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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) Todas as marcas ou nomes de empresa referidos neste manual servem única e exclusivamente propósitos pedagógicos e nunca devem ser considerados infracção à propriedade intelectual de qualquer dos proprietários. Ficha Técnica Título: Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) Autor: Ideias Ambientais (de Sílvia Chambel) Editor: Companhia Própria – Formação e Consultoria, Lda. Parque das Nações, Alameda dos Oceanos, Lote 4.24.01.A, 1º A, 1990-502 Sacavém Tel.: 218 967 200 Fax: 218 967 202 www.companhiapropria.pt [email protected] [email protected] Entidades Promotoras e Apoios: Companhia Própria – Formação e Consultoria Lda. e Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS), co-financiado pelo Estado Português e pela União Europeia, através do Fundo Social Europeu. Ministério da Segurança Social e do Trabalho. Coordenador: Luís Ferreira Equipa Técnica: Ideias Ambientais (de Sílvia Chambel) Zona Envolvente à Praça de Touros Nº 22 - 4º Dto. 2860 - 423 Moita Telemóvel: 962321950 [email protected] [email protected] [email protected] http://www.ideiasambientais.com.pt Revisão, Projecto Gráfico, Design e Paginação: E-Ventos CDACE Pólo Tecnológico de Lisboa, Lote 1 – Edifício CID Estrada do Paço do Lumiar, 1600 – 546 LISBOA Tel: 217 101 141; Fax: 217 101 103 [email protected] © Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda, 2007, 1.ª edição

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

Todas as marcas ou nomes de empresa referidos neste manual servem única e exclusivamente propósitos pedagógicos e nunca devem ser

considerados infracção à propriedade intelectual de qualquer dos proprietários.

Ficha Técnica Título: Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental

(SGA)

Autor: Ideias Ambientais (de Sílvia Chambel)

Editor: Companhia Própria – Formação e Consultoria, Lda.

Parque das Nações, Alameda dos Oceanos, Lote 4.24.01.A, 1º A,

1990-502 Sacavém Tel.: 218 967 200 Fax: 218 967 202

www.companhiapropria.pt

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Entidades Promotoras e Apoios:

Companhia Própria – Formação e Consultoria Lda. e Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS), co-financiado pelo Estado Português e pela União Europeia, através do Fundo Social Europeu.

Ministério da Segurança Social e do Trabalho.

Coordenador: Luís Ferreira

Equipa Técnica:

Ideias Ambientais (de Sílvia Chambel)

Zona Envolvente à Praça de Touros

Nº 22 - 4º Dto.

2860 - 423 Moita

Telemóvel: 962321950

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http://www.ideiasambientais.com.pt

Revisão, Projecto Gráfico,

Design e Paginação:

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Pólo Tecnológico de Lisboa, Lote 1 – Edifício CID

Estrada do Paço do Lumiar, 1600 – 546 LISBOA

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© Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda, 2007, 1.ª edição

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

Índice

FICHA TÉCNICA .............................................................................................................................1

ÍNDICE ..........................................................................................................................................2

ÍNDICE DE FIGURAS ......................................................................................................................3

ENQUADRAMENTO .........................................................................................................................4

ÁREA PROFISSIONAL.....................................................................................................................4

OBJECTIVOS GLOBAIS ...................................................................................................................4

CURSO / SAÍDA PROFISSIONAL ....................................................................................................4

CONTEXTUALIZAÇÃO DA SAÍDA PROFISSIONAL............................................................................4

NÍVEL DE FORMAÇÃO / QUALIFICAÇÃO.........................................................................................4

COMPONENTE DE FORMAÇÃO ........................................................................................................4

UNIDADES DE FORMAÇÃO E DURAÇÃO (40H)................................................................................5

OBJECTIVOS E CONTEÚDOS...........................................................................................................5

VANTAGENS DE IMPLEMENTAR UM SGA ........................................................................................7

A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL .........................................................................................................26

NORMAS DE GESTÃO AMBIENTAL ................................................................................................35

REQUISITOS DA ISO 14001.........................................................................................................43

IMPLEMENTAÇÃO DE SGA ............................................................................................................72

ASPECTOS PRÁTICOS DE SGA ......................................................................................................79

AUDITORIAS AMBIENTAIS ..........................................................................................................85

TESTES DE AVALIAÇÃO E RESOLUÇÕES .......................................................................................94

CHECKLISTS (LISTAS DE VERIFICAÇÃO) ...................................................................................104

CASOS DE ESTUDO.....................................................................................................................117

GLOSSÁRIO ...............................................................................................................................126

BIBLIOGRAFIA ..........................................................................................................................128

LINKS ÚTEIS..............................................................................................................................129

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Índice de Figuras

Figura [1] – Análise do ciclo de vida de um produto 9

Figura [2] – Procedimento de AAE 11

Figura [3] – Ciclo associado ao Sistema de Gestão Ambiental 17

Figura [4] – Vantagens do SGA 18

Figura [5] – Boas práticas ambientais 19

Figura [6] – Resumo das técnicas comuns para tratamento de efluentes gasosos 24

Figura [7] – Ciclo da melhoria contínua 36

Figura [8] – Ciclo de Deming 44

Figura [9] – Política Ambiental 45

Figura [10] – 3 Pilares da Política Ambiental 46

Figura [11] – Política Ambiental 47

Figura [12] – Planeamento 48

Figura [13] – Levantamento de impactes significativos 49

Figura [14] – Exemplo de objectivos e metas 53

Figura [15] – Tipo de Indicadores 54

Figura [16] – Estrutura de PGA 54

Figura [17] – Exemplo de um PGA 55

Figura [18] – Função e campos de intervenção no SGA 56

Figura [19] – Competência 58

Figura [20] – 5 questão para elaborar Plano de Formação 59

Figura [21] – 4 níveis documentais 61

Figura [22] – Formas de controlo de documentos 63

Figura [23] – Exemplo de lista de distribuição 63

Figura [24] – Fluxograma de controlo de documentos 63

Figura [25] – Etapas para elaborar procedimentos de controlo 64

Figura [26] – Fases para elaborar Programa de Prevenção 65

Figura [27] – Elementos dos Planos de Emergência 66

Figura [28] – Não conformidade 68

Figura [29] – Levantamento inicial 72

Figura [30] – Sensibilização da gestão 73

Figura [31] – Política Ambiental 73

Figura [32] – Equipa de Projecto 73

Figura [33] – Plano de implementação 73

Figura [34] – Formação da equipa de Projecto em SGA 74

Figura [35] – Planeamento 74

Figura [36] – Implementação e Operação 75

Figura [37] – Verificação e Acções Correctivas 75

Figura [38] – Certificação 76

Figura [39] – Fluxograma da certificação 76

Figura [40] – Cronograma de implementação de SGA 77

Figura [41] – Classificação de critérios 79

Figura [42] – Fluxograma de Avaliação de impactes 80

Figura [43] – Matriz de Avaliação de impactes 81

Figura [44] – Classificação de indicadores pela ISO 14031 82

Figura [45] – Fases da comunicação 87

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Enquadramento

O presente manual tem como principal objectivo o acompanhamento do curso de formação em Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) – Norma ISO 14001.

ÁREA PROFISSIONAL

Este manual enquadra-se na área profissional de Ambiente – Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) (NP ISO 14001). Foi especialmente concebido para todos os executivos, quadros dirigentes, empresários, gestores funcionais e técnicos que desenvolvem a sua actividade na área ambiental e que pretendam implementar, rever e manter o seu SGA ou simplesmente adquirir conhecimentos sobre esta temática, na vertente da Norma ISO 14001.

OBJECTIVOS GLOBAIS

No final da formação, o formando deve estar apto a compreender a importância da implementação de SGA segundo a norma ISO 14001 e adquirir conhecimentos para a sua implementação.

CURSO / SAÍDA PROFISSIONAL

O objectivo deste curso consiste em proporcionar aos participantes conhecimentos e ferramentas de como implementar e manter um Sistema de Gestão Ambiental, segundo a norma ISO 14001.

Este curso destina-se essencialmente a técnicos superiores que desempenham um papel activo na área ambiental e está orientado em conteúdos e metodologia especialmente para Técnicos Superiores e Quadros de Pequenas e Médias Empresas bem como para Profissionais Liberais.

No que respeita à empregabilidade, o formando do curso poderá desempenhar funções na área do Ambiente, sobretudo com objectivo de manter e garantir a eficácia do SGA, acompanhar auditorias e até mesmo poder vir a ser auditor interno. Os participantes reunirão competências no âmbito desta área e obterão saídas profissionais a desempenhar funções dentro desta temática.

CONTEXTUALIZAÇÃO DA SAÍDA PROFISSIONAL

A frequência deste curso permite aos formandos adquirir competências no âmbito de Sistemas de Gestão Ambiental, sobretudo na aplicação prática da Norma NP ISO 14001. Em termos de empregabilidade, as hipóteses são vastas, uma vez que qualquer organização pode implementar um SGA, independentemente da sua natureza ou dimensão.

NÍVEL DE FORMAÇÃO / QUALIFICAÇÃO

Poderão frequentar as acções de formação, apoiadas neste manual, indivíduos com qualificações de nível IV e V, independentemente da área vocacional, tendo que cumprir, no entanto, um conjunto de pré requisitos em termos de conhecimentos na área de Ambiente.

COMPONENTE DE FORMAÇÃO

Através deste manual poderão ser leccionados cursos como “Auditorias Internas” ou “Diagnósticos Ambientais”. Este manual permite clarificar conceitos, âmbitos e exigências expressas na Norma ISO 14001.

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UNIDADES DE FORMAÇÃO E DURAÇÃO (40H)

• Introdução (1 hora)

• Vantagens de Implementar um SGA (2 horas)

• Legislação Ambiental (2 horas)

• Normas de Gestão Ambiental (4 horas)

• Requisitos da Norma ISO 14001 (8 horas)

• Implementação de SGA (10 horas)

• Aspectos práticos de SGA (5 horas)

• Auditorias Ambientais (4 horas)

• Exercícios e Avaliação (4 horas)

OBJECTIVOS E CONTEÚDOS

Conteúdos Objectivos Gerais

Vantagens de Implementar SGA • O que é SGA • Requisitos do SGA • Vantagens do SGA

Legislação Ambiental • Qualidade do ar • Água • Resíduos • Energia • Ruído • Outros

Normas de SGA • Norma Internacional NP EN ISO 14001:2004 • EMAS – Sistema Comunitário de Ecogestão • Principais diferenças

Requisitos ISO 14001 • Requisitos gerais • Política Ambiental • Planeamento: Aspectos ambientais; Requisitos legais e

outros; Objectivos, metas e programa. • Implementação e Funcionamento: Recursos, atribuições,

responsabilidades e autoridade; Competências, formação e sensibilização; Comunicação; Documentação; Controlo de documentos; Controlo operacional; Preparação e capacidade de resposta a emergência.

• Verificação: Monitorização e Medição; Avaliação de conformidade; Não conformidades, Acções correctivas e preventivas; Controlo de registos; Auditoria interna.

• Revisão pela gestão

Implementação do SGA • Identificar os principais passos a dar e como implementar este processo de forma prática.

• Realizar cronogramas

Aspectos práticos do SGA • Avaliação de impactes ambientais • Desempenho ambiental • Auditorias internas

Auditorias ambientais • Definição • Tipos • Passos • Elaboração de relatórios

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“Acreditamos que um negócio não pode

subsistir sem a confiança e o respeito da

sociedade relativamente à sua eficiência

ambiental.”

[Shinroku Morohasi]

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1 Vantagens de Implementar

um SGA

OBJECTIVOS E CONTEÚDOS DO CAPÍTULO

Este capítulo pretende fazer uma breve introdução a Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) e sua importância na sociedade, num conceito de desenvolvimento sustentável, evidenciando as vantagens da sua implementação por parte das organizações.

INTRODUÇÃO

Geral – Ambiente e Sociedade

A vida humana exerce, desde sempre, um forte impacte na gestão dos recursos naturais, pela sua utilização como fornecimento de matérias-primas e energia essenciais aos seus processos de fabrico. Cada vez mais, a consciencialização para as questões ambientais é essencial para garantir um desenvolvimento sustentável. Há que lembrar que os recursos naturais não são inesgotáveis, aos quais está associada muitas vezes, uma utilização menos própria dos mesmos, dada a “ecotoxicidade” implícita.

A acrescentar a esta problemática, surge o destino a dar aos resíduos/efluentes, o qual deve ser justo e ambientalmente correcto de forma a garantir níveis de qualidade de vida aceitáveis. Muitas vezes, o tratamento destes resíduos torna-se dispendioso e com impactes ambientais negativos, quer na vertente dos resíduos, descarga de efluentes, solo e emissões atmosféricas. O solo, muitas vezes contaminado pela água subterrânea, exige processos economicamente inviáveis de tratamento para a sua recuperação.

Não existem dúvidas de que as metas ambientais devem passar, nomeadamente, pela concepção de processos e produtos, apostando na melhoria da eficiência operacional, que garantam a redução de resíduos/efluentes/emissões com forte aposta pela melhoria do desempenho ambiental, permitindo às organizações um melhor controlo e gestão dos impactes associados às suas actividades. Em termos energéticos e de consumo de água, a poupança passa essencialmente pelo uso racional e eficiente dos recursos, reduzindo-se também de forma significativa a probabilidade de ocorrência de derrames, acidentes e anomalias ambientais – identificação e prevenção de riscos.

Outras questões ambientais importantes, e muitas vezes esquecidas, prendem-se com a desvalorização dos terrenos resultante da sua poluição e, também, as exigências impostas pelas seguradoras antes de aceitarem a cobertura dos riscos ambientais das organizações. Estes passam pela avaliação rigorosa da política ambiental das mesmas. Por outro lado, e não menos importante, a pressão da sociedade, cada vez mais consciente e exigente no que diz respeito à selecção dos produtos que consome.

O processo de busca de preservação ambiental deixa de ser uma opção e constitui hoje uma das principais conquistas dos mercados, caracterizados por fortes mudanças nos padrões de produção e gestão ambiental.

A implementação de um Sistema de Gestão Ambiental, estruturado e integrado na actividade geral de gestão da organização, é forte indício que esta atende, e continuará atendendo, em contínua melhoria, aos requisitos legais e à sua política.

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Ambiente versus Desenvolvimento Sustentável O conceito de desenvolvimento sustentável é cada vez mais evidente na nossa sociedade, facto que se explica pelas preocupações ambientais que, cada vez mais, nos afectam e que carecem de rápida e eficiente solução.

O que significa “Desenvolvimento Sustentável”?

Uma definição muito usual é: satisfazer as necessidades do hoje sem comprometer as do amanhã! O desenvolvimento industrial e da sociedade são as principais causas do aparecimento de grandes problemáticas ambientais, nomeadamente:

• Aquecimento Global

• Destruição da Camada do Ozono

• Desflorestação

• Destruição dos Recursos Naturais

• Chuvas Ácidas

• Extinção de várias espécies animais

• Poluição

• Qualidade de Vida

A consciência para a preservação e protecção ambiental não é, muitas vezes, considerada nas exigências e expectativas que são cada vez maiores, por parte dos:

• Clientes

• Accionistas

• Parceiros de negócios

• Trabalhadores

• Comunidade local

• Sociedade em geral

Com o objectivo de fazer face a estas exigências, esquecemos muita vez que não basta satisfazer o cliente em termos QUALITATIVOS, é necessário, também, que o produto seja ECOLÓGICO!

Problemas Globais que o futuro nos reserva

Sejam quais forem as medidas e atitudes, a verdade é clara e não deixa dúvidas: vamos ter problemas graves a nível global.

A maioria destes já se faz sentir: o aquecimento global, a escassez da água, poluentes orgânicos persistentes, esgotamento do petróleo... estará o ser humano preparado para lidar com estas questões?

Os 3 grandes desafios que o Ambiente nos apresenta, cruciais para o futuro, são:

• Garantir a disponibilidade dos recursos naturais - temos que respeitar a sua velocidade de renovação e, no caso dos recursos não renováveis, temos que garantir que as alternativas serão suficientes e que os substituirão a tempo, sobretudo no caso do petróleo.

• Não ultrapassar os limites da biosfera para assimilar resíduos e poluição.

• Redução da pobreza no mundo.

Note-se que:

“Muito antes de esgotarmos os limites físicos do nosso planeta ocorrerão graves convulsões sociais provocadas pelo grande desnível existente entre a renda dos países ricos e dos pobres”.

II Relatório do Clube de Roma

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Para fazer face a estas questões, as empresas terão que mudar atitudes e adoptar comportamentos sustentáveis, sobretudo a nível dos seus processos de produção, quer pelo uso de tecnologias mais limpas, implementação de Sistemas de Gestão Ambiental, Auditorias Ambientais e Avaliação do Desempenho Ambiental.

A nível do produto, estas devem ter em conta a análise e Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), Ecodesign e Rotulo Ecológico.

O rótulo ecológico é a certificação de que um produto é adequado ao uso que se propõe e apresenta menor impacto no meio ambiente em relação a produtos comparáveis no mercado.

[Figura nº1] - Análise do ciclo de vida de um produto

Algumas acções importantes Estabilizar a população mundial – Prevê-se um crescimento em cerca de 50% até 2050.

Melhorar a educação – A melhoria do nível educacional, ajuda a reduzir o crescimento populacional e possibilita a adopção de medidas de longo prazo que, muitas vezes, impõem sacrifícios de curto prazo.

Adoptar um novo Índice de Desenvolvimento – O PIB não reflecte o esgotamento dos recursos naturais e a degradação do meio ambiente.

Reformular o sistema tributário – Taxar mais o que se quer reduzir (poluição e uso de recursos escassos) e taxar menos o que se quer aumentar. No fundo, implica colocar a economia a favor do desenvolvimento sustentável.

Avaliação Ambiental A avaliação ambiental de planos e programas é um procedimento obrigatório em Portugal desde a publicação do Decreto-Lei nº 232/2007, de 15 de Junho, que consagra no ordenamento jurídico nacional os requisitos legais europeus estabelecidos pela Directiva nº 2001/42/CE, de 25 de Junho.

O Decreto-Lei nº 232/2007, de 15 de Junho, assegura ainda a aplicação da Convenção de Aarhus, de 25 de Junho de 1998, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva nº 2003/35/CE de 26 de Maio, que estabelece a participação do público na elaboração de planos e programas relativos ao ambiente, tendo ainda em conta o Protocolo de Kiev de CEE/ONU, aprovado em 2003, relativo à avaliação ambiental estratégica num contexto transfronteiriço.

O procedimento de avaliação ambiental de planos e programas, tal como legalmente definido, pode ser executado seguindo metodologias de avaliação ambiental estratégica (AAE).

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As metodologias de AAE podem adoptar uma natureza mais tradicional de avaliação de impactes ambientais (AIA), onde o objectivo é verificar os impactes no ambiente decorrentes das soluções apresentadas em planos ou programas, e das respectivas alternativas, concluindo na proposta de medidas mitigadoras desses impactes e de um programa de monitorização.

No entanto, a AAE torna-se mais eficiente face aos seus objectivos se adoptar metodologias com uma natureza mais estratégica, onde o objectivo é integrar as questões ambientais o mais cedo possível no ciclo de planeamento e programação, discutir e avaliar as grandes opções estratégicas, e manter um acompanhamento iterativo para auxiliar a decisão na escolha das melhores opções que permitem atingir objectivos sectoriais, ambientais e de Sustentabilidade, e na implementação das decisões de natureza estratégica.

A Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) é um instrumento de avaliação de impactes de natureza estratégica cujo objectivo é facilitar a integração ambiental e a avaliação de oportunidades e riscos de estratégias de acção no quadro de um desenvolvimento sustentável.

As estratégias de acção estão fortemente associadas à formulação de políticas, e são desenvolvidas no contexto de processos de planeamento e programação.

A AAE tem tido uma evolução muito rápida a nível mundial e a sua prática actual é muito diversificada, apresentando abordagens metodológicas variadas consoante seja mais influenciada pela prática da avaliação de impacte ambiental (AIA) de projectos ou por processos estratégicos de planeamento e de avaliação de políticas. Estas abordagens metodológicas têm resultados diferentes relativamente à capacidade da AAE influenciar a decisão estratégica.

A experiência internacional e a literatura sobre AAE têm vindo a sublinhar princípios de boa prática na aplicação deste instrumento que acentuam a necessidade da AAE adoptar uma natureza flexível e estratégica, consistente com a sua própria designação, independentemente da sua escala e do âmbito de aplicação.

O que se torna fundamental em AAE são os princípios de responsabilização, de participação e de transparência, bem como a sua capacidade de acompanhar, de modo iterativo e facilitador, os ciclos de preparação, execução e revisão que caracterizam os processos de planeamento e de programação, por forma a influenciar a formulação e discussão de estratégias de acção, bem como apoiar a decisão sobre as grandes opções de desenvolvimento quando as mesmas ainda se encontram abertas.

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Figura [2] – Procedimento de AAE.

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CERTIFICAÇÃO E NORMALIZAÇÃO

A certificação é um processo que qualquer entidade pode requerer, independentemente do seu estatuto ou domínio de actividade. As vantagens da certificação são inúmeras, apontando-se as principais em baixo:

• melhoria na organização interna

• melhoria da imagem

• aumento da satisfação do cliente

• aumento da confiança do cliente

• aumento da motivação e envolvimento do sistema e colaboradores internos

• confiança no sistema

• maior competitividade

• maior produtividade

• redução de custos

A Normalização é uma actividade conducente à obtenção de soluções para problemas de carácter repetitivo, sobretudo no âmbito da ciência da técnica e da economia, com vista a um grau óptimo de organização num dado domínio. Resume-se essencialmente na elaboração, publicação e promoção do emprego das normas, com vista à racionalização e a simplificação de processos, componentes, produtos e serviços.

O Instituto Português da Qualidade (IPQ) como Organismo Nacional de Normalização (ONN), promove a participação nos trabalhos de normalização compreendidos nas instâncias europeias e internacionais.

Existem já algumas normas que permitem às entidades a certificação, no âmbito da Qualidade, Ambiente e Segurança. A certificação dos produtos é efectuada segundo especificações técnicas, específicas de cada produto. Seguidamente apresentam-se as principais normas:

• NP EN ISO 9001:2000

• NP EN ISO 14001:2004

• OHSAS 18001 (Ocupational Health and Safety Assessment Series)

A ISO 9001 tem como fim a satisfação das necessidades e expectativas dos clientes e de outras partes interessadas, através da sistematização da organização da empresa, definida numa política da qualidade que garante uma melhoria continua no seu desempenho, nomeadamente na optimização da utilização dos recursos. Esta define um conjunto de requisitos que permitem a qualquer organização a implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade com vista à sua certificação. A ISO 14001 surgiu com o objectivo de criar um padrão para os vários aspectos relacionados com os sistemas e métodos de gestão ambiental. Esta norma define os requisitos necessários para a implementação dum Sistema de Gestão Ambiental (SGA), com os quais a empresa tem que estar em conformidade para obter a respectiva certificação.

As OHSAS 18001 definem requisitos necessários para um Sistema de Gestão de Higiene e Segurança no Trabalho (HST), no sentido de permitir à organização o controlo dos riscos de HST e a melhoria do seu desempenho. Esta surge da necessidade de dar resposta à procura urgente das organizações duma norma de sistemas de gestão de higiene e segurança contra os quais os seus sistemas possam ser certificados. Um dos seus objectivos passa, também, por esta ser compatível com Normas ISO 9001 e 14001.

O EMAS (Eco Management and Audit Scheme), ou Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria, é direccionado sobretudo a empresas do sector industrial que pretendam ir mais além do cumprimento da legislação ambiental, nacional e comunitária. Com a implementação do EMAS, as empresas submetem-se a regras em termos de gestão ambiental e comprometem-se a informar o público do seu desempenho e intenções no domínio do ambiente.

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Vantagens em Integrar a ISO 14001 com ISO 9001 A interpretação dos requisitos da Norma 14001 pode ser efectuada com base nos requisitos da norma ISO 9001, dado que a maioria dos procedimentos do sistema de qualidade podem ser adoptados pelo sistema ambiental. Por outro lado, é possível associar requisitos do sistema de gestão ambiental com os requisitos do sistema de gestão qualidade, ainda mais porque em termos de linguagem é muito semelhante.

EMAS e Norma ISO 14001 A certificação dum sistema de gestão ambiental segundo a norma ISO 14001 será considerado pelo verificador ambiental, no entanto, não haverá lugar a duplicação de tarefas de certificação/verificação se a certificação for reconhecida pelo Organismo de Acreditação do Estado Membro onde se localiza a unidade.

Para o efeito de registo, é necessário complementar o sistema, elaborando uma Declaração Ambiental e garantindo que são cumpridos todos os requisitos do EMAS para os quais não há equivalência, bem como submeter-se aos requisitos de validação por parte dos verificadores ambientais acreditados.

A opção pela certificação, segundo a ISO 14001 ou pelo registo no EMAS, é tomada essencialmente face às exigências do mercado, e função do sector de actividade, localização geográfica , principais clientes, entre outros.

Salienta-se porém que :

• A norma ISO 14001 é norma internacional e o EMAS aplica-se apenas à UE:

• A ISO 14001 partilha princípios comuns à ISO 9000.

• Inexistência de verificadores ambientais nacionais acreditados.

Auditorias Ambientais Uma auditoria ambiental consiste na verificação de práticas ambientais de uma dada unidade face aos requisitos exigidos na Norma de Gestão Ambiental.

Consoante a definição do despacho conjunto IIDD03 “(…) levantamento da situação ambiental de uma unidade, no qual são incluídas realização de caracterizações analíticas, verificação de conformidade legal, análise de medidas correctivas e preventivas e plano de acção para a realização dessas medidas.”.

O levantamento da situação ambiental (auditoria de diagnóstico) inclui uma análise dos sectores: licenciamento industrial, água, ar, resíduos, ruído, energia, acidentes graves e substâncias perigosas.

Como efectuar um levantamento ambiental/Auditoria de Diagnóstico

As fases principais de um levantamento ambiental são as seguintes :

1. Preparação

• Formar e organizar a equipa de trabalho • Identificar e agrupar recursos necessários e disponíveis • Divisão do processo em operações unitárias • Elaboração de fluxograma de processo

2. Entradas no processo

• Consumos de matérias primas • Consumos de energia • Consumo de água • Medição de níveis de reutilização/reciclagem de resíduos e águas

3. Saídas do processo

• Quantificação de produtos e subprodutos • Caracterização de águas residuais • Caracterização de emissões atmosféricas • Caracterização de resíduos

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4. Elaboração de balanço mássico

• Reunião de informação sobre entradas/saídas de processo • Balanço preliminar a cada operação unitária • Avaliação e redefinição do balanço mássico

5. Conformidade legal

• Avaliação da conformidade legal • Ar • Água • Resíduos • Energia • Ruído • Acidentes graves • Substâncias perigosas

6. Plano de Acção

• Definição de acções para o cumprimento de objectivos bem definidos • Atingir conformidade legal • Controlar os aspectos ambientais • Minimizar impactes ambientais • Estudo de soluções (alternativas) • Avaliação ambiental e económica de alternativas • Desenvolvimento e implementação do Plano de Acção.

VANTAGENS DA IMPLEMENTAÇÃO DE SGA

Introdução – O que é um SGA Um SGA constitui um conjunto de procedimentos com base numa abordagem à gestão ambiental, estruturada e planeada, que se inserem no sistema global da organização e que possibilitam controlar de forma eficaz os aspectos ambientais associados ao desenvolvimento da sua actividade.

A implementação dum SGA efectua-se recorrendo a normas ambientais existentes para o efeito, podendo estas ter carácter internacional ou europeu, como veremos mais à frente.

Um sistema de gestão ambiental visa satisfazer as necessidades de um vasto leque de partes interessadas e da sociedade em termos de protecção ambiental.

Muitas vezes, este é associado a um SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade que visa a satisfação das necessidades e expectativas dos clientes. A nova versão da norma ISO 14001 procura uma relação próxima com a NP EN ISO 9001, reforçando pontos comuns entre ambas.

Este manual vai incidir sobre a norma ISO 14001 (norma internacional) que permite a implementação de um SGA com vista à certificação ambiental.

Requisitos do SGA Os requisitos de um sistema de gestão ambiental são os que a seguir se apresentam:

Política Ambiental

A Política Ambiental tem como principal objectivo a melhoria contínua da organização. Esta deve ser compatível com a natureza, dimensão e impactes ambientais específicos da empresa. O cumprimento da legislação e regulamentação aplicáveis é, também, uma das suas metas, pelo que esta, para estar sempre actual, deve ser revista sempre que assim se justificar.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Todos os trabalhadores, e público em geral, devem ter conhecimento do seu conteúdo e objectivos, pelo que esta tem que ser documentada, implementada, mantida e comunicada a todos.

A Política Ambiental deve ser definida pela gestão de topo de forma a garantir o seu compromisso em relação a um SGA. Esta deve assegurar os seguintes pontos:

1. Ser apropriada à natureza, escala e impactes ambientais;

2. Incluir compromisso de melhoria contínua e prevenção de poluição;

3. Garantir o cumprimento da legislação ambiental relevante e outros requisitos a que a organização se tenha subscrito;

4. Permitir a revisão de objectivos e metas;

5. Ser documentada, implementada, mantida e comunicada a todos;

6. Estar disponível ao público.

Planeamento

Neste ponto devem existir procedimentos que possibilitem a identificação de aspectos ambientais, requisitos legais e outros com valor relevante, para que seja possível definir metas e objectivos coerentes.

O programa de gestão ambiental atribui responsabilidades a toda a organização, aos seus diversos níveis, e define os meios para que se atinjam os fins, o cumprimento da Política Ambiental é um deles.

Devem existir procedimentos que possibilitem a identificação de aspectos ambientais significativos e outros que permitam o acesso à legislação e outros regulamentos (códigos industriais, acordos com entidades públicas).

As metas e objectivos devem ser estabelecidos com base na Política Ambiental, sendo a sua revisão fundamental para a melhoria contínua do desempenho ambiental.

A definição de metas pode ser definida com base em indicadores de performance ambiental. Estes indicadores podem ser de três tipos:

• Absolutos – Representa os valores totais de um poluente.

Exemplo: emissão total de Nox

• Relativos – Resulta da comparação dos valores emitidos com outro parâmetro.

Exemplo: Emissão de NOx por Ton de fuelóleo consumido.

• Indexados – Estabelecimento de metas em função de um ano base.

Exemplo: emissões de NOx em 2005 a 75% das emissões de 2004.

Neste ponto é fundamental saber distinguir uma meta de um objectivo, pois são 2 conceitos que parecem semelhantes, mas que na realidade são diferentes:

• Uma meta pode ser “Reduzir o consumo de água para 50% do consumo actual, no prazo de 1 ano”.

• Um objectivo poderá ser “ Minimizar o consumo de água desde que isso seja possível quer em termos técnicos e económicos.”

O Programa de Gestão Ambiental deve permitir o cumprimento dos objectivos e metas, pelo que sua revisão deve ser sistemática, face às necessidades que estarão em permanente mudança. Neste campo, há que definir também os meios humanos, prazos e recursos financeiros, podendo recorrer-se a cronogramas.

Implementação e Operação

Neste caso, a autoridade e responsabilidade devem ser consideradas, bem como recursos e representante da gestão. É importante considerar a elaboração de planos de formação segundo as necessidades sentidas, tendo em conta o estabelecimento das qualificações mínimas exigidas para o desempenho de determinadas actividades específicas. Em termos de comunicação devem ser definidos procedimentos relativos à comunicação interna e externa, bem como a existência de registo devidamente actualizado de todas as decisões tomadas.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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A documentação do SGA deve incluir um manual de Gestão Ambiental e preparação de procedimentos.

