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Presidente Prudente - SP, 24-26 de julho de 2017 IV Simpósio Brasileiro de Geomática – SBG2017 II Jornadas Lusófonas - Ciências e Tecnologias de Informação Geográfica - CTIG2017 p. 126-133 MAPEAMENTO E AVALIAÇÃO DE SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS DO SITIO DE IMPORTÂNCIA COMUNITÁRIA DUNAS DE MIRA, GÂNDARA E GAFANHAS LUIS CARLOS ROSEIRO LEITÃO* e ** JOSÉ GOMES DOS SANTOS** ALEXANDRA ARAGÃO*** Universidade de Coimbra – UC Faculdade de Letras - FLUC Departamento de Geografia e Turismo, Coimbra – PT *Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) – PT **Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT), Coimbra – PT Faculdade de Direito – FDUC ***Centro de Estudos de Direito do Ordenamento, do Urbanismo e do Ambiente (CEDOUA-FDUC) – PT {l u is.l e it a o@i c n f .p t ; j g s@ c i.u c .p t ; aara g a o @ f d.u c .p t } RESUMO - Décadas de exploração excessiva dos recursos naturais, introdução e propagação de espécies exóticas, alterações climáticas entre outras ameaças, fomentaram a perda da biodiversidade. A Estratégia da União Europeia para a Biodiversidade tem como um dos principais objetivos travar a sua perda e a degradação dos serviços dos ecossistemas; se possível, recuperar os ecossistemas mais ameaçados e degradados, tendo por base 20 Acções divididas por 6 Metas. A proposta de trabalho aqui apresentada, que surge no contexto de uma Dissertação de Doutoramento (em curso), está enquadrada no âmbito da Acção 5 da Meta 2 - Melhorar o conhecimento sobre os ecossistemas e seus serviços na EU, tendo como área de estudo o Sítio de Importância Comunitária “Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas”, sobre o qual vai incidir a avaliação dos serviços dos ecossistemas, de acordo com o princípio metodológico proposto pelo grupo de Trabalho MAES - Mapping and Assessment Ecossystem Services, nomeadamente, através dos trabalhos de Maes et al., (2013 e 2014). Palavras chave: Serviços dos Ecossistemas, Valorização, Avaliação, Mapeamento, Biodiversidade, Tecnologias de Informação Geográfica ABSTRACT- Decades of overexploitation of natural resources, introduction and spread of alien species, climate change among other threats, have fostered biodiversity loss. The European Union's Biodiversity Strategy has as one of its main objectives to stop its loss and the degradation of ecosystem services; If possible, to recover the most threatened and degraded ecosystems, based on 20 Actions divided by 6 Targets. The work presented here, which arises in the context of a PhD Dissertation (in progress), falls within the scope of Action 5 of Goal 2 - Improve knowledge about ecosystems and their services in the EU, having as study area the Site of Community Importance "Dunas de Mira, Gândara and Gafanhas", which will focus on the assessment of ecosystem services, in accordance with the methodological principle proposed by the Working Group MAES - Mapping and Assessment Ecosystem Services, namely through the works of Maes et al. (2013 and 2014). Key words: Ecosystem Services, Evaluation, Assessment, Mapping, Biodiversity, Geographic Information Technologies 1 INTRODUÇÃO São inúmeros os serviços que os ecossistemas produzem e que são vitais para a nossa sobrevivência. No entanto, muitas vezes, nem sequer nos apercebemos da importância, diversidade e utilidade dos serviços que os ecossistemas produzem, veja-se a este propósito: (h t tp://www .mi l l e nnium a ss e ssm e nt.o r g /d o c um e nts/do c u L. Leitão; J. Santos; A. Aragão ISSN 1981-6251

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Presidente Prudente - SP, 24-26 de julho de 2017IV Simpósio Brasileiro de Geomática – SBG2017II Jornadas Lusófonas - Ciências e Tecnologias de Informação Geográfica - CTIG2017 p. 126-133

MAPEAMENTO E AVALIAÇÃO DE SERVIÇOS DOSECOSSISTEMAS DO SITIO DE IMPORTÂNCIA COMUNITÁRIA

DUNAS DE MIRA, GÂNDARA EGAFANHAS

LUIS CARLOS ROSEIRO LEITÃO* e ** JOSÉ GOMES DOS SANTOS**

ALEXANDRA ARAGÃO***

Universidade de Coimbra – UCFaculdade de Letras - FLUC

Departamento de Geografia e Turismo, Coimbra – PT*Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) – PT

**Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT), Coimbra – PT Faculdade de Direito – FDUC

***Centro de Estudos de Direito do Ordenamento, do Urbanismo e do Ambiente (CEDOUA-FDUC) – PT{l u is.l e it a o@i c n f .p t ; j g s@ c i.u c .p t ; aara g a o @ f d.u c .p t }

RESUMO - Décadas de exploração excessiva dos recursos naturais, introdução e propagação de espéciesexóticas, alterações climáticas entre outras ameaças, fomentaram a perda da biodiversidade. A Estratégiada União Europeia para a Biodiversidade tem como um dos principais objetivos travar a sua perda e adegradação dos serviços dos ecossistemas; se possível, recuperar os ecossistemas mais ameaçados edegradados, tendo por base 20 Acções divididas por 6 Metas.A proposta de trabalho aqui apresentada, que surge no contexto de uma Dissertação de Doutoramento (emcurso), está enquadrada no âmbito da Acção 5 da Meta 2 - Melhorar o conhecimento sobre osecossistemas e seus serviços na EU, tendo como área de estudo o Sítio de Importância Comunitária“Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas”, sobre o qual vai incidir a avaliação dos serviços dos ecossistemas,de acordo com o princípio metodológico proposto pelo grupo de Trabalho MAES - Mapping andAssessment Ecossystem Services, nomeadamente, através dos trabalhos de Maes et al., (2013 e 2014).

Palavras chave: Serviços dos Ecossistemas, Valorização, Avaliação, Mapeamento, Biodiversidade,Tecnologias de Informação Geográfica

ABSTRACT- Decades of overexploitation of natural resources, introduction and spread of alien species,climate change among other threats, have fostered biodiversity loss. The European Union's BiodiversityStrategy has as one of its main objectives to stop its loss and the degradation of ecosystem services; Ifpossible, to recover the most threatened and degraded ecosystems, based on 20 Actions divided by 6Targets.The work presented here, which arises in the context of a PhD Dissertation (in progress), falls within thescope of Action 5 of Goal 2 - Improve knowledge about ecosystems and their services in the EU, havingas study area the Site of Community Importance "Dunas de Mira, Gândara and Gafanhas", which willfocus on the assessment of ecosystem services, in accordance with the methodological principle proposedby the Working Group MAES - Mapping and Assessment Ecosystem Services, namely through the worksof Maes et al. (2013 and 2014).

Key words: Ecosystem Services, Evaluation, Assessment, Mapping, Biodiversity, GeographicInformation Technologies

1 INTRODUÇÃO

São inúmeros os serviços que os ecossistemasproduzem e que são vitais para a nossa sobrevivência. No

entanto, muitas vezes, nem sequer nos apercebemos daimportância, diversidade e utilidade dos serviços que osecossistemas produzem, veja-se a este propósito:(h t tp://www .mi l l e nnium a ss e ssm e nt.o r g /d o c um e nts/do c u

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m e nt.356. a sp x .pd f ) . Esses serviços estão categorizadosde acordo como benefícios que fornecem às pessoas(h t tp://www.ipb e s.n e t/ c on ce ptu a l - fra m e wo r k ). Serviçosde aprovisionamento tais como os derivados dasplantas (matérias primas ou materiais energéticos) aserviços de regulação como os fornecidos pelas zonashúmidas (purificação do ar e da água; regulação do ciclohidrológico e prevenção de cheias e inundações) oupolinização, serviços de suporte (ciclo de nutrientes;fotossíntese; formação de solo) e, finalmente, os serviçosculturais, serviços valiosos de usufruto da natureza comorecreio, reflexão, saúde e herança cultural.

Em Portugal, a definição legal consta da lei deconservação da natureza e biodiversidade de 2008(Decreto-Lei n.º 142/2008 de 24 de Julho, artigo 3º q,h t tps: / /d re .pt/ a ppli ca tion/di r /pd f 1sdip/2008/07/14200/045 9604611.pd ).

Os serviços dos ecossistemas têm sidonegligenciados devido às enormes pressões quecomandam o desenvolvimento ou, antes, o crescimentoeconómico, e porque os valores dos serviçosprestados pela natureza ainda são, na maior parte dasvezes, invisíveis para os cidadãos, para os decisores, paraa economia e para os governos.

