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Bom livro para estudiosos.

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    MANUAL DE IMPORTAO E EXPORTAO DE OBRAS DE ARTE

  • sumrio

  • sumrio

    ABACT reserva-se todos os direitos autorais sobre o contedo deste manual, em especial o direito de edio.

  • O Manual de Importao e Exportao de Obras de Arte mais uma iniciativa da Associao Brasileira de Arte Contempornea [ABACT], pensado e desenvolvido a partir das dvidas e necessidades das galerias brasileiras de arte contempornea.

    A abordagem proposta para este manual indica a ateno que a ABACT dedica a essa questo de importncia fundamental, no s para o desenvolvimento do mercado de arte, mas tambm para sua profissionalizao, no momento de insero em um contexto de globalizao econmica, com impactos polticos e sociais.

    A questo da movimentao nacional e internacional de obras de arte tem um papel estratgico no momento econmico atual. Ela gera impacto, no apenas no reconhecimento dos nossos artistas no exterior, mas tambm, na maneira como as galerias so percebidas no mercado interno e externo. Se por um lado, esse mercado globalizado facilita o acesso de colecionadores e instituies de diversos pases arte produzida no Brasil, por outro, gera uma maior necessidade do Estado de garantir a preservao e o controle fiscal desses bens.

    Sendo assim, este manual vai explicar, de forma clara e prtica, alguns dos procedimentos mais importantes e necessrios para promover a importao ou exportao de obras de arte, peas e servios, seja em carter temporrio, para feiras e exposies comerciais e institucionais; ou mesmo em carter definitivo, quando da venda das obras.

    Alm de mostrar os mecanismos existentes para equilibrar os diferentes interesses envolvidos nessa dinmica, tanto pblicos quanto privados, nosso objetivo estimular a troca e o dilogo, impulsionando a economia, sem deixar de observar as necessidades de fiscalizao e controle do Estado sobre tais bens culturais.

    Eliana FinkelsteinPresidente (2012 2014)Associao Brasileira de Arte Contempornea ABACT

    APRESENTAO

  • sumrio

    O objetivo deste manual esclarecer as dvidas das galerias brasilerias de arte contempornea associadas sobre questes pontuais em todo o processo de movimentao de obras de arte, uma vez que a galeria j tenha estabelecido a sua estratgia de insero no mercado internacional.

    Em operaes de comrcio exterior, diversos aspectos, completamente interligados, podem ser analisados de forma separada para que essa operao seja compreendida da melhor maneira. A saber: aspecto de negociao, logstico, cambial, tributrio e administrativo-fiscal.

    O aspecto de negociao - trata-se do processo que envolve as questes de compra e venda de obras em si, e de todas as definies decorrentes desse processo - preo de venda, prazo de pagamento, prazo e local de entrega. Nessa discusso, em princpio, participam o comprador e o vendedor. Eventualmente pode haver a participao de algum intermedirio como: curador, consultor, despachante aduaneiro. Usualmente vendedor e comprador fazem contato entre si, expem os interesses mtuos, o que tm para oferecer e o que desejam comprar. As negociaes so formalizadas pelo envio de fatura pr- -forma (pro-forma invoice), que caracteriza o acordo entre as partes envolvidas na negociao. Se o comprador concorda, envia uma mensagem confirmando a compra. Ocasionalmente pode ser elaborado um contrato de compra e venda, mas, na maioria das vezes, simplesmente emitida uma fatura pr-forma e, uma vez realizado o pagamento, o bem enviado.

    O aspecto logstico - processo que compreende todas as questes referentes ao transporte do bem, desde a galeria ou do depsito onde est localizada a obra at o domicilio do comprador ou local de armazenagem por ele indicado, e inclui os aspectos de armazenagem e de embalagem durante o percurso da mercadoria.

    O aspecto cambial - vendedor e comprador em pases diferentes podem ter moedas diferentes, obrigando uma das partes a formalizar contrato de cmbio com uma instituio autorizada. O aspecto cambial trata da permuta entre as moedas, o cmbio. No Brasil o processo cambial s pode ser realizado por bancos e casas de cmbio autorizadas a operar com cmbio pelo Banco Central. A operao descrita sob o ponto de vista do banco: ser compra quando o banco compra divisas, pagando em reais, e ser venda quando o banco vende divisas, recebendo em reais.

    OBJETIVO

  • O aspecto tributrio - nesse processo so analisadas as questes do pagamento de impostos e taxas referentes operao de comrcio exterior.

    O aspecto administrativo-fiscal - esse processo diz respeito autorizao do governo para que haja a operao de comrcio exterior e a verificao da conformidade da mercadoria com as normas e regulamentos nacionais.

    Abordaremos os procedimentos aduaneiros e os regimes tributrios aplicados aos processos de importao e exportao definitiva, admisso e exportao temporria, importao e exportao de obras desmontadas e servios, alm de questes de ordem jurdica. Tambm explicaremos quais so os rgos pblicos envolvidos em todo o processo, e a atuao de cada um deles; as operaes e modalidades; abordaremos a formao correta de preo, a liquidao das operaes e apresentaremos os modelos dos documentos necessrios a todas as fases desse processo.

    Ao final da leitura deste manual, a galeria estar apta a entender os principais passos do comrcio exterior.

    Neste volume no sero abordadas questes sobre o desenvolvimento de estratgias para insero no mercado internacional, pois entendemos que tais questes so afetas ao planejamento estratgico de cada galeria e de responsabilidade nica dos seus gestores.

  • sumrio

  • Este manual foi elaborado por uma equipe tcnica no intuito de esclarecer as principais dvidas com relao aos procedimentos que devem ser adotados pelas galerias nos processos de importao e exportao.

    Apenas o conhecimento tcnico no o bastante para que esses processos sejam realizados com sucesso. A galeria deve estar preparada para atuar no comrcio exterior, o que tambm significa preparar-se internamente. fundamental ter uma equipe bem treinada, com o domnio do idioma dos pases com que se deseja fazer negcios, com conhecimento dos procedimentos necessrios a todas as fases, e que esteja alinhada com as estratgias traadas pelos gestores das galerias. Alm de contar com o apoio de profissionais especializados, tais como: contador, despachante aduaneiro e corretor de cmbio, que podero lhe orientar em todos os processos, garantindo o sucesso dessas operaes.

    importante ter uma boa estrutura de administrao e gesto financeira na galeria. O departamento administrativo faz as anlises necessrias para que os gestores possam tomar decises, ele quem cuida da correta execuo desse planejamento, controla de forma eficaz a entrada e sada de recursos financeiros, evitando gastos desnecessrios, ou mesmo desperdcios, atrasos nos pagamentos, indicando, assim, os melhores caminhos para a conduo financeira da empresa. A administrao financeira cuida de planejamento, anlise de investimentos, poltica de crescimento, financiamento, contabilidade, etc.

    A maioria das galerias possui uma estrutura concisa, com poucos profissionais em vrias funes, mas a existncia de uma pessoa responsvel pela rea administrativo-financeira dar mais liberdade aos gestores para que possam definir as estratgias e buscar novos negcios. por falta desse planejamento e controle que muitas empresas acabam tendo dificuldades financeiras e, esse profissional tambm ser essencial para as galerias que pretendem iniciar processos de comrcio exterior, pois cuidar dos aspectos burocrticos, enquanto os gestores podem dedicar-se estratgia de insero do seu negcio no mercado internacional.

    INTRODUO

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    SUMRIOA. ITENS GERAIS 14

    1. Requerimentos Jurdicos e Societrios 15 1.1. Estabelecimento das Sociedades 15 1.2. Enquadramento Fiscal 16 1.3. Radar / Siscomex / Certificado Digital 17

    2. rgos Pblicos e Privados envolvidos 19

    2.1. Receita Federal 19 2.2. Despachante Aduaneiro 19 2.3. Sociedades Corretoras de Cmbio 20 2.4. Banco Central 21 2.5. Banco Privado 21 2.6. Instituto do Patrimnio Histrico Nacional [IPHAN] 22

    B.OPERAES RELACIONADAS AO MERCADO INTERNACIONAL 24

    1. Exportao de Obras de Arte 25

    1.1. Atividades de Comrcio Exterior 25 1.1.1. Fins Culturais 25 1.1.2. Fins Comerciais 25 1.1.2.1. Parcerias Internacionais 26 1.1.2.2. Vendas para Clientes Internacionais 26 1.1.2.3. Participao em Feiras Internacionais 26 1.2. Modalidades de Exportao 28 1.2.1. Exportao Definitiva 28 1.2.2. Exportao em Consignao 29 1.2.3. Exportao Temporria 30 1.2.4. Exportao Direta e Indireta 30 1.2.5. Reexportao [Retorno de Admisso Temporria] 32 1.3. Formao dos Preos 32 1.3.1. Valor EXW 34 1.3.2. Valor FCA / FOB 35

  • 1.3.3. Valor CFR / CPT 35 1.3.4. Valor CIP / CIF 36 1.4. Documentos Envolvidos 36 1.4.1. IPHAN 36 1.4.1.1. Listagem das Superintendncias do IPHAN nos Estados 37 1.4.2. Fatura Comercial e Fatura Pr-Forma 38 1.4.3. Packing List 39 1.4.4. Registro de Exportao (RE) 40 1.4.5. Declarao de Despacho (DDE) 41 1.4.6. Conhecimento de Embarque (BL / AWB) 41 1.4.7. Declarao Simplificada de Exportao (DSE) 42 1.5. Liquidao Financeira das Operaes de Exportao 43 1.5.1. Com e sem Cobertura Cambial Liquidao Antecipada 43 1.5.2. Prazos 44 1.5.3. Formas 44 1.5.4. Tratamento Fiscal 45 1.6. Aspectos Tributrios 45 1.6.1. Tributao Incidente sobre as Exportaes 45

    2. Importao de Obras de Arte 47

    2.1. Atividades de Comrcio Exterior 47 2.1.1. Fins Culturais 47 2.1.2. Fins Comerciais 48 2.1.2.1. Parcerias Internacionais 48 2.1.2.2. Importao para Revenda no Brasil 48 2.2. Modalidades de Importao 48 2.2.1. Importao Definitiva 48 2.2.2. Importao Temporria 48 2.2.3. Nacionalizao de Obras Importadas em Regime Temporrio 50 2.2.4. Retorno de Exportao Temporria 50 2.2.5. Retorno ou Reimportao de Exportao em Consignao 50 2.3. Formao dos Preos - Incoterms 51 2.4. Documentos Envolvidos 51 2.4.1. Commercial Invoice 51

  • sumrio

    2.4.2. Pr-Forma Invoice para Importaes Temporrias Emitida pelo Exportador 53 2.4.3. Packing List 53 2.4.4. Conhecimento de Embarque / Carga (BL / AWB) 54 2.4.5. Despacho de Importao (DI) 54 2.4.6. Comprovante de Importao (CI) 55 2.4.7. Declarao Simplificada de Importao (DSI) 56 2.4.8. Notas Fiscais 56 2.4.9. Procedimentos Bsicos no Processo de Desembarao 56 2.5. Aspectos Tributrios 57 2.5.1. Impostos Incidentes 58 2.5.1.1. Federais (II / IPI / PIS / COFINS) 58 2.5.1.2. Estaduais (ICMS) e Municipais 58 2.5.2. Base de Clculo dos Impostos e Formas Cumulativas de Clculo 59 2.5.3. Tributao Simplificada 60 2.5.4. Anlise dos Custos de Importao na Formao do Preo de Venda 61 2.6. Liquidao Financeira das Operaes de Importao 62 2.6.1. Operaes com e sem Cobertura Cambial 62 2.6.2. Prazos de Liquidao das Operaes 62 2.6.3. Liquidao Financeira das Operaes Contrato de Cmbio 63 2.6.4. Liquidao Antecipada 63

