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EDITORIAL

Paulo BriguetCoordenação e ediçãoFernanda BressanRedatoraJosoé de CarvalhoFotografiaThiago MazzeiProjeto gráfico

Claudia Motta PechinGerente de MercadoLiziane T. de AlmeidaAnalista de MarketingColaboradoresAlexandre SanchesAurélio CardosoEdson VitorettiFelipe BrandãoGisele Rech

Mercado em Foco é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected]

DIRETORIA DA ACIL – GESTÃO 2012/2014

Fundada em 5 de junho de 1937

Rua Minas Gerais 297 – 1º andarEd. Palácio do ComércioLondrina (PR) – CEP 86010-905Telefone (43) 3374-3000Fax (43) 3374-3060E-mail [email protected]

Flávio Montenegro BalanPresidenteLuiz Carlos I. AdatiVice-PresidenteAry SudanDiretor SecretárioFabricio Massi Salla2º Diretor SecretárioRogério Pena ChinezeDiretor FinanceiroRodolfo Tramontini Zanluchi2º Diretor Financeiro

Marcelo Paganucci OntiveroDiretor ComercialHerson R. Figueiredo JúniorDiretor IndustrialMarcelo Bisatto CardosoDiretor de ServiçosBrasilio Armando FonsecaDiretor de Comércio InternacionalLuigi Carrer FilhoDiretor de ProdutosFernando Lopes KireeffDiretor Institucional

Rosangela KhaterPresidente do Conselho da Mulher Empresária

CONSELHO DELIBERATIVOCarlos Alberto De Souza FariaDavid Dequêch NetoEduardo Yoshimura AjitaEnio Luiz Sehn JúniorFábio Aurélio Mansano MalaréJosé Guidugli JúniorMarcelo Massayuki Cassa

Nivaldo BenvenhoOswaldo PitolRubens Benedito AugustoSilvana Martins CavicchioliValter Luiz OrsiWellington Moreira

CONSELHO FISCAL

TitularesJaime Celeste PonceMichel Menegazzo GouvêaRonaldo Pena Chineze

SuplentesMarcus Vinícius Bossa GrassanoMarcus Vinicius GimenesRafael Andrade Lopes

Guto RochaJotaKaren KrinchevRudolf ValentinThamiris Geraldini

ImpressãoMidiografTiragem8 mil exemplares

Felizmente vivemos numa democracia. E a democracia só existe com várias liberdades: de opinião, de expressão, de debate, de empreendimento. Numa sociedade democrática, todos podem se manifestar – dos defensores do desenvolvimento aos partidários do atraso. A única manifestação inaceitável é aquela que bloqueia a mente e trava o debate.O Projeto Arco Norte, idealizado há sete anos, vem sendo discutido por toda a sociedade paranaense. Empresários, pesquisadores, políticos, ambientalistas, moradores – todos tiveram e continuam tendo oportunidade de discutir o tema. Todos sabem o que está em jogo: um novo ciclo de desenvolvimento sustentável.A realização do estudo de viabilidade econômica e ambiental para o projeto é o passo seguinte a ser dado. Não faz sentido combater a realização do estudo, pelo simples fato de que ninguém deve temer a verdade, ninguém! Se o estudo concluir que o Aeroporto Cidade não pode ser instalado na região do Distrito de São Luiz, outro espaço será procurado.

O ideal do Arco NorteAlguns dizem que os ambientalistas radicalmente contrários ao Arco Norte são “idealistas”. Nada pode estar mais longe da verdade. Os verdadeiros idealistas são aqueles que acreditam no desenvolvimento e empenham todas as suas energias para transformá-lo em realidade. Sem cair em descrédito. Sem oportunismo. Sem sair gritando “Fogo na floresta!”. Sempre andando na linha com a cabeça centrada, não feita. Nós da ACIL estamos convictos de que, no futuro, os habitantes da ecometrópole Londrina

verão o Arco Norte como um divisor de águas em nossa história. Estamos às portas de uma nova era de prosperidade e respeito ao ambiente. Conseguiremos avançar? Depende de nós.Quem quiser conhecer melhor essa ideia, é só chegar, pois a Casa do Empresário está sempre aberta!

Flávio Montenegro BalanPresidente da ACIL

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NOVOSASSOCIADOS

AÇOUGUE E MERCEARIASebastião Dias de Oliveira Comércio de CarnesAv. São João, 34CALÇADOS E ACESSÓRIOSBolivar CalçadosAv. Américo Deolindo Garla, 224COMÉRCIO DE FERRO E AÇOTelhaco LondrinaR. Amélia Riskallah Abib Tauil, 777CONFECÇÕESAlvo da ModaAv. Robert Koch, 777Fábrica OutletAv. Saul Elkind, 2.101R. Quintino Bocaiuva, 812, loja 105Av. Tiradentes, 1.411CONSTRUÇÃO CIVILParceiros da ConstruçãoAv. Waldemar Spranger, 1.100COSMÉTICO E PERFUMARIAEncanto CosméticosR. Prof. João Cândido, 1.497, sala 1EMBALAGENSDistribuidora Mury de EmbalangensR. Mossoró, 338

MONITORAMENTO DE SISTEMAS DE SEGURANÇA Link Monitoramento R. Doutor Elias César, 55 – sala 1.202 e 1.203MUDAS, PRESERVAÇÃO DE FLORESTASInstituto Brasileiro de FlorestasR. Sibipiruna, lote de terra 75 A e 76 AApucarana – PRPOSTO DE COMBUSTÍVEISAuto Posto JardinsAv. Comandante João Ribeiro de Barros, 45TINTASParaíso das TintasAv. Jamil Scaff, 1.777

PRODUTOS HOSPITALARESLuminalR. Pernambuco, 269 – sala 401

ALUGUEL DE MÁQUINAS E EQUI. PARA CONSTRUÇÃO

COMÉRCIO

COM/SERVIÇOS

SERVIÇOS

ConstrulonR. do Trevo Branco, 223CONSTRUÇÃO CIVILEmpreiteira ValdiviesoR. Hermenegildo Marquezini, 200CORRETORA DE BOLSA DE VALORESHRS Agente Autônomo de InvestimentosAv. Higienópolis, 1.601, loja 1EDIÇÃO DE JORNAL E REVISTAGPR. Cambará, 670FACÇÃOTNJ ModasR. Dos Garçons 55IMOBILIÁRIAS E CORRETORASOIT8 ImobiliáriaAv. Maringá, 2.247, loja 8CefronR. Piauí, 399, sala 402MÓVEISDT Montagens e StilosR. Thomaz Pereira Machado, 267PRESTAÇÃO DE SERVIÇOResolve Soluções em ComunicaçãoR. José das Neves, 93

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FRANQUIASSe identificar com o negócio é fundamental ..................... 8

INFRAESTRUTURANovo traçado para o Contorno Norte .................................. 11

CAPACITAÇÃO E CRÉDITOUm Bom Negócio para sua empresa .................................. 12

2014A Copa é aqui ....................................................................... 14

EXPOLONDRINAPolo gerador de Negócios ................................................... 16

O MONITOR DA CÂMARACertificados: isso está certo? .............................................. 26

ELEIÇÕES 2014Biometria chega a Londrina ................................................ 27

DICAS CULTURAISTrês livros, um filme ............................................................ 31

CURSOCoaching eleva performance na vida e na carreira ............ 33

ANÁLISE2013 trará crescimento ...................................................... 34

ELETROMETALCON 2013Inovações tecnológicas geram negócios ........................... 38

HUMORJota ....................................................................................... 40

ARTIGODom Geraldo Fernandes, centenário de nascimento ........... 42

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MÊS DA MULHERElas à frente dos negócios

18

ECONOMIA DE MERCADOEmpresariofobia, mal do nosso tempo

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PEDÁGIOA produção penalizada

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HOMENAGEMRetratos de uma luz

ÍNDICE

VISÃO DO FUTUROA decolagem do Arco Norte

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VISÃO DO FUTURO

Por Paulo Briguet

“O pessimista vê uma dificuldade em cada oportunidade. O otimista vê uma oportunidade em cada dificuldade.” A frase de Winston Churchill serve para ilustrar as diferentes reações diante do Projeto Arco Norte, que prevê um novo ciclo de desenvolvimento para Londrina e região. A ACIL, que faz parte da Sociedade de Propósito Específico (SPE) do Arco Norte, certamente se alinha entre os otimistas. “É uma questão de fidelidade aos princípios de trabalho e desenvolvimento que existem desde os tempos da colonização de Londrina”, diz o presidente da ACIL, Flávio Montenegro Balan.

A DECOLAGEM DO

ARCO NORTEVisita de técnicos americanos pode ter sido o ‘Dia D’ para a implantação de um novo ciclo de desenvolvimento sustentável no Norte do Paraná

Anotem esta data: 28 de fevereiro de 2013. O último dia do mês foi o primeiro dia de uma nova era. Com a visita dos técnicos da Agência dos Estados Unidos para o Comércio e Desenvolvimento (USTDA), o Arco Norte começou a sair do papel. Após sete anos de preparativos, que incluíram intensos debates com todos os setores da comunidade, o projeto passou da concepção teórica para a ação prática. Nesse dia, os representantes da USTDA, Clarence Haynes e Ronald Price, conheceram os detalhes do projeto, entusiasmaram-se com a união entre empresários e agentes públicos e sobrevoaram a região onde poderá ser instalado o Aeroporto Cidade, terminal de cargas que é a âncora do Projeto Arco

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““

Demos um passo importante na legitimação do projeto, com um olhar técnico e crítico de alto nível

Luiz Figueira, idealizador do

Arco Norte

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“PROXIMIDADE COM A MATA DOS GODOY DEVE SER VISTA COMO VANTAGEM”

Norte. “Nossos países sempre tiveram um ótimo relacionamento no campo da aviação”, afirmou Price. “Nossa intenção é participar do projeto para investimentos em curto e médio prazo, de três a cinco anos”, disse Haynes.Como felizmente estamos numa democracia, as pessoas contrárias ao projeto também se manifestaram. Há 80 anos, quando a Companhia de Terras Norte do Paraná decidiu desbravar a nossa região, certamente havia muita gente cética e pessimista que não acreditava no empreendimento. Há 25 anos, quando se pensou em instalar um shopping na zona sul de Londrina, muitos acharam que era uma loucura. Aos pessimistas de plantão, seria o caso de olhar para os exemplos do passado antes de recusar o futuro...Durante a manhã do dia 28, os representantes da USTDA assistiram a apresentações sobre o Paraná e o Projeto Arco Norte. O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, disse que o Governo do Estado acredita no Arco Norte e está decidido a implantá-lo como política pública. “Londrina ocupa hoje uma posição estratégica, e a construção de um aeroporto internacional de cargas vai permitir a circulação de produtos de alto valor adicionado”, comentou Richa Filho. “Nada será feito, porém,

antes de um estudo de viabilidade econômica e ambiental do projeto. A visita dos representantes da USTDA abre perspectivas para que isso aconteça.”O consultor empresarial Marcelo Mafra fez a apresentação do Arco Norte aos americanos e mostrou o potencial da região em atrair empresas de base tecnológica. Um ponto salientado por Mafra foi a ideia de combinar, na região de Londrina, os conceitos de aerotrópole e ecometrópole. “A proximidade com a Mata dos Godoy deve ser vista com uma vantagem, e não um impedimento, já que vamos aumentar em cinco vezes a área de mata nativa atualmente existente”, informou o consultor. Não custa lembrar que o Aeroporto Internacional de Foz encontra-se ao lado do Parque Nacional do Iguaçu, uma das reservas ecológicas mais importantes do País. Sem falar nos aeroportos, centros tecnológicos e até autódromos vizinhos a reservas florestais na Europa.O idealizador do Arco Norte, Luiz Penteado Figueira de Mello, entende que a visita dos americanos e o apoio do Governo do Estado ao projeto foram acontecimentos históricos. “Os técnicos da USTDA ficaram muito bem impressionados com o que viram. Sinto que demos um passo importante na legitimação do projeto, com um olhar técnico e crítico de alto nível.”

Sobrevoo da possível área futura do Arco Norte Apoiadores do projeto falam sobre a visita dos americanos

Ronald Price: “Ótimo relacionamento na aviação”

Clarence Haynes: “Buscamos investimentos em curto e

médio prazos”

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FRANQUIAS

Por Gisele Rech

Em pesquisa realizada em 2012 pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em 69 países, ficou comprovado que 88% dos entrevistados acreditam que abrir um negócio é uma boa opção de carreira e 43,5% deles querem ser empreendedores. Mas nem sempre encarar o mercado é algo fácil. Por isso, enquanto muito acabam optando por abrir o próprio negócio, outros tantos preferem apostar nas franquias de empresas já consolidadas no mercado.Cada vez mais popular, o setor de franquias é um dos que mais

IDENTIFICAR-SE COM O NEGÓCIO É FUNDAMENTAL

Segmento facilita a vida de quem quer empreender; saber onde está pisando é importante para evitar frustrações

crescem no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising, o volume de negócios envolvendo franquias, em 2011, chegou a R$ 88,855 bilhões. Em 2001, havia sido R$ 25 bilhões. Ou seja, o faturamento mais do que triplicou no período. Ainda segundo a ABF, o Paraná o ocupa o terceiro lugar no ranking de franqueadores e o quarto no número de franqueados. A palavra franchising vem do inglês e está ligada a concessão. A partir da tradução, fica fácil entender o que é uma franquia, o termo adaptado à língua portuguesa. Nessa modalidade de negócio, um empresário oferta uma marca e um know-how da própria empresa

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ASSUMIR ALGO JÁ TESTADO É UMA DAS VANTAGENS DA FRANQUIA

para que outros profissionais, geralmente em outras cidades, multipliquem a marca. Segundo a consultora do Sebrae Simone Milan, assumir algo que já foi testado é a maior vantagem que um franqueado pode ter. “O empresário assume um negócio já com o know-how adquirido pelo franqueador. Como já foi possível determinar um modelo que funciona, a chance de errar é menor”, explica. Outro aspecto importante é assumir a frente de uma empresa que já possui uma marca consolidada. “Não é preciso sair do zero”.

