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COMPORTAMENTO SOCIAL E TRABALHISTA MAPA DE EMPRESA NOVEMBRO/2002 AMBEV

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COMPORTAMENTO SOCIAL E TRABALHISTA

MAPA DE EMPRESA

NOVEMBRO/2002

AMBEV

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1 – PERFIL SETORIAL – CARACTERIZAÇÃO GERAL

O mercado mundial de bebidas tem sofrido alterações significativas geradas pelo processo de globalização da Economia. Além das tendências de formação de grandes grupos por meio de fusões, concentração dos mercados e reestruturações produtivas, houve um aumento da participação de mercado de outros tipos de bebidas como água mineral e bebidas não-carbonatadas (chás, cafés e sucos).

No caso específico do setor cervejeiro, o processo de consolidação dos mercados da Europa, iniciado em 1995, deverá estar concluído no ano de 2005, segundo o especialista Paul Elshof, da Consultoria FoodWorld, exceto no leste europeu, onde ainda se apresenta oportunidade de crescimento. A população jovem do continente tem optado preferencialmente pelo consumo de outros tipos de bebida como os mixers (ex. Bacardi Breezer, Smirnoff Ice). Além da Europa, a América do Norte e o Japão também estão com os seus mercados saturados, em grande parte pelo baixo crescimento populacional desses países e pelo elevado consumo per capita.

O quadro 1 mostra o consumo em alguns países saturados e outros com potencial de crescimento:

QUADRO 1 – CONSUMO PER CAPITA MUNDIAL DE CERVEJA

(LITROS/HABITANTES)

Alemanha 131 Reino Unido 103

Estados Unidos 85 Espanha 66

Japão 57 México 52 Brasil 50

Argentina 33 China 15

Fonte: Brewers Association of Canada, Alaface e SINDICERV (1999-2000)

Os mercados de maior potencial de crescimento para o setor de bebidas e, mais especificamente, de cervejas, são a América Latina e a Ásia. Segundo a consultoria FoodWorld, o processo de consolidação nesses mercados teve início em 2000 e deve durar até o ano 2010 e 2020, respectivamente. Na China, onde o consumo per capita ainda é reduzido e onde se encontram instaladas mais de 500 cervejarias, a disputa pela participação nesse mercado deverá ser muito maior. A líder de mercado é a cervejaria Tsing Tao, com apenas 5,0% de participação. Além disso, os grandes grupos internacionais como a Interbrew, a S.A.B. (South African Breweries) e a Heineken já estão presentes. A República Checa lidera o mercado de consumo com 161 litros anuais per capita.

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Na América Latina, o Brasil aparece como o país com maior potencial de mercado e de capacidade produtiva. A criação da Companhia de Bebidas das Américas (AmBev) é parte da estratégia de consolidação dos mercados latino-americanos, onde a competição com os principais grupos internacionais é bastante acirrada.

Segundo Elshof, a liderança de mercado mundial será estabelecida pela empresa que conquistar um máximo de 25-30% do market share.

1.1 – PERFIL SETORIAL NO BRASIL

Segundo informações do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (SINDICERV, 2001), o Brasil é o quarto maior mercado mundial de cerveja, com uma produção de 8,45 bilhões de litros/ano, superado apenas pelos Estados Unidos (23,6 bilhões de litros/ano), China (15,4 bilhões de litros/ano) e Alemanha (11,7 bilhões de litros/ano). O gráfico abaixo mostra a produção brasileira no período de 1994 a 2001:

As companhias produtoras no Brasil são responsáveis por um faturamento de aproximadamente R$ 12,5 bilhões por ano. Segundo o SINDICERV, o setor emprega mais de 130 mil pessoas, entre postos diretos e indiretos. Os investimentos em novas plantas e modernização de fábricas já existentes foram da ordem de R$ 2,5 bilhões nos últimos cinco anos.

No quadro 2 a seguir, apresentamos as cervejarias e o número de unidades fabris filiadas ao Sindicato dos Cervejeiros no Brasil:

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QUADRO 2 – CERVEJARIAS E QUANTIDADES DE UNIDADES FABRIS FILIADAS AO SINDICERV

NOME EXCLUSIVAS (só cerveja) MISTAS TOTAL AmBev 12 13 25 Kaiser 8 - 8

Bavaria 5 - 5 Belco - 2 2 Cerpa 1 - 1 Cintra - 2 2 Conti - 1 1

Petrópolis 1 - 1 Socorro (Krill) 1 - 1

TOTAL 30 16 46

Em dezembro de 2001, a AmBev controlava aproximadamente 68,5% do mercado, tendo produzido um volume de 5,9 bilhões de litros. O principal concorrente da AmBev é a Companhia Cervejaria Kaiser, com 14% do mercado.

Segundo o SINDICERV, o consumo per capita de cerveja no Brasil foi incrementado nos primeiros anos de implantação do Plano Real (1994/1995), passando de 38,0 litros/ano, antes de 1994, para 50,3 litros/ano, em 2001. Mesmo assim, a entidade considera que esse ainda é um consumo modesto, devido ao baixo poder aquisitivo de parte dos seus consumidores.

Esse consumo confere ao país apenas a 29ª posição no ranking mundial, indicando o potencial de crescimento do mercado nacional de cerveja. Mesmo sendo a bebida alcoólica preferida pelos brasileiros, representa apenas 9% do total do consumo nacional de bebidas.

Além dos dados relativos à produção e ao consumo per capita, duas características importantes do mercado nacional de cerveja devem ser observadas: a primeira é a pouca representatividade de grupos internacionais, sendo a tentativa mais expressiva a compra da Kaiser, com 14% de participação de mercado, pela Molson; a segunda é que a AmBev é a maior cervejaria do país e do Mercosul, mas possui apenas domínio de caráter regional.

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Nesse cenário de grandes transformações e de consolidação dos mercados por grandes grupos internacionais, o futuro do mercado nacional e da própria AmBev ainda é incerto. Resta saber se a mesma vai ser absorvida por um grupo maior ou vai se firmar como um desses grandes grupos.

1.1.1 - TRIBUTAÇÃO

Quanto à tributação, os dados do SINDICERV referenciam que do faturamento bruto de R$ 12,5 bilhões, registrado pelas indústrias brasileiras de cerveja no ano de 2001, cerca R$ 6 bilhões foram destinados ao pagamento de tributos: R$ 2,1 bilhões referentes ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), R$ 3,5 bilhões recolhidos ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e outros R$ 400 milhões destinados ao pagamento do PIS e da Cofins. O valor da carga tributária correspondeu, portanto, a 50% do faturamento, e teve um reflexo de 38,3% no preço final ao consumidor.

QUADRO 3 – CARGA TRIBUTÁRIA DA CERVEJA NO BRASIL CARGA TRIBUTÁRIA DA CERVEJA NO BRASIL INDÚSTRIA R$/Litro % Receita líquida 0,72 26,0 IPI e ICMS 0,84 30,3 Tributos sobre vendas (PIS/COFINS) 0,04 1,4 Receita bruta 1,6 57,8 DISTRIBUIDORES Valor agregado (ex-impostos s/ vendas) 0,26 9,4 Tributos sobre vendas (PIS/COFINS) 0,08 2,9 Receita bruta 0,34 12,3 VAREJISTAS Valor agregado (ex-impostos s/ vendas) 0,63 22,7 Tributos sobre vendas (PIS/COFINS) 0,1 3,6 Receita bruta 0,73 26,4

PREÇO DE VENDA AO CONSUMIDOR 2,77 1 RESUMO DOS IMPOSTOS IPI + ICMS 0,84 30,3 TRIBUTO SOBRE VENDAS 0,22 7,9

TOTAL 1,06 38,3

Fonte: Trevisan Consultores/2000 Obs: O ICMS representa a maior fatia dos tributos embutidos no preço da cerveja. Suas alíquotas variam de acordo com os Estados. São Paulo e Minas Gerais adotam a alíquota de 18%, mas alguns cobram alíquotas de até 30%. Essas diferenças provocam um aumento de, pelo menos, 16% no preço final da cerveja nos Estados que adotam alíquotas mais altas.

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1.1.2 - PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA CERVEJA

As cervejarias normalmente se localizam perto dos centros consumidores. Por essa razão, a maioria delas não cultiva sua própria cevada, sendo considerado como o início do processo o recebimento do malte de cevada. As fases do processo de fabricação, incluindo a maltaria, são as seguintes:

a) Malteação

→ umidificação da cevada – é a primeira etapa do processo de malteação e consiste em umedecer a cevada com água morna para hidratar o grão e permitir que ele germine. Depois disso, a água é drenada dos tanques.

→ germinação – é o processo de modificação, que implica na estimulação da ação enzimática com o objetivo de converter algumas das fibras e os amidos em açúcares, durante o processo de fabricação.

→ secagem do grão – é realizada em espécies de fornos, com o objetivo de reduzir a umidade do grão germinado e interromper a ação enzimática, permitindo assim o armazenamento dos grãos por longos períodos, bem como o seu transporte até a cervejaria.

Antes de o malte ser retirado da maltaria, são realizados diversos testes para a emissão de um laudo com as suas características que serão utilizadas para a elaboração da blendagem do malte na fabricação.

b) Ensilagem e Beneficiamento do malte

→ armazenamento – o malte é recebido na fábrica e armazenado em silos.