    3. Importao de Servios 64

    3.1. Casos em que h Necessidade de Aplicar esta Modalidade 64 3.2. Documentao Necessria para Formalizar o Processo 64 3.3. Contrato de Prestao de Servios 68 3.4. Commercial Invoice 68 3.5. Tratamento Contbil e Fiscal dos Gastos Incorridos 68 3.6. Pagamento do Servio Contratado 69 3.6.1. Contrato de Cmbio 69 3.6.2. Impostos Recolhidos no Momento do Pagamento e Tratamento Contbil 69 3.7. Aspectos Formais da Propriedade da Obra 69

  • 3.8. Importao de Obra Desmontada 69 3.8.1. Casos em que h Necessidade de Aplicar esta Modalidade 70 3.8.2. Documentao Necessria para Formalizar o Processo 70 3.8.3. Tratamento Contbil e Fiscal dos Gastos Incorridos 70 3.8.4. Tributao da Importao 70 3.8.5. Pagamento dos Materiais Importados 71

    4. Referncias Modelos de Documentos 72 4.1. Exportao 72 4.2. Importao 89

    5. Bibliografia 102 A. Itens Gerais 102 B. Operaes Relacionadas ao Mercado Internacional 102

  • A. ITENS GERAIS

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  • Em princpio, todos os tipos de sociedades legalmente constitudas, sejam elas Sociedades Limitadas ou Annimas, que tenham em seu objeto social a comercializao de produtos, podem operar no mercado internacional. Consequentemente, a empresa deve ter sua Inscrio Estadual devidamente atualizada e vlida.

    A maioria das galerias brasileiras est constituda como Sociedade Empresria em razo da facilidade de gesto e baixo custo de manuteno.

    1.1. ESTABELECIMENTO DAS SOCIEDADES

    Microempresa ME e Empresa de Pequeno Porte EPP definem as sociedades empresrias, sociedades simples ou empresrios individuais que gozam de benefcios fiscais e tratamento jurdico, administrativo, previdencirio e trabalhista simplificado.

    A Lei Complementar no 123/06 dispensou tratamento especial s ME e EPP, simplificando suas obrigaes tributrias e desburocratizando seus registros e obrigaes, de forma a fomentar e estimular suas atividades.

    Consideram-se ME, a sociedade empresria, a sociedade simples e o empresrio que aufiram, em um perodo anual, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e EPP, a sociedade empresria, a sociedade simples e o empresrio que aufiram, em um perodo anual, receita bruta igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (trs milhes e seiscentos mil reais).

    O enquadramento como ME ou EPP deve ser realizado mediante protocolo de um simples requerimento s Juntas Comerciais ou a Cartrios de Registro Civil das Pessoas Jurdicas, no ato da constituio ou em momento posterior, desde que a sociedade ou empresrio cumpram os requisitos e no estejam sujeitos a uma das hipteses de vedao.

    1. REQUERIMENTOS JURDICOS E SOCIETRIOS

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    sumrio

  • 1. REQUERIMENTOS JURDICOS E SOCIETRIOS

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    1.2. ENQUADRAMENTO FISCAL

    As empresas podem ser enquadradas das seguintes formas:

    SIMPLES NACIONAL ou Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuies das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Esse um regime tributrio diferenciado, aplicvel s pessoas jurdicas consideradas como microempresas ME e empresas de pequeno porte EPP. Os principais benefcios daquelas empresas optantes pelo Simples so:

    Tributao com alquotas mais favorecidas e progressivas, de acordo com a receita bruta auferida;

    Recolhimento unificado e centralizado de impostos e contribuies federais, com a utilizao de um nico documento de arrecadao, podendo, inclusive, incluir impostos estaduais e municipais, quando existirem convnios firmados com essa finalidade;

    Clculo simplificado do valor a ser recolhido, apurado com base na aplicao de alquotas unificadas e progressivas, fixadas em lei, incidentes sobre uma nica base, a receita bruta mensal;

    Dispensa da obrigatoriedade de escriturao comercial para fins fiscais, desde que mantenha em boa ordem e guarda, enquanto no decorrido o prazo decadencial e no prescritas eventuais aes, os Livros Caixa e Registro de Inventrio, e todos os documentos que serviram de base para a escriturao;

    Dispensa a pessoa jurdica do pagamento das contribuies previdencirias e aquelas institudas pela Unio, destinadas ao Sesc, ao Sesi, ao Senai, ao Senac, ao Sebrae, e seus congneres, bem assim as relativas ao salrio-educao e Contribuio Sindical Patronal;

    Dispensa a pessoa jurdica da sujeio reteno na fonte de tributos e contribuies, por parte dos rgos da administrao federal direta, das autarquias e das fundaes federais; e

    Iseno dos rendimentos distribudos aos scios e ao titular, na fonte e na declarao de ajuste do beneficirio, exceto os que corresponderem a pr-labore, aluguis e servios prestados, limitado ao saldo do livro caixa, desde que no ultrapasse a Receita Bruta.

    LUCRO PRESUMIDO - No regime tributrio do lucro presumido, o montante a ser tributado para fins de Imposto de Renda da Pessoa Jurdica (IRPJ) e Contribuio

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    Social sobre o Lucro Lquido (CSLL) determinado com base na receita bruta auferida pela galeria, por meio da aplicao de alquotas variveis em funo da atividade geradora de receita - o chamado coeficiente de lucratividade.

    No caso das galerias de arte, tendo em vista o fato de que comercializam produtos, temos a aplicao dos seguintes coeficientes:

    AtividadeCoeficiente de lucratividade

    Alquota do IRPJ Adicional do IRPJ Alquota da CSLL

    Comercializao de Obras de Arte

    8% 15% 10% 9%

    No regime do lucro presumido so quatro os tipos de tributos federais incidentes sobre o faturamento. Alm do IRPJ e da CSLL acima elencados (apurados trimestralmente), ainda existem as contribuies sociais ao PIS e COFINS, que devem ser apurados mensalmente. As alquotas do PIS e da COFINS so, respectivamente, de 0,65% e 3%. Tais alquotas incidem diretamente sobre a receita bruta auferida mensalmente pela empresa no sendo considerado o coeficiente de lucratividade da empresa.

    Como se verifica, no regime do lucro presumido no h deduo de custos e despesas, mas deve ser aplicado um coeficiente de presuno de lucro sobre a receita bruta da empresa, incidindo, sobre o produto dessa multiplicao, as alquotas de IRPJ e CSLL tudo conforme descrito na tabela acima.

    Alm dos impostos federais, incidem sobre as operaes dessas empresas tributos estaduais, como o ICMS.

    1.3. RADAR / SISCOMEX / CERTIFICADO DIGITAL

    Antes de exportar ou importar, a empresa deve habilitar-se no Sistema RADAR (Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuao dos Intervenientes Aduaneiros) da Receita Federal.

    A concepo geral do sistema objetiva disponibilizar, em tempo real, informaes de natureza aduaneira, contbil e fiscal que permitam fiscalizao identificar

    Radar: tambm conhecido como habilitao (ou senha) para utilizar o Siscomex

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  • 1. REQUERIMENTOS JURDICOS E SOCIETRIOS

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    o comportamento e inferir o perfil de risco dos diversos agentes relacionados ao comercio exterior, tornando-se uma ferramenta fundamental no combate s fraudes.

    A habilitao no RADAR consiste no exame prvio daqueles que pretendem realizar operaes de comercio exterior. A pessoa jurdica ser submetida anlise fiscal no momento da habilitao, que estimar, entre outros pontos, sua capacidade financeira, e definir o enquadramento de sua habilitao.

    Atualmente a habilitao de exportadores e importadores est disciplinada pela Instruo Normativa RFB 1288, de 31 de agosto de 2012 e pelo Ato Declaratrio Coana no. 33, de 28 de Setembro de 2012.

    O RADAR pode ser obtido diretamente na Receita Federal, ou com a ajuda de um despachante. Consulte seu despachante para saber os prazos estimados e a documentao necessria para a obteno do seu registro.

    Modalidade de habilitao:

    PESSOA FSICA A pessoa fsica habilitada poder realizar somente operaes de comrcio exterior para seu consumo prprio, ou ainda operaes de colees particulares.

    PESSOA JURDICA - A pessoa jurdica ser submetida anlise fiscal no momento da habilitao, que estimar, entre outros pontos, sua capacidade financeira e definir o enquadramento de sua habilitao.

    A modalidade PESSOA JURDICA engloba as seguintes submodalidades:

    Limitada - no caso de pessoa jurdica cuja estimativa de capacidade financeira seja igual ou inferior a US$ 150.000,00. Nesse caso, as importaes com cobertura cambial estaro limitadas a US$ 150.000,00 (CIF), no perodo de 6 (seis) meses.

    Ilimitada - no caso de pessoa jurdica cuja estimativa de capacidade financeira seja superior a US$ 150.000,00.

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    2.1. RECEITA FEDERAL

    A Secretaria da Receita Federal do Brasil um rgo subordinado ao Ministrio da Fazenda, e as suas competncias podem ser sintetizadas como:

    Preveno e combate sonegao fiscal, ao contrabando, ao descaminho, pirataria, fraude comercial, ao trfico de drogas e de animais em extino e a outros atos ilcitos relacionados ao comrcio exterior;

    Administrao dos tributos internos e do comrcio exterior; Gesto e execuo das atividades de arrecadao, lanamento, cobrana

    administrativa, fiscalizao, pesquisa e investigao fiscal e controle da arrecadao administrada;

    Gesto e execuo dos servios de administrao, fiscalizao e controle aduaneiro; Represso ao contrabando e descaminho, no limite da sua alada; Preparo e julgamento, em primeira instncia, dos processos administrativos de

    determinao e exigncia de crditos tributrios da Unio; Interpretao, aplicao e elaborao de propostas para o aperfeioamento da

    legislao tributria e aduaneira federal; Subsdio formulao da poltica tributria e aduaneira; Subsdio elaborao do oramento de receitas e benefcios tributrios da Unio; Interao com o cidado por meio dos diversos canais de atendimento, presencial

    ou a distncia; Educao fiscal para o exerccio da cidadania; Formulao e gesto da poltica de informaes econmico-fiscais; Promoo da integrao com rgos pblicos e privados afins, mediante convnios

    para permuta de informaes, mtodos e tcnicas de ao fiscal, e para a racionalizao de atividades, inclusive com a delegao de competncia;

    Atuao na cooperao internacional e na negociao e implementao de acordos internacionais em matria tributria e aduaneira;

    2.2. DESPACHANTE ADUANEIRO

    O despachante aduaneiro e seus ajudantes praticam atos relacionados com o procedimento fiscal de despacho aduaneiro, os quais, hoje, esto elencados, basicamente, nos artigos 808 a 810 do Decreto no 6.759, de 5.2.09 e legislao correlata.

