marcelo de carvalho miranda -...

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  • MARCELO DE CARVALHO MIRANDA

    MARIA AUXILIADORA SEABRA REZENDE

    JOSÉ CLEUTON BATISTA

    ISOLDA BARBOSA DE ARAÚJO PACINI MARTINS

    JUCYLENE MARIA DE CASTRO DOS SANTOS BORBA DIAS

    RONIGLESE PEREIRA DE CARVALHO TITO

    MÔNICA ROCHA

    Governador do Estado

    Secretária Estadual da Educação e Cultura

    Subsecretrário

    Diretora de Gabinete

    Superintendente da Educação

    Diretor do Ensino Fundamental

    Coordenadora de Currículo e Formação do Ensino Fundamental

    ESTADO DO TOCANTINSSECRETARIA DA EDUCAÇÃO E CULTURA

  • Palmas -TO -(Brasil) - Secretaria de Estado da Educação e Cultura.

    Referencial Curricular do Ensino Fundamental das escolas públicas do Estado do

    Tocantins: Ensino Fundamental do 1º ao 9º ano. 2ª Edição / Secretaria

    de Estado da Educação e Cultura. -TO: 2009. 292 p.

    1. REFERENCIAL CURRICULAR - ENSINO FUNDAMENTAL - 1º ao 9º ANO

    I. TÍTULO

    2

  • Palmas -TO -(Brasil) -Secretaria de Estado da Educação e Cultura.

    Referencial Curricular do Ensino Fundamental das escolas públicas do Estado do

    Tocantins: Ensino Fundamental do 1º ao 9º ano. 2ª Edição / Secretaria

    de Estado da Educação e Cultura. - TO: 2009. 286 p.

    1. REFERENCIAL CURRICULAR - ENSINO FUNDAMENTAL - 1º ao 9º ANO

    I. TÍTULO

    INTRODUÇÃO DO REFERENCIAL EAVALIAÇÃO DAAPRENDIZAGEM

    REFERENCIAL DEALFABETIZAÇÃO

    COMPONENTES CURRICULARES

    Ana Claudia Martins de Oliveira, Dionizio Pereira Neto, Elida Sabino da Silva, Elza Maria daLuz, Florisvardo Tavares Sousa, Iveti da Silva Bacri, Letícia Brito de Oliveira Suarte, Maria deJesus Coelho Abreu, Mônica Rocha, Roseli Bitzcof de Moura, Sadia Maria Soares de AzevedoRocha e Suely Maria de Castro Brandão.

    Julimária Barbosa Conceição, Carmem Lúcia Sousa Santos Fonseca e Mônica Rocha.

    : Heloisa Rehder Coelho Sobreira.: Márcia DallAgnol

    : Letícia Brito de Oliveira Suarte e Florisvardo Tavares Sousa.:, Damiana Maria de Morais Miguel, Eliane IaraAlebrandt, Francys Paula Diniz,

    Gessivânia Silva Cruz Pires, Grace Kelly Vilela Ferreira, José Joaldo Pereira Silva, JulimáriaBarbosa Conceição, Lúcia Regina S.Pacheco, Maria Aparecida Ribeiro, Morgiana Sena deFreitas Lima, Olga Ciléia da S. Santos, Ranieri Rodrigues Leal e Rosileide Ribeiro Rodrigues.

    : Luciana Pegoraro Penteado.Agnaldo Assis Sérgio, Agnaldo Pereira Santos, Alan Augusto dos Santos,

    Alessandro Hennicka Campestrini, Ana Maria de Andrade, Angelita Lima Landin Paes, AriPorto, Ariadna Luz, Carlos Rodrigues de Lima, Clariana Cirqueira Lopes, Clebson Vieira Alves,CleicieneAparecidaAlmeida, Dailton Sidnei Pichinin, Derivalda Cavalcante da Silva, Deusina F.Barros Ribeiro, Edilson Alves de Oliveira, Edimilson Barbosa da Acha, Einaide Pereira Lima,Elcio De Marchi, Estefhane Alves da Silva, Fabiano Rodrigues Marques, Fábio Divino PereiraTeles, Francisca Francione Leite da Costa, Gildete Coelho Santana, JadsmarAraújo de Freitas,Jaqueline Souza Sena, Jean Cleber Mateus dos Santos, Jederson Rogério de Sousa Pinto,Jefferson Alves da Luz, José Aparecido Ferreira, Kleuber A. Paixão, Márcia Costa Soares,Leandro Fernandes Braga, Leonardo de Melo, Liedson Morais Luz, Luciana Antunes, MarceloTeles Azevedo, Marco Aurélio N. de Oliveira, Marcos Aurélio de Castro de Souza, MargarethOliveira da Cunha Vila Real, Maria Cristina Miranda Souza, Maria Aparecida Lourenço, Mariade Jesus Santos Duarte, Maria Diomar Dias dos Santos, Maria Sônia Lopes Macedo, MartaHeitor de Queiroz Miranda, Mauricia Luzia L. Luz, Maykel Cleyber Ferreira de Araújo, MeristeleGândara Bastos, Murilo Barbosa Pinto, Niuzete Santiago Barbosa Batista, Paulo Gustavo S.Angelin, Príssila Cavalcante da Silva, Rone Jonathan Pereira de Melo, Silvio Cezar CoelhoSantos, Vitor Miguel Pdsclan Rotundo, Waldicley da Costa Silva, Wanderson Polastri, WesleySiqueira Braga, Wesquisley Vidal Santana, Wilton S. Rodrigues, Zelzuita Teixeira de S. Santos.

    Elza Maria da Luz.Marilúzia Alicrim de Almeida Silva e Paulo César Bonifácio.

    ARTE

    OrganizaçãoColaboradora

    CIÊNCIAS NATURAIS

    OrganizaçãoColaboradores

    EDUCAÇÃO FÍSICA

    OrganizaçãoColaboradores:

    ENSINO RELIGIOSO

    Organização:Colaboradoras:

    EQUIPE DE REVISÃO2ª EDIÇÃO

  • GEOGRAFIA

    Organização:Colaboradores

    HISTÓRIA

    Organização:Colaboradores

    LÍNGUAINGLESA

    Organização:Colaboradores:

    LÍNGUA PORTUGUESA

    Organização:

    Colaboradores:

    MATEMÁTICA

    Organização:Colaboradores:

    Maria de Jesus CoelhoAbreu: Adelson Pereira Bezerra, Ângela Alves da Cruz, Alessandra Soares Brandão,

    EdgarAlberto Barbosa de Sousa, Eliana Oliveira da SilvaAzevedo, ErmioneTeixeira Batista Miranda,Ione Jesus Azevedo Nunes, Julimária Barbosa Conceição, Maria da Conceição Ferreira Oliveira,Maria Lucia de Sousa, Maria da Paz Márquez de Oliveira Silva, Sueli Inêz Linjardi Bózoli,Susan Suely Prado k e WellingtonAndrade Carneiro.

    Elida Sabino da Silva.:Ana Maria Paixão, FátimaAparecida da Silva, Geane Pereira dos Santos, Jane

    Elizabette Falkowski Bakalarczyk, Juarês Alencar Pereira, Keila Diniz Gonçalves, LuzireneRibeiro de Moura, Magnólia Mendes da Silva, Márcia Morford Ferrara, Marco Antônio da Silva,Maria Ivan Martins Pereira da Silva, Reisimar Sales Guimarães e Wermeson Antonio Soares.

    Iveti da Silva Bacri.Ana Lúcia M. Benício, Eleny Silva Barbosa Aquino, Ione Alves Noleto, Jeane

    Lima Salatiel Alentar, Leila Melquíades Vieira Da Silva, Lorena de Paula de Oliveira Coelho,Lucidalva Germano dos Santos, Maria da Paz Câmara Gomes, Marilene Maria Pio Borges,Mary do Socorro Aby Martins, Rosana Maria Martins. F. Morales, Schierley Régia Costa C.Sousa, Tânia do Socorro Ferreira da Silva e Tânia Mara Pacheco Moreira Duarte.

    Sádia Maria Soares Azevedo Rocha, Roseli Bitzcof de Moura e Ana CláudiaMartins de Oliveira.

    Abrão de Souza, Claudilene dos Santos Almeida, Claudene Ferreira da SilvaSouto,Elizama Mauricio de Paiva Santos, JeremiasRaimundoLeal e WanderleyJosé de Oliveira

    Dionizio Pereira Neto e Suely Maria de Castro Brandão.Cláudia Assis Pereira Amorim, Celestina Maria Pereira de Souza Matos,

    Cosmea Alves Leite Santos, Nízia Cristina Nascimento Silva , Valéria Ferreira Silva e ArlindoPereira Rodrigues.

    lderice DiasAmanda Cavalcante RodriguesCarmem Lúcia Souza FonsecaIdalina Freitas Silva MagalhãesKlívia de Cássia Silva NunesLuziaAzevedo Martins

    Cleonice Cardoso XavierElenita Rodrigues Santana ParenteIraneide Oliveira de FreitasJosileide Gonçalves da SilvaKlívia de Cássia Silva NunesLúcia Batista Rocha

    EQUIPE DE ELABORAÇÃO

    COMISSÃO DE ELABORAÇÃO DAINTRODUÇÃO DO REFERENCIAL

    REFERENCIAL DEALFABETIZAÇÃO

    A

    LusiaAzevedo da Silva

    MariaAparecida FernandesMaria de Lourdes Gonçalves SilveiraMaria do Socorro Soares CoelhoMaria Raimunda Carvalho deAraújoMartha Holanda da Silva

    Luziane Pereira CastroMaria do Socorro Soares CoelhoMaria Raimunda CarvalhoAraújoMariliaAparecidaAlves de SennaMarivânia Silva MendesMônica RochaRoseli Bitzcof de Moura

    AVALIAÇÃO DAAPRENDIZAGEM

    COMPONENTES CURRICULARES

    ARTE

    CIÊNCIAS NATURAIS

    EDUCAÇÃO FÍSICA

    ENSINO RELIGIOSO

    GEOGRAFIA

    HISTÓRIA

    Adebar F. da SilvaIraneide Oliveira de FreitasKlivia de Cássia Silva NunesLaudinéia Rocha Monteiro da SilvaLusiaAzevedo da Silva

    Adriana Terezinha Della ValleHeloisa Rehder Coelho SobreiraIdelneides Ribeiro deAraújoLucimar Dias Siquira VoltarelliLucirezAmaral

    André WetmammDamiana Maria de Morais MiguelDaniloArgollo BragançaEliane IaraAlebrandt dos SantosEliane Marques dos SantosGessivânia Silva Cruz PiresLetícia Brito de Oliveira SuarteLúcia Regina Salvador Pacheco

    Adriana Bonfim OrtizAline Cristiniane Mendonça dos SantosDerivalda Cavalcante da SilvaDianaAleixo de Gusmão CarneiroEliane Cavalcante CostaFabiano Rodrigues MarquesJefferson Francisco CândidoJoão Carlos BatistaJosé de Oliveira PamplonaJucylene Maria dos Santos Castro BorbaJussara Bernardes Costa Guimaraes

