manual transplante renal

Upload: fernando-figueira

Post on 08-Jul-2015

550 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Maria Conceio Proena e colaboradores

HOSPITAL DE CLNICAS DE PORTO ALEGRE

Prof. SRGIO CARLOS EDUARDO PINTO MACHADO Presidente

Prof. AMARLIO VIEIRA DE MACEDO NETO Vice-Presidente Mdico

FERNANDO ANDREATTA TORELLY Vice-Presidente Administrativo

Prof NADINE CLAUSELL Coordenadora do Grupo de Pesquisa e Ps-Graduao

Prof ANA MARIA MLLER DE MAGALHES Coordenadora do Grupo de Enfermagem

Prof MARIA LUIZA LUDWIG Chefe do Servio de Enfermagem Mdica

Prof. ROBERTO CERATTI MANFRO Chefe do Servio de Nefrologia

Porto Alegre, junho de 2005 2 edio- Revista e ampliada

AUTORA: Maria Conceio da Costa Proena Enfermeira da Unidade de Hemodilise do HCPA. Enfermeira da Equipe de Transplante Renal e Pancretico.

COLABORADORES: Adriana Ribeiro Mdica Clnica da Equipe de Transplante Renal. Adriana Tessari Enfermeira da Unidade de Hemodilise do HCPA Alessandra Vicari Enfermeira da Unidade de Hemodilise do HCPA Cssia Morsch Enfermeira da Unidade de Hemodilise do HCPA. Chefe do Servio de Hemodilise. Francisco Jos Veronese Mdico Clnico da Equipe da Unidade de Hemodilise. Isabel Cristina Echer Professora Assistente da Escola de Enfermagem da UFRGS. Luis Felipe Gonalves Professor Adjunto da Faculdade de Medicina da UFRGS. Mdico Clnico da Equipe de Transplante Renal. Roberto Cerrati Manfro Professor Adjunto da Faculdade de Medicina da UFRGS. Chefe do Servio de Nefrologia do HCPA .Mdico Clnico da Equipe de Transplante Renal.

SUMRIO

1. APRESENTAO .................................................. 03 2. NOES SOBRE FUNO RENAL ......................... 05 3. O TRANSPLANTE RENAL ...................................... 06 4. COMO FUNCIONA A LISTA DE ESPERA PARA DOADOR FALECIDO ............................................. 07 5. INTERNAO ...................................................... 10 6. ASPECTOS CIRRGICOS DO TRANSPLANTE RENAL ................................................................. 11 7. PRINCIPAIS COMPLICAES DO TRANSPLANTE RENAL ................................................................. 12 8. CUIDADOS GERAIS A SEREM SEGUIDOS APS O TRANSPLANTE RENAL .......................................... 14 9. MEDICAES IMUNOSSUPRESSORAS .................. 17 10. CONTROLE AMBULATORIAL................................ 24 11. SINAIS E SINTOMAS DE ALERTA .......................... 28 12. COMO ABRIR O PROTOCOLO ............................. 28 13. FORNECIMENTO DOS MEDICAMENTOS IMUNOSSUPRESSORES ........................................ 29 14. ENDEREOS TEIS .............................................. 29

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

APRESENTAO Este manual foi elaborado a partir de reviso bibliogrfica, experincia profissional dos autores, depoimentos de pacientes transplantados renais, familiares e membros da equipe assistencial da unidade de hemodilise e da equipe clnica de transplante renal do Hospital de Clnicas de Porto Alegre (HCPA). O motivo que nos levou a elaborar este material foi aumentar a quantidade de informaes sobre o transplante renal para que o paciente e seus familiares tenham condies de participar mais efetivamente no seu tratamento.

-3-

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

Nossos objetivos so reforar as orientaes aos pacientes transplantados renais para o autocuidado; diminuir as complicaes relacionadas aos efeitos adversos dos medicamentos imunossu-pressores; prevenir complicaes; aumentar a sobrevida do paciente e do enxerto e proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente transplantado renal. O sucesso do transplante renal no depende s da equipe multidisciplinar e/ou assistencial, a participao do paciente nas diversas fases do transplante fundamental para sua recuperao. A equipe de transplante renal; portanto, dever ser procurada sempre que o paciente sentir necessidade, mesmo que seja s para sanar suas dvidas.

