marcação ce de misturas betuminosas: a experiência...

169
Departamento de Engenharia Civil Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa Dissertação apresentada para a obtenção do grau de Mestre em Construção Urbana Autor Tânia Sofia Lopes Nunes Orientador Prof. Doutor Silvino Dias Capitão Professor Coordenador do DEC-ISEC Coimbra, Dezembro de 2010

Upload: phungthuan

Post on 30-Nov-2018

243 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Departamento de Engenharia Civil

MMaarrccaaççããoo CCEE ddee MMiissttuurraass BBeettuummiinnoossaass:: AA

EExxppeerriiêênncciiaa PPoorrttuugguueessaa Dissertação apresentada para a obtenção do grau de Mestre em

Construção Urbana

Autor

Tânia Sofia Lopes Nunes

Orientador

Prof. Doutor Silvino Dias Capitão

Professor Coordenador do DEC-ISEC

Coimbra, Dezembro de 2010

Page 2: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

1/4

ERRATA

Pág. Linha/Nota Onde se lê Deve ler-se iv 31 NP EN 12697-34 EN 12697-34

xii 22 deformação de Marshall (mm); deformação de Marshall;

xii 23

Depois do símbolo F vem o símbolo FI Depois de símbolo F deverá vir antes do símbolo FI: F1 – valor médio da força de rotura do grupo dos provetes secos F2 – valor médio da força de rotura do grupo dos provetes imersos

xii 35

Depois do símbolo IT-CY vem o símbolo ITSR

Depois do símbolo IT-CY deverá vir o símbolo IRC: IRC – índice de resistência conservada em ensaios de compressão de Marshall

xii 35 compressão (indirect tensile compressão (Indirect tensile

xii 41 ITSw- valor médio da resistência conservada em tracção indirecta do grupo dos provetes imersos

ITSw- valor médio da resistência à tracção indirecta do grupo dos provetes imersos

xii 43 ITSd- valor médio da resistência conservada em tracção indirecta do grupo dos provetes secos

ITSw- valor médio da resistência à tracção indirecta do grupo dos provetes secos

xiii 13 de prismas em consola, 2 cargas de prismas, 2 cargas

xiii 20

S – estabilidade de Marshall S – categoria para a estabilidade de Marshall; categoria para o módulo de deformabilidade das misturas betuminosas

xv 31 NP EN - Normas Europeia harmonizadas adoptadas em Portugal

NP EN – Norma Europeia traduzida para Língua Portuguesa.

xv 35 prEN - Pré – Norma Europeia prEN – Projecto de Norma Europeia

1 14 criação de União europeia criação de União Europeia

2 19 NP EN 1308-1 (IPQ, 2008 a)) NP EN 13108-1 (IPQ, 2008 a))

3 24 adaptado em cada uma (IPQ, 2008c)) adaptado em cada uma (IPQ, 2008 c))

10 7 Notificado nomeado para esse efeito. Notificado nomeado para esse efeito

(ver Anexo II e III).

12 Tít. Quad 2.3

[NP EN 13043; EP, 2009] [NP EN 13043; EP, 2009 a)]

13 25 pelo sistema de comprovação 2+ pelo sistema de comprovação de

conformidade 2+

13 30 catiónicas (EN13808: 2005); betumes catiónicas (EN 13808: 2005); betumes

15 17 Especificações Técnicas - Parte 20: Controlo

Especificações Técnicas - Parte 21: Controlo

16 25 deverão ser da " Série base+ deverão ser da " Série base +

18 24 Ensaios de Tipo Inicial (IPQ, 2008c)). Ensaios de Tipo Inicial (IPQ, 2008 c)).

19 10 a fornecer (NP EN 13108-21). a fornecer ( NP EN 13108-20).

Page 3: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

2/4

Pág.

Linha/Nota

Onde se lê

Deve ler-se

20 Quadro 2.9 L9/C2

Porosidade, VFB e VMA para7 Porosidade, VFB e VMA para 7

20 Quadro 2.9 L10/C2

determinada segundo a EN12697-6 determinada segundo a EN 12697-6

20 Quadro 2.9 L16/C2

determinada segundo a EN12697-6 determinada segundo a EN 12697-6

21 27 (Ver NP EN13108-21 - Anexo A) (Ver NP EN 13108-21 - Anexo A)

22 7 coisas, a percentagem "óptima coisas, a percentagem "óptima"

22 14 Antunes, M. (2007), CT 154-: Agregados

Antunes, M. (2007), CT 154: Agregados

22 31 Depois da referência CEN (2006) vem MEI (2007)

Depois da referência CEN (2006) deve vir EP (2009 a))

23 14 Depois da referência Matos, J. (2009) vem NYNAS (2007)

Depois da referência Matos, J. (2009) deve vir MEI (2007) antes de NYNAS (2007)

24 24 avaliação da sensibilidade à água (EN12697-12)

avaliação da sensibilidade à água (EN 12697-12)

24 25 por Wheel-Tracking (EN12697-22) por Wheel-Tracking (EN 12697-22)

25 27 módulo de deformabilidade e pelo seu deformabilidade e pelo seu

26 27 rotura (Branco et al, 2005). Tal rotura (Branco et al, 2005). Tal

27 31 fadiga (Capitão et al, 2005). fadiga (Capitão et al, 2006).

28 19 Anexo Nacional da NP EN13108-1, Anexo Nacional da NP EN 13108-1,

28 (T) O método de Marshall: NP EN 12697-34

O método de Marshall: EN 12697-34

29 10 têm um diâmetro de (101± 3)mm para têm um diâmetro de (101± 6)mm para

29 15 consideradas na NP EN13108-1, consideradas na NP EN 13108-1,

29 23 estabilómetro da prensa de Marshall, estabilómetro da prensa de Marshall,

30 12 em milímetros. em milímetros e milímetros cúbicos.

31 26 Índice de resistência conservada IRC - Índice de resistência conservada

31 35 utilizado (Batista e tal, 2008). utilizado (INIR, 2009).

32 2 Índice de resistência conservada (ISTR)

Índice de resistência conservada (IRC)

32 12 e 13 expresso em percentagem, o ITSR:

ISTR=ITSwITSd

x100 (3.7)

expresso em percentagem, o IRC:

IRC=F2x100 (3.7)

32 14 onde ITSw e ITSd representam os valores resistências dos provetes imersos

onde F2 e F1 representam os valores das forças de rotura dos provetes imersos.

32 34

, é igualmente representado pela expressão (3.7).

, é igualmente representado pela expressão (3.7.1):

ISTR=ITSwITSd

x100 (3.7.1)

33 1 e 2

A determinação do valor de ISTR, quer pelo ensaio de compressão de Marshall, quer pelo método A descrito na EN 12697-12, permite

A determinação do valor de IRC e ITSR, pelo ensaio de compressão de Marshall, e pelo método A descrito na EN 12697-12, respectivamente, permite

Page 4: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

3/4

Pág. Linha/Nota Onde se lê Deve ler-se

33 Tít. Quad. 3.1.

Valor mínimo da resistência conservada em tracção indirecta ou pelo ensaio de compressão de Marshall

Valor mínimo da resistência conservada em tracção indirecta

33 18 um comprimento mínimo de lado, 305mm.

um comprimento mínimo de lado, 300mm.

37 6 Segundo a norma EN12697-25, Segundo a norma EN 12697-25,

37 10

40ºC e 60ºC. As tensões axiais aplicadas devem situar-se entre 100 kPa e 600 kPa

30ºC e 50ºC. As tensões axiais aplicadas devem situar-se entre 100 kPa e 300kPa para σv e 100 kPa e 700 kPa para σB

39 Figura 3.7 2 cargas, 2 pontos de apoio / 2PB-PR 2 cargas, 2 pontos de apoio / 4PB-PR

40 1 , a norma NP EN13180-1 impõem a de , a norma NP EN 13180-1 impõem a

realização de ensaios 55 5 ,mistura AC14 surf ligante. ,mistura AC 14 surf ligante.

56 7 com o indicado na EN12697-8. A com o indicado na EN 12697-8. A

57 Quadro 4.5 L3/C10

Qmín 4

Qmín4

60 6 conservada, ITSR. Por um lado, a conservada. Por um lado, a

61 Quadro 4.9 L4

ISTR – Índice de resistência conservada

IRC – Índice de resistência conservada

61 Quadro 4.9 L5

ISTR – Índice de resistência conservada, valor médio

IRC – Índice de resistência conservada, valor médio

61 Quadro 4.9 L9

ISTR – Índice de resistência à tracção indirecta, valor médio

ISTR – Índice de resistência conservada à tracção indirecta, valor médio

65 25 norma NP EN 13043para a norma NP EN 13043 para a

66 a 89

Cab COM BASE NA NP 13108-1 COM BASE NA NP EN 13108-1

67 19 3% e 10%.De acordo com 3% e 10%. De acordo com

67 20 para aplicação em mistura betuminosas.

para aplicação em misturas betuminosas.

69 18 da mistura em estudos seguisse da mistura em estudo seguisse

71 14 ; v) ensaio de compressão de Marshall ; e) ensaio de compressão de Marshall

71 Tít.Quad. 5.7

AC 14 surf 50/70 (EN 12697-25) AC 14 surf 50/70 (EN 12697-35)

74 5 m1 – massa do picnómetro de vácuo completo;

m1 – massa do picnómetro de vácuo completo (g);

74 6 m2 – massa do picnómetro de vácuo completo com amostra;

m2 – massa do picnómetro de vácuo completo com amostra (g);

74 7 m3– massa do picnómetro de vácuo completo com amostra e água;

m3– massa do picnómetro de vácuo completo com amostra e água(g);

74 8 VP – volume do picnómetro de vácuo completo com água até à marca de referência;

VP – volume do picnómetro de vácuo completo com água até à marca de referência (m3);

74 9 ρw – massa volúmica da água à temperatura de ensaio (25ºC).

ρw – massa volúmica da água, em kg/m3, à temperatura de ensaio (25ºC).

74 11 onde, m1 e m2, representam a massa onde, m1 e m2, em gramas,

representam a massa

Page 5: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

4/4

Pág. Linha/Nota Onde se lê Deve ler-se

74 12 , a massa volúmica da água à temperatura de ensaio (25ºC).

, a massa volúmica da água, em kg/m3 à temperatura de ensaio (25ºC).

74 17 VFB= vb + VMA (5.6) VFB = vB/VMA x100 (5.6)

77 2 (N) provete saturado com superfície seca. provete saturado.

80 18 resistência conservada (ISTR) pela norma militar

resistência conservada pela norma militar

82 2 os índices de resistência conservada (ISTR)

os índices de resistência conservada (ISTR e IRC)

82 5 o preconizado pela norma EN12697-12.

o preconizado pela norma EN 12697-12.

82 Tít.Quad. 5.14

de tracção indirecta (EN12607-12). de tracção indirecta (EN12697-12).

82 Quadro 5.15 L7/C1

ISTR - Resistência conservada em ensaios de compressão de Marshall

IRC - Resistência conservada em ensaios de compressão de Marshall

82 Quadro 5.15 L7/C1

130 (2) 130 (1)

82 1(N) (2) O ISTR apresenta valores (1) O ISTR apresenta valores

83 9 para os índices de resistência conservada (ISTR)

para os índices de resistência conservada (ISTR e IRC)

84 Quadro 5.16 L6/C1

VMAmín =15,29% VMAmín =15,29%(1)

87 33 (EN 12697-12), e a temperatura (EN 12697-22), e a temperatura

Legenda:

C – Coluna; Cab – Cabeçalho; Q – Quadro; L – Linha; N – Nota; T – Título;

Tít. Quad. - Título de Quadro;

Nota: Não se devem contar as linhas em branco e devem contar-se os títulos.

Page 6: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa AGRADECIMENTOS

Tânia Sofia Lopes Nunes i

AGRACEDIMENTOS

Esta Dissertação é o culminar de objectivo académico a que me propus e que não seria possível sem a precisa ajuda de um número considerável de pessoas a quem manifesto o meu agradecimento.

Estou especialmente agradecida ao Professor Doutor Silvino Dias Capitão, Professor Coordenador do Departamento de Engenharia Civil (DEC) do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), pela orientação científica, pelos conhecimentos e ensinamentos, pelas preciosas recomendações transmitidas durante a elaboração desta dissertação. À sua dedicação, amizade e motivação que soube incutir-me.

Expresso igualmente o meu agradecimento ao Engenheiro Técnico Carlos Renato, técnico do Laboratório de Pavimentos do DEC-ISEC, pela preciosa ajuda na realização de grande parte dos trabalhos experimentais, pela sua boa disposição e incentivo.

Agradeço às empresas e aos colaboradores Engenheira Maria João da Domingos & Contente, SA, Engenheira Filipa Gomes da Construções Júlio Lopes, SA e Engenheira Rita Araújo da Isidoro Correia da Silva, Lda. pela disponibilidade de informação e cooperação na realização deste trabalho.

É ainda devido um agradecimento ao Sr. Miguel Branco e à D. Manuela Gertrudes pela compreensão e ajuda nas minhas obrigações profissionais, pela boa vontade e pela amizade.

A todos os meus colegas e amigos, em especial aos meus amigos do coração Teresa e Dora Silveira, João Bento e João Luís agradeço a ajuda, o incentivo, o carinho e a compreensão pelas ausências.

À minha família, em especial aos meus pais e irmã pelo amor, apoio e paciência que tiveram em toda a minha formação enquanto pessoa e ao longo do meu percurso académico. Um agradecimento especial ao meu pai a quem tudo devo e um exemplo para mim.

Para ti avó Ivone, estejas onde estiveres, muito obrigada.

Tânia Sofia Lopes Nunes

Coimbra, Dezembro de 2010

Page 7: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa RESUMO

Tânia Sofia Lopes Nunes ii

RESUMO

Com a aprovação da Directiva dos Produtos da Construção, grande parte dos materiais de construção passaram a estar sujeitos a um conjunto de especificações técnicas, as quais podem ser demonstradas através da Marcação CE. Em Portugal, no caso das misturas betuminosas, a marcação CE passou a ser obrigatória a partir de 2008. Contudo, a aplicação dos princípios associados à marcação CE na prática tecnológica ainda não se generalizaram, e as especificações técnicas das administrações rodoviárias ainda estão num período de adaptação.

Em Portugal, com a grande aplicação de misturas betuminosas a quente em pavimentos de tipo flexível, julgou-se conveniente efectuar uma abordagem do processo de implementação da marcação CE daquele produto, analisando também as alterações introduzidas ao nível dos procedimentos de formulação das misturas e do controlo do processo de fabrico. Este estudo tem como objectivo demonstrar e avaliar os procedimentos envolvidos na marcação CE de misturas betuminosas, em especial as do grupo do betão betuminoso abrangido pela norma NP EN 13108-1. Além disto, pretende-se verificar o estado real de aplicação da marcação CE naquele produto por parte dos produtores e a aceitação por parte dos clientes.

Nesta dissertação faz-se um enquadramento do Normativo Europeu dos produtos da construção, bem como a exposição dos requisitos e exigências indicadas nas Normas Europeias aplicáveis para a aposição da marcação CE em misturas betuminosas. É feita uma descrição dos ensaios laboratoriais que permitem a caracterização mecânica das misturas através de duas abordagens, a empírica e a fundamental. Apresenta-se também uma análise do tipo “antes e depois” do processo de implementação e controlo de produção em fábrica de misturas, recorrendo a três empresas produtoras. Por fim, procede-se a um estudo de formulação laboratorial e caracterização de um AC 14 surf 50/70, conforme os requisitos indicados na NP EN 13108-1.

PALAVRAS-CHAVE: Betão Betuminoso, Controlo de produção em fábrica, Ensaios de caracterização mecânica de misturas betuminosas, Ensaio de Tipo Inicial, Formulação de misturas betuminosas, Marcação CE, Misturas Betuminosas, Normas.

Page 8: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa ABSTRACT

Tânia Sofia Lopes Nunes iii

ABSTRACT

With the Construction Products Directive approval, most of construction materials are now under a set of technical standards which can be proved by the CE Marking. In Portugal, concerning with bituminous mixtures, the CE marking became mandatory from 2008. However, the application of the principles associated with the CE marking in technological practice is not yet widespread and the specifications of road administrations are still in an adjustment period.

In Portugal, due to a massive usage of hot bituminous mixtures in flexible pavements, it was convenient to implement the CE mark on the product as well as some changes on the creation of mixtures and on the control of the manufacturing process. The aim of this study is to prove and evaluate the procedures involved in the CE marking of bituminous mixtures, especially the group of bituminous concrete covered by NP EN 13108-1. Moreover, it is intended to verify the actual state of implementation of CE marking on this product by producers, and the acceptance by customers.

This dissertation makes an approach to the European Standard of construction products as well as an exposure of the demands and requirements for bituminous mixtures CE markings specified in European Standards. A description of the laboratory tests that allow mechanical characterization of mixtures by two approaches - the empirical and the fundamental is shown. It is also presented an analysis of the factory implementation process and production control of “before and after" type mixtures, using three production companies. Finally, it is made a laboratory study on formulation and characterization of the AC 14 surf 50/70 according to the requirements and categories listed in NP EN 13108-1.

KEYWORD: Asphalt Concrete, Factory Production Control, Testing for mechanical characterization of bituminous mixtures, Initial Type Testing, Design of bituminous mixtures, CE Marking, Bituminous Mixtures, Standards.

Page 9: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa ÍNDICE

Tânia Sofia Lopes Nunes iv

ÍNDICE

CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 1.1. Enquadramento ................................................................................................................................................. 1 1.2. Objectivos e Metodologia do Trabalho ............................................................................................................. 2 1.3. Estrutura da Dissertação ................................................................................................................................... 2 1.4. Referências Bibliográficas ................................................................................................................................ 4

CAPÍTULO 2. ENQUADRAMENTO DO NORMATIVO EUROPEU DOS PRODUTOS DA CONSTRUÇÃO 2.1. Nota Introdutória .............................................................................................................................................. 6 2.2. Marcação CE: Normativo Europeu dos Produtos da Construção ..................................................................... 6

2.2.1. Enquadramento do Normativo Europeu ..................................................................................................... 6 2.2.2. Marcação CE dos produtos da construção .................................................................................................. 7 2.2.3. Marcação CE dos constituintes das misturas betuminosas........................................................................ 10

a) Agregados............................................................................................................................................... 10 b) Ligantes betuminosos ............................................................................................................................. 13

2.2.4. Marcação CE das principais misturas betuminosas aplicadas em Portugal ............................................... 15 a) Formulação do betão betuminoso ........................................................................................................... 15 b) Avaliação de conformidade através do ensaio de tipo inicial e do controlo da produção em

fábrica .................................................................................................................................................... 18 2.3. Considerações Finais ...................................................................................................................................... 21 2.4. Referências Bibliográficas .............................................................................................................................. 22

CAPÍTULO 3. FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MISTURAS BETUMINOSAS FABRICADAS A QUENTE 3.1. Nota Introdutória ............................................................................................................................................ 24 3.2. Características Mecânicas das Misturas Betuminosas .................................................................................... 24

3.2.1. Generalidades ........................................................................................................................................... 24 3.2.2. Características de deformabilidade ........................................................................................................... 25 3.2.3. Resistência à fadiga .................................................................................................................................. 26 3.2.4. Resistência à deformação permanente ...................................................................................................... 27

3.3. Ensaios para Aposição da Marcação CE nas Misturas Betuminosas por Abordagem Empírica .................... 28 3.3.1. O método de Marshall: NP EN 12697-34 ................................................................................................. 28 3.3.2. Ensaios adicionais para aposição da marcação CE das misturas betuminosas a quente em Portugal .............................................................................................................................................................. 31

- Ensaio de avaliação da sensibilidade à água ............................................................................................ 31 - Ensaio wheel-tracking .............................................................................................................................. 33

3.4. Ensaios para Aposição da Marcação CE nas Misturas Betuminosas por Abordagem Fundamental .............. 36 3.4.1. Resistência à deformação: ensaio de compressão triaxial (EN 12697- 25) ............................................... 36 3.4.2. Rigidez (EN 12697-26) ............................................................................................................................. 38 3.4.3. Resistência à fadiga em ensaios de flexão (EN 12697-24) ....................................................................... 39

Page 10: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa ÍNDICE

Tânia Sofia Lopes Nunes v

3.5. Considerações Finais ...................................................................................................................................... 40 3.6. Referências Bibliográficas .............................................................................................................................. 41

CAPÍTULO 4. ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MISTU RAS BETUMINOSAS 4.1. Nota Introdutória ............................................................................................................................................ 43 4.2. Controlo de Produção em Fábrica: Comparação dos Métodos Utilizados com as Práticas Anteriores .......... 43

4.2.1. Generalidades ........................................................................................................................................... 43 4.2.2. Controlo dos materiais constituintes ........................................................................................................ 44 4.2.3. Controlo da produção de misturas betuminosas a quente ......................................................................... 45 4.2.4. Controlo laboratorial - ensaios de tipo iniciais ......................................................................................... 48 4.2.5. Avaliação da conformidade legal ............................................................................................................. 50

4.3. Aplicação de Marcação CE às Principais Misturas Betuminosas a Quente Aplicadas em Portugal .............. 52 4.3.1. Designação e aplicação das principais misturas betuminosas de acordo com a NP EN 13108-1 ............. 52 4.3.2. Realização de ensaios laboratoriais: ensaios de tipo inicial (ITT) ............................................................ 53

a) Composição granulométrica ................................................................................................................... 53 b) Método de Marshall ............................................................................................................................... 55 - Procedimentos laboratoriais adoptados pelas empresas ......................................................................... 55 - Resultados obtidos do ensaio ................................................................................................................. 56

4.3.3. Ensaios adicionais para a aposição da marcação CE nas misturas betuminosas a quente ........................ 57 a) Ensaio de pista wheel–tracking .............................................................................................................. 58 - Procedimentos laboratoriais adoptados .................................................................................................. 58 - Resultados obtidos no ensaio ................................................................................................................. 59 b) Avaliação da sensibilidade à água (EN 12697-12) ................................................................................ 60 - Procedimentos laboratoriais adoptados .................................................................................................. 60 - Resultados obtidos nos ensaios .............................................................................................................. 61

4.4. Dificuldades Encontradas na Implementação do Sistema de Marcação e Investimento Realizado ................ 61 4.5. Considerações Finais ...................................................................................................................................... 62 4.6. Referências Bibliográficas .............................................................................................................................. 64

CAPÍTULO 5. ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50 /70 COM BASE NA NORMA NP EN 13108-1 5.1. Nota Introdutória ............................................................................................................................................ 65 5.2. Estabelecimento da Mistura Betuminosa AC14 surf 50/70 (BB) Estudada ................................................... 65

5.2.1. Propriedades físicas dos materiais granulares e características do betume .............................................. 65 5.2.2. Composições seleccionadas para o estudo ............................................................................................... 69

5.3. Método de Marshall ....................................................................................................................................... 71

5.3.1. Fabrico dos provetes e procedimentos de ensaio ...................................................................................... 71

5.3.2. Resumo e análise dos resultados .............................................................................................................. 73

5.4. Avaliação da Resistência à Deformação Permanente com o Simulador de Pista Wheel-Tracking................. 76 5.4.1. Fabrico dos provetes e procedimentos de ensaio ...................................................................................... 77

5.4.2. Resumo e análise dos resultados .............................................................................................................. 78

5.5. Avaliação da Sensibilidade à Água ................................................................................................................ 80

5.5.1. Fabrico dos provetes e procedimentos de ensaio ...................................................................................... 80

5.5.2. Resumo e Análise dos Resultados ............................................................................................................ 82

5.6. Caracterização da Mistura Betuminosa para a Aposição da Marcação CE (Ensaio de Tipo Inicial) ............. 83

Page 11: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa ÍNDICE

Tânia Sofia Lopes Nunes vi

5.7. Referências Bibliográficas .............................................................................................................................. 85

CAPÍTULO 6. CONCLUSÕES GERAIS E TRABALHOS FUTUROS 6.1. Síntese do Trabalho e Conclusões Gerais ....................................................................................................... 86

6.2. Prosseguimento de Trabalhos Futuros ............................................................................................................ 88

6.3. Considerações Finais ...................................................................................................................................... 88 6.4. Referências Bibliográficas .............................................................................................................................. 89

REFERÊNCIAS NORMATIVAS ………………………………………………………………………90

ÍNDICE DE ANEXOS ANEXO I – Informação exigida pela NP EN 13108-1 e pela NP EN 13108-20 no Relatório de Ensaio

de Tipo ............................................................................................................................................. 97

ANEXO II – Informação exigida pela NP EN 13108-1 num Certificado de Conformidade do Produto.............. 99

ANEXO III – Informação exigida pela NP EN 13108-1 numa Declaração de Conformidade CE ..................... 101

ANEXO IV – DC-8.2.4.1 B: Plano de Monitorização e Medição com Frequência de Inspecção e Ensaio da Empresa B ............................................................................................................................... 103

ANEXO V – DC-8.2.4.1 C: Plano de Monitorização e Medição com Frequência de Inspecção e Ensaio da Empresa C ................................................................................................................................ 117

ANEXO VI – G.P.B: Fluxograma da Gestão de Produção em Central da Empresa B ........................................ 125

ANEXO VII – F.P.C: Fluxograma da Produção em Central da Empresa C ....................................................... 127

ANEXO VIII – F.T.P A: Ficha Técnica do Produto – AC14 surf 35/50 da Empresa A ..................................... 129

ANEXO IX – F.T.P B: Ficha Técnica do Produto – AC14 surf 50/70 da Empresa B ........................................ 131

ANEXO X – F.T.P C: Ficha Técnica do Produto – AC14 surf 50/70 da Empresa C .......................................... 133

ANEXO XI – R.E.B: Relatórios de Ensaio Efectuados ao AC 14 surf 50/70 da Empresa B .............................. 135

ANEXO XII – R.E.C: Relatórios de Ensaio Efectuados ao AC 14 surf 50/70 da Empresa C ............................ 147

ANEXO XIII – Ficha Detalhada do Ensaio Laboratorial: Avaliação da Sensibilidade à Água da Mistura Betuminosa, AC 14 surf 50/70 pela EN 12697-12 ................................................................... 155

Page 12: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa ÍNDICE DE FIGURAS

Tânia Sofia Lopes Nunes vii

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 3.1. Equipamento para o ensaio de compressão Marshall ........................................................................ 29 Figura 3.2. Representação gráfica típica da variação da carga em função da deformação ocorrida e o

“quociente de Marshall” ................................................................................................................... 30 Figura 3.3. Variação com o tempo da deformação vertical média obtida para séries de provetes em

laboratório ......................................................................................................................................... 35

Figura 3.4. Exemplo de evolução do parâmetro RDm com a percentagem em betume de várias misturas betuminosas obtidos a partir de ensaio com o Wheel-tracking .......................................................... 35

Figura 3.5. Exemplo de evolução do parâmetro TRm com a percentagem em betume de várias misturas betuminosas obtidos a partir de ensaio com o Wheel-tracking .......................................................... 36

Figura 3.6. Representação dos carregamentos propostos na EN 12697-25 para a realização de ensaios de compressão triaxial de misturas betuminosas .............................................................................. 37

Figura 3.7. Resumo dos tipos de ensaios para avaliação das características de deformabilidade e de resistência à fadiga de misturas betuminosas ..................................................................................... 39

Figura 4.1. Esquema da central do tipo descontínuo ............................................................................................ 47

Figura 4.2. Resultados das análises granulométricas efectuadas pelas empresas ................................................ 54 Figura 4.3. Esquema representativo da avaliação da conformidade dos sistemas de comprovação com

base para a marcação CE ................................................................................................................... 63

Figura 5.1. Limites mínimos e máximos do fuso granulométrico para o AC 14 surf ligante ............................... 69

Figura 5.2. Curvas granulométricas dos agregados .............................................................................................. 70

Figura 5.3. Curva e fuso granulométricos do AC 14 surf 50/70 ........................................................................... 70

Figura 5.4. Misturador automático ...................................................................................................................... 72

Figura 5.5. Compactador de impacto .................................................................................................................. 72

Figura 5.6. Determinação da baridade .................................................................................................................. 72

Figura 5.7. Ensaio de compressão de Marshall .................................................................................................... 73

Figura 5.8. Determinação da baridade máxima teórica ........................................................................................ 73

Figura 5.9. Representação gráfica dos resultados do método de Marshall .......................................................... 75 Figura 5.10. Condicionamento do provete no interior da câmara do Wessex Wheel Tracker S867 ..................... 78 Figura 5.11.Evolução do valor da taxa de deformação para a lajeta L3 no intervalo [1000;5775] ...................... 79 Figura 5.12. Lajetas L1 e L2 após o ensaio do Wheel-Tracking .......................................................................... 79 Figura 5.13. Equipamento e acondicionamento dos provetes pela norma EN 12697-12 ..................................... 81 Figura 5.14. Tipo de rotura do provete P7 resultante do ensaio à tracção indirecta ............................................. 82

ÍNDICE DE FIGURAS DE ANEXOS Figura VII. 1. Fluxograma da gestão da produção em central da empresa B. .................................................... 125 Figura VII. 2. Fluxograma da produção em central da empresa C. .................................................................... 127

Page 13: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa ÍNDICE DE QUADROS

Tânia Sofia Lopes Nunes viii

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 2.1. Sistema de comprovação de conformidade como base para a marcação CE ...................................... 9 Quadro 2.2. Proposta de correspondência entre os sistemas de conformidade do RPC e da DPC ....................... 10 Quadro 2.3. Alguns requisitos e propriedades dos agregados impostos pela marcação CE e CETO ................... 12 Quadro 2.4. Requisitos e propriedades para os betumes de pavimentação 35/50 e 50/70 .................................... 14 Quadro 2.5. Requisitos e propriedades para as emulsões betuminosas clássicas ................................................. 14 Quadro 2.6. Designação actual das misturas betuminosas.................................................................................... 16 Quadro 2.7. Limites gerais do fuso granulométrico - "Série base + série 1" ........................................................ 16

Quadro 2.8. Limites gerais do fuso granulométrico "Série base + série 2" .......................................................... 17

Quadro 2.9. Tipo e número de ensaio de tipo para o Betão Betuminoso .............................................................. 19 Quadro 2.10. Frequências mínimas de inspecção e ensaio para o produto entregue ............................................ 21

Quadro 3.1. Valor mínimo da resistência conservada em tracção indirecta ou pelo ensaio de compressão de Marshall ...................................................................................................................................... 33

Quadro 3.2. Taxa de deformação média em ensaios de pista, WTSAIR ................................................................ 34 Quadro 3.3. Condições de realização do ensaio de compressão triaxial ............................................................... 38

Quadro 3.4. Métodos, procedimentos e condições de ensaio ............................................................................... 39

Quadro 3.5. Métodos, procedimentos e condições de ensaio ............................................................................... 40

Quadro 4.1. Tolerâncias em percentagem absoluta para a avaliação de conformidade da produção ................... 51 Quadro 4.2. Determinação do nível de conformidade do funcionamento da central ............................................ 51 Quadro 4.3. Frequência mínima para análise do produto acabado ....................................................................... 51

Quadro 4.4. Resumo dos resultados médios obtidos pelas três empresas ............................................................. 56 Quadro 4.5. Resumo das categoriais declaradas pelas empresas para o AC 14 surf ligante de acordo

com a NP EN 13108-1 ..................................................................................................................... 57

Quadro 4.6. Condições de da preparação dos provetes e respectivas características para os ensaios de pista Wheel-Tracking ....................................................................................................................... 58

Quadro 4.7. Resumo dos resultados do ensaio obtidos pelas duas empresas B e C .............................................. 59

Quadro 4.8. Categorias declaradas conforme fichas técnicas do produto das empresas B e C ............................. 59

Quadro 4.9. Resultados da avaliação da sensibilidade à água e categorias declaradas pelas empresas B e C ........................................................................................................................................................ 61

Quadro 5.1. Granulometrias dos materiais provenientes da pedreira de Fornelo - “Série base + série 2” ............ 66 Quadro 5.2. Algumas características físicas dos materiais grossos ...................................................................... 66

Quadro 5.3. Algumas características físicas dos materiais finos .......................................................................... 67

Quadro 5.4. Granulometria do filer comercial- “Série base + série 2” ................................................................. 68

Quadro 5.5. Algumas propriedades do filer comercial obtidas em laboratório .................................................... 68 Quadro 5.6. Algumas propriedades físicas do betume 50 /70 determinadas em laboratório ................................ 68 Quadro 5.7. Duração da assamadura para um AC 14 surf 50/70 .......................................................................... 71

Quadro 5.8. Resumo dos resultados médios do método de Marshall ................................................................... 73 Quadro 5.9.Desvio–padrão calculado para os resultados das grandezas obtidas pelo método de Marshall ......... 76 Quadro 5.10. Características dos provetes para o ensaio de pista Wheel-Tracking .............................................. 77

Quadro 5.11. Resumo dos resultados do ensaio obtido pelo Wheel-Tracking ...................................................... 78 Quadro 5.12. Resumo das características e tempo de condicionamento dos provetes de acordo com a

norma MIL-STD-620 ...................................................................................................................... 81

Page 14: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa ÍNDICE DE QUADROS

Tânia Sofia Lopes Nunes ix

Quadro 5.13. Resumo das características e tempo de condicionamento dos provetes de acordo com a norma EN 12697-12 ..................................................................................................................... 81

Quadro 5.14. Resumo dos resultados obtidos pelo ensaio de tracção indirecta ................................................... 82 Quadro 5.15. Resumo dos resultados obtidos pelo ensaio de compressão de Marshall ....................................... 82

Quadro 5.16. Caracterização do AC 14 surf 50/70 para a marcação CE .............................................................. 84

ÍNDICE DE QUADROS DE ANEXOS Quadro XIII.1.Determinação da sensibilidade à água de provetes betuminosos com 4,8% de betume ............. 155

Page 15: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa GLOSSÁRIO

Tânia Sofia Lopes Nunes x

GLOSSÁRIO

Abordagem empírica: Define o betão betuminoso em termos de receitas de composição e requisitos para os materiais constituintes, em associação com requisitos adicionais baseados em ensaios relacionados com o desempenho.

Abordagem fundamental: Define o betão betuminoso em termos de requisitos baseados no desempenho em associação com uma reduzida prescrição da composição e dos materiais constituintes oferecendo, assim, um maior grau de liberdade.

Aditivo: Material constituinte que pode ser adicionado em pequenas quantidades à mistura, como por exemplo fibras orgânicas, inorgânicas com o objectivo, capazes de influenciar as características mecânicas, a trabalhabilidade ou a cor da mistura.

Betão betuminoso: Mistura betuminosa de composição granulométrica contínua ou descontínua formando uma estrutura perfeitamente imbricada.

Calibração: Conjunto de operações que estabelecem, em condições especificadas, a relação entre os valores indicados por um instrumento ou por um sistema de medição, e os correspondentes valores da grandeza obtidos por um padrão de referência.

Categoria não requerida (NR): Categoria usada quando não existir regulamentação para uma determinada característica no local de utilização pretendida

Composição laboratorial: Definição da fórmula de uma mistura em termos dos materiais constituintes, da curva granulométrica e da percentagem de betume adicionada.

Composição da produção: Definição da fórmula de uma mistura em termos dos materiais constituintes e da percentagem de ligante e da curva granulométrica média, determinadas após ensaio.

Controlo de produção em fábrica: Controlo da produção permanente e interno realizado pelo fabricante, no qual todos os elementos, requisitos e disposições adoptados pelo fabricante devem ser documentados de um modo sistemático sob a forma de políticas e procedimentos escritos. Esta documentação do sistema de controlo da produção visa assegurar uma compreensão comum da garantia da qualidade e permitir atingir as características requeridas do produto e a eficácia do sistema de controlo da produção a verificar.

Desempenho não determinado (NPD): A opção NPD pode ser utilizada quando e onde a característica, para uma determinada utilização prevista, não for sujeita a requisitos regulamentares no Estado-Membro. Não poderá ser utilizada quando a propriedade é sujeita a um limite aceitação/rejeição.

Especificação empírica: Combinação de requisitos para a composição e materiais constituintes com requisitos relacionados com o desempenho.

Page 16: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa GLOSSARIO

Tânia Sofia Lopes Nunes xi

Especificação fundamental: Combinação de requisitos baseados no desempenho com reduzida prescrição da composição e dos constituintes, oferecendo, assim, um maior grau de liberdade do que no caso de uma especificação empírica

Especificações técnicas: Normas Europeias harmonizadas e Aprovações Técnicas Europeias para misturas betuminosas.

Fórmula da mistura: Fórmula de uma única mistura expressa em termos da sua composição.

Pavimento: Estrutura composta por uma ou mais camadas destinadas a permitir a circulação de tráfego sobre o terreno.

Requisito baseado no desempenho: Requisito para uma propriedade fundamental (por exemplo: rigidez e fadiga) que indique o desempenho e que conste da abordagem fundamental.

Requisito relacionado com o desempenho: Requisito para uma característica (por exemplo: ensaio de pista wheel-tracking, propriedades Marshall) relacionada com uma propriedade física fundamental que apenas permite prever o desempenho.

Valor a declarar (TBR): Quando o fabricante associa a determinada característica/classe - valor a reportar, o mesmo terá de dar a informação pretendida quando solicitado. Contudo o valor da característica não pode ser pedido para verificação das exigências essenciais mandatórias, nem para efeito de aposição da marcação CE no produto.

Verificação organoléptica: Avaliação qualitativa realizada com os sentidos: visão, tacto, olfacto e audição.

Page 17: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa SIMBOLOGIA

Tânia Sofia Lopes Nunes xii

SIMBOLOGIA

a – parâmetro que depende das características das misturas betuminosas (símbolo genérico) A – parâmetro determinado pela aplicação do método dos mínimos quadrados aos valores da curva de ensaio b – parâmetro que depende das características das misturas betuminosas (símbolo genérico) B – parâmetro determinado pela aplicação do método dos mínimos quadrados aos valores da curva de ensaio c – factor de correcção (símbolo genérico) C – percentagem de partículas esmagadas ou partidas e de partículas totalmente roladas d – dimensão mínima do agregado/ profundidade da rodeira ao fim de número de ciclos D – dimensão máxima do agregado; dimensão correspondente à abertura do peneiro superior que pode reter material DTC-CY – carregamento de cilindros em ensaios de tracção-compressão (Direct Tension-Compression test on cylindrical specimens) DT-CY – carregamento de cilindros em ensaios de tracção directa (Direct Tension to cylindrical specimens) DT-PR – carregamento de primas em ensaios de tracção directa (Direct Tension to prismatic specimens) Emist – módulo de deformabilidade da mistura betuminosa Ecomp – módulo complexo do material f – frequência (símbolo genérico); categoria para o teor em finos dos materiais granulares fcmáx – categoria para o valor máximo da taxa de fluência em compressão triaxial F – deformação de Marshall (mm); categoria para a resistência gelo-degelo dos materiais granulares FI – índice de achatamento de materiais granulares Gc – categoria para a granulometria típica que passa no peneiro intermédio e as tolerâncias para os agregados grossos Gc – categoria para a granulometria típica do agregado grosso em função da dimensão d/D do agregado GA – categoria para a granulometria típica do agregado de granulometria extensa em função da dimensão d/D do agregado GTC – categoria para a granulometria típica do agregado fino e do agregado de granulometria extensa 0/D com D≤ 8 mm h – altura (símbolo genérico) IT-CY – carregamento de cilindros, à compressão diametral ou à tracção indirecta, em ensaios de compressão (indirect tensile test on cylindrical specimens) ITSR – índice de resistência conservada em tracção indirecta (Indirect Tensile Strength Ratio) ITSw – valor médio da resistência conservada em tracção indirecta do grupo dos provetes imersos (Indirect Tensile Strength of the Wet Group) ITSd – valor médio da resistência conservada em tracção indirecta do grupo dos provetes “secos” (Indirect Tensile Strength of the Dry Group)

Page 18: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa SIMBOLOGIA

Tânia Sofia Lopes Nunes xiii

LA – categoria para o coeficiente de Los Angeles k – coeficiente de variação do tráfego suportado por um pavimento m – massa do provete (símbolo genérico) MDE – categoria para o coeficiente Micro-Deval MBF – categoria para o valor de azul de metileno N – Número de aplicações de carga Pb – Percentagem de betume na mistura betuminosa 2 PB-PR – carregamento de prismas em consola, 1 carga e 1 ponto de apoio, em ensaios de flexão (two-point bending on prismatic specimens) 2 PB-TR ou 2 PB-TZ – carregamento de prismas em consola, 1 carga e 1 ponto de apoio, em ensaios de flexão (two-point bending on trapezoidal specimens) 3 PB-PR – carregamento de prismas simplesmente apoiados, 1 carga e 2 pontos de apoio, em ensaios de flexão (three-point bending on prismatic specimens) 4 PB-PR – carregamento de prismas em consola, 2 cargas e 2 pontos de apoio, em ensaios de flexão (four-point bending on prismatic specimens) PSV – categoria para o coeficiente de polimento acelerado (%) PRDAIR – profundidade média da rodeira proporcional máxima no ensaio de Wheel-Tracking (Mean Proporcional Rut Depth in air) Q – quociente entre a estabilidade de Marshall e a deformação de Marshall S – estabilidade de Marshall SI – Índice de forma dos materiais granulares RDm – deformação média de rodeira, procedimento A ao ar, no ensaio de Wheel-Tracking (Mean Rut Depth in air) t – tempo (símbolo genérico) TRm – velocidade de deformação média dos provetes, procedimento A ao ar, no ensaio de Wheel-Tracking (Mean Track Depth in air ) vb – percentagem volumétrica de betume Vdef – velocidade de deformação da mistura (símbolo genérico) VFB – percentagem de vazios preenchidos com betume, (percentage of the voids in the mineral aggregate filled with binder) V10Gmin – categoria para a porosidade mínima após 10 giros VLA – categoria para a resistência ao choque térmico dos materiais granulares Vm – porosidade da mistura betuminosa (percentage of voids content) VMA – percentagem de vazios na mistura de agregados (percentage of voids content in the mineral aggregate) Vp – volume do picnómetro de vácuo completo WA – categoria para a absorção de água dos materiais granulares WTSAIR – taxa de deformação média no ensaio Wheel-Tracking, em terminologia inglesa, Mean Wheel-Tracking Slope αααα – coeficiente de agressividade, factor de equivalência de danos entre veículo pesado e eixo - padrão ∆∆∆∆T – variação de temperatura

Page 19: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa SIMBOLOGIA

Tânia Sofia Lopes Nunes xiv

εεεε – extensão (símbolo genérico) εN – extensão axial permanente εt – amplitude da extensão de tracção ocorrida em cada carregamento. εεεε6666 – extensão de tracção necessária para que haja rotura do material ao fim de 1 milhão de ciclos de carga σ – tensão normal (símbolo genérico) σσσσ� – amplitude da tensão de tracção aplicada em cada carregamento φφφφ – ângulo de fase (símbolo genérico) ω – velocidade angular υυυυ – volume do provete medido no ensaio de compressão de Marshall / índice de vazios de Rigden ρρρρa – massa volúmica aparente dos agregados grossos duma mistura betuminosa ρρρρb dry – baridade aparente ρρρρb dim – baridade geómetrica ρρρρb – baridade dos materiais granulares ρρρρb – massa volúmica do betume componente duma mistura betuminosa ρρρρmv – baridade máxima teórica da mistura ρρρρssd – massa volúmica das partículas saturadas dos agregados grossos duma mistura betuminosa ρρρρrd – massa volúmica das partículas secas dos agregados grossos duma mistura betuminosa ρρρρw – massa volúmica da água à temperatura de ensaio

Page 20: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa ABREVIATURAS

Tânia Sofia Lopes Nunes xv

ABREVIATURAS

ABGE – Agregado Britado de Granulometria Extensa

AC – Betão Betuminoso (Asphalt Concrete)

ASTM – American Society for Testing and Materials

BBsb – Betão Betuminoso Subjacente

BBr – Betão Betuminoso Rugoso

CE – Conformidade Europeia (Conformité Européene).

CEE – Comunidade Económica Europeia.

CEN – Comité Europeu de Normalização.

CETO – Caderno de Encargos Tipo Obra

CT – Comissões Técnicas Portuguesas de Normalização.

DEC – Departamento de Engenharia Civil.

DPC – Directiva dos Produtos de Construção (Construction Products Directive)

EEE – Espaço Económico Europeu

EP – Estradas de Portugal, S.A.

EN- Norma Europeia (European Normalization)

ENh – Normas Europeias harmonizadas (European Normalization harmonized)

ETA – Aprovações Técnicas Europeias (European Technical Approval)

FCP – Controlo de Produção em Fábrica (Factory Control Production)

FCTUC – Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil

IEP – Instituto das Estradas de Portugal, S.A.

INIR – Instituto Nacional das Infra-Estruturas Rodoviárias

IPQ – Instituto Português da Qualidade

ISO – Organização Internacional de Normalização.

ITT – Ensaios de Tipo Inicial (Inicial Type Testing)

JOUE – Jornal Oficial das Comunidades Europeias

MB – Mistura Betuminosa

MBAM – Mistura Betuminosa de Alto Módulo

MBD – Mistura Betuminosa Densa

NP – Norma Portuguesa

NP EN – Normas Europeia harmonizadas adoptadas em Portugal

NPD – Desempenho não - determinado (No Performance Determined)

NR – Não Requerido (No Required)

OCL – Nível de conformidade de funcionamento da central (Operating Compliance Level)

prEN – Pré - Norma Europeia.