    Elza Maria da LuzGerentes de Educação BásicaIr.Acácia Regina Silva DeAraújoMara de Fátima Bassan Bayer

    Carmem Lúcia Sousa Santos FonsecaCleide Barbosa MecenasEliene Gomes dos Santos

    Aldizia Carneiro de AraújoClebenilda Silva Ferreira

    Maria do Socorro Soares CoelhoMaria Raimunda CarvalhoAraújoMarluce de OliveiraVilma Silva Lima

    Maria Lúcia Lovato de BarcellosMelina MelemAssunçãoSanzio Barbosa deAraújoTatianaAraújo

    Márcio de Castro SilvaMaria Bernadete de Melo Lima OliveiraMaria Lúcia SpangaOlga Cléia da Silva SantosRanieri Rodrigues LealTathiania Malacco GomesTheylle ValenteAmorimWerky Silva Noleto

    Luciana Pegoraro PenteadoMárcia Rezende Silva MamedeMarcondes Petrini BarretoMaria de Jesus Santos DuarteMarlúcia Ferreira Lucena de OliveiraMayda de Castro SilvaNiuzete Santiago Barbosa BatistaOsvaldo Cavalcante da SilvaSebastião Martins do Nascimento FilhoSoraia Tomaz MarquesVirvalene Costa de Melo

    MarcosAlves ReysPe. Sebastião LimaPr. João Batista MotaProf. Dr. LuizAntônio Hunold de O. Damas

    Maria de Jesus CoelhoAbreuMaria do Socorro Soares CoelhoMaria Lúcia Batista Rocha

    Cleomar Ribeiro de OliveiraDelícia Feitosa Ferreira

  • GEOGRAFIA

    Organização:Colaboradores

    HISTÓRIA

    Organização:Colaboradores

    LÍNGUAINGLESA

    Organização:Colaboradores:

    LÍNGUA PORTUGUESA

    Organização:

    Colaboradores:

    MATEMÁTICA

    Organização:Colaboradores:

    Maria de Jesus CoelhoAbreu: Adelson Pereira Bezerra, Ângela Alves da Cruz, Alessandra Soares Brandão,

    EdgarAlberto Barbosa de Sousa, Eliana Oliveira da SilvaAzevedo, ErmioneTeixeira Batista Miranda,Ione Jesus Azevedo Nunes, Julimária Barbosa Conceição, Maria da Conceição Ferreira Oliveira,Maria Lucia de Sousa, Maria da Paz Márquez de Oliveira Silva, Sueli Inêz Linjardi Bózoli,Susan Suely Prado k e WellingtonAndrade Carneiro.

    Elida Sabino da Silva.:Ana Maria Paixão, FátimaAparecida da Silva, Geane Pereira dos Santos, Jane

    Elizabette Falkowski Bakalarczyk, Juarês Alencar Pereira, Keila Diniz Gonçalves, LuzireneRibeiro de Moura, Magnólia Mendes da Silva, Márcia Morford Ferrara, Marco Antônio da Silva,Maria Ivan Martins Pereira da Silva, Reisimar Sales Guimarães e Wermeson Antonio Soares.

    Iveti da Silva Bacri.Ana Lúcia M. Benício, Eleny Silva Barbosa Aquino, Ione Alves Noleto, Jeane

    Lima Salatiel Alentar, Leila Melquíades Vieira Da Silva, Lorena de Paula de Oliveira Coelho,Lucidalva Germano dos Santos, Maria da Paz Câmara Gomes, Marilene Maria Pio Borges,Mary do Socorro Aby Martins, Rosana Maria Martins. F. Morales, Schierley Régia Costa C.Sousa, Tânia do Socorro Ferreira da Silva e Tânia Mara Pacheco Moreira Duarte.

    Sádia Maria Soares Azevedo Rocha, Roseli Bitzcof de Moura e Ana CláudiaMartins de Oliveira.

    Abrão de Souza, Claudilene dos Santos Almeida, Claudene Ferreira da SilvaSouto,Elizama Mauricio de Paiva Santos, JeremiasRaimundoLeal e WanderleyJosé de Oliveira

    Dionizio Pereira Neto e Suely Maria de Castro Brandão.Cláudia Assis Pereira Amorim, Celestina Maria Pereira de Souza Matos,

    Cosmea Alves Leite Santos, Nízia Cristina Nascimento Silva , Valéria Ferreira Silva e ArlindoPereira Rodrigues.

    lderice DiasAmanda Cavalcante RodriguesCarmem Lúcia Souza FonsecaIdalina Freitas Silva MagalhãesKlívia de Cássia Silva NunesLuziaAzevedo Martins

    Cleonice Cardoso XavierElenita Rodrigues Santana ParenteIraneide Oliveira de FreitasJosileide Gonçalves da SilvaKlívia de Cássia Silva NunesLúcia Batista Rocha

    EQUIPE DE ELABORAÇÃO

    COMISSÃO DE ELABORAÇÃO DAINTRODUÇÃO DO REFERENCIAL

    REFERENCIAL DEALFABETIZAÇÃO

    A

    LusiaAzevedo da Silva

    MariaAparecida FernandesMaria de Lourdes Gonçalves SilveiraMaria do Socorro Soares CoelhoMaria Raimunda Carvalho deAraújoMartha Holanda da Silva

    Luziane Pereira CastroMaria do Socorro Soares CoelhoMaria Raimunda CarvalhoAraújoMariliaAparecidaAlves de SennaMarivânia Silva MendesMônica RochaRoseli Bitzcof de Moura

    AVALIAÇÃO DAAPRENDIZAGEM

    COMPONENTES CURRICULARES

    ARTE

    CIÊNCIAS NATURAIS

    EDUCAÇÃO FÍSICA

    ENSINO RELIGIOSO

    GEOGRAFIA

    HISTÓRIA

    Adebar F. da SilvaIraneide Oliveira de FreitasKlivia de Cássia Silva NunesLaudinéia Rocha Monteiro da SilvaLusiaAzevedo da Silva

    Adriana Terezinha Della ValleHeloisa Rehder Coelho SobreiraIdelneides Ribeiro deAraújoLucimar Dias Siquira VoltarelliLucirezAmaral

    André WetmammDamiana Maria de Morais MiguelDaniloArgollo BragançaEliane IaraAlebrandt dos SantosEliane Marques dos SantosGessivânia Silva Cruz PiresLetícia Brito de Oliveira SuarteLúcia Regina Salvador Pacheco

    Adriana Bonfim OrtizAline Cristiniane Mendonça dos SantosDerivalda Cavalcante da SilvaDianaAleixo de Gusmão CarneiroEliane Cavalcante CostaFabiano Rodrigues MarquesJefferson Francisco CândidoJoão Carlos BatistaJosé de Oliveira PamplonaJucylene Maria dos Santos Castro BorbaJussara Bernardes Costa Guimaraes

    Elza Maria da LuzGerentes de Educação BásicaIr.Acácia Regina Silva DeAraújoMara de Fátima Bassan Bayer

    Carmem Lúcia Sousa Santos FonsecaCleide Barbosa MecenasEliene Gomes dos Santos

    Aldizia Carneiro de AraújoClebenilda Silva Ferreira

    Maria do Socorro Soares CoelhoMaria Raimunda CarvalhoAraújoMarluce de OliveiraVilma Silva Lima

    Maria Lúcia Lovato de BarcellosMelina MelemAssunçãoSanzio Barbosa deAraújoTatianaAraújo

    Márcio de Castro SilvaMaria Bernadete de Melo Lima OliveiraMaria Lúcia SpangaOlga Cléia da Silva SantosRanieri Rodrigues LealTathiania Malacco GomesTheylle ValenteAmorimWerky Silva Noleto

    Luciana Pegoraro PenteadoMárcia Rezende Silva MamedeMarcondes Petrini BarretoMaria de Jesus Santos DuarteMarlúcia Ferreira Lucena de OliveiraMayda de Castro SilvaNiuzete Santiago Barbosa BatistaOsvaldo Cavalcante da SilvaSebastião Martins do Nascimento FilhoSoraia Tomaz MarquesVirvalene Costa de Melo

    MarcosAlves ReysPe. Sebastião LimaPr. João Batista MotaProf. Dr. LuizAntônio Hunold de O. Damas

    Maria de Jesus CoelhoAbreuMaria do Socorro Soares CoelhoMaria Lúcia Batista Rocha

    Cleomar Ribeiro de OliveiraDelícia Feitosa Ferreira

  • Diva Nunes RezendeÉlida Sabino da SilvaElza Fabiana B. ZanattaElza Guimarães LessasFátima aparecida SilvaGeane Pereira dos santosGeralda Donizete B. CavalcanteHelenaAndrade Souza MatosIrene Moraes SousaAlvesJane Elizabette Falkowski BakalarczykJoana Euda Barbosa dos SantosJoséAntônioAguiar GamaJuarêsAlencar PereiraKeila Diniz GonçalvesLuzirene Ribeiro de MouraMárcia Morford FerraraMarcoAntônio da Silva

    Gisélia Nogueira Noleto VasconcelosIveti da Silva Bacri

    Abrão de SousaAlessandra de Fátima Camargo PereiraAna Cláudia Martins de OliveiraAna Márcia Barbosa de SousaAnaritônia DalpofiClaudilene dos SantosAlmeidaEdina Martins SantanaEliana WildnerElizama Maurício de Paiva SantosElvina Gomes de SouzaEvelinyAlmeida Feitosa CoelhoGisélia Nogueira Noleto Vasconcelos

    Anaritônia Rodrigues Machado de Monte PalmaAndré WetmannCleonice Cardoso XavierElídio Luiz MartinelliElisângelaAparecida Paiva de MeloEnoque Lima de OliveiraJeane Santana Barbosa

    Adália Gonçalves Carvalho OliveiraÁguida Luiza Dias da CostaAlaíde de Miranda SantiagoAldo Eloi S. RamalhoAlessandra CamargoAlessandro Hennicka CampestriniAlexandra R. Bezerra

    LÍNGUA INGLESA

    LÍNGUA PORTUGUESA

    MATEMÁTICA

    COLABORAÇÃO

    Maria de Lourdes Leôncio Macedo NoraMagnólia Mendes da SilvaManoel MessiasAntônio de LimaManoel SoaresAragãoMara de Fátima Bassan BayerMaria Ivan Martins Pereira da SilvaMaria Janete P. CarvalhoMaria Lida PereiraMaximiano Santos BezerraMiguel Ângelo S. MileoNiviaAlves Sales SzulczewskiReisimar Sales GuimarãesTêmis Maria ParenteVanusia Pereira MachadoWemersonAntônio SoaresWilson Borges Junior

    Tânia de Sousa Godinho

    Iveti da Silva BacriJeremias Raimundo LealLuziaAzevedo da SilvaMaria da Paixão Lima SoaresMaria da Paz Câmara GomesMaria de OliveiraMaria Margareth PozzobonMariana Batista MagalhãesRoseli Bitzcof de MouraRubenilson PereiraAraújoSádia Maria SoaresAzevedo Rocha

