POLICIAL AOS DESDOBRAMENTOS PROCESSUAIS

Trabalho apresentado ao curso de Direito, 9 Semestre, da faculdade Ansio Teixeira, como requisito para a disciplina Trabalho de Concluso de Curso, sob a orientao da professora Katia Menezes.

FEIRA DE SANTANA - BA

2015

APRESENTAO:

A Lei Maria da Penha, o nome mais conhecido da Lei nmero 11.340 um instrumento brasileiro e tem o objetivo de aumentar o rigor das punies sobre crimes domsticos, normalmente aplicada aos homens que agridem fisicamente ou psicologicamente a uma mulher ou esposa, o que mais recorrente.

Decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo ex-presidente Luiz Incio Lula da Silva em 7 de agosto de 2006 a lei entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006.

A lei alterou o Cdigo Penal , como a introduo do pargrafo 9, do Art. 129, possibilitando que agressores de mulheres em mbito domstico ou familiar sejam presos em flagrante ou tenham sua priso preventiva decretada. Estes agressores tambm no podero mais ser punidos com penas alternativas. A legislao aumenta o tempo mximo de deteno previsto de um para trs anos; a lei prev, ainda, medidas que vo desde a remoo do agressor do domiclio proibio de sua aproximao da mulher agredida.

LEGISLAO

LEI N 11.340,DE 7 DE AGOSTO DE 2006

Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violncia domstica e familiar contra a mulher, nos termos do Artigo 226 da Cosntituio , da Conveno sobre a Eliminao de Todas as Formas de Violncia contra a Mulher, da Conveno Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violncia contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela Repblica Federativa do Brasil; dispe sobre a criao dos Juizados de Violncia Domstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistncia e proteo s mulheres em situao de violncia domstica e familiar.

Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, raa, etnia, orientao sexual, renda, cultura, nvel educacional, idade e religio, goza dos direitos fundamentais inerentes pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violncia, preservar sua sade fsica e mental e seu aperfeioamento moral, intelectual e social.

Art. 3o Sero asseguradas s mulheres as condies para o exerccio efetivo dos direitos vida, segurana, sade, alimentao, educao, cultura, moradia, ao acesso justia, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, cidadania, liberdade, dignidade, ao respeito e convivncia familiar e comunitria.

1o O poder pblico desenvolver polticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no mbito das relaes domsticas e familiares no sentido de resguard-las de toda forma de negligncia, discriminao, explorao, violncia, crueldade e opresso.

2o Cabe famlia, sociedade e ao poder pblico criar as condies necessrias para o efetivo exerccio dos direitos enunciados no caput.

Art. 4o Na interpretao desta Lei, sero considerados os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as condies peculiares das mulheres em situao de violncia domstica e familiar

DISPOSIES GERAIS

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e execuo das causas cveis e criminais decorrentes da prtica de violncia domstica e familiar contra a mulher aplicar-se-o as normas dos Cdigos de Processo Penal e Processo Civil e da legislao especfica relativa criana, ao adolescente e ao idoso que no conflitarem com o estabelecido nesta Lei.

Art. 14. Os Juizados de Violncia Domstica e Familiar contra a Mulher, rgos da Justia Ordinria com competncia cvel e criminal, podero ser criados pela Unio, no Distrito Federal e nos Territrios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execuo das causas decorrentes da prtica de violncia domstica e familiar contra a mulher.

Pargrafo nico. Os atos processuais podero realizar-se em horrio noturno, conforme dispuserem as normas de organizao judiciria.

Art. 15. competente, por opo da ofendida, para os processos cveis regidos por esta Lei, o Juizado:

I - do seu domiclio ou de sua residncia;

II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;

III - do domiclio do agressor.

Art. 16. Nas aes penais pblicas condicionadas representao da ofendida de que trata esta Lei, s ser admitida a renncia representao perante o juiz, em audincia especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denncia e ouvido o Ministrio Pblico.

Art. 17. vedada a aplicao, nos casos de violncia domstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta bsica ou outras de prestao pecuniria, bem como a substituio de pena que implique o pagamento isolado de multa.

DOUTRINA

OBRAS ESPECFICAS

ARTIGOS DE JORNAIS

Lei Maria da Penha

Maria da Penha Maia Fernandes, farmacutica bioqumica, a mulher que deu nome Lei 11.340/2006, ficou paraplgica aos 38 anos por um disparo de arma de fogo, espingarda, efetuado pelo marido poca, o economista e professor universitrio Marco Antonio Heredia Viveros. Relata sua histria em um livro intitulado sobrevivi... posso contar (1994), neste livro destaca as agresses sofridas por ela e pelas filhas.

A lei uma lei de gnero, de aplicao exclusiva a mulheres vtima de violncia domstica e familiar. Ela no foi criada para ser aplicada contra qualquer homem, mais apenas aos que praticam as agresses no contexto descrito por ela, de igual modo no foi estabelecida para beneficiar todas as mulheres, somente aquelas que se encontram em situao de vulnerabilidade.

Art. 5. Para os efeitos desta Lei, configura violncia domstica e familiar contra a mulher qualquer ao ou omisso baseada no gnero que lhe cause morte, leso, sofrimento fsico, sexual ou psicolgico e dano moral ou patrimonial.

