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MARAVILHAS DA CIÊNCIA i

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  • 1. MARAVILHAS DA CINCIA i

2. NDICE A pequena esfera de ao de uma esferogrfica, a descolagem de um Jumbo, a identificao das impresses digitais de um criminoso, a construo de uma torre com mais de 500 m de altura, a habilidade de tirar um coelho do chapu. Estas so algumas das maravilhas e curiosidades que esta obra lhe revela. Esperamos, porm, que ao folhear este livro encontre muitos outros assuntos que lhe despertem o seu interesse e a sua admirao. MILAGRES DO DIA-A-DIA Pp. 9-30 Desenhos em non Iluminao controlada pelo Sol A resistncia das lmpadas As pilhas Como se "mete" o bico num lpis Esferogrfica Supercolas Os post-it Pondo perfume num papel Fotografias em pontinhos As mquinas de moedas Vclcro 10 11 11 12 13 14 15 16 Itj 17 18 19 Pormenor do vekro Fecho de correr 20 Parar um elevador em queda 20 Testes de cheiro no gs natural 21 As fibras dos saquinhos de ch 21 Fsforos aos milhes 22 Como adere a pelcula aderente? 23 Panelas antieslurro 23 Como cozinham as microondas 24 Como os frigorficos "fazem frio" 25 Panelas de presso 26 Eliminando o calcrio das panelas 26 "Girinos" na mquina de lavar 27 Pasta de dentes - de giz e algas 28 0 fio das lminas de barbear 29 Ao inoxidvel 30 GRANDES PROEZAS DE ORGANIZAO Um servio mundial de mensageiros 56 Pp.31-72 Multides nos aeroportos 32 Evitando colises areas 33 A seleco dos controladores areos 34 A caa aos terroristas 35 Refeies a bordo de um Jumbo 37 0 mundo da Bolsa 38 Dinheiro para queimar 41 Como se constri um automvel 11 A previso meteorolgica 44 Abastecimento de gua a uma cidade 46 Tratamento de lixos 47 Combate a incndios na floresta 40 O problema do trnsito 50 Um dia nos cuidados intensivos 52 Fotografias areas para mapas 54 Uma carta atravessa o Mundo 5(5 O controle do trfego citadino Notcias de todo o Mundo 57 Elaborao de um dicionrio 58 Abastecimento de um exrcito em guerra 513 l ni dia num hotel de luxo 61 Um dia num transatlntico 62 Como se organizam as Olimpadas 64 Como se faz um filme 66 Pr em cena uma comdia musical 68 Equipas de socorro de montanha 71 TCNICAS DE LOGRO E DETECO Pp. 73-100 0 avio "invisvel" Camuflagem Scramblers Cdigos e cifras () mundo das "toupeiras" Dispositivos de escuta Tintas invisveis 74 76 77 78 79 80 81 1 3. As drogas da verdade Fotografias que mentem Detectores de mentiras A busca das causas de um incndio Descobrindo pinturas ocultas 81 82 87 89 90 Fotografias ' men t irosas' Impresses digitais 92 A "dacliloscopia" gentica 94 Como se produz um retrato-rob 95 Anlise ria caligrafia 95 Deteco de droga 97 Desmascarando traficantes 98 A investigao de desastres areos 99 IDEIAS PRATICAS E SOLUES ENGENHOSAS Pp. 101-164 Como se obtm os melais puros 102 Como se transforma areia em vidro 104 Das rvores ao papel 106 Converter plantas em gasolina 108 Converso de carvo em petrleo 108 Captando a fragrncia das flores 108 Tecido feito de fibras naturais 110 Seda: fabricada por borboletas Vesturio de fibras sintticas Tecidos com padres Produo de vesturio cm massa Dos fios de algodo ao tecido Como se obtm gua doce do mar 117 Transformar lixo em energia 118 A reciclagem do lixo 119 Electricidade a partir do urnio 121 Armazenagem de resduos nucleares 122 Electricidade a partir das mars 123 Electricidade a partir do vento 124 Rochas quentes: fonte de energia 125 A origem das chuvas cidas 126 Captando a luz do Sol 127 Fotografias de alta velocidade 128 Captar em filme a Natureza 129 Plstico que se autodestri 130 A "revoluo do plstico" 131 Como se extrai petrleo 132 Prospeco de petrleo 133 Limpar derrames de petrleo 134 Fogo num poo de petrleo 135 Como se mede uma montanha 138 Tesouros no fundo do mar 138 O escafandro autnomo 140 Reparao dos cabos submarinos 141 Diamantes sintticos 142 Como se cortam diamantes 143 O corte do diamante Cullinan 144 A tcnica dos vedores 146 Como se faz chover 146 Construindo os avies do futuro 146 Aeroplanos accionados pelo homem 149 Aterragem em porta avies 150 lanamento de avies de um navio 151 Tcticas dos pilotos de caa 151 "Ver" com o radar 154 Defesa contra torpedos e msseis 154 Como guiar msseis at ao alvo 156 Como um soldado v na escurido 157 Porque vai uma bala a direito 157 Construindo armas nucleares 158 Raios de laser no espao 159 Extinguir um incndio nuclear 160 Velejar contra o vento 161 O restauro de uma obra de arte 161 A pintura da Capela Sistina 162 A EXPLORAO DO UNIVERSO Pp. 165-186 A fora que impele o foguete 167 ^P'^^^^^^^^E -^ W 1 j W"'V' M ' '1 % ^H^^y ^ vt *"*' ^ ^Si E. ^B h Deslocao no espao Navegao no espao 168 Refeies numa nave espacial 169 ("orno os satlites giram em rbita 170 O controle das sondas espaciais 172 Fotografias por satlite 174 Receber fotografias de satlites 175 Einstein e a relatividade 176 Medindo o Universo 178 Os espelhos dos telescpios 180 Como se contam as estrelas? 182 Como acabar o Universo? 183 Em busca dos limites do Universo 183 "Vendo" o invisvel buraco negro 183 A serpente que voltou do espao 184 Descobrindo planetas 185 Em busca de vida no espao 186 4. NDICE MARAVILHAS DA CINCIA Pp. 187-210 Clones de plantas e animais 188 Os segredos das clulas 189 Criao de novas espcies 190 Como se iriam novos medicamentos 191 Comunicar com .munais 192 Os mamutes voltaro a existir' 193 Reconstituir seres pre-historieos 194 Km In isca da mquina pensadora 196 Como que um computador traduz? 196 Computadores que falam 197 Como se cindem os tomos? 198 Explorando o interior do tomo 199 Ver os tomos 200 Medindo a velocidade da luz 201 Medindo a velocidade do som 201 Chuck Yeager e a barreira do som 202 A previso de sismos 201 Perfurando a crusta terrestre 206 A deriva dos continentes 207 Dndc s ctuUttwntes se separam A idade da Terra 209 O centro da Terra 210 COMO FUNCIONA? Pp. 211-274 (i teletl me A radio A televiso Controle remoto 212 2 IS 218 220 O vdeo 220 Gravao em fila 221 O gira discos 222 .Sons de duas direces 223 Edison e a lu/ elctrica 224 CDs: msica com um raio de laser 226 Os sintetizadores 227 Fibras pticas 228 Hologramas 229 Fax fotocpias pelo telefone 230 O "bip" que nos chama 231 Fotocopiadoras 231 A cmara fotogrfica 232 ''miaras de focagem automtica 237 0 cristal de silcio 238 As utilizaes de um micmchip Os computadores Como as calculadoras fazem somas Os cofres dos bancos Dinheiro de plstico O cdigo de barras Relgios de quartzo Relgios atmicos - a perfeio O microscpio electrnico Os robs O motor de um automvel Traves antibloqueio O cinto de segurana Porque se usam pneus lisos Testes de alcoolemia Como funciona um aerossol Os herbicidas selectivos Os pesticidas selectivos Metais com memoria Relgio de fumo Alarmes contra ladres A mquina de costura Porque flutuam os navios de ao Submerso durante semanas Como se navega uni submarino Cabinas pressurizadas George Stephenson e os comboios A descolagem de um Jumbo o helicptero o hydrofoil: 'Voando" na gua o hot ercrafi 239 211 2-12 212 2 13 211 211 2 IS 246 248 2S0 230 251 2S1 251 252 253 254 254 254 255 256 257 259 259 260 262 268 272 271 MARAVILHAS DA MEDICINA Pp. 275-298 A criao de um beb-proveta 276 O exame oftalmolgico 277 Quando a cida auneu numa panela Como os culos aguam a vista 27,s Como se fazem lentes de contacto 278 Corno lem os cegos 280 Como se mede a inteligncia 281 o que e ,i memria? 282 O que e a hipnose? 2.82 Como se treinam os atletas 283 "Vendo"' o interior do corpo 287 Antibiticos 288 A microcirurgia 289 Marie Curie e o rdio 290 Operar com um feixe de luz 292 Como a anestesia elimina a dor 292 Para que sere o pacemaker 293 A cirurgia de transplante 291 Eliminar as rugas da face 295 O primeiro transplante cardaco 296 Como trabalha um rim artificial? 298 Como se reduz, a calvcie 298 Sobreviver a um raio 298 CONSTRUO E DEMOLIO Pp. 299-316 Construir um arranha cus 300 A mais alta construo do Mundo .502 Como o cimento faz presa na tigiia .303 Beto (ire esforado 303 A demolio de um arranha-cus 301 Demolindo uma central nuclear 305 Cabos que poderiam atar o Mundo 306 6 5. Como se represam grandes rios? 308 Construes resistentes ao vento 311 Montagem de gruas gigantes 312 Soldar debaixo de gua 314 Construir tneis debaixo de gua 316 Domar a Natureza Como os tneis se encontram COMO FOI FEITO Pp. 317-372 A Grande Pirmide As doenas dos antigos egpcios Os rostos do passado Ferramentas na Idade da Pedra s esttuas da ilha da Pscoa A Cirande Muralha da China Um exrcito de barro As paredes de pedra dos Incas A construo de Stonehenge Datao de vestgios antigos 0 passado em gros de plen Como Anbal atravessou os Alpes Po e cerveja na Idade da Pedra Desenhos com pedras Os artistas das cavernas Os Jogos Romanos Cerco a um castelo medieval A navegao U Antiguidade Colombo descobre o "Novo Mundo'' 319 324 325 327 328 333 335 33(3 338 341 343 344 346 347 347 350 352 355 356 1'iiuuru nu kludc clu PedrQ A construo de l.ady Liberty 359 O memorial do monte Rushmore 362 A hidrulica romana 365 Medicina na Idade da Pedra 366 Os cosmticos primitivos 367 Como os Gregos mediram a Terra 367 Decifrando lnguas esquecidas 368 Travessia area sem escala 370 CURIOSIDADES DE ALIMENTOS E BEBIDAS Pp. 373-394 A pra dentro da garrafa 571 Rodelas de anans todas iguais 375 Como se faz o luro no macarro 375 Como se recheia uma azeitona 375 Rechear chocolates 376 Bolachas com pedaos de chocolate 376 Filetes prontos a fritar 376 Batatas fritas aos milhes 377 Camares descascados mquina 377 Ervilhas congeladas 378 Alimentos tratados com radiaes 378 A liofilizao 379 Caf instantneo 380 Sabores artificiais 380 Escolher feijes 381 Transformar feijes em "carne" 381 Conservao do leite 381 Algas nos gel.idos 385 Maionese 385 l.ouis Pasteur 386 Assar um boi 388 Comida para animais de estimao 388 A coca-cola 38!) Como se Faz o vinho 390 O sabor do vinho 392 As bolhis do champanhe 393 De onde vm as bolhas PURO DIVERTIMENTO Pp. 395-437 Como serrar uma mulher ao meio 396 Mm coelho no chapu 397 Morte de um apanhador de balas 398 Levitao 399 O truque da corda indiano 400 Homens que "lem" o pensamento 401 Os venlrloquos 401 Houdini: o mestre da evaso 402 r Como se fax cerveja 394 Porque que no caem'' O truque das trs cartas 404 Montanha russa 405 Espelhos que enganam 406 "Nevoeiro" no teatro e cinema 406 Os eleitos especiais no cinema 406 Os duplos 414 O homem que "embrulha" paisagens 118 Pleitos grficos na televiso 120 Animais que so estrelas de TV 425 Concursos de televiso 426 Roleta 427 Preparando palavras cruzadas 427 Computadores campees de xadrez 427 Aprisionar um dente de leo 428 Um barco dentro de uma garrafa I2!> Cronometrar os atletas olmpicos 429 JutZ de linha electrnico 430 Curvar uma bola no ar 431 As covinhas nas bolas de golfe 132 Porque volta O bumerangue 432 Andar sobre o fogo 433 Mergulhos "em seco" 434 Saltos de esqui 434 Saltos de pra-quedas 435 Surf 436 NDICE 438 AGRADECIMENTOS 446 6. Redactores e consultores da edio inglesa Nigel Hawkes Nigel Henbest Graham Jones Robin Kerrod Terry Kirby Theodore Rowland-Entwistle John H. Stephens Nigel West Neil Ardley John Brosnan Dr. John R. Bullen Prof. Geoffrey Campbell-Platt Mike Clifford Jean Cooke Mike Groushko Ned Halley Commander D. A. Hobbs Richard Holliss W. F. A. Horner Dr. Robert Ilson Dominic Man John Man Dr. J. R. Mitchell Prof. Frank Paine Michael D. Ranken Nigel Rodgers Dr. David A. Rosie Andrew Wilbey Consultores da edio portuguesa Dr. Alfredo Barreto Prof. Antnio de Vallra Dr. Antnio Dias Diogo Eng. Antnio Pratt Dr. Augusto Maldonado Simes Dr. Carlos Santos Ferreira Dr.a Dulce Mota Eurico da Fonseca Filipe La Fria Eng. Francisco Chumbinho Eng. Francisco Tudella Dr.