    2. RGOS PBLICOS E PRIVADOS ENVOLVIDOS

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  • 2. RGOS PBLICOS E PRIVADOS ENVOLVIDOS

    sumrio

    No Brasil esses profissionais agem mediante procurao, portanto, a responsabilidade de todos os atos do despachante da empresa que o contrata. Os Despachantes Aduaneiros preparam e assinam os documentos que servem de base ao despacho aduaneiro, na importao e exportao, verificando o enquadramento tarifrio da mercadoria respectiva e providenciando o pagamento dos impostos de importao sobre produtos industrializados (atualmente mediante dbito automtico), bem como o do imposto sobre circulao de mercadorias, do frete martimo, rodovirio e ferrovirio, da demurrage (ou sobrestadia, que a multa diria paga pelo contratante ao armador quando a devoluo do container ocorre com atraso), da taxa de armazenagem e de capatazias, do adicional ao frete para renovao da Marinha Mercante, etc.

    Atuam perante vrios rgos pblicos vinculados aos inmeros Ministrios do Governo (da Sade, da Agricultura, da Indstria e do Comrcio, da Fazenda, e de outros), finalizando a obteno de documentos ou informaes via Siscomex necessrios ao procedimento fiscal aqui referido (licenas de importao, registros de exportao, certificados de origem e de tipo, certificados fitossanitrios, fechamentos de cmbio, entre outros).

    Os Despachantes Aduaneiros firmam termos de responsabilidade ou assumem outros compromissos objetivando regular a tramitao dos despachos, assim como expressam cincia em intimaes, notificaes, autos de infrao, etc., para cumprimento de exigncias, dos mais variados tipos, em relao ao procedimento fiscal de despacho aduaneiro. Formalizam e assinam peties, buscam os interesses dos importadores e exportadores, e oferecem impugnaes, contestaes e recursos perante setores de julgamento dos rgos fiscais de competncia sob os mais diversos fundamentos (reclassificao tarifria, aplicao de benefcios, exigncias de multas, etc.).

    2.3. SOCIEDADES CORRETORAS DE CMBIO

    As sociedades corretoras de cmbio so constitudas sob a forma de sociedade annima ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar da sua denominao social a expresso Corretora de Cmbio. Tm por objeto social exclusivo a intermediao em operaes de cmbio e a prtica de operaes no mercado de cmbio de taxas flutuantes. So supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resoluo CMN 1.770, de 1990).

    Procure um profissional de sua confiana.

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    2.4. BANCO CENTRAL

    rgo pblico federal responsvel pela gesto, regulamentao e superviso do Sistema Financeiro Nacional. O Banco Central do Brasil foi criado em 1964 e suas principais funes so:

    Executar compra e venda de Ttulos Federais (por meio de operaes de Open Market) tanto para executar a Poltica Monetria Nacional como para o prprio financiamento do Tesouro Nacional. A execuo da Poltica Monetria Nacional tem como objetivo a manuteno da estabilidade do poder de compra da moeda nacional por meio da formao e gesto de polticas monetria e cambial;

    Autorizar o funcionamento, fiscalizar e aplicar as penalidades previstas a instituies financeiras;

    Controlar o capital estrangeiro; Controlar a taxa bsica de juros.

    Todas essas atividades do Banco Central, no Brasil, so reguladas pelo Conselho Monetrio Nacional (CMN).

    2.5. BANCO PRIVADO

    uma instituio pertencente ao Sistema Financeiro Nacional, regulado pelo Banco Central do Brasil e que cumpre as seguintes funes:

    Rentabiliza as economias e poupanas das pessoas e empresas por meio do pagamento de juros;

    Financia o consumo e o investimento das pessoas e empresas, cobrando, para isso, juros e comisses;

    Realiza servios de pagamentos e recebimentos tambm para seus clientes pessoa fsica ou jurdica e, para isso, cobra tarifas.

    Existem trs tipos de bancos: o banco comercial, o de investimentos e o banco mltiplo. Para o caso estudado vamos nos ater apenas s funes dos bancos comerciais, que so bancos, privados ou pblicos, nacionais ou estrangeiros, de uso cotidiano das pessoas e das empresas.

    sumrio

  • 2. RGOS PBLICOS E PRIVADOS ENVOLVIDOS

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    2.6. INSTITUTO DO PATRIMNIO HISTRICO NACIONAL (IPHAN)

    Organismo federal de proteo ao patrimnio artstico nacional, responsvel pela anlise e autorizao de sada de bens culturais do territrio brasileiro. A criao da Instituio obedece a um princpio normativo, atualmente contemplado pelo artigo 216 da Constituio da Repblica Federativa do Brasil, que define patrimnio cultural a partir de suas formas de expresso; de seus modos de criar, fazer e viver; das criaes cientficas, artsticas e tecnolgicas; das obras, objetos, documentos, edificaes e demais espaos destinados s manifestaes artstico-culturais; e dos conjuntos urbanos e stios de valor histrico, paisagstico, artstico, arqueolgico, paleontolgico, ecolgico e cientfico.

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    B. OPERAES RELACIONADAS AO MERCADO INTERNACIONAL

  • 25

    A exportao pode ser definida como a sada da mercadoria do territrio aduaneiro. Trata-se, portanto, da sada de um bem do Brasil, definitiva, em virtude de um contrato internacional de compra e venda; temporria, para o caso de mercadorias que retornem ao Pas em prazo determinado e, em consignao, para o caso em que a venda possa ser concretizada durante o perodo em que os bens estiverem fora do Brasil.

    1.1. ATIVIDADES DE COMRCIO EXTERIOR

    Com a globalizao da economia, o comrcio exterior passa a ser uma atividade necessria e indispensvel para muitas empresas. Alm do que, a participao no mercado internacional de fundamental importncia para o crescimento empresarial.

    Entretanto, essa atividade, como qualquer outra, deve ser planejada, e necessrio entender esse planejamento como a administrao de um processo, portanto, como algo dinmico. importante ressaltar que a participao de profissionais experientes, despachantes aduaneiros e corretores de cmbio essencial para o sucesso de tais atividades.

    Neste captulo descreveremos algumas das atividades de comrcio exterior que uma galeria poder exercer, explicaremos as particularidades de cada uma delas e suas operaes especficas.

    1.1.1. Fins Culturais

    Fins culturais so entendidos como toda e qualquer ao que no envolva a comercializao de obras de arte, como, por exemplo, mostras internacionais exposies em museus, festivais e bienais , mas to somente a exposio e promoo das obras e artistas.

    1.1.2. Fins Comerciais

    Fins comerciais so entendidos como toda e qualquer ao cujo objetivo final seja a comercializao de obras de arte, seja em feiras ou mesmo em exposies comerciais, em outras galerias ou instituies. Tais aes podem ocorrer por meio de:

    1. EXPORTAO DE OBRAS DE ARTE

    sumrio

  • 1. EXPORTAO

    sumrio

    1.1.2.1. Parcerias Internacionais

    Uma galeria poder realizar parcerias com outras galerias internacionais, caso deseje iniciar a internacionalizao de determinado artista, mas ainda no se encontre em condies de arcar com os altos custos de uma feira. Essa tambm uma forma menos onerosa para a galeria se preparar para uma participao futura, em mdio prazo, j que, ao iniciar a internacionalizao, um dos grandes problemas enfrentados gerar conhecimento sobre o trabalho dos artistas representados, no apenas para possveis clientes e colecionadores, mas tambm para museus, crticos e curadores, sabidamente um importante aval para esses artistas. Tais parcerias podem ser firmadas entre galerias comerciais em qualquer outro pas, museu ou centro cultural, com a finalidade de realizar vendas e promoo.

    1.1.2.2. Vendas para Clientes Internacionais

    So apenas os casos em que h trnsito internacional de mercadorias e de valores. Uma galeria poder vender para clientes internacionais no Brasil1, caso o cliente esteja no Pas e v galeria, ou mesmo quando tal cliente efetua a aquisio distncia, por e-mail ou telefone. Essas vendas tambm podem decorrer de participao em feiras internacionais, aps o retorno da galeria a seu pas. Para todos os casos citados importante que a galeria tenha organizado bom material sobre ela mesma e seus artistas, nas redes, ou de forma impressa, de preferncia em idioma entendido pela grande maioria dos interessados para facilitar o acesso a essas informaes.

    Vendas para clientes internacionais com entrega das obras no Brasil no configuram comrcio exterior, sendo considerada venda local, com o recolhimento dos tributos usuais e emisso de nota fiscal.

    1.1.2.3. Participao em Feiras Internacionais

    Para participar de feiras internacionais a galeria deve ser convidada, por meio de convite direto ou processo de seleo, que variam de feira para feira, de pas para

    1 Havendo trnsito internacional de obras, para vendas de at R$ 10.000,00 (Dez mil reais), o valor poder ser recebido em moeda no pas, possibilitando o fechamento posterior do cmbio. Acima desse valor, o trnsito dever acontecer via banco.

  • 27

    pas. Todas essas escolhas devem estar em concordncia com o planejamento da galeria, que deve estar preparada para que tal processo seja desenvolvido da melhor maneira possvel. Usualmente, todos os procedimentos e dicas esto expostos no manual do expositor, que cada galeria recebe ao ser aceita em uma feira, e que deve ser lido e entendido na ntegra para garantir melhores resultados. Esses manuais esto tambm disponveis para pesquisa prvia nos sites das feiras, nos quais a galeria pode encontrar informaes relevantes, que a auxiliaro nos processos de seleo.

    Servios no Brasil de organizao/contratao da feira Data Limite Status

    Pagamento da taxa de inscrio

    Aplicao e envio dos projetos

    Resultado do processo de seleo

    Recebimento do e-mail de confirmao e manual da feira

    Envio de lista com VIPs para a feira

    Recebimento dos convites e material promocional da feira

    Agendamento e confirmao de presena em atividades de networking

    Planejamento de despesas de viagem

    Agendamento de hospedagem e compra de passagem area

    Listagem final de obras

    Envio de formulrio com o desenho do stand

    Contratao de despachante aduaneiro

    Envio de pedido para liberao junto ao IPHAN

    Envio de documentos para o despachante aduaneiro brasileiro

    Contratao de seguro das obras

    Envio de material para assessoria de imprensa

    Oramento de embalagem, transporte nacional e internacional das obras

    Contratao de Infraestrutura de stand

    Preparao de lista de preos a serem praticados na feira

    Preparao de materiais promocionais e ferramentas bsicas de montagem do stand

    Embalagem / Fumigao / Transporte at carga do aeroporto ou porto para embarque internacional

    Embarque das obras

    Aviso para o despachante aduaneiro internacional

    Check-list para feiras internacionais

    sumrio

  • 1. EXPORTAO

    sumrio

    Servios no exterior de organizao da feira Data Limite Status

    Comparecimento a eventos de confraternizao

    Credenciamento na feira

    Recebimento das caixas no stand

    Checagem e verificao das obras

    Verificao do projeto do stand e resoluo de problemas

    Montagem do stand

    Desmontagem do stand

    Embalagem das obras para retorno e entrega

    Preparao dos documentos para o retorno da carga

    Preparao dos documentos para entrega das obras vendidas

    Envio dos pacotes ps-venda [material do artista, da obra e certificado]

    Envio dos e-mails ps-feira para interessados [com info sobre artistas]

    Cadastro de novos clientes no mailing da galeria

    Fechamento de Cmbio das obras vendidas

    Recebimento das obras no Brasil

    Reentrada das obras na Galeria

    Baixa nos documentos junto ao despachante

    Baixa no Seguro

    1.2. MODALIDADES DE EXPORTAO

    1.2.1. Exportao Definitiva

    o regime em que um bem ser exportado definitivamente para o exterior, tendo ou no cobertura cambial2.