-4-

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

2. NOES SOBRE A FUNO RENAL O ser humano possui dois rins localizados acima da cintura, nas costas, um de cada lado da coluna. Medem 12 cm de comprimento e 6 cm de largura, pesam em mdia 150 gramas e tm a forma de um gro de feijo e trabalham junto com o crebro, o corao, o estmago, os ossos, o fgado e os pulmes para o funcionamento do corpo. O rim uma parte do sistema urinrio responsvel por remover as substncias toxicas em excesso, como uria, creatinina, potssio e medicamentos e regular o volume de lquidos dos compartimentos do corpo. Essas duas funes so realizadas atravs da produo de urina numa quantidade normal de 400 a 3000 ml ao dia. Entre outras funes, o rim produz hormnios como: ERITROPOETINA, que estimula a produo de glbulos vermelhos evitando a anemia, CALCITRIOL, que a forma ativa da vitamina D, importante na calcificao dos ossos, RENINA, que atua na regulao da presso arterial. Assim, os rins controlam o equilbrio entre o sal e a gua, a solidez dos ossos, o crescimento, a produo de sangue e a presso arterial.

-5-

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

3. O TRANSPLANTE RENAL um tratamento para pacientes com insuficincia renal crnica, que consiste na realizao de uma cirurgia na qual um rim normal de um doador colocado no paciente (receptor) com insuficincia renal crnica. Para a realizao do transplante renal, o paciente e seus familiares necessitam estar bem informados a fim de poder apoiar e ajudar na tomada de decises, sendo, para isso importante esclarecer todas as dvidas sobre esse tratamento. Quem pode receber um transplante de rim Todos os pacientes em dilise devem ser avaliados com vistas possibilidade de transplante, desde que o desejem. Hipertenso severa, hepatite viral crnica, doena cardaca crnica, doenas vasculares, doenas pulmonares so fatores que podem limitar a indicao de um transplante renal. Quem pode ser doador Existem dois tipos de doadores: Doador vivo deve ser maior de idade, manifestar espontaneamente sua vontade de doar, ter compatibilidade sangnea e imunolgica com o paciente receptor, ter boas condies de sade, possuir parentesco com o paciente em um dos seguintes graus: pais, irmos, filhos, primos, tios e cnjuges.

-6-

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

Doador falecido pessoa em morte enceflica, sem doenas graves transmissveis, como, por exemplo, infeces ou cncer. 4. COMO FUNCIONA A LISTA DE ESPERA PARA DOADOR FALECIDO Para ser includo na lista de espera para transplante-7-

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

renal com doador falecido, o paciente deve manifestar seu desejo de ingressar na lista de espera e estar em condies de sade que permitam receber o transplante. O mdico do centro de dilise do paciente o responsvel pela avaliao de suas condies de sade para incluso em lista de espera para transplante renal. Conforme Portaria n 1.168, de 15 junho de 2004, do Ministrio da Sade, no prazo de 90 dias, aps o inicio do tratamento dialtico, o servio dever, obrigatoriamente, apresentar o paciente apto para a opo de inscrio na Lista de Espera para Transplante Renal ou encaminhar a um Centro de Referncia. Dentro do mesmo perodo o paciente deve manifestar sua opo de recusa, que pode ser revogada a qualquer momento. A lista nica por doador nos estados, conforme decreto lei n. 2.268, de julho de 1997, do Ministrio da Sade, tem como critrio nmero um na escolha do receptor a compatibilidade nos antgenos do sistema HLA ( Antgenos Leucocitrios Humanos). Isto quer dizer que ser transplantado aquele paciente que tiver o HLA mais parecido com o doador e, portanto, com maior chance de sucesso. A seleo dos receptores feita pela Central de Transplantes via computador, a qual comunicar s equipes de transplante quem so os possveis candidatos, conforme critrios abaixo: 1. Compatibilidade de grupo sangneo 2. Compatibilidade HLA-8-