→ beneficiamento e moagem – é a primeira fase do processo de fabricação dentro da cervejaria. O malte passa por uma série de peneiras para a retirada de impurezas, e por equipamentos responsáveis pela retirada de pedras e metais. Depois, são moídos os grãos, para torná-los solúveis na água e permitir uma maior extração dos açúcares fermentáveis.

c) Brassagem

→ mostura – após a moagem do malte, tem início o processo de elaboração do mosto que será fermentado. A primeira etapa é fazer uma mostura, que implica em adicionar o malte moído à água quente e aumentar gradualmente a temperatura para permitir a ativação das enzimas, proteases e amilases, presentes no mesmo.

→ filtração da mostura – após a preparação do macerado, inicia-se a filtração da mostura para se obter o chá, que se chamará mosto. O processo de filtração pode ser realizado com filtros-prensa ou tinas de clarificação, e tem como principal objetivo separar o bagaço do malte presente no macerado. O processo poderá durar até 3 horas, sendo o bagaço utilizado para complemento da ração animal.

→ cozimento – o mosto é fervido com a adição do lúpulo e outros aditivos. O lúpulo dá as características de amargor e aroma e os aditivos aumentam o teor dos açúcares

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fermentáveis. Além disso, a alta temperatura da fervura elimina as bactérias e precipita proteínas e taninos (trub), que serão removidos pela força centrífuga no whirlpool.

d) Fermentação e maturação

O mosto, após ser centrifugado, é enviado para as adegas de fermentação onde é resfriado e aerado para criar condições mais favoráveis para a atuação da levedura. Logo após, a levedura é inoculada no mosto frio e aerado, preferencialmente de uma única vez, durante o início do enchimento dos tanques fermentadores/maturadores. Durante o processo de fermentação, os açúcares contidos no mosto são consumidos gerando álcool, calor, CO2 e a multiplicação do fermento. Por isso, os tanques devem ser refrigerados, a fim de manter a temperatura interna controlada e adequada ao metabolismo da levedura. Então, o fermento é retirado dos tanques e enviado para o seu armazenamento em tanques de fermento a uma temperatura de 3ºC. O mosto, que foi transformado em cerveja, passa para o processo de maturação, onde é mantido por alguns dias a uma temperatura perto de 0ºC para completar a formação do flavor.

e) Filtração

O processo de filtração tem como principais objetivos retirar a levedura ainda restante na cerveja e garantir a estabilidade físico-química do produto. Isso é realizado com a utilização de filtros de terra diatomácea e de resinas de polieletrólitos (PVPP) e com a dosagem de alguns aditivos. A cerveja filtrada é enviada para as adegas de pressão, onde fica armazenada em tanques refrigerados, aguardando ser enviada para o envase.

1.2 – A AMBEV

1.2.1 - HISTÓRICO DE CONSTITUIÇÃO

A AmBev – Companhia de Bebidas das Américas é a quarta maior cervejaria e a sétima maior empresa de bebidas do mundo. O segmento de cervejas responde por 76% da receita da AmBev (Valor online, 13/08/2002). A Companhia foi criada em 1º de julho de 1999, com a fusão da Companhia Cervejaria Brahma com a Companhia Antarctica Paulista, as duas maiores cervejarias brasileiras. Entretanto, o nascimento da companhia só ocorreu efetivamente em março de 2000 com a aprovação da fusão pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), constituindo-se na maior operação desse tipo realizada no país. Essa fusão entre concorrentes históricas formando uma única companhia foi parte da estratégia de sobrevivência do setor, frente às transformações e ao movimento de fusão, que vêm ocorrendo no contexto do mercado mundial. A justificativa e o discurso veiculado ressaltavam, no entanto, a necessidade primordial de consolidar o mercado nacional e permitir uma expansão internacional com a “criação da primeira multinacional brasileira”. Esse discurso norteou uma grande campanha junto à sociedade, em favor da fusão e da aprovação das normas e regulamentação para a constituição da Companhia.

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No documento referente à fusão das Companhias Antártica e Brahma1 - Ato de Concentração n° 08012.005846/99-12 protocolado no CADE em 02 de julho de 1999 -, verificamos alguns aspectos que merecem destaque, diz o documento: “(o) as requerentes (Brahma e Antártica) deverão providenciar oferta pública das unidades fabris que pretendem desativar, nos próximos 04 (quatro) anos; (p) da oferta pública, deverão participar novos entrantes ou concorrentes, devendo ser incluídas entre os pretendentes as associações e/ou cooperativas de empregados; (q) o prazo para a habilitação de interessados e concretização da respectiva alienação será de 1 (um) ano, a contar do encerramento da oferta, findo o qual ficarão as requerentes desobrigadas da condição determinada no item (o) acima; (r) deverão as requerentes comprometerem-se a manter o nível de emprego, sendo que as dispensas associadas à reestruturação empresarial devem vir acompanhadas de programas de recolocação e re-treinamento, os quais deverão ser acompanhados pelo Ministério do Trabalho, no âmbito do convênio em vigor com o CADE; (s) ficam as requerentes previamente proibidas de adotar condutas de imposição de exclusividade, ficando o ponto de venda desobrigado, dentro do prazo de 6 (seis) meses a contar da data da publicação do acórdão desta decisão, de restringir-se à venda de determinado produto ou marca, em razão da disponibilização de maquinários, equipamentos e outros produtos de merchandising, exceto quando os investimentos e benfeitorias forem equivalentes a uma participação acionária da empresa (...); (x) as requerentes deverão encaminhar ao CADE semestralmente relatório referente ao termo de compromisso de desempenho; (z )... O plenário, por unanimidade, determinou o envio aos sindicatos e associações de classes dos empregados das requerentes, do voto do Conselheiro M.F, para a inclusão em pauta de discussão de garantia trabalhista adicional prevista neste voto”.

Em 19 de abril de 2000, o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) na 164ª Sessão Ordinária, com base no disposto artigo 58, da lei n° 8884/94, firma o TERMO DE COMPROMISSO DE DESEMPENHO em prol da constituição da AmBev. No referido temo de compromisso, além das cláusulas acima mencionadas, foi incluída uma cláusula sobre a duração do compromisso: “fica estabelecido que as obrigações impostas neste termo de Compromisso permanecerão em vigor por 5 (cinco) anos, contados a partir da publicação no diário oficial “.

1 obtidas no site http://www.mj.gov.br/cade/ambevfim.htm

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1.3 – ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A Administração Central da Companhia fica localizada no Centro Empresarial de São Paulo, Av. Maria Coelho Aguiar, 215 – Bloco F – 6º andar, CEP 05804-900. Os telefones de contato são: (11) 3741-7560 / 7553 / 3315, fax: (11) 3741-3527. O endereço eletrônico da Empresa é http//www.ambev.com.br

1.3.1 - CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

O Conselho de Administração é formado por nove membros com mandatos de três anos, e tem como atribuições básicas à orientação geral dos negócios da Companhia a definição de diretrizes estratégicas e a escolha do diretor geral.

1.3.2 - DIRETORIA EXECUTIVA

Os diretores são eleitos pelo conselho de Administração e têm mandatos até 2002, cabendo-lhes a função de representação da sociedade e gerenciamento de suas operações. De acordo com os princípios da Empresa, nenhum dos conselheiros participa da diretoria executiva. Dessa forma, os cargos de presidente do conselho e de diretor geral são exercidos por diferentes profissionais.

1.3.3 - CONSELHO FISCAL

O conselho fiscal da AmBev possui caráter não-permanente e tem como função rever todas as demonstrações financeiras da Companhia, reunindo-se com executivos e auditores independentes.

1.4 – COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO, FISCAL E DA DIRETORIA EXECUTIVA

1.4.1 - CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO (1999-2002) Marcel Herrmann Telles – Co-Presidente Victorio Carlos De Marchi – Co-Presidente

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Carlos Alberto da Veiga Sicupira Jorge Paulo Lemann José de Maio Pereira da Silva José Heitor Attílio Gracioso Roberto Herbster Gusmão Roberto Moses Thompson Motta Vicente Falconi Campos

1.4.2 - CONSELHO FISCAL Ricardo Scalzo Antonio Carlos Monteiro Luis Fernando Mussolini Ary Waddington (suplente) José Fiorita (suplente) Marcelo Souza Muniz (suplente)

1.4.3 - DIRETORIA EXECUTIVA Magim Rodriguez Júnior – Diretor Geral Carlos Alves de Brito – Diretor de Vendas Cláudio Bráz Ferro – Diretor Industrial Eduardo Muzzi – Diretor Jurídico José Adilson Miguel – Diretor de Revendas Juan Manuel Vergara Galvis – Diretor Geral de Refrigerantes Luis Felipe P. Dutra Leite – Diretor Financeiro e de Relações com Investidores Luiz Cláudio do Nascimento – Diretor de Logística Maurício Luis Luchetti – Diretor de Gente e Qualidade Miguel Nuno da Mata Patrício – Diretor de Marketing Milton Seligman – Diretor de Relações Corporativas

1.5 – UNIDADES PRODUTIVAS E OPERAÇÕES

1.5.1 - UNIDADES PRODUTIVAS

Segundo informações obtidas no site da Empresa, a AmBev possui ao todo 46 unidades industriais, sendo 38 no Brasil e 8 no exterior, incluindo cervejarias, fábricas de

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refrigerantes, 4 maltarias (1 no Brasil) e 4 fábricas de insumos (todas no Brasil). As unidades industriais podem fabricar apenas um tipo de produto ou podem ser mistas (que fabricam, além de cervejas, refrigerantes e/ou bebidas não-alcoólicas).