Por isso, a consultora destaca a importância de escolher uma marca consolidada e que, de fato, já possuí um nome no mercado. No entanto, Simone pede aos interessados que fiquem atentos a algumas questões importantes, antes de entrar no mercado de franquias. “Para ser um franqueado, é preciso ter perfil para tanto. Quem preza autonomia e liberdade criativa, pode se sentir preso ao ter que seguir as normas do franqueador”, explica. Daí também a importância de escolher um filão com o qual realmente se identifique. Também é fundamental ter em mente que o franqueado tem, sim, muito trabalho pela frente. “Tem gente que acha que vai comprar a franquia e estará tudo pronto. Não é assim. Em geral a empresa fornece a experiência técnica, cabendo ao franqueado buscar a assistência administrativa e gerencial”.Para quem vai começar, vale ainda evitar armadilhas na hora dos cálculos de gastos iniciais, já que algumas empresas não incluem na conta o capital de giro necessário para abrir o negócio. “Há vezes em que só se fala no valor da franquia, deixando de fora um capital que faz parte dos investimentos iniciais da empresa”.De acordo com a consultora do Sebrae, em Londrina o setor está aquecido especialmente em função do grande número de shoppings que estão entrando em atividade. “É um estímulo ao setor de franquias, inclusive daquelas de menor custo que têm, por exemplo, unidades que podem funcionar em quiosques”, explica. Nesse filão, entram franquias com preço de abertura que vão até R$ 50 mil,

Simone Milan: “Tem gente que acha que vai comprar a franquia e estará tudo pronto. Não é assim”

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COMO SE TORNAR UM FRANQUEADORA consultora do Sebrae, Simone Milan, dá algumas dicas para quem deseja se tornar um franqueado. - O primeiro passo é pesquisar. Buscar informações no site da Associação Brasileira de Franchising pode ser um bom começo.- Pesquisar entre os diversos tipos de franquia qual se encaixa melhor ao perfil do empresário. - Fazer os cálculos de quanto será necessário como investimento inicial incluindo, de fato, todos os custos, já que muitas empresas não colocam na conta o capital de giro.- Fazer contato com outros franqueados da empresa e levar em conta o feedback deles.- Verificar se realmente possui o perfil adequado para a atividade. O ideal é fazer um teste de perfil, disponível na página da ABF.- Como nas empresas convencionais, fazer uma simulação de gastos, lembrando que no começo é normal vender menos do que o ideal.

criadas em função da Classe C, tanto como consumidora, quanto como franqueada.No topo da lista de franquias mais procuradas em Londrina está o setor de serviços, incluindo trabalhos como jardinagem, consertos em residências e reformas. “Mas as opções são muitas. Por isso, é fundamental pesquisar no site da Associação Brasileira de Franquias”, finaliza.

Doce apostaO empresário Luciano Matsumoto decidiu encarar a franquia da Brasil Cacau há três anos e não se arrepende. Inicialmente, ele tinha o sonho de abrir uma empresa própria, mas depois de muita pesquisa, acabou optando por uma franquia. “Apesar de eu possuir as qualificações técnicas de gestão de empresas e pessoas, eu não tinha todo o know-how necessário para iniciar um negócio do zero”, explica. Foi então que o empresário percebeu o nascimento da Chocolates Brasil Cacau, marca nova com um grupo consolidado na retaguarda (Grupo CRM – dono da marca Kopenhagen). “Depois de quatro meses de tratativas, inaugurei em sociedade com meus irmãos a primeira loja em Maringá”, relembra. Três meses depois, foi a vez de abrir a loja da Rua Maranhão, no centro de Londrina. Hoje, são cinco pontos: três em Londrina e dois em Maringá. “A escolha dos pontos de venda foi feita baseada em estudos de mercado. Em Londrina, por exemplo, temos três lojas estrategicamente localizadas para atender todas as classes sociais e geográficas (Centro, Gleba Palhano e Zona Norte)”. Satisfeito com a expansão do negócio, Matsumoto alerta para a necessidade de dedicação para que a franquia dê certo. “Tem que investir tempo para atingir os objetivos. Planejamento e flexibilidade também são muito importantes para quem pretende seguir esse caminho”, ensina.

PionerismoQuando se fala em dedicação no setor de franquias, é inevitável pensar em uma das fraqueadas mais experientes de Londrina. A empresária Célia Regina Assis Russo investiu no modelo de negócio em 1982,

quando a ideia de franquia ainda não estava bem formatada. “Dei início às minhas atividades com O Boticário quando a empresa tinha apenas cinco anos de existência e começava a expandir seus negócios em um quiosque instalado no Aeroporto Afonso Pena”, recorda. A estratégia da empresa fez com que muita gente que passava pelo terminal se interessasse em representar a marca, o que mais tarde deu início ao processo de franquia.Para a empresária, a experiência pioneira foi tão boa que perdura até hoje, nada menos que 30 anos depois do início da parceria. “Acho que a seriedade do meu franqueador foi decisiva para o sucesso da franquia. Há um trabalho constante com desenvolvimento de produtos de alta tecnologia e qualidade, com preços adequados aos tempos atuais”.A experiência no setor faz com Célia reforce algumas dicas àqueles que desejam encarar o mercado. “Há a necessidade de fazer um estudo detalhado do mercado, analisar a gestão do franqueador junto aos franqueados e o valor agregado à marca”. Afinal, para a empresária, a confiança entre franqueado e franqueador é o principal ingrediente para que a empresa persevere.

Mais informações: www.portaldofranchising.com.br

Luciano Matsumoto: “Tem que investir tempo para atingir os objetivos. Planejamento e flexibilidade também são muito

importantes para quem pretende seguir esse caminho”

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INFRAESTRUTURA

NOVO TRAÇADO

PARA O CONTORNO NORTE

Estudos realizados por entidades da sociedade civil organizada apontaram a necessidade da alteração do projeto original que viabiliza o tráfego entre Londrina, Ibiporã e Cambé

Por Susan Naime

Um importante passo foi dado ao projeto de viabilização do Contorno Norte entre Londrina, Ibiporã e Cambé. Entidades da sociedade civil organizada e poder público se reuniram para discutir a necessidade da atualização do empreendimento. Existe uma reivindicação dos três municípios para que o seu formato original seja substituído em relação à posição do contorno. O projeto foi elaborado em 1993 e, inicialmente, apontava a necessidade de ser instalado ao sul do Vale do Jacutinga, na Região Norte de Londrina. Passados 20 anos, as cidades se desenvolveram e o local indicado inicialmente hoje já está urbanizado. “No estudo original o projeto ele passa dentro das áreas urbanas, principalmente Ibiporã e Londrina, o que dificulta a fluidez do trânsito. Agora chegamos a um

ponto comum, que é fazer com que haja uma recolocação do projeto mais ao norte dos municípios”, explica o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Gerson Guariente. O novo estudo prevê aproximadamente 18 quilômetros de contorno ligando Ibiporã, passando por Londrina e entrando por Cambé. O objetivo é transferir o volume de veículos pesados que passa pela avenida Brasília para uma região com menos tráfego. “Esse é um dos projetos que têm prioridade para o Executivo, já que começa a resolver os problemas do desenvolvimento urbano de Londrina”, afirma Guariente. As reivindicações sobre a alteração do Contorno Norte estão sendo feitas ao Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística e do Departamento de Estradas e Rodagem do Paraná.

O presidente do Sinduscon não soube informar os valores do investimento, mas explicou que um dos argumentos utilizados pela equipe para a alteração do projeto original diz respeito aos custos das desapropriações. “A desapropriação terá que ocorrer em qualquer uma das situações. Mas caso o projeto passe por dentro da cidade, os valores seriam extremamente altos. Passando dentro de áreas rurais, existiria uma melhor aplicação dos recursos e os valores seriam mais baixos.” O diálogo sobre o Contorno Norte que ligará Londrina, Ibiporã e Cambé deve ser retomado, agora com o governo estadual, nos próximos dias. “Vamos nos reunir para verificar se as ideias são comuns. A partir daí é muito provável que o Estado tenha que negociar com a concessionária Econorte, responsável por tocar as obras”, coloca Gerson Guariente.

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CAPACITAÇÃOE CRÉDITO

Por Karen Krinchev

Saber lidar com colaboradores e clientes, gerenciar as finanças e criar estratégias para o negócio, essas foram algumas necessidades detectadas pelo empresário Marcos José de Barros, que há 8 anos deixou o serviço público para virar comerciante. Desde fevereiro, ele participa da 6ª turma do Programa Bom Negócio com a intenção de ampliar os conhecimentos: “quero aprender a ser comerciante, então preciso fazer um planejamento, não pretendo mais empurrar o negócio com a barriga”, reforça.O empresário que tem uma lotérica (Três Marias) e uma loja de roupas e artesanato (Nhá Chica), por enquanto, não pensa em fazer o empréstimo previsto no programa. “Nesse primeiro momento estou buscando a capacitação – gosto de aprender, trocar experiência – e não quero entrar em dívida”, conclui. Após o curso, o empreendedor pretende elaborar um plano de negócios para ver as reais necessidades das empresas.

UM BOM NEGÓCIOPARA A SUA EMPRESA

Voltado às micro e pequenas empresas dos setores industrial, comercial e de serviços, o programa Bom Negócio Paraná - implantado em Londrina no final de 2011 -, disponibiliza capacitação gratuita aos empreendedores. O objetivo é melhorar a gestão das empresas e, para isso, várias áreas são exploradas durante os 17 dias de curso: empreendedorismo e projeto de vida, gestão de negócios, gestão financeira, gestão de pessoas, gestão comercial e gestão estratégica.Izabel Maria Freire, proprietária da Yang Modeladores, participou do Bom Negócio em 2012. Para a comerciante que tem três funcionárias, o curso forneceu condições para melhorar o gerenciamento da loja que está no mercado há 11 anos. “O que aprendemos na capacitação, repassamos às nossas funcionárias. Hoje, direcionamos o trabalho na loja, cada uma atua em uma área”, relata. Essa primeira estratégia adotada por Izabel já está trazendo resultados, uma vez que cada funcionária está mais focada no serviço.

Administrar a parte financeira era outra preocupação da comerciante. “Às vezes, não sabíamos o que estava entrando e saindo. Pensávamos de forma errada: entrou é meu, mas não é bem por aí”, expõe Izabel. Depois de elaborar um plano de negócios, a empresária fez um empréstimo de R$15 mil. Com este valor, ela comprou novos computadores para informatizar a loja e máquinas de costura para fazer os ajustes das peças (modeladores) para as clientes.Crédito consciente, esse é justamente um dos pontos fortes do programa que oferece por meio do Banco do Empreendedor da Agência de Fomento linhas de crédito com juros que variam de 0,55% a 0,61% ao mês, isso desde que o empresário participe da capacitação. Os empréstimos vão de R$1 mil a R$15 mil e de R$ 15 mil a R$300 mil. Para a segunda opção, é exigido o tempo mínimo de faturamento de um ano e a arrecadação anual igual ou superior a R$360 mil. Segundo a analista de negócios da ACIL, Valéria Furlan Sitta, com o curso, o empresário se organiza antes de fazer o financiamento e aplica melhor o recurso. “É um crédito orientado”, afirma. Desde 2011, 476 pessoas foram capacitadas. E para esta 6ª turma, que teve início no dia 19 de fevereiro, a novidade é a consultoria individual gratuita. “Não há pré-requisitos

Londrina foi a primeira cidade do Paraná a implantar o programa que tem como objetivo fortalecer as pequenas empresas com crédito a juros baixos e qualificação

Empresários e empreendedores em busca de informação na 6ª turma do Bom Negócio

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 13

Izabel Maria Freire: “Às vezes, não sabíamos o que estava entrando e

saindo. Pensávamos de forma errada: entrou é meu, mas não é bem por aí”

para participar do programa, basta ter uma empresa formalizada ou que tenha a intenção de se formalizar”, ressalta Valéria.De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Indústria e Comércio, o Bom Negócio pretende atingir 60 mil micro e pequenos empreendimentos formais e informais. A ACIL foi a primeira entidade do Paraná a firmar um convênio com o governo do estado e implantar o programa.

Serviço:Mais informações sobre o programa Bom Negócio: 3374-3010 (Valéria Furlan Sitta).

“Faltava planejamento na loja e no salão, a começar pela parte financeira.” As palavras de Gizela Zanutto, que tem uma loja de cosméticos, revelam a realidade de muitas empresas. Mas ela buscou na capacitação a saída para se destacar no mercado. “Com o Bom Negócio, aprendi que precisamos calcular os riscos que vamos correr. E foi isso que eu fiz: planejei, calculei e recorri a um empréstimo de R$ 15 mil”, conta.O valor foi usado como capital de giro para a loja física e para a criação da loja virtual. Gizela diz que sempre quis melhorar o marketing da loja e o e-commerce para a divulgação dos produtos, com isso, ampliou as vendas. Luiz Augusto Mendonça Pagliarini que tem uma empresa de embalagens para gelo

Luiz Augusto Mendonça Pagliarini: “O espírito empreendedor tem que se manter aceso e a

capacitação abre a visão”

O sucesso anda de mãos dadascom o planejamento

(GeloPack), também fez um empréstimo de R$15 mil pensando em divulgar a marca. “Com os R$15 mil fiz banner, catálogo, enfim, apliquei na parte gráfica, pois o nosso negócio é novo (2009) e o produto ainda é novidade no mercado.” Pagliarini completa que, mais importante que o financiamento, é a capacitação. “O espírito empreendedor tem que se manter aceso e a capacitação abre a visão. No nosso caso, depois do curso, montamos um plano de negócios e percebemos onde estava a falha”, destaca. O empresário não quer parar por aí, ele pensa em fazer outro empréstimo para aplicar em logística e ampliar o estoque da empresa que importa as embalagens de gelo da Dinamarca e revende para 16 estados do Brasil.

