manual safira

Upload: roberson-pimentel

Post on 12-Jul-2015

136 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Embrapa Instrumentao Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

SAFIRA: manual de utilizao

Lcio Andr de Castro Jorge Daniel Jos da Cunha Bueno Silva

Embrapa Instrumentao So Carlos, SP 2010

0

Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na: Embrapa Instrumentao Rua XV de Novembro, 1452 Caixa Postal 741 CEP 13560-970 - So Carlos-SP Fone: (16) 2107 2800 Fax: (16) 2107 2902 www.cnpdia.embrapa.br E-mail: [email protected] Comit de Publicaes da Unidade Presidente: Membros: Membro Suplente Supervisor editorial: Normalizao bibliogrfica: Valria de Ftima Cardoso Tratamento de ilustraes: Valentim Monzane Capa: Editorao eletrnica: 1a edio 1a impresso (2010): tiragem 300

Todos os direitos reservados. A reproduo no-autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao dos direitos autorais (Lei no 9.610). CIP-Brasil. Catalogao-na-publicao. Embrapa Instrumentao Agropecuria

J82a

Jorge, Lucio Andr de Castro SAFIRA: manual de utilizao. / Lucio Andr de Castro Jorge, Daniel Jos da Cunha Bueno Silva. -- So Carlos, SP: Embrapa Instrumentao Agropecuria, 2010. 00 p. ISBN

1. Software- Anlise Fibras e Razes 2. Manual. I. Silva, Daniel Jos da Cunha Bueno. II. Ttulo. CDD 21 ED 005.3

1

ApresentaoAs razes possuem um papel fundamental para o solo, promovendo formao dos agregados durante o crescimento, aproximando partculas minerais pelas presses exercidas no seu avano atravs do espao poroso do solo, extrao de gua e liberao de substncias orgnicas para a rizosfera. Tudo isso se deve ao fato de a rizosfera ser rica em energia, oriunda de sua associao com as plantas. Sendo assim, o estudo das razes tem grande importncia para melhor compreenso das relaes soloplanta. H muito se sabe que o estudo do desenvolvimento das razes, sua distribuio, extenso e atividade so de extrema importncia para o entendimento da produo agrcola, bem como das alteraes provocadas no solo e na planta pelo manejo fsico e qumico do solo e pelas condies naturais. As pesquisas sobre a interao soloraiz vm se intensificando e tem-se buscado sistemas radiculares mais profundos, que possibilitem cultura resistir melhor a perodos de seca e aumentar a produo. A compactao do solo, provocada pela intensificao da mecanizao agrcola, aliada ao manejo inadequado do solo, tambm tem proporcionado maior preocupao com o ambiente radicular. Alm disso, o conhecimento da profundidade efetiva do sistema radicular um importante parmetro utilizado nos clculos de irrigao, bem como nos modelos matemticos criados para prever a absoro de gua e nutrientes pelas plantas. Ferramentas para o estudo radicular tm sido cada vez mais necessrias e o uso de softwares de processamento de imagens tem sido um grande aliado. Neste sentido, o presente trabalho contribui significativamente com a apresentao de um novo sistema de anlise de razes distribudo gratuitamente para o avano das pesquisas do sistema radicular.

2

SumrioIntroduo ........................................................................................................................ 4 2. Abrindo uma imagem ................................................................................................... 6 3. Edio e configurao .............................................................................................. 7 3.1 Editando a imagem ................................................................................................ 7 3.2 Definindo a escala ............................................................................................... 10 3.3 Funcionalidades via menu ................................................................................... 10 4 Processamento da imagem ...................................................................................... 11 4.1 Segmentao ........................................................................................................ 11 4.2 Operaes morfolgicas ...................................................................................... 16 4.3 Rotulao ............................................................................................................. 18 4.4 Transformada de distncia .................................................................................. 21 4.5 Esqueletonizao ................................................................................................. 22 4.6 Dimetros ............................................................................................................ 22 5 Resultados ............................................................................................................... 24