*1 Gabriela Iriarte Eng. Gonalo Borges de Castro Dr.a Graa Vieira Dr.d Helena Paveia Henrique Sampaio Soares Dr. Horcio Novais Dr.a Isabel Barros Ferreira Dr. Joo Matela Arq. Jos Antnio Abreu Valente Dr. Jos Antnio Pestana Dr. Jos de Matos Cruz Eng. Jos Eduardo Noronha Jos Soudo Liselotte Correia Dr.a Lcia Garcia Marques Manuel Gorjo Henriques Dr. Ricardo Schedel Profa Teresa Mira Azevedo Dr. Vasco Rivoti Victor Milheiro Vtor Neto 8 7. Milagres do dia-a-dia Todos os dias, e quase sem pensar, nos servimos dos mais extraordinrios instrumentos e materiais - fornos de microondas, pasta dentfrica s riscas, mquinas de barbear descartveis. Mas como so feitos, como funcionam e como foram concebidos todos estes ingredientes maravilhosos da vida moderna? Como se fazem anncios aromticos, p. 16 Como se forma uma bola de sabo, p. 2 8. seu cigarro bamboleante, do mino o caleidoscpio de non de Las Vegas ( esquerda). A figura data de 1951. Tam bem em Hong Kong a noite se enche de luzes (em cima). Algumas, como este dra go, so o pesadelo dos mestres vidreiros. raSfestiSSJj fci' i 9. MILAGRES DO DIA-A-DIA verificaram que luziam com cores diferen- tes. Por exemplo, a lux emilicla pelo hlio vermelho-dourada, e a do crplon, violcta- plido. Outros gases, como o rgon e o mercrio, emitem sobretudo radiao ul Iravioleta, invisvel para os nossos olhos, mas que tem a propriedade de provocar a fluorescncia de muitas substncias. Fsles gases usam se nas chamadas lmpadas de "luz negra*', vulgares nas discotecas, ou nas de ultravioletas para tratamento ou bronzeamento, mas tambm, e sobretu- do, nas chamadas lmpadas fluorescen- tes: o tubo de vidro coberto com urna tinta que fluoresce fortemente com os ul Iravioletas emitidos pela descarga no gs. As cores das lmpadas so determina das pela mistura gasosa com que se enche o tubo, por vezes em combinao com a utilizao de vidro colorido. Como que o Sol liga e desliga a iluminao pblica? Na sua maioria, os candeeiros da ilumina- o pblica so controlados por interrup tores temporizados que comandam toda uma rea. Os primeiros interruptores esta vam equipados com um mecanismo de relgio, pelo que era necessrio dar-lhes corda e acerl-los todas as semanas. Muitos dos interruptores temporizados actuais possuem um relgio elctrico com um mostrador rotativo munido de ressal- tos, que acendem ou apagam as luzes a horas predeterminadas. Como as horas do nascer e pr do .Sol valam ao longo do ano, os candeeiros da iluminao pblica precisam igualmente de acender-se e apagar-se a horas diferen- tes, pelo que aqueles mostradores permi- tem alterar tambm o respectivo horrio de acordo com as pocas do ano. Para tal, dispem de um dispositivo mecnico que ajusta todos os meses os ressaltos de on c /f, que ligam e desligam o interruptor por forma a seguirem as modificaes verifica- das nas horas de luz natural. Recentemente, surgiu um sistema de controle fotoelectrnico que comanda o interruptor que liga ou desliga as luzes. Ksle sistema inclui uma clula foloelctrica que contm um composto sensvel luz, como o sulfureto de cdmio ou o silcio. De madrugada, a luz que incide na clula provoca um fluxo de electres entre os to- mos, conduzindo electricidade at ao in- terruptor e desligando-o. Quando escure- ce, os electres imobilizam-se, a corrente interrompe se e as luzes acendem se Porque as lmpadas so to fortes O vidro de uma lmpada elctrica no muito mais espesso que esta folha de pa pel, e, no entanto, suporta uma presso forte quando enroscamos a lmpada no suporte. A explicao reside principal mente na forma da lmpada, que segue o princpio da casca do ovo. No incio dos tempos, a Natureza resol vcu o problema de impedir que os ovos fossem esmagados pelo peso da ave en- quanto eram chocados. A soluo foi a for ma caracterstica do ovo, que lhe propor Ciona resistncia estrutural, permitindo -lhe suportar presses surpreendente- mente elevadas. (Se a casca fosse demasia do grossa, o pinto no conseguiria quebr- la para sair.) As lmpadas tal como os ovos pOS suem um perfil arredondado convexo cm toda a sua superfcie: quando as seguramos ou apertamos, a forca que aplicamos Irans mite-se em Uxlas as direces a partir da rea de contacto, devido curvatura do vidro. A presso de facto sujxirtada |>or todo o ob jecto, sem concentrao das tenses em ponto algum. E por esta razo que o colapso de uma lmpada ou ovo, uma vez ultra|)as.sa- do o seu limite de resistncia, catastrfico, fitando todo o objecto destrudo. lmpadas a partir de uma fita de vidro A manufactura de lmpadas um proces- so industrial complicado e altamente auto matizado, em que aquelas adquirem a sua forma em moldes a partir de uma fita conti nua de vidro em fuso. Um dos componentes essenciais da lmpada o filamento, uma espiral de lio de tungstnio com a espessura de um cen- tsimo de milmetro. A lmpada d luz quando um filamento, ao ser atravessado por unia corrente elc- trica, fica incandescente. Para evitar a sua oxidao e rpida destruio, lodo o ar da lmpada extrado e substitudo por uma mistura inerte de rgon e azoto. A lmpada ento rolada, e s depois lhe colocado o casquilho. Lmpadas que zumbem Por que razo algumas lmpadas fazem um zumbido antes de se fundirem'' Na verdade, o filamento quebra se enquan to a lmpada est acesa, mas esta conti nua a dar luz porque se produz um arco voltaico entre as extremidades do fio par tido. F. este arco que emite o zumbido caracterstico. FABRICO DE LMPADAS ELCTRICAS 2. A base da ampola, ao rubro, soldada fiaste de vidro U SU porta o filamento em espiral. 1. As ampolas de vidro passam cm frente de urna chama para aquecer e amolecer o "gargalo", que em seguida ajustado medida do casquilho e aparado. 3. Os contactos na base da am pola so soldados aos fios que conduzem ao filamento. II 10. MILAGRES DO DIA-A-DIA Pilhas - electricidade porttil Foram experincias no campo da anato- mia na dcada de 1780 que levaram in- veno da pilha: Luigi Galvani, professor de Anatomia da Universidade de Bolonha, reparou que as pernas de rs mortas se contraam quando eram penduradas de ganchos num varo. Pensou (erradamen- te) que esse facto se devia a qualquer tipo de electricidade animal. Allessandro Volta, da Universidade de Pavia, apercebeu-se de que a electricidade resultava do contacto entre os ganchos de cobre e o varo de ferro em que as rs eram penduradas - as pernas destas faziam apenas parte do circuito. Esta observao deu lugar, em 1800, pilha de Volta, precur- sora de todas as pilhas actuais. A pilha de Volta era constituda por placas alternadas de zinco e cobre, separadas por discos de papel, e "empilhadas" umas sobre as ou- tras (de onde a designao de pilha). Numa pilha, a corrente elctrica pro- duzida pelas reaces entre dois elctro- dos (condutores elctricos) e um electrli to (um lquido ou uma pasta condutora de electricidade). Cada elctrodo est ligado a um dos terminais metlicos da pilha. Quando a pilha integrada num circuito, produz-se neste um fluxo contnuo de electres entre um terminal (o negativo) e o outro (o positivo). A produo deste fluxo deve-se ao facto de o material de um dos elctrodos come- ar a dissolver-se parcialmente no electr- lito isto , os seus tomos comearem a migrar para o electrlito sob a forma de ies positivos, deixando electres a mais no elctrodo; estes podem partir para o circuito atravs do terminal negativo. O outro elctrodo geralmente de um material diferente e que no se dissolve da mesma forma no electrlito. Pelo con- trrio, perde electres para os ies positi- vos do electrlito, tornando-se deficiente em electres que vai buscar ao condu- tor que fecha o circuito para compensar esta deficincia. O fluxo contnuo de electres que assim se estabelece de um elctrodo para o outro que forma a cor- rente elctrica. As chamadas pilhas secas no contm electrlito lquido livre. A caixa metlica da pilha de zinco e forma um dos elctrodos da pilha. Nela est contida uma mistura de cloreto de amnio, que constitui o electrn lito, e dixido de mangansio. O manga- nsio , na realidade, o outro elctrodo, pois perde electres para o cloreto de am- nio. Uma vareta central de carvo-das-re tortas actua como colector da corrente, transferindo electres do terminal positivo para o mangansio. Uma pilha seca deste tipo tem uma for A PILHA ALCALINA Nesta pilha de longa durao, um electrlito alcalino (potassa custica) est misturado com zinco em p. Uma manga porosa separa esta mistura de um revestimen- to de dixido de mangansio. Um "prego" metlico, capta electres do zin co e transmite os ao ter minai negatioo. Os elec- tres dirigem-se, atra- vs da lmpada da lan- terna, para o invlucro de ao, no terminal po sitioo, e dai pura o dixi- do de mangansio, para o compensar dos electres que perdera paru o electrlito. a electromotriz de 1,5 V enquanto nova, mas a tenso elctrica entre os seus elc- trodos diminui com o uso, medida que se vo formando bolhas de hidrognio na va- O QUE A ELECTRICIDADE? Uma corrente elctrica um fluxo de electres partculas minsculas de car- ga negativa que existem em toda a mat- ria. Mesmo uma corrente fraqussima precisa de um fluxo de bilies de elec- tres. Toda a matria composta por peque- nssimas partculas chamadas tomos, constitudos por um ncleo central com carga elctrica positiva e por electres que orbitam em torno dele, dispostos em camadas, em nmero exactamente sufi- ciente para, com as suas cargas negati- vas, compensarem a carga positiva do n cleo os tomos so assim electrica- mente neutros. Um fio condutor s percorrido por uma corrente elctrica se houver excesso (ou deficincia) de electres numa das suas extremidades relativamente outra. Essa diferena designada por diferena de potencial, ou tenso elctrica, e me- dida em volts. No caso das pilheis, gerada uma defi- cincia de electres num dos elctrodos e um excesso no outro, de forma que, se ligarmos um voltmetro entre os seus dois terminais, mediremos uma dife- rena de potencial - tambm chama- da fora electromotriz da pilha. Se agora unirmos os terminais da pilha por meio de condutores elctricos (por exemplo, o filamento de uma lmpada), fechan- do o circuito elctrico, estes sero per- corridos por uma corrente (a lmpada acender-se-). Um circuito elctrico constitudo por um fio, geralmente de cobre, partindo de uma fonte de energia elctrica e regres- sando a ela Por isso, as tomadas em nossas casas tm dois tenninais. Quando ligamos, por exemplo, um candeeiro, estamos a com- pletar (fechar) o circuito elctrico, permi- tindo a passagem de corrente atravs dos condutores de cobre e do filamento das lmpadas. Os geradores que abastecem a rede de distribuio pblica no so pilhas, mas grandes mquinas elctricas chamadas alternadores. Ao contrrio das pilhas, nas quais um dos terminais tem sempre um excesso de electres (o negativo) e o ou- tro deficincia (o positivo), cada terminal de um alternador tem sucessivamente ex- cesso e deficincia de electres, alternan- do portanto entre ser o positivo ou o ne- gativo. Um circuito alimentado por um alternador percorrido por uma corrente sucessivamente num sentido e no opos- to: uma corrente alternada. (A corrente gerada por uma pilha sempre no mesmo sentido uma corrente contnua.) Convencionalmente, considera-se que a corrente elctrica flui do terminal positivo para o negativo. Esta conveno foi estabelecida antes da descoberta do electro, ao qual, de acordo com ela, teve de ser atribuda uma carga negativa. O fluxo de electres portanto no sentido contrrio do sentido convencional da corrente elctrica. 