Capacitação gratuita17 dias/ carga horária: 66 horasCinco áreas abordadas durante a capacitação: empreendedorismo e projeto de vida, gestão de negócios, gestão financeira, gestão de pessoas, gestão comercial e gestão estratégicaEmpréstimosR$1 mil a R$300 mil* (Construção, ampliação, reforma ou modernização de empreendimentos, aquisição de softwares, máquinas e equipamentos, além de treinamento, consultoria, pesquisa, estudos e projetos relacionados ao investimento)*Empresas com faturamento bruto anual de até R$ 360 mil podem fazer financiamentos de R$ 1 mil a R$ 15 mil*Empresas com faturamento bruto anual acima de R$ 360 mil e até R$3,6 milhões podem fazer financiamentos de R$ 15 mil a R$ 300 milTaxa de juro a partir de 0,55% ao mêsPagamento em até 60 meses, conforme o tipo de investimento (fixo, capital de giro)Carência de até 3 meses

Fonte: Secretaria de Estado da Indústria e Comércio

Gizela Zanutto: “Com o Bom Negócio, aprendi que precisamos calcular os riscos que vamos correr. E foi isso que eu fiz: planejei, calculei e

recorri a um empréstimo de R$ 15 mil”

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2014

A COPA É AQUIFaltando pouco tempo para o início da Copa do Mundo, iniciativa privada e poder público correm para Londrina se tornar uma das subsedes da competição

Por Rudolf Valentin

Há menos de um ano para a Copa do Mundo da Fifa, Londrina começa a correr contra o tempo e contra o pessimismo. Tudo isso para conseguir um lugar ao sol e ser umas das subsedes da competição mais popular e bilionária do mundo. Além das 12 cidades que irão sediar os jogos da Copa de 2014, há outras 100 com potencial para hospedar as equipes classificadas para a copa. Dentre as exigências, os municípios precisam oferecer centros de treinamento, rede hoteleira apropriada e infraestrutura para abrigar a seleção e torcedores antes e durante o evento. Algumas capitais brasileiras que concorreram, mas não foram escolhidas para sediar os jogos, já se movimentam para figurar nessa lista.Porém, nada disso sairá do papel se o poder público e, principalmente, o próprio londrinense não acreditar que a cidade tem culhões para receber uma seleção, seja ela qual for. Esse é o principal argumento do diretor executivo do Londrina Convention & Visitors Bureau, Diego Menão. Para ele, mesmo com todos os gargalos encontrados na cidade, ainda sim, ela seria uma das favoritas dentro do Paraná. “Todos reclamam da cidade por aspectos bem pontuais. O aeroporto é um exemplo disso. Sabemos de toda a sua precariedade, porém, essa comparação sempre a nível nacional. Mas se a compararmos na esfera estadual, como Londrina se posiciona?”,

argumenta.A fala do executivo se justifica. Das cidades escolhidas pela Fifa estão – não necessariamente nessa ordem – Curitiba, Cascavel, Maringá e Londrina. Por ter dois centros de treinamento, e pelo fato de ser a capital, Curitiba terá preferência e abrigará duas seleções e suas respectivas comissões. Das demais, Londrina é a única que possui um centro de treinamento de ponta para receber uma seleção de nível internacional. O Centro de Treinamento da SM Sports, além de ser credenciado pela Fifa, está entre um dos melhores do país. E isso, de certo modo, é uma das maiores vantagens da cidade sobre as outras.Sobre o andamento das negociações, Menão explica que a primeira reunião, convocada pelo Convention com representantes da gestão pública e da iniciativa privada para estruturar um plano de ação, já foi realizada. De acordo com ele, o próximo passo será o agendamento de uma reunião com o secretário Especial Sobre Assuntos da Copa do Mundo 2014,

Mário Celso Cunha. “As conversas já estão acontecendo. A presença do secretário será indispensável para traçarmos planos mais pontuais para conseguirmos suprir todos os requisitos necessários”, diz. Outro aspecto a ser levado em consideração são as vantagens econômicas. O vice-presidente da ACIL, Luiz Carlos Adati, coloca que a chegada de uma seleção resulta, automaticamente, na vinda de torcedores, imprensa, além das pessoas de outros municípios e da própria Londrina. Ele reforça que isso gera emprego, movimenta a economia e divulga, em escala internacional, a cidade como um todo. “Independente de qual seleção ficará, temos que nos esforçar para que isso aconteça. Londrina tem potencial e conta com todo o apoio da iniciativa privada. Não podemos nos deixar levar pelo pessimismo. O poder público tem que acordar. Precisamos que todos acreditem, pois não se trata de algo distante, mas sim de uma realidade possível”, afirma Adati.Sobre as especulações de qual seleção irá se

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Veja os locais do Paraná que estão no catálogo de CTs da Copa: Curitiba: Clube Atlético Paranaense e CT do CajuCuritiba: Slaviero Rockefeller Conceptual e Estádio Durival de Britto e SilvaCascavel: Deville Express Cascavel e Estádio Arnaldo BusatoMaringá: Hotel Deville Maringá e Estádio Regional Willie Davids

Londrina: Hotel Comfort Suítes Londrina e CT SM Sports

hospedar em Londrina, ainda seria muito cedo para qualquer tipo de afirmação. Apenas no segundo semestre, com o resultado das eliminatórias, é que deve ser dado início às ações mais contundentes de aproximação com as seleções. Seleções como Alemanha e Japão já foram citadas. Segundo o vice-presidente da ACIL, há tempos a relação com o Japão vem se estreitando. Para ele, esse é um país com que Londrina tem uma relação histórica e cultural mais próxima, e isso poderia ajudar. Entretanto, o foco continua sendo a cidade como vitrine para o mundo. As apostas de Londrina devem ser feitas em seleções menores, pela própria falta de estrutura que apresenta. “Por não haver ainda uma estrutura de primeiro mundo, devemos voltar nossa atenção para seleções como Jamaica ou Gana. Sem desmerecimento, mas precisamos olhar antes para a realidade da cidade”, argumenta o presidente da Fundação de Esportes de Londrina, Élber Giovane de Souza.

Um pouco mais cético, o presidente da FEL pondera que se faz necessário repensar muitas questões na cidade. Dentre as questões está o aeroporto e a rede hoteleira. “Estou certo de que Londrina tem potencial para receber uma delegação, porém, não tem como olhar para as circunstâncias e não se incomodar com elas. As coisas no âmbito público são demoradas. Precismos arrumar ruas e aeroporto em menos de um ano e isso tem que ser a toque de caixa”, pondera. O Comitê Organizador da Copa do Mundo da FIFA 2014 fez uma lista inicial de 150 localidades que se ofereceram para receber as equipes. No ano passado foram concluídas as inspeções técnicas das candidatas à vaga. A lista definitiva é uma recomendação da FIFA, mas são as confederações de cada país que irão escolher onde ficar - o que, de certo modo, também dependerá do sorteio dos grupos. Várias delegações já estiveram no Brasil visitando locais que podem ser confirmados como subsede.

A ESCOLHA No começo de fevereiro, a Fifa divulgou o catálogo oficial de centros de treinamentos disponíveis para as seleções utilizarem durante a Copa no Brasil. A lista tem 70 opções. Dentre as exigências para receber uma seleção, o local precisa passar por uma análise criteriosa da Fifa, que vem avaliando candidatos por todo o país. Além disso, cada opção tem que ter um hotel com padrão internacional e um local de treinamento de alto nível.Londrina, com o Hotel Comfort Suítes e o CT SM Sports, se une a Curitiba, Cascavel e Maringá, que também haviam sido lembradas pela Federação. Em sua versão mais recente, a lista da Fifa recebeu 16 novas opções. Nove são localizadas na região sudeste, cinco na sul, uma na centro-oeste e outra na nordeste. Apesar de não aparecer agora entre as novidades, a região norte já tinha representantes na primeira versão do catálogo.Geralmente são as próprias seleções que fazem a escolha do local onde irão treinar. Todavia, elas usam justamente esse catálogo, já avaliado e aprovado pelos técnicos da Fifa, para definir onde vão se concentrar durante a Copa.

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EXPOLONDRINA

Por Guto Rocha

Grandes negócios e muita diversão. É isso que a Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, que neste ano chega à sua 53ª edição, consegue reunir em um mesmo espaço. À primeira vista, a impressão que se pode ter é de que, durante os 11 dias do evento, todas as atenções se voltam para o Parque Governador Ney Braga, local que abriga a feira. Mas, na verdade, a ExpoLondrina se consolidou em um polo irradiador de negócios para Londrina e região. “Durante a exposição, o volume de negócios e de pessoas que visita o local é tão grande que o movimento acaba beneficiando toda a macrorregião”, analisa o professor de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), em Londrina, Márcio Luis Massaro.No ano passado, segundo o presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Moacir

POLO GERADOR DE NEGÓCIOSFeira agropecuária, que acontece em abril, tem reflexo sobre a economia regional ao longo de todo o ano

Sgarioni, a ExpoLondrina registrou uma movimentação financeira global de R$ 355,34 milhões. Volume 4,5% maior que a feira realizada em 2011. Sgarioni prefere não estimar índices de crescimento para esta edição da ExpoLondrina, mas acredita que o resultado será superior. “O cenário na agropecuária é favorável, se a movimentação crescer 5%, ficaremos muito satisfeitos”, comenta.Para mostrar a importância do evento para a economia de Londrina, Massaro faz uma comparação entre o volume global movimentado durante a exposição e o orçamento da administração direta e indireta do município em 2012. “Londrina teve para todo o ano passado um orçamento de R$ 1,1 bilhão. E a exposição gerou, em apenas 11 dias, quase a metade deste montante”, afirma.Neste ano, a ExpoLondrina acontece entre 04 e 14 de abril. Mas, de acordo

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MOVIMENTO DA FEIRA BENEFICIA TODA A REGIÃO, INCLUSIVE O COMÉRCIO

com o economista, é preciso analisar o evento em três momentos distintos. “Na economia, os fatos não ocorrem de maneira tão rápida”, observa. Massaro afirma que cerca de três meses antes da feira toda a economia, muitas vezes sem que se perceba, já está sendo beneficiada pela expectativa e preparação. “As pessoas começam a se preparar, a procurar hotéis, fazer reservas, marcar passagens aéreas, a cidade começa a ser divulgada e o comércio também é favorecido”, comenta.Durante a realização do evento, há uma concentração dos negócios na feira e tudo o que gira no seu entorno para que ela aconteça. Massaro observa que o movimento ultrapassa os limites do Parque Ney Braga. “Táxis, hotéis, restaurantes e outros serviços acabam se beneficiando do movimento das pessoas que vêm a Londrina para visitar a exposição”, diz. O presidente da SRP observa que durante a exposição são gerados entre oito e 10 mil empregos diretos e indiretos. “Este pessoal que trabalha durante a feira vai gastar no comércio depois”, comenta Sgarioni. Para ele, se há alguma concorrência, ela é momentânea. “Muitos empresários que têm negócios na cidade também vêm para cá e acabam se beneficiando depois com a exposição de seus produtos”, acrescenta.É este o terceiro momento da roda da economia que a ExpoLondrina faz girar durante todo o ano, na análise do professor Massaro. “Os negócios realizados antes e durante a feira acabam remontando em novos negócios durante todo o restante do ano e segue até o início do novo ciclo pré-feira”, comenta. Segundo ele, isso acontece porque muita

gente passa pela exposição para conhecer os produtos e serviços expostos. “Muitos negócios são iniciados durante a feira para serem fechado depois. E mesmo que o expositor não venda nada no evento, a sua marca foi vista por mais de 470 mil pessoas (número de visitantes do evento em 2012, segundo a SRP)”, analisa o economista.O diretor de Produtos da ACIL, Luigi Carrer Filho, que é empresário do setor veterinário e expositor na ExpoLondrina, confirma a análise de Massaro. Segundo ele, o número de novos clientes que ele agrega à sua carteira e o contato com os que já são seus clientes garante bom volume de negócios no pós-feira. Carrer, que também é diretor da SRP, observa que o ganho que o município tem em divulgação também é um capital muito grande para toda a economia regional. “Só com esta propaganda, todos em Londrina acabam ganhando muito. A ExpoLondrina é reconhecida internacionalmente e é o maior evento do gênero na América Latina”, diz.Carrer ressalta ainda o caráter festivo do evento e o poder que isso tem na geração de renda. “A ExpoLondrina está no DNA do londrinense, as pessoas esperam o evento para se divertir, ver os shows, rodeio”, comenta. O diretor acredita que, no fim, todos saem ganhando com a feira e defende que ACIL e SRP deveriam se unir para aproveitar o potencial do evento. “Poderia se criar uma campanha baseada na temática do evento, por exemplo, para incrementar as vendas do comércio”, sugere.

Moacir Sgarioni: “Muitos empresários que têm negócios na cidade também vêm para cá e acabam se beneficiando depois com a

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ECONOMIA DE MERCADO

Por Paulo Briguet

Um dos preconceitos que atormentam e atrasam a sociedade brasileira ainda é pouco discutido: o preconceito contra o empresário. Há no País uma subcultura de origem marxista que tende a ver em todo empresário um bandido. Os inimigos da atividade empresarial definem o mundo como palco da luta de classes. Trata-se de uma minoria, é verdade – mas uma minoria muito falante. Eles ocupam espaços no poder público, na mídia, na universidade. Sua palavra de ordem é o ódio a todo tipo de iniciativa empresarial. Se é empresário, é explorador. Se é empresário, é ganancioso. Se é empresário,

EMPRESARIOFOBIA,MAL DO NOSSO TEMPOSem empresas, não existe desenvolvimento. Então, por que uma reduzida minoria insiste em combater todas as formas de atividade empresarial?

só quer saber de lucro. E lucro, na cartilha dessa religião sem Deus, é pecado capital.A empresariofobia é parecida com a gripe: nunca deixa de existir, mas tem seus surtos. Há quem se aproveite de tragédias nacionais, como o incêndio em Santa Maria, para tentar promover a caça às bruxas. Em alguns casos, vemos um festival de desrespeito e desconsideração pelas pessoas. Se for para posar de herói e aparecer na televisão, certas autoridades contaminadas pela empresariofobia não se importam em pisotear a lei e o Estado de Direito. Em um país onde já houve congelamento de preços e confisco de poupança, existe o risco permanente de que o livre comércio e a propriedade

sejam atacados, sobretudo em períodos de crise. Quais são as raízes profundas desse ódio ao empresário? Para o cientista político Mário Sérgio Lepre, o preconceito tem origem na forma como o Brasil foi colonizado. “Em 1808, quando a Coroa portuguesa veio para cá, fugindo das tropas de Napoleão, o Estado veio junto”, lembra. “O Estado brasileiro chegou antes da consolidação da própria sociedade.” Dentro desse modelo, em que só tinha condições de prosperar quem tivesse alguma relação com o poder estatal, o empreendedor independente era visto com desconfiança. “Basta ver o caso do Barão de Mauá, que tentou ser empresário

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“NOSSAS ESCOLAS EM GERAL NÃO ENSINAM PARA A LIBERDADE DE EMPREENDER”

no Brasil do século XIX. Suas iniciativas acabavam encampadas pelo Estado ou frustradas por interesses fisiológicos de pessoas que queriam cargos ou prebendas”, diz o cientista político.A Independência política do Brasil não acabou com a dependência dos indivíduos em relação ao Estado. “Ainda estamos mergulhados nesse modelo cultural em que o governo deve ser grande e a sociedade fica esperando o Estado-Pai fazer alguma coisa”, analisa Lepre. “No Brasil nós tendemos a ver

o interesse público como atribuição do Estado, e não do indivíduo.” Parte dos empresários acabou por se adaptar ao esquema, exigindo benefícios e privilégios do governo. Mas a grande maioria – aqueles que efetivamente geram riquezas e desenvolvimento para o País – questiona o velho modelo do Estado paternalista sustentado por uma carga tributária absurda. “Não existe sociedade desenvolvida sem empresário. Ele é a pessoa disposta a correr riscos para produzir riquezas”, comenta.

