manual do professor do ebi-saúde escolar-min educ, ciencia, juventude e desporto-cabo verde

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Page 1: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

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SA8DE ESCOlAR·MANUAL DO PROFESSORDO EBI j

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-Ministério da Educação, Ciência, Juventude e Desporto~. .

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SAÚDE ESCOLAR

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,SAUDE ESCOLAR

MANUAL DO PROFESSOR DO EBIMaria José Costa Fernanda Toledo D'Elia

Programa Nacional de Saúde Escolar

Um programa de saúde destinado aos professores e alunos da 1Q à 6Q classedo Ensino Básico Integrado de Cabo Verde

Ministério da Educação, Ciência, Juventude e DesportoInstituto Caboverdiano de Acção Social Escolar (ICASE)

Cabo Verde2000

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SAÚDE ESCOLAR

2000Ministério da Educaçã , Ci~ cio,ICASECabo Verde

entude e Desporto

=si" E ição foi publicada peloi istério da Educação, Ciência, Juventude e Desporto

CASEPresidente do ICASE ([email protected])Maria Rosa Veiga BarbosaCoordenadora do Programa Nacional de Saúde EscolarFernanda Toledo D'Elia ([email protected])

'CASE

FICHA TÉCNICAConcepção, coordencção e texto: Fernanda Toledo D'Elia & Maria José CostaColaboradoras:,Lídia Evora, Ana Domingos, Khulan Zumbee e Lília DuranRevisão: Lídia EvoraDesign gráfico e ilustrações: César SilvaFotos: Tcheka AndradeImpressão: Tipografia Santos Lda2000Tiragem: 4000 exemplaresFinanciamento: Fundos de Contrapartida da Ajuda Alimentar de Luxemburgo & ICASEAgradecimentos: Ministério da Saúde de Cabo Verde

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SAÚDE ESCOLAR

Caros professora e professor I

Este Manual de Saúde Escolar foi concebido com o objectivo de colocar à vossa disposiçãovários conhecimentos sobre Saúde, além de metodologias e sugestões de actividades que osapoiarão no desenvolvimento dos temas, não só em sala de aula como também em váriasoutras situações do dia-a-dia da escola.

o Manual está estruturado em 4 capítulos: o primeiro aborda os elementos necessários paratoda a criança ter saúde na escola e fora dela; o segundo apresenta as doenças mais comunsnos escolares caboverdianos; o terceiro diz respeito aos distúrbios de comportamento e àsdificuldades de aprendizagem; finalmente, o quarto introduz temas sobre os desafios deviver no mundo. Em cada capítulo, vocês encontrarão fichas de actividades e orientações decomo desenvolver OS temas em sala de aula. Usem aquelas que melhor servirem ao vossotrabalho. Em anexo, no fim do Manual, encontram-se ainda outras actividades e informaçõescomplementares.

Lembrem-se: não existe uma fórmula pronta e acabada. Critiquem, analisem e adaptem. Nãodeixem a falta de recursos 'desmorivó-los. sejam criativos, usem os recursos disponíveis e aimaginação.

o sucesso desta proposta depende do vosso efectivo engajamento e dedicação. Esperamosque o Manual possa ser um instrumento capaz de ajudá-los a transmitir conhecimentos quecontribuam para a construção de comportamentos e atitudes saudáveis em seus alunos ecluncs'.Esta é a primeira edição deste Manual. Gostariamos de receber, no ICASE, vossas críticase sugestões para que possamos melhorá-lo numa próxima edição.

I Com o objectivo de facilitar a leitura, adoptamos, na quase totalidade dos textos, os termos professor ealuno para representar, evidentemente, professores e professoras, alunos e alunas.

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,INDICE

SAÚDE ESCOLAR

INTRODUÇÃO 7Para começar, o que é saúde? 7E o que é saúde na escola? 7Como a escola pode ajudar a melhorar a saúde dos seus alunos? 7METODOLOGIAS PARA O ENSINO DA SAÚDE NA ESCOLA 9DO QUE TODA CRIANÇA PRECISA PARA TER SAÚDE? 11Alimentação 12lIigiene .. ... 16Vacinação 20AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES 29Cáries e doenças da gengiva 30Doenças de pele 41Doenças carenciais 43Diarreia 45Parasitoses : 48Doenças respiratórias infecciosas e não infecciosas 49Outras doenças transmissíveis frequentes em crianças 51Doenças e deficiências relacionadas com os órgãos dos sentidos : 53Outras doenças e distúrbios 55Problemas posturais 56Primeiros socorros 56DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 67Factores instrumentais envolvidos na aprendizagem da leitura, da escrita e do cálculo 69Problemas de comportamento 71Principais dificuldades de aprendizagem no EBI... 72ENFRENTANDO OS DESAFIOS DA VIDA 77Objectivo: crescer 78Saúde reprodutiva e preparação para a vida familiar 78Integrando o indivíduo, a família, a escola e o meio 80ANEXOS 97Teatro de fantoches 98Teste de acuidade visual 99Jogo do pulmão a trabalhar 105Avaliação do estado nutricional do aluno 107Ficha de encaminhamento 109Como a lixívia combate os micróbios 110

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SAÚDE ESCOLAR

INTRODUÇÃO, ,

PARA COMEÇAR, O QUE E SAUDE?

A saúde é um factor muito importante na vida das pessoas, é essencial para que possamosrealizar nossos objectivos e desenvolver nossas capacidades, para que nos sintamos bem.Neste sentido, a Organização Mundial de Saúde, OMS, nos diz que saúde é um estado decompleto bem estar físico, mental e social e não consiste somente na ausência dedoença.Sendo a saúde um bem tão importante, não devemos nos preocupar com ela somente quandoficamos doentes e procuramos a cura para a doença, mas principalmente devemos promovera saúde e prevenir as doenças adoptando hábitos e comportamentos saudáveis.

, ,E O QUE E SAUDE NA ESCOLA?

Saúde na escola significa alunos a sorrir semcérie. com a pele e o corpo sem doenças. Significaalunos aprendendo e alimentando-se melhor, com hábitos de higiene e comportamentossaudáveis, tanto na escola quanto em casa. Alunos mais felizes e melhor preparados paraenfrentar OS desafios da vida. Significa ainda um ambiente escolar limpo e saudável, salas de.aula bem iluminadas, com ventilação e equipamentos escolares adequados.

,COMO A ESCOLA PODE AJUDAR A MELHORAR A SAUDEDOS SEUS ALUNOS?

De diversas maneiras. Para começar, saúde e educação estão muito ligadas: a maioria dosproblemas de saúde de nossas crianças ocorrem por desconhecimento dos modos detransmissão e meios de prevenção das doenças. A falta de informação torna-se, então, aprincipal causa de muitas doenças, como o cólera.

Entre os papéis educativos desempenhados pela escola, destaca-se aEducação para a Saúde.Ela deve garantir conhecimentos e comportamentos adequados respeitantes à alimentaçãoequilibrada, à higiene, à prevenção de hábitos nocivos e ao relacionamento com os outros.

Quando inicia a sua vida escolar, a criança traz consigo um leque de comportamentos favoráveise/ou desfavoráveis à saúde, que ela adquiriu em família. Entretanto, devido à pouca idade doaluno do EBI, nesta fase é possível a correcção dos comportamentos desfavoráveis e a criação

.de hábitos saudáveis. É muito mais fácil criar ou corrigir um comportamento numa criança doque num adulto. Na realidade, a infância e a adolescência representam fases decisivas naconstrução de hábitos e normas de conduta social do futuro adulto. Neste sentido, a escola

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tem um papel fundamental e deve assumir a sua responsabilidade noque diz respeito à educaçãopara a saúde.

Para além da transmissão de conhecimentos aos alunos, a escola deve ter regras básicas dehigiene e de comportamento. Todo o ambiente da escola deve ser limpo, as salas de auladevem ter cesto de lixo, deve haver asseio na cozinha, na preparação das refeições, etc. Se,para além disso, introduzirmos na escola comportamentos saudáveis como lavar as mãos antesde comer e escovar os dentes depois, estaremos colaborando para criar nos alunos hábitosque serão repetidos em casa, transmitidos à família e à comunidade.

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o professor deve estar atento à higiene do aluno (cabelo, olhos, dentes, pele, roupa, ouvidos,unhas), deve saber reconhecer os sinais e sintomas de doença no escolar e encaminhá-lo paraas estruturas de saúde adequadas o mais cedo possível. A maioria das doenças são maisfáceis de tratar quando descobertas precocemente; porém, a maioria das pessoas só procuraos serviços de saúde quando a doença já está bastante avançada ou já provocou complicações.Daí a importância do papel do professor em detectar e encaminhar o aluno com aigum problemade saúde.

Sabemos que o professor tem um programa de ensino a cumprir e que a limitação dos horáriosdificulta a introdução de novas actividades e conteúdos. Pensandonisto, ao longo deste manualoferecemos ideias e sugestões para facilitar a introdução dos temas de saúde nas diversasdisciplinas e situações escolares. As actividades sugeridas podem ser modificadas segundo aidade e a dinâmica de seus alunos.

A educação para a saúde só é eficiente quando ajuda as pessoas a terem um« maiorresponsabilidade e controle sobre a sua própria saúde e a vida.

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SAÚDE ESCOLAR

METODOLOGIAS PARA O ENSINO,DA SAUDE NA ESCOLA

lO

Só aprendemos realmente através da prática. Se a criança só escuta, esquece; seela vê, lembra; se ela faz, sabe. Adaptado de um ditado chinês

Não se esqueça de que para muitos alunos a escola representa a única oportunidade de aprendera cuidar da saúde. Quando for ensinar, lembre-se:

Acreditamos que o melhor processo de educação é aquele que ajuda a criança a crescer e adesenvolver-se como um todo. A educação tradicional tende a recompensar os melhoresalunos e a desvalorizar OS mais fracos. O objectivo deste trabalho é justamente o oposto: éajudar os alunos mais fracos a tornarem-se mais fortes e seguros, através da valorizaçãodos indivíduos e de suas experiências de vida.

O professor pode não ser uma autoridade em saúde, mas é ele quem domina a arte de ensinar.Pelas funções que desempenha, o professor será sempre um personagem chave na transmissãodas mensagens de saúde às crianças. A criança em idade escolar é mais receptiva à aquisiçãode conhecimentos e hábitos saudáveis, pois encontra-se em pleno desenvolvimento físico,mental e social. A infância constitui um terreno fértil onde podemos cultivar os valores ecomportamentos futuros.

Ensinar e aconselhar é fundamental, mas não basta. A aprendizagem e a sensibilização dosalunos sobre as questões ligadas à saúde devem ser processos activos e participativos,recheados de trabalhos práticos e jogos. A educação para a saúde na escola, que actualmenteé concentrado na disciplina de Ciências Integradas, pode e deve ser estendido às outrasdisciplinas. Por exemplo: numa aula de Matemática, os alunos podem contar quantos dentestêm na boca, o nOde dentes cariados ou perdidos; numa aula de Expressão Artística podemfazer cartazes sobre os diferentes tipos de alimentos que compõem uma dieta saudável.Durante essas actividades, o professor aproveita para explicar aos alunos muitas coisassobre o assunto. Este Manual também pode ser utilizado para completar os conteúdos desaúde dos manuais do EBI.

Assim sendo, para o alcance dos objectivos no que diz respeito aos conteúdos de Educaçãopara a Saúde, devem-se considerar os seguintes aspectos:

É importante que o professor organize o trabalho nas diferentes áreas disciplinares(Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Integradas e Expressões).O desenvolvimento dos conteúdos deve ter em conta as particularidades de cadafaixa etária.Os hábitos só são adquiridos e interiorizados se a sua aplicação for sistemática.É necessário que o professor adopte abordagens metodológicas que permitam aoaluno ter uma participação activa, pois participar é o único meio eficaz que conhecemospelo qual ocorre a oprendizoqem.

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SAÚDE ESCOLAR

Pelo acima exposto, conclui-se que as aulas expositivas devem sempre ser acompanhadaspor.outrcs actividades que exijam uma efectiva participação do aluno.Algumas das técnicasparticipativas que sugerimos, são:

I PRÁTICA DE REGRAS DE HIGIENE NA ESCOLA

Como vimos, a criança só adquire um hábito se o comportamento em questão for repetidoconstantemente. A criança deve praticar, na escola, as regras de higiene pessoal (lavar asmãos, os dentes, etc.) e de higiene do meio (limpeza da sala de aula, por exemplo).

I TRABALHO EM GRUPO

Divide-se a turma em pequenos grupos (5 ou 6 alunos). Propõe-se aos grupos a execução dedeterminadas tarefas, dividindo-se as actividades entre eles. Os trabalhos em grupo sãofinalizados com apresentação e discussão dos resultados de cada grupo frente à turma inteira.

I DRAMATIZAÇÃO

Faz-se a simulação de pequenas histórias ou casos. As dramatizações não devem ser muitolongas. No final, pode-se realizar um debate sobre o tema.

I HISTÓRIAS

Contar histórias é um excelente recurso, pois o acto de contar histórias é uma formatradicional de transmissão de conhecimentos, da qual aprendemos a gostar ainda na infância.Os recursos são ilimitados: as histórias podem ser inventadas pelo professor ou até mesmo,pelos próprios alunos; podem ser escritas, desenhadas ou dramatizadas.Conte para os seus alunos suas próprias experiências e solicite o relato de experiênciasvividas por eles. A opinião das crianças deve ser ouvida. Desta forma, trará elementos domundo e da vida extra-escolar para dentro da escola, enriquecendo o processo ensino-aprendizagem e valorizando os conhecimentos dos alunos.

"Histórias tornam o aprendizado muito mais próximo da vida, principalmente históriasverídicas, fruto da experiência pessoal. "2 .________ ~ ~ -J

I VISITANTE EXTERNO

A escola pode organizar visitas de diferentes pessoas para trabalhar os conteúdos de saúdejunto aos alunos: dentistas, médicos, enfermeiros e outros técnicos de saúde ou de educação.

I JORNAL DE PAREDESempre que o assunto se presta a isso, os alunos podem pesquisar em revistas, elaborartextos sobre temas de saúde, como por exemplo alimentação e higiene, e divulgá-los no jornalde parede da turma ou da escola.

2 David Werner e Bill Bower em Aprendendo e ensinando a cuidar da saúde.

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DO QUE TODA -CRIAN,ÇA PRECISAPARA TER SAUDE?

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SAÚDE ESCOLAR - CAPíTULO 1 - DO QUE TODA CRIANÇA PRECISA PARA TER SAÚDE -------------------------

DO QUE TODA CRIANÇA PRECISAPARA TER SAÚDE;»

Para ser saudável, toda criança precisa ter uma alimentação completa, adequada à sua faixa etária; servacinada de acordo com o calendário vigente no país; ter e receber cuidados de higiene; viver integradanum meio ambiente são e estimulante; ter carinho e lazer.

AI:-IIVIENTAÇÃO

o corpo humano executa, ao longo da vida de uma pessoa, inúmeras tarefas: locomoção, reprodução,digestão, raciocínio, trabalho, lazer e muito mais. Para o crescimento, a vida e a actividade do corpo sãonecessários um constante consumo de energia e renovação dos elementos que o constituem.Alimento é qualquer substância proveniente do exterior que, introduzida no organismo, é utilizada comofonte de matéria e energia. Assim, os alimentos fornecem as substâncias orgânicas e os minerais que compõemo nosso corpo além da energia essencial à vida.

Os alimentos podem ter diferentes composições, isto é, podem conter em maior ou menor quantidade assubstâncias nutritivas essenciais:

· os hidratos de carbono ou glícidos;· as gorduras ou lípidos;· as proteínas;· as vitaminas e os minerais e· a água

Os hidratos de carbono são fabricados pelas plantas e armazenados em seus grãos e raízes (amido) e tambémnos frutos (como um tipo de açúcar chamado frutose). Os hidratos de carbono constituem uma excelentefonte de energia para o homem. O homem armazena uma pequena quantidade de hidratos de carbono sob a;forma de glicogênio, principalmente no fígado.

As gorduras também dão ao corpo a energia necessária para a realização das suas diversas actividades. Oslípidos podem ser de origem vegetal (azeite, óleos alimentares, etc.) ou animal (gordura da carne, do leite,etc.). Quando consumimos mais energia do que necessitamos para as actividade quotidianas, o corpo armazenao excesso sob forma de gordura (reservas de energia).

As proteínas são essenciais na estrutura e funcionamento do nosso corpo. As proteínas são os mais importantes

materiais de construção das células vivas e, assim sendo, existe grande quantidade de proteína nas diferentespartes do corpo humano: no sangue, nos músculos, nos nervos, na pele, etc.De uma maneira didáctica, costuma-se dizer que as proteínas participam na construção do corpo humano,

assim como os tijolos na construção de uma casa.

Na nossa alimentação, ingerimos proteínas de origem animal (carne, frango, etc.) e vegetal (por exemplo,as proteínas da soja e do feijão).

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.:...-------------------------- DO QUE TODA CRIANÇA PRECISA PARA TER SAÚDE- CAPíTULO l-SAÚDE ESCOLAR

As vitaminas são substâncias essenciais ao organismo, mas em pequenas quantidades. São elas queregulam e estimulam as diversas reacções químicas que ocorrem nas células. São encontradas em alimentosvegetais (frutas, grãos, hortaliças, etc.) e de origem animal (leite, fígado, peixe, ovos, etc.).

Os minerais entram na formação de diversas partes do corpo (cálcio nos ossos e dentes, ferro nas hemácias)e são importantes para o funcionamento do organismo como um todo. Podemos adquiri-los através dosvegetais e dos animais (o ferro, por exemplo, está presente na carne e no feijão).

Nossa alimentação deve ser rica e variada para fornecer ao organismo todas as substâncias nutritivas essenciaisde que necessita. Entretanto, as necessidades alimentares do ser humano são diferentes em função de certascaracterísticas individuais como a idade, o sexo, a estatura e a actividade diária. Certas situações como agravidez ou a convalescência de uma doença criam necessidades alimentares especiais.O regime alimentar das pessoas está condicionado a factores diversos, tais como: meio ambiente, clima,religião, cultura e sobretudo a situação socio-económica, que determina em grande parte quais os alimentosque o indivíduo pode comprar (veja mais sobre os alimentos no capítulo As doenças mais comuns nosescolares / Doenças carenciais).

Os alimentos podem ser agrupados de acordo com sua origem e principais nutrientes que fornecem (a carneé de origem animal e fornece principalmente proteínas, por exemplo). Assim, podemos dividi-los em diferentesgrupos:

·Grãos, cereais e tubérculos: arroz, milho, feijão, trigo (pão, massas), aveia, batata, etc. São alimentosricos em hidratos de carbono (amido).

· Hortaliças, legumes e frutas de todos os tipos (ricos em vitaminas e fibras alimentares).· Leite e seus derivados (iogurte, queijos). São ricos em proteínas e cálcio, entre outros.· Carnes, frangos, ovos e peixes (proteínas de origem animal).· Gorduras (vegetais e animais).

A RODA DOS ALIMENTOS exemplifica esta classificação, e nos indica, comparativamente, quais osalimentos que devemos consumir em maior e menor quantidade.

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SAÚDE ESCOLAR - CAPíTULO 1- DO QUE TODA CRIANÇA PRECISA PARA TER SAÚDE -------------------------

De uma maneira mais simples, os alimentos também podem ser divididos em três grupos, de acordo comseu valor nutritivo: alimentos energéticos, construtores e de defesa. Repare que esta metodologia classificaa maioria dos grãos (feijão, soja, grão-de-bico) como alimentos construtores, valorizando seu fornecimentoem proteínas, além de juntar os hidratos de carbono e as gorduras num só grupo.

ALllWENTOSENERGÉTICOS

Os alimentos deste grupo fornecenprincipalmente a energia necessária à realizaçã.das actividades do quotidiano: andar, corre]brincar, trabalhar, etc. São os alimentos rico .

. ' ~-,,'em hidratos de carbono e gorduras. Exemplos ~ _ -•...••.. ...,pão, arroz, farinha, açúcar, milho, batatamassas, óleo, manteiga, etc.

ALllWENTOSCONSTRUTORES

São os alimentos ricos em proteínas,necessárias ao crescimento e desenvolvimentodo organismo. Os alimentos construtorespodem ser de origem animal (carne, peixe,frango, ovo, leite, queijo ... ) ou vegetal (soja,feijão, grão-de-bico, lentilha, ervilha ... ).

ALllWENTOSDEDEFESA

Alimentos Energéticos

Alimentos Construtores

Milho, azeite, arroz, mandioca ...

Carne, peixe, feijão, ovo, leite ...

Os alimentos deste grupo constituem umaimportante fonte de vitaminas e fibras,necessárias ao bom funcionamento deorganismo como um todo. Fazem parte destegrupo as frutas (papaia, banana, laranja,manga ... ) hortaliças e legumes (tomate, couve,repolho, cenoura, abóbora ... )

Alimentos de Defesa Banana, maçã, cenoura, couve ...

o proçesso de aprendizagem também é umprocesso activo, um trabalho. Para tanto necessita da energia, que obtemos através dos alimentos.

ÁGUA

A água é o principal componente inorgânico do organismo humano. A importância deste nutriente érepresentada pelo facto de que 70 a 75% do corpo humano é constituído de água,A água tem ainda a função de servir como um veículo de transporte das substâncias químicas e é o meioem que se realizam quase todas as reacções metabólicas do organismo.A água perdida através da urina, do suor, das fezes e da respiração é reposta através dos alimentos e doslíquidos que ingerimos. ~Uma criança com diarreia e. vómito perde uma grande quantidade de água em pouco tempo, podendodesidratar-se (ver capítulo As doenças mais comuns nos escolares / Diarreia).

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-------------------------DOQUE TODA CRIANÇA PRECISA PARA TER SAÚDE· CAPíTULO I·SAÚDE ESCOLAR

Alimentação completa e equilibrada

Uma refeição completa fornece ao organismo todos os nutrientes de que precisa. Para isso, deve conterpelo menos um elemento de cada grupo. Por exemplo, um almoço composto de: arroz (energético),peixe, carne ou feijão (construtor), uma verdura ou uma fruta de sobremesa (defesa).

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É preciso lembrar que, dentro do mesmo grupo, cada alimento é mais rico em determinados nutrientes doque outros. Assim, laranja, goiaba e limão são ricos em vitamina C; cenoura, abóbora e couve, em vitaminaA; feijão, fígado e gema de ovo, em ferro; leite, queijo, peixe e hortaliças verdes são ricos em cálcio.Por isso, também é importante diversificar os alimentos que consumimos nas diferentes refeições.Repare que a proporção ideal entre os diferentes alimentos está indicada na roda dos alimentos: devemosconsumir mais vegetais (grupo do arroz, feijão, pão, massa, batata, mandioca e grupo das hortaliças, legumese frutas) seguido das proteínas dos peixes, carne, frango, ovos e também do leite e seus derivados.Devemos consumir em menor quantidade as gorduras.

Hábitos alimentares incorrectos podem levar ao surgimento de doenças

Uma criança que consome açúcares em excesso vai ter mais cárie; uma alimentação pobre em ferro causaanemia (veja o capítulo As doenças mais comuns nos escolares), O consumo exagerado de gordura,principalmente de origem animal (banha), provoca uma maior incidência de enfartes na vida adulta. Apouca ingestão de frutas e hortaliças, alimentos ricos em fibras, interfere no bom funcionamento do tubodigestivo (intestino), causando problemas como prisão de ventre e hemorróidas,

Preparação e conservação dos alimentos:

Os alimentos frescos geralmente são mais nutritivos do que os alimentos em conserva (em lata ou emvidro).As frutas frescas devem ser consumi das logo após serem descascadas ou feito o sumo, pois as vitaminasdecompõem-se num período médio de duas horas.

Os alimentos que consumimos crus devem ser lavados e desinfectados com lixívia (lO gotas para cadalitro de água). A água de beber deve ser fervida (20 minutos) ou tratada com lixívia (02 gotaspor litro deágua).

A data de fabricação e o prazo de validade dos produtos alimentícios devem sempre ser observados.Produtos fora do prazo de validade, latas amolgadas, mal fechadas ou estufadas devem ser deitados nolixo. A ingestão de conservas estragadas pode provocar diarreia e em alguns casos botulismo, que é umadoença muito grave. Alimentos enlatados podem permanecer à temperatura ambiente enquanto .as latasestiverem fechadas. Uma vez aberta uma lata, se o alimento não for todo consumido, ele não deve serconservado nela. As sobras' devem ser guardadas em outro recipiente, em frigorífico. Produtos comoqueijo e iogurte muitas vezes' são. consevados à temperatura ambiente, mas isso não é correcto, estesprodutos devem ser 'guardados em frigorífico pois deterioram-se rapidamente.

O peixe fresco tem os olhos ainda brilhantes, as guelras vermelhas e as escamas aderi das ao corpo. Sepressionarmos o peixe com o dedo, o corpo deve voltar à posição originaL As carnes e peixes crus devem serconservados no congelador. No frigorífico, só se conservam em bom estado por um dia. Os peixes emariscos estragam muito mais rápido do que a carne.

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SAÚDE ESCOLAR - CAPíTULO 1- DO QUE TODA CRIANÇA PRECISA PARA TER SAÚDE -----------------------

A maionese e cremes que levam ovos crus (como cobertura de bolos) podem causar intoxicações gravesdevido às bactérias que neles podem se desenvolver. Por isso, devem ser consumidos logo após o preparoou conservados no frigorífico.

A água de cozedura dos vegetais deve ser aproveitada, pois contém muitas vitaminas.Os alimentos cozidos devem ser guardados no frigorífico depois de frios. As sobras devem ser consumi dassomente após aquecimento a uma temperatura elevada ou fervura, para destruir os microorganismos quenelas possam ter-se desenvolvido (veja também As doenças mais comuns nos escolares / Diarreia).

Sugestões de como trabalhar o tema na escola:· Levar os alunos para visitar o horta escolar e descobrir os diferentes grupos de alimentos.· Na hora da refeição, discutir com os alunos o que estão comendo e o valor nutritivo de cada

alimento.· Em sala de aula, pedir aos alunos que elaborem ementas para uma refeição completa.- Ensinar como conservar os alimentos crus e cozidos.- Fazer uma lista dos alimentos mais comuns na alimentação diária dos alunos (cantina escolar

e em casa) e verificar quais os alimentos que fornecem gorduras, hidratos de carbono, proteínas,vitaminas e rninerais _

_Veja também as fichas de actividade no final deste capítulo.

HIGIENE

A higiene deve ser uma questão central na vida das pessoas, pois é um factor determinante para amanutenção da saúde: a higiene - pessoal e do meio ambiente - é fundamental para evitar que os micróbiosse espalhem causando doenças.

A escola tem um importante papel no que diz respeito à salubridade do meio: certos aspectos essenciais dahigiene escolar (limpeza, ventilação e iluminação das salas de aula, disponibilidade de água, sanitários,tratamento do lixo, etc.) são muitas vezes negligenciados, o que toma a escola um local propício àtransmissão das doenças. Cabe ainda à escola a responsabilidade de criar nos alunos um comportamentohigiénico: o professor deve ensinar ao aluno como manter a sua higiene individual e do ambiente que orodeia.

