manual do irps

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Para estudantes de contabilidade e financas

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  • MMAANNUUAALL DDOO IIMMPPOOSSTTOO SSOOBBRREE OO RREENNDDIIMMEENNTTOO DDAASS PPEESSSSOOAASS SSIINNGGUULLAARREESS

    ACIS em cooperao com GTZ APSP e Deloitte

    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 2

    NDICE

    1. NOTA PRVIA .......................................................................................................... 1

    2. ORGANIZAO DO MANUAL E SUA ACTUALIZAO ......................................... 2

    3. GLOSSRIO.............................................................................................................. 3

    4. CALENDRIO DE OBRIGAES E MODELOS UTILIZADOS ................................. 11

    5. INCIDNCIA............................................................................................................ 13

    5.1 Incidncia pessoal ..........................................................................................................13

    5.1.1 Qual o mbito de sujeio? .................................................................................... 13

    5.1.2 Particularidades do mbito de sujeio ...................................................................... 13

    5.1.2.1 Co-titularidade de rendimentos ........................................................................ 13

    5.1.2.2 Imputao especial Transparncia fiscal ......................................................... 14

    5.1.3 Quais so os rendimentos que se consideram obtidos em Moambique? .................. 14

    5.1.4 O que um estabelecimento estvel? ....................................................................... 16

    5.1.5 Rendimentos obtidos no estrangeiro dupla tributao ............................................ 17

    5.1.6 Quem o sujeito passivo em sede de IRPS? ............................................................... 17

    5.1.7 Como tributado o agregado familiar? ..................................................................... 17

    5.1.8 Como so tratadas as unies de facto? ..................................................................... 19

    5.2 Incidncia real ................................................................................................................19

    5.3 Perguntas frequentes ....................................................................................................19

    6. DETERMINAO DO RENDIMENTO LQUIDO DE CADA CATEGORIA ................ 21

    6.1 Primeira categoria .........................................................................................................21

    6.1.1 Quais so os rendimentos que integram a Primeira Categoria? .................................. 21

    6.1.2 Como avaliar os rendimentos em espcie? ................................................................ 25

    6.1.3 Quais os rendimentos no sujeitos e isentos desta categoria? .................................... 26

    6.1.4 Como apurar o rendimento lquido da 1 categoria? ................................................. 26

    6.2 Segunda categoria ........................................................................................................27

    6.2.1 Quais so os rendimentos que integram a 2 categoria? ............................................ 27

    6.2.2 Como apurar o rendimento lquido da 2 categoria? ................................................. 28

    6.2.2.1 Regime de contabilidade organizada ................................................................ 28

    6.2.2.2 Regime de escriturao simplificada.................................................................. 37

    6.2.2.3 Regime simplificado de determinao do rendimento colectvel ....................... 39

    6.2.2.4 Regras dos rendimentos de trabalho dependente ............................................. 40

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    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 3

    6.2.2.5 Regras aplicveis aos actos isolados .................................................................. 41

    6.2.2.6 Mtodos indirectos de determinao do lucro tributvel ................................... 41

    6.3 Terceira categoria ..........................................................................................................43

    6.3.1 Quais so os rendimentos que integram a 3 categoria? ............................................ 43

    6.3.1.1 Rendimentos de capitais ................................................................................... 43

    6.3.1.2 Rendimentos provenientes de mais-valias ......................................................... 44

    6.4 Quarta categoria ...........................................................................................................50

    6.4.1 Quais so os rendimentos que integram a 4 categoria? ............................................ 50

    6.4.2 Como apurar o rendimento lquido da 4 categoria? ................................................. 50

    6.5 Quinta categoria ............................................................................................................51

    6.5.1 Quais so os rendimentos que integram a 5 categoria? ............................................ 51

    6.5.2 Como apurar o rendimento lquido da 5 categoria? ................................................. 51

    6.6 Perguntas frequentes ....................................................................................................51

    7. APURAMENTO DO IRPS ........................................................................................ 54

    7.1 Rendimento lquido total englobamento ..................................................................54

    7.2 Abatimentos ..................................................................................................................55

    7.3 Mnimo no tributvel ..................................................................................................55

    7.4 Coeficiente conjugal ......................................................................................................55

    7.5 Taxas ..............................................................................................................................56

    7.6 Colecta e respectivas dedues ....................................................................................57

    7.6.1 Dedues relativas situao pessoal e familiar dos sujeitos passivos ........................ 58

    7.6.2 Dedues relativas dupla tributao internacional. ................................................. 58

    7.6.3 Benefcios fiscais ........................................................................................................ 59

    7.7 Perguntas frequentes ....................................................................................................60

    8. LIQUIDAO ......................................................................................................... 62

    8.1 A quem compete a liquidao do imposto? ................................................................62

    8.2 Qual a base para a liquidao do imposto? ..............................................................62

    8.3 Quais so os prazos para a liquidao? .......................................................................63

    8.4 Em que situaes que ocorrem as correces liquidao do imposto? ................63

    8.5 Quando que se aplicam os juros compensatrios e juros indemnizatrios? ..........64

    8.5.1 Juros compensatrios ................................................................................................ 64

    8.5.2 Juros indemnizatrios ................................................................................................ 64

    9. OBRIGAES DO SUJEITO PASSIVO .................................................................... 65

    9.1 Obrigaes de Pagamento ............................................................................................65

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    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 4

    9.1.1 Retenes na fonte ................................................................................................... 65

    9.1.1.1 Quem deve efectuar a reteno na fonte e sobre que rendimentos? ................ 65

    9.1.1.2 Quais os procedimentos de reteno na fonte dos rendimentos da 1 categoria? 67

    9.1.1.3 Quais so os rendimentos sujeitos s taxas liberatrias?.................................... 68

    9.1.1.4 Quando que deve ser efectuada a reteno na fonte? ................................... 70

    9.1.1.5 Onde e quando devem ser entregues as retenes na fonte? ........................... 70

    9.1.1.6 Em caso de incorreces nos montantes retidos, como proceder? .................... 70

    9.1.1.7 Quais so as responsabilidades do substituto tributrio? ................................... 70

    9.1.2 Pagamentos por conta .............................................................................................. 70

    9.1.2.1 Onde quando devem ser feitos os pagamentos por conta? ............................ 71

    9.1.2.2 Podem os pagamentos por conta ser reduzidos ou deixar de ser efectuados? ... 71

    9.1.3 Pagamento do IRPS anual liquidado .......................................................................... 71

    9.1.3.1 Quais so os prazos de pagamento? ................................................................. 71

    9.1.3.2 Existe algum limite mnimo para efectuar o pagamento? .................................. 72

    9.1.3.3 Qual o modelo a apresentar para pagamento do imposto? .............................. 72

    9.1.3.4 Onde se paga o imposto? ................................................................................. 72

    9.1.3.5 Quais os meios de pagamento autorizados? ..................................................... 72

    9.1.3.6 Em que circunstncias efectuada a cobrana coerciva? .................................. 73

    9.2 Obrigaes declarativas ................................................................................................73

    9.2.1 Declarao de registo de pessoa singular ................................................................... 73

    9.2.2 Declarao de rendimentos ....................................................................................... 73

    9.2.2.1 Quando que dispensada a entrega da declarao?...................................... 75

    9.2.2.2 Quais so prazos de entrega da declarao? ..................................................... 75

    9.2.2.3 Qual o local de entrega da declarao? ......................................................... 75

    9.2.3 Declarao de inscrio, alteraes e cessao de actividade ..................................... 76

    9.2.3.1 Qual a finalidade da Declarao de Incio de Actividade e quando entregar? . 76

    9.2.3.2 Qual a finalidade da Declarao de Alteraes e quando entregar? ............... 76

    9.2.3.3 Qual a finalidade da Declarao de Cessao e quando entregar? ................. 76

    9.2.4 Declarao anual de informao contabilstica e fiscal ............................................... 77

    9.2.5 Nomeao de representantes .................................................................................... 78

    9.2.6 Requesitos e procedimentos na entrega das declaraes ........................................... 78

    9.3 Obrigaes comprovativas dos elementos das declaraes .......................................78

    9.4 Obrigaes contabilsticas ............................................................................................79

    9.4.1 Regime de Contabilidade Organizada ........................................................................ 79

    9.4.2 Regime Simplificado de Escriturao .......................................................................... 80

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    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 5

    9.4.3 Regime simplificado de determinao do rendimento colectvel ............................... 81

    9.4.4 Centralizao da contabilidade .................................................................................. 82

    9.4.5 Emisso de recibos e facturas .................................................................................... 82

    9.5 Perguntas frequentes ....................................................................................................82

    10. OBRIGAES DAS ENTIDADES DEVEDORAS DE RENDIMENTOS E OUTRAS .... 84

    10.1 Perguntas frequentes ................................................................................................86

    11. REEMBOLSO DO IRPS ............................................................................................ 87

    11.1 Crdito do imposto ...................................................................................................87

    11.1.1 Quando que o sujeito passivo tem o direito ao reembolso? .................................... 87

    11.1.2 Quais so as opes de que dispe o sujeito passivo quanto ao valor em crdito? ..... 87

    11.1.3 Como proceder em caso de opo pelo reembolso? ................................................. 87

    11.1.4 Restituio Oficiosa do imposto: ................................................................................ 88

    11.2 Procedimentos preliminares da Autoridade Tributria ...........................................88

    11.3 Causas de indeferimento ..........................................................................................89

