manual do saneamento básico - trata brasil.pdf

66
© 2012 Instituto Trata Brasil. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. O Manual do Saneamento Básico pode ser acessado na íntegra no site www.tratabrasil.org.br Projeto Gráfico e Editoração: Agenilson Santana - MTb 32.070 Jornalista Responsável: Mônica Batista - MTb 20.081

Upload: lucas-da-costa

Post on 13-Nov-2015

253 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 2012 Instituto Trata Brasil.

    Todos os direitos reservados. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que no seja para venda ou

    qualquer fim comercial.

    O Manual do Saneamento Bsico pode ser acessado na ntegra no site www.tratabrasil.org.br

    Projeto Grfico e Editorao: Agenilson Santana - MTb 32.070

    Jornalista Responsvel: Mnica Batista - MTb 20.081

  • 070925313947

    Sumrio

    O que saneamento bsico

    Abastecimento de gua

    Esgotamento sanitrio

    Reflexos do saneamento na sociedade

    Glossrio

    Introduo

  • 8A importncia do saneamento e sua relevncia sade humana remontam s mais antigas culturas. O desenvolvimento do saneamento sempre esteve ligado evoluo das civilizaes, s vezes retroce-dendo, outras renascendo com o aparecimento de outras. Essa descontinuidade da evoluo do servio est ligada, em grande parte, aos poucos meios de comunicao do passado.

    Avanos importantes alcanados em pocas dis-tantes foram esquecidos durante sculos porque no eram conhecidos pela populao. No Velho Testa-mento existem diversas passagens vinculadas s pr-ticas sanitrias do povo judeu como, por exemplo, o uso da gua para limpeza: roupas sujas podem levar a doenas como a escabiose. Assim, os poos para abastecimento eram mantidos tampados, limpos e longe de possveis fontes de poluio.

    Introduo

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    8

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    Na civilizao greco-romana h vrios relatos das prticas

    sanitrias e higinicas e suas relaes com o controle das do-enas. Entre as prticas sanitrias coletivas mais marcantes na antiguidade esto a construo de aquedutos, os banhos p-blicos e os esgotos romanos, tendo como smbolo histrico a conhecida Cloaca Mxima de Roma.

    Atualmente, a gesto dos servios de saneamento bsico tambm permanece atrelada informao, tanto para a elabo-rao dos planos de trabalho, dos instrumentos de regulao e de planejamento; e mais ainda para que a populao possa fiscalizar e exigir a implantao desses servios e seu constante aprimoramento.

    Como a prestao desse servio tem um carter monopolista, a informao uma das caractersticas institucionais mais relevantes desta rea da infraestrutura. Ou seja, os prestadores de servios conhecem com profundidade a qualidade de seus produtos e servi-os, suas despesas, investimentos e dados operacionais, enquanto que a sociedade dependente dessas informaes.

    Assim, uma vez que o Instituto Trata Brasil acredita que somente a sociedade civil pode atuar de forma decisiva para que o poder pblico universalize os servios de saneamento bsico, apresentamos esse Manual de Saneamento. De maneira simples, porm completa, essa publicao pretende informar a populao sobre a importncia desses servios, bem como seus direitos e deveres.

    Assim, espera-se que a prpria populao, propague a pu-blicao e/ou conhecimentos adquiridos atravs desta, o que ir contribuir para que as metas de universalizao sejam co-nhecidas e alcanadas por todos, o que garantir uma melhor qualidade de vida a todos os brasileiros, independentemente da sua condio econmica ou social.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    87

    Saneamento o conjunto de medidas que visa pre-

    servar ou modificar as condies do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenas e promover a sade, melhorar a qualidade de vida da populao e produti-vidade do indivduo e facilitar a atividade econmica. No Brasil, o saneamento bsico um direito assegurado pela Constituio e definido pela Lei n. 11.445/2007 como o conjunto dos servios, infraestrutura e instalaes ope-racionais de abastecimento de gua, esgotamento sa-nitrio, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resduos slidos e de guas pluviais.

    Um dos princpios da Lei n. 11.445/2007 a univer-salizao dos servios de saneamento bsico, para que todos tenham acesso ao abastecimento de gua de qua-lidade e em quantidade suficientes s suas necessidades, coleta e tratamento adequado do esgoto e do lixo, e ao manejo correto das guas das chuvas.

    O que

    Saneamento Bsico

  • 10

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    10

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    Um dos princpios da Lei n. 11.445/2007 a universali-zao dos servios de saneamento bsico, para que todos tenham acesso ao abastecimento de gua de qualidade e em quantidade suficientes s suas necessidades, coleta e tra-tamento adequado do esgoto e do lixo, e ao manejo correto das guas das chuvas.

    A lei n. 11.445/2007 estabelece a elaborao do Plano Muni-cipal de Saneamento Bsico como instrumento de planejamento para a prestao dos servios pblicos de saneamento bsico, e ainda determina os princpios dessa prestao de servios; as obrigaes do titular, as condies para delegao dos servios, as regras para as relaes entre o titular e os prestadores de ser-vios, e as condies para a retomada dos servios.

    Ainda trata da prestao regionalizada; institui a obrigato-riedade de planejar e regular os servios; abrange os aspectos econmicos, sociais e tcnicos da prestao dos servios, as-sim como institui a participao e o controle social.

    Comunidade Buenos Aires, localizada na zona sul do municpio de Jaboato dos Guararapes PE

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    8

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    11

    Comunidade de Iguau, na divisa de So Paulo com Santo Andr

    Poltica de saneamento bsico

    A lei 11.445/07 tambm estabelece diretrizes para a Poltica Federal de Saneamento, determinando que a Unio elabore o Plano Nacional de Saneamento Bsico (PLANSAB) e a partir disso, oriente as aes e investimentos do Governo Federal

    Entretanto, para ter acesso a esses recursos todos os muni-cpios devem elaborar seus planos municipais definindo seus horizontes de universalizao da prestao de servios.

    Alm disso, os municpios, como titulares, tm a obrigao de:

    1) Decidir sobre a forma de prestao dos servios (direta ou delegada) e os procedimentos de sua atuao.

    2) Adotar parmetros para a garantia do atendimento essen-cial sade pblica, quanto quantidade, regularidade e qua-lidade da gua potvel.

    3) Definir o rgo responsvel pela sua regulao e fiscalizao.

    4) Fixar os direitos e deveres dos usurios.

    5) Estabelecer os mecanismos de participao e controle social.

    6) Construir um sistema de informaes sobre os servios.

  • 12

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    12

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    7) Definir casos e condies, previstos em lei e nos contratos, para interveno e retomada da prestao dos servios.

    8) Definir as condies para a prestao dos servios, envolvendo a sua sustentabilidade e viabilidade tcnica, econmica e financeira.

    9) Definir o sistema de cobrana, composio de taxas e tari-fas e poltica de subsdios.

    Plano de Saneamento Bsico

    O plano de saneamento bsico o instrumento indispen-svel da poltica pblica de saneamento e obrigatrio para a contratao ou concesso desses servios. A poltica e o pla-no devem ser elaborados pelos municpios individualmente ou organizados em consrcio, e essa responsabilidade no pode ser delegada. O Plano, a ser revisado a cada quatro anos, deve ter os objetivos e metas nacionais e regionalizadas e ainda os programas e aes para o alcance dessas metas.

    Ele deve expressar o compromisso coletivo da sociedade em relao forma de construir o saneamento. Deve partir da anlise da realidade e traar os objetivos e estratgias para transform-la positivamente e, assim, definir como cada seg-mento ir se comportar para atingir as metas traadas.

    Ele formulado sob a coordenao do poder pblico, com a participao de todos que atuam no saneamento num deter-minado territrio e pela sua populao, independente dela ter acesso ou no ao servio.

    grande a interdependncia das aes de saneamento com as de sade, habitao, meio ambiente, recursos hdricos e ou-tras. Por isso, os planos, os programas e as aes nestes temas devem ser compatveis com o Plano Diretor do municpio e com planos das bacias hidrogrficas em que esto inseridos.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    8

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    13

    Etapa Atividades

    Fundamentos

    Definio das diretrizes e conceitos bsicos com orienta-es gerais e especficas para cada rgo relacionado com o saneamento bsico.Discusso das diretrizes do Plano em audincia pblica do Comit Consultivo com a participao dos diversos seg-mentos da sociedade.Elaborao do diagnstico com levantamento da situao atual, identificando as carncias e determinando a demanda reprimida de cada servio pblico de saneamento bsico.Realizao do prognstico com avaliao das condies atu-ais e projeo para o horizonte proposto pelo Plano, consi-derando o Plano Diretor Municipal, caso exista.

    Propostas

    Apresentao das concluses da primeira etapa ao Comit Consultivo em audincia pblica para crtica e encaminha-mento de propostas.Realizao das proposies contemplando as:

    Diretrizes para a ao municipal (obras e servios). Estrutura administrativa para a gesto do Plano e definio de competncias. Sistema de avaliao permanente e integrado ao sis-tema de planejamento municipal. Prioridades de investimentos com orientao para o cronograma de implantao. Discusso das proposies em audincias pblicas do Comit Consultivo.

    Realizao de audincia pblica final do Comit Consultivo (Seminrio Final) para discusso do relatrio e encaminha-mento do Plano ao Conselho da Cidade ou Municipal de Saneamento Bsico, ou equivalente.

    Aprovao

    Discusso pelo Conselho da Cidade ou Municipal de Saneamento Bsico ou equivalente ou pelo Poder Legislativo Municipal.Aprovao pelo Conselho da Cidade ou Municipal de Saneamen-to Bsico ou equivalente, e pelo Poder Legislativo Municipal com sano de Lei pelo Chefe do Poder Executivo Municipal.

    Institucionalizao

    Elaborao e aprovao de resolues pelo Conselho e decretos regulamentadores pelo chefe do Poder Executivo Municipal.Realizao das alteraes administrativas necessrias para implementar o Plano.Realizao de previses oramentrias.

    Implementao Implementao das aes propostas no Plano.

    Acompanhamento e Avaliao

    Acompanhamento trimestral e avaliao anual da imple-mentao do Plano pelo Conselho da Cidade ou Municipal de Saneamento Bsico, ou equivalente.