Nós sabemos que a falta de água é uma realidade em Cabo Verde e que a falta de água dificulta, porexemplo, a instalação de sanitários. Entretanto, a escola e a sociedade devem se organizar para buscarsoluções. Enquanto isso, os alunos podem, em revezamento, levar água para a escola, por exemplo. Desta

maneira cada classe terá água todos os dias para a higiene pessoal dos alunos. '. _ ç' ~-«>:. /' /' - '

Higiene pessoal ' /~_%'J~/

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Em relação à higiene individual, o aluno deve ser orientadonos cuidados com o seu corpo: pele, dentes (veja no próximocapítulo), orelhas, mãos, unhas, pés, cabelos, genitália,vestuário, alimentação, sono e exercício físico. O professordeve estar atento à higiene pessoal dos seus alunos e tentar

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corrigir a falta de asseio encontrada, conversando com o próprio aluno ou com seus pais.Chame atenção sobre a necessidade do banho diário com água e sabão para a manutenção do asseiocorporal. Esta prática diária combate a proliferação de. microrganismos, desobstrui os poros e retira oodor do suor.

------------------------ DO QUE TODA CRIANÇA PRECISA PARA TER SAÚDE· CAPíTULO I·SAÚDE ESCOLAR

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Deve-se ensinar ao aluno os hábitos correctos ao se utilizar a casa de banho: fechar a porta, manter oassento limpo, utilizar papel higiénico limpando sempre de frente para trás, deitar água, fechar ou abotoar aroupa, lavar as mãos. As meninas não devem se sentar em sanitas públicas. Tudo isso é importante para a

manutenção da saúde. As pessoas devem se orgulhar do próprio corpo e mantê-lo limpo e sadio.

Mãos, pés e unhasAs mãos e unhas merecem uma atenção maior porque são portadoras de germes (causadores de doenças)e são utilizadas constantemente na manipulação dos alimentos, nas. brincadeiras e no trabalho. As criançaslevam frequentemente as mãos à boca.As mãos precisam estar sempre limpas e as unhas sempre curtas. O acto de lavar as mãos com água esabão é uma actividade que deve ser interiorizada e automatizada pela criança, sobretudo antes das refeiçõese após a utilização da casa de banho. Antes das refeições escolares, faça seus alunos lavarem as mãos.Os pés são outra parte do corpo que merecem atenção: os pés devem estar sempre limpos e secos paraevitar infecções frequentes como as micoses (frieiras, por exemplo); o uso de calçados adequados permiteuma boa postura e equilíbrio do corpo, além de ser um importante factor de protecção contra as sujeirasdo meio ambiente.

CabelosUma higiene especial deve ser dispensada ao couro cabeludo. O acúmulo de oleosidade e sujeira favorecea formação da seborreia, da caspa e a proliferação de piolhos e lêndeas. Por isso, os cabelos devem serlavados, secados e penteados frequentemente.

GenitáliaOs alunos devem ser orientados a manter os genitais e ânus limpos, lavando-os diariamente com água esabão. A falta de higiene nesta parte do corpo leva ao acúmulo de suor e secreções e facilita o aparecimentode doenças (como infecções do trato urinário).

SonoO sono é uma actividade necessária à vida humana: o repouso é fundamental para o equilíbrio psíquico epara a regeneração e crescimento das células gastas durante o dia. É importante que a criança durmacerca de 8a 10 horas por dia. A falta de sono deixa o aluno sonolento, confuso, com dificuldade deraciocinar e de aprender durante as aulas, interferindo no processo ensino-aprendizagem.

O professor não deve castigar nem punir os alunos que costumam dormir na sala de aula. Deve, sim, averiguar

as causas da sonolência: a criança não dorme em casa porque tem fome, barulho, luz forte, meio familiarinstável...

Exercício físicoO exercício físico é parte integral da educação do ser humano e contribui para o desenvolvimento harmonioso

(físico, emocional e mental) do aluno.

À escola cabe o papel de estimular e proporcionar a prática de ginástica e de jogos colectivos, ensinar

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SAÚDE ESCOLAR - CAPíTULO 1- DO QUE TODA CRIANÇA PRECISA PARA TER SAÚDE ------------------------

outras formas de brincadeiras, actividades recreativas e lúdicas que estimulem a criatividade, a coordenaçãoe a movimentação dos músculos.

É importante que o aluno faça exercícios físicos pelo menos três vezes por semana, para fortalecer e. estimular o seu corpo de uma forma integral e saudável.

Cuidados afectivosAs crianças precisam de amor e afecto dos adultos para manter sua saúde mental. Por isso, o professordeve orientar os pais no tocante ao carinho, compreensão e estímulo de que as crianças necessitam. Paraalém do meio familiar, o relacionamento entre professor e aluno é extremamente importante. O professordeve empenhar-se na criação de um ambiente favorável que contribua para o equilíbrio e a maturaçãopsicológica do aluno. )

Higiene do meio

A principal fonte de contaminação e transmissão de doenças são as fezes de crianças e adultos seguida dolixo, a sujeira, as moscas, etc.

A melhor maneira de evitar doenças é manter as mãos, a água, os alimentos e o meio onde se vive, setrabalha e se estuda limpos e livres de contacto com as fezes.

Como?

• EVITAR o ACESSO DAS FEZES AO MEIO AMBIENTE ATRAVÉS DO USO DE CASAS DE BANHO OU

LATRlNAS.

• LAVAR AS MÃOS COM ÁGUA E SABÃO DEPOIS DE EVACUAR, DEPOIS DE LIMPAR AS CRIANÇAS E

ANTES DE MANUSEAR OS ALIMENTOS.

• TRATAR A ÁGUA DESTINADA AO CONSUMO E PROTEGÊ-LA DE QUALQUER FONTE DE

CONTAMINAÇÃO.

Manter a água potávelsempre tapada

18

Para um pote de água (251),ponha uma colher (de sopa)

de lixivia

Para 1 litro de água,ponha duas gotas

de lixivia

Ferva a água duranteOU 20 minutos

-

Page 18: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

------------------------00 QUETODACRIANÇAPRECISAPARATERSAÚDE·CAPíTULOI·SAÚDE ESCOLAR

A criança só interioriza conceitos e comportamentos favoráveis à saúde através da prática.É muito difícil ensinar conceitos e regras de higiene se, na escola, a criança não tem latrina ou casa debanho para fazer suas necessidades e não tem água para lavar as mãos.

Se na sua escola não tem água nem sanitários, os gestores, os professores, os pais e os alunos devem seorganizar e solicitar apoios para construção de latrinas ou casas de banho e reservatórios de água.

Todos os recintos da escola, incluindo as áreas externas, como o pátio, devem ser limpos. O lixo da escoladeve ser depositado em recipientes apropriados. Para isso, a escola deve ter latas de lixo e as salas de aulastambém devem estar munidas de cestos de lixo. O aluno deve ser ensinado a deitar o lixo nos locaisadequados e envolvido nas tarefas de limpeza da escola. Em localidades onde a Câmara não recolhe o lixo,o mesmo deve ser enterrado o~ queimado num local adequado e seguro, e nunca depositado a céu aberto.A cantina escolar é o local apropriado para a criança aprender hábitos higiénicos em relação à alimentação,a importância de se usar utensílios (copo, pratos e talheres) limpos e individualizados, lavar as mãos antesde comer, ajudar a limpar a mesa após a refeição e lavar a boca e os dentes depois.

Deve-se evitar a circulação de animais (porco, cabra, galinha ... ) no interior da escola. Se a escola faz acriação animais, os mesmos devem ser mantidos em locais apropriados.

Sugestões de como trabalhar o tema em sala de aula:

· Separe a turma em dois grupos e simule um teatro com o tema higiene. Um dos grupos deverepresentar o quotidiano de uma localidade ou escola limpa e o outro de uma sem higiene. Qual seriao estado de saúde das suas populações e/ou alunos?

· Organize com os seus alunos visitas à cozinha da escola e discuta a importância da higiene napreparação e conservação dos alimentos:

· Os alunos deverão fazer um levantamento das condições de higiene da escola (limpeza, número decestos de lixo, iluminação, ventilação, horto escolar e jardim, etc.), Para isso, separe a turma emgrupos e cada grupo tratará de um dos locais da escola (salas de aula, cozinha, pátio, casa de banho ...).Depois, os alunos fazem cartazes sobre os problemas detectados e as medidas necessárias paramelhorar o ambiente. Os cartazes poderão ficar afixados em locais que chamam a atenção de todos.

·Peça aos os alunos para lembrarem todas as coisas em que tocam durante um dia normal (animais,terra, outras crianças, móveis, chão ... ). Escreva as respostas no quadro. Depois, peça às criançaspara imaginarem que, ao colocarem as mãos na boca ou comerem, estão comendo toda essasujidade. Aproveite para reforçar que 0S micróbios vivem na sujidade e que as mãos ficam sujasfacilmente.

· Veja as fichas de actividade no final deste capítulo

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Page 19: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

SAÚDE ESCOLAR - CAPíTULO 1- DO QUE TODA CRIANÇA PRECISA PARA TER SAÚDE -----------------------

VACINAÇÃO

As crianças pequenas são mais susceptíveis às doenças do que os adultos porque ainda não têm imunidade,ou seja, o conjunto de elementos de defesa do organismo.

Como as vacinas protegem as crianças contra as doenças?As vacinas são feitas a partir de micróbios (vírus e bactérias) enfraquecidos ou mortos, ou ainda desubstâncias produzidas por esses microrganismos. Assim, quando aplicada, a vacina "ensina" o organismoa produzir células e substâncias de defesa (anticorpos) contra esses micróbios, protegendo a pessoa

contra as doenças que eles causam. ,Deste modo, a vacina BCG protege contra a tuberculose; a tripla contra o tétano, coqueluche (tosse convulsa)e difteria; a Sabin contra a poliomielite (paralisia infantil) e a anti-sarampo contra o sarampo. '

o ideal é que toda a criança seja vacinada de acordo com o calendário vacinal vigente no país para que fiqueprotegida contra uma série de doenças que, quando contraídas, podem levar a sérias complicações (paralisiainfantil, desnutrição, atraso mental, cegueira) ou até à morte.

Certas doenças nós só temos uma vez. Quando uma criança tem varicela, por exemplo, o seu corpo fabricacélulas de defesa específicas para combater a doença, protegendo assim o organismo de um novo ataque devaricela. Chama-se a isso imunidade adquirida após a doença e não ocorre para todas as doenças.

O papel do professor

No acto da matrícula para a primeira classe, é obrigatório exigir a apresentação do cartão de vacina doPMI.

Nesta altura, deve-se conferir se a criança recebeu todas as vacinas previstas no calendário.Em caso de falta de uma ou mais doses, esta é uma boa oportunidade para completar o calendário vacinal.Encaminhe a criança para o Centro de Saúde / PMI mais próximo de sua escola.

elLIIIAllllIIlell.çllRecém-nascido , BCG e pólio extra

com 1 mês e meio 1a dose de tripla e 1a dose de pólio

com 2 meses e meio 2a dose de tripla e 2a dose de pólio

com 3 meses e meio 3" dose de tripla e 3" dose de pólio

\ com 9 meses .......................................... dose única de anti-sarampo

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Page 20: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

-------------------------' CAPíTULO 1 • DO QUE TODA CRIANÇA PRECISA PARA TER SAÚDE· SAÚDE ESCOLAR

FICHA DE ACTIVIDADE - HIGIENE E SAÚDE

Título: O menino que não gostava de água e sabão (adaptação) Nível: la e 2a fasesObjectivo: Sensibilizar os alunos sobre a importância da higiene para a manutenção da saúde.Material: história O menino que não gostava de água e sabão, papel, canetas, revistas pararecortar, tesoura, cola, papel de embrulho e material de desperdício (jornal, tampas de garrafa,retalhos de pano, etc.)Tempo: pode começar numa aula de Língua Portuguesa e acabar numa de Expressão Artística

Desenvolvimento:Leia a história a seus alunos, ou, se já souberem, eles podem lê-la em voz alta. Em seguida, organizeuma dramatização ou peça aos alunos que façam, em grupo, um painel colectivo (com desenhos,recortes e colagens) que conte a história."Era uma vez um menino chamado Tó que não gostava de tomar banho nem de se lavar. Como seuspais trabalhavam fora o dia todo, não havia ninguém para controlar se ele tomava banho ou não.(Mãe) - Apressa-te Tó, ou vais chegar atrasado à escola.(Tó) - Já estou indo!Tó pensou consigo mesmo: - Vou molhar a cabeça e minha mãe vai pensar que eu tomei banho!

Assim, Tó entrou na cozinha de cabelo molhado e disse bom dia à sua mãe.

(Mãe) - Bom dia, meu filho. Estou a ver que tomaste banho. O banho é muito importante para matar

os micróbios do corpo! Toma o pequeno almoço que já está na hora da escola. Quando voltares,

encontrarás o almoço pronto, é só aquecer ...e não te esqueças de lavar as mãos primeiro.

Depois do pequeno almoço, Tó foi à escola onde estudou e jogou bola com seus amigos. No fim da

manhã, estava sujo e suado. Na hora de ir para casa, um dos seus amigos falou:

(Amigo) - Quando chegar em casa vou logo tomar banho, pois estou muito sujo.

E o Tó respondeu: - Eu não, não gosto de tomar banho.

(Amigo) - Mas a professora já nos explicou que se não nos lavarmos podemos ficar doentes.

(Tó) - Eu não acredito, nunca fiquei doente por causa disso.No caminho, Tó encontrou uma vendedora e, como estava com fome, comprou uma manga.

(Tó) - Esta manga está suja, mas como estou com fome vou comê-la assim mesmo. Sempre

como frutas e legumes sem lavá-los e nunca fiquei doente por causa disso.

Então, ele comeu a manga sem lavá-la primeiro. Suas mãos também estavam sujas. Quando chegou

em casa, aqueceu o almoço e comeu, mas não lavou as mãos antes, como a mãe tinha dito. No dia

seguinte, ele acordou sentindo fortes dores na barriga.

(Tó) - Ai, mamãe, sinto-me muito maL Minha barriga dói muito! E estou com diarreia!

(Mãe) - Coitado do meu filho! Estás com febre. Vou já levar-te ao Centro de Saúde!

A mãe levou o Tó ao Centro de Saúde. O médico examinou-o e deu-lhe alguns remédios. Passadas

algumas horas, ele sentia-se um pouco melhor. Mas por que o Tó ficou doente? Porque não tomava

banho e não lavava as mãos com água e sabão, comia as frutas e hortaliças sem limpá-las primeiro.

Tó ficou tão assustado com o que aconteceu que disse à sua mãe:

(Tó) - Desculpa-me por ter sido desobediente, mas já aprendi a lição. A partir de agora, prometoque serei o menino mais limpo do mundo. Eu não quero ficar doente outra vez. Vou sempre tomarbanho direitinho, lavar as mãos com água e sabão antes de comer e depois de usar a casa de banho,

lavar sempre as frutas e legumes antes de comê-los. E vocês, amigos, lavam sempre suas mãos?Lavam-se todos os dias? Lavam as frutas e legumes antes de comê-los? Isso é muito importante

.para que não aconteça convosco o que aconteceu comigo!"

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Page 21: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

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SAÚDE ESCOLAR - DO QUE TODA CRIANÇA PRECISA PARA TER SAÚDE - CAPíTULO 1 -----------------------

FICHA DE ACTIVIDADE - SAÚDE E DESENVOLVIMENTO

Título: Determinação de peso Nível: Todas as fasesObjectivo: Sensibilizar os alunos sobre a questão do peso, fazer gráfico individual da evolução dopeso do aluno. Material: balança e caderno do aluno'IemporJ ou 4 vezes por anoDesenvolvimento:O professor deve pesar seus alunos e cada um deve anotar em seu caderno o peso e a data em que foipesado.Repetir apesagem depois de algunsmeses, de maneiraque cada aluno teráum gráficoindividual.O professor aproveita o momento da pesagem para conversar com seus alunos sobre: a relaçãoentre alimentação e peso, inconvenientes de uma alimentação deficiente ou excessiva, importânciada cantina escolar (o peso é influenciado pela alimentação, tipo físico, doenças: etc.).Técnica de pesagem: Para as medições periódicas serem precisas, o professor deve pesar os alunosde preferência sempre com a mesma balança (que deve ser testada antes), à mesma hora do dia. Oaluno deve estar descalço e com menos roupa possível. O mesmo aluno deve ser pesado duas vezese o professor anota o peso médio.Obs.: Para avaliar o estado nutricional do aluno, o professor deve comparar o resultadocom a tabela apresentada em anexo, no fim deste manual. Peso

~'g

22

L-- ~ Dolo

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FICHA DE ACTIVIDADE - SAÚDE E DESENVOLVIMENTO

Título: Crescimento em altura Nível: Todas as fasesObjectivo: Sensibilizaros alunossobrea questãoda altura,fazergráficoindividualde crescimentodo aluno.Material: cartolina de cor clara, canetas ou lápis coloridos, tesoura, pregos, martelo, régua e colaTempo: 3 ou 4 vezes por anoDesenvolvimento:Recortar e colar a cartolina de modo a obter uma tira com cerca de 170cm de comprimento e 15a 20cm de largura. Com o auxílio de uma régua, marcar na tira a escala métrica em centímetros;o valor zero coincidindo com um dos extremos. Decorar a escala com desenhos. Pregar a escalanuma das paredes da sala de aula de modo que o valor zero encoste no chão.Técnica da medição: um a um, os alunos devem descalçar os sapatos e encostar na escala comos pés unidos e totalmente no chão; calcanhares, ombros e cabeça encostados na parede, olhandopara frente. Coloca-se um livro grosso em cima da cabeça, horizontalmente. Com o livro emposição, lê-se na escala a medida indicada pelo limite inferior do livro.Cada aluno fará seu gráfico de crescimento. Discutir que aaltura depende principalmente dos factores hereditários Mura

(família), mas também da alimentação, exercício, etc., e quecada um tem seu ritmo próprio de crescimento (que é maiorna infância e na puberdade).

'-- Dala______ Idade

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------------------------ CAPíTULO 1 - DO QUE TODA CRIANÇA PRECISA PARA TER SAÚDE- SAÚDE ESCOLAR

FICHA DE ACTIVIDADE - HIGIENE

Título: Regras de ~giene Nível: 2a faseObjectivo: Identificar hábitos de higiene que possam contribuir para uma vida saudável.Material: quadro negro, giz, lápis, fita adesiva, tiras de papelTempo: 45 minutosDesenvolvimento:Solicitar aos alunos que identifiquem o que as pessoas devem fazer para ficarem limpas e semdoenças. Em cada tira de papel, escrever uma regra de higiene (hábito).O professor divide o quadro negro em partes e em cada uma escreve uma categoria de hábito dehigiene: pessoal, alimentar e do meio. Pedir aos alunos que colem as tiras de papel na parte adequada(exemplo: higiene oral faz parte da higiene pessoal). Obs.: pode-se também pedir aos alunos queescrevam directamente no quadro, ao invés de usar tiras de papel.Depois, o professor pede aos alunos para observar a lista e ver se há regras em lugar errado ou sefalta acrescentar alguma outra regra importante que esteja faltando.Para finalizar, solicitar aos alunos que se reunam em grupos de 4 ou 5 e que façam a dramatização oumímica de algumas regras de higiene. Por ex.: uma mãe ensinando o filho a escovar os dentes, comose utiliza uma casa de banho correctamente, etc. O resto da turma deve identificar a regra dramatizada.O professor comenta as dramatizações, elogiando as boas recomendações que surgiram ecompletando as informações (por exemplo: os genitais também devem ser lavados diariamente,

tanto na menina quanto no menino).

FICHA DE ACTIVIDADE - HIGIENE INDIVIDUAL

Título: Lavar as mãos Nível: la faseObjectivo: Identificar bons hábitos de higiene. Reconhecer a importância da água e sabão paramanter o corpo limpo.Material: {)2 pedaços de pano branco limpos ou toalhinhas, 02 recipientes com água, sabãoTempo: 30 minutos

Desenvolvimento:O professor escolhe dois alunos com as mãos bem sujas para realizar o seguinte exercício: convidaros alunos para lavarem as mãos, cada um em um recipiente. O primeiro lava as mãos só com água,o segundo com água e sabão. Depois, cada um enxuga as mãos num dos panos.Solicitar à turma que observe e compare os panos. Que diferenças se podem notar? (Os alunosdevem observar que aquele que lavou só com água ainda tinha as mãos sujas, o que lavou direito,com água e sabão, tinha as mãos mais limpas).Através de um diálogo com a turma, os alunos deverão chegar à conclusão que lavar as mãos sócom água não é suficiente para eliminar a sujidade. Água e sabão lavam mais eficazmente.Iniciar uma discussão: Quando é que se deve lavar as mãos? Por que é importante manter as mãoslimpas? Após fazermos as uecessidades (cocó e xixi), porque as mãos ficam sujas com micróbiosque são bichinhos pequenos que provocam doenças como dor de barriga; antes de comer, porque osmicróbios das mãos sujas entram na nossa boca; também antes de preparar qualquer comida,porque os micróbios da mão passam para a comida e toda a gente pode ficar doente.Para frnalizar, o professor pode solicitar à turma que dramatize com gestos a canção do programade televisão "lava amãoantes de comer, lava a mão depois de fazer necessidade, lava a mão ..."

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Page 23: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

SAÚDE ESCOLAR· DO QUE TODA CRIANÇA PRECISA PARA TER SAÚDE· CAPíTULO 1 -------------------------;

FICHA DE ACTIVIDADE - ALIMENTAÇÃO

Título: Alimentação Nível: la faseObjectivo: Discutir a importância dos diferentes alimentos.Material: quadro negro, giz, papel e lápisTempo: 60 minutos

Desenvolvimento:"Por que a alimentação é importante?"Faça esta pergunta aos seus alunos e registe as respostas no quadro, para que eles possam lerfacilmente.Discuta com eles: por que os alimentos são importantes para o aluno? Para ter boa saúde, para crescer,para viver, para evitar doenças, dar energia, reunir a farru1ia e os amigos na hora da refeição, etc."Os alimentos que nós comemos" .

Peça aos alunos para escrever uma lista dos alimentos que habitualmente comem. Depois, cada umcita sua lista e agrupa os alimentos segundo as suas funções:Alimentos que dão energia: milho, açúcar, pão, óleo, batata, mandioca, farinha, arroz, massas ...Alimentos que fazem crescer: carne, peixe, frango, ovo, feijão, queijo ...Alimentos que protegem o organismo: legumes e frutas - tomate, abóbora, cenoura, couve, repolho,papaia, laranja, banana, manga ..."A alimentação e as necessidades do corpo"Por que o corpo precisa de energia? Para as diversas actividades do dia-a-dia: correr, briricar,estudar ...Por que uma alimentação deve ser variada? Nenhum alimento sozinho pode satisfazer todas asnecessidades do C?rpo. Por isso deve-se consumir alimentos variados.

FICHA DE ACTIVIDADE - COMPORTAMENTOS SAUDÁVEIS

Título: O que posso fazer para manter minha saúde Nível: la faseObjectivos: Identificar comportamentos que possam contribuir para uma vida saudável.Material: papel de embrulho, folhas e recortes de revistas, lápis de cor. OBS: O professor, no diaanterior, solicita aos alunos que tragam revistas de casa para a realização desta actividade.Tempo: 60 minutos

Desenvolvimento:O professor explica aos alunos que vão criar um jornal mural com ilustrações sobre tudo o queuma criança deve fazer para ter boa saúde: alimentação correcta, higiene do corpo, tempo desono, prática de desporto, viver num ambiente saudável, manter a escola limpa, etc.O professor distribui as folhas de revista aos alunos para eles recortarem figuras sobre o assunto.Depois faz-se a colagem no papel de embrulho.

O professor convida os alunos a apresentar oralmente algumas frases sobre saúde quecorrespondam às figuras coladas. À medida em que os alunos vão dizendo as frases, o professoras escreve no quadro.Depois, se os alunos já sabem escrever, o professor pode pedir para escreverem as frases sob asfiguras já coladas no papel de embrulho.Terminar a actividade pedindo aos alunos que façam, no caderno diário, um desenho sobre asregras de higiene.

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Page 24: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

----------------------- CAPíTULO I· 00 QUE TODA CRIANÇA PRECISA PARA TER SAÚDE· SAÚDE ESCOLAR

FICHA DE ACTIVIDADE - ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA

Título: O jogo da roda dos alimentos Nível : 3a FaseObjectivos: Aplicar as regras da alimentação equilibrada mediante a utilização da roda dos alimentos.Material: papel de embrulho, papel cartolina, tesoura, recortes de várias origens (revistas, desenhosetc.), saco plástico não transparente.Tempo: 60 + 60 minutosOBS: Esta actividade poderá ser iniciada numa a aula de Expressões e finalizada na aula deCiências Integradas.Desenvolvimento:1. CONSTRUÇÃO DO JOGO· Faz-se o cartaz da roda dos alimentos com o papel de embrulho (50cm de diâmetro). A roda édividida em sectores (ver desenho neste capítulo)·Formam-se 5 grupos de alunos. Cada grupo fica responsável por um sector da roda dos alimentos.· Os alunos de cada grupo recortam de revistas alimentos do seu sector (ou podem fazer desenhos)e colam as figuras em cartolina.· Cada aluno do grupo deve ter um cartão eom um alimento diferente.· Depois, os cartões de todos os grupos são colocados dentro de um saco. O cartaz com a Rodados Alimentos é pendurado no quadro.2. REGRAS DO JOGO· O professor faz o sorteio para ver qual o 10 grupo a jogar.· Um elemento do grupo sorteado retira do saco um cartão e vai colocá-lo no sector da rodacorrespondente. Marca 3 pontos se o alimento for colocado correctamente. Se errar, volta acolocar o cartão no saco.· Passa a vez ao grupo seguinte e assim sucessivamente.· Ganha o grupo que tiver maior pontuação.

FICHA DE ACTIVIDADE - COMPORTAMENTOS SAUDÁVEIS

Título: O que posso fazer para manter minha saúde Nível: 2a faseObjectivo: Identificar atitudes; e hábitos saudáveis.Material: papel e lápisTempo: 60 minutosDesenvolvimento:O professor solicita aos alunos que façam pares. Os parceiros (cada par) identificam seus hábitossemelhantes: se usam a mesma marca de pasta de dentes, praticam o mesmo desporto, gostam de comerlegumes, frutas, tomar banho, etc.Cada par faz uma lista do que é necessário para se viver com boa saúde.Em seguida, cada par da classe lê a lista que elaborou sem repetir o que o par anterior já disse.Promover em seguida uma discussão com as seguintes questões: Qual o conceito de boa saúde? Nóssomos responsáveis pela nossa saúde? Dentre as coisas necessárias para se ter boa saúde, quais sãodifíceis de respeitar? Quais são.os melhores hábitos e comportamentos que devemos adoptar para vivermoscom saúde? Devemos conversar sobre estes temas com os nossos pais e amigos?Solicite aos alunos que reflictam sobre três mudanças de comportamento que seriam positivas para a suaprópria saúde. No final, cada um escreve as mudanças num papel, em forma de contrato, e pede aos pais,professores ou padrinho para assinarem como testemunhas das mudanças a efectuar. O professor deveainda discutir com os alunos as mudanças seleccionadas e o tempo necessário para realizá-las.

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Page 25: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

SAÚDE ESCOLAR - DO QUE TODA CRIANÇA PRECISA PARA TER SAÚDE - CAPíTULO 1 -------------'

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Page 26: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

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Page 27: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

FICHA DE AVALIAÇÃOIV00

Nas 8 frases seguintes, põe Càfrente das certas (4) e E à frentedas erradas (4).