Previstos por Lei Maria da Penha, centros reabilitam agressores

BRASLIA. Depois do atendimento com psiclogos, hora de falar e ouvir nas rodas de conversa. Todos ali carregam o estigma de terem agredido mulheres, namoradas, filhas, enteadas, irms. Aos poucos, o incmodo se desfaz. De repente, eles se veem representando passagens do dia a dia, como parte de uma oficina para refletir sobre a convivncia mantida com os familiares mais prximos. Em outro momento, surpreendem-se ao saber que condutas corriqueiras, como chamar a parceira de rapariga, uma forma de violncia.

Os ensinamentos so passados nos centros de reabilitao de agressores de mulheres, previstos na Lei Maria da Penha, mas ainda pouco difundidos. So locais de atendimento para homens acusados de violncia contra a mulher. As experincias so pontuais no pas, segundo o juiz lvaro Kalix, do Movimento Permanente de Combate Violncia Domstica e Familiar do Conselho Nacional de Justia (CNJ).

Do ponto de vista de quem passou pela reabilitao, a percepo tambm positiva. Pelo menos para Joo (nome fictcio), dono de uma pequena agncia de viagens em uma rea nobre de Braslia. Depois de trs anos de idas e vindas, juras de amor, troca de ofensas e muita confuso, a ltima briga de um relacionamento passado saiu do controle. O bate-boca virou enfrentamento fsico.Lei Maria da Penha reduziu violncia domstica contra mulheres, segundo Ipea

A Lei Maria da Penha teve impacto positivo na reduo de assassinatos de mulheres, em decorrncia de violncia domstica, apontou o estudo Avaliando a Efetividade da Lei Maria da Penha, divulgado hoje (4) pelo Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (Ipea). De acordo com o instituto, a lei fez diminuir em cerca de 10% a projeo anterior de aumento da taxa de homicdios domsticos, a partir de 2006, quando entrou em vigor. Isto implica dizer que a Lei Maria da Penha foi responsvel por evitar milhares de casos de violncia domstica no pas, diz o estudo.

Enquanto a taxa de homicdios de homens, ocorridos em casa, continuou aumentando, a de mulheres permaneceu praticamente no mesmo patamar. Aparentemente, a Lei Maria da Penha teve papel importante para coibir a violncia de gnero, uma vez que a violncia generalizada na sociedade estava aumentando. Ou seja, num cenrio em que no existisse a Lei Maria da Penha, possivelmente as taxas de homicdios de mulheres nas residncias aumentariam, informa o estudo.

No Brasil, os dados do Ipea mostram que a taxa de homicdios de mulheres dentro de casa era de 1,1 para cada 100 mil habitantes, em 2006, e de 1,2 para cada 100 mil habitantes, em 2011. J as mortes violentas de homens dentro de casa passaram de 4,5 por 100 mil habitantes, em 2006, para 4,8, em 2011. Neste caso, includos vrios fatores, alm de violncia domstica.

A Lei Maria da Penha j salvou mais de 300 mil vidas, afirma ministra da Secretaria de Polticas para as Mulheres

A ministra-chefe da Secretaria de Polticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta quarta-feira (2), afirmou que, somente em 2011, foram feitas 30 mil prises de homens enquadrados na Lei Maria da Penha. Em 2013, devero ser 38 mil. Eleonora destacou que j so mais de 300 mil medidas preventivas e protetivas expedidas: A lei j salvou mais de 300 mil vidas, disse.

A ministra destacou a evoluo do combate violncia contra a mulher e afirmou que a Lei Maria da penha um sucesso, que substituiu outra lei que previa como pena para o agressor a distribuio de cestas bsicas e o trabalho comunitrio. Segundo a ministra, isso desestimulava as denncias e incentivava a violncia. A Lei Maria da Penha mudou isso, disse.

Seu primeiro sucesso foi possibilitar uma articulao indita entre os poderes executivos nacional, estadual, e municipal com o judicirio, as promotorias e o sistema de segurana pblica do pas inteiro. Houve uma mudana de concepo. As defensorias pblicas, antigamente, defendiam o ru [no caso, homens acusados de agresso]. Hoje, elas defendem a vtima [a mulher agredida]. Isso j um ganho extraordinrio, afirmou ao jornal.

Lei Maria da Penha ainda no totalmente aplicada no Brasil

Vamos falar da violncia contra as mulheres no Brasil. Os nmeros so impressionantes: mais de 30 mil casos em um semestre. Na maioria absoluta, a vtima tm relao afetiva com o agressor.

A Lei Maria da Penha existe para proteger as mulheres. Mas a lei tem um artigo que no aplicado na maioria dos estados. Ele prev que a denncia pode correr toda em um s lugar. Isso j funciona em Mato Grosso, e a vtima no precisa repetir o caso vrias vezes para autoridades diferentes.

As vtimas de agresses domsticas so amparadas pela Lei Maria da Penha. Depois de fazerem o registro, elas podem pedir as medidas protetivas como o afastamento do agressor, por exemplo.

A lei foi sancionada em 2006 e reconhecida pelas Naes Unidas como uma das trs melhores legislaes do mundo no enfrentamento violncia contra a mulher. Mas tem um artigo muito importante que ainda no colocado em prtica. o artigo 14 que cria facilidades para as mulheres, concentrando no mesmo lugar todas as aes a que elas tm direito.