12 11. MILAGRES DO DIA A DIA reta de carvo, o que reduz a rea da super- fcie do elctrodo. As baterias de automvel so baterias de acumuladores, assim chamadas porque podem ser recarregadas - isto , as suas reaces qumicas so reversveis. O tipo mais comum de bateria possui seis pilhas primrias (elementos) ligadas entre si. Cada elemento possui vrios elctro- dos, as placas, alternadamente positivos e negativos, separados por folhas isolantes para evitar eurtos-circuitos e suspensos num electrlito de cido sulfrico. As pla- cas so constitudas por grades de chum- bo, contendo as negativas chumbo espon joso e as positivas dixido de chumbo. As reaces qumicas que produzem a electricidade fazem com que tanto as pla- cas negativas como as positivas se transfor- mem gradualmente em sulfato de chum- bo e o electrlito em gua. Sc este processo cliega a completar-se, a bateria fica descar- regada. Mas enquanto o motor do carro trabalha, a corrente do gerador carrega a bateria, invertendo as reaces qumicas. As placas de chumbo so deste modo re convertidas na sua substncia primitiva e a potncia do cido sulfrico restaurada. Como se "mete" o bico num lpis tomo neutro. O ncleo do tomo tem carga positioa. e os electres, carga nega liva. Assim, o torno neutro. Io positivo. A perda de um electro re- sulta num tomo de carga positiva. Torna ento o nome de io positivo. Io negativo. Se o tomo ganha um ou mais electres, a carga passa a ser negati va e ele torna o nome de io negativo. Os antigos egpcios, gregos e romanos uti- lizavam pequenos discos de chumbo para traar linhas nas folhas de papiro antes de nelas escreverem com pincel e tinta. No sculo xiv, os artistas europeus usavam va- retas de chumbo, zinco ou prata para faze- rem os seus desenhos cinzento claros, de- nominados a ponta-de-prala. E no sculo xv o suo Conrad Gesner, de Zurique, des- creveu no seu Tratado dos Fsseis uma vareta de escrever contida num invlucro de madeira. O chumbo deixou de constituir um ma- terial de escrita quando em Borrowdale, no Norte de Inglaterra, se descobriu em 1564 a grafite pura nasceu ento o lpis moderno. A grafite uma forma de carbono e um dos minerais mais macios. Quando fric- cionada contra o papel, a grafite deixa nele delgados flocos que formam uma marca escura. Alguma da melhor grafite para o fabrico de lpis vem de Sonora, no Mxico: pulve- rulenta e extremamente negra. A parte ex- terior do lpis, de madeira, tem de ser bas- tante macia para que possa ser afiada com facilidade medida que o bico se gasta. O bico constitudo por uma mistura de grafite fina e argila, cortada em varetas e cozida num forno. A grafite no pode ser moda num moinho vulgar, pois a sua es- trutura em camadas faz dela um lubrifican- te natural. Recorre-se, por isso, a um pro cesso diferente, em que se lanam, uns de encontro aos outros, jactos de ar compri- mido contendo partculas de grafite, que, colidindo, se pulverizam. Estas partculas minsculas so mistu- radas com caulino puro e gua, formando uma pasta. Esta introduzida num cilindro e forada atravs de um furo na sua extre- midade, de onde sai em filete contnuo e com o dimetro pretendido. O filete cortado em varetas do tama- nho dos lpis, que so levadas a secar num forno antes de serem cozidas a uma tem- peratura de cerca de 1200C. So depois tratadas com cera para assegurar um trao suave e seladas para evitar que deslizem no invlucro de madeira. Para fabricar este invlucro, a madeira serrada em tabuinhas com o comprimen- to de um lpis, a largura de sete lpis e a espessura de meio lpis. Fazem-se os sul- cos, introduzem-se os bicos e cola-se por cima uma segunda tabuinha igualmente com sulcos. Estas "sanduches" so leva- das mquina, que as corta em sete lpis e d a cada um uma seco hexagonal ou cilndrica. Em seguida, os lpis so pintados com um verniz no txico. Risco ampliado. A grafite utilizada nos l pis tern uma estrutura em carnudas. Quan- do a grafite e friccionada contra o papel, soltam-se facilmente pequenas escamas que formam uma marca negra. DURO OU MOLE? DEPENDE DA ARGILA No fabrico dos bicos de lpis, a grafite misturada com uma argila fina rio lipo utilizado nas melhores loias e porcelanas. Os dois ingredientes so misturados em propores diversas, consoante os graus de dureza e ne- grura de trao pretendidos, O tipo de lpis mais largamente utili- zado o HB (hard and black, "duro e preto"). Os bicos mais macios e mais negros (B e BB, de black) possuem maior teor de grafite, e os mais duros - graduados de H (hard) a 10H - tm argila em propores crescentes. Os bicos dos lpis de cor e os lpis de cera no contm grafite, mas argila pura, cera e pigmentos. I: 12. MILAGRES DO DIA ADIA Como se coloca a esfera numa esferogrfica A parle principal de uma esferogrfica unia esfera de metal que transfere para o papel uma tinta a base de leo e que tem a particularidade de ser de secagem muito rpida. A esfera geralmente de ao mdio ou inoxidvel, com cerca de 1 mm de dime- tro, e. para que se adapte perfeitamente ao encaixe, acabada com um rigor de cent siuiDs milsimos de milmetro. Bode tam bm ser constituda por um composto cie tungstnio e carbono, quase Io duro como o diamante. Por vezes, a esfera 0 s pra para conseguir melhor atrito na su perfcie de escrita. A esfera aplicada num encaixe cie ao ou lato desenhado por forma a permitir que a esfera rode perfeitamente em todas as direc- es. O bordo do encaixe de|>ois inclinado para dentro para que a esfera no caia A tinta corre do reservatrio para en- caixe da ster,i atravs de um tubo estreito. inoxidvel. O ao vulgar enferruja porque reage com o oxignio do ar. produzindo xidos de ferro avermelhados. Outros me- tais, como o alumnio, o nquel e o crmio, reagem tambm de forma idntica, mas os respectivos xidos formam uma camada .superficial impermevel, impedindo que o oxignio reaja com o metal no seu interior. Na liga de Brearley, o crmio formou uma placa semelhante protegendo o metal da oxidao. Hoje. fabrica-se uma diversidade de aos inoxidveis, lima das ligas mais vulgares contm 18% de crmio o 8% de nquel pelo que conhecida por 18:8 e utilizada MM lava-louas. por exemplo. As taas de cozinha so fabricadas com uni ao contendo |.'j"n de crmio. Juntando uma pequena percentagem do metal mo libdnio, obtm se uma liga ainda mais re SStente corroso que utilizada no revs timento de edifcios. Poria para o Oeste. (> mau ano do Mundo 0 monumento expanso americana para oeste, em St Louis, Missuri. Tem S2 m de alttiiu e 192 m de Uo. Uma tal construo S podia ser feita de aco iuoxiduicl. 30 29. Grandes proezas de organizao Desde a regulao do trnsito numa cidade at organizao dos Jogo Olmpicos ou montagem de automveis h tantas coisas que achamos naturais e que nos parecem simples... at descobrirmos o que se passa nos bastidores. 30. Como lidam os aeroportos com milhes de passageiros? Um aeroporto um organismo vivo com urna funo principal: manter o sangue que o alimenta os seus passageiros - fluindo livremente atravs das suas veias e artrias. 0 nmero desses passageiros astronmico e cresce rapidamente. Em 1986, os 37 aeroportos mais movimenta- dos do Mundo foram utilizados, no seu conjunto, por um total de 740 milhes de pessoas. Em todo o Mundo, os aeroportos gastam anualmente 750 milhes de con- tos para que os seus passageiras se sintam satisfeitos. Os "Jumbos" Veja-se o aeroporto mais movimentado do Mundo, o 0'Hare, em Chicago, utilizado por 50 companhias areas. Passam por ele 55 milhes de pessoas por ano, o que re- presenta 6700 passageiros por hora. Cerca de 2200 avies utilizam diariamente o 0'Hare. Quando diversos Jumbos aterram a minutos uns dos outros, milhares de pes- soas saem deles quase simultaneamente, provocando congestionamentos que afec tam os planos e as disposies dos passa- geiros, destroem a confiana e minam os lucros do aeroporto. As avarias e as greves produzem os mesmos efeitos. Quando uma greve de controladores a reos em Espanha coincidiu com o incio das frias grandes em Frana, em Junho de 1988, dezenas de milhares de passageiros ficaram retidos em aeroportos por toda a Europa. S em Manchester, 16 000 turistas em frias tiveram atrasos de at sete ho ras e um grupo de pessoas que se dirigia para a Grcia partiu finalmente depois de uma espera de 21 horas. Foram chamados palhaos e malabaristas para entreter mi- lhares de crianas. As bagagens so uma questo impor- tante na organizao dos aeroportos. Se- guem separadamente dos passageiros, em parte por razes de segurana, em parte porque so alojadas noutra seco do aparelho. A misso do chamado pes- soal de handling assegurar que as ma- las tenham o mesmo destino que os res- pectivos donos. No terminal da United Airways em 0'Hare, as etiquetas de baga- gem, codificadas por computador, so li- das por laser, e os distribuidores autom- ticos processam 480 peas de bagagem por minuto, contra as 7 que poderiam ser processadas mo. A zona de distri- buio da bagagem tem a rea de seis campos do futebol. Esperando ordens. Cada Jumbo que aterra no Aeroporto J. F. Kennedy. de Nova Iorque, chega a desembarcar 500 passagei- ros. Segue-se a espera para o prximo LHX). 