manual iva fev 2011

Upload: falcaopereguino

Post on 12-Jul-2015

218 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

MANUAL DO IVA- Vertente Aduaneira -

Abril de 2010(Revisto e continuado em Fevereiro de 2011)

1MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

NDICEPg.

Nota prvia ... Abreviaturas / siglas utilizadas .. CAPTULO I ENQUADRAMENTO GERAL.. 1. Elementos do imposto..... 2. Caractersticas do imposto 3. Conceito de importao em sede do IVA CAPTULO II ISENES DO IVA NA IMPORTAO . 1. Objecto.. 1.1. Restries decorrentes da orgnica da DGAIEC.................................................................... 1.1.1. Quadro orgnico........................................................................................................... 1.1.2. Competncias na rea do IVA...................................................................................... 1.1.3. Competncias na importao de mercadorias............................................................. 1.2. Restries decorrentes do mecanismo do IVA....................................................................... 2. Isenes previstas no CIVA 2.1. Importaes isentas por equiparao a transmisses isentas no territrio nacional.............. 2.2. Importaes especificamente isentas..................................................................................... 2.3. Outras importaes isentas......................................................... 3. Isenes previstas em legislao avulsa ... 3.1. Conferidas ao abrigo do DL n. 31/89, de 25 de Janeiro........................................................ 3.2. Regime de iseno na importao de bens transportados na bagagem pessoal dos viajantes artigo 116. da Lei do Oramento do Estado para 2009....................................... 3.3. Regime de iseno aplicvel s pequenas remessas sem carcter comercial enviadas de particular a particular DL n. 398/86, de 26 de Novembro .................................................. 3.4. Ouro para investimento DL n. 362/99, de 16 de Setembro................................................ 4. Quadro comparativo das isenes do IVA com as franquias aduaneiras . CAPTULO III Iseno do IVA prevista no artigo 16. do RITI - Importao de bens e subsequente expedio ou transporte para outro Estado-Membro ... 1. Enquadramento legal ... 1.1. Condies a observar 1.1.1. No momento da importao ............... 1.1.2. No momento posterior importao .. 1.2. Procedimentos 1.2.1. Sujeio das mercadorias a um regime aduaneiro............................................... 1.2.2. Preenchimento da declarao aduaneira................................................................... 1.2.3. Pedido de iseno . 1.2.4. Apresentao de prova do transporte imediato para outro EM - Garantia .. 1.2.5. Validao do nmero de identificao para efeitos do IVA no VIES 2. Quadro resumo . 3. Importaes de bens realizadas por entidades que beneficiam do procedimento da declarao sob forma simplificada . 4. Devedores .. 5. Documentos comprovativos do transporte ou expedio das mercadorias para outro EM . 6. Questes suscitadas ... Situao A Entrada no territrio nacional de mercadorias provenientes de pases terceiros para entrega isenta num outro EM, em que o importador utiliza um nmero de identificao para efeitos do IVA portugus ... Situao B Importao de bens e subsequente expedio ou transporte para outro EM, realizada por uma entidade estabelecida noutro EM e registada para efeitos do IVA em territrio nacional, que utilizou para o efeito o nmero portugus, iniciado por 98 Situao C - Introduo em livre prtica de mercadorias provenientes da China e subsequente expedio para um sujeito passivo estabelecido noutro EM, em que o importador pretende utilizar o nmero de identificao para efeitos do IVA atribudo por um EM diferente de Portugal ... Situao D Importao de bens e subsequente transferncia dos mesmos bens para outro

6 8 9 9 11 13 17 17 17 17 18 19 19 23 24 26 36 38 38 75 80 82 84 89 89 89 89 93 93 94 94 97 97 98 99 101 103 104 107 107 107

108

2MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

EM, por uma entidade que no possui um registo para efeitos do IVA em territrio nacional Situao E Importaes de bens realizadas por entidades que beneficiam do procedimento da declarao sob forma simplificada .. Situao F - Importao de bens seguida de uma expedio ou transporte para outro EM, cuja entrega efectuada num armazm, pertencente ao adquirente final dos bens ou a terceiro, em que a morada indicada para o efeito no consta no VIES; ou pertencente a terceiro, que se dedica actividade logstica e no integra o sistema VIES . Situao G Entrada em territrio nacional de mercadorias provenientes das Canrias, acompanhada de um documento COT2LF, com destino a outro EM Situao H Operaes em que o circuito da facturao no acompanha o movimento fsico das mercadorias, envolvendo trs operadores de trs EM diferentes operaes triangulares .. Situao I Importao de uma aeronave ou embarcao de recreio, realizada por um sujeito passivo registado para efeitos do IVA em Espanha, e subsequente expedio para aquele EM com iseno do IVA, ao abrigo do artigo 16. do RITI .. CAPTULO IV MEIOS DE TRANSPORTE importao e transaces intracomunitrias .. 1. Importao ................ 1.1. Conceito.................................................................................................................................. 1.2. Facto gerador e exigibilidade.................................................................................................. 1.3. Taxas....................................................................................................................................... 1.4. Valor tributvel ....................................................................................................................... 1.5. Liquidao e pagamento ........................................................................................................ 1.5.1. Rectificao do valor tributvel do IVA, devido na importao de veculos sujeitos a ISV ................................................................................................................................. 1.5.2. Prazos de pagamento..................................................................................................... 2. Aquisies intracomunitrias ........................ 2.1. Conceito ................................................................................................................................. 2.2. Meios de transporte conceito e sua classificao ............................................................... 2.3. Liquidao e cobrana do IVA ............................................................................................... 2.3.1. Competncias .............................................................................................................. 2.3.2. Formalidades Pedido de legalizao e regularizao fiscal ..................................... 2.3.3. Valor Tributvel ............................................................................................................ 2.3.4. Taxas ........................................................................................................................... 2.3.5. Liquidao e pagamento do IVA .................................................................................. 2.3.6. Liquidao adicional ..................................................................................................... 2.3.7. Quadro resumo ............................................................................................................ 2.4. Factura e seus elementos ................ 2.4.1. Elementos da factura ................................................................................................... 2.4.2. Facturas que suportam as vendas de meios de transporte usados ............................ 2.4.3. Inexistncia ou incoerncia de elementos considerados obrigatrios nas facturas de suporte s aquisies intracomunitrias de meios de transporte novos ...................... 3. Embarcaes de recreio adquiridas noutro EM ....................................................................... 3.1. Embarcaes de recreio transportadas por outro meio de transporte ................................... 3.2. Embarcaes de recreio que se deslocam pelos seus prprios meios ................................. 3.3. Estatuto aduaneiro comunitrio .............................................................................................. 3.4. Locao de embarcaes de recreio que envolve mais de um EM ....................................... Quadro - resumo .................................................................................................................... 4. Isenes do IVA ................... 4.1. Isenes na importao e aquisio intracomunitria de meios de transporte ...................... 4.2. Entidade competente para a apreciao dos pedidos de iseno alienao do veculo antes de decorrido o prazo legalmente fixado ........................................................................ 5. Questes suscitadas ......................... Situao A - Liquidao e cobrana do IVA efectuadas por um sujeito passivo de outro EM, na venda de um meio de transporte novo a um particular com destino a Portugal ........................... Situao B Liquidao do IVA nos casos de transformao ou alterao de veculos .. Situao C Consignao ........................................................................................................... Situao D Veculo automvel novo obtido num sorteio, por particular, noutro EM ................. Situao E Transmisso mortis causa de veculo automvel adquirido com iseno do IVA por pessoa com deficincia motora ...............................................................................................

110 110

111 112 113 115 117 117 117 118 120 121 123 123 124 126 126 127 130 130 130 132 132 133 135 135 137 137 139 140 141 142 143 144 146 151 152 152 154 159 159 159 160 161 162

3MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

Situao F Aquisio de veculos automveis novos efectuada por pessoas com deficincia que pretendem extras ................................................................................................................. Situao G Veculos automveis novos, portadores de matrculas especiais / temporrias atribudas noutro EM ..................................................................................................................... Situao H Veculos automveis novos portadores de matrculas de expedio /exportao atribudas noutro EM determinao do valor tributvel .............................................................. Situao I Legalizao de meios de transporte novos, portadores de matrcula de srie normal, sem alterao de titularidade, provenientes de outro EM ................................................ Situao J Veculo automvel construdo pelo proprietrio (particular) ...................................... CAPTULO V EXPORTAO ... 1. Exportao, operao em tema. 2. Exportao, na expresso aduaneira.............................. 3. Exportao, na expresso fiscal do IVA................................. 4. Exportao, operao isenta de IVA....................................... 5. Exportao, operao documentada...................................... 5.1. Exportao, operao efectuada atravs de Declarao de Exportao, pelo vendedor ou por sua conta........................................................................................................................... 5.2. Exportao, operao sujeita a outras obrigaes declarativas............................................. 6. Exportao, na forma em que os bens so transportados por adquirente sem residncia ou estabelecimento em territrio nacional - alnea b), n. 1, artigo 14. do DL n. 295/87, de 31 de Julho................................................................................ 6.1. mbito de aplicao................................................................................................................ 6.2. Condies de aplicao do regime.......................................................................................... 6.3. Modalidade da iseno............................................................................................................ 6.4. Procedimentos dos servios aduaneiros................................................................................. 6.5. Excepes ao regime.............................................................................................................. Quadro 1A Condies relativas aos bens...................................... Quadro 1B Condies relativas aos viajantes................................... Quadro 1C Condies relativas s facturas................................... Quadro 2 Valor mnimo das aquisies de bens, para efeitos de reembolso do IVA, por viajante no residente na Unio Europeia, transportados na sua bagagem pessoal, segundo o Estado membro da aquisio......................................................................................... 7. Operaes assimiladas a exportao ................................... 7.1. Na forma de abastecimentos de bordo das embarcaes afectas navegao martima em alto mar e que assegurem o transporte remunerado de passageiros ou o exerccio de uma actividade comercial, industrial ou de pesca................................................................... 7.2. Na forma de abastecimentos de bordo das embarcaes de salvamento, assistncia martima e pesca costeira....................................................................................................... 7.3. Na forma de abastecimentos de bordo das embarcaes de guerra................................... 7.4. Na forma de abastecimentos de bordo de aeronaves utilizadas pelas companhias de navegao area que se dediquem principalmente ao trfego internacional............................................................................................................................ 7.5. Outras operaes assimiladas a exportao.......................................................................... 7.5.1. Transmisses de objectos incorporados nas seguintes embarcaes: martimas de alto-mar, de salvamento, de assistncia martima ou de pesca costeira ..................... 7.5.2. Transmisso dos objectos incorporados em aeronaves ou que sejam utilizados para a sua explorao .. 7.5.3. Transmisses de bens efectuadas no mbito de relaes diplomticas e consulares, cuja iseno resulte de acordos e convnios internacionais celebrados por Portugal 7.5.4. Transmisso de bens destinadas a organismos internacionais reconhecidos, ou a membros dos mesmos organismos, nos limites fixados ... 7.5.5. Transmisses de bens efectuadas no mbito do Tratado do Atlntico Norte s foras armadas dos outros Estados que so Partes no referido Tratado, para uso dessas foras armadas ou do elemento civil que as acompanha ou para o aprovisionamento das suas messes ou cantinas, quando as referidas foras se encontrem afectas ao esforo comum de defesa .. 7.5.6. Transmisses de bens para organismos devidamente reconhecidos que os exportem para fora da Comunidade no mbito das suas actividades humanitrias, caritativas ou educativas, mediante prvio reconhecimento do direito iseno