3

IntroduoDe forma geral, a avaliao de razes, a campo, tem sido efetuada de duas maneiras: diretamente no perfil de solo ou atravs de razes lavadas (BOHM, 1979), levando em conta o custo, a preciso e o tempo de anlise. A coleta de informaes no campo uma tarefa bastante rdua e feita de diferentes formas: pelo mtodo do monlito, do trado, da parede do perfil, parede de vidro, dentre outros. Em Bhm (1979), so descritos os mtodos clssicos de anlise de razes demonstrando que as dificuldades so de natureza metodolgica, j que as tcnicas existentes so tediosas, demoradas e apresentam, com certa frequncia, uma exatido que considerada insatisfatria. Porm, muitas metodologias vm sendo desenvolvidas para facilitar os estudos das razes, levando em conta custo, preciso e tempo de anlise. As tcnicas baseadas em processamento de imagens tm sido destaque na literatura mais recente para a anlise de razes (JORGE e CRESTANA, 1996). Um dos mtodos mais utilizados para o estudo de razes o mtodo do monlito, ou seja, a retirada de um monlito de solo e a separao de razes por lavagem. Mesmo sendo um mtodo padro, existem algumas variaes, tais como: placa de pregos, anis volumtricos, etc. Entre estas, o mtodo com placa de pregos se destaca como referncia no estudo de razes (IVO, 1999). Por meio dele, uma amostra representativa do sistema radicular retirada por meio do uso de uma prancha especial, a qual, atravs dos pregos que possui, permite a permanncia das razes em posies prximas s suas posies naturais, mesmo aps o procedimento da lavagem da amostra. Uma vez retirada a placa com pregos, faz-se o processo de lavagem, em que se consome muito tempo. Porm, para facilitar o trabalho, as amostras devem ser imersas em recipientes com gua, e dependendo da textura do solo, adiciona-se tambm um dispersante, por 12 a 24 horas. Depois da saturao, o solo retirado com o auxlio de um jato de gua sob baixa presso, de baixo para cima da placa evitando a perda de razes. Apesar de esse mtodo ser trabalhoso e consumir muito tempo, ele sempre utilizado como um mtodo padro, pois, a partir dele, possvel fazer um estudo tanto qualitativo como quantitativo das razes e, alm disso, segundo Kpke (1981), entre os mtodos do monlito, o que possui maior exatido dos resultados. Outro variante bastante utilizado feito com o auxlio de um tubo de PVC ou acrlico, com dimetro e comprimento varivel para retirar um monlito cilndrico do solo. No entanto, as dimenses mximas que tm sido utilizadas para o estudo de razes so de 1 m de comprimento por 0,10 m de dimetro interno. A penetrao do tubo no solo feita utilizando-se macaco hidrulico. Para que seja possvel a penetrao do tubo no solo necessrio acoplar sua base, uma sapata de ao inoxidvel chanfrada, que permitir o corte das razes, facilitando, a sua penetrao no solo (CINTRA, 1996). A coluna de solo coletada poder ser subdividida em amostras menores, a depender da distribuio das razes em profundidade, permitindo maior mobilidade na utilizao dos dados. Depois de coletadas, as razes so separadas do solo por processo de lavagem. A anlise das razes, propriamente dita, pode ser efetuada por processamentos de imagens especficos para razes lavadas, utilizados inicialmente nos softwares SIARCS (JORGE, 1996) e Winrhizo (ARSENAULT et al., 1995), e agora neste manual se apresenta a forma de anlise no novo software SAFIRA. Esses processamentos especficos permitem a quantificao de razes lavadas de forma muito menos trabalhosa, mais 4

