manual do participante mundi 2009

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MANUAL DO PARTICIPANTE

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Manual do Participante Mundi 2009

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MANUAL DO

PARTICIPANTE

2

João Pessoa

Março de 2009 APRESENTAÇÃO

Buscando ser academicamente rigoroso, um modelo de simulação da

Organização das Nações Unidas (ONU) pode ser considerado um laboratório das

ciências sociais, principalmente no que tange os conteúdos das áreas de Relações

Internacionais, Ciência Política, Diplomacia, Política Internacional e Direito

Internacional. Esse tipo de simulação possibilita aos participantes a prática das teorias e

idéias estudadas. Este manual foi elaborado para auxiliar suas pesquisas para o Modelo

Universitário de Diplomacia - MUNDI. Se você já tem conhecimento de como funciona

uma simulação, aqui você encontrará diretrizes de como o evento funcionará.

O essencial em um modelo é conseguir manifestar o posicionamento da Nação

que você representa da forma mais fidedigna possível. Contudo, não é cabível que os

discursos existentes no cenário internacional sejam repetidos, é necessário que suas

idéias somem com a política externa do Estado que você representará. Dessa forma, a

experiência será mais real e enriquecedora.

PREPARAÇÃO PARA O MUNDI

É necessário que os delegados tenham um conhecimento prévio das principais

funções, capacidades, abrangências e importância do Conselho de Segurança da ONU,

assim como de todo o aparato dessa organização. Durante o modelo, os participantes

incorporarão os papéis dos diplomatas dos respectivos Estados-membros, por isso é

imprescindível conhecer amplamente as características desses países.

I. Informações indispensáveis do Estado em questão:

1. Qual a localização? Há particularidades?

2. Quais os países fronteiriços?

3. Qual a população?

4. Quais são os principais recursos naturais?

5. Há alguma religião ou cultura predominante?

6. O país enquadra-se em alguma categoria geral (árabe, latino, etc...)?

7. Qual a fonte primária de riqueza?

8. Como se dá o processo de exportação e importação?

9. Com que países estabelece relações comerciais?

10. Faz parte de algum bloco econômico?

11. Qual o tipo de governo? O governo é estável?

12. Como funciona a estrutura do governo do país?

13. O país faz parte de alguma organização regional ou internacional?

II. Entender o Conselho de Segurança:

1. Como o tema a ser discutido afeta o país?

3

2. O que o seu país já fez para combater o problema?

3. Qual o posicionamento dos outros países a respeito do tema?

4. Quais países possuem a mesma posição do seu país?

5. Que aspectos da questão são mais importantes para o seu país?

6. Como o seu país pretende debater o assunto na conferência?

7. Existem evidências ou estatísticas que ajudem a corroborar a posição do seu

país?

III. Examinar o histórico de votações e os discursos anteriores 1

IV. Visitar sites de Organizações não-governamentais que lidam com a questão;

V. Pesquisar trabalhos acadêmicos sobre o assunto;

VI. Verificar relatos jornalísticos sobre o tema;

VII. O Conselho de Segurança exige a preparação de um Documento de Posição

sobre a postura da sua nação acerca do tema proposto (ver Anexo I – Modelo

de Documento de Posição).

Observação: O Guia de Estudo será disponibilizado posteriormente e funcionará como

um ponto de partida para a pesquisa. Vale ressaltar que o guia não basta como única

fonte de informações tendo a função de introduzir as questões principais do tema.

DOCUMENTO DE POSIÇÃO

O ápice da sua pesquisa é a elaboração de um Documento de Posição. O MUNDI

exige que cada delegação escreva um documento de no mínimo uma página e no

máximo três páginas, para que possa ser discutido durante o Conselho de Segurança.

Ele deve ser entregue no início da simulação. O documento refletirá o posicionamento

do Estado de forma clara e objetiva.

