manual jovem advogado

60
Manual do JOVEM ADVOGADO 2ª edição Revisado e Atualizado Noções e dicas para iniciar no mercado de trabalho Porto Alegre/RS, 2011

Upload: marioaislan

Post on 24-Apr-2015

39 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: Manual Jovem Advogado

Manual do JOVEM ADVOGADO

2ª edição Revisado e Atualizado

Noções e dicas para iniciar no mercado de trabalhoPorto Alegre/RS, 2011

Page 2: Manual Jovem Advogado

verso da capa

Page 3: Manual Jovem Advogado

CAA

1

Page 4: Manual Jovem Advogado

2

Page 5: Manual Jovem Advogado

Manual do JOVEM ADVOGADO

2ª edição Revisado e Atualizado

Noções e dicas para iniciar no mercado de trabalhoPorto Alegre/RS, 2011

3

Page 6: Manual Jovem Advogado

4

Page 7: Manual Jovem Advogado

PRESIDENTE DA OAB/RSCLAUDIO PACHECO PRATES LAMACHIA

Presidente da CEJAPedro Zanette Alfonsin

Vice-Presidente da CEJAMatheus Portella Ayres Torres

Secretário-Geral da CEJAFelipe Waquil Ferraro

COMISSÃO DE TRABALHO DO MANUAL DO JOVEM ADVOGADO

Antonio ZanetteAline Frimm Krieger

Artur Santos Daudt de OliveiraCamila Mollerke

Cristiana Sanchez Gomes FerreiraFábio Peres MesquitaFelipe Waquil Ferraro

Leonardo Barcelos de OliveiraMarlon Adriano Balbon TabordaMatheus Portella Ayres Torres

Marciano Barbieri (membro honorário)Mariana Koch

Ramiro GrandoRodrigo Bueno PrestesRodrigo Cassol Lima

Taísa SalviVinicius Cervo

COMISSÃO ESPECIAL DO JOVEM ADVOGADO

5

Page 8: Manual Jovem Advogado

6

Page 9: Manual Jovem Advogado

7

PREFÁCIO

Ao nos aproximarmos do limiar de um NOVO ANO, senti imensa

satisfação e orgulho em receber o segundo exemplar do Manual do Jovem

Advogado. O talentoso colega Pedro Alfonsin, Presidente da Comissão

Especial do Jovem Advogado da OAB/RS, tem conduzido uma notável

plêiade de jovens advogados que constituem a laboriosa e brilhante

comissão, com inusitado entusiasmo, empenho e real interesse.

A relevante tarefa assumida pelos jovens colegas ultrapassou em

muito as expectativas dos que, como eu, militam há longos anos nessa

difícil , mas gratificante tarefa profissional e, ainda assim, dedicam uma

parcela ponderável de seu precioso tempo diário para prestar um

relevante serviço à Ordem dos Advogados do Brasil .

Oriundos de Faculdades de Direito sediadas na capital e no

interior, onde se iniciaram nas ciências jurídicas, os jovens colegas de

acentuado espírito público lograram aprovação no exame de ordem e não

hesitaram, tão logo obtiveram sua inscrição na OAB, em se integrar à

nossa instituição para fortalecê-la e colaborar ativamente para que esta

defenda com coragem e obstinação o Estado Democrático de Direito,

fundamento de uma sociedade progressista, humana e justa.

Desde a instalação da Comissão do Jovem Advogado, o vibrante

grupo organizou inúmeras reuniões, promoveu debates, cursos e

seminários inteiramente voltados ao aprimoramento da cultura jurídica e

à integração da comissão com os jovens advogados que vivem no interior

e que estão inscritos numa das 106 Subseções espalhadas pelo imenso

território rio-grandense. Tem sido um trabalho intenso, eficiente, digno

da nossa admiração e do nosso aplauso.

Depois de lançarem e propagarem com êxito a primeira edição do

referido manual, os jovens da comissão elaboraram esta segunda edição,

que traz a marca da experiência acumulada e um propósito de

extraordinário e altruístico significado: orientar outros novos e jovens

colegas.

Page 10: Manual Jovem Advogado

8

O material escolhido e bem programado é de simples e gratificante

leitura. Um produto autêntico de colegas responsáveis. São todos jovens

colegas, competentes, comprometidos, dedicados ao estudo e à fraterna

convivência, e oferecem à sociedade um magnífico exemplo de união e

de devoção aos interesses da classe e da cidadania.

Este Manual, concebido, proposto, organizado e revisado pela

Comissão Especial do Jovem Advogado da OAB/RS, é dedicado aos

milhares de jovens que estão inscritos na nossa Seccional, iniciando sua

atividade profissional.

É também de caráter eminentemente prático, por isso, de

apontamentos reduzidos, com o objetivo de orientar para a prática

forense, sabidamente árdua, mas caminho da plena realização

profissional.

Quando a Diretoria da OAB/RS aprovou sua reedição, por

considerá-la efetivamente de marcante utilidade aos que desejam atuar

nos foros e tribunais do país com dedicação integral, responsabilidade e

eficiência, também teve por escopo homenagear ao Presidente e a todos

os integrantes da Comissão do Jovem Advogado.

É uma homenagem simples, mas de sincero reconhecimento a uma

Comissão que se revelou atuante, interessada, comprometida com os

anseios da classe e que trabalha em perfeita sintonia com esta gestão,

que tem administrado a Seccional com permanente fidelidade ao lema

“OAB/RS - Transparente e Participativa”.

É desejo da nossa Diretoria e do Conselho Seccional que os

milhares de jovens que, para nosso orgulho, integram nossos quadros,

após vencerem arduamente todas as etapas de uma boa formação, possam

complementá-la, agindo com constante e integral observância aos

princípios consagrados no Código de Ética e Disciplina e às normas

expressas na Lei 8.906/94 - Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil

- alcançando, assim, a gratificação do resultado profícuo e do êxito

profissional.

Claudio Pacheco Prates Lamachia

Presidente da OAB/RS

Page 11: Manual Jovem Advogado

9

APRESENTAÇÃO

Inicialmente cabe uma menção honrosa a incansável Comissão de

formatação do Manual do Jovem Advogado, que representa todo o

esforço dos dirigentes da OAB/RS nos últimos anos para dar guarida

para aqueles advogados que estão iniciando a carreira.

Hoje no Brasil, as Faculdades de Direitos formam todo ano

inúmeros Bacharéis em Direito, formação esta extremamente positiva,

que propicia o exercício do trabalho em diversas áreas, haja vista as

carreiras públicas e privadas, sendo a mais conhecida delas a advocacia,

profissão esta, das mais relevantes na sociedade.

O advogado é o único profissional liberal mencionado

expressamente na Constituição Federal, no seu artigo 133, que este é

indispensável à administração da justiça, exigindo uma qualificação

técnica adequada para defender o direito do seu constituído.

Para aqueles que escolheram a advocacia como profissão, é

fundamental compreender suas prerrogativas desde o inicio, como ensina

Ruy Barbosa, patrono da advocacia, na Oração aos Moços:

Eis o de que nos há de preservar a just iça brasi leira, se a deixarem sobreviver, ainda que agredida, oscilante e mal segura, aos outros elementos consti tut ivos da república, no meio das ruínas, em que mal se conservam ligeiros traços da sua verdade.

Ora, senhores, esse poder eminencialmente necessário, vi tal e salvador, tem os dois braços, nos quais aguenta a lei , em duas inst i tuições: a magistratura e a advocacia, tão velhas como a sociedade humana, mas elevadas aos cem dobros, na vida consti tucional do Brasil , pela estupenda importância, que o novo regime veio dar à just iça.

Meus amigos! É para colaborardes em dar existência a essas duas inst i tuições que hoje saís daqui habil i tados. Magistrados ou Advogados sereis, duas carreiras quase sagradas, inseparáveis uma da outra, e , tanto uma como a outra, imensas nas dif iculdades, responsabil idades e ut i l idades.

Page 12: Manual Jovem Advogado

10

A Comissão Especial do Jovem Advogado da OAB/RS (CEJA)

ganha importância na medida em que tem como fulcro primordial,

fornecer subsídios para que o profissional tenha condições mínimas de

iniciar a carreira e para que participe da Instituição.

Exemplos de Projetos bem sucedidos da CEJA são: o primeiro

Manual do Jovem Advogado, os Grupos de Estudos, a formação de

comissões no interior do estado, o Meeting da OAB Jovem, campanha

contra o aviltamento dos honorários advocatícios, o engajamento de

centenas de jovens advogados junto a OAB, eventos de confraternização,

destacam o jovem advogado dentro da sua instituição e perante a

sociedade.

Foi nesse sentido que a OAB/RS resolveu brindar os jovens

advogados de todo o Estado com a Segunda Edição do Manual do Jovem

Advogado.

Pedro Zanette Alfonsin

Presidente da CEJA

Page 13: Manual Jovem Advogado

11

SUMÁRIO 1. A HISTÓRIA DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL ................................................. 12 2. OS PROJETOS DA CEJA ............................................................................................................ 13

2.1 Interiorização ........................................................................................................................ 13 2.2 Grupos de Estudos ................................................................................................................ 14 2.3 OAB nas Faculdades de Direito ........................................................................................... 14 2.4 Eventos ................................................................................................................................. 15 2.5 Meeting Jurídico ................................................................................................................... 15

3. O QUE A OAB OFERECE AOS ADVOGADOS ........................................................................... 15 3.1 Escola Superior da Advocacia – ESA................................................................................... 16 3.2 Caixa De Assistência dos Advogados Do Rio Grande Do Sul - CAA/RS ........................... 16

3.2.1 Serviços e Instalações da CAA/RS em Porto Alegre: ...................................................... 16 3.3 Sede Campestre e Galpão Crioulo: ....................................................................................... 17 3.4 Cooperativa de Crédito dos Advogados ............................................................................... 18

4. DOS DIREITOS E PRERROGATIVAS DO ADVOGADO ........................................................ 18 4.1 Da Ausência de Hierarquia e Subordinação ......................................................................... 19 4.2 Da Independência Profissional e sua Inviolabilidade ........................................................... 19 4.3 DO SIGILO PROFISSIONAL ..................................................................................................... 21 4.4 Do Direito de Comunicação com o Cliente, do Exame de Autos e Carga Processual .......... 21 4.5 Do livre ingresso em Recintos Judiciais, Repartições e Assembléias e do Direito ao uso da Palavra ................................................................................................................................................23 4.6 Do Direito ao Desagravo Público e a Salas de Advogados .................................................. 24 4.7 Das Medidas da Seccional do Rio Grande do Sul em Defesa das Prerrogativas .................. 24 4.8 Plantão da Comissão de Defesa, Assistência e das Prerrogativas dos Advogados José Francisco Oliosi da Silveira - Gestão 2010/2012................................................................................... 25

5. DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE ........................................................................... 26 5.1 Procuração ............................................................................................................................ 26 5.2 Substabelecimento, Renúncia e Revogação .......................................................................... 27 5.3 Honorários Advocatícios ...................................................................................................... 28

5.3.1 Honorários Contratuais .................................................................................................... 28 5.3.2 Honorários Sucumbenciais ............................................................................................... 29 5.3.3 Trabalhistas ...................................................................................................................... 30 5.3.4 Prestação de Serviço como Advogado Correspondente ................................................... 30 5.3.5 Tabela de Honorários da OAB/RS ................................................................................... 31 5.3.6 Cobrança e Execução de Honorários ................................................................................ 31

5.4 Prestação de Contas .............................................................................................................. 32 6. DA RESPONSABILIDADE CIVIL e CRIMINAL DO ADVOGADO ........................................... 33

6.1 Da Responsabilidade Contratual do Advogado .................................................................... 34 6.2 Da Obrigação de Meio e de Fim na Atividade advocatícia .................................................. 34 6.3 Da Responsabilidade Subjetiva/Objetiva .............................................................................. 35 6.4 Responsabilidade por Ação: Comissão e Omissão ou Ausência de conduta do agente ........ 35 6.5 Responsabilidade Criminal do Advogado. ........................................................................... 36

7. DA ATUAÇÃO DO ADVOGADO EM AUDIÊNCIA ................................................................ 36 8. PROCESSO ELETRÔNICO ......................................................................................................... 38 9. LIMITES DA PUBLICIDADE NA ADVOCACIA ......................................................................... 39 10. TRIBUTAÇÃO NA ADVOCACIA ......................................................................................... 40

10.1 Da Tributação aos Advogados e das Sociedades de Advogados. ......................................... 40 10.1.1 Advogado - Pessoa Física: ............................................................................................... 41

10.2 SOCIEDADES DE ADVOGADOS: .................................................................................... 44 10.2.1 Impostos pagos mensalmente ...................................................................................... 44 10.2.2 Impostos pagos trimestralmente .................................................................................. 45

10.3 REMUNERAÇÃO ADVOGADO ....................................................................................... 45 10.3.1 Como empregado: ............................................................................................................ 46 10.3.2 Como sócio: ................................................................................................................. 46 10.3.3 Como Associado: ......................................................................................................... 46 10.3.4 Contribuições Sindicais e a OAB ............................................................................ 47 10.3.5 Reembolso de Despesas ............................................................................................... 47

11. VOCÊ SABIA QUE ................................................................................................................. 48 12. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 51

Page 14: Manual Jovem Advogado

12

1. A HISTÓRIA DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL

Por ato do Imperador Dom Pedro I, em 11 de agosto de 1827,

fundaram-se os Cursos de Ciências Jurídicas e Sociais no Brasil - um na

cidade de São Paulo e outro na cidade de Olinda.

O surgimento da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) se deu

por influência dos estatutos da associação portuguesa que já em 1838

previam a criação de uma Ordem dos Advogados nos moldes conhecidos

atualmente.

Em 1843, no Brasil , advogados reunidos na casa do Conselheiro

Teixeira de Aragão elaboraram os estatutos do Instituto dos Advogados

Brasileiros - IAB - com uma finalidade precípua: “a constituição da

Ordem dos Advogados”, sendo aprovado no mesmo ano pelo Governo

Imperial que objetivava a organização da entidade.

No entanto, a criação da OAB efetivou-se quase um século após a

aprovação dos seus estatutos. Pode-se dizer que a criação da OAB se

confunde com a sua primeira atuação no intento de concretizar os

princípios de democracia e justiça social já que nasce em razão de um

momento crítico da vida política do país – revolução de 1930.

O primeiro regulamento da OAB foi aprovado mediante o Decreto

n. 20.784/1931, prevendo a criação do Conselho Federal para o exercício

das atribuições da Ordem em todo o território nacional.

Sob a condução de Levi Carneiro na condição de primeiro

presidente da OAB e Attílo Vivácqua a Ordem se consolidou como

entidade representativa da sociedade.

Carneiro e Vivácqua, à frente da presidência organizaram a

instituição solucionando os problemas de interpretação do Estatuto

atuando em prol da criação das seções estaduais e elaborando o Código

de Ética.

No decorrer da Segunda Guerra Mundial, após o abatimento de

cinco navios brasileiros por submarinos alemães, em 1942, a OAB exigiu

do Governo providências para o desagravo da soberania nacional. A

Page 15: Manual Jovem Advogado

13

repercussão da medida em conjunto com manifestações populares fez

com que o país entrasse na Guerra juntando-se aos Aliados.

Em 1964, com o Golpe Militar, registram-se mais atuações da OAB

na defesa das garantias fundamentais organizando e consolidando uma

sociedade livre e democrática. Teve poder de decisão, no tocante aos

Advogados com direitos políticos suspensos pelo Governo, determinando

que estes não mais estariam impedidos de exercer a advocacia.

Em 1983 a OAB juntamente com entidades e partidos

oposicionistas encetaram a campanha “Diretas Já!”, pleiteando a escolha

do chefe do executivo por voto popular.

Ainda, contou com participação direta e efetiva em prol da

democracia, para a promulgação da Constituição de 1988, representando

o fim dos vestígios autoritários provenientes da época da ditadura.

Portanto, a OAB vem cumprindo seus objetivos e finalidades de

forma a preservar os valores correspondentes à defesa da democracia e

das prerrogativas individuais, não se calando frente a acontecimentos

políticos temerários e se mostrando como entidade indispensável ao

cultivo de uma sociedade plenamente livre.

2. OS PROJETOS DA CEJA

2.1 Interiorização

A Comissão Especial do Jovem Advogado, desde 2008, em

conjunto com a diretoria da OAB/RS busca incentivar a instalação de

comissões em todas as subseções de modo a tornar realidade o ideal em

volto da expressão “Nenhuma subseção sem CEJA”.

O trabalho, coordenado por Matheus Portella Ayres Torres, visa

implementar os projetos da CEJA nas subseções, sendo elo entre o jovem

advogado e sua entidade de classe.

Page 16: Manual Jovem Advogado

14

2.2 Grupos de Estudos

Os Grupos de Estudos da CEJA, coordenado por Felipe Waquil

Ferraro, visa à interação dos jovens advogados sobre temas específicos,

tanto a distância, quanto através de encontros presenciais, a fim de

debater temas peculiares de cada matéria.

Em junho/2011, os grupos contavam com aproximadamente 2.000

(dois mil) cadastrados nas 17 (dezessete) áreas oferecidas, sendo, em

média, 40% (quarenta por cento) dos integrantes atuantes no interior do

Estado.

O número elevado de inscritos demonstra uma nova visão dos

recém-formados, os quais buscam melhores conhecimentos pela troca de

informações. Interessante ressaltar que os grupos de estudos são

inteiramente gratuitos.

Os grupos disponíveis atualmente são:

Civil - Processo Civil – Penal - Processo Penal - Trabalho Societário e Recuperação de Empresas – Informática - Ambiental Consumidor – Tributário - Família e Sucessões - Previdenciário Administrat ivo – Consti tucional – Desport ivo - Médico Propriedade Intelectual - Internacional

2.3 OAB nas Faculdades de Direito

O Projeto “Conhecendo a OAB/RS”, desenvolvido pela Comissão

Especial do Jovem Advogado (CEJA), coordenado por Leonardo Barcelos

de Oliveira, em conjunto com a Escola Superior de Advocacia (ESA),

visa propiciar aos estudantes do curso de Direito maior conhecimento

sobre temas que são essenciais ao advogado.

Por intermédio de palestras, os graduandos são orientados para que

tenham condutas compatíveis com os preceitos dispostos na legislação

que rege a advocacia e nos demais princípios a ela atinentes.

Page 17: Manual Jovem Advogado

15

2.4 Eventos

A CEJA, em conjunto com a OAB/RS e CAA-RS, possui

tradicionais eventos em seu calendário anual, tais como:

- Festa Junina da OAB-RS;

- CEJA no Acampamento Farroupilha;

- Encontro Estadual do Jovem Advogado.

- Encontros Regionais dos Grupos de Estudos

2.5 Meeting Jurídico

A iniciativa leva aos advogados que se encontram em início de

carreira, informações sobre a profissão e o mercado de trabalho por meio

de palestras realizadas por renomados nomes do direito e da área

empresarial.

Os encontros são realizados mensalmente sendo que, os debates

buscam oferecer experiências profissionais a fim de agregar e inovar a

carreira jurídica do jovem advogado, por exemplo, a relação do

empresário ou cliente/pessoa física com o advogado.

Para maiores informações sobre os projetos realizados pela

CEJA, contatar a Secretaria das Comissões por intermédio do

telefone (51) 3284-6400 ou pelo site www.jovemadvogado.com.br

3. O QUE A OAB OFERECE AOS ADVOGADOS

Page 18: Manual Jovem Advogado

16

3.1 Escola Superior da Advocacia – ESA

A Escola Superior de Advocacia do Rio Grande do Sul – ESA – foi

criada no ano de 1985, através da resolução n 24/85 do Conselho

Seccional, tendo sido a primeira do Brasil.

Seu objetivo é garantir o aprimoramento profissional e cultural de

advogados e estagiários.

Nos últimos anos, disponibilizou, através de convênio com a AASP

(Associação dos Advogados de São Paulo), cursos telepresenciais,

inclusive de Pós-Graduação, possibilitando amplo acesso dos

profissionais da advocacia.

Ainda, há, semanalmente, o “Cinema na ESA”, no qual se pode, de

forma gratuita, assistir a filmes previamente informados.

Informa-se, outrossim, que, ao jovem advogado, a ESA oferece

descontos especiais, além de espaço para publicações de artigos junto ao

Jornal da Ordem.

