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1 MÁQUINAS ELÉTRICAS Máquinas de corrente contínua Professor: João Victor M. Caracas

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Page 1: Máquinas CC

Máquinas Elétricas – Transformadores – Prof. João Victor 1

MÁQUINAS ELÉTRICAS

Máquinas de corrente contínua

Professor: João Victor M. Caracas

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2 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Introdução

• Máquinas de corrente contínua são aquelas que trabalham exclusivamente com tensões CC nos seus terminais.

• Elas podem operar como motores ou geradores, dependendo da aplicação e forma de acionamento.

• Fisicamente um motor ou gerador CC são iguais.

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3 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Aplicações

• Máquinas CC têm como principais aplicações aquelas em que é preciso o controle de velocidade.

• Aplicações:

– Máquinas de papel

– Bobinadeiras e desbobinadeiras

– Laminadores

– Máquinas de impressão

– Prensas

– Elevadores

– Mesa de teste de motores

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4 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Principais características

• Fácil controle de velocidade

• Fabricação cara quando comparada a outros motores

• Cuidados na partida (máquinas grandes)

• Uso em declínio

• Operação como gerador e motor

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5 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Principais características

• Atualmente, o desenvolvimento das técnicas de acionamentos de corrente alternada (CA) e a viabilidade econômica têm favorecido a substituição dos motores de corrente contínua (CC) pelos motores de indução acionados por inversores de frequência.

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6 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Componentes básicos

• As máquinas CC têm duas estruturas magnéticas:

• Estator

– Parte fixa

– Enrolamento de campo ou imã permanente

• Rotor

– Parte móvel

– Enrolamento de armadura

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7 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Princípios fundamentais

• Gerador elementar

– Estator: imãs produzem um campo magnético

– Rotor: uma única espira

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8 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Princípios fundamentais

• Pela lei de Faraday

– Um condutor que “vê” um campo magnético variante apresenta uma tensão induzida sobre ele

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9 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Princípios fundamentais

• A espira girando em uma campo magnético uniforme, com velocidade angular constante gera uma tensão alternada

• Por principio esta seria uma máquina CA.

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10 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Princípios fundamentais

• Aplicando-se a lei de Faraday a tensão gerada pela espira seria:

• 𝐸 = 𝐵. 𝑙. 𝑣. sin 𝜃

• Aonde:

E - tensão gerada

B - Densidade do fluxo magnético

L - Comprimento da espira

v - velocidade do movimento relativo

- ângulo entre a espira e as linhas de campo

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11 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Princípios fundamentais

• Para se aumentar a tensão gerada usam-se múltiplas espiras no enrolamento, dessa forma a tensão total do enrolamento é a soma da tensão de cada espira.

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12 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Princípios fundamentais

• Em geral a tensão gerada por qualquer máquina dependerá de 3 fatores:

– O fluxo magnético

– A velocidade de rotação

– Uma constante representando a construção da máquina

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13 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Principio da retificação mecânica

• Transformar a tensão CA em CC na própria máquina

• Substitui-se os anéis coletores da máquina elementar por seguimentos semicirculares

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14 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Principio da retificação mecânica

• Assim a cada meia-volta da armadura (rotor) o comutador troca o terminal ligado ao circuito externo.

• Isso origina uma tensão de intensidade variável mas sempre com a mesma polaridade

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15 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Principio da retificação mecânica

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16 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Principio da retificação mecânica

• As escovas devem ser sempre colocadas na região onde a tensão produzida pelos enrolamentos é nula.

• Isto é pela passagem por zero da tensão.

• Esta região chama-se “linha neutra”

• Caso contrário haveria faíscamento quando as escovas curto-circuitassem enrolamentos com alguma tensão

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17 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Princípios fundamentais

• Para melhorar a forma da tensão pulsada de saída e aproximá-la de uma tensão CC acrescentam-se enrolamentos defasados uns dos outros

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Máquina CC comercial

• Cada enrolamento é construído por múltiplas espiras, dessa forma aumenta-se a tensão gerada.

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19 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Máquina CC comercial

• Em uma máquina real existem vários enrolamentos defasados um dos outros, dessa forma a tensão de saída é praticamente CC.

