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Os resultados de ensaio referem-se exclusivamente aos itens ensaiados Este Relatório só pode ser reproduzido na íntegra, excepto quando haja autorização expressa do dBLab Mod. 60-01.05 MAPA DE RUÍDO DO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO DESCRIÇÃO DO MODELO E RESULTADOS Local: Concelho de Celorico de Basto Referência do Relatório: O3-574-MPRD01 Data do Relatório: 06-12-2004 N.º total de páginas: (excluindo anexos) 32

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Os resultados de ensaio referem-se exclusivamente aos itens ensaiadosEste Relatório só pode ser reproduzido na íntegra, excepto quando haja autorização expressa do dBLab

Mod. 60-01.05

MAPA DE RUÍDO DO CONCELHO DECELORICO DE BASTO

DESCRIÇÃO DO MODELO E RESULTADOS

Local: Concelho de Celorico de Basto

Referência do Relatório: O3-574-MPRD01

Data do Relatório: 06-12-2004

N.º total de páginas:(excluindo anexos)

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ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO E OBJECTIVO.........................................................................................................5

2 CONTEXTO LEGISLATIVO .............................................................................................................6

2.1 DEFINIÇÕES .............................................................................................................................62.2 ENQUADRAMENTO LEGAL DOS MAPAS DE RUÍDO ............................................................7

3 METODOLOGIA...............................................................................................................................9

3.1 LIMITAÇÕES DAS AVALIAÇÕES DE AMBIENTE SONORO “TRADICIONAIS”......................93.2 MAPAS DE RUÍDO – DESCRIÇÃO BREVE .............................................................................93.3 MAPAS DE RUÍDO DO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO.........................................10

4 DESCRIÇÃO DO PROJECTO........................................................................................................12

4.1 SOFTWARE UTILIZADO.........................................................................................................124.2 INSTRUMENTAÇÃO UTILIZADA............................................................................................134.3 NORMAS E PARÂMETROS UTILIZADOS .............................................................................13

4.3.1 Tráfego rodoviário.............................................................................................................134.3.2 Indústrias ..........................................................................................................................14

4.4 CARACTERIZAÇÃO DO MODELO.........................................................................................154.4.1 Identificação do local em estudo.......................................................................................154.4.2 Área do mapa ...................................................................................................................164.4.3 Caracterização climática...................................................................................................174.4.4 Topografia.........................................................................................................................184.4.5 Edifícios e barreiras ..........................................................................................................194.4.6 Fontes de ruído.................................................................................................................20

4.4.6.1 Tráfego rodoviário .........................................................................................................204.4.6.2 Indústrias.......................................................................................................................24

4.5 VALIDAÇÃO DO MODELO......................................................................................................254.5.1 Validação junto às fontes sonoras....................................................................................25

4.6 RESULTADOS DO MODELO – MAPAS DE RUÍDO ..............................................................284.6.1 Análise dos mapas de ruído .............................................................................................29

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.........................................................................................31

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................32

ANEXOS

Mapas de Ruído e de Conflitos à escala 1/25.000

CD com o presente relatório, Mapas de Ruído e Conflitos em formato digital (.shp) e animações 3Dgeradas pelo software CadnaA

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MAPA DE RUÍDO DO CONCELHO DECELORICO DE BASTO

DESCRIÇÃO DO MODELO E RESULTADOS

Ficha Técnica

Designação do Projecto Mapa de Ruído do Concelho de Celorico de Basto

Cliente Câmara Municipal de Celorico de Basto

Morada Praça da Cardeal D. António Ribeiro,

4890-220 Celorico de Basto

Local de realização dos ensaios Área abrangida pelo Concelho de Celorico de Basto

Fonte(s) do Ruído Particular Tráfego rodoviário

Data(s) dos ensaios Medições rodoviárias – 18-03-2004, 19-03-2004, 01-04-2004,06-04-2004, 07-04-2004, 20-04-2004, 21-04-2004, 13-05-2004.

Data de Emissão 6 de Dezembro de 2004

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Equipa Técnica

O presente trabalho foi elaborado pela seguinte equipa técnica:

• Miguel Lopes, Eng. Mecânico (FEUP), MSc. Sound and Vibration Studies (Un. Southampton) –Director Técnico do Laboratório;

• Fátima Valado, Eng. Ambiente (Un. Aveiro), MSc. In Urban Environmental Management (Un. Delft)– Responsável Técnica da Divisão Mapas de Ruído Norte;

• Eduardo Cunha, Eng. Ambiental e dos Recursos Naturais (U.T.A.D.) – Técnico do Laboratório.

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1 INTRODUÇÃO E OBJECTIVO

“O Decreto-Lei n.º 292/2000, de 14 de Novembro, determina que na execução da política deordenamento do território e urbanismo deve ser assegurada a qualidade do ambiente sonoro, nahabitação, trabalho e lazer.”.

O objectivo deste trabalho consiste na elaboração do Mapa de Ruído do Concelho de Celorico deBasto, de forma a dispor de uma ferramenta evoluída para a gestão e controlo da poluição sonoraexistente nessa área.

Um mapa de ruído constitui, essencialmente, uma ferramenta de apoio a decisões sobre planeamentoe ordenamento do território devendo, portanto, ser adoptado na preparação dos instrumentos deordenamento do território e na sua aplicação.

Assim, um mapa de ruído fornecerá informação para atingir os seguintes objectivos:

• preservar zonas com níveis sonoros regulamentares;

• corrigir zonas com níveis sonoros não regulamentares;

• criar novas zonas sensíveis ou mistas com níveis sonoros compatíveis.

Neste trabalho foi desenvolvido um modelo acústico tridimensional de toda a área em estudo eanalisados os respectivos resultados, nas seguintes perspectivas:

• níveis de ruído previstos pelo modelo num dado conjunto de pontos receptores, em particularjunto das zonas mais críticas devido à sua sensibilidade ao ruído;

• mapas de ruído diurno e nocturno, considerando as principais fontes de ruído (vias rodoviáriase as indústrias).

O modelo criado apresenta um potencial que não se esgota nos resultados apresentados e a escala aque foi realizado adapta-se melhor à tomada de decisões sobre estratégias de zonamento e deidentificação de áreas prioritárias para redução de ruído. Constitui, assim, uma ferramenta que deveráser utilizada em conjunto com o planeamento urbano de forma a permitir analisar qualquer cenário dealteração da situação actual, assim como evidenciar perante terceiros os impactes sonoros gerados,as reduções ou aumentos provocados por alterações nas vias rodoviárias (p.e. alteração do fluxo deviaturas, mudança de piso, etc.).

A escala utilizada em todo o trabalho foi a escala do PDM do concelho – 1:10.000. A precisão doscálculos realizados para os mapas de ruído, dependente de vários parâmetros, foi ajustada para a suaapresentação a esta escala, ou inferior (por exemplo, 1:25.000, mínimo estabelecido pelo Instituto doAmbiente para articulação com PDM). A visualização ou impressão a escalas superiores a 1:10.000não deverá ser utilizada.