    11.4 Formas de pagamento dos reembolsos ...................................................................89

    11.5 Reembolsos fora de prazo ........................................................................................89

    12. FISCALIZAO E GARANTIAS DO SUJEITO PASSIVO .......................................... 90

    13. REGIME GERAL DAS INFRACES TRIBUTRIAS ................................................ 91

    14. LISTA DA LEGISLAO APLICVEL AO IRPS ....................................................... 94

    15. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................ 96

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    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 1

    1. NOTA PRVIA O presente manual surge no quadro de aces que vm sendo desenvolvidas pela Associao Comercial e Industrial de Sofala (ACIS) em colaborao com o GTZ/APSP e com o apoio do Governo Provincial de Sofala, visando a elaborao de uma srie de publicaes destinadas a proporcionar informao e suporte legal s empresas associadas. neste contexto que foi elaborado o presente manual sobre o IRPS Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, sendo preocupao da ACIS responder s necessidades das suas associadas, pequenas, mdias e grandes empresas que, na gesto do dia a dia, so confrontadas com dvidas quanto a aspectos prticos do funcionamento do imposto. O manual pretende ser uma ferramenta til e prtica disposio de empresrios e gestores contribuindo para que estes possam, optando pela melhor soluo de enquadramento face sua actividade e dimenso dentre aquelas que a lei lhes oferece, gerir os seus negcios conhecendo os seus direitos e garantias e observando com rigor os preceitos, regras e prazos do imposto. Procurando corresponder a estes objectivos, obtiveram-se da ACIS alguns casos estudo, partilhou-se informaes e opinies com auditores e estabeleceram-se canais de relacionamento com entidades ligadas Autoridade Tributria, na busca de informaes, de perguntas frequentes dos contribuintes e de clarificaes que foram valiosas. Porque o conjunto das matrias abordadas de natureza especialmente complexa e dada a relativa brevidade desta publicao, a respectiva utilizao no deve ser entendida em caso algum como dispensando a consulta dos textos legais relevantes e/ou a obteno de parecer profissional nos casos concretos que o motivem, tendo em conta a crescente complexidade das relaes econmicas que se submetem a qualquer sistema tributrio.

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    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 2

    2. ORGANIZAO DO MANUAL E SUA ACTUALIZAO O manual est estruturado por captulos subdivididos em seces, preparado para ser compilado segundo um sistema de encadernao em folhas substituveis por forma a permitir a sua actualizao sempre que se mostre necessrio ou por via de alteraes legislao que regula o IRPS ou por disposies emanadas da Autoridade Tributria. Dependendo do nvel e da extenso das alteraes a introduzir poder haver necessidade de substituir ou introduzir folhas em qualquer dos captulos ou seces. Neste processo dever ter-se os seguintes cuidados:

    A introduo de qualquer alterao actual verso do manual identificada como IRPS 01 ser requerida e aprovada pelo Management Committee da ACIS, que dever indicar o responsvel por essa introduo;

    Aps aprovao da Management Committee da ACIS procede-se actualizao da verso electrnica do manual publicada no web site da ACIS e emite-se uma circular, por email, dirigida a todos os membros informando das alteraes efectuadas;

    Cada actualizao ser datada e identificada com o nmero da nova verso, o qual dever ser sequencial;

    O manual actualizado estar disponvel para download no web site da ACIS e todos os membros recebero uma cpia por email;

    O original do manual, bem como as verses alteradas, sero mantidos em suporte electrnico e em papel, no arquivo permanente da ACIS.

    O texto do manual est apresentado em duas verses com igual teor, nas lnguas inglesa e portuguesa, estando a legislao de suporte disponvel, apenas, na lngua portuguesa.

    Na elaborao do manual procurou-se abarcar os aspectos essenciais do funcionamento do imposto recorrendo a representaes grficas e exemplos prticos para facilitar o seu entendimento. Embora bastante abrangente, o manual no inclui todos os detalhes legais do IRPS e no deve ser tomado como um instrumento legal. O aprofundamento da informao poder realizar-se recorrendo ao glossrio e ou legislao de suporte geralmente indicada ao longo do texto em cada seco ou assunto.

    A existncia de cpias impressas da responsabilidade dos respectivos utilizadores. Estes devero assegurar que possuem sempre a ltima verso do documento. As alteraes ao documento original so da responsabilidade exclusiva da ACIS.

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    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 3

    3. GLOSSRIO Acrnimos: ACIS Associao Comercial e Industrial de Sofala APSP Ambiente Propcio para o Sector Privado AT Autoridade Tributria CBF Cdigo dos Benefcios Fiscais CIRPC Cdigo do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas CIRPS Cdigo do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares CIVA Cdigo do Imposto sobre o Valor Acrescentado DAF .Direco de rea Fiscal Dc Decreto DGI Direco Geral de Impostos, unidade orgnica da ATM. GTZ Deutsche Gesellschaft fur Technische Zusammenarbeit Empresa alem federal para a cooperao internacional no desenvolvimento sustentvel com operaes espalhadas a nvel mundial. A GTZ Gmbh apoia o Governo Alemo na prossecuo dos seus objectivos inerentes poltica de desenvolvimento. IRPC Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas IRPS Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares IVA Imposto sobre o Valor Acrescentado MF Ministro das Finanas NUIT Nmero nico de Identificao Tributria PGC Plano Geral de Contabilidade RIRPS Regulamento do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares RIVA Regulamento do Imposto sobre o Valor Acrescentado RR Regulamento do Reembolso do IRPS e IRPC UGC Unidade de Grandes Contribuintes

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    ACIS em cooperao com GTZ APSP e Deloitte

    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 4

    Definies: Abertura de crdito1 obrigao de, por meio de escrito pblico, escrito particular ou correspondncia, fornecer a outrem fundos, mercadorias ou outros valores. Actividades comerciais e industriais consideram-se actividades comerciais e industriais as seguintes:

    compra e venda;

    fabricao;

    pesca;

    exploraes mineiras e outras indstrias extractivas;

    transportes;

    construo civil;

    urbansticas e explorao de loteamentos;

    actividades hoteleiras e similares, restaurao e bebidas, bem como venda ou explorao do direito real de habitao peridica;

    agncias de viagens e de turismo;

    artesanato;

    as actividades agrcolas e pecurias no conexas com a explorao da terra ou em que esta tenha carcter manifestamente acessrio;

    as actividades agrcolas, silvcolas e pecurias integradas noutras de natureza comercial ou industrial.

    Actividades agrcolas, silvcolas ou pecurias consideram-se actividades agrcolas, silvcolas ou pecurias as seguintes:

    as comerciais ou industriais, meramente acessrias ou complementares daquelas, que utilizem, de forma exclusiva, os produtos das prprias exploraes agrcolas, silvcolas ou pecurias;

    caa e explorao de pastos naturais, gua e outros produtos espontneos, explorados directamente ou por terceiros;

    exploraes de marinhas de sal, algas e outras;

    exploraes apcolas;

    investigao e obteno de novas variedades animais e vegetais, dependentes daquelas actividades.

    1 Fonte URTI Manual de Formao do IRPS Maputo, Abril de 2003

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    ACIS em cooperao com GTZ APSP e Deloitte

    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 5

    Actividade econmica engloba actividades de produo, comrcio, ou prestao de servios, incluindo as actividades extractivas, agrcolas, silvcolas, pecurias e de pesca. Actos isolados rendimentos provenientes de uma actividade de natureza comercial, industrial, agrcola, silvcola ou pecuria, ou ainda de prestao de servios que no resultem de uma prtica previsvel ou reiterada. Amortizao representa o desgaste que um bem sofre anualmente devido ao seu uso ou a inovaes tecnolgicas (ex: computadores). A amortizao definida por uma percentagem que se aplica sobre o valor de aquisio dos bens, tendo presente o perodo de vida til dos respectivos bens. A amortizao um encargo da actividade econmica e apenas pode ser deduzida ao rendimento bruto da 2 categoria, desde que o sujeito passivo tenha contabilidade organizada. Associao quota1 contrato celebrado entre um scio de uma sociedade (associante) e uma outra pessoa (associado) pelo qual o primeiro se obriga a prestar ao segundo uma parte convencionada ou a totalidade dos frutos futuros da quota de que titular na sociedade, em contrapartida de uma determinada prestao do associado. Associao em participao1 contrato pelo qual uma pessoa (associado) se associa a uma actividade econmica exercida por outra (associante), ficando a primeira a quinhoar nos lucros ou nos lucros e perdas que dessa actividade resultam para a segunda. Certido de relaxe documento base para instruo da execuo fiscal que implica a transferncia para a justia da cobrana coerciva das contribuies devidas. Colecta montante que resulta da aplicao da taxa de imposto ao rendimento colectvel, isto depois de se efectuarem as dedues especficas de cada categoria e os abatimentos ao total do rendimento bruto. Conta corrente1 contrato atravs do qual duas pessoas que tendo de entregar valores uma outra se obrigam a transformar os seus crditos em artigos de DEVE e HAVER, de modo a que s o saldo final resultante da sua liquidao seja exigvel. Contraprestao pagamento monetrio ou qualquer outra forma de benefcio recebido em troca de uma operao determinada (ex: recebimento de bens e/ou servios). Na maioria dos casos, a contraprestao feita monetariamente, atravs de dinheiro ou seus equivalentes recebidos ou a receber. Quando os bens ou servios so trocados por diferentes bens ou servios, o valor tributvel ser igual ao valor dos bens ou servios recebidos acrescidos dos valores monetrios conjuntamente recebidos, caso aplicvel. Contrato de Reporte1 contrato pelo qual o reportado transfere para o reportador a propriedade de ttulos de crdito de certa espcie por um determinado preo, e o reportador assume a obrigao de transferir para o reportado, no fim do prazo acordado, a propriedade de igual quantidade de ttulos da mesma espcie, contra o reembolso do preo, que pode ser aumentado ou diminudo na medida acordada2. Crdito de imposto uma deduo colecta que visa atenuar ou eliminar o facto de um mesmo rendimento pagar imposto duas vezes. Dilatao do vencimento1 Prorrogao aceite pelo credor do momento do cumprimento de uma obrigao. 1 Fonte URTI Manual de Formao do IRPS Maputo, Abril de 2003 2 Art. 487 do Cdigo Comercial