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Máquina CC comercial

• O campo magnético é produzido por um enrolamento no estator e não por imãs. Chama-se enrolamento de campo

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21 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Estrutura máquina CC comercial

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Estrutura máquina CC comercial

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Estrutura máquina CC comercial

• Motor de partida automotivo

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Tensão gerada

• Aplicando as leis de Faraday as modificações feitas para melhorar o motor têm-se:

• 𝐸 =∅.𝑍.𝑁.𝑃.10−8

60.𝑎

• Aonde: E - tensão gerada

∅ - é o fluxo magnético por pólo

Z - é o numero de condutores da armadura

a - numero de caminhos paralelos na armadura

N - é a velocidade em RPM

P - numero de pólos

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25 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Tensão gerada

• A maioria dos termos depende de características construtivas da máquinas e não podem ser alteradas

• A equação pode ser simplificada por: 𝐸 = 𝐾. ∅. 𝑁

• Aonde K é um parâmetro que varia de máquina para máquina

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26 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Circuito elétrico gerador CC

• Modelo de circuito equivalente para uma máquina CC:

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Circuito elétrico gerador CC

• O enrolamento de campo (estator) é uma bobina (indutor) e possui uma resistência em série.

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Circuito elétrico gerador CC

• O enrolamento de armadura também possui característica indutiva, possui uma fonte representando a tensão induzida e uma resistência.

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Circuito elétrico de armadura

• Entre a tensão interna (gerada) e os terminais externos da máquina existe uma resistência do enrolamento de armadura

• Queda de tensão nas escovas

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Circuito elétrico de armadura

• Logo a tensão nos termais é a tensão gerada menos as quedas de tensão:

𝑉𝑎 = 𝐸𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

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31 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Tipos de máquina CC

• As máquinas CC podem ser classificadas de acordo com a forma de conexão do enrolamento de campo.

• Ele pode ser conectado em série ou paralelo com a armadura

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Tipos de máquina CC

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33 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Tipos de máquina CC

• Máquina série : enrolamentos de poucas espiras e fios grossos

• Máquina shunt ou paralela: enrolamentos de muitas espiras e fios finos

• Máquina composta: possui enrolamentos série e shunt

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34 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Classificação de geradores

• Gerador auto-excitado

– Não dependem de uma fonte externa para começar a gerar energia.

– Dependem do magnetismo residual existente nos pólos do gerador

– Podem ter ligações série, shunt ou composta

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35 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Classificação de geradores

• Gerador série

– Toda a corrente de armadura passa pelo enrolamento de campo

– Não consegue efetuar sua auto-excitação se estiver em vazio

– A intensidade do fluxo de campo depende da corrente de carga e por isso sua tensão varia.

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36 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Classificação de geradores

• Gerador shunt

– A corrente de campo depende da tensão do gerador

– Pode se auto-excitar a vazio (sem carga)

– A tensão cai com o aumento da corrente de carga, por conta da queda de tensão na resistência da armadura

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37 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Classificação de geradores

• Gerador composto

– Possui um enrolamento de campo em série e outro em paralelo

– Pode se auto-excitar a vazio (sem carga)

– Ligação diferencial: campo série e shunt produzem fluxos opostos

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38 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Classificação de geradores

• Gerador composto

– Ligação cumulativa: campos série e shunt produzem fluxo no mesmo sentido

– No gerador composto é possível compensar a queda de tensão e efeito da variação de corrente, obtendo uma tensão quase que independente da carga

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Classificação de geradores

• Gerador com excitação independente

– A corrente do campo é fornecida por um circuito externo ou um imã permanente

– A tensão do gerador pode ser ajustado ajustando-se a corrente de campo

– Controle preciso da tensão

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40 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Resumo

• A tensão interna de um gerador CC depende:

– Da suas características construtivas (quantidade de espiras, enrolamentos, tamanho)

– Do fluxo magnético (tipo de enrolamento de campo)

– Da velocidade em que ele gira

• A tensão nos terminais deve levar em conta as quedas de tensão

𝐸𝑎 = 𝐾. ∅. 𝑁

𝑉𝑎 = 𝐸𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

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Exercícios

• Um gerador CC de imã permanente tem uma resistência de armadura de 1,5 ohms. Quando opera a vazio a uma velocidade de 2100 RPM gera 200 Volts em seus terminais. Calcule: – A) A tensão caso fosse conectada uma carga consumindo 10 A ?

– B) A velocidade que seria necessária para gerar apenas 50V a vazio ?