São, assim, precisas técnicas e metodologias novaspara determinar o valor dos ecossistemas o que, emtermos quantitativos, e designadamente, monetários não étarefa fácil de conseguir, pois é preciso saber diferenciarentre preço e valor.

Alexandra Aragão (2011) refere a importância dadistinção entre valoração, valorização e avaliação. Paraa autora, é a operação de valoração que permite aatribuição de preços, isto é, de valores monetários a pagarpela utilização dos recursos naturais e a receber pelaconservação dos serviços dos ecossistemas. Já avalorização exprime a ideia de incorporar mais valor nosespaços e nos serviços naturais.

Quanto à avaliação da biodiversidade, ela pode serentendida como a identificação dos valores naturaispresentes em determinado local (idem, ibidem).

O mapeamento e a avaliação dos serviçosproduzidos pelos ecossistemas pode ajudar osdecisores na identificação de áreas prioritárias e medidaspolíticas relevantes, incluindo a melhoria da orientaçãodas medidas e na demonstração/avaliação de seusbenefícios em relação aos custos (Maes et al., 2013).

2 ÁREA DE ESTUDO

O Sítio de Importância Comunitária “Dunas deMira, Gândara e Gafanhas” (PTCON0055) foiclassificado pela decisão da emanada da Resolução deConselho de Ministros nº 76/00 de 5 de julho(http://eurlex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.douri=OJ:L:2006:259:0001:0104:PT:PDF), tem uma área total de

20 511ha distribuída pelos concelhos de Vagos, Mira,Cantanhede e Figueira da Foz (Figura 1).

Esta área insere-se no setor do litoral ocidentalportuguês que se estende desde Espinho até ao CaboMondego, uma zona litoral constituída por barreiraarenosa, de configuração quase retilínea e de orientaçãoN14º E (Teixeira, 1994). Neste setor do litoral português,a grande acumulação de areias dunares estende-sebastante para o interior (Neto, 1991; Carvalho & Granja,2002) e a morfologia caracteriza-se por ser relativamenteaplanada e de baixa altitude (Carvalho et al., 1986;Granja, 1999).

O setor da costa entre Espinho e o Cabo Mondegoinsere-se nos terrenos morfossedimentares da OrlaMesocenozóica Ocidental Portuguesa e nele ocorremdiferentes formações geológicas, quer no que respeita àsua idade quer ao tipo de rochas (Ângelo, 1989). Àexceção da zona do Cabo Mondego (calcários e margasdo Jurássico), o domínio litoral é constituído na sua maiorparte por formações arenosas (Teixeira, 1981; Ângelo,1989; Bettencourt & Ângelo, 1992).

A região apresenta um clima temperado decaracterísticas basicamente mediterrâneas (verões quentese secos, invernos suaves e chuvosos), moderadamenteinfluenciado pelo oceano Atlântico (Lema & Rebelo,1996).

Figura 1 - Enquadramento geográfico da área de estudo.

No que diz respeito à hidrografia, regista-se aocorrência de várias lagoas de água doce, tais como aBarrinha de Mira, a Lagoa, o Lago do Mar, no concelhode Mira, a Lagoa dos Teixoeiros e Lagoa da Salgueira, noconcelho de Cantanhede e ainda as Lagoas da Vela, dasBraças e do Paial no concelho da Figueira da Foz.

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Para além destas lagoas verifica-se, ainda, aocorrência de encharcamento temporário de outras zonas.Há, ainda, a registar a presença de diversas linhas deágua, das quais se destacam a vala da Lavadia, vala daSandoa, vala das Lagoas, vala do Escoural e a vala daCana. Este conjunto de pequenas toalhas lacustres defineum conjunto de ecossistemas enquadráveis naterminologia da Lei da Reserva Ecológica Nacional(REN), em concreto, no disposto no seu artigo 4º(http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=1058&tabela=leis).

Em termos edafo-pedológicos, os solos que seencontram na faixa costeira que vai de Espinho à Figueirada Foz são Arenossolos (Varennes, 2003) - de acordocom a classificação da FAO (Organização das NaçõesUnidas para a Alimentação e Agricultura), mas estetipo de solo é designado por Regossolo Psamítico, deacordo com a classificação portuguesa. Trata-se de solosarenosos, de cor clara, formados a partir de material ricoem quartzo, ou de areias de dunas e praias; osArenossolos têm textura grosseira, são muito pobres emmatéria orgânica e pouco férteis (Varennes, 2003).