Page 21: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa ABREVIATURAS

Tânia Sofia Lopes Nunes xvi

RPC – Regulamento dos Produtos da Construção

RTFOT – Rolling thin film oven test

S.G.Q. – Sistema de Gestão e Qualidade

TBR – Valor a reportar (To Be Reported)

Page 22: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

CAPITULO 1

Tânia Sofia Lopes Nunes 1

1. INTRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

1.1. Enquadramento

Como enquadramento histórico, a origem da União Europeia remonta à Segunda Guerra Mundial. Com a vontade de assegurar que nunca mais se repetiria a loucura assassina e a vaga de destruição, as nações da Europa Ocidental criaram o Conselho da Europa em 1949. A criação deste conselho foi o primeiro passo para uma cooperação que seis países desejavam aprofundar.

Em 1951, inspirando-se no Plano Schuman, os seis países fundadores assinam um tratado que visava colocar as indústrias pesadas do carvão e do aço sob uma autoridade comum. A Alemanha, a Bélgica, a França, a Itália, o Luxemburgo e os Países Baixos foram os seis primeiros Estados – Membros. Com o êxito do tratado sobre o carvão e o aço, os seis alargam a sua cooperação a outros sectores económicos. Assim, em 1957, assinaram o Tratado de

Roma, que criou a Comunidade Económica Europeia (CEE), ou “mercado comum”, cujo objectivo principal era a livre circulação das pessoas, das mercadorias e dos serviços entre os Estados-Membros. Desde essa altura, o processo de construção europeia foi evoluindo até à criação de União europeia, tal como hoje existe, com 27 Estados – Membros, entre os quais Portugal.

No final da década de oitenta surgiu uma das directivas com maior impacto no âmbito europeu, a DPC - Directiva dos Produtos de Construção (CEE, 1988). A directiva 89/106/CEE, que se refere à aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados – Membros, incluindo Portugal, no que respeita aos produtos de construção, foi criada com o objectivo de eliminar as barreiras técnicas à livre circulação dos produtos de construção no Espaço Económico Europeu (EEE) (CEE, 1988). Com o aparecimento do mercado único europeu em 1993, a livre circulação das mercadorias, dos serviços, das pessoas e dos capitais tornou-se uma realidade potenciado algumas alterações na DPC (CEE, 1993).

Em geral, a DPC impõe como condição para a introdução dos produtos de construção no mercado europeu que estes devem estar aptos ao uso a que se destinam, devendo por isso apresentar características tais que, onde são incorporados, satisfaçam as exigências essenciais, tais como: a resistência mecânica e estabilidade, a segurança em caso de incêndio, a higiene, saúde e protecção do ambiente, a segurança na utilização, a protecção contra o ruído, e a economia de energia e isolamento térmico.

A Directiva dos Produtos de Construção prevê um conjunto de instrumentos para a sua implementação, entre os quais, a marcação CE nos produtos. A abreviatura “CE”surge da designação francesa Conformité Européene que significa Conformidade Europeia. A marcação CE indica a conformidade de um produto com os requisitos estabelecidos em

Page 23: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

INTRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

2

directivas comunitárias chamadas de “Nova Abordagem”. Assim, a marcação CE é um “passaporte” que permite que o produto seja legalmente colocado no mercado interno de qualquer Estado-Membro e não uma marca de qualidade do produto.

Com a evolução dos procedimentos da marcação CE de produtos de construção, este trabalho enquadra-se no esforço de caracterização e de especificação de misturas betuminosas de uso rodoviário, de modo a cumprir os requisitos indicados nas especificações técnicas. Além disto, no âmbito nacional, interessa analisar quais foram as mudanças, e quais serão no futuro, em termos da evolução das características técnicas dos materiais, e qual o impacto daquelas alterações nas intervenções de construção, conservação e reabilitação de pavimentos rodoviários.

1.2. Objectivos e Metodologia do Trabalho

Com a aprovação da Directiva dos Produtos da Construção, grande parte dos materiais de construção passaram a estar sujeitos a um conjunto de especificações técnicas, as quais podem ser demonstradas através da Marcação CE. Em Portugal, no caso das misturas betuminosas, a marcação CE passou a ser obrigatória a partir de 2008. Este trabalho tem como principal objectivo fazer um levantamento dos procedimentos envolvidos na marcação CE de misturas betuminosas, nas várias etapas do processo, tais como, o estudo de formulação e a produção de misturas betuminosas em central.

Este trabalho foi realizado com base na norma que rege este tipo de misturas em Portugal, a NP EN 1308-1 (IPQ, 2008 a)), tendo sido escolhida para o estudo laboratorial uma mistura betuminosa do tipo AC 14 surf ligante, a qual permitiu avaliar a adequação dos procedimentos da norma para a formulação, caracterização e especificação de alguns requisitos a cumprir para a aposição da marcação CE.

Do ponto de vista metodológico, procedeu-se ao enquadramento Normativo Europeu, para efeitos de aposição da marcação CE em misturas betuminosas. Além disso, efectuou-se uma descrição dos ensaios realizados para caracterização mecânica de misturas betuminosas e fez-se uma análise das implicações concretas do processo de implementação do controlo de produção em fábrica. Esta análise baseou-se nos processos de marcação implementados por três empresas.

Posteriormente, com os resultados obtidos nos ensaios laboratoriais realizados, elaborou-se uma reflexão sobre alguns ajustes julgados pertinentes no processo da marcação CE.

1.3. Estrutura da Dissertação

A dissertação é constituída por seis capítulos e treze anexos, cuja estrutura e conteúdo é sintetizado nesta secção.

Page 24: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

INTRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO CAPITULO 1

Tânia Sofia Lopes Nunes 3

Como introdução, no Capítulo 1 encontra-se uma resenha ao tema tratado, são definidos os principais objectivos do trabalho e a metodologia seguida para os atingir, e faz-se uma síntese da organização do trabalho.

No Capítulo 2 apresenta-se uma descrição dos procedimentos envolvidos na marcação CE de misturas betuminosas. Inicia-se com um enquadramento do Normativo Europeu tendo como base a evolução da Directiva dos Produtos de Construção (CEE, 1988). Na segunda parte do capítulo é dada particular atenção à marcação CE dos materiais utilizados no fabrico de misturas betuminosas, agregados e betume. No final, analisam-se as três Normas Europeias que estruturam o processo de marcação (NP EN 13108-1, NP EN 13108-20 e NP EN 13108-21), enunciando sumariamente os métodos e os requisitos para a formulação de uma mistura e sua validação, e o controlo de produção em fábrica, com base no cumprimento das especificações técnicas europeias.

No Capítulo 3 descrevem-se, de forma sucinta, os ensaios laboratoriais de desempenho, que se realizam para a caracterização mecânica de uma mistura. É feita uma descrição sumária dos mecanismos de ruína mais importantes que ocorrem nas camadas betuminosas, bem como uma análise dos conceitos de módulo de deformabilidade, de resistência à fadiga e de resistência à deformação permanente das misturas betuminosas. Com base nas especificações das Normas Europeias aplicáveis, apresenta-se a metodologia e as condições dos ensaios laboratoriais que são realizados para o cumprimento das exigências, por duas abordagens, a empírica e a fundamental.

No Capítulo 4 analisa-se o processo de implementação e o ponto de situação em três empresas produtoras relativamente à aposição da marcação CE em misturas betuminosas. Depois de uma descrição sucinta das práticas anteriormente utilizadas, descreve-se o controlo de produção em fábrica e o tipo de validação de misturas adaptado em cada uma (IPQ, 2008c)). Por fim, enumeram-se as dificuldades encontradas na implementação do sistema da marcação CE e o respectivo investimento.

No Capítulo 5 apresenta-se o estudo laboratorial de uma mistura betuminosa, AC 14 surf 50/70, com base na norma NP EN 13108-1. Após a caracterização dos materiais constituintes da mistura e respectiva composição, com base na abordagem empírica, resume-se o estudo inicial de formulação da mistura pelo método de Marshall. Depois, no contexto do Anexo Nacional da NP EN 13108-1, apresentam-se os resultados dos ensaios adicionais relacionados com o desempenho, designadamente, o ensaio com simulador de pista (Wheel-Tracking: EN 12697-22) e o ensaio de avaliação da sensibilidade à água (EN 12697-12). Por fim, é efectuada a caracterização da mistura betuminosa para a aposição da marcação CE, de acordo com os requisitos indicados na norma do produto (IPQ, 2008 a)) e na que estabelece os Ensaios de Tipo Inicial (IPQ, 2008 b)).

Page 25: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

INTRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

4

No Capítulo 6 faz-se uma síntese do trabalho desenvolvido, apresentam-se as conclusões mais relevantes e dá-se indicações para desenvolvimentos futuros.

No final apresenta-se uma lista completa das referências normativas utilizadas, uma vez que o número de normas é elevado e, assim, permite-se uma consulta mais fácil.

Nos treze anexos que integram este documento é apresentada a informação que se descreve abaixo de forma resumida:

O Anexo I apresenta uma lista da informação exigida pela norma NP EN 13108-1 no Relatório de Ensaio de Tipo.

O Anexo II resume os elementos que devem figurar no Certificado de Conformidade do Produto emitido pelo Organismo Notificado.

O Anexo III indica a informação a colocar na Declaração de Conformidade CE emitido pelo produtor de misturas betuminosas.

Os Anexos IV e V apresentam os planos de monitorização e medição dos materiais constituintes, do processo de fabrico, do produto acabado e de manutenção de centrais betuminosas das empresas B e C, respectivamente, de acordo com a NP EN 13108-21.

Os Anexos VI e VII são constituídos pelos fluxogramas de produção das empresas B e C, respectivamente.

Os Anexos VIII, IX e X apresentam as fichas técnicas do produto emitidas pelas empresas A,

B, C, respectivamente.

Os Anexos XI e XII mostram alguns dos resultados de ensaios laboratoriais realizados, respectivamente, pelas empresas B e C.

O Anexo XIII apresenta o relatório de ensaio de determinação da sensibilidade à água da mistura betuminosa estudada pela EN 12697-12.

1.4. Referências Bibliográficas

CEE (1988), Directiva do Conselho de 21 de Dezembro de 1988 relativa à aproximação das

disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos estados-membros no que

respeita aos produtos da construção (Directiva 89/106/CEE). Jornal Oficial das Comunidades Europeias, L 40, 11 de Fevereiro de 1989, Bruxelas.

CEE (1993), Directiva 93/68/CEE do Conselho de 22 de Julho de 1993. Jornal Oficial das Comunidades Europeias, L 40, 11 de Fevereiro de 1986, Bruxelas.

IPQ (2008 a)), NP EN 13108-1: 2008, Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais:

Parte 1:Betão Betuminoso. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

Page 26: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

INTRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO CAPITULO 1

Tânia Sofia Lopes Nunes 5

IPQ (2008 b)), NP EN 13108-20: 2008, Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais:

Ensaio de Tipo Inicial. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

IPQ (2008 c)), NP EN 13108-21: 2008. Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais:

Controlo da Produção em Fabrica. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

Page 27: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

CAPÍTULO 2

6

2. ENQUADRAMENTO DO NORMATIVO EUROPEU DOS PRODUTOS DA CONSTRUÇÃO

2.1. Nota Introdutória

No presente capítulo faz-se uma resenha do que é a marcação CE dos produtos da construção, mais propriamente de misturas betuminosas.

Inicialmente apresenta-se um enquadramento do Normativo Europeu, no qual se refere como é constituído actualmente, com base na evolução da Directiva dos Produtos de Construção - 89/106/CEE (CEE, 1988). Dá-se uma particular atenção à marcação CE dos constituintes das misturas betuminosas, nomeadamente aos agregados e ao betume.

Em seguida, de acordo com as três Normas Europeias aplicáveis (NP EN 13108-1, NP EN 13108-20 e NP EN 13108-21) expõem-se os métodos e os requisitos para a formulação de uma mistura betuminosa, assim como a sua validação, e o controlo de produção, tendo em conta o cumprimento das especificações técnicas europeias, termo utilizado pela Directiva

dos Produtos de Construção para designar as Normas Europeias harmonizadas (ENh) e as Aprovações Técnicas Europeias (ETA) (CEE, 1988).

2.2. Marcação CE: Normativo Europeu dos Produtos da Construção

2.2.1. Enquadramento do Normativo Europeu

Em meados da década de oitenta do século XX, o Conselho Europeu aprovou o “Livro Branco” sobre a realização do Mercado Interno, implementando o conceito de “Nova Abordagem”. Nessa nova fase, realçou-se a importância do sector da construção, promovendo o início da eliminação dos entraves técnicos à circulação de produtos no território europeu através da harmonização técnica, bem como o estabelecimento de exigências essenciais à segurança e saúde na construção, à durabilidade, à protecção do meio ambiente, e aos aspectos económicos e de interesse público.

Para dar resposta àqueles objectivos europeus, iniciou-se a elaboração de documentos de carácter normativo, facilitando a livre circulação dos produtos de construção detentores de uma marcação entre os Estados-Membros – a marcação CE. Neste encadeamento surge a Directiva Comunitária 89/106/CEE (CEE, 1988), correntemente designada por Directiva dos

Produtos de Construção (DPC).

Durante a fase de implementação, houve necessidade de fazer algumas modificações, pelo que, em meados de 1993, a DPC foi substituída por outra com a referência 93/68/CEE (CEE, 1993). Salienta-se que, apesar da DPC ter sido publicada em 1988, o mercado nacional ainda não se encontrava direccionado para as novas regras.

Page 28: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC

Tânia Sofia Lopes Nunes 7

Após um período de indecisão, em meados de 2001, com o aparecimento da NP EN 197-1:2001 referente aos cimentos correntes, a aposição da marcação CE tornou-se uma realidade.

A DPC pertence ao conjunto das Directivas da “Nova Abordagem”, através das quais existe a obrigatoriedade de harmonização técnica, tendo em conta os requisitos essenciais de segurança e saúde. Apenas os produtos que cumpram tais requisitos podem ser colocados no mercado. De um modo geral, aquelas Directivas destacam-se por abranger uma grande e complexa panóplia de produtos, e de as suas exigências fundamentais incidirem nas obras de construção e não nos produtos. Além das Normas Europeias harmonizadas (ENh), as Directivas prevêem a existência de outra especificação técnica designada por Aprovação Técnica Europeia, ou na terminologia inglesa ETA - European Technical Approval (Pontífice, 2007).

Em Portugal, a DPC tornou-se uma realidade, em termos jurídicos, no ano de 1993, através de dois diplomas legais, o Decreto-Lei n.º 113/93, de 10 de Abril (e subsequentes alterações) e a Portaria nº 566/93, de 2 de Junho. Atendendo à evolução da Marcação CE nos Estados-Membros, o Decreto-Lei n.º 113/93 e a Portaria nº 566/93 sofreram alterações, as quais foram incluídas no Decreto-Lei n.º 4/2007, de 8 de Janeiro (MEI, 2007).

Ao longo destes anos, desde da publicação da DPC, tem decorrido a sua implementação, a qual tem potenciado estudos que permitem suportar a revisão das directivas de “Nova Abordagem”, tendo-se analisado também o impacto da DPC no mercado interno europeu. Com a realização daqueles estudos identificaram-se vários problemas na legislação em vigor, quer ao nível interpretativo, dificultando a implementação no terreno, quer ao nível económico (Arruda, 2009).

Além do referido anteriormente, a transposição da DPC para os Estados Membros apresenta divergências no conteúdo e no calendário dos procedimentos necessários, bem como divergências práticas, nomeadamente a não obrigatoriedade da marcação CE em alguns Estados-Membros. Desta forma, a União Europeia começa a ponderar a substituição da DPC por um RPC - Regulamento dos Produtos da Construção (Paiva, 2009).

2.2.2. Marcação CE dos produtos da construção

A aposição da marcação CE num produto de construção, tal como explicitado na Directiva dos Produtos de Construção, confirma que tal produto se encontra em conformidade com as especificações técnicas aplicáveis, o que é evidenciado através de procedimentos apropriados, possibilitando a livre circulação e comercialização daquele produto no espaço comunitário.

De acordo com a alteração à DPC de 1993, a aposição da marcação CE num determinado produto de construção não proíbe a atribuição simultânea de outras marcas, desde que os

Page 29: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC CAPÍTULO 2

8

responsáveis pela afixação da marcação CE (nomeadamente os fabricantes dos produtos ou os seus mandatários) assegurem que esta será colocada em primeiro lugar, e que a sua visibilidade e legibilidade não são afectadas. Além da afixação simultânea de outras marcas no produto de construção, o fabricante do produto pode ainda, dependendo do país em que pretende introduzir o seu produto, não determinar, nem declarar certos valores de características não exigidos, tendo em conta o uso previsto. Nestes casos, o fabricante deverá, para essa(s) característica(s), declarar Desempenho Não–Determinado (DND) ou, em terminologia inglesa, No Performance Determined (NPD) (Pontífice, 2007).

Por outro lado, quando o fabricante associa a determinada característica/classe - valor a reportar - na terminologia inglesa, To Be Reported (TBR), o mesmo terá de dar a informação pretendida quando solicitada. Não obstante, o valor de dada característica não pode ser pedido para as exigências essenciais mandatórias, nem para efeito de aposição da marcação CE no produto (INIR, 2009).

Através dos mandatos de normalização dos produtos de construção mencionados na DPC, elaboram as normas harmonizadas, as quais são essencialmente normas de características para um dado produto ou para uma família de produtos. Esta última só é possível se for publicada a referência da norma no JOUE - Jornal Oficial das Comunidades Europeias (CEN, 1993).

Apesar de na sua designação aparecer a palavra harmonizada, este tipo de normas poderá conter partes voluntárias ou não–harmonizadas alusivas a características não regulamentadas em determinado Estado-Membro. Todas as normas elaboradas, tendo em conta a DPC, compreendem um anexo informativo (Anexo ZA) onde são declaradas as exigências que o produto tem de cumprir para o uso definido, assim como a parte harmonizada, permitindo a aposição da marcação CE.

É importante frisar que a Comissão Europeia define, após a publicação da norma no JOUE, o período de coexistência, ou seja, a data a partir da qual a marcação CE já é possível para um dado produto, podendo existir ainda outros produtos similares sem esta marcação. A Comissão estabelece ainda a data limite para que todos os produtos estejam abrangidos pela marcação (Pontífice, 2007).

Para os produtos da construção para os quais não existam normas harmonizadas ou normas nacionais aprovadas, nem exista um mandato para a sua preparação, ou ainda, para os produtos que se distanciam claramente das normas nacionais harmonizadas ou aprovadas, a actual DPC considera as Aprovações Técnicas Europeias (ETA). Este tipo de aprovação baseia-se essencialmente em apreciações técnicas que atestam a aptidão ao uso dos produtos no espaço europeu (Pontífice, 2007).

No âmbito da actual DPC, tanto para a aplicação das ENh, como para a aplicação das ETA, surgem algumas dificuldades. Em geral, a indefinição da obrigatoriedade da marcação CE nos

Page 30: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC

Tânia Sofia Lopes Nunes 9

produtos de construção, potencia o atraso na elaboração daquelas especificações técnicas. Assim, das dificuldades particulares associadas a cada tipo de especificação, destacam-se as relativas às Normas harmonizadas. De facto, tem ocorrido alguma confusão sobre o seu conteúdo e significado, bem como dificuldades ligadas à rigidez das soluções técnicas propostas com base em ensaios. Para as ETA, os problemas relacionam-se com o facto dos procedimentos se efectuarem de forma demorada, complexa e cara (Arruda, 2009).

Para que seja garantida a conformidade dos produtos com as especificações técnicas aplicáveis, a Directiva apresenta, de uma forma distinta, seis sistemas de conformidade, designados numericamente por, 1+, 1, 2+, 2, 3 e 4. Além disso, a aplicação de um ou mais sistemas de conformidade a um dado produto ou família de produtos é publicada no JOUE, após decisão da Comissão Europeia. No Quadro 2.1 descrevem-se, de uma forma resumida, os sistemas de comprovação de conformidade como base para a marcação CE (Pontífice, 2007).

Quadro 2.1. Sistema de comprovação de conformidade como base para a marcação CE (Pontífice, 2007)

Sistema Tarefas do Fabricante Tarefas do

Organismo Notificado(1) Base para

a marcação CE 1+ Controlo interno da produção Certificação do produto com base em:

Declaração de conformidade pelo fabricante com base num certificado de conformidade do produto

Ensaios de tipo iniciais

Ensaio de amostras segundo programa prescrito

Inspecção inicial do controlo interno da produção Acompanhamento permanente do controlo interno da produção

Ensaio aleatório de amostras

1 Controlo interno da produção Certificação do produto com base em: Declaração de conformidade pelo fabricante com base num certificado de conformidade do produto

Ensaios de tipo iniciais

Ensaio de amostras segundo programa prescrito

Inspecção inicial do controlo interno da produção

Acompanhamento permanente do controlo interno da produção

2+ Ensaios de tipo iniciais Controlo interno da produção (Ensaio de amostras segundo programa prescrito)

Certificação do controlo interno da produção com base numa inspecção inicial e no acompanhamento permanente desse controlo

Declaração de conformidade pelo fabricante com base num certificado de conformidade do controlo interno da produção

2 Ensaios de tipo iniciais Controlo interno da produção (Ensaio de amostras segundo programa prescrito)

Certificação do controlo interno da produção com base numa inspecção inicial

3 Controlo interno da produção Ensaios de tipo iniciais Declaração de conformidade pelo fabricante

4 Ensaios de tipo iniciais Controlo interno da produção

___________________

(1) O Organismo Notificado é a entidade, legalmente constituída no território nacional, com competência técnica para levar a cabo os procedimentos relativos à avaliação da conformidade previstos pelas directivas comunitárias e escolhida pela autoridade notificadora.

Page 31: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC CAPÍTULO 2

10

Para a marcação CE de misturas betuminosas, o sistema de conformidade preconizado pela norma NP EN 13108-1: 2008, é o sistema de conformidade 2+. Desta forma, a responsabilidade da marcação CE é do produtor, o qual deverá efectuar a avaliação de conformidade prevista na parte harmonizada da normalização Europeia aplicável ao produto. Com a aposição da marcação CE de conformidade e colocação no mercado deste produto, o produtor deverá emitir uma Declaração de Conformidade, tendo como base um Certificado de Conformidade do Produto emitido por Organismo Notificado nomeado para esse efeito. Em Portugal, a apreciação e a nomeação dos Organismos Notificados à Comissão Europeia está a cargo do IPQ - Instituto Português da Qualidade (Pontífice, 2007).

Tal como acontece nas Normas Europeias harmonizadas e nas Aprovações Técnicas Europeias, também o processo de avaliação da conformidade, de acordo com a DPC, começa a ser questionado. Uma das medidas propostas para a simplificação do processo passa pela alteração e diminuição do número de sistemas de conformidade, ou seja, prevê-se que passem a existir cinco sistemas de avaliação de conformidade e a que sejam eliminados os ensaios aleatórios de amostras no sistema 1 (Arruda, 2009).

Além disso, de acordo com a proposta de alteração da DPC que dará origem ao RPC, o sistema de conformidade para as misturas betuminosas passa de um sistema de avaliação designado por 2+ para um sistema de avaliação e verificação da regularidade do fabrico denominado por 3. No Quadro 2.2 apresenta-se a proposta de correspondência entre os sistemas de conformidade do RPC e da DPC (Paiva, 2009).

Quadro 2.2. Proposta de correspondência entre os sistemas de conformidade do RPC e da DPC (Paiva, 2009)

Sistemas de avaliação e verificação do desempenho no RPC

Sistemas de avaliação da conformidade da DPC

1 1+ (1) 2 1 3 2+ - 2 4 3 5 4

(1)Com ensaio aleatório de amostras colhidas em fábrica e eliminação das opções de colheita de amostras em obra e no mercado. Em todos os sistemas do RPC é emitida pelo fabricante uma declaração de desempenho em função das características essenciais do produto. Nos sistemas 1 e 2 é emitido por organismo notificado, um certificado de conformidade do produto. No sistema 3 é emitido por organismo notificado, um certificado do Controlo de Produção em Fábrica (FPC).

2.2.3. Marcação CE dos constituintes das misturas b etuminosas

a) Agregados

No âmbito nacional, a actividade de normalização no domínio dos agregados iniciou-se, em Março de 2001, com a criação da Comissão Técnica Portuguesa de Normalização (CT) no

Page 32: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC

Tânia Sofia Lopes Nunes 11

domínio dos Agregados (CT 154) e a Sub-Comissão SC2 - Agregados para Misturas Betuminosas (Antunes, 2007).

O Mandato 125 - Agregados conduziu à elaboração da ENh para os agregados a utilizar nas misturas betuminosas, devendo aqueles estar em conformidade com a EN 13043: 2002 ou, na versão harmonizada traduzida, com a NP EN 13043: 2004 - Agregados para misturas

betuminosas e tratamentos superficiais para estradas e outras áreas de circulação (NP EN 13043).

Há obrigatoriedade da marcação CE de agregados a partir de Junho de 2004, estando o processo actualmente em revisão, tal como acontece com a DPC. O sistema de atestação da conformidade para os agregados, bem como para as misturas betuminosas, é o sistema de conformidade 2+ (Antunes, 2007).

Na realidade portuguesa, até há pouco tempo atrás, existia a duplicação dos métodos de ensaio, isto é, os produtores de agregados tinham em conta os métodos de Ensaio da Normativa Europeia para poderem comercializá-los, efectuando o controlo de qualidade nas obras através dos métodos de ensaios com base na abordagem empírica impostos pelos cadernos de encargos das administrações rodoviárias.

Em 2009, decorreu a revisão do CETO - Caderno de Encargos Tipo Obra das Estradas de Portugal (EP, 2009 a)) tendo em vista o cumprimento do disposto no Decreto – Lei n.º4/2007, de 8 de Janeiro. Esta legislação estabelece que para todos os materiais constituintes das misturas betuminosas, quer no caso das misturas betuminosas a frio, quer no caso das misturas betuminosas a quente, devem ser emitidas as declarações de conformidade CE pelo fabricante e os certificados de conformidades CE pelos organismos notificados, bem como as fichas de produto.

Os agregados a aplicar nas camadas betuminosas deverão estar em conformidade com as disposições presentes na NP EN 13043. Desta forma, na identificação das misturas betuminosas, as dimensões dos agregados são definidos utilizando a designação d/D (d: dimensão mínima; D: dimensão máxima, em mm), e a granulometria é especificada através de uma categoria. Quando aplicável, devem ser cumpridas as exigências gerais constantes na EN 13242: 2002+A1: 2007- Aggregates for unbound and hydraulically bound materials for use in

civil engineering work and road construction para os peneiros 2D, 1,4D, D, d e d/2 (EP, 2009 a)).

De acordo com a experiência portuguesa, os fusos granulométricos que melhor se adequam para a generalidade das misturas betuminosas, devem ser definidos pelos peneiros correspondentes à “Série Base mais Série 2”, com a excepção da mistura betuminosa a quente constituída por betume modificado com borracha e algumas misturas betuminosas a frio,

Page 33: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC CAPÍTULO 2

12

como os tratamentos superficiais, para as quais se utilizam os peneiros correspondentes à “Série Base mais Série 1” (EP, 2009 a)).

Com a introdução destes dois tipos de séries, as curvas granulométricas para as principais misturas aplicadas em Portugal, anteriormente definidas para os peneiros ASTM, foram ajustadas para aquelas novas séries de peneiros. Durante o processo, verificou-se que, no caso das misturas do grupo do betão betuminoso (NP EN 13108-1), os limites gerais do fuso granulométrico indicados para a “Série Base mais Série 2” descreviam melhor as curvas granulométricas deste grupo, tal como definidas anteriormente pelos peneiros ASTM [Antunes et al, 2007; Lima et al, 2010].

Apesar do CETO estar de acordo com o acervo normativo europeu, apresenta alguns requisitos para as propriedades dos agregados constituintes das misturas betuminosas que não são necessárias para a aposição da marcação CE. Resumidamente, no Quadro 2.3 apresentam-se alguns dos requisitos dos agregados, impostos pela NP EN 13043, para a marcação CE e pelo CETO (EP, 2009 a)) para os diferentes tipos das misturas betuminosas aplicadas (Antunes et al, 2007).

Quadro 2.3. Alguns requisitos e propriedades dos agregados impostos pela marcação CE e CETO [NP EN 13043; EP, 2009]

Requisitos/Propriedades NP EN 13043

Norma de ensaio Agregados para Misturas

Betuminosas a Quente a Frio

Dimensões do agregado - Sim(1) Sim(1)

Granulometria

NP EN 933-1:2000 ou

Sim(1) Sim(1) NP EN 933-2:1999,

EN 933-10:2009

Qualidade dos finos EN 933-9: 2009 Sim(1) Sim(1)

Forma do agregado grosso (FI) NP EN 933-3:2002 ou

Sim(1) Sim(1) EN 933-4: 2008

Percentagens de superfícies esmagadas e partidas nos agregados grossos (C)

NP EN 933-5: 2002 Sim(1) Sim(1)

Resistência à fragmentação do agregado grosso, coeficientes Los Angeles (LA)

EN 1097-2: 2010 (secção 5)

Sim(1) Sim(1)

Resistência ao polimento por atrito do agregado grosso

EN 1097-8: 2009 Sim(2)

(apenas para agregados para camadas de desgaste)

Não aparece referido

Resistência ao desgaste por atrito do agregado grosso, coeficientes Micro-Deval (M)

NP EN 1097-1: 2002 Sim(1)

(apenas para agregados para camadas de desgaste)

Sim(1)

Massa volúmica das partículas e absorção de água

NP EN 1097 Sim(1) Sim(1)

(1) Requisito /Propriedade para aposição da marcação CE, bem como no CETO. (2) Requisito /Propriedade para aposição da marcação CE. (3) Requisito /Propriedade exigido no CETO.

Page 34: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC

Tânia Sofia Lopes Nunes 13

Quadro 2.3. (continuação) Alguns requisitos e propriedades dos agregados impostos pela marcação CE e CETO [NP EN 13043; EP, 2009]

Requisitos/Propriedades NP EN 13043

Norma de ensaio Agregados para Misturas

Betuminosas a Quente a Frio

Baridade NP EN 1097-3: 2002 Sim(3) Sim(3)

Resistência ao gelo e degelo NP EN 1097-6: 2003;

Sim(3) Sim(3) EN 1367-2: 2009

Resistência ao choque térmico NP EN 1367-5: 2005;

Sim(3) Sim(3) EN 1097-2: 2010

Afinidade dos agregados grossos aos ligantes betuminosos

EN 12697-11: 2005 Sim(3) Sim(3)

"Sonnenbrad" do basalto NP EN 1367-3: 2005;

Sim(1) Não aparece referido EN 1097-2: 2010

(1) Requisito /Propriedade para aposição da marcação CE, bem como no CETO. (2) Requisito /Propriedade para aposição da marcação CE. (3) Requisito /Propriedade exigido no CETO.

b) Ligantes betuminosos

Tal como os agregados, os ligantes betuminosos são um dos constituintes a ter em conta na formulação e composição das misturas betuminosas. Portanto, a sua normalização harmonizada também está abrangida na actual DPC.

Analogamente ao que acontece com a actividade de normalização no domínio dos agregados, a Comissão Técnica Portuguesa de Normalização (CT 153) tem vindo a coordenar os trabalhos levados a cabo para a normalização harmonizada dos ligantes betuminosos, bem como a implementação das respectivas normas (Azevedo, 2007).

De uma forma generalizada, aquele Mandato exige, para os ligantes betuminosos, a avaliação da conformidade ao nível da consistência a temperaturas intermédias e elevadas, e ao nível da durabilidade para as duas situações precedentes. A apresentação da conformidade é da responsabilidade do produtor, sujeito às regras impostas pelo sistema de comprovação 2+ (INIR, 2009).

Basicamente existem seis especificações técnicas de produto publicadas, com as seguintes designações: betume de pavimentação (EN 12591: 1999, adoptada em Portugal em 2002); betumes oxidados (EN ISO 13304: 2009); betumes industriais (EN 13305: 2008); emulsões betuminosas catiónicas (EN13808: 2005); betumes duros (EN 13924: 2006) e betumes modificados com polímeros (EN 14023: 2010).

Praticamente todas as especificações mencionadas, à excepção das referentes aos betumes oxidados e industriais duros, pertencem à primeira geração das normas nacionais harmonizadas existentes nos vários países europeus. Naquelas especificações o estudo das

Page 35: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC CAPÍTULO 2

14

propriedades dos ligantes baseia-se em métodos empíricos, também designados por métodos de ensaio tradicionais (Azevedo, 2007).

Em 2002, com o relatório técnico CEN/TR 15352 (CEN, 2006) iniciou-se o projecto de alteração das especificações dos ligantes betuminosos, com vista a especificar estes tipos de produtos com base em propriedades e métodos relacionados com o desempenho, dando origem à segunda geração de normalização (INIR, 2009).

Actualmente este projecto de alterações está praticamente finalizado, prevendo-se a obrigatoriedade da aposição da marcação CE nos ligantes betuminosos, em conformidade com a DPC, a partir de 2011 na maioria dos Estados-Membros, excepto no Reino Unido, Irlanda, Suécia, Noruega e Suíça. Prevê-se que a marcação CE seja também uma realidade para os betumes modificados com polímeros e para os betumes fluidificados [EN 15322:

2009; NYNAS, 2009].

A título de exemplo, resumem-se nos Quadro 2.4 e 2.5 alguns requisitos e propriedades, respectivamente, para os betumes de pavimentação 35/50 e 50/70, e para as emulsões betuminosas catiónicas clássicas.

Quadro 2.4. Requisitos e propriedades para os betumes de pavimentação 35/50 e 50/70 (EP, 2009a))

Requisitos Propriedades Normas de produto Aplicável para os betumes 35/50 e

50/70

Consistência a temperatura de serviço intermédia

Penetração a 25ºC EN 1426: 2007

Consistência a temperatura de serviço elevada

Temperatura de amolecimento

EN 1427:2007

Durabilidade, Resistencia ao envelhecimento, (RTFOT) a 163.ºC (RTFOT)

Variação de massa máxima

EN 12607-1:2007

Aplicável para os betumes 35/50 e

50/70

ou Penetração retida, 25.ºC

EN 12607-1:2007 (Anexo A)

ou Aumento da Temp. de amolecimento

EN 12607-1:2007 (Anexo A)

Outros requisitos Ponto de inflamação EN 12607-1:2007

Ponto de fragilidade de Fraass

EN ISO 2592:2001

Quadro 2.5. Requisitos e propriedades para as emulsões betuminosas clássicas (EP, 2009a))

Requisitos/Propriedades Normas de ensaio Aplicável em regas de

impregnação, colagem e

cura; revestimentos

superficiais e misturas a

frio em ABGE e abertas.

Resíduo de peneiração EN 1429: 2009

Viscosidade EN 12846: 2002

Início de rotura EN 13075-1: 2009

Tempo de miscibilidade EN 13075-2: 2009

Rotura com cimento EN 12848: 2009

Page 36: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC

Tânia Sofia Lopes Nunes 15

2.2.4. Marcação CE das principais misturas betumino sas aplicadas em Portugal

a) Formulação do betão betuminoso

Tal como nos produtos constituintes das misturas betuminosas, a própria mistura, também está sujeita às regras da Directiva dos Produtos de Construção. Em Março de 2008, a obrigatoriedade da aposição da marcação CE nas misturas betuminosas tornou-se uma realidade, completando assim o cumprimento da legislação nacional referenciada no Decreto – Lei n.º4/2007, de 8 de Janeiro (MEI, 2007).

A marcação CE nas misturas betuminosas é especificada pela série de normas EN 13108: 2006, constituída por várias partes. Nesta destacam-se as misturas betuminosas designadas por betão betuminoso (NP EN 13108-1: 2008) e betão betuminoso drenante (EN 13108-7: 2008), como sendo as principais misturas betuminosas aplicadas no nosso país. À luz da norma NP EN 13108- 1- Misturas Betuminosas: Especificações Técnicas - Parte 1:Betão

Betuminoso, esta família de misturas betuminosas é descrita como uma mistura constituída por agregado de granulometria contínua ou descontínua formando uma estrutura com imbricamento (Antunes et al, 2007).

Para a marcação CE do betão betuminoso aplicam-se as normas NP EN 13108-1, bem como a NP EN 13108-20: 2008 - Misturas Betuminosas: Especificações Técnicas - Parte 20: Ensaio de Tipo Inicial (ITT- Inicial Type Testing, na terminologia inglesa), e a NP EN 13108-21: 2008 - Misturas Betuminosas: Especificações Técnicas - Parte 20: Controlo da Produção em

Fábrica (FPC- Factory Production Control, na terminologia inglesa).

Com a introdução das normas harmonizadas foram criadas novas designações para as misturas betuminosas. A título de exemplo, o Quadro 2.6 apresenta as designações utilizadas nas misturas betuminosas constituintes do grupo do betão betuminoso.

Antes do aparecimento da normalização europeia, o betão betuminoso era definido, essencialmente, em termos de composição e requisitos para os materiais constituintes podendo, em alguns casos, serem considerados requisitos com base em ensaios de desempenho. Contudo, com a introdução das normas europeias ficou estabelecido que a especificação do betão betuminoso deverá ser efectuada em termos de propriedades fundamentais, baseadas em ensaios de desempenho, embora não exclua a possibilidade de se efectuar uma avaliação dos requisitos exigidos para a composição e para os materiais constituintes (IPQ, 2008 a)).

Por existirem diferentes níveis de desenvolvimento tecnológico entre os Estados – Membros, a norma harmonizada permite que o betão betuminoso seja caracterizado através de duas abordagens: a empírica e a fundamental. Além disso, os requisitos exigidos para os materiais

Page 37: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC CAPÍTULO 2

16

constituintes, agregados e ligantes betuminosos, devem cumprir as respectivas especificações técnicas harmonizadas em ambas as abordagens (NP EN 13108-1).

Quadro 2.6. Designação actual das misturas betuminosas (NP EN 13108-1: Anexo Nacional)

Camada Designação anterior Designação actual

Base

Macadame Betuminoso Fuso B AC 32 base ligante (MB)

Macadame Betuminoso Fuso A AC 20 base ligante (MB)

Mistura Betuminosa de Alto Módulo AC 20 base ligante (MBAM)

Ligação

Macadame Betuminoso Fuso A AC 20 bin ligante (MB)

Mistura Betuminosa Densa AC 20 bin ligante (MBD)

Mistura Betuminosa de Alto Módulo AC 16 bin ligante (MBAM)

Betão Betuminoso Subjacente AC 14 bin ligante (BBsb)

Regularização(1)

Macadame Betuminoso Fuso A AC 20 reg ligante (MB)

Mistura Betuminosa Densa AC 20 reg ligante (MBD)

Mistura Betuminosa de Alto Módulo AC 16 reg ligante (MBAM)

Betão Betuminoso Subjacente AC 14 reg ligante (BBsb)

Betão Betuminoso AC 14 reg ligante (BB)

Desgaste

Betão Betuminoso AC 14 surf ligante (BB)

Betão Betuminoso Rugoso AC 14 surf ligante (BBr)

(micro) Betão Betuminoso Rugoso AC 10 surf ligante (BBr) (1) A EN13108-1 contempla a aplicação de misturas betuminosas na camada de regularização do pavimento, contudo não indica a designação a adoptar para esta aplicação. Recomenda-se assim a adopção da abreviatura "reg" referente à camada de regularização cujo termo em inglês é regulating course.

A granulometria deve ser expressa em termos de valores mínimos e máximos da percentagem de passados nos peneiros 1,4 D, D, 2 mm e 0,063 mm. Além disto, os peneiros utilizados, como referido na norma aplicável aos agregados NP EN 13043, deverão ser da “Série base+ série 1” (Quadro 2.7) ou da “Série base + série 2” (Quadro 2.8).

Quadro 2.7. Limites gerais do fuso granulométrico - "Série base + série 1" (NP EN 13108-1)

D 4 5(5,6) 8 11(11,2) 16 22(22,4) 32(31,5)

Peneiro (mm)

Percentagem de material passado em massa

1,4 D(1) 100 100 100 100 100 100 100 D 90 a 100 90 a 100 90 a 100 90 a 100 90 a 100 90 a 100 90 a 100 2 50 a 85 15 a 72 10 a 72 10 a 60 10 a 50(2) 10 a 50(2) 10 a 50

0,063 5,0 a 17,0 2,0 a 15,0 2,0 a 13,0 2,0 a 12,0 0 a 12,0 0 a 11,0 0 a 11,0 (1) Quando o peneiro calculado como 1,4 D não correspondente a uma das aberturas nominais dos peneiros da série ISO 565/R 20 deve ser usado o peneiro de abertura mais próxima.

(2) Para aplicação em pavimentos de aeroportos a percentagem máxima de passados no peneiro 2mm pode ser aumentada até 60%.

Page 38: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC

Tânia Sofia Lopes Nunes 17

Quadro 2.8. Limites gerais do fuso granulométrico "Série base + série 2" (NP EN 13108-1)

D 4 6(6,3) 8 10 12(12,5) 14 16 20 32(31,5)

Peneiro (mm)

Percentagem de material passado em massa

1,4 D(1) 100 100 100 100 100 100 100 100 100 D 90 a 100 90 a 100 90 a 100 91 a 100 90 a 100 90 a 100 90 a 100 90 a 100 90 a 100 2 50 a 85 15 a 72 10 a 72 11 a 60 10 a 60 10 a 50(2) 10 a 50(2) 10 a 50(2) 10 a 50

0,063 5,0 a 17,0 2,0 a 15,0 2,0 a 13,0 2,0 a 12,0 2,0 a 12,0 0 a 12,0 0 a 12,0 0 a 11,0 0 a 11,0 (1) Quando o peneiro calculado como 1,4 D não correspondente a uma das aberturas nominais dos peneiros da série ISO 565/R 20 deve ser usado o peneiro de abertura mais próxima.

(2) Para aplicação em pavimentos de aeroportos a percentagem máxima de passados no peneiro 2mm pode ser aumentada até 60%.

Pela abordagem fundamental, os requisitos da granulometria a cumprir são os referentes aos requisitos gerais abordados anteriormente. Mas na abordagem empírica, existe a particularidade de, além de seleccionar os valores da percentagem de passados nos quatro peneiros mencionados acima, o fuso granulométrico também deverá ter em conta os dois peneiros característicos intermédios e adicionalmente os dois peneiros extra opcionais, escolhidos entre os peneiros D e o 2mm, e o 2mm e o 0,063mm (NP EN 13108-1).

Na abordagem empírica, a percentagem mínima de ligante é explicitada em termos de categorias. Na metodologia fundamental, a percentagem mínima deste produto deverá ser da ordem de 3%.

Na formulação empírica deste tipo de misturas, o ensaio de compressão de Marshall (EN 12697-34: 2004+A1: 2007) continua a ter um papel fundamental na avaliação das propriedades resistentes destas misturas. Deste modo, os valores resultantes da estabilidade, deformação e quociente de Marshall devem cumprir uma dentre as categorias apresentadas na NP EN 13108-1.

Além daqueles estão ainda estabelecidas, as percentagens mínimas e máximas de vazios preenchidos com betume (VFB), a percentagem mínima de vazios na mistura de agregados (VMA) e a porosidade mínima após 10 giros (V10Gmin). Estas, seleccionadas dentre outras categorias são as consideradas para a verificação, o cumprimento das exigências para a aposição da marcação CE utilizando uma abordagem empírica.

A porosidade mínima após 10 giros é determinada com o auxílio de um compactador giratório (EN 12697-31: 2007) no qual, em simultâneo, é aplicada uma força axial estática, na direcção do eixo do provete (em cada face), e uma força de corte resultante da superfície gerada pela rotação completa do provete em torno do eixo do compactador, formando com este sempre o mesmo ângulo e, por conseguinte, uma superfície cónica de revolução. Finalizado o ensaio (após os 10 giros), calcula-se a V10Gmin, relacionando a altura do provete após os 10 giros

Page 39: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC CAPÍTULO 2

18

com a altura mínima do provete se compactado conforme o indicado na norma EN 12697-8: 2003.

Na versão actual, a norma NP EN 13108-1 recomenda a realização, como requisito adicional e após o estudo inicial, de ensaios de pista (Wheel–Tracking - EN 12697-22: 2003+ A1: 2007) e de ensaios de sensibilidade à água (EN 12697-12: 2008) como medida de avaliação da percentagem “óptima” do betume obtido pela formulação de Marshall (NP EN 13108-1).

Por sua vez, a abordagem fundamental foca a sua avaliação no desempenho mecânico nas misturas betuminosas. A rigidez (habitualmente designada por módulo de deformabilidade), a resistência à fadiga e a resistência à deformação permanente são algumas das propriedades analisadas neste tipo de abordagem. Tal como nas apreciações empíricas, os valores resultantes deverão constar das categorias apresentadas na norma NP EN 13108-1.

A norma harmonizada permite o estudo da formulação das misturas pelas duas abordagens. Contudo, impede a combinação dos dois grupos de requisitos para evitar a sobre - especificação (NP EN 13108-1).

b) Avaliação de conformidade através do ensaio de t ipo inicial e do controlo da produção em fábrica

As Normas Europeias NP EN 13108-20 - Ensaio de Tipo Inicial (ITT), e a NP EN 13108-21- Controlo da Produção em Fábrica (FPC), enquanto parte integrante do Sistema de Avaliação da Conformidade das misturas betuminosas, permitem a colocação no mercado do produto com a aposição da marcação regulamentar de conformidade, se forem cumpridos os requisitos e valores declarados na ficha técnica.

Portanto, para que o controlo da produção em fábrica das misturas betuminosas seja efectuado com base na caracterização dos seus constituintes e na fórmula da mistura, como nos requisitos relacionados com o desempenho, torna-se necessário assegurar que os valores daquele controlo estejam em conformidade com os dos Ensaios de Tipo Inicial (IPQ, 2008c)).

Os ITT consistem num conjunto de ensaios e procedimentos que determinam o desempenho das amostras das misturas betuminosas, devendo ser realizados na primeira colocação no mercado (IPQ, 2008 b)).