    Pode ser realizada tambm pelos correios, utilizando-se do servio Exporta Fcil. Tal servio foi desenvolvido com o objetivo de simplificar os processos postais e alfandegrios. Por meio dele, possvel efetuar exportaes no valor de at US$ 50.000,00 (cinquenta mil dlares americanos) por pacote. Podem ser enviados quantos pacotes o exportador desejar, obedecendo ao limite de peso (30 kg para expresso e econmico, e 2 kg para remessas prioritrias) e ao limite de dimenses, cuja soma no deve ultrapassar 120 cm.

    2 Cobertura cambial: Recebimento de divisas do exterior no caso de venda.

    Check-list para feiras internacionais

  • 29

    1.2.2. Exportao em Consignao

    O regime de Exportao em Consignao, institudo pela Portaria SECEX no. 23, de 14 de Julho de 2011, permite a exportao em consignao (sem venda prvia concluda).

    O prazo de permanncia dos bens no exterior ser de at 180 dias, podendo ser prorrogado por igual perodo, para que a empresa possa mostrar os bens a pretenso comprador no exterior. Trata-se de operao extremamente simples e normalmente usada nos casos de feiras no exterior. Nesse regime de exportao, os bens podero ser vendidos total ou parcialmente.

    Aconselhamos que os valores de venda sejam iguais aos valores declarados. Sabemos que as galerias costumam dar descontos para seus clientes, ento, o ideal levar isso em considerao na hora de declarar tais valores, para que no aconteam problemas no fechamento do cmbio. Para os casos excepcionais de vendas com valores diferentes dos declarados, h a possibilidade de alterao desses valores na RE. O despachante dever ser imediatamente comunicado para fazer o pedido de alterao, e tais alteraes esto sujeitas anlise do MDIC.

    A exportao em consignao implica a obrigao de o exportador comprovar, dentro do prazo de at 720 (setecentos e vinte) dias, contados da data do embarque, a efetiva venda dos bens ao exterior ou o retorno deles. A reimportao total ou parcial dos bens exportados sob o regime de consignao gozar da no incidncia de impostos.

    Aps a concluso do procedimento de reimportao ser necessrio solicitar ao DECEX - Departamento de Comrcio Exterior do MDIC, baixa total ou parcial do Registro de Exportao no SISCOMEX para que no permaneam pendncias cambiais. O exportador dever fornecer ao seu despachante as informaes relativas aos bens efetivamente vendidos, seus respectivos valores, bem como aqueles que retornaram ao Brasil para que se possa solicitar a respectiva baixa, ou ajuste, caso haja diferena no preo.

    Para feiras internacionais

    Prazo para retorno das obras

    Ateno!

    sumrio

  • 1. EXPORTAO

    sumrio

    1.2.3. Exportao Temporria

    Exportao Temporria o regime aduaneiro que permite a sada de mercadorias do Pas, com suspenso dos impostos, condicionada ao seu retorno em prazo determinado, no mesmo estado fsico em que foram exportadas. Essa modalidade poder ser utilizada nos casos em que haja uma exposio de obras de determinado artista no exterior e, ao final da exposio, todas elas retornem ao Pas.

    Esse regime est regulamentado pelos artigos 431 a 448 do Decreto 6.759/09, pela IN SRF no 319/03, IN RFB no 874/08 e legislaes complementares, que tratam de situaes especficas, e visam a facilitar a sada temporria do Pas de bens destinados a realizao ou participao em eventos de natureza cultural, artstica, cientfica, esportiva, entre outros.

    O prazo de permanncia no exterior nessa modalidade ser determinado pela autoridade aduaneira que levar em considerao a finalidade qual se destina a exportao, perodo de exposio e outros detalhes que julgar pertinentes, podendo ser de at 01 (um) ano, com direito a uma prorrogao por igual perodo.

    O regime de exportao temporria ser extinto quando comprovada a reimportao dos bens no prazo fixado.

    No caso de descumprimento das condies, requisitos ou prazos estabelecidos para a aplicao do regime, aplica-se, ainda, uma multa de 5% do valor CIF.

    A reimportao total ou parcial dos bens exportados sob o regime de exportao temporria gozar da no incidncia de impostos.

    Em carter excepcional, esse processo poder ser alterado, caso haja possibilidade de venda da obra exportada dessa forma. Porm, devem-se manter os valores declarados, sem possibilidade de oferecer desconto em caso de venda.

    1.2.4. Exportao Direta e Indireta

    A exportao direta aquela em que o exportador conduz todo o processo

    A galeria conduz todo o processo atravs de despachante aduaneiro ou no.

    Somente exposies: nesta modalidade, no h possibilidade de venda.

    Ateno!

  • 31

    de exportao, desde os primeiros contatos com o importador at a concluso da operao de venda.

    Nesse caso, o exportador cuida de todos os detalhes, desde a negociao e entrega do produto at a cobrana. Isso exige da empresa o conhecimento do processo de exportao em toda a sua extenso, o que se traduz em mais ateno administrativa, empenho de recursos humanos e de tempo.

    Trata-se de uma modalidade em que a exportao pode ser feita por meio de contato direto com o importador ou seu agente. Identificado o comprador estrangeiro - o que pode ser feito por meio de cmaras de comrcio, consulados, embaixadas, participao em feiras e misses no exterior, ou mesmo por iniciativa do importador -, o prximo passo a troca de correspondncias para negociao das condies de venda, tais como: preo, forma de pagamento, prazo de entrega e responsabilidades de cada parte, dentre outros aspectos. Essa modalidade requer do exportador um mnimo de conhecimento sobre a forma de se realizar uma exportao. preciso, tambm, que o exportador estruture sua empresa para essa tarefa ou contrate os servios de profissionais experientes na rea.

    A exportao indireta a modalidade em que a empresa utiliza os servios de outra, cuja funo encontrar compradores para seus produtos em outros mercados. Tal modalidade requer a participao de uma empresa mercantil, que adquire mercadorias no mercado interno para posterior exportao. Essas empresas podem ser:

    Comercial exportadora e Trading Companies - Nessa modalidade de venda, o produtor vende seu produto a empresas comerciais exportadoras, a se incluem as denominadas trading companies. As empresas comerciais exportadoras podem facilitar o acesso a mercados j estabelecidos, em vista de seu know-how e de seus contatos. Mesmo assim, o exportador ainda retm uma grande parcela do controle do processo e pode usufruir benefcios oriundos da negociao (tais como: estabelecer contatos e relaes comerciais com concorrentes internacionais, aprender mais sobre as novas tecnologias, etc.). Alm disso, a operao equipara-se, para fins de benefcios fiscais e de acesso a financiamentos na fase pr-embarque, a uma venda direta.3

    3 Apenas para fins ilustrativos, pois podem se configurar operaes proibidas, dependendo da forma

    A galeria exporta atravs de outra empresa como, por exemplo, uma trading company.

    sumrio

  • 1. EXPORTAO

    sumrio

    Consrcios de exportao - Trata-se de associaes de empresas que conjugam esforos e/ou estabelecem uma diviso interna de trabalho, com vistas reduo de custos, aumento da oferta de produtos destinados ao mercado externo e ampliao das exportaes. Os consrcios podem ser formados por empresas que ofeream produtos complementares, ou mesmo concorrentes.

    Empresas comerciais exclusivamente exportadoras. Empresa comercial que opera no mercado interno e externo. Outro estabelecimento da empresa produtora - Nesse caso, a venda a

    esse tipo de empresa considerada equivalente a uma exportao direta, assegurando os mesmos benefcios fiscais IPI e ICMS.

    1.2.5. Reexportao [Retorno de Admisso Temporria]

    Os bens de carter cultural podem entrar temporariamente no Brasil, para posterior retorno ao exterior, se submetidos ao Regime Especial de Admisso Temporria, na forma estabelecida na IN RFB no 874/08. O despacho aduaneiro e a concesso do Regime Especial de Admisso Temporria desses bens so realizados com base na Declarao Simplificada de Importao (DSI) Formulrio (anexos II a IV da IN SRF no 611/06 ) apresentado pela pessoa fsica ou jurdica responsvel pela entrada dos bens no Pas e pelo seu retorno ao exterior.

    Tal regime somente concedido aps a comprovao do atendimento de eventuais controles administrativos especficos de rgos da rea cultural, e seu retorno ao pas de origem, ou reexportao, nada mais do que o procedimento de exportao de bens que tenham entrado no Pas sob o regime aduaneiro especial de admisso temporria para participao em eventos de natureza cultural, artstica, cientfica, comercial e esportiva, entre outros.

    1.3. FORMAO DOS PREOS

    Quando o assunto mercado internacional, a composio do preo deve considerar novos elementos que incidiro nas vendas externas.

    A determinao do preo de exportao um dos aspectos mais importantes e

    como so efetuadas. tambm pouco utilizada no mercado de arte. Somente quem tem Radar hoje poder usar Trading Companies. Devem-se analisar os aspectos legais dessa operao.

  • 33

    decisivos para ter retorno financeiro nas aes executadas. A partir do valor definido para cada obra, devemos adicionar todos aqueles elementos que no faziam parte do preo inicial, mas que devero compor o preo final de venda para o exterior, como: transporte das obras, embalagem, frete, impostos e taxas incidentes.

    No processo de formao do preo de exportao deve-se, primeiramente, conhecer e utilizar todos os benefcios fiscais e financeiros aplicveis exportao, a fim de se obter maior competitividade externa. O conhecimento da estrutura de custos internos da empresa tambm imprescindvel para a formao do preo de exportao.

    (Exportao Passo a Passo / Ministrio das Relaes Exteriores. Braslia: MRE, 2004. p.27)

    Alguns fatores tambm influenciam o preo de exportao, como os custos de produo, os esquemas de financiamento exportao, o tratamento tributrio aplicvel exportao, despesas de exportao (embalagem especfica para exportao, despesas porturias, despesas com despachantes, gastos com pessoal especializado, caso a empresa no decida pela exportao indireta, frete e seguro interno at o local de embarque, etc.); entre outros.

    Para cada situao haver um tipo de transporte e importante ter claro o que cada um deles representa para que, na negociao, esses termos j fiquem claros. Um despachante aduaneiro poder lhe orientar sobre a melhor forma para cada tipo de negociao antes de fechar o negcio.