3 OBJETIVOS

A síntese do estudo, mais amplo, que se apresenta,pretende contribuir para o aumento do conhecimento doestado dos ecossistemas e dos serviços que estes prestam(na União Europeia, mas também em termos globais,veja-se a importância do sequestro do carbono) no sentidode melhorar a condição do bem-estar humano.

Tem como objetivos gerais: i) contribuir para atomada de consciência da importância de travar a perdada biodiversidade nos ecossistemas florestais do litoralportuguês; ii) contribuir para o conhecimento quantitativoe objectivo dos serviços prestados pelos ecossistemas; iii)constituir-se como ferramenta de apoio ao ordenamentodo território contribuindo para o melhoramento depoliticas que visem a conservação e valorização dosecossistemas e de todas as políticas (industrial, dedesenvolvimento urbano, de transportes, agrícola,florestal, etc.) susceptíveis de causar prejuízos aosecossistemas.

Em termos de objetivos específicos pretende-se,para o Sítio de Importância Comunitária “Dunas de Mira,Gândara e Gafanhas”:i) identificar os serviços que os ecossistemas da área emestudo fornecem às pessoas; ii) avaliar a condição oestado de conservação dos ecossistemas florestais do Sítiode Importância Comunitária “Dunas de Mira, Gândara eGafanhas”; iii) elaborar a Cartografia dos ecossistemasdeste Sítio, de acordo com as normas e especificaçõeseuropeias e nacionais; iv) compreender o valor do capitalnatural do território, ou seja, o que decorre dos serviçosprestados pelos ecossistemas, incluindo serviços de uso,

apropriação, extração ou de não uso, mera existência.; v)realizar análises de custo/benefício mais próximas de umalógica de relação interativa e dinâmica entre as dimensõestangíveis e mensuráveis da realidade com as intangíveis e,por isso difíceis de mensurar, avaliar e valorizar; vi)avaliar a evolução dos ecossistemas e seus serviços naárea de estudo tendo como horizonte o ano de 2050 (deacordo com a Estratégia para a Biodiversidade da UniãoEuropeia); vii) transmitir a importância dos ecossistemase da biodiversidade aos cidadãos e aos agentes decisores;vii) promover a sustentabilidade das principais atividadeseconómicas ligadas à exploração e uso dos recursosnaturais na área de estudo e viii) contribuir para garantir obom funcionamento dos serviços e funções dosecossistemas.

4 METODOLOGIA

A proposta metodológica para o Mapeamento e Avaliaçãodos Ecossistemas e dos Serviços que estes produzem(Figura 2), resulta da adaptação do modelo concebido porMaes et al., (2013), que envolve uma cadeia detarefas, métodos e técnicas associadas à aquisição dedados para produção cartográfica que implicam, porexemplo:

1) Elaboração da cartografia dos ecossistemas àescala de 1/25000 por correspondência direta entre asclasses de uso e ocupação do solo (COS07) e as classesEUNIS nível III.

2) Atualização da Cartografia dos ecossistemasidentificados na área de estudo para o ano de 2017, comrecurso ao geoprocessamento em SIG de imagens de AltaResolução do satélite europeu Sentinel 2-A do programaCopérnicus da Agência Espacial Europeia, recorrendo àmetodologia proposta na Memória Descritiva (COS07).

3) Concepção de modelo de avaliação do estadodos ecossistemas.

4) Avaliação dos serviços dos ecossistemassegundo o método de classificação CICES V4.3 (Haines-Young & Potschin, 2013).

5) Modelação espacial e geração de cenáriosfuturos (preditivos) em ambiente SIG.

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Figura 2- Esquema simplificado do processo demapeamento e avaliação dos ecossistemas e serviçosassociados para o presente estudo.