No presente relatório é descrito o modelo computacional, utilizado e desenvolvido, e são apresentadosos seus resultados, quer em forma de tabelas, quer em forma de mapas de ruído. Com os dadosapresentados é possível obter resultados claros do ruído proveniente das diversas fontes sonoras.

Em anexo a este Relatório, inclui-se um CD em que para além do presente relatório se inclui osreferidos Mapas de Ruído e de Conflitos e animações 3D geradas pelo software utilizado (CadnaA –Versão 3.4.109).

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2 CONTEXTO LEGISLATIVO

A legislação portuguesa em que se baseiam os dispostos legais elaborados e apresentados nestetrabalho é descrita no “Regime Legal sobre a Poluição Sonora” – Decreto-Lei n.º 292/2000 de 14 deNovembro, na Directiva Comunitária 2002/49/CE e nas Notas Técnicas elaboradas pelaDGA/DGOTDU – “Princípios orientadores para a Elaboração de Mapas de Ruído” e “Recomendaçõespara Selecção de Métodos de Cálculo a Utilizar na Previsão de Níveis Sonoros”.

2.1 DEFINIÇÕES

De seguida apresentam-se algumas definições importantes relativas à elaboração de Mapas deRuído:

• Intervalos de Tempo de Referência segundo Decreto-Lei 292/2000 – São tomados como períodosde referência os seguintes: nocturno (22 às 7 h) e diurno (7 às 22 h);

• Ruído Ambiente – Ruído global observado numa dada circunstância num determinado instante,devido ao conjunto das fontes sonoras que fazem parte da vizinhança próxima ou longínqua dolocal considerado;

• Ruído Residual (ou Ruído de Fundo) – Ruído ambiente a que se suprimem um ou mais ruídosparticulares, para uma determinada situação;

• Ruído Particular (ou Ruído Perturbador) – Componente do ruído ambiente que pode serespecificamente identificada por meios acústicos e atribuída a uma determinada fonte sonora;

• Área do Mapa - A área do mapa é a área onde se pretende conhecer os níveis sonoros;

• Área de Estudo - A área de estudo, é uma área que geralmente é superior à área do mapa, ondepoderão existir fontes de ruído que, apesar de se localizarem fora da área do mapa, poderão terinfluência nos níveis sonoros aí existentes;

• Mapa de Ruído – Apresentação de dados sobre uma situação de ruído existente ou prevista emtermos de um indicador de ruído, onde se representam as áreas e os contornos das zonas deruído às quais corresponde uma determinada classe de valores expressos em dB(A);

• Mapa de Conflitos – Mapas diferenciais em que os níveis de ruído são comparados comdeterminados limites definidos para essa zona;

• Valor Limite – Valor que conforme determinado pelo Estado-membro (em Portugalcorrespondente aos valores impostos para zonas sensíveis ou mistas), que, caso seja excedido, éou poderá ser objecto de medidas de atenuação por parte das autoridades competentes;

• Zonas Sensíveis – áreas definidas em instrumentos de planeamento territorial como vocacionadaspara usos habitacionais, existentes ou previstos, bem como para escolas, hospitais, espaços derecreio e lazer e outros equipamentos colectivos prioritariamente utilizados pelas populaçõescomo locais de recolhimento, existentes ou a instalar;

• Zonas Mistas – as zonas existentes ou previstas em instrumentos de planeamento territorialeficazes, cuja ocupação seja afecta a outras utilizações, para além das referidas na definição dezonas sensíveis, nomeadamente a comércio e serviços;

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• Planeamento Acústico – O controlo de ruído futuro através de medidas programadas; inclui oordenamento de território, engenharia de sistemas para o tráfego, planeamento do tráfego,atenuação por medidas adequadas de isolamento sonoro e de controlo de ruído na fonte;

• Nível Sonoro Contínuo Equivalente, Ponderado A, LAeq, de um Ruído e num Intervalo de Tempo –Nível sonoro, em dB (A), de um ruído uniforme que contém a mesma energia acústica que o ruídoreferido naquele intervalo de tempo,

��

���

�= � dt

TL

TtL

Aeq 010

)(

10 101

log10

sendo:

L (t) o valor instantâneo do nível sonoro em dB (A);T o período de tempo considerado.

2.2 ENQUADRAMENTO LEGAL DOS MAPAS DE RUÍDO

O Decreto-Lei 292/00 de 14 de Novembro – Regime Legal Sobre Poluição Sonora, veio introduzir naLegislação Portuguesa uma série de obrigações para as Autarquias, numa perspectiva de melhorar aqualidade de vida das populações.

De acordo com o artigo 4º – Instrumentos de Planeamento Territorial do Capítulo II: “ As CâmarasMunicipais devem promover a elaboração de mapas de ruído, de forma a enquadrar a preparação dosrespectivos instrumentos de ordenamento do território”.

O mesmo artigo também refere que a classificação das zonas sensíveis e mistas é também dacompetência das Câmaras Municipais, devendo estas zonas estar delimitadas e disciplinadas norespectivo plano de ordenamento do território.

Os níveis sonoros limites nestas zonas são caracterizados pelos parâmetro LAeq do ruído ambienteexterior, e são definidos no quadro seguinte onde segundo este Decreto-Lei, de acordo com a Tabela2-1.

Tabela 2-1 – Níveis máximos de exposição ao ruído ambiente exterior, LAeq.

Zona Período Diurno(07h00-22h00)

Período Nocturno(22h00-07h00)

Sensível 55 dB(A) 45 dB(A)Mista 65 dB(A) 55 dB(A)

A Directiva Comunitária 2002/49/CE de 25.06.2002, que entrou em vigor em 18.07.2002 faz váriasreferências à elaboração de Mapas de Ruído. Entre estas referências constam a definição de MapaEstratégico de Ruído, e o estabelecimento e datas para a elaboração destes mapas que de acordocom o Art.º 7º: até 30 de Junho de 2007, os Estados – Membros assegurarão a elaboração eaprovação pelas autoridades competentes de mapas de ruído para todas os aglomerados

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populacionais com mais de 250.000 habitantes e a todos os grandes eixos rodoviários, ferroviários eaeroportos situados no seu território.

Em Outubro de 2001, a DGA (Direcção Geral do Ambiente) em conjunto com a DGOTDU (DirecçãoGeral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano) emitiram um documento comprincípios orientadores para a Elaboração de Mapas de Ruído, sendo referido que estes instrumentosde Gestão Ambiental deverão ser integrados nos Planos Municipais de Ordenamento do Território(PMOT), a saber:

• Planos Directores Municipais (PDM);

• Planos de Urbanização(PU);

• Planos de Pormenor (PP).

Neste documento refere-se que, os estudos de ordenamento se devem apoiar na informaçãodisponível nos Mapas de Ruído, sendo este um elemento fundamental para a informação acústica daszonas, objecto de estudo de âmbito municipal.

