manutenção de máquinas agrícolas

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1 Centro de Ciências Agrária de Itaqui Curso de Agronomia Disciplina de Tecnologia Agrícola Renato Beppler Spohr MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS 1 Itaqui, 2008 1 Fonte. Manutenção produtiva total: o insumo moderno para empresas agrícolas. www.iac.br/cea/at/mph.html

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    Centro de Cincias Agrria de Itaqui

    Curso de Agronomia

    Disciplina de Tecnologia Agrcola

    Renato Beppler Spohr

    MANUTENO DE MQUINAS AGRCOLAS1

    Itaqui, 2008

    1 Fonte. Manuteno produtiva total: o insumo moderno para empresas agrcolas.

    www.iac.br/cea/at/mph.html

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    ndice

    1 Introduo............................................................................................................. 3

    2 Mtodos de manuteno ...................................................................................... 4

    2.1 Manuteno corretiva .................................................................................... 4

    2.2 Manuteno preventiva ou peridica ............................................................. 4

    2.3 Quando deve-se realizar a manuteno peridica ........................................ 5

    3 Lubrificantes ......................................................................................................... 5

    3.1 leos lubrificantes ......................................................................................... 5

    3.1.1 leos para motores ................................................................................ 6

    3.1.2 leos para transmisses mecnicas...................................................... 7

    3.1.3 leos para transmisses hidromecnicas.............................................. 8

    3.1.4 leos para sistemas hidrulicos............................................................. 8

    3.1.5 leos multifuncionais ............................................................................. 8

    3.2 Graxas ........................................................................................................... 8

    3.2.1 Tipos de graxas ...................................................................................... 9

    3.2.2 Principais caractersticas das graxas ..................................................... 9

    3.2.3 Aditivos para graxas ............................................................................. 10

    3.2.4 Classificao das graxas...................................................................... 10

    4 Mtodos de aplicao de lubrificantes................................................................ 10

    4.1 leos lubrificantes ....................................................................................... 10

    4.2 Graxas ......................................................................................................... 11

    5 Cuidados na lubrificao de tratores e mquinas agrcolas................................ 11

    5.1 Cuidados gerais........................................................................................... 11

    5.2 Cuidado com as graxas ............................................................................... 11

    5.3 Cuidado com os leos ................................................................................. 12

    6 Panos de manuteno de motores, tratores novos e em uso............................. 13

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    1 Introduo

    Manuteno de mquinas agrcolas definido como o conjunto de procedimentos que visam manter as mquinas nas melhores condies de funcionamento e prolonga-lhes a vida til, atravs de lubrificao, ajustes, revises e proteo contra os agentes que lhes so nocivos, os quais esto presentes no ar, solo e plantas. Estes fatores problemticos so decorrentes do prprio trabalho, do meio ambiente e do manejo. Diz respeito a alojamento, abastecimento, lubrificao, pequenos reparos, proteo contra ferrugem e deteriorao.

    No que diz respeito ao alojamento, quando uma mquina no estiver em servio, esta deve ficar abrigada da ao dos raios solares, gua das chuvas e outros agentes que lhes so nocivos. Os abrigos podem ser simples e construdos de forma que evitem perigos de incndios, goteiras etc.. O piso, quando no pavimentado, dever ser suficientemente compactado, recoberto por uma camada de cascalho ou pedregulho fino, em nvel pouco superior ao terreno que o circunda. importante mant-lo limpo.

    J o abastecimento de mquinas motorizadas compreende algumas operaes como preenchimento do tanque de combustvel, verificao do nvel de gua do radiador; calibragem dos pneus at presso correia e verificao do nvel de eletrlito da bateria.

    O combustvel utilizado no abastecimento deve ser armazenado em local abrigado dos raios solares e com baixa variao de temperatura. A pintura do local com tintas claras evita grandes variaes de temperatura do combustvel. Deve-se tomar cuidado para evitar impurezas no combustvel (gua, sujeiras provenientes do tanque, etc.). O abastecimento do tanque de combustvel deve ser realizado sempre ao final da jornada de trabalho, evitando condensao da umidade do ar no interior do tanque de combustvel. No incio da jornada do dia seguinte deve-se fazer a drenagem no pr-filtro de combustvel.