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Page 28: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

,AS DOENÇAS MAIS COMUNSNOS ESCOLARES

Page 29: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

SAlíOE ESCOLAR - CAPíTUL02-AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES ---------------------------

AS DOENÇAS MAIS COMUNSNOS ESCOlARES

No capítulo anterior, vimos algumas regras básicas para a manutenção da saúde do aluno. Agora vamos verquais são as doenças mais frequentes entre eles, o que fazer para evitá-las e como proceder frente às diferentesdoenças.Para começar, as doenças que mais atingem os escolares caboverdianos são: cárie dentária, doenças depele, anemia e má-nutrição, diarreia, parasitoses, doenças do aparelho respiratório e distúrbios relacionadoscom os órgãos dos sentidos (visão, audição, fala).

Alguns dos principais sinais de que a criança não está bem, aos quais o professor deve estar atento, são:· parada ou diminuição do ritmo de crescimento· criança muito quieta, que não brinca· febre· dores e/ou inchaços (inflamações)

o professor pode ajudar, e muito, a diminuir a prevalência dessas doenças entre as crianças!

CÁRIES E DOENÇAS DA GENGIVA

A cárie é a doença de maior prevalência entre os escolares caboverdianos. Os problemas dentários quecomeçam na infância persistem ao longo da adolescência e da vida adulta. A consequência é que, ao longoda vida, as pessoas sofrem muitas vezes de dor de dente e infecções e acabam por "perder" os dentesprecocemente.

Você sabia que com medidas simples de prevenção podemos evitar grande parte dessas doenças e melhorara saúde oral dos caboverdianos?

A importância dos dentes

Os dentes participam de diversas funções que executamos no dia-a-dia, como a mastigação e digestão dosalimentos e a fala. Dentes e gengivas saudáveis também são importantes para que a pessoa tenha bomhálito, boa aparência e boa saúde, pois uma infecção na boca pode se espalhar para outra parte do corpo.

Para que a mastigação seja perfeita, os dentes trabalham em conjunto: os dentes da frente, chamados incisivos,cortam; os caninos, mais pontudos, servem para rasgar e os pré-molares e molares, dentes de trás, triturame moem os alimentos. Incisivos

Esmalte

~

Ol a Dentina

Coroa

Colo

Raiz 1/1.~':7G,WU.jl--~~~~~~~Caninos

Pré-molares

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Page 30: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

A criança que frequenta o EBI tem, ao mesmo tempo, dentes de leite e dentes deãnítívos, é achamada dentição mista. O cuidado que seu aluno tem com os dentes vai determinar a suasaúde oral no futuro!

;,-------------------------- CAP;TUL02 ·AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES· SAÚDE ESCOLAR

Quantos dentes nós temos?

Os dentes de leite, ou dentes decíduos, começam a nascer por volta dos 7 meses, e até os 2 anos e meio deidade, nascem todos os 20 dentes de leite da criança. Entre os 2 anos e meio e os 5 ou 6 anos, todos osdentes da criança são de leite.

A partir dessa idade, os 20 dentes de leite serão, aos poucos, substituídos por dentes permanentes. Paraalém disso, nascem, no fundo da boca, atrás do espaço ocupado pelos dentes de leite, mais 12 dentesmolares, totalizando 32 dentes permanentes ou definitivos que não são mais trocados.Na maioria das vezes, os primeiros molares permanentes são os primeiros dentes definitivos anascer, quando a criança tem 5 ou 6 anos. O primeiro molar definitivo nasce atrás do último dente de leite,antes que estes comecem a cair. A partir de então, inicia-se a troca dos dentes de leite que caem pelospermanentes, a começar pelos os dentes da frente (incisivos). Algumas vezes, um dente definitivo podenascer sem que o dente de leite correspondente tenha caído; neste caso, o dente permanente nasce fora deposição e, se a situação persistir, a criança deve ser encaminhada a um dentista para extrair o dente de leite.Com cerca de 12 anos, a criança já tem 28 dentes permanentes. Os 4 dentes do siso (terceiros molarespermanentes) nascem com a chegada da idade adulta.

Dentição Mista

Muitas vezes os adultos acham que não é preciso darimportância aos dentes de leite, pois eles são substituídospelos permanentes. Mas isso não é verdade: os dentes deleite são tão importantes para uma criança, quanto os dentespermanentes são para os adultos. A falta de cuidado comos dentes de leite provoca o aparecimento de cáries e acriança sofre de dor de dente desnecessariamente. Umacriança com dor de dente não presta atenção na aula emuitas vezes não se alimenta direito, por isso as cáriespodem agravar a má-nutrição. Além disso, se os dentes deleite "estragam" muito cedo, provavelmente os dentesdefinitivos vão nascer tortos ou fora do lugar. Infecçõesfrequentes na boca podem levar ao surgimento de outrasdoenças futuras, como problemas cardíacos.

Dentes de leite

Primeirosmolares

permanentes

Erupção doincisivo permanente

Às vezes, os pais pensam que seu filho só tem dentes de leite, enquanto, na verdade, ele já tem alguns dentespermanentes que se não forem cuidados vão estragar logo.

o que causa a cárie e as doenças da gengiva?

A cárie ("buraco" no dente) e a gengivite (inflamação na gengiva) são causadas por bactérias que vivem naboca e pelo consumo excessivo de açúcar. As bactérias, juntamente com restos de comida, aderem-se aosdentes formando uma película pegajosa, praticamente invisível: a placa bacteriana. Quando você passaa língua nos dentes e sente uma "aspereza" é a placa bacteriana.

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SAÚDE ESCOLAR· CAPíTULO 2 ·AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES -----------------------------=....

Cada vez que comemos ou bebemos alguma coisa que contém açúcar essas bactérias transformam oaçúcar em ácidos que desmineralizam os dentes e provocam irritações na gengiva. O resultado é oaparecimento das cavidades (buracos) de cárie e das doenças da gengiva. A gengiva doente fica inchada,muito vermelha e sangra com facilidade, ao contrário da gengiva sadia que é mais castanha ou cor de rosae fica firme ao redor dos dentes.

Dentes e gengiva limpos e saudáveis Placa bacteriana Cáries Gengivite

: .Bactérias

. ~." @

O que acontece se a cárie e a gengivite não forem tratadas?

Se a cárie não for tratada atinge o nervo do dente, provocando muita dor e até infecção que pode incharo rosto (abcesso). A gengivite não tratada toma-se uma doença mais grave: a periodontite, que atinge araiz do dente e destrói o osso à sua volta, podendo provocar a perda do dente.Se a gengiva sangra Com facilidade, está inflamada. Neste caso, deve-se continuar a escovar os dentescom uma escova macia, massageando a gengiva em movimentos circulares para remover toda a placa queprovoca a gengivite. Se a gengiva não parar de sangrar em alguns dias, deve-se procurar um estomatologista.

É muito importante encaminhar para tratamento uma criança com cáries, gengivites ou infecções antesque elas piorem. Se na sua região não tem dentista, encaminhe ao Centro de Saúde; a criança queprecisa será medicada e receberá orientações sobre onde poderá encontrar um dentista.

Como evitar a cárie e a gengivite?

Através de uma higiene bucal correcta com o uso de flúor e da redução do consumo de açúcar. Limpamosos dentes para remover não só os restos de comida, mas também a placa bacteriana. Cada lado de cadadente deve ficar limpo, por isso a higiene bucal requer tempo e cuidado. Escovar os dentes de qualquerjeito não adianta nada! Os dentes devem ser limpos duas a três vezes por dia, após as refeições. Se a placanão for removida, além de provocar as doenças da boca, ela toma-se dura e mineralizada (tártaro) e entãosó um estomatologista consegue retirá-la.

a) Higiene BucalCada criança deve ter sua própria escova, que deve ser pequena e macia. Crianças pequenas não devemusar pasta porque podem engoli-la, mas os maiores de 5 anos devem escovar sempre com pasta comflúor. Até os 7 anos, as crianças não conseguem escovar os dentes sozinhas, precisam da ajuda dos pais,irmãos ou do professor.Os dentes devem ser escovados três vezes por dia (ou pelo menos de manhã e antes de dormir), e, a partir dos 8anos, a higiene deve ser completada com o fio dental ou palito (uma vez por dia) que limpa entre os dentes, ondea escova não alcança. O fio (linha) e o palito devem ser usados com cuidado para não machucar a gengiva.

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"--------------------------------- CAP;TUL02 ·AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES· SAÚDE ESCOLAR

A escavação deve ser feita com cuidado para limpar cada lado de cada dente (lado de fora, de dentroe a parte que mastiga), principalmente perto da gengiva e entre os dentes. Não se deve escovarcom força demais para não machucar a gengiva.

Professor, aprenda a técnica de escavação e ensine aos seus alunos, mostrando desenhos e completandocom demonstrações práticas. Ensine seus alunos a passarem a língua nos dentes depois de escová-los paraver se estão "lisinhos" ou se ainda tem alguma parte suja por limpar.

Para que escovaatinja todas assuperfícies dosdentes e limpe

a gengiva, •é necessário

incliná- la nadirecção da gengiva.

Os movimentos daescova devem ser

circulares ou de"vai-vem". Para o

lado de fora dosdentes de cima,

complete a escovagemcom movimentos de

cima para baixo.

~w

Para olado de fora dosdentes de baixo,

faça pequenos ~movimentos circu-

lares ou de "vai-vem"e complete a escovagem

com movimentos debaixo para cima.

Nas partes quemastigam os

alimentos, os movi-mentos devem ser

de vai- vem.

Fio Dental

Retire aproxima-damente 40 cmde fio. Enrole-ono dedo médiode uma mão.Introduza o fio.cuidadosamente,entre os doisdentes e façamovimentosde "vai-vem".

Palito

Para limparlado de dentro dosdentes da frente,a escova deveficar na vertical.

O lado de dentro dosdentes de trás (em cima eem baixo) devem serescovados com pequenosmovimentos de "vai-vem ". Não se esqueça deescovar a língua.

Para uma higiene oralcompleta, deve-se limparentre os dentes (onde aescova não alcança) como fio dental ou palito. Ofio e o palito devem serusados com cuidado paranão magoar a gengiva.

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SAÚDE ESCOLAR - CAPíTUL02-AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES -------------------------

b) Você sabe o que é flúor?É um elemento encontrado na natureza (nos peixes, na cebolinha verde, no chá preto, na hortelã pimenta ...)e que ajuda a fortalecer os dentes contra as cáries. Por isso, é utilizado na fabricação de certos produtoscomo a pasta de dente. Assim, adultos e crianças maiores de 5 anos devem usar pasta com flúor, pelomenos uma vez ao dia, ao escovar os dentes. Isso é muito importante. Não precisa colocar muita pasta naescova. Lembre-se de que a pasta não deve ser engolida.

Existem ainda outras fontes de flúor: soluções de enxague bucal, além de gotas e comprimidos que devemser receitados por um dentista.

Atenção: em algumas regiões de Cabo Verde, a água contém excesso de minerais, inclusive de flúor (comoa "água vinagre" da Brava). Essa água não deve ser consumida regularmente, pois provoca o aparecimentode manchas e malformações nos dentes. Se na sua região as pessoas costumam ter dentes manchados,informe-se no Centro de Saúde. Se uma pessoa bebe regularmente dessa água, não deve usar pasta comflúor.

c) Reduzir o consumo de açúcarComo já vimos, nosso organismo precisa de alimentos nutritivos. O excesso de açúcar não l bom para osdentes nem para o corpo. O que fazer?

· Reduzir o consumo de açúcar e de comidas e bebidas que são preparadas com açúcar (doces, bolos,refrigerantes, rebuçados, pastilhas elásticas, "chupa-chupa", biscoitos).

· Consumir açúcar somente após as refeições, por exemplo um doce de sobremesa. Escovar os dentesdepois. Se não for possível, deve-se, pelo menos, enxaguar a boca com água,"

· Evitar o consumo de açúcar entre. as refeições e antes de dormir .. ,.

Pessoas que consomem menos açúcar e limpam os dentes correctamente têm menos cáries e gengivite.

E as frutas?O açúcar natural das frutas não é prejudicial como o açúcar industrializado. Prefira sempre uma fruta a umdoce.

Reproduza este desenho e dê para os seus alunos colorirem

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:--------------------------- CAPíTULO 2 ·AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES· SAÚDE ESCOLAR

Como trabalhar o tema em sala de aula?

· Pelo menos uma vez por semestre, o professor deve examinar a boca dos seus alunos eencaminhar os casos de cáries e infecções, assim como outras anormalidades que encontrar.

· Você acha que uma criança consegue aprender a escovar os dentes correctamente somente vendoum desenho num livro? Não, ela precisa aprender na prática.

~· Você pode levar uma escova para a escola e, após explicar aos alunos como eles devem escovaros dentes, demonstrar em uma criança. Guarde a escova, com o nome da criança, e volte a repetira demonstração algum tempo depois.

·Experimente lançar uma campanha na sua escola: cada criança deve levar uma escova por semestre,que ficará na escola. Em conjunto, as crianças escovam os dentes após a refeição. Desta maneira,você estará introduzindo o hábito e garantindo que, pelo menos uma vez por dia, seus alunosescovarão os dentes correctamente.

· Ensine seus alunos a reconhecer as cáries. Numa aula de Matemática, eles podem contar onúmero de dentes ou as cáries dos colegas e realizar operações: n° de dentes saudáveis = n° total dedentes - n° de dentes cariados.

· Quando você for falar aos seus alunos sobre nutrição, aproveite para explicar os alimentos quefazem bem (leite, queijo, frutas, verduras, carnes ...) e os alimentos que fazem mal (doces,refrigerantes ...) aos dentes. Ensine que os dentes permanentes são feitos para durar a vida toda,mas isso só vai acontecer se cuidarmos bem deles.

· Com crianças menores, seja criativo. Uma criança pequena tem dificuldade em entender que um"bicho que ela não consegue ver" (bactéria) pode lhe causar algum maL Diga que na boca vive um.bicho pequeno, um monstrinho, que se alimenta de açúcar, faz buracos nos dentes e vive dentrodeles, estragando os dentes. Que o açúcar faz o bichinho crescer e se multiplicar.

· Na aula de Expressão Artística, os alunos podem fazer dois tipos de cartazes: o primeiro tiposobre doenças da boca, desenhando ou colando figuras de pessoas com os dentes sujos e estragados,dor de dente, bactérias (monstrinhos) e alimentos e bebidas que contêm açúcar (se você encontrarem revistas fotografias de pessoas famosas, pinte alguns dentes de preto e mostre às crianças. Elasperceberão que a pessoa era mais bonita com os dentes saudáveis); o segundo tipo de cartaz serásobre saúde buco-dentária, com colagens ou desenhos de pessoas com sorrisos e dentes bonitos,escovando os dentes e comendo alimentos saudáveis.

· Faça peças de teatro: O que acontece com um menino ou menina que não cuida dos dentes? Umaluno pode ser o paciente e outro o dentista que explica como cuidar dos dentes.

· Veja a seguir as fichas de actividades de saúde oral.

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SAÚDE ESCOLAR - CAP;TUL02-AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES ------------------------

Título: Escova, dentes e bactérias Nível: 1a faseObjectivo: Durante a prática de exercício físico, os alunos tomam consciência da importância dahigiene bucal diária e da ameaça que as bactérias representam.Tempo: Este exercício pode ser feito na aula de Expressão FísicaDesenvolvimento:O professor explica aos alunos que na nossa boca vivem bactérias que estragam os dentes.Alimentadas pelos açúcares que comemos, elas multiplicam-se rapidamente formando a placabacteriana, que fica aderida aos dentes. Para não termos cáries, devemos manter os dentes semprelimpos. Regras do jogo:- Uma criança será a escova, 5 crianças serão os dentes e todos os outros serão as bactérias.Os dentes ficam espalhados, imóveis. A escova deve correr atrás das bactérias. Todas as bactériasque forem tocadas pela escova devem sair da partida. As bactérias devem tentar formar gruposem tomo dos dentes, dando as mãos. Para provocar cárie num dente, 5 bactérias devem ficar aoseu redor de mãos dadas, formando um círculo.A escova deve tentar impedir que as bactérias consigam se agrupar ao redor de um mesmo dente. Aescova pode eliminar as bactérias que estão correndo sozinhas ou os grupos de até 4 bactérias. As

r

bactérias em grupo de 5 ao redor de um dente já não são eliminadas pela escova (tarde demais, odente já vai estar estragado).Quando já não houver nenhuma bactéria livre (todas as bactérias já foram eliminadas ou estãoagrupadas) acabou a partida. Os alunos avaliam a situação: quantos dentes ficaram estragados?Trocam-se os papéis e o jogo recomeça.Obs.: Se o jogo estiver muito fácil, pode-se diminuir o número de bactérias necessárias para estragarum dente (3 ou 4).

ALIMENTOCÁRIEDENTE

· DENTISTAESCOVA

· ESPORTEFIO DENTALFRUTAS

· HIGIENE• LEGUMES

SAÚDEVERDURAS,

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------------------------- CAPíTUL02-As DOENÇAS MAIS COMUNS NOS EsCOLAREs- SAÚDE ESCOLAR

FICHA DE ACTIVIDADE - SAÚDE ORAL

Título: Escovar os dentes Nível: la e 2a fasesObjectivo: Reconhecer a importância da higiene bucal para a manutenção da saúde oralMaterial: a história "O cavalo e o cão", escovas de dente, papel, tesoura, lápis de cor, cola, papelde embrulhoTempo: 45+45+45 minutosDesenvolvimento;1a PARTE - discussão da história "O cavalo e o cão"O professor lê a história com seus alunos e pede para que façam a dramatização. O professorinicia uma discussão sobre o assunto da história: Por que o cavalo perdeu o dente? Como o cavalopoderia ter evitado a perda do dente? Para que precisamos dos dentes? Como imaginam a vida deuma pessoa sem dentes? Quais os problemas de uma pessoa que tem muitos dentes "estragados"?

2a PARTE - observação e demonstração prática da higiene oralAos pares, as crianças podem examinar os dentes do companheiro, perguntando sobre os hábitose problemas que já teve com os dentes.Depois, faz-se uma síntese das informações obtidas e o professor aproveita para reforçar asmensagens sobre a importância de escovar os dentes. Para finalizar, todos os alunos da turmafazem uma demonstração sobre como escovar os dentes, com o apoio do professor.

Para isso, o professor pode lançar uma campanha de saúde oral: cada aluno leva para aescola uma escova por semestre, para escovar os dentes após a refeição. Os alunos que nãotiverem escova podem imitar os movimentos do professor, que demonstra como escovar osdentes.

3a PARTE - Reproduza (fotocopie) as ilustrações a seguir e peça aos alunos para colorirem-nas eordená-las, colando em seguida no papel de embrulho, reconstruindo a história num cartaz.

"O CAVALO E O CÃO" (Recolhas CNDS)O cavalo e o cão muitas vezes jantavam juntos ao anoitecer, depois de um dia de trabalho cansativo.Como o trabalho era muito cansativo, após o jantar o cavalo ia logo dormir. Mas o cão, antes dedormir, lavava sempre os dentes. Uma noite, o cavalo perguntou ao cão: "Por que lavas sempre osteus dentes antes de dormir? Por que não te deitas cedo como eu faço, e assim acordas bemdisposto e preparado para mais um dia de trabalho?". O cão respondeu-lhe: "Eu lavo os meusdentes para ficarem mais fortes. Os cães precisam dos dentes fortes para mastigar os ossos epara proteger a casa de outros animais perigosos". O cavalo sorriu e foi deitar-se como de costume.Um dia, um amigo do cavalo levou-lhe umas canas duras. Como o cavalo gostava muito delas,decidiu guardá-las para depois do jantar. Nessa noite, enquanto o cão mastigava os ossos, ocavalo comia suas canas. Pegou num bocado e de repente ouviu-se um barulho grande e, aomesmo tempo, um gemido forte por parte do cavalo, que desatou a chorar. O cão, ao ouvir obarulho, correu a ver o que tinha acontecido ao seu amigo. Quando chegou, encontrou um pedaçogrande do dente do seu amigo no chão. O cavalo, chorando, perguntou-lhe: "E agora, como é queeu faço para colocar o meu dente de novo na boca? Eu quero o meu dente forte outra vez." O cão,bom amigo, presenteou o cavalo com escova e pasta de dentes e ensinou-o a proteger-se contraa cárie para que nunca mais o cavalo voltasse a perder um dente outra vez.

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-------------------------- AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES· CAPíTULO 2· SAÚDE ESCOLAR

DOENÇAS DE PELE

Já reparou que muitas crianças que frequentam a escola têm manchas na pele efalhas no cabelo? Issosão doenças de pele que passam facilmente de uma criança para a outra.

As doenças de pele mais frequentes nas crianças são: tínha, escabiose ou sarna, furúnculo e abcesso,verruga e impetigo.

TíNHA.

A criança com tínha apresenta manchas circularesna pele ou na cabeça, onde o cabelo pode cair.Essas manchas são causadas por um fungo.

SARNA

N05PUl.SO:>A sarna, também conhecida como coceirinha, é

causada por um parasita. Provoca borbulhas quese localizam principalmente nas dobras do corpoe coçam muito.

NAS.).XII-A$

I <-- AO RE.DOROf" C,,.,TURA

<,N05 GfNITAIS

o que fazer?A tinha e a sarna espalham-se rapidamente no corpo de uma criança e de uma para outra, por isso éimportante saber reconhecer essas doenças e encaminhar a criança para tratamento o mais cedo possível.

Como evitar?Chamar atenção para o cumprimento das regras de higiene: tomar banho diariamente, usar roupa limpa emanter as unhas curtas e limpas.

FURÚNCULO E ABCESSO

São infecções de pele causadas por contaminação de uma ferida, de uma picada de insecto ou de umaoutra doença de pele como a sarna ou a tínha, quando a criança coça com as unhas sujas.Apresentam-se como feridas ou inchaços com pus, doloridas.

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SAÚDE ESCOLAR - cAPfrUL02-AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES ----------------------

o que fazer?Se na escola houver uma caixa de primeiros socorros, desinfecte a ferida (água oxigenada, solução deiodo) e cubra com uma pomada de antibiótico (neomicina e bacitracina, nitrofurazona). Encaminhe acriança para tratamento.

Como evitar?Ensinar as crianças a não coçar as feridas ou picadas de insectos.Lavar com água e sabão e desinfectar sempre as feridas para evitar a contaminação. Manter as mãos limpase as unhas curtas e limpas.

IMPETIGO

É uma doença de pele muito comum nos escolares caboverdianos. De origem bacteriana, é contagiosa emanifesta-se como lesões (pequenas bolhas semelhante a queimaduras) situadas na face (em tomo do narize dos lábios) e nas pernas. As bolhas contém um liquido claro que posteriormente transforma-se em pus.Quando as lesões secam, forma-se uma crosta amarelada que facilita a disseminação do impetigo, pois, aotentar tirar a crosta, as crianças levam com as mãos a infecção para outra parte do corpo.

o que fazer?O escolar deve ser encaminhado para tratamento médico e, durante"esse período, afastado da escola paranão contaminar os colegas.

VERRUGAS

São pequenas formações rugosas e salientes que se situam no dorso das mãos, pálpebras e face. Sãocausadas por um vírus específico e são muito comuns entre os escolares, É uma doença benigna, masmuito contagiosa,

o que fazer?A conduta que o professor deve adoptar é encaminhar para tratamento no Centro de Saúde.

OUTRAS

Existem ainda outras doenças de pele como a dermatite seborreica (lesões "escamosas" que muitas vezesaparecem no couro cabeludo) e tunga penetrans (lesões que aparecem na sola do pé, principalmente em

regiões rurais onde as pessoas andam descalças),

o importante é que quando o professor notar que o aluno tem alguma lesão ou lesões quecoçam, que aumentam de tamanho, que se espalham pelo corpo, que estão infeccionadas ouainda que não saram sozinhas, deve encaminhá-lo para uma consulta médica.

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:--------------------------- AS DOENÇASMAIS COMUNS NOS ESCOLARES· cAPírUL02· SAÚDE ESCOLAR

DOENÇAS CARENCIAIS

ANEMIA

A anemia, também chamada de sangue fraco, é uma doença que é quase sempre causada pela falta de ferrono sangue. Isso acontece quando:

·A criança come poucos alimentos ricos em ferro ou·A criança tem vermes que dificultam a absorção do ferro no organismo ou·A criança perdeu muito sangue (hemorragias abundantes, diarreia com sangue)

A criança com anemia geralmente é sonolenta, está sempre cansada e tem dificuldade de prestar atenção naaula. Pode apresentar pele e mucosas pálidas.

Pele emucosaspálidas

Como prevenir?Incentivar a criança a comer alimentos ricos em ferro, explicando a importância para a sua saúde.O ferro dos alimentos de origem animal (ovo, carne, fígado) é facilmente absorvido pelo organismo. Já oferro de origem vegetal (feijão, lentilha, verdura de cor verde escura) não é tão bem absorvido, porém a suaabsorção pode ser aumentada quando, na mesma refeição, consome-se vitamina C (laranja, limão).Tratar a crianças que tem parasitas intestinais e garantir a higiene do meio para evitar a contaminação pornovos parasitas.

AVITAMINOSES

As vitaminas, também encontradas nos alimentos, são fundamentais para o bom funcionamento doorganismo humano (ver também Do que toda criança precisa para ter saúde / Alimentação).

As vitaminas são designadas por letras, assim existe a vitamina A, as vitaminas do complexo B, asvitaminas C, D, E e K

Cada vitamina é mais importante para determinadas funções do organismo:

. A vitamina A é encontrada na cenoura, abóbora, fígado, ovo e manteiga. Protege os olhos, a pele, asmucosas e é importante para o crescimento. A sua falta provoca cegueira nocturna (dificuldade de enxergarno escuro), atraso de crescimento, esterilidade .. As vitaminas do complexo B são encontradas nas folhas de cor verde escura, fígado, feijão e mancara.

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SAÚDE ESCOLAR - CAPíTUL02-AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES --------------------------'1

Protegem os nervos, o metabolismo, a produção e circulação do sangue, as células, o crescimento e adigestão. A sua falta provoca úlcera, distúrbios nervosos e digestivos, retardo do crescimento e beribéri(doença que se manifesta como perturbações do sistema nervoso e problemas cardíacos).

· A vitamina C é encontrada principalmente nas frutas: laranja, limão, caju, goiaba, manga, abacaxi etambém nas hortaliças e legumes: couve, pimentão, salsa, brócolos e couve-flor. É indispensável para adefesa do organismo. A sua falta pode causar escorbuto (sangramento da gengiva), baixa a resistência àsinfecções, toma a cicatrização das feridas mais demorada.

· A vitamina D é encontrada somente em produtos de origem animal: manteiga, leite e gema de ovo. Oorganismo também produz vitamina D devido à acção dos raios de sol sobre a pele. É indispensável para ometabolismo, formação dos ossos e crescimento. A sua falta provoca raquitismo, cãibras, miopia.

· A vitamina E é encontrada no abacate, azeite de oliva, aveia, pão integral. Protege a pele e é importantepara a fertilidade.

·A vitamina K é encontrada nos óleos vegetais, repolho, espinafre, tomate, couve flor, gema de ovo e batata.É indispensável à coagulação do sangue e ao fígado. A sua falta provoca hemorragia e aborto.

DEFICIÊNCIAS DE MINERAIS

Os minerais (cálcio, fósforo, ferro, iodo, zinco, cloro, flúor, etc.), também encontrados nos alimentos, sãoelementos vitais ao organismo. Tanto a falta quanto o excesso de minerais no organismo podem levar a doenças.

Exemplos:· Cálcio, encontrado no leite, no queijo e folhas de cor escura,é necessário na formação dos ossos e dentes.· Fósforo, também necessário para os ossos e dentes, éencontrado nos peixes e queijo.· Ferro, indispensável para a formação do sangue (videAnemia).

