manual do professor - pandabooks.com.br do professor_princesa... · informações e leituras para...
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Diretor editorialMarcelo Duarte
Diretora comercialPatth Pachas
Diretora de projetos especiaisTatiana Fulas
Coordenadora editorialVanessa Sayuri Sawada
Assistente editorialOlívia Tavares
RedaçãoSilvana de Oliveira Augusto
Parte integrante do livro A princesa e o pescador de nuvens.Não pode ser vendido separadamente.
2018Todos os direitos reservados à Panda Books.Um selo da Editora Original Ltda.Rua Henrique Schaumann, 286, cj. 41 05413-010 – São Paulo – SPTel./Fax: (11) 3088-8444 [email protected] nosso Facebook, Instagram e Twitter.
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APRESENTAÇÃO DA OBRA
SINOPSE
Princesas, normalmente, passam seus dias à espera de príncipes encantados ou a fugir de
madrastas malvadas e feitiços de bruxas más. Mas para a pequena princesa da coroa de
colheres, os dias são bem diferentes. No alto da torre de seu castelo, a princesa menina
passa seus dias na companhia de um dragão de estimação que vive gripado, a modelar
pequenas porções de nuvens para enfeitar o céu. Imaginando e
assoprando, tirando o que havia de mais e acrescentando
o que havia de menos, ela inventava um elefante alado
com um laço na orelha; uma gota enorme engolindo um
navio com um jabuti bocejando; um cavalo galopan-
te; um diamante gigante. Modelar nuvens é o que ela
mais gostava de fazer, habilidade que aprendera com
seu pai. O rei, para além de carregar a coroa, usava
suas horas livres para remexer suas nuvens, em fun-
dos de gavetas, para soprar sonhos e lançá-los ao céu
nas mais diversas formas de nuvens. A menina passava os
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dias em brancas nuvens, na companhia do seu dragão, no alto da torre, na janela mais alta
que dava para o céu azul. Até que um dia o rei se foi, deixando a pequena sem o pai e
sem porções de nuvens para soprar. Triste e inconformada, a menina princesa se aventura
para fora do castelo, alimentando a esperança de que o rei saíra apenas para caçar nuvens
novas, em algum longínquo lugar, para abastecer suas gaiolas encantadas. Com a ajuda de
seu dragão e as instruções do mago da corte, ela sai em busca do pai, percorrendo paisa-
gens de sonho e aventuras de princesa. Será que ela conseguirá alcançar a montanha da
baleia e encontrar o misterioso pescador de nuvens? Isso é o que saberemos nas páginas
de A princesa e o pescador de nuvens.
O AUTOR
Alexandre Rampazo nasceu em São Paulo, se formou em
Design pela Faculdade de Belas Artes e atuou como artista
visual, mas foi na literatura que encontrou seu maior cam-
po de atuação. Ele se dedica à produção literária para jo-
vens e crianças, tanto ilustrando quando escrevendo suas
próprias histórias.
Rampazo é premiado ilustrador de obras infantojuve-
nis. Recebeu o Jabuti em 2015 pela obra Os olhos cegos dos
cavalos loucos, com texto de Ignácio de Loyola Brandão. Um ano depois ficou em terceiro lu-
gar na categoria paradidático com o livro ilustrado para Bia Bedran, O mundo dos livros. Teve
obras indicadas para o catálogo da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, do IBBY/
FNLIJ’s Selection Bologna Children’s Book Fair e outros catálogos estrangeiros. Seus traba-
lhos foram muito apreciados em exposições coletivas e mostras como o Traçando Histórias,
o Ilustra Brasil e exposições organizadas pela Sociedade dos Ilustradores do Brasil.
O conjunto de sua obra totaliza, hoje, cinquenta publicações entre obras que contam
com suas próprias histórias ou com ilustrações que realizou em parceria com outros escri-
tores. Já ilustrou clássicos da literatura infantojuvenil como Ruth Rocha e Ana Maria Ma-
chado. De sua autoria são os livros A menina que procurava, A menina e o vestido de sonhos,
Um universo numa caixa de fósforos e Me encontre no sexto andar.
