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9º SINAGEO - Simpósio Nacional de Geomorfologia21 à 24 de Outubro de 2012 RIO DE JANEIRO / RJ

MAPEAMENTO DE UNIDADES DE RELEVO DO ESTADO DO PARÁ

Furtado, A.M.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Ponte, F.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DOPARÁ)

RESUMOEste trabalho é uma análise sumária do mapeamento geomorfológico do estado do Pará, com basenos trabalhos RadamBrasil e IBGE. A escala 1:250.000 ensejou a utilização de três táxons onde seinclui primeiro as unidades morfoestruturais, correspondendo a estrutura geológica, representadaspela Bacia Sedimentar Amazônica, embutida entre os dois escudos cristalinos. Dentro dessecontexto foram inseridas as unidades de relevo que constituíram o 2º táxon e um 3º táxon comrespectivas subunidades.

PALAVRAS CHAVESmapa do estado do Pará; mapeamento geomorfológico; planejamento ambiental

ABSTRACTThis work is a brief analysis of the geomorphological mapping of the state of Para, based on the workof RADAMBRASIL and IBGE.The 1:250,000 scale gave rise to the use of three taxons which includesprimarily the morphostructural units, corresponding to the geological structure represented by thesedimentary basin of Amazon, built between the two crystalline shields.Inside this context wereinserted the units of relief that constituted the second taxon and a third taxon with its subnits.

KEYWORDSmap of the state of Para; geomorphological mapping; environmental planning

INTRODUÇÃODentre os mapeamentos temáticos, um dos mais complexos é a cartografação geomorfológica,embora seja obviamente a de maior importância para o estudo do relevo, levando em conta asinformações que o mesmo pode fornecer para os estudos ambientais. No âmbito geral o relevo doestado do Pará é respaldado pela estrutura geológica e tectônica, onde se destaca o domínio dabacia sedimentar Amazônica, e o de duas estruturas cristalinas, localizadas ao norte e ao sul dareferida bacia. Considerando que o estado do Pará está inserido estruturalmente na porção leste dabacia sedimentar Amazônica, e sendo esta possuidora de cinco sub-unidades estruturais, que são abacia do Acre, a bacia do Solimões, a área em questão, abrange as outras três subunidades: asbacias sedimentares do médio e baixo amazonas e a bacia sedimentar do Marajó, separadasrespectivamente pelos arcos de Monte Alegre e do Gurupá. Em relação às áreas cristalinas, ao nortee sul do estado, as unidades de relevo se apresentam mais complexas e altimetricamentediferenciadas tanto pela tectônica quanto pela litologia. De modo geral, tais estruturas se refletemno conjunto das unidades de relevo, cujo ordenamento e sistematização são distribuídos no espaçogeográfico paraense. O objetivo do referido trabalho, é a definição das diferentes unidades, pelacompartimentação topográfica, baseada na similitude das formas de relevo, altimetria, declividade edemais características responsáveis pela morfologia atual. Ressalta-se que a mensuraçãomorfométrica ocorreu a partir do MDE–SRTM, através de produtos como o modelo tridimensional doterreno e a declividade, o que permitiu enriquecer e proceder a uma melhor abordagem a respeitoda definição das unidades. De acordo com Ross (1990), a subdivisão em táxons vem nortear estemapeamento geomorfológico como o mesmo estipulou para o estado de São Paulo em seis táxons.Entretanto, por questões de escala o mapeamento realizado utilizou apenas três táxons (Tabela 01).

MATERIAL E MÉTODOSA metodologia adotada fundamentou-se na concepção de ROSS (1990), no que tange a classificaçãodas unidades de relevo em táxons, segundo o conceito de morfoestrutura e morfoescultura, quesegundo a escala adotada, permitiu a definição de três táxons. Os procedimentos adotados podem

