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MANUAL DO PROFESSOR São Paulo - 2018 PNLD 2018 Literário ENY MAIA

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MANUAL DO PROFESSOR

São Paulo - 2018

PNLD 2018 Literário

ENy MAiA

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MANUAL DO PROFESSOR: ciNcO giRAFAS NO ESPAçO

ObjEtivOS DO MANUAL DO PROFESSORO Manual do Professor é um material de apoio e tem por objetivo ser utilizado pelo docente, em correspondência com o Livro do Estudante (Cinco girafas no espaço), para aperfeiço-ar-se, expandir seus estudos, preparar os planos de aulas e de avaliação formativa e suprir as dificuldades de aprendiza-gem dos estudantes.Para os anos iniciais do Ensino Fundamental, o Manual do Professor deve estar em consonância com a Base Nacional Comum Curricular/BNCC.

FichA técNicALivro: Cinco girafas no espaçoAutor: Caio Riter (nome literário)Ilustradora: Lúcia Brandão (nome literário)Editora: BirutaLocal e ano de publicação: São Paulo, 2017.Número de páginas: 38Categoria Fundação Biblioteca Nacional: Literatura infantojuvenil

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ORgANizAçãO DO MANUAL DO PROFESSOR

Este material de apoio está organizado de forma a abranger os seguintes elementos:

I – Proposições gerais.

(A) Considerações sobre autor, ilustradora e obra.Objetivo: contextualizar autor, ilustradora e obra.(B) Considerações para a motivação do/a estudante para a lei-tura da obra.Objetivo: motivar o/a estudante para leitura da obra.(C) Considerações sobre a adequação da obra à categoria, ao(s) tema(s) e ao gênero literário (de acordo com o Edital).Objetivo: justificar a pertença da obra aos seus respectivos tema(s), categoria e gênero literário.(D) Subsídios, orientações e propostas de atividades para o uso da obra em sala de aula.Objetivo: apresentar subsídios, orientações e propostas de atividades para o uso da obra em sala de aula.

II - Considerações sobre o material de apoio para pré-leitura, leitura e pós-leitura.

Objetivo: apresentar orientações para as aulas de língua por-tuguesa que preparem os/as estudantes tanto para a leitura da obra em foco (material de apoio pré-leitura), quanto para a retomada e problematização da referida obra (material de apoio pós-leitura).

III - Considerações sobre a abordagem interdisciplinar da obra.

Objetivo: apresentar orientações gerais para aulas de outros componentes ou áreas, a fim de que sejam trabalhados temas e conteúdos presentes na obra em questão, com vistas a uma abordagem interdisciplinar.

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(A) Considerações sobre autor, ilustradora e obra.

Sobre o autorJosé Carlos Dussarrat Riter, que adotou o nome literário de Caio Riter, nasceu em 24 de dezembro de 1962, em Porto Ale-gre, no Rio Grande do Sul. É Bacharel em Comunicação So-cial (com habilitação em Jornalismo) pela Pontifícia Univer-sidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e licenciado em Letras (Língua Portuguesa e Literatura) pela Faculdade Porto-Alegrense de Educação, Ciências e Letras (FAPA/RS).

Caio Riter é mestre e doutor em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É professor de Língua Portuguesa e de Redação.

Escreve desde 1994 e tem mais de 60 livros infantojuvenis publicados. Ganhou vários prêmios, entre eles o Orígenes Lessa, concedido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), em virtude da publicação da obra Sete pa­tinhos na Lagoa (Editora Biruta).

Várias obras de Caio Riter receberam o selo de “Altamente Recomendável”; o autor foi também finalista do prêmio Jabuti com títulos de várias editoras.

Sobre a ilustradoraLúcia Brandão (nome literário) nasceu em São Paulo em 24 de dezembro de 1959. Mais tarde, mudou-se para Avaré, ci-dade do interior do Estado de São Paulo, onde vive até hoje.

Iniciou o seu trabalho artístico na linha do realismo, mas foi aperfeiçoando o seu estilo, buscando o lúdico, as emoções, e descobriu, então, um mundo rico e desconhecido. Afirma Lúcia: “Hoje consigo fazer desenhos entre o realismo e o lú-dico, o que me traz muita alegria compartilhada com os lei-

i: PROPOSiçõES gERAiS

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tores”, e complementa: “Caros leitores, nunca pensem que não sabem desenhar. Respeitem o seu traço, o seu jeito e desenhem muito, seus desenhos serão os mais lindos do mundo”.