As características dos materiais constituintes das misturas betuminosas que satisfaçam as exigências das respectivas especificações europeias harmonizadas não necessitam de ser reavaliadas pelo produtor de misturas betuminosas, desde que, os materiais não tenham sofrido alterações. Contudo, o produtor de misturas betuminosas terá de mostrar que a mistura no seu todo cumpre os valores declarados pelos ITT (NP EN 13108-20).

No caso de existirem mudanças nas características dos materiais constituintes das misturas betuminosas, a norma requer novos Ensaios de Tipo Inicial. Normalmente, no caso dos

Page 40: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC

Tânia Sofia Lopes Nunes 19

agregados, estes novos ensaios de tipo efectuam-se devido à mudança de tipo do agregado (fino, grosso e/ou filer), da origem e das categorias definidas na NP EN 13043. Relativamente à mudança de betume, é produzido um novo ensaio de tipo quando existem alterações na gama de penetração (NP EN 13108-20).

Durante este procedimento de validação de misturas betuminosas, os ensaios realizados às propriedades dos agregados e do betume deverão corresponder aos efectuados nos ensaios de tipo, apesar de ser aceitável que se ensaiem outras propriedades. Além disso, os métodos de validação, quer os métodos de preparação das amostras a ensaiar, quer os métodos de ensaio, devem ser seleccionados de acordo com os requisitos exigidos para o produto a fornecer (NP EN 13108-21).

A Declaração de Conformidade do produtor é elaborada, após ser emitido o Certificado de Conformidade CE pelo organismo notificado, através de um documento comprovativo de todos os requisitos exigidos pela respectiva norma harmonizada do produto, dos relatórios de ensaio de tipo contendo todos os resultados dos de ensaio efectuados, da informação relativa aos materiais constituintes, ao tipo de mistura e as categorias, e aos métodos de validação da mistura betuminosa utilizados (ver Anexos: I, II e III). Na declaração de conformidade do produtor deverá constar ainda a identificação da mistura betuminosa, a qual no caso do betão betuminoso tem as seguintes designações:

AC ; D ; Surf/Base/Reg/Bin; ligante

onde,

AC Betão Betuminoso, cujo termo em inglês é Asphalt Concrete;

D Dimensão correspondente à abertura do peneiro superior que pode reter material;

Surf Aplicação: camada de desgaste;

Base Aplicação: camada de base;

Bin Aplicação: camada de ligação;

Reg Aplicação: camada de regularização;

Ligante Designação do ligante utilizado.

Atendendo ao que foi exposto anteriormente, destaca-se no Quadro 2.9 um resumo das propriedades, os métodos de ensaio e o número de determinações impostos pela NP 13108-20 para o betão betuminoso.

Quadro 2.9. Tipo e número de ensaio de tipo para o Betão Betuminoso (NP EN 13108-20)

Propriedades Método de ensaio Número de ensaios Percentagem de ligante (prescritivo) (1)

EN 12697-1: 2005 e EN 12697-39: 2004 1 para validação em produção ou 0 para validação em laboratório

Granulometria (prescritivo) (1) EN 12697-2: 2002+A1: 2007 1 para validação em produção ou 0 para validação em laboratório.

(1) O conceito prescritivo pretende apresentar o que é considerado mais correcto para demonstrar a conformidade da mistura betuminosa através destes tipos de ensaios e do seu número para a avaliação da conformidade.

Page 41: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC CAPÍTULO 2

20

Quadro 2.9. (continuação) Tipo e número de ensaio de tipo para o Betão Betuminoso (NP EN 13108-20)

Propriedades Método de ensaio Número de ensaios Porosidade, VFB e VMA para Vmax = 7% (prescritivo)(1)

EN 12697-8: Usando a baridade determinada segundo a EN 12697-6: 2003 + A1: 2007, procedimento B - provete saturado com a superfície seca. Usando a baridade máxima teórica determinada segundo a EN 12697-5: 2009, procedimento A em água.

1

Porosidade, VFB e VMA para7 <Vm <10% (prescritivo) (1)

EN 12697-8: Usando a baridade determinada segundo a EN12697-6, procedimento C - provete selado. Usando a baridade máxima teórica determinada segundo a EN 12697-5, procedimento A em água

1

Porosidade, VFB e VMA para Vm=10% (prescritivo) (1)

EN 12697-8: Usando a baridade determinada segundo a EN12697-6, procedimento D- baridade geométrica. Usando a baridade máxima teórica determinada segundo a EN 12697-5 procedimento A em água.

1

Porosidade dos provetes compactados pelo método giratório (prescritivo) (1)

EN 12697-31: 2007 1

Sensibilidade à água (relacionada com o desempenho)

EN 12697-12: 2008 1

Resistência à abrasão provocada por pneus pitonados (relacionada com o desempenho)(2)

EN 12697-16: 2004, método A 1

Resistência à abrasão provocada por pneus pitonados (relacionada com o·desempenho)(2)

EN 12697-22: 2003+A1: 2007, equipamento pequeno, método B, ao ar e à temperatura especificada.

1

Resistência à deformação permanente (baseada no desempenho) (3)

EN 12697-25: 2005 – Ensaio de compressão triaxial cíclico

1

Rigidez (baseada no desempenho) (3)

EN 12697-26: 2004 1

Fadiga, baseada no desempenho, para o dimensionamento do pavimento baseado na lei de fadiga obtida num ensaio de flexão em dois pontos (3)

EN 12697-24: 2004+A1: 2007, Anexo A

1

Fadiga, baseada no desempenho, para o dimensionamento do pavimento baseado na lei de fadiga obtida num ensaio de flexão em quatro pontos (3)

EN 12697-24: 2004+A1: 2007, Anexo D 1

(1) O conceito prescritivo pretende apresentar o que é considerado mais correcto para demonstrar a conformidade da mistura betuminosa através destes tipos de ensaios e do seu número para a avaliação da conformidade.

(2) Estes tipos de ensaios não têm interesse para as misturas betuminosas aplicadas em Portugal devido às condições climáticas. (3) Informação adicional sobre estes ensaios de avaliação do desempenho no Capítulo 3 deste estudo.

Page 42: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC

Tânia Sofia Lopes Nunes 21

A Controlo da Produção em Fábrica (FPC) estabelece um controlo interno e permanente do processo de produção das misturas betuminosas, compreendendo as exigências resultantes dos ensaios e os desempenhos explícitos no ITT. Resumidamente, este sistema compreende um conjunto de procedimentos, inspecções e ensaios periódicos, de modo a que as misturas betuminosas a colocar no mercado estejam em conformidade com os valores declarados, os quais foram determinados nos ensaios aos materiais constituintes e à mistura propriamente dita (NP EN 13108-21).

Basicamente, o produtor das misturas betuminosas terá de elaborar um plano de qualidade no qual onde deverão constar, entre outros requisitos, as frequências de inspecções e de ensaios. Estas inspecções passam pela manutenção e calibração da central, pelo ensaio dos materiais constituintes das misturas betuminosas, e das próprias misturas betuminosas produzidas Concisamente, no Quadro 2.10 apresentam-se as frequências mínimas de inspecção e ensaio para uma mistura betuminosa.

Quadro 2.10. Frequências mínimas de inspecção e ensaio para o produto entregue (NP EN 13108-21)

Inspecção/ensaio Finalidade Número de ensaios

Verificação organoléptica da mistura betuminosa)

Para comparação com a aparência normal quanto à granulometria, uniformidade da mistura e revestimento adequado

A cada carga.

Temperatura Para verificar a conformidade do material com a especificação ou com outros requisitos

a) Conforme exigido pelo ponto 5.3 da NP EN 13108-21. b) Cada vez que são retiradas amostras.

Granulometria e percentagem de ligante

Para assegurar a conformidade do material com a especificação

Ver NP EN 13108-21 - Anexo A.

Outras características incluídas nas especificações técnicas

Para avaliar a conformidade Conforme detalhado no plano da qualidade (Ver NP EN13108-21 - Anexo A)

Adequação dos veículos de entrega através de avaliação visual

Para verificar a adequação do isolamento

Antes da primeira utilização (Ver ponto 5.4 da NP EN 13108-21) em caso de dúvida

Porosidade dos provetes compactados pelo método giratório

Para evitar a contaminação A cada carga antes do carregamento ( Ver ponto 5.4 da NP EN 13108-21)

2.3. Considerações Finais

A marcação CE nos produtos de construção está num processo de evolução. Durante o presente ano de 2010, além das actualizações efectuadas pelo Comité Europeu de Normalização (CEN) a pedido da Comissão Europeia (CE), iniciou-se o processo de recolha de propostas para a modificação da Directiva dos Produtos de Construção (DPC) com vista à elaboração de um Regulamento de Produtos da Construção (RPC). Este regulamento vem expor a necessidade de clarificação dos elementos fundamentais da DPC, dos quais se destacam, o significado e o estatuto (obrigatório ou não) da marcação CE, o reforço da credibilidade do sistema (organismos autorizados mais rigorosos) e, ainda a necessidade da

Page 43: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC CAPÍTULO 2

22

sua simplificação, tanto a nível da aplicação geral (sistema de avaliação de conformidade), como ao nível de aplicação específica (tratamentos de produtos) (Matos, 2009).

No que diz respeito, à marcação CE de misturas betuminosas observa-se que, em Portugal, começam a fazer-se alterações no método de caracterização de misturas betuminosas, passando da abordagem empírica para a fundamental. Na revisão do CETO publicada em 2009 pelas EP- Estradas de Portugal, SA, observa-se que uma evolução do número e da complexidade dos ensaios a efectuar, para estimar, entre outras coisas, a percentagem “óptima “do betume [EP, 2009 a); EP, 2009 b)].

Em suma, tem-se verificado um acréscimo dos requisitos a controlar, os quais poderão servir, como argumento decisivo a favor das preferências do mercado, em vez da concorrência não certificada. A evolução observada em termos de regulamentação escrita ainda não tem obtido a desejável correspondência na prática tecnológica.

2.4. Referências Bibliográficas

Antunes, M. (2007), CT 154-:Agregados: Actividade de Normalização no Domínio dos Agregados. Seminário “Marcação CE de Misturas Betuminosas”, LNEC, Lisboa (CD- ROM).

Antunes, M., Freire, A. (2007), Principais tipos de misturas aplicadas em Portugal. Seminário “Marcação CE de Misturas Betuminosas”, LNEC, Lisboa (CD- ROM).

Arruda, A. (2009), Revisão da DPC – Enquadramento. Seminário “Evolução da Marcação CE”, CTCV, Coimbra (CD- ROM).

Azevedo, M. (2007), Actividade de Normalização no Domínio dos Ligantes Betuminosos. Seminário Marcação CE de Misturas Betuminosas, LNEC, Lisboa (CD- ROM).

CEE (1988), Directiva do Conselho de 21 de Dezembro de 1988 relativa à aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos estados-membros no que respeita aos produtos da construção (Directiva 89/106/CEE). Jornal Oficial das Comunidades Europeias, L 40, 11 de Fevereiro de 1989, Bruxelas.

CEE (1993), Directiva 93/68/CEE do Conselho de 22 de Julho de 1993. Jornal Oficial das Comunidades Europeias, L 40, 11 de Fevereiro de 1986, Bruxelas.

CEN (2006), CEN/TR 15352:2006- Bitumen and bituminous binders- Development related specifications: status report 2005. European Committee for Standardization, Bruxelas.

MEI (2007), Decreto – Lei n.º 4/2007 de 8 de Agosto, Anexo V, republicação do Decreto – Lei n.º 113/93, de 10 de Abril. Diário da República nº 5/07 - I Série. Ministério da Economia e Inovação, Lisboa.

EP (2009 a)), 14.03 Pavimentação - Características dos materiais. Caderno de Encargo Tipo de Obra, Estradas de Portugal, S.A., Fevereiro de 2009, Lisboa.

EP (2009 b)), 15.03 Pavimentação – Métodos Construtivos. Caderno de Encargo Tipo de Obra, Estradas de Portugal, S.A., Fevereiro de 2009, Lisboa.

Page 44: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ENQUADRAMENTO NORMATIVO EUROPEU DOS PC

Tânia Sofia Lopes Nunes 23

INIR (2009), Disposições Normativas - Construção e Reabilitação de Pavimentos Ligantes Betuminosos, Lisboa: INIR. [Consultado 8 de Dezembro de 2010]. Disponível na internet: http://www.inir.pt.

IPQ (2008 a)), NP EN 13108-1: 2008, Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais:

Parte 1:Betão Betuminoso. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

IPQ (2008 b)), NP EN 13108-20: 2008, Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais:

Ensaio de Tipo Inicial. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

IPQ (2008 c)), NP EN 13108-21: 2008. Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais:

Controlo da Produção em Fabrica. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

Lima, H., Dias. S. (2010), Adaptação do Caderno de Encargo Tipo de Obra da E.P, S.A.- P3-Pavimentação aos Requisitos da Normalização Europeia. Ciclo de Conferências do INIR sobre Projectos para o Futuro, Fórum Lisboa, Lisboa (CD- ROM).

Matos, J. (2009), A Marcação CE ao encontro do Mercado. Seminário sobre Evolução da Marcação CE, CTCV, Coimbra (CD- ROM).

NYNAS (2009), Establecido el calendário de la marca de la CE para os productos del bétun. Performance Edición, p.4-5, 1 de Outubro de 2009, Madrid.

Paiva, J. (2009), Revisão da DPC- Alguns aspectos técnicos. Seminário sobre a Evolução da Marcação CE, CTCV, Coimbra (CD- ROM).

Pontífice, P. (2007), Breves Considerações sobre a Directiva dos Produtos de Construção. Seminário Marcação CE de Misturas Betuminosas, LNEC, Lisboa (CD-ROM).

Page 45: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

CAPITULO 3

24

3. FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MISTURAS BETUMINOSAS FABRICADAS A QUENTE

3.1. Nota Introdutória

Em Portugal, os pavimentos do tipo flexível representam a maior extensão da rede rodoviária. Assim, é de extrema importância, além do conhecimento do seu comportamento estrutural, caracterizar e avaliar as propriedades mecânicas dos materiais constituintes das camadas, especialmente os que compõem as camadas betuminosas.

No âmbito da aposição da marcação CE de misturas betuminosas, o presente capítulo expõe, de forma sumária, os ensaios laboratoriais, com base no desempenho, que se realizam para a caracterização mecânica das misturas betuminosas densas.

Inicialmente, faz-se uma descrição sumária dos mecanismos de ruína mais relevantes, o fendilhamento e a deformação permanente, os quais ocorrem nas camadas betuminosas devido às acções externas a que o pavimento está sujeito. Além disso, faz-se uma análise dos conceitos de módulo da deformabilidade, de resistência à fadiga e de resistência à deformação permanente das misturas betuminosas.

Em seguida, tendo por base as especificações das normas NP EN 13108-1 (Betão Betuminoso), NP EN 13108-20 (ITT) e NP EN 13108-21 (FPC), apresentam-se os ensaios laboratoriais que têm de ser realizados para o cumprimento dos requisitos, por duas abordagens, a empírica e a fundamental. Em cada uma destas abordagens, descrevem-se, sucintamente, os métodos, os procedimentos e as condições de ensaio que são tidos em conta na caracterização das propriedades mecânicas das misturas betuminosas.

Ainda neste contexto, e atendendo ao exigido no Anexo Nacional da NP EN 13108-1, são descritos dois ensaios adicionais realizados na abordagem empírica, designadamente, o ensaio de avaliação da sensibilidade à água (EN12697-12) e o ensaio com simulador de pista, também conhecido por Wheel-Tracking (EN12697-22).

3.2. Características Mecânicas das Misturas Betumin osas

3.2.1. Generalidades

As acções externas às quais o pavimento está sujeito durante a sua vida útil, as quais potenciam o aparecimento de degradações, são devidas principalmente à acção repetida do tráfego e às acções climáticas, tais como a água e a temperatura.

A acção do tráfego sobre uma estrutura dum pavimento não degradado provoca a flexão repetida das camadas betuminosas, dando origem ao aparecimento de esforços de tracção. O efeito das cargas repetidas dos veículos induz também esforços de compressão e de corte.

Page 46: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE

Tânia Sofia Lopes Nunes 25

Além disso, nas camadas granulares, o tráfego também origina esforços de compressão e de corte resultando na ocorrência de fenómenos de densificação e de corte, e consequentemente ao aparecimento de deformações permanentes. Relativamente aos esforços de tracção, os quais se consideram habitualmente com o valor máximo na base das camadas betuminosas, potenciam também eles um tipo de degradação muito comum, o fendilhamento.

Também a acção dos agentes climáticos têm uma grande influência no comportamento estrutural das camadas dum pavimento. Normalmente, devido à sua acção, ocorre uma diminuição da capacidade de carga das camadas, principalmente das camadas granulares e no solo de fundação, levando ao aparecimento de deformações permanentes. Além disso, o envelhecimento do betume e a eventual ocorrência de expansões e contracções de origem térmica influenciam o aparecimento de fenómenos de fendilhamento, os quais são pouco relevantes no nosso país, por não ocorrerem temperaturas muito baixas (Gardete, 2005).

Actualmente, num contexto de maiores exigências, quer ao nível do comportamento funcional, quer estrutural dos pavimentos, observa-se uma maior tendência para a realização de ensaios de caracterização mecânica em laboratório, permitindo desta forma um melhor conhecimento das propriedades mecânicas mais importantes das misturas betuminosas (Capitão, 2008).

3.2.2. Características de deformabilidade

Em geral, é tido como certo que os materiais que constituem os pavimentos rodoviários possuem um comportamento não linear (Branco et al, 2005). Sabe-se ainda que, com a acção das cargas transmitidas pela passagem sucessiva dos veículos, o pavimento se deforma ao longo do tempo. Mesmo assim, na maioria dos casos, utilizam-se modelos de análise linear elástica para traduzir o modo como o pavimento se comporta sob carga. Por isso, nesses modelos consideram-se as propriedades elásticas dos materiais constituintes de cada camada ou da fundação.

Assim, com uma aproximação aceitável, cada camada é caracterizada pelo seu módulo de módulo de deformabilidade e pelo seu coeficiente de Poisson (toma, habitualmente, o valor de 0,35 para misturas betuminosas).

Apesar disto, as misturas betuminosas são caracterizadas, não pelo módulo de elasticidade, mas sim, pelo módulo de deformabilidade, Emist. De acordo, com o comportamento tensão - extensão de um dado material betuminoso, torna-se necessário na maioria dos casos determinar o módulo de deformabilidade a partir de ensaios de cargas repetidas efectuados, a uma dada temperatura, em que uma tensão aplicada varia ciclicamente ao longo do tempo e é expressa por:

σ(t)=σ0 sen(ωt) (3.1)

Page 47: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE CAPÍTULO 3

26

sendo σ0 e ω=2πf, respectivamente, a amplitude da tensão aplicada durante um período (� ), para uma frequência de aplicação, f, e t a variável tempo.

Para o mesmo período e frequência, devido ao desfasamento entre a “onda” da tensão e a de extensão, a resposta do material é também sinusoidal e dada pela expressão (3.2):

ε(t)=ε0 sen(ωt - �) (3.2)

sendo � e �, respectivamente a amplitude da extensão induzida, tensão ( ), e � o ângulo de fase.

Em termos físicos, o ângulo de fase varia consoante o comportamento elástico ou viscoso do material. Se a resposta for elástica, o ângulo de fase é igual a zero. Em contrapartida, se a resposta for puramente viscosa, este ângulo toma o valor de 90º. Para um comportamento intermédio, visco - elástico, toma valores entre 0º e 90º (Capitão, 2008).

Este método para a determinação do módulo de deformabilidade só pode ser considerado se o comportamento do material, durante o ensaio de cargas repetidas, for aproximadamente linear. Isto só acontece para níveis de deformação no material muito baixos. Considerando estes pressupostos, o módulo complexo do material, Ecomp, é calculado a partir:

Ecomp=σ0

ε0 ei� (3.3)

O valor absoluto do módulo complexo para cada uma das combinações possíveis (frequência e temperatura de ensaio) é o módulo de deformabilidade (razão entre a amplitude da tensão e extensão aplicada) (Capitão, 2008). O valor do módulo de deformabilidade de uma mistura pode traduzir qual é sua aptidão para degradar as cargas aplicadas, quando sujeitas a certas condições de temperatura e de velocidade de carregamento.

3.2.3. Resistência à fadiga

Quando um rodado de um veículo passa sobre o pavimento, induz tensões, e respectivas extensões de tracção nas camadas betuminosas. Contudo, com a sucessiva passagem dos veículos, as extensões instaladas vão-se acumulando, induzindo o aparecimento de fendas. Este fenómeno de fadiga ocorre quando os valores de extensão de tracção instalada no material são inferiores à extensão máxima de tracção rotura (Branco et al, 2005). Tal fenómeno pode ser traduzido por uma “lei de fadiga”que relaciona o valor da tensão (e respectiva extensão) de tracção instalada no material em função do número de ciclos de carga, sendo na generalidade dada pela expressão (3.4) abaixo:

σt ou εt=a N-b (3.4)

Page 48: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE

Tânia Sofia Lopes Nunes 27

onde,

σt – amplitude da tensão de tracção aplicada em cada carregamento;

εt – amplitude da extensão de tracção ocorrida em cada carregamento;

N – número de carregamentos aplicados até à rotura;

a, b – parâmetros que dependem das características das misturas betuminosas.

A obtenção destas leis de fadiga em laboratório não considera determinadas condições de solicitação, uma vez que a reprodução das condições que ocorrem nos pavimentos são muito difíceis de reproduzir. Em laboratório, há incerteza do tempo real de propagação de fendas no material, e é difícil a inclusão de períodos de repouso entre carregamentos. Este aspecto particular influencia muito os resultados, atendendo a que os rodados dos veículos pesados circulam de forma intermitente. Assim, o número de carregamentos aplicados em laboratório correspondentes ao fim da vida material, deve ser ajustado através dum factor, quando se pretende utilizar o resultado para efeitos de aplicação prática.

Outro parâmetro importante de medição da avaliação da resistência à fadiga das misturas

betuminosas é o valor de ε6 que, para um milhão de ciclos de carga, representa a extensão de tracção necessária para a ocorrência de rotura por fadiga. Ainda que, tanto as leis de fadiga como o valor de ε6 não sejam utilizados directamente no dimensionamento dos pavimentos, permitem uma boa ordenação de das misturas betuminosas, em função do seu desempenho à fadiga (Capitão et al, 2005).

3.2.4. Resistência à deformação permanente

Tal como acontece na avaliação da resistência à fadiga, também a resistência à deformação permanente das misturas betuminosas pode ser explícita através de uma lei que considera as extensões de compressão no topo de fundação, devida à repetida aplicação de cargas sobre o pavimento.

O aparecimento da deformação permanente na superfície dos pavimentos deve-se, em grande parte, ao fraco módulo de deformabilidade do material constituinte do solo de fundação e, por conseguinte a uma resistência menor. Este tipo de deformação pode ser atenuado com uma correcta formulação das misturas betuminosas, bem como através dum controlo adequado da sua aplicação em obra. Além disto, através das leis de deformação permanente (que traduzem critérios de ruína) é possível restringir, em certa parte, o assentamento ocorrido à superfície do pavimento durante a sua vida útil (Capitão et al, 2005).

Aliada à acção do tráfego, a acção da temperatura possui um papel importante no desenvolvimento da deformação permanente (rodeiras) nas camadas betuminosas. Em Portugal, nos meses de Verão as temperaturas são elevadas. Com o aumento da temperatura, o betume torna-se menos rígido e, por conseguinte, a resistência à deformação das misturas betuminosas diminui. Desta forma, observa-se ainda que a acção da temperatura nas camadas

Page 49: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE CAPÍTULO 3

28

betuminosas potencia a densificação dos materiais, a qual evolui de uma forma gradual, e induz na mistura condições para que a acção do tráfego origine deformação por corte (Eisenmann et al., 1987).

3.3. Ensaios para Aposição da Marcação CE nas Mistu ras Betuminosas por Abordagem Empírica

Tendo em consideração a Norma Europeia que é considerada para o Betão Betuminoso NP EN 13108-1 (IPQ, 2008 a)), bem como o cumprimento das exigências impostas, tanto pela norma EN 13108-20 dos ITT (IPQ, 2008 b)), como pela norma EN 13108-21 do FPC (IPQ, 2008 c)), a abordagem empírica para a caracterização destes tipos de misturas betuminosas continua a ter um papel fundamental na avaliação das suas propriedades, tendo sido aceites, para efeitos de atribuição de marcação CE, o cumprimento de requisitos gerais e de requisitos empíricos.

A metodologia empírica, como forma simplificada de formulação e caracterização mecânica de misturas betuminosas densas (NP EN 13108-1), inclui o método de Marshall. Assim, abaixo apresenta-se a uma breve descrição deste método.

Além do estudo inicial efectuado por esta abordagem, torna-se importante a realização de ensaios adicionais relacionados com o desempenho, designadamente em ensaios de sensibilidade à água (EN 12697-12) e ensaios de pista (Wheel – Tracking - EN 12697-22). Estes ensaios adicionais, são recomendados no Anexo Nacional da NP EN13108-1, os quais serão alvo de apresentação detalhada mais adiante.

3.3.1. O método de Marshall : NP EN 12697-34

O método de Marshall continua a ser muito utilizado do mundo para a formulação de misturas betuminosas. Atendendo a tal importância e ao cumprimento dos requisitos essenciais para a aposição da marcação CE nas misturas betuminosas densas, foi elaborada uma norma harmonizada relativa ao ensaio de compressão de Marshall (EN 12697-34 - Marshall Test). Na Figura 3.1 mostra-se o aspecto geral duma prensa utilizada para aquele ensaio.

O método de Marshall, inclui, além doutros, ensaios de resistência mecânica em provetes moldados, submetidos a condições de ensaio específicas. O ensaio de compressão assenta na determinação da estabilidade, da deformação e do quociente de Marshall – relação entre a estabilidade e a deformação – de misturas betuminosas. Além daquelas propriedades, é também necessário determinar a baridade (EN 12697-6) e outras características volumétricas dos provetes (EN 12697-8), tais como VFB - vazios preenchidos com betume, VMA – vazios da mistura de agregados e Vm – porosidade. É ainda determinada a baridade máxima teórica (EN 12697-5), em ensaio realizado após a compressão dos provetes.

Page 50: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE

Tânia Sofia Lopes Nunes 29

Figura 3.1. Equipamento para o ensaio de compressão Marshall (EN 12697-34)

A norma NP EN 13108-1 prevê também a determinação da porosidade após 10 giros na prensa de compactação giratória (V10 Gmin), de acordo com o descrito na EN 12697-31 para o cumprimento dos requisitos empíricos. Ainda assim, à luz da norma NP EN 13108-1, a determinação deste parâmetro V10 Gmin, não deve ser combinada com os requisitos de VFB e VMA obtidos no método de Marshall, e com os requisitos para a resistência à deformação permanente, de modo a evitar a sobre - especificação.

A preparação de provetes é efectuada de acordo com as normas harmonizadas EN 12697-35+A1 - Fabrico da Mistura em Laboratório e NP EN 12697-30+A1 - Compactação por

impacto, respectivamente. Estes provetes cilíndricos têm um diâmetro de (101± 3) mm para misturas com agregados de dimensão máxima inferior ou igual a 22 mm. São compactados com um compactador de impacto devido às reduzidas dimensões dos provetes (EN 12697-34+A1).

O método de Marshall não é aplicável para as misturas AC 32 base (MB) e AC 10 surf (BBr). No caso das restantes misturas betuminosas consideradas na NP EN13108-1, estas são fabricadas considerando 5 percentagens de betume, com diferenças de 0,5% entre si, à volta de um valor óptimo previsível. Para cada percentagem de betume terão de ser realizados 3 provetes, no mínimo.

Cada provete, é submetido a 75 pancadas, em cada face, no compactador de impacto e, após o arrefecimento dos provetes, procede-se à sua desmoldagem. Após um período de 4 a 32 horas, mergulham-se os provetes, em banho-maria, durante, pelo menos, 40 minutos, à temperatura especificada (60± 1) ºC.

Os provetes são colocados no estabilómetro da prensa de Marshall, e inicia-se a aplicação da carga a uma velocidade constante de 50± 2 mm/min, até à rotura. A carga máxima aplicada (força máxima) corresponde ao momento da rotura e é designada por ”estabilidade Marshall”, sendo a deformação máxima nesse instante designada por “deformação Marshall”. Com estes valores de rotura, determina-se o “quociente de Marshall”. O valor deste coeficiente poderá,

Page 51: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE CAPÍTULO 3

30

em parte, dar indicações de um bom ou mau comportamento à deformação permanente, ou seja, quanto maior for o valor do “quociente de Marshall”, melhor será o seu comportamento esperado à deformação permanente (Gardete, 2005).

No que diz respeito aos valores resultantes do ensaio, a norma EN 12697-34+ A1 apresenta um gráfico representativo (Figura 3.2) que relaciona a carga a que o provete está sujeito em função da deformação ocorrida e o “quociente de Marshall”.

Figura 3.2. Representação gráfica típica da variação da carga em função da deformação ocorrida e o “quociente de Marshall” (EN 12697-34)

Além disso, a carga máxima que representa a estabilidade da mistura terá de ser corrigida se a altura do provete for diferente de 63,5mm. Esta correcção é determinada a partir do produto do valor da carga máxima pelo factor de correcção dado por:

c=5,24 e-0,0258h=5,24 e-3,2x10-6υ (3.5)

sendo h e υ, respectivamente, a altura e o volume do provete, com as dimensões consideradas em milímetros.

Após esta correcção, os valores médios dos resultados obtidos para cada percentagem de betume são representados graficamente em função daquela percentagem. Assim, a percentagem ”óptima”de betume para uma determinada mistura betuminosa densa resultará

da média dos valores das percentagens de betume relativas ao valor máximo da “estabilidade

de Marshall” (EN 12697-22), ao valor máximo da baridade (EN 12967-6) e ao valor médio dos limites da porosidade (EN 12697-8), tal como definido no Quadro 4 do Anexo Nacional da NP EN 13108-1.

Além do exposto, as normas harmonizadas do Betão Betuminoso (NP EN 13108-1) e dos Ensaios de Tipo (NP EN 13108-20), indicam que os valores resultantes do método de Marshall deveram ser determinados e declarados de acordo com as respectivas categorias.

1) Estabilidade de Marshall, S;

2) Tangente

3) Deformação de Marshall, F;

Ft Deformação tangencial.

Page 52: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE

Tânia Sofia Lopes Nunes 31

Além disso, estas duas normas referem que a determinação e caracterização dos valores obtidos no ensaio de compressão de Marshall são obrigatórias para misturas betuminosas aplicadas em aeroportos.

3.3.2. Ensaios adicionais para aposição da marcação CE das misturas betuminosas a quente em Portugal

A realização dos ensaios adicionais para a avaliação da sensibilidade à água (EN 12697-12) e da resistência à deformação permanente (EN 12697-22), permitem de um modo mais fiável verificar a bondade do valor da percentagem “óptima”de betume obtido pelo método de Marshall. Esta análise pode conduzir à alteração da percentagem de betume determinada inicialmente, embora essa decisão deve ser devidamente reflectida. A fórmula resultante daquela alteração é designada por “composição declarada”.

Para a realização dos ensaios adicionais preparam-se três misturas betuminosas densas, diferindo a percentagem de betume entre elas. Uma das misturas betuminosas é produzida com o valor da percentagem “óptima”de betume obtida pelo método de Marshall, tendo as restantes duas 0,5%, abaixo e acima daquele valor, respectivamente (NP EN 13108-1: Anexo Nacional).

- Ensaio de avaliação da sensibilidade à água

A sensibilidade à água de misturas betuminosas, tem uma especial importância na durabilidade dos pavimentos flexíveis, visto que, com a acção da água nas misturas betuminosas, principalmente sobre as camadas de desgaste, pode ocorrer a perda de ligação entre o agregado e o betume com a consequente perda de coesão e de resistência do material.

De acordo com a prática habitual Portuguesa, o ensaio de avaliação da sensibilidade à água baseia-se no ensaio de compressão de Marshall. Assenta na realização de ensaios de resistência mecânica sobre dois conjuntos de provetes de misturas betuminosas semelhantes que diferem nas condições de acondicionamento. Determina-se, o índice de resistência

conservada, o qual corresponde à razão entre a resistência média dos provetes após acondicionamento em água quente, a 60ºC, durante 24 horas, e a resistência média dos provetes nas mesmas condições, mas apenas durante 40 min (INIR, 2009).

A norma Europeia EN 12697-12 considera para a avaliação da sensibilidade à água, um método que se baseia na resistência à tracção indirecta (por compressão diametral) de provetes cilíndricos. Descreve ainda mais dois métodos para o mesmo fim: um método B, baseado na resistência à compressão simples, e um método C, não utilizado no âmbito nacional. Atendendo à experiência dos estudos efectuados na avaliação da sensibilidade à água, o método A, baseado na resistência à tracção indirecta de provetes cilíndricos, é o mais utilizado (Batista et al, 2008).

Page 53: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE CAPÍTULO 3

32

Contudo, é importante mencionar que, de acordo com o Anexo Nacional da norma NP EN13108-1, a determinação do índice de resistência conservada (ISTR) é, ainda, efectuada a partir dos ensaios de compressão de Marshall. Neste caso são fabricados, pelo menos, 6 provetes cilíndricos com 101,6 mm de diâmetro e aproximadamente 63,5 mm de altura. A compactação deverá ser efectuada pelo compactador de impacto (aplicando 75 pancadas conforme recomendação do Anexo Nacional) e, em seguida, determinam-se as respectivas baridades.

Procede-se à realização do ensaio de compressão de Marshall (EN 12697-34+A1) sobre três provetes, após imersão em água, durante 35 a 40 minutos, num banho-maria à temperatura de 60ºC, e sobre os outros três após imersão durante 24 horas num banho-maria, à mesma temperatura. Com base nos valores das forças de rotura médias, determina-se a partir da expressão (3.7), expresso em percentagem, o ITSR:

ITSR� ITSw

ITSdx 100 (3.7)

onde ITSw e ITSd representam os valores médios das resistências dos provetes imersos durante 24 horas, para a temperatura do banho e após imersão durante 35 a 40 minutos à mesma temperatura, respectivamente.

Comparativamente ao método descrito anteriormente, a EN 12697-12 apresenta algumas diferenças, quer ao nível da preparação, quer ao nível das condições de acondicionamento dos provetes. A compactação dos provetes é de igual forma efectuada, com compactador de impacto, mas com a aplicação de 25 pancadas em cada face. Ora, tal valor é manifestamente inadequado por atingir a percentagem de vazios esperada no campo. Por isso, no caso em apreço aplicaram-se 75 pancadas em cada face.

Depois da desmoldagem dos provetes, estes são separados em dois conjuntos com características semelhantes, tendo em conta a altura e a baridade média, sendo estabelecidas variações máximas de 5 mm para a primeira, e de 15 kg/m3 para a segunda. O tempo de cura antes do acondicionamento, para provetes com a mesma idade, deve ser de 16h a 24h. Em termos de acondicionamento, um dos conjuntos de 3 provetes é acondicionado ao ar a uma temperatura de (20± 5) ºC e o outro conjunto, após ser submetido durante, cerca de 30 min a uma pressão absoluta de (6,7± 0,3) kPa em água, é acondicionado em banho-maria, a uma temperatura de (40± 1) ºC por um intervalo de tempo de 68h a 72h.

Após o acondicionamento, procede-se à realização do ensaio de resistência à tracção indirecta, a uma temperatura de ensaio recomendada de 15ºC, em vez dos 25ºC normalmente exigidos. (IPQ, 2008 b)). Este índice de resistência conservada em tracção indirecta (ITSR), expresso em percentagem, é igualmente representado pela expressão (3.7).

Page 54: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE

Tânia Sofia Lopes Nunes 33

A determinação do valor de ISTR, quer pelo ensaio de compressão de Marshall, quer pelo método A descrito na EN 12697-12, permite que a avaliação da sensibilidade à água de uma mistura seja declarada conforme as categorias indicadas na norma NP EN 13108-1 e apresentadas no Quadro 3.1.

Quadro 3.1. Valor mínimo da resistência conservada em tracção indirecta ou pelo ensaio de compressão de Marshall (NP EN 13108-1)

Valor mínimo da resistência conservada em tracção indirecta

(%) Categoria ITSR

90 ITSR90

80 ITSR80

70 ITSR70

60 ITSR60

Não requerido ITSRNR

- Ensaio wheel-tracking

Em laboratório, o ensaio Wheel-Tracking (EN 12697-22) é realizado com o auxílio de um simulador de tráfego que avalia a susceptibilidade das misturas betuminosas se deformarem com a aplicação de cargas rolantes, reproduzindo simplificadamente as sucessivas passagens dos rodados dos veículos (Capitão, 2008).

A norma de ensaio aponta três equipamentos para a execução deste ensaio: o equipamento de pequenas dimensões (small size device), o de grandes dimensões (large size device) e o extra-grande (extra-large device). Em todos os tipos de equipamento é avaliada a profundidade da deformação atingida a partir das passagens repetidas de um rodado a temperatura constante (EN 12697-22).

Especificamente para a realização do ensaio com o equipamento pequeno, a norma recomenda a preparação de 6 provetes (lajetas), com um comprimento mínimo de lado, de 305mm. A altura do provete, com um valor máximo de 80mm, varia consoante a dimensão máxima dos agregados da mistura.

Após compactação por um pequeno cilíndrico de rolos, as lajetas são acondicionadas à temperatura de ensaio, a qual variar entre 40ºC e 60ºC, no interior da câmara do próprio equipamento por um período de 4h a 24h. O Anexo Nacional da NP EN 13108-1 recomenda que deverá utilizar-se o procedimento de ensaio B ao ar para uma temperatura de ensaio de 60ºC.

A aplicação de cargas através da roda do equipamento para este procedimento, deve ocorrer durante 10000 ciclos, correspondendo cada ciclo a duas passagens da roda. A norma de ensaio

Page 55: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE CAPÍTULO 3

34

(EN 12697-22) recomenda a aplicação de uma carga de 700N ao provete, o que equivale, a uma tensão de contacto da roda de, aproximadamente, 700 kPa.

A análise dos valores resultantes deste ensaio, permite a determinação de vários parâmetros, os quais avaliam a resistência da mistura betuminosa à deformação permanente. Os parâmetros medidos são a percentagem de profundidade média da rodeira, expressa em mm, PRDAIR (Mean Proporcional Rut Depth in air) e o valor da taxa de deformação média Wheel-

Tracking, expressa em mm/103ciclos, WTSAIR (Mean Wheel-Tracking Slope).

Em termos de numéricos, o valor da taxa de deformação média Wheel-Tracking finalizado o ensaio é dada pela expressão abaixo.

WTSAIR=d10000-d5000

5 (3.8)

onde d5000 e d10000, representam, respectivamente, a profundidade média de rodeira após a aplicação de 5000 e 10000 ciclos de carga (mm).

Os valores resultantes deste ensaio, WTSAIR e PRDAIR, permitem que a avaliação da resistência à deformação permanente de uma mistura, em laboratório, seja declarada conforme as categorias indicadas na norma NP EN13108-1. A título exemplificativo, apresentam-se no Quadro 3.2 as categorias exigidas para a taxa (ou velocidade) de deformação média em ensaio de pista (WTSAIR).

Quadro 3.2. Taxa de deformação média em ensaios de pista, WTSAIR (NP EN 13108-1)

Taxa de deformação em ensaio de pista,

mm por 103 ciclos de carga

Categoria WTSAIR

0,03 WTSAIR0,03 0,05 WTSAIR0,05 0,07 WTSAIR0,07 0,10 WTSAIR0,10 0,15 WTSAIR0,15 0,30 WTSAIR0,30 0,40 WTSAIR0,40 0,50 WTSAIR050 0,60 WTSAIR0,60 0,80 WTSAIR0,80 1,00 WTSAIR1,00

Não requerido WTSAIRNR

O próprio equipamento, através do software de controlo, regista leituras de deformações em cada minuto, permitindo graficamente obter como resultado uma curva que relaciona o tempo de ensaio (ciclos) com a deformação do provete. A Figura 3.3 apresenta a variação com o tempo da deformação vertical média obtida para séries de provetes de laboratório diferindo entre elas a percentagem de betume da mistura (Gardete, 2005).

Page 56: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE

Tânia Sofia Lopes Nunes 35

Figura 3.3. Variação com o tempo da deformação vertical média obtida para séries de provetes em

laboratório (Gardete, 2005)

Através da realização de regressões lineares das deformações medidas na parte quase linear da curva determina-se a velocidade de deformação (TRm)1.Este parâmetro é importante na avaliação da resistência à deformação permanente, visto que as misturas betuminosas com grandes percentagens de betume, além de apresentarem maiores valores de deformação, apresentam uma tendência para maiores velocidades de deformação e, por conseguinte, piores resistências à deformação permanente

As Figura 3.4 e 3.5 mostram, respectivamente, exemplos de resultados obtidos para a deformação total (RDm)2 e para a velocidade de deformação (TRm), a partir de séries de provetes de obra e de laboratório incorporando diferentes percentagens de betume (Gardete, 2005).

Figura 3.4. Exemplo de evolução do parâmetro RDm com a percentagem em betume de várias misturas betuminosas obtidos a partir de ensaio com o Wheel-Tracking (Gardete, 2005)

1O parâmetro TRm é a designação utilizada na norma de ensaio EN 12697-22 para a velocidade de deformação média dos

provetes no ensaio Wheel-Tracking obtida, com o equipamento pequeno e o procedimento A ao ar (model A). 2O parâmetro RDm é a designação utilizada na norma de ensaio EN 12697-22 para a deformação média da rodeira observada

em provetes no ensaio Wheel-Tracking com o equipamento pequeno e o procedimento A ao ar (model A).

Page 57: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE CAPÍTULO 3

36

Figura 3.5. Exemplo de evolução do parâmetro TRm com a percentagem em betume de várias misturas betuminosas obtidos a partir de ensaio com o Wheel-Tracking (Gardete, 2005)

Gardete (2005) observou que aqueles dois parâmetros, deformação total e velocidade de deformação, dão boas indicações para a caracterização da mistura betuminosa à deformação permanente. Verificou ainda que a velocidade de deformação apresenta-se como o melhor parâmetro para esta caracterização, visto que, a sua determinação não é influenciada pela diminuição do volume de vazios na zona de passagem do rodado em relação ao volume de vazios inicial, como acontece para a deformação total.

3.4. Ensaios para Aposição da Marcação CE nas Mistu ras Betuminosas por Abordagem Fundamental

Apesar da falta de experiência em termos duma abordagem fundamental de caracterização das propriedades mecânicas das misturas betuminosas, a norma harmonizada do Betão Betuminoso (NP EN 13018-1), e as normas de ITT (NP EN 13108-20) e FPC (NP EN 13108-21), aconselham a utilização duma abordagem fundamental, embora permitam a abordagem empírica.

A abordagem fundamental baseia-se na avaliação do desempenho dos materiais, procedendo-se à caracterização mecânica das misturas betuminosas densas. As propriedades a determinar são a rigidez (EN 12697-26), a resistência à fadiga (EN 12697-24) e a resistência à deformação permanente num ensaio de compressão triaxial (EN 12697-25), sendo os valores resultantes da realização de ensaios, utilizados para classificar as misturas em categorias, as quais são definidas na NP EN 13108-1.

3.4.1. Resistência à deformação: ensaio de compress ão triaxial (EN 12697- 25)

Atendendo ao especificado na norma Europeia EN 12697-25, os ensaios de compressão triaxial são normalmente realizados em provetes cilíndricos, sobre os quais são aplicadas

Page 58: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE

Tânia Sofia Lopes Nunes 37

cargas de compressão axial, sujeitando-os a pressões de confinamento, tentando reproduzir o que ocorre no pavimento.

Este ensaio pode ser realizado de forma estática ou cíclica. Habitualmente, opta-se pelos ensaios triaxiais cíclicos, onde as cargas axiais variam ciclicamente com o tempo, mantendo-se a pressão de confinamento constante, procurando simular melhor o que ocorre num pavimento. Segundo a norma EN12697-25, o carregamento axial é, normalmente, de uma forma rectangular (tipo pulsatório) ou de uma forma sinusoidal (tipo haversine), como mostra a Figura 3.6 (Capitão, 2003).

Figura 3.6. Representação dos carregamentos propostos na EN 12697-25 para a realização de ensaios de compressão triaxial de misturas betuminosas (Capitão, 2003)

De acordo com aquela norma do ensaio, as temperaturas de ensaio dever-se-ão estar entre 40ºC e 60ºC. As tensões axiais aplicadas devem situar-se entre 100kPa e 600kPa e as pressões de confinamento, aplicadas por água ou por membrana sujeita a vácuo, não podem ultrapassar 200kPa. Atendendo a estas condições de ensaio, a norma NP EN 13108-20 preconiza os valores que devem ser adoptados para cada mistura betuminosa, em função da camada na qual será aplicada (Quadro 3.3).

