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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE AQUICULTURA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AQUICULTURA MARCAÇÃO QUÍMICA DE JUNDIÁS Rhamdia quelen COM ALIZARINA VERMELHA Dissertação submetida ao Programa de Pós- Graduação em Aquicultura, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito para a obtenção do título de mestre em Aquicultura. Orientador: Evoy Zaniboni Filho ANA ROSA SANT´ANNA DE SÁ Florianópolis 2014

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Page 1: MARCAÇÃO QUÍMICA DE JUNDIÁS Rhamdia quelen COM … · utilizados para a marcação química. A introdução do marcador pode ser feita através de injeção, ingestão alimentar

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE AQUICULTURA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AQUICULTURA

MARCAÇÃO QUÍMICA DE JUNDIÁS Rhamdia quelen COM

ALIZARINA VERMELHA

Dissertação submetida ao Programa de Pós-

Graduação em Aquicultura, Centro de

Ciências Agrárias da Universidade Federal

de Santa Catarina, como requisito para a

obtenção do título de mestre em Aquicultura.

Orientador: Evoy Zaniboni Filho

ANA ROSA SANT´ANNA DE SÁ

Florianópolis

2014

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Marcação química de jundiás Rhamdia quelen com alizarina

vermelha

Por

ANA ROSA SANT'ANNA DE SÁ

Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de

MESTRE EM AQUICULTURA

e aprovada em sua forma final pelo Programa de

Pós-Graduação em Aqüicultura.

_____________________________________

Prof. Alex Pires de Oliveira Nuñer, Dr.

Coordenador do Programa

Banca Examinadora:

__________________________________________

Dr. Evoy Zaniboni Filho – Orientador

__________________________________________

Dr. Alex Pires de Oliveira Nuñer

__________________________________________

Dr. Giuliano Palemão Carlos Maia Huergo

__________________________________________

Dra. Renata Maria Guereschi

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"Se não posso dançar, não é minha revolução"

(Emma Goldman)

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AGRADECIMENTOS

Primeiro de tudo agradeço a minha mãe, Dona Vera, a mulher mais forte

do mundo (em todos os aspectos), que sempre esteve ao meu lado “pra

puxar a orelha” ou dar “aquele abraço”, por toda a força, amor e por

fazer as melhores e mais deliciosas comidas. Mamãe, amo você!

Aos meus “irmãos prediletos”, Renato e Renan, por me agüentarem

triste/feliz/com raiva, sempre com as melhores piadas, as melhores

palavras de conforto “vai estudar mandriona”, as pizzas, as brigas,

considero vocês pra caramba!!

Ao meu pai, que deixou saudades infinitas, muitas lembranças boas, que

papai e Rufão sejam melhores amigos onde quer que estejam!

Aos familiares que acreditaram nessa jornada, sempre dando apoio.

Ao Carlos, companheiro, que viu essa jornada desde o início (nossa

quanto tempo hein!), que me agüenta todos os dias, estando sempre ao

meu lado, pelo amor e carinho, e por tornar essa caminhada mais

prazerosa e alegre.

Aos amigos “pombônicos”, pelo companheirismo, pelas risadas a mil, as

melhores resenhas, a amizade, que guardarei para sempre.

Aos amigos “do Cazé” que agora são meus também, sempre estiveram

ali, a gente que não se enxergava. Agora tudo junto e misturado,

aprendemos e compartilhamos tantas coisas que não trocaria vocês pelo

filme do Pelé, jamais!

À Samara e Prof. Evoy por toda a assistência, pelas orientações e

sugestões, e pela experiência profissional.

Para todos que estiveram presentes e de algum modo ajudaram e

apoiaram nos meus estudos, eu agradeço de coração, sem vocês esse

objetivo não seria possível, nem tão agradável e divertido.

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RESUMO

Desde a construção dos primeiros empreendimentos hidrelétricos

grandes esforços têm sido empregados na tentativa de mitigar os

impactos e manejar a ictiofauna. Ao desenvolver ações de

repovoamento é necessário fazer uma avaliação destas atividades através

de monitoramentos contínuos. Um pré-requisito fundamental antes de

qualquer avaliação eficaz do sucesso das ações de estocagem é uma

identificação confiável dos peixes introduzidos. A aplicação de marcas

químicas é considerada uma técnica de grande potencial para

monitoramento de estocagens, pois permite marcar grandes lotes de

peixes nos variados estágios de vida. Diversos protocolos têm sido

utilizados para a marcação química. A introdução do marcador pode ser

feita através de injeção, ingestão alimentar e banho de imersão. O

objetivo deste estudo foi definir os procedimentos de marcação química

com Alizarina Vermelha para o jundiá Rhamdia quelen. Foram testadas

três concentrações de Alizarina Vermelha (30mg/L, 60mg/L e, 90mg/L)

com tempo de imersão de 18 horas (banho longo), sendo divididos em

dois grupos: a) com prévia indução osmótica salina, quando os peixes

foram mantidos em solução a 30ppt de NaCl durante 10 minutos e

imediatamente submetidos ao banho com o marcador; b) sem indução

osmótica, quando os peixes foram diretamente submetidos ao banho

com o marcador, e três concentrações de Alizarina Vermelha (90mg/L,

300mg/L e 700mg/L) com tempo de imersão de 10 minutos (banho

curto), todos com prévia indução osmótica salina (solução aquosa de

NaCl a 30ppt) durante 10 minutos. Todos os tratamentos apresentaram a

marcação química após uma semana, sendo os melhores resultados

obtidos nos tratamentos de 90mg/L com choque osmótico (banho longo)

e o tratamento de 300mg/L realizado em banho curto. Na reavaliação

das marcas, feita após três meses do banho imersão no marcador

químico foi possível notar que todos os tratamentos continham marcas

visíveis, tendo melhores resultados nos tratamentos submetidos ao

choque osmótico, que apresentaram marcas mais intensas. A indução

osmótica antes do banho de imersão no marcador químico Alizarina

Vermelha resultou em uma maior intensidade nas marcações. A

Alizarina Vermelha foi verificada com eficácia como marcador químico

em banhos de imersão para jundiá Rhamdia quelen.

