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UBM - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BARRA MANSA COPEP - COORDENADORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO MANUAL PARA PLANEJAMENTO E ELABORAÇÃO DE TRABALHOS MONOGRÁFICOS DE CONCLUSÃO DE CURSO E ACADÊMICOS EM GERAL 4. ed. rev. ampl. por Profª. Diva Lopes da Silveira Barra Mansa 2009

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  • UBM - CENTRO UNIVERSITRIO DE BARRA MANSACOPEP - COORDENADORIA DE PESQUISA E PS-GRADUAO

    MANUAL PARA PLANEJAMENTO E ELABORAO DE TRABALHOS MONOGRFICOS

    DE CONCLUSO DE CURSO E ACADMICOS EM GERAL

    4. ed. rev. ampl.

    por

    Prof. Diva Lopes da Silveira

    Barra Mansa2009

  • Data da 1a. Publicao

    Maro 2000

    Ficha catalogrfica

    Elaborada pela Biblioteca do UBM

    Silveira, Diva Lopes daS587m Manual Para Planejamento e Elaborao de Trabalhos Monogrficos de Concluso

    de Curso. 4. ed. rev. ampl. Diva Lopes da Silveira. - Barra Mansa, UBM, 2009.

    Reviso: ...................................

    1. Trabalhos Cientficos 2. Metodologia 3. Pesquisa e Criao

    I Ttulo. CDD: 001.42

    proibida a reproduo total ou parcial, sem autorizao por escrito da Editora.

    Impresso na Grfica do Centro Universitrio de Barra MansaRua Vereador Pinho de Carvalho, 267 - Centro - Barra mansa - RJ27.330-550

    Diva Lopes da SilveiraM.A., Ball State University, USA; PhD, Polytechnic of Central London, UK; Specializationin Distance Education in Developing Countries, University of London, UK.e.mail da autora: [email protected]

  • APRESENTAO

    Este Manual trata da elaborao de trabalhos cientficos, com destaque a

    monografias de graduao e de ps-graduao lato (especializao) e stricto sensu

    (dissertao e tese), artigos cientficos e projeto de pesquisa, sendo que, em seus aspectos

    gerais, o Manual tambm pode ser til para os trabalhos de iniciao cientfica, relatrio e

    resenha.

    O Manual foi preparado para atender a alunos e professores buscando contribuir

    para facilitar a trajetria, quase sempre rdua da elaborao de um trabalho acadmico. No

    caso da monografia de trmino de curso de graduao, que um dos trabalhos mais

    importantes para a diplomao, este Manual objetiva apresentar os principais critrios para

    sua formatao e desenvolvimento e responder s perguntas mais comuns sobre o assunto.

    O Manual parte da tese de que qualquer aluno, ao elaborar uma monografia, pode se

    tornar um criador, no um mero repetidor de obras realizadas por outros. Se os outros

    puderam criar porque no eu? Para esse fim, o Manual sugere uma metodologia simples,

    porm eficaz. Pode parecer, no incio, que nada vai ser criado, mas com reflexo,

    argumentao e experimentao, a descoberta emerge. Para isso, posturas so necessrias,

    como paixo, inspirao e mtodo (detalhes mais adiante).

    Cabe ressaltar que, de fato, alguns professores fazem objeo tese da criao no

    caso de monografia aplicada graduao. Ponderam que o aluno raramente tem condies

    para criar novos conceitos e novas prticas pois, de modo geral, s comea a se iniciar

    realmente na reflexo, anlise, sntese, durante a graduao. Assim, argumentam que se

    torna importante para o aluno de graduao desenvolver habilidades, atitudes e

    conhecimentos relacionados ao fichamento de texto, coleta e anlise de dados e

    informaes, capacidade de articular e criticar construtiva e criticamente as obras dos

    autores lidos sobre um problema em estudo, sem necessariamente apresentar uma hiptese

    criadora, prpria para ser defendida por escrito e oralmente atravs de sua monografia.

    No caso da opo por essa linha de orientao (sem incluir a oportunidade de

    criao), o aluno, o professor e o orientador se dedicaro a um trabalho tambm meritrio,

    que ser certamente desenvolvido com rigor cientfico, clareza e coerncia de idias. Mas, a

  • incluso da criao na monografia torna-se uma oportunidade para aqueles que desejam

    ousar e contribuir com idias, projetos, prottipos prprios. E a tese da criao no anula

    (nem poderia) a importncia das tcnicas, metodologias, e posturas ticas e tcnico-

    cientficas necessrias para a iniciao do aluno cincia. Isso porque tais conhecimentos

    so fundamentais na elaborao de monografias, como as de graduao e especializao e

    de ps-graduao (dissertao, tese) e outros trabalhos cientficos, sejam eles criadores ou

    reprodutivos.

    Num caso e no outro, o papel do professor-orientador e do professor de disciplinas

    voltadas para Mtodos e Tcnicas Cientficas (ou equivalente) fundamental. Sugere-se,

    pois, que o aluno procure-os desde o incio do curso para, gradativamente, preparar sua

    monografia e tambm a si mesmo para pensar cientfica, metodolgica e tambm

    criadoramente (se for o caso).

    Este Manual se caracteriza por cinco aspectos principais. Primeiro, celebra o nvel

    do rigor cientfico aplicvel elaborao de monografias de graduao e ps-graduao

    lato e stricto sensu, de projetos de pesquisa, de artigos cientficos (dentre outros). Segundo,

    define os trabalhos acadmicos de graduao, especializao e de ps-graduao

    (dissertao e tese) como monografia, proposto por Salomon (1979). Terceiro, pretende,

    ao lado de seu carter terico, apresentar exemplos prticos, a fim de facilitar o

    desenvolvimento de trabalhos cientficos. Quarto, o Manual apresenta uma abordagem mais

    voltada para a criao do que para a mera reproduo e sistematizao de conhecimentos

    criados por outros, embora reconhea que, no caso da monografia de graduao, de artigos

    cientficos, em geral, o ineditismo no seja caracterstica obrigatria. Finalmente, inclui,

    alm da Bibliografia em meio no eletrnico, elementos para a utilizao da Internet

    como um dos meios de pesquisa bibliogrfica.

    Embora distintos, esses aspectos so interdependentes. Assim, eles so aqui

    apresentados uns em associao com os outros, devendo aparecer isoladamente somente no

    caso da Bibliografia.

    Cabe reforar, que na criao de conhecimentos, o papel do professor da disciplina

    de Mtodos e Tcnicas de Pesquisa (ou equivalente) e do orientador do trabalho cientfico,

    fundamental. Isso, porque o processo de criao de novos conceitos, novas prticas e

    novas realidades, no linear, mas dinmico, envolvendo discusso permanente entre

  • professor e aluno, orientando e orientador, sobre o processo, no apenas de elaborao do

    trabalho acadmico, mas tambm e, principalmente, de reflexo, argumentao e

    experimentao.

    Obviamente, cabe a cada orientador e professor da disciplina de Mtodos e Tcnicas

    de Pesquisa (ou equivalente), fazer os ajustamentos devidos e orientar os alunos sobre a

    melhor maneira de contribuir para o avano do conhecimento cientfico atravs da

    elaborao de suas monografias e outros trabalhos cientficos.

    A seguir, passa-se a descrever os contedos dos captulos deste Manual.

    O Manual pode ser lido em qualquer ordem, mas, sugere-se os captulos 1 e 2 como

    leituras iniciais: o captulo 1 introduz a definio de monografia; e o captulo 2 trata de

    alguns modos de pensar (refletir e agir) a cincia, sem os quais dificilmente um trabalho

    cientfico poder ser bem realizado.

    O captulo 3 trata da formatao geral de trabalhos cientficos e da elaborao dos

    mesmos. Descreve algumas normas para a elaborao de projeto de pesquisa, da

    monografia propriamente dita, e de artigos cientficos.

    No captulo 4 so apresentadas as principais normas para a elaborao de

    Bibliografias em meio no eletrnico, e no captulo 5, so apresentadas normas para a

    pesquisa bibliogrfica pela Internet, incluindo alguns sites e e.mails.

    Os captulos de 6 a 8 apresentam breves normas de como escrever e formatar uma

    monografia e outros trabalhos cientficos.

    Finalmente, o captulo 9 se refere brevemente relao aluno-professor-

    orientador, e aos principais itens de uma apresentao escrita e oral da monografia,

    que so geralmente, analisados por uma Banca Examinadora.

    Espera-se que este Manual seja um instrumento eficaz de apoio produo

    cientfica.

    Este Manual foi elaborado segundo a NBR 6023, a NBR 10520 e a NBR 14724,

    todas de 2002, tendo sido consultados tambm a NBR 6022 de 2003, a NBR 14724 e a

    NBR 15287, as duas ltimas de 2005, todas editadas pela Associao Brasileira de Normas

    Tcnicas (ABNT).

  • AGRADECIMENTOS

    Agradecemos penhoradamente o apoio da Prof. Ana Maria Almarz Lima,

    Coordenadora de Ps-Graduao e Pesquisa (COPEP) do Centro Universitrio de Barra

    Mansa, RJ (UBM), sem o qual este Manual no teria sido possvel.

    Agradecemos tambm COPEP pelos recursos de computao, o que permitiu a

    impresso deste Manual e o acesso da comunidade acadmica ao mesmo.

    Ao Prof. Gino Chaves, pelas sugestes e comentrios ao Manual em sua 1. edio.

    s Profas. Maria Paulina Gomes e Mari-Pepa Vicente Perrotta, nossos

    agradecimentos pela reviso das duas primeiras edies deste Manual, o que permitiu o seu

    aperfeioamento terico-prtico.

    Resta-nos comunicar a todos que esta 4a. edio contm contedos semelhantes aos

    das edies antecedentes, bem como outros alterados e aumentados para incluir

    modificaes especificadas nas NBR 2003 e 2005.

    Prof. Diva Lopes da Silveira

    Barra Mansa, junho de 2009

  • SUMRIO

    Pg.