    José Cleuton BatistaMaria da Paixão Lima SoaresMaria de Oliveira ValesSuely Maria de Castro BrandãoTrindade Maria Gomes da SilvaValcelir Borges da Silva

    Allan Kardec Elias MartinsAmanda Cavalcante RodriguesAna Cristina da Silva MotaAna Maria PaixãoAnaritônia DalpofiAri PortoBenigno Barbosa dosAnjos

    Bernadete Milhomem FernandesCarmélia da PenhaCarmem Lúcia Sousa Santos FonsecaCelestina Maria Pereira de Souza MatosCleonice Cardoso XavierCosmeaAlves Leite SantosDailton Sidnei PichininDeusina F. Barros RibeiroEdna de Jesus Vieira de OliveiraElaineAires Nunes CardosoElcio De MarchiEliane Marinho de OliveiraElza Maria Eloy Barboza de MeloEster de Melo MendesEster R. de CarvalhoEula DionneAlencarAlves DelmiroEulália Barbosa Borges EvaAlves da CruzFrancisca Francione Leite da CostaFrancisco JúniorGeija deA. Medeiros FortunatoGisélia Nogueira Noleto VasconcelosGustavo LuizAndrade de LucenaIdalina Freitas Silva MagalhãesIoneAlves NoletoIone Jesus NunesAzevedoIracy coelho de Menezes MartinsIvana Paula da SilvaArrudaIveti da Silva BacriIzalmir Santos MendesJefferson Alves da LuzJeane Lima SalatielAlencarJoessy Maria Marcelino de OliveiraJosé Resende SilvaJosimária Luiz Tavares SenaKlivia De Cássia Silva NunesLeonor dos Santos RodriguesLúcia Regina Salvador PachecoLuciana Flávia Moreira

    Carlos Eduardo Saraiva PereiraPROJETO GRÁFICO E CAPA

    Lucidalva Germano dos SantosLucimar Siqueira VoltarelliLuzani Cardoso BarrosLuzeni Lourenço deAraújoMariaAparecida França CoelhoMaria Áurea Ribeiro deA. PereiraMaria da Paixão Lima SoaresMaria das Graças Sousa dos ReisMaria do Socorro e SilvaMaria Raimunda Carvalho deAraújoMaríliaAparecidaAlves de SenaMary do SocorroA. MartinsMeyrivane Teixeira SantosMilarinaAguiar deAraújoMurilo Barbosa PintoNeivaAlmeida de MirandaNízia Cristina NascimentoOdaléa B. de Sousa SarmentoOsvaldo Barbosa da SilvaPatrícia Gomide Borges FerrazPaulo Vitoriano Dantas PereiraRita de Cássia Freire Mota CarvalhoRoseli Bitzcof de MouraRosemary Gonçalves Teixeira CarvalhoSabrina D'lizandro Timothéo SousaSádia Maria SoaresAzevedo RochaSílvia Parente de LimaSimone Ferreira de SouzaSuzana Salazar de Freitas MoraesSuziley Monique Elyzeu BertinTânia do Socorro Ferreira da SilvaTânia Mara Pacheco Moreira DuarteTerezinha Harter de FreitasVanderley José de OliveiraVaneide Labres da SilvaVera Maria RibasWeigma Michely da SilvaZulmira Gonzaga Cardoso

  • Diva Nunes RezendeÉlida Sabino da SilvaElza Fabiana B. ZanattaElza Guimarães LessasFátima aparecida SilvaGeane Pereira dos santosGeralda Donizete B. CavalcanteHelenaAndrade Souza MatosIrene Moraes SousaAlvesJane Elizabette Falkowski BakalarczykJoana Euda Barbosa dos SantosJoséAntônioAguiar GamaJuarêsAlencar PereiraKeila Diniz GonçalvesLuzirene Ribeiro de MouraMárcia Morford FerraraMarcoAntônio da Silva

    Gisélia Nogueira Noleto VasconcelosIveti da Silva Bacri

    Abrão de SousaAlessandra de Fátima Camargo PereiraAna Cláudia Martins de OliveiraAna Márcia Barbosa de SousaAnaritônia DalpofiClaudilene dos SantosAlmeidaEdina Martins SantanaEliana WildnerElizama Maurício de Paiva SantosElvina Gomes de SouzaEvelinyAlmeida Feitosa CoelhoGisélia Nogueira Noleto Vasconcelos

    Anaritônia Rodrigues Machado de Monte PalmaAndré WetmannCleonice Cardoso XavierElídio Luiz MartinelliElisângelaAparecida Paiva de MeloEnoque Lima de OliveiraJeane Santana Barbosa

    Adália Gonçalves Carvalho OliveiraÁguida Luiza Dias da CostaAlaíde de Miranda SantiagoAldo Eloi S. RamalhoAlessandra CamargoAlessandro Hennicka CampestriniAlexandra R. Bezerra

    LÍNGUA INGLESA

    LÍNGUA PORTUGUESA

    MATEMÁTICA

    COLABORAÇÃO

    Maria de Lourdes Leôncio Macedo NoraMagnólia Mendes da SilvaManoel MessiasAntônio de LimaManoel SoaresAragãoMara de Fátima Bassan BayerMaria Ivan Martins Pereira da SilvaMaria Janete P. CarvalhoMaria Lida PereiraMaximiano Santos BezerraMiguel Ângelo S. MileoNiviaAlves Sales SzulczewskiReisimar Sales GuimarãesTêmis Maria ParenteVanusia Pereira MachadoWemersonAntônio SoaresWilson Borges Junior

    Tânia de Sousa Godinho

    Iveti da Silva BacriJeremias Raimundo LealLuziaAzevedo da SilvaMaria da Paixão Lima SoaresMaria da Paz Câmara GomesMaria de OliveiraMaria Margareth PozzobonMariana Batista MagalhãesRoseli Bitzcof de MouraRubenilson PereiraAraújoSádia Maria SoaresAzevedo Rocha

    José Cleuton BatistaMaria da Paixão Lima SoaresMaria de Oliveira ValesSuely Maria de Castro BrandãoTrindade Maria Gomes da SilvaValcelir Borges da Silva

    Allan Kardec Elias MartinsAmanda Cavalcante RodriguesAna Cristina da Silva MotaAna Maria PaixãoAnaritônia DalpofiAri PortoBenigno Barbosa dosAnjos

    Bernadete Milhomem FernandesCarmélia da PenhaCarmem Lúcia Sousa Santos FonsecaCelestina Maria Pereira de Souza MatosCleonice Cardoso XavierCosmeaAlves Leite SantosDailton Sidnei PichininDeusina F. Barros RibeiroEdna de Jesus Vieira de OliveiraElaineAires Nunes CardosoElcio De MarchiEliane Marinho de OliveiraElza Maria Eloy Barboza de MeloEster de Melo MendesEster R. de CarvalhoEula DionneAlencarAlves DelmiroEulália Barbosa Borges EvaAlves da CruzFrancisca Francione Leite da CostaFrancisco JúniorGeija deA. Medeiros FortunatoGisélia Nogueira Noleto VasconcelosGustavo LuizAndrade de LucenaIdalina Freitas Silva MagalhãesIoneAlves NoletoIone Jesus NunesAzevedoIracy coelho de Menezes MartinsIvana Paula da SilvaArrudaIveti da Silva BacriIzalmir Santos MendesJefferson Alves da LuzJeane Lima SalatielAlencarJoessy Maria Marcelino de OliveiraJosé Resende SilvaJosimária Luiz Tavares SenaKlivia De Cássia Silva NunesLeonor dos Santos RodriguesLúcia Regina Salvador PachecoLuciana Flávia Moreira

    Carlos Eduardo Saraiva PereiraPROJETO GRÁFICO E CAPA

    Lucidalva Germano dos SantosLucimar Siqueira VoltarelliLuzani Cardoso BarrosLuzeni Lourenço deAraújoMariaAparecida França CoelhoMaria Áurea Ribeiro deA. PereiraMaria da Paixão Lima SoaresMaria das Graças Sousa dos ReisMaria do Socorro e SilvaMaria Raimunda Carvalho deAraújoMaríliaAparecidaAlves de SenaMary do SocorroA. MartinsMeyrivane Teixeira SantosMilarinaAguiar deAraújoMurilo Barbosa PintoNeivaAlmeida de MirandaNízia Cristina NascimentoOdaléa B. de Sousa SarmentoOsvaldo Barbosa da SilvaPatrícia Gomide Borges FerrazPaulo Vitoriano Dantas PereiraRita de Cássia Freire Mota CarvalhoRoseli Bitzcof de MouraRosemary Gonçalves Teixeira CarvalhoSabrina D'lizandro Timothéo SousaSádia Maria SoaresAzevedo RochaSílvia Parente de LimaSimone Ferreira de SouzaSuzana Salazar de Freitas MoraesSuziley Monique Elyzeu BertinTânia do Socorro Ferreira da SilvaTânia Mara Pacheco Moreira DuarteTerezinha Harter de FreitasVanderley José de OliveiraVaneide Labres da SilvaVera Maria RibasWeigma Michely da SilvaZulmira Gonzaga Cardoso

  • “...Uma palavra desprovida de pensamento é uma coisa morta, e umpensamento não expresso por palavras permanece uma sombra. Arelação entre eles não é, no entanto, algo já formado e constante;surge ao longo do desenvolvimento e também se modifica.”

    Vygotsky (1991b, p.131-132)

  • SUMÁRIO

    Introdução

    Avaliação da Aprendizagem

    Alfabetização

    Arte

    Ciências Naturais

    Educação Física

    Ensino Religioso

    Geografia

    História

    Língua Estrangeira

    Língua Portuguesa

    Matemática

    Referências

    ............................................................................................................................17

    ................................................................................................27

    .......................................................................................................................35

    ......................................................................................................................................49

    .................................................................................................................65

    ..................................................................................................................83

    ..................................................................................................................111

    .............................................................................................................................127

    .................................................................................................................................139

    ..............................................................................................................161

    ..............................................................................................................181

    ..........................................................................................................................249

    ..........................................................................................................................287

  • SUMÁRIO

    Introdução

    Avaliação da Aprendizagem

    Alfabetização

    Arte

    Ciências Naturais

    Educação Física

    Ensino Religioso

    Geografia

    História

    Língua Estrangeira

    Língua Portuguesa

    Matemática

    Referências

    ............................................................................................................................17

    ................................................................................................27

    .......................................................................................................................35

    ......................................................................................................................................49

    .................................................................................................................65

    ..................................................................................................................83

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  • CARTA AO PROFESSOR

    Prezado(a) professor(a),

    Ao longo de dois anos tivemos a oportunidade de experimentar a aplicação doReferencial Curricular do Ensino Fundamental, com as suas proposições em relação aoprocesso de alfabetização, à exploração dos conteúdos de cada área de conhecimento e àrealização da avaliação da aprendizagem, em nossas escolas. Nesse caminhar, foi possívelobservar como este documento foi se consolidando como instrumento orientador de políticaseducacionais, redimensionando projetos pedagógicos e planos de aula.