    Etapas e atividades para o desenvolvimento de Plano Municipal de Saneamento

  • 14

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    14

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    O papel de cada um

    A Constituio determina como competncia comum da Unio, dos estados, do Distrito Federal e dos municpios a promoo de programas de melhoria das condies de saneamento bsico. Assim essas responsabilidades so compartilhadas entre as trs esferas de governo, sendo necessria e desejvel a ao conjunta para que os servios atendam a toda a populao.

    Governo federal

    A Unio institui as polticas nacionais e responsvel por garantir a maior parte dos investimentos em saneamento b-sico, por meio de recursos do Oramento Geral da Unio (OGU), do Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS) e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Vrios minis-trios atuam no saneamento de forma coordenada com uma diviso de responsabilidades:

    1) Ministrio das Cidades apia os municpios com mais de 50 mil habitantes, os integrantes de regies metropolitanas e as regies integradas de desenvolvimento.

    2) Ministrio da Sade define os padres de qualidade da gua para consumo humano e, por meio da Fundao Nacional da Sa-de (FUNASA) responsvel pela assistncia aos municpios com populao de at 50 mil habitantes, aos assentamentos rurais, s reas indgenas, quilombolas e de outras populaes tradicionais.

    3) Ministrio do Meio Ambiente coordena o Programa Nacio-nal de Resduos Slidos Urbanos e, com apoio da Agncia Nacional de guas (ANA), atua na gesto do uso das guas.

    4) Ministrio da Integrao Nacional atua principalmente na re-gio do semirido e nas bacias dos rios So Francisco e Parnaba, em programas que visam aumentar a oferta de gua para os seus diversos usos, em especial, para o consumo humano.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    8

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    15

    5) Ministrio do Desenvolvimento Social coordena o programa para instalao de um milho de cisternas no semirido.

    6) Ministrio do Trabalho coordena o programa de cooperativas de catadores de materiais reciclveis.

    7) Caixa Econmica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econmico e Social (BNDES) so os principais agentes financeiros e responsveis pela execuo dos programas, repas-sando recursos e acompanhando as aes contratadas.

    Governos estaduais

    Os estados atuam predominantemente na prestao dos servios de abastecimento de gua e coleta e tratamento dos esgotos gerados, por meio de suas companhias.

    Governos municipais

    As prefeituras so as responsveis pela elaborao do Plano Mu-nicipal de Saneamento Bsico e pelo envolver a comunidade em sua discusso. O plano municipal essencial na regulamentao da concesso dos servios de abastecimento de gua e coleta e trata-mento de esgotos sanitrios, e na elaborao de diagnsticos que ajudam os municpios na obteno de emprstimos para obras de saneamento junto ao governo federal e instituies financeiras.

    Comunidade So Nicolau, em So Paulo

  • 16

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    16

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    Prestadores de servios

    Podem ser pblicos ou privados. Muitos municpios delegam os servios de gua e esgoto s companhias estaduais, outros prestam os servios diretamente por meio de autarquias, empre-sas e departamentos de secretarias municipais. Outros concedem a prestao ou fazem Parcerias Pblico Privada (PPP) segmento privado. E existem, ainda, as gestes associadas ou consrcios pblicos, criados por vrios municpios.

    Outros atores

    Atuam tambm na rea de saneamento, os rgos e entida-des reguladoras, sejam estaduais, municipais ou interfederati-vos, quando assim institudo por um consrcio pblico. O Mi-nistrio Pblico participa na articulao com o rgo de defesa do consumidor e do meio ambiente.

    E ainda os Comits de Bacia Hidrogrfica, que um rgo co-legiado da gesto de recursos hdricos, com atribuies de carter normativo, consultivo e deliberativo. Os Comits devem integrar as aes de todos os Governos, seja no mbito dos Municpios, do Estado ou da Unio; fomentar o respeito aos ecossistemas; pro-mover a conservao e recuperao dos corpos dgua e garantir a utilizao racional e sustentvel dos recursos hdricos.

    Sociedade

    O controle social um conjunto de mecanismos e procedi-mentos que garantem sociedade informaes, representaes tcnicas e participaes nos processos de formulao de polti-cas, de planejamento e de avaliao relacionados aos servios pblicos de saneamento bsico.

    O ConCidades recomenda a criao de Conselhos Munici-pais e Estaduais das Cidades para fiscalizar e monitorar a pres-tao dos servios de saneamento. Esses fruns permanentes

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    8

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    17

    de discusso so muito importantes para estimularem o debate, de forma integrada, das polticas de desenvolvimento urbano, habitao, saneamento, meio ambiente, transporte e mobilida-de urbana, regularizao fundiria, dentre outras. E fortalecem a participao da sociedade.

    Financiamento dos Servios

    Historicamente, a Unio e os estados tm participado, cooperati-va ou concorrentemente com os municpios, na gesto e provimento de servios pblicos de saneamento, em especial o abastecimento de gua e o esgotamento sanitrio. A evoluo da prestao dos servios de saneamento bsico no Brasil passou por fases distintas.

    Entre 1950 a 1970 - Corresponde ao incio da industriali-zao do pas, perodo marcado pelo surgimento de rgos ou empresas municipais de saneamento bsico. Os investimentos em saneamento eram apenas recursos dos oramentos gerais complementados com emprstimos externos.

    Anos 70 - O Governo Federal implementou o Sistema Na-cional de Saneamento, integrado pelo Plano Nacional de Sane-amento (Planasa), pelo Banco Nacional da Habitao (BNH) e pelo Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS), cuja prin-cipal caracterstica era o incentivo transferncia da prestao dos servios para Companhias Estaduais de Saneamento Bsico (CESBs), financiadas em muitos casos pela Unio.

    Dcada de 80 - A escassez de recursos pblicos para a rea-lizao de investimentos, o aumento no endividamento estatal e extino do BNH levaram o Sistema Nacional de Sanea-mento a apresentar sinais de desgaste.

    Da dcada de 90 e incio do sculo 21 - Surgiram as primeiras concesses privadas de servios pblicos de gua e esgoto. Como, por exemplo, em Limeira, Ja, Ribeiro Preto (1995), Birigui, (1994), Marlia (1997) e Jundia (1996). As

  • 18

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    18

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    Organizaes das Naes Unidas (ONU) instituiu, em 2000, as Metas do Milnio. J em 2007, com a implantao do Pro-grama de Acelerao de Crescimento (PAC), o setor de infra-estrutura passou a receber novos investimentos provenientes de recursos do FAT e do FGTS.

    Formas de financiamento

    1) Cobrana direta dos usurios - Taxa ou Tarifa

    Tradicionalmente a modalidade mais importante e funda-mental para o financiamento dos servios pblicos que possam ser individualizados (divisveis) e quantificados. Uma poltica de cobrana (taxa e/ou tarifa) bem formulada pode ser sufi-ciente para financiar os servios e alavancar seus investimentos diretamente ou mediante emprstimos, podendo at mesmo no depender de emprstimos, se esta poltica estabelecer a constituio de fundo prprio de investimentos.

    2) Subvenes pblicas - Oramentos Gerais

    At a dcada de 1970 esta era a forma predominante de financiamento dos investimentos e de custeio parcial dos servios de saneamento, e predomina at hoje no caso dos servios de resduos slidos e de guas pluviais. Recursos com disponibilidade no estvel e sujeitos s restries em razo do contingenciamento na execuo oramentria para garantir os supervits primrios destinado ao pagamento de juros da dvida pblica.

    3) Subsdios tarifrios

    Forma que se aplica quando os servios so prestados para v-rios municpios sob uma mesma gesto. So recursos que integram a estrutura tarifria, ou fiscal, quando decorrerem da alocao de recursos oramentrios, inclusive por meio de subvenes.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    8

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    19

    4) Inverses diretas de capitais pblicos e/ou privados (empresas estatais pblicas ou mistas)

    Atualmente alguns estados ainda utilizam esta forma para financiar os investimentos de suas Companhias.

    5) Emprstimos - capitais de terceiros (Fundos e Bancos)

    Entre as dcadas de 70 e 80, era a forma predominante de financiamento dos investimentos nos servios de saneamento, com recursos do FGTS. Estes financiamentos foram retomados timidamente no perodo de 1995 a 1998 e mais fortemente desde 2006, contando desde ento com uma pequena parti-cipao de recursos do FAT (BNDES) e passando a financiar tambm concessionrias privadas.

    6) Concesses e Parceria Pblico Privado (PPPs)

    Concesses municipais a entidades ou companhias estaduais ocorrem desde o sculo 20, com mais nfase a partir da dcada de 1950. A modalidade de concesso foi a forma adotada para via-bilizar os financiamentos dos servios por meio das companhias estaduais. A partir de 1995, alguns municpios, diretamente ou com interveno dos estados, passaram a adotar a concesso a empresas privadas como alternativa de financiamento dos servios. As PPPs foram reguladas recentemente e ainda pouco utilizada como forma de financiamento dos servios, principalmente pelos Estados.

    7) Proprietrio do imvel urbano - aquisio ou contri-buio de melhoria

    Definido pela Lei Federal 6.766 que regulamenta o Parcelamen-to do Solo Urbano, transferindo para o loteador/empreendedor a responsabilidade pela implantao da infraestrutura de saneamento - basicamente redes e ligaes e, em certos casos, unidades de pro-duo/tratamento. A contribuio de melhoria prevista na Consti-tuio e no Cdigo Tributrio e uma alternativa pouco utilizada de financiamento dos investimentos em infraestrutura urbana. Aplicvel para reas urbanas j ocupadas que no dispem dos servios.

  • 20

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    20

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    Gesto do servio

    Os estados constituram empresas pblicas ou sociedades de economia mista (Companhias Estaduais de Saneamento B-sico - CESBs), que prestam o servio nos municpios, mediante a celebrao de contratos de concesso. Este modelo se con-solidou no Pas em virtude aos critrios para destinao dos financiamentos do FGTS, que foram reservados exclusivamen-te s empresas estaduais. A atuao das empresas estaduais abrange 75% dos municpios.

    Os contratos de concesso entre as empresas estaduais e os municpios so muito vagos. No h normas sobre a estru-tura tarifria ou sobre as obrigaes da empresa. Na prtica, o servio prestado como se fosse de competncia estadual, inexistindo qualquer regulao municipal. A estrutura tarifria a mesma em todos os municpios de cada Estado, no se considerando os custos reais do servio.