Palavras-chave: Indução osmótica, banho de imersão, fluormarcador,

nadadeira caudal.

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ABSTRACT

Since the construction of the first large hydropower developments many

efforts have been employed in an attempt to mitigate the impacts and

manage fish populations. When developing restocking actions it is

necessary to evaluate these activities through continuous monitoring. A

fundamental prerequisite before any effective evaluation of the success

of these actions is a reliable identification of the introduced fish. The

application of chemical marks is considered a technique of great

potential for monitoring restocking actions because it allows large

batches of fish in various stages of life. Several protocols have been

used for chemical marking. The aim of this study was to define the

procedures for chemical marking using Alizarin Red for the catfish

Rhamdia quelen. Three concentrations of Alizarin Red (30mg/L,

60mg/L and 90mg/L) were tested with immersion time of 18 hours (long

bath), divided into two groups: a) with a prior osmotic saline induction

(30ppt) for 10 minutes; b) without osmotic induction: and three

concentrations of Alizarin Red (90mg/L, 300mg/L and 700mg/L) with

immersion time of 10 minutes (short bath), all of them with a prior

osmotic saline induction (30ppt) for 10 minutes. All treatments showed

the chemical marking after a week, with the best results for the 90mg/L

treatment with osmotic shock (long bath) and for the 300mg/L treatment

(short bath). On the reevaluation of the marks after three months it was

possible to observe that all treatments contained visible marks, with the

best results being in the treatments subjected to osmotic shock, which

showed stronger marks. The osmotic induction before bath immersion in

the chemical marker Alizarin Red resulted in a greater intensity in the

labeling. The Alizarin Red was verified effectively as a chemical mark

in immersion baths for catfish Rhamdia quelen.

Keywords: osmotic induction, immersion bath, chemical marking,

caudal fin

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Raios da nadadeira caudal de jundiá R.quelen submetidos

a marcação com Alizarina Vermelha e observados em Scanner

CONFOCAL TCS SP5. ......................................................................... 30

Figura 2: Intensidade de fluorescência após uma semana do banho

de imersão em Alizarina Vermelha. Banhos com duração de 18 horas

nas concentrações de 30mg/L (a), 60mg/L (b) e 90mg/L (c), ou

submetidos aos banhos com duração de 18 horas precedidos pelo

choque osmótico de 10 minutos nas concentrações de 30mg/L (d),

60mg/L (e) e 90mg/L (f). Banhos com duração de 10 minutos e

precedidos pelo choque osmótico de 10 minutos nas concentrações

de 300mg/L (g), 700mg/L (h) e 90mg/L (i). ......................................... 32

Figura 3: Intensidade de Fluorescência dos raios das nadadeiras de

jundiá depois de uma semana do banho de imersão em Alizarina

Vermelha, (A) banho longo (18 horas), (B) banho em concentrações

de 90 mg/L precedido pelo choque osmótico em banho curto (10

minutos ) e banho longo (18 horas), (C) banho curto (10 min).. ........... 33

Figura 4: Intensidade de fluorescência após três meses da aplicação

do banho de imersão em Alizarina Vermelha. Banhos com duração

de 18 horas nas concentrações de 30mg/L (a), 60mg/L (b) e 90mg/L

(c), ou submetidos aos banhos com duração de 18 horas precedidos

pelo choque osmótico de 10 minutos nas concentrações de 30mg/L

(d), 60mg/L (e) e 90mg/L (f). Banhos com duração de 10 minutos e

precedidos pelo choque osmótico de 10 minutos nas concentrações

de 300mg/L (g), 700mg/L (h) e 90mg/L (i). ......................................... 34

Figura 5: Intensidade de Fluorescência dos raios das nadadeiras de

jundiá depois de três meses da aplicação do banho de imersão em

Alizarina Vermelha, (A) banho longo (18 horas), (B) banho em

concentrações de 90 mg/L precedido pelo choque osmótico em

banho curto (10 minutos ) e banho longo (18 horas), (C) banho curto

(10 min).. ............................................................................................... 35

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Parâmetros de qualidade de água durante os banhos de

imersão com Alizarina Vermelha. ......................................................... 31

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL ...................................................................... 19

OBJETIVO GERAL ............................................................................. 23

OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................ 23

ABSTRACT .......................................................................................... 24

MATERIAL E MÉTODOS................................................................... 28

RESULTADOS ..................................................................................... 31

DISCUSSÃO ......................................................................................... 36

CONCLUSÃO ...................................................................................... 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DA INTRODUÇÃO GERAL .. 42

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INTRODUÇÃO GERAL

Desde a construção dos primeiros empreendimentos hidrelétricos

grandes esforços têm sido empregados na tentativa de mitigar os

impactos e manejar a ictiofauna, seja através da construção de

mecanismos de transposição para peixes, da implantação de programas

de estocagem ou da instalação de pisciculturas (Pelicice; Agostinho;

Agostinho, 2009). A estocagem de peixes, também conhecida como

repovoamento ou peixamento, é uma das ações de manejo mais aplicada

em todo o mundo (Welcomme, 1988). As estocagens, como forma de

manejo, podem ser classificadas, segundo Agostinho et al. (2007), em:

introdução, utilizando espécies não nativas para estabelecer populações

sustentáveis; manutenção, na qual as ações são repetidas anualmente

visando manter uma espécie que não se reproduz naturalmente no novo

ambiente (reservatório); suplementação, quando a ação busca aumentar

a população ou melhorar a variabilidade genética de uma determinada

espécie de peixe. Os dois últimos casos são usualmente chamados de

repovoamento, pois tratam de ações de estocagem com espécies nativas.