· Iodo, encontrado nos frutos do mar (búzio, lapa, lagosta,camarão), peixe e carne. A falta de iodo provoca bócio ecretinismo. Para evitar estes problemas, em muitos países oiodo é acrescentado ao sal de cozinha.

MÁ-NUTRiÇÃO

Bócio

É uma doença muito frequente em crianças que não são bem alimentadas ou após doenças graves. Pode-seapresentar de uma forma leve, moderada ou grave.

Uma criança que come bastante, mas somente alimentos ricos em hidratos de carbono como arroz,farinha, massa, mandioca e farinha de milho pode ficar desnutrida. Por que? Porque a sua alimentação nãoé diversificada. Faltam proteínas e vitaminas. Como a criança está em fase de crescimento, o seu corpo

em formação precisa de grande quantidade de todos os nutrientes.A permanente falta de nutrientes no organismo da criança gera o que se chama de má-nutrição crónica. A

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:------------------------- AS DOENÇASMAIS COMUNS NOS ESCOLARES· cAPirUL02· SAÚDE ESCOLAR

criança nesse estado pode ter o seu crescimento e desenvolvimento físico e mental, assim como seurendimento escolar, seriamente prejudicados.

Por isso, é importante reconhecer precocemente os sinais de desnutrição na criança, para o seuencaminhamento correcto e prevenção dos problemas acima mencionados.

Os seguintes sinais podem ajudá-lo a reconhecer uma criança desnutrida:

Criança magraCriança com barriga grandeCriança sem apetite, fracaCriança pálida (anemia)Criança que come terraCriança com feridas no canto da bocaCriança que está sempre constipada ou com algumainfecçãoCriança que não vê bem no escuroCriança que não cresce direito

No início do ano lectivo, toda criança deveria ser medida e pesada para avaliar o seu estado nutricional

(veja a tabela em anexo no fim do manual). A pesagem e a medição deveriam ser repetidos quando do

encerramento do semestre, na volta às aulas e no fim do ano. Uma análise comparativa permite avaliar o

desenvolvimento da criança ao longo do ano escolar.

DIARREIA

É considerado diarreia quando uma criança evacua dejecções mais líquidas do que o normal três ou mais

vezes ao dia.

O que causa a diarreia?São várias as causas da diarreia; mas, a mais importante, no nosso país, é a contaminação dos alimentos e da

água pelas fezes.

Os agentes que causam diarreia (vírus, bactérias, parasitas e fungos) entram no corpo pela boca juntamente

com a água e alimentos contaminados.

Como evitar?Adoptando medidas de higiene (ver Do que toda a criança precisa para ter saúde / Higiene): evitar a

contaminação do meio pelas fezes; tratar as verduras, legumes e frutas que se consomem crus (lavar e

deixar pelo menos meia hora em água com lixívia - 10 gotas de lixívia para cada litro de água) e só beber

água tratada (fervida durante 20 minutos ou com 02 gotas de lixívia por litro de água). Isso porque

podemos encontrar bactérias, vírus, ovos de parasitas ou os próprios parasitas na água e nos alimentos.

A principal fonte de contaminação da água e alimentos é o cocó de outras pessoas infestadas por parasitas

ou infectadas por vírus e bactérias. Além disso, é preciso cozer bem a carne antes de comer, principalmente

carne de porco, porque pode estar infestada.

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SAÚDE ESCOLAR - CAPíTUL02-AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES --------------------------

Qual o perigo de uma criança com diarreia?Existem duas situações de perigo para uma criançacom diarreia: a desidratação e a desnutrição que,quando não controladas, podem levar à morte.

A desidratação é consequência da perda de água esais minerais durante o episódio de diarreia,principalmente se a criança também estivervomitando.

A maioria das crianças que morrem de diarreia,morrem por falta de água no corpo.Toda a criança com fezes líquidas corre o risco dedesidratação.

Pele semelasticidade

Se uma criança tiver diarreia na sua escola, deve ser imediatamente encaminhada para o Centro de Saúdemais próximo. Ofereça líquidos (soro caseiro, Oralite, água tratada) enquanto aguarda o encaminhamento.

A desnutrição é um grande perigo para a criança com diarreia. Por isso, é muito importante manter aalimentação da criança com diarreia. Uma criança que já é má-nutrida, se apanha diarreia, tem maischance de morrer de que uma criança bem nutrida.

CÓLERA

É uma das doenças que causam diarreia. É muito contagiosa e propaga-se rapidamente. É uma diarreiamais perigosa porque a criança com cólera perde grandes quantidades de líquido, podendo levar rapidamenteà morte. Uma das suas características é que as fezes são brancas como água de arroz e com odor a peixe.

Meia colher(de chá) de sal

4 colheres(de chá) de açucar

~1 litro de águafervida (arrefecida)

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--------------------------- AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES· CAPiTULO 2· SAÚDE ESCOLAR

Actividades:

. Explicar o ciclo das doenças diarreicas

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. Discutir a seguinte ilustração com seus alunos. Por que a criança está com d~arreia? O que épreciso mudar para tornar este ambiente saudável?

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SAÚDE ESCOLAR- CAPíTUL02-AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES ------------------------

PARASIT0SES

Parasitoses Intestinais

Existem vários tipos de parasitas que podem viver em diferentes partes do organismo humano. Em CaboVerde, os mais frequentes são os parasitas intestinais, como: áscaris (lombriga), ténia e oxiúros que sãohelmintos, giardia e ameba, que são protozoários.

Como se manifestam?A criança pode ter vermes e não apresentar sintoma algum. Ou pode ter vários sintomas diferentes: dorabdominal, falta de apetite, cansaço, anemia, diarreia, vómito, náusea, coceira no ânus. Às vezes a criançacom parasitose pode vomitar ou defecar algum verme. A criança com vermes pode ficar anémica, pois aabsorção de ferro é prejudicada.

Outros parasitas adquiridos através da alimentação são: a fascíola (que ataca o fígado) encontradaprincipalmente no agrião e alface crus, e o cistecerco (que pode se instalar no cérebro) encontrado nacarne de porco mal cozida.

Outras parasitoses

Existem parasitas que causam doenças em outras partes do corpo, como o ácaro que causa a Sarna (verDoenças de pele) e piolhos que causam a pediculose.

PEDICULOSE

A pediculose é uma infestação muito frequente entre os escolares, e por isso representa um sério problemade saúde. Os piolhos são facilmente transmitidos de uma criança a outra.A criança que tem piolho coça a cabeça o tempo todo devido ao prurido que provoca, o que prejudica suaconcentração e atenção nas aulas.Por isso, o professor deve examinar regularmente a cabeça de seus alunos, principalmente se notar queestão coçando muito a cabeça. Se encontrar piolhos e lêndeas (ovos) deve explicar aos pais como tratar adoença em casa.

Como tratar?O medicamento apropriado, encontrado nas farmácias, é o "Quitoso", que deve ser aplicado diariamenteaté o desaparecimento completo dos piolhos e lêndeas. Deve-se pentear o cabelo com pente fino pararetirar as lêndeas.

Existem algumas receitas caseiras que também podem ser usadas: misturar 2 colheres de sopa (rasas) desal com 1 colher de vinagre morno. Molhe bem a cabeça com esta solução. Amarre um pano húmido emorno, cobrindo a cabeça inteira. Deixe por 4 horas. Lave a cabeça com água morna e sabão. Repetirtodos os dias até o desaparecimento dos piolhos e lêndeas. Pode-se também usar uma mistura de água,vinagre e álcool, em partes iguais.

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DOENÇAS RESPIRATÓRIAS INFECCIOSAS E NÃO INFECCIOSAS

As doenças respiratórias são frequentes em crianças. A maioria das doenças respiratórias são infecciosas(causadas por vírus e bactérias) e, portanto, são facilmente transmitidas de uma criança para outra.O que fazer?As crianças que aparentarem ter alguma doença respiratória devem ser encaminhadas para consulta médica.

Doenças respiratórias infecciosas

Constipação ou gripe, amigdalite, bronquite, pneumonia, tosse convulsa (coqueluche) e tuberculose

CONSTIPAÇÃO OU GRIPE

A constipação é causada por vírus. A criança com constipação pode apresentar dor de cabeça, dor degarganta, mal estar geral acompanhado ou não de febre, tosse, obstrução nasal ou coriza (nariz escorrendo).Apesar de não ser uma doença grave, o mal estar e a febre provocados pela constipação muitas vezesimpedem a criança de frequentar a escola.

Como prevenir?· Manter as salas de aula ventiladas para a circulação de ar.· Consumir sempre alimentos ricos em vitamina C (laranja, limão, caju ...).· Evitar o contacto (beijar, falar perto) com pessoas constipadas. Muitas pessoas acham que a constipaçãoocorre quando a pessoa toma friagem ou fica molhada. Isso não é verdade, a pessoa pega constipação deoutras pessoas doentes que espirram ou tossem jogando o vírus no ar.

AMIGDALITE OU ANGINA

É uma infecção na garganta, mais especificamente nas amígdalas que apresentam-se inflamadas (inchadase vermelhas, com ou sem pontos brancos de pus). Geralmente é acompanhada de febre alta e dor degarganta ao engolir.

A amigdalite deve ser tratada imediata e correctamente. Caso contrário, pode levar a sérias complicaçõesfuturas nas articulações e no coração (febre reumática). Por isso uma criança com angina deve serrapidamente encaminhada para tratamento médico.

BRONQUITE

A bronquite é uma inflamação dos brônquios. A criança com bronquite apresenta os seguintes sinais:- muita tosse, expectoração amarelada ou esverdeada e febre não muito alta.

PNEUMONIA

Pneumonia é uma infecção pulmonar muito grave. Se não tratada, leva rapidamente à morte. A criançacom pneumonia apresenta febre, tosse e dificuldade de respirar.

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SAÚDE ESCOLAR - CAPíTUL02-AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES ------------------------~

COQUELUCHE (TOSSE CONVULSA)

A criança com coqueluche também apresenta febre, nariz escorrendo e tosse. Mas a tosse da coqueluche écaracterística: a criança tosse muitas vezes seguidas e pode vomitar eliminando um muco pegajoso. Previne-se a coqueluche através da vacina (vide Do que toda criança precisa para ter saúde / Vacinação).

TUBERCULOSE

Tuberculose é uma doença infecciosa causada por um germe chamado bacilo de Koch.

Como se manifesta?Tosse prolongada, escarros (às vezes com sangue), suores nocturnos, fraqueza, emagrecimento, doresno peito ou nas costas. Nas crianças pode dar apenas: apatia, desinteresse, falta de apetite e tosse.

Como prevenir?Aplicando a vacina BCG. A vacina BCG evita a maior parte dos casos de tuberculose, especialmente asformas graves.

Doenças respiratórias não infecciosas

ASMA

Asma é uma doença respiratória, crónica de origem alérgica. Não é uma doença contagiosa, não setransmite de uma criança para outra.

Como se manifesta?Falta de ar e dificuldade em respirar. Com a asma, os brônquios ficam inflamados diminuindo o espaçopara a passagem do ar, o que produz um barulho característico (chiado no peito).

É importante que as pessoas asmáticas evitem:. Poeira, ambientes poluídos, cheiros activos, fumos, pêlos e penas de animais.

A crise de asma pode ser desencadeada por:- Alergia - pó da casa, humidade, bolor, pêlos e penas dos animais, poeira, pólen das plantas etc.- Infecção

- Esforço físico- Factores emocionais

Não existe nenhum medicamento que cure a asma, mas sim alguns medicamentos que ajudam a controlare a prevenir a crise.

Se uma criança tiver uma crise na escola, o que fazer?Fique calmo e tente acalmar a criança. Leve-a para um lugar arejado, afrouxe suas roupas e dê água paraela beber (a água amolece e solta o muco do pulmão, facilitando a respiração). Encaminhe rapidamentepara o Centro de Saúde mais próximo da sua escola.

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Por isso, você deve ficar atento:1. Se uma criança tem tosse e está respirando mais depressa do que o normal (mais de 50 vezes porminuto) ou a,parte inferior do peito da criança (área entre as duas metades da caixa torácica) afundaquando a criança inspira, ao invés de expandir, como seria normal, pode ser pneumonia.

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o importante, é você saber que:

. Tosse, nariz escorrendo, dor de garganta e até febre podem ser sinais de uma simples constipação, mas

também ...

. podem ser sinais de uma doença mais grave.

2. Se a criança apresenta tosse, chiado no peito ("pito fichado" ou "estômago cansado") pode ser asma.

3. A tosse em si não é uma doença, mas sim um sinal de diferentes doenças respiratórias que atacama garganta, os pulmões ou os brônquios. É um mecanismo de defesa do organismo, é um meio que oorganismo usa para limpar o aparelho respiratório e expulsar o catarro e os micróbios da garganta epulmões. Se a criança tosse com catarro, não dê nenhum medicamento contra tosse, ao contrário,faça alguma coisa para soltar e expulsar o catarro: ofereça bastante líquido (água, sumo, leite) erecomende aos pais que façam vaporização (usar somente água).Porém, se uma criança apresenta uma tosse persistente, a causa deve ser investigada. Encaminhe.

OUTRAS DOENÇAS TRANSMISSíVEIS FREQUENTES EM CRIANÇAS

Meningite, hepatite A, papeira ou carapatão (parotidite), rubéola, sarampo e varicela

MENINGITE

A meningite é uma infecção do cérebro muito grave e contagiosa. É mais comum em crianças do que emadultos. Pode ser causada por vírus, bactérias, fungos e parasitas ou ainda por complicação de outras doenças(sarampo, pneumonia, otites, papeira ou carapatão) ou acidente com trauma craniano.

Como se transmite?Na maioria dos casos através das vias respiratórias, portanto através do contacto com uma pessoa doente.

Como se manifesta?Febre alta, dor de cabeça, vómito, nuca rígida e convulsão.

O que fa~er em caso de suspeita de meningite?A meningite é uma doença muito grave que pode matar rapidamente.Por isso, se desconfia que uma criança possa estar com meningite, leve-a imediatamente ao Centro deSaúde mais perto de sua escola. Principalmente se estiver ocorrendo um surto de meningite na sua zona.

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HEPATITE A

SAÚDE ESCOLAR - CAP;TUL02-AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES --------------------------1

É uma infecção por vírus que ataca o fígado. Existem vários tipos de hepatite, mas a mais comum emcrianças é a hepatite A.

Como se transmite?O vírus da hepatite, presente nas fezes da pessoa doente, contamina água e alimentos. '

Como se previne?Manter o meio ambiente livre de contaminação fecal. Lavar as mãos depois de fazer as necessidades, antesde comer ou preparar alimentos.

Como se manifesta?Urina escura (cor de coca-cola), fezes esbranquiçadas, pele e olhos amarelados (icterícia), pode ter febre,vómito e dor no lado direito do corpo perto do fígado, a criança fica apática.

o que fazer?Em caso de suspeita, a criança deve ser encaminhada para avaliação médica.Quando você souber que uma criança da escola tem hepatite (diagnosticada pelo médico), deve-se aumentaros cuidados de higiene na casa de banho (limpar com lixívia) e a atenção com a higiene pessoal dos alunos.

PAPEIRA OU CARAPATÃO (PAROTIDITE)

É uma doença viral, contagiosa e muito frequente na criança.

Como se manifesta?Febre, dor ao abrir a boca ou comer, inflamação dolorosa das glândulas salivares sobretudo das parótidas(glândulas salivares localizadas na lateral do rosto).

Como se transmite?Por via respiratória, contacto próximo com uma pessoa que tenha a doença.

Como prevenir?Evitar o contacto com pessoas doentes. Por isso, um aluno com papeira não deve ir à escola para nãotransmitir a doença aos colegas.

SARAMPO, VARICELA, RUBÉOLA

Sarampo, varicela e rubéola são doenças virais, com gravidades diferentes, mas com sintomas parecidos.São frequentes em crianças e passam facilmente de uma para outra.

Como se manifestam?Febre seguida de erupções na pele (manchas, bolhas, carocinhos, etc.) e mal-estar geral.

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DOENÇAS E DEFICIÊNCIAS RELACIONADAS COM OSÓRGÃOS DOS SENTIDOS

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Como se transmitem?

Por via respiratória, contacto próximo com a pessoa doente,

Como prevenir?

Evitar o contacto com uma pessoa doente. O sarampo pode ser prevenido através da vacinação previstano calendário vacinal vigente no país.

o que fazer?

Se uma criança apresentar os sinais mencionados, ela deve ser encaminhada ao Centro de Saúde_ Se fordiagnosticada uma destas doenças, ela deve ficar em casa para não transmitir aos demais alunos.

Olhos:

CONJUNTIVITE

Conjuntivite é uma infecção nos olhos.

Como s'e manifesta?

Olho vermelho, pus, coceira e "queimação".

Como se transmite?

A conjuntivite é muito contagiosa. A infecção passa facilmente de uma pessoa para outra.

Como se previne?

Se uma criança tem conjuntivite, deve ser afastada das demais até que fique curada. Para além disso, ahigiene pessoal, principalmente das mãos e olhos, é a maior medida de prevenção.

DEFICIÊNCIAS VISUAIS

As crianças podem apresentar diferentes dificuldades visuais. Um aluno com dificuldade de enxergargeralmente tem problemas para ler e escrever, prejudicando a aprendizagem.

Uma criança míope não vê direito as coisas que estão longe. Uma criança que tem hipermetropia, ao

contrário, tem dificuldade para identificar objectos próximos. O daltónico não consegue distinguir certas

cores, principalmente o vermelho e o verde. Quem tem astigmatismo não consegue distinguir com nitidez

ao mesmo tempo as linhas verticais e horizontais, os objectos parecem mais ou menos deformados. No

estrabismo (criança vesga), enquanto um olho se fixa num determinado ponto, o outro focaliza um ponto

diferente (pode ver duas imagens). A cegueira nocturna (dificuldade de enxergar à noite, no escuro) é

causada pela deficiência de vitamina A.

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..,

"Sou um estudante e nos últimos anos tive problemas visuais que afectaram muito meus estudos.Por causa desses problemas estive a ter notas baixas e nem os meus professores deram conta doproblema que eu tinha. Mesmo assim, continuei a estudar." Nuno Miguel M.D.

SAÚDE ESCOLAR· cAPírUL02·AS DOENÇAS MAIS COMUNSNOS ESCOLARES --------------------------3

Alguns cuidados de higiene e alimentação podem ajudar a manter a saúde dos olhos:·Ter uma alimentação variada e rica em vitaminas, principalmente em vitamina A (abóbora, cenoura, ovos,fígado, manteiga).· Não esfregar os olhos com as mãos.· Ler e estudar sempre com boa iluminação, sem excesso nem escassez de luz.· Não ver televisão por muitas horas seguidas, não ficar muito perto do aparelho, nem assistir em ambientecompletamente escuro.· Não usar óculos nem colírios sem receita médica.· As pessoas com problemas visuais devem fazer visitas periódicas ao oftalmologista.

A maior parte das deficiências visuais podem ser detectadas precocemente pelo professor!

Alguns sinais indicam que o aluno não está enxergando bem: uma criança que "aperta" ("fecha") os olhospara poder ler no quadro, ou tem que aproximar ou afastar o livro para poder enxergar, que tem dores decabeça ou nos olhos frequentemente. Você, professor, pode aplicar um teste bastante simples para avaliarse seus alunos estão enxergando bem. Veja o "Teste de acuidade visual - AV" em anexo no fim destemanual.

Para além disso, existem outras doenças que podem acometer os olhos. Por isso, se você notar qualquermudança de cor (olhos avermelhados ou amarelados) ou alteração (manchas, inflamações, feridas) nosolhos, a criança deve ser encaminhada para avaliação médica.

Ouvidos:

OTITE

É uma infecção no(s) ouvido(s). Pode aparecer depois de uma constipação, quando o nariz fica escorrendoou entupido ou. ainda por contaminação directa dos ouvidos.

Como se manifesta?Dor forte nos ouvidos, pode ter febre e sair pus dos ouvidos.

o que fazer?Se a criança se queixar de dor no ouvido, ou dele estiver saindo pus, ela deve ser encaminhada.

DEFICIÊNCIA AUDITIVA

A audição e a fala estão muito relacionadas: uma criança que não ouve, dificilmente aprende a falar. Issoporque a criança aprende a falar imitando a voz das outras pessoas. Uma criança com deficiência auditivapode ter mais dificuldade para entender o professor, de modo que o problema auditivo pode repercutir no

desenvolvimento da fala e no rendimento escolar do aluno.

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Alguns indícios de que a criança não está escutando bem são:· olhar muito para os lábios de quem fala· ter dificuldade de entender quando não está de frente ou perto da pessoa que fala·pedir sempre para que falem mais alto ou repitam o que foi dito· ter dificuldade para a aprendizagem da leitura e/ou escrita· trocar letras quando escreve· trocar ou omitir fonemas quando fala· usar linguagem deficiente para a idade

Cuidados com os ouvidos:· Ao higienizar a orelha, nunca limpe dentro do ouvido para tirar a cera. Nunca introduza no ouvidoobjectos pontiagudos (lápis, avenida, gancho, etc.). Estes objectos podem ferir, causar infecção (otite),ou até perfurar o tímpano. A cera tem uma função protectora, por isso não deve ser retirada. Se houverexcesso de cera, só o médico pode indicar o que fazer.· Nunca coloque nenhum medicamento no ouvido sem orientação médica. Não use receitas caseiras.· Não escute música com volume alto demais, pode prejudicar a audição.

OUTRAS DOENÇAS E DISTÚRBIOS

DIABETE

A diabete é uma doença crónica (não tem cura), não transmissível, causada por uma deficiência naprodução de insulina (hormónio do pâncreas responsável pela utilização do açúcar pelo organismo). Isto é,se o diabético consome açúcar, o organismo não consegue utilizá-lo de modo que o açúcar acumula-se nosangue (causando vários problemas de saúde) e é eliminado pela urina.

Sinais da diabete:Sede constante, vontade constante de urinar, cansaço e sonolência, emagrecimento e muita fome.A criança com diabete é uma criança igual às outras e pode realizar as mesmas actividades que os colegas.Porém, necessita de cuidados diários em relação à sua alimentação (controle do consumo de hidratos decarbono) e tratamento (injecções diárias de insulina), ambos orientados pelo médico.Como em toda doença crónica, a criança diabética tende a ser dependente, negativa e ansiosa. Devido acomplicações inerentes à doença, a criança pode vir a faltar às aulas com maior frequência do que asdemais. O professor deve compreender essa situação e apoiar o aluno. O professor deve estimular aindependência e a responsabilidade progressiva da criança em relação ao tratamento indicado pelo médico:aos 6 anos a criança pode, sozinha, determinar a glicosúria (teste da fita na urina para verificar a quantidadede açúcar), aos 9/10 anos a criança pode aplicar em si mesma as injecções de insulina e aos 14 assumir aresponsabilidade total do controle da doença.

Entretanto, uma criança diabética pode ter uma queda brusca d~ nível de açúcar no sangue (hipoglicemia),e apresentar: tremor, suores frios e palidez.

o que fazer neste caso?Oferecer rapidamente açúcar e levar ao Centro de Saúde.

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SAÚDE ESCOLAR - CAPiTUL02-AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES -------------------------~

ENURESE

Enurese é a eliminação involuntária (não intencional) da urina. Na idade escolar toda criança já deveria terdomínio do esfíncter vesical (músculo que controla a-saída da urina da bexiga) e, portanto, não urinar nascalças. A criança que não controla o xixi não faz isso de propósito.Há várias causas para a enurese, sejam elas de origem psicológica (conflitos familiares, perda de entequerido, carência afectiva) ou física.

o que fazer?O professor não deve deixar essa criança ser humilhada ou ridicularizada pelos colegas ou qualquer outrapessoa. A criança deve ser encaminhada para o Centro de Saúde para avaliação e tratamento.

PROBLEMAS POSTURAIS

A má postura nas posições sentada ou em pé pode provocar deformações permanentes na coluna, pescoçoe ombros. Por isso, é necessário prestar especial atenção à posição do corpo.

Os alimentos têm um papel fundamental na formação dos ossos e dos músculos que ajudam a manter osossos na posição correcta. Por isso, uma alimentação variada e equilibrada é fundamental para o aparelho

locomotor.A mochila escolar também deve ser usada correctamente: evitar peso exagerado e colocar sempre uma alçaem cada ombro.Se você notar que algum aluno costuma sentar-se com postura incorrecta, corrija porque a postura é umhábito possível de ser corrigido.

PRIMEIROS SOCORROS

A ocorrência de acidentes é comum no meio escolar e alguns podem ser mortais, por isso é necessárioque o professor saiba como actuar nesses casos.

Existem dois tipos de acidentes: um ligado ao ambiente físico escolar e outro inerente ao próprio aluno(consequência do comportamento da criança que não avalia os riscos ou portadores de doenças).

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------------------------- AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES- CAPíTUL02-SAÚDE ESCOLAR

o ambiente físico escolar deve ser adequado, livre de factores que possam favorecer a ocorrência deacidentes como: chão esburacado, portas e janelas quebradas, buracos no telhado, falta de manutenção decarteiras, carteiras quebradas e outros entulhos jogados no pátio da escola, água no chão, fácil acesso doaluno às estradas, salas de aula mal ventiladas, cisternas de água descobertas, etc.

Sugestões de actividades:- Tente organizar anualmente com o pessoal da Cruz Vermelha actividades na escola como cursose palestras sobre primeiros socorros e prevenção de acidentes. Seria interessante que professoresinteressados fizessem o curso completo oferecido pela Cruz Vermelha.- Antes das férias escolares, reforce os conceitos de segurança, prevenção de acidentes, riscos eperigos potenciais através de conversas de roda, confecção e fixação de cartazes sobre temascomo: intoxicações alimentares, envenenamento, afogamento, insolação, traumatismos, acidentesde trânsito, etc.

ACIDENTES DE TRÂNSITO

Como prevenir: ensinar às crianças as regras básicas de conduta rodoviária (pode consultar o livro deCiências Integradas do 3° ano).

Sugestão de actividade:- Após ensinar aos alunos as regras de trânsito, organize no pátio da escola um teatro onde algunsalunos serão peões, outros condutores e passageiros, policia de trânsito, ciclista, .etc. Para isso,prepare com os alunos cartazes com as regras e sinais básicos de trânsito; demarque os limites da

estrada, passadeira, faixa de pedestre e semáforos.

FERIMENTOS

- Ferida suja ou ferimento causado por objecto sujo (contaminação)

- Mordeduras de animais (cães, porcos, etc.)

- Ferida grande com esmagamento e destruição de tecido (escoriação ou esfoladura)

- Feridas ou picadas de insecto infectadas

Como actuar:- Lavar a ferida com água e sabão para tirar a sujeira e coágulos de sangue

- Limpar com solução anti-séptica (água oxigenada ou solução de iodo)

- Cobrir o ferimento com uma pomada à base de antibiótico

- Encaminhar para o Centro de Saúde

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SAÚDE ESCOLAR - CAPíTUL02-AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES -------------------------

FERIMENTO COM HEMORRAGIA

Para controlar a hemorragia de um ferimento:· levante a parte do corpo que está a sangrar· com um pano limpo ou gaze esterilizada (oucom a mão limpa se não houver pano) apertedirectamente o ferimento até parar de sangrar.Isso pode demorar 15 minutos ou mais.· se o sangramento não parar, aplique umtorniquete ou uma faixa apertada bem perto daferida (entre a ferida e o corpo), mantendo apressão sobre a ferida.· levar imediatamente ao Centro de Saúde maispróximo.