No Brasil, as 38 unidades industriais estão distribuídas por 18 Estados brasileiros, sendo que a maior unidade fica localizada na Zona Oeste do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, mantém uma cervejaria piloto e um laboratório de ponta na fábrica de Guarulhos (SP), com 12 funcionários, para testar novos processos de cervejaria e produtos.

Segundo informações da Empresa2, as unidades produtoras de cerveja estão localizadas nas cidades de Agudos (SP), Brasília (DF), Curitiba (PR), Estrela (RS), Guarulhos (SP), Jacareí (SP), Lages (SC), Montenegro (RS), Natal (RN) e São Luiz (MA). As unidades produtivas de refrigerantes estão localizadas nas cidades de Curitiba (PR), Sapucaia (RS), Jundiaí (SP), Paulínia (SP), Contagem (MG) e Olinda (PE). E, por fim, as unidades de produção mista estão localizadas nas cidades de Águas Claras (RS), Jaguariúna (SP), Jacarepaguá (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Estância (SE), Aquipaz (CE), Camaçari (BA), João Pessoa (PB), Cabo (PE), Teresina (PI), Cuiabá (MT) e Anápolis (GO). Nessas unidades trabalham cerca de 18 mil funcionários.

No exterior, as unidades industriais ficam localizadas na Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

As três maiores fábricas, em volume de produção no Brasil, estão localizadas nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), Jacareí (SP) e Agudos (SP). Esta última, segundo informações da Empresa, foi a primeira fábrica a conquistar a certificação ISO 9000, abastecendo Mato Grosso do Sul, Rondônia e Minas Gerais, fabricando as marcas Antarctica, Brahma e Skol. O mapa das operações abaixo ilustra a localização das unidades:

Apesar das informações disponibilizadas pela Empresa, os representantes sindicais e membros da Confederação Nacional dos Trabalhadores de Alimentação (CONTAC) afirmam que algumas das unidades produtivas estão funcionando parcialmente, estão sendo fechadas/desativadas ou estão sendo mantidas apenas como depósitos, mas estes não especificam quais são essas unidades. Contrariando as regras determinadas pelo CADE, os representantes sindicais mencionam que as principais unidades que ainda estão em funcionamento encontram-se localizadas no Rio de Janeiro (RJ), Jacareí / São José do Rio Preto (SP), Agudos (SP), Lages (SC), Montenegro (RS), Águas Claras do Sul / Viamão (RS), Jaguariúna (SP), Anápolis (GO), Cabo (PE) e Camaçari (BA).

1.6 – AS MARCAS

A AmBev tem o mais amplo portfólio de marcas da indústria brasileira de bebidas, composto por cervejas, refrigerantes e outras bebidas não-carbonatadas como chás e isotônicos, além da água mineral. Cada marca tem sua própria personalidade, na busca da identificação com diferentes segmentos e perfis de consumidores.

2 Ver site – http:\ www.ambev.br

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1.6.1 - CERVEJAS

O portfólio de cerveja é bem extenso, pois a Companhia acredita que, assim, torna-se possível atender uma ampla gama de preferências, dependendo da região e do seu perfil demográfico. Em relação às cervejas que estão incluídas nesse portfólio, temos as três principais marcas do mercado brasileiro: Skol, Brahma e Antarctica.

A Skol tornou-se o padrão de sabor de mercado brasileiro, sendo hoje a marca líder, com 32,5% de participação (market share). A Brahma é a segunda marca de cerveja mais consumida no Brasil, com 22,3% de participação no mercado. A Antarctica Pilsen briga pela terceira posição do mercado e detém 11,4% de participação. Adicionalmente à marca principal, a Antarctica possui um exclusivo portfólio de marcas especiais, com 3,3% de participação no mercado, para diferentes gostos e consumidores: Pilsen Extra, Cristal, Serramalte, Antarctica Original, Malzbier, Kronenbier e Chopp.

O portfólio de cervejas é complementado por marcas segmentadas, como Bohemia, Polar, Caracu, Carlsberg e Miller. Deve ser ressaltado que a Bohemia foi a primeira cerveja do Brasil, criada em 1853. A AmBev renovou a marca, mantendo suas características originais, e a posicionou no segmento “super premium” no mercado brasileiro de cervejas. Atualmente, é a marca que obtém a maior taxa de crescimento no portfólio da Companhia, saindo do patamar de 0,6% para 1,2% de participação de volume no mercado nacional em 2001. O posicionamento das principais marcas de cerveja da AmBev é definido de forma resumida da seguinte maneira:

• Skol: Leveza, Espírito Jovem, Ousadia e Inovação.

• Brahma: Refrescância, Alegria, Vigor e Descontração.

• Antarctica: Brasilidade, Qualidade, Autenticidade e Diversão.

1.6.2 - REFRIGERANTES E BEBIDAS NÃO-ALCOÓLICAS

A AmBev possui o maior portfólio brasileiro nesse segmento, incluindo 16 marcas de refrigerantes, águas, chás gelados e isotônicos. Esse conjunto de marcas inclui produtos importantes, alguns líderes de mercado em seus respectivos segmentos, como o Guaraná Antarctica, Pepsi-Cola, Sukita e Lipton Ice Tea.

Em relação aos refrigerantes, a Companhia tem como o seu principal produto o Guaraná Antarctica, atual patrocinador oficial da seleção brasileira de futebol. O produto também faz parte da estratégia de expansão da Companhia para mercados internacionais, por meio de um acordo assinado com a PepsiCo International, Inc ("PepsiCo") para o seu engarrafamento, venda e distribuição fora do Brasil. A produção da Pepsi-Cola (1997) e do isotônico Gatorade (2002) também é resultado de um acordo de franchising firmado entre as empresas, que permite o engarrafamento e a distribuição de todos os produtos da PepsiCo no país. Atualmente, esse acordo tem duração até 2017 e pode ser renovado por períodos adicionais de dez anos ou rompido por qualquer das partes mediante notificação prévia de dois anos.

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O Lipton Ice Tea é lider de mercado no Brasil e para a sua produção e distribuição foi constituída uma joint venture com a Unilever. Completando o portfólio, temos a marca de isotônicos Marathon e a de água mineral Fratelli Vita.

1.6.3 - OUTROS PRODUTOS

Há também informações sobre outros produtos tais como: Água Mineral: Dias D’Ávila – BA; Maltaria: Navegantes – Porto Alegre – RS; Fazenda de Guaraná: Santa Helena – Maués – AM; Concentrados: Arosuco – Manaus – AM.

As quatro maltarias são responsáveis pela produção de cerca de 60% do malte utilizado da Companhia. Em relação às fábricas de insumos, tem-se uma de concentrados para refrigerante, uma fábrica de rolhas metálicas e outra de pré-formas de garrafas PET, instaladas em Manaus.

1.6.4 - LOGÍSTICA3

A AmBev desenvolveu um sistema próprio de logística que cruza informações dos 550 distribuidores, 45 centros de distribuição e 38 fábricas no Brasil, além de 350 diferentes itens de estoque (versões de embalagens das diversas marcas de bebidas da Companhia). Esse sistema de malha logística analisa todas as variáveis de previsão de vendas, custo e produção regional, e aponta a melhor alternativa de atendimento aos pedidos das áreas de vendas e distribuição. O aumento da eficiência gerado com esse sistema representou para a Empresa uma economia de R$ 19 milhões em processos de produção e logística no ano de 2001.

1.6.5 - REDE DE DISTRIBUIÇÃO

A rede de distribuição da AmBev atende a mais de 1 milhão de pontos-de-venda em todo o território nacional, com uma cobertura que abrange mais de 6 mil municípios. Essa rede é formada por 550 distribuidores exclusivos, 45 centros de distribuição direta, uma frota de 16 mil caminhões e 11 mil vendedores responsáveis pela realização de 365 mil visitas diárias aos pontos de venda. A maior parte desses pontos de venda e distribuição é terceirizada, principalmente a área de transporte.

3 Após a fusão, a AmBev vem reestruturando radicalmente as áreas de produção e logística de distribuição de cerveja no Brasil inteiro. No Rio Grande do Sul, a unidade produtiva de Estrela foi praticamente desativada, sendo mantida unicamente para envase e distribuição. O sindicato considera que a estratégia da Empresa é fechar essa unidade posteriormente, concentrando todas as atividades na unidade nova de Viamão – Porto Alegre.

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Um dos aspectos-chave na estratégia da AmBev é a busca contínua por novos meios de maximização da eficiência da sua rede de distribuição. Um exemplo disso foi a introdução do uso de computadores de mão (palmtops) pelos vendedores da Empresa, permitindo a análise da base de dados de cada ponto-de-venda a ser visitado - incluindo market share, histórico de pedidos, estoques, tipos de embalagens, preço médio etc. - de forma a tornar ainda mais efetivo o processo de negociação. As informações sobre os pedidos, armazenadas nos equipamentos, são transferidas para uma base de dados única, que é responsável pela geração das rotas para a realização das entregas.