Lei Maria da Penha reduziu violncia domstica contra mulheres

A Lei Maria da Penha teve impacto positivo na reduo de assassinatos de mulheres, em decorrncia de violncia domstica, diz o estudo Avaliando a Efetividade da Lei Maria da Penha, divulgado nesta quarta-feira (4) pelo Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (Ipea). De acordo com o instituto, a lei fez diminuir em cerca de 10% a projeo anterior de aumento da taxa de homicdios domsticos, desde 2006, quando entrou em vigor. Isto implica dizer que a Lei Maria da Penha foi responsvel por evitar milhares de casos de violncia domstica no pas, diz o estudo.Enquanto a taxa de homicdios de homens, ocorridos em casa, continuou aumentando, a de mulheres permaneceu praticamente no mesmo patamar. Aparentemente, a Lei Maria da Penha teve papel importante para coibir a violncia de gnero, uma vez que a violncia generalizada na sociedade estava aumentando. Ou seja, num cenrio em que no existisse a Lei Maria da Penha, possivelmente as taxas de homicdios de mulheres nas residncias aumentariam, informa a publicao.

OBRAS ESPECFICAS

PRINCPIO CONSTITUCIONAL DA ISONOMIA EM FACE LEI MARIA DA PENHA

A Lei n 11.340/2006, tambm conhecida como Maria da Penha, uma

justssima homenagem cearense Maria da Penha que foi injustamente agredida por seu prprio marido, o economista Marco Antnio Heredia Viveiros, oportunidade em que a vtima dormia, quando foi alvejada por um disparo de espingarda, fato ocorrido no dia 29 de maio do ano 1983, nesta Cidade de Fortaleza, ficando paraplgica, sendo que, posteriormente a tal fato, a vtima sofreu novo ataque do marido, recebendo descarga eltrica quando tomava banho na residncia do casal.

A Lei Maria da Penha foi criada com o objetivo de coibir e prevenir a

violncia domstica e familiar contra a mulher, nos termos do art. 226, 8, da Constituio Federal, da Conveno sobre a Eliminao de Todas as Formas de Violncia contra a Mulher, da Conveno Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violncia contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela Repblica Federativa do Brasil, dispondo, ainda, sobre a criao dos Juizados de Violncia Domstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistncia e proteo s mulheres em situao de violncia domstica e familiar (art. 1).

Assim, a mulher vtima de violncia domstica passou a contar com proteo legal, de carter repressivo e, ainda, preventivo e assistencial, dado que a Lei Maria da Penha criou mecanismos aptos a coibir essa modalidade de agresso.

A lei em comento prev que configura violncia domstica e familiar contra a mulher qualquer ao ou omisso baseada no gnero que lhe cause morte,

leso, sofrimento fsico, sexual ou psicolgico e dano moral ou patrimonial.

A lei Maria da Penha: uma anlise jurdica

A violncia domstica praticada contra a mulher um concreto exemplo de violao da dignidade da pessoa humana e dos direitos fundamentais. To verdade , que a recente lei 11.340 de 07/08/2006 (Lei Maria da Penha), teve de se adequar aos documentos internacionais de proteo aos direitos das mulheres, em seu artigo 6, onde afirma taxativamente que a violncia domstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violao dos direitos humanos.

A origem e denominao de Lei Maria da Penha, deu-se por uma mulher biofarmacutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, uma das milhares de vtimas de violncia domstica no pas, sofreu, durante 6 (seis) anos, agresses de seu marido. Este, em maio de 1993, atentou contra sua vida com disparos de arma de fogo enquanto dormia. Ela ficou hospitalizada algumas semanas e retornou para seu lar com paraplegia nos seus membros inferiores.

O marido ainda no satisfeito com o resultado da violncia contra a vida da mulher, prosseguiu no seu mister. Enquanto ela tomava banho tentou eletrocut-la, mas Maria da Penha sobreviveu. Ele ficou impune por longos 19 (dezenove) anos, quando, finalmente, foi preso e condenado. Contudo, ficou preso por apenas 3 (trs) anos.

A Lei n 11.340/06, apesar de no ser perfeita, assim como outras leis existentes, apresenta uma estrutura adequada e especfica para atender a complexidade e a demanda do chamado fenmeno da violncia domstica ao prever mecanismos de preveno, assistncia s vtimas, polticas pblicas e punio mais rigorosa para os agressores. Pode-se dizer que uma lei que tem mais o cunho educacional e de promoo de polticas pblicas de assistncia s vtimas do que a inteno de punir mais severamente os agressores dos delitos domsticos, pois prev em vrios dispositivos medidas de proteo mulher em situao de violncia domstica e familiar, possibilitando uma assistncia mais eficiente e salvaguarda dos direitos humanos das vtimas.

APLICABILIDADE DA LEI 11.340/2006 LEI MARIA DA PENHA: DO INQURITO POLICIAL AOS DESDOBRAMENTOS PROCESSUAIS

Considera-se, que a maior contribuio da lei foi a de definir aes de

garantia integridade fsica e patrimonial da mulher, muito embora, evidente quena prtica algumas destas medidas no sejam aplicadas em virtude da falta de estrutura estatal. NUCCI louva essa iniciativa do legislador, afirmando-a como medidas inditas, que so positivas e mereceriam inclusive, extenso ao processo penal comum, cuja vtima no fosse somente a mulher (p.1143).

A lei dedica matria todo um captulo denominado Medidas Protetivas de

Urgncia, dentro do qual prev medidas que obrigam o agressor. Mas no constituem, contudo, um rol taxativo de medidas possveis proteo da mulher ofendida em sede de violncia domstica, conforme se depreende do 1, art. 22 .

Interessante destacar o art. 22, no qual se elencam as medidas protetivas de

urgncia que obrigam o agressor, que se entende dispensar maiores digresses .