Para garantir a circulação da informação e também que esta se encontra devidamente actualizada e organizada, deve existir um controlo de documentos:

• Elaboração/Verificação/Aprovação/Revisão/Emissão/Distribuição

• Remoção de obsoletos

• Disponibilização de documentos nos postos de trabalho

• Tempos de retenção

Por fim, o controlo operacional, que passa pelo planeamento das operações, com procedimentos/instruções de operação, tendo em conta a manutenção e fornecedores e subcontratados.

É ainda importante ter em conta as situações possíveis de emergência e resposta, pela sua identificação antecipada, adopção de medidas de prevenção e minimização de impactes, procedimentos a ter em conta em caso de acidente, revisão e teste de planos de emergência e resposta.

Verificação e Acção Correctiva

Neste ponto é essencial definir, documentar e comunicar de forma eficaz a estrutura, as responsabilidades e as regras do SGA. A direcção deverá garantir a existência de todos os recursos necessários, sejam eles técnicos, humanos e financeiros. Para controlo, a direcção deve eleger um representante com autoridade e responsabilidade para:

• Garantir estabelecimento, implementação e manter os requisitos da norma;

• Informar o estado dos sistemas, no que se refere ao desempenho, a fim de permitir a sua revisão e melhoria.

Nestas áreas deverá recorrer aos responsáveis de cada área e aos procedimentos operacionais existentes.

Deve ser adoptado um plano de medição das principais características, tendo em atenção a calibração dos equipamentos e rastreabilidade.

Todas as não conformidades devem ser registadas e deve existir um responsável que fica incumbido de as tratar e investigar e adoptar as medidas necessárias, sejam elas de carácter preventivo ou correctivo.

As auditorias devem mencionar o programa, os auditores, a lista de comprovação e os relatórios.

Por outro lado, todo os operadores com tarefas importantes que possam ter impactes no SGA, devem ter formação contínua e adequada às suas funções. Eles devem ter acesso também a todos os procedimentos e requisitos do sistema, impactes associados ao seu trabalho e como minimizá-los.

Toda a documentação deve ser legível, datada, facilmente identificada, ordenada e retida por dado tempo.

O controlo operacional deve permitir a identificação das operações e actividades que possam ter impacto significativo. A organização deve efectuar um planeamento das suas actividades de forma a permitir a conformidade com as condições especificas de cada operação, devendo recorrer a:

• Manutenção

• Procedimentos e instruções de trabalho

• Procedimentos para aspectos ambientais significativos

• Requisitos para fornecedores subcontratados

Relativamente a situações de prevenção e resposta a emergências, devem existir procedimentos que permitam a identificação de potenciais acidentes, bem como resposta a dar e estas situações, com previsão de impactes associados.

Todos os procedimentos devem ser revistos e melhorados sempre que se justifique.

O desempenho ambiental da organização, deve ser medido, monitorizado e avaliado de forma contínua (medição e avaliação – ISO 14004).

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Para garantir o cumprimento do Programa de Gestão Ambiental devem ser estabelecidos e documentados todos os procedimentos de monitorização e de medida, bem como garantir a calibração dos equipamentos.

As não conformidades devem ser verificadas com base em procedimentos sob responsabilidade e autoridade definidas inicialmente.

Sempre que se detectem não conformidades é necessário desencadear uma série de procedimentos a fim de possibilitar a sua correcção e prevenção. Devem existir procedimentos que definam responsabilidades e autoridades, investigação de causas/efeitos das não conformidades, bem como procurar sempre que possível a minimização dos impactes e proceder a medidas correctivas e preventivas.

Os registos devem manter-se sempre actualizados, identificados e organizados, pois servirão para demonstrar a conformidade com a norma.

A auditoria do SGA tem como principal finalidade a verificação da conformidade com o estabelecido na implementação do SGA. Pretende-se com ela, recolher informação que permita avaliar se este foi devidamente implementado e mantido, com a finalidade da direcção poder usar esta informação e rever todo o sistema. A auditoria deve seguir um procedimento onde se define o âmbito da auditoria, frequência, responsabilidades, requisitos dos auditores, metodologia a adoptar durante a mesma e requisitos para relatório da auditoria.

No final apresenta-se uma listagem de registos essenciais que devem existir no SGA.

Revisão pela Gestão

A revisão deve ser efectuada de forma periódica, de modo a verificar a eficácia do sistema, informação necessária, melhoria contínua e registos.

É importante rever todos os objectivos e metas face ao desempenho ambiental que deve ser melhorado de forma contínua e ajustado as necessidades actuais.

Todos os resultados de auditorias, avaliação da Política Ambiental e avaliação da eficácia do sistema, devem ser revistos de forma a assegurar a melhoria do desempenho ambiental global.

Conciência Ambiental

Análise Preliminar

Politica Ambiental

Objectivos AmbientaisAuditorira ao Sistema de Gestão Ambiental

Programa Ambiental

Declaração Ambiental

Figura [3] - Ciclo associado ao Sistema de Gestão Ambiental

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Principais Vantagens do SGA

A implementação de um SGA pela norma ISO 14001 permite às organizações anteciparem-se às exigências legais nacionais cada vez mais apertadas e também à capacidade do cumprimento da legislação internacional, nomeadamente as directivas da União Europeia (UE).

Um trabalhador que tem possibilidade de desempenhar as suas funções numa organização que cumpre com estes requisitos, terá certamente outra segurança e bem-estar e, consequentemente, um outro reflexo na sua produtividade e desempenho enquanto profissional. Saliente-se que o trabalhador poderá processar a empresa caso assim se sinta lesionado com alguma situação profissional.

Algo que para as empresas é também muito importante é a sua imagem perante a sociedade e o público em geral e a existência de uma política credível. A implementação desta norma permite uma melhoria da imagem perante os clientes e uma maior competitividade.

Um outro aspecto muito importante é a relação custo/benefício, pois a implementação deste sistema deve ser visto como um investimento. Como consequência verifica-se também uma melhoria significativa dos seus indicadores de desempenho ambiental, permitindo a estas entidades uma maior facilidade na obtenção de financiamentos.

A implementação de um SGA possibilita às entidades o seguinte:

• Antecipar e cumprir com a legislação em vigor

• Reduzir dos seus impactes ambientais

• Reduzir o índice de ocorrência de acidentes ambientais

• Optimizar os consumos (água, energia e matérias-primas)

• Reduzir os custos no tratamento/eliminação de resíduos/efluentes

• Reduzir os prémios de seguro

• Possibilidade de valorização de outros resíduos até então eliminados

• Maiores facilidades de financiamento

• Melhoria significativa dos indicadores de desempenho ambiental e da imagem da empresa perante a sociedade e seus trabalhadores.

Apresenta-se em seguida as principais vantagens para a organização aos vários níveis:

Figura [4] – Vantagens do SGA

Um SGA traduz-se na aplicação de Boas Práticas Ambientais

Todas as organizações devem adoptar as melhores práticas ambientais na sua actividade.

Neste contexto, destacam-se algumas recomendações do relatório 1998/99, publicado pelo Banco Mundial sob o título “Knowledge for Development”:

• Identificar as fontes de degradação ambiental e os impactes que provocam, bem como quantificar os custos associados à sua redução;

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• Melhorar a regulamentação pública e as estratégias privadas com base no conhecimento sobre o ambiente;

• Valorizar a informação sobre o ambiente por forma a integrar preocupações ambientais nas políticas públicas e melhorar a gestão ambiental e de responsabilidade social das actividades privadas.

Pretende-se com esta secção, dar uma forte contribuição para a melhoria do desempenho ambiental e da responsabilidade social das empresas.

Listam-se em seguida, alguns exemplos de boas práticas ambientais nas várias áreas distintas e que podem ser aplicadas nas várias organizações.

Figura [5] – Boas Práticas Ambientais

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Consumo de água

Motivação/Princípio: Controlar os consumos de água na empresa. Reduzir a utilização de recursos hídricos e acompanhamento dos respectivos volumes consumidos, tempos de utilização e identificando eventuais fugas, perdas ou uso deficiente.

Estudos/Projectos/Planeamento: A realização de um levantamento da rede de abastecimento de água, fontes disponíveis (abastecimento público, captações superficiais e subterrâneas, pluviais, águas de processos), equipamentos consumidores e qualidade requerida em função da utilização pretendida, permite identificar alternativas nas necessidades e forma de gestão do consumo de água na empresa.

Manutenção/Monitorização: O registo e análise dos consumos de água na empresa, manutenção preventiva do equipamento e um correcto uso da qualidade da água em função da respectiva utilização, permitem reduzir o consumo de água a longo prazo.

A manutenção preventiva de equipamentos controladores dos consumos de água é semelhante aos equipamentos clássicos. A monitorização da qualidade da água deverá ser realizada em função da origem do recurso hídrico e da utilização pretendida, podendo ter de respeitar requisitos legais aplicáveis.

Boas Práticas/Soluções Técnicas: Instalação de rede de abastecimento de água com identificação de condutas por cores e facilidade de acesso para manutenção. Instalação de contadores de água e registos de consumo geral e consumos por sectores.

Realização periódica de testes de fuga (por exemplo registar o valor do contador geral no início de um fim de semana em que não se consuma água na empresa e verificar o valor no início da semana seguinte) e manutenção preventiva do equipamento.

Instalação de redutores de pressão para optimizar os consumos e evitar o desgaste prematuro de equipamentos. Instalação de temporizadores, mitigadores e limitadores de consumo de água (torneiras e mangueiras). Divulgação de regras simples para poupança de água. Consumo de água com qualidade adequada apenas ao tipo de utilização pretendida.

Indicadores: • Redução/Prevenção da poluição • Economia de recursos • Economia de energia • Melhoria de condições de HSST • Facilidade de manutenção • Durabilidade / Fiabilidade • Investimento global

Recuperação e utilização de águas de processos

Motivação/Princípio: Controlar os consumos de água na empresa. O consumo de água em processos industriais pode representar um aspecto decisivo no funcionamento de algumas empresas. A redução destes consumos passa por uma boa concepção do processo, um bom acompanhamento da instalação e operação e pela recuperação das águas utilizadas.

Estudos/Projectos/Planeamento: Deverá ser efectuada uma caracterização qualitativa e quantitativa de todos os fluxos (consumos e descargas) associados às várias operações unitárias que podem constituir um processo industrial.

As soluções a implementar poderão determinar também a instalação de redes de tubagem separativa (águas para reutilização directa, águas para recuperação, águas contaminadas para tratamento). Poderá ser recomendado um estudo de viabilidade técnica e económica antes da implementação de uma solução.

Manutenção/Monitorização: Um acompanhamento regular e manutenção preventiva das instalações e equipamento de recuperação, poderão reduzir os consumos de água na empresa a longo termo. Em função do tipo de tecnologia aplicada, poderá ser implementado um programa de monitorização da qualidade da água, recorrendo por exemplo a um pequeno conjunto de parâmetros de controlo, representativos da qualidade da água industrial a ser recuperada.

Boas Práticas/Soluções Técnicas: Cada processo industrial pode necessitar e gerar águas industriais com características diferentes, pelo que as soluções técnicas a adoptar deverão ser precedidas sempre de uma análise rigorosa dos fluxos hídricos processuais e adaptadas a cada sector. Poderão ser implementadas soluções de recuperação directa de algumas águas industriais pós processo ou aplicadas técnicas específicas para a sua recuperação, como são exemplos a centrifugação, evaporação, filtração, ultrafiltração, osmose inversa, tratamento biológico ou permuta iónica. A solução deverá considerar sempre o tipo de utilização pretendida para a água a recuperar.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Indicadores: • Redução/Prevenção da poluição • Economia de recursos • Economia de energia • Melhoria de condições de HSST • Facilidade de manutenção • Durabilidade / Fiabilidade • Investimento global

Recuperação e utilização de águas pluviais

Motivação/Princípio: Controlar os consumos de água na empresa. Utilizar águas pluviais para aplicações apropriadas (sanitários, lavagens, refrigeração), permite reduzir o consumo de água de outros recursos hídricos.

Estudos/Projectos/Planeamento O rendimento de um sistema de utilização de águas pluviais depende da área superficial abrangida para a recolha e da pluviosidade da região. Em regra estima-se que a área superficial por pessoa para satisfazer os consumos de um Wc seja aproximadamente 2,5 m2, com uma capacidade de armazenamento equivalente de 0,15m3.

Manutenção/Monitorização: O reservatório deverá ser limpo pelo menos uma vez por ano e proceder-se igualmente à manutenção preventiva de equipamento instalado. Em função do tipo de utilização, poderá ser implementado um programa de monitorização da qualidade da água.

Boas Práticas/Soluções Técnicas: As águas pluviais poderão ser recolhidas das áreas cobertas da empresa (telhados, coberturas, pavimentos). As águas pluviais recolhidas poderão ser submetidas a uma possível separação de areias e partículas, se necessário, após a qual serão armazenadas para posterior utilização. Em função da localização do tanque ou depósito de armazenamento, poderá ser instalado sistema de bombagem da água para distribuição pelos locais de utilização. As águas pluviais poderão ser armazenadas conjuntamente com outras reservas de água, em função do tipo de utilização pretendido e das disponibilidades em recursos hídricos. A separação de redes de abastecimento de água potável e de água pluvial deverá ser absoluta e estarem perfeitamente identificadas.

Indicadores: • Redução/Prevenção da poluição • Economia de recursos • Economia de energia • Melhoria de condições de HSST • Facilidade de manutenção • Durabilidade / Fiabilidade • Investimento global

Levantamento e auditoria energética

Motivação/Princípio: Racionalizar os custos dos consumos de energia. Uma boa gestão energética na empresa pode permitir a selecção das soluções mais adaptadas para a racionalização de consumos e cumprir requisitos legais aplicáveis. A energia deve ser considerada como um factor de produção, tão importante como o trabalho, o capital ou as matérias-primas.

Estudos/Projectos/Planeamento A gestão da energia deve começar logo na fase de projecto das instalações e na escolha dos equipamentos e deve prolongar-se na forma de um processo continuado e fundamental para a empresa. Numa empresa em laboração o primeiro passo é a realização de um levantamento energético, de modo a verificar se a empresa é considerada Consumidora Intensiva de Energia. A Auditoria Energética é um exame detalhado das condições de utilização de energia na empresa.

Manutenção/Monitorização: A Auditoria Energética como requisito legal, deverá ser efectuada pelo menos uma vez em cada período de 5 anos ou revista sempre que ocorram alterações significativas no processo de fabrico. No sector dos transportes as auditorias energéticas deverão ser realizadas, pelo menos, uma vez em cada 3 anos. Um Plano de Racionalização dos Consumos de Energia (PRCE) consiste basicamente num programa de actuação abrangendo um período de 5 anos (3 para os transportes) que, integrando os resultados da Auditoria Energética e os planos de produção e desenvolvimento previstos pela empresa, permita reduzir os consumos específicos de acordo com metas previamente fixadas.

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Boas Práticas/Soluções Técnicas: A gestão da energia deve fundamentar-se no conhecimento dos sistemas consumidores, através da elaboração de Levantamentos ou Auditorias Energéticas periódicas. Dos resultados destes diagnósticos e auditorias devem resultar programas de actuação e de investimento no domínio da gestão racional da energia.

Existem empresas que por disposição legal deverão realizar auditorias energéticas e implementar os correspondentes planos de racionalização dos consumos de energia. As auditorias energéticas devem ser realizadas por técnicos auditores devidamente registados e reconhecidos para o efeito pela Direcção-Geral de Geologia e Energia.

Indicadores: • Da realização da auditoria e correspondentes resultados. • Redução/Prevenção da poluição • Economia de recursos • Economia de energia • Melhoria de condições de HSST • Facilidade de manutenção • Durabilidade / Fiabilidade • Investimento global

Biomassa como fonte de energia

Motivação/Princípio Reduzir os custos dos consumos energéticos de origem fóssil. Utilização de fontes de energia renovável, para redução da dependência de fontes de energia fóssil.

Estudos/Projectos/Planeamento As características energéticas devem ser conhecidas, através da realização de uma auditoria energética às actividades da empresa (ver Boa Prática correspondente). A selecção da solução a adoptar deve ser tomada através de um estudo técnico económico com base nas necessidades energéticas da empresa.

Manutenção/Monitorização : As unidades de produção de energia por biomassa requerem manutenção e acompanhamento especializados. As emissões de efluentes gasosos resultantes da produção de energia requerem monitorização da sua qualidade, com verificação de requisitos legais quanto aos limites de concentração e emissão de gases para a atmosfera.

Boas Práticas/Soluções Técnicas: Tal como outras fontes de energia renovável (solar – térmica e fotovoltaica, eólica e a geotérmica), a energia produzida a partir de biomassa poderá ser utilizada em complemento ou mesmo em substituição de energias fósseis. A biomassa (madeira) pode ser utilizada de várias formas combustíveis (estilha, paletes, briquetes, resíduos triturados), para aquecimento de instalações, para a produção de vapor ou calor aos processos industriais e para produção de energia eléctrica. O rendimento e os custos de exploração de caldeiras de biomassa dependem dos custos da biomassa (sobretudo da proximidade à matéria-prima), do tipo e forma da biomassa e das condições de funcionamento do equipamento. O rendimento deste tipo de equipamento varia de 70 a 85%, podendo consumir até 30m3/dia para 1MW, recomendando-se uma capacidade de armazenamento pelo menos de quatro dias.

Indicadores: • Redução/Prevenção da poluição • Economia de recursos • Economia de energia • Melhoria de condições de HSST • Facilidade de manutenção • Durabilidade / Fiabilidade • Investimento global

Iluminação Industrial

Motivação/Princípio Reduzir os custos dos consumos energéticos. A economia de energia relacionada com a iluminação das instalações depende da:

• Concepção da própria instalação (janelas, cobertura, orientação, iluminação natural); • Programação industrial; • Escolha do equipamento de iluminação; • Manutenção das instalações e equipamento.

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Estudos/Projectos/Planeamento O planeamento da iluminação industrial deve ser precedido de uma caracterização de iluminância nas instalações, para verificação de requisitos legais aplicáveis.

Manutenção/Monitorização: A manutenção preventiva das instalações e equipamentos permite detectar possíveis alterações de iluminação, corrigir defeitos, reduzir os consumos associados e melhorar as condições de trabalho.

Boas Práticas/Soluções Técnicas: Substituição de lâmpadas incandescentes por lâmpadas de baixo consumo ou fluocompactas. Para a mesma potência, estas têm uma eficácia luminosa cinco vezes superior, consumindo também cerca de cinco vezes menos que as lâmpadas incandescentes clássicas e com uma duração de vida cerca de oitos vezes superior.

A utilização de luz natural e a gestão da iluminação de espaços industriais (segmentação de sectores, temporizadores e detectores de passagem), poderão permitir redução de consumos associados às necessidades de iluminância de 20 a 50%. Deve ser efectuada periodicamente a sensibilização dos funcionários para uma correcta utilização dos dispositivos de iluminação e para regras gerais de poupança.

Indicadores: • Redução/Prevenção da poluição • Economia de recursos • Economia de energia • Melhoria de condições de HSST • Facilidade de manutenção • Durabilidade / Fiabilidade • Investimento global

Monitorização de efluentes gasosos

Motivação/Princípio Controlar a poluição atmosférica. Assegurar boas condições de trabalho, evitar a degradação das instalações e garantir a qualidade do ar ambiente cumprindo requisitos legais.

Estudos/Projectos/Planeamento Normalmente a realização de monitorizações pontuais é subcontratada a empresas especializadas, pelo que deverá ser efectuada uma análise de mercado para selecção e avaliação de fornecedores deste tipo de serviço (laboratórios acreditados, por exemplo).

Existem requisitos legais não só quanto à qualidade das emissões (limites de concentração e emissão dos poluentes atmosféricos), como quanto às condições construtivas das chaminés de escoamento dos gases e das tomas nas chaminés para recolha de amostras de efluentes.

Manutenção/Monitorização A manutenção preventiva das instalações e equipamentos e a execução de um programa de monitorização da qualidade das emissões atmosféricas permitem detectar eventuais alterações nos processos e verificar o cumprimento de requisitos legais.

Boas Práticas/Soluções Técnicas: O auto-controlo das emissões de efluentes gasosos pode ser realizado através de monitorização pontual ou contínua. A monitorização pontual poderá ser efectuada para cumprimento de VLE estabelecidos legalmente e normalmente realiza-se duas vezes em cada ano civil, com um intervalo mínimo de dois meses entre medições. A monitorização contínua também é realizada em geral para cumprimento de requisitos legais, para emissões de poluentes cujo caudal mássico de emissão ultrapasse o limiar mássico máximo fixado legalmente.

Indicadores: • Redução/Prevenção da poluição • Economia de recursos • Economia de energia • Melhoria de condições de HSST • Facilidade de manutenção • Durabilidade / Fiabilidade • Investimento global

Tratamento de efluentes gasosos

Motivação/Princípio Controlar a poluição atmosférica. Assegurar boas condições de trabalho, evitar a degradação das instalações e garantir a qualidade do ar ambiente cumprindo requisitos legais.

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Estudos/Projectos/Planeamento Qualquer solução de tratamento deve ser precedida de um estudo detalhado das características da fonte de emissão (equipamentos e processos) e do efluente produzido (caracterização da composição do efluente e condições de escoamento).

Existem requisitos legais não só quanto à qualidade do efluente tratado, como quanto às condições construtivas das chaminés de escoamento dos gases e das tomas nas chaminés para recolha de amostras de efluentes.

Boas Práticas/Soluções Técnicas: Para cada tipo de poluente existem técnicas de tratamento de efluentes gasosos, em função da sua composição, concentração, taxa de emissão, condições da emissão (temperatura, pressão, humidade) e da qualidade pretendida para o efluente tratado (cumprimento de requisitos legais). Normalmente são aplicadas soluções de tratamento físico-químico (lavagem, neutralização, absorção, oxidação, filtração, fotocatalização), biológicas (biofiltração) ou conjugadas, sempre em função da composição do efluente a ser tratado. Do tratamento dos efluentes gasosos podem resultar outros poluentes (águas residuais e resíduos) que deverão ser igualmente submetidos a processos de controlo, tratamento e destino final apropriados.

Manutenção/Monitorização A manutenção preventiva das instalações e equipamentos e a monitorização da qualidade das emissões atmosféricas permitem detectar eventuais alterações nos processos e verificar o cumprimento de requisitos legais.

Figura [6] - resumo das técnicas comuns para tratamento de efluentes gasosos

Separação selectiva de resíduos

Motivação/Princípio Controlar a produção de resíduos industriais. Reduzir os custos associados à gestão de resíduos, cumprindo requisitos legais.

Estudos/Projectos/Planeamento Deverá ser efectuado um levantamento do tipo e quantidade de resíduos produzidos para avaliação das alternativas de separação selectiva de resíduos. Normalmente os resíduos são recolhidos por empresas externas que devem estar licenciadas para operações específicas de gestão de resíduos, pelo que deverá ser efectuada uma análise de mercado para selecção e avaliação de fornecedores deste tipo de serviços.

Boas Práticas/Soluções Técnicas: Existem diversas possibilidades para a separação selectiva de resíduos industriais. Poderão ser separados pela sua perigosidade (perigosos e não perigosos), em função do seu destino final (para valorização, para aterro ou para tratamento) e em função das suas características tipológicas (volume ocupado, tipo de material – granular, rígido, líquido ou lama). Poderão ser instalados recipientes apropriados a cada tipo de resíduo e à respectiva quantidade produzida, estando distribuídos pelas instalações da empresa. A sensibilização e formação dos colaboradores da empresa são aspectos muito importantes para uma eficaz implementação e manutenção de práticas de separação selectiva de resíduos.

Manutenção/Monitorização

O acompanhamento por um colaborador da empresa para verificação se as práticas de separação selectiva estão a ser correctamente aplicadas.

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EXERCÍCIOS

EXERCÍCIO 1

Defina um SGA – Sistema de Gestão ambiental.

EXERCÍCIO 2

Enunciar 3 vantagens da implementação do SGA.

RESOLUÇÕES

EXERCÍCIO 1

Um SGA constitui um conjunto de procedimentos com base numa abordagem estruturada e planeada à gestão ambiental, que se inserem no sistema global da organização e que possibilitam controlar de forma eficaz os aspectos ambientais associados ao desenvolvimento da sua actividade.

EXERCÍCIO 2

Existem várias respostas:

• Antecipar e cumprir com a legislação em vigor

• Redução dos seus impactes ambientais

• Redução do índice de ocorrência de acidentes ambientais

BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA

PINTO, ABEL, Sistemas de Gestão Ambiental, Guia para a sua implementação, 1ªedição,Edições Sílabo, Lisboa, 2005.

LINKS DE INTERESSE

www.apcer.pt/

www.ipq.pt

www.gestaoambiental.com.br

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2 A Legislação Ambiental

OBJECTIVOS E CONTEÚDOS DO CAPÍTULO Este capítulo pretende apresentar um pequeno resumo relativo à legislação actual nos vários domínios do ambiente, nomeadamente: resíduos, água, energia, qualidade do ar e ruído. Salienta-se que este capitulo requer actualização constante, pois a legislação está constantemente em actualização, podendo-se encontrar alguns decretos que já estejam substituídos por outros.

Com este capítulo pretende-se abrir o caminho para a utilização dos conhecimentos adquiridos sobre os principais instrumentos jurídicos no domínio ambiental e analisar, numa vertente prática, a legislação mais relevante em cada um dos domínios.

LEGISLAÇÃO As preocupações com o uso do ambiente de uma forma sustentada levaram à necessidade de impor limites legais nas emissões de poluentes relativamente a diferentes parâmetros. Nesse sentido existem inúmeros diplomas legais cujo conhecimento e interpretação é fundamental por parte das indústrias/empresas para garantirem uma actuação concordante com os diplomas legais em prol de um ambiente mais cuidado. A actualização dos recursos humanos envolvidos no licenciamento ambiental e industrial nas empresas é crucial para uma condução eficiente dos processos de licenciamento.

Direito Ambiental é um conjunto de normas jurídicas relacionadas com a protecção do meio ambiente. Pode ser conceituado como direito transversal ou horizontal, pois abrange todos os ramos do direito, estando intimamente relacionado com o direito constitucional, direito administrativo, direito civil, direito penal, direito processual e direito do trabalho.

O Direito Ambiental diz respeito à protecção jurídica do meio ambiente. Para facilitar a sua abordagem didáctica, podemos dividir o meio ambiente em: natural, artificial, cultural e do trabalho. Esta divisão não é a única, pois muitos autores costumam não incluir o meio ambiente do trabalho dentro do objecto do direito ambiental.

A legislação ambiental faz o controlo de poluição, nas suas diversas formas. A quantidade de normas dificulta a complexidade técnica, o conhecimento e a instrumentalização e aplicação do direito neste ramo. O ideal é a extracção de um sistema coerente, cuja finalidade é a protecção do meio ambiente. Para a aplicação das normas de direito ambiental, é importante compreender as noções básicas e adequá-las à interpretação dos direitos ambientais.

História do Direito do Ambiente Se a vontade de dominar a Natureza é tão antiga quanto o próprio homem, não se pode negar que a sua protecção também remonta aos tempos mais antigos. Os agricultores deixavam a terra em pousio para que esta se pudesse fortalecer, muitos povos tinham na "Mãe Natureza" uma divindade e, nas religiões monoteístas como o Judaísmo, o Cristianismo ou o Islamismo, não são raras as referências nas escrituras ao dever de protecção que o homem tem sobre todas as obras de Deus.

Talvez o primeiro e mais notável ecologista tenha inclusivamente sido São Francisco de Assis que, na sua inserção cosmologia do homem na Natureza enquanto parte da criação divina, sente a necessidade de chamar o lobo de "irmão lobo", a andorinha de "irmã andorinha", etc..

Mas foi apenas nos anos 60 do século XX que a protecção do Ambiente foi trazida para a ribalta da discussão política, logo, também para o Direito. De uma visão puramente antropocêntrica do Direito, nos

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últimos anos tem-se vindo a passar a uma visão mais abrangente que inclui o dever de preservação do meio ambiente, os direitos dos animais, entre outros.

Quanto ao conceito de poluição, em sentido amplo, vale aquele desenvolvido pelo eminente publicista Hely Lopes Meirelles:

"Toda alteração das propriedades naturais do meio ambiente, causada por agente de qualquer espécie, prejudicial à saúde, à segurança ou ao bem-estar da população sujeita aos seus efeitos."

Crimes Ambientais :

• Matar animais "silvestres, nativos ou em rota migratória", de entre os quais se destacam as espécies ameaçadas de extinção. O facto não é considerado crime se o abate for para saciar a fome da pessoa ou da sua família;

• O comércio, o aprisionamento e o transporte destes mesmos animais também constitui crime;

• Passa a ser crime, além dos maus tratos, o abuso contra animais, assim como ferir ou mutilar um animal;

• As experiências dolorosas ou cruéis em animal vivo, ainda que seja para fins didácticos ou científicos (como cobaia por exemplo), são consideradas crimes "quando existirem recursos alternativos";

• A exportação não autorizada de "peles e couros de anfíbios e répteis em [estado] bruto";

• A caça às baleias, golfinhos e outros cetáceos é considerada crime ambiental;

• A prática de pichar, grafitar ou de qualquer forma sujar edificação ou monumento urbano;

• Fabricar, vender, transportar ou soltar balões, é punido com prisão e multa;

• Destruir, causar danos, lesionar ou maltratar plantas ornamentais;

• Dificultar ou impedir o uso público das praias.

Qualidade do Ar • Declaração de Rectificação nº 38/2005 de 16 de Maio de 2005 - rectifica a Portaria n.º 263/2005, de 17

de Março, que fixa novas regras para o cálculo da altura de chaminés e define as situações em que devem, para esse efeito, ser realizados estudos de poluentes atmosféricos, publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º 54, de 17 de Março de 2005

• Portaria nº263/2005 de 17 de Março – fixa novas regras para cálculo da altura de chaminé e define as situações em que devem para esse efeito ser realizados estudos de Poluentes.

• Resolução do Conselho de Ministros nº 68/2005 de 17 de Março – cria o Sistema Nacional de Inventário de Emissões por fontes e Remoção de Sumidouros de Poluentes Atmosféricos (SNIERPA).

• Resolução do Conselho de Ministros nº59/2005 de 8 de Março – Aprova Programa de Monitorização e Avaliação do Plano Nacional para Alterações Climáticas.

• Resolução do Conselho de Ministros nº53/2005 de 3 de Março – Aprova o Plano Nacional de atribuição de licenças de emissão relativo ao período de 2005-2007.

• Decreto n.º 20/2004 de 20 de Agosto - Aprova o Protocolo à Convenção de 1979 sobre a Poluição Atmosférica Transfronteiriça a Longa Distância Relativo à Redução da Acidificação, Eutrofização e Ozono Troposférico, assinado em Gotemburgo em 1 de Dezembro de 1999.

• Decreto-Lei nº 126/2006 de 03 de Julho de 2006 - Primeira alteração ao regime da prevenção e controlo das emissões de poluentes para a atmosfera, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 de Abril

• Decreto-Lei n.º 78/2004 de 03 de Abril - Estabelece o regime da prevenção e controlo das emissões de poluentes para a atmosfera, fixando os princípios, objectivos e instrumentos apropriados à garantia da protecção do recurso natural ar, bem como as medidas, procedimentos e obrigações dos operado.

• Decreto-Lei n.º 320/2003 de 20 de Dezembro - Estabelece objectivos a longo prazo, valores alvo, um limiar de alerta e um limiar de informação ao público para as concentrações do ozono no ar ambiente, bem como as regras de gestão da qualidade do ar aplicáveis a esse poluente, em execução do disposto.

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• Decreto-Lei n.º 178/2003 de 05 de Agosto - Estabelece limitações às emissões para a atmosfera de certos poluentes provenientes de grandes instalações de combustão, transpondo para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2001/80/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro.