163 163 166 167 168 170 170 172 176 178 182 182 186 189 190 190 194 196 201 202 203 204 205 206 206 209 211 212 214 214 216 217 219

220 221

4MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

7.6. Operaes relacionadas: Transportes internacionais e outras................................................ 7.6.1. Operaes acessrias directamente relacionadas com o regime de trnsito comunitrio externo, o procedimento de trnsito comunitrio interno, a exportao de bens para fora da Comunidade, a importao temporria com iseno total de direitos e a importao de bens destinados a um dos regimes ou locais a que se refere o n. 1 do artigo 15. 7.6.2. Transporte de mercadorias entre as ilhas que compem as Regies Autnomas dos Aores e da Madeira, bem como o transporte de mercadorias entre estas regies e o continente, ou qualquer outro Estado membro, e vice-versa 7.6.3. Transmisses para o Banco de Portugal de ouro em barra ou em outras formas no trabalhadas ... 7.6.4. Transmisses de bens destinadas s foras armadas de qualquer outro Estado que seja parte no Tratado do Atlntico Norte, que no seja o Estado membro da Comunidade Europeia para o qual os bens so expedidos ou os servios prestados, para uso dessas foras armadas ou do elemento civil que as acompanham, ou para o aprovisionamento das respectivas messes ou cantinas, quando as referidas foras se encontrem afectas ao esforo comum de defesa . Quadro 3 Operaes isentas equiparadas a exportao, na forma de fornecimentos a embarcaes e aeronaves ......................................................................................... 8. Exportao, na forma de regime especial de iseno nas vendas efectuadas por fornecedores a exportadores nacionais Artigo 6. do DL n. 198/90, de 19 de Junho... 8.1. Descrio do regime .............................................................................................................. 8.2. Condies para aplicao do regime ..................................................................................... 8.3. Procedimentos a cumprir ....................................................................................................... 8.4. Prazos .................................................................................................................................... 8.5. Casos especficos de aplicao do regime ............................................................................ 8.6. Alterao dos elementos a constar do CCE .......................................................................... 8.7. Mercadorias declaradas para exportao com benefcio do regime, sujeitas inspeco pr-embarque ......................................................................................................................... ANEXOS .. CIVA e RITI ....................................................................................................................... Anexo I Legislao avulsa .. Anexo II 1. Artigo 101. da Reforma Aduaneira, aprovada pelo DL n. 46311, de 27 de Abril de 1965, com a ltima alterao introduzida pelo artigo 66. da Lei n. 53-A/2006, de 29 de Dezembro 2. DL n. 143/86, de 16 de Junho . 3. DL n. 398/86, de 26 de Dezembro .. 4. DL n. 31/89, de 25 de Janeiro 5. Artigo 6. do DL 198/90, de 19 de Junho 6. DL n. 199/96, de 18 de Outubro . 7. DL n. 362/99, de 16 de Setembro . 8. Artigo 116. da Lei do OE/2009 9. Lei n. 3-B/2010, de 28 de Abril Anexo ao Regulamento (CEE) n. 2288/83 da Comisso, de 29 de Julho..................... Anexo III Regulamento (CE) N. 1186/2009, do Conselho, de 16 de Novembro de 2009 Anexo Anexo IV II - A.................................................................................................................................... Lista das moedas de ouro, vlida para o ano de 2011 (Jornal Oficial, Srie C, n. 322, Anexo V de 27 de Novembro de 2010) ....................................................................... Menes utilizadas nas facturas de venda de meios de transporte usados, emitidas pelos sujeitos passivos dos diferentes EM ........................................................................ Formulrio DAEA (mod. 22.4046) e instrues de preenchimento ................................... Anexo VII Bibliografia . Anexo VI

222 222

223 223

224 225 226 226 230 233 240 242 251 252 253 254 255

256 257 258 259 260 261

5MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

Nota prvia O Cdigo do Imposto sobre o Valor Acrescentado1, em vigor desde 1 de Janeiro de 1986, constitui o suporte da disciplina jurdica do imposto, tendo como ponto de referncia basilar o sistema comum do Imposto sobre o Valor Acrescentado, regulado por vrias directivas do Conselho da Unio Europeia2. Porm, so escassas as normas que naquele Cdigo dispem sobre operaes de natureza aduaneira, comparativamente com as outras operaes que tambm integram a base de incidncia do imposto. A limitao referida, agravada pelas especificidades da legislao aduaneira comunitria, conduziu a que os servios centrais da Direco-Geral das Alfndegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo tenham vindo a ser confrontados, ao longo dos anos, com questes suscitadas por diversas entidades. Com o objectivo de responder s solicitaes apresentadas, cedo se constatou a necessidade de se proceder elaborao das diversas instrues entretanto divulgadas, tendo em vista esclarecer e uniformizar a aplicao do regime do Imposto sobre o Valor Acrescentado, vertente aduaneira. A publicao do presente manual insere-se neste contexto, promovendo a harmonizao de procedimentos, ao sistematizar e actualizar, num nico documento, as instrues contidas em vrias comunicaes avulsas. Aproveitase, ainda, a oportunidade para se proceder divulgao de alguns entendimentos relativos a questes que, nos ltimos tempos, foram suscitadas junto destes servios, igualmente com o objectivo de uniformizar a aplicao dos mecanismos do imposto.

12

Aprovado pelo Decreto-Lei n. 394-B/84, de 26 de Dezembro. Assume especial relevo a Directiva 2006/112/CE do Conselho, de 28 de Novembro, com efeito a partir de 1 de Janeiro de 2007, que revogou a vulgarmente designada por 6. Directiva - IVA (Directiva 77/388/CEE, de 17 de Maio de 1977).

6MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

Face abrangncia das matrias do Imposto sobre o Valor Acrescentado, vertente aduaneira, procede-se publicao faseada do manual. Na presente reviso so includos dois novos temas Importao de bens e subsequente expedio ou transporte para outro Estado-Membro isenta do IVA, ao abrigo do artigo 16. do RITI e Exportao, apresentando o manual, at presente data, a estrutura seguinte: Captulo I Enquadramento geral; Captulo II Isenes do IVA na importao; Captulo III Importao de bens e subsequente expedio ou transporte para outro Estado-Membro isenta do IVA, ao abrigo do artigo 16. do RITI; Captulo IV Meios de transporte importao; transaces intracomunitrias; Captulo V Exportao Para facilitar a consulta e acessibilidade on-line, o manual apresenta hiperligaes, nomeadamente para aceder a diplomas legais e formulrios que vo sendo assinalados ao longo do texto. O contedo do presente manual no dispensa a consulta dos textos legais nele mencionados.

7MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

ABREVIATURAS/SIGLAS UTILIZADASCAC CE CEE CISV CIVA CPPT CRP DACAC DAEA DAU DAV DCV DGAIEC DGCI DL EM IEC INAC IVA RITI SFA SGD STADA TAC TNCdigo Aduaneiro Comunitrio Comunidade Europeia Comunidade Econmica Europeia Cdigo do Imposto sobre os Veculos Cdigo do Imposto sobre o Valor Acrescentado Cdigo de Procedimento e de Processo Tributrio Constituio da Repblica Portuguesa Disposies de Aplicao do Cdigo Aduaneiro Comunitrio Declarao Aduaneira de Embarcaes e Aeronaves Documento Administrativo nico Declarao Aduaneira de Veculos Declarao Complementar de Veculos Direco-Geral das Alfndegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo Direco-Geral dos Impostos Decreto-Lei Estado-Membro Imposto/s Especial/ais sobre o Consumo Instituto Nacional de Aviao Civil Imposto sobre o Valor Acrescentado Regime do IVA nas Transaces Intracomunitrias Sistema de Fiscalidade Automvel Sistema de Gerao Documental Sistema de Tratamento Automtico da Declarao Aduaneira Territrio Aduaneiro da Comunidade Territrio Nacional

8MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

CAPTULO I ENQUADRAMENTO GERAL

Para esta abordagem ao Imposto sobre o Valor Acrescentado, IVA, considerouse necessrio confrontar algumas particularidades no domnio deste imposto, como se provir a seguir.