    Abaixo, explicaremos brevemente alguns dos Incoterms (Termos Internacionais de Comrcio). Essas frmulas contratuais fixam direitos e obrigaes, tanto do exportador como do importador, estabelecendo com preciso o significado do preo negociado entre ambas as partes.

    Uma operao de comrcio exterior com base nos Incoterms reduz a possibilidade de interpretaes controversas e de prejuzos a uma das partes envolvidas. A importncia dos Incoterms reside na determinao precisa do momento da transferncia de obrigaes, ou seja, do momento em que o exportador considerado isento de responsabilidades legais sobre o produto exportado. Eles definem regras apenas para exportadores e importadores, no produzindo efeitos com relao s demais partes, como transportadoras, seguradoras, despachantes, etc.

    Ateno!

    sumrio

  • 1. EXPORTAO

    sumrio

    Antes de fechar um negcio e enviar a Invoice, o ideal consultar o despachante aduaneiro para saber qual ser o valor do frete e inseri-lo no valor total da Invoice. Dessa forma, esse valor cobrado do cliente antecipadamente e a galeria poder pagar tais despesas no Brasil, configurando-se uma operao do Grupo C (Transporte Principal Pago), que a melhor forma de realizar essas operaes, do aspecto financeiro.

    Para facilitar o seu entendimento, os Incoterms foram agrupados em quatro categorias:

    Incoterms 2000

    Grupo E (Partida) EXWEX Works - A partir do local de produo

    (...local designado: fbrica, armazm, etc.)

    Grupo F (Transporte principal no pago)

    FCAFree Carrier - Transportador livre

    (...local designado)

    FASFree Alongside Ship - Livre junto ao costado do navio

    (...porto de embarque designado)

    FOBFree on Board - Livre a bordo

    (...porto de embarque designado)

    Grupo C (Transporte principal pago)

    CFRCost and Freight - Custo e frete (...porto de destino designado)

    CIFCost Insurance and Freight - Custo, seguro e frete

    (...porto de destino designado)

    CPTCarriage Paid to... - Transporte pago at...

    (local de destino designado)

    CIPCarriage and Insurance Paid to... - Transporte e seguro

    pagos at... (...local de destino designado)

    [Janeiro /2000, Cmara de Comrcio Internacional (CCI) www.iccwbo.org]Exportao Passo a Passo / Ministrio das Relaes Exteriores. Braslia: MRE, 2004. p.109

    1.3.1. Valor EXW

    A expresso inglesa Ex-Works (sigla EXW) utilizada no comrcio entre empresas, ou nesse caso, galerias ou ainda galeria - comprador. Significa que o valor faturado pelo vendedor inclui os custos at a sada da galeria, sendo que todos os custos a partir da (como por exemplo, os custos de transporte) so encargos do comprador.

  • 35

    Isso significa que todas as despesas e quaisquer perdas e danos a partir da entrega da mercadoria, inclusive o despacho da mercadoria para o exterior, so de responsabilidade do importador. Quando solicitado, o exportador dever prestar ao importador assistncia na obteno de documentos para o despacho do produto. EXW no deve ser usado se o comprador no puder se responsabilizar, direta ou indiretamente, pelas formalidades de exportao. Esse termo pode ser utilizado em qualquer modalidade de transporte.Esse grupo pouco utilizado, pois a parte alfandegria deve ser feita sempre por um despachante da confiana da Galeria, j que eles atuam por procurao. A galeria, e no um terceiro, deve definir quem so seus prestadores de servio.

    1.3.2. Valor FCA/FOB

    FCA - Free Carrier (...named place): Esse termo designa acordo em que o exportador entrega as mercadorias desembaraadas para exportao custdia do transportador, no local indicado pelo importador, cessando, a, todas as responsabilidades do exportador. Essa condio pode ser utilizada em qualquer tipo de transporte, inclusive no multimodal.

    FOB - Free on Board (...named port of shipment): O exportador deve entregar a mercadoria desembaraada a bordo do navio indicado pelo importador, no porto de embarque. Essa modalidade vlida para o transporte martimo ou hidrovirio interior. Todas as despesas, at o momento em que o produto colocado a bordo do veculo transportador, so da responsabilidade do exportador. Ao importador cabem as despesas e os riscos de perda ou dano do produto, a partir do momento em que este transpuser a amurada do navio.

    1.3.3. Valor CFR/CPT

    CFR - Cost and Freight (...named port of destination): O exportador deve entregar a mercadoria no porto de destino escolhido pelo importador. As despesas de transporte ficam, portanto, a cargo do exportador. O importador deve arcar com as despesas de seguro e de desembarque da mercadoria. A utilizao desse termo obriga o exportador a desembaraar a mercadoria para exportao e utilizar apenas o transporte martimo ou hidrovirio interior.

    CPT - Carriage Paid to (...named place of destination): Como o CFR, essa condio estipula que o exportador dever pagar as despesas de

    sumrio

  • 1. EXPORTAO

    sumrio

    embarque da mercadoria e seu frete internacional at o local de destino designado. Dessa forma, o risco de perda dos bens ou de danos a eles, assim como quaisquer aumentos de custos, so transferidos do exportador para o importador, quando as mercadorias forem entregues custdia do transportador. Esse Incoterm pode ser utilizado com relao a qualquer meio de transporte.

    1.3.4. Valor CIP/CIF

    CIP - Carriage and Insurance Paid to (...named place of destination): adota princpio semelhante ao do CPT. O exportador, alm de pagar as despesas de embarque da mercadoria e do frete at o local de destino, tambm arca com as despesas do seguro de transporte da mercadoria at o local de destino indicado. O CIP pode ser utilizado com qualquer modalidade de transporte, inclusive com multimodal.

    CIF - Cost, Insurance and Freight (...named port of destination): modalidade equivalente ao CFR, com a diferena de que as despesas de seguro ficam a cargo do exportador. O exportador deve entregar a mercadoria a bordo do navio no porto de embarque, com frete e seguro pagos. A responsabilidade do exportador cessa no momento em que o produto cruza a amurada do navio no porto de destino. Essa modalidade s pode ser utilizada para transporte martimo ou hidrovirio interior.

    1.4. DOCUMENTOS ENVOLVIDOS

    Neste item apresentaremos a relao dos principais documentos envolvidos no processo de exportao e a explicao completa de todas as informaes que tais documentos devem conter, indicando quem so os responsveis por providenciar cada um deles, bem como os seus prazos de entrega, alm de apresentar seus modelos.

    1.4.1. IPHAN

    O primeiro documento a providenciar o pedido de autorizao para sada de obras de arte para o IPHAN. Esse documento simples deve conter uma carta endereada Superintendncia do IPHAN de seu estado e uma pgina para cada obra de arte que ser enviada. O requerimento deve ser encaminhado

  • 37

    em 02 (duas) vias, solicitando autorizao e, em linhas gerais, como est demonstrado nos anexos deste manual. Porm, indicamos que cada galeria consulte diretamente a Superintendncia de seu estado, j que de um para outro pode haver pequenas alteraes. Esse material dever ser enviado ao IPHAN de seu estado, em horrio de atendimento, e protocolado na entrega.

    Para os casos em que as obras enviadas fazem parte de alguma exposio, ser necessria a apresentao de documento que comprove o evento, no qual dever constar a data da realizao de tal evento, o convite feito pela instituio, seguro das obras e data limite de retorno destas.

    1.4.1.1. Listagem das superintendncias do IPHAN nos estados:

    Superintendncia do IPHAN no Distrito Federal - Jos Leme Galvo JuniorSuperintendente do IPHAN no Distrito FederalEndereo: SBN Q. 02 Bl. H- Ed. Central Braslia, 3 e 4 andarCEP: 70.040-904 - Braslia - DFTelefones: (61) 2024.6456 | 2024.6470 | 2024.6472Fax: (61) 2024.6464e-mail: [email protected]

    Superintendncia do IPHAN em Minas Gerais - Michele Abreu ArroyoSuperintendente do IPHAN em Minas GeraisEndereo: Rua Januria no 130 - CentroCEP: 30.110-055 - Belo Horizonte - MGTelefones: (31) 3222.2440 | 3222.3051| 3222.2945 | 3222.8586 | 3224.0096Fax: (31) 3213.4426e-mail: [email protected]

    Superintendncia do IPHAN no Paran - Jos La Pastina FilhoSuperintendente do IPHAN em CuritibaEndereo: Rua Jos de Alencar, 1808 - JuvevCEP: 80.040-070 - Curitiba - PRTelefone: (41) 3264.7971Fax: (41) 3362.5188e-mail: [email protected]

    sumrio

  • 1. EXPORTAO

    sumrio

    Superintendncia do IPHAN em Pernambuco - Frederico Faria Neves AlmeidaSuperintendente do IPHAN em RecifeEndereo: Rua Oliveira Lima, no 824, Boa VistaCEP: 50050-390 - Recife - PETelefones: (81) 3228.3011 | (81) 3228.3496Fax: (81) 3228.3496e-mail: [email protected]

    Superintendncia do IPHAN no Rio de Janeiro - Cristina Lodi Superintendente do IPHAN no Rio de JaneiroEndereo: Av. Rio Branco, 46 - CentroCEP: 20.090-002 - Rio de Janeiro - RJTelefones: (21) 2233.6060 | 2233.7560Fax: (21) 2233.6253e-mail: [email protected]

    Superintendncia do IPHAN no Rio Grande do Sul - Ana Lcia Goelzer MeiraSuperintendente do IPHAN em Porto AlegreEndereo: Av. Independncia, 867 - CentroCEP: 90.035-076 - Porto Alegre - RSTelefone: (51) 3311.1188Fax: (51) 3311.1188e-mail: [email protected]

    Superintendncia do IPHAN em So Paulo - Anna Beatriz Ayroza GalvoSuperintendente do IPHAN em So PauloEndereo: Av. Anglica, 626 - Santa CecliaCEP: 01.228-000 - So Paulo - SPTelefones: (11) 3826.0913 | 3826.2517Fax: (11) 3826.2517e-mail: [email protected]

    1.4.2. Fatura Comercial e Fatura Pr-Forma:

    So os documentos que representam a operao comercial, nos quais so estipuladas as condies de venda da obra, ou seja, dever conter todas as informaes iniciais que foram declaradas na fatura pr-forma (utilizada

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    em processos de consignao), e as demais, que confirmam a realizao da exportao. emitida pelo exportador em formulrio prprio (no obedece a um modelo oficial), preferencialmente com o texto em ingls ou no idioma do pas importador, devendo ser preenchida de acordo com a regulamentao deste.

    A Fatura Comercial (utilizada em processos definitivos) representa a operao comercial e serve para formalizar a transferncia de propriedade da mercadoria para o comprador. emitida pelo prprio exportador, no estando sujeita ao controle fiscal.

    O documento redigido em ingls deve conter, pelo menos, os seguintes itens:

    nome e endereo do exportador e do importador; tipo de transporte; locais de embarque e de desembarque; descrio completa da mercadoria; quantidade, peso bruto e lquido; moeda, preo unitrio, valor total; termos ou condies de venda (INCOTERMS); assinatura do exportador; modalidade de pagamento; tipo de embalagem, nmero e marca de volumes; data de emisso.