(B) Considerações para a motivação do estudante para a leitura da obra.

O livro Cinco girafas no espaço conta a história das persona-gens Marias, representadas por cinco simpáticas girafas, que andam zanzando pelo espaço sideral.

A narrativa, organizada em versos rimados, explora o ima-ginário infantil, convidando as crianças a mergulhar no mundo da fantasia, em que tudo é possível. É um livro que fala de encontros e desencontros e da alegria que eles pro-porcionam.

A obra estimula a imaginação e o envolvimento com a leitu-ra, por meio de versos e rimas, que conduzem o leitor por uma aventura espacial cheia de perigos. Ao final, todas as personagens conseguem ser salvas, graças à solidariedade de cada uma. As protagonistas girafas, com características peculiares, desenvolvem uma grande amizade.

As ilustrações estilizadas trazem metáforas que represen-tam a viagem dos animais no espaço sideral, alimentando a curiosidade sobre o que está tão longe e tão perto.

(C) Considerações sobre a adequação da obra à categoria, ao(s) tema(s) e ao gênero literário (de acordo com o Edital).

Da categoria A obra está inscrita na Categoria 4: obras literárias voltadas para estudantes do 1° ao 3° anos do Ensino Fundamental.

De acordo com a BNCC, no Ensino Fundamental – Anos Ini-

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ciais, os componentes curriculares tematizam diversas práticas, considerando especialmente aquelas relativas às culturas infantis tradicionais e contemporâneas. Nesse conjunto de práticas, nos dois primeiros anos desse segmento, o processo de alfabetização deve ser o foco da ação pedagógica. Afinal, aprender a ler e escrever oferece aos estudantes algo novo e surpreendente: amplia suas possibilida­des de construir conhecimentos nos diferentes componentes, por sua inserção na cultura letrada, e de participar com maior autonomia e protagonismo na vida social.

A obra diz respeito ao imaginário infantil contemporâneo e estimula a fruição e o envolvimento com a leitura. O caráter lúdico da narrativa, tanto no que se refere ao trabalho com a Linguagem quanto no que concerne à abordagem temáti-ca, em consonância com as ilustrações, permite enfocar de um modo peculiar o processo de alfabetização.

A ludicidade, segundo a BNCC, é fundamental, nos anos ini-ciais, para promover o desenvolvimento de competências e habilidades emocionais, cognitivas, procedimentais e atitu-dinais das crianças nessa faixa etária.

A obra permite o desenvolvimento, por exemplo, da seguin-te habilidade proposta pela BNCC/LP: Apreciar poemas e outros textos versificados, observando rimas, sonoridades, jogos de pala­vras, reconhecendo seu pertencimento ao mundo imaginário e sua dimensão de encantamento, jogo e fruição.

Do temaDe acordo com o Edital, a obra se enquadra no seguinte te-ma: Diversão e Aventura: ir além da realidade imediata da criança e estimular a imaginação e o envolvimento com a leitura, tanto pelo trabalho com a linguagem quanto pelo desenvolvimento da narrativa.

Por meio de versos, o leitor é conduzido pelas aventuras das girafas, que se tornaram amigas e solidárias.

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Ao estimular a imaginação e o envolvimento com a leitura, a obra permite ir além da realidade imediata da criança construindo um contexto de diversão e aventura.

Do gêneroGênero: poema (poema narrativo infantil).

Trata-se de texto literário narrativo, composto em verso e com rimas, destinado a crianças, com o objetivo de desen-volver a apreciação e a fruição estética de modo a produzir maravilhamento e reflexão a respeito das experiências hu-manas.

Consideraram-se, para a definição da obra no gênero textu-al “poema”, as condições de produção, circulação e recepção da obra, o estilo (a seleção de recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua), as características composicionais (a estrutura particular do texto, narrativa em versos) e o tema (a seleção, a extensão e a profundidade da abordagem do assunto).

De acordo com a BNCC, os gêneros literários estão inseri-dos no CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO, que concerne à participação em situações de leitura, fruição e produção de textos literários e artísticos, representativos da diversidade cultural e linguística, que favoreçam experiências estéticas.

(D) Subsídios, orientações e propostas de atividades para o uso da obra em sala de aula.

O livro Cinco girafas no espaço faz parte do mundo do imagi-nário e apresenta uma dimensão lúdica e de encantamento. Pela tradição artístico-cultural a que se associa, o texto de valor literário tem características próprias, baseadas em convenções discursivas que estabelecem modos e procedi-mentos de leitura bastante particulares (os “pactos de leitu-ra”). Esses modos próprios de ler têm o objetivo básico de

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permitir ao leitor apreender e apreciar o que há de singular num texto cuja intencionalidade não é imediatamente prá-tica, e sim artística.