1. Elementos do impostoa) Facto gerador De uma forma genrica, qualquer imposto pressupe a existncia de um facto a tributar pelo Estado, definido como tal por meio de uma lei e que, uma vez verificado, faz nascer a respectiva obrigao. O facto constitutivo da obrigao ao imposto designa-se por facto gerador do imposto ou pressuposto da obrigao tributria. b) Exigibilidade Corresponde ao momento a partir do qual o imposto se torne exigvel, ou seja, a data a partir da qual o Estado pode exigir o pagamento do imposto devido ou a partir da qual existe a obrigao de entrega do imposto. c) Incidncia No facto gerador do imposto pode considerar-se dois elementos: o objectivo e o subjectivo. O primeiro, surge ligado ao facto tributrio em si o que est sujeito a imposto, independentemente da sua ligao a um sujeito; o elemento subjectivo o que relaciona determinado sujeito com o elemento objectivo quem est sujeito a imposto.As normas de incidncia atendem: s condies apresentadas pelo seu elemento objectivo incidncia real; s condies apresentadas pelo seu elemento subjectivo incidncia pessoal.

9MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

Tanto o elemento objectivo como o subjectivo do facto gerador do imposto podem ser considerados na sua forma positiva como na sua forma negativa. Nesta ltima, identifica-se a situao de no sujeio, ou seja, fica de fora da incidncia do imposto. d) As isenes referem-se, pelo contrrio, a situaes que esto dentro da rea de incidncia, por conseguinte sujeitas a imposto, mas que um facto autnomo impede de serem tributadas.

Conforme este facto autnomo se dirija ao elemento objectivo ou ao elemento subjectivo assim estaremos, respectivamente, em presena de uma iseno objectiva ou real ou de um iseno subjectiva ou pessoal. As isenes pertencem ao grupo dos benefcios fiscais.

10MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

Esquematicamente, poderemos representar as isenes: Fora da rea de incidncia Fora da rea de incidncia

Iseno 2 Iseno n

Iseno 1

rea de Incidncia do imposto

Fora da rea de incidncia

OPERAES NO SUJEITAS

c) Refere-se a matria colectvel, relativa s normas que regulam a quantificao do imposto e a determinao do respectivo montante, em concreto.

2. Caractersticas do imposto3As caractersticas do IVA so aqui genericamente enunciadas: um imposto geral sobre o consumo.Diz-se geral, porque no discrimina os bens sobre os quais incide, revelando-se na operao econmica de consumo de bens e servios. Toma-se aqui o termo geral por oposio a especfico ou especial que, em termos de impostos sobre o consumo, designa um imposto que abrange o consumo de determinados bens, como o imposto sobre o tabaco ou o imposto sobre as bebidas alcolicas. Tambm, o Imposto sobre os Veculos Automveis pode

3

Com base na Directiva 2006/112/CE, de 28 de Novembro.

11MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

classificar-se como especial, dado incidir especificamente sobre os veculos automveis.

um imposto plurifsico.Aplica-se nas vrias fases do circuito econmico, desde a produo/aquisio intracomunitria/importao, consoante os casos, at ao consumo final. A entrega do imposto ao Estado repartida e ocorre em cada uma daquelas fases do circuito econmico. A repercusso do imposto, por aco do mecanismo adoptado acaba por ocorrer num s momento o da ltima venda, e materialmente suportado pelo seu adquirente final, aquele que j no beneficia do direito deduo.

um imposto sem efeitos cumulativos.Cada sujeito passivo entrega ao Estado o montante calculado sobre o valor das vendas que efectua e ressarcido no valor do imposto relativo s correspondentes aquisies a montante.

um imposto determinado, segundo o mtodo subtractivo indirecto.O clculo do imposto feito em cada fase do circuito econmico e cada entrega ao Estado relativa s operaes efectuadas num perodo de referncia e corresponde ao acrscimo de valor (valor acrescentado) dado ao bem (ou contributo de valor dado pelos vrios agentes econmicos intervenientes). Aritmeticamente, corresponde ao montante de imposto sobre o valor das vendas menos o montante do imposto pago sobre o valor das correspondentes aquisies.

um imposto que incide sobre as transmisses de bens e prestaes de servios efectuadas no territrio nacional a ttulo oneroso por um sujeito passivo do imposto agindo como tal4, incluindo as importaes5.

4 5

Cf. alnea a) do artigo 1. do CIVA. Cf. alnea b) do artigo 1. do CIVA.

12MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

As operaes tributveis no mbito do CIVA e do RITI correspondem a: Transmisses de bens6 Prestaes de Servios7 Contam-se como operaes tributveis as seguintes operaes internacionais: Importaes Aquisies intracomunitrias de bens Aquisies intracomunitrias de meios de transporte novos

O sujeito passivo do IVA a pessoa singular ou colectiva que desenvolve com carcter de habitualidade e independncia uma actividade de transmisso de bens ou prestao de servios: So sujeitos passivos do IVA: Pessoas singulares; Pessoas colectivas que exeram actividades econmicas no isentas; Pessoas que pratiquem uma s operao tributvel; Importadores; Pessoas que mencionem indevidamente IVA nas facturas; Pessoas que realizem operaes intracomunitrias nos termos do RITI.

3. Conceito de importao em sede de IVAPara efeitos do IVA, a importao tida como a entrada em territrio nacional de bens originrios ou procedentes de:

pases terceiros e que no se encontrem em livre prtica, ou, tenham sido colocados em livre prtica8 nesses pases, no mbito de acordos de unio aduaneira.

6 7

Cf. alnea b) do artigo 3. do CIVA. Cf. alnea b) do artigo 4. do CIVA. 8 Um dos regimes aduaneiros enumerados no n. 16, do artigo 4., do CAC, definido pelo artigo 79. do mesmo cdigo, o qual considera /em livre prtica, o bem a que j foi conferido o estatuto

13MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

Os bens procedentes de Principado de Andorra, Repblica de S. Marinho ou da Turquia so considerados como provenientes de pases terceiros, ainda que nesses pases tenham sido colocados em livre prtica ao abrigo de acordos de unio aduaneira.

territrios terceiros e que se encontrem em livre prtica.Considera-se territrios terceiros9: As Ilhas Canrias; Os Departamentos Ultramarinos Franceses; O Monte Atos; As Ilhas Anglo-Normandas, ou Ilhas do Canal (Guernsey, Alderney, Sark e Herm); As Ilhas Aland.

Para efeitos do IVA, os bens provenientes do Principado do Mnaco e da Ilha de Man so considerados como provenientes, respectivamente, da Frana e do Reino Unido.

Os bens procedentes das zonas de soberania do Reino Unido situadas em Akrotiri e Dhekelia, so considerados como procedentes do Chipre.

Actualmente, a Unio Europeia apresenta-se, em termos de integrao, conforme o mapa seguinte:

9

aduaneiro de mercadoria comunitria, mediante o cumprimento das formalidades aduaneiras previstas para a importao de mercadorias, nomeadamente, a aplicao dos direitos legalmente devidos. Cf. alnea d), n. 2, do artigo 1. do CIVA.

14MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

Alemanha ustria Blgica Bulgria Chipre Dinamarca Eslovquia Eslovnia Espanha Estnia Finlndia Frana Grcia Hungria Irlanda Itlia Letnia Litunia Luxemburgo Malta Pases Baixos Polnia Portugal Reino Unido Rep. Checa Romnia SuciaMacednia Crocia Turquia Islndia

DE AT BE BG CY DK SK SI ES EE FI FR GR HU IE IT LV LT LU MT NL PL PT GB CZ RO SEMK HR TR

IS

Estados-membros

Em negociao

IS Em Pr-negociao

15MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

TERRIT. GEOPOLTICOInclui:

TERRIT. ADUANEIROInclui:

TERRIT. FISCALInclui:

EM, em geral, englobando: - da DK: Ilhas Faro e Gronelndia - da DE: -+= Helgoland Buesingen - da GR Monte Atos - da ES Ilhas Canrias Ceuta e Melilha - da FR Guadalupe, Martinica, Reunio e Guiana Francesa Territrios Ultramarinos Mayotte So Pedro e Miquelon - da IT Municpio de Livigno Munic. de Campione dItalia g. Territ. do Lago Lugano - da NL: Aruba Antilhas Holandesas - da FI: Ilhas Aland - do RU: Man Ilhas Anglo-Normandas Gibraltar, Santa Helena e suas dependncias, Territ. Britn, do Oc.ndico Ilhas Turk e Caicos Ilhas Caimo Ilha Monserrate Ilhas Virgens Britnicas Ilhas Falkland; Ilhas Pitcairn Territ. Britn. no Antrctico Bermudas; Anguilha

EM, em geral, englobando: - da GR Monte Atos - da ES Ilhas Canrias - da FR Guadalupe, Martinica, Reunio e Guiana Francesa - da FI: Ilhas Aland - do RU: Man Ilhas Anglo-Normandas

EM, em geral, englobando: - do RU: Ilha de Man

No inclui:

No inclui:

- da DK: Ilhas Faro e Gronelndia - da DE: Helgoland, Buesingen - da ES: Ceuta e Melilha - da FR: Territrios Ultramarinos Mayotte So Pedro e Miquelon - da IT: Municpio de Livigno Munic. de Campione dItalia g. Territ. do Lago Lugano - da NL: Aruba Antilhas Holandesas - do RU: Gibraltar, Santa Helena e suas dependncias, Territ. Britn, do Oc.ndico Ilhas Turk e Caicos Ilhas Caimo Ilha Monserrate Ilhas Virgens Britnicas Ilhas Falkland; Ilhas Pitcairn Territ. Britn. no Antrctico Bermudas; Anguilha

