manutenção moderna - lourival tavares

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  • Presentaao

    Lourival Tavares dispensa apresentaes: uma das maiores autoridades no Brasil em engenharia de manuteno e um dos pioneiros na utilizao de ferramentas de informtica aplicadas a essa importante atividade.

    Seu novo livro nos ensina como aplicar no nosso dia-a-dia as mais modernas prticas de manuteno, aumentando disponibilidade e produtividade sem perder de vista a economicidade das operaes.

    Afinal, vivemos hoje em um processo de globalizao que nos afeta a todos: economias abertas e concorrncia em um nvel nunca visto pressionam para baixo os preos dos produtos finais, ao mesmo tempo em que os custos principalmente o financeiro sacrificam os volumes de vendas e as margens de lucro.

    Nesses novos tempos, atividades como a Manuteno devem ser repensadas e redirecionadas, de modo a contribuir para os resultados da empresa. No faz mais sentido manter as plantas operando mxima capacidade, ainda que com altos custos de mo-de-obra e de capital. Deve-se, sim, assegurar rea operacional uma capacidade produtiva compatvel com a demanda e a um custo que no sacrifique o preo final do produto e consequentemente a sua competitividade no mercado ou a margem de lucro da empresa.

    Para que esses objetivos sejam atingidos, fundamental o papel dos sistemas informatizados de gesto da manuteno, que agregam funcionalidade, tecnologia e simplificando processos, a custos cada vez mais competitivos.

    Nada mais oportuno, assim, que a Datastream lder mundial em solues de manuteno celebre o incio das suas operaes prprias no Brasil oferecendo a seus clientes esse prestigioso livro, como forma de desenvolver ainda mais a prtica da manuteno no nosso pas.

    Muito sucesso!

    Paulo Sachs.

  • Lourival Augusto Tavares

    Ingeniero Electricista, formado por la Escuela de Ingeniera de la Universidad Federal de Rio de Janeiro, en 1967.

    Durante 23 aos trabaj en FURNAS - Centrales Elctricas S.A., donde, junto a otras actividades, fue Supervisor de Mantenimiento implantando y coordinando el Control de Mantenimiento por Computadora en todas las Usinas Hidroelctricas de la empresa.

    Fue Jefe de la Asesora Tcnica de Apoyo de la Itaipu Binacional, que administraba toda la logstica de la Superintendencia de Operacin y Mantenimiento, teniendo, adems de otras responsabilidades, la coordinacin del Sistema de Informaciones Gerenciales de esa Superintendencia.

    Ha publicado varios trabajos en revistas tcnicas especializadas sobre Electrotcnica, Capacitacin y principalmente Planificacin y Control de Mantenimiento, adems de los libros Control y Mantenimiento por Computadora (1 edicin en 1986) y Excelencia en el Mantenimiento (1 edicin en 1996).

    Presidente del Comit Panamericano de Ingeniera de Mantenimiento.

    Fue Director nacional de la ABRAMAN (Asociacin Brasilea de Mantenimiento) por dos mandatos.

    Coordinador General e Instructor del Curso de Pos Grado "Ingeniera de Mantenimiento" promovido por la Escuela de Ingeniera de la Universidad Federal de Rio de Janeiro.

    Reconocido como "notorio saber" en el mbito de mantenimiento por la Universidad Federal de Rio de Janeiro y por la Universidad Federal de Paraba.

  • Prefcio

    Durante toda a minha convivncia com a Manuteno, pude constatar a pouca disponibilidade de publicaes de especialistas brasileiros sobre to importante atividade para o resultado empresarial.

    Desta forma, foi com muita satisfao que aceitei o convite do Mestre Lourival para prefaciar este seu livro. Primeiro por tudo que conheo do profissional brilhante que representa, segundo pela sua trajetria como conferencista, como professor em diversos cursos, pelos livros e artigos j publicados, pela sua grande experincia internacional, enfim, tudo isto o credencia perante toda a comunidade para publicar esta obra.

    A parte da Gesto da Manuteno aborda o que, na minha opinio, um dos mais importantes Fatores Crticos de Sucesso de qualquer Organizao.

    A questo da Terceirizao traz novas luzes sobre este palpitante tema. oportuno ressaltar que se trata de uma importante ferramenta mas, em boa parte dos casos, tem sido utilizada de maneira incorreta ou, at mesmo, como uma simples reduo de custo no curto prazo, sem uma viso estratgica do negcio.

    A abordagem da Qualidade Total, o TPM Manuteno Produtiva Total, o Sistema de Informaes, a Manuteno Estratgica, enfim, todo o livro uma fonte de aprendizado e, sem dvida, contribuir para o aperfeiamento pessoal e para a empregabilidade daqueles que tem uma Viso de Futuro coerente com este novo mundo, com as grandes transformas que esto acontecendo neste final de sculo e que se aceleraro ainda mais no incio do terceiro milnio.

    O pano de fundo de tudo isto a COMPETITIVIDADE EMPRESARIAL e, para tanto, fundamental que tenhamos como objetivos claros a questo do aumento da Disponibilidade e a Reduo de Custos.

    O alcance destes objetivos s ser possvel com uma clara viso do Cliente, da importncia do bom Atendimento e, sobretudo, com uma Equipe motivada, capacitada e comprometida com os resultados empresariais.

    Afinal, so as pessoas que fazem acontecer. O sucesso pessoal e empresarial depende de Voc. De Voc comprometido e, sobretudo, de Voc capacitado e praticando os novos paradigmas.

    Estou convencido que esta publicao ir contribuir, de maneira significativa, no s para o melhoramento contnuo de toda a Comunidade de Manuteno mas, tambm, para os saltos de resultados to necessrios e requeridos pelos nossos Clientes.

    Alan Kardec Pinto Presidente da Abraman, binio 1999/2001 Gerente da Petrobras/Transpetro

  • CAPITULO 1

    Manuteno um Centro de Lucros?

    1.1. A evoluo organizacional da manuteno

    At a dcada de 80 a indstria da maioria dos pases ocidentais tinham um objetivo bem definido: obter o mximo de rentabilidade para um investimento efetuado. Todavia, com a infiltrao da indstria oriental no mercado ocidental, o consumidor passou a considerar um complemento importante nos produtos a adquirir, ou seja, a qualidade dos produtos ou servios fornecidos e esta exigncia fez com que as empresas considerassem este fator, qualidade, como uma necessidade para se manter competitiva, particularmente no mercado internacional.

    Esta exigncia no deve ser atribuda exclusivamente aos asiticos, uma vez que, j em 1975, a Organizao das Naes Unidas caracterizava a atividade fim de qualquer entidade organizada como Produo = Operao + Manuteno (1) , e segunda parcela desse binmio podem ser atribudas as seguintes responsabilidades:

    Reduo da paralisao dos equipamentos que afetam a Operao; Reparo, em tempo hbil, das ocorrncias que reduzem o potencial de execuo dos servios; Garantia de funcionamento das instalaes, de forma a que os produtos ou servios atendam a critrios estabelecidos pelo controle da

    qualidade e a padres preestabelecidos.

    A histria da manuteno acompanha o desenvolvimento tcnico-industrial da humanidade. No fim do sculo XIX, com a mecanizao das indstrias, surgiu a necessidade dos primeiros reparos. At 1914, a manuteno tinha importncia secundria e era executada pelo mesmo efetivo de operao. Com o advento da primeira Guerra Mundial e a implantao da produo em srie, instituda por Ford (2), as fbricas passaram a estabelecer programas mnimos de produo e, em conseqncia, sentiram necessidade de criar equipes que pudessem efetuar reparos em mquinas operatrizes no menor tempo possvel. Assim surgiu um rgo subordinado operao, cujo objetivo bsico era de execuo da manuteno, hoje conhecida como Corretiva. Assim, os organogramas da empresa apresentavam o posicionamento da manuteno como indicado na Figura 1.

    Figura 1 - Posicionamento da Manuteno at a dcada de 30

    Essa situao se manteve at a dcada de 30, quando, em funo da segunda Guerra Mundial e da necessidade de aumento de rapidez de produo, a alta administrao industrial passou a se preocupar, no s em corrigir falhas, mas evitar que elas ocorressem, e o pessoal tcnico de manuteno passou a desenvolver o processo de Preveno de avarias que, juntamente com a correo, completavam o quadro geral de manuteno, formando uma estrutura to importante quanto a de operao, passando os organogramas a se apresentarem como indicado na Figura 2.

    Figura 2 - Posicionamento da Manuteno nas dcadas de 30 e 40

    Por volta de 1950, com o desenvolvimento da indstria para atender aos esforos psguerra, a evoluo da aviao comercial e da indstria eletrnica, os Gerentes de manuteno observaram que, em muitos casos, o tempo gasto para diagnosticar as falhas era maior do que o despendido na execuo do reparo (3) (Figura 4), e selecionaram equipes de especialistas para compor um rgo de assessoramento que se chamou Engenharia de Manuteno e recebeu os encargos de planejar e controlar a manuteno preventiva e analisar causas e efeitos das avarias e os organogramas se subdividiram como indicado na Figura 5.

    Tempos de Diagnstico e Reparo de Equipamentos em funo de suas naturezas construtivas

    NATUREZA DIAGNSTICO REPARO Mecnico 10% 90% Hidrulico 20% 80% Elctrico 60% 40%

    Electrnico 90% 10% Figura 3 - Tempos de diagnose e reparo em funo da natureza

  • Figura 4 - Desmembramento organizacional da manuteno

    A partir de 1966, com a difuso dos computadores, o fortalecimento das Associaes Nacionais de Manuteno, criadas no fim do perodo anterior, e a sofisticao dos instrumentos de proteo e medio, a Engenharia de Manuteno passou a desenvolver critrios de predio ou previso de falhas, visando a otimizao da atuao das equipes de execuo de manuteno. Esses critrios, conhecidos como Manuteno Preditiva ou Previsiva, foram associados mtodos de planejamento e controle de manuteno automatizados, reduzindo os encargos burocrticos dos executantes de manuteno. Essas atividades acarretaram o desmembramento da Engenharia de Manuteno que passou a ter duas equipes: a de Estudos de ocorrncias crnicas e a de PCM -Planejamento e Controle de Manuteno, esta ltima com a finalidade de desenvolver, implementar e analisar os resultados dos Sistemas Automatizados de Manuteno, conforme ilustrado na Figura 5.

    Figura 5 - Subdiviso da Engenharia de Manuteno em rea de Estudos e PCM

    A partir de 1980, com o desenvolvimento dos microcomputadores, a custos reduzidos e linguagens simples, os rgos de manuteno passaram a desenvolver e processar seus prprios programas, eliminando os inconvenientes da dependncia de disponibilidade humana e de equipamentos para o atendimento as suas prioridades de processamento das informaes pelo computador central, alm das dificuldades de comunicao na transmisso de suas necessidades para o analista de sistemas, nem sempre familiarizado com a rea de manuteno. Todavia recomendvel que esses microcomputadores sejam acoplados, como terminais inteligentes, ao Computador Central do Centro de Processamento de Dados, para composio de um "Banco de Dados de Manuteno", possibilitando que suas informaes fiquem disponveis para os outros rgos da Empresa. Em algumas empresas esta atividade se tornou to importante que o PCM - Planejamento e Controle de Manuteno, passou a compor um rgo de assessoramento superviso geral de produo, Figura 6, uma vez que influencia tambm a rea de operao.