Nestes princípios referem-se aspectos técnicos no que diz respeito à elaboração de Mapas de Ruído,dos quais alguns se descrevem a seguir:

• indicador de ruído ambiente a utilizar é o nível sonoro médio de longa duração, LAeq, LT,expresso em dB(A), definido na NP-1730;

• é desejável que o Mapa de Ruído seja realizado por modelação na perspectiva deharmonização a médio/longo prazo com as regras adoptadas na Directiva;

• os Mapas de Ruído devem ser realizados para cada um dos períodos de referência descritosna legislação;

• devem ser considerados pelo menos as seguintes fontes sonoras: grandes eixos decirculação rodoviária cujo tráfego médio diário anual (TMDA) ultrapasse os 8000 veículos,grandes eixos de circulação ferroviária com 30000 ou mais passagens de comboio ano,aeroportos e aeródromos e as actividades ruidosas abrangidas pela avaliação de impacteambiental.

Existem ainda vários requisitos mínimos a respeitar na Elaboração de Mapas de Ruído, tais como:

• a representação gráfica e medições de ruído ambiente deverão ser realizadas de acordo coma NP 1730;

• a escala não deve ser inferior a:

- 1/25000, para articulação com PDM;

- 1/5000, para articulação com PU e PP.

• da informação mínima a incluir deve constar a denominação da área abrangida, o período dereferência, a identificação das fontes consideradas, os métodos de cálculo, legenda comescala de cores, escala e data de avaliação.

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3 METODOLOGIA

3.1 LIMITAÇÕES DAS AVALIAÇÕES DE AMBIENTE SONORO“TRADICIONAIS”

As avaliações de ambiente sonoro "tradicionais" recorrem a amostragens de ruído de curta duração,num número limitado de pontos no espaço. A utilização generalizada deste tipo de avaliações emáreas urbanas tem, sem dúvida, contribuído para o conhecimento global dos níveis de ruídoexistentes, em determinados locais de medição.

No entanto, a experiência tem demonstrado que, frequentemente, esta abordagem não permite obterresultados muito fiáveis nem uma visão clara do real ambiente sonoro da área em estudo. Além dissonão fornece geralmente informação suficiente para a tomada de decisão quanto às medidasminimizadoras a implementar – pois não permite identificar e classificar fontes de ruído – nempossibilita uma previsão dos resultados espectáveis de uma determinada intervenção correctiva.

Outro aspecto a ter em conta consiste na dificuldade que as avaliações "tradicionais" têm emapresentar resultados de fácil leitura por não especialistas. Tal facto dificulta a comunicação efectivados resultados de medidas minimizadoras do ruído aos potenciais interessados, como a comunidadeenvolvente, organismos oficiais, indústrias, organizações ambientalistas, e outros, não potenciandodevidamente os efeitos dessas medidas na imagem da autarquia.

3.2 MAPAS DE RUÍDO – DESCRIÇÃO BREVE

O desenvolvimento de técnicas de modelação da emissão e propagação sonora, a par do aumentoenorme das capacidades de memória e cálculo dos sistemas informáticos, permitiram o aparecimentonos últimos anos de programas informáticos capazes de modelar, com boa precisão e relativarapidez, as mais complexas situações de geração e propagação de ruído. Os resultados sãonormalmente apresentados sob a forma de linhas isofónicas e/ou manchas coloridas, representandoas áreas cujo nível de ruído se situa numa dada gama de valores, ou seja: Mapas de Ruído.

Figura 3-1 – Mapa de Ruído em planta. Figura 3-2 – Mapa de Ruído em 3D.

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Figura 3-3 – Mapa de Ruído em corte transversal às vias de tráfego.

Estes mapas de ruído não resultam directamente de medições de ruído realizadas pois, para que talfosse possível com um mínimo de representatividade, seriam necessárias centenas, ou mesmomilhares, de medições, com durações de vários dias por cada ponto de medida. Eles resultam sim decálculos realizados de acordo com modelos matemáticos baseados em Normas, englobando umasérie de fases que a seguir se descrevem.

Desde a publicação do Livro Verde (1996) da "Future Noise Policy for EU" que ficou claramentedefinido que, a nível comunitário, toda a política do ruído ambiental se passará a basear na cartografiado ruído, inserida em sistemas de informação geográfica e considerada como ferramenta essencial deplaneamento urbano, municipal e regional.

3.3 MAPAS DE RUÍDO DO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO

A metodologia utilizada neste trabalho englobou as seguintes fases:

• definição da “área do mapa” e da “área de estudo”;

• recolha de dados climáticos e geográficos;

• recolha de cartografia digital base, altimetria do terreno (curvas de nível e pontos cotados),edifícios, fontes de ruído (infra-estruturas de transporte e fontes fixas) e obstáculos permanentesà propagação de ruído (muros, barreiras acústicas);

• identificação e levantamento das principais fontes de ruído existentes no Concelho – tráfegorodoviário e indústrias;

• importação da altimetria para o Software CadnaA e criação do modelo digital do terreno(tridimensional);

• importação para o Software CadnaA dos edifícios e obstáculos permanentes à propagação doruído e colocação destes em 3D a partir da informação fornecida pela Câmara local;

• caracterização das fontes de ruído com base nas Normas francesas NMPB96 e XPS 31-133(tráfego rodoviário), no documento “Good Practice Guide for Strategic Noise Mapping and theproduction of associated data on noise exposure” (indústrias) e no procedimento interno do dBLabPT60 – Elaboração de Mapas de Ruído;

• análise e tratamento de dados relativamente às fontes sonoras, obstáculos, efeito do solo epadrões de ocupação do solo;

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• simulação dos níveis de ruído para o Concelho de Celorico de Basto em computador através dosoftware CadnaA e com base nas Normas francesas NMPB96, XP S 31-133, na Norma NP4361-2, para realizar o referido mapa de ruído;

• validação do modelo: selecção de pontos de medição em locais determinados para validação domodelo na sua globalidade. Medição de níveis de pressão sonora em conformidade com a NormaNP 1730 nesses pontos e respectiva comparação com os valores calculados através do modelointroduzido no software nas mesmas condições de funcionamento e condições climatéricas;

• impressão final do mapa de ruído e análise final por inspecção visual, para eventuais detecçõesde erros de processamento.

Em relação ao mapa de ruído (MR) elaborado para a referida área, relembram-se as seguintesobservações:

• o MR deve ser considerado uma ferramenta para preparar e monitorizar o plano de redução deruído e não como um fim em si;

• o MR deve ser usado não apenas para avaliar/analisar mas também para influenciar programasde desenvolvimento;

• o MR é parte de um programa de redução de ruído, para identificar áreas para acção e avaliaralternativas;

• são necessárias a manutenção e actualização do MR de modo a visualizar-se a evolução do“panorama acústico”, provocada pela alteração das variáveis utilizadas como base do modelo;

• embora o MR possa ser útil como uma "fotografia", o maior benefício obtém-se se for actualizadoperiodicamente ou continuamente; MR deve ser um processo e não um evento, e um passo nacaminhada do plano de redução de ruído;

• é possível realizar mapas a diferentes cotas – no presente estudo a pedido da autarquia foramcalculados mapas de ruído a 4 metros acima do solo;

• medições de ruído só para locais específicos; o essencial é a previsão com base em informaçãodas fontes de ruído e topografia do local, incluindo edifícios.

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4 DESCRIÇÃO DO PROJECTO

4.1 SOFTWARE UTILIZADO

O programa utilizado para a elaboração dos Mapas de Ruído foi o CadnaA.