    INTRODUO............................................................................................................................. 11

    DEFINIO DE MONOGRAFIA................................................................................................. 11

    MANEIRAS DE PENSAR CIENTFICA E CRIADORAMENTE......................................... 12

    2.1 O PENSAMENTO CRIADOR...................................................................................................... 13

    a) DEFINIO.................................................................................................................................. 13

    b) PAIXO, INSPIRAO E CLCULO VOCAO DO CIENTISTA.................................. 14

    c) CRITRIOS A CAMINHO DA INTUIO (PENSAMENTO CRIADOR).............................. 16

    2.2 PREPARAO INICIAL ATRAVS DE ESQUEMATIZAO............................................ 18

    3 PLANEJAMENTO E ELABORAO DE TRABALHO CIENTFICO............................ 20

    3.1 PROJETO DE PESQUISA (NBR 15287:20005)...................................................................... 20

    3.1.1 ELEMENTOS PR-TEXTUAIS.................................................................................................. 21

    3.1.2 ELEMENTOS TEXTUAIS........................................................................................................... 22

    3.1.3 ELEMENTOS PS-TEXTUAIS.................................................................................................. 24

    MONOGRAFIA.......................................................................................................................... 24

    3.2.1 ELEMENTOS PR-TEXTUAIS.................................................................................................. 25

    3.2.2 ELEMENTOS TEXTUAIS........................................................................................................... 29

    3.2.3 ELEMENTOS PS-TEXTUAIS.................................................................................................. 32

    ARTIGO CIENTFICO (NBR 6022:2003)................................................................................ 33

    3.3.1 ELEMENTOS PR-TEXTUAIS.................................................................................................. 35

    3.3.2 ELEMENTOS TEXTUAIS.......................................................................................................... 35

    3.3.3 ELEMENTOS PS-TEXTUAIS................................................................................................. 39

  • 3.4 LINGUAGEM CIENTFICA...................................................................................................... 39

    4 BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................ 40

    4.1 BIBLIOGRAFIA EM MEIO NO ELETRNICO................................................................... 40

    4.1.1 BIBLIOGRAFIA CONFORME SISTEMA NMERICO.......................................................... 41

    4.1.2 BIBLIOGRAFIA CONFORME SISTEMA ALFABTICO....................................................... 41

    4.1.3 MONOGRAFIA NO TODO: (GRADUAO/PS-GRADUAO)...................................... 41

    4.1.4 LIVRO.......................................................................................................................................... 42

    4.1.5 OBRAS DO MESMO AUTOR CITADAS SUCESSIVAMENTE............................................. 42

    4.1.6 DOCUMENTO TRADUZIDO.................................................................................................... 42

    4.1.7 OBRA COM MAIS DE TRS AUTORES................................................................................. 43

    4.1.8 OBRA COM UM RESPONSVEL............................................................................................ 43

    4.1.9 TRABALHO APRESENTADO EM EVENTOS (CONGRESSO, SIMPSIO...).................... 43

    4.1.10 Artigos de Peridico Cientfico................................................................................................... 43

    4.1.11 COLEO DE REVISTA......................................................................................................... 44

    4.1.12 PUBLICAO PERIDICA NO TODO................................................................................. 44

    4.1.13 FASCCULO, SUPLEMENTO, NMERO ESPECIAL,etc..................................................... 44

    4.1.14 ARTIGO EM JORNAL.............................................................................................................. 44

    4.1.15 FOLHETO, DICIONRIO, VERBETE, GUIA MANUAL, ETC............................................. 44

    4.1.16 DOCUMENTO JURDICO........................................................................................................ 45

    4.1.17 REGISTRO DE PATENTES.................................................................................................... 46

    4.1.18 DOCUMENTO CARTOGRFICO.......................................................................................... 46

    4.1.19 DOCUMENTO CARTOGRFICO EM MEIO ELETRNICO.............................................. 46

    4.1.20 IMAGEM EM MOVIMENTO (FILME, VIDEOCASSETE, DVD...).................................... 46

  • 4.1.21 DOCUMENTO ICONOGRFICO.......................................................................................... 47

    4.1.22 DOCUMENTO ICONOGRFICO EM MEIO ELETRNICO.............................................. 48

    4.1.23 DOCUMENTO SONORO NO TODO..................................................................................... 48

    4.1.24 DOCUMENTO TRIDIMENSIONAL (ESCULTURA, FOSSIS...).................................... 49

    4.1.25 INFORMAES GERAIS....................................................................................................... 49

    5 PESQUISA BIBLIOGRFICA/LEVANTAMENTO DE DADOS PELA INTERNET 51

    5.1 PROGRAMA SOFTWARE...................................................................................................... 53

    5.2 HOMEPAGE INSTITUCIONAL............................................................................................... 53

    5.3 ARQUIVO EM DISQUETE........................................................................................................ 53

    SOFTWARE INTERATIVO CD-ROM...................................................................................... 53

    5.5 LEGISLAO............................................................................................................................. 53

    5.6 ARTIGO DE JORNAL CIENTFICO........................................................................................ 53

    5.7 E.MAIL....................................................................................................................................... 53

    5.8 MATRIA DE REVISTA/JORNAL........................................................................................... 54

    6 TERMO LATINOS..................................................................................................................... 54

    7 NOTAS DE RODAP..................................................................................................... 55

    8 APRESENTAO FSICA DE TRABALHO MONOGRFICO ..................................... 55

    8.1 PAGINAO............................................................................................................................... 55

    8.2 MARGENS................................................................................................................................... 55

    8.3 TEMPO VERBAL USADO EM TRABALHOS CIENTFICOS................................................. 56

  • 8.4 E O TAMANHO DA MONOGRAFIA?....................................................................................... 57

    9 CONSIDERAES FINAIS...................................................................................................... 58

    BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................................. 60

    LISTA DE ANEXOS

    Anexo A: Modelo de Capa......................................................................................... 63

    Anexo B: Modelo de Folha de Rosto......................................................................... 64

    Anexo C: Modelo de Folha de Aprovao................................................................. 65

    Anexo D: Modelo de Folha de Dedicatria................................................................ 66

    Anexo E: Modelo de Folha de Agradecimentos......................................................... 67

    Anexo F: Modelo de Folha de Epgrafe..................................................................... 68

    Anexo G: Modelo de Folha de Resumo..................................................................... 69

    Anexo H: Modelo de Folha de Sumrio...................................................................... 70

    Anexo I: Modelo de Lista de Ilustraes.................................................................... 71

    Anexo J: Modelo de Lista de Abreviaturas................................................................ 72

  • Anexo L: Modelo de Glossrio.................................................................................... 73

  • 1. INTRODUO

    1.1 DEFINIO DE MONOGRAFIA

    Embora a monografia seja um requisito parcial de vrios cursos de graduao, bem

    como de ps-graduao lato sensu (especializao) e stricto sensu (mestrado, doutorado e

    ps-doutorado), ela tende a ser definida como um trabalho acadmico apenas de graduao

    e ps-graduao lato sensu (especializao). Mas, segundo Solomon (1977, p. 219), a

    monografia pode ser definida em sentido estrito e em sentido lato:

    Em sentido estrito, identifica-se com a tese: tratamento escrito de um temaespecfico que resulte de investigao cientfica com o escopo de apresentar umacontribuio relevante ou original e pessoal cincia. Em sentido lato, todotrabalho cientfico de primeira mo que resulte de investigao cientfica. [...](como) as dissertaes cientficas, as exercitaes, as tesinas (as duasltimas podem constituir uma preparao para a tese)*, certos relatrios depesquisa e informes cientficos ou tcnicos e as memrias cientficas.(*Nota do autor deste Manual).

    Entretanto, Salomon alerta para o uso escolar da palavra monografia que apresenta

    algumas diferenciaes. Embora os trabalhos acadmicos de graduao, especializao,

    mestrado e doutorado sejam especficos, a monografia de graduao difere da dissertao

    (mestrado) e da tese (doutorado) quanto ao nvel de investigao, mas tanto a dissertao

    quanto a tese so monografias. Isso pode ser constatado na prpria etimologia do termo

    monografia. Historicamente, a monografia, tanto de graduao quanto de ps-graduao

    lato e stricto sensu, abordam um s assunto ou problema, mantendo assim o seu sentido

    etimolgico: mnos (um s) e graphein (escrever). Isso no significa, porm, que ela no

    possa abordar vrios outros aspectos, desde que relacionados ao problema central

    escolhido.

    As monografias de trmino de curso de graduao tm carter eminentemente didtico:

    treinam e iniciam na investigao. Nesse caso, no se exige que o problema em estudo seja

    aprofundado, nem que seja indito (isso deve ocorrer na dissertao de mestrado e mais

    ainda na tese de doutorado), mas, como j indicado na Apresentao deste Manual nada

    impede, que assim o seja. O importante que no se exija do graduando aprofundamento

    das novas idias que possa vir a apresentar. Mas, exigir-se- que seja pessoal, fruto de

    reflexo e que tenha rigor cientfico no um mero acervo de transcries de trabalhos

    alheios (SALOMON, 1977, p. 224).

    11

  • Assim, uma monografia um trabalho escrito, delimitado e desenvolvido em torno de

    um nico tema e problema, cuja bibliografia apresentada segundo as normas da

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), no caso do Brasil, e da instituio na

    qual se desenvolve.

    Mesmo no havendo obrigatoriedade, a monografia , de modo geral, defendida diante

    de uma Banca Examinadora, composta por professores internos e externos instituio.

    A monografia inclui pesquisa bibliogrfica, podendo tambm incluir pesquisa de

    campo e/ou de laboratrio ou uma proposta de interveno organizacional (TACHIZAWA;

    MENDES, 1999, p. 16), dentre outras modalidades.

    Os objetivos principais da monografia so aumentar a capacidade do estudante em

    desenvolver e expor argumentos de forma articulada e precisa, utilizando-se do instrumento

    terico-metodolgico visto nas matrias aplicadas (SCALETSKY; OLIVEIRA, 1997, p.

    9).

    Scaletsky e Oliveira acrescentam tambm que, ao elaborar seu trabalho individual de

    monografia, o aluno estar tambm exercitando atividades de coleta de dados, utilizao e

    material de informaes mais relevantes e desenvolvendo a capacidade de expor um

    problema (p. 9). Esse exerccio vale tambm para outros trabalhos do curso (no raro,

    feitos s para fins de nota), sendo essa uma das razes pelas quais a disciplina sobre

    Mtodos e Tcnicas de Pesquisa , geralmente, oferecida no incio de um curso e reforada

    durante e no final do mesmo.

    2 MANEIRAS DE PENSAR CIENTFICA E CRIADORAMENTE

    Como j de domnio pblico, os cursos de graduao e de ps-graduao lato e

    stricto sensu tendem a exigir como trabalho final de curso, uma monografia ou um artigo

    cientfico que, desde o incio, implica postura cientfica da parte daqueles nela

    envolvidos.

    Uma postura cientfica pode ser, grosso modo, definida como uma abertura ao

    complexo de inter-relaes que ocorrem entre os fenmenos naturais e sociais (dentre

    outros). Isso porque o pesquisador/cientista poder controlar, quando muito, apenas alguns

    dos fatores que ocorrem nessas inter-relaes. Mas, apesar dessa dificuldade, ele precisa

    estudar esses fatores, principalmente aqueles que so mais provveis de interferirem no

    fenmeno em estudo [...] (HBNER, 1998, p.18).

    12

  • Lidando assim com incertezas, a cincia torna as concluses nunca totalmente ou

    absolutamente verdadeiras ou falsas, mas provavelmente verdadeiras ou falsas, com graus

    variados dessa probabilidade (HBNER, 1998, p. 18).

    Tal postura deve se refletir, no s no comportamento, mas tambm na elaborao

    escrita dos trabalhos, particularmente na Concluso. Uma implicao prtica dessa postura

    o uso de palavras que refletem abertura para outros resultados que no s os prprios,

    bem como limitam o contexto no qual os resultados foram encontrados. Por exemplo: este

    trabalho conclui, ou dentro do contexto estudado, que quanto maior o grau de poluio

    sonora no ambiente, maior a probabilidade de dificuldades na audio. As expresses,

    dentro do contexto estudado e maior a probabilidade refletem a preocupao com a

    abertura e a limitao, acima referidas.