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ser divididos em três etapas, que são: 1) Levantamento bibliográfico, para nortear a definição dametodologia a ser adotada, bem como, a cerca dos aspectos estruturais, litológicos e unidadesgeomorfológicas; 2) Construção de um banco de dados georreferenciado, composto por dadospré-existentes como a base cartográfica do estado do Pará e pelo layer de geomorfologia doIBGE/SIPAM, referenciados ao SIRGAS2000 e escala 1:250.000; 3) Download e interpretação doMDE/SRTM/NASA. Nesta última etapa, procedeu-se inicialmente a extração das curvas de nível doreferido MDE, onde optou-se pelo espaçamento (equidistância) de 100 metros entre as isolinhas,atendendo assim o nível de detalhe proposto pela escala adotada, para posterior geração dosprodutos de elevação/topografia (grade triangular irregular do terreno – TIN) e de declividade, osquais auxiliaram na mensuração de elementos morfométricos, conforme descritos na tabela 01. Emvirtude do grande potencial e da importância representada por esse Modelo de Elevação, torna-serelevante uma descrição acerca do referido produto. Esse DEM foi produto de uma missãoorganizada e executada pela NASA, em parceria com a Alemanha e Itália, no ano de 2000,denominada SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission), que resultou no recobrimento de 80% dasuperfície terrestre. O ônibus espacial utilizado nesta missão, levou acoplado em sua estrutura, umsensor de radar (SAR) com capacidade de detecção interferométrica, o qual gerou dadostridimensionais do terreno, com resoluções de 30 e 90 metros (MEDEIROS, 2009).

RESULTADOS E DISCUSSÃOPara uma melhor abordagem, procedeu-se a mensuração morfométrica (tabela1), a qual auxiliou nadefinição das seguintes unidades (Figura1). 1 – Planície Amazônica: Constitui-se numa áreaalongada, tendo como eixo o rio Amazonas, abrangendo parte do médio e todo o baixo curso desserio. Inclui as áreas alagadas e inundáveis. A colmatagem existente é responsável pelo complexosistema de drenagem. 2 – Planícies Marinhas e Fluviomarinhas: Correspondem às áreas deacumulação quaternária, com depósitos marinhos e fluviomarinhos. O primeiro se estende da porçãonorte/leste do Marajó, enquanto o litoral de rias tem continuidade a partir da baía do Marajó, até ogolfão maranhense. 3 – Planícies e Terraços: Consistem em zonas deposicionais, com planíciesadaptadas aos ambientes inundáveis de sedimentação recente, enquanto os terraços são correlatosao período pleistoceno superior. 4 – Planaltos Rebaixados: Estende pelos dois lados da baciaAmazônica, apresentando litologia predominantemente sedimentar de formações paleozóicas, comotambém sedimentos Barreiras, estendendo-se ao nordeste paraense. 5 – Planalto Bacia Sedimentardo Amazonas: É representada por relevos residuais das bordas norte-sul, apresentando tambémsetores tabulares, com litologia sedimentar (paleozoica). Eventualmente se apresenta dissecado pordrenagem pouco densa, inserindo interflúvios tabulares. 6 – Planalto Setentrional Pará–Maranhão:Corresponde a relevos em forma de chapadas, constituída por rochas sedimentares, quecorrespondem a bacia sedimentar do meio norte. 7 – Depressão do Gurupi: Está embutida entre asáreas mais elevadas dos tabuleiros e chapadas, representados por sedimentos da bacia sedimentardo meio norte, que estão presentes no limite entre os estados do Para e do Maranhão. 8 – Planaltodo Tapajós: Representada por litologias predominantemente paleozoicas. Dispõe de extensasuperfície tabular com fraca declividade, onde há também a presença de formas colinosas evertentes ravinadas. 9 – Depressão Ortoclinal do Médio Tocantins: É formada por rochas comcoberturas metassedimentares de grande variedade. O relevo é ora plano, ora dissecado, onde suassubunidades podem ser visualizadas na tabela 01. 10 – Colinas e Cristas Gurupi: Esta inserida nafaixa de dobramentos e coberturas metassedimentares, constituindo-se numa área de menorextensão do que as circunjacentes de cobertura sedimentar. 11 – Planaltos Residuais: Correspondema maciços dissecados, alguns conhecidos como serras, constituídos por rochas cristalinas.Apresentam cristas, vertentes ravinadas e colinas, associadas a mesas. 12 – Planaltos Dissecados:Apresentam formas talhadas em rochas cristalinas, e metamórficas,com as feições mais baixasfuncionando como áreas interplanálticas. Existem formas de topos planos, que se apresentam comointerflúvios tabulares. São representados ao sul pelo conjunto dos Carajás e Cubencranquem. 13 –Depressões Periféricas: Apresentam altimetria inferior às áreas circunjacentes, distribuídas emlitologias pré-cambrianas, no contato com os planaltos dissecados. Possuem relevos residuais emgrupos ou dispersos. 14 – Depressão Interplanáltica: Compreende superfície aplainada commorfologia levemente ondulada, drenada por uma rede de baixa densidade, e representada porterrenos que também sofreram efeitos de aplainamentos, inserida em áreas cristalinas. 15 – Serras e