Outro fator relevante em relação a essa maximização da eficiência é a pressão que a AmBev tem feito sobre os seus distribuidores, especialmente os menores. A rede tradicional de revendas vem sendo completamente desestruturada, com grandes prejuízos para os pequenos empresários. A AmBev foi denunciada à Secretaria do Direito Econômico do Ministério da Justiça (SDE) por infração da ordem econômica, ao favorecer às grandes redes de distribuição eliminando pequenos revendedores (O Globo, 22/02/2002). Além disso, também foi impedida pelo CADE de usar um portal de comércio eletrônico (B2B) para a venda direta dos seus produtos, sem a intermediação da rede de distribuição.

1.6.6 - PONTOS DE VENDA

A AmBev também tem realizado muitos investimentos nos pontos de venda. Isso porque as estatísticas mostram que grande maioria dos consumidores decide o que consumir dentro do ponto de venda na ocasião da compra. Por isso a importância no reforço da preferência das marcas AmBev, para garantir que elas sejam as escolhidas no momento da compra. Em função disso, a Empresa decidiu investir em instalações de freezers especialmente desenvolvidos para gelar as garrafas de cerveja na temperatura que normalmente agrada ao consumidor brasileiro, (-5°C). Até o final de 2002, devem ser instaladas mais 50 mil unidades, além das 70 mil já existentes, abrangendo 120 mil pontos de venda estratégicos, nos principais mercados.

1.7 – DADOS ECONÔMICOS / FINANCEIROS

A AmBev tem cerca de 60 mil acionistas e seus papéis são negociados nas Bolsas de Valores de São Paulo (Bovespa: AMBV4, AMBV3) e de Nova York (NYSE: ABV, ABVc). A instituição depositária de ações no Brasil é o Banco Itaú SA., e no exterior, a depositária de ADRs é o Banco de Nova York.

Em 2001, o ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) cresceu 32,2%, alcançando R$ 2,0 bilhões, o equivalente a uma margem de 30,2% sobre a receita líquida de vendas, que totalizou R$ 6,5 bilhões. O lucro líquido foi de R$ 784,6 milhões, o que representa um crescimento de 66,9% na comparação com o ano anterior. (Revista Forbes Global - outubro de 2001)

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No primeiro trimestre de 2002, o ebitda consolidado subiu 14,2% e alcançou R$ 513,9 milhões. A margem EBITDA no trimestre ficou em 30,9%, 1,2 ponto percentual acima do 1T01 (Release do primeiro trimestre - AmBev, 2002). No segundo trimestre de 2002, o ebitda foi de R$ 471,5 milhões. Nesse período, a AmBev teve um lucro de R$ 358,7 milhões, resultado 181,4% superior ao do mesmo período do ano passado. Uma série de ajustes contábeis, diferimento de impostos, operações de hedge e valorização dos ativos em dólar no exterior tiveram impacto nos resultados não-operacionais da Empresa. O resultado financeiro líquido, que era de R$ 136,7 milhões negativos, recuou para um prejuízo de R$ 96,7 milhões.

A AmBev anunciou, em agosto de 2002, um plano de redução de custos entre R$ 150 milhões a R$ 200 milhões, visando manter os resultados operacionais e aumentar a eficiência administrativa. Entretanto, descartou o fechamento de qualquer de suas 46 unidades de produção ou cortes no quadro de funcionários (Valor online, 13/08/2002).

1.7.1 - ATUAÇÃO DE MERCADO

A AmBev tem como foco de atuação o Brasil, seu principal mercado onde a direção da Empresa identifica as maiores oportunidades de criação de valor. Isso porque, além de ser a maior economia da América do Sul, o consumo per capita de cerveja no país ainda é baixo. Porém, a Empresa mantém operações nos principais mercados latino-americanos (Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) e continua buscando novas oportunidades de aquisições no exterior para expandir a sua participação, principalmente na área cervejeira.

Um exemplo recente dessa estratégia foi o anúncio, em maio de 2002, da celebração de um acordo estratégico entre a AmBev e a empresa Argentina Quilmes Industrial S.A. (Quinsa), propriedade do grupo Bemberg, com sede em Luxemburgo, de capital argentino. A Quinsa é detentora da marca Quilmes, líder do mercado de cervejas na Argentina com participação de 69%, e controla a operação na Argentina da Pepsi-Cola e a marca de água mineral Eco de Los Andes. O objetivo do acordo é unir os esforços em um momento em que o mercado cervejeiro está estagnado em ambos os países. Ele permite à Quilmes saldar as suas dívidas de aproximadamente US$ 330 milhões de dólares, contraídas em função da crise Argentina, e possibilita acabar com uma antiga guerra de preços que durante o ano de 2001 provocou a diminuição dos rendimentos de ambas as empresas. Na avaliação de alguns especialistas4, esse acordo de associação pode ser o primeiro passo para uma possível absorção da AmBev com relação à Quilmes. Segundo informações que “vazaram” na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a AmBev estaria pagando pelo contrato US$ 346,38 milhões em efetivo e também cederia à Quilmes o controle de todas as plantas fabris da Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai, cujo valor é de aproximadamente US$ 230 milhões. Com isso, o valor total da operação seria da ordem de US$ 600 milhões. Por sua vez, a AmBev receberia 230,92 milhões de ações, o que significa 36,05% do total de ações com direito a voto e 37,5% do valor da Companhia argentina.

4 Ver site http://www.rel-uita.org/sectores/bebidas/especial1.htm

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Em setembro de 2002, foi anunciado que o processo de análise da associação das cervejarias estava sendo realizado pela Comissão Nacional de Defesa da Concorrência (CNDC) do governo da Argentina, mas foi suspenso temporariamente. A suspensão foi originada por decisão judicial em resposta a um recurso apresentado pela concorrente Isenbeck. A expectativa da AmBev é que, apesar de a associação conferir à Quilmes uma participação do mercado de cervejas na ordem de 82%, o negócio seria aprovado pelo governo argentino devido à entrada de um volume expressivo de dólares no país nessa conjuntura de gravíssima crise econômica.

Segundo discurso oficial da AmBev, até 2005 a Empresa quer ser reconhecida como a mais competitiva Companhia de bebidas do mundo, pretendendo um crescimento anual de 15% no EVA:“Chegaremos lá recrutando, treinando, mantendo pessoas excelentes e antecipando-nos aos desejos do consumidor, fabricando e entregando produtos com qualidade e ao menor custo mundial”5.

Segundo informações6, com essa associação a AmBev passaria de quarto para terceiro lugar no ranking dos maiores fabricantes de bebidas do mundo, com uma produção de 100,8 milhões de hl, superada apenas pela Coca-Cola com 233,5 milhões de hl e a Anheuser-Bush/Budweiser com 125,8 milhões de hl. O quarto lugar está ocupado pela Carlsberg com 88,2 milhões de hl. E, em quinto lugar, está a Interbrew com 87,3 milhões de hl.

A estratégia de crescimento da AmBev ampara-se em cinco pontos: impulsionar o crescimento do consumo per capita; aperfeiçoar o gerenciamento de receitas; maximizar a eficiência em distribuição; crescer no mercado de refrigerantes e bebidas não-alcoólicas; e buscar permanentemente uma maior produtividade, com minimização de custos. (AmBev, 2001)

1.8 – UNIDADES PRODUTIVAS OPERACIONAIS, SINDICATOS E NÚMERO DE TRABALHADORES7

O quadro a seguir apresenta informações sobre as unidades produtivas da AmBev, os produtos, os sindicatos de base e o número de trabalhadores ativos na base. Algumas dessas informações foram obtidas no site da Empresa e outras foram fornecidas diretamente pelas entidades sindicais durante o período da pesquisa. Os campos não-preenchidos significam que a informação não se encontra disponível, ao menos nessas duas fontes.

5 Ver Site http://www.ambev.com.br 6 Jornal Gazeta Mercantil, 03/05/02. 7 No que se refere às unidades produtivas e operacionais da Empresa, constatamos que em função dos processos de reestruturações, algumas unidades de produção foram praticamente desativadas. Os dados disponibilizados pela mesma são incompatíveis com as informações obtidas com membros dos sindicatos filiados à CONTAC. Também pudemos verificar algumas imprecisões e conflitos de informações nos próprios dados disponibilizados pela Empresa.

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QUADRO 4 – UNIDADES FABRIS / PRODUTOS / SINDICATOS / NÚMEROS DE

TRABALHADORES ATIVOS NA BASE (SETEMBRO/2002) Unidades Fabris Produtos Sindicatos Nº de Trabalhadores Ativos

na Base/AmBev Homens Mulheres Total

01 Estrela (RS) Cerveja 118

02 Montenegro (RS) Cerveja Montenegro – RS 160

03 Águas Claras do Sul Mista Porto Alegre – RS 450 04 Lages (SC) Cerveja Lages – SC 500

05 Curitibana (PR) Curitiba (PR)

Refrigerantes Cerveja

Depósito 40

06 Jacareí (SP)

Cerveja Mista

São José – SP 2200 1100 3300

07 Agudos (SP)

Cerveja Bauru – SP (Força Sindical)

397 50 447

08 Jundiaí (SP) Cerveja Jundiaí – SP 407 09 Jaguariúna (SP)

Guarulhos (SP) Paulínea (SP)

Mista Cerveja

Refrigerantes

São Paulo – SP 800

10 Petrópolis (RJ) Jacarepaguá (RJ)

Campo Grande (RJ)

? Mista Mista

Rio de Janeiro – RJ

?