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

3. Prova cruzada negativa 4. Estar em condies clnicas para receber o transplante. Como o paciente dever encaminhar seu transplante Comunicando ao mdico da sua equipe de dilise que quer fazer transplante. Caso na sua famlia algum manifeste vontade de ser doador, o paciente deve pedir ao seu mdico para encaminh-lo para o ambulatrio de transplante renal do HCPA. Se ele no tem doador vivo, deve solicitar ao seu mdico para providenciar sua inscrio na lista nica estadual; para isso vai ser necessrio tipagem sangnea, tipagem HLA e coleta de soro, alm de informaes a seu respeito. Se o paciente ou seu mdico tiverem dvidas quanto s condies clnicas para transplante, dever ser solicitada a realizao de uma avaliao no Ambulatrio de transplante renal do HCPA; o mdico saber como fazer o encaminhamento. Como proceder quando o paciente for chamado para o transplante No momento em que ingressar em lista para transplante, o paciente deve ficar preparado para ser chamado a qualquer dia e horrio, deixando organizado: documentos (identidade e CPF), roupas,-9-

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

pertences pessoais de higiene e meio de deslocamento. Sua equipe de dilise deve ter seus nmeros de telefones e endereo onde possa ser localizado ou de pessoas conhecidas que saibam onde o encontrar a qualquer momento. Se o paciente algum dia precisar sair da sua cidade, deve avisar sua equipe de dilise e deixar telefones para contato. No momento em que receber o chamado para transplante, o paciente deve ficar em jejum, comparecer hemodilise do HCPA na hora marcada, vir acompanhado de um familiar ou amigo e trazer os documentos. Caso o paciente esteja resfriado ou tenha outro problema de sade quando receber o telefonema do seu mdico ou da equipe de transplante, estes devero ser informados imediatamente, pois, caso ele no tenha condies de fazer a cirurgia do transplante, o rim poder ser doado para outro paciente. O que a prova cruzada um tipo de teste imunolgico em que clulas do doador e o soro do paciente que vai receber o rim so cruzados para ver se este, o receptor, possui anticorpos pr-formados contra o doador. Caso esse teste seja positivo, o transplante no pode ser realizado. Esse exame demora em torno de seis horas para ter o resultado. Vrios possveis receptores so selecionados para fazer o teste. 5. INTERNAO A internao inicia no Bloco Cirrgico; logo aps a cirurgia, o paciente fica na sala de recuperao at recuperarse da anestesia, quando vai para a Unidade de Terapia- 10 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

Intensiva, onde permanece por 2 a 3 dias e, aps, levado para a Unidade de Internao Cirrgica. O tempo de internao depende da recuperao de cada paciente e tambm das complicaes clnicas e cirrgicas que eventualmente ocorrerem.

6. ASPECTOS CIRRGICOS DO TRANSPLANTE RENAL Preparo do paciente para a cirurgia Quando chegar unidade de hemodilise do HCPA, o paciente ser avaliado pela equipe de transplante. O mdico ou o enfermeiro iro lhe explicar novamente os procedimentos e os riscos da cirurgia e o uso de medicamentos especiais para evitar que o rim transplantado seja rejeitado. Se aceitar e concordar, o paciente assinar um termo de consentimento autorizando a cirurgia. Ele ento, far exames de sangue, raios X de trax e eletrocardiograma e receber medicaes pr-cirurgia. Nessa ocasio, ser instalado um acesso venoso para ele receber lquidos e medicamentos. Dependendo do resultado dos exames e do seu peso, o paciente ter que fazer dilise antes da- 11 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

cirurgia, por isso muito importante que pacientes que esto em lista de espera para transplante cuidem lquidos em excesso, observem a dieta, controlem a presso arterial, faam visitas peridicas ao dentista, e as mulheres faam avaliao ginecolgica anual. Cirurgia do transplante renal A cirurgia considerada de mdio porte e durante sua realizao o rim doado colocado na regio abdominal direita ou esquerda; ela dura em mdia 4 horas e a anestesia geral, sendo suficiente apenas um rim para manter as funes orgnicas. O paciente fica com uma sonda na bexiga para a coleta da urina e um acesso venoso para receber soro e medicamentos. Os rins do prprio paciente normalmente no precisam ser retirados, exceto daqueles que apresentem problemas significativos causados pela presena deles (exemplo: litase, rins policisticos, infeces urinrias de repetio). Neste caso, a cirurgia de retirada dos rins deve ser feita antes do paciente entrar em lista de espera. A inciso cirrgica deve ficar sem curativo aps o segundo dia; recomendado tomar banho normalmente, e os pontos podem ser reti- 12 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