Na generalidade, o resultado deste ensaio é uma curva que relaciona a extensão axial permanente do provete com o número de ciclos de carga. A norma EN 12697-25 propõe que

os parâmetros, extensão axial permanente (�� ) e velocidade de deformação da mistura (Vdef), dependam do ajuste dos valores obtidos de acordo com a parte quase linear da curva. A curva resultante do ensaio tem geralmente a forma da equação (3.9):

Tensão de confinamento: σc

Tensão haversinusoidal: σa(t) = σv (1 + sen ωt)

Tensão axial total: σA(t) = σa(t) + σc

Tensão de confinamento: σc

Magnitude do impulso: σB

Tensão axial total

σA(t)

Tempo

σv

σc

Tensão axial total

σA(t) Duração do impulso T1

Período de repouso

T0 σB

σC Tempo

Carga

x2 x3

Duração do impulso

x1+x2+x3+x4<20% da duração do

impulso

x1 x4

Carregamento do tipo haversine Carregamento do tipo pulsatório

Tensão estática: 2% . (2 σv + σc) Tensão estática: 2% . (σB +σc)

Page 59: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE CAPÍTULO 3

38

εN=A NB (3.9)

onde A e B correspondem, respectivamente, aos parâmetros que são determinados pela aplicação do método dos mínimos quadrados aos valores da curva de ensaio e N é o número de ciclos de carregamento.

Quadro 3.3. Condições de realização do ensaio de compressão triaxial (NP EN 13108-20).

Nos termos da norma NP EN 13108-1, a resistência à deformação permanente de uma mistura betuminosa é definida através de uma categoria seleccionada a partir do valor máximo da velocidade de deformação, ou taxa de fluência, obtido através do ajuste da curva representada pela equação (3.9), como designação na norma, fcmax (µm/m/n.ºde ciclos).

3.4.2. Rigidez (EN 12697-26)

De acordo com a norma Europeia EN 12697-26, a realização de ensaios de flexão e/ou de ensaios de compressão diametral permitem a caracterização da rigidez3 das misturas betuminosas (Figura 3.7). A forma dos provetes, bem como as condições de carregamento, diferem entre os grupos de ensaios. Para os ensaios de flexão, os provetes utilizados são prismáticos, de secção trapezoidal ou rectangular, enquanto no caso dos ensaios de compressão são cilíndricos. Dependendo do tipo de carregamento, a aplicação sucessiva dos carregamentos é efectuada através de ondas sinusoidais, ou formadas por impulsos sucessivos.

Na totalidade dos ensaios, os provetes são introduzidos no interior de uma câmara onde são submetidos a sucessivos carregamentos para uma temperatura específica de ensaio (podendo variar entre -30ºC a 40ºC). Além disso, a norma de ensaio propõe uma gama de valores de frequências em que a sua utilização depende das características dos equipamentos. Atendendo aos requisitos fundamentais, a norma dos ITT (NP EN 13108-20) impõem a selecção dos métodos, procedimentos e condições de ensaio para a determinação da rigidez (Quadro 3.4).

Os valores da amplitude da tensão aplicada ( ), da correspondente extensão verificada (� )

e do ângulo de fase (�� consistem nos valores medidos durante a realização do ensaio. Deste modo, o valor do módulo de deformabilidade é dado pelo valor absoluto do módulo complexo

3A rigidez das misturas betuminosas é a designação utilizada na norma EN 12697-26, habitualmente conhecida por módulo

de deformabilidade.

Camada Temperatura de

acondicionamento Temperatura

de ensaio

Temperatura de

confinamento

Carga axial

Frequência Tipo de

carregamento

Desgaste 15ºC 50ºC 150 kPa 300 kPa 3 Hz Haversine 15ºC 50ºC 150 kPa 300 kPa 1 s/ 1 s Block

Ligação & Base

15ºC 50ºC 150 kPa 200 kPa 3 Hz Haversine 15ºC 50ºC 150 kPa 200 kPa 1 s/ 1 s Block

Page 60: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE

Tânia Sofia Lopes Nunes 39

separado, numa componente real e numa componente imaginária. Tal como acontece para as outras propriedades, o valor do módulo de deformabilidade deverá respeitar os valores máximos e mínimos das categorias apresentadas na especificação NP EN 13108-1.

Figura 3.7. Resumo dos tipos de ensaios para avaliação das características de deformabilidade e de resistência à fadiga de misturas betuminosas (Capitão, 2003)

Quadro 3.4. Métodos, procedimentos e condições de ensaio (NP EN 13108-20)

Tipo de carregamento

Temperatura de ensaio

Frequência ou tempo de

carregamento

2 PB-TR 15ºC 10 Hz 2 PB-PR 15ºC 10 Hz 3 PB-PR 15ºC 10 Hz 4 PB-PR 15ºC 8 Hz DTC-CY 15ºC 10 Hz

DT-CY ou DT-PR 15ºC 0,02 s IT-CY 20ºC 124 µs

3.4.3. Resistência à fadiga em ensaios de flexão (E N 12697-24)

Como já mencionado, a resistência à fadiga é traduzida por uma lei que relaciona os valores da tensão (ou respectiva extensão) de tracção instalada no material em função do número de ciclos de carga. Com a realização dos ensaios mencionados abaixo, pode determinar-se uma medida de resistência à fadiga da mistura betuminosa, ε6, a qual traduz a extensão de tracção necessária para provocar a ruína do provete ao fim dum milhão de ciclos de carga. À luz da norma do produto (NP EN 13108-1), com o valor daquele parâmetro selecciona-se uma categoria.

ENSAIOS DE FLEXÃO

Carregamento de prismas em consola

Carregamento de prismas simplesmente apoiados

ENSAIOS DE COMPRESSÃO

Carregamento de cilindros

1 carga, 1 ponto de apoio 2PB-PR

[two point bending on prismatic speciments]

1 carga, 2 pontos de apoio 3PB-PR

[three point bending on prismatic speciments]

1 carga, 1 ponto de apoio 2PB-TR

[two point bending on trapezoidal specimens]

2 cargas, 2 pontos de apoio 2PB-PR

[four point bending on prismatic specimens]

Compressão diametral ou tracção indirecta

IT-CY [Indirect tensile test on

cylindrical speciments]

Page 61: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE CAPÍTULO 3

40

Para o cumprimento das exigências fundamentais, a norma NP EN13108-1 impõem a de ensaios de flexão (Figura 3.7), recorrendo particularmente aos ensaios 2PB-TR e 4PB-PR. Em ambos os ensaios são utilizados carregamentos, os quais variam sinusoidalmente com o tempo de ensaio. No Quadro 3.5 são apresentados os métodos, procedimentos e condições de ensaio que a norma NP EN 13108-20 sugere para avaliar a resistência à fadiga de misturas betuminosas.

Quadro 3.5. Métodos, procedimentos e condições de ensaio (NP EN 13108-20)

Anexo(1)/Tipo de carregamento - Tipo de

provete

Temperatura de ensaio

Frequência ou tempo de

carregamento

A/2 PB-TZ 10ºC 25 Hz

A/2 PB-TZ 15ºC 30Hz

D/4 PB-PR 20ºC 30 Hz (1)Ver nos anexos da norma NP EN 13108-20.

3.5. Considerações Finais

A obrigatoriedade da aposição da marcação CE nas misturas betuminosas veio introduzir melhoramentos na avaliação das suas características mecânicas através de novas abordagens, como é o caso da abordagem fundamental. Ainda assim, de acordo com a experiência nacional, a avaliação de misturas betuminosas continua a ser realizada de forma empírica, mas com a particularidade de serem realizados ensaios adicionais relacionados com o desempenho das misturas.

Na abordagem empírica, é notório que o método de Marshall possui diversas limitações. Além de limitar as dimensões dos provetes, o ensaio de compressão de Marshall não simula a acção do tráfego. Em contrapartida, o ensaio com simulador de pista (Wheel-Tracking) permite obter uma medida da resistência à deformação permanente das misturas betuminosas. Deste modo, os parâmetros obtidos com o Wheel-Tracking, especialmente a velocidade de deformação (WTSAIR ou TDm), permitem de uma forma mais fiável a caracterização das misturas quanto à sua resistência (Gardete, 2005). Outra vantagem inerente a este ensaio está na simplicidade de utilização do equipamento, permitindo um fácil controlo de qualidade das misturas betuminosas aplicadas em obra.

Na abordagem fundamental, o ensaio de compressão triaxial recomendado para a caracterização à deformação permanente, também permite a determinação de bons indicadores de resistência à deformação permanente. Este ensaio, além de simular de uma forma dinâmica a acção do tráfego, permite através do confinamento dos provetes a aplicação de tensões com valores próximos dos verificados em condições reais. Em contrapartida, o equipamento utilizado no ensaio é relativamente caro e apresenta procedimentos de ensaio muito demorados.

Page 62: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE

Tânia Sofia Lopes Nunes 41

Ainda nesta abordagem, são tidas em consideração as propriedades mecânicas de resistência à fadiga e de rigidez das misturas betuminosas. Contudo, apesar do parâmetro de medida da

resistência à fadiga, �� , não ser considerado directamente no dimensionamento das misturas betuminosas permite hierarquizar o comportamento destas em relação há resistência à fadiga.

3.6. Referências Bibliográficas

Branco, F., Pereira, P., Picado-Santos, L. (2005), Pavimentos Rodoviários. Edições Almedina, Coimbra. ISBN 972-40-2648-5.

Batista, F., Antunes M., Fonseca. P (2008), Avaliação da sensibilidade à água de misturas betuminosas com betume modificado com alta percentagem de borracha. V Congresso Rodoviário Português, Centro de Congressos do Estoril, Estoril (CD-ROM).

Capitão, S. (2003), Caracterização Mecânica de Misturas Betuminosas de Alto Módulo de Deformabilidade. Tese de Doutoramento, Departamento de Engenharia Civil da F.C.T da Universidade de Coimbra, 2 vol., Coimbra.

Capitão, S., Picado-Santos, L. (2005), Laboratory fatigue performance assessment of high modulus bituminous mixtures. Proceedings of the 4th International Symposium on Maintenance and Rehabilitation of Pavements and Technological Control, Ulster University, Belfast (CD-ROM).

Capitão, S., Picado-Santos, L. (2006), Assessing Permanent Deformation Parameters in High Modulus Bituminous Mixtures, ASCE - Journal of Transportation Engineering, 132(5), pp. 394-401.

Capitão, S. (2008), Avaliação em Laboratório de Propriedades Mecânicas de Misturas Betuminosas Fabricadas a Quente. Lição apresentada no âmbito do concurso para o provimento de uma vaga de Professor Coordenador no Quadro do Instituto de Engenharia de Coimbra, Coimbra.

Eisenmann, J., Hilmer, A. (1987), Influence of wheel load and inflation pressure on the rutting effect at asphalt pavement – experiments and theoretical investigation. Proceeding of the Sixth International Conference on Structural Design of Asphalt Pavements, University of Michigan, Ann Arbor, Michigan, pp. 392- 043.

Gardete, D. (2005), Comparação de Ensaios Laboratoriais para a Caracterização de Misturas Betuminosas à Deformação Permanente. Tese de Mestrado, Departamento de Engenharia Civil da F.C.T. da Universidade de Coimbra, Coimbra.

INIR (2009), Ensaios de Compactação Interlaboratorial para Avaliação da Sensibilidade à Água de Misturas Betuminosas. Lisboa: INIR. [Consultado 6 de Fevereiro de 2010]. Disponível na internet: http://www.inir.pt.

IPQ (2008 a)), NP EN 13108-1: 2008, Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais: Parte 1:Betão Betuminoso. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

IPQ (2008 b)), NP EN 13108-20: 2008, Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais: Ensaio de Tipo Inicial. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

Page 63: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FORMULAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MB FABRICADAS A QUENTE CAPÍTULO 3

42

IPQ (2008 c)), NP EN 13108-21: 2008. Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais: Controlo da Produção em Fabrica. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

Page 64: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

CAPITULO 4

Tânia Sofia Lopes Nunes 43

4. ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MISTURAS BETUMINOSAS

4.1. Nota Introdutória

No contexto da aposição da marcação CE nas misturas betuminosas, o papel do produtor tornou-se fundamental para assegurar que o produto colocado no mercado está em conformidade com as características declaradas. No presente capítulo apresenta-se, quer o processo de implementação, quer o ponto de situação ao nível da sua aplicação em três empresas produtoras localizadas na zona centro do país.

Todas estas empresas, designadas por empresa A, empresa B e empresa C, já tinham o conceito de “Qualidade” implementado nas suas organizações, através dos respectivos Sistemas de Gestão de Qualidade, S.G.Q. Com a transposição para Portugal das Normas Harmonizadas da Organização Internacional da Normalização - NP EN ISO 9001:1994 para a NP EN ISO 9001:2000 - e com a posterior revisão no ano de 2008, foram introduzidas novas alterações, no sentido de tornar a avaliação da satisfação do cliente mais eficiente e eficaz, e o melhoramento da estrutura organizacional, introduzindo a planificação de tarefas e a definição de metodologias e responsabilidades (Borges, 2009).

Com a implementação dos S.G.Q, todas as estruturas organizacionais daquelas empresas já se encontravam conscientes da importância da qualidade e da satisfação dos clientes, facilitando a reestruturação e introdução das exigências para a aposição da marcação CE nos seus produtos.

Neste capítulo faz-se ainda uma descrição do controlo de produção em fábrica, FCP- Factory

Control Production - adaptado por cada empresa, de acordo com os requisitos e exigências na norma NP EN 13108-21, incluindo uma pequena referência às práticas anteriormente utilizadas.

Por fim, expõem-se, de forma sucinta, quais as dificuldades encontradas na implementação do sistema de marcação CE por estas empresas, bem como o respectivo investimento.

4.2. Controlo de Produção em Fábrica: Comparação dos Mét odos Utilizados com as Práticas Anteriores

4.2.1. Generalidades

Antes do aparecimento da marcação CE para misturas betuminosas, os métodos de controlo de produção eram realizados através dos ensaios preconizados nos cadernos de encargos das principais concessionárias, como é o caso do antigo Instituto de Estradas de Portugal - IEP, a actual EP – Estradas de Portugal, S.A. Com a inexistência de especificações técnicas

Page 65: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB

44

harmonizadas, as especificações utilizadas em Portugal restringiam-se a algumas Normas Portuguesas, a especificações do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil e a algumas normas internacionais, especialmente Americanas, Francesas e Espanholas.

Deste modo, o controlo de qualidade no fabrico e na aplicação de misturas betuminosas era realizado com base em valores prescritos para algumas características, quer dos materiais constituintes, quer das próprias misturas betuminosas. Aquelas características deveriam ser determinadas através de procedimentos de ensaios, de acordo com o prescrito nos cadernos de encargos das administrações rodoviárias.

Como se referiu, no âmbito da marcação CE cabe ao produtor a realização dos Ensaios de Tipo Inicial (ITT), realizados de acordo com a NP EN 13108-20. Além disso, é da responsabilidade do produtor assegurar que as misturas betuminosas colocadas no mercado estão em conformidade com as características declaradas, donde terá de estabelecer, documentar e manter um sistema de FPC. Este tipo de sistema deverá consistir num conjunto de procedimentos, inspecções e ensaios de carácter regular, bem como avaliações, possibilitando o controlo das matérias-primas e outros constituintes, do equipamento utilizado no fabrico, do processo de produção e do produto (IPQ, 2008 c)).

4.2.2. Controlo dos materiais constituintes

Antes da implementação do sistema de FCP, o controlo de materiais constituintes das misturas betuminosas era realizado de uma forma mais simplificada, e de acordo com os requisitos e exigências indicadas nos cadernos de encargo das administrações rodoviárias. O fornecimento dos materiais constituintes da mistura era solicitado aos respectivos produtores de uma forma contínua e planeada, e em conformidade com características técnicas exigidas, quer pelas especificações técnicas nacionais, quer pelos cadernos de encargos.

Assim, o produtor de misturas betuminosas, além de exigir boletins de ensaio que caracterizavam o lote de fabrico do material ao(s) seu(s) fornecedor(es), também tinha de realizar ensaios que permitiam confirmar a qualidade e conformidade dos materiais com os parâmetros impostos pelos documentos que lhe eram fornecidos. A frequência de ensaio e inspecção dos materiais era igualmente realizada conforme os requisitos indicados pelos cadernos de encargos.

No decorrer dos procedimentos de controlo inseridos no sistema de FCP, o fornecimento dos materiais constituintes da mistura betuminosa deve possibilitar os níveis de produção e de entrega planeada, sem pôr em causa a conformidade do produto. Deste modo, os fornecedores das matérias-primas, através de comunicações escritas emitidas pelo produtor, devem fornecer materiais de acordo com as especificações e tolerâncias de recepção de materiais, cumprindo as especificações aplicáveis para as misturas betuminosas. Portanto, cada fornecedor deverá

Page 66: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB CAPÍTULO 4

Tânia Sofia Lopes Nunes 45

fornecer materiais que cumpram a qualidade exigida e assegurem a conformidade da mistura com o ITT (IPQ, 2008 b)).

Nas três empresas alvo de estudo, o fornecimento dos agregados calcários é efectuado directamente, isto é, as próprias empresas ou grupo de empresas onde estão inseridas possuem uma unidade de produção de agregados. Particularmente, as empresas B e C, desde início do processo de aposição da marcação CE aos agregados, em 2005 e 2004, respectivamente, possuem as suas unidades de produção de agregados nas imediações das centrais de produção de betuminosos. Já a empresa A recorre a outra empresa do grupo, com marcação CE de agregados desde 2004, para o fornecimento dos mesmos. Nestes casos como existem fornecimentos directos de agregados, a norma FCP dispensa os requisitos de inspecção das guias de remessa e a verificação organoléptica relativa ao material armazenado (NP EN 13108-21).

Em termos de fornecimento dos betumes de pavimentação, a empresa A tem como fornecedor a Repsol, enquanto que as empresas B e C recorrem aos ligantes da Galp. A aposição da marcação CE nos betumes de pavimentação, nos betumes duros e nas emulsões betuminosas catiónicas terá de ser implementada pelos fornecedores até Dezembro de 2010. Tal facto implica que após este período, e independentemente das inspecções no acto de entrega, ou dos ensaios efectuados nos laboratórios internos destas empresas, os fornecedores de betumes terão que facultar as fichas técnicas do produto aos clientes, cumprindo os requisitos e as características impostas pela norma EN 12591.

Para fornecimentos externos dos restantes materiais utilizados nas misturas, estas três empresas implementaram planos de inspecção e ensaio conforme as frequências mínimas indicadas pela norma do FCP (NP EN 13108-21). É de salientar que são utilizados alguns resultados de ensaios realizados pelos fornecedores, uma vez que assim está previsto no plano de qualidade do produtor.

Apresentam-se em anexo (Anexos IV e V), os planos de monitorização e medição para os materiais constituintes das misturas betuminosas das empresas B e C. No plano de monitorização e medição da empresa B não são apresentados os requisitos gerais e detalhados dos aditivos, com as frequências mínimas de inspecção e ensaio para aqueles materiais.

Não foi possível obter para a empresa A os planos de monitorização e medição dos materiais constituintes elaborados conforme as indicações da norma NP EN 13108-21.

4.2.3. Controlo da produção de misturas betuminosas a quente

No decorrer do processo de produção das misturas betuminosas em central, o produtor deve cumprir os procedimentos implementados de acordo com o plano de qualidade, isto é, assegurar que a mistura é manuseada, armazenada e entregue com o mínimo de segregação e degradação, cumprindo os limites de temperatura especificados. Deste modo, tal como refere

Page 67: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB

46

a norma do FCP, durante o processo de produção deverão ser registados os dados de produção, incluindo hora e data de produção, bem como a clarificação da responsabilidade do produtor no manuseamento, armazenamento e entrega nos seus próprios veículos ou em veículos subcontratados (NP EN 13108-21).

Segundo o processo de controlo de produção de misturas betuminosas em central, antes da implementação do sistema do FCP (NP EN 13108-21), este era também realizado conforme os procedimentos implementados de acordo com o plano de qualidade, tendo como base os requisitos descritos nos cadernos de encargo das administrações rodoviárias. De uma forma geral, as quantidades de armazenamento dos materiais constituintes, o tipo e os componentes das centrais, o procedimento de produção, e o armazenamento e transporte do produto acabado, tinham de estar em conformidade com o indicado nos cadernos de encargos. Também os procedimentos inseridos no plano de manutenção e calibração das centrais, contendo as frequências de ensaio e inspecções aos parâmetros de funcionamento dos equipamentos, tinham de cumprir os cadernos de encargos.

As empresas A, B e C possuem centrais descontínuas para produzem as misturas betuminosas. O seu princípio de funcionamento é semelhante ao representado na Figura 4.1. O procedimento de produção das misturas betuminosas poderá ser resumido nos seguintes passos: 1) colocação da central em funcionamento (arranque); 2) escolha da fórmula da mistura betuminosa a produzir e sua introdução no sistema; 3) verificação das unidades de alimentação, também designadas por tulhas ou tremonhas; 4) iniciação do processo produtivo; 5) doseamento volumétrico dos agregados frios nas tremonhas; 6) secagem e aquecimento dos agregados no tambor-secador; 7) reclassificação dos agregados na célula de crivagem; 8) armazenamento dos agregados aquecidos numa zona intermédia; 9) doseamento ponderal, por amassadura, dos agregados quentes, filer, betume e aditivo (quando utilizado); 10) mistura dos componentes dos diversos materiais constituintes no misturador; 11) armazenamento da mistura em silos ou descarregada em camiões de transporte (com acondicionamento), sendo emitida a guia de remessa (Borges, 2009).

Em termos de componentes das centrais descontínuas, as empresas A e C possuem centrais betuminosas dimensionadas para uma produção de 175 ton/h. No caso da empresa B, a central está dimensionada para um produção de 300 ton/h.

Para uma produção de 175 ton/h, a central da empresa A é constituída por seis tremonhas pré-doseadoras. Em termos de silos de armazenamento de agregados frios, a central descontínua da empresa B é constituída por seis silos que alimentam as tulhas. No caso da empresa C, com as sete tulhas doseadoras e os cinco crivos constituintes da célula de crivagem, a central permite a produção de cerca de 1600kg a 1700kg de mistura betuminosa, a qual depois é armazenada no silo do produto acabado. A capacidade total deste silo de produto acabado

Page 68: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB CAPÍTULO 4

Tânia Sofia Lopes Nunes 47

corresponde a 60 ton e permite uma divisão em lotes de cerca de 30 ton, podendo armazenar misturas betuminosas com características diferentes

Figura 4.1. Esquema da central do tipo descontínuo (Borges, 2009)

Tal como indicado na norma NP EN 13108-21, as empresas B e C na elaboração do plano de monitorização e medição para as misturas betuminosas, incluíram um plano de monitorização do controlo do processo produtivo de misturas betuminosas, de acordo com as frequências mínimas de inspecção, considerando também um plano de inspecção e ensaio para o produto entregue, como se pode comprovar nos planos de monitorização e medição das daquelas empresas apresentados em anexo (Anexos IV e V).

Ainda no que diz respeito ao controlo do processo produtivo, pode verificar-se, pelos fluxogramas representados em anexo (Anexos VI e VII), o processo individual de concepção e desenvolvimento das misturas betuminosas nas centrais das empresas B e C de acordo com o plano de inspecção e ensaio implementado. A empresa A não disponibilizou estes elementos, mas, de igual modo, elaborou os respectivos planos de monitorização e medição, incluindo as respectivas frequências de inspecção e ensaio para o controlo do processo produtivo e do produto acabado.

No seguimento das novas exigências impostas ao processo produtivo de misturas betuminosas, estas três empresas procederam a algumas alterações nas respectivas centrais, destacando-se a modificação no controlo da temperatura da mistura durante a amassadura. Assim, a temperatura de cada amassadura é controlada através de um termómetro óptico permitindo um controlo contínuo da temperatura no misturador. Todas estas leituras são registadas informaticamente possibilitando a verificação de eventuais desvios de produção. Além desta alteração, a empresa A também actualizou o sistema informático da central que controla todo o processo produtivo das misturas betuminosas.

Page 69: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB

48

Para o correcto cumprimento dos requisitos expostos acima, cada uma destas empresas teve de identificar, nos respectivos planos de qualidade, os dispositivos de medição na central que requerem manutenção e calibração de acordo as frequências mínimas e tolerâncias indicadas na NP EN 13108-21. A identificação dos dispositivos de medição consta nos planos de monitorização e medição implementados pelas empresas, como se pode verificar nos documentos das empresas B e C apresentados em anexo (Anexos IV e V).

Os planos de manutenção e calibração das centrais de cada uma das empresas descrevem, essencialmente, as actividades que deverão ser realizadas nos componentes da central para o seu correcto funcionamento, tais como a verificação da exactidão das balanças, relacionadas com as pesagens dos materiais constituintes; do recipiente doseador do aditivo; das sondas de temperaturas inseridas nas zonas de armazenamento dos agregados, do ligante e do misturador. A exactidão da composição da amassadura é verificada pela comparação entre a massa real dos constituintes na amassadura e a massa pretendida, utilizando o método previsto no plano de qualidade, demonstrando também o correcto funcionamento do sistema doseador da central descontínua utilizada para o fabrico.

Existem outras actividades, como a inspecção e limpeza dos crivos, mangas e correias transportadoras, estando inseridas especificamente no plano de manutenção da central das empresas B e C como se monstra em anexo (Anexos IV e V). A empresa A não disponibilizou este documento, mas também elaborou um plano de manutenção da central à luz da norma NP EN 13108-21.

Deste modo, verifica-se que estas empresas cumprem os requisitos indicados na norma NP EN 13108-21, assegurando um controlo satisfatório do processo produtivo das misturas e, por sua vez, da própria mistura betuminosa como produto acabado.

4.2.4. Controlo laboratorial - ensaios de tipo inic iais

Antes da implementação do sistema de marcação CE, as empresas efectuavam estudos laboratoriais de composição das misturas betuminosas em função das características das misturas a aplicar, e de acordo com as especificações referidas nos cadernos de encargos das administrações rodoviárias. Após a realização do estudo e sua documentação através de boletins de ensaio, este era apresentado à administração rodoviária, a qual verificava a sua conformidade com os requisitos específicos para dada aplicação. Além disto, a transposição da fórmula da mistura para a central de fabrico tinha de ser aprovada pelas administrações rodoviárias e não poderia ser alterada enquanto a produção daquela mistura se mantivesse. Geralmente, o estudo de composição de dada mistura era realizado apenas de acordo com os requisitos e exigências indicados pelos clientes, o que não acontece no procedimento dos ITT seguido actualmente.

Page 70: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB CAPÍTULO 4

Tânia Sofia Lopes Nunes 49

De acordo com a NP EN 13108-20, o procedimento dos ITT baseia-se na realização de um conjunto de procedimentos de ensaios que determinam o desempenho das amostras de misturas betuminosas representativas do tipo de produto. Estes procedimentos deverão provar que a fórmula da mistura seleccionada está conforme com os requisitos relevantes para as propriedades técnicas especificadas na norma do produto, NP EN 13108-1, e na norma do FCP, NP EN 13108-21. Poderão ser exigidos pelo cliente requisitos adicionais, necessários em termos contratuais, mas dispensáveis para efeitos de marcação CE.

Como referido no Capítulo 2, caso não existam alterações no agregado grosso, no agregado fino, no tipo mineralógico do filer e na gama de penetração do betume, a norma dos ITT requer a repetição dos ensaios em intervalos não superiores a 5 anos, de forma a comprovar a continuidade da validação duma mistura betuminosa (NP EN 13108-20).

As empresas A, B e C optaram pela validação em laboratório para declararem a composição das misturas betuminosas. Através da realização de um conjunto de ensaios sobre a mistura betuminosa preparada em laboratório definiram a fórmula da mistura, em termos dos materiais constituintes, da curva granulométrica e da percentagem de betume (composição laboratorial).

A adopção daquele tipo de validação, tal como consta na validação da concepção e desenvolvimento da empresa C, é recomendada quando o estudo de formulação é efectuado pelo método de Marshall. Apesar desta recomendação, tanto as empresas A, como a C decidiram não realizar o estudo de Marshall, visto que nos requisitos gerais da norma do produto, NP EN 13108-1, indica-se que os valores deste estudo, designados por valores de Marshall, só são aplicáveis em aeroportos. Ainda assim, a empresa B decidiu elaborar um estudo de formulação de Marshall, declarando os valores de Marshall independentemente do fim a que se destina a mistura.

Assim, cada um destes produtores terá de compilar num Relatório de Ensaio de Tipo, toda a informação relativa: a procedimentos adoptados para a caracterização dos materiais constituintes; os métodos de preparação e de ensaio realizados, conforme as características da mistura a fornecer, e da sua fórmula, expressa em termos da composição adoptada (NP EN 13108-20).

Em termos de produção da mistura em central, o responsável pelo laboratório de cada um daqueles produtores, através dos resultados dos ensaios e do Relatório de Ensaio de Tipo, efectua a transposição da fórmula laboratorial da mistura para a central, já que as fracções crivadas nesta não equivalem às determinadas em laboratório. Tal como a composição laboratorial, a composição da produção obtida após a transposição deve ser igualmente declarada (IPQ, 2008 a))

Page 71: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB

50

4.2.5. Avaliação da conformidade legal

Antes da existência de normas harmonizadas procedia-se ao controlo das características das misturas betuminosas através dos resultados de ensaios realizados às mesmas, com o objectivo de verificar se o produto cumpria todos os requisitos especificados nos cadernos de encargos das administrações rodoviárias. A avaliação da conformidade da mistura betuminosa acabada, depois de produzida na central, era realizada através de recolha de amostras de forma periódica e aleatória, quer para a determinação da granulometria e percentagem de betume, quer para a verificação da temperatura.

Em termos do nível de funcionamento das centrais, este era definido por dois níveis, Nível 1 e Nível 2, conforme o tipo de aplicação das misturas. Em obras de construção e/ou de beneficiação de vias com faixas de rodagem fisicamente separadas, as misturas betuminosas teriam de ser produzidas em centrais do Nível 2, cumprindo as tolerâncias sobre a fórmula da mistura especificadas nos cadernos de encargos (IEP, 1998).

Tal como acontecia antes da implementação da marcação CE, a avaliação de conformidade da mistura betuminosa acabada continua a ser efectuada, embora actualmente isso se faça para assegurar que cumpre as exigências indicadas na norma de produto, a NP EN 13108-1, em conjunto com os procedimentos referidos nas normas dos ITT e FCP.

Verifica-se que a avaliação da conformidade da mistura betuminosa acabada, produzida em central, não sofreu alterações muito significativas. O controlo é efectuado através de determinações semelhantes, diferindo na frequência de ensaio. Esta frequência de ensaio é determinada pelo nível de conformidade de funcionamento da central ou, em terminologia inglesa, Operating Compliance Level - OCL.

A análise do nível de conformidade do funcionamento do processo produtivo adoptada por estas três empresas é efectuada pelo método do resultado único, para todas as misturas produzidas na central. Este método baseia-se nos resultados dos ensaios de análise granulométrica e de determinação da percentagem de betume, obtidos sobre uma amostra individual da mistura betuminosa produzida. Esses resultados são validados por comparações com as tolerâncias admitidas - em percentagem absoluta – com base na fórmula da mistura determinada no estudo laboratorial. Os resultados são classificados como “conformes” ou “não-conformes” atendendo ao desvio que apresentam em relação ao valor teórico de cada parâmetro indicado no Quadro 4.1. Assim, o OCL é definido através do número de médias “não-conformes” nas últimas 32 análises efectuadas para cada tipo de mistura betuminosa como indicado no Quadro 4.2.

À luz da norma do FCP, a frequência de ensaio tem de ser determinada através da recolha de uma amostra de cada mistura produzida, por cada cinco dias de funcionamento. Este tipo de actuação, corresponde a um nível de conformidade de funcionamento instantâneo, sendo este

Page 72: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB CAPÍTULO 4

Tânia Sofia Lopes Nunes 51

o mais baixo que pode ser utilizado. Esta frequência de análise deverá ser mantida conforme o indicado no Quadro 4.3.

Quadro 4.1. Tolerâncias em percentagem absoluta para a avaliação de conformidade da produção (NP EN 13108-21 – Anexo A)

Percentagem de passados(1)

Amostras individuais Tolerância sobre a fórmula da mistura

Mistura de agregado

fino

Mistura de agregado

grosso

Mistura de mástique

betuminoso

Misturas de Hot Rolled Asphalt

Agregado fino

Agregado grosso

D -8 +5 -9 +5 -8 +5 -8 +5 -9 +5 D/2 ou peneiro grosso ± 7 ± 9 ± 8 ± 7 ± 9 2 mm ± 6 ± 7 ± 8 ± 5 ± 7 Peneiro fino(2) ± 4 ± 5 - ± 4 ± 5 0,063 mm ± 2 ± 3 ± 4 ± 2 ± 3 Percentagem em ligante ± 0,5 ± 0,6 ± 0,5 ± 0,6 ± 0,6 (1)Deve ser aplicada uma tolerância de -2% ao requisito de 100% de passados no 1,4D. (2)O peneiro D/2 não é adequado para todas as misturas. Para cada produto, pode ser indicada na norma do produto, uma dimensão de peneiro de importância particular para a caracterização do material

Quadro 4.2. Determinação do nível de conformidade do funcionamento da central

(NP EN 13108-21- Anexo A)

Resultados únicos Número de ensaios "não-conformes" nos 32 últimos

resultados Nível de conformidade do funcionamento

0 a 2 A 3 a 6 B > 6 C

Quadro 4.3. Frequência mínima para análise do produto acabado

(toneladas/ensaio - NP EN 13108-21- AnexoA)

Nível OCL A OCL B OCL C X 600 300 150 Y 1000 500 250 Z 2000 1000 500

Adicionalmente, para centrais em funcionamento, deve ser efectuado pelo menos um ensaio por cada cinco dias de funcionamento. Nota 1: Estes quadros de frequência de ensaio foram elaborados como uma medida provisória até que possa ser desenvolvida uma abordagem baseada em estatísticas mais completas. O nível Z deve corresponder à frequência mínima de ensaio aplicável em todos os casos. Os níveis X e Y devem ser utilizados quando contratualmente estabelecidos.

Nota 2: Poderão ser utilizados níveis diferentes para diferentes tipos de produto: por ex. misturas com agregado fino (D= 16mm) / misturas com agregado grosso (D>16mm).

Page 73: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB

52

Consequentemente, cada uma destas empresas possui um registo corrente do OCL para controlar o funcionamento da produção das misturas, de forma a garantir que todo o equipamento e todos os procedimentos de fabrico se encontram em conformidade com o disposto na norma do FCP. (NP EN 13108-21). Caso contrário, se o número de não-conformidades for superior a 8 nos 32 últimos resultados, terá de se proceder à revisão imediata e global da central e dos procedimentos utilizados na produção (NP EN 13108-21).

Na verificação do nível de conformidade pelo método do resultado único, para cada valor de análise obtido, procede-se ao cálculo do desvio em relação ao valor teórico, para cada um dos seis parâmetros apresentados no Quadro 4.1. Quando os desvios forem superiores às tolerâncias definidas, o produto em questão considera-se “não-conforme”. Neste caso, além de terem de ser tomadas as medidas correctivas presentes no plano de qualidade da empresa, o nível de conformidade de funcionamento da central deve diminuir até que esse valor de desvio deixe de estar fora da tolerância admissível (NP EN 13108-21).

Em termos específicos, a empresa A encontra-se no nível Z de frequência de ensaios, com um nível de conformidade de funcionamento da central OCL A, isto é, a frequência mínima para análise do produto acabado é de 2 000 ton.

A empresa B possui o mesmo nível Z de frequência de ensaios, com a particularidade do nível de conformidade de funcionamento da central variar entre o nível OCL C e o nível OLC B, para as quais a frequência mínima para a análise da mistura betuminosa acabada é efectuada a cada 500 ton ou a cada 1000 ton, respectivamente. Em cada 3000 ton de produção de determinadas misturas, a empresa efectua ensaios adicionais para a caracterização das misturas recorrendo ao método de Marshall.

Como frequência mínima para análise do produto acabado, a empresa C optou pelo nível de conformidade de funcionamento OCL C, com o nível de frequência de ensaios Z. Desta forma, a cada 500 ton realiza a análise da mistura acabada através dos ensaios relativos à composição granulométrica e percentagem de betume da mistura betuminosa.

4.3. Aplicação de Marcação CE às Principais Mistura s Betuminosas a Quente Aplicadas em Portugal

4.3.1. Designação e aplicação das principais mistur as betuminosas de acordo com a NP EN 13108-1

As misturas betuminosas produzidas pelas empresas estudadas abrangidas pelo sistema de marcação CE são as que constam das fichas de produto que se apresentam em anexo (Anexos VIII, IX, e X). Atendendo às fichas das características técnicas e ensaios das principais misturas betuminosas a quente produzidas pelas três empresas, optou-se por escolher o antigo

Page 74: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB CAPÍTULO 4

Tânia Sofia Lopes Nunes 53

betão betuminoso para aplicação em camada de desgaste, actualmente designado por AC 14 surf ligante (BB), para servir de base à análise que se segue.

No caso da empresa A, a mistura betuminosa é um betão betuminoso com a dimensão máxima do agregado de 14 mm para camada de desgaste produzida com ligante de gama de penetração 35/50 – AC 14 surf 35/50 (BB). No caso das empresas B e C optou-se pelo mesmo tipo de mistura betuminosa, mas com um ligante de gama de penetração 50/70, à qual corresponde, a designação AC 14 surf 50/70 (BB).

Apesar das empresas que participaram no estudo produzirem outros tipos de misturas betuminosas a quente, a escolha para ilustrar o processo de marcação recaiu no AC 14 surf ligante, por ser um produto de aplicação corrente, e pelo facto de no Capítulo 5 deste trabalho se apresentar um estudo laboratorial de uma mistura betuminosa AC 14 surf 50/70, baseado numa abordagem empírica, de acordo com os requisitos definidos na NP EN 13108-1 para a aposição da marcação CE. Este estudo tem como objectivo ilustrar um procedimento de Ensaios de Tipo Inicial (ITT) à luz da norma NP EN 13108-20.

4.3.2. Realização de ensaios laboratoriais: ensaios de tipo inicial (ITT)

Segundo os requisitos definidos pela norma do produto, a NP EN 13108-1, em conjunto com as exigências da norma dos ITT e dos Planos de Inspecção e Ensaio adoptados por cada uma das empresas, descrevem-se os procedimentos dos Ensaios de Tipo Inicial utilizados. Apresentam-se ainda as decisões tomadas na validação laboratorial do tipo de mistura betuminosa escolhida como suporte deste estudo.

a) Composição granulométrica

O betão betuminoso já era produzido pelas empresas antes da implementação do sistema de marcação CE. O estudo da composição granulométrica efectuava-se anteriormente com base em peneiros da série ASTM. Para efeitos de marcação CE, estas empresas adoptaram a nova série de peneiros definidos pela norma do produto, NP EN 13108-1, e utilizados nas condições definidas na NP EN 13043, tendo sido aplicadas os da “Série base + série 2”.

Tal como consta em cada ficha de características técnicas do produto de cada empresa presentes em anexo (Anexos VIII, IX e X), a curva granulométrica adoptada para este tipo de mistura betuminosa encontra-se dentro dos “requisitos gerais + empíricos” especificados no Anexo Nacional da norma NP EN 13108-1. Na Figura 4.2 apresentam-se os resultados das análises granulométricas das misturas mencionadas nas fichas técnicas do produto de cada empresa.

Observa-se que as fórmulas das misturas produzidas por estas, estão definidas dentro dos limites expressos pelos valores mínimos e máximos dos quatro peneiros: 1,4D (mm), D (mm),

Page 75: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB CAPÍTULO 4

54

20

1420,0

63

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0,01 0,1 1 10 100

% d

e P

assa

dos

Abertura do Peneiro (mm) - Escala logarítmica

Empresa A

Empresa B

Empresa C

Mín NP EN 13108-1

Máx NP EN 13108-1

2mm e 0,063mm, da “Série base + série 2”, correspondentes à dimensão máxima de agregado de 14mm (IPQ, 2008 a)).

Devido à prática portuguesa, em que as fórmulas das misturas eram definidas por fusos granulométricos, o Anexo Nacional da norma NP EN 13108-1 veio sugerir fusos granulométricos, com peneiros adicionais (peneiros característicos intermédios e peneiros extra opcionais) para complementar as fórmulas das misturas definidas pelos quatro peneiros indicados acima. Assim, verifica-se nas fichas de produtos dos casos estudados, presentes em anexo, que foram adoptados fusos granulométricos incluindo os peneiros adicionais nas fórmulas destas três misturas betuminosas.

Em termos de materiais granulares, o AC 14 surf ligante produzido em cada empresa é constituído, maioritariamente, por seixo britado e pó calcário. Além destes materiais, as empresas B e C adicionam filer comercial na composição da mistura, o que não acontece na mistura produzida pela empresa A.

D 20 16 14 12,5 10 6,3 4 2 0,5 0,125 0,063

Peneiro (mm) Percentagem de material passado em massa

Curva de Estudo

Empresa A 100,0 - 91,0 - 68,0 - 46,0 28,0 17,0 7,0 5,1 Empresa B 100,0 95,0 90,0 85,0 78,0 61,0 47,0 34,0 15,0 6,0 5,0 Empresa C 100,0 99,0 92,0 84,0 73,0 59,0 46,0 33,0 16,0 10,0 7,6

Limites (Mín - Máx)

100 - 90-100 - 62-78 - 40-52 25-40 11-19 6-11 5-8

Figura 4.2. Resultados das análises granulométricas efectuadas pelas empresas (Anexos VIII, IX e X)

Page 76: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB CAPÍTULO 4

Tânia Sofia Lopes Nunes 55

b) Método de Marshall

À luz da norma NP EN 13108-1, os produtores de misturas betuminosas necessitaram de elaborar um estudo de formulação tendo como objectivo a determinação da percentagem “óptima” de betume a introduzir. Para aplicação de requisitos empíricos e do Anexo Nacional, a referida norma recomenda a aplicação do método de Marshall para a determinação da percentagem “óptima” de betume da mistura AC 14 surf ligante.

A empresa A optou por declarar a percentagem de betume, os valores mínimo e máximo da porosidade, a percentagem de vazios preenchidos com betume e de vazios na mistura de agregados, com base em ensaios de Marshall efectuados anteriormente na empresa para misturas semelhantes. Assim, os valores de Marshall foram definidos no sistema como NPD. A empresa A, só fará a declaração dos valores Marshall de acordo com a norma de produto, NP EN 13108-1, para aplicação de misturas betuminosas em aeroportos, o que praticamente nunca acontece.

A empresa B recorreu a um laboratório externo para a realização do conjunto de ensaios que integram aquele método, por não ter adaptado certos equipamentos, como a prensa de Marshall, de acordo com os requisitos e condições presentes nas novas normas aplicáveis, das quais se destaca a norma do ensaio de compressão de Marshall, EN 12697-34.

Por sua vez, a empresa C, tal como a empresa A, optou por não realizar o estudo de Marshall, admitindo como percentagem “óptima” de betume, o valor de 4,9%, o qual corresponde à percentagem betume mínima recomendada na NP EN 13108-1 para um AC 14 surf ligante. Para os provetes produzidos com aquela percentagem de betume, solicitou a uma entidade externa a determinação da baridade aparente (EN 12697-6), da baridade máxima teórica (EN 12997-5) e da porosidade (EN 12697-8).

- Procedimentos laboratoriais adoptados pelas empre sas

Após a definição da composição granulométrica para este tipo de mistura betuminosa, AC 14 surf ligante, procede-se ao fabrico de provetes em laboratório, conforme as condições indicadas na EN 12697-35, considerando cinco percentagens de betume em torno do valor “óptimo” de betume esperado, ou da percentagem em betume recomendada pela norma do produto (NP EN 13108-1) para este tipo de mistura.

Com já referido, a empresa A adoptou o valor para a percentagem “óptima” de betume obtido através de estudos de formulação realizados anteriormente, enquanto as empresas B e C, apesar de disporem de estudos de formulação anteriores, realizaram um estudo preliminar com cinco percentagens de betume nos laboratórios internos, solicitando aos laboratórios externos apenas uma análise laboratorial da mistura produzida com uma percentagem de betume de 4,9%.

Page 77: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB

56

Em termos de procedimentos adoptados pela empresa A, o compactação dos provetes foi realizada por aplicação de 75 pancadas em cada face (EN 12697-30) para um intervalo de temperaturas entre 150ºC e 190ºC, o qual correspondente à gama de penetração do ligante 35/50. Após o arrefecimento do conjunto de provetes foram determinadas as dimensões dos mesmos e as respectivas baridades, através do procedimento B da norma de ensaio EN 12697-6 - provete saturado com a superfície seca, bem como as características volumétricas dos provetes, incluindo a porosidade de acordo com o indicado na EN12697-8. A baridade máxima teórica (EN 12697-5) foi determinada com o auxílio do picnométro de vácuo, através do método volumétrico, procedimento A, conforme definido no anexo B da norma dos ITT (NP EN 13108-20).

As entidades externas que realizaram os ensaios mencionados acima com as amostras de misturadas empresas B e C (Anexos XI e XII) utilizaram os mesmos procedimentos para a determinação das respectivas grandezas. Contudo, adoptaram um intervalo de temperatura da mistura durante a compactação por impacto, entre 140º C e 180ºC, uma vez que o betume era de gama 50/70.

Após o conhecimento das propriedades volumétricas das misturas produzidas em laboratório, os provetes da empresa B fabricados com uma percentagem de betume de 4,9% (Anexo XI) foram submetidos ao ensaio de compressão de Marshall (EN 12697-34). Note-se que apenas a empresa B efectuou o ensaio de compressão de Marshall, pelo que apenas esta dispõe de resultados para a estabilidade, a deformação e o quociente de Marshall (relação da estabilidade/deformação).

- Resultados obtidos do ensaio

No Quadro 4.4 apresentam-se os valores finais obtidos pelas três empresas, para as diversas grandezas do método de Marshall para a mistura betuminosa AC 14 surf ligante.