    A maioria das atuais concesses foi celebrada pelo perodo de vign-cia de trinta anos e esto prximos de terminarem. Muitas cidades op-taram por desvincular-se da companhia estadual, na esperana de poder oferecer servios de melhor qualidade com tarifas menores. O principal motivo dessa deciso o modelo de subsdios cruzados adotado pelas companhias estaduais. Neste modelo, no existe contabilidade separada para cada municpio e a tarifa igual para todo o estado.

    Alguns municpios criaram rgos prprios para a gesto do saneamento, que podem ser departamentos da administrao direta ou de autarquias. O principal estmulo para essa deciso a imunidade tributria atribuda constitucionalmente a essas pessoas de direito pblico.

    Atualmente, existem 27 Cesbs responsveis pelo atendimento a mais de 3.700 municpios. Por outro lado, cerca de 1.300 mu-nicpios possuem seus prprios sistemas de saneamento, sendo conhecidos como municpios ou sistemas autnomos.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    8

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    21

    TarifasO quadro institucional dos servios de gua e esgotos no Brasil

    torna difcil avaliar as polticas tarifrias nele praticadas, isto por que:

    Cada empresa estadual tem uma poltica tarifria aplicada sobre os municpios em que opera, sem nenhuma vinculao com os outros estados e com os municpios que prestam dire-tamente os servios.

    Cada municpio que presta diretamente os servios de sa-neamento tem poltica prpria de cobrana. Muitas cidades aplicam taxas em vez de tarifas e h casos, inclusive, de muni-cpios que no cobra por esses servios, sendo estes mantidos com recursos oramentrios.

    Em muitos municpios, a prestao dos servios de gua e esgoto feita por modelos diferentes. Exemplo: prestao dire-ta de abastecimento de gua e concesso estadual ou privada para esgotamento sanitrio.

    Muitos municpios tm adotado em sua poltica o benefcio de tarifa social para pessoas que comprovem baixa renda, vi-sando aumentar a viabilidade da capacidade de pagamento dos servios prestados, permitindo a insero cidad dessa popula-o perante o direito aos servios de saneamento.

    Os custos dos servios variam de municpio para municpio, em virtude da maior ou menor facilidade de se obter gua potvel, da existncia de tratamento de esgotos, do relevo e do solo serem mais ou menos favorvel instalao de redes, entre diversos outros fatores.

    A estrutura tarifria utilizada para aplicao da tarifa de gua e esgotos aos usurios do sistema de abastecimento de gua e esgotamento sanitrio. Em tese o preo nela especificado corresponde aos servios de produo e distribuio da gua, coleta e disposio dos esgotos. Alm destes servios, seriam levados em considerao diversos fatores, como previso para

  • 22

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    22

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    devedores e amortizao das despesas, quantidade consumida, categorias (residencial, comercial, industrial ou pblica) e con-dio econmica do usurio. A cobrana visaria compatibilizar a viabilidade econmica da empresa com os aspectos sociais dos servios de saneamento.

    O valor da tarifa da gua progressivo, variando de acordo com o consumo. Cada casa ou apartamento registrado como uma unidade consumidora (economia), e o valor por m3 para cada economia aumenta medida que aumenta o consumo.

    Em geral, o volume mnimo faturado de 10 m3. Assim, se a residncia consome 7 m3 de gua em um ms, o volume co-brado em sua fatura de 10 m3. O valor da tarifa progressivo e baseado no princpio da induo ao uso racional de gua, para reprimir o desperdcio. Assim, quem consome mais, paga mais.

    Clculo da ContaPara chegar ao valor que o consumidor ir pagar pelo ser-

    vio, deve-se:

    1) Distribuir o volume faturado nas faixas de consumo da estrutura tarifria da companhia.

    2) Multiplicar o resultado da distribuio dos volumes, pelo valor da tarifa correspondente de cada faixa.

    3) Somar os resultados obtidos no clculo anterior, ob-tendo o valor da conta de gua da casa.

    4) No caso de residncias atendidas com coleta de esgoto, deve-se multiplicar o valor da conta da gua por um determinado percentual para o clculo da conta de esgoto. Este percentual dife-re de empresa para empresa.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    8

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    23

    Programa de Acelerao do Crescimento (PAC)

    O PAC foi lanado pelo Governo brasileiro, em 2007, visando investir em infraestrutura e medidas econmicas para estimular os setores produtivos e, ao mesmo tempo, levar benefcios so-ciais para todas as regies do Pas, at 2010. Nesta etapa, foram destinados R$ 40 bilhes somente para o setor de saneamento.

    Em maro de 2010, o Governo Federal lanou a segunda fase do Programa original, denominado de PAC 2, com propostas de reviso e complementao das aes da primeira fase. Foi estabe-lecido que os projetos a serem includos neste programa seriam selecionados por meio do dilogo com os estados e municpios. Nesta fase, devero ser investidos mais R$ 40 bilhes.

    No contexto do PAC, as obras de saneamento bsico esto inseridas no principal dos cinco blocos que compem o Progra-ma, que aquele que est voltado infraestrutura social, e inclui obras de habitao e transportes. Os recursos devem ser aplica-dos em obras de coleta e tratamento de esgoto, abastecimento de gua, drenagem e destinao final de lixo.

    Balano

    De acordo com o 11 Balano oficial do Governo Federal, de 4 anos do PAC, referente ao perodo 2007-2010:

    No total do PAC, incluindo obras em todas as reas, 67,5% das aes estariam concludas at o final de 2010. No setor de saneamento foram investidos R$ 1,5 bilho em 1.225 empreen-dimentos e ainda que 95% das obras j estavam contratadas at aquele momento, correspondendo a R$ 37,9 bilhes do valor total de R$ 40 bilhes previsto no incio do PAC.

    O valor das contrataes com recursos e financiamento ao setor pblico em municpios com mais de 50 mil habitantes superou 100% do previsto. Nos municpios com menos de 50

  • 24

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    24

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    mil habitantes, os contratos com recursos do PAC atingiram 95% do total previsto.

    Os casos em que houve menor avano foram os de contratos com financiamento ao setor privado, que atingiram apenas 45% de contratao em relao ao que estava previsto.

    A maioria das obras de saneamento nos municpios com mais de 150 mil habitantes j foi iniciada, mas que na maioria dos estados existem poucas obras em estgio avanado.

    Houve significativo avano na contratao das obras, especial-mente naquelas com repasse de recursos do OGU e financiamento ao setor pblico, enquanto que nos casos de financiamento para o setor privado, as contrataes esto bem mais atrasadas.

    O ritmo de execuo, porm, est bem mais lento que as ex-pectativas de forma geral. No final de 2009, 67% das obras contra-tadas de saneamento estariam concludas at o final de 2010, cor-respondendo a 30% do valor dos investimentos contratados nos municpios com mais de 150 mil habitantes, mas em dezembro de 2010, demonstra que apenas 8% das obras foram concludas, correspondendo a apenas 3% do valor de investimento.

    No final de 2010 ainda havia 15% das obras de Saneamento no iniciadas nos municpios com mais de 150 mil habitantes.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    8

    Abastecimento de gua

    A gua elemento essencial vida vegetal e ani-

    mal. O homem necessita de gua de qualidade ade-quada e em quantidade suficiente para atender as ne-cessidades, para proteo da sade e para propiciar o desenvolvimento econmico.

    O sistema de abastecimento de gua pode ser con-cebido e projetado para atender a pequenos povoados ou a grandes cidades, variando nas caractersticas e no porte de suas instalaes. Caracteriza-se pela cap-tao da gua da natureza, adequao de sua qualida-de ao padro potvel, transporte at os aglomerados humanos e fornecimento populao em quantidade compatvel com suas necessidades.

  • 26

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    26

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    26

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    Aspectos sanitrio e social

    Controlar e prevenir doenas.Implantar hbitos higinicos na populao como, por exemplo, a lavagem das mos, o banho e a limpeza de utenslios e higiene do ambiente.Facilitar a limpeza pblica.Facilitar as prticas desportivas.Propiciar conforto, bem-estar e segurana.Aumentar a esperana de vida da populao.

    Aspectos econmicos

    Aumentar a vida mdia pela reduo da mortalidade.Aumentar a vida produtiva do indivduo, por meio do aumento da vida mdia ou pela reduo do tempo perdido com doena.Facilitar a instalao de indstrias, inclusive a de turismo, e consequentemente ao maior progresso das comunidades.Facilitar o combate a incndios.Mais fcil proteger o manancial.Mais fcil supervisionar o sistema do que fazer super-viso de grande nmero de mananciais e sistemas.Mais fcil controlar a qualidade da gua consumida.Reduo de recursos humanos e financeiros (economia de escala).

    Margem leste da Lagoa Olho Dgua - Comunidade Buenos Aires - Jaboato dos Guararapes PE

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    8

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    2727

    Os sistemas individuais so solues precrias para os cen-tros urbanos, pois essas fontes encontram, geralmente, expostas a altos nveis de contaminao; embora indicados para as reas rurais onde a populao dispersa e, tambm, para as reas perifricas de centros urbanos, para comunidades urbanas com caractersticas rurais ou, ainda, para as reas urbanas, como solu-o provisria, enquanto se aguardam solues mais adequadas. Mesmo para pequenas comunidades e para reas perifricas, a soluo coletiva , atualmente, possvel e economicamente inte-ressante, desde que se adotem projetos adequados.

    A Lagoa Olho Dgua considerada a maior lagoa de formao de restinga em rea urbana do Brasil

    A gua na natureza

    A gua abrange quase quatro quintos da superfcie terrestre; desse total, 97,0% referem se aos mares e os 3% restantes s guas doces. Entre as guas doces, 2,7% so formadas por geleiras, vapor de gua e lenis existentes em grandes profun-didades (mais de 800m), no sendo economicamente vivel seu aproveitamento para o consumo humano.

    Em consequncia, constata-se que somente 0,3% do volume total de gua do planeta pode ser aproveitado para nosso consumo, sendo 0,01% encontrada em fontes de superfcie (rios, lagos) e o restante, ou seja, 0,29%, em fontes subterrneas (poos e nascentes).