O repovoamento às vezes se faz necessário para recompor os estoques

naturais e promover a preservação de uma espécie (Weingartner et al.,

2008), sendo também amplamente utilizados para reabilitar espécies de

peixes ameaçadas (Cowx, 1994).

Ao desenvolver ações de repovoamento é necessário fazer uma

avaliação destas atividades através de monitoramentos contínuos, que

pode se dar por meio de pescas experimentais ou também do

acompanhamento das atividades pesqueiras.

Um pré-requisito fundamental antes de qualquer avaliação eficaz

do sucesso das ações de estocagem é uma identificação confiável dos

peixes introduzidos (Champigneullee, Cachera, 2003).

Como forma de monitoramento e identificação dos indivíduos

utilizados nas estocagens pode ser feita a marcação destes com marcas

externas e internas, como PIT tags, DART tags, T-bars e outras, que

apesar da fácil visualização, tem como principal problema a necessidade

da marcação individual de grandes lotes de peixes, além da

possibilidade de extravio destas marcas, impossibilitando assim a

avaliação adequada dos resultados das estocagens. Para contornar essa

problemática, tem sido utilizada a marcação química das estruturas

ósseas dos peixes.

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A Marcação Química

A marcação química consiste em utilizar substâncias que se ligam

aos tecidos calcificados dos peixes e quando expostas à luz ultravioleta

(UV) ficam fluorescentes (Isben; Urist, 1964 apud Fielder, 2001).

Segundo Taylor et al. (2005) a imersão em produtos químicos que

apresentam fluorescência sob luz UV e ligam-se a extremidade

crescente do osso permite a marcação de um grande número de juvenis

com relativamente pouco esforço e, geralmente, resultam em uma boa

retenção da marca ao longo do tempo associado a uma mortalidade

mínima.

Diversas substâncias fluormarcadoras têm sido utilizadas para

marcação química como Alizarina Complexona (ALC), Oxitetraciclina

(OTC), Alizarina Vermelha (ALZ) e Azul de Calceína, tendo resultados

satisfatórios em Scophthalmus maximus (Iglesias; Rodriguéz-Ojea,

1997), em Perca flavescens (Unkenholz; Brown; Pope, 1997), em

Sparus aurata (Sánchez-Lamadrid, 2001), Argyrosomus japonicus

(Taylor et al., 2005), Coregonus lavaretus (Eckmann, 2003),

Oncorhynchus mykiss e O. tshawytscha (Negus; Tureson, 2004),

Acipenser sturio (Lochet; Jatteau, 2011) e Stizostedion vitreum (Brooks;

Heidinger; Kohler, 1994).

A introdução do marcador pode ser feita através de injeção,

ingestão alimentar e banho de imersão (Lagardére, 2000). A marcação

em banhos de imersão, quando o produto é aplicado em uma solução e

absorvido através das brânquias, é a mais utilizada, pois apresenta maior

custo-benefício, podendo ser administrada em grandes lotes de peixes,

demandando menor tempo quando comparada aos outros métodos,

reduzindo o manejo, o estresse e a mortalidade dos peixes (Nielsen,

1992).

Diversos protocolos são utilizados para marcação química. Para

marcação com OTC, Fielder (2001) sugeriu doses de 700mg/L em

banhos de imersão de 8 horas; Iglesias e Rodriguéz-Ojea (1997)

utilizaram ALC em doses de 60mg de em banhos de 24 horas, enquanto

Lagardére, Thibaudeau e Anras (2000) recomendam doses de ALZ de

400mg/L em banhos de 24 horas. Taylor et al. (2005) encontraram

resultados satisfatórios com ALC em doses de 30 -60mg/L e com OTC

na concentração de 600mg/L em banhos de imersão de 6 a 12 horas.

Uma técnica que permite uma redução considerável no tempo de

contato entre os peixes e as soluções de marcação foi mostrada por

Alcobendas et al. (1991), com a enguia européia Anguilla anguilla que

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mostrou uma rápida absorção de corantes fluorocromo quando imerso

em uma solução hiperosmótica antes do banho de imersão na solução de

marcação. Ao expor os peixes à água com alta salinidade, é gerada uma

condição em que o ambiente externo é hiperosmótico em relação aos

fluidos do corpo do peixe. Conte (1969) afirma que o meio salino

provoca uma perda de água obrigatória através da pele, brânquias e rim

(em menor grau), por causa das diferentes concentrações osmóticas.

Subsequentemente, quando os peixes são abruptamente transferidos para

uma solução de marcação, a diferença osmótica resulta em uma

absorção rápida da solução, passando por osmose através da pele e

brânquias, diminuindo o tempo do banho de imersão necessário para a

inclusão de uma mesma quantidade do marcador.

A visualização das marcas químicas é realizada através do

microscópio de fluorescência com lâminas feitas a partir das estruturas

calcificadas: escamas, otólitos e segmento da vértebra (Babaluk; Craig,

1990). O microscópio de fluorescência transmite um cone de luz de

excitação que passa através dos filtros, por espelho dicróico específico e

da lente objetiva padrão até a amostra. A luz é parcialmente absorvida

ou refletida pela amostra. Segundo Maeda (2013) o efeito da

fluorescência ocorre quando incide excitação eletromagnética no

material. Os marcadores fluorescentes possuem espectros característicos

exclusivos para absorção (ou excitação) e emissão de luz, portanto, é

necessário escolher o filtro de luz apropriado para observar a luz

fluorescente emitida por cada marcador (Lichtman; Conchello, 2005).