Quadro 4.4. Resumo dos resultados médios obtidos pelas três empresas

Grandezas do método de Marshall

ρmv kg/m3

ρb kg/m3

Vm % (v/v)

VMA (%)

VFB % (v/v)

S (kN)

F (mm)

Q (kN/mm)

Pb (%)

Empresa A 2444 2356,9 3,6 15,0 76,2 - - - 5,1

Empresa B - 2307 4,5 15,6 71,4 11,1 2,4 4,6 4,9

Empresa C 2492 2406 3,5 - - - - - 4,9

A partir deste conjunto de resultados, expõem-se no Quadro 4.5 as categorias declaradas por cada empresa, de acordo com as características estabelecidas na norma NP EN 13108-1. Estas categorias são parte integrante das declarações de conformidade e da ficha técnica do produto apresentadas em anexo (Anexos VIII, IX e X).

Page 78: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB CAPÍTULO 4

Tânia Sofia Lopes Nunes 57

Quadro 4.5. Resumo das categoriais declaradas pelas empresas para o AC 14 surf ligante de acordo com a NP EN 13108-1 (Anexos VIII, IX e X)

À luz da norma NP EN 13108-1, verifica-se que nos três de casos estudo, os resultados médios

da porosidade estão compreendidos no intervalo [3,0; 5,0] preconizado na norma e no respectivo Anexo Nacional para o AC 14 surf ligante.

A empresa A optou, de acordo com o valor médio de VFB obtido, por seleccionar um intervalo com maior amplitude entre o valor mínimo e máximo desta categoria alcançado uma maior margem para variações do parâmetro VFB.

Já a empresa B, optou por restringir os intervalos de valores relacionados com as categorias da porosidade e do VFB, mas declarou os valores de Marshall, complementando a informação sobre a mistura que produz. A empresa C apenas declarou o valor resultante da porosidade e respectivo intervalo de categorias, escolhendo não identificar as categorias associadas às propriedades VFB e VMA através da designação não – requerido, NR.

4.3.3. Ensaios adicionais para a aposição da marcaç ão CE nas misturas betuminosas a quente

Um pouco devido às limitações inerentes ao método de Marshall para a formulação de misturas betuminosas, a norma de produto, NP EN 13108-1, prevê a realização de um estudo adicional com base no desempenho das misturas betuminosas, após a realização do estudo inicial que define a mistura betuminosa em termos de composição e materiais constituintes.

O estudo adicional, como já referido nos Capítulos 2 e 3, engloba um ensaio de pista, como um simulador, designado por Wheel-Tracking (EN 12697-22), e um ensaio de sensibilidade à água (EN 12697-12), ambos realizados sobre conjuntos de provetes, nos quais se faz variar a percentagem de betume em torno do valor da percentagem “óptima”. Com base naqueles ensaios avalia-se a bondade desta percentagem em betume. Se existir necessidade da sua alteração, a fórmula resultante da mistura designa-se por composição declarada (NP EN 13108-1).

No caso da empresa A, os ensaios adicionais não foram realizados, tendo os parâmetros correspondentes sido considerados como NPD. De facto, durante o processo de implementação da marcação CE o organismo notificado não exigiu a realização deste estudo adicional, uma vez que as características a determinar não estão sujeitas a limites de

Categorias declaradas

Vmín Vmáx VFB mín VFB máx VMA mín Smín Smáx F Qmín Bmín

Empresa A Vmín3 Vmáx5 VFBmín60 VFBmáx80 VMA mín14 NPD NPD NPD Bmin4,6%

Empresa B Vmín4 Vmáx5 VFBmín70 VFBmáx74 VMA mín14 Smín10 Smáx12,5 F3 Qmín

4 Bmin4,9%

Empresa C Vmín3 Vmáx5 VFBmínNR VFBmáxNR VMA mínNR NPD NPD NPD Bmin4,9%

NP EN 13108-1 Vmín3 Vmáx5 a declarar a declarar a declarar

Page 79: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB

58

aceitação/rejeição na norma NP EN 13108-1. Por sua vez, as empresas B e C solicitaram a entidades externas a realização dos ensaios adicionais (Anexos XI e XII).

a) Ensaio de pista wheel–tracking

Tal como já referido, o ensaio de Wheel-Tracking permite avalia o desempenho da mistura à deformação permanente tentando simular as acções do tráfego através da aplicação de uma carga móvel durante algumas horas, a uma dada temperatura.

Os provetes, com variações de 0,5% de betume em torno da percentagem “óptima”, foram ensaiados recorrendo a um equipamento Wheel-Tracking, conforme o indicado pelo procedimento B da norma EN 12697-22, bem como o exigido pela norma NP EN 13108-1. A empresa C apenas solicitou ao laboratório externo a análise das amostras com a percentagem em betume de 4,9 (Anexos XI e XII).

- Procedimentos laboratoriais adoptados

Atendendo à norma do ensaio EN 12697-22, o fabrico de lajetas foi realizado com um compactador de rolos para o intervalo de temperaturas correspondentes à gama de penetração do ligante 50/70. Após o fabrico dos provetes determinaram-se as suas dimensões, nomeadamente a altura, bem como as respectivas baridades. No Quadro 4.6 resumem-se as condições de preparação dos provetes, bem como as respectivas características determinadas para as empresas B e C (Anexos VI e VIII).

Quadro 4.6. Condições de da preparação dos provetes e respectivas características para os ensaios de pista Wheel-Tracking

Preparação dos provetes e características dos Provetes P1/P2(1):

Empresa B Empresa C

Percentagem do ligante (%) 4,4 4,9 5,4 4,9

Altura do molde (mm) 50 50 50 40

Temperatura de compactação (ºC) - - - 150

Altura do provete (mm) 51,9 / 52,2 52,4 / 52,3 52,3 / 52,3 40 / 40

Baridade aparente (2) (kg/m3) 2330 / 2276 2282 / 2331 2425 / 2380 2360 / 2383

(1) Os valores apresentados nas características dos provetes referem-se aos dois provetes, P1 e P2, que foram fabricados para cada percentagem de betume.

(2)A determinação das baridades aparentes foi realizada conforme o descrito na norma EN 12697-6, segundo o procedimento B - provete saturado com superfície saturada (SSD).

No seguimento do procedimento de ensaio, o condicionamento dos provetes realizou-se à temperatura de 60ºC por um período de tempo não especificado nos relatórios de ensaio apresentados pelas duas empresas (Anexos XI e XII). Os ensaios foram efectuados, previsivelmente, a uma temperatura de 60ºC, com uma carga aplicada sobre os provetes de cerca de 700N (EN 12607-22).

Page 80: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB CAPÍTULO 4

Tânia Sofia Lopes Nunes 59

- Resultados obtidos no ensaio

Os ensaios tiveram a duração de 10000 ciclos, ou quando isso não foi possível, foi utilizado como critério de paragem o instante em que a deformação causada pelas passagens repetidas da roda (cavado de rodeira) atingiu 20mm de profundidade, tal como preconizado pela norma EN 12697-22. Nos Quadros 4.7 e 4.8 são apresentados os valores dos parâmetros obtidos nos ensaios pelas duas empresas, bem como as respectivas categorias declaradas à luz da norma do produto, NP EN 13108-1.

Quadro 4.7. Resumo dos resultados do ensaio obtidos pelas duas empresas B e C

Provete P1/P2: Empresa B Empresa C

Percentagem de ligante (%) 4,4 4,9 5,4 4,9

Profundidade da rodeira no final do ensaio (mm) 7,2/ 12,1

8,9/ 5,6

- 9,2/ 5,9

RDAIR - Profundidade média da rodeira no final do ensaio (mm) 9,6 7,2 - 8,0

Profundidade da rodeira proporcional máxima (%) 13,9/ 23,1

16,9/ 10,6

- 23,0/ 17,2

PRDAIR - Profundidade média da rodeira proporcional máxima (%) 18,5 13,8 - 20,1

Taxa de deformação (mm/103 ciclos) 1,0/ 1,3

1,0/ 0,7

- 0,20/ 0,13

WTSAIR - Taxa de deformação média (mm/103 ciclos) 1,2 0,9 - 0,16

Observa-se no Quadro 4.7 que a coluna correspondente à percentagem de ligante de 5,4% na empresa B não possui valores conforme indicado no relatório de ensaio presente em anexo (Anexos XI e XII). No mesmo relatório, não existe qualquer justificação para esse facto.

Quadro 4.8. Categorias declaradas conforme fichas técnicas do produto das empresas B e C (Anexos IX e X)

Categorias declaradas Empresa B Empresa C

PRDAIR - Profundidade média da rodeira proporcional máxima (%) PRDAIR NR - WTSAIR – Taxa de deformação (mm/103 ciclos) WTSAIR 1,00 WTSAIR 0,30

Dos Quadros 4.7 e 4.8, verifica-se que, de uma forma geral, os valores resultantes dos dois parâmetros, PRDAIR e WTSAIR determinados pelo ensaio de pista são elevados. Tal situação advém do facto da norma NP EN 13108-20 sugerir uma temperatura de ensaio de 60ºC, a qual é indicada no Anexo Nacional da NP EN 13108-1. Trata-se de um valor efectivamente elevado para a maioria das misturas betuminosas a quente aplicadas em Portugal, tendo em conta a temperatura verificada nas camadas de desgaste no nosso país. Utilizando um modelo desenvolvido por Picado-Santos (1988), foram feitas simulações numéricas que mostram que, o número de dias com temperaturas no pavimento superiores a 55ºC nos pavimentos da rede nacional, são muito poucos (Freire, 2002; Capitão, 2003).

Page 81: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB

60

A categoria declarada para o parâmetro WTSAIR da empresa C aparenta ser muito baixo, o que poderá significar que o ensaio não foi realizado a 60ºC, apesar de ser o valor indicado no relatório do ensaio apresentado em anexo (Anexo XII).

b) Avaliação da sensibilidade à água (EN 12697-12)

Em termos da avaliação da sensibilidade à água da mistura betuminosa AC 14 surf 50/70, as empresas B e C optaram por diferentes análises para a determinação do índice de resistência

conservada, ITSR. Por um lado, a empresa B solicitou a realização do ensaio a uma entidade externa que determinou o valor deste índice a partir de ensaios de compressão de Marshall, de acordo com o preconizado no Anexo Nacional da norma de produto NP EN 13108-1. Por outro lado, no caso da mistura betuminosa da empresa C, o mesmo índice foi obtido através de ensaios de tracção indirecta (EN 12697-12), tal como é indicado no ponto 5.2.4 da norma do produto (NP EN 13108-1).

Em seguida, procede-se à descrição dos procedimentos laboratoriais utilizados para a determinação do ITSR conforme os dados indicados nos relatórios de ensaio das duas empresas (Anexos IX e X). Tal como na análise efectuada para o ensaio de Wheel-Tracking, a empresa C apenas apresenta os resultados do conjunto de provetes ensaiados para uma percentagem de betume de 4,9%.

- Procedimentos laboratoriais adoptados

Em ambos os procedimentos laboratoriais, a compactação dos provetes foi feita de acordo com NP EN 12697-30, com um compactador de impacto, aplicando 75 pancadas em cada face. Presume-se que foram preparados três provetes para cada percentagem de betume, no caso da empresa B, enquanto que, para a empresa C, o relatório de ensaio menciona oito provetes para a percentagem de betume seleccionada (Anexos XI e XII). Depois do arrefecimento dos provetes, determinaram-se as alturas dos provetes e as respectivas baridades médias, permitindo assim a sua separação em dois grupos com características semelhantes.

Os procedimentos levados a cabo por cada empresa diferem nas condições de acondicionamento dos grupos de provetes. A empresa C acondicionou-os de acordo com a norma EN 12697-12, isto é o grupo de provetes “secos” foi mantido em contacto com o ar, enquanto o grupo dos provetes “húmidos” foi submetido a uma pressão absoluta em água de 6,7kPa, cerca de 30 minutos. Em seguida, este grupo foi acondicionado em banho-maria, a uma temperatura de 40ºC, entre de 68 h e 72h.

A empresa B seguiu o procedimento da norma militar Americana MIL – STD – 620 – método 104, tal como preconizado no Anexo Nacional da norma NP EN 13108-1. O grupo de provetes de referência foi acondicionado em banho-maria a uma temperatura de 60ºC durante 40 minutos, enquanto que o grupo de provetes “húmidos” permaneceu em banho-maria, à mesma temperatura, durante 24 horas.

Page 82: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB CAPÍTULO 4

Tânia Sofia Lopes Nunes 61

Finalizados os acondicionamentos de cada grupo foram realizados os respectivos ensaios de acordo com os procedimentos escolhidos: o ensaio de compressão de Marshall para a empresa B e o ensaio de tracção indirecta, à temperatura de ensaio de 15ºC, para a empresa C.

- Resultados obtidos nos ensaios

De acordo com o especificado nos relatórios de ensaio presentes em anexo (Anexos XI e XII) apresenta-se no Quadro 4.9 os resultados e as categorias declaradas que constam nas fichas técnicas e/ou de ensaio de cada empresa.

Quadro 4.9. Resultados da avaliação da sensibilidade à água e categorias declaradas pelas empresas B e C (Anexo IX, X, XI e XII).

Resultados dos ensaios Empresa B Empresa C

Percentagem de ligante (%) 4,4 4,9 5,4 4,9 Ensaio de compressão de Marshall

ITSR - Índice de resistência conservada (%) 106 98 101 -

ITSR - Índice de resistência conservada, valor médio (%) 98 Ensaio à tracção indirecta

ITSd -Resistência média à tracção indirecta dos provetes"secos" (kPa)

-

2,97

ITSw - Resistência média à tracção indirecta dos provetes"húmidos" (kPa) 2,90

ITSR - Índice de resistência à tracção indirecta, valor médio (%) 91 Categorias declaradas ITSR90 ITSR90

Observa-se que, na empresa B, dois dos valores individuais de ITSR apresentam superiores a 100%. Nos relatórios de ensaio, tal situação é explicada pelo aumento das baridades nos grupos de provetes imersos durante 24h. Assim, o valor médio do ITSR não corresponde à média dos três valores individuais, mas apenas ao valor individual para a percentagem de betume de 4,9 (98%).

Através da realização deste estudo complementar, as empresas B e C verificaram que a percentagem de betume recomendada de 4,9% permite atingir e cumprir os valores preconizados pela norma do produto, NP EN 13108-1, para um AC 14 surf 50/70 (BB).

4.4. Dificuldades Encontradas na Implementação do S istema de Marcação e Investimento Realizado

Na generalidade, estas três empresas durante o respectivo processo de implementação da aposição da marcação CE nas misturas betuminosas encontraram praticamente o mesmo tipo de dificuldades.

Apesar destas empresas já terem implementado anteriormente um S.G.Q., tiveram de proceder a algumas alterações, de forma a incluir os requisitos específicos da norma do FCP (NP EN 13108-21). Estas alterações passaram pela criação de novos documentos, ou alteração de alguns já existentes, definidos de acordo com os requisitos do S.G.Q. Além disso, foi necessário definir a responsabilidade de todo o pessoal que executa as tarefas que afectam a

Page 83: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB

62

conformidade do produto, e identificar a pessoa com o perfil adequado para exercer a autoridade apropriada, e ter os conhecimentos e a experiência para dirigir o FCP, assegurando que todos os requisitos estão a ser implementados e mantidos.

Para a implementação destas alterações tornou-se necessário que os colaboradores, especialmente os técnicos de laboratório e os responsáveis pela produção, tivessem formação específica devido, por exemplo, aos novos métodos de ensaio. Foi também necessário readaptar os laboratórios internos e efectuar um cuidadoso trabalho de análise dos valores resultantes dos ensaios para uma correcta definição das categorias. Assim, as empresas B e C, além de adquirirem as novas séries de peneiros, procederam à readaptação da centrífuga para controlo da percentagem de betume com o uso de solvente. A empresa A adquiriu uma mufla para a determinação daquela percentagem por incineração.

Além destas alterações, estas empresas também tiveram de readaptar as centrais de produção, por exemplo, com a aquisição de um termómetro óptico para o controlo contínuo da temperatura durante as amassaduras e, por conseguinte, uma actualização no sistema informático acoplado à central.

Atendendo a este conjunto de implicações, aliadas ao contínuo investimento destas empresas, é consensual entre elas que actualmente não existe retorno do investimento e/ou valorização por parte dos seus clientes, na sua maioria concessionárias ou autarquias, da aposição da marcação CE nas misturas betuminosas. Esta situação advém do facto de praticamente não se aplicarem misturas betuminosas especificadas com base nos requisitos indicados na generalidade das normas europeias adoptadas no sistema de marcação.

4.5. Considerações Finais

Todas estas empresas A, B e C, como se demonstrou ao longo deste capítulo, produzem misturas betuminosas que, aos “olhos” dos clientes, se encontram em conformidade com as especificações técnicas aplicáveis, evidenciadas pela realização de procedimentos apropriados, permitindo a livre circulação e comercialização do produto com a aposição da marcação CE.

Numa análise crítica dos processos de implementação de cada uma das empresas, verificou-se um certo incumprimento de alguns requisitos e procedimentos impostos pelas normas que atestam a conformidade do produto, como é o caso da norma NP EN 13108-1 para o betão betuminoso.

Tendo em conta os casos estudados, o entendimento dos requisitos da norma do produto e o modo de os verificar não é o mesmo. De facto, os diferentes produtores implementaram o processo de forma diversa e os organismos notificados que participaram nos processos, aceitaram diversos modos de verificação dos ITT.

Page 84: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB CAPÍTULO 4

Tânia Sofia Lopes Nunes 63

Particularmente, verificou-se que a empresa A não poderia mencionar que cumpre os requisitos gerais e os empirícos da marcação CE de misturas betuminosas, visto que, para isso, deveria ter realizado os ensaios de pista e os ensaios de sensibilidade à água para validar a percentagem de betume obtida num estudo de formulação, e esta empresa adoptou NPD. Independentemente da recomendação do Anexo Nacional da norma NP EN 13108-1, estes ensaios constam dos requisitos gerais, logo entende-se que as suas categorias (ou valores) têm de ser declarados.

Além disso, as empresas A e C não declaram as categorias resultantes do método de Marshall, já que, tal caracterização só é obrigatória para misturas aplicadas em aeroportos. Apesar disto, o já referido Anexo Nacional recomenda o estudo de formulação de Marshall para a maioria das misturas do grupo do betão betuminoso, de tal modo que em conjunto com os ensaios adicionais (ensaios de pista e ensaios de sensibilidade à água), seja possível especificar o “melhor” valor da percentagem em betume da mistura.

Dos elementos cedidos pela empresa B, principalmente os relatórios de ensaio realizados pelos laboratórios externos, observa-se a inexistência de informação relacionada com a preparação de provetes, as condições de ensaio adoptadas e os resultados de ensaio obtidos, não cumprindo as indicações presentes na generalidade das normas de ensaio. É de salientar, que as entidades (laboratórios) que realizam os relatórios de ensaio incluídas nos planos de monitorização e medição das empresas, deverão incluir toda a informação para que não ocorram interpretações erradas ou indefinições.

Com base nestes casos de estudo, concluí-se que o esquema apresentado na Figura 4.3, representativo da avaliação da conformidade dos sistemas de comprovação para a marcação CE, não está a ser correctamente aplicado, no caso de misturas betuminosas. Por um lado, os organismos notificadores não auditam e classificam devidamente os produtores de acordo com os requisitos e exigências das normas em vigor. Por outro, os compradores, na sua maioria, ainda não solicitam a aposição da marcação CE nas misturas betuminosas, continuando a prevalecer a aquisição de misturas betuminosas caracterizadas pelas práticas anteriores.

Figura 4.3. Esquema representativo da avaliação da conformidade dos sistemas de comprovação com

base para a marcação CE (Matias, 2010)

Page 85: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO DE CASOS DE MARCAÇÃO CE DE MB

64

4.6. Referências Bibliográficas

Borges, L. (2009). Marcação CE das Misturas Betuminosas. Relatório de Projecto submetido para satisfação parcial dos requisitos do grau de Mestre em Engenharia Civil – Especialização em Vias de Comunicação, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto.

Capitão, S. (2003), Caracterização Mecânica de Misturas Betuminosas de Alto Módulo de Deformabilidade. Tese de Doutoramento, Departamento de Engenharia Civil da F.C.T da Universidade de Coimbra, 2 vol., Coimbra.

Freire, A. (2002), Deformações permanentes de misturas betuminosas em pavimentos rodoviários”. Dissertação submetida à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra para a obtenção do Grau de Doutor em Engenharia Civil, DEC-FCTUC, Coimbra.

Matias, M. (2010), Aplicação da normalização europeia aos Produtos da Construção-Marcação CE. Acção de Formação na APQ, Porto.

Picado-Santos, L. (1988), Dimensionamento estrutural em pavimentos rodoviários flexíveis”. Departamento de Engenharia Civil da F.C.T da Universidade de Coimbra, Coimbra.

IPQ, (2008 a)), NP EN 13108-1: 2008, Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais: Parte 1:Betão Betuminoso. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

IPQ, (2008 b)), NP EN 13108-20: 2008, Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais: Ensaio de Tipo Inicial. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

IPQ, (2008 c)), NP EN 13108-21: 2008. Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais: Controlo da Produção em Fabrica. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

Page 86: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

CAPÍTULO 5

Tânia Sofia Lopes Nunes 65

5. ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM B ASE NA NORMA NP EN 13108-1

5.1. Nota Introdutória

De uma forma mais detalhada, neste capítulo apresenta-se um estudo prático, com base na abordagem empírica, do processo de aposição da marcação CE de uma das principais misturas betuminosas a quente aplicadas em Portugal, o AC 14 surf 50/70. Para isso, seguiram-se os procedimentos e os ensaios laboratoriais à luz das normas NP EN 13108-1 e NP EN 13108-20.

Com base na recomendação do Anexo Nacional da norma NP EN 13108-1, para a formulação desta mistura betuminosa, em laboratório, utilizou-se o método de Marshall. Neste processo foram seguidos três passos designadamente a escolha e caracterização dos materiais constituintes, o estabelecimento da composição base e a selecção da fórmula para a realização da mistura.

Numa fase complementar, procedeu-se à avaliação da fórmula da mistura obtida pelo método de Marshall através da realização em laboratório, de ensaios com o simulador de pista,

Wheel-Tracking e de avaliação da sensibilidade à água do AC 14 surf 50/70. Por fim, efectuou-se, a caracterização da mistura betuminosa para a aposição da marcação CE, em termos dos ITT - ensaios de tipo inicial.

5.2. Estabelecimento da Mistura Betuminosa AC14 sur f 50/70 (BB) Estudada

5.2.1. Propriedades físicas dos materiais granulare s e características do betume

No âmbito do enquadramento normativo, as características físicas dos materiais granulares empregues na formulação da mistura em laboratório cumprem os requisitos exigidos da norma NP EN 13043para a aposição da marcação CE nos agregados, conforme as fichas técnicas do produto cedidas pelo produtor.

Foram seleccionados materiais granulares de origem granítica provenientes da pedreira de Fornelo, existente na região de Ponte de Lima. Os materiais granulares foram separados nas seguintes fracções: 8/14, 4/8 e 0/4 para comercialização e aplicação em misturas betuminosas.

Nos Quadros 5.1, 5.2 e 5.3 apresentam-se as propriedades físicas dos materiais granulares utilizados. Os resultados foram obtidos em ensaios laboratoriais realizados pelo produtor para as fracções dos materiais utilizados na mistura, tendo sido comparandos com os limites e categorias preconizados nas normas NP EN 13043 e NP EN 13108-1.

Page 87: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1

66

Quadro 5.1. Granulometrias dos materiais provenientes da pedreira de Fornelo - “Série base + série 2”

D 20 14 10 4 2 0,5 0,125 0,063

Peneiro (mm)

Percentagem de material passado em massa

Fracções

8/14 100,00 98,47 15,19 0,52 0,49 0,46 0,39 0,24

4/8 - 100,00 97,13 7,41 2,44 2,30 2,14 1,62

0/4 - - 100,00 93,72 66,37 30,74 12,93 7,78

Quadro 5.2. Algumas características físicas dos materiais grossos (NP EN 13043)

Característica

Massa volúmica [Mg/m3] Granulometria

FI (%)

SI (%)

C (%)

LA (%)

M DE (%)

ρa ρrd ρssd

Fracção 8/14 ρa2,66 ρrd2,60 ρssd2,63 Gc 90/15

FI15 SI15 C100/0 LA 25 MDE10 4/8 ρa2,67 ρrd2,60 ρssd2,63 Gc 85/20 G 25/15

0/4 ρa2,67 ρrd2,66 ρssd2,67 GA 85 GTC 80 FINR SINR NP EN 13043

Limite / Categoria

±0,05 Mg/m3 do valor declarado

A declarar Categoria

ρa - aparente; ρrd - partículas secas; pssd- partículas saturadas

Quadro 5.2. Algumas características físicas dos materiais grossos (NP EN 13043)

Característica PSV (%)

WA (%)

Baridade [Mg/m3] ρb

F (%)

VLA (%)

Afinidade Inerte -Betume

Fracção 8/14

PSV 56 WA24 0,90

ρb1,36 F 1 VLA NR

Após 6h - 86%; Após 24h - 49%

(Fraca) 4/8 ρb1,39

0/4 WA24 0,10 ρb1,49

NP EN 13043

Limite / Categoria

Categoria ≤ 1 A declarar Categoria A declarar A declarar

Numa análise aos valores que constam nos Quadros 5.1, 5.2 e 5.3, verifica-se que os agregados grossos cumprem as exigências indicadas na NP EN 13043 para aplicação em misturas betuminosas.

Em princípio, a utilização deste tipo de agregados confere à mistura betuminosa uma boa resistência ao choque, um bom atrito entre as partículas (coeficiente de Micro-Deval), uma boa resistência ao desgaste produzido pelo tráfego na superfície dos pavimentos (PSV - coeficiente do polimento acelerado) (Branco et al, 2005).

Ainda em termos de resistência mecânica dos agregados, torna-se possível afirmar que estes são resistentes ao gelo e degelo, uma vez que o valor determinado para a absorção à água,

Page 88: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1 CAPÍTULO 5

Tânia Sofia Lopes Nunes 67

WA24 igual a 0,50, não ultrapassa o valor de WA 24 de 2 especificado para esta categoria na NP EN 13043. Todavia, há que assinalar que o problema do gelo e degelo não se faz sentir, de forma significativa em Portugal, tendo em conta as condições climáticas do país.

Devido à fraca adesividade inerte - betume, verifica-se a necessidade de adicionar um produto tensioactivo (aditivo) ao betume , melhorando a união química agregado - betume. Em termos de reacções químicas, sabe-se que os agregados graníticos são constituídos em grande parte por silicatos, os quais em contacto com água se ionizam negativamente (ião SiO3 -2), enquanto o betume asfáltico é composto por moléculas de hidrocarbonetos, que tal como os primeiros se ionizam negativamente. Deste modo, a ligação entre o agregado e o betume fica dificultada devido às forças repulsivas. Assim, durante a mistura dos materiais constituintes, o aditivo adicionado ao betume permite modificar a carga eléctrica da superfície de contacto, beneficiando o envolvimento do agregado pelo betume. Aquando da produção em laboratório, o aditivo é adicionado ao recipiente do betume, o qual fica a apresentar carga positiva permitindo deste modo uma melhor ligação entre o agregado e o betume (Capitão, 2003).

Em termos das características físicas dos materiais finos, os valores apresentados no Quadro 5.3 também cumprem as disposições indicadas na NP EN 13043, sendo necessário avaliar o valor de absorção do azul-de-metileno, de modo a averiguar sobre a nocividade dos finos, quando a percentagem, em massa, de passados no peneiro 0,063mm está compreendida entre 3% e 10%.De acordo com a categoria atribuída, verifica-se, que estas areias, de origem granítica, apresentam uma limpeza satisfatória para aplicação em mistura betuminosas.

Quadro 5.3. Algumas características físicas dos materiais finos (NP EN 13043)

Característica MB F [g/kg]

f

Fracção

0/4 MBF10 f10 NP EN 13043

Limite /Categoria ≤MBF10 Categoria

Tal como os outros constituintes granulares, o fíler comercial utilizado tem de, igualmente, cumprir os requisitos aplicáveis que constam na norma NP EN 13043. No Quadro 5.4 apresenta-se a análise granulométrica efectuada em laboratório utilizando a “Série base mais série 2”.

Além da análise granulométrica, o Quadro 5.5 apresenta a massa volúmica das partículas e o índice de vazios Rigden do filer comercial, determinados em laboratório conforme os requisitos indicados na norma NP EN 13043. As características relacionadas com a perda ao fogo e a superfície específica (ensaio de Blaine) não foram determinadas, já que, a caracterização detalhada dos materiais constituintes da mistura está fora do âmbito deste trabalho. Acresce que, aquelas propriedades não são de importância crucial para o estudo de

Page 89: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1

68

formulação a realizar. Além disto, por verificação organoléptica do material, observou-se que este possuía boa qualidade, dispensando-se a determinação do valor de azul metileno (MBF) e do teor em finos (f).

Quadro 5.4. Granulometria do filer comercial- “Série base + série 2” (NP EN 13043)

D 20 14 10 4 2 0,5 0,125 0,063

Peneiro (mm)

Percentagem de material passado em massa

Fracções Filer comercial 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 99,0 77,0

Limites - - - - 100,0 - 85,0-100,0 70,0-100,0

Quadro 5.5. Algumas propriedades do filer comercial obtidas em laboratório (NP EN 13043)

Característica Massa volúmica das partículas

[Mg/m3] Vazios de filer seco compactado – Rigden

(%)

Fracção

Filer Comercial ρf 2,72 υ28/38

NP EN 13043 Limite / Categoria ±0,2 Mg/m3 do valor declarado Categoria

Para a formulação desta mistura, a escolha do betume recaiu num betume da gama 50/70, fornecido pela Galp, que apesar de não ser um betume tão duro como o betume da gama 35/50, ainda é correntemente aplicado em misturas betuminosas a quente.

Em laboratório, procedeu-se à caracterização de algumas propriedades do betume, designadamente a penetração a 25ºC e a temperatura de amolecimento, de forma a cumprir as exigências previstas pela norma EN 12591. Os resultados obtidos são os indicados no Quadro 5.7.

Quadro 5.6. Algumas propriedades físicas do betume 50 /70 determinadas em laboratório (EN 12591)

Propriedades físicas Betume 50/70 EN 12591

Penetração a 25ºC [0,1mm] (EN 1426) 70 50-70

Temperatura de amolecimento (EN 1457) 46 46-54

Densidade ≃ 1,1

Segundo Branco et al. (2005), do ponto de vista do produtor de misturas betuminosas, é suficiente para averiguar a má ou a boa qualidade do produto, proceder à determinação empírica da viscosidade do betume através dos ensaios que constam do Quadro 5.6. Por isso, optou-se por realizar apenas estas duas determinações para comprovar a qualidade do betume utilizado, sendo que o valor da densidade utilizado é um valor - padrão para este tipo de betume.

Page 90: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1 CAPÍTULO 5

Tânia Sofia Lopes Nunes 69

5.2.2. Composições seleccionadas para o estudo

Com o conjunto dos materiais granulares disponíveis, incluindo o filer comercial, procedeu-se à definição das percentagens, em massa, de cada fracção de agregado a empregar na mistura, conforme os limites da composição constantes na norma NP EN 13108-1. Os limites gerais do fuso granulométrico da "Série base + série 2" para uma dimensão máxima de agregado de 14 mm são os apresentados no Quadro 2.8 no Capítulo 2 (IPQ, 2008 a)).

A partir dos limites gerais estabelecidos por os peneiros 1,4 D (mm), D (mm), 2mm e 0,063mm, o Anexo Nacional da NP EN 13108-1 aconselha a utilização de peneiros adicionais para a obtenção da curva granulométrica do AC 14 surf 50/70, através dos limites mínimos e máximos do fuso granulométrico apresentados na Figura 5.1.

Figura 5.1. Limites mínimos e máximos do fuso granulométrico para o AC 14 surf ligante (NP EN 13108-1 - Anexo Nacional)

A análise granulométrica efectuou-se através do processo de peneiração habitual. Numa primeira fase, com o auxílio de agitador automático, realizou-se a peneiração durante 10 minutos, seguida da peneiração manual. A massa de agregados a ensaiar foi obtida conforme os requisitos da norma EN 933-1. Nos Quadros 5.1 e 5.4 e na Figura 5.2 expõem-se os resultados das análises granulométricas de cada uma das fracções que formam a mistura.

Com resultados obtidos realizou-se a determinação das percentagens de cada uma das fracções na mistura, de modo a que a curva granulométrica da mistura em estudos seguisse o fuso especificado na norma NP EN 13108-1.

20

14

10420,5

0,1

25

0,0

63

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0,01 0,1 1 10 100

% d

e P

assa

dos

Abertura do Peneiro (mm) - Escala logarítmica

Mín NP EN 13108-1

Máx NP EN 13108-1

Page 91: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1

70

D 20 14 10 4 2 0,5 0,125 0,063

Peneiro (mm) Percentagem de material passado em massa

Curva de Estudo 100,0 99,6 76,4 46,3 33,0 17,3 9,3 6,2

NP EN 13108-1 100 90-100 67-77 40-52 25-40 11-19 6-11 5-8

Figura 5.2. Curvas granulométricas dos agregados

A curva granulométrica da mistura, representada na Figura 5.3, resultou das seguintes combinações de fracções disponíveis: 27% de fracção 8/14, 26% da fracção 4/8, 44% da fracção 0/4 e 3% de filer comercial.

Figura 5.3. Curva e fuso granulométricos do AC 14 surf 50/70

A percentagem de betume recomendada pela norma do produto NP EN 13108-1 para este tipo

201410420,5

0,12

5

0,06

3

0102030405060708090

100

0,01 0,1 1 10 100

% P

assa

dos

Abertura do Peneiro (mm) - Escala logarítmica

Agregado 8/14

Agregado 4/8

Agregado 0/4

Filer comercial

201410420,5

0,12

5

0,06

3

0102030405060708090

100

0,01 0,1 1 10 100

% d

e Pa

ssad

os

Abertura do Peneiro (mm) - Escala logarítmica

Mín NP EN 13108-1

Máx NP EN 13108-1

Curva de estudo

Page 92: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1 CAPÍTULO 5

Tânia Sofia Lopes Nunes 71

de mistura é de 4,9%. Não obstante, optou-se por fazer uma formulação completa pelo método de Marshall, submetendo a ensaio 5 conjuntos de provetes, com uma percentagem de betume a variar de 3,5% a 5,5% de betume, com incrementos de 0,5% entre eles.

5.3. Método de Marshall

Na década de 30, Bruce Marshall, técnico do Departamento de Estradas do estado de Mississipi nos EUA estabeleceu os conceitos básicos que sustentam o método de Marshall (Branco et al., 2005).

O modo operatório que se aplica no método de Marshall, tal como está especificado na norma europeia aplicável, sofreu algumas alterações comparativamente ao que se fazia antes do enquadramento europeu. Porém, os princípios de ensaio mantêm-se resumindo-se nos seguintes passos: a) selecção dos agregados e do betume asfáltico respeitando as actuais especificações; b) estudo da composição granulométrica; c) compactação de 5 conjuntos de, pelo menos, 3 provetes Marshall com variação de percentagens de betume de 0,5%; d) determinação das características volumétricas; v) ensaio de compressão de Marshall. Após este procedimento determina-se a percentagem “óptima” de betume a mistura betuminosa.

Tanto os valores das características volumétricas, como os valores resultantes do ensaio de compressão de Marshall, incluindo a percentagem de betume obtida, são seleccionados e declarados consoante as categorias indicadas nos requisitos gerais da norma NP EN 13108-1.

5.3.1. Fabrico dos provetes e procedimentos de ensa io

Tal como indica a norma de referência (EN 12697-35) para o fabrico dos provetes de Marshall em laboratório, os agregados constituintes da mistura foram secos em estufa a 150ºC e o betume aquecido à temperatura de mistura de 150ºC. Em seguida, com uma misturadora eléctrica (Figura 5.4) realizou-se a mistura propriamente dita durante o tempo apontado pela norma EN 12697-35, como se indica no Quadro 5.7. Para reduzir as perdas de temperatura, o recipiente onde foram colocados os materiais foi igualmente aquecido em estufa.

Quadro 5.7. Duração da assamadura para um AC 14 surf 50/70 (EN 12697-25)

Tipo de Mistura Ligante Misturas Betuminosas

Recuperadas Mistura mecânica

Mistura Manual

Stone mastic asphalt(1) Betume para pavimentação

Não incluído 4 min 5 min Incluído 5 min A apropriada

Modificado Incluído ou não incluído 5 min A apropriada

Misturas diferentes de Stone mastic asphalt

Betume para pavimentação

Não incluído 3min 5 min Incluído 5 min A apropriada

Modificado Incluído ou não incluído 5 min A apropriada (1)Mistura betuminosa caracterizada por uma granulometria descontínua com ligante betuminoso, composta por um esqueleto pétreo de agregado grosso ligado por um mástique (EN 13108-5) .

Page 93: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1

72

Seguindo o procedimento usual, e de acordo com a recomendação do Anexo Nacional da NP EN 13108-1, a compactação dos provetes foi efectuada com o auxílio de um compactador de impacto (Figura 5.5) com a aplicação de 75 pancadas em cada face. Foram compactados 3 provetes por cada uma das 5 composições produzidas.

Após o arrefecimento e desmoldagem dos provetes, determinaram-se as suas dimensões e as suas baridades (Figura 5.6), de acordo com as indicações da norma de referência EN 12697-6. Os valores destas densidades foram calculados conforme o procedimento A - provete saturado, em vez do procedimento B- provete saturado com superfície seca, tal como requerido nas condições de ensaio para o betão betuminoso na norma NP EN 13108-20.

Esta alteração foi efectuada para reduzir as incertezas dos valores de massa dos provetes saturados, pesados após a limpeza manual da superfície dos mesmos, realizada no procedimento B. Este modo operativo pode originar variações nos valores resultantes associados ao operador, embora em misturas fechadas como é o caso, não seja habitual isso ocorrer.

Figura 5.5. Determinação da baridade (EN 12697-6)

Após a determinação da baridade, iniciou-se o ensaio de compressão de Marshall (EN 12697-34), tal como se ilustra na Figura 5.7. É de referir que, este ensaio foi conduzido a uma

Figura 5.4. Misturador automático (FCTUC - DEC)

Figura 5.5. Compactador de impacto (FCTUC - DEC)

Page 94: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1 CAPÍTULO 5

Tânia Sofia Lopes Nunes 73

temperatura de 60ºC, com os provetes previamente acondicionados em banho-maria. Também o estabilómetro Marshall foi colocado à temperatura de ensaio antes da compressão, para que não ocorressem diferenças de temperaturas entre o suporte e o provete, reduzindo a dispersão nos resultados.

Por fim, determinou-se a baridade máxima teórica segundo a EN 12607-5, procedimento A em água. O equipamento utilizado para a determinação destas grandezas foi o picnómetro de vácuo que se mostra na Figura 5.8.

5.3.2. Resumo e análise dos resultados

Com a realização destes ensaios obtiveram-se os resultados das grandezas que são determinadas no método de Marshall. Os resultados são apresentados no Quadro 5.9.

Quadro 5.8. Resumo dos resultados médios do método de Marshall

Pb ρmv ρbdry Vm vb VMA VFB S Sc F Q

(%) Kg/m3 Kg/m3 %(v/v) (%) (%) %(v/v) (kN) (kN) (mm) (kN/mm)

3,5 2601 2316 10,97 7,37 18,33 40,19 15 14,3 3,4 4,9

4,0 2517 2335 7,2 8,49 15,7 54,11 14,6 14,3 3,8 3,7

4,5 2498 2357 5,65 9,64 15,29 63,05 14,9 14,9 3,5 4,3

5,0 2477 2320 6,32 10,55 16,86 62,54 11,3 11,3 4,4 2,6

5,5 2542 2385 6,18 11,93 18,11 65,86 12,7 13,8 5,2 2,7

Figura 5.6. Ensaio de compressão de Marshall (EN 12697- 34)

Figura 5.8. Determinação da baridade máxima teórica (EN 12697- 5)

Page 95: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1

74

Os valores das grandezas, ρmv, ρbdry, Vm, vb, VMA e VFB, representadas no quadro anterior foram determinados da seguinte forma:

ρmv - baridade máxima teórica da mistura (kg/m3)

ρmv

=m2-m1

1000 x Vp -�m3-m2�/ρw

(5.1)

onde,

m1 – massa do picnómetro de vácuo completo;

m2 – massa do picnómetro de vácuo completo com a amostra;

m3 – massa do picnómetro de vácuo completo com a amostra e água;

Vp – volume do picnómetro de vácuo completo com água até à marca de referência;

ρw– massa volúmica da água à temperatura de ensaio (25ºC).

ρbdry - baridade da mistura (kg/m3)

ρbdry

=m1

�m1-m2�x ρ

w (5.2)

onde, m1 e m2, representam a massa do provete seco e a massa do provete imerso em água, respectivamente, e ρw, a massa volúmica da água à temperatura de ensaio (25ºC).

Vm- porosidade (%)

Vm=ρmv-ρbdry

ρmv

x 100 (5.3)

vb- percentagem volumétrica de betume (%)

vb=ρbdry x Pb

ρb

(5.4)

em que, Pb e ρb, respectivamente, a percentagem e a massa volúmica do betume.

VMA- vazios na mistura de agregados, (%)

VMA= Vm + vb (5.5)

VFB- vazios preenchidos com betume (%)

VFB= vb + VMA (5.6)

Page 96: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1 CAPÍTULO 5

Tânia Sofia Lopes Nunes 75

8

10

12

14

16

18

3,5 4,0 4,5 5,0 5,5

S (

kN)

% betume

Estabilidade

Valores exactos Valores médios

2

4

6

8

3,5 4,0 4,5 5,0 5,5

F (

mm

)

% betume

Deformação

Valores exactos Valores médios

2240

2280

2320

2360

2400

3,5 4,0 4,5 5,0 5,5

ρbd

ry(k

g/m

3 )% betume

Baridade

Valores exactos Valores médios

4

6

8

10

12

3,5 4,0 4,5 5,0 5,5

Vm

(%

)

% betume

Porosidade

Valores exactos Valores médios

14

16

18

20

3,5 4,0 4,5 5,0 5,5

VM

A (

%)

% betume

VMA

Valores exactos Valores médios

Para uma melhor percepção da variação das características da mistura em função da variação da percentagem de betume, representaram-se graficamente os resultados obtidos no método de Marshall. Nesta representação gráfica, para cada percentagem de betume, optou-se por inserir os três valores obtidos para cada conjunto de provetes, obtidos para o cálculo dos valores médios indicados no Quadro 5.9, para cada uma das propriedades. A Figura 5.9 contém a representação gráfica dos resultados.

Figura 5.9. Representação gráfica dos resultados do método de Marshall

A percentagem “óptima” de betume foi calculada a partir da média dos valores das percentagens de betume referentes aos máximos valor da estabilidade (4,5%) e da baridade

Valores individuais

Valores individuais Valores individuais

Valores individuais

Valores individuais

Page 97: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1

76

(5,5%), e ao valor médio dos limites da porosidade indicado pela NP EN 13108-1 (4,5%). A média das 3 percentagens referidas conduziu ao valor de 4,8% de betume. Para uma análise mais detalhada dos valores médios obtidos para cada uma das grandezas, no Quadro 5.9 apresentam-se os valores do desvio-padrão dos resultados obtidos para cada percentagem de betume.

Quadro 5.9. Desvio–padrão calculado para os resultados das grandezas obtidas pelo método de Marshall

Pb σρ bdry σVm σVMA σS σSc σF (%) kg/m3 %(v/v) (%) (kN) (kN) (mm) 3,5 0,0031 0,0010 0,1095 0,5033 0,4000 1,0116

4,0 0,0108 0,0035 0,3915 0,8544 0,6245 0,4509

4,5 0,0033 0,0011 0,1169 0,7937 0,9018 0,2082

5,0 0,0084 0,0028 0,3024 0,6245 0,8145 0,1155

5,5 0,0157 0,0050 0,5381 1,5144 1,8358 0,5686

No Quadro 5.9 constata-se que, em geral, os valores de Marshall, estabilidade (S) e deformação (F), apresentam uma dispersão considerável em torno dos valores médios para cada percentagem de betume, o que poderá estar relacionado com o modo operatório utilizado, particularmente, alguma variação da temperatura do material durante o rebentamento dos provetes. Tanto na densidade aparente (ρbdry ), como na porosidade (Vm), a dispersão dos valores observados em torno dos valores médios é relativamente pequena. No caso do VMA é um pouco superior.

Os valores médios da porosidade encontram-se fora do intervalo [3,0; 5,0] preconizado pelo Anexo Nacional da NP EN 13108-1. Esta influência poderá estar ligada com a composição da mistura que resultou do cumprimento dos limites, mínimo e máximo, do fuso granulométrico definido pelos peneiros adicionais indicados no referido Anexo Nacional.

Apesar dos valores da porosidade ultrapassarem os valores do intervalo preconizado no Anexo Nacional da norma NP EN 13108-1, os valores das grandezas determinadas recorrendo ao método de Marshall serão declarados através das categorias indicadas na norma NP EN 13108-1.

Nas secções 5.4 e 5.6 apresentam-se os resultados da avaliação da resistência à deformação permanente e da sensibilidade à água do AC 14 surf 50/70 adoptando uma percentagem “óptima “ em betume de 4,8%.

5.4. Avaliação da Resistência à Deformação Permanen te com o Simulador de Pista Wheel-Tracking

Com base no sugerido pelo Anexo Nacional da norma NP EN 13108-1, a avaliação da resistência à deformação permanente da mistura betuminosa AC 14 surf 50/70 foi efectuada

Page 98: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1 CAPÍTULO 5

Tânia Sofia Lopes Nunes 77

através de simulador de pista, utilizando um equipamento Wessex Wheel Tracker S867, tal como descrito na secção 3.3.2.