Em consequência, o leitor literário caracteriza-se como tal por uma competência própria, ao mesmo tempo lúdica (por-que o pacto é ficcional) e estética (dada a intencionalidade artística). Trata-se, portanto, de uma leitura cujo processo de (re)construção de sentidos envolve fruição estética, em diferentes níveis.

A BNCC/LP (Base Nacional Comum Curricular de Lín-gua Portuguesa) organiza a referência curricular em PRÁTICAS DE LINGUAGEM / OBJETOS DE CONHE-CIMENTO / HABILIDADES. Selecionam-se aqui prio-ritariamente aspectos que possam ser relacionados à obra em questão.

LEITURA/ESCUTA (COMPARTILHADA E AUTÔNOMA)Formação do leitor literário

(EF15LP15) Reconhecer que os textos literários fazem par-te do mundo do imaginário e apresentam uma dimensão lúdica, de encantamento, valorizando-os, em sua diversi-dade cultural, como patrimônio artístico da humanidade.

Leitura colaborativa e autônoma (EF15LP16) Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor e, mais tarde, de ma-neira autônoma, textos narrativos de maior porte como contos (populares, de fadas, acumulativos, de assombra-ção, etc.) e crônicas.

Apreciação estética/Estilo (EF15LP17) Apreciar poemas visuais e concretos, obser-

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vando efeitos de sentido criados pelo formato do texto na página, distribuição e diagramação das letras, pelas ilus-trações e por outros efeitos visuais.

Formação do leitor literário/Leitura multissemiótica (EF15LP18) Relacionar texto com ilustrações e outros re-cursos gráficos.

ORALIDADEContagem de histórias

(EF15LP19) Recontar oralmente, com e sem apoio de ima-gem, textos literários lidos pelo professor.

Com o foco na ALFABETIZAÇÃO, a BNCC/LP propõe o se-guinte:

LEITURA/ESCUTA (COMPARTILHADA E AUTÔNOMA) Formação do leitor literário

(EF02LP26) Ler e compreender, com certa autonomia, textos literários, de gêneros variados, desenvolvendo o gosto pela leitura.

Apreciação estética/Estilo (EF12LP18) Apreciar poemas e outros textos versificados, observando rimas, sonoridades, jogos de palavras, reco-nhecendo seu pertencimento ao mundo imaginário e sua dimensão de encantamento, jogo e fruição.

ESCRITA (COMPARTILHADA E AUTÔNOMA) Escrita autônoma e compartilhada

(EF01LP25) Produzir, tendo o professor como escriba, re-contagens de histórias lidas pelo professor, histórias ima-ginadas ou baseadas em livros de imagens, observando a forma de composição de textos narrativos (personagens, enredo, tempo e espaço). (EF02LP27) Reescrever textos narrativos literários lidos pelo professor.

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ANÁLISE LINGUÍSTICA/SEMIÓTICA Formas de composição de narrativas

(EF01LP26) Identificar elementos de uma narrativa lida ou escutada, incluindo personagens, enredo, tempo e es-paço. (EF02LP28) Reconhecer o conflito gerador de uma narra-tiva ficcional e sua resolução, além de palavras, expressões e frases que caracterizam personagens e ambientes.

Formas de composição de textos poéticos (EF12LP19) Reconhecer, em textos versificados, rimas, so-noridades, jogos de palavras, palavras, expressões, com-parações, relacionando-as com sensações e associações.

Formas de composição de textos poéticos visuais(EF02LP29) Observar, em poemas visuais, o formato do texto na página, as ilustrações e outros efeitos visuais.

SUGESTÕES DE ATIVIDADESPara a obra Cinco girafas no espaço, propõe-se o desenvolvi-mento das seguintes atividades, com o objetivo de o estu-dante aprender a apreciar o texto literário construído em versos:

1. Identificar no texto as rimas, as sonoridades, os jogos de palavras e seus efeitos de sentido, e outros criados pelas ilustrações, de modo que o estudante reconheça a obra como pertencendo ao mundo imaginário e sua dimensão de encantamento, jogo e fruição.

2. Identificar os efeitos de sentido criados pelo forma-to do texto na página, distribuição e diagramação das letras, pelas ilustrações e por outros efeitos visuais e relacionar texto verbal com as ilustrações.