    O abastecimento de gua do radiador dever ser realizado diariamente com gua limpa e de preferncia com o motor frio. Se o motor estiver quente e importante que se tome cuidado ao abrir a tampa do radiador para evitar riscos de queimadura. Neste caso ainda, deve-se acrescentar a gua fria lentamente e com o motor em funcionamento.

    Um bom desempenho e a durabilidade dos pneus dependem, principalmente, da manuteno dos mesmos na correta presso recomendada pelo fabricante. Pneus excessivamente pressurizados levam as perdas por excessivo patinamento, desgaste prematuro da banda de rolagem, aumento do consumo de combustvel, etc.. Pneus com baixa presso apresentam consumo irregular da banda de rodagem, menor resistncia dos flancos impactos do terreno, ruptura de lonas, maior consumo de combustvel. Para ench-los deve se usar gua limpa e uma soluo anti-congelante se necessrio. O controle da presso deve ser feita a cada duas ou trs semanas, utilizando-se um manmetro de boa qualidade.

    As baterias comumente utilizadas em mquinas agrcolas so do tipo cido. O eletrlito cido sulfrico diludo na proporo de 2 volumes de H2SO4 concentrado,

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    diludo em 5 volumes de gua destilada. A manuteno deve ser feita entre 50 e 60 horas de trabalho ou semanalmente, utilizando-se gua destilada, at que o nvel atinja 1 cm acima das placas. Alm disso, importante que a bateria esteja bem fixada maquina, que os plos estejam limpos e untados com graxa neutra e que no sejam realizados curto-circuito para verificao de carga.

    Na lubrificao de uma mquina deve-se conhecer a especificao do tipo de leo utilizado nos diferentes locais da mquina como motor, transmisso, sistema hidrulico, freios, e direo hidrulica. Os lubrificantes pastosos (graxas) so utilizados em mancais, articulaes, rolamentos, so aplicados atravs de bicos engraxadores que devem ser mantidos limpos e em bom estado de funcionamento.

    2 Mtodos de manuteno

    De maneira geral a manuteno pode ser classificada em dois mtodos diferentes que so a preventiva ou peridica e a manuteno corretiva.

    2.1 Manuteno corretiva

    o conjunto de reparos que devem ser realizados toda vez que se encontrar algum componente danificado. Pode ser facilmente desencadeada pela manuteno peridica que detectar os pontos a serem corrigidos. Tambm pode ser atribuda a falhas de manuteno peridica e de operao.

    2.2 Manuteno preventiva ou peridica

    A denominao de manuteno peridica refere-se s operaes que devero ser realizadas a intervalos regulares, determinados pelo nmero de horas trabalhadas pelas mquinas. Para isto, necessrio que seja registrado o tempo necessrio para s operaes. O instrumento do trator utilizado para isto o tratmetro, composto por tacmetro (mede a rotao do motor) e o hormetro (mede horas em uma determinada rotao).

    Sempre que a pessoa, ou a equipe de manuteno, for realizar alguma operao necessrio que se tome as medidas necessrias quanto segurana. Srios danos na mquina, como tambm graves leses no operador podem ser evitados com poucas medidas de segurana. Para exemplificar, antes de se retirar qualquer tubo hidrulico da mquina necessrio que se verifique se o sistema no esteja pressurizado. importante que se utilize equipamentos de segurana adequados, como luvas culos, etc. Da mesma forma, antes de mexer em componentes eltricos, deve-se desligar o cabo de massa (negativo) da bateria. Isto poder evitar a gerao de fascas provocando queimas ou mesmo exploses. Antes de realizar qualquer trabalho de manuteno como examinar, limpar ajustar ou mesmo engatar algum implemento, o operador deve-se certificar se o motor est parado, os freios aplicados, a TDP desligada e que todas as outras peas em movimento se encontrem paradas.

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    2.3 Quando deve-se realizar a manuteno peridica

    No que se refere a intervalos de manuteno preventiva, cada fabricante de mquinas agrcolas apresenta em seu "manual do operador" informaes sobre quando dever ser realizada a manuteno peridica. Os intervalos de manuteno apresentados pelos fabricantes, em suas tabelas, normalmente devem ser observadas quando a mquina for utilizada em situaes normais de operao. Desta forma, a equipe ou tcnico responsvel dever realizar os devidos ajustes com relao as condies ambientais de trabalho. Estes intervalos devero ser reduzidos em condies adversas como (gua, lama, areia, excesso de poeira, etc.).