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A OBRA EM RELAÇÃO AO GÊNERO, AO TEMA E À BNCC
A obra reapresenta um belíssimo texto, um misto de conto de fadas e literatura fantástica,
recriando em imagens oníricas o triste momento da separação, do luto, da perda do pai
e da conquista de novos sonhos, rituais pelos quais todas as crianças passam ao deixar a
infância. Usando linguagem poética, Alexandre Rampazo traz leveza e cor não só às ima-
gens, mas também ao texto. Transita com tranquilidade entre temas existenciais e o humor
ao trazer, em palavra e imagem, detalhes pitorescos dos gestos e objetos presentes na
vida das crianças: uma colher que guarda poderes mágicos e vira uma coroa; um dragão
que poderia ser assustador não fosse de estimação e vivesse resfriado. O projeto gráfico
é de altíssima qualidade, o que faz com que o momento de ler e de apreciar as ilustrações
sejam extremamente prazerosos para crianças de qualquer idade. Por todas essas quali-
dades, tem um grande potencial educativo para a formação estética e literária de crianças
de 4o e 5o ano.
ORIENTAÇÕES GERAIS
MOTIVAÇÃO PARA A LEITURA: AÇÕES ANTES DE LER A OBRA
A princesa e o pescador de nuvens é um ótimo livro para ser lido no retorno do intervalo,
depois de brincar. Você, professor, pode começar seu trabalho com o livro brincando com
as crianças de observar o céu. Quem nunca brincou de encontrar figuras no desenho das
nuvens brancas em contraste com o azul? Algodão doce, pipoca, urso orelhudo, foca com
bola na ponta do nariz, vestido de rainha... quantas imagens diferentes podemos ver a
partir da mesma nuvem?
De volta à sala, organize a roda de leitura e, relembrando a brincadeira de observar
o céu, convide os alunos a conhecerem a obra. A primeira leitura é a da capa, momento
no qual se pode antecipar o que será encontrado no livro. Mais interessante é deixar
as próprias crianças levantarem as ideias, trocando entre elas as primeiras impressões.
Depois desse momento, caso não tenha surgido espontaneamente na conversa, você
pode chamar a atenção para alguns detalhes: quem é essa menina? Que lugar é esse em
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que ela está? O que há nas gaiolinhas, ao fundo? Que pensamentos e ideias vagueiam
na cabeça dessa menina?
Depois desse primeiro levantamento, é hora de falar um pouco mais do título e do
autor da obra, Alexandre Rampazo. Em seguida, pode dar início à leitura.
AÇÕES DURANTE A LEITURA
Hoje já sabemos que a compreensão leitora se dá por meio de processos de elabora-
ções do sujeito, de articulações significativas em relação às suas representações, histó-
rias de vida, universo de referência e o novo que chega através da história lida. Por isso,
esse momento que se passa no coletivo da escola, quase sempre na roda de histórias,
ainda que seja vivido por todos ao mesmo tempo, é um momento individual. A hora da
leitura é o tempo de construção de sentidos de cada um. Por isso é importante que o
leitor tenha a oportunidade de estar com seus pensamentos, sem interferências. Não é
hora de interromper o importante trabalho dos alunos com explicações sobre o signi-
ficado de palavras possivelmente desconhecidas ou perguntas para checar a compre-
ensão leitora. Durante a leitura é importante apenas garantir acesso ao livro, tempo e
silêncio para a fruição.