rpida e detalhada, viabilizando o estudo da distribuio do sistema radicular no tempo e no espao, bem como um maior nmero de repeties experimentais. No caso do perfil do solo, este mtodo tambm denominado de Mtodo da Trincheira (JORGE, 1996), se fundamenta na abertura de trincheiras para melhor visualizao e avaliao da distribuio das razes da planta em estudo. A avaliao da distribuio de razes in situ consiste em cavar uma trincheira ao lado da planta e remover uma fina camada da parede do perfil, de modo a expor as razes, que depois so contadas e registradas em desenhos ou tabelas (BOHM, 1979). Uma variao do mtodo tem sido utilizada para anlise a partir de imagens digitais (JORGE, 1996). Para cada tipo de cultura definida uma condio para abertura de trincheira: posio, comprimento, largura e profundidade. (JORGE et al., 1996; JORGE, 1999; MEDINA, 1999). Para a obteno dos dados, pode ser feita uma contagem a partir da exposio das razes na tela reticulada. Uma variao a anotao da presena ou da ausncia das razes, utilizando-se a mesma tela. Outra forma a anlise de imagens a partir de imagens tiradas do perfil de solo com razes (JORGE, 1999). O mtodo de avaliao depende do objetivo proposto. Quando se deseja saber os efeitos do manejo do solo, suficiente a avaliao da distribuio das razes no perfil pelas anotaes de presena ou ausncia. Quando se busca avaliar o efeito de determinados tratamentos no desenvolvimento das plantas ou no sistema radicular, a tcnica da contagem a mais recomendada. Pode-se, ainda, atribuir notas s razes, classificando-as conforme os diferentes tamanhos encontrados. Ainda no campo, so encontradas anotaes como: tipo, dimetro, disposio, orientao e localizao das razes no perfil do solo. E a forma mais fcil de eliminar a subjetividade encontrada nestas anlises e melhorar a preciso por meio do processamento de imagens, conforme relata Jorge (1999), quando descreve o SIARCS, metodologia para anlise de razes em perfil do solo por processamento de imagens. A partir de imagens digitalizadas dos perfis, pode-se determinar o comprimento, a distribuio e a rea ocupada pelas razes (CRESTANA et al., 1994; GUIMARES et al., 1996; JORGE e CRESTANA,1996). Tambm no caso de razes em perfil, o sistema descrito a seguir pode auxiliar na quantificao de razes no perfil de solo. Apresenta-se a seguir o manual de usurio do software SAFIRA.

5

1. Abrindo uma imagemQuando o software for inicializado, a tela apresentada na Figura 1 exibida para o usurio. Logo abaixo da barra de ttulo h uma barra de menus. As funcionalidades que podem ser acessadas atravs do menu esto descritas no decorrer deste tutorial. Existem alguns botes na barra de ferramentas que disponibilizam atalhos para essas funcionalidades ou executam aes nicas.

Figura 1: Interface principal do softwareO primeiro passo abrir uma imagem para ser analisada. Isso pode ser feito tanto pelo menu Arquivo > Abrir, como pelo boto na barra de ferramentas. Um dilogo de seleo de arquivos aparecer na tela (Figura 2) e o usurio deve, atravs dele, indicar o arquivo que deve ser carregado.

Figura 2: Seleo do arquivo da imagem a ser carregado pelo software6

Se o formato do arquivo da imagem for JPEG, uma pr-visualizao da mesma ser exibida no lado direito do dilogo. A imagem selecionada ser aberta em uma nova janela (Figura 3) dentro da tela principal.

Figura 3: Imagem tpica que pode ser processada

2. Edio e configuraoUma vez selecionada e aberta uma imagem, alguns botes se tornaro ativos na barra de ferramentas, conforme pode ser observado na Figura 4. Os botes habilitam as operaes de edio, necessrias para retocar defeitos na imagem e pequenos problemas antes do processamento e anlise final. Estes retoques corrigem problemas na iluminao, sombras e outros defeitos presentes na imagem e que dificultam o processamento. Tambm como edio existe o boto que permite troca da cor utilizada no lpis para pintar na imagem. Alm das opes de edio, o boto permite recortar apenas a rea da imagem que seja interessante processar, descartando as demais. As opes de zoom aparecem em , permitindo ampliar e evidenciar os defeitos na imagem ou reduzir. Por ltimo aparece na barra de opes o boto que permite definir a escala, utilizada para entrar o valor de uma referncia de medida quando no for obtida a imagem por scanner, e sim com cmera digital ou filmadora com diferentes aproximaes na foto.

Figura 4: Barra de ferramentas

2.1

Editando a imagem

O boto lpis possibilita ao usurio desenhar na imagem. Quando este boto for selecionado ficar pressionado para indicar que esta funcionalidade est ativada. Basta arrastar o mouse sobre a imagem aberta com o boto esquerdo pressionado para fazer algum desenho. Esta funcionalidade til para fazer retoques na mesma. A cor 7

padro para desenhar o preto. Na Figura 5 pode ser observado o resultado de uma edio com este comando.

Figura 5: Operao de desenhar na imagempermite apagar alguma parte indesejada da imagem, desde O boto borracha que a cor esteja adequadamente configurada. Quando ele for selecionado, tambm continuar pressionado. A cor padro para apagar o branco. Seu uso igual ao do lpis, basta arrastar o mouse com o boto direito apertado sobre a rea que se deseja apagar (Figura 6).