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    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 6

    Direco da rea Fiscal competente ou Recebedoria da Fazenda competente ou Servios Tributrios competentes Direco ou Recebedoria da rea Fiscal ou servios onde o contribuinte tiver a sua sede, estabelecimento principal ou, na falta deste, a do domiclio, sendo que:

    Para os contribuintes, pessoas singulares ou colectivas no residentes no territrio nacional considera-se:

    - o estabelecimento estvel local da centralizao da gesto administrativa e direco de negcios; ou

    - a rea fiscal da sede, estabelecimento principal ou domiclio do representante; ou

    - na falta de um estabelecimento estvel ou representante, a rea fiscal da sede, estabelecimento principal ou domiclio do adquirente;

    Para efeitos do cumprimento das obrigaes decorrentes da sujeio a impostos pelas operaes realizadas na importao de bens consideram-se, competentes os respectivos servios aduaneiros.

    Documento equivalente factura todo o documento que no sendo factura, usualmente utilizado nas transmisses de bens e/ou prestaes de servio, desde que contenha todos os elementos e requisitos da factura. So documentos equivalentes factura, nomeadamente, os seguintes: Factura recibo; Vendas a Dinheiro (VD); Nota de dbito/crdito; Bilhete de Despacho, etc. Documento de quitao documento comprovativo de recebimento, em que a entidade cobradora d quitao no documento de cobrana atravs da validao por caixa registadora ou por aposio de carimbo de cobrana. Domiclio fiscal:

    Para as pessoas singulares: a residncia habitual em territrio moambicano;

    Para as pessoas colectivas: a sede estatutria em territrio moambicano ou a direco efectiva em que estiver centralizada a contabilidade, se esta for diferente da sede;

    Para os estabelecimentos estveis de no residentes situados em territrio moambicano: o local da centralizao da gesto administrativa e direco de negcios.

    No caso das pessoas singulares que possuam vrias residncias e no seja possvel identificar uma como residncia habitual, considera-se domiciliada no lugar da residncia onde tenha a sua permanncia habitual ou naquele em que tiver o seu centro de interesses vitais. Para os sujeitos passivos considerados grandes contribuintes pela Administrao Tributria ou em outros casos especficos, poder ser-lhes estabelecido um domiclio fiscal diferente do previsto para as pessoas colectivas. Os no residentes que aufiram rendimentos sujeitos a tributao em territrio nacional e no possuam estabelecimento estvel, so considerados domiciliados na residncia do seu representante1. Englobamento Trata-se da obrigatoriedade do contribuinte juntar todos os rendimentos lquidos

    1 Art. 3 do Decreto 52/2003, de 24 de Dezembro

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    das diversas categorias para efeitos de determinao da taxa de imposto e clculo do mesmo. No so, contudo, englobados os rendimentos sujeitos a taxas liberatrias, como por exemplo os rendimentos provenientes de jogos e os auferidos por no residentes. Entidade patronal toda aquela que pague ou coloque disposio remuneraes que constituam rendimentos de trabalho dependente, sendo a ela equiparada qualquer outra entidade que com ela esteja em relao de domnio ou de grupo, independentemente da respectiva localizao geogrfica. Factura documento que, segundo os usos comerciais, deve ser emitido pelos agentes econmicos nas transmisses de bens ou prestaes de servios. O seu formato livre, devendo conter obrigatoriamente os elementos constantes dos ns 5, 7 e 8 do artigo 27 do Cdigo do IVA e observar na sua impresso, os requisitos do despacho de 01.03.99 do Ministro do Plano e Finanas. Infraco tributria acto, aco ou omisso do contribuinte, substituto ou representante tributrio, contrrio s leis tributrias. Os crimes, contra-ordenaes, transgresses ou contravenes so considerados infraces tributrias. Importao de bens considera-se importao de bens a entrada destes no territrio nacional. Tratando-se de bens cuja a transmisso se enquadra nos regimes aduaneiros e fiscais especiais, conforme n. 1 do art.14 do CIVA, a entrada efectiva dos mesmos no territrio nacional para efeitos da sua qualificao como importao s se considera verificada se e quando forem introduzidos no consumo. Instrumentos financeiros derivados1 designam-se instrumentos financeiros derivados os que reportam a um activo subjacente (aces, obrigaes, moeda, ..),no sendo este activo no objecto de contrato. No este que se vende ou se compra, como acontece nos instrumentos financeiros clssicos. Nos instrumentos financeiros derivados, o objecto da transaco no o activo financeiro, mas a posio compradora ou vendedora desse activo numa data futura (ver definies de futuros, opes e swaps). Letra1 um ttulo de crdito ordem transmissvel por endosso em que uma pessoa (sacador) ordena outra (sacado) que lhe pague a si ou a terceiro (tomador) determinada importncia num prazo fixado. Livrana1 um ttulo de crdito ordem em que uma pessoa (subscritor) se obriga para com outra pessoa (beneficirio) a pagar-lhe determinada importncia, em certa data. Locao O contrato pelo qual uma das partes se obriga a proporcionar outra o gozo temporrio de uma coisa, mediante retribuio. A locao diz-se arrendamento quando versa sobre coisa imvel ou aluguer quando incide sobre coisa mvel2. Mora1 o atraso, por falta imputvel ao devedor no cumprimento de uma prestao devida3. Mtuo1 contrato pelo qual uma das partes empresta outra dinheiro ou outra coisa fungvel, ficando a segunda obrigada a restituir outro tanto do mesmo gnero e qualidade. Objectos de arte so os bens da autoria dos prprios artistas, como quadros, pinturas e desenhos originais, excluindo os desenhos industriais, gravuras, estampas e litografias de tiragem limitada a 200 exemplares. Incluem-se tambm nesta definio outros objectos de arte no domnio da escultura

    1 Fonte URTI Manual de Formao do IRPS Maputo, Abril de 2003 2 Artigos 1022 e 1023 do Cdigo Civil 3 Artigo 1142 do Cdigo Civil.

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    e estaturia, com a excluso de ourivesaria e joalharia e exemplares nicos de cermica executados e assinados pelo artista. Obrigaes1 so ttulos de crdito representativos de um emprstimo garantindo uma taxa de juro fixa e pr-estabelecida pagvel em data pr-determinada. Podem emitir obrigaes, alm das sociedades pblicas as sociedades comerciais. Prestao de Servios consideram-se prestaes de servios qualquer operao efectuada a ttulo oneroso que no seja uma transmisso ou importao de bens, incluindo:

    As prestaes de servios gratuitos efectuados pela prpria empresa para benefcio do seu proprietrio, do pessoal ou de pessoas estranhas mesma;

    Utilizao de bens da empresa para uso prprio do seu titular, do pessoal ou, em geral, para fins alheios mesma e ainda em sectores de actividade isentos, quando tenha sido exercido o direito a deduo do IVA;

    Operaes realizadas pelas agncias de viagens e organizadores de circuitos tursticos que so objecto de regulamentao especial (artigos 38 a 46 do Regulamento do IVA).

    Regime de transparncia fiscal o regime de transparncia fiscal aplica-se aos scios das entidades a seguir enumeradas, com sede ou direco efectiva em territrio nacional, e estabelece que a matria colectvel determinada nos termos do Cdigo do IRPC das referidas entidades seja imputada aos scios no seu rendimento tributvel para efeitos de IRPS ou IRPC, consoante o caso:

    sociedades civis no constitudas sob forma comercial;

    sociedades de profissionais;

    sociedades de simples administrao de bens, cuja maioria do capital social pertena, directa ou indirectamente, durante mais de 180 dias do exerccio social, a um grupo familiar ou cujo capital social pertena, em qualquer dia do exerccio social, a um nmero de scios no superior a cinco e nenhum deles seja pessoa colectiva de direito pblico.