    Neste final de sculo, com as exigncias de aumento da qualidade dos produtos e servios pelos consumidores, a manuteno passou a ser um elemento importante no desempenho dos equipamentos em grau de importncia equivalente ao que j vinha sendo praticado na operao.

    Figura 6 - Posicionamento do PCM assessorando superviso geral de produo

    Os estgios evolutivos se caracterizam pela Reduo de Custos e Garantia da Qualidade (atravs da confiabilidade e produtividade dos equipamentos) e Atendimento de Prazos (atravs da disponibilidade dos equipamentos).

    Os profissionais de manuteno passaram a ser mais exigidos no atendimento adequado a seus clientes, ou seja, os equipamentos, obras ou instalaes e, ficou claro que as tarefas que desempenham, resultam em impactos diretos ou indiretos no produto ou servios que a empresa oferece a seus clientes. A organizao corporativa vista hoje como uma cadeia com vrios elos onde, certamente, a manuteno um dos mais importantes nos resultados da empresa.

    Pr outro lado a manuteno tambm tem seus fornecedores, ou seja, os contratados que executam algumas de suas tarefas, a rea de material que aprovisiona os sobressalentes e material de uso comum, a rea de compras que adquire materiais e novos equipamentos etc. e todos so importantes para que o cliente final da empresa se sinta bem atendido - Figura 7 (4).

  • Figura 7 - Cadeia de relacionamento da manuteno com seus clientes e fornecedores

    O que tantas vezes passou despercebido para os executivos no passado, hoje esta bem bvio. M manuteno e confiabilidade significam lucros reduzidos, mais custos de mo de obra e estoques, clientes insatisfeitos e produtos de m qualidade. Para as empresas,

    o custo pode ficar nas dezenas ou at centenas de milhes de dlares. S a quantidade de oportunidades de estarrecer, porm h inmeros exemplos que mostram isto (5) .

    A busca acirrada de vantagens competitivas tem mostrado que o custo de manuteno no est sob controle e um fator importante no incremento do desempenho global dos equipamentos.

    Est se tornando cada vez mais aceito pelas empresas, grupos de consultoria e organizaes profissionais, que para o bom desempenho da produo em termos mundiais, o gasto em manuteno deve estar ao redor de 2% ou menos do valor do ativo (5) .

    Exemplificando: Se os ativos de uma planta somam o valor de $60 milhes, e esta planta tem um gasto da ordem de $140 mil por ms, seu resultado esta adequado?

    A resposta seria NO, como indicamos no clculo seguinte:

    60 000 000 x 2% = 1 200 000 1 200 000 / 12 (meses) = 100 000

    Portanto, a expectativa mxima para o gasto seria de $100 mil mensais e assim noss a empresa estaria gastando 40% acima do adequado, o que poderia estar afetando se u resultado de forma significativa .

    O melhoramento contnuo das prticas de manutenes assim como a reduo de seu s custos so resultados da utilizao do ciclo da Qualidade Total como base no process o de gerenciamento.

    Melhorias significativas nos custos de manuteno e disponibilidade dos equipamento s vm sendo atingidas, atravs da:

    Absoro de algumas atividades pelas equipes de operao dos equipamentos; Melhoria contnua do equipamento; Educao e treinamento dos envolvidos na atividade de manuteno; Coleta de informaes, avaliao e atendimento s necessidades dos clientes; Estabelecimento de prioridades adequadas aos servios; Avaliao de servios necessrios e desnecessrios; Anlise adequada de relatrios e aplicao de solues simples, porm estratgicas; Planejamento da manuteno com "enfoque na estratgia de manuteno especfica por tipo de equipamento".

    Cada vez mais e seguramente tal ocorrer na mudana do sculo, o sucesso de um a companhia , em grande parte, devido boa cooperao entre clientes e fornecedores , sejam internos ou externos. Os atritos criam custos e consomem tempo e energia. O gerenciamento dinmico da manuteno envolve administrao das interfaces com outra s divises corporativas .

    A coordenao do planejamento da produo, da estratgia de manuteno, da aquisi o de sobressalentes, da programao de servios e do fluxo de informaes entre este s subsistemas eliminam conflito de metas .

    Altas disponibilidades e ndices de utilizao, aumento de confiabilidade, baixo custo d e produo como resultado de manuteno otimizada, gesto de sobressalentes e alt a qualidade de produtos, so metas que podem ser atingidas somente quando operao e manuteno trabalham juntas .

    Em grandes empresas americanas foram revisadas mais de 15 000 ordens de servio , onde se observou que 47% dos servios poderiam deixar de serem executados, o qu e correspondia, nessas empresas, como gastos desnecessrios de $18 milhes em m o de obra e material (6).

    Atualmente observa-se que as empresas bem sucedidas tm adotado uma vis o prospectiva de gerenciamento de oportunidades, usualmente suportada por (7):

  • Rotinas sistematizadas para economizar manuteno ; Sistemas de manuteno com auxlio de processamento eletrnico de dados ; Ferramentas e dispositivos de medio no estado-da-arte ; Consultorias competentes no reconhecimento do potencial de melhoria e implementao de solues estratgicas.

    Nas rotinas sistematizadas, se procura estabelecer as reais necessidades de interveno e aplicar, o melhor possvel, as tabelas que, alm de compactar a informao, iro permitir padronizar os registros na pesquisa e filtros necessrios a composio dos relatrios de histrico e apoio da anlise de falhas, avaliao de disponibilidade e de custos.

    Nos sistemas de manuteno com apoio do processamento eletrnico de dados, se busca armazenar o mximo possvel de informaes relacionadas com os equipamentos (cadastro) e materiais (sobressalentes), estabelecer as tarefas adequadas para execuo de intervenes programadas pelos mantenedores e operadores, definir o momento adequado para cada uma e os recursos que sero utilizados (planejamento), reduzir ao mximo os encargos burocrticos dos executantes de manuteno, ao mesmo tempo em que se estabelece de forma completa os registros que sero recuperados em uma interveno interrelacionado com registros de outras reas, direta ou indiretamente envolvidas com a funo manuteno.

    Nas ferramentas e dispositivos de medio do estado da arte, sero utilizados os critrios de predio com dados oriundos do monitoramento automtico ou manual, o estabelecimento de critrios para assegurar a melhor manuteno sob os aspectos de custos e segurana, incluindo as aes necessrias para reduzir os movimentos dos mantenedores e as perdas de tempo de recolhimento de materiais e ferramentas.

    A adequada coleta de informaes, armazenagem e tratamento das informaes permitiro obter os relatrios que, pr sua vez, devem ser prticos, concisos e objetivos, alm de adequados aos nveis de consulta para cada cliente.

    A partir de 1994 com a universalizao de alguns softwares os clientes passaram a ser mais exigentes em seus critrios de seleo e alguns questionrios foram criados para facilitar esse processo. Alguns desses questionrios so elaborados de forma a pontuar e ponderar algumas respostas, ou seja, atribuir, atravs de pontos, combinados ou no com pesos, maior importncia a umas em relao s outras.

    Existem hoje mais de 200 softwares especficos de manuteno sendo comercializados no mundo (dos quais mais de 30 no Brasil), oferecendo solues especficas em funo do produto, tecnologia, mercado, e estratgia das diversas empresas.

    Este mercado representou, em 1997, mais de 900 milhes de dlares, dos quais, 56,6% na Amrica do Norte, 27,5% na Europa, 10,3% na sia e Oceania e 5,7% na Amrica Latina (8) .

    Grandes empresas especializadas em softwares especficos de manuteno se destacam no mercado internacional como Datastream, Frontec, IFS, Indus International, Marcam, Mincom, PSDI, etc.

    1.2. Custos e produtividade

    Sob o aspecto de custos, a manuteno corretiva, ao longo do tempo, se apresenta com a configurao de uma curva ascendente, devido reduo da vida til dos equipamentos e conseqente depreciao do ativo, perda de produo ou qualidade dos servios, aumento de aquisio de sobressalentes, aumento do estoque de matria prima improdutiva, pagamento de horas extras do pessoal de execuo da manuteno, ocorrncia de ociosidade de mo-de-obra operativa, perda de mercado e aumento de riscos de acidentes - Figura 8

    CUSTO DE MANUTENO EM RELAO AO TEMPO

    Figura 8 - Curvas de custo de manuteno em relao ao tempo

    A implantao do planejamento e controle, visando a preveno ou predio da quebra, apresenta uma configurao de custos invertida, com taxa negativa anual da ordem de 20% e tendncia a valores estveis, que podem representar no cmputo total, economia de 300 a 500% (9 e 10) , sendo mais da metade desta economia devida ao lucro cessante considerando o Custo Total de uma parada de equipamento como a soma do Custo de Manuteno, que inclui os custos de mo-de-obra, sobressalentes, materiais, combustveis e lubrificantes com o Custo de Indisponibilidade que inclui o custo de Perda de Produo (horas no trabalhadas), devido a: m qualidade do trabalho; falta de equipamentos; custo por emergncias; custos extras para reorganizar a produo; custo por sobressalentes de emergncia; penalidades comerciais e imagem da empresa. Experincias de avaliao do Custo de Indisponibilidade mostram que ele representa mais da metade do Custo Total da parada. (11)

    Um exemplo marcante de resultados obtidos com a implementao do adequado Planejamento e Controle de Manuteno foi o divulgado por uma empresa metalrgica dos E.U.A .(12) , que apresentou os seguintes resultados:

  • 1. manter a manuteno no planejada abaixo de 10%, das quais 8,3% so de corretivas (a meta da empresa era de 85% de manuteno planejada);

    2. 0,5% das horas de trabalho de manuteno foram gastas em consertos de danos acidentais, 4,2% em quebras, 2,5% em lubrificao, 25,6% em inspees, 4,1% em chamadas de emergncia, 6,1% em desmontagens, 40,2% em servio de rotina programada, 0,2% em servio de rotina no programada, 7,8% em fabricao e modificaes e 8,8% em outras atividades como reunies e treinamento;

    3. os custos de manuteno eram cerca de 40% abaixo de outras fbricas de mesmo porte no setor e se devem basicamente ao uso eficiente da mo-de-obra e um mnimo de horas extras, que d, em mdia, menos de 0,5% por operrio por ano;

    4. os problemas dos equipamentos so detectados precocemente; 5. o investimento em manuteno inclui pessoas altamente qualificadas, suporte sofisticado de computador para manuteno planejada e

    uma poltica de manuteno da fbrica e equipamentos em "estado de novo"; 6. o departamento de manuteno tem total responsabilidade pela manuteno dos equipamentos e instalaes da fbrica. Cerca de 2.000

    itens de equipamentos no valor de mais de US$ 200 milhes formam a maior parte dessa responsabilidade;

    O investimento inicial em manuteno planejada maior que o de manuteno e no elimina totalmente as ocorrncias aleatrias, cujo alto valor inicial justificado pela inexperincia do pessoal de manuteno que, ao atuar no equipamento altera seu equilbrio operativo. Com o passar do tempo e o ganho de experincia, a manuteno aleatria tende a valores reduzidos e estveis. A soma geral dos gastos de manuteno planejada e aleatria, que identificamos como manuteno com preveno, a partir de um determinado tempo, passa a ser inferior ao de manuteno por quebra (3) .