Se a escola só possui um exemplar, a leitura pode ser feita por você em voz alta. É de
se esperar que no 4o ou 5o ano, as crianças já tenham desenvolvido concentração suficien-
te para ouvir atentamente uma história longa. Mas, se isso não ocorrer, uma possível inter-
venção é ler o livro em uma semana, dividindo-o em quatro partes, uma parte para cada
dia: a apresentação, da página 1 até a 12, quando o texto é dividido; da 12 até a 18; da
20 até a 26; da 28 até o fim. No quinto dia as crianças podem ser convidadas e recuperar
de memória os melhores momentos da história e você pode reler as passagens favoritas,
antes que a turma se despeça do livro. Mas se a turma já tem proficiência, a leitura pode
ser feita em menos tempo, intercalando momentos de ler juntos na escola e de ler sozinho
em casa.
Se a escola possui um exemplar para cada criança, tanto melhor. As condições de
leitura compartilhada ficam melhor garantidas quando cada criança pode observar as ima-
gens ao mesmo tempo em que escutam a leitura realizada por outros colegas da turma.
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AÇÕES APÓS A LEITURA
Após a leitura, ainda na roda, inicie um segundo momento da construção da capacida-
de de compreensão leitora. Segundo a BNCC, identificar a ideia central do texto, demons-
trando compreensão global (EF35LP03) é uma habilidade da compreensão leitora. Trocar
informações e leituras para se chegar a um consenso sobre a ideia central do texto, pode
ser feito na roda, na importante troca entre leitores numa situação didática específica que
é a leitura compartilhada. Chamamos leitura compartilhada a prática de ler o mesmo texto,
todos juntos, cada um acompanhando no seu livro, e também a construção compartilhada
de sentidos e significados. Como literatura é arte, linguagem aberta, o compartilhamento
de ideias impressões, sentidos e significados na roda se constitui como uma das principais
estratégias para a formação leitora dos alunos no campo artístico-literário. Por isso, con-
versar sobre a literatura é atividade prioritária e imprescindível, porque é nesse momento
que cada aluno pode colocar em jogo os sentidos construídos por ele. Ao compartilhar o
que compreendeu sobre o livro contando aos amigos, ao dizer o que pensou a respeito,
cada um colabora para a ampliação da rede de significados dos outros colegas. E assim
todos os alunos, cada um na sua vez de falar, vão pouco a pouco estabelecendo novos
pontos de vista, novas relações, ampliando a experiência leitora e as possibilidades de
compreensão de um mesmo texto.
Uma característica fundamental da obra A prin-
cesa e o pescador de nuvens é a relação entre texto
e imagem: o texto se completa na ilustração, que
materializa imagens muito potentes do ponto de
vista estético. Por isso, uma interessante proposta
de recuperar o texto pode ser feita a partir da pro-
jeção de imagens do livro em telão. E, para além
de recuperar o texto, pode ser proposto aos alu-
nos montar um álbum digital a partir da criação de
imagens, de interferência sobre fotografias do céu
capturadas em diferentes momentos do dia e ilus-
trações das crianças, de seus sonhos, que podem,
assim, pairar entre nuvens.
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ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS
PROPOSTA DE ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
COM A CABEÇA NAS NUVENS: ESCRITA AUTORAL A PARTIR DE OBRA REFERÊNCIA
• Tempo de desenvolvimento das atividades propostas: 2 semanas
• Habilidades da BNCC mobilizadas:
• Com relação ao objeto Construção do sistema alfabético/ Estabelecimento de rela-
ções anafóricas na referenciação e construção da coesão, pode-se trabalhar a se-
guinte habilidade:
(EF35LP08) Utilizar, ao produzir um texto, recursos de referenciação (por substi-
tuição lexical ou por pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos), vocabu-
lário apropriado ao gênero, recursos de coesão pronominal (pronomes anafóricos)
e articuladores de relações de sentido (tempo, causa, oposição, conclusão, com-
paração), com nível suficiente de informatividade.
• Com relação ao objeto Planejamento de texto/Progressão temática e paragrafação,
pode-se trabalhar a seguinte habilidade:
(EF35LP09) Organizar o texto em unidades de sentido, dividindo-o em pa-
rágrafos segundo as normas gráficas e de acordo com as características do
gênero textual.