5 SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS (Enquadramento conceptual e terminológico)

O conceito de serviços de ecossistema que, noplano internacional, foi adoptado politicamente no ano2000 na cimeira do milénio das Nações Unidas emconsequência do discurso do Secretário Geral perante aAssembleia, intitulado “Nós, os povos”(http://www.un.org/en/events/pastevents/pdfs/We_The_Peoples.pdf), tornou-se fundamental para compreender aforma como o ser humano interage com o meio natural(Thorsen et al. 2014). Este conceito tem origem naeconomia ecológica, ambiental ou dos recursos naturaisonde o valor da natureza, e dos serviços por ela prestados,é a componente central (Azevedo, 2012). Os serviços dosecossistemas consistem nos benefícios que estesproporcionam ao Homem (Costanza et al., 1997; MEA,2005; Boyd & Banzhaf, 2007; Nicholson et al., 2009;Reyers et al., 2012). No entanto, esta definição não épropriamente consensual, uma vez que é muitoabrangente, não sendo fácil definir unidades para a suaquantificação (Boyd & Banzhaf, 2007; Fisher et al., 2009)e também não é bem aceite por determinadascomunidades tradicionais como a cultura Andina querecusa uma visão instrumental dos ecossistemas, por elesreconhecidos como a “Mãe Natureza”. De acordo comForte (2014), a definição de Daily (1997) indica que os“serviços dos ecossistemas são as condições e osprocessos pelos quais os ecossistemas naturais, e asespécies que os fazem, sustentam e satisfazem a vidahumana”. Para a autora, serviços de ecossistema estãorelacionados com “condições e processos” e ilustram umainteração entre a ecologia e o bem-estar humano(Rodrigues, 2015). Costanza et al. (1997) usam umadefinição mais concreta: “os bens e serviços dosecossistemas representam os benefícios que a populaçãohumana obtém, direta ou indiretamente das funções dosecossistemas”. De acordo com Alcamo et al. (2003), o

Millennium Ecosystem Assessment (MEA) define “osserviços dos ecossistemas como sendo todos os benefíciosque as pessoas obtêm, e que são classificados comoserviços de produção, regulação, suporte e culturais1.Segundo Boyd e Banzahf (2007), a definição propostapor Alcamo et al. (2003) representa um bom exemplopara motivar a quantificação dos serviços de ecossistema.No entanto, determinados serviços de ecossistema (porexemplo, os serviços de regulação), correspondem na suamaioria a funções e processos do ecossistema (Sil, 2014).Segundo estes autores há necessidade de distinçãoentre os serviços de ecossistema finais e osintermédios, para fins de estabelecimento de medidas devaloração também diferentes.

Por serviços de ecossistema finais, entende-seos componentes da natureza diretamente aproveitados,consumidos ou utilizados para o bem-estar humano comoum produto final, ao passo que os serviços intermédiosseriam os serviços incorporados na produção dos serviçosfinais, e, portanto, para fins de apreciação económica; osserviços finais apresentariam maior valor, pois osserviços intermédios já estariam incorporados naavaliação dos serviços finais, evitando-se uma duplavaloração para aqueles serviços.

Fisher et al. (2009) definem serviços deecossistema como os componentes dos ecossistemasutilizados, ativa ou passivamente, para produzir bem-estarhumano. Correspondem a fenómenos ecológicos que nãotêm, obrigatoriamente, um uso direto. Ao contrário deBoyd & Banzhaf (2007), Fisher et al. (2009) consideramque os processos e as funções dos ecossistemas podem serentendidos como serviços que foram consumidos ouutilizados, direta ou indiretamente, pelo ser humano.O que concorda com a proposta de Rodrigues (2015),quando refere que existe serviço sempre que existirbenefício para a sociedade.

Mas foi, talvez, com as publicações de Daily(1997), e Costanza (1997), que os serviços dosecossistemas se tornaram num campo de pesquisa emcrescimento que, em quase três décadas, cresceramexponencialmente em termos de número de publicaçõesdedicadas a esta temática (Fisher et al. 2009).

1 A este propósito destacamos também a proposta do ConceptualFramework do Intergovernmental Platform on Biodiversity andEcosystem Services (IPBES) que define agora a nova categoria de “8”,“... ‘Nature’s benefits to people’ refers to all the benefits that humanityobtains from nature. Ecosystem goods and services, consideredseparately or in bundles, are included in this category. Within otherknowledge systems, nature’s gifts and similar concepts refer to thebenefits of nature from which people derive a good quality of life.Aspects of nature that can be negative to people, such as pests,pathogens or predators, are also included in this broad category.All nature’s benefits have anthropocentric value, including instrumentalvalues – the direct and indirect contributions of ecosystem services to agood quality of life, which can be conceived in terms of preferencesatisfaction, and relational values, which contribute to desirablerelationships, such as those among people and between people andnature, as in the notion of ‘living in harmony with nature’” (sic).

