maravilhas da ciencia

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MARAVILHAS DA CIÊNCIA i

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MARAVILHAS DA CINCIAi

NDICEA pequena esfera de ao de uma esferogrfica, a descolagem de um Jumbo, a identificao das impresses digitais de um criminoso, a construo de uma torre com mais de 500 m de altura, a habilidade de tirar um coelho do chapu. Estas so algumas das maravilhas e curiosidades que esta obra lhe revela. Esperamos, porm, que ao folhear este livro encontre muitos outros assuntos que lhe despertem o seu interesse e a sua admirao.

Fecho de correr

2020 21 21 22 23 23 24 25 26 26 27 28 29 30

Um servio mundial de mensageiros

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MILAGRES DO DIA-A-DIAPp. 9-30Desenhos em non Iluminao controlada pelo Sol A resistncia das lmpadas As pilhas Como se "mete" o bico num lpis Esferogrfica Supercolas Os post-it Pondo perfume num papel Fotografias em pontinhos As mquinas de moedas Vclcro 10 11

11 12 1314

15 16 Itj 17 18 19

Parar um elevador em queda Testes de cheiro no gs natural As fibras dos saquinhos de ch Fsforos aos milhes C o m o adere a pelcula aderente? Panelas antieslurro C o m o cozinham as microondas C o m o os frigorficos "fazem frio" Panelas de presso Eliminando o calcrio das panelas "Girinos" na mquina de lavar Pasta de dentes - de giz e algas 0 fio das lminas de barbear Ao inoxidvel

O controle do trfego citadino

GRANDES PROEZAS DE ORGANIZAOPp. 31-72Multides nos aeroportosEvitando colises areas A seleco d o s controladores areos A caa aos terroristas Refeies a bordo de um Jumbo 0 m u n d o da Bolsa Dinheiro para queimar C o m o se constri um automvel A previso meteorolgica Abastecimento de gua a uma cidade Tratamento de lixos Combate a incndios na floresta O problema do trnsito Um dia nos cuidados intensivos Fotografias areas para mapas Uma carta atravessa o Mundo

Notcias de todo o Mundo Elaborao de um dicionrio Abastecimento de um exrcito em guerra l ni dia n u m hotel de luxo Um dia n u m transatlntico Como se organizam as Olimpadas Como se faz um filme Pr em cena u m a comdia musical Equipas de socorro de montanha

57 58 513 61 62 64 66 68 71

3233 34 35 37 38 41 11 44 46 47 40 50 52 54 5(5

TCNICAS DE LOGRO E DETECOPp. 73-1000 avio "invisvel" Camuflagem Scramblers Cdigos e cifras () m u n d o das "toupeiras" Dispositivos de escuta Tintas invisveis 74 76 77 78 79 80 81

Pormenor do vekro1

As drogas da verdade Fotografias que mentem Detectores de mentiras A busca das causas de um incndio Descobrindo pinturas ocultas

81 82 87 89 90

Seda: fabricada por borboletas Vesturio de fibras sintticas Tecidos com padres Produo de vesturio cm massa

Defesa contra torpedos e msseis Como guiar msseis at ao alvo Como um soldado v na escurido Porque vai uma bala a direito Construindo armas nucleares Raios de laser no espao Extinguir um incndio nuclear Velejar contra o vento O restauro de uma obra de arte A pintura da Capela Sistina

154 156 157 157 158 159 160 161 161 162

A EXPLORAO DO UNIVERSOPp. 165-186A fora que impele o foguete Dos fios de algodo ao tecido Como se obtm gua doce do mar Transformar lixo em energia A reciclagem do lixo Electricidade a partir do urnio Armazenagem de resduos nucleares Electricidade a partir das mars Electricidade a partir do vento Rochas quentes: fonte de energia A origem das chuvas cidas Captando a luz do Sol Fotografias de alta velocidade Captar em filme a Natureza Plstico que se autodestri A "revoluo do plstico" Como se extrai petrleo Prospeco de petrleo Limpar derrames de petrleo Fogo num poo de petrleo Como se mede uma montanha Tesouros no fundo do mar O escafandro autnomo Reparao dos cabos submarinos Diamantes sintticos Como se cortam diamantes O corte do diamante Cullinan A tcnica dos vedores Como se faz chover Construindo os avies do futuro Aeroplanos accionados pelo homem Aterragem em porta avies lanamento de avies de um navio Tcticas dos pilotos de caa "Ver" com o radar 167

1 j117 118 119 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 138 138 140 141 142 143 144 146 146 146 149 150 151 151 154 W"'V' M

E. ^ Bh

' '1 %^P-^ '^^^^^^^^E W^H^^y ^ vt *"*'^\ ^Si

Fotografias ' men t irosas' Impresses digitais A "dacliloscopia" gentica Como se produz um retrato-rob Anlise ria caligrafia Deteco de droga Desmascarando traficantes A investigao de desastres areos 92 94 95 95 97 98 99

Deslocao no espao Navegao no espao Refeies numa nave espacial ("orno os satlites giram em rbita O controle das sondas espaciais Fotografias por satlite Receber fotografias de satlites Einstein e a relatividade Medindo o Universo Os espelhos dos telescpios Como se contam as estrelas? Como acabar o Universo? Em busca dos limites do Universo "Vendo" o invisvel buraco negro A serpente que voltou do espao Descobrindo planetas Em busca de vida no espao 168 169 170 172 174 175 176 178 180 182 183 183 183 184 185 186

IDEIAS PRATICAS E SOLUES ENGENHOSASPp. 101-164Como se obtm os melais puros Como se transforma areia em vidro Das rvores ao papel Converter plantas em gasolina Converso de carvo em petrleo Captando a fragrncia das flores Tecido feito de fibras naturais 102 104 106 108 108 108 110

NDICEMARAVILHAS DA CINCIAPp. 187-210Clones de plantas e animais Os segredos das clulas Criao de novas espcies Como se iriam novos medicamentos Comunicar c o m .munais Os mamutes voltaro a existir' Reconstituir seres pre-historieos Km In isca da mquina pensadora Como que um computador traduz? Computadores que falam Como se cindem os tomos? Explorando o interior do tomo Ver os tomos Medindo a velocidade da luz Medindo a velocidade do som Chuck Yeager e a barreira do som A previso de sismos Perfurando a crusta terrestre A deriva dos continentes 188 189 190 191 192 193 194 196 196 197 198 199 200 201 201 202 201 206 207 O vdeo Gravao em fila O gira discos .Sons de duas direces Edison e a lu/ elctrica CDs: msica com um raio de laser Os sintetizadores Fibras pticas Hologramas Fax fotocpias pelo telefone O "bip" que nos chama Fotocopiadoras A cmara fotogrfica ''miaras de focagem automtica 0 cristal de silcio 220 221 222 223 224 226 227 228 229 230 231 231 232 237 238

MARAVILHAS DA MEDICINAPp. 275-298A criao de um beb-proveta O exame oftalmolgico 276 277

Quando a cida auneu numa panela Como os culos aguam a vista Como se fazem lentes de contacto Corno lem os cegos Como se mede a inteligncia o que e ,i memria? O que e a hipnose? Como se treinam os atletas "Vendo"' o interior do corpo Antibiticos A microcirurgia Marie Curie e o rdio Operar com um feixe de luz Como a anestesia elimina a dor Para que ser\e o pacemaker A cirurgia de transplante Eliminar as rugas da face O primeiro transplante cardaco Como trabalha um rim artificial? Como se reduz, a calvcie Sobreviver a um raio 27,s 278 280 281 282 2.82 283 287 288 289 290 292 292 293 291 295 296 298 298 298

As utilizaes de um micmchip Os computadores Como as calculadoras fazem somas Os cofres dos bancos Dinheiro de plstico O cdigo de barras Relgios de quartzo Relgios atmicos - a perfeio O microscpio electrnico Os robs O motor de um automvel Traves antibloqueio O cinto de segurana Porque se usam pneus lisos Testes de alcoolemia Como funciona um aerossol Os herbicidas selectivos Os pesticidas selectivos Metais com memoria Relgio de fumo Alarmes contra ladres A mquina de costura Porque flutuam os navios de ao Submerso durante semanas Como se navega uni submarino Cabinas pressurizadas George Stephenson e os comboios A descolagem de um Jumbo o helicptero o hydrofoil: 'Voando" na gua o hot ercrafi 239 211 2-12 212 2 13 211 211 2 IS 246 248 2S0 230 251 2S1 251 252 253 254 254 254 255 256 257 259 259 260 262 268 272 271

Dndc s ctuUttwntes se separam A idade da Terra O centro da Terra 209 210

CONSTRUO E DEMOLIOPp. 299-316Construir um arranha cus A mais alta construo do Mundo Como o cimento faz presa na tigiia Beto (ire esforado A demolio de um arranha-cus Demolindo uma central nuclear Cabos que poderiam atar o Mundo 300 .502 .303 303 301 305 306

COMO FUNCIONA?Pp. 211-274(i teletl me A radio A televisoControle remoto

212 2 IS 218 220

6

Como se represam grandes rios? Construes resistentes ao vento Montagem de gruas gigantes Soldar debaixo de gua Construir tneis debaixo de gua

308 311 312 314 316

Os cosmticos primitivos C o m o os Gregos mediram a Terra Decifrando lnguas esquecidas Travessia area sem escala

367 367 368 370

PURO DIVERTIMENTOPp. 395-437C o m o serrar uma mulher ao meio Mm coelho no chapu Morte de um apanhador de balas Levitao O truque da corda indiano Homens que "lem" o pensamento Os venlrloquos Houdini: o mestre da evaso 396 397 398 399 400 401 401 402

CURIOSIDADES DE ALIMENTOS E BEBIDASDomar a Natureza Como os tneis se encontram

Pp. 373-394A pra dentro da garrafa Rodelas de anans todas iguais C o m o se faz o luro no macarro C o m o se recheia uma azeitona Rechear chocolates Bolachas c o m pedaos de chocolate Filetes prontos a fritar Batatas fritas aos milhes Camares descascados mquina Ervilhas congeladas Alimentos tratados c o m radiaes A liofilizao Caf instantneo Sabores artificiais Escolher feijes Transformar feijes em "carne" Conservao do leite Algas nos gel.idos Maionese l.ouis Pasteur Assar um boi Comida para animais de estimao A coca-cola Como se Faz o vinho O sabor do vinho As bolhis do champanhe 571 375 375 375 376 376 376 377 377 378 378 379 380 380 381 381 381 385 385 386 388 388 38!) 390 392 393

COMO FOI FEITOPp. 317-372A Grande Pirmide As doenas dos antigos egpcios Os rostos do passado Ferramentas na Idade da Pedra \s esttuas da ilha da Pscoa A Cirande Muralha da China Um exrcito de barro As paredes de pedra dos Incas A construo de Stonehenge Datao de vestgios antigos 0 passado em gros de plen Como Anbal atravessou os Alpes Po e cerveja na Idade da Pedra Desenhos com pedras Os artistas das cavernas Os Jogos Romanos Cerco a um castelo medieval A navegao \U Antiguidade Colombo descobre o "Novo Mundo''

319 324 325 327 328 333 33533(3

rPorque que no caem'' O truque das trs cartas Montanha russa Espelhos que enganam "Nevoeiro" no teatro e cinema Os eleitos especiais no cinema Os duplos O homem que "embrulha" paisagens Pleitos grficos na televiso Animais que so estrelas de TV Concursos de televiso Roleta Preparando palavras cruzadas Computadores campees de xadrez Aprisionar um dente de leo Um barco dentro de uma garrafa Cronometrar os atletas olmpicos JutZ de linha electrnico Curvar u m a bola no ar As covinhas nas bolas de golfe Porque volta O bumerangue Andar sobre o fogo Mergulhos " e m seco" Saltos de esqui Saltos de pra-quedas Surf NDICE 404 405 406 406 406 414 118 120 425 426 427 427 427 428 I2!> 429 430 431 132 432 433 434 434 435 436