rados na unidade de internao antes da alta ou no dia da consulta no Ambulatrio de Transplante. Dilise Logo aps a cirurgia, o rim poder no funcionar, principalmente se for de doador falecido, devido ao tempo de espera para o transplante e/ou por outras causas. Se isso acontecer, o paciente continuar com o esquema de dilise anterior at que o enxerto funcione. Isso poder demorar de 2 a 4 semanas. Bipsia renal A bipsia renal um procedimento muito importante para saber porque o rim transplantado no est funcionando ou est funcionando mal. necessrio jejum de 6 horas antes e 4 horas aps o procedimento. retirado um pedao minsculo do rim transplantado com uma agulha fina, sob anestesia local, para diagnstico de rejeio, infeco ou intoxicao por medicamentos. Aps a bipsia, o paciente precisa ficar deitado de 12 a 24 horas para evitar sangramento. 7. PRINCIPAIS COMPLICAES DO TRANSPLANTE RENAL A principal complicao aps o transplante a ocorrncia de infeces oportunistas que acontecem em virtude do paciente estar imunodeprimido em funo da medicao imunossupressora necessria para evitar rejeio. Tambm- 13 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

pode ocorrer rejeio, necrose tubular aguda, aumento da presso arterial e diabetes. Rejeio O rim transplantado visto pelo organismo humano como um corpo estranho e, por isso, ele sofre ataque dos sistemas de defesa. Esse processo chamado de rejeio. Podem ocorrer dois tipos de rejeio aps o transplante: rejeio aguda e rejeio crnica. Rejeio aguda um tipo de rejeio que pode ocorrer nos primeiros meses aps o transplante e possui tratamento. O diagnstico feito atravs de bipsia renal, ecografia e outros exames. Rejeio crnica Ocorre numa fase mais tardia do transplante, e o tratamento visa prevenir a perda da funo renal atravs de controle da presso arterial, dieta e cuidados gerais. Diabetes O diabetes ps transplante uma complicao que pode ocorrer devido a utilizao da medicao imunosupressora utilizada para prevenir a rejeio. Ocorre em 10 a 20% dos pacientes, e pode ser necessrio o uso de insulina para o controle da glicose no sangue.- 14 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

Hipertenso arterial comum em pacientes transplantados o seu tratamento feito com medicamentos anti-hipertensivos, diurticos e diminuio de sal na alimentao. Infeces As principais infeces aps o transplante so as infeces urinrias e pulmonares, mas podem ocorrer tambm outros tipos de infeces, por isso muito importante que o paciente, sempre que tiver febre, procure imediatamente atendimento da equipe de transplante e/ou a emergncia do HCPA. 8. CUIDADOS GERAIS A SEREM SEGUIDOS APS O TRANSPLANTE Hbitos de higiene A higiene aps o transplante renal dever ser observada com rigor a fim de serem evitadas infeces. Com o uso de medicaes imunossupressoras, o organismo estar enfraquecido, diminuindo as defesas naturais e, conseqentemente, aumentando o risco de infeces; portanto, importante seguir as seguintes recomendaes: Tomar banho dirio. Lavar bem as mos antes das refeies e antes de preparar as medicaes. Fazer a higiene bucal com escovao das gengivas,- 15 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

usando escova de cerdas macias, usar regularmente fio dental e visitar periodicamente o dentista. Observar a higiene domiciliar e no preparo dos alimentos. Manter unhas curtas e limpas.

Nutrio Orientaes mais precisas sobre a adequao alimentar ps-transplante renal sero realizadas pelo nutricionista da equipe em consulta individual. Estas, porm, so algumas recomendaes a serem seguidas: Evitar o consumo de bebidas alcolicas, elas podem prejudicar o fgado em funo dos medicamentos. No consumir bebidas alcolicas caso seja paciente portador de vrus de hepatite. Comer frutas e verduras vontade. Evitar alimentos com muito sal, gorduras, e abuso de aucares, pois com o uso da medicao imunosupressora, estes fatores podem elevar a presso arterial e predispor a Diabetes, comprometendo a enxerto e a sade de modo geral sade de modo geral. OBSERVAO: Controlar o peso muito importante aps o transplante, pois comum o paciente ter muita fome em funo do uso de medicamentos.