• Decreto-Lei n.º 111/2002 de 16 de Abril - Estabelece os valores limite das concentrações no ar ambiente do dióxido de enxofre, dióxido de azoto e óxidos de azoto, partículas de suspensão, chumbo, benzeno e monóxido de carbono, bem como as regras de gestão da qualidade do ar aplicáveis a esses poluentes.

• Decreto-Lei n.º 242/2001 de 31 de Agosto - Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 1999/13/CE, do Conselho, de 11 de Março, relativa à limitação das emissões de compostos orgânicos voláteis resultantes da utilização de solventes orgânicos em certas actividades de instalações.

• Decreto-Lei n.º 281/2000 de 10 de Novembro - Fixa os limites ao teor de enxofre de certos tipos de combustíveis derivados do petróleo, transpondo para o direito interno a Directiva do Conselho nº 1999/32/CE, de 26 de Abril.

• Resolução do Conselho de Ministros n.º 26/2000 de 15 de Maio - Aprova o Programa Polis - Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades.

• Decreto-Lei n.º 276/99 de 23 de Julho - Define as linhas de orientação da política de gestão da qualidade do ar e transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva nº 96/62/CE, do Conselho, de 27 de Setembro.

• Portaria n.º 399/97 de 18 de Junho - Altera a Portaria nº 286/93, de 12 de Março (fixa os valores guia no ambiente para o dióxido de enxofre, partículas em suspensão, dióxido de azoto e monóxido de carbono o valor limite para o chumbo e os valores guia para o ozono).

• Portaria n.º 125/97 de 21 de Fevereiro - Altera a Portaria nº 286/93, de 12 de Março (fixa os valores limites e os valores guias no ambiente para o dióxido de enxofre, partículas em dispersão, dióxido de azoto e monóxido de carbono, o valor limite para o chumbo e os valores guias para o ozono).

• Decreto-Lei n.º 286/93 de 12 de Março - Fixa os valores limites e os valores guias no ambiente para o dióxido de enxofre, partículas em suspensão, dióxido de azoto e monóxido de carbono, o valor limite para o chumbo e os valores guias para o ozono.

Água • Decreto-Lei nº1/2008 de 9 de Janeiro de 2008 - Aprova o Protocolo de 1997 relativo à Convenção

Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios, 1973, modificada pelo Protocolo de 1978, MARPOL 73/78, relativo às regras para a prevenção da poluição atmosférica por navios, adoptado em Londres, em 26 de Setembro de 1997.

• Decreto-Lei n.º 306/2007 de 27 de Agosto – estabelece o regime da qualidade da água destinada ao consumo humano, procedendo à revisão do Decreto-Lei n.º 243/2001, de 5 de Setembro, que transpôs para o ordenamento jurídico interno a Directiva n.º 98/83/CE, do Conselho, de 3 de Novembro, tendo por objectivo proteger a saúde humana dos efeitos nocivos resultantes da eventual contaminação dessa água e assegurar a disponibilização tendencialmente universal de água salubre, limpa e desejavelmente equilibrada na sua composição. O presente decreto-lei estabelece ainda os critérios de repartição da responsabilidade pela gestão de um sistema de abastecimento público de água para consumo humano, quando a mesma seja partilhada por duas ou mais entidades gestoras.

• Resolução do Conselho de Ministros Nº 113 /2005, de 30 de Junho - Aprova o Programa Nacional para o Uso Eficiente da água - Bases e Linhas Orientadoras (PNUEA).

• Portaria n.º 50/2005 de 20 de Janeiro - Aprova os programas de redução e controlo de determinadas substâncias perigosas presentes no meio aquático.

• Decreto-Lei nº 149/2004 de 22 de Junho - Altera o Decreto-Lei n.º 152/97, de 19 de Junho, que transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 91/271/CEE, do Conselho, de 21 de Maio, relativamente ao tratamento de águas residuais(...)

• Portaria nº 1216/2003 de 16 de Outubro - estabelece os critérios de repartição de responsabilidade pela gestão e exploração de um sistema de abastecimento público de água para consumo humano sob responsabilidade de duas ou mais entidades gestoras.

• Decreto-Lei n.º 112/2002 de 17 de Abril - Aprova o Plano Nacional da Água.

• Decreto-Lei n.º 243/2001 de 5 de Setembro - Aprova normas relativas à qualidade da água destinada ao consumo humano transpondo para o direito interno a Directiva nº 98/83/CE, do Conselho, de 3 de Novembro, relativa à qualidade da água destinada ao consumo humano.

• Decreto-Lei n.º 236/98 de 1 de Agosto - Estabelece normas, critérios e objectivos de qualidade com a finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a qualidade das águas em função dos seus principais usos. Revoga o Decreto-Lei n. 74/90, de 7 de Março.

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• Decreto Regulamentar 23/95 de 23 de Agosto - regulamento geral dos sistemas públicos e prediais de distribuição de águas e de drenagem de águas residuais.

• Decreto-Lei n.º 319/94 de 24 de Dezembro - Regime jurídico da concessão da exploração e gestão dos sistemas multimunicipais de captação, tratamento e abastecimento de água para consumo público.

• Decreto-Lei n.º 207/94 de 06 de Agosto - Disciplina e orienta as actividades de concepção, projecto, construção e exploração dos sistemas públicos e prediais quer em matéria de distribuição de água quer em matéria de drenagem de águas residuais (actualiza legislação).

• Decreto-Lei n.º 45/94 de 22 de Fevereiro - Regula o processo de planeamento de recursos hídricos e a elaboração e aprovação dos planos de recursos hídricos.

• Decreto-Lei n.º 47/94 de 22 de Fevereiro - Estabelece o regime económico e financiamento da utilização do domínio público hídrico, sob jurisdição do Instituto da Água.

Resíduos

Resíduos Sólidos

• Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro - Aprova o regime geral da gestão de resíduos, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2006/12/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de Abril, e a Directiva n.º 91/689/CEE, do Conselho, de 12 de Dezembro.

• Decreto-Lei n.º 294/94, de 16 de Novembro - estabelece o regime jurídico da concessão de exploração e gestão dos sistemas multimunicipais de tratamento de resíduos sólidos urbanos.

• Decreto-Lei 379/93, de 5 de Novembro - permite o acesso de capitais privados às actividades económicas de captação, tratamento e rejeição de efluentes e recolha e tratamento de resíduos sólidos.

• Decreto-Lei n.º 372/93, de 29 de Outubro - altera a lei n.º 46/77 de 8 de Julho - Lei da delimitação de sectores.

• Portaria n.º 768/88, de 30 de Novembro - concede à DGQA a competência de fiscalização, referida no Decreto-Lei n.º 488/85 sobre Resíduos Sólidos Urbanos - Mapa de Resíduos Urbanos.

Resíduos Industriais

• Decreto-lei Nº 3/2004, de 3 de Janeiro - Consagra o regime jurídico do licenciamento da instalação e da exploração dos centros integrados de recuperação, valorização e eliminação de resíduos perigosos, adiante designados por CIRVER.

• Decreto-Lei n.º 89/2002, de 09 de Abril - Procede à revisão do Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Industriais (PESGRI 99), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 516/99, de 2 de Dezembro, que passa a designar-se PESGRI 2001.

• Decreto-lei N.º 516/99, de 2 de Dezembro - Aprova o Plano Estratégico de Gestão dos Resíduos Industriais (PESGRI 99).

• Decreto-Lei nº20/99, de 15 de Abril - tratamento de resíduos industriais.

• Portaria nº792/98, de 22 de Setembro - aprova o modelo do mapa do registo de resíduos industriais.

• Decreto-Lei nº273/98, de 2 de Setembro - transpõe para direito interno as disposições constantes da Directiva nº94/67/CE, do Conselho de 16 de Dezembro, relativa à incineração de resíduos perigosos.

• Despacho conjunto SEARN/SEIE/SETC, de 2 de Maio de 1987 - destino final e correcta utilização das cinzas das centrais térmicas.

Resíduos Hospitalares

• Despacho conjunto nº 761/99, de 31 de Agosto - aprova o plano estratégico sectorial de gestão dos resíduos hospitalares e a estratégia nacional de gestão de resíduos hospitalares para curto prazo (1999 - 2000) e os respectivos objectivos programáticos e planos de secção.

• Portaria n.º 178/97, de 11 de Março - aprova o modelo de mapa de registo de resíduos hospitalares.

• Portaria n.º 174/97, de 10 de Março - Estabelece as regras de instalação e funcionamento de unidades ou equipamentos de valorização ou eliminação de resíduos perigosos hospitalares, bem como o regime de autorização de realização de operações de gestão de resíduos hospitalares por entidades responsáveis pela exploração da referidas unidades ou equipamentos.

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• Despacho n.º 242/96 do ministério da saúde, de 15 de Julho - estabelece normas de gestão e classificação dos resíduos hospitalares.

Óleos Usados

• Decreto -Lei Nº 153/2003, de 11 Julho - Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de óleos novos e óleos usados.

• Despacho conjunto DGE/DGQA, de 18 de Maio - define óleos usados e as especificações a que devem obedecer os óleos usados a utilizar como combustível.

Pneus Usados

• Decreto-Lei Nº 43/2004, de 2 de Março - Altera a redacção dos artigos 4º, 9º e 17º do decreto-lei nº 111/2001 de 6 de Abril.

• Decreto-lei nº43/2004 de 2 de Março - Altera o Decreto-Lei n.º 111/2001, de 6 de Abril, que estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de pneus e pneus usados.

• Decreto-lei N.º 111/2001, de 6 de Abril - Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de pneus usados.

Embalagens e Resíduos de Embalagens

• Decreto-lei nº 92/2006 de 25 de Maio - Segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, transpondo para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2004/12/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de Fevereiro, relativa a embalagens e resíduos de embalagens.

• Decreto-lei Nº 162/2000, de 27 de Julho - Altera os Artigos 4º e 6º do Decreto-lei n.º366-A/97, de 20 de Dezembro.

• Despacho Conjunto nº 316/99, de 15 de Abril - Estabelece as regras de funcionamento dos sistemas de consignação e integrado a que devem obedecer os operadores económicos responsáveis pela gestão de embalagens RESÍDUOS DE EMBALAGENS.

• Despacho 7415/99(II Série), de 14 de Abril - Aprova os modelos de acordo com o nº4 da Portaria n.º 29-B/98 a preencher pelos embaladores responsáveis pela colocação dos produtos no mercado nacional e os distribuidores comerciantes com volume anual de vendas superiores a 90 milhões de euros.

• Decreto-Lei nº407/98, de 21 de Dezembro - Estabelece as regras respeitantes aos requisitos essenciais da composição das embalagens.

• Portaria n.º 29-B/98, de 15 de Janeiro - Estabelece as regras de funcionamento dos sistemas de consignação aplicáveis às embalagens reutilizáveis e às embalagens não reutilizáveis, bem como as do sistema integrado aplicável apenas às embalagens não reutilizáveis.

• Decreto-lei nº366-A/97, de 20 de Dezembro - estabelece os princípios de normas aplicáveis ao sistema de gestão de embalagens e resíduos de embalagens.

• Decisão 97/129/CE, de 28 de Janeiro - Cria o sistema de identificação dos materiais de embalagem nos termos da Directiva 94/62/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa a embalagens e resíduos de embalagens.

Movimento transfronteiriço de resíduos

• Regulamento (CE) nº 120/97, de 20 de Janeiro - altera o regulamento 259/93.

• Decreto-Lei n.º 296/95, de 17 de Novembro - Fiscalização e controlo das transferências de resíduos à entrada, no interior e à saída da Comunidade.

• Rectificação 157/95, 30 de Outubro - rectifica o Decreto-Lei nº296/95

• Decisão da Comissão nº94/575/CE, de 20 de Julho - Determina o processo de controlo previsto no Reg.259/93 no que diz respeito a certas transferências de resíduos para países não membros da OCDE.

• Decreto-Lei n.º 37/93, de 20 de Outubro - Aprova para ratificação, a Convenção de Brasileiros sobre controlo de movimento transfronteiriço de resíduos perigosos e a sua eliminação.

• Regulamento (CEE) n.º 259/93 do Conselho, de 1 de Fevereiro - relativo à fiscalização e ao controlo das transferências de resíduos no interior, à entrada e à saída da Comunidade.

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Lamas

• Portaria 176/96, de 3 de Outubro (II Série) - fixa os valores permitidos para a concentração de metais pesados nas lamas utilizadas na agricultura.

• Portaria 177/96, de 3 de Outubro (II Série) - Fixa as regras sobre análise das lamas e dos solos.

• Decreto-Lei nº446/91, de 22 de Novembro - Estabelece o regime de utilização na agricultura de certas lamas provenientes de estações de tratamento de águas residuais.

PCB

• Decreto-Lei nº 72/2007 de 27 de Março - Altera o Decreto-Lei 277/99, de 23.07, que transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 96/59/CE, do Conselho, de 16 de Setembro, e estabelece as regras para a eliminação dos PCB usados, tendo em vista a destruição total destes.

• Decreto-Lei n.º 277/99, de 23 de Junho - Transpõe para direito interno as disposições constantes na Directiva n.º 96/59/CE, do Conselho de 16 de Setembro, e estabelece as regras a que ficam sujeitas a eliminação dos PCB usados, tendo em vista a destruição total destes.

Sucatas

• Despacho N.º 24571/2002, publicado na 2ª série do Diário da República de 18 de Novembro de 2002.- Define os requisitos mínimos de funcionamento dos depósitos de sucata.

• Decreto-Lei n.º 268/98, de 28 de Agosto - Regula a localização dos parques de sucata e o licenciamento da instalação e ampliação de depósitos de ferro-velho e de veículos em fim de vida.

Pilhas

• DESPACHO N.º 6493/2002 (2ª Série), de 26 de Março - Aprova os modelos relativos a acumuladores de veículos; industriais e similares e a pilhas e outros acumuladores.

• Portaria N.º 571/2001, de 6 de Junho - Define as regras a que fica sujeito o licenciamento da entidade gestora do sistema integrado de pilhas e outros acumuladores.

• DECLARAÇÃO DE RECTIFICAÇÃO N.º 13-B/2001, de 19 de Junho - Rectifica a Portaria n.º 572/2001.

• Decreto-lei N.º 62/2001 , de 19 de Fevereiro - Estabelece o regime jurídico que fica sujeita a gestão de pilhas e acumuladores bem como a gestão de pilhas e acumuladores usados, e transpõe para a ordem jurídica interna as Directivas nºs 91/157/CEE, do Conselho, de 18 de Março, 93/86/CE, da Comissão, de 4 de Outubro, e 98/101/CE, da Comissão, de 22 de Dezembro, relativas às pilhas e acumuladores contendo determinadas matérias perigosas. Revoga o Decreto-Lei n.º 219/94, de 20 de Agosto.

Outros

• Resolução do Conselho de Ministros N.º 112 /2005, de 30 de Junho - Define o procedimento para a elaboração da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável.

• Decreto-Lei N.º 101 /2005, de 23 de Junho - Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva N.º 77/CE/1999, da Comissão, de 26 de Julho, relativa à limitação da colocação no mercado e da utilização de algumas substâncias e preparações perigosas, alterando o Decreto-Lei N.º 264/1998, de 19 de Agosto.

• Decreto-Lei n.º 85/2005 de 28 de Abril - Estabelece o regime legal da incineração e co-incineração de resíduos, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2000/76/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de Dezembro.

• Decreto-Lei n.º 230/2004 de 10 de Dezembro - Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos (REEE).

• Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março - A Lista Europeia de Resíduos (LER).

• Decreto-Lei n.º 196/2003 de 23 de Agosto - Transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2000/53/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de Setembro, relativa aos veículos em fim de vida.

• Decreto-Lei n.º 152/2002, de 23 de Maio - Estabelece o regime jurídico a que fica sujeito o procedimento para a emissão de licença, instalação, exploração, encerramento e manutenção, pós encerramento, de aterros destinados à deposição de resíduos e procede à transposição para a ordem jurídica nacional.

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• Resolução do Conselho de Ministros n.º 161/2001 de 15 de Novembro - Aprova o plano da Estratégia de Gestão de Resíduos de Origem Animal Resultante da Protecção contra Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis (EET).

• Portaria n.º 572/2001 de 06 de Junho - Aprova os programas de acção relativos a acumuladores de veículos, industriais e similares, e a pilhas e outros acumuladores.

• Decreto-Lei n.º 194/2000 ,de 21 de Agosto - Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 96/61/CE, do Conselho, de 24 de Setembro, relativa à prevenção e controlo integrados da poluição.

• Resolução do Conselho de Ministros n.º 92/2000 de 20 de Julho - Opta pela co-incineração como método de tratamento de resíduos industriais perigosos.

• Decisão da Comissão 2000/532/CE, de 3 de Maio - Lista Europeia de Resíduos (LER) - veio substituir o CER - catálogo europeu de resíduos, encontra-se publicada na Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março.

• Portaria n.º 459/98 , de 11 de Maio - Regula os processos de autorização das operações de gestão de resíduos industriais, sólidos urbanos e outros tipos de resíduos.

• Decreto-Lei n.º 239/97, de 9 de Setembro - estabelece as regras a que fica sujeita a gestão de resíduos.

• Portaria n.º 335/97, de 16 de Maio - fixa as regras a que fica sujeito o transporte de resíduos dentro do território nacional.

Energia • Portaria n.º 394/2004 de 19 de Abril - Aprova o Regulamento de Execução da Medida de Apoio ao

Aproveitamento do Potencial Energético e Racionalização de Consumos (MAPE). Revoga a Portaria n.º 198/2001, de 13 de Março.

• Decreto-Lei n.º 15/2004 de 14 de Janeiro - Aprova a orgânica da Direcção-Geral de Geologia e Energia (DGGE).

• Portaria n.º 295/2002 de 19 de Março -Regula o procedimento de obtenção das licenças necessárias para produção de energia hidroeléctrica por pequenas centrais hidroeléctricas. Revoga a Portaria n.º 445/88, de 8 de Julho.

• Portaria n.º 131/2002 de 9 de Fevereiro - Aprova o Regulamento de Construção e Exploração de Postos de Abastecimento de Combustíveis.

• Decreto-Lei n.º 114/2001 de 07 de Abril - Estabelece as disposições aplicáveis à definição de crise energética, à sua declaração e às medidas de carácter excepcional a aplicar nessa situação.

• Despacho Normativo n.º 20/98 de 19 de Março - Altera o Despacho Normativo n. 11-C/95, de 6 de Março (regulamenta o domínio de intervenção referente à utilização racional de energia nos edifícios não residenciais).

• Lei n.º 23/96, de 26 de Julho - Estabelece mecanismos jurídicos destinados a proteger o utente de serviços públicos essenciais, incluindo-se nestes o fornecimento de energia eléctrica. Destes mecanismos consta a participação das organizações representativas dos consumidores, o dever de informação, o dever de notificação previamente à suspensão do fornecimento, o direito à quitação parcial, a qualidade do serviço, a proibição de consumos mínimos, a especificação da factura e as modalidades de prescrição e caducidade.

• Decreto-Lei n.º 35/95, de 11 de Fevereiro - Altera o Decreto-Lei n.º 188/88, de 27 de Maio.

• Despacho Normativo n.º 11-B/95, de 6 de Fevereiro - Regulamenta o SIURE no que se refere à promoção de projectos de produção de energia eléctrica no âmbito das energias renováveis.

• Despacho Normativo n.º 11-C/95 de 06 de Março - Regulamenta o domínio de intervenção referente à utilização racional de energia nos edifícios não residenciais.

• Portaria n.º 228/1990, de 27 de Março - Aprova o Regulamento da Gestão do Consumo de Energia para o Sector dos Transportes.

• Decreto-Lei n.º 103-C/89, de 4 de Abril - Estabelece o regime a que ficam sujeitas as entidades fornecedoras de energia eléctrica no Continente e os respectivos consumidores. Define o regime de prestação de caução e a suspensão dos fornecimentos de energia eléctrica por incumprimento contratual.

• Decreto-Lei n.º 188/88, de 27 de Maio - Cria o Sistema de Incentivos à Utilização Racional de Energia.

• Portaria n.º 359/82, de 27 de Abril - Aprova o Regulamento de Gestão do Consumo de Energia.

• Decreto-Lei n.º 58/82, de 26 de Fevereiro - Estabelece medidas relativas à elaboração e aprovação dos planos de gestão de energia nas instalações consumidoras.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Ruído • Decreto-lei n.º 259/2002 de 23 de Novembro - Regime Legal sobre a Poluição Sonora (RLPS), revoga o

decreto-lei nº292/2000.

Outros

• Decreto-Lei nº 183/2007 de 09 de Maio - Altera os Decretos-Leis n.os 69/2003, de 10 de Abril, e 194/2000, de 21 de Agosto, substituindo o regime de licenciamento prévio obrigatório dos estabelecimentos industriais de menor perigosidade, incluídos no regime 4, por um regime de declaração prévia ao exercício da actividade industrial.

• Decreto-Lei 164/2001 de 23 de Maio - Aprova o regime jurídico da prevenção e controlo dos perigos associados a acidentes graves que envolvem substâncias perigosas, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 96/82/CE, do Conselho, de 9 de Dezembro.

• Decreto-Lei n.º 197/2005 de 08 de Novembro - Altera o Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, transpondo parcialmente para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2003/35/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Maio.

• Resolução do Conselho de Ministros N.º 112 /2005, de 30 de Junho - Define o procedimento para a elaboração da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável.

• Decreto-Lei n.º 113/2003 de 04 de Junho - Aprova a orgânica do Instituto do Ambiente.

• Decreto Regulamentar n.º 8/2003 de 11 de Abril - Aprova o Regulamento do Licenciamento da Actividade Industrial.

• Decreto-Lei n.º 69/2003 de 10 de Abril - Estabelece as normas disciplinadoras do exercício da actividade industrial.

• Decreto n.º 7/2002 de 25 de Março – Aprova o Protocolo de Quioto à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, assinado em Nova Iorque em 29 de Abril de 1998.

• Decreto-Lei n.º 69/2000 de 03 de Maio - Aprova o regime jurídico da avaliação de impacte ambiental, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva nº 85/337/CEE, com as alterações introduzidas pela Directiva nº 97/11/CE, do Conselho, de 3 de Março de 1997.

• Despacho n.º 2531/2000 de 01 de Fevereiro – Crédito fiscal para protecção ambiental.

• Portaria N.º 501 /2005, de 2 de Junho - Estabelece que o período crítico, no âmbito do Sistema Nacional de Prevenção e Protecção da Floresta contra Incêndios, vigora no período de 15 de Maio a 30 de Setembro.

Legislação Aplicável – Sectorial Existem portarias especificas sectoriais que limitam a emissão para várias substâncias, no meio receptor. Seguem-se alguns exemplos:

• Portaria nº429/99 de 15 de Junho - produção de carbonato de sódio (pelo processo ‘SOLVAY’ ao amoníaco, produção de fibras acrílicas, produção de anilina, produção de fosfato dicálcico, produção de sulfato de alumínio sólido, produção de amoníaco por oxidação parcial, produção de ureia, produção de adubos nitroamoniacais, produção de adubos compostos.

• Portaria nº423/97 de 25 de Junho - sector têxtil, excluindo lacticínios.

• Portaria nº1049/96 de 19 de Outubro - actividades industriais de manuseamento de amianto.

• Portaria nº1033/93 de 15 de Outubro - Unidades industriais em que se processa electrólise dos cloretos alcalinos.

• Portaria nº1030/93 de 14 de Outubro - unidades industriais do sector dos tratamentos de superfície.

• Portaria nº512/92 de 22 de Junho - sector de curtumes.

• Portaria nº505/92 de 19 de Junho - sector de celulose.

• Portaria n.º 809/90 de 10 de Setembro - Matadouros e unidades de processamento de carnes.

• Portaria nº810/90 de 10 de Setembro - Suiniculturas.

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EXERCÍCIOS

EXERCÍCIO 1

Suponha que trabalha num laboratório de controlo de água para consumo humano. Qual seria o decreto-lei que teria que consultar para verificar o cumprimento legal?

EXERCÍCIO 2

Como Técnico Superior de uma empresa de gestão de resíduos, qual o documento legal que recorreria para codificar o determinado tipo de resíduo?

RESOLUÇÕES

EXERCÍCIO 1

Decreto-Lei n.º 243/2001 de 5 de Setembro - Aprova normas relativas à qualidade da água destinada ao consumo humano transpondo para o direito interno a Directiva n.º 98/83/CE, do Conselho, de 3 de Novembro, relativa à qualidade da água destinada ao consumo humano.

Portaria nº 1216/2003 de 16 de Outubro - estabelece os critérios de repartição de responsabilidade pela gestão e exploração de um sistema de abastecimento público de água para consumo humano sob responsabilidade de duas ou mais entidades gestoras.

EXERCÍCIO 2

Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março - A Lista Europeia de Resíduos (Ler)

BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA

Para ter a legislação sempre actualizada, poderá assinar o Diário da República ou recorrer a uma empresa exterior que garanta este serviço.

LINKS DE INTERESSE

http://www.diramb.gov.pt

http://www.inresiduos.pt/

http://www.iambiente.pt/

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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3 Normas de Gestão

Ambiental

OBJECTIVOS E CONTEÚDOS DO CAPÍTULO Este capítulo pretende apresentar um conjunto de normas existentes no âmbito da implementação de SGA, além da que vamos apresentar com maior pormenor neste manual – ISO 14001:2004 com a emenda 1:2006 e EMAS.

INTRODUÇÃO GERAL Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) tem como objectivo a redução e/ou eliminação dos impactes resultantes da actividade de uma organização, integrando o ambiente na estratégia de gestão global dessa mesma organização. É por isso um instrumento com grandes potencialidades no sentido do desenvolvimento sustentável.

Um SGA deverá implementar práticas e procedimentos de gestão ambiental que permitam o conhecimento dos impactes causados, a disponibilização de meios técnicos, humanos e financeiros para a sua minimização e controlo, bem como uma forma eficiente de manter e rever o seu desempenho ambiental de forma contínua.

No que respeita à autarquia, o SGA permitirá ter um conhecimento dos impactes de todos os serviços camarários por forma a melhorar a eficiência dos processos, reduzir custos, minimizar a poluição e aumentar a capacidade de intervenção em problemas ambientais, assim como melhorar as relações com os munícipes, clientes e fornecedores.

Existem dois instrumentos fundamentais no âmbito dos SGA: o referencial normativo NP EN ISO 14001:2006, que define os requisitos para a implementação, manutenção e revisão de um SGA e o Regulamento Comunitário nº 761/2001 de Ecogestão e Auditoria - EMAS II, um instrumento mais exigente, dirigido às organizações que pretendam avaliar e melhorar os seus comportamentos ambientais e informar o público e outras partes interessadas a respeito do seu desempenho e intenções ao nível do ambiente, não se limitando ao cumprimento da legislação ambiental nacional e comunitária.

NORMA INTERNACIONAL NP ISO 14001:2004 e emenda 1:2006 O modelo de SGA estabelecido segundo a norma ISO 14001 é um processo cíclico de melhoria contínua do desempenho ambiental da organização, em que esta revê e avalia o seu SGA periodicamente, de modo a identificar oportunidades de melhoria.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Figura[7] – Ciclo da melhoria continua

As etapas principais de estabelecimento e melhoria de um SGA, conforme esquematizadas no esquema acima, incluem:

a) Política Ambiental

A direcção deve definir a política ambiental da organização e garantir que:

• É adequada à natureza, à escala e aos impactes ambientais das suas actividades, produtos e serviços;

• Inclui compromisso de melhoria contínua e prevenção da poluição;

• Inclui compromisso de cumprimento dos requisitos regulamentares;

• Proporciona o enquadramento para a definição e revisão dos objectivos e metas ambientais;

• Está documentada, implementada, mantida e comunicada a todos os empregados;

• Está disponível ao público.

Em relação ao compromisso de cumprimento da legislação, a norma ISO 14001 é ambígua, pois não impõe níveis pré-definidos de desempenho ambiental, requerendo apenas que a organização se comprometa a procurar melhorar continuamente o seu. Assim, uma organização pode não estar em situação de cumprimento efectivo e apenas estar numa situação em que demonstra objectivamente, através das suas acções, a intenção de a cumprir. Por outro lado, duas organizações com actividades semelhantes, mas que tenham desempenhos ambientais diferentes podem ambas cumprir os requisitos desta norma.

b) Planeamento

• Identificação de aspectos ambientais com impacte significativo no meio, associados a actividades, produtos e serviços da organização e identificação dos requisitos legais relevantes que a organização subscreva, aplicáveis aos aspectos ambientais previamente identificados;

• Estabelecimento de objectivos e metas ambientais adequadas aos aspectos ambientais e requisitos legais previamente identificados;

• Definição de um Programa Ambiental que dê cumprimento aos compromissos assumidos na Política Ambiental da organização e que permita atingir os objectivos e metas definidos. Este Programa deve incluir a designação das responsabilidades para atingir os objectivos e metas e os meios e os prazos para que sejam atingidos.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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c) Implementação e Operação

• Definição, documentação e comunicação a todos os funcionários das responsabilidades específicas de cada um; a definição e implementação de um SGA não pode (nem deve) ser da responsabilidade única do representante da Direcção, devendo existir também um responsável sectorial para a gestão ambiental, que poderá ser o mesmo responsável pelo sistema de qualidade, caso exista.

• Identificação das necessidades de formação, sensibilização e formação dos funcionários, particularmente em relação à Política do Ambiente da organização, ao impacte ambiental das suas actividades e ao SGA específico a implementar;

• Estabelecimento de um sistema eficaz de controlo de documentação do SGA, que permita constante revisão e actualização; no caso da organização já ter implementado um sistema de gestão de qualidade, é preferível haver uma integração dos dois sistemas e a elaboração de um único manual;

• Estabelecimento de procedimentos que garantam o cumprimento da política ambiental, do programa e dos objectivos;

• Estabelecimento de processos de emergência que minimizem o impacte ambiental de quaisquer acidentes que possam ocorrer;

• Estabelecimento de um sistema adequado de comunicação interna entre os vários níveis hierárquicos e de comunicação externa;

• Controlo eficaz das operações de rotina associadas a impactes ambientais consideráveis.

d) Acções de Verificação e Correcção

• Medição, monitorização e avaliação do desempenho ambiental da organização, para verificação e correcção de desvios em relação aos objectivos e metas definidas e em relação à legislação a cumprir;

• Identificação e acessibilidade de todos os registos ambientais, incluindo os respeitantes a formações e auditorias;

• Estabelecimento e manutenção de procedimentos e planos que visem garantir auditorias periódicas internas ao SGA, de modo a determinar a sua conformidade com as exigências normativas. Todas as não conformidades detectadas deverão ser tratadas.

e) Revisão pela Direcção

• Análise periódica do SGA, de forma a garantir a sua contínua actualização e adequação às exigências em termos ambientais; possíveis alterações à Política do Ambiente, aos objectivos e às metas serão efectuadas em função dos resultados das auditorias ambientais, alterações organizativas, melhorias contínuas e modificações externas.

A norma internacional NP EN ISO 14001 é uma Norma Internacional que define os requisitos necessários para a implementação dum Sistema de Gestão Ambiental (SGA).

Planear – Implementar – Verificar – Rever Esta nova versão da Norma, dá grande relevância aos aspectos ambientais e cumprimento da legislação. Por outro lado, procura uma relação próxima com a NP EN ISO 9001 – norma de qualidade que visa a satisfação dos clientes, reforçando pontos em comum entre ambas.

Os principais pontos em comum são:

• Definições

• Metodologia Planear-Implementar-Verificar-Actuar e enfoque baseado no processo

• Definição e documentação do âmbito do SGA

• Ligação entre Objectivos, Metas e Programa

• Conceito de Auditoria Interna

• Inclusão da avaliação do cumprimento legal na Monitorização (4.5.2).