    Rendimento bruto todo o rendimento recebido antes de qualquer deduo ou pagamento de imposto. Rendimento colectvel o montante que se obtm depois de efectuadas as dedues especficas de cada categoria ao rendimento bruto e os abatimentos respectivos soma dos rendimentos lquidos de todas as categorias. Rendimento lquido o montante que se obtm depois de efectuadas as dedues especficas de cada categoria ao rendimento bruto. A soma dos rendimentos lquidos de todas as categorias corresponde ao rendimento lquido total. Sisa imposto sobre as transmisses de imveis. Suprimento1 contrato pelo qual o scio empresta sociedade dinheiro ou outra coisa fungvel, ficando aquela obrigada a restituir outro tanto no mesmo gnero e qualidade, ou pelo qual o scio convenciona com a sociedade o deferimento do vencimento de crditos sobre ela, desde que, em qualquer dos casos o crdito fique tendo carcter de permanncia. Constitui ndice do carcter de permanncia, a estipulao de um prazo de reembolso superior a um ano2. 1 Fonte URTI Manual de Formao do IRPS Maputo, Abril de 2003 2 Art. 307 do Cdigo Comercial

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    Swap1 uma transaco financeira pela qual duas partes acordam, durante um perodo de tempo pr-determinado, a troca de pagamentos de juros, ou de capital e juros, de acordo com uma regra pr-estabelecida. Origina-se assim, uma situao semelhante realizao simultnea de um emprstimo e duma aplicao de fundos, com montantes e duraes equivalentes, mas com condies diferentes em termos de moedas e/ou taxas de juro. Os objectivos prosseguidos pelos dois intervenientes no swap podem ser a modificao do grau de exposio ao risco de taxas de juro e/ou a gerao de liquidez numa moeda diferente da que se tem disponvel, sem criao de uma posio em aberto, ou seja, sem risco de cmbio. Territrio Nacional ou Territrio Moambicano abrange toda a superfcie terrestre, a zona martima e o espao areo delimitados pelas fronteiras nacionais. Ttulos da dvida pblica1 documentos representativos de um emprstimo pblico contrado pelo Estado e que confere aos seus titulares o direito restituio do capital e sua remunerao. Ttulos de participao1 documentos representativos de um emprstimo pblico contrado pelo Estado e que confere aos seus titulares o direito restituio do capital e sua remunerao. Transmisso de bens consideram-se transmisses de bens a transferncia onerosa de bens corpreos, incluindo:

    Energia, gs, calor e frio;

    Entrega de bens em regime de locao, com clusula, vinculante para ambas as partes, de transferncia de propriedade;

    Entrega de bens atravs de contrato de compra e venda com reserva de propriedade at ao pagamento total ou parcial do preo;

    Entrega de bens consignao, cuja devoluo no ocorra no prazo de 180 dias;

    Afectao permanente de bens empresariais a uso prprio do seu titular, do pessoal, ou regra geral a fins alheios quando tenha sido exercido o direito deduo do IVA, excluindo-se as amostras e ofertas de pequeno valor (limites a regulamentar pela Administrao Fiscal at publicao destes limites recomenda-se a aplicao de limites razoveis e consistentes);

    Afectao de bens por parte de um sujeito passivo a um sector de actividade isento e bem assim a afectao de bens (viaturas de turismo, barcos de recreio, helicpteros, avies, motos e motociclos), quando tenha havido deduo total ou parcial do imposto na aquisio;

    Transmisso de bens em segunda mo efectuada por sujeitos passivos revendedores e por organizadores de vendas em sistema de leilo que objecto de regulamentao especial (artigos 47 a 49 do Regulamento do IVA).

    Embora sejam consideradas transmisses de bens, o imposto no devido nem exigvel nas cesses a ttulo oneroso ou gratuito de um estabelecimento comercial, da totalidade ou parte de um patrimnio desde que o adquirente seja, ou venha a ser, por via da aquisio, um sujeito passivo com uma actividade econmica que pratique apenas operaes que concedam direito deduo. Unidade de participao de fundos de investimento1 certificados representativos de um patrimnio constitudo pelos valores de investimentos de capitais recebidos do pblico com vista

    1 Fonte URTI Manual de Formao do IRPS Maputo, Abril de 2003

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    aquisio de uma carteira de valores mobilirios ou imobilirios em que o capital a investir naquela aquisio , fixado no acto de constituio dos fundos de investimento. Viatura de turismo qualquer veculo, com incluso de reboque, que, pelo seu tipo de construo e equipamento, no seja destinado unicamente ao transporte de mercadoria ou a uma utilizao com carcter agrcola, comercial ou industrial ou que, sendo misto ou de transporte de passageiros, no tenha mais de 9 lugares, incluindo o condutor.

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    4. CALENDRIO DE OBRIGAES E MODELOS UTILIZADOS O calendrio das obrigaes peridicas do sujeito passivo em sede de IRPS o seguinte:

    Ms Dia (1)

    Obrigaes Modelos Legislao Aplicvel

    Janeiro

    20

    Entrega das quantias retidas na fonte, a ttulo de IRPS relativas ao ms anterior, pelas entidades devedoras de rendimentos que estejam obrigadas a efectuar a reteno na fonte

    M/19 Art. 29 do RIRPS

    20

    Entrega aos titulares de rendimentos, de documento comprovativo (declarao) das importncias devidas no ano anterior, incluindo rendimentos em espcie e respectivo IRPS retido na fonte, a processar pelas entidades devedoras de quaisquer rendimentos que estejam obrigadas a efectuar reteno na fonte

    (2) Alnea b) do N 1 do Art. 44 do RIRPS

    Fevereiro 20

    Entrega das quantias retidas na fonte, a ttulo de IRPS relativas ao ms anterior, pelas entidades devedoras de rendimentos que estejam obrigadas a efectuar a reteno

    M/19 Art. 29 do RIRPS

    Maro

    20

    Entrega das quantias retidas na fonte, a ttulo de IRPS relativas ao ms anterior, pelas entidades devedoras de rendimentos que estejam obrigadas a efectuar a reteno na fonte

    M/19 Art. 29 do RIRPS

    31

    Declarao (Janeiro a Maro) das entidades que no ano anterior hajam efectuado o pagamento de quaisquer rendimentos sujeitos a reteno na fonte de IRPS

    (3) Alnea c) do N 1 do Art. 44 do RIRPS

    31

    Declarao comprovativa dos rendimentos e das retenes na fonte efectuadas por entidades devedoras de rendimentos a sujeitos passivos no residentes, bem como declarao de rendimentos sujeitos a taxa liberatria cujos titulares beneficiam de iseno, dispensa de reteno ou iseno

    (3)

    N 6 do Art. 44 e Alnea a) do Art. 45 do RIRPS

    31

    Declarao de Rendimentos (Janeiro a Maro), no caso de contribuintes que no ano anterior hajam auferido apenas rendimentos da primeira categoria (trabalho dependente)

    M/10 e (anexo M/10V

    opcional)

    Art.10 do RIRPS

    Abril

    20

    Entrega das quantias retidas na fonte, a ttulo de IRPS relativas ao ms anterior, pelas entidades devedoras de rendimentos que estejam obrigadas a efectuar a reteno

    M/19 Art. 29 do RIRPS

    30

    Declarao de Rendimentos no caso de contribuintes que no ano anterior hajam auferido rendimentos que no sejam exclusivamente de trabalho dependente

    M/10 e anexo

    M/10 V1

    Art.10 e Art. 13 do RIRPS

    Maio 20

    Entrega das quantias retidas na fonte, a ttulo de IRPS relativas ao ms anterior, pelas entidades devedoras de rendimentos que estejam obrigadas a efectuar a reteno

    M/19 Art. 29 do RIRPS

    31 Entrega das importncias em dvida do IRPS relativo aos rendimentos da 1 categoria do ano anterior. M/19 N 1 do Art. 28 do RIRPS

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    Cont....

    Ms Dia (1)

    Obrigaes Modelos Legislao Aplicvel

    Junho

    20

    Entrega das quantias retidas na fonte, a ttulo de IRPS relativas ao ms anterior, pelas entidades devedoras de rendimentos que estejam obrigadas a efectuar a reteno

    M/19 Art. 29 do RIRPS

    30 Entrega das importncias em dvida do IRPS relativa aos rendimentos das 2, 3, 4 e 5 categorias do ano anterior

    M/19 Alnea a) do N 1 do Art. 28 do RIRPS

    Julho 20

    Entrega das quantias retidas na fonte, a ttulo de IRPS relativas ao ms anterior, pelas entidades devedoras de rendimentos que estejam obrigadas a efectuar a reteno

    M/19 Art. 29 do RIRPS

    Agosto

    20

    Entrega das quantias retidas na fonte, a ttulo de IRPS relativas ao ms anterior, pelas entidades devedoras de rendimentos que estejam obrigadas a efectuar a reteno

    M/19 Art. 29 do RIRPS

    31

    Pagamento do IRPS, liquidado nos termos da alnea d) do n 1 do art 20 do RIRPS (falta de apresentao de declarao dentro do prazo legal), acrescido dos juros compensatrios que sejam devidos

    M/19 Alnea d) do N 1 do Art. 28 do RIRPS

    Setembro 20

    Entrega das quantias retidas na fonte, a ttulo de IRPS relativas ao ms anterior, pelas entidades devedoras de rendimentos que estejam obrigadas a efectuar a reteno

    M/19 Art. 29 do RIRPS

    Outubro 20

    Entrega das quantias retidas na fonte, a ttulo de IRPS relativas ao ms anterior, pelas entidades devedoras de rendimentos que estejam obrigadas a efectuar a reteno

    M/19 Art. 29 do RIRPS

    Novembro 20

    Entrega das quantias retidas na fonte, a ttulo de IRPS relativas ao ms anterior, pelas entidades devedoras de rendimentos que estejam obrigadas a efectuar a reteno

    M/19 Art. 29 do RIRPS

    Dezembro 20

    Entrega das quantias retidas na fonte, a ttulo de IRPS relativas ao ms anterior, pelas entidades devedoras de rendimentos que estejam obrigadas a efectuar a reteno

    M/19 Art. 29 do RIRPS

    (1) A data indicada refere-se ao termo do prazo de pagamento; (2) Modelo no oficial (3) Modelo oficial a aprovar.

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    Exemplo: Dois irmos herdaram um prdio cujo valor das rendas anuais totalizam 150.000 MT. No tendo sido efectuada a partilha do prdio, cada irmo dever declarar 75.000 MT a ttulo de rendimentos prediais sobre o qual incidir IRPS.