    Consequentemente o lucro de preveno s ir ocorrer a partir do momento em que as reas compreendidas entre as curvas de manuteno por quebra, e com preveno, antes e depois desse ponto forem iguais. Se a vida til dos equipamentos da instalao for maior que o tempo de obteno do lucro, a manuteno com preveno passa a ser economicamente vivel. O preparo prvio da equipe de execuo de manuteno planejada reduz os custos iniciais da manuteno aleatria remanescente, todavia o aumento do investimento para a formao dessa equipe pouco altera o resultado econmico do perodo de gerao de lucros.

    Sob o aspecto de disponibilidade e confiabilidade, o planejamento e controle diminui as interrupes imprevistas da produo (13) e melhora a distribuio de ocupao da mo-de-obra reduzindo as filas de espera dos equipamentos que aguardam manuteno. O planejamento adequado conduz a metodizao da manuteno com o estabelecimento de padres de execuo desenvolvidos a partir de recomendaes dos fabricantes, experincia do pessoal interno e bibliografias de empresas similares. Dentre esses padres, destacam-se as planilhas de comissionamento e manuteno, as instrues de manuteno ou lista de verificaes ("check-list"), as folhas de registro de dados ou folha de variao de especificaes e o programa mestre de manuteno.

    Embora aparentemente, o reparo ou substituio de componentes avariados possa parecer mais rpido, numa anlise global verifica-se ser esta uma concepo falsa, pois geralmente uma avaria perturba a homogeneidade dos equipamentos, cujos vestgios se desenvolvem, acarretando outras necessidades de interveno e, no cmputo total, o somatrio de tempos de indisponibilidade maior do que aquele que seria necessrio para um exame completo do equipamento quando da primeira interveno.

    Alm das referncias apresentadas, outros exemplos da vantagem de implantao ou aperfeioamento da filosofia de manuteno planejada em relao de reparos por quebra, sob aspecto de disponibilidade, podem ser indicados, dentre os quais destacamos:

    1. O aumento da produtividade em cerca de 12% de uma empresa de minerao canadense (14) ; 2. reduo de custos de manuteno em 45% e o aumento da produtividade de 5 a 10% de uma empresa porturia americana (15); 3. O aumento da produtividade em 2% de uma empresa de energia eltrica americana (16) ; 4. O aumento da produtividade em 35% de uma fbrica de papel inglesa (1) . 5. A vitria de uma grande concorrncia por uma empresa japonesa em um pas sul americano que apresentou o ndice de rejeio de

    0,0001% (um em um milho) contra 0,5% (cinco em mil) da competidora nacional (17).

    Em alguns casos, a exigncia da confiabilidade e disponibilidade de tal ordem que dispensa o estudo de viabilidade econmica da preveno em relao quebra, como no caso de alguns componentes de uma aeronave ou do gerador de emergncia de um hospital, ou dos elevadores de edifcios, cuja quebra coloca em risco vidas humanas ou o meio ambiente. Nestes casos so justificados altos investimentos em planejamento e controle de manuteno para que a confiabilidade atinja valores prximos a 100%. Incluem-se nesses grupos os equipamentos cuja parada imprevista, gera grandes perdas de matria prima ou de qualidade do produto ou servio.

  • CAPITULO 2

    2.1. Sistema e proceso

    As exigncias de confiabilidade e disponibilidade do mundo moderno, face a globalizao, so de tal ordem que exigem dos Gerentes de Manuteno e Operao responsabilidades que s podem ser realizadas com processos adequados de gesto.

    Em conseqncia, as empresas buscam cada vez mais, Sistemas e Mtodos para auxiliar a esses gerentes em suas funes.

    Sob o aspecto de organizao de empresas, pode-se definir um Sistema como um conjunto de processos que interagem e se relacionam para atingir a objetivos definidos. Por sua vez, os Processos so formados por um conjunto de tarefas executadas de forma ordenada Figura 9.

    Figura 9 - Representao de um sistema de informaes aplicados manuteno

    Os Mtodos so os meios usados para o desenvolvimento ordenado das tarefas de um Sistema, ou seja, as normas, procedimentos e informaes disponveis na organizao.

    2.2. Anlise e Diagnstico da rea de manuteno

    A primeira etapa para implantao de um Sistema de Informaes Gerenciais se constitui no levantamento das necessidades dos usurios e na avaliao de critrios para coleta de dados em funo dos tipos de relatrios desejados. Esta etapa, que identificamos como Anlise e Diagnstico da rea de Manuteno, deve ser desenvolvida com a participao de especialistas das reas de Planejamento, Organizao e Mtodos, Anlise de Sistemas e, principalmente, usurios, devendo todos os participantes possuir a delegao do poder de deciso em suas atividades, para que o sistema desenvolvido alcance o objetivo almejado. Durante essa etapa, escolhido o Processo (manual ou automatizado) a ser utilizado, de acordo com as metas e prazos a serem atingidos, a confiabilidade desejada e os custos envolvidos.

    A Anlise e Diagnstico, foi originalmente concebida como apresentado na figura 10, quando foi chamada de Polgono de Produtividade da Manuteno ou Radar da Manuteno.

    Figura 10 - Polgono da Produtividade da manuteno (anlise e diagnstico)

  • O mtodo se desenvolveu, no sentido de formao de um grupo de trabalho da prpria empresa que, assessorado ou no por consultores externos, avalia a situao dos diversos aspectos de Gesto da Manuteno. Este grupo de trabalho, coordenado pelo Gerente de Manuteno, dever ser composto por representantes das reas de Execuo da Manuteno e outras a ela direta e indiretamente relacionadas (Operao, Material, Organizao e Mtodos, Recursos Humanos/Folha de Pagamento, Capacitao e Desenvolvimento de Pessoal, Compras, Processamento de Dados, Novos Projetos, Arquivo/Biblioteca, Contratos, Controle Patrimonial, Contabilidade e Segurana Industrial), alguns dos quais tero sua participao restrita apenas aos temas de seus nveis de ao.

    A metodologia atual para desenvolvimento dos trabalhos da Comisso de A&D composta de oito etapas:

    Visitas s instalaes, oficinas e escritrios das reas de atuao da Manuteno para conhecimento das atividades desenvolvidas por cada uma;

    Reunies e debates com os profissionais direta ou indiretamente includos no processo de anlise; Consultas documentao em uso e determinao do fluxo de informaes existente; Consulta aos usurios dos servios de manuteno (clientes); Coleta e anlise de normas e padres de informatizao da empresa; Levantamento dos problemas a administrar; Reunies com os coordenadores de cada rea para discusso das informaes e apresentao das recomendaes; Elaborao do Relatrio de Diagnstico.

    Os procedimentos utilizados no desenvolvimento da A&D podem ser quantitativos, qualitativos ou ambos. Em qualquer caso, o Diagnstico, resultado da Anlise, deve conter indicaes ou alternativas para melhorias nos mtodos praticados pela empresa.

    Alm das tabelas comparativas do mtodo, recomendvel a montagem de grficos ilustrativos de algumas condies existentes, assim como, no caso do processo concluir pela informatizao do Sistema de Gesto de Manuteno, apresentar uma tabela com os elementos que iro compor os diversos arquivos do Sistema devidamente dimensionados e correlacionados.

    Durante o processo de A&D so avaliados:

    Tipo de estrutura organizacional existente; Situao administrativa e financeira da empresa e ambiente em que atua; Clientela (nveis de exigncia e padres de qualidade dos produtos ou servios); Modernidade X obsolescncia de equipamentos, mquinas e ferramentas; Participao da Manuteno nos processos de compra de novos equipamentos; Participao da Manuteno nas projetos de ampliao ou modificaes das instalaes; Documentao (manuais, catlogos, recomendaes, sistemtica de ordens de Servio, fluxo, tratamento informatizado, elaborao de

    relatrios, avaliao dos servios, avaliao dos resultados, estabelecimento de metas, aes administrativas); Clculos ou estimativas de ndices tradicionais (custo de manuteno por faturamento, percentual de preventiva, corretiva e outros

    servios etc.); Delegao de autoridade para solicitao de servios de manuteno; Identificao objetiva de servios solicitados; Comunicao entre pessoal de manuteno e usurios de seus servios; Recursos humanos e materiais disponveis; Relacionamento entre as diversas reas de manuteno e com rgos externos; Posicionamento do pessoal de manuteno em relao a outros rgos (responsabilidade, salrios, benefcios etc.); Existncia de intercmbio de informaes entre pessoal de uma planta com outras da mesma empresa; Nveis de escolaridade do pessoal; Experincia prtica do pessoal prprio; Eficincia e produtividade do pessoal de manuteno; Delegao de responsabilidade em todos os nveis hierrquicos; Relaes entre pessoal de superviso e subordinados, Existncia e eficcia dos mtodos de avaliao de desempenho de pessoal; Existncia de programa interno de transferncia de experincia; Existncia de programa contnuo de treinamento de pessoal de manuteno; Existncia de programas de estgio em fabricantes e entidades de ensino; Estmulos a sugestes atravs de prmios, participao em eventos (congressos, simpsios, seminrios, mesas redondas e cursos),

    visitas etc.; Motivao do pessoal prprio e contratado; Relaes entre servios executados por pessoal prprio e por terceiros; Vantagens e desvantagens da terceirizao; Participao da Manuteno na elaborao de contratos de prestao de servios; Problemas com prestadores de servios (critrios de elaborao dos contratos, documentao, avaliao dos servios); Nvel de utilizao de horas-extras; Critrios no estabelecimento da previso oramentaria da rea de manuteno (acompanhamento, planos de contas e centros de

    custos); Critrios de gesto de custos nos diversos nveis de superviso; Critrios de apurao de custos de perda de produo devido manuteno; Existncia de sistema de dbitos de custos de servios de manuteno aos usurios dos servios; Nvel de delegao para compras de pequena monta (material de uso contnuo);

  • Sobressalentes (nveis de estoque e ponto de resuprimento adequados, localizao fsica do almoxarifado, almoxarifados paralelos, recepo de materiais, plano de manuteno de sobressalentes, fermentaria, intercambiabilidade, nacionalizao);

    Padronizao de tabelas para identificao dos cdigos de Cadastro, de Equipamento, de Manuteno, de Ocorrncias e de Esperas/Reprogramaes/Can-celamentos;