    3 Lubrificantes

    Os atuais tratores, colhedoras e implementos agrcolas tornaram-se mquinas sofisticadas e de alto desempenho, exigindo para o seu uso eficiente lubrificantes de alta qualidade que respondam bem crescente severidade dos servios a que esto sujeitos estes equipamentos. A lubrificao um dos principais itens de manuteno de mquinas agrcolas e deve ser entendida e praticada para aumento da vida til das mesmas.

    Os lubrificantes so substncias que colocadas entre duas peas mveis ou uma fixa e outra mvel, formam uma pelcula protetora que tem por funo:

    reduzir o atrito e o desgaste;

    auxiliar na diminuio do calor e a vedao do motor;

    fazer a limpeza das peas;

    proteger contra a corroso;

    evitar a entrada de impurezas;

    transmitir fora e movimento.

    Os lubrificantes apresentam-se principalmente no estado slido (grafite), pastoso (graxas) e lquido (leos lubrificantes).

    3.1 leos lubrificantes

    Os leos lubrificantes podem ser de origem animal ou vegetal (leos graxos), derivados de petrleo (leos minerais) ou produzidos em laboratrio (leos sintticos), podendo ainda ser constitudo pela mistura de dois ou mais tipos (leos compostos).

    As principais caractersticas dos leos lubrificantes so a viscosidade, o ndice de viscosidade (IV) e a densidade.

    A viscosidade mede a dificuldade com que o leo escorre (escoa). Quanto mais viscoso for um lubrificante (mais grosso), mais difcil de escorrer, portanto ser maior a sua capacidade de manter-se entre duas peas mveis fazendo a lubrificao das mesmas. A viscosidade dos lubrificantes no constante, ela varia com a temperatura. Quando esta aumenta, a viscosidade diminui e o leo escoa com mais facilidade. O ndice de Viscosidade mede a variao da viscosidade com a temperatura.

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    A Densidade indica o peso de uma certa quantidade de leo a uma certa temperatura, importante para indicar se houve contaminao ou deteriorao de um lubrificante.

    Para conferir-lhes certas propriedades especiais ou melhorar alguma j existente, porm em grau insuficiente, especialmente quando o lubrificante submetido a condies severas de trabalho, so adicionados produtos qumicos aos leos lubrificantes, que so chamados aditivos.

    Os principais tipos de aditivos so: anti-oxidantes, anti-corrosivos. anti-ferrugem, anti-espumantes, detergente-dispersante, melhoradores do ndice de Viscosidade, agentes de extrema presso, etc.

    3.1.1 leos para motores

    O motor dos tratores e colhedoras tem caractersticas peculiares, tais como funcionamento a altas rotaes, temperatura e presso, alm da contaminao pelos resduos da combusto. Para facilitar a escolha do lubrificante correto, vrias so as classificaes, sendo as principais SAE e API.

    Classificao SAE: estabelecida pela Sociedade dos Engenheiros Automotivos dos Estados Unidos. Classifica os leos lubrificantes pela sua viscosidade, que indicada por um nmero; quanto maior este nmero, mais viscoso o lubrificante e so divididos em trs categorias:

    leos de Vero: SAE 20,30,40, 50,60

    leos de Inverno: SAE 0W, 5W, 10W, 15W, 20W, 25W

    leos multiviscosos (inverno e vero): SAE 20W-40,20W-50,15W-50. Obs.: A letra T vem do ingls "winter" que significa inverno.

    As principais vantagens dos leos multiviscosos em relao aos leos monoviscosos so: partidas a frio mais fceis, lubrificao adequada numa faixa mais ampla de viscosidade, menor desgaste do motor, menor consumo de combustvel, menor consumo de lubrificantes e maior durabilidade da bateria.

    Classificao API: Desenvolvida pelo instituto Americano do Petrleo, tambm dos Estados Unidos. Baseia-se em nveis de desempenho dos leos lubrificantes, isto , no tipo de servio a que a mquina estar sujeita. So classificados por duas letras, a primeira indica o tipo de combustvel do motor e a segunda o tipo de servio.

    Os leos lubrificantes para motores a gasolina, lcool e GNV (Gs natural veicular) de 4 tempos atualmente no mercado so apresentados na tabela abaixo. O leo SJ superior ao SH, isto , o SJ passa em todos os testes que o leo SH passa, e em outros que o SH no passa. O leo SH por sua vez superior ao SG. assim sucessivamente.

