manual do consultor sebrae

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 1 Projeto EDUCAMPO  Anota ções Belo Horizonte - MG  2004 PROJETO EDUCAMPO M  ANUAL  DO CONSULTOR TÉCNICO DE C  A MPO

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Anotaes

PROJETO EDUCAMPO

MANUAL DO CONSULTOR TCNICO DE CAMPO

Belo Horizonte - MG 20041

Projeto EDUCAMPO

Anotaes

Ficha Tcnica 2004. Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais SEBRAE/MG Av. Baro Homem de Melo, n 329 - Nova Sua - Belo Horizonte - MG - CEP: 30.460-090 Telefone: (31) 3371- 8993 - www.sebraemg.com.br SEBRAE NACIONAL Presidente do Conselho Deliberativo Nacional Armando de Queiroz Monteiro Neto Diretor Presidente Silvano Gianni Diretor Administrativo Financeiro Paulo Tarciso Okamotto Diretor Tcnico Luiz Carlos Barboza Gerente da Unid. de Desenv. Setorial Vincios Nobre Lages

Coordenao Tcnica Reginaldo Rezende - Sebrae Nacional e Priscilla Magalhes Gomes Lins - Sebrae MG.

SEBRAE MINAS GERAIS Presidente do Conselho Deliberativo Luiz Carlos Dias de Oliveira Diretor Superintendente Edson Gonalves Sales Diretor de Comerc. e Artic. Regional Sebastio Costa da Silva Diretor de Desenv. e Administrao Luiz Mrcio Haddad Pereira Santos Gerente de Planej. e Desenvolvimento Marise Xavier Brando

Equipe Tcnica Responsvel pela Elaborao do Manual Pierre Santos Vilela - Elo Consultoria Priscilla Magalhes Gomes Lins - Sebrae MG Sebastio Teixeira Gomes - Universidade Federal de Viosa Christiano Nascif - Universidade Federal de Viosa Karla Fernanda Cardoso - Sebrae ES Carlos Alberto Santos do Valle - Sebrae MS Marcos Antnio Martins Fontes - Sebrae AL Colaboraram: Alexandre Maroso Gessi e Willian Marchi Equipe Tcnica de Consultores Externos Sebastio Teixeira Gomes - Universidade Federal de Viosa Sebastio Cesar Cardoso Brando - Universidade Federal de Viosa Christiano Nascif - Labor Rural Jadercy Arajo da Silva - Labor Rural Jos Ricardo Rodrigues Pollastri - Labor Rural

Ficha Catalogrfica

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SUMRIOAPRESENTAO.......................................................................................................................... 05

1. Introduo ........................................................................................................................... 07 2. Empreendendo com o Educampo ...................................................................................... 08

PARTE I - CONHECENDO O PROJETO EDUCAMPO

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3. O que o Projeto Educampo .............................................................................................. 15 3.1. Nossos Objetivos ......................................................................................................... 15 3.2. Nossos Princpios ........................................................................................................ 16 4. Quem quem no Projeto .................................................................................................... 20 4.1. Identificao dos atores ............................................................................................... 20 4.2. Quais atribuies e responsabilidades assumo com o Projeto .................................. 21 4.3. O produtor rural ............................................................................................................ 23 4.4. Quais atribuies e responsabilidades dos demais atores ........................................ 25

PARTE II - OPERACIONALIZANDO O SERVIO DE CONSULTORIA

......................................... 31

5. Iniciando os trabalhos no Projeto Educampo ..................................................................... 33 6. Atividades de Implementao ............................................................................................. 35 6.1. Como fazer os diagnsticos das propriedades participantes ..................................... 35 6.1.1. Recuperao dos dados do ano anterior e elaborao do RD e IR anual ........... 40 6.2. Pactuao de metas .................................................................................................... 40 6.3. Como fazer o planejamento da propriedade ............................................................... 41 7. Atividades de Consolidao e Continuidade ....................................................................... 44 7.1. Como conduzir a consultoria tcnica no campo ......................................................... 44 7.2. Capacitao dos produtores rurais e da mo-de-obra ................................................ 45 8. Atualizao, Acompanhamento e Avaliaes ..................................................................... 47 8.1. Atualizao dos Consultores Tcnicos de Campo ..................................................... 47 8.2. Acompanhamento ........................................................................................................ 47 8.2.1. Calendrio das atividades de acompanhamento ................................................. 48 8.3. Avaliaes ..................................................................................................................... 49 8.3.1. Calendrio das atividades de avaliao ................................................................ 50 9. Gesto da Informao e do Conhecimento ........................................................................ 51 10. Resultados Esperados ..................................................................................................... 53

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Projeto EDUCAMPO

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SUMRIOPARTE III - ANEXOS.................................................................................................................. 55

Anexo A .................................................................................................................................... 57 A.1. Modelo de Relatrio de Assistncia Tcnica (visita) ................................................... 57 A.2. Modelo do Mapa de Avaliao da Gesto por Resultados ........................................... 59 Anexo B - Formas de Atuao junto ao Projeto ...................................................................... 63 B.1. Cooperativa de Trabalho ............................................................................................. 63 B.2. Pessoa Jurdica - Empresa Prestadora de Servios ................................................. 63

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APRESENTAOO Projeto EDUCAMPO uma iniciativa do SEBRAE introduzida em 1997 em Minas Gerais, idealizado como um modelo de assistncia gerencial e tecnolgica intensiva, para grupo de produtores de uma mesma atividade econmica, vinculados a uma agroindstria. O Projeto procura agregar ao conceito da assistncia tcnica tradicional, a gesto de negcios, normalmente uma das maiores deficincias encontradas junto aos empresrios rurais, ampliando a capacidade do produtor em gerir sua atividade. Esse diferencial permite aplicar melhorias tcnicas capazes de imprimir ganhos quantitativos e qualitativos ao produto primrio, melhorando os indicadores tecnolgicos e econmicos das propriedades. Para a empresa parceira, a garantia de oferta de matria-prima mais adequada s necessidades do mercado em quantidade e qualidade, e a aproximao com seus fornecedores facilitando seu processo de planejamento e reduzindo, consequentemente, as incertezas em torno do negcio, so benefcios diretos de sua participao no Projeto. Inicialmente proposto para a cadeia produtiva do leite, o modelo se mostrou aplicvel e til a outras cadeias produtivas, sendo estendido s atividades de cana-de-acar e caf. Os resultados apresentados at o momento, pelos vrios grupos de produtores, revelam o xito do projeto e demonstram que o modelo de extenso proposto se adequa perfeitamente a essas diferentes realidades. Este Manual estabelece os padres de conduo do Projeto, apresentando as etapas de operacionalizao da consultoria gerencial e tecnolgica e as atribuies e responsabilidades de cada ator, fundamentais ao bom andamento das aes previstas e necessrias para alcanar os objetivos propostos. Desta forma, este ser um instrumento de trabalho e consulta permanente, que norteia as aes, estabelece os compromissos e responsabilidades e disponibiliza os meios necessrios ao planejamento e execuo dos trabalhos dos Consultores Tcnicos do Projeto EDUCAMPO, buscando garantir sua eficcia e eficincia na melhoria das condies humanas, econmicas e sociais dos Produtores Rurais atendidos.

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Projeto EDUCAMPO

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1. INTRODUOEducar. (verbo transitivo direto) - Promover a educao de. Transmitir conhecimento, instruir. Educao. (substantivo feminino) Ato ou efeito de educar(-se). Processo de desenvolvimento da capacidade fsica, intelectual e moral do ser humano, visando sua melhor integrao individual e social. Instruo, ensino.

O interesse pela educao do homem do campo, a preocupao com a migrao das populaes do meio rural e a necessidade crescente de alimentos foram as justificativas para o incio do servio de extenso rural no Brasil, que data de 1948, a partir da criao da ACAR Associao de Crdito e Assistncia Rural, em Minas Gerais. Os princpios do modelo adotado para a extenso rural no pas, adaptado da experincia norte-americana, eram baseados na educao, capacitao e desenvolvimento econmico do agricultor, utilizando-se instrumentos como o Crdito Rural, o repasse de tecnologias, a formao de grupos para desenvolvimento das comunidades, treinamento e atividades de socializao e entretenimento. A atividade de extenso rural , portanto, bastante complexa, pois envolve pessoas, processos e conceitos, imersos no ambiente (poltico, econmico e social), o que lhe imprime um grande dinamismo, dificultando o estabelecimento de uma metodologia estanque, nica e fechada. A frmula possui muitas variveis e o desafio levar s pessoas a informao que possibilite a satisfao de suas necessidades. As variveis mais importantes, ento, so as prprias pessoas e o ambiente que as cerca, que do um carter peculiar a cada ao e a cada grupo ou comunidade envolvido. O Projeto EDUCAMPO , em suma, uma oportunidade, pois atende a necessidade premente no setor rural, lacuna deixada pela perda de efetividade do servio pblico de extenso, que agrega valor, inserindo o conceito de gesto na assistncia tcnica tradicional, e abre um imenso campo de trabalho aos profissionais das reas de cincias agrrias e medicina veterinria. Voc est recebendo este manual para complementao de sua capacitao na metodologia do Projeto EDUCAMPO. Aqui esto descritas, em detalhes, as informaes sobre as atividades de implementao junto aos novos grupos de produtores e a rotina de sua atuao junto ao Projeto, necessrias gesto de cada propriedade e do grupo de produtores. Consulte-o sempre que necessrio e retire quaisquer dvidas com a equipe do SEBRAE em seu estado.7

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2. EMPREENDENDO COM O EDUCAMPOOnde quer que exista uma necessidade, h uma oportunidade. Philip Kotler.