    Identificao de equipamentos com mesmas caractersticas construtivas ("famlias" de equipamentos"); Conscientizao da necessidade de preveno por manuteno; Roteiros para execuo de manutenes planejadas e respectivos tempos padres; Existncia e eficcia de processos de monitoramento por medies manuais ou automatizadas; Mtodos adotados para interveno planejada nos equipamentos (por tempo intervalos prefixados; por oportunidade - funo do

    acompanhamento do estado dos equipamentos; ou ambas); Estabelecimento de Recomendaes de Segurana; Emisso de Ordens de Servio de Atividades Programadas e No-Programadas; Existncia e eficcia de plano de inspees contnuas; Existncia e eficcia de plano de lubrificao peridica; Critrios de arquivamento de dados de atividades programadas e no-programadas; Critrios de armazenagem de dados de disponibilidade dos equipamentos, durao das atividades, homens-horas ocupados em cada

    atividade, material utilizado, custos de mo-de-obra, servios contratados e lucro cessante; Cumprimento dos prazos de atendimento dos pedidos; Avaliao da qualidade dos servios; Existncia de estrutura de anlise de ocorrncias e anormalidades nos equipamentos e nas intervenes; Investigao sistemtica das avarias mais freqentes; Seleo e montagem de relatrios gerenciais por rea de produo, sistema operacional, atividade e setor, com as respectivas

    definies quanto apresentao (tabelas, grficos e consultas especficas); Estruturao da rea de Engenharia de Manuteno para anlise dos relatrios, indicao de alternativas e estabelecimento de metas; Identificao do processo desejado de interligao do Sistema de Manuteno com outros Sistemas da empresa, estabelecimento de

    metas, custos e prazos; Identificao do interesse em dispor de Sistema em rede; Interesse em automatizar e implementar programas de monitoramento dos equipamentos (Manuteno Preditiva); Identificao do interesse em atingir tipos de programas de "alerta de ocorrncias indesejveis na rea de manuteno"; Anlise de convenincia de reajustes de tempos padres e desenvolvimento e implementao de programa de distribuio homognea

    da mo-de-obra de manuteno ao longo do tempo.

    Para tornar as reunies do grupo de A&D mais produtivas, recomendvel que seja previamente elaborado um roteiro ou questionrio que nortear os debates da comisso. Como temas mais abrangentes desse roteiro/questionrio, sugerimos: Organizao e perfil da manuteno; Critrios de inventrio e cadastramento de equipamentos, instalaes, materiais (particularmente sobressalentes) e pessoal; Planejamento e programao da manuteno; Mtodos de coleta de dados e metodologia de arquivo; Critrios de composio e anlise dos relatrios gerenciais e Processo de tratamento de informaes.

    2.3. Seleo do software de manuteno

    Aps a etapa de Anlise e Diagnstico, inicia-se o Projeto do Sistema, quando desenvolvido ou selecionado e customizado o Sistema que armazenar e processar as informaes do processo de gesto da manuteno.

    As exigncias atuais da confiabilidade e disponibilidade so de tal ordem que se impe, aos gerentes de manuteno, responsabilidades que s podem ser executadas com ferramentas adequadas de gesto (18).

    Em conseqncia, as empresas buscam cada vez mais, sistemas informatizados adequados para auxiliar a esses gerentes em suas funes. Esta busca levou comercializao, em apenas um dos pases europeus, de mais de 3.300 sistemas de gesto de manuteno (19) dos quais 2.470 esto em operao. Alguns desses sistemas so comercializados junto com uma Anlise e Diagnstico e, praticamente todos, de forma modular e integrada.

    Nos pases americanos tambm existe uma grande quantidade de sistemas de gesto de manuteno oferecidos como a soluo final dos problemas dos gerentes (20) , entretanto, depois de sua aquisio a realidade mostra que, em alguns casos em vez de obter solues para seus problemas, os gerentes na realidade adquiriram mais problemas para administrar.

    Como exemplo dessas aquisies inadequadas, citamos os casos de duas empresas que implementaram sistemas de gesto que ocasionaram incndios por falta de execuo de manuteno (que era feita quando havia sistema manual) com grandes prejuzos; acarretando, na primeira, a necessidade de reforma total das instalaes e, na segunda, a necessidade de venda da fbrica devido a perda total. Nos dois casos os gerentes de manuteno foram despedidos embora no tenham tido participao na compra do sistema. Em outra empresa um Diretor comprou um sistema "especialista" em valor muito elevado que teve que ser totalmente refeito pelo pessoal de informtica e manuteno da empresa.

    Estamos seguros que mais de 50% dos sistemas comercializados no chegam a atender adequadamente s empresas e lamentavelmente no so divulgadas essas experincias negativas, com raras excees (21) .

    Desta forma, os gerentes devem se preocupar na seleo do sistema que realmente atenda suas necessidades, no s baseados nas demonstraes feitas pelos fornecedores como tambm com uma investigao consciente das conseqncias que viro com sua aquisio (18) .

  • Dependendo dos recursos a serem investidos na informatizao do sistema de gesto de manuteno, a seleo de softwares poder ser baseada apenas na experincia do pessoal da empresa ou consultoria especializada ou utilizando questionrios.

    Em ambos os casos recomendvel preceder o processo com a Anlise e Diagnstico que, alm de definir as necessidades de mudanas organizacionais, servir como agente de estmulo e envolvimento de todas as reas no processo de mudana.

    Na utilizao da tcnica de questionrios, podemos dividir a seleo de softwares de manuteno em quatro etapas: Elaborao do questionrio de seleo objetiva; Elaborao do questionrio de seleo subjetiva; Apresentao dos softwares; Propostas comerciais. Dependendo das necessidades e complexidade da empresa o processo de seleo se desenvolver entre um e dois meses (22) .

    Para garantir uma seleo tcnica isenta, objetiva e completa de softwares de manuteno, deve ser constituda, uma comisso formada por pessoal da rea envolvida, da rea de informtica e da rea financeira.

    Constituda a comisso de avaliao so feitas reunies para preparao dos questionrios de avaliao objetiva e subjetiva.

    A composio de dois questionrios traz como vantagem a possibilidade de ratificao do processo de avaliao ou a necessidade de rever a importncia dada no a algumas perguntas a partir do da comparao entre seus resultados.

    O questionrio de avaliao objetiva mais extenso e mais simples de preencher, uma vez que suas perguntas sero respondidas como S (sim) ou N (no) e seus resultados multiplicados por nmeros que do o grau de importncia do assunto para as caractersticas da empresa.

    comum que esse questionrio tenha entre 200 e 300 perguntas e que sejam atribudos trs ou quatro nveis de importncia (peso) com as seguintes interpretaes (22) :

    Peso 0 (zero) : Pergunta que no afeta o resultado da seleo, entretanto que deve ser feita a ttulo de informao. comum a existncia de 5 a 15 perguntas desse tipo.

    Peso 1 (um) : Pergunta bsica no processo de seleo. aquela que aparece com mais freqncia sendo comum a existncia de 150 a 200 dessas perguntas.

    Peso 2 (dois) : Pergunta muito importante no processo de seleo, normalmente vinculada a aspectos de codificao, histrico e relatrios gerenciais. comum a existncia de 30 a 50 perguntas deste tipo.

    Peso 5 (cinco): Pergunta excludente no processo seleo. Sua resposta negativa indica que o software analisado no atende s necessidades fundamentais da empresa, normalmente vinculada a aspectos de processamento de dados, assistncia tcnica, garantias e relatrios gerenciais (particularmente relacionado a ndices de manuteno). comum a existncia de 5 a 10 perguntas deste tipo. Uma vez que se espera que estas perguntas sejam respondidas positivamente por todos os projetistas ou fornecedores de softwares o valor do peso pode ser aumentado (passando a 10 ou a 20).

    O questionrio de avaliao subjetiva normalmente composto de perguntas similares a de maior peso do questionrio de avaliao objetiva, podendo entretanto conter perguntas de menor peso (peso 1). Normalmente seu preenchimento feito atravs de um breve comentrio.

    comum que esse questionrio tenha entre 5 e 15 perguntas e que alm do comentrio sejam atribudos pontuaes que podero variar de 1 a 5 ou de 1 a 10.

    Alm das perguntas similares s do questionrio objetivo podem ser includas algumas relacionadas com: assistncia tcnica (sistema e engenharia de manuteno); capacitao operacional (implementao do sistema e conceituao); autonomia (mudanas na base de dados, criao de arquivos, alterao de campos); facilidade operacional e navegabilidade do sistema; experincia de utilizao em empresas do ramo; recursos de informtica; custos de licena por usurio e/ou servidor; taxa de manuteno etc.

    Tambm podem ser atribudos valores para clculo ponderado das perguntas subjetivas. Neste caso, entretanto esses valores (pesos) devem se restringir a apenas dois ou trs nmeros (zero, um e dois ou um, dois e trs)

    Aps a preparao dos questionrios, feita a pr-seleo de softwares existentes no mercado, podendo para tal ser utilizada a experincia do pessoal prpria e/ou assessoramento de consultores externos; elaborado um cronograma de apresentao dos sistemas e emitidas cartas convites para os fornecedores e/ou projetistas. Em funo do porte da empresa podem ser convidados de 3 a 8 softwares para seleio.

    As apresentaes podem ser divididas em duas partes, na primeira os fornecedores e/ou projetistas fazem a apresentao de sua empresa e do software e na segunda respondem s perguntas dos questionrios objetivo e subjetivo. Durante a primeira parte os membros da comisso j estaro marcando em seus questionrios as perguntas que forem naturalmente respondidas, ficando para segunda apenas aquelas que ficaram omissas. comum que cada apresentao dure de 5 a 8 horas, devendo, portanto, ser reservado todo um dia para cada software.

    Aps a apresentao, os resultados do questionrio objetivo so comparados e analisados pelos membros da comisso de forma a obteno de um resultado de consenso. Esse resultado de consenso ento somado para cada software analisado, sendo seus resultados colocados em um planilha final com os valores absolutos e relativos obtidos por cada um.

    Analogamente feita a apurao dos valores atribudos no questionrio subjetivo, sendo, neste caso, comum a utilizao de valores mdios dos valores atribudos por cada membro da comisso em cada pergunta.

    A seleo de softwares ser concluda com o estabelecimento das especificaes tcnicas para que os fornecedores possam elaborar suas propostas comerciais. Essas especificaes so baseadas nas normas internas da empresa, suas caractersticas operacionais, seus critrios financeiros e contbeis e nos resultados obtidos da Anlise e Diagnstico e avaliaes objetiva e subjetiva.

  • O objetivo final de um Sistema aplicado manuteno proporcionar informaes que permitam obter aumento de rentabilidade da empresa, utilizao mais eficiente dos recursos de mo-de-obra e material disponveis, melhoria no desempenho e confiabilidade dos equipamentos. Para atingir esse objetivo, deve haver uma seqncia lgica no projeto e desenvolvimento de cada etapa do Sistema - Figura 11.