    1.4.3. Packing List

    Packing list, ou romaneio de carga, o documento de embarque que discrimina todas as mercadorias embarcadas ou todos os componentes de uma carga em quantas partes estiver fracionada. O romaneio tem o objetivo de dar a conhecer detalhadamente como a mercadoria est apresentada, a fim de facilitar a identificao e localizao de qualquer produto dentro de um lote, alm de facilitar a conferncia da mercadoria por parte da fiscalizao, tanto no embarque como no desembarque.

    No existe um modelo padro para esse documento. Contm, comumente, os seguintes elementos:

    quantidade total de volumes (embalagem);

    sumrio

  • 1. EXPORTAO

    sumrio

    marcao dos volumes; contedo de cada volume; identificao dos volumes por ordem numrica; e espcie de embalagens (caixa, pallet, etc.) contendo peso lquido, peso bruto,

    dimenses unitrias e o volume total da carga.

    1.4.4. Registro de Exportao (RE)

    O Registro de Exportao (RE) no SISCOMEX um conjunto de informaes de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal, que caracteriza a operao de exportao de uma mercadoria e define o seu enquadramento legal. Entre outras informaes, a empresa dever fornecer a classificao de seu produto segundo a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) e a Nomenclatura Aduaneira da Associao Latino-Americana de Integrao - Aladi (Naladi/SH).

    A Portaria SECEX n 23, de 14.07.2011 que consolida todas as portarias SECEX referentes s normas administrativas na exportao, dispe em seu anexo XV sobre as remessas ao exterior que esto dispensadas de Registro de Exportao, dentre as quais citamos:

    amostras, sem valor comercial, at o limite de US$ 50.000,00 (cinquenta mil dlares dos Estados Unidos) ou o equivalente em outra moeda, exceto nos casos de produtos para os quais haja anuncia prvia de algum rgo;

    exportaes, com ou sem expectativa de recebimento, realizadas por pessoa fsica ou jurdica, at o limite de US$ 50.000,00 (cinquenta mil dlares dos Estados Unidos) ou o equivalente em outra moeda, exceto nos casos de produtos para os quais haja anuncia prvia de algum rgo;

    de bens contidos em remessa postal internacional, ou objeto de declarao simplificada de exportao no SISCOMEX por intermdio da Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos - ECT -, at o limite de US$ 50.000,00 (cinquenta mil dlares dos Estados Unidos), ou o equivalente em outra moeda.

    No caso de operaes de exportao no valor de at US$ 50.000,00 (cinquenta mil dlares), podero ser utilizados, no lugar do RE, o Registro de Exportao Simplificado (RES) ou a Declarao Simplificada de Exportao (DSE), de acordo com as regulamentaes especficas de cada uma dessas modalidades.

  • 41

    1.4.5. Declarao de Despacho (DDE)

    Tambm conhecida por SD (Solicitao de Despacho) um documento elaborado por meio de terminal SISCOMEX, quando a mercadoria se encontra disposio da fiscalizao aduaneira para fins de despacho.

    Trata-se do procedimento fiscal de desembarao da mercadoria destinada ao exterior, com base nas informaes contidas no Registro de Exportao (RE), na Nota Fiscal (primeira via) e nos dados sobre a disponibilidade da mercadoria para verificao das autoridades aduaneiras.

    No caso de exportaes terrestres, lacustres ou fluviais, alm da primeira via da Nota Fiscal, necessria a apresentao do Conhecimento de Embarque e do Manifesto Internacional de Carga. O Despacho Aduaneiro de Exportao tem por base declarao formulada pelo exportador ou por seu mandatrio (despachante aduaneiro ou empregado especificamente designado), tambm por intermdio do SISCOMEX. A Declarao para Despacho de Exportao (DDE), tambm conhecida como Solicitao de Despacho (SD), dever ser apresentada unidade da Receita Federal competente.

    Ao final do procedimento, a Receita Federal, por meio do SISCOMEX, registra a Averbao, que consiste na confirmao do embarque da mercadoria ou sua transposio da fronteira. Esse documento encontra-se inserido no texto da Instruo Normativa SRF no 28/94, que trata do despacho aduaneiro de exportao.

    1.4.6. Conhecimento de Embarque (BL / AWB)

    Documento que comprova que a mercadoria foi colocada a bordo do meio de transporte e confere ao consignatrio a sua posse. Sua emisso feita em lngua inglesa pelo transportador e acompanha a mercadoria no embarque ao exterior. Esse documento aceito pelos bancos como garantia de que a mercadoria foi embarcada para o exterior. O conhecimento de embarque deve conter os seguintes elementos:

    nome e endereo do exportador e do importador; local de embarque e desembarque; quantidade, marca e espcie de volumes; tipo de embalagem; descrio da mercadoria e cdigos (SH/NCM/Naladi);

    sumrio

  • 1. EXPORTAO

    sumrio

    peso bruto e lquido; valor da mercadoria; dimenso e cubagem dos volumes; valor do frete.

    Alm disso, deve constar a forma de pagamento do frete: freight prepaid (frete pago) ou freight collect (frete a pagar). Por ltimo, devem constar do conhecimento de embarque as condies em que a mercadoria foi embarcada: clean on board (embarque sem restries ou ressalvas mercadoria), ou received in apparent good order and conditions (mercadoria recebida aparentemente em boas condies).

    Essa declarao implica que o transportador dever entregar a mercadoria nas mesmas condies em que foi recebida do exportador. O Conhecimento de Embarque emitido, geralmente, em trs vias originais, com um nmero variado de cpias, conforme a necessidade do importador. O documento corresponde ao ttulo de propriedade da mercadoria e pode ser consignado ao importador, sendo, nesse caso, inegocivel. Pode tambm ser consignado ao portador, sendo, nesse caso, negocivel.

    1.4.7. Declarao Simplificada de Exportao (DSE)

    O despacho aduaneiro e a concesso do Regime Especial de Exportao Temporria dos bens de carter cultural so realizados com base na Declarao Simplificada de Exportao (DSE) - Formulrio (anexos VI e VII da IN SRF no 611/06) - apresentada por pessoa jurdica responsvel pelo envio dos bens do exterior. O interessado deve especificar a finalidade da exportao temporria, informando o nome, o local e o perodo de realizao de cada evento no exterior, no campo informaes complementares da DSE, sendo dispensado o preenchimento dos campos da declarao relativos aos valores dos tributos incidentes na exportao e ao respectivo demonstrativo de clculos, bem como ao peso bruto de cada um dos bens exportados.

    No caso de os bens serem levados para o exterior por viajante, como bagagem acompanhada, o interessado poder apresentar a DSE para registro, contendo a correspondente anotao no campo destinado a informaes complementares, acompanhada do bilhete de passagem do viajante, da documentao dos rgos

    Formulrio para exportaes temporrias.

  • 43

    Esta modalidade no se aplica s feiras internacionais.

    Finalizando o processo de exportao.

    anuentes, quando for o caso, antecipadamente ao embarque e em horrio de funcionamento normal da unidade da RFB de sada do Pas nesse caso, no momento do embarque, o viajante dever portar uma cpia da DSE, j devidamente desembaraada.

    Sobre bagagem acompanhada - para esclarecimento, esse mtodo no aconselhado para galerias que fazem sada temporria para feiras, com possibilidade de venda de tais obras. Esse meio s deve ser utilizado para os casos de exposio institucional, pois como bagagem s so permitidos os processos temporrios.

    Processos de consignao exigem embarque formal como carga e processo alfandegrio especfico. E ainda que seja um envio para exposio, esse meio deve ser utilizado apenas na sada do Brasil. O retorno dever ser como carga.

    1.5. LIQUIDAO FINANCEIRA DAS OPERAES DE EXPORTAO

    Na exportao, a liquidao do contrato se d mediante a entrega do pagamento, em moeda estrangeira, ou do documento que a represente, ao banco com o qual tenha sido celebrado o contrato de cmbio. O recebimento, em moeda nacional, decorrente da exportao deve ocorrer mediante crdito do correspondente contra valor em conta titulada pelo comprador ou acolhimento de cheque de emisso do banco, nominativo ao exportador, cruzado e no endossvel.

    1.5.1. Com e sem Cobertura Cambial Liquidao Antecipada

    As operaes de exportao, sob o aspecto cambial, podem ser efetuadas:

    Sem cobertura Cambial - No h remessa de divisas do exterior para pagamento da mercadoria, como, por exemplo, doaes e exportaes temporrias para participao em exposies no exterior.

    Com cobertura Cambial - Ocorre o pagamento proveniente do exterior devido remessa da mercadoria. A contratao ou fechamento do cmbio uma fase muito importante no processo de exportao, pois nesse momento que ocorrer a venda para o banco, por parte do exportador, da moeda estrangeira resultante da operao de exportao.

    sumrio

  • 1. EXPORTAO

    sumrio

    As operaes de cmbio referentes exportao podem ser fechadas antes do embarque ou aps o embarque.

    Antes do embarque, sob a modalidade Pagamento Antecipado da Exportao, ocorre o ingresso de moeda estrangeira para liquidao pronta. empregado principalmente nos casos em que o importador financia o exportador. As antecipaes podem ser efetuadas pelo importador ou por qualquer pessoa jurdica no exterior, inclusive instituies financeiras.

    Aps o embarque, sob as demais modalidades de pagamento (Remessa sem Saque, Cobrana Documentria e Carta de Crdito) ocorre o ingresso de moeda estrangeira para liquidao pronta ou futura (prazo superior a 02 dias teis). No caso de exportao financiada, os pagamentos sero efetuados conforme consignado no RC (Registro de Crdito).

    1.5.2. Prazos

    No caso de operaes de cmbio de exportao, o prazo mximo para a liquidao do contrato de cmbio o ltimo dia til do 12 ms subsequente ao do embarque da mercadoria ou da prestao de servios, ficando a contratao prvia em 360 dias.

    1.5.3. Formas

    A liquidao dessas operaes poder ser feita por intermdio de seu banco, pela rea de cmbio. Para fechar o cmbio diretamente com seu banco, voc vai precisar ter cadastro, respaldo documental de acordo com a natureza da operao contratada, e preencher todos os formulrios especficos de acordo com a operao contratada.

    Tal procedimento tambm poder ser realizado, com maior comodidade, por uma Corretora de Cmbio, pois esta possui estrutura e profissionais que tm conhecimento da rea e fcil relacionamento com as Instituies Financeiras, Banco Central e demais rgos competentes, podendo assessorar e aconselh- -los sobre a melhor maneira de realizar todo o processo e tambm negociar as melhores taxas com os bancos.

    Ateno aos prazos!

  • 45

    1.5.4. Tratamento fiscal

    No Brasil, tendo em vista o equilbrio da balana comercial, as exportaes de produtos de qualquer natureza so altamente beneficiadas com a iseno da maioria dos tributos, sejam eles federais ou estaduais, que normalmente incidem sobre as operaes de vendas internas, e no diferente no mercado de arte, que tambm pode contar com esse beneficio. Vamos detalhar, a seguir, os principais aspectos tributrios das operaes de exportao nos diferentes formatos de sociedades e enquadramentos tributrios.