A aplicação de marcas químicas é considerada uma técnica de

grande potencial para monitoramento de estocagens, pois permite

marcar grandes lotes de peixes nos variados estágios de vida (ovos,

larvas e juvenis) (Tsukamoto; Umezawa, 1988; Secor; Houde, 1995)

O Rhamdia quelen

De nome popular jundiá, a espécie Rhamdia quelen pertence à

seguinte divisão taxonômica: classe Osteichthyes, série Teleostei, ordem

Siluriformes, família Heptapteridae, gênero Rhamdia (Silfvergrip,

1996).

Esta espécie, segundo Baldisserotto et al. (2010), apresenta

distribuição desde o sudeste do México ao centro da Argentina.

Rhamdia quelen habita lagos e poços fundos dos rios, ambientes de

águas mais calmas com fundo de areia e lama, junto às margens e

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vegetação. Abrigam-se entre pedras e troncos apodrecidos e à noite

saem à procura de alimento (Guedes, 1980).

Quanto a sua alimentação, o jundiá, na fase adulta apresenta

hábito onívoro e sua preferência por um determinado alimento é

decorrente da abundância do mesmo no local (Guedes, 1980; Meurer;

Zaniboni Filho, 1997; Gomiero; Souza; Braga, 2007). De acordo com

Guedes (1980), a observação dos organismos encontrados no conteúdo

gastrointestinal da espécie, indica não serem restritos ao habitat

bentônico, sugerindo que o Rhamdia quelen é generalista com relação à

escolha de alimento.

O Rhamdia quelen atinge a maturidade sexual no primeiro ano de

vida (Baldisserotto, 2010). Seu período reprodutivo pode variar de um

ano para outro, sendo que no sul do Brasil considera-se entre agosto e

março (Gomes et al., 2000). A espécie é ovulípara, realiza migração

lateral e, no habitat natural, quando estão prontos para desovar, grandes

cardumes de jundiá procuram lugares de água rasa, limpa, com pouca

correnteza e com fundo pedregoso. Acredita-se que há um sincronismo

entre machos e fêmeas durante a desova, ocorrendo durante o

amanhecer (Godinho et al., 1978; Andreatta, 1979).

O jundiá, como integrante da ictiofauna de importantes bacias

hidrográficas brasileiras, também é afetado pela construção de barragens

ao longo do leito dos rios. Com o barramento de um rio, a hidrologia

local é severamente alterada, levando a criação de novos habitats

(Agostinho et al., 2007). Após o represamento, a comunidade de peixes

a se constituir é primariamente dependente da fauna preexistente na

região alagada. As adaptações e particularidades de cada espécie

determinarão quais terão sucesso na exploração de novos habitats

(Fernando; Holcík, 1982; Agostinho; Miranda; Bini; Gomes; Thomaz;

Suzuki, 1999). De acordo com Agostinho et al. (2007), nos

reservatórios, a natureza recente das interações entre a ictiofauna, a

modificação nos habitats e os procedimentos operacionais nas barragens

tornam esses ambientes altamente estocásticos e, portanto, sujeitos a

maiores flutuações populacionais, tornando assim indispensável a

utilização de ações ambientais.

Como forma de monitoramento de ações de estocagens este

trabalho visa contribuir com uma metodologia de marcação química

com Alizarina Vermelha para o jundiá Rhamdia quelen.

O presente trabalho será submetido à publicação na revista

Neotropical Ichthyology.

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OBJETIVO GERAL

Definir os procedimentos de marcação química com Alizarina

Vermelha para o jundiá Rhamdia quelen. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Determinar o tempo ideal de imersão para a marcação química

do jundiá Rhamdia quelen;

Definir a concentração ideal da Alizarina Vermelha para os

banhos de marcação;

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Marcação química de Jundiás Rhamdia quelen com alizarina

vermelha

Ana Rosa Sant´Anna de Sá1*, Samara Hermes-Silva

1, Evoy Zaniboni-

Filho1

1Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce –

LAPAD/CCA/UFSC

Rodovia SC 406, nº 3532, CEP 88066-000, Armação, Florianópolis/SC,

Brasil.

*Corresponding author: [email protected]

ABSTRACT

The need for proper technique for marking large batches of fish in a

variety of sizes, species and detection intervals is a constant challenge

for managers who wish to evaluate restocking actions. A marking tool

which receives increasing attention is the group of chemical marks.

Several protocols have been used for chemical marking. The aim of this

study was to define the procedures for chemical marking using Alizarin

Red for the catfish Rhamdia quelen. Three concentrations of Alizarin

Red (30mg/L, 60mg /L and 90mg/L) were tested with immersion time

of 18 hours (long bath), divided into two groups: a) with a prior osmotic

saline induction (30ppt) for 10 minutes; b) without osmotic induction;

and three concentrations of Alizarin Red (90mg/L, 300mg/L and

700mg/L) with immersion time of 10 minutes (short bath), all of them

with prior osmotic saline induction (30ppt) for 10 minutes. All

treatments showed the chemical marking after a week, with the best

results for the 90mg/L treatment with osmotic shock (long bath) and for

the 300mg/L treatment (short bath). On the reevaluation of the marks

after three months it was possible to observe that all treatments

contained visible marks, with the best results being in the treatments

subjected to osmotic shock. The osmotic induction before bath

immersion in the chemical marker Alizarin Red resulted in a greater

intensity in the labeling. The Alizarin Red was verified effectively as a

chemical mark in immersion baths for catfish Rhamdia quelen.

