manuela ribedeneira . ouça [listen], 2018 . casa ... · manuela ribedeneira . ouça [listen], 2018...

23
MANUELA RIBADENEIRA . 09.06.18 - 28.07.18

Upload: vunhan

Post on 14-Dec-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

MANUELA RIBADENEIRA . 09.06.18 - 28.07.18

Page 2: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto [photo]: Filipe Berndt

Page 3: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Ouça [Listen], 2018 . detalhe instalação [installation detail] . dimensões variáveis [variable dimensions]

Page 4: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Ouça [Listen], 2018detalhe instalação [installation detail]

Page 5: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Ouça [Listen], 2018 . detalhes instalação [installation details]

Page 6: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto [photo]: Filipe Berndt

Page 7: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Temblores Harmonicos III [Harmonic Tremors III], 2018 . desenho topográfico (parede manualmente descascada) [topographic drawing (manually peeled wall)] . dimensões variáveis [variable dimensions]

Page 8: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Temblores Harmonicos III [Harmonic Tremors III], 2018 . desenho topográfico (parede manualmente descascada) [topographic drawing (manually peeled wall)] . detalhes instalação [installation details]

Page 9: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Los culpables [The guilty ones], 2018 . 15 peças em bronze [15 bronze pieces] . Ed. 3 + 1 PA . dimensões variáveis [variable dimensions]

Page 10: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto [photo]: Filipe Berndt

Page 11: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Tremors 3, 2018 vídeo . 23”

Ed.: 5 + 1 PAdimensões variáveis [variable dimensions]

Page 12: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Disonancia y Armonia [Dissonance and Harmony], 2018 . madeira e garfos de ajuste [wood and adjustment forks] Ed.: 3 + 1 PA . 24 x 30 x 20 cm

Page 13: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Hombre suspendido por un golpe a punto de caer [A suspended man hit by a blow about to fall over], 2018 . impressão giclée [glycee print] Ed.: 5 + 1 PA . 32,5 x 43 cm

Page 14: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto [photo]: Filipe Berndt

Page 15: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Partitura (treinta segundos de silêncio) [Musical score (thirty seconds of silence)], 2018 . 38 peças de vidro soprado [38 pieces of blown glass] . Ed.: 5 + 1 PA . dimensões variáveis [variable dimensions]

Page 16: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Partitura (treinta segundos de silêncio) [Musical score (thirty seconds of silence)], 2018 . detalhe da obra [artwork detail]

Page 17: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Volcanes [Volcanoes], 2018 . grupo de 25 desenhos [group of 25 drawings] . Ed.: única [unique] . 23 x 480 cm

Page 18: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Em Ouça, Manuela Ribadeneira continua a sua investigação sobre as manifestações contemporâneas de dinâmicas históricas. Debruçando-se habitualmente sobre elementos concretos e configurações espaciais e incluindo gestos sutis sobre os desdobramentos e recomposições do tempo, aqui a artista expande a sua pesquisa, definindo uma associação entre fenômenos geológicos e sociais como cerne destenovo corpo de trabalho.

A exposição é construída através de uma série de elementos centrais que articulam esta relação. A sala principal conjuga três obras: uma estruturaarquitetônica de grandes dimensões, um desenho de parede também de grande escala e uma série de esculturas. A estrutura arquitetônica cria uma conexão entreo piso e o teto que se distingue pela sua grande inclinação. À altura do nosso olhar desenha-se a palavra Ouça, que dá o título ao trabalho e à mostra, um modo im-perativo que acena com um um pedido ou talvez um aviso. O desenho que cobre as paredes envolventes, chamadoTemblores Armónicos III (Harmonic Tremors III), foi produzido através da remoção de várias camadas de tinta, como uma onda sonora. Entre estes dois trabalhos encontramos uma série de pequenas esculturas de bronze colocadas diretamente no chão. Este conjunto representa dedos humanos pertencentes a uma estátua colonial, cujo tamanho é ligeiramente maior do que a escala humana. A coleção foi criada após um tremor ter atingido a casa da artista fazendo com que a estátua de sua coleção particular caísse de uma prateleira e quebrasse os dedos, que posteriormente foram fundidos em bronze e intitulados Los Culpables (The guilty ones). Os três trabalhos criam um jogo de espelhos que projeta um sentimento generalizado de alerta, desde a posição elevada da palavra Ouça, aos dedos que apontam para algo indefinido, passando pela representação gráfica de várias intensidades sonoras e o forte declive do elemento arquitetônico.