338 341 343 344 346 347 347 350 352 355 356

1'iiuuru nu kludc clu PedrQ A construo de l.ady Liberty O memorial do monte Rushmore A hidrulica romana Medicina na Idade da Pedra 359 362 365 366

De onde vm as bolhas C o m o se fax cerveja 394

438 446

AGRADECIMENTOS

Redactores e consultores da edio inglesa Nigel Hawkes Nigel Henbest Graham Jones Robin Kerrod Terry Kirby Theodore Rowland-Entwistle John H. Stephens Nigel West Neil Ardley John Brosnan Dr. John R. Bullen Prof. Geoffrey Campbell-Platt Mike Clifford Jean Cooke Mike Groushko Ned Halley Commander D. A. Hobbs Richard Holliss W. F. A. Horner Dr. Robert Ilson Dominic Man John Man Dr. J. R. Mitchell Prof. Frank Paine Michael D. Ranken Nigel Rodgers Dr. David A. Rosie Andrew Wilbey

Consultores

da

edio portuguesa

Dr. Alfredo Barreto Prof. Antnio de Vallra Dr. Antnio Dias Diogo Eng. Antnio Pratt Dr. Augusto Maldonado Simes Dr. Carlos Santos Ferreira Dr.a Dulce Mota Eurico da Fonseca Filipe La Fria Eng. Francisco Chumbinho Eng. Francisco Tudella Dr.*1 Gabriela Iriarte Eng. Gonalo Borges de Castro Dr.a Graa Vieira Dr.d Helena Paveia Henrique Sampaio Soares Dr. Horcio Novais Dr.a Isabel Barros Ferreira Dr. Joo Matela Arq. Jos Antnio Abreu Valente Dr. Jos Antnio Pestana Dr. Jos de Matos Cruz Eng. Jos Eduardo Noronha Jos Soudo Liselotte Correia Dr.a Lcia Garcia Marques Manuel Gorjo Henriques Dr. Ricardo Schedel Profa Teresa Mira Azevedo Dr. Vasco Rivoti Victor Milheiro Vtor Neto

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Milagres do dia-a-diaTodos os dias, e quase sem pensar, nos servimos dos mais extraordinrios instrumentos e materiais - fornos de microondas, pasta dentfrica s riscas, mquinas de barbear descartveis. Mas como so feitos, como funcionam e como foram concebidos todos estes ingredientes maravilhosos da vida moderna?

Como se fazem anncios aromticos, p. 16 Como se forma uma bola de sabo, p. 2

Non: desenhos luminososPor todo o Mundo se vem anncios luiui nosos. formando figuras coloridas ou desenhando os nomes de marcas comerciais. Esla variedade na forma e na cor, impossvel de obter com as convencionais lmpadas d filamento incandescente, deve-se s lmpadas de descarga elctrica em gas. Estas so Formadas por simples tubos de vidro, a que pode dar-se a forma pretendida, no interior dos quais existe um gs a baixa presso. Normalmente, os gases no condn/.em fac iliiicnlc a electrici dade so bons isoladores , mas passam ii la/ lo se se lhes baixar a presso e se lhes aplicar uma tenso elctrica (voltagem) elevada. A descarga atravs do gs falo brilhar com a luminosidade caracters lica. Nos finais do sculo xix e princpios do XX, os cientistas que investigavam o com portamento das descargas elctricas atra vs do gs raro non a baixa presso observaram pela primeira vez a admirvel lumi nosidade vermelho-alaranjada que o gs emite. Ainda hoje as lmpadas de non so das mais usadas nos anncios luminosos. Quando experimentaram outros gases,

ois inclinado para dentro para que a esfera no caia A tinta corre do reservatrio para encaixe da ster,i atravs de um tubo estreito. osa impregnada de fsforo vermelho. que constitui o produto combustvel.

Um material escorregadio como o geloo revestimento interior no-aderente dos modernos tachos e frigideiras e o maleri.il mais escorregadio que ri tecnologia conhece. Tendo quase o mesmo coeficientede atrito que o gelo. se cohrisseinos as ruas

Como adere a pelcula aderente?Esta pelcula adere por duas razes: quan do esticada, a sua elasticidade leva a a retomar as dimenses iniciais; e a electricidade esttica que possui cria uma forma de atraco a muitas outras coisas. O segredo da elasticidade esta na estrutura molecular da pelcula. Os plsticos so formados por molculas longas centenas cie milhares de unidades repetitivas de

com ele. torn-las-amos intransitveis. () PTFE e um dos mais notveis produ tos artificiais, e a no-aderencia no a sua Superfcie revestida. Para lazer uma (ri gideira no-aderente. mistura-se PTFE cm p com aii.ua puberiza-se o sen interiot eseca se

Vlvula cardaca. O anel desta vlvula est coberto com um tecido revestido de PTFE. O PTFE quimicamente inerte, pelo que no h o risco de causar infeco. Sol e espao. A cpula plstica deste estdio japons est revestida de PTFE para reduzir o calor dos raios do Sol. Os fatos de presso dos astronautas possuem diversas camadas de material, incluindo uma de tecido revestido a teflon, incombustvel e resistente abraso. nica qualidade invulgar. K considervel a sua resistncia a temperaturas, tanto muito altas como muito baixas, e ao ataque qumico; ainda um mau condutor de electricidade. PTFE a abreviatura de politetrafluoroetileno, material que foi descoberto quase por acaso em 1938 pelo americano Dr. Roy Plunkett quando ensaiava para a Du Pont um produto qumico utilizado para refrigerao. A Du Pont deu descoberta o nome comercial de teflon. O PTFE um material difcil de manusear, e s se lhe descobriu utilidade em larga escala quando o engenheiro francs Marc Gregoire se apercebeu das possibilidades da sua aplicao em utenslios domsticos. Assim, nos meados da dcada de 50, Gregoire comercializou com a marca Tefal os primeiros tachos no-aderentes. No entanto, j desde o incio dos anos 40 se vinha desenvolvendo uma grande variedade de aplicaes industriais para o PTFE. A sua no aderncia foi utilizada nas chumaceiras - componentes de mquinas que suportam veios rotativos. As chumaceiras de PTFE so consideradas autolubrificantes, pois no precisam de qualquer lubrificao alm da sua prpria natureza deslizante. Para lhes aumentar a resistncia, so geralmente reforadas com outros materiais, como a fibra de vidro e a grafite. A resistncia ao ataque dos cidos O PTFE no afectado por nenhuma substncia qumica vulgar, incluindo os cidos e os lcalis a ferver. Mesmo a gua-rgia (mistura de cidos clordrico e ntrico) deixa-o inclume. As nicas substncias que o atacam so o sdio em fuso, o clcio em fuso e o flor muito quente. O facto de ser quimicamente inerte significa que o PTFE no contamina os alimentos nele cozinhados. Na realidade, ele no produz efeitos sobre qualquer matria orgnica, inclusive o tecido humano. Estas caractersticas permitem ainda a sua utilizao em prteses cirrgicas, particularmente nas articulaes artificiais; o seu reduzidssimo coeficiente de atrito constitui uma vantagem adicional. Tambm j tem sido utilizado, sob a forma de fibras entretecidas e impregnadas de carbono, na re construo dos ossos da face. Outra propriedade importante do PTFE a sua resistncia electricidade, o que o torna excelente para o revestimento de fios. Possui ainda a grande vantagem de manter a flexibilidade a temperaturas que vo dos 270C (poucos graus acima de zero absoluto) at aos 260C. Este conjunto nico de propriedades re sulta da estrutura qumica do PITE. Corn efeito, a sua molcula consiste numa "espinha dorsal" formada por uma cadeia longa de tomos de carbono, cada um dos quais ligado a dois tomos de flor. As ligaes qumicas entre os tomos de carbono e de flor so extremamente fortes, razo pela qual o PTFE no reage com outras substncias qumicas. As fortes ligaes carbono-flor verificam-se tambm entre as molculas adjacentes, de modo que se atraem mutua mente mais do que atraem as molculas de outras substncias. Este o motivo por que nada se lhe adere. Esta forte atraco intermolecular significa igualmente que o PTFE no funde, mesmo a temperaturas elevadas. A fuso d-se quando as molculas obtm suficiente energia por aquecimento e se separam umas das outras. No PTFE, a atraco molecular to forte que as molculas tm grande dificuldade em separar-se. Como se fabrica o PTFE O PTFE produzido a partir do fron 22 (diclorodfluorometano), refrigerante lquido largamente utilizado em frigorficos.

O engenheiro americano Dr. Roy Plunkett descobriu que o aquecimento do fron produz o gs tetrafluoroeteno. A urna presso de cerca de 45 a 50 atmosferas e na presena de um catalisador, o gs sofre uma alterao qumica da qual resulta o PTFE sob a forma de resina pulverulenta. Como no chega propriamente a fun dir, o PTFE misturado com um aglutinante adequado e enformado num molde. depois sujeito a presso e temperatura elevadas, e as partculas da resina fundem, formando uma massa slida. Para os reci pientes de cozinha no-aderentes, o p de PTFE suspenso em gua para formar um acabamento no-aderente que depois pulverizado sobre a superfcie e seco.

Como as microondas cozinham sem aquecer os pratosAo ligarmos um forno de microondas, criamos no seu interior um poderoso campo electromagntico que oscila na mesma banda de frequncia que as emisses de televiso por satlite e o radar. As microondas utilizam-se na cozedura rpida de alimentos, pois fazem vibrar as molculas de gua contida naqueles. A vibrao absorve energia do campo electromagntico e aquece os alimentos. Como toda a energia absorvida pelos alimentos sem se desperdiar no aquecimento do ar ambiente nem do prprio forno, e como as microondas penetram nos alimentos, aquecendo-os directamente por dentro (ao contrrio dos fornos convencionais, nos quais s a superfcie directamente aquecida), o processo muito mais rpido e econmico do que os mtodos tradicionais de cozinhar. A energia das microondas no aquece os utenslios no forno, porque os materiais de que so feitos - loua e vidro - no absorvem energia do campo electromagntico (os recipientes no saem frios do forno, porque so aquecidos pelos alimentos). Utenslios de cozinha especiais Alm da loua e do vidro, muitos outros materiais - como o plstico, o papel e a cartolina podem ser usados num forno de microondas. Os recipientes de metal no devem ser usados, porque o meta] no transmite as microondas, reflecte-as. Por este motivo, os alimentos no devem ser cobertos com folha de alumnio. As ondas longas da rdio tm compri mentos de onda de milhares de metros. As microondas utilizadas nos fornos tm um

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comprimento de onda de cerca de 12 cm. Uma onda electromagntica uma vibrao de campos elctricos e magnticos que alternam constantemente, dirigidos ora no sentido positivo, ora no negativo. Os fornos de microondas funcionam com ondas que vibram 2450 milhes de vezes por segundo uma frequncia de 2450 MH/.