De certa forma, preocupe-se em abordar as seguintes áreas:

I. Interesse Nacional: Objetivos gerais a serem atingidos pela delegação.

II. Política Nacional: Medidas específicas realizadas pelo Estado em questão, com o

intuito de garantir os interesses da Nação representada.

III. Provável Solução: Tendo em pauta os interesses nacionais, analisar as opções

que são ou não aceitáveis.

Na elaboração do documento, considere a seguinte estrutura recomendada:

I. Histórico do tema proposto:

- De acordo com a sua política externa, quais são os principais elementos do

problema?

- Quais as origens do problema?

II. Posição assumida pela delegação:

- Quais são seus interesses nacionais na situação?

1 Essas informações podem ser encontradas no site <http://unbisnet.un.org/> (Informações Bibliográficas

da ONU)

4

- Quais são as políticas adotadas pelo seu país sobre o tema?

III. Justificação da Proposta:

- O que será proposto para resolver o problema?

- Quais são as principais razões para sustentar essa situação?

Em suma, o Documento deverá conter:

I. Uma breve introdução do seu país e histórico em relação ao tema e ao

Conselho de Segurança;

II. Uma breve explicação de como esse tema afeta o seu país e sua população;

III. A política do seu país a respeito do tema e a sua justificativa.

IV. Declarações dos líderes da nação em relação à questão;

V. A opinião do seu país sobre ações da ONU no tocante ao assunto;

VI. Convenções e Resoluções ratificadas pelo seu país em relação ao tema

discutido;

VII. Os assuntos que o Estado gostaria de incluir na Resolução.

Observações: Você pode utilizar o Documento de Posição como seu discurso de

abertura; porém, verifique se ele não é extenso demais para isso. Utilize os símbolos e

brasões oficiais do seu país.

CÓDIGO DE VESTIMENTA

O Modelo Universitário de Diplomacia tem como finalidade simular, de um modo

mais fidedigno possível, uma reunião do Conselho de Segurança. Portanto, todos os

participantes devem portar-se de forma que seja condizente às suas posições de

diplomatas, e dessa forma, fazendo jus à seriedade dos debates.

Os delegados devem analisar com bom senso a sua vestimenta, e evitar usar,

durante as sessões, jeans, saias curtas, bonés, tênis, chinelos ou quaisquer outros

acessórios que fujam dos trajes diplomáticos.

Os delegados do sexo masculino devem usar sempre terno e gravata durante o

MUNDI. Às mulheres é permitido usar calças, saias ou tailleurs.

O MUNDI admite a utilização de trajes e acessórios típicos dos países

representados no Conselho de Segurança. É tradicional em simulações que os

representantes de Nações mulçumanas apresentem-se às sessões com vestimentas

típicas de sua religião.

REGRAS

As regras podem ser Gerais (são regras que podem ser usadas durante quase todo

o momento do debate, sendo divididas em questões e moções); de Debate (são

geralmente predominantes em todo o debate, mas com maior incidência na primeira

fase); de Documentos (são predominantes na segunda fase, contudo ocorrem pouco na

primeira); de Votação (são predominantes na terceira fase da simulação). Somente

através das regras os delegados fazem seus pronunciamentos, suas propostas e alteram a

forma do debate. Assim, conhecê-las e dominá-las é de suma importância para o bom

andamento das discussões.

5

I.Regras

1. É Dever do delegado

Cada delegação tem o dever de respeitar as decisões do Presidente do

Conselho de Segurança;

Obter permissão antes de falar;

Salvaguardar e advogar os interesses do seu Estado, de forma cordial e

respeitosa com as demais delegações e participantes da simulação;

Usar sempre o linguajar formal e culto. Será sujeito à sanção o uso de

linguajar não apropriado, como por exemplo, gírias e expressões de baixo

calão.