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    Tabela 1: Classes de leos para motores gasolina, a lcool e GNV (Gs Natural de Petrleo) Classe Indicados para motores de automveis fabricados

    SE 1972 a 1979 SF 1980 a 1988 SG 1989 a 1992 SH a partir de 1993 SJ Excede as especificaes do SH

    OS leos lubrificantes para motores a gasolina 2 tempos, como os usados em motoserras, abrangem 3 nveis de desempenho: API TA, TB e TC.

    A classificao API, para motores diesel, mais complexa que para motores a gasolina, lcool e GNV, pois devido a evolues que sofreu, foram acrescentados nmeros, para Indicar o tipo de motor (2 ou 4 tempos) a que se destina o lubrificante (Tabela 2).

    Tabela 2. Classificao API de leos lubrificantes para motores Diesel. Classe Indicados para motores Diesel CC 2 e 4 tempos, levemente super alimentados, todos os tipos diesel CD 4 tempos, medianamente super alimentados, todos os tipos diesel CD 2 tempos, todos os tipos diesel CE 4 tempos, super alimentados, diesel com teor de enxofre < 0,5% CF 4 tempos, medianamente super alimentados, teor de enxofre > 0,5% CF-2 2 tempos, super alimentados CF-4 4 tempos, super alimentados, altas rotaes, diesel com teor de enxofre < 0,5% CG-4 Excede o CF - 4 CH-4 Excede o CG - 4

    3.1.2 leos para transmisses mecnicas

    A transmisso constituda de embreagem, caixa de mudana de marchas (cmbio), diferencial, reduo final, freios (a banho de leo) e tomada de potncia (TDP). Ela responsvel pela transmisso da potncia produzida no motor para movimentar as rodas de trao e implementos acionados peia TDP do trator. Os leos lubrificantes utilizados em transmisses mecnicas tambm so classificados pela SAE e API.

    Classificao SAE: semelhante utilizada para leos lubrificantes para motores.

    leos para vero: SAE 90,140,250

    leos para inverno: SAE 70W, 75W, 80W, 85W

    leos multiviscosos (inverno e vero): SAE 80W-90, 85W-140

    Classificao API: nesta classificao o leo classificado pelas letras "GL" (Gear Lubrificant), que significa lubrificante para engrenagens, seguido de um nmero que indica o tipo de servio a que se destina, quanto maior o nmero mais severo o servio.

    GL4 - Indicado para condies severas de velocidade e carga, sendo destinados a

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    engrenagens hipides, contendo aditivao EP maior que o anterior.

    GL5 - Condies extremamente severas de carga e velocidade, sendo tambm destinado a engrenagens hipides, contendo alto nvel de aditivao EP,

    3.1.3 leos para transmisses hidromecnicas

    As transmisses hidromecnicas, tambm conhecidas como "Power Shift", composta de um conversor de torque associado a um conjunto de engrenagens satlites de engrenamento constante, que permite a troca de marchas sem interromper a transmisso de potncia do motor

    Um tipo de lubrificante foi especialmente desenvolvido para este tipo de transmisso, chamado ATF (fluido para transmisses automticas em ingls). Normalmente o ATF tipo A (sufixo A) atende a maioria das transmisses deste tipo encontradas no mercado.

    3.1.4 leos para sistemas hidrulicos

    O sistema hidrulico de levantamento de trs pontos de um trator responsvel pela elevao e posicionamento de implementos e mquinas agrcolas. A direo hidrulica ou hidrosttica, que tambm acionada hidraulicamente, pode ser ou no independente do sistema hidrulico.

    Classificao ISO: Analogamente a SAE, a ISO (International Standards Organization) fez uma classificao levando em conta apenas a viscosidade do leo lubrificante, desconsiderando o seu uso. O grau ISO indica que o lubrificante indica que a viscosidade do leo pode variar at 10% acima ou abaixo daquele valor. Como exemplo o leo ISO VG 68, a sua viscosidade pode variar de 61,2 a 74,8 centistokes.