Como os frigorficos fazem frioQuando ligamos uma torradeira ou um ferro elctrico, obtemos calor. Porque ento que um frigorfico ou um congela dor -lazem frio quando OS ligamos0 Assim acontece porque estes aparelhos utilizam dois princpios cientficos. O primeiro o de que, quando um lquido se evapora, absorve calor do ambiente que o cerca: o liquido precisa de energia para se transformar em vapor e vai busc-la sob a forma de calor. O segundo o de que um lquido evapora-se a uma temperatura mais baixa quando a presso , por sua vez, mais baixa. Qualquer lquido que se evapore facilmente a temperaturas baixas um refrigerante, ou agente de arrefeci mento, em potencia. E possvel faz-lo vaporizar-se e liquefazer-se alternadamente, obrigando-o a circular numa tubagem em que a presso seja varivel. Na maioria dos frigorficos domsticos, o refrigerante um dos compostos artificiais, denomina aqui o tubo alarga e o gs vaporiza se nova mente, reiniciando-se o ciclo. A refrigerao desenvolveu se no sculo estimulada pela necessidade de se obterem fornecimentos de carne das grandes pastagens da Austrlia, Nova Zelndia, Amrica do Sul e Oeste Norte-Ainericano para os principais mercados da Europa e do Leste da Amrica do Norte. lima das primeiras pessoas a descobrir e aplicar o princpio da refrigerao foi um tipgrafo, James Harrison. Ao limpar OS caracteres de metal com ter. verificou o efeito refrescante que este tinha sobre o metal - o ter um lquido com ponto de ebulio muito baixo que se evapora fcil mente. Harrison deu aplicao prtica sua descoberta no edifcio de uma fbrica de cerveja em Bendigo, Vitria, em 1851, fazendo circular ter numa canalizao prpria para refrescar o ambiente. A ideia de Harrison levou primeira viagem coroada de xito com um equipamento frigorfico a partir da Austrlia: a do navio Strathleven, com um carregamento de carne para Londres em 1880 - viagem que demorava dois meses. O primeiro frigorfico domstico foi cria do em 1879, quando o engenheiro alemo Karl von Linde modificou um modelo in dustrial que desenhara seis anos antes (> refrigerante era o amonaco que circulava por aco de uma pequena bomba a va por. Os pioneiros dos frigorficos elctricos foram os engenheiros suecos Balzer von Platen e Cari Munters, com o seu modelo Eiectrolux de 1923, que utilizava um motor elctrico para accionar o compressor. COMO FUNCIONA LM FRIGORFICOO CFC vaporiza-se no t u b o largo Tubo capilar O CFC liqufifaz-S6 \ -, s o b presso ~~""'* ' / elevada

(megahertz), ou 2,45 GHz (gigahertz). As molculas da gua tem um plo decarga positiva e um plo de carga negativa. As microondas em vibrao positiva negativa interagem com as molculas polares da gua, atraindo e repelindo os seus plos, fazendo-as rcxlar ora num sentido, ora no outro. Este movimento acontece tambm 2450 milhes de vezes por segundo. O componente mais importante do forno de microondas o magnetro, o dispositivo que gera as microondas. Foi criado em 1940 em Inglaterra, mas foi a Raytheon

Company, dos EUA, que, no princpio dosanos 50, se apercebeu das aplicaes do mestias que este invento poderia ter e pa tenteou um "aparelho de aquecimento dielctrico de alta frequncia". Os pequenos modelos domsticos foram aperfeioados na Amrica em finais da dcada de 60. Ferver at transbordar. Quando se aquece agua num copo num forno de microondas, a temperatura pode subir ul ]10"C sem que a gua (ema. Isto acontece porque as microondas aquecem a gua no centro sem aquecerem o copo. peto que u gua em contacto com o vidro est abaixo do ponto de ebulio. Como as bolhas de oapor na gua a ferver se formam principal mente sobre as irregularidades do recipiente, no se d a ebulio. Mas se deitarmos caf solvel na gua, formam se bolhas em redor dos grnulos, e o liquido borbulha e transborda.

dos clorofluorocarbonos (CFCs).Os tubos no interior do frigorfico so largos, a presso baixa e o refrigerante vaporiza-se. Oeste modo, o tubo mantmse frio c retira o calor aos alimentos. I Im motor elctrico aspira o gs frio da tubagem do interior do frigorfico, comprime o - o que o aquece - e envia-o tubagem exterior, na parte de trs do trigo rfico. 0 ar em torno destes tubos absorve-lhes o calor, fazendo com que o gs se condense novamente em lquido, ainda a uma presso elevada. Depois, um tubo de dimetro muito pe queno, o tubo capilar, reconduz o lquido sob presso para o interior do frigorfico; COMO SE CONSERVAM OS ALIMENTOS O arrefecimento dos alimentos no frigorfico retarda a aco de dois dos principais causadores da sua deteriorao: o desenvolvimento de bolores e bactrias e a decomposio qumica. Num frigorfico domstico, a temperatura mantida entre 1 e 5C temperatura suficientemente baixa para manter frescos durante uma semana a maioria dos alimentos que utilizamos. O crescimento dos organismos causadores da decomposio retardado, mas as temperaturas baixas no cies troem esses organismos. A decomposio qumica tambm retardada de modo idntico, mas no completa mente anulada. A temperatura do congelador do mestio ronda os - lo"C. o que preserva os alimentos at um ano.

O ar quente no interior do frigorifico sobe e arrefecido medida que o calor lhe reti rodo pelo refrigerante contido na seco larga da tubagem. O refrigerante transporta o calor, que depois radiado para 0 um biente na serpentina por trs do frigorfico 25

Porque se cozinha to depressa numa panela de pressoQuando cozemos batatas numa panela vulgar, o tempo de cozedura c de 20 a 30 minutos. Mas numa panela de presso ti caro cozidas em 4-5 minutos. Porqu? Na panela vulgar, a gua ferve a 100"C, e por muito que a aqueamos, a temperalu ra da agua nunca subir - apenas produzir mais vapor. Mas a panela de presso tem uma lampa que veda hermeticamente; assim, o vapor que se produz quando a agua ferve acumula se no seu interior, aumentando a presso e aumentando por tanto 0 ponto de ebulio da gua. Com uma temperatura de cozimento mais ele vada, o tempo de cozedura reduzido. Na tampa, existe um respiradouro sobre o qual colocado um peso. Esle tapa o respiradouro, mas levanta quando o vapor no interior atinge a presso desejada. Existe tambm na tampa uma vlvula de segu rana que liberta a presso se o peso do respiradouro no subir quando atingida a presso pretendida. A panela de presso domstica evoluiu a partir de um "digestor a vapor" patenteado em Inglaterra pelo fsico francs De nis Papin em 1679. A panela actual trabalha presso de I kg/cm2, cerca do dobro da pressa. atmosfrica normal, e, por este motivo, ,i gua ferve a 122C.

IMPOSSVEL UM BOM CHA NO IOPO DO EVERESTE ...

A gua ferve quando comea a Iransfor mar-se em vapor. As bolhas so causadas pelo vapor que sobe d) fundo do recipiente para a superfcie. A temperatura de 100C que dada como o ponto de ebulio da gua s correcta ao nvel do mar. A medida que subimos, a presso atmosfrica desce, provocando igualmente a descida do ponto de ebulio da gua. Tanto na pa nela vulgar como na de presso, o tem po de cozedura aumenta.

E isto responde pergunta: por que razo no se consegue beber um bom ch no topo do F.vereste? O cume do monte Evereste encontra se- a quase 9000 m de altitude, e a prs so atmosfrica a menor que um tero da presso ao nvel do mar. A gua ferve a 70C apenas: esta temperatura no suficiente para extrair das folhas do ch a sua melhor fragrncia, pelo que o resultado nunca poder ser um bom ch.

Remdio para o calcrio das panelasAs pessoas que tm em casa gua canalizada, que e calcaria por provir de regies em que o solo possui rochas calcrias, aca bani com parle destas rochas depositada nas suas panelas e cafeleiras. Quando a gua da chuva filtrada atra vs de um terreno calcrio, dissolve se nela uma parte desse mineral. Ao ferver se a gua, o calcrio e separado da soluo e deposita-se na panela. I Ima gua calcria faz-se ainda sentir de outra forma: o sabo no produz muita espuma. Em vez de dissolver o sabo e fazer espuma, a gua reage com os COITlpO nentes qumicos do sabo e forma flocos insolveis. K a chamada agua "dura". Aparecem igualmente manchas de cal cario nas banheiras e lavatrios e em redor das bicas das torneiras. Os depsitos de calcrio nos recipientes podem ser removidos pelo vulgar vinagre ou por produtos comerciais adequados, contendo, por exemplo, uma soluo concentrada de cido frmico, O cido dis26 solve o calcrio, fazendo-o fervilhar en quanto liberta dixido de carbono. Em algumas caldeiras e sistemas de aqueci mento de guas, a dureza da gua pode ser mais do que um simples incmodo: o calcrio deposita-se nas paredes interiores dos canos e reduz o dbito da gua. Nas caldeiras, forma nina barreira que impede a transferncia eficiente do calor, enca recendo muito o aquecimento. Por isso, a gua leni de ser "amaciada" antes de entrar nos circuitos de aquecimento. Nas estaes do abastecimento de gua possvel diminuir lhe a dureza por processos qumicos, tratando-a, por exemplo, com cal apagada e carbonato de sxlio.

Flor de pedra. Cristais de carbonato de clcio em fornia de flor (em cima) ligam as 'ptalas", formando o deposito calcrio no interior das panelas e caldeiras. De compo sia qumica idntica so as estalactites (ao alto) que pendem do tecto das grutas calcarias.

Os "girinos" na sua mquina de lavarO segredo de Iodos os ps de lavar um produto qumico que torna a gua mais '"molhada". Curiosamente, a gua por si s no muito eficiente em "molhar" as coisas devido sua tenso superficial, que lhe confere uma espcie de pele e causada pela atraco das molculas do interior da gua sol ire as da camada superficial. A adio de um detergente gua enfraquece as foras intermoleculares e reduz a tenso superficial, o q u e permite gua espalhar-sc mais facilmente e molhar melhor as coisas. A gua de lavagem, mais "molhada", consegue penetrar mais facilmente nas libras dos tecidos e retirar delas as sujidades e gorduras. 0 ingrediente activo d o s detergentes que no contm sabo um derivado do petrleo, um alquilbenzeno, tratado com cido sulfrico e soda custica. Podemos imaginar as molculas do de tergente c o m o p e q u e n o s girinos, c o m uma cabea e uma cauda. As cabeas so atradas pelas molculas da gua so hidrfilas, isto , gostam da gua. porque as molculas da gua tm uma pequena carga positiva, ao passo que as "cabeas" de detergente so eleetricamente negativas. As caudas, por seu lado, so hidrfo bas (no gostam da gua). Q u a n d o se m e r g u l h a a r o u p a suja numa soluo de detergente, as caudas das molculas agarram se sujidade gordurosa das fibras, pois so quimicamente semelhantes a gorduras. Alem disso, peneiram entre as libras, soltando a sujidade. Por outro lado, as partculas de sujidade, ao atrarem as caudas, ficam totalmente revestidas por uma camada de cabeas hidrfilas - tal como minsculos bales e flutuam na gua. A agitao da roupa ajuda assim a libertar a sujidade. Os ps de lavagem so uma mistura de at 10 ou mais ingredientes, entre quais o detergente bsico e um branqueador. Os ps de lavagem biolgicos diferem dos outros detergentes por conterem enzimas, um tipo de protenas produzidas pe las plantas e animais. Os enzimas actuam como catalisadores, ou activadores qumicos, para ajudar a d e c o m p o r as n d o a s que contm protenas, lais como sangue, transpirao e molhos de carne. Os enzi mas provocam a decomposio qumica das outras protenas, enquanto os detergentes normais actuam fisicamente. Dado que as ndoas de protenas so derivadas de seres vivos, os detergentes que. actuam sobre elas so chamados biolgicos. GUA MAIS 'MOLHADA" PARA LAVAR A ROUPA A gua no molha bem os objectos porque as suas molculas se juntam, produzindo tenso su perficial. Os alfaiates conseguem assim "andai" sobre a gua. Ao juntar um detergente a uma gota de gua, esta perde a forma este rica (a esquerda), deuiao redu o da tenso superficial. Os detergentes rernouem as gorduras porque as ajudas das suas molculas se ligam s partculas de gordura. As cabeas das molculas sao atradas pela gua, e\ pulsando as partculas gordas do tecido tiuando se agita a roupa. As fracas cargas elctricas do de tergente impedem as partculas de gordura de se unirem Tecido ( esquerdai com partculas de gor dura entre as fibras. Durante a lavagem, um pouco de xido de titnio em p.