Esta dinâmica reflexiva prolonga-se no resto da exposição. Ao passar para o corredorque conecta ambas as salas da galeria é possível identificar um pequeno intervalo deixado entre a estrutura arquitetônica e a parede. O espaço apertado permite ver um tom laranja, que sublinha tanto o sentimento de alerta sugerido no interior da sala, como o estatuto instável de todo o projeto, onde muitas das informações fornecidas, tal como as referências utilizadas, se relacionam com fenômenos mais ou menos visíveis e de caráter incerto. Um pouco mais à frente, e ainda no corredor que conecta as salas, encontramos um curto vídeo onde se pode observar a sombra de um arranjo de flores, que se move a intervalos irregulares de forma quaseimperceptível. A segunda sala agrupa dois outros conjuntos. De um lado

UM MOMENTO LIMINAR DE TENSÃOALGUMAS NOTAS SOBRE OUÇA DE MANUELA RIBADENEIRA

encontramos uma série de pequenos desenhos de erupções vulcânicas baseados em gravuras dos séculos XVIII e XIX, do outro um conjunto de esculturas de vidro. Estas entidades frágeis e translúcidas encarnam e representam períodos de trinta segundos: algumas reproduzindo a configuração do símbolo utilizado em partituras musicais que em inglês americano se chama de thirty-second rest, outras produzidas pelo assoprador de vidro que soprou por trinta segundos em formas livres que contém exatamente esta quantia de ar.

A imagem-referência da erupção vulcânica é progressivamente descodificada como o elemento principal ao redor do qual todos os elementos da exposição orbitam, reaparecendo de diferentes formas ao longo da exposição. Para além dos desenhos que representam diretamente esse tipo de evento geológi-co, podemos olhar para a estrutura arquitetônica como uma representação estilizada do declive de um vulcão ou para o movimento sombrio do vídeo como resultado de um curto tremor de terra. Mas há outras associações possíveis. Pesquisas geofísicas em vulcões do Alasca, Costa Rica e São Vicente analisaram o som, que embora seja imperceptível ao ouvido humano é produzido no pro-cesso de erupção, tendo identificado três fases principais. No primeiro momento acontecem os chamados tremores harmônicos, uma sucessão de ruídos de frequências extremamente baixas. Em seguida acontece o que os cientistas denominaram de grito, quando a frequência aumenta de forma abrupta alcançando uma rapidez e sucessão muito intensas. Finalmente e quando a frequência atinge um nível extremamente violento acontece uma espécie de pausa traduzido num silêncio durante um intervalo de tempo com cerca de trinta segundos, ao qual se segue a erupção propriamente dita. Com esta informação em mente outros elementos como as peças de vidro e, principalmente, as ondassonoras inscritas nas paredes podem também ser descodificados como referentes a este processo geológico, sendo que o próprio processo de tor-nar visível a sobreposição das várias camadas de tinta reproduz a fricção entre diferentes estratos terrestres envolvidos em processos vulcânicos. Para além dos múltiplos ecos entre os diversos objetos da exposição, a tensão narrativa é sublinhada através de uma reconfiguração material, resultante de uma transferência que utiliza como ferramenta principal a forma escultórica. Pode ser referido o caso da palavra Ouça, mas também a indicação projetada pelos dedos, a inscrição do som diretamente nas paredes ou o espaço de tempo contido nas peças de vidro. Deve ainda ser mencionado que o gesto de remoção da tinta en-contra um paralelo com a palavra Ouça, que, deste ponto de vista, funciona demodo semelhante a uma inscrição ou excrescência da estrutura arquitetônica.

Page 19: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

Este tipo de fricção entre material e imaterial assinala o interesse de Ribadeneira na erupção vulcânica como um evento de elevado potencial simbólico, que pode ser utilizado como ferramenta para pensar o período atual. A imagem utilizada para o convite da exposição incorpora e exemplifica este tipo de tensões de forma paradigmática. Encontrada no jornal The Evening Standard, de Londres, a fotografia ilustra um artigo sobre Boris Johnson, antigo prefeito da cidade, atual ministro das Relações Internacionais e uma das figuras mais visíveis do movimento pró-Brexit.O caso reporta-se à compra por parte de Johnson pouco depois dos motins deLondres em 2012 de material de combate urbano, nomeadamente canhões de água. A imagem mostra-nos uma figura indistinta a ser atingida por um jato de canhão de água. A impossibilidade de identificação da personagem torna-a uma figura genérica que representa um corpo social, tornando-se um símbolo da violência de estado sobre as populações. Ao mesmo tempo, e devido a relação comJohnson esta imagem aparentemente simples envolve toda a exposição numa complexa rede de eventos e dinâmicas contemporâneas trans-nacionais onde lógicas conservadoras e nacionalistas têm vindo a conquistar terreno ameaçando conquis-tas obtidas por diversos movimentos sociais ao longo do século XX e início de XXI. A tensão inerente da expectativa da erupção vulcânica que habi- ta a exposição torna-se assim imagem-símbolo da leitura de Ribadeneira do momento atual, dominado por um sentimento de emergência que antecipa algo por acontecer e que todos devemos escutar com atenção.

