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INTRODUÇÃO - PROÊMIO Lembro-me do meu irmão se despedindo da chupeta dele. Parecia um velório. Meu pai havia colocado todas as chupetas em um saco transparente e dizia para meu irmão proferir suas últimas palavras antes da viagem das chupetas para a Terra do Peter Pan. O coitado do meu irmãozinho dizia: “Tchau, chupetinhas... Vocês precisam ir, né? Outras crianças precisam mais de vocês... O Peter Pan vai levar vocês para essas crianças pobres, que não tem pai para comprar chupeta... Vou ficar com muita saudade!”

Para um adulto, a história do meu irmão é engraçadinha, mas para uma criança, uma chupeta é muito importante. A psicologia diz que a chupeta é uma forma de substituição da mãe. Segundo estudiosos, crianças cujas mães trabalham fora são mais apegadas às chupetas ou a qualquer símbolo da mãe (um cobertorzinho, chupar o dedo, etc.). O povo judeu e os primeiros cristãos também possuíam sua “chupeta”, seu substituto para Deus. Muitos deles eram apegados ao Templo de Jerusalém, de tal forma que pensavam que sem Templo não haveria Deus! No entanto, Deus nunca ordenou a construção do Templo de Jerusalém. Ele apenas permitiu que Salomão lhe fizesse um. O Templo foi idéia humana, que Deus permitiu acontecer. HISTÓRIA DO APEGO AO TEMPLO DE JERUSALÉM Salomão construiu um templo maravilhoso: paredes de mármores e detalhes em ouro, muito ouro. Usou-se da melhor madeira da época, o cedro do Líbano. Por muitos anos o Templo de Salomão foi palco de inúmeros sacrifícios e cultos. No entanto, em 587 a.C., os babilônios destruíram o Templo.

Pedra sobre Pedra – Marcos 13.1-13

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O Templo só foi totalmente reconstruído com Herodes, o mesmo dos evangelhos. Herodes aproveitou o que Esdras havia erigido e construiu um Templo maior do que o de Salomão. Era algo fantástico! Umas das maravilhas arquitetônicas do mundo romano. O Templo de Herodes foi terminado em 20 anos antes do nascimento de Jesus. Assim, quando Jesus pregou em Jerusalém, o Templo estava novinho em folha – ele só tinha 50 anos de re-inauguração.

VÍDEO 01 E 02: Detalhes do Templo A PROFECIA DE JESUS

Algo tão maravilhoso era motivo de muito orgulho para os judeus! Afinal, após quase 700 anos, o Templo voltava a ter a majestade dos tempos de Salomão. Além do orgulho que despertava no povo judeu, o Templo também era visto como o Centro da Fé judaica. Todas as festas importantes eram ao redor dele. Todos os dízimos eram levados até o Tesouro do Templo.

Até os discípulos de Jesus consideravam o Templo como o local mais importante da fé. Foi por isso que um dos discípulos disse a Jesus (v.1):

“Que pedras! Que construções!” No entanto, a resposta de Jesus surpreendeu a todos (v.2): “Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribida!”

DESTRUIÇÃO DO TEMPLO: JUDEUS E A DIÁSPORA

Essa profecia de Cristo calou fundo na alma dos discípulos. Certamente ficaram meio sem entender: “Como pode o próprio Messias profetizar contra o Templo de Jerusalém? Ele que a poucos dias expulsava o vendilhões do e chamava o Templo de Casa de meu Pai! Como Ele pode dizer que tudo será destruído.”

Os discípulos viveram para ver a profecia de Jesus se cumprir. O Templo foi completamente destruído apenas 40 anos após a Ascensão de Jesus. A maioria dos discípulos estava viva quando os soldados de Tito derrubaram e queimaram o Templo. O massacre foi tão monstruoso que Tito negou-se a receber o canto de vitória do Senado Romano e justificou sua recusa dizendo:

“Não glória algum em destruir um povo cujo Deus o abandonou.”

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O resultado da destruição do Templo foi terrível para os judeus: eles abandonaram Jerusalém e se espalharam pelo mundo. Essa é a chamada Diáspora judaica.

APEGO ERRADO: A CHUPETA

Os judeus se perderam porque o apego ao Templo era infundado. Ele era uma espécie de “chupeta” para povo. Substituíram Deus pelo Templo. Eram totalmente dependentes dele – da mesma forma que uma criança é apegada à sua chupeta.

Qual é nossa chupeta? Nós nos apegamos a coisas que vêem a substituir o próprio Deus? Será que muitos não endeusam a Tradição ou a Inovação? Será quem não endeusamos o pastor ou a nós mesmos? Será que não somos demasiadamente apegados às conquistas matérias de nossa congregação? Qual é a sua chupeta?