Este equipamento tenta simular o efeito produzido pelas acções climáticas e pela acção do tráfego, em vários anos de serviço do material, durante apenas algumas horas de ensaio (Abreu, 2009). Geralmente, estes ensaios de avaliação da resistência à deformação permanente são realizados para um intervalo de temperaturas que varia entre 40ºC e 60ºC. Como referido anteriormente, a temperatura de 60ºC é extremamente gravosa para a generalidade das misturas betuminosas, e não é representativa até para zonas mais quentes do nosso país.

Embora existam estudos que dão boas indicações sobre a temperatura a adoptar neste ensaio (Picado-Santos, 1994), este foi conduzido a uma temperatura de 60ºC, tal como indicado pela NP EN 13108-20, tendo-se seguido o procedimento B da norma EN 12697-22.

5.4.1. Fabrico dos provetes e procedimentos de ensa io

Tal como no fabrico dos provetes Marshall em laboratório, os provetes para o ensaio de Wheel-Tracking foram fabricados de acordo com as indicações da norma EN 12697-35. Este ensaio realizou-se sobre três conjuntos de provetes, em que cada um era constituído por dois provetes: um com a percentagem “óptima” de betume, determinada pelo método de Marshall

(4,8%), um com percentagem de betume igual ao valor óptimo menos 0,5% (4,3%), e outro com uma percentagem de betume igual ao valor óptimo mais 0,5% (5,3%).

A compactação de cada um dos provetes foi efectuada com o auxílio de um cilindro compactador conforme o indicado no Anexo Nacional da NP EN 13108-1. As dimensões dos provetes adoptadas foram de 300x300x40 mm, atendendo às exigências mencionadas na EN 12697-22, no que respeita ao tipo de equipamento e à dimensão máxima do agregado utilizado na mistura.

Após a realização da compactação e da determinação das baridades (Quadro 5.10), iniciou-se a série de ensaios, onde cada um dos provetes foi condicionado no interior da câmara, a uma temperatura de 60ºC por um período de tempo superior às quatro horas exigidas pela norma de ensaio, conforme se ilustra na Figura 5.10 (EN 12697-22). O ensaio decorreu como descrito na norma, com uma velocidade de 26 ciclos por minuto e uma carga na roda de 700 N.

Quadro 5.10. Características dos provetes para o ensaio de pista Wheel-Tracking

Características dos provetes L1 L2 L3 L4 L5 L6 Percentagem do ligante (%) 4,8 4,3 5,3 Altura do molde (mm) 40 Baridade aparente (kg/m3) (1) 2360,3 2335,8 2345,2 2345,4 2318,0 2331,6 (1) A determinação das baridades aparentes foi realizada conforme o descrito na EN 12697-6, segundo o procedimento A – provete saturado com superfície seca.

Page 99: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1

78

Figura 5.7. Condicionamento do provete no interior da câmara do Wessex Wheel Tracker S867

(FCTUC-DEC)

Como indicado no Capítulo 3, o resultado do ensaio para cada provete teve como critério de paragem o instante em que foram aplicados 10000 ciclos de carga, ou o momento em que o cavado da rodeira atingiu 20 mm de profundidade. Após a finalização do ensaio, procederam-se aos cálculos individuais dos parâmetros PRDAIR e WTSAIR.

5.4.2. Resumo e análise dos resultados

No Quadro 5.11 resumem-se os resultados obtidos por PRDAIR e WTSAIR.

Quadro 5.11. Resumo dos resultados do ensaio obtido pelo Wheel-Tracking

Resultados do ensaio L1 L2 L3 L4 L5 L6

4,8 4,3 5,3

RDAIR (mm) 10,8 17,3 18,9 19,3 19,7 21,7

RDAIR médio (mm) 14,1 19,1 20,7

PRDAIR (%) 27,0 43,4 47,1 48,2 49,3 54,2

PRDAIR médio (%) 35,2 47,7 51,7

Intervalo (ciclos) [5000;10000] [1525; 4700] [1000; 5775] [5000;10000] [158;2825] [150;3250]

WTSAIR (mm/103 ciclos) 1,15 1,98 1,87 0,24 4,44 4,43

WTSAIR médio (mm/103ciclos) 1,57 1,02 4,44

No cálculo dos valores de WTSAIR das lajetas L2, L3, L5 e L6 não foi possível aplicar a expressão 3.8, na sua forma original, já que nenhuma destas lajes alcançou 10000 ciclos de carga, tal como previsto pela EN 12697-22. Assim, determinou-se a taxa de deformação nestas lajetas considerando uma zona recta da curva de deformação que compreenda pelo menos 2000 ciclos. A título exemplificativo, na Figura 5.11 representa-se para o provete L3, a zona recta da curva de deformação considerada para um intervalo de 1000 a 5775 ciclos.

Page 100: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1 CAPÍTULO 5

Tânia Sofia Lopes Nunes 79

Figura 5.8.Evolução do valor da taxa de deformação para a lajeta L3 no intervalo [1000;5775]

Na Figura 5.12 representam-se as deformações induzidas em alguns provetes pelo ensaio de simulação de pista.

Figura 5.9. Lajetas L1 e L2 após o ensaio do Wheel-Tracking (EN 12697-22)

Numa primeira análise aos valores médios do WTSAIR, verifica-se que a categoria a declarar deveria ser a correspondente à percentagem de betume de 4,3%, com o valor de 1,02 mm/103ciclos. Observa-se, com base nas condições particulares em que o ensaio é realizado, e contrariamente ao que acontece nas camadas do pavimento, que este tipo de ensaio é efectuado a temperaturas elevadas, de modo a diminuir o tempo de ensaio, e não considera o efeito de bordo, cuja influência no comportamento da mistura é relevante. Além destes factores, a frequência adoptada no ensaio é elevada não possibilitando a relaxação do material (Abreu, 2009).

Linha de Tendência:y = 0,0018x + 1,4071

R² = 0,9909

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

0 2000 4000 6000 8000

Def

orm

ação

(m

m)

Ciclos

Intervado [1000; 5775]

Page 101: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1

80

Assim, tendo em conta aqueles factores, considera-se aceitável declarar o valor obtido da taxa de deformação para a percentagem óptima de betume obtida pelo método de Marshall, ou seja, 1,57 mm/103ciclos, e que corresponde a uma categoria WTSAIR igual a WTSAIRNR. Tal como o anterior, a categoria do PRDAIR será igual a PRDAIRNR, seleccionada a partir do valor médio obtido de 35,2%.

Note-se que, está ainda por fazer no país o cotejo entre os valores obtidos para o ensaio de Wheel-Tracking, realizado nas condições prevista na norma, e o real desempenho das misturas à deformação permanente quando em serviço.

5.5. Avaliação da Sensibilidade à Água

Tal como o sugerido no Anexo Nacional da norma NP EN 13108-1, procedeu-se à avaliação da sensibilidade à água do AC 14 surf 50/70, com recurso a ensaios de resistência mecânica sobre dois conjuntos de provetes com características idênticas, mas acondicionados em condições distintas, permitindo, entre outras coisas, aferir indirectamente a boa adesividade do betume ao agregado.

Este tipo de avaliação, como se referiu, tal como o ensaio com o simulador de pista permite averiguar a necessidade de alteração da percentagem “óptima” de betume determinada pelo método de Marshall.

No presente estudo optou-se por proceder, numa primeira fase, à determinação do índice de

resistência conservada (ITSR) pela norma militar Americana MIL – STD – 620, tal como preconizado no Anexo Nacional da NP EN 13108-1. Depois, aplicou-se também o procedimento preconizado pela norma europeia EN 12697- 12, através de ensaios de tracção indirecta por compressão diametral. Para a avaliação da sensibilidade à água optou-se apenas pela produção da mistura betuminosa com uma percentagem “óptima” de betume.

5.5.1. Fabrico dos provetes e procedimentos de ensa io

Para o estudo do AC 14 surf 50/70 foram preparados seis provetes para ensaiar de acordo com a norma EN 12697-12, e oito provetes para ensaiar segundo a norma americana MIL – STD – 620. A compactação dos provetes foi efectuada de igual forma, com compactador de impacto, com a aplicação de 75 pancadas em cada face (EN 12697-30).

Após a separação dos provetes em dois conjuntos com características idênticas (altura e baridade média) para cada um dos métodos, procedeu-se ao acondicionamento dos conjuntos de provetes de acordo com os procedimentos descritos nas normas aplicáveis. Nos Quadros 5.12 e 5.13 apresenta-se um resumo das características dos provetes submetidos a ensaio e os respectivos tempos de condicionamento utilizados em cada método.

Page 102: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1 CAPÍTULO 5

Tânia Sofia Lopes Nunes 81

Quadro 5.12. Resumo das características e tempo de condicionamento dos provetes de acordo com a norma MIL-STD-620

MIL – STD – 620 Provetes “imersos” Provetes “a seco”

Características dos provetes: P2 P9 P15 P16 P3 P8 P11 P12

Percentagem de ligante (%) 4,8 Altura do provete (mm) 64,5 64,4 63,7 62,2 65,5 61,8 62,1 62,9

Baridade aparente(1) (kg/m3) 2391 2357 2389 2392 2382 2368 2382 2379 Tempo de condicionamento Durante 24h a 60ºC Durante 40 min a 60ºC (1) A determinação das baridades aparentes foi realizada conforme o descrito na norma EN 12697-6, segundo o procedimento A- provete saturado.

Quadro 5.13. Resumo das características e tempo de condicionamento dos provetes de acordo com a

norma EN 12697-12

EN 12697-12 Provetes “imersos” Provetes “a seco”

Características dos provetes: P1 P6 P7 P4 P10 P14

Percentagem de ligante (%) 4,8 Altura do provete (mm) 61,3 61,6 61,9 62,3 62,2 62,6

Diâmetro do provete (mm) 118 116 116 117 177 117

Baridade aparente(1) (kg/m3) 2381 2383 2383 2381 2379 2385 Tempo de condicionamento Durante 72h a 40ºC Ao ar a 25ºC (1) A determinação das baridades aparentes foi realizada conforme o descrito na norma EN 12697-6, segundo o procedimento A- provete saturado.

A Figura 5.13 ilustra o equipamento utilizado durante o acondicionamento dos provetes submetidos ao ensaio.

Figura 5.10. Equipamento e acondicionamento dos provetes pela norma EN 12697-12

É de salientar que, a temperatura de acondicionamento de 25ºC adoptada para a determinação da resistência à tracção indirecta foi a recomendada pela norma de ensaio (EN 12697-12), em vez da preconizada pela norma dos ITT (15ºC) para marcação CE de misturas betuminosas. A adopção desta temperatura de ensaio permite dar maior importância ao efeito do betume e reduzir o efeito dos agregados partidos (INIR, 2009).

Page 103: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1

82

5.5.2. Resumo e Análise dos Resultados

Após a realização dos ensaios determinaram-se os índices de resistência conservada (ISTR) correspondentes aos dois métodos. Os resultados obtidos são apresentados nos Quadros 5.14 e 5.15 e em anexo (Anexo XII), de forma detalhada, apresenta-se uma folha de registo de ensaio de acordo com o preconizado pela norma EN12697-12.

Quadro 5.14. Resumo dos resultados obtidos pelo ensaio de tracção indirecta (EN 12607-12)

EN 12697-12: Ensaio de tracção indirecta Provetes "imersos" Provetes " a seco"

Provetes P1 P6 P7 P4 P10 P14 Percentagem de ligante (%) 4,8 Temperatura de ensaio (ºC) 40 Carga da Rotura (kN) 6,4 5,0 4,4 17,1 18,3 18,5 ITSi- Tracção indirecta (GPa) 0,00056 0,00045 0,00039 0,00149 0,00160 0,00161

ITSw e ITSd- Tracção indirecta média (GPa) 0,00047 0,00157 (kPa) 0,467 1,567

ITSR- Resistência conservada em tracção indirecta

(%) 30

Quadro 5.15. Resumo dos resultados obtidos pelo ensaio de compressão de Marshall (MIL-STD-620)

MIL – STD – 620: Ensaio de compressão de Marshall

Provetes "imersos" Provetes "a seco"

Provetes P9 P15 P16 P3 P8 P11 P12 Percentagem de ligante (%) 4,8 Temperatura de ensaio (ºC) 60 Força de Rotura (kN) 13,2 22,1 29,0 16,2 15,3 15,7 18,5 Força de Rotura média (kN) 21,4 16,5 ITSR- Resistência conservada em ensaios de compressão de Marshall

(%) 130(2) (2) O ISTR apresenta valores superiores a 100% provavelmente porque provetes sujeitos a 24 horas de imersão (embebição) aumentaram a sua baridade.

A título ilustrativo, na Figura 5.14 representa-se o tipo de rotura do provete P7 após o ensaio à tracção indirecta.

Figura 5.11. Tipo de rotura do provete P7 resultante do ensaio à tracção indirecta (EN 12697-12)

Page 104: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1 CAPÍTULO 5

Tânia Sofia Lopes Nunes 83

Observa-se que os valores obtidos por estes dois ensaios de avaliação da resistência à sensibilidade água são fracamente diferentes. Tal facto poderá ser explicado, por um lado, não só pela já conhecida fraca afinidade entre o agregado (granito) e o betume e, por outro lado, pelos diferentes tipos de acondicionamento dos provetes, sendo que, o tempo de condicionamento dos provetes preconizado pela norma EN 12697-12 é muito superior e mais exigente do que o da norma americana MIL-STD-620, podendo influenciar em grande parte a adesividade agregado - betume.

Devido às diferenças entre os procedimentos de ensaio chegou-se a resultados bastante diferentes para os índices de resistência conservada (ITSR) obtidos pelos dois métodos. Assim considera-se, para efeitos de marcação CE desta mistura, o valor de resistência conservada em ensaio de compressão de Marshall, 100% (130%) para a caracterização da sensibilidade à água do AC 14 surf 50/70, tal como sugere o Anexo Nacional da NP EN 13108-1.

De acordo com os resultados obtidos, o procedimento preconizado pela EN 12697-12 afigura-se bastante gravoso para a mistura, o que poderá conduzir a desempenhos fracos nos casos que há dificuldades de adesividade ligante-agregado, mesmo quando o betume é aditivado como é o caso.

Não obstante, julga-se conveniente a continuidade da realização de estudos recorrendo ao método preconizado pela norma EN 12697-12, para avaliar a sensibilidade à água não só para este tipo de mistura betuminosa, mas também para outros tipos, de forma a aumentar o conhecimento, quer para uma definição mais fiável das condições de ensaio, quer para a definição de limites de aceitação/rejeição de misturas betuminosas produzidas no nosso país.

5.6. Caracterização da Mistura Betuminosa para a Ap osição da Marcação CE (Ensaio de Tipo Inicial)

De acordo com a norma do betão betuminoso, NP EN 13108-1, e a norma dos ITT, NP EN 13108-20, considera-se que a definição da fórmula da mistura AC 14 surf 50/70 obtida em termos dos materiais constituintes, da curva granulométrica e da percentagem de betume de 4,8%, cumpre os requisitos exigidos e recomendados pelas normas para a aposição da marcação CE na mistura.

Apesar dos requisitos e das características essenciais indicadas no Anexo ZA da norma NP 13108-1 para o caso do betão betuminoso não serem de carácter obrigatório, considerou-se pertinente, em termos técnicos, que o estudo apresentado fosse o mais completo possível, não se resumido apenas a uma análise granulométrica e ao valor limite aceitação/rejeição referente à temperatura da mistura. De uma forma simplificada, o Quadro 5.16 apresenta a informação

Page 105: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1

84

que caracteriza a mistura betuminosa estudada, o AC 14 surf 50/70, para a marcação CE, em termos de requisitos gerais mais requisitos empíricos (NP EN 13108-1-Anexo ZA).

Quadro 5.16. Caracterização do AC 14 surf 50/70 para a marcação CE (NP EN 13108-1 – Anexo ZA)

EN 13108-1

Betão betuminoso para estradas e outras áreas de circulação

AC 14surf 50/70

Requisitos gerais + requisitos empíricos

Porosidade: Vm=5,65%(1)

máxima Vmáx6,0 mínima Vmín4,0

Valor mínimo de vazios preenchidos com betume: VFBmín=40,19%.(1) VFBmín50

Valor máximo de vazios preenchidos com betume: VFBmín=65,86%(1) VFBmín68

Vazios na mistura de agregados: VMA mín= 15,29% VMA mín14

Porosidade após 10 giros NPD

Sensibilidade à água: ISTR=100% (130%) (1) (recomendado em ensaios de compressão de Marshall) ITSRmín90

Resistência à abrasão provocada por pneus pitonados NPD

Reacção ao fogo NPD

Temperatura da mistura de 140ºC a 180ºC Granulometria (Série base + série 2) (% passados) peneiro 20 mm

100%

peneiro 14 mm 99,6% peneiro 10 mm 76,4% peneiro 4 mm 46,3% peneiro 2 mm 33,0% peneiro 0,500 mm 17,3% peneiro 0,125 mm 9,3% peneiro 0,063 mm 6,2% Percentagem de ligante Bmín 4,8 Valores Marshall(1) Estabilidade mínima: Smin=11,3kN Smín10 Estabilidade máxima: Smáx=15,0kN Smín15 Deformação: F=4,4mm [F2;F8] Quociente de Marshall: Qmín=2,6kN/mm Qmín2,5 Resistência à deformação permanente(1) Equipamento pequeno: Taxa de deformação em ensaio de pista : WTSAIR=1,57 mm/103 WTSAIR NR Percentagem de profundidade de rodeira, máxima: PRDAIR =35,2% PRDAIR NR (1)referindo as condições de ensaio seleccionadas de acordo com a EN13108-20, excluindo as condições exigidas para a determinação da baridade aparente (EN 12697-6).

Page 106: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ESTUDO LABORATORIAL DE UM AC 14 SURF 50/70 COM BASE NA NP 13108-1 CAPÍTULO 5

Tânia Sofia Lopes Nunes 85

5.7. Referências Bibliográficas

Abreu, C. (2009), Caracterização do desempenho de um Stone Mastic Asphalt. Dissertação de Mestrado, Departamento de Engenharia Civil da F.C.T da Universidade de Coimbra, Coimbra.

Branco, F., Pereira, P., Picado-Santos, L. (2005), Pavimentos Rodoviários. Edições Almedina, Coimbra. ISBN 972-40-2648-5.

Capitão, S. (2003), Caracterização Mecânica de Misturas Betuminosas de Alto Módulo de Deformabilidade. Tese de Doutoramento, Departamento de Engenharia Civil da F.C.T da Universidade de Coimbra, 2 vol., Coimbra.

INIR (2009), Ensaios de Compactação Interlaboratorial para Avaliação da Sensibilidade à Água de Misturas Betuminosas. Lisboa: INIR. [Consultado 6 de Fevereiro de 2010]. Disponível na internet: http://www.inir.pt.

IPQ, (2008 a)), NP EN 13108-1: 2008, Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais: Parte 1:Betão Betuminoso. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

IPQ, (2008 b)), NP EN 13108-20: 2008, Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais: Ensaio de Tipo Inicial. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

IPQ, (2008 c)), NP EN 13108-21: 2008. Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais: Controlo da Produção em Fabrica. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

Picado- Santos, L. (1994), Consideração da temperatura no dimensionamento de pavimentos rodoviários flexíveis. Tese de Doutoramento, Departamento de Engenharia Civil da F.C.T da Universidade de Coimbra, Coimbra.

Page 107: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

CAPITULO 6

86

6. CONCLUSÕES GERAIS E TRABALHOS FUTUROS

6.1. Síntese do Trabalho e Conclusões Gerais

Com o desenvolvimento do presente trabalho, pretendia-se, por um lado, contribuir para um melhor conhecimento do estado da implementação da aposição da marcação CE de misturas betuminosas em Portugal e, por outro lado, avaliar a adequação dos procedimentos e dos critérios de formulação das misturas envolvidos na marcação CE, tendo em vista a melhoria da qualidade global dos pavimentos, de modo a aumentar a sua vida e/ou a reduzir os custos de conservação.

Primeiro, no Capítulo 2, fez-se uma sinopse da marcação CE dos produtos da construção, tendo-se dado particular atenção ao disposto na Directiva dos Produtos de Construção (DPC) e, por conseguinte às especificações técnicas harmonizadas relacionadas com as misturas betuminosas, designadamente as três Normas Europeias aplicáveis para o efeito. Verificou-se, por um lado, que já existem pedidos de modificações da directiva para um regulamento (RPC), propondo a clarificação dos elementos fundamentais da DPC. Por outro, com a introdução da norma NP EN 13108-1 e restantes partes, a formulação e a caracterização de misturas betuminosas não se resume apenas à abordagem empírica, podendo ser realizada recorrendo a ensaios de avaliação de desempenho, dando os primeiros passos para que no futuro a caracterização das misturas seja feita através da abordagem fundamental.

De seguida, tendo em vista o estudo de formulação e caracterização das misturas betuminosas fabricadas a quente, no Capítulo 3 fez-se uma descrição sumária dos mecanismos de ruína mais importantes que ocorrem nas camadas betuminosas devido a acções externas, das propriedades mecânicas fundamentais das misturas (características de deformabilidade e comportamento à fadiga e à deformação permanente) e dos ensaios laboratoriais que têm de ser realizados para a comprovação do cumprimento dos requisitos indicados nas normas dos produto (IPQ, 2009 a)), do ITT (IPQ, 2009 b)) e do FCP (IPQ, 2009 c)), pelas duas abordagens, a empírica e a fundamental.

Constata-se que os ensaios laboratoriais realizados pela abordagem fundamental introduzem melhoramentos na avaliação das características mecânicas das misturas betuminosas, principalmente no que diz respeito ao comportamento à fadiga e à deformação permanente. Tanto o ensaio com o simulador de pista (Wheel-Tracking) – ensaio relacionado com o desempenho - como o ensaio de compressão triaxial, permitem determinar bons indicadores da resistência à deformação permanente das misturas. Além destes, a realização de ensaios de flexão possibilitam a hierarquização das misturas quando ao seu comportamento à fadiga e permitem a medição do módulo de deformabilidade (ou rigidez) para várias condições de solicitação.

Page 108: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

CONCLUSÕES GERAIS E TRABALHOS FUTUROS

Tânia Sofia Lopes Nunes 87

Mesmo assim, verifica-se que em Portugal, continua a persistir o estudo de formulação e a caracterização de misturas betuminosas pela abordagem empírica, apesar de terem sido introduzidos dois ensaios adicionais relacionados com o desempenho, o ensaio com simulador de pista e o ensaio de avaliação da sensibilidade à água de misturas betuminosas.

O processo de implementação da aposição da marcação CE nas misturas betuminosas e o ponto de situação ao nível da sua aplicação foram apresentados no Capítulo 4, recorrendo ao estudo dos casos de três empresas produtoras. De acordo com as práticas anteriores, e os requisitos e exigências indicados na norma NP EN 13108-21, fez-se uma análise do tipo “antes e depois” em termos do controlo de produção em fábrica realizado pelas três empresas. Além disto, foi feito um levantamento das dificuldades encontradas na implementação do processo da marcação CE e do respectivo investimento.

Verificou-se que na prática, a aposição da marcação CE nas misturas betuminosas em cada empresa não foi realizada da mesma forma, existindo entendimentos diferentes dos requisitos e procedimentos impostos pelas normas que atestam a conformidade do produto.

De facto, à luz ds norma NP EN 13108-1 podia considerar-se que “os requisitos gerais mais empíricos” não estão a ser cumpridos pelas três empresas, e assim, não estariam reunidas as condições para a marcação CE. Tal não acontece devido ao carácter informativo e não obrigatório do Anexo ZA no qual se define o campo de aplicação e as condições que conferem a conformidade do produto. Com isto, as entidades certificadoras aceitam os diversos modos de verificação dos ITT efectuados pelos produtores. Desta forma, concluí-se que a aposição da marcação CE nas misturas betuminosas actualmente, não tem em vista os aspectos da melhoria das características técnicas e de comportamento mecânico das misturas betuminosas, mas apenas da livre circulação do produto entre os Estados-Membros.

A formulação e composição laboratorial do AC 14 surf 50/70 obtida através da realização de ensaios laboratoriais pela abordagem empírica é apresentada no Capítulo 5. De acordo com o recomendado no Anexo Nacional e o Anexo ZA da norma NP EN 13108-1, apresentaram-se os procedimentos e condições de ensaio, e os resultados obtidos em cada ensaio. Após a análise dos valores obtidos procedeu-se à caracterização da mistura betuminosa para a aposição da marcação CE em termos de Ensaios de Tipo Inicial (NP EN 13108-20).

A fórmula da mistura obtida no estudo laboratorial através da validação laboratorial efectuada cumpre os requisitos que possuem valores limite de aceitação/rejeição, nomeadamente a granulometria e a temperatura de mistura, e igualmente os recomendados pela norma NP EN 13108-1 e NP EN 13108-20. Contudo, observa-se a necessidade de rever algumas condições de ensaio, entre as quais, a temperatura de ensaio de 60ºC com o simulador de pista (EN 12697-12), e a temperatura de ensaio de 15ºC preconizada pela norma NP EN 13108-20, no ensaio à tracção indirecta por compressão diametral (EN 12697-12). Tal alteração permitirá

Page 109: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

CONCLUSÕES GERAIS E TRABALHOS FUTUROS CAPITULO 6

88

uma maior aproximação às condições reais (acções externas) a que as misturas betuminosas estão sujeitas nas camadas dos pavimentos.

Em termos da caracterização da mistura betuminosa para a aposição da marcação CE, concluí-se que existe a necessidade da realização de estudos para o melhoramento das condições de ensaio adoptadas para Portugal, assim como para a definição de valores limite de aceitação/rejeição para a maioria das categorias indicadas na norma NP EN 13108-1, permitindo assim uma melhor caracterização da composição, e dos materiais constituintes e do desempenho previsível da mistura betuminosa.

6.2. Prosseguimento de Trabalhos Futuros

No âmbito da aposição da marcação CE nas misturas betuminosas ainda existe um longo caminho a percorrer, quer ao nível do estudo de formulação e caracterização, quer ao nível da especificação dos requisitos que deverão ser obrigatoriamente cumpridos pelas misturas betuminosas de uso rodoviário. Para isso, afigura-se imprescindível a clarificação das características essenciais para os dois tipos de especificações, a empírica e a fundamental.

Seria útil, em termos de trabalhos futuros, comparar as composições de laboratório a que se chegaria através de ITT realizados pela abordagem empírica e pela abordagem fundamental. De facto, considerando que, em princípio, a segunda abordagem é mais exigente, em termos de requisitos a cumprir, do que a primeira, seria possível concluir se a composição final a que se chegaria seria muito diferente

Com alargamento da marcação CE a um número mais elevados de obras, seria útil verificar se os diversos tipos de misturas do grupo do betão betuminoso que vêm sendo aplicadas cumpririam os “ requisitos gerais mais fundamentais”.

Além disso, a realização de ensaios de desempenho, necessários para a verificação de requisitos fundamentais, exigem procedimentos de fabrico de provetes e de ensaio mais complexos do que os empíricos. Há um trabalho de avaliação das dificuldades de implementação a efectuar, de modo a apoiar o meio técnico a prosseguir com uma abordagem daquele tipo.

6.3. Considerações Finais

Finalmente, entende-se que foram atingidos os objectivos inicialmente estabelecidos. Além da apresentação dos procedimentos envolvidos na marcação CE de misturas betuminosas, nas várias etapas do processo, demonstrou-se que em termos da definição da fórmula da mistura betuminosa estudada, predomina a necessidade de rever algumas condições de ensaio e, principalmente, definir valores limite de aceitação /rejeição para as categorias indicadas na norma do produto NP EN 13108-1.

Page 110: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

Tânia Sofia Lopes Nunes 89

Foi ainda possível apresentar o processo e o estado de implementação da marcação CE de três empresas produtoras, nas quais se verificou que o entendimento, o cumprimento dos requisitos e os procedimentos indicados na norma do produto NP EN 13108-1 e restantes partes é diferente, e que na realidade não existe uma grande preocupação no sentido de evoluir para a caracterização mecânica das misturas betuminosas.

Em síntese, julga-se que o trabalho desenvolvido, poderá contribuir para uma reapreciação dos critérios exigidos no âmbito nacional para a aposição da marcação CE de misturas betuminosas, para que a formulação, caracterização e especificação dos requisitos a cumprir pelas misturas permita uma melhoria global da qualidade dos pavimentos, aumentado a sua vida e/ou reduzindo os custos de conservação, em vez de se restringir à livre circulação e comercialização entre os Estados-Membros.

6.4. Referências Bibliográficas

Capitão, S. (2003), Caracterização Mecânica de Misturas Betuminosas de Alto Módulo de Deformabilidade. Tese de Doutoramento, Departamento de Engenharia Civil da F.C.T da Universidade de Coimbra, 2 vol., Coimbra.

IPQ, (2008 a)), NP EN 13108-1: 2008, Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais: Parte 1:Betão Betuminoso. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

IPQ, (2008 b)), NP EN 13108-20: 2008, Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais: Ensaio de Tipo Inicial. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

IPQ, (2008 c)), NP EN 13108-21: 2008. Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais: Controlo da Produção em Fabrica. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

Page 111: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa REFERÊNCIAS NORMATIVAS

90

REFERÊNCIAS NORMATIVAS

NP EN 197-1: 2001, Cimento. Parte 1: Composição, especificações e critérios de conformidade para cimentos correntes. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

NP EN 933-1: 2000, Ensaios das propriedades geométricas dos agregados. Parte 1: Análise granulométrica. Método de peneiração. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

NP EN 933-2: 1999, Ensaios para determinação das características geométricas dos agregados. Parte 2: Determinação da distribuição granulométrica. Peneiros de ensaio, dimensão nominal das aberturas. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

NP EN 933-3: 2002, Ensaios das propriedades geométricas dos agregados. Parte 3: Determinação da forma das partículas - Índice de achatamento. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

EN 933-4: 2008, Tests for geometrical properties of aggregates. Part 4: Determination of particle shape - Shape index. European Committee for Standardization, Bruxelas.

NP EN 933-5: 2002, Ensaios das propriedades geométricas dos agregados. Parte 5: Determinação da percentagem de superfícies esmagadas e partidas nos agregados grossos. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

EN 933-9: 2009, Tests for geometrical properties of aggregates. Part 9: Assessment of fines - Methylene blue test. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 933-10: 2009, Tests for geometrical properties of aggregates. Part 10:Assessment of fines - Grading of filler aggregates (air jet sieving). European Committee for Standardization, Bruxelas.

NP EN 1097-1: 2002, Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos agregados. Parte 1: Determinação da resistência ao desgaste (micro-Deval). Instituto Português da Qualidade, Caparica.

EN 1097-2: 2010, Tests for mechanical and physical properties of aggregates. Part 2: Methods for the determination of resistance to fragmentation. European Committee for Standardization, Bruxelas.

NP EN 1097-3: 2002, Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos agregados. Parte 3: Determinação da baridade e do volume de vazios. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

NP EN 1097-6: 2003, Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos agregados. Parte 6: Determinação da massa volúmica e da absorção de água. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

EN 1097-8: 2009, Tests for mechanical and physical properties of aggregates. Part 8: Determination of the polished stone value. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 1397-2: 2009, Tests for thermal and weathering properties of aggregates. Part 2: Magnesium sulfate test. European Committee for Standardization, Bruxelas.

Page 112: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa REFERÊNCIAS NORMATIVAS

Tânia Sofia Lopes Nunes 91

NP EN 1367-3: 2005, Ensaios das propriedades térmicas e de meteorização dos agregados. Parte 3: Ensaio de ebulição para basaltos "Sonnenbrand". Instituto Português da Qualidade, Caparica.

NP EN 1367-5: 2005, Ensaios das propriedades térmicas e de meteorização dos agregados. Parte 5: Determinação da resistência ao choque térmico. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

EN 1426: 2007, Bitumen and bituminous binders. Determination of needle penetration. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 1427: 2007, Bitumen and bituminous binders. Determination of the softening point. Ring and Ball method. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 1429: 2007, Bitumen and bituminous binders. Determination of residue on sieving of bituminous emulsions, and determination of storage stability by sieving. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN ISO 2592: 2001, Determination of flash and fire points. Cleveland open cup method (ISO2592:2000). European Committee for Standardization, Bruxelas.

NP EN ISO 9001: 2008, Sistemas de gestão da qualidade. Requisitos (ISO 9001:2008). Instituto Português da Qualidade, Caparica.

EN 12591: 1999, Bitumen and bituminous binders. Specifications for paving grade bitumens. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12591: 2009, Bitumen and bituminous binders. Specifications for paving grade bitumens.Edition 2º. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12592: 2007, Bitumen and bituminous binders. Determination of solubility. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12595: 2007, Bitumen and bituminous binders. Determination of kinematic viscosity. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12607-1: 2007, Bitumen and bituminous binders. Determination of the resistance to hardening under the influence of heat and air. Part 1: RTFOT method. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12695-1: 2005, Bituminous mixtures. Test methods for hot mix asphalt. Part 1: Soluble binder content. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12695-2: 2002+A1: 2007, Bituminous mixtures. Test method for hot mix asphalt. Part 2: Determination of particle size distribution. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12697-5: 2009, Bituminous mixtures - Test methods for hot mix asphalt - Part 5: Determination of the maximum density. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12697-6: 2003+A1: 2007, Bituminous mixtures - Test methods for hot mix asphalt - Part 6: Determination of bulk density of bituminous specimens European Committee for Standardization, Bruxelas.

Page 113: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa REFERÊNCIAS NORMATIVAS

92

EN 12697-8: 2003, Bituminous mixtures. Test methods for hot mix asphalt. Part 8: Determination of void characteristics of bituminous specimens. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12697-11: 2005, Bituminous mixtures. Test methods for hot mix asphalt. Part 11: Determination of the affinity between aggregate and bitumen. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12697-12: 2008, Bituminous mixtures. Test methods for hot mix asphalt. Part 12: Determination of the water sensitivity of bituminous specimens. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12697-16: 2008, Bituminous mixtures. Test methods for hot mix asphalt. Part 16: Abrasion by studded tyres. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12697-22: 2003+ A1: 2007, Bituminous mixtures - Test methods for hot mix asphalt - Part 22: Wheel tracking. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12697-24: 2004+ A1: 2007, Bituminous mixtures - Test methods for hot mix asphalt - Part 24: Resistance to fatigue. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12697-25: 2005, Bituminous mixtures - Test methods for hot mix asphalt - Part 25: Cyclic compression test. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12697-26: 2004, Bituminous mixtures - Test methods for hot mix asphalt - Part 26: Stiffness. European Committee for Standardization, Bruxelas.

NP EN 12697-30: 2004+A1: 2009, Misturas betuminosas. Métodos de ensaio para misturas betuminosas a quente. Parte 30: Preparação de provetes por compactador de impacto. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12697-31: 2007, Bituminous mixtures - Test methods for hot mix asphalt - Part 31: Specimen preparation by gyratory compactor. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12697-34: 2004+A1: 2007, Bituminous mixtures - Test methods for hot mix asphalt - Part 34: Marshall test. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12697-35: 2004+A1: 2007, Bituminous mixtures - Test methods for hot mix asphalt - Part 35: Laboratory mixing. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12697-39: 2004, Bituminous mixtures. Test methods for hot mix asphalt. Part 39: Binder content by ignition. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12846: 2002, Bitumen and bituminous binders. Determination of efflux time of bitumen emulsions by the efflux viscometer. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 12848: 2009, Bitumen and bituminous binders. Determination of mixing stability with cement of bituminous emulsions. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 13043: 2002, Aggregates for bituminous mixtures and surface treatments for roads, airfields and other trafficked areas, European Committee for Standardization, Bruxelas.

Page 114: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa REFERÊNCIAS NORMATIVAS

Tânia Sofia Lopes Nunes 93

NP EN 13043: 2004, Agregados para misturas betuminosas e tratamentos superficiais para estradas, aeroportos e outras áreas de circulação. Instituto Português da Qualidade, Lisboa.

EN 13075-1: 2009, Bitumen and bituminous binders. Determination of breaking behaviour. Part 1: Determination of breaking value of cationic bituminous emulsions, mineral filler method. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 13075-2: 2009, Bitumen and bituminous binders. Determination of breaking behaviour. Part 2: Determination of fines mixing time of cationic bituminous emulsions. European Committee for Standardization, Bruxelas.

NP EN 13108-1: 2008, Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais: Parte 1:Betão Betuminoso. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

EN 13108-5: 2006, Bituminous mixtures. Material specifications. Part 7: Stone Mastic Asphalt. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 13108-7: 2008, Bituminous mixtures. Material specifications. Part 7: Porous Asphalt. European Committee for Standardization, Bruxelas.

NP EN 13108-20: 2008, Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais: Ensaio de Tipo Inicial. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

NP EN 13108-21: 2008. Misturas Betuminosas - Especificações dos materiais: Controlo da Produção em Fabrica. Instituto Português da Qualidade, Caparica.

EN 13242: 2002+A1: 2007, Aggregates for unbound and hydraulically bound materials for use in civil engineering work and road construction. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN ISO 13304: 2009, Bitumen and bituminous binders. Framework for specification of oxidised bitumens. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 13305: 2008, Bitumen and bituminous binders. Framework for specification of hard industrial bitumens. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 13808: 2005, Bitumen and bituminous binders. Framework for specifying cationic bituminous emulsions. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 13924: 2006, Bitumen and bituminous binders. Specifications for hard paving grade bitumens. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 14023: 2010, Bitumen and bituminous binders. Specification framework for polymer modified bitumens. European Committee for Standardization, Bruxelas.

EN 15322: 2009, Bitumen and bituminous binders. Framework for specifying cutback and fluxed bituminous binders. European Committee for Standardization, Bruxelas.

Page 115: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesa ANEXOS

Tânia Sofia Lopes Nunes 95

ANEXOS

Page 116: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ANEXO I INFORMAÇÃO EXIGIDA NO RELATÓRIO DE TIPO DE INICIAL

Tânia Sofia Lopes Nunes 97

ANEXO I – INFORMAÇÃO EXIGIDA PELA NP EN 13108-1 E P ELA NP EN 13108-20 NO RELATÓRIO DE ENSAIO DE TIPO

O Relatório de Ensaio de Tipo constitui uma parte integrante da declaração de conformidade do fabricante. Este deve conter as informações indicadas abaixo, e deve ser acompanhado por todos os relatórios de ensaio apropriados:

I.1 Generalidades

As seguintes informações devem ser fornecidas pelo fabricante:

1.1. Dados da fabricante: Nome e Morada; 1.2. Data de emissão; 1.3. Identificação da central de fabrico; 1.4. Designação do tipo de mistura e das categorias para as quais a conformidade é declarada; 1.5. Tipo de validação; 1.6. Dados da empresa: Nome e Morada.

I.2 Materiais Constituintes

Para cada fracção de agregado, ligante, filer, aditivos deverá conter a seguinte informação:

2.1. Designação; 2.2. Origem e tipo; 2.3. Gama de penetração dos ligantes 2.4. Quando são adicionadas misturas betuminosas recuperadas, o material deverá ser

acompanhado de uma declaração dos desvios permitidos sobre as propriedades e métodos de controlo;

2.5. Para todos os constituintes, deverá ser apresentada toda a informação referente aos resultados de ensaio de acordo com o Anexo A da NP EN 13108-20.

I.3 Formulação da Mistura

A fórmula da mistura deverá ser expressa em termos de:

- Composição laboratorial e/ou.

- Composição da produção.

A composição laboratorial deve ser declarada quando usa a validação em laboratório.

A composição da produção deve ser declarada quando usa a validação em produção

A composição da produção deve ser requerida como referência para a avaliação da conformidade dos resultados dos ensaios de FPC. Qualquer rectificação entre a composição laboratorial e a composição da produção deve ser declarada.

Page 117: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

INFORMAÇÃO EXIGIDA NO RELATÓRIO DE TIPO DE INICIAL

98

I.4 Temperaturas da mistura

Para misturas com ligantes duros, modificados ou aditivados, quando estas difiram dos valores especificados nas normas do produto, deverá verificar as temperaturas mínimas e máximas.

I.5 Resultados dos ensaios

De acordo com o especificado nas secções B1 a B7 da norma NP EN 13108-20, conforme apropriado para o tipo de mistura.

Page 118: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ANEXO II INFORMAÇÃO EXIGIDA NO CERTIFICADO CE

Tânia Sofia Lopes Nunes 99

ANEXO II – INFORMAÇÃO EXIGIDA PELA NP EN 13108-1 NU M CERTIFICADO DE CONFORMIDADE DO PRODUTO

Quando a conformidade com os requisitos presentes no Anexo A da NP EN 13108-20 e no Relatório de Ensaio de Tipo é obtida, o organismo notificado terá de se elaborar um Certificado de Conformidade do Produto (Certificado CE), no qual confere ao fabricante direito de afixação da marcação CE. Este certificado terá de conter a seguinte informação:

- o nome, morada e o número de identificação do organismo de certificação;

- o nome e morada do fabricante, ou do seu representante autorizado estabelecido no EEE, e o local de produção;

- descrição do produto (tipo, identificação, utilização, …);

- disposições com as quais o produto se encontra em conformidade (Anexo ZA da Norma Europeia NP EN 13108-1);

- condições particulares aplicáveis a utilizarão do produto (por exemplo, disposições para a utilização em determinadas condições, etc.);

- condições e período de validade do certificado, quando aplicável;

- nome e função da pessoa habilitada para assinar o certificado.

Page 119: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ANEXO III INFORMAÇÃO EXIGIDA NA DECLARAÇÃO CE

Tânia Sofia Lopes Nunes 101

ANEXO III – INFORMAÇÃO EXIGIDA PELA NP EN 13108-1 N UMA DECLARAÇÃO DE CONFORMIDADE CE

Após a emissão do Certificado de Conformidade CE pelo organismo notificado, o fabricante ou o seu agente estabelecido no EEE deve redigir e manter uma Declaração de Conformidade, a qual habilita o fabricante a afixar a marcação CE. Esta declaração de conformidade deverá conter a seguinte informação:

- nome do fabricante ou do seu representante autorizado estabelecido no EEE;

- nome e morada do organismo de certificação;

- descrição do produto (tipo, identificação, utilização, ….) e uma copia da informação que acompanha a marcação CE;

- disposições com as quais o produto se encontra em conformidade (Anexo ZA da presente Norma Europeia);

- condições particulares aplicáveis a utilização do produto (como por exemplo, disposições para a utilização em determinadas condições, etc.);

- número do certificado de conformidade CE que a acompanha;

- nome e função da pessoa habilitada a assinar a declaração em nome do fabricante ou do seu

representante autorizado.

A declaração deve ser acompanhada por um certificado do controlo da produção em fábrica, emitido pelo Organismo Notificado, o qual deve conter, em aditamento à informação acima mencionada, a seguinte informação:

- nome e morada do organismo de notificado;

- número do certificado de controlo de produção em fábrica;

- condições e período de validade do certificado, quando aplicável;

- nome e função da pessoa habilitada para assinar o certificado.

Esta declaração deve ser apresentada na língua ou línguas oficiais do Estado-Membro no qual o produto será utilizado.

Page 120: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ANEXO IV DC–8.2.4.1 B: PMM DA EMPRESA B

Tânia Sofia Lopes Nunes 103

ANEXO IV – DC-8.2.4.1 B: PLANO DE MONITORIZAÇÃO E MEDIÇÃO COM FREQUÊNCIA DE INSPECÇÃO E ENSAIO DA EMPRESA B

Page 121: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Revisão: 05

Código Actividades/Finalidade Responsabilidades Especificações/ Como Critério de aceitação Meios utilizados Frequência Registo

DC-8.2.4.1 PMM de produtosDC-8.2.4.1 PMM de Gestão da produção

DC-8.2.4.1 PMM de produtos

Armazenamento/identificação de produto Encarregado do Centro de produção de Penela

EN 12620 + A1 (Anexo H) Betão NP EN 13043 (Anexo B) M. Bet. EN 13242 + A1 (Anexo C) C. Civil NP EN 13139 (Anexo E) Argamassa EN 13383-1 Armourstone NP EN 206-1 NP EN 13108-1, 20 e 21 EN 13808

Material s/ segregação Material s/ contaminação Identificação do material

Equipamento VisualRec. humano Permanente

IM-8.5.0.1 Relatório de ocorrência, caso situação anómala

DC-8.2.4.1 PMM de Recolha de amostras para ensaio laboratorialDC-8.2.4.1 PMM de produtos

Matérias primas Laboratório Interno ou quem este delegar NP EN 932-1 Normas aplicáveis Equip. de recolha DC-8.2.4.1 PMM.

produtos

NP EN 12350-1 (betão fresco) EN 12697-IM-8.2.4.12 IM-8.2.4.01

Plano de Monitorização e Medição DC-8.2.4.1 PMM de produtos

Isidoro Correia da Silva, Lda. Data: 22-12-2008

DC-8.2.4.1 PMM de produtos

Produto final Laboratório Interno ou quem este delegar

NP EN 12350-1 (betão fresco) EN 12697-27 (Mist. Betuminosas) NP 81 –1964 (Mat. betuminosos) EN 58

Normas aplicáveis EPI´s DC-8.2.4.1 PMM. produtos

1 AGREGADOS 1.1 Central de britagem de calcário (Pó Calcário (0/4) Brita 0,5 (2/6,3) Brita 1 (6,3/12,5) Brita 2 (10/20))1 AGREGADOS 1.1.1 NP EN 12620 (Anexo H) Betão NP EN 13043 (Anexo B) M. Bet. NP EN 13242 (Anexo C) C. CivilNP EN 13139 (Anexo E) Argamassa

1 AGREGADOS Descrição petrográfica Laboratório Interno NP EN 932-3 Geologia, Normas aplicáveis Visual; Bibliografia 1 X por 3 anos IM-8.2.4.05 Desc.Petr.