- da GR Monte Atos - da ES Ilhas Canrias - da FR Guadalupe, Martinica, Reunio e Guiana Francesa - da DK: Ilhas Faro e Gronelndia - da DE: Helgoland, Buesingen - da ES: Ceuta e Melilha - da FR: Territrios Ultramarinos Mayotte So Pedro e Miquelon - da IT: Municpio de Livigno Munic. de Campione dItalia g. Territ. do Lago Lugano - da NL: Aruba Antilhas Holandesas - da FI: Ilhas Aland - do RU: Ilhas Anglo-Normandas Gibraltar, Santa Helena e suas dependncias, Territ. Britn, do Oc.ndico Ilhas Turk e Caicos Ilhas Caimo Ilha Monserrate Ilhas Virgens Britnicas Ilhas Falkland; Ilhas Pitcairn Territ. Britn. no Antrctico Bermudas; Anguilha

16MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

CAPTULO II ISENES DO IVA NA IMPORTAO

1. Objecto Este captulo pretende sistematizar as isenes do IVA, conferidas pela DGAIEC, no exerccio das competncias que detm. Impe-se, para tal sistematizao, delimitar o objecto da abordagem, segundo as seguintes restries: Restries decorrentes da orgnica da DGAIEC, procurando isolar o objecto de estudo quanto s competncias funcionais; Restries decorrentes do mecanismo do IVA, fazendo uma caracterizao muito genrica do mesmo, para, ento se chegar s isenes que se pretende apurar, consideradas, a seguir, separadamente. 1.1. Restries decorrentes da orgnica da DGAIEC

1.1.1. Quadro orgnico O DL n. 82/2007, de 29 de Maro define quanto sua natureza, misso, atribuies, rgos, organizao interna, princpios e instrumentos de gesto, a DGAIEC.10 A Portaria n. 349/2007, de 30 de Maro fixa a estrutura nuclear dos servios e as competncias das respectivas unidades orgnicas. Segundo a base legal mencionada, a estrutura da DGAIEC, consubstancia-se em dois tipos de unidades: as direces de servios e as alfndegas.11 Dentre as direces de servios definidas como unidades orgnicas da DGAIEC inscreve-se a Direco de Servios dos Impostos sobre os Veculos

10 11

O conjunto dos diplomas que constituem a lei orgnica da DGAIEC est disponvel para consulta. Cf. Portaria n. 349/2007, de 30 de Maro, artigo 1., n. 1.

17MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

Automveis e o Valor Acrescentado, que administra o imposto sobre os veculos automveis, e o IVA no mbito das atribuies desta direco-geral.12 1.1.2. Competncias na rea do IVA O IVA genericamente gerido pela DGCI,13 responsvel pela execuo da poltica fiscal definida para este imposto, reservando-se DGAIEC, atravs da sua unidade Direco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado, a interveno na sua rea de competncias. Assim:Cabe especificamente DGAIEC, a elaborao de estudos e instrues de aplicao do regime do IVA: na importao de mercadorias; nas transaces intracomunitrias cuja cobrana seja da competncia da DGAIEC.

Alm destas incumbncias, devem os servios da DGAIEC colaborar com os servios competentes na execuo da poltica fiscal definida. Ao divulgar-se este conjunto de informaes sobre isenes do IVA, a sua anlise confinar-se- s que se inserem na rea de competncias, ou seja, essencialmente, na importao e em algumas operaes intracomunitrias em que, por lei, esteja a sua interveno determinada. Objectivamente:Respeitando o acima enunciado, verifica-se que: as competncias da DGAIEC, as mesmas respeitam a mercadorias, enquanto, o IVA abrange, tanto transaces de bens como prestaes de servios,

12 13

Cf. Portaria n. 349/2007, de 30 de Maro, artigo 7., n. 1. A unidade orgnica competente para a gesto do IVA a Direco de Servios do IVA, da DGCI, de acordo com o artigo 5. da Portaria n. 348/2007, de 30 de Maro.

18MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

ficando fora do mbito de interveno da DGAIEC: as prestaes de servios, pela restrio da respectiva competncia, circunscrita a mercadoria, enquanto bem corpreo, que pode ser trocada por outro.14

Ficam igualmente fora da rea de interveno da DGAIEC as isenes relativas a operaes de transmisso que se realizem fora do seu mbito geogrfico, como o caso da generalidade das transaces nacionais e intracomunitrias. 1.1.3. Competncias na importao de mercadorias As isenes do IVA na importao inscrevem-se no mbito das competncias da DGAIEC. Ter, ento, de se ter presente a noo de importao contida no Cdigo do IVA.15 Para efeitos deste imposto, a importao tida como a entrada em territrio nacional de bens originrios ou procedentes de:

pases terceiros e que no se encontrem em livre prtica, ou, tenham sido colocados em livre prtica16 nesses pases, no mbito de acordos de unio aduaneira.

territrios terceiros e que se encontrem em livre prtica.

1.2. Restries decorrentes do mecanismo do IVA As isenes do IVA referem-se, tal como nos outros impostos, a situaes que, embora sujeitas a imposto, um facto autnomo impede de serem tributadas. Consoante este facto autnomo se dirija ao elemento objectivo ou ao elemento subjectivo assim estaremos, respectivamente, em presena de uma iseno objectiva ou real ou de uma iseno subjectiva ou pessoal.14 15 16

Figueiredo, Cndido de, Dicionrio Cndido de Figueiredo, edio de 1913. Cf. artigo 5. do CIVA. Um dos regimes aduaneiros enumerados no n. 16, do artigo 4, do Cdigo Aduaneiro Comunitrio, definido pelo artigo 79 do mesmo cdigo, o qual considera /em livre prtica, o bem a que j foi conferido o estatuto aduaneiro de mercadoria comunitria, mediante o cumprimento das formalidades aduaneiras previstas para a importao de mercadorias, nomeadamente, a aplicao dos direitos legalmente devidos.

19MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

Pode, ainda, a iseno ser modelada em funo dos dois elementos em simultneo tratando-se, ento, de uma iseno mista. As isenes pertencem ao grupo dos benefcios fiscais.As operaes isentas no mbito do IVA podem ser: Isenes incompletas ou sem direito deduo a montante, como as isenes nas operaes internas,17 em que os sujeitos passivos no facturam imposto, mas no beneficiam de crdito pelo imposto suportado nas aquisies de inputs necessrios ao exerccio das suas actividades.

Exemplo:A entidade A, uma Universidade de Lisboa, importa dos Estados Unidos um aparelho multifunes, destinado a testar clulas fotovoltaicas, no mbito do desenvolvimento das suas actividades de investigao e ensino. A entidade importadora dedica-se a uma actividade isenta, ao abrigo do artigo 9. do CIVA. Pergunta: Dedicando-se a universidade, entidade importadora, a uma actividade isenta haver lugar a iseno do IVA na importao de um bem, invocando a alnea a) do artigo 13. do CIVA, segundo a qual esto isentas As importaes definitivas de bens cuja transmisso no territrio nacional seja isenta do imposto? Resposta: Ainda que a entidade desenvolva uma actividade isenta, ao abrigo do ponto 9. do artigo 9. do CIVA,18 tal significa que o sujeito passivo (ao caso, a universidade) no liquidar imposto nas vendas (transmisses) e prestaes de servios que realiza (neste caso, o ensino), no havendo, porm, direito a qualquer benefcio no imposto suportado pelas suas aquisies/importaes. Trata-se de uma iseno incompleta: isenta nas operaes a jusante (transmisses), mas com IVA suportado nas operaes de aquisio, a montante. Concretamente, a aquisio em causa, caso se realizasse no mercado interno tambm daria lugar liquidao de imposto. Esta importao, enquanto aquisio (a um pas fiscalmente terceiro) trata-se de uma operao tributvel, efectuada por um sujeito passivo considerado isento.17 18

Consignadas no artigo 9. do CIVA. Segundo o qual, As prestaes de servios que tenham por objecto o ensino, bem como as transmisses de bens e prestaes de servios conexas, como sejam, o fornecimento de alojamento e alimentao, efectuadas por estabelecimentos integrados no Sistema Nacional de Educao ou reconhecidos como tendo fins anlogos pelos ministrios competentes.

20MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

Resumidamente: No havendo, conforme se refere atrs, lugar a iseno, caso a operao se realizasse no mercado interno, igualmente, na importao no poder aplicar-se a iseno, invocando a alnea a) do artigo 13. do CIVA, pelo que dever ser liquidado o respectivo IVA.

As operaes isentas no mbito do IVA podem, igualmente, ser: Isenes completas, com direito deduo nas operaes a montante, como so as exportaes, as quais viabilizam o direito deduo ou reembolso do IVA suportado nas aquisies de bens ou de servios necessrios prpria operao iseno, com crdito do imposto a montante. Dito doutro modo: as isenes21

completas,19

como

as

exportaes,20

constituem

transmisses/vendas isentas montante.

e com direito deduo

nas aquisies a

sobre algumas das isenes do IVA as da competncia DGAIEC, que ir tratar-se.22 Esquematicamente, poder representar-se o objecto deste captulo, como segue:

19 20

Cf. artigo alnea l), n. 1, do artigo 20 do CIVA. Cf. artigo 19. do CIVA. 21 Previstas nos artigos 13. e 15. do CIVA.22

Vide pginas 22 e seguintes.

21MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

DGCI

DGAIEC

IVA

Isenes

Os dois planos rectangulares correspondem rea de competncias de cada uma das entidades: DGCI e DGAIEC. A rea exteriormente limitada por uma elptica maior, corresponde matria do IVA e estende-se pelas reas de competncias de cada uma das duas direces-gerais. A rea limitada exteriormente por uma elptica menor corresponde matria das isenes do IVA - rea cinzenta, da figura -, matria que se estende pelas reas de competncias, tanto da DGCI como da DGAIEC. A rea de isenes que ir ser analisada corresponde rea de isenes do IVA inscrita no rectngulo da DGAIEC (rea da semi-elptica menor, da direita).

22MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

2. Isenes previstas no CIVA As isenes do IVA nas operaes de importao, conferidas no mbito das competncias da DGAIEC tm por base legal o CIVA, complementado por outros diplomas que disciplinam regimes especiais.

O conceito de importao de bens para efeitos de IVA, j tratado anteriormente, dado pelo artigo 5. do CIVA, reforando-se o entendimento expresso atrs, sobre importaes.23

Nas importaes, o IVA e os direitos aduaneiros so exigveis no mesmo momento, ainda que no ocorra dvida de direitos.24

Na prtica, para efeitos de IVA a importao corresponde introduo no consumo do bem.

Para efeitos de tributao em IVA, no releva o facto de a operao de importao se tratar ou no de uma operao onerosa, sendo, igualmente considerada como importao uma aquisio efectuada a ttulo gratuito.

Nas operaes de importao o imposto devido por quem realiza a importao, independentemente de se tratar, ou no, de um sujeito passivo do imposto. Assim no acontece nas transmisses realizadas no mercado interno. Na importao, no releva o facto de se tratar ou no de um sujeito passivo, porque quem deve o imposto so as pessoas singulares ou colectivas que, segundo a legislao aduaneira, realizem importaes de bens.

Ao abordar-se as isenes na importao, sempre que forem tratadas questes ligadas a meios de transporte, ser feita a ligao s isenes, ao abrigo do artigo 14. do CIVA, conferidas a transportes internacionais. Igualmente, h que no perder de vista o que se passa a nvel de isenes no mercado interno, uma vez

23 24

Vide, pgina 13 e seguintes. Cf. alnea c) do artigo 7. do CIVA.

23MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

que so declaradas como isentas na importao as operaes cuja transmisso seja tambm isenta no mercado interno.25

O Artigo 13. do CIVA especificamente dedicado a isenes na importao. A primeira abordagem que se faz s isenes na importao definitiva de bens consagradas na alnea a) do ponto 1. do artigo 13. do Cdigo do IVA corresponde a: operaes cuja transmisso seja isenta no territrio nacional. Destas, interessa seleccionar quais as que tero aplicao nas importaes definitivas de bens e sero, por conseguinte, da responsabilidade das alfndegas. H que separar as isenes conferidas a prestaes de servios, das isenes conferidas s transmisses de bens, para, isolando estas ltimas, nos situarmos na esfera de competncias detidas pelas alfndegas. 2.1. Importaes isentas por equiparao a transmisses isentas no territrio nacional. Isolando, das isenes tratadas no artigo 9. do CIVA, as isenes concedidas a transmisses de bens, apura-se os seguintes bens cuja transmisso objectivamente isenta: 2.1.1. rgos, sangue e leite humanos.26 27Relativamente ao sangue humano, a iseno restringe-se a sangue e seus derivados, obtidos por processos mecnicos sem adio de outras substncias. No se estende a iseno aos produtos sanguneos destinados a anlises clnicas, designadamente, a grupos e factores sanguneos, porque estes produtos sanguneos no so constitudos exclusivamente de sangue humano, contendo, tambm, outras matrias.

25 26 27

Vide, alnea a), n. 1, do artigo 13. do CIVA. Cf. n. 4 do artigo 9. do CIVA. Esta formulao adoptada na legislao nacional corresponde transposio da alnea d), do artigo 132., da Directiva 2006/112/CE de 28 de Novembro, segundo a qual Os estados-membros isentam .../... as entregas de rgos, sangue e leite humanos.

24MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

2.1.2. Selos do correio em circulao e valores selados,28 desde que a transmisso seja efectuada pelo respectivo valor facial.29 2.1.3. Bens relacionados com a actividade bancria ou assimilada: Cheques; Divisas, notas bancrias e moedas, que sejam meios legais de pagamento, com excepo das moedas e notas que no sejam normalmente numismtico; Aces, obrigaes e outros ttulos; Ttulos pblicos ou privados. 30 31 utilizadas como tal ou que tenham interesse

Nos termos do regime especial aplicvel ao ouro para investimento,32 as moedas de ouro deixaram de beneficiar da iseno do IVA anteriormente prevista, no entendimento de que este tipo de moedas no constitui um meio de pagamento actualmente utilizado; podero, no entanto, usufruir de iseno ao abrigo do regime especial aplicvel ao ouro para investimento desde que cumpram os requisitos deste regime.

A importao de papel-moeda em folha (notas bancrias) pode aproveitar a iseno consignada neste normativo, desde que seja efectuada pelo Banco de Portugal, no mbito das competncias que por lei lhe esto cometidas.

As notas bancrias, em princpio, so consideradas como meio legal de pagamento, desde que estejam em circulao.

28 29

30

31

32

Cf. n. 24 do artigo 9. do CIVA. Esta formulao adoptada na legislao nacional corresponde transposio da alnea h), do artigo 135., da Directiva 112/2006/CE do Conselho, de 28 de Novembro, segundo a qual Os estados-membros isentam as seguintes operaes de entrega.../... As entregas, pelo seu valor facial de selos de correio, de selos fiscais e de outros valores similares. Vide n. 27 do artigo 9. do CIVA, na redaco dada pelo DL n. 362/99, de 16 de Setembro. Todavia, as moedas de ouro podem beneficiar de iseno do IVA ao abrigo do DL n. 362/99, desde que cumpram os requisitos relativos ao conceito de ouro para investimento, cf. pgina 76. Esta formulao adoptada na legislao nacional corresponde transposio das alneas c), d) e e), do n. 1, do artigo 135., da Directiva 112/2006/CE do Conselho, de 28 de Novembro. Aprovado pelo DL n. 362/99, de 16 de Setembro.

25MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

O seu enquadramento na alnea a) do n. 1 do artigo 13. do CIVA tem subjacente o fim a que se destinam e o facto de no poderem ser objecto de comercializao.

2.2. Importaes, especificamente isentas33 2.2.1. Embarcaes e outros bens nelas incorporados ou que sejam utilizados para a sua explorao, incluindo o equipamento de pesca34 A iseno conferida a embarcaes condicionada, relativamente aos bens a isentar.

Condies a observar, relativamente aos bens a isentar:35 A iseno abrange apenas as importaes das embarcaes:36

que se encontrem afectas navegao martima em alto mar, devendo ainda, assegurar o transporte remunerado de passageiros ou o exerccio de uma actividade comercial, industrial ou de pesca; de salvamento, assistncia martima e pesca costeira. Esta iseno opera, no s relativamente importao das mencionadas embarcaes, como se estende tambm aos seguintes bens:37 aos objectos nelas incorporados; aos objectos que no estando incorporados, sejam utilizados para a explorao econmica das mesmas. Verificando-se que os bens so utilizados na explorao econmica da embarcao (isenta), deve considerar-se a iseno aplicvel, relativamente a esses bens.

33 34

Este grupo compreende as isenes conferidas ao abrigo do n. 1 do artigo 13. do CIVA. Cf. alnea b), n. 1, do artigo 13. do CIVA 35 A cpia do DAU destinada ao importador far prova suficiente da operao de importao isenta de que o bem foi objecto, nos termos e condies previstas no n 8 do artigo 29. do CIVA. 36 A definio dos tipos de embarcaes abrangidas pela iseno na importao dada pelas alneas d) e e), do n.1, do artigo 14. do CIVA. 37 Nos termos das indicaes expressas na informao vinculativa disponvel.

26MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

2.2.2. Bens

destinados

a

transformaes,

reparaes,

operaes

de

manuteno de embarcaes38 Esta iseno limitada aos bens que se destinem s embarcaes dos tipos abrangidos pelas alneas d) e e) do artigo 14. do CIVA. Abrange, ainda, bens destinados reparao e conservao dos objectos, incluindo o equipamento de pesca, incorporados nas referidas embarcaes ou que sejam utilizados para a sua explorao. Esta iseno condicionada, relativamente aos bens a isentar.

Condies a observar, relativamente aos bens a isentar:39 A iseno abrange apenas os bens de equipamento e materiais necessrios s reparaes destinados a embarcaes:40

que se encontrem afectas navegao martima em alto mar, devendo ainda, assegurar o transporte remunerado de passageiros ou o exerccio de uma actividade comercial, industrial ou de pesca; de salvamento, assistncia martima e pesca costeira. Os bens adquiridos devem, inequivocamente, destinar-se reparao das embarcaes acima tipificadas, sem o que no haver lugar iseno.

Complementarmente, poder consultar-se o ofcio circulado produzido na DGCI sobre este assunto.

38 39

Cf. alnea a), n. 1, do artigo 13. do CIVA. A cpia do DAU destinada ao importador far prova suficiente da operao de importao isenta de que o bem foi objecto, nos termos e condies previstas no n 8 do artigo 29. do CIVA. 40 A definio dos tipos de embarcaes abrangidas pela iseno na importao dada pelas alneas d) e e), n.1, do artigo 14. do CIVA.

27MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

Esta iseno condicionada, relativamente aos sujeitos da operao.

Condies a observar, relativamente ao sujeito da operao: Beneficia da iseno do IVA a importao efectuada directamente pelo reparador, armador ou proprietrio da embarcao, excluindo-se da iseno de imposto as importaes realizadas por intermedirios. O importador deve fazer prova da sua qualidade de reparador, armador ou proprietrio da embarcao em causa, bem como do destino dos bens importados, mediante a apresentao dos documentos adequados ao caso.