Problema começa na educaçãoPara o professor e comunicador Alvaro Ferreira, executivo de ensino a distância da Unopar, o problema da aversão às empresas e empresários começa na educação. “Nossas escolas em geral não ensinam para a liberdade de empreender. Somos uma sociedade que demoniza

o lucro e tem uma ideia distorcida da economia de mercado”, avalia Ferreira. “Enquanto não educarmos nossas crianças para serem livres, autônomas, críticas, donas de seus próprios narizes – vamos sofrer com esse tipo de problema.”Certa vez perguntaram ao historiador Thomas Skidmore qual é a principal diferença entre o americano e o brasileiro. Ele respondeu que o americano nasce querendo conquistar o mundo, enquanto o brasileiro quer passar em um concurso público. “Por isso os Estados Unidos são chamados de ‘land of opportunities’ (terra de oportunidades)”, nota Alvaro Ferreira. “As oportunidades estão aí, mas você precisa enxergá-las. Os brasileiros, em geral, só enxergam problemas. Somos mimados, ficamos esperando o Estado paternalista, o grande provedor.”Dentro dessa visão preconceituosa, o empresário acaba ficando com o papel de “explorador” que “só pensa em lucro”. Aí mora um equívoco de efeitos perniciosos. Pois o desenvolvimento depende da

Mário Sérgio Lepre

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geração de riquezas – e a geração de riquezas depende do lucro. “As pessoas precisam entender que o lucro não é um fim, ele é um meio. O mais importante para uma empresa não é ganhar dinheiro, mas transformar-se numa instituição para a sociedade”, diz Alvaro, citando uma série de empresas que hoje se confundem com a própria identidade de Londrina. O raciocínio do gerente da Unopar faz lembrar as palavras do célebre economista liberal Ludwig Von Mises: “A característica essencial do capitalismo moderno é a produção em massa de mercadorias destinadas ao consumo pelo povo. O resultado é a tendência para uma contínua melhoria do padrão médio de vida, o enriquecimento progressivo de muitos. O capitalismo desproletariza o ‘homem comum’ e o eleva à posição de ‘burguês’”.Outra noção importante e vilipendiada em nosso tempo é a do direito à propriedade. “As pessoas não se dão conta de que o direito à propriedade serve para proteger, acima de tudo, os menores e os mais fracos”, diz Ferreira. “Ele garante que os frutos do nosso trabalho não serão engolidos pelo Estado depois da nossa partida.” Se a propriedade é malvista desde o ensino básico, também não encontra muitos admiradores nas universidades. Alvaro conta: “Sou formado em jornalismo e nunca tive uma disciplina sobre empreendedorismo. Nunca ouvi um professor dizer que eu poderia me tornar empresário... Nos Estados Unidos, quem mais abre empresas são os universitários – e fazem isso sem burocracia. Veja os casos do YouTube e do Facebook: são casos de empreendedorismo que deram certo!” Ironicamente, os dois sites são hoje largamente utilizados por inimigos

da sociedade aberta e da economia de mercado. Sim, a turma da empresariofobia odeia igualmente as iniciativas no mundo real e virtual – mas utiliza as duas...

Oportunidade e justiça para todos os cidadãosNa visão do empresário Cláudio Tedeschi, presidente do Fórum Desenvolve Londrina, o único regime que se provou eficiente na história é a economia de mercado. Parafraseando Churchill, Tedeschi diz: “O capitalismo é o pior sistema que existe, com a exceção de todos os outros”.Tedeschi vê no cumprimento de contratos uma das principais bases do capitalismo. “Em um país desenvolvido, as pessoas precisam cumprir a palavra”, define o empresário. “Se recorrermos aos exemplos históricos, veremos que o capitalismo é o único sistema que realmente incorporou o conjunto da população à vida econômica”, analisa. Ele cita como exemplo a Inglaterra anterior à Revolução Industrial, em que mais de um terço da população era composta por párias, numa condição social pior que a de mendigos. Com o advento da economia de mercado, essas pessoas ganharam uma nova perspectiva de vida, algo que era impossível na condição historicamente anterior. “Capitalismo é o regime que dá certo ao criar a mesma linha de oportunidade e justiça para todos os cidadãos”, diz o presidente do Fórum.Cláudio Tedeschi faz uma analogia entre a liberdade de produzir e o conceito teológico do livre-arbítrio. “Nos dois casos, temos que o homem precisa ser

responsável pelas suas atitudes. Não adianta o Estado mandar o sujeito ser bom; é preciso que as pessoas melhorem e produzam por vontade própria, não por imposição do poder.”

A verdadeira “ditadura” do proletariado é o capitalismoO engenheiro agrônomo e pesquisador Paulo Varela Sendin, membro do Núcleo de Desenvolvimento Empresarial de Londrina, afirma que muitas pessoas ainda têm uma visão limitada do que é ser empresário. “O pipoqueiro, a manicure, o dono de um bazar são empresários – mesmo quando não sabem disso. Empresário, por definição, é a pessoa que organiza fatores de produção e os coloca à disposição da sociedade”, comenta Sendin.A economia de mercado já se provou o instrumento mais eficaz para a produção de riquezas; e o seu antípoda socialista fracassou miseravelmente. Sendin observa: “Os regimes socialistas não deram certo porque desconsideraram o funcionamento das leis de mercado. Estas não são leis escritas, mas forças que concorrem entre si. Substitui-las por imposições do Estado fatalmente criará escassez de produtos. Começa-se a produzir coisas que ninguém quer comprar e que não atendem ao desejo das pessoas. Se o Estado define que só irá produzir o Fusca, o sujeito que quer ter um carrinho melhor vai ficar frustrado. E vai criar mecanismos para não ter Fusca”.Ironicamente, a verdadeira “ditadura do proletariado” se dá na economia capitalista, onde o cidadão consumidor é a verdadeira autoridade que decide sobre o futuro das empresas. “Socialismo, na verdade, é uma ilusão. É o governo do grupo que domina o partido, que passa a ter todas as vantagens de uma aristocracia”, diz Cláudio Tedeschi. “Antigamente, os trabalhadores produziam para os nobres. Com a Revolução Industrial, os operários se

Alvaro Ferreira Cláudio Tedeschi

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tornaram consumidores. Se o operário não gosta do teu produto, meu amigo, ele vai matar a tua empresa!”

Equilíbrio entre desenvolvimento e preservação ambiental

Com a derrocada dos regimes socialistas, os adversários da atividade empresarial migraram para o ambientalismo. E aí começa outra polêmica – que pode ser vista, por exemplo, na questão do Projeto Arco Norte. “Quem está produzindo riquezas, está causando algum impacto na natureza”, observa Tedeschi. “Mas qual é o pior impacto sobre o meio ambiente? A pobreza. País miserável não consegue controlar a poluição, a ocupação de fundos de vales, o desmatamento. O importante é chegarmos a um equilíbrio entre a

necessidade do desenvolvimento e a proteção à natureza.”Paulo Sendin, que trabalhou por vários anos no Iapar e conhece bem a área, acredita que é importante transformar o homem do campo em empresário rural. “Mas tem muita gente que ainda vê o empresário rural como um demônio... Há ambientalistas que falam da agricultura de subsistência como se fosse uma coisa boa! Mas não é por aí que o desenvolvimento econômico e ambiental do campo vai acontecer.”O Estado mastodôntico brasileiro é outro obstáculo à criação de uma cultura empresarial no País. “As grandes aristocracias no Brasil estão no Executivo, Legislativo e Judiciário”, aponta Cláudio Tedeschi. “Isso faz com que existam dois tipos de cidadão no Brasil: o de primeira e o de segunda classe. Só para se ter uma ideia, o furo na aposentadoria dos 900 mil funcionários federais foi de R$ 62 bilhões. Isso em um país que só tem R$ 47 bilhões para investir em estrutura!”

Para manter essa estrutura imensa em funcionamento, o Estado cobra uma carga de impostos e acaba sendo um “sócio não-solicitado” de qualquer cidadão brasileiro – especialmente dos empresários. Ainda assim, a pessoa que tem a coragem de abrir uma empresa no Brasil ainda é malvista e sofre os preconceitos que analisamos ao longo deste texto. Na verdade, a empresariofobia é uma doença que ataca o coração da sociedade livre. A propósito, Cláudio Tedeschi ensina: “A riqueza do capitalismo são as empresas. Empresas significam comunidade sadia, emprego bom, economia dinâmica, oportunidades para todos. O empresário tem uma responsabilidade enorme na sociedade: ele é a pessoa disposta a correr riscos para criar riquezas.”Da próxima em que ouvir alguém falando mal de empresários, lembre-se disso...

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RODOVIAS PARANAENSES

PEDÁGIO, A PRODUÇÃO

PENALIZADAA reclamação é a mesma em todas as regiões do Estado: a

privatização das rodovias, com tarifas de pedágio altas, onerou a produção e não acarretou investimentos significativos em duplicações e outras obras de melhorias; com baixo valor

agregado, agronegócio perde competitividade

Quando foi implantado, no final da década de 90, o programa de concessão de rodovias surgiu como solução para equacionar a situação de abandono de parte da então deteriorada malha viária do Paraná. Pelo contrato, as seis empresas – Econorte, Viapar, Ecocataratas, Caminhos do Paraná, Rodonorte e Ecovia – que ganharam o direito de explorar os 2,5 mil quilômetros de estradas teriam que recuperar e ampliar o número de faixas, além de construir contornos e ramais com vistas a desatar os nós de logística e infraestrutura que emperravam o desenvolvimento do Estado. De fato, passados quase 15 anos após a privatização, as rodovias pedagiadas subiram de conceito

no quesito estado de conservação. Segundo a pesquisa anual realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), que em 2012 chegou a 16ª edição, 78,3% dos trechos privatizados no Paraná são considerados bons ou ótimos, enquanto 79,6% da extensão das estradas sob controle estatal ficam nas categorias regular, ruim ou péssimo. Mas o conforto, ainda que poderia ser maior, sai caro, principalmente para quem transporta cargas. O preço das tarifas é reclamação recorrente de quem roda pelas rodovias e apontado pela classe produtiva como um dos entraves à competitividade dos produtos paranaenses, especialmente os agrícolas, em relação a

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INTEGRADA DEIXOU R$ 1,5 MILHÃO NAS PRAÇAS DE PEDÁGIO EM 2012

concorrentes mundiais como Argentina e Estados Unidos. Uma pesquisa feita pelo Sistema Ocepar no ano passado apontou ônus de até 34% no frete de grãos calculado com base nos valores cobrados nas praças de pedágios. “O transporte de grãos é onerado em até 6,3% devido ao pedágio. Em alguns casos, o custo chega a ser maior que a lucratividade obtida com a venda do produto”, afirma o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski.O comprometimento e redução do lucro imposto ao setor agropecuário pelo pedágio também preocupa o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette. “Pedágio caro, como o do Paraná, tem incidência direta e perversa na formação dos preços dos produtos agropecuários. Cada centavo que é deixado numa praça de pedágio, assim como cada dia de espera para embarque no porto, é dinheiro retirado da renda do produtor rural. A competitividade internacional de nossos produtos, que deveria ser incentivada, tem sido prejudicada por interesses de empresas privadas, que administram os serviços logísticos públicos com pouca orientação governamental”, lamenta o líder agropecuário.

Grãos e insumos mais carosO caminhoneiro que percorre os cerca de 500 quilômetros entre Maringá a Paranaguá pelas BRs 376 e 277, rota pela qual é escoada boa parte da safra de grãos da Região Noroeste, no volante de um caminhão de cinco eixos – com capacidade para 27 toneladas de grãos – desembolsa R$ 504 nas sete praças de pedágios ao longo do trajeto, apenas em um sentido de direção. O gasto representa quase 28% do custo do frete. O impacto do pedágio no transporte é ainda maior em cargas provenientes da Região Oeste. O pedágio chega a onerar em mais de 34% o custo do transporte em cargas provenientes de Foz do Iguaçu, que paga R$ 644 em pedágio. E, mesmo no caso de Ponta Grossa, mais próxima ao porto, o efeito do preço do pedágio chega a 21,4% do preço do frete. Os cálculos do

estudo da Ocepar consideraram as tarifas de pedágio corrigidas em dezembro de 2012, os valores do frete atuais e preços recebidos pelos produtores de soja e milho – média mensal de setembro a novembro de 2012 – quando a saca de 60 kg de milho estava cotada a R$ 22,89 e a saca de 60 kg de soja a R$ 57,85.Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, entre novembro de 2011 e outubro de 2012 foram transportadas pelo Porto de Paranaguá 7,3 milhões toneladas de soja em grãos, 4,7 milhões de toneladas de farelo e 3,7 milhões de toneladas de milho, num total de 15,7 milhões de toneladas de produto. Considerando-se que 65% dessa produção seja transportada por caminhões, são necessários 378 mil caminhões de cinco eixos para o transporte da produção até o porto. Com uma tarifa de pedágio média nos trechos acima mencionados de R$ 419,52 por caminhão, obtêm-se um custo total em pedágio para a produção de soja e milho do Paraná de cerca de R$ 158 milhões.Só a Cooperativa Integrada Agroindustrial, entidade radicada em Londrina desde 1995, calcula ter deixado R$ 1,5 milhão nas praças de pedágio no ano passado, quantia equivalente a 15% do gasto total com transporte. Em 2012, a cooperativa foi responsável pela produção e distribuição de 1,4 de milhão de toneladas de grãos, além de 115 mil toneladas de fertilizantes oriundas de Paranaguá.

Ganho baixoNão menor é o prejuízo de donos de transportadores e profissionais autônomos. “Infelizmente o cenário é pouco favorável ao ramo dos transportes. Apesar do aumento do pedágio que ocorreu em dezembro passado, os valores de frete não foram reajustados”, reclama o empresário Edson Merchi, de Curitiba. O descontentamento dele é exemplificado pela conta do frete entre os municípios de Campo Largo a Londrina, cerca de 400 quilômetros distantes. A empresa recebe R$ 2,4 mil pelo transporte de uma carga de 30 toneladas, a um custo médio de R$ 80 por tonelada. Do montante, R$ 246 ficam nas praças de pedágio, ou seja, 10% do gasto total com transporte. O gasto corresponde a 60% dos R$ 406 desembolsados com óleo diesel. Na viagem de volta, a perda é ainda maior, uma vez que o valor médio pago por tonelada é 12% menor. Para transportar 30 toneladas a um preço de R$ 70 cada, o caminhoneiro receberá R$ 2,1 mil e pagará R$ 334 de pedágio – equivalente a 16% do frete – e R$ 512 de combustível. No final, o ganho é próximo de R$ 1,2 mil.Nas contas do empresário Paulo Orth, proprietário de uma transportadora em Guarapuava, o faturamento mensal da empresa poderia ser até 15% maior se não fosse o pedágio. Rodando por quatro Estados para atender à clientela

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espalhada por Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso, ele elege os valores cobrados nas praças de pedágios das estradas paranaenses como as “pedras no sapato” da transportadora. Desde o último reajuste, em 1º de dezembro de 2012, os valores cobrados para caminhões com cinco eixos variam entre R$ 24 e R$ 61,5 nas praças de pedágio do Paraná, sendo o menor preço praticado pela Rodonorte em Jaguariaiva e o maior pela Ecovia em São José dos Pinhais. Nas rodovias de São Paulo, a tarifa por eixo comercial não chega a R$ 11 – com exceção de duas praças na Via Anchieta e na Rodovia dos Imigrantes, onde a cobrança é unidirecional. Mas “economia” mesmo faz quem roda pelo estado catarinense. Lá o caminhoneiro desembolsa R$ 8,5 em cada praça de pedágio. “Apesar de caro, o problema maior não é o pedágio em si, mas a falta de retorno nas estradas. O gasto mensal com a manutenção dos veículos praticamente se equipara ao do pedágio. Essa conta é parecida porque as estradas não estão em boas condições, o que resulta em danos frequentes e desgaste maior dos veículos”, desabafa Orth.