Keywords: osmotic induction, immersion bath, chemical marking,

caudal fin

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RESUMO

A necessidade de uma técnica adequada para marcação de grandes lotes

de peixes em uma variedade de tamanhos, espécies e intervalos de

detecção é um desafio constante para órgãos gestores que desejam

avaliar ações de estocagens. Uma ferramenta de marcação que recebe

cada vez mais atenção é o grupo das marcas químicas. Diversos

protocolos têm sido utilizados para a marcação química. O objetivo

deste estudo foi definir os procedimentos de marcação química com

Alizarina Vermelha para o jundiá Rhamdia quelen. Foram testadas três

concentrações de Alizarina Vermelha (30mg/L, 60mg/L e, 90mg/L) com

tempo de imersão de 18 horas, sendo divididos em dois grupos: a) com

prévia indução osmótica salina, quando os peixes foram mantidos em

solução a 30ppt de NaCl durante 10 minutos e imediatamente

submetidos ao banho com o marcador; b) sem indução osmótica, quando

os peixes foram diretamente submetidos ao banho com o marcador. E

três concentrações de Alizarina Vermelha (90mg/L, 300mg/L e

700mg/L) com tempo de imersão de 10 minutos, todos com prévia

indução osmótica salina (solução aquosa de NaCl a 30ppt) durante 10

minutos. Todos os tratamentos apresentaram a marcação química após

uma semana, sendo os melhores resultados obtidos nos tratamentos de

90mg/L com choque osmótico (banho longo) e o tratamento de

300mg/L realizado em banho curto. Na reavaliação das marcas, feita

após três meses do banho imersão no marcador químico foi possível

notar que todos os tratamentos continham marcas visíveis, tendo

melhores resultados nos tratamentos submetidos ao choque osmótico. A

indução osmótica antes do banho de imersão no marcador químico

Alizarina Vermelha resultou em uma maior intensidade nas marcações.

A Alizarina Vermelha foi verificada com eficácia como marcador

químico em banhos de imersão para jundiá Rhamdia quelen.

Palavras-chave: Indução osmótica, banho de imersão, fluormarcador,

nadadeira caudal

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26

INTRODUÇÃO

A necessidade de uma técnica adequada para marcação de

grandes lotes de peixes em uma variedade de tamanhos, espécies e

intervalos de detecção é um desafio constante para órgãos gestores que

desejam avaliar ações de estocagens (Negus & Tureson, 2004).

Uma das formas de monitoramento das estocagens é o uso de

marcas externas e internas nos peixes (PIT tags, DART tags, T-bars e

outras), no entanto, apesar da fácil visualização destas marcas, seu

principal problema consiste na marcação de grandes lotes, além da

possibilidade de extravio ou perda, prejudicando assim a avaliação

adequada dos resultados das estocagens.

Uma ferramenta de marcação que recebe cada vez mais atenção é

o grupo das marcas químicas, que dependem de compostos

fluormarcadores que rotulam tecidos ósseos ou calcificados dos peixes

(Mohler, 2003), e que quando expostas à luz ultravioleta (UV) ficam

fluorescentes (Isben; Urist, 1964 apud Fielder, 2001). Diversas

substâncias fluormarcadoras têm sido utilizadas para marcação química,

tais como Alizarina Complexona, Oxitetraciclina, Alizarina Vermelha e

Azul de Calceína. O método mais comum de se fazer a marcação

química consiste nos banhos de imersão, quando o produto é aplicado

em uma solução e absorvido através das brânquias. Este método é o

mais utilizado, pois apresenta maior relação custo-benefício, podendo

ser administrado em grandes lotes de peixes, demandando menor tempo

quando comparado aos demais métodos, reduzindo o manejo, o estresse

e a mortalidade dos peixes (Nielsen, 1992).

Muitos trabalhos têm empregado a Alizarina Vermelha como

marcador químico em banhos de imersão (Campanella, 2013; Liu et al.,

2009; Crook et al., 2007; Lagardére, 2000), sendo observadas marcas

intensas em otólitos, raios da nadadeira caudal e espinhos peitorais em

Odontesthes bonariensis, Paralichthys olivaceus, Macquaria ambígua, e

Scophthalmus maximus.

Uma técnica que tem sido utilizada para possibilitar uma redução

considerável no tempo de contato entre os peixes e as soluções de

marcação é aquela que associa aos banhos de imersão o choque

osmótico prévio, que consiste em imergir os peixes em uma solução

hiperosmótica antes da realização do banho de marcação.

Ainda que diversos protocolos tenham sido utilizados para a

marcação química, não há registro de estudos desenvolvidos com

espécies nativas das bacias hidrográficas brasileiras. O jundiá, como

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27

integrante da ictiofauna de importantes bacias hidrográficas brasileiras,

também é afetado pela construção de barragens ao longo do leito dos

rios. Esta espécie, segundo Baldisserotto et al. (2010), apresenta

distribuição desde o sudeste do México ao centro da Argentina, habita

lagos e poços fundos dos rios, ambientes de águas mais calmas com

fundo de areia e lama, junto às margens e vegetação. Abrigam-se entre

pedras e troncos apodrecidos e à noite saem à procura de alimento

(Guedes, 1980).

Devido à necessidade de marcar grandes lotes de peixes e a

ausência de estudos desta técnica em peixes nativos do Brasil, o objetivo

deste estudo foi definir os procedimentos de marcação química com

Alizarina Vermelha para o jundiá Rhamdia quelen, em diferentes

concentrações e tempos de imersão associados ao choque osmótico.

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28

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Laboratório de Biologia e Cultivo

de Peixes de Água Doce (LAPAD) do Departamento de Aqüicultura

(CCA - Centro de Ciências Agrárias) da Universidade Federal de Santa

Catarina (UFSC). Os 334 juvenis de Rhamdia quelen utilizados foram

provenientes da reprodução induzida, realizada em março de 2013, de

indivíduos do plantel de reprodutores oriundos da bacia do rio Uruguai.