    Contudo, como se esperava, chegou um momento em que era necessário lançar umolhar sobre o Referencial, com vistas a identificar os aspectos passíveis de melhoria. Comoresultado dessa reformulação, esta 2ª edição contempla alterações que visam facilitar seumanuseio e proporcionar novos subsídios ao professorado. Como exemplo, cita-se a inserçãode sugestões de conteúdos e temáticas necessárias à construção das habilidades esperadaspara cada fase do desenvolvimento sócio-cognitivo dos educandos.

    Com efeito, essas modificações fizeram-se necessárias. Entretanto, o sucesso dasnovas proposições depende, em grande medida, da atitude de cada escola, de cada membroda gestão escolar, de cada professor. Imbuídos dessa expectativa, firma-se o propósito de queos apontamentos possam contribuir para a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem.

    Secretária Estadual de Educação e CulturaMaria Auxiliadora Seabra Rezende

  • CARTA AO PROFESSOR

    Prezado(a) professor(a),

    Ao longo de dois anos tivemos a oportunidade de experimentar a aplicação doReferencial Curricular do Ensino Fundamental, com as suas proposições em relação aoprocesso de alfabetização, à exploração dos conteúdos de cada área de conhecimento e àrealização da avaliação da aprendizagem, em nossas escolas. Nesse caminhar, foi possívelobservar como este documento foi se consolidando como instrumento orientador de políticaseducacionais, redimensionando projetos pedagógicos e planos de aula.

    Contudo, como se esperava, chegou um momento em que era necessário lançar umolhar sobre o Referencial, com vistas a identificar os aspectos passíveis de melhoria. Comoresultado dessa reformulação, esta 2ª edição contempla alterações que visam facilitar seumanuseio e proporcionar novos subsídios ao professorado. Como exemplo, cita-se a inserçãode sugestões de conteúdos e temáticas necessárias à construção das habilidades esperadaspara cada fase do desenvolvimento sócio-cognitivo dos educandos.

    Com efeito, essas modificações fizeram-se necessárias. Entretanto, o sucesso dasnovas proposições depende, em grande medida, da atitude de cada escola, de cada membroda gestão escolar, de cada professor. Imbuídos dessa expectativa, firma-se o propósito de queos apontamentos possam contribuir para a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem.

    Secretária Estadual de Educação e CulturaMaria Auxiliadora Seabra Rezende

  • Seremos reconhecidos socialmente como sujeito doconhecimento e verdadeiros atores sociais quandocomeçarmos a reconhecer-nos uns aos outros comopessoas competentes, pares iguais que podem aprenderuns com os outros. Diante de outro professor, seja ele dopré-escolar ou da universidade, nada tenho a mostrar ouprovar, mas posso aprender com ele como realizar melhornosso ofício comum”. (Maurice Tardif).

  • Seremos reconhecidos socialmente como sujeito doconhecimento e verdadeiros atores sociais quandocomeçarmos a reconhecer-nos uns aos outros comopessoas competentes, pares iguais que podem aprenderuns com os outros. Diante de outro professor, seja ele dopré-escolar ou da universidade, nada tenho a mostrar ouprovar, mas posso aprender com ele como realizar melhornosso ofício comum”. (Maurice Tardif).

  • 17

    A nação brasileira vive atualmente uma realidade complexa e contraditória. Ao mesmotempo em que se encontra em plena era dos avanços tecnológicos e científicos, vivenciandoevoluções e conquistas históricas na política nacional e na sua inserção frente as constantestransformações impostas por uma sociedade global, convive com os graves problemas sociais,acumulados ao longo do tempo por uma sociedade marcada por relações de poder e privilégiosaltamente excludentes que reproduziram e reproduzem um alto nível de desigualdades einjustiças,deixando a margemdo desenvolvimento econômico e social grande parte de seu povo.

    É nesse contexto, que a educação é chamada a atuar como um dos fatorespreponderantes na transformação da realidade. Exige-se que a escola cumpra com a sua atribuiçãolegal e atue decididamente na formação de um cidadão capaz de entender e interpretar aciência, as tecnologias, as artes, a diversidade humana e os valores éticos, políticos e estéticos,para assumir de fato seu papel na construção de uma sociedade mais justa e solidária.

    Nessa concepção, a Secretaria de Educação do Estado do Tocantins através do seuPlanejamento Estratégico vem adotando medidas e empreendendo esforços para oenfrentamento das questões que afligem a educação brasileira e, em especial a escola públicado Tocantins, com o objetivo de minimizar o analfabetismo, a reprovação, a evasão escolar,tantas vezes denunciadas, ainda presentes em nossas escolas, e assim, promover um ensinode qualidade para todos os seus alunos, contribuindo para a melhoria das condições de vida doseu povo.

    Nos últimos anos, foi desencadeado um amplo debate educacional, mobilizando todosos educadores do Estado, através de Fóruns, Seminários, pesquisas, avaliações e estudos nosencontros do Programa de Formação Continuada, visando encontrar caminhos para asuperação da problemática da educação. Dessa caminhada resultou o início do processo deconstrução do Referencial Curricular do Ensino Fundamental.

    O presente Referencial Curricular é uma construção coletiva que mobilizou professoresuniversitários, técnicos da Seduc e educadores da rede estadual de ensino, tornando-se umrico momento de discussão e de comprometimento com as proposições assumidas em prol damelhoria da escola pública do Tocantins.

    O Referencial Curricular em conformidade com a Constituição Federal, com a Lei deDiretrizes e Bases da Educação, com as Diretrizes Curriculares Nacionais, com a LegislaçãoEstadual e tendo como referência teórica principal os Parâmetros Curriculares Nacionais, temcomo objetivo explicitar uma concepção teórica e metodológica sobre o processo educativo queoriente o sistema estadual de ensino, sendo um referencial de apoio na elaboração do ProjetoPolítico Pedagógico de cada unidade escolar.

    Assim, esse documento possui as marcas das experiências dos professores doTocantins e reflete, portanto, os verdadeiros ideais da comunidade educacional e da sociedadetocantinense.

    No entanto, o trabalho de discussão não se esgota com a conclusão da elaboração doReferencial, visto que na educação nada é definitivo, tudo está em processo e necessita deconstantes avaliações e atualizações.

    O aprofundamento dos pressupostos teóricos para o aperfeiçoamento da práticapedagógica é mais um dos esforços que devem ser empreendidos nessa permanente caminhadarumo a renovação da escola pública, sintonizada com as tendências contemporâneas, tendocomo meta os ideais de igualdade e os princípios democráticos.

    INTRODUÇÃO

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    A nação brasileira vive atualmente uma realidade complexa e contraditória. Ao mesmotempo em que se encontra em plena era dos avanços tecnológicos e científicos, vivenciandoevoluções e conquistas históricas na política nacional e na sua inserção frente as constantestransformações impostas por uma sociedade global, convive com os graves problemas sociais,acumulados ao longo do tempo por uma sociedade marcada por relações de poder e privilégiosaltamente excludentes que reproduziram e reproduzem um alto nível de desigualdades einjustiças,deixando a margemdo desenvolvimento econômico e social grande parte de seu povo.

    É nesse contexto, que a educação é chamada a atuar como um dos fatorespreponderantes na transformação da realidade. Exige-se que a escola cumpra com a sua atribuiçãolegal e atue decididamente na formação de um cidadão capaz de entender e interpretar aciência, as tecnologias, as artes, a diversidade humana e os valores éticos, políticos e estéticos,para assumir de fato seu papel na construção de uma sociedade mais justa e solidária.

    Nessa concepção, a Secretaria de Educação do Estado do Tocantins através do seuPlanejamento Estratégico vem adotando medidas e empreendendo esforços para oenfrentamento das questões que afligem a educação brasileira e, em especial a escola públicado Tocantins, com o objetivo de minimizar o analfabetismo, a reprovação, a evasão escolar,tantas vezes denunciadas, ainda presentes em nossas escolas, e assim, promover um ensinode qualidade para todos os seus alunos, contribuindo para a melhoria das condições de vida doseu povo.

    Nos últimos anos, foi desencadeado um amplo debate educacional, mobilizando todosos educadores do Estado, através de Fóruns, Seminários, pesquisas, avaliações e estudos nosencontros do Programa de Formação Continuada, visando encontrar caminhos para asuperação da problemática da educação. Dessa caminhada resultou o início do processo deconstrução do Referencial Curricular do Ensino Fundamental.

    O presente Referencial Curricular é uma construção coletiva que mobilizou professoresuniversitários, técnicos da Seduc e educadores da rede estadual de ensino, tornando-se umrico momento de discussão e de comprometimento com as proposições assumidas em prol damelhoria da escola pública do Tocantins.

    O Referencial Curricular em conformidade com a Constituição Federal, com a Lei deDiretrizes e Bases da Educação, com as Diretrizes Curriculares Nacionais, com a LegislaçãoEstadual e tendo como referência teórica principal os Parâmetros Curriculares Nacionais, temcomo objetivo explicitar uma concepção teórica e metodológica sobre o processo educativo queoriente o sistema estadual de ensino, sendo um referencial de apoio na elaboração do ProjetoPolítico Pedagógico de cada unidade escolar.

    Assim, esse documento possui as marcas das experiências dos professores doTocantins e reflete, portanto, os verdadeiros ideais da comunidade educacional e da sociedadetocantinense.

    No entanto, o trabalho de discussão não se esgota com a conclusão da elaboração doReferencial, visto que na educação nada é definitivo, tudo está em processo e necessita deconstantes avaliações e atualizações.

    O aprofundamento dos pressupostos teóricos para o aperfeiçoamento da práticapedagógica é mais um dos esforços que devem ser empreendidos nessa permanente caminhadarumo a renovação da escola pública, sintonizada com as tendências contemporâneas, tendocomo meta os ideais de igualdade e os princípios democráticos.

    INTRODUÇÃO

  • A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA

    PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA

    A função social da escola sempre esteve relacionada ao momento histórico e aocontexto sócio político e econômico, que define os interesses e as demandas sociais,influenciando e determinando a finalidade da escola.

    Ao longo da história, a escola assumiu diferentes papéis na formação do homem e dasociedade de acordo com a realidade de cada época. No Brasil, a escola foi por muito tempo umlugar privilegiado destinado a elite brasileira. Hoje, porém, com o reconhecimento da educaçãocomo uma das condições essenciais para o desenvolvimento do país, a escola pública tornou-se abrangente, tendo como princípio legal, oferecer a todos os brasileiros igualdade decondições para o acesso e permanência com sucesso na escola.

    Atualmente, o grande desafio da escola pública brasileira é assegurar a todos umaeducação de qualidade, de modo a oferecer uma instrumentalização científica, técnica, crítica ecriativa para que a escola possa cumprir com a sua responsabilidade social que é a formaçãoplena do educando e a construção de uma sociedade justa e solidária, conforme determina aConstituição Brasileira em seu Art. 205 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional(LDB-9.394/96), que em seu artigo 2º afirma:

    “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nosideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seupreparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

    Assim, cabe a escola cumprir a função de formar cidadãos capazes de atuar comcompetência e dignidade para assumirem de fato um papel ativo na transformação dasociedade. Para tanto, o Projeto Político Pedagógico da Escola e os conteúdos escolaresdevem estar em consonância com as questões sociais contemporâneas, cujas aprendizagenssejam consideradas essenciais para que os alunos possam exercer seus direitos e deveres,considerando as expectativas e as necessidades deles, dos pais, dos membros dacomunidade, dos professores, enfim, dos envolvidos no processo educativo, favorecendo aparticipação ativa na vida científica, cultural, social e política do nosso Estado e do País.