11 Anápolis (GO) Produção Mista Goiânia – GO 3000 500 3500

12 Cuiabá (MT) Mista Fechou (?) -----

13 Brasília (DF) Cerveja Brasília – DF ? 14 Camaçari (BA)

Dias D’Ávila (BA) Mista

Água Mineral Salvador – BA 2786 ---- 2786

15 Cabo (PE) Olinda (PE)

Mista Refrigerantes

Recife – PE Fechou

711 086 797

16 Teresina*(PI) Mista Piauí – PI ? 17 João Pessoa*(PB) Mista João Pessoa – PB ?

18 Estância (SE)* Mista Águas Claras – SE ? 19 Aquipaz (CE) Mista Aquipaz – CE ?

20 Natal (RN) Cerveja Natal – RN ? 21 Manaus (AM)

Maués (AM) Concentrado Faz.guaraná

Manaus – AM 1700 300 2000

22 Minas Uruguai – UR 167 03 170 23 Paysandú Uruguai – UR 200 05 205

Total Geral 11.161 2.044 15.680

Fonte: Observatório Social * A CONTAC não tem informações se essas unidades continuam em funcionamento.

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1.8.1 - EMPREGADOS E REMUNERAÇÃO8

Segundo informações da AmBev (2001), a Empresa possui 18.136 funcionários, incluindo escritórios, fábricas e pontos de distribuição em todo o país. A força de trabalho da Empresa é caracterizada como sendo “predominantemente jovem - 72% têm até 35 anos -, altamente motivada, permanentemente treinada, com elevado grau de escolaridade - 92% completaram o ensino médio e 39% cursaram ou cursam ensino superior. Segundo o discurso da Empresa, “Gente, é um diferencial decisivo para manter a liderança, ampliar a rentabilidade e reduzir o custo de produção. Por isso a meta é sempre recrutar os melhores profissionais do mercado para os seus quadros.” (Relatório Anual, 2001)

A política de remuneração da AmBev tem dois componentes principais: o salário e o programa de remuneração variável. Os salários baseiam-se pela média do mercado. Em consulta rápida, feita com alguns sindicatos, detectamos diferenciações bastante acentuadas nos salários praticados entre as diferentes unidades produtivas, variando entre R$ 300,00 em Goiânia (GO) e R$ 1.200,00 em Jacareí (SP). Essa variação pode, a princípio, ser explicada pela diferença da média no mercado nacional. Porém, como já afirmamos, a AmBev aplica um programa de remuneração variável. Ela não divulga os salários dos seus executivos, nem as funções de todo o pessoal de nível superior. Isso porque a remuneração pode ser diferente para pessoas que executam as mesmas funções, com base na avaliação do desempenho por parte das chefias de cada unidade.

Até o momento dessa pesquisa, entendemos que essa política de remuneração está pautada num agressivo programa de bônus vinculado ao desempenho. O programa é baseado no mérito e avaliação de desempenho dos funcionários com metas coletivas e individuais. A faixa do bônus pode variar de 50 a 100% da renda anual de cada funcionário. Porém, a sua distribuição é concedida apenas se as metas anuais estabelecidas forem atingidas e somente para 50% dos funcionários mais bem avaliados. Se essas não forem conseguidas, ninguém recebe o bônus. Além disso, para um pequeno grupo de executivos, a Empresa concede o direito de utilizar o valor do pagamento referente ao bônus para a compra de ações.

Os dados fornecidos pelas entidades sindicais através de aplicação de questionário revelaram o seguinte quadro de remuneração:

8 Os dados obtidos através de pesquisa secundária mostraram-se insuficientes para obtermos resultados mais precisos. Também quanto a esse item, verificamos diferenças entre as informações obtidas no site da Empresa e as informações fornecidas pelos órgãos sindicais.

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QUADRO 5: SINDICATO / CATEGORIA / MÉDIA SALARIAL / JORNADA MÉDIA DE TRABALHO

Sindicato Categoria profissional

Média Salarial R$

Piso salarial

Jornada Média Semanal (em horas)

Período informado (mês e ano)

Bebidas de Goiás – GO

Bebidas/Geral 300,00 250,00 44 04/2002

Alimentação e Bebidas

São José e Região (SP)

AmBev Terceiras

1.200,00 400,00

? 42 44

04/2002

Bebidas (PE) ? ? ? ? 04/2002

Alimentação e bebidas Montenegro

(RS)

Manutenção Op. Produção

Op. de Máquinas AmBev

Terceirizados

907,00 600,00 700,00

?

460,00 250,00

44 44 44 44

04/2002 Bebidas – Manaus

(AM) Bebidas/Geral

AmBev Terceirizados

450,00

550,00 238,00

44 04/2002

Bebidas – Bahia (BA)

Bebidas /Geral AmBev

Terceiras

480,00 ?

44

04/2002

Centro Obrero – Minas (UR)

Sind. Obrero – Paysandú (UR)

AmBev

1.700 ?

?

48 ?

04/2002 ?

Fonte: Observatório Social

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2. RELAÇÕES DE TRABALHO

2.1 – CARACTERIZAÇÃO GERAL

Nessa etapa da pesquisa, foram consultados representantes de 08 entidades sindicais, todas filiadas à CONTAC (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação), com base nos seguintes Estados: São Paulo, Goiás, Amazonas, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco. Entre as entidades consultadas, computamos também os dados de dois sindicatos do Uruguai, localizados nas cidades de Minas e Paysandú.

Das 06 (seis) entidades brasileiras consultadas, 04 (quatro) são filiadas à CUT (Central Única dos Trabalhadores), 01 (uma) é filiada à FS (Força Sindical) e 01 (uma) se posicionou como independente. As entidades de Goiânia (GO), Recife (PE) e Salvador (BA) têm abrangência estadual. As entidades localizadas em São José / Jacareí (SP) e Montenegro (RS) têm abrangências intermunicipais e o sindicato localizado em Manaus (AM) atua somente no município.

Não foi possível contatar os representantes dos sindicatos de Mato Grosso (Cuiabá), Piauí e São Paulo (Jundiaí). Fizemos contato telefônico com uma funcionária do sindicato de Bauru (SP) que nos disponibilizou o número de funcionários da unidade da AmBev de Agudos. Infelizmente, não foi possível estabelecer maiores contatos com o sindicato do Rio de Janeiro. Após várias tentativas, chegamos a marcar, por telefone, uma conversa com um dos diretores desse sindicato, mas isso foi inviabilizado pelo mesmo. Não conseguimos estabelecer contato com os sindicatos do Rio Grande do Sul (Estrela e Porto Alegre). No entanto, tivemos acesso à documentação com ações envolvendo os sindicatos de Estrela e Montenegro.

O número de trabalhadores ativos na base, segundo os representantes dos sindicatos consultados, varia de 2000 a 3500 funcionários9. Os sindicatos situados no Uruguai agregam um total de 375 trabalhadores ativos nas suas bases. Dois dos sindicatos consultados abrangem todas as indústrias de alimentação, agregando nas respectivas bases trabalhadores de indústrias de bebidas, frios, carnes e derivados, doces, torrefação, laticínios e padarias. Os demais (04) agregam em suas bases, especificamente, trabalhadores de empresas de bebidas em geral. O número de trabalhadores sindicalizados varia entre 320 (Montenegro-RS) e 820 (São José - SP)10, conforme descrito no quadro a seguir:

9 Vale afirmar que os números fornecidos pelos representantes sindicais foram baseados em aproximações/estimativas, não tendo portanto, muita exatidão. 10 Idem nota número 04.

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QUADRO 6 – SINDICATOS / NÚMEROS DE TRABALHADORES ATIVOS NA BASE / NÚMEROS DE ASSOCIADOS SINDICALIZADOS / NÚMERO DE

TRABALHADORES APOSENTADOS SINDICALIZADOS (SETEMBRO/2002) Sindicato N.º de Trabalhadores Ativos

na Base N.º de Trabalhadores Ativos associados sindicalizados

N.º de Trabalhadores aposentados sindicalizados

Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total

Goiânia (GO)

3000 500 3500 385 115 500 ? ? ?

São José (SP)

2200 1100 3300 800 20 820 80 ? 80

Recife (PE) 711 86 797 ? ? ? ? ? ?

Montenegro (RS)

600 1000 2600 220 100 320 120 30 150

Manaus (AM)

1700 300 2000 380 50 430 ? ? ?

Salvador (BA)

2786 ? 2786 498 ? 498 ? ? ?

Minas (UR) 167 03 170 150 ? 150 ? ? ?

Paysandú (UR)

200 05 205 148 02 150 ? ? ?

Fonte: Observatório Social

Tendo como referência os números acima, percentualmente, teríamos o seguinte quadro de sindicalização: Goiânia (GO) com 14,28%; São José (SP) com 24,84%; Montenegro (RS) com 12,30%; Manaus (AM) com 21,50%; Salvador (BA) com 17,87%.

Como podemos verificar, a Empresa que reúne maior número de mulheres é a unidade de Jacareí / São José (SP) tendo em sua base, segundo os dados fornecidos, 50% dos postos de trabalho ocupados por mulheres. No entanto, quando analisamos o número de sindicalização, este cai vertiginosamente, ou seja, dos 24,84% de sindicalizados, apenas 2,50% são mulheres. Proporcionalmente, os sindicatos com maior número de mulheres sindicalizadas são o de Montenegro (RS) e o de Goiânia (GO). Vale ressaltar, também, que na maioria desses sindicatos a direção é majoritariamente masculina, com exceção do sindicato de Goiás, que tem uma direção executiva relativamente equilibrada composta por 08 membros, dos quais, 04 homens e 04 mulheres.