- 16 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

Hbitos de vida Recomenda-se o seguinte: Evitar lugares fechados e aglomerados. Evitar contato com pessoas doentes, em especial aquelas com doenas transmissveis. Evitar a prtica de esportes agressivos que possam lesionar o enxerto, como, por exemplo, lutas marciais, boxe e outras. Evitar tomar sol entre 10 e 15 horas; usar protetor solar com fator de proteo igual a 30 ou maior. Evitar contato direto com animais domsticos, eles podem transmitir doenas. O fumo proibido, pois todos os seus efeitos so potencializados pelos medicamentos. Procurar manter atividade fsica regular, como caminhar 40 minutos, no mnimo 3 a 4 vezes por semana. proibido receber vacinas de vrus vivo atenuado (Catapora, Ttano, Rubola, Febre Amarela, Sarampo). Quanto vacina da gripe consultar a equipe de transplante para saber se o paciente pode receb-la, pois este tipo de vacina modificada todo ano. Aps o transplante, as funes sexuais e reprodutivas tendem a normalizar. O reincio da atividade sexual depois da cirurgia depender da recuperao e disposio do paciente. Deve-se ter cautela com os esforos, como em qualquer outra atividade. Em funo de alguns riscos, a gestao no recomendada no primeiro ano aps o transplante. A- 17 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

paciente deve consultar seu ginecologista sobre a anticoncepo mais adequada e fazer reviso ginecolgica peridica a cada ano. bom lembrar que o DIU tem maior risco de infeco e que o anticoncepcional oral predispe hipertenso

CASO ESTEJA PENSANDO EM ENGRAVIDAR DEVE CONVERSAR COM A EQUIPE DE TRANSPLANTE

9. MEDICAO IMUNOSSUPRESSORA a medicao usada para prevenir a rejeio do rim transplantado. Esta medicao iniciada antes do transplante, e o paciente segue tomando-a enquanto estiver transplantado. Recomendaes gerais sobre os medicamentos para os pacientes Procure tomar as medicaes no mesmo horrio todos os dias.- 18 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

Nunca altere ou pare de tomar as medicaes por conta prpria, mesmo que esteja se sentindo melhor. Se voc esqueceu de tomar seu remdio, tome-o to logo se lembre. As medicaes so somente para voc; nunca as d para mais ningum. Voc no deve suspender, diminuir, nem aumentar a dosagem das medicaes sem orientao mdica. Nunca use medicao aps a data de validade, confiraa no rotulo da caixa da medicao. Informe seu mdico ou enfermeiro caso sinta quaisquer efeitos colaterais ao tomar a sua medicao. Nunca use qualquer medicao sem comunicar equipe de transplante, pois talvez seja necessrio ajustar a dose conforme o funcionamento do rim transplantado. Guarde sua medicao em lugar fresco e arejado, nunca em geladeira, com exceo da Rapamicina (Sirolimus), soluo oral, que deve ser guardada na geladeira. Mantenha sua medicao fora do alcance de crianas. Assegure-se de que tem medicao suficiente para feriados, finais de semana e frias. Pea receita das medicaes na consulta mdica, uma receita para cada ms. Caso a dose de sua medicao seja alterada, verifique se tem a quantidade suficiente. Quando retirar as medicaes na Secretaria da Sade, certifique-se de que elas so suficientes para um ms, confira a data da validade das medicaes e se o nome- 19 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

delas o mesmo da receita mdica. Lembre-se de que as medicaes devem ser retiradas todos os meses; caso no as retire, seu processo poder ser cancelado. Revise com seu mdico ou enfermeiro, a cada consulta, a dose de cada medicamento. Caso no encontre algum medicamento, ou tenha dvidas, procure imediatamente a equipe de transplante renal do Hospital de Clnicas no Servio de Nefrologia, 2 andar, sala 2030.