    Alm disso, todo o texto cientfico deve estar bem fundamentado, terico e

    praticamente, em trabalhos de outros autores, incluindo os trabalhos prvios do prprio

    autor do texto (quando for o caso).

    Afirmaes provveis e bem fundamentadas so, pois, dois aspectos de uma postura

    cientfica que devem ser cultivadas por todos aqueles que pretendem percorrer o caminho

    da cincia. Portanto, cabe-lhes fazer uma auto-avaliao da postura ideal de um cientista/

    pesquisador. Essa postura um dos primeiros aspectos comuns aos trabalhos cientficos.

    2.1 O PENSAMENTO CRIADOR

    a) Definio Quando se fala em criao no processo de elaborao de uma monografia, ouvem-se

    comentrios de que a monografia de graduao, como tambm as de ps-graduao lato

    sensu (especializao) no precisam ser inditas, pois a criao tema para as teses stricto

    sensu (mestrado e, principalmente, de doutorado e ps-doutorado). De fato, tais

    comentrios so prprios, mas, pode-se pretender elaborar uma monografia de graduao

    criadora, no apenas reprodutiva, considerando principalmente que os jovens so, de modo

    geral, criadores. O importante ento definir claramente o que seja o pensamento criador,

    j que neste Manual h uma preocupao com o processo de gerao de novas idias e

    13

  • novas prticas na cincia, alm do estmulo ao senso crtico do aluno. Como diz Beveridge

    (1981, p. 1-2):

    [...] a criao consiste na percepo de novos padres significativos de partes doconhecimento dados e teorias j disponveis, exatamente como umcompositor cria uma nova melodia imaginando um novo arranjo de notasmusicais. Ao combinar, relacionar e integrar peas de informao at entoseparadas, um novo modelo de pensamento, isto , a idia, criada.

    Pode-se notar atravs da citao de Beveridge, que a criao algo resultante de uma

    nova ordem de relaes, a qual poder surgir a partir da observao e inter-relao de

    elementos j conhecidos. Koestler (1974 apud BEVERIDGE, 1981, p. 2) deixa esse ponto

    claro. Para ele a maior parte das novas idias descoberta pela percepo da relao ou

    analogia, entre dois campos de atividade completamente diferentes que ele chamou de

    matrizes (que podem ser quaisquer atividades fundamentadas em modelo j reconhecido

    de pensamento ou comportamento). Por exemplo, a Bioqumica uma combinao da

    Biologia com a Qumica; o Stress Legal (SANTOS, 2000), uma combinao da Psicologia,

    Medicina e Direito; e a Reciclagem Sustentada (PAIVA, 1999), uma combinao entre a

    Cincia Ambiental e a Economia.

    Os dois ltimos exemplos so conceitos criados por ex-alunos de especializao e

    mestrado, respectivamente, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e da

    Universidade Federal Fluminense (UFF). Em geral, os conceitos novos no so vistos como

    criaes, somente as teorias ou aparelhagens tcnicas. No entanto, eles podem ser uma idia

    em torno da qual uma teoria pode ser criada. Para isso, preciso adquirir modos de pensar e

    de agir prprios, como os citados, a seguir.

    b) Paixo, Inspirao e Clculo Vocao do Cientista

    Para adquirir modos prprios de pensar e agir, cabe (dentre outras coisas) trazer

    conscincia a importncia das qualidades e posturas dos responsveis pelos avanos do

    conhecimento, como a paixo, a inspirao e o clculo (Weber, 1971 apud KUJAWISKI,

    1986, p. 1), chamadas por Pavlov, respectivamente, de paixo, persistncia e mtodo.

    Com exceo do mtodo (ou clculo), a paixo e a inspirao (e persistncia) so

    raramente mencionadas nas propostas para a elaborao escrita de trabalhos cientficos,

    mas a conscientizao e a prtica dessas qualidades e posturas pelos envolvidos nesse

    14

  • processo contribuem para a criao e o avano de novos conhecimentos e de novas

    realidades sociais e para a validao da cincia e tecnologia, bem como para minimizar ou

    resolver possveis problemas que tendem a emergir durante o processo de elaborao de

    trabalhos cientficos.

    O fato de tais qualidades serem, de modo geral, ignoradas em documentos sobre

    elaborao de trabalhos cientficos tende a ser explicado pela crena de que o escritor

    desses trabalhos no precisa ter, necessariamente, vocao para ser cientista ou

    pesquisador. De fato, isso pode ser confirmado, mas, sem a paixo e a inspirao (e

    persistncia), as idias originais e a criao dificilmente afloram e at passam

    desapercebidas, podendo tornar o trabalho apenas estrutural e tecnicamente correto.

    Outro ponto a destacar sobre a importncia da conscientizao de qualidades e

    posturas no desenvolvimento de trabalhos para o bem pblico, que elas so indicadas no

    s para os cientistas e pesquisadores, mas, tambm para os polticos, artistas, empresrios

    (dentre outros cidados). De fato, alm da conferncia sobre A cincia como vocao,

    Weber (1971 apud KUJAWISKI, 1986, p. 1) escreveu tambm a conferncia A poltica

    como vocao, tendo apontado trs qualidades que distinguem um poltico comprometido

    com sua profisso daquele no comprometido. So elas: paixo (busca integral verdade de

    uma causa), o senso das responsabilidades (capacidade de envolvimento e

    comprometimento com realidades necessrias ao bem da humanidade e de como lev-las a

    termo) e o senso das propores (capacidade de deixar que as realidades atuem sobre o

    indivduo com concentrao e calma). Sem a conscientizao dessas qualidades ou

    posturas, a realizao da vocao do poltico (por exemplo) tambm poder ficar

    seriamente comprometida.

    Mesmo considerando que a paixo est fora de moda, ela ... o selo vivo da auto-

    identidade, prprio do homem ou da poca que se assumem corajosamente a si mesmos;

    ... a paixo pois, o amor prpria identidade... (KUJAWISKI, 1986, p. 1). Weber

    afirma que ela implica o total devotamento a uma especializao, no s externamente,

    como intimamente. Baseada na paixo emerge a busca da realizao da experincia

    pessoal marcada pela procura de conjecturas corretas. Para isso, a inspirao (a

    persistncia) e o clculo (ou mtodo) so elementos bsicos. Ou seja, a inspirao deve

    traduzir uma idia correta, no forada a partir de um clculo frio, mas, envolvendo

    15

  • tambm o corao e a alma. Isso porque a inspirao pode impulsionar o preparo de um

    trabalho e este pode provocar a ecloso de uma inspirao, mas, sem entusiasmo, sem

    paixo, a prpria inspirao pode perecer, manifestar-se sem ser percebida, ou no se

    manifestar, tornando o trabalho cientfico algo mecnico em termos de contribuio para a

    prpria vida pessoal, social, ambiental, cultural, econmica e poltica (dentre outras

    dimenses). Exemplos de pessoas com paixo, criadores da cultura brasileira, so Euclides

    da Cunha. Alceu Amoroso Lima, Guimares Rosa, Gilberto Freire, dentre outros citados

    por Kujawiski (1986, p. 1).

    As idias novas, ns sabemos, no surgem quando queremos, mas podem emergir em

    momentos inesperados, se estivermos conscientes de sua importncia. Da, a necessidade de

    internalizao dessas qualidades por aqueles que desejam se aventurar no processo de

    estudos, de escrita e apresentao oral de trabalhos cientficos, bem como de trabalhos em

    reas, como a arte e o comrcio. Do contrrio, podero atuar como importantes

    empresrios, por exemplo, mas sem imaginao, sem idias criadoras, dificilmente podero

    contribuir para os avanos da empresa (e outras entidades) e da prpria experincia

    pessoal.

    Para finalizar esta breve apresentao, cabe relembrar dois pontos. O primeiro que a

    criao envolve a humildade (diferente de submisso, humilhao). Ou seja, envolve

    mente aberta a novas idias, o alicerce fundamental da sabedoria, pois sem tal abertura, a

    sabedoria no existe e sem esta, a criao dificilmente poder se tornar conseqente para o

    bem da humanidade. O segundo que, mesmo sendo um trabalho apenas reprodutor e no

    criador, a conscientizao daquelas qualidades e posturas pode contribuir para a sua

    importncia, como caso das resenhas, por exemplo.

    c) CRITRIOS a caminho da INTUIO (PENSAMENTO CRIADOR) (BEVERIDGE, 1981)

    Coleta de informaes Esta pode ser realizada atravs de pesquisa, de observao,

    experincia, discusso com colegas e pessoas no informadas sobre o problema em

    estudo, pois como j visto, a contradio propcia criao. De posse das

    informaes, pode-se definir bem o problema, as perguntas, os objetivos e a hiptese

    que se pretende investigar. Do contrrio, pode-se ficar sem direo para elaborar um

    trabalho cientfico*. Nesse estgio, possvel que o problema seja definido sem que

    16

  • idias novas se apresentem, mas, com uma postura de criao em mente e em ao, tais

    idias podero surgir, conforme o trabalho for avanando.

    Contemplao Com as informaes sistematizadas e com a mente livre de idias

    preconcebidas, pode-se partir para associaes e perguntas relevantes: qual a causa

    desse problema?; por que isso se apresenta desse jeito e no daquele? Outra maneira de

    contemplao trabalhar o problema de trs para frente, de cabea para baixo.

    preciso fazer isso com coragem e conscincia de que uma postura de construo de

    realidades novas. As conversas com colegas, professores, incluindo o professor de

    Metodologia Cientfica e o professor-orientador so particularmente importantes para

    que se possa desenvolver o pensamento criador. Cabe ressaltar que as solues para os

    problemas mais difceis no so facilmente encontradas e que preciso persistncia e

    mtodo para se encontrar novas alternativas.

    Concepo Com persistncia e mtodo, o lampejo de inspirao pode aparecer a

    qualquer momento, como num banho de praia, por exemplo. possvel ainda que a

    idia toda no aparea de vez, mas indcios dela, conduzindo a uma alternativa

    significante.

    Crtica De posse da nova idia, deve-se examin-la criteriosamente, verificando se

    apropriada ou no situao. Geralmente descarta-se a idia nova, mas, mesmo que no

    seja compatvel, ela poder levar a uma nova abordagem do problema. Por outro lado, o

    apego exagerado a uma criao, quando ela j foi refutada por argumentos relevantes,

    prejudicial. Tampouco sensato se apegar a uma idia possvel excluindo outras. Como

    lembra Beveridge (1981, p.10): o melhor modo de pescar usar muitas linhas. Com uma

    postura cientfica e criadora em mente e em ao, pode-se partir na direo de normas e

    sugestes sobre como elaborar textos cientficos.

    _____________________________________

    *(Para informaes metodolgicas, ler: DE BONO, 1970;CARLEY, M., 1985; CERVO, A. L.; BERVIAN,

    1983).