Figura 6: Apagando parte da imagemPara trocar a cor deve-se clicar no boto com uma paleta de cores . Um dilogo de seleo de cores aparecer na tela (Figura 7), possibilitando a escolha de outra cor com a qual se deve manipular a imagem. Se esta escolha for feita enquanto se estiver desenhando algo, ela valer apenas para este tipo de modificao, se ela for feita enquanto se estiver apagando, tambm valer apenas para este caso. 8

Figura 7: Seleo da cor para desenhar ou apagarO boto com uma lupa e um sinal de + ou - serve para aumentar e diminuir, respectivamente, o zoom da imagem. Esta funcionalidade pode ser aplicada a qualquer imagem exibida ao longo dos estgios de processamento do programa. Para fazer isso, basta clicar em cima deste boto e, em seguida, clicar na imagem com o boto esquerdo do mouse. Conforme o usurio clica na imagem, o zoom aumenta. Na Figura 8 pode ser observado o resultado do aumento numa parte da imagem da Figura 3 e na Figura 9 a diminuio do zoom.

Figura 8: Aumento do zoom

9

Figura 9: Reduo do zoom

2.2

Definindo a escala

possibilita alterar a escala da imagem, ou seja, define O boto rgua manualmente, com o mouse, a escala utilizada no processamento das imagens e clculo dos resultados. Esta funcionalidade se faz necessria quando a imagem adquirida a partir de uma cmera digital. Comumente, esta etapa pode ser desconsiderada quando as imagens so adquiridas a partir de um scanner, pois o scanner j armazena uma referncia do tamanho real de cada ponto da imagem. A escala s serve para ajustar a aproximao feita durante a aquisio da imagem. Na Figura 10 pode ser observada a determinao de uma escala, neste caso, apenas um exemplo sem nenhuma referncia de tamanho conhecida. Em seguida aberto um dilogo onde se entra com o valor do fator de escala. A unidade utilizada em geral o cm.

Figura 10: Definindo a Escala

2.3

Funcionalidades via menu

As funcionalidades utilizadas para retocar a imagem tambm podem ser acessadas pelo na barra de menus, conforme ilustrado na Figura 11. 10

Figura 11: Acessando opes para retocar a imagem pelo menuO mesmo vale para o zoom, conforme Figura 12.

Figura 12: Acessando as opes de zoom pelo menu

3. Processamento da imagem3.1 SegmentaoTerminado qualquer retoque feito na imagem original, deve-se seguir para a prxima etapa do processamento atravs do boto avanar , o terceiro da esquerda para a direita. A prxima etapa a segmentao da imagem, que consiste na binarizao e rotulao dos objetos da mesma. Na binarizao a idia transformar a imagem aberta em uma imagem de preto e branco, sendo quem os objetos pintados de uma delas e o fundo da outra. Isto feito por meio da limiarizao, onde um valor escolhido para ser o valor limiar e os valores dos pixels da imagem so ajustados comparando-os com este limiar. Uma nova janela ser aberta na tela nessa etapa, conforme Figura 13.

Figura 13: Etapa de binarizao da imagem

11

Atravs da barra deslizante possvel estabelecer um valor para o limiar. Sendo que este for alterado, o processo de binarizao refeito. Existem dois tipos de binarizao: global e local. Pode-se escolher um deles atravs do menu Ferramentas > Tipo da binarizao (Figura 14).

Figura 14: Seleo do tipo de binarizaoNa binarizao global a imagem toda afetada por uma alterao no valor do limiar, conforme exemplo da Figura 15.

Figura 15: Binarizao globalQuando a binarizao local for selecionada atravs do menu mostrado na Figura 16, deve-se escolher uma regio da imagem e somente ela sofrer alguma alterao se um novo valor para o limiar for escolhido. Para tanto deve-se selecionar uma regio. possvel escolher a cor para o delimitador de regio clicando-se com o boto direito (Figura 17).

Figura 16: Seleo da binarizao local

Figura 17: Seleo da cor da linha de delimitao

12

Caso o fundo seja branco, um delimitador preto, que a cor padro do mesmo, ficar melhor para fazer a seleo. Para um fundo preto, como o caso neste tutorial, o melhor um delimitador branco. Escolhida a cor, basta clicar com o boto direito do mouse em um ponto e arrasta-lo de forma que um retngulo seja traado ao redor da regio que se deseja binarizar. No necessrio manter o boto direito do mouse pressionado. Clicando novamente, uma regio de interesse fica estabelecida (Figura 18).