Complementarmente, poder consultar-se a informao vinculativa41 produzida na DGCI sobre a aquisio de materiais a incorporar na construo de embarcaes. Segundo este entendimento: No que se refere s aquisies de materiais destinados construo de embarcaes, esta operao no est abrangida por nenhum normativo de iseno;42 a iseno pode aplicar-se apenas s embarcaes cujo destino se conhece. Para bens destinados a uma embarcao cujo destino desconhecido, no se considera a aplicao da iseno, uma vez que o que est em causa ser o licenciamento da embarcao e no exclusivamente as suas caractersticas. Dois casos de bens destinados a duas embarcaes do mesmo tipo, em tese, podero ter tratamento fiscal diferente: uns com iseno, outros sem iseno, tudo dependendo de ser ou no conhecido o destino da embarcao a que se destinem.

41

Vide, Ficha doutrinria DGCI, 2005.

28MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

2.2.3. Aeronaves utilizadas pelas companhias de navegao area que se dediquem principalmente ao trfego internacional43 e dos objectos nelas incorporados ou que sejam utilizados para a sua explorao44 A iseno conferida a aeronaves condicionada, relativamente aos bens a isentar.Condies a observar, relativamente aos bens a isentar:45 Aeronaves utilizadas pelas companhias de navegao area que se dediquem principalmente ao trfego internacional; As companhias de navegao area devem exibir o original ou fotocpia autenticada da declarao emitida pelo Instituto Nacional de Aviao Civil, a certificar que se dedicam principalmente ao trfego internacional.46 A declarao vlida pelo perodo nela estabelecido, devendo juntar-se cpia ao respectivo processo de importao. Objectos nelas incorporados.

Para efeitos de classificao de uma companhia de navegao area como dedicando-se principalmente ao trfego internacional, tem sido adoptado o critrio do volume de negcios. Assim, considera-se como principalmente dedicada ao trfego internacional a companhia de navegao area cujo volume de negcios de trfego internacional superior a 50% do volume de negcios total.47

Para efeitos do IVA, assimilado a trfego internacional o transporte de pessoas com provenincia ou com destino s Regies Autnomas e, ainda, o transporte de pessoas entre as ilhas das mesmas Regies, face ao disposto no n. 4 do artigo 14. do CIVA.

42 43

Nomeadamente, pela alnea f), n. 1, do artigo 14. do CIVA. Cf. se encontram definidas pela alnea g), n. 1, do artigo 14. do CIVA. 44 Cf. alnea c), n. 1, artigo 13. do CIVA. 45 A cpia do DAU destinada ao importador far prova suficiente da operao de importao isenta de que o bem foi objecto, nos termos e condies previstas no n 8 do artigo 29. do CIVA. 46 Cf. alnea c), n. 1, do artigo 13. do CIVA. 47 Cf. entendimento n. 24, divulgado pela DGCI A locao de aeronaves beneficia da iseno da al. g) do n. 1 do art. 14. do CIVA, desde que o locatrio seja uma companhia de navegao area que se dedique principalmente ao trfego internacional, entendendo-se como tais aquelas cujo volume de negcios de trfego internacional superior a 50% do volume de negcios total.

29MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

2.2.4. Bens destinados a transformaes, reparaes e operaes de manuteno de aeronaves Esta iseno limitada aos bens que se destinem s aeronaves dos tipos referidos na alnea g) do n. 1. do artigo 14 do CIVA. Abrange, no entanto, bens destinados reparao e operaes de manuteno dos objectos incorporados nessas aeronaves ou que sejam utilizados para a sua explorao.48 Esta iseno condicionada, relativamente aos bens a isentar.

Condies a observar, relativamente aos bens a isentar:49 Bens destinados a aeronaves utilizadas pelas companhias de navegao area que se dediquem principalmente ao trfego internacional. Bens destinados reparao e operaes de manuteno dos objectos incorporados nessas aeronaves ou que sejam utilizados para a sua explorao.

Complementarmente, poder consultar-se o ofcio circulado produzido na DGCI sobre este assunto.

Esta iseno ainda condicionada, relativamente ao sujeito da operao.Condies a observar, relativamente aos sujeitos a isentar: A importao dos bens destinados a transformaes, reparaes e operaes de manuteno de aeronaves, apenas beneficia da iseno do IVA se efectuada directamente pelo reparador ou proprietrio da aeronave, excluindose as realizadas por intermedirios.

48 49

Cf. alnea g), n. 1, do artigo 14. do CIVA. A cpia do DAU destinada ao importador far prova suficiente da operao de importao isenta de que o bem foi objecto, nos termos e condies previstas no n 8 do artigo 29 do CIVA.

30MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

2.2.5. Bens de abastecimento de embarcaes e aeronaves que, desde a entrada em territrio nacional at chegada ao porto ou aeroporto nacionais de destino e durante a permanncia nos mesmos pelo perodo normal necessrio ao cumprimento das suas tarefas, sejam consumidos ou se encontrem a bordo das embarcaes que efectuem navegao martima internacional ou de avies que efectuem navegao area internacional.50 A iseno conferida a bens de abastecimento condicionada.Condies a observar, relativamente aos bens de abastecimento a isentar: Devem estar includos num dos grupos seguintes:51

Provises de bordo, considerando-se como tais os produtos destinados exclusivamente ao consumo da tripulao e dos passageiros;* Combustveis, carburantes, lubrificantes e outros produtos destinados ao funcionamento das mquinas de propulso e de outros aparelhos de uso tcnico instalados a bordo;** Produtos acessrios destinados preparao, tratamento e conservao das mercadorias transportadas a bordo. *Esta iseno no aplicvel a provises de bordo que se encontrem nas seguintes embarcaes:52 As que estejam a ser desmanteladas ou utilizadas em fins diferentes da realizao dos que so prprios da navegao martima internacional, enquanto durarem tais circunstncias; As utilizadas como hotis, restaurantes ou casinos flutuantes ou para fins semelhantes, durante a sua permanncia num porto ou em guas territoriais ou interiores do territrio nacional; As de recreio, durante a sua permanncia num porto ou em guas territoriais ou interiores do territrio nacional; As de pesca costeira; As de guerra com pavilho portugus. **Igualmente, esta iseno no aplicvel a: Combustveis e carburantes que no sejam os contidos nos depsitos normais.

50 51

Cf. alnea d), n. 1, artigo 13. do CIVA. De acordo com a definio dada pelo n. 3 do artigo 14. do CIVA. 52 Cf. n. 3 do artigo 13. do CIVA.

31MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

2.2.6. Produto da pesca resultante das capturas efectuadas por armadores de navios e que no tenha sido objecto de operaes de transformao53 A iseno conferida a bens de abastecimento condicionada.Condies a observar cumulativamente, em relao aos bens a isentar: Os produtos de pesca no devem ter sido objecto de operaes de transformao; Os produtos devem ser resultantes de capturas efectuadas pelo armador do navio; Os produtos de pesca devem no ter sido, ainda, objecto de qualquer transmisso.

No se considera como operaes de transformao as operaes destinadas a conservar os produtos para comercializao, se forem efectuadas em momento anterior sua primeira transmisso.54Condies a observar em relao ao sujeito: A importao deve ser efectuada por um armador de navio.

2.2.7. Ouro importado pelo Banco de Portugal55 Trata-se de uma iseno mista, no sentido em que a mesma abrange objectivamente um bem o ouro, assim como, simultaneamente, condiciona o sujeito da operao o Banco de Portugal.

Condies a observar em relao ao sujeito: A importao deve ser efectuada pelo Banco de Portugal

2.2.8. Gs, importado atravs do sistema de distribuio de gs natural, e electricidade5653 54

Cf. alnea e), n. 1, do artigo 13. do CIVA. Vide, alnea e), n. 1, do artigo 13. do CIVA.

32MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

Condies a observar em relao aos bens: No caso do gs, apenas pode habilitar-se iseno aquele que for importado atravs do sistema de distribuio de gs natural.

2.2.9. Triciclos, cadeiras de rodas, com ou sem motor, automveis ligeiros de passageiros ou mistos para uso prprio das pessoas com deficincia,57 de acordo com os condicionalismos previstos no CISV,58 devendo o benefcio ser requerido nos termos estabelecidos naquele cdigo. Esta iseno tambm abrange os quadriciclos motorizados, desde que possuam caractersticas especficas que permitam a sua utilizao pelas pessoas com deficincia.

Relativamente apreciao de pedidos de iseno de imposto sobre operaes que envolvam estes bens, a competncia da DGAIEC vai alm das operaes de importao, estendendo-se quer s transmisses realizadas no territrio nacional quer s aquisies intracomunitrias.59

A alienao destes veculos, importados com iseno do IVA, antes de decorridos cinco anos, contados a partir da data em que ocorreu a sua importao,60 implica o pagamento do IVA correspondente ao preo de venda. O montante do IVA a cobrar no poder ser inferior ao que resulta da aplicao ao preo do veculo novo data de venda (com excluso do IVA), das percentagens referidas no n. 2 do artigo 3.- A do Decreto-Lei n. 143/86, de 16 de Junho.

55 56

Cf. alnea h), n. 1, do artigo 13. do CIVA. Cf. alnea i), n. 1, do artigo 13. do CIVA.. 57 Cf. alnea j), n. 1, do artigo 13. do CIVA. 58 CISV, aprovado pela Lei n. 22-A/2007, de 29 de Junho. 59 Cf. n. 8 e n. 1, do artigo 15. do RITI. 60 Conforme o disposto no n. 9 do artigo 15. do CIVA. Este preceito tambm se aplica aos veculos para uso prprio de pessoas com deficincia, adquiridos noutro EM.

33MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

As percentagens referidas no artigo 3.-A do Decreto-Lei n. 143/86, de 16 de Junho,61 so as que constam do quadro seguinte:

Anos a partir da aquisio Percentagens 1. e 2.....................................................Totalidade 3...................................................................75 4...................................................................50 5...................................................................25

O pagamento do imposto devido deve efectuar-se junto da alfndega competente para a cobrana do ISV. Aps cinco anos, contados a partir da data em que ocorreu a importao, tratar-se- de uma venda nas condies idnticas de um veculo sem caractersticas especficas que permitam a sua utilizao pelas pessoas com deficincia sem liquidao de imposto.