Por desinformao as vtimas procuram instituio policial errada. Deveriam, segundo a literalidade da lei, buscar o auxlio da instituio policial civil, j que seria competncia da autoridade policial, em tese, efetivar esta tarefa. Contudo, diz NUCCI, que embora parea, pelo texto legal, ser obrigao pessoal da autoridade policial, naturalmente delegvel aos agentes de policia (investigadores, detetives e at mesmo, havendo possibilidade, aos policiais militares) .

VIOLNCIA CONTRA AS MULHERES:A LEI MARIA DA PENHA E SUAS IMPLICAES JURDICAS E SOCIAIS

Com a finalidade de estabelecer relaes igualitrias entre os sexos estamos apresentando neste tpico o percurso trilhado para que conquistas no campo legal se efetivassem na democracia brasileira. A projeo de tais aquisies deve ser outorgada ao movimento feminista no pas, que com sua crescente capacidade de articulao e mobilizao estimulou, de forma incisiva, a elaborao de leis e polticas pblicas no sentido de permitir a igualdade entre homens e mulheres na sociedade brasileira.

A Constituio Federal de 1988, ao tratar da proteo famlia, coloca no art. 226 8 que O Estado assegurar a assistncia famlia na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violncia no mbito de suas relaes. Conquistas significativas foram concretizadas em relao aos direitos civis e polticos. No entanto, o grande empecilho est na concreta garantia desses direitos no dia-a-dia, na prtica. Assim,pode-se dizer que a ausncia de uma perspectiva de gnero quando da operacionalizao do direito brasileiro tem sido responsvel pelo encobrimento da violncia domstica contra as mulheres e da constante violao dos direitos humanos.

A partir desse marco legal os movimentos feministas em todo o pas avanaram na

direo de angariar maior aplicabilidade das leis existentes no combate violncia domstica.

Estes avanos podem ser mais bem visualizados aps meados da dcada de 1980, poca em que o pas j contava com diversos instrumentos de ajuda no combate violncia.

LEI MARIA DA PENHA: ASPECTOS CONFLITANTES EM FACE A RECONCILIAO

O entendimento jurdico ofertado violncia de gnero consuma-se na Lei

Maria da Penha, notadamente no artigo 5 e seus incisos. Destarte a Lei Maria da Penha d tratamento legal aos casos de violncia de gnero. Assim, se verifica o mbito de aplicao dessa lei porque os casos de violncia de gnero afetam as relaes que se fundamentam no contexto conjugal, ou ainda as hierarquizadas entre os sexos. Para o ordenamento entende-se que seja a ameaa ao exerccio da cidadania que enseja o caminho para a atuao de aludida lei.

Trazendo uma explicao sobre a atuao da Lei Maria da Penha para o

campo prtico e at situando-a, a doutrina Jonas evidenciou em seus relatos que em se tratando dessa legislao ofertar a devida resposta jurdica, existe uma inviabilidade que se consubstancia na dificuldade em singularizar um dos gneros, dada o carter e o tipo de relao que se d em carter privado.

A Lei Maria da Penha distingue a violncia domstica de outros crimes, alm

de evidenciar a gravidade dos atos que conformam a violncia domstica e a

natureza dos direitos individuais envolvidos que a tornam relevantes.

Lei Maria da Penha: do papel para a vida

Com a edio da Lei Maria da Penha e as aes articuladas do movimento de mulheres e feminista da Secretaria Especial de Polticas para as Mulheres (SPM) e da Bancada Feminina do

Congresso Nacional, a poltica de enfrentamento violncia contra as mulheres adquire um

novo status dentro do planejamento do governo federal. Essa poltica repercute, de certa forma, nos estados, Distrito Federal e municpios.

Em 2007, aps um ano de criao da Lei, foi criado o Pacto Nacional de Enfrentamento violncia contra as Mulheres, includo no Programa Nacional de Segurana com Cidadania

(Pronasci) e no PPA 2008-2011. Em 2008, atendendo as deliberaes da II Conferncia Nacional de Polticas para as Mulheres (II CNPM), foi ampliado e includo no II Plano Nacional de Polticas

para as Mulheres (II PNPM) .O Pacto foi formulado a partir do entendimento de que o enfrentamento a todas as formas de violncia contra a mulher se alcana com a implementao de aes integradas e organizadas em reas estruturantes, e foi previsto

para ser executado no perodo de quatro anos (2008 2011). O acordo parte da Agenda Social, que prioriza a populao mais vulnervel, entre elas as mulheres, e assegurou a previso de R$ 1 bilho no PPA 2008 2011. Suas aes sero executadas por dez ministrios e coordenadas pela SPM em parceria com o Conselho Nacional de Direitos das Mulheres, Ministrio Pblico, Poder Judicirio, governos estaduais e municipais, bem como com organizaes de mulheres.

Tem como objetivos reduzir os ndices de violncia contra as mulheres; promover uma mudana cultural a partir da disseminao de atitudes igualitrias e valores ticos e garantir e proteger os direitos das mulheres em situao de violncia, com ateno especial s mulheres negras indgenas,do campo e das florestas.

ARTIGOS JURIDICOS

CONSTITUCIONALIDADE DA LEI MARIA DA PENHA

Ramos (2010) leciona que h um consenso doutrinrio no que tange afirmao de que a supremacia das normas constitucionais a base da fundamentao terica do controle de constitucionalidade.