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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ISO 14000:2004 (emenda 1:2006) A norma ISO 14001, insere-se numa série de normas: as ISO 14000. Estas normas representam um conjunto de normas definidas pelo Comité Técnico ISO – TC 207, cujo objectivo visa criar um padrão para diferentes aspectos do sistema e métodos de gestão ambiental, aceites internacionalmente.

Segundo o aspecto da Gestão Ambiental a que se referem assim se agrupam em:

• ISO 14001 & 14004 – SGA, especificações e aspectos práticos.

• ISO19011– auditoria ambiental, princípios gerais, procedimentos e critérios para a qualificação de auditores ambientais.

• ISO 14020/5 – rótulo ecológico e declarações

• ISO 14031 – indicações e princípios para determinar a “performance” ambiental de uma organização.

• ISO 14040/3 & 14048 – LCA

• ISO 14050 – termos e definições das normas atrás referidas

• ISO 14032-47-49-61 – relatórios técnicos para apoio na utilização das restantes normas.

A norma ISO 14004 é um guia para a implementação de um SGA, funcionando como uma ferramenta interna que providencia orientações para a implementação de um SGA segundo a norma ISO 14001. Esta norma inclui exemplos, descrições e opções que orientam quer na implementação do sistema, quer no reforço de integração com o sistema geral de gestão da organização. As orientações deste documento deverão ser utilizadas se a organização pretender implementar ou melhorar o seu SGA para gerir as suas actividades de modo mais responsável.

A ISO 14001 é uma norma internacionalmente aceite que define os requisitos para estabelecer e operar um Sistema de Gestão Ambiental. A norma reconhece que as organizações podem estar preocupadas tanto com a sua capacidade lucrativa quanto com a gestão de impactes ambientais.

A ISO 14001 integra estes dois motivos e provê uma metodologia altamente amigável para conseguir um Sistema de Gestão Ambiental efectivo. Na prática, o que a norma oferece é a gestão de uso e disposição de recursos. É reconhecida mundialmente como um meio de controlar custos, reduzir os riscos e melhorar o desempenho.

Não é só uma norma “no papel” – ela requer um comprometimento de toda a organização. Se os benefícios ambientais e seus lucros aumentam, as partes interessadas verão os benefícios.

Objectivos da Norma ISO 14001 Esta norma permite a identificação prévia de lacunas, bem como de fontes de informação e outros sistemas que possibilitem a sua utilização, considerando todos os cenários possíveis: normal, anormal e de emergência.

Domínio O domínio da norma estende-se a todos os aspectos ambientais dos quais seja possível à entidade exercer algum controlo. Esta norma não tem como fim, o estabelecimento de critérios de desempenho ambiental.

Aplicação A aplicação desta norma possibilita à organização, a implementação ou melhoria do SGA com vista à sua certificação, em conformidade com a sua política ambiental. Deste modo, é possível também realizar uma auto-avaliação e uma auto declaração de conformidade com a norma. Note-se ainda que esta norma partilha de princípios do sistema de gestão com as Normas ISO 9000.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Revisão Inicial A realização de uma revisão prévia apresenta inúmeras vantagens sobretudo pelo facto de possibilitar a identificação de algumas lacunas antes da implementação do SGA, tendo em conta o normal funcionamento da instalação/organização, anormais e de emergência.

Para efectuar esta revisão, deve recorrer-se a registos, listas de verificação, questionários, entrevistas e observação.

Seguindo esta metodologia, é possível definir uma base que permite determinar a melhor estratégia de implementação do SGA com maior rapidez e menor custo, eliminando duplicações e identificando pontos-chave do sistema.

Requisitos

Política Ambiental

A Política Ambiental é elemento chave que quando apropriada à organização de forma credível, pela sua dimensão e impactes ambientais associados, permite um assumir de um compromisso de melhoria contínua e de prevenção da poluição. Por outro lado, com ela é possível também o cumprimento da legislação existente na matéria bem como outras exigências que tenham sido subscritas. Todos os trabalhadores e público em geral devem ter livre acesso à Política Ambiental.

Planeamento

Neste campo é importante ter em conta vários aspectos, nomeadamente aspectos ambientais associados à organização e requisitos legais na qual ela se enquadra. Os objectivos e metas são factores importantes, pois são eles que orientam também o planeamento e programa de gestão ambiental.

Implementação e Operação

Na fase de implementação do SGA, deve ter-se em conta inúmeros factores, sobretudo:

• Estrutura e Responsabilidade

• Formação, competência e consciencialização

• Comunicação

• Documentação do SGA

• Controlo da documentação

• Controlo Operacional

• Preparação de capacidade de resposta e emergência

Verificação e Acção Correctiva

Devem ser efectuadas auditorias ao SGA a fim de identificar possíveis não conformidades, para que se proceda à sua correcção e acção preventiva. Todo o sistema deve ser alvo de monitorização e medição, devendo estar todo devidamente registado.

EMAS – SISTEMA COMUNITÁRIO DE ECOGESTÃO Além da ISO 14001, existem outras normas que inserem no contexto da gestão ambiental e que muitas vezes também são aplicadas pelas organizações de acordo com as suas metas e necessidades ambientais.

• EMAS - Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (regulamento da CEE n.º 1836/93) - com carácter europeu

• BS 7750 (1992) – nacionais

O EMAS permite às empresas do sector industrial, num acto voluntário proceder à avaliação e melhoria do seu comportamento ambiental bem como a prestação dessa informação ao público nesta matéria.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Procedimentos gerais Os procedimentos gerais do EMAS são os seguintes:

• Definição e aplicação de políticas, programas e sistemas de gestão ambiental

• Avaliação contínua destas acções

• Divulgação ao público do seu comportamento ambiental

Fases do EMAS

Implementação do EMAS

• Implementação de um SGA em todas as actividades da unidade industrial

• Realização de auditoria de ambiente interna

• Elaboração da declaração sobre o ambiente

• Fixação a níveis elevados de direcção dos objectivos de melhoria contínua

• Revisão do programa a fim do cumprimento desses mesmos Objectivos

Verificação e validação

• Solicitação externa para a verificação do cumprimento dos requisitos do regulamento (política, programa, levantamento ambiental, sistema de gestão ambiental e auditoria)

• Verificação da declaração em termos de viabilidade e fiabilidade

Registo

Mediante a declaração validade sobre ambiente é possível solicitar à entidade competente o registo da sua instalação industrial no EMAS.

COMPARAÇÃO ENTRE A NORMA ISO 14001 E EMAS A Norma ISO 14001 aplica-se a qualquer organização, no entanto o EMAS é apenas para sector industrial.

A declaração ambiental tem que ser verificável e aprovada no EMAS, na ISO 14001 esta não existe. Para o EMAS o levantamento ambiental é uma actividade verificável, o que não é obrigatório para a ISO 14001.

Saliente-se que ambas não têm carácter obrigatório, a sua aplicação é facultativa para as organizações, que devem avaliar as vantagens de implementarem ou não um SGA.

Em termos de documentação, a ISO 14001 é menos exigente, no entanto, requer a realização de auditoria para posterior certificação. O EMAS necessita de documentação dos efeitos ambientais para verificação/participação.

Implementação de SGA: Motivações, vantagens e instrumentos

O SGA é um dos instrumentos com mais potencialidades para o alcance de um comportamento eco-eficiente pelas empresas, tendo como principal objectivo a integração da gestão ambiental nos seus sistemas de gestão global.

As empresas têm responsabilidades tanto na criação de riqueza como na protecção do Ambiente, pelo que deverão adoptar práticas de gestão ambiental que lhes permitam um conhecimento claro dos impactes provocados, assim como a disponibilização de meios, técnicos, humanos e financeiros que garantam a sua minimização e controlo.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Só uma perspectiva de gestão que integre a gestão ambiental proporcionará uma vantagem competitiva às empresas, pois as questões ambientais deixarão de ser um custo, passando a ser um motor de inovação tecnológica e de crescimento económico.

De facto, o Sistema de Gestão Ambiental de uma empresa define-se como a parte do sistema global de gestão – que inclui estrutura organizacional, actividades de planeamento, definição de responsabilidades, práticas e procedimentos, processos e recursos – para desenvolver, implementar, alcançar, rever e manter a política ambiental definida pela empresa.

Algumas das principais motivações para a implementação de Sistemas de Gestão Ambiental pelas empresas são as exigências quer de clientes, quer de investidores, os requisitos legais, o ecomarketing e melhoria de imagem, a redução de custos e os seguros de responsabilidade civil.

Cada vez mais os clientes colocam aos seus fornecedores requisitos e imposições de índole ambiental que aqueles terão obrigatoriamente de satisfazer para que se mantenham as respectivas relações comerciais.

Os investidores e, nomeadamente, as instituições de crédito, já começam a ter em conta critérios ambientais nas suas decisões de investimento, não admitindo financiar projectos poluentes e beneficiando os projectos que acautelam a componente ambiental.

A legislação ambiental e respectiva fiscalização é progressivamente mais exigente, o que implica uma melhoria do desempenho ambiental das empresas.

Os consumidores já se preocupam com as questões ambientais, preferindo assim os produtos ambientalmente mais adequados e as empresas que demonstrem ter um melhor comportamento neste âmbito, ou seja, o Ambiente pode constituir um factor de diversificação e de vantagem competitiva para as empresas.

Um comportamento eco-eficiente, ao optimizar o uso dos recursos e evitar os desperdícios, permite poupanças significativas; além disso, um bom desempenho ambiental evita custos resultantes da aplicação dos princípios do poluidor-pagador e utilizador-pagador.

As seguradoras, no estabelecimento das apólices de seguros, têm cada vez mais em conta aspectos ambientais, penalizando as empresas que apresentam maior vulnerabilidade ambiental e estabelecendo prémios mais baratos para as melhores empresas.

As principais vantagens e potencialidades da implementação de um Sistema de Gestão Ambiental relacionam-se com a redução de custos, vantagens competitivas e aumento da motivação dos trabalhadores.

A redução de custos é possível através de uma utilização mais racional das matérias-primas e energia, redução dos custos associados ao transporte e tratamento de resíduos sólidos, redução dos custos associados a danos para o Ambiente, benefícios na obtenção de financiamento, diminuição do risco ambiental e consequente obtenção de prémios de seguro mais baratos e, através da diminuição do risco de acidentes e redução dos custos associados, como por exemplo limpezas e descontaminações.

Como vantagens competitivas destaca-se a melhoria da imagem externa da empresa, a melhor aceitação social pelo público, Administração Pública, clientes, trabalhadores, investidores e meios de comunicação e, ainda, a garantia de benefícios na obtenção de financiamento.

O aumento da motivação dos trabalhadores é assegurado através do recurso à sensibilização e formação dos mesmos para as questões ambientais e por uma maior consciencialização dos trabalhadores para o cumprimento dos objectivos ambientais estabelecidos pela organização.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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EXERCÍCIOS

EXERCÍCIO 1

Enuncie as principais diferenças entre a NP ISO 14001 e o EMAS.

RESOLUÇÕES

EXERCÍCIO 1

A Norma ISO 14001 aplica-se a qualquer organização, no entanto o EMAS é apenas para sector industrial.

A declaração ambiental só tem que ser verificável e aprovada no EMAS, na ISO 14001 esta nem existe. Para o EMAS é levantamento ambiental é uma actividade verificável, o que não é obrigatório para a ISO 14001.

Saliente-se que ambas não têm carácter obrigatório, mas são facultativas pelas organizações, que devem avaliar as vantagens de implementarem ou não um SGA.

Em termos de documentação, a ISO 14001 é menos exigente no entanto requer a realização de auditoria para posterior certificação. O EMAS, necessita de documentação dos efeitos ambientais para verificação/participação.

BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA

NP ISO 14001:2004

EMAS – Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria

LINKS DE INTERESSE

www.apcer.pt/

www.eea.europa.eu/

www.ipq.pt

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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4 Requisitos da ISO 14001

OBJECTIVOS E CONTEÚDOS DO CAPÍTULO Este capítulo pretende apresentar um pequeno resumo relativo aos requisitos da Norma ISO 14001 e os principais aspectos de cada um na sua implementação.

Requisitos são as condições a cumprir para determinado objectivo, neste caso, a implementação da norma ISO 14001, que serão avaliados durante a auditoria.

REQUISITOS DA NORMA

Requisitos gerais (4.1) A norma ISO 14001 é composta por um conjunto de requisitos, sendo o primeiro deles: requisitos gerais (4.1). Segundo estes, “A organização deste estabelecer, documentar, implementar, manter e melhorar continuamente um sistema de gestão ambiental de acordo com os requisitos da presente norma e determinar como ira cumprir tais requisitos. A organização deve definir e documentar o âmbito do seu sistema de gestão.”.

Segundo este requisito, a organização, deve avaliar o seu nível actual de desempenho, através de levantamento ambiental que permita recolher informação a vários níveis, sobretudo:

• Enquadramento legal e normativo, ou outros que tenham sido subscritos

• Identificação de aspectos ambientais e seus impactes significativos (condições normais de operação e anómalas, arranque e paragem, situações de emergência e acidentes)

• Levantamento de procedimentos e práticas existentes, incluindo compras e subcontratação

• Expectativas e necessidades internas e externas

• Lacunas e pontos a melhorar

• Aspectos fortes

• Recursos materiais e humanos existentes

• Metodologias internas no âmbito dos documentos e informação

• Avaliação de situações com impacte negativo anteriores (acidentes, situações de emergência).

Como instrumentos de suporte a este levantamento, a organização pode recorrer a listas de verificação, entrevistas, inspecção e medição directas, bem como dados anteriores.

Uma vez, que a organização deve periodicamente rever e avaliar o seu sistema de gestão ambiental, será possível identificar necessidades em matéria ambiental que podem ser melhoradas, devendo a organização, segundo a sua situação económica, definir a evolução deste processo, bem como a extensão e escala temporal.

Segundo a Norma ISO 14001, para implementar um SGA face aos requisitos impostos pela mesma, a organização deve:

• Definir uma Política Ambiental

• Identificar os seus impactes ambientais significativos, pela identificação dos aspectos ambientais da sua actividade

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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• Identificar os aspectos legais e normativos, bem como outros protocolos ou requisitos que tenha subscrito

• Estabelecimento de metas, objectivos e prioridades ambientais

• Estabelecimento de um ou mais programas com vista a implementar a Política, atingir metas e objectivos.

• Planeamento de Acções Preventivas e Correctivas, promovendo a monitorização, actividades de auditoria e revisão, para cumprimento da Política e manutenção do SGA

• Capacidade de fazer face à mudança e adaptar-se a alterações circunstanciais.

A gestão de todo o sistema, tem como base o ciclo de Deming – ciclo de melhoria contínua.

VERIFICARAuditorias

Acidente/Incidente

AGIRMelhoria ContinuaAcções Correctivas

EXECUTARMeios

Recursos

PLANEARPolitica

Objectivos

Utilização do processo de aprendizagem de um ciclo para fazer ajustes e melhorias no segundo ciclo, ciclo vai-se repetindo de forma permanente(1 ano de duração é mais conveniente)

MELHORIA CONTINUADA

Figura [8] – Ciclo de Deming

Note-se que a implementação desta norma não tem que ser feita na totalidade da organização, esta deve limitar as suas fronteiras e decidir se a quer implementar em todas as áreas e unidades operacionais, ou apenas em algumas.

No entanto, esta deve definir e documentar o âmbito do seu SGA, para que todas as actividades que se insiram neste âmbito, estejam incluídas no sistema. A organização deverá também, justificar a exclusão de dada área do âmbito do SGA, de modo a tornar o SGA credível. Salienta-se apenas o cuidado, na utilização e divulgação do símbolo de certificação.

A organização deve estabelecer e manter um SGA que cubra todos os requisitos da norma, não sendo aceitável a não aplicabilidade de alguns deles.

A definição de documentação do âmbito assume particular importância quando as organizações:

• São constituídas por entidades juridicamente distintas com a mesma localização geográfica;

• Possuem mais de uma CAE – classificação da actividade económica

• Além de produzirem, efectuam também a distribuição dos seus produtos em frota própria.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Nestes casos, as organizações devem apenas certificar uma entidade jurídica, actividade ou unidade de operação especifica, com atenção ao requisitos legais e aspectos ambientais comuns às restantes, sobretudo nos serviços de apoio – manutenção, serralharia, sistema de aquecimento, iluminação, geradores, etc.

Caso as organizações possuam unidades industriais localizadas em locais distintos e apenas uma estar incluída no âmbito da certificação, deve ser salvaguardada a utilização e divulgação do símbolo da certificação.

As organizações têm o livre arbítrio no que diz respeito ao cumprimento dos requisitos, no entanto, apontam-se 4 aspectos importantes a ter em conta:

• A possível integração do SGA com outros subsistemas, por exemplo Sistema de gestão da qualidade e ou segurança

• Tendo em conta as suas características e natureza, assim devem optar pelas medidas correctas

• As soluções técnicas devem ir de encontro ao cumprimento legal e política da organização

• Efectuar uma análise e revisão periódica ao SGA, afim de identificar pontos de melhoria

Política Ambiental (4.2) Segundo o requisito da norma “A Gestão de topo deve definir a política ambiental da organização e garantir que, no âmbito definido para o seu sistema de gestão ambiental.”.

A Política Ambiental tem que:

• Mostrar-se adequada à natureza, escala e impactes ambientais da organização;

• Representar um compromisso de melhoria contínua e prevenção da poluição;

• Garantir o cumprimento dos requisitos legais e outros requisitos que a organização tenha subscrito relativamente aos aspectos ambientais;

• Permitir a revisão dos objectivos e metas ambientais;

• Se encontrar devidamente documentada, implementada e mantida;

• Estar disponível a todos os trabalhadores (mesmo subcontratados) e intervenientes do SGA e ao público.

Figura [9] – Política Ambiental

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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A Política Ambiental além de representar forte compromisso face aos requisitos legais e outros aplicáveis, esta é ainda a força impulsionadora de todo o sistema – uma “visão unificadora das preocupações ambientais da organização, pois é ela que permite a implementação e melhoria do desempenho da organização. Desta forma a Política deve assentar em três pilares essenciais:

Figura [10] – 3 Pilares da Política Ambiental

Para que esta possa ser entendida por todos, deve ser clara e objectiva, e deve estar sempre actualizada, pelo que a sua revisão deve ser periódica.

Para definir uma Política Ambiental simples e perceptível, pode recorrer-se às seguintes questões:

O que queremos alcançar?

Como é feita a comunicação ao resto da organização?

Vamos fazer o que dissemos?

A Política Ambiental, pode representar um documento isolado ou integrado noutras Políticas já existentes (qualidade, segurança), e pode ser comunicada de várias formas, seguem-se alguns exemplos:

• Afixada em vários locais

• Incorporar em acções de formação

• Mencioná-la em reuniões

• Jornais/boletins internos

• Relatórios anuais

Com a nova versão a Política passa a ser definida:

• De acordo com âmbito do SGA

• Deve ser comunicada a todas as pessoas que trabalham para ou em proveito da organização.

• Deve ser comunicada aos colaboradores e estendida às pessoas que trabalham em proveito dela.

• Deve ser compreendida por todos

• Deve obedecer a 3 compromissos: legislação, prevenção da poluição e melhoria contínua

Etapas para a definição de uma Política Ambiental

Compromisso da organização

Análise preliminar dos aspectos ambientais

Rascunho da política ambiental

Aprovação da política ambiental

Comunicação interna da política ambiental e disponibilização a todas as pessoas que trabalham na empresa ou em seu proveito e a todas as partes interessadas.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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A Política deve estar enquadrada com as actividades, produtos e serviços da organização. Deve-se ainda verificar se esta considera os aspectos ambientais. A Política pode ser um documento isolado ou integrado noutras Políticas existentes. Seguidamente apresenta-se uma Política Ambiental fictícia, como exemplo.

Figura [11] – Política Ambiental

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Planeamento (4.3) Planear é o passo essencial para a organização conseguir avaliar o seu desempenho ambiental, de forma a ser possível definir as suas metas e objectivos e estabelecer o seu programa que garanta o cumprimento e melhoria do seu sistema.

Figura [12] - Planeamento

Aspectos Ambientais (4.3.1) Segundo o requisito na norma “ A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para:

a. Identificar os aspectos ambientais das suas actividades, produtos e serviços, no âmbito definido para o sistema de gestão ambiental, que pode controlar e aqueles que pode influenciar, tendo em consideração desenvolvimentos novos ou planeados, ou actividades, produtos e serviços novos ou modificados, e

b. Determinar os aspectos que têm ou podem ter impacte (s) significativo (s) sobre o ambiente (I.E. aspectos ambientais significativos).

A organização deve documentar esta informação e mantê-la actualizada.

A organização deve assegurar que os aspectos ambientais significativos são tomados em consideração no estabelecimento, implementação e manutenção do seu sistema de gestão.”.

A identificação dos aspectos ambientais da organização deve obedecer a uma metodologia fácil, simples, mas por outro lado, exaustiva para que nenhum aspecto passe despercebido. Esta etapa deve ser efectuada na fase de projecto/início de actividade, bem como na fase de abandono e desmantelamento.

Os aspectos ambientais significativos, devem ser sempre a prioridade da organização. Deste modo, consoante a sua actividade e em situações normais de funcionamento e anómalas, deve ter em conta:

• Fluxos de Entrada e saída;

• Produtos e serviços;

• Processos produtivos;

• Embalagem e transporte;

• Gestão de resíduos;

• Desempenho ambiental e práticas de fornecedores e subcontratados;

• Ciclo de vida dos produtos;

• Concepção e desenvolvimento;

• Extracção e distribuição de matérias-primas e de recursos naturais;

• Fauna, flora e biodiversidade.

• Localização e implantação das instalações

• Requisitos legais e outros subscritos

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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• Requisitos técnicos e dados diversos de fontes externas e internas a fim de estudar a sua interacção com meio ambiente, e melhor identificação dos aspectos significativos (com base em critérios objectivos).

Para efectuar um levantamento dos aspectos ambientais, não existe nenhuma metodologia definida. Pode-se recorrer a questionários, entrevistas, auditorias, medição directa, entre outras.

Sugerimos que para facilitar este trabalho se recorra a uma tabela, onde numa coluna de encontrem os aspectos ambientais e na outra o impacte associado, onde se deve avaliar se é directo ou indirecto, significativo ou não significativo, positivo ou negativo.

Figura [13] – Levantamento de impactes significativos

Esta etapa é crucial para uma boa definição de objectivos, metas e programas, bem como na formação e sensibilização e gestão de controlo ambiental.

Cuidados a ter para garantir o sucesso nesta etapa:

• Não esquecer as actividades fora das instalações

• Contemplar actividades de manutenção, limpeza, situações de emergência

• Não esquecer fornecedores e subcontratados

• Não usar critérios subjectivos na classificação dos impactes

• Considerar também os aspectos positivos

• Considerar as alterações processuais

• Considerar situações de emergência

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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A nova versão da norma explícita a “gestão da mudança” na fase de identificação de impactes ambientais, a acrescentar que menciona, “actividades, produtos e serviços”. Segundo esta:

• A inclusão de aspectos ambientais relacionados com acontecimentos novos ou planeados e actividades, produtos e serviços novos ou modificados

• A exigência clara de documentar o resultado do processo de avaliação de impactes ambientais

• Os aspectos significativos deverão ser considerados quando se estabelecer, implementar e mantiver um SGA e como base para o estabelecer de objectivos.

A organização não tem que considerar todos os produtos,, componentes ou entradas, pode seleccionar categorias de actividades, produtos e serviços para identificar os seus aspectos ambientais. No entanto, a abordagem usada deve considerar:

• Emissões atmosféricas

• Descargas no meio hídrico e solo

• Utilização de matérias-primas e recursos naturais

• Utilização de energia

• Energia emitida, por exemplo calor, radiação, vibração

• Resíduos e subprodutos

• Características físicas, por exemplo, dimensão, forma, cor

Devem-se ter ainda em conta, os aspectos relacionados com:

• Concepção e desenvolvimento

• Processos produtivos

• Embalagem e transporte

• Desempenho ambiental e as praticas dos subcontratados e fornecedores

• Gestão de resíduos

• Extracção e distribuição de matérias primas e recursos naturais

• Distribuição, utilização e o fim de vida dos produtos

• Fauna, flora e biodiversidade

O controlo relativo aos aspectos ambientais de um produto fornecido a uma organização, é variável, depende da sua posição no mercado e dos seus fornecedores.

Basta pensarmos que uma organização que seja responsável pela concepção do seu produto, terá certamente uma maior influência sobre as características do mesmo.

A abordagem por processos facilita em muito a identificação dos aspectos ambientais, pois permite a separação em várias “caixas” nas quais serão analisados os fluxos de entrada e saída.

O SGA deve conter um procedimento que identifique os aspectos ambientais que a organização:

• Possa controlar

• Possa ter influência

Em termos de descritores, devem ser usados:

Incomodidade – (ruído exterior) – avaliação do ruído ambiental segundo a legislação

Riscos Industriais Graves – avaliar as substancias armazenadas com características de perigosidade, tendo em conta a legislação.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Outras formas de identificar os aspectos ambientais, poderão ser:

- falar com os seus trabalhadores,

- percorrer o local e a zona circundante

- examinar documentos

- estudar legislação

- contactar com outras organizações já certificadas

- contactar com os organismos públicos que tutelam a área do ambiente

- analisar os fluxos de materiais

- analisar os indicadores de desempenho

Requisitos Legais e Outros requisitos (4.3.2) A Norma ISO 14001 diz-se neste requisito que “A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para:

a. Identificar e ter acesso aos requisitos legais aplicáveis e a outros requisitos que a organização subscreva, relacionados com os seus aspectos ambientais, e

b. Determinar como estes requisitos se aplicam aos seus aspectos ambientais.

A organização deve assegurar que estes requisitos legais aplicáveis e outros requisitos que a organização subscreva são tomados em consideração no estabelecimento, implementação e manutenção do seu Sistema de Gestão Ambiental.”.

Note-se que devem ser considerados todos os requisitos legais nos quais a organização se insira, desde os Nacionais, Internacionais, Regionais, Locais e Municipais, não esquecendo de outros requisitos que embora não sendo legais, mas que representem forte compromisso que esta possa ter subscrito: normas, acordos, directrizes de carácter não regulamentar, princípios ou códigos voluntários de boas práticas, compromissos.

O acesso a estes documentos pode efectuar-se de várias formas, devendo a organização optar pela que é mais vantajosa para si:

• Assinatura do Diário da República (I e II séries);

• Contrato de subscrição de legislação anotada;

• Sites diversos (http://www.diramb.gov.pt)

A organização deve ter atenção às suas obrigações, sobretudo no envio de relatórios e dados diversos.

Para garantir o cumprimento eficaz deste requisito, deixamos alguns pontos a não esquecer:

• Possuir uma metodologia adequada que garanta o acesso em tempo útil de todos os requisitos

• Garantir que se contemplaram todos os requisitos e se especificou a forma como estes se aplicam na organização

• Comunicar de forma eficaz e a todos os intervenientes os requisitos nos quais a organização se insere.

Esta nova versão da norma, afirma agora que uma organização deve determinar como é que os requisitos legais e outros são aplicáveis aos seus aspectos ambientais. Estes requisitos, são contemplados quando a organização estabelecer, implementar e mantiver o seu SGA.

Recorda-se que este é um dos pontos essenciais, e que faz parte dos 3 pilares da Política Ambiental. O não cumprimento da legislação, poderá ter custos enormes, e ainda, poderá colocar em causa a imagem da organização.

Relativamente à legislação note-se que:

• Regulamentos: são obrigatórios, de aplicação directa, aplicáveis geralmente a todos os Estados-Membros

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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• Directivas: têm força obrigatória, contêm comandos genéricos que necessitam de uma transposição e adequação ao direito interno, através de legislação especifica.

• Decisões: Obrigatórias, são directamente aplicáveis aos seus destinatários, que sejam Estados–Membros, particulares ou pessoas colectivas.

• Recomendações: Não são obrigatórias

• Resoluções: programas de acção que não comportam, geralmente disposições vinculativas.

A organização deve após identificar os requisitos legais aplicáveis, constituir um arquivo organizado, onde estejam registados todos os requisitos que esta subscreva.

Seguidamente, esta deve comunicar aos trabalhadores indicados a legislação e requisitos aplicáveis, sendo depois seleccionada uma pessoa, que fica incumbida de os comunicar aos restantes trabalhadores, pelas vias mais adequadas:

• intranet

• e-mail

• jornais internos

• formação

• reuniões

Note-se que a alteração da legislação deve ser sempre considerada, uma vez que esta pode vir a alterar os requisitos, os objectivos ou outros elementos do SGA.

Objectivos, Metas e Programa (s) (4.3.3) O requisito diz que “A organização deve estabelecer, implementar e manter objectivos e metas ambientais documentadas, a todos os níveis e funções relevantes dentro da organização. Os objectivos e metas devem ser mensuráveis, sempre que possível, e consistentes com a política ambiental, incluindo os compromissos relativos à prevenção, ao cumprimento dos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos que a organização subscreva, e à melhoria contínua.

Ao estabelecer e rever os seus objectivos e metas, a organização deve ter em conta os requisitos legais e outros requisitos que a organização subscreva, e os seus aspectos ambientais significativos. Deve também considerar as suas opções tecnológicas e os seus requisitos financeiros, operacionais e de negócio, bem como os pontos de vista das partes interessadas.

Para atingir os seus objectivos e metas, a organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais programas. Este (s) programa (s) deve (m) incluir:

a. designação das responsabilidades para atingir os objectivos e metas, aos níveis e funções relevantes da organização, e

b. Os meios e os prazos de realização.”.

Como já foi referido, o estabelecimento das metas e objectivos deve ser efectuado tendo em conta os aspectos ambientais significativos, opções tecnológicas, as melhores tecnologias disponíveis, custos, requisitos e a Política Ambiental. Pelo que o programa (s) deve contemplar todos estes aspectos, numa unidade temporal de curto, médio e longo prazo.

O programa (s) deve contemplar também, uma calendarização, recursos necessários, pessoal responsável pela sua implementação, bem como:

• Fases de planeamento

• Concepção

• Produção

• Marketing

• Destino final.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Aplicado tanto à actividade, produto e serviço, como para instalações, com devidos ajustes.

• Produto – concepção, materiais, processos de produção, utilização e destino final.

• Instalação – planeamento, concepção, construção, activação, operação e desactivação.

Esta nova versão considera numa só cláusula (4.3.3) as duas cláusulas da antiga norma: 4.3.3 – Objectivos e metas e 4.3.4. – programa de gestão ambiental. A revisão exige que: os objectivos e metas são mensuráveis, consistentes com os requisitos legais e outros visando a melhoria contínua.

A definição de metas e objectivos, permitem transpor uma intenção numa acção de forma eficaz. Não existem objectivos standard, estes requerem ajuste face a cada organização, e devem reflectir o que esta faz e pretende atingir.

Para melhor definir os objectivos, a organização deve ter presente alguns aspectos, nomeadamente:

• Política Ambiental

• Aspectos Ambientais significativos

• Requisitos legais e outros

• Parecer das partes interessadas

• Opções tecnológicas

• Requisitos financeiros, operacionais e de negócio

• Constatação da revisão pela gestão

• Fornecedores e subcontratados

Exemplo de objectivos/metas

Objectivos

Metas

Men

surá

veis

• Reduzir o consumo de água no ano 2008

• Reduzir o consumo energético em 10% durante 2007

• Reduzir a produção de RSU

• Reduzir em 15% o consumo de água até ao final de 2008

• Reduzir em 15% o consumo de energia eléctrica até ao final de 2011

• Sucata – redução de 15%

Não

M

en

surá

veis

• Até ao final de 2008 a empresa pretende ser certificada pela ISSO 14001

• Levantamento inicial até 2004

Figura [14] – Exemplo de objectivos e metas

Note-se que os objectivos podem não ser extensíveis a toda a organização, mas apenas a uma parte dela.