Os juvenis foram mantidos em 28 tanques de 20 litros ligados ao

sistema de recirculação de água (salinizado com NaCl a 2,5ppt), sendo

alimentados manualmente três vezes ao dia com náuplios de artêmia e

ração farelada.

Marcação dos Juvenis

Os procedimentos para os testes de marcação foram realizados

com juvenis de aproximadamente 40 mm + 210 mm de comprimento

total, mantidos em uma biomassa de 9g/L por tanque (7 litros de volume

útil).

Foram testadas três concentrações de Alizarina Vermelha

(30mg/L, 60mg/L e, 90mg/L) com tempo de imersão de 18 horas (banho

longo), sendo divididos em dois grupos: a) com prévia indução osmótica

salina, quando os peixes foram mantidos em solução a 30ppt de NaCl

durante 10 minutos e imediatamente submetidos ao banho com o

marcador; b) sem indução osmótica, quando os peixes foram

diretamente submetidos ao banho com o marcador, e três concentrações

de Alizarina Vermelha (90mg/L, 300mg/L e 700mg/L) com tempo de

imersão de 10 minutos (banho curto), todos com prévia indução

osmótica salina (solução aquosa de NaCl a 30ppt) durante 10 minutos.

Todos os testes foram realizados com três repetições e um tanque

controle, sendo monitorados os valores de oxigênio dissolvido,

temperatura e pH. No preparo das soluções de Alizarina Vermelha para

os banhos de marcação, para garantir a estabilização do pH, foi utilizada

uma solução de 20% NaOH afim de manter o ph entre 6,5 e 7,5. Durante

os banhos de choque osmótico e com a solução de marcação os peixes

permaneceram em jejum, e sem troca de água. Para o choque osmótico

foram realizados testes preliminares até uma concentração de 30g/L

(30ppt) com banho de 10 minutos. Após os banhos de imersão, todos os

peixes foram transferidos aos tanques de 20 litros mantidos ligados ao

sistema de recirculação de água do laboratório.

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29

Observação das Marcas

A observação das marcas foi realizada uma semana após os

tratamentos, sendo que a permanência destas marcas foi reavaliada três

meses depois da marcação. Foram analisados três peixes por tanque

(nove peixes por tratamento). As lâminas para a observação das marcas

foram confeccionadas com uma amostra da nadadeira caudal colocada

entre lâmina e lamínula e lacrada com esmalte incolor. Para a

visualização e registro das marcas, as lâminas foram analisadas sob um

microscópio LEICA DMI6000 B com filtro UV na faixa de 405 a

660nm, sob aumento de 50x; o registro fotográfico foi obtido a partir do

Scanner CONFOCAL TCS SP5 acoplado ao microscópio utilizando-se

o software CONFOCAL LEICA LAS AF lite. Todas as imagens foram

obtidas utilizando-se o mesmo aumento e tempo de exposição. As

imagens foram avaliadas quanto à presença ou ausência da marca e sua

intensidade avaliada em uma escala de 0 a 255 em Valores de Cinza

(VC) a partir de uma área amostral igual para todas as imagens obtidas

(figura 1). Para medição da intensidade da marcação, foi selecionada a

área com a maior intensidade de fluorescência de cada imagem.

Análise Estatística

A intensidade de fluorescência dos diferentes tratamentos foi

avaliada através de uma Análise de Variância (ANOVA), seguido do

teste de Tukey, quando necessário. Todas as análises foram realizadas

utilizando-se o programa STATISTICA 7.0. Para essas análises, foi

utilizado o valor médio obtido pela leitura da intensidade obtida em cada

um dos três peixes de cada repetição. Foram comparados os tratamentos

submetidos aos banhos longos, aos banhos rápidos e para a concentração

de 90mg/L (com choque osmótico) entre os diferentes tempos de

exposição ao banho de marcação. Para todas as análises foi utilizado

0,05 como o nível de significância estatística.

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Figura 1: Raios da nadadeira caudal de jundiá R.quelen submetidos a

marcação com Alizarina Vermelha e observados em Scanner CONFOCAL

TCS SP5. Em detalhe elipse que indica a região selecionada para mensurar

a intensidade da marcação e quadro contendo os valores da intensidade de

fluorescência medida em valores de cinza.

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RESULTADOS

Durante os banhos de marcação não houve nenhuma mortalidade

e a qualidade da água foi mantida próxima ao conforto da espécie

(tabela 1).

Tabela 1: Parâmetros de qualidade de água durante os banhos de imersão

com Alizarina Vermelha.

Duração

do

Banho

Temperatura

(°C)

Salinidade

(ppt)

Dureza

(mgCaCO3/L)

pH Oxigênio

Dissolvido

(mg/L)

18 h 24,8 0,24 197 7,60 6,51

10 min 26,4 0,26 197 7,02 7,37

Todos os tratamentos apresentaram a marcação química nos raios

das nadadeiras após uma semana da aplicação (figura 2). Na avaliação

entre os tratamentos de banho longo a concentração de 90mg/L e

60mg/L, ambos precedidos pelo choque osmótico, proporcionaram

marcas mais intensas e que apresentaram diferença significativa em

relação aos outros tratamentos, que apresentaram marcas mais tênues.

Na análise entre os tratamentos com a mesma concentração (90mg/L) e

tempos diferentes (18 horas e 10 min.), o tratamento de banho longo

apresentou melhor absorção da Alizarina Vermelha e resultou na

formação de marcas mais intensas em comparação ao tratamento de

banho curto. Entre os tratamentos de banho curto, as concentrações de

300mg/L e 700mg/L não mostraram diferenças entre si, embora tenham

produzido marcas mais intensas que as obtidas com o tratamento de 90

mg/L (figura 3).