    17

  • 2.2 Preparao Inicial atravs de Esquematizao

    Para iniciar um trabalho cientfico, o autor deve seguir etapas, algumaslogicamente encadeadas e outras mais flexveis. Essas etapas podem ser assimrepresentadas:Definio/Delimitao do Tema Formulao do Problema Enunciado/Mapeamento da Hiptese O Esquema 1 (hipottico exemplo) (SILVEIRA, 1973) ilustra essas etapas.

    TEMA: Sistema Econmico BrasileiroPROBLEMA: InflaoHIPTESE: A inflao acaba com o tempoMAPEAMENTO DA HIPTESE: Variveis Indicadores Metodologiaa. A Inflao . ndices . Pesquisa Bibliogrfica . Causas; Conseqncias . Pesquisa de Campo

    . Itens inflacionrios, etc. . Populao-alvo, etc.

    b. acaba com o tempo . curto, mdio, longo prazos . Estudo em Regies Inflacionrias

    . Possveis solues

    Esquema 1: Exemplo de Preparao para um Trabalho Cientfico

    a. Inicialmente ocorre a definio do tema que se pretende estudar. Para isso, importante

    (dentre outras coisas) : i) falar com pessoas em geral, professores, colegas (dentre outros),

    sobre o que pode ser estudado; ii) pensar em temas de interesse prprio, ligados ao prprio

    trabalho de classe, da profisso, etc.; iii) verificar se o tema escolhido tem condies

    materiais de ser pesquisado e se de interesse local, regional, nacional e/ou internacional; e

    iv) consultar livros, artigos de revistas especializadas, catlogos de monografia, dissertao

    e tese, a Internet (dentre outros meios). Em seguida, preciso delimitar o tema. Como

    sugere Severino (2000, p. 160), trata-se aqui de definir bem os vrios aspectos do tema

    que se pretende estudar, de mostrar o seu carter de aparente contradio, esclarecendo

    devida-mente os limites dentro dos quais se desenvolvero a pesquisa e o raciocnio

    demonstrativo.

    b. Uma vez escolhido/delimitado o tema, o sistema econmico brasileiro, por exemplo,

    parte-se para analisar os problemas mais relevantes que o tema apresenta; quais so os

    problemas mais viveis economicamente de serem estudados e cujas referncias

    bibliogrficas esto disponveis; e os problemas que mais interessam ao aluno. O problema

    uma dificuldade ou contradio ainda no resolvida, que justifica uma pesquisa buscando-

    18

  • se encontrar uma possvel soluo. Pode-se iniciar essa etapa apresentando os motivos

    principais que determinaram a abordagem do tema, tal como ele ser desenvolvido na

    monografia, em artigos cientficos (dentre outros). Pode-se tambm, atravs de pesquisa

    bibliogrfica, estabelecer uma contraposio dos trabalhos j feitos em relao ao tema,

    elaborando-se o estado da questo em estudo. Parte-se, ento, para a seleo do problema a

    pesquisar. Por exemplo, a inflao.

    Pode-se iniciar essa etapa levantando perguntas como:

    O problema tem relevncia social, tecnolgica, ambiental, educacional,

    contempornea, histrica, etc.?

    um problema que envolve pesquisa emprica ou no-emprica? um

    problema terico, prtico, ou terico-prtico?

    H meios para concretizar a execuo do estudo?

    Quais as pessoas mais afetadas pelo problema e por sua soluo?

    possvel estabelecer os conceitos e prticas que ele envolve? (SALOMON, 1979, p. 254- 255).

    Aps analisar e responder, ainda que preliminarmente, essas e outras perguntas, espera-

    se que o aluno esteja apto a confirmar (ou rejeitar) o problema para estudo. Uma vez aceito

    o problema, sbio ser no incorrer em novas indagaes sobre temas e problemas, pois as

    dvidas podem retornar e o processo de seleo recomear. Isso poder se tornar um jogo

    perverso sem fim.

    c. O importante agora enunciar o problema escolhido na forma de pergunta ou de uma

    afirmao. Um exemplo de pergunta seria: qual o principal fator para se acabar com a

    inflao? O problema levanta dvidas que devem ser superadas. Com isso em mente, deve-

    se enunciar uma hiptese (ou mais de uma), que pode ser definida como uma possvel

    proposta para superar o problema que se pretende estudar.

    d. Visando a criao de novos conhecimentos e novas realidades, pode-se vislumbrar j

    atravs da hiptese, que ela apresenta elementos desafiadores. Por exemplo, na hiptese

    a inflao acaba com o tempo -, a inflao a curto, mdio ou a longo prazo pode variar

    conforme outros fatores que no o prprio tempo. Aqui se pode ento projetar uma lista de

    fatores novos, alguns ainda no revelados, que podero qualificar o tipo de inflao no s

    19

  • de acordo com o tempo, mas, de acordo com aspectos scio-ambientais, por exemplo. Isso

    ser uma oportunidade para a busca de inovaes que podero ser trabalhadas durante a

    elaborao do trabalho cientfico, mesmo no caso de uma monografia que no tinha,

    inicialmente, o intuito de inovar.

    Outra importncia do Esquema 1 proporcionar um comeo para o trabalho. Por

    exemplo, o autor pode comear a organizao de sua pesquisa bibliogrfica e talvez de

    campo, pois esse Esquema mostra, ainda que tentativamente, a trajetria do trabalho a ser

    desenvolvida. Pode tambm partir para a preparao de um projeto de pesquisa (a seguir),

    de monografia ou de um artigo cientfico (detalhes desses trabalhos, mais adiante). Sem

    Esquema, pode-se ficar rodando em crculos antes de se encontrar um curso de ao

    concreto.

    3. PLANEJAMENTO E ELABORAO DE TRABALHOS CIENTFICOS

    3.1 O Projeto de Pesquisa (ABNT NBR 15287:2005)

    luz das consideraes acima, o aluno pode partir para a elaborao do seu projeto de

    pesquisa (Esquema 2), de sua monografia terica ou terico-prtica (Esquemas 3 e 3.1) e de

    artigos cientficos (Esquema 4), cujos elementos pr-textuais, textuais e ps-textuais so

    apresentados abaixo e, a seguir, definidos.

    Nos esquemas citados, alguns itens podem ser retirados e outros includos. Isso porque

    a formatao deve se adequar aos contedos do trabalho cientfico (e no vice-versa),

    alguns dos quais so: o discurso usado (e.x., o narrativo, descritivo, demonstrativo); a

    modalidade de pesquisa (e.x., quantitativa, qualitativa); os objetivos do trabalho; a rea de

    conhecimento (cincias humanas e sociais, cincias exatas, cincias da sade, etc.); a

    preferncia em colocar, por exemplo, a Metodologia (Material e Mtodos) antes da Reviso

    Bibliogrfica ou vice-versa; as exigncias da instituio em foco, sendo que esta deve se

    nortear pelas normas da ABNT, no ignorando, sua autonomia acadmica. Mas, a

    formatao dos trabalhos cientficos, neste Manual propostas e definidas, engloba as partes

    principais dos mesmos. Abaixo, o Esquema 2 - projeto de pesquisa que, de modo geral,

    d inicio preparao de um trabalho cientfico.

    20

  • ELEMENTOS PR-TEXTUAIS

    CapaFolha de RostoSumrio

    ELEMENTOS TEXTUAIS1 INTRODUO1.1 Tema e Problema Delimitao do tema e do problema Enunciado da(s) hiptese(s) 1.2 Objetivos Geral e Especfico1.3 Justificativa do Trabalho2 FUNDAMENTAO TERICA (ou REVISO BIBLIOGRFICA)3 MATERIAL E MTODOS (ou METODOLOGIA) Tipo de pesquisa Populao e amostra Instrumentos de investigao (questionrio, entrevista, teste, etc.) Anlise dos dados coletados Limitaes do estudo4 RESULTADOS ESPERADOS 5 CONSIDERAES FINAIS

    ELEMENTOS PS-TEXTUAISBIBLIOGRAFIA RECURSOS NECESSRIOSCRONOGRAMA Esquema 2: Formatao Geral de um Projeto de PesquisaNota: Esse Esquema pode variar de acordo com a rea do projeto (cincias humanas/sociais, cinciasmdicas, etc.) e o tipo de pesquisa (bibliogrfica, documental, de campo, de laboratrio, etc.).

    3.1.1 ELEMENTOS PR-TEXTUAIS DE PROJETO DE PESQUISACAPA Opcional. Apresenta as informaes na seguinte ordem:

    Nome da entidade qual o projeto ser submetido; Nome(s) do(s) autor(es); Ttulo do projeto (destaques em negrito, sublinhado ou itlico) e subttulo (se

    houver), precedido de dois pontos sem os destaques do ttulo; Local da entidade onde o projeto deve ser apresentado; Ano de entrega do projeto.

    FOLHA DE ROSTO Elemento obrigatrio. Nome do(s) autor(es), centralizados na parte superior da pgina; ttulo e subttulo

    do projeto centralizados no meio da pgina; e, em seguida, o nome da entidade qual o projeto deve ser submetido.

    Local (cidade) da entidade onde o projeto vai ser apresentado; e ano de entrega domesmo (centralizados na parte inferior da pgina).

    Nota: Se exigido, devem ser apresentados os dados curriculares do(s) autor(es) em folhasseparadas, aps a Folha de Rosto (ou no final do projeto).

    21

  • LISTAS DE ILUSTRAES (e.x., desenhos, mapas), Tabelas, Abreviaturas e Siglas

    (seguidas das expresses correspondentes, por extenso) e Smbolos (opcionais). Se longas,

    recomenda-se que sejam apresentadas em listas prprias em pginas separadas, podendo,

    no entanto, ser apresentadas todas numa s pgina se forem breves (veja Anexos deste

    Manual).

    SUMRIO Obrigatrio (ABNT NBR 6027: 2003). ltimo elemento pr-textual. Define-se como enumerao das divises, sees e outras partes de uma publicao,

    feita na mesma ordem e grafia em que a matria nele sucede. Os indicativos das sees devem ser alinhados esquerda; A palavra Sumrio deve ser centralizada na pgina; Os elementos pr-textuais no devem constar no Sumrio;

    3.1.2 ELEMENTOS TEXTUAIS DE PROJETO DE PESQUISA

    Introduo Nesta parte, so apresentados o tema e problema de estudo, inseridos num

    contexto histrico, tcnico-cientfico (dentre outros), atravs de breve reviso da literatura

    (com autores e anos das obras citadas). Essa breve reviso importante para validar o tema

    e o problema selecionados para estudo. O alcance dessa reviso (no. de autores e obras) fica

    sempre a critrio do professor-orientador e do aluno. Importante que a Introduo no se

    transforme numa longa reviso bibliogrfica, pois esta j tem o seu prprio espao no item

    2 do trabalho acadmico. Em seguida, enuncia-se a(s) hiptese(s), no em item separado,

    mas, dando continuidade breve reviso bibliogrfica. Esta pode, porm, ser apresentada

    aps o enunciado da(s) hiptese(s). Como j argumentado, a hiptese importante para dar

    uma direo ao trabalho cientfico. Com ela as perguntas Que fao agora?, Por onde

    comeo?, perdem fora porque a hiptese informa e informada por todos os itens do

    trabalho cientfico: a fundamentao terica, a metodologia, os resultados esperados (no

    caso de um projeto), etc. Parte-se ento para definir o objetivo geral e os objetivos

    especficos do trabalho, como subitem 1.2. Cabe apresent-los na Introduo em itens

    separados para que os leitores possam identificar, desde o incio, o que o trabalho pretende

    realizar.