As pastas de geltransparente obtm as suas caractersticas abrasivas por meio de compostos transparentes de slica, a que frequentemente se adiciona um corante. Os ingredientes de limpeza e polimento so combinados com gua, formando uma pasta espessa graas adio de um agente de ligao e espessamento

como o alginato,substncia extrada das algas marinhas. Enchimento dos tubos. Os tubos oazios so enchidos mecanicamente: recebem quantidades exaCtOS da pasta, depois do que so vedados na extremidade A introduo das riscas. Il dois processos de pr as riscas na pasta. No recipiente grande ( esquerda), a pasta branca e a colorida so introduzidas separadamente e combinam-se quando se espremem para o exterior. No tubo tradicional ( direita;, a pasta de cor encontra-se num anel perto da extremidade e sai atravs de orifcios. fazendo assim riscas na pasta branca."Pasta dentfrica branca Pasta dentfrica de cor

Pasta s riscas. As riscas de cor contm flor ou elixir. 2S

Junla-se ainda um pouco de detergente para criar espuma e contribuir tambm para o processo de limpeza. Para que fique agradvel ao paladar, a pasta geralmente adoada com leo de hortel-pimenta e mentol. Inclui se tambm um humectante como a glicerina, a fim de evitar que a pasta seque. Alm disso, na maioria, as pastas clenlfricas actuais contm flor, que ajuda a fortalecer o esmalte dos dentes, e por vezes o bactericida formaldedo. Como se fazem as riscas

Gillette e a mquina de barbear

S

Algumas pastas dentfricas apresentam oflor ou o elixir sob a forma de riscas. A iiiislura de limpeza normalmente branca, enquanto o flor ou o elixir so frequentemente um gel transparente azul ou vermelho. As duas pastas so prepara das separadamente. Os tubos so enchidos, como sempre, pela parle larga, que depois c dobrada e vedada. As duas pastas contm cores que no se misturam, e as respectivas massas tambm no se misturam, de modo que. ao espremer se o tubo. sai a pasta branca com riscas de cor.

Como se d o fio s lminas de barbearTodas as 24 horas. 25 000 plos crescem at cerca de meio milmetro na face do lio mem adulto. A moderna lmina de barbear. perfeitamente afiada, permite um barbear escanhoado, suave; e seguro. H milhares de anos que o homem se barbeia, lendo usado para isso lascas de slex, depois lminas cie bronze e finalmente de ferro. As primeiras navalhas de bar bear com fio de ao foram feitas em Sheffield em 1680. Mas a actual lmina descar tvel surgiu apenas em 1901, com King Camp Gillette e William Nickerson. A lamina de barbear inicia a sua vida como um rolo de fita de ao contnua, com uma espessura aproximada da do plo que ir cortar. O ao uma liga com cerca de 13" de crmio, que lhe confere maior dureza e resistncia corroso. A dureza ainda aumentada com o aquecimento do ao e a sua imerso num lquido de arrefecimento. O fio de corte produzido por afiao. A fita de ao passa por trs conjuntos de ro das de afiar, cada uni deles afiando mais que o anterior. As rodas esto montadas em ngulos diferentes, a fim de produzi rem a seco de fio chamada de arco gtico (curva), forma mais forte que a de uma cunha de rampas direitas. O ndice de afia mento da lmina exprime-se como o raio

e no fosse a inveno do amorica no King Camp Gillette (1855-1932), possvel que, ainda hoje, os homens se barbeassem todas as manhs com as velhas navalhas de barba. Caixeiro-viajante de ferragens no Centro Oeste Americano, Gillette barbeava-se certa manh, em 1895, quando achou que a sua navalha no era eficiente nem segura. Reparou que s uma pequena parte da lmina era utilizada v como era perigoso tal instrumento que podia, literalmente, cortar a garganta de um homem. Homem ocupado, Gillette no gostava de desperdi ar o seu tempo a amolar a navalha. Porque no criar uma lmina que nunca tivesse do ser afiada, que tivesse o tamanho certo para barbear a cara de um homem o que fosse suficientemente barata para ser deitada fora quando j no cortasse7 Gillette lembrou se ainda das pa lavras do seu antigo patro, William Painter, um inventor e homem de negcios que pensava que, se se produzisse um artigo que as pessoas pudessem deitar fora depois de usar, elas procur-lo-iam

cabo e cabea regulvel. As lminas de ao ao carbono tinham a garantia de se manterem afiadas por 20 barbas e eram vendidas em pacotes de 12. Gillette criou a Safety Razor Company e-patenteou a sua mquina de barbear em 1901. As primeiras mquinas surgi iam nos Estados Unidos em 1904. Vendidas em ourivesarias, farmcias e lojas de ferragens, bem como nos novos armazns de retalho, a mquina c as lminas apresenta vam se em conjunto dentro de um estojo. Os cabos das primeiras mquinas levavam um banho de prata, e os dos modelos mais caros, mi banho de ouro. Mas as vendas iniciais revelaram-se d e s a n ima doras. e a empresa promoveu uma

campanha publicitaria em jornais e revistas para homens nos EUA e na Europa para dar f^ a conhecer ao pblico o novo invento. Km 190(5, as ven das atingiam as 90 000 mquinas e os 12 milhes de lminas. Gillette tornou-se rico e famoso. Ain da hoje. o seu rosto conhecido de mui tos, pois, at h pouco, o seu retrato figurou nas embalagens das lminas. O desenho da chamada "gilete" e da sua lmina no sofreu praticamente alteraes desde o incio; actualmente, muitas mquinas de barbear so de plstico e elas prprias descartveis.

sempre.Gillette e o mecnico William Nickerson aperfeioaram a lmina de bar bear de segurana de dois gumes, que se aplicava num suporte especial, com

Corte em molhado e a seco. Um plo da barba cortado por uma lmina em molhado ( esquerda) apresenta uni coife muito mais regular que o feito por uma mquina elctrica ( direita). Cm plo seco to difcil de cortar como um fio de cobre da mesma espessura.

da curva do fio visto em seco: cerca de cinco centsimos milsimos de milmetro Depois de afiado, o fio e polido por ro das de couro. Mas, escala microscpica, o fio ainda spero e. devido frico, poder repuxar os plos e provocar cies conforto. Para proteger o fio e reduzir a frico, a lmina recebe trs banhos sucessivos: um de crmio, outro de cermica e outro de PTFE, substncia mais conhecida corno revestimento no aderente de pane las e frigideiras. O crmio confere resistem cia corroso, a cermica reduz o desgaste o o PTFE produz a lubrificao. Cada um destes revestimentos tem uma espessura inferior a um centsimo milsi mo de milmetro. A lmina aplica-se num suporte com um cabo, cmodo de manusear, e com uma cabea que pode ser ajustvel e abre para receber a lmina. 29

Como o ao inoxidvel foi descoberto por acidenteO ao inoxidvel foi descoberto por acidente em 1913 pelo metalrgico britnico liam Brearley. Este Fazia ensaios com ligas de ao que pudessem ser utilizadas nos canos de espingarda. Mais tarde, verificou que, enquanto a maioria das ligas que rejeitara tinham enlerrujado, o mesmo no aconle cera .1 ama liga que continha 14% de cro reage com o oxignio do ar. produzindo xidos de ferro avermelhados. Outros metais, como o alumnio, o nquel e o crmio, reagem tambm de forma idntica, mas os respectivos xidos formam uma camada .superficial impermevel, impedindo que o oxignio reaja com o metal no seu interior. Na liga de Brearley, o crmio formou uma placa semelhante protegendo o metal da oxidao. Hoje. fabrica-se uma diversidade de aos inoxidveis, lima das ligas mais vulgares contm 18% de crmio o 8% de

nquel

pelo que conhecida por 18:8

mio. Esta descoberta levou criao do ai >inoxidvel. O ao vulgar enferruja porque

e utilizada M M lava-louas. por exemplo. As taas de cozinha so fabricadas com uni ao contendo |.'j"n de crmio. Juntando uma pequena percentagem do metal mo libdnio, obtm se uma liga ainda mais re SStente corroso que utilizada no revs timento de edifcios.

Poria para o Oeste. (> mau ano do Mundo 0 monumento expanso americana para oeste, em St Louis, Missuri. Tem \S2 m de alttiiu e 192 m de Uo. Uma tal construo S podia ser feita de aco iuoxiduicl. 30

Grandes proezas de organizao

Desde a regulao do trnsito numa cidade at organizao dos Jogo Olmpicos ou montagem de automveis h tantas coisas que achamos naturais e que nos parecem simples... at descobrirmos o que se passa nos bastidores.

Como lidam os aeroportos com milhes de passageiros?Um aeroporto um organismo vivo com urna funo principal: manter o sangue que o alimenta os seus passageiros fluindo livremente atravs das suas veias e artrias. 0 nmero desses passageiros astronmico e cresce rapidamente. Em 1986, os 37 aeroportos mais movimentados do Mundo foram utilizados, no seu conjunto, por um total de 740 milhes de pessoas. Em todo o Mundo, os aeroportos gastam anualmente 750 milhes de contos para que os seus passageiras se sintam satisfeitos. Os "Jumbos" Veja-se o aeroporto mais movimentado do Mundo, o 0'Hare, em Chicago, utilizado por 50 companhias areas. Passam por ele 55 milhes de pessoas por ano, o que representa 6700 passageiros por hora. Cerca de 2200 avies utilizam diariamente o 0'Hare. Quando diversos Jumbos aterram a minutos uns dos outros, milhares de pessoas saem deles quase simultaneamente, provocando congestionamentos que afec tam os planos e as disposies dos passageiros, destroem a confiana e minam os lucros do aeroporto. As avarias e as greves produzem os mesmos efeitos. Quando uma greve de controladores a reos em Espanha coincidiu com o incio das frias grandes em Frana, em Junho de 1988, dezenas de milhares de passageiros ficaram retidos em aeroportos por toda a Europa. S em Manchester, 16 000 turistas em frias tiveram atrasos de at sete ho ras e um grupo de pessoas que se dirigia para a Grcia partiu finalmente depois de uma espera de 21 horas. Foram chamados palhaos e malabaristas para entreter milhares de crianas. As bagagens so uma questo importante na organizao dos aeroportos. Seguem separadamente dos passageiros, em parte por razes de segurana, em parte porque so alojadas noutra seco do aparelho. A misso do chamado pessoal de handling assegurar que as malas tenham o mesmo destino que os respectivos donos. No terminal da United Airways em 0'Hare, as etiquetas de bagagem, codificadas por computador, so lidas por laser, e os distribuidores automticos processam 480 peas de bagagem por minuto, contra as 7 que poderiam ser processadas mo. A zona de distribuio da bagagem tem a rea de seis campos do futebol. Esperando ordens. Cada Jumbo que aterra no Aeroporto J. F. Kennedy. de Nova Iorque, chega a desembarcar 500 passageiros. Segue-se a espera para o prximo LHX). 32

Prontos para o embarque. Jactos de passageiros encostam s fontes do terminal do Aeroporto de Frankfurt o principal da Alemanha e um dos 37 mais movimentados do Mundo, que, no seu conjunto, processam 740 milhes de passageiros por ano.