O doutrinador ainda salienta que preciso enxergar alm, sob dois ngulos distintos,quais sejam, o material e o formal, a fim de discernir qual dos dois se encaixa a instituio do controle. A primeira estaria ligada ao contedo da Constituio, enquanto a segunda hierarquia das normas frente ao diploma constitucional. Sendo que a supremacia formal traz como conseqncia precpua a rigidez das normas constitucionais.

No mbito jurdico atual um dos temas recorrentes a constitucionalidade da Lei 11.340/06 baseada na discriminao positiva em favor das mulheres, grupo marginalizado historicamente.

Neste contexto h duas correntes, uma que proclama a inconstitucionalidade da Lei baseando-se no princpio isonmico formal e a outra defende a constitucionalidade fundada no princpio isonmico material.

A partir de ento doutrina e jurisprudncia nacional passaram a ser usados como fonte mediata do direito para resolver tal problemtica.

Os principais Tribunais do Brasil, Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justia, j emitiram pareceres favorveis atravs de jurisprudncia sob o argumento que o discrmen constitui ao afirmativa, de forma a cumprir os preceitos elencados no prembulo constitucional, qual seja o da fraternidade. Contudo, ainda existia a resistncia de alguns

Tribunais Estaduais, sob o argumento de ferir princpios constitucionais.

Acertadamente, e depois de cinco anos da vigncia do diploma legal em discusso, o Supremo Tribunal Federal resolveu a polmica atravs do julgamento.

Violncia domstica contra a mulher no Brasil: anlise da lei "Maria da Penha

Em 22 de setembro de 2006, entrou em vigor a Lei n. 11.340/06, denominada Maria da Penha. Foi uma resposta s incansveis lutas dos movimentos em defesa das mulheres, bem como o atendimento Conveno sobre a Eliminao de Todas as Formas de Discriminao contra a Mulher e Conveno Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violncia contra a Mulher.

Com a vigncia da Lei Maria da Penha, surgiram divergncias acerca da sua

constitucionalidade. Aqueles que sustentam a inconstitucionalidade, apesar de integrarem a minoria , afirmam que a lei fere o princpio da isonomia, na medida em que estabelece uma desigualdade somente em funo do sexo.

Ademais, a mulher vtima seria beneficiada por melhores mecanismos de proteo e de punio contra o agressor. J o homem no disporia de tais instrumentos quando fosse vtima da violncia domstica ou familiar.

O art. 1 da Lei Maria da Penha cria mecanismos para coibir e prevenir a violncia

domstica e familiar contra a mulher, definida como qualquer ao ou omisso baseada no gnero que lhe cause morte, leso, sofrimento fsico, sexual ou psicolgico e dano moral ou patrimonial (art. 5).

Neste ponto, para que a Lei seja aplicada no caso concreto, devem ser atendidos os seguintes requisitos:

a) A ao ou omisso deve ser baseada no gnero. De acordo com Silva Jnior

(2006), a violncia baseada no gnero pressupe uma relao caracterizada pelo poder e submisso do homem sobre a mulher, baseada na histrica desigualdade entre os sexos.

b) A violncia deve ser perpetrada no mbito da unidade domstica, familiar ou em

qualquer relao ntima de afeto (incisos I, II e III do art. 5);

c) A mulher deve ser sujeito passivo do crime. Ressalte-se que o sujeito ativo tanto pode ser homem como mulher, em virtude de o pargrafo nico do art. 5 estabelecer que as relaes pessoais independem de orientao sexual. Dessa forma, a Lei Maria da Penha consagrou expressamente as unies homoafetivas como entidades familiares.

A lei Maria da Penha na justia: a efetividade da lei 11.340/2006 de combate violncia domstica e familiar contra a mulher.

A lei da Maria da Penha de n. 11.360 de 7 de agosto de 2006, conhecida

como Lei Maria da Penha, tem a finalidade de proteger as mulheres contra a

violncia. A sensao de ser uma lei que tenta diminuir a discriminao contra a mulher, foi o que impulsionou estud-la a fim de saber sobre sua eficcia e adequao social para alcanar o resultado final a que foi criada. Para essa anlise, estudamos sobre ao afirmativa, comentamos brevemente sobre a lei e ainda, estudamos o papel social da mulher a fim de apontar os principais problemas da igualdade tanto almejada.

A lei n. 11.340/06 veio para punir a pessoa que violentar a mulher vez que num primeiro momento, parece discriminatria, tratando a mulher como eterno sexo frgil, deixando desprotegido o homem, presumidamente imponente.

Nesse sentido, para e erradicar qualquer tipo de violncia domstica o homem ficou prejudicado (ocasio em que o pai for agredido pelo filho). Ao tratar especialmente mulher, queremos provocar a reflexo ao que concerne sobre o alcance da discriminao, seria essa desnecessria? Ou foi suficiente para coibir a violncia domstica ( problema social crescente em nosso pas) ? Tal lei trouxe ao ordenamento um novo tipo penal? A mulher no teria a proteo constitucionalmente prevista? A violncia domstica e familiar seria um problema que aflige somente s mulheres?

A violncia domstica e familiar um problema social que tem de ser combatido em todas as esferas e contra todo ser, pois afronta diretamente o

princpio da dignidade humana.

CONTRIBUIO DA LEI 11.340/06 (LEI MARIA DA PENHA) PARA

O COMBATE DA VIOLNCIA DOMSTICA E FAMILIAR CONTRA A

MULHER.