    5. INCIDNCIA

    5.1 Incidncia pessoal

    5.1.1 Qual o mbito de sujeio?

    O IRPS incide sobre os rendimentos das pessoas singulares:

    residentes no territrio moambicano, incluindo os obtidos no estrangeiro;

    no residentes, obtidos em Moambique.

    Para efeitos fiscais consideram-se residentes em Moambique as pessoas que, no ano a que respeitem os rendimentos, preencham uma das seguintes condies:

    Hajam nele permanecido mais de 180 dias, seguidos ou interpolados;

    Tendo permanecido por menos tempo, a disponham de habitao em condies que faam supor a inteno de a manter e ocupar como residncia permanente;

    Desempenhem no estrangeiro funes ou comisses de carcter pblico, ao servio da Repblica de Moambique;

    Sejam tripulantes de navios ou aeronaves, desde que aqueles estejam ao servio de entidades com residncia, sede ou direco efectiva no territrio moambicano.

    As pessoas que constituem o agregado familiar sero sempre consideradas como residentes em territrio moambicano, desde que naquele resida qualquer das pessoas a quem incumbe a direco do agregado. obrigatria a comunicao da residncia do sujeito passivo Administrao Tributria (ver seces 9.2 e 9.2.3.2).

    5.1.2 Particularidades do mbito de sujeio

    5.1.2.1 Co-titularidade de rendimentos

    Sempre que os rendimentos pertenam em comum a vrias pessoas, considera-se rendimento de cada uma a parte que corresponde s respectivas quotas. Se as quotas no estiverem determinadas, presumem-se iguais.

    Art. 20 do CIRPS

    Art. 21 do CIRPS

    Art. 23 do CIRPS

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    Exemplo: Uma sociedade de advogados constituda por 5 scios com quotas iguais obteve em 2008 (de acordo com as regras do CIRPC) uma matria colectvel de 3.750.000 MT. Cada scio ir integrar na sua declarao de rendimentos de IRPS 750.000 MT (3.750.000 / 5) a ttulo de rendimentos da Segunda Categoria.

    5.1.2.2 Imputao especial Transparncia fiscal

    No regime de transparncia fiscal aplicvel s entidades que a seguir se enumeram, constitui rendimento dos scios ou membros destas a matria colectvel determinada nos termos do CIRPC:

    Sociedades civis no constitudas sob forma comercial;

    Sociedades de profissionais;

    Sociedade de simples administrao de bens, cuja maioria do capital social pertena, directa ou indirectamente, durante mais de 180 dias do exerccio social, a um grupo familiar ou cujo capital social pertena, em qualquer dia do exerccio social, a um nmero de scios no superior a cinco e nenhum deles seja pessoa colectiva de direito pblico.

    Assim, imputada aos scios ou membros a matria colectvel nos termos que resultarem do acto constitutivo das referidas entidades ou, na falta de elementos, em partes iguais. Sempre que os scios ou membros das entidades acima referidas no tenham sede nem direco efectiva em territrio moambicano, considera-se que os rendimentos so obtidos atravs de estabelecimento estvel nele situado e por conseguinte os mesmos sero tributados em Moambique.

    5.1.3 Quais so os rendimentos que se consideram obtidos em Moambique?

    Consideram-se obtidos em Moambique os seguintes rendimentos, quer auferidos por residentes ou no residentes:

    Art. 22 do CIRPS

    Art. 24 do CIRPS

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    Exemplo: O Joo residente em Portugal e proprietrio de uma casa em Maputo. Os rendimentos referentes s rendas so considerados obtidos em Moambique e a tributados pelo facto do imvel estar situado no territrio nacional. Se o locatrio tiver ou seja obrigado a dispor de contabilidade organizada, este deve efectuar a reteno na fonte sobre o valor da renda (ver seco 9.1.1.1). Como a reteno na fonte no liberatria, ou seja, tem natureza de pagamento por conta, o Joo dever entregar uma declarao de rendimentos.

    Rendimentos prediais (rendas, mais valias decorrentes da venda de imveis)

    Outros incrementos patrimoniais

    Rendimentos respeitantes a imveis ou bens sitos em Moambique:

    Rendimentos de actos isolados

    Mais valias resultantes da alienao da propriedade intelectual ou industrial ou de experincia adquirida no sector comercial, industrial ou cientfico, quando o transmitente no seja o seu titular originrio e tenha havido registo da patente em Moambique

    Rendimentos devidos por entidades que tenham em Moambique residncia, sede, direco efectiva ou estabelecimento estvel a que deva imputar-se o pagamento:

    Rendimentos de trabalho dependente

    Rendimentos dos membros dos gos estatutrios das pessoas colectivas e outras entidades

    Nota: Ainda que os rendimentos de trabalho dependente sejam devidos por uma entidade no residente, desde que o trabalho seja seja realizado no territrio nacional continuam a serem considerados a obtidos.

    Rendimentos de trabalho prestado a bordo de navios e aeronaves

    Rendimentos provenientes da propriedade intelectual ou industrial, da prestao de informaes respeitantes a uma experincia adquirida no sector comercial, industrial ou cientfico, ou do uso ou concesso do uso de equipamento agrcola, comercial ou cientfico, quando no constituam rendimentos prediais, bem como os derivados de assistncia tcnica

    Rendimentos de actividades empresariais e profissionais, incluindo os rendimentos provenientes da intermediao na celebrao de quaisquer contratos ou derivados de outras prestaes de servios realizadas ou utilizadas em territrio moambicano, com excepo das relativas a transportes, telecomunicaes e actividades financeiras

    Outros rendimentos de aplicao de capitais

    Mais valias resultantes da transmisso onerosa de partes de capital ou outros valores mobilirios

    As penses e os ganhos de lotaria, apostas mtuas ou outros jogos

    Nota: as referidas mais valias so sempre consideradas obtidas em Moambique quando as partes de capital sejam referentes a entidades residentes ou os valores mobilirios sejam emitidos por estas

    Rendimentos devidos por entidades que tenham em Moambique residncia, sede, direco efectiva ou estabelecimento estvel a que deva imputar-se o pagamento:

    Rendimentos de trabalho dependente

    Rendimentos dos membros dos gos estatutrios das pessoas colectivas e outras entidades

    Nota: Ainda que os rendimentos de trabalho dependente sejam devidos por uma entidade no residente, desde que o trabalho seja seja realizado no territrio nacional continuam a serem considerados a obtidos.

    Rendimentos de trabalho prestado a bordo de navios e aeronaves

    Rendimentos provenientes da propriedade intelectual ou industrial, da prestao de informaes respeitantes a uma experincia adquirida no sector comercial, industrial ou cientfico, ou do uso ou concesso do uso de equipamento agrcola, comercial ou cientfico, quando no constituam rendimentos prediais, bem como os derivados de assistncia tcnica

    Rendimentos de actividades empresariais e profissionais, incluindo os rendimentos provenientes da intermediao na celebrao de quaisquer contratos ou derivados de outras prestaes de servios realizadas ou utilizadas em territrio moambicano, com excepo das relativas a transportes, telecomunicaes e actividades financeiras

    Outros rendimentos de aplicao de capitais

    Mais valias resultantes da transmisso onerosa de partes de capital ou outros valores mobilirios

    As penses e os ganhos de lotaria, apostas mtuas ou outros jogos

    Nota: as referidas mais valias so sempre consideradas obtidas em Moambique quando as partes de capital sejam referentes a entidades residentes ou os valores mobilirios sejam emitidos por estas

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    5.1.4 O que um estabelecimento estvel?

    Art. 22 do CIRPS Art. 3 do CIRPC

    Conceito de Estabelecimento Estvel

    um local ou um estaleiro de construo, de instalao ou de montagem, quando a sua durao ou a durao da obra ou da actividade exceder 6 meses;

    as actividades de coordenao, fiscalizao e superviso em conexo com os estabelecimentos acima referidos;

    um estaleiro onde o sub-empreiteiro a exerce a sua actividade por um perodo mnimo de 6 meses;

    um local de direco, sucursal, escritrio, fbrica, oficina, mina, poo de petrleo ou de gs, pedreira ou qualquer outro local de extraco de recursos naturais;

    as instalaes, plataformas ou barcos de perfurao utilizados para a prospeco ou explorao de recursos naturais;

    a actuao de um agente (no independente) em territrio moambicano, por conta de uma empresa, que tenha poderes de intermediao e concluso de contratos que vinculem a empresa.

    Qualquer instalao fixa atravs da qual seja exercida, total ou parcialmente, uma das actividades compreendidas na segunda categoria de rendimentos.

    INCLUINDO: EXCLUINDO:

    as instalaes utilizadas unicamente para armazenar, expor ou entregar mercadorias pertencentes empresa;

    um depsito de mercadorias pertencentes empresa mantido unicamente para:

    - as armazenar, expor ou entregar;- serem transformados por outra

    empresa;

    uma instalao fixa, mantida unicamente para:

    - comprar mercadorias ou reunir informaes para a empresa;

    - exercer qualquer outra actividade de carcter preparatrio ou auxiliar;

    - exercer qualquer combinao das actividades referidas nas alneas anteriores desde que a actividade de conjunto da instalao fixa resultante desta combinao seja de carcter preparatrio ou auxiliar;

    a actividade exercida em territrio moambicano por intermdio de um corrector, de um comissionista ou de qualquer outro agente independente desde que essas pessoas actuem no mbito normal da sua actividade, suportando o risco empresarial da mesma.