    Classificao DIN; A norma DIN baseia-se na qualidade do leo mineral, de maneira que as duas se completam. Classifica os leos lubrificantes como:

    C - leo lubrificante para circulao;

    CL - Idem, com maior poder anticorrosivos;

    H-L - leos hidrulicas sem aditivos antidesgaste;

    H-LP - Idem, com aditivos antidesgaste;

    3.1.5 leos multifuncionais

    Alguns fabricantes desenvolveram um leo lubrificante chamado de universal ou multifuncional, que possui um alto ndice de viscosidade e aditivos que garantem boa proteo a motores turbo-alimentados ou de aspirao natural, a todos os tipos de transmisso mecnica convencional e tambm maioria dos circuitos hidrulicos clssicos.

    3.2 Graxas

    As graxas lubrificantes so produtos compostos, semi-slidos, constitudos de um

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    leo mineral e de um agente espessante mais aditivos.

    GRAXA = LEO MINERAL + ESPESSANTE + ADITIVOS

    3.2.1 Tipos de graxas

    O tipo e as caractersticas das graxas se devem ao tipo de agente espessante do qual ela constituda, podendo ser dos seguintes tipos:

    Graxas com sabo de Ltio: So chamadas de graxa de mltiplas aplicaes (multipurpose), devido a sua resistncia a gua e altas temperaturas, estabilidade a oxidao e ao trabalho, mantendo estas caractersticas mesmo a baixas temperaturas.

    Graxas com sabo de Sdio: Possui a desvantagem de se decompor devido a ao da gua, mas por outro lado absorve pequenas quantidades de gua, protegendo & peas contra a ferrugem, alem disso possuem boa resistncia a temperatura, podendo trabalhar em temperaturas mais elevadas (entre 1100 e1500 C).

    Graxas com sabo de Clcio: So insolveis em gua, mas pouco resistentes a altas temperaturas. Por possuir caractersticas satisfatrias para uso em mancais e pelo seu preo relativamente baixo representa grande parte das graxas utilizadas. No deve trabalhar em temperaturas superiores a 50 C.

    Graxas sem sabo: Usam como agentes espessantes principalmente a slica-gel e argilas especiais (bentonita), que so dispersos no fluido lubrificante, que pode ser mineral ou sinttico. Este tipo de graxa no se funde, sendo utilizadas em locais de altas temperaturas; tem, entretanto baixa resistncia a gua.

    Tabela. Resistncia das graxas gua, temperatura e rotao dos mancais

    Tipo de sabo Resistncia gua

    Resistncia temperatura

    Resistncia alta rotao

    Clcio timo Pobre Pobre

    Sdio Pobre Bom Bom

    Ltio Bom Bom Bom

    Complexo de ltio Bom timo Bom

    3.2.2 Principais caractersticas das graxas

    Consistncia: A consistncia nos indica se uma graxa e dura ou mole, isto , se ela difcil ou facilmente penetrvel (deformvel). E uma das caractersticas mais importantes das graxas, pois influencia a formao da camada responsvel pela lubrificao e a capacidade de bombeamento da mesma.

    Ponto de gota: E a temperatura na qual a graxa comea a gotejar, isto e derreter. E uma caracterstica importante para os equipamentos que trabalham a altas temperaturas.

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    Resistncia gua: Pelo fato de algumas maquinas trabalharem em ambientes com muita umidade, esta caracterstica torna-se extremamente importante nestes casos.

    Estabilidade: Diz-se que uma graxa e estvel quando ela consegue manter por mais tempo a sua consistncia.

    3.2.3 Aditivos para graxas

    As caractersticas das graxas podem ser melhoradas com o uso de aditivos e os tipos mais comuns so: Inibidores de oxidao, inibidores de corroso, agentes anti-desgastes ou de Extrema Presso, agentes de adesividade e lubrificantes slidos como grafite e bissulfeto de molibidnio.

    3.2.4 Classificao das graxas

    As graxas so classificadas quanto a sua consistncia pela NLGI (National Lubrificating Grease Institute), onde o grau varia com a penetrao de um cone em um recipiente contendo graxa. Quanto maior a penetrao, mais macia ser a graxa. De acordo com o valor deste ndice de penetrao, dado um nmero que varia de 0 a 6 e uma denominao. Quanto mais alta a numerao que a graxa recebe, maior a sua consistncia.

    Tabela. Consistncia e aplicao das graxas de acordo com a classe NLGT

    Classe NLGT Consistncia Principais aplicaes

    0 semi fluida Engrenagens

    1 fluida Mancais de rolamento

    2 mole Mancais de deslizamento

    3 media

    4 dura

    5 Muito dura Vedao em labirinto

    6 extra dura

    4 Mtodos de aplicao de lubrificantes

    4.1 leos lubrificantes

    Com almotolia: usado para aplicao direta do leo sobre as partes m serem lubrificadas, tais como engrenagens abertas, correntes, etc.