    Figura 11 Fluxograma do projeto de um Sistema de gesto de manuteno

    Analisando a seqncia recomendada para implantao das informaes e a utilizao dessas informaes nos diversos programas gerenciais, podemos observar que:

    a) O programa de Disponibilidade dos Equipamentos alimentado com informaes das Ordens de Servio e Dados de Operao.

    b) O programa de Histrico de Equipamentos, filtrado a partir das tabelas implementados durante o cadastro e a programao, recebe informaes dos Dados Cadastrais, das Ordens de Servio e das Tabelas de Coleta de Dados.

    c) O programa de ndices de Equipamentos alimentado com informaes das Ordens de Servio e Dados de Operao.

    d) Os programas de Alertas so gerados a partir da comparao de parmetros prdefinidos com os equivalentes das Ordens de Servio e Registros de Medies e um subproduto do programa de Histrico de Equipamentos.

    e) O programa de Manuteno Preditiva, recebe informaes dos Registros de Medies e Ordens de Servio de intervenes em equipamentos prioritrios.

    f) Os programas de Custos de Manuteno so alimentados com informaes de Cadastro (sobressalentes gerais e especficos e custo de aquisio), das Ordens de Servio, dos Dados de Operao, do Carto de Tempo e do Carto de Material.

    g) Os programas de ndices de Mo de Obra, Backlog, Distribuio de Servios e Horas de Espera, so alimentados com informaes oriundas das Ordens de Servio, Carto de Tempo e Mo de Obra Disponvel.

    h) A Reprogramao Automatizada de Manuteno alimentada com dados oriundos das Ordens de Servio, Carto de Tempo, e Programa Mestre de Manuteno Preventiva.

    2.4. Conceitos Bsicos

    Como ilustrado na Figura 11, a primeira etapa para seleo ou desenvolvimento do o sistema de informaes gerenciais deve ser o estabelecimento de uma terminologia padro a ser utilizada por todos os envolvidos no processo.

    Inmeras tentativas de estabelecimento de uma terminologia padro de manuteno tm sido feitas sem muito sucesso. Os rgos de normalizao tcnica (23, 24 e 25) , as Associaes Nacionais de Manuteno, os grupos coordenadores dos diversos ramos industriais, a Organizao das Naes Unidas (1) e o Comit Panamericano de Engenharia de Manuteno (26) e at os dicionrios (27 e 28) , tm proposto alternativas de caracterizao das subdivises da manuteno, visando o intercmbio de informaes, sem entretanto conseguir atingir esta meta que, paradoxalmente, todas as pessoas ligadas a essa atividade almejam.

    Nas definies propostas no existem muitas divergncias quanto ao significado da palavra Manuteno como "ato ou efeito de manter" , "medidas necessrias para conservao ou permanncia de alguma coisa ou de uma situao" , todavia, a partir de

    suas subdivises, surgem as divergncias no estabelecimento das fronteiras entre Manuteno Preventiva e Manuteno Corretiva.

  • Devido a inexistncia de um padro universal de caracterizao de algumas atuaes como preventiva ou corretiva, fundamental, para o desenvolvimento do controle de manuteno, que cada empresa faa a opo por uma terminologia adequada, de preferncia igual aquela em uso pela maioria das indstrias do mesmo ramo e que, uma vez escolhida, seja enfaticamente divulgada internamente e criadas dificuldades mudana, a fim de evitar deteriorao do Sistema.

    Para efeito de aplicao nos captulos seguintes, utilizaremos os conceitos os seguintes conceitos bsicos:

    Pea Todo e qualquer elemento fsico no divisvel de um mecanismo. a parte do equipamento onde, de uma maneira geral, sero desenvolvidas as trocas e, eventualmente, em casos mais especficos, os reparos.

    Componente Engenho essencial ao funcionamento de uma atividade mecnica, eltrica ou de outra natureza fsica que, conjugado a outro(s) cria(m) o potencial de realizar um trabalho.

    Equipamento Conjunto de componentes interligados com que se realiza materialmente uma atividade de uma instalao.

    Sistema Operacional Conjunto de equipamentos necessrios para realizar uma funo em uma instalao.

    Unidade de Processo ou Servio Conjunto de sistemas operacionais para gerao de um produto ou servio.

    Famlia de equipamentos Equipamentos com mesmas caractersticas construtivas (mesmo fabricante, mesmo tipo, mesmo modelo).

    Item de Manuteno (ou simplesmente "Item") - Equipamento, Obra ou Instalao.

    Defeito - Ocorrncias em itens que no impedem seu funcionamento, todavia podem, a curto ou longo prazo, acarretar sua indisponibilidade.

    Falha - Ocorrncias nos itens que impedem seu funcionamento.

    Manuteno -Todas as aes necessrias para que um item seja conservado ou restaurado de modo a poder permanecer de acordo com uma condio especificada.

    Manuteno Preventiva - Todos os servios de inspees sistemticas, ajustes, conservao e eliminao de defeitos, visando evitar falhas.

    Manuteno Preventiva por Tempo - Servios preventivos preestabelecidos atravs de programao (preventiva sistemtica, lubrificao, inspeo ou rotina) definidas, pr

    unidades calendrio (dia, semana) ou pr unidade no-calendrio (horas de funcionamento, quilmetros rodados etc.).

    Manuteno Preventiva por Estado - Servios preventivos executados em funo da condio operativa do equipamento (reparos de defeito, preditiva, reforma/reviso geral etc.).

    Manuteno Corretiva - Todos os servios executados nos equipamentos com falha.

    Classe - Importncia do equipamento no processo (ou servio), se dividindo em: Classe A -Equipamento cuja parada interrompe o processo (ou servio), levando ao faturamento cessante; Classe B -Equipamento que participa do processo (ou servio), porm sua parada, por algum tempo no interrompe a produo; Classe C -Equipamento que no participa do processo (ou servio);

    Prioridade Intervalo de tempo que deve decorrer entre a constatao da necessidade de uma interveno de manuteno e o incio desta.

    Mantenibilidade Facilidade de um item em ser mantido ou recolocado em condies de executar suas funes requeridas.

    Servios de Apoio - Servios feitos pelo pessoal de manuteno visando: melhoria das condies de segurana; melhoria das condies de trabalho; atendimento a outros setores no ligados produo como, por exemplo, manuteno da rede de iluminao externa, confeco de placas de sinalizao de estrada etc.

    No trabalho de Nakagima (TPM -"Total Productive Maintenance") apresentada a sugesto de subdiviso da Manuteno preventiva em dois grandes grupos: Manuteno Preventiva Por Tempo e Manuteno Preventiva Por Estado. Assim, indicamos, a seguir, as subdivises da Preventiva de uso mais comum e suas classificaes segundo esta proposta:

    Inspeo ou Manuteno de Rotina - Servio caracterizado pela alta freqncia (baixa periodicidade) e curta durao, normalmente efetuada utilizando os sentidos humanos e sem acarretar indisponibilidade do equipamento, com objetivo de acompanhar o desempenho de seus componentes - Manuteno Preventiva Por Tempo. Esta atividade pode ser desenvolvida pelo pessoal de operao, a partir de programao desenvolvida pela manuteno, ou por "inspetores", ligados rea de manuteno com essa funo especfica. Devido sua curta durao, exige controle simplificado, que deve entretanto ser processado, pois oferece grande contribuio ao diagnstico do estado dos equipamentos.

    Manuteno Peridica ou Sistemtica -Atividade em que cada equipamento pra, aps um perodo de funcionamento, para que sejam feitas medies, ajustes e, se necessrio, troca de peas, em funo de um programa preestabelecido a partir de experincia operativa, recomendaes dos fabricantes ou referncias externas Manuteno Preventiva Por Tempo. Um bom controle de manuteno preventiva sistemtica requer registros histricos, devendo portanto ser implantado aps algum tempo de funcionamento dos equipamentos, uma vez que normalmente os fabricantes omitem ou desconhecem os pontos falhos de suas linhas de produo. Como alternativa para implantao imediata, podem ser

  • atribudas periodicidades a cada um, baseadas nas experincias profissionais dos executantes de manuteno, que iro sendo ajustadas para maior ou menor, atravs de acompanhamento da incidncia de corretivas entre preventivas ou pela inexistncia de defeitos constatados nas paradas programadas.

    Lubrificao - Adies, trocas, complementaes, exames e anlises dos lubrificantes Manuteno Preventiva Por Tempo. Esta atividade pode ser executada pelo operador do equipamento ou por um "lubrificador" e, analogamente anterior, exige controle simplificado, onde devem ser indicados os pontos a lubrificar, o tipo de lubrificante, a dosagem e a freqncia de lubrificao. Neste caso fundamental o acompanhamento do processo para evitar que sua omisso ou m execuo, acarrete srios danos aos equipamentos.

    Reviso de Garantia - Exame dos componentes dos equipamentos antes do trmino de suas garantias, visando verificar suas condies em relao s exigncias contratuais Manuteno Preventiva Por Tempo.

    Grandes Reparos ou Reviso Geral - Servios em equipamentos de grande porte, que interrompem a produo - Manuteno Preventiva Por Estado. comum, para este tipo de atividade, a aplicao da tcnica de PERT/CPM e a anlise de custos especficos, o que justifica uma nomenclatura prpria para facilitar a seleo dos registros a ela concernentes.

    Manuteno Seletiva - Troca de uma ou mais peas ou componentes de equipamentos prioritrios, de acordo com entidades de pesquisa - Manuteno Preventiva Por Estado.

    Manuteno Preditiva ou Previsiva -Servios de acompanhamento de desgaste de uma ou mais peas ou componentes de equipamentos prioritrios atravs de anlise de sintomas, ou estimativa feita por avaliao estatstica, visando extrapolar o comportamento dessas peas ou componentes e determinar o ponto exato de troca ou reparo - Manuteno Preventiva Por Estado. Como no caso anterior, trata-se de um Controle Preditivo ou Previsivo, para execuo de Manuteno Preventiva.

    Reparo de Defeito -Reparo de Equipamentos que apresentam variaes em seu estado, como caracterizado acima para a condio de Defeito - Manuteno Preventiva Por Estado.

    2.5. Prioridades

    Como indicado acima prioridade a premissa de tempo que esperado entre a constatao de uma necessidade de manuteno e o incio desta.

    Na proposta de subdiviso terminologia de manuteno da ONU (1) tambm apresentada a identificao de "manuteno de emergncia", usada por algumas indstrias como sinnimo de manuteno corretiva, que mescla o conceito de tempo para atendimento da equipe de manuteno com a condio operativa do equipamento.

    A Prioridade a ser dada no atendimento da manuteno a um equipamento, tambm assunto polmico em sua subdiviso, sendo seu conceito genrico "qualidade do que est em primeiro lugar ou do que aparece primeiro" (27) aceita pela maioria das pessoas que trabalham no processo produtivo. Sob o aspecto tcnico, a Prioridade caracterizada como: "o intervalo de tempo que deve decorrer entre a constatao da necessidade de manuteno e o incio dessa atividade" e, dentre as diversas propostas de subdiviso utilizadas pelos rgos de manuteno, selecionamos aquela apresentada por algumas empresas americanas (29) , que estabelece quatro nveis subsequentes para esse intervalo de tempo:

    Prioridade 1 - Emergncia -Manuteno que deve ser feita imediatamente aps detectada sua necessidade.