João Laia, junho de 2018

Page 20: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

In Ouça [Listen] Manuela Ribadeneira continues her investigation into contemporary manifestations of historical dynamics. Continuing with her work on concrete elements and spatial configurations, while including subtle gestures on the unfoldings and recompositions of time, here the artist expands her research, defining an association between geological and social phenomena as the essential core of this new body of work. The exhibition is built from of a series of central elements that articulate this relation. The main room hosts three works: a large-scale architectural structure, a likewise large-scale wall drawing, and a series of sculptures. The architectural structure creates a connection between the floor and ceiling with a strikingly large sloping surface. At eye-level we see the word Ouça, which provides the show’s title, a statement in the imperative mode held out to the viewer as a request or perhaps a warning. The drawing that covers the surrounding walls, resembling a sound wave and called Temblores Armónicos III (Harmonic Tremors III), was produced by the removal of various layers of paint. Between these two works we find a series of small bronze sculptures placed directly on the floor. This set represents human fingers pertaining to a colonial statue on a slightly larger than human scale. The collectionwas created after a statue from Ribadeneira’s private collection had fallen from the shelf and broken its fingers due to a tremor that hit her house, then she cast them in bronze and they were entitled Los Culpables (The guilty ones). The three artworks create a game of mirrors that projects a generalized feeling of alert, spanning from the elevated position of the word Ouça to the fingers that point to something undefined, and including the graphic representation of various sound intensities and the steep slope of the architectural element. This reflexive dynamic is extended throughout the rest of the exhibition. Upon walking into the hallway that connects the gallery’s two rooms one can see a narrow gap between the architectural structure and the wall. From that tight space an orange tone is emitted, underscoring the feeling of alert suggested inside the room, in keeping with the unstable condition of the project as a whole, where many of the elements of information provided, and the references used, bear relation to more or less visible phenomena of an uncertain character. A little further ahead, still in the hallway that connects the rooms, we find a brief video where one can see theshadow of a flower arrangement, moving almost imperceptibly at irregular intervals. The second room holds two other sets of works. On one side we find a series of small drawings of volcanic eruptions based on 18th- and 19th-century engravings, on theother, a set of glass sculptures. These fragile, translucent entities represent and embody

A THRESHOLD MOMENT OF TENSION SOME NOTES ABOUT OUÇA BY MANUELA RIBADENEIRA

periods of thirty seconds: some are based on a musical note that in American English is called a thirty-second rest, a silence also known as a semidemiquaver; others were produced by a glass blower blowing for thirty seconds into free forms which therefore hold that precise amount of air. The image-reference of the volcanic eruption is progressively decoded as the main element around which all the elements of the exhibition revolve, reappearing in different ways throughout the exhibition. Besides the drawings that directly represent this sort of geological event, the architectural structure can be seen as a stylized representation of the slope of a volcano, just as the rustling movement in the video could be taken as the result of a brief earthquake. But there are other possible associations. Geophysical research studies of volcanoes in Alaska, Costa Rica and St. Vincent have analyzed the nearly inaudible sound produced in the process of eruption, having identified three main phases. First come the so-called harmonic tremors, a succession of extremely low-frequency sounds. Then come what the scientists have called the scream, when the frequency abruptly increases, reaching a crescendo. Finally, when the frequency hits an extremely violent level, a sort of pause is instilled which becomes a silence lasting about thirty seconds, which is followed by the eruption itself. With this information in mind, other elements such as the glass pieces and, especially, the sound waves inscribed on the walls can also be decoded as referring to this geological process, as the same process that exposes the various layers of paint produces a friction between different terrestrial layers involved in volcanic processes. Besides the multiple echoes between the various objects in the exhibition, the narrative tension is underscored through a material reconfiguration, resulting from a transference that uses the sculptural form as its main tool. Here we can refer not only to the presence of the word Ouça, but also to the act of pointing projected by the fingers, the sound inscribed directly onto the walls, or the space of time contained in the glass pieces. It should also be mentioned that the gesture of removing the paint finds a parallel in the word Ouça, which, from this point of view, operates like an inscription or outgrowth ofthe architectural structure. This sort of friction between the material and the immaterial stems fromRibadeneira’s interest in the volcanic eruption as an event of great symbolic power, which can be used as a tool for thinking about our current time. The image used on the exhibition’s invitation incorporates and paradigmaticallyexemplifies this sort of tension. From the newspaper The Evening Standard, of