Figura 18: Seleo de uma parte a imagemQuando o valor do limiar da binarizao for alterado atravs da barra deslizante (Figura 19), o efeito s ser aplicado regio delimitada pelo retngulo, conforme pode ser observado na Figura 20.

Figura19: Valor do limiar para obter este resultado

13

Figura20: Binarizao local importante ressaltar que aps a realizao de uma binarizao local no se deve mais efetuar uma global, pois isso anularia o efeito da local. Ela deve ser utilizada para melhorar a qualidade de determinadas partes da imagem e pode ser aplicada em partes distintas, mas nunca deve ser feita uma binarizao global logo aps uma local. O propsito da binarizao distinguir os objetos da imagem do fundo da mesma. Um deles pintado de branco e o outro de preto, ou vice-versa. Um bom nvel de binarizao quando os objetos apresentam a forma mais parecida possvel com os originais e h pouco rudo na imagem, como na ilustrao a Figura 21.

14

Figura 21: Exemplo de uma binarizao aceitvelO limiar utilizado para a obteno deste resultado foi prximo de 190. Apesar de algumas imagens apresentarem fundo preto e objetos brancos nesta etapa, as manipulaes morfolgicas e as prximas etapas do processamento assumem que o fundo branco e os objetos so pretos. Clicando-se no boto Inverter Cores troca-se as cores dos objetos e do fundo, conforme menu da Figura 22, resultando na imagem invertida da Figura 23.

Figura 192: Boto para inverter as cores da imagem binarizada

15

Figura 2320: Cores invertidas

3.2

Operaes morfolgicas

Antes de se prosseguir para a prxima fase do processamento, possvel aplicar algumas operaes morfolgicas na imagem, a saber: eroso, dilatao e fechamento. Estas operaes servem para tirar rudo e fechar burados nos objetos. possvel tambm aplicar o watershed, utilizado para separar objetos que esto se tocando. Estas manipulaes so aplicadas imagem clicando-se nos botes que levam seus nomes na barra de ferramentas. A eroso retira pixels das bordas dos objetos, deixando-os menores, conforme apresentado na Figura 24.

16

Figura 24: ErosoA dilatao faz o inverso, adiciona pixels nas bordas dos objetos (Figura 25).

Figura 25: Dilatao

17

A operao de fechamento na verdade consiste de uma dilatao seguida de uma eroso, de forma que o resultado obtido seria semelhante ao das imagens apresentadas na Figura 25. Como a imagem utilizada neste tutorial no apresenta objetos encostados, no h necessidade de se aplicar o watershed nela. Entretanto, o seguinte resultado seria obtido se ele fosse utilizado. Na Figura 26 possvel observar que algumas separaes nas fibras foram obtidas. esta operao que realizada para separar objetos que esto se tocando.

Figura 216: Watershed

3.3

Rotulao

Feitas todas as manipulaes necessrias, deve-se prosseguir para a fase de rotulao, onde cada objeto receber um rtulo nico que os distinguir dos demais. No caso, o objeto uma raiz ou uma fibra. Aps a rotulao um filtro de pequenos objetos ser aplicado imagem. Sua funo descartar qualquer objeto que possua menor rea que o considerado por objetos da aplicao, ou seja, com isto se pode retirar pequenos rudos indesejados.. Para isso, deve-se clicar no menu Ferramentas e em Filtro (Figura 27) e inserir o valor mnimo de rea (em pixels).

18

Figura 27: Abrindo o filtro de objetosNa Figura 28 pode ser observada a janela exibindo um dilogo onde o usurio pode ajustar a quantidade mnima de pixels que cada objeto deve conter para no ser descartado.

Figura 28: Configurando o valor dos filtrosO propsito do filtro eliminar rudos que no puderam ser retirados com a limiarizao local e as transformaes morfolgicas. Dependendo do tamanho da imagem, este processe de rotulao e aplicao do filtro pode levar alguns minutos para ser realizada. Aps o ajuste do filtro, deve-se clicar no boto de avanar para iniciar a rotulao. Ocorrer ento a rotulao, a aplicao do filtro, e cada objeto que permanecer na imagem ser pintado de uma cor (Figura 29). O resultado ser mostrado ao usurio bem como quantos objetos foram encontrados no total, quantos foram descartados e quantos sobraram (Figuras 30 e 31).