2.1.1 - REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS SOCIAIS

Como demonstrado anteriormente, o salário médio mensal das unidades da AmBev, segundo os dados dos sindicalistas, varia de R$ 300,00 em Goiânia (GO) a R$ 1.200,00 em São José (SP), sendo que o piso salarial é de aproximadamente R$ 250,00. A jornada de trabalho é de 44 horas semanais, salvo na Bahia onde é de 42 e no Uruguai, onde é de 48. Os dados fornecidos revelaram uma grande disparidade de informações, daí a necessidade

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de uma pesquisa mais detalhada, com acesso a dados primários junto aos sindicatos e à Empresa.

Quanto aos benefícios, podemos verificar que as unidades produtivas da AmBev, em geral, oferecem11:

Assistência Médica e odontológica extensiva aos dependentes; auxílio transporte; auxílio filho - excepcional; auxílio doença acidentária complementar; auxílio para material escolar; auxílio creche; PLR.

De maneira geral, esses benefícios foram estabelecidos por Acordo Coletivo ou por deliberação da própria Empresa. O sindicato que registrou maior número de conquistas/benefícios foi o Sindicato de bebidas da Bahia.

2.1.2 - TERCEIRIZAÇÃO

Segundo informações obtidas, todas as unidades fabris da AMBEV contam com serviços de terceiros que atuam, geralmente, nos seguintes setores: restaurante; serviços de limpeza; distribuição; serviços gerais; manutenção; segurança; serviços médicos; entre outros. O quadro abaixo dá uma visão geral da utilização da força de trabalho terceirizada, as atividades e os sindicatos que representam esses trabalhadores, segundo a realidade dos sindicatos consultados:

QUADRO 7 – FORÇA DE TRABALHO TERCEIRIZADA / ATIVIDADES E REPRESENTAÇÃO SINDICAL

Sindicato Sim Não Atividades/Setores N° de trabalhadores

Representantes

Goiânia (GO) X Restaurante Serviços de limpeza

Distribuição

? Nenhuma

São José e Região (SP)

X Serviços em geral (inclusive manutenção)

200 (aprox.) Sindicato de terceiros; Sind.Tur.Cozinha e

Centros Recife (PE) X Limpeza e Conservação

Refeitório Manutenção

Sind. Trab. Limpeza Serv. Gerais;

Sind. Metalúrgicos Montenegro

(RS) X Armazém

Refeitório Limpeza e Conservação

Diversos

Manaus (AM) X Restaurante Limpeza e Conservação

Segurança Armazém

Empilhador

290 (aprox.)

Conservação e

Segurança

Salvador (BA) X Refeitório Sindicato dos Vigilantes

11 Ver no anexo os benefícios específicos segundo cada entidade sindical.

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Segurança Limpeza e Conservação

Transporte Serviços Médicos

Sind. Construção Civil

Minas (Uruguai)

X Segurança Limpeza “Leña”

10 (total)

Nenhum

Paysandú (Uruguai)

X Serviços e manutenção 50 (total) Nenhum

Fonte: Observatório Social

2.1.3 - AÇÃO SINDICAL FRENTE À REESTRUTURAÇÃO DA AMBEV

A reestruturação da AmBev tem resultado na perda de postos de trabalho através de demissões, atingindo inclusive aos trabalhadores uruguaios. Ao agir dessa forma, a Empresa vem desrespeitando o acordo firmado junto ao CADE. Dada a velocidade com que vem se dando esse processo e ao fato de a Empresa não envolver os sindicatos na negociação, a própria CONTAC não consegue dimensionar o número exato de trabalhadores que já foram demitidos em todo o país desde a constituição da Empresa, impedindo-a de dar uma resposta a contento.

Mesmo assim, o contato inicial estabelecido com os sindicatos permitiu identificar algumas ações que vêm sendo realizadas para enfrentar essa situação. A CONTAC vem realizando vários encontros de caráter nacional, com o objetivo de analisar a nova conjuntura e planejar mecanismos e estratégias de enfrentamento dos problemas - principalmente no que se refere às demissões - com alguns resultados positivos.

No dia 11/01/2002, a AmBev enviou para o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação de Montenegro (RS) uma carta comunicando a demissão de 90 funcionários, sendo 55 da unidade produtiva de Montenegro e 35 da unidade produtiva de Estrela (RS), envolvendo trabalhadores com tempo de trabalho que variava de 27 a 03 anos na mesma empresa. A justificativa apresentada pela AmBev foi a reestruturação das áreas de produção e logística de distribuição de cerveja no Rio Grande do Sul. Segundo a Empresa, essa ação tinha como objetivo maximizar a produtividade nas respectivas unidades. O texto da carta afirmava que: “todos os 90 funcionários serão beneficiados12 por um pacote de benefícios, que inclui curso de qualificação no Senai e extensão do plano de assistência médica”. Entretanto, nesse mesmo período, deveria ser realizada a eleição dos membros da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) na unidade produtiva de Montenegro, mas a Empresa postergou a data da eleição para o dia 17/01/02, demitindo entre os 55 trabalhadores de Montenegro, 04 candidatos a cipeiros. Diante desse fato, e após tentativas infrutíferas de negociação direta com a Empresa, o sindicato entrou com uma ação na justiça conseguindo reverter, primeiramente, a demissão dos candidatos a membros da CIPA. Mais tarde, após um longo processo judicial e mobilização sindical envolvendo representantes do governo local (prefeito, secretário de trabalho do governo estadual, deputado, etc.), uma parcela dos trabalhadores foi reintegrada ao quadro de funcionários da

12 grifo nosso

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Empresa, embora a mesma tenha preferido mantê-los afastados alegando não ter como absorvê-los. O retorno dos demitidos foi acontecendo lentamente e muitos foram transferidos para outras localidades. Esse era o quadro em março de 2002. Atualmente, os representantes da CONTAC afirmam que a unidade de Estrela está quase totalmente desativada.

Vale destacar que a justiça tomou a decisão em favor dos trabalhadores, tendo como referências as obrigações firmadas pelo CADE quando da fusão das empresas. Os aspectos mais importantes do Termo de Compromisso foram destacados no primeiro item desse relatório.

Em Salvador também houve demissões de sindicalistas e a AmBev, através de ação judicial, reintegrou quatro sindicalistas demitidos em 23 de março. A decisão foi da Juíza da 2ª Vara do Trabalho de Simões Filho, que concedeu liminar no dia 2 de maio determinando a reintegração. A Empresa havia demitido o presidente, o secretário geral, o tesoureiro e um diretor executivo da entidade sindical, no rol das mais de 100 demissões praticadas no mês de março. As demissões dos sindicalistas foram consideradas um desrespeito ao direito de livre organização sindical e estabilidade dos dirigentes, direito este garantido pela Constituição. Segundo o Sindicato, a AmBev já demitiu metade do quadro de pessoal existente na Bahia em 1999. São quase 400 trabalhadores dispensados.

O SINDIBEB (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Bebidas) denuncia que a sobrecarga de trabalho é grande na Empresa, com empregados sendo convocados para trabalhar nos dias de folga. A produção, que em 1999 era feita por 800 empregados, hoje é feita por apenas 400 trabalhadores. O presidente do SINDIBEB, Roberto Santana, diz ainda que a Empresa vem tentando retirar conquistas que há mais de 10 anos são percebidas pelos empregados, como o auxílio material escolar, auxílio para compra de óculos e PLR.

2.2 – OS DIREITOS TRABALHISTAS E AMBIENTAIS

2.2.1 - LIBERDADE SINDICAL E NEGOCIAÇÃO COLETIVA

De um modo geral, os dirigentes sindicais de quase todos os sindicatos consultados afirmaram que têm acesso parcial à Empresa e, mesmo assim, mediante autorização prévia. Em alguns casos - sindicato de São José (SP), de Recife (PE) e de Montenegro (RS) -, somente os dirigentes sindicais empregados na Empresa podem ter acesso às suas dependências. Já os sindicatos de Goiânia (GO), Manaus (AM) e Salvador (BA) afirmaram que todos os dirigentes sindicais conseguem ter acesso às dependências da AmBev.

Em relação à negociação coletiva, os dirigentes sindicais entrevistados foram unânimes em afirmar que não têm acesso à documentação necessária para a negociação com a Empresa. De um modo geral, também, os dirigentes sindicais entrevistados afirmaram ter problemas ou queixas em relação à Empresa. Os sindicatos de São José (SP), Recife (PE), Manaus (AM), Salvador (BA) e Goiânia (GO) denunciaram a atitude anti-sindical da Empresa e afirmaram que a mesma não cumpre plenamente as cláusulas acordadas, desrespeita a

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jornada de trabalho, e que o sindicato tem problemas com o não-pagamento do piso salarial e o não-pagamento de horas-extras e adicional noturno, além de problemas nas escala de horários. Os sindicatos de São José (SP), Recife (PE) e Montenegro (RS) já tiveram problemas relativos a afastamento, transferência e demissão de dirigente sindical.

Os representantes sindicais de Goiânia (GO), Montenegro (RS), Manaus (AM) e Salvador (BA) declararam que não houve paralisações ou movimento grevista contra as empresas do grupo AmBev nos últimos 3 anos, mas os dirigentes sindicais de São José (SP) e Recife (PE) declararam que houve paralisação contra a implantação de banco de horas e assembléias por atrasos de pagamentos.