32 Prontos para o embarque. Jactos de passageiros encostam s fontes do terminal do Aeroporto de Frankfurt o principal da Alemanha e um dos 37 mais movimentados do Mundo, que, no seu conjunto, processam 740 milhes de passageiros por ano. 31. Com as crescentes dimenses e com- plexidade dos aeroportos, os problemas multiplcam-se. Quanto mais pessoas pas sam por um aeroporto, mais espao pre- ciso, tudo leva mais tempo e mais frustra dos se sentem os passageiros. Com a ex- panso dos parques para automveis, por exemplo, tem de se proporcionar aos pas- sageiros meios adicionais de transporte para os levar dos seus carros at aos termi- nais do aeroporto. Mais avies exigem mais portas de embarque e mais terminais e mais quilmetros de corredores. As dimenses dos aeroportos tornam -se assustadoras. Enquanto uma grande estao de caminho de ferro cobre cerca de 3,5 ha, o maior aeroporto americano, o de Dallas-Fort Worth, cobre 7000 ha. Em 1988, os seus quatro terminais movimen- taram mais de 44 milhes de passageiros. Mas mesmo este enorme aeroporto pa- rece pequeno se comparado com o maior do Mundo, o Aeroporto Internacional do Rei Khalid, na Arbia Saudita, com os seus 23 (iOO ha, mais de quatro vezes a rea da Bermuda. Ao chegarem a um aeroporto, os passa- geiros encontram sua disposio uma vasta gama de servios que, por vezes, os confunde, e, quando descobrem onde se localiza um deles, podem ter que andar a p uma enorme distncia para chegar at l, No maior terminal do Mundo - o do Aero- porto de Hartsfield Atlanta, na Gergia, EUA , a rea coberta atinge mais de 24 ha. Cada terminal acaba por assemelhar se a uma pequena cidade, com o seu exrcito prprio de bagageiros, de pessoal de lim- peza, de enfermagem e administrativo, empregados das lojas, dos restaurantes e da manuteno. O Terminal 3 do Aeropor- to de Heathrow, em Londres, que movi- menta a maioria dos voos de longo curso, tem 3000 empregados. Mas para se manterem activos, todos os terminais acabam por ter de ser moderni- zados, como aconteceu ao terminal 3 de Heathrow entre 1987 e 1990. A sua remode- lao teve de ser planeada por forma a cau- sar o mnimo de transtorno ao pessoal e aos seus 0 milhes de passageiros anuais. Contudo, novas tecnologias permitiro atender mais pessoas com as instalaes existentes. Tapetes rolantes para passagei- ros, tratamento computorizado das baga- gens, comboios automticos para trans porte das pessoas desde os parques de au- tomveis todas estas inovaes se desti- nam a tornar mais aprazveis as viagens areas. A viglia constante para evitar que os avies choquem Apesar da acumulao crescente de avies no espao areo mundial, a viagem por ar est a lornar-se efectivamente mais segura Nos EUA, o nmero de viajantes por ar subiu de 315 para 460 milhes entre 1980 e 1987. No mundo ocidental, o trfego areo cresce cerca de 20% por ano. Parece assim que deveriam aumentar as probabilidades de colises no ar, mas em cada ano o ndice destes acidentes di- minui. Nos EUA, houve 1,72 mortes por 100 000 horas de voo em 1978 e 0,92 ern 1986. Por outras palavras, um avio teria de voar 24 horas por dia durante quase 12 anos para que morresse uma pessoa. Contudo, o sistema revela sinais de can- sao. Em 1987, os quase acidentes nos EUA ocorreram razo de trs por dia - o do- bro dos de 1984. Em 8 de Julho de 1987, por exemplo, dois Jambos americanos am- bos a caminho dos EUA com um total de quase 000 pessoas a bordo passaram a menos de 30 m um do outro por sobre o Atlntico. Os nmeros correspondentes na Europa mantm-se estacionrios, mas alguns peritos temem que o quadro ameri- cano se repita aqui medida que o trfego aumenta. A responsabilidade de assegurar que os avies no colidam no ar pesa inteiramen- te sobre os ombros dos controladores de trfego areo. E com o aumento do nme- ro de voos, aumenta constantemente o vo- lume do trabalho. Nos EUA, a federal Avia- tion Administralion emprega 15 500 con- troladores areos - quase exactamente o mesmo nmero que em 1980. Os principais locais de perigo so os prprios aeroportos, pois 90% de todas as colises e quase colises entre avies do- se quando estes sobem depois da deso lagem, descem para aterrar ou circulam aguardando autorizao para aterrar. As regras do ar As regras do trfego areo h muito que se encontram estabelecidas. O espao areo est dividido em zonas de controlo (fr's) em que existem corredores areos, nos quais cada avio voa no interior de um pa- raleleppedo terico. Nos corredores entre Nova Iorque e Londres, por exemplo, os avies esto separados por espaos de 2000 ps (610 m) na vertical e 60 milhas martimas (110 km) na horizontal. Os controladores tm de assegurar que, durante o voo, cada avio seja entregue de uma zona de controle outra, mesmo so brevoando o oceano. 33 32. Antes de descolar, cada avio entrega um plano de voo, que actualizado em prnl outs do computador durante o voo. Os controladores de trfego monitorizam a viagem a partir destes printouts. Cada avio emite um sinal identificativo que visto no radar. Quando um aparelho se aproxima de um aeroporto movimentado com inten- o de aterrar, dirigido para um ponto de referncia por sobre um radiofarol, em ge- ral a vrias milhas de distncia. E lhe ento atribuda uma rota de voo prpria que o conduz pista. Contudo, durante pero- dos de ponta pode acontecer que o nme- ro dos avies que querem aterrar su perior quele que o aeroporto comporta. Em certos pases, os avies recebem or dons para voarem em crculos concntricos - mas a diferentes altitudes sobre o ponto de referncia, num padro de espe ra. Os controladores fazem ento aterrar os que voam a altitudes mais baixas, determi nando em simultneo que os restantes avies diminuam a sua altitude de voo medida que os outros vo aterrando. Nou- tros pases, os avies no so autorizados a iniciar o seu voo antes de terem garantido o respectivo espao de aterragem. Nos EUA, alguns aeroportos retiram lu- cros destas esperas, permitindo que os avies de companhias que pagam mais passem frente dos das outras. Teoricamente, o controle (o trfego a reo um sistema de fiabilidade comprova- da. Mas, medida que as exigncias se acu- mulam, os problemas multiplicam-se. Na sua maioria, os sistemas computorizados actuais esto obsoletos, e os controladores de trfego, dirigindo dezenas de voos, tra balhain sob presso crescente. 0 relatrio sobre o desastre de um avio durante uma trovoada no Aeroporto Dallas-Forl Worth, no Texas, em 1985, demonstrou que os controladores de trfego areo recebiam uma chamada em cada quatro segundos. Esta carga de trabalho foi, no entanto, des- crita como moderada. Atravs da Europa, os sistemas compu- torizados de cada pas so frequentemente incompatveis entre si. Aumenta assim a probabilidade de os erros surgirem e pas- sarem despercebidos. A forma de preservar e aumentar a segu- rana recorrendo computorizao. A Federal Aviation Administration, dos EUA. est a planear uma revoluo no controle do trfego areo, com um custo de perto de 20 000 milhes de dlares. O novo sistema quadruplicar a capacidade pela utilizao de computadores, cuja capacidade qua tro vezes superior dos anteriores e que so oito vezes mais rpidos. O sistema sugerir aos avies manobras de escape sempre que verificar que dois aparelhos se encon- tram em rota de coliso. Os visores de radar sero a cores e tero informaes sobre o estado do tempo. Os avies fora do contac to com os centros de controle de trfego sero monitorizados por satlite. Todos os planos de voo e ajustamentos de horrios sero actualizados automaticamente. O sa- tlite dar tambm informaes sobre as hipteses de congestionamento. Um computador a bordo detectar ou- tros avies na vizinhana e dar ao piloto, em voz sintetizada, instrues para no- -coliso. Outro computador tratar as subi tas alteraes na direco do vento, que podem provocar desastres quando o avio desce para aterrar. Assim, o cu pode vir a tornar se mais congestionado, mas ser mais seguro - pelo menos por uma ou duas dcadas. Como so escolhidos os controladores de trfego areo Controlar o trfego areo como jogar xa drez a trs dimenses. Se se tiver cuidado e mantiver a calma e a lucidez, nada acnnte cera. As aces constam todas dos ma- nuais e instrues de procedimentos, e h computadores que ajudam a planear cada uma delas e a prever as suas consequn- cias. Nada devia correr mal. S que, s ve- zes, corre. Km 2G de Novembro de 1976, um con- trolador de trfego areo em Cleveland, Ohio, acabara de entrar de servio. Obser vava o seu radar havia apenas 55 segundos quando se apercebeu de que estava em presena de um desastre iminente. Um DC 10 da American Airlines, proce- dente de Chicago e voando para leste com 194 pessoas a bordo, subia para a posio que lhe fora atribuda, a 37 000 ps. Um Jumbo da TWA, dirigindo-se para oeste com 114 pessoas, voava a 35 000 ps. O controlador apercebeu-se de que os dois aparelhos se encontravam numa rota de coliso, coliso essa que ocorreria dentro de poucos segundos. Reagindo imediatamente, fez uma cha- mada urgente para o DC-10: "AA 182, Cle- veland, qual a sua altitude?" A resposta do avio foi: "Atravessando os 34,7 (34 700 ps) neste momento. Con- seguimos ver estrelas por cima, mas ainda estamos na zona das nuvens." Controlador: "AA 182, desa imediata mente para 33.0 CS.i 000 ps). No cockpit do DC 10, O comandante Guy Eby reagiu instintivamente, empur- rando para a frente a alavanca dos coman dos. O avio picou com um movimento de revolver os estmagos, e os passageiros, sem cintos de segurana, as hospedeiras e os carrinhos com os tabuleiros de comida "voaram" quando o cho lhes fugiu debai- xo dos ps. Durante um breve instante, o comandante Eby viu o seu pra brisas ta- pado com o Jumbo da TWA, passando mesmo por cima dele a uma velocidade combinada de 1600 km hora. Os registos de voo mostraram depois que 0 DC 10 es lava a 14 m da altitude do Jumbo quando mergulhou para se pr a salvo.9 wP A u V Va * * * *s ' lV % t >w 4%Kv'l 4m fr. V "-J 1%1 c. Controlando os caminhos areos. Sentados defronte dos visores de radar, os controlado- res de trfego areo no Aeroporto 0'Hare. de Chicago, seguem atentamente os avies que aterram e levantam na rea e esto em constante comunicao com os pilotos. 34 33. O incidente ilustrou as qualidades. ideais de um controlador de trfego areo: concentrao, pacincia, rapidez de deciso e unia aulori dade em que os pilotos possam confiar instantaneamente. Os candidatos a este lugar tem de ler uma boa forma fsica, boa viso, expresso verbal clara e habilitaes que in cluam o ingls, a lngua in- ternacional da aviao. Durante curso, os futuros controladores de trfego aprendem leis da aviao e teoria de meteorologia e ra diocomunicao, alm das formalidades de comunica o com os pilotos. Estudam em salas de aula e em simuladores, com sesses prticas em centros de controle e aeroportos. So depois colocados num aeroporto ou num centro de controle para fazerem um estgio sob orientao superior Quando finalmente so considerados aptos, esto preparados para analisar e agir com base no enorme conjunto de informaes em constante alterao nos visores de radar e de computadores. Um grande aeroporto como o de Frank- furt trata uma mdia de 805 voos por dia - um por minuto nas horas de ponta ,eo visor de radar do controlador pode apre- sentar 25 imagens simultneas, todas em N!!^ K/,"':"-'!!!" Rastreio por nmeros. 