    1.6. ASPECTOS TRIBUTRIOS

    1.6.1. Tributao Incidente sobre as Exportaes

    Conforme detalhado no manual jurdico, tambm editado pela ABACT, as operaes comerciais desenvolvidas pelas Empresas Comerciais, sejam elas, Micro, Pequenas ou Mdias, so tributadas pelos seguintes tributos federais e estaduais: (i) Imposto de Renda e Adicional, (ii) Contribuio Social sobre o Lucro Lquido, (iii) PIS e (iv) COFINS [Federais] e, ainda, o (v) ICMS Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios [Estadual].

    A diferena est na sistemtica de apurao e cobrana desses tributos, que fica dependendo do enquadramento tributrio da Empresa e seu regime tributrio aplicvel.

    De qualquer forma, importante notar que existe imunidade tributria para as receitas de exportao no caso das contribuies sociais ao PIS e COFINS, bem como no que se refere ao ICMS.

    Assim, galerias de arte, que sejam tributadas pelos regimes do Lucro Real ou do Lucro Presumido apenas, devem recolher o Imposto de Renda da Pessoa Jurdica e seu adicional (quando aplicvel), assim como a Contribuio Social sobre o Lucro Lquido, no que se refere s receitas de exportao de mercadorias.

    Importante notar, no entanto, que as receitas de exportao no so excludas da base de clculo do Simples Nacional, logo, no h reduo da carga tributria para a galeria enquadrada nesse regime beneficiado de cobrana de tributos. H, todavia, a excluso das operaes de exportao dos limites de faturamento

    sumrio

  • 1. EXPORTAO

    sumrio

    para efeito de enquadramento no modelo. Considerando as alquotas aplicveis, mesmo sem o benefcio da imunidade fiscal, a operao de exportao bastante vantajosa para empresas tributadas pelo Simples Nacional, como mostra a tabela abaixo:

    Faturamento bruto 12 meses em R$

    Alquota total - Simples

    Distribuio dos Impostos

    IRPJ CSLL COFINS PIS CPP ICMS

    At 180.000,00 4,00% - - - - 2,75% 1,25%

    Entre 180.000,01 e 360.000,00 5,47% - - 0,86% - 2,75% 1,86%

    Entre 360.000,01 e 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%

    Entre 540.000,01 e 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%

    Entre 720.000,01 e 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%

    Entre 900.000,01 e 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%

    Entre 1.080.000,01 e 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%

    Entre 1.260.000,01 e 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%

    Entre 1.440.000,01 e 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%

    Entre 1.620.000,01 e 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%

    Entre 1.800.000,01 e 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%

    Entre 1.980.000,01 e 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%

    Entre 2.160.000,01 e 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%

    Entre 2.340.000,01 e 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%

    Entre 2.520.000,01 e 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%

    Entre 2.700.000,01 e 2.880.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%

    Entre 2.880.000,01 e 3.060.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%

    Entre 3.060.000,01 e 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%

    Entre 3.240.000,01 e 3.420.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%

    Entre 3.420.000,01 e 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%

  • 47

    A importao o ingresso, seguido de internalizao, de mercadoria estrangeira no territrio aduaneiro. Em termos legais, a mercadoria s considerada importada aps sua internalizao no pas, por meio da etapa de desembarao aduaneiro e do recolhimento dos tributos exigidos em lei.

    2.1. ATIVIDADES DE COMRCIO EXTERIOR

    O processo de importao pode ser dividido em trs fases: administrativa, fiscal e cambial.

    A fase administrativa se refere aos procedimentos e exigncias de rgos de governo prvios efetivao da importao e variam de acordo com o tipo de operao e de mercadoria. Trata-se do licenciamento das importaes.

    A fase fiscal compreende o tratamento aduaneiro, por meio do despacho de importao, que o procedimento mediante o qual verificada a exatido dos dados declarados pelo importador em relao s mercadorias importadas, aos documentos apresentados e legislao especfica, com vistas ao seu desembarao aduaneiro. Essa etapa ocorre em recintos prprios, logo aps a chegada da mercadoria ao Brasil, e inclui o recolhimento dos tributos devidos na importao. Aps a concluso do desembarao aduaneiro, a mercadoria considerada importada e pode ser liberada para o mercado interno.

    J a fase cambial diz respeito operao de compra de moeda estrangeira destinada efetivao do pagamento das importaes, quando h esse pagamento, sendo processada por entidade financeira autorizada pelo Banco Central do Brasil a operar em cmbio.

    Assim como na exportao, as importaes podem ter os seguintes fins:

    2.1.1. Fins Culturais

    So entendidos como toda a ao que no envolva a comercializao de obras de arte, mas apenas a sua exposio e divulgao no pas, com posterior retorno a seu pas de origem.

    2. IMPORTAO DE OBRAS DE ARTE

    sumrio

  • 2. IMPORTAO DE OBRAS DE ARTE

    sumrio

    2.1.2. Fins Comerciais

    So entendidos como toda a ao cujo objetivo final seja a comercializao de obras de arte, em exposies comerciais na galeria ou museu/instituio. Tais aes podem ocorrer por meio de:

    2.1.2.1. Parcerias Internacionais

    Uma galeria poder realizar parcerias com outras galerias internacionais, caso deseje apresentar o trabalho de um artista estrangeiro no Brasil, ou como parte de um acordo entre galerias parceiras em que uma promove exibio de artista representada pela outra. uma forma de trazer para o Pas, em consignao, trabalhos de artistas que ainda no possuem representao comercial aqui, sejam eles representados por galerias parceiras internacionais ou no, com o intuito de apresentar e comercializar essas obras.

    2.1.2.2. Importao para Revenda no Brasil

    Assim como nos casos de parceria internacional, uma galeria tambm pode adquirir obras para seu acervo e para revenda, mesmo que no represente comercialmente, por meio de acordos ou parcerias com galeria estrangeira, o artista no Pas.

    2.2. MODALIDADES DE IMPORTAO

    2.2.1. Importao Definitiva

    A importao definitiva ocorre quando a mercadoria ou bem importado nacionalizado, com ou sem cobertura cambial.

    2.2.2. Importao Temporria

    A importao temporria aquela em que, contrariamente importao definitiva, no ocorre a nacionalizao.

    Tal regime permite a entrada e permanncia de bens procedentes do exterior no

  • 49

    Pas, por prazo e para finalidade determinados, com suspenso do pagamento de impostos incidentes na importao ou com pagamento proporcional ao tempo de permanncia no Pas. O regime se aplica aos bens importados em carter temporrio e sem cobertura cambial, adequados finalidade para a qual foram importados, utilizveis em conformidade com o prazo de permanncia e a finalidade constante do ato concessivo (feiras, exposies, congressos e outros eventos cientficos ou tcnicos, pesquisa ou expedio cientfica, espetculos exposies e outros eventos artsticos ou culturais, competies ou exibies esportivas, feiras e exposies comerciais ou industriais, etc.).

    Esse regime est regulamentado pela IN SRF no 285/03 e pelas legislaes complementares que tratam de situaes especficas, e visa a facilitar o ingresso temporrio de bens no Pas.

    Em alguns casos, poder ser exigida a prestao de garantia em valor equivalente ao montante dos impostos suspensos.

    A garantia, quando exigida, poder ser prestada sob a forma de depsito em dinheiro, fiana idnea ou seguro aduaneiro em favor da Unio, a critrio do importador.

    O prazo de permanncia dos bens no Brasil ser fixado:

    I. em at trs meses, prorrogvel, uma nica vez, por igual perodo.

    Na fixao do prazo, a autoridade aduaneira levar em conta a finalidade a que se destinam os bens, e o tempo necessrio ao cumprimento dos trmites para a sua reexportao.

    O regime de admisso temporria se extingue com a adoo de uma das seguintes providncias, por parte do beneficirio, dentro do prazo fixado para a permanncia do bem no Pas:

    I. reexportao;II. despacho para consumo.

    Ateno aos prazos!

    sumrio

  • 2. IMPORTAO DE OBRAS DE ARTE

    sumrio

    No caso de descumprimento das condies, requisitos ou prazos estabelecidos para a aplicao do regime, ser aplicada multa de 10% do valor aduaneiro.

    2.2.3. Nacionalizao de Obras Importadas em Regime Temporrio

    A Nacionalizao a sequncia de atos que transfere a mercadoria da economia estrangeira para a economia nacional, por meio do registro da Declarao de Importao (DI) no SICOMEX.

    2.2.4. Retorno de Exportao Temporria

    A Reimportao ampara o retorno de obras, cuja exportao foi condicionada ao retorno.

    O objetivo desse procedimento a no incidncia de impostos (desonerao) que envolvem um processo de importao, uma vez tratar-se, comprovadamente, de mercadorias exportadas sob o amparo do Regime Especial de Exportao Temporria.

    No caso de descumprimento das condies, requisitos ou prazos estabelecidos para a aplicao do regime, aplica-se ainda uma multa de 5% do valor aduaneiro.

    2.2.5. Retorno ou Reimportao de Exportao em Consignao

    A Reimportao ampara o retorno de mercadoria no vendida durante o perodo de permanncia no exterior. O objetivo desse procedimento a no incidncia de impostos (desonerao) que envolve um processo de importao, uma vez tratar-se, comprovadamente, de mercadorias nacionais, exportadas em consignao.

    Aps a concluso do procedimento de reimportao ser necessrio solicitar ao DECEX - Departamento de Comrcio Exterior do MDIC - baixa do Registro de Exportao no SISCOMEX para no permanecer pendncia de pagamento.

    O retorno dos bens no vendidos dever ocorrer dentro do prazo estabelecido e o no cumprimento de tal prazo, poder acarretar a aplicao de multa de 5% sobre o valor aduaneiro.

    Ateno!

    Ateno!

    Ateno!

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    2.3. FORMAO DOS PREOS - INCOTERMS

    Assim como j foi explicado nos processos de exportao, os INCOTERMS aplicados nos processos de importao seguem as mesmas regras. Para saber qual a melhor opo, indicamos que, antes de fechar qualquer processo, a galeria consulte o seu despachante aduaneiro para saber a melhor forma de realizar esse transporte.

    2.4. DOCUMENTOS ENVOLVIDOS

    Neste item apresentaremos uma relao dos principais documentos envolvidos no processo de importao de obras de arte e a explicao sobre como preencher tais documentos, quais informaes eles devem conter e quem o responsvel por providenciar cada um deles, bem como seus prazos de entrega. Tambm apresentaremos modelos de cada um deles.

    2.4.1. Commercial Invoice

    A fatura comercial o documento de natureza contratual que espelha a operao de compra e venda entre o importador brasileiro e o exportador estrangeiro, geralmente feito no idioma do exportador. A Declarao de Importao (DI) deve ser instruda com a via original assinada de prprio punho pelo exportador (art. 18 da IN SRF no 680/06) ou seu representante legal (ADI RFB no 14/07).

    A primeira via da fatura comercial ser sempre a original, podendo ser emitida, assim como as demais vias, por qualquer processo (art.559 do Regulamento Aduaneiro). Ser aceita como primeira via da fatura comercial, quando emitida por processo eletrnico, aquela da qual conste expressamente tal indicao.