    Exemplos: Falha em equipamento prioritrio; Ponto preditivo em equipamento prioritrio.

    Prioridade 2 - Urgncia -Manuteno que deve ser feita o mais breve possvel, de

    preferncia sem ultrapassar 24 horas, aps detectada sua

    necessidade.

    Exemplos: Defeito em estado prximo falha em equipamento prioritrio; Falha em equipamento secundrio.

    Prioridade 3 - Necessria -Manuteno que pode ser adiada por alguns dias, porm sua execuo no deve ultrapassar uma semana.

    Exemplos: Manuteno Preventiva em equipamento prioritrio de acordo com programao pr-estabelecida; Reparo de defeitos em equipamentos secundrios.

    Prioridade 4 - Desejvel -Manuteno que pode ser adiada por algumas semanas (recomendvel 4 ou 5), porm no deve ser omitida.

    Exemplos: Manuteno Preventiva em equipamento secundrio, de acordo com programao pr-estabelecida; Falha em equipamento que no interfere na produo.

    Para completar esse quadro de prioridades, sugerimos um quinto nvel, que ir caracterizar os servios que s sero executados quando houver disponibilidade de mo-de-obra do pessoal de manuteno, ou seja:

    Prioridade 5 - Prorrogvel - Manuteno que pode deixar de ser executada.

    Exemplos: Defeito em equipamento que no interfere no processo produtivo; Melhoria esttica da instalao.

  • comum entretanto encontrarmos sistemas mais simples de estabelecimento de prioridades com apenas dois ou trs nveis: Emergncia e Normal ou Emergncia, Urgncia e Normal, sendo suas caracterizaes similares aos conceitos apresentados acima.

    O uso de vrios nveis de prioridade, pode gerar impasse entre os rgos de operao e manuteno pela divergncia de opinies quanto caracterizao desses nveis, em funo do tipo de ocorrncia e da importncia operacional do equipamento. Eventualmente, o rgo de segurana industrial tambm participa nessas divergncias.

    Para evitar que a discordncia prejudique o desenvolvimento do trabalho da equipe de execuo da manuteno, apresentamos o conceito de Prioridade Combinada, onde o nvel de prioridade final obtido pela combinao daqueles propostos pelos rgos envolvidos a partir de uma tabela previamente ajustada formada pela combinao de todas as possibilidades de avaliao dadas pelos rgos envolvidos.

    Para elaborao dessa tabela, cada rgo estabelece seus nveis e terminologias prprias de prioridade. Considerando os cinco nveis j apresentados como especficos do rgo de Manuteno, o rgo de Operao teria, por exemplo, outros nveis, ou seja:

    Prioridade 1 - Equipamento prioritrio fora de servio com perda de produo . Prioridade 2 - Equipamento prioritrio em condio deficiente de operao . Prioridade 3 -Equipamento prioritrio fora de servio, sem perda de produo po r

    perodo limitado. Prioridade 4 - Equipamento no prioritrio.

    Analogamente, o rgo de Segurana Industrial, tambm poder usar nveis e terminologias apropriados a sua rea de atuao como : Prioridade 1 - Risco de vida comum . Prioridade 2 - Risco de vida restrita . Prioridade 3 - Risco de acidente no fatal . Prioridade 4 - Sem risco de acidente .

    Uma vez estabelecidos os nveis de prioridade de cada rgo, seus representantes s e renem para estabelecer a tabela de prioridades finais, em funo do resultado d a combinao de prioridades definidas por cada um .

    No sistema de controle por processo manual, essa tabela fica em poder do rg o coordenador de manuteno que, ao tomar conhecimento da necessidade de execu o do servio, consulta os rgos envolvidos para que definam os nveis de prioridade. No s Sistemas que utilizam o computador, essa tabela j faz parte da programao e, e m conseqncia, a Ordem de Servio pode ser emitida com o nvel de prioridade final .

    A utilizao do critrio de prioridades combinadas pode ser aplicada quando existe rapidez na intercomunicao dos rgos envolvidos com o de controle ou com o computador, devendo ser evitada quando existem dificuldades de comunicao, pois podem acarretar srios prejuzos produo no caso de atendimentos de primeiro e segundo nveis (Emergncia e Urgncia).

    Outro critrio para estabelecimento de prioridades, aplicado para atividades que podem ser programadas o Mtodo GUT - Figura 12.

    Neste mtodo, a letra G significa a Gravidade do problema, ou seja, se a ocorrncia de natureza que pode prejudicar o equipamento ou instalao ou ainda se pode vir a colocar em risco vidas humanas ou o meio ambiente; a letra U significa a Urgncia, ou seja se o problema gera ou pode gerar prejuzos ao processo ou ao servio comprometendo os compromissos da empresa de prazo, custos ou qualidade e a letra T significa Tendncia ou seja como o problema pode se desenvolver ou degenerar com o tempo.

    estabelecida uma planilha onde so colocados nas colunas, os itens a serem avaliados, sob cada um as letras G, U e T e nas linhas os avaliadores (pessoal de operao, manuteno e segurana industrial).

    Cada um atribui um grau de 1 a 5 para cada quesito em cada item avaliado. Esses valores so multiplicados e seu resultado colocado numa quarta coluna (chamada GUT) para cada item.

    O resultado da soma das colunas GUT de cada item ir definir a sequncia de atendimento.

    2.6. Tabelas de codificao

    Um dos recursos muito explorados pelos atuais sistemas de gesto o estabelecimento de padres de codificao, ou seja, a utilizao de tabelas para atender a objetivos comuns das diversas reas.

  • Desde a concepo dos primeiros sistemas de gesto surgiram campos especficos para cdigos, cada um com uma finalidades especficas, como a identificao dos grupos de equipamentos com mesmas caractersticas construtivas, o equipamento no processo produtivo, os documentos associados aos equipamentos etc.

    Com a utilizao do computador na armazenagem e tratamento da informao, a codificao passou a ser fundamental sob dois aspectos: a busca da maior rapidez de processamento, e consequentemente a necessidade de condensar e correlacionar informaes em um nmero reduzido de smbolos, e a padronizao das formas de expresso.

    Portanto podemos afirmar que nestes processos os atributos bsicos dos arquivos obtidos atravs da utilizao das tabelas so:

    Compacto -Como j indicado, os arquivos ficaro menores o que aumenta a rapidez do processamento. Para o estabelecimento da dimenso ideal do cdigo devem ser analisados o limite de caracteres que sero necessrios para identificar todos os elementos, assim como o tipo de identificao que ser utilizada, lembrando que, no caso de utilizao de dois dgitos, o sistema numrico permite identificar 99 itens (excluindo o cdigo 00), o sistema alfabtico (considerando as letras K, Y e W) permite identificar 676 itens e o sistema alfanumrico 1296 itens).

    Padronizado -Correlao de informaes similares. As palavras que tm o mesmo significado devem ser codificadas segundo o mesmo conjunto de smbolos. Pr exemplo a ao "Trocar" ou "Substituir" do cdigo de ocorrncias, deve ser identificado segundo o mesmo padro "SB" ou "TR".

    Os arquivos de Tabelas devero conter os elementos necessrios composio do conjunto de itens com mesmas caractersticas construtivas, ou seja, mesmo nome, fabricante e tipo/modelo ("famlia") assim como os elementos necessrios a identificao da posio operativa de cada um, para o estabelecimento de programao de intervenes e para o registro de ocorrncias.

    comum o estabelecimento de mais de 30 tabelas que iro definir o Tipo de Equipamento, Fabricante, a Localizao fsica ou geogrfica, o Sistema operacional, as Periodicidades, os Recursos humanos, o Setor responsvel pela manuteno, as Causas e Efeitos de intervenes etc.

    As novas tcnicas de composio de Banco de Dados, permitem que o usurio, efetue a seleo para consulta ou atualizao, das tabelas atravs dos nomes como so conhecidos evitando a necessidade do conhecimento dos cdigos que ficaro restritos ao processamento pelo computador- Figura 13.

    Figura - 13 - Modelo de pantalla de consulta a tabla.

    A atualizao das tabelas e arquivos de dados compreende as alternativas de "incluso"

    Figura 14, "alterao", ou "excluso" Figura 15, estas ltimas restritas pessoas autorizadas ao acesso do banco de dados, uma vez podem comprometer a estrutura de todo o Sistema. Como sugesto, recomendamos a criao de um "arquivo morto" para armazenar dados excludos ou alterados.

  • Figura 14 - Modelo de tela de incluso de registros de tabela.

    Figura 15 - Modelo de tela" de excluso de registros de tabela .

    No projeto de codificao deve ser feita uma avaliao das dimenses mximas de cada clula (incluindo as expanses) e estabelecer, para cada uma, os tipos de caracteres que sero utilizados de forma a permitir que sejam feitas as crticas de programao. Deve ser lembrado que quanto mais amplo for o cdigo mais espao ser ocupado nos arquivos e memria do computador e mais tempo ser gasto na pesquisa de informaes.

    Para efeito de correlao das posies operativas dos equipamentos com os respectivos registros histricos, comum a utilizao do conceito de Cdigo de Equipamento, ou "Tag" que identifica o equipamento em sua posio operativa, podendo ser utilizado, neste caso, a identificao dada pela rea de Operao ou pela rea de Patrimnio ou o nmero de srie do equipamento.

    Dentre os recursos atuais disponveis na criao e operao dos bancos de dados informatizados, est a desnormalizao, ou seja, a utilizao da "Base relacional de registros" atravs da utilizao de tabelas ( entidades ) formadas por linhas e colunas ( campos ) que se interrelacionam para atender s necessidades dos usurios.

    Essa tcnica elimina a necessidade de estabelecimento dos cdigos estruturados preestabelecidos para identificao da posio operativa do equipamento ou grupamento por caractersticas construtivas (famlias) ou ocorrncias (acervo histrico), ou outras combinaes at ento adotadas.

    Utilizando os recursos de base relacional de dados, podemos associar o cdigo de equipamento (ou tag ) com diversas tabelas, visando permitir efetuar filtros de acordo com a necessidade dos usurios na composio de listagens ou relatrios gerenciais.

    Como recomendaes complementares, indicamos, para os projetos das Tabelas:

    Apresentao da tabela sempre em ordem alfabtica de nomes, entretanto com a possibilidade de que o usurio, acionando uma tecla de funo troque essa ordenao para cdigo e, acionando novamente a mesma tecla, reordene a tabela condio anterior;

    Teste para evitar repetio de cdigo ou nome de elementos em uma mesma tabela durante o processo de incluso. Recursos de pesquisa em tabela utilizando a primeira letra (do nome ou do cdigo, dependendo de onde esteja posicionado o cursor) e

    atravs de palavra com determinado nmero de dgitos (recomendvel 10) digitados total ou parcialmente. Uso de teclas de fcil entendimento para atualizao de elementos na tabela, como, [INS] para incluso, [DEL] para excluso e [ENTER]

    para alterao. No caso de excluses, o Sistema dever impedir que o usurio delete do arquivo da tabela elementos que j tenham sido aplicados em cdigos.