2. É dever da mesa

- A mesa tem a função de manter a ordem e o decoro no Conselho de Segurança;

Deve declarar o início e término de cada sessão;

Administrar o debate, assegurar as observâncias das regras;

Abrir o momento para questões ou moções;

Conceder o direito de fala;

Controlar o tempo dos discursos e do debate;

Colocar questões para serem votadas e anunciar as decisões. As decisões da

mesa são inapeláveis e permeadas da autoridade necessária para aplicar o

rigor das regras ou a sua flexibilização para o melhor funcionamento do

debate.

II. Regras do debate

1. Quorum

As sessões do debate somente poderão ser abertas se houver a presença de 1/3

das delegações creditados no comitê;

Nas questões substanciais, as decisões serão tomadas por voto favorável de

nove membros, incluindo os votos de todos os membros permanentes.

2. Lista de discurso

Durante o debate do tema, uma lista de discurso estará permanentemente aberta

para que as delegações interessadas se inscrevam para poder dirigir a palavra aos

demais presentes no Conselho de Segurança;

Essa lista poderá ser sobrestada se for introduzida uma proposta de emenda;

A inscrição na lista dar-se-á com o levantamento de suas placas.

3. Tempo de discurso

6

O tempo de discurso deverá ser preestabelecido pela mesa no início de cada

sessão;

A mesa deverá avisar ao delegado, por meio de sinal sonoro, quando faltarem

dez segundos para o fim de seu discurso;

Qualquer ajuste no tempo de discurso pode ser feito por decisão direta da mesa

moderadora, sem a necessidade de votação;

4. Cessão de Tempo

A delegação que tenha feito um discurso poderá, ao seu término, ceder seu

tempo de fala remanescente para a mesa ou para outra delegação;

No caso de cessão de tempo à mesa, deve-se conceder a palavra à delegação

subseqüente na lista de discurso, ou seja, continuar normalmente a lista;

Se a cessão for para uma delegação qualquer, essa terá o tempo remanescente de

discurso para fazer suas considerações;

Não haverá cessão da cessão;

III. Questões

1. Questão de Ordem

Essa regra relativa à observância e à manutenção de todas as regras de

procedimento do debate, podendo ser levantada no momento mais adequado, ou

seja, em um momento no qual não interrompa os discursos;

Também deve ser utilizada para que as delegações presentes solucionem suas

dúvidas relativas ao debate, sejam informações de natureza substantiva ou

procedimental, e deverá ter sua pertinência prontamente atendida pela mesa.

2. Questão de Privilégio Pessoal

É a única regra que interrompe o discurso de outra delegação;

Deve ser usada de forma prudente pela delegação quando esse experimentar

extremo desconforto (não estar escutando o discurso de outro delegado, por

exemplo);

O uso de má fé desse recurso será punido pela mesa diretora.

3. Questão de dúvida parlamentar

Usada em caso de dúvida relacionada a procedimentos e regras.

IV. Moções

As moções servem para apresentar quaisquer propostas de caráter procedimental

para a apreciação das delegações e da mesa. A delegação que fizer o pedido deve

explicitar a sua justificativa e o tempo necessário para cada moção.

1. Debate moderado

7

É uma forma de debate mais ágil;

A moderação da mesa foge da lista de discurso tendo a primeira o poder de

decidir, através de seu bom senso e discricionariedade, quem se pronunciará;

O debate moderado pode ser proposto através de moção, cuja aprovação dar-se-á

por maioria simples e deve ser justificada;

Durante o Debate Moderado não serão permitidas cessões de tempo.

2. Debate não moderado

É uma forma de debate sem a articulação da mesa limitada pelo tempo de

duração estabelecido antes de sua votação.

É uma moção aprovada com maioria simples de votos e com objetivo de facilitar

o intercâmbio de idéias de uma maneira mais direta do que aquela permitida no

debate formal;

Também deve ser justificada.

3. Adiamento da sessão

De acordo com a programação estabelecida, a mesa diretora poderá adiar a

sessão dentro dos horários pré-determinados.