[PAUSA REFLEXIVA] [Comentário livre: Para ajudar nossa reflexão, algumas “chupetas”, na História da Igreja foram:

Jerusalém (Cruzadas e hoje nas Igreja neopentecosais); Ortodoxia Pura (quando se deixou de fazer Missão por uma

questão Sistemática; A si mesmo (quando se enfatiza as emoções e o egocentrismo na

Igreja)] Tudo uma “chupeta” que substitui Deus e seu amor.

DESTRUIÇÃO DO TEMPLO: CRISTÃOS PREPARADOS!

Os cristãos não foram pegos de surpresa. Os seguidores de Jesus

permaneceram no Templo até a vinda do Espírito Santo no Pentecostes, quando Deus deu-lhes o dom de falar do evangelho da Salvação em todas as línguas presentes em Jerusalém naquela festa.

A partir daquele momento, os cristãos compreenderam que “o templo do Espírito Santo” somos nós. É isso que Paulo ensina em 1 Co 3.16-17. Não somos templos construídos de pedra sobre pedra; mas somos um templo de uma única pedra, Jesus Cristo, a pedra angular.

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Por essa compreensão, os cristãos não se abalaram quando o Templo de Jerusalém foi destruído, pois sabiam que a habitação de Deus era outra. Sabiam que Deus está onde Sua Palavra é pregada e ensinada. SOMOS O TEMPLO, POIS TEMOS A PALAVRA ENTRE NÓS!

Nada pode apagar o que Cristo fez por nós na cruz. É fato consumado! Jesus padeceu e morreu em nosso lugar. Nada, nem a destruição de nossa igreja ou qualquer outra ameaça podem destruir a pedra angular da nossa fé! A presença do Espírito Santo em nós inicia-se no Batismo e continua pela graça de Deus na Santa Ceia. O comer e beber do corpo e do sangue de Cristo fortalece nosso fundamento na pedra angular.

Notem bem! Todos esses valores não podem ser destruídos, pois são imateriais. Ninguém pode destruir o evangelho, a Palavra, o Batismo e a Santa Ceia. Por essa razão, temos total confiança de que na vida ou na morte Deus estará conosco.

DESDE A DESTRUIÇÃO DO TEMPLO VIVEMOS OS TEMPOS DO FIM O capítulo 13 de Marcos, após fornecer o relato da profecia de Jesus sobre a destruição do Templo, continua com a descrição dos sinais que antecederão o Fim dos Tempos. Na perícope de hoje, vemos Jesus relatado quatro tipos de sinais:

Primeiro, Jesus fala de FALSOS MESSIAS: “Porque muitos vão aparecer fingindo ser eu e dizendo: “Eu sou o Messias!” E enganarão muitas pessoas.” Depois, Jesus fala das GUERRAS: “Uma nação vai guerrear contra outra, e um país atacará outro. Em vários lugares haverá tremores de terra e falta de alimentos. Essas coisas serão como as primeiras dores de parto.” E, por fim, Cristo alerta-nos sobre PERSEGUIÇÃO: “Quando prenderem e entregarem vocês às autoridades, não fiquem preocupados, antes da hora, com o que irão dizer. Quando chegar o momento, digam o que Deus lhes der para dizer. Porque as palavras que disserem não serão de vocês mesmos, mas virão do Espírito Santo.”

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Vejam vocês que todos os sinais do fim referem-se à tentações materiais! Os FALSOS MESSIAS tentam iludir o povo com promessas de milagres e prosperidade financeira. As GUERRAS E PERSEGUIÇÕES por causa da nossa fé podem matar o corpo. No entanto, nenhuma dessas tribulações consegue derrubar a pedra angular! Esse Templo nunca será destruído, pois não é um Templo de pedra material, mas é a própria presença do Espírito Santo que nos dar a fé verdadeira em Cristo Salvador! PALAVRAS FINAIS - PERORAÇÃO

Depois do meu irmão ter abandonado a chupeta, ele viveu uma profunda transformação. Não chorava mais para ir para a escola, não apanhava mais dos coleguinhas, ia dormir sozinho, não aceitava mais ajuda para amarrar os cadarços! Era algo muito interessante. Quando perguntado, ele dizia: “É porque eu sou ‘hominho’! Sou menino sem chupeta. Os meus coleguinhas todos levam a chupeta pra escola e eu nem tenho mais vontade. Sou ‘hominho”!

É tempo de maturidade! É hora ser “criancinha sem chupeta”.

Abandonemos as chupetas, pois não precisamos mais de nada parecido. Cristo é a nossa Pedra angular e a cabeça da Igreja. Assim, vamos tomar parte no desafio de construir o Templo que mão nenhuma pode derrubar: a pregação da Palavra que une e pessoas em torno de Cristo e sua graça amorosa – essa é a Igreja Cristã Invisível.

Com nossos dons, tempo e oferta – enfim com toda nossa vida- - tomemos a parte no último dos sinais: “E o Evangelho será pregado em todas as nações, e então virá o fim!”

Vídeo 03

Mário R. Y, Fukue 18/10/2012