0 oisor na sala de radares do Aeroporto Nacional de Wash ington atribui um nmero de voo a cada avio no seu espao areo para que os res pectiuOS movimentos possam ser vistos e seguidos pelo radar. movimento e todas com pilotos aguardan- do instrues. Mas no h capacidades intelectuais nem conhecimentos tcnicos que dem kao controlador as caractersticas de per sonalidade necessrias para de- sempenhar cabalmente a sua mis- so. Assim, alm de um tempera- mento calmo e equilibrado, uma ateno viva e reaces rpidas, a dedicao e auto- disciplina so tambm ca- ractersticas indispensveis, pois lrata-se muitas vezes de uma ocupao solitria envolvendo trabalho em turnos durante a noite. Em- bora nos aeroportos peque- nos os controladores consi- gam ver os avies a manobrar, nos grandes muitos deles esto permanentemente sentados em salas com iluminao difusa de- fronte dos seus radares. Nunca vem o avio e podem ler muito pouco contacto com outras pessoas. A conversa durante as horas de trabalho restringe-se muitas vezes as instrues da- das nas frases formais necessrias para ga- rantir clareza e rigor: "Roger. seven three -two. Descend to three thousand feet on QNII one-zero two four." ('"Entendido, sele trs-dois. Desa para trs mil ps no QNII. um zero dois quatro".) No se pode dizer que seja divertido. Mas o desafio, a responsabilidade e o sal- rio compensador garantem que no haja falta de candidatos a controladores. A caa permanente aos terroristas Ann Murphy, empregada domstica irlan- desa, de 32 anos, chegou ao controle de passageiros da El Al no Aeroporto de Healhrovv. em Londres, em 17 de Abril de 1986. Preparava se para voar para Israel, na convico de que iria conhecer a me do seu noivo jordano antes de casar. Estava grvida de cinco meses. O noivo, Nezar Hindawi, disse-lhe que seguiria noutro voo, pois adquirira um bilhete atravs da empresa em que trabalhava. Ann Murphy entrou na bicha com os outros passageiros para embarcar woJum bo, que transportaria 375 pessoas para Te lavive. Um empregado da segurana fez lhe al- gumas perguntas de rotina e passou a sua mala pela mquina de raios X, que nada mostrou de anormal. Depois despejou a mala e achou-a 'muito pesada para uma mala vazia". Aler tado por esle peso suspeito, puxou pelo fundo da mala e descobriu um comparti mento secreto contendo 1,5 kg de explosi vo plstico. Uma calculadora de bolso no meio das roupas de Ann continha um rel Convite para a morte. Sem o saber, a irlan desa Ann Murphy (em cima. esquerda) linha na mala uma bomba de relgio. Fora colocada pelo seu noivo jordano, Nezar Hindawi (em cima, direita), que mais lar/te foi condenado o 45 anos de priso por tentar fazer explodir o avio com os seus 375 DOS saleiros Entre as provas apresentadas a julgamento ( esquerda), figuravam uma pistola, balas, um saco. um passaporte e uma calculadora para detonar o explosivo. 35 34. Olho perscrutador. Nos aeroportos de todo o Mundo oerificam-se as bagagens por meio de raios X. Nesta fotografia, um monitor de raios X reoeta que a mala inspeccionada, alm de culos de sol e uma tesoura, contm uma pistola. gio c um detonador que teriam feito expio dir a bomba s 13 horas, quando o avio voasse a 39 000 ps sobre a ustria. Nezar Hindawi dera-lhe a mala j contendo o explosivo sob o pretexto de que a dela era muito pesada e colocara nela a calculadora, dizendo que era para um amigo. A caminho do aeroporto, Hin- dawi pusera uma pilha na calculadora para armar a bomba. Terrorista palestiniano apoiado pelos Servios Secretos Srios, Hindawi foi apa- nhado e condenado a 45 anos de priso. Ann Murphy - que deu luz a filha de ambos atites do julgamento foi descrita no tribunal como a vtima de "um dos mais insensveis actos de iodos os tempos!" 0 avio teria sido destrudo no ar com todos os passageiros e tripulantes se no fosse a ateno vigilante do empregado da segurana e a perfeio do sistema de veri- ficao de passageiros e bagagens da Kl Al. A El Al, a companhia de aviao israelita, tem fama de ser, no Mundo, a mais preo- cupada com a segurana. Os passageiros tm de apresentar-se cerca de trs horas antes da partiria e submeler-se a urna revis- ta completa das suas pessoas. Toda a baga gem examinaria mo. O pesadelo de um acto terrorista num avio lotado pende constantemente sobre todos os responsveis pela segurana a- rea. um pesadelo que s vezes se toma medonhamente real, como no caso rio Jumbo da Pan American que explodiu no ar sobre a cidade escocesa de Lockcrbie em 21 de Dezembro de 1988, matando 259 passageiros e tripulantes e II residentes da pequena cidade. Os crimes no ar, em particular os assal- tos e a sabotagem, datam de 1930. quando pela primeira vez um avio foi assaltado um avio das Linhas Areas Peruanas pira- teado no Peru. Desde ento registaram-se mais de (iOO incidentes, 90% dos quais de- pois de 1968. Os piratas do ar pedem geralmente di- nheiro, publicidade ou aco poltica. E os terroristas tratam as companhias areas como um smbolo da nao a cuja poltica se opem. Cada uma destas tragdias provoca nos aeroportos uma segurana mais apertada, mas a segurana ter sempre as suas limi- taes. Enquanto novas ideias e novos pro- gressos tcnicos se sucedem, os respons- veis da segurana mantm com os terroris- tas um permanente jogo do gato e do rato. E h sempre um conflito entre a necessida- de de segurana e a necessidade de pro cessar rapidamente o movimento dos pas- sageiros. Embora as companhias no gostem de revelar pormenores, existem diversos ti- pos de segurana nos aeroportos. Fiscalizao do pessoal Um aeroporto uma rea enorme que emprega milhares de pessoas e tem mui- tos pontos vulnerveis. O pessoal de abas- tecimento e de limpeza, por exemplo, j tem introduzido nos avies armas e explo- sivos. Para apertar a segurana, as compa nhias areas podero introduzir a "etique- tagem oculta" o tratamento dos unifor- mes, dos veculos e dos passes com um produto qumico detectvel apenas por equipamento especial de leitura. Radiografia das bagagens As mquinas de raios X de baixa intensida- de, vulgares na dcada de 70, tm sido aperfeioadas com circuitos transistoriza- dos a fim de fornecerem imagens suficien- temente ntidas para poderem detectar fios elctricos mais finos que um cabelo hu- mano. Mas as verificaes por raios X so ape- nas to eficientes quanto os guardas que as fazem: a maioria das pessoas aperceber- -se-ia de uma pistola vista de lado - mas vista de frente ser mais difcil de reconhe- cer. O explosivo plstico como o Semtex checoslovaco invisvel aos raios X. A pilha, os detonadores e os fios utilizados para a exploso podem ser facilmente in corporados numa calculadora, como no caso da El Al, ou num aparelho de rdio, como no desastre da Pan Am. Detectores de metais As mquinas que criam campos magnti- cos tm sido largamente utilizadas desde o princpio dos anos 70 na deteco de ob- jectos de metal dentro das bagagens. Entre 1973 e 1980, s nos EUA descobriram 20 000 armas de fogo. Mas, para evitar que os alarmes dispa- rem desnecessariamente, os operadores dessas mquinas baixam-lhes frequente- mente a sensibilidade, aumentando assim o risco de deixar passar pequenas armas. Por outro lado, os detectores de metais podem vir a tomar-se obsoletos: os peritos em segurana temem que um dia seja pos- svel construir armas de plstico. Etiquetagem de explosivos Alguns fabricantes de explosivos incluem "etiquetas" nos seus produtos - mi- nsculos pedaos de plstico, de cores co- dificadas, que revelam o local de origem e a data de compra, permitindo assim ras- trear os que os adquirem. Embora estas eti- quetas apenas se tomem teis aps a ex- ploso, a sua incluso poder dissuadir os terroristas ao tornar mais garantida a res- pectiva deteco. Os acordos internacio- nais podero alargar o uso desta etiqueta- gem. Revista aos passageiros Quase todos os aeroportos revistam ac- tualmente alguns dos passageiros e a sua bagagem. A El Al revisla-os a todos. Mas os responsveis pelos aeroportos dizem que seria demasiado caro e demorado se cada companhia verificasse todas as pessoas e todas as peas de bagagem. As pessoas revistadas so habitualmente escolhidas 36 35. GRANDES PROEZAS DE ORGANIZAO ao acaso, a no ser que haja razes para suspeitar de determinado voo ou passagei- ro. As revistas so agora apoiadas, como rotina, por questionrios que incluem per- guntas sobre quem fez as malas dos passa- geiros e se algum lhes pediu que trans- portassem alguma coisa. Percepo distncia Utilizam-se ces com faro educado para detectar explosivos, liem como diversos tipos de sensores de gases (v. p, 97). Nenhuma mquina ou animal, por muito sensvel, consegue detectar explosivos ino- doros ou hermeticamente fechados. Contu- do, esto em progresso diversas tcnicas. Uma delas a radiografia por raios gama, que atravessa as bagagens com radiaes mode- radamente radioactivas. Gerias frequncias so parcialmente absorvidas pelo contedo, dando ao feixe de raios uma '"assinatura" que identifica os explosivos. Outro dispositivo o aparelho de anli- se por neutres trmicos, que bombardeia as bagagens com neutres (partculas su batmicas) que reagem com 0 azoto utili- zado na maioria dos explosivos, libertan- do um gs detectvel. As mquinas eslo a ser instaladas em certos grandes aeropor- tos, especialmente para detectar explosi- vos plsticos. At que novos aparelhos sejam inventa dos ou aperfeioados, a melhor defesa contra os terroristas a vigilncia eficiente, mas feita com lacto, pois as buscas muito complelas conseguem tornar hostis at os passageiros mais pacientes. Foi o sentido de vigilncia que levou os homens da segurana a descobrir a bom- ba na mala de Anu Murphy, salvando as- sim centenas de vidas inocentes. No futuro imediato, o melhor aliado do terrorista o inspector de segurana abor recido e descuidado. Refeies a bordo de um "Jumbo" Com uma lotao que pode ir at 400 luga- res, uni Jumbo acomoda tantas pessoas como um hotel ou um hospital de tama- nho mdio. .Num voo intercontinental tpi- co, serve-se aos passageiros uma refeio de trs pratos (com o prato principal es colha), alm do pequeno-almoo ou do lanche. Na maioria, as grandes companhias de aviao preparam os pratos em centrais de caleriny dos aeroporlos das suas cidades de origem. O enorme centro de prepara o e fornecimento de refeies da British Airways, cm Heathrow, Londres, tem no seu quadro centenas de pessoas in Cluindo 80 cozinheiras que preparam cer- ca de 160 000 refeies por semana. Num dia tpico, o centro abastece 30 voos de Jumbo. que podero transportar quase 12 000 pessoas. As ementas so planeadas com trs me- ses de antecedncia, mas h pedidos cons tantes de dietas especiais por razes de sade, religiosas ou culturais. Podem Iam bm ser encomendadas refeies espe- ciais para crianas at 24 horas antes da partida. Em Heathrow, a British Airways possui SERVIO A BORDO No dia da partida, as necessidades de- finitivas de refeies constam do AS- PIC, o sistema automtico do centro da Brilish Airways para o conlrolc da produo do fornecimento de comi da a bordo. Cerca de quatro horas e meia antes da hora da partida, o centro comea a preparar os tabuleiros. Os compo- nentes, incluindo acepipes e sobre mesa preparados de fresco, po, ta- lheres e condimentos, so entregues a partir dos respectivos locais no edif cio de quase 5 ha. Os processos de preparao dos pratos quentes variam conforme as companhias areas. Umas cozinham previamente os alimentos para serem reaquecidos na estufa ou em fornos de microondas a bordo. Nos voos da British Airways, as refeies so par- cialmente cozinhadas e rapidamente congeladas para poderem ser depois terminadas nos fornos do avio e ser- vidas logo que acabadas de cozinhar. Quando os tabuleiros esto prepa rados, so colocados 30 em cada um dos conhecidos carrinhos de trans- porte com a largura da coxia e levados juntamente com os carrinhos de be- bidas com as louas e talheres e ou tros artigos. O nmero total dos arti- gos de caterng de um Jumbo eleva se a 35 000. Todos eles tm de estar verificados e prontos para embarque duas horas e meia antes da parlida, para dar tempo a serem transportados para o avio. Falta agora uma hora para a par- tida. Qualquer artigo de ltima hora uma refeio es|)ecial para um passa- geiro diabtico inesperado, uni bolo de anos requisitado pressa - en- tregue por camio-frigorfico. A bordo, os trs conjuntos de refei- es para as trs classes so armaze- nados nas respectivas cozinhas ge- ralmente, seis. No ar, a refeio servi- da conforme o fuso horrio local. Os 15 elementos do pessoal de cabina tentam pr os tabuleiros em movi- mento imediatamente a seguir a estar pronto o principal prato quente. Recolhidos os tabuleiros c colocados novamente nos carrinhos, tudo fica pronto para ser descarregado, no desti- no, para os veculos do calering local. Refeies a bordo. As refeies nos avies, especialmente nas viagens de lon go curso, procuram ter o nvel de um bom restaurante. O pessoal do centro de forneci mento de refeies da British Airwoys em Heathrow expe o comida que vai ser servi da aos passageiros de um Jumbo. 