O Projeto EDUCAMPO um produto concebido a partir da identificao clara de uma oportunidade de atuao no setor rural: a necessidade de melhorar o acesso dos Produtores Rurais informao gerencial, em especial, e tcnica, possibilitando seu crescimento humano, econmico e social. O SEBRAE identificou, ao longo do seu trabalho com o setor produtivo rural, a deficincia da assistncia, agravada ano-a-ano pela sada gradual do setor pblico da atividade. Observou-se, ainda, que a gesto de negcios uma das maiores carncias demonstradas pelos Produtores Rurais, muitas vezes eficientes em produzir, mas na sua grande maioria com dificuldades de conduzir a gesto de seus empreendimentos. Para essa ao, o SEBRAE busca no mercado profissionais da rea de cincias agrrias que so treinados e habilitados a empreender junto com o Projeto. O empreendedorismo a capacidade de identificar oportunidades de negcios que possam ser implementadas no momento apropriado e de forma vivel, observando os recursos financeiros, materiais e humanos disponveis, com foco nas necessidades dos clientes (consumidores). As oportunidades surgem no mercado em uma das seguintes situaes: a) H deficincia de um produto ou servio; b) Pode-se melhorar um produto ou servio que ofertado atualmente; c) Pode-se fornecer um novo produto ou servio, inexistente no mercado. O Projeto EDUCAMPO se enquadra nas trs situaes, pois: Entra em um mercado carente de assistncia, devido lacuna deixada pela perda de efetividade dos servios pblicos de extenso rural; Melhora a oferta, agregando o conceito de gesto e controle da atividade assistncia tcnica tradicional; notadamente um novo servio, que busca ser inovador atravs da transmisso eficaz do conhecimento, mensurvel em seus resultados e adaptvel s comunidades, aos diversos ramos de negcios e ao mercado em constante mutao. Participar do EDUCAMPO abre o imenso mercado, organizado, de extenso rural para a iniciativa privada, que vinha atuando tmida e limitadamente, devido grande disperso dos produtores rurais e a falta de uma estrutura que apoiasse as aes.8

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A figura do tradicional extensionista, arreigado s questes puramente tcnicas da produo, evolui para o Consultor Tcnico, que atua fundamentalmente na educao para gesto do empreendimento rural, atravs da disseminao do conhecimento gerencial, mercadolgico e tecnolgico. O registro e anlise dos dados gerados na propriedade permitem ao Consultor gerar as informaes necessrias para orientar e apoiar o processo de tomada de decises do produtor rural, dando solidez s iniciativas e aos processos inovadores implementados.

COMPROMISSO COM O MEU CLIENTE E O MEU EMPREENDIMENTO

Quero dirigir por princpios e no por procedimentos. Isso significa que, quando surge uma situao, voc no vai a um manual, pois sabe em seu corao e em sua cabea o que fazer. Lou Gerstner - CEO da IBM

O Projeto EDUCAMPO uma oportunidade de negcio e, para tanto, pressupe o compromisso com a metodologia e com o cliente. Compromisso no obtido com tcnicas e normas, e nem se trata de uma questo de informaes, conhecimentos e habilidades. Compromisso uma questo de atitude e sua base est nos princpios ou valores humanos. O Consultor Tcnico do Projeto um empreendedor, dono de um negcio, que tambm deve ser planejado e desenvolvido utilizando a plataforma da extenso rural privada. A pergunta que surge : Como devo planejar ou estruturar minha empresa para atuar no EDUCAMPO? Em primeiro lugar, crie uma viso e um sentido de propsito para seu empreendimento. Uma viso clara de como quer que seja a sua empresa, englobando a compreenso de como quer tratar os seus clientes, e um propsito de como deve funcionar o seu negcio. Introduza alguns novos paradigmas no seu modo de agir e pensar: Vontade, para superar os obstculos e romper os limites; Disciplina, para manter o compromisso, no ceder negligncia e a preguia, fazer bem feito na primeira vez, envolver-se para valer com os clientes e seus problemas, escolher pelo certo, pelo tico e pelo verdadeiro, ainda que seja a alternativa mais difcil; e Perseverana, para no desistir, reconhecendo que os problemas surgem naturalmente e que so necessrios para desenvolvermos nossas competncias.9

Projeto EDUCAMPO

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INSERINDO A EMPRESA NO AMBIENTEToda empresa deve prever como ser suas relaes com o ambiente externo, inclusive seus clientes, e com o futuro. preciso vislumbrar um cenrio futuro, onde o negcio ser inserido, observando os novos rumos da economia, transformando aquela imagem de futuro para o processo decisrio. Ao longo da trajetria traada, a partir desse cenrio, o empresrio dever ser capaz de responder s seguintes perguntas: Estamos atuando no melhor foco? Os nossos diferenciais continuam suprindo as expectativas dos nossos clientes? Estamos aproveitando o melhor das nossas competncias? Faa esse exerccio constantemente, afinal o ambiente onde a sua empresa atua est sempre em movimento, alterando-se. O cliente tambm mvel e as suas necessidades so mutveis, exigindo sempre novas alternativas para surpreend-lo. Deve-se trabalhar com a imaginao, e no por repetio, pois nem sempre o que bom para um, bom para outro ou, ainda, o que foi bom em um determinado tempo, ser til novamente.

O PAPEL DO EMPRESRIOO empresrio a alma da empresa e cabe a ele prever as provveis ameaas e oportunidades, identificando o que tem ou no de ser feito. Atentamente, o empresrio observa o ambiente, interpreta as informaes frente sua realidade e determina uma ao (reao) quela situao. Devese estar preparado para agir positivamente, convertendo ameaas em oportunidades e oportunidades em realizaes.

PLANEJANDO O NEGCIOOs objetivos e intenes gerados a partir de uma oportunidade identificada devem ser traduzidos em metas quantificveis. Neste momento, tenta-se estimar as receitas, as despesas e o lucro proporcionado pelo empreendimento. A partir desse plano de negcio ou plano de metas, definem-se os vrios indicadores que demonstraro o andamento e cumprimento do que foi planejado. Os indicadores de desempenho medem o corpo do negcio: produtividade, lucratividade, qualidade e eficincia. Acrescenta-se os indicadores de satisfao dos clientes. Com os indicadores obtemos condies de avaliar e corrigir rumos na conduo do negcio.10

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Eles nos permitem dizer: O que foi bem feito; Se pudssemos voltar atrs, o que deveramos ter feito de diferente; O que deve ser melhorado; Quais as lies deixadas pelo planejamento.

FORTALECENDO MEU EMPREENDIMENTO DENTRO DO PROJETOEm uma primeira direo, o consultor deve trabalhar fortemente no sentido da qualidade do servio prestado e da satisfao do cliente. Deve-se ter em mente que, diferentemente dos produtos materiais, a fabricao de servios ocorre simultaneamente com sua venda, tornando impossvel verificar, antecipadamente, se o que foi prometido o que est sendo efetivamente entregue ao cliente final. Procure interagir muito com o produtor, rompendo gradativamente as barreiras naturais que aparecem no incio dos trabalhos, buscando ganhar confiana, respeito e um bom relacionamento entre as partes. So fatores que podero manter esse cliente dentro do Projeto, mesmo que dificuldades na sua evoluo tcnica e econmica surjam ao longo dos trabalhos. Em outra direo, busque ampliar sua base de clientes. Veremos neste manual que o Projeto prope trabalhar grupos de 15 a 25 produtores, o que garante uma remunerao mnima e a qualidade do atendimento, e que a responsabilidade da captao dos produtores da empresa parceira (a agroindstria ou cooperativa). Voc tambm deve atuar nessa captao, principalmente a partir do momento que sentir que o desempenho dos seus atuais clientes permite demonstrar os resultados gerados pelo seu trabalho e conquistar novos clientes. Pense, tambm, na possibilidade de sua empresa crescer junto com o Projeto. Muitos se limitam a vislumbrar a eupresa, um nico indivduo que capaz de atender bem somente a 20 ou 25 produtores. Mas uma equipe, composta de tcnicos e outros profissionais dentro de sua empresa, poder assumir outros produtores, alm do limite estabelecido, ou outros grupos, ampliando sua atuao junto ao Projeto. Em ambas as direes apresentadas v-se claramente a necessidade de se esforar para crescer, no esperando que o SEBRAE ou a empresa parceira do Projeto faa as coisas acontecerem. Essa atitude deve estar incorporada sua rotina de atividades dentro do Projeto EDUCAMPO.

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PARTE I

CONHECENDO O PROJETO EDUCAMPO

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3. O QUE O PROJETO EDUCAMPOA extenso rural um processo educacional do homem do campo, permanente e em constante aprimoramento, que visa seu desenvolvimento econmico, tcnico, social e humano, implementando as mudanas adequadas e necessrias sua realidade, com a participao efetiva de todos os envolvidos. O EDUCAMPO um projeto de educao voltado ao homem do campo, dinmico e permanente, que busca, atravs da capacitao gerencial e tecnolgica de grupos de Produtores Rurais, desenvolver todos os aspectos de gesto da propriedade, tornando-os mais eficientes e competitivos, e, consequentemente, melhorando sua qualidade de vida. Trata-se de uma atividade de extenso rural, que leva informaes para aprimorar o conhecimento do Produtor Rural. A extenso rural caracterizada pelos seguintes componentes: A educao (no-formal); O desenvolvimento social e humano; O desenvolvimento agrrio (econmico e tcnico); A participao; e A mudana.

O produto ou resultado do Projeto EDUCAMPO a capacitao gerencial e tecnolgica continuada dos Produtores Rurais de uma mesma atividade econmica, em grupos de 15 a 25 produtores, ligados uma cooperativa ou agroindstria parceira, considerando-se ideal o nmero de 20 produtores. A agroindstria ou cooperativa parceira do projeto e participa da gesto dos grupos ligados ela, destacando um tcnico de seu staff para acompanhar as atividades e avaliaes. A consultoria tcnica ser oferecida atravs de uma visita mensal obrigatria a cada propriedade e visitas eventuais, conforme solicitao do produtor e disponibilidade do Consultor Tcnico, essas ltimas com custo adicional para o produtor.

3.1. NOSSOS OBJETIVOS OBJETIVO GERALPromover a educao do homem do campo, atravs de consultoria gerencial e tecnolgica, proporcionando o desenvolvimento de seu negcio e o crescimento econmico da empresa parceira, estendendo seus benefcios a toda cadeia produtiva.15

Projeto EDUCAMPO

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OBJETIVOS ESPECFICOS1. Viabilizar o acesso consultoria gerencial e tecnolgica como insumo estratgico para a capacitao do produtor e a modernizao dos processos de produo agropecuria, integrando o Produtor Rural ao complexo agroindustrial; 2. Orientar sobre o gerenciamento da empresa rural e difundir inovaes atravs de grupos de produtores, aumentando sua produtividade; 3. Trazer retorno econmico ao produtor, criando condies de aumento do seu lucro, e agroindstria ou cooperativa parceira local; 4. Gerir co-participativamente o Projeto em parceria com cooperativas ou agroindstrias, da qual os produtores atendidos sejam fornecedores, fortalecendo o conceito de cadeia produtiva; 5. Estimular o senso cooperativo dos produtores, no apenas pelo compartilhamento da consultoria tcnica do Projeto EDUCAMPO, mas pelo estmulo realizao de atividades em grupo; 6. Utilizar os grupos de produtores como referncia, facilitando a multiplicao de aes junto aos demais produtores no-participantes, extrapolando os resultados do EDUCAMPO; e 7. Estimular a terceirizao da assistncia tcnica nas empresas parceiras como alternativa ao modelo atual adotado pelas mesmas. A consultoria gerencial e tecnolgica eficiente e eficaz o objetivo do Projeto.