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A iniciativa “The Economics of Ecosystems andBiodiversity (TEEB, 2010)”, apresenta uma definição deserviços de ecossistema baseada na abordagem doMillenium Ecosystem Assessment, definindo serviços deecossistema como “as contribuições diretas e indiretasdos ecossistemas para o bem-estar humano” (Sil, 2014).Por fim, destacamos também a iniciativa CICES -Common International Classification for EcosystemServices, segundo a qual os serviços do ecossistema sãodefinidos como as “contribuições que os ecossistemasfazem para o bem-estar humano, e surgem da interaçãode processos bióticos e abióticos”.

6 MODELOS DE CLASSIFICAÇÃO

Segundo Maes et al., (2013), a ClassificaçãoInternacional Comum dos Serviços dos Ecossistemas(CICES) oferece uma estrutura que liga com o âmbito doSistema das Nações Unidas de Contas Económicas. Nosistema CICES os serviços são prestados por organismosvivos (biota) ou por uma combinação de organismosvivos e processos abióticos.

O uso de uma nomenclatura comum nomapeamento, avaliação e contabilidade é favorável àdefinição de uma perspetiva integrado e holística. Oobjetivo inicial para o desenvolvimento da CICES erafacilitar uma abordagem mais consistente para aconstrução de informação e bases de dados para as contasdo ecossistema. No entanto, a necessidade de integrar omapeamento dos ecossistemas, a contabilidade ambientale valorização económica, bem como os benefíciospotenciais que se podem obter levou à criação de umaplataforma útil para a caracterização e avaliação dosserviços dos ecossistemas (Maes et al., 2013).

Estes serviços do ecossistema são, por vezes,considerados como decorrentes de organismos vivos(biota) ou a interação de elementos e processos bióticos eabióticos, e referem-se especificamente às saídas “finais”ou produtos provenientes de sistemas ecológicos, ou seja,aquilo que diretamente consumimos, usamos ouapreciamos.

Trata-se de uma visão que apresenta uma estruturacom cinco níveis hierárquicos (secção - divisão - grupo -tipo de classe - classe). Os tipos de classes maisdetalhados tornam a classificação mais “amigável” eclarifica sobre quais os serviços do ecossistema que sãoincluídos dentro de cada classe. Usando uma estruturahierárquica de cinco níveis fica assim em linha com oguia de boas práticas da Divisão de Estatística das NaçõesUnidas (UNSD – sigla anglógrafa), pois permite que estaestrutura de cinco níveis seja utilizada para omapeamento e avaliação dos ecossistemas, enquanto queos quatro primeiros níveis podem ser utilizados para acontabilidade do ecossistema sem reduzir a utilidade da

classificação para os diferentes utilizadores (Maes et al.,2013).

O modelo de classificação CICES estipula umaestrutura hierarquizada em que o nível mais altose encontra dividido em 3 classes (Haines-Young, R.& Potschin, M., 2013):

1) Serviços de aprovisionamento - serviços obtidosde ecossistemas naturais, seminaturais, agrícolas,florestais marinhos, fluviais, etc., incluem alimentos,matérias-primas, como a madeira, os produtos silvestres,ou a água e materiais energéticos. A sua disponibilidadedepende fortemente dos serviços de suporte e deregulação.

2) Serviços de regulação e manutenção - serviçosecológicos prestados pelos ecossistemas e os seusimpactos como a regulação da erosão, resiliência ao fogo,polinização, produção primária (fotossíntese), formaçãodo solo, ciclo da água e dos nutrientes.

3) Serviços culturais - estão associados a usosespirituais ou intelectuais e não consumptivos, sítiosdos serviços ecossistemas que onde os humanosinteragiram e interagem uns com os outros e com anatureza ao longo de séculos um valor2, incluem o recreioe lazer, benefícios estéticos, bem-estar físico e espiritual,sentido de pertença, serviços educacionais, patrimoniais eaté religiosos.