3.2 Caixa De Assistência dos Advogados Do Rio Grande Do Sul - CAA/RS

A presidência da CAA/RS é exercida por Arnaldo de Araújo

Guimarães e possui sede na OAB/RS na Rua Washington Luís, 1110 –

3º/4º/5º andar - Centro Histórico - CEP: 90010-460 – Porto Alegre/RS

Telefone: (51) 3287.7400 Site: www.caars.org.br - E-mail:

[email protected].

3.2.1 Serviços e Instalações da CAA/RS em Porto Alegre:

-Benefícios: (51) 3287.7413

-Convênios: (51) 3287.7412

Page 19: Manual Jovem Advogado

17

-Loja: (51) 3287.7480

-Marketing: (51) 3287.7447

-Cafeteria: (51) 3287.7470

-Farmácia: (51) 3287.7491

-Livraria: (51) 3287.7442

-Óptica: (51) 3287.7440

-Centro de saúde: (51) 3287.7471

- Clínica Odontológica: Dentística, periodontia, endodontia,

odontopediatria, clareamento, ortodontia e bruxismo.

- Clínica Médica: Clínica-geral, cardiologia, otorrinolaringologia,

dermatologia, ginecologia, pediatria, geriatria, urologia e nutrição.

- Fisioterapêutica : Reeducação postural global, fisioterapia, e

acupuntura.

- Psicoterapêutica : Psiquiatria e psicologia.

- Cuidados especiais : Massoterapia, estética facial, l impeza de

pele e peeling .

Para informações sobre os serviços e instalações disponibilizados,

consulte o site da CAA/RS ou o setor de Convênios pelo telefone (51)

3287.7412.

3.3 Sede Campestre e Galpão Crioulo:

A sede Campestre e o Galpão Crioulo, sob administração da

CAA/RS, estão à disposição dos advogados e estagiários de todo o

Estado do Rio Grande do Sul, bem como seus dependentes e contam com

área de lazer, espaço para comemoração de festas, casamentos,

aniversários, entre outros. Informações telefones (51) 8137.3485 (51)

3287.7433.

Page 20: Manual Jovem Advogado

18

3.4 Cooperativa de Crédito dos Advogados

O objetivo da criação da Cooperativa de Crédito dos Advogados

Gaúchos é proporcionar aos advogados acesso a produtos e serviços

financeiros, voltados para as necessidades da nossa classe, com taxas

mais baixas em comparação às praticadas pelas instituições financeiras

comerciais. O grande diferencial da COOABCred é que, ao se associar, o

advogado passará a ser dono da Cooperativa, tendo, ao final de cada

período fiscal, direito à participação proporcional na distribuição das

sobras da operação cooperativada.

Para se associar à Cooperativa de Crédito dos Advogados Gaúchos

deve ser preenchida a ficha cadastral e realizada a integralização de

cota-capital, no valor mínimo de R$ 500,00 (quinhentos reais), valor que

poderá ser parcelado em até 10 vezes. Através do link

http://www.oabrs.org.br/cooperativa_credito.php pode ser realizado o

download dos formulários e instruções para preenchimento do cadastro e

abertura da conta. Após, o advogado deverá entrar em contato pelos

telefones (51) 3287-2800 com Taynah, ou (51) 3287-1800, ramal 1926

com Rita Frank, para receber as instruções sobre o local de entrega da

documentação. Aquelas subseções que tiverem malote com a Seccional

poderão utilizar tal meio para a remessa dos documentos, aos cuidados

da Vice-Presidência.

4. DOS DIREITOS E PRERROGATIVAS DO ADVOGADO

Estabelece o artigo 133 do Constituição Federal de 1988, o

advogado é indispensável à administração da Justiça, sendo defensor do

Estado Democrático de Direito, da cidadania, da moralidade pública, da

Justiça e da paz social, cabendo a esse tratar a todos, com cordialidade,

respeito, discrição e independência, devendo exigir igual tratamento,

sempre zelando pelas prerrogativas a que tem direito.

Page 21: Manual Jovem Advogado

19

Em nosso país, o exercício da advocacia é privativo dos que se

inscrevem nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil. Desta forma,

embora a Constituição Federal assegure o livre exercício de qualquer

trabalho, ofício ou profissão, condiciona tal direito à observância das

condições indispensáveis estabelecidas pela legislação

infraconstitucional.

Ademais, são nulos os atos praticados por pessoa não inscrita na

Ordem dos Advogados do Brasil , sem prejuízo das sanções civis, penais

e administrativas.

Por tal razão, é de extrema importância que o advogado ao

ingressar nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, conheça os

direitos e deveres inerentes ao seu exercício profissional, dispostos na

Lei n. 8.906 de 04 de julho de 1994.

4.1 Da Ausência de Hierarquia e Subordinação

No exercício da advocacia, não há hierarquia entre advogados,

magistrados e Ministério Público, devendo, como referido acima, todos

se tratarem com consideração e respeito recíprocos.

Ao advogado é dado o direito de exercer livremente seu ofício, em

todo território nacional. Respeitada as determinações legais, no exercício

da advocacia, é indispensável à utilização do documento profissional,

servindo, inclusive, como prova de identificação civil para todos os fins

legais.

4.2 Da Independência Profissional e sua Inviolabilidade

No exercício da profissão o advogado é inviolável, situação que se

aplica tanto ao profissional público quanto particular. De modo que

advogado está no cumprimento do dever de prestar assistência àquele que

o constituiu, dispensando-lhe orientação jurídica perante qualquer órgão

do Estado e converte a sua atividade profissional, quando exercida com

Page 22: Manual Jovem Advogado

20

independência e sem indevidas restrições, em prática inestimável de

liberdade.

Assim sendo, independentemente da instância em que se encontre

exercendo seu trabalho, incumbe, ao advogado, neutralizar os abusos,

fazer cessar o arbítrio, exigir respeito ao ordenamento jurídico e velar

pela integridade das garantias legais e constitucionais outorgadas àquele

que lhe confiou à proteção de sua liberdade e de seus direitos1.

A exemplo disso, o Conselho Nacional de Justiça, em recente

decisão2 em sessão plenária, recomendou que os magistrados se eximam

de ameaçar ou determinar a prisão de advogados públicos federais e

estaduais para forçar que sejam cumpridas decisões judiciais dirigidas

aos gestores públicos, uma vez que, a inviolabilidade do advogado no

exercício da função é norma insculpida na Constituição Federal.

A inviolabilidade do advogado estende-se, também, ao seu

escritório ou local de trabalho, a sua correspondência escrita ou

eletrônica, telefônica e telemática, bem como aos demais instrumentos de

trabalho utilizados, desde que digam respeito ao exercício profissional.

Desta forma, somente em casos em que estiverem presentes

indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte do

advogado, é que a autoridade competente poderá decretar a quebra dessa

inviolabilidade, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e

apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de

um representante da Ordem dos Advogados do Brasil, sendo, em

qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos

objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos

demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre

clientes. Salvo nesses casos, qualquer violação de sigilo ou interceptação

de comunicação do advogado será ilegal, configurando abuso de poder.

O advogado só pode ser preso em flagrante, por motivo de

exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, devendo haver a

1 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas corpus n. 98.237. Brasília, 15 dez. 2009. Relator Ministro Celso de Mello. DJ, 06 nov. 2010. Disponível em: <http://www.stf.jus.br>. Acesso em: 22 set. 2011. 2 BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Brasília. Pedido de Providências 0000749-61.2011.2.00.0000, 30 ago. 2011. Relator Conselheiro Jorge Hélio de Oliveira. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/>. Acesso em: 02 set. 2011.

Page 23: Manual Jovem Advogado

21

presença de um representante da Ordem dos Advogados do Brasil, para

lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos

deve ocorrer a comunicação expressa à seccional onde o profissional se

encontra inscrito.

O advogado preso, só poderá ser recolhido antes de sentença com

trânsito em julgado em sala de Estado Maior, com instalações e

acomodações condignas e, na sua falta, em prisão domiciliar.

O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injuria,

difamação ou desacato que seja punível em relação a qualquer

manifestação mais acalorada de sua parte. Nestes casos, entende-se que

prevalece a intenção de defender, que, consequentemente, exclui a

vontade de ofender. Todavia, existem sanções disciplinares perante a

Ordem dos Advogados do Brasil , pelos excessos que venha a cometer.

4.3 DO SIGILO PROFISSIONAL

Ao advogado compete o sigilo das informações recebidas de

clientes, impondo-se o seu respeito, exceto em hipóteses de grave

ameaça à vida, à honra, ou quando o advogado se veja afrontado pelo

próprio cliente e, em defesa própria, tenha que revelar segredo, porém

sempre restrito ao interesse da causa.

Mesmo que liberado ou solicitado pelo cliente, o advogado pode

recusar-se a depor como testemunha em processo no qual tenha

funcionado ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de

quem seja ou foi procurador, especialmente se versar sobre fato

relacionado ao sigilo profissional.

4.4 Do Direito de Comunicação com o Cliente, do Exame de Autos e

Carga Processual

Em observância ao princípio da ampla defesa, é assegurado ao

advogado comunicar-se pessoal e reservadamente com seu cliente,

Page 24: Manual Jovem Advogado

22

independentemente de procuração, ainda que esse esteja preso, detido ou

recolhido em estabelecimento civil ou militar, e ainda mesmo que esteja

considerado incomunicável.

É direito do advogado examinar, em qualquer órgão dos poderes

Judiciário e Legislativo, da Administração Pública em geral, ainda que

sem procuração, os autos dos processos, estejam eles em andamento ou

já tenham sido encerrados, podendo extrair cópias das peças que julgar

importantes e fazer anotações, ou retirá-los em carga pelo prazo legal,

afora os processos sob regime de segredo de justiça ou outras

circunstâncias estabelecidas na Lei n. 8.906/94.

Deste modo, é ilegal qualquer “ato normativo”, “resolução” ou

“portaria”, seja ela administrativa ou judicial, que vise a restrição de

vista e retirada de autos em carga pelo advogado. Ao magistrado não

compete legislar, mas tão somente interpretar e aplicar a lei.

É direito do advogado examinar em qualquer repartição policial, os

autos de inquérito e os de flagrante, estejam eles em andamento ou já

tenham sido encerrados, ainda que eles estejam conclusos à autoridade

policial, podendo extrair cópias das peças que julgar importantes e fazer

anotações.