    Por salpico: usado em caixas fechadas, onde algumas partes mveis ficam em contato com o leo, e medida que giram borrifam o leo nas partes superiores. Este sistema utilizado em alguns tipos de motores estacionrios de pequeno porte.

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    Por imerso: Semelhante ao anterior, onde engrenagens ficam em contato com o leo. e ao girarem levam-no s outras nas quais esta engrenada.

    Por circulao forada: O leo bombeado atravs de tubulaes at s partes em movimento. Este sistema geralmente exige a presena de filtros e equipamentos para controle de presso. Seu uso mais comun na agricultura em motores de tratores e outros veculos.

    4.2 Graxas

    Aplicao manual: feita aplicando-se com a mo a graxa diretamente sobre a parte da mquina a ser lubrificada. usada normalmente na montagem das mquinas ou sobre correntes externas.

    Pinos graxeiros: Possibilitam o uso de pistolas graxeiras. Possui internamente uma esfera de ao, comprimida por uma mola que veda a sada da graxa, porm permite a entrada da mesma quando ela pressionada para dentro.

    Pistolas graxeiras: Geralmente tm capacidade entre 0,5 e 1,5 kg, usada para lubrificao das partes maiores da maquinaria e mancais com pinos graxeiros.

    Bomba-baldes: Com capacidade de cerca de 15 kg, usada para c enchimento das pistolas graxeiras ou lubrificao direta dos mancais.

    Bombas a ar comprimido: Usa ar comprimido para bombear a graxa. utilizada para enchimento de bombas portteis ou ainda lubrificao direta de mancais. Normalmente encontrada nos comboios de lubrificao.

    Pistolas pulverizadoras: Semelhantes s pistolas de pintura, usam ar comprimido para pulverizar a graxa sobre as partes a serem lubrificadas de maneira econmica e eficiente quando comparada aplicao manual.

    5 Cuidados na lubrificao de tratores e mquinas agrcolas

    5.1 Cuidados gerais

    - No faa a lubrificao com a mquina funcionando

    - No deixe leo ou graxa derramados nos locais de trabalho

    - Usar panos que no soltem fiapos

    - Usar vasilhames limpos para evitar contaminaes

    - Mantenha em ordem os extintores de incndio

    - Fazer a lubrificao nos perodos recomendados pelo fabricante

    - Consulte sempre manual do equipamento

    5.2 Cuidado com as graxas

    - Limpar bem os pinos graxeiros antes da lubrificao

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    - Substituir os pinos graxeiros entupidos

    - Retirar o excesso de graxa dos pinos graxeiros e mancais

    5.3 Cuidado com os leos

    Verificar o nvel do leo lubrificante periodicamente

    Completar se necessrio

    No misturar diferentes tipos ou marcas de lubrificantes

    Trocar o leo lubrificante no perodo especificado pelo fabricante.

    No remontar leo lubrificante

    Limpar as tampas de abastecimento antes de abrir

    Obs.: faa a troca com o motor ou cmbio quentes, para facilitar o escoamento do leo. Ao trocar o leo troque tambm o filtro.

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    6 Panos de manuteno de motores, tratores novos e em uso

    Tabela - Plano de Manuteno de motores SISTEMA MANUTENO PERIDICA 10h 50h 100h 200h 500h 1000h

    motor leo lubrificante - verificar nvel X leo lubrificante e Filtro - trocar X Tubo de respiro do motor - limpar X Vazamentos - verificar X Tanque de combustvel - verificar nvel,

    abastecer X

    Pr-filtro de combustvel - limpar X Bomba alimentadora - limpar X

    combustvel Filtros de combustvel - verificar X Tanque de combustvel - drenar X Filtros de combustvel - trocar X Vazamentos - verificar X Filtro de ar - limpar elemento X

    ar Vazamentos - verificar X Filtro de ar - trocar elemento X Turboalimentador - verificar vazamentos X Radiador - verificar nvel, limpar externamente X Vazamentos - verificar X Unies e braadeiras das mangueiras - reapertar X

    arrefecimento Correias - tencionar, verificar estado X Bomba dgua - verificar X Sistema de arrefecimento - drenar e limpar X Vlvula termosttica - testar X Bateria - verificar e completar nvel da soluo X

    eltrico Motor de arranque e alternador - verificar X Instrumentos de controle e comando - testar X