4. Encerramento do debate

Põe fim às discussões antes da votação de uma (das) proposta (s) de resolução em

pauta. Uma vez que forem aprovadas, por maioria qualificada de votos, nenhum

delegado poderá realizar discursos. É o fim do debate, iniciando-se imediatamente o

procedimento de votação, portanto, antes da votação a mesa Diretora convidará dois

delegados para se pronunciarem contra essa moção. Após o encerramento a mesa

anunciará o início da votação. Somente estarão em ordem questões de dúvida relativas,

especificamente, à condução da votação e questões de privilégio pessoal. Nenhuma

moção estará em ordem, à exceção das de votação por chamada e de divisão de

proposta. Durante os procedimentos de votação, nenhuma delegação poderá entrar ou

sair do Comitê.

Documentos

I. Aprovação de documentos

Todos os documentos que forem produzidos pelas delegações deverão ser

encaminhados à mesa para validação e cópia.

II. Documentos de trabalho

Os delegados poderão apresentar qualquer tipo de documento durante as sessões.

Este documento facilita a exposição das suas idéias e tem que ser reconhecido

pela mesa, para depois ser distribuído.

III. Objeto da discussão

8

Vários Projetos de Resolução poderão ser objetos de discussão na mesma Lista

Especial para Resoluções, porém apenas um deles poderá ser aprovado;

IV. Emendas

As emendas que serão propostas ao Projeto de Resolução em discussão, deverão

ser propriamente formatadas e com o número mínimo de três assinaturas, e essas

serão aceitas para validação pela mesa a qualquer momento durante a sessão. As

emendas podem adicionar, modificar ou retirar cláusulas do Projeto de

Resolução a qual se referem;

Qualquer cláusula operativa de um Projeto de Resolução em pauta pode ser

emendada quantas vezes forem necessárias;

Não serão permitidas emendas às emendas que estejam em discussão;

Não serão permitidas emendas às cláusulas preambulatórias;

Introduzida a emenda, um dos signatários será convidado a lê–la. Serão aceitas

questões de cunho técnico–gramatical e então será aberta uma lista especial para

a Emenda em questão. Os delegados que desejarem se manifestar a favor ou

contra receberão a palavra alternadamente. Debates moderados não estarão em

ordem durante a Lista Especial para Emendas. As moções para Fechamento da

Lista de Oradores e Encerramento do Debate só serão aceitas depois que dois

oradores tenham se manifestado de cada lado.

V. Retirada de documentos

Os Projetos de Resolução e Emendas poderão ser retirados de discussão, apenas

com o consentimento de seus signatários.

VI. Adoção de documentos

Projetos de Resolução e Emendas serão adotados por voto favorável de nove

membros, incluindo os votos de todos os membros permanentes;

Nas questões substanciais, as decisões serão tomadas por voto favorável de

nove membros, incluindo os votos de todos os membros permanentes.

Procedimentos de votação

I. Questões procedimentais

Durante a votação de questões procedimentais não se permitirão abstenções;

Em caso de empate em tais votações, a moção em questão será considerada

rejeitada.

II. Questões substantivas

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Nenhum delegado poderá entrar ou sair da sessão após o início do procedimento

de votação em um Projeto de Resolução ou Emenda;

As únicas moções em ordem após o início do procedimento de votação serão as

de Divisão da Questão.

III. Divisão da Questão

Por meio de uma moção para Divisão da Questão, qualquer delegação poderá

propor que cláusulas operativas de um Projeto de Resolução sejam votadas

individualmente ou em grupos;

A moção exige maioria simples para ser aprovada, caso em que a mesa

procederá com a coleta de propostas para divisão da questão;

Se houver mais de uma proposta para divisão da questão, deverá ser posta em

votação primeiro aquela que contiver o maior número de divisões. E exigirá

maioria simples para ser aprovada;

O Projeto de Resolução será dividido de acordo com a Proposta de Divisão

vencedora, cada grupo de cláusulas precisando de maioria simples para ser

preliminarmente aprovado;

Haverá uma votação final com o conjunto de todos os grupos de cláusulas que

foram preliminarmente aprovados, exigindo maioria simples.