• Do campo artístico-literário (campo de atuação relativo à participação em situações
de leitura, fruição e produção de textos literários e artísticos, representativos da
diversidade cultural e linguística, que favoreçam experiências estéticas) sugerimos
o trabalho pedagógico de produção de texto no gênero contos, explorando as se-
guintes habilidades:
(EF35LP25) Criar narrativas ficcionais, com certa autonomia, utilizando detalhes
descritivos, sequências de eventos e imagens apropriadas para sustentar o senti-
do do texto, e marcadores de tempo, espaço e de fala de personagens.
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• Objetivos de aprendizagem: Desenvolver a experiência de escrever autonomamente
uma narrativa ficcional, o que envolve aprender a:
• Planejar o esboço inicial do texto, roteirizando as unidades de sentido apropriando-
-se de normas gráficas e características do gênero textual;
• Utilizar recursos próprio da linguagem escrita com nível suficiente de informatividade;
• Utilizar detalhes descritivos, sequências de eventos e imagens apropriadas para
construir o sentido de texto, inspirando-se na estética da obra referência A princesa
e o pescador de nuvens.
• Conteúdos: Prática de produção de texto autônomo, da esfera artística-literária, a partir
do gênero conto.
Proposta de atividades
A presente proposta visa apoiar a escrita autoral de alunos do 4o e 5o ano, numa atividade
lúdica de interferência sobre a obra A princesa e o pescador de nuvens. Depois de ler e con-
versar sobre os sentidos e a estética do texto, os alunos serão envolvidos num contexto
lúdico que propõe a eles a escrita de um conto, construindo um diálogo entre a persona-
gem principal e o autor do texto, no qual este irá sugerir suas ideias para que a princesa
possa moldá-las em nuvem, soprando-a de volta ao céu. Cada criança precisa escrever seu
próprio texto explorando como seria esse encontro na torre da princesa, atendendo às
características da linguagem e da estética do livro.
Leitura | O trabalho se inicia com a leitura, tal como já foi orientada neste manual. As
rodas de conversa sobre o texto precisam ser bastante exploradas a fim de subsidiar os
alunos com ideias do que podem escrever. O livro A princesa e o pescador de nuvens traz
um conteúdo profundo e de muita relevância para as crianças: a morte e o luto. Temas
tão difíceis de serem tratados, são abordados neste livro com leveza e graça, ajudando
as crianças a encontrarem um lugar simbólico para guardar a memória, a saudade, e aco-
modar a dor da perda. Por tratar do assunto da perda, o livro é bem-aceito entre crianças
que vivem a passagem pela escola no 4o e 5o ano, o que corresponde a momentos impor-
tantes de transição, da passagem de uma etapa a outra da vida, das perdas e conquistas
de novos lugares sociais como, por exemplo: sair do ciclo de alfabetização; deixar a
primeira infância; preparar-se para a mudança de ciclo; ganhar novos professores entre
outros próprios do contexto de vida de toda criança nessa idade. Tudo isso é cenário
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excelente para conversar sobre as questões trazidas pelos alunos e que a literatura tão
bem acomoda.
Além disso, é importante também conversar sobre aspectos formais do texto a partir
de passagens que expressam sutilezas da história como, por exemplo, o sentido de estar
nas nuvens (início até a pág. 10) , o significado do silêncio no castelo (pág. 12), da tempes-
tade que envolveu a menina (p. 34), o contraste da nuvem negra da tempestade e da nu-
vem soprada pela menina (p. 36), o sentido da última nuvem moldada (p. 36), entre outras
imagens tão poéticas. E, ainda, provocar as crianças a localizarem no texto as expressões
e imagens que o autor usa para criar a atmosfera onírica que é própria da obra. Como será
que o autor faz para nos deixar com a cabeça nas nuvens? Toda essa etapa de leitura é fun-
damental para que os alunos se apropriem do enredo simbólico e consigam se expressar
sobre suas próprias perdas, despedidas e conquistas.