Com as crescentes dimenses e complexidade dos aeroportos, os problemas multiplcam-se. Quanto mais pessoas pas sam por um aeroporto, mais espao preciso, tudo leva mais tempo e mais frustra dos se sentem os passageiros. Com a expanso dos parques para automveis, por exemplo, tem de se proporcionar aos passageiros meios adicionais de transporte para os levar dos seus carros at aos terminais do aeroporto. Mais avies exigem mais portas de embarque e mais terminais e mais quilmetros de corredores. As dimenses dos aeroportos tornam -se assustadoras. Enquanto uma grande estao de caminho de ferro cobre cerca de 3,5 ha, o maior aeroporto americano, o de Dallas-Fort Worth, cobre 7000 ha. Em 1988, os seus quatro terminais movimentaram mais de 44 milhes de passageiros. Mas mesmo este enorme aeroporto parece pequeno se comparado com o maior do Mundo, o Aeroporto Internacional do Rei Khalid, na Arbia Saudita, com os seus 23 (iOO ha, mais de quatro vezes a rea da Bermuda. Ao chegarem a um aeroporto, os passageiros encontram sua disposio uma vasta gama de servios que, por vezes, os confunde, e, quando descobrem onde se

localiza um deles, podem ter que andar a p uma enorme distncia para chegar at l, No maior terminal do Mundo - o do Aeroporto de Hartsfield Atlanta, na Gergia, EUA , a rea coberta atinge mais de 24 ha. Cada terminal acaba por assemelhar se a uma pequena cidade, com o seu exrcito prprio de bagageiros, de pessoal de limpeza, de enfermagem e administrativo, empregados das lojas, dos restaurantes e da manuteno. O Terminal 3 do Aeroporto de Heathrow, em Londres, que movimenta a maioria dos voos de longo curso, tem 3000 empregados. Mas para se manterem activos, todos os terminais acabam por ter de ser modernizados, como aconteceu ao terminal 3 de Heathrow entre 1987 e 1990. A sua remodelao teve de ser planeada por forma a causar o mnimo de transtorno ao pessoal e aos seus 0 milhes de passageiros anuais. Contudo, novas tecnologias permitiro atender mais pessoas com as instalaes existentes. Tapetes rolantes para passageiros, tratamento computorizado das bagagens, comboios automticos para trans porte das pessoas desde os parques de automveis todas estas inovaes se destinam a tornar mais aprazveis as viagens areas.

A viglia constante para evitar que os avies choquemApesar da acumulao crescente de avies no espao areo mundial, a viagem por ar est a lornar-se efectivamente mais segura Nos EUA, o nmero de viajantes por ar subiu de 315 para 460 milhes entre 1980 e 1987. No mundo ocidental, o trfego areo cresce cerca de 20% por ano. Parece assim que deveriam aumentar as probabilidades de colises no ar, mas em cada ano o ndice destes acidentes diminui. Nos EUA, houve 1,72 mortes por 100 000 horas de voo em 1978 e 0,92 ern 1986. Por outras palavras, um avio teria de voar 24 horas por dia durante quase 12 anos para que morresse uma pessoa. Contudo, o sistema revela sinais de cansao. Em 1987, os quase acidentes nos EUA ocorreram razo de trs por dia - o dobro dos de 1984. Em 8 de Julho de 1987, por exemplo, dois Jambos americanos ambos a caminho dos EUA com um total de quase 000 pessoas a bordo passaram a menos de 30 m um do outro por sobre o Atlntico. Os nmeros correspondentes na Europa mantm-se estacionrios, mas alguns peritos temem que o quadro americano se repita aqui medida que o trfego aumenta. A responsabilidade de assegurar que os avies no colidam no ar pesa inteiramente sobre os ombros dos controladores de trfego areo. E com o aumento do nmero de voos, aumenta constantemente o volume do trabalho. Nos EUA, a federal Aviation Administralion emprega 15 500 controladores areos - quase exactamente o mesmo nmero que em 1980. Os principais locais de perigo so os prprios aeroportos, pois 90% de todas as colises e quase colises entre avies dose quando estes sobem depois da deso lagem, descem para aterrar ou circulam aguardando autorizao para aterrar. As regras do ar As regras do trfego areo h muito que se encontram estabelecidas. O espao areo est dividido em zonas de controlo (fr's) em que existem corredores areos, nos quais cada avio voa no interior de um paraleleppedo terico. Nos corredores entre Nova Iorque e Londres, por exemplo, os avies esto separados por espaos de 2000 ps (610 m) na vertical e 60 milhas martimas (110 km) na horizontal. Os controladores tm de assegurar que, durante o voo, cada avio seja entregue de uma zona de controle outra, mesmo so brevoando o oceano. 33

Antes de descolar, cada avio entrega um plano de voo, que actualizado em prnl outs do computador durante o voo. Os controladores de trfego monitorizam a viagem a partir destes printouts. Cada avio emite um sinal identificativo que visto no radar. Quando um aparelho se aproxima de um aeroporto movimentado com inteno de aterrar, dirigido para um ponto de referncia por sobre um radiofarol, em geral a vrias milhas de distncia. E lhe ento atribuda uma rota de voo prpria que o conduz pista. Contudo, durante perodos de ponta pode acontecer que o nmero dos avies que querem aterrar su perior quele que o aeroporto comporta. Em certos pases, os avies recebem or dons para voarem em crculos concntricos - mas a diferentes altitudes sobre o ponto de referncia, num padro de espe ra. Os controladores fazem ento aterrar os que voam a altitudes mais baixas, determi nando em simultneo que os restantes avies diminuam a sua altitude de voo medida que os outros vo aterrando. Noutros pases, os avies no so autorizados a iniciar o seu voo antes de terem garantido o respectivo espao de aterragem. Nos EUA, alguns aeroportos retiram lucros destas esperas, permitindo que os avies de companhias que pagam mais passem frente dos das outras. Teoricamente, o controle (\o trfego a reo um sistema de fiabilidade comprovada. Mas, medida que as exigncias se acumulam, os problemas multiplicam-se. Na sua maioria, os sistemas computorizados actuais esto obsoletos, e os controladores de trfego, dirigindo dezenas de voos, tra balhain sob presso crescente. 0 relatrio sobre o desastre de um avio durante uma trovoada no Aeroporto Dallas-Forl Worth, no Texas, em 1985, demonstrou que os controladores de trfego areo recebiam uma chamada em cada quatro segundos. Esta carga de trabalho foi, no entanto, descrita como moderada. Atravs da Europa, os sistemas computorizados de cada pas so frequentemente incompatveis entre si. Aumenta assim a probabilidade de os erros surgirem e passarem despercebidos. A forma de preservar e aumentar a segurana recorrendo computorizao. A Federal Aviation Administration, dos EUA. est a planear uma revoluo no controle do trfego areo, com um custo de perto de 20 000 milhes de dlares. O novo sistema quadruplicar a capacidade pela utilizao de computadores, cuja capacidade qua tro vezes superior dos anteriores e que so oito vezes mais rpidos. O sistema sugerir aos avies manobras de escape sempre que verificar que dois aparelhos se encontram em rota de coliso. Os visores de radar sero a cores e tero informaes sobre o estado do tempo. Os avies fora do contac

to com os centros de controle de trfego sero monitorizados por satlite. Todos os planos de voo e ajustamentos de horrios sero actualizados automaticamente. O satlite dar tambm informaes sobre as hipteses de congestionamento. Um computador a bordo detectar outros avies na vizinhana e dar ao piloto,

em voz sintetizada, instrues para no-coliso. Outro computador tratar as subi tas alteraes na direco do vento, que podem provocar desastres quando o avio desce para aterrar. Assim, o cu pode vir a tornar se mais congestionado, mas ser mais seguro pelo menos por uma ou duas dcadas.

Como so escolhidos os controladores de trfego areoControlar o trfego areo como jogar xa drez a trs dimenses. Se se tiver cuidado e mantiver a calma e a lucidez, nada acnnte cera. As aces constam todas dos manuais e instrues de procedimentos, e h computadores que ajudam a planear cada uma delas e a prever as suas consequncias. Nada devia correr mal. S que, s vezes, corre. Km 2G de Novembro de 1976, um controlador de trfego areo em Cleveland, Ohio, acabara de entrar de servio. Obser vava o seu radar havia apenas 55 segundos quando se apercebeu de que estava em presena de um desastre iminente. Um DC 10 da American Airlines, procedente de Chicago e voando para leste com 194 pessoas a bordo, subia para a posio que lhe fora atribuda, a 37 000 ps. Um Jumbo da TWA, dirigindo-se para oeste com 114 pessoas, voava a 35 000 ps. O controlador apercebeu-se de que os dois aparelhos se encontravam numa rota de coliso, coliso essa que ocorreria dentro de poucos segundos. Reagindo imediatamente, fez uma chamada urgente para o DC-10: "AA 182, Cleveland, qual a sua altitude?" A resposta do avio foi: "Atravessando os 34,7 (34 700 ps) neste momento. Conseguimos ver estrelas por cima, mas ainda estamos na zona das nuvens." Controlador: "AA 182, desa imediata mente para 33.0 CS.i 000 ps). No cockpit do DC 10, O comandante Guy Eby reagiu instintivamente, empurrando para a frente a alavanca dos coman dos. O avio picou com um movimento de

revolver os estmagos, e os passageiros,sem cintos de segurana, as hospedeiras e os carrinhos com os tabuleiros de comida "voaram" quando o cho lhes fugiu debaixo dos ps. Durante um breve instante, o comandante Eby viu o seu pra brisas tapado com o Jumbo da TWA, passando mesmo por cima dele a uma velocidade combinada de 1600 km hora. Os registos de voo mostraram depois que 0 DC 10 es lava a 14 m da altitude do Jumbo quando mergulhou para se pr a salvo.

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Controlando os caminhos areos. Sentados defronte dos visores de radar, os controladores de trfego areo no Aeroporto 0'Hare. de Chicago, seguem atentamente os avies que aterram e levantam na rea e esto em constante comunicao com os pilotos.

34

O incidente ilustrou as qualidades.ideais de um controlador de trfego areo: concentrao, pacincia, rapidez de deciso e unia aulori dade em que os pilotos possam confiar instantaneamente. Os candidatos a este lugar tem de ler uma boa forma fsica, boa viso, expresso verbal clara e habilitaes que in cluam o ingls, a lngua internacional da aviao. Durante curso, os futuros controladores de trfego aprendem leis da aviao e teoria de meteorologia e ra diocomunicao, alm das formalidades de comunica o com os pilotos. Estudam em salas de aula e em simuladores, com sesses prticas em centros de controle e aeroportos. So depois colocados num aeroporto ou num centro de controle para fazerem um estgio sob orientao superior Quando finalmente so considerados aptos, esto preparados para analisar e agir com base no enorme conjunto de informaes em constante alterao nos visores de radar e de computadores. Um grande aeroporto como o de Frankfurt trata uma mdia de 805 voos por dia

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controlador as caractersticas de per sonalidade necessrias para desempenhar cabalmente a sua misso. Assim, alm de um temperamento calmo e equilibrado, uma ateno viva e reaces rpidas, a dedicao e autodisciplina so tambm caractersticas indispensveis, pois lrata-se muitas vezes de uma ocupao solitria envolvendo trabalho em turnos durante a noite. Embora nos aeroportos pequenos os controladores consigam ver os avies a manobrar, nos grandes muitos deles esto permanentemente sentados em salas com iluminao difusa defronte dos seus radares. Nunca vem o avio e podem ler muito pouco contacto com outras pessoas. A conversa durante as horas de trabalho restringe-se muitas vezes as instrues dadas nas frases formais necessrias para garantir clareza e rigor: "Roger. seven three

Rastreio por nmeros. 0 oisor na sala de radares do Aeroporto Nacional de Wash ington atribui um nmero de voo a cada avio no seu espao areo para que os res pectiuOS movimentos possam ser vistos e seguidos pelo radar. movimento e todas com pilotos aguardando instrues. Mas no h capacidades intelectuais nem conhecimentos tcnicos que dem

-two. Descend to three thousand feet onQNII one-zero two four." ('"Entendido, sele trs-dois. Desa para trs mil ps no QNII. um zero dois quatro".) No se pode dizer que seja divertido. Mas o desafio, a responsabilidade e o salrio compensador garantem que no haja falta de candidatos a controladores.