    O objetivo geral expressa claramente o que o autor pretende conseguir no final de sua

    investigao, e os especficos indicam as aes que sero realizadas para atingir tal fim.

    A seguir, o autor passa a argumentar sobre a justificativa (relevncia social, cientfica,

    etc.) da questo em estudo, como subitem 1.3. Cabe ressaltar na justificativa a importncia

    13

    22

  • do projeto para o avano de conhecimentos na rea em estudo. O autor pode discutir

    tambm seus prprios motivos para a escolha do tema/problema. Num projeto, a

    justificativa no precisa ser destacada como um item separado, cabendo ao professor-

    orientador e ao aluno a deciso final sobre o assunto. O Esquema 2.1 exemplifica esses

    procedimentos.

    1 INTRODUO (hipottica)

    1.1 TEMA e PROBLEMA

    Este trabalho aborda o tema desenvolvimento econmico, focalizando o problema da

    inflao

    no Brasil (alguns autores e respectivas obras so aqui citadas).

    Dentro desse contexto, a hiptese deste projeto que a inflao acaba com o tempo.

    1.2 OBJETIVOS

    a) Geral: Contribuir para um maior aprofundamento terico-prtico do desenvolvimento

    econmico na regio sul do Rio de Janeiro.

    b) Especficos:

    . Coletar dados e analisar a influncia dos ndices de inflao e os fatores que a influenciam.

    . Propor cursos alternativos de ao para maximizar as possveis influncias positivas e...

    1.3 JUSTIFICATIVA

    Este trabalho se justifica terica e praticamente. Em teoria, mostra que ......... E

    praticamente,

    se prope a ........

    Esquema 2.1: Exemplo de INTRODUO para um PROJETO DE PESQUISA

    Fundamentao Terica Aps a Introduo, a Fundamentao Terica (ou Reviso

    Bibliogrfica) fundamenta o tema e o problema em estudo. O importante que a esta

    parte tenha comeo, meio e fim, buscando coeso e coerncia entre os itens e a(s)

    hiptese(s) enunciada(s) na Introduo. Nessa parte, citaes do tipo parfrases ou

    transcries podem ser feitas, expondo os autores e a data de publicao das obras

    consultadas.

    Material e Mtodos (ou Metodologia) - Esta parte mostra como vo ser realizados os

    objetivos propostos na Introduo. Aqui, descreve-se o tipo de pesquisa que se

    pretende desenvolver, a populao e a amostra selecionada (se for o caso), as variveis

    23

  • independentes e dependentes, os tipos de tcnicas usadas, como questionrio, formulrio

    e entrevista, e as tcnicas estatsticas usadas para validar as respostas. Quando o projeto

    no envolver pesquisa de campo, de laboratrio, etc., pode-se dispensar a parte de

    Material e Mtodos (ou Metodologia) como um item separado e incluir as informaes

    metodolgicas no final da INTRODUO, como proposto no Esquema 3.1 (mais

    abaixo).

    Resultados Esperados Nesta parte projeta-se apenas uma expectativa de resultados,

    que pode ser assim hipoteticamente descrita:

    Espera-se que este projeto permita a identificao dos fatores que causam a inflao e

    que aponte as caractersticas da inflao a curto, mdio e longo prazo. Espera-se ainda

    que o trabalho tenha a durao de 6 meses.

    Consideraes Finais Como se trata apenas de um projeto, nesta ltima parte no cabem

    concluses. Portanto, para finalizar, pode-se fazer uma breve reapresentao da hiptese,

    bem como dos contedos mais relevantes de cada parte do projeto.

    3.1.3 ELEMENTOS PS-TEXTUAIS - PROJETO DE PESQUISA

    BIBLIOGRAFIA (veja o item 4 deste Manual (NBR 6023: 2003).

    RECURSOS NECESSRIOS E CRONOGRAMA de execuo Dois elementos

    obrigatrios apresentados em folhas distintas em APNDICES. O primeiro mostra a

    distribuio das tarefas previstas e o segundo especifica o valor calculado de cada tarefa

    prevista. No projeto, na monografia e no artigo, a Bibliografia, o Cronograma e Recursos

    Necessrios no tm indicativos numricos, devendo ser centralizados na folha do trabalho

    (NBR 14724, 2005, p. 8).

    Do projeto, uma vez analisado pelo orientador e aprovado, parte-se para seu

    desenvolvimento. Os resultados do projeto podem ser apresentados em um relatrio

    destacando os pontos propostos no mesmo (p. ex., a hiptese, os objetivos, a metodologia

    usada), bem como os resultados finais da pesquisa (no mais Resultados Esperados), a

    discusso dos mesmos, e a concluso e as recomendaes. Pode dar origem tambm a um

    artigo, uma monografia (dentre outros documentos).

    3.2 MONOGRAFIA (graduao/ps-graduao lato/stricto sensu) (NBR 14724:2005)

    24

  • Abaixo, os Esquemas 3 e 3.1, para monografias terico-prtica e apenas terica.

  • ELEMENTOS PR-TEXTUAISCapa, Folha de Rosto e Folha de Aprovao (obrigatrias em folhas separadas) Dedicatria, Agradecimentos e Epgrafe (opcionais e em folhas separadas) Resumo na lngua verncula (obrigatrio)Lista de Ilustraes (opcional), (e.x., mapas, grficos, figuras, quadros, retratos, e outros)Lista de Tabelas (opcional), apresentada conforme a ordem numrica apresentada no texto Lista de Abreviaturas, siglas e smbolos (opcional)Sumrio (obrigatrio)ELEMENTOS TEXTUAIS1 INTRODUO1.1 Tema e Problema e Delimitao dos mesmos.Enunciado da(s) hiptese(s) 1.2 Objetivos Geral e Especfico1.3 Justificativa do Trabalho2. FUNDAMENTAO TERICA (REVISO BIBLIOGRFICA)3 MATERIAL E MTODOS ( METODOLOGIA) Tipo de Pesquisa e Populao e Amostra Instrumentos de Investigao (questionrio, entrevista, etc.); Tcnicas Estatsticas; Limitaes do estudo4 RESULTADOS E DISCUSSO5 CONCLUSO E RECOMENDAES ELEMENTOS PS -TEXTUAIS Bibliografia (obrigatrio) Abstract (resumo em ingls) (obrigatrio) Glossrio ou Lista de termos, definies (se aplicvel) Apndices e Anexos (se aplicveis) Esquema 3: Formatao da Monografia Terico-prtica

    Esquema para monografias apenas tericas.ELEMENTOS PR-TEXTUAISCapaFolha de Rosto e Folha de Aprovao (obrigatrias), em folhas separadas.Dedicatria, Agradecimentos e Epgrafe (opcionais), em folhas separadas.ResumoLista de Ilustraes (e.x., mapas, grficos...;Lista de Tabelas (opcional), conforme a ordem numrica dotexto).Lista de Abreviaturas, siglas e smbolos (se foram usadas no texto)SumrioELEMENTOS TEXTUAIS1 INTRODUO1.1 Problema Delimitao do tema e do problema; Enunciado das Hipteses Breve explicitao da metodologia utilizada e de cada captulo que a monografia aborda 1.2 Objetivos Geral e Especfico1.3 Justificativa do Trabalho e Apresentao da metodologia usada no trabalho. 2 DESENVOLVIMENTO (Reviso bibliogrfica do tema/problema, em captulos/tens) 3 CONCLUSO E RECOMENDAES (Incluir Recomendaes, se aplicvel)ELEMENTOS PS-TEXTUAIS Bibliografia Glossrio ou Lista de termo-definies (se aplicvel) Abstract (resumo em ingls), obrigatrio Apndices e Anexos (se aplicveis) Esquema 3.1: Formatao de Monografia Terica

    25

  • Como j indicado anteriormente, um trabalho cientfico, como a monografia, apresentatrs partes principais: o pr-texto, o texto e o ps-texto, como mostram os Esquemas 3 e3.1.

    3.2.1 ELEMENTOS PR-TEXTUAIS

    Capa, Folhas de Rosto e de Aprovao (ANEXOS A, B, C deste Manual) - Na primeira

    folha - Capa (ANEXO A) coloca-se o nome da instituio onde o trabalho foi realizado,

    no topo da pgina, bem no centro, com espao simples. Logo abaixo vem a identificao da

    Pr-Reitoria Acadmica e da Coordenao (COPEP, no caso do UBM), do Departamento,

    Instituto ou equivalente, e em seguida o nome do Curso no qual o trabalho est inserido.

    Recomenda-se que essas denominaes sejam escritas com letras maisculas e em negrito

    (Times New Roman, tamanho 14 pt). Um pouco abaixo e centralizado coloca-se o ttulo do

    trabalho, com letras maisculas e em negrito - recomendando-se tambm Times New

    Roman, tamanho 14, espao simples entre as linhas. Se houver subttulo, o mesmo vem

    separado do ttulo por dois pontos, digitado em letras maisculas e tamanho 14, sem

    negrito; ou sem dois pontos, mas com letras maisculas um pouco menores do que as

    usadas para o ttulo. Exemplificando:

    DENGUE: UMA QUESTO TCNICA E POLTICA

    ESTUDO DE CASO PLANEJAMENTO, MTODOS E TCNICAS

    Centralizado e mais abaixo do ttulo, coloca-se o nome do autor, s com as letras iniciais

    maisculas (New Times Roman, tamanho 12). No caso de vrios autores, recomenda-se

    que os nomes sejam digitados em espao simples entre os nomes e por ordem alfabtica ou

    segundo outra ordem, conforme deciso do grupo envolvido no estudo e do orientador.

    Bem no final da folha e centralizado (acima dos 2cm da margem inferior), coloca-se o local

    (cidade) da instituio e abaixo, o ano de finalizao da monografia.Nota: A identificao dos Anexos e Apndices no feita com nmeros , mas com as letras A, B, C, etc.

    26

  • Folha de Rosto (ANEXO B) - Vem logo em seguida Folha da Capa. Apresenta no alto

    da pgina e centralizado o nome do autor responsvel pelo trabalho, seguido pelo ttulo

    principal e o subttulo do trabalho precedido por dois pontos. A seguir, vem o nome da

    instituio na qual o trabalho desenvolvido. Mais abaixo, e direita da folha, coloca-se o

    texto que referncia o tipo de trabalho (se monografia, dissertao ou tese) e o nome do

    orientador (por extenso e com letras minsculas, s as iniciais maisculas) e co-orientador

    (se houver). No final da folha e centralizado, coloca-se o local e o ano do trmino da

    monografia. O verso da Folha de Rosto deve conter a ficha catalogrfica, cujas

    informaes e formato so fornecidos pela Biblioteca do UBM (neste caso).