Na reavaliação das marcas, realizadas três meses depois do banho

de imersão, foi observado que todos os tratamentos ainda apresentavam

a marcação química (figura 4). Não houve diferença quanto à

intensidade das marcas entre os tratamentos de banho longo. Quando

comparados os tratamentos de 90mg/L aplicados em diferentes tempos

de exposição (banho longo e curto), ambos precedidos do choque

osmótico, não foram observadas diferenças significativas na intensidade

da marca. Na avaliação entre as concentrações aplicadas em banho

curto, o tratamento de 300mg/L produziu marcas mais intensas e que

apresentaram diferença significativa em relação aquelas produzida pelo

tratamento de 90mg/L, mas não apresentou diferença aquelas produzidas

pelo tratamento de 700mg/L (figura 5).

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Figura 2: Intensidade de fluorescência após uma semana do banho de

imersão em Alizarina Vermelha. Banhos com duração de 18 horas nas

concentrações de 30mg/L (a), 60mg/L (b) e 90mg/L (c), ou submetidos aos

banhos com duração de 18 horas precedidos pelo choque osmótico de 10

minutos nas concentrações de 30mg/L (d), 60mg/L (e) e 90mg/L (f).

Banhos com duração de 10 minutos e precedidos pelo choque osmótico de

10 minutos nas concentrações de 300mg/L (g), 700mg/L (h) e 90mg/L (i).

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Figura 3: Intensidade de Fluorescência dos raios das nadadeiras de jundiá

depois de uma semana do banho de imersão em Alizarina Vermelha, (A)

banho longo (18 horas), (B) banho em concentrações de 90 mg/L precedido

pelo choque osmótico em banho curto (10 minutos ) e banho longo (18

horas), (C) banho curto (10 min). Letras iguais correspondem médias iguais (P>0,05).

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Figura 4: Intensidade de fluorescência após três meses da aplicação do

banho de imersão em Alizarina Vermelha. Banhos com duração de 18 horas

nas concentrações de 30mg/L (a), 60mg/L (b) e 90mg/L (c), ou submetidos

aos banhos com duração de 18 horas precedidos pelo choque osmótico de

10 minutos nas concentrações de 30mg/L (d), 60mg/L (e) e 90mg/L (f). Banhos com duração de 10 minutos e precedidos pelo choque osmótico de

10 minutos nas concentrações de 300mg/L (g), 700mg/L (h) e 90mg/L (i).

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Figura 5: Intensidade de Fluorescência dos raios das nadadeiras de jundiá

depois de três meses da aplicação do banho de imersão em Alizarina

Vermelha, (A) banho longo (18 horas), (B) banho em concentrações de 90

mg/L precedido pelo choque osmótico em banho curto (10 minutos ) e

banho longo (18 horas), (C) banho curto (10 min). Letras iguais correspondem médias iguais (P>0,05).

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DISCUSSÃO

Diversos estudos foram realizados para avaliar marcadores

químicos em peixes, em sua maioria foi analisada a marcação química

produzida em otólitos e escamas, sendo que o primeiro caso um método

destrutivo que exige o sacrifício do peixe, além de necessitar de um

tempo adicional para o preparo dos otólitos para a observação em

lâminas, fatores que dificultam sua utilização e impedem a reavaliação

contínua destas marcas. A utilização das escamas para análise da

marcação fica excluída dos peixes de couro, como o jundiá, devido à

ausência dessas estruturas nos Siluriformes. Stewart & Long (2011) ao

avaliarem marcação química com Oxitetraciclina em Ictalurus punctatus nos otólitos e espinhos peitorais, observaram erosão nos anéis dos

espinhos peitorais, relatando a difícil visualização das marcas, fator que

impediu uma reavaliação adequada. Campanella et al. (2013) ao avaliar

marcação química em Odontesthes bonariensis, nos otólitos, escamas e

nadadeira caudal, verificaram que após 1 ano do banho de imersão

apenas as marcas da nadadeira caudal continuavam visíveis. O presente

estudo avaliou a marcação química nos raios da nadadeira caudal dos

peixes, sendo coletadas sem a necessidade do sacrifício dos indivíduos.

Na avaliação das marcas feita após uma semana do banho de imersão,

foi observado que as marcas localizaram-se nas extremidades dos raios

da nadadeira caudal. Na avaliação feita depois de três meses da

marcação, essas marcas estavam localizadas mais distante da

extremidade dos raios, evidenciando que o crescimento dos raios

ocorrido ao longo dos três meses não impediu a visualização das

marcas.

Os resultados deste trabalho mostram a eficácia da Alizarina

Vermelha para marcação química em banhos de imersão, semelhante ao

observado por Eckmann (2003), Crock et al (2007), Liu et al. (2009) e

Campanella et al. (2013), que obtiveram sucesso na marcação química

de peixes com Alizarina Vermelha. Apesar das variações observadas na

intensidade das marcas, essa marcação dos raios da nadadeira caudal do

jundiá foi confirmada em todos os tratamentos, tanto na análise feita

depois de uma semana quanto aquela realizada depois de três meses da

aplicação do banho de imersão. Esses resultados mostram que a

Alizarina Vermelha pode ser usada para a marcação química do jundiá

em banhos de imersão, confirmando o seu potencial de uso na pesquisa

biológica e na avaliação de programas de estocagem, atendendo aos

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requisitos preconizados por alguns autores (Liu et al., 2009, Crook et al., 2007, Campanella et al., 2013).