Após dado este passo, devem ser comunicados a toda a organização os objectivos e metas. A elaboração de relatórios periódicos de acompanhamento deste processo facilitará a análise do progresso. A definição de indicadores, também permite uma boa avaliação do cumprimento dos objectivos e metas.

A Norma 14031:2004, apresenta vários tipos de indicadores, note-se que estes devem ser simples, objectivos, verificáveis e relevantes:

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Figura [15] – Tipo de Indicadores

Sessões abertas ao público ou pequeno grupo, permitem a obtenção do parecer das partes interessadas.

Posteriormente deve ser elaborado o Programa de Gestão Ambiental (PGA), que deve ser documentado seguindo a filosofia do ciclo de Deming (ver figura 2).

O PGA deve ter ligação directa aos objectivos e metas e contemplar ainda, alterações ao sistema de gestão, acções correctivas e preventivas, exigências, resultados da revisão pela gestão e novas actividades. A sua eficácia deve ser garantida, pela designação de responsabilidades no cumprimento de metas e objectivos, prazos e meios e recursos. Todos os indicadores de acompanhamento devem estar mencionados no programa, que deve requer verificação do grau de implementação. Sempre que se detectarem não conformidades, o plano deve ser corrigido, a fim de as eliminar.

Figura [16] – Estrutura de PGA

Para a elaboração do PGA poderemos considerar as seguintes etapas:

• Análise de entradas

• Definição e aprovação do PGA

• Execução das acções

• Acompanhamento/verificação

• Correcção

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Deve ainda ter-se em conta as seguintes entradas:

• Alterações ao sistema de gestão

• Acções correctivas e preventivas

• Exigências dos clientes e outras partes interessadas

• Resultados da revisão pela gestão

• Novas actividades

Desta forma, um PGA eficaz deve designar as responsabilidades para atingir as metas e objectivos, em cada nível da organização, prazos e meios/recursos necessários. Este deve incluir os indicadores de acompanhamento dos objectivos.

O PGA deve ser dinâmico e actualizado com a periodicidade adequada, face à organização.

Exemplo de PGA

Acompanhamento

Política

Objectivo

Meta

Indicador

Métrica

Resp. 1º T 2ºT 3ºT 4ºT

Prevenção da

Poluição

Reduzir a produção

de RSU em 2005

Sucata – até 15% de 2005

Sucata Kg/ton DM

…… …… …… …… …… …… …… …… …… ……

Figura [17] – Exemplo de um PGA

Implementação e funcionamento (4.4) O requisito 4.4 da norma refere que “A gestão deve garantir a disponibilidade dos recursos indispensáveis para estabelecer, implementar, manter e melhorar o sistema de gestão ambiental. Estes recursos incluem os recursos humanos e aptidões específicas, as infra-estruturas da organização e os recursos tecnológicos e financeiros. As atribuições, as responsabilidades e a autoridade devem ser definidas, documentadas e comunicadas, de forma a proporcionar uma gestão ambiental eficaz. A gestão de topo da organização deve nomear um ou mais representantes específicos que, independentemente de outras responsabilidades, deve (m) ter atribuições, responsabilidades e autoridade definidas, para:

a. Assegurar que o sistema de gestão ambiental é estabelecido, implementado e mantido, em conformidade com os requisitos da presente norma,

b. Relatar à gestão de topo o desempenho do sistema de gestão ambiental, para efeitos de revisão, incluindo recomendações para melhoria.”.

Esta fase é composta por 7 cláusulas:

1. Recursos, atribuições, responsabilidades e autoridade.

2. Competência, formação e sensibilização

3. Comunicação

4. Documentação

5. Controlo de documentos

6. Controlo operacional

7. Preparação e capacidade de resposta a emergências

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Recursos, atribuições, responsabilidades e autoridade (4.4.1) Segundo este ponto “A gestão deve garantir a disponibilidade dos recursos indispensáveis para estabelecer, implementar, manter e melhorar o sistema de gestão ambiental. Estes recursos incluem os recursos humanos e aptidões específicas, as infra-estruturas da organização e os recursos tecnológicos e financeiros. As atribuições, as responsabilidades e a autoridade devem ser definidas, documentadas e comunicadas, de forma a proporcionar uma gestão ambiental eficaz. A gestão de topo da organização deve nomear um ou mais representantes específicos que, independentemente de outras responsabilidades, deve (m) ter atribuições, responsabilidades e autoridade definidas, para:

a. Assegurar que o sistema de gestão ambiental é estabelecido, implementado e mantido, em conformidade com os requisitos da presente norma.

b. Relatar à gestão de topo o desempenho do sistema de gestão ambiental, para efeitos de revisão, incluindo recomendações para melhoria.”.

O sucesso do SGA pressupõe um compromisso único de todos os intervenientes na sua implementação, desde a gestão de topo que dá inicio a este processo pela definição da Política Ambiental. Para acompanhar todo este processo, são elegidos um ou mais representantes do SGA, com responsabilidades limitadas mas que asseguram a eficácia de todo o sistema. Devem também ser garantidos os recursos essenciais para este processo.

As funções e autoridade devem estar bem definidas, documentadas e comunicadas (pode usar-se a matriz de responsabilidades/organigrama), para que não ocorram “zonas de responsabilidade dúbia”, caso existam outros sistemas implementados, podem-se estudar formas de integração. Seguem-se alguns exemplos de funções e como estas podem intervir no SGA.

Figura [18] – Função e campos de intervenção no SGA

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Como formato documental para funções relevantes no SGA, este deve contemplar os seguintes dados:

• Nome

• Título

• Qualificação

• Responsabilidades organizacionais

• Principais funções relacionadas com a gestão e controlo ambientais

• Autoridades

• Interligações com outras funções relevantes

Este documento deve existir pelo menos para as seguintes funções:

• Direcção

• Representante da gestão

• Gestor do sistema

• Quadros intermédios

• Responsável pela formação e recursos humanos

• Responsável pelo controlo de fornecedores

• Responsável pelo equipamento ambiental

• Outros trabalhadores com qualificação ambiental.

Caso existem órgãos colectivos para decisão ou análise, a sua composição, responsabilidade e modos de decisão devem estar definidos.

O representante da gestão coordena o processo de implementação do SGA, com as seguintes funções:

• Participação na definição da Política Ambiental, metas e objectivos e programa.

• Garantir que o sistema cumpre com requisitos da norma ISO 14001

• Divulgar e controlar os objectivos da organização

• Representar a direcção na área ambiental

• Informar a direcção sobre o desempenho do SGA

• Aprovar manual de gestão ambiental

• Definir e responder sobre as principais funções do SGA

Esta nova versão fala em “assegurar a disponibilidade”. Foi incluída na lista de recursos a infra-estrutura organizacional. Há também uma exigência para que o representante de gestão disponibilize gestão de topo com recomendações para melhoramento do SGA. Para garantir a eficácia destes pontos, deixamos algumas sugestões a não esquecer:

• Designar o representante da gestão para o SGA

• Garantir que todas as funções relevantes foram documentadas

• Todos os trabalhadores têm conhecimento das atribuições, responsabilidades e autoridades.

• A gestão de topo disponibiliza todos os recursos necessários para implementar, controlar e melhorar o sistema

Competência, Formação e Sensibilização (4.4.2) Segundo o requisito da norma “A organização deve assegurar que qualquer (quaisquer) pessoa (s) que execute (m) tarefas para a organização ou em seu nome, que tenha (m) potencial para causar impacte (s) ambiental (is) significativo (s) identificado (s) pela organização, é (são) competente (s) com base numa adequada escolaridade, formação ou experiência. A organização deve manter os registos associados. A organização deve identificar as necessidades de formação associadas aos seus aspectos ambientais e ao seu sistema de gestão ambiental. A organização deve providenciar formação ou desenvolver outras acções para responder a estas necessidades e deve manter os registos associados.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para as pessoas que trabalham para a organização ou em seu nome, estarem sensibilizadas para:

• a importância da conformidade com a política ambiental, os procedimentos e os requisitos do sistema de gestão ambiental

• Os aspectos ambientais significativos e impactes relacionados, reais ou potenciais, associados ao seu trabalho, e para os benefícios ambientais decorrentes da melhoria do seu desempenho individual

• As suas atribuições e responsabilidades para atingir a conformidade com os requisitos do sistema de gestão ambiental, e

• As consequências potenciais de desvios aos procedimentos especificados.”.

A organização deve garantir que as necessidades de formação/sensibilização são cumpridas a fim de maximizar os conhecimentos, o nível de compreensão e as aptidões necessárias de todos os seus colaboradores, que devem ainda estar consciencializados para a Política Ambiental da empresa.

Desta forma, deve ser criado um plano de formação através da identificação das necessidades sentidas, tendo em conta alguns aspectos, sobretudo:

• Qualificações mínimas exigidas para desempenho das funções relacionadas com ambiente;

• Introdução de novas tecnologias/processos/equipamentos/métodos de trabalho;

• Relatórios de auditorias, reclamações e não conformidades detectadas;

• Contratação de novos trabalhadores ou mudanças de cargo

• Alterações de metas e objectivos

• Novo enquadramento legal

A realização de Acção de Formação deve ser bem documentada, pelo que devem existir registos diversos, desde:

• Plano da acção

• Conteúdo temáticos

• Sumários

• Lista de presenças

• Certificados de participação

• Exercícios, trabalhos, testes e exames

Saliente-se porém, que esta formação deve ser dada por pessoal habilitado com a competência necessária e formação adequada.

Figura [19] – Competência

Como elaborar Plano de Formação:

• Avaliar as necessidades de formação;

• Definir objectivos da formação

• Seleccionar um programa e métodos ajustados

• Preparar Plano de Formação

• Implementar o Programa de formação

• Acompanhar a formação (registos)

• Avaliar a eficácia da formação • Melhorar o programa de Formação

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Figura [20] – 5 questões para elaborar Plano de Formação

Note-se ainda que o Código do Trabalho, refere a necessidade de elaborar planos de formação, anuais ou plurianuais, com base nas necessidades e qualificação dos trabalhadores. Ainda refere, que o empregador, deve realizar relatório anual sobre a execução da formação contínua, mencionando o n.º total de trabalhadores, os que foram abrangidos por cada acção, sua actividade, tipo de acção, encargos globais e financiamento.

Listam-se alguns cursos de formação que podem ser tidos em consideração:

• Sensibilização ambiental

• Sistemas de Gestão ambiental – ISO 14001

• Procedimentos em situações de emergência

• Aspectos ambientais e enquadramento legal

• Reciclagem de aperfeiçoamento

• Elaboração de Diagnósticos Ambientais

• Planos de Gestão de Resíduos

Segundo esta nova versão da norma, “qualquer pessoa que desempenhe tarefas para a organização, ou em seu proveito” no âmbito ambiental e com impacte significativo, deve estar identificado pela organização como competente. Altera ainda “todos os empregados” e inclui “subcontratados” e outras pessoas não empregadas pela organização com actividades com impactes significativos.

Normalmente a grande dificuldade prende-se com a identificação das necessidades de formação – realização de um diagnóstico de necessidades.

A Formação e os Diagnósticos de Necessidades - Ferramentas essenciais para a Inovação!

A formação é um elemento chave para o desenvolvimento tecnológico, económico e de qualidade nas organizações, pois permite a qualificação dos recursos que a compõem. Abrir portas à inovação significa dinamizar e qualificar competências que devem ser a base da nossa actuação.

Por outro lado, as exigências ambientais e a competitividade sentidas num mundo em permanente mudança, são factores que facilmente explicam a necessidade de se apostar fortemente numa formação certificada e contínua dos trabalhadores.

Facilmente identificamos a formação como um elemento que, nas organizações, sofre reduções orçamentais, não se investindo num valor fundamental para fazer face aos desafios de que somos alvo, como país membro da União Europeia (em que os níveis de formação médio são elevados).

Investir na formação é fundamental para lidar com a exigência da globalização, dos novos mercados e da concorrência (entre empresas e entre pessoas), pelo que deve ter uma base cada vez mais sólida e certificada, para garantir a sua qualidade.

Caminhar no sentido do progresso, da inovação, da mudança, da criatividade, do dinamismo e da melhoria contínua no desempenho profissional e empresarial é apostar no aprofundamento de conhecimentos, capacidades e competências em áreas de especialização, pela qualificação profissional.

O Diagnóstico de Necessidades de Formação (DNF) é sem dúvida uma ferramenta básica, essencial e de suporte à formação! Esta ferramenta é um elemento chave para o desenvolvimento tecnológico, económico e de qualidade nas organizações, pois permite a qualificação dos recursos que a compõem. Abrir portas à inovação significa dinamizar e qualificar competências que devem ser a base da nossa actuação.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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A formação é facilmente identificada como um custo, sendo o elemento que mais sofre reduções orçamentais, muitas vezes inconscientes e pouco centradas face às necessidades de formação! Garantir uma resposta formativa adequada às carências da organização é uma forma consciente de reduzir custos, sem comprometer o seu dinamismo e competitividade num mercado europeu em que o nível de exigência é crescente!

Este procedimento técnico representa o inicio do ciclo de formação, em que devem ser considerados 4 aspectos relativamente à organização:

• Interesse organizacional global - nível estratégico

• Interesse dos sectores intermédios da organização - nível táctico

• Interesse dos serviços de primeira linha - nível pragmático

• Interesse dos funcionários individualmente considerados - nível pessoal

Seguindo esta hierarquia de interesses, é possível garantir que a formação passa a ser encarada como investimento produtivo. A detecção de necessidades, também denominado diagnóstico de necessidades, permite a recolha de elementos fundamentais para a composição de uma imagem clara do futuro trabalho formativo a desenvolver:

• Balanço de resultados anteriores;

• Directrizes emanadas dos órgãos de direcção e de gestão estratégica;

• Análise da situação envolvente e da sua evolução futura;

• Entrevistas e Questionários ajustados aos vários níveis.

Estando identificadas as necessidades da organização, segue-se a planificação das acções de formação que materializarão a intervenção formativa. Esta fase, consiste na organização/distribuição das acções de formação no tempo e no espaço, contratação e mobilização de formadores, a duração e conteúdos das acções, tendo em conta o diagnóstico efectuado. Com esta metodologia é elaborado o Plano de Actividades de Formação que será apresentado à Organização, para sua avaliação e aceitação.

Comunicação (4.4.3) Segundo este requisito “No que se refere aos seus aspectos ambientais e ao seu sistema de gestão ambiental, a organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para:

• Comunicação interna entre os vários níveis e funções da organização,

• Receber, documentar e responder a comunicações relevantes de partes interessadas externas.

A organização deve decidir acerca da comunicação externa sobre os seus aspectos ambientais significativos e deve documentar a sua decisão. Se a organização decidir comunicar, deve estabelecer e implementar (um) método (s) para esta comunicação externa.”.

Como já foi referido em pontos anteriores, comunicar é sem dúvida essencial para garantir a eficácia de todo o SGA, que deve ser efectuada de forma a que informação flua desde topo até à base, e da base até ao topo. Existem inúmeras formas de comunicar: reuniões, publicações, placares, Internet, telefone, caixas de sugestões.

No entanto, compete à organização, implementar um procedimento para gerir a sua comunicação, sobretudo: receber, documentar e responder a todas as comunicações relevantes. Deve também ser estabelecimento um procedimento para informar externamente sobre os seus aspectos ambientais, consoante tipo de informação a comunicar, Público-Alvo e as circunstâncias específicas da organização.

Comunicar de forma eficaz irá permitir:

• Motivar

• Explicar a Política Ambiental e sua relação com visão/estratégia

• Garantir conhecimento de funções e expectativas

• Mostrar o compromisso da gestão de topo

• Melhoria potencial do sistema

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Para comunicar de forma eficaz deve pensar no seguinte:

• Com quem quero comunicar?

• O que preciso?

• Qual a melhor forma de chegar até eles?

• Como transmitir que quero de forma simples, clara, concisa e precisa?

Esta nova versão exige que a organização possua método eficaz de efectuar e gerir a comunicação externa em relação a aspectos ambientais significativos, caso decida comunicá-los pró activamente, não se limitando apenas a responder às partes interessadas.

Documentação (4.4.4) Segundo este requisito a norma diz que “A documentação do sistema de gestão ambiental deve incluir:

a. A política ambiental, os objectivos e metas

b. Uma descrição do âmbito do sistema de gestão ambiental

c. Uma descrição dos principais elementos do sistema de gestão ambiental e suas interacções, e referências a documentos relacionados

d. Documentos, incluindo registos, requeridos por esta Norma, e

e. Documentos, incluindo registos, definidos como necessários pela organização para assegurar o planeamento, a operação e o controlo eficazes dos processos relacionados com os seus aspectos ambientais significativos.”.

Para garantir o nível de detalhe do SGA, a documentação existente, que pode existir em suporte papel ou informático, deve ser suficiente e permitir identificar a forma como as diferentes partes se organizam entre si. Esta deve, permitir localizar outras informações específicas. A documentação deve estar sempre actualizada e deve ser definida tendo em conta os seguintes factores:

• Dimensão e tipo de organização

• Complexidade das suas actividades

• Competência dos intervenientes

SGA deve ter os seguintes como documentos bases:

Política Ambiental

Âmbito do SGA

Objectivos e metas

Aspectos ambientais significativos

Procedimentos, instruções e registos

Organigramas

Normas internas e externas

Planos de emergência

Podemos definir uma estrutura documental de 4 níveis:

Figura [21] – 4 níveis documentais

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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A norma não exige a elaboração de um Manual de SGA (MSGA), devendo no entanto este ser elaborado, dada a sua eficácia.

O que deve conter o MSGA?

O MSGA deve ser constituído pelos seguintes elementos:

• Página de cobertura e índice

• Campo de aplicação do SGA

• Metodologias de controlo

• Caracterização geral da organização

• Política ambiental

• Estrutura organizacional e responsabilidades

• Referência cruzada aos requisitos da norma

• Procedimentos documentados ou referência

Esta cláusula não sofreu alterações quanto à intenção, tendo apenas sido reestruturada face à norma ISO 9001:2000, salientando que a documentação deve incluir:

• Política ambiental

• Âmbito do SGA

• Descrição dos principais elementos do SGA, a sua interacção e referência para documentos relacionados

• Documentos, incluindo registos, exigidos pela ISO 14001:2004

• Documentos, incluindo registos, determinados como necessários pela organização para os seus aspectos ambientais significativos.

Controlo dos documentos (4.4.5) Segundo a norma “Os documentos requeridos pelo sistema de gestão ambiental e pela presente Norma devem ser controlados. Os registos são um tipo específico de documentos e devem ser controlados de acordo com os requisitos constantes em 4.5.4. A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para:

a. Aprovar os documentos quanto à sua adequação antes da respectiva emissão,

b. Rever e actualizar, conforme necessário, e reaprovar os documentos,

c. Assegurar que são identificadas as alterações e o estado actual da revisão dos documentos.

d. Assegurar que as versões relevantes dos documentos aplicáveis estão disponíveis nos locais de utilização,

e. Assegurar que os documentos permanecem legíveis e facilmente identificáveis

f. Assegurar que os documentos de origem externa definidos pela organização como necessários ao planeamento e operação do sistema de gestão ambiental são identificados e a sua distribuição controlada, e

g .Prevenir a utilização involuntária de documentos obsoletos, e identificá-los devidamente caso estes sejam retidos por qualquer motivo.”.

A finalidade desta cláusula é garantir a identificação e controlo de todos os documentos relevantes para o SGA, para que estes se encontrem actualizados e disponíveis em tempo real. Desta forma, deve também ter-se em atenção que os documentos obsoletos são removidos. Deve existir um procedimento de controlo de documentos, onde se designa a responsabilidade e autoridade para preparar documentos, alterá-los e mantê-los actualizados.

O controlo de documentos já existe no sistema de gestão de qualidade (SGQ) pelo que em caso de organização já o ter implementado, pode ajustá-lo ao SGA, sem ter que com isto, fazer novo procedimento.

Sugestões para garantir a eficácia do seu controlo de documentos:

Para ter controlo o mais eficaz possível, sugerimos os seguintes elementos nos documentos que se seguem:

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Figura [22] – Formas de controlo de documentos

A criação de lista de distribuição facilita em muito o controlo de documentos e esta deve estar incluída no MSGA. Vejamos um exemplo:

Figura [23] – Exemplo de lista de distribuição

Esta versão efectuou uma aproximação à norma ISO 90001:2000, a nível da estrutura e linguagem, sobretudo no âmbito do controlo de documentos externos.

Figura [24] – Fluxograma de controlo de documentos

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Controlo Operacional (4.4.6) O requisito menciona que “A organização deve identificar e planear as operações que estão associadas aos aspectos ambientais significativos identificados, consistentes com a sua política ambiental e os seus objectivos e metas, de forma a garantir que estas operações são realizadas sob condições especificadas:

a. Estabelecendo, implementando e mantendo um ou mais procedimentos documentados para controlar as situações onde a sua inexistência possa conduzir a desvios à política ambiental e aos objectivos e metas, e

b. Estipulando critérios operacionais no (s) procedimento (s), e

c. Estabelecendo, implementando e mantendo procedimentos relacionados com os aspectos ambientais significativos identificados dos bens e serviços utilizados pela organização, e comunicando os procedimentos e requisitos aplicáveis aos fornecedores, incluindo subcontratados.”.

Cada operação, incluindo as de manutenção, produzem os seus impactes no ambiente, pelo que, todos os impactes significativos merecem ser tidos em conta, e sempre que possível devem ser minimizados. A melhor forma de o fazer, é avaliar as operações e controlá-las de forma a obter menor impacte ambiental possível, de forma a cumprir com a Política Ambiental e atingir objectivos e metas.

Desta forma, devem ser criados e implementados procedimentos documentados nas operações que devem ser cobertas, de forma a controlar desvios ambientais à situação de referência (Política, metas e objectivos). Note-se que não serão apenas as operações ligadas à produção que devem ser controladas, mas todas as que possam ter impacte significativo, desde manutenção, fornecedores.

Uma boa forma de conseguir identificar quais as operações a controlar, passa pela avaliação dos aspectos ambientais significativos, sobretudo a sua origem. A origem permitirá identificar o processo, que terá certamente um Fluxograma associado, onde será possível identificar pontos de controlo.

Para não ter vários procedimentos para a mesma operação, sugere-se que numa 1ª fase, verifique os procedimentos já existentes, e depois l ajuste os mesmos, tendo em conta: risco da actividade, complexidade, grau de supervisão e habilitações/qualificações.

Para definir e implementar os procedimentos, poderá adoptar uma metodologia semelhante à que se sugere em seguida:

1. Quê? Quando? Como? Porquê? (Incluir recursos humanos, materiais, responsabilidades e critérios de execução e controlo do processo)

2. Planear o procedimento (como fazer as operações) 3. Acompanhar o procedimento (avaliar eficácia com trabalhadores) 4. Ajustar o Procedimento 5. Formação 6. Implementar o Procedimento (através do controlo de documentos) 7. Fiscalizar (auditorias visuais)

Figura [25] – Etapas para elaborar procedimentos de controlo

O comportamento ambiental passa a ser avaliado por informação documentada, efectuar os controlos operacionais e avaliar a conformidade face às metas e objectivos.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Preparação e capacidade de resposta a emergência (4.4.7) Este requisito da norma refere que “A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para identificar as situações de emergência potenciais e os acidentes potenciais que podem ter (um) impacte (s) no ambiente, e como dar resposta a estas situações. A organização deve responder às situações de emergência e aos acidentes reais, e prevenir ou mitigar os impactes ambientais adversos associados. A organização deve examinar periodicamente e, quando necessário, rever os seus procedimentos de preparação e resposta em emergência, em particular após a ocorrência de acidentes ou situações de emergência. A organização deve também testar periodicamente tais procedimentos, sempre que praticável.”.

As situações de emergência acontecem quando menos se espera e podem ter dimensões diversas, o que um mau planeamento a fim de dar resposta a estas situações, pode ocasionar outras situações de acidente bem mais graves.

A realização de um procedimento adequado à organização é sem dúvida essencial para garantir boa resposta e minimizar os seus impactes, para que em casos de acidente, esta possua meios de actuação eficazes e recursos essenciais para garantir o seu combate.

Como as organizações diferem entre si, face à sua actividade e consequente risco de acidente, a elaboração deste procedimento requer alguns cuidados, sobretudo nos seguintes aspectos:

• Natureza dos riscos

• Tipo e escala provável de situação de emergência

• Métodos de resposta adequados

• Meios de comunicação interna e externa

• Acções para minimizar os danos face a cada tipo de acidente

• Processos de avaliação pós-acidente, para adopção de medidas preventivas e correctivas

• Simulacros periódicos

• Formação ajustada de todo o pessoal encarregue de resposta a emergência

• Listas de meios de socorro (bombeiros, protecção civil, serviços de limpeza de derrames)

• Vias de evacuação

• Outros acidentes ou situações de emergência na vizinhança que possa interferir com a organização

• Possibilidade de apoio entre organizações vizinhas

Programa de Prevenção

Avaliar

Prevenir

Planear

Testar

Reduzir acidentes

Figura [26] – Fases para elaborar Programa de Prevenção

Para dar resposta a estas questões deve recorrer-se também ao enquadramento legal, que existe e impõe a alguns estabelecimentos a elaboração de Planos de Emergência Internos (PEI). Caso não se encontre abrangido por esta obrigatoriedade, deve ser elaborado um Plano de Resposta a Emergência, que deve incluir os seguintes aspectos:

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• Levantamento de situações possíveis de emergência

• Materiais perigosos

• Responsabilidades

• Acordos com entidades a nível de situações de emergência

• Procedimento de resposta a emergências

• Meios de comunicação interna e externa

• Tipos de equipamentos de resposta a emergências

• Manutenção de equipamentos de resposta a emergência

• Formação e treino (simulacros)

• Testes ao sistema de alarme

• Planos de evacuação – plantas de emergência e pontos de encontro

Para garantir o conhecimento pela parte de todos os intervenientes da organização, devem existir cópias do Plano, sobretudo, de contactos a efectuar em caso de emergência, que podem ser afixados em vários locais.

O levantamento das potenciais situações de emergência podem resultar do colocar da questão: “e se?”, pelas várias áreas de trabalho, e poderá obter-se uma lista de eventuais acidentes possíveis, desde:

• Incêndio

• Explosão

• Tempestades

• Derrames (de hidrocarbonetos por exemplo)

• Inundações

• Fugas de gás

• Descargas acidentais

• Falhas de equipamentos de controlo de poluição

Seguidamente, todas estas situações devem ser registadas no PEI, e associadas a métodos de resposta, quer para prevenir causas, quer de combate. As responsabilidades para a comunicação e serviços de suporte devem ser definida, a fim de as medidas serem tomadas no tempo certo. Este Plano deve ser revisto e testado, para garantir a sua eficácia. Sempre que ocorram acidentes, deve proceder-se a uma avaliação da causa e dos métodos usados, e deve também ser feita revisão ao PEI.

Sempre que aplicável, deve ser notificado o acidente à entidade reguladora.

Figura [27] – Elementos dos Planos de Emergência

Não foram feitas grandes alterações neste item, foi apenas clarificado o seguinte aspecto: numa situação de emergência, a organização deve responder a nível da prevenção e minimização dos impactes ambientais associados.

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Verificação (4.5)

Como já foi referindo, verificar, é um passo crucial após o planeamento e Implementação. Desta forma, é importante a verificação da conformidade com os objectivos e metas estabelecidos, e esta cláusula divide-se em 5 sub-cláusulas:

• Monitorização e Medição

• Avaliação da conformidade

• Não conformidades, acções correctivas e acções preventivas

• Controlo de registos

• Auditoria interna

Monitorização e Medição (4.5.1) Segundo a norma “ A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para monitorizar e medir, de uma forma regular, as características principais das suas operações que podem ter um impacte ambiental significativo. Este (s) procedimento (s) deve (m) incluir a documentação da informação para monitorizar o desempenho, os controlos operacionais aplicáveis e a conformidade com os objectivos e metas ambientais da organização. A organização deve assegurar que é utilizado equipamento de monitorização e medição calibrado ou verificado e que este é sujeito a manutenção, devendo manter os registos associados.”.

Uma vez já definidas as operações com aspectos ambientais significativos, a organização deve garantir, que os parâmetros chave desses aspectos são controlados, ou seja, são monitorizados e medidos, para posterior comparação com valores guia a fim de avaliar a necessidade de acções correctivas e preventivas.

Todos os equipamentos devem estar devidamente calibrados, para que os resultados sejam viáveis e válidos. Todos estes dados devem ser registados a fim de verificar e comparar com padrões diversos, nacionais ou internacionais, a fim de melhorar de forma contínua o desempenho ambiental da organização.

Desta forma, é ainda possível, analisar causas de eventuais problemas, que careçam de ser corrigidos a fim de melhorar a eficácia do sistema.

Devem ser feitas medição ao processo e aos resultados do processo, sendo que os últimos medem as consequências do processo ou actividade, e os primeiros, incidem noutros factores.

Mais uma vez relembra-se que os indicadores são essenciais para se saber o que monitorizar e como.

Um aspecto importante, é também a análise dos resultados e conclusões, que deve ser feita com periodicidade mínima estabelecida e deve incluir uma análise tendencial. Desta forma, as organizações, conseguem em tempo útil, prever possíveis desvios e redefinir acções.

Nesta nova versão retirou-se a exigência de estabelecer e manter um procedimento documentado para avaliação periódica da conformidade com requisitos legais e outros requisitos subscritos. Foi salientada a calibração ou “verificação” do equipamento de monitorização e medida e a manutenção desses registos.

Avaliação de conformidade (4.5.2) “4.5.2.1. Em coerência com o seu compromisso de cumprimento, a organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para avaliar periodicamente a conformidade com os requisitos legais aplicáveis. A organização deve manter registos dos resultados das avaliações periódicas.

4.5.2.2. A organização deve avaliar o cumprimento dos outros requisitos que subscreva. A organização poderá optar por combinar esta avaliação com a avaliação de conformidade legal referida em 4.5.2.1 ou estabelecer um ou mais procedimentos separados.

A organização deve manter registos dos resultados das avaliações periódicas. “

A organização deve mostrar que está em conformidade com todos os requisitos subscritos (legais e não legais), incluindo licenças e autorizações.

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É importante identificar, corrigir e prevenir desvios à conformidade, manter registos que comprovem que foi feita uma avaliação da conformidade legal. Devem ser implementados planos de avaliação de conformidade. Com os seguintes elementos:

• Actividade

• Aspecto ambiental

• Legislação aplicável

• Parâmetros a monitorizar

• Método/equipamento

• Frequência

• Responsável

Este requisito teve origem no antigo requisito 4.5.1 da antiga norma e vem reforçar. Note-se que não é exigido um procedimento documentado para avaliações periódicas de conformidade com os requisitos legais e outros subscritos, no entanto têm que existir registos claros que demonstre a avaliação.

Não conformidade, Acções Correctivas e Acções Preventivas (4.5.3) Segundo este requisito “A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para tratar as não conformidades reais e potenciais e para implementar as acções correctivas e as acções preventivas. Este (s) procedimento (s) deve (m) definir requisitos para:

a. A identificação e correcção da (s) não conformidade (s) e a implementação das acções de mitigação dos seus impactes ambientais.

b. A investigação da (s) não conformidade (s), a determinação da (s) sua (s) causa (s) e a implementação das acções necessárias para evitar a sua recorrência,

c. A avaliação da necessidade de acções para prevenir não conformidade (s) e a implementação das acções apropriadas, definidas para evitar a sua ocorrência,

d. O registo dos resultados de acções correctivas e de acções preventivas implementadas, e

e. A revisão da eficácia de acções correctivas e de acções preventivas implementadas.