Só ônusÀ primeira vista, o encarecimento da produção pode parecer a principal desvantagem para o empresário e proprietário de indústria – mas, segundo o diretor-presidente da Cooperativa Integrada, Carlos Murati, não é a única. “Mesmo após 15 anos de concessão,

a estrutura das rodovias ainda deixa muito a desejar. Praticamente não vimos nenhuma duplicação de pista ao longo desse período. É como se não houvesse gerado benefício nenhum”, considera.“Na rota de Londrina a Curitiba, por exemplo, há cerca de 200 quilômetros pedagiados, ao longo dos quais pode-se dizer que 50% é pista dupla e a outra metade é pista simples”, acrescenta Fábio Felício, gerente de logística da empresa LPR, montadora de estandes instalada em Londrina, que costuma gastar até 10% do valor do frete com os pedágios para os clientes espalhados pelos quatro cantos do país. O presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), Rainer Zielasko, reclama da falta de investimentos na malha. “O traçado das nossas rodovias vem da década de 60, mas o fluxo de veículos aumentou muito. O suporte hoje não é suficiente tendo em vista o valor alto praticado nas praças de pedágio, e isso causa a perda da competitividade das empresas. O Paraná possui muitas potencialidades em sua economia que pedem pela melhoria da infraestrutura. Um exemplo é a BR 277, na região oeste, que, apesar do alto valor de pedágio, ainda possui pista simples.”

Cláusula de reajusteEm novembro do ano passado, quando o Governo do Estado aprovou o reajuste de 4,69% nas tarifas de pedágio, o aumento chegou a ser alvo de uma ação judicial do Fórum Nacional Contra o Pedágio. No entanto, o diretor regional da Associação Brasileira de Concessionárias Rodoviárias (ABCR) no Paraná, João Chiminazzo Neto, explica que o reajuste anual da tarifa é amparado por uma cláusula dos contratos de concessão, que permite a revisão tarifária à medida que os índices reguladores do setor sofram inflação nesse período. Segundo ele, um dos fatores que mais têm impacto sobre as condições do

pavimento das rodovias paranaenses é o excesso de peso dos veículos, que não tem sido devidamente controlado pelo Estado. “O governo não tem nos fornecido efetivo policial para estabelecer o devido controle sobre esta situação. É o nosso maior problema hoje nas rodovias do Paraná”, aponta. A Concessionária Econorte tem sob sua responsabilidade torno de 350 quilômetros das rodovias de todo o Paraná. O contrato com o Governo do Estado prevê a manutenção, restauração e conservação de todo esse perímetro, além de serviços operacionais como guincho, inspeção, pré-hospitalar e bases operacionais.Embora não informe o percentual de investimento em relação ao faturamento do pedágio, a empresa garante ter realizado em 2012 a restauração e manutenção de 67 quilômetros de rodovia. Para 2013, está prevista a manutenção e restauração de mais 88 quilômetros.Sobre a necessidade de duplicação de vários trechos em pista simples, a Econorte promete tomar medidas, mas estas não devem se concretizar para breve. “Está prevista a duplicação, mais ao final da concessão (que expira em 2021), até Cornélio Procópio. Também estamos elaborando projeto para implantação de terceiras faixas no trecho entre o KM 101 e o KM 95 da BR 369”, afirma Cássia Romanow, assessora de Comunicação da Econorte.

“Praticamente não vimos nenhuma

duplicação de pista ao longo de 15 anos. É como se não houvesse gerado benefício

nenhum”, reclama o presidente

da Cooperativa Integrada, Carlos

Murati

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Taxa interna de retorno (TIR) de 22%, passivos judiciais próximos do impagável, valores tarifários entre os mais altos do país e um dos mais caros do mundo e quase nenhum retorno de infraestrutura expressivo em 15 anos de concessão. Esses são alguns motivos numerados pelo engenheiro agrônomo Álvaro Cabrini Júnior, ex-presidente do CREA-PR e atual assessor parlamentar da entidade, uma das integrantes da Comissão Tripartite do Pedágio, para defender a extinção dos atuais contratos com as seis empresas concessionárias das rodovias do Anel de Integração. “Renovar esses contratos nos moldes em que foram feitos em 1997 é condenar o Paraná à morte econômica, porque estamos com o nosso desenvolvimento travado”, afirma. Segundo Cabrini Júnior, as normas contratuais “leoninas” firmadas entre o ex-governador Jaime Lerner, que buscava a reeleição e por isso baixou a tarifa em 50%, e as concessionárias, desobrigadas a investir em infraestrutura pesada até 2014, fato amplamente divulgado pela imprensa, foi a sentença de morte da economia do Estado, principalmente do interior. Contratos que possibilitam retorno seguro aos investidores privados e garantam modicidade tarifária a ponto de promover o desenvolvimento equitativo da região já são realidade no Brasil. De acordo com o assessor parlamentar do CREA-PR, os novos editais de concessão rodoviária lançados pelo DNIT exigem a duplicação antes do início de cobrança do pedágio, taxa interna de retorno no máximo a 5% e duração contratual de 30 anos, um modelo diferente do que está em

vigor no Paraná há quase 20 anos. “Tudo depende do edital de licitação, por isso defendo que os contratos que terminam daqui a 10 anos devam acabar, e com eles todo o passivo judicial. Seria um crime para o Paraná a prorrogação dos mesmos. As concessionárias poderiam participar de outro processo licitatório, sob outras condições e nova modelagem, e não sob essa que está aí e já se mostrou ineficiente, que cobra e não faz”. Em abril o CREA-PR deve lançar um livro sobre os novos modelos contratuais que servem do capital privado para concessionar rodovias, ferrovias etc. O objetivo é apresentar uma nova visão de captação de dinheiro privado para investir em obras públicas que permitem o retorno financeiro com segurança jurídica, modicidade tarifária e atuação regulada. “Hoje sabemos que há desequilíbrio econômico-financeiro no atual modelo de concessão em desfavor da sociedade, que está pagando muito caro por um retorno que não tem”, diz Cabrini Júnior.Ele faz uma provocação ao comparar a malha viária do Paraná com a de Portugal, país com mais de 2 mil quilômetros de rodovias duplicadas. Já o Paraná, que tem o dobro do tamanho do país europeu, ainda não tem mil quilômetros duplicados. “No começo do século 21 nós sequer chegamos perto daquela que é considerada a pior malha viária da Europa. Como vamos pensar num PIB gigante nesse país que quer ser essa grande potência sem projetar algo melhor e grandioso na nossa infraestrutura para daqui 30 anos? Temos de pensar isso agora. Projetos de engenharia não são feitos em uma semana.”

“Renovar os contratos é condenar o Paraná à morte econômica”

Com a palavra, o governoO Governo do Paraná reconhece que o custo do pedágio no Paraná precisa ser revisto, mas defende que o debate seja fundamentado em dados técnicos, econômicos e jurídicos, e não em discursos políticos e brigas judiciais. Segundo o secretário do Estado de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, a politização do assunto serviu apenas para travar o cronograma de obras e investimentos nas estradas por quase 15 anos. “A gestão passada preferiu brigar com as concessionárias ao invés de cobrar investimentos. O resultado é que obras importantes ficaram paradas”, alega Richa Filho.Entre as ações adotadas pelo governo para atender as reivindicações dos usuários por tarefas menores e melhores condições nas rodovias, o secretário destaca a criação da Comissão Tripartite e da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná (Agepar), sendo que à primeira cabe a fiscalização dos serviços prestados pelas concessionárias, e à segunda a negociação das atribuições e investimentos. “A retomada dos investimentos é uma preocupação do governo. Esse estudo servirá para corrigir distorções e negociar a ampliação de investimentos. O governo já iniciou o diálogo com as concessionárias e obteve avanços. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) também está cobrando a inclusão de obras, sem que haja alta do valor do pedágio”.Sobre o modelo de concessão vigente, Richa Filho partilha da opinião do segmento empresarial de que não é o mais adequado para o cenário atual, porém observa: “Não é fácil romper judicialmente os contratos. Existe uma série de restrições que impedem algumas modificações. A saída é o diálogo e a negociação”.

Equipe de reportagem: Felipe Brandão, Giovana Campanha, Janaine Stoco,

Jaqueline Ribeiro, Jean Paterno, Maristela Moraes, Rosângela Gris e Thaís Helena

Ferreira Neto.

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Por Susan Naime

Uma comissão criada pela Câmara Municipal de Londrina está analisando os reflexos causados pela lei aprovada em 2004, que permite que servidores apresentem certificados para conseguir promoções e aumentos nos salários. Uma carga mínima de 100 horas garante reajustes que variam de 2,5% a 10,4%. Metade dos 55 servidores efetivos recebe o teto de R$ 13 mil – mesmo salário que o prefeito Alexandre Kireeff (PSD). No entanto, ainda não se sabe quantos funcionários foram beneficiados pelos certificados. A comissão quer descobrir quem são essas pessoas e revogar a resolução que permite o benefício. Os vereadores reconhecem que a lei é legal, mas imoral. Enquanto a investigação estiver em curso, nenhuma promoção será assinada pela Câmara. O presidente do Legislativo, Rony Alves (PTB), não descarta impetrar na Justiça uma solicitação para que as promoções concedidas de forma irregular no passado sejam canceladas. O benefício também está sendo questionado pelo Ministério Público.

Na mira da sociedadeO novo mandato da Câmara Municipal de Vereadores reflete o recado da sociedade: renovação no cenário político de Londrina. Prova disso é a troca de 58% dos seus representantes políticos em relação à última legislatura. Dos 19 vereadores, oito conseguiram se reeleger. Aqueles que tiveram os seus nomes envolvidos em escândalos não conquistaram uma cadeira no plenário. Em meio à mudança e continuidade, as desavenças partidárias ainda não apareceram e o elo institucional entre Executivo e Legislativo aparenta se manter de forma harmoniosa. O discurso

CERTIFICADOS: ISSO ESTÁ CERTO?Metade dos 55 servidores efetivos da Câmara recebe salário igual do prefeito. Pode até ser legal, mas é moral?

em defesa da ética e transparência é unânime entre os parlamentares. O desafio agora é que ele persista – e se transforme em ações efetivas.

Novatos x veteranosA primeira vitória dos veteranos veio quando Rony Alves conquistou a presidência da Câmara. Gustavo Richa (PHS) assumiu como vice. Porém, os novatos saíram na frente e abocanharam 8 das 13 comissões permanentes do Legislativo. Inclusive, as duas mais importantes: Justiça e Finanças.

ZoneamentoNovos projetos ou velhos conhecidos da casa já provocaram articulações nos bastidores. Os que preveem alterações no zoneamento não têm data para serem discutidos na Câmara. Os autores retiraram os seus projetos de pauta a pedido da líder do Executivo, a vereadora Elza Correia (PMDB). Ela sugeriu que os colegas aguardassem o envio do projeto de uso e ocupação do solo, o que pode acontecer em 90 dias. Em dezembro de 2012 a matéria foi retirada de pauta definitivamente após denúncias de modificações fraudulentas no texto. Na remessa das matérias retiradas de pauta está o projeto de autoria do vereador Rony Alves, que altera o zoneamento próximo a avenida Madre Leônia Milito para a instalação do Hipermercado Angeloni.

TransparênciaO poder público nunca esteve tão em evidência. E o Observatório de Gestão Pública de Londrina também está com os olhos e ouvidos voltados aos novos políticos de Londrina. A entidade quer transparência total nos trabalhos realizados pelos vereadores e informou que trabalhará a mil por hora no projeto de fiscalização do Legislativo.

Qualidade no transporte públicoOutro ponto tocado em quase todas as sessões desse mandato diz respeito ao reajuste da tarifa do transporte coletivo, anunciado pelo prefeito Alexandre Kireeff. O discurso dos vereadores esteve sempre alinhado à qualidade dos ônibus. A cada 15 dias o Sinttrol, o Metrolon e o poder público vão se reunir para tentar melhorar a qualidade do transporte na cidade. O desafio se estende ao Legislativo, que promete ficar de olho.

Falta de quórumA Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu) também repercutiu no plenário. A promotora do Meio Ambiente, Solange Vicentin, foi buscar apoio para a continuidade do trabalho. Entidades como a ACIL, Abrasel e Abrabar questionaram a forma como a Aifu vinha sendo conduzida durante as abordagens de bares e casas noturnas da cidade. Segundo a promotora, alguns órgãos já deixaram de participar da operação devido à deficiência no quadro profissional. Ela informou que irá pedir uma reavaliação do Código de Posturas em relação ao comércio que vende bebidas, além de audiências públicas para discutir o assunto.

O presidente da Câmara, Rony

Alves (PTB), não descarta entrar na Justiça para

reverter possíveis promoções irregulares

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ELEIÇÕES 2014

Por Fernanda Bressan

Quando as próximas eleições chegarem, todos os eleitores de Londrina e Tamarana terão obrigatoriamente que ter feito o recadastramento biométrico. A nova tecnologia – que vai reconhecer o eleitor pela impressão digital – chegou à cidade e vai trazer ainda mais segurança ao processo. Desde o dia 4 de março o Fórum Eleitoral já está fazendo o recadastramento. Em Londrina, são 361 mil eleitores; outros 9 mil eleitores de Tamarana também passarão pela ação que segue até o dia 6 de setembro.Mas para quem acha que terá bastante tempo para ir atrás do recadastramento, o juiz eleitoral Ademir Ribeiro Richter faz uma

BIOMETRIA CHEGA A LONDRINA

conta simples que ilustra como o movimento será grande: “teremos 130 dias úteis de atendimento para os 370 mil eleitores. Isso dá uma média de 2,9 mil pessoas por dia”, alerta. Por isso o desembargador Rogério Coelho, que é presidente do TRE, orienta que as pessoas não deixem para a última hora: “Quanto antes melhor! E peço aos eleitores que façam o agendamento pela internet pois eles terão atendimento preferencial”, orienta. Quem não puder agendar, terá que ir ao Fórum Eleitoral, retirar senha e aguardar atendimento na fila.O agendamento é feito pelo site do TRE (www.tre-pr.jus.br). Na página, do lado esquerdo, há um link chamado “agendamento Londrina”. Segundo o

presidente do TRE, haverá estrutura para atender uma média de 3 mil eleitores por dia. O horário de funcionamento será das 9 às 18 horas, ininterrupto. Para se recadastrar é preciso levar o título de eleitor, um documento com foto e comprovante de endereço. “Quem não fizer o recadastramento terá o título cancelado”, alerta Rogério Coelho. E, com isso, ficará impedido de realizar ações que exigem regularização eleitoral, como participar de concursos públicos e tirar passaporte para viagens internacionais.Segundo ele, a ação é uma modernização do sistema, que teve início em 2008. “Esperamos que até 2018 todos os eleitores estejam cadastrados”, projeta.

Recadastramento começou dia 4 e é obrigatório para todos os 370 mil eleitores da região

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HOMENAGEM

Por Edson Vitoretti

O retrato do altruísmo perdeu recentemente um dos seus mais perfeitos enquadramentos: Airton Procópio dos Santos, o “Caximbo”, aos 66 anos, foi “enquadrar o infinito”, nas palavras do jornalista Salvador Francisco. Nesta homenagem, retrataremos o Caximbo ser humano, que moldou o Caximbo profissional, e conquistou o respeito dos colegas de profissão.