    Isso requer que a escola, numa interação dinâmica com os pais e a comunidade, sejaum espaço de formação e informação e, que sua prática crie possibilidades e condições paraque todos os seus alunos desenvolvam habilidades e competências e aprendam conteúdossignificativos para interagir com a realidade.

    As ações pedagógicas devem estar voltadas para a permanência exitosa do aluno, paraa inclusão escolar, para a elevação da aprendizagem, eliminando os índices estatísticosnegativos que evidenciam a pouca eficiência da escola pública da atualidade. Para isso énecessário repensar a escola, refletir sobre as ações dos atores educativos para que estesassumam a responsabilidade pela aprendizagem de todos os seus alunos.

    O papel da escola, implica portanto, o enfrentamento de demanda global eespecificidades locais. O ensino por sua vez, não se realiza só através de conteúdossocialmente acumulados, mas, principalmente por meio das relações que estabelece nosdiferentes aspectos e dimensões da vida. Educadores e educandos serão preparados paraconceber a educação como um processo permanente de aprendizagem e reconstrução doconhecimento que propicie o aprender a conhecer, a fazer, a ser e a conviver.

    É função da Escola pública do Tocantins apropriar-se de uma postura transformadoraque responda aos anseios da sociedade por um ensino de qualidade para todos, pressupondouma vivência democrática fundamentada no respeito à diversidade cultural e na convivênciacom o meio, tendo a cidadania como direção maior no processo formativo valorizando fatos,conceitos, princípios, procedimentos e atitudes necessários à formação de um cidadão quepossa atuar com autonomia e competência na construção de uma sociedade justa e igualitária.

    Cada unidade escolar está inserida num contexto próprio, determinado por diferentesvalores, expectativas, realidades econômicas, sociais e culturais próprias. Portanto, cadaescola desenvolverá, observando os dispositivos legais, o seu projeto pedagógico que atenda

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  • A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA

    PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA

    A função social da escola sempre esteve relacionada ao momento histórico e aocontexto sócio político e econômico, que define os interesses e as demandas sociais,influenciando e determinando a finalidade da escola.

    Ao longo da história, a escola assumiu diferentes papéis na formação do homem e dasociedade de acordo com a realidade de cada época. No Brasil, a escola foi por muito tempo umlugar privilegiado destinado a elite brasileira. Hoje, porém, com o reconhecimento da educaçãocomo uma das condições essenciais para o desenvolvimento do país, a escola pública tornou-se abrangente, tendo como princípio legal, oferecer a todos os brasileiros igualdade decondições para o acesso e permanência com sucesso na escola.

    Atualmente, o grande desafio da escola pública brasileira é assegurar a todos umaeducação de qualidade, de modo a oferecer uma instrumentalização científica, técnica, crítica ecriativa para que a escola possa cumprir com a sua responsabilidade social que é a formaçãoplena do educando e a construção de uma sociedade justa e solidária, conforme determina aConstituição Brasileira em seu Art. 205 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional(LDB-9.394/96), que em seu artigo 2º afirma:

    “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nosideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seupreparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

    Assim, cabe a escola cumprir a função de formar cidadãos capazes de atuar comcompetência e dignidade para assumirem de fato um papel ativo na transformação dasociedade. Para tanto, o Projeto Político Pedagógico da Escola e os conteúdos escolaresdevem estar em consonância com as questões sociais contemporâneas, cujas aprendizagenssejam consideradas essenciais para que os alunos possam exercer seus direitos e deveres,considerando as expectativas e as necessidades deles, dos pais, dos membros dacomunidade, dos professores, enfim, dos envolvidos no processo educativo, favorecendo aparticipação ativa na vida científica, cultural, social e política do nosso Estado e do País.

    Isso requer que a escola, numa interação dinâmica com os pais e a comunidade, sejaum espaço de formação e informação e, que sua prática crie possibilidades e condições paraque todos os seus alunos desenvolvam habilidades e competências e aprendam conteúdossignificativos para interagir com a realidade.

    As ações pedagógicas devem estar voltadas para a permanência exitosa do aluno, paraa inclusão escolar, para a elevação da aprendizagem, eliminando os índices estatísticosnegativos que evidenciam a pouca eficiência da escola pública da atualidade. Para isso énecessário repensar a escola, refletir sobre as ações dos atores educativos para que estesassumam a responsabilidade pela aprendizagem de todos os seus alunos.

    O papel da escola, implica portanto, o enfrentamento de demanda global eespecificidades locais. O ensino por sua vez, não se realiza só através de conteúdossocialmente acumulados, mas, principalmente por meio das relações que estabelece nosdiferentes aspectos e dimensões da vida. Educadores e educandos serão preparados paraconceber a educação como um processo permanente de aprendizagem e reconstrução doconhecimento que propicie o aprender a conhecer, a fazer, a ser e a conviver.

    É função da Escola pública do Tocantins apropriar-se de uma postura transformadoraque responda aos anseios da sociedade por um ensino de qualidade para todos, pressupondouma vivência democrática fundamentada no respeito à diversidade cultural e na convivênciacom o meio, tendo a cidadania como direção maior no processo formativo valorizando fatos,conceitos, princípios, procedimentos e atitudes necessários à formação de um cidadão quepossa atuar com autonomia e competência na construção de uma sociedade justa e igualitária.

    Cada unidade escolar está inserida num contexto próprio, determinado por diferentesvalores, expectativas, realidades econômicas, sociais e culturais próprias. Portanto, cadaescola desenvolverá, observando os dispositivos legais, o seu projeto pedagógico que atenda

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  • aos interesses coletivos, expressando sua identidade e seu compromisso com o aluno e com asociedade.

    Aescola deve assumir, como uma das suas principais tarefas, o trabalho de refletir sobresua intencionalidade educativa, visto que a construção de um Projeto Político Pedagógicoenvolve uma profunda reflexão coletiva sobre a prática pedagógica, a realidade da escola e asua comunidade. Neste enfoque toda a equipe escolar, a partir de um diagnóstico, discute,propõe e define metas, ações e prioridades com a intenção de buscar caminhos para superar osentraves e contemplar ideais possíveis de serem realizados, aproximando o ensino dasnecessidades dos alunos.

    O Projeto Político Pedagógico da Escola é um instrumento que deve refletir a realidadeda escola, apresentando as finalidades, concepções e diretrizes , a partir das quais se originatodas as outras ações da escola, tornando-se um norteador da ação pedagógica e também umelemento de integração e articulação da comunidade escolar e local. Sua construção coletivaconfere a escola uma identidade peculiar, autonomia e gestão democrática, visto que existe umcomprometimento estabelecido coletivamente. Implica, portanto, um fortalecimento da escolana concretização das ações educativas que foram definidas.

    Dessa forma, o Referencial Curricular do Estado é um documento de caráterpedagógico geral para orientar seu sistema de ensino e deve ser visto pela escola como umreferencial na elaboração e execução de seu Projeto Político Pedagógico com autonomia. ASecretaria de Educação disponibilizará também instrumentos, orientações técnicas epedagógicas referentes a elaboração do Projeto Político Pedagógico da Escola para subsidiá-la nesta construção.

    Importantes e recentes pesquisas têm apresentado teorias sobre a construção doconhecimento, as quais ajudam a compreender como ocorre o processo de ensinoaprendizagem e, dessa forma, contribuem para nortear as ações pedagógicas desenvolvidasnas escolas.

    A apropriação desses conhecimentos pelos educadores é fundamental para atransformação das atuais práticas educativas que vêm resultando, freqüentemente, emfrustrações e impotência diante do insucesso de seus alunos, levando-os a sentirem-sedespreparados para enfrentar as exigências e demandas contemporâneas. Essa constataçãoimplica urgente necessidade de uma reflexão sobre o processo de ensino e aprendizagem ,dinâmica considerada relacional e dialética, pois um só existe na relação com o outro, conformeé abordado nos Parâmetros Curriculares Nacionais:

    “O projeto político pedagógico exige profunda reflexão sobre asfinalidades da escola, assim como a explicitação de seu papel social e aclara definição de caminhos, formas operacionais e ações a seremempreendidas por todos os envolvidos com o processo educativo. Seuprocesso de construção aglutina crenças, convicções, conhecimentosda comunidade escolar, do contexto social e científico, constituindo-seem compromisso político e pedagógico coletivo. Ele precisa serconcebido com base nas diferenças existentes entre seus autores,sejam eles professores, equipe técnico-administrativa, pais, alunos erepresentantes da comunidade local. É, portanto, fruto de reflexão einvestigação” (VEIGA, 1998).

    “Os fracassos escolares decorrentes da aprendizagem, das pesquisasque buscam apontar como o sujeito conhece, das teorias que provocamreflexão sobre os aspectos que interferem no ensinar e aprender,indicam que é necessário dar novo significado à unidade entreaprendizagens e ensino, uma vez que, em última instância, semaprendizagens não há ensino.”(PCN- V.Introdução p.71)

    PROCESSO DE ENSINAR E APRENDER

    20

    Nesta perspectiva, o Referencial Curricular do Ensino Fundamental fundamenta-se nateoria sócio-interacionaista ou sócio-cognitivista, defendida por Vygotsky na qual o homemdesenvolve ou constrói seu conhecimento através da interação dialética com seu meio sócio-histórico-cultural. Segundo Rego (1995), estudiosa de Vygotsky no Brasil, a premissa de que ohomem constitui-se como tal através de suas interações sociais, portanto é visto como alguémque transforma e é transformado nas relações produzidas em uma determinada cultura.

    Lev Semyonovitch Vygotsky, considerado como um dos maiores psicólogos do séculoXX, nasceu na Bielo Rússia em 1896. Suas pesquisas ultrapassaram o seu tempo e chegamaos dias atuais, despertando cada vez mais atenção, tanto no campo da psicologia como daeducação.Graduou-se em Direito pela Universidade de Moscou e, mais tarde, dedicou-se àpesquisa literária. Entre 1917 e 1923 atuou como professor e pesquisador no campo das artes,da literatura e da Psicologia. Faleceu em 11 de junho de 1934 de tuberculose aos 37 anos.

    O contexto político pelo qual passava a Rússia, plena Revolução Comunista, influencioude forma decisiva seus estudos e os de seus colaboradores, principalmente Luria e Leontiev.Assim, o foco de suas preocupações foi o desenvolvimento do indivíduo e da espécie humana,como resultado de um processo sócio-histórico.