FERIMENTOS FECHADOS (HEMATOMAS, CONTUSÕES)

Aplicar compressas de gelo ou água fria até que a dor ou inchaço tenham diminuído. Dependendo dagravidade e da localização da ferida (cabeça) encaminhar imediatamente para o Centro de Saúde.

FRACTURA SIMPLES

Em caso de suspeita de fractura, não tenterecolocar o osso no lugar nem imobilizar omembro (somente uma pessoa que tenha recebidouma formação prática em primeiros socorrospoderia realizar estas manobras). Levar oacidentado o mais rápido possível ao Centro deSaúde mais próximo.

FRACTURA EXPOSTA o braço fica inchado, às vezes avermelhado e doi muito.

Chama-se fractura exposta quando o osso fracturado rompe a pele e fica exposto. Evitar movimentosbruscos, cobrir a lesão com pano limpo, colocar uma faixa em volta (nunca em cima) da lesão, manter opaciente aquecido e levar imediatamente para o Centro de Saúde.

FRACTURA DA COLUNA VERTEBRAL

Em caso de suspeita de fractura da coluna ou do pescoço, não tente fazer o acidentado se movimentar ouse levantar. Se não houver nenhum profissional de saúde que possa socorrê-lo imediatamente, o acidentadodeve ser levado ao Centro de Saúde. Proceda da seguinte maneira: tenha muito cuidado ao transportá-lo,evitando dobrar o pescoço e a coluna.

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---------------------------- AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES- CAP;TUL02- SAÚDE ESCOLAR

Com bastante cuidado, levante a pessoaferida sem dobrar nenhuma parte do corpo.

Outra pessoa põe a maca (ou uma tábua larga) no lugar.

Com a ajuda de todos coloque a pessoacuidadosamente sobre a maca.

TRAUMATISMO DENTÁRIO

Quedas ou pancadas que afectam os dentes são acidentes comuns em crianças.

o que fazer?Se o dente saiu inteiro, muitas vezes poderá se!..recolocado no lugar (reimplantado) pelo estomatologista.Para o reimplante ser possível, é fundamental que a criança seja levada ao Hospital (ou consultório dentário)imediatamente (o ideal é que ela seja atendida até 30 minutos após o acidente). O dente que saiu deve serlevado dentro da boca da criança (se ela não for muito pequena), de um recipiente com soro fisiológico ouleite, ou em último caso, na água.Se houver quebra de um dente, o pedaço quebrado deve ser guardado e a criança deve ser encaminhada.Muitas vezes o pedaço poderá ser "colado" no dente pelo estomatologista.Sempre que, após o acidente, o dente: doer, escurecer, ficar deslocado (entrar na gengiva, por exemplo)ou ainda houver inchaço ou sangramento na boca, a criança deve ser encaminhada.

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SAÚDE ESCOLAR - CAPíTUL02-AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES -------------------------

ENTORSE (DISTENSÃO)

Aplicar compressas de gelo ou água fria. Enfaixar sem apertar a articulação. Encaminhar.

LUXAÇÃO (DESLOCAMENTO DE UMA ARTICULAÇÃO)

Não tentar recolocar o osso no lugar.Encaminhar imediatamente. Se houverdeslocamento do ombro, pode-se fazer umatipóia, mantendo o braço encostado ao COl"R0.

FEBRE, DOR DE CABEÇA E VÓMITO

Febre, dor de cabeça e vómito são sinais de diferentes doenças, das mais simples às mais graves.

· Febre, numa criança, é quando a temperatura é igualou superior a 38°. Se uma criança tem febre naescola, o professor pode dar paracetamol (crianças de 6 a 8 anos - Yz comprimido de 500mg; criançasmaiores de 8 anos - 1 comp. de 500mg) e avisar os pais através de um bilhete para que procurem o Centrode Saúde onde será feito o diagnóstico. Em caso de febre muito alta (igualou superior à 39°) a criançadeve ser levada ao Centró de Saúde imediatamente.· Se uma criança tem dor de cabeça na escola, dê paracetamol.· Se algum aluno queixa-se frequentemente de dor de cabeça, a causa deve ser investigada. Encaminhe.· Vómito: se o aluno vomita na escola, tente saber se ingeriu alguma coisa que possa ter "feito mal". Dêágua limpa para lavar a boca ou beber. Se os vómitos continuam, a causa deve ser investigada. Encaminhe.

QUEIMADURAS

O que fazer?As queimaduras podem ser classificadas em:

- Queimaduras que não formam bolhas (10 grau).Em caso de pequenas queimaduras superficiais, paraaliviar a dor coloque imediatamente a parte queimadaem água fria.- Queimaduras que provocam bolhas (2° grau). Nãorompa as bolhas. Em caso de rotura das bolhas, lavea queimadura com água fria (fervida para não havercontaminação) e sabão, pode passar um anti-séptico,passe vaselina e cubra com gaze e adesivo. Dê ummedicamento para a dor (paracetamol). Nunca passegordura ou manteiga. Leve a criança ao Centro deSaúde.

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--------------------------- AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES- CAPiTULO 2- SAÚDE ESCOLAR

- Queimadura profunda, que expõe a carne crua ouqueimada, é sempre grave, assim como toda aqueimadura que atinge grande parte do corpo (30 grau).Cubra a lesão com um pano ou toalha limpa. Leve acriança imediatamente ao Centro de Saúde maispróximo da sua escola_

OBSERVAÇÃO: Uma criança com queimadura grave perde líquidos do corpo através da queimadura,agravando seu estado. Neste casos, dê bastante liquido e um paracetamol para aliviar a dor enquanto aencaminha ao hospital ou Centro de Saúde.

Como prevenir?Não permitir que a criança entre na cozinha da escola, a não ser em visitas organizadas.Ter muito cuidado com as panelas quentes no momento da distribuição das refeições.Manter sempre as panelas tampadas e ter cuidado ao abri-las para evitar a queimadura pelo vapor.

CHOQUE ELÉCTRICO

Como prevenir?Ensinar às crianças os perigos dos fios eléctricos e das tomadas sem protecção. Não deixar fios eléctricosexpostos, etc,

O que fazer?Se a criança está em contacto com a fonte do choque eléctrico, uma pessoa que encoste nela tambémtoma choque. Por isso, desligue imediatamente, se souber, a tomada ou a chave geral da corrente eléctrica;empurre o fio ou o cabo com material seco não-conductor de electricidade (corda, vara de madeira seca,chinela de borracha); leve imediatamente a criança ao Centro de Saúde.

INTERMAÇÃO

A intermação é um mal-estar provocado pelo calor em locais abrigados do sol mas excessivamente quentes.

O que fazer?Levar a criança para um local fresco e arejado, afrouxar ou retirar suas roupas, colocá-la deitada com acabeça elevada, baixar a temperatura do corpo molhando com água fresca ou gelo. Se a criança não melhorar,leve-a ao Centro de Saúde.

AFOGAMENTO

Como evitar?Ensinar aos alunos os riscos do mar, poços ecisternas.

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SAÚDE ESCOLAR - CAPiTUL02-AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES ---------------------------

o que fazer?Em caso de afogamento, retirar a vítima da água o mais rapidamente possível. Colocá-la em terra firme, nãoperder tempo e executar com rapidez e decisão as seguintes manobras: colocar a vítima deitada de costas, seela não estiver respirando iniciar respiração boca a boca; após as manobras respiratórias, tentar provocar asaída da água do estômago, colocando a mão sob a vítima, suspendendo-a e pressionando o abdómen.Retirar as roupas molhadas, enxugar e aquecer a vítima, levá-la imediatamente ao Centro de Saúde.

Retire da boca da vítima qualquer detritoou prótese. Coloque uma das mãos sob oqueixo e a outra na parte alta da cabeça,levantando o pescoço e inclinando acabeça para trás ao máximo, até que aponta do queixo fique voltada para cima.Mantenha a cabeça nesta posição.

Tape as narinas da vítima com oindicador e o polegar e abra-lhecompletamente a boca. Encha bem ospulmões e coloque a sua boca sobre ada vítima, sem deixar frestas. Assoprecom força até notar que seus pulmõesse expandem e o torax se eleva.

CRIANÇA ESPANCADA

Recomece a operação (doze vezespor minuto seforum adulto, vinte vezespor minuto sefor umacriança). Faça a respiração artificial durante otempo quefor necessário para a recuperação davitima. Não desanime, empoucos minutos a vítimacomeçará a apresentar inspirações isoladas e aospoucos sua respiração se normalizará.

Os maus tratos, a falta de afecto e os castigos impostos às crianças constituem um verdadeiro problemade saúde. As crianças que sofrem maus tratos, além das lesões corporais, podem vir a apresentar distúrbiospsíquicos (depressão e até retardo mental). A luta contra os maus tratos à criança não é apenas um dever,mas também uma obrigação social do professor.A criança que sofre castigos severos na escola tende a tornar-se mais insegura, pois tem sempre medo deerrar, o que prejudica sua integração e desenvolvimento escolar. Além disso, a criança maltratada tem maischance de se tornar um adulto agressivo.Se você identificar uma criança que é maltratada em casa, deve conversar com seus pais e família eorientar na procura de ajuda psicológica.

CORPO ESTRANHO NAS VIAS AÉREAS (ENGASGOS)

Como evitar?Ensinar as crianças a não colocar nenhumobjecto na boca (moeda, borracha, bolinhas,etc.).

O que fazer?Se a criança, engasga, sente-se mal e nãoconsegue respirar, faça rapidamente o seguinte:

1. Fique atrás da criança e coloque os braçosem torno da sua cintura; deixe a cabeça, osbraços e a parte superior do tronco penderempara frente.2. Aperte o punho de uma mão contra a outra, colocando-as sobre o estomago da criança, logo acima doumbigo (linha da cintura) e aperte rapidamente o punho contra o estômago, como se fosse um golpe;repita várias vezes, até que o objecto seja expelido.

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f-------------------------- AS DOENÇAS MAIS COMUNSNOS ESCOLARES· CAP;rUL02· SAÚDE ESCOLAR

Se o corpo estranho ficar preso na garganta (espinha de peixe, fragmento de osso) colocar a criança decabeça para baixo alguns segundos e dar um ligeiro tapa com a mão espalmada em suas costas. Se ocorpo estranho não sair, levar imediatamente a criança ao Centro de Saúde.

CORPO ESTRANHO NOS OLHOS

o que fazer?Lavar bem as mãos antes de tocar nos olhos;não deixar a criança esfregar os olhos (o corpoestranho pode penetrar mais profundamente) efazer a vítima fechar os olhos para que aslágrimas lavem o cisco. Se não houver resultado,puxar a pálpebra superior sobre a pálpebrainferior e mandar a criança olhar para cima (issoproduz maior fluxo de lágrimas, o que poderemover o corpo estranho). Se mesmo assimnão conseguir remover corpo estranho, lavar oolho com soro fisiológico ou água limpa (fervida)ou tentar retirar o cisco com a ponta humedecidade um lenço limpo. Se o cisco estiver encravadono globo ocular, não se deve tentar retirá-lo.Nesse caso, deve-se colocar uma compressasobre o olho e encaminhar a criança ao Centrode Saúde.

CORPO ESTRANHO NO NARIZ (GRÃOS, SEMENTES, BOLINHAS, INSECTOS)

O que fazer?Não tentar retirar objecto a não ser que esteja visível, comprimir a narina da criança e mandar assoar semviolência. Se após algumas tentativas o corpo estranho não sair, levar a criança a socorro médico. Nãointroduzir nenhum instrumento (arame, pinça, palito, avenida, clipe) na narina obstruída, isto pode causarcomplicações.

CORPO ESTRANHO NOS OUVIDOS (SEMENTE, CAROÇO, INSECTO, BOLINHAS, PALITO)

O que fazer?Não introduzir nenhum instrumento. Se o corpo estranho não puder ser removido com facilidade, levar acriança ao Centro de Saúde. No caso do corpo estranho ser um insecto, vire a cabeça da criança de modoque o ouvido afectado fique para cima, coloque algumas gotas de azeite, ou óleo, que imobiliza e mata oinsecto. Após alguns instantes, mude a posição da cabeça para escorrer o azeite; na maioria das vezes oinsecto morto sai também.

Não colocar nenhum outro líquido no ouvido principalmente se o corpo estranho for uma semente ou umgrão, pois o líquido aumenta o seu volume, dificultando a sua remoção.

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SAÚDE ESCOLAR - CAPiTUL02-AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES --------------------------

ENVENENAMENTO

o envenenamento pode-se dar através da ingestão de produtos tóxicos ou comidas estragadas, inalaçãoou contacto de venenos com a pele. Muitas crianças morrem por engolir coisas venenosas.

Como prevenir?- Os produtos tóxicos ou venenosos devem ser mantidos fora do alcance das crianças (veneno para ratoe insectos, gasolina, petróleo, produtos-de limpeza como detergente, lixívia, álcool e medicamentos). Osprodutos venenosos devem ter uma etiqueta (rótulo) indicando o perigo. Nunca use uma garrafa derefrigerante para guardar produtos tóxicos, uma criança pode bebê-la por engano.- Cuidado com vazamentos de gás na cozinha.

- Não tenha plantas conhecidas como venenosas.- Cuidado com alimentos que possam estar estragados ou contaminados (vide Do que toda criança precisapara ter saúde / Alimentação).

- Ensinar às crianças quais produtos são tóxicos e que, portanto, não devem mexer.

Como agir em caso de envenenamento?São sinais suspeitos de envenenamento:- cheiro de veneno no hálito

- evidência na boca da vítima de haver comido plantas ou frutos venenosos- sensação de queimadura na boca e garganta

- mudança de cor da pele, dos lábios e da boca- embalagens de produtos tóxicos abertas próximas à vítima- estado de inconsciência, convulsão ou mal súbitoA rapidez é essencial, deve-se agir antes que o organismo absorva o veneno. Leve a criança ao Centro de

Saúde imediatamente, e se possível, leve também tudo o que puder facilitar a identificação do tóxico(embalagem suspeita, vómito, etc.).

Não tente provocar o vómito porque muitas vezes a criança aspira sem querer o próprio vómito, podendolevar a uma complicação ainda mais grave.

CONVULSÃO

Várias podem ser as causas de uma convulsão. Entretanto, na faixa etária escolar, a epilepsia é a principal

causa.A crise convulsiva geralmente é precedida de palpitações, irritabilidade, enjoo, dor de cabeça, vista escura,ligeiros espasmos (contracções na face e nos membros). Estes sintomas podem passar desapercebidos,mas de repente o escolar perde os sentidos, apresenta contracções da face e dos membros, salivaçãoexcessiva, finalmente, emissão involuntária da urina e fezes. Após alguns minutos, ele volta a si, mas

durante algum tempo permanece pálido, suado, desorientado; após isso, adormece profundamente. Essaé a crise típica, mas existem variações: uma criança larga um objecto da mão, como se de repente ficasse

desorientada, ou ainda apresenta pequenas contracções da face e dos membros, revira os olhos, perdesubitamente os sentidos (volta rapidamente a si e não se lembra do que aconteceu).

O que fazer?Mantenha a calma.Evitar que o aluno se magoe: coloque-o deitado e afaste os objectos onde ele possa bater. Coloque a

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-------------------------- AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES- CAPíTUL02-SAÚDE ESCOLAR

cabeça de lado para facilitar a expulsão de saliva e vómito. Desabotoe a roupa para facilitar a respiração.Não interfira na crise. Não coloque nada na boca, nem tente segurar a língua da criança, basta colocar suacabeça de lado.

Preste atenção: quanto tempo dura a crise, se é localizada (um lado do corpo, um só membro etc.), estesdados podem ajudar no diagnóstico médico.Se o professor sabe que a criança é epiléptica, avise os pais, se possível imediatamente, da crise. A criançadeve ser encaminhada ao médico.Se a causa da crise não for conhecida, leve a criança ao médico imediatamente após a crise.

o professor não deve tratar o aluno epiléptico de maneira diferente. Ele pode e deve fazer as mesmasactividades que os colegas, inclusive Expressão Física. Um aluno epiléptico deve, entretanto, ser vigiadocom atenção quando forem feitas visitas de estudo em lugares onde uma crise poderia apresentar algumrisco (mar, montanha). Se a crise epiléptica aconteceu na presença de outras crianças, explique aos alunoso que é a crise, que epilepsia não se transmite e que pode acontecer a qualquer pessoa (cite exemplos depessoas famosas que foram epilépticas: Júlio César, Napoleão, Sócrates ...).

EPISTAXE (SANGRAMENTO PELO NARIZ)

Normalmente o sangramento do nariz acontece devido à rotura depequenos vasos superficiais das narinas. Pode ser provocado portraumatismo (pancada) local, exposição exagerada ao sol, exercíciosviolentos, alergias ou pela introdução de corpos estranhos no nariz.

O que fazer?Faça a criança sentar com a cabeça para trás. Comprima as narinascontra o septo nasal até que o sangramento pare. Avise os pais eencaminhe ao médico.

A criança que sofre de sangramento frequente do nariz devido àfragilidade dos vasos sanguíneos deve passar vaselina 2 vezes por diano nariz e comer frutas ricas em vitamina C (laranja, tomate, caju).

DESMAIO E TONTURA

A criança apresenta palidez, dor de cabeça, suor frio, tremores, baixa da pressão arterial, pulso rápido efraco, e até perda da consciência. Pode ocorrer devido à distúrbios emocionais, brincadeiras em que faz-se forte pressão no pescoço, criança que vai para a escola sem comer, exercícios exaustivos ou exposiçãoprolongada ao sol forte.

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O que fazer?Deitar a criança com a cabeça mais baixa que o corpo, abrir a roupa e colocar compressas de água fria norosto. Se o desmaio persistir, levar ao Centro de Saúde imediatamente.Notificar os pais.

DOR ABDOMINAL

É muito comum as crianças queixarem-se de dor abdominal, muitas vezes a dor é de origem emocional.

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SAÚDE ESCOLAR - CAP;TUL02-AS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS ESCOLARES --------------------------

o que fazer?Tranquilizar a criança, colocá-la em repouso e prestar atenção na sua expressão facial para tentar descobrirse a dor é real ou não. Muitas vezes a dor passa sem nenhuma intervenção.Se a dor abdominal persistir e for acompanhada de outros sintomas como febre, vómito, di arreia, etc., acriança deve ser encaminhada.

REACÇÃO ALÉRGICA

A alergia é uma reacção que aparece apenas na pessoa sensível (alérgica) a alguma substância ingerida, aspirada,injectada ou que toca a pele. A alergia não é uma infecção e não se transmite de uma pessoa para outra.As reacções alérgicas, que podem ser de leves a muito graves, incluem erupções com coceira e inchaço(urticária), nariz escorrendo e olhos coçando ou lacrimejando, irritação na garganta e dificuldade pararespirar. Uma reacção alérgica muito forte (choque anafiláctico) pode matar. A asma é uma doença deorigem alérgica (vide As doenças mais comuns nos escolares / Asma).A pessoa alérgica adoece sempre que entra em contacto com as substâncias às quais é alérgica. As causasmais comuns de reacções alérgicas são: penas de galinha, pêlos de gato e de outros animais, picadas deinsectos (abelha), pólen de plantas, poeira, pó de giz, travesseiro de pena, cobertas mofadas e emboloradas,certos alimentos (peixes, mariscos, morango, mancara e produtos enlatados), certos medicamentos(penicilina). As pessoas que são alérgicas são sensíveis a diferentes substâncias. Dificilmente uma pessoa

é alérgica a uma só coisa.

Como prevenir?Evitando o contacto da pessoa com as substâncias às quais é alérgica.

O que fazer?Levar imediatamente a criança sob suspeita de reacção alérgica ao Centro de Saúde mais próximo.

CAIXA DE PRIMEIROS SOCORROS

Cada escola deve ter uma caixa de primeiros socorros. Se a sua escola não tem, organize-se com ogestor e os colegas e providenciem uma. A caixa deve conter:

· pacote de gaze esterilizada, pacote de algodão· curativo adesivo, esparadrapo, ataduras de gaze· tesoura com pontas arredondadas, alfinete de segurança e pinça· termómetro· analgésico (paracetamol)· anti-séptico (solução de iodo, água oxigenada 10 volumes)-Oralite· pomada a base de antibiótico (fucidine, neomicina ou nitrofurazona)· soro fisiológico· vaselina

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,DISTURBIOS DE COMPORTAMENTO

EDIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

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SAÚDE ESCOLAR - CAPíTULO 3 - DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM --------------------l

DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO EDIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Os distúrbios de comportamento e dificuldades de aprendizagem resultam da interacção de factores deordem biológica, psicológica, pedagógica ou social com os ambientes escolar e familiar. Entretanto, asdificuldades no rendimento escolar, em suamaioria, têm origem em problemas emocionais e familiares. Acarência afectiva modifica a conduta do aluno e origina comportamentos anti-sociais e problemas dedisciplina na escola. A influência dos problemas familiares no rendimento e adaptação do aluno é muitogrande.

O aluno com dificuldades na escola requer uma abordagem multidisciplinar, isso quer dizer que, além dereceber apoio do professor, o aluno deve ser encaminhado aos serviços competentes: médico, pedagogo,psicólogo ou assistente social (se houver na sua localidade).

o papel do professorO papel do professor é muito importante, pois a criança com problemas deve se sentir apoiada, confiantee segura. Esta segurança de que a criança necessita advém da relação professor-aluno. Como já dissemos,ota) aluno(a) com problemas tende a ser marginalizado(a), quando o que ele(a) precisa é exactamente ooposto: maior atenção do professor na tentativa de se descobrir as origens do problema que apresenta(vide Metodologias para o ensino da saúde na escola), Para tanto, o próprio professor deve buscar aorientação de outros profissionais (professor, médico, psicólogo, assistente social, pedagogo) com oobjectivo de melhor entender e ajudar esse aluno.

"Que a alegria de aprender não se transforme em pesadelo para muitas crianças brilhantes einteligentes somente porque ninguém reconheceu seu ritmo diferente de aprender."

\ Tarcísio Gurgel

Dificuldades de aprendizagem(texto, tabelas e actividades apresentados por Dra. Ana Domingos, Psicóloga)

É extremamente difícil encontrar uma definição satisfatória de dificuldades de aprendizagem. Há diferentesperspectivas e opiniões segundo a fundamentação teórica de cada autor. Mas 3 pontos principais identificamas crianças com transtornos de aprendizagem:- Discrepância notável entre o que teoricamente é capaz de fazer e o seu rendimento real.- Alterações desiguais nos processos de aprendizagem (perda, inibição ou interferência nos processosperceptivos, psicomotores, simbólicos, etc.).- Os défices não sejam devidos propriamente ao atraso mental ou à pobreza ambiental.

Causas das dificuldades de aprendizagemCausas prevalentemente orgânicas:

· transtornos do sistema nervoso central· transtornos do sistema endócrino (hipotiroidismo, insuficiência das supra-renais)· saúde deficiente (má ou insuficiente nutrição, falta de repouso, doença crónica)· disfunções da actividade psicomotora (hiperactividade)

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------------------ DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM - CAPíTULO 3-SAÚDE ESCOLAR

Causas prevalentemente psíquicas:· deficiências ou distúrbios intelectuais· afectivo-motivacionais (carências afectivas, ciúmes, agressividade, falta de motivação,

ansiedade)· personalidade (baixa auto-estima, auto-conceito negativo, tendências depressivas)

· memória

Causas ambientais:. situações familiares que prejudicam os estudos do educando: falta de amparo, excesso de cuidados,excesso de ocupações do aluno (tarefas em casa, cuidar dos irmãos), falta de condições materiais do lar,falta de condições morais do lar, pais emocionalmente instáveis, lar desorganizado (falta de autoridade,falta de horários de estudo, falta às aulas, não cumprimento das tarefas escolares)

Causas escolares ou institucionais:· programas inadequados· falta de material didáctico ,· turmas demasiado grande~· espaço físico inadequado .· formação de professores-

Factores instrumentais envolvidos na aprendizagem daleitura, da escrita e do cálculo,

Factores Fundamentação Psico-pedagógica Tipos de exercício

Orientação A capacidade para distinguir um objecto de · Assinalar figuras que

espacial outros iguais mas que estão em posição e num determinadodirecção diferentes é necessária para que a conjunto têm direcçõescriança distinga letras simétricas. diferentes

Orientação A orientação e estruturação espaciais bem · Puzzlesespácio-temporal estabeleci das, a aquisição da sucessão dos · Ordenação de figuras

factos e dos acontecimentos no tempo, como · Exercícios depor exemplo, antes e depois, à frente e atrás, em sequências temporais,

cima e em baixo são condições requeridas para relações de tempoa aprendizagem da leitura, da escrita e do e espaçocálculo.

-

Discriminação A discriminação de semelhanças e diferenças · Mostrar o que é igualvisual entre objectos e figuras é necessária para ~ num conjunto de

posteriormente perceber semelhanças e objectos diferentesdiferenças entre letras e palavras, sinais e · Arrumar figuras

números. por tamanho

conto

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SAÚDE ESCOLAR - CAPíTULO 3 - DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ---------------------3

Discriminação A capacidade para distinguir sons diferentes _Rimasauditiva está na base da capacidade para discriminar _Repetir quadras

os diferentes sons das palavras e os diferentes · Agrupamento desons das letras. figuras pelo som inicial

e pelo som final- ·Ligação de palavras

a desenhos cujos sonsiniciais ou finais sãoiguais

Memória visual Leva à formação de uma imagem visual da · Enumeração depalavra e do número que se revela indispensável várias figurasàs aquisições posteriores da leitura, escrita e previamentecálculo. apresentadas

Memória auditiva Necessária à fixação e reprodução de estímulos ·Identificar os disparatesorais. de uma frase

· "Aumentando aspalavras"

Lateralidade A orientação esquerda-direita e a integração e · Exercícios motorescoordenação dos dois lados do corpo constitui um ·Actividadespré-requisito às actividades da leitura, escrita e manipulatórias (cortarcálculo. plasticina, puzzles)

· Ordenar figuras daesquerda para a direita·Utilização de figurasonde é solicitada aposição de várioselementos

Função simbólica É uma das condições implícitas no percurso deabstracção progressiva que constitui aaprendizagem do cálculo. A traduçãosimbólica das operações exige a aquisição desinais e convenções que pressupõem odesenvolvimento da função simbólica.

Atenção/Concen- Sem atenção e concentração toma-se difícil o · Descobrir o absurdotração empenho nas tarefas escolares. de diversas frases

· Barrar no textodeterminada letra· Palavras cruzadas· Assinalar erros emfiguras· Continuar a sequênciade exercícios· Transmissão demensagens

Outras condições requeridas para a aprendizagem da leitura, escrita e cálculo:. Nível de linguagem suficiente e correcto, bom sentido de ritmo, motricidade bem desenvolvida ecoordenada, compreensão, nível intelectual normal e boa relação afectiva da criança com os pais.