De origem alemã, está no mercado desde a década de80, tendo sido utilizado desde então quer pela equipaque o desenvolve (www.datakustik.de), quergeneralizadamente por todo o mundo incluindoPortugal, onde foi inicialmente utilizado na elaboraçãodo Mapa de Ruído de Lisboa, e que se generalizouentretanto na elaboração de Mapas de Ruído de outrosmunicípios para grandes indústrias cimenteiras,fundições e centrais termoeléctricas.

É, manifestamente, um título de referência na área damodelação acústica.

O CadnaA cumpre integralmente com os requisitosapresentados na Directiva Comunitária (2002/49/CE),no que toca aos métodos de cálculo a utilizar paraelaboração do mapa de ruído.

Deste modo, o CadnaA permite elaborar um mapa deruído que inclui a contribuição de todos os tipos defontes relevantes, sendo cada uma modelada deacordo com esses métodos.

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4.2 INSTRUMENTAÇÃO UTILIZADA

Os equipamentos utilizados na realização do presente estudo, encontram-se homologados pelo IPQ, eas suas características técnicas e n.º de certificados de calibração, podem ser visualizadas na tabelaseguinte.

Tabela 4-1 – Instrumentação utilizada.

Tipo Características Rastreabilidade

Ref. Marca Modelo Nº Série EntidadeCalibradora

N.ºCertificado

Data deCalibração

SonómetroLAB-04 RION NA-27

1070529I.S.Q. 22265/03 11/09/03

Sonómetro LAB-01 RION NL-18 380599 I.S.Q. 17109/04 15/06/04

Calibrador LAB-11 RION NC-74 50441106 I.S.Q. - -

Calibrador LAB-10 Norsonic 1251 22849 I.S.Q. - -

4.3 NORMAS E PARÂMETROS UTILIZADOS

Todos os mapas aqui apresentados foram gerados a partir de uma malha com 10 m por 10 m e 4 macima do solo correspondendo à altura recomendada pela Directiva Comunitária para áreas urbanas,na perspectiva de indicar aproximadamente os níveis incidentes em fachadas de edifícios sensíveis,tipicamente à altura do primeiro andar.

4.3.1 TRÁFEGO RODOVIÁRIO

A modelação do ruído de tráfego rodoviário, para obtenção do seu nível sonoro associado, passaprimeiro de tudo, pela caracterização da emissão sonora dos veículos rodoviários e respectivamodelação em cada via de trânsito, e em seguida, na caracterização da associada propagaçãosonora na atmosfera.

Não existindo em Portugal, um método nacional para o cálculo de níveis de ruído de tráfegorodoviário, neste estudo recorreu-se ao método francês NMPB-96 e XPS 31-133, recomendadas pelaDirectiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à avaliação e gestão do ruído ambiente.

A modelação de vias de tráfego rodoviário, baseada nas Normas Francesas NMPB-96 e XPS 31-133,necessita da seguinte informação:

• Eixo da via, devidamente cotada na cartografia;• Largura e inclinação da via;• Contagens de tráfego com distinção ligeiros/pesados e por período de referência

(diurno/nocturno)

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• Características do piso;• Classificação da rodovia;• Limites de velocidade ligeiros/pesados.

4.3.2 INDÚSTRIAS

A avaliação do impacte sonoro da unidade industrial considerada foi efectuada através da suamodelação como fonte em área horizontal. A potência sonora da unidade industrial foi definida, após aidentificação no terreno das suas características, segundo o documento “Good Practice Guide forStrategic Noise Mapping and the production of associated data on noise exposure”.

A atenuação do som na sua propagação ao ar livre foi calculada pelo software recorrendo à norma NP4361-2 (2001). Esta norma especifica um método de engenharia para o cálculo da atenuação do somdurante a sua propagação em campo livre, a fim de prever os níveis de ruído ambiente a uma dadadistância proveniente de diversas fontes.

O método permite prever o nível sonoro equivalente, ponderado A em condições meteorológicasfavoráveis à propagação a partir de fontes de emissão conhecidas.

Especificamente, esta norma providência métodos de cálculo para os seguintes efeitos físicos queinfluenciam os níveis de ruído ambiental:

• Divergência geométrica;

• Atenuação através do solo;

• Atenuação por barreiras acústicas;

• Atenuação por zonas industriais ou verdes;

• Reflexões em superfícies.

A equação básica definida na Norma NP 4361-2 para o cálculo do nível de pressão sonora (Lp), paraum dado receptor, é:

Lp = Lw + Dc – A

Onde,

Lw, é o nível de potência sonora produzida por uma fonte sonora, dB,

Dc, é a correcção de directividade, dB,

A, é o termo de atenuação do nível de potência sonora que ocorre durante a propagação do somdesde a fonte emissora até ao receptor, dB.

Em que,

A = Aatm + Asolo + Adiv + Abar + Avar

Aatm, é a atenuação resultante da absorção atmosférica,

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Asolo, é a atenuação resultante da absorção por parte do solo,

Adiv, é a atenuação resultante da divergência geométrica,

Abar, é a atenuação resultante de barreiras,

Avar, é a atenuação resultante de efeitos diversos, como zonas industriais e zonas verdes.

4.4 CARACTERIZAÇÃO DO MODELO

Para a realização de um mapa de ruído é necessário modelar todas as variáveis intervenientes nacomplexa problemática ambiental que é o ruído, para que a aplicação computacional de previsão domodelo físico de propagação sonora possa fazer o seu papel com o maior rigor possível.

Nos próximos pontos é descrito com maior detalhe a informação introduzida no modelo, distinguidaem três classes fundamentais: caracterização da área em estudo, fontes de ruído e pontos receptoresde ruído.

4.4.1 IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL EM ESTUDO

O Concelho de Celorico de Basto situa-se no Norte de Portugal, no Distrito de Braga (Figura 4.1). Asua área é de 181 km2, sendo delimitado a Norte pelo Concelho de Cabeceiras de Basto, a Nascentepelo Concelho de Mondim de Basto, a Poente pelo Concelho de Fafe, e a Sul pelos concelhos deAmarante e Felgueiras.

Celorico de Basto é constituído por 22 freguesias e é caracterizado por um povoamento disperso.Tem cerca de 20229 habitantes e uma densidade populacional aproximada de 112 hab./km2 (dadosde 2001).

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Figura 4-1 – Localização da área em estudo: Concelho de Celorico de Basto e respectivos concelhosvizinhos. Copyright 2002 DGA http://atlas.isegi.unl.pt/website/atlas/din/viewer.htm)

4.4.2 ÁREA DO MAPA

A área do mapa, Figura 4.2, é a área onde se pretende conhecer os níveis sonoros, geralmente, éinferior à área de estudo, dado que poderão existir fontes de ruído que, apesar de se localizarem forada área do mapa, poderão ter influência nos níveis sonoros aí existentes. A área do mapacorresponde à área contida no limite do concelho.