Ainda no que se refere ao inquérito policial, mesmo à sombra de

sigilo, pode o advogado examiná-lo, ainda que sem procuração, porque,

embora a Constituição Federal estabeleça que todos os atos processuais

serão públicos, salvo aqueles a que se decrete segredo de justiça, é

importante lembrar que esta ressalva diz respeito exclusivamente aos

autos processuais, e, por isso, não alcança o inquérito policial, mero

procedimento administrativo que não integra o processo, ficando,

consequentemente, fora do alcance da previsão referente ao segredo de

Justiça3.

Nesse sentido, em respeito ao direito de defesa e do devido

processo legal, o Supremo Tribunal Federal aprovou a Súmula vinculante

3 D’URSO, Luiz Flávio Borges. O sigilo do inquérito policial e o exame dos autos por advogado. Revista do Instituto de pesquisa e Estudos: Divisão Jurídica, Bauru, n. 24, p. 172-174.

Page 25: Manual Jovem Advogado

23

n. 144, originária de proposta do Conselho Federal da Ordem dos

Advogados do Brasil, que ratifica o direito do advogado, no interesse de

seu cliente, a ter acesso amplo aos elementos de prova que já integrem os

autos do inquérito policial, em qualquer repartição da policia judiciária.

Deste modo, com a aprovação dessa Súmula vinculante, qualquer

violação a prerrogativa de vista dos autos de inquérito e os de flagrante,

não só permite medidas civis e penais, como também Reclamação ao

Supremo Tribunal Federal.

4.5 Do livre ingresso em Recintos Judiciais, Repartições e

Assembléias e do Direito ao uso da Palavra.

Ao advogado é permitido ingressar livremente em qualquer

edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço

público, incluindo salas de audiências, secretarias, cartórios, entre

outros locais, podendo permanecer em pé ou sentado, conforme preceitua

o inciso VI, do artigo 7º da Lei n. 8.906/94. Bem como, possui liberdade

para se retirar destes locais, independentemente, de licença, inclusive em

casos em que houver atraso do magistrado ou outra autoridade, nos

termos dos incisos VII e XX, do mesmo diploma legal.

É direito do advogado dirigir-se diretamente aos magistrados em

salas e seus gabinetes de trabalho, independentemente de horário

previamente marcado.

O advogado pode falar em pé ou sentado, em juízo, tribunal ou

órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder

Legislativo.

Ao advogado é permitido o uso da expressão, “pela ordem”, em

qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer

equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou

afirmações que venham a influenciar a decisão a ser tomada pelo

4 Súmula vinculante n. 14 do STF: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de policia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.”

Page 26: Manual Jovem Advogado

24

magistrado, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem

feitas. Da mesma forma que lhe é permitido reclamar, verbalmente ou

por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a

inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento.

4.6 Do Direito ao Desagravo Público e a Salas de Advogados

A todos os inscritos nos quadros da Ordem dos Advogados do

Brasil é concedido o direito ao desagravo público, promovido pelo

Conselho competente, de ofício, a pedido do próprio advogado ou de

qualquer pessoa, quando ofendido no exercício da profissão, ou em razão

desta.

Ao Poder Judiciário e Executivo, compete a instalação em todos os

juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas

especiais permanentes para os advogados.

4.7 Das Medidas da Seccional do Rio Grande do Sul em Defesa das

Prerrogativas

Desta forma, com o propósito de defender os direitos, garantias e

prerrogativas dos advogados no exercício de sua profissão, a Ordem dos

Advogados do Brasil, seccional do Rio Grande do Sul, criou, através do

seu Regimento Interno, a Comissão de Defesa, Assistência e das

Prerrogativas dos Advogados – José Francisco Oliosi da Silveira. Esta

Comissão Permanente, com sede na Rua Washington Luiz, n. 1110,

Centro Histórico, Porto Alegre, funciona de segunda a sexta-feira, das

08h30minh às 18h30minh, com os seguintes telefones de contato: (51)

3287.1853 ou (51) 3287.1827 e fax: (51) 3225.7806, com Vânia ou

Fernanda.

Nas demais subseções do Estado, o advogado que tenha, de alguma

forma, sofrido ou esteja sofrendo qualquer espécie de violação a seus

direitos, garantias e prerrogativas no exercício de sua profissão deve

Page 27: Manual Jovem Advogado

25

procurar a sede da Ordem dos Advogados do Brasil , na Comarca onde

esta tenha ocorrido.

A Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas dos Advogados

mantém, ainda, um plantão 24 horas, com atendimento realizado por seus

membros. Deste modo, a Ordem dos Advogados do Brasil , seccional do

Rio Grande do Sul, ciente das dificuldades enfrentadas pelos advogados

no seu dia a dia, principalmente no inicio de sua militância, coloca à

disposição da classe, profissionais aptos e prontos a intercederem em

prol dos advogados nos casos de ameaça e violação das suas

prerrogativas.

Cumpre destacar, que esse serviço abrange todo o território do

Estado do Rio Grande do Sul e é gratuito a todos os inscritos nos

quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Rio Grande do

Sul.

4.8 Plantão da Comissão de Defesa, Assistência e das Prerrogativas

dos Advogados José Francisco Oliosi da Silveira - Gestão

2010/2012

Coordenador dos Plantões:

Marçal dos Santos Diogo – OAB/RS 55.519

Celular do Plantão: (51) 8170.7556

Plantão no Crime:

Mateus Marque Conceição – OAB/RS 71.869

Celular do Plantão: (51) 8123.8923

Plantão no Cível:

Karina Contiero Silveira Santa Helena – OAB/RS 39.580

Celular do Plantão: (51) 8170.7555

Page 28: Manual Jovem Advogado

26

Plantão no Trabalho

Maria Cristina Hofmeister Meneghini – OAB/RS 15.283

Celular do Plantão: (51) 8170.7554

5. DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE

5.1 Procuração

Procuração é o documento ou título mediante o qual uma pessoa, o

mandante, outorga a outra, mandatário, por escrito ou em alguns casos

verbalmente, poderes para praticar atos ou administrar interesses e/ou

negócios. As regras gerais do mandato estão dispostas nos artigos 653º à

691º, do Código Civil.

São diversas espécies de procuração, importando para o presente

trabalho a com cláusula ad judicia, que confere ao advogado poderes

para representar outrem em Juízo. Para que a mandato possibilite tal

representação deve nele constar, expressamente, nos poderes outorgados,

a informação “para o fim específico de representar em juízo” ou

semelhante. A assinatura do mandante não precisa ser reconhecida em

tabelionato, salvo exceções legais.

Há, ainda, poderes especiais, tais como reconhecer a procedência

do pedido, transigir, desistir, que devem integrar o instrumento, caso

seja de interesse das partes, nos termos do artigo 38º, do Código de

Processo Civil. Quando a atuação for de advogados com pessoa jurídica

constituída, o nome da empresa deve constar junto da qualificação dos

profissionais. (artigo 15º, §3º, da Lei nº 8.906/94).

Quanto à pessoa jurídica como outorgante, a procuração poderá ser

por instrumento público ou será juntado nos autos, com a procuração, o

contrato social da empresa em que conste que a pessoa que assinou o

mandato tem poderes para tanto.

Ademais, da prática forense, extrai-se que para que o advogado

levante valores depositados em juízo em nome do seu cliente, tal poder

deve constar da procuração.

Page 29: Manual Jovem Advogado

27

No Juizado Especial Cível o mandato poderá ser verbal, salvo

quanto aos poderes especiais (artigo 9º, §3º, da Lei nº 9.099/1995).

Já na Justiça do Trabalho, o mandato pode ser tácito, sem

procuração nos autos, conferida no ato da audiência dentre as partes,

desde que conste da ata da solenidade (súmula 164 do TST) o mesmo se

aplicando ao Direito Penal. Todavia, de salientar que, tanto na seara

Trabalhista quanto Penal, o mandato tácito não alcança os poderes

especiais.

Em casos de urgência é possível atuar como advogado em um

processo sem a devida procuração desde que esta seja juntada aos autos

nos 15 dias subsequentes (artigo 5º, §1º, da Lei nº 8.906/94).

O artigo 7º, da Lei nº 8.906/94 regula o acesso do advogado a

processos/procedimentos e mesmo indivíduos recolhidos ao sistema

prisional sem o instrumento de mandato.

5.2 Substabelecimento, Renúncia e Revogação

Substabelecimento é o ato pelo qual o advogado nomeia um

substituto para a atuação em determinado processo, ou seja, transfere os

poderes a si outorgados pelo seu cliente a um colega advogado.

Há dois tipos: com reservas, quando o mandatário transfere,

autoriza outro advogado a atuar na causa, mas não se afasta do processo

(vide artigo 667º, do Código Civil quanto a responsabilidade) e sem

reservas quando a substituição significa o afastamento do mandatário.

Na hipótese de substabelecimento sem reservas persiste o direito

do profissional em perceber honorários na proporção do seu trabalho.

Revogação ocorre quando a parte mandante não deseja mais os

serviços do advogado contratado, sendo que deverá constituir nos autos,

novo representante (artigo 44, do Código de Processo Civil).

Já a renúncia ocorre quando o mandante não deseja mais atuar no

processo em nome do mandatário. Tal intenção deve ser comunicada

formalmente ao mandante, via de regra, por carta com aviso de

recebimento.

Page 30: Manual Jovem Advogado

28

Persiste a responsabilidade do advogado quanto ao processo pelo

prazo de 10 dias após a notificação da renúncia ao cliente (artigo 45, do

Código de Processo Civil e artigo 5º, §3º, da Lei nº 8.906/94).

Tanto na renúncia quanto na revogação, há direito do advogado

perceber os honorários proporcionais ao trabalho prestado.

Em havendo extinção do contrato dentre as partes, tanto o

advogado sucessor quanto o sucedido deverá proceder nos termos do

Código de Ética, CPC e poderão ser feitas consultas ao TED da OAB/RS.

5.3 Honorários Advocatícios

A advocacia é um munus público, como se observa no artigo 133

da CF, sendo, portanto, a remuneração do advogado, o reconhecimento

pela prestação de serviços, a qual poderá perdurar por anos.

Define-se honorário como remuneração à pessoa que exerce

profissão liberal por seus serviços. Consoante à doutrina e jurisprudência

contemporâneas, os honorários advocatícios são verbas de natureza

alimentar, processos e procedimentos falimentares, concurso de credores,

insolvência civil e liquidação extrajudicial.