  • 28

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    28

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    28

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    A gua subterrnea vem sendo acumulada no subsolo h sculos e somente uma pequena frao acrescentada anual-mente pelas chuvas ou retirada pelo homem. Em compensao, a gua dos rios renovada quase 31 vezes, anualmente.

    A precipitao mdia anual, na terra, de cerca de 860 mm. Entre 70% e 75% dessa precipitao voltam atmosfera como evapotranspirao.

    Ilustrao - Ciclo hidrolgico

    Sistemas de abastecimentoA gua no encontrada pura na natureza. Ao cair em for-

    ma de chuva, j carrega impurezas do prprio ar. Ao atingir o solo seu grande poder de dissolver e carregar substncias altera ainda mais suas qualidades.

    A gua prpria para o consumo humano chama-se gua potvel. Para ser considerada como tal ela deve obedecer a padres de potabilidade. Se ela tem substncias que modificam estes padres ela considerada poluda. As substncias que indicam poluio por matria orgnica so: compostos nitroge-nados, oxignio consumido e cloretos.

    Em algumas localidades a obteno de gua feito por poos. Esse sistema mais utilizado nas reas urbanas no servidas por sistemas pblicos de abastecimento, e tambm em zonas rurais.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    8

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    2929

    Para o abastecimento de gua, a melhor sada a soluo coletiva, excetuando-se comunidades rurais muito afastadas. As partes do sistema de gua so:

    1) Manancial

    2) Captao

    3) Aduo

    4) Tratamento

    5) Reservao

    6) Reservatrio de gua tratada de jusante

    7) Distribuio

    Ilustrao Esquema da coleta, tratamento e distribuio da gua

    As redes de abastecimento funcionam sob o princpio dos vasos comunicantes.

    A gua necessita de tratamento para se adequar ao consumo. Mas, todos os mtodos tm suas limitaes, por isso no pos-svel tratar gua de esgoto para torn-la potvel. Os mtodos vo desde a simples fervura at correo de dureza e corroso. As estaes de tratamento se utilizam de vrias fases de decantao e filtrao, alm de clorao.

  • 8Esgotamento

    sanitrio

    Esgoto o termo usado para as guas que, aps a

    utilizao humana, apresentam as suas caractersticas naturais alteradas. Conforme o uso predominante: co-mercial, industrial ou domstico essas guas apresen-taro caractersticas diferentes e so genericamente designadas de esgoto, ou guas servidas.

    A devoluo das guas residuais ao meio ambiente dever prever o seu tratamento, seguido do lanamento adequado no corpo receptor que pode ser um rio, um lago ou no mar atravs de um emissrio submarino.

    As guas residuais podem ser transportadas por tubulaes diretamente aos rios, lagos, lagunas ou mares ou levado s estaes de tratamento, e depois de tratado, devolvido aos cursos dgua.

    Os dejetos humanos podem ser veculos de ger-mes patognicos de vrias doenas, entre as quais febre tifide e paratifide, diarrias infecciosas,

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    32

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    amebase, ancilostomase, esquistossomose, tenase, ascari-dase, etc. Por isso, torna-se indispensvel afastar as possi-bilidades de seu contato com:

    homem;

    guas de abastecimento;

    vetores (moscas, baratas);

    alimentos.

    Por causa da falta de medidas prticas de saneamento e de educao sanitria, grande parte da populao tende a lanar os dejetos diretamente sobre o solo, criando, desse modo, si-tuaes favorveis a transmisso de doenas.

    Sob o aspecto sanitrio, o destino adequado dos dejetos humanos visa, fundamentalmente, ao controle e preveno de doenas a eles relacionadas.

    As solues a serem adotadas tero os seguintes objetivos:

    evitar a poluio do solo e dos mananciais de abastecimento de gua; evitar o contato de vetores com as fezes; propiciar a promoo de novos hbitos higinicos na populao; promover o conforto e atender ao senso esttico.

    A ocorrncia de doenas, principalmente as doenas infecciosas e parasit-rias ocasionadas pela falta de condies adequadas de destino dos dejetos, podem levar o homem a inatividade ou reduzir sua potencialidade para o trabalho. Assim sendo, so considerados os seguintes aspectos:

    aumento da vida mdia do homem, pela reduo da mortalidade em conseqncia da reduo dos casos de doenas; diminuio das despesas com o tratamento de doenas evitveis; reduo do custo do tratamento da gua de abastecimento, pela preven-o da poluio dos mananciais; controle da poluio das praias e dos locais de recreao com o objetivo de promover o turismo; preservao da fauna aqutica, especialmente os criadouros de peixes.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    33

    Tipos de esgotos

    a) esgotos domsticos: provm, principalmente, de residn-cias, estabelecimentos comerciais, instituies ou qualquer edi-ficao que dispem de instalaes de banheiros, lavanderias e cozinhas. Compem-se essencialmente da gua de banho, excretas, papel higinico, restos de comida, sabo, detergentes e guas de lavagem;

    b) esgotos industriais: compreendem os resduos orgnicos, de indstria de alimentos, matadouros, etc; as guas residu-rias agressivas, procedentes de indstrias de metais, etc; as guas residurias procedentes de indstrias de cermica, gua de refrigerao, etc;

    c) guas pluviais: so as guas procedentes das chuvas;

    d) gua de infiltrao: so as guas do subsolo que se in-troduzem na rede.

    Galeria pluvial aberta na cidade de Embu das Artes

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    34

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    Tipos de sistemas

    Existem solues para a retirada do esgoto e dos dejetos, havendo ou no gua encanada.

    1) Sistema unitrio - a coleta do esgoto pluvial, domsti-cos e industriais em um nico coletor. Em reas rurais, onde as casas ficam to distantes umas das outras, a instalao de um sistema de esgoto muito cara. extremamente comum o uso de fossas spticas.

    Uma fossa sptica simplesmente um grande tanque de con-creto ou ao enterrado no quintal ou em algum outro ponto do terreno. O tanque pode conter 4 mil litros de gua. Os dejetos entram no tanque por uma extremidade e saem pela outra.

    2) Sistema misto - a rede recebe o esgoto sanitrio e uma parte de guas pluviais.

    3) Sistema separador - os esgotos domstico e industrial ficam separados do esgoto pluvial. o sistema usado no Brasil. O custo de implantao menor, pois as guas pluviais no so to prejudiciais quanto o esgoto domstico. Assim como o esgoto industrial nem sempre pode se juntar ao esgoto sanit-rio sem tratamento especial prvio.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    35

    Fases de tratamento

    Pr-tratamento

    Nessa fase, designada por pr-tratamento ou tratamento preliminar, o esgoto sujeito aos processos de separao dos slidos mais grosseiros:

    Gradeamento que pode ser composto por grades grossei-ras, grades finas e/ou peneiras rotativas,

    Desarenamento nas caixas de areia;

    Desengorduramento nas chamadas caixas de gordura ou em pr-decantadores. Nesta fase, o esgoto preparado para as fases de tratamento subsequentes, podendo ser sujeito a um pr-arejamento e a uma equalizao tanto de caudais como de cargas poluentes ou resduos.

    Tratamento primrio

    Apesar de o esgoto apresentar um aspecto ligeiramente me-lhor aps a fase de pr-tratamento, possui ainda praticamente inalteradas as suas caractersticas poluidoras. Segue-se, pois, o tratamento propriamente dito. A primeira fase de tratamento designada por tratamento primrio, onde a matria poluente separada da gua por sedimentao. Este processo exclusiva-mente de ao fsica pode, em alguns casos, ser ajudado pela adio de agentes qumicos que atravs de uma coagulao/flo-culao possibilitam a obteno de flocos de matria poluente de maiores dimenses e assim mais facilmente decantveis. A eficincia desse processo pode chegar a 60% ou mais depen-dendo do tipo de tratamento e da operao da ETE.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    36

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    Tratamento secundrio

    O chamado processo de tratamento secundrio geralmente um processo biolgico, do tipo iodo ativado ou do tipo filtro bio-lgico, onde a matria orgnica (poluente) consumida por micro-organismos nos chamados reatores biolgicos. Estes reatores so normalmente formados por tanques com grande quantidade de mi-cro-organismos aerbios, havendo a necessidade de promover o seu arejamento. O esgoto sado [do reator biolgico] contem uma gran-de quantidade de microorganismos, sendo muito reduzida a matria orgnica remanescente. A eficincia de um tratamento secundrio pode chegar a 95% ou mais dependendo da operao da ETE. Os micro-organismos sofrem posteriormente um processo de sedimen-tao nos designados sedimentadores (decantadores) secundrios.

    Finalizado o tratamento secundrio, as guas residuais tra-tadas apresentam um reduzido nvel de poluio por matria orgnica, podendo na maioria dos casos, serem despejadas no meio ambiente receptor.

    Tratamento tercirio

    Normalmente antes do lanamento final no corpo recep-tor, necessrio proceder desinfeco das guas residuais tratadas para a remoo dos organismos patognicos ou, em casos especiais, remoo de determinados nutrientes, como o nitrognio e o fsforo, que podem potenciar, isoladamente e/ou em conjunto, a eutrofizao das guas receptoras.

    Remoo de nutrientes

    A emisso em excesso do nitrognio e de fsforo pode provocar o acmulo de nutrientes. Esse fenmeno chamado de eutrofizao, que encoraja o crescimento excessivo (chamado bloom) de algas e cia-nobactrias (algas azuis). A maior parte destas algas morre, porm a decomposio delas por bactria remove o oxignio da gua e os peixes

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    37

    morrem. Alm disso, algumas espcies de algas produzem toxinas que contaminam as fontes de gua potvel (as chamadas cianotoxinas).

    H diferentes processos para remoo de nitrognio e fsforo:

    A desnitrificao requer condies anxicas (ausncia de oxig-nio) para que as comunidades biolgicas apropriadas se formem. A desnitrificao facilitada por um grande nmero de bactrias. Mtodos de filtragem em areia, lagoa de polimento, etc podem re-duzir a quantidade de nitrognio. O sistema de lodo ativado, se bem projetado, tambm pode reduzir significante parte do nitrognio.

    A remoo de fsforo, que pode ser feita por precipitao qu-mica, geralmente com sais de ferro ou de alumnio. O lodo qumico resultante difcil de tratar e o uso dos produtos qumicos caro. Apesar disso, a remoo qumica de fsforo requer equipamentos muito menores que os usados por remoo biolgica.