A Lei Maria da Penha, sancionada pelo Presidente da Repblica Luiz Incio Lula da Silva em 07 de agosto de 2006, considerada um dos maiores avanos no combate violncia contra a mulher no Brasil, sendo o projeto original fruto de um estudo interministerial que contou com a participao de entidades da sociedade civil e foi enviado pelo Governo ao Congresso em 2004. As mulheres empreenderam durante anos uma luta para a obteno de ateno por parte do Estado brasileiro a respeito da violncia domstica e familiar contra a mulher, resultando de tal esforo o mencionado instrumento legal. Este trabalho tem a pretenso de avaliar as mudanas trazidas pelo novo texto legal, tanto na tipificao dos crimes de violncia contra a mulher, quanto nos procedimentos judiciais e naqueles a serem adotados pela autoridade policial, sendo, para isso, abordado as mudanas trazidas pela Lei 11.340/06 apresentando uma anlise abrangente e a interpretao das vrias solues jurdicas para os conflitos familiares constantes desta Lei.

O caput do artigo 9 da Lei 11.340/06 afirma a necessidade de uma atuao integrada, invocando direta ou indiretamente trs sistemas distintos, porm interligados, de assistncia: social, de sade e de segurana.

Mais uma vez a referida lei visa garantir, s mulheres, os direitos humanos j garantidos pela Constituio Federal, principalmente em seu art. 5.

Aspecto interessante se d, por exemplo, no 2 do inciso II do art. 9 da Lei

11.340/06, quando da manuteno do vnculo trabalhista, caso necessrio o afastamento do local de trabalho.

Ora, se a mulher for agredida dentro do ambiente de trabalho ou se, por exem plo, ela e seu prprio marido agressor trabalharem no mesmo local, no h condies de essa mulher desenvolver suas atividades laborais de modo normal. Ter, portanto a garantia de manuteno do vnculo trabalhista por at seis meses, no significando, porm, garantia ou estabilidade no emprego aps os seis meses.

Depreende-se, portanto, do art. supra que o interesse do legislador unir todas as dire trizes de assistncia mulher vtima de agresses, sejam elas entidades oficiais ou no.

Violncia domstica e familiar contra a mulher: Lei "Maria da Penha": alguns comentrios.

inteno inicial dos responsveis pela elaborao do anteprojeto de lei que resultou na Lei Maria da Penha era privilegiar o enfoque no-punitivo no tratamento de casos de violncia domstica e familiar contra a mulher.

Devido ao fracasso do modelo ento adotado para o enfrentamento dessa espcie peculiar de violncia e s lies com ele obtidas, chegou-se concluso de que seria mais eficaz criar mecanismos capazes de empoderar as mulheres em situao de violncia e reeducar seus (ex-)parceiros, promovendo a reestruturao cognitiva de ambos quanto aos papis sociais ditados pela sociedade aos dois gneros.Entre os instrumentos criados pela Lei Maria da Penha com esse objetivo encontram-se (a) a equipe de profissionais das reas psicossocial, jurdica e da sade devidamente capacitados para lidar com casos de violncia domstica e familiar contra a mulher, que devero atuar junto aos Juizados Especiais de Violncia Domstica e Familiar contra a Mulher, e (b) a obrigatoriedade de eventual retratao da representao ser realizada em juzo, na presena de membro do Ministrio Pblico, para se analisar a espontaneidade da manifestao e averiguar a convenincia do acompanhamento da vtima e do agressor pela equipe multidisciplinar, visando a impedir a reiterao e o agravamento da violncia.

Lei de violncia domstica e familiar contra mulher

A chamada Lei Maria da Penha (Lei n 11.340, de 7 de agosto de 2006), que versa sobre a violncia domstica e familiar contra a mulher, fruto do engajamento do Estado brasileiro no sistema interamericano de proteo dos direitos humanos.

Sua elaborao foi recomendao da Comisso Interamericana de Direitos Humanos, que em 20 de agosto de 1998 recebeu denncia apresentada pela Sra. Maria da Penha Maia Fernandes, por meio do Centro pela Justia e pelo Direito Internacional (CEJIL) e do Comit Latino-Americano de Defesa dos Direitos da Mulher ( C L A DE M) , relativa violncia domstica por ela sofrida na dcada de 80 e at aquela data (1998)

no resolvida satisfatoriamente pela Justia brasileira.

A preocupao constitucional com a violncia ocorrida dentro do lar se justifica, dado que pesquisas internacionais e nacionais apontam que a famlia , dentre todas as instituies, um das mais violentas, ficando aqum, apenas, da Polcia.

Pelo que se percebe, a cultura que apregoa que o amor exige a violncia como estratgia pedaggica permanece internalizada na atual sociedade.

A agresso praticada no lar atinge mulher, filhos e idosos. Em relao a essas duas ltimas categorias, j h estatuto jurdico que estabelece uma srie de protees especiais ( Lei s 8.069/90 e 10.741/03, respectivamente). No concernente mulher, tal conjunto normativo foi estabelecido no ano de 2006, por meio da Lei Maria da Penha. Tal corpo legal nico adota medidas que visam assistir e proteger mulheres em situao de violncia domstica e familiar (art. 1).

J ficou demonstrado que os agressores de mulheres so pessoas com quem elas mantm ou mantiveram uma relao ntima de afeto e que tal violncia ocorre, normalmente, no interior de suas prprias casas.

ARTIGOS CIENTIFICOS

ASPECTOS PROCESSUAIS PENAIS DA LEI MARIA DA PENHA.