3.2. NOSSOS PRINCPIOSSeis princpios bsicos norteiam o Projeto EDUCAMPO: Cadeia produtiva; Consultoria tecnolgica e gerencial; Pagamento do servio pelos produtores; Grupo de produtores e efeito-demonstrao; Parceria operacional com a agroindstria ou cooperativa; Avaliao sistemtica de resultados.

CADEIA PRODUTIVAA cadeia produtiva o grupamento de todas as atividades produtivas e servios que acompanham a transformao de um produto, desde os insumos at a distribuio, alcanando o consumidor final.16

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Figura 1: Cadeia Produtiva

Sementes, adubos, calcrio, agrotxicos, tratores, implementos, etc.

Produo Rural

Beneficiamento e industrializao rural

Comercializao: atacado e varejo

Consumidor final

Servios: bancos, seguro, transporte, pesquisa, extenso rural, bolsa de mercadorias, etc.

A estrutura do Projeto EDUCAMPO est inserida no contexto das cadeias produtivas do agronegcio, onde o servio de extenso rural um dos elementos componentes, com foco no gerenciamento da produo agropecuria e acessrio ao fluxo de produtos identificados na cadeia, visando a melhoria de qualidade e a garantia de oferta (quantidade) desses produtos.

CONSULTORIA GERENCIAL E TECNOLGICAA consultoria gerencial e tecnolgica a forma de ao do Projeto junto ao produtor rural. A gesto do negcio, uma das maiores deficincias do setor produtivo primrio no pas, priorizada no Projeto, sem descuidar das questes tcnicas, partindo do diagnstico da propriedade e do planejamento da empresa rural ao estabelecimento de metas e de um cronograma de atividades e avaliao de resultados. A questo gerencial o grande diferencial do produto e priorizada com foco central em custos, pois permite avaliar o impacto econmico das inovaes implementadas na propriedade, saindo do modelo puramente tecnicista, predominante no sistema atual, para um modelo tcnico-gerencial.

PAGAMENTO DO SERVIO PELOS PRODUTORESEm essncia, o Projeto EDUCAMPO um servio de consultoria paga, que visa aprimorar as capacidades gerencial e tecnolgica dos Produtores Rurais atendidos, atravs da transmisso do conhecimento pelos consultores tcnicos de campo. Quando o produtor paga pelo servio de extenso, tem condies de avaliar a relao custo/benefcio, permanece interessado na orientao e se compromete com os resultados. A metodologia permite a participao da agroindstria ou cooperativa parceira nos custos de manuteno da atividade dos consultores tcnicos. Essa participao poder atingir at 50% (cinquenta porcento) do custo de cada Consultor Tcnico, podendo ser reduzida de forma programada, gradativamente.17

Projeto EDUCAMPO

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GRUPO DE PRODUTORES E EFEITO-DEMONSTRAOA consultoria oferecida a grupo de produtores, selecionados entre os fornecedores da empresa parceira, em nmero de 15 a 25, e que tenham abertura e predisposio ao aprendizado e adoo das mudanas sugeridas pelos consultores tcnicos. O trabalho em grupo fortalece as relaes, desenvolve o senso cooperativo e favorece a competio benfica entre os participantes, criando um ambiente motivador e desafiador permanente ao trabalho, ponto fundamental para a sustentabilidade do projeto. Transformando o grupo em referncia para outros produtores no participantes, atravs da demonstrao dos resultados obtidos, cria-se um efeito multiplicador, ampliando o alcance dos benefcios do projeto e, consequentemente, atraindo novos parceiros e clientes. Da mesma forma, dentro dos grupos, identificar um ou mais produtores que se destaque na absoro do conhecimento e aplicao da metodologia, tornando-o referncia para os demais. Na propriedade desse produtor podero ser realizados encontros tcnicos e dias-de-campo, a fim de incentivar a participao dos demais produtores do grupo.

PARCERIA OPERACIONAL COM A AGROINDSTRIA OU COOPERATIVAA agroindstria ou a cooperativa exerce um papel fundamental na estrutura da cadeia: decodifica os desejos e exigncias do consumidor; estimula/exige o desenvolvimento do produtor; e configura-se como o brao econmico do produtor. Essas empresas so, portanto, parceiras do Projeto e, de forma coparticipativa, atuam diretamente nas suas vrias fases, desde a seleo dos produtores, na gesto do Projeto, colaborando para o bom andamento das atividades propostas, na avaliao e divulgao dos resultados alcanados e na sua manuteno, participando dos custos do Projeto. Essa parceira pr-ativa fundamental para a manuteno de um propsito unificador dos produtores assistidos e para a motivao para a melhoria, assim como para viabilizar o Projeto. Sem o envolvimento da agroindstria ou cooperativa no h condies efetivas de alavancagem do projeto, pois esta exerce a co-gesto do mesmo, sendo, ainda, beneficiria direta dos resultados alcanados com seus fornecedores.

AVALIAO SISTEMTICA DE RESULTADOSUm diferencial importante do Projeto EDUCAMPO a gesto por resultados, com metas estabelecidas entre os vrios atores e a mensurao e acompanhamento da evoluo de diversos indicadores tcnicos e econmicos, que impactam as propriedades rurais assistidas e as empresas parceiras.18

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A partir de metas pactuadas entre empresa parceira, consultor tcnico e SEBRAE, so definidos planos de ao para cada produtor, em consonncia com a capacidade do mesmo, as necessidades da empresa parceira e a evoluo mnima de alguns indicadores estabelecida pelo SEBRAE. O objetivo assegurar a convergncia das aes na direo dos resultados esperados. A avaliao contnua da efetividade da consultoria feita mensurando-se os resultados alcanados pelas inovaes gerenciais e tecnolgicas implementadas e o progresso do Produtor Rural assistido. A partir da coleta dos dados nas propriedades, a gesto da informao, atravs do software de Processamento de Clculo de Custos PCC utilizado pelos Consultores Tcnicos, e do conhecimento, atravs da Central de Processamento de Dados do Educampo - CPDE, permite auferir os ganhos dos clientes e parceiros do Projeto, certificando a eficcia do modelo.

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Projeto EDUCAMPO

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4. QUEM QUEM NO PROJETO4.1. IDENTIFICAO DOS ATORESO Projeto EDUCAMPO compreende uma srie de atores para sua implementao e execuo, envolvidos desde a coordenao e gesto do projeto, como na conduo das atividades de campo, na atualizao dos consultores tcnicos e na auditoria de processos. Todo esse aparato humano envolvido deve estar ciente de suas responsabilidades e de seu papel dentro do projeto, assim como o Produtor Rural , alvo da ao, deve estar ciente sobre o produto que lhe ser entregue e como cada um desses atores se envolvem no desenvolvimento das atividades. Esto presentes fundamentalmente cinco atores no Projeto: I. SEBRAE (Gestor Estadual e Tcnico de Ponta) II. Coordenador Tcnico III. Coordenador da Empresa Parceira (Cooperativa/Agroindstria) IV. Produtor Rural V. Consultores Tcnicos de Campo

I. SEBRAE/UF (GESTOR ESTADUAL E TCNICO DE PONTA)O SEBRAE Estadual responsvel pela sensibilizao, implementao, apoio e coordenao geral do projeto em cada Estado, pela capacitao e atualizao dos consultores de campo e pela gesto, alm do funcionamento do projeto e das pessoas envolvidas, de todas as informaes produzidas em cada grupo de produtores, consolidando os resultados do Projeto em geral. Para tanto, dever existir na estrutura do SEBRAE Estadual um Coordenador Geral ou Gestor Estadual, do setor de Agronegcios ou rea afim, e o Tcnico de Ponta, que responsvel pelas atividades do SEBRAE em determinado municpio ou microrregio e acompanhar de perto as atividades e apoiar, localmente, as iniciativas e aes propostas pelos grupos.

II. COORDENADOR TCNICOO Coordenador Tcnico terceirizado, contratado pelo SEBRAE Estadual para a coordenao geral, acompanhamento e avaliao dos grupos e dos Consultores Tcnicos de Campo. O controle das atividades, das informaes e dos resultados de cada grupo ficam a cargo do Coordenador Tcnico, que assume a co-responsabilidade de gesto junto aos clientes e parceiros do projeto. um profissional com conhecimentos tcnicos que lhe permitiro dar suporte, acompanhar e avaliar de perto o desenvolvimento dos trabalhos junto aos vrios grupos de produtores.20

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Outros consultores estaro presentes, contratados pelo SEBRAE, para a capacitao e atualizao dos Consultores Tcnicos e outras atividades tcnicas requeridas pelo Projeto.

III. COORDENADOR DA EMPRESA PARCEIRAA cooperativa/agroindstria parceira impactada diretamente pelos ganhos auferidos pelo Projeto e participa conjuntamente da gesto dos grupos de produtores, disponibilizando um tcnico de seu staff para implementar, acompanhar, avaliar e desenvolver as atividades propostas. O Coordenador da Empresa Parceira responder pela empresa junto ao Projeto, assim como far a gesto conjunta dos grupos com o SEBRAE Estadual e o Coordenador Tcnico.

IV. PRODUTOR RURALO Produtor Rural o alvo da ao de consultoria gerencial e tecnolgica oferecida pelo Projeto. Seu compromisso, sua participao efetiva em todas as atividades propostas e o acompanhamento dos resultados, so as premissas exigidas para sua participao. Qualquer desvio ou demonstrao de falta de interesse implicar em seu desligamento.

V. CONSULTOR TCNICO DE CAMPOO Consultor Tcnico de Campo selecionado, avaliado e capacitado para atuar no projeto, sendo responsvel pelos grupos de produtores e pela aplicao da metodologia. terceirizado e contratado pelos produtores e pela empresa parceira. No h contrato com o SEBRAE, que se incumbe da gesto do Projeto. Sua dedicao exclusiva ao Projeto, sendo vedado o oferecimento de consultorias extra-contrato e a venda de insumos ou outros produtos aos produtores assistidos ou fora do Projeto.