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------------------- DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM - CAPíTULO 3- SAÚDE ESCOLAR

Problemas de comportamento

Tipo de problema Manifestações Causas Possíveis soluções(muito gerais)

Indisciplina _Não respeita a · Insegurança afectiva _Diálogoautoridade do professor _Necessidade de · Compreensão. Desafia o professor chamar a atenção · Disciplina baseada. Perturba a ordem dos outros no afecto_Não obedece _Autoridade por

convicção

Agressividade _Brigas sistemáticas · Problemas familiares _Diálogocom os colegas e lutas _Meio agressivo _Compreensãocorporais _Carências afectivas · Responder com_Brusquidão · Instabilidade emocional firmeza mas com· Condutas imprevisíveis afecto

Instabilidade _Oscilação constante _Imaturidade emocional _Diálogoentre actividade e · Falta de confiança _Compreensãopassividade, entre em S1 mesmo _Actividadesalegria e tristeza renovadas_Oscilação no e motivadorasrendimento escolar · Fomentar a

participação_Reforçar oscomportamentospositivos

Timidez _Isolamento _Insegurança ·Diálogo, · Inibição · Pais autoritários e · Compreensão, · Não se integra no grupo super-protectores _Actividades curtas

· Tem vergonha · Falta de confiança e alcançáveis· Insegurança em si mesmo _Motivação para· Não pede ajuda · Deficiência orgânica actividades de grupo_Medo pelo ridículo e ·Desenvolver atitudespelo erro de segurança

_Promover auto-conceito positivo

Mentira _Hábito sistemático de · Insatisfação com _Diálogomentir a realidade _Compreensão

_Mentir por imitação · Não prometer o· Insegurança que não se pode·Medo de não ser aceite cumprir

_Responder semprecom a verdade_Descobrir as causasda mentira

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Principais dificuldades de aprendizagem no EBI

SAÚDE ESCOLAR - CAPíTULO 3 - DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM --------------------';

Dificuldades Exemplos Ex. de exercício derecuperação

Pré-requisitos à aprendizagem (ver quadro anterior) (ver quadro anterior)da leitura, escrita e cálculo

Troca de letras b/d b/v f/v p/t m/n u/v _Ligação de desenhos à letrainicial correspondenteo Discriminação de palavrasque diferem apenas nas letrasnão discriminadas

o Palavras cruzadas

.Colocação exacta das Retrato/rertato troca/torca o Ligação de desenhos aosconsoantes na sua ordem de primo/pirrno sons correspondentessequência o Completar frases

Confusão de vogais fechadas o/u e/icom outras vogais

Formas verbais Falarão/falaram

Compreensão o Completar fraseso Interpretar histórias

o Ilustrar uma história lidao Palavras cruzadaso Descobrir o absurdo defiguras e frases

o Identificar a ideia principal deum texto

Significado das palavras o Completar fraseso Uso do dicionário

Erros de leitura o Ler colectivamenteMonotonia o Ouvir a própria leituraVolume muito baixo ou muito alto através de um gravadorMá pronúncia (se possível)

Dificuldades na aquisição das o Manipulação de objectos eetapas de formação do número materiais que conduzem a(classificação, equivalência e criança à compreensão dosseriação) conceitos e relações

(Cuisenaire, Blocos lógicos deDienes, Programa dereeducação do raciocíniomatemático de Jaulin-Manoni)

conto

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Page 72: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

------------------- DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM - CAPíTULO 3- SAÚDE ESCOLAR

Dificuldadesna abstracção

Hiperactividade · Incapacidade de Causas(hipercinesia) estar quieto · Factores

· Dificuldade de neurológicosatenção · Ensino· Impulsividade desinteressante· Variabilidade · Métodosemotiva inadequados

·Meio familiaragitado

Hipocinesia · Actividade motora · Factoresinsuficiente neurológicos· Apatia · Factores· Passividade ambientais

· Paissuper-protectores

Falta de atenção e · Não presta atenção · Factores (ver quadro anterior)concentração ·Distracçãofrequente neurológicos

· Fraca concentração · Ansiedade· Cansaço excessivo· Falta de sono

Falta de hábitos de estudo . Não estuda . Ensinar o aluno a· Desorganizado estudar, a escolher o· Sem método de local, a posição, o horáriotrabalho escolar e os métodos de estudo

. Elaborar o horário deestudo

Falta de interesse pelo · Não participa · Programas e . Conhecer os interessesestudo na aula métodos da criança

· Não tem motivação desinteressantespara o estudo . Não valorização· Brinca da escolaconstantemente

73

Page 73: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

SAÚDE ESCOLAR - CAP;TUL03 - DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM --------------

FICHA DE ACTIVIDADE - DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

74 _

Em baixo, tens vários grupos de duas palavras. Eu vou pronunciar uma das palavras e tu fazes umsinal naquela que eu pronunciar

barcobraço

tornotrono

cravoCarmo

lavralavar

presapersa

negarnegra

fracturafartura

graçagarça

podrepoder

pertopreto

FICHA DE ACTIVIDADE - DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM,~.

Completa com a palavra adequada

A galinha come ~---''--- (Minho, milho).

o coelho come o ___________ (repolho, reponho).

A ~~ (telha, tenha) da casa partiu-se.

o ~ (gatinho, gatilho) bebe o leite.

É o ---- (gatinho, gatilho) da pistola.

Page 74: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

- olho-onho

;.---------------- DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM - CAPíTULO 3 -SAÚDE ESCOLAR

FICHA DE ACTIVIDADE - DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Liga o desenho à palavra correspondente

-canhão- calhão

- milho- minho

- orelha- orenha

- passarinhos- passarilhos

1&_'". ./I. -

- abelha-abenha

FICHA DE ACTIVIDADE - DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Escreve ç ou C nos espaços em branco:A _e_ilia foi levar o almo_o ao pai. Ela levava um esto cheio de comida.No _esto havia_erejas, _ebola, alfa_e, a_úcar e um peda_o de pudim da re_eita da avó.

Completa:1- Casa onde viviam os reis2- Fruto da cerejeira3- Parte do corpo humano que

está acima do pescoço4- Local onde passam filmes5- Dou uma prenda6- Pessoa que caça7- Pessoa que não vê

_____________________________________________________________________________ 75

Page 75: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

SAÚDE ESCOLAR - CAPíTULO 3- DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ------------------l

FICHA DE ACTIVIDADE - DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Vamos conhecer algumas palavras que se escrevem com X e com CHCompleta e lê:

_arruafe_arria_o_ávenasalsi_a

Eis algumas regras que te ajudarão a empregar o X ou o CH:la regra - Geralmente depois dos ditongos ai, ei, oi, ou, empregamos X.

bai_o quei_o embai_atriz rou_inol dei_ar cai_ote deslei_o frou_o

2a regra - Na maior parte das palavras depois de en escreve-se Ximas em algumas palavras depoisde en escreve-se CH.Completa com X

en_ugar en_ames en_adaCompleta com CH

en_er (cheio) en_arcar (charco)

Xen_ofreli_Íviame_erli_obru_aro_o

3a regra - Depois de an, in, on,...illh...escrevemosCHman_ar lan_e guin_o relin_a acon_egar carun_o

FICHA DE ACTIVIDADE - DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

1- Aparelho utilizado pelos fumadores,serve para fumar2- Conjunto de abelhas3- Com a chave nela fecha-se a porta4- Por ela o fumo sai5- Objecto onde se coloca o lixo6- Utensílio que serve para cavar7- Antónimo de vazio8- Há os de banana, os de uva9- Fruto da ameixoeira10- Vive nos mares ou nos rios, é umbom alimento

J

i-I I I6,

I I8

,- I--- ~~

3-1 , 1 ~ ~,--

- I---

4·1 I- -f--- '--- f--- -- - -

- ~

76

Page 76: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

ENFRENTANDO OSDESAFIOS DA VIDA

_____________ 77

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SAÚDE ESCOLAR- CAPíTUL04-ENFRENTANDOOSDESAFIOSDA VIDA -----------------------------

ENFRENTANDO OS DESAFIOS DA VIDA

OBJECTIVO: CRESCER

o desenvolvimento harmónico do escolar também envolve a aquisição de comportamentos construtivos,tais como: autodisciplina, auto-estima, responsabilidade, pensamento crítico e solidariedade. A aquisiçãodestas habilidades capacita o futuro jovem a escolher um modo de vida adaptado aos seus próprios interessese a orientar suas decisões de acordo com os compromissos de vida assumidos consigo próprio, com a família,escola, amigos e colectividade. Uma criança ou adolescente capaz de avaliar os riscos e que se sente integradae responsável por seu meio, muito provavelmente não incorrerá em comportamentos negativos, como tóxico-dependência, alcoolismo, tabagismo e gravidez precoce.

Talvez o principal objectivo da escola seja ajudar a criança a se preparar física, social e psicologicamentepara a adolescência e a vida adulta. Diversas actividades inerentes à escola como trabalhos em grupo,apresentações orais e jogos de equipe ajudam a criança a desenvolver habilidades de comunicação eautoconfiança. O professor deve valorizar e priorizar o ensino participativo, o pensamento crítico e asactividades em grupo.

No final deste capítulo sugerimos alguns "jogos educativos" que visam a este fim específico.

SAÚDE REPRODUTIVA E PREPARAÇÃO PARA A VIDA FAMILIAR

Os eventos que o processo de nascer, crescer, desenvolver e chegar a idade adulta encerram são, para acriança, um mistério a ser desvendado no espaço familiar, na escola e na comunidade.Falar de sexualidade é importante porque a sexualidade não é apenas natural, mas também um factocultural para o qual são necessárias a informação e a aprendizagem. Entretanto, os pais e os adultosfrequentemente escolhem ficar em silêncio sobre esta questão. Mas, o silêncio também é uma forma decomunicação: ao explicitar o fato de que não se pode falar, criam-se censuras e tabus que condicionamnegativamente o processo de crescimento e desenvolvimento.Se os adultos não falam, as crianças adquirem as informações através dos meios de comunicação (televisão,cinema, rádio, livros ... ) ou de outras crianças, vizinho, etc. e muitas vezes as informações adquiridas sãoincorrectas ou distorcidas.

Os(as) alunos(as) muitas vezes fazem perguntas directas sobre sexualidade aos professores e estes.sentem-se embaraçados ao responder. A curiosidade das crianças é natural, e satisfazê-la é importante e saudável.Porém, é sempre bom responder às questões de forma correcta, sem explicar mais do que a criançapergunta ou é capaz de entender, sem moralismo ou vulgaridade. A linguagem utilizada pelo(a) professor(a)deve ser simples, clara e as terminologias devem ser científicas (pénis, vagina, etc.). Com os alunos daprimeira fase, o professor pode aceitar as terminologias por eles empregadas (pipi, pipita, etc.), se assimsentir-se mais à vontade. Entretanto, não deve tardar a explicar a terminologia científica.

Aqui buscaremos orientar você, professor, para trabalhar o tema em sala de aula de acordo com asdiferentes fases de desenvolvimento de seus alunos. Nosso objectivo maior é ajudá-lo a transmitir aosalunos:

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um conhecimento adequado de seu amadurecimento físico, mental e emocional, o que inclui oamadurecimento sexual;· elementos que possam ajudá-los a construir sua própria escala de valores sociais e sexuais;· condições para desenvolverem atitudes sadias e responsáveis, eliminando apreensões e conceitos deturpados e

· o respeito que cada um deve ter por si mesmo. e pelo outro.

Ao acentuar a responsabilidade da escola, temos a intenção de aumentar as oportunidades do aluno esclarecer-se e não de reduzir a responsabilidade dos pais e da fanu1ia neste campo.

o professor deve ter em mente que a educação sexual é um processo amplo que ocorre ao longo da vidade um indivíduo e que, para além dos conhecimentos biológicos e fisiológicos, engloba outras vertentesextremamente importantes: auto-estima, objectivos de vida, valores, relações de género, responsabilidadepara com o própric: corpo, farm1ia, higiene e muito mais.

o mito de que a educação sexual gera promiscuidade e precocidade da actividade sexual foi desmentidoatravés de várias investigações que concluem que a educação sexual gera um comportamento sexualresponsável nos jovens, incluindo um início mais tardio da actividade sexual, uma maior utilização demétodos contraceptivos e menor número parceiros sexuais. Estes comportamentos são ainda maisevidentes quando estes assuntos (sexo e reprodução) são discutidos abertamente com os pais. Porém,este tipo de conversa é difícil e a investigação mostrou que só uma minoria o pratica. Os pais muitas vezesnão se sentem à vontade para falar aos filhos sobre questões sexuais e a informação (muitas vezesincorrecta) é transmitida aos jovens pelos colegas.

Portanto, a educação sexual na escola é imprescindível e deve contar com a colaboração dos pais eprofessores para evitar informações antagónicas e contraditórias.

Apresentaremos, ao longo deste capítulo, várias sugestões e fichas de actividade para trabalhar os temasnas diferentes fases do EBL Nossas sugestões podem completar vossas aulas, mas também ser completadaspelos textos do manual de Ciências Integradas.

Primeira fase do EBI (1ª e 2ª classes)

Para os alunos da la fase, é importante explorar a identidade sexual (masculino e feminino), ajudá-los aconhecer o seu corpo e descobrir as diferenças sexuais.

Como trabalhar o tema em sala de aulaMasculino e feminino: os seres humanos distinguem-se em dois sexos, masculino e feminino. Quandonasce uma criança, a primeira pergunta é: rapaz ou menina? A resposta nós sabemos no mesmo instanteem que observam-se os genitais do recém-nascido. Use a ficha de actividade - "Masculino e feminino" nofinal do capítulo - para trabalhar este tema com os seus alunos.

Segunda fase do EBI (3ª e 4ª classes)

Retomar e reforçar o tema identidade sexual: masculino/feminino e papéis sexuais.Depois de nascer rapaz ou menina, vivemos num mundo com comportamentos de menino ou menina,

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SAÚDE ESCOLAR- CAPíTUL04-ENFRENTANDOOSDESAFIOSDA VIDA ---------------------------

moldados segundo os hábitos culturais da sociedade à qual pertencemos. Isso faz com que muitas vezessejam criados estereótipos que "obrigamos" as crianças a seguir: menina não joga bola, homem nãochora ...

Sugestões de actividades:. Redacção. Os meninos escrevem uma redacção com o tema "Eu gosto de ser menino porque ...",e as meninas "Eu gosto de ser menina porque ...". Alguns alunos lêem as redacções em classe, apóso que elabora-se uma lista de coisas que meninas gostam de fazer, coisas que meninos gostam eque ambos gostam. Discutir: "Existem brincadeiras de meninos que as meninas também gostam evice- versa" ..Use as fichas de actividades propostas para esta fase.

Abordar o tema reprodução de forma elementar (fecundação, gravidez, nascimento), através dasinformações contidas nos manuais de Ciências Integradas.

Terceira fase ( 5ª e 6ª classes)

Retomar e aprofundar o tema reprodução humana (da concepção ao nascimento, mudanças físicas dapuberdade). Introduzir de forma elementar os temas DST/SIDA, planeamento familiar, drogas, tabaco eálcool (ver os manuais de Ciências Integradas e as actividades propostas neste Manual).

INTEGRANDO O INDiVíDUO, A FAMíliA, A ESCOLA E O MEIO

Ao longo deste manual, buscamos abordar os temas de maior relevância no meio escolar de Cabo Verde.Entretanto, como já havíamos sublinhado, não temos a pretensão de apresentar todas as respostas esoluções: o professor deve manter-se actualizado através de outras publicações, cursos, seminários, trocasde experiências com outros professores e profissionais de educação e saúde.Desta forma, o professor estará melhor preparado para trabalhar com os alunos outros temas que vierema ser propostos pelos mesmos, seus pais e comunidade.

Lembre-se: é muito mais fácil criar um hábito saudável numa criança do que modificar um hábito nocivonum adulto. As crianças são o grupo alvo prioritário de programas de educação para a saúde pois, paraelas, a adopção de comportamentos é parte integrante do processo de educação e de socialização. Daí aimportância de introduzir na sala de aula comportamentos favoráveis à saúde.

o objectivo final é que o aluno interiorize os conhecimentos e transmita-os à família e à comunidade ondevive, tomando-se, ele também, um agente multiplicador.

Que talo professor estimular a criação de um grupo ou de grupos recreativos, com o objectivo dedinamizar actividades na escola? ' 'Estes grupos desenvolveriam temas como desporto, saúde e nutrição, ecologia, leitura, teatro, contadoresde história, música ...Neste âmbito, pode-se criar o "Clube do Aluno" que teria um jornal mural para divulgar as actividades,elaboraria um cartão de identificação para os membros do Clube e milito mais. O Clube pode organizaruma biblioteca na escola, por exemplo. Este tipo de actividade costuma despertar muito interesse nos

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alunos, e trazer excelentes resultados. Experimente! Converse com os professores e alunos interessados,ajude os grupos a organizarem-se! O Clube pode aproveitar algumas datas comemorativas e organizaractividades: Feiras de Saúde, dia Mundial da Saúde, dia do professor, dia do aluno, dia dos pais, do meioambiente, etc. Inventem a semana da Saúde Oral, da Alimentação, da Cultura Caboverdiana ...onde osprofessores desenvolvem, em sala de aula, várias actividades ligadas ao assunto.

Tente integrar os pais e a comunidade, convidando-os a participar das actividades. Os pais e as mãespodem ajudar a realizar as mudanças necessárias à escola: construção, pintura, etc.

Como sensibilizar os pais e a comunidade

REUNiÕES COM OS PAIS DE ALUNOS

Os encontros com os pais constituem uma ocasião única para a escola dividir com eles não somente aspreocupações, mas principalmente as experiências enriquecedoras que contribuem para a protecção dasaúde e do bem-estar dos alunos. Deste modo, a escola pode sensibilizá-los e buscar sua colaboração parao desenvolvimento das actividades propostas por este programa.

Para a criança adquirir hábitos saudáveis, os conceitos aprendidos na escola devem ser repetidos em casa.As doenças detectadas pelos professores necessitam ser tratadas. Para tudo isso, a escola necessita doapoio dos pais.

No próximo encontro, que tal dar aos pais a possibilidade de:- Descobrir a metodologia da escola em matéria de educação para a saúde?- Aprender quais são as doenças mais comuns nos escolares (principalmente cáries, doenças de pele e má-nutrição/anemia)?- Conhecer as formas de prevenção destas doenças?- Reconhecer a importância do tratamento?- Aprender com a experiência e conhecimento de outros pais?

E que tal se os próprios alunos preparassem e ilustrassem o convite para a reunião? NãO se esqueça deenviar o convite com antecedência, indicando o assunto da reunião.

Ou ainda, o que você acha de realizar, durante a reunião, actividades que ajudem os pais a compreenderos objectivos do programa?Algumas actividades que propomos são: Dramatização - inversão de papéis e Teatro de Fantoches (adaptadosde Daniel Pellaux, Objectij Grandir. Mandat Plus Prévention)

Dramatização (inversão de papéis)Duas pessoas (mães ou pais) participam da actividade. Durante 3 minutos, uma representa um(a) aluno(a) quechega da escola, onde aprendeu muitas coisas novas sobre saúde, e quer contar à mãe ou ao pai tudo o queaprendeu naquele dia. A outra pessoa representa a mãe (ou o pai) que está ocupada(o) em alguma actividade ediz ao filho que agora não tem tempo para ouvi-lo. Após 3 minutos, invertem-se os papéis.Em seguida, mais duas pessoas representam uma situação diferente: a mãe (ou o pai) que pára para escutar oseu(sua) filho(a) e que pode, então, partilhar o que ele(a) aprendeu naquele dia.Para finalizar, o professor e os pais discutem: O que sente a pessoa que fala quando o outro não escuta? O quesente aquele que está sem tempo para a criança? O que sente a criança cuja(o) mãe(pai) lhe escuta? E o que

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SAÚDE ESCOLAR - CAPíTULO 4 - ENFRENTANDO OS DESAFIOS DA VIDA -------------------------------',

sente esta(e) mãe(pai)? Existem situações similares na vida familiar? Çomo podemos lidar com esta situação?

Teatro de fantoches (veja, em anexo, como fabricar fantoches)Pode ser representada uma história sobre algum tema de saúde, onde destaca-se a importância do papeldos pais na prevenção ou tratamento da doença. Por exemplo: a importância da higiene do meio, higienepessoal e dos alimentos na prevenção dos parasitas intestinais (uma das causas da anemia), ou ainda comoprevenir a cárie dentária em família e a importância do tratamento.

Pode-se também representar uma história sobre uma situação comum na escola. Exemplo:"João é um aluno de 8 anos. Este ano ele está preocupado com seus resultados. Será que ele vai passar de ano?Ele tem muito medo que seus pais fiquem bravos com ele, por isso não conversa com eles sobre asdificuldades que tem tido na escola.No dia anterior a professora disse que queria falar com seus pais. João começa a pensar: - Por que aprofessora quer falar com meus pais? Com certeza devo ter ido mal nos exames! O que minha mãe vaidizer? E meu pai?Naquela noite, João tem um pesadelo: Ele está na sala de aula, no meio de um exame. Por mais que eletente, não consegue se lembrar das respostas. A sua 'cabeça está vazia. Ele quer sair da sala, mas nãoconsegue mexer suas pernas ... De repente ele acorda assustado."

Discussão: Como ajudar uma criança que tem dificuldades na escola? Tem alguém aqui que já teve dificuldadeem aprender alguma coisa, na escola ou na vida? E o que ajudou a ultrapassar o problema?

Esta actividade pode ser realizada por professores para animar a reunião de pais ou ainda pode ser umar=>;

actividade feita pelos próprios alunos. Podem ser criadas diferentes histórias sobre o tema Saúde.

FEIRA DE SAÚDE

Os alunos e professores organizam uma feira de saúde com a participação dos pais. Preparam-se cartazese diversas actividades sobre os diferentes temas de saúde: teatros, jogos, brincadeiras, exposições. Durantea fase de preparação, convidam-se as mães e os pais a participar das actividades. Os voluntários podemrealizar, no dia da feira, diversas actividades, tais como: medir e pesar as crianças e avaliar seu estadonutricional (veja tabelas em anexo), detectar doenças de pele, examinar a boca dos alunos. Na sua comunidadetem um(a) contador(a) de histórias? Que tal ele(a) contar uma história sobre o tema saúde?

BOM TRABALHO!

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:----------------------------- ENFRENTANDO os DESAFIOS DA VIDA • CAPíTULO 3·SAÚDE ESCOLAR

FICHA DE ACTIVIDADE - COMPREENDER AS PRÓPRIAS EMOÇÕES

(adaptado de "Clefs pour I'Adolescence". Concepção e editor responsável: "Clefs pour la jeunesse" ASBL)

Título: Um arco-íris de emoções Nível: 2a faseObjectivo: Explorar a variedade de emoções e sentimentos. Desenvolver um vocabulário quedescreva os sentimentos com precisão.Material necessário: quadro negro e giz, papel e canetaDesenvolvimento:· Traçar uma grande linha no quadro negro: a Escala de Emoções. No extremo esquerdo escrever:"triste, deprimido" e desenhar um rosto triste. No direito, escrever: "muito contente, super feliz,eufórico", e desenhar um rosto sorrindo. No centro, escrever: "mais ou menos, tanto faz, indiferente"e desenhar um rosto que não transmita emoções.Um a um, o professor e seus alunos indicam como estão se sentindo no momento presente. Oprofessor escreve o nome de cada um no local correspondente da escala de emoções. Por exemplo:uma pessoa "um pouco contente" será colocada entre o "indiferente" e o "super feliz". Uma pessoa"chateada" ficará perto do "triste, deprimido"· Fazer uma lista de diferentes sentimentos e apresentá-la aos alunos, que deverão, em grupo,dividir os sentimentos em diferentes categorias. Exemplo:- 1. Furioso, irritado, exasperado, chateado / 2. alegre, contente, feliz / 3. triste, melancólico,deprimido/ 4. ansioso, preocupado, com medo ...Os alunos podem acrescentar novos sentimentos que lembrarem.· Reflectir com os alunos sobr-ea evolução dos sentimentos ao longo do dia. Peça aos alunos quedescrevam as emoções que viveram nas últimas 24 horas.'-=·Criar uma discussão entre os alunos: os adultos e as crianças têm os mesmos sentimentos? Por quê?

FICHA DE TIVIDADE - COMPREENDER AS PRÓPRIAS EMOÇÕES

(adaptado de "Clefs pour I'Adolescence". Concepção e editor responsável: "Clefs pour la jeunesse" ASBL)

Título: Mímica Nível: 2a e 3a fasesObjectivo: Identificar e utilizar as diferentes formas de comunicação não-verbal.Material: pedaços de papel, contendo, cada um, o nome de uma emoção diferenteDeseuvolvlmeuto:Pedir aos alunos que imaginem como podemos demonstrar nossas emoções sem falar (expressãodo rosto, postura do corpo, gestos, etc.).

Dividir a turma em grupos. Cada grupo recebe um papel com o nome de uma emoção, a qualdeverá ser apresentada aos colegas através da mímica. O grupo cria uma cena que demonstre aemoção em questão. Os colegas tentarão descobrir de qual emoção se trata.

Obs.: Os alunos podem fazer na aula de Expressão Artística máscaras de cartolina ou "papiermaché" que representem as emoções (rosto triste, alegre, zangado, etc.).

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SAÚDE ESCOLAR- CAPíTUL04-ENFRENTANDOOSDESAFIOSDA VIDA ---------------------------'

FICHA DE ACTIVIDADE - MELHORAR AS RELAÇÕES ENTRE IGUAIS

(adaptado de "Clefs pour I'Adolescenc~". Concepção e editor responsável: "Clefs pour la jeunesse" ASBL)

Título: Chuva de ideias sobre a amizade Nível: 2a faseObjectivo: Definir amizade. Precisar aquilo que, para cada um, é importante numa amizade.Material necessário: quadro negro e giz, papel e canetaDesenvolvimento:Escrever: "Amigo/a), Amizade" no quadro negro. Pedir aos alunos que digam as palavras e expressõesque lhes passarem pela cabeça ao pensarem neste tema (chuva de ideias). Escrever no quadro tudoque os alunos disserem.

Em seguida, pedir que cada um escreva sua própria definição de amizade. Exemplo: "Amizade édividir os segredos com alguém. É sentir-se completo" ...

Traçar uma linha no quadro negro, com escala de 1 a 1O

1_2_3_4_5_6_7_8_9_10A amizade não éimportante

A amizade é muitoimportante

Pedir que cada aluno se localize nessa escala de 1 a 10 (qual a importância que atribui à amizade) e

que explique porque.

FICHA DE ACTIVIDADE - ESTREITAR AS RELAÇÕES FÃMlLlARES

(adaptado de "Clefs pour I'Adolescence". Concepção e editor responsável: "Clefs pour la jeunesse" ASBL)

Título: Cada família tem suas características próprias Nível: 2" faseObjectivo: Levar o aluno a entender as particularidades, qualidades, originalidades e tradiçõesculturais que fazem com que cada fanulia seja única.Material: pedir aos alunos que tragam de casa um objecto ou símbolo que represente a sua família.Desenvolvimento:Fazer uma breve introdução sobre a família: definição, tipos de família, como contribuem para odesenvolvimento do indivíduo, etc. Explique a importância da família na sociedade actual, quetodas as famílias têm momentos bons e maus, que as famílias são pólos afectivos e um refúgio deonde se pode tirar muita força nos momentos difíceis.Após a introdução, pedir aos alunos que tragam, no dia seguinte, um objecto que simbolize suaprópria família (um objecto de cozinha, instrumento musical, um objecto que identifique a profissão

da mãe ou do pai, um objecto afectivo etc.).

Actividade: cada aluno apresenta o objecto que trouxe e explica aos colegas a importância daqueleobjecto na suá família. Nesse momento, explica também as características culturais, de lazer, oshábitos de sua própria família (quais são os membros de sua família, o que fazem, onde trabalham,I'J. quecómefn, onde brincam: ..r . . . . .. .