A Lei nº 8.906/94 (Estatuto do Advogado) faz expressamente a

distinção entre as espécies de honorários advocatícios nascidos de

qualquer condenação judicial, diferenciando de forma peremptória, no

artigo 22, os honorários convencionados (contratuais) dos

sucumbenciais.

5.3.1 Honorários Contratuais

O Estatuto da Advocacia5 regulamenta sobre honorários nos seus

arts. 22 a 26, estabelecendo certas regras. O advogado deve contratar,

5 BRASIL. Lei n.º 8.906, de 4 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8906.htm>. Acesso em: 17 set. 2011.

Page 31: Manual Jovem Advogado

29

por escrito, a prestação dos serviços profissionais, fixando o valor dos

honorários, reajuste e condições de pagamento, inclusive no caso de

acordo, observando os valores mínimos constantes na Tabela, conforme

dispõe o artigo 41 do Código de Ética e Disciplina da OAB.

Salvo estipulação diversa, um terço dos honorários é devido no

início do trabalho, outro terço até a decisão de primeiro grau e o restante

no final, valores estes que serão atualizados monetariamente.

O desempenho da advocacia é meio e não resultado, o que deve

sempre ser esclarecido aos clientes, quando da contratação. Os

honorários serão devidos independentemente do êxito da ação ou do

desfecho do assunto tratado.

Quando da renúncia ou revogação de poderes, outorgados aos

causídicos, deve-se atentar à hipótese, o art. 22, §4º do Estatuto do

Advogado embasa o pedido de “reserva dos honorários” por parte do

advogado atuante na causa, mediante juntada do contrato de honorários

nos autos do processo em que fora patrono com o pleito de dedução do

quantum a ser recebido oportunamente.

Haverá fixação por arbitramento judicial quando não houver

contrato ou acordo firmado entre cliente e advogado, sendo o

estabelecimento do valor, então, tarefa que caberá ao magistrado, sempre

com supedâneo, minimamente, na Tabela da OAB.

5.3.2 Honorários Sucumbenciais

Honorários sucumbenciais são aqueles previstos no art. 20 §§ 3º e

4º do CPC, os quais diversamente dos honorários contratuais, serão

fixados pelo juiz ao advogado da parte “vencedora”, arcados pela parte

sucumbente à proporção de 10 a 20% sobre o valor da condenação com

observância a critérios de grau de zelo, lugar da prestação de serviços,

natureza e importância da causa, dentre outros.

Quando da ocorrência dos casos previstos no art. 20, §4º, o STJ

tem decidido de forma reiterada que pelo Princípio da Isonomia deve ser

aplicado o disposto no §3º, deste mesmo artigo.

Page 32: Manual Jovem Advogado

30

Dentre os principais projetos da OAB/RS afigura-se a “luta contra

o aviltamento de honorários”. Na defesa de prerrogativas dos

profissionais da advocacia, nossa entidade busca a conscientização de

magistrados e demais operadores do Direito de que, dotados de caráter

alimentar e fundamentais à subsistência do profissional, os honorários

devem ser estabelecidos de forma compatível ao desempenho do honroso

trabalho que é o do advogado.

5.3.3 Trabalhistas

Na Justiça do trabalho o estabelecimento de honorários

sucumbenciais é regido pelas Súmulas nº 219 e 329 do TST, cuja

exegese, ao permitir a condenação jamais em percentual superior a 15%,

determina a observância dos requisitos de credenciamento do empregado

por Sindicato da categoria profissional e, ainda, o de litigar sob o pálio

do Benefício da Justiça Gratuita (BJG) 6.

Saliente-se que está em trâmite no Congresso Nacional o Projeto

de Lei nº 5.452/2009, o qual visa a implementar a obrigatoriedade de

fixação de honorários sucumbenciais aos advogados trabalhistas, os

quais, hoje, são somente passíveis de auferir honorários contratuais

pactuados junto a seus clientes.

5.3.4 Prestação de Serviço como Advogado Correspondente

A gama de serviços que podem ser prestados passa pelo

acompanhamento do cumprimento de determinações judiciais,

extração de cópias de peças e decisões, distribuição de ações ou

protocolos, diligenciar perante servidores do poder judiciário para que

estes tenham uma melhor compreensão das peculiaridades do caso,

realização de relatórios processuais, etc..

6 MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários à CLT, 12ª edição. São Paulo: Atlas, 2008, p. 817.

Page 33: Manual Jovem Advogado

31

Para a realização de tais serviços, é interessante que o advogado

correspondente seja remunerado com valores consentâneos aos

estipulados na Tabela de Honorários da OAB/RS a fim de não ter seu

trabalho aviltado; podendo fracionar a hora técnica/intelectual, para

adequar a remuneração.

5.3.5 Tabela de Honorários da OAB/RS

Na Tabela de Honorários7 encontram-se vários tipos de

procedimentos e valores mínimos e/ou percentuais do valor que deve

balizar a contratação dos serviços de advocacia.

Esta tabela está dividida em 16 áreas do direito que prevê mais de

200 meios de atuação do advogado. Os parâmetros lá estabelecidos

variam de acordo com o objeto do procedimento adotado, sem prejuízo

de um valor “fixo” a ser sempre cobrado pelo advogado a certo

procedimento.

Com o advento das facilidades conferidas por procedimentos

jurídicos extrajudiciais, não podem os advogados aviltar o numerário ou

o parâmetro de cobrança de seus honorários contratuais, devendo mantê-

los equânimes em qualquer das modalidades, o que fomenta celeridade

tanto aos clientes como também aos advogados, porquanto o número de

processos judiciais desgastantes será bastante reduzido.

5.3.6 Cobrança e Execução de Honorários

A ação de cobrança de honorários advocatícios observa o disposto

no procedimento sumário, conforme aduz o art. 275, “f” do CPC.

7 BRASIL. Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Rio Grande do Sul. Resolução n.º 07 de 21 de agosto de 2009. Tabela de Honorários da OAB/RS. Disponível em: <http://www.oabrs.org.br/noticia_ler.php?id=8855>. Acesso em: 17 set. 2011.

Page 34: Manual Jovem Advogado

32

Existindo um contrato de honorários advocatícios, é possível fazer

sua execução direta. Importante salientar que a nova redação do CC, em

seu art. 221, dispensa a assinatura de 02 (duas) testemunhas.

Os honorários de sucumbência são considerados títulos executivos

quando contemplados em decisão judicial, conforme art. 585 do CPC. O

Estatuto da Advocacia e a OAB, dispõe em seu art. 24 que a execução

dos honorários poderá ocorrer no processo onde o Advogado atuou, se

assim o convier.

É possível cobrar do vencido as despesas que o vencedor teve,

como a contratação de advogado, através de prévio contrato de

honorários, nos termos do art. 20 do CPC.

Em processo em que o advogado estiver litigando contra o estado,

a decisão condenatória deverá fracionar os créditos8 do advogado do seu

cliente, como dispõe o Estatuto da Advocacia e a OAB em seu art. 23.

Findo o prazo de 15 (quinze) dias para que o devedor faça o

pagamento espontâneo, o valor devido será acrescido de 10% (dez por

cento), conforme estabelecido no art. 475-J, do CPC.

O art . 652-A, do CPC, diz que em havendo o despacho do início da

execução o juiz deverá de plano arbitrar os honorários de sucumbência a

ser pago pelo executado.

Caso o devedor apresente Embargos, o juiz deverá fixar os novos

honorários de sucumbência (Art. 475-A, do CPC).

5.4 Prestação de Contas

O dever objetivo de prestar contas de mandato está previsto no

artigo 668 do Código Civil. Antes disso, está no Código de Ética

Profissional do Advogado nos incisos I, II e III do artigo 2º. Local onde

estão balizadas as condutas deontológicas do advogado.

8 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Processo 564.132/RS. Recurso Extraordinário, Repercussão Geral. Disponível em: <http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=517185>. Acesso em: 17 set. 2011.

Page 35: Manual Jovem Advogado

33

A parte que se sentir lesada em relação a tal prestação pode

utilizar instrumento com rito próprio para este fim o qual está previsto

nos artigos 941 e seguintes do Código de Processo Civil .

Intentando reduzir os riscos que podem fazer o profissional

desaguar no oceano de responsabilidades já mapeadas neste manual, a

prestação de contas surge como amuleto para repelir mal-entendidos e

atrair segurança para o Advogado na relação com seu cliente.

A chave da prestação está, além do dever de informação sobre

valores pecuniários em qualquer fase do processo; nas contas dos

eventos de interesse do mandante. Sugere-se que sejam solicitadas

informações devidas pelo Cliente antes mesmo que este as ofereça; essa

presteza transmite confiança em seu Advogado.

O Patrono torna-se, ainda, depositário de documentos e bens

deixados pelo Patrocinado. Nessas hipóteses, sugere-se que sejam

colhidas apenas cópias dos documentos e, casos imprescindíveis os

originais, que se formalize tanto seu recebimento quanto sua devolução.

O mesmo se aplica para os bens evitando-se assim, mal-entendidos.

A ausência de Prestação de Contas é falta ética grave apenada com

a suspensão do exercício profissional. Portanto, para resguardar os

interesses do profissional e de seu cliente, é importante o devido

arquivamento do comprovante da mencionada Prestação de Contas e seu

respectivo contrato de honorários por, no mínimo cinco anos, que é prazo

prescricional previsto no artigo 43 do Estatuto da Advocacia.

6. DA RESPONSABILIDADE CIVIL e CRIMINAL DO ADVOGADO

As circunstâncias do mundo contemporâneo modificaram as

relações humanas de um modo geral, nos conferiram a capacidade de

produzir mais em menor tempo, por revés, tal capacidade traz consigo

seus contratempos; ou seja, a capacidade de maior produtividade

individual tem como consequência o aumento, na mesma proporção, da

responsabilidade do que assumimos.

Page 36: Manual Jovem Advogado

34

Assim, não obstante às já naturais exigências cotidianas, devemos

redobrar a atenção com os processos e os clientes, tanto quando das

nossas condutas comissivas, quanto às omissivas, vez que podem acabar

lesando o interesse moral e/ou material de nosso patrocinado.

Observando, sempre, as obrigações e deveres funcionais

consignados no Código de Ética e Disciplina da OAB (vide tópico

específico).