A lei 11.340/06 foi o reconhecimento, por parte do poder Legislativo, da

luta da farmacutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, uma entre tantas brasileiras vtimas de violncia domstica, cujo caso se destacou pela barbrie do ocorrido.

Maria da Penha foi por duas vezes vtima de tentativa de homicdio,ambas perpetradas por seu marido, o professor universitrio M. A. H. V. Na primeira

tentativa, ele simulou um assalto deixando-a paraplgica. Na segunda vez, menos de uma semana depois, tentou eletrocut-la enquanto ela tomava banho.

Diante dos referidos crimes, as investigaes iniciaram-se em julho de 1983, tendo sido oferecida denncia em setembro de 1984.

Em 1991, o ru foi condenado pelo Tribunal do Jri a oito anos de priso,tendo recorrido em liberdade e conseguido anular o julgamento. Novo julgamento ocorreu em 1996, no qual foi condenado a pena de dez anos e seis meses, mas novamente pde recorrer em liberdade.

Foi apenas em 2002, dezenove anos e seis meses aps os fatos que o agressor foi preso. Ele cumpriu dois anos de priso e foi liberado.

A histria de Maria da Penha repercutiu para alm das fronteiras brasileiras, tendo levado o pas a ser condenado internacionalmente em 2001.

Aps vinte e cinco anos transcorridos da data dos fatos foi promulgada a

lei que, pelos motivos acima expostos, ficou nacionalmente conhecida como Lei Maria da Penha. E assim, finalmente, deu-se efetivo cumprimento s convenes e tratados internacionais dos quais o Brasil signatrio.

Violncia Domstica e a Funo Social da Lei Maria da Penha

Com a entrada em vigor da Lei 11.340, a mesma passou a ser tratada como LEI MARIA DA PENHA, assim batizada em razo da luta travada pela biofarmacutica Maria da Penha Maia Fernandes, vtima de inmeras violncias no mbito familiar, praticadas por seu marido, o professor universitrio e economista Marco Antnio H. Viveiros, culminando com uma tentativa de homicdio que lhe causou uma paraplegia irreversvel.

Explica que essa situao demonstra que a violncia contra a mulher no se limita s classes sociais mais baixas, mas sim, reflexo de uma cultura onde a mulher vista como ser inferior.

Segundo Maria Berenice Como muitas outras mulheres Maria da Penha, reiteradamente denunciou as agresses que sofreu. Chegou a ficar com vergonha de dizer que tinha sido vtima da violncia domstica e pensava: se no aconteceu nada at agora, porque ele, o agressor, tinha razo de t-la agredido. Mas, ainda assim, no se calou. Em face da inrcia da Justia Maria da Penha escreveu um livro, uniu-se ao movimento de mulheres e, como ela mesma diz, no perdeu nenhuma oportunidade de manifestar sua indignao.

Informa tambm que, por duas vezes, seu marido, o professor universitrio e economista Marco Antnio H. Viveiros tentou mat-la. Na primeira vez, em 29 de maio de 1983, simulou um assalto fazendo uso de uma espingarda. Como resultado ela ficou paraplgica. Aps alguns dias, pouco mais de uma semana, nova tentativa, buscou eletrocut-la por meio de uma descarga eltrica enquanto ela tomava banho.

Explica diz que tais fatos aconteceram em Fortaleza, Cear. As investigaes comearam em junho de 1983, mas a denncia s foi oferecida em setembro de 1984. Em 1991, o ru foi condenado pelo tribunal do jri a oito anos de priso. Alm de ter recorrido em liberdade ele, um ano depois, teve seu julgamento anulado. Levado a novo julgamento em 1996, foi-lhe imposta a pena de dez anos e seis meses. Mai uma vez recorreu em liberdade e somente 19 anos e 6 meses aps as fatos, em 2002, que Marcos Antnio H. Viveiros, foi preso. Cumpriu apenas dois anos de priso.

Sendo assim diz que a repercusso foi de tal ordem que o Centro pela Justia e o Direito Internacional - CEJIL e o Comit Latino Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher CLADEM formalizaram denncia Comisso Interamericana de Direitos Humanos da Organizao dos Estados Americanos.

E apesar de, por quatro vezes, a Comisso ter solicitado informaes ao governo brasileiro, nunca recebeu nenhuma resposta. O Brasil foi condenado internacionalmente em 2001. O relatrio da OEA, alm de impor o pagamento de indenizao no valor de 20 mil dlares em favor de Maria da Penha, responsabilizou o Estado brasileiro por negligncia e omisso em relao violncia domstica, recomendando a adoo de vrias medidas, entre elas simplificar os procedimentos judiciais penais a fim de que possa ser reduzido o tempo processual.

MARTINS, Cibele Brando Arajo. Violncia Domstica e a Funo Social da Lei Maria da Penha. Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 13 jul. 2009.

Conquista ameaada

Com apenas trs anos em vigor, a Lei Maria da Penha, que pune a violncia contra a mulher, pode ser extinta pelo Senado Federal

Nas palestras em que convidada a participar nos mais distantes rinces do Pas, a biofarmacutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes costuma contar a histria da mulher que a abraou e, chorando, lhe agradeceu porque, desde que o marido da vizinha foi preso por espanc-la, seu prprio companheiro, temeroso de destino idntico, nunca mais lhe bateu.

O caso traduz a essncia da Lei Maria da Penha: mais do que punir com rigor os agressores, est modificando a cultura brasileira que tolera e considera normal um marido ameaar, humilhar e at espancar a mulher. No Brasil, onde muitas leis ficam s no papel, esta surpreendeu por sua aplicao rigorosa e imediata. Entretanto, corre srio risco de ser praticamente extinta. Tudo depende de um projeto de lei em tramitao no Senado.