36. tambm um centro de lavagem do equi pamenlo cie servio utilizado a bordo, que recolhido dos avies logo que estes aterram. Este centro emprega lf>0 pes soas mas apenas 130 na cozinha , apesar da enorme automatizao. H um aparelho que pega nos talheres - 90 000 peas por dia por meio de um man. No local de destino do avio, o ciclo rei nicia-se. No curto espao de tempo em que O avio est pousado, embarcada uma carga de ;},"> 000 artigos. Quando o voo tem duas ou mais escalas - Londres- Abu Dabi-Singapura Sydney, por exem- plo . a companhia procura fornecer ementas diferentes para cada classe no percurso entre cada escala. A 800(1 m acima do solo, a mudana de ementa a nica coisa que distingue um percurso do outro. O mundo especial e arriscado do mercado de ttulos Assim que se extinguiu o rudo dos ca- nhes no campo de batalha de Waterloo, cm 1815. a notcia da vitria dos aliados sobre Napoleo foi levada por estafetas at ao banqueiro Nalhan Rothschild, em Ixin dres. Este financeiro, um dos fundadores da dinastia Rothschild, recebeu a notcia mais de 24 horas antes do primeiro-minis- tro britnico, Lord Liverpool. Rothschild sabia que o preo dos ttulos do Governo Ingls subiria em flecha quan- do a notcia fosse conhecida. Comprou por isso grandes quantidades desses ttu- los. 0 preo subiu durante os quatro dias seguintes, e Rothschild viu aumentar a sua j considervel fortuna. Hoje em dia, as organizaes financei- ras de todo o Mundo esto interligadas por comunica- es electrnicas, e os acon- tecimentos so conhecidos em toda a parte quase ime- diatamente. Os mercados de ttulos do Mundo agem qua- se em unssono, cada um de- les reagindo sem demora s notcias que recebe dos outros. Exemplo dramtico foi a quebra verificada no merca do de ttulos na segunda-feira li) de Outubro de 1987, que se transmitiu como uma onda de choque volta do Mundo, medida que cada bolsa ia abrindo para um novo dia de trabalho. A Bolsa de Nova Iorque sofrera uma queda brusca na sexta (eira anterior, seguindo-se um fim-de-semana efervescente de pnico financeiro. A Bolsa de Sydney abriu as portas na manh de segunda-feira en- quanto grande parte do Mundo dormia ainda. Os corretores foram inundados por ordens de venda, e os va- lores das aces baixaram milhares de dlares. As co iniinicaes por satlite leva- ram imediatamente a notcia Bolsa de Tquio, onde se deu uma venda em larga escala. Enquanto a Terra rodava no seu eixo. levando sucessivamente a cada bolsa a sua hora de abrir, a onda varreu o Glo- bo Hong Kong, Singapura, as bolsas da Kuropa, e Nova Iorque outra vez. Os valo- res das empresas americanas desceram mais de 500 bilies de dlares antes de o dia terminar. A "Segunda-Feira Negra" veio chamar a ateno para o mercado de ttulos de pes sejas que normalmente nem reparam que ele existe. Como podiam dar se perdas to volumosas?, perguntavam. Como d que funcionam as bolsas de valores? H trs sculos ou mais que as bolsas tm sido a praa aonde as empresas e tambm alguns governos - se dirigem para obterem parte do capital de que pre- Scgunda-Feira Negra. Os semblantes preocupados dos corretores de ttulos londrinos refleclerti a consternao provocada peio crash mundial dos mercados de ttulos na "Segunda-Feira Negra" do Outono de 1987. cisam para financiar os seus empreendi- mentos. O tradicional frenesim de compras e vendas, ao jeito de leiles, nos corredo- res das bolsas est agora a ceder o lugar ao rudo surdo da alta tecnologia, me- dida que os corretores se computori zam. Mas os princpios bsicos no se alteram. A bolsa o local para a compra e venda de valores designao genri ca para os fundos do Estado, as aces, as obrigaes e ttulos similares. Todos eles representam um investimento para a pessoa que os compra e uma forma de obter fundos para a organizao que os emite. A bolsa de valores determina, pelo pro- cesso do mercado livre da oferta e procura, o valor de cada ttulo para a pessoa que o possui em qualquer momento. As empresas que necessitam de di- nheiro extra para financiar as suas actividades tm, nas economias de mercado li- vre, duas maneiras princi- pais de o obter: ou o pedem emprestado a um banco por um prazo fixo, ou o ob- tm vendendo uma parte de si prprias, sob a forma de ttulos, a algum que os pre- tenda comprar. O segundo processo leni vantagens para a empresa, porque o dinheiro obtido no tem necessariamente de ser devolvido, caso os empreendimentos da com- panhia falhem por comple- to. Os compradores dos t- tulos, por seu lado, ficam com direito a parte dos lu- cros se a empresa prospe- rar, e os seus ttulos aumen- taro de valor. Esperam ob- ter desse investimento um rendimento melhor do que aquele que conseguiriam dando ao sen dinheiro uma outra aplicao menos ar riscada. Estar cotada na bolsa d prestgio empresa, o que, por sua vez. a ajuda nos seus esforos de criar fun- dos. Atravs da bolsa, a empresa tem igualmente acesso ao conjunto mais im- portante de investidores potenciais e ao seu dinheiro. 3H 37. Uma empresa no automaticamente admitida na bolsa. H regras para garantir que as empresas cotadas dern aos investi- dores informaes completas e rigorosas acerca dos seus negcios e os tratem com honestidade e dentro da lei. E caro e complicado para as empresas conseguirem cotao nos grandes mer- cados, como os de Nova Iorque, Tquio ou Londres. Km Nova Iorque, por exem- plo, uma companhia cotada tem de ter um activo de pelo menos 16 milhes de dlares. Muitos pases criaram mercados secun- drios para as empresas de menores di- menses que pretendem oferecer ao p- blico os seus ttulos. Estes mercados im- pem condies menos rigorosas que as dos grandes mercados, mas obedecem, mesmo assim, a regras estritas. Em Portugal h o chamado "mercado no-oficial", onde so cotadas as empresas que no preenchem as condies impos- tas para a cotao oficial. Prev-se ainda para breve a criao de dois "terceiros mer- cados" regionais (Lisboa e Porto). Quem administra as bolsas? Como templos do mercado livre, as bolsas do mercado tm sido tradicionalmente ad ministradas precisamente por aqueles que lhes deram origem. Assemclham-se a clu- bes privados muito exclusivos. Em muitos pases, a qualidade de membro pode ser comprada, desde que os outros membros concordem com a admisso e exista uma vaga. 0 preo elevado - chega a cerca de 375 000 dlares em Nova Iorque e a 6,6 milhes de dlares em Tquio. Em outros pases, como a Gr-Bretanha, os membros no esto sujeitos a um nmero preesta- belecido de vagas e a bolsa aberta a qual- quer empresa que preencha os requisitos de admisso. So os scios que elaboram as regras da bolsa, e estas tm de obedecer s leis do pas. Em alguns pases, foi criada uma enti- dade independente, como a Comisso de Ttulos e da Bolsa, nos Estados Unidos, para vigiar a actividade diria das bolsas em representao do pblico. "Market makers" e corretores O privilgio mximo concedido pelas bol- sas aos seus associados o direito de se- rem market makers em ttulos isto , de serem o ponto central atravs do qual os valores so comprados e vendidos. O segundo privilgio, igualmente im- portante, serem corretores as pessoas que tm acesso directo aos market makers para comprarem ou venderem em nome dos investidores. Em Londres, o market maker a figura principal. Na Bolsa de Va lores de Nova Iorque, o "especialista" de- sempenha um papel idntico. A cada es pecialista atribudo o direito exclusivo de negociar em determinados ttulos, que pode comprar ou vender a corretores que o contactem, ou que pode comprar ou vender por sua prpria conta. O negcio assume a forma de um lei- lo livre na sala da bolsa, no qual os corre- tores, com instrues dos seus clientes, se juntam em volta do especialista, gri- tando os preos por que eslo dispostos a comprar determinados ttulos (o bid) ou a vend-los (o ask). O especialista concilia compradores e vendedores da melhor maneira, utilizando a sua carteira de ttulos pessoal para corrigir desequil- brios. Passo acelerado. Corretores da Bolsa de Tquio rodopiando na zona central ( esquerda, em baixo). A fotografia mais aproximada mostraos em compenetrado colquio. "CRASH" POR COMPUTADOR? A utilizao de computadores por al- guns investidores no mercado de ttu- los criou um processo chamado "ven- da stop-hss", que poder ameaar a estabilidade dos mercados nacionais e at internacionais. Os proprietrios de valores do ins- trues aos corretores para progra- marem os seus computadores com determinado preo para cada ttulo. Se o preo desce abaixo do progra mado, os ttulos so vendidos para mi- nimizar as perdas dos proprietrios. Mesmo nas bolsas mais automati- zadas, o processo ainda no intei- ramente automtico: o corretor tem ainda de falar com o market maker para fazer negcios importantes. Mas, com o aparecimento dos siste- mas computadora computador, o mundo financeiro arrisca-se a um crash dirigido pelos computadores. Uma ligeira tendncia baixista no mercado de ttulos poder desenca- dear umas quantas vendas stop- loss, provocando um consequente novo abaixamento. Este, por sua vez, desencadear outros, e assim suces- sivamente, originando um crash di- fcil de controlar. O floor. Corretores da Bolsa de Honsf Kon# sentam-se em frente dos compu- tadores e dos telefones, comprando e ven- dendo ttulos pblicos, aces e obrigaes. 