Medicamentos que podero ser receitados aps o transplante PREDNISONA (Meticorten, Predson, Predval). Apresentao: comprimidos de 5 mg e comprimidos de 20 mg. Indicao: medicamento usado para prevenir a rejeio. Cuidados: Tomar junto com o caf da manh. No tomar junto com anticidos.- 20 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

Controlar presso arterial e peso. Evitar exposio ao sol entre 10 e 15 horas. Fazer exerccios fsicos moderados para prevenir obesidade e osteoporose. Efeitos colaterais: dor abdominal, nuseas e vmitos, insuficincia cardaca congestiva, aumento da glicose, aumento da presso arterial, aumento de peso, reteno de gua e sal, irritao, dificuldade para dormir, espinhas, estrias, dor muscular, osteoporose, edema de face, aumento da sensibilidade da pele e fragilidade capilar. AZATIOPRINA (Imuran, Imunen). Apresentao: comprimidos de 50 mg Indicao: medicamento usado para prevenir a rejeio. Cuidados: No tomar junto com anticidos e tomar aps as refeies para evitar desconforto gstrico. Coletar exames laboratoriais, conforme solicitao mdica, para prevenir ou corrigir qualquer alterao. Efeitos colaterais: leucopenia, pancreatite, perfurao de lcera gstrica, dor abdominal, hepatotoxicidade, nuseas e vmitos, anemia, queda de cabelo e alergia de pele. CICLOSPORINA (Sandimun, Sandimun Neoral, Ciclosporina, Sigmasporin, Gengraf, Biospor, Sigmasporin Microoral). Apresentao: cpsulas de 100 mg, cpsulas de 50 mg e cpsulas de 25 mg. Indicao: medicamento usado para prevenir a rejeio. Cuidados:- 21 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

Controlar peso e presso arterial. Fazer exames peridicos, devendo a coleta de sangue para dosagem laboratorial de ciclosporina ser feita antes da primeira dose do dia ou 24 horas aps a dose matinal. Efeitos colaterais: aumento da glicose, aumento das gengivas, aumento da presso arterial, disfuno heptica, tremores, edema de face, perda de apetite, aumento de plos e nefrotoxicidade (que se manifesta pelo aumento de creatinina, por edema e hipertenso). MICOFENOLATO SDICO (Mifortic) Apresentao: comprimidos de 180 mg e comprimidos de 360 mg. Indicao: medicamento usado para prevenir a rejeio. Cuidados: No usar junto com anticidos que contenham magnsio ou hidrxido de alumnio, ou junto com colestiramina e aciclovir. Coletar exames, conforme solicitao mdica, para prevenir ou corrigir qualquer alterao. No ingerir comprimidos quebrados. Ficar atento para desidratao; se tiver diarria, tome mais lquidos e procure a equipe de transplante. Efeitos colaterais: diarria, diminuio dos glbulos brancos, anemia, nuseas, vmitos, presso arterial alta, lcera gstrica, gastrite, sangramento digestivo, dor nas articulaes e dores musculares. MICOFENOLATO MOFETIL (Cellcept ) Apresentao: comprimidos de 500 mg. Indicao: medicao usada para prevenir a rejeio.- 22 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

Cuidados: No usar junto com anticidos que contenham magnsio ou hidrxido de alumnio, ou junto com colestiramina e aciclovir. Coletar exames, conforme solicitao mdica, para prevenir ou corrigir qualquer alterao. No ingerir comprimidos quebrados. Ficar atento para desidratao; se tiver diarria, tome mais lquidos e procure a equipe de transplante. Fazer jejum de 1 hora antes ou 2 horas aps as refeies. Efeitos colaterais: diarria, diminuio dos glbulos brancos, anemia, nuseas, vmitos, presso arterial alta, lcera gstrica, gastrite, sangramento digestivo, dor nas articulaes e dores musculares. TACROLIMUS -FK506- (Prograf ) Apresentao: cpsulas de 5 mg e cpsulas de 1 mg. Indicao: medicamento usado para prevenir a rejeio. Cuidados: Abrir o envoltrio das cpsulas e tomar imediatamente, com gua. No tomar junto com anticidos. No tomar junto com suco de laranja. No tomar antes da coleta dos exames de sangue. Efeitos colaterais: nefrotoxicidade, diabetes mellitus, distrbios hidroeletrolticos, presso arterial alta, diarria, nuseas, vmitos, formigamento nos ps e nas mos, perturbao do sono, tremores nas mos e dores de cabea. SIROLIMUS Rapamicina (Rapamune ) Apresentao: soluo oral e drgeas de 1 mg.- 23 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