6.1 Da Responsabilidade Contratual do Advogado

A responsabilidade civil do advogado, geralmente, é contratual,

decorrendo basicamente de instrumento de mandato (vide tópico

específico). Em menor número, a relação advogado-cliente pode ser

extranegocial ou empregatícia.

6.2 Da Obrigação de Meio e de Fim na Atividade advocatícia

Obrigação de Meio é aquela em que o profissional não se obriga a

um objetivo específico e determinado.

O que o contrato impõe ao advogado, na obrigação de meio, é a

realização da sua atividade pautada em atenção, cuidado, diligência,

l isura, dedicação e toda a técnica disponível, com um objetivo fim, mas

sem o compromisso de atingi-lo.

Cabendo é claro, ao advogado, empreender todos os esforços

possíveis, bem como o uso diligente de todo seu conhecimento técnico

para realizar o objeto do contrato.

Já a obrigação de resultado ou de fim Meio é aquela na qual a

parte se compromete a um determinado resultado específico, que sem o

alcance do mesmo, não haverá o cumprimento do contrato.

A responsabilidade do advogado é compreendida pela sua

independência e por tal por razão, a advocacia é, em tese, atividade de

meio e não de resultado.

Page 37: Manual Jovem Advogado

35

6.3 Da Responsabilidade Subjetiva/Objetiva

A responsabilidade subjetiva toma como base a noção de culpa,

devendo o sujeito passivo - cliente - demonstrar o nexo de causalidade

existente entre o dano e a ação ou omissão do agente - advogado.

Já a teoria da responsabilidade civil objetiva, fundamentada no

risco que determinada atividade poderia gerar a terceiros, ficando

obrigado a repará-lo. Sendo, nesta teoria, irrelevante que a ação do

agente denote imprudência, imperícia ou negligência.

Portanto, ao advogado, via de regra, se aplica a teoria subjetiva, o

que implica na demonstração de negligência, imprudência ou imperícia,

que se observa, por exemplo, quando o procurador perde prazos, comete

erros grosseiros, deixa de formular pedidos necessários, não orienta

corretamente o cliente, etc.

Ao advogado, se aplicará a teoria objetiva, quando prometer o

resultado do trabalho. Cabendo ao cliente demonstrar, a existência do

contrato e a não obtenção do objetivo prometido, independente das suas

razões, com exceção do caso fortuito ou força maior.

6.4 Responsabilidade por Ação: Comissão e Omissão ou Ausência de

conduta do agente

A responsabilidade do advogado pode decorrer de ato próprio, de

ato de terceiro que esteja sob a sua responsabilidade ou por sua omissão.

As ações consistem no fazer (ato comissivo) ou deixar de fazer

(ato omissivo) alguma coisa.

Já a ausência de conduta não se adentra na definição de “ato”, pois

não há a intervenção da vontade, sendo impossível conduta diversa.

Assim, em regra, quando da ausência de conduta, não há culpa do

advogado.

Page 38: Manual Jovem Advogado

36

6.5 Responsabilidade Criminal do Advogado.

O Advogado, no exercício de sua função, está sujeito não só a

responsabilização administrativa e cível, como visto alhures, mas

também sujeito a Lei Penal em todas suas cominações.

Exceção apenas, as tipificações excluídas pela legislação

específica da advocacia. É claro que quando cometidos no exercício da

profissão.

7. DA ATUAÇÃO DO ADVOGADO EM AUDIÊNCIA

É dever do advogado portar-se de modo com que seja merecedor do

respeito e da confiança da sociedade, devendo dispensar a todos o mesmo

zelo e respeito a que tem direito. É no ato solene da audiência em que

este princípio – de urbanidade – encontra-se mais latente. Deve agir

cordialmente para com todos, inclusive em face da parte adversa.

É importante lembrar que não há hierarquia ou subordinação entre

advogados, magistrados ou membros do Ministério Público, devendo

todos se trataram com consideração e respeito recíprocos.

É direito do advogado que, aguardados 30 minutos sem que se

instale a audiência, por ausência da autoridade que a deva presidir,

retirar-se do recinto, informando o motivo de sua ausência mediante

petição protocolizada, obstando assim qualquer prejuízo aos direitos de

seu cliente9.

O advogado tem imunidade profissional, não consti tuindo injúria ou difamação em relação a possíveis manifestações mais acaloradas realizadas em defesa de seu cliente. No entanto, tal agir não pode ser entendido como l iberdade para ofender ou desrespeitar os demais indivíduos presentes no ato. Os excessos cometidos pelo

9 (NR - No que se refere ao exercíc io da prerrogativa de re t irada, embora o Estatu to da OAB preveja apenas a necessidade de protocolar s imples comunicação em juízo, recomenda-se que, a lém do protocolo da comunicação, exi ja-se ao of íc io judicia l que expeça cer t idão da ausência do juiz . Em eventual caso de recusa, pode, a inda, o advogado sol ici tar a outras pessoas presentes que também constatem a ausência da autor idade, servindo de tes temunho do fa to) .

Page 39: Manual Jovem Advogado

37

profissional poderão ser alvo de representação frente à OAB sendo punidos por meio de procedimento disciplinar nos moldes previstos no Estatuto da OAB.

As perguntas destinadas à inquirição das testemunhas e das partes

serão, em regra, dirigidas ao juiz para que este, após o deferimento, as

faça oficialmente ao depoente. As perguntas indeferidas serão

consignadas em ata, se assim a parte requerer (arts. 413/416 do CPC).

Exceção à regra ocorre nos feitos criminais, onde as perguntas

formuladas serão direcionadas diretamente às testemunhas, bem como ao

réu, restringindo-se o magistrado a refutar perguntas que induzam à

respostas ou que não tenham relação com os fatos a que se pretende

esclarecer naquele ato (art. 212 do CPP). Aponta-se que o desrespeito de

tal regra importa em nulidade, devendo ser declarados nulos todos os

atos subsequentes, com a repetição inclusive da audiência.

Todos os fatos ocorridos na audiência devem ser consignados em

ata, com a reprodução fiel do ocorrido. O advogado não deve assinar a

ata da audiência de que não tenha participado ou que conste a presença

de representante do Ministério Público quando este não tenha estado

presente, sob pena de incorrer nas penas do crime de falsidade ideológica

e demais sanções disciplinares.

Nos casos em que a audiência é registrada por meio do sistema de

gravação, após a degravação, o advogado poderá ter vista ou retirar em

carga o processo, a fim de impugnar possíveis infidelidades da ata em

face da solenidade.

Cabe apontar que, em alguns casos, a intimação de decisões se dá

na própria audiência, momento em que o advogado deve manifestar

interesse recursal, sob pena de preclusão. Por tal razão, frisa-se o

cuidado que o advogado deve ter quanto às informações registradas na

ata e ao recurso das decisões que muitas vezes são exaradas nesta,

atentando para a especificidade de cada procedimento, oportunizando a

reversão correta e eficaz da medida a que se pretende atacar.

O advogado é porta voz de seu cliente, podendo impedir ao

magistrado, promotor ou advogado da parte adversa que o interpele

Page 40: Manual Jovem Advogado

38

diretamente, salvo nos casos em que deva prestar seu depoimento

pessoal. Dada a especialidade da situação, importa mencionar que apenas

nos casos de transação penal (Lei n. 9.099/95), a manifestação do cliente

supera a de seu advogado, quando discordantes.

A audiência é um dos momentos mais importantes do

procedimento, uma vez que proporciona às partes e a seus respectivos

advogados a possibilidade de esclarecer os fatos, bem como suas

posições de modo mais técnico e convincente ao juiz, colaborando para o

julgamento da causa.

8. PROCESSO ELETRÔNICO

Nas últimas décadas, a tecnologia colocou-se cada vez mais a

disposição do direito e de seus operadores. Embora impossível o direito

acompanhar a sociedade, muito pior do que isso é tangenciar o avanço

das novas tecnologias. Porém alguns avanços tecnológicos já se fazem

presentes na rotina de muitos advogados, a fim de se efetivar cada vez

mais a otimização continua da prestação jurisdicional.

A lei 11.419/2006 regulamenta a informatização processual,

abordando pontos relevantes desta incorporação efetiva da tecnologia a

serviço da sociedade.

Os atos processuais, de maneira geral, poderão ser praticados na

sua totalidade de forma eletrônica.

A implantação do processo eletrônico visa um significativo avanço

da celeridade processual. Dentre os benefícios mais significativos,

podemos destacar os seguintes: extensão do prazo de protocolizarão

mesmo após o fechamento do expediente forense, economia com viagens

para outras comarcas, redução de pastas físicas nos escritórios.

Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil, com sede na capital

federal, dos 672.100 advogados registrados na OAB, apenas 68.800 têm

certificados digitais para fazer peticionamentos eletrônicos e ter acesso à

Justiça digital. Esse número representa pouco mais de 10% de todos os

profissionais do país em agosto de 2011 (dois mil e onze). Mais do que

Page 41: Manual Jovem Advogado

39

isso, o grande desafio que se coloca em todos os escritórios de

advocacia, diz respeito as suas respectivas estruturas organizacionais.

Hodiernamente, existem dois meios de peticionamento eletrônico.

Via certificação digital ou por intermédio de cadastro nos respectivos

órgãos estatais.

É inconteste o fato de que a digitalização processual é uma

realidade aos advogados. Esta modificação na rotina dos operadores do

direito acompanha a Era da inclusão digital e da evolução da tecnologia,

salientando que este é um processo em constante mudança, cabendo ao

profissional do direito atualizar-se.

9. LIMITES DA PUBLICIDADE NA ADVOCACIA

O proceder ético deve ser regra na vida profissional e pessoal do

advogado de modo que a inobservância deste acarretará em infração

disciplinar punível administrativamente sem prejuízo de possível

responsabilidade cível e criminal. A base legal que regula e limita a

publicidade na atividade do profissional de advocacia está positivada no

Código de Ética e Disciplina da OAB, arts. 28 a 34, no Provimento

94/2000 do Conselho Federal da OAB e no Estatuto da Advocacia e da

OAB nos arts. 34 a 43.