4.2. QUAIS ATRIBUIES E RESPONSABILIDADES ASSUMO COM O PROJETOO compromisso com a metodologia, o bom atendimento aos clientes do Projeto e a competncia para educar o Produtor Rural e atingir as metas propostas so, em sntese, as atribuies e responsabilidades do Consultor Tcnico de Campo. Detalhadamente, so deveres do Consultor Tcnico de Campo: a) responsabilidade do Consultor Tcnico mostrar resultados prticos das propriedades que assiste. No basta cumprir as metas fsicas (visitas, horas trabalhadas, misses, etc). A metodologia deve ser aplicada a fim de alcanar o objetivo maior do EDUCAMPO, que ensinar ao produtor a gerenciar profissionalmente suas atividades;21

Projeto EDUCAMPO

Anotaes

b) Orientar o empresrio rural, participante do Projeto EDUCAMPO, nas questes de gerenciamento da empresa e tcnicas de produo; c) Atender as propriedades participantes do Projeto EDUCAMPO (visita tcnica), permanecendo pelo tempo necessrio para a realizao de todas as orientaes; d) Preencher o relatrio de assistncia tcnica em cada visita empresa rural, solicitando ao empresrio sua assinatura; e) Nas primeiras visitas empresa rural, elaborar o planejamento da empresa para o perodo de 1(um) ano. Tal planejamento dever receber a aprovao do produtor; f) Incluir no planejamento da empresa rural, as seguintes etapas: diagnstico, metas, execuo e avaliao; g) Nas primeiras visitas empresa rural, entregar ao empresrio o calendrio de atividades de consultoria tcnica (visitas, excurses, dias-de-campo) para um perodo de seis meses; h) Inicialmente, trabalhar fatores de maior impacto na propriedade; i) Identificar produtores para formao de novos grupos, j que o melhor termmetro de que o Projeto vem dando certo o interesse de produtores para a formao de novos grupos; j) Gerar, mensalmente, indicadores de resultado (preestabelecidos) da empresa rural, atravs do software do Projeto, discutindo com o empresrio os pontos fracos e fortes de sua empresa; k) Encaminhar os dados e informaes mensais ao Coordenador Tcnico do Projeto e a Central de Processamento de Dados do Educampo - CPDE; l) Escrever carta-tcnica atrelando os resultados dos produtores assistidos a alguma orientao de gerenciamento ou inovao tecnolgica. Tais cartas devem ser distribudas aos participantes do grupo do EDUCAMPO e tambm a todos os produtores integrados agroindstria ou cooperativa que participa do Projeto (responsabilidade da empresa parceira); m)Escrever artigos para divulgao do EDUCAMPO para jornais e outros meios de comunicao disponveis; n) Semestralmente, elaborar um relatrio de atividades do EDUCAMPO, enviando cpia ao Coordenador Tcnico, ao SEBRAE/UF e agroindstria ou cooperativa participante do Projeto; o) Reunir, uma vez por ms, todos os produtores do grupo para discusso de questes relativas ao Projeto e conjuntura de sua atividade produtiva, entre outros assuntos a serem propostos por eles;22

Anotaes

p) Reunir-se periodicamente com o coordenador da agroindstria ou cooperativa parceira para discusso dos resultados e avaliao dos trabalhos; q) Quanto sua capacitao tcnica, deve-se observar: Continuamente, atualizar seus conhecimentos, atravs de revistas, jornais, seminrios e reunies tcnicas. A interpretao dos resultados das empresas um instrumento de atualizao. Participar das reunies de avaliao do Projeto (agendada pelo SEBRAE). Participar dos eventos de atualizao tcnica.

4.3. O PRODUTOR RURALO Projeto EDUCAMPO reveste-se de um processo permanente de mudanas, impulsionado pela consultoria gerencial e tecnolgica aos Produtores Rurais participantes, como meio para capacit-los e prepar-los para os desafios que o desenvolvimento dos mercados exige. Para alcanar esse objetivo maior, o produtor precisa estar apto ou aberto a receber as orientaes dos consultores tcnicos de campo, assim como cumprir as tarefas necessrias ao bom andamento do planejamento construdo conjuntamente. O perfil do produtor deve prever essa abertura, o desejo de aprender e de modificar sua realidade, atravs de um trabalho coletivo e com objetivos maiores que uma assistncia tcnica simples, oferecida normalmente pelos tradicionais servios de extenso rural. Seu comportamento frente ao trabalho dos consultores tcnicos de campo participativo e construtivo, cabendo-lhe determinar os rumos da ao, ao contrrio do processo passivo de receber uma simples orientao tcnica. Deve-se deixar claro que dificilmente sero formados grupos com caractersticas homogneas, visto que a adeso voluntria, sem pravaliao, a partir do convencimento quanto aos benefcios do Projeto. Esta desuniformidade inicial gera graus diferenciados de capacidade de adequao metodologia, de absoro dos conhecimentos repassados e de evoluo dentro do grupo, que devero ser cuidadosamente trabalhados pelo Consultor Tcnico, evitando elevado nmero de evases. Outro grande diferencial oferecido pelo Projeto EDUCAMPO o controle e avaliao sistemtica dos resultados alcanados, atravs da coleta de dados nas propriedades e gesto das informaes atravs do software de Processamento de Clculo de Custos - PCC e da Central de Processamento de Dados do Educampo - CPDE.23

Projeto EDUCAMPO

Anotaes

Para que isso seja possvel, a consultoria deve trabalhar intensamente os produtores, a fim de que eles incorporem o hbito de controle e coleta de dados da atividade rural, fator preponderante para anlise de seus resultados, assim como para que os mesmos cumpram as demais responsabilidades previstas pelo Projeto. O acompanhamento sistemtico dos resultados e do envolvimento dos diversos atores d a certeza de que est-se fazendo a coisa certa.

So, portanto, responsabilidades do Produtor Rural: a) Estar atento a todos os objetivos, finalidades, direitos e responsabilidades junto ao Projeto EDUCAMPO, estando receptivo s mudanas de comportamento que o Projeto exige; b) Participar, juntamente com o Consultor Tcnico do Projeto EDUCAMPO, do Planejamento da sua empresa rural; c) Participar dos treinamentos, eventos tcnicos e outras atividades (visitas, reunies, palestras, dias-de-campo, misses tcnicas, etc) oferecidos pelo Projeto EDUCAMPO; d) Atuar juntamente com o Consultor Tcnico, a fim de estimular e apoiar os funcionrios da propriedade para que as atividades propostas pelo EDUCAMPO sejam bem executadas; e) Receber o Consultor Tcnico do Projeto nos dias previamente planejados. Mesmo o produtor no estando na propriedade, a visita ser contada como vlida; f) Seguir as orientaes tcnicas; g) Exigir do Consultor Tcnico, mensalmente, um quadro da situao econmica da sua propriedade; h) Ter critrio para requisitar a presena do Consultor Tcnico em sua propriedade em carter de urgncia; i) Coletar os dados (receitas, despesas, dentre outras) solicitado pelo Consultor Tcnico; j) Fornecer os dados sobre a empresa rural quando o Consultor Tcnico requisitar; k) Assinar os relatrios tcnicos e de visitas e arquiv-los; l) Enquanto cliente do Projeto, manter fidelidade como fornecedor da Agroindstria ou Cooperativa que o congrega;24

Anotaes

m)Quitar mensalmente o valor que lhe pertinente na parceria; n) Avisar ao Consultor Tcnico do Projeto e a empresa parceira, com 30 dias de antecedncia, sobre seu interesse em se desligar do grupo. O Produtor Rural, cliente do projeto, alvo da ao e, portanto, tem o direito aos benefcios oferecidos pelo Projeto. Esses benefcios devem ser ampla e constantemente divulgados, garantindo cincia aos mesmos sobre em que consiste o Projeto e seu real alcance, assim como capacitando-os a avaliar e exigir os resultados propostos, integrando-os gesto do Projeto. Seu aprendizado ser, ainda, periodicamente avaliado, determinando a eficcia da transmisso do conhecimento pelos consultores tcnicos e sua evoluo na gesto de sua propriedade e de seu negcio.

4.4. QUAIS AS ATRIBUIES E RESPONSABILIDADES DOS DEMAIS ATORESPara se ter claro qual o papel exercido pelos demais atores do Projeto, descreve-se abaixo as atribuies e responsabilidades de cada um deles. Fique atento a essas responsabilidades para saber a quem se reportar e em que momento.

I - RESPONSABILIDADES DO SEBRAEa) Disponibilizar informaes necessrias para a implantao da metodologia do EDUCAMPO; b) Proceder o processo de seleo dos consultores tcnicos que operacionalizaro as aes do EDUCAMPO; c) Proceder, em conjunto com a Empresa Parceira, o processo de seleo e inscrio dos produtores; d) Auxiliar a agroindstria ou cooperativa no processo de divulgao regional dos trabalhos e de seus resultados; e) Disponibilizar papelaria e outros materiais promocionais sobre o Projeto (folders, cartazes, vdeo, etc); f) Coordenar as atividades do EDUCAMPO em conjunto com a Empresa Parceira; g) Promover, em conjunto com a Empresa Parceira, reunies peridicas para apresentao e avaliao dos indicadores de eficincia alcanados pelo EDUCAMPO;25

Projeto EDUCAMPO

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h) Organizar e auxiliar a insero de atividades complementares ao EDUCAMPO (misses, treinamentos, palestras, dias-de-campo, etc); i) Disponibilizar Manuais Operacionais; j) Disponibilizar software gerencial; k) Promover trs reunies anuais de avaliao do Projeto (por cadeia produtiva trabalhada) com a presena dos consultores tcnicos de campo, coordenador tcnico, tcnicos de ponta do SEBRAE e consultor temtico; l) Assumir os custos da consultoria de coordenao de campo.

II - RESPONSABILIDADES DO COORDENADOR TCNICOA ao do Coordenador Tcnico tcnica e complementar do SEBRAE na gesto do Projeto, cabendo a ele: 1. Zelar pelo cumprimento da metodologia do EDUCAMPO e das responsabilidades assumidas pelos Consultores Tcnicos de Campo, das Empresas Parceiras e dos Produtores Rurais. 2. Palestras de sensibilizao: a) Fazer a apresentao tcnica do Projeto, abordando aspectos tericos, operacionais, comportamentais e metodolgicos, durante a etapa de negociao e organizao do Projeto e nas trs visitas peridicas programadas por ano a cada grupo em funcionamento. 3. Consultoria nos grupos de produtores (in loco): a) Visitar as propriedades participantes do Projeto nas trs visitas peridicas programadas por ano a cada grupo de produtores em funcionamento; b) Avaliar o grau de conhecimento sobre os resultados e envolvimento da empresa parceira na operacionalizao do Projeto, observando: Grau de satisfao com o desenvolvimento dos grupos e com os resultados obtidos; Condies oferecidas para a operacionalizao do Projeto; Integrao com as aes desenvolvidas pelos tcnicos de campo; Divulgao do Projeto; Esforos na busca de aes complementares ao Projeto; Promoo da integrao dos consultores tcnicos do EDUCAMPO e os tcnicos da empresa parceira.26