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Chapadas do Cachimbo: Constituem relevos aplainados em rochas pré- cambrianas,com estruturascontroladas por falhas e fraturas, com eventuais dissecações em cristas e vales. 16 – Pediplanos:Representadas áreas aplainadas, ou levemente entalhadas pela drenagem. Também formam relevocolinoso, considerando que as fases de rebaixamento, corresponderam a períodos de aridez docenozoico, enquanto o clima atual é responsável pela dissecação. 17 – Colinas do Amapá: Consisteem relevo pouco dissecado, com vertentes convexas e topos arredondados, com declivesmoderados.

Tabela 01

Unidades de relevo e seus respectivos elementos morfométricos

Figura 01

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Mapa das unidades de relevo do estado do Pará

CONSIDERAÇÕES FINAISO mapeamento realizado consistiu na caracterização das 17 unidades morfoesculturais, mostrouembora parcialmente a complexidade de formas do relevo do estado do Pará, de acordo com aanálise feita. Esta permitiu a interação entre as formas de relevo com os aspectos tectônicos,litológicos e morfogenéticos. O trabalho também veio demonstrar a importância do mapeamentogeomorfológico como subsídios ao entendimento da paisagem com base nos principaiscompartimentos do relevo do estado, para futuras pesquisas em caráter de maior detalhe, sobretudopara os estudos ambientais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICABERRY, P.A.M., GARLICK, J.D., SMITH, R.G. Near-global validation of the SRTM DEM using satelliteradar altimetry. Remote Sensing of Environment, v.106, p.17-27, 2007.CREPANI, E. MEDEIROS, J. S. Imagens fotográficas derivadas de MNT do projeto SRTM parafotointerpretação na Geologia, Geomorfologia e Pedologia. São José dos Campos: INPE, 2004FERREIRA, N. C. Princípios para elaboração de MDT. Goiânia, 2003.KOHLER, C. H. A Escala na Análise Geomorfológica. Rev. Bras. Geomorfologia, Uberlândia: UFU, ano03, nº 01, p. 21-31. 2002.IBGE. 1999. Banco de Dados de Recursos Naturais da Amazônia Brasileira. Rio de Janeiro.IBGE/CISCEA/SIVAM. SIG, Produto Digital.IBGE. Mapa Geomorfológico do Estado do Pará. Coordenação de Recursos Naturais e Ambientais. 1ªedição. 2008.IBGE. Mapa de Unidades de Relevo do Brasil. 1993

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LIBAULT, A. Geocartografia. São Paulo, Cia. Ed. Nacional – editora da Universidade de São Paulo.1975.ROSS, J. L. S. (1990). Geomorfologia, Ambiente e Planejamento. São Paulo. Ed. Contexto.RADAMBRASIL, projeto. Geomorfologia. Departamento Nacional da Produção Mineral. Folhas: NA-21,NA-22, SA-21, AS-22, AS-23, SB-21, SB-22, SB-23, SC-21, SC-22. (Levantamento de RecursosNaturais).SANTOS, L. J. C. et al. Mapeamento Geomorfológico do Estado do Paraná. Rev. Bras. DeGeomorfologia. Uberlândia: UFU. Ano 07, nº 02, p. 03-12. 2006UMIACS – University of Maryland Institute for Advanced Computer Studies, 2005. Disponível em: <ftp://ftp.glcf.umiacs.umd.edu/glcf/SRTM/ >. Acesso em: 23 Abril 2010.

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