Indicao: medicamento usado para prevenir a rejeio. Cuidados: Tomar somente por via oral. Tomar sempre 4 horas aps a ciclosporina. Tomar a soluo oral imediatamente aps preparada, devendo a seringa deve ser descartada a cada uso. Efeitos colaterais: aumento do colesterol, aumento dos triglicerdeos, diminuio de plaquetas, diminuio dos glbulos brancos, menos dores de cabea, dores musculares, dores nas articulaes, indigesto, diarria e nuseas. Armazenamento: Os frascos de Sirolimus, soluo oral, devem ser armazenados em geladeira, protegidos da luz e refrigerados de 2 a 8 C. Uma vez aberto, o frasco deve ser consumido no perodo de 1 ms. Os frascos so fornecidos com adaptador de seringas para encaixe no frasco e seringas de plstico mbar descartveis em nmero suficiente para dosagem diria. necessrio levar sacola trmica ou isopor com gelo para trazer a medicao da farmcia. Se houver necessidade de transportar o Sirolimus, soluo oral: Lev-la na seringa, tampando-a de modo seguro (a tampa vem junto com as seringas), e colocar a seringa no estojo fornecido. Uma vez colocada na seringa, a medicao pode ficar em temperatura ambiente por 24 horas, exceto no caso de temperaturas extremas: menos de 2C ou mais que 30C. No caso de temperaturas > 30C, carregar a medicao em- 24 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

isopor ou sacola trmica.

Instrues para administrao e diluio de Sirolimus, soluo oral: Remover a tampa de segurana do frasco da soluo e substitu-la pela tampa com adaptador de seringa. Inserir a seringa dosadora de cor mbar na abertura do adaptador e pressionar o mbolo da seringa completamente antes de ench-lo. Aspirar a quantidade exata da soluo indicada pelo mdico. Medir a soluo para que o topo da linha preta do mbolo esteja ajustado linha correspondente para a quantidade exata prescrita pelo mdico. Retirar o adaptador da seringa e colocar a tampa no frasco. Colocar a soluo dentro de, no mnimo, 60 ml de gua ou suco de laranja, em copo de vidro ou plstico, agitar bem e tomar imediatamente. Encher novamente o copo com, no mnimo, 120 ml de gua ou suco de laranja e tomar imediatamente. Nenhum outro lquido deve ser usado para diluio deste medicamento. Desprezar a seringa aps o seu uso.

- 25 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

OBSERVAO: bom lembrar que o paciente no apresentar todos os efeitos colaterais descritos aqui, que ao longo do transplante, as medicaes sero reduzidas e que a tendncia de os efeitos colaterais diminurem ou desaparecerem, por isso o paciente no deve deixar de tomar nem alterar a dose dos medicamentos.

Outros medicamentos que podero ser utilizados: Nistatina. Soluo utilizada nos primeiros meses para evitar infeco da mucosa oral por cndida. Ranitidina ou Omeprazol. Usado para prevenir lcera gstrica. Anti-hipertensivos. Utilizados para o controle da presso arterial. Sulfametoxazol + trimetoprin ou Batrox. Utilizados para prevenir infeco urinria e respiratria; deve ser tomado noite aps urinar. Insulina. Os pacientes no-diabticos previamente ao transplante podem ter necessidade de utilizar este medicamento para controlar a glicose do sangue (que pode se elevar com o uso da medicao imunossupressora). Neste caso, o mdico prescrever e a enfermeira ensinar como aplicar esse medicamento. Ganciclovir: Utilizado para preveno de infeces.