    Conceito de Estabelecimento Estvel

    um local ou um estaleiro de construo, de instalao ou de montagem, quando a sua durao ou a durao da obra ou da actividade exceder 6 meses;

    as actividades de coordenao, fiscalizao e superviso em conexo com os estabelecimentos acima referidos;

    um estaleiro onde o sub-empreiteiro a exerce a sua actividade por um perodo mnimo de 6 meses;

    um local de direco, sucursal, escritrio, fbrica, oficina, mina, poo de petrleo ou de gs, pedreira ou qualquer outro local de extraco de recursos naturais;

    as instalaes, plataformas ou barcos de perfurao utilizados para a prospeco ou explorao de recursos naturais;

    a actuao de um agente (no independente) em territrio moambicano, por conta de uma empresa, que tenha poderes de intermediao e concluso de contratos que vinculem a empresa.

    Qualquer instalao fixa atravs da qual seja exercida, total ou parcialmente, uma das actividades compreendidas na segunda categoria de rendimentos.

    INCLUINDO: EXCLUINDO:

    as instalaes utilizadas unicamente para armazenar, expor ou entregar mercadorias pertencentes empresa;

    um depsito de mercadorias pertencentes empresa mantido unicamente para:

    - as armazenar, expor ou entregar;- serem transformados por outra

    empresa;

    uma instalao fixa, mantida unicamente para:

    - comprar mercadorias ou reunir informaes para a empresa;

    - exercer qualquer outra actividade de carcter preparatrio ou auxiliar;

    - exercer qualquer combinao das actividades referidas nas alneas anteriores desde que a actividade de conjunto da instalao fixa resultante desta combinao seja de carcter preparatrio ou auxiliar;

    a actividade exercida em territrio moambicano por intermdio de um corrector, de um comissionista ou de qualquer outro agente independente desde que essas pessoas actuem no mbito normal da sua actividade, suportando o risco empresarial da mesma.

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    5.1.5 Rendimentos obtidos no estrangeiro dupla tributao

    Como j referido, os rendimentos obtidos no estrangeiro por residentes so tributados no territrio nacional. Ora, se no pas onde so obtidos os rendimentos houver uma conveno com Moambique para evitar a dupla tributao, que o caso de Itlia, Maurcias, Portugal, Emiratos rabes Unidos e Macau devem ser observadas as regras de tributao constantes da conveno. As convenes determinam por exemplo, onde os rendimentos devem ser tributados, permitindo em determinadas situaes que o rendimento obtido seja apenas tributado no Estado de residncia. Estabelecem tambm taxas reduzidas de tributao para certos rendimentos (ex: royalties, juros e dividendos). Havendo lugar a tributao no pas onde so obtidos os rendimentos, as convenes prevem a deduo do imposto pago no estrangeiro na colecta do sujeito passivo residente. No havendo conveno celebrada com Moambique, o Cdigo do IRPS prev o direito a um crdito de imposto que explicado na seco 7.6.2.

    5.1.6 Quem o sujeito passivo em sede de IRPS?

    So sujeitos passivos de IRPS aqueles cujos rendimentos esto sujeitos a IRPS, ou seja, as pessoas singulares residentes e no residentes em territrio moambicano que aqui obtenham rendimentos. As obrigaes do sujeito passivo so, resumidamente:

    declarativas no que diz respeito aos rendimentos auferidos;

    de pagamento do imposto.

    Relativamente ao pagamento do imposto, o CIRPS prev em determinadas situaes a substituio tributria, ou seja, exigido o pagamento total ou parcial do imposto a pessoa diversa do titular dos rendimentos como por exemplo entidade pagadora dos mesmos que deve reter na fonte o imposto e entreg-lo ao Estado.

    5.1.7 Como tributado o agregado familiar?

    Sempre que existe agregado familiar, o imposto devido pelo conjunto dos rendimentos das pessoas que o constituem, considerando-se os sujeitos passivos as pessoas a quem incumbe a sua direco, devendo ser apresentada uma nica declarao pelos dois cnjuges ou por um deles, se o outro for incapaz ou ausente. Havendo separao de facto, cada um dos cnjuges pode apresentar declarao dos seus prprios rendimentos e dos seus dependentes. O agregado familiar constitudo por uma das seguintes formas:

    cnjuges no separados judicialmente de pessoas e bens e seus dependentes;

    cada um dos cnjuges ou ex-cnjuges, respectivamente, nos casos de separao judicial de pessoas e bens ou de declarao de nulidade, anulao ou dissoluo do casamento, e dos dependentes;

    Art. 18 e 25 do CIRPS

    Art. 18 do CIRPS Art. 12 do RIRPS

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    Exemplo: A famlia Cossa constituda pelo casal Ana e Augusto, as duas filhas menores, um filho Andr com 27 anos que frequenta o ensino superior, um sobrinho cujos pais faleceram e o Jos, pai do Augusto, que no aufere qualquer rendimento. Para efeitos de IRPS, o agregado familiar constitudo pelo casal, as filhas menores, o sobrinho caso a tutela tenha sido atribuda judicialmente a um dos cnjuges e o Jos. O filho Andr no deve, do ponto de vista fiscal, ser includo neste agregado familiar. Se este obtiver rendimentos dever apresentar a sua declarao de rendimentos autonomamente.

    o pai ou me solteiros e os seus dependentes;

    o adoptante solteiro e os seus dependentes.

    Consideram-se dependentes:

    Importa referir que:

    as pessoas singulares no podem, simultaneamente, fazer parte de mais do que um agregado familiar nem, integrando um agregado familiar, ser consideradas sujeitos passivos autnomos;

    a situao civil e familiar dos sujeitos passivos aquela que se verificar no ltimo dia do ano a que o imposto respeite.

    Dependentes

    Filhos, adoptados e enteados

    Menores sob tutela

    Menores no emancipados; Maiores at 25 anos, com rendimentos no

    superiores ao salrio mnimo anual nacional mais elevado, que tenham frequentado no ano que o imposto respeita a 12 classe, ensino mdio ou superior ou servio militar obrigatrio;

    Inaptos para o trabalho e para angariar meios de subsistncia, com rendimentos no superiores ao salrio mnimo anual nacional mais elevado.

    Sem quaisquer rendimentos

    AscendentesA cargo do sujeito passivo, incapazes para o trabalho e para angariar meios de subsistncia, com rendimentos no superiores ao salrio mnimo anual nacional mais elevado.

    Podem optar pela tributao autnoma

    Dependentes

    Filhos, adoptados e enteados

    Menores sob tutela

    Menores no emancipados; Maiores at 25 anos, com rendimentos no

    superiores ao salrio mnimo anual nacional mais elevado, que tenham frequentado no ano que o imposto respeita a 12 classe, ensino mdio ou superior ou servio militar obrigatrio;

    Inaptos para o trabalho e para angariar meios de subsistncia, com rendimentos no superiores ao salrio mnimo anual nacional mais elevado.

    Sem quaisquer rendimentos

    AscendentesA cargo do sujeito passivo, incapazes para o trabalho e para angariar meios de subsistncia, com rendimentos no superiores ao salrio mnimo anual nacional mais elevado.

    Podem optar pela tributao autnoma

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    5.1.8 Como so tratadas as unies de facto?

    Sempre que duas pessoas vivem em unio de facto nos termos da Lei da Famlia, Lei n. 10/2004, de 25 de Agosto, estas podero optar pelo regime de tributao dos sujeitos passivos casados e no separados judicialmente de pessoas e bens, dependendo das seguintes condies:

    os dois sujeitos passivos partilham o mesmo domiclio fiscal h pelo menos 1 ano e durante o perodo de tributao em causa;

    ambos assinaram a declarao de rendimentos.

    Exercida a opo na declarao de rendimentos, ambos os sujeitos passivos (unidos de facto) so responsveis pelo cumprimento das obrigaes tributrias.

    5.2 Incidncia real

    O IRPS um imposto directo que incide sobre o valor global anual de rendimentos, quer sejam em dinheiro ou em espcie e independentemente da moeda ou forma como se obtm, incluindo os que provenham de actos ilcitos. Os referidos rendimentos provm das seguintes categorias, depois de feitas as correspondentes dedues e abatimentos:

    5.3 Perguntas frequentes

    Casei em 12 de Dezembro de 2008, entrego a declarao de rendimentos como casado ou solteiro?

    A situao civil e familiar a ter em conta a de 31 de Dezembro do ano a que respeita a declarao. Assim, em 2009, apenas deve ser entregue uma declarao de rendimentos relativa aos rendimentos auferidos pelo casal no ano de 2008.

    Art. 18 do CIRPS

    Art. 1 do CIRPS

    Categorias de rendimentos

    Primeira Categoria

    Segunda Categoria

    Rendimentos de trabalho dependente

    Rendimentos empresariais e profissionais

    Terceira Categoria

    Quarta Categoria

    Quinta Categoria

    Rendimentos de capitais e das mais valias

    Rendimentos prediais

    Outros rendimentos

    Categorias de rendimentos

    Primeira Categoria

    Segunda Categoria

    Rendimentos de trabalho dependente

    Rendimentos empresariais e profissionais

    Terceira Categoria

    Quarta Categoria

    Quinta Categoria

    Rendimentos de capitais e das mais valias

    Rendimentos prediais

    Outros rendimentos

    1

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    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 20

    Estou separado da minha mulher, mas no estou divorciado, posso entregar a declarao de rendimentos sozinho?