O Provimento 94/2000, Conselho Federal da Ordem dos Advogados

do Brasil, menciona no Art. 1º. . . .permit ida a publ icidade informativa do advogado e da sociedade de advogados, contanto que se l imite a levar ao conhecimento do público em geral , ou da cl ientela , em par t icular , dados objet ivos e verdadeiros a respei to dos serviços de advocacia que se propõe a prestar , observadas as normas do Código de Ét ica e Discipl ina e as deste Provimento.

Em relação à forma da publicidade considera-se meio lícito, desde

que não ofenda a discrição e a moderação, o uso da Internet, de revistas,

folhetos, jornais, cartões de visita e referentes à apresentação do

escritório, placa indicativa do escritório onde ele encontra-se instalado,

Page 42: Manual Jovem Advogado

40

l istas telefônicas e análogas, comunicação de mudança de endereço ou

alteração de dados através dos meios de comunicação escrita ou através

de mala direta que só pode ser enviada para colegas ou a clientes

cadastrados.

No tocante ao conteúdo da publicidade é obrigatório a indicação

do nome completo e o número da OAB do advogado ou sociedade de

advogados, podendo ainda constar de forma facultativa o nome dos

advogados que integram a sociedade e a e área de especialização do

advogado ou da sociedade de advogados.

São considerados meios ilícitos de publicidade o uso de televisão,

rádio, outdoor, painéis de propaganda, anúncios luminosos e quaisquer

outros meios de publicidade em via pública ou símbolos que

comprometam a discrição e a sobriedade da advocacia, sendo ainda

proibido o uso dos símbolos oficiais utilizados pela OAB, bem como,

cartas circulares e panfletos distribuídos ao público, mala direta enviada

a uma coletividade sem autorização prévia e a utilização de meios

promocionais típicos de atividade mercantil , como oferta de serviços

mediante intermediários ou indicação de valores e promoções.

Ainda, não deve constar na publicidade, o que configuraria

captação de clientela, qualquer cargo ou função pública que o advogado

tenha exercido, sendo ainda vedado informações acerca de casos famosos

que o profissional tenha patrocinado.

Em face das limitações éticas acima expostas, as quais são

exemplificativas, devendo as demais serem consultadas na legislação

afeitas a matéria, bem como submeter sua publicidade, antes de ser

veiculada, ao crivo do TED. A grande propaganda do advogado é o seu

trabalho.

10. TRIBUTAÇÃO NA ADVOCACIA

10.1 Da Tributação aos Advogados e das Sociedades de Advogados.

Page 43: Manual Jovem Advogado

41

Antes de se constituir formalmente uma sociedade de advogados, é

importante verificar o custo dos impostos incidentes sobre o tipo de

sociedade a fim de verificar qual a forma menos onerosa para o

advogado: tributar as receitas do escritório percebendo-as através da

pessoa física dos advogados ou atribuí-la a uma sociedade de advogados?

É imprescindível que isso seja respondido atenciosamente a fim de

se evitar tributação a maior.

Para optar pela forma de tributação menos onerosa, explica-se cada

uma das cargas tributárias:

10.1.1 Advogado - Pessoa Física:

A carga tributária é composta dos tributos: Imposto sobre a Renda

Pessoa Física, Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza e

recolhimento para a Previdência Social.

10.1.1.1 Imposto sobre a Renda Pessoa Física:

Receitas recebidas pelo advogado, pessoa física, devem ser

declaradas para o Fisco anualmente até o último dia útil do mês de abril

do ano subsequente através da Declaração de Ajuste Anual de Imposto de

Renda.

Nesta, serão informados todos os valores recebidos, mas ao

contribuinte é assegurado abater do valor percebido as despesas com

“livro-caixa” (despesas dedutíveis indispensáveis para a manutenção do

escritório, desde que devidamente lançadas em um livro transcrito

manualmente ou de forma eletrônica10).

10 Para orientações sobre o que pode ser deduzido em livro caixa, consulte WWW.receita.fazenda.gov.br no link perguntas e respostas.

Page 44: Manual Jovem Advogado

42

Além disso, por se tratar de um imposto progressivo, após se

apurar a receita auferida abatendo-se as despesas de livro caixa, o

advogado sabe o valor da alíquota aplicável ao seu caso, de acordo com a

sua faixa de rendimentos determinada na seguinte tabela:

Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto sobre a Renda

da Pessoa Física para o exercício de 2012, ano-calendário de 2011. *

Base de cálculo anual em

R$

Alíquota

%

Parcela a deduzir do imposto em

R$

Até 18.799,32 - -

De 18.799,33 até 28.174,20 7,5 1.409,95

De 28.174,21 até 37.566,12 15,0 3.523,01

De 37.566,13 até 46.939,56 22,5 6.340,47

Acima de 46.939,56 27,5 8.687,45

Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto sobre a Renda

da Pessoa Física para o exercício de 2013, ano-calendário de 2012. *

Base de cálculo anual em

R$

Alíquota

%

Parcela a deduzir do imposto em

R$

Até 19.645,32 - -

De 19.645,33 até 29.442,00 7,5 1.473,40

De 29.442,01 até 39.256,56 15,0 3.681,55

De 39.256,57 até 49.051,80 22,5 6.625,79

Acima de 49.051,80 27,5 9.078,38

* Tabela aprovada pela Lei nº 11.482, de 31 de maio de 2007, alterada pelo art. 1º da Lei nº 12.469, de 26 de agosto

de 2011. (Fonte: http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/TabProgressiva2012a2015.htm )

Ou seja, de acordo com a faixa de ganho, a alíquota aplicável varia

entre zero e 27,5% (vinte e sete e meio por cento).

Lembretes:

Page 45: Manual Jovem Advogado

43

* este é um imposto progressivo, sendo que os valores percebidos dentro das faixas menores devem ser tributados conforme tal, por esta razão consta na tabela os montantes chamados de “parcela a deduzir”. * considerando-se as diversas possibilidades de dedução, indicamos entrar na seção de perguntas e respostas do site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br) para esclarecimento de dúvidas. * É muito importante ressaltar que a apuração do valor de IRPF a pagar é feita mensalmente e em havendo valores a pagar estes devem ser recolhidos através da DARF código 0190, o chamado carnê-leão e na Declaração de Ajuste Anual entregue de março a abril do ano subsequente serão apurados eventuais valores pagos a maior ou menor, para o ajuste e pagamento da diferença ou eventual restituição. * A apuração do carnê-leão mensal deve utilizar a Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/ContribFont2012a2015.htm

10.1.1.2 Imposto sobre Serviço

O valor do ISSQN é fixo e anual e varia de acordo com o

Município, devendo cada advogado fazer a sua inscrição na cidade onde

atua e verificar o custo desta anuidade.

10.1.1.3 Recolhimento para a Previdência Social

O advogado autônomo deve se inscrever como tal na Previdência

Social e recolher o valor equivalente a 20% dos seus ganhos, passando,

com isso, a ter a condição de segurado da Previdência Social, fazendo

jus à aposentadoria no futuro.

Page 46: Manual Jovem Advogado

44

A inscrição pode ser feita via internet, no site

www.previdenciasocial.gov.br.

10.2 SOCIEDADES DE ADVOGADOS:

Já em relação as sociedades de advogados, a forma de tributação

mais vantajosa, a princípio, costuma ser o lucro presumido, que gera a

seguinte carga tributária:

Quando se opta pelo lucro presumido significa que o Fisco

presume que a sociedade de advogados tem 32% de lucro sobre todo o

seu faturamento e a partir desta presunção aplica as alíquotas dos

impostos incidentes sobre o lucro, quais sejam, a Contribuição Social

sobre o Lucro Líquido (CSLL) e o Imposto sobre a Renda – Pessoa

Jurídica.

Com isso, a alíquota aplicável para se apurar os impostos devidos

pelas sociedades de advogados são os seguintes (os percentuais

correspondem ao percentual do faturamento bruto que é o valor de cada

um dos impostos – exemplo: 3% significa que para cada R$ 100,00

faturados deverá ser pago R$ 3,00 de COFINS):

10.2.1Impostos pagos mensalmente (pagamento no dia 25 e antecipa se for final de semana ou feriado).

-PIS (Programa de Integração Social) - 0,65%

-COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade

Social)- 3%

- ISS (Imposto sobre serviço de qualquer natureza) – é um valor

fixo mensal por profissional e o valor e data de vencimento varia de

acordo com o município.

Page 47: Manual Jovem Advogado

45

10.2.2Impostos pagos trimestralmente (acumulam-se os valores dos três meses anteriores e efetuam-se os pagamentos dos trimestres nos meses de janeiro, abril, julho e outubro):

· Imposto de renda - 4,8% *

· Contribuição social - 2,88% *

*Estas alíquotas representam os percentuais de 15% e 9%

incidentes somente sobre a presunção de lucro de 32%11.

TOTAL DE IMPOSTOS: 11,33% (sobre o valor do faturamento,

ou seja, as notas fiscais emitidas e outros rendimentos tributáveis), mais

o valor mensal fixo devido em razão do ISSQN.

Além disso, ainda existe a obrigação de pagar a Previdência

Social, que é composta de 11% da parte do sócio e 20% da parte da

empresa, totalizando 31% do valor do pró-labore retirado. (Atualmente,

o mínimo é de R$ 545,00, que incidindo 31% totaliza um recolhimento

mínimo de R$ 168,95).

Observação: As sociedades de profissionais, como é o caso da

sociedade de advogados, não pode recolher tributos sob a sistemática do

simples nacional, conforme expressamente veda a Lei Complementar n°

123/06, em seu artigo 17:

10.3 REMUNERAÇÃO ADVOGADO

A escolha do modelo societário e trabalhista a ser adotado por uma

sociedade de advogados é determinante na carga tributária à qual estará

ela sujeita. Para tanto passaremos a expor as regras gerais sobre a

tributação de remuneração a advogados:

11 Caso o faturamento trimestral seja maior que R$ 187.500,00 (cento e oitenta e sete mil e quinhentos reais), o valor excedente será tributado com um adicional de 10% de IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica).

Page 48: Manual Jovem Advogado

46

10.3.1 Como empregado:

a) Contribuição à Previdência Social devida pelo empregado sobre

remunerações até o limite do salário-de-contribuição (para saber os

descontos: www.previdenciasocial.gov.br)

b) Imposto de Renda na Fonte, devido pelo empregado, CONFORME

ALÍQUOTAS EXPLICITADAS NO ITEM ANTERIOR;

c) Previdência Social devido pela empresa à alíquota de 20% sobre toda

a remuneração;

d) Contribuições a outras entidades e fundos - “Sistema S” - devidas pela

empresa, QUE VARIA DE 0,10 A 5,8% DE ACORDO COM A

ATIVIDADE DEENVOLVIDA.

e) encargos trabalhistas.