    Desinfeco

    A desinfeco das guas residuais tratadas pretende remover os orga-nismos patognicos. O mtodo de clorao contribui significativamente na reduo de odores em estaes de tratamento de esgoto. Entre os processos artificiais o de menor custo e de elevado grau de eficincia em relao a outros processos como a ozonizao que bastante dispendio-sa e a radiao ultravioleta, que no aplicvel a qualquer situao.

    Ilustrao da ETE: Esquema de estao de tratamento de esgoto

  • 38

  • 8Reflexos do saneamento na sociedade

    O acesso ao abastecimento de gua atinge pata-

    mares mais altos e muitos municpios j atingiram a universalizao desse servio. Assim, o ndice de atendimento da populao no abastecimento de gua atingiu 81,7% em 2009, o atendimento na coleta de esgoto atende 44,5%.

    A populao urbana atendida pelos servios de gua atingiu 95,2% em 2009. No caso dos servios de esgoto, a situao contnua precria, pois apenas metade (50,6%) da populao atendida.

    Nos anos de 2007 e 2008, o Brasil regis-trou uma forte acele-rao na queda do d-ficit de acesso rede

    SNIS

    Sistema Nacional de Informaes sobre Saneamento (SNIS) foi criado pelo governo federal em1996 como parte do Programa de Moderniza-o do Setor Saneamento (PMSS). O SNIS est vinculado Secretaria Nacional de Saneamento Ambien-tal do Ministrio das Cidades.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    40

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    de esgoto, da ordem de 4,18% ao ano. Para alcanar a meta do milnio do acesso ao saneamento, o Brasil precisaria ter expandido a rede em 2,77% ao ano no perodo 1990-2015.

    Os nmeros do SNIS mostram que realmente ocorreu um avano nos ltimos cinco anos: o investimento aumentou e os ndices de atendimento da populao nos servios de gua e esgoto sem dvida melhoraram. Contudo, o dficit ainda bastante elevado e longa a distncia ser percorrida at a para a universalizao dos servios. O avano dos ltimos anos ocorreu de maneira desigual entre as regies.

    A pesquisa A Falta que o Saneamento Faz, do Instituto Trata Brasil e realizada pelo Centro de Polticas Sociais da Fundao Ge-tlio Vargas, revela que se mantidos os investimentos no setor, ser possvel reduzir o dficit metade em 16 anos, ou seja, a meta definida pela ONU para 2015 ser alcanada com dez anos de atra-so. O Plano de Acelerao do Crescimento (PAC), a criao do Ministrio das Cidades e a nova Lei do Saneamento foram vitais para a evoluo no setor.

    De acordo com a pesquisa, 49,1% da populao brasileira no dispem de acesso rede de esgoto. Pela primeira vez na histria do Pas, mais da metade da populao atendida pela rede. O estudo aponta tambm que desde 2007 h uma acele-rao na velocidade da reduo do dficit.

    Porm, a taxa de reduo do dficit at o ano de 2006 foi de apenas 1,31% ao ano o que levaria 56 anos para cumprir a meta da ONU. Um ritmo pelo menos um tero mais lento do que o do combate pobreza, que de 4,2% ao ano. Ainda se-gundo o levantamento, entre

    PESQUISA

    A Falta que o Saneamento Faz

    A pesquisa considerou os dados do ltimo Censo Demogrfico, da Pesquisa Nacional de Saneamento Bsico (PNSB), do Censo Escolar e da Pesquisa Nacional por Amos-tra de Domiclios (PNAD) 2008.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    41

    os servios pblicos disponibilizados aos domiclios brasileiros, a rede de esgoto ainda o que tem a menor taxa de acesso, ape-nas 51%. Por outro lado, 98,6% dos lares contam com energia eltrica. A rede de gua atende 82% das casas enquanto a coleta de lixo atinge 79,09% dos domiclios.

    Sade

    A rea da sade sofre uma profunda influncia negativa da falta de saneamento bsico. O acesso ao saneamento reduz uma srie de enfermidades, que reflete desde no aproveitamen-to escolar das crianas at na produtividade do trabalhador.

    De vrias formas a gua pode afetar a sade do homem: pelo consumo direto, na preparao de alimentos; na higiene pessoal, na agricultura, na limpeza do ambiente, nos processos industriais ou nas atividades de lazer. Os riscos para a sade associados com a gua podem ser de duas categorias:

    Relacionados com a ingesto de gua contaminada por agen-tes biolgicos (bactrias, vrus e parasitos), atravs de contato direto, ou por meio de insetos vetores que necessitam da gua em seu ciclo biolgico;

    Resultados de poluentes qumicos e radioativos, geralmente efluen-tes de esgotos industriais, ou causados por acidentes ambientais.

    Os principais agentes biolgicos encontrados nas guas conta-minadas so as bactrias patognicas, os vrus e as parasitas. As bactrias patognicas encontradas na gua e/ou alimentos consti-tuem uma das principais fontes de morbidade e mortalidade.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    42

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    Transmisso Doena Agente Patognico

    Pela gua

    CleraFebre tifideLeptospiroseGiardaseAmebaseHepatite infecciosaDiarria aguda

    Vibrio choleraeSalmonella typhiLeptospira interrogansGiardia lambliaEntamoeba histolyticaHepatite ABalantidium coli, Cryptosporidium, Baccilus cereus, S. aureus, Campylo-bacter, E. coli enterotoxognica e enteropatognica, Shigella, Yersinia enterocolitica, Astrovirus, Calicivirus, Norwalk, Rotavirus A e B

    Pela falta de limpeza ou de higienizao com a gua

    EscabiosePediculose (piolho)TracomaConjuntivite bacteria-na agudaSalmoneloseTricuraseEnterobaseAncilostomaseAscaridase

    Sarcoptes scabieiPediculus humanusClamydia trachomaHaemophilus aegyptiusSalmonella typhimuriumTrichuris trichiuraEnterobius vermicularesAncylostoma duodenaleAscaris lumbricoides

    Atravs de vetores que se relacionam com a gua

    MalriaDengueFebre amarelaFilariose

    lasmodium vivax, P. malarie e P. falciparumGrupo B dos arbovrusRNA vrusWuchereria bancrofti

    Associada gua Esquistossomose Schistosoma mansoni

    De acordo com o estudo Esgotamento Sanitrio Inadequado e Impactos na Sade da Populao, desenvolvido pelos pesquisa-dores Denise Maria Penna Kronemberger e Judicael Clevelrio Jnior a pedido do Instituto Trata Brasil, as diarrias - sintoma comum de uma infeco gastrointestinal causada por uma ampla gama de agen-tes patgenos, incluindo bactrias, vrus e protozorios - respondem por mais de 80% das doenas relacionadas ao saneamento bsico inadequado, sendo responsveis tambm por mais da metade dos gastos com esse tipo de enfermidade. As crianas de at 5 anos so

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    43

    o grupo mais vulnervel s diarrias e representam mais de 50% das internaes por esse tipo de enfermidade.

    J o levantamento Os benefcios da expanso do sanea-mento no Brasil estima que o nmero de infeces gastroin-testinais em crianas e jovens at 14 anos, em um municpio de 100 mil habitantes sem coleta de esgoto, seria de 450 casos/ ano. Se o mesmo municpio tivesse 100% de coleta de esgoto, esse nmero cairia para 229. O saneamento no extingue a do-ena, mas reduz a sua incidncia de forma muito expressiva.

    O custo de uma internao por infeco gastrintestinal no Sistema nico de Sade (SUS), em 2009, foi de cerca de R$ 350 na mdia nacional. Gerando uma despesa da ordem de R$ 161 milhes/ano, apenas para tratar no hospital das pessoas infectadas. Esse valor no considera a compra de medicamen-tos para o tratamento ps-hospitalizao ou a despesa com o retorno ao mdico.

    PESQUISAOs benefcios da expanso do saneamento no Brasil

    Pesquisa do Instituto Trata Brasil com a colaborao e pesquisa da Fundao Getulio Vargas.

    A anlise dos efeitos do saneamento sobre a sade partiu do cruzamento de informaes municipais de sade, de acesso a esgoto e indicadores so-cioeconmicos. O banco de dados reuniu informaes de 5.289 munic-pios, no perodo de 1999 a 2007, so-bre: (i) o nmero de internaes por infeces gastrintestinais1 em diferen-tes faixas etrias; (ii) o nmero de bi-tos causadas por essas doenas tam-bm por faixas etrias; (iii) o nmero

    de profissionais de sade mdicos, enfermeiros e outros profissionais de clnicas, hospitais e postos de sade; (iv) a renda do municpio (PIB) a pre-os constantes; e (v) a populao do municpio. Os dados de internaes e bitos foram obtidos no DATASUS.As informaes de populao e PIB fo-ram trazidas das Contas Municipais do IBGE. Os dados de profissionais vieram da base de dados RAIS - Caged, do Ministrio do Trabalho e Emprego.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    44

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    O acesso ao saneamento levaria a reduo de casos, que refletiria tambm nos custos do SUS. A diminuio de 462 mil casos por ano para 343 mil possibilitaria uma economia de R$ 745 milhes em internao ao longo dos anos.

    Rede de ensino

    Apenas 39,58% das escolas do Pas esto ligadas ao servio de coleta de esgoto. Crianas que vivem ou estudam em reas sem saneamento bsico tm reduo de 18% no aproveitamen-to escolar quando comparadas com crianas que tm acesso aos servios, por que faltam mais.

    Nas escolas brasileiras a falta de rede de esgoto mais intensa que os demais servios pblicos, como rede de abas-tecimento de gua, com alcance de 62,64%; energia eltrica 88,24%; e coleta de lixo 62,93%.

    Produtividade do trabalhador

    A implantao da rede de esgoto reflete positivamente na qualidade de vida do trabalhador gerando o aumento da sua produtividade e da renda, alm de contribuir para a valorizao dos imveis, de acordo com a pesquisa Benefcios econmicos da expanso do saneamento bsico, feita pelo Instituto Trata Brasil e a Fundao Getlio Vargas (FGV).