– C) A potência fornecida a carga caso ele fosse acionado a 1050 RPM com uma carga consumindo 5A ?

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42 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Exercícios

• Um gerador CC com excitação série tem uma resistência de armadura de 1 ohms e quando conectado a uma carga de 100 Ohms a tensão medida em seus terminais foi de 99V para uma velocidade de 300RPM. Admita que o enrolamento de campo não sofre saturação e a corrente saída é proporcional ao fluxo de campo. Calcule: – A) Qual a tensão interna gerada ?

• Considerando que este gerador foi conectado a uma carga consumindo 2A e sua velocidade foi aumentada para 600 RPM calcule: – A) A nova tensão interna

– B) A tensão nos seus terminais

– C) A resistência e potências da nova carga

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Reação de armadura

• Normalmente a linha neutra aonde devem ser localizadas as escovas é perpendicular aos pólos da maquina ou as linhas de campo

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Reação de armadura

• Porém quando considera-se o fluxo produzido pela armadura (espiras circulando em uma corrente produzem um fluxo) ocorre um deslocamento da linha neutra

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45 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Reação de armadura

• O deslocamento da linha neutra depende portanto do fluxo da armadura, e portanto depende da corrente/carga na qual a máquina está trabalhando.

• Quando a máquina está a vazio a linha neutra coincide com a linha neutra geométrica, que fica perpendicular aos pólos magnéticos.

• E é aonde as escovas estão localizadas

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46 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Reação de armadura

• O deslocamento da linha neutra faz com que a comutação das escovas aconteça no local errado.

• As escovas comutam com uma tensão não nula, gerando um centelhamento proporcional a carga.

• Nos geradores a linha neutra é deslocada no sentido de rotação e nos motores no sentido contrário.

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47 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Reação de armadura

• Existem duas soluções comuns para isso.

• Deslocar as escovas até um ponto que reduza o centelhamento quando o motor está com carga nominal.

– Isso não garante o funcionamento correto para cargas diferentes

• Cria-se enrolamentos de interpolo ou pólos de comutação para compensar a reação de armadura

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Enrolamentos de interpolo

• São colocados entre os pólos principais da máquina no estator (série, shunt ou composto) e são ligados em série com a armadura da máquina

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Enrolamentos de interpolo

• De tal forma que a corrente que circula pela armadura seja a mesma que circula pelo interpolo.

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50 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Enrolamentos de interpolo

• Desta forma toda variação na corrente de armadura gera um fluxo que vai se opor a reação de armadura. Fazendo com que ela seja compensada de forma automática.

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Máquinas Elétricas – Transformadores – Prof. João Victor 51

MÁQUINAS ELÉTRICAS

Motores CC

Professor: João Victor M. Caracas

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52 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Motores CC

• Os motores CC têm exatamente a mesma forma construtiva que os geradores

• Se baseiam no princípio eletromagnético da força de Lorentz

• “Todo condutor, percorrido por uma corrente elétrica, imerso em um campo magnético, está sujeito a uma força magnética”

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53 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Motor CC fundamental

• O funcionamento é semelhante ao funcionamento de um gerador elementar

– Um enrolamento imerso em um campo magnético, porém dessa vez ao invés de movimentar a espira aplica-se a ela uma tensão

– Surge uma corrente e um campo magnético de armadura

– A interação dos campos de armadura e estator criam a força que move a espira (rotor)

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54 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Motor CC fundamental

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55 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Motor CC fundamental

• As escovas/anel comutador realizam a comutação nos terminais das espiras para garantir que sempre exista um torque (conjugado) no eixo o motor

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56 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Motor CC fundamental

• O comutador faz com que a corrente na armadura seja invertida no momento em que cessa a força que o fez descolar-se. E dessa cria um movimento contínuo do rotor.

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57 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Força contra-eletromotriz

• Assim como no gerador elementar a rotação (feita pelo próprio motor) do enrolamento de armadura dentro do campo magnético faz com que apareça uma tensão induzida no enrolamento de armadura.

• “Quando quer que aconteça uma ação motora, uma ação geradora é simultaneamente desenvolvida”

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58 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Circuito elétrico motor CC

• É exatamente o mesmo que o de um gerador porém com a inversão no sentido da corrente de armadura

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59 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Circuito elétrico motor CC

• Nos terminais externos de um motor conecta-se uma fonte e não uma carga como era o caso dos geradores

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60 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Circuito elétrico motor CC

• Mesmo na operação como motor existe uma tensão interna e ela é chamada de tensão “contra-eletromotriz”

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61 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Circuito elétrico motor CC

• Observe que o sentido da queda de tensão nas escovas depende do sentido da corrente, que no caso do motor inverteu-se.