A distância considerada para além da área do mapa foi em função do tipo e intensidade de fontes emcausa, bem como das características de ocupação do solo no limite da área do mapa que determinama capacidade de influência dessas fontes. Na área do mapa foi efectuado um levantamento detalhadodas condições existentes no terreno, e em seguida realizados cálculos e simulações.

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Figura 4-2 – Representação da área do mapa.

4.4.3 CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA

Os principais parâmetros que caracterizam o clima em Celorico de Basto e que se revelam essenciaispara o cálculo da atenuação atmosférica na propagação do som ao ar livre são a temperatura, ahumidade relativa do ar e o regime de ventos.

No Concelho, a temperatura média anual é cerca de 13ºC e a humidade relativa média anual do ar éde 78%, segundo o Atlas do Ambiente.

A caracterização do regime de ventos em Celorico de Basto foi efectuada com base nos dadosreferentes à Estação Meteorológica de Paços de Ferreira, pertencente à rede do INMG, e a maispróxima geograficamente. Os valores destas variáveis são resultados de tratamento estatístico dedados referentes a 29 anos (de 1958 a 1987).

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Os ventos foram predominantemente do quadrante Norte sendo a principal direcção NE – SW, comvelocidade média de 3.14 m/s. Relativamente às direcções predominantes dos ventos, pelo facto deas velocidades não ultrapassarem o valor de 5.0 m/s, segundo as especificações na Norma ISO 9613,não haverá necessidade de se introduzirem os dados relativos a direcção dos ventos, já queobedecem os requisitos das condições de propagação favoráveis (“downwind conditions”).

4.4.4 TOPOGRAFIA

Para a elaboração do mapa de ruído foram utilizados os dados altimétricos, curvas de nível cotadasde 10 em 10 m e pontos cotados (Figura 4-3), fornecidos pela Câmara Municipal de Celorico deBasto.

Os dados altimétricos referentes às vias rodoviárias em construção foram igualmente fornecidos pelaCâmara Municipal de Celorico de Basto.

Figura 4-3 – Curvas de nível em planta.

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4.4.5 EDIFÍCIOS E BARREIRAS

A informação referente a edifícios e outros elementos de construção (planimetria) foi fornecida pelaCâmara Municipal de Celorico de Basto.

De forma a poder “construir” o modelo da área em estudo a 3D, e uma vez que não existia informaçãosobre sobre a cércea dos edifícios, considerou-se a generalidade dos edifícios como tendo 6 m dealtura, conforme indicação do cliente, o que corresponde à altura média de uma habitação de doispisos. No núcleo urbano de Celorico de Basto, dada a variabilidade da altura dos edifícios, foiefectuado um levantamento do número de pisos dos edifícios que confrontam as vias modeladas. Damesma forma, foram considerados 3 m de altura por cada piso.

Na Figura 4-4, pode-se observar o aspecto do modelo tridimensional criado. Aos edifícios foi tambématribuído um valor médio de absorção sonora.

Figura 4-4 – Vista tridimensional de uma zona urbana em Celorico de Basto.

Será também de realçar que, durante o trabalho de campo realizado foram também identificados eintroduzidos no modelo alguns objectos de interesse, como por exemplo muros e taludes, quefuncionam como “barreiras acústicas” na propagação do som ao ar livre. A Figura 4-5 ilustra umadessas situações.

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Figura 4-5 – Pormenor de taludes na Variante E.N. 210.

4.4.6 FONTES DE RUÍDO

O presente estudo tem definido como fontes de ruído, as principais vias de tráfego rodoviárias e umaárea de ruído industrial existentes na área em estudo. As fontes de ruído foram modeladas de acordocom a sua geometria real e de forma a reproduzir no modelo a realidade acústica existente.

Foram objecto de modelação vias rodoviárias A7 e Variante E.N.210 (Celorico de Basto – Arco deBaúlhe) que ainda não se encontram em funcionamento pelo que o modelo resultante corresponde auma situação futura.

4.4.6.1 Tráfego rodoviário

A localização desta informação foi obtida através da cartografia e documentação fornecida pelaCâmara Municipal de Celorico de Basto.

As cotas das estradas foram obtidas através da modelação do terreno gerada pelas curvas de níveltendo sido necessários alguns ajustes de modo a obter uma melhor correspondência com a realidade.

Na Figura 4-6 pode ser visualizado o resultado final dos ajustes realizados a duas vias rodoviárias e atoda a sua envolvente.

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Figura 4-6 – Visualização tridimensional de um cruzamento entre duas vias rodoviárias.

As estradas consideradas neste estudo foram as seguintes:

• E.M. 615;

• C.M. 1733;

• E.M. 616;

• E.M. 616-1 - troço 1;

• E.M. 616-1 - troço 2;

• E.N. 101-4 - troço 1;

• E.N. 101-4 - troço 2;

• E.N. 206 - troço 1;

• E.N. 206 - troço 2;

• E.N. 206 - troço 3;

• E.N. 210 - troço 1;

• E.N. 210 - troço 2 (Av. João Pinto Ribeiro);

• E.N. 210 - troço 3 (Av. Républica);

• E.N. 210 - troço 3 (Rua José Falcão);

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• E.N. 210 - troço 4;

• E.N. 210 - troço 5;

• E.N. 210 - troço 6;

• E.N. 210 - troço 7;

• E.N. 210 - troço 8;

• E.N. 304 - troço 1;

• E.N. 304 - troço 2;

• E.N. 304 - troço 3;

• Variante E.N. 210 - troço 1;

• Variante E.N. 210 - troço 2;

• Variante E.N. 210 - troço 3;

• Acesso à Variante E.N. 210;

• Variante E.N. 210 (futura) - troço4;

• Variante E.N. 210 (futura) - troço 5;

• Variante E.N. 210 (futura) - troço 6;

• Variante E.N. 210 (futura) - troço 7;

• A7 (futura).

Os dados de tráfego, utilizados na modelação foram fornecidos pelo cliente (Câmara Municipal deCelorico de Basto).

Atendendo aos principais cruzamentos existentes nas vias rodoviárias em estudo, estas foramdivididas em diferentes troços, como pode ser visualizado nas Cartas 4.1.1 e 4.1.2, de forma acaracterizar os diferentes fluxos de tráfego. Dentro destes troços houve ainda uma subdivisão porvelocidade máxima de circulação e por tipo de piso, originando um troço por cada valor diferente deuma destas variáveis.

Nas tabelas 4-2 e 4-3 apresenta-se o resultado síntese das contagens fornecidas pela CâmaraMunicipal para o período diurno e nocturno, assim como algumas das características das viasrodoviárias consideradas.

De salientar que, relativamente aos troços das vias E.N. 210 e E.N. 206 paralelos às futuras viasVariante E.N. 210 e A7, respectivamente, o tráfego para elas assumido resulta da previsão do queserão as alterações de tráfego resultantes da entrada em funcionamento das novas vias.