    A pesquisa revela ainda que, por ano, 217 mil trabalhadores pre-cisam se afastar de suas atividades devido a problemas gastrointes-tinais ligados a falta de saneamento. A cada afastamento perde-se 17 horas de trabalho em mdia. A probabilidade de uma pessoa com acesso a rede de esgoto faltar as suas atividades por diarria 19,2% menor do que uma pessoa que no tem acesso rede.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    45

    Aumento da renda

    Por outro lado, ao ter acesso rede de esgoto, um trabalha-dor aumenta sua produtividade em 13,3% permitindo assim o crescimento de sua renda na mesma proporo. A estimativa que a massa de salrios, que atualmente gira em torno de R$ 1,1 trilho, se eleve em 3,8%, provocando um aumento na renda de R$ 41,5 bilhes por ano.

    Efeito imobilirio

    A universalizao do acesso rede de esgoto pode ainda proporcionar uma valorizao mdia de at 18% no valor dos imveis. Essa valorizao no sentida igualitariamente por todos os proprietrios de imveis. Os avanos na qualificao do espao urbano provocados pelos investimentos em infraes-trutura implicam a valorizao dos imveis, principalmente nos pertencentes s famlias de menor rendimento, cuja moradia quase que exclusivamente o nico patrimnio.

    A pesquisa estima que a valorizao dos imveis alcance R$ 74 bilhes, valor 49% maior que o custo das obras de saneamen-to avaliado em R$ 49,8 bilhes. Essa valorizao ter efeitos dife-renciados em cada estado da Federao. Os estados com maior deficincia so os que teriam o maior volume de ganhos.

    Alm disso, uma parte do valor investido em saneamento retornar aos cofres pblicos na forma de impostos - Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto Sobre Transfern-cia de Bens Imveis (ITBI). Em longo prazo, o acesso rede de esgoto implicaria um aumento na arrecadao do IPTU na mesma proporo do valor mdio dos imveis, um ganho esti-mado de R$ 385 milhes ao ano. O crescimento esperado do ITBI ser superior a R$ 80 milhes por ano.

  • Glossrio

    A

    Abastecimento de gua - Abastecimento atravs de Rede Geral (com ou sem canalizao interna), Poo ou Nascente (com ou sem canalizao interna), ou outra condio (gua proveniente de carro-pipa, chuva, fonte pblica e poo ou torneira localizados fora do domiclio). Os sistemas de abastecimento de gua (SAA) so obras de engenharia que, alm de assegurar o conforto s populaes e prover parte de infraestrutura das cidades, visam prioritariamente su-perar os riscos sade impostos pela gua. Um siste-ma de abastecimento de gua, em geral composto por: manancial, captao, aduo, tratamento, reser-vao ou reservatrio, rede de distribuio e ligaes prediais, estaes elevatrias ou de recalque.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    48

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    Aduo - Transporte de gua do manancial ao tratamento ou da gua tratada ao sistema de distribuio.

    Adutora de gua Bruta - Canal, galeria ou encanamento destinado a conduzir a gua da captao, antes de receber qualquer tipo de tratamento, at a estao de tratamento.

    Adutora de gua Tratada - Canal, galeria ou encanamento destinado a conduzir a gua da estao de tratamento aos re-servatrios de distribuio, depois de receber tratamento.

    gua potvel - gua potvel aquela que pode ser consumi-da sem riscos sade e sem causar rejeies ao consumo.

    gua tratada - gua a qual tenha sido submetida a um pro-cesso de tratamento, com o objetivo de torn-la adequada a um determinado uso.

    Amostra para anlises de qualidade - Amostra da gua distribuda para consumo, coletada com a finalidade de serem realizadas determinaes fsico-qumico-bacteriolgicas para monitoramento da sua qualidade.

    Autarquia - Entidade com personalidade jurdica de direito pblico, criada por lei especfica, com patrimnio prprio, atri-buies pblicas especficas e capacidade de auto administrar-se sob controle federal, estadual ou municipal.

    Autorizao de despesa - Autorizao legislativa para a rea-lizao de despesa, concedida por meio da lei oramentria ou leis e medidas provisrias relativas a crditos adicionais, ou ainda pela lei de diretrizes oramentrias, no que se refere, no ltimo caso, execuo provisria at a aprovao do oramento.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    49

    C

    Captao - Conjunto de equipamentos e instalaes utilizado para a retirada de gua do manancial. Compreende a primeira unidade do sistema de abastecimento, que se classifica em: superficial, subterrnea, poo profundo e poo raso.

    Captao Superficial - Captao de gua de diferentes cursos dgua, como rio, crrego, ribeiro, lago, lagoa, aude, represa etc., que tm o espelho dgua na superfcie do terreno.

    Captao Subterrnea - Basicamente fazem uso de aqferos confinados e no confinados, denominados, respectivamente, artesianos e freticos.

    Captao de Poo Profundo - Captao de gua de lenis situados entre as camadas impermeveis.

    Captao de Poo Raso - Captao de gua de lenol freti-co, ou seja, de gua que se encontra acima da primeira camada impermevel do solo.

    Cloro Residual Livre - Indica a quantidade de cloro presen-te na rede de distribuio, adicionado no processo de desin-feco da gua.

    Cobertura - Oferta sistematizada de servios bsicos que sa-tisfaam s necessidades de uma populao (gua e esgoto, saneamento bsico, transportes, etc.).

    Coleta - o conjunto de atividades para remoo dos resduos devidamente acondicionados e ofertados, mediante o uso de veculos apropriados para tal.

    Coleta de Esgoto Sanitrio - Classificao dos tipos de co-letores para transporte de esgoto sanitrio em: rede unitria ou

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    50

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    mista; rede pblica para coleta de guas de chuva ou galerias pluviais; rede separadora; rede pblica para coleta e transporte, separadamente, de guas de chuva e esgoto sanitrio; rede con-dominial; rede interna que traz todas as contribuies do prdio at o andar trreo e liga-se rede da rua em um nico ponto.

    Coliformes - As bactrias do grupo coliformes habitam nor-malmente o intestino de homens e animais, servindo, portanto, como indicadores da contaminao de uma amostra de gua por fezes. Como a maior parte das doenas associadas com a gua transmitida por via fecal, isto , os organismos pato-gnicos, ao serem eliminados pelas fezes, atingem o ambiente aqutico, podendo vir a contaminar as pessoas que se abastece de forma inadequada dessa gua, a presena de coliformes na gua um indicador de risco de transmisso dessas doenas.

    Coliformes Totais - Indicam presena de bactrias na gua que no necessariamente representam problemas para a sade. As bactrias do grupo coliforme so bacilos gram-negativos, aerbios ou anaerbios facultativos, no formadores de esporos, oxidase negativos, capazes de desenvolver-se na presena de sais biliares ou agentes tensoativos que fermentam a lactose com produo de cido, gs e aldedo a 35,0 0,5 C em 24-48 horas e que podem apresentar atividade da enzima -galactosidase.

    Comits de Bacias Hidrogrficas - Constituem fruns in-tersetoriais na medida em que agregam representantes dos governos federal, estadual e municipal de diversos setores (sa-neamento, meio ambiente, sade, agricultura, planejamento, turismo, energia, sociedade civil organizada, dentre outros). A composio dos comits inclui representantes dos governos estadual, municipal e da sociedade civil organizada.

    Contaminao - O fenmeno da contaminao consiste na introduo de substncias que provocam alteraes prejudiciais ao uso do ambiente aqutico, caracterizando assim a ocorrn-

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    51

    cia da poluio. Os agentes contaminantes de maior impor-tncia so a matria orgnica, os organismos patognicos, os compostos organossintticos e os metais pesados.

    Controle da Qualidade da gua para Consumo Humano - Conjunto de atividades, exercidas de forma contnua pelo(s) res-ponsvel (is) pela operao de sistema ou soluo alternativa de abastecimento de gua, destinadas a verificar se a gua fornecida populao potvel, assegurando a manuteno dessa condio.

    Crdito de Contas a Receber - Saldo bruto dos valores a receber no ltimo dia do ano de referncia, em decorrncia do faturamento dos servios de gua e esgoto (receita operacional direta) e dos outros servios, tais como ligaes, religaes, con-servao e reparo de hidrmetros (receita operacional indireta).

    D

    Distribuio de gua - Conduo da gua para as edifica-es e os pontos de consumo por meio de canalizaes insta-ladas em vias pblicas.

    Doenas Relacionadas gua - So enfermidades transmiti-das pelo contato, ou ingesto de gua contaminada ou por ve-tores que se procriam na gua. Tais doenas se subdividem em: transmitidas pela via feco-oral, controladas pela limpeza com gua (associadas ao abastecimento insuficiente de gua); por verminoses que tem parte de seu ciclo de vida infeccioso no ambiente aqutico e por vetores que se relacionam com a gua.

    Doenas Transmitidas pela Via Feco-Oral (alimentos ou gua contaminados por fezes) - O organismo patognico (agen-te causador de doena) ingerido (ex. leptospirose, amebase diarrias e disenterias, como a clera e a giardase).

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    52

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    Doenas Controladas pela Limpeza com gua (associa-das ao abastecimento insuficiente de gua) - A falta de gua e a higiene pessoal insuficiente criam condies favorveis para sua disseminao, por exemplo, a Febre Tifide (gua), C-lera e outras Diarrias (gua), Hepatite A (gua), Ascaridase (gua), Tricurase (gua) e Ancilostomase (gua e solo).

    Doenas Transmitidas por Verminoses que em parte de seu Ciclo de Vida Infeccioso no Ambiente Aqutico (uma parte do ciclo de vida do agente infeccioso ocorre em um ani-mal aqutico) - So doenas provocadas por verminoses cuja ocorrncia est ligada ao meio hdrico na medida em que uma parte do ciclo de vida do agente infeccioso passa-se no ambien-te aqutico. Associadas gua (uma parte do ciclo da vida do agente infeccioso ocorre em um animal aqutico). O patognico penetra pela pele ou ingerido. (ex. esquistossomose).

    Doenas Transmitidas por Vetores que se Relacionam com a gua - As doenas so propagadas por insetos que nascem na gua ou picam perto de corpos dgua (Ex. malria, febre amarela e dengue).

    Dotao oramentria - o valor monetrio autorizado, consignado na lei do oramento (LOA), para atender uma de-terminada programao oramentria.