    A fatura deve conter as seguintes indicaes (art.557 do Regulamento Aduaneiro):

    nome e endereo completo, do exportador; nome e endereo completo, do importador; especificao das mercadorias em portugus ou em idioma oficial do Acordo

    Geral sobre Tarifas e Comrcio, ou, se em outro idioma, acompanhada de traduo em lngua portuguesa, a critrio da autoridade aduaneira, contendo as denominaes prprias e comerciais, com a indicao dos elementos indispensveis sua perfeita identificao. Os idiomas oficiais do Acordo Geral

    sumrio

  • 2. IMPORTAO DE OBRAS DE ARTE

    sumrio

    sobre Tarifas e Comrcio so o ingls, o francs e o espanhol; marca, numerao e, se houver, nmero de referncia dos volumes; quantidade dos volumes; peso bruto dos volumes, entendendo-se, como tal, o da mercadoria

    com todos os seus recipientes, embalagens e demais envoltrios; peso lquido, assim considerado como mercadoria livre de todo

    e qualquer envoltrio; pas de origem, como tal, entendido aquele onde fora produzida

    a mercadoria ou onde ocorrera a ltima transformao substancial; pas de aquisio, assim considerado aquele do qual a mercadoria fora

    adquirida para ser exportada para o Brasil, independentemente do pas de origem da mercadoria ou de seus insumos;

    pas de procedncia, assim considerado aquele onde se encontrava a mercadoria no momento de sua aquisio;

    preo unitrio e total de cada espcie de mercadoria e, se houver, o montante e a natureza das redues e dos descontos concedidos ao importador;

    frete e demais despesas relativas s mercadorias especificadas na fatura; condies e moeda de pagamento; e termo da condio de venda (INCOTERM).

    As emendas, ressalvas ou entrelinhas feitas na fatura devero ser autenticadas pelo exportador. O conhecimento de carga areo equipara-se fatura comercial para todos os efeitos, desde que dele constem as indicaes de quantidade, espcie e valor das mercadorias que lhe correspondam (art. 560 do Regulamento Aduaneiro).

    A no apresentao da Fatura Comercial no desembarao aduaneiro implicar multa de 5% sobre o valor aduaneiro (artigo 710 do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto 6759/09). A apresentao da fatura em desacordo no desembarao aduaneiro implicar multa de R$ 200,00 (Duzentos Reais) por fatura (artigo 715 do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto 6759/09).

    Tratando-se de importao procedida por pessoa jurdica importadora por conta e ordem de terceiro adquirente, este dever estar identificado na fatura comercial (art. 3 da IN SRF no 225/02).

    Ateno!

  • 53

    2.4.2. Pr-Forma Invoice para Importaes Temporrias - emitida pelo Exportador

    A Pro-forma Invoice para importao temporria deve ser confeccionada, emitida e assinada pelo exportador em papel timbrado da empresa, e apresentada em sua via original. um documento simples que apresenta, no idioma do vendedor, o que foi acordado. Deve conter os seguintes itens:

    [ship to and Bill to] - Nome e endereo completo do importador; [exporter] - Nome e endereo completo do exportador, telefone, FAX e e-mail; [description of goods] - descrio completa dos bens, quantidade, cdigo,

    peso bruto e lquido, unidade e valor total; [package] descrio da embalagem, indicando se caixa de madeira

    ou papelo; [payment terms] descrio dos termos de pagamento, como por exemplo,

    No Charge Temporary Export; tempo de permanncia do bem no Brasil; descrio do Frete: - Air Freight by Air Cargo destination: indicar aeroporto/cidade - Sea Freight Vessel Brazilian Flag destination: indicar porto / cidade [responsible person signature] assinatura do responsvel.

    2.4.3. Packing List

    O romaneio de carga (Packing List) o documento de embarque que discrimina todas as mercadorias embarcadas ou todos os componentes de uma carga em quantas partes estiver fracionada. O romaneio tem o objetivo de dar a conhecer detalhadamente como a mercadoria est apresentada, a fim de facilitar a identificao e localizao de qualquer produto dentro de um lote, alm de facilitar a conferncia da mercadoria por parte da fiscalizao, tanto no embarque como no desembarque.

    No existe um modelo padro para esse documento. Usualmente ele contm os seguintes elementos:

    quantidade total de volumes (embalagem); marcao dos volumes;

    sumrio

  • 2. IMPORTAO DE OBRAS DE ARTE

    sumrio

    identificao dos volumes por ordem numrica; e espcie de embalagens (caixa, pallet, etc.) contendo peso lquido, peso bruto,

    dimenses unitrias e o volume total da carga.

    A no apresentao do romaneio de carga (packing list) na instruo do despacho aduaneiro enseja a aplicao de multa de R$ 500,00 (Quinhentos reais) prevista na alnea e, inciso VIII do art. 728 do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto 6759/09)

    2.4.4. Conhecimento de Embarque / Carga (BL / AWB)

    O conhecimento de carga, tambm conhecido como conhecimento de transporte emitido pelo transportador, define a contratao da operao de transporte internacional, comprova o recebimento da mercadoria na origem e a obrigao de entreg-la no lugar de destino, constitui prova de posse ou propriedade da mercadoria e um documento que ampara a mercadoria e descreve a operao de transporte.

    O conhecimento de carga recebe denominaes especficas em funo da via de transporte: CRT (Rodovirio), TIF (Ferrovirio), BL (Martimo) ou AWB (Areo).

    Para efeitos fiscais, qualquer correo no conhecimento de carga deve ser feita por carta de correo, e ressalva no prprio documento, dirigida pelo emitente do conhecimento autoridade aduaneira do local de descarga, a qual, se aceita, implica correo do manifesto (art.566 Do Regulamento Aduaneiro/2009).

    Considera-se ocorrido o embarque da mercadoria para efeitos fiscais na data de emisso do conhecimento de carga (art.708 do Regulamento Aduaneiro/2009).

    O conhecimento de carga deve identificar a unidade de carga em que a mercadoria por ele amparada esteja contida ( 2 do art. 42 do Regulamento Aduaneiro/2009).

    2.4.5. Despacho de Importao (DI)

    Despacho de importao o procedimento mediante o qual verificada a exatido dos dados declarados pelo importador em relao mercadoria importada, aos documentos apresentados e legislao especfica, com vistas

    Ateno!

  • 55

    ao seu desembarao aduaneiro (art. 542 do Regulamento Aduaneiro). Toda mercadoria procedente do exterior, importada a ttulo definitivo, ou no, sujeita, ou no, ao pagamento do imposto de importao, dever ser submetida a despacho de importao, que ser realizado com base em declarao apresentada unidade aduaneira sob cujo controle estiver a mercadoria.

    O despacho aduaneiro de importao encontra-se basicamente disciplinado pelas IN SRF no 680/06 e IN SRF n 611/06.

    O despacho aduaneiro de importao processado com base em declarao e, em regra geral, realizado no Siscomex. No entanto, existem excees em razo da natureza da mercadoria, da operao e da qualidade do importador, em que o despacho de importao processado sem registro no Siscomex. O despacho de importao poder ser efetuado em zona primria ou em zona secundria. Tem-se por iniciado o despacho de importao na data do registro da declarao de importao. O registro da declarao de importao consiste em sua numerao pela RFB, por meio do SISCOMEX.

    O despacho de importao dever ser iniciado em (art. 546 do Regulamento Aduaneiro):

    at noventa dias da descarga, se a mercadoria estiver em recinto alfandegado de zona primria;

    at quarenta e cinco dias aps se esgotar o prazo de permanncia da mercadoria em recinto alfandegado de zona secundria; e

    at noventa dias, contados do recebimento do aviso de chegada da remessa postal.

    2.4.6. Comprovante de Importao (CI)

    Aps a conferncia aduaneira pela fiscalizao, a comprovao de que todas as informaes contidas no Siscomex esto de acordo com a documentao apresentada e com a conferncia aduaneira, e que tudo est em conformidade com a legislao aduaneira vigente, processado pelo fiscal o desembarao aduaneiro daquela DI.

    Isso significa dizer que foi registrada a concluso do despacho aduaneiro, e autorizada a efetiva entrega da mercadoria ao importador. O Desembarao

    sumrio

  • 2. IMPORTAO DE OBRAS DE ARTE

    sumrio

    aduaneiro o ltimo ato do procedimento do despacho aduaneiro, e o documento que comprova tal situao o Comprovante de Importao (CI).

    2.4.7. Declarao Simplificada de Importao (DSI)

    DSI - Declarao Simplificada de Importao - um documento alternativo DI, que permite Repartio Aduaneira do local em que a mercadoria ser desembaraada, iniciar o despacho aduaneiro.

    A DSI de preenchimento simplificado, com muito menos informaes que a DI normal, e utilizada em importaes com ou sem cobertura cambial de mercadorias cujo valor total seja igual ou inferior a US$ 3,000.00, alm de doaes, admisso temporria e bagagem desacompanhada de viajantes.

    2.4.8. Notas Fiscais

    A pessoa jurdica importadora dever emitir, na data em que se completar o despacho aduaneiro, nota fiscal de entrada das mercadorias, informando, entre outros, em linhas separadas, o valor de cada tributo incidente na importao.

    2.4.9. Procedimentos Bsicos no Processo de Desembarao

    O despacho aduaneiro o processo de liberao ou desembarao da mercadoria, que se inicia pelo registro da DI no Siscomex. O procedimento s pode ter incio aps a chegada da mercadoria Unidade da Receita Federal onde ser processado. Com o Sistema de Gerncia do Manifesto, do Trnsito e do Armazenamento (Mantra) pode-se considerar como chegada o momento em que possvel vincular, no sistema, a DI ao conhecimento de embarque.

    As mercadorias que estiverem em recintos alfandegados tm at 90 dias para iniciar o despacho. As retiradas para zona secundria tm prazo de 120 dias. Caso esses prazos no sejam cumpridos, ou o processo fique paralisado por mais de 60 dias, as cargas ficam sujeitas s penas de perdimento.

    Esto autorizados a cuidar do despacho aduaneiro o prprio importador ou seu representante legal, que pode ser um funcionrio com vnculo empregatcio ou despachante aduaneiro.

    Ateno aos prazos! Processos parados por mais de 60 dias ficam sujeitos a perdimento.

    Formulrio para importaes temporrias.

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    Declarao de Importao: Como documento norteador do despacho aduaneiro, a DI deve conter: as informaes gerais, que incluem importador, transporte, carga e pagamento; e as especficas, chamadas de adio, de que constam fornecedor, valor aduaneiro, Incoterms, tributos e cmbio. O preenchimento da DI feito atravs do Siscomex, com o sistema off-line. A regra geral que cada DI corresponda a um conhecimento de embarque. No entanto, para cada mercadoria deve ser formulada uma adio. O sistema gerar um nmero sequencial agregado DI. Deve ser informado na adio tambm o nmero da LI da mercadoria, caso haja, para que seja vinculado DI. Aps o preenchimento, o importador pode transmitir a DI para o computador central do Serpro apenas para conferncia dos dados ou para registro.

    Seleo Parametrizada - depois da recepo, os documentos seguem para um dos canais de conferncia aduaneira:

    canal verde - a carga liberada automaticamente, sem conferncia fsica ou documental;

    canal amarelo - feita a confernc