    O conhecimento atual que temos sobre como se dá a aprendizagem, deriva, em grandeparte das teorias de Vygotsky e de sua contribuição para a psicologia, alguns temas que fazemparte desta teoria, fornecem elementos de base psicológica para a educação, são eles:

    a) Contrapondo aos defensores de que aprendizagem e desenvolvimento ocorrem emmomentos distintos, Vygotsky afirma que a aprendizagem e o desenvolvimento estão ligadosentre si e que a aprendizagem na vida começa bem mais cedo que a aprendizagem escolar. Aescola vai dar continuidade, em vez de partir do “zero”, ignorando ou não dando valor àquilo quea pessoa já sabe. Claro que a aprendizagem escolar é diferente da aprendizagem na vida, poisestes processos são distintos e as interações também, contudo o conhecimento que o alunotraz seja construído ou desenvolvido na vida ou na escola não pode ser ignorado peloseducadores;

    Aorigem e formação das funções psicológicas superiores;a) Diferente dos animais, que agem impulsionados por necessidades ou forças

    biológicas, o ser humano age por querer conhecer mais, se comunicar, se integrar a um gruposocial, ser aceito, ter espaço, e nele atuar, progredir, alcançar objetivos mais elevados;

    Amediação na aprendizagem:a) Para Vygotsky o desenvolvimento pleno do ser humano depende do aprendizado que

    realiza em um determinado grupo cultural, a partir da interação com outros indivíduos da suaespécie, ou seja, é o aprendizado que movimenta e possibilita o processo de desenvolvimento.

    b) As relações de desenvolvimento e aprendizagem ocupam lugar de destaque na obrade Vygotsky, a qual analisa essa complexa relação sobre dois ângulos: um é o que se refere àcompreensão da relação entre o aprendizado e o desenvolvimento; o outro, às peculiaridadesdessa relação no período escolar, o autor faz essa distinção por acreditar que, embora oaprendizado se inicie muito antes do ingresso das pessoas à escola, o aprendizado escolarintroduz elementos novos ao seu desenvolvimento.

    c)Vygostsky identifica dois níveis de desenvolvimento: um se refere às conquistas jáefetivadas, que ele chama de desenvolvimento real ou efetivo, e o outro, o nível dedesenvolvimento potencial, que se relaciona às capacidades em vias de serem construídas.

    Nesta abordagem teórica sócio-interacionaista a aprendizagem é uma atividade queparte do próprio sujeito influenciado por sua realidade social e cultural, o que pressupõe aparticipação ativa deste na reelaboração e desenvolvimento do conhecimento, ou seja, aaprendizagem não se realiza a partir da mera transmissão ou repetição mecânica doprofessor,essa ocorre quando o aluno desenvolve ativamente o conhecimento e interage com omeio e a realidade.

    Nesta visão o professor contribui para a aprendizagem e desenvolvimento do alunocomo mediador e facilitador do processo por meio de intervenção pedagógica, realizada a

    As relações entre aprendizagem e desenvolvimento:

    As relações entre pensamento e linguagem;

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  • aos interesses coletivos, expressando sua identidade e seu compromisso com o aluno e com asociedade.

    Aescola deve assumir, como uma das suas principais tarefas, o trabalho de refletir sobresua intencionalidade educativa, visto que a construção de um Projeto Político Pedagógicoenvolve uma profunda reflexão coletiva sobre a prática pedagógica, a realidade da escola e asua comunidade. Neste enfoque toda a equipe escolar, a partir de um diagnóstico, discute,propõe e define metas, ações e prioridades com a intenção de buscar caminhos para superar osentraves e contemplar ideais possíveis de serem realizados, aproximando o ensino dasnecessidades dos alunos.

    O Projeto Político Pedagógico da Escola é um instrumento que deve refletir a realidadeda escola, apresentando as finalidades, concepções e diretrizes , a partir das quais se originatodas as outras ações da escola, tornando-se um norteador da ação pedagógica e também umelemento de integração e articulação da comunidade escolar e local. Sua construção coletivaconfere a escola uma identidade peculiar, autonomia e gestão democrática, visto que existe umcomprometimento estabelecido coletivamente. Implica, portanto, um fortalecimento da escolana concretização das ações educativas que foram definidas.

    Dessa forma, o Referencial Curricular do Estado é um documento de caráterpedagógico geral para orientar seu sistema de ensino e deve ser visto pela escola como umreferencial na elaboração e execução de seu Projeto Político Pedagógico com autonomia. ASecretaria de Educação disponibilizará também instrumentos, orientações técnicas epedagógicas referentes a elaboração do Projeto Político Pedagógico da Escola para subsidiá-la nesta construção.

    Importantes e recentes pesquisas têm apresentado teorias sobre a construção doconhecimento, as quais ajudam a compreender como ocorre o processo de ensinoaprendizagem e, dessa forma, contribuem para nortear as ações pedagógicas desenvolvidasnas escolas.

    A apropriação desses conhecimentos pelos educadores é fundamental para atransformação das atuais práticas educativas que vêm resultando, freqüentemente, emfrustrações e impotência diante do insucesso de seus alunos, levando-os a sentirem-sedespreparados para enfrentar as exigências e demandas contemporâneas. Essa constataçãoimplica urgente necessidade de uma reflexão sobre o processo de ensino e aprendizagem ,dinâmica considerada relacional e dialética, pois um só existe na relação com o outro, conformeé abordado nos Parâmetros Curriculares Nacionais:

    “O projeto político pedagógico exige profunda reflexão sobre asfinalidades da escola, assim como a explicitação de seu papel social e aclara definição de caminhos, formas operacionais e ações a seremempreendidas por todos os envolvidos com o processo educativo. Seuprocesso de construção aglutina crenças, convicções, conhecimentosda comunidade escolar, do contexto social e científico, constituindo-seem compromisso político e pedagógico coletivo. Ele precisa serconcebido com base nas diferenças existentes entre seus autores,sejam eles professores, equipe técnico-administrativa, pais, alunos erepresentantes da comunidade local. É, portanto, fruto de reflexão einvestigação” (VEIGA, 1998).

    “Os fracassos escolares decorrentes da aprendizagem, das pesquisasque buscam apontar como o sujeito conhece, das teorias que provocamreflexão sobre os aspectos que interferem no ensinar e aprender,indicam que é necessário dar novo significado à unidade entreaprendizagens e ensino, uma vez que, em última instância, semaprendizagens não há ensino.”(PCN- V.Introdução p.71)

    PROCESSO DE ENSINAR E APRENDER

    20

    Nesta perspectiva, o Referencial Curricular do Ensino Fundamental fundamenta-se nateoria sócio-interacionaista ou sócio-cognitivista, defendida por Vygotsky na qual o homemdesenvolve ou constrói seu conhecimento através da interação dialética com seu meio sócio-histórico-cultural. Segundo Rego (1995), estudiosa de Vygotsky no Brasil, a premissa de que ohomem constitui-se como tal através de suas interações sociais, portanto é visto como alguémque transforma e é transformado nas relações produzidas em uma determinada cultura.

    Lev Semyonovitch Vygotsky, considerado como um dos maiores psicólogos do séculoXX, nasceu na Bielo Rússia em 1896. Suas pesquisas ultrapassaram o seu tempo e chegamaos dias atuais, despertando cada vez mais atenção, tanto no campo da psicologia como daeducação.Graduou-se em Direito pela Universidade de Moscou e, mais tarde, dedicou-se àpesquisa literária. Entre 1917 e 1923 atuou como professor e pesquisador no campo das artes,da literatura e da Psicologia. Faleceu em 11 de junho de 1934 de tuberculose aos 37 anos.

    O contexto político pelo qual passava a Rússia, plena Revolução Comunista, influencioude forma decisiva seus estudos e os de seus colaboradores, principalmente Luria e Leontiev.Assim, o foco de suas preocupações foi o desenvolvimento do indivíduo e da espécie humana,como resultado de um processo sócio-histórico.

    O conhecimento atual que temos sobre como se dá a aprendizagem, deriva, em grandeparte das teorias de Vygotsky e de sua contribuição para a psicologia, alguns temas que fazemparte desta teoria, fornecem elementos de base psicológica para a educação, são eles:

    a) Contrapondo aos defensores de que aprendizagem e desenvolvimento ocorrem emmomentos distintos, Vygotsky afirma que a aprendizagem e o desenvolvimento estão ligadosentre si e que a aprendizagem na vida começa bem mais cedo que a aprendizagem escolar. Aescola vai dar continuidade, em vez de partir do “zero”, ignorando ou não dando valor àquilo quea pessoa já sabe. Claro que a aprendizagem escolar é diferente da aprendizagem na vida, poisestes processos são distintos e as interações também, contudo o conhecimento que o alunotraz seja construído ou desenvolvido na vida ou na escola não pode ser ignorado peloseducadores;

    Aorigem e formação das funções psicológicas superiores;a) Diferente dos animais, que agem impulsionados por necessidades ou forças

    biológicas, o ser humano age por querer conhecer mais, se comunicar, se integrar a um gruposocial, ser aceito, ter espaço, e nele atuar, progredir, alcançar objetivos mais elevados;

    Amediação na aprendizagem:a) Para Vygotsky o desenvolvimento pleno do ser humano depende do aprendizado que

    realiza em um determinado grupo cultural, a partir da interação com outros indivíduos da suaespécie, ou seja, é o aprendizado que movimenta e possibilita o processo de desenvolvimento.

    b) As relações de desenvolvimento e aprendizagem ocupam lugar de destaque na obrade Vygotsky, a qual analisa essa complexa relação sobre dois ângulos: um é o que se refere àcompreensão da relação entre o aprendizado e o desenvolvimento; o outro, às peculiaridadesdessa relação no período escolar, o autor faz essa distinção por acreditar que, embora oaprendizado se inicie muito antes do ingresso das pessoas à escola, o aprendizado escolarintroduz elementos novos ao seu desenvolvimento.

    c)Vygostsky identifica dois níveis de desenvolvimento: um se refere às conquistas jáefetivadas, que ele chama de desenvolvimento real ou efetivo, e o outro, o nível dedesenvolvimento potencial, que se relaciona às capacidades em vias de serem construídas.

    Nesta abordagem teórica sócio-interacionaista a aprendizagem é uma atividade queparte do próprio sujeito influenciado por sua realidade social e cultural, o que pressupõe aparticipação ativa deste na reelaboração e desenvolvimento do conhecimento, ou seja, aaprendizagem não se realiza a partir da mera transmissão ou repetição mecânica doprofessor,essa ocorre quando o aluno desenvolve ativamente o conhecimento e interage com omeio e a realidade.

    Nesta visão o professor contribui para a aprendizagem e desenvolvimento do alunocomo mediador e facilitador do processo por meio de intervenção pedagógica, realizada a

    As relações entre aprendizagem e desenvolvimento:

    As relações entre pensamento e linguagem;

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  • partir de ações intencionais, conscientes, dirigidas para um fim específico de propiciar ainstrumentalização básica do aluno de modo que permita que este conheça, de forma crítica, arealidade social e que, a partir deste conhecimento, haja a promoção do desenvolvimentoindividual (Facci, 1998, p. 26).

    Portanto, trabalho do professor que dinamiza o processo de ensino - aprendizagem,proporciona a realização de atividades com o maior grau de significados possíveis, já que oconhecimento novo se desenvolve a partir do conhecimento prévio do aluno. o que Vygotskydenomina de “zona de desenvolvimento proximal” – a distância entre o que indivíduo já sabefazer de forma autônoma (nível de desenvolvimento real) e aquilo que ele realiza emcolaboração com os outros elementos de seu grupo social (nível de desenvolvimentopotencial).