    E

    Economia - Moradias, apartamentos, unidades comerciais, salas de escritrio, indstrias, rgos pblicos e similares, existentes numa determinada edificao, que so atendidos pelos servios de abastecimento de gua e/ou de esgotamento sanitrio.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    53

    Emissrio - Coletor que recebe o esgoto de uma rede coletora e o encaminha a um ponto final de despejo ou de tratamento.

    Empenho Global - Modalidade de empenho da despesa destinado a atender despesa com finalidade determinada e quantificada, mas cuja liquidao e pagamento devam ocorrer em vrias parcelas no decorrer do exerccio medida que partes ou etapas pr-definidas da obrigao sejam cumpridas. Modalidade excepcional prevista no artigo 60, 3, da Lei Federal n. 4.320, de 17 de maro de 1964.

    Empenho Ordinrio - Modalidade de empenho relativa aos gastos com finalidade determinada, de valor previamente co-nhecido e que deva ser liquidado e pago de uma nica vez. Modalidade geral do empenho, tal como previsto nos artigos 58 a 60 da Lei Federal n. 4.320, de 17 de maro de 1964.

    Empenho por Estimativa - Modalidade de empenho da des-pesa destinado a atender despesa, cujo montante no possa ser determinado com antecedncia, ocorrendo tipicamente em despesas de carter repetitivo e de valor varivel (ex: tarifas gua, energia eltrica e telefonia; despesas com combustveis e cpias de documentos, cujo valor exato no passvel de ser previsto com antecedncia, a despeito da relativa regularidade com que ocorrem). Modalidade excepcional prevista no artigo 60, 2, da Lei Federal n. 4.320, de 17 de maro de 1964.

    Empresa Privada - Empresa com capital predominante ou inte-gralmente privado, administrada exclusivamente por particulares.

    Empresa Pblica - Entidade paraestatal, criada por lei, com perso-nalidade jurdica de direito privado, com capital exclusivamente pbli-co, de uma s ou de vrias entidades, mas sempre capital pblico.

    Esgotamento Sanitrio - Conjunto de obras e instalaes destinadas coleta, transporte, afastamento, tratamento e dis-posio final das guas residurias da comunidade, de uma forma adequada do ponto de vista sanitrio.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    54

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    Estao de Tratamento - Conjunto de instalaes, dispositi-vos e equipamentos destinados ao tratamento. Quando dedicada a tratar gua bruta para uso pblico ou industrial, chama-se es-tao de tratamento de gua (ETA); para tratamento de esgotos domsticos, estao de tratamento de esgotos (ETE); para es-gotos industriais, estao de tratamento de despejos industriais (ETDI) ou estao de tratamento de efluentes industriais (ETEI).

    ETA - Denominao abreviada de Estao de Tratamento de gua, vlida para todos os tipos de tratamento, exceto aqueles simplificados, que se enquadram como UTS.

    ETE - Denominao abreviada de Estao de Tratamento de Esgoto, vlida para todos os tipos de tratamento.

    Estao Elevatria - O conjunto de dispositivos e equipa-mentos que recebem as guas do esgoto e as recalcam ao destino adequado.

    Extravasamento de Esgoto - Fluxo indevido de esgotos ocorrido nas vias pblicas, nos domiclios ou nas galerias de guas pluviais, como resultado do rompimento ou obstruo de redes coletoras, interceptores ou emissrios de esgotos.

    Extravasor - Estrutura ou canalizao destinada a escoar o excesso de gua de uma rede coletora ou de um reservatrio.

    F

    Fluoretao - Adio de flor na gua para a preveno da crie dentria.

    Formas de abastecimento de gua - Classificao da pro-venincia da gua utilizada no domiclio particular permanente em: rede geral - quando o domiclio, ou o terreno ou a pro-

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    55

    priedade em que est localizado, est ligado rede geral de abastecimento de gua; poo ou nascente (na propriedade) - quando o domiclio servido por gua de poo ou nascente localizado no terreno ou na propriedade onde est construdo; outra - quando o domiclio servido de gua de reservatrio (ou caixa), abastecido com guas das chuvas, por carro-pipa ou, ainda, por poo ou nascente, localizados fora do terreno da propriedade onde est construdo.

    Fossa Sptica - Cmara subterrnea de cimento ou alvenaria, onde so acumulados os esgotos de um ou vrios prdios e onde os mesmos so digeridos por bactrias aerbias e anae-rbias. Processada essa digesto, resulta o lquido efluente que deve ser dirigido a uma rede ou sumidouro.

    Fossa Negra - uma fossa sptica, uma escavao sem re-vestimento interno onde os dejetos caem no terreno, parte se infiltrando e parte sendo decomposta na superfcie de fundo. No existe nenhum deflvio.

    Fossa Seca - So escavaes, cujas paredes so revestidas de tbuas no aparelhadas com o fundo em terreno natural e cobertas na altura do piso por uma laje onde instalado um vaso sanitrio.

    G

    Grau de Tratamento - Medida de remoo efetuada por um processo de tratamento com referncia a slidos, matria org-nica, bactrias ou qualquer outro parmetro especfico indica-dor de poluio.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    56

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    I

    Incidncia de Doenas - Nmero de casos novos de uma doena, ocorridos em uma populao particular durante um perodo especfico de tempo.

    Indicadores - Os indicadores so ferramentas utilizadas com o intuito de caracterizar uma situao existente, possibilitando, as-sim, comparaes entre situaes diversas, grupos especficos ou populaes. Os indicadores podem ainda ser utilizados para a ava-liao de atividades, permitindo constatar mudanas com o passar do tempo. Eles tm o objetivo de gerar informaes, que, por sua vez, constituem subsdio essencial tomada de decises.

    Indicadores Epidemiolgicos - so aqueles que caracteri-zam o perfil de morbimortalidade da populao, possibilitando a avaliao de suas condies de sade.

    Infraestrutura Urbana - Conjunto de obras que constituem os suportes do funcionamento das cidades e que possibilitam o uso urbano do solo, isto , o conjunto de redes bsicas de conduo e distribuio, rede viria, gua potvel, redes de esgotamento, energia eltrica, gs, telefone, entre outras, que viabilizam a mobilidade das pessoas, o abastecimento e a descarga, a dotao de combustveis bsicos, a conduo das guas, a drenagem e a retirada dos despejos urbanos.

    Instalao Sanitria ou Escoadouro - Banheiro ou instalao sanitria o local que tenha, pelo menos, um espao (vaso sanitrio, buraco etc.) destinado a receber dejetos humanos. Os lavabos s so considerados como banheiros quando, alm da pia, possuem vaso sanitrio. Os existentes na parte externa so considerados quando constituem parte integrante do domiclio.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    57

    Interceptor - a canalizao a que so ligados transversalmen-te vrios coletores com a finalidade de captar a descarga de tem-po seco, com ou sem determinada quantidade de gua pluvial proveniente do sistema combinado ou unitrio de esgotos.

    Internao - Uma internao considerada como um perodo usado para diagnstico ou tratamento em unidade hospitalar, para a qual foi emitida uma Autorizao de Internao Hospitalar (AIH). O nmero de internaes num determinado municpio num ano no necessariamente corresponde ao nmero de pes-soas que se adoentaram naquele perodo, j que a mesma pessoa pode se internar diversas vezes pela mesma causa e outras pes-soas, que apresentam quadros clnicos menos graves podem no se internar, mesmo que doentes. Esse caso bastante comum em doenas que podem ter um tratamento em casa, como o Dengue, a Hepatite ou Esquistossomose.

    L

    Lanamento de Esgoto em Cursos dgua - Lanamento do esgoto sanitrio diretamente em rios, lagos, mar etc.

    Ligao - Ramal predial conectado rede de distribuio de gua ou rede coletora de esgoto. Pode estar ativa ou inativa.

    Ligao de gua - Conjunto de dispositivos que interliga a canalizao distribuidora da rua e a instalao predial podendo ter ou no hidrmetro.

    Liquidao - Um dos estgios da despesa. a verificao do implemento de condio, ou seja, verificao objetiva do cum-primento contratual.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    58

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    M

    Manancial - Fonte de onde se retira a gua. Pode ser subterr-neo, no caso de poos ou superficial no caso de rios e lagoas.

    Monitoramento da Qualidade da gua - um dos instru-mentos de verificao da potabilidade da gua e de avaliao dos riscos que os sistemas e as solues alternativas de abaste-cimento de gua possam representar para a sade humana.

    Morbidade - Pode ser definida como a estimativa quantitativa da freqncia de agravos, incluindo as medidas de incidncia e de prevalncia.

    Mortalidade - Avalia o risco de morte a que est sujeita uma determinada populao.

    O

    Obras e Instalaes - Despesas com estudos e projetos; aqui-sio de imveis necessrios realizao de obras (Pargrafo 4 do artigo 12, da Lei n 4.320/64); incio, prosseguimento e concluso de obras; pagamento de pessoal temporrio no pertencente ao quadro da entidade e necessrio realizao destas obras; pagamento de obras contratadas. Instalaes que sejam incorporveis ou inerentes ao imvel, tais como elevado-res, aparelhagem para ar condicionado central, etc.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    59

    P

    Pagamento - Um dos estgios da despesa. a emisso do cheque ou ordem bancria em favor do credor. A classificao da despesa em estgios tem natureza terica ou doutrinria (ainda que as etapas de empenho, liquidao e pagamento estejam bem individualizadas na Lei Federal 4.320, de 17 de maro de 1964), o que faz com que existam ligeiras diferenas na literatura tcnica sobre detalhes em sua conceituao ou aplicao.

    Percolado - termo empregado para caracterizar a mistura entre o chorume e a gua de chuva que percola no aterro.

    Prestador de Servios de Saneamento - Entidade legal-mente constituda para administrar servios e operar sistemas de abastecimento de gua e de esgotamento sanitrio.

    pH - O potencial hidrogninico (pH) representa a intensidade das condies cidas ou alcalinas do meio lquido por meio da medio da presena de ons de hidrognio (H+). Valores de pH menores que 7 indicam guas com caractersticas cidas e valores acima de 7 indicam guas bsicas.