7 MAPEAMENTO DOS ECOSSISTEMAS

Os mapas têm por base um conjunto de processosque permitem representar graficamente o territóriovisualizar, analisar, inquirir, filtrar e estabelecerprioridades, espacialmente explícitas, a partir daidentificação de problemas, conduzindo à identificaçãodas sinergias - compromissos e compensações entre osdiferentes serviços dos ecossistemas, e entre os serviçosdos ecossistemas e a biodiversidade. Além disso, osmapas podem ser usados como ferramenta decomunicação para iniciar discussões com as partesinteressadas, visualizando os locais onde os serviços dosecossistemas são produzidos ou utilizados e explicando arelevância dos serviços dos ecossistemas para oscidadãos, para os decisores e para os agentes económicos.Os mapas podem contribuir para o planeamento e gestãode áreas de conservação de biodiversidade e,implicitamente, dos seus serviços ecossistémicos a nívelregional (Maes et al., 2013). Veja-se a relevância dadimensão cartográfica em todos os planos territoriais,desde o Programa Nacional da Política de Ordenamento

2 Anthropocentric values can be expressed in diverse ways. Theycan be material or non-material, can be experienced in a non-consumptive way, or consumed; and they can be expressed fromspiritual inspiration to market value. They also include existentialvalue (the satisfaction obtained from knowing that nature continuesto be there) and future-oriented values.(http:/ / w ww . i pbes . net/sites/de f ault / f iles/ d o w nloads / Decision%20IPBES_2_4.pdf).

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do Território (PNPOT), aos Planos Diretores Municipais(PDM).

O mapeamento dos ecossistemas consiste na suadelimitação espacial de acordo com tipologiaspredefinidas e deve atender a escala e aos objetivos doexercício de mapeamento (Marta-Pedroso et al., 2014).Maes et al., (2013, 2014) definiram tipologias a adoptarpara o mapeamento dos ecossistemas, as quais deverãoresultar, sempre que possível, da correspondência diretadas classes Corine Land Cover(CLC) com os tipos dehabitats definidos no European Nature InfromationSystem (EUNIS). Banko et al., (2013) apresentaram umensaio em que consideram o nível 2 da classificaçãoEUNIS como a base para um mapeamento que se definepor um sistema de caracterização de habitats em“cascata”, desde o Nível 1 (mais genérico) até ao Nível 6(o mais detalhado).

Os mapas dos serviços dos ecossistemas podemrepresentar diferentes dimensões biofísicas dos serviços.Cada dimensão usa uma abordagem e tipo de dadosespecífico e, portanto, mapear cada dimensão produz umasaída diferente (Barredo et al., 2015).

Na União Europeia, o Mapeamento e Avaliaçãodos Ecossistemas e seus Serviços, (MAES), é visto comouma ação fundamental para o avanço dos objetivos dabiodiversidade, e também para informar sobre odesenvolvimento e implementação de políticasrelacionados com a água, clima, agricultura, floresta, oplaneamento marinho e regional (Maes et al., 2016).

Apresentadas algumas das mais influentescorrentes de pensamento relacionadas com o mapeamentodos serviços dos ecossistemas, devemos salientar que, emqualquer dos casos apresentados, os fins mencionados nãoserão alcançados apenas com exercícios de mapeamento,mas sim, e em concordância com o que defendem Maes etal., (2013), através da combinação de mapeamento digitalcom a avaliação da oferta de serviços dos ecossistemasrelacionados com a sua procura (incluindo as interaçõesespaciais entre eles e, naturalmente, com recurso atrabalho de campo, minucioso e acurado.

8 CONCLUSÕES

O Sítio de Importância Comunitária “Dunas deMira, Gândara e Gafanhas”, é caracterizadoprincipalmente por ecossistemas típicos das formaçõesarenosas em contexto mediterrâneo e posição litoral.Foram identificados por correspondência direta entre asclasses COS07 e EUNIS, 25 ecossistemas, incluindo áreasconstruídas (J1.1 e J1.2 de acordo com a classificaçãoEUNIS).

O trabalho em curso, do qual se apresenta umcurto excerto, pretende identificar e valorizar os serviçosdos ecossistemas a par com a avaliação do estado deconservação em que os mesmos se encontramcontribuindo, assim, para o aumento do conhecimento dosecossistemas do litoral centro português, dada a sua

similitude, nomeadamente, no que concerne aosecossistemas dominantes no espaço compreendido entreEsmoriz e a Figueira da Foz.

A proposta metodológica apresentada por Maes etal., (2103, 2014) revela-se intuitiva e permite aoinvestigador testar, adaptar e inovar, ainda que as devidasadaptações, conceptuais e metodológicas devam ser feitapara o caso de estudo que inspira a apresentação destetrabalho.

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