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3. Identificar os elementos da narrativa, ou seja, perso-nagens, enredo, tempo e espaço, o conflito gerador e sua resolução.

4. Identificar palavras, expressões e frases que caracte-rizam personagens e ambientes.

5. Avaliar e comentar o texto lido (é importante que o estudante tenha liberdade de se expressar emocional e esteticamente sobre o texto que leu). Depois da leitura, que pode ter sido feita em voz alta pelo professor, os estudantes podem partilhar sua emoção e sua compre-ensão com os colegas, avaliando e comentando afeti-vamente o que leram.

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Sugestões de atividades pré-leitura

Como motivação para a leitura, pode-se ler para os alunos o tex-to abaixo, escrito pelo autor da obra.

Se você gosta de histórias e de rimas,se acha que fantasia com alegria combina,se gosta de contar estrelas no céu,se acredita que ler é bom pra dedéu,se ama bichos espertos e pescoçudos,se acha que ler é viajar por vários mundos,então te apresentamos este livro legal,tem astronautas e uma nave espacial,nela se encontram cinco girafas, cinco Marias,elas viviam no espaço, ora essa, quem diria.E se você quer saber o que depois acontece,Abra este livro e a viagem da leitura comece:

Ué, mas como podem caber cinco girafas num foguete?

Em seguida, pode-se perguntar aos estudantes o que esperam da história, com base nas pistas fornecidas pelo autor.

Perguntar também se eles imaginam quem tenha escrito a his-tória, para quem a escreveu, em que ambientes costumam ser lidas essas histórias. O professor poderá contar aos estudantes algo a respeito do autor: onde nasceu, o que estudou, com que trabalha, etc.

Com essa atividade de reflexão que se propõe ao estudante, para que identifique o suporte, o gênero e contextualize o texto, o pro-fessor tem a intenção de evidenciar a importância de buscar in-formações sobre o autor do texto, a época em que ele foi publica-do, com que objetivos foi escrito. Esses dados permitem situar o

ii: cONSiDERAçõES SObRE O MAtERiAL DE APOiO PARA PRé-LEitURA, LEitURA E PóS-LEitURA

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texto no contexto em que foi produzido e ampliam as possibili-dades de compreensão e de fruição do que vai ser lido, além de contribuir para a formação de um leitor cada vez mais bem in-formado e interessado, mais capaz de tirar proveito do que lê.

Assim, antes da leitura, é interessante propor às crianças tam-bém perguntas como estas:

O texto que vamos ler foi publicado num jornal?Num livro?Num folheto?Numa caixa de brinquedo?

Além disso, é desejável abordar as características gerais do gêne-ro (De que costuma tratar? Como costuma se organizar? Que recursos linguísticos costuma usar e para que servem? Que espécie (o chamado gênero) de texto será essa? Para que ele serve? Al-guém conhece outros textos parecidos com esse? Onde circulam?).

Quando se começa a leitura sabendo “quem escreveu o texto”, “quando escreveu”, “com que objetivos e funções”, “onde circula”, “em que suporte”, “para qual público se destina”, já se define as linhas que vão orientar e facilitar o trabalho de compreensão do texto.

Levantar hipóteses relativas à forma e ao conteúdo do texto é essencial, já que o trabalho com a compreensão pode e deve ser começado antes mesmo que as crianças tenham aprendido a de-codificar e a reconhecer globalmente as palavras.

Até o leitor iniciante pode tentar adivinhar o que o texto diz, pe-la suposição de que alguma coisa está escrita, pelo conhecimento do seu suporte (livro de história) e de seu gênero, pelo conheci-mento de suas funções (informar, divertir, etc.), pelo título, pelas ilustrações.

Antes de começar a leitura, é produtivo elaborar certas hipóteses; por exemplo:

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Este texto trata de que assunto?Será uma história?Será triste?Será engraçada?

A atividade proposta tem a intenção de contextualizar a ativida-de de leitura de uma história, extraída de um livro de literatura infantil; por isso, existe a preocupação de se trabalhar também a capa do livro para que se saiba o que é um livro de histórias, quem é o autor do livro, quem o ilustrou, quem o editou, etc.

Chame a atenção dos estudantes para o nome do livro: O que eles imaginam com base no título? Por quê?