    Poluio - O termo poluio provm do verbo latino pollu-re, que significa sujar. Em um conceito mais amplo, a poluio indica a ocorrncia de alteraes prejudiciais no meio, seja ele gua, ar ou solo. Fala-se ento de uma poluio aqutica, at-mosfrica ou do solo. Em relao qualidade da gua para o consumo humano este conceito deve ser entendido como perda de qualidade da gua, ou seja, alteraes em suas carac-tersticas que comprometam um ou mais usos do manancial.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    60

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    Q

    Qualidade Fsica da gua de Consumo Humano - Consiste na identificao de parmetros que representem, de forma indire-ta, a concentrao de slidos - em suspenso ou dissolvida - na gua. Esse indicador revela, por um lado, a qualidade esttica da gua, cuja importncia sanitria reside no entendimento de que guas com inadequado padro esttico, mesmo microbiologica-mente seguras, podem conduzir os consumidores a recorrerem a fontes alternativas menos seguras. Por outro lado, guas com elevado contedo de slidos comprometem a eficincia da de-sinfeco, ou seja, nesse caso slidos podem se mostrar associa-dos presena de microorganismos.

    Qualidade Qumica da gua de Consumo Humano - aferida pela prpria identificao do componente na gua, por meio de mtodos laboratoriais especficos. Tais componentes qumicos no devem estar presentes na gua acima de certas concentraes determinadas com o auxlio de estudos epide-miolgicos e toxicolgicos. As concentraes limites tolerveis significam que a substncia, se ingerida por um indivduo com constituio fsica mediana, em certa quantidade diria, duran-te um determinado perodo de vida, adicionada exposio esperada da mesma substncia por outros meios (alimento, ar, etc.), submete esse indivduo a um risco inaceitvel de acome-timento por uma enfermidade crnica resultante.

    Queda (Em reservatrio de hidreltrica) - Diferena entre o nvel dgua mximo do reservatrio e o nvel dgua normal do canal de fuga da usina.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    61

    R

    Racionamento de gua - Interrupo do fornecimento de gua em decorrncia de problemas na reservao; capacidade de tratamento insuficiente; populao flutuante; problemas de seca/estiagem. O racionamento pode ser: constante, independente da poca do ano; todos os anos na poca da seca; esporadicamen-te, em poca de seca.

    Receita Operacional Direta - Valor faturado anual decor-rente das atividades-fim do prestador de servios, resultante da exclusiva aplicao das tarifas. Resultado da soma da Receita Operacional Direta de gua, Receita Operacional Direta de Es-goto e Receita Operacional Direta de gua Exportada.

    Receita Operacional Direta de gua - Valor faturado anual decorrente da prestao do servio de abastecimento de gua, resultante exclusivamente da aplicao de tarifas, excludos os valores decorrentes da venda de gua exportada no atacado (bruta ou tratada).

    Receita Operacional Direta de Esgoto - Valor faturado anual decorrente da prestao do servio de esgotamento sani-trio, resultante exclusivamente da aplicao de tarifas.

    Receita Operacional Indireta - Valor faturado anual decor-rente da prestao de outros servios vinculados aos servios de gua ou de esgotos, mas no contemplados na tarifao, como taxas de matrcula, ligaes, religaes, sanes, conser-vao e reparo de hidrmetros, acrscimos por impontualidade, e outros.

    Receita Operacional Total (Direta + indireta) - Valor fa-turado anual decorrente das atividades-fim do prestador de ser-

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    62

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    vios. Resultado da soma da Receita Operacional Direta (gua, Esgoto e gua Exportada) e da Receita Operacional Indireta

    Receita Operacional Direta de gua Exportada (Bruta ou tratada) - Valor faturado anual decorrente da venda de gua, bruta ou tratada, exportada no atacado para outros agentes dis-tribuidores. Corresponde receita resultante da aplicao de tari-fas especiais ou valores estabelecidos em contratos especiais.

    Rede Coletora de Esgoto - Conjunto de tubulaes ligadas s unidades ou prdios, que conduz o esgoto sanitrio at o ponto de tratamento ou de lanamento final.

    Rede Geral de Abastecimento de gua - Conjunto de tubu-laes interligadas e instaladas ao longo das vias pblicas ou nos passeios, junto s unidades ou prdios, e que conduz a gua aos pontos de consumo, como moradias, escolas, hospitais etc.

    Represa - Obra de engenharia destinada acumulao de gua para diversos fins, o que obtido pelo represamento dos rios, originando-se da grandes lagos artificiais que, por vezes, causam srios transtornos e inconvenientes ecolgicos, como recrudescimento de endemias e at mesmo abalos ssmicos.

    Reservatrio - Lugar onde a gua acumulada para servir s mltiplas necessidades humanas, em geral formado pela cons-truo de barragens nos rios ou pela diverso da gua para depresses no terreno ou construdo como parte de sistemas de abastecimento de gua

    Rede de Distribuio - A rede de distribuio consiste na lti-ma etapa de um sistema de abastecimento de gua, constituin-do-se de um conjunto de condutos assentados nas vias pblicas ou nos passeios, aos quais se conectam os ramais domiciliares. Dessa forma, a funo da rede de distribuio conduzir as guas tratadas aos pontos de consumo, mantendo suas caracte-rsticas de acordo com o padro de potabilidade.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    63

    Risco - Definido como uma caracterstica de uma situao ou ao em que dois ou mais efeitos so possveis, mas que o efeito particular que ocorrer incerto e pelo menos uma das possibilidades indesejvel (Covello e Merkhofer, 1993) (decreto 5.440 /2005). Por tanto, risco est associado probabilidade de ocorrncia de um efeito. O conceito de risco aplicado em epidemiologia, apesar de polmico, pode ser traduzido como a possibilidade de um evento ocorrer. Essa definio baseia-se na teoria das probabilidades, surgida na Frana do sculo 17. Nesse contexto, risco traduz a possibilidade de prever determinadas situaes ou eventos por meio do conhecimento ou da possibi-lidade de conhecimento dos parmetros de uma distribuio de probabilidades de acontecimentos (Freitas e Gomes, 1997).

    S

    Saneamento - O controle de todos os fatores do meio fsico do homem que exercem efeito deletrio sobre seu bem-estar fsico, mental ou social.

    Saneamento Bsico - a soluo dos problemas relaciona-dos estritamente com abastecimento de gua e disposio dos esgotos de uma comunidade. H quem defenda a incluso do lixo e outros problemas que terminaro por tornar sem sentido o vocbulo bsico do ttulo do verbete. As aes, servios e obras considerados prioritrios em programas de sade pblica, notadamente o abastecimento pblico de gua e a coleta e o tratamento de esgotos.

    Sistema de Abastecimento de gua - Conjunto de ca-nalizaes reservatrios e estaes elevatrias destinados ao abastecimento de gua.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    64

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    Sistema de Distribuio de gua - Parte fsica do Sistema de Abastecimento de gua, constituda de instalaes e equi-pamentos, considerados a partir da sada da(s) unidade(s) de tratamento, destinados a armazenar e transportar gua potvel a uma comunidade.

    Sistema de Esgotos - o conjunto de dispositivos e equi-pamentos empregados para coletar e transportar a um local adequado as guas servidas, assim como as guas excedentes da superfcie ou do subsolo. No primeiro caso, temos os esgo-tos sanitrios, em cujo sistema se inclui o tratamento da gua poluda, de modo a evitar a contaminao do meio pelos ger-mes nela contidos. Os sistemas para afastamento das guas de superfcie so os esgotos pluviais, que podem tambm receber guas oriundas do subsolo. Muitas vezes, o sistema de esgotos serve, pelo menos em parte, para a conduo simultnea das guas poludas e das guas pluviais. Os sistemas combinados ou unitrios renem e transportam em conjunto os despejos domiciliares, industriais e as guas pluviais e de qualquer ori-gem. Dos sistemas separadores, h um que conduz os despe-jos sanitrios (domiciliares e industriais) e outro destinado as guas de superfcie e subsolo.

    Sistema de Esgotos - Designa coletivamente todas as uni-dades necessrias ao funcionamento de um sistema de coleta, transporte, tratamento e disposio final dos esgotos de uma rea ou de uma comunidade.

    Sistema de Tratamento de Esgoto - Conjunto de dispo-sitivos e equipamentos destinados ao tratamento de esgotos sanitrios gerados por ocasio da instalao da atividade ou na sua fase de operao.

    Sistema Unitrio de Esgotos - aquele em que as guas resi-durias so coletadas juntamente com as guas pluviais; as gale-rias de guas pluviais fazem parte deste sistema.

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    65

    Soluo Alternativa de Abastecimento de gua para Consumo Humano - Toda modalidade de abastecimento co-letivo de gua distinta do sistema de abastecimento de gua, incluindo, entre outras, fonte, poo comunitrio, distribuio por veculo transporta em regime de concesso ou permisso, instalaes condominiais horizontal e vertical.

    Soluo Alternativa Individual de Abastecimento de gua - toda e qualquer soluo alternativa de abastecimento de gua que atenda a um nico domiclio.

    Sumidouro - Em engenharia sanitria Poo destinado a re-ceber o efluente da fossa sptica e permitir sua infiltrao sub-terrnea.

    T

    Tarifa - A tarifa o preo cobrado do usurio do servio p-blico pelo servio a ele prestado. o meio ordinrio de remu-nerao do concessionrio de servio pblico, embora o poder pblico dela possa valer-se quanto aos seus servios quando no sujeitos remunerao decorrente de imposio tributria vinculada, como ocorre, por exemplo, com a taxa.

    Taxa de Urbanizao - Indicador que mede o crescimento percentual da populao que vive em ncleos urbanos, em rela-o populao total considerado em perodos determinados, geralmente anuais, deduzido dos perodos intercensuais que se consideram a cada dez anos.

    Tratamento - Processo artificial de depurao e remoo das impurezas, substncias e compostos qumicos de gua captada dos cursos naturais, de modo a torn-la prpria ao consumo

  • MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    66

    MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASILMANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL MANUAL DO SANEAMENTO BSICO - TRATA BRASIL

    humano, ou de qualquer tipo de efluente liquido, de modo a adequar sua qualidade para a disposio final.

    Tratamento Aerbio - O mesmo que tratamento por oxida-o biolgica, em presena de oxignio.

    Tratamento Complementar do Esgoto Sanitrio - Classi-ficao dos tipos de tratamento complementar do esgoto sa-nitrio em: desinfeco, processo destinado a destr