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Tabela 4-2 – Listagem das características das vias rodoviárias consideradas econtagens de tráfego para o período diurno

Lw TMH vel. máxima tipo de piso dB(A) (veículos/h) (km/h)

E.M. 615 76.3 136 4 50 BetuminosoC.M. 1733 71.3 43 4 50 BetuminosoE.M. 616 70.5 36 4 50 BetuminosoE.M. 616-1 - troço 1 74.0 79 4 50 BetuminosoE.M. 616-1 - troço 2 79.7 295 4 50 BetuminosoE.N. 101-4 - troço 1 69.8 30 4 50 BetuminosoE.N. 101-4 - troço 2 74.0 80 4 50 BetuminosoE.N. 206 - troço 1 80.8 196 10 50 BetuminosoE.N. 206 - troço 2 81.5 231 10 50 BetuminosoE.N. 206 - troço 3 79.9 162 10 50 BetuminosoE.N. 210 - troço 1 75.6 115 4 50 BetuminosoE.N. 210 - troço 2 (Av.João Pinto Ribeiro) 83.9 390 4 50 CubosE.N. 210 - troço 3 (Av. Républica) 83.1 322 4 50 CubosE.N. 210 - troço 3 (Rua José Falcão) 83.1 322 4 50 CubosE.N. 210 - troço 4 79.4 140 4 50 CubosE.N. 210 - troço 5 76.4 140 4 50 BetuminosoE.N. 210 - troço 6 70.5 36 4 50 BetuminosoE.N. 210 - troço 7 72.4 55 4 50 BetuminosoE.N. 210 - troço 8 68.0 20 4 50 BetuminosoE.N. 304 - troço 1 81.4 225 10 50 BetuminosoE.N. 304 - troço 2 80.4 180 10 50 BetuminosoE.N. 304 - troço 3 81.4 225 10 50 BetuminosoVariante E.N. 210 - troço 1 82.7 226 12 100 BetuminosoVariante E.N. 210 - troço 2 84.6 346 12 100 BetuminosoVariante E.N. 210 - troço 3 84.9 371 12 100 BetuminosoAcesso à Variante E.N. 210 79.1 104 10 100 BetuminosoVariante E.N. 210 (futura) - troço 4 85.1 384 12 100 BetuminosoVariante E.N. 210 (futura) - troço 5 85.3 403 12 100 BetuminosoVariante E.N. 210 (futura) - troço 6 85.4 419 12 100 BetuminosoVariante E.N. 210 (futura) - troço 7 85.6 431 12 100 BetuminosoA7 (futura) 87.7 973 16 120 Drenante

Rodovia % de pesados

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Tabela 4-3 – Listagem das características das vias rodoviárias consideradas e contagens detráfego para o período nocturno.

Lw TMH vel. máxima tipo de piso dB(A) (veículos/h) (km/h)

E.M. 615 65.1 15 2 50 BetuminosoC.M. 1733 60.4 5 2 50 BetuminosoE.M. 616 59.4 4 2 50 BetuminosoE.M. 616-1 - troço 1 65.4 16 2 50 BetuminosoE.M. 616-1 - troço 2 66.4 20 2 50 BetuminosoE.N. 101-4 - troço 1 64.2 12 2 50 BetuminosoE.N. 101-4 - troço 2 62.4 8 2 50 BetuminosoE.N. 206 - troço 1 68.8 21 5 50 BetuminosoE.N. 206 - troço 2 70.1 28 5 50 BetuminosoE.N. 206 - troço 3 67.7 16 5 50 BetuminosoE.N. 210 - troço 1 67.2 24 2 50 BetuminosoE.N. 210 - troço 2 (Av.João Pinto Ribeiro) 70.7 27 2 50 CubosE.N. 210 - troço 3 (Av. Républica) 71.8 35 2 50 CubosE.N. 210 - troço 3 (Rua José Falcão) 71.8 35 2 50 CubosE.N. 210 - troço 4 69.4 20 2 50 CubosE.N. 210 - troço 5 66.4 20 2 50 BetuminosoE.N. 210 - troço 6 59.4 4 2 50 BetuminosoE.N. 210 - troço 7 61.1 6 2 50 BetuminosoE.N. 210 - troço 8 53.4 1 2 50 BetuminosoE.N. 304 - troço 1 69.9 27 5 50 BetuminosoE.N. 304 - troço 2 68.4 19 5 50 BetuminosoE.N. 304 - troço 3 69.6 25 5 50 BetuminosoVariante E.N. 210 - troço 1 74.5 32 14 100 BetuminosoVariante E.N. 210 - troço 2 76.3 48 14 100 BetuminosoVariante E.N. 210 - troço 3 76.6 52 14 100 BetuminosoAcesso à Variante E.N. 210 70.2 16 5 100 BetuminosoVariante E.N. 210 (futura) - troço 4 76.8 54 14 100 BetuminosoVariante E.N. 210 (futura) - troço 5 77.0 56 14 100 BetuminosoVariante E.N. 210 (futura) - troço 6 77.2 59 14 100 BetuminosoVariante E.N. 210 (futura) - troço 7 77.3 60 14 100 BetuminosoA7 (futura) 79.5 149 16 120 Drenante

Rodovia % de pesados

Por decisão da Câmara Municipal de Celorico de Basto, os nós rodoviários a criar ao longo dos novostroços da Variante E.N. 210, assim como os traçados futuros das vias já existentes resultantes daexecução dessa mesma variante, não foram objecto de modelação pelo facto de não estar disponívela informação altimétrica correspondente.

Devido ao facto de a validação só ser possível para condições factuais, apenas os Mapas de Ruídopara situações existentes estão dentro do âmbito da acreditação do dBLab. A modelação das vias A7e Variante E.N. 210 que ainda não encontram activas, está dessa forma, fora do âmbito daacreditação do laboratório.

4.4.6.2 Indústrias

A fim de identificar as principais fontes de ruído industriais existentes no Concelho de Celorico deBasto, foi realizada na CCDR Norte uma pesquisa das indústrias abrangidas pela Avaliação deImpacte ambiental (AIA) e das sujeitas a Licenciamento de Prevenção e Controlo Integrados daPoluição (PCIP). Na base de dados da CCDR Norte constava apenas o EIA de um Parque Eólico. Em

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virtude de os actuais equipamentos instalados num Parque Eólico não provocarem alteraçãosignificativa das características acústicas que caracterizam a envolvente à área total de implantação,o Parque Eólico não foi objecto de modelação.

Foi ainda indicada pela Câmara Municipal de Celorico de Basto uma pedreira, cuja actividade seencontrava temporariamente suspensa, pelo que se decidiu juntamente com a Câmara Municipalatribuir-se uma potência sonora à área de exploração correspondente, com a perspectiva de umamelhor interligação com o Plano Director Municipal.

De acordo com a Tabela 4.4, baseada no documento “Good Practice Guide for Strategic NoiseMapping and the production of associated data on noise exposure” atribui-se a potência sonora pormetro quadrado, a essa área industrial.

Tabela 4.4 – Equivalência entre o tipo de industria e a potência sonora por metro quadrado.

Tipo de industrias

Diurno NocturnoÁrea c/ industrias pesadas 65 dB(A) 65 dB(A)Área c/ industrias ligeiras 60 dB(A) 60 dB(A)Áreas com usos comerciais 60 dB(A) 45 dB(A)

LW'' (/m2)

A unidade industrial foi representada como uma fonte em área na Carta 4.2. A potência sonoraatríbuida foi de 60 dB(A)/m2 e considerada a actividade durante 8 horas no período diurno.