Mas, se não for aprovada nenhuma das Propostas de Divisão, nenhum dos

grupos de cláusulas ou o conjunto final, o Projeto de Resolução será votado por

inteiro.

III. Votação por chamada

A votação poderá ser feita por ordem alfabética (na língua oficial do órgão

simulado) dos países presentes.

Nesse tipo de votação, será permitido passar o voto, ou seja, quando o Estado

utilizar tal procedimento será chamado após todos os outros na lista tiverem

votado. Isso poderá ser feito apenas uma vez por votação, caso em que a

delegação não poderá se abster.

IV. Votações substantivas

Em votações substantivas, serão permitidos os votos:

- A Favor

- Contra

- Abstenção

- Passar

V. Adoção de projeto de resolução

O Projeto de Resolução só será aprovado com maioria simples.

Um Projeto de Resolução será aprovado no Conselho de Segurança das Nações

Unidas mediante nove votos afirmativos e sem contar com o voto contrário de

nenhum dos cinco membros permanentes.

ATUAÇÃO

10

A preparação e a pesquisa refletem diretamente na participação das delegações no

MUNDI. Dessa forma, corresponder ao Estado de forma fidedigna durante a simulação

é essencial para objetivar um modelo ideal.

O principal objetivo da atuação é proporcionar e estimular a diplomacia

participativa, isso através da superação dos problemas e das frustrações da política

internacional das delegações. O modelo apresentará uma reprodução realista do

Conselho de Segurança da ONU, sendo assim, a resolução para os problemas obter-se-á

por meio do diálogo e, conseqüentemente, proporcionando o consenso nesse comitê.

DEBATE

O meio de negociação mais importante dos organismos internacionais é o debate.

Por meio desse, cada delegação terá a chance de apresentar sua visão sobre o tema

proposto, dessa forma, comentar a posição das demais delegações e, principalmente,

sugerir soluções para as questões em pauta.

É importante que as delegações sejam capazes de reagir aos discursos das outras

delegações quando for a sua hora de se pronunciar. Argumentos consistentes colocados

por aliados deverão ser reforçados enquanto que reclamações e alegações de interesses

divergentes aos de seu país devem ser refutadas. Enfim, proporcionar através da

negociação que as partes possam chegar aos pontos comuns e a acordos. Por isso, sua

preparação anterior à simulação deverá apresentar um caráter flexível.

Falando em público

Saber discorrer bem sobre um determinado assunto é possivelmente uma das

habilidades mais importantes de um delegado do MUNDI.

Durante o modelo de simulação, as delegações terão várias oportunidades de

expor suas políticas. Dessa maneira, os diretores terão uma lista daqueles que desejam

se pronunciar nos debates formais. No entanto, caso seja estipulado um tempo curto

para o debate, seria interessante que sua delegação pudesse ceder o tempo para outra, a

qual necessariamente apresente uma visão semelhante a sua. Dessa forma, o tempo seria

mais bem aproveitado.

Considerando que é importante que você se lembre dos princípios da oratória,

selecionamos algumas dicas2 para auxiliá-lo ao falar em público:

1-Defina claramente para que você vai falar: saber claramente o objetivo do seu

discurso é fundamental para escolher a mensagem correta e elaborar a apresentação

mais adequada. Para que o público entenda a sua mensagem, você deve conhecer bem o

assunto.

2- Prepare a sua apresentação: além de conhecer o tema, você deve escolher uma forma

organizada de apresentá-lo. Elabore uma exposição clara e simples que contenha uma

introdução, os pontos que serão desenvolvidos e uma conclusão. Faça anotações que

sirvam de apoio e eixo para o seu discurso.