    Estando separado de facto, o Cdigo do IRPS prev a possibilidade de cada um dos cnjuges entregar separadamente a declarao dos seus rendimentos e dos dependentes a seu cargo, se os houver. Os dependentes s podem ser integrados num agregado familiar, ou seja, apenas devem ser considerados na declarao de um dos sujeitos passivos.

    O meu filho Alexandre tem 21 anos e comeou, em Julho de 2008 a trabalhar em part-time. Pode o mesmo ser considerado como dependente na medida em que aufere um baixo rendimento?

    Tendo presente que o Alexandre j no menor, ele s poderia ser considerado como dependente se ele estivesse em 2008 a frequentar a 12 classe, ensino mdio ou superior ou cumprindo servio militar obrigatrio e auferisse um rendimento anual inferior ou igual a 12 salrios mnimos do salrio mnimo nacional mais elevado, o que daria: 12 x 2.139,50 = 25.644,00 MT. Assim, se o Alexandre no estiver a estudar ou a cumprir o servio militar obrigatrio em 2008, independentemente de auferir um rendimento anual inferior ao acima mencionado, no poder ser considerado como dependente.

    O meu marido Filipe trabalhou em 2008 durante 5 meses na frica do Sul. Como j pagou l impostos sobre os rendimentos de trabalho dependente, ter de declarar os mesmos em Moambique?

    Tendo presente que o Filipe considerado residente, na medida em que esteve no territrio nacional mais de 6 meses, esto sujeitos a imposto os rendimentos obtidos no estrangeiro. Refira-se ainda que, se o Filipe permanecer menos de 6 meses em Moambique, mas tiver uma habitao em condies que faam supor a inteno de a manter e ocupar como residncia permanente, ele continua a ser considerado residente. Assim, embora j tenham sido pagos impostos na frica do Sul sobre os rendimentos l obtidos, devem os mesmos ser englobados na declarao de rendimentos de IRPS referentes a 2008 a entregar em Moambique. Tendo presente que no existe um acordo para evitar a dupla tributao com a frica do Sul, aplica-se a regra geral constante do Cdigo do IRPS que prev o direito a um crdito de imposto (ver seco 7.6.2).

    2

    3

    4

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    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 21

    6. DETERMINAO DO RENDIMENTO LQUIDO DE CADA CATEGORIA Antes de iniciar a anlise dos rendimentos de cada categoria que constituem o rendimento bruto, bem como, as respectivas dedues aplicveis para determinao do rendimento lquido de cada categoria, apresenta-se a frmula geral de clculo do IRPS:

    Frmula de clculo do IRPS

    Contribuintes casados Contribuintes no casados

    Rendimento bruto de cada categoria Cap

    tulo

    6

    - Dedues ao rendimento

    = Rendimento lquido de cada categoria

    - Deduo de perdas (prejuzos fiscais)

    - Benefcios fiscais (aplicveis 2 categoria)

    = Rendimento lquido total

    Cap

    tulo

    7

    - Abatimentos

    = Rendimento colectvel - Mnimo no tributvel

    2

    Taxa

    - Parcela a abater

    2

    = Colecta

    - Dedues colecta

    = IRPS devido

    - Retenes na fonte e pagamentos por conta

    = IRPS a pagar ou a receber

    Como se pode verificar pelo quadro acima, at ao rendimento colectvel (incluindo a deduo do mnimo no tributvel), os procedimentos de clculo do IRPS so idnticos para os contribuintes casados e no casados. As diferenas ocorrem na fase de aplicao do coeficiente conjugal 2 para os contribuintes casados, sendo os restantes passos iguais para qualquer contribuinte. Neste captulo, explica-se como so determinados os rendimentos lquidos de cada categoria incluindo a deduo das perdas e os benefcios fiscais que possam ser aplicveis, sendo o apuramento do rendimento lquido total at o IRPS a pagar ou receber tratado no capitulo seguinte.

    6.1 Primeira categoria

    6.1.1 Quais so os rendimentos que integram a Primeira Categoria?

    A primeira categoria de rendimentos compreende:

    Rendimentos de trabalho dependente, ou

    Rendimentos de natureza equiparvel, e

    Penses ou rendas vitalcias.

    Art. 2 do CIRPS

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    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 22

    Consideram-se rendimentos de trabalho dependente: Consideram-se remuneraes acessrias:

    Art. 3 do CIRPS

    Os montantes recebidos aps a verificao desses requesitos so considerados penses.

    Todas as remuneraes pagas ou postas disposio do seu titular provenientes de:

    Trabalho por conta de outrem prestado ao abrigo de contrato individual de trabalho ou a ele equiparado;

    Trabalho prestado ao abrigo de contrato de aquisio de servios quando prestado sob a autoridade e a direco do aquirente dos servios;

    Exerccio de funo, servio ou cargo pblicos;

    Pr-reforma, pr-aposentao ou reserva, ou sem prestao de trabalho,desde que os rendimentos sejam recebidos antes da verificao dos requisitos exigidos para a passagem situao de reforma ou aposentao.

    Nota: No relevante a forma de pagamento (salrios, gratificaes, percentagens, comisses, prmios, senhas de presena, participaes em multas e ou outras remuneraes acessrias), a periocidade ou se as remuneraes so fixas ou variveis ou ainda de natureza contratual ou no.

    Todas os direitos, benefcios ou regalias (no includos na remunerao principal) devidos pela prestao de trabalho ou em conexo com esta que constituam uma vantagem econmica para o respectivo beneficirio, tais como:

    Abonos de famlia e prestaes complementares na parte que exceder os limites legais (a regulamentar);

    Subsdio de refeio na parte que exceder o salrio mnimo legalmente estabelecido (1.315MT para 2008).

    Subsdios de residncia ou equivalentes, ou a utilizao de casa de habitao fornecida pela entidade patronal;

    Utilizao pessoal pelo trabalhador ou membro de rgo social de viatura automvel que gere encargos para a entidade patronal, quando exista acordo escrito entre a entidade patronal e o beneficirio sobre a imputao da viatura a este;

    Nota: Considera-se rendimento do trabalhador os benefcios ou regalias atribudos pela entidade patronal a qualquer pessoa do seu agregado familiar ou que a ele esteja ligado por vnculo de parentesco ou afinidade.

    Viagens e estadas de turismo e similares pagas pela entidade patronal e no conexas com as funces exercidas pelo trabalhador ao servio da mesma entidade;

    Impostos e outros encargos devidos pelo trabalhador e que a entidade patronal tome a seu cargo.

    Ver seco 6.1.2 sobre os

    rendimentos em

    espcie

    Todas os direitos, benefcios ou regalias (no includos na remunerao principal) devidos pela prestao de trabalho ou em conexo com esta que constituam uma vantagem econmica para o respectivo beneficirio, tais como:

    Abonos de famlia e prestaes complementares na parte que exceder os limites legais (a regulamentar);

    Subsdio de refeio na parte que exceder o salrio mnimo legalmente estabelecido (1.315MT para 2008).

    Subsdios de residncia ou equivalentes, ou a utilizao de casa de habitao fornecida pela entidade patronal;

    Utilizao pessoal pelo trabalhador ou membro de rgo social de viatura automvel que gere encargos para a entidade patronal, quando exista acordo escrito entre a entidade patronal e o beneficirio sobre a imputao da viatura a este;

    Nota: Considera-se rendimento do trabalhador os benefcios ou regalias atribudos pela entidade patronal a qualquer pessoa do seu agregado familiar ou que a ele esteja ligado por vnculo de parentesco ou afinidade.

    Viagens e estadas de turismo e similares pagas pela entidade patronal e no conexas com as funces exercidas pelo trabalhador ao servio da mesma entidade;

    Impostos e outros encargos devidos pelo trabalhador e que a entidade patronal tome a seu cargo.

    Ver seco 6.1.2 sobre os

    rendimentos em

    espcie

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    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 23

    Exemplo 1: O Roberto trabalha como contabilista numa agncia de viagens em Maputo e ganha um salrio de 15.000 MT. Como a empresa tem uma filial na Beira, Roberto mensalmente desloca-se at l e fica um dia no local, ou seja vai num dia de manh e regressa no outro de manh. A ttulo de ajudas de custo, Roberto recebeu 2.500 MT, sendo que a ajuda de custo destina-se a cobrir o alojamento e alimentao.

    Consideram-se rendimentos de natureza equiparvel ao do trabalho dependente:

    Art. 4 do CIRPS

    Remuneraes dos membros dos rgos estatutrios das pessoas colectivas ou equiparadas

    Incluem-se nestas remuneraes as auferidas pelos membros dos conselhos de administrao, mesas de assembleias gerais, conselhos fiscais de sociedades e pela gerncia de sociedades por quotas.

    Importncias que os empresrios individuais escriturem como remunerao do seu trabalho

    Incluem-se as remuneraes das pessoas que integram o agregado familiar daquele empresrio.

    Abonos para falhas na parte que exceda 5% da remunerao mensal fixa

    Estes abonos so atribudos a pessoas que tenham que movimentar numerrios (ex: tesoureiros, caixas)

    Ajudas de custo e importncias auferidas pela utilizao de automvel prprio em servio da entidade patronal na parte que excedam os limites legais

    Os limites legais para as ajudas de custo a considerar so os estabelecidos para os funcionrios do Estado com remuneraes fixas equivalentes ou mais aproximadas (Despacho do MF de 1 de Novembro de 2006). Para a utilizao de automvel prprio no existem at a data limites definidos por lei.