Eis mais alguns possíveis questionamentos a serem feitos:

Você conhece esse(a) autor(a)? Já leu algum livro dele(a)?Você encontrou na capa do livro o nome de quem fez a ilus-tração?Você acha que o título do livro é interessante? Por quê?O que você acha que há em um livro que tem esse nome: “Cinco girafas no espaço”?Você acha que as girafas são as personagens da história? Por quê?Observe com atenção a ilustração que aparece na capa do livro.O que você vê na ilustração?Você conhece o animal que aparece na ilustração? Sabe al-guma coisa sobre ele? O quê?Há apenas um animal na ilustração?Onde você acha que as girafas estão?Onde as personagens moram? Como é o lugar?Que situações são vividas pelas personagens?

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Você acha que existe alguma relação entre o título do livro e a ilustração? Qual?

Proponha, em seguida, a leitura da história.

Sugestões de atividades de leitura

A leitura pode ser feita em voz alta pelo professor, ou em grupos ou individualmente pelos estudantes.

É possível, por exemplo, organizar a sala em um círculo e iniciar a leitura do texto, em voz alta; depois, pedir aos alunos que con-tinuem a leitura em voz alta e apreciem o poema, observando o formato do texto na página, a distribuição e a diagramação das letras, as ilustrações, e que anotem num caderno as palavras eventualmente desconhecidas.

Outra possibilidade de leitura seria a de efetuá-la com interrup-ções. Por exemplo, o professor inicia a leitura (podendo pedir que os estudantes se revezem na atividade) e, em momento que julgar oportuno, faz uma interrupção e pergunta o que eles acham que vai acontecer, como o texto vai prosseguir, e por que pensam assim (com base em que elementos textuais têm essa opinião?).

Para contribuir com o desenvolvimento da capacidade de com-preensão global, o professor pode também orientar os estudantes com mais independência a fazer uma leitura silenciosa do texto todo (ou de trechos), com certa rapidez, sem se perder em deta-lhes. O professor pode, ainda, convidar os estudantes a ler em voz alta, com fluência, ritmo e expressividade, pelo prazer de sentir-se participante do texto – como um narrador.

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Sugestões de atividades pós-leitura

Pode-se realizar uma roda de leitura, que segue procedimentos simples: cada um fala por sua vez e estabelece-se o diálogo com cada depoente que discorre sobre sua experiência de leitura: sua hipótese inicial (a leitura seria prazerosa) cumpriu-se? Que fato-res influenciaram positiva e negativamente a leitura? Se o grupo é numeroso, poderá ser necessário realizar a roda em duas aulas consecutivas para dar tempo a todos de conversar sobre sua lei-tura.

Uma atividade envolvente também é aquela em que os estudan-tes podem partilhar sua emoção e sua compreensão com os cole-gas, avaliando e comentando afetivamente o que leram, fazendo extrapolações (isto é, projetando o sentido do texto para outras vivências, outras realidades), buscando outros textos do mesmo autor, ou sobre o mesmo tema. Espera-se que os estudantes se-jam capazes de fazer extrapolações pertinentes – sem perder o texto de vista.

Também após a leitura, o professor pode propor questões para serem respondidas oralmente por duplas de alunos. Essas ques-tões devem explorar os elementos constitutivos da narrativa: há uma história que está sendo narrada, isto é contada, existe um conflito que precisa ser resolvido; há quem conta esta história – narrador; existem personagens; a história se passa em um deter-minado lugar; os acontecimentos ocorrem num tempo, passado.

Eis algumas questões que podem ser colocadas para os alunos, após a leitura do texto:

Quantas personagens aparecem no texto?Qual é o nome das personagens?Onde as personagens viviam?Onde morava Maria Beatriz antes de conhecer as outras girafas? Como era o ambiente?

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Como era Maria Helena? Que situações são vividas pela personagem?Por que Maria Eduarda precisava deixar o planeta em que morava?Qual girafa tinha feito um curso na NASA? Você sabe o que é NASA?Qual foi o problema enfrentado por Maria Carolina?Quais as relações que se pode observar entre o texto lido e a capa do livro?

No caso do texto Cinco Girafas no Espaço, o professor pode, depois desse debate, verificar se houve palavras desconhecidas. Se exis-tiram dúvidas lexicais, antes de solicitar consulta ao dicionário, pode propor que os alunos tentem inferir o sentido do vocábulo ou da expressão com base no contexto da frase ou do texto.

No que concerne ao enredo de Cinco Girafas no Espaço, a fim de que os alunos reflitam sobre relações de causa e efeito, o profes-sor pode retomar com a classe, por exemplo, os episódios em que algumas girafas corriam perigo e perguntar aos alunos quais eram essas girafas, quais perigos eram esses e o que teria acon-tecido com elas se não tivessem sido salvas.