- um por minuto nas horas de ponta ,eovisor de radar do controlador pode apresentar 25 imagens simultneas, todas em

A caa permanente aos terroristasAnn Murphy, empregada domstica irlandesa, de 32 anos, chegou ao controle de passageiros da El Al no Aeroporto de Healhrovv. em Londres, em 17 de Abril de 1986. Preparava se para voar para Israel, na convico de que iria conhecer a me do seu noivo jordano antes de casar. Estava grvida de cinco meses. O noivo, Nezar Hindawi, disse-lhe que seguiria noutro voo, pois adquirira um bilhete atravs da empresa em que trabalhava. Ann Murphy entrou na bicha com os outros passageiros para embarcar woJum bo, que transportaria 375 pessoas para Te lavive. Um empregado da segurana fez lhe algumas perguntas de rotina e passou a sua mala pela mquina de raios X, que nada mostrou de anormal. Depois despejou a mala e achou-a 'muito pesada para uma mala vazia". Aler tado por esle peso suspeito, puxou pelo fundo da mala e descobriu um comparti mento secreto contendo 1,5 kg de explosi vo plstico. Uma calculadora de bolso no meio das roupas de Ann continha um rel

Convite para a morte. Sem o saber, a irlan desa Ann Murphy (em cima. esquerda) linha na mala uma bomba de relgio. Fora colocada pelo seu noivo jordano, Nezar Hindawi (em cima, direita), que mais lar/te foi condenado o 45 anos de priso por tentar fazer explodir o avio com os seus 375 DOS saleiros Entre as provas apresentadas a julgamento ( esquerda), figuravam uma pistola, balas, um saco. um passaporte e uma calculadora para detonar o explosivo.

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nhias areas podero introduzir a "etiquetagem oculta" o tratamento dos uniformes, dos veculos e dos passes com um produto qumico detectvel apenas por equipamento especial de leitura. Radiografia das bagagens As mquinas de raios X de baixa intensidade, vulgares na dcada de 70, tm sido aperfeioadas com circuitos transistorizados a fim de fornecerem imagens suficientemente ntidas para poderem detectar fios elctricos mais finos que um cabelo humano. Mas as verificaes por raios X so apenas to eficientes quanto os guardas que as fazem: a maioria das pessoas aperceber-se-ia de uma pistola vista de lado - mas vista de frente ser mais difcil de reconhecer. O explosivo plstico como o Semtex checoslovaco invisvel aos raios X. A pilha, os detonadores e os fios utilizados para a exploso podem ser facilmente in corporados numa calculadora, como no caso da El Al, ou num aparelho de rdio, como no desastre da Pan Am. Olho perscrutador. Nos aeroportos de todo o Mundo oerificam-se as bagagens por meio de raios X. Nesta fotografia, um monitor de raios X reoeta que a mala inspeccionada, alm de culos de sol e uma tesoura, contm uma pistola. gio c um detonador que teriam feito expio dir a bomba s 13 horas, quando o avio voasse a 39 000 ps sobre a ustria. Nezar Hindawi dera-lhe a mala j contendo o explosivo sob o pretexto de que a dela era muito pesada e colocara nela a calculadora, dizendo que era para um amigo. A caminho do aeroporto, Hindawi pusera uma pilha na calculadora para armar a bomba. Terrorista palestiniano apoiado pelos Servios Secretos Srios, Hindawi foi apanhado e condenado a 45 anos de priso. Ann Murphy - que deu luz a filha de ambos atites do julgamento foi descrita no tribunal como a vtima de "um dos mais insensveis actos de iodos os tempos!" 0 avio teria sido destrudo no ar com todos os passageiros e tripulantes se no fosse a ateno vigilante do empregado da segurana e a perfeio do sistema de verificao de passageiros e bagagens da Kl Al. A El Al, a companhia de aviao israelita, tem fama de ser, no Mundo, a mais preocupada com a segurana. Os passageiros tm de apresentar-se cerca de trs horas antes da partiria e submeler-se a urna revista completa das suas pessoas. Toda a baga gem examinaria mo. O pesadelo de um acto terrorista num avio lotado pende constantemente sobre todos os responsveis pela segurana area. um pesadelo que s vezes se toma medonhamente real, como no caso rio Jumbo da Pan American que explodiu no ar sobre a cidade escocesa de Lockcrbie em 21 de Dezembro de 1988, matando 259 passageiros e tripulantes e II residentes da pequena cidade. Os crimes no ar, em particular os assaltos e a sabotagem, datam de 1930. quando pela primeira vez um avio foi assaltado um avio das Linhas Areas Peruanas pirateado no Peru. Desde ento registaram-se mais de (iOO incidentes, 90% dos quais depois de 1968. Os piratas do ar pedem geralmente dinheiro, publicidade ou aco poltica. E os terroristas tratam as companhias areas como um smbolo da nao a cuja poltica Detectores de metais As mquinas que criam campos magnticos tm sido largamente utilizadas desde o princpio dos anos 70 na deteco de objectos de metal dentro das bagagens. Entre 1973 e 1980, s nos EUA descobriram 20 000 armas de fogo. Mas, para evitar que os alarmes disparem desnecessariamente, os operadores dessas mquinas baixam-lhes frequentemente a sensibilidade, aumentando assim o risco de deixar passar pequenas armas. Por outro lado, os detectores de metais podem vir a tomar-se obsoletos: os peritos em segurana temem que um dia seja possvel construir armas de plstico. Etiquetagem de explosivos Alguns fabricantes de explosivos incluem "etiquetas" nos seus produtos - minsculos pedaos de plstico, de cores codificadas, que revelam o local de origem e a data de compra, permitindo assim rastrear os que os adquirem. Embora estas etiquetas apenas se tomem teis aps a exploso, a sua incluso poder dissuadir os terroristas ao tornar mais garantida a respectiva deteco. Os acordos internacionais podero alargar o uso desta etiquetagem. Revista aos passageiros Quase todos os aeroportos revistam actualmente alguns dos passageiros e a sua bagagem. A El Al revisla-os a todos. Mas os responsveis pelos aeroportos dizem que seria demasiado caro e demorado se cada companhia verificasse todas as pessoas e todas as peas de bagagem. As pessoas revistadas so habitualmente escolhidas

se opem.Cada uma destas tragdias provoca nos aeroportos uma segurana mais apertada, mas a segurana ter sempre as suas limitaes. Enquanto novas ideias e novos progressos tcnicos se sucedem, os responsveis da segurana mantm com os terroristas um permanente jogo do gato e do rato. E h sempre um conflito entre a necessidade de segurana e a necessidade de pro cessar rapidamente o movimento dos passageiros. Embora as companhias no gostem de revelar pormenores, existem diversos tipos de segurana nos aeroportos. Fiscalizao do pessoal Um aeroporto uma rea enorme que emprega milhares de pessoas e tem muitos pontos vulnerveis. O pessoal de abastecimento e de limpeza, por exemplo, j tem introduzido nos avies armas e explosivos. Para apertar a segurana, as compa

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GRANDES PROEZAS DE ORGANIZAO ao acaso, a no ser que haja razes para suspeitar de determinado voo ou passageiro. As revistas so agora apoiadas, como rotina, por questionrios que incluem perguntas sobre quem fez as malas dos passageiros e se algum lhes pediu que transportassem alguma coisa. Percepo distncia Utilizam-se ces com faro educado para detectar explosivos, liem como diversos tipos de sensores de gases (v. p, 97). Nenhuma mquina ou animal, por muito sensvel, consegue detectar explosivos inodoros ou hermeticamente fechados. Contudo, esto em progresso diversas tcnicas. Uma delas a radiografia por raios gama, que atravessa as bagagens com radiaes moderadamente radioactivas. Gerias frequncias so parcialmente absorvidas pelo contedo, dando ao feixe de raios uma '"assinatura" que identifica os explosivos. Outro dispositivo o aparelho de anlise por neutres trmicos, que bombardeia as bagagens com neutres (partculas su batmicas) que reagem com 0 azoto utilizado na maioria dos explosivos, libertando um gs detectvel. As mquinas eslo a ser instaladas em certos grandes aeroportos, especialmente para detectar explosivos plsticos. At que novos aparelhos sejam inventa dos ou aperfeioados, a melhor defesa contra os terroristas a vigilncia eficiente, mas feita com lacto, pois as buscas muito complelas conseguem tornar hostis at os passageiros mais pacientes. Foi o sentido de vigilncia que levou os homens da segurana a descobrir a bomba na mala de Anu Murphy, salvando assim centenas de vidas inocentes. No futuro imediato, o melhor aliado do terrorista o inspector de segurana abor recido e descuidado.

SERVIO A BORDO No dia da partida, as necessidades definitivas de refeies constam do ASPIC, o sistema automtico do centro da Brilish Airways para o conlrolc da produo do fornecimento de comi da a bordo. Cerca de quatro horas e meia antes da hora da partida, o centro comea a preparar os tabuleiros. Os componentes, incluindo acepipes e sobre mesa preparados de fresco, po, talheres e condimentos, so entregues a partir dos respectivos locais no edif cio de quase 5 ha. Os processos de preparao dos pratos quentes variam conforme as companhias areas. Umas cozinham previamente os alimentos para serem reaquecidos na estufa ou em fornos de microondas a bordo. Nos voos da British Airways, as refeies so parcialmente cozinhadas e rapidamente congeladas para poderem ser depois terminadas nos fornos do avio e servidas logo que acabadas de cozinhar. Quando os tabuleiros esto prepa rados, so colocados 30 em cada um dos conhecidos carrinhos de transporte com a largura da coxia e levados juntamente com os carrinhos de bebidas com as louas e talheres e ou tros artigos. O nmero total dos artigos de caterng de um Jumbo eleva se a 35 000. Todos eles tm de estar verificados e prontos para embarque duas horas e meia antes da parlida, para dar tempo a serem transportados para o avio. Falta agora uma hora para a partida. Qualquer artigo de ltima hora uma refeio es|)ecial para um passageiro diabtico inesperado, uni bolo de anos requisitado pressa - entregue por camio-frigorfico. A bordo, os trs conjuntos de refeies para as trs classes so armazenados nas respectivas cozinhas geralmente, seis. No ar, a refeio servida conforme o fuso horrio local. Os 15 elementos do pessoal de cabina tentam pr os tabuleiros em movimento imediatamente a seguir a estar pronto o principal prato quente. Recolhidos os tabuleiros c colocados novamente nos carrinhos, tudo fica pronto para ser descarregado, no destino, para os veculos do calering local. Refeies a bordo. As refeies nos avies, especialmente nas viagens de lon go curso, procuram ter o nvel de um bom restaurante. O pessoal do centro de forneci mento de refeies da British Airwoys em Heathrow expe o comida que vai ser servi da aos passageiros de um Jumbo.