    Folha de Aprovao (ANEXO C) Obrigatria. Contm, no alto, centralizado em negrito

    e em letras maisculas, o ttulo do trabalho monogrfico (Times New Roman, no. 14). Um

    pouco mais abaixo e centralizado vem o nome do autor com as letras iniciais em

    maisculas (Times New Roman, no. 12). Abaixo, direita, vem o texto que referencia o

    tipo de trabalho submetido aprovao (com letras no. 12 minsculas) e os nomes dos

    membros da Banca Examinadora (trs membros, no caso de monografia de graduao,

    especializao e mestrado, e cinco membros, no caso de doutorado), com espaos para a

    assinatura dos membros.

    NOTA: Algumas instituies (como o UBM) elaboram modelos para essas trs FOLHAS, visandopadronizar todos os trabalhos monogrficos. Exemplos dessas Folhas esto nos Apndices desteManual.

    Dedicatria e Epgrafe (ANEXO D e F) - So partes opcionais onde o autor dedica seu

    trabalho a algum (dedicatria) numa folha, e faz uma citao (epgrafe) em folha separada.

    Ambas figuram na margem direita e na parte inferior de cada folha. H autores que

    recomendam essas duas partes s para a dissertao e a tese. No UBM, essas duas partes

    podem ser includas na monografia de graduao e especializao, se assim o autor e o

    orientador desejarem.

    Agradecimentos (ANEXO E) - Embora opcionais,os agradecimentos so quase

    obrigatrios, pois muitas so as pessoas que colaboram na elaborao de um trabalho

    cientfico como a monografia. O agradecimento deve ser breve e dirigido a cada

    pessoa/instituio em particular. Um exemplo pode ser encontrado no ANEXO E. A

    27

  • extenso dos agradecimentos vai depender do nmero de pessoas que colaboraram com o

    trabalho. O importante que ningum seja esquecido.

    Resumo (ANEXO G) - Para as monografias de graduao e ps-graduao, o Resumo

    (em portugus) obrigatrio. uma condensao do trabalho cientfico, que ressalta,

    objetivamente, os pontos mais importantes realizados pelo trabalho, como hiptese,

    objetivos, metodologia (material e mtodos), os resultados e as concluses do trabalho.

    Deve ser informativo, claro e conciso. No enumera tpicos. O Resumo deve dar ao leitor

    uma breve, porm, objetiva viso do trabalho todo, permitindo-lhe decidir se deve ou no

    selecionar o trabalho para seu estudo. Assim, o Resumo constitui uma ficha que pode ser

    distribuda s bibliotecas nacionais e internacionais. Por isso torna-se importante que os

    Resumos sigam as normas gerais para catalogao bibliotecria. Algumas dessas normas

    so:

    Ter um cabealho, que segue as normas de uma referncia bibliogrfica. Por exemplo:

    SANTOS, Maria ngela dos. Tratamento da Dirofilariose: uma proposta alternativa. 2004, 30 f. Monografia (Graduao em Medicina Veterinria) - Centro Universitrio de Barra Mansa, Barra Mansa, UBM, RJ, 2004.

    Ter s um pargrafo, escrito em espao simples, com letra menor que a usada no

    trabalho.

    Ter, no mximo, 15 ou 20 linhas, ou at 250 palavras, embora alguns autores

    recomendem at 500 palavras.

    Ter, logo abaixo do Resumo, as Palavras-chave: trs palavras relevantes ao contedo

    em foco na monografia, separadas por ponto e finalizadas tambm por ponto.

    Evitar a apresentao de smbolos, contraes, frmulas, equaes, diagramas, etc., que

    no sejam absolutamente necessrios.

    Nota: Os resumos crticos (anlise crtica ou resenha de documentos), feitos porespecialistas, por suas caractersticas especiais, no esto sujeitos ao limite de palavras.

    Sumrio (ANEXO H) - A ABNT usa o termo Sumrio para indicar a folha que apresentaas partes (ou os captulos) do texto, bem como os elementos ps-textuais, acompanhadosdos respectivos nmeros das pginas.

    Lista de Ilustraes (ANEXO I) - A lista de ilustraes uma relao seqencial de

    dados e informaes, apresentada no texto na forma de Tabelas, Quadros, Grficos, Figuras

    28

  • (dentre outros). Assim, numa Lista de Tabelas, a primeira Tabela a que recebeu a

    numerao 1 no texto, e as subseqentes so aquelas que levam os nmeros 2, 3, 4, etc. O

    ttulo de cada Tabela e de cada Quadro colocado na parte superior dos mesmos. Nas

    Listas de Grficos e de Figuras, o ttulo colocado abaixo de cada Grfico e cada Figura. A

    Lista de Ilustraes pode ser citada antes ou aps o Sumrio, e as vrias Listas, se no

    forem muito grandes, podem ser citadas na mesma folha, como mostra o ANEXO I.

    Lista de Abreviaturas, Siglas e Smbolos (ANEXO J) - A relao das abreviaturas, siglas

    e smbolos deve vir em ordem alfabtica, aps a Lista de Ilustraes.

    3.2.2 ELEMENTOS TEXTUAIS

    a. Na Introduo, como j foi indicado, o autor deve iniciar seu argumento delimitando o

    tema e o problema (item 1.1) focalizado na monografia. Aps, contextualiza brevemente o

    problema, citando alguns autores e seus estudos sobre o mesmo.

    Em seguida, o autor enuncia sua(s) hiptese(s), (principalmente se a monografia

    optou pela linha criadora), e parte para definir, clara e explicitamente os objetivos (item

    1.2) do trabalho e, aps passa a argumentar sobre a justificativa (item 1.3), que se refere

    relevncia social e cientfica da questo em estudo, conforme j explicado anteriormente.

    b. Fundamentao Terica (ou Reviso Bibliogrfica) - esta se refere s bases do

    problema em estudo. Em outras palavras, se refere ao que outro autor (e o prprio autor do

    trabalho cientfico) j desenvolveu, terico e praticamente, sobre o tema e o problema em

    estudo. Esta parte (ou captulo) pode levar outro ttulo, no necessariamente

    Fundamentao Terica (ou Reviso Bibliogrfica), como por exemplo, Viso Histrica da

    Inflao no Brasil, que poder ento ser subdividido em itens e subitens.

    Diferentemente do projeto, na monografia a Fundamentao Terica mais extensa e

    mais profunda, podendo conter ttulos e subttulos. O importante que estes mantenham

    uma relao clara (coeso e coerncia) com o tema, o problema e a(s) hiptese(s)

    selecionados.

    c. Material e Mtodos (ou (Metodologia) - Terminada a Fundamentao Terica, e de

    acordo com o tipo de trabalho (terico-prtico), passa-se para a parte de Material e

    Mtodos (ou Metodologia). Nessa parte, o autor explicita, clara e detalhadamente, os

    procedimentos adotados para alcanar os objetivos propostos. nesse captulo (ou parte)

    29

  • que se apresenta tambm o tipo de pesquisa usado para analisar o problema. Como a

    literatura muito diversificada quanto aos tipos de pesquisa, apresenta-se, abaixo, uma

    classificao resumida, baseada em Hbner (1998)):

    Pesquisa descritiva geralmente aplicada para estabelecer o perfil ou as caractersticas de

    determinada situao. Uma pergunta tpica nesses estudos a relao entre as variveis

    independente e dependente. Por exemplo: Quais as faixas etrias (variveis independentes)

    dos alunos matriculados nos cursos de ps-graduao da universidade X (varivel

    dependente)?

    Se, por outro lado, o autor desejar fazer um estudo mais aprofundado dessas

    caractersticas correlacionando-as com as de outra universidade, por exemplo, ento ele

    poder usar a pesquisa correlacional.

    Na pesquisa correlacional, outras relaes podero ser estabelecidas, como por exemplo,

    os tipos de currculo de uma dada rea do conhecimento e os sistemas didtico-pedaggicos

    de ensino-aprendizagem de duas universidades da Zona Sul do Rio de Janeiro. Nesse tipo

    de pesquisa, a apresentao dos ndices estatsticos de correlao necessria. Da, a

    importncia de consulta a um estatstico nesse tipo de pesquisa.

    Os estudos de relaes de causa-efeito apontam para a pesquisa experimental.

    A pesquisa experimental se caracteriza pela manipulao de variveis, que permitem

    identificar relaes de causa e efeito entre dois ou mais fenmenos. Algumas questes so

    tpicas de tal estudo. Por exemplo:

    Qual o efeito do tempo sobre a inflao?

    Qual o efeito do divrcio sobre o comportamento de crianas de pais divorciados?

    Esses e outros tipos de pesquisa possibilitam uma anlise quantitativa e qualitativa

    dos dados, bem como o uso de vrios mtodos de coleta e interpretao dos dados. Por isso

    importante explicitar o tipo de pesquisa, o tipo de anlise e os mtodos e tcnicas

    adotados. Entre esses mtodos e tcnicas incluem-se o tipo de populao selecionada e de

    30

  • amostragem usados, o uso de questionrio, formulrio e/ou entrevista, onde e quando foi

    realizado o estudo (dentre outros).

    De posse de todas essas informaes, o aluno pode partir para fazer sua pesquisa de

    campo, de laboratrio, por exemplo.

    Cabe ressaltar que, nas monografias terico-prticas, o detalhamento, claro e

    explcito, dos contedos do captulo de Material e Mtodos (ou Metodologia) de

    importncia crucial para que os leitores possam entender e contextualizar os procedimentos

    do trabalho de campo, do laboratrio, etc., os resultados obtidos e, ainda, replicar o trabalho

    no mesmo ou em outro contexto (se for o caso).

    d. Aps, vem a parte dos Resultados e Discusso (no mais Resultados Esperados como no

    projeto). Esse o momento da apresentao dos dados levantados atravs de pesquisas de

    campo ou laboratoriais, etc., bem como da discusso dos resultados obtidos e articulados,

    afirmativa e/ou negativamente, com as teorias/idias apresentadas por outros autores na

    Fundamentao Terica, e com a(s) hiptese(s) enunciada(s) pelo estudo. O contedo da

    discusso pode, portanto, tomar a forma dialtica, pois pode apresentar argumentos a favor

    (tese) ou contra determinado resultado obtido (anttese) e, finalmente, propor uma sntese,

    que um corpo de conhecimentos inovadores que inclui, mas supera a argumentao

    envolvida na relao tese-anttese.