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c) Avaliar o cumprimento da metodologia pelos consultores tcnicos de campo, observando: Relacionamento com os produtores; Relacionamento com a empresa parceira; Comprometimento com os resultados do Projeto; Cumprimento do cronograma de visitas; Avaliao dos resultados alcanados; Utilizao do software gerencial; Elaborao dos relatrios das visitas tcnicas; Elaborao de artigos tcnicos para divulgao nos meios de comunicao disponibilizados pela empresa parceira; Elaborao dos relatrios peridicos de avaliao das atividades executadas; Realizao de reunies com o grupo de produtores; Proposio e comparecimento atualizao dos consultores tcnicos. d) Avaliar a satisfao dos produtores com o Projeto e seus resultados, observando: Comprometimento com os resultados do Projeto; Evoluo dos indicadores definidos pelo planejamento de cada propriedade. 4. Consultoria distncia: a) Analisar os planejamentos enviados pelos consultores tcnicos de campo; b) Dar suporte utilizao do software gerencial; c) Dar suporte s dvidas operacionais dos consultores tcnicos de campo; d) Enviar respostas tcnicas aos consultores tcnicos de campo; e) Atender s solicitaes de materiais e estudos (pesquisas, novas prticas, mudanas na metodologia do Projeto, etc); f) Propor misses tcnicas, palestras e outras aes complementares ao Projeto, direcionados aos grupos de produtores e parceiros; g) Corrigir, analisar e emitir comentrios sobre os custos de produo levantados pelos consultores tcnicos de campo; h) Elaborar artigos para divulgao do Projeto.27

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5. Avaliao: a) Avaliar os resultados alcanados em relao aos planejamentos elaborados para cada grupo de produtores; b) Avaliar o planejamento dos grupos de produtores para o perodo posterior; c) Fazer o relatrio geral do desenvolvimento de cada Projeto acompanhado; d) Avaliar cada Consultor Tcnico de Campo.

III - RESPONSABILIDADES DA COOPERATIVA/AGROINDSTRIA PARCEIRAa) Coordenar, em conjunto com o SEBRAE, o Projeto EDUCAMPO; b) Designar um tcnico da empresa (Coordenador da Empresa) para dar apoio ao SEBRAE e aos Consultores Tcnicos de Campo; c) Proceder, em conjunto com o SEBRAE, a seleo e inscrio dos produtores e as avaliaes peridicas de resultados; d) Definir, junto com o Consultor Tcnico de Campo, metas anuais de evoluo para o grupo de produtores; e) Reunir semanalmente com o Consultor Tcnico de Campo para troca de informaes e avaliao dos trabalhos; f) Oferecer infra-estrutura operacional para os consultores (mesa, cadeira, computador, telefone, fax, etc); g) Proceder a divulgao do EDUCAMPO em rdio, TV, jornal, informativos, com o apoio do Consultor Tcnico e do SEBRAE; h) Promover a integrao e a parceria entre os consultores tcnicos do EDUCAMPO e os seus tcnicos (zootecnistas, veterinrios, agrnomos) e funcionrios; i) Negociar e definir com o Consultor e os produtores os custos do Projeto e a remunerao do Consultor, podendo participar opcionalmente da remunerao do Consultor Tcnico de Campo em at 50% (cinquenta por cento) do valor; j) Arcar com despesas espordicas, tais como: trofus para premiao dos torneios de produtividade promovidos pelo EDUCAMPO; brindes promocionais; faixas comemorativas em eventos promovidos pelo Projeto; misses tcnicas; palestras; cursos; ou outras atividades propostas durante a operacionalizao do EDUCAMPO;28

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k) Arcar com as despesas de impresso do bloco carbonado do relatrio de visitas dos Consultores Tcnicos de Campo; l) Participar de todas as atividades promovidas pelo EDUCAMPO (reunies, misses, dias-de-campo), atravs do Coordenador da Empresa.

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PARTE II

OPERACIONALIZANDO O SERVIO DE CONSULTORIA

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5. INICIANDO OS TRABALHOS NO PROJETO EDUCAMPOEstando capacitados, os consultores que no so imediatamente encaminhados para campo compem um banco de consultores, que ser acionado medida que novas demandas pelo Projeto cheguem ao SEBRAE. Na abertura de um novo grupo, o SEBRAE se encarrega de avaliar os consultores treinados disponveis e selecionar aquele com perfil mais indicado quela demanda. Estando acertadas as condies de operao do Projeto e as responsabilidades da empresa na sua conduo, o SEBRAE ir selecionar o consultor mais adequado quela realidade, submetendo-o a avaliao e aprovao da empresa parceira. Com a aprovao da empresa parceira, o consultor comea suas atividades em uma reunio de apresentao do Projeto aos produtores ligados empresa. Os produtores que participaro dessa apresentao so identificados a partir da percepo da empresa parceira quanto ao seu potencial de desenvolvimento e o perfil empreendedor. Esta identificao prvia pela empresa visa buscar a participao de produtores dentro do perfil desejado e em nmero suficiente para a formao do grupo com caractersticas o mais homogneas possveis, uma vez que no realizado nenhum tipo de avaliao. A palestra de sensibilizao e adeso ser realizada em data acordada entre a empresa, o Coordenador Tcnico do Projeto e a equipe tcnica do SEBRAE estadual, levando aos produtores presentes todas as informaes sobre o EDUCAMPO, seus princpios, os objetivos e a metodologia de trabalho. Aproveite a oportunidade de se apresentar e colocar suas expectativas quanto aos trabalhos. Ao final da palestra, os produtores interessados assinam uma lista de inteno de adeso, contendo nome, produo e distncia, em quilmetros, da propriedade at o centro urbano de referncia (onde se localiza a empresa parceira), dados que serviro como subsdio para o clculo do valor a ser pago pelo produtor e/ou empresa parceira ao Consultor Tcnico de Campo. Depois de determinado o grupo de produtores, o Coordenador da Empresa e o Consultor Tcnico renem-se para definir a remunerao dos trabalhos de consultoria e o valor de pagamento para cada produtor, com base na distncia da propriedade ao centro urbano de referncia, produo fsica ou outras variveis.

FORMAO DO GRUPO DE PRODUTORESO grupo ser formado, ento, por 15 a 25 produtores rurais ligados empresa parceira como fornecedores, considerando-se ideal o grupo com 20 produtores.33

Projeto EDUCAMPO

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Preferencialmente, os produtores devero pertencer a uma mesma comunidade rural ou regio, o que facilitar os trabalhos futuros, realizao de reunies e demonstrao dos resultados prticos. O coordenador da empresa parceira ficar responsvel em negociar o valor da remunerao pelo servio de consultoria, com base nas informaes de cada produtor. Posteriormente, ele far contato com os produtores para informar o custo individual. Os produtores firmaro, ento, contrato com a empresa parceira e o Consultor Tcnico, assumindo o compromisso de participarem financeiramente do Projeto e a responsabilidade pelas aes e resultados do Projeto.

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Anotaes

6. ATIVIDADES DE IMPLEMENTAOO incio dos trabalhos junto ao grupo de produtores muito intenso, pois envolve o diagnstico das propriedades, a recuperao de dados e informaes sobre a atividade, o planejamento e estabelecimento de metas. Esse esforo inicial fundamental para o embasamento dos trabalhos e a garantia de sua eficincia dentro do EDUCAMPO. Falhas, imperfeies ou omisses so fatores de comprometimento e risco para o Projeto e podem dificultar sobremaneira sua atuao. Portanto, uma maior aplicao nesse momento ser motivo de maior conforto no futuro, evitando estresse e a necessidade de correes bruscas de rumos. As primeiras atividades a serem realizadas junto ao grupo de produtores so, ento: 1. O diagnstico das propriedades; 2. A pactuao de metas com a empresa parceira e o SEBRAE; e 3. O estabelecimento do planejamento das propriedades e metas do grupo para o ano. Esse trabalho envolve algumas visitas e bastante interao com o produtor e/ou responsvel pela propriedade, a fim de se obter todas as informaes necessrias e determinar aes e metas prximas da realidade de cada indivduo e do grupo em geral. Considera-se ideal que esta etapa seja finalizada em um prazo mximo de trs meses, perodo aps o qual o Consultor deve agendar uma reunio com os produtores e o coordenador da empresa parceira para apresentao dos resultados e do planejamento proposto.

6.1. COMO FAZER O DIAGNSTICO DAS PROPRIEDADESO incio dos trabalhos de consultoria se d com a elaborao de um diagnstico detalhado da propriedade, fundamental para subsidiar o plano de ao individual e do grupo. Deve ser realizado nas primeiras visitas s propriedades rurais. O diagnstico deve contemplar as informaes necessrias que sustentem a elaborao de um planejamento de atividades condizente para cada uma das propriedades assistidas, assim como permitir a determinao das condies ideais para evoluo do grupo. muito importante que se obtenha o mximo de informaes e que elas estejam o mais corretas possveis, caso contrrio o planejamento a ser realizado poder ser afetado e as metas sero difceis de ser alcanadas, comprometendo sua eficincia dentro do Projeto.35

Projeto EDUCAMPO

Anotaes

Para realizar o diagnstico, divida-o em trs partes: 1. Caracterizao do produtor rural; 2. Caracterizao da propriedade e da atividade; 3. Levantamento de dados do ano anterior para elaborao do RD e IR anual. Os itens 1 e 2 no constam no software do projeto (PCC) e devem ser confeccionados pelo consultor tcnico de campo em um editor de textos. O relatrio de Receitas e Despesas (RD) e o Inventrio de Recursos (IR) constam no software, e portanto devem ser preenchidos e gerados a partir dele. Em seqncia, apresentamos um exemplo de diagnstico para sua orientao. O primeiro item refere-se aos dados pessoais e um breve perfil social do produtor rural, que devem estar disposio do SEBRAE e da empresa parceira junto com o Consultor Tcnico. Veja o exemplo a seguir:

EXEMPLO DE CARACTERIZAO DO PRODUTOR RURAL INFORMAES PESSOAIS: Nome: ______________________________________________________________ Data de nascimento: ___/____/________. CPF: __________________________ Inscrio de Produtor Rural: _____________________________________________ Nome da Propriedade: _________________________________________________ Municpio: ___________________________________________________________ Endereo para correspondncia: _________________________________________ Municpio: _________________________ Estado: ______ CEP: _________________ Telefone: ____________________________________________________________ E-mail: _____________________________________________________________ Grau de instruo: _______________ (Ex.: primrio completo ou secundrio incompleto) Estado civil: __________________________________________________________ Renda bruta aproximada mensal: R$ _____________________________________ Percentual vindo da atividade rural: _________% Reside na propriedade: Sim No Sim Sim No No Quantas? _____________ Possui mais de uma propriedade rural: Possui residncia em rea urbana: SOBRE SUA FAMLIA: Nome do cnjuge: ___________________________________ Idade: _____________ Grau de instruo: ________________________ Nome do filho (a): ___________________________________ Idade: _____________ Estado civil: __________________ Estado civil: __________________ Estado civil: __________________ Estado civil: __________________36

Grau de instruo: ________________________ Grau de instruo: ________________________ Grau de instruo: ________________________ Grau de instruo: ________________________

Nome do filho (a): ___________________________________ Idade: _____________ Nome do filho (a): ___________________________________ Idade: _____________ Nome do filho (a): ___________________________________ Idade: _____________

Anotaes

No segundo item, caracterizao da propriedade e da atividade, procure levantar o mximo de informaes para se ter em mos um perfil econmico e tecnolgico do produtor e da atividade-foco do Projeto. Essas informaes sero muito teis na determinao da realidade e do potencial do produtor e lhe daro embasamento para estabelecer o planejamento. Para traar o perfil tecnolgico da atividade-foco do Projeto nas propriedades, procure ter uma viso geral da atividade, criando um nmero adequado de subdivises, identificando o grau de evoluo, principais prticas e manejo realizado. Identifique e estabelea alguns ndices zootcnicos e agronmicos principais, enfocando sempre aqueles que interferem mais nos custos e na rentabilidade do negcio. Veja o exemplo abaixo, realizado por um consultor do projeto na atividade de pecuria de leite, para se ter noo da estrutura e dados a serem levantados nesse tipo de diagnstico. Perceba que medida que o diagnstico foi sendo realizado, algumas aes corretivas e melhorias foram sugeridas para orientar o planejamento de cada propriedade.