O sistema fiscal consagra, assim, um benefcio para que as pessoas, com determinado grau e tipo de deficincia, possam adquirir um veculo motorizado ou uma simples cadeira de rodas sem motor, a fim de se tornarem o mais independente possvel de terceiros, se integrarem e participarem na sociedade.

2.2.10. Bens reimportados no estado em que foram exportados, por parte de quem os exportou, e que beneficiem de franquia aduaneira62

Condies a observar, cumulativamente, em relao aos bens de retorno, para poderem beneficiar da iseno: Sejam reimportados pela mesma entidade que procedeu sua exportao; Beneficiem de franquia de direitos aduaneiros. Esta iseno prossegue a iseno dos direitos aduaneiros na reimportao de uma mercadoria, ao abrigo do artigo 185. do CAC, apenas com a excepo prevista na alnea g) do artigo 13. do CIVA, que exige que o reimportador coincida com o exportador da mercadoria.

61 62

Na redaco dada pelo DL n. 296/2001, de 21 de Novembro. Cf. alnea g), n. 1, do artigo 13. do CIVA.

34MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

A regulamentao aduaneira no obriga, para efeitos de aplicao da franquia de direitos, a que as mercadorias de retorno sejam reintroduzidas no territrio aduaneiro da comunidade pela mesma entidade que procedeu sua exportao. Em resumo: Caso a situao beneficie de iseno de direitos aduaneiros, apenas necessrio comprovar que o reimportador coincide com o exportador para que a mercadoria beneficie igualmente da iseno do IVA, na sua reimportao.

35MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

2.3. Outras importaes isentas63 O nmero 2. do artigo 13. e o artigo 15. do CIVA tratam das isenes do IVA conferidas s importaes de bens, a saber: a) O nmero 2. do artigo 13. do CIVA dirigido a: importaes no mbito de acordos e convnios internacionais de que Portugal seja parte, nas condies e limites acordados;64 importaes no mbito das relaes diplomticas e consulares que beneficiem de franquia aduaneira,65 ou seja, dos privilgios concedidos s representaes diplomticas e consulares, observando as regras adoptadas pelo direito comunitrio a nvel das franquias aduaneiras;66

As isenes de IVA neste grupo de importaes esto condicionadas verificao de reciprocidade entre Portugal e o pas a que pertence a respectiva representao diplomtica ou consular.

importaes por organizaes internacionais reconhecidas por Portugal67 e, bem assim, pelos membros dessas organizaes, ficando essas importaes sujeitas aos limites e condies fixados nas convenes internacionais que instituram as referidas organizaes ou nos acordos de sede; importaes no mbito do Tratado do Atlntico Norte, pelas foras armadas dos outros Estados que so Partes do referido Tratado, para uso dessas foras armadas ou do elemento civil que as acompanha ou para o aprovisionamento das suas messes ou

63

Este grupo compreende as isenes conferidas ao abrigo do n. 2 do artigo 13. do CIVA. alnea a), n. 2, artigo 13 do CIVA. 65 Cf alnea b), n. 2, artigo 13 do CIVA. 66 Cf. DL n. 143/86, de 16 de Junho, com a redaco dada pelo DL n. 296/2001. 67 Cf alnea c), n. 2, artigo 13 do CIVA.

64

Cf

36MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

cantinas, quando as referidas foras se encontrem afectas ao esforo comum de defesa.68 b) Isenes concedidas ao abrigo do Artigo 15., n. 1, alnea a) Esto isentas de IVA as importaes de bens colocados em regime de entreposto no aduaneiro, desde que no se destinem a utilizao definitiva ou consumo final e enquanto se mantiverem sob esse regime. O regime de entreposto no aduaneiro69 aplicvel aos bens sujeitos a IEC, nos termos do respectivo Cdigo.

Considera-se que um bem tem utilizao definitiva ou consumo final quando, embora utilizado no processo de fabrico, no se incorpora no bem final. Por conseguinte, a iseno contemplada no artigo 15. do CIVA abrange: os produtos sujeitos aos impostos especiais sobre o consumo; e os bens e/ou matrias-primas que entram nos entrepostos para incorporarem aqueles produtos, durante o seu processo de fabrico, por exemplo: crude, nafta, ramas de tabaco, cigarros, acar, mosto, vinho, rolhas, rtulos, invlucros de venda ao pblico (maos, garrafas, caixas). Contrariamente, esto excludos desta iseno os bens subsidirios ou de consumo, que no incorporam fisicamente os produtos finais, embora sejam utilizados no processo produtivo, tal como acontece com os bens do activo imobilizado.70

Esto em causa bens que tm uma utilizao definitiva ou consumo

final nos entrepostos no aduaneiros, como por exemplo: os estrados, os filtros, os suportes utilizados no enrolamento, na dobragem ou na fixao de mercadorias.

68 69

Cf alnea d), n. 2, artigo 13 do CIVA. Este regime tambm se aplica aos bens descritos no Anexo C ao CIVA, no entanto inexistente a sua regulamentao interna. 70 Activo imobilizado corpreo - Bens tangveis, mveis ou imveis, os quais esto registados no imobilizado de uma empresa, com carcter de permanncia superior a um ano e so por aquela utilizados na sua actividade operacional., in Glossrio Fiscal, IAPMEI.

37MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

3. Isenes previstas em legislao avulsa 3.1. Conferidas ao abrigo do Decreto-Lei n. 31/89, de 25 de Janeiro O DL n. 31/89, de 25 de Janeiro fixa o regime de iseno do IVA na importao definitiva de bens. Este decreto-lei teve por base a Directiva n. 83/181/CEE do Conselho, de 28 de Maro de 1983,71 que estabelece disposies fiscais comunitrias em matria de iseno do IVA na importao definitiva de bens que provenham de pases terceiros.72 Este diploma corresponde, em matria de direitos aduaneiros, ao Regulamento(CE) n. 1186/2009 do Conselho, de 16 de Novembro de 2009,73

embora existam

situaes de no coincidncia entre os dois regimes. As isenes do IVA na importao tm um procedimento comum, relativamente ao preenchimento da declarao aduaneira de importao, que : meno IVA na casa 44 da respectiva adio. Esta meno significa que a importao dos bens a que a declarao reporta uma operao isenta de IVA. A meno IVA combinada com o cdigo nacional constante na segunda subcasa da casa 37, relativa a Regime, permite apurar o regime especfico de iseno do IVA aplicvel.74

Quando existe equiparao entre a iseno do IVA e as franquias aduaneiras previstas no Regulamento (CE) N. 1186/2009, os interessados devem cumprir as formalidades constantes das instrues de aplicao daquele regulamento, sem prejuzo do que se encontra estabelecido na legislao fiscal.

71

Tem igualmente por base a Directiva n. 68/297/CEE do Conselho, de 19 de Junho de 1968, relativa s isenes fiscais aplicveis s importaes de combustvel contido nos reservatrios dos veculos comerciais. 72 Esta directiva foi revogada pela Directiva n. 2009/132/CE do Conselho, de 19 de Outubro de 2009, que a codifica. 73 Nos termos do respectivo artigo 1., o Regulamento (CE) N. 1186/2009 do Conselho, de 16 de Novembro de 2009, determina os casos em que, devido a circunstncias especiais, concedida franquia de direitos de importao / quando as mercadorias so introduzidas em livre prtica/. 74 Cf. Manual da Declarao Aduaneira de Importao

38MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

Sempre que, para beneficiar da iseno do IVA ao abrigo do DL n. 31/89, seja exigida a aprovao prvia das entidades importadoras pelo Ministro das Finanas, consideram-se como vlidas as aprovaes efectuadas no mbito do regulamento acima identificado. Nas situaes em que no existe equiparao entre a iseno fiscal e a franquia aduaneira e a competncia para a sua atribuio seja do verificador, o interessado deve formular o pedido de iseno do IVA na folha de pedidos ou em qualquer outro documento aceite, junto declarao aduaneira.

Do DL n. 31/89, apura-se os seguintes bens cuja importao isenta: 3.1.1. Bens pessoais pertencentes a particulares que transferem a sua residncia habitual de um pas terceiro para o territrio nacional75

i. Condies a observar:

Relativamente aos bens:

Sejam bens pessoais.Considera-se como bens pessoais, nomeadamente: O recheio de casa; Os velocpedes e os motociclos, os veculos rodovirios a motor e respectivos reboques, as caravanas, as habitaes mveis, os barcos de recreio e os avies de turismo; As provises de casa que correspondam a um abastecimento familiar normal, os animais domsticos e os cavalos de sela, assim como os instrumentos portteis de artes mecnicas ou de profisses liberais necessrios ao exerccio da profisso do interessado.76

Tenham estado na posse do proprietrio e, no caso de bens no consumveis, por si utilizados durante pelo menos seis meses, antes da data em que deixou de ter a sua residncia habitual naquele pas.

75 76

Cf. artigos 2. a 10. do DL n. 31/89. Cf. alnea b), n. 2 e n. 3, do artigo 1. do DL n. 31/89.

39MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

Se destinem a ser utilizados para os mesmos fins na sua residncia normal em territrio nacional. Tenham sido adquiridos nas condies gerais de tributao do pas de onde so enviados.

Esta condio exclui do benefcio de iseno na importao os bens que tenham, na origem, sido exportados com benefcios fiscais.