As acções implementadas devem ser apropriadas à magnitude dos problemas e aos impactes ambientais identificados. A organização deve assegurar que são efectuadas todas as alterações necessárias à documentação do sistema de gestão ambiental.”.

A organização deve estabelecer e implementar metodologias que permitam, detectar, analisar, registar e tratar todas as não conformidades, a fim de se adoptar uma acção ajustada, devendo ser definido um prazo para tal.

De forma geral, as não conformidades resultam essencialmente do não cumprimento da legislação, ou dos requisitos da norma ou regras implementadas de controlo operacional.

Figura [28] – Não conformidade

Uma acção preventiva, pressupõe a eliminação da causa de uma potencial não conformidade, ao passo que uma acção correctiva é uma acção com fim de eliminar a causa de não conformidade.

Caso a organização já tenha implementado um SGQ, poderá adaptar apenas o seu processo de acções correctivas/preventivas ao SGA.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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O registo de não conformidades deve conter os seguintes elementos:

• Descrição da não conformidade

• Exemplo de evidência objectiva

• Norma e requisito

• Descrição geral do requisito

• Procedimento aplicável/revisão

• Sector/departamento

Prevenir é mais barato que corrigir!

Esta nova versão ajusta este requisito à Norma ISO 9001:2000. Fornecem-se definições claras para prevenir, investigar, identificar, avaliar, rever e registar não conformidade, acções correctivas e preventivas.

Controlo dos registos (4.5.4) Segundo este requisito “A organização deve estabelecer e manter registos, na medida em que sejam necessários para demonstrar a conformidade com os requisitos do seu sistema de gestão ambiental e desta Norma, e para demonstrar os resultados obtidos. A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para a identificação, o armazenamento, a protecção, a recuperação, a retenção e a eliminação dos registos. Os registos devem ser e manter-se legíveis, identificáveis e rasteáveis.”.

Registo é “um documento de informação de resultados obtidos ou que fornece evidências sobre o desempenho das actividades”.

Os registos comprovam a implementação eficaz do SGA e têm valor interno e externo, o importante é pensar:

Que registo guardar? Como? Como depois os eliminar? Quando?

Caso a organização já tenha implementado um sistema de gestão de registos de acordo com norma ISO 9001:2000, esta poderá integrar com este sistema ou outros.

Já vimos como são importantes os registos, dado que estes representam provas documentais dos resultados do sistema, seguem-se alguns exemplos de registos:

• Registos de reclamações

• Registos de formação

• Registos de monitorização dos processos

• Registos de inspecção, manutenção e calibração

• Registos de fornecedores e subcontratados

• Relatórios de incidentes

• Registo de testes de preparação em emergência

• Resultado de auditorias

• Resultados das revisões pela Gestão

• A decisão sobre comunicações externas

• Registos de requisitos legais aplicáveis

• Registo de aspectos ambientais significativos

• Registo de reuniões ambientais

• Informação sobre desempenho ambiental

• Registos sobre conformidade legal

• Comunicações com partes interessadas

Salienta-se que relativamente a informação confidencial esta deve ser devidamente tratada.

Com esta nova versão foi simplificado o controlo de registos, de forma a alinhar-se com Norma ISO 9001:2000. Com base na melhoria contínua foi acrescentado um requisito aos registos para demonstrar resultados obtidos, que resultam de auditorias, acções correctivas, operações de controlo, programas para atingir objectivos e monitorização.

Auditoria Interna (4.5.5) Segundo este requisito “A organização deve assegurar que as auditorias internas ao sistema de gestão ambiental são realizadas em intervalos planeados para:

a. Determinar se o sistema de gestão ambiental

• Está em conformidade com as disposições planeadas para a gestão ambiental, incluindo os requisitos desta Norma; e

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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• Foi adequadamente implementado e é mantido, e

b. Fornecer à gestão informações sobre os resultados das auditorias

O(s) programa(s) de auditorias deve(m) ser planeado(s), estabelecido(s) e mantido(s) pela organização, tendo em conta a importância ambiental da(s) operação(ões) em questão e os resultados de auditorias anteriores.

Devem ser estabelecidos, implementados e mantidos uns ou mais procedimentos de auditoria de forma a considerar:

• As responsabilidades e os requisitos para o planeamento e realização das auditorias, para relatar os resultados e para manter os registos associados,

• A determinação dos critérios, no âmbito, da frequência e dos métodos de auditoria.

A selecção dos auditores e a realização das auditorias deve assegurar a objectividade e a imparcialidade do processo de auditoria.”.

Sobre esta questão, sugere-se que consulte o capítulo 7, onde se aborda com maior detalhe esta questão.

Foram feitas 2 alterações importantes: a revisão adiciona que o processo de auditoria interna deve reter os registos associados e considera que a selecção de auditores e os auditores seleccionados devem assegurar objectividade e imparcialidade no processo de auditoria.

Revisão pela Gestão (4.6) Segundo este requisito “ A gestão de topo deve rever o sistema de gestão ambiental da organização em intervalos planeados, para assegurar que continua adequada, suficiente e eficaz. Estas revisões devem incluir a avaliação de oportunidades de melhoria e a necessidade de alterações ao sistema de gestão ambiental, incluindo a política ambiental e os objectivos e metas ambientais. Devem ser mantidos registos das revisões pela gestão. As entradas para as revisões pela gestão devem incluir:

a. Os resultados das auditorias internas e avaliações de conformidade com os requisitos legais e com outros requisitos que a organização subscreva,

b. As comunicações de partes interessadas externas, incluindo reclamações

c. O desempenho ambiental da organização

d. O grau de cumprimento dos objectivos e metas

e. O estado das acções correctivas e preventivas

f. As acções de seguimento resultantes de anteriores revisões pela gestão

g. Alterações circunstâncias, incluindo desenvolvimento nos requisitos legais e outros requisitos relacionados com os seus aspectos ambientais, e

h. Recomendações para melhoria.

As saídas das revisões pela gestão devem incluir quaisquer decisões e acções relativas a possíveis alterações da política ambiental, dos objectivos, das metas e de outros elementos do sistema de gestão ambiental, em coerência com o compromisso de melhoria contínua.”.

Pretende-se com este requisito uma metodologia que permita analisar com eficácia todo o SGA, em termos de desempenho, e adequação a todos os níveis.

Deve existir uma unidade temporal para realizar a revisão, pois esta deve ter âmbito alargado, a fim de permitir verificar a política ambiental, objectivos, metas e grau de desempenho ambiental. Sempre que se detectem não cumprimentos, estes devem dar origem definição de novos objectivos, metas, ajustando assim o sistema.

Devem existir registos apropriados para as revisões do sistema.

Esta cláusula sofreu algumas alterações importantes de forma a alinhar com a norma ISO 9001:2000, com revisão mais prescrita. A linguagem prescrita detalha as entradas ao processo de revisão pela gestão, que não estavam contempladas na versão anterior.

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EXERCÍCIOS

EXERCÍCIO 1

Defina uma Política ambiental.

EXERCÍCIO 2

Elabore um programa de gestão ambiental.

RESOLUÇÕES

EXERCÍCIO 1

Ver exemplo na página 47.

EXERCÍCIO 2

BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA PINTO, ABEL, Sistemas de Gestão Ambiental, Guia para a sua implementação, 1ªedição,Edições Sílabo, Lisboa, 2005.

SEIFFERT, MARI ELIZABETE BERNARDINI, ISO 14001 – Sistemas de Gestão Ambiental: implantação objectiva e económica, 2ª Edição, Atlas Editora, 2006.

GARCIA, RICARDO, Sobre a Terra, Um guia para quem lê e escreve sobre ambiente, 2ªedição,Edições Público, Lisboa 2006.

BRAGA, JAIME, Guia do Ambiente, As empresas Portuguesas e o Desafio Ambiental, 1ªEdição, Monitor, 1999.

NP ISO 14001:2004

LINKS DE INTERESSE www.apcer.pt/ www.eea.europa.eu/ www.ipq.pt www.gestaoambiental.com.br www.ccdr-alg.pt www.idad.ua.pt/ www.uc.pt/iav/ www.aeportugal.pt/ www.inresiduos.pt/ www.iambiente.pt/

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5 Implementação de SGA

OBJECTIVOS E CONTEUDOS DO CAPÍTULO Este capítulo pretende apresentar os passos a efectuar para implementar o SGA e os cuidados a ter em cada um. É objectivo também que os formandos apresentem uma possível ordem para a implementação e cronograma respectivo.

PASSOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO A implementação de um SGA deve ser dividido em várias etapas, num total de 10, podendo estas interagir entre si, e não terem obrigatoriamente que seguir a ordem que se apresenta em seguida.

Levantamento inicial O que faz? Como faz? Porquê o faz?

Nesta fase é importante conhecer a organização no estado presente, identificando a sua actividade e como esta interage com ambiente, tendo em conta vários aspectos, desde:

• Concepção e desenvolvimento

• Processos, tecnologias e equipamentos

• Desempenho ambiental

• Práticas de subcontratados e fornecedores

• Enquadramento legal

A organização deve efectuar um levantamento dos seus aspectos ambientais, avaliando o seu impacte ambiental e verificando o seu cumprimento face à legislação em vigor.

Simultaneamente é importante conhecer os requisitos do SGA e os requisitos legais ou outros que subscreva, que possa vir a adoptar.

N.º fase Fase Responsável Duração

1 Levantamento Inicial

1.1 Identificação dos aspectos ambientais Gestor Ambiente 3 semanas

1.2 Avaliação da conformidade legal Gestor Ambiente 3 semanas

1.3 Auditoria de Diagnóstico Gestor Ambiente 3 semanas

Figura [29] – Levantamento inicial

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Sensibilização da gestão Face ao levantamento ambiental efectuado, o responsável ambiental deve procurar sensibilizar a direcção de topo para as vantagens da implementação do SGA. Nesta etapa garantir a formação nas áreas de SGA e Norma ISO 14001 de directores, quadros superiores e médios é crucial, bem como acções de sensibilização a colaboradores.

Deve ser elaborada comunicação a fim de transmitir aos trabalhadores a situação sobre o andamento do projecto.

N.º fase Fase Responsável Duração

2 Sensibilização da gestão

2.1 Apresentação do Levantamento inicial Gestor ambiente 1 semana

2.2 Acção de formação de SGA Gestor ambiente 1 semana

Figura [30] – Sensibilização da gestão

Definição da Política Ambiental A Política ambiental deve ter em conta o levantamento ambiental e os recursos existentes para o projecto, pois esta representa o compromisso da organização face ao referencial escolhido pela organização para implementar o seu SGA – ver capítulo 3.

N.º fase Fase Responsável Duração

3 Definição da Política Ambiental Administração 1 semana

Figura [31] – Política Ambiental

Definição da equipa de projecto Face a todo o trabalho que terá que ser efectuado, a organização deve avaliar as competências necessárias para o desenvolver e quais os recursos humanos que dispõe para o garantir.

De um modo geral, as organizações recorrem a um especialista nesta área, para acompanhar este processo, neste caso, deve ter em atenção as condições contratuais de modo a clarificar as obrigações de cada parte, para uma boa gestão do projecto.

Nº fase Fase Responsável Duração

4 Definição da equipa de Projecto Administração 1 semana

Figura [32] – Equipa de Projecto

Definição do plano de implementação Neste ponto, são definidos os objectivos do projecto (não confundir com objectivos e metas do SGA), a calendarização e responsabilidades, metodologias de monitorização do projecto, periodicidade das reuniões de acompanhamento e todos os aspectos importantes para a implementação do SGA.

N.º fase Fase Responsável Duração

5 Definição do plano de implementação Administração 1 semana

Figura [33] - Plano de implementação

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Formação da equipa de Projecto em SGA Como já vimos a formação é fundamental para garantir que SGA é implementado de forma eficaz, e deve ser dirigida para toda a equipa de projecto.

N.º fase Fase Responsável Duração

6 Formação da equipa de Projecto em SGA Rep. Adm. +

Gestor de ambiente

1 semana

Figura [34] – Formação da equipa de Projecto em SGA

Planeamento A elaboração de procedimentos são ferramenta chave para garantir a eficácia da implementação do sistema, desta forma a organização deve criar os seguintes procedimentos:

• Identificação e avaliação de aspectos ambientais e medidas de minimização

• Requisitos legais e outros – obrigações

Posteriormente deve definir objectivos e metas tendo em conta a Política, e definir as acções para atingir estes aspectos. Ajustar a documentação já existente com a que é exigida e melhorar as práticas que já faça parte do seu sistema, mencionando como se realizam, são controladas e registadas.

N.º fase Fase Responsável Duração

7 Planeamento

7.1 Procedimento de identificação aspectos ambientais

Rep. Adm. +

Gestor de ambiente

9 semanas

7.2 Procedimento de requisitos legais e outros Gestor de Ambiente 7 semanas

7.3 Estabelecimento de objectivos e metas Administração 1semana

7.4 Definição do programa de gestão ambiental Administração 2semanas

Figura [35] – Planeamento

Implementação e Funcionamento Esta é a etapa mais longa de todo o SGA, englobando uma série de fases:

• Definir recursos • Definir atribuições • Responsabilidades e autoridade • Elaboração de procedimentos (formação, sensibilização, comunicação, gestão e controlo de

documentos, controlo operacional, de prevenção, capacidade de resposta a emergências).

O empenho e contributo de todos é crucial para SGA, pelo que devem estar bem definidos o como cada um pode contribuir. Recolher ideias, sugestões, é fundamental para melhorar todo o SGA e se obterem os melhores resultados.

Os requisitos devem ser simples e ajustados à organização, e deve evitar-se o acumular de papéis e documentos que possam não ser necessários.

Informar todos os intervenientes sobre o andamento do processo é importante, podendo fazer-se através de vários meios.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Nº fase Fase Responsável Duração 8 Implementação e Operação

8.1 Matriz de estrutura, responsabilidades e autoridade

Gestor de Ambiente 2 semana

8.2 Comunicação das funções, responsabilidades e autoridades

Gestor de Ambiente 1 semana

8.3 Procedimento de formação, sensibilização e competência

Gestor de Ambiente 3 semanas

8.4 Desenvolvimento de material pedagógico Gestor de Ambiente 2 semanas 8.5 Formação de colaboradores Gestor de Ambiente 2 semanas 8.6 Procedimento de comunicação Gestor de Ambiente 17 semanas 8.7 Procedimento de controlo de documentos Gestor de Ambiente 1 semana 8.8 Procedimento de controlo operacional Gestor de Ambiente 2 semanas 8.9 Acção de sensibilização para fornecedores e

subcontratados Gestor de Ambiente 7 semanas

8.10 Procedimento de preparação e capacidade de resposta a emergências e plano de emergência interno

Gestor de Ambiente 1 semana

8.11 Testar Plano de emergência interno Gestor de Ambiente 3 semanas

Figura [36] – Implementação e Operação

Verificação e Acções Correctivas Após a implementação do SGA é importante analisado e testá-lo, de forma crítica afim de identificar possíveis falhas e melhorá-las. Para facilitar este trabalho, deve criar-se mecanismos de controlo sistemático e permanente. A criação de procedimentos de monitorização e medição, avaliação de (não) conformidades, acções correctivas e preventivas, controlo de registos e auditoria são ferramentas importantes. A realização de auditorias internas, possibilita à organização identificar desvios atempadamente de forma a esta os poder corrigir.

A direcção de topo assume a revisão do sistema através de dados da monitorização e dos indicadores de desempenho. Esta avaliação global permite rever aspectos que não tenham sido tão bem conseguidos e representa uma oportunidade de melhoria do sistema.

Nº fase Fase Responsável Duração

9 Verificação e Acções Correctivas

9.1 Procedimento de medição e monitorização de desempenho

Gestor de Ambiente 1 semana

9.2 Implementação do plano de monitorização e Medição

Gestor de Ambiente 2 semanas

9.3 Procedimentos de Verificação de Conformidade Gestor de Ambiente 8 semanas

9.4 Não conformidades e Acções Correctivas e Preventivas

Gestor de Ambiente 1 semana

9.5 Procedimento de controlo de registos Gestor de Ambiente 1 semana

9.6 Procedimento de auditoria interna Gestor de Ambiente 1 semana

9.7 Formação de auditores internos Gestor de Ambiente 2 semanas

9.8 Implementação de planos de auditoria interna Gestor de Ambiente 1 semana

9.9 Procedimento de revisão pela gestão Gestor de Ambiente 1 semana

9.10 Revisão do SGA Administração 1 semana

9.11 Implementação de Acções de melhoria Gestor de Ambiente 3 semanas

Figura [37] – Verificação e Acções Correctivas

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Certificação A implementação de SGA pressupõe quase sempre esta meta final – certificação do sistema, onde uma entidade certificadora verifica o cumprimento dos requisitos do referencial.

Normalmente esta etapa segue após o ciclo de Deming estar completo, e que pode levar cerca de 1 ano ou mais, sendo que num ano exige empenho e trabalho árduo para conseguir um SGA eficaz.

Nºfase Fase Responsável Duração

10 Certificação

10.1 Seleccionar a entidade certificadora Administração 1 semana

10.2 Reuniões com Entidade certificadora Rep. Adm. + Gest. Amb. 1 semana

10.3 Actividades de Pré-certificação Gestor de Ambiente 2 semanas

10.4 Auditoria de Certificação Entidade certificadora 1 semana

10.5 Fecho de não conformidades Gestor de Ambiente 3 semanas

10.6 Atribuição de certificado Entidade Certificadora 1 semana

Figura [38] – Certificação

Figura [39] – Fluxograma da certificação

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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1

1.1

1.2

1.3

2

2.1

2.2

3

4

5

6

7

7.1

7.2

7.3

8

8.1

8.2

8.3

8.4

8.5

8.6

8.7

8.8

8.9

8.10

8.11

9

9.1

9.2

9.3

9.4

9.5

9.6

9.7

9.8

9.9

9.10

9.11

10

10.1

10.2

10.3

10.4

10.5

10.6

Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4

Figura [40] - Cronograma de implementação de SGA

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78

EXERCÍCIOS

EXERCÍCIO 1

Indicar as principais vantagens de uma organização ser certificada.

RESOLUÇÕES

EXERCÍCIO 1

As vantagens são inúmeras:

• Melhoria da organização interna

• Melhoria da imagem

• Aumento da satisfação e confiança

• Aumento da motivação

• Redução de custos

• Posição mais competitiva

BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA

PINTO, ABEL, Sistemas de Gestão Ambiental, Guia para a sua implementação, 1ªedição,Edições Sílabo, Lisboa,2005.

NP ISO 14001:2004

LINKS DE INTERESSE

www.apcer.pt/

www.ipq.pt

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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6 Aspectos Práticos de SGA

OBJECTIVOS E CONTEUDOS DO CAPÍTULO Este capítulo pretende dar orientações para definição de critérios e classificação dos mesmos a fim de identificar aspectos ambientais significativos.

Por outro lado, fazer uma pequena abordagem sobre o conceito de “desempenho ambiental” no âmbito de SGA.

SIGNIFICÂNCIA DOS ASPECTOS AMBIENTAIS A relação que existe entre o conceito aspecto e impacte é a de causa/efeito, sendo que um aspecto tem a possibilidade de ser positivo ou negativo.

Exemplo: Aspecto positivo – uso de papel reciclado / Impacte - conservação dos recursos naturais

Como já vimos, os aspectos importantes e a considerar neste processo são os aspectos ambientais significativos. A questão que se coloca, é como se avalia, se um aspecto é ou não significativo?

Uma vez que não existem critérios definidos e únicos, cabe a cada organização segundo os seus critérios, proceder a esta avaliação. No entanto, para não cair em erro, esta deve garantir que seus critérios:

• São abrangentes e aplicáveis a todos os aspectos

• Passíveis de verificação independente

• Reprodutíveis – coerentes ao longo de todo o tempo de vida do SGA

A complexidade não é a mesma em toda as organizações, esta varia segundo as suas actividades, pelo que este aspecto será determinante nesta classificação, sobretudo na definição dos critérios. Porém, a legislação e outros requisitos devem ser uma base forte, e deve ter-se em conta o impacto, que podem ter magnitudes distintas em virtude de vários factores.

Note-se que com isto, não significa que os aspectos não significativos devam ser ignorados, estes devem ficar registados para posterior avaliação. O importante nesta fase, é ajustar a identificação e avaliação dos aspectos ambientais à organização. Consideremos o seguinte exemplo de classificação:

Legislação (L) Gravidade (G) Frequência (F)

Classificação Descrição Classificação Descrição Classificação Descrição

1 Inexistência 1 Nulo 1 Raramente

5 Cumprimento 5 Pouco

significativo 5 Periódica

10 Não

cumprimento 10 Grave 10 Contínua

Figura [41] – classificação de critérios

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

80

A organização deve definir o valor máximo e mínimo a partir do qual se considere um aspecto ambiental significativo, neste caso seria:

Valor máximo – 10 * 10*10 = 1000

Valor mínimo – 1*1*1= 1

Considerando a escala de perigosidade, duração e probabilidade de ocorrência = G x F x L

Esta poderia considerar que, seria aspecto ambiental significativo sempre que tome valores acima de 125. Apresenta-se em seguida um fluxograma de avaliação de impactes ambientais

Figura [42] – Fluxograma de Avaliação de impactes

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Para facilitar este processo pode recorrer-se também a uma matriz, pelo que em seguida se apresenta como exemplo, uma matriz de classificação de impactes de um projecto de ampliação de aterro sanitário.

FASES DE PROJECTO Acções Qualidade do ar Hidrologia e Gestão de

recursos hídricosHidrogeologia e qualidade das águas subterrâneas

Geologia, geotecnia e sismicidade

Movimentação terra - ;B ; T ;RE ; 3 0 0 - ; M ; P ; IR ; 3

Circulação de máquinas e viaturas - ; B ; T ;RE;3 0 0 - ; B ; T ; RE ; 2

Produção de Resíduos 0 0 - ;B ;T ;RE ;1 - ;B ;T ;RE ;1

Trabalhos de betonagem -; B; T; RE; 3 0 0 - ; B ; T ; RE ; 2

Circulação de viaturas - ; B ; T ; RE ; 3 0 0 0

Deposição de resíduos - ; E ; P ; RE ; 3 - ; E ; P ; IR ; 1 - ; B ; T ; IR ; 3 - ; M; P; IR ;3

Cobertura de células + ; M; T ; IR ; 3 0 0 -; B; P ;IR ; 2

Produção de lixiviados - ;M;T ;R ;3 0 - ; B ; T ;IR ; 3 0

Queima de Biogás -;M;T;R;3 0 0 0

Aproveitamento de Biogás +;E;T;R;3 +;M;P;IR;2 +;M;P;IR;2 +;M;P;IR;2

Lavagem de veículos e contentores 0 - ; M ;T ;RE ;3 0 0

Selagem das células - ; B ;P ;IR;3 0 0 + ;E;P;IR;3

Queima de Biogás -;M;T;R;3 0 0 0

Produção de lixiviados - ;M;T ;R ;3 0 - ; B ; T ;IR ; 3 0

Aproveitamento de Biogás +;E;T;R;3 +;M;P;IR;2 +;M;P;IR;2 +;M;P;IR;2

Circulação de viaturas -;B;T;RE;3 0 0 0

Produção de Resíduos 0 0 - ;B ;T ;RE ;1 - ;B ;T ;RE ;1Desmantelamento e recuperação das

instalações -;B;T;RE;3 0 0 -;B; T;RE;2

Expl

oraç

ãoD

esac

tivaç

ãoC

onst

ruçã

o

Figura [43]- Matriz de Avaliação de impactes

LEGENDA :

Natureza – Positivo (+) e negativo (-) ;Significância – Baixa (B), Média (M) , elevada(E) e nulo (0); Duração – Temporário (T) e Permanente (P)

Reversibilidade – Reversível (RE) e irreversível (IR);Probabilidade de ocorrência - Pouco provável (1), Provável (2), Certo (3) e desconhecido (ND)

O DESEMPENHO AMBIENTAL Segundo a Norma ISO 14004 – o desempenho ambiental da organização deve ser medido e monitorizado e avaliado de forma contínua.

O conceito de desempenho ambiental insere-se no âmbito da Política, dos Objectivos e Metas para os quais a organização assumiu o compromisso de cumprir.

A determinação do desempenho ambiental passa pela vertente da monitorização e Medição, que será a ferramenta base do SGA e que permitirá avaliar o cumprimento dos requisitos e verificar o desempenho ambiental da organização, permitindo ainda, identificar pontos d e melhoria.

Para facilitar esta avaliação, a organização deve recorrer a Indicadores, que se encontram definidos na Norma 14031:2004, e ajustá-los às suas actividades e ao que pretende avaliar.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Segundo a Norma acima referida, os indicadores são de 2 tipos:

• Indicadores de estado e ambiente - fornecem informação sobre o estado do ambiente a nível local, regional ou global

• Indicadores de desempenho ambiental (operacional e gestão) – fornece informação sobre desempenho da organização

É importante que a organização forneça informações a respeito do seu desempenho ambiental, tanto em valores absolutos quanto em medidas normalizadas. Este recurso revela-se fundamental num SGA, pois torna os dados técnicos utilizáveis por decisores, gestores, políticos, técnicos e público em geral. A necessidade de divulgar o desempenho da organização constitui uma exigência fundamental no processo de SGA.

O indicador pode ser visto como uma representação operacional de um atributo do sistema. Os indicadores de desempenho ambiental, permitem a monitorização, o estabelecimento de objectivos, identificação de melhorias, o benchmarking e comunicação.

Classificação de Indicadores ISO 14031

Categoria Tipo Aspecto ambiental

Consumo de energia Indicador de desempenho ambiental operacional

Consumo de matérias-primas

Consumo de materiais

Indicadores de desempenho ambiental

Indicador de desempenho de gestão

Gestão de resíduos

Indicador de estado e ambiente Índice de qualidade da água

Figura [44] – Classificação de indicadores pela ISO 14031

A selecção dos indicadores deve ter em conta:

• Objectivos da avaliação

• Actividades e sua abrangência

• Produtos e serviços

• Condições ambientais locais

• Aspectos ambientais significativos

• Requisitos legais e outros

• Recursos financeiros

• Recursos materiais e humanos.

A selecção de indicadores não deve ser exaustiva, apenas ajustada, de forma a permitirem uma análise simples, objectiva, verificável e relevante.

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EXERCÍCIOS

EXERCÍCIO 1

Defina uma Metodologia de Avaliação de Impactes.

EXERCÍCIO 2

Aplique essa metodologia a um caso prático.

RESOLUÇÕES

EXERCÍCIO 1

SGA 001

Página: x de y

Revisão:XX Título:

AVALIAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS Revisto em:YY

1.Objectivo

Identificar e avaliar os aspectos ambientais da YYYYYYY e os impactes associados a esses aspectos.

2.Campo de Aplicação

Aplica-se a:

• Dizer a área/sector/departamento

• A todos os sectores da organização

• Em mudanças em processos, equipamentos, no meio externo ou na legislação que altere os aspectos ambientais.

• Sempre que necessário

• Novos projectos /produtos

3.Controlo e Distribuição

Este documento será distribuído pelas seguintes áreas: (mencionar áreas).

4. Documentos complementares

4.1. SGA 001 – Manual do SGA

4.2.SGA 004 – Requisitos legais e outros

4.3.SGA 005 – Monitorização e Medição

4.4.REG 007 – Levantamento ambiental de aspectos ambientais e avaliação de impactes

4.5. REG 023 – Avaliação ambiental para Outros Projectos/produtos

5. Definições

As que forem necessárias.

6. Procedimento

6.1 Responsabilidades

Definir a responsabilidade pela elaboração, manutenção e implementação do procedimento, pela análise e avaliação dos aspectos ambientais e pela revisão.

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6.2.Levantamento dos aspectos ambientais

A identificação dos aspectos ambientais é realizada a fim de obter maior número possível de dados, e em funcionamento normal, anormal e de risco e terá como base a análise de fluxogramas. Devem ser considerados aspectos ambientais os que podem ser controlados ou desprezíveis em termos de probabilidade de ocorrência.

6.3.Avaliação de aspectos ambientais

A avaliação vai permitir estabelecer metas e objectivos de YYYYYY, e deve seguir com os critérios da organização:

• Fábrica/área

• Subárea

• Referência – actividade, serviço ou produto

• Regime de operação

• Lista de aspectos

• Caracterização dos aspectos (positivo/negativo, incidência, temporal, especialidade, severidade, frequência, importância)

• Analisar quanto ao filtro de significância

6.4. Revisão

Definir periodicidade de revisão – habitualmente 1 ano.

6.5. Registo

Deve existir folha de registo para este procedimento.

7. Controlo de alterações

Deve existir registo de controlo de alterações.

EXERCÍCIO 2

Consoante o caso.

BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA PINTO, ABEL, Sistemas de Gestão Ambiental, Guia para a sua implementação, 1ªedição,Edições Sílabo, Lisboa, 2005.

NP ISO 14001:2004

NP ISO 14004

Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – SIDS.

LINKS DE INTERESSE

www.iambiente.pt/

www.apcer.pt/

www.eea.europa.eu/

www.ipq.pt

www.gestaoambiental.com.br

www.ccdr-alg.pt

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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7 Auditorias Ambientais

OBJECTIVOS E CONTEUDOS DO CAPÍTULO Neste capítulo pretende-se apresentar, o que consiste uma auditoria ambiental e suas principais vantagens. Por outro lado, possibilitar um método para a implementação de auditorias nas organizações, que permitam uma avaliação da eficácia do SGA e sua melhoria contínua.

AUDITORIA AMBIENTAL

Introdução geral Uma auditoria consiste num levantamento sistemático rigoroso e documentado de todos os elementos necessários a avaliação de um SGA face ao referencial normativo.

As auditorias ambientais surgem no seguimento da necessidade de controlar e manter um SGA, para que este se encontre actualizado e em conformidade. Ao realizar-se uma auditoria, esta a efectuar-se uma inspecção ao sistema, a fim de verificar procedimentos face aos requisitos do referencial normativo, permitindo também a adopção de acções correctivas e preventivas.

Deste modo, é possível a detecção atempada de anomalias, permitindo a organização um comportamento pró activo sobre as suas causas.

As principais vantagens de uma auditoria, prendem-se com a possibilidade de detectar oportunidades de melhoria, aumento da confiança no sistema e prover respostas das acções correctivas e preventivas implementadas.

Para a realização de auditorias internas, é importante a frequência de um curso de auditor interno, para que este elemento tenha as competências necessárias para o desempenho desta função.

A Norma ISO 19011 aplica-se a todas as organizações que precisam de realizar auditorias internas, externas ou gerir um programa de auditorias, serve de guia para:

• Os pontos fundamentais das auditorias

• Gestão de Programas de Auditorias

• Conduta de Auditorias aos SGQ e SGA

• Qualificações de auditores de SGA e SGQ

Norma ISO 19011:2003

Termos e definições

Auditoria: processo sistemático, independente e documentado com vista a obter evidências de auditoria e de as avaliar de uma forma objectiva para determinar em que medida os critérios da auditoria são satisfeitos. Critérios de auditoria: conjunto de políticas, procedimentos ou requisitos. Evidências de auditoria: (qualitativas ou quantitativas): registos, evidências ou outras informações, que se referem aos critérios de auditoria.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Constatações de auditoria: resultados da avaliação das evidências de auditoria sem relação aos critérios de auditoria. Podem demonstrar a conformidade ou a não-conformidade em relação aos critérios de auditoria ou das oportunidades de melhoria. Conclusão de auditoria: resultado de uma auditoria fornecido pela equipa auditora após ter tomado em consideração os objectivos da auditoria e todas as constatações da auditoria. Auditado: organismo ou pessoa que pede uma auditoria. Auditor: pessoa que possui a competência necessária para realizar uma auditoria.