Figura 29: Imagem rotulada e rudos eliminados19

Figura 30: Total de objetos encontrados

Figura 31: Objetos descartados e objetos de interesseEm qualquer estgio do processamento possvel salvar a imagem sendo manipulada. Para isso deve-se clicar no boto com um disquete na barra de ferramentas (Figura 32).

Figura 32: Boto para salvar a imagemNeste caso, ser exibido um dilogo perguntando o nome da imagem e logo aps, um dilogo de seleo de arquivos, para que o usurio escolha onde ela ser armazenada (Figuras 33 e 34).

Figura 223: Nome da imagem a ser salva

20

Figura 34: Escolhendo um local para armazenar o arquivo

3.4

Transformada de distncia

Clicando-se no boto avanar, a prxima etapa do processamento ter incio: a obteno da transformada de distncia da imagem. Originalmente, a imagem resultante dada em tons de cinza, mas um degrad da mesma com outras cores foi feito para que o resultado possa ser mais bem analisado. Este degrad pode ser observado na Figura 35 e ele indica as distncias da parte central da raz em relao sua borda, ou seja, indica as variaes de dimetros.

Figura 35: Transformada de distncia21

3.5

Esqueletonizao

Deve-se, em seguida, prosseguir para a prxima etapa do processamento, a obteno dos esqueletos dos objetos. Os esqueletos servem para identificar as partes centrais das razes e atravs deste esqueleto se utilizar uma representao em cores indicando os trechos com dimetros diferentes. Isto feito clicando-se no boto de avanar, gerando o resultado apresentado na Figura 36.

Figura 236: Esqueleto dos objetos da imagem

3.6

Dimetros

Na prxima etapa os objetos tero seus esqueletos coloridos na imagem binria de acordo com o dimetro no qual eles se encontram (Figura 37). Para cada dimetro utilizada uma cor diferente e uma mensagem indicando quantos deles foram encontrados ser exibida (Figura 38).

22

Figura 247: Esqueletos coloridos conforme o tamanho dos dimetros

Figura 258: Quantidade de dimetros encontradosDeixando o ponteiro do mouse em cima da raz ou fibra possvel ver qual rtulo foi atribudo. Um rtulo surgir logo abaixo dele mostrando esta informao. Figura 39.

23

Figura 26: Identificao das fibras

4. ResultadosPor fim tem-se a ltima etapa do processamento, na qual sero gerados grficos e tabelas contendo informaes sobre as fibras. Isso pode ser feito tanto clicando no boto avanar ou atravs do menu Ferramentas, opo Analisar dados (Figura 40).

Figura 40: Obtendo os dados finais via menuUma barra de progresso possibilita ao usurio acompanhar o decorrer do processamento desse ltimo estgio. Quando ele estiver concludo, a tela de resultados ser apresentada ao usurio (Figura 41).

24

Figura41: Tela de resultadosO primeiro histograma mostra uma distribuio do comprimento de fibra ou raz em cada dimetro encontrado. O segundo mostra os resultados para cada fibra individualmente. Um histograma como este gerado para cada fibra. Para alterar entre eles, deve-se utilizar a caixa de seleo para escolher para qual das fibras deseja-se visualizar o histograma (Figura 42).

Figura 42: Seleo de fibras individuais possvel salvar qualquer um dos histogramas como uma imagem no formato JPEG, para ser analisado posteriormente. Para tanto, deve-se clicar no boto Salvar direita do histograma que se deseja salvar. Um dilogo pedindo um nome para a imagem surgir (Figura 43).

Figura 43: Nomeando o histogramaDepois que o nome definido, um dilogo de seleo de arquivos surge para que seja escolhido o local onde o arquivo ser armazenado (Figura 44).

25

Figura 44: Seleo do local para armazenar o arquivo da imagemPode-se salvar tambm a planilha gerada em um arquivo do Excel. Para isto, deve-se clicar boto Exportar para o Excel. Um dilogo de seleo de arquivos ser exibido e atravs dele o usurio deve indicar um local no qual o arquivo gerado ser armazenado (Figura 45).