Moldura de generosidadeEm tempos em que o conhecimento faz toda a diferença na vida das pessoas, talvez a maior expressão de generosidade seja uma vontade natural de ensinar o que se sabe. Caximbo sabia muito e transmitiu esse conhecimento a inúmeros profissionais. Um deles, Eduardo Anizelli,

RETRATOSDE UMA

LUZCaximbo, um fotógrafo que resplandeceu lições de humanidade e brilhou sem ser estrela

repórter fotográfico da Folha de São Paulo. “Eu devo cem por cento da minha carreira a ele. Quando comecei a estagiar com o Caximbo, não sabia nem o que era uma câmera”, diz Anizelli, que começou a trabalhar com Caximbo aos 17 anos de idade. No estágio, Caximbo apoiava o discípulo, extrapolando as funções de mestre: “Ele viu que eu estava em dificuldade e pagava minha passagem de ônibus pra eu aprender tudo de graça no estúdio dele”, lembra Anizelli.Quando Caximbo era editor de fotografia do jornal Panorama, convidou José Marques, o “Negativo”, então com 18 anos, para trabalhar com ele. “Ele me ensinou tudo de fotografia. Ele não era do tipo que não ensina com medo de que o outro fosse ficar melhor que ele. No estúdio dele sempre tinha alguém aprendendo. Quando a gente ia fazer casamentos, ele dava a câmera dele pra gente treinar no momento mais importante, na hora das alianças. Hoje, ninguém faz isso”, diz Negativo.

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Caximbo não se contentava em chamar pessoas para aprender de graça em seu estúdio. Quando alugava o local para outros profissionais, fazia questão de ajudar no trabalho dos outros. “O cara acabava de fazer um curso de fotografia e vinha no nosso estúdio pra trabalhar. Só que era meu pai quem se prontificava a montar tudo, a iluminação, tudo. Aí o cara vinha e só apertava o botão”, relata Fábio Procópio dos Santos, filho de Caximbo.O gosto por ensinar era autêntico em Caximbo, uma disponibilidade inerente, pela qual não esperava nada em troca. Josoé de Carvalho, repórter fotográfico desta revista, certa vez precisou de um pedaço de filme num evento. Recorreu ao Caximbo, que de pronto lhe doou o filme. “Uma semana depois fui agradecê-lo e entregar outro filme a ele, que me disse surpreso: ‘você é um dos poucos que devolvem’”, relata Carvalho.Essa generosidade de Caximbo foi presenciada várias vezes por Fábio dos Santos. “Muitas pessoas tinham ido ao velório e dito que meu pai as tinha

ajudado sem cobrar nada. Se eu for cobrar todas as fotos de casamento que meu pai fez de graça, passaria o ano só fazendo isso.” Caximbo também não cobrava a locação do estúdio para certos trabalhos, como para eventos solidários ou educativos, “mesmo que a gente estivesse passando por dificuldade em casa”, diz Fábio.O dar de si de Caximbo acontecia até com a concorrência. Eduardo Anizelli conta que Caximbo perdera uma concorrência para um outro fotógrafo que depois resolveu locar o estúdio do Caximbo para fazer o trabalho. Caximbo não só o recebera como se ofereceu para ajudar gratuitamente na produção da foto. “O cara não sabia iluminar a foto direito, e o Caximbo iluminava pra ele! As pessoas ficavam espantadas, porque o Caximbo tinha perdido a concorrência pro cara e estava ajudando ele!”, comenta Anizelli.Essa disposição para ajudar quem quer que fosse era a marca de Caximbo. Certa vez a mãe de um rapaz com síndrome de Down lhe pediu para ensinar fotografia ao

filho, e Caximbo lhe ensinou tudo o que sabia. “Esse foi um trabalho muito lindo. No dia que o menino estava apresentando suas fotos num evento, o Caximbo se emocionou muito. Ele tinha muito orgulho de ter ajudado. E eu tive muito orgulho de ser amiga do Caximbo”, conta Elvira Alegre, repórter fotográfica.

Ângulo de tomada: paciência e tranquilidadeEsse desapego de Caximbo com o que tinha e com o que sabia é próprio daqueles que também são desapegados ao tempo, de hábitos pacientes, afeitos à tranquilidade. Domingos Pellegrini conta como era essa a peculiaridade de Caximbo. “Ele não tinha pressa. Nunca. Fotografando, estava sempre tão tranquilo que um dia falei: ‘Caximbo, de ansiedade você não morre, né?’. E ele, ajeitando tripé com uma lenta meticulosidade, falou sorrindo: ‘É. Por que vou fazer depressa o que mais gosto de fazer?’”.Eduardo Anizelli conta uma passagem de quando Caximbo quase estagiou na Folha de São Paulo. O jornalista que o recebera disse que em São Paulo era muita correria, que mal dava tempo de ver os filhos, e então Caximbo decretou: “Ah, não quero isso pra minha vida, não. Vou ficar em Londrina mesmo”, relata Anizelli.Fábio viu de perto o jeitão tranquilo do pai, mesmo com relação a problemas domésticos. “Todos os meses era um estresse com minha mãe por causa da conta de luz. Ele dizia com a maior calma: ‘Acho que tenho que pagar a luz’, e a luz já tava cortada há tempos”, diz.

Foco de solidariedade e companheirismoSe não se importava muito com seus problemas, Caximbo se importava bastante com os problemas dos colegas. “Caximbo tinha uma preocupação enquanto classe de se reunir, de se unir, de conversar, coisa que não vejo nos novos,

REVISTA MERCADO EM FOCO | MARÇO DE 2013 WWW.ACIL.COM.BR

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que parecem autossuficientes, se vendo como concorrentes”, conta Milton Dória, fotógrafo.A preocupação de Caximbo com a formação de mão de obra londrinense era visível. O jornal Panorama ficou famoso por trazer jornalistas de outros lugares para cá. Délio César conta que Caximbo era contra: “Como editor de fotografia do Panorama, o Caximbo fez o contrário. Em vez de trazer grandes jornalistas de São Paulo, ele foi formando todo mundo lá dentro. E o Caximbo foi um mestre nisso”, diz.O companheirismo de Caximbo vinha quando mais se precisava dele. Quinze dias antes de se casar, o jornal em que o repórter fotográfico Negativo trabalhava, o Panorama, acabou. Dias depois, Caximbo chamou Negativo: “Ô meu, você marcou esse casamento e agora tem que pagar seus móveis. Vem trabalhar comigo”. O convite era para trabalhar na recém-criada agência de propaganda CGD, apelidada de “Central Geral dos Desempregados”. Negativo, grato, relata: “Ele deu um jeitinho de me ajudar, porque no serviço que ele fazia lá não precisava de ninguém pra ajudá-lo”, conta. A competitividade exacerbada entre os jornalistas era criticada por Caximbo. “Naquele tempo, os fotógrafos nem se cumprimentavam. O Caximbo fazia questão de cumprimentar todos, até quem ele não conhecia, pra tirar esse mito de que nós somos adversários”, diz Negativo.

Ética e humildade em profundidadeSegundo Paulo César Boni, professor de fotojornalismo da UEL, Caximbo foi a grande escola da fotografia de Londrina, mas não alardeava isso. Josoé de Carvalho tem uma boa definição sobre a humildade de Caximbo: “Ele brilhava sem ser estrela. Era uma pessoa acessível e atenciosa”.

No começo do estágio com Caximbo, Eduardo Anizelli ficou feliz por ter feito uma foto do ministro da Agricultura tocando sanfona na Exposição Agropecuária de Londrina. A foto teve grande repercussão. No ano seguinte, um outro fotógrafo fez a mesma foto, e Anizelli achou que o colega havia lhe roubado a ideia. Caximbo chamou Anizelli e disse: “Você fez uma boa foto ano passado. Parabéns pra você. Esse ano, outro fez uma boa foto. Parabéns pra ele. Se você queria algo único, por que não pediu pro ministro tocar guitarra?”. Caximbo disse essas palavras com a maior tranquilidade, mas Anizelli sentiu-as como se estivesse “apanhando de cinta”. Ainda no campo da ética profissional, Fábio dos Santos conta que Caximbo “nunca foi desleal. Nunca abaixou o preço pra ganhar uma concorrência”.

Negativo e a luz de DeusNegativo relata que Caximbo, sempre que possível, preferia fotografar com a luz natural em vez da artificial. “Ele dizia que queria usar a luz de Deus”, conta. Quando aprendemos algo com alguém, esse aprendizado fica estampado em nós, como quando a luz incide num negativo. Abaixo, relatos de pessoas que absorveram a luz de Caximbo, num processo de impressão de caráter e sabedoria de viver.“Aprendi com o Caximbo a ser uma profissional honesta, a não passar por cima dos colegas pra ser importante. Aprendi a fazer um trabalho verdadeiro, correto, a estender a mão. Aprendi a não trabalhar sozinha, a dividir o trabalho, como o Caximbo fazia”, conta Elvira Alegre.“Aprendi que quando você serve uma pessoa, mesmo com uma pequena coisa, aquilo é o suficiente pra deixar essa pessoa feliz. Ele me serviu com um pedaço de

filme, e eu sou grato a ele até hoje”, diz Josoé de Carvalho.“Aprendi a ter paciência pra conversar, a ser humilde, companheiro, prestativo, só coisas de caráter. Na UEL, eu usei isso, e por isso as pessoas gostam de mim lá”, afirma Negativo.Sem os óculos, Caximbo via a vida de dois planos. Por um olho, a visão ficava mais acima, e pelo outro, mais abaixo. Essa diferença ocular, adquirida numa batida de carro, pode ser comparada às diferenças que separam os homens, que os levam ao egoísmo e ao individualismo. Para essas diferenças, Caximbo não tinha olhos, pois nunca as levou em consideração. Ao contrário, ele contemplava o próximo com o mais genuíno olhar da igualdade. Se uma fotografia é boa quando nos atrai o olhar como um imã, o mesmo acontece quando um ser humano é bom. Numa época em que a competição desfoca o companheirismo, Caximbo atraiu olhares de todos por seu comportamento ético, generoso, solidário e humano.

Caminho iluminadoCaximbo começa no jornalismo como cinegrafista na TV Tibagi, em 1969, a convite de Délio César. No mesmo ano, entra na Folha de Londrina, como colunista esportivo e repórter fotográfico. No começo dos anos 70 trabalha no Novo Jornal e em 1974 assume a editoria de fotografia do jornal Panorama. Em 75, entra no ramo da publicidade, e cria as agências CGD, e em seguida, a RAF Propaganda. No início dos anos 90, constrói seu famoso estúdio e intensifica atividades na publicidade e na fotografia social.

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DICASCULTURAIS

A partir desta edição, a Revista Mercado em Foco oferece aos leitores esta coluna com indicações de livros e filmes. Envie sugestões pelo e-mail [email protected]

TRÊS LIVROS E UM FILMEO Físico, de Noah Gordon O drama remete o leitor ao século XI, um tempo marcado pela brutalidade. No entanto, com extrema delicadeza, narra a vida de um homem que dedica sua vida à cura e ao exercício da medicina. Nascido na Inglaterra, vai à Pérsia em busca do sonho de cursar medicina. Com poderes místicos, pressente a

morte nos pacientes. Em um mundo brutalizado na Europa até os encantamentos da Pérsia, uma viagem cheia de emoções e narrativas repletas de detalhes. O livro trata de paixões, traição, riqueza e miséria. O primeiro – e o melhor – de uma trilogia (O Xamã e A Escolha da Dra. Cole ) de três gerações de médicos que ao longo de dez séculos transmitiram aos seus descendentes esse poder mediúnico de sentir a morte e promover a cura. (Obra indicada pelo empresário David Dequêch Neto). Serviço:O Físico, de Noah Gordon. Tradução: Aulyde Soares Rodrigues 596 páginas. Editora: Rocco.

Cartas a um jovem empreendedor, de Ozires Silva Criador da Embraer, uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo, Ozires Silva conta a história de sua vida neste livro de poucas páginas, muita intensidade e conselhos preciosos para as pessoas que desejam empreender no Brasil. Com sua experiência de aviador,

Ozires divide o livro em cinco partes, que correspondem às fases de qualquer empreendimento humano: 1) sonho de voar; 2) plano de voo; 3) decolagem; 4) voo de cruzeiro; e 5) pouso. O pouso, contudo, não significa o fim da viagem, apenas uma pausa para avaliar os próximos passos e os novos destinos. Escrito em linguagem simples, como se fosse uma tranquila conversa com o leitor, o livro faz um diagnóstico das dificuldades que o empreendedor fatalmente encontrará pelo caminho. Uma lição de otimismo em pouco mais de 100 páginas. Especialmente recomendado a todos que sonham com o sucesso empresarial.Serviço: Cartas a um jovem empreendedor, de Ozires Silva. 130 páginas. Editora Campus/Elsevier.

A mentalidade anticapitalista, de Ludwig von MisesMaior nome da escola austríaca de economia, Ludwig Von Mises (1881-1973) defendia a liberdade de empreendimento como pressuposto básico da liberdade individual humana. Para Mises, o

livre mercado e o direito à propriedade são os alicerces de uma sociedade justa e democrática. Certa vez ele afirmou: “Se a história pôde provar-nos e ensinar-nos algo, é que a propriedade privada dos meios de produção é um requisito

necessário à civilização e ao bem-estar material. Todas as civilizações até hoje foram baseadas na propriedade privada. Apenas nações comprometidas com o princípio da propriedade privada deixaram para trás a penúria e produziram ciência, arte e literatura”. No livro A mentalidade anticapitalista, Mises mostra por que a economia de mercado, mesmo tendo levado o padrão de vida a um nível sem precedentes nos países que a adotaram, sofre tantas críticas por parte de intelectuais e setores da mídia. O autor busca as raízes históricas do preconceito contra a liberdade econômica. Serviço: A mentalidade anticapitalista, de Ludwig von Mises. Tradução: Carlos dos Santos Abreu. 84 páginas. Editora: Instituto Liberal. Para obter versão gratuita em pdf, acesse o site mises.org.br

Lincoln, de Steven SpielbergEm 19 de novembro de 1863, o presidente americano Abraham Lincoln fez o Discurso de Gettysburg. Foram apenas 269 palavras, ditas em dois minutos,

mas que se tornaram uma das mais importantes peças de oratória em todos os tempos. Meses antes, aquele local havia sido palco de uma sangrenta e decisiva batalha da Guerra Civil Americana. ” O filme Lincoln, de Steven Spielberg, não mostra a cena do discurso; concentra-se nos últimos quatro meses de vida do presidente americano, narrando as tentativas de paz entre o Sul e o Norte do país e as complicadas lutas de bastidores para aprovar o fim da escravidão no Congresso dos EUA. Daniel Day-Lewis, vencedor do Oscar de melhor ator, personifica um Lincoln inesquecível, repleto de angústias e contador de histórias. Embora o filme todo seja interessante, há pelos menos três cenas antológicas: a visita a um hospital de guerra, a conversa do presidente com dois jovens telegrafistas e a tomada inicial, quando Lincoln fala com dois soldados negros.Ficha técnica: Lincoln, EUA, 2012. Direção: Steven Spielberg. Roteiro: Tony Kushner, John Logan e Paul Webb. Elenco: Daniel Day-Lewis, Tommy Lee Jones, Sally Field, James Spader. Duração: 153 minutos.