Proposição e troca de sugestões | Num segundo momento, faça a proposição da escrita para
todo o grupo, abrindo uma grande rodada de troca de ideias. Como seria o seu encontro com
essa princesa, se ela um dia te recebesse naquele castelo? O que você pediria que ela moldas-
se em uma nova nuvem? E se ela quisesse saber o porquê, o que você diria? Como você pode-
ria pedir isso a ela, como a convenceria a fazer sua vontade? Escreva este encontro fantástico.
Planejamento do texto | Depois da rodada de troca de ideias, cada aluno seguirá para sua
mesa com suas anotações para organizar o esboço do texto. Neste momento, ele deve ro-
teirizar as unidades de sentido, estabelecendo conteúdos para cada momento: a chegada
ao castelo; o encontro com a princesa; a conversa; a modelagem da nuvem; a finalização.
Desde o desenho original, apenas um esboço com caraterísticas de roteiro, o aluno já
pode colocar em jogo seu saber sobre as normas gráficas, buscando ajuda do dicionário,
dos materiais da sala e na consulta ao (à) professor(a).
Escrita de texto | Num outro dia, apoiado no planejamento do texto realizado no momento
anterior, cada criança escreverá o seu pequeno conto, utilizando todos os recursos que ela
já conhece da linguagem escrita, com o cuidado de informar bem o leitor, cercando todas
as características do gênero textual, controlando a estética do texto e preservando o as-
pecto fantasioso que é próprio do livro A princesa e o pescador de nuvens. Ela deve explorar
os detalhes descritivos, sequências de eventos e imagens apropriadas para construir o
sentido de seu texto inspirando-se na estética da obra referência.
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Revisão de texto | A revisão de textos será feia em duas etapas. Na primeira etapa, faça
uma devolutiva à primeira versão do texto, apontando apenas os aspectos gramaticais e
de ortografia, revelando a cada aluno o que é sua maior dificuldade e orientando maneiras
pelas quais ele pode melhorar seu texto. Uma segunda versão será produzida na interação
do aluno com a devolutiva do(a) professor(a).
A segunda versão será objeto da segunda etapa de revisão. Nessa etapa, leia em voz
alta cada um dos textos; os demais alunos terão a tarefa de apreciar o conto do amigo
sinalizando as melhores qualidades e sugerindo o que pode ser diferente, sempre justi-
ficando do ponto de vista o uso apropriado da linguagem escrita e da referência do texto
A princesa e o pescador de nuvens. Os aspectos da linguagem serão observados seguindo
uma pauta:
• As descrições estão bem feitas a ponto de o leitor imaginar o que se passa nesse
encontro?
• A sequência dos fatos deixa perceber a passagem do tempo, é lógica e coerente?
• O diálogo está bem construído, os argumentos para a princesa são convincentes?
• As imagens que envolvem o sonho, a perda ou a conquista foram bem expressas no
desenho da nuvem?
• O leitor consegue imaginar como a princesa realizou a modelagem?
• Aparecem as emoções e os sentimentos do autor/aluno e da princesa?
Em roda, provocados pela pauta sugerida, os alunos devem apreciar os textos dos co-
legas. Se a sala for muito grande você pode organizar sessões com menos alunos em roda,
com atividades alternativas para o restante da sala. Ao final, cada criança deve sair com
novas ideias para escrever a versão final de seu texto.
Partilha | Quando as produções estiverem concluídas, você pode ajudar os alunos a or-
ganizarem uma só publicação e sessões de leitura não só para a sala, mas também para
outras crianças da escola.
Sugestões de acompanhamento/avaliação
A avaliação pode ser feita ao longo de todo o processo da escrita, trabalhando a observa-
ção de três aspectos:
• A escrita na sua regra formal e o avanço das crianças na conquista da norma culta
em relação a produções anteriores;
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• O uso apropriado da linguagem escrita e da estética na produção de textos literários
autorais e o avanço dos alunos na exploração da literatura fantástica;
• A capacidade de trabalhar coletivamente, de ouvir e acolher a opinião dos colegas.