Se aprovado, modifica o Cdigo de Processo Penal, fazendo com que os crimes de violncia domstica e familiar contra a mulher voltem a ser considerados de menor potencial. Na prtica isso significa impunidade. Esses crimes voltariam a ser resolvidos com penalidades pecunirias, como pagamento de cestas bsicas e indenizaes. Estou apavorada com essa reforma, disse Maria da Penha.

Aps a implantao da Lei Maria da Penha, em 2006, as mulheres tm buscado mais os seus direitos. Dados do Conselho Nacional de Justia estimam em mais de 150 mil o nmero de processos instaurados nos Juizados da Violncia Domstica e Familiar Contra a Mulher no Pas, a partir da lei. Desde a sua implantao, mais de 1,8 mil homens foram presos e quase 20 mil mulheres foram beneficiadas com medidas de proteo e segurana. A minha participao, agora, coletar assinaturas contra a aprovao dessa reforma, diz Maria da Penha.

Aplicabilidade da Lei Maria da Penha: Um olhar na vertente do gnero feminino

importante ressaltar que, antes de assumir uma postura favorvel ou contrria quanto aplicao da Lei Maria da Penha, nas relaes homoafetivas, seria importante conhecer e entender melhor do que se trata a lei, sua origem e seus objetivos, tendo como ponto de partida uma breve exposio histrica acerca da posio da mulher na sociedade.

A lei n. 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha, foi resultado de tratados internacionais, firmados pelo Brasil, com o propsito de no apenas proteger mulher, vtima de violncia domstica e familiar, mas tambm prevenir contra futuras agresses e punir os devidos agressores.

Lei n 11.340, de 07 de agosto de 2006, foi chamada de Maria da Penha como forma de homenagear a farmacutica Maria da Penha Maia Fernandes, vtima de diversas agresses, praticadas pelo seu ex-marido.

A violncia contra a mulher e A Lei Maria da Penha

H muito tempo a mulher sofre a mais variadas formas de volncia; a discriminao apoiada na diferena de gnero uma das mais antigas e mais praticadas em todo o mundo, tem origem histrica, perfaz e constri a cultura de dominao e submisso do gnero feminino.

Anteriormente o caso de violncia contra a mulher era crime de natureza privada o que garantia ao acusado ser liberado em seguida para posteriormente ser ouvido pelo juiz, na nova legislao tem como procedimento cartorial o registro em Flagrante Delito; antes desta lei, pelo fato de alguns crimes serem enquadrados como de menor potencial ofensivo o juiz poderia arbitrar na condenao o pagamento de cestas bsicas, o que na nova lei proibido.

A nova lei vem a proteger a instituio da famlia e a mulher que tem direito a um lar sem violncia. No art. 1 vem declarado os objetivos da mesma e indicando a questo das convenes internacionais.

Efetividade da audincia preliminar na Lei Maria da Penha

A mulher cada vez mais vem conquistando seu lugar na sociedade, no mercado de trabalho, no meio poltico, em funes que jamais poderamos acreditar que seria ocupada por mulheres. Em linhas gerais, cada vez maior o espao conquistado no mundo pela forte determinao da mulher.

I Conferncia Mundial sobre a Mulher, realizada pela ONU em 1975, ficando este ano, conhecido como Ano Internacional da Mulher, de 1975 at o ano de 1985, foi considerado a Dcada das Naes Unidas para a Mulher. E foi a Conferncia Mundial sobre a Mulher que surtiu resultados, como a Conveno sobre a Eliminao de Todas as Formas de Discriminao contra as Mulheres (DINIZ, 2013, p.33).

A Lei Maria da Penha um resultado de grandes esforos ao longo da histria. A unio de organizaes no governamentais, muitas compostas por renomados juristas, em conjunto com mulheres annimas que abraaram a causa por sofrerem as consequncias da violncia domstica em suas vidas, contriburam para a aprovao da lei.

Lei Maria da Penha e a Dignidade da Mulher enquanto Pessoa Humana

Eventos histricos criaram mecanismos para a saida das mulheres do cenrio de casa para o mercado de trabalho,em como para a emancipao poltica e jurdica, e para uma relativa independncia financeira e liberdade sexual. No sculo XIX a Europa j possua diversas Universidades que recebiam mulheres como estudantes. No sculo XX as Guerras Mundiais fizeram com que muitas mulheres entrassem no mercado de trabalho porque precisavam substituir os homens que estavam na guerra.

A lei 11.340 de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha, recebeu tal apelido em aluso ao nome de uma das tantas mulheres vtimas da violncia domstica cometida pelo companheiro. Maria da Penha Maia Fernandes ficou paraplgica depois de receber um tiro do marido enquanto ela dormia.

De acordo com a sua ementa, a Lei Maria da Penha:

Cria mecanismos para coibir a violncia domstica e familiar contra a mulher, nos termos do 8o do art. 226 da Constituio Federal, da Conveno sobre a Eliminao de Todas as Formas de Discriminao contra as Mulheres e da Conveno Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violncia contra a Mulher; dispe sobre a criao dos Juizados de Violncia Domstica e Familiar contra a Mulher; altera o Cdigo de Processo Penal, o Cdigo Penal e a Lei de Execuo Penal; e d outras providncias.

REFERNCIAS

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