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Associação Comercial e Industrial de Londrina Rua Minas Gerais, 297, 1º andar, Londrina, PR

Av. Saul Elkind, 1820 | Regional Nortewww.acil.com.br

Negociação de vendasSidney Kayamori01 à 03 de abril19h às 22h• Avendacompetitivanomercadoglobalizado

• Asqualidadesdoprofissionaldevendas

• Estratégiadevendasenegociação• Fechamentodasvendas• Oreforçopositivodopós-vendaNãoassociadosR$160,00AssociadosR$80,00

Palestra: comunicação no mercado de trabalhoDra. Roseane Cristina Beleze Martha02 de abril19h30 às 21h30• Oprocessoeaimportânciadacomunicação

• Otipodecomunicador• Ruídosdacomunicação• Imagemcorporalxvoz• RegrasdacomunicaçãoeficazNãoAssociadosR$60,00AssociadosR$30,00

Elabore o planejamento estratégico de sua empresa de forma prática e com foco em resultadosRegina nakayama15 a 17 de abril19hs às 23h• Definirmissãoevisãodefuturo• Analisarosambientesinternoseexternos

• Definirosobjetivos,metaseestratégias

• Elaboraroplanodeação• AvaliarosindicadoresderesultadosNãoassociadosR$160,00AssociadosR$80,00

Uma vitrine que vendeCristiani Basso15 à 17 de abril19h ás 23h• Opontodevenda–VisualMerchandising

• Aestruturadavitrina• Aexposiçãodosprodutos• Iluminação• Ousodacor• Dicasesugestõesparadatascomemorativas

NãoassociadosR$160,00AssociadosR$80,00

Vendendo o invisível – venda de serviçosNatasha bacchi22 e 23 de abril19h às 22h• Habilidadesetécnicasdevendas:etapasdavenda

• Comoinvestigaranecessidadedocliente

• Apresentaçãodoserviço• OcomportamentoquevendeNãoassociadosR$120,00AssociadosR$60,00

Agenda abril 2013

FINANÇAS GESTÃO DE RH DIVERSOSMARKETINGATENDIMENTO E VENDAS WEB

WorkshopComportamento do consumo femininoSheila Dal Ry Issa25 de abril19h às 23h• Novoperfildeconsumo• Comoidentificaroperfildomeusegmento

• Planodeestratégiasparadesenvolverminhasvendas

NãoassociadosR$90,00AssociadosR$45,00

A importância do feedback no processo de gestão de pessoasFilomena R. Storti Mineto26 e 27 de abrilDia 26 – 19h às 22hDia 27 – 8h às 18h• Comunicaçãointerpessoal• Conceitodefeedback• Comosuperarasdificuldadesnatrocadefeedback

• Darereceberfeedback• Janeladejohari• Tabuleirodeassertividade• FeedbackemgrupoNãoassociadosR$160,00AssociadosR$80,00

Curta

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EM MARÇO

Por Fernanda Bressan

Em março, o Centro de Capacitação da ACIL abre espaço para dois cursos diferenciados, ambos voltados para o empresário e profissionais liberais: Oratória e Coaching. O primeiro acontece nos dias 15 e 16. Já o treinamento em Coaching será realizado em 10 encontros, sempre às terças-feiras. Para este último serão apenas 10 vagas.Mas, o que é Coaching? Segundo a psicóloga e Master Coach Gislene Isquierdo, que ministrará o curso, trata-se de um processo de desenvolvimento com foco no alcance de resultados positivos. “O Coaching é o processo que visa elevar a performance de uma pessoa, grupo ou empresa, aumentando os resultados positivos por meio de metodologias, ferramentas e técnicas cientificamente validadas. Um trabalho direcionado à conquista de objetivos específicos e na obtenção de resultados planejados. É um processo de aprendizagem e desenvolvimento de competências comportamentais, psicológicas e emocionais”, define.Isso significa que a técnica traz benefícios para a vida como um todo, não apenas para o lado empresarial. Uma maneira de se

Gislene Isquierdo: “O Coaching leva a pessoa a descobrir suas próprias

respostas, a desenvolver habilidades necessárias para conduzir com

responsabilidade e sucesso sua própria vida, carreira e relacionamento”

ACIL realiza treinamento em coaching para empresários e profissionais liberais

aperfeiçoar como pessoa, como profissional e buscar o bem-estar em todas as situações. Resumindo, uma forma de dar um upgrade na forma como você vive e conquista as coisas, uma ferramenta para ajudar a realizar e alcançar melhores resultados. “O Coaching não é terapia, pois seu foco está no futuro; não é consultoria, pois o coach não dá respostas; não é treinamento, pois ele promove ações contínuas com o acompanhamento dos resultados. O Coaching leva a pessoa a descobrir suas próprias respostas, a desenvolver habilidades necessárias para conduzir com responsabilidade e sucesso sua própria vida, carreira e relacionamento”.O trabalho pode ser feito em nível pessoal e profissional. Este último tem como foco a evolução da carreira, performance de times, líderes e dos negócios. O desenvolvimento das lideranças será o foco do treinamento a ser realizado na ACIL. “No cenário atual, em que o mundo dos negócios exige cada vez mais eficiência, os líderes precisam ampliar a visão para detectar tendências que levem a organização ao sucesso. Por isso, um plano de desenvolvimento focado na melhoria do desempenho do líder aumenta ainda mais a motivação e eficiência da equipe. No Leadership Coaching o líder

irá identificar seus pontos fortes e áreas de desenvolvimento; aprimorar habilidades como, por exemplo, de dar e receber feedback, delegar e acompanhar, identificar e criar planos de ação colaborativa para o futuro, entre outras”.Segundo Gislene, o desenvolvimento é ideal para quem quer mudar comportamentos, está insatisfeito com a carreira ou mesmo com a vida, quer melhorar o desempenho e a liderança. “O Coaching está entre 1 dos 10 mais importantes processos de aperfeiçoamento humano, pois ele, além de trazer resultados positivos, encurta o tempo para o alcance desses. A função do coach é manter você altamente focado, motivado e organizado até que você conquiste seu objetivo. É um profissional que vai conduzindo você ao máximo potencial transferindo importantes conhecimentos e aprendizados que vão ser fundamentais em todos os momentos de sua vida. Você quer melhores resultados na sua empresa? Para a sua equipe? Você quer uma melhor performance nos seus líderes? Conheça o Coaching”, finaliza.

Informações sobre o curso: 3374-3011. Preço diferenciado para associados.

COACHINGELEVAPERFORMANCENA VIDA E NA

CARREIRA

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ANÁLISE

Por Alexandre Sanches

As incertezas sobre a economia mundial e seus reflexos no Brasil têm levantado dúvidas no meio empresarial de uma forma geral. Principalmente com as políticas aplicadas pelo governo federal, ora para incentivar a produção e, consequentemente, o consumo interno, ora para controlar a inflação e manter o câmbio em um patamar mais aceitável para o empresariado. Basta lembrar dos programas para reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em vários setores, como o automobilístico, a construção civil e a linha branca dos eletrodomésticos. Aliado a isso, a redução nos juros e crescimento na oferta de financiamentos também foram incentivados, assim como a recente redução da tarifa da energia elétrica.Os especialistas, de uma forma geral, veem com cautela essas medidas do governo e os seus reflexos para a economia brasileira em 2013, principalmente o intuito de

2013 TRARÁ CRESCIMENTOEconomistas e empresários esperam ano positivo, refletindo aquecimento de 2012, e defendem medidas econômicas para longo prazo

tentar barrar a inflação, considerando-as de reflexo imediato e de curta duração. O recente reajuste nos combustíveis é um dos motivos de preocupação com relação ao aumento generalizado dos preços, o que deve elevar a inflação brasileira neste ano.Apesar da análise de precaução, economistas acreditam que o ano ainda será de crescimento, tímido em certo momento, mas superior ao registrado em 2012, por conta da economia refletir o ano anterior.Um grande crítico do ministro da Economia, Guido Mantega, o economista e professor da Universidade Estadual de Londrina Renato Pianowski de Moraes acredita que a medida não deve ser de tentar incentivar o consumo no Brasil, mas sim de incentivar a produção e impor competitividade interna. “O consumo está mais do que estimulado. A propósito, está até endividando boa parte da população essa oferta desenfreada de facilidades. E faz tempo que vemos isso. E as medidas adotadas pelo governo são

apenas paliativas”, comenta. Para Pianowski, o governo tem é que frear a inflação urgente com medidas que não fiquem apenas na esfera imediatista tomadas há anos. Ele alerta que a coisa não está muito boa neste início do ano – em parte provocada pelas tradicionais contas como impostos e as dívidas assumidas com as festas de final de 2012 –, principalmente para o comércio, que está registrando sinais de paradeira. “Acabou o dinheiro do povo. Janeiro veio com diversos impostos e contas e os gastos a mais do final do ano. Para ajudar, tivemos o carnaval e a Páscoa já está aí, fazendo com que as pessoas queiram gastar com mais presentes”, ressalta.Ele diz que a situação da economia não está tão grave por conta do agronegócio e da construção civil, que continuam em alta e estão salvando o setor. “Porém, nas ruas, a gente está vendo que há empresas fechando as portas, que quem estava pensando em investir neste ano está com mais cautela.

A preocupação deveria ser de dar poder aquisitivo ao consumidor e, ao mesmo tempo, aumento de produção, o que geraria empregos e faria a economia ser equilibrada

Carlos Eduardo Boni,economista

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FALTA FAZER O QUE VEM SIDO DEBATIDO HÁ ANOS: A REFORMA TRIBUTÁRIA

Crescimento tímido

De maneira semelhante, mas um pouco mais otimista com 2013, o economista e professor da Unopar Carlos Eduardo Boni acredita no crescimento tímido da economia este ano, uma vez que este aumento em um país reflete o ano anterior. “Em 2011 o crescimento econômico foi restritivo. Em 2012

Apesar das críticas dos economistas às medidas econômicas adotadas pelo governo federal, o empresariado de Londrina está otimista, mas cauteloso, com um possível aquecimento comercial em 2013. O empresário e diretor comercial da ACIL, Marcelo Ontivero, acredita que o governo, diante do fraco desempenho em 2012, deverá renovar os estímulos fiscais em 2013, principalmente para o primeiro trimestre, mantendo incentivos para a linha branca, automóveis, renovando os estímulos fiscais. E com a política cambial aplicada atualmente, ele crê que a indústria, principalmente, será mais favorecida com as exportações.No entanto, Ontivero vê com cautela o incentivo ao crédito aplicado pelo governo, o que está levando a um quadro de inadimplência preocupante, principalmente para o mercado varejista. “O crédito pessoal vai continuar sendo incentivado e em crescimento. Porém,

tivemos um aquecimento da economia. E para este ano deveremos crescer em torno de 3%, o que será superior ao registrado no ano passado”, salienta, enfatizando que a inflação esteve controlada e que houve incentivo ao consumo e produção.No entanto, ele vê com cautela as medidas apresentadas pelo governo federal de controle da inflação e de crescimento no consumo, incentivando principalmente as classes C, D e E. E explica que essa questão está justificada no fato de que o desenvolvimento gera uma demanda que, consequentemente, vai gerar uma inflação. “O governo tem que tomar atitudes pontuais, mas não a curtíssimo prazo, como vem ocorrendo. As medidas estimulantes ao consumo são lindas. Porém, a longo prazo, não haverá produção suficiente para quem quer comprar, gerando a inflação, aumentando a taxa de juros e assim por diante. O que os nossos governantes estão adotando são políticas de curtíssimo prazo. Às vésperas de eleições, como ocorreu em

Marcelo Ontivero: “Temos que vender, mas temos, principalmente, que ajudar o cliente a não se endividar demais, senão nós é que

sentiremos os reflexos direto disso”

EMPRESÁRIO ACREDITA EM CRESCIMENTO ECONÔMICO EM 2013

2011, geram política de crescimento. Depois, a longo prazo, trazem de volta a inflação”, ressalta, lembrando que a política inflacionária é restritiva e gera uma frenagem no crescimento. “O governo tem que garantir o crescimento da economia, dando condições espontaneamente do mercado crescer, sem artifícios como a redução do IPI. A preocupação deveria ser de dar poder aquisitivo ao consumidor e, ao mesmo tempo, aumento de produção, o que geraria empregos e faria a economia ser equilibrada. Hoje o Brasil é muito deficiente em infraestrutura”, enfatiza. Na análise dos economistas, o que o governo deve fazer é primeiro incentivar a produção, fazendo com que tenhamos produtos para, posteriormente, de maneira ordenada, incentivar o consumo que será natural. Mas, principalmente, eles acreditam que o governo deve colocar em prática o que há décadas vem sendo debatido, mas que nunca é colocado em prática: a reforma tributária.

isso pode levar a uma inadimplência que vai ser sentida na ponta do mercado de consumo, ou seja, nas lojas. Por isso o setor varejista tem que ter cuidado e acompanhar o cliente para evitar este endividamento. Temos que vender, mas temos, principalmente, que ajudar o cliente a não se endividar demais, senão nós é que sentiremos os reflexos direto disso”, comenta.Para o empresário, hoje o mercado está com uma competitividade muito grande, principalmente o varejista, em que a margem de lucro está cada vez menor para poder concorrer com os grandes. “É preciso trabalhar muito em cima de números. Um erro na empresa, hoje, pode ser fatal para a empresa. A competitividade é fatal, pois hoje temos um mercado muito acirrado. Apesar de crermos em um crescimento, em um aquecimento nas vendas, é preciso trabalhar com cautela, sem sermos pessimistas”, salienta.