    Um trabalho de criao de novos conhecimentos e novas realidades (sntese) pode

    constituir uma nova parte (ou captulo), antes da Concluso e Recomendaes. Exemplos

    de novos conhecimentos so: Liderana Dialgica e Aposentadoria Ativa, conceitos criados

    por Barbosa (2000) e Miranda (2000), respectivamente, em suas monografias para o curso

    de especializao lato sensu em Recursos Humanos Estratgicos, Universidade Federal

    Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

    e. Na Concluso e Recomendaes, retoma-se a(s) hiptese(s) do estudo, ressaltando-se os

    resultados principais abordados nos captulos do trabalho acadmico que a(s) confirmam/

    negam. Em outras palavras, faz-se o fechamento do trabalho buscando inter-relacionar

    todos os aspectos importantes tratados e buscando responder s questes principais do

    trabalho, e defender a hiptese proposta. Para isso, os aspectos relevantes abordados na

    Introduo, Fundamentao Terica e Resultados e Discusso so retomados, destacando-

    31

  • se os pontos de concordncia e discordncia encontrados (tese-anttese), bem como as

    novas inter-relaes propostas (sntese).

    Como bem recomenda Hbner (1998, p. 24), se o tema for polmico, pode-se

    levantar na Concluso, novas perguntas para serem estudadas em trabalhos futuros, sem

    incluir, no entanto, dados, teorias e autores no apresentados no corpo (texto) do trabalho

    cientfico (FIGUEIREDO, 1995, p. 68-69).

    Finalmente, apresentam-se as recomendaes devidas argumentao do trabalho.

    No caso da monografia de graduao, alguns autores no a consideram apropriada

    incluso das recomendaes. Essa deciso fica, pois, a critrio do orientador e da

    instituio.

    Parte-se, abaixo, para a listagem dos elementos ps-textuais.

    3.2.3 ELEMENTOS PS-TEXTUAIS

    Os elementos ps-textuais vm aps o item Concluso e Recomendaes. Cinco

    elementos ps-textuais descritos, a seguir, so: a bibliografia, o abstract, o glossrio, os

    apndices e os anexos.

    Bibliografia - As referncias bibliogrficas fazem parte obrigatria dos trabalhos

    cientficos. Os autores e seus trabalhos podem ser citados de acordo com o sistema

    numrico ou alfabtico. No caso do UBM, o sistema recomendado o alfabtico veja o

    captulo 4 deste Manual. As fontes bibliogrficas que no foram citadas no texto, ou que

    foram citadas por outros autores (como o caso do apud; veja captulo 6 - Termos

    Latinos, mais adiante) no devem ser referenciadas na Bibliografia podendo, no entanto,

    ser colocadas em rodap e/ou abaixo da Bibliografia bsica, sob o ttulo de Bibliografia

    Consultada.

    Abstract - Constitui uma verso do Resumo em lngua estrangeira, sendo obrigatrio,

    segundo a NBR 14724 (2005, p. 5). Deve ser digitado em folha separada com espao

    simples: em ingls (Abstract), francs (Rsum) e espanhol (Resumen). (No UBM,

    recomenda-se o ingls e o espanhol).

    32

  • Apndices - Os Apndices apresentam trabalhos, documentos (dentre outros), elaborados

    pelo prprio autor do trabalho cientfico, a fim de complementar o contedo do trabalho.

    So, de modo geral, separados do texto para no quebrar a continuidade do mesmo.

    Anexos - So documentos, trechos de livro, revista, etc. elaborados por outros autores, e

    no pelo(s) autor(es) da monografia. Geralmente, so usados para esclarecer, provar,

    confirmar as idias trabalhadas no texto. So destacados do texto para evitar interrupes.

    Como j indicado anteriormente, os APNDICES e os ANEXOS so indicados por letras

    maisculas consecutivas, travesso e pelos respectivos ttulos (e.x., ANEXO A

    MODELO DE CAPA; ANEXO B MODELO DE FOLHA DE ROSTO; ANEXO L

    MODELO DE GLOSSRIO), dentre outros.

    Glossrio - O Glossrio ou lista de termos, de definies (ANEXO L), d o significado de

    palavras e expresses usadas num trabalho e referentes a uma dada especialidade tcnica,

    cientfica, etc. tambm usado para relacionar palavras, expresses pouco comuns.

    colocado aps o Abstract.

    3.3 ARTIGO CIENTFICO (baseado na NBR 6022: 2003)

    A seguir, so apresentados os passos bsicos para pensar, planejar e desenvolver um

    artigo cientfico. Esses passos enfatizam a importncia das qualidades e/ou posturas dos

    responsveis pelos avanos da cincia, como a paixo, a inspirao e o clculo (Weber,

    1971 apud KUJAWISKI,1986, p. 1), qualidades essas chamadas por Pavlov,

    respectivamente, de paixo, persistncia e mtodo, como j indicado no captulo 1 deste

    Manual.

    Segundo as normas da ABNT (NBR 6022, 2003, p. 2), artigo cientfico parte de

    uma publicao com autoria declarada, que apresenta e discute idias, mtodos, tcnicas,

    processos, e resultados nas diversas reas do conhecimento, que podem ser originais

    como os relatos de experincia de pesquisa, estudos de caso (dentre outros), ou de reviso

    como as publicaes que resumem, analisam, discutem informaes j publicadas. Seu

    objetivo principal o de ser um documento sucinto para divulgar conhecimentos

    historicamente problemticos e problemas tericos e/ou prticos novos. publicado em

    revistas cientficas, peridicos especializados, permitindo ao leitor a rplica das

    33

  • experincias discutidas nos mesmos. Para publicao em revistas ou peridicos

    especializados, o artigo deve seguir as normas editoriais dos mesmos, alm das normas da

    ABNT, destacando-se, principalmente, a NBR 6022: 2003 (publicao peridica cientfica

    impressa) ; a NBR 6023: 2002 (referncias); a NBR 6027: 2003 (sumrio); a NBR 6028:

    2003 (resumos); e NBR 10520: 2002 (citaes).

    Um artigo tem a mesma estrutura fsica dos demais trabalhos cientficos como a

    monografia de graduao e de ps-graduao, cujos elementos so: o pr-textual, o textual

    e o ps-textual como mostra o Esquema 4, a seguir.

    ELEMENTOS PR-TEXTUAIS. Ttulo e Sub-ttulo (se houver) . Autor(es) e filiao . Resumo ELEMENTOS TEXTUAIS1. INTRODUO. Tema e Problema. Objetivos. Justificativa2. FUNDAMENTAO TERICA (conceitos/prticas relevantes de vrios autores) 3. MATERIAL E MTODOS ou PROCEDIMENTOS METODOLGICOS. Tcnica de pesquisa usada; pblico-alvo; dados estatsticos usados (dentre outros). Aplicao de questionrio ou entrevista (se for o caso)4. RESULTADOS E DISCUSSO5. CONCLUSO E RECOMENDAESELEMENTOS PS-TEXTUAIS BibliografiaAbstractGlossrio (se houver)Apndices e Anexos (se houver)

    Esquema 4: Estrutura de Artigo Cientfico

    Embora semelhante aos outros tipos de trabalhos acadmicos neste Manual j

    descritos, o artigo conta com uma forma de realizao distinta de uma monografia

    convencional, devido maior conciso e natureza dos dados tratados. Mas, deve como tais

    monografias, seguir as normas da ABNT mais recentes e as normas editoriais do peridico

    cientfico, ao qual o artigo ser submetido para publicao, como j indicado anteriormente.

    Antes de escrever um artigo, cabe pesquisar e responder perguntas como:

    Qual o tema a abordar? Qual o foco ou o problema em questo?

    Qual a finalidade da publicao (por exemplo: peridico, conferncia...)? Qual o

    pblico-alvo (e.x., estudantes, professores, banca de ps-graduao,

    empresrios...?).

    34

  • Qual seria um bom esquema para um planejamento geral?

    Embora um esquema para responder tais perguntas, possa variar de artigo para

    artigo, o Esquema 2 (veja item 2.3.1 acima) pode ser til, pois apresenta, ainda que

    preliminarmente, os meios para esquematizar e mapear a hiptese que se pretende defender.

    De posse de um esquema prprio, pode-se partir para a pesquisa bibliogrfica e, se

    for o caso, tambm para a pesquisa de campo, pois j se sabe por onde comear. possvel

    que, durante a trajetria da pesquisa, alguns itens do esquema sejam substitudos por

    outros, ou acrescentados, mudanas essas afetadas, em grande parte, pela pesquisa

    bibliogrfica e de campo, como pela conscientizao do escritor, das trs qualidades j

    mencionadas (paixo, inspirao e mtodo), que ele deve possuir e desenvolver.

    3.3.1 ELEMENTOS PR-TEXTUAIS DE ARTIGOS CIENTFICOS

    a) Ttulo e Sub-ttulo (se houver) no alto da pgina de abertura do artigo.

    . Devem ser claros, curtos e refletir o contedo do texto. No deve se constituir numa frase.

    . Devem ser diferenciados tipograficamente e separados por dois pontos (:) e escritos na

    lngua do texto.

    b) Autor(es) e Filiao

    . Abaixo do ttulo e do sub-ttulo (se houver) e direita da pgina, coloca-se o nome

    completo do(s) autor(es), com indicao numrica ou com asterisco acima do nome/ou

    sobrenome de cada autor, indicando um breve currculo no rodap da pgina: a titulao

    acadmica que qualifica o(s) autor(es) na rea do conhecimento do artigo, a filiao

    (universidade, empresa) e endereo (e.mail) do(s) mesmo(s). No caso de mais de um autor,

    no h ainda uma regra definida para ordenar a apresentao dos autores do projeto, artigo,

    trabalho monogrfico. Exemplos de algumas opes so: relacionar os autores por ordem

    alfabtica do primeiro nome ou do sobrenome, ou por ordem de esforo/contribuio ao

    artigo, de cada autor, ou conforme a titulao ou experincia profissional dos mesmos. Uma

    opo colocar, em primeiro lugar, o nome do autor responsvel pelo trabalho em foco,

    seguido dos nomes de outros colaboradores, vindo o nome do orientador/supervisor do

    trabalho em ltimo lugar. Mas, a ordem adotada deve ser acordada por todos os autores

    envolvidos.

    35

  • c) Resumo (NBR 6028, 2003, p. 1-2)

    Vem aps a indicao dos nomes dos autores, sendo elemento obrigatrio. escrito na

    lngua do texto. Pode ser considerado at uma propaganda devendo, pois, atrair a ateno e

    o interesse dos leitores. Apresenta de forma resumida o problema, os principais objetivos, a

    importncia do artigo, a metodologia e os resultados alcanados. No contm citaes,

    concluses e referncias bibliogrficas no mencionadas no texto. Deve conter frases

    concisas e no uma enumerao de tpicos, e usar a voz ativa na terceira pessoa do

    singular. escrito com letra menor que a usada no artigo, em 1 (um) s pargrafo e com

    espao simples (ABNT, NBR-6028, 2003, p. 2), como digitado neste Resumo. Deve

    apresentar as palavras-chave representativas do contedo do trabalho, conforme

    especificado abaixo (veja ANEXO NESTE MANUAL).