PROPOSTAS DE ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS INTERDISCIPLINARES
OFICINA DE MODELAGEM DE NUVENS
• Tempo de desenvolvimento das atividades propostas: 2 ou 3 aulas
• Habilidades da BNCC mobilizadas:
• (EF15AR23) Reconhecer e experimentar, em projetos temáticos, as relações proces-
suais entre diversas linguagens artísticas.
• (EF15AR26) Explorar diferentes tecnologias e recursos digitais (multimeios, anima-
ções, jogos eletrônicos, gravações em áudio e vídeo, fotografia, softwares etc.) nos
processos de criação artística.
• Objetivos de aprendizagem:
• Reconhecer processos de produção de imagem digital;
• Conhecer e experimentar processos de criação de arte visual a partir de interven-
ções em desenho e fotografia;
• Explorar tecnologias e recursos digitais de fotografia e softwares de edição de ima-
gens para criar interferências a partir de captura de imagens com câmeras digitais
de celulares.
• Conteúdos
• Processo de criação de artes visuais integrada à tecnologia
• Elementos da linguagem visual da fotografia
• Intervenções visuais a partir de desenho e fotografia
Proposta de atividades/desenvolvimento da aula
O que significa ter a cabeça e os pés nas nuvens? Que sonhos, ideias, desejos projetamos
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tão alto? E como podemos acessá-los, ao menos no plano da imaginação? A proposta con-
siste em organizar, coletivamente, uma mostra multimídia a partir da criação e projeção de
imagens dos próprios alunos em local público da escola, utilizando como inspiração as ilus-
trações de Alexandre Rampazo na obra A princesa e o pescador de nuvens. Isso poderá ser
realizado em algumas etapas.
Fruição estética e produção | Na etapa de fruição, os alunos precisam mergulhar no uni-
verso estético da obra A princesa e o pescador de nuvens. Você pode projetar as imagens
em uma parede da sala e propor aos alunos a leitura das imagens e de apreciação esté-
tica. Convide os alunos a observar a delicadeza dos desenhos e suas linhas leves como
as nuvens, o uso intencional das cores do céu, entre outros elementos da linguagem
visual do artista.
É interessante primeiramente ouvir o que os alunos observam, dando espaço para
o trabalho com a sensibilidade de cada um, para a complementação dos diferentes
olhares produzidos em uma mesma turma. Para provocar o olhar, você pode, ainda,
colocar questões que levem os alunos a trabalhar os elementos imagéticos que o ar-
tista utiliza para criar a atmosfera onírica e fantasiosa de suas ilustrações. Que cores
são predominantes? Que relações essas cores estabelecem entre si, de complementa-
riedade ou de contraste? Por que será que ele optou usar as cores dessa forma? Que
impressões elas causam no leitor? Os desenhos têm contornos? Como são as linhas
dessas ilustrações? Que ideias essas linhas trazem? Como essas cores e essas linhas se
relacionam com o tema principal do livro? Quais são as ideias mais fortes de cada ima-
gem? Que elementos se repetem? Faça essas e outras perguntas, procurando interagir
com o que trazem os alunos.
Além dos aspectos visuais, também é interessante explorar as imagens em torno dos
sonhos: o que significa dizer que alguém “está nas nuvens”?
Quando cada aluno se sente nas nuvens? Que imagens
existem nas nuvens de cada um?
Depois desse momento de fruição e conversa,
peça aos alunos que desenhem objetos, cenas ou
gestos que remetam a seus sonhos, desejos ou o que
mais os projetem nas nuvens, quando se sentem nas
nuvens. Para a criação, os alunos primeiro precisarão
escolher, a partir de argumentações, os materiais que
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são mais potentes para o tipo de imagens que desenham criar: se são sonhos leves, que
tipo de material pode produzir uma visualidade leve, por exemplo? Tendo escolhido os
materiais, cada aluno produz seus desenhos e os reserva para a continuidade do processo
criativo, nas próximas aulas.