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62 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Operação motora x geradora

• Se a máquina é exatamente a mesma e o circuito equivalente dela é exatamente o mesmo, o que determina a operação como motor ou gerador ???

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63 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Operação motora x geradora

• O sentido da corrente de armadura !

• Dependendo do sentido da corrente a máquina pode estar fornecendo ou consumindo energia elétrica

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64 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Operação motora x geradora

• O sentido da corrente é determinado pelas diferenças entre a tensão interna (Ea) e a tensão nos terminais (Va)

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65 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Operação motora x geradora

• Para um gerador:

• Para um motor:

𝐸𝑎 ≥ 𝑉𝑎

𝑉𝑎 ≥ 𝐸𝑎

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66 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Operação motora x geradora

• No gerador a tensão externa é a tensão interna menos as quedas

• No motor a tensão interna é a tensão externa menos as quedas:

𝑉𝑎 = 𝐸𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

𝐸𝑎 = 𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

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67 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Torque motor CC

• O torque depende da interação entre os dois fluxos magnéticos da máquina, e equivale a:

• Quanto maior for o torque de carga aplicado à maquina mais corrente ela vai demandar.

𝑇 = 𝐾. ∅. 𝐼𝑎

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68 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Velocidade motor CC

• Sabemos que para um motor:

• Logo:

• Podemos calcular a velocidade como:

𝐸𝑎 = 𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

𝐸𝑎 = 𝐾. ∅. 𝑁

𝐾. ∅. 𝑁 = 𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

𝑁 =𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

𝐾. ∅

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69 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Velocidade motor CC

• Para uma tensão e fluxos constantes a velocidade do motor varia conforme a corrente de armadura.

• A corrente de armadura depende da carga mecânica aplica ao eixo do motor

𝑁 =𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

𝐾. ∅

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70 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Velocidade motor CC

• Quando maior for o conjugado de carga (quanto mais “pesada” for a carga) maior a corrente de armadura

• Quanto maior a corrente de armadura menor a velocidade

𝑁 =𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

𝐾. ∅

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71 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Tipos de motores

• Assim como nos geradores os motores são classificados de acordo com a disposição do enrolamento de campo.

• Série, Paralelo ou shunt, Composto

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72 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Motor série

• Fluxo depende da corrente de armadura (Ia) e do torque

𝑇 = 𝐾. ∅. 𝐼𝑎

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73 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Motor série

• O torque varia com o quadrado da corrente

• Aonde K2 representa a constante que relaciona a corrente da bobina de campo e a intensidade de campo produzida nela

𝑇 = 𝐾. ∅. 𝐼𝑎

∅ = 𝐾2. 𝐼𝑎

𝑇 = (𝐾. 𝐾2). 𝐼𝑎2

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74 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Motor série

• A velocidade de um motor é dada por:

• Como no motor série

𝑁 =𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

𝐾. ∅

∅ = 𝐾2. 𝐼𝑎

𝑁 =𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

𝐾. 𝐾2. 𝐼𝑎

Page 75: Máquinas CC

75 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Motor série

• A velocidade de forma inversa a carga

• Este motor não deve ser operado a vazio, pois a corrente tende para valores baixos e a velocidade para valores muito altos.

𝑁 =𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

𝐾. 𝐾2. 𝐼𝑎

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76 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Motor shunt

• Neste motor o fluxo não depende da carga, e portanto o torque vai variar linearmente com a corrente.

𝑇 = 𝐾. ∅. 𝐼𝑎

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77 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Motor shunt

• O aumento de carga gera um aumento na corrente Ia

• A velocidade varia proporcionalmente a carga

𝑁 =𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

𝐾. ∅

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78 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Motor composto

• Devido ao fato de ele ser uma junção entre os motores série e shunt as características dele também serão.