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--------------------------- ENFRENTANDO OS DESAFIOS DA VIDA - CAPíTUL03-SAÚDEESCOLAR

FICHA DE ACTIVIDADE - SENSO CRíTICO E DECISÃO AUTÓNOMA

(adaptado de "Clefs pour I'Adolescence". Concepção e editor responsável: "Clefs pour la jeunesse" ASBL)

Título: Tomada de decisão e valores Nível: 3a faseObjectivo: Identificar as influências que moldam os valores. Distinguir os valores importantespara si próprio. Perceber a relação erltre valores e decisões.Material: quadro negro e gizDesenvolvimento:Iniciar um debate sobre o tema "Valores": o conceito, quais os valores importantes para cada aluno(saúde, amizade, família, honestidade, verdade, fidelidade, etc.), os valores positivos e negativos, aorigem dos valores (os valores são adquiridos através de: família, educação, sociedade, televisão), etc."Um valor é um princípio escolhido livremente e que as pessoas se esforçam para aplicar em todasas circunstâncias".Em seguida apresentar o tema "A influência dos valores nas tomadas de decisão": explicar que avida é feita de decisões, das mais simples (o que vou vestir ou comer hoje ) às mais complexas(qual profissão vou escolher, se vou casar e com quem, se vou ter filhos ). Explicar aos alunosque nos meses e anos vindouros, em diversas ocasiões terão de reflectir sobre as decisões a tomar.Pedir aos alunos que citem as decisões que tomam no dia-a-dia (escolha da roupa, programa detelevisão, o q1:U!'fazer no tempo livre ...). O professor escreve as respostas no quadro, separando-aspor categorias (saúde, trabalho, lazer, amizades, vestimenta, etc.)Uma vez pronta a lista de decisões, levar os alunos a reflectir sobre as motivações que os levam atomar uma determinada decisão: factores próprios do indivíduo (gosto pessoal, talento para actividadesespecíficas), hábitos familiares, culturais, sociais e principalmente os valores que cada um adopta.Mostrar aos alunos que seus actos geralmente são motivados por aquilo em que acreditam, e quecada acto deve ser consciente porque implica em uma consequência.O tema pode ser aprofundado: Drogas 'e tóxico-dependência (incluindo tabaco e álcool), DST-SIDA (para estes 2 temas, ver o manual do EBI da 6a classe), gravidez precoce, etc.

FICHA DE ACTIVIDADE - MODO DE VIDA SÃO E AUTÓNOMO

(adaptado de "Clefs pour I'Adolescence". Concepção e editor responsável: "Clefs pour la jeunesse" ASBL)

Título: O futuro Nível: 3a faseObjectivo: Ajudar os alunos a imaginar o seu futuro, fazê-los compreender que são responsáveispor sua qualidade de vida futura, ajudá-los a definir seus objectivos e a compreender as liçõespositivas que podem tirar dos seus sucessos e fracassos.Material: dicionário, papel, caneta ou lápisDesenvolvimento:Explicar aos alunos os objectivos do exercício (acima descritos). Explicar o que significa "definirum objectivo de vida", e a sua importância para uma vida bem sucedida. Encorajá-los a imaginarsua vida a longo prazo (terminar os estudos, escolher uma profissão, fundar uma família ...).Pedir aos alunos que defrnam a palavra OBJECTIVO, procurando no dicionário ou discutindo corrios colegas, eventualmente dar um exemplo: "Objectivo é algo cuja realização implica em organizaçãoe esforço".Conduzir uma discussão sobre a importância dos objectivos na vida, colocando algumas questõescomo: Qual o papel dos objectivos na nossa vida? O que pode acontecer a uma pessoa que não temobjectivos na vida? conto

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SAÚDE ESCOLAR· CAPíTUL04·ENFRENTANDOOSDESAFIOSDA VIDA -----------------------------3

Explicar a importância de estabelecer objectivos realistas, e de não se deixar abater pelos fracassosque fazem parte da vida.Para concluir, discuta com os alunos a seguinte frase: "Os objectivos definem os limites que nosajudam a permanecer no caminho que escolhemos seguir".Pode-se aprofundar o tema do planeamento familiar: o momento de ter um filho deve ser escolhidoe planejado .

FICHA DE ACTIVIDADE - MODO DE VIDA SÃO E AVTÓNQMO

(adaptado de "Clefs pour I'Adolescence" .concepção e editor responsável: "Clefs pour la jeunesse" ASBL)

Título: Visualização criativaNível: 2a e 3a fasesObjectivo: Ajudar os alunos a imaginar o seu futuro, fazê-los compreender que são responsáveispor sua qualidade de vida futura, ajudá-los a definir seus objectivos e a compreender as liçõespositivas que podem tirar dos seus sucessos e fracassos .:

Desenvolvimento:Pedir aos alunos que fechem os olhos, relaxem, escutem em silêncio a voz do professor e dêemasas à imaginação. O professor segue dizendo: "Imaginem o vosso futuro ...vocês estão caminhandoao longo de uma estrada, esta estrada representa vossa vida. Depois de uma boa caminhada, vocêsse apercebem de diversas demarcações que indicam os acontecimentos que poderão ocorrer ou ascoisas que vocês desejam realizar ...Vocês atingem a primeira demarcação que representa vossavida daqui a 4 anos. Quantos anos vocês têm então? O que vocês estão a ver? O que vocês estãoa fazer? Em que classe vocês estão? Vocês mudaram fisicamente? Quais são as actividades que vosinteressam? O que vocês querem ser daqui a mais 4 anos? ..Continuem andando até atingir apróxima demarcação 4 anos depois. Que idade vocês têm? Como vivem? Estudam? Trabalham?Vivem no estrangeiro? Reflictam sobre o que querem ser daqui a 8 anos ...Vocês estão agora a 16~anos do ponto inicial. Que idade vocês têm? Terminaram os estudos? Vosso trabalho vos satisfa~Estão casados/casadas? Têm filhos? Vocês conseguiram realizar o que queriam? Estão satisfeitoscom a vida que levam? Conseguiram realizar seus objectivos? ..A viagem acabou." Deixar passaralguns minutos de silêncio para que os alunos voltem lentamente à realidade.

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...."..---------------------------- ENFRENTANDO OS DESAFIOS DA VIDA· CAPíTUL03·SAÚDEESCOLAR

FICHA DE ACTIVIDADE - EU E OS OUTROS

(adaptado de Daniel Pellaux: Objectif Grandir. Mandat Plus Prévention)

Título: Eu sou capaz de dizer não aos amigos Nível: 2a e 3" fases

Objectivo: Dar à criança a ocasião de: falar das influências e pressões, identificar os perigos em

que ela pode ser envolvida por um grupo de amigos/colegas, falar dos riscos que correm ela e os

outros, reconhecer que a exclusão de um grupo é difícil de ser vivida, elaborar respostas e soluções

que a ajudem numa situação difícil, falar aos adultos sobre as pressões que ela sofre.

Material: papel, papel de embrulho, canetas ou lápis

Desenvolvimento:

Preparação: o professor pede aos alunos que tentem se iembrar e escrevam num papel ocasiões em

que alguém tentou convencê-los a fazer algo e que eles recusaram. Depois, eles reflectem sobre

ocasiões em que fizeram algo contra sua vontade e analisam os factos ou frases que fizeram com

que tenham cedido à pressão.

O professor faz uma introdução: "Uma vez, eu deixei-me convencer e fiz uma coisa que eu não

queria realmente. Eu fiz porque todos meus amigos me pressionaram e porque eu tinha vontade de

estar com eles. Mas, depois eu fiquei insatisfeito: estava com a impressão de ter perdido o meu

tempo e com vergonha de não ter tido coragem de dizer não. Eu proponho que nós trabalhemos

juntos para aprender a melhor dizer sim ou não aos amigos".

Actividades:

1- As crianças e o professor fazem, no papel de embrulho, um quadro "as coisas que me influenciam".

Para isso devem reflectir sobre tudo o que influencia suas decisões (ê}s pais, o professor, os

colegas, um amigo, um gosto pessoal, uma informação recebida, televisao: ou uma reflexão sobre

as possíveis consequências), Em grupo de três, o~ alunos estabelecem uma lista de escolhas que

fazem todos os dia: roupas, TV, comidas, brincadeiras, amigos.

Inicia-se uma discussão: "Quais são as pessoas que têm mais influência sobre vocês? Quais influências

são úteis e quais são prejudiciais para vocês? Como agir quando vocês são confrontados a pressões

negativas? Quem pode ajudar-vos? O que pode ajudar-vos a tomar uma decisão?"

O professor apresenta a estratégia: olhar, reflectir, decidir (original em fráncês ~; regarder,

réfléchir, décider): identificar a situação, analisar as consequências (positivas e negativas) e

só então tomar uma decisão. Os alunos dizem no que esta estratégia 'pode ser útil.

2 - Os alunos agrupam-se em duplas, A e B. Cada um recebe uma ficha diferente que descreve uma

situação de pressão. A lê a sua situação para B e tenta convencê-lo. B deve dizer não, e, inspirado

na estratégia olhar, reflectir, decidir, argumentar apresentando respostas (engraçadas, verdadeiras,

inventadas etc.). Após alguns minutos, os papéis são invertidos. Os alunos podem tentar resistir a

várias influências simultâneas.

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SAÚDE ESCOLAR- CAPíTUL04-ENFRENTANDOOSDESAFIOSDA VIDA ----------------------------

FICHA DE ACTIVIDADE - EU E OS OUTROS

(adaptado de Daniel Pellaux: Objectif Grandir. Mandat Plus Prévention)

Título: Eu sou eu, diferente dos outros . Nível: la e 2a fasesObjectivo: Dar à criança a oportunidade de reconhecer, respeitar e valorizar as diferenças entre as

pessoas.Material: papel, canetas ou lápis de cor, fios para suspender os retratos na sala de aula (ou papelde embrulho), cola ou fita-cola, pregos, marteloDesenvolvimento:Cada criança desenha seu próprio retrato para criar uma galeria e simbolizar as semelhanças ediferenças entre os alunos. Em dupla, um colega analisa o desenho do outro, procurando assemelhanças e diferenças (particularidades) entre eles: cor da pele, cabelo, olhos, nariz, boca,altura, vestuário, etc.A dupla começa então a explorar as características da personalidade de cada um: através de perguntas,o aluno tenta descobrir do seu colega uma actividade que ele faz bem, uma qualidade pessoal, osdesejos, gostos, lazer, etc. O professor estimula-os' a procurar em tudo o que constitui o seuuniverso: escola, família, casa, desporto, animais. Cada um apresenta a qualidade ou gosto pessoalencontrado no colega e a escreve sob o retrato do colega.O professor e os alunos penduram os retratos com as frases na classe.O professor pode finalizar com uma discussão: O que aconteceria se fossemos todos iguais? Como

seriam as ruas, a sala de aula, o pátio se fossemos todos iguais?

FICHA DE ACT!VIDADE - RESPONSABILIDADE SOBRE SUA PRÓPRIA SAÚDE

(adaptado de Daniel Pellaux: Objectif Grandir. Mandat Plus Prévention)

Título: Eu tomo conta de mim Nível: la faseObjectivo: Dar à criança a oportunidade de perceber suas capacidades no domínio da higienecorporal, aumentar a sua autonomia em relação aos cuidados com o corpo e tomar co.nsciência deperigos potenciais.Material: papel pardo (de embrulho), canetas e lápis coloridosDesenvolvimento:O professor propõe aos alunos que se organizem em grupos e façam mímicas que demonstrem asactividades que já sabem fazer no domínio da higiene pessoal e cuidados consigo mesmo, exemplos:lavar-se, escovar os dentes, pentear-se, fazer a cama, calçar o sapato, guardar a roupa, assoar onariz, preparar seu lanche, cortar as unhas ...Realizar um painel colectivo em papel pardo com o título: "Todos os dias eu tomo conta de mim".

_ Em conjunto, os alunos desenham quadradinhos sobre as actividades que realizaram no exercícioanterior colocando legendas. Exemplo: nunca esqueço de escovar os dentes depois de comer, delavar as mãos antes de comer e depois de usar a casa de banho ...Por último, o professor propõe arealização de um painel colectivo sobre o tema "Os perigos em casa". Primeiro a turma reflecte:Quando fazemos alguma coisa sozinhos, em que devemos prestar atenção? (Na sala de aula, nacozinha, no quarto, brincando na J;Ua,no pátio da escola). A classe escolhe as informações maisimportantes as desenha no painel. Pode-se também fazer uma lista de objectos, instrumentos,aparelhos e produtos com os quais devemos tomar precauções na utilização. Síntese: o professorpergunta à classe "O que aprendemos hoje? Quando vocês precisam da 'ajuda dos adultos? O quevocês gostam de fazer sozinhos? E o que não gostam?"

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FICHA DE ACTIVIDADE - PAPÉIS SEXUAIS

Título: Masculino-Feminino Nível: la faseObjectivo: Identificar as diferenças entre os sexosMaterial: desenho bastante aumentado dos dois bonecos (divididos em partes) para recortar, fitacola, caixa de papelãoTempo: 45 minutos

Desenvolvimento:O professor recorta todas às partes dos bonecos e as coloca dentro de uma caixa de papelão.Solicita aos alunos que retirem da caixa às partes do corpo que, depois de identificadas, são fixadasno quadro negro. ..Após os alunos terem terrrúnado a montagem dos bonecos, pedir que descrevam com atenção osdois desenhos.Pode-se iniciar uma discussão do tema levantando questões como: Os dois bonecos são iguais?Podemos dizer que um dos bonecos é uma menina e outro é um menino? Como sabemos? Quediferenças existem entre eles? Que parte do corpo é diferente nas meninas e nos meninos? Nestemomento da discussão, o professor explica aos alunos que quando nasce um bebé, os pais sósabem se é menino ou menina pela observação dos órgãos sexuais, que são diferentes.Os alunos podem observa:: e comentar que há outros diferenças como o cabelo, e que os rapazese as raparigas, na vida real, também vestem-se de maneira diferente. O professor pode explicar aosalunos, sem entrar nas questões de estereótipos, que estas diferenças aparecem mais tarde. Osbebés recém-nascidos não se vestem nem se penteiam de maneira diferente.

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SAÚDE ESCOLAR- CAP;TUL04-ENFRENTANDOOS DESAFIOS DA VIDA ----------------------------:

FICHA DE ACTIVIDADE - SEXUALIDADE HUMANA

Título: Papéis sexuais e estereótiposNível: 3" faseObjectivo: Distinguir vários tipos de papéis sexuais, reflectir sobre os estereótipos sexuais.Material: tiras de papel, 3 caixas de papelão, canetas ou marcadores de cores diferentesTempo: 50 minutos.Desenvolvimento:Solicitar aos alunos que copiem em tiras de papel cada uma das actividades a seguir:

"Contar histórias, mudar lâmpadas, pescar, sair à noite, consertar a bicicleta, conduzir o autocarro,passar a ferro, fazer limpeza, fazer a cama, deitar fora o lixo, pintar, arrumar o quarto, ir ao futebol,cuidar das plantas, ir ao cabeleireiro, por as crianças para dormir, cozinhar, ler jornal, pagar ascontas de casa, dançar, fazer as compras, levar os filhos à escola, trabalhar, pregar botões naroupa, conduzir o automóvel."

Fazer, no mínimo, 2 tiras de papel para cada actividade. Escrever nas 3 caixas de papelão: caixa 1- actividades masculinas, caixa 2 - actividades femininas, caixa 3 - actividades para ambos os sexos.

Pedir aos alunos que escolham entre as tiras de papel preparadas quais as actividades que, na suaopinião, vão para a caixa 1,2 ou 3. E importante deixar os alunos escolherem sem intervenção doprofessor,

Depois o professor, com a classe, lê e analisa as frases que foram colocadas em cada caixa dandola início a uma discussão: Entre as actividades femininas seleccionadas há alguma(s) que os homens

poderiam fazer? Entre as actividades masculinas há alguma(s) que as mulheres poderiam fazer?Existem actividades absolutamente proibidas aos homens e actividades absolutamente proibidas àsmulheres?

Pedir aos alunos que expliquem por que razão consideram cada uma dessas actividades comosendo característica de um ou de outro sexo. Neste momento, o professor pode introduzir oconceito de estereótipo sexual: "Imagem preconcebida que a sociedade faz dos homens e dasmulheres, ou seja, da forma como devem agir".

Em seguida, discutir com os alunos os efeitos e as consequências dos estereótipos: Existe algumacoisa que vocês gostariam muitõ de fazer e que não fazem porque acham que é uma actividadeespecífica de homens, mulheres, meninas ou meninos?

O professor convida os alunos a identificar exemplos de estereótipos em diferentes aspectos davida quotidiana e indicar a razão pela qual acham que se trata de um estereótipo.Para finalizar, perguntar aos alunos o que se pode fazer para mudar as opiniões e os comportamentosestereotipados do dia-a-dia .

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-------------------------- ENFRENTANDO os DESAFIOS DA VIDA - CAPíTUL03-SAÚDEESCOLAR

'. .., ....FICHA DE ACnVIDADES-SIDA

Título: "O que sabemos sobre a SIDA" Nível: 2a e 3a fasesObjectivos: Descrever os modos de transmissão e de prevenção da SIDA.Material: tiras de papel, fita adesiva, canetas de feltroTempo: 60 minutosDesenvolvimento:Previamente o professor preenche diferentes tiras de papel sobre como se transmite a sida, situaçõesonde não se apanha a SIDA e como prevenir.

(Como se transmite)Relações sexuais não protegidasTransfusão de sangue contaminadoUso de seringas e agulhas contaminadasContaminação do feto pela mãeUso de objectos cortantes contaminados ...

(Como prevenir)Uso de preservativo (camisinha)

Fidelidade mútuaAnalisar o sangue para transfusões

Usar seringas e agulhas esterilizadasUsar instrumentos esterilizados (dentista) ...

(Não se apanha com)Beijo, abraço, aperto de mão

Piscina, casa de banhoCopos e talheres

Picadas de insectos ...

O professor anuncia o tema de estudo, embaralha as tiras de papel e as distribui aos alunos, pedindoque, por enquanto, não leiam nem façam comentários.Logo após, escreve no quadro negro em colunas:

PODE-SEAPANHAR ASIDA FORMAS DE PREVENÇÃO NÃOSEAPANHAASIDACOM

Em seguida, solicita aos alunos que leiam as tiras e que se dirijam ao quadro para colá-las na coluna

que acharem correcto.Quando todos terminarem de colar as suas tiras, o professor e os alunos vão fazendo as correcçõese colando as tiras erradas no lugar certo:A actividade pode terminar com a elaboração conjunta de um cartaz mural sobre a SIDA, quepoderá ser fixado na parede de sala de aula ou no local destinado à informação ou jornal de parede

da escola.

Título: Bilhete de identidade do teu corpo Nível: 3a faseObjectivo: Conhecer as mudanças corporaisMaterial: folha de papel e canetaTempo: 20 minutosDesenvolvimento:Solicitar aos alunos que, numa folha de papel ou no caderno, façam uma lista pormenorizada dassuas características físicas: altura, peso, tamanho do pé, cor dos olhos, do cabelo, da pele e sinaisparticulares.Depois pedir que desenhem, na mesma folha, o seu corpo tal como ele é agora. Em seguida,desenhar o corpo como eles pensam que será depois do desenvolvimento pubertário.Para finalizar, solicitar aos alunos que apresentem o trabalho e iniciar uma discussão sobre as

mudanças que ocorrem no menino e menina na puberdade.Obs.: Dependendo das características e necessidades da turma, o professor pode aprofundar maiso tema.

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SAÚDE ESCOLAR· CAP;TUL04·ENFRENTANDOOSDESAFIOSDA VIDA ---------------------------

FICHA DE ACTIVIDADE - PAPÉIS SEXUAIS

Título: Masculino e feminino Nível: 2a faseObjectivo: Identificar formas de expressar a identidade sexual, utilizando exemplos de actividadesdesenvolvidas por adultos e crianças. Reconhecer que os papéis sexuais exprimem, cultural esocialmente, a identidade sexual. Entretanto, existem actividades tipicamente femininas que oshomens também podem e gostam de fazer e vice-versa.Material: caixa de papelão (caixa surpresa), mensagens que descrevem diferentes papéis sexuais.Tempo: 45 minutosDesenvolvimento:O' professor coloca na caixa de papelão várias tiras de papel, cada uma com a descrição de umaactividade / papel sexual (lavar roupa, conduzir, cozinhar, jogar futebol, brincar com bonecos(as),limpar a casa, andar de bicicleta, despejar o lixo, arrumar a cama, cuidar de uma criança pequena,escrever, ler, ser polícia, ser dentista, construir uma casa, dar aula). O professor convida os alunosa retirarem, um de cada vez, uma mensagem da "caixa de surpresas". Cada aluno representa,através de númica, o papel descrito na mensagem e o resto da turma tentará identificá-lo. À medidaem que os alunos vão identificando os papéis, o professor escreve-os no quadro sem, contudo,fazer nenhuma distinção sexual. A partir da lista produzida. no quadro, o professor introduz a noçãode papéis sexuais de uma forma muito simples ao que se segue um diálogo orientado por questõescolocadas pelo professor: O que gostaram de representar? Há algum papel que gostariam derepresentar quando adultos? Será que todas as meninas da turma gostam de representar os mesmospapéis? E os meninos? Por que? Uma menina pode fazer uma actividade típica de menino e vice-versa?

FICHA DE ACTIVIDADE - ESTRUTURA FAMILIAR

Título: Farrulia Nível: la e 2a fasesObjectivo: Compreender a estrutura de sua própria farru1ia,reflectir sobre sua farrulia futura.Material: folha de papel e canetasTempo: 45 minutosDesenvolvimento:O professor faz uma introdução: "A farru1iapode variar em tamanho e estrutura. Há farru1iascommuitos filhos, poucos, outras com nenhum. Há crianças que têm muitos irmãos, outras têm poucosou nenhum, algumas crianças vivem com os dois pais, outras só com um deles, ou com os avós,tios, são adaptadas, etc." Pedir para os alunos desenharem as pessoas que compõem a sua farrulia.O professor continua: "Numa família uns aprendem com os outros (hábitos, atitudes, valores)".Pedir aos alunos que enumerem as coisas que aprenderam com a mãe, pai, irmãos e/ou avós, assimcomo as coisas que eles já ensinaram à sua família.Em seguida pede-se para o aluno imaginar a fanulia que ele gostaria de constituir quando adulto (sequer ou não casar, ter filhos, que familiares morariam com ele ...) e o que gostariam então deensinar às pessoas de sua farmlia e aprender com elas.Pode-se dramatizar essas situa,ções.

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;---------------------------- ENFRENTANDO OS DESAFIOS DA VIDA - CAPíTULO 3-sAÚDE ESCOLAR

FICHA DE ACTIVIDADE - PLANEAMENTO FAMILIAR

Título: Tomar conta do meu filho / da minha filha Nível: 2" e 3" fasesObjectivo: Despertar os alunos para a responsabilidade e complexidade da maternidade / paternidade.Material: balões de gás em quantidade suficiente para todos os alunos, canetas de feltroTempo: o dia inteiro

Desenvolvimento:Enchem-se os balões (devem ficar bem cheios). Cada criança recebe um balão que, por um dia,"será sua filha ou seu filho". Cada um caracteriza o seu(sua) filho(a): nome, sexo, idade; emseguida desenha um rosto no balão.A partir de então, durante o resto dia, cada aluno deve tomar conta de seu(sua) filho(a), representandoactividades como: dar banho, dar de comer, levar passear, dar remédio se ele(a) está doente, e tudoo mais que o aluno quiser / gostar (contar histórias, educá-lota), brincar com ele/a), fazer comida ...).O aluno não deve deixar seu balão sozinho. Deve levá-lo quando sair para o recreio, na casa debanho, etc.Quando algum balão estourar, o aluno deve dar uma justificativa: não tomou conta direito, esqueceude dar comida, esqueceu de dar banho, etc.No final do dia os alunos comentam a experiência: o que mais gostaram de fazer, o que deu maistrabalho, como se sentiram, etc.O professor aproveita para comentar que a maternidade / paternidade deve ser uma escolha, arealização de um desejo num momento planejado: para termos um filho devemos estar preparadospara tomar conta dele.

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REFERÊNCIA BIBliOGRÁFICA

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CHALUFO, J. & col. Manual de agentes polivalentes elementares. Moçambique: Direcção Nacional deSaúde, Ministério da Saúde, 1994.DICKSON, Murray. Onde não há dentista. São Paulo: Edições Paulinas, 1986.DUMURGIER, Elisabeth & col. Les enfants pour la santé. Paris: L'Institut Santé et DéveloppementJUnicef, 1993.DUPIN, Henri. Expériences d' éducation sanitaire et nutritionnelle enAfrique. Paris: Presses Universitairesde France, 1965.HAWES, Hugh.& colaboradores. Health promotion in our schools. United Kingdom: The Child-to- childTrustlUNICEF, 1997.IASE (Instituto de apoio sócio-educativo). Escola e saúde. n.l,2,3,4, 5,6. Portugal: Instituto de apoiosócio-educativo, Ministério da Educação.ICASE. Guia Prático de Nutrição: para utilização nas cantinas escolares. Cabo Verde: Ministério daEducação, 1997.ICASE. Vamos aprender brincando. Cabo Verde: Ministério da Educação, 1992.KILANDER, H. Frederick. Educação sexual nas escolas: preparar para a vida familiar. Edições Paulistas,1985 LisboaMEC, SEPS, PREMEN, FENAME. Saúde como compreensão de vida. Rio de Janeiro: Ministério daEducação e Cultura, 1980.MINISTÉRIO DA SAÚDE. Formação sanitária. Cabo Verde: Ministério da Saúde.MURAHOVSCHI, Jayme. Pediatria: diagnóstico e tratamento. São Paulo: Sarvier, 1987.PELLAUX, Daniel. ObjectifGrandir. Jura: Mandat Plus Prévention, 1995.RAMOS, Byron Emanuel de Oliveira & LOCH, Jussara de Ajambuja. Manual de Saúde Escolar lI. Rio deJaneiro: Sociedade brasileira de pediatria, 1994.RIBEIRO, Eunice & EISENSTEIN, Evelyn. Falando de saúde: para crianças, adolescentes e educadoresnas escolas e comunidades. Petrópolis: Editora Vozes, 1990.TABACH, Edmundo & OLINO, Rita Maria. Quem ri por último ri melhor: aprendendo sobre os dentes.São Paulo: Editora Moderna, 1997.WERNER, David. Onde não há médico. São Paulo: Edições Paulinas, 1989.WERNER, David & BOWER, Bill. Aprendendo e ensinando a cuidar da saúde.WHO. Who information series on school health: strengthening interventions to reduce helminth infections.Geneva: World Health Organization, 1997.WILLIAMS, Glen & colaboradores. Todos pela saúde: Brasília: UNICEF, 1989.