Devido ao facto de a validação só ser possível para condições factuais, apenas os Mapas de Ruídopara situações existentes estão dentro do âmbito da acreditação do dBLab. A modelação destaindústria que se encontrava temporariamente inactividade, está dessa forma, fora do âmbito daacreditação do laboratório.

4.5 VALIDAÇÃO DO MODELO

Para se proceder à validação do modelo acústico e das respectivas fontes foi efectuada umacomparação dos níveis de pressão sonora medidos “in situ” com os valores simulados pelo modelo,com este parametrizado de modo a reproduzir as condições observadas no local durante as mediçõesrealizadas.

As campanhas de medições realizadas, abrangeram 13 pontos de medição com uma amostragem deduração representativa tendo em conta a variabilidade dos níveis de ruído existente.

4.5.1 VALIDAÇÃO JUNTO ÀS FONTES SONORAS

Os locais de medição foram previamente definidos, de acordo com alguns critérios: influênciapredominante de uma só fonte de ruído, na proximidade de habitações (sempre que possível),

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ausência de obstáculos entre a fonte e o receptor, locais onde o efeito de superfícies reflectoras sejamínimo.

A fim de proceder à validação junto a cada fonte sonora introduzida no modelo, foram realizadasmedições de ruído em 13 pontos receptores no período diurno e 10 no nocturno. Estas amostragenstiveram uma duração representativa tendo em conta a variabilidade dos níveis de ruído existentes.

As medições foram realizadas de acordo com a metodologia descrita no Procedimento Técnicointerno PT11 do dBLab, baseado na Norma Portuguesa 1730 (1996). Durante as amostragens deruído realizadas, foram efectuadas contagens de tráfego com discriminação de veículos pesados e dasua velocidade média de circulação, a fim de poder simular no modelo a realidade medida.

Nas Cartas 4.3.1 e 4.3.2, encontram-se identificados os pontos receptores introduzidos no modelo querepresentam os locais onde foram realizadas medições. Estes pontos receptores foram cotados a 1,5metros acima do solo, de modo idêntico à posição do microfone do sonómetro.

Na figura seguinte pode-se visualizar em 3D um ponto receptor de ruído introduzido no modelo.

Figura 4-7 – Visualização em 3D de um ponto receptor de ruído.

Os valores obtidos pelo modelo nos pontos receptores de ruído são apresentados na Tabela 4-5.

Nas tabelas utilizaram-se as seguintes designações:

LAeq calc nível sonoro contínuo equivalente calculado pelo modelo para operíodo de referência em questão

LAeqmed médio nível sonoro contínuo equivalente medido pelo dBLab para o períodode referência em questão, ou média logaritmica de váriasamostragens no mesmo ponto quando aplicável

LAeq calc – LAeqmed médio diferença linear entre o LAeq calc e o LAeqmed médio

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Tabela 4-5 – Resultados das campanhas de medições ecorrespondentes valores calculados pelo modelo.

X Y diurno dB(A) nocturno dB(A) diurno dB(A) nocturno dB(A)P01 - Variante E.N. 210 - troço 1 7624.85 184107.28 68,2 55,0 67,4 56,9P02 - Variante E.N. 210 - troço 2 11633.60 190892.92 66,3 55,0 64,4 57,1P03 - E.N. 101-4 - troço 2 3219.41 188970.25 57,8 53,2 57,3 51,7P04 - E.N. 206 - troço 2 8489.89 198783.03 68,9 60,1 66,7 59,1P05 - E.N. 206 - troço 3 9302.57 199573.52 67,8 51,5 66,2 50,6P06 - E.N. 210 - troço 7 11782.96 194352.66 66,5 53,6 66,0 51,4P07 - E.N. 210 - troço 8 11851.85 195506.55 61,2 50,2 63,5 52,5P08 - E.N. 304 - troço 2 12013.80 194896.91 67,9 57,5 68,0 59,4P09 - E.M. 615 4531.93 196556.81 65,2 57,5 62,9 59,0P10 - E.M. 616 8437.99 197811.53 59,1 49,9 59,1 50,9P11 - E.M. 616-1 - troço 1 9723.45 193387.45 56,6 55,0P12 - E.M. 616-1 - troço 2 11389.93 191553.97 67,0 50,1 66,7 52,2P13 - C.M. 1733 6109.89 195217.54 55,6 54,4

Pontos Receptores Laeq calc Níveis medidosCoordenadas absolutas

Apresentam-se de seguida tabelas em que se comparam os valores calculados pelo modelo com osvalores das amostragens obtidas nos trabalhos de campo.

Tabela 4-6 – Comparação entre valores medidos e calculados para o Período Diurno.

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Tabela 4-7 – Comparação entre valores medidos e calculados para o Período Nocturno.

Após análise das tabelas anteriores, verifica-se que os níveis sonoros calculados do ruído ambientese apresentam, em geral, muito próximos dos valores experimentais. Todos os valores apresentamum desvio inferior a 3 dB(A).

Na globalidade, consideramos estes valores aceitáveis e previsíveis, tendo em conta a complexidadeda modelação de vias rodoviárias.

Tendo em conta os resultados do processo de validação, considera-se o modelo apresentado para aelaboração do mapa de ruído como validado, dado verificar-se o cumprimento da condição estipuladano procedimento interno do dBLab para mapas de ruído (PT60 – Elaboração de Mapas de Ruído):

LAeq calc. – LAeq médio ≤ 5 dB(A)

Devido ao facto de a validação só ser possível para condições factuais, apenas os Mapas de Ruídopara situações existentes estão dentro do âmbito da acreditação do dBLab. A modelação das viasVariante E.N. 210 e A7, que ainda não se encontram activas, estão assim fora do âmbito daacreditação do Laboratório.

4.6 RESULTADOS DO MODELO – MAPAS DE RUÍDO

O cálculo dos mapas de ruído foi realizado a partir da criação de uma malha equidistante de pontosde cálculo. Para cada um dos pontos da malha o modelo calcula os níveis de ruído adicionando ascontribuições de todas as fontes de ruído, tendo também em consideração os trajectos de propagaçãoe as atenuações, de acordo com o estipulado na Norma ISO 9613, na Norma XPS 31-133 e noMétodo de Cálculo Francês “NMPB Routes 1996”.

Os Mapas de Ruído do Concelho de Celorico de Basto, podem ser visualizados nas Cartas 4.4 e 4.5para o período diurno e nocturno, respectivamente, e são relativos a uma situação futura em virtudeda modelação das novas vias rodoviárias A7 e Variante E.N.210 (Celorico de Basto – Arco deBaúlhe).

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Todos os mapas aqui apresentados foram gerados a partir de uma malha regular de pontosreceptores, com 10 m por 10 m, e a 4 m de altura do solo. Foi utilizado um valor de 1 reflexão paracada raio sonoro.

4.6.1 ANÁLISE DOS MAPAS DE RUÍDO

Os mapas de ruído de concelho permitem identificar situações prioritárias a integrar em planos deredução de ruído. Esta identificação resulta da análise de conformidade com o RLPS realizada a partirdos mapas de ruído.