    O desenvolvimento de aprendizagens significativas resulta do trabalho de dar sentido àrealidade que se conhece, de modo que o aluno possa estabelecer relação entre o que ele jásabe e o conteúdo a ser estudado. A interação do aluno com o objeto de estudo criarepresentações e passa a fazer sentido para ele diante dos conhecimentos adquiridosanteriormente e o conhecimento científico que resulta na aprendizagem significativa.

    No processo de ensino e aprendizagem deve se considerar sempre o sujeito como umser de emoção e razão em que fatores afetivos, motivacionais e relacionais interferem naaprendizagem. A forma de organizar situações de aprendizagens, o relacionamentocooperativo entre professores e alunos, os questionamentos conceituais influenciam de formadecisiva no processo de construção de novos significados que os alunos atribuem aosconteúdos escolares. A aprendizagem se tornará significativa à medida que o aluno percebersua utilidade para a vida prática e para a sua interação social.

    O tratamento dispensado aos conteúdos deve assumir um papel relevante no processode ensino e aprendizagem, pois é por meio dos conteúdos que as intenções educativas seconcretizam e os objetivos do ensino são alcançados. Isso implica, portanto, na necessidade deuma reflexão e ressignificação do entendimento de conteúdo, uma vez que o enfoquepredominante nas escolas tem sido visto como um fim em si mesmo, sendo trabalhado de mododesarticulado e desprovido de significados para o aluno.

    Neste Referencial o que se pretende é que os conteúdos sejam tratados como meiospara o desenvolvimento de competências, habilidades e valores que possibilitem aoseducandos produzir e usufruir dos bens sociais e culturais considerados essenciais na nossasociedade.

    Nessa perspectiva, a definição dos conteúdos deve ser feita observando os critérios derelevância social e sua contribuição para o desenvolvimento intelectual e social do aluno, sendoabordado de forma significativa e contextualizada, permitindo que o educando perceba suaimportância e funcionalidade e que, estes, possibilitem desenvolver capacidades para resolversituações complexas da realidade.

    Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais, a responsabilidade da escola com aformação plena do educando se concretiza com a ampliação da noção de conteúdos para alémde fatos e conceitos, passando a incluir procedimentos, valores, normas e atitudes, o quesignifica o desenvolvimento das três naturezas de conteúdos, quais sejam: conteúdos denatureza conceitual, procedimental e atitudinal. (Zaballa, 2000).

    Os conteúdos conceituais envolvem a abordagem de conceitos, fatos e princípios ereferem-se à construção ativa das capacidades intelectuais para operar com símbolos, signos,idéias e imagens que permitem representar a realidade. Os conteúdos conceituais são aquelesconstituídos por um conjunto de definições relacionadas aos saberes socialmente construídos.

    “As aprendizagens que os alunos realizam na escola serãosignificativas na medida em que eles consigam estabelecer relaçõesentre os conteúdos escolares e os conhecimentos previamenteconstruídos, que atendam às expectativas, intenções e propósito deaprendizagem do aluno.”( PCN. V.Introdução p 72).

    UM NOVO OLHAR SOBRE O PAPEL DOS CONTEÚDOS

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    Os fatos estão relacionados a situações e acontecimentos, nomes, imagens e representações;já os princípios envolvem um grau maior de compreensão e abstração dos conceitos, como porexemplo: compreender o princípio da igualdade na matemática, o princípio da conservação nasciências, dentre outros.

    A aprendizagem de conceitos, muitas vezes, pressupõe o trabalho com fatos queenvolvem inicialmente a memorização. Este é um aspecto inerente à aprendizagem, desde quenão seja vista como mecânica e sem significado para o aluno.

    Para Zabala (1998), o entendimento de inclui entre outrascoisas as regras, as técnicas, os métodos, as destrezas ou habilidades, as estratégias. Osprocedimentos são um conjunto de ações ordenadas e com um fim, quer dizer, dirigidas para arealização de um objetivo. São conteúdos procedimentais ler, desenhar, observar, calcular,classificar, traduzir, recortar, saltar, inferir. Sendo assim, os conteúdos procedimentaisdesenvolvem o saber fazer.

    Os conteúdos procedimentais estão presentes em todas as atividades de ensino,necessitando sempre da intervenção do professor para que sejam vistos a partir de propósitosfundamentais da educação, para que o aluno construa instrumentos de análise e crítica dosresultados e dos processos utilizados para atingir as metas estabelecidas, exigindo umareflexão sobre ação no sentido de entender a sua utilização e aperfeiçoá-la. Numa atividade depesquisa bibliográfica, por exemplo, é fundamental que o professor oriente sobre oprocedimento adequado para que os objetivos das atividades sejam alcançados. Pesquisar emmais de uma fonte, registrar o que for mais importante, organizar dados e informações para aprodução de texto, são ações necessárias para esse tipo de atividade.

    agregam valores, atitudes e normas que se constituem noaprender a ser e aprender a conviver. Estes conteúdos permeiam todas as áreas deconhecimento e possibilitam ao educando aprendizagens necessárias para a convivênciasocial.

    - são os princípios éticos que permitem às pessoas emitir um juízo sobre ascondutas e seu sentido. São valores: a solidariedade, o respeito, a responsabilidade, aliberdade, dentre outros.

    - referem-se a comportamentos ou a maneiras relativamente estáveis daspessoas se comportarem, adotando condutas conforme os valores pré estabelecidos. Sãoexemplos de atitudes: cooperar com o grupo, respeitar o meio ambiente, participar dasatividades da escola, conservar o patrimônio público etc.

    - diz respeito aos padrões ou regras de comportamentos que devem serseguidas por todos os membros de um grupo social, em determinadas situações. Apesar dosconteúdos serem classificados por natureza, especificidades e categorias, não significa queeles sejam trabalhados separados, pois todos eles estão estreitamente relacionados eintegrados, e, por mais específicos que sejam, sua aprendizagem sempre está associada aconteúdos de outra natureza, podendo aparecer ao mesmo tempo em todas as dimensões, emfunção dos objetivos que se pretendem alcançar, ou seja, um conteúdo pode ser exploradonuma perspectiva conceitual, procedimental e atitudinal.

    “A aprendizagem de conceitos se dá por aproximações sucessivas.Para aprender sobre digestão, subtração ou qualquer outro objeto deconhecimento, o aluno precisa adquirir informações, vivenciarsituações em que esses conceitos estejam em jogo, para poderconstruir generalizações parciais que, ao longo de suas experiências,'possibilitarão atingir conceitualizações cada vez mais abrangentes;estas o levarão à compreensão de princípios, ou seja conceitos demaior nível de abstração, como o princípio da igualdade na matemática,o princípio da conservação nas ciências etc. (PCN, V. Introducão)”.

    conteúdo procedimental

    Os conteúdos atitudinais

    Valores

    Atitudes

    Normas

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  • partir de ações intencionais, conscientes, dirigidas para um fim específico de propiciar ainstrumentalização básica do aluno de modo que permita que este conheça, de forma crítica, arealidade social e que, a partir deste conhecimento, haja a promoção do desenvolvimentoindividual (Facci, 1998, p. 26).

    Portanto, trabalho do professor que dinamiza o processo de ensino - aprendizagem,proporciona a realização de atividades com o maior grau de significados possíveis, já que oconhecimento novo se desenvolve a partir do conhecimento prévio do aluno. o que Vygotskydenomina de “zona de desenvolvimento proximal” – a distância entre o que indivíduo já sabefazer de forma autônoma (nível de desenvolvimento real) e aquilo que ele realiza emcolaboração com os outros elementos de seu grupo social (nível de desenvolvimentopotencial).

    O desenvolvimento de aprendizagens significativas resulta do trabalho de dar sentido àrealidade que se conhece, de modo que o aluno possa estabelecer relação entre o que ele jásabe e o conteúdo a ser estudado. A interação do aluno com o objeto de estudo criarepresentações e passa a fazer sentido para ele diante dos conhecimentos adquiridosanteriormente e o conhecimento científico que resulta na aprendizagem significativa.

    No processo de ensino e aprendizagem deve se considerar sempre o sujeito como umser de emoção e razão em que fatores afetivos, motivacionais e relacionais interferem naaprendizagem. A forma de organizar situações de aprendizagens, o relacionamentocooperativo entre professores e alunos, os questionamentos conceituais influenciam de formadecisiva no processo de construção de novos significados que os alunos atribuem aosconteúdos escolares. A aprendizagem se tornará significativa à medida que o aluno percebersua utilidade para a vida prática e para a sua interação social.

    O tratamento dispensado aos conteúdos deve assumir um papel relevante no processode ensino e aprendizagem, pois é por meio dos conteúdos que as intenções educativas seconcretizam e os objetivos do ensino são alcançados. Isso implica, portanto, na necessidade deuma reflexão e ressignificação do entendimento de conteúdo, uma vez que o enfoquepredominante nas escolas tem sido visto como um fim em si mesmo, sendo trabalhado de mododesarticulado e desprovido de significados para o aluno.

    Neste Referencial o que se pretende é que os conteúdos sejam tratados como meiospara o desenvolvimento de competências, habilidades e valores que possibilitem aoseducandos produzir e usufruir dos bens sociais e culturais considerados essenciais na nossasociedade.

    Nessa perspectiva, a definição dos conteúdos deve ser feita observando os critérios derelevância social e sua contribuição para o desenvolvimento intelectual e social do aluno, sendoabordado de forma significativa e contextualizada, permitindo que o educando perceba suaimportância e funcionalidade e que, estes, possibilitem desenvolver capacidades para resolversituações complexas da realidade.

    Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais, a responsabilidade da escola com aformação plena do educando se concretiza com a ampliação da noção de conteúdos para alémde fatos e conceitos, passando a incluir procedimentos, valores, normas e atitudes, o quesignifica o desenvolvimento das três naturezas de conteúdos, quais sejam: conteúdos denatureza conceitual, procedimental e atitudinal. (Zaballa, 2000).

    Os conteúdos conceituais envolvem a abordagem de conceitos, fatos e princípios ereferem-se à construção ativa das capacidades intelectuais para operar com símbolos, signos,idéias e imagens que permitem representar a realidade. Os conteúdos conceituais são aquelesconstituídos por um conjunto de definições relacionadas aos saberes socialmente construídos.

    “As aprendizagens que os alunos realizam na escola serãosignificativas na medida em que eles consigam estabelecer relaçõesentre os conteúdos escolares e os conhecimentos previamenteconstruídos, que atendam às expectativas, intenções e propósito deaprendizagem do aluno.”( PCN. V.Introdução p 72).

    UM NOVO OLHAR SOBRE O PAPEL DOS CONTEÚDOS

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    Os fatos estão relacionados a situações e acontecimentos, nomes, imagens e representações;já os princípios envolvem um grau maior de compreensão e abstração dos conceitos, como porexemplo: compreender o princípio da igualdade na matemática, o princípio da conservação nasciências, dentre outros.