    Tabela - Plano de manuteno peridica de trator agrcola novo

    SISTEMA TENS DE MANUTENO 10h 50h 100h 200h 500h 1000h

    motor Verifique a tenso e o estado de conservao da correia do ventilador - ajuste se necessrio X

    Troque o filtro e o leo do motor X Limpe a grade do radiador X

    transmisso Verifique o curso livre do pedal de embreagem X Troque o leo do sistema de transmisso e hidrulico X Verifique o curso livre do pedal de embreagem. X

    direo Troque o fluido e o filtro da direo hidrosttica. X rodado Reaperte as porcas de fixao das rodas X

    Troque o leo dos redutores finais dianteiros (TDA). X Troque o leo do diferencial dianteiro (TDA). X Verifique o curso livre dos pedais dos freios. X

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    Tabela - Plano de manuteno peridica de trator agrcola em uso.

    SISTEMA ITENS DE MANUTENO 10 h 50 h 100 h 200 h 500 h 1000 h

    motor Verifique o nvel de leo do motor o complete X

    Faa a drenagem do sedimentador e pr-filtro de combustvel - antes de iniciar o trabalho

    X

    Abastea o tanque de combustvel ao final de cada jornada de trabalho Verifique o nvel da gua do radiador

    X

    Elimine a poeira acumulada no alojamento do filtro de ar X

    Limpe a grade do radiador X

    Verifique a tenso e estado da correia do ventilador X X

    Troque o filtro e o leo do motor X

    Troque o(s) elemento(s) do(s) filtro(s) de combustvel X

    Revise as mangueiras de aspirao de ar X

    Troque o elemento do pr-filtro de combustvel X

    Faa uma limpeza no sedimentador de combustvel X

    Limpe o filtro-tela da bomba alimentadora de combustvel X

    Troque o leo e o(s) filtro(s) do motor X

    Remova o tubo-respiro de crter e limpe-o com solvente e ar comprimimdo

    X

    Drene a gua do radiador e lave o sistema X

    Regule a folga das vlvulas do motor X

    Teste e regule os bicos injetores de combustvel X

    Troque o elemento secundrio do filtro de ar X

    Esvazie, limpe e reabastea o tanque de combustvel X

    Revise o funcionamento do turbo-compressor X

    Revise a parte eltrica e mecnica do alternador e motor de partida X

    transmisso Verifique o nvel de leo da transmisso X

    Verifique o curso livre do pedal da embreagem, regule - se necessrio X

    Faa uma limpeza do filtro do controle remoto X

    Troque o leo do sistema de transmisso e hidrulico X

    direo Verifique o nvel de fluido da direo hidrosttica X

    Inspecione os pinos mestres do eixo dianteiro, elimine a folga se necessrio X

    Troque o leo do diferencial dianteiro X

    eltrico Limpe os bornes da bateria e verifique o nvel de soluo eletroltica -complete com gua destilada

    X

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    SISTEMA ITENS DE MANUTENO 10 h 50 h 100 h 200 h 500 h 1000 h

    rodado Verifique e calibre a presso dos pneus dianteiros e traseiros X

    Verifique o nvel de leo dos redutores finais dianteiros (TDA) - complete se necessrio

    X

    Verifique o nvel do leo do diferencial dianteiro (TDA) - complete se necessrio

    X

    Verifique o nvel de leo dos redutores finais traseiros (TDA) - complete se necessrio

    X

    Reaperte as porcas de fixao das rodas X

    Verifique o funcionamento da trava do freio de estacionamento X

    Verifique o curso livre dos pedais dos freios - regule se necessrio X

    Lubrifique os rolamentos da transmisso traseira X

    Troque o leo dos redutores finais dianteiros (TDA) X

    Troque o leo dos redutores finais traseiros X

    Regule e reajuste a pr-carga dos redutores finais dianteiros (TDA) e traseiros

    X

    Verifique os rolamentos das rodas dianteiras (2RM), troque a graxa e ajuste a pr-carga

    X

    geral Lubrifique todos os pinos graxeiros X Lubrifique o engate de trs pontos X Ajuste os faris e lanternas traseiras X