2.2.2 - TRABALHO INFANTIL E TRABALHO FORÇADO

De acordo com as declarações dos dirigentes sindicais, não foram registrados quaisquer problemas com relação ao trabalho infantil. Porém, uma pesquisa sobre a cadeia produtiva da AmBev deverá verificar a atuação da Empresa, nessa temática, em relação aos seus fornecedores e, em especial, aos fornecedores de grãos, e também a própria atuação destes em relação ao trabalho infantil.

Tal como tem sido observado em diversas pesquisas, a questão do trabalho forçado, para os trabalhadores, é geralmente interpretada como excesso de horas-extras e banco de horas, o que não corresponde ao conteúdo da convenção da OIT.

2.2.3 - DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO E RAÇA

Os dados obtidos, até o momento, não são suficientes para fazermos comentários mais consistentes sobre o assunto.

2.2.4 - SAÚDE E SEGURANÇA NO LOCAL DE TRABALHO

Com relação ao item saúde e segurança no trabalho, podemos constatar que os principais problemas enfrentados pelos trabalhadores nas empresas se referem a: ruídos intensos; esforços repetitivos; excesso de esforços físicos; exposição/manuseio de produtos químicos; baixo incentivo ao uso de E.P.I.S; alto índice de acidentes em função de garrafas quebradas; entre outros.

Os dirigentes das entidades sindicais consultadas afirmaram que os cipeiros (CIPA) e os dirigentes sindicais das fábricas da AMBEV são liberados integralmente para atuar. A única entidade que diz ter participação em Comissão de Conciliação Prévia foi o Sindicato de Goiânia (GO).

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2.2.5 – MEIO-AMBIENTE

Segundo dados da Empresa, foram investidos nos últimos cinco anos cerca de US$ 36 milhões em programas ambientais. Além disso, oito unidades fabris foram certificadas pela Bureau Veritas Quality (BVQI), em conformidade com a ISO 14001. Outras iniciativas da companhia incluem a Recicloteca, em associação com a ONG Ecomarapendi e a Fundação do Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem), instituição sem fins lucrativos, constituída por um grupo de empresas privadas para promover e modernizar a reciclagem.

Uma primeira aproximação com os problemas ambientais da AmBev permitiu identificar a existência de denúncias sobre contaminação de rios nas cidades de Recife (PE) e de Montenegro (RS). Em se tratando de um setor que utiliza um enorme volume de água no seu processo produtivo, cabe verificar mais detalhadamente possíveis problemas ambientais com esse recurso que é um bem comum.

2.3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nessa etapa inicial da pesquisa, podemos concluir que o setor de bebidas e, mais especificamente, o setor cervejeiro, vem passando por um amplo processo de reestruturação com o objetivo estratégico de ampliar o seu mercado nos países onde é alto o potencial de consumo, tal como o Brasil. Entretanto, esse processo também tem provocado efeitos negativos sobre os trabalhadores.

No caso específico da AmBev, vimos que há uma tendência à precarização das relações de trabalho decorrente, principalmente da terceirização, assim como uma tendência para o desemprego devido, em parte, ao fechamento de algumas unidades.

Para além das questões mais gerais, os problemas apontados pelos sindicalistas nessa primeira etapa da pesquisa (redução dos salários, desrespeito à organização sindical, redução das conquistas do acordo coletivo, dificuldade de comunicação com a Empresa, não-compromisso com os trabalhadores, carga horária superior à permitida por lei, perdas de benefícios, aumento de demissões em geral e também das demissões por justa causa -sem motivo justificado -, acúmulo de função, muita pressão para aumentar produção com aumento da jornada) permitem concluir que a AmBev não respeita várias das convenções da OIT, nem tampouco as diretrizes da OCDE.

Nesse sentido, consideramos fundamental a continuidade desse trabalho para que aprofundemos:

- Como ficará a reorganização da empresa após a fusão, quantas e quais unidades produtivas serão mantidas;

- Qual o número de trabalhadores nessas unidades;

- Qual a condição de trabalho dos terceirizados, e que cargos e setores eles de fato estão ocupando;

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- Qual o impacto gerado entre os distribuidores após a reestruturação dos setores, principalmente o de logística e distribuição;

- Qual o comportamento da Empresa na cadeia produtiva – fornecedores / clientes;

- Qual a postura da empresa frente à Responsabilidade Social;

- Melhor esclarecimento das diferenças salariais;

- Aprofundamento nos dados referentes aos indicadores propostos pelo observatório Social;

- Conhecimento mais ampliado sobre o quadro das organizações sindicais no setor, entre outras questões.

2.3.2 - RECOMENDAÇÕES

Diante dos dados que conseguimos levantar até o momento, consideramos fundamental que a próxima etapa da pesquisa conte com o apoio e a participação da CONTAC e dos sindicatos, principalmente daqueles onde estão instaladas as principais unidades:

- São José do Rio Preto / Jacareí – Sindicato Filiado à CUT e à CONTAC;

- Bauru (SP) – Unidade de Agudos – Sindicato Independente;

- Rio de Janeiro (RJ) – Sindicato filiado à Força Sindical e à CONTAC (Difícil Negociação);

- Porto Alegre (RS) – Unidade de Viamão – Sindicato filiado à CUT e à CONTAC;

- Lages (SC) – (Verificar filiação);

- Cabo/Olinda (PE) – Sindicato filiado à CUT e à CONTAC;

- Anápolis (GO) – Sindicato Independente;

- Montenegro e Estrela (RS) – pelo histórico das demissões – Filiado à CUT e à CONTAC.

Os critérios utilizados na escolha dessas unidades foram a sua representatividade em relação aos volumes de produção, a tecnologia empregada no processo de fabricação e a sua localização geográfica. A observação nessas unidades é importante para avaliarmos o quadro atual da Empresa e as tendências de mudança organizacional que afetem os trabalhadores.

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ANEXO PESQUISA JUNTO ÀS ENTIDADES SINDICAIS 1. INFORMAÇÕES CADASTRAIS E FILIAÇÃO A ENTIDADES (SINDICAIS E CIVIS) 1.1 - ENTIDADES SINDICATO DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DE CERVEJA E BEBIDAS EM GERAL E DE ÁGUAS MINERAIS DO ESTADO DE GOIÁS

Nº de CNPJ: 25.103.912/0001-10 Tipo de entidade sindical (sindicato, associação etc.): Sindicato Endereço: Av. Tocantins, 768 – Setor Central Cidade/UF: Goiânia - Goiás (GO) CEP: 74015-010 Telefone 1: (0**62) 225 4577 Telefone 2: (0**62) 225 9357 Fax: (0** 62) 224 6634 Correio eletrônico (E-mail) -------------------- Filiação: - Federação dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação dos Estados de Goiás e Tocantins - Confederação Nacional dos Trabalhadores das Ind. de Alimentação e Afins – CONTAC SINDICATO DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DE ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – JACAREÍ E REGIÃO

Nome fantasia e/ou sigla: S.T.I. Alimentação Nº de CNPJ: ____________ Tipo de entidade sindical (sindicato, associação etc.): Sindicato Endereço: Av. Rui Barbosa, 14 – São José dos Campos (SP) Rua José Medeiros, 80 – Jacarei (SP) Cidade/UF: Jacarei – São Paulo (SP) CEP: 12310-000 Telefone 1: (0**12) 3953 6017 Telefone 2: (0**12) 3922 1464

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Fax: (0** 12) 3922 1145 Correio eletrônico (E-mail): [email protected] Filiação: - Federação dos trabalhadores nas Ind. de Alimentação do Estado de São Paulo - Confederação Nacional dos trabalhadores de Alimentação – CONTAC - Central Única dos Trabalhadores – CUT SINDICATO DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DE BEBIDAS DE PERNAMBUCO

Nome fantasia e/ou sigla: SINDBLB Nº de CNPJ: 11.012.713/0001-91 Tipo de entidade sindical (sindicato, associação etc.): Sindicato Endereço: Rua da Aurora, 325 – Edifício Ébano – Sala 813 Cidade/UF: Recife – Pernambuco (PE) CEP: 50050-000 Telefone 1: (0**81) 3231 7038 Telefone 2: (0**81) 3423 7154 Fax: (0** 81) 3423 71 / 3231 7038 Filiação: - Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Rio Grande do Sul - Confederação Nacional dos Trabalhadores das Ind. de Alimentação e Afins – CONTAC - Central Única dos Trabalhadores – CUT - Departamento Intersindical de Estudos e Estatística Sócio-Econômicas (Dieese) - Instituto de Saúde do Trabalhador de PE - INST SINDICATO DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS MONTENEGRO – RIO GRANDE DO SUL

Nome fantasia e/ou sigla: SINDIALIMENTOS Nº de CNPJ: ________ Tipo de entidade sindical (sindicato, associação etc.): Sindicato Endereço: Rua Fernando Ferrari, 1099 Cidade/UF: Montenegro – Rio Grande do Sul (RS) CEP: 95780-000 Telefone 1: (0**51) 62 2201

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Fax: (0** 51) 62 2101 Correio eletrônico (E-mail): [email protected] Filiação: - Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do RS - Confederação Nacional dos Trabalhadores das Ind. de Alimentação e Afins – CONTAC - Central Única dos Trabalhadores – CUT - Departamento Intersindical de estudos e estatísticas Sócio-Econômicas (DIEESE) SINDICATO DE BEBIDAS EM GERAL DE MANAUS