3-Fale de maneira clara e simples. Não grite nem murmure, não fale correndo nem

devagar demais.

2 Dicas modificadas pela comissão organizadora. As originais estão disponíveis no site:

< http://bemsimples.uol.com.br/pages/viewpage.action?pageId=21430290>

11

4-Concentre-se no tema do discurso e não em si mesmo. Assim, você ficará menos

tenso e direcionará a sua energia para o mais importante, que é fazer com que a sua

mensagem chegue de forma clara, agradável e efetiva.

No discurso de abertura

• Primeiramente, cumprimente o presidente do comitê dizendo “Muito obrigado

senhor (a) Diretor (a) /Presidente”;

• Providencie um breve histórico da questão e como ela afeta seu país;

• Fale sobre a posição do seu país sobre o tema. Inclua explicações sobre a

influência que a questão exerce na economia/religião/segurança de seu país;

• Enumere as ações anteriores da ONU, ONGs e outros órgãos sobre o assunto;

• Apresente idéias para a Resolução, reforçando os objetivos do seu país.

Durante o debate

• Encoraje a colaboração entre as delegações, estudando os problemas em

conjunto;

• Faça referências a discursos de outros delegados, apontando os pontos que o seu

país concorda ou discorda;

• Apresente idéias para Documentos Provisórios e Projetos de Resolução;

• Explique com embasamento porque seu o país apóia ou não um determinado

Projeto de Resolução.

PREPARANDO RESOLUÇÕES

Por excelência, em um Projeto de Resolução deverá reproduzir aquilo que vem

sendo discutido pelas delegações. Sendo assim, é necessário que os delegados elaborem

os Documentos Provisórios (ver Anexo II – Modelo de Documento Provisório), os quais

são formas mais informais de Projetos de Resoluções.

Os projetos devem ser submetidos à mesa com a assinatura de no mínimo 3

delegações presentes no Conselho de Segurança. Conseqüentemente, esses projetos

serão frutos de discussões durante o Conselho, e poderão sofrer modificações por meio

de emendas antes de serem aprovados (ver Anexo III – Modelo de Projeto de

Resolução).

As resoluções normalmente seguem um formato regular. Todos os delegados

devem observar as seguintes disposições:

• Cláusulas Preambulares: O preâmbulo deve explicar o propósito da resolução e

apontar as principais razões para apoiar-se nas cláusulas que se seguirão. O preâmbulo

normalmente faz claras referências a resoluções adotadas anteriormente pela ONU ou a

ações tomadas na matéria discutida. Referências também são feitas a artigos específicos

da Carta das Nações Unidas. O preâmbulo começa com o nome do organismo da ONU

ao qual essa Resolução foi submetida e continua com um esclarecimento das atividades

e discussões do corpo específico (usando expressões como: reconhecendo, acreditando,

notando, recordando, levando em consideração, desejando, etc.) explicando porque a

Resolução está sendo proposta (ver anexo IV – Cláusulas Preambulares).

12

• Cláusulas Operativas: As cláusulas operativas numeradas (requer, declara,

encoraja, apóia, endossa, convida, enfatiza, expressa, deseja, etc.) devem tomar a forma

de recomendações para ação, ou uma declaração de opinião favorável ou desfavorável,

no que concerne uma situação existente ou pode inclusive requerer algum tipo de ação

por parte dos Estados Membros, ou pelos órgãos da ONU (ver Anexo V – Cláusulas

Operativas).

Observações:

• A primeira palavra de uma cláusula do preâmbulo deve estar escrita em letras

maiúsculas;

• Cada cláusula do preâmbulo termina com uma vírgula;

• Cada cláusula operativa deve ser numerada e terminar com um ponto e vírgula,

exceto pela última que deve fechar a resolução com um ponto final;

• A primeira palavra de cada cláusula operativa deve ser destacada;

• Signatários: São países que assinam um projeto de resolução. Eles podem ou não

concordar com a substância do projeto, mas querem que ele seja debatido pelo conselho.