Relativamente ao proprietrio dos bens:

Que o proprietrio tenha residido fora da Comunidade pelo menos doze meses consecutivos.77Contudo, as autoridades competentes podem conceder derrogaes a essa imposio temporal, de doze meses consecutivos, desde que a inteno do interessado tenha sido claramente a de residir fora do territrio aduaneiro da Comunidade78 durante um perodo mnimo de doze meses. A legislao de alguns pases restringe o tempo de permanncia das pessoas no seu territrio a perodos limitados, findos os quais as pessoas devem sair do pas; Nestas situaes: contabiliza-se o tempo total de permanncia no pas terceiro, devendo a sua soma perfazer os doze meses, tendo por base os contratos de trabalho ou os recibos dos salrios, e o certificado emitido pela entidade consular competente. Os processos de pedidos de iseno devero ser apreciados com a apresentao de: Fotocpia dos contratos de trabalho ou dos recibos dos salrios; e Documento emitido pelas autoridades administrativas locais que ateste os perodos em que o interessado permaneceu nesse pas. Sempre que na apreciao de um processo sejam suscitadas dvidas quanto ao facto da permanncia sazonal decorrer da legislao em vigor no pas de provenincia, os servios aduaneiros devem exigir elementos complementares de prova.

77

Cf. artigo 4. do DL n. 31/89.

40MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

ii. Condies particulares relativas aos meios de transporte79 Os meios de transporte includos nos bens pessoais pertencentes a particulares que transferem a sua residncia habitual de um pas terceiro para o territrio nacional, haver ainda que reforar o seguinte:

Que o proprietrio esteja habilitado para a sua conduo.A expresso legalmente habilitado80

mencionada a propsito da iseno

aplicvel na importao de veculos rodovirios a motor, de barcos de recreio e de avies de turismo, a iseno s ser concedida se o particular interessado estiver legalmente habilitado para a sua conduo, governo ou pilotagem, respectivamente: Considera-se como cumprida a condio de legalmente habilitado quando o interessado apresente uma carta de conduo, que o habilite a conduzir no pas de provenincia ou no territrio nacional. A referida condio deve verificar-se na data em que o particular cancele a sua residncia em pas terceiro.

Que o perodo de 6 meses de utilizao81 do meio de transporte seja contado:

a partir da data constante do ttulo de registo de propriedade ou do livrete, ou, na sua falta, do documento equivalente. nos contratos de leasing, a partir do incio do contrato, no obstante a transferncia do direito de propriedade do veculo,

78

Nos termos da alnea e), n. 2, do artigo 1. do DL n. 31/89, Comunidade, designa o territrio dos Estados membros em que vigora o sistema comum de IVA. 79 Com excluso dos meios de transporte comerciais face ao disposto na alnea c) do artigo 5. do DL n. 31/89. Sobre a definio de meio de transporte comercial, segundo o n. 2 do artigo 82. do mesmo diploma, entende-se por: Veculo automvel comercial, todo e qualquer veculo rodovirio a motor, incluindo os tractores com ou sem reboque, que, pelo seu tipo de construo e equipamento, esteja apto e se destine ao transporte, remunerado ou no, de mais de nove pessoas, incluindo o condutor ou de mercadorias, bem como todo e qualquer veculo rodovirio afecto a uma utilizao especfica diferente do transporte propriamente dito. 80 Mencionada no n. 3 do artigo 10. do DL n. 31/89. 81 Previsto como tempo de utilizao mnimo para os bens pessoais pertencentes a particulares que transferem a sua residncia habitual de um pas terceiro para o territrio nacional poderem beneficiar da iseno, ao abrigo do DL n. 31/89.

41MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

do locador para o locatrio, apenas se verificar no final do contrato.

Esse perodo mnimo de 6 meses poder ser comprovado por meio do seguro do veculo em nome do particular, por exemplo, para o caso de contrato de leasing.

Que no existe um nmero limite na importao de meios de transporte

O diploma no estabelece, para efeitos de iseno do IVA, um nmero limite de meios de transporte, pelo que um particular, por ocasio da transferncia de residncia habitual para Portugal, pode importar, por exemplo, um ou dois veculos automveis e/ou um motociclo e uma embarcao de recreio, desde que se dem por cumpridos os restantes condicionalismos previstos na lei.

iii. Esto excludos da iseno:

Os produtos alcolicos;Deve entender-se por produtos alcolicos, /cervejas, vinhos, aperitivos que tenham por base o vinho ou o lcool, aguardentes, licores, bebidas espirituosas e outros produtos includos nas posies 2203 a 2208 da nomenclatura combinada.82

O tabaco e os produtos de tabaco; Os meios de transporte comerciais;83 Os materiais para uso profissional, com excepo dos instrumentos portteis de artes mecnicas ou de profisses liberais considerados como bens pessoais.84

82 83

Nos termos da alnea d), n. 2, do artigo 2. do DL n. 31/89. Com excluso dos meios de transporte comerciais face ao disposto na alnea c) do artigo 5. do DL n. 31/89. Sobre a definio de meio de transporte comercial, segundo o n. 2 do artigo 82. do mesmo diploma, entende-se por: Veculo automvel comercial, todo e qualquer veculo rodovirio a motor, incluindo os tractores com ou sem reboque, que, pelo seu tipo de construo e equipamento, esteja apto e se destine ao transporte, remunerado ou no, de mais de nove pessoas, incluindo o condutor ou de mercadorias, bem como todo e qualquer veculo rodovirio afecto a uma utilizao especfica diferente do transporte propriamente dito.

42MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

iv.

Prazos Os prazos a tomar em considerao, para efeitos de aplicao da iseno conferida aos bens pessoais por ocasio de transferncia de residncia so os seguintes:

Os bens devem ter estado na posse do proprietrio e por si utilizados, durante pelo menos seis meses antes da data em que deixou de ter a sua residncia habitual naquele pas.

O proprietrio deve ter residido fora da Comunidade pelo menos doze meses consecutivos. Regra geral, os bens pessoais devem ser declarados para introduo no consumo at ao prazo mximo de um ano a contar da data em que o interessado tenha fixado a sua residncia normal em territrio nacional.85 A excepo a esta regra ocorrer apenas para casos devidamente justificados.

Pode a importao dos bens pessoais ser efectuada em uma ou vrias vezes, dentro do prazo de doze meses acima mencionado.86

Poder, ainda esta iseno ser concedida antes de o interessado fixar a sua residncia normal em territrio nacional, mediante compromisso por ele assumido de a se fixar efectivamente no prazo de seis meses, ficando a importao dos bens sujeita prestao de garantia. A verificar-se a importao antes de o interessado fixar a sua residncia normal em territrio nacional, o prazo de seis meses de utilizao na anterior residncia ser calculado a partir da data de aceitao da declarao para introduo no consumo.87

Os bens pessoais importados com benefcio de iseno no podem, durante pelo menos um ano a contar da data de aceitao da declarao aduaneira, ser objecto de cesso a qualquer ttulo (gratuito ou oneroso) nem de locao, excepto nos casos autorizados pelo

84 85

Cf. alnea b) do n. 2 e alnea c) do n. 3, do artigo 1. do DL n. 31/89. Cf. n. 1 do artigo 6. do DL n. 31/89. 86 Cf. n. 2 do artigo 6. do DL n. 31/89. 87 Cf. artigo 8. do DL n. 31/89.

43MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

Ministro das Finanas. Em caso de alienao88 dos bens pessoais importados com iseno antes de decorrido um ano, haver lugar aplicao do IVA relativo aos bens em causa segundo a taxa em vigor data da alienao, para tais bens e tomando por base o valor reconhecido ou aceite nessa data pelas autoridades aduaneiras. A aplicao do imposto, neste caso, ocorrer sem prejuzo de eventual procedimento por infraco fiscal.89

Resumidamente, existem trs datas fundamentais a considerar na importao destes bens com benefcio de iseno: Data em que o interessado deixou a residncia em pas terceiro, para efeitos de contagem de tempo: em que os bens pessoais estiveram na posse e utilizao do particular; em que o particular manteve residncia em pas terceiro. Data em que o particular fixou a residncia em Portugal, para efeitos de contagem de tempo em que os bens devem ser introduzidos no consumo com benefcio de iseno. Data de aceitao da declarao de introduo dos bens no consumo, para efeitos de contagem do tempo em que ser admitida a respectiva alienao, se for o caso.90

3.1.2. Bens importados por ocasio do casamento O enxoval e os bens mveis, ainda que novos, pertencentes a uma pessoa que transfira a sua residncia normal de um pas situado fora da Comunidade para o territrio nacional por ocasio do seu casamento beneficiam de iseno de imposto na importao.91 Essa iseno condicionada.92

88 89

O mesmo se passa com o aluguer, o emprstimo e a penhora. Cf. artigo 7. do DL n. 31/89. 90 O mesmo se passa com o aluguer, o emprstimo e a penhora. 91 Cf. n. 1 do artigo 11. do DL n. 31/89. 92 Cf. artigos 12. a 15. do DL n. 31/89.

44MANUAL DO IVA Vertente aduaneira Abril de 2010

MINISTRIO DAS FINANAS DIRECO-GERAL DAS ALFNDEGAS E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMODireco de Servios dos Impostos sobre os Veculos Automveis e o Valor Acrescentado

i.

Condies a observar:

Relativamente aos bens: Sejam:

O enxoval e os bens mveis;93 Os presentes habitualmente oferecidos por ocasio do casamento.94

Estes devem Ter valor unitrio no superior a 1000 euros; Oferecidos por pessoas com residncia normal fora da Comunidade; Destinados a uma pessoa que por ocasio do seu casamento transfira a sua residncia normal de um pas situado fora da Comunidade para o territrio nacional.

Relativamente ao proprietrio dos bens:

Tenha a sua residncia normal fora da Comunidade desde h, pelo menos, doze meses consecutivos.95 Apresente prova de que o casamento se celebrou ou de que foram iniciadas as diligncias oficiais para a sua celebrao.

ii. Casos Particulares

Em relao aos bens para os quais s