Equipa auditora: um ou vários auditores que realizam uma auditoria, assistidos, se necessário, por auditores técnicos. Um auditor da equipa auditora é nomeado coordenador. A equipa auditora pode ser composta por auditores em formação. Perito técnico: pessoa que traz à equipa auditora os conhecimentos ou o saber técnico específico (relativos ao organismo, ao processo ou à actividade a auditar, ou então numa assistência linguística ou cultural). No seio de uma equipa auditora, um perito técnico não actua como auditor.

Programa de auditoria: conjunto de uma ou várias auditorias planificadas num período de tempo e com objectivo determinado. Plano da auditoria: descrição das actividades no local e das disposições necessárias para realizar uma auditoria. Âmbito da auditoria: dimensão e limites de uma auditoria. O campo descreve geralmente os locais, as unidades organizacionais, as actividades e os processos assim como o período de tempo abrangido. Competência: capacidade demonstrada em aplicar os conhecimentos e as aptidões.

Princípios da auditoria A auditoria está fundamentada num determinado número de princípios que a tornam numa ferramenta eficaz e fiável na qual a direcção se apoia para definir as suas políticas e pô-las em prática. Os princípios aplicam-se aos auditores: -Deontologia - o pilar do profissionalismo; -Apresentação imparcial - obrigação de fazer um relatório de forma honesta e precisa, com verdade e Rigor; -Consciência profissional - uma atitude diligente e avisada durante o decorrer da auditoria; -Independência - o fundamento da imparcialidade e da objectividade nas conclusões da auditoria; -Evidência - o fundamento lógico para chegar a conclusões fiáveis no processo de auditoria sistemático.

Gestão de um Programa de Auditoria Um organismo que realize uma auditoria deve elaborar e gerir um programa de auditoria eficiente e eficaz. O seu objectivo é planear o tipo e o número de auditorias, identificar e fornecer os recursos necessários. Um organismo pode estabelecer vários programas de auditoria. As pessoas responsáveis do processo de auditoria devem: -Estabelecer os objectivos e a dimensão do programa de auditoria; -Estabelecer as responsabilidades, os recursos e os procedimentos, -Assegurar o programa de auditoria; -Implementar, monitorizar e melhorar o programa de auditoria; -Assegurar a conservação dos registos apropriados para o programa de auditoria.

Objectivos de uma auditoria Os principais objectivos de uma auditoria ambiental interna, são os seguintes:

• Verificação da conformidade face aos requisitos normativos

• Verificação da correcta implementação do SGA e avaliar a sua gestão

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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• Cumprimento da política estabelecida, metas e objectivos

• Rever acções correctivas resultantes de não conformidades detectadas em auditorias anteriores

• Informar sobre o estado do SGA a organização.

Tipos de Auditorias As auditorias classificam-se segundo a sua incidência, podendo estas ser de diversos tipos, segundo o referencial normativo, que difere nos aspectos sobre os quais esta se debruça, podemos ter auditorias de sistema, de equipamentos e instalações, de processos e de gestão ambiental.

A classificação das auditorias pode ser ainda segundo o seu tipo: internas ou externas, que se dividem em três tipos: de primeira, segunda e terceira parte.

• Auditoria de primeira parte – quando e realizada pela organização a si mesma segundo os seus próprios objectivos.

• Auditoria de segunda parte – quando e realizada por uma organização a outra, onde detém interesses, cuja finalidade consiste em avaliar as suas actividades, produtos e serviços pela organização auditada à organização auditora.

• Auditoria de terceira parte – quando e realizada por uma organização independente da organização auditada, cujo objectivo principal consiste na maioria dos casos, na obtenção da certificação.

Aspectos Comportamentais de uma Auditoria

A comunicação é crucial numa auditoria. Um auditor, como qualquer outro profissional, tem que dominar tanto a componente técnica, como a comportamental, para o desempenho do seu papel durante a auditoria.

Além do conhecimento técnico de normas e procedimentos, o auditor tem que dominar os aspectos comportamentais, traduzíveis nas competências comunicacionais.

Um aspecto fundamental na sua comunicação, é a objectividade e clareza nas comunicações:

Falar / Ouvir / Perguntar

- Porquê ? - O quê? - A quem? - Como? - Quando? - Quanto? - Onde?

O auditor deve ter em atenção as várias fontes de comunicação, sobretudo o tom da voz, gestos, expressões faciais, vocabulário e vestuário.

A importância da Imagem

• Imagem é a impressão que as outras pessoas tem de nós;

• É importante que a imagem seja reflexo do que nós somos;

• Um “cartaz” que anuncia quem nós somos, o que fazemos e a qualidade do que se faz.

• A imagem deve ser uma expressão genuína de nós mesmos, mas essa expressão deve ser adequada à situação, ao ambiente ou à cultura em que se está inserido.

Uma forma para optimizar a comunicação, consiste em:

- Praticar uma comunicação voltada para resultados;

- Saber distinguir o momento oportuno para enviar a mensagem;

- Desenvolver a percepção;

- Acompanhar o processo comunicativo.

- Evitar bloqueios, filtragens e ruídos;

- Melhorar a transmissão e a recepção;

- Utilizar-se do Feedback

- Saber ouvir e interpretar

- Usar a empatia

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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- Desenvolver a percepção

- Saber distinguir o momento oportuno para enviar a mensagem

- Reforçar as palavras com acção

- Administrar o conflito interpessoal

Processo de Comunicação

Figura[45] – Fases da comunicação

O processo de comunicação é estruturado com base em 5 etapas:

1. O Emissor ou Fonte: é a pessoa, coisa ou processo que emite a mensagem.

2. O Transmissor ou Codificador: é o equipamento que liga a fonte ao canal.

3. O Canal: é o espaço situado entre o transmissor e o receptor.

44.. O Receptor ou Descodificador: é o equipamento que liga o canal ao destino.

55.. O Destino: é a pessoa, coisa ou processo para o qual a mensagem é enviada

Existem 2 tipos de comunicação: a Comunicação Verbal e a não verbal. A 1ª acontece quando a comunicação se faz por meio de palavras (escrita ou oralmente).

Frequentemente emitimos mensagens sem ser através de L. Verbal mas sim através de gestos, posturas, expressões faciais, silêncios, tom de voz, pronuncia, roupas,… reforçam mensagem Verbal, ajudam a interpretá-la.

Barreiras à comunicação

Existem uma série de processos que dificultam a emissão e/ou recepção de mensagens:

• Barreiras físicas (ruídos, falta de concentração, surdez, dicção deficiente,..)

• Barreiras intelectuais (capacidades, conhecimentos técnicos, educação,..)

• Barreiras psicológicas (atitude para com o outro, ansiedade, antipatia,..)

• Barreiras de auto-convencimento (pressupor que foi entendido, preocupação apenas em defender os seus pontos de vista, nem ouvir ou nem tentar compreender o que o outro está a querer dizer,..)

A mensagem é transmitida via meio de comunicação

O receptor fornece feedback para o

transmissor

O receptor decodifica a mensagem

O transmissor codifica a mensagem

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Emissor:

• Dificuldades de expressão

• Timidez, medo de expressar opinião

• Escolha inadequada do receptor

• Escolha inadequada do momento/local

• Escolha inadequada do meio

• Suposições

• Excesso de intermediários

Receptor

• Atitude de pouco interesse pelo outro

• Falta de incentivo para o outro expressar suas ideias

• Preocupação

• Distracção

• Comportamento defensivo

• Competição de mensagens

• Atribuições de propósitos

Uma coisa muito importante é o saber ouvir....

• Demonstre interesse;

• Mantenha contacto visual;

• Esteja consciente de sua linguagem corporal;

• Participe oportunamente da conversa;

• Explore a força do silêncio.

O que é Assertividade?

“É o comportamento que torna a pessoa capaz de agir tendo em conta os seus próprios interesses. Ao mesmo tempo conseguir afirmar-se sem ansiedade, respeitando os seus direitos e sem negar os dos outros.”

Robert E. Albert

Uma pessoa assertiva, não passa pela vida cheia de inibições, cedendo à vontade alheia. Desenvolve controlo em si mesma nas relações interpessoais. É espontânea na expressão dos seus sentimentos sem hostilidade.

Periodicidade e equipa Não existe uma periodicidade definida no que diz respeito a realização de auditorias internas, estas devem efectuar-se sempre que necessário e que se justifique para a organização. Estas devem realizar-se de acordo com o programa e sempre que ocorram alterações no sistema (novos fornecedores, aumento de acidentes, alterações processuais, novos equipamentos).

A selecção da equipa de auditores, deve ser realizada pelo gestor do sistema, não devendo fazer parte desta, elementos pertencentes aos sectores a auditar. Em termos de números, devem contar com pelo menos 2 elementos. Uma vez que as auditorias de certificação são realizadas por 3 auditores, facto que de certa forma leva a que seja também 3 o número mais favorável.

Em caso de necessidade a organização pode recorrer a contratação de um elemento externo, especialista numa determinada área, para a sua equipa de auditores. Durante a realização da auditoria, a presença do gestor do sistema é fundamental, mesmo não fazendo este parte da equipa de auditores.

A selecção dos elementos para a equipa deve ter em conta algumas características, que descrevem o perfil adequado de um auditor. Lista-se em seguida, os requisitos base que devem ser tidos em conta na formação da equipa:

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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• Capacidade de ouvir e comunicar com qualquer elemento da organização

• Persistência

• Espírito aberto

• Maturidade

• Tenacidade

• Objectividade (a julgar)

• Neutro relativamente aos sectores a auditar

• Possuir conhecimentos necessários e essenciais para o desempenho da função (técnicos, processuais, normativos, legais)

• Manter confidencialidade face aos resultados das auditorias

• Conduzir-se com a descrição necessária

• Ponderação na tomada de decisão

Durante uma auditoria, o auditor tem como responsabilidade seguir plano da auditoria enquadrada no seu âmbito, agindo de forma ética e confidencial. Este deve identificar e analisar, todos os documentos de interesse, nomeadamente relatórios de auditorias anteriores, documentos normativos e legais, que se insiram nos objectivos da auditoria.

O auditor deve sensibilizar os trabalhadores para a necessidade e importância de estes cumprirem com os procedimentos existentes a fim de um melhor desempenho ambiental. Este apoia também o auditor coordenador e verifica a eficácia das acções correctivas que tenham sido aplicadas devido a auditorias anteriores não conformidades.

O auditor coordenador, elemento representativo da equipa auditora, tem a responsabilidade de orientar a equipa de auditores e coordenar a auditoria. Será ele que prepara o plano de auditoria, reunindo toda a informação necessária face aos requisitos definidos. A reunião inicial será promovida pelo auditor coordenador, que informa e orienta a equipa, mantendo entre todos os elementos a comunicação entre estes e a entidade auditada. Este elabora ainda os relatórios e assegura que os resultados são comunicados de forma atempada, objectiva e conclusiva. A reunião final é também conduzida por este elemento, que deve reportar as barreiras a auditoria.

Plano de auditoria A realização de uma auditoria carece de um bom planeamento e gestão eficaz face aos objectivos para a qual foi programada. Este facto é facilmente explicável se tivermos em conta que realizar uma auditoria representa para a organização custos, pelo que realizar auditorias de surpresa, é algo que está fora de questão.

Desta forma, deve ser agendada atempadamente, segundo a disponibilidade das partes interessadas. A realização de um plano de auditoria permite calendarizar e identificar o conjunto de actividades a realizar, nomeadamente os contactos a efectuar, horário da auditoria, marcação de reuniões e o levantamento dos aspectos importantes a ter em conta na sua fase de preparação, sobretudo:

• Âmbito da auditoria

• Elaboração de listas de verificação

• Legislação e normas aplicáveis

• Análise de documentos descritivos da organização.

Este plano deve ser enviado aos auditados com antecedência máxima de uma semana.

Fases de uma auditoria A auditoria decorre segundo 4 fases sequenciais:

1. Reunião de abertura

2. Entrevista

3. Reunião com equipa auditora

4. Reunião de fecho

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Reunião de abertura

A auditoria inicia-se com a realização de uma reunião para apresentação da equipa auditora, informando o responsável pela administração que serão alvos de uma auditoria, mencionando o seu objectivo e âmbito.

Nesta fase é feita a revisão do plano de auditoria, são analisados os critérios de confidencialidade (caso existam), confirmada a logística e requisitos de segurança necessários, bem como esclarecimentos de dúvidas que possam ser levantadas.

Os pontos mais importantes nesta etapa são os seguintes:

• Apresentação da equipa auditora

• Objectivos da auditoria

• Âmbito da auditoria

• Metodologia da auditoria

• Classificação das não conformidades

• Confidencialidade

• Programa/itinerário

• Sala de trabalho/aspectos logísticos

• Lista de presenças

• Reunião de fecho

• Natureza do relatório de acompanhamento

Entrevista

Seguidamente, segue-se a fase de observação e avaliação dos parâmetros listados, seguindo a sequência programada:

• Verificação dos 8 itens das listas de verificação

• Detecção de não conformidades e sua avaliação

• Avaliação de medidas de melhoria

• Formulação de acções preventivas ou e correctivas

• Comunicação ao auditado dos resultados da auditoria.

Nesta fase, a análise da documentação é crucial, bem como a análise de competências adequadas às funções, controlos adequados, cumprimentos dos requisitos.

A linguagem e a abordagem deve ser um cuidado a ter nesta etapa, uma vez que deve ser feita de forma calma, objectiva, clara e cuidada. Deve ser sempre explicado o objectivo da intervenção e efectuada uma pequena reunião informal numa primeira fase com o responsável do sector. O auditor deve sempre dirigir-se a quem realiza as tarefas. Todas as não conformidades devem ser imediatamente comunicadas ao responsável pelo sector.

A evitar: - Tem, não tem? Não tem, pois não?

A usar: Porquê? Onde? Qual? Como? Mostre! Exemplifique! (Por favor)

Atenções a ter para obter as respostas desejadas:

• Pontualidade

• Cumprimentar

• Estar preparado para tudo

• Estar calmo

• Colocar questões de forma clara

• Evitar mal entendidos

• Insistir e investigar até obter a resposta

O auditor deve registar todos os elementos importantes para análise do sistema, sobretudo datas e horas de intervenções, equipamentos analisados.

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Reunião da equipa auditora

Esta reunião tem como principal finalidade a troca de elementos, dados e informações e sua complementaridade a fim de retirar conclusões coerentes e objectivas. O número de reuniões a realizar depende do número total de dias de auditoria, sendo que em casos em que este número exceda um dia, devem realizar-se uma reunião sempre no final de cada dia.

Reunião de fecho

Esta reunião ocorre na presença do auditor coordenador, do gestor do sistema e responsáveis dos sectores auditados.

O objectivo consiste em dar a conhecer as conclusões da auditoria, e por outro logo, avaliar a reacção dos auditados a essas mesmas conclusões. Será nesta fase, que o auditados terão conhecimento das sugestões a ter em conta a fim de melhorar o seu sistema.

No final deve ser indicada a data prevista para entrega do relatório. A usar:

• Agradecer a colaboração de toda a equipa e intervenientes

• Evidenciar o facto de terem sido atingidos os objectivos

• Mencionar as boas práticas encontradas

• Explicar as não conformidades como forma de melhoria

• Esclarecer todas as dúvidas evitando discussões

• Terminar com mensagem de estímulo

Meios documentais Para garantir a gestão eficaz de toda a informação e sua organização, a equipa auditora deve recorrer a meios documentais que possibilitem a optimização de resultados e recolha da informação.

A equipa auditora deve utilizar todos os documentos associados ao referencial normativo implementado, desde manual de gestão ambiental, procedimentos, instruções de trabalho e registos.

Os documentos são cruciais para o auditor coordenador na fase de preparação da auditoria, uma vez que permite a este a compreensão do sistema implementado e estudar a melhor forma de o melhorar e controlar de forma eficaz, sobretudo pela elaboração de listas de verificação.

Nesta etapa, deve ser tido em conta a regulamentação existente para as melhores práticas no âmbito onde se insere a organização, sobretudo a legislação nacional e comunitária, normas portuguesas e europeias e todos os protocolos segundo os quais a organização se rege.

A elaboração de listas de verificação são fundamentais para a avaliação de não conformidades/conformidades. Estas devem ser elaboradas tendo em conta os aspectos associados a cada sector e requisitos específicos, devendo mencionar:

• Processos e aspectos ambientais relevantes

• Procedimentos existentes

• Documentos em uso

• Registos

• Requisitos da norma

• Legislação

Como elaborar uma lista de verificação

A lista de verificação deve conter para cada item 8 colunas, subdivididas em 11, sendo a terceira usada para indicar se o item se aplica ao não ao âmbito da auditoria. Em caso de não se aplicar, deve marcar-se uma cruz (N/A).

As 2 colunas seguintes, permitem analisar se o item foi ou não implementado e se existem documentos (existe prática e existem documentos – (S) sim ou (N) Não.

A sexta coluna indica se o item se encontra conforme (C) ou em não conformidade (N/C) com o requisito da norma, e dá-nos ainda a informação de pontos fracos do sistema, que embora não comprometam o desempenho do sistema, mas que a sua melhoria e possível (OBS).

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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A coluna que se segue é utilizada a título indicativo, indicando possíveis medidas correctivas que foram estudadas em conjunto com responsável do sector.

Para incentivar os auditados, poderá utilizar-se o campo das observações, para evidenciar as boas práticas encontradas.

O auditor deve garantir o preenchimento das 8 colunas. Para uma melhor preparação, este deve recorrer a relatórios anteriores dando relevância a não conformidades detectadas anteriormente e a eficácia das medidas correctivas implementadas.

Relatório final de auditoria

Este documento é sem dúvida um elemento chave de todo este processo, pois é o resultado de todo este trabalho exaustivo e que permite a organização melhorar o seu sistema e adoptar medidas de carácter correctivo.

A elaboração do relatório final da auditoria fica a cargo do auditor coordenador, que deve remeter este documento para o Gestor do sistema no prazo máximo de 10 dias.

A estrutura do relatório deve ser apelativa, simples de fácil leitura. Este deve ser constituído pela folha de rosto e a parte descritiva, com a seguinte composição:

Página de rosto:

• Data de realização da auditoria

• Indicação da equipa auditora

• Localização

• Caracterização sucinta do objecto auditado

• Requisitos por cada sector

• Não conformidades detectadas

Parte descritiva:

• Boas práticas encontradas

• Itens a corrigir e melhorar

• Possíveis soluções (orientadas por ordem de prioridade)

Conteúdo geral do relatório:

• Número de identificação da auditoria

• Identificação da equipa de auditores

• Data da auditoria

• Programa (horário das visitas e entrevistas)

• Identificação de todos os elementos contactados

• Incidência dos objectivos da auditoria

• Identificação dos requisitos, processos e sectores auditados

• Documentos utilizados

• Comentários sobre o desenvolvimento da auditoria

• Resumo da avaliação, com a atenção para a apreciação global dos auditores

• Identificação das boas práticas existentes

• Apresentação de resultados, sobretudo as não conformidades

• Recomendações, propostas e medidas para melhoria do sistema

• Assinatura dos auditores

• Lista de distribuição.

Aspectos a ter em conta:

• As recomendações devem deixar margem ao gestor e responsável do sector para que este possa analisar as melhores soluções.

• Cada não conformidade detectada exige a abertura de uma ficha de registo de não conformidade e acções correctivas (PAC).

• As não conformidade não devem ser apresentadas como aspectos negativos, mas meramente como possibilidades de melhoria.

• O relatório só deve conter a informação discutida na reunião de fecho.

• Todas as medidas correctivas devem incidir na raiz do problema, procurando assim eliminá-lo de forma eficaz.

• As medidas correctivas podem implicar alterações diversas (procedimentos, de processo, reparação/manutenção, formação, etc.).

• Em anexo ao relatório final, podem ser colocadas as listas de verificação e as notas pessoais de cada auditor.

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EXERCÍCIOS

EXERCÍCIO 1

Simulação de uma auditoria interna:

• Constituir vários grupos com pelo menos 3 elementos

• Seleccionar a actividade da organização

• Realizar Lista de verificação a fim de acompanhar a auditoria

• Realizar a auditoria

RESOLUÇÕES Poderá recorrer a uma lista de verificação como se encontra no capítulo 9.

BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA

PINTO, ABEL, Sistemas de Gestão Ambiental, Guia para a sua implementação, 1ªedição,Edições Sílabo, Lisboa, 2005.

NP ISO 14001:2004

NP ISO 19011:2002

LINKS DE INTERESSE

www.idad.ua.pt/

www.uc.pt/iav/

www.aeportugal.pt/

www.iambiente.pt/

www.apcer.pt/

www.eea.europa.eu/

www.ipq.pt

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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8 Testes de Avaliação e

Resoluções

OBJECTIVOS E CONTEÚDOS DO CAPÍTULO Este capítulo pretende apresentar alguns testes de avaliação de conhecimentos sobre cada capítulo, podendo estes serem usados como uma base de revisão e verificação de conhecimentos.

Cada teste é composto por 10 perguntas de verdadeiro ou falso, em que cada uma delas vale 2valores, num total de 20 valores. A atribuição de uma avaliação qualitativa deve fazer-se através da seguinte referência:

• 0 a 5 valores – Não satisfaz nada

• 5 a 9 – Não satisfaz

• 10 a 14 – Satisfaz

• 15 a 17 – Satisfaz bem

• 18 20 – Satisfaz bastante

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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QUESTÕES DO TESTE 1 - VANTAGENS DE IMPLEMENTAR UM SGA

Questões Verdade Falso

1. Um SGA constitui um conjunto de procedimentos com base numa abordagem estruturada e planeada à gestão ambiental, que se inserem no sistema global da organização e que possibilitam controlar de forma eficaz os aspectos ambientais associados ao desenvolvimento da sua actividade.

2. A implementação de SGA efectua-se recorrendo unicamente a normas ambientais de carácter internacional.

3. Um sistema de gestão ambiental visa satisfazer as necessidades de um vasto leque de partes interessadas e da sociedade em termos de protecção ambiental.

4. A Política Ambiental tem como principal objectivo a melhoria contínua da organização.

5. A implementação de um SGA pela norma ISO 14001, permite às organizações anteciparem-se às exigências legais.

6. É possível uma organização reduzir os seus impactes ambientais quando implementa um SGA.

7. Umas das vantagens de um SGA consiste na melhoria significativa dos indicadores de desempenho ambiental e da imagem da empresa perante a sociedade e seus trabalhadores.

8. A implementação deste sistema, deve ser visto como um investimento e não como um custo.

9. Um SGA permite ainda reduzir o índice de ocorrência de acidentes ambientais.

10. A implementação da norma 14001 permite uma melhoria da imagem perante os clientes e maior competitividade.

Nome do formando: ______________________________ Classificação: ________

RESOLUÇÃO DO TESTE 1 - VANTAGENS DE IMPLEMENTAR UM SGA

Questões Verdade Falso

1. Um SGA constitui um conjunto de procedimentos com base numa abordagem estruturada e planeada à gestão ambiental, que se inserem no sistema global da organização e que possibilitam controlar de forma eficaz os aspectos ambientais associados ao desenvolvimento da sua actividade.

2. A implementação de SGA efectua-se recorrendo unicamente a normas ambientais de carácter internacional .

3. Um sistema de gestão ambiental visa satisfazer as necessidades de um vasto leque de partes interessadas e da sociedade em termos de protecção ambiental.

4. A Política Ambiental tem como principal objectivo a melhoria contínua da organização.

5. A implementação de um SGA pela norma ISO 14001, permite às organizações anteciparem-se às exigências legais.

6. É possível uma organização reduzir os seus impactes ambientais quando implementa um SGA.

7. Umas das vantagens de um SGA consiste na melhoria significativa dos indicadores de desempenho ambiental e da imagem da empresa perante a sociedade e seus trabalhadores.

8. A implementação deste sistema, deve ser visto como um investimento e não como um custo.

9. Um SGA permite ainda reduzir o índice de ocorrência de acidentes ambientais.

10. A implementação da norma 14001 permite uma melhoria da imagem perante os clientes e maior competitividade.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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QUESTÕES DO TESTE 2 - A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Questões Verdade Falso

1. A Portaria nº263/2005 de 17 de Março fixa novas regras para cálculo da altura de chaminé e define as situações em que devem para esse efeito ser realizados estudos de Poluentes.

2. O Decreto-Lei n.º 78/2004 de 03 de Abril – Estabelece o regime da prevenção e controlo das emissões de poluentes para a atmosfera, fixando os princípios, objectivos e instrumentos apropriados à garantia da protecção do recurso natural ar, bem como as medidas, procedimentos e obrigações dos operado.

3. Decreto-Lei n.º 236/98 de 1 de Agosto aprova normas relativas à qualidade da água destinada ao consumo humano

4. Decreto-Lei n.º 234/2001 de 5 de Setembro Estabelece normas, critérios e objectivos de qualidade com a finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a qualidade das águas em função dos seus principais usos.

5. Decreto Regulamentar 23/95 de 23 de Agosto – regulamento geral dos sistemas públicos e prediais de distribuição de águas e de drenagem de águas residuais.

6. Despacho n.º 242/96 do ministério da saúde, de 15 de Julho - estabelece normas de gestão e classificação dos resíduos sólidos urbanos.

7. O regime jurídico a que fica sujeita a gestão de pneus usados é estabelecido pelo Decreto-lei N.º 111/2001 , de 6 de Abril.

8. Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto - Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 96/61/CE, do Conselho, de 24 de Setembro, relativa à prevenção e controlo integrados da poluição.

9. Decreto-lei n.º 259/2002 de 23 de Novembro - Regime Legal sobre a Poluição Sonora (RLPS), revoga o decreto-lei nº292/2000.

10. Decreto-Lei 164/2001 de 23 de Maio - Aprova o regime jurídico da prevenção e controlo dos perigos associados a acidentes graves que envolvem substâncias perigosas, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 96/82/CE, do Conselho, de 9 de Dezembro.

Nome do formando: ______________________________ Classificação: ________

RESOLUÇÃO DO TESTE 2 – A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Questões Verdade Falso

1. A Portaria nº263/2005 de 17 de Março fixa novas regras para cálculo da altura de chaminé e define as situações em que devem para esse efeito ser realizados estudos de Poluentes.

2. O Decreto-Lei n.º 78/2004 de 03 de Abril - Estabelece o regime da prevenção e controlo das emissões de poluentes para a atmosfera, fixando os princípios, objectivos e instrumentos apropriados à garantia da protecção do recurso natural ar, bem como as medidas, procedimentos e obrigações dos operado.

3. Decreto-Lei n.º 236/98 de 1 de Agosto aprova normas relativas à qualidade da água destinada ao consumo humano

4. Decreto-Lei n.º 234/2001 de 5 de Setembro Estabelece normas, critérios e objectivos de qualidade com a finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a qualidade das águas em função dos seus principais usos.

5. Decreto Regulamentar 23/95 de 23 de Agosto - regulamento geral dos sistemas públicos e prediais de distribuição de águas e de drenagem de águas residuais.

6. Despacho n.º 242/96 do ministério da saúde, de 15 de Julho - estabelece normas de gestão e classificação dos resíduos sólidos urbanos.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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7. O regime jurídico a que fica sujeita a gestão de pneus usados é estabelecido pelo Decreto-lei N.º 111/2001, de 6 de Abril.

8. Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto - Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 96/61/CE, do Conselho, de 24 de Setembro, relativa à prevenção e controlo integrados da poluição.

9. Decreto-lei n.º 259/2002 de 23 de Novembro - Regime Legal sobre a Poluição Sonora (RLPS), revoga o decreto-lei nº292/2000.

10. Decreto-Lei 164/2001 de 23 de Maio - Aprova o regime jurídico da prevenção e controlo dos perigos associados a acidentes graves que envolvem substâncias perigosas, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 96/82/CE, do Conselho, de 9 de Dezembro.

QUESTÕES DO TESTE 3 - NORMAS DE GESTÃO AMBIENTAL

Questões Verdade Falso

1. A norma internacional NP EN ISO 14001: 2004 é uma Norma Internacional que define os requisitos necessários para a implementação dum Sistema de Gestão de Segurança .

2. O EMAS permite às empresas do sector industrial, num acto voluntário proceder à avaliação e melhoria do seu comportamento ambiental bem como a prestação dessa informação ao público nesta matéria.

3. A Norma ISO 14001 aplica-se a qualquer organização, no entanto o EMAS é apenas para sector industrial.

4. A declaração ambiental só tem que ser verificável e aprovada no EMAS, na ISO 14001 esta nem existe.

5. Em termos de documentação, a ISO 14001 é mais exigente no entanto requer a realização de auditoria para posterior certificação.

6. Os objectivos e metas são factores importantes, pois são eles que orientam também o planeamento e programa de gestão ambiental.

7. Devem ser efectuadas auditorias ao SGA a fim de identificar possíveis não conformidades, para que se proceda à sua correcção e acção preventiva.

8. A norma ISO 14004 é um guia para a implementação de um SGA, funcionando como uma ferramenta interna que providencia orientações para a implementação de um SGA segundo a norma ISO 14001.

9. Todo o sistema deve ser alvo de monitorização e medição, devendo estar todo devidamente registado.

10. Mediante a declaração validade sobre ambiente é possível solicitar à entidade competente o registo da sua instalação industrial no EMAS.

Nome do formando: ______________________________ Classificação: ________

RESOLUÇÃO DO TESTE 3 - NORMAS DE GESTÃO AMBIENTAL

Questões Verdade Falso

1. A norma internacional NP EN ISO 14001: 2004 é uma Norma Internacional que define os requisitos necessários para a implementação dum Sistema de Gestão de Segurança.

2. O EMAS permite às empresas do sector industrial, num acto voluntário proceder à avaliação e melhoria do seu comportamento ambiental bem como a prestação dessa informação ao público nesta matéria.

3. A Norma ISO 14001 aplica-se a qualquer organização, no entanto o EMAS é apenas para sector industrial.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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4. A declaração ambiental só tem que ser verificável e aprovada no EMAS, na ISO 14001 esta nem existe.

5. Em termos de documentação, a ISO 14001 é mais exigente no entanto requer a realização de auditoria para posterior certificação.

6. Os objectivos e metas são factores importantes, pois são eles que orientam também o planeamento e programa de gestão ambiental.

7. Devem ser efectuadas auditorias ao SGA a fim de identificar possíveis não conformidades, para que se proceda à sua correcção e acção preventiva.

8. A norma ISO 14004 é um guia para a implementação de um SGA, funcionando como uma ferramenta interna que providencia orientações para a implementação de um SGA segundo a norma ISO 14001.

9. Todo o sistema deve ser alvo de monitorização e medição, não sendo preciso estar todo devidamente registado.

10. Mediante a declaração validade sobre ambiente é possível solicitar à entidade competente o registo da sua instalação industrial no EMAS.

QUESTÕES DO TESTE 4 – REQUISÍTOS DA ISO 14001

Questões Verdade Falso

1. A implementação da norma ISO 14001 não tem que ser feita na totalidade da organização.

2. A Gestão de topo não deve definir a política ambiental da organização, mas sim os operários, pois são estes que se relacionam com o processo.

3. A política ambiental deve garantir o cumprimento dos requisitos legais e outros requisitos que a organização tenha subscrito relativamente aos aspectos ambientais.

4. Planear é o passo essencial para a organização conseguir avaliar o seu desempenho ambiental, de forma a ser possível definir as suas metas e objectivos e estabelecer o seu programa que garanta o cumprimento e melhoria do seu sistema.

5. Para efectuar um levantamento dos aspectos ambientais, não existe nenhuma metodologia definida. Pode-se recorrer a questionários, entrevistas, auditorias, medição directa, entre outras.

6. A organização deve estabelecer, implementar e manter objectivos e metas ambientais documentadas, a todos os níveis e funções relevantes dentro da organização.

7. A organização só deve elaborar um Programa de Gestão Ambiental (PGA) caso disponha de mais de 200 trabalhadores.

8. A organização deve identificar as necessidades de formação associadas aos seus aspectos ambientais e ao seu sistema de gestão ambiental.