- 26 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

10. CONTROLE AMBULATORIAL As consultas no ambulatrio tm como finalidade controlar a sade dos pacientes transplantados, prevenindo e tratando complicaes. Aps a alta hospitalar, o paciente transplantado renal, dever agendar sua consulta e exames marcados. Os exames devero ser realizados no dia anterior consulta ou conforme combinao com a equipe mdica. No caso de ser feriado no dia da coleta dos exames, o paciente deve colet-los no dia que antecede o feriado. Esquema da freqncia de consultas ambulatoriaisTempo ps-transplante Primeiro ms Segundo ms Terceiro e quarto ms Quinto ms at um ano Aps um ano Freqncia Duas vezes por semana Uma vez por semana Uma vez a cada 15 dias Uma vez ao ms 1 vez a cada 2 meses

Esse um esquema geral, que pode ser alterado em funo de intercorrncias ou alteraes nos resultados dos exames. As consultas ps-transplante renal so realizadas sempre com agendamento prvio: pela manh, nas quartas e sextas feiras, na zona 12, trreo do HCPA, no horrio das 8 h s 12h e, no perodo da tarde, nas teras e quintas, das 12h 30min s 16h 30min, na sala 2030, segundo andar do HCPA na Hemodilise.

- 27 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

11. SINAIS E SINTOMAS DE ALERTA O paciente deve dirigir-se sempre ao ambulatrio no dia da consulta ou em qualquer dia se apresentar algum dos sintomas abaixo: SINTOMAS DE INFECO Febre acima de 38 C Secreo, dor, calor e inchao no local do enxerto Urina turva Dor para urinar Placas brancas na lngua Falta de ar Cansao extremo SINTOMAS DE REJEIO Febre acima de 38 C Inchao Diminuio de urina Presso alta Dor no local do enxerto Abaulamento no local do enxerto Dor no corpo e nas articulaes 12. COMO ABRIR O PROTOCOLO (PROCESSO) Ir ao setor de triagem (Av. Borges de Medeiros, 546 trreo) e buscar o formulrio de medicamentos especiais; traz-lo para o mdico preencher e aps lev-lo, juntamente com os papis da alta hospitalar a receita da medicao em duas vias ao Centro Administrativo do Estado (Avenida Borges de Medeiros, 1501); depois disso, ir farmcia com a receita- 28 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

em duas vias e o nmero do protocolo para retirar a medicao. 13. FORNECIMENTO DOS MEDICAMENTOS IMUNOSSUPRESSORES A partir da alta hospitalar, a medicao imunossupressora fornecida pela Secretaria da Sade do seu municpio, gratuitamente, devendo ser retirada com receita mdica em duas vias, mediante a apresentao do nmero do processo que ser fornecido ao paciente na primeira vez em que a medicao for retirada. 14. TELEFONES E ENDEREOS TEIS: Endereo para encaminhar protocolo para retirada das medicaes imunossupressoras: Rua Borges de Medeiros, 546 - trreo, sala 13. Telefone: 3225 0935. Endereo do Centro Administrativo do Estado: Avenida Borges de Medeiros, 1501. Telefone: 3288 3800. Coordenao de Medicaes: 3288 5979 ou 3288 5942 Endereo da farmcia para retirar a medicao imunossupressora: Rua Borges de Medeiros, 546, esquina com a Rua Riachuelo 6 andar, Centro. Telefones: 39011004. HCPA - Hospital de Clnicas de Porto Alegre: Rua Ramiro Barcelos, 2350. Bairro Bom Fim. Telefone: 2101 8000.- 29 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

Unidade de Hemodilise do HCPA: 2 andar. Telefones: 2101 8295 ou 2101 8121. Ambulatrio de transplante renal do HCPA: andar trreo; Zona 12. Telefone: 2101 8225. Zona 14 (para coleta de exames): andar trreo do HCPA. Telefones: 2101 8274 ou 2101 8321. Laboratrio de Imunologia do HCPA: 2 andar. Telefone: 2101 8308.

- 30 -

Transplante Renal - Orientaes para pacientes e familiares

O paciente transplantado, pode levar uma vida saudvel desde que siga corretamente as orientaes recebidas.

- 31 -

Kundry Lyra Ilustraes Vera Kipper Reviso de portugus Grfica do Hospital de Clnicas de Porto Alegre Impresso

PUBLICAES HCPA: Diagramao, Editorao, Arte-Final e Impresso Grfica HCPAPH-095 - 274233 - grfica hcpa - jun05