Págs. 83 a 86 extraídas e adaptadas do programa "Clefs pour l' Adolescence"Concepção e editor responsável: "Clefs pour la jeunesse" ASBL63 Boulevard Leopold II boite 31080 Bruxelles BelgiumTél 00 322 421 67 26Fax 00 322421 6729E-mail:[email protected]

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GLOSSÁRIO

amígdalas - glândulas constituídas de massas de tecido linfóide (defesa) que, em estado normal, têm aforma e o tamanho de amêndoas, localizadas em cada lado da entrada da gargantaantibiótico - substância capaz de impedir o desenvolvimento de microrganismos ou de matá-losanticorpo - substância (proteína) produzida pelo organismo contra um determinado agressorbactérias - microrganismos uni celulares encontrados na água, solo, plantas, animais, etc. Podem, ounão, causar danos ao homembócio - aumento da glândula tireóide provocado pela falta de iodo na alimentação, causando um "inchaço"na frente do pescoçobotulismo - infecção alimentar grave, causada por alimentos contaminados, alimentos enlatados. Podelevar à morte.choque anafilátcico - reacção alérgica exagerada do organismo, pode provocar um "inchaço na garganta"(edema de glote) que impede a passagem do ar (respiração). Pode levar à morte.cretinismo - forma de atraso mental e profundas alterações do desenvolvimento corporaldesmineralização - perda de mineraisdoença crónica - de longa duração (exemplo: má-nutrição crónica) ou doença para a qual não se conhecea cura (diabete, asma)

enfarte - congestão e bloqueamento de um vaso sanguíneo do qual depende uma parte de um órgãolevando à morte do tecido afectado (ex.: coração)helminto - um tipo de vermehemácia - glóbulo vermelho do sanguehemorragia - derramamento de sangue para fora dos vasos que o contémimunidade - resistência a determinada infecção ou infestaçãoinfecção - penetração, desenvolvimento e multiplicação de seres inferiores (microrganismos) no organismoanimal resultando em consequências variadas para este, geralmente nocivasinfestação - invasão do organismo por parasitas (vermes, sarna, etc.)metabolismo - conjunto de fenómenos químicos necessários ao organismo para formação, desenvolvimentoe renovação das estruturas celulares e para a produção de energiamicose - infecção produzida por fungoparasita - ou parasito - animal ou vegetal que vive à custa de outroprotozoário - espécime dos animais unicelulares. Exemplo: amebaraquitismo - doença da infância causada por distúrbios metabólicos e carência de vitamina D, caracterizadapor deformidades do esqueleto ósseosalubridade - conjunto de condições favoráveis à saúdesistema endócrino - conjunto coordenado dos órgãos que fabricam hormóniossupra-renais - glândulas endócrinas (produzem hormónio - adrenalina) situadas na parte superior dolado interno de cada rim correspondentetireóide - glândula endócrina (produz hormónio - tiroxina) de situação anterior e inferior no pescoço(hipotiroidismo - mau funcionamento da tireóide)VÍrus - diminuto agente infeccioso sem metabolismo independente, capaz de reprodução somente nointerior das células vivas

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OS DIREITOS DA CRIANÇA

Princípio 1: Toda e qualquer criança deve gozar destes direitos semdistinção de raça, cor, sexo, língua, nacionalidade ou religião.

,Princípio 2: A criança deve ser dada protecção especial dando-lheoportunidades para o bom desenvolvimento físico, moral, mental,espiritual e social.

Princípio 3: A criança deve ter direito a um nome e nacionalidadedesde o seu nascimento.

Princípio 4: A criança deve ter direito de crescer e se desenvolvercom saúde, alimentação, moradia, recreação, cuidados médicos eodontológicos.

Princípio 5: A criança deficiente física ou mental deve recebercuidados, tratamento e educação especiais.

Princípio 6: A criança precisa de amor e compreensão para odesenvolvimento de sua personalidade. A sociedade e autoridadespúblicas tem o dever de proteger qualquer criança carente que nãotenha meios de subsistência.

Princípio 7: A criança tem o direito de receber educação livre eobrigatória para o desenvolvimento da cultura geral, senso crítico,responsabilidades e para que venha se tornar um cidadão útil.

Princípio 8: Em qualquer circunstância a criança deve ser a primeiraa receber protecção e ajuda.

Princípio 9: A criança deve ser protegida contra todas as formas deabandono, crueldade e exploração.

Princípio 10: A criança deve ser protegida da discriminação racial,religiosa ou qualquer outra .

. Declaração proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 20 de Novembro de 1959.

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ANEXOS

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TEATRO DE FANTOCHESDiversas histórias sobre o tema Saúde podem ser representadas através de um teatro de fantoches.O professor e os alunos podem confeccionar fantoches:

Fantoche feito com meia:1. Vista a meia na mão.2. Faça a·boca enfiando a meia entre o polegar e os outros dedos.3. Coloque olhos, nariz e cabelo na meia.

Ou ponha flocos de espuma, algodão ou papel velho num saco de pano. Coloque uma vareta de madeiradentro do saco e amarre. Desenhe ou cole a cara do boneco e vista-o com retalhos de pano

otação V-O,l então anotamos AV-O,l.

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TESTE DE ACUIDADE VISUALEste é um teste bastante simples que permite ao professor a detecção de dificuldades visuais em seusalunos. Veja como é:A "mãozinha" de maior tamanho tem as marcações V - 0,1 de um lado e 6 / 60m do outro. As figurasdiminuem de tamanho progressivamente até V-I 6/ 6m. O resultado do exame será correspondenteà menor mãozinha que o aluno consegue identificar. Por exemplo: se a criança consegue apenasidentificar a maior mãozinha que tem no canto inferior esquerdo a anotação V-O,1então anotamos AV-O,l.

PROCEDIMENTO

A distância entre o teste (mãozinha) e a criança deve ser de 05 (cinco) metros. Para que o resultado doteste seja correcto, é fundamental que essa medida seja precisa. Por isso, antes de iniciar o exame deve serfeita a marcação do local onde a criança vai sentar-se e medir a distância de 5 metros para determinar olocal onde as figuras lhe serão apresentadas. É importante que tanto as figuras quanto o local estejam bemiluminados pela luz do solou lâmpada fluorescente. Entretanto, a luz não deve incidir directamente sobreos olhos das crianças, pois isso impediria a correcta observação das figuras.A atenção da criança também é fundamental, se uma criança estiver cansada, inquieta ou irritada é melhorexaminá-la outro dia.

Durante o teste, procure sempre estimular a criança com frases tipo: "Muito bem!" quando ela acerta, e"Repita, por favor" quando ela erra.As figuras devem ser apresentadas na ordem correcta: da mais fácil (maior) para a mais difícil(menor), e somente uma única figura por vez. Se a criança acertar, passa-se à figura seguinte. Ao passarde uma figura para outra, verifique que a posição da mãozinha mudou, de modo que aponte para umadirecção diferente da anterior (para cima, para baixo ou para os lados). Pergunte então à criança: "Para ondea mãozinha está apontando; para cima, para baixo, para a direita ou para a esquerda?". Pode variar apergunta dizendo: "A mãozinha está apontando para o teto, para o chão, para a janela, para a porta ...?".A visão da criança corresponde à última figura indicada correctamente. Exemplo: se a criança acertoua posição da mãozinha onde aparece no canto inferior esquerdo V-0,8 e errou a posição da próximamãozinha, onde aparece V-0,9 escrevemos, como resultado da criança: AV-0,8.

O teste é feito primeiro para um olho e depois para o outro. Siga sempre o seguinte padrão: comece oexame pelo olho direito e depois examine o esquerdo.Assim, cubra o olho esquerdo da criança com um pedaço de papel e faça o teste para o olho direito.Determine a acuidade visual para o olho direito e anote na ficha: OD (olho direito) AV - (resultado).Repita o teste para o olho esquerdo. Anote o resultado do olho esquedo (OE).Nas crianças que já usam óculos, o teste deve ser feito primeiro sem óculos e depois com óculos. Anotena ficha "AV sem óculos" e "AV com óculos", para ambos os olhos.o

Conclusão: as crianças que apresentam AV - 0,8 ou menos, devem ser encaminhadas ao oftalmologista.As que apresentam AV de 0,9 ou 1 não precisam ser encaminhadas.Ou seja, a criança que acertou até a penúltima figura (errou somente a última) ou que acertou todas, nãoprecisa ser encaminhada.

ATENÇÃO: Se você for fotocopiar as figuras do livro, certifique-se que as cópias sejam de excelentequalidade. Se o teste for feito utilizando o próprio Manual, cubra as mãozinhas da folha, deixando à mostrasomente aquela que o aluno deve identificar naquele momento.

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Extraído de: Falando de saúde para crianças. adolescentes e educadores nas escolas e comunidades » Eunice Ribeiro e Evelyn Eisenstein

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CÍLIO CíLIO

JOGO DO PULMÃO A TRABALHAR

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ALVÉOLOALVÉOLO

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OBJECTIVO:

Este jogo demonstra a maneira como o pulmão trabalha e o efeito nocivo do fumo do cigarro. Destina-seaos alunos que já aprenderam o funcionamento do pulmão. Antes de iniciar o jogo, lembre aos alunoscomo funciona o pulmão sadio: com a inspiração, o ar entra nos pulmões e, através dos brônquios, chegaaos alvéolos. Nos alvéolos, o oxigénio que entrou é trocado pelo gás carbónico produzido pelo organismo.O gás carbónico é então eliminado pela expiração. Os cílios são pequenas estruturas semelhantes a escovas,localizadas nos brônquios, que varrem para fora toda a sujidade do ar que entrou no pulmão.

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N.O de participantes: 16 alunos

Material necessário: cadeiras e discos coloridos de papel cartolina com cerca de 10 em de diâmetro.· 4 discos vermelhos para representar o oxigénio· 4 discos cinzentos para as poeiras e germes· 4 discos azuis para dióxido de carbono (gás carbónco)· 8 discos castanhos para o monóxido de carbono, nicotina e alcatrão (presentes no fumo do cigarro)

Desenvolvimento:Os discos podem ser coloridos pelos próprios alunos.Divide-se os alunos em 4 grupos: 4 "ar", 4 "fumo", 4 "cílios" e 4 "alvéolos". Os alunos são entãodispostos segundo a ilustração acima.

13 PARTE: RESPIRANDO AR

Aos alunos que representam o "ar" são dados 4 discos vermelhos e 4 cinzentos, ou seja, cada aluno "ar"recebe um disco vermelho e um disco cinzento.Os alunos que representam os "alvéolos" recebem cada um 1 disco azul.À medida que os alunos "ar" entrem nos brônquios, cada aluno entrega um disco cinzento aos "cílios"que, rodando os braços, passam os discos cinzentos para fora dos pulmões. Quando cada "ar" chega aos"alvéolos" o aluno troca os discos vermelhos por discos azuis e depois sai dos pulmões.

23 PARTE: RESPIRANDO FUMO DE CIGARRO

OS "alvéolos" e os "ar" são equipados como acima descrito. Os "fumos" recebem 8 discos castanhos, ouseja, 2 discos para cada um.

Os alunos "fumo" entram nos pulmões (brônquios) antes dos "ar". À medida que o "fumo" entra, osalunos entregam os discos castanhos aos "cílios". Os discos castanhos (monóxido de carbono, alcatrãoe nicotina), ficam presos nos "cílios" que já não conseguem moveras braços para expelir os discoscinzentos. Então entram os "ar" que entregam os discos cinzentos (poeira e germes) aos ."cílios" que,presos com os discos castanhos, não conseguem expelir os discos cinzentos.Os "ar" e os "alvéolos" trocam os discos vermelhos e azuis. Mas então os "fumo" tomam os discosvermelhos dos "alvéolos" e dão a cada um deles um disco castanho. Nesta altura, "ar" e "fumo" saem dospulmões deixando-o "sujo" com os discos castanhos (nicotina, alcatrão e 'monóxido de carbono), o queprejudica o seu funcionamento.

Adaptado de: União internacional contra o cancro - Educação sobre o cancro nas escolas/ Guia para professores. Coimbra, Outubro de 1989

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AVAliAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAl DO AlUNO(tabelas idade I peso) - cedidas pela Ora. Helena Sapinho

o professor pesa os alunos e, através das tabelas, avalia seu estado nutricional.

Técnica: Para as pesagens serem precisas, o professor deve utilizar uma balança de boa qualidade, quedeve ser testada antes. O aluno deve estar descalço e com menos roupa possível. O mesmo aluno deve serpesado duas vezes e o professor anota o peso médio.Em seguida, o professor compara o resultado obtido com as tabelas apresentadas a seguir. Repare que háuma tabela para meninos e outra para meninas. Através da idade dota) aluno(a) - em anos e meses - oprofessor localiza o peso médio ideal para essa criança (coluna do meio da tabela). As colunas à esquerdaindicam graus de má-nutrição (1, 2 e 3), e as colunas à direita indican graus de sobre-peso (1, 2 e 3).Toda a criança que apresenta um peso compreendido nas colunas à esquerda ou à direita, deve serencaminhada para avaliação médica.

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Exemplo: Uma menina de sete anos e sete meses de idade tem, em média, um peso de 23,5 Kg. A partirde 20,4 Kg ela está abaixo do peso; portanto, se ela tiver esse peso, ou menos, deve ser encaminhada.E a partir de 28,3 Kg ela está acima do peso; portanto, se ela tiver esse peso, ou mais, deve ser encaminhada.

TABELA PESO (Kg) X IDADE - MENINAS TABELA PESO (Kg) X IDADE - MENINOSMÁ-NUTRiÇÃO PESO SOBRE-PESO IDADE MÁ-NUTRiÇÃO PESO SOBRE-PESO IDADE

-3 -2 -1 MÉDIO +1 +2 +3 anos meses -3 -2 -1 MÉDIO +1 +2 +3 anos meses

12.8 15.0 17.3 19.5 22.~ 26.2 29.6 6 o 13.7 16.0 18.4 20.7 23.6 26.6 29.5 6 o128 15.1 17.4 19.7 23.1 26.5 29.9 6 1 13.6 16.2 18.5 20. 9 23.8 26.6 298 6 1

12.9 15.2 17.5 19.9 23.3 26.8 30.2 6 2 13.9 16.3 18.7 21.0 24.1 271 30.2 6 2

13.0 15.3 17.7 20.0 23.6 27.1 30.6 6 3 140 16.4 18.8 21.2 24.3 27.4 30.5 6 3

13.0 15.4 17 .8 20.2 238 21.4 31.0 6 4 14.1 16.5 19.0 21. 4 24.S 27.7 30.9 6 4

13.1 15.5 18.0 20.4 24.1 27.7 31.4 6 5 14.2 16.1 19.1 21.6 24.8 28.0 31.2 6 5

13.2 15.7 18.1 20.6 24.3 28.0 31.8 6 6 14.3 16.8 19.3 21. 7 25.0 28 3 31.6 6 6

13.2 15.8 18.3 20.8 24.6 28.4 32.2 6 7 14.4 16.9 19.4 21.9 25.3 28.6 31. 9 6 7

13 ,3 15.9 18.4 21.0 24.9 28.7 32.6 6 8 14.6 17 .1 19.6 22.1 25.5 28.9 32.3 6 813.4 16.0 18.6 21.2 25.1 29,1 33.0 fi i 14.1 11.2 19.7 22.3 25.8 29.2 32.7 6 9

13.4 1S.1 18.8 21.4 25.4 29.4 33.5 fi 10 14.8 17 .3 19.9 22.5 26.0 29.5 33.1 5 10

13.5 16.2 18.Q 21.6 25.7 29.8 33.9 6 11 14.9 11.5 20.1 22.7 26.3 29.9 33.5 6 11

13.6 16.3 li .1 21.8 26.0 30.2 34.4 7 O 15.0 17.6 20.2 22.9 26.5 30.2 33.9 7 o13.6 16.5 19.3 22.1 26'.3 30.6 34.9 7 1 15.1 17 .7 20.4 23.0 26,8 30.5 34.3 1 1

13,7 16.6 19,4 22.3 26,6 31.0 35.4 7 2 15.1 17.8 20.5 23.2 27.1 30.9 34.7 1 2

13.6 16.7 19.6 22.5 27.0 31.4 35.9 7 3 15.2 18.0 20.7 23.4 27.3 31.2 35.1 7 3

13.9 16.8 19.8 22.8 27.3 31. 8 3&.4 7 4 15.3 18.1 20.9 23.6 27.6 31.6 35.5 7 4

13.9 16.9 20.0 23.0 27,6 32.3 35.9 7 5 15.4 18.2 21.0 23.8 27.9 31. 9 36.0 1 5

14.0 11:1 20.2 23.3 28.0 32,7 37.5 7 6 15.5 18.4 21.2 24.0 28,2 32.3 36.4 1 6

14.1 17 ,2 20.4 23.5 28.3 33.2 38.0 7 7 15.6 18.5 21.4 24,2 28.$ 32.1 36.9 7 7

14.1 17.3 20.6 23.8 28,7 33.6 38.6 7 8 15.7 18.6 21.5 24.4 28.1 33.0 37.3 7 814.2 17.5 20.8 24,0 29.1 34.1 39.2 7 9 15.8 18.7 21.7 24.7 29.0 33.4 37 8 7 914.3 17.6 21.0 24.3 29.5 34.6 39,8 7 10 15.8 16.9 21.9 24.9 29.3 33.8 38.3 7 10

14.3 17.7 21.2 24.6 29.8 35.1 40.4 7 11 15.9 19.0 22.0 25.1 29.6 34.2 38.8 7 11

14.4 17.9 2.1.4 24.8 30.2 35.5 41.0 8 o 16.0 19.1 22.2 25.3 30.0 34.6 39.3 a o14.5 18.0 21.6 25.1 30.6 36.1 41.6 8 I 16.1 19.2 22.4 25.5 30.3 35.0 39.8 8 114.6 18.2 21.8 25.4 31.0 36.6 42.2 8 2 16.1 19.3 22.5 25.7 30.6 35.4 403 8 214.6 18.3 22.0 25.7 31.4 37.1 42.9 8 3 16.2 19.5 22.7 26.0 30.9 35.11 40,8 8 314.7 18.5 22.2 25.0 31.8 37.7 43.5 8 4 16.3 19.6 22.9 26.2 31.2 36.3 41.3 B 414.8 18.6 22.5 26.3 32.2 38.2 ;".1 8 5 16.3 19.7 23, I 26.4 31.6 36.7 41.9 8 5

14.9 18.8 22.7 26.6 32.7 38,1 44.8 8 6 16.4 19.8 23.2 26.7 31 Q 37.2 42.4 8 fi14.9 18.9 22.9 26.9 33.1 39.3 45.5 8 7 16.5 19.9 23A 26.9 32.3 37 .6 43.0 8 715.0 19.1 23.1 27,2 33.5 39.8 46.1 8 8 16.5 20.1 23.6 21. ! 32.6 38.1 43.S 8 815.1 19.2 23.4 27.5 33.9 <0.4 46.8 8 9 16.6 20.2 23.8 27.4 32.9 38.5 44.1 8 915.2 19.4 23.6 27. B 34.4 41.0 .47.5 8 la 16 6 20.3 24.0 27. fi 33.3 39.0 •.•. 7 B 1015.3 196 23.9 28.1 34 9 41.5 48.2 B 11 16.7 20.4 24.2 27.9 33.7 39 5 45,2 8 11

Page 107: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

TABELA PESO (Kg) X IDADE - MENINAS TABELA PESO (Kg) X IDADE - MENINOS

9 O9 19 29 39 49 5

MÁ-NUTRiÇÃO

-3 -2 -1

PESOMÉDIO

SOBRE-PESO

+1 +2

IDADEanos meses+3

MÁ-NUTRiÇÃO

-3 -2 -1

PESOMÉDIO

SOBRE-PESO IDADE+1 +2 +3 anos meses

15 •15.515 5~5 615 715 8

15 916 o16 11~ 216 416 3

16.616 716.8IS 917117 2

17 .3n.s:7 617817 918 I

15· 218 418.518 7ia.s19 o

19 219 419 619 a20 o20.2

20 420 620 a21 o21 2z: 5

21 721 922 222422 722 9

23.123.423.623 924.224.4

24.724,925.225.425.726.0

26 226.526.121.027 327.5

27 828 o2S 328 528 829 o

1. 719 920 120 220 4t» 6

20 e21 oz: 121 321 521 7

21 922122 322 522722 9

23 !23 323.621.824 o24 2

24 ,524 724 925 225,425 6

25 926.126.426.626,921,2

27.427 72S o18 2zs 528 8

29 129 429 629.930,230 5

30,831.131.43L132 o32.2

32.5n 833 :3343J 134.0

34234 534 935,135,335 6

35.935 1se .436.636.937. i

2~ 124.324.524 a25,125 4

25 525. S26 126 426, I27 o

27. L27. 527,828.128 . .328 6

2a.929.229.529.830.130 .•

30,731.031.331.631932.2

32. ti32933.233,533.83:4..2

3' 53~ 835 135 &35.Sss 1

36.536 837.137.517.838 1

38.'38.839 139.439.840.1

40.440 )41 o41 341 742 o

42.342.642 9~3 I43 443 7

44.044.344.544.845.045.3

28.5n829 129.429.e30 1

30 530 e31.131 5li 832 2

32 532933.333.634 o34 4

34 735 135.535 836 236.6

37 .037.337.1as I

38.53e 8

39 239 640 o40,440 a41 1

41 54) 942.342 743 143 .5

43.8 55.244 2 55.544.6 56 o45.0 56 545.4 56 945 1 57 3

46146.5'5.841.247.641.9

48.3 60248 6 60.649.~ ~O.949.3 61. 349 6 61,750 o 62 o

50 350 650,951.251 551. 9

52 I52 452 152.953 253 4

35 3

36 236 637.137,6

38038 _S39.039 439 940 4

40 941.441. 842.342.843. :;

43 844.344.845.245.746.2

46,741.2~7. 748.248. fi491

4S .650. !50 551.051. 552 o

52 4Si.953 4

S3.854 :;54 7

51 858.258.659 o59.459 8

62 .•62 i63063.463.164.0

64.354.664.9es 265.565 I

42. td2 143.243 8••••. 4

'5 o

4S Ó

46 1.!6 S47 •48 o48 6

49.249.B50.451.051.652.2

52.853 .•64.05'.555 255 8

56.457.057,656.258 859 •

60.060 561.161.752,262 8

63.363 964.45-C.965.566 o

66.567 o61.568.068.568.9

69 469910 370 871.271 7

12 172,572.973.373.774.1

74.574 875 215.575,976.2

76.576 877 .1774J7.778.0

';8.949 6-50 :351.051 752 5

53.253 95'.655 356 !56 8

57.b58 359 o59 760.461 2

61.962.663 364.164.865.5

66.266 967.668 369 o69 7

70.37l o71.772 373.0736

74.274.875 576.116 717 2

77 .878 476 979.580.080.6

81.181682.182.683.183.5

84 o84 4B< 985.385.786.2

866

86.987.387.188.188.4

8e.789.189.489.790.0!lO.3

14 614 i14 814 914 la14 n

9 o9 1S 29 39 •9 5

9 69 79 B9 99 109 :1

10 oio 110 2io J10 4io 5

:0 6lO 710 810 910 10la 11

II O11 1II 211 3li 4

11 6li 711 811 911 10IJ 11

12 o12 112 212 312 412 5

12 612 712 812 912 1012 II

13 olJ I13 213 313 413 5

13 613 713 813 913 la13 II

14 oU I14 214 J14 414 5

16.816.816.916.917 .017 .0

17.117 .217.2!7.317.417 .4

17.5 22.117.6 22.317,6 22.417,7 22.617.8 22.811.9 22.9

18.018.118.118,218.318,5

18.618.718.818.919 o19.2

19.319,519.619.919.920 1

20.320.520.720.921.121.3

21.521822 o22.3

, 22.522.8

23.123 323 523.924 22< 6

24.925.225.625,926.326.6

27.027.427.728.12S·.528.9

29 2Z9.630.030,430.831. 2

20.520.720.820.921.021.2

21.32l 421.621. T21. 922.0

23.123.223.'23.623.824.0

24.124.324.524.724.925.2

25.'25.625.8~126 326.5

26,821.127 327 621.9,e.2

Zê .428. )2s. 029.'29.730 O

30.'30.131.131.431.832,2

32.532933.333.734 134.5

34.9 42.835.3 43.335.7 43.836.2 44,236.6 44 737,0 45.1

:n ,4

37.838 338.139.139.5

24.324 524.724.925.125.3

25.525.725.926.126.'26.6

26 827.027.227,527 727.9

28.228.'28.728.929.229.5

29.730.030.330.530.831.1

31.431.132.032_332.633.0

33.333.634030.33'.635.0

35.'35,736.135.536.937.3

37 738.136.538.939,339.7

40 240.641.041.541.942,4

45,646.046547.047.4

<79

28.:28.428.626 929,229.5

29.730.030.330.630.931.1

31.431.732.032,432.733,0

33 333.633.934.334.635.0

35.335.636.036.436.737.1

37.537. e38.238.639.039.4

39.840.240.641.041.441.8

42 342.143143 644 o44.5

45,045 445 946 446 B47.3

47.648,348 849,349,850. J

50.851.351 852.352. B53.3

53.854.3S4.855.255 756.2

34.034.434.835.235.535,9

36.336.737.131.531.938.3

38.739,239.640.040 .•40.9

41.341.842.242.643.143.6

44.0' 52,744.5 53,345 O 53 945,4 54.545.9 55.146.4 55.1

46.947.347.848.34S.849.3

49 650 350.851 351. 952,4

52.953 .•53,954.555.055 5

56.156.657 Z51.158.358 8

59.459.960.561.061.66Z.1

62.763 263 864.3~g65,4

66.066.567 _O67 668 168.6

39 940.440941.441.942.4

42 943 443.944445045.5

46_046.647.147.7,!8 .248.8

49.349.9SO.451.051. 552.2

56.356.957.558158.159.3

59.950.561.161.762.362 9

53.564.154.965 466.066,6

67.267.868.559.169.770.3

70.971.512.172.S73.474.0

74.675275.876,417.0776

78.278,879.379.980.58l.1

45.a46.'47.041.648,248 9

49.550.150.751.452.052.7

53.354.054 655.356,056.1

57.358.058.759.4so.r60.a

61. 562.252.953 664.365.0

65.166.461.167.868.559,2

69.970.611.372 .012 7134

74.1)4.975 676,377 .o77,7

78.379079 780.'81.161. 8

82 583,283.884.585.285.8

86.587.187.888.469.189.7

90.491.091.692.292.993.5

9 69 79 89 99 la9 11

10 o10 I10 210 310 ~10 5

10 610 710 8la 910 1010 II

II O11 1II 211 311 411 5

Il 611 711 811 911 la11 11

12 o12 112 212 312 412 5

12 612 712 a12 912 1012 11

13 O13 113 213 313 413 5

13 613 713 813 913 1013 II

14 O14 114 214 314 4

14 5

14 614 714 814 914 la14 II

108

Page 108: Manual do Professor do EBI-Saúde Escolar-Min Educ, Ciencia, Juventude e Desporto-Cabo Verde

PROGRAMA NACIONAL DE SAÚDE ESCOLARFICHA DE ENCAMINHAMENTO DO (A) ALUNO (A)

Nome da Escola: I1ha'-- _

Concelho: Data :__ 1_1_

Nome do proíessorta): Asinatura: _

Nome do aluoo(a): Classe _

Data de nascimento: __ I__ '__ Idade: __ Sexo: ( ) Masc. ( ) Fem.

Residência:------------------------------Nome do paj: _

Nome da mãe: _

Qual o motivo do encaminhamento do aluno(a)?

Dor ( ) Onde? Febre () Vómito ( )(dente, ouvido, olhos, cabeça, barriga, outras)

Diarreta ( )

Tosse () Dificuldade de respirar ( ) Dor de garganta ( )"pito ficbado"'''estômago cansado"

Tontura, desmaio ( ) Convulsões ( ) Ferida na cabeça e pele ( ) _(coceirinhalabcessolfurúnculo)

Criança com dificuldade _( área aprendizagem' comportamento / médica)

Corpo estranho ( ) Onde? Outras ( ) Qual? _(olhos, nariz, ouvido, garganta, outros)

Sangramento ( ) Onde? _nariz, boca. ouvido, olhos, outros

ACIDENTES ( ) Onde? _(escola, casa, rua. outros)

Como?--------------------------(queda. atropelamento. queimadura, choque eléctrico. afogamento, outros).

Outras Observações:

. ESTRUTURA DE SAÚDE: ( Posto Sanitário/Centro de SaúdelHospltal) _

Diagnóstico Final: _

Nome Assmatura: _

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