EXEMPLO DE CARACTERIZAO DA PROPRIEDADE E DA ATIVIDADE

1. FATORES DE PRODUO E DE GESTO:

1.1 - Pastagens Realidade Atual: Para a pecuria de leite destinada cerca de 190 hectares de pastagens de brachiaria brizantha e decumbens, divididos em 14 mangas. As vacas em lactao so divididas em 4 lotes, com 2 mangas para cada lote. Existe, ainda, manga para bezerros em aleitamento, novilhas em recria, maternidade e vacas secas. Proposta: medida que aumente o nmero de vacas em lactao, implantar sistemas de pastejo rotacionado. 1.2 - Suplementao Volumosa para Seca Realidade Atual: A rea plantada com cana-de-acar para o perodo da seca suficiente para atender o rebanho durante o perodo da seca (aproximadamente 6 meses). Proposta: A quantidade de cana-de-acar existente suficiente para atender a demanda para 2002 por um perodo de 6 meses. Esta quantidade suficiente para um rebanho de 200 vacas em lactao. Fazer anlise de solo na rea de cana e proceder as adubaes de manuteno.

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AnotaesEXEMPLO DE CARACTERIZAO DA PROPRIEDADE E DA ATIVIDADE

1. FATORES DE PRODUO E DE GESTO (continuao):

1.3 - Suplementao Concentrada (Vacas) Realidade Atual: Para as vacas em lactao fornecido concentrado somente durante o perodo da seca, porm sem critrio. Proposta: Implantar arraoamento de acordo com o controle leiteiro e fornecer um concentrado balanceado para as vacas em lactao e no pr-parto (30 dias antes do parto) o ano inteiro. 1.4 - Recria de Fmeas Realidade Atual: Os bezerros e bezerras de corte, na maior parte, so vendidos na desmama, uma parte recriado e outra engordada. As (os) bezerras (os) recebem 1 teto por vaca at os 4 meses de idade. Aps os 4 meses apenas o leite residual. Recebem tambm uma suplementao com sal proteinado. O nmero de bezerras e de holands para reposio muito pequena. Proposta: Implantar sistema de cria/recria racional de fmeas para reposio, com acompanhamento de ganho de peso. 1.5 - Melhoramento Gentico Realidade Atual: Utiliza inseminao artificial com smen de touros da raa tabapu e holands, o ltimo com menor frequncia. Proposta: Direcionar os cruzamentos para a obteno de animais produtivos e bem adaptados regio. Macificar a utilizao de smen de touros holandeses para obteno de animais HZ. Descarte de vacas improdutivas. 1.6 - Sanidade do Rebanho Realidade Atual: No existe um calendrio de controle sanitrio. Proposta: Implantar calendrio de vacinao. Adotar controle estratgico de ecto e endoparasitas.

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AnotaesEXEMPLO DE CARACTERIZAO DA PROPRIEDADE E DA ATIVIDADE

1. FATORES DE PRODUO E DE GESTO (continuao):

1.7 - Controle Zootcnico Realidade Atual: Existe anotaes de partos e inseminao. Proposta: Implantar controle reprodutivo e leiteiro completo. 1.8 - Controle Financeiro Realidade Atual: No existe um acompanhamento de despesas e receitas. Proposta: Implantar um acompanhamento total dos custos de produo da atividade com a utilizao do software gerencial do SEBRAE Minas. Mensalmente ser enviado um relatrio de fluxo de caixa e medidas de desempenho tcnico e no final de um ano, ser feita uma anlise do custo de produo. 1.9 - Qualidade do Leite Realidade Atual: So feitos os testes pela empresa compradora. Proposta: Fazer periodicamente a anlise e interpretao dos resultados dos principais itens sobre a qualidade de leite (CCS e UFC). 1.10 - Qualificao da Mo-de-Obra Realidade Atual: Poucos empregados possuem capacitao especfica na atividade. Proposta: Promover o treinamento de mo-de-obra em parceria com outras entidades (ex: Senar) e empresas privadas, atravs de cursos e palestras.

2. PONTOS FORTES DA EMPRESA:

Rebanho com bom potencial gentico; Empresrio se dedica exclusivamente pecuria de leite; Caracterstica empreendedora do empresrio; Topografia plana.

3. PONTOS FRACOS DA EMPRESA:

Baixa fertilidade natural do solo.

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Projeto EDUCAMPO

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6.1.1. RECUPERAO DOS DADOS DO ANO ANTERIOR E ELABORAO DO RD E IR ANUALFaa, primeiramente, um inventrio dos recursos utilizados na atividade-foco do Projeto, incluindo animais (nas vrias fases de produo), culturas, mquinas, benfeitorias e outros fatores. No perfil econmico, busque resgatar dados sobre a gesto financeira da atividade e quais tipos de anotaes so feitas na propriedade. Busque uma noo geral das despesas e receitas nos ltimos doze meses anteriores entrada no Projeto. Essa uma ao fundamental para dar sustentao aos benefcios oferecidos pelo EDUCAMPO junto aos produtores, criando um marco zero, uma base de comparao que possa servir para ilustrar as melhorias na rea financeira da atividade. A partir dos dados levantados, insira as informaes no PCC e gere o Relatrio de Receitas e Despesas (RD) e o Inventrio de Recursos (IR), que sero uma aproximao anual dos relatrios mensais que so gerados no Projeto. Com o detalhamento das informaes obtidas, procure elaborar o Fluxo de Caixa da propriedade dos ltimos doze meses. Esse fluxo mensal ajudar a identificar mais claramente sazonalidades dentro da atividade, o que apoiar a tomada de deciso quanto a recomendaes de novas prticas, medidas corretivas e investimentos.

DOCUMENTO GERADO: DIAGNSTICO DA PROPRIEDADE Encaminhe cpia para o Produtor Rural.

6.2. PACTUAO DE METASA pactuao de metas visa determinar, junto empresa parceira e ao SEBRAE, indicadores e metas a serem cumpridas pelo grupo de produtores no perodo de planejamento, ou seja, no prximo ano, com base nos diagnsticos realizados em cada propriedade e na situao geral encontrada no grupo. De posse dos diagnsticos das propriedades, sistematize as informaes de cada produtor para se ter uma viso real da situao atual e do potencial de cada um. Em seguida, trace o perfil do grupo, os principais fatores de produo e indicadores econmicos e prepare um resumo que lhe permitir estabelecer metas condizentes de trabalho. Dados e informaes muito distantes da realidade vo comprometer seu trabalho e dificultar o atingimento das metas. Agende, ento, uma reunio com o Coordenador da Empresa Parceira para estabelecimento conjunto de metas a serem cumpridas pelo grupo de produtores durante o ano.

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Anotaes

Defina junto com ele quais indicadores interessam para a empresa e a variao desejada de cada um deles para o perodo. Deve-se ter uma viso do grupo e no individual. O PCC gera vrios indicadores, e com base nesta lista, que ser definido aquilo que interessa empresa parceira. Caso haja interesse em determinar outros indicadores prprios (por exemplo, a qualidade do produto entregue) e que no so gerados pelo software, a empresa dever se responsabilizar pela coleta de informaes e repasse peridico ao Consultor para acompanhamento. Na reunio obtido o consenso entre as metas propostas e a capacidade do grupo, de acordo com o diagnstico realizado e a potencialidade de cada produtor. De posse dessas metas, voc e o Produtor discutiro e estabelecero as metas individuais dentro do grupo. Os indicadores elencados pelo SEBRAE j so pr-definidos e foram informados a voc no seu treinamento. As metas do SEBRAE foram estabelecidas a partir de experincias anteriores dentro do Projeto. A gesto desses indicadores, assim como dos demais escolhidos pela empresa parceira, ser feita pela Central de Processamento de Dados do EDUCAMPO CPDE. Mais frente, veremos como feito esse acompanhamento.

6.3. COMO FAZER O PLANEJAMENTO DA PROPRIEDADEA elaborao do planejamento no pode estar atrelada simplesmente a uma vontade pessoal, uma vez que resultado de estudos que englobam variveis como a identificao de necessidades insatisfeitas e solues que atendam as expectativas dos clientes/consumidores, de forma a garantir o sucesso e no o fracasso do empreendimento. O planejamento deve privilegiar o como fazer e no o com o que fazer, ou seja, trabalhar as condies encontradas e as habilidades do empresrio, evitando a necessidade de novas entradas de recursos (humanos, financeiros ou materiais). O primeiro passo na elaborao do planejamento ter uma idia clara dos resultados que se pretende alcanar, ou seja, preciso definir onde se quer chegar e, para isso, leve em considerao os seguintes aspectos: 1. Identifique as necessidades ou demandas do produtor; 2. Defina um modelo ideal de projeto, que aspire a expanso da atividade; 3. Seja criativo, procure no copiar ou importar solues prontas ou paliativos; 4. Seja realista, proponha alternativas que sejam viveis;41

Projeto EDUCAMPO

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5. Avalie as chances de desenvolver um projeto ideal, mesmo que para isso o projeto tenha que ser realizado em etapas; 6. Oua outras pessoas, inclusive outros tcnicos, a empresa parceira do Projeto e, principalmente, o produtor rural e sua equipe. Observando esses aspectos para sua elaborao, no planejamento devero ser informados: As atividades a serem desenvolvidas; Os incrementos a serem alcanados nos perodos predefinidos, conforme indicadores estabelecidos a priori (ganho real em funo da participao do produtor no Projeto); Os efeitos alcanados, tais como renda lquida gerada, redues de custos relativos e incremento nos lucros da atividade.