Renato Pianowski: “As medidas adotadas pelo governo

são apenas paliativas”

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MÊS DA MULHER

Por Thamiris Geraldini

A cada dia as mulheres estão alçando altos voos quando o assunto é desenvolvimento no mercado de trabalho. O aumento da escolaridade feminina, a redução do número de filhos nas famílias e as mudanças nos padrões culturais, contribuíram para alavancar a visibilidade da mulher no âmbito profissional. Segundo dados do Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no fim do ano passado, a inserção da mulher no mercado de trabalhou cresceu em 24% de 2000 a 2010.Mas não só o ingresso da mulher no mercado de trabalho que é um dado digno de ser considerado. Hoje elas também assumem comandos que antes eram prioritariamente encabeçados por representantes do sexo masculino. Mulheres estão cada vez mais engajadas em abrirem os seus próprios negócios e tornando-se empreendedoras reconhecidas em todo âmbito empresarial.Londrina tem o mercado emergente em se

tratando desta questão.O talento empreendedor, a capacidade administrativa e a educação gerencial são atributos que engrenam os empreendimentos femininos, cujo mercado é tão promissor.A empresária e proprietária da empresa Tacógrafos Londrina, Soraya Aparecida Cerqueira Rodrigues, é um exemplo disso. Depois de muitos anos como funcionária de uma fábrica, Soraya encarou o desafio de se tornar dona do próprio negócio. A motivação de empreender veio da necessidade de cuidar dos quatro filhos. Ela largou o emprego para trabalhar em casa e hoje colhe bons frutos desta decisão. “Eu sempre tive muita vontade de montar o meu próprio negócio, mas eu tinha muito medo. É sempre imprevisível, a gente nunca sabe exatamente se vai dar certo. Depois de alguns problemas em casa e a necessidade de cuidar dos meus filhos, resolvi arriscar e felizmente acabou dando muito certo. Comecei dentro da minha própria casa e hoje, com dois anos, estou firmada neste mercado e muito perto de ainda este ano avançar e deixar de ser uma

ELAS À FRENTE

DOS NEGÓCIOSEmpreender deixou de ser apenas uma exclusividade masculina, hoje são elas quem assumem os papéis e se destacam no meio empresarial

“Para a mulher abrir mão da profissão atual, o investimento deve ser seguro e focado em resultados em longo prazo”

Rosangela Khater, da ACIL

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CAPACITAÇÃO É PRIORIDADE PARA EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

microempreendedora”. De acordo com a presidente do Conselho da Mulher Empresária da ACIL, Rosangela Khater, é fundamental ter organização e planejamento financeiro. “Para abrir mão

Apesar da notável ascensão da mulher no mercado de trabalho de uns tempos para cá, ainda há uma divisão clara de atividades que são prioritariamente masculinas e outras femininas. Segundo dados do Censo Demográfico de 2010 do IBGE, as mulheres estão mais à frente de atividades tipicamente consideradas como ocupações femininas, ligadas à educação e aos cuidados pessoais, por exemplo. No comércio, elas representam 41,7% do total de empregados. A fim de regionalizar estes dados e, assim, conseguir traçar o perfil da mulher que empreende em Londrina, a ACIL está desenvolvendo uma pesquisa. Segundo o professor Cláudio Chiusoli, do Instituto Chiusoli, que será responsável por levantar as informações, a ideia é realizar uma pesquisa qualitativa e exploratória.

“A pesquisa nos dará a chance de descobrir quais são os setores que hoje mais contam com a presença feminina à frente dos negócios. A ideia é mapear o perfil das mulheres que empreendem em Londrina. Como a pesquisa conta com questões discursivas, conseguiremos entender quem são estas mulheres que encabeças empreendimentos de diversos setores da cidade”. De acordo com a professora Sônia Mendes França, que elaborou o questionário, o objetivo da pesquisa é definir o perfil das mulheres empresárias londrinenses. “A pesquisa também visa verificar o duplo desafio de ser mulher e empresária ao mesmo tempo. Pois se por um lado a família exige tempo e dedicação, o universo empresarial também requer desafios constantes, já que ser empreendedora de sucesso é de certa forma abdicar-se de algumas coisas. São funções

Pesquisa da ACIL vai traçar o perfilda mulher empresária em Londrina

Soraya Rodrigues, vencedora de prêmio do Sebrae: “Resolvi arriscar e felizmente acabou dando muito certo. Comecei trabalhando em casa”

da profissão atual, o investimento deve ser seguro e focado em resultados em longo prazo. Isso aumenta as chances de sucesso”, recomenda.A empresária Soraya também compartilha

desta opinião. Além disso, para ela, o que hoje garante a consolidação de um empresário no mercado é, sem dúvidas, a capacitação. “Faço cerca de três a quatro cursos por ano. Em Londrina temos diversas entidades que oferecem boas capacitações. Quem resolve se tornar um empreendedor deve sempre estar ligado a todas as novidades e cursos que proporcionam o desenvolvimento empresarial. Isso é extremamente importante para não perder o espaço”, acredita.Recentemente a empresária venceu o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios na Categoria Empreendedora Individual e vai representar o Estado na etapa Nacional que acontece no dia 7 de março, em Brasília.

distintas, mas requerem complementações e adequações não somente de horários, mas em saber lidar e conciliar trabalho e família”, diz.Além disso, a ideia é avaliar o quanto as empresárias de Londrina têm buscado se aperfeiçoar. Apontamentos definem que para cada ano de estudo há, em média, um aumento de 15% nos rendimentos do trabalhador brasileiro. Dessa forma, é inegável que dar continuidade aos estudos pode ser determinante para a manutenção e avanços nos negócios.“Ainda não sabemos qual o nível de escolarização da mulher empresária londrinense. A partir desta pesquisa será possível pensarmos em estratégias que possam contribuir para o desenvolvimento de competências que certamente contribuirão para o alcance dos objetivos da mulher empresária”, acredita Sônia.

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ELETROMETALCON 2013

INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS GERAM NEGÓCIOS

Por Aurélio Cardoso

Considerada uma das maiores feiras nacionais de inovação tecnológica, a EletroMetalCon 2013 - Feira Eletromecânica e Construção Civil- terá sua 9ª edição entre os dias 23 e 26 de abril, no Senai. O evento é uma parceria do Senai com o Sindimetal Londrina e o Sinduscon Norte/PR, com apoio institucional de entidades como a ACIL – Associação Comercial e Industrial de Londrina; a FIEP –Federação das Indústrias do Estado do Paraná; a ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos; o Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas; e o Londrina Convention & Visitors Bureau.De acordo com Alexandre Ferreira, gerente executivo do Senai, a Feira contribui com Londrina e região com aporte tecnológico e de desenvolvimento. “Além da expectativa da realização de bons negócios,

a EletroMetalCon contribui com mais inovação tecnológica para as indústrias de toda a região”.A organização da Feira prevê aumento de quase R$ 2 milhões nos negócios a serem fechados durante o evento. Na edição de 2012, a EletroMetalCon bateu inúmeros recordes e movimentou R$ 20.741.000,00. O evento reuniu 10.127 visitantes – entre empresários, profissionais das áreas envolvidas com a mostra, além de estudantes.“Estamos projetando que aproximadamente 12 mil pessoas visitem a Feira. Serão 80 expositores, lembrando que no ano passado foram 70. E esperamos que o montante em negócios chegue a R$ 22 milhões”, comenta o gerente executivo do Senai. “É um evento em que o empresário encontra tudo aquilo que precisa para o segmento industrial e da construção civil”, completa Ferreira.Com sede em Cambé, a MetalCam, importante empresa do segmento industrial

9ª edição da Feira Eletromecânica será entre os dias 23 e 26 de abril

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PRÊMIO FOMENTA INTEGRAÇÃO UNIVERSIDADE-EMPRESA

do Norte do Paraná, estará novamente na EletroMetalCon. O proprietário Pedro Raab prioriza a aproximação com os demais setores, possíveis clientes e fornecedores, e, para isso, sua empresa levará novidades para a Feira. “Para esta edição da Feira, adquirimos um espaço maior e mostraremos um sistema novo de barras de ancoragem para construção, que permite que o construtor utilize mais vezes, com grande economia”, explica Raab.As escoras metálicas substituem as feitas com árvores – em especial o eucalipto -, tendo ainda um cunho na sustentabilidade. A novidade também pode ser usada para diversas alturas e tipos de construção. O empresário enfatiza o canal que a Feira cria entre parceiros e clientes em potencial. “Nossos produtos foram mostrados durante a Feira no ano passado, conseguimos novos fornecedores e ampliamos nosso atendimento a clientes não só do Paraná, como de São Paulo e Santa Catarina”.

Também com sede em Cambé, a empresa de aquecedores Hidroconfort tem presença garantida na 9ª edição da EletroMetalCon, mostrando uma linha de produtos para o setor da construção civil. De acordo com gerente de vendas Angelo Pereira Guedes, a Hidroconfort tem grande know-how em aquecimento solar. “Este segmento está em alta no país e no mundo, especialmente por fatores como: aquecimento global, energias alternativas e sustentáveis, meio ambiente, entre outros. E vamos usar a visibilidade que a Feira tem proporcionado aos seus expositores para ampliar nosso leque de ação e clientela”.A empresa paranaense irá apresentar inovações na Feira, como uma linha de controladores eletrônicos para solar (banho e piscina), além de aquecedor para banheiras de hidromassagem com painel de temperatura digital 100% à prova d’água e toda linha de aquecedores solares.

Projetos Inovadores

Outra grande atração da Feira este ano é o V Prêmio Caixa de Projetos Inovadores, promovido em âmbito nacional, com a participação de estudantes e pesquisadores dos principais centros universitários. Os três melhores trabalhos selecionados serão apresentados no estande de Inovações Acadêmicas, e julgados durante a EletroMetalCon.Os vencedores receberão prêmios em dinheiro: 1º colocado – R$ 10 mil; 2ºcolocado – R$ 5 mil; e o 3º colocado – R$ 3 mil. O V Prêmio Caixa de Projetos Inovadores é uma realização do Sindimetal Londrina em parceria com o Sinduscon Norte/PR e o Senai em Londrina, e conta com o patrocínio da Caixa Econômica Federal.“O objetivo deste Prêmio é de fomentar sempre a integração entre a universidade e a empresa, expondo ao público projetos com inovações técnicas e tecnológicas para o desenvolvimento dos setores metalmecânico, eletroeletrônico e da construção civil”, afirma Valter Orsi, presidente do Sindimetal Londrina.Gerson Guariente, presidente do Sinduscon Norte/PR, lembra que na edição de 2012 o Prêmio Caixa de Projetos Inovadores contou com trabalhos de extrema relevância para os setores envolvidos com a mostra. “Novamente será uma ótima oportunidade de promover o desenvolvimento e a exposição de produtos de grande interesse para os segmentos que participam da Feira, principalmente para a nossa área da construção civil”.

Alexandre Ferreira: “A EletroMetalCon contribui com

mais inovação tecnológica para as indústrias de toda a região”

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A ordem dos fatores não altera o produto, mas às vezes é preciso

uma ordem em voz alterada para que o produto saia.

HUMOR

O problema de certas verdades inabaláveis da nossa juventude é que quando a gente fica velho abala muito saber que era tudo mentira.

Sejamos francos, agir de um modo honroso em qualquer situação hoje em dia dá no máximo uma menção honrosa.

Nosso sistema fiscal é altamente transparente: tudo o que você paga pode ser conferido publicamente em cada escândalo.

...

...

Um pessimista diz: “Este copo está meio vazio”.

Um otimista diz: "Este copo está meio cheio".

Já o governo diz: “O imposto será sobre as duas partes”.

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ARTIGO

Celebramos, neste ano de 2013, o Centenário de Nascimento de Dom Geraldo Fernandes, primeiro Bispo e Arcebispo de Londrina. Nasceu em Contagem (MG), de família pobre. Aos nove anos, devido à morte do pai, enfrenta a luta do trabalho para colaborar no sustento da família. Entrou no Seminário dos padres claretianos, tornou-se

sacerdote, depois Arcebispo, sendo antes Vice-Provincial dos claretianos e Reitor do Instituto Teológico de Curitiba.

Estudou em Roma e doutorou-se em Direito Civil e Direito Canônico. Foi membro da Comissão de Juristas da CNBB, professor na Faculdade de Direito da UEL em Londrina, assessor dos Tribunais Eclesiásticos do Brasil. Homem que pregou a sã doutrina com uma fé firme como o cedro do Líbano. Era articulista da revista Eclesiástica Brasileira e da revista dos Religiosos do Brasil. Escrevia artigos no jornal Voz do Paraná e mantinha um programa televisivo diário na TV Coroados cuja vinda para Londrina ele tanto apoiou.

Dom Geraldo foi membro da Comissão Preparatória do Concílio Vaticano II da CNBB e participou das sessões do Concílio em Roma. Esta experiência transformou sua vida, confirmando seu ímpeto missionário. Foi fiel às mudanças pastorais, litúrgicas, teológicas do Concílio, a ponto de se tornar um “Bispo dos pobres”. Pediu ao Papa a licença para deixar o cargo de Bispo de Londrina para ser missionário na áfrica. O Papa não aceitou o pedido, pelo contrário, nomeou-o assessor das Congregações Religiosas Femininas no Brasil. Mesmo assim, escreveu no seu Testamento Espiritual: “espero poder ir trabalhar na África”.

Em Londrina Dom Geraldo revelou-se um grande Estadista, homem de relações públicas cuja palavra era respeitada. Era ouvido e consultado pelos governadores, prefeitos, professores universitários e outras pessoas de influência. Muito colaborou no âmbito da educação, saúde, administração da nossa

DOM GERALDO FERNANDES, CENTENÁRIO DE NASCIMENTO

cidade. Até a respeito do Lago Igapó ele se pronunciou. Toda esta influência social de Dom Geraldo era para ajudar os pobres. Foi um baluarte na criação da UEL – a Universidade Estadual de Londrina. Cedeu os espaços da Catedral para o início da Faculdade de Odontologia e tudo fez em favor da criação da Faculdade de Direito e de Filosofia em nossa cidade. Participou da fundação do Instituto de Agronômica do Paraná - IAPAR. Incentivou a criação da Associação das Damas da Caridade.

Com Madre Leônia Milito, Dom Geraldo foi o Fundador das Irmãs Missionárias de Santo Antônio Maria Claret – as nossas claretianas. A pequena semente se tornou uma grande e frondosa árvore que deu muitos frutos. Hoje, elas estão em 17 Países do mundo e em 14 Estados do Brasil. Fortalecidas com a Eucaristia e entregues ao Coração de Maria, elas levam de “Londrina para o mundo” o seu carisma missionário de “bondade e alegria”. As claretianas são a “pérola preciosa” do coração de Dom Geraldo. Queira Deus que se apresse o dia da beatificação de Madre Leônia Milito, co-fundadora, cujo processo já está em Roma e Londrina terá uma santa nos altares.

Como vemos, estamos recordando a vida de uma pessoa singular, cujo lema episcopal era: “a misericórdia me acompanhará”. No seu Testamento Espiritual ele reconhece seus pecados e pede perdão escrevendo: “A todos aos quais dei mau exemplo, peço perdão”. Londrina cidade, Londrina Arquidiocese, tem em Dom Geraldo um grande benfeitor, um pai exigente, mas amoroso. O amor é exigente. Os mais beneficiados por ele foram os pobres. Diz o seu Testamento: “Amo a Igreja na pessoa de todos os meus irmãos, principalmente os mais pobres, pelos quais eu trabalhei nos arrabaldes de Curitiba e Londrina, de um modo especial”.

As celebrações comemorativas ao Centenário de Nascimento de nosso primeiro Bispo e Arcebispo querem ser um hino de louvor e gratidão a Deus e uma oportunidade de reafirmarmos nosso ardor missionário e a opção pelos pobres. Viva Dom Geraldo, Viva Londrina.

Dom Orlando Brandes, arcebispo de Londrina

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Associação Comercial e Industrial de Londrina

REVISTA MERCADO EM FOCO | MARÇO DE 2013 WWW.ACIL.COM.BR

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