Nome fantasia e/ou sigla: SINTRABEM Nº de CNPJ: 63.692.552/0001-28 Tipo de entidade sindical (sindicato, associação etc.): Sindicato Endereço: Rua Ministro João Gonçalves de Souza, 141 – Distrito Industrial Cidade/UF: Manaus – Amazonas (AM) CEP: _________________ Telefone 1: (0**92) 613 1422 Telefone 2: (0**92) 9613 1422 Filiação: - Federação dos trabalhadores na Indústria de Alimentação de São Paulo - Confederação Nacional dos Trabalhadores das Ind. de Alimentação e Afins – CONTAC - Força Sindical – FS SINDICATO DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DE BEBIDAS DA BAHIA

Nome fantasia e/ou sigla: Nº de CNPJ: 13.505.854/0001-71 Tipo de entidade sindical (sindicato, associação etc.): Sindicato Endereço: Rua Matias Albuquerque, 39 Cidade/UF: Salvador - Bahia (BA) CEP: 40450-540 Telefone 1: (0**71) 312 6851 Fax: (0** 71) 3313 2092 Filiação: - Federação dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação da Bahia

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- Confederação Nacional dos Trabalhadores das Ind. de Alimentação e Afins – CONTAC - Central Única dos Trabalhadores – CUT - Departamento Intersindical de Estudos e estatísticas Sócio-Econômicas (DIEESE) CENTRO OBREROS EMPLEADOS DE SALUS

Nome fantasia e/ou sigla: C.O.E.S Nº de CNPJ: ___________ Tipo de entidade sindical (sindicato, associação etc.): Sindicato Cidade: Minas País: Uruguai CEP: ________________ Telefone (0**) 044 259 89 Fax: (0**) 044 259 89 Filiação: - Federación Obreros Empleados de la Bebida – Uruguai (FOEB) - Unión Internacional Trabajadores de Alimentación (UITA) - PIT – CNT – Uruguai SINDICATO OBREROS C/ EMPLEADOS

Nome fantasia e/ou sigla: SOEN Nº de CNPJ: 11.012.713/0001-91 Tipo de entidade sindical (sindicato, associação etc.): Sindicato Endereço: Rua Luis Batlle Berre, 1417 Cidade/País: Paysandú – Uruguai Telefone 1: (0**) 072 – 24 734 Telefone 2: (0**) 072 – 26 175 Fax: (0** ) 072 – 24 734 Correio eletrônico (E-mail): [email protected] Filiação: - Federación Obreros Empleados de la Bebida – Uruguai (FOEB) - Unión Internacional Trabajadores de Alimentación (UITA) - PIT – CNT – Uruguai

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2. CARACTERIZAÇÃO DA BASE SINDICAL E DOS ASSOCIADOS

2.1 - ENTIDADES SINDICAIS E A ABRANGÊNCIA (NACIONAL, ESTADUAL, INTERMUNICIPAL, MUNICIPAL) Sindicato Estadual Intermunicipal Municipal Base territorial Goiânia (GO) X Todo Estado

São José (SP) X São José, Jacareí, Campos do Jordão,

Paraibuna, Monteiro Lobato, Santo

Antônio do Pinhal, São Bento, Santa

Branca, Caraguatatuba, São Sebastião e

Ubatuba.

Recife (PE) X Estado de Pernambuco,

exceto Guaramuns e Região.

Montenegro (RS) X -----

Manaus (AM) X Manaus

Salvador (BA) X -----

Minas (Uruguai) X Cidade de Minas

Paysandú (Uruguai) X Paysandú

DIREÇÃO SINDICAL (IDENTIFICAÇÃO DE CARGOS E SECRETARIAS)

SINDICATO TRAB. IND. DE CERVEJAS E BEBIDAS DO ESTADO DE GOIÁS Mandato: 10/12/00 a 09/12/03 Cargo Nome Sexo (F/M) Presidente João R. P. Sexas M Vice-presidente Tania Rosa Teixeira F Secretário Geral Aparecida rosa Morais Teixeira F 1º Secretário Roseli M. Correa F Tesoureiro Marcelo nascimento Seixas M 1º Tesoureiro Vera Lúcia Silva de oliveira F Secretário de Formação Edvard pereira de Souza M Secr. de R. Internacionais Secr. de Política Sindical Claudionor Carneiro de Lima M Secr. de Políticas Sociais Secr. de Organização Secr. de Comunic./Imprensa Outras Secretarias

SINDICATO TRAB. IND. DE ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS DE S.JOSÉ – SP Mandato: Cargo Nome Sexo (F/M) Presidente Vice-presidente Secretário Geral 1º Secretário Tesoureiro

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1º Tesoureiro Secretário de Formação Secr. de R. Internacionais Secr. de Política Sindical Secr. de Políticas Sociais Secr. de Organização Secr. de Comunic./Imprensa Outras Secretarias

DIRETORIA COLEGIADA COM PAULO SIQUEIRA

SINTRABEM – MANAUS – AM Mandato: 06/2001 a 06/2005 Cargo Nome Sexo (F/M) Presidente Arlindo Mota de Brito M Vice-presidente Mario oliveira Cavalcante M Secretário Geral Joaquim R. da Silva neto M 1º Secretário Herbet Camara Brandão M Tesoureiro Arnaldo de Almeida Menezes M 1º Tesoureiro Adalberto J. F. da Silva M Secretário de Formação Secr. de R. Internacionais Secr. de Política Sindical Secr. de Políticas Sociais Secr. de Organização Secr. de Comunic./Imprensa Outras Secretarias Edilson Guimarães da Costa M

SINDICATO TRAB. IND de BEBIDAS DA BAHIA – BA Mandato: 2000 a 2003 Cargo Nome Sexo

F/M Presidente Roberto Santana M Vice-presidente Secretário Geral Eduardo Ribeiro M 1º Secretário Tesoureiro Alberto Evangelista M Secr. de Comunic./Imprensa Paulo Cesar M Outras Secretarias – Saúde Laise Ribeiro F

CENTRO OBREROS DE EMPLEADOS SALUS (COES) – MINAS – URUGUAI Mandato: 2001 a 2003 Cargo Nome Sexo (F/M) Presidente José Luis Beracochea M Vice-presidente Alejandro Perez M Secretário Geral Julio Toledo M 1º Secretário Dario Juni M Tesoureiro Carlos Urtiberea M 1º Tesoureiro Gustavo Vasquez M Secretário de Formação Carlos Abiega M Secr. de R. Internacionais Nestor Telechea M Secr. de Política Sindical Pedro Gonzalez M Secr. de Políticas Sociais Luis Fernandes Secr. de Organização Secr. de Comunic./Imprensa

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Outras Secretarias

SINDICATO OBREROS DE EMPLEADOS DE NOUTERA (SOEN) – PAYSANDÚ – URUGUAI Mandato: Cargo Nome Sexo (F/M Presidente Roque Asecetche M Vice-presidente Luis Borvir M Secretário Geral José Ouley M 1º Secretário Mario S. Martír M Tesoureiro Diego Picalt M 1º Tesoureiro Enrique Colla M Secretário de Formação Eduardo Dalla Valle M Secr. de R. Internacionais Secr. de Política Sindical Secr. de Políticas Sociais Victor Dartaz M Secr. de Organização Secr. de Comunic./Imprensa José Oreto M Outras Secretarias Raúl Echast M

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INSTITUTO OBSERVATÓRIO SOCIAL CONSELHO DIRETOR CUT - SRI - OIT - Kjeld A. Jakobsen (Presidente) CUT - INST - Rita de Cássia Evaristo CUT - SNF - Altemir Antônio Tortelli CUT - SPS - Pascoal Carneiro CUT - SNO - Rafael Freire Neto CUT - CNMT - Maria Ednalva B. de Lima CUT - CIOSL - José Olívio M. de Oliveira CUT - Desep - Lúcia Regina dos S. Reis DIEESE - Wagner Firmino Santana e Mara Luzia Feltes UNITRABALHO - Francisco Mazzeu e Sidney Lianza CEDEC - Tullo Vigevani e Ronaldo Baltar Membros da Coordenação Geral COORDENAÇÃO GERAL Arthur Borges Filho - Coordenador Administrativo e Financeiro Clemente Ganz Lúcio - Coordenador Técnico Nacional Clóvis Scherer - Coordenador da Sede Sul José Olívio Miranda de Oliveira - Secretário Geral Adjunto da CIOSL Karina P. Mariano - Coordenadora da Sede SP Kjeld A. Jakobsen - Secretário de Relações Internacionais da CUT Brasil, representante no Conselho de Administração da OIT e Presidente do Conselho Diretor Maria Ednalva B. de Lima - Coordenadora da CNMT/CUT Maria José Coelho - Coordenadora de Comunicação Odilon Luís Faccio - Coordenador de Desenvolvimento Institucional Pieter Sijbrandij - Coordenador de Projetos Rafael Freire Neto - Secretário Nacional de Organização da CUT Rogério Valle - Coordenador da Sede RJ Ronaldo Baltar - Coordenador do Sistema de Informação ELABORAÇÃO Coordenador – Rogerio Valle Pesquisadores – Vera Maciel Luiz Brettas