    Possibilidade de impresso na ordenao que esteja apresentada na tela. Neste caso deve ser tambm permitido, ao usurio, filtrar a tabela para uma letra ou uma palavra.

    Alterao, em todos os arquivos, do nome de elementos de tabela que eventualmente sejam corrigidos.

  • Associao, atravs da tabela de informaes que, de acordo com as rotinas internas da empresa, so relacionadas aos elementos tabelados, como, pr exemplo, Centro de Custos associado Unidade de Produo ou ao Sistema Operacional ou ao Setor.

  • CAPITULO 3

    O banco de dados de manuteno

    Parte a

    3.1. Inventrio e Cadastro

    J indicamos que, para implantar um Sistema de Controle de Manuteno, recomendvel iniciar o projeto de coleta de dados pela identificao dos elementos, que compem a instalao industrial ou de servios, suas localizaes e utilidades. Esse conjunto de informaes, que chamamos Inventrio , correlaciona cada equipamento com suas respectivas reas de atuao, funo, centro de custos e posio fsica ou geogrfica na rea de produo e oferece subsdios ao pessoal da gerncia para o dimensionamento das equipes de operao e manuteno, qualificao necessria ao pessoal, definio de instrumentos, ferramentas e mquinas operatrizes e projeo do plano geral de edificao e distribuio das oficinas de apoio.

    Uma vez identificados os equipamentos que compem a instalao os registros so complementados, na medida do possvel com as demais informaes de forma padronizada, que devem ser suficientemente abrangentes para atender consultas de especificao, fabricao, aquisio, deslocamento, instalao, operao e manuteno. A esse conjunto de informaes chamamos Cadastro , que definimos como:

    "Registro do maior nmero de dados possveis dos equipamentos, atravs de formulrios ou telas padronizados que, arquivados de forma conveniente, possibilitem o acesso rpido a qualquer informao, necessria para manter, comparar e analisar condies operativas, sem que seja necessrio recorrer a fontes diversificadas de consulta".

    Figura 16 - Cadastro de equipamentos

    Portanto, o cadastramento dever reunir, para cada tipo de equipamento, os dados construtivos (manuais, catlogos e desenhos), de compra (requisio, encomendas, oramento, datas e custos), de origem (fabricante, fornecedor, tipo e modelo), de transporte e armazenamento (dimenses, peso e cuidados), de operao (caractersticas normais e limites operativos) e de manuteno (lubrificantes, sobressalentes gerais e especficos, curvas caractersticas, recomendaes dos fabricantes, limites, folgas e ajustes).

    A concepo de coleta de dados cadastrais vem recebendo melhorias com a evoluo dos critrios de planejamento e controle de manuteno. Os primeiros formulrios desenvolvidos para esse fim, tinha a configurao de um carto impresso com informaes genricas, aplicadas a qualquer tipo de equipamento, onde os dados gerais e especficos apareciam misturados e alguns deles indefinidos.

    Na seqncia evolutiva, o verso do carto passou a ser utilizado para registro de histrico, atravs de duas colunas, uma para data e outra para descrio da ocorrncia.

    A partir dessa concepo surgiu o carto de Cadastro e Histrico, com o aprimoramento de indicar, na primeira coluna a descrio da ocorrncia e, nas seguintes, as datas em que estas sucediam. Esse aprimoramento trouxe como vantagens adicionais, evitar a repetio de mesma ocorrncia vrias vezes e facilitar a visualizao daquelas que apresentavam maior incidncia alm de serem feitos alguns arranjos na disposio de dados de forma a facilitar a pesquisa sob quatro formas: Nmero do Arquivo; Cdigo de Cadastro; Nmero Individual do equipamento e Cdigo de Equipamento para efeito de Manuteno.

    Com a utilizao do computador no processo de controle de manuteno, surgiu a idia de associar o cadastro de equipamentos aos respectivos sobressalentes de uso especfico e de uso comum e o rgo de manuteno passou a utilizar, para Cdigo de Cadastro, a mesma estrutura de codificao do rgo de administrao de material. Como conseqncia dessa fuso, o Cdigo de Cadastro passou a representar uma "famlia" de

  • equipamentos de mesmo fabricante, tipo e/ou modelo e surgiu a proposta de dissociar os dados comuns dos dados especficos dos equipamentos durante o cadastramento.

    A separao dos registros em dois grupos trouxe como vantagem a dispensa de repetio no preenchimento de informaes comuns a equipamentos de mesma famlia e a possibilidade de estabelecer uma correspondncia entre os Sistemas de Controle de Manuteno e de Controle de Material, pois o rgo de Administrao de Material passou a associar os sobressalentes aos equipamentos, utilizando formulrios prprios, cujo preenchimento passou a ser feito com o assessoramento de pessoal de execuo de manuteno.

    Portanto, ao Cdigo de Cadastro (ou Cdigo de Famlia) passaram a ser associadas as caractersticas administrativas e tcnicas da famlia de equipamentos. Considerandose que uma instalao industrial tivesse "x" bombas iguais, bastaria o preenchimento de apenas um grupo de registros.

    Nos registros de dados especficos o Cdigo de Cadastro foi associado ao nmero de identificao que individualizava cada equipamento da instalao. Esse nmero de identificao podia ser o nmero de srie fornecido pelo fabricante, ou o nmero que recebe do rgo de controle de bens patrimoniais da empresa, ou, no caso de ausncia de ambos, um nmero seqencial dado pelo prprio sistema que pintado ou punado no equipamento. Esse nmero de identificao caracteriza um conjunto de dados individuais a cada equipamento e assim, para o exemplo considerado, seria necessrio preencher "x" formulrios de dados especficos, um para cada bomba da instalao.

    Tanto nos dados gerais (ou comuns) como nos dados especficos existem registros de natureza administrativa (datas, custo, nmeros de documentos, localizao etc.) e de natureza tcnica dentre os quais se destaca sua funo no processo ou servio.

    A correlao entre o Cdigo de Cadastro, o Nmero de Identificao e o Cdigo de Posio Operativa (tag ou cdigo de equipamento) permite a obteno de informaes para uma "famlia" de equipamentos (cdigo de cadastro), ou para um equipamento especfico (nmero de identificao), ou para os equipamentos que operam numa determinada localizao da instalao (cdigo do equipamento), o que pode representar imensa vantagem para anlise e deciso dos gerentes de manuteno.

    Vamos ilustrar esta vantagem com o seguinte exemplo: suponhamos que em uma planta existam trs compressores de mesmas caractersticas, todos importantes ao processo produtivo e, por essa razo, o almoxarifado tem um de reserva para pronta substituio. Se um dos compressores fica inoperante, substitudo imediatamente pelo de reserva enquanto vai para reparo.

    Os quatro compressores (trs em operao e um de reserva), por terem as mesmas caractersticas de fabricao, receberam o mesmo Cdigo de Cadastro, A , enquanto cada um tem seu Nmero de Identificao, 1 , 2 , 3 , 4 , e um Cdigo de Posio Operativa, a , b , c , d . Se o compressor que deixou de funcionar foi o nmero 2 e foi substitudo pelo nmero 4: , teremos a situao indicada na Figura 17.

    Figura 17 - Correlacin entre el nmero de identificacin y los cdigos de catastro y equipo

    Havendo necessidade de anlise de ocorrncia com esse tipo de equipamento, os gerentes de manuteno podem solicitar a listagem histrica pelo Cdigo de Cadastro, que incluir os quatro compressores (A), e mostrar o tempo que operaram, que um deles esteve em reparo e a substituio no almoxarifado; ou pelo Cdigo de Equipamento (por exemplo - b), que mostrar o comportamento dos compressores que atuaram naquela posio operativa da instalao (neste caso os compressores 2 e 4); ou pelo nmero de identificao que mostrar o comportamento de um dos compressores escolhido.

    Com o recurso da utilizao da rede de microcomputadores, o cadastramento pode ser feito inserindo as informaes diretamente no sistema, sem que seja necessrio o desenvolvimento de formulrios para esse fim. Sob esta modalidade, necessrio analisar a composio das "telas" que iro auxiliar os usurios na alimentao dos dados para formao dos arquivos relativos aos equipamentos instalados e, com auxlio das tabelas (tanto para dados administrativos quanto tcnicos), o sistema auxilia o usurio no preenchimento de cada campo

    As tcnicas modernas de composio de Banco de Dados, permitem que o usurio visualize os nomes dos equipamentos associados aos cdigos evitando assim a necessidade do conhecimento desses cdigos que ficaro restritos ao trabalho de processamento pelo computador, aumentando sua performance e reduzindo tempos de pesquisa - Figura 18.

  • FIGURA 18 - Pantalla de seleccin para consulta de equipos registrados.

    Nas Figuras 19 e 20 apresentamos modelos de telas preenchidas de Cadastro Geral e Cadastro Especfico.

    FIGURA 20 - Modelo de tela de dados de Cadastro Especfico de equipamentos

    Os arquivos de Cadastro Geral e de Cadastro Especfico, podem ser independentes (neste caso correlacionados pelo cdigo de cadastro) ou comuns (neste caso com o recurso de clonagem de dados ou seja, o preenchimento de dados iguais de um novo equipamento feito sobre os dados de outro existente com as mesmas caractersticas construtivas Figura 21.

  • FIGURA 21 - Modelo de pantalla de datos de catastro

    Nesta condio, todos os dados sero armazenados em um nico arquivo. Note-se que essa opo gera arquivos com dados repetidos o que, nos dias de hoje, com a alta capacidade dos discos rgidos e a alta velocidade de processamento deixa de ser um inconveniente.

    comum, nos sistemas modernos que o usurio possa cadastrar componentes de equipamentos e compor uma rvore hierrquica desses componentes em relao ao equipamento, ao sistema operacional e a prpria planta. Desta forma, alm da possibilidade de consulta por famlia ou por indivduo, podero tambm ser feitas para todos os equipamentos de uma planta ou de um sistema operacional. Obviamente tambm podero ser feitos filtros para consultas dos dados de um determinado componente de um equipamento, ou de componentes de uma mesma natureza de vrios equipamentos.

    O preenchimento de dados cadastrais deve ser de simples operao, onde o sistema ir abrindo automaticamente a tabela correspondente de cada dado a ser registrado no caso de incluso ou "modificao" e sobre a informao a ser tratada no caso de "consulta", lembrando que, normalmente o usurio no tem conhecimentos de informtica e dessa forma no ter acesso ao programa para adapt-lo s suas necessidades.

    Alm das crticas, pelo computador, quanto ao dimensionamento dos campos, sob aspecto de suas composies, incluindo o tipo de caracteres a usar (numricos e/ou alfabticos, maisculas e/ou minsculas, smbolos grficos e matemticos) e datas (nmero de dias no ms, incluindo os dos anos bissextos, meses do ano e cronologia), deve ser previsto o uso das teclas de funo para busca de tabelas para auxiliar o usurio na composio dos cdigos.