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Atividade de escrita

Observar com os estudantes que a história Cinco Girafas no Espa­ço é narrada em terceira pessoa. Propor que os alunos criem uma nova história com as girafas e que desta vez uma delas conte as aventuras. Desafiá-los a utilizar versos e rimas para redigir o no-vo fragmento. Esse texto deverá ser planejado com o professor, e o estudante deverá definir, em relação ao texto, a quem se des-tina, qual seu objetivo, em que ambiente irá circular, qual o su-porte. É interessante que o aluno pesquise, em meios impressos ou digitais, os dados necessários para redigir seu texto.

Depois das releituras e das revisões efetuadas com o auxílio do professor, o texto, em sua versão final, poderá ser editado, em suporte manual ou digital.

Em seguida, o professor poderá solicitar que cada aluno escolha um nome artístico e, por fim, que cada um leia para a classe, em momento oportuno, o texto que produziu.

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iii: cONSiDERAçõES SObRE A AbORDAgEM iNtERDiSciPLiNAR DA ObRA

Sugestão para abordagem interdisciplinar

A trajetória da girafa Maria Olália, da solidão à alegria de fazer parte um grupo, pode ser utilizada como um recurso para desen-volver na criança a capacidade de identificar seus próprios sen-timentos e os sentimentos dos demais, percebendo os motivos que aproximam ou separam as pessoas (História, EF02H01). Exemplos de algumas perguntas que podem ajudar nesse proces-so: “Como vocês acham que Maria Olália se sentia antes da che-gada das outras girafas”?” “ Alguém já se sentiu assim? “ Quan-do?” “ A girafa Maria Beatriz estava sozinha em Saturno... Por que ela estava com medo ? O que ela fez ?” As atitudes e sentimentos de cada girafa, antes e depois de unirem, podem ser exploradas, mostrando que, quando ficamos juntos e nos ajudamos mutua-mente, o medo diminui e a felicidade aumenta.

Essa conversa inicial pode conduzir a atividades de Arte. Uma possibilidade: disponibilizar adereços (panos coloridos, bijute-rias, chapéus), para que as crianças se caracterizem como girafas ou “girafos”, colocar um samba para tocar, e pedir que imaginem que estão na festa que Maria Helena organizou na nave da Maria Olália (EF15A13) .

Como forma de ampliar o conhecimento dos estudantes sobre o espaço sideral, com seus planetas, estrelas, constelações, meteo-ros e satélites espaciais propomos atividades de ciências. Uma visita ao planetário, se oportuno, enriquecerá e estimulará a ima-ginação. É possível levar para a sala de aula um mapa do Céu, principalmente do hemisfério Sul, para que as crianças localizem as constelações que podem ser vistas “a olho nu”.

De acordo com a BNCC/Ciências, os estudantes dos anos iniciais se interessam com facilidade pelos objetos celestes, muito por

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Editora Biruta Ltda.Rua Cel. José Eusébio, 95 – Vila Casa 126CEP 01239-030Higienópolis – São Paulo, SP

(11) 3081-5739(11) [email protected]

conta da exploração e valorização dessa temática pelos meios de comunicação, brinquedos, desenhos animados e livros infantis. Dessa forma, a intenção é aguçar ainda mais a curiosidade das crianças pelos fenômenos naturais e desenvolver o pensamento espacial a partir das experiências cotidianas de observação do céu e dos fenômenos a elas relacionados. A sistematização dessas observações e o uso adequado dos sistemas de referência permi-tem a identificação de fenômenos e regularidades que deram à humanidade, em diferentes culturas, maior autonomia na regu-lação da agricultura, na conquista de novos espaços, na constru-ção de calendários, etc.

Talvez seja interessante perguntar às crianças se, como a girafa Maria Olália, gostariam de ser astronautas. A partir daí, investi-gar o que elas já sabem sobre o tema, se reportando ao que veem na televisão, games, cinema... Procure saber se alguma delas já observou o céu à noite e o que viu. É interessante estimular a olharem para o céu e descreverem suas descobertas (EF03C108) De acordo com o interesse delas, alguns filmes ou vídeos especí-ficos sobre viagens espaciais e sobre o cosmos podem ser mos-trados, como este da TV Escola: https://www.youtube.com/watch?­v=SVjbBjS­SKc. Informalmente, é possível estimular a turma a distinguir ficção e realidade, mostrando que na imaginação tudo é possível. Embora as girafas não possam ser astronautas, muitos animais já foram enviados ao espaço com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre a vida no espaço.