1 AGREGADOS Análise granulométrica/Teor Finos Laboratório Interno NP EN 933-1 CE/ Especificações do cliente/Normas aplicáveis Peneiros

Mensal / em caso de não cormidade 40h produção / QR

IM-8.2.4.02 Anál. granul

1 AGREGADOS Azul Metileno ou Equivalente areia (b) Laboratório Interno NP EN 933-9 / NP EN 933-8 CE/ Especificações do cliente/Normas aplicáveis Agitador

Mensal / em caso de não cormidade 40h produção / QE

IM-8.2.4.06 Qual. Dos finos

1 AGREGADOS Índice de Achatamento ou Índice de Forma (b) Laboratório Interno NP EN 933-3 / NP EN 933-4 CE/ Especificações do cliente/Normas aplicáveis Peneiros / Paquímetro

QR/ em caso de não cormidade 160h produção

IM-8.2.4.08 Forma Agreg. Gros

1 AGREGADOS Massa Volúmica e absorção de água Laboratório Interno NP EN 1097-6 CE/ Especificações do cliente/Normas aplicáveis Cesto 1x por ano

IM-8.2.4.03 Massa vol. e abs. água Bari. e Indice de vazios

1 AGREGADOS Baridade Laboratório Interno NP EN 1097-3 CE/ Especificações do cliente/Normas aplicáveis Recipiente QR

IM-8.2.4.03 Massa vol. e abs. água Bari. e Indice de vazios

IM-7.5.3.2

1 de 7 (DOCUMENTO NÃO CONTROLADO APÓS IMPRESSÃO)

Page 122: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Revisão: 05

Código Actividades/Finalidade Responsabilidades Especificações/ Como Critério de aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Plano de Monitorização e Medição DC-8.2.4.1 PMM de produtos

Isidoro Correia da Silva, Lda. Data: 22-12-2008

1 AGREGADOS Resistência à fragmentação (LA) Laboratório Interno NP EN 1097-2 CE/ Especificações do cliente/Normas aplicáveis Máquina LA 2x por ano IM-8.2.4.04 L.A.

1 AGREGADOS Triagem à resist. gelo-degelo Laboratório Interno NP EN 1097-6 (S.7) anexo B CE/ Especificações do cliente/Normas aplicáveis Banho Maria 1x por ano

IM-8.2.4.03 Massa vol. e abs. água Bari. e Indice de vazios

Aprovado: Data: 22-12-2008

1 AGREGADOS Resistência ao desgaste / Polimento / Abrasão Laboratório externo NP EN 1097-1/ NP EN 1097-8 / Anexo A CE/ Especificações do cliente/Normas aplicáveis Micro Deval Caracterização inicial /

QR Relatório Externo

1 AGREGADOS Retracção por secagem Laboratório externo NP EN 1367-4 NP EN 12620 – 5.7.2 (<0,075%) -- 1x 5 anos Relatório Externo

1 AGREGADOS Reacção álcalis-sílica/ álcalis-carbonato Laboratório externo NP EN 12620 (Anexo G) LNEC E 461

Em caso de fissuração ou desagregação de betão -- Q E Relatório Externo

1 AGREGADOS Resistência ao choque térmico Laboratório externo EN 1367-5 Externo QR Relatório Externo1 AGREGADOS Afinidade aos betumes Laboratório externo EN 12697-11 ----- QR Relatório Externo1 AGREGADOS Compostos contendo enxofre: Laboratório externo ----- Relatório Externo

1 AGREGADOS -Sulfatos solúveis em ácido Laboratório externo NP EN 1744-1 (S. 12)NP EN 12620 – 6.3.1 Caso desagregação do betão por expansão

----- QR 1 X por ano Relatório Externo

1 AGREGADOS -Enxofre total Laboratório externo NP EN 1744-1 (S. 11) NP EN 12620:2004 – 6.3.2 (<1% S em massa) ----- QR 1 X por ano Relatório Externo

1 AGREGADOS Constituintes que alteram a presa e resistência do betão: Laboratório externo NP EN 1744-1 (S. 15.1) Caso detectado 1. fazer 2. ----- Relatório Externo

1 AGREGADOS 1. teor em húmus Laboratório externo NP EN 1744-1 (S. 15.2)

Caso detectado 1: Aumento tempo presa > 120 min Diminuição resistência > 20%

----- 1 X por ano Relatório Externo

1 AGREGADOS 2. Ácido fúlvico Laboratório externo NP EN 1744-1 (S. 15.3) ----- Q E Relatório Externo1 AGREGADOS 1.4 Central de Britagem de seixo (Gravilha 0,5 (2/6,3) Gravilha 1 (6,3/10) Gravilha 2 (10/20) )1 AGREGADOS 1.4.1 NP EN 13043 (Anexo B) M. Bet.

1 AGREGADOS Descrição petrográfica Laboratório Interno NP EN 932-3 Geologia, Normas aplicáveis Visual; Bibliografia 1 X por 3 anos IM-8.2.4.05 Desc.Petr.

2 de 7 (DOCUMENTO NÃO CONTROLADO APÓS IMPRESSÃO)

Page 123: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Revisão: 05

Código Actividades/Finalidade Responsabilidades Especificações/ Como Critério de aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Plano de Monitorização e Medição DC-8.2.4.1 PMM de produtos

Isidoro Correia da Silva, Lda. Data: 22-12-2008

1 AGREGADOS Análise granulométrica / Teor Finos Laboratório Interno NP EN 933-1 CE/ Especificações do cliente/NP EN 13 043 Peneiros

Mensal / em caso de não cormidade 40h produção / QR

IM-8.2.4.02 Anál. granul

1 AGREGADOS Azul Metileno Laboratório Interno NP EN 933-9 CE/ Especificações do cliente/NP EN 13 043 Agitador QE 1x2semanas IM-8.2.4.06 Qual. Dos finos

1 AGREGADOS Índice de Achatamento ou Índice de Forma (b) Laboratório Interno NP EN 933-3 / NP EN 933-4 CE/ Especificações do cliente/NP EN 13 043

Peneiros / Paquímetro QR IM-8.2.4.08 Forma Agreg.

Gros

1 AGREGADOS Massa Volúmica e absorção de água Laboratório Interno NP EN 1097-6 CE/ Especificações do cliente/NP EN 13 043 Estufa 1 x 2 anos

IM-8.2.4.03 Massa vol. e abs. água Bari. e Indice de vazios

1 AGREGADOS Teor em esmagados ou partidos Laboratório Interno NP EN 933-5 CE/ Especificações do cliente/NP EN 13 043 Visual 1 x mês de prod. IM-8.2.4.16 Perc. Esmag.

1 AGREGADOS Resistência à fragmentação Laboratório Interno NP EN 1097-2 CE/ Especificações do cliente/NP EN 13 043 Máquina LA QR IM-8.2.4.04 L.A.

1 AGREGADOS Resistência ao desgaste/ Polimento / Abrasão Laboratório externo NP EN 1097-1/ NP EN 1097-8/ Anexo A Micro Deval QR Relatório Externo

1 AGREGADOS Resistência ao choque térmico Laboratório externo EN 1367-5 --- QR Relatório Externo1 AGREGADOS Teor de enxofre total Laboratório externo NP EN 1744-1 (S. 11) ---- 1 x ano Relatório Externo1 AGREGADOS Afinidade aos betumes Laboratório externo EN 12697-11 ----- QR Relatório Externo

1 AGREGADOS Análise Substâncias perigosas Laboratório externoCaso haja substâncias perigosas, contactar fornecedor e devolver o material

(Legislação a publicar) ---- Caracterização inicial e QR Relatório Externo

1 AGREGADOS Observações: (b) Ensaios alternativos escolhidos o Azul de Metileno e Índice de Forma

3 MISTURAS BETUMINOSAS A QUENTE3 MISTURAS BETUM3.1 Validação do Sub-Processo de Misturas betuminosas a quente NP EN 13108-13 MISTURAS BETUMQualificação de Pessoal afecto à produção, transporte e aplicação de Misturas betuminosas a quente

3 MISTURAS BETUMFormação de revisão, aprovação e revalidação do sub-processo Misturas betuminosas a quente Laboratório interno

NP EN 13108-21; Agregados; Betumes; Temperaturas de fabrico/aplicação; DC-7.5.5.1 - Fórmulas; Central (OCR)

Qualificação dos fornecedores; Historial resultados; Experiência do operador

Amostra 1 x por ano

IM-6.2.1.1 Plano anual de formação IM-6.2.2.1 Acção formação. Avaliação eficácia formação

3 de 7 (DOCUMENTO NÃO CONTROLADO APÓS IMPRESSÃO)

Page 124: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Revisão: 05

Código Actividades/Finalidade Responsabilidades Especificações/ Como Critério de aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Plano de Monitorização e Medição DC-8.2.4.1 PMM de produtos

Isidoro Correia da Silva, Lda. Data: 22-12-2008

3 MISTURAS BETUMAprovação do Equipamento: Manutenção do equipamento Controlo dos dispositivos de monitorização e de medição (EMM) Manutenção/Laboratório

Certificação de conformidade; IM 6.3.0.1 Lista de equipamento; IM-7.6.0.3 - Etiquetas EMM´s; Normas aplicáveis

│E│+│IC│≤ │T/3│ em que: E – Erro; IC – Incerteza; T – Intervalo de confiança da medição para o qual é destinado o EMM

Oficina/ laboratórios externos

Periodicidade definida para cada máquina no IM-6.3.0.2 / caso de avaria IM-7.6.0.1 Ficha individual do EMM

IM-6.3.0.2, IM-7.5.5.05, IM-7.6.0.1, IM-7.6.0.2, Certificados de calibração

3 MISTURAS BETUMValidação / Revalidação: Ensaio por amostragem Laboratório interno DC-7.5.5.1 – Fórmula Resultados obtidos do ano anterior Normas aplicáveis Laboratório Interno 1 x ano IM-8.2.4.10 -Ensaio de

Marshall

3 MISTURAS BETUM3.2 Inspecção e ensaios3 MISTURAS BETUM3.2.1 Materiais Constituintes

3 MISTURAS BETUM3.2.1.1 Frequências mínimas de inspecção e ensaio para agregados

Fi h Té i d P d t Aprovação da origem

t d tili ã 3 MISTURAS BETUMPropriedades intrínsecas do agregado (quando aplicável)

(resistência, etc.) Responsável CPF Normas de Ensaio identificadas na EN 13043 DC-8.2.4.1- PMM dos produtos

Ficha Técnica do Produto acordada contratualmente

Visual, bibliográficaantes da utilização inicial Actualizado de acordo com a EN 13043

Relatório externo

3 MISTURAS BETUMInspecção da guia de remessa, correspondência entre a remessa e a encomenda, e origem correcta. (quando aplicável) Controlo logístico Visualmente

Marcação CE, Quantidades, Origem, Designação do produto.

A cada entregaRubrica e avaliação da Guia de Remessa (quando aplicável)

3 MISTURAS BETUMVerificação organoléptica do stock de materiais Aspecto normal relativamente à origem, granulometria, forma e impurezas

Operador da Central/Manobrador

Avaliação realizada com os sentidos: a visão e o tacto, o olfacto e a audição.

Confirmação de sensorial favorável. A cada utilização Em caso de dúvida avisar

o laboratório verbalmente

3 MISTURAS BETUMAnálise granulométrica Laboratório Interno Normas de Ensaio identificadas na EN 13043 DC-8.2.4.1 PMM dos produtos

Ficha Técnica do Produto Conformidade formulação Laboratório Interno

Mensal / em caso de não cormidade 40h produção / QR

IM-8.2.4.02 Análise granulométrica

3 MISTURAS BETUMForma, índice de partículas esmagadas, etc. Laboratório Interno Normas de Ensaio identificadas na EN 13043 DC-8.2.4.1 PMM dos produtos

Ficha Técnica do Produto Conformidade formulação Laboratório Interno 1 mês produção IM-8.2.4.08 - Forma dos

Agregados Grossos

3 MISTURAS BETUMTeor de humidade (Controlo do processo em centrais contínuas) Não Aplicável Não Aplicável Secagem dos agregados em Produção Laboratório Interno Não Aplicável Não Aplicável

3 MISTURAS BETUM3.2.1.2 Frequências mínimas de inspecção e ensaio para filler

4 de 7 (DOCUMENTO NÃO CONTROLADO APÓS IMPRESSÃO)

Page 125: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Revisão: 05

Código Actividades/Finalidade Responsabilidades Especificações/ Como Critério de aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Plano de Monitorização e Medição DC-8.2.4.1 PMM de produtos

Isidoro Correia da Silva, Lda. Data: 22-12-2008

3 MISTURAS BETUMPropriedades intrínsecas do fíler (massa volúmica aparente, características rigidificantes, etc.) Responsável CPF Normas de Ensaio identificadas na EN

13043

Ficha Técnica do Produto acordada contratualmente

Aprovação da origem antes da utilização inicial Actualizado de acordo com a EN 13043

Relatório externo

3 MISTURAS BETUMInspecção da guia de remessa, correspondência entre a remessa e a encomenda, e origem correcta. (quando aplicável) Controlo logístico Visualmente

Marcação CE, Quantidades, Origem, Designação do produto.

A cada entrega Rubrica e avaliação da Guia de Remessa

3 MISTURAS BETUMAnálise por peneiração Laboratório Externo/ Laboratório do Fornecedor (600 ton)

Normas de Ensaio identificadas na EN 13043

Ficha Técnica do Produto acordada contratualmente

Na primeira entrega de uma nova origem Relatório externo

3 MISTURAS BETUM3.2.1.3 Frequências mínimas de inspecção e ensaio para ligantes

3 MISTURAS BETUMPropriedades intrínsecas do ligante (Confirmar as características do produto e a conformidade com a especificação apropriada)

Laboratório Interno/ Laboratório Externo/ Laboratório do Fornecedor

Normas de Ensaio identificadas na EN 12591

Ficha Técnica do Produto acordada contratualmente

Aprovação da origem antes da utilização inicial Actualizado de acordo com a EN 12591

Relatório externo

3 MISTURAS BETUMInspecção da guia de remessa, correspondência entre a remessa e a encomenda, e origem correcta. (quando aplicável) Controlo logístico Visualmente

Marcação CE, Quantidades, Origem, Designação do produto.

A cada entrega Rubrica e avaliação da Guia de Remessa

3 MISTURAS BETUMTemperatura do ligante dentro dos limites permitidos Operador da Central Medição com termómetro Próprio/No termómetro do Transportador

DC-7.5.1.1 Tabela de temperaturas betumes Ficha Técnica do Produto acordada contratualmente Manómetro transportador homologado

A cada entrega IM-7.5.5.03 Armazenamento de matéria prima

3 MISTURAS BETUMClasses penetração, temperatura de amolecimento ou viscosidade em conformidade com a especificação

Laboratório Interno/ Laboratório do Fornecedor

Normas de Ensaio identificadas na EN 12591

Ficha Técnica do Produto acordada contratualmente

1 por 300 ton EM ELABORAÇÃO

3 MISTURAS BETUMVerificação organoléptica (por inspecção do tanque ou da amostra) Operador da Central Avaliação realizada com os sentidos: a

visão, tacto e o olfacto. Confirmação de sensorial favorável.

A cada entrega ou diariamente nos tanques

Não Aplicável

3 MISTURAS BETUM3.3 Controlo da Conformidade NP EN 13108-13 MISTURAS BETUM3.3.1 Estudo da composição das misturas (Ensaio de Marshall)

5 de 7 (DOCUMENTO NÃO CONTROLADO APÓS IMPRESSÃO)

Page 126: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Revisão: 05

Código Actividades/Finalidade Responsabilidades Especificações/ Como Critério de aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Plano de Monitorização e Medição DC-8.2.4.1 PMM de produtos

Isidoro Correia da Silva, Lda. Data: 22-12-2008

3 MISTURAS BETUMAnálise granulométrica/Teor Finos via seca para cada agregado Laboratório Interno NP EN 933-1 CE/ Especificações do cliente/Normas aplicáveis Peneiros Fórmula inicial;

5 em 5 anos IM-8.2.4.02 Anál. granul

3 MISTURAS BETUMDeterminação da Curva granulométrica da mistura betuminosa Laboratório Interno __ NP EN 13108-20 Folha cálculo Fórmula inicial; 5 em 5 anos

IM-8.2.4.10 Ensaio Marshall

3 MISTURAS BETUMFabrico de Provetes Laboratório interno/externo EN 12697-30 e 35 NP EN 13108-20 Compactador impacto Fórmula inicial; 5 em 5 anos

IM-8.2.4.10 Ensaio Marshall

3 MISTURAS BETUMDeterminação da baridade Laboratório interno/externo EN 12697-6 NP EN 13108-20 Equip. volumétrico Fórmula inicial; 5 em 5 anos

IM-8.2.4.10 Ensaio Marshall

3 MISTURAS BETUMEnsaio Marshall Laboratório interno/externo EN 12697-34 NP EN 13108-20 Prensa Fórmula inicial; 5 em 5 anos

IM-8.2.4.10 Ensaio Marshall

3 MISTURAS BETUMBaridade máxima teórica Laboratório interno/externo EN 12697-5 NP EN 13108-20 Picnómetro Fórmula inicial;

IM-8.2.4.10 Ensaio M h ll3 MISTURAS BETUMBaridade máxima teórica Laboratório interno/externo EN 12697 5 NP EN 13108 20 Picnómetro 5 em 5 anos Marshall

3 MISTURAS BETUMDeterminação da percentagem óptima de betume Laboratório interno/externo EN 12697-1 ou 39 NP EN 13108-20 Centrifuga /Mufla Fórmula inicial; 5 em 5 anos IM-8.2.4.13 Centrifuga

3 MISTURAS BETUMPorosidade, Vmín a Vmáx (%) (compactador impactor 75 pancadas) Laboratório interno/externo EN 12697-8 NP EN 13108-20 Compactador impacto Fórmula inicial;

5 em 5 anosIM-8.2.4.10 Ensaio Marshall

3 MISTURAS BETUMResistência conservada IRC Laboratório interno/externo ASTM D 1075- 61 NP EN 13108-20 Banho Maria Fórmula inicial; 5 em 5 anos

IM-8.2.4.10 Ensaio Marshall

Sensibilidade à água Laboratório externo EN 12697-12 NP EN 13108-20 __ Fórmula inicial; 5 em 5 anos Relatório externo

Resistência à deformação permanente (Ensaio de Pista) Laboratório externo EN 12697-22 NP EN 13108-20 __ Fórmula inicial; 5 em 5 anos Relatório externo

3 MISTURAS BETUMTransposição do estudo laboratorial para a central betuminosa Laboratório interno DC-7.5.5.1 Fórmulas NP EN 13108-20 (S.7.3) DC-7.5.5.1 Fórmulas Tremonhas Fórmula inicial;

5 em 5 anos

IM-8.2.4.07 Declaração de Conformidade e Ficha técnica

3 MISTURAS BETUM3.4 Frequências mínimas de inspecção e ensaio para o produto acabado

3 MISTURAS BETUMVerificação organoléptica da mistura betuminosa (Aparência normal da granulometria, uniformidade da mistura e revestimento adequado)

Operador da Central Visualmente

homogénea, revestimento completo pelo ligante Sem evidência de aglomeração de agregados finos.

Camião A cada carga __

6 de 7 (DOCUMENTO NÃO CONTROLADO APÓS IMPRESSÃO)

Page 127: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Revisão: 05

Código Actividades/Finalidade Responsabilidades Especificações/ Como Critério de aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Plano de Monitorização e Medição DC-8.2.4.1 PMM de produtos

Isidoro Correia da Silva, Lda. Data: 22-12-2008

3 MISTURAS BETUMTemperatura Operador da Central/ Laboratório

Termómetro Óptico (Pirómetro) Controlo Visual na Central / Termómetro Laboratório

EN 13108-1 Quadro 11 DC-7.5.1.1 Tabela de temperaturas betumes

a) Conforme exigido pelo ponto 5.3 b)

Cada vez que são retiradas amostras

IM-8.2.4.01 Relatório de amostragem

3 MISTURAS BETUMGranulometria e percentagem de ligante Laboratório Interno Normas de Ensaios indicadas na EN 13108-20 Anexo A

Tolerâncias para avaliação da conformidade da produção

__OCL C: 1/500ton, OCLB:1/1000ton, OCLA:1/2000ton

IM-8.2.4.13 Centrifuga

3 MISTURAS BETUMOutras características incluídas nas especificações técnicas Laboratório Interno Normas de Ensaios indicadas na EN 13108-20 Categorias declaradas __ __

IM-8.2.4.07 Declaração de Conformidade e Ficha técnica

3 MISTURAS BETUMAdequação dos veículos de entrega através de avaliação visual Operador da Central Visualmente PQ-7.5.1.3 Gestão de produção de misturas Confirmação de

1ª utilização, em caso de dúvida A cada 3 MISTURAS BETUM q ç g ç

(Adequação do isolamento e Limpeza para Evitar contaminação ) Operador da Central Visualmente produção de misturas betuminosas

çsensorial favorável. carga antes do

carregamento

__

3 MISTURAS BETUMObservações:

7 de 7 (DOCUMENTO NÃO CONTROLADO APÓS IMPRESSÃO)

Page 128: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Revisão: 04

Código Actividades/Finalidade Responsabilidades Especificações/ Como Critério de aceitação Meios utilizados Frequência Registo

DC-8.2.3.1 PMM dos processosMQ 08 Processo Centro de Produção de PenelaMQ 08 Processo Centro de Produção de Penela PQ-7.5.1.3 Gestão de produção de misturas betuminosasMQ 08 Processo Centro de Produção de Penela PQ-7.5.1.3 Gestão de produção de misturas betuminosas - Central Betuminosa a quente

MQ 08 Processo C Silos de Alimentação a frio de matéria prima / Assegurar a alimentação correcta da central

Respons. Central Betuminosa / Manobrador Visual

Visibilidade para os operadores das Placas identificativas

Placas identificativas A cada alimentação __

MQ 08 P C Verificar a temperatura de armazenamento e o endurecimento do Respons. Central B i / L b ó i

Temperatura do tanque, Penetração ou ponto d l i EN 13108 1 Q d 11/

DC-7.5.1.1 Tabela de b

Controlo visual no painel de comandos d C l/ EN 1427

Em caso dedúvida; Sempreque o período de

IM-7.5.5.3 Armazenamento de

Plano de Monitorização e Medição DC-8.2.3.1 PMM processos do SGQ

Isidoro Correia da Silva, Lda. Data: 22-12-2008

MQ 08 Processo C Verificar a temperatura de armazenamento e o endurecimento do Ligante Betuminosa / Laboratório

Interno ou Externode amolecimento, EN 13108-1 Quadro 11/ Especificação do Betume

temperaturas betumes e misturas betuminosas

da Central/ EN 1427 ou EN 1426 Camião Cisterna

armazenamento, sem novasentregas, sejasuperior a 15 dias

IM 7.5.5.3 Armazenamento de matéria prima, caso se justifique

MQ 08 Processo C Temperatura da Mistura betuminosa á saída da misturadora Respons. Central Betuminosa

Betume 50/70: 140 – 180ºC (*); EN 13108-1 Quadro 11 Um valor não conforme, ajustar a percentagem no queimador; Dois ou mais valores consecutivos não conformes, ajustar a percentagem no queimador e registar

DC-7.5.1.1 Tabela de temperaturas betumes e misturas betuminosas

Termómetro Óptico (Pirómetro) Controlo Visual na Central

Continuamente IM-8.5.0.1 Relatório deocorrência

MQ 08 Processo C Verificação organoléptica da Mistura betuminosa Respons. Central Betuminosa

Aparência normal quanto à granulometria, uniformidade da mistura, revestimento adequado ausência de fumos e cheiro

Verificação visual eolfacto

A cadaamassadura

Emissão da guia de remessacom observações, caso sejustifique

MQ 08 Processo C Manutenção Respons. Central Betuminosa / Manutenção

Inspecção, lubrificação, limpeza, Afinação e inspecções: crivos, mangas, correias transportadoras, Mudança de óleo das caixas redutoras

DC-7.4.3.0 Instrução de verificação das redes de

centrais

Instruções do fabricante IM-7.5.5.5

IM-7.5.5.5 Registo de manutenção infraestruturas CPPIM-8.4.0.2 Controlo infraestruturas CPP

MQ 08 Processo C Controlo do equipamento de precisão Respons CPF IM 7 6 0 1 Folha individual EMM

Calibração interna / externa, IM-7.6.0.1 Folha IM 7 6 0 1 Folha individual EMMMQ 08 Processo C Controlo do equipamento de precisão Respons. CPF IM-7.6.0.1 Folha individual EMM Representante equipamento

individual EMM IM-7.6.0.1 Folha individual EMM

1 de 5 (DOCUMENTO NÃO CONTROLADO APÓS IMPRESSÃO)

Page 129: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Revisão: 04

Código Actividades/Finalidade Responsabilidades Especificações/ Como Critério de aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Plano de Monitorização e Medição DC-8.2.3.1 PMM processos do SGQ

Isidoro Correia da Silva, Lda. Data: 22-12-2008

MQ 08 Processo C Produção Respons. CPF

EN13108-1; EN13108-20; EN13108-21, Caderno de encargos,DC-7.5.5.1 Fórmulas

Central Betuminosa Sempre que se justifique

Registos emitidos pela Central betuminosa, IM-7.5.5.13 Registo Central Misturas Betuminosas

MQ 08 Processo C Carga da mistura betuminosa a quente Respons. Central Betuminosa Ausência de sujidade Visual, Camião

A cada carga, antes do carregamento

IM-7.5.5.4 Controlo produção CPP

MQ 08 Processo C Nível de conformidade do funcionamento (OCL) Col. LaboratórioTolerâncias da produção determinadas e controladas a partir da composição de produção

EN 13108-21 ANEXO A Método do resultado individual

IM-8.2.4.10 -Ensaio de Marshall

OCL C: 1/500ton,OCL

B:1/1000ton, OCL A 1/2000t

IM-8.2.4.10 Ensaio de Marshallp odução d dua OCL A:1/2000ton

MQ 08 Processo Centro de Produção de Penela PQ-7.5.1.3 Gestão de produção de misturas betuminosas -Requisitos mínimos para calibração da centralMQ 08 Processo C EQUIPAMENTO DE PESAGEM

MQ 08 Processo C Inspecção visual conforme indicado nos procedimentos do Equipamento de pesagem Operador da Central Controlo visual no painel de comandos da

Central Parâmetros do SI/ Caderno de Encargos Visual Diariamente __

MQ 08 Processo C Ensaio de controlo da exactidão da pesagem –(recalibração) Responsável CPF Laboratório interno/externoRegisto Individual do EMM / Caderno de Encargos

Comparação pesagens previstas/reais

Anualmente Em caso de dúvida Software central

MQ 08 Processo C METODOLOGIA DE MANUSEAMENTO DE ADITIVOS

MQ 08 Processo C Inspecção organoléptica do recipiente doseador de aditivo Operador da Central Avaliação realizada com os sentidos: a visão, tacto e o olfacto.

Confirmação sensorial favorável. Recipiente doseador

Cada carga com aditivo (tanque 1 e 2)

__

MQ 08 Processo C Comparação entre a quantidade de betume na guia e a quantidade colocada de aditivo Operador da Central Dosagem com o recipiente de 25 l à razão de 2

recipientes por cargaDosagem de 0,20%-0,23% de aditivo

Recipiente de volume controlado / Guia

Cada carga com aditivo (tanque 1 e 2)

IM-7.5.5.03 Armazenamento de matéria prima / Guia

MQ 08 Processo CExactidão da amassadura -Comparação entre a massa real dos constituintes na amassadura e a massa pretendida, utilizando o método previsto

Operador da Central/ Resp CPF

Processo de Transposição documentado PQ-7.5.1.3 Gestão de produção de misturas betuminosas

Validação da Fórmula da Produção Centrifuga Anualmente Em

caso de dúvida IM-8.2.4.13 Centrifuga refluxo

MQ 08 Processo C Observações: MQ 08 Processo CMQ 08 Processo Centro de Produção de Penela - Laboratório

Observações:

2 de 5 (DOCUMENTO NÃO CONTROLADO APÓS IMPRESSÃO)

Page 130: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Revisão: 04

Código Actividades/Finalidade Responsabilidades Especificações/ Como Critério de aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Plano de Monitorização e Medição DC-8.2.3.1 PMM processos do SGQ

Isidoro Correia da Silva, Lda. Data: 22-12-2008

MQ 08 Processo C Monitorização e medição matérias primas Col. Laboratório Caderno de encargos

DC-7.5.3.1 Tabela de conversãoDC-7.5.3.2 Mapa de quantidades de ensaio e amostragem

Equipamento laboratorial

DC-8.2.4.1IM-7.1.0.1

IM-8.2.4.01 Relatório de amostragemIM-7.5.3.2 Identificação de amostra e material

MQ 08 Processo C Monitorização e medição produto final Col. Laboratório

DC-8.2.4.1 PMM de produtosDC-7.1.0.1 Instrução para ensaios ao enrocamento

DC-8.2.4.1 PMM de produtos,IM-8.2.4.07 Declaração de Conformidade e Ficha Técnica

IM-8.2.4.01 - Relatório de amostragem

DC-8.2.4.1IM-7.1.0.1 Plano de inspeção e ensaios

IM-8.2.4.X

DC-8.2.4.1 PMM de produtos DC-8.2.4.1

MQ 08 Processo C Formulação e validação em laboratório da composição da mistura betuminosa Col. Laboratório Resultados de laboratório interno/externo

produtos,IM-8.2.4.07 Declaração de Conformidade e Ficha Técnica

IM-8.2.4.01 Relatório de amostragem

IM-7.1.0.1 Plano de inspeção e ensaios

DC-7.5.5.1 Fórmulas IM-8.2.4.10 Ensaio de Marshall

MQ 08 Processo C Revisão das Fichas Técnicas dos Produtos Col. Laboratório Resultados de laboratório interno/externo Normas aplicáveis Equipamento laboratorial Semestral

IM-8.2.4.07 Declaração de Conformidade e Ficha Técnica, Relatórios externos, IM-8.2.4.x

MQ 08 Processo C Monitorização empreitadas (controlo qualidade produtos) Resp. Laboratório Normas aplicáveisCaderno de encargos, DC-8.2.4.2- PMM das empreitadas

Equipamento de laboratório

Quando requeridas

IM-8.2.4.12, IM-8.2.4.14, IM-8.2.4.19, IM-8.2.4.20, IM-8.2.4.22

MQ 08 Processo CMQ 10 Processo de medição, análise e melhoriaMQ 10 Processo de medição, análise e melhoria

Avaliação da satisfação dos clientes Gestão da qualidade Envio aos clientes cuja facturação foi significativa

DC-5.4.1.2 Objectivos Indicadores e Planeamento Estratégicos

IM-8.2.1.1 Inquérito de satisfação de cliente

Anualmente, quando a recepção dos inquéritos

IM-8.4.0.3 Análise inquéritos de satisfação cliente

MQ 10 Processo de medição, análise e melhoria

Auditorias internas Gestão da qualidade PQ-8.2.2.1 Auditorias Internas IM-8.2.2.1 Plano anual de auditorias

IM-8.2.2.2 Plano da auditoria, Auditores com competência

IM-8.2.2.1 Plano anual de auditorias

Currículo dos auditores, IM-8.2.2.3 Relatório da auditoria, IM-8.5.0.1 Relatório de ocorrência

Observações: IM-8.2.4.x inclui todos os impressos desta familia

MQ 10 Processo de medição, análise e melhoria - Monitorização de processos do SGQ

3 de 5 (DOCUMENTO NÃO CONTROLADO APÓS IMPRESSÃO)

Page 131: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Revisão: 04

Código Actividades/Finalidade Responsabilidades Especificações/ Como Critério de aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Plano de Monitorização e Medição DC-8.2.3.1 PMM processos do SGQ

Isidoro Correia da Silva, Lda. Data: 22-12-2008

MQ 10 Processo de medição, análise e melhoria - Monitorização de processos do SGQ

Compromisso com o SGQ Gestão da qualidade

DC-8.2.3.1 PMM dos processos, DC-5.4.1.2 Objectivos Indicadores e Planeamento Estratégicos; IM-8.1.0.1 Acompanhamento dos objectivos da qualidade

DC-5.4.1.2 Objectivos Indicadores e Planeamento Estratégicos

indicadores MensalmenteIM-8.1.0.1 Acompanhamento dos objectivos qualidade, IM-8.4.0.5 Checklist

MQ 10 Processo de medição, análise e melhoria

Assuntos relacionados com os clientes Gestão da qualidade IM-8.5.0.1 Relatório ocorrência (reclamações) Decisão sobre aceitação papel “ IM-8.5.0.2 Lista de ocorrências

MQ 10 Processo de medição, análise e melhoria - Monitorização de

Gestão de recursos Gestão da qualidadeIM-8.4.0.5 ChecklistCumprimento do processo de gestão de recursos

trimestral entrevistas por amostragem Trimestralmente IM-8.4.0.5 Checklist

MQ 10 Processo de medição, análise e melhoria - Compras e subcontratação Gestão da qualidade IM-8.4.0.1 Análise de desempenho de

fornecedores e subcontratados Avaliação anual > 70%

IM-8.4.0.1 Análise de desempenho de fornecedores e Mensalmente

IM-8.4.0.1 Análise de desempenho de fornecedores e

b t t dMonitorização de processos do SGQ

subcontratados subcontratados

MQ 10 Processo de medição, análise e melhoria - Monitorização do produto / serviçoMQ 10 Processo de medição, análise e melhoria - Monitorização do

Centro de produção de Penela Manutenção, Gestão da qualidade

IM-7.5.5.05 - Registo de manutenção infraestruturas C.P.de Penela NP EN ISO 9001 Inspecção “ IM-8.4.0.2 Controlo

infraestruturas CPP

MQ 10 Processo de medição, análise e melhoria - Monitorização do

Agregados Resp. Laboratório, Gestão da qualidade DC-8.2.4.1 PMM de produtos Normas harmonizadas

aplicáveis

DC-7.5.3.2 Mapa de quantidades de ensaio e amostragem

IM-7.1.0.1 Plano de Inspecção e ensaios

DC-8.2.4.1Resumo da conformidade

MQ 10 Processo de medição, análise e melhoria - Monitorização do

d / i

Misturas betuminosas Resp. Laboratório, Gestão da qualidade DC-8.2.4.1 PMM de produtos Normas harmonizadas

aplicáveis

DC-7.5.3.2 Mapa de quantidades de ensaio e amostragem

IM-7.1.0.1 Plano de Inspecção e ensaios

DC-8.2.4.1Resumo da conformidade

MQ 10 Processo de medição, análise e melhoria - Monitorização do

Betão Resp. Laboratório, Gestão da qualidade DC-8.2.4.1 PMM de produtos Normas aplicáveis

DC-7.5.3.2 Mapa de quantidades de ensaio e amostragem

IM-7.1.0.1 Plano de Inspecção e ensaios

DC-8.2.4.1Controlo da conformidade

MQ 10 Processo de medição, análise e melhoria - M it i ã d

Emulsões betuminosas Resp. Laboratório, Gestão da qualidade DC-8.2.4.1 PMM de produtos Normas harmonizadas

aplicáveis

DC-7.5.3.2 Mapa de quantidades de ensaio e amostragem

IM-7.1.0.1 Plano de Inspecção e ensaios

DC-8.2.4.1Resumo da conformidade

MQ 10 Processo de medição, análise e melhoria - Monitorização do

Empreitadas Resp. Empreitadas, Gestão da qualidade DC-8.2.4.2 PMM das empreitadas

Caderno de encargos, DC-8.2.4.2- PMM das empreitadas

IM-8.4.0.4 Análise monitorização de relação de obras

Mensalmente IM-8.4.0.4 Análise monitorização de relação de obras

MQ 10 Processo de medição análise e

Normas harmonizadas Inspecção visual; Sempre que se IM-8.5.0.1 Relatório de medição, análise e melhoria - Monitorização do

Controlo do produto não conforme Dep. Produção PQ-8.3.0.1 Controlo do produto não conforme aplicáveisNP EN ISO 9001

Reclamações; não conformidades

Sempre que se justifique

IM 8.5.0.1 Relatório de ocorrências

4 de 5 (DOCUMENTO NÃO CONTROLADO APÓS IMPRESSÃO)

Page 132: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Revisão: 04

Código Actividades/Finalidade Responsabilidades Especificações/ Como Critério de aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Plano de Monitorização e Medição DC-8.2.3.1 PMM processos do SGQ

Isidoro Correia da Silva, Lda. Data: 22-12-2008

MQ 10 Processo de medição, análise e melhoria - Monitorização do produto / serviço

Desencadeamento de acções correctivas e preventivas e de melhoria Todos PQ-8.5.0.1 Acções correctivas e preventivas NP EN ISO 9001

Reclamações; não conformidades; oportunidades melhoria

“IM-8.5.0.1 Relatório de ocorrências, IM-8.5.0.2 Lista de ocorrências

MQ 10 Processo de medição análise e

Observações:

5 de 5 (DOCUMENTO NÃO CONTROLADO APÓS IMPRESSÃO)

Page 133: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ANEXO V DC–8.2.4.1 C: PMM DA EMPRESA C

Tânia Sofia Lopes Nunes 117

ANEXO V – DC-8.2.4.1 C: PLANO DE MONITORIZAÇÃO E MEDIÇÃO COM FREQUÊNCIA DE INSPECÇÃO E ENSAIO DA EMPRESA C

Page 134: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Aprovado por: Data:

© Domingues & Contente, S.A., Reprodução Proibida

PLANO DE MONITORIZAÇÃO E MEDIÇÃO

MISTURAS BETUMINOSAS

DC-8.2.4.1 R11/19-10-09

Pág. 1 de 7

Fases Actividades Responsabilidades Especificações Critérios aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Composição das misturas

Caracterização dos agregados e filer

Composição granulométrica dos agregados

Resp. Controlo de qualidade / Laboratório do fornecedor

NP EN 933-1:2000

De acordo com a EN 13108-1:2006 / NP EN 13108-20:2008 / NP EN

13108-21:2008 / Caderno de encargos

Equipamento laboratório

Por cada nova mistura betuminosa / de 5 em 5 anos,

no caso dos constituintes não se alterarem / sempre

que um dos constituintes se

altere

IM-7.3.2.1 - Relatório de ensaio tipo IM-7.5.1.15 – Processo de ensaio misturas betuminosas Relatórios de ensaios iniciais tipo Relatórios de ensaios do fornecedor

Determinação das massas volúmicas e absorção de água dos agregados

NP EN 1097-6:2003

Índice de forma EN 933-4:2008

Índice de achatamento NP EN 933-3:2000

Azul metileno NP EN 933-9:2002

Equivalente de areia NP EN 933-8:2002

Resistência à fragmentação (LA) Laboratório externo acreditado

NP EN 1097-2:2002

Resistência ao desgaste por atrito NP EN 1097-1:2002

Resistência ao polimento acelerado

Laboratório do fornecedor

NP EN 1097-8:2003

Percentagem partículas esmagadas NP EN 933-5:2002

Determinação da massa volúmica do filer NP EN 1097-7:2002

Composição granulometrica do filer NP EN 933-10:2005

Caracterização do ligante Densidade com o picnómetro EN ISO 3838:2004

EN 12591:2009

Caracterização do aditivo

Quantidade de aditivo a adicionar à mistura betuminosa

Quantidade aconselhada pelo fornecedor na ficha técnica

Caracterização da mistura betuminosa

Preparação dos provetes

Resp. Controlo de qualidade

EN 12697-30:2004

Baridade dos provetes EN 12697-6:2003 - Procedimento B

Picnometro de vácuo EN 12697-5:2002 Procedimento A em água

Ensaio Marshall EN 12697-34:2004

Resistência conservada MIL-STD-620A:1995

Porosidade EN 12697-8:2003 Compactador de impacto (2x75 pancadas)

Sensibilidade à água

Laboratório externo acreditado

EN 12697-12:2003 EN 12697-23:2003 Compactador de impacto Ensaio a 15ºC

Resistência à deformação permanente

EN 12697-22:2003 Procedimento B, equipamento pequeno, ao ar, a 60ºC em mm/ 10.000 ciclos de carga

Adesividade agregado-betume Resp. Controlo de qualidade EN 12697-11:2005

Page 135: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Aprovado por: Data:

© Domingues & Contente, S.A., Reprodução Proibida

PLANO DE MONITORIZAÇÃO E MEDIÇÃO

MISTURAS BETUMINOSAS

DC-8.2.4.1 R11/19-10-09

Pág. 2 de 7

Fases Actividades Responsabilidades Especificações Critérios aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Transposição do estudo laboratorial para a central

Transposição

Introdução da fórmula na balança das fracções crivadas e recolha de amostra para ajuste da curva granulométrica

Resp. Controlo de qualidade Composição da mistura a produzir

Curva granulométrica da mistura dentro do fuso tendo em conta as tolerâncias da

central

Ensaios laboratoriais

Para cada nova mistura betuminosa

Valores inseridos no software instalado no PC da central IM-7.5.1.16 – Transposição para central

Controlo dos materiais constituintes

Agregados da Domingues & Contente

Comunicar as necessidades de material ao responsável de pedreira para que este planeie a produção

Operador da Central

Garantir os níveis de produção da central assegurando a conformidade das misturas betuminosas

Granulometria e forma do produto adequada

Camiões de transporte limpos Local de armazenamento separado e identificado

Visual Sempre que seja

necessário fornecer agregados da DC

IM-7.5.1.1 – Controlo diário da central IM-7.2.0.2 – Registo diário encomenda mistura betuminosa

Realização de ensaios aos agregados Resp. Controlo de qualidade

Controlo de qualidade de acordo com o DC-8.2.4.2 – Plano de monitorização e medição de extracção e expedição de agregados

De acordo com a NP EN 13043:2004 / Caderno de

encargos

Laboratório interno e

laboratório externo

acreditado

De acordo com o DC-8.2.4.2 De acordo com o DC-8.2.4.2

Agregados externos à empresa

Encomenda do material

Resp. compras / logística

Características do material pretendido por escrito IM-7.4.3.5 – Lista classificação de fornecedores

Visual

Sempre que seja necessário fornecer

material externo

Faxes de encomenda IM-7.2.0.2 – Registo diário encomenda mistura betuminosa

Recepção de material Fax de encomenda IT-7.4.0.1 – Compras e fornecedores

Material de acordo com a encomenda e com a guia Local de armazenamento separado e identificado

Granulometria e forma do produto adequada

A cada entrega

IM-7.4.3.2 – Ficha de controlo de fornecimento de agregados Guias Ficha técnica dos produtos Certificado CE IM-7.5.1.1 – Controlo diário da central

Pedido de resultados de ensaios ao fornecedor Resp. Controlo de qualidade

Garantir a conformidade dos agregados fornecidos para o fabrico das misturas betuminosas IM-7.3.2.1 – Relatório ensaio tipo IM-7.5.1.15 – Processo ensaio betuminoso

De acordo com a NP EN 13043:2004 / Caderno de

encargos

Laboratório do fornecedor

Sempre que existirem dúvidas

na conformidade do material fornecido;

Na primeira entrega de uma nova origem de

material; Por cada mês de

entrega

Relatórios de ensaios do fornecedor

Filer Comercial

Encomenda do material

Resp. compras / logística

Características do material pretendido por escrito IM-7.4.3.5 – Lista classificação de fornecedores

Visual

Sempre que seja necessário fornecer

filer comercial

Faxes de encomenda IM-7.2.0.2 – Registo diário encomenda mistura betuminosa

Recepção de material Fax de encomenda IT-7.4.0.1 – Compras e fornecedores

Material de acordo com a encomenda e com a guia Local de armazenamento

apropriado e material embalado e identificado

A cada entrega

IM-7.4.3.2 – Ficha de controlo de fornecimento de agregados Guias Ficha técnica dos produtos Certificado CE IM-7.5.1.1 – Controlo diário da central

Page 136: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Aprovado por: Data:

© Domingues & Contente, S.A., Reprodução Proibida

PLANO DE MONITORIZAÇÃO E MEDIÇÃO

MISTURAS BETUMINOSAS

DC-8.2.4.1 R11/19-10-09

Pág. 3 de 7

Fases Actividades Responsabilidades Especificações Critérios aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Filer Comercial Pedido de resultados de ensaios ao fornecedor Resp. Controlo de qualidade

Garantir a conformidade do filer fornecido para o fabrico das misturas betuminosas IM-7.3.2.1 – Relatório ensaio tipo IM-7.5.1.15 – Processo ensaio betuminoso

De acordo com a NP EN 13043:2004 / Caderno de

encargos

Laboratório do fornecedor

Sempre que existirem dúvidas

na conformidade do material fornecido;

Na primeira entrega de uma nova origem de

material; Por cada mês de

entrega

Relatórios de ensaios do fornecedor

Ligante

Encomenda do material

Operador de central / Resp. compras / logística

Características do material pretendido por escrito IM-7.4.3.5 – Lista classificação de fornecedores

De acordo com a EN 13108-1:2006 / NP EN 13108-20:2008 / NP EN

13108-21:2008 / Caderno de encargos

Visual

Sempre que seja necessário fornecer

ligante

Faxes de encomenda IM-7.2.0.2 – Registo diário encomenda mistura betuminosa

Recepção de material e registo do lote e certificado do ligante no impresso de controlo diário da central

Fax de encomenda IT-7.4.0.1 – Compras e fornecedores

Material de acordo com a encomenda e com a guia

Tanque de armazenamento apropriado e identificado

Propriedades perceptíveis do ligante normais

A cada entrega

IM-7.4.3.2 – Ficha de controlo de fornecimento de betume Guias Certificado do ligante IM-7.5.1.1 – Controlo diário da central