    A separao dos registros em dois grupos de dados cadastrais (comum e especfico) traz como vantagem adicional a possibilidade estabelecer a correspondncia entre as famlias e os sobressalentes a ela aplicados - Figura 22 .

    FIGURA 22 - Modelo de tela de correlao dados de cadastro com sobressalentes

    FIGURA 22 - Modelo de tela de correlao dados de cadastro com sobressalentes

    A emisso das Listagens de Cadastro poder ser feita para um, alguns ou todos os equipamentos, mediante escolha do usurio (filtro). Analogamente devero ser previstas a emisso dessas listagens sob diversas ordenaes de acordo com prvia definio feita durante a fase de Projeto do Sistema.

    Tanto no cadastramento pelo Sistema Manual, quanto nos Sistemas Automatizado ou por Computador, pode ser necessrio definir os critrios de arranjo das informaes em arquivo, das listagens emitidas pela impressora ou atravs do monitor. Dentre as vrias opes para o grupamento das informaes visando facilitar a anlise, indicamos:

    Grupamento por linha de produo ; Grupamento por tipo de equipamento ; Grupamento por rea geogrfica ; Grupamento por unidade de produo ; Grupamento por importncia operaciona l Grupamento por unidade mvel .

    comum ser necessrio, em uma mesma empresa, a consulta de dados cadastrais sob formas diferentes de grupamento, e quando isso acontece no cadastramento pelo Sistema Manual, o processo de arquivo se torna mais complexo, havendo necessidade de composio de tabelas auxiliares de recorrncia, e, em alguns casos, duplicidade de registros. No cadastramento pelos sistemas automatizados, essas inconvenincias

  • so eliminadas, uma vez que, atravs de programa adequado, o computador ir apresentar as informaes sob diversas formas de grupamento, em funo da necessidade e desejo do usurio.

    No havendo predefinio dos usurios quanto forma de arquivo e emisso de relatrios cadastrais, os projetistas devero escolher os critrios a adotar no grupamento das informaes, tomando por base o processo adotado, o detalhamento dos formulrios, a importncia operacional dos equipamentos, os rgos e nveis gerenciais a serem atendidos e a mobilidade dos equipamentos.

    O Comit Panamericano de Engenharia de Manuteno est desenvolvendo uma correlao de dados tcnicos e administrativos associados a cada tipo de equipamento para facilitar a composio dos arquivos de cadastro de sistemas em implementao.

    3.2. Instrues de Manuteno e Recomendaes de Segurana

    Para padronizar os servios de atividades programadas recomendvel o desenvolvimento de Instrues de Manuteno , visando orientar os executantes de manuteno nessas atividades, bem como evitar que alguma tarefa seja omitida por desconhecimento ou esquecimento Figura 23 .

    Essas Instrues devem ser desenvolvidas aproveitando os conhecimentos relativos a cada equipamento, do pessoal tcnico de execuo mais experiente, recomendaes dos fabricantes e montadores, indicaes dos catlogos, manuais e desenhos e referncias de profissionais experientes de outras empresas similares.

    Cada linha de instruo conhecida como tarefa. Portanto, uma instruo de manuteno um conjunto de tarefas e, uma vez composto, recomendvel que seja estimado o valor em homens-horas para sua execuo, conhecido como tempo padro.

    O tempo padro deve ser ajustado realidade na medida em que sejam obtidos os dados reais de cada atividade. Uma forma simples de efetuar este ajuste utilizar o valor mdio entre o existente no arquivo e o obtido na realidade.

    Como um refinamento para evitar ajuste indevido do tempo padro, o sistema pode conter um desvio padro definido pelo usurio, ou seja, um percentual sobre o valor do tempo padro que quando extrapolado (para mais ou para menos) exclui o ajuste do tempo existente. O uso do desvio padro impede o reajuste de tempos padres em caso de uma anomalia na execuo da manuteno, como, por exemplo, a quebra de um parafuso quando da retirada da porca.

    Figura 23 - Modelo de instruo de manuteno.

    As Instrues devem ser desenvolvidas aproveitando os conhecimentos relativos a cada equipamento, do pessoal tcnico de execuo mais experiente, recomendaes dos fabricantes e montadores, indicaes dos catlogos, manuais e desenhos e referncias de profissionais experientes de outras empresas similares e podem ser de carter genrico ou especfico, em funo do nvel de detalhamento desejado. Uma Instruo de Manuteno de carter genrico no detalha os pontos de execuo de cada etapa da tarefa que descreve e pode ser utilizada para execuo da mesma atividade em qualquer equipamento de mesmas caractersticas operativas, enquanto que a Instruo de Manuteno de carter especfico indica de forma particularizada as tarefas a serem executadas, normalmente s servindo ao equipamento para o qual foi elaborada.

    J esto em desenvolvimento as bibliotecas de tarefas de manuteno (para composio das instrues de manuteno) que sero associadas ao componente do equipamento. A utilizao dessas bibliotecas ir facilitar a composio de instrues em empresas na implementao de suas atividades programadas de manuteno.

    Como variante das instrues de manuteno existem os arquivos de Recomendaes de Segurana , normalmente associados a natureza do equipamento e que tem por finalidade evitar atos inseguros durante a manuteno ou a manuteno em condies inseguras.

    3.3. Programao de manuteno

  • Chamamos Programa Mestre de Manuteno Preventiva ao processo de correlao dos cdigos e nomes dos componentes dos equipamentos com a periodicidade, pocas de execuo de atividades programadas, instrues de manuteno, formulrios de registro de dados de medio, centros de custos, cdigos de material e qualquer outro dado julgado pelo usurio como necessrio de interrelacionar quando do desenvolvimento do projeto de programao da manuteno.

    A montagem tradicional do programa mestre de manuteno preventiva no sistema manual de controle atravs de mapas, onde so registrados, na primeira coluna, o cdigo de localizao (cdigo de equipamento), que correlacionado nas colunas seguintes com o nome do equipamento, os cdigos da instruo de manuteno e folha de registro de dados, rgo responsvel pela manuteno e periodicidade. Este conjunto precedido por 52 colunas, uma para cada semana do ano, onde so pintadas as metades dos quadros (ou colocados alfinetes marcadores), das semanas previstas para realizao dos servios programados de acordo com a periodicidade estabelecida para cada equipamento. A outra metade desses quadros completada com pintura de outra cor quando o servio executado (na semana prevista, anterior ou posterior), ou usando a mesma cor da programao no caso de reprogramaes, ou usando uma terceira cor no caso de cancelamento do servio previsto. Esse mapa pode ser montado para programao anual ou plurianual, quando possui vrios conjuntos de 52 colunas, um para cada ano. A Figura 24 ilustra um modelo de mapa de programao anual.

    Figura 24 - Mapa de programao de manuteno com 52 colunas para sema

    Eventualmente, o conjunto das seis primeiras colunas reduzido ou ampliado, em funo da supresso de uma ou mais inter-relaes, ou da correlao com outras informaes julgadas necessrias pelos usurios, como os cdigos dos centros de custo, as estimativas de gasto de mo-de-obra etc.

    Esse mapa apresenta como grande desvantagem a possibilidade de erro grosseiro devido sua grande extenso, pois pode ocorrer que o usurio durante a pesquisa dos equipamentos a manter numa determinada semana, erre na correlao desta com os respectivos equipamentos por troca de linha, particularmente no caso daquelas que esto colocadas no final do mapa.

    comum a elaborao de mais de um mapa de programa mestre, sendo um para manuteno preventiva sistemtica (para perodos iguais ou superiores ao trimestre com desmontagem total ou parcial do equipamento), outro para manutenes de rotina (para perodos inferiores ao trimestre e geralmente sem desligamento do equipamento), onde no lugar de codificar a instruo de manuteno feita uma descrio sucinta da atividade a executar, e um terceiro para lubrificao, cujas colunas indicam a parte do equipamento a lubrificar, o tipo, cdigo, a quantidade de lubrificante a ser adicionada, o nmero de pontos a lubrificar, o tipo de servio a executar entre as opes de adicionar, analisar e trocar e finalmente a periodicidade, que ento sucedida pelas colunas para as semanas, ou meses, sendo neste caso registrado no quadro o dia ou a semana do ms em que o servio dever ser executado.

    Normalmente no final de cada semana, os encarregados dos setores de manuteno, ou o responsvel pelo controle de programao verifica no mapa os servios previstos para a semana seguinte e os registra em formulrios de programao semanal, um para cada setor que so discutidos em reunio de avaliao dessas atividades, particularmente quanto ao inter-relacionamento entre setores diferentes.

    Uma forma de tornar o mapa de programao mais compacto e, em conseqncia de mais simples manuseio e menor possibilidade de erro na pesquisa dos equipamentos programados, a substituio das 52 colunas por uma, onde escrito o nmero da semana, ou semanas no caso de perodos inferiores a um ano, mantendo-se as demais informaes do mapa indicado anteriormente.

    Normalmente so necessrias outras colunas alm daquela necessria de programao para permitir registros de reprogramao (semana e motivo), uma vez que as manutenes realizadas de acordo com a programao so identificadas sobrepondose um "X" sobre o nmero da semana prevista.

    A utilizao desse processo de programao, traz como desvantagem o prejuzo da visualizao das atividades executadas, reprogramadas, pendentes e canceladas, todavia alm da vantagem de eliminar os erros de seleo acima indicada, facilita o manuseio uma vez que os formulrios podem ser encadernados compondo o livro base de programao que pode ser feito em vrias cpias para distribuio aos encarregados.

    O "NSFI - Norwegian Ship Research Institute" (Instituto de Pesquisas da Marinha Norueguesa), desenvolveu um sistema de programao manual que denominou "TSAR Time Scheduling and Recording", que tem como base um painel plstico com diversos escaninhos onde so inseridas tiras de cartes coloridos em forma de "T", um para cada equipamento, onde esto registrados os dados necessrios manuteno programada desses equipamentos.

    Caso o painel plstico seja montado para programao de manutenes usando como unidade de periodicidade a semana, recomendvel que tenha alm das 52 colunas, mais duas ou trs para os principais tipos de pendncia dessa atividade como, por exemplo, liberao do equipamento pela operao, servio a ser executado durante um grande reparo, aguardando pea sobressalente etc.

    A grande variedade de cores das tiras "T", permite que o rgo de planejamento e controle de manuteno caracterize os setores responsveis pela manuteno, ou as unidades de manuteno, ou as classes dos equipamentos, ou outra caracterstica julgada de maior importncia para identificao imediata.

  • O uso desse painel facilita a reprogramao de manuteno no mesmo ano, bastando trocar a posio da tira de uma coluna para outra. Tambm mais prtico que os outros mtodos manuais, por dispensar algumas outras referncias, pois alguns dados necessrios manuteno podem ser escritos na frente e no v