    A aprendizagem de conceitos, muitas vezes, pressupõe o trabalho com fatos queenvolvem inicialmente a memorização. Este é um aspecto inerente à aprendizagem, desde quenão seja vista como mecânica e sem significado para o aluno.

    Para Zabala (1998), o entendimento de inclui entre outrascoisas as regras, as técnicas, os métodos, as destrezas ou habilidades, as estratégias. Osprocedimentos são um conjunto de ações ordenadas e com um fim, quer dizer, dirigidas para arealização de um objetivo. São conteúdos procedimentais ler, desenhar, observar, calcular,classificar, traduzir, recortar, saltar, inferir. Sendo assim, os conteúdos procedimentaisdesenvolvem o saber fazer.

    Os conteúdos procedimentais estão presentes em todas as atividades de ensino,necessitando sempre da intervenção do professor para que sejam vistos a partir de propósitosfundamentais da educação, para que o aluno construa instrumentos de análise e crítica dosresultados e dos processos utilizados para atingir as metas estabelecidas, exigindo umareflexão sobre ação no sentido de entender a sua utilização e aperfeiçoá-la. Numa atividade depesquisa bibliográfica, por exemplo, é fundamental que o professor oriente sobre oprocedimento adequado para que os objetivos das atividades sejam alcançados. Pesquisar emmais de uma fonte, registrar o que for mais importante, organizar dados e informações para aprodução de texto, são ações necessárias para esse tipo de atividade.

    agregam valores, atitudes e normas que se constituem noaprender a ser e aprender a conviver. Estes conteúdos permeiam todas as áreas deconhecimento e possibilitam ao educando aprendizagens necessárias para a convivênciasocial.

    - são os princípios éticos que permitem às pessoas emitir um juízo sobre ascondutas e seu sentido. São valores: a solidariedade, o respeito, a responsabilidade, aliberdade, dentre outros.

    - referem-se a comportamentos ou a maneiras relativamente estáveis daspessoas se comportarem, adotando condutas conforme os valores pré estabelecidos. Sãoexemplos de atitudes: cooperar com o grupo, respeitar o meio ambiente, participar dasatividades da escola, conservar o patrimônio público etc.

    - diz respeito aos padrões ou regras de comportamentos que devem serseguidas por todos os membros de um grupo social, em determinadas situações. Apesar dosconteúdos serem classificados por natureza, especificidades e categorias, não significa queeles sejam trabalhados separados, pois todos eles estão estreitamente relacionados eintegrados, e, por mais específicos que sejam, sua aprendizagem sempre está associada aconteúdos de outra natureza, podendo aparecer ao mesmo tempo em todas as dimensões, emfunção dos objetivos que se pretendem alcançar, ou seja, um conteúdo pode ser exploradonuma perspectiva conceitual, procedimental e atitudinal.

    “A aprendizagem de conceitos se dá por aproximações sucessivas.Para aprender sobre digestão, subtração ou qualquer outro objeto deconhecimento, o aluno precisa adquirir informações, vivenciarsituações em que esses conceitos estejam em jogo, para poderconstruir generalizações parciais que, ao longo de suas experiências,'possibilitarão atingir conceitualizações cada vez mais abrangentes;estas o levarão à compreensão de princípios, ou seja conceitos demaior nível de abstração, como o princípio da igualdade na matemática,o princípio da conservação nas ciências etc. (PCN, V. Introducão)”.

    conteúdo procedimental

    Os conteúdos atitudinais

    Valores

    Atitudes

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  • COMPETÊNCIAS E HABILIDADES NO CONTEXTO CURRICULAR

    Competência

    Numa sociedade globalizada em que o conhecimento transforma-se no principal fator deprodução e a informação circula de maneira acelerada é natural que muitos conceitos transitementre os vários setores. Nos últimos tempos, um dos conceitos que se dimensionou para além doseu universo, é o da competência, que normalmente aparece no discurso dos administradorese economistas e hoje, invadiu e está fortemente presente no espaço educacional.

    Vários são os conceitos encontrados para o termo , porém, nas diferentespalavras, um significado comum, competência é o agir com eficiência, utilizando- se dosconhecimentos, valores e vivências adquiridos para enfrentamento de situações reais.

    No contexto educacional, a idéia de competência é abrangente e refere-se a atributosintelectuais, cognitivos, afetivos e sociais. A educação propiciará ao aluno a formação de seusenso crítico, o que o tornará atuante na sociedade. A escola deve procurar desenvolver nosalunos a capacidade de se articular, relacionar os diferentes saberes, conhecimentos, atitudese valores construídos por intermédio da vivência e por meio de conhecimentos específicos decada área e que possibilitem ao educando agir eficientemente em qualquer situação da vida.

    O domínio cognitivo que se realiza por meio de operações sobre o conhecimentoproduzido pela sociedade é que fundamenta as ações das pessoas como indivíduos e comoprofissionais. Essa articulação e relação se constrói a partir da necessidade da vida diária, dasemoções e do enfrentamento das situações desafiadoras.

    A competência implica, portanto, operacionalizar e mobilizar saberes, atitudes evalores. É a ação cognitiva afetiva e social que se torna visível em prática e ações que seexercem sobre o conhecimento, sobre o outro e sobre a realidade. A habilidade, ou o saberfazer, são os componentes que, articulados, geram competências. Por ser o conhecimento algodinâmico e infinito, as competências adquiridas geram novos saberes e habilidades que,mobilizados, desenvolvem novas competências.

    Nessa perspectiva, o presente Referencial Curricular define as intenções educativaspara o Ensino Fundamental por meio de competências e habilidades que devem serdesenvolvidas ao longo da escolaridade. Isso não significa, entretanto, um esvaziamento dosconteúdos escolares nem a redução dos conhecimentos a serem aprendidos. A proposição édar significado aos conteúdos pois, ao definir as competências e habilidades, é fundamentalexpressar uma variedade de saberes, valores e atitudes que o aluno deve desenvolver ao longodo Ensino Fundamental ou da vida escolar e não apenas uma lista de conteúdos a seremcumpridos .

    A organização por competências e habilidades apresentadas são articuladas a partir deeixos básicos orientadores, como referencial, de modo a permitir uma reflexão crítica erelacional, deixando grande margem de flexibilidade sobre a seleção dos conteúdos relevantese que melhor potencialize o ensino, tendo em vista as competências a serem desenvolvidas.

    Para aprender a utilizar seus recursos intelectuais próprios é preciso que o ser humanoseja levado regularmente a propor e resolver problemas, a tomar decisões, a criar situaçõescomplexas e a desenvolver projetos e pesquisas. Se o que se pretende é que os alunosconstruam competências, essas são as tarefas que eles têm de enfrentar não só uma vez, masno seu cotidiano.

    O desenvolvimento de habilidades e competências na sala de aula implica oconhecimento do contexto histórico social, considerando a importância da interdisciplinaridade,a diversidade cultural presente nas relações educacionais de modo que os conhecimentossejam reorganizados e modificados, permitindo uma aprendizagem significativa, que favoreçaao indivíduo interagir e transformar a realidade.

    Competência é a capacidade que as pessoas desenvolvem de articular,relacionar, os diferentes saberes, conhecimentos, atitudes e valores,constituídos por intermédio a de sua vivência e por meio dosconhecimentos construídos na escola. Essa articulação e relação seconstrói a partir da necessidade da vida diária, das emoções e dosenfrentamentos das situações desafiadoras com as quais temos quedialogar (Cruz, 2001, p. 29).

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    A IMPORTÂNCIA DOS TEMAS TRANSVERSAIS

    Ética

    Pluralidade Cultural

    Meio Ambiente

    Saúde

    Orientação Sexual

    Trabalho e Consumo

    Contemplar questões sociais no currículo escolar se justifica diante da necessidade deformar um cidadão capaz de lidar com as situações reais do seu cotidiano de forma crítica,responsável e autônoma.

    Nessa concepção, foram incorporados ao Referencial, os Temas Transversaisabordados nos Parâmetros Curriculares Nacionais, por entender que as temáticascorrespondem as preocupações urgentes da sociedade brasileira e, portanto, devem sercolocadas para a reflexão no âmbito do espaço escolar, visando a participação política e socialdo aluno e o compromisso educativo com a construção da cidadania, objetivo primeiro daEducação Básica.

    Os temas transversais, ora apresentados, não se constituem em novas áreas deconhecimento, ao contrário, eles perpassam todas as disciplinas, pois todos estão presentes dediversas formas na vida cotidiana e serão relacionados e contextualizados nas diferentesáreas. Faz-se necessário integrá-los ao currículo através da transversalidade, visto que ostemas não surgem em um trabalho isolado ou paralelo, mas deverão ser incluídos no conteúdodas distintas áreas de forma sistemática, permitindo aos alunos a utilização dos conhecimentosescolares em sua vida prática de forma contínua e integrada ao convívio escolar.

    Seguindo o que nos aponta os Parâmetros Curriculares Nacionais, a seleção dos temastransversais obedece aos critérios da demanda social que exigem que temas urgentes sejamtratados na escola; da abrangência nacional que contemplam questões pertinentes a todo opaís; da compreensão da realidade e a participação, possibilitando ao aluno o desenvolvimentode capacidades para se posicionar diante da problemática social e da possibilidade deaprendizagem no ensino fundamental. Os temas transversais são: Ética, Pluralidade Cultural,MeioAmbiente, Saúde, Orientação Sexual e Trabalho e Consumo.

    - a ética é a reflexão sobre o comportamento humano, “o como agir perante ooutro” ela deve fazer parte dos objetivos maiores da escola e estar a serviço da formação paracidadania. A ética trata das relações interpessoais, da relação da escola com a comunidade,professores e alunos, está presente em todos os conteúdos curriculares e nos demais temastransversais. Para orientar o trabalho pedagógico foram selecionados quatro eixos: respeitomútuo, justiça, diálogo e solidariedade.

    - dada a diversidade étnica e cultural da sociedade brasileira aescola deverá combater o preconceito e a discriminação através do diálogo e vivências de suacultura e do respeito as outras formas de expressão cultural.

    - ao tratar do objeto da área ambiental, a escola deverá considerar asrelações sociais, econômicas e culturais do ser humano com o meio ambiente e estabelecermetas para o crescimento cultural, a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental sustentável.

    - O tema saúde deve ser trabalhado levando em conta as condições de vidaretratadas nas relações com o meio em que vive. Uma vez que a formação de hábitos e atitudesé construída desde a infância através da observação de valores. Compete à escola contribuirpara a formação do cidadão, informando-o e orientando-o para que ele seja capaz de valorizar asaúde individual e coletiva.

    – A orientação sexual na escola tem como objetivo informar eproblematizar as questões relacionadas à sexualidade, considerando posturas, crenças, tabuse valores; proporcionando aos educandos conhecimentos, respeito e auto-cuidado com ocorpo. O tema orientação sexual traz como eixos fundamentais o corpo humano, relações degênero e prevenção às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), nas dimensõessociológica, psicológica e fisiológica.

    - O tratamento deste tema na escola se baseia na discussão ereflexão sobre o trabalho e o consumo, no sentido de explicitar as relações sociais nas quais se

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