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79 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Característica de torque

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80 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Característica de velocidade

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81 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Partida do motor CC

• Na partida a velocidade é zero e portanto a tensão interna também:

𝐸𝑎 = 𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

0 = 𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

𝑅𝑎. 𝐼𝑎 = 𝑉𝑎

𝐼𝑎 =𝑉𝑎

𝑅𝑎

Page 82: Máquinas CC

82 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Partida do motor CC

• Normalmente a resistência de armadura tem um valor baixo, e por isso as corrente de partida são muito elevadas

• Para se resolver este problema pode-se utilizar uma fonte com tensão controlada, começando em zero e crescendo gradativamente a medida que o motor for ganhando velocidade

𝐼𝑎 =𝑉𝑎

𝑅𝑎

Page 83: Máquinas CC

83 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Partida do motor CC

• Pode-se utilizar um reostato em série com a armadura da máquina, de forma a limitar a corrente de partida

𝐼𝑎 =𝑉𝑎

𝑅𝑎 + 𝑅𝑟

Page 84: Máquinas CC

84 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Potência e rendimento motor CC

• Para um motor sabe-se que:

• Para calcular as potências basta multiplicar as tensões pela corrente de armadura

𝐸𝑎 = 𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑛𝑎 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 = 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 − 𝑄𝑢𝑒𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜

𝐸𝑎. 𝐼𝑎 = 𝑉𝑎. 𝐼𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎2

Page 85: Máquinas CC

85 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Potência e rendimento motor CC

• Aonde:

- Potência mecânica desenvolvida pela armadura

- Potência elétrica entregue ao motor

- Perdas em calor na resistência da armadura

𝐸𝑎. 𝐼𝑎 = 𝑉𝑎. 𝐼𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎2

𝐸𝑎. 𝐼𝑎

𝑉𝑎. 𝐼𝑎

𝑅𝑎. 𝐼𝑎2

Page 86: Máquinas CC

86 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Potência e rendimento motor CC

• O rendimento ou eficiência é a razão entre potência de saída e potência de entrada

• No caso do motor:

𝑛 =𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎

𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎

𝑛 =𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎

𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎

=𝑃𝑚𝑒𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎

𝑃𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎

Page 87: Máquinas CC

87 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Potência e rendimento motor CC

• Rendimento:

• Normalmente

– Máquinas pequenas n=80%

– Máquinas grande n=90 ou 95%

𝑛 =𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎

𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎

=𝑃𝑚𝑒𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎

𝑃𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎

=𝐸𝑎. 𝐼𝑎

𝑉𝑎. 𝐼𝑎 =

𝐸𝑎

𝑉𝑎

Page 88: Máquinas CC

88 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Controle de velocidade em motores CC

• Pode se variar:

– Va – Controle por tensão de armadura

– Ra – Controle por resistência de armadura

– ∅ - Controle por fluxo dos pólos

• A corrente 𝐼𝑎 não serve para controle pois ela é uma função (depende) da carga

𝑁 =𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

𝐾. ∅

Page 89: Máquinas CC

89 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Controle de velocidade em motores CC

• Controle por tensão

– É o mais utilizado

– A tensão pode ser variada de zero até a tensão nominal da máquina

– Não altera a capacidade de fornecer conjugado da máquina

𝑁 =𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

𝐾. ∅

Page 90: Máquinas CC

90 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Controle de velocidade em motores CC

• Controle por resistência de armadura

– Utiliza-se um reostato em série com o motor

– Apresenta alta dissipação de calor e baixíssimo rendimento

– Toda a corrente da máquina passa pela resistência

– Pouco utilizado

𝑁 =𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

𝐾. ∅

Page 91: Máquinas CC

91 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Controle de velocidade em motores CC

• Controle por fluxo dos pólos

– É o método mais simples de controle nos motores shunt e composto

– Pouco utilizado no motor série

– A variação do fluxo altera tanto a velocidade quanto a capacidade da máquina em produzir torque

𝑁 =𝑉𝑎 − 𝑅𝑎. 𝐼𝑎

𝐾. ∅

Page 92: Máquinas CC

92 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Controle de velocidade em motores CC

Page 93: Máquinas CC

93 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Controle de velocidade em motores CC

• Para realizar a inversão do sentido de rotação basta alterar a polaridade da tensão de armadura OU o fluxo

• Alterando-se ambos o sentido permanece o mesmo

Page 94: Máquinas CC

94 Máquinas Elétricas – Máquinas CC – Prof. João Victor

Controle de velocidade em motores CC

• Motores CC normalmente são acionados por

– Chaves contactoras (com e sem reversão)

– Retificadores controlados

– Inversores eletrônicos