39 38. Na Bolsa de Tquio, o equivalente aos especialistas de Nova Iorque so os dia mados saitori, que operam de forma se- melhante, excepo de no serem au- torizados a comprar ou vender ttulos por conta prpria: so meramente inter- medirios nas transaces da sala da bolsa. Os market makers obtm o seu rendi- mento do spread das suas transaces a diferena entre os valores de compra e venda. Os corretores trabalham geralmente comisso, ligada ao valor dos ttulos que compram ou vendem por conta dos seus clientes. Em Portugal, a funo de market maker desempenhada pelas sociedades finan ceiras de corretagem (dealers), e a funo de corretor, pelas sociedades corretoras (brokers). O preo dos ttulos Os ttulos cotados oficialmente so ini- cialmente emitidos com um valor nomi- nal ou facial. Uma empresa que preten- da, por exemplo, angariar 100 milhes de escudos pode pr venda atravs da Cincia de computador. Desde a com- puorizao da Bolsa de Valores de Lon- dres, em 1987. os corretores trabalham a punir dos seus prprios escritrios. Os mo- nitores mostram a situao do mercado. Locais de pnico. Os corretores vagueiam consternados com a grande quebra da Bolsa de Nova Iorque em Outubro de 1987 (em cima) H momentos de tenso f esquerda) quando perscrutam nos seus computadores os ltimos movimentos do mercado. bolsa 50 000 aces com o valor nomi- nal de 2000$ cada uma. No entanto, uma vez que aqueles ttulos comecem a ser negociados, o seu preo de mercado pode revelar-se superior ou inferior ao valor nominativo. Quando h mais pes- soas a comprar do que a vender, o preo sobe. Quando h mais a vender, o preo baixa. Num mercado altista, as pessoas com- pram ttulos na esperana de que o seu valor aumente e venham a poder vend- los com lucro. Num mercado baixista, os preos dos ttulos esto a cair, e os espe- culadores podem ainda fazer dinheiro concordando em vender, a um preo fixo, ttulos que nessa altura ainda no tenham ORIGEM DAS BOLSAS As cerca de 130 bolsas de valores do Mundo tm as suas origens na Fran- a e Pases Baixos (Blgica e I lolan da) do sculo xin. Os negociantes vendiam letras de cmbio - decla- raes de dvida emitidas pelos mer- cadores em troca de emprstimos. Se o portador de uma letra precisava de dinheiro antes do respectivo vencimento, podia vend-la a um terceiro Mas s no sculo xvn as bolsas co- mearam a evoluir para a sua forma actual. A Bolsa de Valores de Amster- do reclama-se como a mais antiga, fundada por volta de 1611. Em 1697, foi introduzido em Inglaterra um primei ro sistema de regulamentao dos corretores. At ao princpio do sculo xix, as bolsas de valores, na maioria, eram ajuntamentos informais de corretores nos bairros mercantis das cidades. Em Londres, o negcio centrava-se em cafs. Em Nova Iorque, os correto- res encontravam se ao ar livre, debai- xo de uma rvore, naquilo que mais tarde foi a famosa Wall Street. Mas o desenvolvimento industrial do sculo xix e a exploso da oferta de aces e outros ttulos criou a necessidade de instalaes permanentes. A Bolsa de Valores de Nova Iorque o maior centro de transaces, repre sentando 60% do negcio mundial de ttulos, com cerca de 1500 empresas coladas. A Bolsa de Valores de Tquio ocu- pa o segundo lugar mundial, com quase tantas empresas como Nova Iorque, mas com um valor de transac- es inferior a metade daquele. 40 39. pago: esperam que, quando tiverem que o fazer, o preo lenha cado ainda mais, de modo que iro pagar menos do que aquilo que recebero. O valor de mercado dos ltulos regido pelo comportamento da empresa que os emite e pela situao econmica e poltica do pas e do mercado. Os acontecimentos nacionais que afec- tam os valores comerciais dos ttulos so fceis de identificar, mas o seu impacte difcil de prever. Entre eles, podem contar- -se mudanas de governo, previses de surtos ou quebras econmicas ou aumen- tos sbitos no custo de matrias-primas essenciais. As empresas de corretagem interna- cionais e os grandes investidores, como, por exemplo, as companhias de seguros, tm oramentos cada vez mais elevados Desde os primeiros tempos das bolsas houve sempre tentativas de burla. Por volta de 1720, o chanceler do Tesouro Britnico, John Aislabie, foi preso por "corrupo infame": enchera os bolsos durante a venda ao pblico de aces da South Sea Company, empreendimento que arruinou muitos investidores. Todas os pases tm as suas leis prprias para evitar as burlas, e alguns possuem agncias, como a US Securities & Exchan- ge Commission (Comisso de Ttulos e das Bolsas rios Estados Unidos), para asse- gurar o cumprimento dessas leis. Um dos crimes mais notrios, e um dos mais difceis de suster, o inside trad ing, ou insider dealing, que consiste no uso de informaes internas, privilegia para os seus departamentos de previso. O valor dos ttulos est em constante variao, medida que se processam as compras e as vendas. Mas conveniente "congel-los" periodicamente para se po- der comparar, entre dois perodos sucessi- vos, o comportamento desses ttulos o dos ttulos do mercado em geral. Todos os dias publicado nos jornais o preo do fecho de cada ttulo, referente ao dia anterior. E o progresso global do mercado medido atravs de ndices compostos por diversos tt u los-ehave. Os ndices mais conhecidos incluem o Dow Jones Industrial Average (Nova Ior- que), o Financial Times/Stock Exchange 100 (Londres) c o Nikkei 225 Stock Average (Tquio). Os ndices so dados a conhecer a todo o Mundo duas ou mesmo mais ve- zes por dia. das, acerca de uma empresa para se ob- ter lucro com os seus ttulos. O inside trader tem de comprar as aces imedia- tamente antes de a companhia anunciar um aumento dos lucros ou de as vender antes de se anunciarem prejuzos. Em 1986, um eminente financeiro nova-iorquino, Ivan Boesky, foi acusado de investir em aces utilizando informa es confidenciais sobre fuses de em- presas. Pagara quantias enormes por es S3S informaes: s de uma vez entrega- ra 700 000 dlares em notas usadas a um banqueiro numa ruela da Wall Street. Boesky fez uma confisso pormeno- rizada, que resultou na priso de ban- queiros e empresrios. Foi condenado a trs anos de priso. Dinheiro para queimar Os cnicos afirmam muitas vezes que os governos parecem ter dinheiro para quei mar. E verdade: os governos de todo o Mundo queimam em cada semana tonela das de notas velhas. As moedas em circulao podem durar dezenas de anos, at que a imagem se gas- te ou a denominao se altere, mas as no- tas de pequeno valor mudam de mos com tanta rapidez que se inutilizam em poucos meses. Mesmo as notas "grandes" no duram mais que dois ou trs anos. O Banco de Portugal no foge regra de ter de queimar as notas em mau estado retiradas da circulao. So mais de 150 milhes de notas destrudas anualmente. Este quantitativo pe ao banco alguns pro- blemas, nomeadamente os relativos se- gurana e poluio. A operao de escolha das notas usadas e entradas no banco selecciona as notas incapazes de circular, que so depois total- mente desfeitas em equipamento apro- priado com a garantia ria mxima eficin- cia, sendo os resduos aglutinados em brikettes destinados a ser utilizados como combustvel industrial. No se vislumbra ainda um substituto do papel-moeda, no obstante os Australianos j lerem posto a circular notas de plstico. A facilidade e comodidade de utilizao do papel-moeda confere-lhe caractersticas tais que mesmo o recente aparecimento e desenvolvimento de meios de pagamento automticos no tem provocado uma dimi- nuio do papel-moeda em circulao. Como se constri um automvel Os filmes de desenhos animados mostram fbricas de automveis em que, por um lado, entra ferro em bruto e saem, pelo ou tro, carros reluzentes j a andar. Claro que se trata de uma falsa imagem: os autom- veis no so totalmente construdos no mesmo stio. Mas a realidade no muito menos notvel, pois o processo pode en- volver fbricas de todo o Mundo para a construo de um nico carro. Em Saragoa, Espanha, onde a empresa americana General Motors possui uma enorme linha de montagem, o ao para a carroaria pode vir da prpria Espanha, o motor de Inglaterra, a suspenso, caixa de velocidades e sistema de injeco do com bustvel da Alemanha, os pneus de Frana AS FRAUDES NA BOLSA "Inside trader". O financeiro nova-iorquino Ivan Boesky (ao centro) deixando o Tribu- nal. Depois de admitir ter utilizado informaes confidenciais sobre fuses de empresas, foi multado em 100 milhes de dlares e condenado a trs anos de priso. II 40. ou de Itlia, o rdio da Holanda ou do Ja- po, com contribuies at da Austrlia o da Coreia. Noutros tempos, era tudo muito mais simples. No princpio do sculo, os primei- ros automveis eram produzidos de ma- neira semelhante das carruagens de ca- valos com os operrios andando de um lado para o outro, martelando com vagar, e com elevados custos, os painis de metal nas estruturas de madeira. Embora os prin- cpios da produo em srie h muito se encontrassem estabelecidos para artigos como roldanas para barcos e armas de fogo, foi preciso um gnio de organizao para aplicar o princpio indstria auto- mvel: Henry Ford. A primeira linha de montagem Em 1903, Ford comeou a fabricar auto mveis em Detroit, e em trs anos transfor- mou se no maior construtor de autom- veis da Amrica. Ao fim de cinco anos, con- centrava as suas atenes num nico mo- delo - o Ford T - para aproveitar ao m- ximo as peas normalizadas. Depois, em 1913, introduziu a ideia que iria revolucionar a produo automvel, a linha de montagem. Inverteu-se assim a relao operrio/produ- to, pois agora era este que pas sava por uma linha de oper- rios, a cada um dos quais com- petia uma tarefa especfica. Quando pela primeira vez foi aplicado produo de magne- tos, reduziu o tempo de monta- gem de 20 para 5 minutos. wrf Entusiasmado, Ford alargou o princpio construo de Sr^V chassis. Uma corda puxava os chassis ao longo de um trilho, ao lado do qual se encontravam 50 operrios, cada um deles fixan- do ao chassis, quando este pas sava, a pea que lhe competia. O tempo de montagem para os chassis desceu de 12 para fi horas e, com a introduo do transpor- tador movido por correntes, fi- cou reduzido a hora e meia. Comercialmente, os resulta- dos foram espantosos. Em me- nos de 10 anos, o preo do Ford T desceu de 850 para 250 dlares, e Ford vendeu 1,8 milhes de carros. A Ford Motors foi nova- mente pioneira em 1951 ao utilizar equipa- mento automtico na produo de blocos de motor. Em 500 operaes distintas, 40 mquinas reduzem o tempo de produo, por motor, de algumas horas para 15 minu- tos. O mundo dos robs O desejo de poupar trabalho tem conti- nuado a inspirar novos processos, com ro- bs a substiturem operrios, eliminando tarefas montonas e garantindo maior preciso. No Fiat Uno. s 30 das 2700 ope- raes de soldadura so feitas mo. Ape- nas as tarefas especializadas, como a insta- lao dos fios elctricos, se mantm hoje nas mos do homem. Numa cadeia de montagem tpica dos anos 80 - como as fbricas rio Fiat Uno em Mirafiori ou Ri- vai ta, Itlia, que produzem 3000 carros por dia , a primeira fase consiste na chegada da chapa de ao ao sector de prensagem. Aqui, em reas do tamanho de trs cam- pos de futebol, gruas robs entregam folhas de ao a mquinas de estampagem gigantes, que moldam e cortam as peas de metal para a construo da carroaria. Montagem manual. Em 19/3, Henry Ford introduziu linhas de montagem na sua f- brica. Tapetes rolantes passavam as pe as em frente dos mecnicos e transporta oam os motores at aos montadores (em cima). Em 1915, em cada minuto e meio saa da tinha de montagem um Ford T. Depois, robs constroem a parte infe- rior desta, o cho do carro, procedendo a inmeras soldaduras e criando uma forma complexa com espaos para o encaixe das rodas, para a mala e para a roda sobresse lente. Na fase seguinte, figs, ou gabarits, de grandes dimenses mantm em posio as ilhargas e o tejadilho para serem auto maticamente soldados no seu lugar. En- tretanto, as portas foram construdas em linhas de montagem paralelas, num pro- cesso que envolve diversas prensagens para a criao de um corpo exterior rebi- tado a uma moldura interior. 