A indução osmótica realizada antes do banho de imersão no

marcador químico Alizarina Vermelha resultou em uma maior

intensidade nas marcações observadas neste trabalho. Resultados

semelhantes foram observados por Mohler (2003) que utilizou Calceína

como marcador para Salmão do Atlântico, e Campanella et al. (2013)

que aplicaram a Alizarina Vermelha para marcação de Odontesthes

bonariensis. Ao expor os peixes a uma solução contendo uma alta

salinidade, é criada uma condição em que o ambiente externo fica

hiperosmótico em relação aos fluidos corporais do peixe, induzindo a

perda de água pelos peixes promovida pelo diferencial osmótico (Conte,

1969), assim quando os peixes são posteriormente transferidos para a

solução de marcação, a situação se inverte e os fluidos corporais dos

peixes passam a ser hiperosmóticos em relação ao meio. Essa diferença

osmótica resulta em uma absorção rápida da solução de marcação que

passa por osmose através da pele e brânquias, diminuindo assim o

tempo do banho de imersão necessário para a absorção de uma mesma

quantia do marcador. O tempo de duração do banho e a concentração de

sais utilizada no choque osmótico variam de acordo com a tolerância de

cada espécie utilizada. Neste estudo foram realizados testes preliminares

até uma concentração de 30g/L (30ppt) com banho de 10 minutos,

quando foi verificado que os peixes apresentaram perda de equilíbrio e

natação errática, sendo que poucos minutos depois que retornaram a

água doce apresentaram sinais de completa recuperação. No decorrer do

choque osmótico nenhuma mortalidade foi constatada. Procedimento

semelhante para a definição do choque osmótico foi adotado por Negus

& Tureson (2004) para trabalho com Oncorhynchus mykiss, utilizando

banhos de 3,5 minutos com 50ppt de salinidade, e por Campanella et al. (2013) para marcação de Odontesthes bonariensis, que usaram banhos

de 10 minutos numa solução salina a 22ppt.

Na reavaliação das marcas realizada após três meses do banho

imersão no marcador químico foi possível notar que todos os

tratamentos mantinham marcas visíveis, tendo os melhores resultados de

intensidade de marcação registrados nos tratamentos submetidos ao

choque osmótico. Resultados semelhantes foram observados por Crock

et al. (2007) para Macquaria ambígua após 100 dias do banho de

imersão, por Mohler (2003) para Salmo salar após 120 dias do banho de

imersão e por Campanella et al. (2013) depois de 1 ano do banho de

imersão para Odontesthes bonariensis.

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38

A partir desta pesquisa vemos o potencial da Alizarina Vermelha

como marcador químico em banhos de imersão para Rhamdia quelen

associados ou não a técnica da indução osmótica, porém, há a

necessidade de se avaliar a qualidade dessas marcas nos peixes expostos

à luz solar. Como relatado por Bashey (2004) para Poecilia reticulata

marcadas com Alizarina Vermelha, quando os peixes foram expostos à

luz solar houve fotodegradação das marcas e uma redução da qualidade

das marcas, dificultando sua observação. Embora o presente estudo

confirmasse que as marcas eram claramente visíveis após três meses do

tratamento, com os peixes mantidos sob iluminação artificial nos

tanques, é prescrito um estudo mais aprofundado em longo prazo para

avaliar a estabilidade das marcas por um tempo maior e em animais

exposta às condições de campo.

A marcação de peixes por imersão envolve um compromisso

entre custo, concentração, período de imersão, salinidade, mortalidade

causada pelo tratamento e retenção da marca ao longo do tempo, como

critério para definir melhor procedimento de marcação (Taylor et al.,

2005). Como relatado por Crock et al. (2007), a técnica de marcação

química com Alizarina Vermelha pode reduzir o trabalho necessário

para marcar grandes lotes de peixes, além disso, a indução osmótica

pode reduzir o tempo necessário para a exposição do peixe ao marcador

químico e a concentração da Alizarina Vermelha exigida nos banhos de

imersão. O efeito do choque osmótico foi claramente evidenciado neste

estudo com Rhamdia quelen. A recomendação dos procedimentos de

marcação química do jundiá com Alizarina Vermelha podem seguir

duas estratégias: 1) quando há tempo para manter os peixes sobre o

banho de imersão, uma menor concentração do marcador é exigida,

sendo recomendados banhos de imersão com duração de 18 horas numa

solução de 90mg/L de Alizarina Vermelha, precedido pela indução

osmótica que consiste na imersão por 10 minutos em solução salina a

30ppt. 2) quando é escolhido um menor tempo de exposição dos peixes

ao banho de marcação, situação comumente encontrada em trabalhos

realizados à campo, é necessária uma maior concentração do marcador

no banho de imersão, sendo proposto banhos de imersão por 10 minutos

numa solução contendo 300mg/L de Alizarina Vermelha, igualmente

precedido pelo choque osmótico de10 minutos em solução salina a

30ppt.

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39

CONCLUSÃO

A Alizarina Vermelha é marcador químico eficaz quando

utilizada em banhos de imersão para jundiá Rhamdia quelen. Essa

marcação química dos raios das nadadeiras se manteve visível mesmo

depois de três meses da aplicação do banho de imersão. O estudo

mostrou que o choque osmótico que precede o banho de imersão

proporciona melhores resultados na intensidade das marcas químicas e

permite reduzir o tempo de duração do banho de imersão. Esta técnica

mostrou-se eficaz para obtenção de marcas químicas com um baixo

custo e eficiente para proporcionar a marcação de grandes lotes de

peixes.

A partir desta pesquisa são recomendados dois métodos que

podem ser utilizados para a marcação química com Alizarina Vermelha

em jundiás submetidos a banhos de imersão, de acordo com a

disponibilidade de tempo para a realização do banho de imersão e da

quantidade do marcador químico a ser consumida: a) em banhos de

imersão de 18 horas em concentração de 90mg/L; b) em banhos de 10

minutos em concentrações de 300mg/L. Em ambos os casos, a marcação

deve ser precedida pelo choque osmótico, quando os peixes são

mantidos por 10 minutos numa solução salina a 30ppt.

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40

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