Figura 45: Seleo do local para salvar o arquivo do Excel a ser geradoUma vez que o local de armazenamento tenha sido definido, um dilogo pedindo um nome para o arquivo aparecer (Figura 46). 26

Figura 46: Nomeando o arquivo do Excel a ser geradoComo um arquivo do Excel pode ser composto por vrias planilhas, necessrio definir um nome para esta planilha. Um dilogo ser exibido para que o usurio fornea esta informao (Figura 47).

Figura 47: Nomeando a planilha a ser gerada

6. RefernciasARSENAULT J, L.; POULEUR, S.; MESSIER, C.; GUAY, R. WinRHIZO, a rootmeasuring system with a unique overlap correction method. HortScience, Alexandria, v. 30, p. 906, 1995. BOHM, W. Methods of studying root systems. New York: Springer-Verlag, 1979. 194 p. CINTRA, F. L. D.; NEVES, C. S. V. J. Aspectos metodolgicos do estudo do sistema radicular de plantas perenes atravs de imagens. Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Cincia do Solo, Campinas, v. 21, n. 3, set./dez. 1996. CRESTANA, S.; GUIMARES, M. F.; JORGE, L. A. C.; RALISCH, R.; TOZZI, C. L.; TORRE-NETO, A.; VAZ, C. M. P. Avaliao da distribuio de razes no solo auxiliada por processamento de imagens digitais. Revista brasileira de cincia do solo, Campinas, v. 18, n. 3, p. 365-371, 1994. GUIMARES, M. F.; JORGE, L. A. C.; DE MARIA, I. C.; TAVARES FILHO, J.; BICUDO, S. J.; CRESTANA, S. Trs metodologias de avaliao de razes: descrio, limitaes e vantagens. In: SIMPSIO NACIONAL DE INSTRUMENTAO AGROPECURIA-SIAGRO, I., 1996, So Carlos-SP. Anais So Carlos: EMBRAPA-CNPDIA, 1996. p. 295-304. IVO, W. M. Monlito com Placas de Pregos. In: WORKSHOP SOBRE SISTEMA RADICULAR: METODOLOGIAS E CASOS, 1., 1999, Aracaj, SE. Anais... Aracaj: EMBRAPA-Tabuleiros Costeiros, 1999. p. 269-274. JORGE, L. A. C. Descrio detalhada do mtodo de trincheira com produo de imagens para uso de SIARCS. In: WORKSHOP SOBRE SISTEMA RADICULAR: METODOLOGIAS E CASOS, 1., 1999, Aracaj, SE. Anais... Aracaj: EMBRAPATabuleiros Costeiros, 1999. p. 255-267. 27

JORGE, L. A. C.; CRESTANA, S. Recomendaes prticas para utilizao do SIARCS 3.0 nos estudos de razes, cobertura vegetal, folhas e outras aplicaes. So Carlos, SP: Embrapa Instrumentao Agropecuria, 1996. no paginado. (Embrapa Instrumentao Agropecuria. Recomendao Tcnica, 4). JORGE, L. A. C.; GUIMARES, M. F.; ABI SAAB, O. J. G.; RALISCH, R.; MEDINA, C. C.; CRESTANA, S. Estudo da influncia da calagem de solos cidos no sistema radicular do milho (Zea mays L.), auxiliado por processamento de imagens. In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 21., 1996, Londrina. Resumos... Londrina: [s. n.], 1996. p. 139. JORGE, L. A. C.; Recomendaes prticas para aquisio de imagens digitais analisadas atravs do SIARCS So Carlos, SP: Embrapa Instrumentao Agropecuria, 1996. no paginado. (Embrapa Instrumentao Agropecuria. Circular Tcnica, 01). KOPKE, U. Methods for studying root growth. In: RUSSEL, R. C.; IGUE, K.; MEHTA, U. R. The soil : root systems in relation to brazilian agriculture. Londrina: IAPAR, 1981. p. 303-318. MEDINA, C. C. Mtodo da trincheira com contagem manual das razes.In: WORKSHOP SOBRE SISTEMA RADICULAR: METODOLOGIAS E CASOS, 1., 1999, Aracaj, SE. Anais... Aracaj: EMBRAPA-Tabuleiros Costeiros, 1999. p. 275281.

28