Lembrando novamente que, três delegações precisam assinar um projeto de resolução

para que ele seja aceito pelo diretor.

Dicas:

• Siga o formato das resoluções anteriores do Conselho de Segurança. Cada

instância internacional pode apresentar documentos ligeiramente distintos.

• Crie documentos, claros, concisos e detalhados. Se uma resolução solicita a

criação de um novo programa, determine como será financiado e gerenciado.

• Seja realista. Não estipule metas que uma resolução não possa alcançar, nem que

entrem em conflito com os princípios da Carta das Nações Unidas e do Direito

Internacional. Assegure-se que o órgão possa executar a ação proposta.

• Procure múltiplos patrocinadores. O Conselho de Segurança irá aprovar com

mais facilidade um documento que exprima a vontade da maioria.

13

ANEXO I

Modelo de documento de posição3

Representação do Reino da Noruega para a

Organização das Nações Unidas

Documento elaborado pelo representante do Reino da Noruega, Sr. Trygve Lie no

Conselho de Segurança em 1979 sobre o tópico A da agenda “A Situação do

Afeganistão” 13 de dezembro de 1979

O reino da Noruega está atento para todos os conflitos que atingem o globo e

tenta, sempre, através de diversas formas solucioná-los ou ao menos levá-los a

discussão entre as partes para que guerras e disputas sejam resolvidas e cessadas quanto

antes for pela via diplomática.

Como nação que exorta e desenvolve o bom convívio entre os povos, a tolerância,

a cooperação e a paz, o Reino da Noruega irá mais uma vez empenhar-se na solução do

conflito e das guerras internas no Afeganistão para que não sejam mais perdidas vidas

civis e evitar que a população afegã sofra, afinal, para o Estado da Noruega bem como

para a sua nação, toda vida humana deve ser preservada.

Ações violentas têm conseqüências violentas e por isso devem ser evitados

guerras e confrontos, pois senão acabam por prejudicar toda a humanidade e desviar os

esforços do Homem da construção e disseminação do bem em prol da coletividade e da

sociedade global. É inadmissível por tudo isso, aos olhos da Noruega, que homens ou

Estados empreendam-se a gerar e proliferar violência por qualquer que seja a razão.

Nunca por motivo algum o Reino da Noruega apoiou a violência e sempre se

utilizando da palavra, da diplomacia, da boa vontade e cooperação entre os Estados, da

negociação e da nobreza dos homens, desenvolveu projetos e realizou medidas reais em

direção à paz.

Não se fará diferente no âmbito dos conflitos no Afeganistão. O Reino da

Noruega acredita que será apenas por ações e medidas conjuntas, a negociação

imparcial entre as partes envolvidas, que deverão poder apoiar-se na confiança e na

ajuda perene e maciça das nações do mundo, que irão se sanar as guerras e as disputas

que envergonham e ofendem a todos, manchando a história da humanidade.

Para que os objetivos sejam perpetrados com total sucesso, o Reino da Noruega

conta com a disposição não só de seu próprio governo e povo, mas também de seus

aliados e todos os países que compartilham nossos ideais buscando, assim como nós, a

paz, o desenvolvimento e o aprimoramento máximo do homem.

3 Retirado do Guia de Regras 2008 da SiONU.

14

ANEXO II

Modelo de documento provisório

4

ANEXO III - MODELO DE PROJETO DE RESOLUÇÃO

Resolução AG/3/1.1

Comitê Social, Humanitário e Cultural da Assembléia Geral

Signatários: Grécia, Tadjiquistão, Japão, Canadá, Mali, Holanda, Gabão, Estados

Unidos e Itália.