10.3.2 Como sócio:

No qual o lucro é isento.

10.3.3 Como Associado:

Nos termos do Estatuto da Advocacia, Código de Ética Profissional

e especialmente do artigo 39 do Regulamento Geral do Estatuto da

Advocacia e da OAB de 16/11/1994, o qual dispõe:

Art. 39. A sociedade de advogados pode associar-se com advogados, sem vínculo de emprego, para participação nos resultados. Parágrafo único. “Os contratos referidos neste artigo são averbados no registro da sociedade de advogados.”

Page 49: Manual Jovem Advogado

47

A associação com sociedade não agrega encargos trabalhistas,

porém, há a incidência de contribuição previdenciária e retenção

de Imposto de Renda.

10.3.4 Contribuições Sindicais e a OAB

A Lei Federal nº 8906/94 em seu artigo 47 atribuiu a OAB função

tradicionalmente desempenhada pelos sindicatos, ou seja, a defesa dos

direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, senão

vejamos:

Art . 47. O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os inscritos nos seus quadros do pagamento obrigatório da contribuição sindical .

Recentemente, alguns sindicatos têm exigido de escritórios e

advogados o pagamento dessas contribuições. Entrementes, diante do

mencionado artigo 47, bem como do fato de ser a filiação a sindicatos

voluntária, tal cobrança não é devida. Nesse sentido segue também a ADI

2522 julgada pelo STF.

10.3.5Reembolso de Despesas

Escritórios de advocacia usualmente se veem obrigados a adiantar

determinadas despesas em nome de seus clientes, que são posteriormente

reembolsadas em separado, por meio das chamadas notas de débito.

Exemplo: viagens, hospedagens, transporte, etc.

Por não representarem receitas próprias, tais reembolsos não

deveriam integrar a receita tributável para fins do PIS, COFINS, IRPJ e

CSLL.

Page 50: Manual Jovem Advogado

48

Não há trânsito em resultado, mas apenas um lançamento em

contas de natureza patrimonial (“Caixa/Bancos” e “A Receber”), no

sentido de recompor o patrimônio da empresa que, por questões de

praticidade, efetuou a antecipação de uma despesa que não lhe seria

exigível e que seria dedutível apenas à efetiva beneficiária.

Ressaltamos que para fazer jus a este benefício e se resguardar é

imprescindível que seja feita a prestação de contas.

11. VOCÊ SABIA QUE

VOCÊ SABIA QUE:

As decisões do Tribunal de Ética e Disciplina podem ser acessadas

por intermédio do site da OAB/RS?

A não interposição de recurso sem anuência do cliente é capaz de

gerar demanda de responsabilidade sobre o advogado de modo que se o

advogado e a parte entenderam por não recorrer, deve o advogado,

guardar tal declaração, nas formas previstas em lei, para sua segurança?

O advogado pode atuar como Consultor em Direito Estrangeiro, em

qualquer dos países membro do MERCOSUL e outros 05 (cinco) países

associados (ALADI) e que para tal, basta que o profissional esteja

regularmente inscrito na OAB. De acordo com o COADEM (Conselho de

Colégios e Ordens de Advogados do MERCOSUL), não sendo necessária

a inscrição (sendo exigida a comunicação em caso de associação com um

advogado nacional); devendo o advogado estrangeiro respeitar as normas

éticas do país em que estiver exercendo a advocacia?

Que em virtude do Princípio da Reciprocidade existente entre a

OAB e a AO (Portugal), o profissional registrado e em dia com suas

obrigações pode atuar como Advogado e Consultor em Direito

Estrangeiro?

Page 51: Manual Jovem Advogado

49

Que a OAB/RS possui, além das Comissões Permanentes (Direitos

Humanos, Defesa e Prerrogativas, Acesso à Justiça, Ambiental, Ensino

Jurídico, Estudos Constitucionais, etc.), diversas comissões que tratam

dos temas de maior relevância ao exercício da advocacia, como a

Comissão da Mulher, da Advocacia Pública, do Jovem Advogado, do

Biodireito, da Propriedade Intelectual, da Criança e do Adolescente, de

Defesa do Consumidor, dos Precatórios dentre outras?

Que o advogado não é obrigado a aceitar a imposição de seu

cliente que pretenda ver com ele atuando outros advogados, nem aceitar

a indicação de outro profissional para com ele trabalhar no processo?

Que a tabela de honorários advocatícios, disponibilizada no site da

OAB/RS tem como função a uniformização dos valores cobrados e evitar

o aviltamento dos honorários advocatícios?

Que a Tabela de honorários prevê acréscimo de até 30% em caso

de serviços realizados fora da comarca?

Que é direito e dever do advogado assumir a defesa criminal sem

considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado?

Que o substabelecimento sem reserva de poderes exige o prévio e

inequívoco conhecimento do cliente (§ 1º do art . 24 do Código de Ética e

Disciplina da OAB/RS)?

Que, através da Comissão de Acesso à Justiça da OAB/RS, a

entidade pode propor modificações legislativas que tenham por objetivo

a simplificação e a agilização de processos e procedimentos?

Que uma das primordiais finalidades da OAB é agir na defesa dos

direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos, ou seja, defender a

Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os

direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis,

Page 52: Manual Jovem Advogado

50

pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e

das instituições jurídicas?

Que a Comissão de Direitos Humanos Sobral Pinto da OAB/RS

desempenha um importante papel na consolidação da defesa da

cidadania, sem a qual não se realiza, em sua plenitude, o ideal do Estado

Democrático de Direito, fundado, precipuamente, no respeito da

dignidade da pessoa?

Que a Comissão de Fiscalização do Exercício Profissional tem a

competência de obstar a não inscritos na OAB a prática de qualquer ato

privativo de advogado, impedir que advogados suspensos exerçam a

profissão e o exercício dos bacharéis incompatíveis com advocacia?

Que a OAB tem se destacado no Movimento contra a Corrupção

Que o site da OAB/RS disponibiliza, entre outros serviços, da

rádio OAB?

Que a OAB/RS, preocupada com o aviltamento dos honorários

advocatícios deflagrou campanha pela valorização profissional,

direcionada aos juízes, tribunais e parlamentares, para que estes

dediquem maior prioridade às matérias que tratam do assunto?

Page 53: Manual Jovem Advogado

51

12. REFERÊNCIAS

ARONNE, Ricardo. Responsabilidade. In TRAVESSONI, Alexandre

(org). Dicionário de Teoria e Filosofia do Direito. São Paulo: LTr,

2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520:

informação e documentação: citações em documentos: apresentação.

Rio de Janeiro, 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023:

informação e documentação: referências: elaboração. Rio de

Janeiro, 2002.

BARBOSA, Rui. O Dever do Advogado. Rio de Janeiro: 1985, ed. Aide,

66 p.

BARONI, Robison. Cartilha de ética profissional. 3. ed. São Paulo, ed.

LTR, 272 p

BRASIL. Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do

Brasil;

BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Brasília. Pedido de Providências

0000749-61.2011.2.00.0000, 30 ago. 2011. Relator Conselheiro Jorge

Hélio de Oliveira. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/>. Acesso

em: 02 set. 2011.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

Brasília, 05 out. 1988. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituiçao.htm

>. Acesso em: 20 set. 2011.

BRASIL. Constituição Federal de 1988;

BRASIL. Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do

Imposto sobre a Renda (RIR), art . 75;

BRASIL. Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil.

Brasília, 04 jul. 1994. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8906.htm>. Acesso em:

20 set. 2011.

Page 54: Manual Jovem Advogado

52

BRASIL. Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil

(Lei nº 8.906 de 1994);

BRASIL. Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 4º , inciso I;

BRASIL. Regimento Interno da Ordem dos Advogados do Brasil –

Seccional do Estado do Rio Grande do Sul.

BRASIL. Regulamento Geral da Ordem dos Advogados do Brasil;

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas corpus n. 98.237. Brasília,

15 dez. 2009. Relator Ministro Celso de Mello. DJ, 06 nov. 2010.

Disponível em: <http://www.stf.jus.br>. Acesso em: 22 set. 2011.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula vinculante n. 14. É direito

do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos

elementos de prova que, já documentados em procedimento

investigatório realizado por órgão com competência de policia

judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

Brasília, 02 fev. 2009. DJ, 09 fev. 2009. Disponível em:

<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp

?s1=14.NUME.%20E%20S.FLSV.&base=baseSumulasVinculantes>.

Acesso em: 25 set. 2011.

D’URSO, Luiz Flávio Borges. O sigi lo do inquérito policial e o exame

dos autos por advogado. Revista do Instituto de pesquisa e Estudos:

Divisão Jurídica, Bauru, n. 24, p. 169-180, dez/98 - mar./99.

FARAH, Elias (coord). Ética do Advogado. São Paulo: 2000, ed. LTR,

199 p.

GUIMARÃES. Marco Antônio Miranda. Escritórios de advocacia: da

organização à administração. 3. ed. Porto Alegre: Livraria do

advogado, 2007.

NERI JÚNIOR, Nelson. Código de Processo Civil Comentado: e

legislação extravagante: atualizado até 07 de julho de 2003/Nelson

Neri Júnior, Rosa Maria de Andrade Neri. – 7. ed. ver. e ampl. –

São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003.

RECEITA FEDERAL Instrução Normativa SRF nº 15, de 6 de fevereiro

de 2001, art. 51).

RECEITA FEDERAL. Manual do IRPF 2008. Ministério da Fazenda.

Pág. 43.

Page 55: Manual Jovem Advogado

53

RIO GRANDE DO SUL. Ordem dos Advogados do Brasil . Manual de

defesa das Prerrogativas dos Advogados. Porto Alegre, 2011.

Disponível em:

<http://www.oabrs.org.br/downloads/prerrogativas/manual_defesa_p

rerrogativas_advogados.pdf>. Acesso em: 29 set. 2011.

Page 56: Manual Jovem Advogado
Page 57: Manual Jovem Advogado
Page 58: Manual Jovem Advogado
Page 59: Manual Jovem Advogado

verso da contra capa

Page 60: Manual Jovem Advogado

contra capa