9. A organização só deve garantir que as necessidades de formação/sensibilização são cumpridas quando se implementam novos processos.

10. Segundo a norma deve existir um procedimento de controlo de documentos, onde se designa a responsabilidade e autoridade para preparar documentos, alterá-los e mantê-los actualizados.

Nome do formando: ______________________________ Classificação: ________

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RESOLUÇÃO DO TESTE 4 – REQUISÍTOS DA ISO 14001

Questões Verdade Falso

1. A implementação da norma ISO 14001 não tem que ser feita na totalidade da organização.

2. A Gestão de topo não deve definir a política ambiental da organização, mas sim os operários, pois são estes que se relacionam com o processo.

3. A política ambiental deve garantir o cumprimento dos requisitos legais e outros requisitos que a organização tenha subscrito relativamente aos aspectos ambientais

4. Planear é o passo essencial para a organização conseguir avaliar o seu desempenho ambiental, de forma a ser possível definir as suas metas e objectivos e estabelecer o seu programa que garanta o cumprimento e melhoria do seu sistema.

5. Para efectuar um levantamento dos aspectos ambientais, não existe nenhuma metodologia definida. Pode-se recorrer a questionários, entrevistas, auditorias, medição directa, entre outras.

6. A organização deve estabelecer, implementar e manter objectivos e metas ambientais documentadas, a todos os níveis e funções relevantes dentro da organização.

7. A organização só deve elaborar um Programa de Gestão Ambiental (PGA) caso disponha de mais de 200 trabalhadores.

8. A organização deve identificar as necessidades de formação associadas aos seus aspectos ambientais e ao seu sistema de gestão ambiental.

9. A organização só deve garantir que as necessidades de formação/sensibilização são cumpridas quando se implementam novos processos.

10. Segundo a norma deve existir um procedimento de controlo de documentos, onde se designa a responsabilidade e autoridade para preparar documentos, alterá-los e mantê-los actualizados.

QUESTÕES DO TESTE 5 - IMPLEMENTAÇÃO DE SGA

Questões Verdade Falso

1. A implementação de um SGA deve ser dividido em várias etapas, num total de 10 tendo uma ordem única.

2. No levantamento inicial é importante conhecer a organização no estado presente, identificando a sua actividade e como esta interage com ambiente.

3. Posteriormente ao levantamento, o responsável ambiental deve procurar sensibilizar a direcção de topo para as vantagens da implementação do SGA.

4. A Política Ambiental é só definida no fim, após verificação.

5. A formação é fundamental para garantir que SGA é implementado de forma eficaz, e deve ser dirigida para toda a equipa de projecto.

6. A elaboração de procedimentos é uma ferramenta chave, embora dispensável, para garantir a eficácia da implementação do sistema.

7. Após a implementação do SGA é importante analisado e testá-lo, de forma crítica afim de identificar possíveis falhas e melhorá-las.

8. A realização de auditorias internas, possibilita à organização identificar desvios atempadamente de forma a esta os poder corrigir.

9. A implementação de SGA pressupõe quase sempre esta meta final – certificação do sistema, onde uma entidade certificadora verifica o cumprimento dos requisitos do referencial.

10. A direcção de topo assume a revisão do sistema através de dados da monitorização e dos indicadores de desempenho.

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RESOLUÇÃO DO TESTE 5 - IMPLEMENTAÇÃO DE SGA

Questões Verdade Falso

1. A implementação de um SGA deve ser dividido em várias etapas, num total de 10 tendo uma ordem única.

2. No levantamento inicial é importante conhecer a organização no estado presente, identificando a sua actividade e como esta interage com ambiente.

3. Posteriormente ao levantamento, o responsável ambiental deve procurar sensibilizar a direcção de topo para as vantagens da implementação do SGA.

4. A Política Ambiental é só definida no fim, após verificação.

5. A formação é fundamental para garantir que SGA é implementado de forma eficaz, e deve ser dirigida para toda a equipa de projecto.

6. A elaboração de procedimentos é uma ferramenta chave, embora dispensável, para garantir a eficácia da implementação do sistema.

7. Após a implementação do SGA é importante analisado e testá-lo, de forma crítica afim de identificar possíveis falhas e melhorá-las.

8. A realização de auditorias internas, possibilita à organização identificar desvios atempadamente de forma a esta os poder corrigir.

9. A implementação de SGA pressupõe quase sempre esta meta final – certificação do sistema, onde uma entidade certificadora verifica o cumprimento dos requisitos do referencial.

10. A direcção de topo assume a revisão do sistema através de dados da monitorização e dos indicadores de desempenho.

QUESTÕES DO TESTE 6 – ASPECTOS PRÁTICOS DE SGA

Classificar de Verdadeiro (V) ou Falso (F), tendo em conta a nova versão da NP ISO 14001.

Questões Verdade Falso

1. Nova versão surgiu pela necessidade de ajustar esta norma a todas as organizações

2. A nova versão trouxe série de novos requisitos.

3. Esta norma exige o cumprimento dos requisitos legais aplicáveis

4. Não exige programas ambientais, relativos a metas e objectivos

5. Não contempla os subcontratados.

6. Exige mais documentos de SGA e menos procedimentos documentados

7. A monitorização e medição exige, em ambos os referenciais procedimentos documentados.

8. Exige a melhoria do desempenho ambiental de todos os aspectos ambientais significativos

9. O prazo de adaptação à nova versão é mesmo que da 9001:2000, 3 anos.

10. A nova versão fornece orientações para uma avaliação do desempenho ambiental.

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RESOLUÇÃO DO TESTE 6 – ASPECTOS PRÁTICOS DE SGA

Questões Verdade Falso

1. Nova versão surgiu pela necessidade de ajustar esta norma a todas as organizações

2. A nova versão trouxe série de novos requisitos.

3. Esta norma exige o cumprimento dos requisitos legais aplicáveis

4. Não exige programas ambientais, relativos a metas e objectivos

5. Não contempla os subcontratados.

6. Exige mais documentos de SGA e menos procedimentos documentados

7. A monitorização e medição exige, em ambos os referenciais procedimentos documentados.

8. Exige a melhoria do desempenho ambiental de todos os aspectos ambientais significativos

9. O prazo de adaptação à nova versão é mesmo que da 9001:2000, 3 anos.

10. A nova versão fornece orientações para uma avaliação do desempenho ambiental.

QUESTÕES DO TESTE 7 – AUDITORIAS AMBIENTAIS

Questões Verdade Falso

1. Uma auditoria consiste num levantamento sistemático rigoroso e documentado de todos os elementos necessários a avaliação de um SGA face ao referencial normativo.

2. A Norma ISO 19011 aplica-se a todas as organizações que precisam de realizar auditorias internas, externas ou gerir um programa de auditorias

3. A lei obriga a que se realize todos os semestres uma auditoria interna.

4. A realização de uma auditoria carece de um bom planeamento e gestão eficaz face aos objectivos para a qual foi programada.

5. A auditoria inicia-se com a realização de uma reunião para apresentação da equipa auditora, informando o responsável pela administração que serão alvos de uma auditoria, mencionando o seu objectivo e âmbito.

6. Reunião de abertura tem como objectivo consiste em dar a conhecer as conclusões da auditoria, e por outro logo, avaliar a reacção dos auditados a essas mesmas conclusões.

7. Para garantir a gestão eficaz de toda a informação e sua organização, a equipa auditora deve recorrer a meios documentais que possibilitem a optimização de resultados e recolha da informação.

8. A elaboração do relatório final da auditoria fica a cargo do auditor coordenador, que deve remeter este documento para o Gestor do sistema no prazo máximo de 40 dias.

9. Para incentivar os auditados, poderá utilizar-se o campo das observações, para evidenciar as boas práticas encontradas.

10. A elaboração de listas de verificação são fundamentais para a avaliação de não conformidades/conformidades.

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RESOLUÇÃO DO TESTE 7 – AUDITORIAS AMBIENTAIS

Questões Verdade Falso

1. Uma auditoria consiste num levantamento sistemático rigoroso e documentado de todos os elementos necessários a avaliação de um SGA face ao referencial normativo.

2. A Norma ISO 19011 aplica-se a todas as organizações que precisam de realizar auditorias internas, externas ou gerir um programa de auditorias

3. A lei obriga a que se realize todos os semestres uma auditoria interna.

4. A realização de uma auditoria carece de um bom planeamento e gestão eficaz face aos objectivos para a qual foi programada.

5. A auditoria inicia-se com a realização de uma reunião para apresentação da equipa auditora, informando o responsável pela administração que serão alvos de uma auditoria, mencionando o seu objectivo e âmbito.

6. Reunião de abertura tem como objectivo consiste em dar a conhecer as conclusões da auditoria, e por outro logo, avaliar a reacção dos auditados a essas mesmas conclusões.

7. Para garantir a gestão eficaz de toda a informação e sua organização, a equipa auditora deve recorrer a meios documentais que possibilitem a optimização de resultados e recolha da informação.

8. A elaboração do relatório final da auditoria fica a cargo do auditor coordenador, que deve remeter este documento para o Gestor do sistema no prazo máximo de 40 dias.

9. Para incentivar os auditados, poderá utilizar-se o campo das observações, para evidenciar as boas práticas encontradas.

10. A elaboração de listas de verificação são fundamentais para a avaliação de não conformidades/conformidades.

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9 Check lists (Listas de

verificação) OBJECTIVOS E CONTEÚDOS DO CAPÍTULO Este capítulo pretende apresentar algumas checklists como exemplos práticos que permitem a verificam dos requisitos do SGA.

Pretende-se ilustrar como estas ferramentas são simples, práticas e bastante úteis, e ajustadas Às necessidades pretendidas.

CHECK LISTS (LISTAS DE VERIFICAÇÃO)

O formato de uma lista de verificação pode variar, o importante é cada item seja marcado como implementado satisfatoriamente, não satisfatoriamente ou, se, devido a alguma razão, não aplicável. Para cada ítem deve ser anotado, também, conforme apropriado, o local, o processo, a instalação ou indivíduo que tenha participado das acções de verificação. Deve ser anotado também, de forma bastante clara, as evidências de auditoria (evidências objectivas), que levem à aceitação ou não da actividade ou processo sob verificação. Essa evidência de auditoria deve ter como suporte, os critérios da auditoria, que são os próprios requisitos da norma ou alguma outra exigência de contrato, de legislação ou estatutária.

Nunca se deve esquecer, que a lista de verificação não é "dogmática", servindo de guia ao auditor, que, dependendo do desenvolvimento da auditoria, pode enfatizar, ou não, determinados aspectos. Deve-se observar, também, que, paralelamente à lista de verificação, o auditor pode ter consigo, algo como um "guia de auditoria", contendo os tópicos, detalhes, informações anteriores, provenientes de resultados de auditorias já realizadas, ou de documentação pertinente, já avaliada, que lhe permitirão dar uma objectividade maior ao seu processo de verificação dos requisitos dos SGA.

Auditoria Interna ISO 14001

Apresenta-se em seguida um exemplo daquela que poderia ser uma lista de verificação, que o auditor usaria na sua auditoria.

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10 Casos de Estudo

CASO 1

Apresentação geral da empresa

• Fábrica de componentes injectados de PVC. • Clientes: Fiat, Volkswagen, Mercedes e Audi. • Opera com 200 trabalhadores. • Principais produtos: Componentes injectados em PVC.

Estudo preliminar

Esta empresa realizou estudo preliminar em 1999, focando-se na análise de conformidades com a norma ISO 14001 e com a legislação. Foi um bom ponto de partida para a implementação do Sistema de Gestão Ambiental.

Política Ambiental

A posição adoptada pela empresa, apoiada pela Direcção, contém:

• Elementos necessários à definição e cumprimento dos objectivos; • Compromisso com a melhoria contínua e prevenção da poluição: “... A protecção do Ambiente é

uma prioridade chave da empresa.”; • Procura, como mínimo, assegurar o cumprimento da legislação.

A Política Ambiental foi divulgada internamente a todos os colaboradores através de sessões de esclarecimento e distribuição de panfletos informativos. Externamente foi divulgada às partes interessadas por comunicados aos meios de comunicação e envio de panfletos.

Planeamento

Aspectos Ambientais

Orientação: Procedimento para Identificação e Avaliação dos Aspectos Ambientais – PA-001;

Considerou-se:

• Emissões atmosféricas • Gestão de resíduos sólidos • Utilização das matérias-primas e recursos naturais • Contaminação dos solos • Efluentes líquidos • Poluição sonora

O processo de Identificação e Avaliação teve em conta:

• Condições de operação normais e anormais; • Incidentes, acidentes e situações potenciais de emergência; • Actividades passadas, actuais e futuras.

Critério de avaliação dos aspectos ambientais

a) Condições de funcionamento normais e anormais: é atribuída pontuação de 0 a 3 pontos para as seguintes características: Intensidade (I), Toxicidade (T), Frequência (F), Extensão (E), Sensibilidade (S) e Queixas (Q).

Condições normais: Significância = [(I x T) + (E x S)] x F + Q

Condições anormais: Significância = (I x T) + (E x S) + Q

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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b) Outras situações

• Consumo de água, electricidade e combustíveis • Situações potenciais de emergência • Não cumprimento da legislação • Casos excepcionais considerados como relevantes pela Direcção

Exemplo prático:

Aspecto Ambiental: Papel e Pano sujo (este aspecto é relativo ao material absorvente usado nas linhas e é contaminado com óleos, massas e solventes), condições normais

• Intensidade: 3 pontos • Toxidade: 3 pontos • Extensão: 1 ponto • Sensibilidade: 1 ponto • Frequência: 3 pontos • Queixas: 0 pontos

Significância = [( I x T ) + ( E x S)] x F + Q = [(3x3)+(1x1)] x 3+ 0 = 30 pontos => Aspecto Significativo

Requisitos legais

• Procedimento PA-002 • Instrução de Trabalho IT-149 • Manual de Legislação • Ficha de Distribuição • Gabinete de Assessoria Jurídica – Legislação Nacional e Europeia • Responsável pelo Ambiente – Outros Requisitos Ambientais • Arquivo e Acesso controlados

Objectivos, Metas e Programas de gestão

A empresa estabeleceu um Procedimento para o Estabelecimento de Objectivos, Metas e Programas de Gestão, PA-004.

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Implementação e Operação

Estrutura e Responsabilidades

• Organigrama da empresa

• Divisão das Responsabilidades

- Departamento Técnico – Responsável pelo Ambiente: Implementação e Controlo operacional

- Departamento da Qualidade: Conformidade com a norma

Formação, sensibilização e competências

A empresa criou o Procedimento PG-011 - Plano de Formação

Comunicação

A comunicação interna efectua-se recorrendo:

• Revista • Folhetos • Placar Electrónico • Quiosque • E-mail • Comunicados Internos

A comunicação externa efectua-se recorrendo à parceria do Departamento de Relações Públicas e Responsável pelo Ambiente.

Documentação do sistema

A empresa dispõe da seguinte documentação:

• Manual de gestão integrado

• Procedimentos

• Instruções de trabalho

• Documentos auxiliares

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Controlo dos documentos

Adoptou o Procedimento PG-002

Controlo Operacional

A empresa criou o Procedimento de Controlo Operacional PA-005

I) Resíduos industriais similares a urbanos

Codificação: XX XX XX // YY // HZZ // KK // TWW

XX XX XX: Indica o número do Código CER correspondente;

YY: Indica o número correspondente ao aspecto ambiental identificado;

HZZ: Indica as características de perigo atribuída a cada resíduo segundo o anexo III da Portaria 818/97;

KK: Indica o estado físico do resíduo;

TWW: Indica a operação de eliminação (D) ou valorização (R), segundo o anexo I e II da Portaria 15/96.

Exemplo “Cartão”: 20 01 01//24//H99//SO//R02

II) Resíduos industriais perigosos: Gestores Autorizados

N.º Resíduo Gestor habitual

6 Papel e pano sujo Tratis

10 Resíduos hospitalares Hospital

15 Pilhas e baterias usadas Tratis

16 Lâmpadas usadas Quimitécnica

18 Lamas de rectificação Quimitécnica

19 Óleos de corte usados Quimitécnica

20 Solventes de limpeza usados Quimitécnica

21 Águas das purgas dos compressores Quimitécnica

26 Óleos hidráulicos usados Quimitécnica

46 Lamas da lavagem de KLT’s Quimitécnica

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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III) Emissões Atmosféricas

• Instruções de Trabalho IT-138

• Fontes Emissoras: Injectora de PVC, Caldeira

• Medições feitas pelo IDICT- Resultados dentro da legislação

• Monitorização Semestral

IV) Emissões Sonoras

• IT-139

• Medições pelo ADAI

• Valores fora da Legislação

• Correcção

V) Emissões Líquidas

• IT-171

• Descargas para a ETAR Municipal

• Valores fora da legislação

• Plano de Gestão

FONTES

Água de lavagem dos KLT’s

Efluentes Domésticos

Águas de Limpeza das instalações

Águas de polimento das peças

Águas das purgas dos compressores

VI) Produtos Químicos

• IT-152 (Armazenamento, Manipulação e Transporte)

• Compras – Requerer Fichas Toxicológicas

• Armazém - Plano de Armazenamento, Inspecções Periódicas

• Manipulação e Transporte – Formação aos colaboradores

Respostas a situações de emergência

• Procedimento PG-013

• Levantamento: Áreas sensíveis; Não conformidades; Histórico de acidentes e incidentes

• Resposta: Plano Geral de Emergências - G.I.C.E. (Grupos de Intervenção em Caso de Emergência)

• Simulacros

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Verificação e acções correctivas

Monitorização e medição

Monitorização: 2 níveis

- Gerência (Anual e mensal): Objectivos

- Responsável pelo Ambiente: Sistema

Medição: de acordo com as IT’s, Semestral a todas as fontes poluidoras

Auditoria

• Procedimento PG-010

• Plano de Auditorias Internas

Não Conformidades e Acções correctivas

A empresa criou 2 procedimentos:

• Procedimento PG-003: (Controlo de Não Conformidades)

• Procedimento PG-004: (Acções correctivas e preventivas)

Revisão pela direcção – melhoria contínua

• FERRAMENTAS PARA REVISÃO AO SISTEMA

- Resultados de Auditorias

- Cumprimento de Objectivos e metas

- Reclamações e queixas

- Adequabilidade do sistema

• FERRAMENTAS PARA A MELHORIA CONTINUA

- Caixa de Sugestões

- Grupos de Trabalho

- TPM (Todos pela manutenção)

As principais dificuldades apontadas por esta empresa prenderam-se com a Consciencialização dos colaboradores e Gestores de resíduos autorizados.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Caso 2 A Central Termoeléctrica do Pego foi, em Janeiro de 1997, a primeira empresa em Portugal a certificar-se na norma internacional de Sistemas de Gestão Ambiental ISO14001. A Entidade Certificadora foi também a Lloyd's Register Quality Assurace, LRQA.

A Central Termoeléctrica do Pego fica situada a 150 km a NE da cidade de Lisboa, na margem esquerda do rio Tejo, nas freguesias do Pego e Concavada, distando cerca de 8 km da cidade de Abrantes, que é sede de Concelho e de Comarca. O acesso rodoviário realiza-se pela EN 118 que liga Abrantes a Gavião, via Alvega.

O acesso ferroviário efectua-se a partir da linha da Beira Baixa, através de um ramal ferroviário para esse fim construído, o qual inclui uma ponte para a travessia do rio Tejo. Este acesso serve fundamentalmente para o abastecimento de carvão à Central Termoeléctrica do Pego a partir do porto de Sines.

De forma similar ao referido para o EMAS, a certificação ISO14001 implica o cumprimento do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) da Central do Pego com os requisitos da norma. O SGA certificado é aplicável a:

"Produção de energia eléctrica a partir da combustão de combustíveis fósseis e a correspondente venda ou deposição de cinzas."

A instalação da Central Termoeléctrica do Pego induziu a nível local uma procura intensa de materiais de construção, serviços (cerâmica, betão, inertes, madeiras, transportes, hotelaria, etc.), e mão de obra.

Após a entrada em exploração, a Central criou na região mais de 200 postos de trabalho directos e outros de natureza indirecta ligados às actividades de alimentação, limpeza, segurança, transportes e conservação.

Fonte: http://www.pegop.com/

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Caso 3

Desde há vários anos que a EDP tem vindo a assumir uma postura pró activa no que se refere à abordagem das várias questões ambientais que influenciam as suas actividades.

A Empresa adoptou, em 1994, a sua Política de Ambiente, que estabelece voluntariamente o Ambiente como objectivo de gestão, e tem vindo a implementar mecanismos de afirmação consistente desses princípios nas diversas actividades que desenvolve, tanto em Portugal como no estrangeiro.

O Relatório de Ambiente EDP 1997 marcou o primeiro exercício de utilização de indicadores consolidados de performance ambiental da Empresa, traçando, simultaneamente, um quadro da evolução das questões ambientais mais significativas no contexto das actividades do Grupo.

Hoje, a EDP aposta fortemente na comunicação, promovendo a disponibilização de uma informação cada vez mais detalhada e transparente, aproximando-se do público e de todas as entidades interessadas em conhecer a atitude da EDP face aos problemas actuais existentes em matéria de ambiente.

Princípios Básicos da Declaração do Conselho de Administração sobre Política de Ambiente do Grupo EDP:

Tendo em conta a importância decisiva da energia eléctrica como factor de desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida das populações.

Reconhecendo que as actividades inerentes à sua produção e distribuição podem ter efeitos ambientais menos positivos.

Na procura incessante do equilíbrio entre a sua função essencial e a salvaguarda dos valores ambientais.

A EDP adopta os seguintes princípios:

Consolidar a utilização de critérios de avaliação ambiental nas actividades da Empresa e auditar o seu desempenho.

Consolidar a utilização de critérios de avaliação ambiental nas actividades da Empresa e auditar o seu desempenho.

Promover sistemas de utilização racional da energia.

Aumentar o conhecimento das interacções das actividades da Empresa com o Ambiente

Promover estratégias de conservação da natureza e valorização cultural.

Assegurar os mecanismos de informação ambiental adequados.

Promover a utilização de tecnologias limpas e práticas adequadas de gestão de resíduos.

A EDP promove a implementação de sistemas de gestão ambiental como parte de um sistema gestão global. Incluindo a estrutura organizacional, o planeamento de actividades, as responsabilidades, as práticas, os procedimentos, os processos e os recursos necessários ao desenvolvimento, implementação, revisão e manutenção de uma Política de Ambiente.

Promovendo a melhoria contínua, a prevenção e minimização dos seus impactes todas as instalações de produção térmica e hídrica mantêm sistemas de gestão ambiental implementados de acordo com a ISO 14001. A totalidade das centrais térmicas da EDP em Portugal, encontram-se certificadas de acordo com a ISO 14001. A EDP realiza uma gestão de resíduos onde continuamente se procura a valorização de resíduos e a sua redução na origem da produção.

Nas actividades da EDP são gerados em grandes quantidades resíduos de cinzas volantes e escórias resultantes da combustão de carvão e fuelóleo em centrais térmicas. As cinzas volantes de carvão, apresentam um elevado potencial de valorização e são utilizadas, desde há vários anos, como subproduto na indústria cimenteira e betoneira. Existem ainda outros resíduos produzidos nos processos de operação e manutenção e actividades de produção e distribuição. Entre eles encontram-se em maior quantidade os postes de betão e os óleos usados.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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Nas Centrais Termoeléctricas a água é utilizada para alimentar as caldeiras (água para produção de vapor para produção de electricidade) e para refrigeração dos Grupos geradores.

Assim, são gerados e rejeitados efluentes líquidos principalmente de dois tipos:

• Águas dos circuitos de refrigeração.

• Águas residuais tratadas com origem em sistemas de purificação de água e efluentes oleosos.

As águas residuais rejeitadas no meio receptor são sujeitas a análise quantitativa e qualitativa (caracterização físico-química).

Os principais impactes com origem na combustão de combustíveis fósseis em centrais térmicas são as emissões atmosféricas de dióxido de carbono (CO2), dióxido de enxofre, óxidos de azoto e partículas. A EDP tem investido na monitorização e minimização destes impactes nomeadamente na utilização de fuelóleo com menor teor de enxofre, na dessulfuração, na redução das emissões de NOx e partículas.

O controlo dos efluentes gasosos das instalações é efectuada através de monitorização em contínuo e realização periódica de medições de poluentes minoritários tais como metais pesados e compostos orgânicos voláteis.

A EDP procede a campanhas pontuais de medição de ruído com vista à verificação do cumprimento da legislação em vigor. Na actividade de Distribuição tem sido dada uma atenção reforçada às acções de avaliação e controlo da qualidade do ambiente sonoro, uma vez que se localizam frequentemente na proximidade de zonas residenciais. A EDP têm vindo a aplicar medidas de isolamento acústico na construção de novas infra-estruturas.

A EDP aplica, globalmente, medidas de minimização de impactes sobre a biodiversidade em todos os novos projectos. Os estudos são detalhados de acordo com as características das infra-estruturas a serem construídas e da sua localização:

Actividade de produção de energia eléctrica:

Para projectos de grande dimensão, é aplicada criteriosamente a legislação de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), incluindo, nos projectos mais sensíveis, a utilização do instrumento de Definição do Âmbito do Estudo de Impacte Ambiental, colocado a discussão pública. Em todos estes projectos a componente Biodiversidade é estudada aprofundadamente; são definidas medidas de minimização; planos de monitorização; e medidas compensatórias. Nos projectos de menor dimensão, e/ou localizados fora de zonas classificadas com um estatuto de protecção da natureza, são realizados estudos de pré-avaliação da compatibilidade do projecto com a envolvente, onde a componente de conservação da natureza é sempre considerado.

Actividade de distribuição de energia eléctrica:

A EDP tinha em 2005, em Portugal, 8 555 km de linhas construídas em áreas com estatuto de protecção da natureza. A necessidade de servir aglomerados populacionais em crescimento nestas zonas, aliada à preocupação da EDP com a conservação da natureza, culminou na assinatura, em 2003, de um Protocolo de colaboração com o Instituto de Conservação da Natureza, a Quercus e a SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, com vista a compatibilizar a construção de novas linhas e as linhas existentes com a avifauna, em zonas classificadas com estatuto de protecção da natureza. Este protocolo permitiu desenvolver um conjunto de acções visando a avaliação do impacte na avifauna, o reforço do conhecimento científico de algumas espécies e a elaboração de recomendações para a construção de novas linhas de distribuição de energia eléctrica.

Fonte : http://www.edp.pt/

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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11 Glossário

A

Acção Correctiva – acção para eliminar a causa de uma não conformidade

Acção preventiva – acção para eliminar a causa de uma não conformidade.

Ambiente – conjuntos de todos os elementos que envolvem uma organização sobre os quais a mesma opera: ar, solo, água, recursos naturais, flora, fauna, homem e suas inter relações.

Aspecto Ambiental – Elemento de actividades, produtos ou serviços de uma organização, que pode interactuar com o ambiente.

Nota: sempre que lhe esteja associado um impacte ambiental significativo será um aspecto ambiental significativo.

Auditor – pessoa com competência para realizar uma auditoria.

Auditoria ao Sistema de Gestão Ambiental – Um processo de verificação sistemático e documentado, de obtenção de forma objectiva e de avaliação de evidências, no sentido de determinar se um sistema de gestão ambiental de uma organização está conforme com critérios de auditoria ao sistema de gestão ambiental estabelecidos pela organização, e comunicação dos resultados deste processo à direcção.

D

Desempenho Ambiental – Resultados mensuráveis do sistema de gestão ambiental, relacionados com o controlo dos seus aspectos ambientais por parte de uma organização, baseados na sua política, objectivos e metas ambientais.

I

Impacte Ambiental – Qualquer alteração no ambiente, quer adversa ou benéfica, parcial ou totalmente resultante de actividades, produtos ou serviços de uma organização.

M

Melhoria Contínua – Processo de melhoramento do sistema de gestão ambiental, com o objectivo de atingir melhorias no desempenho ambiental global, enquadrado com a política ambiental da organização.

Nota: O processo não necessita de decorrer em todas as áreas de actividade simultaneamente.

Metas Ambientais - Requisito de desempenho detalhado, quantificado quando aplicável à organização ou a partes desta, que advém dos objectivos ambientais e que necessita de ser estabelecido e ordenado no intuito de atingir esses objectivos.

N

Não conformidade – não satisfação de um requisito

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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O

Objectivo Ambiental – meta ambiental global a atingir, que advém da política ambiental, que uma organização estabelece a si própria para atingir, e que é quantificável quando aplicável.

Organização – Companhia, sociedade, firma, empresa, autoridade ou instituição ou ainda, parte ou combinação destas, sejam incorporadas ou não, públicas ou privadas, que tenham as suas próprias funções e administração.

Nota: Para organizações com mais do que uma unidade operativa, poderá ser definida como uma organização, uma única unidade.

P

Parte Interessada – Individuo ou grupo relacionado ou influenciado pelo desempenho ambiental de uma organização.

Prevenção da Poluição – Uso de processos, práticas, materiais ou produtos que evitam, reduzem ou controlam a poluição, a qual pode incluir reciclagem, tratamento, alterações de processo, mecanismos de controlo, utilização eficiente de recursos e substituição de materiais.

Nota : os benefícios potenciais de prevenção da poluição incluem a redução dos impactes ambientais negativos, o aumento da eficiência e a redução de custos.

Política Ambiental – Declaração da organização que estabelece as suas intenções e princípios relativamente ao seu desempenho ambiental global, que proporciona um enquadramento para actuação e para o estabelecimento dos seus objectivos e metas ambientais.

Procedimento – modo especificado de realizar uma actividade ou um processo.

R

Registo – que expressa resultados obtidos ou que fornece evidência das actividades realizadas.

S

Sistema de Gestão Ambiental – parte do sistema global de gestão que inclui estrutura organizacional, planeamento de actividades, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, rever e manter a política ambiental.

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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12 Bibliografia

LIVROS

• ALISEDA, Julian Mora, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Editora – Universidad de Estremadura 2002.

• BLOCK, Marilyn R., Implementing ISO 14001 , ASQC 1997.

• BRAGA, JAIME, Guia do Ambiente, As Empresas Portuguesas e o Desafio Ambiental, 1ªEdição, Monitor, 1999.

• CABUGUEIRA, Manuel , Os acordos voluntários como instrumento de política ambiental, Vida Económica, Junho 99.

• CASCIO, Joseph , The ISO 14000 handbook, QASA – American Society for Quality, 1996.

• GARCIA, RICARDO, Sobre a Terra, Um guia para quem lê e escreve sobre ambiente, 2ªedição, Edições Público, Lisboa 2006.

• LOPES, MARTA ; CASTANHEIRA ÉRICA, DINIS, ANTONIO , Manual de Gestão Ambiental e Economia de Recursos.

• PINTO, ABEL, Sistemas de Gestão Ambiental, Guia para a sua implementação, 1ªedição, Edições Sílabo, Lisboa,2005.

• SEIFFERT, MARI ELIZABETE BERNARDINI, ISO 14001 – Sistemas de Gestão Ambiental: implantação objectiva e económica, 2ª Edição, Atlas Editora, 2006.

• Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – SIDS.

NORMAS

• NP EN ISO 14001:2004 e emenda 1:2006

• NP EN ISO 19011:2003

• EMAS – Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria

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Norma ISO 14001 - Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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13 Links úteis

Legislação

• www.diramb.gov.pt

• http://osha.europa.eu/OSHA

• www.apambiente.pt

Ambiente Geral

• www.idad.ua.pt/

• www.uc.pt/iav/

• www.aeportugal.pt/

• www.inresiduos.pt/

• www.iambiente.pt/

Normas/Certificação

• www.apcer.pt/

• www.eea.europa.eu/

• www.ipq.pt

• www.gestaoambiental.com.br

• www.ccdr-alg.pt