Refeies a bordo de um "Jumbo"Com uma lotao que pode ir at 400 lugares, uni Jumbo acomoda tantas pessoas como um hotel ou um hospital de tamanho mdio. .Num voo intercontinental tpico, serve-se aos passageiros uma refeio de trs pratos (com o prato principal es colha), alm do pequeno-almoo ou do lanche. Na maioria, as grandes companhias de aviao preparam os pratos em centrais de caleriny dos aeroporlos das suas cidades de origem. O enorme centro de prepara o e fornecimento de refeies da British Airways, cm Heathrow, Londres, tem no seu quadro centenas de pessoas in Cluindo 80 cozinheiras que preparam cerca de 160 000 refeies por semana. Num dia tpico, o centro abastece 30 voos de Jumbo. que podero transportar quase 12 000 pessoas. As ementas so planeadas com trs meses de antecedncia, mas h pedidos cons tantes de dietas especiais por razes de sade, religiosas ou culturais. Podem Iam bm ser encomendadas refeies especiais para crianas at 24 horas antes da partida. Em Heathrow, a British Airways possui

tambm um centro de lavagem do equi pamenlo cie servio utilizado a bordo, que recolhido dos avies logo que estes aterram. Este centro emprega lf>0 pes soas mas apenas 130 na cozinha , apesar da enorme automatizao. H um aparelho que pega nos talheres

- 90 000 peas por dia por meio de

um man.No local de destino do avio, o ciclo rei nicia-se. No curto espao de tempo em que O avio est pousado, embarcada uma carga de ; } , " > 000 artigos. Quando o voo tem duas ou mais escalas - Londres-

Abu Dabi-Singapura Sydney, por exemplo . a companhia procura fornecer ementas diferentes para cada classe no percurso entre cada escala. A 800(1 m acima do solo, a mudana de ementa a nica coisa que distingue um

percurso do outro.

O mundo especial e arriscado do mercado de ttulosAssim que se extinguiu o rudo dos calevando sucessivamente a cada bolsa res das bolsas est agora a ceder o lugar nhes no campo de batalha de Waterloo, a sua hora de abrir, a onda varreu o Gloao rudo surdo da alta tecnologia, mecm 1815. a notcia da vitria dos aliados bo Hong Kong, Singapura, as bolsas da dida que os corretores se computori sobre Napoleo foi levada por estafetas at Kuropa, e Nova Iorque outra vez. Os valozam. Mas os princpios bsicos no se ao banqueiro Nalhan Rothschild, em Ixin res das empresas americanas desceram alteram. A bolsa o local para a compra dres. Este financeiro, um dos fundadores mais de 500 bilies de dlares antes de o e venda de valores designao genri da dinastia Rothschild, recebeu a notcia dia terminar. ca para os fundos do Estado, as aces, mais de 24 horas antes do primeiro-minisas obrigaes e ttulos similares. Todos A "Segunda-Feira Negra" veio chamar a tro britnico, Lord Liverpool. eles representam um investimento para ateno para o mercado de ttulos de pes a pessoa que os compra e uma forma de Rothschild sabia que o preo dos ttulos sejas que normalmente nem reparam que obter fundos para a organizao que os do Governo Ingls subiria em flecha quanele existe. Como podiam dar se perdas to emite. do a notcia fosse conhecida. Comprou volumosas?, perguntavam. Como d que por isso grandes quantidades desses ttufuncionam as bolsas de valores? A bolsa de valores determina, pelo prolos. 0 preo subiu durante os quatro dias cesso do mercado livre da oferta e procura, H trs sculos ou mais que as bolsas seguintes, e Rothschild viu aumentar a sua o valor de cada ttulo para a pessoa que o tm sido a praa aonde as empresas e j considervel fortuna. possui em qualquer momento. tambm alguns governos - se dirigem para obterem parte do capital de que preHoje em dia, as organizaes financeiAs empresas que necessitam de diras de todo o Mundo esto nheiro extra para financiar interligadas por comunicaas suas actividades tm, nas es electrnicas, e os aconeconomias de mercado litecimentos so conhecidos vre, duas maneiras princiem toda a parte quase imepais de o obter: ou o pedem diatamente. Os mercados de emprestado a um banco ttulos do Mundo agem quapor um prazo fixo, ou o obse em unssono, cada um detm vendendo uma parte de les reagindo sem demora s si prprias, sob a forma de notcias que recebe dos ttulos, a algum que os preoutros. tenda comprar. Exemplo dramtico foi a O segundo processo leni quebra verificada no merca vantagens para a empresa, do de ttulos na segunda-feira porque o dinheiro obtido li) de Outubro de 1987, que no tem necessariamente se transmitiu como uma de ser devolvido, caso os onda de choque volta do empreendimentos da comMundo, medida que cada panhia falhem por complebolsa ia abrindo para um to. Os compradores dos tnovo dia de trabalho. A Bolsa tulos, por seu lado, ficam de Nova Iorque sofrera uma com direito a parte dos luqueda brusca na sexta (eira cros se a empresa prospeanterior, seguindo-se um rar, e os seus ttulos aumenfim-de-semana efervescente taro de valor. Esperam obde pnico financeiro. A Bolsa ter desse investimento um de Sydney abriu as portas na rendimento melhor do que manh de segunda-feira enaquele que conseguiriam quanto grande parte do dando ao sen dinheiro uma Mundo dormia ainda. Os outra aplicao menos ar corretores foram inundados riscada. por ordens de venda, e os va- Scgunda-Feira Negra. Os semblantes preocupados dos corretores de Estar cotada na bolsa d lores das aces baixaram ttulos londrinos refleclerti a consternao provocada peio crash mundial prestgio empresa, o que, milhares de dlares. As co dos mercados de ttulos na "Segunda-Feira Negra" do Outono de 1987. por sua vez. a ajuda nos iniinicaes por satlite levaseus esforos de criar funram imediatamente a notcia Bolsa de dos. Atravs da bolsa, a empresa tem cisam para financiar os seus empreendiTquio, onde se deu uma venda em larga igualmente acesso ao conjunto mais immentos. escala. portante de investidores potenciais e O tradicional frenesim de compras e ao seu dinheiro. Enquanto a Terra rodava no seu eixo. vendas, ao jeito de leiles, nos corredo3H

Passo acelerado. Corretores da Bolsa de Tquio rodopiando na zona central ( esquerda, em baixo). A fotografia mais aproximada mostraos em compenetrado colquio.

Uma empresa no automaticamente admitida na bolsa. H regras para garantir que as empresas cotadas dern aos investidores informaes completas e rigorosas acerca dos seus negcios e os tratem com honestidade e dentro da lei. E caro e complicado para as empresas conseguirem cotao nos grandes mercados, como os de Nova Iorque, Tquio ou Londres. Km Nova Iorque, por exemplo, uma companhia cotada tem de ter um activo de pelo menos 16 milhes de dlares. Muitos pases criaram mercados secundrios para as empresas de menores dimenses que pretendem oferecer ao pblico os seus ttulos. Estes mercados impem condies menos rigorosas que as dos grandes mercados, mas obedecem, mesmo assim, a regras estritas. Em Portugal h o chamado "mercado no-oficial", onde so cotadas as empresas que no preenchem as condies impostas para a cotao oficial. Prev-se ainda para breve a criao de dois "terceiros mercados" regionais (Lisboa e Porto). Quem administra as bolsas? Como templos do mercado livre, as bolsas do mercado tm sido tradicionalmente ad ministradas precisamente por aqueles que lhes deram origem. Assemclham-se a clubes privados muito exclusivos. Em muitos pases, a qualidade de membro pode ser comprada, desde que os outros membros concordem com a admisso e exista uma vaga. 0 preo elevado - chega a cerca de 375 000 dlares em Nova Iorque e a 6,6 milhes de dlares em Tquio. Em outros pases, como a Gr-Bretanha, os membros no esto sujeitos a um nmero preesta-

belecido de vagas e a bolsa aberta a qualquer empresa que preencha os requisitos de admisso. So os scios que elaboram as regras da bolsa, e estas tm de obedecer s leis do pas. Em alguns pases, foi criada uma entidade independente, como a Comisso de Ttulos e da Bolsa, nos Estados Unidos, para vigiar a actividade diria das bolsas em representao do pblico. "Market makers" e corretores O privilgio mximo concedido pelas bolsas aos seus associados o direito de serem market makers em ttulos isto , de serem o ponto central atravs do qual os valores so comprados e vendidos. O segundo privilgio, igualmente importante, serem corretores as pessoas que tm acesso directo aos market makers para comprarem ou venderem em nome dos investidores. Em Londres, o market maker a figura principal. Na Bolsa de Va lores de Nova Iorque, o "especialista" desempenha um papel idntico. A cada es pecialista atribudo o direito exclusivo de negociar em determinados ttulos, que pode comprar ou vender a corretores que o contactem, ou que pode comprar ou vender por sua prpria conta. O negcio assume a forma de um leilo livre na sala da bolsa, no qual os corretores, com instrues dos seus clientes, se juntam em volta do especialista, gritando os preos por que eslo dispostos a comprar determinados ttulos (o bid) ou a vend-los (o ask). O especialista concilia compradores e vendedores da melhor maneira, utilizando a sua carteira de ttulos pessoal para corrigir desequilbrios.

"CRASH" POR COMPUTADOR? A utilizao de computadores por alguns investidores no mercado de ttulos criou um processo chamado "venda stop-hss", que poder ameaar a estabilidade dos mercados nacionais e at internacionais. Os proprietrios de valores do instrues aos corretores para programarem os seus computadores com determinado preo para cada ttulo. Se o preo desce abaixo do progra mado, os ttulos so vendidos para minimizar as perdas dos proprietrios. Mesmo nas bolsas mais automatizadas, o processo ainda no inteiramente automtico: o corretor tem ainda de falar com o market maker para fazer negcios importantes. Mas, com o aparecimento dos sistemas computadora computador, o mundo financeiro arrisca-se a um crash dirigido pelos computadores. Uma ligeira tendncia baixista no mercado de ttulos poder desencadear umas quantas vendas stoploss, provocando um consequente novo abaixamento. Este, por sua vez, desencadear outros, e assim sucessivamente, originando um crash difcil de controlar.