12 41. Finalmente, nas linhas de montagem final todas as carroarias so verificadas por laser para se detectarem as mnimas distores ou irregularidades. O acabamento A pintura de um carro um processo im- portante - protege o contra a corroso e d-lhe um acabamento bonito e brilhan- te. 0 carro, quase completamente mon- tado, desengordurado, lavado e cober- to com fosfato para o tornar mais recepti vo pintura. Aps novas lavagens, so- -Ihe aplicadas eleetrostalieamenle diver- sas deinos de primrio, utilizando um campo magntico para atrair a tinta. As ltimas demos habitualmente trs so de tinta acrlica brilhante. A pintura da maioria dos carros de srie tem a es- pessara de 0,1 mm. Um Rolls-Royce rece- be 22 demos, que produzem uma es- pessura de 0,2 mm. A seguir, injecta-se em todas as sec- es ocas, como os pilares e as longari- nas, uma cera especial para proteco Montagem robotizada. Robs contro- lados por computadores executam os tra- balhos de produo na fbrica do Fiat Tipo em Cassino, Itlia. Os robs pintam, calafetam, pulem, soldam e montam os carros com preciso rigorosa. direita, um carro recebe uma de cerca de 2000 soldaduras automticas. contra a gua, a gravilha, a neve e o sal. A fase seguinte so os acabamentos do interior. O carro recebe os seus "ner- vos" o sistema elctrico. Os forros de feltro, as alcatifas, os assentos e outros acabamentos so aplicados por robs. Muitas fbricas utilizam transportadores - robs para movimentar as peas , reduzindo assim a possibilidade de da- nos e a necessidade de mo-de-obra. Os pra-brisas e outras janelas fixas so frequentemente colados carroaria para melhor ajustamento e reduo da resistncia ao vento e dos rudos. Robs aplicam a cola aos bordos dos vidros e colocam estes nos seus lugares por meio de braos com dispositivos de suco. Na ltima fase, o carro recebe o seu corao. O carro iado numa grua, e o motor, completo com a embraiagem e a caixa de velocidades, colocado por um sistema de elevao. O depsito de com bustfvel montado na parte traseira do carro. Vm depois a suspenso, a direc- o, o radiador e a bateria e finalmente as jantes e os pneus. Depois de abastecido de gua, anticongelante, leo e combus- tvel, o carro est completo e pronto para andar. sada inspeccionado antes de ser submetido aos ltimos testes - espe- cialmente ao "teste de estrada" para veri- ficao do seu comportamento. Quando recebe o seu passe final, o carro est pronto para o stand ! ; 42. Meteorologistas: sentinelas contra os desastres naturais Durante centenas de anos, at o clima local era frequentemente desconcertante na sua imprevisibilidade. Apenas se podia re- zar ou inventar provrbios baseados na ex- perincia: cu pedrento chuva, vento ou qualquer outro tempo. A previso meteorolgica local deu um passo em frente em 1643, quando o fsico italiano Torricelli inventou o barmetro para medir a presso atmosfrica. Depres- sa se verificou que as subidas e descidas da presso de ar correspondiam a alteraes no tempo e que uma queda frequente- mente prenunciava uma tempestade. Mas s depois da inveno do telgrafo, em 1840, foi possvel recolher informaes de estaes afastadas, permitindo a previ- so de mudanas iminentes com razovel segurana. No princpio do sculo xx, a rdio permitiu outro importante passo em frente. Na dcada de 60, os enormes pro gressos tcnicos na recolha de informa- es e na anlise de dados por meio de computadores fizeram pensar que a me- teorologia poderia vir um dia a ser uma cincia exacta, capaz de prever o tempo com semanas ou meses de antecedncia. A quantidade de informaes actual mente ao dispor dos meteorologistas es- pantosa. A Organizao Meteorolgica Mundial recebe relatrios de 9000 postos e 7500 navios. Estaes operadas por pes- soal fazem observaes vrias vezes por dia, s vezes de hora a hora, em condies normalizadas (a velocidade do vento, por exemplo, medida a 10 m do solo). Alm disso, bales meteorolgicos lar- gados de 950 estaes por todo o Mundo recolhem dados da atmosfera at uma alti- tude de 30 km. Cerca de 600 avies voando sobre os oceanos enviam diariamente os seus comunicados. Sele satlites meteoro- lgicos perscrutam a Terra a partir do espa- o, observando a atmosfera at uma altitu- de de 80 km. Todas estas observaes fornecem cm conjunto uma enorme riqueza de infor- maes velocidade e direco dos ven- tos, temperatura, nebulosidade, precipita- o, humidade, presso atmosfrica. Em cada dia, estas informaes produzem 80 milhes de dgitos binrios de dados de computador equivalentes ao contedo de vrios milhares de livros. Estas informa- es so fornecidas a uma rede de 17 esta- es espalhadas pelo Mundo, que, em conjunto, formam o Sistema Mundial de Telecomunicaes. Dois centros o Cen- tro Meteorolgico Nacional de Washing ton, nos Estados Unidos, e o Departamen- to de Meteorologia, situado em Bracknell, na Gr-Bretanha so centros mundiais Balo-sonda. Os bales meteorolgicos levam para o ar radiossondas - grupos de instru- mentos que registam a humidade, a presso atmosfrica e a temperatura. So largados regularmente por 950 estaes em todo o Mundo. de previso de zona para a aviao civil, que, por uma questo de segurana, repe tem as operaes um do outro. Compu- tadores com a capacidade de 3500 mi- lhes de clculos por segundo tratam os dados para elaborar as previses. Saber hoje qual ser o tempo de ama- nh fundamental para o ocidente indus- trializado. S no controle do trfego areo, as previses globais que permitem aos avies aproveitar os ventos de popa ou al- terar as horas de aterragem para evitarem as condies adversas poupam anual- mente milhares de contos de combustvel. Indstrias inteiras como a construo, a navegao e a agricultura dependem crucialmente de previses de hora a hora e dia a dia. Os acontecimentos que mais pem prova os meteorologistas so os ciclones tropicais enormes tempestades de con- figurao circular que se formam sobre os mares dos trpicos, afastando se do equa- dor e enfraquecendo quando atingem ter- ra. No Atlntico chamam se furaces, no Pacfico tomam o nome de tufes. Os fura- ces duram habitualmente cerca de uma semana, recebendo energia do ar quente e hmido sobre os oceanos tropicais. me- dida que se eleva no centro do ciclone, o vapor de gua contido no ar condensa-se em nuvens, libertando calor e atraindo mais ar hmido para o sistema. Os fura- ces enfraquecem habitualmente quando chegam a terra por se verem privados de humidade. Durante a estao dos fura coes, de Junho a Novembro, formam se ao largo da costa de frica mais de 100 tempestades, seis das quais se transfor- mam cm furaces. Quando as nuvens em espiral, caracte- rsticas de uma tempestade tropical, so avistadas, em geral por um satlite, o Cen tro Nacional de Furaces dos Estados Uni- dos, em Miami, entra em aco. O seu pes- soal analisa uma imensidade de dados for- necidos por satlites, sistemas de radar, bias automticas e avies, a fim de prever a sua trajectria particularmente, o ponto da sua penetrao na costa. No princpio de Setembro de 1988, uma depresso ao largo da costa africana inten- sificou-se de forma progressiva, at que no sbado 10 de Setembro, quando se encon- trava sobre o Leste do mar das Antilhas, foi classificada de furaco e recebeu o nome de Gilbert. Dois dias depois, o Gilbert atin- giu a Jamaica com fora devastadora. Sob um cu de ardsia, os ventos destroaram a ilha, deixando sem casa um quinto dos seus 2,5 milhes de habitantes e destruin- do quase todas as colheitas de que depen de a sua economia bananas, cocos, II 43. Chicoteada pelos ventos. Os furaces deslocam-se sobre o oceano por aco do ar quente e hmido. Este. Narraganselt Bay, Rhode Island, EUA, em 1954. Carol. assolou a zona de caf, acar e vegetais. 0 primeiro-ministro, Edward Seaga, chainou-lhe "o maior desas- tre natural da nossa histria moderna". Depois, medida que rodopiava, afs tando-se da ilha, o Gilbert quase duplicou a sua fora, produzindo ventos com veloci- dade de 280 kirvi a mais poderosa tem- pestade que assolou o hemisfrio ociden- tal neste sculo. Com a sua trajectria pre- vista, o Gilbert abateu-sc sobre a pennsula do Iucato, no Mxico, na madrugada de quarla-feira, deixando 30 000 pessoas sem lar. Podia ter sido muito pior: em 1979, o furaco David matara 1100 pessoas, e o Flo- ra, em 1963, vitimara 7200. O nmero rela- tivamente pequeno de mortes causadas pelo Gilbert, cerca de 300, representou um tributo aos benefcios de uma correcta pre- viso meteorolgica. Mas os meteorologistas no puderam ainda prever exactamente o que iria acon- tecer. Com a trajectria do Gilbert para norte, puseram-se em alerta as costas do Texas, da Luisiana e do Mississipi. Houve uma corrida aos gneros nos supermerca- dos e 100 000 pessoas fugiram para o inte- rior, enchendo as estradas e deixando para trs as suas casas fechadas e reforadas com proteces. Neste caso, os alertas revelaram-se des- necessrios: quando o Gilbert chegou ao continente norte-americano, estava j em dissipao. Trouxe ventos fortes, mars al- tas e muita chuva, mas pouca destruio. No houve mais vtimas. A morte inesperada do Gilbert ilustra bem o grande problema das previses me teorolgicas, que a sua falta de certezas absolutas. Apesar dos computadores ca- rssimos e das suas fontes de informao a nvel mundial, os meteorologistas lidam apenas com probabilidades. Os sistemas meteorolgicos so impre- visveis no seu pormenor. Os nmeros que descrevem factores variveis como a velo- cidade do vento e a temperatura so verda deiros apenas momentaneamente. No se- gundo seguinte, esses nmeros no pas- sam de uma aproximao, e, por muito pequenos que sejam os desvios, realidade e previses depressa se afastam entre si. Os cientistas aceitam o facto de aconte- cimentos pouco relevantes poderem ter consequncias enormes. Referem-se jo- cosamente a esta verdade desagradvel chamando lhe o "efeito da borboleta" - a ideia de uma borboleta batendo as asas em Pequim afectar, por exemplo, o estado do tempo em Nova Iorque. Por esta razo, o limite actual das previses teis no passa de alguns dias. Muitas vezes, a experincia que o me- teorologista tem do mundo real melhor guia para o futuro imediato do que qual quer modelo computorizado. Por exem- plo, o ar que se desloca do mar do Norte para os pases europeus que o cercam pode formar uma delgada camada de nu- vens que ou faz chover sobre a terra no dia seguinte ou se evapora com o calor do Sol. O resultado pode depender de uma dife- rena de temperatura de apenas alguns d- cimos de grau. Mas os efeitos podem ser Imagem de satlite. Instrumentos de de- teco fornecem elementos a um compu- tador que constri imagens das nuvens por meio de cdigos de cor num monitor de TV. li. 44. O abastecimento de gua a Londres. Nesta fotografia de Londres, tirada por satlite, o rio Tamisa a linha preta que serpenteia a meio da fotografia. Os reservatrios so as manchas pretas esquerda e em cima; as reas verdes so vegetao. substancialmente diferentes - um dia frio e enevoado ou quente e soalheiro. Mesmo com o auxlio dos melhores compu- tadores e a mais eficiente recolha de infor maes, no provvel que as previses venham alguma vez a ser correctas com mais de duas semanas de antecedncia. As previses a mdio prazo tm melho- rado com as inovaes tcnicas. Previses a trs dias para a Europa, realizadas no Centro Europeu de Previso do Tempo a Mdio Prazo, de Reading, Inglaterra, so agora to correctas como as que eram fei- tas a um dia h 10 anos. Por outro lado, a previso a longo prazo (mais de 10 dias) no se tem revelado de confiana. H, de certo modo, uma esperana. Os cientistas pensam que existe uma relao entre a alterao nas temperaturas do mar e certas condies meteorolgicas. Por exemplo, em perodos que vo de trs a sete anos, na altura do Natal, uma corrente quente denominada El Nino peneira as guas muito frias ao largo da costa ociden- tal da Amrica do Sul. Alm de ter conse- quncias srias no clima, vida animal e in- dstrias locais, El Nino provoca tambm invernos ou mais suaves ou mais frios nos EUA Ainda ningum sabe porqu mas talvez um dia os efeitos desta corrente se- jam previsveis. Como se abastece de gua uma grande