Page 21: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

London, the city where the artist has lived since 2002, the photograph appeared in an article about Boris Johnson, the city’s former mayor, current Minister of International Relations and one of the most visible figures of the pro-Brexit movement. The article tells about how shortly after the 2012 London Johnson purchased urban combat material, namely water cannons. The image shows us an indistinct figure being hit by the jet of a water cannon. The impossibility of identifying the character transforms it into a generic figure representing a social body, becoming a symbol of the state’s violence against the populations. At the same time, and due to the relation with Johnson, this apparently simple image envelops the entire exhibition in a complex network of transnational contemporary dynamics and events in which conservative and national thinking have become more prevalent, threatening gains by various social movements throughout the 20th and early 21st centuries. The inherent tension of a continuously imminent volcanic eruption which pervades the exhibition thus becomes an image/symbol of Ribadeneira’s reading of the current moment, ruled by a sense of emergency in the expectation that something is about to happen, requiring everyone to listen attentively.

João Laia, June 2018

Page 22: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

MANUELA RIBADENEIRA

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS SOLO EXHIBITIONS

2018Ouça, Casa Triângulo, São Paulo, BrasilTemblores armónicos. A menudo una advertencia, FLORA ars+natura, Bogotá, Colômbia2014Varillas de la Esperanza, Casa Triângulo, São Paulo, Brasil2012Objects of certitude, objects of doubt, Casa Triângulo, São Paulo, Brasil2011Impromptu op.23, Arte Actual- Flacso, Quito, Equador2010Los Incorruptibles, adhoc galería, Vigo, Espanha2009Change is around the corner, dpm gallery, Miami, EUACortes y Recortes, Galería Vértice, Lima, Peru2008To be born in a stable does not make you a horse [o de la patria por nuestra voluntad], Teorética, San José, Costa Rica2005De Jardines y Líneas Imaginarias, dpm gallery, Guayaquil, EquadorTraslado: la Mitad del Mundo llega a la Casa de la Cultura, Artes No Decorativas S.A., Casa de la Cultura, Quito, Equador2002Crítica Ready-made, Artes No Decorativas S.A., Museo Banco Central, Guayaquil, Equador2001Sobremesa, Artes No Decorativas S.A., Casa Madeleine Hollaender, dpm gallery, Cuenca, Equador; Guayaquil, Equador; Museo de la Ciudad, Quito, Equador2000Organigrama, Artes No Decorativas S.A., Museo de la Ciudad, Quito, EquadorEl Rollo que es hacer cualquier cosa y el hilo que se necesita para no perderse, Artes No Decorativas S.A., El Pobre Diablo, Quito, EquadorArtes No Decorativas S.A., Casa de la Cultura, Cuenca, Equador

EXPOSIÇÕES COLETIVAS GROUP EXHIBITIONS

2018Water Event , Yoko Ono . Universo Libre, MET Quito, Centro Cultural Metropolitano, Quito, Equador2016Lara 2016, Latin American Roaming Art, Centro de Arte Contemporáneo (CAC), Quito, EquadorO que vem com a aurora, curadoria de Bernardo Mosqueira, Casa Triângulo, São Paulo, BrasilEl mundo fue plano, ahora es redondo y será un holograma, curadoria de François Bucher e Lina Maria López, Museo de Arte de Zapopan, Zapopan, México Agitprop!, Brooklyn Museum, Nova York, EUA2015The world was flat, now it’s round, and it will be a hologram, curadoria de François Bucher e Lina Maria López, Bild Museet, Umeå, SuéciaEn y entre geografias, Museo de Arte Moderno de Medellín, curadoria de Emiliano Valdes, Medellín, Colômbia2014Casa Triângulo no Pivô, Pivô, São Paulo, Brasil12ª Bienal de Cuenca, curadoria de Jacopo Crivelli Visconti e Manuela Moscoso, Cuenca, EquadorSomething in space escapes our attempts at surveying, Württembergisher Kunstverein Stuttgart, AlemanhaA Universe Supplementary to This One, curadoria de Fatos Üstek, x-ist, Istanbul, Turquia2013Deffered Archive - Grants & Commissions Program Exhibition, CIFO Art Space, Miami, EUAAnte un Fusilamiento, curadoria de Inti Guerrero, TEOR/éTica, San José, Costa RicaNouvelle Vagues - Artesur, Collective Fictions, Palais de Tokyo, Paris, França2012A House of Leaves, curadoria de Vincent Honoré, David Roberts Art Foundation, Londres,Inglaterra