Verificação da temperatura

Resp. Controlo de qualidade

Assegurar que a temperatura do ligante se encontra dentro da cisterna entre 150ºC a 180ºC para garantir a conformidade das misturas betuminosas

Não ultrapassar o intervalo de temperatura definido

Manómetro da cisterna A cada entrega IM-7.5.1.1 – Controlo diário da

central

Pedido de resultados de ensaios ao fornecedor

Garantir a conformidade do ligante fornecido para o fabrico das misturas betuminosas IM-7.3.2.1 – Relatório ensaio tipo IM-7.5.1.15 – Processo ensaio betuminoso

De acordo com a EN 13108-1:2006 / NP EN 13108-20:2008 / NP EN

13108-21:2008 / Caderno de encargos

Laboratório do fornecedor

Sempre que existirem dúvidas

na conformidade do material fornecido;

Na primeira entrega de uma nova origem de

material

Relatórios de ensaios do fornecedor

Aditivo

Encomenda do material

Resp. compras / logística

Característica do material pretendido por escrito IM-7.4.3.5 – Lista classificação de fornecedores

Visual

Sempre que seja necessário fornecer

aditivo

Faxes de encomenda IM-7.2.0.2 – Registo diário encomenda mistura betuminosa

Recepção de material Fax de encomenda IT-7.4.0.1 – Compras e fornecedores

Material de acordo com a encomenda e com a guia

Tanque de armazenamento apropriado e identificado

Propriedades perceptíveis do aditivo normais

A cada entrega

IM-7.4.3.2 – Ficha de controlo de fornecimento de aditivos Guias Ficha técnica dos produtos IM-7.5.1.1 – Controlo diário da central

Page 137: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Aprovado por: Data:

© Domingues & Contente, S.A., Reprodução Proibida

PLANO DE MONITORIZAÇÃO E MEDIÇÃO

MISTURAS BETUMINOSAS

DC-8.2.4.1 R11/19-10-09

Pág. 4 de 7

Fases Actividades Responsabilidades Especificações Critérios aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Aditivo Pedido de resultados de ensaios ao fornecedor Resp. Controlo de qualidade

Garantir a conformidade do aditivo fornecido para o fabrico das misturas betuminosas IM-7.3.2.1 – Relatório ensaio tipo IM-7.5.1.15 – Processo ensaio betuminoso

De acordo com a EN 13108-1:2006 / NP EN 13108-20:2008 / NP EN

13108-21:2008 / Caderno de encargos

Laboratório do fornecedor

Sempre que existirem dúvidas

na conformidade do material fornecido;

Na primeira entrega de uma nova origem de

material

Relatórios de ensaios do fornecedor

Controlo do processo

Pilhas de armazenamento

Verificação de contaminações e segregações nos stocks de material

Operador de central / Operador de máquinas

- Tempo de armazenamento de materiais inferior a dois meses; - Pilhas de armazenamento afastadas, separadas e identificadas; - Condições climatéricas que não provoquem segregações e contaminações;

Ausência de contaminações e segregações

Visual Diária

IM-7.5.1.1 – Controlo diário da central

Tremonhas Assegurar a alimentação da central

- Manter a nível constante cada tremonha com o material adequado; - Altura dos materiais nas tremonhas adequada de modo a não existir contaminações; - Tremonhas identificadas com o material adequado;

Ausência de contaminações Presença constante dos

materiais necessários para a produção

Ligante

Verificação da temperatura nos tanques de armazenamento

Operador da central

Intervalo de temperatura dos tanques de armazenamento entre 150ºC a 180ºC

Não ultrapassar o intervalo de temperatura de

armazenamento definido

Sondas da temperatura dos tanques

Diária

Verificação do endurecimento do ligante

Tempo de armazenamento do ligante nos tanques inferior a duas semanas;

Não ultrapassar o tempo de armazenamento do ligante

definido Visual Quinzenal

Mistura betuminosa

Verificação da temperatura dos agregados, do ligante e da mistura durante o processo de fabrico

Garantir que a temperatura média das amassaduras que constituem uma carga se encontra dentro do intervalo de 150ºC a 180ºC

Não ultrapassar o intervalo de temperatura definido

Sonda de temperatura

dos agregados Sonda de

temperatura do ligante Sonda de

temperatura da mistura

Em cada amassadura

Manutenção e calibração da central

Funcionamento da central

Verificação visual dos equipamentos de pesagem Operador da central

Verificar o correcto funcionamento das balanças da central para garantir a pesagem de cada material constituinte

Indicadores a zero antes do arranque da central

Balanças da central Diária IM-7.5.1.1 – Controlo diário da

central

Page 138: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Aprovado por: Data:

© Domingues & Contente, S.A., Reprodução Proibida

PLANO DE MONITORIZAÇÃO E MEDIÇÃO

MISTURAS BETUMINOSAS

DC-8.2.4.1 R11/19-10-09

Pág. 5 de 7

Fases Actividades Responsabilidades Especificações Critérios aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Funcionamento da central

Calibração dos equipamentos de pesagem QUA

Assegurar a exactidão das balanças da central para garantir a pesagem de cada material constituinte

Resultado do ensaio de calibração com

|Erro + Incerteza| ≤ |Tolerância|

Laboratório de calibração acreditado

Anualmente e/ou em caso de dúvida

IM-7.6.0.1 – Ficha individual EMM IM-7.6.0.2 – Mapa de calibração IM-7.6.0.3 – Etiqueta calibração IM-7.6.0.5 – Análise de certificados calibração IM-7.6.0.6 – Listagem EMM Certificados de calibração

Manutenção Electricista IM-6.3.0.15 - Plano de manutenção da central

Bom funcionamento de todas as componentes verificadas

Visual / Ferramentas

De acordo com o plano de

manutenção

IM-6.3.0.16 – Registo de manutenção da central

Verificação visual do distribuidor de aditivo Operador da central

Verificar o bom funcionamento do distribuidor de aditivo para garantir a introdução deste constituinte na mistura

Indicador de funcionamento do distribuidor de aditivo

activo na central

Visual

Sempre que seja produzida mistura

com aditivo

IM-7.5.1.1 – Controlo diário da central

Ensaio de exactidão do distribuidor de aditivo Resp. Controlo de Qualidade

Assegurar a exactidão do distribuidor de aditivo para garantir a dosagem correcta de aditivo na mistura betuminosa

Massa de aditivo bombeada em 5 segundos = à

necessária para produzir 1 tonelada de mistura

Em caso de dúvida

IM-7.6.0.1 – Ficha individual EMM IM-7.6.0.4 – Indicador IM-7.6.0.6 – Listagem EMM IM-7.6.0.7 – Mapa de verificação

Verificação visual das sondas de temperatura da central

Operador da central

Verificar o correcto funcionamento das sondas da central para garantir as temperaturas de cada material constituinte

Indicadores a zero antes do arranque da central

Sondas de temperatura da central

Diária IM-7.5.1.1 – Controlo diário da central

Calibração das sondas de temperatura da central QUA

Assegurar a exactidão das sondas da central para garantir as temperaturas de cada material constituinte

Resultado do ensaio de calibração com

|Erro + Incerteza| ≤ |Tolerância|

Laboratório de calibração acreditado

Anualmente e/ou em caso de dúvida

IM-7.6.0.1 – Ficha individual EMM IM-7.6.0.2 – Mapa de calibração IM-7.6.0.3 – Etiqueta calibração IM-7.6.0.5 – Análise de certificados calibração IM-7.6.0.6 – Listagem EMM Certificados de calibração

Verificação do sistema de dosagem da central Resp. Controlo de Qualidade

Comparação da massa real dos constituintes da amassadura e a massa pretendida

Registo de produção retirado da central com as pesagens

reais dos materiais constituintes face às %

pretendida de cada material constituinte de cada mistura

produzida

Visual Anualmente e/ou em caso de dúvida

Registo da central Relatório de vendas da central (Gexor)

Page 139: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Aprovado por: Data:

© Domingues & Contente, S.A., Reprodução Proibida

PLANO DE MONITORIZAÇÃO E MEDIÇÃO

MISTURAS BETUMINOSAS

DC-8.2.4.1 R11/19-10-09

Pág. 6 de 7

Fases Actividades Responsabilidades Especificações Critérios aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Funcionamento da central

Limpeza crivos da central Operador da Central

Todas as fracções granulométricas retidas nos crivos da central que não entraram no fabrico da mistura betuminosa

Quando o material resultante da limpeza não tem presença

de betume depositá-lo no stock de rejeites de

agregados; Quando o material resultante da limpeza tem presença de betume depositá-lo no stock de rejeites de betuminoso;

Visual

No arranque da central;

Entre amassaduras; Na mudança de

fórmula de produção

IM-8.5.0.1 – Análise de ocorrências

Equipamento / Serviços

Verificação da compra de equipamentos ou de fornecedores de serviços

Resp. compras / logística

I.M.7.4.2.1 - Nota de encomenda / Requisição IM-7.4.3.5 – Lista classificação fornecedores IT-7.4.0.1- Compras e fornecedores

Guias Facturas

Manuais de equipamento Certificados de equipamento

Sempre que recepcionado

IM-7.4.3.2 – Ficha controlo de fornecimentos serviços IM-7.4.3.4 – Ficha controlo de fornecimento de equipamentos

Controlo da mistura betuminosa acabada

Amostragem Recolha de material para ensaio laboratorial

Resp. Controlo da Qualidade

EN 12697-27:2000 EN 12697-28:2000

Amostra representativa para realização do ensaio

Pás manuais / tabuleiros

Sempre que for necessário realizar

1 ensaio

IM-7.5.1.9 – Relatório de amostragem

Ensaios

Percentagem de betume EN 12697-1:2005 Caderno de encargos /

DC-8.2.4.5 – Fichas técnicas do produto /

EN 13108-1:2006 / NP EN 13108-20:2008 / NP EN

13108-21:2008

Equipamento de laboratório

Para OCL C:

1 x 500 toneladas

IM-8.2.3.1 – Percentagem de betume

Granulometria EN 12697-2:2002 NP EN 933-1:2000

IM-8.2.4.1 – Anál. Granul. por peneiração

Temperatura

- Temperatura mais baixa no verão - Temperatura mais alta no inverno - Intervalo de temperatura da mistura betuminosa entre 150ºC a 180ºC

Não ultrapassar o intervalo de temperatura de definido

Termómetro calibrado

Sempre que for recolhida uma amostra para

ensaio

IM-8.2.3.1 – Percentagem de betume IM-7.5.1.1 – Controlo diário da central

Carregamento

Verificação dos veículos de transporte

Operador da central

- Existência de isolamento das caixas dos camiões - Limpeza das caixas dos camiões para evitar contaminações - Colocação da lona por cima das caixas

Isolamento adequado Caixa de camião limpa

Lona colocada para manter a temperatura

Visual

A cada carga antes do carregamento

IM-7.5.1.1 – Controlo diário da central

Verificação do produto acabado

- Verificação de granulometrias - Verificação da uniformidade da mistura - Revestimento adequado

Aparência adequada para o tipo de mistura através da experiência do operador da

central

A cada carga durante o

carregamento

Page 140: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

Aprovado por: Data:

© Domingues & Contente, S.A., Reprodução Proibida

PLANO DE MONITORIZAÇÃO E MEDIÇÃO

MISTURAS BETUMINOSAS

DC-8.2.4.1 R11/19-10-09

Pág. 7 de 7

Fases Actividades Responsabilidades Especificações Critérios aceitação Meios utilizados Frequência Registo

Carregamento Assegurar a capacidade de armazenamento do silo de produto acabado

Operador da central

Verificação da variação de temperatura da mistura à saída do misturador e à saída do silo

Não ultrapassar uma variação de temperatura de 10º C

Sonda de temperatura da mistura

Termómetro calibrado

Sempre que for recolhida uma amostra para

ensaio IM-7.5.1.1 – Controlo diário da central

Tempo de retenção da mistura no silo inferior a 4 horas

Não ultrapassar o intervalo de tempo definido para o

armazenamento Visual Em cada carga

Expedição

Verificação da quantidade expedida

Resp. de expedição

Encomenda verbal / escrita DRM

Peso regulamentado Báscula

Permanente Guias Verificação do produto expedido Designação do produto de acordo

com a aplicação

DC-8.2.4.5 – Fichas técnicas do produto /

EN 13108-1:2006 / NP EN 13108-20:2008 / NP EN

13108-21:2008

Visual

Page 141: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ANEXO VI G.P.B.: FLUXOGRAMA DA PRODUÇÃO DA EMPRESA B

Tânia Sofia Lopes Nunes 125

ANEXO VI – G.P.B: FLUXOGRAMA DA GESTÃO DE PRODUÇÃO EM CENTRAL DA EMPRESA B

Figura VII. 1. Fluxograma da gestão da produção em central da empresa B.

Page 142: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ANEXO VII F.P.C.: FLUXOGRAMA DA PRODUÇÃO DA EMPRESA C

Tânia Sofia Lopes Nunes 127

ANEXO VII – F.P.C: FLUXOGRAMA DA PRODUÇÃO EM CENTRAL DA EMPRESA C

Figura VII. 2. Fluxograma da produção em central da empresa C.

Page 143: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ANEXO VIII F.T.P A: FICHA TÉCNICA DO PRODUTO DA EMPRESA A

Tânia Sofia Lopes Nunes 129

ANEXO VIII – F.T.P A: FICHA TÉCNICA DO PRODUTO – AC14 SURF 35/50 DA EMPRESA A

Page 144: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE
Page 145: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ANEXO IX F.T.P B: FICHA TÉCNICA DO PRODUTO DA EMPRESA B

Tânia Sofia Lopes Nunes 131

ANEXO IX – F.T.P B: FICHA TÉCNICA DO PRODUTO – AC14 SURF 50/70 DA EMPRESA B

Page 146: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

DECLARAÇÃO DE CONFORMIDADE E FICHA TÉCNICA

A ISIDORO CORREIA DA SILVA LDA d l d b i i d

……..…1515

Centro de Produção de Penela Isidoro Correia da Silva, Lda Organismo: EIC

Certificado: 1515-CPD-0199

ned

R04 1

9-03

-09

A ISIDORO CORREIA DA SILVA, LDA. declara que o produto, abaixo mencionado, cumpre os requisitos conforme a respectiva norma europeia harmonizada para o Sistema 2+ de comprovação da conformidade.

Local de Produção Produtor

Vale Longo Taliscas 3230-337 Penela

Ano: 2008

AC 14 surf 50/70 (BB) Betão Betuminoso para estradas e outras áreas de circulaçãoRequisitos gerais + requisitos empíricos Método de ensaio • Valores declarados

General requirements + empirical requirements Test methods • Méthodes d'essai Declared values • Valeurs déclarées

Porosidade* 4,5%Void content* - máxima • maximum [Vmáx5,0]

- mínima • minimum [V í 4 0]ado/N

PD -

Non P

erfor

manc

e Dete

rmin Ano: 2008

Normas de referência: NP EN 13108-1Produto:

EN 12697-8[Vmín4,0]

Valor de vazios preenchidos com betume* 71,4%Voids filled with bitumen* - máxima • maximum [VFB máx74]

- mínima • minimum [VFB mín70]Vazios na mistura de agregados * 15,6%Voids in mineral aggregate* [VMA mín14]Sensibilidade à água * 98Water sensitivity* [ITSR90]a

DND

- Des

empe

nho N

ão D

eterm

ina

EN 12697-8

EN 12697-8

EN 12697-12 (recomendado o índice de resistência conservada em ensaios de Marshall)

Temperatura da fabrico da mistura IntervaloTemperature of the mixture 140ºC a 180ºCGranulometria (passados) Série base + série 2 % passadosGrading (passing) peneiro 20 mm 100

peneiro 16 mm 95peneiro 14 mm 90peneiro 12,5 mm 85peneiro 10 mm 78peneiro 6,3 mm 61peneiro 4 mm 47peneiro 2 mm 34aç

ão de

Con

formi

dade

e Fic

ha T

écnic

a

EN 12697-2

peneiro 2 mm 34peneiro 0,5 mm 15peneiro 0,125 mm 6peneiro 0,063 mm 5

Percentagem de ligante 4,9%Binder content [B mín4,9]Valores de Marshall* - Quociente Marshall • quotient Q mín 4Marshall values - Estabilidade máx. • Max. stability S máx12,5

- Estabilidade mín. • Min. stability S mín10 Deformação • flow F

IM-8

.2.4.0

7 Dec

lara

EN 12697-34

EN 12697-1 ou EN 12697 - 39

- Deformação • flow F 3Resistência à deformação permanente*Resistance to permanent deformation

- Equipamento pequeno: • - Small size device:Taxa de deformação em ensaio de pistaPercentagem de profundidade de rodeira, máxima

* referindo as condições de ensaio selecionadas de acordo com EN 13108-20

Aditivo • Additives Polyram L200 Ligante • Binder content 50/70

EN 12697-22 WTS AIR 1,0

PRD AIR NR

Utilização Betão Betuminoso para estradas, aéroportos Ano/Mês/DIAPrevista e outras áreas de circulação

Planned application • Asphalt concret for use on roads, airfields and other trafficked areas (Responsável do Controlo Produção em fábrica)

Pl’a Gerência

(A Gerência)

Page 147: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ANEXO X F.T.P C: FICHA TÉCNICA DO PRODUTO DA EMPRESA C

Tânia Sofia Lopes Nunes 133

ANEXO X – F.T.P C: FICHA TÉCNICA DO PRODUTO – AC14 SURF 50/70 DA EMPRESA C

Page 148: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE
Page 149: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ANEXO XI R.E.B: RELATÓRIOS DE ENSAIO DA EMPRESA B

Tânia Sofia Lopes Nunes 135

ANEXO XI – R.E.B: RELATÓRIOS DE ENSAIO EFECTUADOS AO AC 14 SURF 50/70 DA EMPRESA B

Page 150: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

1 de 1

CLIENTE:

ITeCons - Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção

Rua Pedro Hispano . Pinhal de Marrocos

Pólo II da Universidade de Coimbra . 3030-289 Coimbra

AMOSTRAGEM:

O ensaio foi realizado sobre provetes fabricados e moldados pelo LPAV.

MISTURA BETUMINOSA:

Os materiais: agregado Gr2, agregado Gr1, agregado Gr0,5, agregado Pó Calcário, betume 50/70 e polyram L200 são da

responsabilidade do Cliente;

19-11-2008Data do Ensaio:

RELATÓRIO DE ENSAIO

associação para o desenvolvimento da engenharia civil

LPAV - Laboratório de Mecânica de Pavimentos

MISTURAS BETUMINOSAS – DETERMINAÇÃO DA BARIDADE DE PROVETES BETUMINOSOS(Segundo a Norma de Ensaio EN 12697-6: 2003+A1)

DATA: 04-12-2008 RELATÓRIO N.º: 02/010/08 PÁGINA

MISTURA BETUMINOSA:

AC14surf50/70 com percentagem de betume indicada na composição fornecida - 0,5%.

Procedimento de ensaio usado na determinação da baridade:

Procedimento A - Baridade - a seco

X Procedimento B - Baridade - provete saturado com superfície seca (SSD)

Procedimento C - Baridade - provete selado

de

-

Provete 2

Material Selante: -

-

10141,6

-

Provete 4 Valor médio

Os resultados apresentados neste relatório referem-se apenas às amostras ensaiadas. Não se assume qualquer responsabilidade relativa à representatibidade da amostragem a menos que seja

Provete 3

-

-

- 2303

Coimbra, de 2008

9996,1

-

2276

Experimentador:

-

Responsável do Laboratório:

4 Dezembro

Provete 1

10287,1

-

2330

Massa do provete seco (g)

Espessura (mm) (se carote)

ρb - Baridade (kg/m3)

LPAV – Laboratório de Mecânica de Pavimentos Rua Luís Reis Santos – 3030-178 Coimbra Telefone 239 797 130 E-mail [email protected]

Os resultados apresentados neste relatório referem-se apenas às amostras ensaiadas. Não se assume qualquer responsabilidade relativa à representatibidade da amostragem a menos que seja

efectuada sob a directa responsabilidade do LPAV. Quando da responsabilidade do LPAV não se encontra incluída no âmbito da acreditação. Este relatório só pode ser reproduzido na íntegra.

Page 151: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

1 de 1

CLIENTE:

ITeCons - Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção

Rua Pedro Hispano . Pinhal de Marrocos

Pólo II da Universidade de Coimbra . 3030-289 Coimbra

AMOSTRAGEM:

O ensaio foi realizado sobre provetes fabricados e moldados pelo LPAV.

MISTURA BETUMINOSA:

Os materiais: agregado Gr2, agregado Gr1, agregado Gr0,5, agregado Pó Calcário, betume 50/70 e polyram L200 são da

responsabilidade do Cliente;

20-11-2008Data do Ensaio:

RELATÓRIO DE ENSAIO

associação para o desenvolvimento da engenharia civil

LPAV - Laboratório de Mecânica de Pavimentos

MISTURAS BETUMINOSAS – DETERMINAÇÃO DA BARIDADE DE PROVETES BETUMINOSOS(Segundo a Norma de Ensaio EN 12697-6: 2003+A1)

DATA: 04-12-2008 RELATÓRIO N.º: 02/011/08 PÁGINA

MISTURA BETUMINOSA:

AC14surf50/70 com percentagem de betume indicada na composição fornecida.

Procedimento de ensaio usado na determinação da baridade:

Procedimento A - Baridade - a seco

X Procedimento B - Baridade - provete saturado com superfície seca (SSD)

Procedimento C - Baridade - provete selado

de

-

Provete 2

Material Selante: -

-

10178,9

-

Provete 4 Valor médio

Os resultados apresentados neste relatório referem-se apenas às amostras ensaiadas. Não se assume qualquer responsabilidade relativa à representatibidade da amostragem a menos que seja

Provete 3

-

-

- 2307

Coimbra, de 2008

10255,0

-

2331

Experimentador:

-

Responsável do Laboratório:

4 Dezembro

Provete 1

10102,8

-

2282

Massa do provete seco (g)

Espessura (mm) (se carote)

ρb - Baridade (kg/m3)

LPAV – Laboratório de Mecânica de Pavimentos Rua Luís Reis Santos – 3030-178 Coimbra Telefone 239 797 130 E-mail [email protected]

Os resultados apresentados neste relatório referem-se apenas às amostras ensaiadas. Não se assume qualquer responsabilidade relativa à representatibidade da amostragem a menos que seja

efectuada sob a directa responsabilidade do LPAV. Quando da responsabilidade do LPAV não se encontra incluída no âmbito da acreditação. Este relatório só pode ser reproduzido na íntegra.

Page 152: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

1 de 1

CLIENTE:

ITeCons - Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção

Rua Pedro Hispano . Pinhal de Marrocos

Pólo II da Universidade de Coimbra . 3030-289 Coimbra

AMOSTRAGEM:

O ensaio foi realizado sobre provetes fabricados e moldados pelo LPAV.

MISTURA BETUMINOSA:

Os materiais: agregado Gr2, agregado Gr1, agregado Gr0,5, agregado Pó Calcário, betume 50/70 e polyram L200 são da

responsabilidade do Cliente;

21-11-2008Data do Ensaio:

RELATÓRIO DE ENSAIO

associação para o desenvolvimento da engenharia civil

LPAV - Laboratório de Mecânica de Pavimentos

MISTURAS BETUMINOSAS – DETERMINAÇÃO DA BARIDADE DE PROVETES BETUMINOSOS(Segundo a Norma de Ensaio EN 12697-6: 2003+A1)

DATA: 04-12-2008 RELATÓRIO N.º: 02/012/08 PÁGINA

MISTURA BETUMINOSA:

AC14surf50/70 com percentagem de betume indicada na composição fornecida + 0,5%.

Procedimento de ensaio usado na determinação da baridade:

Procedimento A - Baridade - a seco

X Procedimento B - Baridade - provete saturado com superfície seca (SSD)

Procedimento C - Baridade - provete selado

de

-

Provete 2

Material Selante: -

-

10536,3

-

Provete 4 Valor médio

Os resultados apresentados neste relatório referem-se apenas às amostras ensaiadas. Não se assume qualquer responsabilidade relativa à representatibidade da amostragem a menos que seja

Provete 3

-

-

- 2403

Coimbra, de 2008

10444,4

-

2380

Experimentador:

-

Responsável do Laboratório:

4 Dezembro

Provete 1

10628,1

-

2425

Massa do provete seco (g)

Espessura (mm) (se carote)

ρb - Baridade (kg/m3)

LPAV – Laboratório de Mecânica de Pavimentos Rua Luís Reis Santos – 3030-178 Coimbra Telefone 239 797 130 E-mail [email protected]

Os resultados apresentados neste relatório referem-se apenas às amostras ensaiadas. Não se assume qualquer responsabilidade relativa à representatibidade da amostragem a menos que seja

efectuada sob a directa responsabilidade do LPAV. Quando da responsabilidade do LPAV não se encontra incluída no âmbito da acreditação. Este relatório só pode ser reproduzido na íntegra.

Page 153: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

1 de 1

CLIENTE:

ITeCons - Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção

Rua Pedro Hispano . Pinhal de Marrocos

Pólo II da Universidade de Coimbra . 3030-289 Coimbra

AMOSTRAGEM:

O ensaio foi realizado sobre provetes fabricados e moldados pelo LPAV.

MISTURA BETUMINOSA:

AC14surf50/70 com percentagem de betume indicada na composição fornecida.

PÁGINA DATA: 04-12-2008 RELATÓRIO N.º: 06/002/08

Os materiais: agregado Gr2, agregado Gr1, agregado Gr0,5, agregado Pó Calcário, betume 50/70 e polyram L200 são da

responsabilidade do Cliente;

15-10-2008Data do Ensaio:

MISTURAS BETUMINOSAS – ENSAIO MARSHALL

(Segundo a Norma de Ensaio EN 12697-34: 2004+A1)

RELATÓRIO DE ENSAIO

associação para o desenvolvimento da engenharia civil

LPAV - Laboratório de Mecânica de Pavimentos

AC14surf50/70 com percentagem de betume indicada na composição fornecida.

de

Estabilidade (kN)

Deformação (mm)

- 11,1

Provete 4 Valor médioProvete 2Provete 1

11,3

2,7

Provete 3

11,8

Responsável do Laboratório:

4 Dezembro

Experimentador:

2,5 - 2,4

Coimbra, de 2008

10,1

2,1

LPAV – Laboratório de Mecânica de Pavimentos Rua Luís Reis Santos – 3030-178 Coimbra Telefone 239 797 130 E-mail [email protected]

Os resultados apresentados neste relatório referem-se apenas às amostras ensaiadas. Não se assume qualquer responsabilidade relativa à representatibidade da amostragem a menos que seja

efectuada sob a directa responsabilidade do LPAV. Quando da responsabilidade do LPAV não se encontra incluída no âmbito da acreditação. Este relatório só pode ser reproduzido na íntegra.

Page 154: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

1 de 1

CLIENTE:

ITeCons - Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção

Rua Pedro Hispano . Pinhal de Marrocos

Pólo II da Universidade de Coimbra . 3030-289 Coimbra

AMOSTRAGEM:

O ensaio foi realizado sobre provetes fabricados e moldados pelo LPAV.

MISTURA BETUMINOSA:

AC14surf50/70 com percentagem de betume indicada na composição fornecida - 0,5%.

de

21-11-2008

Determinação da Resistência à Deformação Permanente em Ensaio de Pista ("Wheel-Tracking")

(equipamento pequeno, procedimento B ao ar)

(Norma de Ensaio EN 12697-22: 2003+A1:2007)

08/004/08

Os materiais: agregado Gr2, agregado Gr1, agregado Gr0,5, agregado Pó Calcário, betume 50/70 e polyram L200 são da

responsabilidade do Cliente;

Espessura nominal:

DATA: 04-12-2008 RELATÓRIO N.º:

50 mm

PÁGINA

Data do Ensaio:

LPAV – Laboratório de Mecânica de Pavimentos Rua Luís Reis Santos – 3030-178 Coimbra Telefone 239 797 130 E-mail [email protected]

Os resultados apresentados neste relatório referem-se apenas às amostras ensaiadas. Não se assume qualquer responsabilidade relativa à representatibidade da amostragem a menos que

seja efectuada sob a directa responsabilidade do LPAV. Quando da responsabilidade do LPAV não se encontra incluída no âmbito da acreditação. Este relatório só pode ser reproduzido na

íntegra.

Responsável do Laboratório:

4 de 2008Dezembro

RELATÓRIO DE ENSAIO

associação para o desenvolvimento da engenharia civil

LPAV - Laboratório de Mecânica de Pavimentos

51,9 52,2

2330

Espessura (mm)

Baridade (kg/m3),

Provete 2Provete 1

Temperatura de ensaio: 60ºC

WRSAIR - Taxa de deformação em ensaio de pista

PDRAIR - Percentagem de profundidade de rodeira a 10000 ciclos

1,3

23,1%

2276

Experimentador:

Coimbra,

1,0

13,9%

7,2 12,1

1,2

18,5%

9,6

Nota: A baridade foi determinada segundo o Procedimento B, Baridade - provete saturado com a superfície seca (SSD), da

EN 12697-6

WRSAIR - Taxa de deformação em ensaio de pista média

PDRAIR - Percentagem de profundidade de rodeira média a 10000 ciclos

RPAIR - Profundidade de rodeira média a 10000 ciclos

RPAIR - Profundidade de rodeira a 10000 ciclos

Page 155: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

1 de 1

CLIENTE:

ITeCons - Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção

Rua Pedro Hispano . Pinhal de Marrocos

Pólo II da Universidade de Coimbra . 3030-289 Coimbra

AMOSTRAGEM:

O ensaio foi realizado sobre provetes fabricados e moldados pelo LPAV.

MISTURA BETUMINOSA:

AC14surf50/70 com percentagem de betume indicada na composição fornecida.

de

8,9 5,6

0,9

13,8%

7,2

Nota: A baridade foi determinada segundo o Procedimento B, Baridade - provete saturado com a superfície seca (SSD), da

EN 12697-6

WRSAIR - Taxa de deformação em ensaio de pista média

PDRAIR - Percentagem de profundidade de rodeira média a 10000 ciclos

RPAIR - Profundidade de rodeira média a 10000 ciclos

RPAIR - Profundidade de rodeira a 10000 ciclos

WRSAIR - Taxa de deformação em ensaio de pista

PDRAIR - Percentagem de profundidade de rodeira a 10000 ciclos

0,7

10,6%

2331

Experimentador:

Coimbra,

1,0

16,9%

52,4 52,3

2282

Espessura (mm)

Baridade (kg/m3),

Provete 2Provete 1

Temperatura de ensaio: 60ºC

RELATÓRIO DE ENSAIO

associação para o desenvolvimento da engenharia civil

LPAV - Laboratório de Mecânica de Pavimentos

LPAV – Laboratório de Mecânica de Pavimentos Rua Luís Reis Santos – 3030-178 Coimbra Telefone 239 797 130 E-mail [email protected]

Os resultados apresentados neste relatório referem-se apenas às amostras ensaiadas. Não se assume qualquer responsabilidade relativa à representatibidade da amostragem a menos que

seja efectuada sob a directa responsabilidade do LPAV. Quando da responsabilidade do LPAV não se encontra incluída no âmbito da acreditação. Este relatório só pode ser reproduzido na

íntegra.

Responsável do Laboratório:

4 de 2008Dezembro

Espessura nominal:

DATA: 04-12-2008 RELATÓRIO N.º:

50 mm

PÁGINA

Data do Ensaio: 25-11-2008

Determinação da Resistência à Deformação Permanente em Ensaio de Pista ("Wheel-Tracking")

(equipamento pequeno, procedimento B ao ar)

(Norma de Ensaio EN 12697-22: 2003+A1:2007)

08/005/08

Os materiais: agregado Gr2, agregado Gr1, agregado Gr0,5, agregado Pó Calcário, betume 50/70 e polyram L200 são da

responsabilidade do Cliente;

Page 156: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

1 de 1

CLIENTE:

ITeCons - Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção

Rua Pedro Hispano . Pinhal de Marrocos

Pólo II da Universidade de Coimbra . 3030-289 Coimbra

AMOSTRAGEM:

O ensaio foi realizado sobre provetes fabricados e moldados pelo LPAV.

MISTURA BETUMINOSA:

AC14surf50/70 com percentagem de betume indicada na composição fornecida + 0,5%.

de

27-11-2008

Determinação da Resistência à Deformação Permanente em Ensaio de Pista ("Wheel-Tracking")

(equipamento pequeno, procedimento B ao ar)

(Norma de Ensaio EN 12697-22: 2003+A1:2007)

08/006/08

Os materiais: agregado Gr2, agregado Gr1, agregado Gr0,5, agregado Pó Calcário, betume 50/70 e polyram L200 são da

responsabilidade do Cliente;

Espessura nominal:

DATA: 04-12-2008 RELATÓRIO N.º:

50 mm

PÁGINA

Data do Ensaio:

LPAV – Laboratório de Mecânica de Pavimentos Rua Luís Reis Santos – 3030-178 Coimbra Telefone 239 797 130 E-mail [email protected]

Os resultados apresentados neste relatório referem-se apenas às amostras ensaiadas. Não se assume qualquer responsabilidade relativa à representatibidade da amostragem a menos que

seja efectuada sob a directa responsabilidade do LPAV. Quando da responsabilidade do LPAV não se encontra incluída no âmbito da acreditação. Este relatório só pode ser reproduzido na

íntegra.

Responsável do Laboratório:

4 de 2008Dezembro

RELATÓRIO DE ENSAIO

associação para o desenvolvimento da engenharia civil

LPAV - Laboratório de Mecânica de Pavimentos

52,3 52,3

2425

Espessura (mm)

Baridade (kg/m3),

Provete 2Provete 1

Temperatura de ensaio: 60ºC

WRSAIR - Taxa de deformação em ensaio de pista

PDRAIR - Percentagem de profundidade de rodeira a 10000 ciclos

-

-

2380

Experimentador:

Coimbra,

-

-

- -

-

-

-

Nota: A baridade foi determinada segundo o Procedimento B, Baridade - provete saturado com a superfície seca (SSD), da

EN 12697-6

WRSAIR - Taxa de deformação em ensaio de pista média

PDRAIR - Percentagem de profundidade de rodeira média a 10000 ciclos

RPAIR - Profundidade de rodeira média a 10000 ciclos

RPAIR - Profundidade de rodeira a 10000 ciclos

Page 157: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

1 de 1

CLIENTE:

ITeCons - Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção

Rua Pedro Hispano . Pinhal de Marrocos

Pólo II da Universidade de Coimbra . 3030-289 Coimbra

AMOSTRAGEM:

O ensaio foi realizado sobre provetes fabricados e moldados pelo LPAV.

MISTURA BETUMINOSA:

AC14surf50/70 com percentagem de betume indicada na composição fornecida - 0,5%.

MISTURAS BETUMINOSAS – DETERMINAÇÃO DA SENSIBILIDADE À ÁGUA(Recomendado o Índice de Resistência Conservada em ensaios Marshall)

RELATÓRIO DE ENSAIO

associação para o desenvolvimento da engenharia civil

LPAV - Laboratório de Mecânica de Pavimentos

Data do Ensaio:

PÁGINA DATA: 04-12-2008 RELATÓRIO N.º: 09/004/08

Os materiais: agregado Gr2, agregado Gr1, agregado Gr0,5, agregado Pó Calcário, betume 50/70 e polyram L200 são da responsabilidade do Cliente;

04-12-2008

AC14surf50/70 com percentagem de betume indicada na composição fornecida - 0,5%.

de de 2008

Os resultados apresentados neste relatório referem-se apenas às amostras ensaiadas. Não se assume qualquer responsabilidade relativa à representatibidade da amostragem a menos que seja

Responsável do Laboratório:

4 Dezembro

Experimentador:

Coimbra,

(*) O IRC apresenta valores superiores a 100% porque o conjunto de provetes sujeitos a 24 horas de embebição apresentaram maior baridade

106 (*)IRC - Índice de Resistência Conservada (%)

LPAV – Laboratório de Mecânica de Pavimentos Rua Luís Reis Santos – 3030-178 Coimbra Telefone 239 797 130 E-mail [email protected]

Os resultados apresentados neste relatório referem-se apenas às amostras ensaiadas. Não se assume qualquer responsabilidade relativa à representatibidade da amostragem a menos que sejaefectuada sob a directa responsabilidade do LPAV. Quando da responsabilidade do LPAV não se encontra incluída no âmbito da acreditação. Este relatório só pode ser reproduzido na íntegra.

Page 158: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

1 de 1

CLIENTE:

ITeCons - Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção

Rua Pedro Hispano . Pinhal de Marrocos

Pólo II da Universidade de Coimbra . 3030-289 Coimbra

AMOSTRAGEM:

O ensaio foi realizado sobre provetes fabricados e moldados pelo LPAV.

MISTURA BETUMINOSA:

AC14surf50/70 com percentagem de betume indicada na composição fornecida.

PÁGINA DATA: 04-12-2008 RELATÓRIO N.º: 09/005/08

Os materiais: agregado Gr2, agregado Gr1, agregado Gr0,5, agregado Pó Calcário, betume 50/70 e polyram L200 são da responsabilidade do Cliente;

04-12-2008Data do Ensaio:

MISTURAS BETUMINOSAS – DETERMINAÇÃO DA SENSIBILIDADE À ÁGUA(Recomendado o Índice de Resistência Conservada em ensaios Marshall)

RELATÓRIO DE ENSAIO

associação para o desenvolvimento da engenharia civil

LPAV - Laboratório de Mecânica de Pavimentos

AC14surf50/70 com percentagem de betume indicada na composição fornecida.

de

98IRC - Índice de Resistência Conservada (%)

Os resultados apresentados neste relatório referem-se apenas às amostras ensaiadas. Não se assume qualquer responsabilidade relativa à representatibidade da amostragem a menos que seja

Responsável do Laboratório:

4 Dezembro

Experimentador:

Coimbra, de 2008

LPAV – Laboratório de Mecânica de Pavimentos Rua Luís Reis Santos – 3030-178 Coimbra Telefone 239 797 130 E-mail [email protected]

Os resultados apresentados neste relatório referem-se apenas às amostras ensaiadas. Não se assume qualquer responsabilidade relativa à representatibidade da amostragem a menos que sejaefectuada sob a directa responsabilidade do LPAV. Quando da responsabilidade do LPAV não se encontra incluída no âmbito da acreditação. Este relatório só pode ser reproduzido na íntegra.

Page 159: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

1 de 1

CLIENTE:

ITeCons - Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção

Rua Pedro Hispano . Pinhal de Marrocos

Pólo II da Universidade de Coimbra . 3030-289 Coimbra

AMOSTRAGEM:

O ensaio foi realizado sobre provetes fabricados e moldados pelo LPAV.

MISTURA BETUMINOSA:

AC14surf50/70 com percentagem de betume indicada na composição fornecida + 0,5%.

PÁGINA DATA: 04-12-2008 RELATÓRIO N.º: 09/006/08

Os materiais: agregado Gr2, agregado Gr1, agregado Gr0,5, agregado Pó Calcário, betume 50/70 e polyram L200 são da responsabilidade do Cliente;

04-12-2008Data do Ensaio:

MISTURAS BETUMINOSAS – DETERMINAÇÃO DA SENSIBILIDADE À ÁGUA(Recomendado o Índice de Resistência Conservada em ensaios Marshall)

RELATÓRIO DE ENSAIO

associação para o desenvolvimento da engenharia civil

LPAV - Laboratório de Mecânica de Pavimentos

AC14surf50/70 com percentagem de betume indicada na composição fornecida + 0,5%.

de

(*) O IRC apresenta valores superiores a 100% porque o conjunto de provetes sujeitos a 24 horas de embebição apresentaram maior baridade

101 (*)IRC - Índice de Resistência Conservada (%)

Os resultados apresentados neste relatório referem-se apenas às amostras ensaiadas. Não se assume qualquer responsabilidade relativa à representatibidade da amostragem a menos que seja

Responsável do Laboratório:

4 Dezembro

Experimentador:

Coimbra, de 2008

LPAV – Laboratório de Mecânica de Pavimentos Rua Luís Reis Santos – 3030-178 Coimbra Telefone 239 797 130 E-mail [email protected]

Os resultados apresentados neste relatório referem-se apenas às amostras ensaiadas. Não se assume qualquer responsabilidade relativa à representatibidade da amostragem a menos que sejaefectuada sob a directa responsabilidade do LPAV. Quando da responsabilidade do LPAV não se encontra incluída no âmbito da acreditação. Este relatório só pode ser reproduzido na íntegra.

Page 160: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ANEXO XII R.E.C: RELATÓRIOS DE ENSAIO DA EMPRESA C

Tânia Sofia Lopes Nunes 147

ANEXO XII – R.E.C: RELATÓRIOS DE ENSAIO EFECTUADOS AO AC 14 SURF 50/70 DA EMPRESA C

Page 161: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE
Page 162: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE
Page 163: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE
Page 164: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE
Page 165: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE
Page 166: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE
Page 167: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE
Page 168: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

ANEXO XIII

Tânia Sofia Lopes Nunes 155

ANEXO XIII – FICHA DETALHADA DO ENSAIO LABORATORIAL : AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE À ÁGUA DA MISTURA BETUMINOSA, AC 14 SURF 50/70 PELA EN 12697-12

Quadro XIII.1.Determinação da sensibilidade à água de provetes betuminosos com 4,8% de betume (EN 12697-12)

EN 12697-12 - Determinação da sensibilidade à água de provetes betuminosos

Resistência à tracção indirecta Laboratório do Ensaio: Interno Identificação da Mistura Betuminosa: AC 14 surf 50/70

Data do Ensaio: 19-10-2010

Identificação dos provetes: 1 A, 6A, 7A, 4B, 10B, 14B

Determinação da sensibilidade à água de provetes betuminosos Grupos Provetes " a seco" Provetes "imersos" Características dos provetes 4B 10B 14B 1A 6A 7A Massa do provete seco (arredondado a 0,1g) (g) 1176,8 1172,3 1178,7 1157,5 1151,8 1159,4

Diâmetro do provete (arredondado a 0,1mm) (mm) 117,0 117,0 117,0 118,0 116,0 116,0

Diâmetro médio (mm) 117,0 116,7

Altura do provete (arredondado a 0,1 mm) (mm) 62,3 62,2 62,6 61,3 61,6 61,9

Altura média (mm) 62,4 61,6

Diferença entre a altura média dos dois grupos de provetes (arredondada a 0,1 mm)

(mm) 0,8

∆H≤ 5mm

Volume do provete (cm3) 669,8 668,7 673,0 670,3 651,0 654,2

Baridade geométrica do provete EN 12697-6 (arredondado a 1kg/m3)

(kg/m3) 2321 2328 2331 2376 2300 2295

Baridade geométrica média (kg/m3) 2327 2324

Diferença da baridade geométrica média dos dois grupos de provetes

(kg/m3) 3

∆ρbdim ≤15kg/m3

Volume do provete imerso em água (arredondado a 0,1g) - Procedimento A da EN 12697-12

(cm3) 682 679,1 684,1 670,8 668,1 672,4

Baridade saturada sem o valor de factor de correcção K (kg/m3)

2378 2377 2383 2378 2381 2381

Baridade saturada média 2379 2380

Diferença da Baridade saturada média dos dois grupos de provetes

(kg/m3) 0,6

∆ρbdry ≤15kg/m3

Características dos provetes depois do vácuo

Diâmetro do provete (arredondado a 0,1mm) (mm) - - - 118,0 116,0 116,0

Altura do provete (arredondado a 0,1 mm) (mm) - - - 61,2 61,6 61,8

Volume do provete (cm3) - - - 669,3 651,0 653,1

Aumento do volume após o vácuo (%) - - - 1,1 0,0 1,1

- ∆V≤ 2%

Page 169: Marcação CE de Misturas Betuminosas: A Experiência Portuguesafiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/teses/Tese_Mest_Tania... · Departamento de Engenharia Civil Marcação CE

FICHA DE ENSAIO DA AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE Á ÁGUA DO AC14 SURF 50/70

Tânia Sofia Lopes Nunes 156

Quadro XIII.1.Determinação da sensibilidade à água de provetes betuminosos com 4,8% de betume (EN 12697-12)

EN 12697-12 - Determinação da sensibilidade à água de provetes betuminosos

Resistência à tracção indirecta

Laboratório do Ensaio: Interno

Identificação da Mistura Betuminosa: AC 14 surf 50/70

Data do Ensaio: 19-10-2010

Identificação dos provetes: 1 A, 6A, 7A, 4B, 10B, 14B

Determinação da sensibilidade à água de provetes betuminosos

Grupos Provetes " a seco" Provetes "imersos" Ensaio de tracção indirecta EN 12697-23

Tempo de condicionamento (h) - 72 horas

Temperatura de ensaio (ºC) 25ºC

Carga de rotura máxima (kN) 17,094 18,259 18,533 6,36 5,04 4,41

Carga de rotura média (kN) 17,962 5,274

ITS - Tracção indirecta (GPa) 0,00149 0,00160 0,00161 0,00056 0,00045 0,00039

ISTw e ITSd - Tracção indirecta média (arredondada até 3 algarismos significativos)

(GPa) 0,00157 0,00047

(kPa) 1567 467

ITSR- Resistência conservada em tracção indirecta

% 30

Observação dos provetes após rotura à tracção indirecta

Tipos de rotura (rotura clara (A), por deformação (B), combinada (C))

(A) (A) (A) (A) (A) ( C)

Revestimento de ligante na superfície do agregado exposto Não se verificou a presença de agregado facturado e o agregado que

se desagregou, estava revestido com betume. Presença de agregado fracturado ou esmagado