Como seria de esperar, verifica-se um decréscimo dos valores do período diurno para o nocturno. Noentanto, estes decréscimos são, na generalidade das zonas, inferiores a 10 dB, o que faz prever que,quando houver classificação de zonas, o período nocturno seja o mais problemático em termos desituações não regulamentares.

Actualmente, a principal fonte de ruído em termos de extensão da área sob a sua influência sonora éa Variante E.N. 210.

Para esta via de tráfego, a faixa de ruído LAeq,LT dia > 65 dB(A) ascende aos 30 m para cada lado daestrada no período diurno. No período nocturno a faixa de ruído LAeq,LT noite > 55 dB(A), atinge os 45 mde cada lado do eixo da via. A largura das faixas de ruído é bastante variável devido à altimetria doterreno e à presença de obstáculos à propagação do som.

Nas vias rodoviárias em execução, A7 e Variante E.N.210 (Celorico de Basto – Arco de Baúlhe), afaixa de ruído LAeq,LT dia > 65 dB(A) ascende aos 45 m e 35 m, para cada lado do eixo da vias, noperíodo diurno, respectivamente. No período nocturno a faixa de ruído LAeq,LT noite > 55 dB(A), atingeos 55 m e 50 m, para cada lado do eixo das vias A7 e Variante E.N.210, respectivamente.

No que diz respeito à área industrial modelada, em termos de extensão da área sob a sua influênciasonora o seu efeito na envolvente é bastante limitado em virtude de não apresentar níveis de LAeq,LTdia

> 65 dB(A). A actividade das áreas industriais modeladas foi considerada apenas para o períododiurno.

Relativamente a uma situação particular dos mapas de ruído, a descontinuidade abrupta das linhasisofónicas ao longo de uma via rodoviária (Figura 4.8) resulta do facto de existirem viadutos ou pontesdesnivelados a mais de 4 metros do nível do solo e do cálculo do modelo ser efectuado a 4 metrosacima do nível do solo.

Os resultados de ensaio referem-se exclusivamente aos itens ensaiadosEste Relatório só pode ser reproduzido na íntegra, excepto quando haja autorização expressa do dBLab

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Figura 4-8 – Exemplo de uma descontinuidade das linhas isofónicas num viadutoda Variante E.N. 210 (futura).

O Mapa de Ruído do Concelho de Celorico de Basto é um mapa à escala municipal, e como talcomporta todas as fontes que têm interesse a essa escala. Ao analisar áreas distantes das fontesmodeladas poderá não se estar a visualizar a realidade acústica existente, uma vez que estarãoprovavelmente sob influência de outras fontes de ruído locais, como por exemplo estradas oucaminhos municipais com pouco tráfego, as quais não têm relevância à escala municipal. Este tipo defontes de ruído serão de incluir em mapas de ruído de Planos de Pormenor e Planos de Urbanizaçãoque são efectuados a uma escala local e não concelhia.

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5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Foi desenvolvido um modelo computacional, utilizando o programa CadnaA, para calcular a emissão epropagação sonora das principais vias rodoviárias e das principais actividades industriais do Concelhode Celorico de Basto.

O modelo inclui o modelo digital do terreno, a implantação geográfica de edifícios e fontes sonoras, ascaracterísticas de emissão acústica destas fontes, bem como os algoritmos de cálculo de propagaçãosonora em conformidade com a Normas Francesas NMPB 96, XP S 31-133 e ISO 9613. O modelo foivalidado através de um vasto número de medições de ruído realizadas “in situ” para as quais foramcontabilizadas várias amostragens, de duração adequada à variabilidade dos níveis de ruído existente.

Os cálculos realizados com o modelo permitiram obter mapas de ruído e níveis de ruído em pontosreceptores discretos que espelham a situação acústica média do local em estudo.

Através da análise dos mapas de conflito (onde é excedido o valor imposto para as zonas sensíveis emistas), é importante verificar as habitações que se encontrem em zonas que excedam em mais de 5dB(A) o permitido para zonas mistas/sensíveis.

Tendo em conta estas indicações será aconselhável prever a implantação de utilizações do tipocomércio ou serviços, e evitar utilizações do tipo escolar, hospitalar ou locais de culto, nas áreas maisruidosas, facilmente identificáveis nos mapas de conflitos apresentados. Deste modo se poderácompatibilizar o tipo de uso do solo com os níveis de ruído existentes e previstos que, na grandemaioria da área abrangida pelo Mapa de Ruído, são compatíveis com a classificação definida pelaCâmara Municipal.

Elaborado por: Verificado e aprovado por:

Eduardo Cunha

Técnico do Laboratório

Fátima Valado

Responsável Técnicada Divisão de Mapasde Ruído - Norte

Miguel Lopes

Director do Laboratório

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Regime Legal sobre a Poluição Sonora – Decreto-Lei n.º 292/2000 de 14 de Novembro.

2. Norma Portuguesa - 1730/1 (1996) – Acústica – Parte 1: ”Grandezas fundamentais eprocedimentos”.

3. Norma Portuguesa - 1730/2 (1996) – Acústica – Parte 2: ”Recolha de dados relevantes para o usodo solo”.

4. Norma Portuguesa – 1730/3 (1996) – Acústica – Parte 3: "Aplicação aos limites do Ruído”.

5. Directiva Comunitária 2002/49/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à avaliação egestão do ruído ambiente, de 25 de Junho de 2002.

6. Princípios orientadores para a Elaboração de Mapas de Ruído, DGA/DGOTDU, 2001.

7. Recomendações para Selecção de Métodos de Cálculo a Utilizar na Previsão de Níveis Sonoros,DGA / DGOTDU, 2001.

8. Procedimentos específicos de medição de ruído ambiente, Instituto do Ambiente, Abril 2003.

9. Directrizes para a Elaboração de Planos de Monitorização de Ruído de Infra-EstruturasRodoviárias e Ferroviárias, DGA / DGOTDU, 2001.

10. NMPB-Routes-96 (SETRA-CERTU-LCPC-CSTB), publicado no "Arrêté du 5 mai 1995 relatif aubruit des infrastructures routières, Journal Officiel du 10 MAI 1995, article 6".

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12. Guide du Bruit des Transports Terrestres - Prévision des niveaux sonores, CETUR, 1980.

13. Recomendação da Comissão Europeia 2003/613/EC, relativa às orientações sobre os métodosde cálculo provisórios revistos para o ruído industrial, o ruído das aeronaves e o ruído do tráfegorodoviário e ferroviário, bem como dados de emissões relacionados, de 6 de Agosto de 2003.

14. Wolfgang Probst, Implementation of the EU-directive on environmental noise Requirements forcalculation software and handling with CadnaA, 2003.

15. Wolfgang Probst, Bernd Huber, A Comparison of Different Techniques for the Calculation of NoiseMaps of Cities, International Congress and Exhibition on Noise Control Engineering, 2001.

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18. Good Practice Guide for Strategic Noise Mapping and the production of associated data on noiseexposure, European Commission Working Group Assessment of Exposure to Noise, Dez. 2003.

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