NASCEU EM [BORN IN] QUITO, EQUADOR, 1966VIVE E TRABALHA EM [LIVES AND WORKS IN] LONDRES, INGLATERRA

Page 23: Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa ... · Manuela Ribedeneira . Ouça [Listen], 2018 . Casa Triângulo, São Paulo, SP. vista da exposição [exhibition view] . foto

20118ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, BrasilParadas em Movimento, Centro Cultural São Paulo, Brasil2010Pasado Imperfecto ASAB, Bogotá, Lugar a Dudas, Cali, Centro Fundación Telefónica, Lima, Grossman galleries, Easton, EUAPlaylist, lo mejor del arte contemporáneo ecuatoriano, curadoria de Rodolfo Kronfle Procesos Casa de la Cultura de Cuenca, Bienal de Cuenca, Museo Municipal de Guayaquil, Equador2009At your service, curadoria de Cylena Simonds David Roberts Art Foundation, Londres, Inglaterra2008Somewhere, Nowhere, Cardoso, Ribadeneira, dpm Gallery, Miami, EUATatton Park Biennale, Cheshire, InglaterraSomething less something more, curadoria de Vincent Honoré, Gallery One One One, Londres, Inglaterra2007The (S) Files 007, curadoria de Rodolfo Kronfle/Elvis Fuentes, Museo del Barrio, Nova York, EUA52ª Venice Biennale, Latin American Pavillion, Veneza, ItáliaBienal del fin del Mundo, Ushuaia, Argentina2006Piedra y palabra suelta no tienen vuelta, intervention in a public space, Architecture Biennale, Quito, EquadorForest Art Path, intervention in a public space, Darmstadt, AlemanhaTres nudos trescientos tajos Brito Cardoso Ribadeneira, Galería Animal, Santiago, Chile2005Space Protocol, curadoria de L. Garrett Parnu, Rael Artel Project Space, Estônia Cloud and Vision: William Blake in Lambeth, curadoria de Danielle Arnaud, Museum of Garden History, Londres, Inglaterra2004Infiltrate, curadoria de Louise Garrett The Substation, SingapuraThirtysecondslivequake, curadoria de Cecilia Canziani, Galerie Jacky Strenz, Berlim, AlemanhaDefinitively Provisional, curadoria de Canziani/Haugaard, Whitechapel project space, Londres, InglaterraThe Appendix, Copenhaguen, Dinamarca20038th Havana Biennale, Artes No Decorativas S.A., CubaVestido de Mujer, curadoria de Lupe Álvarez dpm gallery, Guayaquil, Equador

Made in UK, Arch Gallery, Londres, InglaterraArte Ecuatoriano contemporâneo, Artes No Decorativas S.A., Museo Pedro de Osma, Lima, Peru2002ES2002, Standard Biennale, Tijuana, México2001Mujeres, curadoria de [curated by] Lenin Oña, Museo de América, Madrid, Espanha2000Diálogo Ecuador/Brasil, Memorial de America Latina, Sao Paulo, Brasil; PUCE, Quito, Equador

PROJETOS EDITORIAISEDITORIAL PROJECTS

Manuela Ribadeneira é fundadora e co-editora com Vincent Honoré do jornal de arte contemporânea Drawing Room Confessions (lançada em Janeiro/2011). www.drawingroomconfessions.com

Manuela Ribadeneira is founder and co-editor with Vincent Honoré of the contemporary art journal Drawing Room Confessions (launched in January 2011). www. drawingroomconfessions.com

COLETIVOGROUP OF ARTISTS

Manuela Ribadeneira, junto com o músico Nelson García, participa do coletivoartístico Artes No Decorativas S.A. (desde 1999).

Manuela Ribadeneira is together with musician Nelson García one half of theartistic collective Artes No Decorativas S.A. (since 1999).