    Palavras-chave Trs palavras (ou mais, conforme as normas da ABNT e do peridico ao

    qual o artigo foi/ser enviado) na lngua do texto, colocadas abaixo do Resumo, separadas

    entre si, por ponto e finalizadas tambm por ponto. No caso do UBM, o padro apresentar

    3 (trs) palavras (veja tambm o item: 3.2.1 - Resumos).

    3.3.2 ELEMENTOS TEXTUAIS

    1. INTRODUO

    1.1 Tema e Problema - Um artigo cientfico deve, desde o incio, informar ao leitor, seu

    contedo, a motivao e a principal contribuio do mesmo. Assim, o item Tema e

    Problema apresentam, sem muitos detalhes, a finalidade e os objetivos do trabalho a fim

    de dar ao leitor uma viso geral do tema abordado. Deve apresentar, embora tambm

    brevemente, alguns trabalhos anteriores relacionados ao assunto em foco, como j

    especificado em relao ao projeto de pesquisa e s monografias.

    Pode enunciar, em seguida, a hiptese do estudo, no precisando ser, necessariamente,

    uma hiptese estatstica. Por exemplo: Dentro desse contexto, a hiptese deste trabalho

    que os avanos tecnolgicos demandam constante capacitao profissional (CP) dos

    professores, bem como possveis mudanas nos programas de ensino, o que pode causar

    atitudes/ comportamentos pr ou contra a CP.

    36

  • A hiptese uma possvel proposta que pretende superar o problema que o artigo

    focaliza, bem como um instrumento desafiador para a criao de novos conhecimentos e

    novas realidades educacionais (dentre outras). Ateno a esse ponto ativa a paixo, atrai a

    inspirao (persistncia), conduzindo busca de tcnicas especficas (clculo/ mtodo) que

    podero contribuir para artigos cientficos com propostas inovadoras. Cabe relembrar que

    nem todos os artigos cientficos incluem o enunciado de hipteses condutivas criao de

    novos conhecimentos e novas realidades como, por exemplo, os trabalhos de reviso

    bibliogrfica, de resenhas (dentre outros).

    1.2. Objetivos - Podem ser divididos em Geral e Especfico, tomando-se o cuidado para

    no incluir objetivos que no foram desenvolvidos no artigo. Eles devem ser especificados

    de tal forma que possam comprovar/negar a hiptese (quando houver) e os cursos de ao

    realizados. Devem ser iniciados com um verbo no infinitivo, como: Coletar dados sobre

    posicionamentos de professores do 3. Grau quanto....

    1.3. Justificativa - A motivao e a importncia do artigo, o mtodo usado, a razo da

    escolha de um dado mtodo, a hiptese de estudo, e os principais resultados podem tambm

    ser citados nas Justificativas, mas, sem entrar em detalhes, pois esses itens so

    especificados em Material e Mtodos (Metodologia) e em Resultados e Discusso.

    Desvantagens ou pontos fracos de trabalhos anteriores que so aprimorados no artigo

    devem ser citados. Suas condies positivas e limitaes devem ser tambm mencionadas.

    Pode-se concluir a Introduo, apresentando ao leitor os principais assuntos dos outros

    captulos ou itens restantes do artigo. Por exemplo: O restante deste artigo est organizado

    em 4 sees. A primeira apresenta conceitos e prticas que fundamentam o problema e a

    hiptese aqui propostos. A segunda descreve as tcnicas e mtodos usados para coletar os

    dados sobre o assunto. A seo 3 discute esses dados comparando-os com....... A seo 4

    conclui este estudo propondo algumas recomendaes.

    DESENVOLVIMENTO:

    Esta constitui a parte principal e mais extensa de um artigo cientfico. Divide-se em

    sees e sub-sees, conforme a NBR 6024, 2003, incluindo a Fundamentao Terica (ou

    Reviso Bibliogrfica), Material e Mtodos (ou Metodologia), (se for aplicvel),

    Resultados e Discusso e Concluso (e Recomendaes, se for o caso).

    37

  • 2. FUNDAMENTAO TERICA Como j indicado anteriormente, esta parte se

    refere ao que outros autores j escreveram, testaram e defenderam terica e praticamente,

    em relao ao tema e problema em estudo. Apresenta conceitos e prticas, resultados de

    pesquisas de campo e de laboratrio desses autores, podendo dividi-los em itens de

    assuntos similares. Trabalhos que no resolveram o problema em estudo, ou que

    apresentam apenas solues parciais, podem ser citados, desde que observado o rigor

    cientfico dos mesmos. Se o artigo em preparao for uma continuao de um trabalho j

    realizado, este deve ser citado na Introduo e complementado na Fundamentao Terica.

    Todas as obras discutidas na Fundamentao Terica objetivam aprofundar o tema e o

    problema em foco no artigo, e esclarecer, documentar, ilustrar, comprovar ou negar a(s)

    hiptese(s) que esto sendo proposta(s) no artigo (se esse for o caso). No raramente, uma

    hiptese enunciada na Introduo de um artigo esquecida durante o desenvolvimento do

    mesmo. No entanto, como prope um possvel caminho para o problema em foco no artigo,

    deve ser discutida em relao s obras citadas na Fundamentao Terica, bem como na

    Discusso dos Resultados (principalmente se o artigo incluir pesquisa de campo, de

    laboratrio, dentre outros). Por exemplo: este dado sobre atitudes dos professores

    favorveis CP (capacitao profissional) foi confirmado nos estudos de Pereira (2007),

    mas no foi confirmado nos estudos de Gonalves (2009) e nem no presente estudo. Isso

    aponta para a necessidade de outros estudos na rea.....

    Somente os autores e obras citadas no texto do artigo devem constar da Bibliografia,

    conforme as normas da ABNT e do peridico ao qual o artigo foi (ser) submetido para

    publicao. Referncias no citadas no artigo, ainda que lidas, no so listadas na

    Bibliografia podendo, no entanto, ser listadas em Bibliografia Consultada, se isso for

    aprovado pelo peridico que recebe o artigo para publicao.

    A linguagem cientfica do texto deve ser criteriosamente usada (veja detalhes, mais

    adiante). Isso no exclui comentrios intuitivos e prticos necessrio ao maior

    esclarecimento do assunto, desde que apresentados com linguagem cientfica.

    3. MATERIAL e MTODOS ou METODOLOGIA (se o artigo incluir pesquisas)

    Se os objetivos indicam O QU/QUAIS AS AES a serem apresentadas e

    discutidas num artigo, o item Material e Mtodos indica COMO as aes/tcnicas

    propostas foram usadas na coleta de dados; QUANDO e ONDE foram coletados os dados;

    38

  • QUAL A POPULAO-ALVO do estudo (dentre outros). Ou seja, esse item indica todos

    os procedimentos e estatsticas usadas para manter o rigor cientfico do trabalho, bem como

    para que o leitor possa replicar o mesmo, se assim o desejar.

    4. RESULTADOS E DISCUSSO

    Nesta parte, o autor apresenta os dados coletados discutindo-os em relao hiptese e

    aos argumentos tericos expostos que a sustentam ou que a negam, bem como levantando

    possibilidades de propostas futuras para um maior aprofundamento e abrangncia dos

    resultados, que nesta seo devem ser bem descritos. Para isso recomenda-se que:

    apresente princpios, relaes e generalizaes demonstradas na pesquisa de campo,

    experimentos em laboratrios (se for o caso).

    sejam citados quaisquer resultados obtidos que impossibilite relaes e

    generalizaes:

    as observaes que comprovam/negam as hipteses/suposies propostas sejam

    ressaltados;

    se necessrio, as evidncias encontradas para cada concluso sejam descritas, pois o

    leitor nem sempre est pronto para juntar todos os pontos apresentados e

    discutidos.

    5. CONCLUSO E RECOMENDAES (se forem apropriadas)

    A Concluso no um resumo, mas, deve ressaltar os aspectos tericos e prticos mais

    relevantes que podem contribuir para o bem da humanidade, bem como as possveis

    descobertas e dedues extradas ao longo do trabalho e a importncia de trabalhos futuros

    para a causa em debate no artigo.

    Convm lembrar que na Concluso, no devem ser includos contedos novos no

    apresentados no corpo do trabalho. Outro ponto importante se refere ao fato de que a

    cincia tende a lidar com incertezas. Assim, a cincia torna as concluses nunca

    totalmente ou absolutamente verdadeiras ou falsas, mas provavelmente verdadeiras ou

    falsas, com graus variados dessa probabilidade (HBNER, 1998, p. 18).

    Como j indicado anteriormente, tal postura deve se refletir, no s no comportamento,

    mas tambm na elaborao escrita dos trabalhos. Uma implicao prtica dessa postura o

    uso de palavras na Concluso que reflitam abertura para outros resultados, bem como

    39

  • limitam o contexto no qual os resultados foram encontrados (veja exemplos na Introduo

    deste Manual).

    3.3.3 ELEMENTOS PS-TEXTUAIS

    a) Bibliografia (veja item 4 deste Manual_).

    b) Abstract

    Elemento obrigatrio. Verso do Resumo em portugus (no caso do Brasil) para idioma delngua internacional, digitado em folha separada, em ingls Abstract; em espanholResumen; em francs Rsum (dentre outras lnguas), seguido das palavras-chave,representativas do contedo do trabalho na lngua prpria de cada pas referenciado.

    c) Apndices, Anexos e Glossrio (veja item 2.2.4 neste Manual)

    3.4 LINGUAGEM CIENTFICA (Pdua, 1996, apud Henrich de Barba, [200 -] (dcada certa, mas, no indicada no texto). Exige-se de trabalhos acadmicos, principalmente para os artigos que devem ser sucintos,

    uma linguagem correta e precisa, coerncia na argumentao, objetividade e fidelidade nas

    fontes citadas. Para que isso ocorra, preciso que o autor tenha conhecimento do assunto

    que est escrevendo. Assim, ressaltamos, a seguir, alguns procedimentos que devem ser

    seguidos para uma linguagem cientfica:

    Impessoalidade artigo redigido na 3. pessoa do singular;

    Objetividade afastamento de expresses como eu penso, parece-me que,

    dentre outras expresses que do margem a interpretaes duvidosas, simplrias,

    sem valor cientfico;

    Estilo cientfico linguagem informativa, racional, com dados concretos, podendo

    usar argumentos subjetivos, porm, firmados em pontos de vista cientfico;

    Vocabulrio tcnico vale-se de vocabulrio comum, desde que usado com

    clareza e preciso, sem ignorar que cada rea do conhecimento possui uma

    terminologia prpria que deve ser seguida.

    Correo Gramatical uso de frases curtas, evitando-se frases subordinadas e

    parnteses num s perodo. Usa-se um pargrafo para cada assunto afim, mudando-

    se para o prximo pargrafo toda vez que houver um avano no raciocnio; para

    isso a correo gramatical do artigo indispensvel.

    40

  • Para uma linguagem coerente e precisa, devem-se cortar palavras ou frases

    baseadas na associao livre de idias e imagens. O pargrafo parte de uma s idia

    (central, principal) ligada a idias secundrias que complementam e/ou descrevem

    aspectos afins mesma. Cabe iniciar cada pargrafo com a orao principal, que

    expre