Captura de imagens | A proposta da segunda etapa é introduzir tecnologias que permitam
trabalhar com imagens capturadas. Para tanto, os alunos devem ser convidados a usar ce-
lulares ou outras máquinas digitais para fazer registros das nuvens do céus, atentando aos
diferentes formatos, às cores, às sobreposições etc.
De volta à sala ou ateliê, ensine o procedimento para descarregar as imagens nos
computadores e, em seguida, numa nuvem que pode ser acessada por qualquer compu-
tador, a qualquer momento, de qualquer lugar. A partir dessa nuvem digital, cada aluno
organiza seu acervo e seleciona as melhores imagens. Esse é um importante momento de
aprender como manusear um equipamento e, sobretudo, a exercer práticas sociais envol-
vidas na produção digital, reconhecendo que nem tudo é impresso, que o descarte (dele-
tar) faz parte do processo de criação, que é importante organizar o acervo etc.
Projeto visual e execução | Num outro momento, os alunos podem voltar à aula com seu pe-
queno acervo de imagens: seus desenhos iniciais e as imagens capturadas das nuvens. A partir
daí proponha a intervenção nessas imagens aproveitando detalhes dos desenhos já realizados
na aula anterior ou criando novas interferências gráficas. Isso pode ser feito por meio do ma-
nuseio de softwares de edição de imagens, que permitem cortar e sobrepor eletronicamente,
ou por meio de recorte e colagem artesanal. Se necessário, o professor de informática poderá
auxiliar na atividade. Se a escola tiver disponível uma impressora de tinta colorida, os alunos
que desejarem poderão imprimir suas imagens.
A partir de seus acervos e dos recursos oferecidos, em duplas os alunos podem des-
frutar um tempo para observar as imagens e desenvolver um projeto visual e, em seguida,
para trabalhar em suas ideias, recebendo suporte do(a) professor(a) e possivelmente de
alunos de outras turmas para selecionar as questões técnicas.
Terminada a aula, organize todas as produções, unindo-as em uma única apresenta-
ção visual e prepare para mostrar aos alunos na aula seguinte.
Projeção de imagens | Na aula seguinte, converse com os alunos sobre a projeção das imagens.
Estimule-os a pensar em alternativas para duas decisões essenciais à finalização do trabalho:
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• O local da escola e o momento em que as imagens serão projetadas, o que implica em
conhecer o público-alvo (crianças, pais, funcionários, pessoas que passam na rua etc.).
• A organização de imagens numa ordem lógica para o grupo, desafiando buscar uma
narrativa que as alinhave.
Essas duas decisões são fundamentais ao processo criativo e envolvem importantes
aprendizagens sobre a curadoria no campo das artes visuais e as intenções das exposições
na escola como parte da formação estética dos alunos.
Além de criar um evento multimídia na escola, os alunos também podem usar as ima-
gens que serviram de base para a projeção em um outro contexto, como para ilustrar os
contos escritos pelos alunos durante as aulas de Língua Portuguesa, no projeto “Com a
cabeça nas nuvens – escrita autoral a partir de obra referência”.
Sugestões de acompanhamento/ avaliação
A avaliação pode ser feita ao longo de todo o processo de produção e projeção das ima-
gens, trabalhando a observação de três aspectos:
• A conquista de habilidades tecnológicas e o domínio das técnicas novas pelos alu-
nos em relação às que já sabiam;
• O uso criativo da linguagem visual, o senso estético, a coerência do projeto criativo
expresso na sequência de imagens produzidas pelo aluno;
• A capacidade de trabalhar em grupo, compartilhando os equipamentos e ideias a fim
de colaborar para um projeto coletivo.