DOCUMENTO GERADO: PLANEJAMENTO DA PROPRIEDADE Encaminhar para o Produtor Rural e o Coordenador Tcnico do Projeto.

Com base nos diagnsticos e nas metas estabelecidas pela empresa e pelo SEBRAE, elabora-se o planejamento de cada propriedade para o horizonte de um ano. No final desse perodo, todas as aes propostas e os seus resultados devero ser avaliados pelos produtores rurais e pela empresa parceira. Sero estabelecidas, ento, novas metas, aes e correes de rumos, se necessrio. As aes corretivas podero ser iniciadas ao longo do perodo de execuo do planejamento, em funo de mudanas setoriais, econmicas ou no grupo, e que demandem essas modificaes. O planejamento no uma pea acabada e engessada, devendo ter suas metas revistas junto com os produtores e a empresa, sempre que necessrio.

O PLANEJAMENTO SEMESTRAL E CRONOGRAMA DE VISITASO planejamento semestral destacado, resumidamente, do planejamento anual proposto, agregando o calendrio de visitas obrigatrias, definido conjuntamente entre consultor tcnico e produtores, e as atividades complementares propostas para o perodo (dias-de-campo, visitas, palestras, etc), em acordo com a empresa parceira. O Projeto prev uma visita obrigatria mensal a cada produtor participante, na qual o Consultor Tcnico dever: Levantar os dados e informaes da propriedade para abastecer o software do Projeto e gerar os relatrios previstos;42

Anotaes

Avaliar, juntamente com o produtor, os dados e os resultados econmicos gerados naquele ms; Avaliar se as atividades propostas no planejamento esto sendo realizadas e as metas esto sendo atingidas, promovendo correes, se necessrio; Dar as orientaes tcnicas necessrias para correo de problemas ou inovaes no processo produtivo. Este documento dever ser encaminhado, semestralmente, empresa parceira, para que a mesma possa acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos, alm do Coordenador Tcnico do Projeto e do prprio Produtor.

DOCUMENTO GERADO: PLANEJAMENTO SEMESTRAL E CRONOGRAMA DE VISITAS Encaminhar para o Produtor Rural, o Coordenador da Empresa Parceira e o Coordenador Tcnico do Projeto.

Fluxograma-Resumo: Aes de ImplantaoTcnico agenda primeira visita aos produtores para realizar o diagnstico de cada propriedade DOCUMENTO: Diagnstico da propriedade

Consultor Tcnico se rene com o Coordenador da empresa parceira para definir metas gerais do grupo de produtores

Tcnico apresenta as metas globais aos produtores e, juntos, desenvolvem o planejamento e estabelecimento das metas da propriedade

DOCUMENTO: Planejamento da propriedade

Tcnico e produtor estabelecem o planejamento semestral e o cronograma de visitas e reunies

DOCUMENTO: Planejamento semestral e cronograma de visitas

Tcnico orienta o produtor sobre a coleta de dados da propriedade

Tcnico executa o planejamento anual e o calendrio de visitas

Coordenao estadual e empresa parceira avaliam a evoluo do grupo e dos produtores43

Projeto EDUCAMPO

Anotaes

7. ATIVIDADES DE CONSOLIDAO E CONTINUIDADE7.1. COMO CONDUZIR A CONSULTORIA TCNICA NO CAMPODefinida a linha de trabalho para cada propriedade, os consultores tcnicos do EDUCAMPO acompanham intensivamente os produtores assistidos, orientando-os no sentido de desenvolverem tecnologias de produo adequadas realidade da propriedade e implantarem controles gerenciais relativos atividade. A orientao dever, sempre, se basear no planejamento realizado, permitindo que se alcance as metas traadas, conjuntamente com os produtores, para cada propriedade. Voc ir coletar os dados nas planilhas de controle do Produtor Rural, a fim de alimentar o software do Projeto e gerar as avaliaes tcnicas e indicadores de evoluo da propriedade.

CONDIES PARA SOLICITAO DE VISITA ADICIONALO produtor poder lhe solicitar visitas eventuais, alm da obrigatria oferecida pelo Projeto, observando as seguintes condies: Disponibilidade do Consultor Tcnico; O carter urgente da solicitao (emergncia mdico-veterinria ou agronmica). O custo dessa visita adicional ser coberto pelo Produtor Rural e negociado entre as partes.

RELATRIO DE ASSISTNCIA TCNICACada visita realizada, obrigatria ou eventual, gera um relatrio, que elaborado ao seu final e contm a assinatura do produtor, mostrando-se ciente das atividades realizadas durante a visita, da avaliao dos resultados econmicos da propriedade e das aes de continuidade propostas. importante que o consultor faa mensalmente a anlise gerencial, do fluxo de caixa e dos resultados econmicos, da propriedade junto com o produtor. O bloco carbonado do relatrio de assistncia tcnica oferecido pela empresa parceira, impresso em trs vias, ficando uma com o Consultor Tcnico, outra com o Produtor Rural e a terceira encaminhada ao Coordenador da Empresa Parceira. O modelo do relatrio apresentado no Anexo A.1 deste manual.44

Anotaes

DOCUMENTO GERADO: RELATRIO DE ASSISTNCIA TCNICA Encaminhado para o Produtor Rural, o Coordenador da Empresa Parceira e o Coordenador Tcnico do Projeto.

7.2. CAPACITAO DOS PRODUTORES RURAIS E DA MO-DE-OBRAO SEBRAE Estadual estabelecer um programa de capacitao dos Produtores Rurais participantes do Projeto, visando ampliar seus conhecimentos sobre gesto da propriedade e do negcio rural, dando-lhes maiores condies de acompanhar os trabalhos e os resultados das aes em seus empreendimentos, criando, ainda, um senso crtico sobre o trabalho. conveniente estabelecer, para cada grupo de produtores, um programa anual de capacitao, abordando diferentes aspectos da administrao rural e da dinmica, funcionamento e evoluo das cadeias produtivas, dandolhes viso e atualizao permanente sobre o contexto em que esto inseridos. Desenvolva esse programa junto com o Coordenador Tcnico do Projeto, procurando atingir, prioritariamente, as maiores deficincias do grupo de produtores e da mo-de-obra utilizada na atividade. Essa capacitao poder ser oferecida em mdulos, ao longo de um determinado perodo, evitando entraves participao dos produtores. Podero ser utilizadas metodologias j disponveis no SEBRAE, como os cursos Capacitao Rural e Saber, ou novas metodologias que podero ser desenvolvidas ou disponibilizadas por entidades parceiras, como universidades e o SENAR, a partir da demanda especfica local. A evoluo da capacidade tcnico-gerencial dos produtores ser alvo de avaliaes anuais, como garantia da efetividade do processo de educao proposto pelo Projeto.

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Projeto EDUCAMPO

Anotaes

Fluxograma-Resumo: Aes de ContinuidadeProdutor coleta dados da propriedade ao longo do ms e apresenta ao tcnico

Tcnico realiza visita mensal e insere informaes no software: Receitas e Despesas (RD) e Inventrio de Recursos (IR)

Armazenamento de dados no software

Tcnico envia dados para a Central de Processamento - CPDE

Tcnico e produtor avaliam os resultados tcnicos e econmicos observados no ms

DOCUMENTOS: Fluxo de caixa, resumo do custo de produo e indicadores tcnicos e econmicos (ITE)

Tcnico e produtor estabelecem aes para melhoria de resultados, se aqum do esperado

Tcnico encaminha relatrios de assistncia tcnica e de resultados tcnicos e econmicos ao coordenador da empresa parceira

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Anotaes

8. ATUALIZAO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAES8.1. ATUALIZAO DOS CONSULTORES TCNICOS DE CAMPO parte integrante da metodologia do Projeto o SEBRAE disponibilizar um programa de atualizao dos consultores tcnicos de campo, pelo menos trs vezes ao ano. Essa atualizao poder coincidir com os encontros estaduais de avaliao do Projeto, que so tratados no item a seguir, e contar com temas econmicos e tcnicos relativos cadeia produtiva em questo. O Coordenador Tcnico e o Gestor Estadual podero definir os temas e a programao de atualizao, podendo haver um pedido de parecer aos consultores tcnicos de campo para subsidiar essa programao. Os consultores que realizaro esta capacitao devero ser contratados pelo SEBRAE a critrio dos gestores do projeto, em instituies ou entidades com reconhecido saber nos temas definidos ou sugeridos, capazes de trazer inovaes e aperfeioar a capacidade tcnica dos consultores de campo. Alm da capacitao disponibilizada, os consultores podero contar com o apoio permanente do Coordenador Tcnico, que possui a atribuio de tirar dvidas tcnicas e operacionais do Projeto, devendo ser consultado sempre que necessrio.

8.2. ACOMPANHAMENTOO SEBRAE ir realizar o acompanhamento sistemtico do Projeto atravs dos Tcnicos de Ponta, do Gestor Estadual e do Coordenador Tcnico. Ser objeto de acompanhamento o cumprimento da metodologia do Projeto, avaliando o prprio SEBRAE e o suporte oferecido para o andamento do Projeto, o envolvimento da empresa parceira, a atuao dos consultores tcnicos de campo e a satisfao e o envolvimento dos produtores rurais. O Coordenador Tcnico do Projeto dever realizar trs visitas por ano a cada grupo de produtores para essa atividade. Nessas oportunidades, dever ministrar palestra junto aos produtores participantes objetivando: o nivelamento de informaes sobre o Projeto, para aqueles que foram agrupados posteriormente e no receberam a sensibilizao do incio da implementao; a apresentao da evoluo dos principais indicadores gerenciais do grupo e de cada empresrio; e reavivar (atualizar) os objetivos gerais, aes e resultados esperados, buscando maior envolvimento dos clientes com o Projeto e com sua gesto. Durante uma das visitas do Coordenador Tcnico, em reunio com os produtores, sero aplicadas as avaliaes qualitativas anuais do Projeto, com perguntas estabelecidas para os produtores, para o Coordenador da Empresa Parceira e para o Consultor Tcnico de Campo.47

Projeto EDUCAMPO

Anotaes

As questes buscam avaliar principalmente o envolvimento de cada um desses atores com a metodologia, sua percepo de evoluo dentro do projeto e o suporte oferecido pelo SEBRAE para viabilizao do Projeto. O questionrio dos produtores poder ser aplicado ao final de uma reunio ou encontro, no grupo presente, no sendo necessrio sua aplicao a todo o grupo. Tambm objeto de avaliao o envolvimento do Produtor Rural com o Projeto EDUCAMPO, que condio bsica para sua permanncia no grupo e no Projeto. fundamental que o Consultor Tcnico informe constantemente empresa parceira, atravs de relatrios e reunies, a evoluo da participao e do interesse de cada produtor. O produtor que no seguir as orientaes do Consultor Tcnico e se mostrar desinteressado pelo Projeto dever ser convidado a sair do Projeto e substitudo. Trs vezes ao ano, pelo menos, sero realizadas reunies estaduais de acompanhamento e avaliao geral do EDUCAMPO, em cada cadeia produtiva trabalhada, com cronograma a ser definido pelo Gestor Estadual e o Coordenador Tcnico, envolvendo todos consultores tcnicos de campo, os coordenadores das empresas parceiras e os tcnicos de ponta do SEBRAE/UF. As reunies visam a apresentao geral dos resultados dos diversos grupos e a avaliao da conduo das atividades, com base nos dados consolidados pela Central de Dados CPDE, e o cumprimento da metodologia por parte de cada ator. O acompanhamento dos Projetos implantados de grande importncia para o bom andamento do EDUCAMPO. Mesmo o Projeto tendo sido criado para estabelecer uma nova filosofia de extenso rural privada, o acompanhamento sistemtico das aes desenvolvidas pelos consultores tcnicos, junto aos produtores, que dar segurana e acertividade da metodologia.