    Verbas para despesas de deslocao, viagens ou representao

    Apenas devem ser consideradas as que no foram objecto de prestao de contas at ao termo do exerccio.

    Quaisquer indemnizaes resultantes da constituio, extino ou modificao de relao jurdica de trabalho dependente

    Incluem-se as indemnizaes que respeitam ao incumprimento das condies contratuais ou pela mudana de local de trabalho.

    Gratificaes auferidas pela prestao de trabalho mas no atribudas pela entidade patronal

    Incluem-se as gorjetas ou outros tipos de prmios.

    Remuneraes dos membros dos rgos estatutrios das pessoas colectivas ou equiparadas

    Incluem-se nestas remuneraes as auferidas pelos membros dos conselhos de administrao, mesas de assembleias gerais, conselhos fiscais de sociedades e pela gerncia de sociedades por quotas.

    Importncias que os empresrios individuais escriturem como remunerao do seu trabalho

    Incluem-se as remuneraes das pessoas que integram o agregado familiar daquele empresrio.

    Abonos para falhas na parte que exceda 5% da remunerao mensal fixa

    Estes abonos so atribudos a pessoas que tenham que movimentar numerrios (ex: tesoureiros, caixas)

    Ajudas de custo e importncias auferidas pela utilizao de automvel prprio em servio da entidade patronal na parte que excedam os limites legais

    Os limites legais para as ajudas de custo a considerar so os estabelecidos para os funcionrios do Estado com remuneraes fixas equivalentes ou mais aproximadas (Despacho do MF de 1 de Novembro de 2006). Para a utilizao de automvel prprio no existem at a data limites definidos por lei.

    Verbas para despesas de deslocao, viagens ou representao

    Apenas devem ser consideradas as que no foram objecto de prestao de contas at ao termo do exerccio.

    Quaisquer indemnizaes resultantes da constituio, extino ou modificao de relao jurdica de trabalho dependente

    Incluem-se as indemnizaes que respeitam ao incumprimento das condies contratuais ou pela mudana de local de trabalho.

    Gratificaes auferidas pela prestao de trabalho mas no atribudas pela entidade patronal

    Incluem-se as gorjetas ou outros tipos de prmios.

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    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 24

    Exemplo 2: Ineida trabalha num banco situado na Beira e recebeu da empresa, em Outubro de 2008, 9.000 MT para pagamento da sua viagem e estadia em Maputo no mbito de uma formao para os trabalhadores. At ao fim do ano de 2008, Ineida apenas apresentou recibos referentes s despesas de viagem e alojamento no valor de 8.000 MT, tendo sido entregue o comprovante dos remanescentes 1.000 MT em Janeiro de 2009. Neste caso, os 1.000 MT sero considerados rendimento de trabalho dependente de 2008, na medida em que no foram objecto de prestao de contas at ao fim desse exerccio.

    Exemplo 3: A empresa BELEZA produz e vende cosmticos e em 2008 lanou um novo produto para tratamento de rugas. No fim do ano, a empresa decidiu oferecer uma viagem esteticista que mais tratamentos fez. Slvia, empregada do salo BEM ESTAR, foi a vencedora, pelo que dever considerar o valor da respectiva viagem, de acordo com o valor de mercado, como um rendimento do trabalho dependente. A particularidade deste tipo de rendimento no ser objecto de reteno na fonte de IRPS.

    ...continuao do Exemplo 1: Para determinar se a ajuda de custo recebida constitui rendimento tributvel, deve-se consultar o Despacho do MF de 1 de Novembro de 2006 que fixa os quantitativos de ajudas de custo e o Decreto n. 64/98, de 3 de Dezembro, que estabelece as carreiras e grupos salariais dos funcionrios pblicos. Assim, conclui-se que a categoria de contabilista corresponde ao grupo salarial 8, sendo definido para esta categoria uma ajuda de custo diria de 1.500 MT. Caso o trabalhador exera uma funo de chefia, pode o quantitativo da ajuda de custo ser maior consoante o grupo de funes que lhe corresponder. Note-se que o vencimento auferido pelo trabalhador no relevante para determinar o montante limite da ajuda de custo. Tendo presente que a empresa atribuiu uma ajuda de custo de 2.500 MT, constitui rendimento tributvel a diferena de 1.000 MT.

    Consideram-se penses, as importncias pagas ou colocadas disposio dos respectivos titulares a ttulo de:

    Prestaes devidas a ttulo de penses de aposentao ou de reforma, velhice, invalidez ou sobrevivncia, bem como outras de idntica natureza e ainda as penses de alimentos;

    Prestaes a cargo de companhias de seguros, fundos de penses, ou quaisquer outras entidades, devidas no mbito de regimes complementares de segurana social em razo de contribuies da entidade patronal;

    Penses e subvenes no compreendidas nas alneas anteriores;

    Rendas temporrias ou vitalcias.

    Art. 5 do CIRPS

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    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 25

    6.1.2 Como avaliar os rendimentos em espcie?

    Os rendimentos em espcie devem ser quantificados em Meticais de acordo com as seguintes regras, de aplicao sucessiva:

    Pelo preo tabelado oficialmente;

    Pela cotao oficial de compra;

    Pelo valor de mercado, em condies de concorrncia.

    No caso de utilizao de habitao: Sendo que:

    o valor do uso igual renda suportada em substituio do beneficirio;

    no havendo renda, o valor do uso igual ao valor da renda determinada segundo o valor do mercado, em condies de concorrncia, com o limite mximo de 1/6 do total das remuneraes auferidas pelo beneficirio;

    quando para a situao em causa estiver fixado por lei subsdio de residncia ou equivalente quando no fornecida casa de habitao, o valor de uso no pode exceder, em qualquer caso, esse montante.

    No caso de emprstimos sem juros ou a taxa de juro reduzida: Sendo que a taxa de juro de referncia a que corresponde para o tipo de operao em causa, devendo ser considerada a taxa de redesconto do Banco de Moambique, divulgada por Aviso daquela Instituio e em vigor no incio da cada ano civil. No caso de atribuio do uso de viatura automvel pela entidade patronal: No caso de aquisio de viatura automvel pelo trabalhador ou membro de rgo social da empresa em que j tenha havido atribuio do uso da mesma:

    Art. 28 do CIRPS

    Rendimento em espcie = Valor do uso - Importncia paga a esse ttulo pelo beneficirio

    Rendimento em espcie = Capital x (Taxa de juro de referncia - Taxa de juro eventualmente suportada pelo beneficirio)

    Rendimento em espcie (anual) = Custo de aquisio x 0,25% x n. de meses de utilizao

    Rendimento em espcie = Valor mdio de mercado - (Total dos rendimentos tributados anteriormente pela atribuio de

    uso de viatura + Preo de aquisio)

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    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 26

    6.1.3 Quais os rendimentos no sujeitos e isentos desta categoria?

    Tanto os rendimentos no sujeitos como os isentos no constituem rendimento tributvel, no sendo assim englobados para efeitos de determinao do rendimento colectvel do IRPS. Contudo, ainda que no englobados para efeitos de tributao, os rendimentos isentos so includos para efeitos de determinao da taxa a aplicar aos restantes rendimentos. Consideram-se no sujeitos a IRPS, os seguintes rendimentos:

    Prestaes efectuadas pelas entidades patronais para regimes obrigatrios ou complementares de segurana social que garantam exclusivamente benefcios em caso de reforma, invalidez ou sobrevivncia;

    Utilizao e fruio de realizaes de utilidade social e de lazer mantidas pela entidade patronal, tais como:

    - Creches, infantrios jardins-de-infncia, cantinas, bibliotecas, escolas, preveno e assistncia mdica e medicamentosa aos doentes infectados com SIDA, desde que seja em benefcio do pessoal da empresa e seus familiares e de fruio geral e no individualizada;

    - Seguros de doena, acidentes pessoais ou seguros de vida que garantam exclusivamente os riscos de morte ou invalidez, desde que atribudos de acordo com um critrio objectivo e idntico a todos os trabalhadores permanentes da empresa e sejam celebrados contratos de seguros com empresas de seguros residentes em Moambique;

    Prestaes relacionadas exclusivamente com aces de formao profissional dos trabalhadores, ministradas quer pela entidade patronal, quer por organismos de direito pblico ou outra entidade reconhecida para tal pelos Ministrios competentes;

    Indemnizaes por despedimento com justa causa recebidas pelo trabalhador, decorrentes da resciso do contrato de trabalho por iniciativa do empregador ou do trabalhador.

    Consideram-se rendimentos isentos do IRPS as penses, conforme definidas na seco 6.1.1.

    6.1.4 Como apurar o rendimento lquido da 1 categoria?

    Para determinao do rendimento lquido da 1 categoria, so deduzidos aos rendimentos brutos por cada titular que os tenha auferido, os seguintes montantes:

    As quotizaes sindicais;

    As indemnizaes pagas pelo trabalhador sua entidade patronal por resciso unilateral do contrato individual de trabalho sem aviso prvio em resultado de sentena judicial ou de acordo judicialmente homologado.

    Art. 6 e 7 do CIRPS

    Art. 29 do CIRPS

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    ACIS em cooperao com GTZ APSP e Deloitte

    Verso: IRPS 01 Janeiro 2009 Pgina 27

    Exemplo: Em 2008, os rendimentos e encargos do casal Alfredo e Catarina foram:

    Rendimentos em MT: Alfredo Catarina Salrios 150.000 60.000 Encargos em MT: INSS 4.500 1.800 Quotizaes para o Sindicato 1.500 Indemnizao judicialmente acordada,