Tópico: “Fortalecendo a coordenação das ações da ONU na assistência a emergências”

A Assembléia Geral,

Lembrando todas as nações da celebração do 50º aniversário da Declaração Universal

dos Direitos Humanos, que reconhece a inerente dignidade, igualdade e inalienabilidade

dos direitos de todos os cidadãos globais, [use vírgulas para separar cláusulas

preambulares]

4 Modelo retirado do Manual do Participante da SOI 2008.

15

Reafirmando sua resolução 33/1996, de 25 de julho de 1996, que encoraja os Governos

a trabalhar com os órgãos da ONU para melhorar a coordenação e efetividade da

assistência humanitária,

Notando com satisfação os esforços preliminares de diversos órgãos da ONU e de

Organizações Não-Governamentais sobre o assunto, Salientando o fato de as Nações

Unidas enfrentarem obstáculos financeiros significativos e necessitarem de reformas,

particularmente em suas atividades humanitárias,

1. Encoraja todas as agências relevantes das Nações Unidas a colaborarem mais com os

países para aumentar os esforços de ajuda humanitária; [use ponto-e-vírgula para

separar cláusulas operativas]

2. Urge os estados membros a cumprirem as metas do Departamento de Assuntos

Humanitários da ONU para racionalizar os esforços de ajuda humanitária;

3. Recomenda que todas as nações desenvolvam sistemas para a rápida movimentação

de forças com vistas a aumentar a coordenação dos esforços humanitários nos casos de

assistência a emergências;

4. Clama pela criação de um Fundo das Nações Unidas que encoraje doações

voluntárias do setor privado transnacional para ajudar no financiamento da

implementação de forças de rápida mobilização preventiva;

5. Salienta a contínua necessidade de informação imparcial e objetiva em situações e

eventos políticos, econômicos e sociais em todos os países;

6. Clama aos estados que respondam rapidamente e generosamente a apelos

consolidados de assistência humanitária;

7. Requisita a expansão de ações preventivas e garantia de assistência pós-conflitos

através da reconstrução e do desenvolvimento. [termine resoluções com um ponto]

ANEXO IV

CLAUSULAS PREAMBULARES (NO INÍCIO DA RESOLUÇÃO)

Acolhendo

Esperando

Tendo Considerado

Acreditando

Expressando sua

aprovação

Tendo dedicado atenção

Acreditando totalmente

Expressando sua

satisfação

Tendo em mente

Afirmando

Guiada pelo

Tendo estudado

Alarmada de

Informada de

Tendo examinado

Aprovando

Lamentando

profundamente

Tendo recebido

Buscando

Lembrando

Tomando nota

Ciente de

Levando em conta

Tomando nota com

aprovação

Comentando sobre

Observando

Tomando nota com pesar

Completamente alertada

Percebendo

Tomando nota com

preocupação

Completamente ciente

Profundamente

convencida

16

Tomando nota com

satisfação

Confiante

Profundamente convicta

Vendo com apreciação

Contemplando

Profundamente

incomodada

Vendo com preocupação

Convencida

Profundamente

preocupada

Cumprindo

Reafirmando

Dando ênfase

Reconhecendo

Declarando

Referindo-se

Desejando

Relembrando

Enfatizando

Tendo adotado

Entristecida pelo

Tendo avaliado

ANEXO V - CLÁUSULAS OPERATIVAS

Aceita

Considera

Insta

Acredita

Convida

Intervém

Afirma

Dá atenção

Lamenta

Afirma solenemente

Dá ênfase

Lembra

Apóia

Declara conformemente

Nota

Aprova

Designa

Parabeniza

Autoriza

Endossa

Proclama

Clama por

Estimula

Reafirma

Clama sobre

Exige

Recomenda

Condena

Exorta

Resolve

Condena solenemente

Expressa sua expectativa

Solicita

Confirma

Expressa sua preocupação

Toma nota de

i

i O presente manual foi baseado no Guia de Regras da SiONU 2008 e no Manual do Participante da SOI

2008.