8.2.1. CALENDRIO DAS ATIVIDADES DE ACOMPANHAMENTOCada projeto ter seu cronograma de acompanhamento prprio, definido entre o SEBRAE e o Coordenador Tcnico e operacionalizado atravs de reunies locais e visitas programadas aos vrios atores para troca de informaes, avaliaes e discusso sobre a conduo das aes. As atividades de acompanhamento previstas compreendem, portanto: Trs visitas por ano pelo Coordenador Tcnico a cada grupo em andamento, onde sero agendadas reunies de nivelamento sobre a metodologia e avaliao da conduo do Projeto; Aplicao, em uma das visitas do Coordenador Tcnico, dos questionrios de avaliao qualitativa para produtores, consultor tcnico de campo e coordenador da empresa parceira; e Reunies estaduais de acompanhamento e avaliao do Projeto, em cada cadeia produtiva trabalhada pela metodologia, pelo menos trs vezes ao ano, reunindo todos os consultores tcnicos, tcnicos de ponta do SEBRAE e coordenadores das empresas parceiras envolvidas.48

Anotaes

8.3. AVALIAESO SEBRAE promover avaliaes peridicas do Projeto, atravs dos consultores tcnicos de campo e dos produtores rurais participantes, determinando o grau de evoluo tcnica dos produtores e a capacidade de transmisso do conhecimento pelos consultores tcnicos e, consequentemente, os resultados alcanados com o Projeto.

SERO OBJETOS DE AVALIAO PERIDICA:Os Consultores Tcnicos de Campo A efetividade da consultoria dever ser avaliada de forma a garantir a qualidade dos servios prestados aos produtores. A principal avaliao o resultado prtico alcanado em campo e o cumprimento das metas estabelecidas, de forma a garantir os resultados esperados. Para tal avaliao ser utilizado o Mapa de Avaliao da Gesto por Resultados (modelo no Anexo A.2), que determina os indicadores-chave pactuados entre os diversos atores e sua evoluo ao longo do perodo avaliado, determinando possveis fatores interferentes e causas de desvios. Os Produtores Rurais A evoluo da capacidade gerencial e tecnolgica dos Produtores Rurais o primeiro e principal fator a ser avaliado junto aos clientes. O Projeto EDUCAMPO essencialmente uma ao de educao do Produtor Rural e prope a melhoria dessas habilidades como estratgia para seu desenvolvimento humano, econmico e social. Para tal avaliao, os produtores devero responder uma avaliao anual que procure determinar essa evoluo tcnica. O Projeto O Projeto e seus resultados, por propriedade e nos grupos em geral, so avaliados atravs de relatrios enviados pela Central de Processamento de Dados do EDUCAMPO CPDE empresa parceira, aos produtores, ao Coordenador Tcnico e ao SEBRAE. Com base nos resultados gerais de cada grupo, os gestores do Projeto e as empresas parceiras podero determinar a continuidade do Projeto, novas atividades de impulsionamento ou medidas corretivas de rumos. O acesso aos dados e informaes ser garantido atravs de comunicaes tcnicas enviados ao Coordenador da Empresa Parceira pela Central de Processamento de Dados do EDUCAMPO CPDE e pela internet, atravs da home page do Projeto, onde todos os atores podero acompanhar a evoluo geral do Projeto e detalhes especficos dos grupos, de acordo com o grau de acessibilidade concedido pelos gestores.49

Projeto EDUCAMPO

Anotaes

8.3.1. CALENDRIO DAS ATIVIDADES DE AVALIAOAs avaliaes vo obedecer a um calendrio determinado em conjunto com o Gestor Estadual e o Coordenador Tcnico do Projeto, responsvel por sua aplicao junto aos diversos atores. Anualmente, ser aplicada a avaliao tcnica dos produtores em todo o grupo em uma oportunidade de reunio conjunta, durante uma das visitas do Coordenador Tcnico do Projeto aos grupos em andamento. Essa avaliao poder coincidir com a avaliao qualitativa do Projeto. O tema da avaliao dever ser determinado pelo Coordenador Tcnico do Projeto, aprovado pelo Gestor Estadual, abrangendo conhecimentos gerenciais, foco central do Projeto. A avaliao de desempenho dos Consultores Tcnicos de Campo ocorrer periodicamente em duas avaliaes anuais seguindo o planejamento semestral proposto. O Consultor dever preencher o Mapa de Avaliao da Gesto por Resultados (Anexo A.2), que explicita as variaes dos indicadores-chave no perodo avaliado e as condies gerais de evoluo do grupo. O mapa preenchido com as consideraes do Consultor dever ser enviado ao Coordenador Tcnico do Projeto, que far sua avaliao e indicar aes corretivas ou promocionais dos resultados alcanados pelo grupo.

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Anotaes

9. GESTO DA INFORMAO E DO CONHECIMENTOO Projeto EDUCAMPO tem toda sua sistemtica acompanhada pelas ferramentas de gesto de informaes e conhecimento, atravs do PCC utilizado pelos consultores tcnicos de campo, responsvel pelo acompanhamento das propriedades e seu desempenho, e da Central de Processamento de Dados do EDUCAMPO - CPDE, responsvel pela consolidao de informaes, gesto de resultados e dos diversos indicadores propostos. O software utilizado pelos consultores tcnicos foi desenvolvido especificamente para cada atividade econmica, contendo indicadores-chave de desempenho tcnico e econmico, alimentado pelas diversas informaes coletadas pelos produtores rurais. Na rotina da conduo do Projeto so produzidos os relatrios de assistncia tcnica (visita) e de avaliao econmica da propriedade (fluxo de caixa, custo de produo - aps um ano - e indicadores tcnicos e econmicos - ITE), com base nos ndices gerenciados pelo software do Projeto. O relatrio de assistncia tcnica (visita) dever ter uma via deixada com o Produtor Rural e outra encaminhada ao Coordenador da Empresa Parceira. Os relatrios econmicos gerados (fluxo de caixa, custo de produo e indicadores tcnicos e econmicos), com base nos dados coletados pelo Produtor, devero ser mensalmente discutidos entre o Consultor Tcnico e o Produtor Rural e posteriormente encaminhados aos gestores da Central de Dados do Projeto, at o quinto dia til do ms seguinte, conforme ilustra o exemplo abaixo. O fluxo de dados para a CPDE ocorre dentro de um cronograma assim exemplificado:Janeiro Fevereiro Consultor coleta dados de janeiro na propriedade e insere no software Maro Consultor analisa os resultados de janeiro junto com o produtor e encaminha CPDE

Coleta de dados pelo produtor

A Central de Processamento de Dados do Educampo - CPDE faz a consolidao de informaes geradas em cada propriedade, criando indicadores gerais de acompanhamento e desempenho dos diversos grupos de produtores participantes. O sistema capaz de indicar imperfeies nas informaes repassadas pelos consultores, alertando-os para possveis problemas na gerao ou na consolidao das mesmas. Gera, ainda, relatrios gerais ou por grupo, permitindo atestar a eficcia das aes propostas e do efetivo cumprimento da metodologia do Projeto.51

Projeto EDUCAMPO

Anotaes

Os dados sistematizados e as informaes sobre os diversos grupos so disponibilizados na home page do projeto, que permite consultas e o acompanhamento do desempenho em graus diferenciados de acessibilidade aos parceiros e atores do EDUCAMPO e ao pblico em geral. A gesto do conhecimento (operao e fluxo de dados e informaes) do Projeto apresentada no esquema a seguir.Compilao dos dados e envio ao Coordenador Tcnico e CPDE via internet

Coleta mensal de dados na propriedade rural Produtor Rural

Alimentao do software do Projeto (RDs e IRs)

Gerao dos relatrios econmicos dos produtores

Consultor Tcnico de Campo

Anlise peridica dos resultados e desempenho

Envio das comunicaes tcnicas aos produtores Coordenador TcnicoEnvio por meio eletrnico das comunicaes tcnicas

Reviso e/ou recuperao de dados

Elaborao de comunicaes tcnicas dos produtores

Alimentao das informaes na home page

Gerao dos relatrios dos produtores e do grupo

Coleta, avaliao e sistematizao dos dados

CPDE

Legenda:

Fluxo de dados

Fluxo de informaes

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Anotaes

10. RESULTADOS ESPERADOSA evoluo econmica do Produtor Rural, em consonncia com a melhoria dos indicadores tcnicos e econmicos na sua atividade e a melhoria de sua condio social, determina o sucesso da metodologia e o objetivo central do Projeto EDUCAMPO. Paralelamente, busca-se um impacto positivo sobre os resultados econmicos e qualitativos da empresa parceira, com base nos benefcios diretos e indiretos oferecidos pela sua participao no Projeto. Toda a estrutura montada e o instrumental de acompanhamento e avaliao disponibilizados viabilizam as condies necessrias para a efetividade da metodologia. A gesto por resultados confere objetividade s aes propostas e racionaliza os meios para atingir as metas acordadas entre os vrios atores, evitando desperdcio de recursos e a frustrao de clientes e parceiros. O sucesso do Projeto EDUCAMPO passa a depender, ento, de pessoas com perfis adequados para sua gesto, conduo, acompanhamento, avaliao e aplicao da metodologia e, fundamentalmente, de pessoas dispostas a mudar e a adotar uma nova postura frente aos desafios da sociedade moderna.

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