O floor. Corretores da Bolsa de Honsf Kon# sentam-se em frente dos computadores e dos telefones, comprando e vendendo ttulos pblicos, aces e obrigaes. 39

Locais de pnico. Os corretores vagueiam consternados com a grande quebra da Bolsa de Nova Iorque em Outubro de 1987 (em cima) H momentos de tenso f esquerda) quando perscrutam nos seus computadores os ltimos movimentos do mercado. bolsa 50 000 aces com o valor nominal de 2000$ cada uma. No entanto, uma vez que aqueles ttulos comecem a ser negociados, o seu preo de mercado pode revelar-se superior ou inferior ao valor nominativo. Quando h mais pessoas a comprar do que a vender, o preo sobe. Quando h mais a vender, o preo baixa. Num mercado altista, as pessoas compram ttulos na esperana de que o seu valor aumente e venham a poder vendlos com lucro. Num mercado baixista, os preos dos ttulos esto a cair, e os especuladores podem ainda fazer dinheiro concordando em vender, a um preo fixo, ttulos que nessa altura ainda no tenham

Na Bolsa de Tquio, o equivalente aos especialistas de Nova Iorque so os dia mados saitori, que operam de forma semelhante, excepo de no serem autorizados a comprar ou vender ttulos por conta prpria: so meramente intermedirios nas transaces da sala da bolsa. Os market makers obtm o seu rendimento do spread das suas transaces a diferena entre os valores de compra e venda. Os corretores trabalham geralmente comisso, ligada ao valor dos ttulos que compram ou vendem por conta dos seus clientes. Em Portugal, a funo de market maker desempenhada pelas sociedades finan ceiras de corretagem (dealers), e a funo de corretor, pelas sociedades corretoras

ORIGEM DAS BOLSAS As cerca de 130 bolsas de valores do Mundo tm as suas origens na Frana e Pases Baixos (Blgica e I lolan da) do sculo xin. Os negociantes vendiam letras de cmbio - declaraes de dvida emitidas pelos mercadores em troca de emprstimos. Se o portador de uma letra precisava de dinheiro antes do respectivo vencimento, podia vend-la a um terceiro Mas s no sculo xvn as bolsas comearam a evoluir para a sua forma actual. A Bolsa de Valores de Amsterdo reclama-se como a mais antiga, fundada por volta de 1611. Em 1697, foi introduzido em Inglaterra um primei ro sistema de regulamentao dos corretores. At ao princpio do sculo xix, as bolsas de valores, na maioria, eram ajuntamentos informais de corretores nos bairros mercantis das cidades. Em Londres, o negcio centrava-se em cafs. Em Nova Iorque, os corretores encontravam se ao ar livre, debaixo de uma rvore, naquilo que mais tarde foi a famosa Wall Street. Mas o desenvolvimento industrial do sculo xix e a exploso da oferta de aces e outros ttulos criou a necessidade de instalaes permanentes. A Bolsa de Valores de Nova Iorque o maior centro de transaces, repre sentando 60% do negcio mundial de ttulos, com cerca de 1500 empresas coladas. A Bolsa de Valores de Tquio ocupa o segundo lugar mundial, com quase tantas empresas como Nova Iorque, mas com um valor de transaces inferior a metade daquele.

(brokers).O preo dos ttulos Os ttulos cotados oficialmente so inicialmente emitidos com um valor nominal ou facial. Uma empresa que pretenda, por exemplo, angariar 100 milhes de escudos pode pr venda atravs da Cincia de computador. Desde a compuorizao da Bolsa de Valores de Londres, em 1987. os corretores trabalham a punir dos seus prprios escritrios. Os monitores mostram a situao do mercado. 40

pago: esperam que, quando tiverem que o fazer, o preo lenha cado ainda mais, de modo que iro pagar menos do que aquilo que recebero. O valor de mercado dos ltulos regido pelo comportamento da empresa que os emite e pela situao econmica e poltica do pas e do mercado. Os acontecimentos nacionais que afectam os valores comerciais dos ttulos so fceis de identificar, mas o seu impacte difcil de prever. Entre eles, podem contar-se mudanas de governo, previses de surtos ou quebras econmicas ou aumentos sbitos no custo de matrias-primas essenciais. As empresas de corretagem internacionais e os grandes investidores, como, por exemplo, as companhias de seguros, tm oramentos cada vez mais elevados

para os seus departamentos de previso. O valor dos ttulos est em constante variao, medida que se processam as compras e as vendas. Mas conveniente "congel-los" periodicamente para se poder comparar, entre dois perodos sucessivos, o comportamento desses ttulos o dos ttulos do mercado em geral. Todos os dias publicado nos jornais o preo do fecho de cada ttulo, referente ao dia anterior. E o progresso global do mercado medido atravs de ndices compostos por diversos tt u los-ehave. Os ndices mais conhecidos incluem o Dow Jones Industrial Average (Nova Iorque), o Financial Times/Stock Exchange 100 (Londres) c o Nikkei 225 Stock Average (Tquio). Os ndices so dados a conhecer a todo o Mundo duas ou mesmo mais vezes por dia.

Dinheiro para queimarOs cnicos afirmam muitas vezes que os governos parecem ter dinheiro para quei mar. E verdade: os governos de todo o Mundo queimam em cada semana tonela das de notas velhas. As moedas em circulao podem durar dezenas de anos, at que a imagem se gaste ou a denominao se altere, mas as notas de pequeno valor mudam de mos com tanta rapidez que se inutilizam em poucos meses. Mesmo as notas "grandes" no duram mais que dois ou trs anos. O Banco de Portugal no foge regra de ter de queimar as notas em mau estado retiradas da circulao. So mais de 150 milhes de notas destrudas anualmente. Este quantitativo pe ao banco alguns problemas, nomeadamente os relativos segurana e poluio. A operao de escolha das notas usadas e entradas no banco selecciona as notas incapazes de circular, que so depois totalmente desfeitas em equipamento apropriado com a garantia ria mxima eficincia, sendo os resduos aglutinados em brikettes destinados a ser utilizados como combustvel industrial. No se vislumbra ainda um substituto do papel-moeda, no obstante os Australianos j lerem posto a circular notas de plstico. A facilidade e comodidade de utilizao do papel-moeda confere-lhe caractersticas tais que mesmo o recente aparecimento e desenvolvimento de meios de pagamento automticos no tem provocado uma diminuio do papel-moeda em circulao.

AS FRAUDES NA BOLSA

"Inside trader". O financeiro nova-iorquino Ivan Boesky (ao centro) deixando o Tribunal. Depois de admitir ter utilizado informaes confidenciais sobre fuses de empresas, foi multado em 100 milhes de dlares e condenado a trs anos de priso. Desde os primeiros tempos das bolsas houve sempre tentativas de burla. Por volta de 1720, o chanceler do Tesouro Britnico, John Aislabie, foi preso por "corrupo infame": enchera os bolsos durante a venda ao pblico de aces da South Sea Company, empreendimento que arruinou muitos investidores. Todas os pases tm as suas leis prprias para evitar as burlas, e alguns possuem agncias, como a US Securities & Exchange Commission (Comisso de Ttulos e das Bolsas rios Estados Unidos), para assegurar o cumprimento dessas leis. Um dos crimes mais notrios, e um dos mais difceis de suster, o inside trad ing, ou insider dealing, que consiste no uso de informaes internas, privilegia das, acerca de uma empresa para se obter lucro com os seus ttulos. O inside trader tem de comprar as aces imediatamente antes de a companhia anunciar um aumento dos lucros ou de as vender antes de se anunciarem prejuzos. Em 1986, um eminente financeiro nova-iorquino, Ivan Boesky, foi acusado de investir em aces utilizando informa es confidenciais sobre fuses de empresas. Pagara quantias enormes por es S3S informaes: s de uma vez entregara 700 000 dlares em notas usadas a um banqueiro numa ruela da Wall Street. Boesky fez uma confisso pormenorizada, que resultou na priso de banqueiros e empresrios. Foi condenado a trs anos de priso.

Como se constri um automvelOs filmes de desenhos animados mostram fbricas de automveis em que, por um lado, entra ferro em bruto e saem, pelo ou tro, carros reluzentes j a andar. Claro que se trata de uma falsa imagem: os automveis no so totalmente construdos no mesmo stio. Mas a realidade no muito menos notvel, pois o processo pode envolver fbricas de todo o Mundo para a construo de um nico carro. Em Saragoa, Espanha, onde a empresa americana General Motors possui uma enorme linha de montagem, o ao para a carroaria pode vir da prpria Espanha, o motor de Inglaterra, a suspenso, caixa de velocidades e sistema de injeco do com bustvel da Alemanha, os pneus de Frana

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ou de Itlia, o rdio da Holanda ou do Japo, com contribuies at da Austrlia o da Coreia. Noutros tempos, era tudo muito mais simples. No princpio do sculo, os primeiros automveis eram produzidos de maneira semelhante das carruagens de cavalos com os operrios andando de um lado para o outro, martelando com vagar, e com elevados custos, os painis de metal nas estruturas de madeira. Embora os princpios da produo em srie h muito se encontrassem estabelecidos para artigos como roldanas para barcos e armas de fogo, foi preciso um gnio de organizao para aplicar o princpio indstria automvel: Henry Ford. A primeira linha de montagem Em 1903, Ford comeou a fabricar auto mveis em Detroit, e em trs anos transformou se no maior construtor de automveis da Amrica. Ao fim de cinco anos, concentrava as suas atenes num nico modelo - o Ford T - para aproveitar ao mximo as peas normalizadas. Depois, em 1913, introduziu a ideia que iria revolucionar a produo automvel, a linha de montagem. Inverteu-se assim a relao operrio/produto, pois agora era este que pas sava por uma linha de operrios, a cada um dos quais competia uma tarefa especfica. Quando pela primeira vez foi aplicado produo de magnetos, reduziu o tempo de montagem de 20 para 5 minutos. wrf Entusiasmado, Ford alargou o princpio construo de Sr^V chassis. Uma corda puxava os chassis ao longo de um trilho, ao lado do qual se encontravam 50 operrios, cada um deles fixando ao chassis, quando este pas sava, a pea que lhe competia. O tempo de montagem para os chassis desceu de 12 para fi horas e, com a introduo do transportador movido por correntes, ficou reduzido a hora e meia. Comercialmente, os resultados foram espantosos. Em menos de 10 anos, o preo do Ford T desceu de 850 para 250 dlares, e Ford vendeu 1,8 milhes de carros. A Ford Motors foi novamente pioneira em 1951 ao utilizar equipamento automtico na produo de blocos de motor. Em 500 operaes distintas, 40 mquinas reduzem o tempo de produo, por motor, de algumas horas para 15 minutos. O mundo dos robs O desejo de poupar trabalho tem continuado a inspirar novos processos, com robs a substiturem operrios, eliminando tarefas montonas e garantindo maior

Montagem manual. Em 19/3, Henry Ford introduziu linhas de montagem na sua fbrica. Tapetes rolantes passavam as pe as em frente dos mecnicos e transporta oam os motores at aos montadores (em cima). Em 1915, em cada minuto e meio saa da tinha de montagem um Ford T. preciso. No Fiat Uno. s 30 das 2700 operaes de soldadura so feitas mo. Apenas as tarefas especializadas, como a instalao dos fios elctricos, se mantm hoje nas mos do homem. Numa cadeia de montagem tpica dos anos 80 - como as fbricas rio Fiat Uno em Mirafiori ou Rivai ta, Itlia, que produzem 3000 carros por dia , a primeira fase consiste na chegada da chapa de ao ao sector de prensagem. Aqui, em reas do tamanho de trs campos de futebol, gruas robs entregam folhas de ao a mquinas de estampagem gigantes, que moldam e cortam as peas de metal para a construo da carroaria. Depois, robs constroem a parte inferior desta, o cho do carro, procedendo a inmeras soldaduras e criando uma forma complexa com espaos para o encaixe das rodas, para a mala e para a roda sobresse lente. Na fase seguinte, figs, ou gabarits, de grandes dimenses mantm em posio as ilhargas e o tejadilho para serem auto maticamente soldados no seu lugar. Entretanto, as portas foram construdas em linhas de montagem paralelas, num processo que envolve diversas prensagens para a criao de um corpo exterior rebitado a uma moldura interior.

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Finalmente, nas linhas de montagem final todas as carroarias so verificadas por laser para se detectarem as mnimas distores ou irregularidades. O acabamento A pintura de um carro um processo importante - protege o contra a corroso e d-lhe um acabamento bonito e brilhante. 0 carro, quase completamente montado, desengordurado, lavado e coberto com fosfato para o tornar mais recepti vo pintura. Aps novas lavagens, so-Ihe aplicadas eleetrostalieamenle diversas deinos de primrio, utilizando um campo magntico para atrair a tinta. As ltimas demos habitualmente trs so de tinta acrlica brilhante. A pintura da maioria dos carros de srie tem a espessara de 0,1 mm. Um Rolls-Royce recebe 22 demos, que produzem uma espessura de 0,2 mm. A seguir, injecta-se em todas as seces ocas, como os pilares e as longarinas, uma cera especial